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Proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2018 © 2017 KPMG & Associados - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, S.A., a firma portuguesa membro da rede KPMG, composta por firmas independentes afiliadas da KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. Todos os direitos reservados. No passada sexta-feira (13 de Outubro), o Governo entregou na Assembleia da República a Proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2018 (Proposta de Lei n.º 100/XIII), a qual contempla um conjunto de alterações em matéria fiscal com impacto previsível na actividade das famílias e das empresas. De acordo com o calendário estabelecido, a presente Proposta de Lei será sujeita a discussão e votação na generalidade no início do mês de Novembro, devendo as votações na especialidade e a sua votação final global ocorrer até ao final do mesmo mês de Novembro. O documento que preparámos e que apresentamos em anexo visa permitir uma visão global das alterações propostas, agrupadas em função do respectivo imposto. Como sempre, a KPMG apoiará os seus clientes neste âmbito. Índice Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (IRC) 2 Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) | Segurança Social (SS) 4 Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) 6 Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) 7 7 Adicional ao Imposto Municipal sobre Imóveis (AIMI) 7 Imposto do Selo 8 Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF) 9 Código Fiscal do Investimento (CFI) 13 Impostos Especiais de Consumo (IECs) 13 Imposto sobre Veículos (ISV) 15 Imposto Único de Circulação (IUC) 15 Lei Geral Tributária (LGT) 15 Código de Procedimento e de Processo Tributário (CPPT) 16 Regime Geral das Infracções Tributárias (RGIT) 16 Regime Complementar do Procedimento de Inspecção Tributária e Aduaneira (RCPITA) 17 Código de Processo Civil (CPC) 17 Outros 17

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Proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2018

© 2017 KPMG & Associados - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, S.A., a firma portuguesa membro da rede KPMG, composta por firmas

independentes afiliadas da KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. Todos os direitos reservados.

No passada sexta-feira (13 de Outubro), o Governo

entregou na Assembleia da República a Proposta de

Lei do Orçamento do Estado para 2018 (Proposta de

Lei n.º 100/XIII), a qual contempla um conjunto de

alterações em matéria fiscal com impacto previsível na

actividade das famílias e das empresas.

De acordo com o calendário estabelecido, a presente

Proposta de Lei será sujeita a discussão e votação na

generalidade no início do mês de Novembro, devendo

as votações na especialidade e a sua votação final

global ocorrer até ao final do mesmo mês de

Novembro.

O documento que preparámos e que apresentamos em

anexo visa permitir uma visão global das alterações

propostas, agrupadas em função do respectivo

imposto.

Como sempre, a KPMG apoiará os seus clientes neste

âmbito.

Índice

Imposto sobre o Rendimento das Pessoas

Colectivas (IRC)

2

Imposto sobre o Rendimento das Pessoas

Singulares (IRS) | Segurança Social (SS)

4

Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) 6

Imposto Municipal sobre as Transmissões

Onerosas de Imóveis (IMT)

Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI)

7

7

Adicional ao Imposto Municipal sobre Imóveis

(AIMI)

7

Imposto do Selo 8

Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF) 9

Código Fiscal do Investimento (CFI) 13

Impostos Especiais de Consumo (IECs) 13

Imposto sobre Veículos (ISV) 15

Imposto Único de Circulação (IUC) 15

Lei Geral Tributária (LGT) 15

Código de Procedimento e de Processo Tributário

(CPPT)

16

Regime Geral das Infracções Tributárias (RGIT) 16

Regime Complementar do Procedimento de

Inspecção Tributária e Aduaneira (RCPITA)

17

Código de Processo Civil (CPC) 17

Outros 17

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Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (IRC)

Extensão territorial da obrigação de imposto (artigos 4.º e 120.º)

Propõe-se que passem a estar sujeitos a tributação em Portugal os ganhos resultantes da transmissão onerosa de

partes de capital ou de direitos similares em sociedades ou outras entidades que não tenham sede ou direcção

efectiva em território português, quando, em qualquer momento durante os 365 dias anteriores à transmissão, o

valor dessas partes de capital ou direitos resulte, directa ou indirectamente, em mais de 50%, de bens imóveis ou

direitos reais sobre bens imóveis situados em território português, exceptuando-se os bens imóveis afectos a uma

actividade de natureza agrícola, industrial ou comercial que não consista na compra e venda de bens imóveis.

Nestes casos, a declaração periódica de rendimentos (Modelo 22) deverá ser entregue até ao último dia do mês de

Maio do ano seguinte àquele a que respeitam os rendimentos.

Organização da contabilidade (artigo 17.º)

Propõe-se que a contabilidade das entidades que exerçam, a título principal, uma actividade de natureza comercial,

industrial ou agrícola, esteja obrigatoriamente organizada com o recurso a meios informáticos.

Relevância fiscal da contribuição sobre a indústria farmacêutica (artigos 23.º-A e 67.º)

Propõe-se a não dedutibilidade do gasto associado à contribuição extraordinária sobre a indústria farmacêutica, à

semelhança do que já se verifica relativamente a outras contribuições sectoriais (em concreto, a contribuição

extraordinária sobre o sector energético e a contribuição sobre o sector bancário).

No mesmo sentido, é expressamente prevista a não consideração desta contribuição no conceito de EBITDA

relevante para efeitos da aplicação do regime de limitação à dedutibilidade de gastos de financiamento líquidos.

Refira-se que a Proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2015 já propunha a não dedutibilidade desta

contribuição, a qual não veio, contudo, a ser acolhida na versão aprovada da Lei do Orçamento do Estado para

2015.

Créditos incobráveis (artigo 41.º)

Propõe-se que os créditos incobráveis passem a poder ser considerados como gastos ou perdas do período de

tributação, ainda que o respectivo reconhecimento contabilístico tenha ocorrido em períodos de tributação

anteriores.

Por outro lado, passa a ser admitida a dedutibilidade dos gastos com créditos incobráveis que resultem do

encerramento do processo de insolvência por insuficiência de bens ou após a realização do rateio final do qual

resulte o não pagamento definitivo do crédito.

Lucros e prejuízos de estabelecimento estável situado fora do território português (artigo 54.º-A)

Propõe-se que para efeitos da determinação do lucro tributável imputável a cada estabelecimento estável situado

fora do território português, o sujeito passivo deva adoptar critérios de imputação proporcional adequados e

justificados na repartição dos gastos, perdas ou variações patrimoniais negativas que estejam relacionados com

operações e elementos patrimoniais do estabelecimento estável ou com outras operações e elementos patrimoniais

do sujeito passivo.

Limitação à dedutibilidade dos gastos de financiamento líquidos (artigo 67.º)

Propõe-se que a opção pela aplicação do regime de limitação à dedutibilidade dos gastos de financiamento líquidos

numa lógica consolidada (no âmbito do RETGS), que se mantém por um período mínimo de 3 anos, seja

automaticamente prorrogada por períodos sucessivos de um ano, excepto em caso de renúncia expressa formulada

pelo sujeito passivo.

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A renúncia à aplicação deste regime numa lógica consolidada deverá ser efectuada através da apresentação da

declaração de alterações a que se refere o artigo 118.º do Código do IRC, até ao fim do 3.º mês do período de

tributação em que se pretende que a mesma produza efeitos.

Tributação autónoma (artigo 88.º)

Propõe-se que ao montante devido a título de tributações autónomas deixem de poder ser efectuadas quaisquer

deduções, ainda que essas deduções resultem de legislação especial, atribuindo-se a esta proposta natureza

interpretativa.

Procedimento e forma de liquidação (artigo 90.º)

Propõe-se que, na falta de apresentação da declaração periódica de rendimentos, a liquidação efectuada pela

Autoridade Tributária e Aduaneira (“AT”) tenha por base o maior dos seguintes montantes:

a matéria colectável determinada, com base nos elementos de que a AT disponha, de acordo com as regras do

regime simplificado, com aplicação do coeficiente de 0,75;

a totalidade da matéria colectável do período de tributação mais próximo que se encontre determinada; ou

o valor anual da retribuição mínima mensal.

Resultado da liquidação (artigo 92.º)

Prevê-se que no cálculo do resultado da liquidação não deva ser considerado o incentivo à produção

cinematográfica e audiovisual estabelecido no artigo 59.º-F do Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF).

Dispensa de entrega da declaração periódica de rendimentos (artigo 117.º)

Propõe-se que a dispensa de entrega da declaração periódica de rendimentos passe a abranger também as

entidades que apenas aufiram rendimentos não sujeitos a IRC, excepto quando estejam sujeitas a qualquer

tributação autónoma.

Obrigação declarativa associada à dissolução de sociedades (artigo 120.º)

Propõe-se que, com referência ao período de tributação em que ocorra a dissolução de uma sociedade, passem a

dever ser submetidas duas declarações periódicas de rendimentos: (i) até ao último dia do 5.º mês seguinte ao da

dissolução, independentemente de esse dia ser útil ou não, relativamente ao período decorrido desde o início do

período de tributação em que se verificou a dissolução até à data desta; e (ii) até ao último dia do 5.º mês seguinte à

data do termo do período de tributação, independentemente de esse dia ser útil ou não, relativa ao período decorrido

entre o dia seguinte ao da dissolução e o termo do período de tributação em que esta se verificou.

Obrigações contabilísticas das empresas (artigo 123.º)

Propõe-se que a obrigação de manutenção dos livros, registos contabilísticos e respectivos documentos de suporte

por um prazo de 10 anos seja extensiva à documentação relativa à análise, programação e execução dos

tratamentos informáticos.

Norma transitória relativa a resultados internos eliminados ao abrigo do anterior regime de tributação pelo lucro

consolidado

É alargado para 2018 o regime aprovado pela Lei do Orçamento do Estado para 2016 (e prorrogado para 2017), que

estabelece a obrigatoriedade de inclusão no lucro tributável, com referência ao período de tributação que se inicie

em ou após 1 de Janeiro de 2018, de um quarto (25%) dos resultados internos que tenham sido eliminados ao

abrigo do anterior regime de tributação pelo lucro consolidado ainda pendentes de tributação.

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Tal como nos anos anteriores, é definida a obrigação de efectuar um pagamento por conta autónomo durante o mês

de Julho de 2018 (ou no sétimo mês do período de tributação que se inicie após 1 de Janeiro de 2018 para os

sujeitos passivos que adoptem um período de tributação diferente do ano civil) correspondente à aplicação da taxa

de IRC ao valor dos resultados internos incluídos no lucro tributável do grupo nos termos referidos acima, o qual

será dedutível ao imposto a pagar na liquidação do IRC relativa ao período de tributação de 2018.

Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) | Segurança Social (SS) Subsídio de refeição (artigo 2.º)

O valor do subsídio de refeição não sujeito a IRS (e a contribuições para a segurança social) é elevado para € 4,77

quando pago em numerário (actualmente € 4,52) e € 7,63, quando atribuído em vale de refeição (actualmente

€ 7,23).

Delimitação negativa dos rendimentos da categoria A (artigo 2.º-A) – Vales Educação

Deixam de beneficiar da exclusão de tributação em IRS os “Vales Educação” atribuídos pela entidade patronal aos

seus colaboradores (actualmente excluídos de tributação até um valor anual de € 1.100 por dependente com idade

compreendida entre os 7 e os 25 anos de idade).

Mais-valias (artigo 10.º)

Passa a prever-se que, no caso de restituição ao património particular do sujeito passivo de imóvel habitacional

afecto à obtenção de rendimentos prediais, o ganho decorrente da prévia afectação do imóvel à actividade

empresarial só seja tributado quando o imóvel deixe de ter aquela afectação.

Rendimentos obtidos em território português (artigo 18.º)

Passam a qualificar como rendimentos obtidos em território português as mais-valias resultantes da transmissão

onerosa de partes de capital ou de direitos similares em sociedades ou outras entidades sem sede ou direcção

efectiva em Portugal, quando, em qualquer momento durante os 365 dias anteriores à transmissão, o valor dessas

partes de capital ou direitos resulte, directa ou indirectamente, em mais de 50%, de bens imóveis (ou direitos reais

sobre bens imóveis) situados em território português, exceptuando-se os imóveis afectos a uma actividade agrícola,

industrial ou comercial que não consista na compra e venda de bens imóveis.

Esta proposta de alteração acompanha a proposta equivalente em sede de IRC.

Regime simplificado (artigo 31.º)

Estabelece-se que, da aplicação dos coeficientes previstos para a determinação do rendimento tributável no âmbito

do regime simplificado da categoria B, não pode resultar um rendimento tributável menor do que o rendimento que

seria obtido pela dedução ao rendimento bruto:

de uma dedução standard de € 4.104 (equivalente à dedução standard da categoria A); ou, se inferior,

das despesas relacionadas com a actividade, nomeadamente (i) despesas com prestações de serviços e

aquisição de bens, tituladas por facturas ou outros documentos devidamente comunicados ou emitidos no Portal

das Finanças, (ii) encargos com imóveis titulados por recibos de renda devidamente comunicados, (iii) despesas

com pessoal a título de remunerações, ordenados ou salários, e (iv) importações e aquisições intracomunitárias

de bens.

Prevê-se, ainda, a necessidade de cumprimento de um conjunto de obrigações de reporte das despesas efectuadas

e respectivos prazos.

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Taxas gerais (artigo 68.º)

Propõe-se que passem a existir sete escalões de IRS (actualmente existem cinco), nos seguintes termos:

Prevê-se a manutenção das taxas de solidariedade de 2,5% e 5%, para rendimentos entre € 80.000 e € 250.000 e

para rendimentos superiores a € 250.000, respectivamente, e confirma-se a eliminação da sobretaxa de IRS (que

actualmente pode ascender a 3,21%).

Mínimo de existência (artigo 70.º)

Propõe-se o alargamento do âmbito de aplicação do mínimo de existência (actualmente previsto apenas para

rendimentos do trabalho dependente ou pensões) aos rendimentos empresariais e profissionais decorrentes das

actividades previstas na Tabela de Actividades mencionada no artigo 151.º do Código do IRS (com excepção das

previstas no Código 15 referente a “outros prestadores de serviços”).

O mínimo de existência é fixado em 1,5 vezes o valor anual do Indexante de Apoios Sociais (IAS), não podendo da

sua aplicação resultar um rendimento anual líquido de IRS do sujeito passivo inferior àquele valor (€ 8.847,72).

Taxas liberatórias – rendimentos obtidos durante as férias escolares (artigo 71.º)

Propõe-se a sujeição a retenção na fonte a título de imposto final, à taxa de 10%, dos rendimentos auferidos ao

abrigo de contrato de trabalho e durante as férias escolares, por estudantes dependentes até aos 25 anos de idade,

até ao limite anual de cinco vezes o IAS (€ 2.106,60), sem prejuízo da opção pelo respectivo englobamento.

Taxas especiais – rendimentos prediais obtidos por residentes na UE ou no EEE (artigo 72.º)

Estabelece-se que os residentes em outro Estado da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu passem a

poder optar pela tributação dos rendimentos prediais auferidos em Portugal às taxas marginais aplicáveis aos

rendimentos de idêntica natureza auferidos por residentes fiscais em território português.

Dedução de despesas de formação e educação (artigo 78.º-D)

Passa a prever-se a possibilidade de dedução de um montante correspondente a 30% do valor suportado a título de

despesas relativas ao arrendamento de imóvel ou parte de imóvel (devidamente documentadas e comunicadas à

AT), por membros do agregado familiar até aos 25 anos que se encontrem a estudar e que estejam deslocados do

local da residência permanente do agregado, nos seguintes termos:

a dedução anual está limitada ao montante de € 200;

o limite global previsto para as despesas de educação fixado em € 800 aumenta em € 100 quando a diferença

respeite ao valor das rendas;

as facturas ou outros documentos que titulem as despesas em causa deverão ser emitidos com a indicação de

que esta se destina ao arrendamento a estudante deslocado;

esta dedução não é cumulável com a dedução relativa a encargos com imóveis.

Rendimento colectável (€) Taxas (percentagem)

Normal (A) Média (B)

Até 7.091 14,5 14,5

De mais de 7.091 até 10.700 23 17,367

De mais de 10.700 até 20.261 28,5 22,621

De mais de 20.261 até 25.000 35 24,967

De mais de 25.000 até 36.856 37 28,838

De mais de 36.856 até 80.640 45 37,613

Superior a 80.640 48 -

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Autorização legislativa no âmbito do IRS

O Governo fica autorizado a alargar a dedução à colecta por exigência de factura, ao IVA suportado com a aquisição

de serviços de bike sharing e car sharing.

Autorização legislativa em matéria de Segurança Social

O Governo fica autorizado a rever o regime das contra-ordenações em sede de Segurança Social, no que respeita

ao valor das coimas, às situações atenuantes e agravantes das mesmas, às regras de concurso, às situações de

dispensa, às sanções acessórias e à introdução de novas regras para a classificação das contra-ordenações.

Lista de devedores à Segurança Social

Prevê-se a publicação de uma lista de contribuintes devedores à Segurança Social, à semelhança da lista de

devedores à AT já existente.

Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA)

Regime de regularização de IVA nos créditos de cobrança duvidosa e nos créditos incobráveis (artigo 78.º-A)

Propõem-se alterações ao regime de regularização de IVA nos créditos de cobrança duvidosa e nos créditos

incobráveis, vencidos a partir de 1 de Janeiro de 2013, com o objectivo de, relativamente aos créditos considerados

incobráveis em processo de insolvência, a recuperação de IVA possa ser efectuada quando for determinado o

encerramento do mesmo por insuficiência de bens ou após a realização do rateio final do qual resulte o não

pagamento definitivo do crédito.

Clarifica-se que a recuperação do IVA em processo de insolvência ou em processo especial de revitalização possa

ser efectuada quando seja proferida sentença de homologação do plano de insolvência ou do plano de recuperação

que preveja o não pagamento definitivo do crédito.

Alteração à Lista I anexa ao Código do IVA

Propõe-se a alteração da verba 2.24 da Lista I anexa ao Código do IVA, passando a beneficiar da taxa reduzida de

imposto as empreitadas de reabilitação de imóveis que sejam contratadas directamente para o Fundo Nacional de

Reabilitação do Edificado pela sua sociedade gestora.

Aditamento à Lista II anexa ao Código do IVA

Propõe-se o aditamento à Lista II anexa ao Código do IVA da verba 2.7, passando os instrumentos musicais a

beneficiar da taxa intermédia de IVA.

Pagamento do IVA nas importações de bens

Prevê-se que a opção de autoliquidação do IVA nas importações de bens passe a ser possível para os sujeitos

passivos que beneficiem de diferimento do pagamento do IVA relativo a anteriores importações.

Regime de reembolso do IVA a sujeitos passivos não estabelecidos

Propõem-se alterações ao regime dos pedidos de reembolso de IVA efectuados por sujeitos passivos não

estabelecidos em Portugal, prevendo-se a possibilidade de ser apresentado um pedido de reembolso até ao final do

ano civil seguinte àquele a que o reembolso respeita quando se trate da correcção dos elementos das facturas ou da

alteração da percentagem de dedução a que os Requerentes têm direito no Estado-Membro de estabelecimento.

Isenção de IVA nas compras realizadas por viajantes

Propõe-se a redução – de € 75 para € 50 – do limite mínimo para a aplicação da isenção de IVA nas transmissões

de bens que sejam expedidos para fora da União Europeia por um adquirente que não tenha ali a sua residência.

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Autorizações legislativas em matéria de IVA

É novamente concedida autorização legislativa ao Governo para alterar a verba 3.1 da Lista II do Código do IVA,

alargando a aplicação da taxa intermédia de imposto a prestações de serviços de alimentação e bebidas, passando

a abranger bebidas que actualmente se encontram excluídas.

Sob condição de obtenção de decisão favorável por parte das instituições europeias competentes, fica ainda o

Governo autorizado a consagrar a obrigação de autoliquidação do imposto na transmissão de cortiça, madeira,

pinhas e pinhões com casca.

Concede-se ainda autorização legislativa ao Governo com vista à simplificação do cumprimento das obrigações

declarativas e de facturação por parte dos sujeitos passivos que desenvolvam as actividades de parques de

diversão e temáticos e outras actividades de diversão e recreativas.

Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) Sujeição a IMT na alienação de unidades de participação (artigo 2.º)

Propõe-se que passe a estar sujeita a IMT a outorga de procuração que confira poderes de alienação de unidades

de participação em fundos de investimento imobiliário fechados de subscrição particular, em que, por renúncia ao

direito de revogação ou cláusula de natureza semelhante, o representado deixe de poder revogar a procuração.

Caducidade do direito à liquidação (artigo 35.º)

Propõe-se o alargamento do prazo de caducidade do direito à liquidação de IMT, de 8 anos para 12 anos, nos casos

em que esteja em causa um sujeito passivo residente num país, território ou região sujeita a um regime fiscal

claramente mais favorável.

Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) Informação matricial (artigo 13.º-A)

Propõe-se que seja disponibilizada no Portal das Finanças a informação referente aos prédios averbados na matriz

predial em nome do sujeito passivo.

Prevê-se igualmente que, caso a matriz não reflicta a titularidade dos prédios que integram os bens comuns do

casal, devem os sujeitos passivos casados comunicar, até 15 de Fevereiro, a identificação dos mesmos, procedendo

a AT à actualização matricial com base nessa informação, com efeitos a partir de 1 de Janeiro desse mesmo ano.

Adicional ao Imposto Municipal sobre Imóveis (AIMI)

Regras de determinação do valor tributável (artigo 135.º-C)

Propõe-se que, para além do valor dos prédios que no ano anterior tenham estado isentos ou não sujeitos a

tributação em IMI, sejam igualmente excluídos do cálculo do valor tributável de AIMI:

o valor dos prédios que se destinem exclusivamente à construção de habitação social ou a custos controlados,

cujos titulares sejam cooperativas de habitação e construção ou associações de moradores;

o valor dos prédios ou partes de prédios urbanos cujos titulares sejam cooperativas de habitação e construção,

associações de moradores ou condomínios, quando o valor patrimonial tributário de cada prédio ou parte de

prédio não exceda 20 vezes o valor anual do IAS.

Propõe-se que as alterações acima referidas tenham natureza interpretativa.

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Sujeitos passivos casados ou em união de facto (artigo 135.º-D)

Prevê-se que a declaração conjunta, a apresentar pelos sujeitos passivos casados sob o regime de comunhão de

bens, sirva de base à actualização da matriz quanto à titularidade dos prédios.

Clarifica-se, ainda, que as opções pela tributação conjunta, efectuadas em 2017, serão válidas até ao exercício da

respectiva renúncia.

Prédios detidos por pessoas colectivas afectos a uso pessoal (artigo 135.º-F)

Propõe-se a obrigatoriedade de identificação, em anexo da declaração periódica de rendimentos Modelo 22, dos

prédios detidos por pessoas colectivas afectos a uso pessoal dos titulares do respectivo capital, dos membros dos

órgãos sociais ou de quaisquer órgãos de administração, direcção, gerência ou fiscalização ou dos respectivos

cônjuges, ascendentes e descendentes.

Liquidação e responsabilidade na opção pela tributação conjunta dos sujeitos passivos casados ou em união de

facto (artigo 135.º-G)

Prevê-se que os sujeitos passivos casados ou em união de facto que exerçam a opção pela tributação conjunta

sejam solidariamente responsáveis pelo pagamento do AIMI, sendo emitida uma única liquidação.

Correcção das opções (artigo 135.º-M)

Propõe-se que a opção pela tributação conjunta, no caso dos sujeitos passivos casados ou em união de facto, e a

opção pela não equiparação da herança a pessoa colectiva, passem a poder ser requeridas ou alteradas no prazo

de 120 dias a partir do termo do prazo para pagamento voluntário do imposto, produzindo-se os respectivos efeitos.

A entrega dessas declarações não permite, contudo, a ampliação dos prazos de reclamação graciosa, impugnação

judicial ou revisão do acto tributário que seriam aplicáveis na ausência dessa entrega.

Imposto do Selo

Encargo do imposto (artigo 3.º)

Propõe-se que, nos seguros de grupo contributivo, o encargo do imposto passe a recair sobre o segurado na

proporção do prémio que este suporte.

Competência para a liquidação (artigo 23.º)

Propõe-se que o prazo para a liquidação do imposto incidente sobre o valor líquido global dos organismos de

investimento colectivo abrangidos pelo artigo 22.º do EBF seja antecipado para o dia 20 do mês seguinte àquele em

que a obrigação tributária se tenha constituído (actualmente esse prazo corresponde ao final do mês seguinte).

Garantias (artigo 49.º)

Atenta a possibilidade de o pagamento do Imposto do Selo nas transmissões gratuitas poder ser efectuado em

prestações, propõe-se que passe a estar previsto que os prazos de reclamação e de impugnação do imposto se

contem a partir do termo do prazo para pagamento voluntário da primeira ou da única prestação do imposto.

Compensação do imposto (artigo 51.º)

Propõe-se que a possibilidade de compensação do imposto por parte dos sujeitos passivos em entregas seguintes,

em resultado da anulação da operação ou da redução do seu valor tributável em consequência de erro ou

invalidade, passe a aplicar-se à totalidade do imposto liquidado pelos sujeitos passivos, deixando de se encontrar

limitada às entregas seguintes da mesma natureza.

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Proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2018 9

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IRS | SS

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IMI

AIMI

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CFI

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ISV

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CPPT

RGIT

RCPITA

CPC

Outros

Por outro lado, propõe-se que a compensação do imposto possa ser efectuada no prazo de 2 anos contados a partir

da data em que o imposto se torna devido (actualmente esse prazo é de 1 ano).

Declaração mensal de Imposto do Selo (artigos 52.º-A e 56.º-A)

Propõe-se que os sujeitos passivos do Imposto do Selo passem a estar obrigados a apresentar uma declaração

mensal com a discriminação de um conjunto de informação relativa às operações e factos sujeitos a este imposto

(esta declaração terá de ser apresentada até ao dia 20 do mês seguinte àquele a que as operações e os factos

respeitem).

Crédito ao consumo (verba 17.2 da TGIS)

Propõe-se um agravamento da tributação em sede de Imposto do Selo pela utilização de crédito em virtude da sua

concessão no âmbito de contratos de crédito a consumidores abrangidos pelo Decreto-Lei n.º 133/2009, de 2 de

Junho, passando as taxas aplicáveis a ser as seguintes:

utilização de crédito por prazo inferior a um ano: 0,08% por mês ou fracção (actualmente 0,07%);

utilização de crédito por prazo igual ou superior a um ano: 1% (actualmente 0,9%); e,

utilização de crédito sob a forma de conta corrente, descoberto bancário ou qualquer outra forma em que o prazo

de utilização não seja determinado ou determinável, 0,08% por mês (actualmente 0,07%).

Importa salientar que as taxas acima referidas deverão ser objecto de agravamento em 50% até ao final de 2018,

em linha com o artigo 70.º-A do Código do Imposto do Selo, introduzido pelo Orçamento do Estado para 2016.

Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF)

Impedimento de reconhecimento do direito a benefícios fiscais (artigo 13.º)

Propõe-se a delimitação dos requisitos de aferição do incumprimento do pagamento de impostos e de contribuições

relativas ao sistema da segurança social, no que respeita a benefícios fiscais dependentes de reconhecimento.

Para efeitos de impostos sobre o rendimento, sobre a despesa ou sobre o património, os benefícios fiscais desta

natureza não podem ser concedidos quando, no final do ano civil anterior ao do pedido, o sujeito passivo tenha

deixado de efectuar o pagamento e a situação de incumprimento se mantenha no termo do prazo para o exercício

do direito de audição no âmbito do procedimento de concessão do benefício.

No que respeita a contribuições relativas ao sistema de segurança social, o momento relevante é aquele em que

ocorre a consulta da situação contributiva do sujeito passivo.

Extinção dos benefícios fiscais (artigo 14.º)

Propõe-se que, nas situações referentes ao incumprimento do pagamento de contribuições relativas ao sistema da

segurança social, seja relevante, para efeitos da aferição da potencial extinção de benefícios fiscais, a situação

existente no momento em que ocorra a consulta da situação contributiva.

Remuneração convencional do capital social (artigo 41.º-A)

Propõe-se o alargamento do âmbito de aplicação do regime da remuneração convencional do capital social às

conversões de créditos de qualquer natureza em capital (actualmente este regime é apenas aplicável às conversões

de suprimentos e outros créditos de sócios).

Assim, o regime que era aplicável no âmbito da constituição de sociedades ou do aumento do capital social às

entradas realizadas em dinheiro ou em espécie que resultassem da conversão de suprimentos ou de empréstimos

de sócios, passa também a ser aplicável às entradas em espécie resultantes da conversão de quaisquer outros

créditos, efectuadas após 1 de Janeiro de 2018 (ou do primeiro dia do período de tributação que se inicie após essa

data, quando este não coincida com o ano civil).

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Proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2018 10

IRC

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IMI

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Selo

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IEC

ISV

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CPC

Outros

Incentivos à recapitalização das empresas (artigo 43.º-B)

Propõe-se que os sujeitos passivos de IRS que detenham participações sociais em sociedades que se encontrem na

situação prevista no artigo 35.º do Código das Sociedades Comerciais (perda de metade do capital social) passem a

poder deduzir até 20% das entradas de capital realizadas em dinheiro a favor de tais sociedades:

ao montante bruto dos lucros distribuídos por essas sociedades; ou,

no caso de alienação das referidas participações, ao saldo apurado entre as mais-valias e as menos-valias

mobiliárias realizadas.

Esta dedução será considerada na determinação do rendimento tributável no ano da realização das entradas e nos

cinco anos seguintes.

Prédios ou partes de prédios afectos a lojas com história (artigo 44.º)

Propõe-se a criação de uma nova isenção de IMI para prédios ou parte de prédios afectos a lojas com história,

reconhecidos pelo município como estabelecimentos de interesse histórico e cultural ou social local e que integrem o

inventário nacional dos estabelecimentos desta natureza, nos termos previstos na Lei n.º 42/2017, de 14 de Junho.

Prédios urbanos objecto de reabilitação (artigo 45.º)

Propõe-se a reformulação dos benefícios fiscais em matéria de reabilitação urbana, nos seguintes termos:

Benefícios

isenção do IMI por um período de 3 anos, a contar do ano, inclusive, da conclusão das obras de reabilitação,

podendo ser renovado, a requerimento do proprietário, por mais 5 anos no caso de imóveis afectos a

arrendamento para habitação permanente ou a habitação própria e permanente;

isenção de IMT nas aquisições de imóveis destinados a intervenções de reabilitação, desde que o adquirente

inicie as respectivas obras no prazo máximo de 3 anos a contar da data de aquisição;

isenção de IMT na primeira transmissão, subsequente à intervenção de reabilitação, de imóvel a afectar a

arrendamento para habitação permanente ou, quando localizado em área de reabilitação urbana, também a

habitação própria e permanente;

tributação à taxa autónoma de 5% das mais-valias auferidas por sujeitos passivos de IRS residentes em território

português, sem prejuízo da opção pelo englobamento, decorrentes da primeira alienação, subsequente à

intervenção, de imóvel localizado em área de reabilitação urbana;

redução a metade das taxas devidas pela avaliação do estado de conservação do prédio.

Requisitos

Prevê-se que os referidos benefícios fiscais sejam aplicáveis aos prédios urbanos ou fracções autónomas

concluídos há mais de 30 anos ou localizados em áreas de reabilitação urbana, desde que preencham

cumulativamente as seguintes condições:

sejam objecto de intervenções de «reabilitação de edifícios» promovidas nos termos do Regime Jurídico da

Reabilitação Urbana, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 307/2009, de 23 de Outubro, ou do regime excepcional do

Decreto-Lei n.º 53/2014, de 8 de Abril;

em consequência das referidas intervenções, o respectivo estado de conservação esteja dois níveis acima do

anteriormente atribuído e tenha, no mínimo, um nível bom nos termos do disposto no Decreto-Lei n.º 266-B/2012,

de 31 de Dezembro;

sejam cumpridos os requisitos de eficiência energética e de qualidade térmica aplicáveis aos edifícios a que se

refere o artigo 30.º do Decreto-Lei n.º 118/2013, de 20 de Agosto, alterado pelo Decreto-Lei n.º 194/2015, de 14

de Setembro, sem prejuízo do disposto no artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 53/2014, de 8 de Abril.

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Proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2018 11

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Reconhecimento

Prevê-se que o reconhecimento da intervenção de reabilitação seja requerido conjuntamente com a comunicação

prévia ou com o pedido de licença da operação urbanística, cabendo à câmara municipal competente ou, se for o

caso, à entidade gestora da reabilitação urbana, comunicar este reconhecimento ao serviço de finanças da área da

situação do edifício ou fracção, no prazo máximo de 20 dias a contar da data da determinação do estado de

conservação resultante das obras ou da emissão da respectiva certificação energética, se esta for posterior.

Por fim, passa a estar previsto que, uma vez conferidas as isenções de IMI e de IMT acima referidas, a anulação das

liquidações destes impostos e as correspondentes restituições sejam efectuadas pelo serviço de finanças no prazo

máximo de 15 dias a contar da comunicação efectuada para efeitos de reconhecimento da intervenção de

reabilitação.

Incentivos fiscais à actividade silvícola (artigo 59.º-D)

Propõe-se que o incentivo fiscal previsto para as actividades silvícolas desenvolvidas por pessoas singulares (que

consiste na consideração de apenas 1/12 avos do rendimento para efeitos de determinação da taxa de IRS) passe a

aplicar-se também a rendimentos auferidos em resultado da prática de um acto isolado.

Incentivo fiscal à produção cinematográfica e audiovisual (artigos 59.º-F e 59.º-G)

Prevê-se o alargamento deste incentivo a projectos de produção pós-cinematográfica e audiovisual, passando a

abranger não apenas as obras cinematográficas destinadas a uma exploração inicial em salas de cinema

comerciais, mas também obras audiovisuais para difusão televisiva ou para exploração através de serviços de

comunicação audiovisual.

Estabelece-se o aumento do nível máximo de incentivo para 30% das despesas elegíveis (actualmente 25%) e a

redução do montante mínimo de despesas elegíveis por projecto de € 1 milhão para € 500 mil ou, no caso de

documentários, para € 250 mil.

É dada autorização ao Governo para revogar este regime fiscal, com vista à sua substituição por um incentivo em

regime de cash rebate.

Propõe-se, ainda, que os sujeitos passivos que beneficiem do incentivo à produção cinematográfica e audiovisual,

nos termos legalmente estabelecidos, se encontrem excluídos da sujeição a tributação autónoma prevista no n.º 3

do artigo 88.º do Código do IRC relativamente aos encargos que suportem com viaturas ligeiras de passageiros,

viaturas ligeiras de mercadorias referidas na alínea b) do n.º 1 do artigo 7.º do Código do Imposto sobre Veículos,

motos e motociclos, destinados a serem utilizados na produção cinematográfica e audiovisual.

Reorganização de empresas em resultado de operações de reestruturação ou de acordos de cooperação (artigo

60.º)

Propõe-se que os benefícios concedidos às empresas que exerçam, directamente e a título principal, uma actividade

económica de natureza agrícola, comercial, industrial ou de prestação de serviços, e que se reorganizem, em

resultado de operações de reestruturação ou acordos de cooperação (nomeadamente, isenção de IMT, Imposto do

Selo e emolumentos e outros encargos legais) deixem de estar dependentes de reconhecimento por parte do

membro do Governo responsável pela área das finanças, precedido de informação da AT a requerimento dos

interessados.

Não obstante, os elementos que, na redacção anterior, instruíam o referido requerimento, devem ser incluídos no

processo de documentação fiscal previsto no artigo 130.º do Código do IRC para efeitos de justificação e

comprovação dos pressupostos das isenções aplicadas.

Na sequência desta alteração, define-se que, nos casos em que a operação esteja sujeita a notificação nos termos

da Lei n.º 19/2012, de 8 de Maio, os benefícios só podem ser aplicados quando seja emitida decisão favorável por

parte da Autoridade da Concorrência.

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Proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2018 12

IRC

IRS | SS

IVA

IMT

IMI

AIMI

Selo

EBF

CFI

IEC

ISV

IUC

LGT

CPPT

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CPC

Outros

Por fim, prevê-se que a isenção de IMT concedida a empresas que se reorganizem nos termos da redacção desta

norma seja igualmente aplicável aos imóveis habitacionais necessários às operações de reestruturação ou aos

acordos de cooperação, desde que afectos à actividade exercida a título principal.

Deduções no âmbito de parcerias de títulos de impacto social (artigo 19.º-A)

Prevê-se que os fluxos financeiros prestados por investidores sociais no âmbito de parcerias de títulos de impacto

social (independentemente de serem ou não objecto de reembolso por não atingimento das metas contratualizadas)

sejam considerados gastos e perdas do período de tributação, em valor correspondente a 130% do respectivo total e

até ao limite de 8/1000 do volume de vendas ou de serviços prestados.

Para efeitos deste regime, os títulos de impacto social devem ser entendidos na acepção prevista na Resolução do

Conselho de Ministros n.º 73-A/2014, de 16 de Dezembro, alterada pela Resolução do Conselho de Ministros

n.º 74/2016, de 25 de Novembro.

Para este efeito, constituem investidores sociais as entidades privadas, públicas ou da economia social, com

objectivos filantrópicos ou comerciais, que contribuam com recursos financeiros para o desenvolvimento de uma

iniciativa de inovação e empreendedorismo social, com o objectivo de obtenção de impacto social.

Norma transitória no âmbito do EBF

Prevê-se que, no prazo de 180 dias a contar da data de entrada em vigor da Lei do Orçamento do Estado para

2018, o Governo apresente à Assembleia da República uma Proposta de Lei para a implementação das conclusões

que resultem do relatório sobre a avaliação quantitativa e qualitativa dos seguintes benefícios fiscais:

criação de emprego (artigo 19.º do EBF);

conta poupança-reformados (artigo 20.º do EBF);

planos de poupança em acções (artigo 26.º do EBF);

empréstimos externos e rendas de locação de equipamentos importados (artigo 28.º do EBF);

serviços financeiros de entidades públicas (artigo 29.º do EBF);

swaps e empréstimos de instituições financeiras não residentes (artigo 30.º do EBF);

depósitos de instituições de crédito não residentes (artigo 31.º do EBF);

prédios integrados em empreendimentos a que tenha sido atribuída a utilidade turística (artigo 47.º do EBF);

parques de estacionamento subterrâneos (artigo 50.º do EBF);

empresas armadoras da marinha mercante nacional (artigo 51.º do EBF);

comissões vitivinícolas regionais (artigo 52.º do EBF);

entidades gestoras de sistemas integrados de gestão de fluxos específicos de resíduos (artigo 53.º do EBF);

colectividades desportivas, de cultura e recreio (artigo 54.º do EBF);

deduções à colecta do IRS (artigo 63.º do EBF);

IVA – transmissões de bens e prestações de serviços a título gratuito (artigo 64.º do EBF).

Propõe-se, ainda, que a vigência dos benefícios acima identificados seja prorrogada até ao momento da entrada em

vigor do diploma que venha a ser aprovado na sequência daquele relatório.

Por fim, propõe-se que a não apresentação da referida Proposta de Lei dentro do prazo estabelecido determine a

caducidade dos referidos benefícios com efeitos a partir de 1 de Julho de 2018.

Mecenato Científico

Prevê-se a prorrogação do artigo 62.º-A (Mecenato Científico) pelo prazo de cinco anos.

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Proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2018 13

IRC

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CPC

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Mecenato Cultural

Propõe-se, ainda, que durante o mandato da Estrutura de Missão para as Comemorações do V Centenário da

Circum-Navegação comandada pelo navegador português Fernão de Magalhães (2019-2022), os donativos

atribuídos por pessoas singulares ou colectivas a favor da referida Estrutura de Missão beneficiem do regime

previsto no artigo 62.º-B do EBF (Mecenato Cultural).

Código Fiscal ao Investimento (CFI)

Dedução por lucros retidos e reinvestidos (artigo 29.º)

Propõe-se o aumento do montante máximo de lucros retidos e reinvestidos, em cada período de tributação, de € 5

milhões para € 7,5 milhões – com o consequente aumento do incentivo fiscal máximo para € 750 mil –, sendo

alargado o respectivo prazo de reinvestimento para 3 anos (actualmente 2 anos).

As micro e pequenas empresas passam a poder deduzir este crédito fiscal até à concorrência de 50% da colecta do

IRC, mantendo-se inalterado o limite de dedução para as médias empresas (25%).

Sistema de incentivos fiscais em investigação e desenvolvimento empresarial (SIFIDE) (artigos 37.º-A e 40.º)

Prevê-se a antecipação do prazo limite para entrega de candidaturas ao SIFIDE de Julho para Maio do ano seguinte

àquele a que respeitam as despesas de investigação e desenvolvimento, prevendo-se também uma autorização

para o Governo sujeitar o processo de avaliação dessas candidaturas ao pagamento de uma taxa.

As entidades beneficiárias deste incentivo fiscal passam a ter de comunicar, anualmente e no prazo de 2 meses

após o encerramento de cada exercício, os resultados das actividades de investigação e desenvolvimento apoiadas,

durante os 5 anos seguintes à aprovação do respectivo crédito fiscal.

O reconhecimento da idoneidade das entidades em matéria de investigação e desenvolvimento, bem como do

carácter de investigação e desenvolvimento dos projectos, cabe à Agência Nacional de Inovação. O reconhecimento

da idoneidade das entidades em matéria de investigação e desenvolvimento é válido por 8 exercícios; o

reconhecimento do carácter de investigação e desenvolvimento dos projectos é valido até ao encerramento dos

mesmos.

Impostos Especiais de Consumo (IECs)

Alimentos com elevado teor de sal (artigos 1.º, 3.º, 6.º, 62.º, 87.º-G a 87.º- J)

Propõe-se a tributação dos alimentos com elevado teor de sal, aplicável a bolachas e biscoitos pré-embalados, a

alimentos que integrem flocos de cereais e cereais prensados pré-embalados e a batatas fritas ou desidratadas

pré-embaladas e para alimentação nesse estado.

Estabelece-se uma isenção deste imposto para os produtos que tenham um teor de sal inferior a 1 grama por cada

100 gramas de produto.

Este imposto não incide, contudo, sobre os produtos adquiridos em outro Estado-Membro para uso pessoal e

transportados pelo próprio para território nacional. No caso da importação destes alimentos, quando contidos na

bagagem pessoal dos viajantes provenientes de países ou territórios terceiros, prevê-se a aplicação de uma isenção

até ao limite quantitativo de 5 quilogramas de produto acabado.

Propõe-se que a taxa de imposto seja de € 0,80 por quilograma, sendo a unidade tributável destes alimentos

constituída pelo número de quilogramas de produto acabado.

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Proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2018 14

14

IRC

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CPC

Outros

Esta alteração produz efeitos a partir de 1 de Fevereiro de 2018. Assim, os comercializadores de alimentos com

elevado teor de sal que, a 1 de Fevereiro de 2018, detenham no seu estabelecimento produtos desta natureza,

devem contabilizar e comunicar à AT as respectivas quantidades, dispondo até 31 de Março para a sua

comercialização a consumidores finais, prazo findo o qual o imposto se torna exigível.

Aditamento ao Código dos IEC (artigo 10.º-A)

Prevê-se que as introduções no consumo efectuadas num determinado mês passem a ser tributadas de forma

globalizada no mês seguinte numa única liquidação, exceptuando os casos da electricidade e do gás natural, cuja

liquidação passa a ser realizada no mês seguinte ao do prazo de processamento da correspondente Declaração

Electrónica de Introdução no Consumo – e-DIC –, que deve ser processada com periodicidade mensal até ao 5.º dia

útil do segundo mês seguinte.

Liquidação e pagamento do imposto (artigos 11.º e 12.º)

Prevê-se que os sujeitos passivos sejam notificados da liquidação do imposto, até ao dia 15 do mês da globalização,

por via electrónica, através de mensagem na plataforma dos IEC no portal da AT. Esta notificação considera-se

efectuada no 5.º posterior à sua disponibilização. No entanto, mantem-se a notificação por via postal simples (até ao

dia 20 da globalização), sempre que não seja possível efectuar a notificação por via electrónica.

No caso dos sujeitos passivos que não detenham nenhum dos estatutos previstos no Código dos IEC, são

notificados da liquidação de imposto por via postal simples para o seu domicílio fiscal.

Propõe-se que nos casos de introdução no consumo globalizados o pagamento do imposto seja efectuado até ao

último dia útil do mês em que foi notificada a liquidação, e nas restantes situações até ao 15.º dia após a notificação

da liquidação.

Imposto sobre o álcool, as bebidas alcoólicas e as bebidas adicionadas de açúcar ou outros edulcorantes (“IABA”) –

(artigos 71.º, 73.º, 74.º, 76.º, 78.º, 87.º-C)

Prevê-se o aumento de 1,40% no IABA sobre a cerveja, outras bebidas fermentadas, tranquilas e espumantes,

produtos intermédios, bebidas espirituosas e bebidas não alcoólicas. Relativamente às bebidas não alcoólicas com

teor de açúcar inferior a 80g/lt, é proposto que o mencionado aumento só entre em vigor em 1 de Julho de 2018.

Adicionalmente, é proposta a alteração da forma de cálculo das taxas aplicáveis aos concentrados, passando as

mesmas a ser calculadas tendo em conta as quantidades do próprio concentrado.

Imposto sobre os Produtos Petrolíferos e Energéticos (“ISP”) (artigos 89.º, 92.º e 93.º)

Propõe-se o aumento de 1,40% da taxa aplicável ao metano, aos gases de petróleo usados como carburante e ao

gás natural usado como combustível, prevendo-se a diminuição para € 1,15/GJ da aplicável ao gás natural usado

como carburante.

Mantém-se o adicional às taxas do ISP para a gasolina, bem como para o gasóleo rodoviário e gasóleo colorido e

marcado.

Imposto sobre o Tabaco (artigos 103.º, 104.º, 104.º-A e 114.º)

Prevê-se o aumento de 1,40% da taxa do elemento específico dos cigarros, com uma diminuição da taxa do

elemento ad valorem de 6,25%. Relativamente aos tabacos de fumar, rapé, tabaco de mascar e tabaco aquecido,

prevê-se, igualmente, uma diminuição da taxa do elemento ad valorem para 15%. Contudo, o limite mínimo de

imposto a aplicar nestes produtos sofre um agravamento de 1,2%. Está previsto, ainda, o aumento em 1,40% do

imposto aplicável por milheiro aos charutos e cigarrilhas.

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Proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2018 15

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CPC

Outros

Imposto sobre Veículos (ISV)

Prevê-se o aumento generalizado das taxas aplicadas às componentes cilindrada e ambiental, resultando num

aumento de cerca de 1,40% no ISV, para veículos automóveis e motociclos, triciclos e quadriciclos.

Propõe-se o alargamento do prazo para apresentação do pedido de reconhecimento da isenção do imposto por

transferência de residência para 12 meses.

Prevê-se a flexibilização das condições materiais e formais de acesso ao regime de isenção de ISV aplicado à

introdução de viaturas em território nacional no âmbito da transferência de residência de outro Estado-Membro ou

país terceiro.

Imposto Único de Circulação (IUC)

Prevê-se um aumento generalizado de 1,40% do IUC, mantendo-se a contribuição adicional de IUC nos veículos a

gasóleo enquadráveis nas categorias A (automóvel ligeiro de passageiros) e B (automóveis ligeiros de utilização

mista).

Propõe-se a manutenção do adicional ao IUC sobre os veículos a gasóleo enquadráveis nas categorias A e B.

Lei Geral Tributária (LGT)

Transmissão dos créditos e obrigações tributárias (artigo 29.º)

Não obstante a regra de intransmissibilidade de créditos tributários, propõe-se que passe a ser possível o

pagamento de um crédito resultante de actos de liquidação de imposto a pessoa diferente do sujeito passivo desde

que este expressamente o autorize, mediante requerimento a efectuar à AT, sem prejuízo dos mecanismos de

cobrança e de constituição de garantias previstos na lei.

Repetição do procedimento de inspecção externo (artigo 63.º)

Prevê-se o alargamento da possibilidade de procedimento externo de fiscalização relativamente ao mesmo sujeito

passivo, imposto e período de tributação, no caso de o mesmo apenas visar a consulta, ou a recolha de documentos

ou elementos.

Informações relativas a operações financeiras (artigo 63.º-A)

Prevê-se que seja antecipado do final do mês de Julho para o final do mês de Março, o prazo para a comunicação à

AT, pelas instituições de crédito, as sociedades financeiras e as demais entidades que prestem serviços de

pagamento, das transferências e envio de fundos que tenham como destinatário entidade localizada em país,

território ou região com regime de tributação privilegiada mais favorável.

Passa igualmente a estar estabelecido que a obrigação de entrega da correspondente declaração (Modelo 38)

subsiste mesmo que não tenham ocorrido transferências ou envio de fundos abrangidos por esta obrigação de

comunicação.

Acesso a informações e documentos bancários (artigo 63.º-B)

Prevê-se que passe a constituir fundamento da derrogação do sigilo bancário, em sede de procedimento

administrativo de inspecção tributária, a comunicação de operações suspeitas, remetidas à AT, pelo Departamento

Central de Investigação e Acção Penal da Procuradoria-Geral da República (“DCIAP”) e pela Unidade de Informação

Financeira (“UIF”), no âmbito da legislação relativa à prevenção e repressão do branqueamento de capitais e

financiamento do terrorismo.

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Proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2018 16

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Código de Procedimento e de Processo Tributário (CPPT)

Tributos administrados por autarquias locais - Competência para a cobrança coerciva (artigo 7.º do Decreto-Lei

n.º 433/99, de 26 de Outubro)

Propõe-se que passe a ser possível, mediante a celebração de protocolo, a cobrança coerciva de tributos

administrados pelas Freguesias por parte dos Municípios a cuja área pertençam.

Actos processuais e tramitação do processo tributário (artigo 97.º)

Propõe-se que os actos processuais, incluindo os actos das partes que devam ser praticados por escrito, as

notificações entre mandatários, entre estes e os representantes da Fazenda Pública, e as notificações aos

representantes da Fazenda Pública e ao Ministério Público, bem como a tramitação do processo judicial tributário,

passem a ser efectuados nos termos previstos para os processos nos tribunais administrativos, ou seja,

preferencialmente por via electrónica.

Relativamente ao processo de execução fiscal, a prática de actos e tramitação por via electrónica é aplicável

somente a partir da recepção dos autos em tribunal.

Dispensa de prestação de garantia (artigo 198.º)

Prevê-se que passe a dispensar-se a prestação de garantia, mantendo-se o efeito suspensivo da execução fiscal e a

situação tributária regularizada, relativamente a quaisquer dívidas em execução fiscal de valor inferior a € 5.000,

para pessoas singulares, ou de € 10.000, para pessoas colectivas (anteriormente a dispensa de prestação de

garantia estava apenas prevista relativamente a dívidas fiscais).

Regime Geral das Infracções Tributárias (RGIT)

Qualificação de crimes aduaneiros – por importação ou exportação de mercadoria condicionada (artigo 97.º)

Propõe-se que os crimes aduaneiros passem também a ser qualificados (i.e. com pena de prisão e multa agravada)

quando se verifique que a mercadoria objecto da infracção for de importação ou de exportação condicionada em

cumprimento de medidas restritivas internacionais.

Contra-ordenações aduaneiras – descaminho por falta de declaração (artigo 108.º)

Prevê-se o agravamento do limite mínimo de € 250 para € 1.000 da coima prevista para o incumprimento do dever

legal de declaração à entrada ou à saída do território nacional, de montante de dinheiro líquido, tal como definido na

legislação comunitária e nacional, igual ou superior a € 10.000, transportado por viagem.

Contra-ordenações aduaneiras – incumprimento do dever de comunicação de informações prévias legalmente

exigíveis (artigo 108.º)

Propõe-se que passe a ser punível com coima variável entre € 1.000 e € 165.000 a violação da obrigação de

comunicar à AT as informações prévias legalmente exigíveis, à chegada ou à partida das mercadorias, em

cumprimento de medidas restritivas internacionais.

Contra-ordenações aduaneiras – introdução irregular no consumo (artigo 109.º)

Prevê-se que passe a ser punível com coima variável entre € 250 e € 165.000 quem não dispuser ou não cumprir as

exigências legais de registo contabilístico especialmente previstas para os beneficiários de isenções.

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IRC

IRS

IVA

IMI

IMT

Selo

EBF

IEC

ISV

IUC

LGT

CPPT

Outros

Proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2018 17

17

IRC

IRS | SS

IVA

IMT

IMI

AIMI

Selo

EBF

CFI

IEC

ISV

IUC

LGT

CPPT

RGIT

RCPITA

CPC

Outros

Contra-ordenações fiscais – falta de apresentação ou apresentação fora de prazo de informações relativas a

operações financeiras (artigo 116.º)

Propõe-se que a falta de apresentação, ou apresentação fora de prazo, por parte de instituições de crédito e

sociedades financeiras à AT, da declaração respeitante à comunicação das transferências e envios de fundos que

tenham como destinatário uma entidade localizada em país, território ou região com regime de tributação

privilegiada mais favorável (Declaração de Operações Transfronteiriças Modelo 38, aprovada pela Portaria

n.º 191/2017, de 16 de Junho), passe a ser punível com coima variável entre € 250 e € 5.000.

Contra-ordenações fiscais – Não organização da contabilidade de harmonia com as regras de normalização

contabilística e atrasos na sua execução (artigo 121.º)

Prevê-se o agravamento, de € 250 para € 500, do limite mínimo da coima prevista relativamente à não organização

da contabilidade de harmonia com as regras de normalização contabilística.

Propõem-se, ainda, novos limites mínimo (€ 250) e máximo (€ 5.000) da coima relativa ao atraso na execução da

contabilidade, na escrituração de livros ou na elaboração de outros elementos de escrita, ou de registos, por período

superior ao previsto na lei fiscal.

Adicionalmente, passa a ser punível com coima variável entre € 250 e € 5.000 a produção pelo sujeito passivo do

ficheiro normalizado de exportação de dados (SAF-T) sem observância do modelo de estrutura de dados legalmente

previsto.

Regime Complementar do Procedimento de Inspecção Tributária e Aduaneira (RCPITA)

Prorrogação do prazo do procedimento de inspecção (artigo 36.º)

Prevê-se que o prazo para conclusão do procedimento inspectivo possa ser ampliado por mais dois períodos de três

meses quando seja necessário realizar novas diligências em virtude da apresentação, por parte do sujeito passivo,

de factos novos no âmbito do exercício do direito de audição prévia.

Notificação da nota de diligência (artigo 61.º)

Propõe-se que, nos casos em que exista audição prévia, a notificação da nota de diligência passe a ser efectuada

após a análise e verificação dos factos invocados pelo sujeito passivo.

Código de Processo Civil (CPC)

Impenhorabilidade de rendimentos empresariais e profissionais da Categoria B (artigo 738.º e 773.º)

Prevê-se um regime de impenhorabilidade de dois terços da parte líquida dos rendimentos empresariais e

profissionais da Categoria B do IRS, cuja aplicação depende da inexistência de vencimentos, salários, prestações

periódicas pagas a título de aposentação ou de qualquer outra regalia social, seguro, indemnização por acidente,

renda vitalícia, ou prestações de qualquer natureza que assegurem a subsistência do executado no mês a que se

refere a apreensão, e de opção do executado exercida por via electrónica no Portal das Finanças.

Outros

Regime de cobrança e dos reembolsos do IRS e do IRC – pagamentos em prestações

Propõe-se que o pedido para o pagamento em prestações de dívidas de IRS e de IRC passe a ter de ser

apresentado até à data limite de pagamento da respectiva nota de cobrança (actualmente este pedido ocorre após o

decurso do período do pagamento voluntário e antes da instauração do processo de execução fiscal).

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Proposta de Lei do Orçamento do Estado para 2018 18

18

IRC

IRS

IVA

IMI

IMT

Selo

EBF

IEC

ISV

IUC

LGT

CPPT

Outros

IRC

IRS | SS

IVA

IMT

IMI

AIMI

Selo

EBF

CFI

IEC

ISV

IUC

LGT

CPPT

RGIT

RCPITA

CPC

Outros

Fiscalidade Verde

Prevê-se que os operadores económicos adoptem, no âmbito das medidas complementares no domínio do consumo

sustentável de sacos de plástico, a disponibilização, aos consumidores finais, na entrega de produtos ao domicílio,

de embalagens de serviço reutilizáveis.

Adicionalmente, com vista a promover a descarbonização da sociedade, propõe-se a criação de dois grupos de

trabalho com o objectivo de avaliar algumas medidas da fiscalidade verde, como por exemplo promover uma análise

da fiscalidade que incide sobre a energia, visando propor, entre outros, a revitalização da taxa de carbono.

Contribuição para o audiovisual

Propõe-se a manutenção em 2018 do valor da contribuição mensal para financiamento do serviço público de

radiodifusão e de televisão.

Contribuição sobre o sector bancário

À semelhança de anos anteriores, prevê-se que a contribuição sobre o sector bancário se mantenha em vigor

durante o ano de 2018.

Contribuição extraordinária sobre o sector energético

Propõe-se a manutenção, em 2018, da Contribuição Extraordinária sobre o Sector Energético, nos mesmos termos

aplicáveis com referência ao ano de 2017.

Contribuição extraordinária sobre a indústria farmacêutica

Propõe-se também a manutenção, em 2018, da contribuição extraordinária sobre a indústria farmacêutica.

Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas (CIRE)

Propõe-se que a isenção de IRS e IRC prevista no artigo 268.º do CIRE passe a abranger os rendimentos e ganhos

apurados, bem como as variações patrimoniais positivas não reflectidas no resultado líquido, resultantes da dação

em cumprimento de direitos do devedor, pela cessão de direitos dos credores, pela venda de bens e direitos, bem

como por processo de insolvência que prossiga para liquidação.

Prevê-se, ainda, que passe a estar abrangida pela isenção de Imposto do Selo prevista no artigo 269.º do CIRE a

constituição ou prorrogação de garantias.

Autorização legislativa – Programa de arrendamento acessível

Prevê-se que o Governo fique autorizado a criar um benefício fiscal relacionado com o programa de arrendamento

acessível, nos seguintes termos:

possibilidade de os sujeitos passivos de IRS e de IRC que adiram ao programa de arrendamento acessível

beneficiarem de isenção relativamente aos rendimentos prediais decorrentes do arrendamento de imóveis ou

fracções no âmbito desse programa;

possibilidade de os sujeitos passivos de IRS e de IRC beneficiarem de taxas liberatórias diferenciadas aplicáveis

aos rendimentos prediais decorrentes de contratos de arrendamento habitacional de longa duração.

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Contactos

Luís Magalhães

Head of Tax

[email protected]

Jorge Taínha

Personal Tax

[email protected]

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