bacias hidrográficas - parte i
TRANSCRIPT
Bacias Hidrográficas
Características morfométricas e hidrodinâmicas
Bacia Hidrográfica ou Bacia de Drenagem
• Conjunto de terras drenadas por um rio principal e seusafluentes.
• É uma área de captação da água de precipitação,demarcada por divisores topográficos, onde toda a águacaptada converge para um único ponto de saída, oexutório.
• Parte da superfície terrestre que é ocupada por umsistema de drenagem ou contribui com água superficialpara aquele sistema.
• É uma área geográfica que corresponde à superfíciecoletora de água de chuva e delimitada como umsistema independente de drenagem.
• É a área da superfície terrestre drenada por um rioprincipal e seus tributários, sendo limitada pelosdivisores de água.
Conceitos básicos
• Rede hidrográfica – corresponde ao conjunto de rios de uma bacia.
• Regime fluvial – á a variação do nível das águas de um rio durante o ano.
• Vazão ou débito fluvial – é a quantidade de água que passa por uma seção do rio. É medida em metro cúbico por segundo (m3/s)
Classificação dos cursos de água
Tipos de drenagem quanto ao comportamento do regime fluvial
• Perenes – fluem permanentemente, o lençol freático nunca fica abaixo do leito.
• Intermitentes – geralmente fluem durante período chuvoso, secando nas estiagens e o lençol freático oscila.
• Efêmeros – transporta água apenas durante a chuva ou degelo, secando imediatamente, lençol freático está sempre abaixo do leito.
Tipos de drenagem segundo o padrão de escoamento
• Exorreicas – a drenagem se faz em direção ao mar.
• Endorreicas – o escoamento é interno, isto é, não se faz para o oceano. Neste caso as águas fluem para uma depressão (playa ou lago) ou então se dissipam nas areias dos desertos.
• Arreicas – neste tipo de drenagem não se verifica uma estruturação hidrográfica. Este tipo é encontrado nas áreas desérticas, onde a precipitação é insignificante.
• Criptorreicas – as águas fluem subterraneamente, como acontece nas áreas cársticas.
Foz do Rio Poti (endorréica)
Foz do Rio Amazonas (exorréica)
Foz do Rio S. Francisco
Foz do Rio Parnaíba
Lagoas Freáticas
Classificação quanto à organização (hierarquia) de uma rede de drenagem.
• Canais de primeira ordem – são os canais que não possuem tributários.
• Canais de segunda ordem – recebem somente afluentes de primeira ordem.
• Canais de terceira ordem – podem receber um ou mais tributários de segunda ordem, mais também podem receber afluentes de primeira ordem.
• Canais de quarta ordem recebem tributários de terceira ordem e, também de ordem inferior.
A de hierarquia fluvial consiste emestabelecer a classificação de determinadocurso d’água ou da área drenada onde omesmo está inserido, no conjunto total desua bacia hidrográfica.
Caracterização dos leitos dos rios
• Leito fluvial – Canal escavado pelo talvegue (linha de máxima profundidade ao longo do leito) do rio para o escoamento dos materiais e das águas.
• Leito menor ou de vazante – canal por onde correm permanentemente, as águas de um rio, sendo a secção transversal melhor observada no período de vazante.
• Leito maior (periódico ou sazonal) – corresponde à área que é ocupada pela águas do rio pelo menos uma vez ao ano, durante as enchentes.
• Leito maior excepcional – canal do rio ocupado quando ocorrem as grandes enchentes em intervalos irregulares.
A inundação constitui-se em um processo deextravasamento das águas de um curso d´água paraáreas marginais, ou seja, ocorre quando o fluxo d´água ésuperior à capacidade de descarga do canal. Já aenchente refere-se ao acréscimo na descarga d´água porum determinado período (Infanti Jr & Fornasari Filho,1998).
Padrão de rede de drenagem
• Drenagem dendrítica – também é designada como arborescente, porque seu desenvolvimento assemelha-se à configuração de uma árvore. Como nas árvores, os ramos formados pelas correntes tributárias distribuem-se em todas as direções sobre a superfície do terreno, e se unem formando ângulos agudos de graduações variadas.
• Drenagem em treliça – esse tipo de drenagem é composto por rios principais conseqüentes, correndo paralelamente, recebendo afluentes subseqüentes que fluem em direção transversal aos primeiros; os subseqüentes, por sua vez, recebem rios obsequentes e ressequente. Em geral, as confluências realizam-se em ângulos retos.
• Drenagem paralela – ocorre quando os cursos de água, sobre uma área considerável, ou em numerosos exemplos sucessivos, escoam quase paralelamente uns aos outros. Esse tipo de drenagem localiza-se em áreas onde há presença de vertentes com declividades acentuadas ou onde existem controles estruturais que motivam a ocorrência de espaçamento regular, quase paralelo, das correntes fluviais.
• Drenagem radial – apresentam-se compostas por correntes fluviais que se encontram dispostas como os raios de uma roda, em relação a um ponto central. Pode apresentar uma configuração centrífuga – quando as correntes divergem a partir de um ponto ou área que se encontra em posição elevada (domos, morros isolados), ou centrípeta – quando os rios convergem para um ponto ou área central localizada em posição mais baixa (crateras vulcânicas e depressões topográficas).
MORFOLOGIA DOS CANAIS FLUVIAS
• A morfologia dos canais fluviais é controlada por uma série de fatores autocíclicos (próprios da bacia de drenagem) e alocíclicos (que afetam não apenas a bacia de drenagem mais toda a região onde ela está inserida), com relações complexas.
• Fatores autocíclicos – descarga (tipo e quantidade), a carga de sedimentos transportada, a largura e a profundidade do canal, a velocidade de fluxo, a declividade, a rugosidade do leito, a cobertura vegetal nas margens e ilhas.
• Fatores alocíclicos – variáveis climáticas (pluviosidade e temperatura) e geológicas (litologia e falhamentos).
Classificação dos cursos d’água quanto à morfologia dos canais
• Canais retilíneos – canais naturais retos são pouco freqüentes, representando trechos ou segmentos de canais curtos.
• Canais anastomosados – caracterizam-se por sucessivas ramificações e posteriores reencontros de seus cursos, separando ilhas assimétricas de barras arenosas.
• Canais meandrantes – são canais sinuosos, assim denominados a partir do rio Meandro na Ásia Menor, que possui essa forma, possuem um único canal que transborda suas águas na época das cheias. Diferencia-se pelo índice do valor de sinuosidade igual ou inferior a 1,5.
Perfil Longitudinal do Rio• O perfil longitudinal de um rio expressa a
relação entre seu comprimento e sua altimetria,que significa gradiente;
• O perfil típico é côncavo, com declividades
maiores em direção à nascente.
• Cursos de água que apresentam tal morfologia são considerados em equilíbrio (igualdade entre a atuação da erosão, do transporte e da deposição)
Classificação dos rios quanto à gênese
• Rios Conseqüentes – são aqueles cujo curso foi determinado pela declividade da superfície terrestre, em geral coincidindo com a direção da inclinação principal das camadas. Tais rios formam cursos de lineamento reto em direção às baixadas.
• Rios Subseqüentes – são aqueles cuja direção de fluxo é controlada pela estrutura rochosa, acompanhando sempre uma zona de fraqueza, tal como uma falha, junta, camada rochosa delgada ou facilmente erodível. Nas áreas sedimentares, ocorrem perpendiculares à inclinação principal das camadas.
• Rios Obsequentes – são aqueles que correm em sentido inverso à inclinação das camadas ou à inclinação original dos rios conseqüentes. Em geral, descem das escarpas até o rio subseqüente.
• Rio Ressequentes – são aqueles que fluem na mesma direção dos rios conseqüentes, mas nascem em nível mais baixo. Em geral, nascem no reverso de escarpas e fluem até desembocar em um rio subseqüente.
• Rios Insequentes – estabelecem-se quando não há nenhuma razão aparente para seguirem uma orientação geral preestabelecida, isto é, quando nenhum controle da estrutura geológica se torna visível (topografia planas, homogeneidade litológica)