proposta de modelagem de dados fisiogrÁficos de bacias ... · 2 bacias hidrogrÁficas como unidade...

47
MARIANE MAYUMI GARCIA TAKEDA PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS PARA O MUNICÍPIO DE LONDRINA – PR Londrina 2007

Upload: duongdieu

Post on 29-Nov-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

MARIANE MAYUMI GARCIA TAKEDA

PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS

PARA O MUNICÍPIO DE LONDRINA – PR

Londrina2007

Page 2: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

MARIANE MAYUMI GARCIA TAKEDA

PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS

PARA O MUNICÍPIO DE LONDRINA – PR.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Londrina, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Geografia.

Orientadora: Mirian Vizintim Fernandes Barros.

Londrina2007

Page 3: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

MARIANE MAYUMI GARCIA TAKEDA

PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS

PARA O MUNICÍPIO DE LONDRINA – PR.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Geociência da Universidade Estadual de Londrina, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Geografia.

COMISSÃO EXAMINADORA

____________________________________Profª. Drª. Mirian Vizintim Fernandes Barros

Universidade Estadual de Londrina

____________________________________Prof. Ms. Adilson Nalin Luiz

Secretaria Municipal do Ambiente - SEMA

____________________________________Prof. Drª. Eloiza Cristiane Torres

Universidade Estadual de Londrina

Londrina, 26 de Novembro de 2007.

Page 4: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

DEDICATÓRIA:

A Deus, por habitar meu pequeno coração,

por ter aberto as portas e iluminado meu

caminho.

Page 5: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

AGRADECIMENTOS

Talvez essa seja apenas uma maneira formal de agradecer àquelas

pessoas que realmente participaram da construção deste trabalho. Agradeço

profundamente a todos que participam diariamente da minha vida. Mas algumas

pessoas, realmente merecem essa menção.

A todos os meus familiares, em especial minha mãe Marina e minha

vó Malvina, grandes mulheres, exemplos de garra e superação.

Agradeço a todos da Secretaria Municipal do Ambiente – SEMA,

principalmente ao meu orientador de estágio, Adilson Nalin, pela amizade e

confiança, pelo apoio e incentivo nas tardes de trabalho.

Aos professores que contribuíram e participaram deste trabalho, em

destaque minha orientadora Mirian Vizintim, Zaqueu Rodrigues, Eloiza torres e

Deize Lopes (CTU).

Agradeço também aos meus amigos de curso, em especial à Bruna

e ao Hugo, companheiros de viagem, que discutiram, que participaram, que

cresceram, que acreditaram e que compartilharam todos os momentos “geográficos”

dessa jornada.

Ao meu grande amor Kleber, pela amizade, dedicação,

compreensão e incentivo. Pelo olhar que diz quase tudo, pela presença em todos os

momentos... pelo seu imenso amor!

Ah!, não poderia esquecer minhas grandes amigas, Paula, Natália e

Sandra, companheiras de infância, pelas risadas, festas e farras, sonhos e segredos

compartilhados.

A todas as outras pessoas, as quais não me referi, mas que

certamente também participaram de mais essa conquista. Meu muito OBRIGADA!

Page 6: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

“Quem olha pra fora, sonha; Quem olha pra dentro, DESPERTA!”

(Carl Gustav Jung)

Page 7: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

TAKEDA, Mariane Mayumi Garcia. Proposta de modelagem de dados fisiográficos de bacias hidrográficas para o município de Londrina – PR. 2007. 47 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Geografia)) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2007.

RESUMO

Para o gerenciamento e planejamento de bacias hidrográficas é condição básica co-nhecer suas principais características físicas. Baseado nessa necessidade foi defini-do um escopo mínimo de atributos que contemplaram os aspectos físicos de bacias hidrográficas como nome de identificação da bacia; bacia maior pertencente;área; comprimento do leito principal; forma da bacia; classificação dos cursos d'água; den-sidade de drenagem; rede de drenagem ; uso do solo;tipo de solo e outros. Neste âmbito, o objetivo deste trabalho é propor uma padronização de um banco dados fí-sicos de bacias hidrográficas para as instituições ambientais, públicas ou privadas, com a utilização da ferramenta de Sistema de Informação Geográfica – SIG, possibi-litando uma visão sistêmica, gerando maior grau de interação entre os dados, obten-do assim, maior agilidade e eficiência na elaboração de estudos de bacias hidrográfi-cas, bem como sua análise, gestão e/ou planejamento.

Palavras-chave: Sistema de Informação Geográfica, Padronização de dados físicos, Planejamento de bacias hidrográficas.

Page 8: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

TAKEDA, Mariane Mayumi Garcia. Proposta de modelagem de dados fisiográficos de bacias hidrográficas para o município de Londrina – PR. 2007. 47 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Geografia)) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2007.

ABSTRACT

For the management and planning of watershed it is basic condition to know its main characteristics physical. Based in this necessity a minimum target of attributes was defined that had contemplated the physical aspects of watershed as name of identification of the basin; bigger basin; length of the main stream bed; form of the basin; classification of the river basins; draining density; draining net; use of soil ;type of soil and others. In this scope, the objective of this work is to consider a standardization of physical database of watershed for the ambient, public or private institutions, with the use of the tool of Geographic Information System - SIG, making possible a systemic vision, generating bigger degree of interaction between the data, thus getting, greater agility and efficiency in the elaboration of studies of watershed, as well as its analysis, management and/or planning.

Key words: Geographic Information System, Standardization of physical data, Planning of watershed.

Page 9: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Mapa hídrico da área urbana de Londrina...............................................21

Figura 2 – Visão geral de um SIG.............................................................................27

Figura 3 – Aplicações Geográficas...........................................................................29

Figura 4 –Tabela de dados alfanuméricos................................................................39

Figura 5 – Consulta realizado pelo Banco Dados.....................................................40

Page 10: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................11

2. BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO...............................13

2.1. GERENCIAMENTO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS..........................................16

2.2. PLANEJAMENTO AMBIENTAL EM BACIAS HIDROGRÁFICAS NO

CONTEXTO MUNICIPAL....................................................................................18

3. ABORDAGEM GEOSISTÊMICA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS.............23

3.1. SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA – SIG..........................................24

3.1.1. Modelagem de Dados......... ............................................................................28

4. PADRONIZAÇÃO DE DADOS DAS CARACTERÍSTICAS FISIOGRÁFICAS PARA BACIAS HIDROGRÁFICAS...........................................................................32

4.1. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ADOTADOS......................................33

4.2. ATRIBUTOS RELEVANTES...............................................................................35

CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................42

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................43

Page 11: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

1. INTRODUÇÃO

A crescente preocupação com a escassez dos recursos naturais, em especial

a água, tem levado entidades ambientais dedicadas ao planejamento ambiental a

concentrarem esforços no desenvolvimento de projetos voltados a bacia

hidrográfica, pois ela é justamente o palco de ações e degradações, refletindo

sistemicamente todos os efeitos.

Para a conservação deste recurso natural, o gerenciamento de bacias hidro-

gráficas tem um papel fundamental, sendo condição básica e inicial conhecer suas

principais características físicas. O conhecimento destas características é de grande

utilidade prática, pois segundo Vilella e Matos (apud Souza & Batista, 2007) eles

“permitem conhecer a variação no espaço dos elementos do regime hidrológico”.

Desse modo, o aproveitamento dos recursos hídricos pode ser feito de maneira mais

racional com maiores benefícios à sociedade em geral.

Dentro deste cenário, as instituições ambientais, públicas ou privadas, envol-

vidas com o gerenciamento de bacias hidrográficas produzem uma grande demanda

de trabalhos relacionados à informação hidrológica. Estes muitas vezes não contem-

plam os aspectos físicos necessários para uma análise mais precisa, e, muitas ve-

zes, são mal organizados e mal relacionados entre si, sem uma visão sistêmica, im-

possibilitando uma visão holística, dificultando assim a eficiência da análise, da ges-

tão e/ou do planejamento de bacias hidrográficas.

O ponto de partida desta pesquisa, no entanto, é propor um modelo de dados

físicos essenciais para o conhecimento e análise de uma bacia hidrográfica, em que

se busca não apenas identificar e organizar os atributos relevantes, mas também ob-

ter uma visão sistêmica, oferecendo uma maior agilidade e eficiência na elaboração

dos estudos hidrológicos, dando suporte ao gerenciamento de bacias hidrológicas

para instituições ambientais.

Para isto este trabalho esta organizado da seguinte forma: o capítulo 2 anali-

sa a bacia hidrográfica como unidade principal de estudo, como no seu gerencia-

11

Page 12: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

mento como também no planejamento ambiental; o capítulo 3 descreve a aborda-

gem Geossistêmica, em conseguinte o Sistema de Informação Geográfica – SIG; o

capítulo 4 apresenta o modelo de dados fisiográficos com seus principais atributos

como proposta de padronização.

12

Page 13: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO

As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

sendo consideradas como unidade de pesquisa de diversos assuntos, isto se deve a

relevância de sua dinâmica e a interação dos elementos químicos, físicos e

biológicos existentes, que interferem diretamente na sociedade.

A partir do final da década de 1960 a bacia hidrográfica passou a ser reconhecida como unidade espacial de estudos da Geografia Física, atualmente ela é incorporada aos estudos não apenas desta ciência, mas também das Ciências Ambientais como um todo, sendo tida como uma célula de análise ambiental, permitindo o conhecimento e avaliação de seus componentes e as interações entre estes (BOTELHO, 2004).

A bacia hidrográfica pode ser definida como unidade física, caracterizada

como uma área de terra drenada por um determinado curso d’água e limitada,

perifericamente, pelo chamado divisor de águas. Segundo Mondan e Cerny (apud

MACHADO, 2002)

[...] a bacia, do ponto de vista hidrológico pode ser considerada como a menor unidade de paisagem capaz de integrar todos os componentes relacionados com a qualidade e disponibilidade de água como: atmosfera, vegetação natural, plantas cultivadas, solos, rochas subjacentes, corpos d’água e paisagem circundante.

“Ambientalmente, pode-se dizer que a bacia hidrográfica é a unidade

ecossistêmica e morfológica que melhor reflete os impactos das interferências

antrópicas”. (JENKINS apud MACHADO, 2002).

A adoção da bacia hidrográfica como unidade de estudo aparece com a

transferência de conceito de região que fora trazido da Geologia para a Geografia no

período em que esta última ciência aflorava. Com o surgimento da Geografia quando

houve a necessidade de um objeto de estudo para esta ciência. Na Alemanha, com

Ratzel surgiu o conceito de região natural baseado na definição de região trazido da

Geologia. Ratzel definiu-a como um trecho da superfície terrestre, resultante da

combinação ou integração dos elementos da natureza: o clima, a vegetação, o

relevo etc, o que a diferenciaria em relação às demais.

13

Page 14: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

Desta maneira, o conceito de bacia hidrográfica foi transformado em conceito

de região natural, o qual foi amplamente explorado e estudado pela Geografia

alemã. Esta definição de região, dada pelos geógrafos alemães, vem reafirmar o

caráter determinista destes cientistas, pois, segundo eles, o meio ambiente

determina o modo de vida do homem, sendo que o homem é um elemento passivo

dentro da Geografia alemã.

Na França o conceito de região geográfica, foi muito bem explorado por Paul

Vidal de La Blache. Com essa definição, a Geografia francesa vai apresentar sua

característica possibilista, colocando o homem como elemento ativo, mostrando que

ele pode e modifica a natureza para seu bem estar. A região agora passa a ser uma

integração entre fatores naturais e humanos, a Geografia passa a estudar o homem

e a natureza.

A chamada Geografia Regional surgiu, nos E.U.A., com Hartshore. Esta

Geografia vai enfocar a região não como determinada pela natureza ou pelos

aspectos sócio-econômicos, mas sim pelo interesse do próprio pesquisador, o qual

selecionará a sua área de estudo de acordo com suas pretensões.

Nos estudos da Geografia Física, uma bacia hidrográfica é um recorte

espacial bastante utilizado, sobretudo na área de Geomorfologia, onde a visão

sistêmica se faz aparecer. Com a base física do ambiente, a abordagem

geossistêmica de Bertrand em 1972, ou mesmo a ecodinâmica de Tricart em 1977,

proporcionou um palco ideal de desenvolvimento utilizando a bacia como um recorte

possível.

Dentro desta perspectiva, a bacia hidrográfica é estudada como um sistema

onde, segundo Christofoletti (1979) refere-se às bacias hidrográficas como unidades

básicas por serem unidades funcionais integrativas e com expressividade espacial,

"sendo sistemas ambientais complexos em sua estrutura, funcionamento e

evolução".

A mesma posição expressa Cardoso da Silva (apud MACHADO, 2002)

quando, além de adotá-la como unidade básica de estudo, considera a bacia

14

Page 15: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

hidrográfica como "um modelo do sistema natural aberto, onde se pode interpretar

as trocas de energia e de materiais que ali se realizam".

Observa-se que esta mesma linha foi adotada por Giometti (1998) ao afirmar

que, pela abordagem de visão sistêmica, a bacia hidrográfica pode ser considerada

a melhor unidade de trabalho, pois oferece os subsídios necessários para a

compreensão da organização e dinâmica dos fluxos de matéria e energia que por

ela circulam.

Neste sentido a escala de bacia ou até mesmo da microbacia hidrográfica,

vem sendo adotada como preferencial para o planejamento conservacionista e, para

a efetiva execução de programas de controle de erosão e conservação de resíduos

hídricos. “Exemplos são os Programas de Microbacias Hidrográficas em São Paulo

com parcerias com o Governo Estadual e Municipal, no qual visa à utilização de

modo racional e integrado os recursos naturais do solo, da água, flora e fauna”.

(BERTOLINI et al, 1993). O Programa Estadual de Microbacias Hidrográficas é uma

estratégia proposta pelo Governo do Estado de São Paulo, com o apoio do Banco

Mundial, para propiciar o aumento do bem-estar das populações rurais, através da

implantação de sistema de produção agropecuária que visa garantir a melhoria nos

níveis de renda, mais produtividade das unidades de produção, recuperação das

áreas degradadas e preservação permanente, bem como a qualidades e a

quantidade das águas, isto é, um gerenciamento adequado de microbacias

hidrográficas.

Para um gerenciamento adequado de bacias hidrográficas que vise à

utilização de recursos naturais de forma racional, é de grande valia ter conhecimento

de suas características físicas, pois estes conhecimentos oferecem a possibilidade

de planejar os usos e as ocupações do solo e da água, pois estas são expressões

das relações sócio-econômicas do território, que revelam a apropriação da natureza

pelo homem e as alterações impostas. Sendo assim Oliveira (2004) relata que:

[...] na contextualização de uma bacia hidrográfica, como unidade de observação e intervenção, pode-se deduzir que, para elaboração e aplicação de um plano de gestão eficaz, deve-se obter o máximo de dados possíveis sobre a realidade pesquisada, e isso pode ser viabilizado e

15

Page 16: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

agilizado através de meios instrumentais (Sensoriamento Remoto e SIG, respectivamente).

Como instrumento para assessoramento à tomada de decisões, um banco de

dados padronizado dos aspectos físicos de bacias hidrográficas permite a redução

de certa parcela da subjetividade intrínseca ao processo de tomar decisões.

Neste contexto brasileiro, a bacia hidrográfica, é referência como área de

análise a partir da Resolução de n.º 01/86 do CONAMA (Conselho Nacional do Meio

Ambiente) de 1981, sendo que esta unidade passou a ser considerada como área a

ser analisada no estudo prévio de impacto ambiental, pois integra grande parte das

relações causa-efeito que devem ser tratadas na gestão de recursos hídricos.

A aplicação da ferramenta de Sistema de Informação Geográfica - SIG se

insere sendo indicada para estudos hidrológicos, pois permite a obtenção de dados

de diversas fontes, manipulando e combinando informações e efetuando diversos

tipos de análises de forma simples e eficiente, permitindo uma economia de custos e

tempo.

2.1. Gerenciamento de Bacias hidrográficas

Durante o século XX aconteceram diversas transformações sociais,

econômicas, ambientais e políticas, tudo isso devido ao grande avanço dos meios

científicos e tecnológicos. O nosso meio ambiente foi explorado de forma predatória

com uma tentativa de extrair os maiores benefícios à sociedade humana. Os

recursos hídricos, numa visão inesgotável do ser humano, foram utilizados de

maneira bastante intensa, o que acabou impondo o uso múltiplo e sustentável da

água.

A quantidade e a natureza dos constituintes presentes na água variam

principalmente conforme a natureza do solo de onde são originárias, das condições

16

Page 17: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

climáticas e do grau de poluição que lhes são conferidos, especialmente pelos

despejos municipais e industriais.

Dentro deste aspecto, a gestão ambiental de recursos hídricos no Brasil,

iniciou-se em 1997, com a aprovação da legislação nacional de recursos hídricos e

do gerenciamento desses recursos. O processo de institucionalização esta sendo

marcado pela implementação e regulamentação da legislação que pressupõe a

cobrança pelo uso e pela poluição gerada, por meio dos comitês de bacias

hidrográficas.

A Lei nº 9.433 de 1997, que institui a Política Nacional de Gerenciamento de

Recursos Hídricos, constitui-se em um marco de grande importância para o

desenvolvimento sustentável no Brasil. Com base na necessidade de adequação do

sistema brasileiro de gestão de recursos hídricos a Política Nacional de Recursos

Hídricos, que em seu artigo 2º prevê:

• Assegurar à atual e as futuras gerações a necessária disponibilidade de água,

em padrões de qualidade de água aos respectivos usos.

• A utilização racional e integrada dos recursos hídricos com vista ao

desenvolvimento sustentável.

• A preservação e defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural

ou decorrente do uso inadequado dos recursos naturais.

Na elaboração dessa lei foram considerados diversos princípios para a gestão

de recursos hídricos entre eles:

Adoção da bacia hidrográfica como unidade de planejamento;

A consideração dos usos múltiplos da água;

O reconhecimento da água como bem finito e vulnerável.

Para promover a gestão de recursos hídricos, a Política Nacional de Recursos

Hídricos, prevê a criação de comitês de Bacias Hidrográficas, com a função de

debater questões e gerenciar a proteção e sustentabilidade destes.

17

Page 18: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

Lanna (1995) define o gerenciamento de bacia hidrográfica como um

instrumento que orienta o poder público e a sociedade, no longo prazo, na utilização

e monitoramento dos recursos ambientais (naturais, econômicos e sócio-culturais),

na área de abrangência de uma bacia hidrográfica, de forma a promover o

desenvolvimento sustentável.

De acordo com Prochnow (1990) “gestão por bacias pode-se entender a

forma pela qual se pretende equacionar e resolver as questões ambientais nela

existentes, mediante procedimentos integrados de planejamento e de

administração”. O uso de bacias como unidade de planejamento, permite uma

abordagem sistêmica onde o tamanho da bacia escolhida pode ser ajustado às

características físicas da diversidade da ocupação, dos problemas ambientais, dos

aspectos socioeconômicos e institucionais, bem como os objetivos do tempo e do

potencial humano disponível.

A bacia hidrográfica como unidade de análise de estudo destaca-se por sua

relevância na atuação do poder local, através do planejamento ambiental urbano,

através da legislação existente e dos poderes que lhe foram delegados, além do uso

de vários instrumentos.

2.2 Planejamento Ambiental em Bacias Hidrográficas no Contexto Municipal

De acordo com a constituição cabe ao município a “competência concorrente

e suplementar para legislar sobre matérias específicas de evidente interesse local” ,

já que a

Constituição de 1988 tem como uma de suas principais características o for-talecimento da autonomia municipal, no que se refere aos aspectos de inte-resse local como: administrativos, políticos, financeiros e/ou tributários e le-gislativo. Há o predomínio dos interesses do município em relação aos da União e do Estado (ALMEIDA et al., 1999).

O município deve incorporar no seu planejamento o ambiente. Mas, Almeida

et al. (1999) considera que:

18

Page 19: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

... incorporar o ambiente ao planejamento não significa apenas agregá-lo, ao plano de desenvolvimento, na forma de um capítulo especial, nem orga-nizar uma nova hierarquia de valores que tenha em primeiro lugar os valo-res ambientais”. Para ele “consiste na análise sistemática, no decorrer de todo o processo de planejamento, das oportunidades e potencialidades, bem como dos riscos e perigos inerentes a utilização dos recursos ambien-tais da sociedade para o seu planejamento.

O município de Londrina possui como instituição ambiental a Secretaria Muni-

cipal do Ambiente – SEMA, instituída através da Lei Nº 8.677, de 26 de dezembro de

2001, em substituição à antiga AMA – Autarquia Municipal do Ambiente. Como insti-

tuição ambiental, a Secretaria tem como funções principais:

α) Articular-se com organismos municipais, estaduais, federais e privados visando obter recursos financei-ros e tecnológicos para desenvolver programas de proteção ao ambiente;

β) Assegurar a preservação, a recuperação e a explo-ração dos recursos naturais do Município;

χ) Estabelecer, implantar e administrar a política ambi-ental do Município;

δ) Elaborar e administrar projetos, como a criação de parques, áreas de proteção ambiental, reservas e estações ecológicas, fazendo a manutenção de áre-as verdes em consonância com o planejamento ur-bano municipal;

ε) Elaborar, implantar e manter os serviços de parques e jardins, de plantio, poda e erradicação de árvores;

φ) Elaborar e implantar campanhas educacionais e de treinamento destinadas a conscientizar a população para os problemas de preservação do ambiente, juntamente com as secretarias, os órgãos e entida-des afins;

γ) Fiscalizar todas as formas de agressão ao ambien-te, aplicar as penalidades cabíveis e orientar sua re-cuperação;

η) Assessorar a administração municipal no que con-cerne aos aspectos ambientais;

ι) Agir integradamente com todos os órgãos, secretari-as e entidades, visando à melhoria da qualidade de vida;

ϕ) Emitir pareceres sobre concessão de licença para instalação de empresas que manifestem interesse em explorar, economicamente, recursos naturais do Município;

κ) Emitir pareceres e laudos técnicos ambientais quan-to a empreendimentos que visem ao parcelamento

19

Page 20: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

do solo urbano e a indústrias que causem qualquer tipo de impacto ambiental;

λ) Emitir pareceres e laudos técnicos ambientais quan-to à utilização, doação ou qualquer empreendimento em áreas verdes e de preservação permanente pelo Município;

µ) Fiscalizar projetos e serviços de parques e jardins no que tange aos aspectos ambientais;

ν) Manter viveiro de mudas para produção de espécies nativas e ornamentais;

ο) Proceder a normatização e ao treinamento para poda e erradicação de arborização urbana a serem regulamentados por decreto;

π) Emitir laudos para erradicação e substituição de ár-vores;

θ) Planejar e elaborar normas técnicas para a arboriza-ção urbana do município;

ρ) Administrar, no âmbito do Município, os recursos provenientes de fundos criados com a finalidade de destiná-los ao ambiente, inclusive os recursos do Fundo Municipal do Meio Ambiente;

σ) Fiscalizar e autuar todas as alterações do solo, do subsolo e de pontos críticos de acúmulo de poluen-tes, visando à proteção e à contenção dos proces-sos de deterioração ambiental no âmbito do municí-pio;

τ) Efetuar outras tarefas afins no âmbito de sua com-petência.

Quanto ao patrimônio hídrico do município, é de grande valia ressaltar sua im-

portância, pois Londrina possui uma rede hídrica bastante vasta como mostra a figu-

ra a seguir.

20

Page 21: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

Figura 1: Mapa hídrico da área urbana do município de Londrina

e suas bacias hidrográficas.

O Município de Londrina é muito bem servido quanto às águas superficiais.

Somente na área urbana existem uma série de cursos d’água, em torno de 84 cur-

sos, segundo a Secretaria Municipal do Ambiente – SEMA, estes possuem várias

nascentes em seus percursos, sendo necessário obter dados físicos destes cursos

para promover as intervenções necessárias para protegê-los.

As águas subterrâneas de Londrina também merecem menção, o Aquífero

Guarani, que atende a região de Londrina produz até 1milhão/L/h/poço e abastece

102.365 mil habitantes em 30 cidades aproximadamente, segundo dados da Socie-

dade Rural do Paraná. Esses grandes mananciais, como também as águas superfi-

21

Page 22: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

ciais de Londrina necessitam de um planejamento ambiental que leve em considera-

ção todos os aspectos físicos que compõem uma bacia hidrográfica. Através do pla-

nejamento ambiental e do conhecimento minucioso das características naturais

da(s) bacia(s) tem se a possibilidade de planejar os usos e ocupações do solo e da

água da(s) mesma(s), de maneira a provocar o menor impacto ambiental possível.

Dessa forma, o estudo para o conhecimento destes locais é fundamental para

o desenvolvimento de uma política adequada de gestão dos recursos hídricos do

Município. O estudo de modelagem de dados físicos de bacias hidrográficas para o

município de Londrina, irá contribuir para diagnósticos, gestões e análises ambien-

tais de diversos cursos d’água urbanos e rurais, bem como, irá de encontro às ne-

cessidades municipais na confecção de acervos de informações ambientais, que

possam viabilizar um uso mais planejado e adequado dos recursos naturais.

Diante do exposto, as ferramentas do geoprocessamento permitem análises

complexas integrando dados de diversas fontes e criando bancos de dados georre-

ferenciados. Em estudo sobre a aplicação de SIG em microbacia hidrográfica, Assad

et al. (1998) puderam concluir que “para pequenas áreas as principais vantagens de-

correntes da utilização do SIG são a elevada precisão do produto final e a economia

de tempo em relação aos métodos tradicionais de análise”. Assim sendo, os planeja-

mentos de manejo e de conservação de solo e água de uma microbacia hidrográfica,

maior ou menor, podem ser executados com precisão e rapidez com a utilização de

SIGs.

22

Page 23: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

3. ABORDAGEM GEOSISTÊMICA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

A aplicação da Teoria dos Sistemas iniciou-se nos Estados Unidos nas

primeiras décadas do século XX, juntamente com o avanço da Cibernética. Sua

utilização da nas ciências naturais é fruto do trabalho pioneiro de Bertalanfly (1973)

que a aplicou à Biologia e à Termodinâmica. Foram necessárias muitas décadas

para que essas determinações se ampliassem para o conjunto das ciências e pela

totalidade das ciências naturais. Os sistemas foram definidos por ele como conjuntos

de elementos que se relacionam entre si, com certo grau de organização,

procurando atingir um objetivo ou uma finalidade.

Segundo Christofoletti (1979), a organização do conjunto é decorrente das

relações entre os elementos, e o grau de organização entre eles confere o estado e

a função de um todo. Cada todo está inserido em um conjunto maior – o universo -,

que, formado por subsistemas, compreende a soma de todos os fenômenos e

dinamismos em ação. Assim, qualquer conjunto de objetos que possuam

propriedades comuns pode ser considerado um sistema.

Na Geografia Física, a aplicação da visão sistêmica tem como marco as

décadas de 1940 e 1950, inicialmente utilizadas em pesquisas que ressaltavam os

aspectos quantitativos e descritivos de fenômenos da natureza, pois se buscava

uma metodologia para a interpretação da paisagem. Na esfera física-geográfica e

das análises Geoambiental, Sotchava (1977) baseado na Teoria Geral dos Sistemas

definiu um Geossistema como formações naturais que experimentam os impactos

dos ambientes: social, econômico e técnico, constituindo-se um sistema dinâmico,

aberto e hierarquicamente organizado, relacionados tanto ao meio terrestre como ao

meio aquático. Os impactos causados pelos elementos sociais, econômicos e

técnicos, modificam a dinâmica natural peculiar, nesse sentido, a concepção

geossistêmica implica conceitualmente a relação sociedade x natureza.

Bertrand (1968), na sua Geografia Física Global, conceituou Geossistema

como um tipo de sistema aberto, hierarquicamente organizado, formado pela

combinação dinâmica e dialética, portanto instável, de fatores físicos, biológicos e

23

Page 24: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

antrópicos. Este resulta da combinação dinâmica de um potencial ecológico

(geomorfolologia, clima, hidrologia), de uma condição de exploração biológica

natural (vegetação, solo, fauna) e de atividades antrópica.

Os pressupostos teóricos do Geossistemas vinculado aos crescentes

problemas ambientais contribuíram para que a Geografia adentrasse

[...] ativamente na era da análise ambiental, expressamente na realização dos diagnósticos, zoneamentos e avaliação de impactos ambientais. De forma consecutiva, são também tratados os temas de manejo e planejamento dos usos dos espaços naturais e, em alguns casos - ainda raros - de recuperação de áreas degradadas, (MENDONÇA, et al, 1993).

Foi neste contexto da abordagem Geossistêmica, que ocorreu um grande

avanço técnico e metodológico no âmbito da pesquisa científica internacional.

Inovações teóricas e metodológicas puderam ser confrontadas e validadas a partir

dos avanços tecnológicos, principalmente devido à criação de computadores

(tratamentos gráfico-estatísticos automáticos) e pela utilização de imagens de

satélites, surgindo novas formas de análise e interpretações mais compatíveis e

próximas da essência dinâmica e integrada dos fenômenos estudados pelos

princípios sistêmicos.

Por meio desses avanços tecnológicos, estudos geográficos passam a utilizar

o computador como ferramenta de análise, neste sentido, o aparecimento no Brasil,

por volta da década de 1970, dos primeiros sistemas de informação geográfica

(SIG), deu grande impulso a Geografia. Estas tecnologias possibilitaram à Geogra-

fia, na sua tarefa de apreender e explicar o espaço, o desenvolvimento de novas

abordagens metodológicas para uma análise espacial.

3.1. Sistemas de Informação Geográfica - SIG

Segundo Câmara (2001) um SIG é constituído por

[...] um conjunto de ferramentas especializadas em adquirir, armazenar, recuperar, transformar e emitir informações espaciais. Pode-se considerar como informação geográfica o conjunto de dados cujo significado contém

24

Page 25: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

associações ou relações de natureza espacial, estes dados podem ser apresentados em forma gráfica (pontos, linhas e, áreas/polígonos), numérica e alfanumérica.

Assim, um sistema de informação geográfica utiliza uma base de dados

computadorizada que contém informação espacial sobre a qual atuam uma série de

operadores espaciais.

Os primeiros SIGs surgiram da necessidade de automatizar o processamento

de dados georeferenciados, sendo que a maioria deles relacionados com o uso da

terra, recursos naturais e análise ambiental. De acordo com Câmara (2001), as

primeiras tentativas para o desenvolvimento de SIGs, apareceram na Grã-Bretanha

e nos Estados Unidos, nos anos 1950, e tinham como principal objetivo à diminuição

de custos de produção e atualização e mapas. Na década de1960, surgiu no

Canadá, como parte de um plano estratégico governamental de longo prazo, um SIG

do inventário dos seus recursos naturais (Canadá Land Inventory). É desta época

também, o estudo de pesquisadores dos Estados Unidos, no sentido de lidar com

modelos de grande escala, com especial atenção aos modelos de transporte que

manipulavam diferentes tipos de dados e grandes arquivos, e cujo foco era, através

da análise de rotas, distribuição da população e de outras informações espaciais

como local de trabalho, fornecer soluções aos problemas de transporte.

Nos anos 1970 desenvolveu-se fundamentos matemáticos voltados à

cartografia, proporcionando o surgimento da chamada topologia aplicada, permitindo

a análise espacial entre elementos cartográficos. É também a década do surgimento

dos primeiros sistemas comerciais de CAD (Computer Aided Design), e dos

computadores de grande capacidade de armazenamento e velocidade de

processamento de dados, os famosos mainframes. Estes acontecimentos marcaram

a primeira geração dos SIGs baseados em CAD cartográfico.

Na década de 1980, ocorre rápido crescimento de novos recursos de

hardware e software, associado à redução de seus custos, favorecendo as

pesquisas na área de SIGs e a disseminação desta ferramenta. Com início dos anos

de 1990, inicia-se a “Segunda geração baseada em Banco de Dados Geográficos, e

concebida para uso em ambiente cliente-servidor, acoplada aos Sistemas

25

Page 26: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

Gerenciadores de Banco de Dados - SGBDs Relacionais e com pacotes adicionais

para processamento de imagem” (CÂMARA, 1995).

No final da década de 1990, tem-se o início da terceira geração de SIGs, com

custos ainda mais reduzidos, voltados para ambientes de multiplataformas com

interfaces em janelas, gerenciando grandes bases de dados geográficas distribuídas

e compartilhadas com diversas instituições.

Percebe-se uma nova cultura emergindo no tratamento da informação geo-gráfica, capaz de analisar a configuração de dinâmicas espaciais, construir cenários e elaborar modelos prospectivos que podem auxiliar atividades de análise e planejamento, aspecto que recupera uma tradição geográfica em trabalhar com as informações espacializadas. (CARVALHO e SILVA, 2006).

Esta nova tendência impulsiona a utilização dos SIGs, nas diversas áreas do

conhecimento e de forma cada vez mais crescente, como um sistema de apoio à

decisão, seja no planejamento urbano ou no gerenciamento de recursos hídricos,

dentre outras. A utilização de técnicas matemáticas e computacionais para o trata-

mento de informações geográficas compõe o geoprocessamento. Esta tecnologia

tem influenciado de maneira crescente também as áreas de Cartografia, Análise de

Recursos Naturais, Transportes, Comunicações, Energia e Planejamento Urbano e

Regional. Como exemplo, em alguns estudos, Simões (2001) pôde concluir que o

geoprocessamento favorece a percepção holística do meio ambiente, principalmente

quando aplicado a bacias hidrográficas, pois a identificação de áreas poluídas bem

como qual a estratégia de gestão são algumas das vantagens do uso do geoproces-

samento.

Segundo Nyerges (apud CYSNE, 2004), “um SIG integra basicamente cinco

componentes: hardware, software, dados espaciais e não-espaciais, recursos

humanos e métodos.

O hardware e o software servem de base para a execução de todos os

processos e funções, e sofrem mudanças devido aos constantes avanços

tecnológicos”. O dado, com características espaciais e não-espaciais, representa o

fenômeno geográfico.

26

Page 27: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

De grande importância são os recursos humanos envolvidos na aquisição dos

dados, na elaboração do modelo e no gerenciamento do sistema, e, também no

emprego de métodos que auxiliam na definição do modelo que melhor representa as

práticas e processos de trabalho, figura 1.

Figura 2 - Visão Geral de um SIG.

Fonte – Adaptado de CYSNE, 2004.

O objetivo geral de um Sistema de Informação Geográfica é servir de

instrumento eficiente para todas as áreas, possibilitando integrar em uma única base

de dados informações representando vários aspectos do estudo de uma região.

Sendo assim, o SIG é uma base de dados digital de propósito especial no qual um

sistema de coordenadas espaciais comum é o meio primário de referência. Um SIG

requer recursos de:

Entrada dos dados a partir de mapas, fotografias aéreas, imagens de

satélites, levantamentos de campo e outras fontes;

Armazenamento, recuperação e busca de dados;

Transformação de dados, análise e modelagem, incluindo estatística espacial;

Comunicação dos dados, através de mapas, relatórios e planos.

27

Page 28: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

Dentre estes recursos, as técnicas de modelagem e armazenamento de

dados serão apresentadas com maior enfoque, pois é o objeto central deste

trabalho.

Há diversas formas de armazenamento de dados, uma delas são os

chamados Bancos de Dados que, com a ajuda da matemática e a utilização dos

conjuntos aplicados aos arquivos de computadores, entram em ação o conceito de

tabelas, com as operações de seleção, junção, intersecção e diferença. Estes

podem ser definidos como:

[...] conjunto de tabelas no computador organizadas e inter-relacionadas

logicamente de forma a atender os requisitos de informações de uma

organização ou instituição (BORTOLOTO, 2000).

A arte de modelagem de dados consiste em decompor o mundo real em uma

série de sistemas simplificados para alcançar uma visão sobre as características

essenciais de certo domínio (SOARES, 2000), assunto a ser apresentado no

próximo item.

3.1.1. Modelagem de Dados

O mundo geográfico pode ser representado através das visões de

modelagem de campo e modelagem de objetos.

A modelagem de campo vê o mundo como uma superfície contínua, sobre a qual os fenômenos geográficos são observados segundo diferentes distribuições. Os campos são geralmente representados por estruturas de tesselação ou matriciais, chamados também de estrutura raster. (CÂMARA, 1996).

A modelagem de objetos representa o mundo como uma superfície ocupada

por objetos identificáveis, cujas representações, segundo Silberschatz et al. (apud

CYSNE,2004), podem ser resumidas nas seguintes estruturas básicas: ponto, linha

28

Page 29: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

e área. Com estas três entidades podemos representar os variados fenômenos

geográficos representados como estrutura vetorial.

Como pré-requisito para a construção de um sistema de informações

geográficas eficiente é necessário a modelagem de um banco de dados adequado

para lhe dar suporte. A atividade de modelagem de dados surgiu no início dos anos

1980 objetivando organizar e classificar os arquivos dos computadores existentes

até então. “Necessidade esta decorrente das redundâncias dos dados existentes, e

conseqüentemente das informações, inconsistências e confiabilidade das mesmas,

armazenadas nos discos dos computadores”. (BORTOLOTO, 2000).

Os modelos de dados podem variar de acordo com o nível de abstração

empregado. Câmara et al (1996) especificam quatro níveis de abstração utilizada

nas aplicações geográficas:

Nível do mundo real - Contém os fenômenos geográficos a serem representados como, rios, cidades e vegetação.

Nível conceitual - Oferece um conjunto de conceitos formais para modelar as entidades geográficas, em um alto nível de abstração. Este nível determina as classes básicas (contínuas e discretas) que serão criadas no banco de dados.

Nível de representação - As entidades formais definidas no nível conceitual (classes de campos e objetos) são associadas às classes de representação espacial. As diferentes representações geométricas podem variar conforme a escala, a projeção cartográfica escolhida ou a visão do usuário. O nível de representação não tem correspondente na metodologia tradicional de banco de dados já que aplicações convencionais raramente lidam com o problema de múltipla representação.

Nível de implementação - Define padrões, formas de armazenamento e estruturas de dados para implementar cada tipo de representação, figura 2.

Figura 3 – Níveis de especificação de aplicações geográficas.

Fonte – Baseado em DAVIS, 2000.

Segundo Elmasri e Navathe (2000) um modelo de dados é “um conjunto de

conceitos que podem ser utilizados na descrição da estrutura de um banco de

dados, e que oferece algum nível de abstração, escondendo detalhes de

29

Page 30: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

armazenamento dos dados que não são necessários à maioria dos usuários”. Esta

estrutura de dados é definida como os tipos de dados, os relacionamentos e as

restrições que devem existir sobre os dados. É comum também encontrarmos nos

modelos de dados orientados a objetos ou objetos-relacionais, a definição de um

conjunto de operações básicas de recuperação e atualização no banco de dados

(entre elas as operações de incluir, alterar e deletar), e a definição de operações

válidas a serem aplicadas aos objetos, definindo o seu comportamento.

Estes podem ser classificados segundo suas características em:

• Sequencial – As informações são armazenadas em registros organizados sequencialmente, um após o outro.

• Hierárquico – Os registros são classificados como pais e filhos. Um registro pai é associado a vários filhos que podem ou não ter seus próprios filhos

• Rede – As informações são relacionadas entre si por apontadores. Estes apontadores formam pares de entidades e, de par em par, conseguem expressar relacionamentos do tipo 1 para 1, 1 para vários, vários para 1 e vários para vários.

• Orientado a objetos – A unidade fundamental de recuperação e armazenamento de informações passa a ser o objeto. O objeto é uma estrutura de dados que contém, além de suas informações gráficas e alfanuméricas, informações sobre o relacionamento deste objeto com outros objetos.

• Relacional – Os diversos arquivos (ou tabelas) são ligados entre si de forma apenas lógica. Cada arquivo contém diversos “campos“ (ou colunas) e, para se relacionar com outro arquivo, basta que este novo arquivo tenha um destes campos em comum. (ROSA, 2004)

O gerenciamento de dados consiste na inserção, remoção e/ou

modificação/atualização nos dados, efetuados através de um sistema de

gerenciamento de banco de dados. Um banco de dados geográficos armazena e

recupera dados geográficos em suas diferentes geometrias, como também as

informações descritivas. Tradicionalmente os SIG's armazenavam os dados

geográficos e seus atributos em arquivos internos. Esse tipo de solução vem sendo

substituído pelo Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados (SGBD), para

satisfazer à demanda do tratamento eficiente de dados espaciais e não-espaciais

(tabelas) cada vez maiores. O uso do SGBD permite com maior facilidade a

interligação de banco de dados já existentes com o SIG.

O crescimento de sistemas de bancos de dados geográficos em recursos hí-

dricos tem-se tornado cada vez nítido, com o recente desenvolvimento e avanço dos

Sistemas de Informação Geográfica (SIG). Tornou-se tecnicamente e economica-

30

Page 31: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

mente possível elaborar e programar bancos de dados dotados de inteligência espa-

cial, capazes de, além de gerenciar as informações alfanuméricas convencionais, in-

tegrá-las a geografia.

Dentre os diversos temas importantes na atualidade e que tem sido objeto de

análise de diferentes pesquisadores, instituições ambientais públicas ou privadas,

têm-se as bacias hidrográficas reconhecidas como unidades ideais, capaz de forne-

cer subsídios necessários para análises e planejamento eficientes sob a perspectiva

do uso sustentável dos recursos hídricos.

A implementação de um SIG, que visa manusear fatores físicos de bacias hi-

drográficas, exige a obtenção e manipulação de uma grande variedade de informa-

ções, tais como, uso do solo, tipo do solo, área, extensão, nome da microbacia, ba-

cia maior a qual pertence, ordem dos cursos d’água entre outros.

31

Page 32: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

4. PADRONIZAÇÃO DE DADOS DAS CARACTERÍSTICAS FISIOGRÁFICAS PARA BACIAS HIDROGRÁFICAS

Para o gerenciamento de bacias hidrográficas é condição básica conhecer

suas principais características físicas. Os conhecimentos destas são de grande utili-

dade prática, pois segundo Vilella e Matos (apud SOUZA, 2007) eles “permitem co-

nhecer a variação no espaço dos elementos do regime hidrológico”. Desse modo, o

aproveitamento dos recursos hídricos pode ser feito de maneira mais racional com

maiores benefícios à sociedade em geral.

A utilização deste modelo dada por instituições ambientais, pública ou priva-

da, ligada ao gerenciamento de bacias hidrográficas é facilitada pela existência de

atributos geográficos padronizados, relacionados à informação hidrológica. A pro-

posta é de padronizar e organizar os dados físicos, essenciais para o conhecimento

de uma bacia hidrográfica, sendo estes, muitas vezes, mal organizados e mal relaci-

onados entre si, sem uma visão sistêmica, impossibilitando uma visão holística, difi-

cultando assim a eficiência da análise, da gestão e/ou do planejamento de bacias hi-

drográficas.

Para comprovar a falta de padronização de dados hidrológicos em diversos

âmbitos de estudos, foram analisados três trabalhos relacionados à gestão de baci-

as hidrográficas, observando os atributos físicos utilizados.

O primeiro trabalho é o Projeto Resub Lago – Caracterização hidrológica bási-

ca dos municípios de São Pedro da Aldeia e Iguaba Grande (RJ), este, desenvolvido

por 15 instituições do Estado do Rio de Janeiro. Esta pesquisa visa avaliar o potenci-

al da Região dos Lagos para a captação de águas subterrâneas tendo em vista prin-

cipalmente o abastecimento rural. Para isso foram utilizados uso do solo, nomencla-

tura, tipo de solo, e clima da bacia hidrográfica em análise.

O segundo trabalho é desenvolvido no Instituto de pesquisas Espaciais –

INPE, no qual participa do Programa de Ciência e Tecnologia para Gestão de Eco-

sistemas Ação "Métodos, modelos e geoinformação para a gestão ambiental”. Ela-

32

Page 33: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

borado por Camilo Daleles Rennó e João Soares, o projeto Modelos Hidrológicos

para Gestão Ambiental visa fornecer ferramentas para compreender os processos

hidrológicos, esta pesquisa emprega os itens como evapotranspiração, precipitação,

escoamento superficial, uso do solo, tipo de solo e nomenclatura da bacia hidrológi-

ca em estudo.

Como um terceiro e último exemplo, o trabalho desenvolvido pela Secretaria

Municipal do Ambiente – SEMA, ainda em andamento na cidade de Londrina, o

projeto Revitalização do Ribeirão Lindóia identifica, como aspectos físicos, o uso do

solo, tipo do solo, vegetação e índice de qualidade da água da área em análise.

Dentro desta análise, fica evidente a falta de um conjunto de atributos

essências no âmbito físico de bacias hidrográficas. A padronização e organização de

um banco dados físicos, com a utilização da ferramenta de Sistema de Informação

Geográfica – SIG, em especial o Sistemas Gerenciadores de Bancos de Dados

(SGBDs), oferece suporte para o armazenamento, gerenciamento e recuperação

destes atributos visando obter um maior grau de integração entre si. Com isto,

ganha-se maior agilidade e eficiência na elaboração de estudos de bacias

hidrográfica bem como seu eficiente gerenciamento e análise ambiental.

A padronização de dados físicos utilizando um banco de dados (SGBD) con-

tribuirá para obtenção resultados mais eficazes, tanto para análises de bacias como

para seu gerenciamento.

4.1. Procedimentos Metodológicos Adotados

Para o desenvolvimento desse trabalho foram diagnosticados e discutidos

atributos físicos relevantes de uma bacia hidrográfica. Foram analisados diversos

modelos de dados hidrológicos como: SIGMA 2001, ACQUA, COGERH, SUDERH-

SA, SIGERCO/RS, estes exemplificavam, especificamente o ciclo das águas superfi-

ciais e/ou subterrâneas. Nenhum destes modelos de dados hidrológicos analisados

33

Page 34: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

contemplou os aspectos físicos de bacias hidrográficas, essenciais para a análise

das mesmas.

O modelo SIGMA 2001, é um Sistema de Informações para Gestão do Meio

Ambiente com ênfase Recursos Hídricos. Este projeto desenvolvido pela

Universidade Federal de Pernambuco, Grupo de Recursos Hídricos e Departamento

de Engenharia Civil, tem por objetivo o gerenciamento integrado de aqüíferos da

região metropolitana do Recife. O projeto apresenta dados sobre poços, bacias,

estações de monitoramento hidrometeorológicas (fluviométricas, evaporímetros,

pluviométricas, de umidade e temperatura), barragens e municípios.

O modelo ACQUA desenvolvido na dissertação de mestrado de Joney Rosas

Cysne da universidade Federal do Ceará, é um modelo de dados conceitual para

gerenciamento de recursos hídricos em ambientes de sistemas de informações

geográficas, que mostra uma visão detalhada de todos os corpos e estruturas

hídricas de um sistema de informações de recursos hídricos e seus relacionamentos

topológicos, representados através de classes convencionais e classes geo-

referenciadas.

O modelo de dados apresentada pela COGERH (Companhia de Gestão dos

Recursos Hídricos), ligada à Secretaria de Recursos Hídricos do Governo do Estado

do Ceará atua, mais especificamente no controle da demanda e oferta de água

bruta, para os mais variados fins, tais como a indústria, irrigação, abastecimento

urbano e rural, etc.

O quarto modelo analisado foi desenvolvido pela Superintendência de

Desenvolvimento dos Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental do Paraná –

SUDERHSA. Dentre os modelos analisados, este é o mais completo, tanto na

abrangência, em termos de recursos hídricos, como na representação dos dados,

quer espaciais ou não espaciais. O mundo hídrico, segundo o modelo, está dividido

em águas subterrâneas e águas superficiais, representadas respectivamente pelas

entidades poços e rios. A captação da água é representada pela entidade ponto de

captação, para daí seguir a um dos usuários, especializados através dos seguintes

tipos: aterro; barramento; retificação; comércio-serviço; indústria; agricultura e

34

Page 35: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

pecuária. A entidade estação, através de seus inúmeros relacionamentos, concentra

as atividades de controle de descarga, análise de qualidade da água, avaliação cota-

vazão e medição de consumo.

O modelo conceitual de dados analisado para o sistema SIGERCO/RS

(Sistema de Gerenciamento Costeiro, da Fundação Estadual de Proteção Ambiental

do Estado do Rio Grande do Sul – FEPAM/RS) tem como modelo proposto, trazer

informações sobre os temas sócio-econômico, licenciamento para uso dos recursos

hídricos (poluentes) e hidrografia, e apresenta as classes modeladas na visão de

geo-objetos.

Observou-se, na análise dos modelos hidrológicos, que não há uma modelo

padrão de dados físicos para dar suporte a análises e planejamento de bacias hidro-

gráficas.

Para uma maior discussão foi aplicado um questionário, que encontra-se no

anexo desta pesquisa, entre os técnicos da Secretaria Municipal do Ambiente –

SEMA, com o objetivo de detectar as características relevantes de bacias hidrográfi-

cas, pois estes trabalham constantemente com análises e planejamento de bacias

hidrográficas.

Baseado nessas necessidades foi definido um escopo mínimo de atributos

que contemplem os aspectos físicos, sendo estes, de grande importância para ca-

racterizar e realizar análises e dar suporte a planejamento de bacias hidrográficas.

4.2. Atributos Relevantes

Foram selecionados as seguintes variáveis mais importantes para caracterizar

uma bacia hidrográfica:

• Nome de identificação da (micro) bacia.

• Bacia maior pertencente.

35

Page 36: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

• Área.

• Comprimento do leito principal.

• Forma da bacia.

• Classificação dos cursos d'água.

• Densidade de drenagem.

• Rede de drenagem (perenes, intermitentes e efêmeros)

• Uso do solo.

• Tipo de solo

• Outros

Nome de Identificação da (micro) bacia hidrográfica

A bacia hidrográfica, para uma melhor identificação necessita de um nome, o

corpo d'água principal é o que rege o nome da bacia.

Bacia hidrográfica maior pertencente

A bacia hidrográfica normalmente faz parte de outras bacias de maior porte e

assim sucessivamente, então uma bacia hidrográfica é integrante de uma bacia

maior.

Área da bacia hidrográfica

Corresponde à área limitada pelos divisores de água. É um dos elementos

mais importantes da bacia hidrográfica, pois é básico para quantificação de quase

todos os parâmetros e grandezas hidrológicas, um deles é o valor da área multiplica-

do pela lâmina da chuva precipitada, no qual define o volume de água recebido pela

bacia. Identificado por m² ou km².

Comprimento do leito principal

É a extensão do curso d’água principal.

36

Page 37: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

Forma da bacia

Bacias hidrográficas geralmente apresentam dois formatos básicos, com

tendência a serem circulares ou elípticas (alongadas). As formas têm importância

especial no comportamento do escoamento superficial. As primeiras têm tendência

de promover maior concentração da enxurrada num trecho menor do canal principal

da bacia, promovendo vazões maiores e adiantadas, relativamente às bacias

alongadas, que produzem maior distribuição da enxurrada ao longo do canal

principal, amenizando, portanto, as vazões e retardando a vazão de pico (máxima).

Classificação dos cursos d'água

Método de Horton

Esta metodologia pode ser resumida da seguinte forma:

1. Cursos d’água de 1ª Ordem: são aqueles que não possuem tributários;

2. Cursos d’água de 2ª Ordem: formados pela união de 2 ou mais cursos de 1ª

ordem;

3. Cursos d’água de 3ª Ordem: formados pela união de 2 ou mais cursos de 2ª

ordem, podendo receber cursos d’água de 1a ordem.

Densidade de drenagem

A densidade de drenagem indica a eficiência da drenagem da bacia. É defini-

da pela relação entre o comprimento total dos cursos d'água e a área de drenagem.

Quanto mais eficiente o sistema de drenagem, ou seja, quanto maior a densidade de

drenagem da bacia, mais rapidamente a água do escoamento superficial originada

da chuva chegará à saída da bacia. Sendo Densidade de Drenagem (Dd), Lt: Com-

primento total dos canais e A: Área da bacia.

Dd = Lt/A

37

Page 38: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

Rede de drenagem

É constituída por um curso d'água principal e seus afluentes, está ligada à efi-

ciência de drenagem da área da bacia e à potencialidade para formar picos elevados

de enchente. Segundo Porto et al (apud SOUZA & BATISTA, 2007) podem ser clas-

sificados em:

• Perenes : são aqueles nos quais se verifica, durante todo o tempo, mes-mo nas secas mais severas, escoamento da água. Isto é garantido pela drenagem do lençol freático, cujo nível deve situar-se acima do fundo do leito do rio, para garantir energia para o escoamento.

• Intermitentes : são aqueles cujo escoamento não ocorre no período das secas mais severas.

• Efêmeros : são aqueles onde se verifica escoamento apenas durante e imediatamente após ocorrência de uma chuva intensa.

Uso do solo

Um dos fatores fisiográficos mais importantes que afetam o escoamento é o

controle da terra ou uso do solo. Cobertura vegetal, desmatamento, expansão da

agricultura, urbanização entre vários outros processos de transformação da paisa-

gem, são itens fundamentais para caracterização do ambiente, pois controlam a di-

nâmica da água dentro da bacia hidrográfica. É através do uso do solo que se verifi-

ca o índice de permeabilidade, no qual exerce uma influência diferente no tocante às

características de evapotranspiração e de retenção da precipitação.

Tipo de solo

O Levantamento Pedológico é uma das primeiras etapas do estudo fisiográfi-

co e geomorfológico de uma bacia hidrográfica. A clara distinção entre classes de

solo permite estabelecer, elaborar ou até mesmo a instalação de projetos de infra-

estrutura na área urbana. Bem como os manejos devem ser implantados visando à

utilização adequada de cada solo, ou seja, visando o uso sustentável do solo.

38

Page 39: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

Outros

Neste item pode ser inserido outros aspectos de grande importância na ánlise

de bacias hidrográficas como Índice de Qualidade de Água – IQA, largura média do

rio, forma do vale, vazão da bacia como também fotos e mapas.

A seguir as figuras 3 e 4 exemplificam um modelo de banco de dados alfanu-

mérico com atributos físicos relevantes de uma bacia hidrográfica e sua utilização.

Figura 4 - Tabela de dados alfanuméricos do software Arcview.

39

Page 40: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

Figura 5 - Ilustra um tipo de consulta que pode ser realizado pelo banco de dados utilizando a tabela de atributos.

Os aspectos físicos de uma bacia hidrográfica desempenha papel importante

no que diz respeito a gestão e planejamento de bacias, uma vez que o entendimento

da dinâmica da água é de fundamental importância em todos os aspectos. No

entanto, é pouco provável que haja sucesso no planejamento ambiental das bacias

hidrográficas se os aspectos físicos destas não forem devidamente estudados e

compreendidos. Isto ocorre porque os aspectos físicos, como exemplo a

participação do solo e seu uso, no ciclo hidrológico da bacia hidrográfica, definem

toda a dinâmica de uma bacia.

No entanto, os estudos que norteiam o planejamento e análise das bacias

hidrográficas necessitam de ferramentas que estão diretamente ligadas à evolução

tecnológica, como a ferramenta de geoprocessamento, em destaque um banco de

dados conciso, que ofereça suporte para o armazenamento e gerenciamento destes

dados físicos visando obter um maior grau de integração entre si. Com a aplicação

40

Page 41: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

desta ferramenta, permite-se que sejam feitas análises mais detalhadas, com maior

agilidade e eficiência na elaboração de estudos de bacias hidrográficas.

41

Page 42: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A bacia hidrográfica se configura atualmente como umas das principais

unidades de gerenciamento territorial, sendo foco para a conservação de recursos

naturais. A discussão das características físicas e funcionais de bacias hidrográficas

tem a finalidade de proporcionar o conhecimento de diversos fatores que

determinam a natureza de um rio. A importância destes conhecimentos residem no

fato de que, através da padronização desses atributos que condicionam uma bacia

pode-se fazer comparações entre elas, além de compreender fenômenos passados.

Assim, o aproveitamento de recursos hídricos pode ser feito de maneira mais

racional com maiores benefícios à sociedade em geral.

Deste modo é necessário pesquisas nesta área que facilitem a gestão e o

gerenciamento de bacias hidrográficas. Sendo assim, o estudo das características

fisiográficas de bacias hidrográficas é de grande importância, pois estes são fatores

iniciais e essenciais para efetuar análises hidrológicas e ambientais.

Neste sentido, esta pesquisa foi de extrema relevância pois, além de propor

uma modelagem de dados físicos essenciais para o conhecimento de uma bacia

hidrográfica, dá abertura para que as instituições ambientais, numa abordagem

sistêmica e dentro do âmbito do planejamento de bacias hidrográficas, utilizem de

ferramentas de informática capazes de integrar e processar grandes volumes de

informações, geralmente tratadas de forma desordenada, de maneira a servir de

suporte ao processo de tomada de decisão, dessa forma, sendo o SIG uma

ferramenta que apresenta maior potencial de suporte à tomada de decisão.

Por fim, o desenvolvimento desta pesquisa não pode ser considerado como

um resultado final mas sim, um instrumento auxiliar de informações hidrológicas.

42

Page 43: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, J.R. et al. Planejamento ambiental. Rio de Janeiro: Thex Ed.: Biblioteca Estácio de Sá, 1993.

ASSAD, E.D.; SANO, E.E.; MEIRELLES, M.L.; MOREIRA, L. Estruturação de dados geoambientais no contexto de microbacia hidrográfica. In: ASSAD, E.D.; SANO, E.E. Sistema de informações geográficas: aplicações na agricultura. 2.ed. Planaltina: Centro de Pesquisa Agropecuária dos Cerrados – Embrapa, 1998. p.119-37.

BERTALANFY, L. V. Teoria Geral dos Sistemas. Rio de Janeiro, Editora Vozes, 1973.

BERTOLONI D.; LOMBARDI NETO, F.; DRUGOWICH, M. I.; Programa Nacional de microbacias hidrográficas. CAMPINAS: CATI,1993.

BERTRAND, G. Paisagem e Geografia Física Global - Esboço metodológico. Cadernos de Ciências da Terra, vol. 13, IG-USP, 1968, 1-36.

BORTOLOTO, P. Banco de Dados num Ambiente de Geoprocessamento. 2000. Fonte: Portal MundoGeo disponivel em: < http://www.mundogeo.com.br/scripts/arti - gos_1.asp > Acesso em 24 Abr. 2007.

BOTELHO, R.G.M.; SILVA, A.S. Bacia Hidrográfica e Qualidade Ambiental. In: VIT-TE, A.C., GUERRA, A.J.T. (org.). Reflexões sobre a Geografia Física no Brasil. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004, p.153-192.

BRASIL. Secretaria de recursos hídricos do Ministério do Meio Ambiente. Plano Na-cional de Recursos hídricos. Brasília – DF. CDROM.

BRASIL. Lei nº. 9.433/97. Disponível em < http://www.planalto.gov.br .> Acesso em: 23 Ago.2007.

CÂMARA, G.; DAVIS, C.; MONTEIRO, A.M.V. Introdução à Ciência da Geoinfor-mação. São José dos Campos: INPE, 2001.

CÂMARA,G. Modelos, Linguagens e Arquiteturas para Banco de Dados. PhD thesis, INPE, dezembro, 1995.

CÂMARA,G.(et al.). Anatomia de Sistemas de Informações Geográficas. - Cam-pinas: Instituto de Computação, UNICAMP, 1996. xi, 197 p. il.

CARVALHO, S.S.; SILVA. B. C. N. Os sistemas de informação geográfica e questão geográfica. In: Geonordeste. Ano XV; n.1; 2006. Disponível em: <http:posgrap.ufs.-br/periodicos/pdf/revista_geo_06_1/Silvana.pdf. Acesso em: 16 Out. 2007.

CHRISTOFOLETTI, A. Análise de sistemas em Geografia. São Paulo, Editora Hu-citec, 1979.

43

Page 44: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

CYSNE, J. R. Modelo Conceitual para Gerenciamento de Recursos Hídricos em Ambiente de SIG. 2004. 81f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Computação) – Centro de Ciências, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza-CE, 2004.

DAVIS JUNIOR, C.A.; DAVIS, E.G. Uma proposta de modelagem de dados geográficos para hidrologia. In: Anais do XII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, p. 597-604, 1997.

DAVIS JUNIOR, C. A.; LAENDER, A. H. F. Extensões ao modelo OMT-G para pro-dução de esquemas dinâmicos e de apresentação. II Workshop Brasileiro de Ge-oInformática. 2000. Disponível em: <http://tecgraf.pucrio.br/groinfo2000/anais/012.pdf> Acesso em: 18 Jun.2007.

ELMASRI R.; NAVATHE S.B. Sistemas de Banco de Dados – Fundamentos e Aplicações. 3 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2000.

GIOMETTI, A. B. R. Diagnóstico e prognóstico ambiental como subsídio para a gestão da bacia do Ribeirão dos Pinheirinhos ou da Cachoeira - SP. 1998. 341 p. Tese (Doutorado em Geografia). Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Uni-versidade Estadual Paulista, Rio Claro, 1998.

GIRARDI, E. P. Atlas Interativo da Bacia Hidrográfica do Rio Santo Anastácio. Disponível em:<http://www.prudente.unesp.br/atlas/stoanastacio/index.htm>. Acesso em: 10 Out. 2007.

LANNA, A. E. L. Gerenciamento de bacia hidrográfica: aspectos conceituais e metodológicos. Brasília: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Na-turais Renováveis, 1995.

MACHADO, R.E. Simulação de escoamento e de produção de sedimentos em uma microbacia hidrográfica utilizando técnicas de modelagem e geoproces-samento. 2002. 166p. Tese (Doutorado em Agronomia). Escola Superior de Agricul-tura Luiz de Queiroz. Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2002.

MENDONÇA, F. Geografia e Meio Ambiente. São Paulo, Editora Contexto, 1993.

OLIVEIRA, A. A. B. A abordagem sistêmica no planejamento e gestão de bacias hidrográficas. In: Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada. Disponível em: < http://geografia.igeo.uerj.br/xsbgfa/cdrom/eixo3/3.3/001/001.htm> Acesso em: 1 Out. 2007.

PROCHNOW, M. C. R. Análise ambiental da sub-bacia do rio Piracicaba: subsí-dios ao planejamento e manejo. 1990. 330 f. Tese (Doutorado em Geografia), Ins-tituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 1990.

ROSA, R. Sistema de Informação Geográfica. Uberlândia: UFU, 2004.

SEMA. Secretaria Municipal do Ambiente disponível em: < http:www.londrina.pr.gov.br > Acesso em: 16 out.2007.

44

Page 45: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

SIMÕES, L.B. Integração entre um modelo de simulação hidrológica e Sistema de Informação Geográfica na delimitação de zonas ripárias. Botucatu, 2001. 171p. Tese (Doutorado em Agronomia/Energia na Agricultura) – Faculdade de Ciên-cias Agronômicas, Universidade Estadual Paulista.

SOARES, B. S. F. Modelagem de dados espaciais: curso de especialização em geoprocessamento. UFMG. 2000.

SOTCHAVA, V.B. O estudo dos Geossistemas. Métodos em Questão, vol. 16, 1976, p.1-52.

SOUZA, A. K. P; BATISTA,G.T. Caracterização fisiográfica da bacia hidrográfica do Alto Rio Jamanxim, Pará, Brasil. Revista Ambi – Água, Taubaté, v.2,n.2, p.69-87, 2007. Disponível em: <http:www.socolar.com/ab.aspx?aid=10621832&vid=613550> Acesso em:16 Out.2007.

TUCCI, C.E.M. (org.). Hidrologia. Ciência e Aplicação. Porto Alegre: Ed. da Uni-versidade–ABRH/EDUSP,1993, 943p. v.4.

VILLELA, S.M.& MATTOS, A. Hidrologia Aplicada. São Paulo: MacGraw-Hill, 1980.

45

Page 46: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

anexo

46

Page 47: PROPOSTA DE MODELAGEM DE DADOS FISIOGRÁFICOS DE BACIAS ... · 2 BACIAS HIDROGRÁFICAS COMO UNIDADE DE ESTUDO As bacias hidrográficas são de grande importância em estudos geográficos,

QUESTIONÁRIO APLICADO NA SECRETARIA MUNICIPAL DO AMBIENTE – SEMA.

1) Quais são os atributos relevantes da uma bacia hidrográfica necessários para se analisar e dar

suporte na realização de projetos ambientais da Diretoria Técnica?

47