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Projeto Sustentável: A utilização da Arquitetura de Baixo Impacto Humano e Ambiental (ABIHA) como diretriz metodológica para auxiliar a introdução de princípios sustentáveis ao projeto arquitetônico de obras em Belém julho de 2013 1 Projeto Sustentável: A utilização da Arquitetura de Baixo Impacto Humano e Ambiental (ABIHA) como diretriz metodológica para auxiliar a introdução de princípios sustentáveis ao projeto arquitetônico de obras em Belém Rejane Marreiros Tavares Graim - [email protected] Pós-graduação Master em Arquitetura IPOG Belém, 29 de agosto de 2012 Resumo A preocupação em disseminar alternativas sustentáveis de construção tornou-se latente, com o crescimento da construção civil em Belém e por isso transformou-se no objetivo deste artigo, que apresenta como proposta a utilização da arquitetura de baixo impacto humano e ambiental(ABIHA) como instrumento para direcionar e auxiliar metodologicamente a introdução de princípios sustentáveis ao projeto arquitetônico produzido em Belém. Este artigo é pautado na tese de doutorado, Arquitetura de Baixo Impacto Humano e Ambiental, produzido pela Prof. Dra. Roberta Kronca e em uma vasta pesquisa bibliográfica para elucidar aos profissionais as ferramentas que são utilizadas para dar suporte na produção de projetos arquitetônicos sustentáveis e incentivar, concomitantemente, os donos de construtoras e incorporadoras ao uso dessas novas técnicas sustentáveis de construção, mostrando não só seus benefícios financeiros, mas principalmente sua importância para a preservação do meio ambiente. Palavras-chave: ABIHA; Construção Sustentável; Gestão de Projeto; Projeto Sustentável. 1. Introdução Segundo o Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica (IDHEA,2012), a construção civil é o segmento que mais consome matérias primas e recursos naturais do planeta. É o que afirma também, Priori Junior (2008), quando explica que a indústria da construção absorve cerca de cinquenta por cento de todos os recursos mundiais, daí a sua grande importância na sustentabilidade do planeta. E essa percepção, motivou a pesquisa deste trabalho científico que tem como foco a construção civil como colaboradora para a degradação do meio ambiente e o processo de projeto como o agente primordial em direcioná- la para o caminho da produção mais limpa de seus edifícios. O crescimento da construção civil em Belém vem ocorrendo de forma acelerada. É o que alerta o Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará(2010) no seu boletim informativo, que mostra que os investimentos da iniciativa pública e privada, aliados a implantação do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), do qual fazem parte obras de infra estrutura e grandes projetos para a região e programas habitacionais como o “Minha Casa Minha Vida” contribuíram para o aquecimento do mercado. Estimuladas pelo

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Projeto Sustentável: A utilização da Arquitetura de Baixo Impacto Humano e Ambiental (ABIHA) como diretriz

metodológica para auxiliar a introdução de princípios sustentáveis ao projeto arquitetônico de obras em Belém

julho de 2013

1

Projeto Sustentável: A utilização da Arquitetura de Baixo Impacto

Humano e Ambiental (ABIHA) como diretriz metodológica para

auxiliar a introdução de princípios sustentáveis ao projeto

arquitetônico de obras em Belém

Rejane Marreiros Tavares Graim - [email protected]

Pós-graduação Master em Arquitetura – IPOG

Belém, 29 de agosto de 2012

Resumo

A preocupação em disseminar alternativas sustentáveis de construção tornou-se latente, com

o crescimento da construção civil em Belém e por isso transformou-se no objetivo deste

artigo, que apresenta como proposta a utilização da arquitetura de baixo impacto humano e

ambiental(ABIHA) como instrumento para direcionar e auxiliar metodologicamente a

introdução de princípios sustentáveis ao projeto arquitetônico produzido em Belém. Este

artigo é pautado na tese de doutorado, Arquitetura de Baixo Impacto Humano e Ambiental,

produzido pela Prof. Dra. Roberta Kronca e em uma vasta pesquisa bibliográfica para

elucidar aos profissionais as ferramentas que são utilizadas para dar suporte na produção de

projetos arquitetônicos sustentáveis e incentivar, concomitantemente, os donos de

construtoras e incorporadoras ao uso dessas novas técnicas sustentáveis de construção,

mostrando não só seus benefícios financeiros, mas principalmente sua importância para a

preservação do meio ambiente.

Palavras-chave: ABIHA; Construção Sustentável; Gestão de Projeto; Projeto Sustentável.

1. Introdução

Segundo o Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica (IDHEA,2012), a

construção civil é o segmento que mais consome matérias primas e recursos naturais do

planeta. É o que afirma também, Priori Junior (2008), quando explica que a indústria da

construção absorve cerca de cinquenta por cento de todos os recursos mundiais, daí a sua

grande importância na sustentabilidade do planeta. E essa percepção, motivou a pesquisa

deste trabalho científico que tem como foco a construção civil como colaboradora para a

degradação do meio ambiente e o processo de projeto como o agente primordial em direcioná-

la para o caminho da produção mais limpa de seus edifícios.

O crescimento da construção civil em Belém vem ocorrendo de forma acelerada. É o que

alerta o Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará(2010) no seu boletim

informativo, que mostra que os investimentos da iniciativa pública e privada, aliados a

implantação do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), do qual fazem parte obras de

infra estrutura e grandes projetos para a região e programas habitacionais como o “Minha

Casa Minha Vida” contribuíram para o aquecimento do mercado. Estimuladas pelo

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favorecimento ao crédito e a redução do IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) sobre

materiais de construção, surgem crescentes demandas por financiamentos para a habitação.

Este conjunto de fatores alavancou o segmento construtivo no Estado. Neste cenário, o Setor

conquistou espaço importante e cada vez mais representativo no contexto econômico.

A cadeia produtiva que integra a Construção desponta como grande aliada desse crescimento

e coloca-se a serviço da coletividade. As obras tornam-se imperiosamente necessárias para

que os investimentos ocorram na educação, saúde, transportes e outros, com a construção de

escolas, hospitais e estradas.

Sendo este crescimento um momento importante para o cenário da construção civil paraense,

surgiu a preocupação em saber como está sendo colocado em prática ou não o conceito de

construção ecoeficiente pelas construtoras atuantes em Belém.

Em função disto, faz-se necessário buscar informações que contemplem o uso de técnicas

sustentáveis de construção, que vise não só a preservação do meio ambiente com a utilização

racional dos recursos naturais, mas também crie soluções que integre o ambiente construído

com a sociedade.

O objetivo deste artigo é nortear metodologicamente os profissionais envolvidos na

construção e na concepção de projetos sustentáveis com o auxílio da Arquitetura de Baixo

Impacto Humano e Ambiental (ABIHA). Mostrando sua aplicabilidade na construção

belemense e ressaltando sua importância para o crescimento sustentável da cidade e o seu

valor comercial, no mercado imobiliário.

Este documento científico é o resultado de entrevistas e observações presenciais nos canteiros

de obras das construtoras visitadas e de um vasto estudo bibliográfico sobre a produção

de projeto sustentável, suas metodologias e suas ferramentas embasadoras que dão

suporte para seu desenvolvimento, abordados na seguinte sequência: primeiro fala-se

sobre a sustentabilidade e seus conceitos para mostrar de forma introdutória como

vários autores a definem. Em seguida, esplana-se sobre o que é um projeto sustentável

(PS) e suas ferramentas embasadoras, para ampliar a visão do conhecimento, e em

seguida apresentar e analisar os resultados das entrevistas com as construtoras para,

então, propor como diretriz metodológica de projetos produzidos em Belém, o conceito

ABIHA; mostrando seu desenvolvimento a partir do estudo preliminar até a obra

concluída e evidenciar no próximo momento os benefícios e o valor de mercado que o

PS pode agregar para o empreendimento, incentivando o empresariado do setor da

construção a optar e a exigir por projetos que tragam benefícios para a construção,

coletividade e o meio ambiente.

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2. Sustentabilidade e conceitos

A definição do termo sustentabilidade tem sido pauta de grandes Conferências internacionais

organizadas pela ONU, desde os anos 70 do século XX, quando surgiu a consciência dos

limites do crescimento que punha em crise o modelo vigente praticado, em quase todas as

sociedades mundiais (BOFF,2012). E para uma noção introdutória reuniu-se algumas

definições esclarecedoras:

Sustentabilidade é uma forma de promover uma busca de maior igualdade social, valorização

dos aspectos culturais, maior eficiência econômica e um menor impacto ambiental na

distribuição eqüitativa da matéria-prima, garantindo a competitividade do homem e das

cidades.( Kronka 2002) "Sustentabilidade é a capacidade de um ecossistema de manter processos e funções

ecológicas, diversidade biológica e produtividade ao longo do tempo. Assim, o uso

sustentável de um recurso renovável é aquele que não supera a capacidade de

renovação desse recurso. O conceito de sustentabilidade pode ser melhor entendido

por meio de um grupo de cinco princípios ou valores que cercam qualquer

instituição ou lugar (cidade) sustentável: • Respeitar todas as formas de vida: a

sustentabilidade leva-nos a explicitamente considerar os efeitos das nossas decisões

e ações sobre a saúde e bem-estar de todas as formas de vida na Terra (e não apenas

a humana). Uma vez que fazemos parte da natureza, devemos assumir a

responsabilidade de conservá-la.

• Limitar o uso dos recursos naturais: envolve compreender que os recursos naturais,

dos quais a vida depende –florestas, solos férteis, pesca, água e ar puro– são finitos

e, portanto, devem ser utilizados com cuidado e prudência em uma taxa proporcional

a sua capacidade de regeneração.

• Valorizar o local onde moramos: respeitar as características dos ecossistemas

naturais; preservar, restabelecer e valorizar a sabedoria local; conhecer a natureza, a

história e a cultura da região; e criar economias locais fortes e sustentáveis.

• Considerar os custos totais: considerar os custos sociais e ambientais envolvidos no

processo de fabricação dos produtos que consumimos.

• Repartir benefícios: compartilhar poder na tomada de decisão, bem como dividir as

riquezas do planeta proporcionando uma vida mais justa para todos os habitantes.(

LEÃO, 2007:16)

De acordo com Boof(2012), sustentabilidade é permitir que um bioma se mantenha vivo,

protegido, alimentado de nutrientes a ponto de sempre se conservar bem e estar sempre à

altura dos riscos que possam advir, ou seja, implica dizer que o bioma tenha condições não

apenas de conservar-se assim como é, mas também que possa prosperar, fortalecer-se e

coevoluir.

A partir desses conceitos percebe-se que a construção civil tem um papel importante para a

preservação dos recursos naturais não renováveis, pois segundo Priori Junior (2008), a

indústria da construção absorve cerca de cinquenta por cento de todos os recursos mundiais,

daí a sua grande importância na sustentabilidade do planeta. Neste contexto, o uso de

metodologias e ferramentas para introduzir a sustentabilidade, no ato de construir, surgem

como mecanismos para possibilitar a redução dos impactos, controlar e avaliar os seus

resultados.

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2.1 Projeto Sustentável (PS) e suas ferramentas construtivas

Para termos uma construção ambientalmente correta é preciso primeiramente passar pelo

processo de projeto sustentável(OLIVEIRA, 2008), que segundo Keeler; Burke(2010), é o

que orienta a tomada de decisões referente ao consumo de energia, aos recursos naturais e à

qualidade ambiental, tornando-o assim a fase mais importante para uma construção

sustentável. E é a partir dele que serão decididas todas as intervenções que poderão integrar a

obra ao meio ambiente, prevenindo os impactos causados pela falta de planejamento

sustentável do projeto convencional normalmente utilizados.

Ampliando a visão de estudo, observa-se que os pontos trabalhados em um projeto

sustentável, conforme enumera o Instituto para o Desenvolvimento da Habitação ecológica

são: Análise da obra, do local e das informações pertinentes; Aplicação da análise do

ciclo de vida para a determinação das diretrizes de projeto e escolha de materiais e

tecnologias; estudo de solo; recomendações de projeto e intervenções;

recomendações de materiais e tecnologias; projeto de arquitetura e paisagismo

sustentável; planejamento geral e sustentável; estudos de consumo de materiais e

energia da edificação; planejamento da logística de materiais e recursos em geral.

(IDHEA, 2012)

Nota-se então, que a sustentabilidade de uma edificação é algo complexo, pois não se resume à decisões e dispositivos técnicos somados ao projeto. Depende de

uma abordagem bastante ampla dos problemas ambientais, econômicos e sociais

pertinentes, bem como depende de um compromisso ético ambiental e social de

todos os atores envolvidos ao longo de todo o processo de um empreendimento

(ZAMBRANO, 2008).

E como ferramentas, para embasar os profissionais envolvidos na elaboração e construção do

empreendimento sustentável, sugere-se, segundo Martinez e Amorim(2010):

A agenda 21, pode ser definida como um instrumento para o planejamento da

construção de diretrizes projetuais sustentáveis dentro da obra, que concilia métodos

de proteção ambiental, justiça social e eficiência econônica.

A Agenda 21 Brasileira é uma proposta realista e exequível de desenvolvimento

sustentável, desde que se leve em consideração às restrições econômicas, político-

institucionais e culturais que limitam sua implementação. Para que essas propostas

estratégicas possam ser executadas com maior eficácia e velocidade será

indispensável que:

o nível de consciência ambiental e de educação para a sustentabilidade avance;

o conjunto do empresariado se posicione de forma proativa quanto às suas

responsabilidades sociais e ambientais;

a sociedade seja mais participativa e que tome maior número de iniciativas próprias

em favor da sustentabilidade;

a estrutura do sistema político nacional apresente maior grau de abertura para as

políticas de redução das desigualdades e de eliminação da pobreza absoluta;

o sistema de planejamento governamental disponha de recursos humanos qualificados,

com capacidade gerencial, distribuídos de modo adequado nas diversas instituições

públicas responsáveis;

as fontes possíveis de recursos financeiros sejam identificadas em favor de programas

inovadores estruturantes e de alta visibilidade. (AGENDA 21 BRASILEIRA, 2004)

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Em Belém, foi criado o programa Agenda 21 Local e o Fórum 21 Belém, que são

regidos pela lei n.º 7.875, de 16 de março de 1998, que tem como finalidade

normatizar, integrar e encaminhar as ações necessárias ao planejamento sócio -

econômico e ambiental da cidade.

A ISO 14000, é a norma que gerencia os recursos naturais estabelecendo um sistema

de gerenciamento ambiental (SGA) que equilibra a proteção ambiental e a prevenção

da poluição e analisa o ciclo de vida do edifício com a ISO 14040(LEMOS,2012).

Esses ítens servem para avaliar o impacto ambiental que pode ser causado pela

construção.

A ISO 9000 que promove o desenvolvimento, implementação e melhoria da eficácia

de um sistema de gestão da qualidade para aumentar a satisfação do cliente e conduzir

a sua organização em direção a um sucesso sustentável (ABNT, 2008);

O uso do conceito da construção enxuta, na qual gerencia a produção do edifício

eliminando o desperdício e propondo uma melhor organização do processo,

eliminando a mão de obra ociosa e otimizando os recursos

disponíveis.(SINDUSCON-BA, 2004 );

Incorporação das premissas do projeto simultâneo, que deve ser entendido como uma

adaptação da engenharia simultânea que busca a convergência, no projeto do edifício,

dos interesses dos diversos agentes participantes do ciclo de vida do empreendimento,

considerando precoce e globalmente as repercussões das decisões de projeto na

eficiência dos sistemas de produção e na qualidade dos produtos gerados, envolvendo

aspectos como construtibilidade, habitabilidade, manutenibilidade e sustentabilidade

das edificações (MELHADO, 1999);

A introdução à Responsabilidade Social Corporativa, que é uma forma de gestão que

orienta a organização a trilhar o caminho da sustentabilidade orientando-a para o

futuro. Ela deve começar de dentro da própria empresa para fora. Deve haver um

tratamento ético, justo e respeitoso com os funcionários assim como a disseminação

de valores entre todos os colaboradores. A forma como uma empresa trata os seus

funcionários reflete diretamente na forma como eles tratam os consumidores e isso

influência na formação da imagem da empresa (SOARES; SALOTTI, 2011);

O uso de softweres como o CAD, que já é bastante utilizado no meio construtivo, para

dar suporte à construção sustentável quanto ao planejamento da obra, a elaboração de

projetos 3D para visualizar e prever futuras mudanças e melhorias projetuais, simular

situações de energia natural e artificial e captação da água da chuva. E a utilização

também, segundo Kronka(2002), do software Bees que é um software que além das

variáveis econômicas, baseou-se no ciclo de vida ambiental dos materiais em questão.

Esta análise é efetuada tendo como parâmetro a ISO 14000, na qual procura-se

verificar todas as etapas de produção dos materiais construtivos.

A inserção dessas, ferramentas, desde antes a concepção do projeto arquitetônico até a obra

acabada, é o que o torna sustentável, e para isso todos os profissionais envolvidos com a

produção devem ter o conhecimento prévio desses itens para terem como meta, segundo

Kronka (2002), a minimização dos impactos, além de procurar maximizar as interações

positivas entre o meio ambiente e o ambiente construído.

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Após ampliar os horizontes do conhecimento, apresenta-se a seguir, uma proposta

metodológica para o processo do projeto sustentável baseado na Arquitetura de Baixo

Impacto Humano e Ambiental (ABIHA), na qual será tomada como modelo e diretriz para

introduzir aspectos sustentáveis na construção civil em Belém.

3. Arquitetura de baixo impacto humano e ambiental (ABIHA) como Diretriz

metodológica para a produção do Projeto Sustentável(PS) em Belém

Para propor uma nova metodologia de produção projetual arquitetônica, fez-se necessário

coletar dados por meio de entrevistas com empresas construtoras atuante em Belém,

aplicando um questionário para fazer o levantamento quanto ao uso de projetos sustentáveis.

Tentou-se entrevistar 6 construtoras, porém, apenas 2 mostraram-se receptíveis quanto a

responderem aos questionários. As outras optaram por não falar sobre o assunto

sustentabilidade.

Obteve-se como resposta das 2 empresas que nehuma usava como parâmetro em seus projetos

as ferramentas citadas acima, que apenas o CAD é utilizado como instrumento de projeto, é

feito o estudo de insolação e ventilação, quem vai construir a obra não participa da concepção

do projeto e na sua implantação no terreno não há um estudo de vizinhança e previsão de

impactos causados no local. Foi observado, também na leitura do resultado da entrevista, que

elas tinham como entendimento de ser sustentável o uso de produtos economizadores de

energia e água em seus empreendimentos, o armazenamento do seu entulho seletivamente em

organizadores e a utilizção da alvenaria estrutural em seus projetos para dar maior velocidade

às suas obras e evitando assim o consumo de fôrmas de madeiras utilizadas nas estruturas de

concreto armado convencional, proporcionando uma obra mais limpa, com diminuição

substancial de resíduos. Quanto ao lixo gerado nas duas empresas, não há nenhuma gerência

de resíduo, apenas são contratadas empresas coletoras especializadas para coletar o resíduo.

De posse da análise dos dados coletados, observou-se que ainda é muito inicial, nessas

empresas, o uso de estratégias sustentáveis por causa da pouca informação a respeito do

assunto e a falta de incentivos mercadológicos, acarretando com isso a não percepção da

importância e dos benefícios que o projeto sustentável pode gerar para elas e para o meio

ambiente.

Com o crescimento da construção civil em Belém e a falta de estratégias sustentáveis nas

empresas, sentiu-se a necessidade de propor uma metodologia de projeto, que leve à produção

de obras mais ecoeficientes, ajustadas à nova tendência de se construir em harmonia com o

meio ambiente.

A importância de uma metodologia do projeto arquitetônico mostra-se como um elemento

estruturante do ato de construir, pois segundo Cunha(2006), a metodologia processual além de

proporcionar uma otimização do tempo e das etapas de trabalho, possibilita um melhor

resultado final, materializado pelo projeto e pelo objeto construído.

Para a produção do projeto sustentável foi escolhido o modelo ABIHA, que é um instrumento

didático, de simples entendimento, com uma metodologia que reúne e coloca em prática todas

as ferramentas, citadas no ítem 2.1, que são os pilares para estruturar o PS.

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Esta proposta foi desenvolvida pela Prof. Dra. Roberta Kronka em sua tese de doutorado, com

objetivo de ajudar os profissionais a incorporar ações em direção a uma Arquitetura de Baixo

Impacto Humano e Ambiental. Acredita-se porém, que esta é apenas uma fase inicial, um

ponto de partida para muitas ações e propostas que ainda deverão ser avaliadas e incorporadas

ao projeto(KRONKA,2002), que darão suporte à fase de planejamento do empreendimento

sustentável, como mostra o fluxograma, a seguir.

Fonte: adaptado de CUNHA, 2006

Figura 1- Fluxograma do estudo preliminar do projeto sustentável utilizando a metodologia ABIHA

Observa-se que o método ABIHA necessita do estudo integralizado, que é uma das

ferramentas do projeto sustentável, pois reúne todos os profissionais em todas as fases, para

conjuntamente propor soluções e desenvolver o projeto, pois segundo Salgado(2008), na

maioria das vezes as metodologias tratam o processo de concepção do edifício de forma

fragmentada, definindo momentos específicos para a atuação dos diferentes projetistas, apesar

de considerarem a questão das decisões integradas de projeto. Nas empresas de construção

entrevistadas, todas utilizam a concepção do edifício de forma fragmentada, pois segundo

eles, essa é a pratica mais usual. Primeiro contratam um escritório de arquitetura para fazer o

projeto, depois contratam os engenheiros para o projeto estrutural e em seguida o elétrico,

hidráulico e etc. As contratações dos profissionais de projeto ocorrem em momentos distintos

do processo, conforme vão surgindo os problemas de compatibilização (ou de

incompatibilidade) entre as soluções propostas, ou seja, as decisões de projeto não ocorrem de

forma integrada porque o processo é tratado de forma sequencial(SALGADO,2008). "Esta “Nova Arquitetura” – Ecológica, Verde, Sustentável, de Baixo Impacto

Ambiental , deve não só minimizar os impactos gerados no Meio Ambiente, mas

principalmente integrar a edificação de forma a criar efeitos positivos no meio

ambiente, sendo um agente renovador, reparador e restaurador, integrando-a aos

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ciclos naturais da biosfera. Além disso, a Arquitetura tem o papel de manter e gerar

o bem estar da sociedade, promovendo meios de garantir a satisfação dos aspectos

sociais, culturais e econômicos. Desta forma foi utilizada para conceituação desta

“Nova Arquitetura” uma Arquitetura de Baixo Impacto Humano e Ambiental, onde

os aspectos humanos são gerados com o bem estar social, cultural e econômico, e os

ambientais, a partir de maior integração Homem/Meio Ambiente...

...Neste processo, é muito importante ter consciência da necessidade de estabelecer

metas para todas as fases do ciclo de vida da edificação; antes de iniciar a ação,

definir as equipes envolvidas, além de estabelecer estratégias para o cumprimento

das ações implantadas. Estas metas devem não só visar os aspectos ambientais, mas

também sociais, culturais e econômicos".(KRONKA, 2002)

Nesta proposta, Kronka (2002), estrutura a base das ações para uma ABIHA em quatro

grandes grupos: humano, entorno, materiais construtivos e edificação mostrados no quadro a

seguir

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Fonte: Kronka(2002)

Quadro da Estrutura Base das Ações Propostas

A partir dessas diretrizes, faz-se necessário reunir todos os envolvidos na produção do projeto

para estabelecer um cronograma de reuniões, especificando claramente qual área cada uma irá

ser responsável e sobre a qual colherá as informações necessárias para apresentar e solucionar

as questões identificadas(BURK,2010).

Num segundo momento, para auxiliar a visualização das informações coletadas e das decisões

tomadas pelos profissionais em todas as fases do ciclo de vida da edificação ,Kronka(2002)

cria fichas de avaliações dos impactos, fazendo com que os profissionais enxerguem com

maior facilidade todas as variáveis envolvidas no processo avaliativo, conseguindo decidir

quais as ações prioritárias e a metas a serem atingidas.

Segundo Kronka(2002) as fichas avaliativas dos impactos são subdivididas em: Avaliação da

redução dos impactos humanos, Avaliação da redução dos impactos do entorno, Avaliação da

redução dos impactos materiais construtivos e Avaliação da redução dos impactos da

edificação

Fonte: Kronka(2002)

Ficha de avaliação de redução dos impactos humanos

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Fonte: Kronka(2002)

Ficha de avaliação de reduçao dos impactos no entorno

Fonte: Kronka(2002)

Ficha de avaliação de redução dos impactos dos materiais construtivos

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Fonte: Kronka(2002)

Ficha de avaliação de redução dos impactos da edificação

Essas fichas avaliativas dos impactos são de suma importância quanto a tomada de decisões

antes da elaboração do projeto sustentável, e segundo Burk(2010), cada decisão tem inúmeras

consequências e não um efeito isolado, pois o projeto sustentável de qualidade demanda do

entendimento das inter-relações de cada um dos materiais, sistemas e elementos espaciais. Ele

exige que todos os atores encarem o projeto de maneira holística, em vez de concentrar-se em

uma única parte.

Após a análise dos resultados obtidos com as fichas de avaliação de redução dos impactos,

Kronka (2002) elaborou um quadro de sucessos e falhas, com o objetivo de listar algumas

ações recomendadas e outras sensuradas, que revela o nível da Arquitetura de Baixo Impacto

Humano e Ambiental utilizando as cores: verde, nível alto de ações incorporadas ao projeto;

amarelo, nível médio de ações incorporadas ao projeto e vermelho, nível baixo de ações

incorporadas ao projeto, conforme podemos observar no quadro a seguir:

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Fonte: Kronka(2002)

Quadro de sucessos e falhas de ações para uma ABIHA

Estando de posse do resultado obtido com a aplicação da proposta ABIHA, percebe-se que

tem-se mais subsídios, pautados em uma diretriz sustentável para solucionar as questões

levantadas e aplicar o resultado, de forma consciente, no momento do desenvolvimento do

projeto arquitetônico sustentável. E esta arquitetura, segundo Kronka(2002), é onde as

variáveis relacionadas com menor impacto humano e ambiental já estão incorporadas. Na

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realidade, a arquitetura não muda, ficando sim mais complexa com a necessidade da

incorporação destes elementos.

4. O projeto sustentável como valor agregado para o empreendimento imobiliário em

Belém

É incontestável para o meio acadêmico, a importância da incorporação nos empreedimentos

imobiliários de novas metodologias, que tenham como corrente de pensamento as tendências

da construção sustentável para a preservação do meio ambiente e melhorias na concepção e

realização das obras.

Para chamar a atenção do meio empresárial, dos arquitetos, engenheiros e construtores para

utilizarem as práticas do projeto sustentável, precisa-se mostrar não só sua importância para o

meio ambiente mas também as vantagens de mudar hábitos antigos, da forma de se pensar em

arquitetura e engenharia, por novos hábitos que os levem a novos rumos e lucros.

Kronka (2002) afirma que, como ponto de partida, é necessário estabelecer metas a serem

atingidas, ligadas à sustentabilidade e à economia, em todas as etapas do ciclo de vida da

edificação. Estas metas estão relacionadas com os seguintes itens:

aumento da produtividade;

eficiência energética;

redução no consumo d’água;

redução custos de: construção, operação, manutenção, demolição, acidentes de

trabalho, doenças relacionadas aos edifícios, poluição e lixo;

garantia de conforto dos usuários;

aumento da flexibilidade e durabilidade dos edifícios.

Em termos gráficos, Keeler; Burke(2010) representam as vantagens do projeto sustentável

comparado ao projeto arquitetônico tradicional, utilizando a relação volume de trabalho X

tempo na execução de uma obra, mostrando que a execução do projeto sustentável, no qual

eles também o denominan de projeto integrado, exige o envolvimento de toda a equipe de

construtores, arquitetos, engenheiros e etc.

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Fonte: Keeler; Burke(2010)

Gráfico comparativo do processo de execução do projeto de uma edificação X a execução do prjeto sustentável

Outro ponto positivo quanto ao uso de metodologias sustentáveis é o marketing, que as

empresas construtoras e incorporadoras, podem agregar à imagem de seus negócios, pois a

ecoconstrução é uma tentência mundial, que já é uma realidade no Brasil. Pode-se comprovar

esta estratégia de marketing na etapa de lançamento e venda do empreendimento, pois os

critérios de avaliação da qualidade do empreendimento consideram aceitação do produto

pelos clientes, velocidade de venda e facilidade na tramitação de contratos como elementos

que disparam o conceito da empresa no mercado imobiliário.(FABRICIO E MELHADO,

2012)

O comprometimento das empresas com a sustentabilidade inicia-se pelo

cumprimento das exigências da legislação ambiental, passando por programas

internos de conscientização e de adoção de normas voluntárias, os quais, por serem

endógenos e espontâneos, tendem a ser mais eficiente e, portanto, devem ser

estimulados. Tais compromissos contribuem para melhorar a imagem da empresa,

além de aumentar a produtividade e a competitividade, com a incorporação de novos

instrumentos de gestão e novas tecnologias, mais avançadas (BRASIL, 2012b)

Segundo Corrêa(2009), a incorporação de práticas de sustentabilidade na construção é uma

tendência crescente no mercado. Sua adoção é “um caminho sem volta”, pois diferentes

agentes – tais como governos, consumidores, investidores e associações – alertam, estimulam

e pressionam o setor da construção a incorporar essas práticas em suas atividades.

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E Priori(2008) afirma que a eleição dessas técnicas e conceitos que contemplem a

sustentabilidade sócio-ambiental a serem aplicadas na execução do projeto, inclusive na sua

elaboração, pode contribuir, concomitantemente, para a sustentabilidade econômica do

empreendimento, minimizando custos e melhorando a lucratividade dos processos ao longo

da cadeia produtiva da obra.

Observamos no Brasil um olhar diferenciado do setor produtivo e do Governo em

buscar soluções social e ambientalmente responsáveis para nosso crescimento. A

Economia Verde é vista como oportunidade cada vez mais abraçada no País.

Observamos também uma forte adesão da sociedade à práticas mais conscientes de

consumo, com cidadãos ansiosos para fazer parte da mudança. O Brasil, país

megasociobiodiverso, é o palco principal da nova economia mundial, tornando-se

modelo de desenvolvimento sustentável para o mundo.(BRASIL, 2012a)

Kronka (2002), afirma que com o crescimento dado à importância das questões ambientais, as

empresas tiveram que se adaptar, procurando incorporar alguns princípios de gerenciamento

ambiental. Para muitas empresas, atestados ambientais favoráveis significam elemento de

sobrevivência e até um bem mercadológico.

6. Conclusão

A falta de conhecimento faz com que sempre produzamos da mesma forma, sem perceber o

que está acontecendo a nossa volta. E com este artigo pretende-se chamar a atenção e

apresentar uma nova forma de produzir edifícios aos arquitetos, engenheiros, empresários,

planejadores, governantes e a toda a sociedade belemense.

A divulgação desses resultados para o meio produtivo faz-se necessária, pois este é o meio em

que grandes obras são geradas, consumindo recursos naturais não renováveis e gerando muito

entulho de construção. Por isso, aprimorar o conhecimento com novas técnicas e

metodolodias de construção ecoeficiente torna-se imprescindível para o desenvolvimento

sustentável da cidade.

Ao visitar os canteiros de obras das construtoras e entrevistá-las, a impressão que se teve, foi

de que não tinham um conceito formado sobre a produção do projeto sustentável e que a falta

de informação, era o ponto decisivo para a não tomada de atitudes que as levassem à

sustentabilidade em suas obras. Observou-se que o entendimento que elas tem de projeto

sustentável é apenas o uso de economizadores de água e luz, armazenamento da água da

chuva e coleta seletiva do entulho. Ainda não há um comprometimento em analizar o entorno,

em estudar os impactos ambientais e humanos causados pela obra, em gerir seu entulho e em

buscar alternativas que não desperdice materiais.

Este artigo também tem a intenção de fornecer informações para que a sociedade consumidora

tenha elementos que as ajudem à formar opiniões, com o objetivo de que possam exigir obras

que sejam realizadas com princípios sustentáveis, desde o projeto até sua finalização;

fomentando, assim, o crescimento do número de construtoras que se adequarão ao novo

conceito de se construir para ajustar-se a esta nova clientela.

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Assim vislumbra-se, preservar o meio ambiente de Belém, plantando a semente da

sustentabilidade em todo indivíduo que busca novos hábitos de manter-se em equilíbrio com a

natureza. Pois praticar sustentabilidade requer todo um processo de educação para poder

redefinir os nossos conceitos, já estabelecidos, e adquirir um novo olhar sobre como nos

relacionamos, não só com o meio ambiente, mas também como nos relacionamos com o

próximo, com a sociedade e com a cidade em que vivemos.

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ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 5ª Edição nº 005 Vol.01/2013 – julho/2013

ANEXO

Para aplicar o questionário, usou-se como critério, escolher empresas de engenharia que estivesse

com obras, atuais, em Belém.

Questionário aplicado nas empresas de engenharia

1.como é realizado o processo de projeto?

( ) de forma integrado - todos os envolvidos pensando conjuntamente no processo de construção

do início até o final da obra - ex: quem vai construir a obra participa desde o primeiro momento da

concepção do projeto

( ) de forma segmentada - 1 realiza-se o projeto arquitetônico, 2 estudo da compatibilidade dos

outros projetos.

2.No momento do planejamento do projeto há preocupação em usar como parâmetro a

( ) agenga 21,

( ) a NBR ISO 14000 e ISO 9000,

( ) conceitos da construção enxuta e projeto simultâneo,

( ) a responsabilidade social empresarial

( ) softweres de construção.- CAD e o software Bees

( ) nenhum parâmetro

3. Na implantação do projeto, no terreno, é utilizado algum estudo de vizinhança e previsão de

impacto da obra no local?

( ) sim ( )não

4. Existe algum setor que gerencie o resíduo gerado na obra?

( ) sim ( )não

5. O que é projetar com sustentabilidade?