proposta de grupo de trabalho (gt) (anpepp) · alterações psíquicas, ... que fragilizam as...
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Proposta de Grupo de Trabalho (GT)
XVI Simpósio da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia
(ANPEPP)
Denominação do GT: Psicossociologia do Trabalho
Nome do coordenador e afiliação institucional: Livia de Oliveira Borges, Universidade
Federal de Minas Gerais
Nome do Vice-coordenador e afiliação institucional: Liliana Magalhães Guimarães,
Universidade Católica Dom Bosco (UCDB-MS)
Participantes:
1. Andrea Pujol, Universidad Nacional de Córdoba (UNC, Argentina)
2. Antônio Alves Filho, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
3. Antônio Caubi Tupinambás, Universidade Federal do Ceará (UFC)
4. Elisa Ansoleaga, Universidad Diego Portales (UDP, Chile)
5. Fernanda Tarabal Lopes, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
6. IôneVasques-Menezes, Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO)
7. Liliana Andolpho Magalhães Guimarães, Universidade Católica Dom Bosco (UCDB)
8. Livia de Oliveira Borges, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), (PQ-1B)
9. Maria Claudia Peralta Gomez - Universidad de La Sabana (Colombia).
10. Maria Luiza Gava Schmidt, Universidade Estadual Paulista (UNESP)
11. Maria Teresa Pires Costa, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), pós-
doutoranda na UEPB (orientação da Profa. Silvânia Barbosa)
12. Marcos Ricardo Datti Micheletto, Universidade Estadual Paulista (UNESP)
13. Sergio Roberto de Lucca, Universidade de Campinas (UNICAMP)
14. Silvânia da Cruz Barbosa, Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)
15. Vanessa Andrade Barros, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), (PQ-2)
Participantes-Ouvintes
16. Bruno Arantes, Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG)
17. Fabiana Goulart de Oliveira, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), doutoranda
sob a orientação de Profa. Vanessa Barros
18. Javier Labarthe Carrara, Universidad Católica del Uruguay (UCU), doutorando.
Resumo
Estamos propondo a criação de um grupo de trabalho focalizado nos temas da
perspectiva da Psicossociologia do Trabalho. Trabalharemos no próximo biênio orientando-
nos por dois objetivos: a) Planejar ações tendo em vista a melhoria da formação do psicólogo
do trabalho e das organizações que abranjam adequadamente o ensino da Psicossociologia do
Trabalho; b) Planejar publicações conjuntas que deem visibilidade a temas, como saúde
mental e trabalho, exclusão e inclusão social pelo trabalho, violência e condições
contemporâneas de trabalho, bem como políticas de trabalho/emprego. Tendo em vista a
consecução dos mesmos, o nosso grupo de trabalho já está iniciando a elaboração de um livro
específico voltado para a educação superior.
Abstract
We are proposing to create of a working group, focusing the themes from working
psychossociological perspective. In the next biennium, we aim to work following the
objectives: a) planning actions to improve the formation of work and organizational
psychologist by suitable breadth of working psychossociology; b) planning partnerships to
publish and amplify the visibility of themes, as mental health and work, social exclusion and
inclusion by work, violence and contemporary working conditions, and work/job politics.
Considering these objectives, we are already beginning to elaborate a specific book to
superior education.
Resumen
Estamos proponiendo crear un grupo de trabajo, focalizando los temas de la
perspectiva psicosociológica del trabajo. Trabajaremos en el próximo bienio, nos orientando
por dos objetivos: a) Planear acciones para la mejoría de la formación del psicólogo del
trabajo y de las organizaciones que abarquen adecuadamente la enseñanza de la
psicosociología del trabajo; b) planear pacerías publicar e dar visibilidad a temas, como la
salud mental y trabajo, exclusión e inclusión social por el trabajo, violencia y condiciones
contemporáneas de trabajo así como políticas de trabajo y empleo. Mirando la consecución de
tales objetivos, nuestro grupo ya está empezando la elaboración de un libro específico para
educación superior.
Histórico do GT
O mundo do trabalho tem vivenciando há algumas décadas mudanças como as
referentes à adoção de: tecnologias de informação e comunicação (TICs), novos modelos de
gestão e de organização do trabalho, novos e distintos vínculos contratuais e/ou formas de
contratação no emprego, assim como de distintos regimes e jornadas de trabalho (Antunes,
2010a; Blanch, 2003; Castells, 1999; Coriat, 1993, Espuny & Gala, 2003; Gautié, 2004; Leite,
1995; Mattoso, 1995; Stecher, 2014). De um lado as novas tecnologias e modos de gestão e
organização do trabalho têm alimentado expectativas em relação à promoção das condições
de trabalho e ampliação do prazer e bem-estar no trabalho; de outro, as experiências concretas
das pessoas, as pesquisas e as estatísticas têm apontando a instalação de processo de
precarização nas relações de trabalho (p. ex., Antunes, 2010b; Mattoso, 1995; Standing,
2013), crescente fragmentação na organização trabalhista diminuindo o poder de barganha
dos trabalhadores (p. ex., Araújo, Cartoni, & Justo, 2011; Castel, 2008; Castells, 1999; Lieptz,
1991; Ransome, 1996), prevalências de diversos tipos de violência no trabalho (desde
incivilidades, ao assédio moral e à adoção de práticas análogas ao trabalho escravo) (p. ex.,
Aquino & Thau, 2009; Castillo & Cubillos, 2012; Ansoleaga, Díaz, Mauro, & Toro, 2015) e
de endemias de sofrimentos e adoecimentos psíquicos que têm levado até mesmo ao suicídio,
às vezes no local de trabalho (p. ex., Berenchtein Netto, 2011; Barreto & Venco, 2011). Tais
tendências podem parecer opostas, mas, na prática não tem se mostrado como
necessariamente excludentes. Pesquisas antecedentes (p. ex., Borges & Barbosa, 2007;
Borges, Moulin, & Araújo, 2001; Codo, 1999; Costa, Borges, & Barros, 2015; Lima, 2004;
Olivares-Faúndez & Gil-Monte, 2015) têm demonstrado, entretanto, que endemias de
alterações psíquicas, formas de violência no trabalho, discriminações, exclusões e outras
formas de sofrimento humano variam segundo critérios como ocupações, gênero situação de
emprego/desemprego entre outros, sinalizando que a complexidade do mundo do trabalho.
Entendendo o mundo do trabalho por este caminho, reconhecemos que é atravessado pelos
movimentos de inclusão e exclusão social, que, por sua vez, estão relacionados a movimentos
que recriam, na atualidade, discriminações e desfiliações sociais (Castells, 1999).
Adicionalmente, Castells (2005) acrescenta que vivemos em uma sociedade em rede,
apesar de nem todos e nem todas as coisas estarem incluídas nas redes. Assim, do ponto de
vista político, a questão-chave é: como proceder para maximizar as possibilidades de cumprir
os projetos individuais e coletivos expressos pelas necessidades sociais e pelos valores, em
novas condições estruturais?
Tal contexto do mundo do trabalho e sua complexidade são férteis na criação de
demandas sociais; fatos esses que se representam internacionalmente na atuação da
Organização Internacional do Trabalho (OIT, 2003) que tem sinalizado problemas
persistentes e cobrado das diferentes nações a efetivação dos direitos do trabalho e a
promoção da qualidade de vida e do trabalho decente. De fato, o crescimento das
preocupações relativas ao trabalho na contemporaneidade aparece nos debates públicos e na
vida cotidiana dos trabalhadores e dizem respeito às transformações das condições de trabalho
que fragilizam as organizações e movimentos dos trabalhadores, às diferentes formas de
exploração e de alienação no trabalho, ao sofrimento e adoecimento, assim como às
dificuldades crescentes para encontrar um emprego e o manter diante das exigências do
mercado, das organizações e da própria atividade.
Tais transformações do mundo do trabalho também são observadas no setor público,
em que as consequências para o trabalhador não raramente vêm sendo negligenciadas e
secundarizadas, ao mesmo tempo em que são agravadas com cobranças (veladas ou não) de
um desempenho profissional guiado para gerar resultados facilmente mensuráveis em
conformidade exclusivamente a objetivos organizacionais. A gestão pública segue o modelo
da reforma gerencialista com ênfase na flexibilização das ações governamentais. Esse modelo
pressupõe novas atitudes dos servidores públicos, exigindo desses compromissos com
resultados, que impacte positivamente na sociedade. Entretanto, tais exigências nem sempre
são acompanhadas de melhorias nas condições de trabalho e têm ocasionado elevado nível de
estresse e seus consequentes, além de criar um clima organizacional desfavorável, afetando a
motivação para o trabalho, bem como a saúde física e psíquica do servidor público e
ampliando práticas de violência no trabalho. Tudo isso é contraditório aos princípios da
declaração de direitos humanos básicos, ao conceito de trabalho decente da OIT e outros
movimentos da sociedade contemporânea que buscam mais respeito pela diversidade humana.
Tais contradições, entre outros aspectos, são tomados aqui como indicadores que a adoção de
uma perspectiva psicossociológica poderá contribuir sobremaneira para ampliação do
conhecimento e possibilidades de ação no setor público.
Observamos que a Psicologia do Trabalho e das Organizações está atenta e é
perpassada por tais preocupações. Ademais, seu campo do saber e de atuação profissional
vem crescendo no país em vários aspectos, como: produção científica, criação de entidade
científica (SBPOT), realização de congressos periódicos e sistemáticos, ampliação da
presença na pós-graduação da Psicologia, surgimento e consolidação de revistas científicas
específicas, demanda por estágios na graduação, inserção em campos institucionais como as
prisões, articulação com políticas públicas, etc. Tal crescimento nacional, em parte, reflete o
fortalecimento do campo no âmbito internacional, do que destacamos, a título de exemplos, a
recente criação da revista Organizational Psychology Review em 2011 e da Rede
Iberoamericana de Psicologia Organizacional e do Trabalho em 2009. Esta rede vem
organizando congressos bianuais (CIAPOT), tendo sido o último em Santiago. Nossa
compreensão, como um grupo de pesquisadores inseridos no campo do conhecimento, é que
precisamos não somente seguir desenvolvendo meios de crescimento da produção científica,
mas devemos nos pautar pela necessidade de construir respostas às demandas sociais oriundas
nas transformações e exigências do mundo do trabalho, formal e informal. Em consonância,
Castell (2005) afirma que, uma sociedade em rede não é o futuro que devemos alcançar como
o próximo estágio do progresso humano. É a nossa sociedade, em diferentes graus, e com
diferentes formas dependendo dos países e das culturas. Qualquer política, estratégia, projeto
humano, tem que partir desta base. Não é o nosso destino, mas o nosso ponto de partida para
qualquer que seja o «nosso» caminho como grupo.
Assumimos o pressuposto que o trabalho tem um papel estruturante na vida das
pessoas e da sociedade e, por consequência, as transformações referidas anteriormente afetam
a experiência social (coletiva e de seus membros) e/ou a construção de identidades sociais.
Implica a necessidade de recorrer à construção de saberes e práticas profissionais
interdisciplinares.
Compreender tais fenômenos exige o reconhecimento de que são atravessados
simultaneamente por microprocessos, como os de subjetivação e objetivação, as
singularizações e a construção de significados e sentidos, e macroprocessos como as
dinâmicas e estruturas das sociedades (democratas ou não), das organizações e instituições.
Por isso, nosso GT surgiu com o intuito de criar um espaço em que possamos aprofundar as
discussões e reflexões sobre o universo do trabalho na perspectiva da psicossociologia do
trabalho.
Referimo-nos a uma perspectiva que busca precisar suas orientações teóricas e
metodológicas na centralidade da atividade no desenvolvimento do sujeito e da sociedade,
entendendo que o trabalho é a cena em que entra em jogo simultânea e dialeticamente a
relação consigo, com o outro e com o real. Assim, além das análises críticas sobre os efeitos
deletérios da economia, pensar em possibilidades de transformação das situações de trabalho
com vistas a promover saúde, segurança e bem-estar dos trabalhadores (ou, no mínimo,
reduzir os danos à vida humana) e a ampliar a consciência do trabalhador sobre o mundo do
trabalho que vivencia é princípio norteador de nossa proposta (Hamraoui, 2014; Lhuilier,
2014).
Consideramos que ao longo dos anos os contatos, intercâmbios e experiências
compartilhadas (em forma de publicações, participações em congresso e outros eventos
acadêmicos, participação em comissões de avaliação de alunos de Pós-graduação stricto sensu
(bancas), etc.) entre os membros do GT, dois a dois ou em pequenos subgrupos, se pautaram
entre outros aspectos por esta visão do mundo do trabalho. Alguns dos participantes
brasileiros mais experientes desta proposta de GT atuaram em simpósios anteriores em outros
grupos de trabalho da ANPEPP. Outros participantes têm atuação mais recente no sistema de
pós-graduação brasileiro, são estrangeiros e/ou são da pós-graduação de outras áreas
(Sociologia, Saúde Coletiva e Gestão Pública) e iniciarão sua participação na ANPEPP.
Parcerias entre subgrupos e em duplas do GT (em proposição) já vinham se consolidando,
tendência que se concretizou em produções conjuntas que serão listadas na seção específica
adiante. Na categoria de ouvinte, estamos contando com a participação de um recém-doutor e
dois doutorandos.
Relatório de atividades realizadas pelo GT no biênio
Não se aplica
Objetivos para o XVI Simpósio
Em adição a visão do mundo do trabalho que nos referimos na seção, Histórico do
Grupo, consideramos que há o crescimento do ensino superior e dificuldades na formação do
psicólogo. Não há como gerar respostas criativas e inovadoras, sem que, no ambiente
acadêmico, se propiciem condições para a reflexão adequada do mundo do trabalho e seus
atravessamentos pelas políticas públicas e fenômenos sociopsíquicos. Então, propusemos os
seguintes objetivos para o próximo biênio:
Planejar ações tendo em vista a melhoria da formação do psicólogo do trabalho e das
organizações que abranjam adequadamente o ensino da Psicossociologia do Trabalho.
Planejar publicações conjuntas que deem visibilidade a temas, como: saúde mental e
trabalho, exclusão e inclusão social pelo trabalho, violência e condições contemporâneas
de trabalho, bem como políticas de trabalho/emprego.
Norteados por esses objetivos e tendo em vista podermos desde já contar com uma
ação em curso, programamos a preparação de um livro texto a ser usado pela graduação sobre
“Psicossociologia do Trabalho: temas contemporâneos”, cuja estrutura preliminar se
discrimina na Tabela 1. Serão, então, metas para o próximo simpósio: a) a produção da
primeira minuta de cada capítulo até um mês antes do simpósio, tendo em vista a distribuição
dos capítulos entre os participantes que no simpósio irão, então, discutir tais minutas tendo em
vista a produção qualificada e coletiva do texto como um todo; b) avaliar, discutir e
reorganizar a estrutura geral do livro.
Tabela 1
Estrutura preliminar do livro Título do livro: Psicossociologia do Trabalho: temas contemporâneos
Capítulos Autores
Parte I: Introdução
Capítulo 1. Psicossociologia do trabalho: abordagem ou abordagens?
Caracteriza tais abordagens a partir dos seus pressupostos epistemológicos e
suas raízes históricas. Trata a conexão entre produzir conhecimento e atuar
profissionalmente aos olhos destas abordagens. Identifica os desafios que
lhes são postos pelas mudanças sócio-históricas do mundo do trabalho.
Livia Borges e Vanessa Barros
Parte II: Fenômenos psicossociológicos e o mundo do trabalho
Capítulo 2. Contemporaneidade, identidades fragmentadas e o papel
ontológico do trabalho. Apresenta as razões pelas quais a compreensão do
homem requer uma compreensão de como se relaciona e vive o trabalho.
Diferencia conceitos como centralidade do trabalho, seu papel ontológico e
estruturante. Significados e sentido no trabalho.
Livia Borges, Cláudia Peralta,
Maria Luiza Schmidt & Marcos
R. D. Micheletto
Capítulo 3. Motivação: um processo psicossociológico ou um atributo
psíquico? Análise do conceito de motivação. As fontes da motivação e
bases da motivação. Motivação, condições de trabalho e conjuntura social.
Antônio Alves-Filho e Teresa
Pires Costa
Capítulo 4. Violência no trabalho. Conceitos. Práticas violentas. Aspectos
estruturais da violência. Precarização e violência. O papel das políticas
públicas. Enfrentamentos possíveis.
Elisa Ansoleaga & Livia Borges
Capítulo 5. Inclusão e exclusão no e pelo trabalho. O dinamismo do
movimento de incluir e excluir como inerentes ao sistema capitalista.
Importância e limites das políticas de inclusão. Democracia e inclusão. A
diversidade humana e os mecanismos de exclusão social.
Ione Vasquez, Antônio Alves-
Filho e Antônio Caubi
Tupinambás
Capítulo 6. Terceirização: as custas da precarização das condições de
trabalho? Da origem conceitual a realidade prática da terceirização. O que
se ganha e o que se perde. Terceirização e precarização do trabalho
Ione Vasquez e Silvânia Barbosa
Capítulo 7. Considerações sobre as noções de trabalho sujo e trabalho
marginal. Diferenciar as categorias de trabalho sujo e marginal. A vivência
concreta desses trabalhos. Como constroem e descontroem identidades.
Relação com as políticas e dinamismos de exclusão e inclusão social.
Vanessa Barros & Fabiana
Oliveira
Capítulo 8. Trabalho e criatividade. As dimensões criativas do trabalho.
Criatividade, identidades e a vida do trabalhador.
Andrea Pujol & Vanessa Barros
Capítulo 9. Empreendedorismo: uma saída, uma obrigação ou um
engodo? Análise crítica do conceito de empreendedorismo frente a
características de um sistema capitalista. O empreendedorismo na prática.
Antônio Caubi Tupinambás
Capítulo 10. Economia solidária, cooperativismos e associacionismos.
Conceitos. Seus pontos fortes e limitações no contexto de um sistema
econômico capitalista. Políticas públicas e indução.
Fernanda Tarabal Lopes e Bruno
Arantes
Parte III: Saúde Mental e Trabalho
Capítulo 11. De Ramazzini à psicossociologia do trabalho. História do
campo de saúde mental e trabalho e seus pressupostos epistêmicos. A
importância da adoção de abordagens psicossociológicas neste campo.
Liliana Guimarães, Cláudia
Peralta e Javier Labarthe
Capítulo 12. A investigação da saúde mental no trabalho: do modelo
conceitual à abordagem metodológica. Revisão das pesquisas no campo
de saúde mental e trabalho. Proposição da adoção de modelos abrangentes
do ponto de vista conceitual e metodológico.
Teresa Pires e Silvânia Barbosa
Capítulo 13. Prevalências de alterações psíquicas por ocupações:
estratégias de afrontamento segundo psicossociologia. Revisão das
pesquisas na identificação de prevalências de alterações psíquicas. Políticas
e práticas de prevenção e intervenção.
Sergio Roberto de Lucca, Marcos
Ricardo Datti Micheletto, &
Maria Luiza Schmidt
Capítulo 14. Fatores Psicossociais e Saúde no Trabalho. A complexidade
da saúde do trabalhador; Discussão sobre fatores de riscos, entre os quais
sentido do trabalho e suporte social.
Maria Luiza Schmidt, Liliana
Guimarães e Sérgio Roberto de
Lucca
Tendo em vista o estímulo ao funcionamento do GT como uma rede aberta,
incentivamos parcerias na escrita dos capítulos entre membros do GT, e entre um membro do
GT com outros pesquisadores. Cada participante poderá atuar como autor e/ou coautor em até
três capítulos. O grupo de trabalho segue discutindo o escopo do livro e sua abrangência,
tendo em vista atender demandas do ensino da Psicologia. Por isso, ainda projetamos mais um
capítulo que estamos intitulando, provisoriamente, de “Identidades Coletivas, Ocupações e
Sindicalismo” para o qual não definimos ainda os autores, devendo ser atribuído a autores
convidados. Para outro capítulo, “Empreendedorismo: Uma Saída, Uma Obrigação ou Um
Engodo?”, atribuímos a autoria de apenas um membro do nosso grupo de trabalho.
Deveremos convidar algum pesquisador para coautor.
Cada capítulo adotará uma estrutura adequada aos conteúdos que lhe são inerentes,
mas todos deverão apresentar seu embasamento teórico-epistêmico, as tendências apontadas
pela literatura especializada, bem como suas implicações e sentidos para produção do
conhecimento e para as práticas profissionais.
Ademais, a nossa intenção é tentar a produção do livro em dois idiomas (português e
espanhol), tendo em vista o seu melhor acesso pelos diferentes pesquisadores, estudantes e
profissionais latino-americanos.
Além disso, somos um GT em início de atividades e tendo em vista a construção de
uma atuação coletiva de pesquisa, orientar-nos-emos também pelo seguinte objetivo:
Construir parcerias de pesquisa a partir dos projetos que cada participante do GT já está
desenvolvendo.
A ideia é que usaremos uma parte do tempo GT no congresso para compartilharmos
informes sobre nossos projetos de pesquisa. A intenção é explorarmos as possibilidades de
construirmos subprojetos em parceria, ampliar campos de pesquisa, intercambiar informações
e dados de maneira a enriquecer a produção de conhecimentos e consolidar parcerias em rede.
Esclarecemos que não há intenção de produzir um projeto de pesquisa único que
homogeneíze de alguma maneira nossas atuações em pesquisa. Mas, ao contrário, que
funcionemos com uma rede com vários “nós”, mas difusa e flexível.
Proposta de trabalho
Conforme a programação do evento disponível em sua página web
(http://site.anpepp.org.br/index.php/xvi-simposio-anpepp) os GT dispõem de 9 horas para
suas atividades acadêmicas. Planejamos utilizar tal tempo da seguinte maneira:
30 minutos: considerações iniciais, revisão do cronograma e sistemática de trabalho;
2 horas e 30 minutos: painel de pesquisas dos participantes
6 horas: discussão sobre o livro proposto, Psicossociologia do Trabalho: Temas
Contemporâneos. Esta discussão se pautará inicialmente pelos comentários/críticas e
sugestões de dois membros do GT acerca de um capítulo de outros membros do GT. E,
por fim, após ser visto cada capítulo, discutiremos a proposta do livro no seu todo,
considerando sua abrangência, sequência lógica, qualidade didática, atualidade e
contribuições críticas.
Produção vinculada ao GT
O GT aqui proposto terá sua primeira reunião no XVI Simpósio da ANPEPP. Desta
forma a produção conjunta aqui listada é a produção que envolve mais de um membro do GT.
Portanto, tais produções não derivaram diretamente de uma ação coletiva (todo o GT), mas
antes de parcerias que vinham sendo paulatinamente construídas, seja pela identidade
temática, seja pela identidade de perspectivas de análise (abordagens). Na lista que se segue
os sobrenomes dos participantes estão sublinhados.
Artigos em periódicos
Alves-Filho, A., & Borges, L. O. (2014). A motivação dos profissionais de saúde das
Unidades Básicas de Saúde. Psicologia: Ciência e Profissão, 34, 984-1001.
Alves Filho, A., & Costa, M. T. P. (2013). Condições de trabalho e motivação em contextos
do sistema único de saúde SUS. Interface, 10, 56.
Barbosa, S. C. & Borges, L. O. (2011). Saúde mental e diferentes horários de trabalho para
operadores de petróleo. Estudos de Psicologia, 28(2), 163-173.
Borges, L. O., Costa, M. T. P., Alves Filho, A., Souza, A. L. R., Leite, C. P. R. L. A., &
Falcão, J. T. R. (2013). Questionário de condições de trabalho: reelaboração e estruturas
fatoriais em grupos ocupacionais. Avaliação Psicológica, 12(2), 213-225.
Costa, M. T. P., Borges, L. O, Barros, S. C. (2015). Condições de trabalho e saúde psíquica:
um estudo em dois hospitais universitários. Revista Psicologia: Organizações e Trabalho,
15, 43-58.
Souza, S., Borges, L. O., & Barbosa, S. C. (2014). A profissão de advogado conforme
apresentada em jornais paraibanos. Psicologia & Sociedade, 26, 652-663.
Organização de livro
Borges, L. O., & Barbosa, S. C. (2007). Aspectos psicossociais do trabalho dos petroleiros:
dois estudos empíricos no Rio Grande do Norte. Natal: EDUFRN.
Capítulos de livro
Alves-Filho, A., & Borges, L. O. (2005). Motivação no trabalho para os profissionais de
saúde. In L. O. Borges (Org.), Os profissionais de saúde e seu trabalho (p. 199-22). São
Paulo: Casa do psicólogo.
Barros, V. A., & Lhuilier, D. (2013). Marginalidade e Reintegração Social: O Trabalho nas
Prisões. In L. O Borges, & L. Mourão (Orgs.), O trabalho e as organizações: atuações a
partir da Psicologia (pp. 669-694). Porto Alegre: Artmed.
Barros, V., & Lopes, F. T. (2014). Considerações sobre a pesquisa em história de vida. In E.
M. Souza. (Org.), Metodologias e analíticas qualitativas em pesquisa organizacional: uma
abordagem teórico-conceitual, v. 1, (pp. 41-63). Vitória: EDUFES.
Borges, L. O., Tamayo, A., & Alves-Filho, A., (2005). Significado do trabalho entre os
profissionais de saúde. In L. O. Borges (Org.). Os profissionais de saúde e seu trabalho (p.
143-198). São Paulo: Casa do psicólogo.
Borges, L. O., Barros, S. C., Motta, G. M. V., Costa, M. T. P., Souza, A. L. R., Leite, C. P. R.
L. A., Silva, M. C. V. C., Batista, A. C., & Lima, L. M. (2015). Desafíos metodológicos
en la investigación de la violencia en el trabajo en contextos organizacionales. In L.
Godoy, & E. Ansoleaga (Org.). Un campo en tensión o tensión entre campos: Psicología
de las organizaciones y del trabajo en Iberoamérica (pp. 175-190). Santiago: Ril editores.
Borges, L. O., Falcão, J. T. R., Alves Filho, A., & Costa, M. T. P. (2015). Condições de
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Borges, L. O., Guimarães, L. M., & Souza, S. C. (2013). Diagnóstico e promoção da saúde
psíquica no trabalho. In L. O Borges, & L. Mourão (Orgs.), O trabalho e as organizações:
atuações a partir da Psicologia (pp. 581-618). Porto Alegre: Artmed.
Cossalter, C., & Venco, S. B. (2012). Centrais de atendimento nos bancos: uma comparação
França e Brasil. In L. O. Borges, G. E. Vitullo, & J. R. T. Ponte (Orgs.), Ser bancário:
viver o esplendor social ou o trabalho precário? (pp. 77-98). Curitiba: CRV.
Vasques-Menezes, I., Fernandes, S.R., Guimarães, L., Lima, E. (no prelo) Saúde Mental e
Trabalho: uma proposta de intervenção em contextos organizacionais. In H. Mendonça, &
M. C. Ferreira (Org.), Análise e Diagnóstico Organizacional. São Paulo: Editora Vetor.
Fruto da participação de vários membros do GT em proposição na RIPOT (Rede
Interamericana de Psicologia Organizacional e do Trabalho) e nos seus congressos, há cinco
capítulos com autorias de nossos membros em um mesmo livro sobre a organização dos
professores da UFSC que, naquele ano (2011), receberam o congresso em Florianópolis.
Esses capítulos são:
Ansoleaga, E. (2011). Implicações bioéticas en salud mental laboral. In J. C. Zanelli, N. Silva,
& S. R. Tolfo (Orgs.), Processos psicossociais nas organizações e no trabalho (pp.63-76).
São Paulo: Casa do psicólogo.
Borges, L. O., & Peixoto, T. P. (2011). Ser operário da construção civil é viver a
discriminação social. In J. C. Zanelli, N. Silva, & S. R. Tolfo (Orgs.), Processos
psicossociais nas organizações e no trabalho (pp. 235-252). São Paulo: Casa do psicólogo.
Navarra, J., & Pujol, A. (2011). Características del empleo de mandos médios del sector
automotriz em Córdoba: Uma contribución para pensar la calidad del empleo em la
actualidad. In J. C. Zanelli, N. Silva, & S. R. Tolfo (Orgs.), Processos psicossociais nas
organizações e no trabalho (pp. 267-284). São Paulo: Casa do psicólogo.
Peralta, M. C. (2011). Signficado ortogados al contexto de trabajo actual y a los câmbios em
las condiciones laborales por um grupo de trabajadores de Bogotá. In J. C. Zanelli, N.
Silva, & S. R. Tolfo (Orgs.), Processos psicossociais nas organizações e no trabalho (pp.
2003-218). São Paulo: Casa do psicólogo.
Pujol, A. (2011). La tensión entre prescrito y real y su impacto em la calidad del trabajo
subjectivamente percebida: Un análisis clínico. In J. C. Zanelli, N. Silva, & S. R. Tolfo
(Orgs.), Processos psicossociais nas organizações e no trabalho (pp. 219-234). São Paulo:
Casa do psicólogo.
Simpósios e eventos
Ansoleaga, E. (Coord.). Violencia en el trabajo: desafíos para la investigación y la política
pública (Simpósio com os seguintes expositores: E. Ansoleaga, Juan Pablo Toro, Ximena
Díaz, Amalia Mauro, Joseph Blanch, Genís Cervantes y Livia de O. Borges). In IV
Congreso Iberoamericano de Psicología de las Organizaciones y del Trabajo.
Barros, V. A., & Borges, L.O. (Org.) II Colóquio Internacional de Psicossociologia do
Trabalho: O agir em pesquisa e intervenção (Colóquio com os seguintes expositores:
Adriana Dias Gomide Araujo, Andréa Pujol, Dominique Lhuilier, Gilles amado, Jorge
Falcão, José Newton G. de Araujo, Livia de O. Borges, Vanessa A. Barros)
Barros, V. A., & Pujol, A.(expositoras) Colloque Travail et Créativité (coloquio realizado em
Paris, nov.2015, sobre o tema Trabalho e Criatividade, organizado por Dominique Lhuilier,
Anne lise Ulman (CNAM), Gilles Amado e Jean Philippe Bouilloud (ESCP).
Referências (citadas na proposta)
Antunes, R. (2010a). Anotações sobre o capitalismo recente e a reestruturação produtiva no Brasil. In R. Antunes
& M. A. M. Silva (Orgs.), O avesso do trabalho (pp. 13- 24). São Paulo: Expressão Popular.
Antunes, R. (2010b). Produção Liofilizada e a Precarização Estrutural do Trabalho. In E, Lourenço, V. Navarro,
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