projeto político iv semana pela democratização da comunicação

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1 ENECOS IV Semana pela Democratização da Comunicação

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Projeto Político da Iv Semana Democom

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Page 1: Projeto Político IV Semana pela Democratização da Comunicação

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ENECOS

IV Semana pela Democratização da

Comunicação

Page 2: Projeto Político IV Semana pela Democratização da Comunicação

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João Pessoa, agosto de 2009

Sumário

1.Histórico da ENECOS....................................................................................................3

2.Apresentação .................................................................................................................4

3. Justificativa ..................................................................................................................5

4. Objetivos .....................................................................................................................11

4.1 Objetivos Gerais........................................................................................................11

4.2. Objetivos Específicos...............................................................................................11

5.Metodologia..................................................................................................................12

6. Programação.............................................................................................................16

7. Referências Bibliográficas.................................................................................17

Page 3: Projeto Político IV Semana pela Democratização da Comunicação

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1. Histórico da ENECOS

A ENECOS (Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social) é

uma entidade representativa dos estudantes de comunicação que atua há dezoito anos e

tem por objetivo organizar os estudantes nas escolas através de três principais bandeiras,

são elas: Democratização da Comunicação, Combate as Opressões e Qualidade da

Formação do Comunicador.

A ENECOS, na sua atual estrutura, surgiu em 1991, com uma dinâmica

diferente, organizando os estados em coordenações regionais e tento uma coordenação

nacional. A ENECOS atua hoje através dos GET's (Grupo de Estudo e Trabalho), sendo

esses GETs criados no Cobrecos (Congresso Brasileiro dos Estudantes de Comunicação

Social). Esses grupos têm por característica aprofundar as discussões sobre os temas que

o movimento estudantil de comunicação defende e também definir quais são as políticas

de atuação da executiva ao longo do ano.

Hoje a ENECOS está se reorganizando depois de dois anos conturbado com

comissão gestora e sem gestão nacional. As regionais e a gestão nacional estão

participando das discussões sobre mudança dos currículos dos cursos de comunicação,

participando da discussão do diploma do jornalista nos diversos estados, porém

defendendo um debate que envolva a Regulamentação da profissão do Comunicador.

Participa ativamente da construção da I Conferência Nacional de Comunicação, porém

defende uma conferência democrática e que tenha mais participação dos Movimentos

Sociais. Está presente nas várias manifestações dos estudantes e dos movimentos sociais

lutando por melhores condições na educação e no trabalho participando das greves e

ocupações de reitorias.

A ENECOS atua em quase todas as regionais do país aglutinando cada vez

mais os estudantes em torno das suas bandeiras. Os Encontros Nacionais e Regionais

estão enfatizando a importância da organização dos estudantes e que esta organização

esteja ligada aos Movimentos Sociais da cidade e do campo, para que o Movimento

Estudantil não fique limitado aos temas da educação esquecendo de formar

comunicadores populares que estejam envolvidos com a luta do povo.

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2. Apresentação: O que é a Semana pela Democratização da Comunicação?

A Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social acredita que só

há uma sociedade democrática, se a comunicação deste país também for democrática.

Acredita que todos têm o direito à comunicação e que para superar com a concentração

destes meios nas mãos pequenos grupos é necessário que a sociedade produza e veicule

seus próprios produtos comunicacionais. Por isto, a executiva promove a Semana pela

Democratização da Comunicação, em diversos estados do país, com o objetivo de

debater a concentração dos meios de comunicação e dialogar com os Movimentos

Sociais e entidades que lutam pela descentralização desses meios e para dar voz àqueles

que fazem uma comunicação popular, livre e democrática.

A comunicação é fundamental para que os movimentos sociais e a sociedade

civil organizada possam difundir seus ideais, suas lutas para que seja garantida a

pluralidade de opiniões veiculadas num país. A semana Democom é organizada pelos

estudantes que atuam dentro da ENECOS e que dialogam com os movimentos

populares e com as bandeiras da democratização dos meios de comunicação, pois a

executiva entende que a comunicação tem um poder importante na transformação

social.

Esta semana é uma atividade do GET de Democratização da Comunicação. Na

Paraíba aconteceram três semanas pela Democratização da Comunicação, a primeira a e

segunda, 2005 e 2006, foram organizadas pelo Coletivo Paraíba ENECOS; A terceira

semana foi organizada pelo Coletivo de estudantes de Comunicação Social COMjunto

que atua na ENECOS. Esta decisão foi tomada após a participação do coletivo no XXIX

Encontro Nacional dos Estudantes de Comunicação Social, em Niterói. Nestas semanas

sempre foi objetivo dialogar com as rádios comunitárias, os jornais de bairro e os

movimentos sociais para a construção de uma comunicação livre e realmente

democrática.

“Democratizando a Comunicação. Fortalecendo a cidadania” foi o tema da III

Semana Democom que foi articulada pelo Coletivo COMjunto/ENECOS. A III Semana

pela Democratização da Comunicação aconteceu no Departamento de Comunicação

Social da UFPB reunindo além de estudantes, movimentos de rádio livre, Movimento

dos Sem Terra, ABRAÇO e a ONG Amazona. Na semana aconteceram rodas de

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diálogos, painéis, núcleos de vivência nas comunidades, oficinas, momentos artísticos

culturais sempre com o objetivo de discutir a comunicação na nossa sociedade. Foi

durante a III semana Democom que as discussões sobre Conferência Nacional de

Comunicação voltaram para a Paraíba, articulando os movimentos e entidades que hoje

compõem a Comissão Pré-Conferência.

Sendo assim, esta atividade atingiu proporções gigantescas em relação a

proposições sobre democratização da internet, do ar, da televisão, ou seja, da

comunicação, que precisa aglutinar não só estudantes, mas também todos os

movimentos que fazem e pensam uma comunicação popular. A semana serve para

reunir esses movimentos e mostrar que, mesmo com as fragmentações das organizações,

todos estão lutando pelo mesmo objetivo, que é chegarmos a uma sociedade realmente

democrática e àqueles que a fazem tenham um papel fundamental nesta transformação

social.

3. Justificativa

O ar é o espaço onde se é trafegado um bem público, a informação. É por meio

do espectro eletromagnético que as emissoras de rádio e TV transmitem o conteúdo das

suas programações, respaldadas por concessões públicas autorizados pelo Estado. E

toda essa extensão é restringida pelo comando de meia dúzia de concessionárias de

comunicação, que controlam esse espaço por 15 anos ou mais, sem prestar conta do

conteúdo que veicula aos verdadeiros donos por direito dessa esfera, o povo.

As corporações da mídia confinam seu discurso na representação de uma

realidade esvaziada de conteúdos de interesse público, divulgam clichês e reforçam

estereótipos. Tratam a informação como produtos de rápido consumo, para que a roda

do lucro não deixe de girar. Tudo isso outorgadas por uma República antidemocrática, e

visivelmente aliançada a esses interesses.

Os mecanismos de controle público sobre a programação da mídia não são

divulgados. Muitos cidadãos sequer reconhecem que as decisões sobre os assuntos

abordados nesses veículos deveriam ser reguladas pelo Estado. O tratamento da

informação, de acordo com o capítulo 5 - de “Comunicação Social” - da Constituição,

deve ter finalidades educativas, culturais, informativas, além do estímulo à produção

independente, artística e jornalística, entre outras contemplações.

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No entanto, ao se debruçar no atual contexto da comunicação no Brasil,

presencia-se a derrocada dessa lei e de outras regulamentações. A violação da liberdade

de expressão, o desrespeito ao indivíduo, a discriminação dos movimentos sociais,

como os das mulheres, negros, indígenas e homossexuais, são reproduzidos pela grande

mídia. Além do estabelecimento de padrões estéticos e morais que garantem a

perpetuação de preconceitos.

As mulheres são expostas à degradação da sua sexualidade e do seu corpo.

Este é modelado e fetichizado para que se enquadre nos padrões do mercado simbólico.

Os homossexuais são ridicularizados e exibidos como pervertidos sexualmente e são

rechaçados nos programas e telenovelas. O discurso dominante da mídia ainda

criminaliza os movimentos sociais como os de Classe, os movimentos dos Sem-Terra,

Sem-Teto, entre muitos outros. O MST é “satanizado”, suas ações de reivindicação são

apresentadas como atentado às leis e à ordem pública. Sem espaço para a expressão dos

seus anseios, a imagem do movimento dos Sem-Terra acaba sendo consolidada como

intolerantes e violentos.

A exploração caricatural da imagem do nordestino também é uma constância

na grande mídia. O discurso homogeinizante de uma representação rústica, atrasada e

até mesmo violenta é veiculado nos programas, novelas e telejornais. Este último

descarta pautas importantes do Nordeste e veicula apenas imagens que reforçam

estereótipos, como a de uma região subdesenvolvida alheia aos centros de decisões da

sociedade.

Os veículos de comunicação corporificam o nordeste com o que há de mais

arcaico. Os principais jornais e telejornais sulistas apresentam o Nordeste como uma

região rural, bárbara e assolada permanentemente pela seca. A produção desse discurso

conferiu aos nordestinos determinadas características estigmatizadas no que diz respeito

aos aspectos culturais, sociais e morais. É comum a encenação, na programação da

grande mídia, de personagens nordestinos pitorescos, que falam errado e se vestem de

forma exagerada. Essas representações são fixadas como padrões e acabam sendo

solidificadas pelo imaginário nacional.

É possível presenciar ainda o desrespeito à liberdade de crença e religião.

Algumas igrejas adquirem um amplo espaço na grande mídia, agredindo o direito de

expressão dos mais diversos credos, além de constituir uma ameaça para a democracia.

A armadilha à tolerância e a diversidade é montada por meio da grande abertura dada

aos religiosos na aquisição de concessões públicas de radiodifusão. A Igreja Universal

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do Reino de Deus, por exemplo, construiu um império de 23 emissoras de TV e 40 de

rádio. Há ainda 19 empresas registradas no nome de 32 de seus membros.

Por preceito constitucional “é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal

e aos Municípios: I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas subvencioná-los,

embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de

dependência ou aliança...” (CF/88 - Art. 19.). Em tese, o Estado não poderia outorgar

concessões públicas de radiodifusão para a promoção de cultos religiosos. Mas, o poder

político de muitos líderes “carismáticos” pressiona o Estado a conceder outorgas,

ganhando o direito de serem donos de emissoras de rádio e TV. Se encarada como uma

forma de manifestação cultural, a representação religiosa nas emissoras privilegia

apenas os que podem pagar por ela. As religiões africanas, por exemplo, são

desprovidas de acesso às emissoras por falta de poder político e econômico.

E é com um Estado que corrobora com essa realidade, travando pactos com as

empresas e permitindo que políticos e religiosos sejam concessionários, que se faz

urgente a participação da população no controle da mídia. É preciso reconhecer que esse

espaço é necessariamente público, onde a população se sinta verdadeiramente

representada. Compreender a comunicação como um direito, não é apenas exigir ações

do Estado na fiscalização e controle de conteúdos e espaços para expressão, mas sim,

lutar por meios de participação efetiva.

Desde 27 de agosto de 1962, quando o Código Brasileiro das

Telecomunicações (CBT) foi aprovado, que a farra da distribuição de concessões faz

história no Brasil. Em 63, os decretos 52.795 e 52.026 estabeleceram limites de validade

para as concessões de 15 anos para TV e 10 anos para rádio. A regulamentação para

outorgas de TVs educativas foi promulgada apenas em 1967. No entanto, o que

prevalece ainda são brechas e omissões ao respeito a essas legitimações.

A renovação de concessões no Brasil segue apenas critérios econômicos. Se a

concessionária paga seus impostos em dia, a concessão é renovada. Além disso, desde o

governo FHC com o ministro Sérgio Mota no Ministério das Comunicações, a

exploração de concessões de radiodifusão é decidida com base nesse princípio. Por

meio do decreto 1720/95 quem tivesse interesse em obter concessões de rádio e TV teria

que pagar por elas. Isso privilegia apenas as empresas com maior poder aquisitivo,

independente do teor dos conteúdos que pretende veicular.

O desrespeito ao bem público vai ainda mais longe. Desde a década de 70 que

seis grupos de empresas controlam 90% dos canais de rádio e TVs existentes. Esse

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domínio é garantido por meio de 138 grupos afiliados, donos de 668 veículos de Tvs a

jornais impressos, que retiram o direito de 180 milhões de habitantes à expressão livre e

independente.

Dentre elas a Rede Globo de Televisão, que no período da ditadura militar

funcionou como um escudo de proteção ao regime, se impondo como mantedor da

censura no país. A repressão no setor de comunicação é assegurada pela distribuição de

concessão a políticos em troca de favores e alianças. O governo FHC autorizou 357

concessões educativas sem licitação para distribuição entre políticos aliados.

Na gestão do presidente Lula as irregularidades permaneceram. O próprio

ministro das Comunicações Hélio Costa, é concessionário de Rádio mesmo sendo ilegal

a permissão de concessão de Radiodifusão a parlamentares. É ainda nesse governo que

se assiste ao processo antidemocrático de renovações, a perseguição às rádios

comunitárias e a falta de diálogo com a sociedade.

Questões sobre concessões não são abertas para discussões coletivas. O direito

de permanência de concessão por 15 anos, por exemplo, não é discutido junto à

população, nem é debatido ainda os tramites de distribuição e renovação de concessões.

Ainda se é infringido leis que regulamentam o conteúdo programático nos veículos, não

sendo este o critério de análise para permissão de renovações.

Na Paraíba a fanfarreada das concessões também é conduzida com maestria. A

TV Miramar, por exemplo, do empresário João Gregório é mantida pela Fundação

Virgínio da Gama e Melo. Esta, recebeu a outorga para executar serviços de

radiodifusão de sons e imagens, com fins exclusivamente educativos em João Pessoa.

Dessa forma, todo o conteúdo da TV Miramar deveria seguir uma programação voltada

para uma “informação destinada à transmissão de programas educativo-culturais, que,

além de atuar em conjunto com os sistemas de ensino de qualquer nível ou modalidade,

vise à educação básica e superior, a educação permanente e a formação para o trabalho,

além de abranger as atividades de divulgação educacional, cultural, pedagógica e de

orientação profissional”.(Lei 9.637). Mas no dia a dia, sua programação não atende a

nenhum dos requisitos impostos para seu funcionamento.

A irregularidade da TV Miramar é acrescida pela divulgação de propagandas

mesmo sendo proibido por Lei. De acordo com o Art. 13 do decreto-lei nº. 236 “as

televisões e rádios educativas não têm caráter comercial, sendo vedada a transmissão de

qualquer propaganda, direta ou indiretamente.” Segundo o Art. 19 da lei 9.637 as

entidades de radiodifusão educativas podem apenas “receber recursos e veicular

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publicidade institucional de entidades de direito público ou privado, a título de apoio

cultural, admitindo-se o patrocínio de programas, eventos e projetos, vedado a

veiculação remunerada de anúncios e outras práticas que configurem comercialização

de intervalos.”

A programação da TV paraibana não representa verdadeiramente o povo do

seu Estado. A falta de conteúdos que valorizem a cultura, os anseios populares e a

diversidade são substituídos por programas sensacionalistas e vazios de temáticas

reflexivas. As emissoras veiculam os aspectos degradantes da sociedade, além de

exaltarem a própria violência que “desejam” combater, ou seja, elas repetem o mesmo

discurso da mídia nacional popularesca. Os maiores exemplos desse tipo de

programação no Estado são as transmissões do programa „Correio Verdade‟, veiculado

pela Rede Record. Seu slogan se refere a uma comunicação popular, com um

apresentador caricatural que se diz representante do povo. E o jornal „Já‟ do jornalista e

empresário Walter Galvão traz como maior destaque a banalização da vida humana.

Não há também dispositivos no Brasil que impeçam a formação de

monopólios. Há, no entanto, facilitadores oficiais que asseguram a permanência desse

quadro. O Estado brasileiro segue distribuindo, por exemplo, verbas públicas para

grandes empresas, por meio do critério antidemocrático de maior audiência. Permite

ainda renovações de concessão sem nenhuma determinação pública, e que políticos,

grupos religiosos e a elite do país ditem as regras do funcionamento da mídia.

O combate à monopolização dos veículos de comunicação e a utilização

abusiva desses espaços de informação, serão efetivados quando houver um trabalho de

formação de uma visão crítica sobre os conteúdos veiculados. É necessário que se

desperte cidadãos conscientes do seu papel de fiscais e gestores da informação, e que ao

mesmo tempo se posicionem como sujeitos ativos no processo de produção da

comunicação.

Por ser, a comunicação, um espaço essencialmente público, ela deve estar sob

o controle da população. As práticas de regulamentação das atividades comunicacionais

devem ser garantidas pela coletividade, consciente do seu direito de exigir um espaço de

expressão aberto, popular e independente. É por meio da organização entre as forças

populares da sociedade que a pressão sobre o Estado de direito, no cumprimento do

dever de regular a comunicação, se torna mais eficiente.

O direito da população de participar dos processos comunicacionais, via

controle público, deve estar aliada ao amadurecimento das instituições do Estado. No

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Brasil, a não execução das obrigações legais é comum, principalmente quando se trata

do setor de comunicação. Não há sequer órgãos regulatórios – presentes, por exemplo,

nos setores da saúde e educação, porém, o que existe é a prevalência de um quadro

aviltante de centralização da comunicação nas mãos da classe dominante.

Sem espaços institucionalizados a sociedade fica a mercê das decisões do

Estado. As consultas à população sobre o exercício da comunicação no país são

limitadas e ocorrem, na maioria das vezes, por meio de questionários via Internet. Elas

objetivam apenas levantar posicionamentos, não tratando, dessa forma, como tomadas

de decisões por parte da população.

O desrespeito ao cidadão é fortalecido também pelo conteúdo veiculado na

grande mídia. Nela, não é resguarda a diversidade do povo brasileiro e não representa

nada além dos interesses de uma minoria, preocupada em vender produtos simbólicos

cobertos por preconceitos, desigualdades e injustiças. Não há legislação ainda que seja

responsável em viabilizar a veiculação de material produzido nas comunidades, e que

divulgue a diversidade e a realidade específica da população.

É preciso reconhecer, dessa forma, que o poder legítimo sobre os processos

comunicacionais deve estar sob comando do povo. É a população que através do

controle público deve decidir sobre as questões do fazer comunicação no país, e assumir

uma postura de agente transformador.

Nesse sentido, a IV Semana de Democratização da Comunicação, realizada

pelo Coletivo dos Estudantes de Comunicação Social da UFPB (COMjunto), pretende

trazer a discussão sobre controle público da mídia, como condição primordial para se

democratizar este setor tão importante para a sociedade. O tomar parte da população,

via controle público, no acompanhamento das concessões e do conteúdo veiculado é

garantir a pluralidade de vozes e o direito a informação de qualidade.

A construção dessa discussão junto aos estudantes, a comunidade e aos

movimentos sociais, é imprescindível para se pensar uma comunicação coletiva. Pois, o

caráter de uma comunicação democrática deve ser baseado no interesse público, de

forma que todos os indivíduos e os mais diversos grupos sociais tenham oportunidade

de fazer e participar de uma mídia mais justa e independente.

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4. Objetivos

4.1 Objetivos Gerais

A IV Semana pela Democratização da Comunicação que vai ser realizada nos

dias 19, 20, 21, 22 e 23 de outubro de 2009 é uma atividade desenvolvida

nacionalmente e tem por objetivo aglutinar atividades e discussões acerca do tema,

destacando a importância do controle público da mídia e da sociedade. O tema é

importante e merece ser discutido, visto que o espaço midiático nas mãos da população

ampliaria a pluralidade de visões e a diversidade de meios de produção de comunicação

que são essenciais para a construção de uma sociedade democrática, bem informada e

capaz de analisar criticamente as informações.

Entendendo que a relação entre a sociedade e comunicação são indissociáveis, o

Coletivo COMjunto aponta para necessidade de fazer desse evento um instrumento de

conscientização da população e um grande passo para o estreitamento de laços entre a

academia e os movimentos sociais.

4.2. Objetivos Específicos

A partir das atividades promovidas nesta edição, formular propostas para a I

Confecom - PB.

Ampliar o debate sobre os mecanismos de controle social e da mídia.

Mobilizar os estudantes em torno da construção do ENECOM Paraíba.

Promover o intercâmbio cultural e cientifico entre os estudantes, movimentos

sociais e a comunidade em geral, valorizando a cultura e a história em todo

Estado da Paraíba;

Construir laços com os mais diversos movimentos sociais através da discussão

sobre a democratização dos meios de comunicação e os meios de controle social;

Lutar contra a criminalização dos movimentos sociais e combater os diversos

tipos de opressões existentes na sociedade brasileira e principalmente paraibana.

Promover o reconhecimento da comunicação como um direito humano.

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5. Metodologia

Painéis:

Os painéis têm por objetivo ser um espaço de formação e momento de

aprofundar sobre os conhecimentos dos participantes. Serve para possibilitar trocas de

experiências entre a plenária e os facilitadores, e que seja uma ocasião que envolva não

só o público universitário, mas também, comunidades e movimentos populares. Antes

de iniciar as falas dos facilitadores, cada espaço terá uma intervenção que será elaborada

pela comissão de cultura. Esta comissão se baseará, para a intervenção, no tema de cada

painel. Neste espaço também terá um mediador que tem como objetivo provocar o

debate entre os painelistas por meio de questionamentos.

1º Bloco: Os Painéis terão tempo máximo de três horas, tendo três painelistas e um

mediador. Serão vinte minutos de explanação para cada facilitador.

2º Bloco: Em seguida será aberto para perguntas e posicionamentos da plenária. Após

este momento, os palestrantes responderão aos questionamentos.

3º Bloco: Para finalizar será aberto espaço para a plenária colocar os posicionamentos e

as conclusões, em seguida os facilitadores concluirão o espaço, colocando suas

impressões em relação ao tema.

1. Intervenção (comissão de cultura) (10min)

2. Palestrantes: 20 mim para cada. (60min)

3. Perguntas: 1 mim para dez pessoas da plenária (10mim)

4. Respostas: 5 min. para cada palestrante (15 min.)

5. Conclusões: 10min para a plenária concluir e 15min para a finalização dos

facilitadores.

Rodas de diálogos e espaços auto-gestionados:

Page 13: Projeto Político IV Semana pela Democratização da Comunicação

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As rodas de diálogos e os espaços auto-gestionados, que acontecerão nos

centros do Campus I da UFPB, terão por objetivo reunir, paralelamente, discussões

variadas que envolvam temáticas da comunicação no Brasil. Neste espaço terão dois

facilitadores, tendo cada um dez minutos para explanar sobre o assunto que a roda

propõe. Após essa explicação, o debate será aberto para que os participantes coloquem

seus posicionamentos e proponham soluções e atividades para a temática.

Oficinas:

As oficinas têm como objetivo propor ações para o ato. Elas reunirão

movimentos populares que irão facilitar os espaços e terão temáticas variadas, como

Intervenção Urbana, Hip-Hop, Teatro do Oprimido e Percussão.

Ato:

Este espaço tem por objetivo reunir os estudantes, movimentos sociais, rádios

comunitárias, e entidades que defendam uma comunicação democrática para ocupar as

ruas para que os questionamentos sobre a comunicação no Brasil se aproximem da

população. O ato terá intervenção do teatro do oprimido em praça pública e na câmara

municipal de João Pessoa. Esta intervenção será elaborada na oficina durante os dois

primeiros dias da semana Democom. A sessão na câmara será um espaço para discutir

as concessões públicas de rádio e Tv no Brasil e terá intervenção dos estudantes e dos

movimentos populares.

Oficinas de vivência:

As oficinas de vivência têm por objetivo integrar a universidade com os

movimentos populares de bairro presentes na construção da semana Democom. Essas

oficinas acontecerão nas comunidades e serão organizadas pelos moradores ou pelos

universitários.

Cinema de Casa vai a Praça:

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O Cinema de Casa vai a Praça tem como objetivo levar para diferentes espaços

discussões sobre o audiovisual paraibano. As exibições de três curtas ocorrerão em três

comunidades de João Pessoa. As sessões contarão com a presença dos produtores quer

farão um debate sobre as possibilidades e as dificuldades de se produzir audiovisual na

Paraíba.

Simpósio:

O Simpósio será um espaço para a apresentação de trabalhos acadêmicos com

os seguintes eixos temáticos: Comunicação Comunitária, Comunicação e Política,

Cibercultura e Educomunicação. O simpósio aglutinará trabalhos escritos e

audiovisuais. O objetivo deste espaço é expor a produção acadêmica dos estudantes de

Comunicação Social.

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6. Programação

.HORÁRIO Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira

9h às 12h Painel: Confecom, o Minicom e

as possibilidades de novas

políticas para as comunicações

-Gustavo Gindri- Intervozes( SP)

_ Andréa Chaves ENECOS( BA)

_Jane Meire ABRAÇO (PB)

-CPC( mediador)

Espaços Auto- gestionados no

DECOM:

_AI5 digital: censura nas ondas da

internet e Cibercultura.( Cláudio

Paiva, Lavid, grupo do Ifet)

_ Discursos da mídia sobre a marcha

da maconha( Coletivo da marcha da

maconha)

_A regionalização dos conteúdos: O

nordeste com a cara do

nordeste(Nadja Carvalho)

_ Mecanismos de controle

social(Professora de Serviço Social-

Maria Nazaré)

_ Acesso, Cultura e incentivos a

cidade de João Pessoa

_Produtor: Junior Só(PB)

_Poder Público: FUNJOPE-Pedro

Osmar(PB)

Bárbara Duarte mestranda em

sociologia -ex ENECOS

Pré_Ato:

Intervenções na

Universidade

Painel: Movimentos Sociais no

controle da mídia

-Bamidelê

_Felipe LGBTT

_Marcelo( Jardim veneza)

Rádios Comunitárias

Hugo Belarmino- mestrando em

Direito- (mediador)

Simpósio

EIXOS:

1. Comunicação Comunitária( Professor

Carlos Magno)

2.Cibercultura(Professor Claúdio Paiva)

3. Educomunicação( Professora

Virgínia de Oliveira)

4. Comunicação e Política( Professor

Wellington Pereira)

14h às 17h OFICINAS OFICINAS Inicia no _Ponto 100 réis(

Centro da Cidade)

_Sessão na Câmara

OFICINAS DE VIVÊNCIA

Jardim Veneza (Jornal) com

OFICINAS DE VIVÊNCIA

_Jardim Veneza(Jornal) com Janaíne e

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_ T.O( GRITO)

_Percussão(Círculo de tambores)

_ Hip-Hop( Junior Só)

_Intervenção Urbana(?)

_ T.O( GRITO)

_Percussão(Círculo de tambores)

_ Hip-Hop( Junior Só)

_Intervenção Urbana(?)

Janaíne e Maria

_Bairro dos Novaes (Vídeo) com

Abraão e Thomas

_Penha (Vídeo) com Gian e ?

Maria

_Bairro dos Novaes (Vídeo) com

Abraão e Thomas

_Penha (Vídeo) com Gian e ?

19h às 22h

Vamos construir o ENECOM na

Paraíba?

Intervenção( mística da cabaça)

_Fala sobre a importância da

organização Zé Rodrigues(CE)

CULTURAL

Painel: Papel da Mídia Paraibana na

formação da identidade local (Walter

Galvão, ?)

Mediador (Abraão Matheus Lima)

CULTURAL

LIVRE

CULTURAL

Cinema de casa vai a praça

CULTURAL

Painél: A abertura da TV UFPB e o

direito da sociedade intervir

_Sandra Moura TV UFPB

_Hellena Martins INTERVOZES (CE)

_Cláudio Magalhães ABTU(DF)

Alexandre Santos

ENECOS/COMJUNTO( mediador)

CULTURAL

Page 17: Projeto Político IV Semana pela Democratização da Comunicação

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7. Referências Bibliográficas

Intervoses - Coletivo Brasil de Comunicação Social. A Sociedade ocupa a TV: o caso

Direitos de Resposta e o controle público da mídia. São Paulo, 2007.

_____________. Revista Concessões de rádio e Tv: aonde a democracia ainda não

chegou. São Paulo, 2007.

ADUSP. Mídias do Brasil: o poder dos conglomerados e os múltiplos poderes.

Revista Adusp. São Paulo, 2008.

Site

http://www.enecos.org.br/