projeto pedagÓgico de curso de graduaÇÃo em economia ufba 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS COLEGIADO DO CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS ECONÔMICAS 2011 PRAÇA 13 DE MAIO, N. 06 – CENTRO SALVADOR – BAHIA CEP: 40070 - 100

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Page 1: PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ECONOMIA UFBA 2011

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

COLEGIADO DO CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

PROJETO PEDAGÓGICO

DO

CURSO DE GRADUAÇÃO

EM

CIÊNCIAS ECONÔMICAS

2011

PRAÇA 13 DE MAIO, N. 06 – CENTRO

SALVADOR – BAHIA

CEP: 40070 - 100

Page 2: PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ECONOMIA UFBA 2011

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ÍNDICE

IDENTIFICAÇÃO GERAL DO CURSO .............................................................. 03

APRESENTAÇÃO .................................................................................................. 04

1. HISTÓRICO DO CURSO DE ECONOMIA ................................................... 05

2. O CAPITALISMO CONTEMPORÂNEO E O CURSO DE ECONOMIA .... 08

3. NOVAS DIRETRIZES CURRICULARES E O PROJETO PEDAGÓGICO ... 11

3.1. Concepção e objetivos gerais (perfil do curso) ............................................................ 12

3.2. Perfil Profissiográfico do Egresso ................................................................................. 13

3.3. Perfil Orientador da Prática Docente ............................................................................ 15

3.4. Estratégias Pedagógicas ................................................................................................... 15

4. ORGANIZAÇÃO CURRICULAR ....................................................................... 17

3.1. Estruturação Geral e os Conteúdos de Formação ...................................................... 17

3.2. Ementas .............................................................................................................................. 24

3.2.1. Disciplinas Obrigatórias ............................................................................................... 24

3.2.2. Disciplinas Optativas ................................................................................................... 31

3.3. Áreas de Estudo ................................................................................................................ 39

5. DIRETRIZES PARA O TRABALHO MONOGRÁFICO ................................. 42

6. ATIVIDADES COMPLEMENTARES ............................................................... 43

7. CONDIÇÕES DE OFERTA DO CURSO .......................................................... 44

7.1. Corpo Docente: Regime de Trabalho e Titularidade .................................................. 44

7.2. Corpo Técnico-Administrativo ...................................................................................... 47

7.3. Infra-estrutura física ......................................................................................................... 47

7.3.1. Salas de aula, gabinetes de professores, auditório e espaço de convivência ....................... 47

7.3.2. Biblioteca .................................................................................................................... 48

7.3.3. Laboratórios de informática e home-page ………………………………….……. 49

Page 3: PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ECONOMIA UFBA 2011

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IDENTIFICAÇÃO GERAL DO CURSO

Instituição

Universidade Federal da Bahia - UFBA

Endereço

Praça 13 de maio, n. 06. Centro – Salvador (BA)

CEP: 40070-100

CNPJ

15.180.714/0001-04

Home - Page

www.portal.ufba.br

Unidade do Curso

Faculdade de Ciências Econômicas

Área do CNPQ

Ciências Sociais Aplicadas

Tempo Mínimo de

Integralização

8 Semestres

Tempo Máximo de

Integralização

14 semestres

Carga Horária

3.232

Coordenador do Curso

Henrique Tome da Costa Mata

Número de Vagas por Ano

90

Page 4: PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ECONOMIA UFBA 2011

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APRESENTAÇÃO

O novo Projeto Pedagógico do Curso de Ciências Econômicas (Bacharelado) da

Universidade Federal da Bahia – UFBA, a seguir apresentado, orienta-se rigorosamente

pelas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Ciências Econômicas –

instituída pela Resolução No 4, de 13 de julho de 2007 -, contemplando os seguintes

aspectos:

1- Histórico do Curso de Economia: breve resumo da evolução do curso e de

suas experiências institucionais acumuladas até o presente momento.

2- As grandes transformações do capitalismo contemporâneo e as novas

diretrizes curriculares: compreensão da natureza e do sentido das mudanças no Curso de

Economia no contexto das novas circunstâncias econômicas, sociais e políticas construídas

nas últimas quatro décadas.

3- As novas diretrizes curriculares e o projeto pedagógico: explicitação da

concepção, dos objetivos gerais e do perfil do curso, contextualizados em relação as suas

inserções institucional, política, geográfica e social (vocação do curso). Perfil

profissiográfico, perfil esperado do formando (egresso) - em termos de competências e

habilidades adquiridas ao longo do curso - e perfil orientador da prática docente são

também apresentados. Por fim, são apresentadas as estratégias pedagógicas: o modo de

integração entre a graduação e a pós-graduação, o incentivo à pesquisa enquanto

instrumento para a iniciação científica, as formas de realização da interdisciplinariedade, o

modo de integração entre teoria e prática, e as formas de avaliação do ensino e da

aprendizagem.

4- A organização curricular: a nova estrutura (grade/fluxograma) curricular do

curso, com a discriminação de sua duração - as cargas horárias das atividades didáticas e da

integralização do curso -, o detalhamento de seus componentes curriculares - obrigatórios,

complementares obrigatórios e complementares optativos - e os seus respectivos pré-

requisitos e ementas.

5- Diretrizes para o trabalho monográfico: a regulamentação e orientação das

atividades relacionadas com o trabalho de curso (monografia), elaborado sob supervisão

docente

6- Atividades complementares: regulamentação, concepção, natureza e

composição das atividades complementares.

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7- As condições de oferta do curso: corpo docente - discriminado por formação

e titularidade -, corpo técnico-administrativo, infra-estrutura física e outros equipamentos e

recursos disponíveis.

Cabe destacar que, na elaboração deste Projeto pedagógico, procurou-se cumprir,

de forma estrita, além das exigências referentes à estrutura curricular e aos componentes

curriculares, as quatro exigências gerais e qualitativas fundamentais, discriminadas nas

novas diretrizes curriculares, quais sejam:

1- Comprometimento com o estudo da realidade brasileira, sem prejuízo de uma

sólida formação teórica, histórica e instrumental.

2- Pluralismo metodológico, em coerência com o caráter plural das ciências

econômicas formadas por correntes de pensamento e paradigmas diversos.

3- Ênfase nas inter-relações dos fenômenos econômicos com o todo social em que

se insere.

4- Ênfase na formação de atitudes, do senso ético para o exercício profissional e

para a responsabilidade social, indispensável ao exercício futuro da profissão.

Esses princípios gerais estão expressos, explícita ou implicitamente, na estrutura da

grade curricular, nos componentes curriculares e nas ementas que resumem o conteúdo

programático de cada disciplina.

1. HISTÓRICO DO CURSO DE ECONOMIA

A origem mais remota da Faculdade de Ciências Econômicas da UFBA, e de seu

curso de Ciências Econômicas, remete à criação, em 1905, da Escola Comercial da Bahia,

cujo curso diplomava seus estudantes em “Perito Contador”. Posteriormente, como

resultado do processo de modernização da economia, da sociedade e do Estado brasileiros

- iniciado na década de 1920 e acelerado após 1930 -, foi criado, em 1931, o “Curso

Superior de Administração e Finanças”.

De início, os diplomados em “Perito Contador” constituíam a quase totalidade dos

estudantes do novo curso, que podiam dar continuação a sua formação,

independentemente de processo seletivo. Com a criação, em 1934, da Faculdade de

Ciências Econômicas da Bahia, que veio suceder a Escola Comercial da Bahia, o “Curso

Superior de Administração e Finanças” passou a ser ministrado por essa nova Instituição.

O curso tinha duração de três anos e funcionava em regime seriado. A sua grade

curricular refletia o perfil de uma economia agrário-exportador, tendo por objetivo

Page 6: PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ECONOMIA UFBA 2011

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preparar quadros para os setores comercial e financeiro - notadamente os ligados às

atividades de exportação e importação. Especificamente, no campo da economia, limitava-

se ao paradigma e aos autores da Escola Clássica. O curso era constituído por 17

disciplinas, distribuídas da seguinte forma: 1- quatro disciplinas na Área de Economia, 2-

duas disciplinas na Área de Contabilidade, 3- seis disciplinas na Área de Direito e 4- cinco

disciplinas na Área de Conhecimentos Complementares.

Na década seguinte, a rápida transformação da estrutura e dinâmica da economia do

país, de uma base agro-exportadora para uma economia cada vez mais industrializada,

levou à criação, em 1945, do curso de “Ciências Econômicas” – com quatro anos de

duração em regime seriado. Este novo curso compreendia 24 disciplinas e apresentava, em

relação ao antigo curso de “Administração e Finanças”, as seguintes inovações:

1- A Área de Economia passou a ter 13 disciplinas, com destaque para os

paradigmas Clássico e Neo-Clássico e a análise dos ciclos e dos sistemas econômicos

capitalista e socialista.

2- Redução da Área de Direito de seis para três disciplinas.

3- Manutenção da participação da Área de Contabilidade (duas disciplinas), com

alteração do enfoque para princípios gerais de escrituração contábil e análise de balanço.

4- Criação de uma Área de Métodos Quantitativos (três disciplinas), que aparecia no

currículo anterior incidentalmente agrupada no campo de Conhecimentos

Complementares.

As transformações da década de 1950, que se traduziram na ampliação e

aprofundamento da estrutura industrial do país e na forte participação do Estado na ordem

econômica – inspirada no paradigma Keynesiano e nas idéias estruturalistas da CEPAL -,

levaram, em 1964, a nova alteração curricular, que possibilitou ao aluno a opção entre o

regime seriado ou o de matrícula por disciplinas isoladas. Com a Faculdade de Ciências

Econômicas já então fazendo parte da Universidade Federal da Bahia, o objetivo da

inovação foi o de atender a estudantes que já estivessem ingressado no mercado de

trabalho.

O novo currículo, que ficou em vigor até 1969, abrangia 21 disciplinas, assim

distribuídas:

1- Na Área de Economia manteve-se 13 disciplinas, mas com reforço do campo

macroeconômico, com a introdução de conteúdos até então ministrados apenas pelos

cursos da CEPAL (Contabilidade Nacional, Política e Programação Econômica, Finanças

Públicas, Economia Brasileira, Regional – teoria da localização industrial – e Agrária).

Page 7: PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ECONOMIA UFBA 2011

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2- As Áreas de Métodos Quantitativos e de Contabilidade foram reduzidas,

respectivamente, para duas e uma disciplinas; enquanto a Área de Conhecimentos

Correlatos manteve-se com quatro disciplinas (Administração, Direito, Sociologia e

Geografia Econômica).

3- Instituiu-se a elaboração individual de um trabalho monográfico – constituindo-

se em um exercício de pesquisa e sistematização de dados por parte dos alunos –, a ser

apresentado ao final do curso, como condição para a graduação.

No início da década de 1970, no contexto de implantação da reforma universitária

instituída em 1968, foi implantado um novo currículo, em regime semestral de créditos,

apresentando as seguintes características:

1- Um ciclo de estudos comuns à Área de Ciências Humanas, cujo término

concedia ao estudante um diploma de estudos gerais.

2- Uma tentativa de introduzir uma pré-especialização, com a instituição de um

núcleo de 15 disciplinas comuns a todos os alunos do Curso de Economia e nove

disciplinas opcionais voltadas para a pretensa especialização, das quais o aluno escolheria

cinco disciplinas. Essa flexibilização do currículo implicou em uma desarticulação da Área

de Economia, na qual se misturavam, sem nenhum critério metodológico, conteúdos de

inspiração cepalina, keynesiana e neoclássica.

3- Reforço das disciplinas do campo microeconômico no núcleo comum

(Microeconomia I e II e Projetos I e II).

4- Aumento das Áreas de Contabilidade, de Métodos Quantitativos e de

Conhecimentos Correlatos para três, cinco e sete disciplinas respectivamente.

5- Introdução de uma Área de Conhecimentos Gerais contendo nove disciplinas.

Finalmente, em 1987, foi implantado o currículo atualmente em vigor que,

buscando instituir ordem na desorganização metodológica anterior, teve os seguintes

objetivos:

1- Ênfase na formação teórica – preocupação em propiciar uma “formação teórica

sólida ao invés de pretender concentrar o curso em aspectos ‘práticos’ da realidade

econômica” (Versiani, 1984). Em particular, procurou-se apresentar ao aluno a Ciência

Econômica como um campo polarizado de paradigmas em crise, detalhando-se os modelos

clássico, marxista, neoclássico, keynesiano, com suas diversas variantes – permitindo-se

com esta apresentação de paradigmas teóricos alternativos e/ou complementares um

saudável pluralismo teórico-metodológico. Esta área passou a abranger 21 disciplinas.

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2- Ênfase na dimensão histórico-institucional visando “reforçar a formação em

história econômica brasileira e mundial, proporcionando ao estudante um conhecimento

adequado do quadro institucional econômico no Brasil” (Versiani, 1984). Esta área passou

a abranger seis disciplinas.

3- Ampliação da Área de Métodos Quantitativos para seis disciplinas e manutenção

da Área de Contabilidade com duas disciplinas.

4- Redução da Área de disciplinas opcionais, de livre escolha, para duas dentre um

elenco de 21 disciplinas ofertadas do campo da economia, duas da Área de Contabilidade,

duas da Área Quantitativa, duas do campo da filosofia e das ciências políticas. Tal redução

deveu-se ao fracasso da tentativa anterior de pré-especialização e às dificuldades para

adaptações curriculares, quando das transferências de uma Instituição de Ensino Superior

para outra.

5- Redução das Áreas de Conhecimentos Correlatos e Conhecimentos Gerais para

quatro e duas disciplinas respectivamente.

6- O retorno da exigência de elaboração de uma Monografia como pré-requisito

para se obter a graduação, constando no currículo três disciplinas de caráter metodológico,

visando o treinamento do aluno na organização e sistematização de idéias, procurando

dotá-lo de “capacidade de desenvolver e expor argumentos de maneira articulada e

formalmente correta” (Versiani, 1984) em trabalho escrito.

Por fim, as grandes transformações ocorridas na estrutura e dinâmica do

capitalismo nas últimas três décadas, e seu respectivo impacto no âmbito do pensamento

econômico, exigiram, mais uma vez, uma reforma do currículo – visando adaptá-lo às

novas circunstâncias históricas.

2. O CAPITALISMO CONTEMPORÂNEO E O CURSO DE ECONOMIA

Desde a última reforma curricular do curso de economia da UFBA, vigente a partir

de 1987- elaborada e implementada de acordo com as diretrizes curriculares estabelecidas

em 1985 -, o sistema econômico capitalista passou por profundas modificações. A crise do

padrão de acumulação “fordista” nos países desenvolvidos, explicitada na virada dos anos

1960-70, marcou o início de uma inflexão político-econômica nesses países – que se

difundiria nas décadas seguintes para todas as regiões do mundo. No entanto, os novos

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rumos do capitalismo contemporâneo, especialmente nos países periféricos, só ficariam

mais claros nas duas décadas seguintes (1980-90).

A crise do fordismo nos países desenvolvidos, explicitada de forma mais imediata e

aparente no surgimento de um persistente processo de estagflação, repercutiu tanto no

mundo material quanto no âmbito das teorias econômicas. No primeiro, implicou, com o

fim do Acordo de Bretton Woods na primeira metade da década de 1970, o início da

construção de um novo padrão de acumulação capitalista e de uma nova ordem econômica

internacional – que viria a se consolidar nas décadas seguintes sob o signo da

“globalização”, em especial em sua dimensão financeira.

No plano do pensamento econômico, a crise colocou em xeque a capacidade da

teoria e das políticas neo-keynesianas, adotadas desde o pós-guerra, em lidar com o novo

fenômeno. O surgimento e a difusão do monetarismo, assim como, logo depois, a corrente

teórica chamada de novo-clássico, foram expressões diretas das transformações em curso –

que, no plano político-social, confrontava o compromisso social-democrata, o estado de

bem-estar social e a regulação da economia pelo Estado, bem como sua participação direta

no processo produtivo.

Assim, a nova ordem capitalista mundial, prevalecente nos últimos trinta anos, foi

construída a partir de três processos distintos, mas convergentes, quais sejam: a

reestruturação produtiva, a globalização e a difusão do pensamento e das políticas

neoliberais – sobretudo a partir dos governos constituídos no início dos anos 1980 nos

EUA e na Inglaterra.

A convergência política, econômica e social desses três processos, que chegaram

temporalmente defasados nos países periféricos - em especial o Brasil -, pode ser

sintetizada pela busca do ideal da “total flexibilização da acumulação capitalista”:

flexibilidade espacial, com a derrubada das restrições de entrada e saída, de capitais e

mercadorias, nos diversos países e regiões; flexibilidade temporal, com a criação de novos e

impressionantes meios de comunicação e de produção de informações; flexibilidade

produtiva, das máquinas, equipamentos e da mão-de-obra, de acordo com as flutuações

quantitativas e qualitativas da demanda; flexibilidade financeira e de comercialização, com a

desregulamentação dos mercados; flexibilidade no uso e na contratação e dispensa da mão-

de-obra, com a total desregulamentação do mercado de trabalho, de acordo também com

as variações da demanda; e flexibilidade da jornada de trabalho e da remuneração dos

trabalhadores.

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As mudanças estruturais, produzidas por esses três processos e que marcam o

capitalismo contemporâneo, implicou o fortalecimento e aprofundamento de uma

característica que é inerente à lógica de funcionamento desse sistema de produção, qual

seja, a sua instabilidade macroeconômica. As sucessivas crises, sobretudo das décadas de

1990 e 2000 – com destaque para a maior crise mundial depois da de 1929, cujas

consequências ainda estão em curso -, foram produtos do novo padrão de acumulação

instituído, cuja dinâmica macroeconômica é fortemente determinada pelo predomínio do

movimento do capital financeiro.

Concomitantemente, na esfera do pensamento econômico, o acirramento da

incerteza e da instabilidade influenciou o surgimento de duas novas correntes teóricas no

campo da macroeconomia: os chamados novos-keynesianos e os pós-keynesianos, que

trouxeram de volta de forma parcial, ou integralmente, os ensinamentos de Keynes. No

campo microeconômico, em função das grandes transformações tecnológicas

impulsionadas pela reestruturação produtiva e difundidas pela globalização, também surgiu

um forte contraponto à teoria neoclássica tradicional, expresso no desenvolvimento do

pensamento de Schumpeter e dos neo-shumpeterianos, que veio a se consolidar na

chamada teoria evolucionária – que tem no progresso técnico o elemento central da

dinâmica micro-macro econômica. Por seu turno, a própria teoria neoclássica teve que

incorporar novos elementos e relaxar certas hipóteses, na tentativa de responder velhos e

novos problemas. Por fim, essas grandes transformações também obrigaram o pensamento

marxista a se renovar, através, principalmente, da formulação de distintas teorias sobre o

processo de globalização ou de “mundialização do capital”, do aprofundamento da teoria

das crises e da rediscussão da natureza do Estado capitalista, do estatuto teórico-empírico

do conceito de Nação e das relações internacionais nesses novos tempos.

Desse modo, a elaboração das novas diretrizes curriculares de 2007 teve que levar

em consideração essa nova realidade do capitalismo contemporâneo e a evolução, paralela,

das teorias econômicas. De um lado, manteve, corretamente, alguns princípios, orientações

e valores básicos das diretrizes anteriores (1985), quais sejam: a garantia da pluralidade

teórico-metodológica, a estruturação curricular padrão por campos de conhecimento - geral

ou correlato, teórico-quantitativo, histórico e teórico-prático – e a obrigatoriedade do

trabalho de conclusão de curso (monografia). De outro, deixou uma maior margem de

escolha para as distintas instituições completarem suas respectivas grades curriculares, de

acordo com suas particularidades – regionais, político-sociais, perfil do corpo docente,

características do corpo discente, etc. -, interesses e possibilidades.

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As grandes transformações ocorridas nas últimas décadas no capitalismo – tanto no

âmbito mundial quanto no nacional –, bem como sua influência no pensamento

econômico, podem ser contempladas aproveitando-se, exatamente, dessa maior

disponibilidade de carga-horária para as disciplinas obrigatórias complementares, mas

também através da ampliação do número de disciplinas optativas ofertadas.

A diversificação dos aportes nos campos micro e macro econômicos, bem como o

desenvolvimento de novos métodos quantitativos, podem ser discutidos – como é o caso

do Projeto Pedagógico aqui apresentado - com a ampliação das disciplinas e da carga-

horária desses três campos de estudo e suas respectivas atualizações programáticas. O

aprofundamento de novas questões teóricas, bem como o tratamento de novos temas

econômicos, sociais e ambientais, podem ser tratados – como também se faz nesse Projeto

Pedagógico – com a ampliação do número de disciplinas optativas, que deverão ser

cursadas pelos estudantes, organizadas por área de concentração (de estudo).

3. NOVAS DIRETRIZES CURRICULARES E O PROJETO

PEDAGÓGICO

O projeto pedagógico aqui apresentado, ao tempo em que cumpre as exigências das

Novas Diretrizes Curriculares, também leva em consideração as particularidades do Curso

de Ciências Econômicas da Universidade Federal da Bahia.

A primeira delas é, sem dúvida, a realidade sócio-econômica no interior da qual esse

curso se insere e se articula, qual seja: um estado e uma região caracterizados por uma

industrialização tardia e parcial, por uma dinâmica econômica dependente da forma como

estes se articulam na divisão inter-regional do trabalho - com as regiões e estados mais

dinâmicos da economia nacional, do ponto de vista da acumulação capitalista – e por

grandes assimetrias sociais e econômicas no interior de seus respectivos territórios.

A segunda particularidade, intrinsecamente associada à anterior, diz respeito às

características diversificadas de seus estudantes - do ponto de vista sócio-econômico; da

qualidade da formação escolar obtida anteriormente no ensino médio; e das distintas

procedências geográfico-culturais, principalmente de sub-regiões do estado da Bahia, mas

também de outros estados do Nordeste.

Por fim, uma particularidade associada ao corpo docente da instituição, e que vem

se mantendo e se afirmando como uma tradição positiva: o caráter diversificado dos seus

integrantes, do ponto vista de suas respectivas formações teóricas - em pós-graduações de

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distintas instituições de ensino superior do Brasil e de outros países – e de suas respectivas

áreas de interesse para o estudo e a pesquisa. Se, por um lado, essa diversidade dificulta a

formação de grupos mais amplos de pesquisa, embora não a impeça; por outro, possibilita

o exercício do pluralismo teórico-metodológico, tão marcante nas Ciências Econômicas e

de grande importância para formação dos futuros economistas.

Desse modo, a proposta de curso aqui apresentada, sem se desviar das diretrizes

curriculares que garantem uma formação mínima semelhante para todos os economistas

formados no país, procurou também levar em consideração as particularidades regionais e

institucionais supra mencionadas.

A orientação mais geral, que guiou a atual reformulação, é a de proporcionar ao

estudante, sem prejuízo de uma sólida formação, maior liberdade de escolha nas áreas de

seus interesses; homogeneização das cargas horárias das disciplinas; fortalecimento da área

quantitativa; ampliação da área de micro e macroeconomia e reorganização da área de

história, em particular maior atenção á área de economia brasileira.

3.1. Concepção e objetivos gerais (perfil do curso)

O curso de Bacharelado em Ciências Econômicas, oferecido pela Faculdade de

Ciências Econômicas da UFBA e reformulado e adaptado às atuais Diretrizes Curriculares,

tem como objetivo formar economistas que disponham de uma base teórica consistente -

que contemple os distintos paradigmas científicos que constituem as diversas correntes do

pensamento econômico que fazem parte do debate contemporâneo. Além disso, enfatiza o

caráter social e político da esfera econômica e também as inter-relações da ciência

econômica com outras áreas correlatas do pensamento científico.

Os elementos proporcionados pela formação teórica se articulam com o objetivo de

construir a capacidade de conexão analítica com a realidade econômica concreta, sua

formação histórica e sua contínua transformação – em especial a realidade brasileira.

A obrigatoriedade de elaborar e defender trabalho monográfico individual no final

do curso exige o uso da metodologia científica, sistematização, organização e defesa de

idéias.

Ao lado dessa formação, que constitui o núcleo comum dirigido a todos os

estudantes, busca-se proporcionar algumas opções individuais. O objetivo é o de

contemplar as diversas possibilidades de inserção profissional, através de um amplo leque

de disciplinas optativas – organizadas por áreas de concentração (de estudo) -, com as quais

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se busca identificar a vocação e despertar o interesse do estudante para temas e problemas

específicos da economia; além de facilitar a elaboração de seu trabalho monográfico.

Ademais, aliada a uma formação técnico-científica de qualidade no campo próprio

da Economia, o curso pretende contribuir para a formação de cidadãos com espírito

crítico, senso ético e comprometimento político com a sociedade da qual participam – em

particular destacando o tipo de inserção internacional do país e do Nordeste na economia

nacional .

Para cumprir esses objetivos, o curso tem uma carga horária total de 3.232 horas -

um pouco além do total exigido de 3.000 horas, o mínimo exigido pelas atuais Diretrizes

Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Ciências Econômicas. O seu

detalhamento, por conteúdos de formação e disciplinas – com suas respectivas ementas -

está feito no item 4 deste Projeto, que trata da organização curricular.

O regime acadêmico adotado pelo curso é o de inscrição semestral em disciplinas,

observados os pré-requisitos estabelecidos no currículo; permitindo a conclusão do curso

no tempo mínimo de quatro anos e no tempo máximo de sete anos.

No presente momento, a Faculdade encontra-se estruturada para atender as

principais exigências derivadas da atual reforma. Em particular, através da conjugação de

uma formação básica comum consistente e uma maior flexibilidade de percurso, ampliando

as possibilidades de opções individuais. Adicionalmente, reduzindo-se o tempo em sala de

aula, estimulando a autonomia do aluno na condução dos seus estudos, realçando o papel

orientador dos professores, e fazendo uso de novas técnicas de aprendizado e das

modernas tecnologias de acesso à informação. E, finalmente, ampliando-se as

possibilidades de formação do estudante via maior integração entre ensino, pesquisa e

extensão, com outros cursos da UFBA e com o Mestrado de Economia.

3.2. Perfil Profissiográfico do Egresso

O projeto pedagógico concebido visa assegurar um ensino que contemple a

diversidade do conhecimento e que, simultaneamente, permita formar profissionais com

sólida fundamentação teórica, histórica e instrumental.

Conjuntamente, a formação teórica, a formação histórica e o trato com métodos

quantitativos permitem o exercício do raciocínio panorâmico necessário à atuação

profissional, com distintas possibilidades de inserção no mercado de trabalho; a

interpretação correta da dinâmica conjuntural e o discernimento de cenários alternativos e

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14

tomada rápida de decisões e a análise mais acurada de situações, para o estabelecimento de

metas, análise e avaliação de resultados.

Intencionalmente, o projeto afasta-se da idéia, vigente em alguns centros

universitários, de que a Universidade elabora um “produto” cujo “ciclo de maturação” gira

em torno de quatro a cinco anos. A partir daí, o “produto” estaria pronto para ser lançado

no mercado de trabalho detendo habilidades específicas e necessárias à sua pronta inserção.

Nesse sentido, a dotação e treinamento dessas habilidades específicas e demandadas pelo

mercado de trabalho seria o objetivo maior a ser perseguido no decorrer do curso.

Em outra direção, busca-se e acredita-se estar formando profissionais com

habilidades específicas sim, mas, principalmente, um sujeito ativo, com uma bagagem

teórica sólida capaz, inclusive, de situar-se num mercado de trabalho em constante

transformação.

Desse modo, pretende-se que, ao concluírem o curso e receberem o grau de

economista, aqueles que passaram pela Faculdade de Ciências Econômicas da UFBA

tenham adquirido os seguintes atributos:

1- Capacidade de utilizar as categorias do pensamento econômico e os

instrumentos de política econômica de forma crítica, com o correto entendimento de suas

origens e inspirações.

2- Clareza das interações e dos embates estabelecidos entre as distintas forças

sociais, bem como dos favorecimentos e prejuízos decorrentes dos atos econômicos,

necessariamente também políticos e sociais.

3- Competência na utilização e interpretação de instrumentos matemáticos e

modelos econométricos, mas que não se transformem em servos inconscientes desse

instrumental e que atuem, sobretudo, como competentes cientistas sociais.

4- Associado aos atributos anteriores, espera-se que o egresso demonstre o domínio

efetivo da comunicação e expressão oral e escrita.

Em suma, entende-se que o bom economista precisa ser um técnico que domine

sua área de conhecimento e, portanto, com capacidade de resolver problemas a ela

atinentes; mas deverá ser também inquieto e questionador da validade de suas pesquisas, de

suas análises, de suas postulações e formulações, propostas, planos, programas, projetos e

dos resultados conseqüentes.

Pesquisa amostral realizada em 2009 entre os egressos, formados nos últimos cinco

anos, revela uma situação profissional relativamente boa. Quase todos estão empregados e,

embora com rendimentos considerados insatisfatórios, revelaram satisfação no que

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15

concerne às suas condições sociais e otimismo com relação as suas perspectivas

profissionais.. Além disso, evidenciou-se certa facilidade na obtenção do primeiro trabalho

e o reconhecimento de que a atividade profissional desempenhada está dentro da área de

formação. Estão militando profissionalmente tanto no setor público quanto no privado, na

condição de assalariados, autônomos ou empresários

3.3. Perfil Orientador da Prática Docente

De forma coerente com as Diretrizes Curriculares, que estabelece que o conteúdo

do curso deva contemplar a pluralidade de paradigmas e abordagens teórico-metodológicas

existentes, o corpo docente da Faculdade de Ciências Econômicas da UFBA se caracteriza

pela diversidade de formação dos professores – tanto do ponto de vista teórico quanto dos

seus respectivos interesses e objetos de estudos. Portanto, as divergências político-

ideológicas existentes devem ser entendidas como elemento constitutivo do Projeto

Pedagógico, enriquecedor da prática docente e do aprendizado dos estudantes – que

podem ter uma formação não-dogmática.

Adicionalmente, a preferência por um corpo docente, em sua maioria, formado por

professores com Regime de Trabalho de Dedicação Exclusiva reflete a importância central

dada ao estudo, à pesquisa e ao aprimoramento dos docentes; de acordo com uma

concepção que considera inseparável as práticas de ensino, pesquisa e extensão – que

possibilita a atualização do conhecimento e sua difusão, bem como a integração do corpo

discente de forma mais orgânica e proveitosa em termos de sua formação.

Por fim, a prática docente não deve se restringir à difusão do conteúdo

programático das disciplinas, devendo ser completada por um comportamento de educador

que estimule no estudante o senso crítico e a participação nas diversas atividades, além de

incutir valores ético-morais e princípios humanísticos consistentes com um

comportamento responsável, tanto do ponto de vista profissional quanto da cidadania.

3.4. Estratégias Pedagógicas

Do ponto de vista pedagógico, destacam-se alguns aspectos que, articulados,

estruturam o binômio ensino-aprendizagem.

O primeiro concerne à preocupação permanente em estabelecer uma estreita

integração entre a graduação e a pós-graduação - que se expressa através de diferentes

modos:

Page 16: PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ECONOMIA UFBA 2011

16

1- Atividade de ensino - a política acadêmica dos departamentos assegura que

todos os professores, que ensinam no Curso de Mestrado em Economia, ministrem

anualmente, de forma obrigatória, pelo menos duas disciplinas no curso de graduação.

2- Trabalho de conclusão do curso - os trabalhos monográficos, além de

contarem com a orientação dos docentes que participam da pós-graduação, estão em

geral integrados aos projetos de pesquisa desses professores.

3- Atividades de pesquisa - com a participação de estudantes de graduação em

grupos e projetos de pesquisa, recebendo bolsas de iniciação científica oferecidas pelo

CNPq, a FAPESB (Fundação de Pesquisa do Estado da Bahia) e outras instituições que

estabelecem convênios com a UFBA para realização de estudos e pesquisas específicos.

4- Prática de Tirocínio Docente – na qual os alunos do CME têm por obrigação,

durante um semestre, exercer atividade docente junto a um professor em alguma disciplina

da graduação. Isso proporciona a articulação mestrado-graduação, ao tempo em que

contribui para a formação de novos quadros docentes do ensino superior em economia e

permite o treinamento do mestrando no desenvolvimento de sua pesquisa de dissertação.

A avaliação do desenvolvimento do aluno ao longo do curso é feita em cada

disciplina, de acordo com os instrumentos eleitos pelos seus respectivos professores e que

sejam mais adequados para o tipo de conteúdo ministrado. Pode constar de um ou mais

dos seguintes instrumentos: prova escrita, fichamento de leitura de textos, seminário e

trabalho (individual ou em equipe).

A avaliação tem por referência uma escala de nota que vai de zero (0) a dez (10). O

aluno que obtiver nota cinco (5), ou mais, como média das avaliações realizadas (em geral

três) em uma disciplina, é aprovado.

As disciplinas Metodologia e Técnica de Pesquisa, Monografia I e Monografia II

constituem uma seqüência, cada uma com um tipo específico de avaliação. Na primeira o

aluno é avaliado com base na elaboração do projeto de monografia que pretende

desenvolver; na segunda é avaliado pela execução parcial do trabalho monográfico e, por

fim, em Monografia II, o aluno é avaliado pela elaboração definitiva da monografia. Todo o

processo é acompanhado por um professor orientador e a monografia finalizada é

apresentada a uma banca julgadora composta por três docentes. A aprovação pela banca é

condição incontornável para o aluno obter o grau de economista. A nota mínima exigida

para aprovação é cinco (5).

Page 17: PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ECONOMIA UFBA 2011

17

4. ORGANIZAÇÃO CURRICULAR

As Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Ciências

Econômicas, estabelecidas pela Resolução No. 04 de 13 de julho de 2007 da Câmara de

Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, determinam quatro campos

interligados de formação do economista, que deverão corresponder, no mínimo, a 50% da

carga horária total do curso, distribuída da seguinte forma:

I – Conteúdos de Formação Geral (10%): introduz o estudante nas ciências

sociais (economia, sociologia, ciência política, filosofia e ética) e nos estudos básicos de

administração, direito, contabilidade, matemática e estatística econômica.

II – Conteúdos de Formação Teórico-Quantitativa (20%): direcionam a

formação profissional propriamente dita, incluindo estudos mais avançados de matemática,

estatística, econometria, contabilidade social, macroeconomia, microeconomia, economia

internacional, economia política, economia do setor público, economia monetária e

desenvolvimento econômico.

III – Conteúdos de Formação Histórica (10%): engloba história do pensamento

econômico, história econômica geral, formação econômica do Brasil e economia brasileira

contemporânea.

IV – Conteúdos Teórico-Práticos (10%): inclui técnicas de pesquisa em

economia, elaboração de monografia, atividades complementares e, eventualmente, estágio

curricular supervisionado.

De acordo com essas determinações, apresenta-se a seguir a estrutura geral do novo

currículo, com a explicitação dos conteúdos de formação e das disciplinas obrigatórias e

optativas, com suas respectivas ementas.

3.1. Estruturação Geral e os Conteúdos de Formação

O currículo estabelecido pelo presente projeto pedagógico possui uma carga-horária

total de 3.232 horas, um pouco além da exigência da carga-horária mínima de 3.000 horas

para o curso de Ciências Econômicas, estabelecida pela Resolução No. 02 de 18 de junho

de 2007, da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação. Essa carga-

horária está distribuída da seguinte forma:

Page 18: PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ECONOMIA UFBA 2011

18

- Conteúdos de Formação Geral – 8 disciplinas totalizando 544 horas,

correspondendo a 16,8% da carga-horária total (acima da exigência de no mínimo 300

horas e de 10% da carga horária total).

- Conteúdos de Formação Teórico-Quantitativa – 11 disciplinas totalizando

748 horas, correspondendo a 23,2% da carga-horária total (acima da exigência de no

mínimo 600 horas e de 20% da carga horária total).

- Conteúdos de Formação Histórica – 5 disciplinas totalizando 340 horas,

correspondendo a 10,5% da carga-horária total (acima da exigência de no mínimo 300

horas e de 10% da carga horária total).

- Conteúdos Teórico-Práticos – 3 disciplinas totalizando 340 horas,

correspondendo a 10,56% da carga-horária total (acima da exigência de no mínimo 300

horas e de 10% da carga horária total).

- Conteúdos de Formação Complementar (obrigatório) – 11 disciplinas

totalizando 748 horas, correspondendo a 23,1% da carga-horária total.

- Conteúdos Optativos – 4 disciplinas totalizando 272 horas, correspondendo a

8,4% da carga-horária total.

Desse modo, o total da carga horária alocada aos Conteúdos de Formação Geral,

de Formação Teórico-Quantitativa, de Formação Histórica e Teórico-Práticos

(2.040 horas, correspondendo a 63,1% da carga horária total de 3.232 horas) ultrapassa o

mínimo de 1.500 horas e de 50% exigido pelas Diretrizes Curriculares do Curso de Ciências

Econômicas.

Por fim, também de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais, introduziu-se

o componente curricular denominado Atividades Complementares, com carga-horária

mínima de 240 horas - correspondente a 7,4% da carga-horária total -, conforme detalhado

na Seção 6.

A distribuição da carga horária entre os distintos conteúdos de formação

supracitados está apresentada no Quadro 1. Nos Quadros 2, 3, 4, 5 e 6 elencam-se as

disciplinas por tipo de conteúdo de formação.

Quadro 1 – Distribuição da Carga Horária por Conteúdo de Formação

CONTEÚDOS Número de Disciplinas

Carga Horária

% Proposto

% Mínimo Obrigatório

1 – Formação Geral 8 544 16,8 10 2 – Formação Teórico-Quantitativa

11 748 23,2 20

3 – Formação Histórica 5 340 10,5 10

Page 19: PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ECONOMIA UFBA 2011

19

4 – Teórico-Práticos 3 340 10,5 10 I- Conteúdo comum a todos os cursos de economia (1+2+3+4)

27 1972 61,0 50

5 – Disciplinas Complementares 11 748 23,2 --- 6 – Disciplinas Optativas 4 272 8,4 --- 7 – Atividades Complementares --- 240 7,4 --- II- Total do Conteúdo Complementar Escolhido (5+6+7)

15 1.260 39,0 ---

Total Geral (I+II) 42 3.232 100 100

Quadro 2 – Distribuição das Disciplinas por Conteúdo de Formação Geral

FORMAÇÃO GERAL (carga-horária mínima recomendada de 300 horas)

Disciplinas CH Introdução às Teorias Econômicas 68 Introdução à Sociologia 68 Economia Matemática I 68 Filosofia e Ética 68 Contabilidade e Análise de Balanço I 68 Introdução à Administração 68 Introdução à Estatística Econômica 68 Instituições do Direito Público e Privado 68 Total 544

Quadro 3 – Distribuição das Disciplinas por Conteúdo de Formação Teórico-Quantitativa

FORMAÇÃO TEÓRICO-QUANTITATIVA (carga-horária mínima recomendada de 600 horas)

Disciplinas CH Economia Matemática II 68 Contabilidade Social 68 Macroeconomia I 68 Microeconomia I 68 Economia Marxista I 68 Estatística Econômica 68 Econometria I 68 Economia Monetário-Financeira 68 Economia do Setor Público 68 Economia Internacional 68 Desenvolvimento Sócio-Econômico 68 Total 748

Page 20: PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ECONOMIA UFBA 2011

20

Quadro 4 – Distribuição das Disciplinas por Conteúdo de Formação Histórica

FORMAÇÃO HISTÓRICA (carga-horária mínima recomendada de 300 horas)

Disciplinas CH Evolução do Método Científico e Político 68 História do Pensamento Econômico 68 Evolução do Capitalismo 68 Formação Econômica do Brasil 68 Economia Brasileira Contemporânea 68 Total 340

Quadro 5 – Distribuição das Disciplinas por Conteúdo de Formação Teórico-Prática

FORMAÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA (carga-horária mínima recomendada de 300 horas)

Disciplinas CH Metodologia da Pesquisa em Economia 68 Monografia I 136 Monografia II 136 Total 340

Quadro 6 – Distribuição das Disciplinas por Conteúdo de Formação Complementar

FORMAÇÃO COMPLEMENTAR (obrigatória para os alunos)

Disciplinas CH Metodologia do Trabalho Acadêmico 68 Econometria II 68 Economia Matemática III 68 Macroeconomia II 68 Macroeconomia III 68 Economia da Política Pública Regulatória 68 Microeconomia II 68 Microeconomia III 68 Organização Industrial 68 Engenharia Econômico-Financeira 68 Economia Marxista II 68 Total 748

O conteúdo curricular acima explicitado está organizado de forma que os alunos façam

inscrição semestral em disciplinas, observados os pré-requisitos estabelecidos. As

disciplinas se distinguem por serem obrigatórias ou optativas e suas respectivas ementas

estão apresentadas na subseção 3.2.

Page 21: PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ECONOMIA UFBA 2011

21

A distribuição das disciplinas de acordo com o critério da semestralidade é apresentada

no Quadro 7; na Figura 1 apresenta-se a grade curricular (fluxograma), agrupando-se as

disciplinas por conteúdo de formação - o que possibilita uma visão global do currículo,

com a visualização dos pré-requisitos das disciplinas e da trajetória que deverá ser

percorrida pelo estudante; e na Figura 2 repete-se a grade curricular, mas agora se

distinguindo as disciplinas que fazem parte da Formação Obrigatória - de acordo com as

Diretrizes Curriculares Nacionais - daquelas que fazem parte da Formação Complementar

(obrigatórias para os estudantes) escolhidas por este Projeto Pedagógico específico.

Quadro 7 – Distribuição das Disciplinas por Semestre

1o Semestre CH 2o Semestre CH 3o Semestre CH 4o Semestre CH Introdução à Sociologia 68 Cont. e Análise

de Balanço 68 Contabilidade Social 68 Inst. do Direito

Público e Priv. 68

Evolução do Método Científico e Político

68 Introdução à Administração

68 Macroeconomia I 68 Macroeconomia II

68

Introdução à Economia 68

História do Pensamento Econômico

68 Microeconomia I

68 Microeconomia II 68

Economia Matemática I 68 Economia Matemática II

68 Economia Matemática III

68 Economia Marxista I

68

Filosofia e Ética 68

Introdução à Estatística Econômica

68 Estatística Econômica 68

Econometria I 68

Metodologia do Trabalho Acadêmico em Economia

68 - - -

Total 408 Total 340 Total 340 Total 340 5o Semestre 6o Semestre 7o Semestre 8o Semestre Evolução do Capitalismo 68

Formação. Econômica do Brasil

68 Eco. Bras. Contemp. 68

Economia da Política Pública Regulatória

68

Macroeconomia III 68 Eco do Setor Público 68 Economia

Monetária 68 Economia Internacional I 68

Microeconomia III 68

Engenharia Econômica de Projetos

68 Desenvolvimento Sócio-Econômico I

68 Optativa III

68

Economia Marxista II 68 Organização Industrial 68 Optativa I 68 Optativa IV 68

Econometria II

68 MPE 68 Optativa II 68 Monografia II 136

-

-

Monografia I 136 -

Total 340 Total 340 Total 476 Total 408

Page 22: PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ECONOMIA UFBA 2011

22

SEMESTRES 1 2 3 4 5 6 7 8

a) 24 20 20 20 20 20 24 24 b) 408 340 340 340 340 340 476 408

UFBA SUPAC

CURSO 2011 CIÊNCIAS ECONÔMICAS

INTEGRALIZAÇÃO CURRICULAR

Carga Horária

OB 2. 720

OP 272

AC 240

TOTAL 3. 232

Duração em anos

Mínimo 4 Médio 5 Máximo 7

a) horas / semana b) horas / semestre

Introdução à

Economia

Introdução à

Sociologia

Economia

Mat. I

Evolução do Método

Científico e Político

Metodologia do Trabalho

Acadêmico em Economia

Filosofia e

Ética

Contabilidade. e Análise de Balanço I

Introdução à

ADM

HPE

Economia

Mat. II

Int. à Estatística Econômica

Cont.

Social

IDPP

Evolução do

Capitalismo

Formação Econômica do Brasil

Economia Brasileira Contemp.

Optativa

III

Macro I

Micro I

Economia

Mat. III

Estatística

Econômica

Macro II

Macro III

Micro II

Economia

Marxista I

Econometria I

Micro III

Economia

Marxista II

Econometria II

Eco do Setor

Público

Engenharia Econômica de Projetos

Org.

Industrial I

Optativa II

Des. Sócio-.

Econômico I

Economia Monetária I

Economia

Internacional I

Economia da Política Pública

Regulatória

Mono I

Optativa

IV

Mono II

Optativa I

ATIVIDADES COMPLEMENTARES – 240 HORAS

MPE

Figura 1 – Grade Curricular

Page 23: PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ECONOMIA UFBA 2011

23

UFBA SUPAC

CURSO 2011 CIÊNCIAS ECONÔMICAS

INTEGRALIZAÇÃO CURRICULAR

Carga Horária

OB 2. 720

OP 272

AC 240

TOTAL 3. 232

Duração em anos

Mínimo 4 Médio 5 Máximo 7

a) horas / semana b) horas / semestre

Introdução à

Economia

Introdução à

Sociologia

Economia

Mat. I

Evolução do Método

Científico e Político

Metodologia do Trabalho

Acadêmico em Economia

Contabilidade. e Análise de Balanço I

Introdução à

ADM

HPE

Economia

Mat. II

Int. à Estatística Econômica

Cont.

Social

IDPP

Evolução do

Capitalismo

Formação Econômica do Brasil

Economia Brasileira Contemp.

Optativa

III

Macro I

Micro I

Economia

Mat. III

Estatística

Econômica

Macro II

Macro III

Micro II

Economia

Marxista I

Econometria I

Micro III

Economia

Marxista II

Econometria II

Eco do Setor

Público

Engenharia Econômica de Projetos

Org.

Industrial I

Des. Sócio-.

Econômico I

Economia Monetária I

Economia

Internacional I

Economia da Política Pública

Regulatória

Mono I

Optativa

IV

Mono II

Optativa I

MPE

Filosofia e

Ética

Optativa II

ATIVIDADES COMPLEMENTARES – 240 HORAS

Figura 2 – Grade Curricular

Page 24: PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ECONOMIA UFBA 2011

24

3.2. Ementas

3.2.1. Disciplinas Obrigatórias Introdução à Economia

Principais escolas do pensamento econômico. Conceitos econômicos básicos. Microeconomia: oferta,

demanda, elasticidades, excedente do produtor e do consumidor, externalidades, custos de produção e

estruturas de mercado. Macroeconomia: PIB e índices de preços; produção e crescimento; mercado

financeiro e economia real; economia internacional; flutuações econômicas, inflação, desemprego e

políticas econômicas.

Evolução do Método Científico e Político

Origem e evolução das principais correntes do pensamento filosófico e científico: Racionalismo,

Empirismo, Idealismo e Materialismo. Método dedutivo e Indutivo. Dialética moderna. Evolução das

idéias político-organizacionais e jurídicas de poder. Positivismo Lógico. Bases sociais e ideológicas do

discurso econômico. Método da economia neoclássica. Incerteza, paradigma científico e inferência

estatística.

Filosofia e Ética

Especificidade da reflexão filosófica frente aos demais saberes. Filosofia e Sistema. Filosofia e História

da Filosofia. Conflito das filosofias. Filosofia e Mundo. Estatuto argumentativo do discurso filosófico,

sua natureza aporética, diálogo. Relação entre filosofia, ciências e demais ramos da cultura. Vínculo

entre filosofia e sistema filosófico. Ética e Economia.

Introdução à Sociologia

Conceitos e métodos da Sociologia moderna e análises sociológicas sobre o Brasil contemporâneo.

Surgimento da Sociologia, constituição do seu método e corpo conceitual. Institucionalização na

Europa e nos Estados Unidos do século passado e das primeiras décadas desse. Origens de uma análise

propriamente sociológica sobre o Brasil e seu povo, através dos estudos sobre o caráter de sua estrutura

social e política, a identidade nacional e o desenvolvimento econômico como possibilidade de ingresso

no mundo moderno.

Metodologia do Trabalho Acadêmico em Economia

Ambiente universitário e trabalho acadêmico. Ensino e aprendizagem. Dado, informação e

conhecimento. Caracterização das atividades e trabalhos acadêmicos. Acesso a fontes de informações.

Elaboração e apresentação de trabalhos acadêmicos. Fichamentos, resenhas, seminários e artigos.

Normas e procedimentos técnicos científicos. Pesquisa cientifica na academia. Formação profissional e

o trabalho do economista. Trabalho de conclusão do curso. Ética e atividade acadêmica.

Page 25: PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ECONOMIA UFBA 2011

25

Economia Matemática I

A natureza da Economia Matemática, Componentes de u m Modelo Matemático, Conjuntos, os

sistemas de números, Funções e Relações, Análise Estática e o Equilíbrio em Economia; Álgebra

Linear: Matrizes e vetores, tipos, operações, ordem, determinantes, posto, solução de Sistemas

Homogêneos e não Homogêneos, raízes e vetores característicos, cadeia de Markov. Aplicações na

Teoria Econômica.

Economia Matemática II

A Estática Comparativa na Economia e o Cálculo Diferencial, o conceito e Teoremas de Limite,

continuidade; Derivadas, conceito, regras. Derivadas Parciais, derivadas de funções implícitas, funções

exponenciais e logarítmicas; aplicações do Cálculo Diferencial na Teoria Econômica; Otimização sem e

com restrições, condições de primeira e segunda ordens, aplicações na Teoria Econômica.

Pré-requisito: Economia Matemática I

Economia Matemática III

A Teoria Econômica Dinâmica e o Cálculo Integral; Integrais indefinidas, definidas e impróprias,

aplicações na Teoria Econômica; Equações Diferenciais e de Diferenças Finitas Homogêneas e não

Homogêneas, com coeficientes constantes de primeira e segunda, ordens, equação característica, raízes

reais e complexas, estabilidade assintótica; Noções de Sistemas Diferenciais e de Diferenças Finitas,

raízes e vetores característicos, aplicações em modelos econômicos dinâmicos.

Pré-requisito: Economia Matemática II

Contabilidade e Análise de Balanço I

Conceitos básicos de contabilidade. Relatórios contábeis e estática patrimonial. Identificação da

empresa. Fontes de recursos das empresas. Análise de ações. Balanço patrimonial. Outras

demonstrações contábeis. Introdução à contabilidade de custos. Análise de balanços.

Introdução à Administração

Conceito, natureza e importância da Administração. Evolução das teorias de administração.

Organizações e sociedade. Estrutura e funcionamento das organizações. Processos administrativos e

comportamentais nas organizações. Mudança organizacional. Principais escolas de organização e gestão.

Planejamento estratégico. Marketing.

Introdução à Estatística Econômica

Conceitos básicos da estatística. Fases do trabalho estatístico. Estatística descritiva. Principais medidas

de posição, dispersão, assimetria e curtose. Números-Índices. Índices disponíveis no Brasil.

Page 26: PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ECONOMIA UFBA 2011

26

Probabilidades: conceitos básicos, teoremas de probabilidade, probabilidade condicional,

independência, teorema de Bayes. Variáveis aleatórias, momentos. Distribuições discretas e contínuas.

Pré-requisito: Economia Matemática I

Estatística Econômica

Variáveis aleatórias contínuas: momentos; distribuições bidimensionais. Distribuição de probabilidade.

Amostragem. Distribuição amostral: estatísticas e parâmetros; Lei dos grandes números; Teorema

Central do Limite; principais distribuições amostrais. Estimação de parâmetros. Intervalos de confiança.

Testes de hipóteses: conceitos básicos; testes de hipóteses para a média e para proporção; distribuição F

de Snedecor; teste de igualdade de duas variâncias; teste para diferença de médias; distribuição Qui-

Quadrado; principais testes com a distribuição Qui-Quadrado.

Pré-requisitos: Introdução à Estatística Econômica e Economia Matemática II

História do Pensamento Econômico

Constituição do capitalismo e surgimento da Economia Política como disciplina autônoma:

pensamento mercantilista, fisiocratas e economistas clássicos. Marx e a crítica da Economia Política.

Ciência Econômica Positiva: pensamento marginalista e escolas neoclássica e austríaca. “Revolução

keynesiana” e seus desdobramentos. Schumpeter e o pensamento evolucionário. Distinção entre

Economia Política e Ciência Econômica na contemporaneidade: distintos objetos e métodos de

investigação.

Pré-requisito: Introdução à Economia

Contabilidade Social

Principais instrumentos de aferição dos processos econômicos. Agregados macroeconômicos e

identidades contábeis. Referencial metodológico utilizado nos Sistemas de Contas Nacionais. Modelo

de Insumo-Produto. Contas Nacionais do Brasil. Balanço de Pagamentos. Contas Monetárias e

Financeiras. Contas Regionais. Outros Indicadores Macroeconômicos.

Pré-requisitos: História do Pensamento Econômico e Introdução à Estatística Econômica

Teoria Macroeconômica I

Modelo macroeconômico clássico pré-keynesiano. Demanda efetiva, produção, emprego e renda em

Keynes. Síntese Neoclássica e o modelo IS-LM. Ciclos econômicos e política macroeconômica: modelo

de oferta e demanda agregada.

Pré-requisito: História do Pensamento Econômico

Page 27: PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ECONOMIA UFBA 2011

27

Teoria Macroeconômica II

Flutuações macroeconômicas: Teoria dos Ciclos Reais de Negócios, Novos Clássicos, e Novos

Keynesianos. Política macroeconômica em economias abertas. Teorias do consumo e evidência

empírica. Teorias do investimento: Tobin, efeitos da incerteza e imperfeições no mercado financeiro.

Desemprego e inflação: várias versões da Curva de Phillips.

Pré-requisitos: Teoria Macroeconômica I e Economia Matemática II

Teoria Macroeconômica III

Teorias do crescimento econômico: modelos de Harrod-Domar e Solow, modelo de Solow com capital

humano, modelos incorporando pesquisa e desenvolvimento e de crescimento endógeno. Kalecki e

Pós-Keynesianos: economia monetária da produção e instabilidade financeira. Teoria dinâmica

macroeconômica.

Pré-requisito: Teoria Macroeconômica II

Teoria Microeconômica I

Teoria do Consumidor: Restrição Orçamentária e Preferências, Utilidade e Taxa Marginal de

Substituição, Teoria da Escolha Ótima, Preferência Revelada, Equação de Slutsky, Efeitos Renda e

Substituição, Dotações e Oferta de Trabalho, Escolha Intertemporal, Excedente do Consumidor e do

Produtor, Demanda de Mercado. Teoria da Firma: Tecnologia, Produto Marginal e Taxa Técnica de

Substituição, Maximização de Lucros e Demanda por Fatores.

Pré-requisitos: História do Pensamento Econômico e Economia Matemática II

Teoria Microeconômica II

Teoria dos custos, oferta da firma e da indústria, equilíbrio de mercado e teoria dos mercados. Escolha

sob incerteza. Mercado competitivo. Monopólio, monopsônio, firmas dominantes. Teoria dos jogos:

Manimax, equilíbrio de Nash-Cournot e o valor de Shapley. Oligopólios: comportamento cooperativo e

não-cooperativo. Mercado de concorrência monopolística. Teoria do equilíbrio parcial. Estrutura

industrial e desempenho.

Pré-requisito: Teoria Microeconômica I

Teoria Microeconômica III

Equilíbrio Geral sem Produção (Economia de Trocas). Equilíbrio Geral com Produção. Economia do

Bem-Estar: escolha social, barganha, desenho de incentivos. Externalidades. Bens públicos. Teoria dos

leilões. Direitos de propriedade. Contratos. Teoria da informação: problema de seleção adversa, risco

moral, sinalização e desenho de mecanismos.

Pré-requisito: Teoria Microeconômica II

Page 28: PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ECONOMIA UFBA 2011

28

Economia Marxista I

Bases filosóficas e metodológicas para a crítica ao capitalismo: dialética e concepção materialista da

história; o método da economia política e d’O Capital. Mercadoria, valor e dinheiro. Capital e mais-

valia: transformação do dinheiro em capital. Taxa de mais-valia, mais-valia absoluta e mais-valia relativa.

O salário. Lei geral da acumulação capitalista: composição do capital, concentração e centralização do

capital, exército industrial de reserva e a relação entre acumulação, emprego e o salários.

Pré-requisito: História do Pensamento Econômico

Economia Marxista II

Circulação, reprodução e rotação do capital. Transformação da mais-valia em lucro, juro e renda: mais-

valia e lucro, transformação do valor em preço, o lucro do capital de circulação (lucro comercial e

juros), o crédito e a renda da terra. Tendência decrescente da taxa de lucro: as crises.

Pré-requisito: Economia Marxista I

Instituições do Direito Público e Privado

Direito. Ordem Jurídica. Primazia da Constituição Federal. Sistema Legal. Instituições de Direito

Público e Privado. Distinções necessárias. Princípios norteadores e principais institutos do Direito

Público e do Direito Privado.

Econometria I

O Modelo Clássico de Regressão Linear: seus princípios e aplicações. O Método de Mínimos

Quadrados Ordinários. O Método de Maximo Verossimilhança. Violações das hipóteses do MCRL:

multicolinearidade, autocorrelação, heterocedasticidade, viés de especificação. Formas funcionais

variadas. Uso de variáveis qualitativas. Modelos de Escolha Discreta.

Pré-requisito: Estatística Econômica

Econometria II

Processos estocásticos. Raízes unitárias. Modelos de Vetor Auto-regressivo. Análise de Co-integração.

Exogeneidade. Modelos Univariados de Séries de Tempo - enfoque de Box-Jenkins. Modelos

estruturais para séries de tempo. Modelos de volatilidade. Modelos não-lineares de séries de tempo.

Pré-requisito: Econometria I

Evolução do Capitalismo

Transição do feudalismo ao capitalismo, acumulação primitiva do capital e sistema colonial; revolução

industrial e capitalismo concorrencial; capitalismo monopolista, capital financeiro e imperialismo; da

hegemonia inglesa à americana; o período entre guerras; a recuperação pós-Segunda Guerra e os anos

Page 29: PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ECONOMIA UFBA 2011

29

dourados; o sistema de Bretton Woods; fim da expansão, crise e transformações pós década de 1970;

globalização, financeirização e os novos eixos geopolíticos da acumulação de capital.

Pré-requisitos: Evolução do Método Científico e Político e História do Pensamento Econômico

Formação Econômica do Brasil

O sistema colonial mercantilista. Os grandes períodos do processo de formação da economia

brasileira. A economia mercantil-escravista colonial: os ciclos econômicos: extrativista, do açúcar, do

ouro e do algodão (1500-1808). A transição política e a formação do Estado Nacional (1808-1850). A

economia agrária (primária)-exportadora: a cafeicultura, o surgimento da indústria e a formação do

mercado de trabalho (1850-1930). A Grande Depressão e a transição para uma economia capitalista

industrial.

Pré-requisito: Evolução do Capitalismo

Economia Monetária I

Moeda: evolução, funções e natureza. Mercado financeiro: alocação de portfólio e estrutura de risco

e a termo da taxa de juros. Informação e (in)eficiência no mercado financeiro. Oferta de moeda:

determinantes, instrumentos e conduta da política monetária. Demanda por moeda: visões clássica,

monetarista e keynesiana. Mercado financeiro e a macroeconomia: mecanismos de transmissão da

política monetária. Inflação: causas e consequências. Evolução da política monetária no Brasil.

Pré-requisito: Macroeconomia III

Organização Industrial

A teoria neoclássica da firma e dos mercados. Análise das teorias das firmas associadas aos custos

de transação, contratos, as visões de Penrose e evolucionistas. O modelo Estrutura-Conduta-

Desempenho e as barreiras à entrada. Inovações e competitividade. Regulação econômica e defesa da

concorrência. A teoria dos mercados contestáveis e barreiras à saída. Teoria dos jogos e os oligopólios.

Inovações e competitividade. Redes de firmas e redes de aprendizado.

Pré-requisito: Microeconomia II

Economia do Setor Público

Natureza e funções do Estado. Financiamento do setor público. Sistema tributário. Orçamento e

administração da dívida pública. Estrutura tributária e a distribuição da receita e da renda. A política

fiscal. Intervenção na economia e no processo de desenvolvimento e de distribuição da renda.

Pré-requisito: Macroeconomia III

Page 30: PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ECONOMIA UFBA 2011

30

Engenharia Econômica de Projetos

Noções fundamentais de matemática financeira: capitalização, rendas certas, sistemas de amortização,

custo efetivo de um empréstimo, cálculo do fundo de depreciação. O ambiente econômico dos

projetos: análise de mercado, logística, escala e impacto ambiental. Decisões de investimento e estrutura

de capital. Gerenciamento de riscos, planejamento financeiro e financiamento de longo prazo.

Financiamento corporativo, project finance e securitização. Instrumentos financeiros existentes no

mercado e alternativas de financiamento.

Pré-requisito: Microeconomia II

Economia Brasileira Contemporânea

Modelo de Substituição de Importações (MSI) e o papel central do Estado: a construção da indústria de

base, o Plano de Metas e a internacionalização da economia brasileira. Crise dos anos 1960 e o PAEG,

o “milagre brasileiro” e o II PND (1930-1980). Crise do MSI e a “década perdida”: crise da dívida e

Planos de Estabilização (Cruzado, Bresser e Verão) (1980-1990). Neoliberalismo e novo padrão de

acumulação: abertura comercial-financeira e as privatizações, redefinição do papel do Estado e os

Planos de Estabilização (Collor e Real). Período Pós-Real.

Pré-requisito: Formação Econômica do Brasil

Economia Internacional I

Modelo de gravidade. Produtividade do trabalho e vantagem comparativa: modelo Ricardiano.

Recursos, vantagem comparativa e distribuição de renda: modelos de Heckscher-Ohlin e de fatores

específicos. Modelo padrão de comércio. Economias de escala, concorrência imperfeita e comércio

internacional. Movimentos internacionais de fatores. Política comercial. Taxas de câmbio e

macroeconomia das economias abertas. Política macroeconômica internacional: sistema monetário

internacional, coordenação sob taxas flutuantes de câmbio, áreas monetárias ótimas. Fluxos globais de

capital e distribuição global da renda.

Pré-requisitos: Economia Monetária I e Microeconomia II

Metodologia da Pesquisa em Economia

Processo de investigação científica. Pesquisa na atividade acadêmica. Abordagens quantitativas e

qualitativas. Problemas associados à coleta, utilização e apresentação de dados e informações. Fontes de

informações estatísticas mais importantes. Desenvolvimento da capacidade de expor argumentos

econômicos. Etapas necessárias à elaboração do projeto de investigação. Elaboração e apresentação do

projeto de pesquisa monográfica.

Pré-requisito: Introdução à Estatística Econômica

Page 31: PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ECONOMIA UFBA 2011

31

Economia da Política Pública Regulatória

Falhas de mercado. Economia institucional: custos de transação, teoria da escolha pública, teoria dos

grupos de interesse. Economia política da regulação. Introdução à análise dos instrumentos de

regulação e do desempenho das instituições reguladoras. Noções de defesa da concorrência: delimitação

de mercado relevante e poder de mercado, comportamento estratégico e o papel da política antitruste.

Instituições, política econômica e desenvolvimento econômico.

Pré-requisito: Microeconomia III

Desenvolvimento Socioeconômico I

Origens e pioneiros da Economia do Desenvolvimento. Teorias do desenvolvimento: clássicas,

marxistas, neoclássicas, keynesianas e shumpeterianas. Modelos de crescimento. Imperialismo,

desenvolvimento e subdesenvolvimento. Teorias do subdesenvolvimento: cepalina, dependência e troca

desigual. A nova teoria do desenvolvimento. Teorias do desenvolvimento sustentável e políticas de

desenvolvimento.

Pré-requisito: Macroeconomia III

Elaboração de Monografia I

Trabalho monográfico enquanto trabalho acadêmico. Procedimentos técnicos e metodológicos na

elaboração da monografia. Orientação acadêmica. Elaboração do trabalho monográfico. Aspectos

normativos e técnicos. Apresentação da monografia.

Pré-requisito: Metodologia da Pesquisa em Economia

Elaboração de Monografia II

Diretrizes conclusivas do trabalho monográfico. Desenvolvimento do trabalho de pesquisa em

conjunto com o professor orientador. Normalização do documento. Apresentação do trabalho à banca.

Procedimentos de revisão e divulgação.

Pré-requisito: Elaboração de Monografia I

3.2.2. Disciplinas Optativas

Desenvolvimento Socioeconômico II

Os distintos padrões de desenvolvimento capitalista. Os países pioneiros: Inglaterra, Estados Unidos e

França. As experiências dos capitalismos tardios: Alemanha e Japão. As experiências contemporâneas

dos países asiáticos e latino-americanos. A experiência histórica brasileira e a sua inserção internacional

na globalização.

Pré-requisito: Desenvolvimento Socioeconômico I

Page 32: PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ECONOMIA UFBA 2011

32

Tópicos Avançados em Crescimento e Desenvolvimento Econômico

Mudança tecnológica endógena. Difusão tecnológica, comércio e interdependências. O processo de

desenvolvimento e o crescimento não equilibrado. Desenvolvimento financeiro. Equilíbrios múltiplos,

externalidades da demanda agregada e o big push. Instituições e desenvolvimento econômico.

Pré-requisitos: Macroeconomia III e Microeconomia III

Economia dos Recursos e do Meio Ambiente

Recursos naturais, entropia e desenvolvimento econômico. Economia do meio ambiente: eficiência,

bens públicos e externalidades; mecanismos de mercado versus comando e controle; incentivos

econômicos e o Estado na internalização de danos ambientais; instrumentos econômicos de controle

ambiental. Conceitos e técnicas de quantificação dos benefícios e custos ambientais. Economia

internacional, comércio e meio ambiente.

Pré-requisito: Desenvolvimento Socioeconômico I

Economia Urbana

Introdução às abordagens econômicas do processo de urbanização. Teoria do uso do solo residencial.

O Modelo padrão da cidade monocêntrica. Desenvolvimento Habitacional como bens duráveis.

Manutenção endógena da habitação como bem durável. Investimento e Demolição de habitações.

Interações espaciais e não-monocêntrica cidades. Economia de aglomeração. Tamanho das cidades.

Externalidades e zoneamento urbano. Medindo os benefícios e custos de externalidades urbanas.

Pré-requisito: Microeconomia III

Economia Agrária I

A questão agrária e o desenvolvimento do capitalismo na agricultura. Questão agrária e agrícola do

Brasil. Políticas agrárias e agrícolas. O novo rural: pluriatividade e multifuncionalidade. Competitividade

do agronegócio brasileiro. Modelos agrícolas: a controvérsia alimentos x biocombustíveis. Perspectivas.

Pré-requisitos: Economia Marxista II e Economia Brasileira Contemporânea

Economia Regional I

Conceitos de espaço e região. Teorias de desenvolvimento regional e da localização. Métodos de análise

da economia regional. Estruturas locacionais e custos de Transferência. Desenvolvimento e

desequilíbrio Regional. Políticas de desenvolvimento regional.

Pré-requisito: Desenvolvimento Socioeconômico I

Page 33: PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ECONOMIA UFBA 2011

33

Formação e Análise da Economia Baiana

Principais aspectos da formação econômica da Bahia. Elementos explicativos da economia baiana

contemporânea. Relações econômicas externas (Brasil e mundo). Perfil da atuação governamental

(federal e estadual). Setores e regiões dinâmicas, fluxos, estratégias empresariais, condicionantes e

perspectivas do desenvolvimento da Bahia.

Pré-requisito: Economia Brasileira Contemporânea

Economia da Energia

Os conceitos básicos de economia da energia. Unidades de medida em energia. Organização Industrial

e mercado de energia: comportamento estratégico, regulação e política antitruste. Análise de demanda e

formação de preços em energia. Gerenciamento de risco, mercados futuros e derivativos em energia.

Economia política dos recursos naturais. Energia e mudanças climáticas. Política energética e

desigualdades regionais.

Pré-requisito: Organização Industrial I

Seminários de Conjuntura Econômica

A estrutura e dinâmica da economia brasileira atual: inserção internacional, o papel do Estado, a os

principais setores e o mercado de trabalho. O desempenho econômico-social recente e as políticas

macroeconômicas. Os seus principais problemas e seu enfrentamento: pobreza, distribuição de renda,

desigualdades regionais, a questão energética e o meio-ambiente; as mudanças demográficas e a

previdência social, o financiamento do desenvolvimento e as políticas e programas sociais e regionais.

Pré-requisito: Economia Brasileira Contemporânea

Economias Latino-Americanas

O Processo de colonização da região e o Legado Colonial. As Economias Latino-Americanas no

período anterior à crise de 1929: o crescimento induzido pelas exportações. A Industrialização e o

Crescimento do Papel do Estado: 1945-80. Os anos 1980 e a Crise da Dívida Externa. A Abertura

Econômica dos Anos 90 e as Reformas na América Latina. A experiência recente e a inserção

internacional da América Latina.

Pré-requisito: Evolução do Capitalismo

Contabilidade e Análise de Balanços II

Demonstrações contábeis: conceitos, objetivos e estruturação. Balanço Patrimonial e Demonstração do

Resultado de acordo com a Lei das Sociedades Por Ações. Análise das demonstrações contábeis: análise

vertical, análise horizontal, índice econômico-financeiro, estrutura financeira, rentabilidade, atividade.

Alavancagem financeira. Análise Custo/Volume/Lucro. Fusão, incorporação e cisão.

Pré-requisito: Contabilidade e Análise de Balanço I

Page 34: PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ECONOMIA UFBA 2011

34

Organização Industrial II

Diferenciação de produtos e preços. Tópicos avançados em precificação de produtos. Jogos de

oligopólio e comportamento estratégico de empresas. Integração vertical e restrições verticais.

Informação e marketing. Durabilidade de produtos e comportamento estratégico. Patentes e evolução

tecnológica. Estratégias em comércio internacional.

Pré-requisito: Organização Industrial I

Economia das Empresas

Analise da competitividade e do padrão de concorrência de setores da economia. A empresa moderna,

formatos organizacionais, sua evolução e processos de modificações de sua estrutura. A natureza da

firma, a empresa multidivisional de Chandler e a criação de vantagens competitivas. Estratégias

tecnológicas de processos e produtos: paradigmas e trajetórias tecnológicas. A empresa americana e a

japonesa: modelos alternativos de eficiência produtiva e organizacional. Fordismo e Toyotismo.

Processo de internacionalização, implicações do mercado financeiro e governança corporativa sobre as

estratégias.

Pré-requisito: Organização Industrial I

Economia da Tecnologia

Tecnologia e desenvolvimento. Teorias do progresso técnico e a estratégia das firmas e organização dos

mercados. A teoria neoclássica do progresso técnico. Teorias do progresso técnico endógeno. A teoria

evolucionista da firma e da concorrência: paradigma científico, paradigma tecnológico. Inovação

incremental, inovação radical e trajetória tecnológica. A Taxonomia de Pavitt. Estruturas de mercado e

a geração e difusão de tecnologias.

Pré-requisito: Organização Industrial I

Economia da Regulação

A regulação e os objetivos que delineiam a política regulatória. A natureza e a escala da ineficiência de

mercado. Formas de regulação de monopólios e a determinação eficiente de estruturas tarifárias num

contexto de preços lineares e não lineares. Desempenho do mercado regulado: custos diretos e

indiretos da regulação. Os setores a serem regulados. Desregulamentação.

Pré-requisito: Organização Industrial I

Análise Econômica do Direito

Introdução à análise econômica do direito: origens da abordagem econômica do direito e sistemas

jurídicos. Fundamentos da teoria microeconômica. Falhas de mercado e de governo. Direitos de

propriedade. Economia dos contratos e regulação econômica. Teoria econômica da responsabilidade

Page 35: PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ECONOMIA UFBA 2011

35

civil. Teoria econômica de processos legais. Teoria econômica do crime e da punição. Relacionamento

entre justiça, economia do bem-estar, instituições e política pública.

Pré-requisito: Instituições do Direito Público e Privado

Mercado de Capitais

A problemática do mercado de capitais. Características e legislação do mercado de capitais.

Intermediação financeira, mercado de capitais e desenvolvimento econômico. Instrumentos,

mecanismos e práticas operacionais. Evolução e estrutura do mercado de capitais no Brasil. Mercado de

ações. Avaliação de investimentos. A empresa e o mercado de capitais.

Pré-requisito: Economia Monetária I

Economia do Mercado Imobiliário

Os estudos empíricos sobre o mercado imobiliário. Transporte urbano e habitação homogênea.

Transporte público e custos de congestão. Bens públicos locais. Tributação. Teoria dos contratos e o

mercado imobiliário.

Pré-requisito: Microeconomia II

Finanças I

Finanças Corporativas: problemas de assimetria de informação e incentivos, contratos incompletos e a

problemática do financiamento. Decisão de Investimento: fluxo de caixa versus lucro, fluxo

incremental, valorização no tempo e os métodos de orçamento de capital. Custo de Capital: valorização

de ativos de risco, CAPM, caracterização dos Betas, custo capital próprio e custo do débito. Decisão de

Financiamento: opções de financiamento, estrutura de capital, teorema de Modigliani-Miller,

importância do endividamento, seleção adversa e estrutura ótima.

Pré-requisito: Economia Monetária I

Finanças II

Introdução aos derivativos. Modelo binomial de precificação de derivativos. Probabilidade em espaços

finitos aplicados a finanças. Esperança condicional, Martingais e Processos de Markov com aplicações

em finanças. Troca da Medida, Teorema de Radon-Nikodin. Derivativos dependentes e independentes

do caminho. Tempo de parada. Passeios aleatórios, princípio da reflexão e aplicações em finanças.

Modelos de taxas de juros.

Pré-requisito: Finanças I

Page 36: PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ECONOMIA UFBA 2011

36

Avaliação de Políticas, Programas e Projetos

Avaliação, diferentes concepções. Tipos de avaliação. Avaliação e políticas. Avaliação de políticas,

programas e projetos econômico-sociais. Avaliação e tomada de decisão. Problemas e controvérsias no

campo da avaliação de políticas e programas.

Pré-requisito: Engenharia Econômica de Projetos

Economia e Educação

Relações entre a economia e educação. Principais teorias explicativas. Teoria do capital humano e suas

derivações. Problemática da educação no Brasil e suas implicações econômico-sociais. A ação da

economia e as transformações na educação. Financiamento da educação pública e privada no Brasil.

Mercado de educação: oferta e demanda por serviços de educação. A visão econômica sobre

qualificação e competência. Trabalho, educação e formação profissional. Perspectivas.

Pré-requisito: Desenvolvimento Sócio-Econômico I

Economia e Saúde

Relações entre a economia e saúde. Fundamentos teóricos explicativos. Falhas de mercado, seleção

adversa e gerenciamento de risco no setor de saúde. Análise dos componentes demográficos da saúde.

Implicações econômico-sociais da saúde no Brasil. Oferta e demanda de serviços de saúde no Brasil.

Políticas de saúde no Brasil: gestão e consequências na economia e as transformações na saúde pública.

Avaliação das políticas. Financiamento da saúde e suas implicações na economia. A visão econômica

sobre saúde e bem estar. Perspectivas.

Pré-requisito: Economia Brasileira Contemporânea

Economia do Trabalho

População e força de trabalho. Teorias econômicas da determinação do emprego e sua evolução

histórica. Teorias da determinação dos salários e da diferenciação salarial. Estrutura do emprego e

formas de organização da produção. Nível e distribuição dos salários. Políticas de salário e emprego.

Formação e evolução do mercado de trabalho no Brasil.

Pré-requisitos: Microeconomia I e Macroeconomia II

Demografia Econômica

Consequências econômicas da mudança da estrutura etária nas perspectivas de período e coorte.

Metodologias de mensuração de efeitos das mudanças demográficas (mortalidade, fecundidade e

estrutura etária) sobre variáveis econômicas no período e no ciclo de vida. Crescimento populacional,

estrutura etária e distribuição de renda: aspectos teóricos e metodologias de decomposição das medidas

Page 37: PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ECONOMIA UFBA 2011

37

de desigualdade. Estrutura etária e transferências intergeracionais: modelos teóricos e modelos de

previdência. Mudanças demográficas e composição por idade e sexo da oferta de trabalho.

Pré-requisito: Desenvolvimento Socioeconômico I

Economia dos Pequenos Negócios

Caracterização dos pequenos negócios, dimensões qualitativas e quantitativas. O que se entende

como pequenos negócios. Teorias explicativas, abordagens micro e macroeconômicas. Processos

típicos de expansão e contração dos pequenos negócios: natalidade, mortalidade e mobilidade. Os

pequenos negócios e o desenvolvimento econômico-social. Políticas públicas de apoio. A economia

brasileira e os pequenos negócios. Problemática de segmentos específicos: pequena produção

rural/agricultura familiar, economia informal e a informalidade urbana, trabalhador por conta própria e

o auto-emprego.

Pré-requisito: Organização Industrial I

Economia Monetária II

Mercado financeiro: risco, o mercado de câmbio e o mercado de derivativos. Modelos de precificação

de ativos. Moeda e a atividade econômica: modelos Novo-Keynesianos de transmissão da política

monetária; moeda, inflação e bem estar. Tópicos avançados em política monetária.

Pré-requisito: Economia Monetária I

Economia Internacional II

A nova macroeconomia internacional: modelos intertemporais para uma economia aberta. Crescimento

com restrição de divisas, a abordagem estruturalista e pós Keynesiana. Crises cambiais e ataques

especulativos. Assimetria de informação, crise financeira e contágio. Crises cambiais e fragilidade

financeira. Escolha de regimes cambiais. Flexibilização e altas taxas inflacionárias.

Pré-requisito: Economia Internacional I

Teoria dos Jogos

Jogos estáticos com informação completa: teoria das decisões, jogos estratégicos, equilíbrio de Nash e

equilíbrio com estratégias mistas. Jogos dinâmicos com informação completa: representação estendida,

indução reversa, jogos de barganha e jogos repetidos. Introdução a jogos com informação incompleta.

Informação assimétrica: teoria e aplicações. Jogos evolucionários.

Pré-requisito: Microeconomia II

Page 38: PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ECONOMIA UFBA 2011

38

Economia Comportamental

Introdução aos conceitos, métodos e resultados da economia experimental. Preferências de

comportamento e valoração. Jogos e comportamento econômico: racionalidade individual, falhas de

coordenação, barganha e preferências sociais, informação e o processo de aprendizado. Delineamento

de experimentos e análise e interpretação de resultados.

Pré-requisito: Microeconomia II

Economia Marxista III

Transformação do valor em preços de produção e teoria da renda fundiária. Teoria das crises e visões

do “colapso do capitalismo”. Estado e capitalismo na teoria marxista. Capital financeiro, capital

monopolista e teorias do imperialismo. Mundialização do capital e teorias da globalização.

Pré-requisito: Economia Marxista II

Economia Matemática IV

Formas Quadráticas e Matrizes Definidas. Otimização Não-Condicionada. Otimização com Restrição:

restrição de igualdade, restrição de desigualdade, multiplicador, teoremas do envoltório, condições de

segunda ordem. Funções Homogêneas e Homotéticas. Funções Côncavas e Quase-côncavas. Funções

Homogêneas e Homotéticas. Otimização Dinâmica, Cálculo de Variações, Teoria do Controle Ótimo,

Programação Dinâmica.

Pré-requisito: Economia Matemática III

Tópicos Avançados em Estatística Econômica

Probabilidades em espaços amostrais discretos, probabilidade condicional e independência. Variáveis

aleatórias discretas: binomial, hipergeométrica, geométrica e Poisson. Noções gerais sobre processos

estocásticos. Cadeias de Markov a parâmetro discreto: definição, probabilidades de transição,

classificação dos estados e medidas de probabilidade invariantes. Processo de Poisson: propriedades e

aplicações. Noções de cadeias de Markov a parâmetro contínuo. Variáveis aleatórias contínuas

(exponencial e gama).

Pré-requisito: Estatística Econômica

Econometria III

Variáveis Instrumentais. Sistemas de Equações. Sistemas de Equações por Variáveis Instrumentais.

Modelos Lineares para Dados em Painel. Modelos de Tratamento. O problema da auto-seleção.

Modelos com dados de contagem. Modelos de duração.

Pré-requisito: Econometria I

Page 39: PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ECONOMIA UFBA 2011

39

Análise de Insumo-Produto

Modelo básico de Leontief. Tecnologia baseada na indústria versus tecnologia baseada no produto.

Trabalho prático com matrizes de insumo-produto do Brasil. Modelos regionais. Estrutura produtiva,

índices de ligações interindustriais, multiplicadores setoriais, setores chave. Modelos de insumo-produto

e estudos da distribuição da renda. Modelos dinâmicos. Modelos de insumo-produto e meio ambiente.

“Clusters” e complexos produtivos. Construção de matrizes. Comércio Internacional. Matrizes de

Contabilidade Social: Definição, Classificação e Utilização. Modelos Aplicados de Equilíbrio Geral.

Pré-requisito: Economia Matemática III

Tópicos Especiais em Teoria Econômica

Seminários. Discussão das relações entre economia e os outros campos de conhecimento trabalhando

questões mais teóricas.

Pré-requisito: a definir.

Tópicos Especiais em Economia Aplicada

Seminários. Discussão das relações entre economia e os outros campos de conhecimento trabalhando

questões mais concretas, aplicadas.

Pré-requisito: a definir

3.3. Áreas de Estudo

As disciplinas optativas estão agrupadas por área de estudo tradicionais da investigação e do

conhecimento, de acordo com as capacitações dos docentes (suas áreas de pesquisa) do quadro

permanente da FCE. O estudante deverá fazer, no mínimo, quatro disciplinas optativas, sendo pelo

menos duas na área de estudo associada à temática de sua monografia. O papel do professor-orientador

será crucial na escolha dessas disciplinas.

O objetivo não é o de estimular ou direcionar o estudante para uma especialização precoce, mas

apenas orientá-lo para uma escolha mais consistente de suas disciplinas optativas, dando-lhe uma

referência mínima que lhe possibilite identificar quais disciplinas se relacionam mais de perto com o

objeto de estudo de seu trabalho monográfico.

As áreas de estudo, no interior das quais serão organizadas as disciplinas optativas, são as

seguintes: Desenvolvimento, Região e Meio Ambiente; Empresa, Mercados, Regulação e

Investimentos; Estado, Distribuição de Renda, Pobreza e Políticas Públicas; Emprego, Informalidade e

Pequeno Capital; Tópicos Avançados em Teoria e Política Econômica. Algumas disciplinas, em razão

da natureza mais abrangente e interdisciplinar dos seus objetos, fazem parte de mais de uma área de

estudo.

Page 40: PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ECONOMIA UFBA 2011

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Quadro 8 – Distribuição de Disciplinas Optativas por Área de Concentração

Área de Estudo Disciplinas

Desenvolvimento,

Região e Meio

Ambiente

• Desenvolvimento Sócio-Econômico II

• Tópicos Avançados em Crescimento e Desenvolvimento Econômico

• Economias Latino-Americanas

• Economia dos Recursos e do Meio Ambiente

• Economia da Energia

• Economia Urbana

• Economia Agrária I

• Economia Regional I

• Formação e Análise da Economia Baiana

• Seminários de Conjuntura Econômica

• Tópicos Especiais em Economia Aplicada

Empresa, Mercados,

Regulação e

Investimentos

• Organização Industrial II

• Economia das Empresas

• Economia da Tecnologia

• Economia da Regulação

• Análise Econômica do Direito

• Economia da Energia

• Mercado de Capitais

• Economia do Mercado Imobiliário

• Finanças I

• Finanças II

• Contabilidade e Análise de Balanços II

• Tópicos Especiais em Economia Aplicada

Estado, Distribuição

de Renda, Pobreza e

Políticas Públicas

• Desenvolvimento Socioeconômico II

• Avaliação de Políticas, Programas e Projetos

• Economia e Educação

• Economia e Saúde

• Seminários de Conjuntura Econômica

• Tópicos Especiais em Economia Aplicada

Emprego,

Informalidade e

• Economia do Trabalho

Page 41: PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ECONOMIA UFBA 2011

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Pequeno Capital • Demografia Econômica

• Economia dos Pequenos Negócios

• Tópicos Especiais em Economia Aplicada

Tópicos Avançados

em Teoria e Política

Econômica

• Economia Monetária II

• Economia Internacional II

• Teoria dos Jogos

• Economia Comportamental

• Economia Marxista III

• Análise de Insumo-produto

• Economia Matemática IV

• Tópicos Avançados em Estatística Econômica

• Econometria III

• Tópicos Especiais em Teoria Econômica

Page 42: PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ECONOMIA UFBA 2011

42

5. DIRETRIZES PARA O TRABALHO MONOGRÁFICO

O currículo do curso de ciências econômicas da UFBA tem como requisito de conclusão do curso a

elaboração de um trabalho monográfico. Para alcançar tal propósito, definiu-se o período de dois

semestres letivos - o sétimo e o oitavo do curso - para que o estudante elabore a sua monografia,

matriculando-se em duas disciplinas: Elaboração de Monografia I e Elaboração de Monografia II, com

136 horas cada, totalizando esta atividade uma carga de 272 horas.

O desenvolvimento do trabalho monográfico na Graduação tem como elemento balizador a

Resolução CCCE-01/95, que estabelece as normas e procedimentos para implantação,

operacionalização e acompanhamento das disciplinas acima mencionadas, conforme Resolução n.º

11/84 do Conselho Federal de Educação e parecer n.º 771/86 da Câmara de Ensino de Graduação da

UFBA.

Com o objetivo de capacitar o aluno nos aspectos metodológicos do processo de preparação do

trabalho monográfico, duas disciplinas obrigatórias antecedem as disciplinas específicas de elaboração

de monografia, quais sejam Metodologia do Trabalho Acadêmico em Economia e Metodologia da

Pesquisa em Economia. A primeira tem por objetivo familiarizar o estudante, logo no primeiro

semestre do curso de economia, com algumas práticas próprias da atividade acadêmica: levantamento

bibliográfico, leitura e fichamento de textos, familiaridade com as principais fontes de dados,

conhecimento da estrutura e dinâmica da biblioteca, utilização da Internet para pesquisa e normas

básicas de elaboração de textos acadêmicos. Já a segunda, destina-se à preparação do projeto de

pesquisa monográfica, sendo que a matrícula nesta disciplina exigirá do estudante a escolha prévia do

professor-orientador de monografia e anuência formal deste, garantindo assim o acompanhamento do

estudante pelo professor-orientador desde as etapas iniciais de formalização do trabalho monográfico.

Assim sendo, espera-se que o aluno, ao concluir a disciplina Metodologia da Pesquisa em

Economia, delimite o tema do trabalho monográfico dentre as diversas subáreas da economia,

atentando para (i) a disponibilidade de disciplinas optativas que são oferecidas pelo Departamento de

Economia e que permitem a especialização em diversas áreas de interesse; e (ii) a identificação do

professor-orientador capacitado a orientá-lo na área de interesse escolhida. Também na disciplina

Metodologia do Trabalho Científico, terá a oportunidade de desenvolver sua capacidade inquisitiva, sua

análise crítica, autonomia intelectual e responsabilidades associadas ao desenvolvimento de um trabalho

acadêmico.

Para poder matricular-se na disciplina Elaboração de Monografia I, o aluno deve observar duas

condições: lograr aprovação na disciplina Metodologia da Pesquisa em Economia e ter cursado, com

aprovação, pelo menos 2/3 das disciplinas do Currículo Obrigatório. Tais exigências refletem a

necessidade do aluno matricular-se em Elaboração de Monografia I já tendo delimitado e

Page 43: PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ECONOMIA UFBA 2011

43

problematizado um objeto de estudo e, consequentemente, elaborado o projeto de pesquisa com o

professor-orientador, que estabelecerá as bases do trabalho de orientação.

As disciplinas Monografia I e Monografia II não terão atividades em sala de aula, sendo de

responsabilidade direta e exclusiva dos professores-orientadores, apoiados por algum tipo de controle

criado pelo Colegiado de Curso para tal fim.

Espera-se que o sucesso na conclusão do trabalho monográfico permita ao aluno (i) sistematizar

e aplicar o conhecimento obtido no decorrer do curso de graduação em economia; (ii) dirigir seu

interesse para uma área específica de estudo e, dessa forma, facilitar a sua inserção no mercado de

trabalho; e (iii) possibilitar a iniciação científica, estimulando o interesse pela área acadêmica e a

publicação e apresentação de trabalhos científicos.

6. ATIVIDADES COMPLEMENTARES

As Atividades Complementares, definidas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de

Ciências Econômicas - emitidas pela Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de

Educação, através da Resolução No. 04, de 13 de julho de 2007 – e regulamentada pelo Conselho de

Ensino, Pesquisa e Extensão da UFBA, através da Resolução No. 02, de 1 de julho de 2008 – serão

exercidas obrigatoriamente pelo estudante ingresso no Curso de Ciências Econômicas. De acordo a

Resolução No. 04/2007:

Art. 8º As Atividades Complementares são componentes curriculares que possibilitam o

reconhecimento, por avaliação, de habilidades, conhecimentos, competências e

atitudes do aluno, inclusive adquiridas fora do ambiente escolar, abrangendo estudos e

atividades independentes, transversais, opcionais, de interdisciplinaridade,

especialmente nas relações com o mundo do trabalho, com os diferentes modelos

econômicos emergentes no Brasil e no mundo e as ações de extensão junto à

comunidade.

Parágrafo único. As atividades complementares se constituem componentes curriculares

enriquecedores e implementadores do próprio perfil do formando, sem que se

confundam com estágio curricular supervisionado.

Essas atividades visam, portanto, expandir o conhecimento adquirido nas disciplinas cursadas,

além de possibilitar a interação com outros profissionais atuantes na área de economia e o

estabelecimento de vínculos que possam facilitar a inserção do aluno no mercado de trabalho ou na

carreira acadêmica.

Podem ser consideradas Atividades Complementares, desde que passíveis de avaliação e

comprovação pelo Colegiado do Curso de Graduação em Ciências Econômicas, o trabalho e a

participação do estudante nos seguintes tipos de atividade: monitoria; iniciação científica em grupo de

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pesquisa; atividades de extensão; estudos dirigidos; disciplinas do Curso de Mestrado em Economia;

curso preparatório para a seleção de mestrado, desde que ministrado pela Faculdade de Ciências

Econômicas da UFBA ou pelo Conselho Regional de Economia; e Congressos e Seminários

Acadêmicos. A carga-horária mínima das Atividades Complementares, de acordo com as Diretrizes

Curriculares Nacionais do Curso de Ciências Econômicas estabelecidas pela Resolução No. 04

supracitada, é de 240 (duzentos e quarenta) horas.

Estas atividades, para serem validadas, devem estar previamente registradas no Departamento

ou em alguma outra instância da UFBA, tendo sempre a supervisão e o acompanhamento acadêmico

de um professor. A participação em Congressos e Seminários pode integralizar uma carga horária de até

30 (trinta) horas, devendo o estudante cumprir as horas restantes em outro tipo de atividade.

Para que tais atividades sejam consideradas como componentes curriculares, o estudante deve

formalizar requerimento de aproveitamento de estudos ao Colegiado de Curso, acompanhado de toda a

documentação cabível em cada caso (projeto, plano de trabalho, relatório das atividades, avaliação do

professor orientador, certificado, ou outro documento comprobatório). A solicitação é analisada pelo

Colegiado, que julga a sua pertinência.

Recomenda-se que a participação dos alunos em atividades dessa natureza, contando carga

horária para integralização da estrutura curricular, só se efetive a partir do terceiro semestre letivo. As

Atividades Complementares podem ocorrer em qualquer época do ano, independendo, portanto, do

período de aulas estabelecido pelo Calendário Acadêmico.

7. CONDIÇÕES DE OFERTA DO CURSO

As condições de oferta a seguir descritas se referem aos seguintes aspectos: 1- corpo docente

(regime de trabalho e titularidade) permanente da Faculdade de Ciências Econômicas e cujos

professores exercem suas funções, obrigatoriamente, tanto no Curso de Graduação quanto na Pós-

Graduação; 2- corpo técnico-administrativo discriminado segundo o exercício de suas funções e

escolaridade; 3- infra-estrutura física, referente às salas de aula, gabinetes de professores, biblioteca,

laboratório de informática, auditório, espaço de convivência e acessibilidade aos portadores de

deficiência física.

7.1. Corpo Docente: Regime de Trabalho e Titularidade

A Faculdade de Ciências Econômicas conta com um total de 35 professores no seu quadro

permanente, sendo 28 em dedicação exclusiva (DE), 01 em regime de 40 horas e 06 em regime de 20

horas. Desse total, 20 são doutores, 14 são mestres e 01 graduado – conforme pode ser observado no

quadro 9. Adicionalmente, o Curso de Graduação conta com a participação de mais 07 professores de

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outros Departamentos da Universidade que ministram algumas das disciplinas obrigatórias da área de

formação quantitativa e de outras áreas das ciências sociais como filosofia, sociologia, administração,

contabilidade e direito. No total, portanto, tem-se 42 docentes envolvidos com curso de graduação em

economia.

Quadro 9 – Distribuição dos Docentes por Titulação e Regime de Trabalho

Regime de Trabalho

Titulação

Doutor Mestre Graduado Total Dedicação Exclusiva

19

09

00

28

40 horas

00

01

00

01

20 horas

01

04

01

06

Total 20 14 01 35

Quadro 10 – Corpo Docente

PROFESSORES TITULAÇÃO REGIME DE TRABALHO

André Garcez Ghirardi

Doutorado

DE

André Luis Mota dos Santos

Doutorado

DE

Antonio Henrique Pinheiro Silveira

Doutorado

DE

Antonio Renildo Santana Souza

Doutorado

DE

Antonio Wilson Ferreira Menezes

Doutorado

DE

Carlos Alberto Gentil Marques

Mestrado

DE

Celeste Maria Pedreira Philigret Baptista

Mestrado

DE

Demósthenes Farias

Graduado

20 h

Fernando da Silva Sant Anna

Mestrado

20 h

Gilca Garcia de Oliveira

Doutorado

DE

Gisele Ferreira Tiryaki

Doutorado

DE

Hamilton de Moura Ferreira Junior

Doutorado

20 h

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Henrique Tome da Costa Mata Doutorado DE Ieda Lisboa Dias

Mestrado

20 h

João Damásio de Oliveira Filho

Doutorado

DE

Jose Carrera Fernandez

Mestrado

DE

José Murilo Philigret de Oliveira Baptista

Mestrado

DE

José Sérgio Gabrielli de Azevedo

Doutorado

DE

Lívio Andrade Wanderley

Doutorado

DE

Oswaldo Ferreira Guerra

Doutorado

DE

Paulo Antonio de Freitas Balanco

Doutorado

DE

Raymundo Jose Santos Garrido

Mestrado

DE

Alynson dos Santos Rocha

Mestrado

DE

Arismar Cerqueira Sodré

Mestrado

40 h

Bouzid Izerrougene

Doutorado

DE

Carlos Frederico Uchôa

Mestrado

DE

Ihering Guedes Alcoforado de Carvalho

Mestrado

DE

Jackson Ornelas Mendonça

Mestrado

20 h

Gervásio Ferreira dos Santos

Doutorado

DE

Lielson Antonio de Almeida Coelho

Mestrado

DE

Luiz Alberto Bastos Petitinga

Mestrado

DE

Luiz Antonio Mattos Filgueiras

Doutorado

DE

Paulo Henrique de Almeida

Doutorado

DE

Paulo Raimundo Almeida Brito

Doutorado

DE

Vitor de Athayde Couto

Doutorado

DE

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7.2. Corpo Técnico-Administrativo

A Faculdade de Ciências Econômicas conta com um total de 24 servidores tecno-

administrativos distribuídos pelos seguintes setores: 10 na Biblioteca, 06 na Secretaria de Apoio

Administrativo, 02 nos Departamentos, 02 no Colegiado de Curso, 01 na Diretoria e 03 na Secretaria

da Pós-Graduação. Desse total, 12 têm curso superior, 11 têm segundo grau e 01 possui o primeiro

grau – conforme pode ser observado no quadro 11.

Quadro 11 - Servidores Técnico-Administrativos

Escolaridade Pós-Graduação

04

3º Grau

08

2º Grau

11

1º Grau

01

Total 24

7.3. Infra-estrutura física

A seguir estão discriminadas as condições e os recursos materiais disponíveis, que permitem um

adequado funcionamento do Curso de Ciências Econômicas, quais sejam: Salas de aula, gabinetes de

professores, auditório e espaço de convivência; biblioteca; e Laboratórios de informática e home-page.

7.3.1. Salas de aula, gabinetes de professores, auditório e espaço de convivência

A Faculdade de Ciências Econômicas possui 14 salas de aulas – com 30 ou 50 lugares -, todas

equipadas com ar-condicionado e equipamentos multimídia (computador, data-show, retroprojetor e

tela para projeção). O mesmo ocorre com o auditório, com capacidade para 150 pessoas, e a Sala da

Congregação; ambos utilizados para realização de conferências, debates e reuniões. Adicionalmente,

conta também com uma sala equipada com 30 computadores, utilizada exclusivamente para as aulas de

disciplinas que necessitam dessa ferramenta. Os demais setores da Faculdade (Departamentos,

Colegiado, Apoio Administrativo, Serviço de Apoio a Informática e Secretarias da Diretoria e da Pós-

Graduação e Laboratórios de Informática) estão alocados também em salas individuais, estando seus

serviços e operação informatizados e integrados através de uma rede interna.

Os professores com Regime de Trabalho em Dedicação Exclusiva estão alocados,

individualmente ou em dupla, em 14 gabinetes de trabalho. Em ambos os casos, todos os gabinetes têm

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espaço adequado para atendimento aos alunos. Todos os professores dispõem de computadores e

impressoras pessoais em seus gabinetes de trabalho, que estão interligados por rede de fibra ótica com a

Internet e a uma rede interna que permite compartilhamento de arquivos e programas. Ao todo,

encontram-se nesses. 25 computadores

Adicionalmente, a Faculdade oferece um espaço de convivência, no qual são realizadas reuniões

e festas de congraçamento da comunidade, além de uma sala específica na qual funciona o Diretório

Acadêmico.

O prédio da Faculdade, com 06 andares, é servido por dois elevadores. Em cada andar existem

dois sanitários (masculino e feminino), sendo que no primeiro andar há mais um sanitário adaptado e

reservado aos portadores de necessidades especiais.

7.3.2. Biblioteca

A Biblioteca da Faculdade de Economia dispõe de 467 m2 de área disponível, distribuídos entre

acervo (190 m2) e área destinada aos usuários (277 m2). Esse espaço é composto de mesas e assentos

para estudos individuais e de grupos de usuários. A mesma é dotada de sistema de ar condicionado e

conta com dispositivos de informática que permite a digitalização do cadastro do acervo das

publicações, assim como do sistema de empréstimo e segurança do acervo.

Este acervo é composto de 46.627 livros, teses e dissertações (podem ser consultados por título,

autor e assunto na página), organizados conforme a Classificação Decimal de Dewey (CDD) e a tabela

Cutter. Além dessas publicações, a biblioteca conta com uma importante seção de periódicos com 601

títulos, sendo 400 nacionais e 201 estrangeiros. O acervo da biblioteca conta ainda com uma videoteca

constituída por 120 fitas de videocassete. A biblioteca oferece aos usuários serviços de comutação

bibliográfica, , empréstimo domiciliar, pesquisa bibliográfica e normalização técnica das referências

bibliográficas dos trabalhos de conclusão de curso (monografia dos alunos concluintes).

A informatização da Biblioteca garante, em sala específica (Laboratório), 18 computadores para

o curso de Economia, perfazendo uma média de 20 alunos por computador. Esses computadores

encontram-se ligados em rede e com acesso direto à internet, para que os alunos possam fazer suas

pesquisas e levantamentos necessários ao acompanhamento do curso. Além desses computadores, os

alunos do curso de Economia ainda encontram serviços de informática em salas onde funcionam os

grupos de pesquisa atuantes na Faculdade de Ciências Econômicas.

As bibliotecárias costumam participar de cursos, seminários e treinamentos tais como:

seminários de avaliação de bibliotecas universitárias; demonstração do livro eletrônico Dotlib;

treinamento das bases de dados da Dotlib; treinamento na Base de dados Web of Science; treinamento

das Bases de Dados Elsevier – Science Direct, Scopus e Engineering Village; Painel de Práticas em

Gestão do Conhecimento e Treinamento do Pergamum.

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O acervo de livros encontra-se informatizado desde 2006. Durante o ano de 2008 foi iniciada a

informatização do acervo de periódicos, com 395 títulos e 20.501 exemplares já inseridos. Iniciou-se,

também, a inserção das revisões analíticas dos artigos de periódicos.

7.3.3. Laboratórios de informática e home - page

A Faculdade de Ciências Econômicas conta com três laboratórios de informática: um reservado

à pós-graduação, com 12 computadores; um para a graduação, com 20 computadores; e um

compartilhado com a Faculdade de Ciências Contábeis, com 30 computadores. Além disso, possui

também uma sala de aula com 30 computadores, que já foi mencionada anteriormente.

A Faculdade de Ciências Econômicas conta com uma home - page como instrumento de

divulgação e interatividade, visando uma maior visibilidade externas da Instituição e uma maior

participação de sua comunidade. Nela podem ser encontradas as seguintes informações: breve histórico

da Instituição e do Curso de Economia; a sua estrutura organizacional e a sua direção atual; a relação

dos professores; a atual grade curricular e a lista de disciplinas; informações sobre a biblioteca e acesso

ao Sistema de Bibliotecas da UFBA; acesso aos trabalhos de conclusão de curso (monografias) e link

com a home - page do Curso de Mestrado. – onde podem ser encontradas informações relativas à

estrutura do programa, currículo, disciplinas, conteúdos programáticos e bibliografia; dos currículos dos

professores, com referencias à produção principal dos docentes.