projeto recuperacao ambiental asa branca app - mp-cesp- 2015

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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA JUSTIÇA E DA DEFESA DA CIDADANIA Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo “José Gomes da Silva” ACORDO JUDICIAL ENTRE MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL (MPF), MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO (MPE/SP) E A COMPANHIA ENERGÉTICA DE SÃO PAULO (CESP) DOS AUTOS Nº 98.1202665-7 DA AÇÃO DE EXECUÇÃO PROJETO DE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL DE ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE ASSENTAMENTO ASA BRANCA MUNICÍPIO DE MIRANTE DO PARANAPANEMA / SP FUNDAÇÃO ITESP SÃO PAULO, Agosto de 2015

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Projeto de Restauração Ecológica de Áreas de Preservação Permanente de Assentamento Rural.

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Page 1: Projeto Recuperacao Ambiental Asa Branca APP - MP-CESP- 2015

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULOSECRETARIA DA JUSTIÇA E DA DEFESA DA CIDADANIA

Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo“José Gomes da Silva”

ACORDO JUDICIAL ENTREMINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL (MPF),

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO (MPE/SP) E A

COMPANHIA ENERGÉTICA DE SÃO PAULO (CESP)DOS AUTOS Nº 98.1202665-7 DA AÇÃO DE EXECUÇÃO

PROJETO DE RECUPERAÇÃO AMBIENTALDE ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE

ASSENTAMENTO ASA BRANCAMUNICÍPIO DE MIRANTE DO PARANAPANEMA / SP

FUNDAÇÃO ITESP

SÃO PAULO, Agosto de 2015

ÍNDICE

INTRODUÇÃO................................................................................03

OBJETIVO GERAL.........................................................................03

Page 2: Projeto Recuperacao Ambiental Asa Branca APP - MP-CESP- 2015

OBJETIVOS

ESPECÍFICOS...........................................................03

JUSTIFICATIVA..............................................................................03

LOCALIZAÇÃO E ACESSO AO IMÓVEL.....................................04

SITUAÇÃO FUNDIÁRIA DO IMÓVEL............................................07

DIAGNÓSTICO DO MEIO-FÍSICO DA ÁREA DO PROJETO.......07

O PROJETO DE ASSENTAMENTO...............................................13

O PROJETO DE RECUPERAÇÃO.................................................13

PREVISÃO DE CUSTOS.................................................................24

CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO E DE DESEMBOLSO 24

CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................24

EQUIPE TÉCNICA...........................................................................25

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS..................................................26

ANEXOSO presente projeto contém os seguintes anexos:

1- Projeto Social e Termo de Referência

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2- Planta Topográfica em escala 1:10.000 do

PA com o parcelamento, APPs e RLs

3- Esquema da Cerca

4- Resolução SMA nº 32, de 03 de abril de 2014

5- Modelo de Plantio

6- Listagem de Espécies Florestais Indicadas

7- Tabela de Previsão de Custo

8- Cronograma de Execução e de Desembolso

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1. INTRODUÇÃO:Este documento apresenta o projeto de recuperação das áreas de

preservação permanente, situadas no Assentamento Asa Branca, localizado no município de Mirante do Paranapanema/SP, visando concorrer aos recursos provenientes do Acordo Judicial por danos ambientais entre Ministério Público Federal, Ministério Público do Estado de São Paulo e a Companhia Energética de São Paulo - CESP - Ação Civil Pública Ambiental Processo nº. 98.120.2665-7.

O empreendimento recebeu a Licença Ambiental de Instalação e Operação nº 94.998, datada de 10/12/2009.2. OBJETIVO GERAL:

Recuperação e recomposição das áreas de preservação permanente inserida num processo de educação ambiental das famílias assentadas do Assentamento Asa Branca, município de Mirante de Paranapanema (SP).3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:1) Recuperação e Recomposição de 24,00ha de áreas de Preservação Permanente;2) Socializar junto às famílias assentadas, princípios e práticas de conservação, preservação e recuperação ambiental;3) Capacitar jovens filhos de assentados em práticas de recuperação ambiental;4. JUSTIFICATIVA:

A partir de 1.995, o Governo do Estado de São Paulo, através do Instituto de Terras “José Gomes da Silva” - hoje estruturado como Fundação ITESP, iniciou uma forte ofensiva na arrecadação de áreas julgadas devolutas, com o objetivo de destiná-las ao assentamento de famílias de trabalhadores rurais sem terra. Estas áreas eram ocupadas com explorações extensivas de bovinocultura de corte, cujas pastagens haviam sido implantadas sem qualquer respeito à legislação ambiental. Conseqüentemente, os assentamentos já nascem com um passivo ambiental e a primeira ação da Fundação ITESP é realizar o planejamento das áreas contemplando, não só os lotes onde as famílias desenvolverão suas atividades socioeconômicas, como também a demarcação das áreas de Reserva Legal e Preservação Permanente visando sua futura recuperação e adequação junto aos parâmetros legais vigentes.

Desde 1.998, com a implantação do Programa PONTAL VERDE, a Fundação ITESP vem buscando recuperar estas áreas. Trata-se de uma tarefa de alto grau de dificuldade tanto pelo volume de recursos demandados quanto pela complexidade inerente ao processo de recomposição florestal das referidas áreas. A participação das comunidades assentadas, reconhecidamente um dos principais fatores que concorrem para o sucesso das ações de recomposição de áreas de Reserva Legal e Preservação Permanente, não vem acontecendo de maneira satisfatória nas ações implementadas pela Fundação e, conseqüentemente, interferindo negativamente na efetividade dos

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resultados alcançados. Este envolvimento comunitário é dificultado pelo fato de que na agenda sócio-econômica das famílias, justificadamente, a questão da obtenção de renda para sobrevivência é prioritária em relação à questão ambiental.

É diante deste cenário que o presente projeto busca intervir, mais especificamente no Assentamento Asa Branca, que foi implantado em dezembro de 2.009 e beneficia 21 famílias.

A recuperação deste e de outros assentamentos da região do Pontal do Paranapanema representará não só o resgate de um ecossistema mais equilibrado para a população regional, mas também a quebra do paradigma do desenvolvimento rural não sustentável ali presente.5. LOCALIZAÇÃO E ACESSO AO IMÓVEL:

O Assentamento Asa Branca está localizado no Oeste do Estado de São Paulo, na região denominada Pontal do Paranapanema. O imóvel está inserido no 12º Perímetro de Mirante do Paranapanema.

O principal acesso ao Projeto de Assentamento se dá partindo da sede do município de Mirante do Paranapanema, sentido a cidade de Pirapozinho pela Rodovia 272. Percorrer 16 Km de rodovia SP 272 e entrar à direita em estrada não pavimentada seguindo por mais 3 km até a entrada do imóvel, que possui placa indicativa.

Os confrontantes são: ao norte a Fazenda Santo Antônio, a Oeste o Ribeirão do Veado ou Costa Machado, a Leste a Estrada Municipal MPR - 456 e ao Sul a Fazenda São José e Sítio Nossa Senhora do Pantanal. O imóvel está compreendido pelas coordenadas UTM 412.500 E e 417.000 E; e 7.535.500 N e 7.531.750 N. Abrange cotas entre 320m a 395m de altitude.

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Imagem de satélite com destaque para a localização do Assentamento Asa Branca, do Parque Estadual do Morro do Diabo.Fonte: Google Earth

Imagem de satélite com destaque para o perímetro do Assentamento Asa Branca.Fonte: Google Earth

Imagem de satélite onde se observa a Estação Ecológica Mico Leão-Preto, o Parque Estadual Morro do Diabo, a UHE Rosana e a UHE Sérgio Motta.Fonte: Google Earth

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6. SITUAÇÃO FUNDIÁRIA DO IMÓVEL:O imóvel foi arrecadado nos termos de convênio celebrado entre

INCRA e Fundação Itesp para reversão de terras públicas através de acordos.

A arrecadação ocorreu por meio de acordo celebrado nos autos de Ação Reivindicatória 1.241/2003, que teve trâmite perante o Juízo de Direito da Comarca de Mirante do Paranapanema, em razão de estar inserido no 12º Perímetro de Mirante do Paranapanema (reconhecido devoluto em Ação Discriminatória). Considerando que o imóvel está inserido em área maior em nome da Fazenda do Estado de São Paulo, conforme transcrição 7.892 do CRI de Mirante do Paranapanema. Deste modo, para embasar a Licença Prévia foi informado erroneamente que o imóvel encontrava-se registrado sob nº 13.184 fls.101, livro 3-M do Serviço de Registro de Imóveis de Santo Anastácio.

Desta forma, não será possível a apresentação de matrícula do imóvel em nome da Fundação Itesp, assim como não será possível a averbação imediata do Termo de Compromisso de Preservação de Reserva Legal à margem da transcrição do imóvel. A regularização dominial da área tramita judicialmente, sendo necessária a autorização do Exmo. Sr. Governador para as averbações necessárias, que serão oportunamente providenciadas.7. DIAGNÓSTICO DO MEIO-FÍSICO DA ÁREA DO PROJETO:

7.1 - VegetaçãoO imóvel em estudo está localizado em região de abrangência do

Bioma Mata Atlântica, conforme Lei Federal 11.428/08. A cobertura florestal natural da região classifica-se como Floresta Estacional Semidecidual, de acordo com o mapa de vegetação do Brasil - IBGE; 1.993 (esc. 1:5.000.000)1.

Este tipo de vegetação está condicionado a dupla estacionalidade climática, uma tropical com época de intensas chuvas de verão com temperaturas médias em torno de 22°C, e outra de característica subtropical sem período seco, mas com seca fisiológica provocada pelo intenso frio do inverno, com temperaturas médias em torno de 15°C.

Esse clima determina uma estacionalidade foliar dos elementos arbóreos dominantes, os quais tem adaptação ora à deficiência hídrica, ora a queda da temperatura nos meses frios. A percentagem das árvores caducifólias, no conjunto florestal situa-se entre 20% a 50% na época desfavorável. Desta forma, tem como característica principal a queda de folhas durante a estação seca (LEITE E KLEIN, 1990)2.

As formações florestais atingem cerca de 20 metros de altura e quando comparada à Floresta Atlântica de Encosta (ombrófila densa), é pobre em epífitas e apresenta sub-bosque pouco adensado. Nesta região florestal predominam os gêneros Tabebuia, Cariniana, Parapiptadenia, Lecythis, Astronium, Peltophorum e Copaifera (SMA, 1999)3.

7.2 - Cobertura Vegetal do Imóvel

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No mapa de uso atual do solo foram destacados dois fragmentos de mata nativa (estacional semidecidual) que somam de 32,7643ha, e que representam 6,57% da área do imóvel, sendo parte em área de preservação permanente. Os fragmentos podem ser classificados como em estágio médio de regeneração, com forte efeito de borda devido ao pisoteio do subosque pelo gado.

Ocorrem áreas úmidas (brejos) ao longo dos dois cursos d’água de divisa e córrego interior, e que ocupam 43,2742ha (8,68 % da área da fazenda).7.3 - Fauna

Nas diversas vistorias relatadas, não foi observada a ocorrência de fauna nativa rara ou sob ameaça, no imóvel. A ausência de habitat natural provavelmente impeliu os animais silvestres para áreas menos degradadas. Com a recuperação florestal das áreas de preservação permanente e de reserva legal, serão criadas condições favoráveis ao retorno da fauna nativa.7.4 - Solos

Os solos da região são bastante uniformes, devido a semelhança entre as características dos materiais de origem e a provável movimentação e homogeneização de sedimentos ocorrido no passado. Predominam os latossolos, que se estendem principalmente na região oeste, acompanhando os relevos de colinas amplas. Manchas de podzólicos ocorrem nos relevos de colinas médias e mais intensamente nos morrotes, onde eventualmente ocorrem também o cambissol (ITESP, 1998)4.

Segundo a Legenda Expandida do Mapa Pedológico do Estado de São Paulo, o latossolo vermelho escuro, identificado no mapa como LV45 e presente na área do assentamento Asa Branca, é descrito como: distrófico, horizonte A moderado, textura média, relevo plano e suave ondulado.

Os solos da região são originários de arenitos, que segundo estratigrafia da região, apresentada no Mapa Geológico do Estado de São Paulo (IPT, 1.981)5, correspondem aos arenitos arroxeados da formação Bauru e Caiuá. Apresentam como principais características a elevada concentração de areias, fertilidade natural baixa, boa permeabilidade e drenagem excessiva.

As análises de solo das amostras coletadas na área do assentamento indicaram alto teor de areia total no horizonte B, chegando a valores próximos a 90%. Apesar do relevo possibilitar a mecanização agrícola, esta deve ser realizada com restrições, pois os solos são medianamente susceptíveis à erosão. Cuidados especiais devem ser tomados por meio da adoção de práticas conservacionistas intensivas e permanentes.7.5 - Geologia e Relevo

Segundo o Mapa Geomorfológico do Estado de São Paulo (IPT, 1.981) a região está inserida no Planalto Ocidental, cujas formas de relevo predominantes são as colinas amplas. O quadro geomorfológico,

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resultante em características geológicas de solo e relevo da área, confirma o exposto no “Relatório Zero”, desenvolvido para a aplicação do Plano Estadual de Recursos Hídricos (CPTI, 1.999)6. Este relatório diagnostica para a região uma alta vulnerabilidade à erosão, sendo maior a possibilidade de ravinas e voçorocas com aumento da declividade.

Realizou-se estudo com base na restituição altimétrica feita pelo IGC em escala 1:10.000, com isolinhas de nível a cada 5 metros, gerando planta de declividade e o seguinte quadro das áreas:

Classes de Relevo e de Declividade Existentes no Imóvel

Classes de Relevo Classes de Declividade %

% da Área

Área (ha) Aproximadamente

Plano 0 - 2 10,53 52,5116

Suave - Ondulado 2 - 5 53,41 266,3194

Moderadamente Ondulado 5 - 10 28,85 143,8795

Ondulado 10 - 15 5,43 27,0864

Forte Ondulado 15 - 45 1,74 8,6925

Muito Ondulado 45 - 70 0,03 0,1579

Total da Área 100 498,6473

O relevo da área apresenta boas condições para a implantação do projeto de assentamento, onde as práticas agrícolas deverão ser realizadas preferencialmente nas áreas planas a suave onduladas, sendo as áreas com relevo ondulado a forte ondulado indicadas ao uso com pastagens e/ou reflorestamento. As áreas com relevo ondulado ou muito ondulado foram destinadas para compor a reserva florestal legal e as áreas de preservação permanente.7.6 - Clima e Dados Meteorológicos

Quanto à classificação climática para o assentamento Asa Branca foram verificadas duas informações diferentes. Segundo o mapa adaptado da Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo o imóvel pertence, conforme o Sistema Internacional de Koppen, ao clima Aw, com total de chuvas no mês mais seco menor que 30 milímetros, temperatura média do mês mais quente maior que 22ºC e temperatura média do mês mais frio maior que 18ºC. Realmente, o Atlas Climatológico do Estado de São Paulo (NASCIMENTO; PEREIRA, 1.988)7 nos permite verificar que as temperaturas médias compensadas para esta região nos meses de junho e julho, estariam acima de 18ºC.

No entanto, consultando a “Contribuição para o Estudo do Clima do Estado de São Paulo” (SETZER, 1.946)8, o mesmo encontra-se classificado como Cwa, sob o tipo climático setentrional / quente, com total de chuvas no mês mais seco menor que 30 milímetros, temperatura média do mês mais quente maior que 22ºC e temperatura média do mês mais frio menor que 18ºC.

Ainda segundo SETZER (1.946), verifica-se que a parte setentrional da zona climática Cwa subdivide-se em outras três regiões: 1) Oeste-

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Centro, 2) Leste-Norte e 3) Terras Altas. Toda a região do Pontal do Paranapanema pertence a região Oeste-Centro cuja característica é a média de chuvas anuais entre 1.100 e 1.300 milímetros, com os maiores índices pluviométricos concentrados nos meses de dezembro e janeiro, sendo que julho e agosto são típicos meses de estiagem. O regime pluviométrico é ilustrado na tabela seguinte.

Meses Chuvas, mmSetembro 60

Outubro 100

Novembro 160

Primavera 320

Dezembro 195

Janeiro 215

Fevereiro 175

Verão 585

Março 135

Abril 70

Maio 40

Outono 250

Junho 35

Julho 20

Agosto 15

Inverno 70

TOTAL 1.225Fonte: Setzer (1.946) Contribuição para o Estudo do Clima do Estado de São Paulo.

7.7 - Recursos HídricosO assentamento Asa Branca se insere na região abrangida pela

Unidade de Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Pontal do Paranapanema - UGRHI-22 (área de 11.838 km2) e pertencente à Região Hidrográfica do Paraná (área de 879.860 km2), formada principalmente pelos rios Paraná, Grande e Paranaíba.

De acordo com o website do Sistema de Informações para o Gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo (SIGRH-SP)9, a UGRHI-22 foi dividida em sete outras subunidades hidrográficas. A subunidade IV, que contém o rio Pirapozinho, corresponde à unidade na qual se insere o assentamento Asa Branca. Esta subunidade abrange 1.453,67 km2, correspondendo a 11,82 % e sua localização pode ser observada no mapa abaixo.

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Segundo informações do SIGRH-SP/CBH-PP, quando analisados os dados de vazão média ao longo do período (Qmédia), vazão mínima (Q7, 10) e vazão específica (Qesp), no sentido de se estabelecer a disponibilidade hídrica superficial de uma bacia hidrográfica e assim agrupar áreas homogêneas com variáveis hidrológicas semelhantes, a subunidade IV fica agrupada com outras, afluentes do Paranapanema, como por exemplo sub-bacias do Rio Santo Anastácio e tributários até 3ª ordem do Rio Paranapanema.

Estudos realizados a partir de valores de precipitação obtidos durante 25 anos, em postos pluviométricos do DAEE na região procuraram calcular a vazão média de cada unidade considerando a pluviosidade estimada pelo método de Thiessen. Para a unidade IV, que abrange o assentamento Asa Branca, a vazão média de longo período calculada a partir dos resultados estimados pelo método de Thiessen foi de 11,38 m3/s, segundo uma precipitação média plurianual de 1.344,9 mm. Já a vazão mínima média de sete dias consecutivos, para um período de retorno de dez anos, foi calculada em 4,17 m3/s.

O Assentamento Asa Branca possui como principal curso d’água o Ribeirão do Veado (ou Costa Machado), na divisa oeste da Fazenda. Este é afluente do Rio Pirapozinho, principal curso d’água da bacia. O Ribeirão do Veado recebe como afluente ribeirão sem denominação que é parte da divisa norte do imóvel, e ainda um outro curso d’água sem denominação, que nasce no interior da fazenda, e onde existe uma pequena represa de 0,5349ha. Não está prevista a captação de água para irrigação.8. O PROJETO DE ASSENTAMENTO:

Após a aprovação da localização das áreas de reserva legal e a obtenção da Licença Prévia, foi realizado o estudo aprofundado da capacidade de assentamento da gleba. Foi elaborado então, sempre de forma participativa, o projeto de parcelamento da área em 21 lotes de assentamentos, cada um com área média de 14,47ha. O acesso aos lotes foi planejado de forma a ter acesso direto à malha viária. Observa-se que o número de famílias é inferior ao anteriormente proposto.

O quadro a seguir mostra as áreas do projeto de assentamento.

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Fonte: <http://www.sigrh.sp.gov.br>

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Uso Projetado Área (ha) % da área

Exploração agropecuária (21 lotes) 303,9479 60,95Centro de equipamentos e serviços (C.E.S.) 1,8360 0,37Estradas internas e acessos 1,8172 0,36Aceiros 1,1468 0,23Brejo 43,2742 8,68Represa 0,5349 0,11Área de preservação permanente 45,4747 9,12Área de reserva legal 100,6156 20,18Área total do projeto de assentamento 498,6473 100,00

9. O PROJETO DE RECUPERAÇÃO:9.1 - Diagnóstico Ambiental

Apesar do imóvel possuir dois fragmentos florestais que podem funcionar como “banco de sementes”, assim como haver contíguo ao Ribeirão do Veado um fragmento florestal considerável (área de reserva legal do Assentamento Santa Izabel), consideramos que devido ao histórico de intensa exploração pecuária do imóvel, a simples vedação da área não é suficiente para promover a recuperação da área a contento. Desta forma para a recuperação das áreas de preservação permanente, hoje bastante degradadas e ocupadas por pastagens, recomendamos a vedação através de cerca, combate ao incêndio através de aceiro de três metros de largura, e plantio de mudas de espécies florestais nativas da mata estacional semidecídua, em toda a área ocupada por pasto.

As espécies a serem introduzidas deverão obedecer as proporções estabelecidas na Resolução SMA nº 32, de 03 de abril de 2014, no que se refere a seleção de no mínimo 80 espécies nativas, sendo no mínimo 40% de espécies zoocóricas e 5% de espécies ameaçadas. Quando da implantação do projeto as espécies serão selecionadas dentre as disponíveis, sempre obedecendo as proporções indicadas e a lista de espécies recomendadas, disponibilizada anualmente pelo Instituto de Botânica.9.2 - Metodologia de Recuperação

A concepção desta proposta de recuperação das áreas degradadas existentes no projeto de assentamento, tem como base a metodologia participativa de extensão rural visando não só a recuperação/ preservação destas áreas, mas de uma forma mais ampla, o desenvolvimento rural sustentável. Tem-se como premissa a participação dos beneficiários do projeto de assentamento em todo o processo, desde o parcelamento da área e a seleção das culturas geradoras de renda, até a formação de grupos de interesse, para aquisição de insumos e comercialização de produtos, por exemplo.

Desta forma, a metodologia participativa também é aplicada à recuperação ambiental das áreas dos assentamentos, sendo fundamental no êxito do projeto o efetivo engajamento dos assentados, o qual se espera como resultado do trabalho de capacitação (Projeto Social) previsto no projeto. O êxito na implantação do projeto pressupõe ainda o envolvimento dos técnicos extensionistas, que deverão assumir o papel de mediadores do processo de mudança, e os agricultores familiares o de sujeitos de seu próprio desenvolvimento.

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9.3 - Capacitação das famíliasEm termos metodológicos o projeto busca a restauração ambiental

com envolvimento e participação das famílias assentadas. Para qualificar a participação, estas famílias serão capacitadas para que se tornem agentes restauradores ambientais e, como tais, passem a exercer influência no assentamento e entorno, no que tange aos aspectos de recuperação, conservação e preservação ambiental. A expectativa é de que as famílias, através da prática, sejam capazes de inserir a questão ambiental no cotidiano dos assentamentos. A temática da capacitação está detalhada no Anexo I.

9.4 - Cronograma de RecuperaçãoO cronograma do projeto propõe que o plantio de mudas de espécies

nativas da região na área de preservação permanente será realizado em 1 ano, com previsão de, no mínimo, mais 2 anos de manutenção, para sua finalização - portanto um período de 3 anos de projeto.

A área a ser recuperada foi dividida em 4 parcelas (Quadro de áreas - Projeto de Recuperação Ambiental). O cronograma de recuperação privilegia a recuperação das áreas de preservação permanente imediatamente contíguas, ao longo dos cursos d’água.

Nas áreas de preservação permanente recomenda-se o cultivo consorciado, sendo adotado o espaçamento de 3m x 2m, com plantio na mesma linha de espécies pioneiras intercaladas com as espécies não pioneiras.

Acompanhando este projeto de recuperação foi elaborada planta com a indicação das 4 parcelas a serem recuperadas, de acordo com o cronograma (Anexo II).

Conforme levantamento realizado, a área total a ser recuperada é de 24,00ha de área de preservação permanente. Adotando o espaçamento final de 3m x 2m, temos o total de no mínimo 40.008 mudas. Para fins de calculo de custos, devem ainda ser consideradas as perdas (replantio), estimadas em 11% do número de mudas, perfazendo assim uma demanda de 44.400 mudas.

Abaixo o quadro de áreas que consta da planta que acompanha este projeto de recuperação ambiental, o cronograma de plantio e um quadro resumo de áreas e número de mudas total.

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QUADRO DE ÁREA - PROJETO DE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL

Ano Parcela Área a recuperar (ha) N° mudas (1.850/ha)

Implantação

App D 0,98 1.813App E 4,10 7.585App F 1,52 2.812App G 2,55 4.717App H 12,54 23.199App I 1,24 2.294App J 1,07 1.980

TOTAL 24,00 44.400

9.5 Operacionalização9.5.1 Isolamento

Dentre os fatores externos que podem atrapalhar o desenvolvimento das mudas, a presença do gado pode ocasionar pisoteio das mudas. Visando impedir o acesso do gado às áreas a serem recuperadas será realizado o cercamento da área.

O cercamento ocorrerá com a construção de cerca de 4 fios de arame farpado com espaçamento entre mourões de 5 metros, conforme o esquema apresentado no Anexo III, totalizando 1.624,26m lineares ao redor da APP J. A opção pelo arame farpado se deve ao histórico de furto de arame liso na região. Como a RL 01 está posicionada ao lado da APP J a cerca também envolverá essa área (0,2935ha).

As especificações dos materiais a serem utilizados na construção da cerca são apresentadas no Quadro abaixo.

Especificações dos materiais utilizados na construção da cerca.

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MATERIAL TIPO DIMENSÕES

Arame Farpado Carga de ruptura 250 kgf, tripla camada de galvanização, farpas em volta da cordoalha com distanciamento de 10 cm e diâmetro do fio de 1,6 mm

Esticadores Madeira roliça Tratados em autoclave, com diâmetro de 12 cm e comprimento de 2,50 metros

Mourões Madeira roliça Tratados em autoclave, com diâmetro de 10 cm e comprimento de 2,00 metros

Grampos Galvanizados 7/8 X 9 contendo aprox. 244 unid./ Kg.9.5.2Roçada Mecânica em área total

Para efetuar o rebaixamento da vegetação existente na área (braquiária brizanta com cerca de 01 metro de altura), será realizada roçada em área total, com o uso de roçadeira de levante hidráulico, roçadeira manual e/ou ferramentas como foice e enxada.

Estão previstas nessa operação a retirada de detritos que atrapalhem o desenvolvimento do projeto e sejam danosas ao ambiente.9.5.3Preparo e Conservação do Solo

O preparo de solo será realizado com o objetivo de facilitar o plantio, garantir um melhor desenvolvimento das raízes, eliminar as ervas daninhas e incorporá-las juntamente com os restos culturais.

Deverá ser realizado mecanicamente através de arado e grade ou grade aradora de modo que o solo seja revolvido numa profundidade mínima de 20cm.

A conservação de solo representa um conjunto de práticas agrícolas destinadas a preservar a fertilidade química e as condições químicas e microbiológicas do solo, além de evitar a erosão.

O preparo e a conservação de solo deverão ser realizados em nível, evitando trabalhar em dias chuvoso ou com o solo encharcado, sendo necessário a construção de terraços comuns, quando a declividade for inferior a 18% a fim de evitar erosões.

Durante o preparo de solo deverá atentar-se para o fato de não danificar as espécies arbóreas já existentes na área.9.5.4Sulcamento

Os sulcos deverão ser feitos mecanicamente por meio de sulcadores ou subsoladores, em nível, no espaçamento de 3 metros, com uma profundidade mínima de 30cm.

Durante essa operação deverão ser preservadas as espécies arbóreas existentes no local, oriundas do processo de regeneração natural ou plantio.

9.5.5Controle das Formigas CortadeirasAté 10 dias após o término da roçada, essa prática deverá ser feita,

utilizando-se isca-formicida sendo que a aplicação deverá ser realizada em dias sem chuva e com baixa umidade relativa. A aplicação dar-se-á em toda área do plantio e circunvizinha, quando necessário, afim de que se

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possa criar um sistema de defesa nessa área. O uso de qualquer defensivo, bem como a carga, descarga, distribuição e transporte, serão feitos respeitando a legislação vigente e sob a supervisão de técnico habilitado. A aplicação deve ser realizada com antecedência ao plantio sendo aplicados 10 kg de formicida/ha.9.5.6Coveamento

O coveamento será realizado manualmente com dimensões mínimas 4,0 cm de diâmetro por 10 cm de profundidade ou mecanicamente com broca número 12, após o sulcamento da área. O espaçamento será de 3,0 X 2,0 metros, entre linhas e plantas, respectivamente.9.5.7Calagem

A calagem tem como principal objetivo aumentar os teores de cálcio e magnésio para a melhoria física, química e biológica do solo.

A aplicação deve ser realizada com antecedência ao plantio (aproximadamente um mês) sendo aplicados 0,2 kg/berço.9.5.8Distribuição das mudas no campo

A distribuição de mudas no campo consiste em levá-las ao lado das covas, previamente preparadas. As mudas devem sempre ser levadas a campo pouco antes do plantio; em caso de tempo seco as mudas deverão ser irrigadas no plantio.9.5.9Adubação de Plantio

A adubação de plantio tem por finalidade promover o arranque inicial de crescimento das mudas, incrementando o solo com montantes adicionais de suplemento, que irão atender as exigências nutricionais da muda.

As mudas serão adubadas nas covas durante o plantio, por adubo químico na fórmula NPK 4-14-8, na proporção de 50 gramas ao redor da muda.9.5.10 Plantio- Critérios de Diversidade e Formas de Plantio

O anexo IV da Resolução nº 32/2014 orienta que “Em áreas de ocorrência das formações de floresta ombrófila, de floresta estacional semidecidual e de savana florestada (cerradão), sugere-se que o projeto de restauração ecológica que empregar a técnica de plantio em área total utilize, no período previsto em projeto, no mínimo 80 (oitenta) espécies florestais nativas de ocorrência regional, dentre aquelas elencadas na lista oficial do Instituto de Botânica e/ou identificadas em levantamentos florísticos regionais, podendo ser computadas todas as formas de vida presentes na floresta. Contudo, sugere-se que o número de espécies arbustivas e arbóreas represente no mínimo 70% (setenta por cento) do número total de espécies utilizadas”. As mudas deverão ser adquiridas em viveiros idôneos com padrão de qualidade, livre de vírus e doenças e com maior garantia de produtividade.Serão utilizadas 1.667 plantas/ha em espaçamento 3 x 2m que serão intercaladas em linhas de plantas pioneiras e não-pioneiras visando

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obter-se o sombreamento necessário para essas últimas (Anexo V).Portanto o número total de mudas utilizada nessa fase de recomposição será de 44.400 já considerando uma perda de 11% que serão repostas no replantio.No plantio o colo da muda deverá ficar em nível com a superfície do terreno, o excesso de terra deverá ficar disposto em forma de “coroa” ao redor da muda sem amontoar terra em torno ao caule, formando uma pequena bacia de contenção como objetivo de reter a água da chuva.Essa operação será realizada em dias chuvosos ou subseqüentes a estes, e deverá ser suspensa quando esta constatar condições climáticas desfavoráveis. O replantio deverá ser feito até 90 dias após o plantio.

- IrrigaçãoO plantio deve ser feito em solo úmido ou com irrigação de 4-5 litros/cova após o plantio em situação de solo seco. A irrigação da área total se dará em quatro repetições durante dois dias. Caso necessário, as mudas do plantio e do replantio deverão ser irrigadas para suprir o déficit hídrico. O projeto prevê recursos para 6 (seis) irrigações até o “pegamento” das mudas, que poderão ser feitas com um tanque pipa com mangueiras, acoplado ao trator. Esse custo poderá ser realocado para a utilização de hidrogel, demandando menos operações de irrigação, a critério da empresa contratada.A utilização de hidrogel é uma alternativa que visa reter a água de irrigação por maior período de tempo, disponibilizando-a de maneira gradativa para as plantas, o que resulta na diminuição da mortalidade das mudas. A aplicação mais prática do hidrogel é na cova de plantio e hidratado. Recomenda-se utilizar 2 (dois) gramas/cova.A irrigação das mudas do plantio e do replantio será utilizada para suprir o déficit hídrico.

- Espécies a serem implantadasAs espécies a serem utilizadas são aquelas indicadas pelo Instituto de Botânica de São Paulo, com base na região do Estado em que está localizado o assentamento, bem como no tipo de mata a ser recomposta (mata não-ciliar, mata-ciliar ou mata de brejo).As listagens de espécies apresentadas no Anexo VI são orientadoras e não definitivas, uma vez que estão sujeitas à disponibilidade em viveiros fornecedores ou a disponibilidade de sementes para a produção de mudas pelos assentados.Avaliando as áreas que se encontram em fase mais adiantada de restauração foi possível observar algumas espécies que estão tendo um bom desenvolvimento e que devem ter sua utilização priorizada. Dentre elas destacamos Açoita-cavalo -Luehea divaricata (pioneira), Amendoim-do-campo - Platypodium elegans (pioneira), Angico-Branco - Anadenanthera macrocarpa (pioneira), Angico-Preto -

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Anadenanthera sp (pioneira), Monjoleiro - Acacia polyphylla (pioneira), Mutambo - Guazuma ulmifolia (pioneira), Pimenta-de-Macaco - Xilopia aromatica (pioneira), Tamboril - Enterolobium contortisiliquum (pioneira), Bico-de-Pato - Machaerium aculeatum (pioneira), Canudo-de-Pito - Mabea fistulifera (pioneira), Guarucaia - Paraptadenia rigida (pioneira), Peroba-rosa - Aspidosperma polyneuron (não pioneira), Jatobá - Hymenaea courbaril (não pioneira), Pau d’alho - Gallesia integrifolia (não pioneira) e Aroeira Preta - Myracrodruon urundeuva (não pioneira).

9.5.11 ManutençãoLogo após o plantio serão realizados tratos culturais de

manutenção que serão realizados durante 24 meses após o plantio. Em áreas recompostas em locais de divisa com estradas, áreas utilizadas em agricultura/pecuária ou qualquer outra atividade que ofereça risco de incêndio, deverão ser implantados e mantidos limpos por meio de roçada, no mínimo um metro por dentro das cercas de divisa com a realização de aceiros no entorno dessas áreas.

9.5.11.1 Roçada Mecânica (EL e EP)Consiste no rebaixamento em até 10 cm do solo, da vegetação existente na área. Durante a operação deverão ser preservadas as espécies arbóreas regenerantes (se existirem) no local. O trabalho poderá ser conduzido com trator agrícola com roçadeira de levante hidráulico, roçadeira manual e ferramentas como foice e enxada. Estão previstas nessa operação a retirada de detritos que atrapalhem o desenvolvimento do projeto e sejam danosas ao ambiente. Deve-se tomar o cuidado de não danificar o caule da planta.Essa roçada deverá ocorrer entre as linhas de plantio (EL) e também entre as plantas (EP) e será realizada no mínimo 9 vezes durante o período de manutenção.

9.5.11.2 Coroamento ManualEssa operação será feita com o auxílio de foices, enxadas ou outra ferramenta manual, dirigida exclusivamente, ao círculo ao redor da muda em que não foi possível roçar mecanicamente. O coroamento deve ser realizado com um raio mínimo de 50cm ao redor da muda. Será realizado no mínimo 4 vezes em todas as mudas, durante o período de manutenção.A massa verde gerada deve ser mantida na coroa para manter a umidade, tomando-se o cuidado de não danificar a muda.

9.5.11.3 Controle das FormigasEssa prática deverá ser feita, após as roçadas, utilizando-se isca-formicida sendo que a aplicação deverá ser realizada em dias sem chuva e com baixa umidade relativa.A aplicação dar-se-á em toda área do plantio e circunvizinha, quando necessário, afim de que se possa criar um sistema de defesa nessa área. O uso de qualquer defensivo, bem como a

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carga, descarga, distribuição e transporte, serão feitos respeitando a legislação vigente e sob a supervisão de técnico habilitado. Serão realizados no mínimo 9 controles de formigas durante o período de manutenção sendo que a aplicação será de 10 kg de formicida/ha.

9.5.11.4 Adubação de CoberturaDeverá ser realizada 90 dias após o plantio, com a dosagem de 50g/cova distante 50cm do caule, dispondo o adubo em 03 furos no entorno da planta, recobrindo-os com a terra. Essa operação deve ser feita de preferência na época das chuvas e será executada uma vez.

9.5.11.5 Monitoramento da Área RecuperadaSerão efetuadas vistorias permanentes visando levantar a situação da área recuperada no sentido de avaliar a ocorrência de restauração dos processos ecológicos nas áreas, conforme os índices estabelecidos pela RESOLUÇÃO SMA Nº 32, DE 03 DE ABRIL DE 2014. Serão emitidos relatórios de monitoramento anuais, até que a recomposição tenha sido atingida, por meio dos seguintes indicadores ecológicos: I - cobertura do solo com vegetação nativa, em porcentagem; II - densidade de indivíduos nativos regenerantes, em indivíduos por hectare; III - número de espécies nativas regenerantes.O objetivo do projeto é chegar ao fim de 03 anos com a área restaurada apresentando os seguintes índices:a) Cobertura do solo com vegetação nativa acima de 80%;b) Densidade de indivíduos nativos regenerantes acima de 200/ha;c) Número de espécies nativas acima de 03.Os relatórios serão elaborados por meio de protocolo específico que incluirá, no mínimo, vistoria técnica, descrição da situação atual da área, ocorrências e relatório fotográfico.

10. PREVISÃO DE CUSTOS:Para a elaboração da tabela de custo dos serviços ambientais foram

utilizados rendimentos referenciados na planilha de lançamento de valores básicos da Fundação Florestal, adotando-se preços dos insumos e serviços praticados no mercado, conforme orçamento elaborado no Anexo VII, sendo que o valor do Projeto Social está detalhado no Anexo I.

Serviços Ambientais 24,00 ha R$ 342.996,39

Projeto Social 01 Turma R$ 20.000,00

Cerca 1.624,26m R$ 19.442,39

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Placa 8,00m2 R$ 3.175,52

Total R$ 385.614,30

11.CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO E DE DESEMBOLSO:A realização das atividades deverá estar em conformidade com o

cronograma de execução dos serviços (Anexo VIII).

12.CONSIDERAÇÕES FINAIS:O presente projeto tem como premissa o envolvimento e a

participação dos próprios assentados na recuperação das áreas e a formação de parcerias, nos projetos de educação ambiental. Desta forma, não se trata de um projeto de reflorestamento convencional, sendo que o enfoque é sempre educativo e participativo.

13.EQUIPE TÉCNICA

Este trabalho foi elaborado por uma equipe multidisciplinar, composta de profissionais de diversas formações, atuantes nas áreas técnicas da Fundação Itesp, que subscrevem o presente documento. Segue abaixo, o quadro com a composição técnica desta equipe:Nome Formação Área de TrabalhoDenise Perez Vieira Engª Agrônoma Gestão AmbientalJair Francisco Machado Filho Gestor

AmbientalGestão Ambiental

João Leonel dos Anjos Engº Agrônomo Gestão AmbientalJuarez Carlos de Souza Engº Agrônomo GTC - Mirante do

ParanapanemaLuis Fernando Marinho Engº Florestal Gestão AmbientalPaulo Sergio Rodrigues Téc. Agrícola GTC - Mirante do

ParanapanemaVitor Akito Kuniochi Engº Agrônomo Gestão Ambiental

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São Paulo, 18 de agosto de 2015 Local e data

Responsável Projeto e Orçamento Representante Legal do Proponente Luis Fernando Marinho Marco Pilla

Engenheiro Florestal Diretor Executivo ART nº 92221220151106759 CPF: 082.953.918-28

CREA nº 5061710763-SP RG: 16.678.181

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14.REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS

1) IBGE, 1993. Mapa de vegetação do Brasil. IBGE, Rio de Janeiro. Acessível em www.ibge.gov.br.

2) LEITE, P.; KLEIN, R. M. 1990. Vegetação. In: IBGE. Geografia do Brasil: região Sul. v. 2. Rio de Janeiro. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. p. 113-150.

3) São Paulo (Estado). Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Pontal do Paranapanema. Zoneamento Ecológico-Econômico. São Paulo, 1999. 110 p.4) ITESP. São Paulo Pontal Verde: Plano de Recuperação Ambiental nos Assentamentos do Pontal do Paranapanema. - nº 1 (Jul. 1998). São Paulo: ITESP. 2'ed.. ZWO, 8%. : il., 23cm. - (Série Caderno ITESP secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania).5) IPT - INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO. 1981. Mapa geológico do Estado de São Paulo; escala 1:500.000. v1 (texto) e v2 (mapa). Governo do estado de São Paulo. Secretaria da Indústria, Comércio, Ciência e Tecnologia.6) CTPI – COOPERATIVA DE SERVIÇOS, PESQUISAS TECNOLÓGICAS E INDUSTRIAIS. Diagnóstico da situação dos recursos hídricos da UGRHI – 22. Pontal do Paranapanema: Relatório Zero. São Paulo: CPTI, 1999. CD-ROM.7) NASCIMENTO, C. M.; PEREIRA, M. A. M. G. Atlas climatológico do Estado de São Paulo (1977-1986). Campinas : Fundação Cargill, 1988. 93 p. 8) SETZER, J. Contribuição para o estudo do clima do Estado de São Paulo. São Paulo: Escolas Profissionais Salesianas, 1946. 239 p.9) Sistema Integrado de Gerenciamento e de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo. Divisão em Unidades Hidrográficas. http://www.sigrh.sp.gov.br/public/uploads/documents/6379/i_1_5divisaoemunidhidro.pdf.

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