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PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO
COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ
ENSINO MÉDIO
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
Araucária2010
PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICOCOLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ
ENSINO MÉDIO
EQUIPE DE ELABORAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO:
PROFESSORES DO ENSINO MÉDIO:
Adriane Drewniak KlembaAdriane Kicote Alexandre Lima Costa FerreiraCatarina Fernades Darines Sofia Ricardo RosaEduardo Chewonica Erica da Maia Alves da SilvaFabiana Gonçalves Fabrício Barbosa Gabriela Aparecida Lima SETOR ADMINISTRATIVO:Iara Torres Ribeiro SECRETARIA Mário Cezar Budziacki Pablo Antunis Fernandes Leonilda Aparecida Gomes Pedro Rogério Tenório Raimundo Filho Sandra Aparecida Boeno Rita Gabriela RochaRose Elizangela dos Santos Thiago Cornicelli Cano SERVIÇOS GERAIS:
Leonilda Aparecida Alves
Luciana do R. C. do Rosário
DIREÇÃO:
José Carlos Rosa
EQUIPE PEDAGÓGICA:
Deyse Prescilla Dalarosa da Silva
Andréia Eliane May Schlickmann
02
PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICOCOLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ
ENSINO MÉDIO
INDICE1-APRESENTAÇÃO
072-IDENTIFICAÇÃO 082.1-CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR 093- PROFISSIONAIS DA INSTITUIÇÃO 113.1- COMPOSIÇÃO DO QUADRO FUNCIONAL DA INSTITUIÇÃO 12
4- MARCO SITUACIONAL 14A SOCIEDADE QUE TEMOS 18 A SOCIEDADE QUE QUEREMOS 19 A ESCOLA QUE TEMOS 19A ESCOLA QUE QUEREMOS 20 OS PROFESSORES QUE TEMOS 20OS PROFESSORES QUE QUEREMOS 20
5- MARCO CONCEITUAL 25
5.1 PRINCÍPIOS FILOSÓFICOS E PEDAGÓGICOS DA INSTITUIÇÃO 25 5.2 CONCEPÇÕES QUE PERMEIAM O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 26 5.3 CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO E DE PRÁTICAS ESCOLARES 265.4 CONCEPÇÃO DE CURRICULO 28 5.5 CONCEPÇÃO DE CONHECIMENTO 29 5.6 CONCEPÇÃO DE SOCIEDADE 30 5.7 CONCEPÇÃO DE ESCOLA 30 5.8CONCEPÇÃO DE ENSINO 315.9 CONCEPÇÃO DE APRENDIZAGEM 31 5.10 CONCEPÇÃO DE GESTÃO 325.11 CONCEPÇÃO DE INCLUSÃO 32 5.12 CONCEPÇÃO DE DESENVOLVIMENTO 34 5.13 CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO ESCOLAR 36 5.14 FUNÇÕES DO PROCESSO AVALIATIVO 37 5.15 OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO 39 5.16 RECUPERAÇÃO PARALELA 405.17 APMF. ASSOCIAÇÃO DE PAIS MESTRES E FUNCIONÁRIOS 40
6-MARCO OPERACIONAL 43
6.1 PROPOSTAS DE AÇÕES PEDAGÓGICAS 436.2 GESTÃO ESCOLAR. ARTICULAÇÃO DA INSTITUIÇÃO COM A COMUNIDADE 45
7- CONSELHO DE CLASSE 45
7.1 CONSELHO DE CLASSE PARTICIPATIVO: UMA EXPERIÊNCIA DE PARTICIPAÇÃO 53 DEMOCRATICA NA ESCOLA 53 ORGANOGRAMA DE CONSELHO DE CLASSE 537.2 ESTÁGIO NÃO OBRIGATÓRIO DE ALUNOS QUE CURSAM O ENSINO MÉDIO 577.3 PLANO DE AÇÃO DO COLÉGIO 61
7.4 PROFISSIONAIS DA INSTITUIÇÃO 62
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
7.5 PLANO DE AÇÃO DO COLÉGIO 627.6 META L 627.7 AÇÕES 627.8 META II 627.9 AÇÕES 637.10 META III 637.11 AÇÕES 637.12 META IV 637.13 AÇÕES 64
8- PROPOSTA DE ARTE 64
8.1 Apresentação da Disciplina 648.2 Fundamentos Teóricos Metodológicos 668.3 Conteúdos Estruturantes para o Ensino Médio- Artes Visuais 678.4 Conteúdos Básicos para a série 678.5 Ensino Médio -Área Música 688.6 Conteúdos Estruturantes 688.7 Conteúdos Básicos para a série 688.8 Ensino Médio-Área Teatral 698.9 Conteúdos Estruturantes para a série 698.10 Conteúdos Básicos para a série 698.11 Ensino Médio Área-Dança 708.12 Conteúdos Estruturantes 708.13 Conteúdos Básicos para a série 70 Objetivos Específicos 718.14 Metodologia da Disciplina 728.15 Recursos Didáticos 728.16 Avaliação 72 Referências Bibliográficas 73
9-PROPOSTA CURRICULAR DE BIOLOGIA 75
9.1 Apresentação da disciplina 759.2 Objetivos 789.3 Conteúdos 809.4 Encaminhamento Metodológico 819.5 Avaliação 82 Referências Bibliográficas 86
10-PROPOSTA CURRICULAR CELEM/ESPANHOL 87
10.1 Apresentação da disciplina 8710.2 Conteúdos 8810.3 Metodologia 8910.4 Avaliação 90 Referências Bibliográficas 91
11-PROPOSTA CURRICULAR DE EDUCAÇÃO FISICA 92
11.1 Apresentação da disciplina 9204
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
11.2 Objetivos gerais da disciplina 9411.3 Conteúdos por série/ano 10111.4 Metodologia da disciplina e recursos didáticos 10511.5 Avaliação 107 Referências Bibliográficas 109
12- PROPOSTA CURRICULAR DE FILOSOFIA 11012.1 Apresentação da disciplina 11012.2 Objetivo geral 11412.3 Objetivo Específico 11412.4 Encaminhamento metodológico 11512.5 Conteúdos 11512.6 Conteúdos estruturantes 11512.7 Avaliação 11712.8 Recuperação Paralela 118 Referências Bibliográficas 118
13- PROPOSTA CURRICULAR DE FÍSICA 11913.1 Apresentação da disciplina 11913.2 Objetivo da disciplina 11913.3 Conteúdos da disciplina 12013.4 Encaminhamentos Teóricos Metodológicos da disciplina 12113.5 Concepção de Avaliação 122 Referências Bibliográficas 123
14- PROPOSTA CURRICULAR DE GEOGRAFIA 12314.1 Apresentação da disciplina 12314.2 Objetivos da disciplina 12514.3 Conteúdos da disciplina 12614.4 Encaminhamento Teórico Metodológico da disciplina 137 14.5 Concepção de Avaliação 138 Referências Bibliográficas 138
15- PROPOSTA CURRICULAR DE HISTÓRIA 13915.1 Apresentação da disciplina 13915.2 Objetivos da disciplina 14015.3 Conteúdos da disciplina 14115.4 Encaminhamento Teórico Metodológico da disciplina 14715.5 Concepção de Avaliação 148 Referências Bibliográficas 149
16- PROPOSTA CURRICULAR L.E.M/ INGLÊS 15016.1 Apresentação da disciplina 15016.2 Importância histórica 15116.3 Objetivos da disciplina 15316.4 Conteúdos da disciplina 15416.5 Encaminhamento Teórico Metodológico da disciplina 15616.6 Critérios de Avaliação 161 Referências Bibliográficas 163
05PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
17- PROPOSTA CURRICULAR DE LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA 163 17.1 Apresentação da disciplina 16317.2 O Ensino do Português 16817.3 Objetivos 17217.4 Encaminhamento Teórico Metodológico da disciplina 17317.5 Conteúdos Programáticos da disciplina 17917.6 Organização da Estrutura Textual 18217.7 Conteúdos de Língua Portuguesa com estrutura bimestral 18517.8 Recursos 187
17.9 Concepção de Avaliação 188 Referências Bibliográficas 191
18-PROPOSTA CURRICULAR DE MATEMÁTICA 192
18.1 Apresentação da disciplina 19218.2 Objetivos da disciplina 19318.3 Conteúdos da disciplina 19418.4 Conteúdos estruturantes por série 19518.5 Elementos Teóricos Metodológicos da disciplina 19618.6 Concepção de Avaliação 198 Referências Bibliográficas 199
19- PROPOSTA CURRICULAR DE QUIMÍCA 201
19.1 Apresentação da disciplina 20119.2 Objetivos gerais 20119.3 Objetivos específicos 20119.4 Conteúdos 20419.5 Metodologia da disciplina 20719.6 Avaliação 208 Referências Bibliográficas 209
20-PROPOSTA CURRICULAR DE SOCIOLOGIA 209
20.1 Apresentação da disciplina 20920.2 Objetivos 21120.3 Conteúdos 21220.4 Metodologia da disciplina 21520.5 Avaliação 217 Referências Bibliográficas 217
Anexos 220
Fundamentos da Educação Inclusiva 221Declaração de Jomtien 222Declaração de Salamanca 223Matriz Curricular para o Ensino Médio por Blocos de Disciplinas Semestrais 225
06PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Apresentação
Esta Proposta Pedagógica tem por objetivo contemplar a seleção de Títulos e
Estratégias de ação que envolverá todos os segmentos da comunidade escolar do
Colégio Estadual Professor Elzeário Pitz, Ensino médio de acordo com a Lei nº 9394/96 ,
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que consagra os Princípios da Liberdade,
Autonomia, Flexibilidade e Democracia em Consonância com a ação educativa que norteia,
desde sua promulgação, o sistema Educacional Brasileiro. O coletivo do Colégio Estadual
Profº Elzeário Pitz, busca avançar na construção coletiva.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
1 - IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA
ESTABELECIMENTO
COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – ENSINO MÉDIO
ENDEREÇO:
Rua Begônia, Nº 1051, CEP: 83.709-320 – Bairro Campina da Barra – Jardim Tupy -
Araucária/Pr.
FONE
(41) 3552-4507
ENDEREÇO ELETRÔNICO
www.colegioelzeariopitz.com.br
TURMAS
CURSO SERIE TURNO TOTAL DE TURMAS
Ensino Médio
1ºNoturno
03
2º 3
3º 02
TOTAL 8
Autorização de Funcionamento – Resolução Temporária nº 1158/06 SEED de 05 de Abril 2006 Diário Oficial de 25 de Março de 2006.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
A escola atende aproximadamente 295 alunos, os quais estão distribuídos nos
seguintes níveis de ensino: Ensino Médio regular 1º, 2º e 3º e a partir do ano de 2010, foi
implantado o Ensino Médio em Blocos.
2 - DIAGNÓSTICO
2.1 CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR
O Colégio Estadual Professor Elzeário Pitz, inaugurado em 04/04/2006, localiza-se
no Bairro Campina da Barra – Jardim Tupy no Município de Araucária, no estado do
Paraná. É uma região formada por trabalhadores, operários das indústrias locais, alguns
descendentes de poloneses que trabalhavam na lavoura tirando da terra seu sustento. A
minoria da população é de classe média, porém a maioria é de classe baixa, muitos vivem
em uma total miséria, o índice de desempregados aumenta, necessitando de assistentes
sociais e ajuda da própria escola e da comunidade, um grande número de pessoas são
obrigadas a se deslocarem de ônibus todos os dias, para as cidades vizinhas em busca de
trabalho. A escola funciona atualmente em um único turno, noturno que atende 7 (sete)
turmas de Ensino Médio.
O horário de funcionamento segue a seguinte ordem:
Noturno 18:30 às 22:30 horas.
Nosso estabelecimento de Ensino atende uma clientela de nível sócio – econômico
baixo, com predominância da classe operária, possuindo um mercado de trabalho voltado
para as indústrias, o comércio, a prestação de serviços e a agricultura.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
O perfil dos alunos que freqüentam a escola, a maioria são trabalhadores em busca
de melhor qualificação para o trabalho, outros desempregados, com famílias bastante
numerosas e com problemas de poder aquisitivo dependendo na sua grande maioria das
instituições sociais e em virtude desta realidade possuem baixa expectativa de futuro e de
melhor qualidade de vida.
Problemas
. Desemprego.
. Baixo poder aquisitivo.
. Aumento da violência.
. Mercado de trabalho restrito.
. Desinteresse da família pela vida escolar do aluno.
Expectativas
. Menos violência nas ruas.
. Segurança preventiva
. Atendimento de Saúde adequado.
. Estruturação familiar.
. Locais de lazer no bairro.
Propostas de Solução
Ação policial preventiva, sobretudo no horário de saída das aulas.
Empregos para os jovens (primeiro emprego).
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Organização de cursos comunitários profissionalizantes.
Divulgação e conscientização da necessidade de melhor qualidade de vida.
Este estabelecimento de ensino utiliza o prédio da Escola Municipal Professora
Azuréa Busquette Benoski que é mantida pela Prefeitura Municipal de Araucária/Pr, onde
utilizamos 01 (uma) sala para secretaria, 08 (oito) salas de aula, 01 (uma) cantina, 01
(uma) sala dos professores, 01 (uma) sala da direção, 01 (uma) sala de pedagogo, 01 (um)
sanitário masculino e 01 (um) feminino para alunos e professores, 01 (um) almoxarifado, 01
(uma)cancha de esportes não coberta e sala de vídeo, tudo em conjunto com o município.
A escola está localizada a aproximadamente, 08 quilômetros do centro de Araucária
e surgiu de uma manifestação dos alunos moradores do bairro reivindicando vale
transporte gratuito em frente à Prefeitura Municipal. O manifesto dos estudantes surtiu
efeito, o prefeito sensibilizado com a manifestação decidiu abrir em parceria com o governo
do estado uma nova escola de Ensino Médio nas dependências da Escola Municipal
Professora Azuréa Busquette Belnoski.
3. PROFISSIONAIS DA INSTITUIÇÃO
No ano de 2010, a escola conta com 16 (dezesseis) profissionais que exercem
atividades de docência e 01 (um) profissional que está atuando na biblioteca da escola.
Além dos regentes, a escola possuí 02 (duas) pedagogas, 01 (um) diretor, 01 (uma)
secretária, 01 (uma) auxiliar de secretaria e 02 (duas) funcionárias de serviços gerais.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
3.1 – RELAÇÃO DO CORPO DOCENTE E TÉCNICO ADMINISTRATIVO
COMPOSIÇÃO DO QUADRO FUNCIONAL DA INSTITUIÇÃO
NOME FUNÇÃO FORMAÇÃO TEMPO/
INSTITUIÇÃO
José Carlos Rosa DiretorMatemática com
especialização em Educação Matemática
04 anos
Deyse Prescilla
Dalarosa da Silva
Pedagoga
Pedagogia com
especialização em Educação
Especial/ Psicomotricidade
02 anos
Andréia Eliane May
Schlickmann
Pedagoga
Pedagogia com
Especialização em
Psicopedagogia e Educação
Especial
01 ano
Sandra Aparecida
Boeno SecretáriaLetras – Português e Inglês
03 anos
Leonilda Aparecida
Gomes
Auxiliar de
SecretariaEnsino Médio
03 anos
Leonilda Aparecida Alves
Serviços
GeraisEnsino Médio
01 ano
Luciana do R. C. do
Rosário
Serviços
GeraisEnsino Médio
01 ano
Adriane Drewniak Klemba
Professora
História com especialização
em: Educação Inclusiva 01 ano
Adriane Kicote ProfessoraPedagogia
02 anos
Alexandre Lima Costa
Ferreira Professor 02 AnosCatarina Fernades Professora Ciências Sociais com
especialização em: Geografia
Rural
03 anos
Darines Sofia Ricardo
Rosa
ProfessoraLetras – Português e Inglês
com especialização em: Magistério Superior/Educação a Distância/Teologia Pastoral
03 anos
Eduardo Chewonica Professor Processo Químico 01 anoErica da Maia Alves da
Silva
Professora Geógrafa com especialização
em: Inclusão/Metodologia de
Ensino/Gestão de Pessoas
01 ano
Fabiana Gonçalves Professora Ciências com Licenciatura
Plena em Biologia
01 Ano
Fabrício Barbosa Professor Educação Física com
mestrado em: Educação
Física
04 anos
Gabriela Aparecida Lima
Professora Pedagogia 01 ano
Iara Torres Ribeiro Professora Educação Artística com
habilitação em Artes Cênicas
e especialização em: História
do Brasil
02 anos
Josiane Professora Acadêmica em
Letras/Português-Espanhol
01 ano
Mário Cezar Budziacki Professor Licenciatura em Letras/Inglês 01 ano
Pablo Antunis Fernandes
Professor
Ciências com habilitação em
matemática e especialização
em: Educação Especial e
Psicomotricidade
01 ano
Pedro Rogério Tenório Raimundo Filho
Professor Filosofia bacharelado em
licenciatura plena 01 anoRita Gabriela Rocha Professora Comunicação Social 01 anoRose Elizangela dos
Santos
Professora Matemática com
especialização em:
Matemática
04 anos
Thiago Cornicelli Cano Professor
Matemática com
especialização em: Ensino da
Matemática
02 Anos
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
1. 4. MARCO SITUACIONAL
Localizado na cidade de Araucária região metropolitana de Curitiba/Pr, o Bairro
Campina da Barra – Jardim Tupy foi criado em 1980 e faz fronteiras com os jardins: Santa
Clara, Rebeca, Montreal e Jardim do Bosque. Possuí uma população de cerca de 10 mil
pessoas. E neste bairro que se localiza o Colégio Estadual Professor Elzeário Pitz que
surgiu de uma manifestação dos alunos moradores do bairro reivindicando vale transporte
gratuito em frente à Prefeitura do Município de Araucária. O manifesto dos estudantes
surtiu efeito, o prefeito sensibilizado com a manifestação decidiu abrir uma nova escola de
Ensino Médio nas dependências da Escola Municipal Professora Azuréa Busquette
Benoski.
O Professor Elzeário Pitz homenageado com o nome da escola por ter sido
professor da Escola Azuréa e faleceu em um trágico acidente de carro no dia 16 de junho
de 2003 ao retornar para Curitiba onde residia com sua família.
O Professor Pitz como era conhecido por todos, nasceu em 03 de julho de 1966 e
faleceu aos 37 anos de idade.
Este Estabelecimento de Ensino, situa-se a Rua Begônia nº 1051 no Bairro Campina
da Barra – Jardim Tupy – CEP: 83.709-320, fone (41) 3552- 4507 em Araucária Paraná,
tendo como mantenedora o Estado e o prédio é do município, onde utilizamos uma
pequena sala para secretaria, seis salas de aula, cantina sala dos professores, da direção,
de pedagogo, sanitário masculino e feminino para alunos e professores, almoxarifado,
cozinha, cancha de esportes sem cobertura, biblioteca, laboratório de informática e sala de
vídeo tudo em conjunto com a Prefeitura.
A comunidade atendida advém da classe trabalhadora, que na sua maioria
trabalham nas indústrias, são assalariados que lutam com dificuldades buscando seu
sustento e ciente que através do estudo poderá conseguir melhores condições de vida.
O Colégio está organizada por séries em blocos, num total de 200 dias letivos e 800
h/aula, conforme LDB. Os alunos do Ensino Médio têm uma carga horária de 75% da Base
Nacional Comum e 25% de Parte Diversificada, sendo que as matérias que compõe
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
a Base Nacional Comum: Língua Portuguesa, Matemática, Biologia, Química, Física,
Arte, História, Geografia, Sociologia, Filosofia e Educação Física. A parte diversificada é
composta pela disciplina de Língua Estrangeira Moderna Inglês. O Colégio também oferta
o curso de CELEM - Espanhol.
O Colégio é composto com Equipe Pedagógica e Administrativa; diretor e uma
pedagoga. Toda a equipe desenvolve o seu trabalho sempre buscando articular os
planejamentos, realizar grupos de estudo e fazer a mediação de conflitos de alunos.
Para realizar a limpeza do Colégio existe somente uma funcionária de serviços
gerais dificultando o trabalho pois a escola comporta duas funcionárias.
Vive-se numa sociedade que se apresenta injusta e desigual, nos próprios ambientes
educativos, na casa e na rua, e em outros meios constituintes da comunidade, não existem
objetivos claros, definidos. Isso leva uma vida sem perspectivas melhores, culminando com
reprodução da atual sociedade que tanto a classe dominante deseja. Nessa sociedade há
muitas leis. Leis essas que os governantes criam e que grande parte da população não
conhecem e, portanto, não tem como exigir que se efetivem na prática, acabam não
auxiliando os sujeitos ou ajudando-os naquilo que deveriam fazer. Além disso, vive-se a
maximização da concentração de riquezas, a desigualdade entre as nações e entre grupos
sociais, o desemprego em nível mundial, a institucionalização da currupção, a perda de
identidade cultural das nações e a submissão da sociedade ao capitalismo, para o qual o
ser humano não é prioridade.
Sabe-se que a história é a ação do homem através dos tempos. História da sua
capacidade racional, produtiva, dominadora e transformadora. Essa ação se dá na
sociedade como um todo, especialmente no espaço físico em que este (o homem) está
inserido. Ao longo dos tempos, a sociedade vem exigindo dos ser humano, preparação
para que possa atuar. O dia a dia está cada vez mais concorrido. É preciso que se
preparem os cidadãos para que tenham consciência de que precisarão se esforçar e
assumir muitas responsabilidades para que consigam seu espaço, principalmente no
mercado de trabalho.
Paralelamente a formação para a vida (tão concorrida), os seres humanos precisam ser
preparados para mudar as desigualdades. É preciso que se crie uma nova visão de
homem.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Homens estes que lutam para que os direitos humanos sejam respeitados e a
sociedade se torne mais humana, justa e solidária.
É nesta sociedade que está inserida esta instituição de ensino e nela se repercutem
os problemas em si vividos.
Nas famílias evidencia-se uma desestrutura, pois aquele papel que se deseja que
ela cumpra não se está efetivando. Os pais estão “perdidos na educação de seus filhos”.
Não sabem como colocar limites. Esse tipo de postura vem a repercutir na escola, onde
muitos jovens estão reunidos e estes estão apresentando os mesmos problemas.
Diante dessa realidade, em se tratando de relações interpessoais no ambiente
escola pode-se registrar uma realidade onde se busca o equilíbrio. A equipe pedagógica e
administrativa deixa bem evidente a todos os professores, alunos e funcionários as regras
que são gerais. Assim, cotidianamente os professores, funcionários e pais que freqüentam
e convivem na instituição de ensino ficam sabendo das regras e normas que estão também
no regimento escolar.
A relação que a equipe pedagógica tenta estabelecer com os alunos é de formação
de consciência. Pensa-se em conscientizar para que aconteça mudança de
comportamento. Por isso, as regras sempre são esclarecidas para todos.
Muitos teóricos colocam que a aprendizagem passa pela afetividade e se os
envolvidos na educação das crianças e adolescentes não conseguem manter um bom
relacionamento afetivo, dentro de uma certa instabilidade o processo todo fica prejudicado.
Por isso, trabalha-se a questão da conscientização. Os alunos precisam refletir sobre as
conseqüências de suas ações, quer sejam em benefício ou prejuízo.
Os educandos do Colégio Estadual Professor Elzeário Pitz trazem a escola uma
cultura que é aquela composta por conhecimentos transmitidos pelos pais e adquiridos nos
diversos espaços de sociabilidade (igreja, clubes, ruas). Assim, são muito diferentes os
tipos de condutas expostos na escola pelos alunos.
Para auxiliar na reflexão sobre o marco situacional, foi elaborado um questionário e
aplicado com um número de 250 alunos pertencentes às turmas de 1º, 2º e 3º anos do
Ensino Médio. Os alunos auxiliados pelos professores, refletiram, debateram, dialogaram e
colocaram as suas opiniões no questionário que lhes perguntava:
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
• Que sociedade temos?
• Que sociedade queremos?
• Que escola temos?
• Que escola queremos?
• Que professores temos?
• Que professores queremos?
• Que alunos somos?
• Que alunos devemos ser?
A partir de um questionamento feito aos alunos sobre a sociedade, a escola e os
professores que possuem e a sociedade, a escola e os professores que desejam possuir
se definiram as opiniões sintetizadas no quadro que se segue. Com as opiniões ficou
evidente que os estudantes são conscientes de toda a problemática apresentada nos dias
atuais e possuem bem definidas as mudanças que desejam que aconteça com relação à
sociedade, escola e professores que com eles convivem no cotidiano.
Para o corpo docente, a escola que se tem atualmente está assumindo papéis que
não são práticas de sua especificidade pedagógica, atuando em assuntos referentes as
dinâmicas familiares, a família, primeira responsável pela educação da criança está
repassando à escola esta responsabilidade, na medida que não assume seus
compromissos, deixando de lado necessidades básicas de seus filhos. A família não tem
conseguido assumir o rumo da educação de seus filhos. Eles muitas vezes têm como
referência conceitos, valores e idéias transmitidos pelos meios de comunicação.
Assim, questões disciplinares acabam tomando grande parte do tempo escolar, no
qual os conteúdos didáticos específicos não são trabalhados de forma aprofundada.
Para o corpo docente, os alunos que se tem hoje não são os alunos para os quais
foram preparados os professores, nem o material didático disponível.
São alunos de forma geral pouco interessados. Os professores sentem-se
despreparados para trabalhar com os educandos que se tem hoje. Um grande motivo para
isso é a falta de acesso aos recursos tecnológicos na educação, especificamente na escola
e espaço físico insuficiente.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Ao corpo docente também foi distribuído um questionário contendo as seguintes
questões:
• Que professor sou?
• Que professor preciso ser?
Parte dos dados coletados estão citados na seqüência do marco situacional.
Compreende-se que hoje a escola deve atender as situações advindas da vida
moderna, dos diversos recursos tecnológicos. Contudo, os recursos tecnológicos
disponíveis não são suficientes para superar o que é oferecido aos alunos na vida fora
da escola. Isso cria uma divisão onde a escola ainda atua de forma precária para as
tecnologias oferecidas pela evolução.
Nos últimos anos duas tendências aumentaram particularmente os desafios de
trabalhar com crianças e adolescentes o materialismo crescente e a violência da mídia
de entretenimento. Muitas crianças e adolescentes passam mais tempo em frente da
TV e do computador do que na frente de seus pais, dialogando. Muitos adultos passam
cada vez menos tempo desfrutando a companhia de seus filhos e de sua família e
interagindo com eles, pois tentam conquistar a segurança e a felicidade por meio do
materialismo ou estão simplismente tentando se relacionar com um mundo mais
complexo. A violência no entretenimento exerce uma influência profunda sobre os
jovens. Filmes, programas de televisão e vídeos violentos não só glamorizam a
violência, como sancionam a desumanidade e o desrespeito. A medida em que as
relações entre as pessoas se deterioram e o índice de desestruturação das famílias
aumenta, muitas crianças e adolescentes têm pouco adultos em sua volta para que
cuidem de si e lhes dê a assistência necessária.
A sociedade que temos:
• Com muitos conflitos;
• Ausência de respeito;
• Com muita violência, medos e guerra;
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
• Sem regras, onde cada um busca apenas o seu ideal;
• Com preconceito, sem amor ao próximo, desigualdade e individualismo;
• Extremamente capitalista;
• Cheia de prostituição, drogas, desigualdade social e financeira;
• Falsa, moralista e injusta;
• Que priva o estereótipo de beleza.
A sociedade que queremos:
• Uma sociedade melhor, sem brigas, sem violência, sem drogas e sem políticos
corruptos;
• Com segurança, direitos iguais;
• Democrática e sem preconceito racial, social e financeiro;
• Onde a igualdade prevaleça e que a diferença de classe social deixe de ser um
problema;
• Sem vandalismo;
• Que seja justa e que todos tenham oportunidade e haja cooperação.
A escola que temos:
• Temos uma escola boa, porém poderia ser melhor;
• Com defeitos, mas também com privilégios;
• Com alto nível de educação e disciplina;
• Temos uma escola com nível de ensino alto;
• Temos uma escola que não tem condições financeiras suficiente, que sofre muitas
vezes depredações realizadas pelos próprios alunos “vândalos”.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
A escola que queremos:
• Sem brigas, com respeito mútuo entre alunos e professores e que os alunos saibam
cuidar da escola;
• Com mais estrutura física, mais alegre onde todos cumpram suas obrigações;
• Um lugar onde possamos expressar nossas opiniões;
• Uma escola interativa e organizada;
• Mais limpa, reformada, com cancha coberta, carteiras novas, etc;
• Com melhores fontes de pesquisa (biblioteca).
Os professores que temos:
• Muito bons, qualificados, experientes em cada matéria, porém alguns não tem controle
sobre os alunos;
Excelentes, que ensinam muito bem, muito competentes;
• Alguns nos tratam de igual para igual e outros nos tratam com ar de superioridade;
• Alguns com vontade de ensinar, pois são coerentes e responsáveis. Outros que não
levam tão à sério e desinteressados.
Os professores que queremos:
• Bem preparados que motivem os alunos a participar das aulas;
• Que saibam explicar e que tenham controle emocional (não percam a cabeça fácil);
• Mais dinâmicos. Com mais entusiasmo;
• Que aceitem as nossas opiniões;
• Que acreditem que somos capazes, que sejam responsáveis com sua profissão.
20
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
1º ano
Que aluno sou?
• Aquele que faz as atividades que são passadas?
• Obedece as normas do Colégio?
• Participa de todas as atividades propostas?
• Pontual e participativo?
• Gosta de brincar e zoar com os amigos e não gosta de estudar?
• Mau humorado e desatento?
• Chega sempre atrasado?
• Discute com os professores?
• Bagunceiro, conversa com freqüência?
• Aquele que esquece de fazer os trabalhos ou lições?
• Preguiçoso para ir a escola, só faz os trabalhos em último caso, quando precisa de
muita nota?
• Estudo para as provas apenas nas vésperas?
• Com hábito de estudar em casa diariamente o conteúdo apreendido em sala?
Que aluno preciso ser?
• Preciso conversar menos e prestar mais atenção?
• Preciso me concentrar mais, porque muitas vezes não entendo o conteúdo por falta de
concentração;
• Tenho que estudar mais, me comportar e deixar de falar palavrões;
• Devo ser educado;
• Fazer minhas tarefas, não bagunçar e não faltar com o respeito com meus professores
e colegas;
• Devo freqüentar as aulas, participar das atividades propostas;
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
• Um aluno atento e estudioso;
• Devo corrigir na área de amizade, conversar com meus amigos na hora do recreio;
• Devo chegar sempre no horário;
• Devo conciliar o meu trabalho com os estudos. Ser mais organizado.
2º Ano
Que aluno Sou?
• Educado, esforçado, inteligente, humilde e amigo de todos?
• Dedicado aos estudos?
• Conversador, só presto atenção no que julgo necessário?
• Esforçado, pontual e atento às aulas?
• Entrego tudo no prazo certo e tenho bom relacionamento com os professores e
colegas?
• Desligado e que presto pouca atenção. Não tem muitos amigos no Colégio?
• Trabalho e faço curso, não tenho muito tempo para o Colégio?
• Sou um aluno mediano com alguns defeitos;
• Educado, pontual, sincero, estudioso, faz tudo com atenção?]
Que aluno preciso ser?
• Eu acho que deveria pensar mais no meu futuro, ter gosto pelo estudo, dedicado para
ser alguém na vida;
• Interessado e convicto;
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
• Abandonar a preguiça, aprender a conciliar trabalho e Colégio, sair menos nos finais de
semana e faltar menos nas aulas;
• Estudar mais para as provas e tirar melhores notas;
• Ser pontual e fazer as tarefas;
• Devo ler mais.
3º Ano
Que aluno sou?
• Comprometido com o aprendizado?
• Um tanto bagunceiro, porém respeitador;
• Responsável com as regras, com datas de trabalhos e provas?
• Dedicado e atencioso para com meus colegas?
• Com temperamento forte e não aceito que me contrariem;
• Quando não tenho razão, assumo. Não gosto de injustiça;
• Participativo, porém distraído;
• Pontual, aplicado que luta pelos ideais.
Que aluno preciso ser?
• Preciso ser mais dedicado aos estudos, não me distrair com outros assuntos;
• Mais esforçado para conseguir um futuro melhor;
• Mais atencioso e pontual;
• Ser mais questionador, pesquisador;
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
• Deixar de ser preguiçoso;
• Preciso procurar entender a matéria e não decorar;
• Ser menos crítico e menos exigente comigo mesmo e com os professores;
• Preciso ser um aluno mais competente com meus estudos, parar de faltar tanto e
melhorar minhas notas.
A sociedade de hoje apresenta-se injusta e desigual. Nos próprios ambientes
educativos, na casa e na rua, e em outros meios constituintes da comunidade, não existem
objetivos claros, definidos. Isso leva uma vida sem melhores perspectivas, culminando com
a reprodução da atual sociedade que tanto a classe dominante deseja. Nessa sociedade
há muitas leis. Leis essas que os governantes criam e que grande parte da população não
conhece e, portanto, não tem como exigir que se efetivem na prática, acabam não
auxiliando os sujeitos ou ajudando-os naquilo que deveriam fazer. Além disso vive-se a
maximização da concentração de riquezas, a desigualdade entre nações e entre grupos
sociais, o desemprego em nível mundial, a institucionalização da corrupção, a perda de
identidade cultural das nações e a submissão da sociedade ao capitalismo, para o qual o
ser humano não é prioridade.
Ao longo dos tempos, a sociedade vem exigindo dos seres humanos, preparação
para que possam nela atuar. O dia a dia está cada vez mais concorrido. É preciso que se
preparem os cidadãos para que tenham consciência de que precisarão se esforçar e
assumir muitas responsabilidades para que consigam seu espaço, principalmente no
mercado de trabalho que está cada vez mais concorrido.
É nesta sociedade que está inserida esta instituição de ensino e nela se repercutem
os problemas em si vividos.
As famílias cada vez mais desestruturadas, os pais estão perdidos na educação de
seus filhos. Não sabem colocar limites. Esse tipo de postura vem a repercutir na escola,
onde muitos jovens estão reunidos e estes estão apresentando os mesmos problemas.
Diante dessa realidade, em se tratando de relações interpessoais no ambiente
escolar pode-se registrar uma realidade onde se busca o equilíbrio.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
A equipe pedagógica e administrativa deixa bem evidente a todos os professores,
alunos e funcionários e pais que freqüentam e convivem na instituição de ensino ficam
sabendo das regras e normas que estão também no regimento escolar.
A relação que a equipe pedagógica tenta estabelecer com os alunos é de formação
de consciência. Pensa-se e conscientizar para que aconteça mudança de comportamento.
Por isso, as regras sempre são esclarecidas para todos.
5. MARCO CONCEITUAL
5.1 PRINCÍPIOS FILOSÓFICOS E PEDAGÓGICOS DA INSTITUIÇÃO:
O Colégio Estadual Professor Elzeário Pitz pensando em uma sociedade mais justa,
humana, fraterna e democrática, com homens críticos politizados, com ampla visão de
mundo, capazes de superar os preconceitos sociais, em uma sociedade em que todos
usufruam dos direitos e deveres presentes na Constituição Brasileira.
Partindo desses pressupostos e sabendo que o ser humano é o sujeito principal da
construção da sociedade e por conseguinte, da história, portanto queremos que este
homem busque a verdade, que tenha ideais e objetivos definidos e que seja agente
transformador.
25
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
5.2 CONCEPÇÕES QUE PERMEAM O PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO:
5.3 CONPEPÇÃO DE EDUCAÇÃO E DE PRÁTICAS ESCOLARES
Educar é construir, é libertar o homem do determinismo, passando a reconhecer o
papel da História e onde a questão da identidade cultural, tanto em sua dimensão
individual, como em relação à classe dos educandos, é essencial à prática pedagógica
proposta. Sem respeitar essa identidade, sem autonomia, sem levar em conta as
experiências vividas pelos educandos antes de chegar à escola, o processo será
inoperante, somente meras palavras despidas de significação real.
A educação é ideológica, mas dialogante, pois só assim pode se estabelecer à
verdadeira comunicação da aprendizagem entre seres constituídos de almas, desejos e
sentimentos.
A concepção de educação de Paulo Freire percebe o homem como um ser
autônomo. Esta autonomia está presente na definição de vocação ontológica de 'ser mais'
que está associada com a capacidade de transformar o mundo. É exatamente aí que o
homem se diferencia do animal. Por viver num presente indiferenciado e por não se
perceber como um ser unitário distinto do mundo, o animal não tem história.
A educação problematizadora responde à essência do ser e da sua consciência, que
é a intencionalidade. A intencionalidade está na capacidade de admirar o mundo, ao
mesmo tempo desprendendo-se dele, nele estando, que desmistifica, problematiza e critica
a realidade admirada, gerando a percepção daquilo que é inédito e viável. Resulta em uma
percepção que elimina posturas fatalistas que apresentam a realidade dotada de uma
determinação imutável. Por acreditar que o mundo é passível de transformação a
consciência crítica liga-se ao mundo da cultura e não da natureza. O educando deve
primeiro descobrir-se como um construtor desse mundo da cultura.
Essa concepção distingue natureza de cultura, entendendo a cultura como o
acrescentamento que o homem faz ao mundo, ou como o resultado do seu trabalho, do
26
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
seu esforço criador. Essa descoberta é a responsável pelo resgate da sua auto-
estima, pois, tanto é cultura a obra de um grande escultor, quanto o tijolo feito pelo oleiro.
Procura-se superar a dicotomia entre teoria e prática, pois durante o processo, quando o
homem descobre que sua prática supõe um saber, conclui que conhecer é interferir na
realidade, percebe-se como um sujeito da história. Como já refletia Paulo Freire, em seus
estudos: “Não se poderá separar a prática da teoria, autoridade de liberdade,
ignorância de saber, respeito ao professor de respeito aos alunos, ensinar de
aprender”. (Freire, 1997, p. 106-107).
“A educação tem sentido porque mulheres e homens aprenderam que é
aprendendo que se fazem e se refazem, porque mulheres e homens se puderam
assumir como seres capazes de saber, de saber que sabem, de saber que não
sabem. A educação tem sentido porque, para serem, mulheres e homens precisam
estar sendo. Se mulheres e homens simplesmente fossem, não haveria porque falar
em educação”. (Freire, 2000).
A educação pode atuar na área da “conscientização”, ou seja, na afirmação da
vocação de sujeito do ser humano. O sujeito é aquele capaz de “ler” o mundo e interagir
com a sua realidade concreta, buscando a transformação da realidade. A educação pode
contribuir para a formação de pessoas que se percebem como parte de uma classe social
e, tomando a “história nas mãos”, buscam construir uma nova realidade social. A educação
pode e deve contribuir num processo maior de libertação das classes subalternas das
condições de miséria em que vivem.
Nessa concepção está implícito que só a classe subalterna pode conduzir esse
processo de libertação e construir essa nova sociedade, pois, a classe dominante não vai
conduzir a essa transformação.
Compreendendo a educação enquanto processo contínuo de construção dos
sujeitos e de transformação da realidade e, valorizando o conhecimento como resultado
das interações, das relações humanas e da sua construção social, histórica e cultural,
passa-se a perceber a necessidade de uma educação voltada para construção da
cidadania e de sujeitos capazes de participarem ativamente do processo de transformação
da nossa sociedade.
27
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
5.4 CONCEPÇÃO DE CURRÍCULO
Discutir as diferentes modalidades possíveis de articulação entre escola e família
nas sociedades contemporâneas, pressupõe refletir também sobre o currículo e suas
implicações para o cotidiano escolar e a prática docente.
Mas o que se compreende por “currículo”? O currículo deve ser entendido enquanto
tradução da própria compreensão do significado de escola e das relações que esta
instituição estabelece com a sociedade na qual está inserida.
O currículo que ao mesmo tempo determina e orienta o trabalho escolar, também é
determinado por ele.
Faz-se necessário então, compreender que o currículo é muito mais amplo do que o
trabalho com conteúdos escolares disciplinares. Os vários tipos de aprendizagem, exigidas
pelo processo de escolarização e valores, comportamentos e atitudes adquiridos no dia-a-
dia constituem o currículo na sua totalidade. É nesse sentido que se deve pensar no
trabalho com o currículo em rede como reflexo das diferentes visões de mundo dos atores
envolvidos na produção dos saberes escolares, e não mais no currículo linearmente
construído. “Conceber o currículo em rede, significa considerá-lo um processo
transformativo; uma integração de experiências ricas, abertas e complexas, cujo
centro de análise e intervenção muda conforme mudam os focos de seus agentes”.
(DOLL, 1997).
Na medida em que os conteúdos escolares deixam de ser percebidos como
verdadeiros “pacotes de conhecimento universais” e passam a ser considerados como
práticas culturais que se manifestam no domínio da representação e leitura do mundo dos
atores envolvidos, permitem um novo olhar sobre as conpeções de escola, de ensino, de
aprendizagem, de professor, de aluno e do seu meio familiar, refletindo diretamente na
forma de conceber o currículo que passa a ser pensado de forma contextualizada,
ampliada e dinâmica.
28
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
A relação entre família e escola modifica-se, indo além do controle meramente
burocrático ou da aquisição, pelos alunos, dos conteúdos escolares. Ao invés da família ser
chamada ou convocada na escola apenas quando as coisas não andam bem, quando os
conceitos não estão de acordo com o esperado, ou quando se precisa de uma ajuda, ela
passa a ser encarada como co-autora do projeto de escola e conseqüentemente se
envolvendo mais diretamente na concretização do mesmo. Os conhecimentos, valores,
desejos e expectativas vindos dos diversos horizontes familiares passam a integrar o
campo dos saberes de referência a serem considerados no momento da escolha dos
conteúdos escolares, tornando o saber escolar produzido nas salas de aula algo mais
significativo, mais prazeroso e mais libertador para todos os atores envolvidos na prática
educativa.
Para além desta mudança na perspectiva do planejamento mais geral da própria
instituição escolar, a concepção de currículo aqui privilegiada permite ao professor
organizar a sua prática pedagógica cotidiana de sala de aula de forma mais dialógica e
interativa com a realidade dos seus alunos.
Ao quebrar com as concepções hierárquicas de saber, este novo olhar sobre o
currículo abre-se à possibilidade de valorizar outras formas de conhecimento sem confundi-
las, no entanto, entre si. Nesta perspectiva, o currículo é, sem dúvida, um elo importante e
indispensável na relação escola e família. O desafio está posto e o enfrentamento apenas
começando.
5. 5 CONCEPÇÃO DE CONHECIMENTO
O conhecimento deve ser o centro de toda a atividade escolar em uma escola, por
isso, faz sentido problematizá-lo, discutir sua utilidade, sua constituição e a melhor forma
de fazer com que os alunos construam o seu próprio conhecimento.
Estabelecer uma nova relação com o conhecimento é perceber que a informação
não é o conhecimento, apenas “matéria-prima”, que se torna conhecimento se for
29
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
transformada pelo sujeito cognoscente, se fizer sentido para este e se relacionar
com outros conhecimentos já construídos e incorporados.
5.6 CONCEPÇÃO DE SOCIEDADE
A busca incessante pela articulação plena da escola à sociedade pode ser
esclarecida pela ótica de Paulo Freire quando afirma “Não posso ser professor se não
percebo cada vez melhor que, por não ser neutra, minha prática exige de mim uma
definição. Uma tomada de posição. Decisão. Ruptura. Exige de mim que escolha entre isto
e aquilo. Não posso ser professor a favor de quem quer que seja e a favor de não importa
o quê. Não posso ser professor a favor simplesmente do Homem ou da Humanidade, frase
de uma vaguidade demasiado contrastante com a concretude da prática educativa. Sou
professor a favor da docência contra o despudor, a favor da liberdade contra o
autoritarismo, da autoridade contra a licenciosidade, da democracia contra a ditadura de
direita ou de esquerda. Sou professor a favor da lista constante contra qualquer forma de
discriminação, contra a dominação econômica dos indivíduos ou das classes sociais. Sou
professor contra a ordem capitalista vigente que inventou esta aberração: a miséria na
fartura. Sou professora a favor da esperança que me anima apesar de tudo”. (FREIRE,
1996, p. 115)
Partindo dessa concepção de Paulo Freire (1996), busca-se construir com a nossa
prática uma sociedade justa, igualitária, garantindo a todos os cidadãos a dignidade e a
efetivação de seus direitos, no efetivo exercício da cidadania.
5.7 CONCEPÇÃO DE ESCOLA
A escola é um sistema social porque é o resultado da interação de uma pluralidade
de agentes individuais: professores, alunos, pais e funcionários, cujas relações recíprocas
são mutuamente orientadas, isto é, são definidas e
30
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
transmitidas por um sistema de expectativas culturalmente estruturadas e compartilhadas.
A escola como um sistema social tem como objetivo primordial, contribuir para a formação
e o desenvolvimento de seus planos, a partir das necessidades e aspirações suas, de seus
pais e responsáveis, em segundo lugar, cabe à escola contribuir, através de suas
atividades, para a melhoria da qualidade de vida de toda sociedade, caracterizando-se
como um local de construção de conhecimento pedagógico a partir da reflexão sobre a
prática, envolvendo de forma articulada todos os profissionais que a compõem.
5.8 CONCEPÇÃO DE ENSINO
Busca-se o desenvolvimento de uma concepção de ensino onde educador e
educandos sejam sujeitos do seu processo de desenvolvimento, pois necessitam da
mediação das experiências e saberes de ambos, para que se concretize a aprendizagem.
Nessa concepção a função do educador deve ser a de oportunizar atividades que
encaminhem o educando ao seu desenvolvimento potencial, dessa forma, é papel do
educador ser mediador das atividades. Para tal, os conteúdos trabalhados nascem da
necessidade que o educando encontra ao tentar realizar sua tarefa.
5.9 CONCEPÇÃO DE APRENDIZAGEM
Há a necessidade de criar situações em que o indivíduo seja instigado a construir
seu conhecimento, circunstâncias em que ele precise fazer escolhas diante de problemas
que surgem espontaneamente e não criados num clima
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
artificial. Prezamos em nosso colégio por um espaço em que o professor não assuma a
posição de concentrador do saber, mas do sujeito que proporciona um espaço democrático
e aberto. Esse espaço distancia-se daquele em que geralmente nos colocamos em sala de
aula: ditadores de um conhecimento que somente nós podemos disseminar.
5.10 CONCEPÇÃO DE GESTÃO
Estudos recentes sobre o sistema escolar e as políticas educacionais têm se
centrado na escola como unidade básica e espaço de realização dos objetivos e metas do
sistema educativo. É por essa razão que as reformas educativas recorrem hoje cada vez
mais, a termos como autonomia, projeto político-pedagógico, gestão centrada na escola,
avaliação institucional. Pensando em uma gestão democrática com a participação do
pessoal da escola, acentua-se a busca de objetivos comuns assumidos por todos. Defende
uma forma coletiva de gestão em que as decisões são tomadas coletivamente e discutidas
publicamente. Entretanto uma vez tomadas as decisões coletivamente, cada membro da
equipe deverá assumir sua parte no trabalho, admitindo-se a coordenação e a avaliação
sistemática do trabalho realizado respeitando as diferenças de funções e saberes.
5.11 CONCEPÇÃO DE INCLUSÃO
Inclusão é um processo de inserção social, no qual a criança encontra na escola um
lugar de acolhida. Mantoan (2002), pontua que:
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
A meta da inclusão é, desde o início, não deixar ninguém de fora do sistema escolar,
que deverá adaptar-se as particularidades de todos os alunos (...). A medida que as
práticas educacionais excludentes do passado vão dando espaço e oportunidade a
unificação das modalidades de educação, regular e especial, em um sistema único de
ensino, caminha-se em direção a uma reforma educacional mais ampla, em que todos os
alunos começam a ter suas necessidades educacionais satisfeitas dentro da educação
regular.
(MANTOAN, 2002, p.25)
Esse processo de inclusão educacional exige planejamento, reflexão e mudança,
que envolvem a equipe administrativa, a gestão educacional, a equipe pedagógica, o corpo
docente, os recursos governamentais e, a flexibilização e a adaptação curricular,
garantindo aos alunos o seu direito constitucional e uma aprendizagem que melhor se
ajuste as suas necessidades e lhes proporcione uma inclusão responsável na sociedade.
É necessário reestruturar a escola para que seja um espaço aberto a fim de adotar-
se práticas heterogêneas, transformadoras e de inserção social no sentido de respeitar
cada criança, levando em conta os seus interesses, capacidades, potencialidades e
necessidades de aprendizagem. “As escolas inclusivas são escolas para todos, implicando
num sistema educacional que reconheça e atenda as diferenças individuais, respeitando as
necessidades de qualquer um dos alunos”. (CARVALHO, 2004, p. 26). Busca-se construir
na escola uma política voltada à qualidade para todos, assim a educação inclusiva faz
parte desse projeto à medida que se oferece ações pedagógicas correspondentes as
necessidades educativas especiais das crianças.
Historicamente, os sujeitos que apresentavam necessidades educativas especiais
passaram por um processo de exclusão social. A política de inclusão de alunos com
necessidades especiais vem responder a um novo paradigma,
33
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
envolvendo uma mudança radical das políticas e das práticas sociais, de valores e de
convicções. Há a necessidade de se romper preconceitos, estigmas e de compreender que
todos podem aprender, se forem respeitados os diferentes estilos de aprendizagem, os
atributos pessoais, metas, ritmos e necessidades comuns e específicas dos estudantes.
(DCM, 2005, v.4,p.9).
Adota-se como referencial filosófico a idéia de que a inclusão educacional é mais do
que presença física, é muito mais que acessibilidade arquitetônica, é muito mais do que
matricular os alunos com deficiência nas salas de aula do ensino regular, é bem mais do
que um movimento da Educação Especial, pois, se impõe como um movimento
responsável que não pode abrir mão de uma rede de ajuda e apoio aos educadores,
alunos e familiares. Estes valores pautarão o trabalho pedagógico da escola como um
compromisso político, social e ético.
5.12 CONCEPÇÃO DE DESENVOLVIMENTO
“A educação é uma atividade onde professores e alunos mediatizados pela realidade
que apreendem e da qual extraem o conteúdo da aprendizagem, atingem um nível de
consciência dessa mesma realidade, a fim de nela atuarem, num de transformação social”.
(LIBÂNEO, 1985)
Atualmente, é necessário construir uma educação escolar cada vez mais
comprometida com a vida social e cultural, voltada para o desenvolvimento de todas as
potencialidades do ser humano. Os conteúdos escolares não podem mais ser ensinados
desvinculados da vida, como verdades absolutas, descontextualizados, recortados da
história e da cultura em que são produzidos. Cada vez mais, o raciocínio crítico precisa ser
exercitado para que novos conhecimentos possam ser produzidos a partir dos que já
existem.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Vygotsky traz inúmeras contribuições para melhor compreender a constituição do
sujeito e da cultura no desenvolvimento do psiquismo humano. Para esse autor, o
desenvolvimento e a aprendizagem são concebidos como processos que se efetivam na
cultura. O desenvolvimento e aprendizagem são indissociáveis interagindo desde o início
da vida, uma vez que não há como se desenvolver sem a participação do aprendizado,
sendo que a aprendizagem mobiliza o desenvolvimento. Esses dois processos possuem
características específicas, não se pode fundir esses processos em um único como o
próprio autor afirma:
Aprendizado não é desenvolvimento; entretanto, o aprendizado adequadamente
organizado mental e põe em movimento vários processos de desenvolvimento que, de
outra forma, seriam impossíveis de acontecer. Assim, o aprendizado é um aspecto
necessário e universal do processo de desenvolvimento das funções psicológicas
culturalmente organizadas e especificamente humanas.
(Vygotsky, 1991, p. 101).
No processo ensino-aprendizagem, a linguagem é considerada como atividade
mediadora e estrutual das relações humanas, Vygotsky (1991) mostra como o acesso à
mesma implica em transformações ao nível das funções psicológicas. É na linguagem que
o sujeito, mediante as interações sociais com outros sujeitos, planeja suas ações, reflete,
representa e significa a realidade. A linguagem opera na passagem do nível interpessoal
(momento das interações sociais) para o nível interpessoal (momento em que o sujeito se
apropria do que foi experimentado socialmente). A consciência, é de natureza semiótica,
pois constituindo-se na linguagem e na cultura. Isso, por outro lado, não exclui a sua
particularidade, tendo em vista que as formas de apropriação da cultura são singulares,
específicas de cada sujeito.
Para Vygotsky (1991), existem dois níveis de desenvolvimento: o nível de
desenvolvimento real e o nível de desenvolvimento potencial. O primeiro refere-se às
funções psicológicas cujos ciclos de desenvolvimento já se
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
completaram, ou seja, são as atividades que o sujeito realiza sozinho, sem o auxílio de
uma outra pessoa, mas, para isso, foi necessária, anteriormente, a interação com uma
outra pessoa mais experiente na cultura. Já o segundo nível corresponde às funções ainda
não amadurecidas, uma vez que exigem a presença de um outro mais experiente
culturalmente para que se desenvolvam. A distância entre o nível de desenvolvimento real
e o potencial é denominada por Vygostsky (1991) como zona de desenvolvimento proximal,
pois refere-se às funções mentais que estão em processo de maturação, ainda
embrionárias no sujeito. Para ele, essas funções podem ser consideradas como os “brotos
ou flores do desenvolvimento, ao invés de frutos de desenvolvimento” (Vygostsky, 1991, p.
97).
5.13 - CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO ESCOLAR
UM PROCESSO EM CONSTANTE CONSTRUÇÃO
“podemos pensar na avaliação mediadora como um processo de permanente troca de mensagens e de significados, um processo interativo, dialógico, espaço de encontro e de confronto de idéias entre educador e educando, em busca de patamares qualitativamente
superiores de saber.”(Hoffmann, 2001).
De acordo com o estabelecido na LDB 9394/96 a avaliação será feita de maneira
contínua cumulativa, prevalecendo os aspectos qualitativos sobre os quantitativos e as
atividades realizadas ao longo do processo de ensino e aprendizagem.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
A avaliação é parte integrante do processo ensino/aprendizagem e ganhou na
atualidade espaço muito amplo nos processos de ensino. Requer preparo técnico e grande
capacidade de observação dos profissionais envolvidos.
Segundo Perrenoud (1999), a avaliação da aprendizagem, no novo paradigma, é um
processo mediador na construção do currículo e se encontra intimamente relacionada à
gestão da aprendizagem dos alunos.
Para Oliveira (2003), devem representar as avaliações aqueles instrumentos
imprescindíveis à verificação do aprendizado efetivamente realizado pelo aluno, ao mesmo
tempo que forneçam subsídios ao trabalho docente, direcionando o esforço empreendido
no processo de ensino e aprendizagem de forma a contemplar a melhor abordagem
pedagógica e o mais pertinente método didático adequado à disciplina, mas não somente -,
à medida que consideram, igualmente, o contexto sócio-político no qual o grupo está
inserido e as condições individuais do aluno, sempre que possível.
A avaliação da aprendizagem possibilita a tomada de decisão e a melhoria da qualidade de
ensino, informando as ações em desenvolvimento e a necessidade de regulações
constantes.
5.14 - FUNÇÕES DO PROCESSO AVALIATIVO
As funções da avaliação são: de diagnóstico, de verificação e de apreciação.
Função diagnóstica - A primeira abordagem, de acordo com Miras e Solé (1996,p.
381), contemplada pela avaliação diagnóstica (ou inicial), é a que proporciona informações
acerca das capacidades do aluno antes de iniciar um processo de ensino/aprendizagem,
ou ainda, segundo Bloom, Hastings e Madaus (1975), busca a determinação da presença
ou ausência de habilidades e pré-requisitos, bem como a identificação das causas de
repetidas dificuldades na aprendizagem.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
A avaliação diagnóstica pretende averiguar a posição do aluno face a novas
aprendizagens que lhe vão ser propostas e a aprendizagens anteriores que servem de
base àquelas, no sentido de obviar as dificuldades futuras e, em certos casos, de resolver
situações presentes.
Função formativa - A segunda função á a avaliação formativa que, conforme Haydt
(1995, p. 17), permite constatar se os alunos estão, de fato, atingindo os objetivos
pretendidos, verificando a compatibilidade entre tais objetivos e os resultados efetivamente
alcançados durante o desenvolvimento das atividades propostas.
Representa o principal meio através do qual o estudante passa a conhecer seus
erros e acertos, assim, maior estímulo para um estudo sistemático dos conteúdos.
Estes mecanismos permitem que o professor detecte e identifique deficiências na
forma de ensinar, possibilitando reformulações no seu trabalho didático, visando
aperfeiçoa-lo.
Para Bloom, Hastings e Madaus (1975), a avaliação formativa visa informar o
professor e o aluno sobre o rendimento da aprendizagem no decorrer das atividades
escolares e a localização das deficiências na organização do ensino para possibilitar
correção e recuperação.
A avaliação formativa pretende determinar a posição do aluno ao longo de uma
unidade de ensino, no sentido de identificar dificuldades e de lhes dar solução.
Função somativa – Tem como objetivo, segundo Miras e Solé (1996, p. 378)
determinar o grau de domínio do aluno em uma área de aprendizagem, o que permite
outorgar uma qualificação que, por sua vez, pode ser utilizada como um sinal de
credibilidade da aprendizagem realizada.
Pode ser chamada também de função creditativa. Também tem o propósito de
classificar os alunos ao final de um período de aprendizagem, de acordo com os níveis de
aproveitamento.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
A avaliação somativa pretende ajuizar do progresso realizado pelo aluno no final de
uma unidade de aprendizagem, no sentido de aferir resultados já colhidos por avaliações
do tipo formativa e obter indicadores que permitem aperfeiçoar o processo de ensino.
Corresponde a um balanço final, a uma visão de conjunto relativamente a um todo sobre o
qual, até aí, só haviam sido feitos juízos parcelares.
5.15 - OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO
Na visão de Miras e Solé (1996, p. 375), os objetivos da avaliação são traçados em
torno de duas possibilidades: emissão de “um juízo sobre uma pessoa, um fenômeno, uma
situação ou um objeto, em função de distintos critérios”, e “obtenção de informações úteis
para tomar alguma decisão”.
Para Nérici (1977), a avaliação é uma etapa de um procedimento maior que incluiria
uma verificação prévia. A avaliação, para este autor, é o processo de ajuizamento,
apreciação, julgamento ou valorização do que o educando revelou ter aprendido durante
um período de estudo ou de desenvolvimento do processo ensino/aprendizagem.
Segundo Bloom, Hastings e Madaus (1975), a avaliação pode ser considerada como
um método de adquirir e processar evidências necessárias para melhorar o ensino e a
aprendizagem, incluindo uma grande variedade de evidências que vão além do exame
usual de ‘papel e lápis’.
“O importante não 'é fazer como se' cada um houvesse aprendido, mas permitir a
cada um aprender” Avaliar dever servir para cada vez mais permitir a cada um
aprender!
(Perrenoud , p. 165, 1999)
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Perrenoud (1993) afirma que mudar a avaliação significa provavelmente mudar a
escola. Automaticamente, mudar a prática da avaliação nos leva a alterar práticas
habituais, criando inseguranças e angústias e este é um obstáculo que não pode ser
negado pois envolverá toda a comunidade escolar. Se as nossas metas são educação e
transformação, não nos resta outra alternativa senão juntos pensar uma nova forma de
avaliação. Romper paradigmas, mudar nossa concepção, mudar a prática, é construir uma
nova escola.
“A função nuclear da avaliação é ajudar o aluno a aprender e ao professor,
ensinar”.
(Perrenoud, 1999),
5.16 - RECUPERAÇÃO PARALELA
O conhecimento não segue um caminho linear, mas prossegue entre descobertas,
duvidas retomadas, obstáculos, avanços. Uma turma de estudantes nunca irá prosseguir
de forma homogênea em relação a um tema de estudo, compreendendo todos do mesmo
jeito, ao mesmo tempo, utilizando-se das mesmas estratégias cognitivas.
Estudos paralelos de recuperação são inerentes a um prática avaliativa mediadora,
com a itenção de subsidiar, provocar, promover a evolução do aluno em todas as áreas do
seu desenvolvimento. Atividades, respostas e manifestações são analisadas com
freqüência pelo professor que propõe novas perguntas e experiências educativas ajustadas
às necessidades e interesses percebidos. Nessa concepção, os estudos de recuperação
são direcionados ao futuro, porque não se trata de repetir explicações ou trabalhos, mas de
organizar experiências educativas subseqüentes que desafiem o estudante a avançar em
termos do conhecimento.
40
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
O termo paralelo nos remete à necessidade de refletir sobre as normatizações que
vêm ocorrendo em termos desse processo.
Algumas distorções sérias de interpretação do significado de tais processos resultam
em:
– aulas extra-classe como outros professores e/ou várias turmas reunidas;
– semanas de recuperação ao final dos bimestres ou trimestres só para alunos que
precisam;
– professores que ficam em gabinetes e se colocam à disposição dos alunos para
resolver sua dúvidas e dificuldades.
Essas medidas nem sempre beneficiam alunos e professores. Aulas extra-classe,
por vezes, podem levar à discriminação das diferenças entre os alunos, além de
fortalecer uma ação pedagógica padronizada, centrada no professor. Cada professor
estabelece uma relação diferenciada de saber com seus alunos. É compromisso seu
orientá-lo de dúvidas, no aprofundamento das nações, e a melhor forma de fazê-lo no
dia-a-dia da sala de aula, contando com a cooperação de toda a turma. Não se pode
esperar a iniciativa de estudantes de buscar auxílio para suas dificuldades, tendo
inclusive, para isso, de se deslocara em outro horário até a escola. Estudos de
recuperação são obrigatoriedade da escola e do professor, não do estudante o de suas
famílias – uma escola determinou, em regimento, o
– compromisso dos pais em promover estudos de recuperação dos alunos.
A recuperação paralela no Colégio Estadual Professor Elzeário Pitz acontece
paralelamente ao trimestre, com acompanhamento pedagógico objetivando o êxito
escolar. Auxiliando professores e alunos neste processo de ensino-aprendizagem com
o objetivo dos educandos adquirir conhecimento dos conteúdos aplicados e atingir
resultados satisfatórios.
41
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
5.17 - APMF – ASSOCIAÇÃO DE PAIS, MESTRES E FUNCIONÁRIOS
A função da APMF - Associação de Pais, Mestres e Funcionários, é um colegiado
composto por representantes dos Professores, dos Pais de alunos e dos funcionários, com
a finalidade de trabalhar pela escola tanto no aspecto administrativo como pedagógico. Por
meio da APMF - a comunidade terá espaço aberto para participar da vida escolar,
discutindo os problemas, propondo soluções e assumindo tarefas e tornará co-responsável,
para entender, valorizar e motivar família a colaborar com a escola.
A APMF - Associação de Pais, Mestres e Funcionários do Colégio Estadual Professor
Elzeário Pitz – Ensino Médio, está constituída desde de julho de 2007, quando foi eleita a
primeira diretoria e escolhida a denominação de "Valdemar Moreira de Souza".A APMF tem
essa denominação desde sua fundação onde entre os vários nomes de pessoas do bairro
onde se localiza o estabelecimento de ensino, o nome do senhor "Valdemar Moreira de
Souza" foi o mais aclamado em razão de ser uma pessoa extremamente disposta e
participativa com interesses na melhora do ensino público de qualidade.
Atual Diretoria da APMF, com gestão para o biênio 2009/2011:
Presidente: Ana Rosilda Pereira Vice – Presidente: Sonia Aparecida Thomas
1ª Secretária: Sandra Aparecida Boeno 2ª Secretária: Leonilda Apª Gomes
1ª Tesoureira: Meris Ribeiro da Costa 2º Tesoureiro: José Luis dos Santos
1º Diretor Sócio Cultural: Iara Torres Marin 2º Diretor Sócio Cultural: Fabrício B. Alves
Conselho Deliberativo: Catarina T.
Joana F. da Maia
Nair Diel
Nilva Trindade dos Santos
Rosimeri T. Velasco
Sidnei Antônio Cardoso Scheizarski
Thiago C. Cano
Vera Lucia Fernandes de Souza
Assessoria Técnica: José Carlos Rosa
Rosane Chiesorin
42
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
6. MARCO OPERACIONAL
6.1 PROPOSTAS DE AÇÕES PEDAGÓGICAS
O nosso Projeto Político-Pedagógico, tem como objetivo uma educação que
contemple o desenvolvimento cognitivo, físico, afetivo, social, ético e estético, tendo em
vista uma formação ampla.
Faz parte dessa longa etapa a reflexão de valores e atitudes que norteiam as
relações interpessoais e o contato do aluno com o objeto do conhecimento científico. É
imprescindível, que nesse processo se valorize o aprender contínuo através da troca de
experiência entre aluno-professor, numa postura de trabalho .
Portanto, através de reflexões e discussões a equipe pedagógica, direção e
professores identificaram alguns problemas enfrentados pela escola descrevendo também
alguns objetivos para melhoria do ambiente escolar:
• Capacitar o aluno, do ponto de vista acadêmico, a enfrentar novos desafios,
ampliando suas potencialidades e posicionando-se de maneira crítica, responsável e
construtiva nas diferentes situações sociais.
• Promover melhorias na qualidade de ensino, com palestras, passeios,
exposições, jogos integrando escola, família e comunidade.
• Planejar, dentro das diversas áreas do conhecimento, situações em que o aluno
aprenda a utilizar seus conhecimentos como instrumento de compreensão da realidade,
seja do ponto de vista da utilidade prática, seja na formação de estruturas de
pensamento, que permitam a ele expressar e comunicar suas idéias, usufruir das
produções culturais, bem como analisar, interpretar e transformar o mundo que o
rodeia.
• Propiciar situações para que o aluno se aproprie dos conteúdos, transformando-
os em conhecimento próprio.
• Garantir um convívio social democrático com ênfase na compreensão e
construção das regras, desenvolvendo nos alunos atitudes de respeito, cooperação e
solidariedade.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
• Proporcionar um clima harmonioso de trabalho, valorizando a construção de
vínculos afetivos e o respeito à individualidade.
• Desenvolver alunos que tenham confiança em suas capacidades congnitiva,
afetiva, ética e social para agir com perseverança na busca do conhecimento e no
exercício da cidadania.
• Garantir que o aluno se perceba como dependente e agente transformador do
meio ambiente, contribuindo ativamente para a sua melhoria.
• Capacitar o aluno a desenvolver hábitos saudáveis agindo com responsabilidade
em relação à sua saúde.
As relações entre cultura, conhecimento e currículo, oportunizam um Projeto Político-
Pedagógico pensado e estabelecido a partir de reflexões sobre a diversidade cultural,
tornando-o mais próximo da realidade e garantindo sua função socializador-promotor do
acesso ao conhecimento capaz de ampliar o universo cultural do educando-e, sua
função antropológica – que considera
• e valoriza a produção humana ao longo da história.
A perspectiva, nesse sentido, é estabelecer uma relação dialética-teoria e prática-
entre o conhecimento aplicado no processo de produção da base material de existência
humana e as manifestações teórico-metodológicas que estruturam o campo científico
das ciências concebido de modo a favorecer as necessidades sociais, tais como: a
formação do pensamento dialético, a compreensão do mundo social e natural, a ciência
como obra decorrente do modo de cada sociedade produzir a vida.
Assim o conhecimento desempenhará um papel fundamental na aquisição da
reflexão filosófica por parte dos educandos, isto é, da consciência crítica que supera o
senso comum que toma a aparência das coisas como sendo verdades absolutas,
tornando-se o conhecimento em uma ciência viva e dinâmica, produto histórico, cultural
e social da humanidade.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
6.2 GESTÃO ESCOLAR – ARTICULAÇÃO DA INSTITUIÇÃO COM A
COMUNIDADE
Segundo CHAUÍ (2000), a sociedade brasileira, baseada na cultura senhorial, é
marcada por uma estrutura hierárquica vertical centrada na relação entre um superior, que
manda, e um inferior, que obedece. A democracia representativa faz parte de um processo
que pode ser analisado como algo novo para a sociedade brasileira e ainda não a tem de
fato. A democracia representativa é uma forma de participação, no entanto não é a ideal,
pois ela deve levar à uma democracia participativa efetiva. “Só há democracia se os
cidadãos que a constituem podem, pelo menos, ter aberta a possibilidade de serem
também governantes” (PARO, 2001, p. 119).
Atualmente, é incontestável a necessidade de democratização da sociedade. O
número de pessoas à margem da sociedade aumenta a cada dia e os direitos básicos têm
sido negados. À medida que se ampliam os espaços coletivos na sociedade, é possível
construir uma política de resistência e de luta por uma sociedade melhor. No entanto, a
existência de espaços coletivos por si só, não garante o exercício dos direitos, faz-se
necessário o exercício democrático.
Nos diferentes espaços da sociedade, a organização deve privilegiar a definição de
encaminhamentos a partir das necessidades reais, contando com a participação efetiva de
todos os envolvidos. As ações devem ser planejadas, executadas e avaliadas no processo
coletivo.
A Constituição Federal, promulgada em 1988, apresenta no artigo 206 um conjunto
de princípios que devem estruturar o ensino no país. E, dentre vários aspectos, este artigo,
no inciso VI garante a gestão democrática como princípio para a organização do ensino
público. Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, lei nº 9394/96 ressalta no artigo 3º inciso VIII, a gestão democrática do
ensino público. No espaço escolar, esse processo deve garantir a presença de alguns
elementos indispensáveis:
45
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
A participação efetiva do maior número possível de pessoas de todos os segmentos
da comunidade escolar;
O respeito e a garantia de implementação da vontade da maioria;
A garantia do pleno acesso às informações a todas as pessoas da Escola
(professores, funcionários, alunos e familiares) (UFPR, 2001).
A gestão democrática na escola requer pensar a natureza e especificidade do
espaço educativo, deve favorecer a formação humana emancipatória. A formação humana
se dá para além das palavras e dos discursos, ela precisa ser vivenciada. Inúmeras vezes
encontram-se a seguinte premissa nos projetos políticos pedagógicos “educar para a
cidadania”, no entanto a escola pode no seu interior: criar espaços de exercício da
cidadania. A gestão democrática prevê a participação de todos, sem as tradicionais
hierarquias, no qual todos devem ter voz e vez nas decisões a serem tomadas.
Hoje, é necessário articular uma educação para a democracia no interior da escola,
no qual a gestão ultrapasse o seu teor burocrático para exercer o seu papel de mediador
nesse processo. Toda organização do trabalho pedagógico deve se orientar pelos
principíos da gestão democrática, buscando uma coerência entre o discurso proclamado e
a realidade.
A partir dos princípios da gestão democrática, a organização das relações de poder
teve a necessidade de ser reconfigurada, alinhando-se aos seus respectivos princípios de
liberdade, respeito e igualdade. Surgem novas discussões para a organização do trabalho
pedagógico através da eleição direta para direção da escola, da construção do Projeto
Político-Pedagógico e Regimento Escolar e da implantação de assembléias com a
comunidade escolar e dos conselhos de Escola. Novas instâncias políticas surgem a fim de
superar as relações de poder unilaterais e autoritárias.
A gestão democrática pressupõe um processo político em que as decisões a serem
tomadas são amplamente discutidas, no qual a soberania popular tem seu espaço
garantido. Para a sua efetivação algumas isntâncias são criadas no interior da escola,
como o Conselho de Escola, a APMF e a Comissão do Estágio Probatório.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
O Conselho de Escola é um órgão máximo de direção da escola, deslocando o
poder das mãos hegemônicas do diretor para o colegiado, formado por representantes de
todos os segmentos da comunidade escolar
como pais, alunos, profissionais da educação, funcionários, entre outros. É uma instância
de garantia da democratização, à medida que pressupõe a participação efetiva de todos os
segmentos da escola. Essa participação requer a compreensão de que “estar com os
outros significa respeitar o direito de dizer” (FREIRE, 1982, p. 3).
Nesse espaço de exercício da democracia faz-se necessário garantir a voz de todos
os envolvidos. Essas vozes representam diferentes visões de mundo, inúmeras vezes,
contraditórias entre si, constituintes da realidade. Segundo SPÓSITO (1999, p. 47) “é
preciso banir a idéia mística de comunidade que elimina, a priori, a possibilidade do conflito
como se todos já estivessem partilhando o mesmo ideal”. Os conflitos existirão e não
podem ser negados no interior da escola. Esses momentos constituem espaços de reflexão
a partir de falas que se contradizem entre si, pois “eu só escuto na medida que eu respeito
inclusive o que fala me contradizendo”. (FREIRE, 1989, p. 4).
A cultura escolar sempre privilegiou o silenciamento das vozes dos sujeitos que
fazem parte da sua história. Em nome de algumas verdades, percebe-se que a escola
construiu tradições escolares, no entanto, hoje é tempo de revisar o cotidiano escolar e
discutir se as práticas escolares estão adequadas ao projeto de sociedade que se pretende
construir.
Para efetivação do exercício democrático, o Conselho de Escola representa papel
fundamental, pois dele advirão todas as decisões serem tomadas em todas as demais
instâncias políticas da escola:
Faz parte da dialética de um Conselho ser um órgão Colegiado, ser um corpo
colegiado. Membros de igual dignidade, com responsabilidades comuns, devem fazer o
esforço de, coletivamente (co), fazer uma leitura (legium) racional e dialógica dos
problemas próprios daquela instituição social (CURY, 2000, p. 50).
47
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
No Conselho de Escola é preciso construir um espaço que vá além da participação
individual, com a finalidade de constituir um espaço para a atuação de sujeitos coletivos,
sendo o “Conselho Escolar o órgão máximo de direção, com sentido organizador e
deliberativo (NUNES, 1999, p. 37). Esse espaço pressupõe um espaço de voz, vez e voto.
Não pode ser simplesmente um espaço de prestação de contas ou um mero cumprimento
burocrático.
Para que o Conselho Escolar ultrapasse meros fins burocráticos é preciso
constantemente rever quais são as suas atribuições na organização do trabalho
pedagógico. Dentre as atribuições do Conselho de Escola, é possível destacar as
seguintes:
Acompanhar as ações pedagógicas e admininstrativas; (re) construir o regimento interno
da Escola; (re) elaborar o Projeto Político-Pedagógico da Escola; definir e fiscalizar o plano
de aplicação financeira; constituir comissões especiais para estudos e aprofundamentos;
definir o calendário escolar; servir como última instância de recursos e avaliação na Escola
(UFPR, 2001, p. 5).
Nessa perspectiva, a composição dos membros do Conselho de Escola dever ser
paritária, sendo distribuído o mesmo número de representantes de alunos e familiares e de
representantes de pessoas que trabalham na escola. Nesse processo, nenhum segmento
possui uma posição de privilégio, cada segmento deve estar em tal posição que garanta a
igualdade de direitos a todos. Todo representante deve ser eleito por seus segmentos de
forma legítima, tendo como compromisso representá-lo e organizá-lo, a fim de mantê-los
informado, articulando as discussões existentes frente às decisões a serem tomadas. Além
disso, deve acatar a vontade da maioria e cumprir as decisões do Conselho. Como direito
deve participar das reuniões, poder manifestar-se
nas discussões realizadas no seu segmento, votar em todas as decisões a serem tomadas
e convocar reuniões a medida em que haja necessidade.
As relações de poder autoritárias não deixam de existir simplesmente pela existência
do Conselho de Escola, no entanto, esse espaço constitui-se num instrumento de
resistência e possibilidade de mudança da lógica existente. Uma das atribuições do
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
conselho é a criação e a garantia da participação efetiva e democrática de todos os
envolvidos. Não se resume em convocar as reuniões e consultar os envolvidos, requer uma
organização em prol da participação efetiva. A participação efetiva não se dá
espontaneamente, é preciso criar na escola espaços coletivos para a discussão e o diálogo
para que o Conselho seja realmente um espaço de representatividade, o que na realidade
vivenciada pelas escolas fica um pouco de lado, pois:
Dificilmente os representantes ouvem os representados para emitirem suas opiniões
nos conselhos, seja por força de sua falta de disponibilidade de tempo, seja pelas
dificuldades inerentes à representação de uma grande quantidade de pessoas.
(GADOTTI, 2001, p. 74).
A democracia representativa deve propiciar espaços de consulta aos representados,
precisa romper a tradição de simplesmente votar em alguém, sem acompanhar a tomada
de decisões. O representante é, acima de tudo, um ser coletivo. A atribuição dos
representantes deve seguir os princípios da gestão democrática pautada no diálogo, escuta
a participação efetiva. Esse processo de participação historicamente é algo novo, não
existe receita, requer
avaliação constante a fim de diagnosticar os seus limites e superá-los. “A democracia não
pode ser ensinada teoricamente, somente via a experimentação e vivência”. (GADOTTI,
2001, p. 74).
Nessa instância política, a participação efetiva passa pela conscientização de que as
decisões tomadas interferem direta ou indiretamente em todo o coletivo. A participação
política é tanto um dever como um direito garantido. “Todo indivíduo deve ter assegurado o
direito de influir no estabelecimento as regras de convivência”. (DALLARI, 1999, p. 38).
Existe a participação formal, no qual os indivíduos são simplesmente informados sobre as
decisões anteriormente tomadas e a participação real, no qual busca-se discutir-se
efetivamente as decisões a serem tomadas. O Conselho dever ser um espaço de
participação real.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
A implantação ou a existência do Conselho de Escola não é sinônimo de
democratização na escola, ele não pode ser entendido descolado de uma política séria e
consistente de democratização das relações de poder na escola:
Se existe toda uma filosofia de diálogo e de participação nas decisões; o conselho é
apenas mais um dos instrumentos de democratização; por isso, a vontade democrática
deve antecedê-lo a guiar-lhe as ações como deve guiar todas as demais medidas dentro
da escola e na relação desta escola com a comunidade”.
(PARO, 2001, p. 82)
A gestão democrática requer uma reflexão rigorosa, ela não se dá de uma forma
espontânea e com a simples implantação de Assembléias Escolares e Conselhos de
Escola. As mudanças não se dão de uma forma linear e estanque na história da educação.
Inúmeros espaços coletivos têm sido usados para legitimar práticas autoritárias nas
escolas. Faz-se necessário, urgentemente, pensar numa formação continuada no
Conselho de Escola para instrumentalizar os representantes.
Inúmeras vezes, cabe ao Conselho de Escola simplesmente cumprir um papel
burocrático, no entanto, esse é um espaço no qual o Projeto Político - Pedagógico deve
ser constantemente avaliado e realimentado. O Conselho de
Escola possui um papel essencialmente pedagógico, sendo um espaço que deve
favorecer a formação humana. Não é possível se dissociar a esfera administrativa da
pedagógica. Segundo PARO (2002), uma administração escolar que pretenda promover a
racionalidade das atividades no interior da escola deve começar, portanto por examinar a
própria especificidade do processo de trabalho que aí tem lugar.
As mudanças ocorrem num processo de reflexão sobre a ação e na ação, como
aponta SCHON (1996), sendo possível somente na práxis:
“Não nasci marcado para ser como sou. Vim me tornando desta forma no corpo das
tramas, na reflexão sobre a ação, na observação atenta a outras práticas, na leitura
persistente e crítica. Ninguém nasce feito. Vamos nos fazendo aos poucos, na prática
social de que fazemos parte”
(FREIRE, 1996, p. 20)
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Mudar a direção das práticas existentes na escola tem sido amplamente discutido,
esse é o primeiro passo à medida que se denunciam as amarras existentes e se vislumbra
um horizonte a ser alcançado. A gestão democrática faz parte de um sonho ainda maior
que todo sujeito na escola será respeitado nas suas diferenças em todas as instâncias,
seja econômica, política ou pedagógica. Requer um novo olhar sobre o próprio ser humano
como um ser de possibilidades, parte de um sonho da construção de uma nova sociedade:
“Sonhar não é apenas um ato político necessário, mas também uma conotação da
forma histórico-social de estar sendo de mulheres e homens. Faz parte da natureza
humana que, dentro da história, se acha em permanente processo de tornar-se ...Não há
mudança sem sonho como não há sonho sem esperança...A compreensão da história
como possibilidade e não determinismo...seria ininteligível sem o sonho...”
(FREIRE, 2001, p. 13)
Segundo BOBBIO (1984, p. 19), “a democracia passa por um processo de constante
transformação, pois ela é dinâmica”. Existe, sim, uma distância entre a democracia real e a
democracia vivida. A resposta às contradições existentes, vão delineando o futuro da
democracia nas relações sociais. Precisamos construir espaços coerentes aos ideais da
gestão democrática. É preciso insistir na luta, caminhar, incansavelmente, sobretudo
lutando. A mudança reside na luta! Essa luta envolve a politicidade do ato pedagógico. A
conquista pela autonomia, pedagógica e política, começa no exercício democrático na
escola, consciente e organizada, tendo o Conselho de Escola como um espaço rico e
propício para a articulação de grupos de resistência às políticas atuais.
No Projeto Político-Pedagógico é possível expressar a preocupação e o
compromisso da equipe pedagógica, de todo corpo docente com a melhoria do ensino no
sentido de responder às necessidades sociais e históricas, que caracterizam a atual
sociedade.
Através de entrevistas, questionários e debates com a comunidade escolar
identificou-se alguns problemas enfrentados pela escola e através de
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
reflexões e discussões a equipe pedagógica, direção e professores descrevem algumas
metas a serem atingidas pela escola para melhoria do ambiente físico e pedagógico:
• Conscientizar a comunidade da importância do aluno permanecer no Colégio,
fazendo também com que o mesmo se auto-avalie para despertar em si a valorização
do seu trabalho, tornando-se sujeito de transformação social; isso através de diálogo
constante.
• Procurar promover melhorias na qualidade do ensino, com palestras, passeios,
exposições integrando escola, família e comunidade, mostrando que todos tem
consciência e responsabilidade com o processo avaliativo do colégio; através de
contatos com entidades e organizações.
• Fazer da educação um compromisso de toda comunidade escolar e não só com
o aluno, convocando os pais para reuniões, chamando-os para conversas na escola
para solucionar dificuldades e questões envolvendo seus filhos.
• Buscar mudanças internas entre os elementos, no relacionamento Educando x
Educador e os demais componentes da Comunidade Escolar através de: reuniões,
palestras, visando uma consciência crítica e democrática.
• Auxiliar no desenvolvimento a criatividade do aluno, suas habilidades de
comunicação e expressão, através de atividades da leitura, escrita, expressão plástica,
corporal e musical.
• Auxiliar no desenvolvimento do hábito do estudo e de cumprimento de suas
obrigações, fazendo cobranças diárias e dialogando sempre com os alunos.
• Mostrar ao aluno, fazê-lo entender e conhecer as diferentes formas de viver o
respeito, correspondentes as diferentes esferas da sociedade e convívio relações
pessoais, formais e internas, mediando conflitos e problemas que surgem nas relações
estabelecidas no ambiente escolar.
• Conhecer, valorizar e respeitar as características étnicas e culturais dos diversos
grupos existentes na sociedade trabalhando questões culturais em sala de aula sempre
que se fizer necessário.
• Promover a conscientização dos alunos para o direito a saúde, compreendendo-a
em todos os seus aspectos.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
• atualização de medidas de promoção, e recuperação de saúde ao seu alcance,
desenvolvendo em sala temas que abrangem o assunto, elaborando cartazes e fazendo
exposições nos espaços do colégio.
7. Conselho de Classe
7.1 - CONSELHO DE CLASSE PARTICIPATIVO:
UMA EXPERIÊNCIA DE PARTICIPAÇÃO DEMOCRÁTICA NA ESCOLA
“O conselho de Classe, a meu ver, ganhará sentido se vier a se configurar como
espaço não só possibilitador da análise do desempenho do aluno e, mais, do desempenho
da própria escola, de forma conjunta e cooperativa pelos que integram a organização
escolar (professores e outros profissionais, alunos e pais), como também de proposição de
rumos para a ação, rompendo-se com as finalidades classificatória e seletiva a que tem
servido.”
(Sandra M. Zákia L. Souza)
O Conselho de Classe da escola acontece através de um trabalho colaborativo entre
os sujeitos que compõem o espaço escolar, para que este se transforme em um espaço
importante de avaliação constante que deve abranger todos os segmentos da organização
escolar (atuação dos professores, equipe diretiva, desempenho docente e
discente,envolvimento dos pais, conteúdos, recursos...).
Este trabalho investigativo/transformador prevê a participação dos pais, dos alunos e
dos docentes na definição da avaliação, análise dos resultados, problemas levantados e
metas de solução a serem seguidas. Todos devem estar comprometidos com a qualidade
educacional, como responsáveis por resultados, fracassos e recursos de aprendizagem.
Dentre as funções da escola, cabe desenvolver um processo de inovação. É preciso
que acompanhemos a modificação atual através de uma educação reflexiva e participativa,
em que a observação, reflexão, ação, possam transformar a estruturação do
53
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Conselho de Classe hoje apresentado às escolas. Neste sentido, para atender à
função social, da escola utiliza-se esta modalidade de Conselho de Classe, em que se
constata de forma comum as dificuldades no desenvolvimento do processo ensino-
aprendizagem, no qual, através do diálogo, as pessoas se auxiliam para agir de forma
coerente e inovadora, construindo coletivamente soluções, visando a alcançar maior
sucesso educacional e conseqüente transformação dos envolvidos no processo.
O trabalho educativo tem se mostrado difícil quando desejamos trabalhar numa
perspectiva de transformação. Uma educação voltada para uma ação na ação e para a
educação, destacando o Conselho de Classe Participativo, como estratégia para uma
maior qualidade no processo educacional, abrindo-se espaços para que o diálogo em
relação à aprendizagem aconteça entre pais, alunos e professores.
De acordo com Demo (1992 p.10):
...no mundo moderno a educação em sentido amplo de capacidade de
aprender a aprender e de constantemente reciclar-se, tende a ser o patrimônio mais
estratégico da pessoa e da sociedade, principalmente em termos de oportunidade de
desenvolvimento.
Nesse sentido, no âmbito escolar, os Conselhos de Classe são importantes
estratégias na busca de alternativas para a superação dos problemas pedagógicos,
comunitários e administrativos da escola, com a participação de todos os envolvidos no
processo ensino-aprendizagem, construindo juntos propostas que permitam, a todos, agir
em conjunto, primando por uma mudança educacional.
Para Sant’Ana (1995: p.87-88):
O Conselho de Classe é a atividade que reúne um grupo de professores da mesma
série, visando em conjunto chegar a um conhecimento mais sistemático da turma, bem
como acompanhar e avaliar o aluno individualmente, através de reuniões periódicas.
A transformação da educação escolar só será realizada por sujeitos auto-reflexivos,
esclarecidos e conscientes do seu papel social. Deste modo, refletindo sobre a validade
dos atuais Conselhos de Classes, contribuiremos para que esse momento seja
transformado, via investigação/dialógica com o objetivo de atender à função social a que se
destina a escola.
54
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Os diálogos desencadeados no Conselho de Classe Participativo farão com que
pais, alunos e professores conheçam a escola, o seu fazer pedagógico e tracem novos
caminhos para atingirem seus objetivos.
Paulo Freire nos diz: “A prática de pensar a prática é a melhor maneira de pensar
certo”. ( p.65). Dessa forma, conhecer e avaliar profundamente a prática da escola, a
história de vida do aluno, a ética, a política do professor, o comprometimento dos pais, a
articulação da equipe diretiva, a metodologia e o currículo, para poder nela investir, torna-
se uma exigência para o avanço do projeto de redemocratização de nossa sociedade.
O Colégio Estadual Professor Elzeário Pitz – Ensino Médio realiza o conselho de
classe em três momentos diferentes: primeiro o pré-conselho de classe, segundo o
conselho de classe com os professores e, por último, mas não menos importante, o pós-
conselho de classe participativo com os pais, no qual os pais são convidados e convocados
a participar juntamente com os professores, direção e equipe pedagógica para tratar de
assuntos acerca do desenvolvimento de seus filhos, podendo colaborar através de
sugestões para o melhor andamento do trabalho realizado pelo colégio.
O Colégio Elzeário Pitz valoriza muito a relação pessoal com o seu alunado, com
seus funcionários, com os pais e a comunidade. O conselho de classe realizado pelo
estabelecimento de ensino têm obtido muito êxito, pois tem como objetivo acompanhar o
trabalho dos educadores e efetuar uma avaliação contínua dos alunos e das turmas em
seus aspectos qualitativos sobre os quantitativos.
Organograma de Conselho de Classe:
1º. Momento - Pré-conselho
* Acompanhamento pedagógico;
* Apontamentos da Coordenação pedagógica, alunos e professores com registro.
Durante a hora-atividade, a equipe pedagógica conversa com o professor(a) e
preenche uma ficha constando o perfil da turma, rendimento, freqüência, indisciplina e
observações.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
2º. Momento - Conselho de Classe
* Acompanhamento pedagógico;
* Análise do processo de ensino e aprendizagem – turma/aluno;
* Exposição e discussão sobre apontamentos do Pré-conselho;
* Apontamentos individuais dos casos relevantes;
* Ações concretas: plano de estudo / reunião de pais, alunos;
* Ata do conselho.
Com a leitura que a equipe pedagógica realiza através da ficha preenchida pelo
professor(a), coloca-se em discussão os casos dos educandos que precisam de orientação
e acompanhamento pedagógico.
3o. Momento - Pós-conselho
- Encaminhamentos e acompanhamento das ações;
- Reuniões individuais e coletivas.
Depois das informações que os professores repassaram à equipe pedagógica, a
coordenação convida os pais e os alunos individualmente para uma conversa pedagógica a
respeito da sua vida escolar com o objetivo de ajudar o educando refletir se está tudo em
ordem com seus estudos, caso o aluno esteja com notas abaixo da média, muitas faltas,
indisciplina, conflitos na relação com professores, com os colegas da escola etc, a equipe
pedagógica sempre busca possibilitar que o aluno sinta-se a vontade para expor suas
idéias, opiniões e deixa claro que esta é uma conversa de desabafo e não de “sermão”,
como os alunos costumam dizer.
Todos os professores da turma do Conselho de Classe ficam à disposição de cada
pai, mãe e/ou responsável fornecendo as informações necessárias e ressaltando os
aspectos em que o aluno precisa melhorar, referentes à aprendizagem, disciplina e
estudo, sempre salientando os aspectos positivos de cada educando.
A fim de que não haja nenhum constrangimento para nenhum dos segmentos da
comunidade escolar, aqueles alunos que apresentam algum tipo de problema mais sério,
tanto em nível de aprendizagem, relacionamento com professores e colegas, hábitos e
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
atitudes, esses são atendidos no final, oportunizando com isso um diálogo mais
individualizado com pais e alunos.
Talvez seja este o motivo do sucesso do trabalho desenvolvido por este
estabelecimento, buscando sempre proporcionar um ambiente agradável em que todos os
envolvidos sintam-se a vontade para falar dos assuntos referentes à escola.
“ A escola pode aperfeiçoar o artista, criá-lo, nunca; porque não se melhora
senão o que já existe.”
(Paolo Mantegazza)
7.2 - ESTÁGIO NÃO – OBRIGATÓRIO DE ALUNOS QUE CURSAM O ENSINO MÉDIO
“A verdadeira aprendizagem chega ao coração do que significa ser humano. Através
da aprendizagem criamos tornamo-nos capazes de fazer aprendizagem, nos recriamos.
Através da aprendizagem percebemos novamente o mundo e nossa relação com ele.
Através da aprendizagem ampliamos nossa capacidade de criar, de fazer parte do
processo gerativo da vida. Existe dentro de nós uma verdadeira sede para este tipo de
aprendizagem”.
(SENGE, 2001, 47)
O estágio é uma atividade que visa a preparação para o trabalho produtivo,
conforme Lei nº 1178/2008. A função social da escola vai para além do aprendizado de
competências próprias da atividade profissional e, nesta perspectiva, vai para além da
formação articulada às necessidades do mercado de trabalho.
Conceber trabalho como princípio educativo pressupõe oferecer subsídios, a partir
das diferentes disciplinas, para se analisar as relações e contradições sociais, as quais se
explicam a partir das relações de trabalho. Isto implica em oferecer instrumentos
conceituais ao aluno para analisar as relações de produção, de dominação, bem como as
possibilidades de emancipação do sujeito a partir do trabalho.
57
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Formar para o mundo do trabalho, portanto, requer o acesso aos conhecimentos
produzidos historicamente pelo conjunto da humanidade, a fim de possibilitar ao futuro
trabalhador se apropriar das etapas do processo de forma conceitual e operacional. Isto
implica em ir para além de uma formação técnica que secundariza o conhecimento,
necessário para se compreender o processo de produção em sua totalidade.
Os conhecimentos escolares, portanto, são a via para se analisar esta dimensão
contraditória do trabalho, permitindo ao estudante e futuro trabalhador atuar no mundo do
trabalho de forma mais autônoma, consciente e crítica.
Para tanto, o acesso aos conhecimentos universais possibilita ao aluno estagiário,
não somente sua integração nas atividades produtivas, mas sua participação nela, de
forma plena, integrando as práticas aos conhecimentos teóricos que as sustentam.
Nesta perspectiva, o estágio pode e deve permitir ao estagiário que as ações
desenvolvidas no ambiente de trabalho sejam trazidas para a escola e vice-versa,
relacionando-as aos conhecimentos universais necessários para compreendê-las a partir
das relações de trabalho.
O processo acelerado de mudanças e inovações decorrentes dos avanços
científicos, tecnológico-informacionais e do mercado globalizado tem colocado as
instituições de ensino frente a questionamentos relacionados com a formação profissional.
Estas instituições se encontram atualmente pressionadas pelas demandas emergentes: de
um lado, a da exigência de profissionais qualificados e altamente capacitados para o
enfrentamento das necessidades da economia, cada vez mais globalizada, e, de outro
lado, a da premência de problemas e necessidades sociais.
A expectativa de resposta a esses desafios, cada vez mais remete à educação,
como aquela a quem cabe ensinar os “saberes e saber-fazer evolutivos” (Delors, 1996)
preparando as pessoas para, além de viver numa sociedade mutante, nela posicionar-se
como cidadão consciente e participativo.
Assim, falar de profissão é um tema sempre contemporâneo, uma vez que novas
modalidades profissionais são criadas em decorrência da complexidade das relações
econômico-sociais, ao mesmo tempo em que outras caem em desuso e até desaparecem.
No entanto, as profissões sempre integram conhecimento e ação tendo em vista os
objetivos selecionados e a formação profissional visa exatamente corresponder a essa
expectativa: munir as pessoas de conhecimentos e meios para atingir objetivos.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Rios (1999) lembra-nos que a competência atualmente requerida vai além da
dimensão técnica que é o “saber fazer bem”, com uso de conhecimentos, técnicas e
estratégias, para alçar a dimensão política respondendo valorativamente às necessidades
históricas e sociais de cada sociedade. Disso decorre a expectativa de que o processo de
formação acadêmica prepare o profissional não só para os objetivos imediatos, mas
também para aqueles que, hoje em gestação na névoa do futuro, um dia se manifestarão e
para os quais espera-se que o profissional esteja preparado para dar respostas adequadas
às expectativas conjunturais.
O estágio, como componente curricular favorecendo a interação teoria-prática, mais
do que aprendizagem, compreende uma vivência, não podendo ser reduzido a um
treinamento para aprender o “como fazer” sem que o entendimento acompanhe o “porquê”
e “para quê” da ação. Daí entendermos que, no estágio, o aluno vivencia a práxis
profissional e ao vivenciá-la aprende a utilizar o instrumental e a interagir numa rede
institucional e pessoal, em situações concretas e desafiadoras.
Caracteriza-se o estágio como o lócus no qual não somente se aprende como ser
profissional, mas também se é possível produzir conhecimentos e contribuir na construção
da própria profissão. É nele, enquanto espaço de trabalho e de aprendizagem do
profissional e do aluno, que ambos estabelecem o vínculo com os sujeitos das ações – os
usuários, e com o objeto – as relações sociais, ao identificarem as diferentes formas de
expressão da questão social. Nesse espaço é possível criar estratégias facilitadoras do
acesso dos cidadãos aos bens e serviços produzidos socialmente, de todos, mas negados
à grande parcela da população por questões estruturais contribuindo, assim, para a
redução do “déficit de cidadania” (DEMO 1998).
Nesse contexto, que envolve o aluno com suas pré-concepções sobre a profissão e
as relações de ensino e aprendizagem ocorridas no ambiente interno da escola e nos
campos de estágio, é que se constrói a identidade profissional. Identidade que incorpora e
expressa a relação da profissão com os valores vigentes em cada momento histórico a
partir das características da realidade social brasileira na qual foram geradas e implantadas
as diversas alterações curriculares.
O papel do pedagogo é de extrema importância na escola, sendo capacitado para
desempenhar uma função de mediador e articulador da aprendizagem em uma
organização dos alunos estagiários.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
As práticas de estágio desenvolvidas pelos alunos, serão acompanhadas pela
equipe pedagógica, ainda que em via não presencial, para que este possa mediar a
natureza do estágio e as contribuições do aluno estagiário com o plano de trabalho
docente, de forma que os conhecimentos transmitidos sejam instrumentos para se
compreender de que forma tais relações se estabelecem histórica, econômica, política,
cultural e socialmente. A equipe pedagógica manterá professores das turmas, cujos alunos
desenvolvem atividades de estágio, informados sobre as atividades desenvolvidas, de
modo que estes possam contribuir para esta relação práxica.
Para Libâneo (2002, p. 28): “Considerando-se, ainda os vínculos entre educação e
economia, as mudanças recentes no capitalismo internacional colocam novas questões
para a Pedagogia. O mundo assiste hoje a intensas transformações tecnológicas em vários
campos como a informática, a microeletrônica, a bioenergética. Essas transformações
tecnológicas e científicas levam à introdução, no processo produtivo, de novos sistemas de
organização do trabalho, mudanças no perfil profissional e novas exigências de
qualificação dos trabalhadores, que acabam afetando os sistemas de ensino”. Assim, o
pedagogo auxilia nas competências dos estagiários formando alunos aprendizes,
pesquisadores e cidadãos ajudando a formação de opiniões e no seu desenvolvimento
social.
Na sociedade do conhecimento, da tecnologia, da aprendizagem a atuação do
pedagogo nas organizações é fundamental para o crescimento. É um momento delicado de
trabalho que se está passando, onde em alguns casos o trabalhador é substituído por
máquina tendo que encarar o mundo tecnológico e desenvolvido, buscando cada dia mais
conhecimento. Precisa-se convencer as pessoas que é necessária a busca pelo
aprendizado, pela educação continuada, que só trará benefícios e produtividade para
organização.
“Em síntese, dizer do caráter pedagógico da prática educativa e sobre a importância da
atuação do pedagogo, é dizer que a Pedagogia, a par de sua característica de cuidar dos
objetivos e formas metodológicas e organizativas de transmissão de saberes e modos de
ação em função da construção humana, refere-se, explicitamente, a objetivos éticos e a
projetos políticos de gestão social”. (LIBÂNEO, 2002, 26).
60
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
7.3 - PLANO DE AÇÃO DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ –
ENSINO MÉDIO/2010
Apresentação
O Colégio Estadual Professor Elzeário Pitz, inaugurado em 04/04/2006, localiza-se
no Bairro Campina da Barra – Jardim Tupy no Município de Araucária, no estado do
Paraná.
A escola funciona atualmente em um único turno, noturno que atende 295 (duzentos
e noventa e cinco) alunos distribuídos em 08 (oito) turmas de Ensino Médio Regular em
Blocos.
1º Ano – 03 turmas
2º Ano – 03 turmas
3º Ano – 02 turmas
O horário de funcionamento segue a seguinte ordem:
Noturno 18:30 às 22:30 horas.
Este estabelecimento de ensino utiliza o prédio da Escola Municipal Professora
Azuréa Busquette Benoski que é mantida pela Prefeitura Municipal de Araucária/Pr, onde
utilizamos 01 (uma) pequena sala para secretaria, 08 (oito) salas de aula, 01 (uma) cantina,
01 (uma) sala dos professores, 01 (uma) sala da direção, 01 (uma) sala de pedagogo, 01
(um) sanitário masculino e 01 (um) feminino para alunos e professores, 01 (um)
almoxarifado, 01 (uma)cancha de esportes não coberta e 01 (uma) sala de vídeo, tudo em
conjunto com o município.
61
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
7.4 - PROFISSIONAIS DA INSTITUIÇÃO
No ano de 2010, a escola conta com 16 (dezesseis) profissionais que exercem
atividades de docência e 01 (um) profissional que atua na biblioteca. Além dos regentes, a
escola possuí 02 (duas) pedagogas, um (um) diretor, 01 (uma) secretária, 01 (uma) auxiliar
de secretaria e 02 (duas) funcionárias de serviços gerais.
O Colégio Elzeário Pitz possui em seu P.P.P. - Projeto Político-Pedagógico as
diretrizes que norteiam todo o trabalho escolar, bem como seus objetivos e princípios
éticos e filosóficos além disso, possui o Regimento Escolar que garante a adequação às
normas legais e ordena as funções de todos os agentes que participam do cotidiano
escolar.
Desde de 2008 até a presente data, após várias discussões e sistematizações com
o grupo de funcionários, o Colégio elaborou o seu Plano de Ação que tem como principal
objetivo, colocar em ação o plano apresentado e ao mesmo tempo avaliar os resultados
que serão obtidos e a partir dos mesmos, as ações serão direcionadas para o ano letivo do
corrente.
7.5 - PLANO DE AÇÃO
7.6 - META I
Efetivação da Proposta Pedagógica.
7.7 - AÇÕES
• Discussão e Elaboração da Proposta Pedagógica da escola;
• Implementação da estrutura escolar para que a proposta pedagógica possa se efetivar;
• Estudos e discussões em grupo visando a garantia da aprendizagem;
7.8 - META II
Organização Interna do Colégio.
62
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
7.9 - AÇÕES:
• Reuniões periódicas para a avaliação do processo de organização da comunidade
escolar;
• Avaliação da Implantação do Ensino em Blocos;
• Solicitar via SEED as seguintes melhorias:
• Reparo “geral” nos banheiros (inclusive colocação de cordas nos puxadores de
descargas nos banheiros);
• Aumento no muro lateral;
• Reparos na parte elétrica;
• Reparos em fechaduras;
• Pintura da escola;
• Troca de lâmpadas queimadas;
• Colocação de torneira quente na cozinha;
• Promover integração entre os pais e a escola, através de bingos, festas, desfiles,
reuniões de incentivo e palestras.
7.10 - META III
Viabilização da ação escolar transformadora.
7.11 - AÇÕES:
• Discutir a concepção e a prática pedagógica;
• Participar de cursos, fórum e Semana Pedagógica oferecida pela SEED;
• Constante avaliação e readequação da prática pedagógica;
• Estudos das leis vigentes, LDB, regimento escola.
7.12 - META IV
Efetivação da gestão colegiada na comunidade escolar.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
7.13 - AÇÕES:
• Fortalecer a APMF (Associação de Pais e Mestres);
• Apoiar e incentivar os alunos na criação do grêmio estudantil;
8. PROPOSTA CURRICULAR DE ARTE
8.1 - APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Dimensão histórica da disciplina
A primeira forma registrada de Arte-educação no Paraná, se deu durante o período
Colonial, nas vilas e reduções jesuíticas. Visava-se, por meio da retórica, literatura, musica
teatro, dança, pintura e artes manuais o ensinamento de artes e ofícios. Esse estilo durou
aproximadamente 250 anos e influenciou a cultura popular paranaense como, por exemplo,
na musica caipira. Posteriormente, por volta do século XVIII, buscou-se a superação do
modelo teocentrico medieval, dando ênfase ao ensino das ciências naturais e aos estudos
literários. Porem, na pratica, não se registrou efetivas mudanças, uma vez que se
continuou com a tradição pedagógica e cultural jesuítica. Em 1808, iniciou-se o estudo do
clássico com a chegada, ao Brasil, de um grupo de franceses que seguia ao estilo
neoclássico, encarregados da fundação da Academia de Belas Artes. Esse período tinha
como característica os exercícios centrados na cópia e reprodução das obras
consagradas. A partir de 1850 houve a valorização do desenho geométrico, como forma de
desenvolver a mente para o pensamento cientifico, período esse em que foi feita a 1ª
reforma educacional do Brasil Republica, a idéia era atender o modo de produção
capitalista. Em contraposição as idéias anteriores, a tendência pedagógica voltou-se para
64
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
a livre expressão, para a genialidade individual, inspiração e sensibilidade, encontrando
espaço na Pedagogia Nova. A partir da década de 60, as produções artísticas tiveram
forte caráter ideológico e propunham uma nova realidade social. Em 1971 foi promulgada a
Lei Federal 5692/71, em que, no artigo 7 determinava a obrigatoriedade do ensino da arte
nos currículos do Ensino Fundamental a partir da 5ª serie. A partir da década de 80, sob
influencia da Pedagogia histórico Critica, surgem movimentos para a valorização da
educação com a proposta de oferecer aos educandos acesso ao conhecimento das
culturas, para uma pratica social e transformadora. A nova LDB mantém e assegura a
obrigatoriedade do ensino de artes nas escolas de educação básica. Nesse período,
também, houve mudanças nos cursos de graduação em Educação Artística, que passaram
a ter licenciatura plena em uma habilitação especifica.
Houve inúmeros avanços no processo histórico, onde o ensino da arte deixou de ser
coadjuvante no sistema educacional e passou a se preocupar, também, com o
desenvolvimento do sujeito frente a uma sociedade construída historicamente e em
constante transformação.
É grande o poder que a arte tem para mudar visões de mundo e combater à
discriminação, tendo em vista que por meio dela somos levados a perceber, e a entender a
diversidade cultural presente na sociedade em que vivemos. Isso especialmente no que
diz respeito à presença da cultura AFRICANA E AFRO-DESCENDENTES tão presente em
nosso meio. A Lei 10.639/2003 e as DIRETRIZES CURRICULARES PARA A EDUCAÇAO
DAS RELAÇOES ÉTNICOS RACIAIS E HISTÓRIA E CULTURA AFRO BRASILEIRA E
AFRICANA na escola, vêm apenas dar ênfase a uma realidade que sempre esteve
presente em nossa sociedade e que precisa, mais do que nunca ser agregada a uma
consciência de sociedade multi cultural onde sejam confrontados os valores, as crenças e
as competências culturais no mundo em que estamos inseridos. Alem da importância da
grande diversidade cultural que cerca o nosso aluno também devemos levar em conta o
espaço, e o meio em que ele vive.
A disciplina de artes favorece ao aluno relacionar - se com as demais disciplinas do
currículo, o aluno que conhece artes pode estabelecer relações mais amplas quando
estuda um determinado período histórico, exercita sua imaginação estará habilitado em
escrever e construir um texto, a desenvolver estratégias pessoais e resolver problemas
matemáticos.
65
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Conhecendo a arte de outras culturas, o aluno poderá compreender a relatividade
dos valores que estão enraizados nos seus modos de pensar e agir, que pode criar um
campo de sentido para a valorização do que é próprio a favorecer abertura a riqueza e a
diversidade da imaginação humana. Alem disso, torna-se capaz de perceber sua realidade
cotidiana mais vivamente, reconhecendo objetos e formas que estão á sua volta, no
exercício de uma observação critica do que existe na sua cultura, podendo criar condições
para uma qualidade de vida melhor.
8.2 - Fundamentos Teóricos Metodológicos.
Quando buscamos definir um papel para as Artes na escola, é importante ter clareza de
como ela é compreendida no estabelecimento de ensino, para que o processo de
construção do conhecimento se torne mais rico e prazeroso. A partir desse principio, os
conceitos tratados no Ensino Médio se relacionam com estudos do conhecimento da arte e
da estética. Levando em consideração que, o conceito de arte é conseqüência do momento
histórico em que a arte, em questão, se desenvolveu. Alem de estabelecer diferentes
posições como, a ética, a política, a ideologia, ser utilitária ou mágica e transformar-se em
mercadoria ou meramente proporcionar prazer.
A idéia de arte como representação, muito presente na escola, enfatiza o fazer técnico
e cientifico de conteúdos reprodutivistas, com uso de modelos e copias do natural e a
forma é reconhecida e apreciada pela própria forma.
As idéias de expressão e formalismo se encontram presentes na educação a partir das
Escolas Nova e Tecnicista, que priorizam o espontaneísmo e o fazer, afim de assegurar o
desenvolvimento da imaginação e da autonomia.
Na educação, o ensino da arte amplia o repertorio cultural do educando a partir da
construção do conhecimento estético, artístico e contextualizado. Aproximando-o do
universo cultural da humanidade nas suas diversas representações.
Norteada pelo conjunto dos campos conceituais do conhecimento estético, artístico e
contextualizada, a construção do conhecimento em arte se efetiva na inter relaçao de
saberes.
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Conteúdos
Conteúdos estruturantes:
• Definição da arte;
• Funções da arte;
• Elementos formais;
• Composição;
• Movimentos e períodos.
8.3 - CONTÉUDOS ESTRUTURANTES PARA O ENSINO MÉDIO - ARTES VISUAIS
Elementos Formais
Composição Movimentos e períodos
Abordagem Pedagógica
Expectativas de Aprendizagem
8.4 - CONTÉUDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
PontoLinhaForma
BidimensionalTridimensionalFigura e fundo
FigurativaAbstrato
PerspectivaSemelhanças
Arte Ocidental
Arte Orient PROPOSTA
Percepção dos modos de fazer trabalhos com artes visuais
Compreensão dos elementos que estruturam e
organizam as artes
TexturaSuperfície
VolumeCorLuz
ContrastesRitmo visual
SimetriaDeformaçãoEstilizaçãoTécnicas: pintura,
desenho, modelagem, instalação
performance, fotografia, gravura e
esculturas, arquitetura, história em quadrinhos.
Gêneros: paisagem,
natureza morta, cenas do cotidiano, Histórica,
Religiosa da mitologia.
PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL
PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ
– E.M
alArte
AfricanaArte
BrasileiraArte
ParanaenseArte Popular
Arte de VanguardaIndústria Cultural
Arte Contemporâ
neaArte Latino Americana
nas diferentes culturas e mídias.
Teoria das artes visuais.
Produção de trabalhos de artes visuais
com os modos de organização e composição, com enfoque nas diversas
culturas.
visuais e sua relação com a sociedade contemporânea.
Produção de trabalhos de artes visuais
visando a atuação do sujeito em sua
realidade singular e social.
Apropriação prática e teórica dos modos de composição das artes visuais nas diversas
culturas e mídias, relacionada a
produção, divulgação e consumo.
8.5 - ENSINO MÉDIO – ÁREA MÚSICA
8.6 -CONTÉUDOS ESTRUTURANTES
Elementos Formais
Composição Movimentos e Períodos
Abordagem Pedagógica
Expectativas de Aprendizagem
8.7 - CONTÉUDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
AlturaDuraçãoTimbre
RitmoMelodia
HarmoniaModal, tonal, e
fusão de ambos.Gênero: erudito, clássico,
Música popular
BrasileiraParanaense
PopularIndústria cultural
EngajadaVanguarda
Percepção da paisagem
sonora como constitutiva da música
contemporânea
( popular e erudita), de modos de
fazer música
Compreensão dos elementos que
estruturam e organizam a música e sua relação
com a sociedade contemporânea.
Produção de trabalhos musicais, visando
atuação do sujeito em
IntensidadeDensidade
popular, étnico,
folclórico, Pop.Técnicas:
vocal, instrumental,
eletrônica, informática, e
mista improvisação.
OcidentalOrientalAfricanaLatino –
Americano.
e sua função social.
Teoria da música.
Produção de trabalhos com os modos de
organização e composição musical, com enfoque na música de diversas culturas.
sua realidade singular e social.
Apropriação prática e teórica dos modos de
composição musical das diversas culturas e
mídias, relacionadas a produção, divulgação e
consumo.
8.8 - ENSINO MÉDIO – ÁREA TEATRO
8.9 - CONTÉUDOS ESTRUTURANTES
Elementos Formais
Composição Movimentos e Períodos
Abordagem Pedagógica
Expectativas de Aprendizagem
8.10 - CONTÉUDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
PersonagemExpressõesCorporais,
vocais, gestuais e
faciais.Ação
Espaço
Técnicas: jogos teatrais, teatro direto e
indireto, mímica,
ensaio, Teatro – fórum.Roteiro
Encenação. Leitura
dramática.Gêneros: tragédia, comédia, drama e épico,
dramaturgia representação
nas mídias
Teatro Greco Romano.
Teatro MedievalTeatro Brasileiro
Teatro ParanaenseTeatro Popular
Indústria CulturalTeatro EngajadoTeatro DialéticoTeatro EssencialTeatro Oprimido
Teatro pobreTeatro de Vanguarda
Teatro Renascentistas.
Teatro Latino Americano
Compreensão dos elementos que estruturam e organizam o
teatro e sua relação com o movimento artístico no qual se
originou.Compreensão da dimensão do
teatro enquanto fator de transformação social.
Produção de trabalhos teatrais, visando atuação do sujeito em sua realidade singular e social.Apropriação prática e teórica das tecnologias e modos de
composição da representação nas mídias; relacionadas a
produção, divulgação e consumo.
caracterização cenografia, sonoplastia,
figurino, iluminação
direção produção.
Teatro RealistaTeatro Simbolista
Apropriação prática e teórica de técnicas e modos de composição teatrais.
8.11 - ENSINO MÉDIO – ÁREA DANÇA8.12 - CONTÉUDOS ESTRUTURANTES
Elementos Formais
Composição Movimentos e Períodos
Abordagem Pedagógica
Expectativas de Aprendizagem
8.13 - CONTÉUDOS BÁSICOS PARA A SÉRIE
Movimento corporalTempoEspaço
EixoDinâmica
AceleraçãoPonto de apoioSalto e queda
RotaçãoNíveis
FormaçãoDeslocamentoImprovisaçãoCoreografia
Gêneros: espetáculo,
industrial cultural, étnica,
folclórica, circular,
populares, salão, moderna,
contemporânea.
Pré-HistóriaGreco – Romana
MedievalRenascimento
Dança Clássica Dança Popular
BrasileiraParanaense
AfricanaIndígenaHip Hop
ExpressionismoIndústria CulturalDança Moderna
VanguardasDança
Contemporâneas
Compreensão dos elementos que estruturam e organizam a
dança e sua relação com o movimento artístico no qual se
originou.Compreensão das diferentes
formas de dança popular, suas origens e práticas contemporâneas.
Compreensão da dimensão da dança enquanto fator de
transformação social.Compreensão das diferentes formas de dança no cinema, musicais e nas mídias sua
função social e ideológica de veiculação e consumo.
Apropriação prática e teórica das tecnologias e modos de
composição da dança nas mídias, relacionadas a produção,
divulgação e consumo.
Conteúdos específicos:
• O que é arte?
• Arte como registro da humanidade;
70
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
• Diferentes formas de expressão artística;
• Diversas formas de expressões culturais de um povo, costumes/valores;
• Influencia da arte na sociedade;
• Diversas manifestações culturais;
• Musica;
• Dança;
• Fotografia;
• Teatro;
• Analise da imagem (pintura, fotografia, cinema e imagens do cotidiano);
• Simbologia das cores;
Objetivos específicos:
• Avaliar obras de artes;
• Apreciar obras de arte;
• Analisar obras de arte;
• Compreender sentimentos e mensagens que a obra de arte contém e despertou;
• Relacionar épocas com obras de arte;
• Discutir sobre obras de arte;
• Expressar sentimentos identificados nas obras de arte e seus próprios no decorrer
de suas atividades de forma criativa;
• Identificar obras de artes relacionando-as a cultura, costumes e valores nela
inerentes;
• Comparar artistas, obras e épocas da historia da arte;
• Criticar artistas e obras de arte em diferentes sociedades;
• Julgar obras de arte a partir da estética nela existente;
71
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
8.14 - Metodologia da disciplina:
Em sala de aula deve ser contemplada três momentos da organização pedagógica,
para s metodologia do ensino da arte: o sentir e perceber, o trabalho artístico e o
conhecimento em arte. Não há uma ordem, especifica, a ser seguida, inclusive podem
acontecer simultaneamente. Para tanto, estabelece-se o seguinte:
• Apresentação de obras de arte relacionadas ao conteúdo para leitura;
• Apresentação de biografias de artistas;
• Aplicação de trabalhos com diferentes atividades (leitura, pintura, colagens,
releituras e resignificações).
8.15 - Recursos didáticos:
• Cadernos de desenho, lápis de cor, lápis, giz de cera, papeis coloridos e de
diferentes gramaturas, jornais, revistas, tecidos, grãos, canudos, botões, barbantes, cds
com musicas variadas, textos, filmes, aparelho de som, tv e dvd, obras de artes visuais e
auditivas e audiovisuais.
8.16 - Avaliação:
• Diagnostica e processual;
• Individual e coletiva;
• Pesquisas;
• Teórica e prática;
CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO
Avaliação em Arte constitui uma situação de aprendizagem em que o aluno pode
verificar o que aprendeu, retrabalhar os conteúdos assim como o professor pode avaliar
como ensinou e o que seus alunos aprenderam.
72
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
A avaliação deverá ser diagnostica e processual, devendo ser levado em conta que
os alunos do ensino médio já trazem consigo um capital de cultural já aprendido em outros
espaços socias (família, grupos, associações, religião e outros).
Além disso, a avaliação deverá ser individual e coletiva, para isso deve-se utilizar
vários instrumentos de avaliação (trabalhos artísticos, pesquisas, provas teóricas e
práticas). A recuperação de estudos deve acontecer como evolução natural do processo de
aprendizagem não devendo, portanto, ser concebida como repetição.
Avaliar implica conhecer como os conteúdos de Arte são assimilados pelos alunos
em cada momento da sua escolarização e reconhecer os limites e a flexibilidade
necessários para dar uma oportunidade à coexistência de distintos níveis de
aprendizagem.
8.17 – Referências:
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74
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
9. PROPOSTA CURRICULAR DE BIOLOGIA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
É fundamental que a disciplina de Biologia seja apresentada de forma atual em nosso
dia-a-dia, bem como a sua aplicabilidade do conhecimento biológico em várias áreas,
formando as Ciências Biológicas.
O conhecimento biológico na aplicabilidade da Ciência Moderna (a Biotecnologia ou a
Biologia Molecular), pressupõe ao aluno aprender a desenvolver através dos
conhecimentos biológicos pensamentos críticos sobre a aplicação da tecnologia.
O objeto de estudo da disciplina de Biologia é a VIDA.
A origem da Vida e a transmissão de características genéticas e a evolução dos seres
vivos são os principais conteúdos da disciplina de Biologia que fundamentaram a História
da Biologia com seus principais estudiosos.
O fenômeno Vida está exposto a conceitos científicos e sociais, pois coloca em
discussão a manipulação do material genético, alterando a concepção da vida.
A Teoria Celular veio revolucionar a origem da Vida no século XIX através dos estudos
do botânico alemão Mathias Schleiden (1804-1881) e em 1838, através do naturalista
Theodor Schuann (1810-1882).
No século XX, a nova geração de geneticistas confirmou os trabalhos de Mendel
provocando uma revolução conceitual na biologia.
A aplicabilidade do conhecimento biológico em várias áreas como a agricultura e a
medicina, confirmou a sua importância, passando esta a ser reconhecida como Ciências
Biológicas.
A aprendizagem das ciências e da tecnologia, qualitativamente distinta daquela de
caráter científico, deve contemplar formas de apropriação e construção de sistemas de
pensamentos mais abstratos e ressignificativos.
A ciência é um processo social, tem origem nos problemas vividos pela sociedade e
após produzir o conhecimento abrangente, deve retomar à sociedade que o incorpora em
alguma medida. Enquanto produto de pesquisa, a ciência constitui-se como orientadora da
sociedade tecnológica, pois o conhecimento substitui a terra, a mão-de–obra, o capital e
outros meios econômicos tradicionais. O conhecimento científico traduz atitudes que
marcam os comportamentos de diferentes agentes sociais. Deve ser agilizado com
75
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
rapidez de que necessitamos para fazer o saber da racionalidade e do humanismo,
instrumento de sobrevivência da nossa espécie, em vez de “forma bruta” que eclode
revolta.
A sociedade tecnológica não depende só de conhecimento científico, devem-se
construir umas relações ativa, pessoais, coletivas, históricas com o conhecimento.
Alicerçado nas linhas-mestra da ação desta escola, esta proposta curricular vem
com a tarefa docente de incluir a previsão das atividades didáticas em termos de sua
organização, em face dos objetivos estabelecidos, bem como a sua constante revisão e
adequação no processo de ensino. Ainda,
este vem para indicar as atividades direcionais metódicas e sistematizadas que serão
empreendidas pelo professor. Sendo este, um trabalho de previsão global a ser realizado
durante todo o curso do ensino médio, abrangendo conteúdos com uma abordagem
interdisciplinar. Pois segundo as DCEs (2007) :
... a disciplina de Biologia deve de ser capaz de relacionar diversos conhecimentos específicos entre si e com outras áreas de conhecimento, deve priorizar o desenvolvimento de conceitos cientificamente produzidos e proporcionar reflexão constante sobre as mudanças de tais conceitos em decorrência de questões emergentes.
Na seqüência do curso, norteados pelos conteúdos estruturantes, os alunos irão
adquirir conhecimento científico-biológico, como exemplo no que se refere à reprodução e
herança genéticas, onde o conteúdo estruturante Manipulação Genética entre outros, é
amplamente enfatizado. Ainda, estarão conhecendo e se informando sobre regras, leis,
teorias e noções essenciais para compreensão da evolução da vida, bem como
despertando um senso ecológico. O qual é de grande importância para a manutenção da
vida, tanto individual como em grupo. Pois segundo Primack e Rodrigues (2001):
Toda espécie tem o direito de existir. Todas as espécies representam soluções biológicas singulares para o problema de sobrevivência. Com
base nisto, e sobrevivência de cada espécie deve ser garantida, independentemente de sua abundância ou importância para nós.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
É importante que se faça uma sensibilização social entre os jovens dos problemas
ambientais existentes, principalmente nos dias de hoje onde é crescente o índice
populacional da espécie humana, levando em conta o ponto
de vista ecológico. A preocupação desta sensibilização vem ocorrendo desde 1960 nos
mais diversos grupos sociais (BERTE, 2004). É de grande importância que ocorra uma
educação ambiental em ampla escala no meio social e a escola tem um papel fundamental
nesta tarefa. Pois como um dos exemplos desta preocupação tem-se os dados da Lista
Vermelha de Animais e Plantas Ameaçados de Extinção no Estado do Paraná (1995) onde:
O estado do Paraná, pela sua grande riqueza de ecossistemas terrestres e hídricos, é também privilegiado por uma significativa biodiversidade. No entanto, a maior parte destes ambientes foi convertida em áreas de produção agropastoril e apenas algumas poucas áreas foram preservadas.
9.1- CONCEPÇÃO DA DISCIPLINA
A biologia “ciência que estuda a vida”, procura explicar o que é este fenômeno.
Cientistas do mundo todo e de várias épocas tem em comum, sejam por razões filosóficas
ou práticas que não existe uma resposta simples para esta explicação (CURTIS, 1977). O
conceito de vida pode ser formulado conforme o ponto de vista, ético, filosófico, cultural,
matemático, religioso, entre outros. Bioquimicamente, Lehninger (1993, p.3) cita:
Os seres vivos são compostos de moléculas inertes. Quando estas moléculas são isoladas e examinadas individualmente, elas obedecem a todas as leis físicas e químicas que descrevem o comportamento da matéria inanimada. Entretanto, os organismos vivos possuem atributos extraordinários, não apresentados pela coleção de moléculas inanimadas.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Curtis (1977) enfatiza que “a vida não existe no abstrato. Não há de fato vida. O que
existe e pode ser examinado e estudado, são sistemas vivos, organismos individuais”.
Portanto a preocupação maior e prioritária é a de ensinar aos nossos alunos a
complexidade e “beleza” da vida e não tentar conceituá-la, isto ocorrerá naturalmente
conforme o entendimento pelo aluno baseado no seu histórico cultural.
O estudo de biologia no ensino médio atualmente se justifica devido ao avanço da
tecnologia e a crescente preocupação com os problemas ambientais, bem como aumento
de informações referente à natureza pelos meios de comunicação. Por isso, faz-se a
importância da Biologia a qual, baseada e organizada através de conteúdos estruturantes,
conscientize o aluno de tais informações, proporcionando-o condições de tomar decisões
importantes para sua vida bem como para o meio que o rodeia, tornando-o assim um
cidadão responsável e consciente. Segundo Charbonneau et al. (1979) Os seres vivos se
relacionam e interagem, gerando uma dependência recíproca pela vida. Sendo assim, as
condições essenciais e elementares para a existência e perpetuação das mais diversas
formas de vida, advêm principalmente de uma relação harmoniosa e não destrutiva entre o
homem e o ambiente. É de extrema importância que o aluno cresça e entenda este
conceito.
Ao conscientizar-se do seu papel perante a natureza, o homem poderá compreender
as dinâmicas das leis desta, poderá estudá-las, prevê-las, meditá-las e usá-las a seu
benefício, estabelecendo uma relação harmônica, para a preservação da vida.
9.2 - OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
• Levar aos alunos à compreensão e valorização dos seres vivos e do meio
ambiente;
• Formar sujeitos críticos, reflexivos e atuantes através do conhecimento
biológico;
• Proporcionar aos alunos uma visão mais realista e inteligível da ciência;
• Trazer os conhecimentos atualizados para a sala de aula, com especial
atenção à Evolução.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Os conteúdos deverão proporcionar aos alunos, desde noções básicas sobre o que
é Biologia, e qual a sua importância para a humanidade, passando por como surgiram os
primeiros seres vivos, ainda aprendendo sobre bioquímica, citologia, histologia,
características e classificações dos cinco reinos existentes entre os seres vivos.
A disciplina de Biologia no ensino médio, tem como objeto de estudo o fenômeno
vida, em seu mais amplo entendimento, objetivando assim em educar os alunos para a
conscientização e posteriormente a ação na complexidade e fragilidade desta. Finalmente,
fazer o educando compreender, que ele faz parte da natureza e deve respeitá-la, pois
assim estará respeitando a si próprio. Segundo Primack e Rodrigues (2001), ainda existe
um número muito grande de pessoas que estão desanimadas e desencorajadas de lutar
pelas causas ecológicas. Sendo assim, também faz parte do objetivo desta disciplina, bem
como de outras, encorajar e mostrar que é possível fazer muito pela natureza, muitas
vezes apenas com pequenas ações e gestos. O importante não tentarmos salvar o mundo,
mas sim fazer nossa parte.
A presente disciplina, como as demais, proporciona ao aluno ferramentas para a
compreensão do mundo que o rodeia. Isto o ajudará no sentido de ser crítico quanto aos
assuntos que o norteiam, referente à Biologia e toda a sua complexidade, ou seja,
tornando-o um cidadão consciente de seu papel e de seu potencial na sociedade e no meio
ambiente.
É importante que a disciplina tente trabalhar não somente com os alunos, mas com
toda a comunidade, interagindo desta forma comunidade – escola – meio ambiente. Para
isso, é possível realizar trabalhos como a confecção da horta escolar, a produção de
mudas de espécies frutíferas, nativas e plantas medicinais, a formação de uma estufa para
floricultura, inserir a compostagem e programa de reciclagem. Além disso, oficinas aos
sábados (desenvolvidas pelos professores ou membros do conselho escolar) também
podem ser oferecidas para os alunos e a comunidade, objetivando interação citada acima,
e ainda, visar sempre a sensibilização da comunidade em relação a meio ambiente, para
posterior conscientização das nossas ações com o ambiente.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
9.3 - CONTEÚDOS
Esta proposta curricular para a disciplina de Biologia, segue as normas
estabelecidas pela Secretaria do Estado do Paraná, através das Diretrizes Curriculares de
Biologia para a educação básica de 2008. os conteúdos estabelecidos tem como finalidade
fornecer uma visão mais ampla e concreta da disciplina, por parte do aluno. Os conteúdos
específicos complementam-se e fazem parte de um corpo estruturado de saberes, sendo
estes baseados num campo mais amplo denominado de conteúdos estruturantes, que no
caso da Biologia são:
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES POR SÉRIE
• 1ª SÉRIE
• Histórico da Biologia;• Método Científico;• Origem da Vida;• Reprodução;• Citologia;• Histologia;• Embriologia;• Seres Vivos e Meio Ambientes.
• 2ª SÉRIE•• Classificação dos Seres Vivos (Taxionomia);• Vírus;• Reino Monera;• Reino Protista;• Reino Fungi;• Reino Plantae;• Reino Animália;• Anatomia e Fisiologia Humanas comparadas.
• 3ª SÉRIE
• Genética;• Leis de Mendel;
• Herança Ligada ao Sexo;• Anomalias Genéticas Humanas;• Evolução da Vida;• Ecologia.
80 PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Sobre a diversidade das diferentes culturas, e a influência destas sobre a cultura
brasileira e contemplando a lei 11.645/08, referente à “História e Cultura Afro-brasileira e
Africana”, bem como a indígena, previsto na deliberação 03/08, esta proposta curricular
abrangerá esse tema social contemporâneo. Como conhecimento, é um direito de todos os
povos e etnias
que contribuíram e contribui para a nossa cultura, terem o direito a educação, sem
qualquer forma de preconceito ou exclusão social. A bagagem cultural destes está incluída
na proposta da disciplina de Biologia ao longo do ano letivo, tanto de forma a enriquecer o
conteúdo como o de valorizar estas culturas. Sendo assim, aluno perceberá o avanço
científico e cultural do país, através de uma abordagem concreta.
9.4 - ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO
A metodologia do ensino da Biologia deve levar sempre em consideração a
interdisciplinaridade, sem a qual se torna difícil a sua execução. A Biologia deve estar mais
próxima do cotidiano do aluno, não somente sendo executada em sala, mas com exemplos
mais claros e práticos. Pois como cita as DCEs (2007);
O método da prática social decorre das relações dialéticas entre conteúdo de ensino e concepção do mundo; entre a compreensão da realidade e a intervenção nesta realidade. Confronta-se saberes do aluno com saberes elaborados, na perspectiva da apropriação da concepção de ciência da realidade social.
Para melhor atender o propósito do ensino de Biologia é necessário umas reflexões
críticas e coletivas imprescindíveis dos alunos, que devem levantar questões acerca de
fenômenos naturais e tecnologias diversas, além de relacionar o conteúdo desta disciplina,
com o demais, o que enriquece as aulas e induzem o aluno a compreender o todo e notar
que a biologia não está isolada, quando se trata da vida, pois os fenômenos dependem, e
muito da química, física, matemática, entre outras áreas de conhecimento.
81
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Para o ensino da Biologia serão utilizadas aulas expositivas, que serão sempre
associadas às pesquisas bibliográficas, pesquisa em internet, experiências laboratoriais,
visitas técnicas em Universidades, Parques Tecnológicos, empresas Centros de Pesquisa,
além do uso de revistas científicas e jornais que abordam os temas estudados em sala.
Tais recursos propiciam ao estudante a apropriação de conceitos e procedimentos
que contribuirão para o questionamento do que se vê e ouve, tornando-os críticos.
Um aluno crítico compreende a fundo os fenômenos da vida, do desenvolvimento
das ciências e do Meio ambiente.
A História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena serão desenvolvidas através de
estudos, trabalhos, pesquisas, buscando informações através de historiadores e cientistas
sociais como Gilberto Freire, Sérgio Buarque de Holanda entre outros.
Assim levar os educandos o conhecimento das culturas brasileiras e não culturas
brasileiras.
Levá-los a valorizar a diversidade étnica cultural de nossa formação no sistema
educacional brasileiro. Pois sabe que a escola tem um papel fundamental no combate ao
preconceito e a discriminação por participar da formulação de atitudes e valores, a
formação da cidadania de nossos educandos.
Na educação ambiental levar os nossos educandos a construir valores
sociais, conhecimentos, atitudes voltadas à conservação do meio ambiente com estímulo e
fortalecimento de uma consciência crítica sobre os problemas ambientais e sociais.
Conhecendo as leis através de incentivo ao estudo e pesquisas realizados juntos,
educandos e educador.
9.5 - AVALIAÇÃO
A Avaliação é um dos aspectos do processo pedagógico que mais carece de mudança
didática para favorecer uma reflexão crítica de idéias e modificar comportamentos
docentes de “senso comum” muito persistente (CARVALHO & GIL-PÉREZ, 2001).
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
As concepções reducionistas e simplistas do processo avaliativo requerem análise e
questionamento. De acordo com Carvalho & Gil-Pérez (2001), ainda estão no senso
comum do ambiente escolar as seguintes noções:
• é fácil avaliar os conhecimentos científicos, devido a sua precisão e
objetividade;
• o fracasso é inevitável, pois a Biologia tem conhecimentos difíceis, que não
estão ao alcance de todos. Ao se aprovar demais, a disciplina é uma
“brincadeira”, então, convém ser “exigente” desde o início;
• tal fracasso, por vezes muito elevado, pode ser atribuído a fatores extra-
escolares, como capacidade intelectual e ambiente familiar;
• a prova deve ser discriminatória e produzir uma distribuição de notas em
escala descendente;
• a função essencial da avaliação é medir a capacidade e o aproveitamento do
aluno, destinando-o a promoção e seleção classificatória de cunho autoritário.
A superação deste sendo comum implica em estudos, pesquisas e análises de
resultados que permitam a elaboração de programas de formação continuada para os
professores envolvidos no processo ensino-aprendizagem, a fim de possibilitar a
elaboração de uma concepção de avaliação adequada à realidade escolar da qual
participa.
Muito professor mantém-se crédulos ao sistema de avaliação classificatório
por acreditar ser este a garantia de um ensino de qualidade que resguarde um
saber competente dos alunos (HOFFMANN, 2003). Quando a concepção de
avaliação é classificatória, pautada em critérios que visam medir o aproveitamento,
identificam-se erros, dificuldades de aprendizagem, porém, não se sabe o que fazer
com as informações levantadas e os professores acabam por não se preocuparem
em “auxiliar o aluno a resolver suas dificuldades ou a avançar no seu
conhecimento” (HOFFAMNN, 2003, p.121).
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Tomando por base as análises desenvolvidas pelas autoras Carvalho e Hoffmann,
considera-se a necessidade de envolvimentos dos professores na análise crítica da própria
avaliação. Conforme Carvalho & Gil-Pérez (2001) é preciso que os professores se
envolvam numa análise critica que aponte conceber e considerar a avaliação em Biologia
com instrumento de aprendizagem que permita fornecer um feedback adequado para
promover o avanço dos alunos. Ao considerar o professor co-responsável pelos resultados
que os alunos obtiveram, o foco da pergunta muda de “quem merece uma valorização
positiva e quem não” para “que auxílio precisa cada aluno para continuar avançando e
alcançar os resultados desejados”. Além disso, introduzir formas de avaliação da prática
docente como instrumento para melhorar o ensino.
Nestas Diretrizes, ao assumir fundamentos teórico-metodológicos que garantam
uma abordagem pedagógica crítica para o ensino de biologia, propõe-se um trabalho
pedagógico em que se perceba o processo cognitivo contínuo, inacabado, portanto, em
construção.
Nesta perspectiva, a avaliação como momento do processo ensino-aprendizagem
abandona a idéia de que o erro e a dúvida constituem obstáculos impostos à continuidade
do processo. Ao contrário, o aparecimento de erros e dúvidas dos alunos constituem
importantes elementos para avaliar o processo de mediação desencadeado pelo professor
entre o conhecimento e o aluno. A ação docente também estará sujeita a avaliação e
exigirá observação e investigação visando a melhoria da qualidade do ensino.
Deste modo, na disciplina de Biologia, avaliar implica um processo cuja finalidade é
obter informações necessárias sobre o desenvolvimento da prática pedagógica para nela
intervir e reformular os processos de ensino-aprendizagem. Pressupõe-se uma tomada de
decisão, em que o aluno também tome conhecimento dos resultados de sua aprendizagem
e organize-se para as mudanças necessárias.
Destaca-se que este processo deve procurar atender aos critérios para a verificação
do rendimento escolar previstos na LDB nº 9394/96 que considera a avaliação como um
processo “contínuo e cumulativo, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os
quantitativos...”.
Enfim, adota-se como pressuposto a avaliação como instrumento analítico do
processo de ensino-aprendizagem que se configura em um conjunto de ações
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
pedagógicas pensadas e realizadas ao longo do ano letivo, de modo que professores e
alunos tornam-se observadores dos avanços e dificuldades a fim de superarem os
obstáculos existentes.
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86 PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
10 - PROPOSTA CURRICULAR DO CELEM/ESPANHOL
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A escola pública brasileira atende um grande número de alunos oriundos das
classes populares de diversas regiões e com diferentes origens étnicas e culturais. Todas
essas pessoas devem ter acesso ao saber sistematizado e a oportunidade de participar
ativa e criticamente de um mundo sem fronteiras no que concerne ao acesso à informação.
Em que época de globalização temos que entender que este processo não se
restringe apenas às transações comercias e termos econômicos, mesmo que esses
aspectos predominem. Além das relações econômicas, a globalização envolve as demais
áreas que integram a sociedade, seja no aspecto cultural, social e político e caracteriza-se
por um processo de integração global que induz ao crescimento da interdependência e da
interação entre as nações.
Com a revolução nas tecnologias de informação na área da telefonia, da
comunicação e a televisão, os desdobramentos da globalização ultrapassam os limites da
economia e começam a provocar uma certa homogeneização cultural entre os países.
Razão pela qual temos que preparar nossos alunos para a aquisição de outras línguas,
oportunizar o acesso a outras culturas, pensando nisso, foi escolhido o espanhol como
Língua Estrangeira Moderna a ser ministrado no CELEM (Centro de Línguas Estrangeiras
Modernas).
A justificativa de se ensinar o espanhol na comunidade atendida pelo Colégio
Estadual Professor Elzeário Pitz, leva em conta não somente as necessidades da
comunidade Campina da Barra, Tupy e imediações mas, além disso, não podemos deixar
de citar que Araucária tem predominantemente um turismo de negócios, justificado pela
proximidade com a Cidade Industrial de Curitiba e por abrigar um importante complemento
industrial, o CIAR - Centro Industrial de Araucária, estrategicamente localizado em relação
ao Mercosul e que já sedia várias indústrias e que conta com novas implantações todo
ano, além da copa de 2014.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Isso não bastasse, o Espanhol é hoje um idioma de fundamental importância no
mundo globalizado, tornou-se um dos principais veículos de comunicação nos meios
diplomáticos, no comércio mundial, nas competições esportivas, no turismo, nos encontros
de líderes políticos mundiais, nos congressos sobre ciência, tecnologia entre outros e é o
idioma da UNU, UNESCO, UE e Mercosul. O espanhol é uma das línguas mais faladas no
mundo, com mais de 450 milhões de falantes nativos, além de mais de 100 milhões de
estudantes estrangeiros e conhecedores da língua. Com isto se totalizam quase 600
milhões de pessoas falando espanhol em todo o mundo. E a segunda língua mais difundida
no mundo depois do Inglês, e é uma das mais prometedoras.
10.1- CONTEÚDOS
A Resolução nº 3904/2008 reforça o importante papel da aprendizagem de
Línguas Estrangeiras Modernas (Lem) no desenvolvimento do ser humano quanto a
compreensão de valores sociais e a aquisição de conhecimento do ser humano quanto a
compreensão de valores sociais e a aquisição de conhecimentos sobre outras culturas.
(SUED/SEED, 2008).
A LE (Língua Estrangeira) deve levar o educando a “apropriação crítica e histórica
do conhecimento como instrumento de compreensão das relações sociais e para
transformação da realidade. “(DCE,2009, p.52).
O Colégio Estadual Professor Elzeário Pitz – EM optou pelo ensino da língua
espanhola pois a língua inglesa está inserida em sua matriz curricular, assim o ensino de
outra língua abre horizontes no que diz respeito não só ao aprendizado de uma nova
cultura, mas também, no que diz respeito ao mundo do trabalho e das tecnologias.
Partindo do principio de que é de fundamental importância o ensino diversos
gêneros discursivos, buscar-se-á valorizar a interação social em contextos reais de uso da
língua ensinada.
Os conteúdos disciplinares devem ser tratados na escola de forma contextualizada
e deve ter como foco as quatro destrezas que são: a compreensão auditiva, compreensão
leitora, compreensão escrita, e expressão oral, além da cultura. Dessa forma trabalhar-se-
á no primeiro ano: Os países hispânicos; alfabeto; saudações; apresentações; despedidas;
pronomes pessoais; verbos ser, estar, chamar - presente do
88
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
indicativo; tratamento formal e informal; artigos e contrações; graus de parentescos;
características físicas e psicológicas; dias da semana; meses do ano; estações do ano;
noção de tempo; os números; as horas; cores; vestuário; corpo humano; expressar gostos,
opiniões; verbos regulares e irregulares -presente de indicativo; pronomes e adjetivos
demonstrativos; possessivos; formas átonas em função de complemento; moradias; verbos
ter e haver- usos e perífrases verbais; gerúndio; costumes; ações cotidianas; esportes;
animais; situações ao telefone; construções pronominais; alimentos; acentuação, pretérito
indefinido; personalidades hispânicas; pretérito perfeito; pretérito imperfeito do indicativo;
gastronomia; imperativo; expressar planos para o futuro.
Assim de forma integrada aos conteúdos descritos acima trabalhar-se-á a cultura
do povo hispânico como a vida diária, as condições de vida, os valores, as crenças, as
relações pessoais, a linguagem corporal, e comportamentos rituais em determinadas
manifestações culturais.
Como também os gêneros textuais que é uma excelente oportunidade de trabalhar
a língua, nos seus diversos usos, uma vez que a comunicação se realiza por intermédio de
textos, possibilitando assim, ao aluno a oportunidade de produzir e compreender textos de
maneira adequada a cada situação de interação comunicativa.
Uma das principais alternativas para trabalhar o ensino de gêneros textuais é
envolver os alunos em situações reais de uso da língua, como a elaboração compreensão
e interpretação de diálogos.
Trabalhar-se-á os gêneros textuais escritos e orais como, diálogos, biografia,
autobiografia, bilhete, convite, cartão de felicitação, letras de músicas, reportagem, sinopse
de filme, correio eletrônico, receita culinária, curriculum vitae, piadas, contos, crônicas e
fábula. Os gêneros orais, debate, mesa redonda, apresentação de trabalhos,
dramatização entre outros.
10.2 - METODOLOGIA
O estudo da Língua Estrangeira Moderna - Espanhol deve garantir ao aluno a
possibilidade de interação social em uma língua estrangeira e, para êxito na
89
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
aprendizagem a abordagem comunicativa apresenta aspectos positivos, pois na
medida em que reúne em seu modelo o uso da gramática exigida para a interpretação, e
negociação de sentidos, no contexto imediato da situação de fala, coloca-se a serviço dos
objetivos de comunicação.
O ponto de partida da aula será o texto verbal e não- verbal, explorando a leitura, a
interpretação, a prática da oralidade, estudo do vocabulário por meio de pesquisas, uso do
dicionário, trabalhos, produções textuais - construção de diálogos com a prática oral,
composição de biografias, e outros gêneros, atividades de compreensão auditiva
verificação dos conteúdos de análise linguística por meio de conceitos, explicações e
atividades de fixação gramatical, almeja-se aulas interativas, complementando-as com
atividades lúdicas.
Como recursos didáticos utilizar-se-á o quadro de giz, o uso de rádio, Tv pen-drive
e laboratório de informática, visitas externas referentes ao conteúdo devidamente
planejadas e autorizadas.
10.3 - AVALIAÇÃO
A avaliação do rendimento escolar será ampla, contínua e deverá ser capaz de
demonstrar o real aproveitamento e desenvolvimento atingido pelo aluno, bem como de
proceder à apuração para fins de aprovação. Para efetivarmos esta etapa, o aluno precisa
ser envolvido no processo de avaliação, uma vez que também é construtor do
conhecimento.
O estudo será avaliado de várias formas e de forma continuada, toda sua
participação e desempenho em sala da aula serão levados em consideração. Também
serão oferecidas ao educando várias avaliações durante o bimestre como: Testes escritos,
testes orais, trabalhos escritos, pesquisas e auto-avaliação. Observando sempre a
participação nas atividades propostas, tarefas de casa, pontualidade nas atividades,
entrega de trabalhos, presença em sala de aula e organização com os materiais escolares.
90
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Nas produções textuais os critérios de correção serão a correção classificatória e a
correção textual-interativa, de acordo com as teorias de Serafini (1989) e Ruiz (2001).
Levando em consideração que erro em determinadas produções textuais e encarada como
efeito da própria prática, como resultado do processo da aquisição da língua e deve ser
visto como um passo para que a aprendizagem se efetive. Durante o bimestre será
avaliado as produções textuais com valor de 30%, exercícios em sala 20%, tarefas em
casa 10%, trabalhos em grupos 10% e avaliação 40% .
As avaliações serão de critérios de entendimento reflexivo, permitindo formar
cidadãos conscientes, críticos, criativos, solidários e autônomos, espera-se que as
avaliações subsidiem discussões a cerca das dificuldades e avanços dos alunos.
A recuperação paralela será feita sempre que houver necessidade, usando o
instrumento de avaliação mais adequado ao conteúdo avaliado e diferenciando-a sempre.
Avaliar não resume constar o nível do aluno nem distribuir conceitos. É um
instrumento para orientar a ação pedagógica e detectar como melhorar o ensino.
10.4 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DCEs, Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do
Paraná. Secretaria de Estado da Educação - SEED.
Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica:
Língua Estrangeira Moderna. Curitiba, 2008.
Proposta Pedagógica Curricular. Língua Estrangeira Moderna. SEED. DEB.
CELEM. Curitiba, 2009.
RUIZ, Eliana Maria Severina Donaio. Como se corrige redação na escola. Campinas,
SP: Mercado das Letras, 2001.
SERAFINI, Maria Teresa. Como escrever Textos. Tradução de Maria Augusta B. de
Mattos. São Paulo: Globo, 1989.
91
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
J. GARCÍA, María de los Ángeles & HERNÁNDEZ Josephine Sánchez. Español sin
fronteras : curso de lengua española. São Paulo, Scipione, 1996.
BRUNO, Fátima Cabral & MENDOZA, Maria Angélica. Hacia el Español. São Paulo,
Saraiva, 1999.
11 - PROPOSTA CURRICULAR DE EDUCAÇÃO FÍSICA
11.1 - APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A Educação Física é um conjunto metódico de conhecimentos obtidos mediante a
observação e a experiência que estuda o movimento humano e suas manifestações,
caracterizada como mediadora da informação, conhecimento e habilidade para que seres
humanos em processo de desenvolvimento sejam autônomos ao final desta mediação em
relação ao bom desenvolvimento e entendimento de atividades ligadas a cultura corporal.
Não se concentra em uma corrente teórica e atualmente está pautada em várias
concepções, das quais são utilizados diversos segmentos considerados pertinentes para o
momento em que vivemos. A disciplina deixa de ser meramente transmissora de regras e
técnicas, e seguir somente a concepção tecnicista para levar em consideração o homem
como ser social e suas dimensões culturais. A inclusão e a democracia fazem parte da
disciplina. Deste modo se insere no projeto de garantir o acesso ao conhecimento e a
reflexão crítica das manifestações corporais produzidas pela humanidade. Por intermédio
da escola o aluno deve ter condições de se tornar sujeito critico, com condições de
reivindicar seus direitos e ao mesmo tempo, ciente de suas responsabilidades para com a
sociedade em que vive (SEED, 2008). Talvez seja a disciplina escolar que mais possa
contribuir para essa formação a partir do momento em que temos a consciência que é
através do corpo, que se dá à interação do sujeito com o mundo e isto pode ocorrer através
da Corporalidade - expressão criativa e consciente do conjunto de manifestações corporais
historicamente produzidas com o intuito de
92
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
possibilitar a comunicação e interação de e entre diferentes indivíduos com o seu meio
social e natural (SMED, 2004) – ou através da cultura corporal como objeto de ensino. Esta
disciplina possui possibilidades e particularidades exclusivas dela no ambiente escolar e
que são muito valorizadas nos diálogos acadêmicos que exaltam sua imensa possibilidade
de formação humana, pois, é a única disciplina que contempla esse corpo pelo qual o ser
apreende relaciona-se, interage, interpreta. Corpo, o qual, de acordo com a atual proposta,
deve ser considerado a partir de sua bagagem histórica, cultural, econômica, social e
política (SEED, 2008).
Podemos afirmar que o trabalho ético, bem organizado e planejado que
considerem na Educação Física, a expressão corporal em jogos, brinquedos, brincadeiras,
danças, lutas, ginásticas e esportes são o ponto de partida para objetivarmos a formação
desse sujeito humanizado desde que estimule a reflexão sobre o acervo de formas e
representações do mundo que o ser humano tem produzido pela expressão corporal
(COLETIVO DE AUTORES, 1992).
O aluno deve ser considerado em múltiplas dimensões, como a cognitiva, afetiva,
intelectual, motora, as quais não apreendem e nem se desenvolvem separadamente, e sim
de formas relacionadas e interdependentes (BENTO, 1997). Devem ser inclusas as
relações pelas quais o ser humano se apropria e passa a ser agente do conhecimento
cultural, econômico, político, social (SEED, 2008). A formação das competências dos
alunos (desenvolvimento de métodos de aquisição, elaboração, descoberta e construção
de conhecimentos) exige uma revolução cultural onde se constroem as competências por
meio de situações complexas (tarefas complexas, problemas, projetos). Pretende-se
despertar as aprendizagens que a pessoas realizam por si mesma e, isto, contribuiria para
a autonomia. Porém, esta forma de aprendizado está em nível mais complexo do que a
transmissão de conhecimento. O aluno precisa desenvolver um método de aquisição,
elaboração, descoberta e construção de conhecimentos. A atividade para ser educativa de
forma verdadeira deve ser impulsionada e dirigida pelos interesses e necessidade do
próprio educando. A educação deve preparar os indivíduos para acompanharem a
sociedade em acelerado processo de modificação (DUARTE, 2001).
93
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
O papel da Educação Física atual, é o de ultrapassar as formas equivocadas em
relação às diversas manifestações corporais, cabendo aos profissionais da área, dar um
novo significado as aulas, superar a dimensão motriz e ultrapassar a visão de corpo
biológico/físico (SMED, 2004) e, assim, redimensionar a disciplina a fim de atingir todos
seus objetivos. A escola deve ser um espaço que garanta o acesso dos educandos ao
conhecimento produzido historicamente pela humanidade e a Educação Física baseada no
seu objeto de estudo e de ensino, a Cultura Corporal, se insere neste projeto com o intuito
de garantir o acesso ao conhecimento e à reflexão crítica das inúmeras manifestações ou
práticas corporais historicamente produzidas pela humanidade, na busca de contribuir com
um ideal mais amplo de formação de um ser humano crítico e reflexivo. Este ser humano é
reconhecido como sujeito caracterizado como produto e agente histórico, político, social e
cultural (SEED, 2008).
A Educação Física deve humanizar as relações humanas, ampliar as possibilidades de
intervenção educacional do professor da área, superando a dimensão motriz da sua aula,
sem negar o movimento como possibilidade de manifestação humana (BENTO, 1997).
Deste modo, deve abordar a Cultura Corporal e Corpo; Cultura Corporal e Ludicidade;
Cultura Corporal e Saúde; Cultura Corporal e Mundo do Trabalho; Cultura Corporal e
Desportivização; Cultura Corporal – técnica e tática; Cultura Corporal e Lazer; Cultura
Corporal e Diversidade; Cultura Corporal e Mídia (SEED, 2008). Estes elementos
articuladores serão abordados na seção de objetivos gerais da disciplina e em específico
nos conteúdos estruturantes conforme as diretrizes curriculares da Educação Física.
11.2 - OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA
A Educação Física será trabalhada em interlocução com outras disciplinas que
permitam entender a cultura corporal na relação com as múltiplas dimensões da vida
humana, abordadas pelas ciências humanas, sociais, da saúde e da natureza. A disciplina
é objeto de estudo e de ensino próprio e aborda conhecimentos relevantes na escola; não
deve ser considerada como compensatória para as aulas ministradas em sala e deve
formar a atitude crítica perante a cultura corporal com o intuito de exigir domínio do
conhecimento e a possibilidade de sua construção a partir da escola. Os alunos terão
acesso ao conhecimento produzido pela humanidade, relacionando-o às práticas
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
corporais, ao contexto histórico, político, econômico e social. O movimento será
analisado como um comportamento motor, histórico e social e sua prática pedagógica irá
além da preocupação com a aptidão física, a aprendizagem motora, a performance
esportiva, etc. A insuficiência do modelo atual de ensino deve ser analisada com o intuito
de contemplar a riqueza das manifestações corporais produzidas socialmente pelos
diferentes grupos humanos nas relações para a produção de bens e pelas relações de
troca, os elementos lúdicos e agonísticos devem estar presentes. As interações que se
estabelecem nas relações sociais, políticas, econômicas e culturais dos povos serão
analisadas. A cultura corporal como objeto de estudo e ensino deverá evidenciar a relação
estreita entre a formação histórica do ser humano por meio do trabalho e as práticas
corporais que daí decorreram e a ação pedagógica desta deve estimular a reflexão sobre o
acervo de formas e representações do mundo que o ser humano tem produzido pela
expressão corporal em jogos, brinquedos e brincadeiras, danças, lutas, ginásticas e
esportes (SEED, 2008). Em complementação ao mencionado anteriormente, baseado em
Bento (1997) e SEED (2008), temos como objetivos gerais da disciplina de Educação
Física:
- Promover os conteúdos estruturantes esporte, jogo, brincadeira, ginástica, luta e a
dança como meio para aquisição e ou manutenção da saúde;
- Introduzir e avançar no conhecimento da desportivização, mídia, corpo humano,
saúde e questões sociais a partir dos conteúdos estruturantes da cultura corporal;
- Experimentar ações sem as conseqüências que um ato mais sério traria, a fim de
acumular respostas novas para a abordagem de problemas subseqüentes. Exemplo disto
seria não considerar a penalização na qual um atleta poderia ser eliminado de uma partida
de beisebol e, atribuir, em função de determinada não realização de regra, certa vantagem
para o grupo adversário, evitando a exclusão de um aluno da partida;
- Reproduzir tensões e contradições a fim de possibilitar respostas futuras. Exemplo:
a tensão de sucesso e insucesso em determinadas realizações de jogadas;
– Vivenciar emoções e sentimentos marginalizados no cotidiano. Exemplo: alegria,
felicidade,....;
95
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
- Adquirir técnicas fundamentais para sua vivência e eficiência a fim de permitir o
início de uma ativação esportiva não só nas aulas, como também em tempo livre no
decorrer da vida;
- O esforço humano de procura e realização de sentidos através da vivência motora.
Pois, pelo movimento descobre-se domínio de sentidos que poderão ser: a configuração
desportiva, a versão superior do jogo, a ação motora orientada pela competição, o ritmo, o
risco, ambos como ato realizador do bem-estar físico e psíquico;
- A vivência do jogo de competição, do rendimento, da cooperação, da intimidade e
da sociabilidade sendo resgatado o ser ativo e atuante que compreende a verdadeira
essência humana;
- A obtenção da capacidade de controlar os estados emocionais e os impulsos
como: a raiva; o medo; a ansiedade; a euforia; desta maneira, adiar a gratificação,
aprender a lidar com altos e baixos da vida e a motivar-se.
– Possibilitar a socialização do indivíduo por meio da aquisição de técnicas
culturais que seriam o lidar desportivamente com a corporalidade;
– - Expandir os conhecimentos e habilidades a partir da reflexão, da
assimilação e da prática, para que através da confiança mútua superem barreiras,
compartilhem perigos e sofrimentos; chegando ao consenso de que nossos esforços
evoluem para algo muito maior quando combinados e compartilhados;
– - Incluir e abordar a história do Paraná, a história e cultura Afro-Brasileira e
Indígena e a Educação Ambiental como meio para trabalhar a Cultura Corporal nos
conteúdos estruturantes. Vide Jogos e Brincadeiras e Danças para entendimento sobre a
forma que estes temas serão desenvolvidos conforme solicitado pelas leis 10.639/03,
11.645/08 e 9.795/99.
– Em específico as diretrizes curriculares da educação e em conformidade com o
documento produzido pela SEED (2008), serão abordados os conteúdos estruturantes
desta disciplina:
– Esporte
– Será adaptado à realidade escolar e possibilitado o acesso e a reflexão sobre as
práticas esportivas, habilidades físicas, destrezas motoras, táticas de jogo e regras;
96
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Os determinantes histórico-sociais responsáveis pela constituição e evolução do
esporte no decorrer dos anos serão considerados, além, da recriação desta prática
corporal;
O mesmo será utilizado como ferramenta de aprendizado para o lazer, para o
aprimoramento da saúde e para integrar os sujeitos em suas relações sociais;
O vencer, o levar vantagem a competitividade e o individualismo serão abordados como
temas não éticos nas aulas ministradas;
A profissionalização esportiva deve ser analisada de forma crítica;
Não será excludente e os alunos conseguirão viver o lúdico, sentir prazer na vivência e
no aprendizado desse conteúdo e valorizar o coletivo;
Durante o ensino do esporte o aluno aprenderá a realizar uma leitura de sua
complexidade social, histórica e política.
Jogos e Brincadeiras
Aprender a se mover entre a liberdade e os limites próprios e os estabelecidos pelo
grupo;
Discutir as possibilidade de flexibilização das regras e da organização coletiva;
Serão utilizadas várias formas de jogo sem a subordinação de sujeitos com o intuito de
evitar desigualdades, criticar modelos dominantes e que ocorra a participação ativa de
todos os alunos. As culturas locais e regionais que identificam determinada sociedade
serão valorizadas e inclusas neste conteúdo;
O real será representado por meio de situações imaginárias e seus participantes terão a
oportunidade de produzirem as suas formas de jogar e brincar. As manifestações corporais
próprias do ambiente cultural dos alunos serão utilizados;
Os jogos terão regras previamente elaboradas e será priorizado o espaço de autonomia
para que estas regras sejam adaptadas conforme os interesses dos participantes de forma
a ampliar as possibilidades das ações humanas. O jogo seja entendido, apreendido,
refletido e reconstruído como conhecimento que constitui um conjunto cultural.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Mediar a construção de brinquedos pelos alunos utilizando materiais alternativos
com o intuito de que seja trabalhada a Educação Ambiental. A problemática do meio
ambiente pode ser discutida com a utilização de sucatas. Experimentando seus próprios
brinquedos e brincadeiras o aluno pode desenvolver outro significado aos objetos e as
suas ações que serão enriquecidas com vivências e práticas corporais.
Ampliar a percepção e a interpretação da realidade;
Aprender a se mover entre a liberdade e os limites próprios e os estabelecidos pelo
grupo;
Discutir as possibilidade de flexibilização das regras e da organização coletiva;
Serão utilizadas várias formas de jogo sem a subordinação de sujeitos com o intuito
de evitar desigualdades, criticar modelos dominantes e que ocorra a participação ativa de
todos os alunos. As culturas locais e regionais que identificam determinada sociedade
serão valorizadas e inclusas neste conteúdo;
O real será representado por meio de situações imaginárias e seus participantes terão a
oportunidade de produzirem as suas formas de jogar e brincar. As manifestações corporais
próprias do ambiente cultural dos alunos serão utilizados;
Os jogos terão regras previamente elaboradas e será priorizado o espaço de autonomia
para que estas regras sejam adaptadas conforme os interesses dos participantes de forma
a ampliar as possibilidades das ações humanas. O jogo seja entendido, apreendido,
refletido e reconstruído como conhecimento que constitui um conjunto cultural.
Mediar a construção de brinquedos pelos alunos utilizando materiais alternativos com o
intuito de que seja trabalhada a Educação Ambiental. A problemática do meio ambiente
pode ser discutida com a utilização de sucatas. Experimentando seus próprios brinquedos
e brincadeiras o aluno pode desenvolver outro significado aos objetos e as suas ações que
serão enriquecidas com vivências e práticas corporais.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Ginástica
Possibilitar ao aluno reconhecer as possibilidades de seu corpo e que tenham
subsídios para questionar os apelos da mídia no que se refere à apologia do culto ao
corpo;
Permitir, por intermédio da ginástica imitativa de animais, as práticas corporais
circenses, a ginástica geral, a artística e a rítmica, e possibilitar que o aluno tenha a
vivência e o aprendizado de outras formas de movimento. Deste modo adaptando-a a
limitação e criatividade dos alunos no movimento, matérias, coreografias e espaços a
serem utilizados conforme realidade escolar.
O professor deve orientar o movimento visando com que os alunos descubram e
reconheçam as possibilidades e limites do próprio corpo proporcionando a interação, o
conhecimento e a partilha de experiências com o objetivo de ampliar as possibilidades de
significação e representação do movimento.
Lutas
Esta forma variada de conhecimento da cultura humana, historicamente produzidas
e repletas de simbologias, deve valorizar conhecimentos que permitam identificar valores
culturais conforme o tempo e o lugar onde as lutas foram ou são praticadas;
Explicitar que a maior parte das lutas se distanciaram da sua finalidade inicial
ligadas às técnicas de ataque e defesa (auto-proteção e combates militares) e hoje se
caracterizam como uma relevante manifestação da cultura corporal;
Os alunos devem ter acesso as técnicas corporais e ao conhecimento que foi
historicamente construído objetivando proporcionar o trabalho corporal e a aquisição de
valores e princípios essenciais para a formação do ser humano (cooperação, solidariedade,
o autocontrole emocional, o entendimento da filosofia que geralmente acompanha sua
prática e acima de tudo, o respeito pelo próximo, inevitável para a realização da atividade);
O perceber e o vivenciar dessa manifestação corporal de maneira crítica e
consciente e o estabelecimento de relações com a sociedade em que vive proporcionado
na escola permitirá com que o educando tenha autonomia para decidir ou não pela sua
99
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
prática fora do ambiente escolar. Pela prática corporal da luta na escola serão
desenvolvidos conceitos, categorias e explicações científicas que reconheçam a estrutura e
a gênese desta cultura e serão possibilitadas condições para construí-la a partir da escola.
Danças
Apresentar as possibilidades de superação do limites e das diferenças corporais,
caracterizando a dança como rica experiência corporal que possibilita compreender o
contexto no qual estamos inseridos;
Oportunizar o questionar e o intervir com o intuito de superar os modelos pré-
estabelecidos e ampliar a sensibilidade no modo de perceber o mundo;
Aprofundar com os alunos uma consciência crítica e reflexiva sobre o significado da
dança e criar situações nas quais a representação simbólica, peculiar a cada modalidade
de dança possa ser contemplada. Dentre os tipos de dança que poderão ser trabalhadas
tem-se: danças típicas nacionais e regionais (o curitibano, dança de roda aos pares; o
quebra-mana, uma mistura de valsa e sapateado; o nhô-chico, dança popular do litoral e o
fandango, dança típica de Paranaguá), danças folclóricas, danças de rua, danças
clássicas, afro-brasileira (Capoeira, Umbigada, Samba de roda e Jongo), indígenas
(Cateretê ou Catira, o Toré dos quilombos alagoanos, Cururu, Sarabaquê ou Dança de
Santa Cruz, Sairê do extremo norte, assim como alguns folguedos populares: Caiapós,
Caboclinhos, Tribo, Dança dos Tapuios e Pássaros) entre outras;
Discutir com os alunos como se constituiu historicamente as danças e suas culturas,
quais os seus significados, suas principais características, vertentes e influências que
sofrem pela sociedade em geral;
Tornar a dança como auxiliadora no desenvolvimento da criatividade, sensibilidade,
expressão corporal, cooperação e de fundamental importância para refletirmos criticamente
sobre a realidade que nos cerca e, deste modo, não se limitando ao senso comum.
100
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
11.3 - CONTEÚDOS POR SÉRIE/ANO
1ª SÉRIE / ENSINO MÉDIO
Serão abordados elementos intermediários e avançados dos esportes em relação a
sua abordagem teórico metodológica:
Esporte coletivo (voleibol, futsal);
Esporte individual (tênis de mesa, tênis de campo).
Serão abordados elementos básicos e intermediários dos jogos em relação a sua
abordagem teórico metodológica:
Jogos e brincadeiras populares (chutebol, mãe pega, bets);
Jogos dramáticos (imitação);
Jogos cooperativos (dança das cadeiras, caracol, telefone sem fio).
Serão abordados elementos básicos e intermediários das danças em relação a sua
abordagem teórico metodológica:
Dança folclórica (fandango);
Dança de salão (valsa).
Serão abordados elementos básicos e intermediários da ginástica em relação a sua
abordagem teórico metodológica:
Ginástica de academia (alongamento).
Serão abordados elementos básicos e intermediários das lutas em relação a sua
abordagem teórico metodológica:
Lutas de aproximação (judô).
Em complementação aos conteúdos abordados nesta série, também, pretende-se
trabalhar:
– Saúde / Doença: Elementos básicos e avançados;
– - Fisiologia do Corpo Humano: Elementos básicos;
– - Tipos Físicos e sua relação com a mídia: Elementos básicos;
– - Atividade Física e Saúde no lazer: Elementos básicos;
– - Complementos Alimentares, Doping: Elementos básicos;
– - Mídia no Contexto Esportivo: Elementos básicos;
– - Ética: Elementos básicos;
101
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
- Educação Sexual: Elementos básicos;
- Drogas: Elementos básicos;
- Educação Ambiental - Corrida de orientação e Interdependência entre o homem,
sua cultura e seu meio biofísico: Elementos básicos e intermediários.
2ª SÉRIE / ENSINO MÉDIO
Serão abordados elementos intermediários e avançados dos esportes em relação a
sua abordagem teórico metodológica:
Esporte coletivo (punhobol, basquetebol e voleibol);
Esporte individual (tênis de campo);
Esporte radical (skate).
Serão abordados elementos básicos e intermediários dos jogos em relação a sua
abordagem teórico metodológica:
Jogos e brincadeiras populares (peteca, corrida de sacos, jogo do pião);
Jogos dramáticos (mímica);
Jogos cooperativos (paredão, olhar cruzado, dominó).
Serão abordados elementos básicos e intermediários das danças em relação a sua
abordagem teórico metodológica:
Dança folclórica (frevo);
Dança de salão (forró).
Serão abordados elementos básicos e intermediários da ginástica em relação a sua
abordagem teórico metodológica:
Ginástica de academia (ginástica localizada);
Ginástica geral (estrela, paradas).
Serão abordados elementos básicos e intermediários das lutas em relação a sua
abordagem teórico metodológica:
Lutas de aproximação (judô);
Lutas que mantém distância (karatê).
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Em complementação aos conteúdos abordados nesta série, também, pretende-se
trabalhar:
- Fisiologia do Corpo Humano em Exercício: Elementos básicos;
- Tipos Físicos e sua relação com a mídia: Elementos básicos;
- Atividade Física e Saúde no lazer: Elementos avançados;
- Complementos Alimentares, Doping: Elementos básicos e avançados;
- Diversidade no Contexto Esportivo: Elementos básicos;
- Ética: Elementos básicos;
- Educação Sexual: Elementos básicos;
- Drogas: Elementos básicos;
- Desportivização: Elementos básicos;
- Educação Ambiental – Construção de Jogos com material reciclável e
Interdependência entre o homem, sua cultura e seu meio biofísico: Elementos
básicos e intermediários.
– 3ª SÉRIE / ENSINO MÉDIO
Serão abordados elementos intermediários e avançados dos esportes em relação a
sua abordagem teórico metodológica:
Esporte coletivo (handebol, beisebol e futevôlei);
Esporte individual (tênis de campo, badminton);
Esporte radical (skate).
Serão abordados elementos básicos e intermediários dos jogos em relação a sua
abordagem teórico metodológica:
Jogos e brincadeiras populares (queimada, polícia e ladrão);
Jogos dramáticos (improvisação);
Jogos cooperativos (adoletá, cálculos, todos pegam).
Serão abordados elementos básicos e intermediários das danças em relação a sua
abordagem teórico metodológica:
Dança folclórica (samba de roda);
103
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Dança de salão (vanerão e samba);
Danças criativas (elementos do movimento, qualidades do movimento,
improvisação, atividades de expressão corporal).
Serão abordados elementos básicos e intermediários da ginástica em relação a sua
abordagem teórico metodológica:
Ginástica de academia (musculação).
Serão abordados elementos básicos e intermediários das lutas em relação a sua
abordagem teórico metodológica:
Lutas de aproximação (jiu-jitsu);
Capoeira.
Em complementação aos conteúdos abordados nesta série, também, pretende-se
trabalhar:
– Fisiologia do Corpo Humano em Exercício: Elementos avançados;
– Atividade Física e Saúde no lazer: Elementos avançados;
– Tipos Físicos e sua relação com a mídia: Elementos intermediários;
– Complementos Alimentares, Doping: Elementos básicos e avançados;
– Diversidade no Contexto Esportivo: Elementos básicos;
– Ética: Elementos básicos;
– Educação Sexual: Elementos básicos;
– Drogas: Elementos básicos;
– Desportivização: Elementos básicos;
– Educação Ambiental – Confecção de roupas para apresentação das danças
criativas com material reciclável e Interdependência entre o homem, sua cultura e seu meio
biofísico: Elementos básicos e intermediários.
– Acredita-se, como professor da presente disciplina e com base no disposto
anteriormente - em relação aos conteúdos estruturantes na seção de conteúdos da
disciplina - e conforme lei 9394/96 que os educandos, que participarem ativamente na
vivência deste processo proporcionado no ensino médio, serão capacitados na disciplina
de Educação Física a:
– I - compreender o significado da ciência, o processo histórico de
transformação da sociedade e da cultura e terão acesso ao conhecimento e exercício da
cidadania;
104
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
II – ter autonomia em relação a sua iniciativa;
III - dominar os princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção
moderna pela vivência dos conteúdos mencionados conforme diversificadas metodologias
e as formas de avaliação que serão tratadas adiante.
11.4 - METODOLOGIA DA DISCIPLINA E RECURSOS DIDÁTICOS
Aula expositiva dialogada de caráter teórico e/ou prático;
Execução de exercícios formativos e educativos com uma seqüência pedagógica
crescente, jogos pré – desportivos, gincanas e competições;
Utilização de quadro negro, giz, TV Pen Drive, projetor de slide, laboratório de
informática, DVD e quadra esportiva;
Leitura, análise, discussão e elaboração de textos e gráficos;
Atividades com jornais, revistas;
Pesquisas e relatórios.
Pretende-se desenvolver o trabalho da forma mais prazerosa possível para que os
alunos possam estar motivados durante todo o ano letivo. Será valorizado por parte dos
alunos a dedicação, a cooperação e o comprometimento para que as atividades atinjam
seus objetivos.
O aluno acompanhará todas as etapas de sua avaliação, conhecendo os motivos do
maior ou menor conceito periodicamente. Isto possibilitará ao educando identificar seus
pontos positivos e negativos, discutir criticamente os critérios de avaliação e melhorar seu
desempenho de forma consciente de acordo com os critérios de avaliação. Em
específico as diretrizes curriculares da educação (SEED, 2008) serão realizadas as
seguintes abordagens metodológicas relativas aos conteúdos estruturantes/básicos: Nos
esportes coletivos, individuais e radicais - recorte histórico delimitando tempos e espaços;
analisar a possível relação entre o esporte de rendimento e qualidade de vida; análise dos
diferentes esportes no contexto social e econômico; estudar regras oficiais e sistemas de
jogo; organização de campeonatos, torneios, elaboração de súmulas e montagem de
tabelas, de acordo com os sistemas diferenciados de disputa (eliminatória simples, dupla,
entre outros); análise de jogos esportivos e
105
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
confecção de scalt; provocar uma reflexão acerca do conhecimento popular e
científico sobre o fenômeno esporte; discutir e analisar o esporte nos seus diferenciados
aspectos enquanto meio de lazer, função social, relação com a mídia e com a ciência,
doping e recursos ergogênicos, alto rendimento, nutrição, saúde e prática esportiva;
analisar a apropriação do esporte pela indústria cultural.
Jogos de tabuleiro, dramáticos, cooperativos - analisar a apropriação dos jogos pela
indústria cultural; organização de eventos; analisar os jogos e brincadeiras e suas
possibilidades de fruição nos espaços e tempos de lazer; recorte histórico delimitando
tempo e espaço.
Danças folclóricas, de salão, de rua - possibilitar o estudo sobre a dança relacionada
a expressão corporal e a diversidade de culturas; analisar e vivenciar atividades que
representem a diversidade da dança e seus diferenciados ritmos; compreender a dança
como mais uma possibilidade de dramatização e expressão corporal; estimular a
interpretação e criação coreográfica; provocar a reflexão acerca da apropriação da dança
pela indústria cultural; organização de festival de dança.
Ginástica artística/olímpica, de academia, geral - analisar a função social da
ginástica; apresentar e vivenciar os fundamentos da ginástica; pesquisar a interferência da
ginástica no mundo do trabalho; estudar a relação entre a ginástica, sedentarismo e
qualidade de vida; por meio de pesquisas, debates e vivências práticas, estudar a relação
da ginástica com: tecido muscular, resistência muscular, diferença entre resistência e força;
tipos de força; fontes energéticas, freqüência cardíaca, fonte metabólica, gasto energético,
composição corporal, desvios posturais, DORT, compreensão cultural acerca do corpo,
apropriação da ginástica pela indústria cultural;
Analisar os diferentes métodos de avaliação e estilos de testes físicos e a
sistematização e o planejamento de treinamentos; organização de festival de ginástica.
Lutas com aproximação, que mantém a distância, com instrumento mediador,
capoeira - pesquisar, estudar e vivenciar o histórico, filosofia, características das diferentes
artes marciais, técnicas, táticas/estratégias, apropriação da luta pela indústria cultural;
analisar e discutir a diferença entre lutas e artes marciais; estudar o histórico da capoeira, a
diferença de classificação e estilos da capoeira enquanto jogo/luta/dança, musicalização e
ritmo, ginga, confecção de instrumentos, movimentação, roda.
106
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
11.5 - AVALIAÇÃO - CRITÉRIOS DA DISCIPLINA
Trabalhos, participação ativa e ética:
– Trabalhos: serão realizados por intermédios de textos de referências impressos ou
fotocopiados. Os mesmos podem ser de seção de livro, artigos com linguagem científica ou
não científica e em algumas vezes será solicitado à própria pesquisa em caderno utilizado
para a disciplina. Poderão ser feitos seminários (apresentações de trabalhos relacionados
aos conteúdos estruturantes), debates, discussões.
Participação ativa: serão avaliados a iniciativa e o desenvolvimento participativo,
motor e/ou cognitivo do aluno em fundamentação básica e/ou avançada com a
independência do conteúdo ser de caráter teórico e/ou prático.
Ética: será analisada, estimulada e valorizada a conduta humana suscetível de
qualificação do ponto de vista positivo ou de boas condutas éticas. Ou seja, bons princípios
e/ou evolução em relação à educação, comportamento pessoal e respeito tanto na relação
professor e alunos quanto na relação dos alunos.
Conforme publicado pela lei 9394/96 a avaliação (verificação do rendimento escolar)
irá considerar os seguintes critérios:
– a) será contínua e cumulativa em relação ao desempenho do aluno, com
prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do
período sobre os de eventuais provas finais. Estimulará a iniciativa por parte dos alunos;
– b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar; c)
possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado; d)
aproveitamento de estudos concluídos com êxito;
– e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período
letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições
de ensino em seus regimentos;
Cabe, ressaltar que o Ensino Médio, conforme a lei 9394/96, apresenta como finalidades: I
- consolidar e aprofundar os conhecimentos adquiridos no ensino fundamental objetivando
o prosseguimento de estudos;
107
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
II – preparar de forma básica para o trabalho e a cidadania do educando, visando
que o mesmo continue aprendendo de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a
novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;
III - aprimorar o educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o
desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;
IV – efetivar a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos
produtivos e relacionar a teoria com a prática no ensino de cada disciplina.
Tem-se ciência e será levado em consideração na avaliação que a educação física,
integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório da
educação básica, sendo sua prática facultativa ao aluno (10.793/03):
I – que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas (10.793/03);
II – maior de trinta anos de idade (10.793/03);
III – que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver
obrigado à prática da educação física (10.793/03);
IV – que tenha prole (10.793/03).
Em específico as diretrizes curriculares da educação (SEED, 2008), pretende-se que
os alunos no decorrer/final do seu processo de desenvolvimento possam estar capacitados
a serem avaliados:
Nos esportes coletivos, individuais, radicais quanto a organizar e vivenciar atividades
esportivas, trabalhando com construção de tabelas, arbitragens, súmulas e as diferentes
noções de preenchimento; sua apropriação acerca das diferenças entre esporte da escola,
o esporte de rendimento e a relação entre esporte e lazer; a compreensão da função social
do esporte das questões sobre o doping, recursos ergogênicos utilizados e questões
relacionadas a nutrição; a reconhecer a influência da mídia, ciência e indústria cultural no
esporte.
Nos jogos de tabuleiro, dramáticos, cooperativos quanto ao reconhecimento da
apropriação dos jogos pela indústria cultural, buscando alternativas de superação; a
organização de atividades e dinâmicas de grupos que possibilitem aproximação e
considerem individualidades.
108
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Na dança folclórica, de salão, de rua quanto ao conhecimento dos diferentes passos,
posturas, conduções, formas de deslocamento, entre outros; a reconhecer e aprofundar as
diferentes formas de ritmos e expressões culturais pela dança; a discutir e argumentar
sobre apropriação das danças pela indústria cultural; a criação e apresentação de
coreografias.
Na ginástica artística/olímpica, de academia, geral quanto a organizar eventos de
ginástica, na qual sejam apresentadas as diferentes criações coreográficas ou seqüência
de movimentos ginásticos elaborados pelos alunos; a aprofundar e compreender as
questões biológicas, ergonômicas e fisiológicas que envolvem a ginástica; compreender a
função social da ginástica; discutir sobre a influência da mídia, da ciência e da indústria
cultural na ginástica; a compreender e aprofundar a relação entre a ginástica e trabalho.
Nas lutas com aproximação, que mantém a distância, com instrumento mediador,
capoeira quanto a conhecer os aspectos históricos, filosóficos e as características das
diferentes manifestações das lutas; a compreender a diferença entre lutas e artes marciais,
assim como a apropriação das lutas pela indústria cultural; a apropriar-se dos
conhecimentos acerca da capoeira como: diferenciação da mesma enquanto
jogo/dança/luta, seus instrumentos musicais e movimentos básicos; conhecer os diferentes
ritmos, golpes, posturas, conduções, formas de deslocamento, entre outros; a organizar um
festival de demonstração, no qual os alunos apresentem os diferentes tipos de golpes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
1 - Bento, Jorge Olímpio. Um Olhar Pedagógico Sobre o Desporto. Material do
Simpósio Internacional de Ciência e Tecnologia do Esporte:1997.
2 – COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino da Educação Física. São
Paulo: Cortez, 1992.
3 – Duarte, Newton. As pedagogias do aprender a aprender e algumas ilusões
da assim chamada sociedade do conhecimento. Revista Brasileira de Educação, 2001.
4 – SEED. Diretrizes Curriculares de Educação Física para os anos finais do
Ensino Fundamental e para o Ensino Médio. Curitiba, 2008.
109
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
5 – SMED. Diretrizes Municipais de Educação. Araucária, 2004.
BIBLIOGRAFIAS
OBS.: Além do material utilizado como referencial bibliográfico, serão utilizados como
bibliografia para as aulas os seguintes:
6 – Teixeira, Hudson Ventura. Educação Física e Desportos. Ed. Saraiva, 2003.
7 – www.acsm.org
8 – www.americanheart.org
9 – www.wikipédia.org.br
10 – www.fide.com
12. PROPOSTA CURRICULAR DE FILOSOFIA
12.1 - APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A inserção da disciplina de filosofia no projeto deste estabelecimento de ensino vem
por meio da luta dos educadores que defendem a formação do aluno crítico ao longo de
sua vida escolar de Ensino Médio.
A LDB de 1996, no art. 36, determina que, ao final do Ensino Médio, o estudante
deverá “dominar os conhecimentos de Filosofia e de Sociologia necessários ao exercício
da cidadania”. O caráter transversal dos conteúdos filosóficos, que aparece com bastante
110
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
clareza na resolução 03/98 DCENEM, não cumpre a exigência da LDB quanto à
necessidade de domínio dos conhecimentos filosóficos, uma vez que joga a Filosofia para
a transversalidade, entretanto, o domínio de conhecimentos só acontece, com a necessária
profundidade e qualidade, no curso da disciplina.
A defesa do ensino com conteúdos filosóficos transversalizados no currículo em
detrimento da disciplina de Filosofia se apresenta, principalmente, por motivos,
constantemente identificáveis no discurso contrário à filosofia como disciplina, entre os
quais a “redução da Filosofia a um discurso puramente pedagógico” o que a
descaracterizaria naquilo que lhe é peculiar. E é falacioso dizer que a filosofia não se deve
deixar reduzir ao âmbito escolar, pois perderia sua característica de resistência, crítica e
criatividade. Entende-se justamente o contrário: é no espaço escolar que a filosofia pode
exercer aquilo que lhe é próprio: o exercício do pensamento crítico, da resistência, da
criação e reelaboração do conhecimento. A Filosofia torna vivo esse um espaço escolar,
povoando-o de sujeitos que exercitam sua inteligência buscando, no diálogo e no embate
entre as diferenças, a sua convivência e a construção da sua história.
No cenário, mundial e brasileiro, onde se questionam os sentidos dos valores éticos,
políticos, estéticos e epistemológicos, a Filosofia tem um espaço a ocupar e uma
contribuição relevante: enquanto investigação de problemas que têm recorrência histórica e
criação de conceitos que são ressignificados também historicamente, gera, em seus
processos, discussões promissoras e criativas que podem desencadear ações
transformadoras, individuais e coletivas, nos sujeitos do fazer filosófico.
111
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
É por essa razão que os conhecimentos, os processos filosóficos permanecem válidos
e atuais e que o trabalho com estes processos, na disciplina de Filosofia, adquire
relevância no contexto do Ensino Médio. Considerando que um dos sentidos do Ensino
Médio é a formação pluridimensional e democrática, capaz de oferecer aos estudantes a
possibilidade de compreensão das complexidades do mundo contemporâneo, que se
manifesta quase sempre de forma fragmentada, com suas múltiplas particularidades e
especializações, não se pode prescindir de um saber que opera por questionamentos,
conceitos e categorias de pensamento que buscam articular a totalidade espaço-temporal e
sócio-histórica em que se dá o pensamento e a experiência humana. Neste sentido a
disciplina de Filosofia é importante para a constituição da identidade do Ensino Médio
enquanto etapa educacional.
Considere-se que a filosofia, como disciplina na matriz curricular do Ensino Médio,
pode viabilizar interfaces com as outras disciplinas para que o aluno possa compreender o
rico mundo da linguagem, da literatura, da história, das ciências e da arte. Quando se trata
do ensino de filosofia é comum a retomada da clássica questão a respeito da cisão entre
filosofia e filosofar. O que se ensina é Filosofia ou se ensina a filosofar? Muitos citam Kant,
para lembrar que não é possível ensinar Filosofia e sim a filosofar. Ocorre que, para ele,
não é possível separar a filosofia do filosofar. Kant quer afirmar a autonomia da razão
filosofante diante da própria filosofia. Do mesmo modo para Hegel, não é possível
conhecer o conteúdo da filosofia sem filosofar. A filosofia constitui seu conteúdo na medida
em que reflete sobre ele. Esse é o sentido da frase de Kant “a própria prática da filosofia
leva consigo o seu produto e não é possível fazer filosofia sem filosofar, nem filosofar sem
filosofia, porque a filosofia não é um sistema acabado nem o filosofar apenas a
investigação dos princípios universais propostos pelos filósofos.
112
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
A Filosofia apresenta-se como conteúdo filosófico e também como uma ferramenta
que possibilita ao estudante o desenvolvimento de um estilo próprio de pensamento. Trata-
se de priorizar a capacidade de criar, de elaborar e ressignificar conceitos. O que o ensino
de Filosofia tem de próprio é ser um espaço para criação de conceitos, unindo a filosofia e
o filosofar como atividades indissociáveis, que dão vida à aula de filosofia e ao próprio
espaço escolar, como já se disse.
A aula de filosofia é um espaço para o exercício do pensamento filosófico, experiência
cujos passos incluem a sensibilização e a problematização, onde professor e estudantes
identificam problemas e refletem na busca de possíveis soluções. Isto se dá por meio do
diálogo investigativo, isto é, na interlocução com o texto filosófico, no sentido de
compreender seu conteúdo e seu significado para o nosso tempo, primeiro passo para
possibilitar a experiência filosófica em sala de aula. Desta forma, a aula de filosofia
configura-se como um espaço real de experiência filosófica, ou seja, da provocação do
pensamento, da busca, da compreensão, da imaginação, da investigação e da criação de
conceitos. Esse diálogo é tomado em sua acepção dialética, como elemento metodológico
constitutivo e inerente ao processo de produção do conhecimento filosófico.
Optou-se por trabalhar a nobre disciplina através de suas subáreas (ética, estética,
epistemologia, lógica, ontologia, filosofia política, etc) tendo como base a cronologia
histórica. Isto é, o trabalho é realizado de forma a cumprir com tal pressuposto sem perder
o essencial que é a seqüência dos acontecimentos, da atividade humana ao longo do
tempo. Desvincular a Filosofia da época história implica em comprometer
significativamente os objetivos a serem atingidos.
113
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
12.2 - OBJETIVO GERAL
Convidar o aluno a buscar diferentes maneiras de ver o problema, com as possíveis
soluções que já foram elaboradas e, então, elaborar novos conceitos, exercitando a
argumentação filosófica, através de raciocínios lógicos, coerentes e críticos. Assim o
estudante perceberá o que está por trás das idéias e de como elas se tornam ideologias e
terá condições de construir um pensamento autônomo e autêntico.
12.3 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Aprender os modos de como o pensamento se constitui historicamente;
Exercer uma reflexão atuante por meio da capacidade de análise, abstração,
argumentação e problematização;
Entender a relação dos conhecimentos de uma sociedade com o seu sistema
econômico e político;
Identificar uma argumentação falaciosa;
Enxergar o lado oculto das informações propagadas pelos meios de
comunicação social;
Perceber como o poder dominante garante a hegemonia para perpetuar o seu
domínio;
Identificar a presença de elementos filosóficos nas ciências, na arte, na
religião, na política e na sociedade.
Exercitar a leitura filosófica de textos;
Identificar e construir conceitos;
Exercer a argumentação, o questionamento e a problematização.
Estabelecer relações e conexões entre sistemas filosóficos e científicos.
Desenvolver a habilidade da reflexão filosófica de forma escrita e oral.
114
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
12.4 - Encaminhamento Metológico
Propor problemas, questionamentos, leituras e análises filosóficas de textos, organizar
debates, propor pesquisas, sistematizações e elaborações de conceitos tendo como fio
condutor a linha do tempo, isto é, apresentar os conteúdos de Filosofia ligados à conjuntura
histórica, ao processo histórico.
12.5 - CONTEÚDOS
Os conteúdos estruturantes encontram-se dividido na série em que a disciplina é
ofertada neste estabelecimento de ensino. Busca-se a interdisciplinaridade com as outras
áreas do saber dentro das ciências humanas e também nas outras ciências. A seqüência
lógica de tais conteúdos permitirá ao estudante alcançar os objetivos previstos.
12.6 - CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
1º ANO
A. MITO E FILOSOFIA
O Pensamento Primitivo e sua formação.
Como o Mito prepara o terreno filosófico.
A proposta filosófica nos textos Odisséia e Ilíada de Homero e nas obras: Teogonia e
Os Trabalhos e os Dias de Hesíodo.
Os Pré-Socráticos e suas postulações sobre arché.
A diferença entre incerteza e ignorância.
A busca da verdade (ou seja: a percepção de nossa ignorância, o que causa querer
buscar o conhecimento).
Filosofia a partir do que já é conhecido: A maiêutica socrática.
115
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
B. TEORIA DO CONHECIMENTO
Introdução a Teoria do Conhecimento
Princípios de formação do conhecimento: percepção, imaginação, memória, linguagem,
intuição, raciocínio e sensação.
A importância do conhecimento teórico e prático.
Subjetivismo e Objetivismo
A Lógica como instrumento do pensar
O Platonismo: A idéia da coisa em si.
Teoria do conhecimento em Aristóteles
O conhecimento na Idade Média
Racionalismo cartesiano
O paradigma da Modernidade: A razão e seu progresso a dominar a natureza.
Empirismo Inglês
Criticismo Kantiano
Idealismo
Materialismo marxista
2º ANO
C. ÉTICA
Virtude: O homem capaz de agir em busca da felicidade.
A amizade como aspecto ético.
Alteridade e empatia: Pensar a amizade não apenas em relação ao amigo de fato, mas
em relação ao próximo.
Liberdade: condição fundamental à natureza humana individual.
Liberdade como ato de vontade, referente às relações sociais.
A existência e a conduta humana segundo: Tomas de Aquino, Spinoza, Marx, Kant,
Nietzsche, Sartre e, Michel Foucault.
D. FILOSOFIA POLÍTICA
A política como uma questão pública, em qualquer sociedade, em qualquer época.
Compreender que não há vida social sem a política e suas relações de poder.
116
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Maquiavel, por meio de sua obra, O príncipe.
Hobbes, por meio de sua obra, Leviatã.
Entender a democracia como idéia de igualdade social, com base nos pensamentos de
Locke, Smith, Mill e Marx.
3º ANO
E. FILOSOFIA DA CIÊNCIA
A metodologia científica, ou seja, conjunto de regras para a busca do conhecimento,
com objetivo de mostrar resultados práticos.
O positivismo como início do tratamento dos aspectos sociais de forma empírica.
A ciência como mecanismo de mudanças sociais revolucionárias.
Mudanças tecnológicas e os limites do meio ambiente.
F.ESTÉTICA
A beleza e seu modelo padrão ao longo de determinados períodos históricos.
Conceito de que “a beleza está nos olhos de quem a vê.”
A busca da beleza “ideal” como uma mercadoria.
O Aspecto social da arte, segundo as ideias de Hegel.
A visão do mundo sob a ótica do cinema.
Diferenças entre cinema de arte e cinema comercial.
12.7 - AVALIAÇÃO
Com relação ao processo avaliativo, serão tomados como procedimentos os seguintes
meios:
• Participação durante as aulas;
• Elaboração e apresentação de Seminários;
• Pesquisas;
• Provas escritas;
• Produção de textos filosóficos;
• Debates.
117
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
12.8 -RECUPERAÇÃO PARALELA
A recuperação de estudos será oferecida paralela e constantemente durante o ano
letivo, tanto para os alunos cujo aproveitamento escolar tenha sido inferior a 6,0, quanto
para aqueles que pretendam melhorar a sua nota através da retomada dos conteúdos e
submetidos à nova avaliação.
Nota-se que tal procedimento ocorrerá conforme as necessidades de cada turma e
consistirá em rever os conteúdos e reavaliar a aprendizagem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://www.seed.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dem/semana_pedagogica/f
ilosofia.pdf
MARCONDES, D. Iniciação à História da Filosofia: Dos pré-socráticos a
Wittgenstein. Jorge Zahar Editor. Rio de Janeiro, 1997.
COTRIM, G. Fundamentos de Filosofia. História e Grandes Temas. Saraiva. São
Paulo, 2002.
ARANHA, M; MARTINS, M. Filosofando: Introdução à Filosofia. Moderna. São
Paulo, 2003.
CHALITA, G. Vivendo a Filosofia. Ática. São Paulo, 2004.
SEED. Diretrizes Curriculares de Filosofia. Curitiba, 2008.99
118
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
13 -PROPOSTA CURRICULAR DE FÍSICA
13.1 – APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A física é uma construção teórica racional. praticamente tudo que nos rodeia.
Perceber isso é compreender o mundo a nossa volta e poder atuar nele.
A física é um conhecimento que permite elaborar modelos de evolução da natureza,
investigar as partículas que compõem a matéria, ao mesmo tempo que permite
desenvolver novas fontes de energia e criar novos matérias produtos e tecnologias. Assim,
é fundamental que tais conceitos e procedimentos sejam trabalhados com a total
compreensão de todos os significados associados a eles, pois pressupõe-se que o
conhecimento é resultado da compreensão, da vivência e da resolução de situações-
problemas.
13.2 - OBJETIVOS DA DISCIPLINA
A disciplina de física tem por objetivo possibilitar ao aluno uma compreensão do
conhecimento físico que o leve a :
• desenvolver a capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno
domínio da leitura, da escrita e do cálculo:
• compreender, formular e resolver problemas;
• compreender enunciados que envolvam códigos e símbolos físicos e da
linguagem matemática.
• desenvolver formas de raciocínio físico;
• desenvolver capacidades relativas a investigação física;
• estabelecer relações entre a física a sua própria realidade e também com
outras áreas do conhecimento;
pensar logicamente, relacionando idéias;
O ensino fundamental deve, portanto, contribuir para a formação do cidadão e para o
seu desenvolvimento como pessoa, em que as qualidades postulados são a solidariedade,
a participação, a criatividade e o pensamento critico.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
13.3 - CONTEÚDOS DA DISCIPLINA
1º ANO
Unidade I - Introdução
Unidade II - Cinemática
• Cinemática Escalar
• Cinemática Vetorial
• Movimento Circular
Unidade III - Dinâmica
- Princípios Fundamentais
– Forças no Movimento Circular
- Gravitação Universal
- Energia
– Conservação da Qualidade de Movimento
Unidade IV - Estática
- Equilíbrio de um Ponto Material
- Equilíbrio de um Corpo Extenso
Unidade V - Hidrostática
- Pressão
– Empuxo
2º ANO
Unidade VI - Termometria
Unidade VII - Dilatação térmica
Unidade VII - Calorimetria
Unidade IX - Estudo dos Gases
Unidade X - Termodinâmica
120
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Unidade XI - Princípios Fundamentais
Unidade XII - Reflexão da Luz
Unidade XII - Refração da Luz
Unidade XIV – Ondas
Unidade XV - Acústica
3º ANO
Unidade XVI - Eletrostática
– Primeiros Conceitos
- Força Elétrica
- Campo Elétrico
- Trabalho e Potencial Elétrico
- Capacidade de um Condutor
- Capacitores
Unidade XVII - Eletrodinâmica
- Corrente Elétrica
- Estudo dos Resistores
- Associação de Resistores
- Medidores Elétricos
• Geradores e Receptores
• - Circuitos Elétricos Unidade XVII - Eletromagnetismo
13.4 - ENCAMINHAMENTOS TEÓRICO- METODOLÓGICOS DA DISCIPLINA
Para que o aluno aprenda física no ensino de 1º a 3º série com significado, é
fundamental:
• Utilizar a historia da física como um excelente recurso didático. Comparar a
física de diferentes períodos da historia ou diferentes culturas.
121
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
• Trabalhar as idéias, os conceitos físicos intuitivamente,antes da
simbologia,antes da linguagem física
• Aprender por compreensão. O aluno deve atribuir significado ao que aprende.
Para isso de vê saber o porquê das coisas, e não simplesmente mecanizar
procedimentos e regras.
Estimular o aluno para que pense,racione, relacione idéias,descubra e tenha
autonomia de pensamento. Descobrindo ou redescobrindo por si só uma idéia .uma
propriedade , uma maneira diferentes de resolver uma questão.
• Trabalhar a física por meio de situações-problema próprias da vivência do
aluno e que o façam realmente pensar, analisar, julgar e decidir pela melhor
solução.
• Trabalhar o conteúdo com significado, levando o aluno a sentir que é
importante saber aquilo para sua vida em sociedade ou que o conteúdo trabalhado
lhe será útil para entender o mundo em que vive.
• Valorizar a experiência açulada pelo aluno dentro e fora da escola.
• Criar um ambiente de busca, de construção e de descoberta e encorajar os
alunos a explorar os alunos a explorar, desenvolver , levantar hipóteses, testar ,
discutir e aplicar idéias físicas.
• Utilizar jogos, pois levam o aluno a desempenhar um papel ativo na
construção de seu conhecimento. Envolvem ainda a compreensão e a aceitação de
regras.
13.5 - CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO
A avaliação é algo mais do que buscar resultados, é um processo de observação e
verificação de como os alunos apreendem os conhecimentos físicos. O objetivo da
avaliação é aprimorar a qualidade da aprendizagem.
Sendo assim, ela será: continua, dinâmica e com freqüência, informal, para que por
meio de uma serie de observações sistemáticas se possa emitir um juízo valorativo sobre a
evolução do aluno no aprendizado da física e tomar as atitudes necessárias utilizando os
seguintes instrumentos:
122
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
• Observações e registros, realizados pelo professor, das várias interações com
os alunos;
• Trabalhados do aluno durante o ano letivo, incluindo suas anotações no
caderno;
• Provas escritas;
• Trabalhos e outras atividades em grupo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DA SILVA, Djalma Nunes.Física. São Paulo (SP): Editora Ática, 2003.
CHAVES, A. Física: Mecânica. Volume 1 . Rio de Janeiro: Reichmann e Afonso
Editores, 2000a
ALMEIDA, M . J. P. de . ; Discursos de ciência e da escola: ideologia e leituras
possíveis. Campinas; Mercado das letras, 2004.
http://www.ifi.unicamp.br/~ghtc/
SEED - SECRETARIA DO ESTADO DE EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Diretrizes
Curriculares de Física, Superintendência de educação, 2007, 41 p.
14. PROPOSTA CURRICULAR DE GEOGRAFIA
14.1 - APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Vive-se no auge da globalização da economia e das comunicações, numa época
marcada pelas contradições, individualismo e mudanças. Antigamente a geografia fazia
parte apenas dos livros didáticos, como se fosse feita para ficar no papel, tendo somente
uma utilidade: servir a interesses militares, ou seja, ir à guerra. Hoje ela continua indo a
guerra, mas por uma vida melhor que não se reduz as forças armadas, mas a população,
principalmente as pessoas que a vêem de uma maneira crítica. Nesse contexto, o trabalho
da educação geográfica não é mais de memorização, consiste em levar as
123
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
pessoas em geral, os cidadãos, a uma consciência critica e espacial com raciocínio
de localizar e entender determinados fatos. A geografia é a ciência que estuda, analisa e
tenta explicar o espaço produzido pelo homem e, enquanto matéria de ensino, ela permite
que se perceba como participante do espaço que estuda, onde os fenômenos que ali
ocorrem são resultados da vida e do trabalho dos homens e estão inseridos num processo
de desenvolvimento. Sendo assim, o objeto de estudo da geografia na escola, é o espaço
geográfico, entendido como o espaço social, concreto em movimento dinâmico e possível
de sucessivas mudanças, na medida em que a sociedade também se modifica, porém,
cada novo tempo não apaga de todo o espaço anterior, de maneira que o passado deixa
marcas no presente.
Segundo Milton Santos (1996, p. 114),”O espaço é tempo acumulado, é história
geografizada”. Sendo, portanto, produto histórico, a geografia ensinada não deve descuidar
da historização dos fatos, já que o aluno é um ser histórico que traz consigo e em si uma
história, e um conhecimento adquirido na sua própria vivência.
Um ensino conseqüentemente deve estar ligado com a vida, ter presente a
historicidade das vidas individuais e dos grupos. A geografia na atualidade se preocupa
com o meio ambiente, com o aumento populacional, com o fenômeno da urbanização, com
a pobreza, a marginalização e com todo o espaço mundial. Portanto, a geografia é a
ciência social que estuda o espaço construído pelo homem, a partir das relações que estes
mantêm entre si e com a natureza, as questões da sociedade, com uma visão espacial,
formativa, capaz de instrumentalizar o aluno para que exerça de fato a sua cidadania.
Sendo assim, as aulas de geografia através dos conteúdos é uma arma poderosa que
induz a reflexão, com uma visão geopolítica e critica, dando oportunidade ao professor de
criar alternativas pedagógicas que favoreçam o aparecimento de um novo tipo de pessoas,
preocupadas não só com a imagem, mas com um novo projeto social e político, visando a
construção de uma sociedade mais justa, mais igualitária.
Percebendo a possibilidade de contato com as outras ciências como o estopim para
a discussão de temas transversais no ambiente escolar, podemos tecer com maior
liberdade a comunicação interdisciplinar em benefício de uma formação educacional mais
eficiente. A geografia atua como uma ponte onde o educando adquire o conhecimento e o
124
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
semeia em todos os caminhos por onde passa. Contribui para a formação de
cidadãos conscientes, capazes de compreender o seu entorno e ter atitudes de
transformação. A geografia capacita o educando a exercitar suas aptidões de forma, a
interpretar, na paisagem geográfica, a intervenção humana. Conhecendo e refletindo sobre
o espaço, construirá uma visão abrangente, possibilitando uma análise critica e consciente
da realidade. Esta construção acontece a partir do conjunto de conhecimentos
acumulados, onde as análises possam ser uma prática constante, valorizando a existência
das mais variadas culturas e riquezas, buscando sempre o seu espaço global objetivando a
inclusão da sua cultura no macro contexto.
14.2 - OBJETIVOS DA DISCIPLINA
Orientar o aluno a compreender as relações do seu cotidiano de forma que o
conduza a reconhecer os processos e contradições de conflitos econômicos, sociais,
culturais e ambientais, bem como seu lugar na sociedade.
Através do Ensino de Geografia, o aluno poderá adquirir uma percepção crítica da
realidade que o cerca. Assim, propomos pelo ensino de uma Geografia Critica, que desvele
a realidade, que conceba o espaço geográfico como sendo um espaço social, preocupada
ainda, com o desenvolvimento do senso crítico do aluno, compreendendo dessa forma as
relações do seu cotidiano. Reconhecendo os processos e contradições de conflitos
econômicos, sociais, culturais e ambientais na sociedade e no mundo.
Os conteúdos estruturantes deverão fundamentar a abordagem dos conteúdos
básicos, os conceitos fundamentais: paisagem, lugar, região, território, natureza e
sociedade serão apresentados de uma perspectiva critica. A compreensão do objetivo da
geografia espaço geográfico – é a finalidade do ensino dessa disciplina. As categorias de
análise, as relações sociedade-natureza e as relações espaço-temporal são fundamentais
para compreensão, a realidade local o paranaense deverão ser considerados sempre que
possível. Os conteúdos devem ser especializados e tratados e tratados em diferentes
escalas geográficas com uso da linguagem cartográfica-signos, escala, orientação. As
culturas afro-brasileira e indígena deverão ser consideradas no desenvolvimento dos
conteúdos.
125
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
14.3 - CONTEÚDOS DA DISCIPLINA
A ciência geográfica: conceitos, objeto de estudo, princípios
Quadro natural:
- a Terra no espaço
- principais movimentos da Terra e suas conseqüências
- posição de lugares e orientação
– representação da Terra: projeções cartográficas
- elementos da Terra: atmosfera, hidrosfera, clima, águas oceânicas, águas
continentais, hidrografia brasileira, litosfera, relevo brasileiro
- vegetação: principais formações brasileiras, problemas ambientais
Geografia humana
- povoamentos, estrutura da população e teorias demográficas
- problemas populacionais
- distribuição geográfica dos grupos raciais e seus caracteres mensuráveis e
descritivos
- estudo geográfico das línguas e religiões
– indicadores sociais
Geografia urbana
- Urbanização e Metrópoles
- Urbanização brasileira
- Problemas urbanos: inchaço urbano e favelização
Geografia econômica
126
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
- tipos de colonização e exploração colonial
- sistemas econômicos e doutrinas econômicas
- principais atividades econômicas
– globalização da economia
Panorama do mundo atual
- Aspectos: físicos, políticos e econômicos
- Países desenvolvidos
- Países emergentes ou em desenvolvimento
- Principais megablocos econômicos: Nafta, Mercosul, União Européia
Recursos energéticos e problemas ambientais
Geografia das comunicações e transportes
O espaço brasileiro
– Espaço brasileiro
- Extensão
- Forma e massa
- Posição Geográfica
- Posição Astronômica
- Pontos extremos
- Limites e implicações políticas, sociais e econômicas
– Fundamentos geológicos e morfológicos
- Escudo pré-cambriano e bacias sedimentares
- Relevo continental
- Plataforma continental
Divisão de relevo
– Recursos naturais e sua utilização e conservacionismo
127
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Vegetação
- Causas e efeitos da distribuição espacial
– Formações vegetais
- Recursos vegetais e implicações do aproveitamento econômico
Hidrografia
- traços característicos
- bacias hidrográficas
- aproveitamento dos recursos das bacias hidrográficas
Climas
- Massas e frentes
- Influencias geográficas
- Mecanismo da circulação e regime de chuvas
- Clima e tempo
- Classificação dos climas
- Recursos e alternativas econômicas
População
- Traços étnicos
- Estrutura populacional
- Crescimento e distribuição espacial
- Movimentos de população
- Pólos urbanos
- Fenômenos de urbanização
- Problemas populacionais brasileiros, êxodo rural
– Hierarquia urbana brasileira, segundo o IBGE
–
128
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Economia
- Traços gerais
– Setores econômicos e produção
- Política econômica
Transportes
- Condições geográficas dos transportes
- Sistema nacional dos transportes
- Transportes e integração nacional
Comunicações
- Características gerais
- Sistema nacional de telecomunicações e a integração nacional–
Regionalização brasileira
- Diferenças e organização regional
- Desenvolvimento e integração regional
- Unidades regionais, segundo IBGE
- Complexos regionais
O espaço paranaense
- Principais aspectos físicos: relevo, litoral, hidrografia, clima e vegetação
- Principais aspectos humanos: movimento de população
- Principais aspectos urbanos
- Principais cidades paranaenses
– A urbanização e seus problemas
129
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
- Principais aspectos econômicos: turismo, recursos energéticos e minerais
- Agropecuária, indústria e serviços
– Problemas ambientais
O espaço Araucariense
- Principais aspectos físicos: relevo, hidrografia, clima e vegetação
- Principais aspectos humanos
- Principais aspectos urbanos
- Principais aspectos econômicos: turismo, recursos energéticos e minerais
- Agropecuária, indústria e serviços
• Problemas ambientais
14.4 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA DISCIPLINA
• Compreender as relações de seu cotidiano, relacionando-as com a disciplina;
• Reconhecer os processos e contradições de conflitos econômicos, sociais, culturais
e ambientais;
• Ver-se parte e agente transformador da sociedade;
• Adquirir, com os conhecimentos obtidos (em Geografia e outras disciplinas),
percepção crítica da realidade que o cerca;
• Conceber o espaço geográfico como fruto de ações ao longo do tempo;
• Caracterizar o espaço geográfico sob as categorias de análise da geografia
(paisagem, lugar, território, região, natureza e sociedade);
• Desenvolver um senso crítico perante a análise espacial;
• Compreender a dinâmica relação sociedade-natureza, vendo o homem como parte
desta;
• Perceber sua capacidade de transformação que possui perante o mundo em que
vive;
• Entender as relações também no aspecto “espaço-temporal”;
130
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
• Considerar exemplos locais relacionando-os com os globais;
• Considerar a realidade paranaense em esferas, políticas, econômicas, sociais e
ambientais;
• Classificar as diferentes escalas geográficas para estudo;
• Aprender a linguagem cartográfica, desvendando signos, escala, orientação;
• Valorizar as culturas de todos os povos, conhecendo-as e identificando-as;
• Conhecer aspectos físicos trabalhados na disciplina, compreendendo o papel do
homem em sua alteração;
• Desenvolver um senso de cuidado da natureza, vendo ela como a única fonte de
recursos que possuímos;
• Caracterizar o quadro natural.
14.5 - CONTEÚDOS ESTRUTURANTES DA DISCIPLINA
1º ANO
• A dimensão espacial e socioambiental:
- Introdução à Dinâmica da Litosfera;
- A Dinâmica da Litosfera: o tempo profundo;
- A Origem da Terra e a Escala Geológica do Tempo;
- A Dinâmica da Litosfera e a Estrutura Interna da Terra;
- O Equilíbrio Isostático;
- Movimentos Tectônicos: orogênese e epirogênese;
- Abalos Sísmicos e a Erupções Vulcânicas;
- A Tectônica de Placas e a Teoria da Deriva Continental;
- O Sistema de Falhamentos das Placas Tectônicas;
- A Morfologia do Relevo: organização das terras emersas;
- O Ciclo das Rochas: magmáticas, sedimentares e metamórficas;
- As Bases Geológicas do Brasil: Bacias Sedimentares e Escudos Cristalinos;
- O Modelado da Superfície;
– O Círculo de Fogo do Pacífico e os Terremotos no Mundo;
131
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
- Principais Agentes Externos: intemperismo físico e químico;
- Principais Agentes Externos: ação da água (marinha, fluvial, pluvial, glacial);
- Principais Agentes Externos: ação do vento;
- O Modelado Brasileiro: as bases do modelado;
- Os Planaltos, Planícies e Depressões;
- Principais Perfis do Relevo Brasileiro;
- Atualidades: Os Novos Terremotos no Brasil;
- Introdução à Dinâmica do Clima: elementos e fatores;
- A Distribuição da Radiação Solar;
- Os Movimentos da Terra: rotação e translação;
- Zonas Térmicas e a Circulação Atmosférica;
- A Circulação Oceânica: correntes marinhas;
- El Nino: o aquecimento do Pacífico;
- Grandes Zonas Climáticas: dinâmica climática na terra;
- Dinâmica Climática no Brasil: as massas de ar;
- Classificação Climática de Arthur Strahler.
• A dimensão física e socioambiental do espaço geográfico:
- Estudando os Climogramas;
- Grandes Paisagens Naturais da Terra: domínios morfoclimáticos;
- A Variedade das Paisagens: os domínios florestados;
- Os Domínios das Formações Herbáceas e Arbustivas e Desérticos;
- Domínios Morfoclimáticos do Brasil;
- O Pantanal Mato-Grossense e as Zonas de Transição;
- Domínio Amazônico, Domínio dos Mares de Morros e Domínio das Araucárias;
- Domínio dos Cerrados, Domínio da Caatinga e Domínio das Pradarias.
• A dimensão política do espaço geográfico:
- Cartografia;
- As projeções Cartográficas;
– Coordenadas Geográficas;
132
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
- Cálculo de Escala;
- Atualidades: Fusos Horários: o novo fuso horário do Brasil.
• A dimensão socioambiental e política do espaço geográfico:
- Ambiente e Política Internacional;
- Natureza e Tecnologia;
- O Conceito de Desenvolvimento Sustentável;
- O Aquecimento Global;
- A Convenção do Clima e o Protocolo de Kyoto;
- A Camada de Ozônio e o Protocolo de Montreal;
- As Florestas e o Patrimônio Biológico;
- As Cidades e a Questão Ambiental: o ambiente urbano;
- A Poluição Atmosférica: ilha de calor, inversão térmica e chuva ácida;
- O Ciclo Hidrológico: a pobreza e o saneamento urbano.
• A dimensão demográfica, política e socioambiental do espaço geográfico:
- A Questão Ambiental no Brasil: colonização predatória e a ocupação moderna da
Amazônia;
- A Questão Ambiental no Centro-Sul;
- A Urbanização Desordenada;
- Os Recursos Hídricos;
- A Crise da Água;
- Os Recursos Hídricos no Brasil;
- Atualidades: As Bacias Hidrográficas e a Transposição do Rio São Francisco.
• A dimensão demográfica do espaço geográfico:
- A Dinâmica da População Mundial: crescimento demográfico;
- A Transição Demográfica: países desenvolvidos e subdesenvolvidos;
- As Teorias Demográficas;
- A Dinâmica da População Brasileira: crescimento absoluto, diminuição relativa e
estrutura etária;
– Os Investimentos Demográficos;
133
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
- A População e o Mercado de Trabalho;
- Estruturas Setoriais de Emprego;
- As Economias Terciárias: a hipertrofia do setor terciário;
- Estruturas do Emprego no Brasil: o trabalho feminino;
- A Economia Informal no Brasil;
- Fluxos Migratórios: migrações externas e internas;
- Imigração nos Países Subdesenvolvidos;
- População e Migrações no Brasil;
- As imigrações no Século XX;
- As Migrações Internas;
- Atualidades: O Movimento dos Refugiados.
2º ANO
• A dimensão política e socioambiental do espaço geográfico:
- Evolução da Indústria no Brasil e no Mundo;
- Formação de Tecnopólos;
- Tipos de Indústrias – Filme: Tempos Modernos;
- Fordismo, Toyotismo e Taylorismo;
- Fontes de Energia;
- Fontes Renováveis;
- Fontes Não-Renováveis;
- Fontes convencionais e alternativas;
- Fontes de Energia Petróleo;
- Reportagem – Política energética;
- Conflitos políticos – Fontes de energia;
- Políticas ambientais;
- Política energética atual.
• A dimensão econômica do espaço geográfico:
– Estágios de integração dos Blocos Econômicos;
134
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
- Principais Blocos Econômicos;
- União Européia;
- Mercados Emergentes;
- Crises Econômicas Mundiais;
- Política Neoliberal;
- Industrialização internacionalizada;
- China;
- Índia;
- BRIC – Emergentes;
- Atualidades: União Européia;
- Globalização;
- Guerra Fria;
- Economia Pós-Guerra Fria.
• A dimensão demográfica e cultural do espaço geográfico:
- Conceitos;
- Urbanização Mundial;
- Regiões Metropolitanas;
- Metrópoles e Megalópoles;
- Urbanização nos países desenvolvidos e subdesenvolvidos;
- Principais metrópoles mundiais;
- As cidades e seu Entorno;
- Divisão Regional Brasileira;
- Mapas com a Evolução Regional Brasileira;
- Complexos Regionais – Nordeste e Amazônia;
- Nordeste;
- Divisão Regional do NE;
- Transposição do São Francisco;
- Amazônia última fronteira;
- Grandes Projetos Amazônicos;
– Desenvolvimento Sustentável;
135
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
- O Centro-Sul
- Integração do território e regionalização;
- As metrópoles do sudeste;
- O Brasil meridional;
- A marcha para o Oeste.
3º ANO
• A dimensão política e econômica do espaço geográfico:
- Regionalização do espaço mundial;
- As regiões da ONU;
- O conflito Norte e Sul;
- Globalização e a regionalização da Economia.
• A dimensão demográfica e cultural do espaço geográfico:
- Choque de civilizações;
- Geografia das Religiões;
- A questão étnico-cultural;
- História e cultura Afro – Brasileira;
- História da Cultura Afro – Brasileira e Indígena;
- América Latina.
• A dimensão política, econômica e cultural do espaço geográfico:
- África do Norte;
- África Subsaariana;
- África e América;
- África e Europa;
- África e Oriente Médio.
• A dimensão política e econômica do espaço geográfico:
136
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
- Geografia das Redes Mundiais;
- Os fluxos materiais;
- Os fluxos de idéias e informação;
- As cidades globais;
- O terror e a guerra global;
- A globalização do crime.
14.6 - ENCAMINHAMENTO TEÓRICO-METODOLÓGICO DA DISCIPLINA
As aulas serão expositivas, utilizando o quadro de giz para atividades e para
descrição de exemplos, procurando sempre despertar no educando o senso critico e temas
que problematizem as questões que envolvem o meio em que vivem. Também serão
utilizados exercícios mimeografados como, por exemplo, a planificação e a construção de
gráficos estatísticos. O retroprojetor será utilizado para mostrar os mapas e os diferentes
tipos de solo, fazendo uso dos diversos mapas que estiverem disponíveis na mapoteca da
escola. A Tv multimídia será utilizada para demonstrar os diversos tipos de clima,
vegetação, ocupação do solo e as diversas etnias que habitavam/habitam a
terra. Para desenvolver e apresentar ao aluno o uso de novas tecnologias faremos
uso do laboratório de informática para pesquisa. Também serão incentivados os trabalhos
em equipe e em outros momentos individuais para o desenvolvimento e responsabilidade
do aluno no sentido de equipe.
14.7 - CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO
A avaliação da aprendizagem é entendida como um processo contínuo, sistemático
e integral de acompanhamento e julgamento do nível no quais alunos e professores se
encontram em relação ao alcance dos objetivos desejados na formação do cidadão. Nesse
sentido, deve ser entendida como um processo indissociável da dinâmica de ensino e
aprendizagem, pois implica a realização de verificações planejadas para obter
137
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
diagnósticos periódicos do desempenho dos alunos e professores em relação à
transmissão/assimilação e construção/produção dos conhecimentos, habilidades e atitudes
desejadas, possibilitando o replanejamento das ações sempre que necessário.
Dessa forma a avaliação será contínua, devendo acontecer ao longo de todo
processo de ensino e aprendizagem, realizada em diferentes momentos, não sendo
pontual (isolada) nem um momento terminal do processo educativo, sendo assim, haverá
um controle sistemático e continuo somando-se os valores atribuídos em função dos
resultados apresentados.
A recuperação será paralela, sendo que este processo ocorrerá após cada
avaliação, onde o conteúdo será retomado, através de correção e discussão das
avaliações, além da aplicação de exercícios complementares. No final de cada bimestre,
será realizada uma avaliação complementar, visando recuperar a nota do aluno.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• Curitiba; SEED-PR, 2006, Geografia/ Vários autores.
• SEED-PR, 2008. DIRETRIZES CURRICULARES DE GEOGRAFIA PARA A
EDUCAÇÃO BÁSICA.
• TAMDJIAN O. James. Geografia Geral e do Brasil. FDT, 2004.
138
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
15. PROPOSTA CURRICULAR DE HISTÓRIA
15.1 - APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A partir da elaboração do Projeto Político Pedagógico é possível delinear o conjunto de
ações estruturantes que marcam a ação do professor na construção do saber histórico.
A História é fundamental para a formação do estudante como cidadão, do ponto de
vista historiográfico e pedagógico para que assuma atitude participativa e crítica na
sociedade na qual está inserido. Há uma grande importância em associar ao ensino de
História com temas que problematizem questões sociais, políticas, econômicas e culturais,
respeitando as características e a experiência vivida pelos alunos.
A disciplina de História é importante para a identificação das relações sociais no próprio
grupo de convívio do educando, na região e no país, e outras manifestações estabelecidas
em outros tempos e espaços.
O estudo das relações humanas em diferentes tempos e espaços, deve entender o
espaço como culturalmente construído - o espaço histórico – os homens se organizam,
produzem sua existência e transformam a sociedade.
O ensino da História nos possibilita o conhecimento dos "fatos históricos", pois eles
remetem para as ações realizadas por indivíduos e pelas coletividades, envolvendo
eventos políticos, sociais, econômicos e culturais.
A História como ciência nos permite conhecer os vários segmentos das sociedades ao
longo do tempo, nos mostrando que o ensino da mesma não pode ser estático. Deve ser
sempre norteado por problemáticas do presente para orientar e dar significação às
questões do passado.
Assim, o ensino de História, ao mesmo tempo que apresenta e discute temas
relevantes para a compreensão do mundo atual, também enfatiza a formação do
pensamento histórico, ela instiga a questionar a realidade do aluno, identificando
problemas e possíveis soluções, conhecendo formas político-institucionais e a organização
da sociedade civil que possibilitem modos de atuação.
139
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Portanto, para a História é importante estudar as questões locais, regionais, nacionais
e mundiais, apontando as diferenças e semelhanças entre culturas e observando as
mudanças e permanências do modo de viver, de pensar, de fazer e de dar heranças
ligadas por gerações.
Dessa forma, fazer História como conhecimento e como vivência é recuperar a ação
dos diferentes grupos que nelas atuam, procurando entender por que o processo tomou um
rumo e não outro: significa resgatar as injunções que permitiram a concretização de uma
possibilidade e não de outra.
Com a proposta fundamentada e utilizando-se dos eixos estruturantes como poder,
trabalho e cultura, é possível uma abordagem clara e precisa a respeito do processo
histórico e também facilitador da interdisciplinaridade.
15.2 - OBJETIVOS DA DISCIPLINA
O objetivo do ensino de História no Ensino Médio é, portanto, fazer o aluno
compreender e apreender as formas de produção desses conhecimentos históricos através
dos conteúdos críticos desta disciplina, tendo como ponto de partida os acontecimentos
que cercam a sua realidade. Através do Ensino de História, o aluno poderá adquirir uma
percepção crítica da realidade que o cerca, entendendo que um fenômeno histórico pode
ser apreendido sob diferentes perspectivas contribuindo para o seu pleno desenvolvimento
enquanto cidadão.
Dar condições para que o educando, possa adaptar com flexibilidade ás novas
condições ou situações de ocupação e aperfeiçoamento, quer seja no trabalho, ou nas
relações humanas.
Entender que as relações de poder não se limitam somente à dimensão política, que
essas relações encontram-se também na dimensão econômico-social, cultural, ou seja, em
todo o corpo social.
Entender a História como produto da ação de todos os homens, que se caracteriza
por meio da produção através dos tempos os homens transformavam a realidade de
140
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
acordo com suas necessidades e nesse processo criam necessidade e os meios para
satisfazê-lo.
Possibilitar ao educando o entendimento de que o processo histórico se dá no
enfrentamento das desigualdades sociais, reconhecimento político, nas especificidades
culturais que caracterizam as diferenças das minorias.
Desenvolver a consciência de que a história é uma construção humana, em todos os
seus âmbitos.
Perceber que nada é definitivo no que diz respeito.
15.3 - CONTEÚDOS DA DISCIPLINA
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
1º SÉRIE
• Relações de Trabalho
• Relações de poder
• Relações Culturais
CONTEÚDOS BÁSICOS
• O que é História
• Por que estudar História
• O princípio da Humanidade
• A idéia de trabalho na linguagem bíblica
• O início do trabalho nas sociedades teocráticas;
• Antigüidade Oriental
• Sociedades Pré-Colombianas
• O mundo e o trabalho nas sociedades da Antigüidade Clássica Grécia e Roma
141
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
• O Estado no mundo Antigo e Medieval
• O conceito de Estado
• Estado na Antigüidade Oriental: poder político e religioso
• Mesopotâmia
• Egito: uma experiência de poder Teocrático
• Hebreus
• O Estado na Grécia Antiga
• Atenas
• Relações entre Conquistadores e conquistados
• Macedônios
• Estado na Idade Média: a hierarquia do poder
• Sociedade Feudal na Europa Ocidental
• O Estado Islâmico na Idade Média Oriental
• Relações Culturais nas sociedades Grega e Romana na Antigüidade: mulheres,
plebeus e escravos, senhores ou grandes proprietários: comércio,
agricultura,funcionário público
• As mulheres na sociedade grega
• A representação das mulheres na filosofia grega
• A imagem da mulher grega nas artes
• As mulheres na sociedade romana
• A luta por direitos da plebe na sociedade romana
• A revolta dos escravos
• Relações culturais na sociedade Medieval Européia
• O pré-conceito das mulheres na Idade Média
• Sociedades medievais: uma reflexão sobre a sociedade feudal
• Manifestações de dominação resistência entre os camponeses
• Manifestações de dominação e resistência nas cidades
142
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
• A ocupação do interior: o surgimento de novas cidades vinculado ao
agroextrativismo( interiorização ou ruralização )
• A cultura afro-brasileira e indígena
• Muçulmanos, chineses e europeus
• Povos da América do Sul
2ª SÉRIE
• Relações de Trabalho
• Relações de Poder
• Relações Culturais
• A Colonização da América
• Portugueses na América
• Açúcar e escravidão
• Os escravos
• O Mercantilismo
• O Antigo Regime Europeu
• A Revolução Comercial
• O Renascimento Cultural, artístico e científico
• O Estado Moderno – O Absolutismo
• Teóricos do Absolutismo
• O Absolutismo Francês
• Movimentos sociais, políticos, culturais e religiosos na sociedade moderna
• Transformações do mundo moderno
• Reforma protestante e o fim do monopólio religioso da Igreja Católica
• França Antártica: uma experiência protestante ou uma experiência indígena na
América Portuguesa?
• Revolução Gloriosa e o triunfo da burguesia sob o absolutismo
143
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
• Iluminismo: as luzes da razão na modernidade
• As novas idéias e as contestações dos trabalhadores
• A Revolução Industrial
• Revolução na América do Norte
• A Revolução Francesa
• A Luta de classes na Europa do século XIX
• Urbanização e industrialização do século XIX
• Industrialização e Urbanização
• A cidade Industrial
• O Imperialismo no século XIX
• A arquitetura do período da indústria
• A revolução nos transportes
• A utilização da Eletricidade
• Estados Unidos: Expansão e guerra civil
• Em nome do capital
• A nova realidade e suas impressões na literatura e na Arte
• A arte iconográfica
• O futuro nas grandes cidades
• Cultura afro-brasileira e indígena
• O Paraná em foco
• O acaso de Império
3ª SÉRIE
• Relações de Trabalho
• Relações de Poder
• Relações Culturais
144
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
• A 1ª Guerra Mundial
• O Tratado de Versalhes
• A Revolução Russa – antescedente, desenvolvimento e conseqüências
• A Crise de 1929 e o Período entre Guerras
• A Crise de 1929 no Brasil
• A Segunda Guerra Mundial
• A Guerra Fria – Plano Marshal e a Doutrina Trumam
• O Fim da Guerra Fria
• A abolição da escravatura nos EUA e no Brasil
• Imigração no Brasil: na bagagem esperança e sonhos
• A escravidão no mundo contemporâneo
• O trabalho na sociedade contemporânea
• O trabalho assalariado: algumas considerações
• O mundo do trabalho no Brasil: Início do século XX
• O mundo do trabalho na política desenvolvimentista brasileira: Era Vargas
• Trabalho como garantia ao progresso brasileiro?
• Reestruturação produtiva no Brasil na década de 1990
• As Guerras Mundiais: Totalitarismo e violência
• Relações de poder e formas de violência
• Estado Imperialista e sua crise
• A formação dos impérios e colônias no século XIX
• Justificativas e rivalidades nas disputas coloniais
• A crise do Estado Imperialista
• A formação dos regimes Totalitários: Ameaça a Liberdade
• A arte nos regimes totalitários na Alemanha e Itália
• A indústria cultural e as nações imperialistas
• Os Estados e a bipolarização do mundo contemporâneo
• Crise do Socialismo na União Soviética
145
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
• Movimentos sociais, políticos e culturais
• Na sociedade Contemporânea: é proibido proibir?
• Os camponeses e a luta pela terra
• O movimento feminista
• A revolução jovem
• A Globalização Capitalista
• Os Países Ricos
• Os Países Pobres em desenvolvimento
• O Neo-Liberalismo
• O movimento negro e a luta por direitos civis
• Urbanização e industrialização na sociedade contemporânea
• A mundialização é real?
• A explosão urbana
• A tecnologia, a urbanização e a arte e cultura no século XXI
• Brasil : a construção do futuro
• O Paraná em destaque
• Cultura Afro-Brasileira e Índigena
• CONTEÚDOS COMPLEMENTARES
Os Grandes reinos africanos, as organizações culturais, políticas e
sociais de Mali, do Congo, do Zimbábue, do Egito, entre outros;
Povos escravizados trazidos para o Brasil pelo tráfico negreiro e as
conseqüências da Diáspora Africana;
Resistências do povo negro (Quilombos, Revolta dos Malês, Canudos, Revolta
da Chibata e todas as formas de negociação e conflito);
146
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Promulgação da Lei de Terras e do fim do tráfico negreiro (1850) e o impacto das
ideologias de branqueamento / embranquecimento sobre o processo de
imigração européia;
o Remanescentes de quilombos, sua cultura material e imaterial;
Frente Negra Brasileira, no início dos anos 1930, criada em São Paulo;
Significado da data 20 de novembro, repensando o 13 de maio;
Lei:10.649/08 “História e Cultura Afro” e “Indígena”. Lei 13.381/01 “História do
Paraná” e Lei 9.795/99 “ Meio Ambiente”.
.
15.4 – ENCAMINHAMENTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS DA DISCIPLINA
O mais importante aspecto do Ensino de História é a abordagem do conteúdo de forma
a lhe conferir realidade, ou seja, demonstrar ao aluno que os fatos não se estancam no
passado e, efetivamente estão no presente, na sociedade atual, e eles mesmos, os alunos,
fazem parte dessa História.
O ensino de História será realizado através de trabalhos com documentos como
mapas, meios de comunicação, textos, imagens filmes.
Serão realizadas leituras em mapas; ver como a população de uma região está
distribuída comparando as informações obtidas e formular hipóteses variadas sobre suas
relações e chegando a sínteses por meio dessas informações, sendo esta uma forma de se
aproximar e compreender os procedimentos pelos quais esses campos conhecimentos se
constituem.
Serão realizados estudos como consultas em fontes bibliográficas, organização das
informações de documentos e figuras.
Promover trabalhos interdisciplinares possibilitando a interação e envolvimento com
os conteúdos de outras disciplinas.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
De modo geral os conhecimentos históricos tornam-se significativos para os
estudantes quando contribuem para que eles reflitam sobre suas vivências e suas
inserções históricas
Assim o trabalho com as diferenças e semelhanças, bem como continuidades e
descontinuidades, tem o objetivo de investigá-los à reflexão, à compreensão e a
participação no mundo atual.
Faremos uso dos seguintes recursos para o proposto acima:
• Dialética: ação / reflexão / ação;
• Trabalho em grupos: pesquisa e discussão dialógica;
• Relação das experiências dos alunos com conteúdos propostos;
• Diálogo pedagógico e democrático entre professor e alunos para aprofundar e
buscar novos referenciais no grupo;
• Incentivar a participação de todos os alunos levando em conta suas
diferenças e dificuldades;
• Valorização e elaboração própria e coletiva;
• Aula expositiva para introdução, para investigação da problematização;
• Atividades com diferentes fontes de informação (livros, jornais, revistas,
filmes, fotografias, objetos, mapas, TV, vídeo,rádio, retroprojetor, etc.);
• Laboratório de Informática,
• Debater questões do cotidiano e suas relação com contextos mais amplos.
15.5 - CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO
A avaliação de História para os alunos de Ensino Médio, serão de maneira formal,
processual, continuada e diagnóstica. Faz-se necessário o diálogo de questões relativas
aos critérios e a função da avaliação, seja de forma individual ou coletiva.
A avaliação da aprendizagem será contínua, através de provas, realizações de
trabalhos, participação do aluno em sala de aula. Ela se dará no decorrer do processo
ensino aprendizagem, portanto será processual, cumulativa.
148
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Serão realizadas várias avaliações para diagnosticar a apropriação dos conteúdos pelo
aluno como também a retomada do mesmo e ou recuperação paralela.
Queremos destacar que o aluno traz para a escola as suas vivências de sua própria
cultura.
Ao avaliarmos é importante levar em consideração as experiências culturais, levando o
aluno á construção e a compreensão que a própria temporalidade é uma construção
histórica.
Dentro dessa visão, a avaliação deverá ser realizada através de diferentes atividades,
como: leitura, interpretação e análise de textos historiográficos, mapas, e documentos
históricos, produção de conceitos históricos, apresentações de seminários, filmes, entre
outros.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• HOBSBAWM, Eric. Sobre História. São Paulo: Companhia das letras, 1998.
• BURKE, Peter. A escrita da história: Novas perspectivas. São Paulo: UNESP, 1992.
• FREYRE, Gilberto. Casa grande e senzada. Ed. [S.I.]: Global, 2003.
• CARDOSO, Ciro Flamarion; VAINFAS, Ronaldo (orgs). Domínios da História.
Campinas: Campos, 1997
• CHARTIER, Roger. A História Cultural: entre práticas e reprovações. Rio de Janeiro:
Bertrand, Brasil, 1987
• THOMPSON, Edward P. Senhores e Caçadores: a origem da lei negra. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1987
• Curitiba; SEED-PR, 2006, História/ Vários autores.
• SEED-PR, 2008. DIRETRIZES CURRICULARES DE HISTÓRIA PARA A
EDUCAÇÃO BÁSICA.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
16. PROPOSTA CURRICULAR DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA – INGLÊS
16.1 - APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
O ensino de L.EM. está fundamentado na LDB 9394/96 de 20 de dezembro de 1996,
no seu artigo 36, inciso 111.
A comunidade escolar de Araucária, depois de ouvidas e consultadas todas as
instâncias, optou por Inglês como língua estrangeira moderna em seu currículo.
Tal opção está relacionada à presença da Língua Inglesa em todos os níveis do
setor produtivo, acadêmico e da cultura.
Atualmente, expressões e termos técnicos em inglês são comuns nas casas das
pessoas, no comércio, na indústria, na mídia, nos esportes, na informática e na cultura em
geral.
Isso exige da escola um trabalho especial em relação ao ensino de inglês, em
direção a compreensão de termos, expressões e principalmente da nova dinâmica de
funcionamento do mundo.
O plano curricular para o ensino de língua inglesa no Ensino Médio deve fornecer
subsídios ao aluno para que, partindo da sua realidade ele seja capaz de atingir à
consciência filosófica, em outras palavras, que o aluno seja capaz
de fazer relações e aplicar o conhecimento cientifico/escolar no seu cotidiano. No caso de
inglês torna-se fundamental que o aluno seja capaz de entender e compreender textos
escritos nas suas mais variadas modalidades.
O conhecimento escolar deverá ajudar o aluno a compreender expressões nos jogos
eletrônicos, aparelhos eletrônicos, propagandas de jornal ou TV, textos didáticos, músicas
e/ou manuais de instrução, máquinas de produção ou aparelhos de robótica.
Para atingir esses objetivos a escola deve estar em interação constante com o aluno
e com o cotidiano ao qual ele está vinculado. Assim, partindo da cultura local, do cotidiano
e da contextualização de um modo especifico de percepção do mundo, o aluno será
instrumentalizado para perceber as outras visões de mundo, entendendo e
compreendendo os seus porquês.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
O ensino de inglês está fundamentado nas teorias que tem como pressupostos
principais a interação. Servem de referência para o ensino de inglês os seguintes autores:
Vigotski, Bakthin, Chomski, Saviani, entre outros.
O ensino de língua estrangeira deve também contemplar o conhecimento e a
compreensão da diversidade cultural, para que o aluno possa comparar e refletir sobre sua
própria cultura, com o intuito de perceber que não existe uma cultura inferior ou superior à
outra, mas diferenças que precisam ser respeitadas, tais como: raça, religião, orientação
sexual, entre outros. A cultura afro-brasileira e africana será trabalhada de forma mais
detalhada na intenção de valorizar e mostrar a importância desta em nossa sociedade.
16.2 - IMPORTÂNCIA HISTÓRICA
No Brasil, o ensino de línguas estrangeiras está vinculado à organização social e
histórica do país. No início da colonização, os jesuítas ensinavam latim às comunidades
indígenas com o propósito de dominação e expansão do catolicismo. De 1581 a 1640,
período em que se estabeleceu a União Ibérica, os jesuítas foram considerados pelos
espanhóis um entrave para as demarcações territoriais, o que culminou com a expulsão da
Ordem dos territórios portugueses na América. A partir de 1759, foi constituído o ensino
régio no Brasil, o qual era garantido pelo Estado. A língua estrangeira oferecida continuava
sendo o latim e os professores contratados eram não-religiosos.
O ensino de línguas modernas ganhou reconhecimento com a chegada da família real
ao Brasil e abertura dos portos ao comércio. Os currículos passaram a oferecer o Inglês e
Francês visando o intercâmbio comercial. Em 1837, foi fundado o Colégio Pedro II que se
tornou modelo por quase um século, as línguas ensinadas ali eram o francês, o inglês e o
alemão. De 1929 a 1931, a língua italiana também foi ofertada neste colégio.
A abordagem tradicional, que tinha como método ensinar através da escrita e da
gramática, durou desde a educação jesuítica até o advento da Reforma Francisco Campos,
a qual instituiu o Método Direto. Neste, a língua materna perdia a função de mediadora no
processo de aprendizagem, o professor se comunicava exclusivamente em língua
estrangeira durante as aulas.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
No governo Vargas (1937), o francês apresentava pouca vantagem em relação ao
inglês. O espanhol começou a ser ensinado em detrimento ao alemão, o italiano e o
japonês por motivo da 2ª Guerra Mundial, e o latim permaneceu como língua clássica. A
língua espanhola foi valorizada como língua estrangeira porque representava um modelo
de patriotismo a ser seguido pelos estudantes e o respeito do povo espanhol às suas
tradições.
Com o tempo, o ensino de língua inglesa foi fortalecido e se deu pela dependência
econômica e cultural do Brasil em relação aos Estados Unidos. O inglês teve garantia
curricular por ser o idioma mais utilizado no comércio internacional.
Após a Segunda Guerra, a partir de 1950, a educação no Brasil passou a direcionar o
foco para a profissionalização do estudante, visando, sobretudo, o desenvolvimento
econômico do país. Com a promulgação da LDB nº 4024, em 1961, os estados ficaram
desobrigados a manter nos currículos o ensino de LE. Este, por sua vez, ficou ainda mais
desprestigiado com a ascensão dos militares ao comando do Brasil. Os militares alegavam
que as línguas estrangeiras eram prejudiciais à cultura brasileira e ainda, que a escola não
deveria ser porta de entrada de meios anticulturais. Em 1976, o ensino de LE voltou a ser
prestigiado e obrigatório no 2° grau e recomendado no 1º grau. Porém, uma condição
gerou insatisfação ao quadro de professores: o número de aulas ficou reduzido a uma aula
semanal.
No Paraná houve movimentos de professores insatisfeitos com o modelo de currículo
para LE e dessa insatisfação surgiu o Centro de Línguas Estrangeira no Colégio Estadual
do Paraná. Com a mobilização de professores organizados em associações, a Secretaria
de Estado da Educação oficializou a criação dos Centros de Línguas Estrangeiras
Modernas (CELEMs) em 1986.
Baseada em dar suporte aos educandos sobre a cultura de outros povos e
consequentemente sua língua, a Língua Estrangeira Moderna estrutura-se no princípio de
que o desenvolvimento do educando deve incorrer as três práticas essenciais ao processo
de ensino-aprendizagem de uma língua: leitura, escrita e oralidade. No entanto, é preciso
que esse processo supere, segundo as Diretrizes, “a visão de ensino apenas como meio
para atingir fins comunicativos que restringem sua aprendizagem como experiência de
identificação social e cultural” (DCE, 2009, p. 53) e sim ofereça
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
possibilidades para que o aluno perceba e compreenda a diversidade cultural e
linguística presente na aprendizagem da língua e, consequentemente construa significados
em relação ao mundo em que vive.
16.3 - OBJETIVOS DA DISCIPLINA
Objetiva-se com relação ao ensino de Língua Inglesa, a formação de um sujeito critico,
capaz de interagir criticamente com o mundo à sua volta. Faz-se, também, necessário que
o educador transforme a aprendizagem com relação às questões técnicas e instrumentais,
em uma aprendizagem de construção de significados, de interpretação e sentido com
relação ao mundo em que está inserido.
Dessa forma, o objetivo do ensino de língua estrangeira deixa de ser apenas o
linguístico e passa a ser um caminho para o aluno:
- usar a língua em situações de comunicação oral e escrita;
- vivenciar, na aula de Inglês, formas de participação que lhe possibilitem estabelecer
relações entre ações individuais e coletivas;
- compreender que os significados são sociais e historicamente construídos e, portanto,
passíveis de transformação na prática social;
– ter maior consciência sobre o papel da Língua Inglesa na sociedade;
– reconhecer e compreender a diversidade linguística e cultural, bem como
seus benefícios para o desenvolvimento cultural do país.
Assim, a pedagogia crítica deve ser o referencial teórico que alicerça o trabalho
pedagógico com a Língua Inglesa, com o objetivo de levar o educando à “apropriação
crítica e histórica do conhecimento como instrumento de compreensão das relações sociais
e para transformação da realidade.” (DCE, 2009, p. 52)
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
16.4- CONTEÚDOS DA DISCIPLINA
Com relação ao ensino da Língua Inglesa no Ensino Médio, foram selecionados
conteúdos adequados ao número de aulas ofertados neste Estabelecimento de Ensino. E
dessa forma, levou-se em conta o nível de conhecimento adquirido pelo aluno durante o
Ensino Fundamental, no intuito de que o mesmo aprimore e intensifique o seu
conhecimento, relacionando-o ao seu cotidiano.
Por isso, é essencial que o aluno não restrinja o seu aprendizado apenas à
estrutura formal da língua, mas sim estenda-a ao mundo do trabalho, da tecnologia e do
entretenimento, adquirindo a formação de domínio da língua escrita e falada.
Assim, propomos as seguintes estratégias: Contextualização de estruturas por meio de
assuntos de interesse do aluno; Leitura, análise e compreensão de textos informativos,
narrativas, publicitários e poéticos, levando o aluno a expressar sua opinião e posicionar-se
como cidadão refletindo, argumentando sobre o mundo ao seu redor; uso de música, caça-
palavra, acrósticos, palavras cruzadas para fixação de estruturas e/ou vocabulário; uso de
peças teatrais como instrumento de aprendizagem; uso de diálogos.
Leitura
● Identificação do tema, do argumento principal e dos secundários.
● Interpretação textual, observando: conteúdo veiculado, fonte,
intencionalidade, intertextualidade.
● Inferências.
● Linguagem não- verbal.
● As particularidades do texto em registro formal e informal.
● Finalidades do texto.
● Estética do texto literário.
● Realização de leitura não linear dos diversos textos.
Oralidade
● Variedades linguísticas.
● Intencionalidade do texto.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
● Particularidade de pronúncias da língua estudada em diferentes países.
● Finalidade do texto oral.
● Elementos extralingüísticos: entonação, pausas, gestos.
Escrita
● Adequação ao gênero: elementos composicionais, elementos formais e
marcas lingüísticas.
● Paragrafação.
● Clareza de idéias.
● Adequar o conhecimento adquirido à norma padrão.
Análise Lingüística
● Coesão e coerência.
● Função dos pronomes, artigos,adjetivos, numerais preposições, advérbios,
locuções adverbiais, conjunções, verbos, palavras interrogativas, substantivos,
substantivos contáveis e incontáveis, falsos cognatos, discurso direto e indireto, voz
passiva, verbos modais, concordância verbal e nominal, orações condicionais e outras
categorias como elementos do texto.
● Acentuação
● Vocabulário
● Pontuação e seus efeitos de sentido no texto.
No Ensino Médio deve-se trabalhar com todos os tipos de gêneros discursivos:
crônicas, lendas, contos, poemas, fábulas, biografias, classificados, notícias, reportagem,
entrevistas, cartas, artigos de opinião, resumos, textos midiáticos, palestras, piadas,
debates, folhetos, horóscopos, provérbios, charges, tiras, etc.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
16.5 - ENCAMINHAMENTOS TEÓRICO- METODOLÓGICOS DA DISCIPLINA
A base de encaminhamento para o desenvolvimento do trabalho de Língua Inglesa dar-
se-á utilizando textos como base para inicio de trabalho.
Esse texto trará uma problematização em relação a um tema. A busca pela solução
desse problema despertará o interesse dos alunos fazendo com que eles desenvolvam
uma prática reflexiva e crítica, ampliem seus conhecimentos linguísticos e percebam as
implicações sociais, históricas e ideológicas presentes em todo o discurso.
Em língua estrangeira, os conhecimentos linguísticos são fundamentais, pois eles darão
suporte para que o aluno interaja com os textos. É relevante diferenciar o nível de
conhecimento dos alunos, para que seja adequado um trabalho de continuidade ao
conhecimento e não repetição ao que eles já detêm ao longo da sua aprendizagem.
Muitas vezes, o professor poderá fazer o diagnóstico do nível de seus alunos, a partir
de erros por eles apresentados e que nortearão o encaminhamento da prática em sala de
aula.
Dentro dessa perspectiva, é fundamenta auxiliar os alunos a entenderem que ao
interagir com/na língua, estão interagindo com pessoas especificas e que é preciso levar
em conta que para entender um enunciado em particular ter em mente quem disse o quê,
para quem, onde, quando e porquê é imprescindível.
Adquirir conhecimentos sobre novas culturas em constatar que existe uma
diversidade cultural, que uma cultura não é necessariamente melhor nem pior que outra,
mas sim diferente. Conhecer a cultura do outro é reconhecer que as novas palavras não
são simplesmente novos rótulos para os velhos conceitos, a nova gramática não é
simplesmente uma nova maneira de arrumar e ordenar as palavras e as novas pronúncias
não são somente as maneiras diferentes de articular sons, mas representam um universo
sócio-histórico e de outra língua e de outra cultura, o aluno compreenderá a língua como
algo que se constrói e é construído por uma determinada comunidade - se por um lado, a
língua determina a realidade cultural, por outro, os valores e as crenças culturais criam, em
parte, sua realidade linguística. Dessa forma, o conhecimento de outra cultura colabora
para a elaboração da consciência da própria identidade, pois, o aluno consegue
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
perceber se também ele como sujeito histórico e socialmente constituído. Vale lembrar que
nenhuma língua é neutra e pode representar diversas culturais e maneiras de viver;
inclusive, pode passar a ser um espaço de comunicação inter cultural, na medida em que é
usada por diversas comunidades, muitas vezes até por falantes que não a têm como língua
materna.
Os gêneros do discurso organizam nossa fala da mesma maneira que
dispõem às formas gramaticais. Aprendemos a moldar nossa fala às formas do
gênero. Se não existissem gêneros e se não os dominássemos, tendo que cria-los pela
primeira vez no processo da fala, a comunicação verbal seria quase impossível (Bakhtin).
Portanto, é fundamental que se apresente ao aluno textos em diferentes gêneros
textuais, mas sem categoriza-los.
O objetivo será o de proporcionar ao aluno a possibilidade de interagir com a infinita
variedade discursiva presente nas diversas práticas sociais. Apresentar ao aluno textos
pertencentes a vários gêneros: publicitários, jornalísticos, literários, informativos, de
opinião, etc., ressaltando as suas diferenças estruturais e funcionais, a sua autoria, bem
como a caráter do público a que se destina e, sobretudo, aproveitar o conhecimento que
ele já tem das suas experiências com a língua materna, é imprescindível.
Ler em língua estrangeira pressupõe a familiarização do aluno com os diferentes
gêneros textuais, provenientes das várias práticas sociais de uma determinada
comunidade que utiliza a língua que se está aprendendo - literatura, publicidade,
jornalismo, mídia, etc. Cabe ao professor criar condições para que o aluno não seja um
leitor ingênuo, mas que seja um leitor critico e que reaja aos diferentes textos com que se
depare e entenda que por traz de cada texto há um sujeito, com uma história, com uma
ideologia e com valores particulares e próprios da comunidade em que está inserido. Além
disso, ao interagir com textos provenientes de diferentes gêneros, o aluno perceberá que
as formas linguísticas não são sempre idênticas, não assumem sempre o mesmo
significado, mas o uso da língua ocorre. Não se pode esquecer que a leitura se refere
também aos textos não-verbais - estejam eles combinados ou não com o texto verbal.
O aluno deve fazer a identificação do tema, do argumento principal e dos
secundários; interpretação textual, observando: conteúdo veiculado, fonte,
intencionalidade, intertextualidade; Inferências; Linguagem não- verbal; as
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
particularidades do texto em registro formal e informal; Finalidades do texto; Estética do
texto literário;Realização de leitura não linear dos diversos textos.
Para que o aluno compreenda a palavra do outro é preciso que se construa o contexto
sócio-histórico e os valores estilísticos e ideológicos que geraram o texto. O maior objetivo
da leitura é trazer um conhecimento de mundo que permita ao leitor elaborar um novo
modo de ver a realidade. Para que uma leitura em língua estrangeira se transforme
realmente em uma situação de interação é fundamental que o aluno seja subsidiado com
os conhecimentos - linguísticos, sócio-pragmáticos, culturais e discursivos - necessários e
dos quais não dispõe para a efetiva compreensão de cada texto particular com que se
deparar.
A estratégia específica da oralidade tem como objetivo expor os alunos a textos orais,
pertencentes aos diferentes discursos, procurando compreende-las em suas
especificidades e incentivar os alunos a expressarem suas ideias em língua estrangeira
dentro de suas limitações. É necessário que se explicite que, mesmo oralmente, há uma
diversidade de gêneros que qualquer uso da linguagem implica e que existe a necessidade
de adequação da variedade linguística para as diferentes situações, tal como ocorre na
escrita e em língua materna. Também é importante que o aluno se familiarize com os sons
específicos da língua que está aprendendo.
Com relação à escrita não podemos esquecer que ela deve ser vista como uma
atividade sócio interacional, ou seja, significativa, pois, em situações reais de uso, escreve-
se sempre para alguém, ou um alguém de quem se constrói uma representação. Sendo
assim, é preciso que no contexto escolar esse alguém, seja definido como um sujeito
sócio-ideológico, com quem o aluno vai produzir um diálogo imaginário - fundamental para
a construção do texto e de sua coerência. A finalidade e o gênero discursivo serão
explicitados ao aluno no momento de orientá-lo para uma produção, assim como, a
necessidade de adequação ao género, planejamento, articulação das partes, seleção da
variedade linguística adequada (formal/informal), etc. Ao realizar escolhas o aluno estará
desenvolvendo a sua identidade e se constituindo como sujeito crítico. Ao propor uma
tarefa de escrita, é essencial que o professor proporcione aos alunos elemento necessário
para que consiga expressar-se e dos quais não dispõe, tais como conhecimentos
discursivos, linguísticos, sócio-pragmáticos e culturais.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Com relação aos textos de literatura, se acreditamos que a reflexão sobre a
ideologia e a construção da realidade faz parte da produção do conhecimento, e que esse
conhecimento é sempre parcial, complexo e dinâmico, dependente do contexto e das
relações de poder, é preciso ao apresentar textos literários aos alunos, propor atividades
que colaborem para que o aluno reflita sobre os textos e os perceba como uma pratica
social de uma sociedade em um determinado contexto sócio-cultural particular. Portanto, é
necessário prover-lhe de conhecimentos linguísticos, discursivos, sócio-pragmáticos e
culturais de que não disponha para que tenha elementos suficientes para interagir com
esses textos.
Outro aspecto importante com relação ao ensino de língua estrangeira é que ele será,
necessariamente, articulado com as demais disciplinas do currículo, objetivando relacionar
os vários conhecimentos. Isso não significa obrigatoriamente desenvolver projetos
envolvendo inúmeras disciplinas, mas fazer com que o aluno perceba que os conteúdos de
disciplinas distintas podem muitas vezes estar relacionados entre si. Por exemplo: variação
linguística existe tanto na língua estrangeira como na materna, a literatura está relacionada
à história ou os costumes alimentares ou de vestuário de uma comunidade são
influenciados pela sua localização geográfica.
Todas essas atividades serão desenvolvidas a partir de um texto e envolverão
simultaneamente as práticas e conhecimentos ditados anteriormente, proporcionando ao
aluno condições para assumir uma postura crítica e transformadora com relação aos
discursos que se lhe apresentam.
O texto apresenta-se como um princípio gerador de unidades temáticas e de
desenvolvimento das praticas linguístico - discursivas.
Deve-se engajar os alunos sujeitos em atividades críticas e problematizadoras, que se
concretizam por meio da língua como prática social.
O professor deve trabalhar através de diversos gêneros discursivos textos que
explicitem sobre os assuntos História e cultura Afro, História do Paraná, Meio ambiente,
História e cultura dos povos indíginas, e também abordar os Desafios Educacionais
Contemporâneos - Sexualidade, Prevenção ao uso indevido de drogas e violência e
Educação Ambiental.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Usar textos de diferentes gêneros discursivos que tratam de assuntos relevantes para o
desenvolvimento cultural, manifestados por um pensar e agir críticos.
Alguns gêneros discursivos que pode-se usar para o Ensino Médio: crônica, lendas,
contos, poemas, fábulas, biografias, classificados, notícias, reportagem, entrevistas, cartas,
artigos de opinião, resumo, textos midiáticos, palestra, piadas, debates, folhetos,
horóscopo, provérbios, charges, tiras,etc.
Os conhecimentos linguísticos serão trabalhados dependendo do grau de conhecimento
dos alunos e estarão voltados para a interação que tenha por finalidade o uso efetivo da
linguagem e não a memorização de conceitos. Serão selecionados a partir dos erros
resultantes das atividades e da dificuldade dos alunos.
Será feita uma análise linguística da coesão e coerência,função dos pronomes, artigos,
adjetivos, numerais preposições, advérbios, locuções adverbiais, conjunções, verbos,
palavras interrogativas, substantivos, substantivos contáveis e incontáveis, falsos cognatos,
discurso direto e indireto, voz passiva, verbos modais, concordância verbal e nominal,
orações condicionais e outras categorias como elementos do texto, acentuação,
vocabulário, pontuação e seus efeitos de sentido no texto.
O ensino de língua estrangeira estará articulado com as demais disciplinas do currículo,
objetivando relacionar os vários conhecimentos.
Isso não significa obrigatoriamente, desenvolver projetos envolvendo inúmeras
disciplinas, mas fazer com que o aluno perceba que conteúdos de disciplinas distintas
podem muitas vezes estar relacionados entre si.
O melhor método é aquele que educa, estabelece um diálogo aberto entre professor e
aluno, que permite o enriquecimento de ambas as partes no processo de aprendizagem,
sendo assim, instrumento de crescimento tanto para o aluno quanto para o próprio
professor.
Considerando que os adolescentes não são iguais e não apresentam um mesmo ritmo
de aprendizagem, cabe ao professor o compromisso de atender as diferenças individuais
de seu grupo de alunos, adaptando o método segundo a sua capacidade.
As aulas são encaminhadas da seguinte maneira:
– Aulas expositivas.
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- Atividades escritas para fixação do conteúdo.
- Atividades orais.
- Jogos.
- Brincadeiras.
-Textos diversos.
- Trabalhos em grupos.
- Trabalhos em duplas.
- Trabalhos individuais.
- Apresentação de trabalhos.
- Interpretação de textos.
- Representações de textos e diálogos.
- Colagens.
- Leitura coletiva e individual.
-Painéis.
-Recortes.
- Confecções de cartazes.
- História em quadrinhos.
- Músicas.
- TV multimídia
16.6 - CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
O aluno precisa ser envolvido no processo de avaliação, uma vez que também é
construtor do conhecimento.
O educando será avaliado de várias formas e de forma continuada, toda sua
participação e desempenho em sala da aula serão levados em conta. Também serão
oferecidas ao educando várias avaliações durante o bimestre.
Será avaliado através de:
- Testes escritos;
- Testes orais;
– Trabalhos escritos e orais;
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- Pesquisa;
- Pesquisa de campo;
- Seminário;
- Pesquisa bibliográfica;
- Debates;
- Questões objetivas e discursivas;
- Observação;
- Auto-avaliação.
- Observando sempre a participação nas atividades propostas, tarefas de casa,
pontualidade nas atividades, entrega de trabalhos, presença em sala de aula e organização
com os materiais escolares;
- A recuperação paralela será feita sempre que houver necessidade, usando o
instrumento de avaliação mais adequado ao conteúdo avaliado e diferenciado-a sempre.
Avaliar não resume constatar o nível do aluno nem distribuir conceitos. É um
instrumento para orientar a ação pedagógica e detectar como melhorar o ensino. Ao
elaborar a forma de avaliação devemos ter em mente os seguintes objetivos pedagógicos:
- Demonstrar compreensão geral de textos, fazendo uso de elementos visuais;
- Selecionar informações do texto;
- Compreender que para entender o texto não é preciso conhecer todas as palavras;
- Reconhecer como a informação é representada e demonstrar postura crítica em
relação aos objetivos do texto;
- Demonstrar adequação da criação, respeitando normas sintáticas, morfológicas,
léxicas e fonológicas do idioma.
- Localizar informações contidas no texto.
- Emitir opiniões a respeito do que leu.
- Conhecer e utilizar a língua como instrumento de acesso a informações de outras
culturas e de outros grupos sociais.
- Produzir pequenos textos.
- Conhecer e ampliar o vocabulário.
– Realizar leitura do texto.
162
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DCEs, Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do
Paraná. Secretaria de Estado da Educação – SEED.
BAKHTIN, M. Marxismo e Filosofia da Linguagem, São Paulo: Hucitec, 1998..
BRASIL/MEC, Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações
Étnico - Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
Brasília- DF, 2004.
Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica:
Língua Estrangeira Moderna. Curitiba, 2009.
Portal Dia-a-dia Educação:
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17 – PROPOSTA CURRICULAR DE LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA
17.1 - APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
A língua representa a identidade de um país. Nós vivemos em um país onde a
diversidade, seja ela cultural, racial ou social é muito grande. Essa diversidade faz parte e
é perceptível na nossa língua que é portadora de longa história e que não se esgota na
discrição do seu sistema lingüístico, pois ela vive na história, na sociedade e no mundo. A
existência de nossa língua é motivada e condicionada pelos grandes movimentos humanos
e, imediatamente, pela existência de grupos que a falam.
Como disciplina escolar, a Língua Portuguesa passou a integrar os currículos
escolares brasileiros somente nas últimas décadas do século XIX, depois de já há muito
organizado o sistema de ensino. Contudo, a preocupação com a formação do professor
dessa disciplina teve início apenas nos anos 30 do século XX.
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Levando-se em conta o tempo decorrido desde a chegada, ao Brasil, dos primeiros
conquistadores europeus, podem-se tomar os cento e poucos anos da disciplina e os
quase oitenta de preocupação com a formação dos professores como fatos recentes.
Acrescenta-s a isso que a formação da nação brasileira deve à língua muito de sua
identidade. Nesse aspecto, tencionando o uso culto da língua, emergem, no nível popular,
coloquial, práticas de língua que definem muitos aspectos da tradição que, hoje, correm o
risco de desaparecer sob os influxos da indústria cultural massiva.
Nos primeiros tempos da colônia, resultante do confronto de culturas, houve um
movimento, figurado na parte final do poema de Oswald de Andrade, como epígrafe: “O
índio começou por despir o português que, afastado da metrópole, aprendeu a língua geral
de origem tupi, falada em grande extensão da costa brasileira. O isolamento dos primeiros
colonos fez com que também adquirissem alguns hábitos dos indígenas.” Nesse período,
não havia educação em moldes institucionais e sim a partir de práticas restritas a
alfabetização, determinadas mais pelo caráter político, social e de organização e controle
de classes do que pelo pedagógico. Nesse momento, o sistema jesuítico de ensino
organizava-se a partir de dois princípios: primeiro uma pedagogia por meio da catequese
indígena que visava à expansão católica e um modelo econômico de subsistência da
comunidade. Segundo, esse sistema objetivava a formação de elites subordinadas à
Metrópole, “favorecendo o modelo de sociedade escravocrata e de produção colonial aos
interesses do país colonizador.”.(LUZ-FREITAS, Márcia de Souza).
As primeiras práticas do ensino moldavam-se ao ensino do latim, para os poucos que
tinham acesso a uma escolarização mais prolongada. Estas práticas visavam no dizer
Villalta (1997), a construção de uma civilização de aparências com base em uma
educação claramente reprodutivista, voltada para a perpetuação de uma ordem patriarcal,
estaminal e colonial. Assim, priorizam [...] uma não pedagogia, acionando no cotidiano o
aparato repressivo para inculcar a obediência [a fé, ao rei e a fé] (VILLALTA, 1997, p.351).
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Em decorrência dos ideais iluministas, cujos princípios racionais estavam embasados
tanto no cartesianismo quanto no empirismo, em meados do século XVIII, o Marques de
Pombal tornava obrigatório o ensino da Língua Portuguesa em Portugal e no Brasil.
Embora tenha passado a fazer parte dos conteúdos curriculares, o ensino da Língua
Portuguesa continuou
Nós, professores, temos que ter em mente que a língua seguir os moldes do ensino de
Latim, o que acabou por gerar a fragmentação deste ensino nas disciplinas de gramática,
Retórica e poética que se manteve até o final do século XIX. A formação das elites
continuou nas mãos da igreja, com seu princípio de educação clássica e europeizante.
Somente no século XIX, o conteúdo gramatical ganhou denominação de Português e, em
1871 foi criado, no Brasil, por decreto imperial, o cargo de Professor de Português. De
acordo com (MAGDA SOARES,2001).
O projeto do movimento romântico brasileiro, formado em sua maioria por jovens
burgueses profundamente influenciados pelas idéias oriundas da Europa, defendia uma
identidade por meio da valorização da língua e cultura brasileira. Nesse contexto, o Latim
começa a perder o prestígio e a língua nacional passa a ser mais valorizada. O processo
histórico da ascensão da burguesia capitalista e o conseqüente declínio do absolutismo
não geraram uma repercussão significativa na estrutura de ensino da língua.
O ensino da Língua Portuguesa manteve a sua característica elitista até meados do
século XX, quando se iniciou no Brasil, a partir de 1967, “um processo de democratização
do ensino, com a ampliação de vagas, eliminação dos chamados exames de admissão,
entre outros fatores [...]”. (FREDERICO & OSAKABE,2004,p.61). Como conseqüência
desse processo de necessidades e as exigências culturais passaram a ser outras bem
diferentes. Nesse contexto, não poderia dispensar propostas pedagógicas que levassem
em conta as novas necessidades trazidas por esses alunos para o espaço escolar, ou seja,
a presença de registros lingüísticos e padrões culturais diferentes dos até então admitidos
na escola. Cabe lembrar que no processo brasileiro de industrialização, iniciado já no
governo de Getúlio Vargas, institucionalizou-s a vinculação com a industrialização. A Lei
5692/71 ampliaria e aprofundaria esta vinculação ao dispor que o ensino deveria estar
voltado a qualificação para o trabalho. Durante a década de 1970 até 1980, o ensino da
Língua Portuguesa passou a se pautar, então, em exercícios estruturais, técnicas de
redação e treinamento de habilidades de leitura.
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Atualmente, os livros didáticos tendem, em grande medida, a perpetuar essa situação
ao priorizar determinados autores para estudos diacrônicos, com base nos períodos
literários, características, biografias, fragmentos de textos que muitas vezes em
contrapartida priva o aluno de uma efetiva leitura de texto literário e de um real exercício do
pensamento crítico, devido ao pouco tempo para abranger a extensa produção literária do
século XVI ao século XX.
Essas reflexões e discussões fizeram-se presentes nos programas de reestruturação
do Ensino de 2º grau, de 1988 e do currículo Básico, de 1990, também no que diz respeito
ao ensino da Literatura que indicava a necessidade de superação da historiografia literária.
Para que a disciplina seja bem trabalhada na sala de aula deve-se levar em conta
a leitura de mundo que o nosso aluno tem, proporcionando a ele um acréscimo de
conhecimento sem desvalorizar aquilo que ele já traz consigo.
A disciplina de Língua Portuguesa deve preparar o aluno para que ele seja capaz
de interpretar com maior facilidade e exatidão o mundo textual a que é submetido pela
mídia e pela sociedade cotidianamente, formando leitores críticos, não somente de textos,
mas na sociedade e no mundo.
Quando se observam as práticas de compreensão de textos realizadas atualmente
em grande parte das aulas de Língua Portuguesa, é possível notar a distância que ainda
existe entre essas práticas e as teorias lingüísticas, principalmente em relação aos avanços
teóricos já alcançados nos estudos do texto e de sua aplicabilidade no trabalho com a
língua moderna. Uma das conseqüências disso é que os livros didáticos – materiais no
qual a maioria dos professore se apóia – acabam por ocupar mais espaço do que deveriam
e estabelecer não só as bases teóricas como também as metodológicas do trabalho com
compreensão de textos na sala de aula, quando na verdade o ideal seria a ênfase na
diversidade textual e na proximidade do texto trabalhado em sala com a realidade sócio-
cultural do aluno.
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O desenvolvimento das capacidades cognitivas, lingüísticas e discursivas é
indispensável para que qualquer indivíduo possa ter, em diferentes instâncias, uma plena
participação social como cidadão. O ensino de língua portuguesa por meio da diversidade
textual assume, portanto, um papel decisivo, especialmente porque possibilita o
desenvolvimento da interpretação da língua escrita, amplia as capacidades de expressão
verbal, impede à reflexão sobre os usos sociais da linguagem em diversos suportes,
veículos e gêneros textuais. (COSCARELLI & CAFIERO, 2002).
Pensar o ensino de português significa pensar numa realidade em todos os nossos
atos cotidianos: a realidade da linguagem. É a linguagem que, com o trabalho, caracteriza
a nossa humanidade e nos diferencia dos animais irracionais.
Segundo alguns autores especialmente ENGOLEM, a sociedade tal como a
conhecemos, surge do trabalho. A linguagem aparece então, como uma necessidade para
se organizar a experiência e o conhecimento humano, no domínio da natureza. Ela surge
de uma necessidade social e, portanto, ela é um fato eminentemente social e histórico.
A transformação social se dá através da linguagem. Quanto mais linguagens têm,
mais a nossa consciência será elaborada.
A linguagem, por realizar-se na interação verbal dos interlocutores, não pode ser
compreendida sem que se considere o seu vínculo com a situação concreta de produção.
É no interior do funcionamento da linguagem que é possível compreender o modo desse
funcionamento. Produzindo linguagem, aprende-se linguagem.
É no interior da situação de produção de texto, enquanto o escritor monitora a
própria escrita para assegurar sua adequação, coerência, coesão e correção, que ganham
utilidade os conhecimentos sobre os aspectos gramaticais.
Saber o que é substantivo, adjetivo, verbo, artigo, preposição, sujeito, predicado,
etc. não significam serem capaz de se construir bons textos, empregando bem esses
conhecimentos. Quando se enfatiza a importância das atividades de revisão é pela razão
de que se trata de uma oportunidade privilegiada de ensinar o aluno a utilizar os
conhecimentos que possui, ao mesmo tempo em que é fonte de conteúdos a serem
trabalhados. Isso porque os aspectos gramaticais – e outros discursivos como a pontuação
– devem ser selecionados a partir das produções escritas dos alunos.
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O critério de relevância dos aspectos identificados como problemáticos – que
precisam, portanto, ser ensinados prioritariamente – deve ser composto pela combinação
de dois fatores: por um lado o que pode contribuir para maior adequação e legibilidade dos
textos e, por outro, a capacidade dos alunos em cada momento.
A propriedade que a linguagem tem de poder referir-se a si mesma é o que torna
possível a análise da língua e o que define um vocabulário próprio, uma metalinguagem. O
critério do que deve ser ensinado ou não ensinado é muito simples: apenas os termos que
tenham utilidade para abordar os conteúdos e facilitar a comunicação nas atividades de
reflexão sobre a língua.
Um bom argumento para se propor um ensino voltado no desenvolvimento das
atividades verbais – a oralidade, a leitura e a escrita – e não ao conhecimento da teoria da
língua, é o próprio dado empírico. Basta analisarmos os textos dos alunos que passaram
anos na escola aprendendo gramática e não sabem se servir com desembaraço da
linguagem, em momentos corretos de interlocução, ou seja, não sabem efetivamente,
expressar-se com clareza, alinhavar idéias num texto, defendendo com convicção seus
pontos de vista. Dessa forma, um texto só é um texto quando pode ser compreendido
como unidade significativa global, quando possui textualidade. Caso contrário, não passa
de um amontoado aleatório de enunciados.
17.2 - O ENSINO DO PORTUGUÊS
Ensinar uma língua implica necessariamente ensinar a escrever. Mas para se
ensinar a escrever não basta ensinar palavras. É necessário que o aluno compreenda as
relações e as diferenças básicas entre oralidade e escrita. Para se estabelecer uma
relação entre esta e aquela é preciso, primeiramente, compreender e distinguir os
elementos “língua” e “fala”.
SAUSSURE (1989) estabelece algumas diferenças entre língua e fala. Para ele,
“a língua é um sistema de comunicação comparável a um código e a fala é a utilização
desse sistema, é a codificação de uma determinada mensagem por outro falante, a fim de
ser interpretada por indivíduos ouvintes, em se tratando de uma situação típica de
comunicação”.
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A língua é a parte social da linguagem, exterior ao indivíduo, que sozinho não pode
nem criá-la nem modificá-la; é ao mesmo tempo um produto social da faculdade de
linguagem e um conjunto de convenções necessárias, adotadas pelo corpo social para
permitir o exercício dessa faculdade nos indivíduos.
A língua representa a passividade enquanto a fala representa a atividade.
A língua move-se lentamente, sem que todos os seus falantes se dêem conta de
importantes mudanças que ocorrem, e a fala é um ato limitado no tempo, é passageira e
efêmera.
FARACO (1991), opondo-se às idéias de SAUSSURE sobre língua, afirma que
“(...) as línguas humanas mudam com o passar do tempo. (...) não constituem realidades
estáticas; ao contrário, sua configuração estrutural se altera continuamente no tempo” (p.
9). Mas os falantes não tomam consciência dessa mudança. Tal mudança só é percebida a
partir do momento em que o indivíduo se utiliza da língua para escrever.
Segundo VYGOTSKY (1984), os seres humanos são produtos do meio em que
vivem. Assim, os indivíduos falam segundo as regras ditadas por suas relações sociais. A
escrita, por outro lado, é ensinada na escola e, por isso, não deve corresponder
exatamente à oralidade do indivíduo.
Tal idéia comunga-se com a idéia de TUFANO (1985) na qual um “(...) texto
escrito sempre pode ser melhorado e não deve tomar como modelo a língua oral” (p. 11).
Por ser ensinada na escola, instituição onde se pesa a relação do indivíduo com
o seu mio social, a redação de um aluno reflete o meio em que vive e a realidade da
própria escola. Ao professor, cabe fazer o aluno entender algumas distinções entre
oralidade e escrita. FARACO (1991) resumiu tais distinções da seguinte forma:
• Ampla variedade x modalidade única
. A linguagem oral traz às peculiaridades próprias de cada meio social, de cada
região, de cada geração, etc. A linguagem escrita representa uma padronização nacional, é
a língua escrita corretamente a despeito das diferenças de cada indivíduo.
• Elementos “extralingüísticos” x sinais gráficos
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. A língua escrita só é representada pelos sinais gráficos. Já na oralidade podem-se
utilizar além das palavras, expressões faciais, gestos, risos e tantos outros recursos que
facilitam a comunicação.
• Prosódia e entonação x sinais gráficos
. A entonação dada à fala pode conter em si muitas significações que não são
possíveis de serem representadas pela escrita, mesmo que se utilize de vários pontos de
interrogação, aspas e outras tentativas de expressão. Tais recursos nunca chegarão ao
mesmo resultado da entonação dada pelo falante.
• Frases curtas x frases mais longas
. Na oralidade é fácil fazer-se entender por meio de frases curtas, o que já não
acontece na escrita, que requer maior número de palavras explicativas para dar a mesma
significação.
• Redundância x concisão
. Na oralidade, repete-se a mesma coisa muitas vezes. Na escrita, pode-se usar
maior número de palavras para dizer a mesma coisa, mas utilizando-se de sinônimos.
• Unidade temática: Flutuação x rigidez
. Numa comunicação oral, pode-se encaminhar o rumo da conversa para outro
tema repentinamente. Na linguagem escrita isso não pode acontecer, pois ela exige
coesão entre os parágrafos.
• Interlocutor: Presença x ausência
. A presença do interlocutor na linguagem oral facilita a comunicação, tornando-a
mais concreta e espontânea. A escrita pressupõe uma ausência e esse fato exige maior
formalismo do comunicante.
• Aprendizagem “natural” x aprendizagem “artificial”
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. A aprendizagem da língua oral se dá naturalmente, à medida que o indivíduo
cresce entre falantes. Não é preciso ensinar-lhe a fala. A escrita, ao contrário, necessita de
ensinamento, o que, via de regra, acontece na escola.
ANDRADE & HENRIQUE (1989) concluem a questão da relação oralidade x
escrita afirmando que:
[...] na língua falada, além da restrição do vocabulário, não há grande
preocupação com as regras gramaticais de concordância, regência e colocação, nem com
a clareza das construções sintáticas.
Na língua escrita há sempre maior grau de adesão à gramática normativa,
preocupação com a clareza, além da riqueza vocabular (p. 9)
Cabe ainda ressaltar que a escrita não deve ter maior importância que a
oralidade, pois esta representa a realidade vivida pelo aluno.
Tratando-se da literatura é necessário alimentar o imaginário do aluno, levando-o
a conhecer bons livros, pois a leitura seve como instrumento para observar, analisar,
refletir, criticar e criar.
O professor ao trabalhar a literatura, deve ter em mente que “a grande literatura
não é simplesmente a linguagem carregada de significados até o máximo grau possível”,
(NICOLA,citando POUND, p. 24). O professor deve pensar também que a literatura não
existe sozinha e que os escritores têm a função social definida, exatamente proporcional à
sua competência como escritores.
Segundo Afrânio Coutinho, deve-se levar em consideração que a literatura é
vida, não admitindo que possa haver conflitos entre uma e outra. Pois através das
obras literárias tomamos contato com a vida, com suas verdades comuns a todos os
homens e lugares, porque são verdades da mesma condição humana.
Assim como a arte, a literatura é o ponto de partida privilegiado para a formação
de leitores. Por meio dela, a ficção se integra com a realidade, pois sua matéria prima é a
experiência, a observação, a reflexão e o sonho. Ao unir a realidade e fantasia, o livro
literário aborda todos os temas da vida, mobilizando o interesse de qualquer pessoa, em
qualquer idade. Não há instrumento mais completo para levar à reflexão, à crítica e à
criação que a literatura.
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Indiscutivelmente, a literatura, mesmo que cercada pelos meios de comunicação
de massa continua a preservar sua função de símbolo e documento do passado
desempenhando o papel que sempre a caracterizou. Não apenas o ambiente restrito da
sala de aula, mas principalmente no sentido amplo e universal de instrumento de aquisição
de conhecimento.
No momento em que se estuda a literatura deve-se analisar também o
compromisso dos escritores com nossa própria língua, pois como bem postula (NELLY
CARVALHO recorrendo a OSMAN LINS): “O escritor é um homem que exalta seu povo e
impulsionado por uma necessidade profunda de expressão, sonda as possibilidades vivas
da língua o busca escutar sua própria voz e de seus irmãos”. (NELLY CARVALHO, 2005).
Isso os impulsiona a não deixar que a literatura nas escolas seja insensivelmente
transformada em produção superficial, escrita sem grandes cuidados, ou seja, pronta para
o consumo e não leva o aluno a refletir.
17.3 - OBJETIVOS
- Utilizar o sistema de comunicação para estabelecer um elo entre a validade do
aluno e a escola.
- Estabelecer diferenças entre língua e fala.
- Trabalhar a oralidade e a escrita do aluno, associado ao meio em que vive com
a realidade da própria escola.
- Reconhecer os diversos gêneros textuais e suas características, diferenciando
tipo de gênero textual.
- Reconhecer a diversidade textual, seus suportes, suas formas e conteúdos, por
meio do trabalho de re-textualização.
- Detectar as funções e intencionalidades presentes na produção de qualquer
gênero textual.
- Participar e debate oral participativo demonstrando reflexão sobre os temas dos
textos.
– Realizar com compreensão a re-leitura dos textos produzidos.
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- Identificar a escrita como trabalho, possibilitando a recomposição de seus textos
como hábito, visando à melhoria da produção.
- Produzir a diversidade textual de acordo com suporte e função sociais
específicas adequadas à proposta de produção de texto.
- Tornar imediata a compreensão das palavras através de imagens permitindo
sua pronta utilização nas fraseologias de caráter prático e cotidiano.
- Reconhecer as palavras (habilidade passiva), mas também o uso apropriado
das mesmas (habilidade ativa).
- Assimilar e compreender o manuseio dos materiais propostos como suporte
para a pesquisa escolar e cotidiana.
17.4 - ENCAMINHAMENTOS TEÓRICOS – METODOLÓGICOS DA DISCIPLINA
O ensino da língua portuguesa tem por objetivo desenvolver no aluno princípios
fundamental: o saber ler e interpretar; saber escrever e comunicar-se; conhecer normas
gramaticais contextualizadas. Implica pensar também nas contradições, nas diferenças e
nos paradoxos do quadro complexo da contemporaneidade. A rapidez das mudanças
ocorridas no meio social e a percepção das inúmeras relações de poder presentes nas
teias discursivas que atravessam o campo social, constituindo-o e, ao mesmo tempo,
sendo por ele constituídas, requerem do professor uma percepção crítica cujo horizonte é a
mudança de posicionamento em uma ação pedagógica.
A atitude normativista fundamenta-se em teorias que têm pouco a dizer sobre a
noção do enunciado, de texto como unidade discursiva, porque trabalham com frases ou
palavras isoladas. A ênfase na norma gramatical e na historiografia literária decorre aí de
uma mesma concepção de Língua e Literatura que tem origem no Renascimento. Tratou-
se de um período de ruptura definitiva entre a escrita e a oralidade e de consagração de
uma visão de literatura baseada num conceito de modelo originado da pedagogia greco-
latina, que buscava moldar o educando em uma realidade ideal (FRDERICO &
OSAKABE,2004).
As diretrizes ora propostas seguem por outro caminho porque consideram o
processo dinâmico e histórico dos agentes da interação verbal, tanto na constituição
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
social da linguagem quanto dos sujeitos que por meio delas interagem, pois na
linguagem, se reconhece humano, interage e troca experiências, compreende a realidade
em que está inserido e o seu papel como participante da sociedade. A partir desse caráter
social da linguagem, Bakhtin e os teóricos do Círculo de Bakhtin formulam os conceitos de
dialogismo e dos gêneros discursivos, cujo conhecimento e repercussão suscitam novos
caminhos para o trabalho pedagógico com a linguagem verbal, demandando uma nova
abordagem para o ensino da língua, “A utilização da língua efetua-se em forma de
enunciados (orais e escritos), concretos e únicos que emanam dos integrantes duma ou
doutra esfera da atividade humana...” O gênero antes de construir um conceito, é uma
prática social e deve orientar a ação pedagógica com a língua, privilegiando o contanto real
do estudante com a multiplicidade de textos produzidos e que circulam socialmente. Esse
contato com os gêneros, portanto, tem como ponto de partida a experiência e não o
conceito. O texto é visto como o lugar onde os participantes da interação dialógica se
constroem e são construídos. Todo o texto é, assim, articulação de discursos, vozes que se
materializam, ato humano, é linguagem em uso efetivo. Acrescenta-se a isso que as
considerações sobre o lugar da fala trazem para o âmbito da discursividade as relações
sociais. Ao considerar apenas os aspectos formais do texto, ignora-se a relação de
interdependência entre o locutor/interlocutor, “Para haver relações dialógicas, é preciso que
qualquer material lingüístico (ou de qualquer materialidade semiótica) tenha entrado na
esfera do discurso, tenha sido transformado num enunciado, tenha fixado a posição de um
sujeito social. Só assim é possível responder (em sentido amplo e não apenas empírico do
termo) [...](FARACO,2003,p.64)
O aluno terá que ter noções elementares de língua pátria. O desenvolvimento das
aulas terá, em primeiro plano, o saber ler, visto ser o sujeito envolto diariamente por este
setor. A vida moderna exige, antes de tudo, uma boa leitura. Esta é claro, que não reside
apenas e tão somente no pronunciar oralmente os caracteres, as palavras e os períodos,
mas o seu entendimento, seu significado. Para se alcançar tal estágio, o avanço deve ser
progressivo e envolvente.
Obedecerá a vários encaminhamentos possíveis de serem experimentados e
vividos pelo discente. Em primeira instância, a leitura será extraída do livro texto entidade
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dividido em capítulos, apresenta ocasiões diversas que envolvem o raciocínio, a
expressão oral, o texto, conhecimento do vocabulário, emprego de termos e expressões
novas e por fim a interpretação.
A escola é o local em que se transmite todo o conhecimento já comentado, para
ser apreciado, analisado e cultuado, assim como preparar o cidadão para o amanhã,
capacitá-lo, desenvolvê-lo em todos os sentidos. Sendo assim, a escola não só deve
trabalhar com disciplinas próprias no círculo contido estritamente no currículo. O ensino da
língua deve ter maior ênfase na leitura.
A língua é instrumento de comunicação que necessita constante apuro para se
atingir a melhor forma de transmitir um enunciado próprio, particular, assim como receber e
entender a mensagem dos outros. Aqui está outra finalidade da leitura que leva o homem a
desenvolver-se amplamente, afastando-o da banalidade, pois descobre um mundo novo,
mais profundo, porque consegue entender diferentes problemas que o cercam no seu dia-
a-dia. A leitura e a expressão escrita serão alavancas do bem, porque esta será expressão
daquela, portadoras de elementos de educação.
A evolução da forma de expressão escrita percebe-se gradativamente, quando se
nota que a percepção crítica acerca dos textos cresce e a escrita é cada vez mais clara,
acertada. O saber vai se concretizando pelo constante contato e prática da leitura, pela
transcrição dos pensamentos, e por fim do apanhado do conteúdo em forma de resumo.
Tipologia textual: narrativo, informativo, poético, publicitário, logotipos, científicos,
instrução e opinião.
Atuando com uma abordagem sócio-interacionista do texto e com um enfoque
enunciativo da linguagem, por meio de atividades de leitura de textos verbais e não
verbais, de produção de textos orais e escritos, de reflexão sobre a linguagem e seus
diversos usos, nossa proposta de trabalho pretende apresentar aos alunos do Ensino
médio uma gama de diversidade textual que evidencie que o texto não é o único e atua
socialmente não apenas de uma forma. Dessa maneira, privilegiam-se as atividades que
levam os alunos a tecer um raciocínio, a elaborar inferências, a construir a coerência global
do texto, a descobrir “efeitos de sentido” gerados pelas escolhas lexicais e sintáticas
intencionadas de alguém com objetivos muito bem definidos dentro de uma
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situação comunicativa muito particular. Os materiais a que os professores têm acesso e
fazem uso nas aulas com texto não parecem surtir os efeitos desejáveis nos alunos,
conforme se constatou no II Simpósio Internacional sobre Análise do Discurso, ocorrido em
Minas Gerais.
Nos livros didáticos, as questões gramaticais normalmente recebem mais
ênfase que aquelas que exploram níveis de compreensão, ou o desenvolvimento de
estratégias de leitura e a produção de sentidos. Elementos não verbais como
imagens, diferentes estilos e cores das fontes, não costumam ser objeto de análise.
(COSCARELLI & cafiero,2002).
Para privilegiar a diversidade de gêneros textuais que cercam os alunos na
interação com o mundo concreto, pretende-se trabalhar com charges, tiras, artigos de
opinião extraídos de jornais e revistas, texto publicitário verbal e não-verbal. Privilegiar a
diversidade textual é importante por que:
Fora da sala de aula, as crianças, os adolescentes e jovens são
bombardeados por uma imensa gama de textos diferenciados como anúncios
publicitários, quadrinhos, desenhos, filmes e novelas na TV, notícias, reportagens,
hipertextos, entre outros. Além dos muros da escola, o uso que necessitam fazer dos
textos vai muito mais elem que levantar períodos, sujeitos e outras ginásticas
gramaticais. O que, na verdade, eles precisam é aprender a lidar criticamente com
esses textos, para não serem presas fáceis de uma sociedade consumista e
massificadora. (COSCARELLI & CAFIERO, 2002).
Como exemplo de uma ótima possibilidade de trabalho textual, pode tornar o
texto publicitário, que atinge vastamente o indivíduo, principalmente aquele em idade
escolar, e é rico em significação e exige uma reflexão sistemática para evitar a
massificação. O texto publicitário talvez seja o gênero textual mais maciçamente
presente em nosso dia-a-dia (...). O texto publicitário não discute, não argumenta
sobre o produto. Além disso, dificilmente está sozinho: em geral, surgem junto com
desenhos, fotografias, cores, formas gráficas diferenciadas (FARACO & TEZZA,
1999, p. 84).
Mas, qual a função, a intenção desse formato de texto? Essa é uma questão que
deve ser levantada no trabalho em sala de aula. A partir dela, é possível desenvolver
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um excelente trabalho de interpretação do dito e do implícito, bem como avaliar todo o
processo argumentativo e persuasivo nele inserido e, ainda, produzir debates orais sobre
seu conteúdo, já que esse gênero de texto é um discurso produzido a fim de cumprir um
papel dentro de um contexto histórico, cultural e social. O propósito a que se destina a
linguagem utilizada, as imagens, as possíveis interpretações que dele decorrem, as
estratégias retóricas ou argumentativas devem ser exploradas, chamando a atenção dos
alunos para questões importantes, tais como: o suporte em que o texto se encontra; quem
é o enunciador, a quem se dirige e com que intenção, como a linguagem reflete isso; que
recursos verbais e não-verbais foram utilizados; por que foram usados; que efeitos
provocam. É nesse sentido que a sala de aula deve ser o espaço onde são criadas
condições para que os alunos sejam capazes de (re) conhecer e analisar gêneros variados
de textos, lendo neles a sociedade que os produz e que neles se inscreve. É igualmente
importante que os alunos (re) conheçam os textos chamados de artigos de opinião, pois
esses textos povoam as revistas, os jornais, a TV e indicam vastamente sobre o universo
concreto da interação social do aluno. Sobre esse gênero textual, escrevam:
O que ele (artigo de opinião) nos propõe é uma resposta ativa diante dos
fatos. Daí que seu ponto de partida é a informação, ainda que em estado “bruto”; a
partir de algumas informações avulsas sobre um assunto, o texto de opinião procura
dar sentido a elas, procura dizer, afinal, o que as informações significam a que
conclusões elas nos levam. E o possível, também, que o texto de opinião nos leve à
dúvida, que não conclua isso ou aquilo, simplesmente. Em qualquer caso, ele
assume um ponto de vista, que, é claro, vai se chocar com outros pontos de vista.
Daí a resposta ativa que a opinião exige: não estamos mais simplesmente
“observando” informações, mas pensando sobre elas. Grifos dos autores. (FARACO
& TEZZA, 1999, p. 125.
As tiras também funcionam como um importante elemento no desenvolvimento
da capacidade de reflexão sobre o texto verbal e não-verbal e sua interação com o mundo
concreto. Sobre as características discursivas da tira, afirmou (CARDOSO, 1999), a
MAINGUENEAU, que a ironia presente nas tiras possibilita o trabalho com a polissemia. O
desenvolvimento da capacidade de compreensão da ironia presente nas tiras e sua
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
relação concreta com o cotidiano, com o contexto social, político e histórico, possibilita,
igualmente, o desenvolvimento da capacidade de percepção dos efeitos de sentido
presente nos mais diversos gêneros do texto.
A ênfase primordial nesse contato com o aluno, como fica evidente, é a
diversidade textual mais do que a capacidade de produção de diversidade textual. O aluno
deve desenvolver a capacidade de, sistematicamente, perceber as diferenças de forma e
conteúdo em cada gênero de texto, ao que se presta muito bem o trabalho de re-
textualização, como ressaltou (MASCUSCHI, 1996). Enfatiza-se que é fundamental que o
aluno possa conhecer e perceber as intencionalidades presentes nessas modalidades
discursivas e sua funcionalidade na interação social para que possa argumentar e refletir
sobre elas. A capacidade de produção de diversidade textual passa a ser uma
conseqüência desse contato com os gêneros textuais. Toda a produção de texto, dessa
forma, surge de um fato concreto (outro texto, por exemplo) e deve ter uma finalidade (uma
função) igualmente concreta, como expor no mural, expor aos colegas, ler em voz alta,
debater oralmente o assunto do texto, entre outras possibilidades.
Outra concepção fundamental é a de que o texto produzido somente está
acabado após sua revisão e refacção. Sob essa perspectiva, os textos produzidos devem
ser re-trabalhados, seja individualmente ou coletivamente, a fim de que o aluno tenha a
possibilidade de avaliar criticamente seu próprio texto e revisá-lo a partir das indicações
feitas pelo professor, por ele próprio ou pelos colegas coletivamente.
No que se refere à literatura deve-se desenvolver no aluno o senso artístico e
estético sobre a cultura do Brasil como um todo. Certamente, o estudo das obras literárias
será decisivo para despertar o gosto pela literatura. Porém para que tal fato ocorra é
importante a postura do professor perante a leitura; se ele não for um leitor, ou se estiver
desmotivado ou desinteressado sobre a importância política da leitura para a organização
de uma sociedade mais democrática, não a perceberá como sendo uma porta aberta para
o mundo.
A leitura dos textos literários – aqueles que dão tratamento artístico ao
signo verbal – provoca no leitor a reflexão, o questionamento e, por isso, é capaz de
dar voz alta ao cidadão e propiciar uma melhor compreensão das relações humanas,
da vida e da própria literatura. Sendo assim, compete a escola realizar um
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
trabalho que assegure ao educando o contato com a literatura, de forma a
possibilitar-lhe crescimento nos aspectos criativo, crítico e intelectual, além do
aprimoramento da própria competência no uso da linguagem, tanto na modalidade
oral quanto escrita.
O despertar do interesse pelos livros, passa necessariamente pela escolarização,
uma vez que o docente como mediador do processo, poderá tornar essa iniciação da
leitura em um prazer ou desprazer, o que dificilmente será revertido na vida do discente.
17.5 - CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS DA DISCIPLINA
No processo de ensino e aprendizagem da língua, assume-se o texto verbal-oral
ou escrito- e também a s outras linguagens, tendo em vista o multi-letramento, como
unidade básica, que se manifesta em enunciações concretas, cujas formas se estabelecem
de modo dinâmico com experiências reais de uso da língua.
Prática da oralidade
Devemos lembrar que a criança, quando chega à escola, já domina a oralidade,
pois cresce ouvindo e falando a língua, seja por meio das cantigas, das narrativas, dos
causos contados no seu grupo social, do diálogo dos falantes que a cercam ou até mesmo
pelo rádio, TV e outras mídias. Considerando o exposto, o espaço escolar precisa
promover e propiciar atividades que possibilitem ao aluno tornar-se um falante cada vez
mais ativo e competente, capaz de compreender os diferentes discursos e de adequar e
organizar os seus de acordo com as exigências das mais diversas situações interativas. Ao
apresentar a hegemonia da norma culta, a escola muitas vezes desconsidera os fatores
que geram a imensa diversidade lingüística: localização geográfica, faixa etária e situação
socioeconômica, escolaridade etc.(POSSENTI,1996). O professor precisa ter clareza de
que tanto a norma padrão quanto as outras variedades, ambos apresentam entre si, são
igualmente lógicas e bem estruturadas, assim como deve planejar e desenvolver um
trabalho com a oralidade que, gradativamente, permita ao aluno conhecer, usar também a
variedade lingüística padrão e entender a necessidade desse uso em determinados
contextos sociais. Como afirma (SOARES,1991), é função da
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
escola e do professor trabalhar com o bidialetalismo, preparando o aluno para o
emprego da língua padrão, e sabendo que, em situações informais, ele poderá usar o
dialeto que lhe é peculiar.
Prática da leitura
Nestas diretrizes, entende-se a leitura como um processo de produção de sentido que
dá a partir de interações sociais ou relações dialógicas que acontecem entre
leitor/texto/autor. O leitor constrói e não apenas recebe um significado global para o texto:
ele procura pistas formais, formula e reformula hipóteses, aceita ou rejeita conclusões, usa
estratégias baseadas no seu conhecimento lingüístico e na sua vivência sociocultural, seu
conhecimento de mundo. Assim, o texto leva a outro, mas leva também ao desejo, a uma
política de singularização do leitor que, convocado pelo texto, participa da elaboração dos
significados, confrontando-o com seu próprio saber, com a sua experiência de vida.
Também a intersecção dos textos midiáticos com os literários, por meio das transposições
que a linguagem cinematográfica, por exemplo, exige, pode sugerir bons motivos para
aprimorar a reflexão e fazer proliferar o pensamento. Ressalte-se, ainda, a oportunidade
que os textos literários dão ao leitor de escapar do realismo midiático movimentando-os
pelo tempo do imaginário.
O professor pode planejar uma ação pedagógica que permita ao aluno a leitura de
textos para os quais já tenha construído uma competência, como a dos textos mais difíceis,
que impliquem o desenvolvimento de novas estratégias com a devida mediação do
professor. Dessa forma, o leitor conseguirá fazer interferências cada vez mais complexas,
além de perceber, em se tratando de textos literários, as qualidades estéticas. A leitura de
textos literários não deve se prestar exclusivamente a uma prática utilitarista de leitura
didatizada, a literatura é um excelente meio de contato com a pluralidade de significações
que a língua assume em seu máximo grau de efeito estético.
Prática da escrita
Ressalta-se que as condições em que a produção acontece determinam o texto:
quem escreve o que, para quem, para que, por que, quando, onde e como se escreve.
180
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Além disso, cada gênero textual tem suas peculiaridades: a composição, a estrutura e
o estilo variam conforme se produza uma história, um poema, um bilhete, uma receita, um
texto de opinião ou científico, filosófico. Essas e outras composições precisam circular na
sala de aula como experiências reais de uso e não a partir de conceitos e definições de
diferentes modelos de textos. Por outro lado, é preciso que os alunos se envolvam com os
textos que produzem e assumam a autoria do que escrevem. Para (KRAMER, 1993,
p.83),”[...] ser autor significa produzir com e para o outro. Somente sendo autor o aluno
interage e penetra na escrita viva e real, feita na história”.
A capacidade de escrita, criatividade e outros fatores comumente relacionados ao
ato de escrever se aprende na prática da escrita, em suas diferentes modalidades. Isto
significa promover o contato do aluno com a produção escrita de diferentes tipos de textos,
a partir das experiências sociais, tanto singular quanto coletivamente vividas. O que se
sugere, sobretudo, é a noção de uma escrita como formadora de subjetividades, podendo
ter um papel de resistência aos valores prescritos socialmente. Além disso, a possibilidade
da criação, no exercício desta prática, permite ao aluno ampliar o próprio conceito de
gênero discursivo. O envolvimento do aluno e do professor com a escrita, conforme
entende (PAZINI, 1998), acontece em vários momentos: o da motivação para a produção
do texto, o da reflexão, que deve preceder e acompanhar o processo de produção; o da
revisão, reestruturação e reescrita de texto, que constitui, também, um produtivo momento
de reflexão.
As aulas de Língua Portuguesa e Literatura possibilitam aos alunos a ampliação
do uso das linguagens verbais e não-verbais pelo contato direto com textos dos mais
variados gêneros, engendrados pelas necessidades humanas. A inclusão da diversidade
textual deve relacionar os gêneros com as atividades sociais onde eles se constituem.
Acrescenta-se a isso que o fato de a linguagem ser o mio e o suporte de outros
conhecimentos torna o professor de Língua Portuguesa um agente eficaz, propiciador das
relações inter e multidisciplinares.
No quadro a seguir, são apresentados os conteúdos de Língua Portuguesa, a
partir dos quais o professor deve pautar para desenvolver o trabalho de ensino da Língua
Materna aos alunos do ensino médio.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
17.6 - ORGANIZAÇÃO DA ESTRUTURA TEXTUAL
Estas diretrizes propõem que o Conteúdo Estruturante em Língua Portuguesa esteja
sob o pilar dos processos discursivos, numa dimensão histórica e social. Por Conteúdo
Estruturante entende-se o conjunto dos saberes e conhecimentos de grande dimensão, os
quais identificam e organizam uma disciplina escolar. A partir deles, advêm os conteúdos
específicos, a serem trabalhados no cotidiano escolar.
Assumindo-se a concepção da linguagem como prática que se efetiva nas diferentes
instâncias sóciais, o objeto de estudo da disciplina é a Língua e o Conteúdo Estruturante,
portanto, é o discurso como prática social. Vale esclarecer que esse termo DISCURSO
assume nestas Diretrizes. Na sua origem, o termo significa curso, percurso, correr por,
movimento. Isso indica que a posição frente aos conceitos fixos, imutável, deve ser
diferenciada. A língua não é algo pronto, à disposição dos falantes. Portanto, o discurso
não pode ser definido somente como mensagem. Ou reduzido a um esquema composto
de papéis fixos, emissor, receptor, código, referente e mensagem. O discurso é muito mais;
é efeito de sentidos entre interlocutores, não é individual, ou seja, não é um fim em si
mesmo, mas tem sua gênese sempre numa atitude responsiva a outros textos (BAKHTIN,
1996).
Se a definição de Conteúdo Estruturante o identifica com os campos de estudo de
uma disciplina escolar, entende-se, nestas Diretrizes, a disciplina de Língua
Portuguesa/Literatura como um campo de ação, em que se concretizam práticas de uso
real da Língua Materna. Esta delimitação do campo contrapõe-se a duas práticas: a
primeira é a tradicional que, determinava o estudo de regras gramaticais como centro e
objetivo maior do trabalho com a língua. A segunda se refere à abordagens conceituais e
metodológicas que diluíram o trabalho com a língua materna numa concepção de
linguagem como instrumento de comunicação sem reconhecer a historicidade do sujeito
e as determinações sócio-histórica da linguagem.
No contexto das práticas discursivas, estarão presentes os conceitos oriundos da
Lingüística, Sociolinguística, Semiótica, Pragmática, Estudos Literários, Semântica,
182
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Morfologia, Sintaxe, Fonologia, Análise do Discurso, Gramáticas Normativa, Descritiva,
de usos, entre outros, de modo a contribuir com o aprimoramento da competência
lingüístico-discursiva.
Apresentação de temas variados
- histórias de família;
- da comunidade;
- um filme;
- um livro;
- depoimentos sobre situações vivenciadas pelo aluno ou pessoas do seu convívio;
- debates, seminários, júris-simulados e outras atividades que possibilitem o
desenvolvimento da argumentação;
- transmissão de informações;
- troca de opiniões;
- contação de histórias;
- declamação de poemas;
- representação teatral;
- relatos de experiências;
- confronto e comparação entre a fala e a escrita, de constatá-la em suas similaridades
e diferenças;
- análise de linguagem em uso de outras esferas sociais como: em programas
televisivos (jornais, novelas, propagandas);
- em programas radiofônicos;
- no discurso do poder em suas diferentes instâncias;
- no discurso público;
- no discurso privado, enfim, nas mais diversas realizações do discurso oral.
A comparação entre as estratégias específicas da oralidade e as da escrita compõe
a tarefa de ensinar os alunos a se sentirem bem para expressarem suas idéias com
segurança e fluência. A prática da oralidade no ensino deve oferecer ao aluno de falar com
fluência em situações formais, adequar a linguagem conforme circunstâncias
(interlocutores, assunto, intenções), aproveitar os imensos recursos expressivos da língua
e, principalmente, praticar e aprender a convivência democrática, tanto pelo livre direito à
expressão quanto pelo reconhecimento do mesmo direito ao outro (FARACO, 1988).
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
O trabalho com essa prática também deve levar em conta as similaridades e
diferenças entre a fala e a escrita. É relevante destacar “os pontos formais e funcionais em
que os textos orais são diferentes.” (ANTUNES, 2003, p.101)
COERÊNCIA
Clareza; Adequação do registro ao gênero; Adequação do registro à
situação discursiva; Adequação do registro ao leitor; Adequação do registro ao
veículo de publicação; Unidade temática; Unidade estrutural; Seqüência lógica;
Expansão de idéias; Ampliação vocabular; Discurso direto e indireto.
COESÃO
Paragrafação; Elementos coesivos referenciais; Normatizações; Palavras
sinônimas ou quase sinônimas; Repetição de palavras; Um termo síntese;
Pronomes; Numerais; Dêiticos; Elipse; Repetição do nome próprio (ou parte
dele); Metonímia; Associação.
ELEMENTOS COESIVOS SEQUENCIAIS (CONJUNÇÕES)
Adição; Alternância; Causa; conclusão; Condição; comparação;
Conformidade; conseqüência; Explicação; finalidade; oposição; concessão;
Proporção; Tempo.
PONTUAÇÃO – SINTAXE
Concordância nomina; concordância verbal; organização temporal e
aspectual; Voz ativa e passiva; Regência nominal; Regência verbal; Crase;
Advérbios; Preposições.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
ADEQUAÇÃO GRÁFICA
Ortografia; Acentuação gráfica; Uso das letras maiúsculas e minúsculas.
ESTÉTICA
Adequação estética ao suporte do gênero.
LITERATURA
Classicismo; Quinhentismo; Barroco; Arcadismo e Neoclassicismo;
Romantismo; Realismo e Naturalismo; Parnasianismo; Simbolismo; Pré-
modernismo; Modernismo; Literatura contemporânea.
17.7 - CONTEÚDOS DE LÍNGUA PORTUGUESA COM ESTRUTURA BIMESTRAL
1ª Série
1º BimestreVariação lingüística: Variação geográfica, Variação social, Variação
contextual, Língua padrão, Língua escrita; Funções da linguagem: Função
referencial, Função conotativa, Função emotiva expressiva, função
metalingüística; Literatura: literatura colonial, literatura catequética, Produção
escrita: Resumo, Opinião, Argumentação, Texto em prosa.
Análise lingüística: Função fática, Função poética, Cultura Afro e suas
variantes; Pontuação; Adequação da linguagem ao contexto; Denotação e
Conotação; Figuras de linguagem; Texto literário e não literário; Literatura:
Prosa: Crônica, Conto, Romance, Lendas africanas; Produção Escrita: Texto
em prosa, Texto em verso.
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2º BimestreAnálise lingüística: Função fática, Função poética, Cultura Afro e suas
variantes; Pontuação; Adequação da linguagem ao contexto; Denotação e
Conotação; Figuras de linguagem; Texto literário e não literário; Literatura:
Prosa: Crônica, Conto, Romance, Lendas africanas; Produção Escrita: Texto
em prosa, Texto em verso.
Análise lingüística: Acentuação gráfica, Ortografia; Literatura: Verso:
Poesia, Letra de música; Produção escrita: Texto em prosa, Texto em verso.
Análise lingüística: Emprego dos advérbios, Crase; Literatura: Elementos
da narrativa, Foco narrativo, Personagens, Espaço, Tempo, Enredo, Texto
Teatral, Quinhentismo; Produção escrita: Paráfrase, Paródia, Interpretação
textual.
2ª Série
1º BimestreAnálise Lingüística: Variedades orais e escritas, Linguagem escrito-
formal, Linguagem oral-informal, Variedade padrão, Variedade popular,
Variedades regionais; Literatura: Barroco, Arcadismo ou Neoclassicismo;
Produção escrita: Texto a partir de gráficos, Discurso direto e indireto,
Interpretação textual; Produção oral: Debates, Cultura Africana.
Análise lingüística: Coesão referencial, Coesão seqüencial, Concordância
nominal, Concordância verbal, Pontuação; Literatura: Romantismo; Produção
oral e escrita: Sinopse, Interpretação textual, Debates, Biodiversidade.
2º BimestreAnálise lingüística: Substantivos, Adjetivos, Artigos, Numeral, Pronomes,
Advérbios; Literatura: Parnasianismo; Produção escrita: Resumo, Opinião,
Argumentação, Interpretação textual.
Análise lingüística: Preposição, Conjunções, Interjeição, Verbos regulares
e irregulares, Organização temporal e aspectual, Voz ativa e passiva;
Literatura: Simbolismo.186
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
3ª Série
1º BimestreAnálise lingüística: Coesão e Coerência, Coesão referencial, Coesão
seqüencial, Conjunções: Coordenadas, Subordinadas; Literatura: Pré-
Modernismo, Vanguardas Européias; Produção escrita: Curriculum Vitae,
Resumo, Interpretação textual.
Análise lingüística: Orações coordenadas; Orações subordinadas:
Adverbiais, Substantivas, Adjetivas; Literatura: Semana da Arte moderna,
Modernismo 1ª Fase; Produção escrita: Dissertação, Interpretação textual.
2º BimestreAnálise lingüística: Concordância nominal, Concordância verbal,
Pontuação, Regência nominal, Regência verbal, Preposições, Crase;
Literatura: Modernismo 2ª Fase, Modernismo 3ª Fase; Produção escrita:
Resenha descritiva, Interpretação textual; Produção oral: Debate, Literatura
Brasileira e Afra- descendente.
Análise lingüística: Sintaxe: Sujeito e Predicado, Termos essenciais da
oração, Acessórios da oração, Coordenação, subordinação; Literatura:
Literatura contemporânea; Produção escrita: Resenha crítica, Interpretação
textual; Produção oral: Debate, Desmatamento e Leis de preservação
ambiental.
17.8 - RECURSOS
Para o bom desenvolvimento das atividades propostas serão necessários os seguintes
recursos:
Fotocópias; Giz; Quadro; Retro-projetor; Jornais impressos; Livros didáticos
e Para-didáticos; Caderno; Borracha; Tinta guache; Revistas; Tv’s; Dvd’s;
Aparelho de som; Letras musicais; Tesoura; Cola; Giz de cera; Canetas
(cores); Lápis de cor; Papel sulfite; Papel almaço; Cartolina (cores); fita crepe;
Fita adesiva (durex); Dicionários; Papéis: Kraft, Laminado, Crepom; Papel
camurça; Régua; Pendrive;CDs; Lápis; Computador e etc.187
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
17.9 - CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO
A avaliação deve ser parte integrante do processo de aprendizagem e contribuir
para a construção de saberes, de acordo com a lei de diretrizes e bases da educação
nacional. A avaliação deve ser continuada e cumulativa prevalecendo os aspectos
qualitativos sobre os quantitativos, sendo de caráter diagnóstico, isto é, acompanhando o
processo de ensino, verificando as apropriações dos conteúdos nas produções realizadas,
nas diversas modalidades e nas formas de linguagem.
Além de ser útil para a verificação da aprendizagem dos alunos, a compreensão
nos conteúdos propostos, nas apresentações dos trabalhos individuais e coletivos, a
avaliação servirá, principalmente para que o professor repense a sua metodologia e
planeje as aulas de acordo com as necessidades de seus alunos. São através dela que é
possível perceber quais são os conhecimentos lingüísticos, discursivos, sócio-pragmáticos
ou culturais que ainda não foram suficientemente trabalhados e que precisam ser
abordados mais exaustivamente para garantir a efetiva interação do aluno com a língua
portuguesa e literatura.
As produções de textos serão avaliadas sempre em função do processo, ou seja,
da recepção dos textos e sua discussão e interpretação à escrita e re-escrita individual
e/ou coletiva. A recuperação deve acontecer como evolução natural do processo sempre
paralelamente a todas as atividades propostas.
Em uma concepção tradicional que ainda prevalece em muitas escolas, à
avaliação da aprendizagem é vivenciada como o processo do toma-lá-dá-cá. Ou seja, o
aluno precisa devolver ao professor o que ele recebeu e, de preferência, exatamente como
recebeu. Todavia, é imprescindível que a avaliação seja contínua e dê prioridade à
qualidade e ao processo de aprendizagem, ao desempenho do aluno ao longo do ano
letivo. A Lei 9394/96, de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), destaca a
chamada avaliação formativa, vista como mais adequada ao dia-a-dia da sala de aula e
como grande avanço em relação à avaliação tradicional, denominada somativa ou
classificatória.
Realizada geralmente ao final de um programa ou de determinado período, a
avaliação somativa era usada para definir uma nota ou estabelecer um conceito. Não se
188
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
quer dizer com isso que ela deva ser excluída do sistema escolar, mas que as duas
formas de avaliação – a formativa e a somativa – servem para diferentes finalidades. Por
isso, em lugar de apenas avaliar por meio de provas, o professor pode usar a observação
diária e instrumentos variados, selecionados de acordo com cada conteúdo e/ou objetivo.
A avaliação formativa considera que os alunos possuam ritmos e processos de
aprendizagem diferentes e, por ser contínua e diagnóstica, aponta dificuldades,
possibilitando que a intervenção pedagógica aconteça a todo o tempo. Informa o professor
e o aluno acerca do ponto em que se encontram, ajuda-os a refletir. Faz o professor
procurar caminhos para que todos os alunos aprendam e participem mais das aulas.
Sob esta perspectiva, estas Diretrizes recomendam:
Oralidade: será avaliada em função da adequação do discurso/texto aos diferentes
interlocutores e situações. Num seminário, num debate, numa troca informal de
idéias, numa entrevista, num relato de história, as exigências de adequação da fala
são diferentes e isso deve ser considerado numa análise da produção oral. Assim, o
professor verificará a participação do aluno nos diálogos, relatos e discussões, a
clareza que ele mostra ao expor suas idéias, a fluência da sua fala, o seu
desembaraço, a argumentação que apresenta ao defender seus pontos de vista. O
aluno também deve posicionar como avaliador de textos orais com os quais convive,
como: noticiários, discursos políticos, programas televisivos etc. e suas próprias
falas, mais ou menos formais, tendo em vista o resultado esperado.
Leitura: ao ser avaliado, devem-se considerar as estratégias que os estudantes
empregaram em seu decorrer, a compreensão do texto lido, o sentido construído,
sua reflexão e sua resposta ao texto. Não é demais lembrar que a avaliação deve
considerar as diferenças de leituras de mundo e o repertório de experiências dos
alunos. O professor pode propor questões abertas, discussões, debates e outras
atividades que lhe permitam avaliar a reflexão que o aluno faz a partir do texto.
Escrita: é preciso ver o texto do aluno como uma fase do processo de produção,
nunca como produto final. O que determina a adequação do texto escrito são as
circunstâncias de sua produção e o resultado dessa ação. É a partir daí que o texto
189
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
escrito será avaliado nos seus aspectos textuais e gramaticais. Tal como na
oralidade, o aluno deve se posicionar como avaliador tanto dos textos que o rodeiam
quanto de seu próprio.
Como é no texto – fala e escrita – que a língua se manifesta em todos os seus aspectos
discursivos, textuais, ortográficos e gramaticais, os elementos lingüísticos usados nas
produções dos alunos precisam ser avaliados sob uma prática reflexiva e contextualizada
que lhes possibilite compreender esses elementos no interior do texto. Uma vez
entendidos, os alunos podem incluí-los em outras operações lingüísticas, de reestrutura do
texto, inclusive. Com o uso da língua oral e escrita em práticas sociais, os alunos são
avaliados continuamente em termos desse uso, pois efetuam operações com a linguagem
e reflete sobre as diferentes possibilidades de uso da língua, o que lhes permite o
aperfeiçoamento lingüístico constante, o letramento.
O trabalho com a língua oral e escrita supõe uma formação inicial e continuada que
possibilita ao professor estabelecer as devidas articulações entre teoria e prática, na
condição de sujeito que usa o estudo e a reflexão como alicerces para sua ação
pedagógica e que, simultaneamente, parte dessa ação para o sempre necessário
aprofundamento.
As diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa e Literatura para o Ensino
Fundamental e Médio da Rede Estadual de Educação serão mais bem-sucedidas com a
participação pró-ativa do professor que compreende seu valor como transformador da
realidade. Isso significa compreender as concepções de linguagem que assumem a língua
como interação, como discurso. Também implica em conhecer o sistema de escrita para
orientar com segurança os alunos no processo de aprendizagem.
Engajado com as questões de seu tempo, tal professor respeitará as diferenças e
promoverá uma ação pedagógica de qualidade a todos os alunos, tanto para derrubar
mitos que sustentam o pensamento único, padrões preestabelecidos e conceitos
tradicionalmente aceitos, como para construir relações sociais mais generosas e
includentes.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
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CARDOSO, silva Helena Barbi. Discurso e Ensino, Belo horizonte; Ed. Autêntica, 1999.
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Cortez, 2000. Outras linguagens na escola: publicidade, cinema e TV, rádio, jogos,
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MARCUSCHILL, Antônio. Da fala para a escrita: Atividades re-textualizadas. Ed. Cortez
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SAUSSURE, 1989 –
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superintendência da Educaçao.
KOCH, Ingedore. Acoesão textual. 3.ed.São Paulo: Contexto, 1991.
FREIRE, Paulo. A pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2004
ANTUNES, Irandé. Aula de português: Encontro & interação. São Paulo: Parábola
Editorial, 2003
BAKHTIN. Mikhail. O freudismo. Tradução Paulo Bezerra. São Paulo: Perspectiva,
2004.
KRAMER S.. Escrita, experiência e formação – R.J.:DP&A, 2000.
191
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
18. PROPOSTA CURRICULAR DE MATEMÁTICA
18.1 - CONCEPÇÃO DA DISCIPLINA
“A História nos ensina a continuidade do desenvolvimento da Ciência. Sabemos que
cada era tem seus próprios problemas, os quais a era seguinte ou resolve ou coloca de
lado como sem interesse e os substitui por novos problemas” (David Hilbert, 1990).
Numa sociedade globalizada, é importante que a educação se volte para o
desenvolvimento das capacidades de comunicação, de resolver problemas, de tomar
decisões, de fazer inferências, de criar, de aperfeiçoar conhecimentos e valores, de
trabalhar cooperativamente. Em um mundo onde as necessidades sociais, culturais e
profissionais ganham novos contornos, todas as áreas requerem alguma competência em
Matemática e a possibilidade de compreender conceitos e procedimentos matemáticos é
necessária tanto para tirar conclusões e fazer argumentações, quanto para o cidadão agir
como consumidor prudente ou tomar decisões em sua vida pessoal e profissional.
A Matemática no ensino tem um valor formativo, que ajuda a estruturar o
pensamento e o raciocínio dedutivo, porém também desempenha um papel instrumental,
pois é uma ferramenta que serve para a vida cotidiana e para muitas tarefas específicas
em quase todas as atividades humanas. Contudo, a Matemática no ensino não possui
apenas o caráter formativo ou instrumental, mas também deve ser vista como ciência, com
suas características estruturais específicas. É importante que o aluno perceba que as
definições, demonstrações e encadeamentos conceituais e lógicos têm a função de
construir novos conceitos e estruturas a partir de outros e que servem para validar
intuições e dar sentido às técnicas aplicadas.
No Ensino Médio a Matemática deve apresentar ao aluno o conhecimento de novas
informações e instrumentos necessários para que seja possível a ele continuar
aprendendo.
A Matemática tem um papel importante na formação dos sujeitos na sociedade, na
medida que se utiliza cada vez mais de conhecimento científico e tecnológico. Muitos
destes conhecimentos matemáticos se desenvolveram a partir da necessidade de resolver
problemas do cotidiano, assim se faz necessário discutir a História da
192
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Matemática que nos revela que por volta do ano 2000 a.C. os babilônios passaram
a registrar os conhecimentos matemáticos obtidos, decorrente de simples observação. O
ensino da Matemática como função formativa do cidadão surgiu na Grécia, onde a
Matemática se distanciava das questões práticas.
As primeiras propostas do ensino da Matemática surgiram no século V a.C.,
popularizando assim a Matemática.
As descobertas matemáticas no século XVI, contribuíra para o progresso científico e
econômico. A Matemática passou a ser voltada para a atividade prática, com a revolução
industrial no século XVII, passando a ter um caráter técnico no Brasil.
A necessidade de uma educação voltada para a classe de trabalhadores surgiu no
século XX com as instalações de fábricas e indústrias.
As primeiras discussões sobre Educação Matemática surgira num contexto de
mudanças e expansão industrial. O ensino da Matemática sofreu influência do Movimento
Escola Nova e Tecnicista.
A Matemática surgiu da necessidade do homem usufruir e interagir com o meio em
que vive.
Ao longo da história da evolução humana a Matemática vem acompanhando a
necessidade de cada época tendo como base o que já se conhecia.
A Matemática é uma ciência que acompanha todas as outras ciências interagindo
direta ou indiretamente para a concretização e inovação das mesmas.
18.2 - OBJETIVOS DA DISCIPLINA
A Educação Matemática como preocupação com uma prática escolar vem
caminhando gradativamente e vem inserindo diferentes caminhos que direcionam para um
novo ensino da Matemática valorizando fatores de grande importância no aprendizado, tais
como: a motivação, o entender como o indivíduo aprende Matemática, a inserção de
projetos pessoais de pesquisa associada à prática docente.
193
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Esses novos segmentos apontam orientações dentro dessa nova realidade, para que
se concretizem as finalidades do Ensino Médio, que levem o aluno a desenvolver
habilidades as quais o ensino da Matemática deve priorizar, a representação,
compreensão, comunicação, investigação e também a contextualização sócio e cultural.
Os objetivos do ensino da matemática devem levar o aluno a: compreender
conceitos que permitam adquirir uma formação científica geral e avançar em estudos
posteriores.
Ao final do ensino médio espera-se que os alunos saibam a amplitude do seu
conhecimento e, por conseguinte, contribua para o desenvolvimento da sociedade, sendo
possível criticar questões sociais, políticas, econômicas e históricas.
18.3 - CONTEÚDOS DA DISCIPLINA
Para o Ensino Médio da Rede Pública Estadual, os conteúdos estruturantes são:
Números e Álgebra, Geometrias, Funções e Tratamento da Informação.
• Conteúdo estruturante Números e Álgebra, encontra-se desdobrado em:
Conjuntos numéricos, Noções de Números Complexos, Matrizes, Determinantes,
Sistemas Lineares e Polinômios.
• Conteúdo estruturante Funções abrange os conteúdos específicos Função
Afim, Função Quadrática Função Exponencial, Função Logarítmica, Função
Trigonométrica, Função modular, Progressão Aritmética e Progressão Geométrica.
• Conteúdo estruturante Geometrias encontra-se desdobrado em Geometria
Plana, Geometria Espacial, Geometria Analítica.
• Conteúdo estruturante Tratamento da Informação encontra-se desdobrado em
Análise Combinatória, Estatística, Probabilidade, Matemática Financeira.
194
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
18.4 - CONTEÚDOS ESTRUTURANTES POR SÉRIE
1a SÉRIE
NÚMEROS E ÁLGEBRA
Teoria dos Conjuntos:
• Conjuntos Numéricos (Naturais, Inteiros, Racionais, Irracionais e Reais);
• Intervalos;
FUNÇÕES
• Estudo de Funções;
• Função do 1o grau;
• Função do 2o grau;
• Função Exponencial;
• Função Logarítmica;
• Seqüências;
• Progressão Aritmética;
• Progressão Geométrica;
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
• Matemática Financeira.
2a SÉRIE
FUNÇÕES
• Trigonometria;
NÚMEROS E ÁLGEBRA
• Estudo de Matrizes;
• Determinantes;
• Sistemas Lineares;
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
195
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
• Análise Combinatória;
- Probabilidade e Estatística;
3a SÉRIE
GEOMETRIAS
• Geometria Analítica;
• Geometria Espacial;
NÚMEROS E ÁLGEBRA
• Números Complexos;
• Polinômios;
18.5 - ELEMENTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS DA DISCIPLINA
Ao serem abordados numa prática docente, os conteúdos estruturantes evocam
outros conteúdos estruturantes e específicos, priorizando relações e interdependências
que, conseqüentemente, enriquecem os processos pelos quais acontecem aprendizagem
em Matemática. A articulação entre os conhecimentos presente em cada conteúdo
estruturante é realizada na medida em que os conceitos podem ser tratados em diferentes
momentos e, quando em situações de aprendizagem possibilitam, podem ser retomados e
aprofundados.
Existem investigações matemáticas que abordam as relações que podem ocorrer
entre os conteúdos matemáticos, por isso se faz necessário uma organização dos
conteúdos curriculares que expresse articulações entre os conteúdos específicos
pertencentes ao mesmo conteúdo estruturante e entre conteúdos específicos pertencentes
a conteúdos estruturantes diferentes, de forma que as significações sejam reforçadas,
refinadas e intercomunicadas, partindo do enriquecimento e das construções de novas
relações.
196
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Para tornar a Matemática significativa deve-se abordar temas atuais como,
afrodescendentes e meio ambiente (agenda 21) entre outros, que trabalhem com a
conscientização e solidariedade dos educandos, utilizando dados estatísticos que mostrem
fatos importantes, a fim de tornar os educandos participativos e agentes da Transformação
Social.
Através de pesquisas relacionadas ao negro e ao mercado de trabalho do país e do
município, realizar análises dos dados, com debates e seminários, de modo a verificar
como as oportunidades estão separadas na sociedade.
Ensinar Matemática está vinculado às reflexões realizadas por educadores
matemáticos que procuram alterar as maneiras pelas quais se ensina Matemática,
destacando-se:
Resolução de problemas: propor ao aluno situações-problemas
caracterizadas por investigação e exploração de novos conceitos estimulando assim
a curiosidades matemáticas;
Modelagem Matemática: auxilia o aluno a se conscientizar da utilidade da
matemática para resolver e analisar problemas do dia-a-dia, através da utilização de
conceitos já aprendidos;
Etnomatemática: valoriza os conceitos informais construídos pelos alunos
através de suas experiências fora do contexto escolar utilizando-os como ponto de
partida para o ensino formal;
História da Matemática: estudar a construção histórica do conhecimento
matemático para levar a uma maior compreensão da evolução dos conceitos
destacando as dificuldades do conhecimento inerentes ao conceito que está sendo
trabalhado.
A abordagem dos conteúdos pode transitar por todas as tendências da Educação
Matemática.
Os avanços já conquistados pela Educação Matemática indicam que, para que o
aluno aprenda Matemática com significado, é fundamental trabalhar as idéias, os conceitos
matemáticos intuitivamente, antes da simbologia, antes da linguagem para que o aluno
aprenda por compreensão, estimulando a pensar, criar, raciocinar e relacionar
197
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
idéias para ter autonomia de pensamento. Para que o processo de ensino-
aprendizagem da Matemática desenvolva um processo ativo, devemos utilizar dos jogos,
da história da Matemática, atividade prática com material concreto e com alto nível de
envolvimento do aluno na tarefa prático-manipulativa e dos meios tecnológicos como
computadores e calculadoras para alcançar uma atitude positiva em relação à Matemática.
Considerando ainda que, como nos ensina Paulo Freire, ensinar exige respeito aos
saberes dos educandos, o processo de ensino-aprendizagem em Matemática deve partir
do conhecimento prévio dos alunos respeitando seu contexto social e suas concepções
espontâneas a respeito desta ciência. Deve-se abandonar o papel de ser apenas um
transmissor de conhecimentos e passar a ver, de fato, os sujeitos como elaboradores do
saber matemático, mas que precisam do professor como mediador.
18.6 - CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO
A avaliação abrangerá todo o trabalho realizado pelo aluno, não ficando restrita a um
só momento ou a uma única forma de avaliar. Ela é parte integrante do processo
desenvolvido com os alunos, onde os mesmos sertão solicitados constantemente a
participar, questionar e criar.
As formas de avaliar serão realizadas da mesma maneira diversificada, através de
relatórios, produção e interpretação de texto, testes, avaliação formal e de múltipla escolha,
trabalhos em grupo, debates, participação efetiva nas atividades e projetos realizados em
sala ou fora dela, pesquisas de campo, construção de modelos.
Os resultados expressos pelos instrumentos de avaliação sejam eles provas,
trabalhos, registros dos alunos, fornecerão ao professor, informações sobre as
competências e habilidades de cada aluno em resolver problemas, em utilizar a linguagem
matemática adequadamente para comunicar suas idéias, em desenvolver raciocínios,
análises e em integrar todos esses aspectos no seu conhecimento matemático.
198
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
As formas de avaliar contemplarão também as explicações, justificativas e
argumentações orais, uma vez que estas revelam aspectos de raciocínio que muitas vezes
não ficam evidentes nas avaliações escritas.
Sempre que houver necessidade, os conteúdos serão retomados e nova avaliação
será realizada, proporcionado aos alunos vários momentos de recuperação paralela no
decorrer no ano.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Rio de Janeiro, SBM.
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Conhecimentos: Rede Geral 3, Programa 26. Rio de Janeiro: FUNDAR, 2000.
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multireferencial. – Congresso Internacional de Educação Pública, In Livro do Congresso.
Rio de Janeiro: SME 2000.
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Blücher/ EDUSP, 1974.
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para o Ensino Médio. Resolução n°3/89 da Câmara de Educação Básica. Brasília, 1999.
BRASIL – Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação
Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Ensino Fundamental – Brasília:
MEC, 1999.
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Domingues. São Paulo, Atual, 1997.
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Gradiva, 2002.
COXFORT, A.F. e SHULTE, A.P.(orgs.). As idéias da Álgebra. Trad. De Higino H.
Domingues. São Paulo, Atual, 1995.
D’AMBRÓSIO, U. Etnomatemática: elo entre as tradições e a modernidade.
Autêntica, Belo Horizonte, 2001.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
DANTE, L.R. Matemática Contexto & Aplicações. Editora Ática, SP, 2001.
DANTZIG, T. Número, a linguagem da Ciência. Trad. Sérgio Goes de Paula. Rio
de Janeiro, Zahar, 1970.
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Letras, 1997.
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SP, 1995.
FETÍSOV, A.L. Sobre a demonstração em Geometria. São Paulo, Moderna, 1990.
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Ciências da natureza e matemática, área de linguagem e códigos e suas
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LIMA, E.L.; et alii. A Matemática do Ensino Médio. 2a Ed.. SBM, RJ, 1996.
LÜCK, Heloísa. Reflexões sobre a prática interdisciplinar – Congresso Internacional
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Matemática – Ensino Médio – SEED – PR. Curitiba, 2006.
MACEDO, Elizabeth Fernandes de. Parâmetros Curriculares e seus temas transversais
in Currículo: Políticas e Práticas, org. Antônio Flávio Moreira, Campinas: Papyrus,
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MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários para a educação do futuro. Rio de
Janeiro: Cortez, 2000.
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS (PCN). Ensino Médio. Brasília, 1998.
PARANÁ, DIRETRIZES CURRICULARES DE MATEMÁTICA PARA O ENSINO MÉDIO.
SEED, Curitiba, 2006.
RANGEL, Carmem Maria. Caleidoscópio in Caderno de Textos. Rio de Janeiro:
FUNDAR, 2001.
RIO DE JANEIRO. Secretaria de Estado Extraordinária de Programas Especiais. Ginásios
Públicos. Diretrizes Gerais. Rio de Janeiro: SEEPE, 1994.
SACRISTÁN, J. Gimeno, et alii. Compreender e transformar o ensino. Porto Alegre:
Artes Médicas, 1998.
200
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
19 - PROPOSTA CURRICULAR DE QUÍMICA
19.1 - APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A química enquanto ciência, estrutura através de teorias, os conhecimentos e
interpretações que o homem adquire da natureza, reagrupa a multiplicidade das
observações e experiências em relação às transformações da matéria, da procura de
novas fontes de energia, do entendimento dos mecanismos de vida e leva a compreender
seu meio e as grandes forças que o dominam.
19.2 - Objetivos Gerais:
Formar um aluno que se aproprie dos conhecimentos químicos e também seja
capaz de refletir
Motivar os alunos de maneira adequada a fim de que os conceitos e os princípios
fundamentais da química sejam assimilados satisfatoriamente, preparando-os para
continuar os estudos em nível superior e/ou resolver questões do cotidiano;
Apreender as transformações químicas a nível macro e microscópio
Expressar e fundamentar opiniões próprias sobre conceitos químicos
Ter autonomia e iniciativa na busca de informações e na resolução de problemas;
19.3 - Objetivos Específicos:
1º ANO
Entender a transformação dos materiais em geral com liberação de energia;
Relacionar a classificação dos elementos com as propriedades e funções dos
mesmos;
201
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Entender a distribuição eletrônica e sua atuação na formação das substâncias;
Saber que as ligações químicas são fundamentais para a existência das diferentes
substâncias e formas de vida;
Compreender as características de cada grupo de função química.
Nomear, escrever as formulas e apresentar as aplicações essenciais dos principais
ácidos, bases, sais e óxidos.
Estabelecer relações quantitativas entre ad grandezas: massa, massa molar, massa
atômica, molecular, etc.
2º ANO
• Interpretar dados sobre as concentrações de soluções. Perceber a importância e
algumas características das soluções usadas no dia-a-dia.
• Relacionar as propriedades dos colóides a fenômenos da natureza.
• Diferenciar os fenômenos da evaporação e ebulição.
• Caracterizar o conceito de pressão de vapor.
• Classificar as relações quanto a energia absorvida ou liberada.
• Calcular a variação de entalpia de reações por intermédio de gráficos de energia,
tabelas ou equações termoquímicas.
• Reconhecer os principais fatores que modificam a rapidez das reações.
• Explicar, pela teoria das colisões moleculares, os fatores que influem na rapidez de
uma reação temperatura, concentração, etc.
• Avaliar a influencia da temperatura, do catalisador, da superfície de contato e da
concentração de reagentes nos processos químicos do cotidiano.
202
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
• Prever a possibilidade de ocorrência de uma reação espontânea.
• Identificar o estado de equilíbrio por meio da analise de gráficos de concentração de
reagentes e produtos em função do tempo. .
• Identificar os principais fatores que podem alterar um sistema químico em
equilíbrio.
3° ANO
• Reconhecer a importância da química orgânica nos dias atuais.
• Caracterizar as principais diferenças entre os compostos orgânicos e
inorgânicos.
• Reconhecer a capacidade do elemento carbono de forma cadeias e classifica-
las.
• Formular e nomear os principais hidrocarbonetos usando a nomenclatura
usual e a reconhecida pela IUPAC.
• Reconhecer formulas representativas da função haletos.
• Reconhecer formulas representativas da funções.
• Escrever os nomes (usual e da IUPAC) e as formulas representativas.
• Reconhecer os principais usos e aplicações industriais das substancias:
metanol, etanol, propanona, etc.
• Dispor as equações de algumas reações importantes dos hidrocarbonetos,
álcoois e ácidos carboxílicos: combustão, oxidação, substituição, adição,
desidratação e esterificação.
• Reconhecer a importância dessas reações nos processos de transformação
das matérias-primas.
203
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
19.4 - Conteúdos:
1º ANO
1.-MATÉRIA E ENERGIA
• Introdução ao Estudo da Química
• Propriedades da matéria
• Substâncias e Misturas
• Métodos de separação
• Fenômeno e Reação Química
• A Matéria
2.-ESTUDO DO ÁTOMO E MODELOS
• Estrutura Atômica
• Modelos Atômicos
• Configuração Eletrônica
3.-TABELA PERIÓDICA
• Classificação dos Elementos Químicos.
• Propriedades dos Elementos Químicos.
4.-LIGAÇÕES QUÍMICAS
• Ligações químicas: iônica, covalente e metálica.
5.-FUNÇÕES QUÍMICAS INORGÂNICAS
• Ácido
• Base.
• Sal
• Óxido
204
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
6.-REAÇÕES QUÍMICAS, CÁLCULOS, MASSA ATÕMICA E MOLECULAR
• reações químicas
• cálculos estequiométricos: lei volumétrica e grau de purezza
• massa atômica, molar e molecular.
2º ANO
1.-SOLUÇÕES E COLÓIDES
• Tipos de soluções.
• Concentração das soluções.
• Análise química e volumétrica.
• Colóides: classificação.
2.-PROPRIEDADES COLIGATIVAS
• Pressão e Ponto de Ebulição
• Efeitos Coligativos: osmoscopia, crioscopia, ebulioscopia e tonoscopia.
3.-TERMOQUÍMICA
• Entalpia e sua variação
• Reações endotérmicas e exotérmicas
4.-CINÉTICA QUÍMICA
• velocidade das reações químicas.
• Ocorrência de reações quìmicas
• Catalisadores
5.-ELETROQUÍMICA
• Pilhas.
• Eletrólise
• Corrosão e proteção de materiais.
• Peças eletrônicas
205
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
6.-EQUILÍBRIOS QUÍMICOS
• Grau de equilíbrio
• Deslocamento de equilíbrio químico.
• Os sais e a previsão do tempo.
7.-RADIOATIVIDADE
• leis
• transmutações
• fenômenos radioativos
• energia nuclear, bombas nucleares, raio X
3º ANO
1.-QUÍMICA ORGÂNICA
• histórico
• Compostos orgânicos e classilicação.
2.-FUNÇÕES ORGÂNICAS
• hidrocarbonetos
• haletos
• álcoois
• aldeídos
• cetonas
• ácidos carboxílicos
• ésteres
• éteres
• aminas
• amidas
• anidridos
• nitrocompostos
206
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
3.-COMPOSTOS ORGÃNICOS NATURAIS
• Petróleo
• Proteínas
• Vitaminas
• Lipídios
• Glicídios
4.-POLÍMEROS
• Polimerização
5.-REAÇÕES ORGÂNICAS
• reações de adição, substituição, eliminação, redução, oxidação, combustão e
esterificação
19.5 – METODOLOGIA DA DISCIPLINA:
É importante que o processo de ensino-aprendizagem parta do conhecimento prévio
dos estudantes, onde se incluem as concepções alternativas (idéias pré-concebidas sobre
o conhecimento de química) ou concepções espontâneas, a partir das quais será
elaborado um conceito científico. Aprender ciência é mais do que o uso de métodos
estabelecidos para comprovação de idéias científicas, é importante fazer com que o
educando leia o mundo em que vive com seus próprios olhos da ciência. Deve-se buscar a
explicação dos fatos, interpretando-os e criando modelos explicativos, dando uma
abordagem dinâmica das interações com a mediação do professor. Cabe considerar ainda
que estes modelos são válidos para alguns contextos e não para todos, ou seja, são
localizados e datados e sua validade termina quando a Teoria não consegue explicar fatos
que eventualmente surgem.
207
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
19.6 - AVALIAÇÃO:
A avaliação é um elemento do processo de ensino e não possui uma finalidade em si
mesma, deve subsidiar e mesmo redirecionar o curso da ação do professor no processo
ensino-aprendizagem, tendo em vista garantir a qualidade do processo educacional
desenvolvido no coletivo da escola. Informa ao professor o que foi apreendido pelo
estudante e ao estudante quais são seus avanços, dificuldades e possibilidades.
Nesse entendimento a avaliação deve ser concebida de forma processual e
formativa, sob as condicionantes do diagnóstico e da continuidade. Esse processo ocorre
por meio de interações recíprocas, no dia-a-dia, no transcorrer da própria aula e não
apenas de modo pontual, portanto sujeita a alterações no seu desenvolvimento.
Em Química, o principal critério de avaliação é a formação de conceitos científicos.
O processo de “construção e reconstrução de significados dos conceitos científicos”
(MALDANER, 2003, p.144) se dá a partir de uma ação pedagógica em que a partir dos
conhecimentos anteriores dos alunos seja permitido aos mesmos o entendimento e a
interação com a dinâmica dos fenômenos naturais por meio de conceitos químicos.
O professor deve utilizar como instrumentos de avaliação: provas escritas, leitura e
interpretação de textos, produção de textos, leitura e interpretação da tabela periódica,
pesquisas bibliográficas, relatórios de aulas em laboratório, apresentação de seminários,
entre outros. Esses instrumentos devem ser selecionados de acordo com cada conteúdo e
objetivo de ensino. A avaliação deverá favorecer o progresso pessoal do aluno no domínio
de conceitos, capacidades e atitudes, habilidades e valores provenientes dos conteúdos de
aprendizagem, na capacidade de criação, na iniciativa em se tomar decisões ,realizar
pesquisas e analisar os elementos que a natureza apresenta e que são significativos e
favorecedores do crescimento pessoal.
Tal prática avaliativa requer um professor que compreenda a concepção de ensino
de Química na perspectiva crítica e que os critérios e formas de avaliação estejam bem
claros para os alunos, como direito que têm de acompanhar todo o processo.
208
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
CARVALHO, Geraldo Camargo de e SOUZA, Celso Lopes de. Química para o ensino
médio. São Paulo: Scipione, 2003.
- Diretrizes Curriculares de Química Para a Educação Básica- SEED- PR, 2006.
FELTRE, Ricardo. Fundamentos da Química.Volume Único. São Paulo. Moderna,
1996.
– Química/Vários autores- Curitiba; SEED-PR 2006.
– Reis, Martha. Química Integral. Volume Único São Paulo. FTD, 1993.
SARDELLA, Antônio. Química – série novo ensino médio. São Paulo: Ática, 2002.
- SARDELLA, ANTÔNIO- Química – Ed Ática, 5ª edição.
USBERCO, João e SALVADOR, Edgard. Química essencial. São Paulo: Saraiva,
2001.
20 - PROPOSTA CURRICULAR DE SOCIOLOGIA
20.1 - APRESENTAÇÃO GERAL DA DISCIPLINA
A consolidação do modo de produção capitalista forjou os elementos necessários
para a constituição da Sociologia como ciência. A consolidação de um mercado onde
produtores individuais compram e vendem mercadorias forneceu as bases para a
compreensão do indivíduo como independente do resto da sociedade (Tomazi, 1993, p.16).
A Sociologia nasce como contraponto a esse individualismo que se arraigou
gradativamente no senso comum, enfatizando a partir de diversas perspectivas o indivíduo
como pertencente a uma sociedade determinada.
Com a constituição da Sociologia desenvolve-se uma nova forma de se pensar a
sociedade, constituindo em uma ferramente indispensável no desenvolvimento de um olhar
crítico dos estudantes sobre a realidade social servindo de contraponto a um senso comum
nitidamente marcado pela hegemonia da visão do mundo das classes dominantes e
potencializando os elementos de bom senso presentes nas classes populares.
209
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
A utilização do termo Sociologia pela primeira vez é atribuída ao filósofo positivista
francês August Comte. Ele visava uma ciência da sociedade, que com a mesma
neutralidade das ciências naturais, seria capaz de resolver a “crise moral” decorrente do
processo de transição do feudalismo para o capitalismo.
“Apesar de sua origem conservadora e da sua proposta inicial conformista, a
Sociologia desenvolveu também um olhar crítico e questionador sobre a sociedade” (Dces).
A tradição socialista, cujo maior representante é Karl Marx, aparece aproximadamente na
mesma época de Comte. Diferente da tradição positivista que “ordena e classifica,
inventaria e registra, acalma e pacifica”, a Sociologia crítica que se desenvolve a partir
dessa tradição “se liga à lógica interna do conflito social, que permite penetrar nos
segredos da fantasmagoria mercantil” (Bensaïd, 2000, p.139). Com Marx, se desenvolve
um pensamento sociológico cujo objetivo é fornecer uma teorica capaz de gerar uma
prática social autônoma das classes populares.
A Sociologia tornou-se uma disciplina acadêmica graças ao esforço de alguns
pensadores do fim do século XIX e início do século XX que procuraram entender a
sociedade de seu tempo. Entre eles, destaque para o francês Emile Durkheim e sua
Sociologia positivista e à Max Weber e sua Sociologia compreensiva. Apesar de
elaborarem sua teoria a partir de um viés mais conservador, as contribuição destes
pensadores foram tão fundamentais quanto às de Marx para a difusão e consolidação da
Sociologia como ciência e para estimular aquilo que Wright Mills chamou de “imaginação
sociológica”, isto é, a compreensão de que nossas ações cotidianas estão ligadas a uma
estrutura social mais ampla. As preocupações e soluções desses pensadores clássicos
constituem no alicerce que se levantou o pensamento sociológico.
Embora até hoje as teorias de Marx, Weber e Durkheim constituam a base do
pensamento sociológico, há que se registrar a observação contida nos Dce's de que: “há
que se compreende que as modificações verificadas nas relações sociais (...) Embora
consolidado, o sistema capitalista não cessa sua dinâmica e assume inéditas formas de
produção, distribuição e opressão, nunca imaginadas pelos precursores do estudo da
sociedade, o que implica novas formas de olhar, compreender e atuar sociologicamente”
(Dces).
210
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
No Brasil,,a Sociologia surge nas três primeiras décadas do século XX, com
destaque a Gilberto Freyre e a questão da “brasilidade”. Mas, é principalmente devido ao
trabalho e ao pensamento de Florestan Fernandez que a Sociologia se desenvolveu e
ganhou o status de ciência acadêmica reconhecida no Brasil. “Forjadas nas universidades
e centros de estudos, as discussões no campo da Sociologia se consolidaram como
importante perspectiva de compreensão das novas dimensões constantes na sociedade
brasileira” (Dces).
Por constituir-se em uma ciência que trabalha diretamente com os interesses dos
atores políticos e sociais, a inserção e extensão da Sociologia no Ensino Médio foi e
continua sendo produto de disputas políticas e sociais.
Também sua forma e conteúdo não escapa dessa dimensão essencial. Por esta
razão, o Dces do estado do Paraná, toma lado: “ao se descartarem a neutralidade, a
imparcialidade, o descompromisso, o conformismo, a ausência de historicidade, propõe-se
uma Sociologia Crítica que analise a realidade em sua perspectiva de prática e crítica
social” (Dces). Considerando a realidade social em que os estudantes desse
estabelecimento de ensino estão inseridos, tal opção apenas pode significar um
desmascaramento e uma desnaturalização das opressões sociais geradas ou alimentas
pelo capitalismo realizada a partir de uma perspectiva dos interresses das classes sociais
subalternas e das minorias excluídas socialmente.
20.2- OBJETIVOS
O ensino da Sociologia no Ensino Médio tem como objetivo geral construir nos
estudantes uma visão desnaturalizada das relações sociais existentes, fornecendo
instrumentos teóricos e conceituais para que os estudantes possam chegar a partir de uma
relação dialógica a uma compreensão crítica e autônoma do processo de socialização dos
indivíduos, levando em consideração toda a diversidade cultural e social do contexto que a
envolve.
Para isto, os objetivos específicos são amplos e variados, entre os quais é possível
destacar: refletir as instituições sociais no seu papel de reprodução das injustiças e nas
suas possibilidades emancipatórias; compreender as dinâmicas imanentes e
211
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
características atuais do mundo do trabalho no modo de produção capitalista a partir da
sua lógica interna de apropriação do sobretrabalho; compreender criticamente o exercício
da política desenvolvendo e estimulando o exercício da cidadania e do protagonismo
popular; estimular a tolerância cultural; desmistificar os mecanismo sociais de exclusão
social; desenvolver a crítica cultural ao individualismo e à lógica mercantil de produção
cultural, etc.
20.3- CONTEÚDOS
A obrigatoriedade da Sociologia nos três anos do Ensino Médio e o fato da
disciplina ainda não ser exercida em sua maioria por profissionais da área, levou o
Departamento de Educação Básica (DEB) à elaborar um uma versão de conteúdos
básicos. Entretanto, como ainda não foi implementada a lei que prevê a obrigatoriedade da
sociologia, alguns conteúdos propostos como básicos ainda não estão incluídos. Caso
contrário, a autonomia da escola estaria comprometida uma vez que a quantidade de
conteúdos básicos sugerido tornaria inviável agregar qualquer outro conteúdo para ser
trabalhado em apenas um ano letivo.
A organização do conteúdo aqui proposta segue uma seqüência lógica que visa permitir
os estudantes compreender a sociedade com uma totalidade, contribuindo para superar
suas atuais visões do mundo que, como senso comum, é marcada pela fragmentação.
Após uma apresentação da origem da disciplina, das principais teorias sociológicas e do
processo de socialização, segue o trabalho pedagógico para entender a forma como as
relações de produção estruturam as demais esferas sociais, ressaltando sempre a
autonomia relativa relativa de cada uma dessas esferas. Com isto, os estudantes podem
chegar a uma compreensão crítica do conjunto das relações sociais.
1º BIMESTRE
Como este é o primeiro contato da maioria dos estudantes com a disciplina, busca-
se aqui demonstrar o objeto da Sociologia e a forma com esta o aborda construindo teorias
muitas vezes divergentes entre si, mas que compreendem sempre o indivíduo a partir de
sua inserção na sociedade e nos grupos sociais.
212
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
O Surgimento da Sociologia e as Teorias Sociológicas
– Formação e consolidação da sociedade capitalista e desenvolvimento da teoria
sociológica
– Teorias sociológicas clássicas: Comte, Durkheim, Weber, Marx e Engels
– O desenvolvimento da sociologia no Brasil: Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Hollanda
e Florestan Fernandez
Processo de Socialização e as Instituições Sociais
– Processo de socialização
– Instituições sociais: família, escola e religião
– Instituições de reinserção: prisões, manicômios, asilos e educandários
– Trata-se de demonstrar a origem e a causa das desigualdades sociais ao longo história
e as características que assumem a apropriação do trabalho excedente na sociedade
contemporânea, assim como estimular a compreensão da centralidade das relações
sociais de produção na organização de uma determinada sociedade.
–
– Trabalho, Produção e Classes Sociais
– Conceito de Trabalho
– O trabalho nas diferentes sociedades e origem das desigualdades
– Organização do trabalho nas sociedades capitalistas e suas contradições
– Teoria da mais-valia e luta de classes
– O mundo do trabalho hoje: taylorismo, flexibilização e o trabalhador precarizado.
– Alienação do trabalho
– Trabalho e emancipação na teoria marxista
213
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
2º BIMESTRE
As contribuições da antropologia para a compreensão das diversas sociedades
serão enfatizadas sendo complementadas pelas abordagens marxistas que ligam a cultura
às relações de dominação presentes na sociedade. Por esta razão, o conteúdo ideologia
foi agregado ao tema da cultura e não ao do poder propriamente dito conforme sugere os
Dces devido à razão de que as noções de indústria cultural e sociedade de consumo
ficariam incompreendíveis sem essa noção.
Cultura, Ideologia e Indústria Cultural
– Desenvolvimento antropológico do conceito de cultura e sua contribuição na análise das
diversas sociedades
– Diversidade Cultural
– Cultura afro-brasileira e africana
– Culturas indígenas
– Conceitos de Ideologia
– Conceitos de Consciência de Classe
– Indústria Cultural
– Sociedade do consumo
– Meios de comunicação de massa
– Neste momento, os conteúdos propostos visam trabalhar com os conceitos e
problemáticas da Ciência e Sociologia Política. Estes conteúdo visam, sobretudo,
estimular uma visão mais ampla sobre a política, compreendendo as ligações destas
com a estrutura de cada sociedade e sua transformação, bem como a necessidade de
uma prática cidadã para a garantia e expansão de direitos.
– Poder, Política e Estado
– Conceitos de Poder
– Conceitos de dominação e legitimidade
214
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
– Conceito de Estado
– As sociedades sem Estado
– Formação e desenvolvimento do Estado Moderno
– Formas de Estado: Democracia, autoritarismo e totalitarismo
– Democracia socialista, comunismo e Ditaduras Estado/Partido
Direito, Cidadania e Movimentos Sociais
– Conceito de cidadania
– Conceito de Movimentos sociais
– Movimento femininista
– Movimentos GLBT
– A questão ambiental e os movimentos ecologistas
– Movimento anti-racista
– Fórum Social Mundial
– Movimento operário
– Movimento Socialista
– Movimentos conservadores
20.4 - METODOLOGIA DA DISCIPLINA
O ensino de Sociologia na Educação Básica pode incorrer em dois erros opostos.
Por um lado, a Sociologia no Ensino Médio corre o risco de ser encarada como uma
simples reprodução da sociologia acadêmica, não dialogando com os estudantes. Por outro
lado, reduzir seu conteúdo visando aproximar dos estudantes, transformando a sociologia
em uma disciplinas de debates, pode contribuir simplesmente para reforçar o senso comum
e não para a sua separação.
A metodologia adequada deve sim partir da experiência dos estudantes. Mas, não
deve limitar-se a ela. Deve ser capaz de colocar os conceitos sociológicos em contato com
esta experiência, potencializando o bom senso, depurando o senso comum em seus
aspectos negativas.
215
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Neste sentido, a aula expositiva dialogada é a metodologia mais adequada. O professor
deve se comportar não como um detentor da verdade, nem como um simples mediador de
debates. Ele deve colocar sua experiência e seus conhecimentos sociológicos em relação
dialógica com os estudantes. Seus posicionamentos devem sempre ser mediado pelos
conceitos sociológicos, demonstrando que a sociologia está em relação direta com nosso
cotidiano. Trata-se de despertar a “imaginação sociológica” (Mills) nos estudantes,
trazendo a compreensão de que sua biografia liga-se à história, que o conhecimento
sociológico diz respeito ao nosso cotidiano.
Entretanto, a aula expositiva não deve ter o monopólio metodológico. Outros meios
devem ser utilizados sempre que possível. Cabe destacar as possibilidades trazidas pela
TV pen-drive para diversificar a metodologia, impedindo que as aulas caiam na monotomia
ou no sempre o mesmo.
Exibição de filmes, em uma sociedade em que a comunicação áudio-visual cumpre um
papel cada vez mais primordial no cotidiano dos estudantes, é a ferramenta adequada para
iniciar uma problematização. Entretanto, o filme não pode ser tomado como um conteúdo
em si ou com um exemplo da realidade. Um filme sempre expressa o ponto de vista de um
diretor e um redator, os quais também estão inseridos na realidade social. Isto é ainda mais
significativo se lembrarmos que vivemos um contexto de indústria cultural.
Charges, músicas, poesias, quadrinhos podem em maior ou menor medida cumprir
a mesma tarefa. A TV pen-drive facilita o uso deste e outros recursos. Mas, a tecnologia
não deve ser tomada de forma fetichista, ela não substitui o papel do professor, cabe a ele
a tarefa de elaborar as problematizações e extrair todo o potencial que esses recursos
podem oferecer.
Dois instrumentos metodológicos são de fundamental importância. Assim como a
matemática não pode ser aprendida sem os “exercícios”, a sociologia não pode ser
aprendida sem a prática da leitura e da pesquisa de campo.
Para as leituras, o professor já dispõe do Folhas, o qual ele deve sempre procurar
trazer novos textos para corrigir suas falhas e preencher as lacunas deste, como todo
material didático, livro possui.
216
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
Considerando que a maioria dos estudantes são trabalhadores, não se pode exigir
pesquisas de campo muito trabalhosas. O próprio ambiente de trabalho, familiar ou escolar
são alternativas que podem facilitar a utilização desse recurso.
20.5- AVALIAÇÃO
A avaliação deve ser vista como um processo. Seus critérios não podem se limitar a
avaliar a capacidade de decorar conceitos ou teorias. Os critérios devem estar de acordo
com os objetivos da disciplina que é o de contribuir para a formação de estudantes críticos
e autônomos. O que deve ser avaliado é o modo como a apreensão de conceitos e teorias
ensinados nas aulas contribuem para a superação do senso comum e do conhecimento
que os estudantes possuam anteriormente.
Provas são recursos sempre úteis, mas suas questões não podem ter um cunho
positivista, devem ser questões abertas e que levem os estudantes à reflexão.
A produção de textos sociológicos a partir do conteúdo das aulas, dos recursos
áudio-visuais, das leituras e das pesquisa de campo é outro recurso que permite avaliar a
capacidade dos estudantes colocarem os conceitos e teorias aprendidos com a realidade
que o circunda.
Por fim, trabalhos de pesquisa que partam de problematização, evitando cópias ou
resumos de produções já existentes, é outro recurso que permite avaliar de acordo com os
critérios estabelecidos acima e suprir os conteúdos que não forem possível serem
trabalhados mais pormenorizadamente em sala de aula.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96 de 20 de
dezembro de 1996. estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial
de 23 de dezembro de 1996.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:
introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1997.
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
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Buenos Aires: Troquel, 1975. p. M375 e 381.
CARVALHO, e. Educação Inclusiva: com os pingos nos is. Porto Alegre: Mediação,
2004.
COLL, C. PALACIOS, J. E MARCHESI, A. (org) (1996) Desenvolvimento Psicológico
e Educação: psicologia da educação. Porto Alegre: ARTMED Editora. Vol.2.
COLL, C. Desenvolvimento Psicológico e Educação: psicologia da educação.
Porto Alegre: ARTMED, 1996,
CURITIBA. Secretaria Municipal da Educação. Diretrizes Curriculares para a
Educação Municipal de Curitiba – vol. I, II e III E IV. Curitiba, 2006.
CURITIBA. Secretaria de Assuntos Educacionais. Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, junho de 1997.
DEMO, Pedro. Desafios Modernos da Educação. 2 ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1993.
Desenvolvimento psicológico e educacional: psicologia da educação, Porto Alegre:
Artes Médicas, 1996.
DIRETRIZES CURRICULARES DO ESTADO DO PARANÁ. Dces
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GADOTTI, M. Uma escola para todos os caminhos da autonomia escolar.
Petrópolis: Vozes, 1990.
HAYDT, R. C. Avaliação do processo ensino - aprendizagem. São Paulo: Ática,
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HOFFMAN, J. Avaliação mediadora. Uma prática em construção da pré-escola à
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IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico – 2000.
Arquivo dos Microdados. Rio de Janeiro, 2000.
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LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar. 14 ed. São Paulo: Cortez,
LUCKESI. C. Avaliação da Aprendizagem Escolar. PARANÁ. Secretaria Resolução n.
3,564/82. Autorização.
MANTOAN, M.T.E. Caminhos pedagógicos da inclusão 2002.
MIRAS, M. SOLÉ, I. A evolução da aprendizagem e a evolução do processo de
ensino e aprendizagem in Coll, C., PALACIOS, J., MARCHESI, ª
MILLS, Wright. A imaginação sociológica. São Paulo: Zahar, 1965.
NÉRICI, I.G. Metodologia de ensino: uma introdução. São Paulo: Atrlas, 1997.
OLIVEIRA, G.P. de Avaliação formativa nos cursos superiores: verificações
qualitativas no processo de ensino – aprendizagem e a autonomia dos educandos.
WWW. Campus. Oie.org.br
PERRENOUD, P. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens. Porto
Alegre: Artmed, 1999.
_________. 10 novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2000.
TOMAZZI, Nelson. Iniciação à Sociologia. São Paulo: Atual, 1993.
VASCONCELLOS, Celso. Superação da Lógica Classificatória e Excludente da
Avaliação – Do “é proibido reprovar” ao é preciso garantir a aprendizagem – São Paulo:
Libertad, 1998. 11ª ed. ( Cadernos Pedagógicos do Libertad; v.5).
VEIGA, Ilma Passos Alencastro & RESENDE, Lúcia Maria Gonçalves (org.) Escola:
espaço do projeto político pedagógico 10ª ed. Campinas, SP: Papirus, 1998.
219
ANEXOS
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PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
VISÃO GERAL HISTÓRICA DAS LEIS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
• “Todos os seres humanos nascem livres e iguais, em dignidade e direitos...(Art.
1º),... sem distinção alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de
religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou social, de fortuna, de
nascimento ou de qualquer outra situação” (Art. 2º).
• Em seu Artigo 7º., proclama que “todos são iguais perante a lei e, sem distinção,
têm direito a igual proteção da lei...”
A INCLUSÃO COMO UMA FORÇA PARA A RENOVAÇÃO DA ESCOLA
A recuperação do sentido de nosso ofício de mestre não passará por desprezar a
função de ensinar, mas reinterpretá-la na tradição mais secular, no ofício de ensinar a ser
humanos. Podemos aprender a ler, escrever sozinhos, podemos aprender geografia e a
contar sozinhos, porém não aprendemos a ser humanos sem a relação e o convívio com
outros humanos que tenham aprendido essa difícil tarefa. Que nos ensinem essas artes,
que se proponham e planejem didaticamente essas artes. Que sejam pedagogos, mestres
desse humano ofício.
(Arroyo, 2000, p. 54)
VISÃO GERAL HISTÓRICA
• No Artigo 26º, proclama, no item 1, que “toda a pessoa tem direito à educação. A
educação deve ser gratuita, pelo menos a correspondente ao ensino elementar
fundamental. O ensino elementar é obrigatório. O ensino técnico e profissional deve ser
generalizado..”;
221
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
• No item 2, estabelece que “educação deve visar à plena expansão da
personalidade humana e ao reforço dos direitos do Homem e das liberdades
fundamentais e deve favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as
nações e todos os grupos raciais ou religiosos...”
• O Artigo 27º proclama, no item 1, que “toda a pessoa tem o direito de tomar parte
livremente na vida cultural da comunidade, de usufruir as artes e de participar no
progresso científico e nos benefícios que deste resultam”.
• De maneira geral, esta Declaração assegura às pessoas com deficiência os
mesmos direitos à liberdade, a uma vida digna, à educação fundamental, ao
desenvolvimento pessoal e social e à livre participação na vida da comunidade.
• Os países relembram que “a educação é um direito fundamental de todos,
mulheres e homens, de todas as idades, no mundo inteiro”.
• Declararam, também, entender que a educação é de fundamental importância
para o desenvolvimento das pessoas e das sociedades, sendo um elemento que “pode
contribuir para conquistar um mundo mais seguro, mais sadio, mais próspero e
ambientalmente mais puro, e que, ao mesmo tempo, favoreça o progresso social,
econômico e cultural, a tolerância e a cooperação internacional”.
DECLARAÇÃO DE JOMTIEN
• Tendo isso em vista, ao assinar a Declaração de Jomtien, o Brasil assumiu,
perante a comunidade internacional, o compromisso de erradicar o analfabetismo e
universalizar o ensino fundamental no país.
• Para cumprir com este compromisso, o Brasil tem criado instrumentos
norteadores para a ação educacional e documentos legais para apoiar a construção de
sistemas educacionais inclusivos, nas diferentes esferas públicas: municipal, estadual e
federal.
• Nela, os países signatários, dos quais o Brasil faz parte, declararam:
222
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
• Todas as crianças, de ambos os sexos, têm direito fundamental à educação e
que a elas deve ser dada a oportunidade de obter e manter um nível aceitável de
conhecimentos;
• Cada criança tem características, interesses, capacidades e necessidades de
aprendizagem que lhe são próprios;
• Os sistemas educativos devem ser projetados e os programas aplicados de modo
que tenham em vista toda a gama dessas diferentes características e necessidades;
• As pessoas com necessidades educacionais especiais devem ter acesso às
escolas comuns, que deverão integrá-las numa pedagogia centralizada na criança,
capaz de atender a essas necessidades;
DECLARAÇÃO DE SALAMANCA
• As escolas comuns, com essa orientação integradora, representam o meio mais eficaz
de combater atitudes discriminatórias, de criar comunidades acolhedoras, construir uma
sociedade integradora e dar educação para todos;
• A Declaração se dirige a todos os governos, incitando-os a:
• Dar a mais alta prioridade política e orçamentária à melhoria de seus sistemas
educativos, para que possam abranger todas as crianças, independentemente de suas
diferenças ou dificuldades individuais;
• Adotar, com força de lei ou como política, o princípio da educação integrada, que
permita a matrícula de todas as crianças em escolas comuns, a menos que haja razões
convincentes para o contrário;
• Criar mecanismos descentralizados e participativos, de planejamento, supervisão e
avaliação do ensino de crianças e adultos com necessidades educacionais especiais;
• Promover e facilitar a participação de pais, comunidades e organizações de pessoas
com deficiência, no planejamento e no processo de tomada de decisões, para atender a
alunos e alunas com necessidades educacionais especiais;
223
PROPOSTA PEDAGÓGICA DO COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR ELZEÁRIO PITZ – E.M
• Assegurar que, num contexto de mudança sistemática, os programas de formação do
professorado, tanto inicial como contínua, estejam voltados para atender às
necessidades educacionais especiais, nas escolas integradoras.
• A Assembléia Geral das Nações Unidas sobre a Criança, analisou a situação mundial
da criança e estabeleceu metas a serem alcançadas.
• Entendendo que a educação é um direito humano e um fator fundamental para reduzir
a pobreza e o trabalho infantil e promover a democracia, a paz, a tolerância e o
desenvolvimento, deu alta prioridade à tarefa de garantir que, até o ano de 2015, todas
as crianças tenham acesso a um ensino primário de boa qualidade, gratuito e
obrigatório e que terminem seus estudos.
• Ao assinar esta Declaração, o Brasil comprometeu-se com o alcance dos objetivos
propostos, que visam a transformação dos sistemas de educação em sistemas
educacionais inclusivos.
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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
MATRIZ CURRICULAR PARA O ENSINO MÉDIO POR BLOCOS DE DISCIPLINAS SEMESTRAIS
ESTADO DO PARANÁSECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
NRE: AM SUL MUNICÍPIO: 0180 ARAUCÁRIA
ESTABELECIMENTO: 01446 – COL. EST. PROFº ELZEÁRIO PITZ – EM ENDEREÇO: R. BEGÔNIA, 1051 CAMPINA DA BARRA
FONE: (041)3552-4507ENTIDADE MANTENEDORA: GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁCURSO: 0010- ENSINO MÉDIO
ORGANIZADO POR BLOCOS DE DISCIPLINAS SEMESTRAIS
TURNO: NOITE
ANO DE IMPLANTAÇÃO: 2011FORMA: (Simultânea) MÓDULO: 20 SEMANAS
1ª, 2ª e 3ª SÉRIES BLOCO 1 H. A . BLOCO 2 H. A .BIOLOGIA 04 ARTE 04ED FÍSICA 04 FÍSICA 04FILOSOFIA 03 GEOGRAFIA 04HISTÓRIA 04 MATEMÁTICA 06
LEM – INGLÊS 04 SOCIOLOGIA 03LEM – ESPANHOL (*) 04 QUÍMICA 04
LÍNGUA PORTUGUESA 06Total Semanal 29 Total Semanal 25
Matriz Curricular de acordo com a LDB n.º 9394/96
*Disciplina de matrícula facultativa ofertada no turno contrário, no CELEM.
ARAUCÁRIA, 10 DE NOVEMBRO DE 2010.
______________________________________JOSÉ CARLOS ROSA
DIRETOR
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