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PROJETO PB RURAL SUSTENTÁVEL Arcabouço Legal e Institucional Volume I PROJETO PB RURAL SUSTENTÁVEL ARCABOUÇO LEGAL E INSTITUCIONAL E DESCRIÇÃO DO PROJETO VOLUME I JULHO 2015 Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized

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PROJETO PB RURAL SUSTENTÁVEL

Arcabouço Legal e Institucional

Volume I

PROJETO PB RURAL SUSTENTÁVEL

ARCABOUÇO LEGAL E INSTITUCIONAL E

DESCRIÇÃO DO PROJETO

VOLUME I

JULHO

2015

Pub

lic D

iscl

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Pub

lic D

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osur

e A

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Pub

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WB406484
Typewritten Text
WB406484
Typewritten Text
SFG1191 v1
WB406484
Typewritten Text
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PROJETO PB RURAL SUSTENTÁVEL

Arcabouço Legal e Institucional

Volume I

APRESENTAÇÃO

O desenvolvimento econômico e social é um dos objetivos principais da Gestão

Pública e requer políticas capazes de melhorar o bem-estar social, garantindo a

liberdade e respeito às capacidades individuais e ao conhecimento popular, integrando

economia e ética. Nesse sentido o Projeto PB Rural Sustentável procurará ser um dos

alicerces do Governo Estadual para promoção deste desenvolvimento no estado da

Paraíba.

O Projeto PB Rural Sustentável tem como objetivo principal melhorar o acesso a

água, reduzir a vulnerabilidade agroclimática e aumentar o acesso a mercados da

população rural pobre da Paraíba. Os subprojetos apoiarão a geração de renda, inserção

em cadeias produtivas e, consequentemente, a elevação econômica desta população

vulnerável do estado da Paraíba. O período de realização do projeto será de seis anos,

iniciando em 2015, sendo que neste período serão investidos US$ 80 milhões que serão

destinados ao fortalecimento institucional, a redução da vulnerabilidade, as alianças

produtivas e a gestão, monitoramento e avaliação.

Estes documentos, Marco de Gestão e Avaliação Socioambiental, atendem as

políticas de salvaguardas do Banco Mundial, sendo acionadas as OP’s/BP’s de

avaliação ambiental, habitats naturais, recursos culturais físicos, segurança de

barragens, florestas e controle de pragas. Além disso, estes documentos também estão

subordinados a toda legislação federal e estadual.

Os documentos que compõe a Avaliação de Impactos Socioambientais (AISA)

estão subdivididos em: Arcabouço Legal e Institucional e descrição do projeto (Volume

I), Avaliação de Impactos Socioambientais (Volume II), Marco Conceitual para Gestão

Socioambiental (Volume III), Plano de Gestão Socioambiental (Volume IV) e Consulta

Pública (Volume V). Os volumes estabelecem referenciais teóricos, revisão de aspectos

legais, detalhamento de arranjos institucionais de gestão, identificam os aspectos

potencialmente causadores de impactos ambientais e sociais adversos e definem

procedimentos para identificar, gerir e potencializar os impactos socioambientais,

econômicos e culturais positivos e prevenir e mitigar os impactos negativos dos

subprojetos financiados.

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PROJETO PB RURAL SUSTENTÁVEL

Arcabouço Legal e Institucional

Volume I

GOVERNO DO ESTADO DA PARAÍBA

Ricardo Vieira Coutinho

Governador

Ana Lígia Costa Feliciano

Vice-Governadora

PROJETO COOPERAR

Roberto da Costa Vital

Gestor do Projeto Cooperar

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PROJETO PB RURAL SUSTENTÁVEL

Arcabouço Legal e Institucional

Volume I

Equipe Técnica Cooperar

Mônica Alexandra Tavares de Melo

Gerente Operacional

Rita Márcia de Moura Duarte Marinho

Coordenadora do Setor de Engenharia

Angela Carolina de Medeiros

Coordenadora de Salvaguardas Socioambientais

Equipe Técnica Consultoria (FUNETEC)

Pedro Rogério Rocha

Coordenador Geral

Anselmo Guedes de Castilho

Coordenador de Arcabouço Legal e Institucional

Maurício Sardá de Faria

Coordenador de Avaliação Social e Marco de Economia Solidária

Diego Rodrigo dos Santos Machado

Coordenador de Avaliação Ambiental

Diego Albert Brito de Melo

Coordenador Técnico

Cláudia Coutinho Nóbrega

Consultora Técnica – Saneamento Rural

Héric Cavalcanti Mascarenhas dos Santos

Consultor Técnico – Avaliação Social e Marco Indígena

Roberto Mendoza

Consultor Técnico – Avaliação Social e Marco Quilombola

José Francisco de Melo Neto

Consultor Técnico – Avaliação Social e Questionário de Avaliação Socioeconômica

Wellington Dantas Silva

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PROJETO PB RURAL SUSTENTÁVEL

Arcabouço Legal e Institucional

Volume I

Consultor Técnico – Marco de Reassentamento Involuntário

Ysa Helena Diniz Morais de Luna

Consultora Técnica – Diagnóstico Socioambiental

Samara Gonçalves Fernandes da Costa

Consultora Técnica – Avaliação Ambiental dos Subprojetos

Laís Helena Medeiros Moura

Consultora Técnica – Avaliação Ambiental dos Subprojetos

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PROJETO PB RURAL SUSTENTÁVEL

Arcabouço Legal e Institucional

Volume I

LISTA DE SIGLAS

ADC – Abastecimento de Água Completo

ADS – Abastecimento de Água Singelo

AESA - Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba

AISA – Avaliação de Impactos Socioambientais

ANA – Agencia Nacional de Águas

ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica

BIRD – Banco Mundial

BP – Procedimentos do Banco Mundial

CAGEPA – Companhia de Água e Esgoto do Estado da Paraíba

CELB – Companhia de Eletricidade Borborema

CERH – Conselho Estadual de Recursos Hídricos

CF – Constituição Federal

CHESF – Companhia Hidroelétrica do São Francisco

CMDR – Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural

CODEVASF – Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do

Parnaíba

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente

EA – Entidade Associativa

EIA – Estudo de Impacto Ambiental

EMATER – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Paraíba

EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

EMEPA – Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba

FUNASA – Fundação Nacional de Saúde

GTI – Grupo de Trabalho Interministerial

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PROJETO PB RURAL SUSTENTÁVEL

Arcabouço Legal e Institucional

Volume I

IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IDH – Índice de Desenvolvimento Humano

IDHM – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal

IMVA – Índice Municipal de Vulnerabilidade Agroclimática

INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

INMET – Instituto Nacional de Meteorologia

INSA – Instituto Nacional do Semiárido

LI – Licença de Instalação

LO – Licença de Operação

LP – Licença Prévia

MMA – Ministério do Meio Ambiente

NA – Norma Administrativa

ONG’s – Organizações não Governamentais

ONU – Organização das Nações Unidas

ONS – Operador Nacional do Sistema Elétrico

OP – Políticas Operacionais

PB – Paraíba

PERH-PB – Plano Estadual de Recursos Hídricos

pH – Potencial Hidrogeniônico

PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos

PNSB – Plano Nacional de Saneamento Básico

PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

PVC – Policloreto de Vinila

RIMA – Relatório de Impacto Ambiental

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PROJETO PB RURAL SUSTENTÁVEL

Arcabouço Legal e Institucional

Volume I

SEAFDS – Secretaria de Agricultura Familiar e Desenvolvimento do Semiárido

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

SENAC – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial

SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural

SERHMACT – Secretaria dos Recursos Hídricos, Meio Ambiente e da Ciência e

Tecnologia

SIN - Sistema Interligado Nacional

SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente

SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza

SNGREH – Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos

SRHU – Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano

SUDEMA – Superintendência de Administração do Meio Ambiente

UC – Unidade de Conservação

UGP – Unidade de Gerenciamento do Projeto

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PROJETO PB RURAL SUSTENTÁVEL

Arcabouço Legal e Institucional

Volume I

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - A Paraíba no contexto Regional e Nacional. ... ............................................. 14

Figura 2 - Distribuição da população rural por quantidade de municípios nas

mesorregiões. ..................................................................................................................16

Figura 3 - Domicílios Paraibanos e os Serviços de

Saneamento.......................................19

Figura 4 - Situação da Qualidade da água distribuída nos municípios Paraibanos. ....... 20

Figura 5 - Divisão da Paraíba em Mesorregiões. ........................................................... 22

Figura 6 - Localização da Mesorregião da Mata Paraibana. .......................................... 23

Figura 7 - Localização da Mesorregião da Borborema. ................................................. 24

Figura 8 - Localização da Mesorregião do Agreste ........................................................ 26

Figura 9 - Localização da Mesorregião do Sertão ......................................................... 28

Figura 10 - Localização das comunidades quilombolas no estado da Paraíba. .............. 31

Figura 11 - Distribuição dos povos indígena no território Paraibano.Erro! Indicador

não definido.

Figura 12 - Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental - Subdivisão 1. .............. 36

Figura 13 - Bacias hidrográficas do Estado da Paraíba.

..................................................39

Figura 14 - Sistemas aquíferos do Estado da Paraíba. . .................................................. 42

Figura 15 - Unidades de Conservação encontradas na Paraíba. ..................................... 43

Figura 16 - Classe de solo encontradas no estado. . ....................................................... 46

Figura 17 - Organograma para a gestão do Projeto PB Rural Sustentável. .................... 91

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Aspectos socioeconômicos da Paraíba. ........................................................ 15

Quadro 2 - Microrregiões da Mesorregião da Mata Paraibana. ..................................... 23

Quadro 3 - Microrregiões da Mesorregião da Borborema. ............................................ 25

Quadro 4 - Microrregiões da Mesorregião do Agreste. .................................................. 27

Quadro 5 - Microrregiões da Mesorregião do Sertão. .................................................... 29

Quadro 6 - Principais Características das Bacias, Subacias e regiões Hidrográficas do

Estado da Paraíba............................................................................................................ 36

Quadro 7 - SUDEMA na Paraíba: Contatos e endereços. .............................................. 98

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PROJETO PB RURAL SUSTENTÁVEL

Arcabouço Legal e Institucional

Volume I

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Quantidade de escolas na Paraíba ................................................................. 17

Tabela 2 - Classes dos solos na Paraíba. ........................................................................ 44

Tabela 3 - Classificação dos valores do IMVA do Estado da Paraíba. .......................... 56

Tabela 4 - Municípios priorizados para serem atendidos pelo componente de redução da

vulnerabilidade do Projeto Paraíba Rural Sustentável. .................................................. 57

Tabela 5 - Previsão de implantação dos subprojetos pertencentes ao subcomponente de

acesso a água e saneamento. ........................................................................................... 60

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PROJETO PB RURAL SUSTENTÁVEL

Arcabouço Legal e Institucional

Volume I

SUMÁRIO

1. Caracterização da Situação Atual da Paraíba ........................................... 14

1.1. Localização ........................................................................................... 14

1.2. População .............................................................................................. 14

1.3. Educação ............................................................................................... 16

1.4. Eletricidade ........................................................................................... 17

1.5. Saneamento ........................................................................................... 18

1.5.1. Abastecimento de água .................................................................. 19

1.5.2. Esgotamento Sanitário ................................................................... 20

1.5.3. Gestão dos Resíduos sólidos .......................................................... 21

1.6. Divisão Político-Administrativa da Paraíba.......................................... 21

1.6.1. Mesorregião da Mata Paraibana ..................................................... 22

1.6.2. Mesorregião da Borborema ............................................................ 24

1.6.3. Mesorregião do Agreste Paraibano ................................................ 26

1.6.4. Mesorregião do Sertão ................................................................... 28

1.7. Quilombolas .......................................................................................... 30

1.8. Indígenas ............................................................................................... 32

1.9. Clima ..................................................................................................... 32

1.10. Pluviosidade ...................................................................................... 34

1.11. Recursos Hídricos ............................................................................. 34

1.11.1. Águas Superficiais ....................................................................... 34

1.11.2. Águas Subterrâneas ...................................................................... 40

1.12. Vegetação .......................................................................................... 41

1.12.1. Unidades de Conservação ............................................................ 43

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Arcabouço Legal e Institucional

Volume I

1.13. Geomorfologia .................................................................................. 43

1.14. Solos .................................................................................................. 44

2. Concepção Geral das Intervenções ........................................................... 54

2.1. Componentes do Projeto ....................................................................... 54

2.1.1. Componente 1: Fortalecimento Institucional ................................. 54

2.1.2. Componente 2: Redução da Vulnerabilidade ................................. 55

2.1.3. Componente 3: Alianças Produtivas .............................................. 63

2.1.4. Componente 4: Gestão, Monitoramento e Avaliação .................... 67

2.2. Justificava da Implantação .................................................................... 69

2.3. Objetivos e Resultados Esperados ........................................................ 70

2.4. Rol de Investimentos ............................................................................ 70

2.5. Relação de Subprojetos Não Elegíveis ................................................. 71

3. Salvaguardas Acionadas ........................................................................... 73

4. Arcabouço Legal e Institucional ............................................................... 75

4.1. Intencionalidade .................................................................................... 75

4.2. Orientações Iniciais ............................................................................... 75

4.3. Parâmetros Temáticos ........................................................................... 76

4.3.1. Licenciamento Ambiental .............................................................. 76

4.3.2. Vegetação ....................................................................................... 79

4.3.3. Recursos Hídricos .......................................................................... 81

4.3.4. Gestão de Resíduos Sólidos ........................................................... 86

4.3.5. Saneamento Básico ........................................................................ 88

5. Arranjo Institucional para Gestão do Projeto ........................................... 91

5.1. Unidade de Gerenciamento do Projeto ................................................. 91

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PROJETO PB RURAL SUSTENTÁVEL

Arcabouço Legal e Institucional

Volume I

5.2. Instituições de Apoio ............................................................................ 94

5.2.1. Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba .... 94

5.2.2. Superintendência de Administração do Meio Ambiente ............... 98

5.2.3. Outras Instituições de Apoio ........................................................ 101

7. Referências Bibliográficas ...................................................................... 103

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Arcabouço Legal e Institucional

Volume I

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1. Caracterização da Situação Atual da Paraíba

1.1. Localização

O Estado da Paraíba está localizado no Nordeste brasileiro, entre os paralelos

6º5’ S a 8ºS de latitude sul e entre os meridianos 38º5’ W a 35°00’00’’ W de longitude

oeste. Com uma área territorial de 56.469,466 km², corresponde a 3,12% da Região

Nordeste e 0,66% do Brasil.

Encontra-se limitado ao norte com o Estado do Rio Grande do Norte; ao sul,

com o Estado do Pernambuco; a leste, com o Oceano Atlântico e a oeste, com o Estado

do Ceará, como pode-se observar na Figura 1.

Figura 1 - A Paraíba no contexto regional e nacional.

Fonte: FIEP-PB (2010).

1.2. População

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),

em sua Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2014, a Paraíba obteve

uma população estimada ano de 2014 de 3.943.885 habitantes em seu total, obtendo

crescimento de 4,7% em relação ao ano de 2010 e apresentando um parcelamento onde,

2.838.991 habitantes, representando 75% população é considerada urbana, e 927.535

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Arcabouço Legal e Institucional

Volume I

15

habitantes representam 25% população considerada rural. Mais informações acerca da

Paraíba podem ser encontradas no

.

Quadro 1 - Aspectos socioeconômicos da Paraíba.

População estimada 2014 (hab) 3.943.885 Número de Municípios 223

População 2010 (hab) 3.766.528 IDH 2010 1 0,658

Área (km²) 56.469,75 População Urbana (hab) 2.838.991

Densidade demográfica

(hab/km²)

66,70 População Rural (hab) 927.535

1 Atlas Brasil 2013 Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

Fonte: Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por

Amostra de Domicílios Contínua (IBGE, 2014).

A densidade demográfica estadual é de 66,73 hab./km². As regiões menos

povoadas são o platô central, o platô Sul-Ocidental, etc. Já as mais habitadas são a

região do litoral e a porção do Brejo. O censo de 2010 demonstrou ainda que a

população urbana da Paraíba representa 75,4%, em oposição aos 24,6% da zona rural.

A população paraibana concentra-se principalmente nas cidades de João

Pessoa e Campina Grande, sendo que estas duas cidades juntas perfazem 40% da

população do Estado. Os municípios mais populosos são: João Pessoa, com 702.235

habitantes; Campina Grande, com 383.744 habitantes; Santa Rita, com 126.755

habitantes; Patos, com 100.732 habitantes; Bayeux, com 96.198 habitantes; Sousa com

65.930 habitantes; Cajazeiras, com 57.875 habitantes e Guarabira, com 56.136

habitantes.

Observando o Figura 2 constata-se que dentre os municípios paraibanos, os que

possuem um maior percentual de pessoas vivendo na área rural, ou seja, mais de 90% da

População estimada 2014 (hab) 3.943.885 Número de Municípios 223

População 2010 (hab) 3.766.528 IDH 2010 1 0,658

Área (km²) 56.469,75 População Urbana (hab) 2.838.991

Densidade demográfica

(hab/km²)

66,70 População Rural (hab) 927.535

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PROJETO PB RURAL SUSTENTÁVEL

Arcabouço Legal e Institucional

Volume I

16

população, se encontram nas mesorregiões da Zona da Mata e da Borborema, no entanto

uma elevada ocupação do meio rural (de 70% a 90% da população do município)

também se observa nas mesorregiões do Agreste e Sertão.

As cidades com mais de 90% da população habitando a área rural são Curral de

Cima, na Zona da Mata, e Barra de Santana na Borborema

Figura 2 - Distribuição da população rural por quantidade de municípios nas

mesorregiões. Fonte: IBGE (2010).

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é um dado utilizado pela

Organização das Nações Unidas (ONU) para analisar a qualidade de vida de uma

determinada população. Os critérios utilizados para calcular o IDH são: Produto Interno

Bruto per capita; educação (taxa de alfabetização da população adulta e número médio

de anos cursados na escola); nível de saúde (expectativa de vida da população e taxa de

mortalidade infantil).

Segundo o Atlas Brasil 2013 Programa das Nações Unidas para o

Desenvolvimento, o IDH do estado é de 0,658, considerado baixo em relação a maioria

dos demais estados brasileiros.

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Zona da Mata Agreste Borborema Sertao

Qu

anti

dad

e d

e M

un

icíp

ios

Menor que 50% de 50% a 70% de 70% a 90% Maior que 90%

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Volume I

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1.3. Educação

Na Tabela 1 encontram-se o quantitativo de escolas segregadas em níveis de

ensino os quais ensino fundamental, totalizando 5.174 escolas; ensino médio totalizando

534 escolas e ensino pré-escolar, totalizando 4.268 escolas.

Tabela 1 - Quantidade de escolas na Paraíba

Escolas Ensino fundamental Ensino médio Ensino pré-escolar

Estadual 682 358 43

Municipal 3.722 21 3.470

Federal 1 12 3

Particular 769 143 752

Total 5174 534 4268

Fonte: Matrículas, docentes e rede escolar (IBGE, 2012).

A estrutura física e de recursos humanos das escolas paraibanas está com

deficiências, assim como em outros estados, o que traz um atraso para o

desenvolvimento do estado.

Vale salientar que nas escolas da zona rural, de modo geral, o problema se torna

ainda mais evidente, envolvendo a ausência de estruturas adequadas, desde de energia

elétrica e abastecimento de água, até quantidade de salas por série, quadra de esportes,

cozinha, banheiros e bibliotecas.

As escolas no meio rural são muito importantes para a formação das

comunidades do campo e são também um incentivo para que as famílias permaneçam

na área rural, precisando de melhorias e investimentos.

1.4. Eletricidade

O sistema de redes elétricas brasileiro é o Sistema Interligado Nacional (SIN), e

o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) é responsável pela coordenação e

controle da operação do SIN, realizada pelas companhias geradoras e transmissoras, sob

a fiscalização e regulação da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Entre os

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Volume I

18

benefícios desta integração e operação coordenada está a possibilidade de troca de

energia elétrica entre regiões.

A Paraíba possui disponibilidade de energia elétrica para suas atividades

fornecida pela ENERGISA em todo o Estado e o suprimento é feito pela Companhia

Hidrelétrica de São Francisco - CHESF, exceto em Campina Grande, que tem

fornecedora própria, a CELB. A hidrelétrica mais próxima do estado é a hidrelétrica de

Paulo Afonso.

Na Paraíba, cerca de 99,8% dos domicílios, ou seja 1,178 milhão de casas,

possuem rede de iluminação elétrica, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por

Amostra de Domicílios (PNAD, 2012). Salienta-se que a Paraíba possui no litoral norte,

na cidade de Mataraca, a produção de energia Eólica, e em João Pessoa e Campina

Grande usinas Termoelétricas.

1.5. Saneamento

A Lei nº 11.445/2007 estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento

básico e para a política federal de saneamento básico. Esta, no seu Artigo 2º, apresenta

os princípios fundamentais dos serviços públicos de saneamento, dentre eles, o

abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos

sólidos realizados de formas adequadas à saúde pública e à proteção do meio ambiente.

A utilização do saneamento como instrumento de promoção da saúde pressupõe

a superação dos entraves tecnológicos políticos e gerenciais que têm dificultado a

extensão dos benefícios aos residentes em áreas rurais, municípios e localidades de

pequeno porte (FUNASA, 2006).

Observando dados do censo 2010 do IBGE, no estado da Paraíba contabilizou

um total de domicílios particulares permanentes de 1.080.672 habitações, destas, apenas

45,6% é atendido por um sistema de saneamento adequado, enquanto que 16,8% dos

domicílios apresenta o sistema inadequado, incluindo a ausência de algum serviço de

saneamento. Observando o total de 829.761 habitações, apresentando em 58,7% com

sistema de saneamento adequado.

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Cabe ressaltar que a porção do total de domicílios rurais particulares

permanentes que apresentam algum sistema de saneamento, apenas 2,2% apresentam

esse sistema de modo adequado, e 70% dos domicílios apresentam um sistema

inadequado. Os dados podem ser melhor observados na Figura 3.

No âmbito rural, as dificuldades da aplicação e instalação de serviços

componentes do saneamento são mais complicadas, por conta da inviabilidade

financeira, principalmente, uma vez que a densidade populacional e de domicílios rurais

é pequena e os investimentos seriam custosos para atender uma pequena parcela da

população.

Figura 3 - Domicílios Paraibanos e os Serviços de Saneamento.

Fonte: Censo (IBGE, 2010).

1.5.1. Abastecimento de água

Sistema de abastecimento de água para consumo humano é a instalação

composta por conjunto de obras civis, materiais e equipamentos, destinados à produção

e à distribuição canalizada de água potável para populações, sob a responsabilidade do

poder público, mesmo que administrada em regime de concessão ou permissão.

45%

38%

17%

Domicilios Totais e o Saneamento

59%

40%

1%

Domicilios Urbanos e o Saneamento

2%

28%

70%

Domicilios Rurais e o Saneamento

Adequado Semi - Adequado

Inadequado

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20

Na Paraíba, o número de municípios com rede de distribuição de água e de 212,

no entanto a qualidade da água distribuída por estes municípios pode variar, entre água

tratada, parcialmente tratada, ou sem tratamento, como observamos na Figura 4.

Figura 4 - Situação da Qualidade da água distribuída nos municípios Paraibanos.

Fonte: Censo (IBGE, 2010).

1.5.2. Esgotamento Sanitário

A ausência da rede de esgotamento sanitário constitui a realidade de grande

parte dos municípios com menos de 50 mil habitantes. Nesse estrato populacional,

concentra-se um grande número de municípios preponderantemente rurais e com

população dispersa (densidade demográfica inferior a 80 habitantes por quilômetro

quadrado), o que acarreta maior dificuldade para ofertar os serviços de coleta de esgoto.

Na Paraíba, dados do IBGE revelam que dos 223 municípios, apenas 163

possuem rede coletora, no entanto é difícil de identificar a abrangência desse

atendimento, pois um município pode apresentar rede coletora em apenas uma pequena

porção, sem contemplar sua totalidade. Isso camufla os dados e prejudica a identificação

dos domicílios não atendidos e suas comunidades.

188

10

17

Agua tratada

Parcialmente tratada

Sem tratamento

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Atualmente, o principal operador dos serviços de saneamento no estado é a

Companhia de Água e Esgoto do Estado da Paraíba (CAGEPA), atendendo uma grande

maioria dos municípios paraibanos e apenas 10 localidades no âmbito rural.

1.5.3. Gestão dos Resíduos sólidos

Para evitar os danos ao meio ambiente e a saúde da população, é indispensável o

serviço de coleta, tratamento e destinação final, sanitariamente adequada, dos resíduos.

Na Paraíba, nos seus 223 municípios, há serviço de manejo de resíduos sólidos,

no entanto a correta destinação final destes deve ser analisada e monitorada, para que

sempre seja efetuada de modo adequado, cumprindo a Lei 12.305/2010.

Apesar de apresentar os serviços de gestão dos resíduos sólidos, nos municípios

onde a maioria da população é rural, a gestão dos resíduos se é efetuada apenas no

perímetro urbano, comprometendo a eficiência da coleta e destinação final, pois

somente uma pequena parte dos resíduos e coletada. Enquanto que na área rural, o

resíduo orgânico produzido em sua maioria e utilizado como alimento para os animais,

e os resíduos inorgânicos, majoritariamente recicláveis, são submetidos a queima

descontrolada, uma prática antiga utilizada para sanar o problema do acumulo de

resíduos.

A prática da queima dos resíduos sólidos é nociva, representa um perigo para o

meio ambiente pois a queima de certos plásticos, como PVC, libera os furanos e

dioxinas, composições gasosas cancerígenas. Isso sem citar dióxido de carbono (CO2),

que ocupa o papel central como causador do aumento do efeito estufa e as mudanças

climáticas decorrentes da sua alta concentração na atmosfera.

A queima de resíduos sólidos é uma conduta grave e passou a constituir crime

conforme a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9605/1998).

1.6. Divisão Político-Administrativa da Paraíba

O Estado da Paraíba apresenta 223 municípios, com capital em João Pessoa, e

segmenta-se em quatro mesorregiões, como está ilustrado na Figura 5 sendo elas:

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Mesorregião do Sertão Paraibano, Mesorregião da Borborema, Mesorregião do Agreste

Paraibano, e Mesorregião da Mata Paraibana. Essas mesorregiões foram estabelecidas

como base na configuração espacial e no processo de povoamento do Estado, de

paisagens distintas e características especiais que as diferem e serão discutidas

posteriormente.

Figura 5 - Divisão da Paraíba em Mesorregiões.

Fonte: AESA, 2009.

1.6.1. Mesorregião da Mata Paraibana

A mesorregião da Mata Paraibana (Figura 6) é formada pela união de trinta

municípios agrupados em quatro microrregiões, as quais estão descritas no Quadro 2.

Apresenta uma superfície de 5.242 km2,

representando cerca de 9,3% do território do

Estado, abrigava uma população de 1.196.594 habitantes, em 2000.

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Figura 6 - Localização da Mesorregião da Mata Paraibana.

A faixa de clima úmido que acompanha o litoral, onde existia a mata, foi

substituída pela cana-de-açúcar. É a região mais povoada e mais urbanizada do estado.

Quadro 2 - Microrregiões da Mesorregião da Mata Paraibana.

Mesorregiões Municípios

Microrregião de João Pessoa

Bayeux, Cabedelo, Conde, João Pessoa, Lucena,

Santa Rita

Microrregião do Litoral Norte

Baía da Traição, Capim, Cuité de Mamanguape,

Curral de Cima, Itapororoca, Jacaraú, Mamanguape,

Marcação, Mataraca, Pedro Régis, Rio Tinto

Microrregião do Litoral Sul Alhandra, Caaporã, Pedras de Fogo, Pitimbu

Microrregião de Sapé

Cruz do Espírito Santo, Juripiranga, Mari, Pilar,

Riachão do Poço, São José dos Ramos, São Miguel

de Taipu, Sapé, Sobrado

Nesta mesorregião predominam as planícies litorâneas e os tabuleiros, como

principais formas de relevo. Possui um regime de chuvas abundantes, especialmente nos

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meses de março a julho, quando o inverno é regular. As terras são férteis e próprias para

o cultivo da cana-de-açúcar.

Em termos econômicos se destaca como a agroindústria sucro-alcooleira, a

extração mineral (ilmenita, titanita, zirconita, cianita) ao norte de Barra de Camaratuba,

calcário (na grande João Pessoa); granito, em Mamanguape. Outras atividades

econômicas são a pesca da lagosta, em Pitimbu, a agricultura e pecuária, além das

granjas e sítios. Nos dias atuais uma atividade que vem se desenvolvendo e gerando

renda é o turismo, em especial para as praias litorâneas.

1.6.2. Mesorregião da Borborema

A mesorregião da Borborema é formada pela união de 44 municípios agrupados

em quatro microrregiões, como pode-se observar o Quadro 3. Localiza-se no planalto da

Borborema (Figura 7), entre o sertão e o agreste é a região onde as chuvas são mais

escassas.

Figura 7- Localização da Mesorregião da Borborema.

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Área de domínio do Planalto da Borborema, que se constitui num conjunto de

terras elevadas, estendendo-se desde o norte do Estado de Alagoas até o sul do Estado

do Rio Grande do Norte. Apresenta algumas serras, cujas altitudes variam de 500 a

600m. Entre elas, destaca-se a Serra do Teixeira, onde fica o Pico do Jabre, no

Município de Maturéia, considerado o ponto mais elevado da Paraíba, com mais de

1000 metros de altitude. A parte leste da Borborema recebe chuvas vindas do litoral, o

que vai influenciar no seu clima e vegetação – são os brejos úmidos. O restante da

Borborema está sob o domínio do clima quente e seco.

Na Borborema, vão dominar pastagens plantadas (palma forrageira e capim) que

permitirão e facilitarão a prática de uma pecuária extensiva, principalmente a de médio

porte, e, em áreas de exceção, pontuais, ocorre a presença de outras culturas. Por

exemplo, o tomate nas proximidades de Boqueirão.

Quadro 3 - Microrregiões da Mesorregião da Borborema.

Microrregiões Municípios

Microrregião do Cariri Ocidental

Amparo, Assunção, Camalaú, Congo,

Coxixola, Livramento, Monteiro, Ouro

Velho, Parari, Prata, São João do

Tigre, São José dos Cordeiros, São

Sebastião do Umbuzeiro, Serra Branca,

Sumé, Taperoá, Zabelê

Microrregião do Cariri Oriental

Alcantil, Barra de Santana, Barra de

São Miguel, Boqueirão, Cabaceiras,

Caraúbas, Caturité, Gurjão, Riacho de

Santo Antônio, Santo André, São

Domingos do Cariri, São João do

Cariri

Microrregião do Seridó Ocidental Paraibano

Junco do Seridó, Salgadinho, Santa

Luzia, São José do Sabugi, São

Mamede, Várzea

Microrregião do Seridó Oriental Paraibano

Baraúna, Cubati, Frei Martinho,

Juazeirinho, Nova Palmeira, Pedra

Lavrada, Picuí, São Vicente do Seridó,

Tenório

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1.6.3. Mesorregião do Agreste Paraibano

O Agreste Paraibano (Figura 8) estende-se por uma área de 12.914,069 km²,

limitando-se ao norte com o Rio Grande do Norte, ao sul com a mata pernambucana, ao

leste com a Mata e ao oeste com a Borborema. Com uma população estimada em

1.213.279 habitantes.

Figura 8 - Localização da Mesorregião do Agreste.

Situada na parte intermediária do estado, a mesorregião do Agreste que sucede

ao litoral, na direção oeste, corresponde inicialmente a uma depressão, com 130m de

altitude, formada por rochas cristalinas, e que logo dá lugar às escarpas abruptas da

Borborema, cujas altitudes ultrapassam os 600m.

Região de transição entre a zona da mata e a tradicional região do sertão o clima

e semiárido, embora chova mais do que na Borborema e no sertão. É formada pela

união de 66 municípios agrupados em oito microrregiões, as quais estão descritas no

Quadro 4.

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Há uma transição no aspecto da vegetação desta mesorregião, vez que, ora ela

apresenta características de uma mata úmida, parecida com a mata Atlântica, ora da

caatinga que vai predominar nas outras áreas: Borborema e Sertão.

No agreste, há grande ocorrência das práticas de criação de gado e a policultura,

e ainda continua como região fornecedora de alimento. Possui solo muito rico e, pela

umidade que apresenta, próprio para o cultivo de várias espécies tais como feijão,

milho, abacaxi, fumo, inhame, mandioca, frutas e legumes diversos, prestando-se

também a criação de gado.

A diversificação de produção dessa área acontece, em razão da forte diferença

das condições naturais. Nas áreas mais secas predominam as pastagens naturais que

favorecem a presença da pecuária extensiva.

A Economia é mais dinâmica nos centros de zona com Campina Grande,

Guarabira, Itabaiana, Solânea e Alagoa Grande.

Os rios, nesta zona, já são quase sempre temporários, pois reduzem suas águas

ou secam completamente nos períodos de grande estiagem. Um fator marcante que

determina esta condição são as chuvas que começam a diminuir tornando mais seco, o

clima.

Quadro 4 - Microrregiões da Mesorregião do Agreste.

Microrregião Municípios

Microrregião do Brejo Paraibano

Alagoa Grande, Alagoa Nova, Areia,

Bananeiras, Borborema, Matinhas, Pilões,

Serraria.

Microrregião de Campina Grande

Boa Vista, Campina Grande, Fagundes,

Lagoa Seca, Massaranduba, Puxinanã,

Queimadas, Serra Redonda.

Microrregião do Curimataú Ocidental

Algodão de Jandaíra, Arara, Barra de Santa

Rosa, Cuité, Damião, Nova Floresta,

Olivedos, Pocinhos, Remígio, Soledade,

Sossêgo.

Microrregião do Curimataú Oriental Araruna, Cacimba de Dentro, Casserengue,

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Dona Inês, Riachão, Solânea, Tacima.

Microrregião de Esperança

Areial, Esperança, Montadas, São Sebastião

de Lagoa de Roça.

Microrregião de Guarabira

Alagoinha, Araçagi, Belém, Caiçara, Cuitegi,

Duas Estradas, Guarabira, Lagoa de Dentro,

Logradouro, Mulungu, Pilõezinhos,

Pirpirituba, Serra da Raiz, Sertãozinho.

Microrregião de Itabaiana

Caldas Brandão, Gurinhém, Ingá, Itabaiana,

Itatuba, Juarez Távora, Mogeiro, Riachão do

Bacamarte, Salgado de São Félix.

Microrregião de Umbuzeiro

Aroeiras, Gado Bravo, Natuba, Santa Cecília,

Umbuzeiro.

1.6.4. Mesorregião do Sertão

A mesorregião do Sertão Paraibano (Figura 9) é formada pela união de 83

municípios agrupados em sete microrregiões (Quadro 5). Possuía uma população de

893.108 habitantes, divididos em 22.720 km² de área.

Figura 9 - Localização da Mesorregião do Sertão.

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É a região da vegetação da caatinga, de clima menos seco que a Borborema, dos

rios temporários, da pecuária extensiva de corte e do cultivo do algodão, principal

produto cultivado na região.

Quadro 5 - Microrregiões da Mesorregião do Sertão.

Mesorregião Município

Microrregião de Cajazeiras

Bernardino Batista, Bom Jesus, Bonito de Santa

Fé, Cachoeira dos Índios, Cajazeiras,

Carrapateira, Joca Claudino, Monte Horebe,

Poço Dantas, Poço de José de Moura, Santa

Helena, São João do Rio do Peixe, São José de

Piranhas, Triunfo, Uiraúna

Microrregião de Catolé do Rocha

Belém do Brejo do Cruz, Bom Sucesso, Brejo do

Cruz, Brejo dos Santos, Catolé do Rocha, Jericó,

Lagoa, Mato Grosso, Riacho dos Cavalos, São

Bento, São José do Brejo do Cruz

Microrregião de Itaporanga

Boa Ventura, Conceição, Curral Velho,

Diamante, Ibiara, Itaporanga, Pedra Branca,

Santa Inês, Santana de Mangueira, São José de

Caiana, Serra Grande

Microrregião de Patos

Areia de Baraúnas, Cacimba de Areia, Mãe

d'Água, Passagem, Patos, Quixaba, Santa

Teresinha, São José de Espinharas, São José do

Bonfim

Microrregião de Piancó

Aguiar, Catingueira, Coremas, Emas, Igaracy,

Nova Olinda, Olho d'Água, Piancó, Santana dos

Garrotes

Microrregião da Serra do Teixeira

Água Branca, Cacimbas, Desterro, Imaculada,

Juru, Manaíra, Matureia, Princesa Isabel, São

José de Princesa, Tavares, Teixeira

Microrregião de Sousa

Aparecida, Cajazeirinhas, Condado, Lastro,

Malta, Marizópolis, Nazarezinho, Paulista,

Pombal, Santa Cruz, São Bentinho, São

Domingos, São Francisco, São José da Lagoa

Tapada, Sousa, Vieirópolis, Vista Serrana

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1.7. Quilombolas

A Constituição Federal, no artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais

Transitórias, assegura aos remanescentes das comunidades dos quilombos a propriedade

definitiva das terras ocupadas, e no Decreto 4.887, de 2003, o Instituto Nacional de

Colonização e Reforma Agrária (INCRA) ficou incumbido de realizar os procedimentos

administrativos necessários à titulação dessas áreas.

Na Paraíba, até o início do ano de 2015 pode-se observar 43 territórios, que se

encontram efetivamente certificados ou em processo de certificação, onde foi

confeccionado o mapa de localização das comunidades no estado (Figura 1010).

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Figura 10 - Localização das comunidades quilombolas no estado da Paraíba.

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1.8. Indígenas

A população indígena na Paraíba é, em sua maioria compostas por índios Tupis,

subdividindo-se em Potiguaras e Tabajaras, e índios Cariris. Na Erro! Fonte de

referência não encontrada.11 pode-se observar a distribuição dos povos indígenas na

Paraíba.

Figura 31 - Distribuição dos povos indígena no território Paraibano.

Fonte: IBGE, Adaptado.

1.9. Clima

O Estado da Paraíba, por sua localização dentro da faixa equatorial, é submetido

à incidência de alta radiação solar com um grande número de horas de insolação. Tal

condição determina um clima quente, temperatura média anual de 26°C, pouca variação

intra anual e uma distribuição espacial da temperatura altamente dependente do relevo.

O clima nesta região varia de acordo com o relevo. Na Baixada Litorânea e na

encosta leste da Borborema predomina o clima tropical úmido, dominando o planalto da

Borborema, exceto a encosta Leste, está o clima semiárido quente. Uma terceira

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tipologia climática ocorre a oeste do Estado, no planalto do rio Piranhas. Detalhando,

temos:

Clima tropical quente-úmido: ocorre na baixada litorânea e no rebordo oriental

da Borborema. As temperaturas médias anuais oscilam entre 24° C, na baixada, e 22° C

no topo do planalto. A pluviosidade, de mais de 1.500mm junto à costa, no interior cai

até 800mm, no rebordo do Borborema. Aí, em torno da cidade de Areia, volta a subir e

chega a ir além de 1.400mm. O trecho mais úmido da Borborema, chamado Brejo, é

uma das melhores áreas agrícolas do estado. No agreste há trechos quase tão úmidos

quanto às áreas da mata e outros muitos secos. Por outro lado, em virtude da altitude em

torno de 600 metros alguns municípios do Brejo, no agreste paraibano, possuem um dos

climas mais agradáveis da Paraíba, com temperaturas variando de 20º a 24º. A formação

do Agreste ocorre em faixas entre o Brejo úmido e o Cariri semiárido, ou seja, em área

de transição climática.

Clima semiárido: Com chuvas de verão, predomina no Cariri, no Seridó, em

grande parte da Borborema e do sertão. Sua principal característica não é a ausência de

chuvas, mas sua irregularidade. Depois do Brejo, em toda porção aplainada elevada da

Borborema e nos vales que cortam, como os do rio Paraíba, Curimataú, Taperoá,

Seridó, etc., a semiaridez do clima caracteriza a paisagem. Esse clima, quente e seco,

com chuvas de verão, alcançam os índices mais baixos de precipitação do estado, com

média anual de 500 mm e temperatura média anual é de 26°C. Os municípios de Barra

de Santa Rosa e Cabaceiras apresentam índices inferiores a 300 mm, e constituem,

juntamente com Acari - RN, o chamado "triângulo mais seco do Brasil". Sob essas

condições, desenvolve-se a vegetação de caatinga das regiões do Cariri e Curimataú

paraibanos;

Clima Tropical semiúmido: Chuvas de verão – outono, estende-se pela região

do sertão. Chove mais do que na região semiárida, porém por conta das altas

temperaturas e da evaporação a água disponível e insuficiente para o consumo. As

chuvas de verão-outono alcançam, em média, 800 mm anuais determinadas pelas

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massas quentes úmidas oriundas da Amazônia. A temperatura média anual é de 27°C.

Esse tipo de clima domina todo o Pediplano Sertanejo, embora com precipitações

menos baixas que as do Cariri, também está sujeito ao fenômeno das secas, porque as

suas chuvas são igualmente irregulares. A vegetação de caatinga foi sendo degradada ao

longo do tempo para a ocupação do solo com o algodão, milho e ainda com o pasto para

criação do gado, principal atividade econômica.

1.10. Pluviosidade

A Paraíba é o Estado nordestino que apresenta a maior variabilidade espacial da

precipitação. Cabaceiras, localizada no Cariri paraibano, apresenta uma altura

pluviométrica anual em torno dos 300 mm ao passo que João Pessoa, localizada na faixa

litorânea e distando 150 quilômetros, apresenta um total anual de precipitação média

que ultrapassa os 1700mm (AESA, 2009).

O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) informa que no estado da

Paraíba existem 06 (seis) estações convencionais situadas em Areia, Campina Grande,

João Pessoa, Monteiro, Patos e São Gonçalo. E existem 08 (oito) estações automáticas,

as quais situadas em Areia, Cabaceiras, Camaratuba, Campina Grande, João Pessoa,

Monteiro, Patos e São Gonçalo.

1.11. Recursos Hídricos

1.11.1. Águas Superficiais

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a Paraíba está inserida na Região

Hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental (Figura 1012). A demanda total de água nessa

região é de 179,17 m3/s (11% da demanda do país) da qual 53% (95,24 m3/s)

corresponde ao uso para irrigação. Esses valores contrastam fortemente com a

disponibilidade hídrica regional, que representa 0,43% do total nacional. Em função da

disparidade entre a disponibilidade e a demanda, é baixa a segurança hídrica necessária

para o abastecimento da região, sobretudo, nos períodos de estiagem sazonal (BRASIL,

2006).

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No Estado de Paraíba, segundo a Subdivisão 1 do Plano Nacional de Recursos

Hídricos (PNRH) (Figura 43), estão presentes parcelas das Bacias Hidrográficas Litoral

AL-PE-PB, Litoral RN-PB, Piranhas-Apodi e a totalidade da Bacia Hidrográfica

Paraíba.

A Paraíba conta atualmente com três comitês de bacias hidrográficas estaduais:

Comitê do Rio Paraíba; Comitê do Litoral Sul; Comitê do Litoral Norte, e um comitê de

bacia hidrográfica federal: Comitê do Rio Piancó - Piranhas-Açu.

Para facilitar a gestão local dos recursos hídricos, a Agência Executiva de

Gestão das Águas do Estado da Paraíba (AESA) dividiu o estado em onze bacias

hidrográficas (Quadro ): Rio Paraíba; Rio Abiaí; Rio Gramame; Rio Miriri; Rio

Mamanguape; Rio Camaratuba; Rio Guaju; Rio Piranhas; Rio Curimataú; Rio Jacu; e

Rio Trairi. As cinco últimas são bacias de domínio federal.

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Figura 42 - Região Hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental - Subdivisão 1.

Fonte: MMA, 2006.

Na Figura 513 podemos observar a divisão territorial das bacias hidrográficas

segundo a AESA, e no Quadro 6, observam-se dados relevantes sobre as principais

características das bacias, sub bacias e regiões hidrográficas do Estado da Paraíba.

No Estado da Paraíba a maioria dos rios é considerada não perene, porém,

apresentam quantidade de água razoável durante o período de chuvas. Entretanto, na

porção oriental do Estado (Zona da Mata), rios como Gramame e o Abiaí são perenes.

Podem ser destacados como principais cursos os rios Paraíba, Piancó, Taperoá,

Mamanguape e o Piranhas, no qual podem ser encontrados açudes importantes.

O Estado apresenta uma quantidade razoável de açudes que podem armazenar

volumes próximos a 2,5 bilhões de metros cúbicos de água. Destacam-se o sistema

Coremas-Mãe d’Água, Boqueirão, Acauã e o Engenheiro Ávidos.

Quadro 6 - Principais Características das Bacias, Subacias e regiões Hidrográficas do

Estado da Paraíba.

Bacia

Hidrográfica Sub Bacia/Região de Curso

Capacidade

(m3) Capacidade

(m3)

Rio Paraíba

Região do Alto Curso do Rio

Paraíba 667.211.309

1.078.104.307

Região do Médio Curso do Rio

Paraíba 285.109.712

Região do Baixo Curso do Rio

Paraíba 17.428.577

Sub-Bacia do Rio Taperoá 108.354.709

Rio Piranhas

Região do Alto Curso do Rio

Piranhas 322.513.781

2.645.105.150

Região do Médio Curso do Rio

Piranha 164.393.360

Sub-Bacia do Rio do Peixe 143.791.396

Sub-Bacia do Rio do Piancó 1.846.126.108

Sub-Bacia do Rio do Seridó 57.017.774

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Sub-Bacia do Rio do Espinharas 111.262.731

Rio Camaratuba Bacia do Rio Camaratuba 686.660 686.660

Rio Curimataú Bacia do Rio Curimataú 25.452.579 25.452.579

Rio Jacu Bacia do Rio Jacu 12.367.300 12.367.300

Rio Mamanguape Bacia do Rio Mamanguape 88.120.466 88.120.466

Rio Gramame Bacia do Rio Gramame 56.937.000 56.937.000

Fonte: Relatório anual sobre a situação dos recursos hídricos no estado da PB 2008-2009.

Os usos mais importantes da água são:

Abastecimento humano

Como é característica do Nordeste brasileiro, a prevalência de rios intermitentes

leva a população e aos programas de governo a optarem pela construção, ao longo do

tempo, de uma estrutura de armazenamento de água contemplando açudes, barreiros,

barragens subterrâneas, poços e etc., bem como são efetuadas obras de transposição de

bacias e recorrer a exploração de águas subterrâneas, quando possível. Nas regiões mais

secas do semiárido, quando se exaurem os mananciais a população tem de ser socorrida

por carros pipa, uma "solução" cara.

Irrigação

A agropecuária é uma das mais principais fontes de conflito pelo uso da água na

região. Desenvolvida em uma zona de grande déficit hídrico, esta atividade apenas

sobrevive se for altamente produtiva utilizando tecnologia apropriada e reduzindo ao

máximo o consumo de água. Cabe ressaltar que culturas não irrigadas são inviáveis na

região, no entanto, com irrigação, podem ser grandes produtoras de alimentos, em

especial, a fruticultura. A agricultura sem irrigação depende de chuvas escassas e

irregulares sendo em boa parte de subsistência.

Industrial

Do ponto de vista da geração de empregos, o abastecimento de água para a área

industrial se torna um desafio importante. As indústrias alimentícias e a do turismo,

especialmente, são as maiores consumidoras de água. Mensurar o consumo industrial de

água na região não é tão simples como nos desafios anteriores. Este cálculo deve ser

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realizado considerando o parque industrial atual e fazendo-se uma estimativa de

cenários futuros. Indústrias siderúrgicas de pequeno porte, grandes consumidoras de

água, já operam na região.

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Figura 53 - Bacias hidrográficas do Estado da Paraíba.

Fonte: AESA, 2014.

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Geração de Eletricidade

A geração hidrelétrica é virtualmente inviável numa região com baixíssimos

níveis de garantia de deflúvios. Por isto que apenas dois aproveitamentos hidrelétricos

de pequena capacidade instalada em Coremas, localizado na cidade de Coremas,

ocorrem na zona estudada. Opções menos dependentes de água, como usinas

termoelétricas, já operam na região, uma situada em João Pessoa e outra em Campina

Grande, bem como outras tecnologias não dependentes de água como a energia eólica

(parque eólico instalado na cidade de Mataraca) e a solar (instalações difusas), têm

grande potencial na Região.

1.11.2. Águas Subterrâneas

Segundo a Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba

(AESA), a caracterização hidrogeológica do Estado é melhor visualizada quando a

abordagem territorial é feita por sistema aquífero, assim definido como uma estrutura

hidrogeológica organizada, podendo ser composto de dois subsistemas, um livre e um

confinado, hidraulicamente inter-relacionados, ou por, apenas, um subsistema do tipo

livre. Estes subsistemas podem estar contidos em uma ou mais formação geológica,

constituindo uma unidade aquífera que apresenta condições intrínsecas de

armazenamento e de recarga, circulação e descarga.

Ocorrem, no território paraibano, os seguintes sistemas aquíferos (

Figura 64):

Cristalino - ocorre predominando nas mesorregiões do Agreste, Borborema e

Sertão;

Rio do Peixe - ocorre em uma significativa porção da mesorregião do Sertão;

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Paraíba-Pernambuco - ocorre predominando na mesorregião da Zona da Mata

Paraibana;

Serra dos Martins - ocorre em uma porção da mesorregião do Agreste;

Aluvial e Elúvio-coluvial - ocorrem em depósitos de natureza fluvial (leitos,

margens de rios e riachos, como na bacia do Rio Piranhas, do Rio Paraíba e do

Rio Mamanguape.

1.12. Vegetação

A vegetação litorânea da Paraíba apresenta matas, manguezais e restingas.

Formadas por floresta Atlântica, as matas registram a presença de árvores altas, sempre

verdes, como a peroba e a sucupira. Localizados nos estuários, os manguezais

apresentam árvores com raízes de suporte, adaptadas à sobrevivência neste tipo de

ambiente natural.

A vegetação nativa do planalto da Borborema e do Sertão caracteriza-se pela

presença da caatinga, devido ao clima quente e seco característico da região. A caatinga

pode ser do tipo arbóreo ou arbustivo.

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Figura 64 - Sistemas aquíferos do estado da Paraíba.

Fonte: AESA,2009.

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1.12.1. Unidades de Conservação

Unidade de Conservação (UC) é um espaço de território com características

naturais relevantes e limites definidos, instituído pelo Poder Público para garantir a

proteção e conservação dessas características naturais. Existem unidades de conservação

de proteção integral, garantindo a preservação total da natureza, e de uso sustentável,

que permitem seu uso controlado.

A Paraíba conta com UCs de responsabilidade de várias esferas, desde a a

federação, estado, município, e até de responsabilidade particular, como podemos

observar na Figura 7, algumas dessas UCs estão descritas posteriormente

neste material, no item 4 no que tange as informações sobre habitats naturais e florestas.

Figura 7 - Unidades de Conservação encontradas na Paraíba.

1.13. Geomorfologia

A Paraíba divide-se em três unidades distintas seguindo no sentido litoral-

interior. Planície Litorânea, Planalto no Centro e depressões a oeste. Seu relevo

caracteriza-se pela existência de uma faixa litorânea de baixada, pelo Planalto da

Borborema na Região Central e outro planalto na parte oeste. Detalhando:

A Planície Litorânea está presente ao longo da costa formando uma faixa com

cerca de 80 a 90 km de largura em média, com altitudes que variam entre 0 e 10

4 UCs Federal (ICMBio)

15 UCs Estadual (sudema)

3 UCs Municipais

9 UCs Particulares

13 Áreas Protegidas (APPs)

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metros. Algumas formas características de relevo mais comuns estão presentes

tais como praias, dunas e restingas formando os depósitos arenosos, e tabuleiros

formados por acúmulo de terras provenientes de lugares mais altos sendo

altamente férteis sendo mais elevadas, alcançando de 20 a 200 metros de

altitude.

O Planalto da Borborema ocupa a parte central do Estado, a oeste da baixada

litorânea, mais precisamente cruzando de nordeste a sudeste o território. Trata-se

da área mais elevada do Estado com presença de várias serras, cujas altitudes

variam entre 500 e 650 metros, podem ser citadas as serras Araruna, Viração,

Caturité, Comissária, Teixeira.

O Planalto do Rio Piranhas compreende-se no espaço entre a Borborema e a

fronteira com o Ceará, tendo início na localidade de Patos após a serra da

Viração. Observam-se, neste planalto, alguns morros isolados e pequenas serras,

contudo, é uma região de terras baixas, também, conhecida como depressão

sertaneja.

1.14. Solos

No Estado da Paraíba ocorre grande variação de solos, encontrando-se desde

solos jovens, como os Neossolos Litólicos e os Luvissolos, até solos bastante

desenvolvidos, como os Latossolos e Argissolos (Brasil, 1972).

As classes de solos encontradas no Estado da Paraíba estão apresentadas na

Tabela 2 e na Figura 86, de acordo com Paraíba (1978) e Brasil (1972).

Tabela 2 - Classes dos solos na Paraíba.

Classes de Solos Área

Total

(km )

% Classes de Solos Área

Total

(km )

%

Afloramento de

Rocha 144,96 0,26% Podzólico Vermelho

Amarelo 8105,56 14,36%

Areias Quatzosas 661,21 1,17% Regossolo 2694,17 4,77%

Bruno não Cálcico 14645,4 25,95% Solonetz Solodizado 2244,46 3,98%

Cambissolo 476,39 0,84% Solos Aluviais 1905,63 3,38%

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Latossolo 335,93 0,60% Solos Gley Distróficos 23,78 0,04%

Litólico 22074,96 39,11% Mangue 144,96 0,26%

Planossolo 486,25 0,86% Terra Roxa Estruturada 302,67 0,54%

Podzol

Hidromórfico 278,03 0,49% Vertissolo 1915,49 3,39%

Fonte: AESA, 2009.

Cada mesorregião paraibana apresenta variados tipos de solos, a seguir alguns

dos solos predominantes encontrados em cada uma delas, com base na Figura 86:

Zona da Mata Paraibana - Areias Quatzosas, Mangue, Solos Aluviais, Bruno não

Cálcico, Podzol Hidromórfico, Latossolo e Podzólico Vermelho Amarelo.

Agreste - Litólico, Bruno não Cálcico, Solonetz Solodizado, Planossolo ,

Vertissolo, Regossolo, Cambissolo e Terra Roxa Estruturada.

Borborema - Afloramento de Rocha, Bruno não Cálcico, Vertissolo, Litólico e

Regossolo.

Sertão - Afloramento de Rocha, Litólico, Terra Roxa Estruturada, Bruno não

Cálcico, Cambissolo, Podzólico Vermelho Amarelo, Vertissolo, Solos Aluviais,

Solos Gley Distróficos e Solonetz Solodizado.

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Figura 86 - Classe de solo encontradas no Estado.

Fonte: AESA, 2009.

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Afloramento de Rocha

São considerados tipos de terrenos e estão representados por exposições de

diferentes tipos de rochas nuas, ou com reduzidas porções de materiais detríticos

grosseiros, não classificáveis especificamente como solo, constituído por largas porções

de fragmentos provenientes da desagregação de rochas. Ocorrem de um modo geral, ora

constituindo unidade de mapeamento ora associado principalmente a solos Litólicos,

Cambissolos e Latossolos e ora com inclusão.

Limitações: Inviabiliza os projetos de infraestrutura e produtivos.

Areias Quartzosas

Identificação no campo: Este solo ocorre em relevo plano ou suave ondulado,

apresenta textura arenosa ao longo do perfil e cor amarelado uniforme abaixo do

horizonte A, que é ligeiramente escuro. A textura é essencialmente arenosa.

Limitações: Os teores de matéria orgânica, fósforo e micronutrientes são muito

baixos, inviabilizando a ocorrência dos projetos de agricultura. Já o potencial de erosão

compromete a implantação de projetos de infraestrutura que envolvam processos

construtivos.

Bruno não Cálcico

Identificação no campo: Geralmente este solo ocorre em relevo suave ondulado,

é raso, ou seja, a soma dos horizontes A e B raramente ultrapassa 1 m de profundidade,

e apresenta usualmente a mudança textural abrupta. O horizonte B é de cor vermelho-

amarelado.

Potencialidades: Apresenta o caráter eutrófico, assim, a alta saturação por bases

no horizonte B favorece o enraizamento em profundidade. Outro aspecto refere-se à

presença de minerais primários facilmente intemperizáveis (reserva nutricional).

Limitações: Se a quantidade de pedras for alta no horizonte A mecanização

agrícola é dificultada, inviabilizando alguns subprojetos produtivos como os de

agricultura. Há também a limitação quanto à água disponível no solo, devendo ser

observada a cultura a ser implantada nos projetos de agricultura e por conta de ser um

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solo sujeito à compactação, evitar o emprego de excessiva maquinaria, bem como

observar a utilização da área para pecuária de animais de maior porte.

Cambissolo

Identificação no campo: pouco desenvolvido, pouco profundos e, muitas vezes,

cascalhentos. Estes são solos "jovens" que possuem minerais primários e altos teores de

silte até mesmo nos horizontes superficiais.

Limitações: pequena profundidade, baixa fertilidade natural, pedregosidade, são

solos bastante suscetíveis à erosão devido ao alto teor de silte e apouca profundidade, e

ocorrência em relevo muito declivoso.

Latossolo

Identificação no campo: Possui dominância das frações areia e/ou argila, sendo a

textura, predominantemente média, pouco cascalhenta. Observa-se baixos teores de

silte, em decorrência do estágio avançado de intemperização.

Potencialidades: por profundos, muito porosos e fortemente drenados são

indicados a agricultura de variadas culturas. Também é resistente à erosão, em

decorrência da baixa mobilidade da fração argila, da grande permeabilidade e

porosidade, por isso é propício a implantação de projetos de infraestrutura, tanto

empregando processos construtivos, quanto de melhoria de acesso rural, barreiros e

barragens, etc.

Limitações: situam-se em áreas sob condição de clima seco, com baixas

precipitações pluviométricas e, de um modo geral, são solos ácidos a fortemente ácidos

que requerem, além de adubação, corretivos e irrigação.

Litólico

Identificação no campo: solo raso (15 a 40cm), pouco desenvolvidos, rasos a

muito rasos, possuindo, apenas, um horizonte A diretamente sobre a rocha, são bastante

susceptíveis à erosão, em decorrência de sua reduzida espessura.

Limitações: São solos de baixo potencial para uso agrícola, apresentando

problemas relacionados com suas condições físicas. Durante a estiagem, ressecam-se e

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fendilham-se, tornando-se extremamente duros, enquanto que, quando úmidos, tornam-

se encharcados, muito plásticos e muito pegajosos, dificultando o manejo e uso de

máquinas agrícolas. São viáveis para implantação de projetos de pecuária, de

infraestrutura, e limitados os projetos de agricultura, apenas quando estas culturas

adequarem-se as limitações do solo.

Planossolo

Identificação no campo: Geralmente ocorre nos terraços de rios ou riachos ou no

terço superior de encosta, portanto, pode apresentar ou não hidromorfismo.

Potencialidades: Se for eutrófico, haverá condição favorável ao enraizamento em

profundidade.

Limitações: Devido ao alto gradiente textural entre os horizontes superficial e

subsuperficial é grande o risco de erosão, portanto, para minimizar a erodibilidade,

projetos como os de cultivo são indicados para fixar o solo, e projetos de infraestrutura

devem ser bem planejados para não sofrerem nem causar erosão. Como o solo é sujeito

à compactação, deve-se racionalizar o emprego de atividades pecuaristas e minimizar o

uso de maquinário pesado para atividades relacionadas.

Podzol Hidromórfico

Identificação no campo: ocorre ao longo das Planíces Litorâneas derivados de

sedimentos areno-quartzosos marinhos referidos ao Holoceno. Desenvolveram-se em

áreas mal ou muito mal drenadas, com excesso de água permanente ou temporária.

Limitações: muito baixa fertilidade e com a vegetação natural ainda dominando

a maior parte de suas áreas, verificou-se alguma utilização destes solos com pastagem

natural, sendo portanto indicados para subprojetos de pecuária, e exige cuidados na

implantação de projetos de infraestrutura.

Podzólico Vermelho Amarelo

Identificação no campo: ocorre em relevo ondulado ou forte ondulado, apresenta

cor amarelada ou vermelho amarelada no horizonte B, o qual em geral apresenta maior

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teor de argila do que o horizonte A. Normalmente apresenta cerosidade, especialmente

se a textura for argilosa ou muito argilosa.

Potencialidades: Se for eutrófico, há condições favoráveis para o enraizamento

ao longo do perfil.

Limitações: Os aspectos da paisagem e do próprio solo contribuem para que o

processo erosivo se constitua no fator dos mais limitantes. Deve-se evitar subprojetos de

infraestrutura que incrementem o processo erosivo advindo da declividade dos terrenos.

Caso haja agricultura, devido a fertilidade do solo, a fixação do solo será melhorada.

Regossolo

Identificação do campo: profundos, uniformes e soltos, tais como os saibros e as

areias. O relevo é normalmente constituído de colinas com declives suaves. Quando

esse solo se desenvolve em sedimentos muito arenosos, compostos quase que

exclusivamente de quartzo, ele pode ser denominado Areia Quartzosa.

Limitações: têm normalmente potencial agrícola pequeno, devido a limitações

de profundidade e alta suscetibilidade à erosão, no entanto podem ser empregadas

culturas que minimizem a erosão, pastagens para projetos de pecuária, e também

subprojetos de infraestrutura, de modo a minimizar ou evitar o incremento do potencial

de erodibilidade.

Solonetz Solodizado

Identificação do campo: Ocorre em geral nos terraços de rios e riachos, portanto,

em áreas de topografia suave. Há baixa permeabilidade do horizonte B, devido à alta

concentração de sódio. É marcante a diferença no teor de argila entre os horizontes

superficial e subsuperficial, o que é percebido com facilidade no exame de textura do

solo.

Limitações: O gradiente textural elevado provoca grande suscetibilidade à

erosão, devendo portanto serem racionalizadas as ações de infraestrutura. Apresenta

caráter salino concomitantemente com a elevada saturação por sódio, dificultando a

implantação de algumas culturas, e não sendo aconselhável o uso de irrigação com

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águas consideradas salinas, bem como a utilização de adubos químicos, tendo vistas a

facilidade de salinização do solo.

Solos Aluviais

Identificação no campo: ocorrem nas várzeas dos principais rios, ou drenagens

no relevo plano, sendo evidentes as camadas de solo depositadas, que se diferenciam

pela cor e textura.

Potencialidades: Se for eutrófico, haverá condições adequadas para o

enraizamento em profundidade, o que também é facilitado por ser solo profundo.

Destacam-se a cultura de arroz, pastagem natural, olericultura e cana-de-açúcar.

Limitações: Há risco de inundação, que pode ser frequente ou muito frequente, e

devido a isto, bem como a irregularidade de ocupação das margens dos rios e de seus

leitos mesmo quando estes estão em período seco, não deve-se proceder sua ocupação

com nenhuma atividade.

Solos Gley Distróficos

Identificação no campo: Classe de solos minerais, hidromórficos. A textura da

camada gleizada é argilosa ou muito argilosa e as cores são acinzentadas devido às

condições de redução. O pH é baixo, entre 3,4 e 4,6 à superfície.

Limitações: Quase sempre alagados, podem ser ocupados com pastagem muito

precária devido ao excesso d’água e à ausência de um substrato firme e resistente ao

peso dos animais

Solos Indiscriminados de Mangue

Identificação no campo: muito pouco desenvolvidos, lamacentos, escuros e com

alto teor de sais provenientes da água do mar, formados a partir de sedimentos flúvio-

marinhas recentes misturados com detritos orgânicos. A intensa atividade biológica

nestes ambientes promove a rápida e constante decomposição de plantas e animais,

torna-o um ambiente apropriado para o desenvolvimento da flora e da fauna típicas. São

ambientes de alto valor socioeconômico e cultural, devido a atividade da pesca do

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caranguejo, que constitui a principal fonte de renda das populações ribeirinhas mais

pobres. São, portanto, ambientes de fundamental importantes para o equilíbrio

ecológico, sendo recomendados para preservação da flora e da fauna.

Limitações: As principais limitações agrícolas destes solos estão relacionadas ao

alto conteúdo de sais, às condições de excesso de umidade e a condições de abundância

de enxofre e seus derivados (tiomórfico). São situados em áreas protegidas por

legislação pertinente e deve-se atentar para as atividades permitidas por estas, de modo

que não sejam os impactos ambientais causados por estas atividades.

Terra Roxa Estruturada

Identificação no campo: apresenta cor avermelhada uniforme ao longo do perfil

e textura argilosa ou muito argilosa, tanto no horizonte A como no horizonte B.

Potencialidades: Quando eutrófico, o horizonte B permite adequado

enraizamento em profundidade, o que também é favorecido porque o solo geralmente é

profundo. Apresenta teores de micronutrientes relativamente elevados.

Limitações: O relevo favorece a erosão do solo, portanto, a conservação do solo

merece os devidos cuidados. A baixa quantidade de água disponível constitui outro fator

limitante, no entanto pode-se promover a irrigação favorecendo assim projetos de

agricultura diversos, bem como de infraestrutura de vários tipos. Exige cuidado no

trânsito de maquinário pesado, bem como a pratica de pecuária de rebanho, pois o solo é

suscetível à compactação.

Vertissolo

Identificação no campo: A presença de fendas profundas e o microrelevo gilgai

são típicos deste solo. A consistência do solo molhado é plástica e pegajosa e quando o

torrão está seco a consistência é muito dura ou extremamente dura.

Limitações: As propriedades físicas não são boas devido à mineralogia do tipo

2:1, pois no estado seco o solo é muito consistente e no estado molhado, plástico e

pegajoso. Tais condições dificultam as operações de maquinários na agricultura, e a

presença de grandes torrões não permite uma adequada mistura do adubo ao solo

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quando necessário nas atividades agrícolas. No entanto não apresenta contra indicações

para implantação de projetos de infraestrutura.

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2. Concepção Geral das Intervenções

2.1. Componentes do Projeto

As intervenções do Projeto PB Rural Sustentável serão executadas através de

quatro componentes: Fortalecimento Institucional, Redução da Vulnerabilidade,

Alianças Produtivas e, Gestão, Monitoramento e Avaliação. Os componentes são

descritos abaixo.

2.1.1. Componente 1: Fortalecimento Institucional

O primeiro componente do Projeto PB Rural Sustentável tem o valor total

estimado de US$ 15,6 milhões, com a finalidade de fortalecer o Cooperar e

consequentemente a Secretaria de Agricultura Familiar do Estado da Paraíba para os

seguintes aspectos:

Realização de campanhas de comunicação e divulgação: este aspecto terá o objetivo de

(a) informar os potenciais interessados sobre o alcance e as regras do projeto através de

oficinas locais e veículos de comunicação e circulação estadual e nacional; e (b)

publicar e divulgar as atividades do projeto incluindo informações sobre as demandas,

aprovações, financiamento e resultados dos investimentos;

Fortalecimento da capacidade institucional das associações comunitárias rurais,

conselhos municipais e outras entidades associativas para: (a) identificar investimentos

de abastecimento e acesso a água e saneamento e melhorias de acesso e infraestrutura

rurais, entre outros; (b) identificar, preparar e executar subprojetos comunitários de

redução da vulnerabilidade (componente II); e, (c) melhorar a sua governança e

habilidades gerenciais para operação e manutenção;

Fortalecimento da capacidade institucional de organizações de produtores rurais para:

(a) criar alianças produtivas com compradores; (b) formalizar suas organizações; (c)

identificar, negociar e preparar planos de negócios; e (d) melhorar as suas competências

de gestão administrativa, de negócios e de risco;

Fortalecimento da capacidade de prestadores de serviços técnicos para: apoiar as

iniciativas de gestão da água, vulnerabilidade agroclimática e de aliança produtiva,

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55

incluindo um programa para atualizar e expandir o número de prestadores de serviços

disponíveis ao longo da implementação do Projeto; e

Desenho do Sistema de Gestão de Água e Saneamento Rural do Estado.

2.1.2. Componente 2: Redução da Vulnerabilidade

O componente de redução da vulnerabilidade tem o valor total estimado de UU$

32,4 milhões possuindo os subcomponentes acesso a água e saneamento e redução da

vulnerabilidade agroclimática, sendo responsável pelas seguintes atividades:

Implementação de investimentos comunitários de pequena escala de

abastecimento d’água e saneamento, além de outros como melhoria de acesso

rural e construção de passagens molhadas;

Apoio as famílias rurais, através de investimentos compartilhados com as

entidades associativas, para a implementação de subprojetos comunitários de

redução de vulnerabilidade agroclimática incluindo, entre outros, o

armazenamento de água para produção agrícola e pecuária, e;

Fortalecimento da capacidade das instituições selecionadas para aumentar a

resiliência da água rural e sistemas produtivos, através do estabelecimento de um

sistema de informação de risco agroclimático.

Este componente será implantado em um total de 100 municípios priorizados

através do Índice Municipal de Vulnerabilidade Agroclimática - IMVA, que se

relaciona com o potencial agrícola do município e sua capacidade de resposta frente a

seca. O índice foi baseado na metodologia utilizada para calcular o Índice Municipal de

Alerta do Ceará, sendo desenvolvido com dados climáticos, ambientais e de produção

agrícola, tomando como referência o censo demográfico do IBGE de 2010, e dados do

PNUD.

O índice foi calculado através da média aritmética de 10 indicadores

considerados no estudo: índice de distribuição das chuvas, índice de aridez, valor da

produção agrícola por habitante, valor da produção agrícola por hectare, percentual de

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área colhida com culturas de subsistência, percentual de perda de safra, número de

agricultores aderidos ao seguro safra, Índice de Desenvolvimento Humano Municipal –

IDHM, % de famílias beneficiadas com Bolsa-Família, e Taxa de cobertura de

abastecimento d’água.

Para os indicadores utilizados na elaboração do IMVA foi utilizada a

metodologia de padronização de indicadores, considerando valores de 0 a 1, indicando

menor e maior vulnerabilidade, respectivamente. Sendo assim, um indicador

padronizado no município “m” foi obtido através da seguinte equação:

Ipm = Im − I−v

I+v − I−v

onde:

Ipm= valor padronizado do indicador “I” no município m;

Im= Valor do Indicador “I” no município m;

I-v= Menor valor do indicador “I” dentre todos os municípios do Estado;

I+v= Maior valor do indicador “I” dentre todos os municípios do Estado.

Salienta-se que dentre os indicadores utilizados o percentual de área colhida com

culturas de subsistência, perda de safra e relação de vagas do Seguro-Safra por 100

habitantes rurais têm uma relação direta com a vulnerabilidade. Nesse sentido, quanto

maior o valor do indicador mais vulnerável é o município. Os demais indicadores têm

uma relação inversa, ou seja, quanto maior o valor do indicador, menos vulnerável é o

município.

Os resultados do índice IMVA obtidos para o Estado da Paraíba foram

agrupados em classes conforme mostra a Tabela 3.

Tabela 3 - Classificação dos valores do IMVA do Estado da Paraíba.

Classe Intervalo do IMVA Nº de

Municípios %

1 – Alta Vulnerabilidade IMVA > 0,6740 24 10,8

2-Média-alta

Vulnerabilidade 0,5568 < IMVA ≤ 0,6740 117 52,7

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3- Média Vulnerabilidade 0,4396 < IMVA ≤ 0,5568 46 20,7

4- Baixa Vulnerabilidade IMVA < 0,4396 35 15,8

TOTAL 222 100

Neste sentido os 100 municípios com maior vulnerabilidade agroclimática do

Estado da Paraíba são mostrados pela Tabela 4.

Tabela 4 - Municípios priorizados para serem atendidos pelo componente de redução da

vulnerabilidade do Projeto Paraíba Rural Sustentável.

Ord. Município IMVA

Classe

de

Vulnera-

bilidade

Ord. Município IMVA

Classe de

Vulnera-

bilidade

1 Assunção 0,8221 AV 51 Pocinhos 0,6354 MAV

2 Tenório 0,817 AV 52 São Domingos do Cariri 0,6353 MAV

3 Sossêgo 0,7703 AV 53 São Francisco 0,6349 MAV

4 Baraúna 0,7689 AV 54 São Mamede 0,633 MAV

5 São José do Brejo do Cruz 0,7535 AV 55 Serra Branca 0,6309 MAV

6 Riacho de Santo Antônio 0,7361 AV 56 Monte Horebe 0,6301 MAV

7 Santo André 0,7277 AV 57 Desterro 0,6297 MAV

8 Várzea 0,7277 AV 58 Frei Martinho 0,6279 MAV

9 Alcantil 0,7216 AV 59 Mato Grosso 0,6269 MAV

10 Poço Dantas 0,716 AV 60 Casserengue 0,6247 MAV

11 Seridó 0,7155 AV 61 Ibiara 0,6245 MAV

12 São José do Sabugi 0,7135 AV 62 Aguiar 0,6236 MAV

13 Livramento 0,7029 AV 63 Poço de José de Moura 0,6227 MAV

14 Cubati 0,701 AV 64 Belém do Brejo do Cruz 0,6221 MAV

15 Nova Palmeira 0,6952 AV 65 Barra de São Miguel 0,6207 MAV

16 Santa Cecília 0,6938 AV 66 Monteiro 0,6198 MAV

17 Algodão de Jandaíra 0,6922 AV 67 Serra Grande 0,6173 MAV

18 Pedra Lavrada 0,6913 AV 68 Aparecida 0,6171 MAV

19 São João do Tigre 0,6869 AV 69 Sumé 0,6152 MAV

20 São Sebastião do Umbuzeiro 0,6869 AV 70 Santana de Mangueira 0,6151 MAV

21 Zabelê 0,6864 AV 71 Boa Vista 0,6137 MAV

22 Taperoá 0,6809 AV 72 São José de Princesa 0,6126 MAV

23 Parari 0,6779 AV 73 Vieirópolis 0,6109 MAV

24 Soledade 0,6746 AV 74 Pedra Branca 0,6108 MAV

25 Salgadinho 0,6688 MAV 75 Santa Helena 0,6101 MAV

26 Lastro 0,6675 MAV 76 Santa Cruz 0,6057 MAV

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Ord. Município IMVA

Classe

de

Vulnera-

bilidade

Ord. Município IMVA

Classe de

Vulnera-

bilidade

27 Bom Jesus 0,6663 MAV 77 Uiraúna 0,6052 MAV

28 Olivedos 0,6659 MAV 78 Picuí 0,6051 MAV

29 Santarém 0,6648 MAV 79 Cacimbas 0,6051 MAV

30 Santa Luzia 0,6646 MAV 80 Maturéia 0,6048 MAV

31 Carrapateira 0,6607 MAV 81 Prata 0,6047 MAV

32 Nazarezinho 0,6596 MAV 82 Triunfo 0,6039 MAV

33 Congo 0,6559 MAV 83 Igaracy 0,6028 MAV

34 Juazeirinho 0,6552 MAV 84 Barra de Santana 0,6028 MAV

35 Camalaú 0,6537 MAV 85 Gado Bravo 0,6028 MAV

36 Coxixola 0,6534 MAV 86 São Domingos 0,6014 MAV

37 Manaíra 0,6503 MAV 87 Aroeiras 0,6005 MAV

38 Gurjão 0,65 MAV 88 Amparo 0,5982 MAV

39 Areia de Baraúnas 0,6486 MAV 89 Cabaceiras 0,598 MAV

40 São João do Cariri 0,6485 MAV 90 São José da Lagoa Tapada 0,5974 MAV

41 Caraúbas 0,6481 MAV 91 Vista Serrana 0,5949 MAV

42 São José dos Cordeiros 0,6477 MAV 92 Bonito de Santa Fé 0,5932 MAV

43 Cachoeira dos Índios 0,6473 MAV 93 Riachão 0,5917 MAV

44 Quixabá 0,6462 MAV 94 Tavares 0,5912 MAV

45 Junco do Seridó 0,6401 MAV 95 Barra de Santa Rosa 0,5907 MAV

46 Cacimba de Areia 0,6401 MAV 96 São José de Espinharas 0,5907 MAV

47 Bernardino Batista 0,64 MAV 97 Mãe D'Água 0,5906 MAV

48 Ouro Velho 0,6378 MAV 98 São José dos Ramos 0,5897 MAV

49 Damião 0,6373 MAV 99 Juru 0,5891 MAV

50 Caturité 0,6366 MAV 100 Boa Ventura 0,5878 MAV

O componente de Redução da Vulnerabilidade será trabalhado em 2 vertentes e

foi divido em 2 subcomponentes descritos abaixo: Acesso a Água e Saneamento e,

Redução da Vulnerabilidade Agroclimática.

2.1.2.1. Acesso a Água e Saneamento

Este subcomponente irá visar o financiamento de subprojetos ligados ao

abastecimento de água em comunidades e também a instalação de dessalinizadores e

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complexos sanitários domiciliares, contemplando reaproveitamento de resíduos e reuso

das águas cinzas, respectivamente.

O Projeto PB Rural Sustentável poderá financiar as seguintes atividades:

a) Sistema de Abastecimento de Água Completo (ADC): Tais sistemas

contemplam pelo menos uma fonte de captação, que pode ocorrer a partir de um

manancial superficial ou subterrâneo, tubulação de adução, o tratamento da água

de acordo com a necessidade, reservação, rede de distribuição e ligações

domiciliares;

b) Sistemas de Abastecimento de Água Singelo (ADS): que incluem a captação,

geralmente através de poços tubulares, armazenamento em um reservatório

elevado e a construção de um ou mais chafarizes;

c) Implantação de Dessalinizadores: contemplam o fornecimento de equipamentos

destinados a melhorar a qualidade da água, geralmente é salobra no interior do

estado, para possibilitar o consumo humano e outros usos, englobando o

aproveitamento dos resíduos gerados pelo processo;

d) Complexos Sanitários Domiciliares com reutilização das águas cinzas: que

contemplam a construção em alvenaria e instalações sanitárias, sistema de

tratamento primário composto por fossa e sumidouro e sistema que permita o

reuso dos efluentes tratados para usos não humanos. Os complexos normalmente

são compostos por banheiros contendo sanitário, pia e chuveiro, além de uma

estrutura externa contendo um tanque de lavanderia.

A implantação dos subprojetos ocorrerá nos primeiros cinco anos de vigência do

Projeto Paraíba Rural Sustentável. O último ano será reservado para acompanhamento e

avaliação socioambiental e estrutural dos subprojetos implantados. Do total de

investimento previsto para o subcomponente de acesso a água e saneamento, é previsto

um percentual de 65% para Sistemas de Abastecimento D’água Completos (ADC), 15%

para sistemas singelos de abastecimento (ADS), 10% para subprojetos relacionados à

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dessalinização da água e 10% para Complexos Sanitários dotados de sistema de

tratamento e reuso de efluentes para usos não humanos.

A Tabela 5 mostra a previsão da implantação dos subprojetos pertencentes ao

subcomponente de acesso a água e saneamento ao longo da vigência do Projeto PB

Rural Sustentável.

Tabela 5 - Previsão de implantação dos subprojetos pertencentes ao subcomponente de acesso a

água e saneamento.

Subprojeto

Custo

Unitário por

Família (US$)

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Total

Sistema de Água

Completo 2000 30 42 44 44 44 00 204

Sistema de Água

Simplificado 1375 35 40 40 41 42 00 198

Dessalinizadores 925 08 13 14 15 16 00 66

Complexos

sanitários

domiciliários

agregados com

reuso de água

5000 05 06 08 08 09 00 36

Total 78 101 106 108 111 00 504

A implantação dos subprojetos seguirá critérios de elegibilidade como:

(a) Existência de entidade associativa legalmente organizada;

(b) Requerimento e protocolo de outorgas e licenças junto às entidades oficiais (AESA,

SUDEMA e/ou outros órgãos de regulamentadores que incidam sobre o subprojeto);

(c) Análise de sustentabilidade financeira, definindo a coparticipação da comunidade

nos custos de operação e manutenção dos sistemas;

(d) Análise de sustentabilidade ambiental, atestando se existe disponibilidade hídrica e

se esta é suficiente para atender a demanda requerida na vida do investimento;

(e) Análise de sustentabilidade técnica da solução, verificando se a mesma é adequada;

(f) Valor máximo por família para cada tipologia de projeto;

(g) Conformidade com salvaguardas ambientais e sociais.

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A priorização dos investimentos do subcomponente de acesso a água e

saneamento seguirá os seguintes critérios:

(a) Ausência de acesso à fonte hídrica em quantidade e qualidade adequada;

(b) Número de pessoas potencialmente atendidas;

(c) Disponibilidade hídrica (proximidade de adutoras e canais de água tratada ou bruta

para os subprojetos de acesso a água);

(d) Não terem sido já beneficiados no projeto Cooperar II ou projetos similares (por

exemplo, no Água para Todos);

(e) Capacidade das comunidades para operação/manutenção dos subprojetos

financiados;

(f) Comunidades com maior proporção de famílias lideradas por mulheres.

2.1.2.2. Redução da Vulnerabilidade Agroclimática

A região Nordeste do Brasil sempre foi afetada por grandes secas, evento

climático inerente às características de semiaridez ali encontradas, se caracterizando em

um grande risco para atividades agrícolas e pecuárias, gerando impactos sociais,

econômicos e ecológicos.

Sendo assim, este subcomponente é um incremento da resiliência, possibilitando

uma melhor convivência com a realidade da região semiárida através da adoção de

práticas e técnicas de interação com as dinâmicas naturais viáveis e com proporção

adequada de Custo/Benefício, gerando um planejamento que visa diminuir perdas e

danos em eventos de seca.

O Projeto PB Rural Sustentável vai financiar, através do subcomponente de

redução da vulnerabilidade agroclimática, atividades e subprojetos relacionados com:

a) Abastecimento e armazenamento de água para produção agrícola e pecuária,

através da implantação de sistemas simples de irrigação, água de reuso para

irrigação, construção de barragens subterrâneas associadas ou não a poços

amazonas e sistemas de barramentos com pneus para produção de forragem;

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b) Fortalecimento da agricultura familiar e a gestão de recursos naturais para

melhor convivência com a seca, como foco no incentivo à promoção de práticas

agrícolas resistentes ao estresse hídrico e que promovam a adaptação ao

incremento das variabilidades climáticas na região, a curto e médio prazo.

Alguns exemplos de tais práticas são a melhoria da alimentação de caprinos,

ovinos e aves caipiras, produção de cultivos adaptados como algodão, sisal,

amendoim, beneficiamento e armazenamento de forragens, difusão da palma

forrageira resistente à cochonilha do carmim, melhoria da produção de mudas de

variedades de frutos como caju e cítricos, produção da erva sal, entre outros;

c) Segurança alimentar e nutricional, através da produção resiliente às

vulnerabilidades climáticas de alimentos em pequena escala, a exemplo da

olericultura, pequenos animais, piscicultura em tanques escavados, apicultura e

melinponicultura, entre outras, e;

d) Financiamento de pequenas obras de melhorias rurais como subprojetos de

melhoria de acesso rural, construção de passagem molhada, eletrificação rural,

entre outros.

Para que os subprojetos sejam elegíveis, alguns critérios deverão ser seguidos:

a) Existência de entidade civil organizada, como ONGs, associações e

cooperativas;

b) Estar dentro das tecnologias elegíveis;

c) Análises técnicas da sustentabilidade agroambiental, considerando a tecnologia a

ser aplicada, peculiaridades da área de implantação e das famílias beneficiadas;

d) Análise da sustentabilidade ambiental para a viabilidade dos recursos ao longo

da duração do Projeto;

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e) Análise da sustentabilidade financeira, definindo a coparticipação da

comunidade nos custos e processo de manutenção e operação atrelados aos

subprojetos;

f) As licenças deverão ser protocoladas junto as entidades oficiais;

g) Conformidades com as Salvaguardas socioambientais do BIRD acionadas para o

Projeto PB Rural Sustentável;

h) Valor máximo por família em cada tipologia de subprojeto.

Vale salientar que os subprojetos deverão receber assistência técnica durante sua

execução por visitas e acompanhamento de técnicos do Cooperar ou através da

contratação de consultorias, além de capacitação a ser realizada por instituições como

SEBRAE, SENAC, SENAR, entre outros, incluindo o próprio Cooperar, contribuindo

para o fortalecimento da gestão dos subprojetos, dos usuários e das soluções que

garantam seu funcionamento adequado.

2.1.3. Componente 3: Alianças Produtivas

Este componente é inovador é direcionado a um público diferenciado de

produtores familiares empreendedores. O valor total estimado para as alianças

produtivas é de US$ 23 milhões, sendo responsáveis pelas seguintes atividades:

(a) Apoiar organizações de produtores, através de investimentos compartilhados,

para a implementação de Subprojetos de produtores sejam constituídos por, entre

outros, uma ou mais das seguintes atividades: (i) em infraestrutura agrícola, como

pequenas obras de irrigação, instalações de armazenamento e estruturas de captação de

água; (ii) medidas de conservação do solo, tais como terraços, terraplenagem e

tratamentos de bacias hidrográficas; (iii) provisão e utilização de equipamentos,

ferramentas, máquinas, materiais veterinários, sementes e outros insumos; iv)

infraestrutura não-agrícola para armazenamento, processamento e embalagem; e (v) a

prestação de apoio no acesso aos serviços financeiros, gestão de negócios, mercado e

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marketing, tecnologia da informação, certificações orgânicas e sanitárias e outros

serviços técnicos produtivos; e

(b) Prestação de apoio às organizações de produtores elegíveis para a

implementação de Subprojetos (incluindo apoio no monitoramento plano de negócios,

compras, e aspectos financeiro e ambientais).

Nesse componente, os subprojetos somente serão elaborados após a

identificação de compradores interessados em adquirirem produtos da agricultura

familiar, desde que atendam às especificações do mercado (quantidade, qualidade,

entrega, dentre outras). Com o mercado identificado e estabelecidos formalmente os

acordos de comercialização, será lançado o Edital para manifestação de interesse, onde

as Organizações de Produtores interessadas em produzir para o mercado demandante

encaminham suas propostas e em seguida é realizada a seleção daquelas que atenderem

aos: critérios de elegibilidade, listados abaixo:

(a) Ao nível dos produtores - Pelo menos 80% dos participantes das

organizações de produtores devem ser compostos por pequenos produtores com até

quatro módulos fiscais e serem gerentes dos seus próprios negócios. Os produtores com

propriedades maiores que quatro módulos fiscais não são elegíveis para participar de

investimentos individuais;

(b) Ao nível das organizações de produtores, devido ao alto custo de transação

para financiar as alianças, a missão acordou que o número mínimo de beneficiários por

organização é de 25 membros associados. Será permitido ter mais de uma organização

de produtores por aliança produtiva, mas a gestão será única por todos os envolvidos.

Será exigido também que os participantes das alianças tenham conhecimentos básicos

das atividades propostas nos planos de negócios. Serão elegíveis organizações formais

para apresentação de propostas de planos de negócios. Organizações de produtores

inadimplentes não serão elegíveis a participar do Projeto. Será exigido o mínimo de

30% de contrapartida financeira em parcelas vinculadas aos dois ou três desembolsos do

subprojeto;

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(c) Condições de Financiamento:

Valor médio por beneficiário- U$ 2.000,00, com teto máximo de U$ 2.500,00;

Valor Máximo por subprojeto- U$ 100.000,00;

Número mínimo de beneficiários por subprojetos- 25 pessoas de uma ou mais

Organização de Produtores;

O Plano de Negócios terá que demonstrar viabilidade econômico financeira,

inclusive será avaliado por um Consultor Independente contratado pelo

cooperar.

Os subprojetos desse componente financiarão obras, bens e serviços para as

organizações de produtores familiares que sejam necessários incluí-los nos planos de

negócios para atender às exigências acordadas com os compradores, podendo financiar

gastos tanto ao nível dos produtores individuais, como o das suas organizações, desde

que atendam aos critérios de elegibilidade constantes no Manual de Operações do

Projeto.

Para atender ao volume dos produtos demandados pelo comprador, o subprojeto

poderá ser elaborado para mais de uma entidade associativa, sendo que o convênio será

assinado com aquela entidade que demonstrar melhor capacidade de gestão para a

implementação do empreendimento e aplicação dos recursos.

O passo seguinte será a elaboração do subprojeto com o plano de negócios que

necessariamente terá de demonstrar viabilidade econômico financeira do

empreendimento, inclusive com parecer favorável do Consultor Independente, ficando

ainda a assinatura do convênio na dependência do cumprimento do fluxograma das

atividades de avaliação ambiental e social contida neste documento.

2.1.3.1. Ciclo de Investimentos

O ciclo de investimentos propostos para o componente de alianças produtivas

deverão seguir a seguinte ordem:

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Mobilização: passo inicial para firmar convênios de alianças produtivas, deverá

ser realizada com diferentes estratégias para atingir os diferentes tipos de público alvo:

Produtores e Compradores.

Elaboração e Lançamento de editais para Manifestação de Interesse: Serão

consideradas manifestações de interesse dos produtores e compradores com parceiros e

sem parceiros pré-identificados (sendo esta última elegíveis para terem assistência dos

facilitadores “brokers” para identificar potenciais compradores ou produtores);

Avaliação dos perfis das manifestações de interesses: Critérios a serem

avaliados: (i) se o empreendimento proposto cumpre os critérios de elegibilidade e as

salvaguardas ambientais e sociais do Banco; (ii) se os produtores estão dispostos a

financiar pelo menos 30% de contrapartida; (iii) se o potencial comprador é adequado;

(iv) se os produtores têm recursos adequados solos, água e outros, conforme requerido

pela iniciativa. A avaliação será feita mediante visita presencial com os produtores e os

compradores.

Elaboração dos planos de negócios: Para os perfis aprovados, o projeto

contratará consultores (com perfil em agronegócio e/ou comercialização) para auxiliar

produtores e compradores na elaboração dos planos de negócios.

Avaliação dos planos de negócios: A avaliação técnica e financeira de planos

de negócios (incluindo subprojetos de produtores) será conduzida por uma entidade

independente, sob contrato com Cooperar, operando uma metodologia clara e

transparente.

Aprovação: Os planos de negócios aprovados pela entidade independente serão

revistos por Cooperar para garantir a inclusão de considerações de sustentabilidade

ambiental e social antes da assinatura.

Execução: Os subprojetos serão implementados pelas organizações de

produtores no âmbito das regras de contratação da comunidade. Durante a fase de

investimento e, posteriormente, para um ano de operações, os produtores serão apoiados

por um consultor (“acompanhante”) contratado pelo Cooperar. Durante a avaliação

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Volume I

67

final será discutido si o financiamento de esse consultor é alocado aos subprojetos

facilitadores “brokers” para identificar potenciais compradores ou produtores;

Serão elaborados três termos de referência distintos para o componente de

alianças produtivas, para a contratação de: facilitadores de mercado (brokers),

consultores para auxiliar as organizações de produtores e/ou compradores a elaborar

seus planos de negócios, e empresa independente para avaliação da viabilidade técnica e

financeira dos planos de negócios.

2.1.4. Componente 4: Gestão, Monitoramento e Avaliação

Este componente tem valor total estimado de US$ 7,8 milhões e será responsável

em apoiar o Cooperar a implementar de forma eficiente e eficaz: a coordenação e gestão

dos subprojetos, monitoramento de atividades e avaliação de impacto, administração

fiduciária, controles internos e auditorias, gestão dos procedimentos de salvaguardas

ambientais e sociais, mecanismos de ouvidoria, além de estudos relacionados ao

projeto.

O monitoramento dos resultados dos objetivos propostos e das atividades será

realizado através do uso de indicadores de resultados gerais e indicadores intermediários

de resultados por componente.

Entre os indicadores gerais de resultados estão:

Número de pessoas com acesso a água para consumo humano aprimorado como

resultados das intervenções do PB Rural Sustentável, mais especificamente as

ligadas ao subcomponente de acesso a água e saneamento;

Número de subprojetos onde os arranjos comunitários da operação e

manutenção dos sistemas de abastecimento de água estão estabelecidos;

Aumento do volume de vendas dos produtores beneficiados pelo componente 3

do PB Rural Sustentável, que diz respeito as Alianças Produtivas;

Aumento do nível de ocupação e emprego nas organizações dos produtores

participantes das alianças produtivas;

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Volume I

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Número de beneficiários do PB Rural Sustentável que adotaram tecnologias

agropecuárias aprimoradas e específicas para o semiárido paraibano, voltadas

para o aumento da resiliência frente a seca e, consequentemente, redução da

vulnerabilidade agroclimática;

Elaboração e operação do Sistema de Risco agroclimático, a ser desenvolvido

pela AESA – grupo de meteorologia em parceria com outros grupos relevantes

(EMBRAPA, EMATER, EMEPA, entre outros) que envolve o desenvolvimento

uma plataforma online com informações atualizadas sobre a vulnerabilidade no

Estado da Paraíba;

Número de beneficiários diretos pelo PB Rural Sustentável (homens/mulheres).

O monitoramento dos objetivos do PB Rural Sustentável também se dará por

meio de indicadores Intermediários de Resultados por componente.

O componente 1 relativo ao fortalecimento institucional terá como indicadores:

Número de subprojetos comunitários aprovados para financiamento por tipologia;

Número de alianças produtivas aprovadas para financiamento; Desenho do Sistema de

Gestão de Água e Saneamento Rural do Estado concluído e aprovado.

O componente 2 de redução da Vulnerabilidade terá como indicadores

intermediários: número de subprojetos comunitários implementados, por tipologia;

Número de comunidades/famílias (homens/mulheres) beneficiadas com subprojetos

comunitários, por tipologia; Sistema de informação de risco agroclimático desenhado.

Os indicadores do componente 3 de alianças produtivas são: o alcance das

organizações de produtores às especificações descritas no acordo de comercialização ou

plano de negócios; número de compradores que cumpriram os termos descritos no

acordo de comercialização ou plano de negócios, número de organizações de produtores

e de produtores beneficiados pelo subprojeto.

Por fim, o Componente 4 relativo à Gestão, Monitoramento de avaliação do PB

Rural Sustentável terá como indicadores: dados para linha de base coletados

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Volume I

69

sistematicamente durante as fases de pré investimento e fechamento dos investimentos;

e, reclamações registradas s em relação a execução do projeto que foram atendidas.

2.2. Justificava da Implantação

A semiaridez do nordeste brasileiro é oriunda de fenômenos naturais, mas vem

ganhando intensidade com a ação do homem. As secas periódicas que assolam a região,

resultando em pluviosidades ínfimas no período chuvoso agrava as condições de

semiaridez, desencadeando uma exploração maior dos recursos naturais encontrados,

principalmente pelas famílias rurais com menor poder aquisitivo e mais vulneráveis.

Segundo Sousa et. al (2008) algumas vulnerabilidades ocorrem devido à pouca

capacidade de resistência e resiliência às secas, que se manifestam como crises

econômico-sociais. Essa vem se agravando ao longo do tempo devido ao ritmo e a

forma de ocupação demográfica e produtiva no semiárido do estado da Paraíba,

causando sobrecargas ao seu frágil meio ambiente e à base relativamente escassa de

recursos naturais.

A vulnerabilidade às secas está relacionada principalmente a dificuldade ou

incapacidade das famílias em armazenar água e alimentos provocando danos as

atividades de agropecuária além de graves problemas socioeconômicos e ambientais.

A assinatura do convênio entre o Governo do Estado através da Secretaria de

Agricultura Familiar e do Desenvolvimento do Semiárido e o Banco Mundial, para a

implementação do Projeto PB Rural Sustentável será de extrema importância para a

redução da vulnerabilidade das famílias rurais do semiárido paraibano, atuando para a

criação e fortalecimento de cadeias produtivas, dos produtores familiares e dos arranjos

produtivos além da ampliação do acesso a água e esgotamento sanitário,

proporcionando melhores condições de vida e a utilização sustentável dos recursos

naturais encontrados na região, melhorando a resistência e a resiliência à secas

frequentes na região.

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2.3. Objetivos e Resultados Esperados

O Projeto PB Rural Sustentável tem como objetivo geral reduzir a

vulnerabilidade das famílias e melhorar o acesso a mercados dos pequenos produtores

nas áreas rurais do Estado da Paraíba. Para isso, o Projeto pretende financiar subprojetos

de acesso a água e saneamento, projetos de redução da vulnerabilidade agroclimática e

prevê a geração de alianças produtivas para os pequenos produtores rurais. Além disso,

existem componentes ligados ao fortalecimento institucional do PB Rural Sustentável e

gestão, monitoramento e avaliação do programa e subprojetos.

O fortalecimento institucional terá como alvo o Projeto PB Rural Sustentável, as

associações comunitárias rurais, as associações de produtores rurais e os prestadores de

serviços técnicos de apoio a gestão da água e redução da vulnerabilidade agroclimática.

O PB Rural Sustentável prevê a implantação de 504 subprojetos ligados à

vertente de acesso a água e saneamento, aumentando consideravelmente o número de

pessoas com acesso a água potável. Espera-se também o crescimento do volume de

vendas, nível de ocupação e emprego dos produtores em alianças, a aplicação de

tecnologias e processos de produção compatíveis com as peculiaridades climáticas do

semiárido paraibano, contribuindo para o aumento da resiliência frente a seca e redução

da vulnerabilidade das famílias rurais do estado.

Por fim, será financiado um sistema de informações agroclimáticas, melhorando

o acesso e uso de informações relevantes a gestão dos recursos naturais do semiárido

paraibano, facilitando o acesso e uso de informações relevantes por município,

incluindo o monitoramento da seca e índices de vulnerabilidade hídrica existentes no

Estado da Paraíba.

2.4. Rol de Investimentos

O Projeto PB Rural Sustentável, a ser implantado pela Secretaria de Estado da

Agricultura Familiar e do Desenvolvimento do Semiárido em parceria com o Banco

Mundial prevê investimentos da ordem de US$ 80 milhões a fim de garantir a elevação

da qualidade de vida e inclusão produtiva rural. O montante apresentado advém de

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Volume I

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recursos do Banco Mundial e contrapartidas do governo paraibano e dos beneficiados

dos subprojetos que porventura serão implantados, nos valores de US$ 50 milhões, US$

20 milhões e US$ 10 milhões, respectivamente.

O componente 1, que envolve o fortalecimento institucional engloba a

preparação de subprojetos, o fortalecimento institucional das EA’s, os serviços

estaduais e a avaliação independente. Essas atividades representam um investimento de

US$ 15.600.100, em que US$ 10.140.065 será injetado pelo BIRD e US$ 5.460.035

pelo governo da Paraíba.

O componente 2, que se refere à redução de vulnerabilidade, engloba projetos de

acesso a água e saneamento, redução de vulnerabilidade agroclimática e melhoria de

acesso rural. Essas atividades representam um investimento de US$ 32.400.000

aplicado pelo BIRD, US$ 21.060.000 pelo governo da Paraíba e US$ 3.240.000 pelos

beneficiados.

O componente 3 visa os financiamentos nas alianças produtivas e engloba os

subprojetos de produtores e o acompanhamento das OP’s. Esse componente conta com

um investimento total de US$ 23.000.000, sendo US$ 16.100.000 financiado pelo BIRD

e US$ 6.900.000 pelos beneficiados.

O componente 4 envolve as atividades de gestão, monitoria e avaliação, que são

elas: reforma e manutenção dos escritórios, aquisição de móveis e utensílios,

equipamentos de informática, plano de comunicação, monitoramento de subprojetos,

programas de capacitação, locação de veículos, avaliações de impacto e implementação

de sistemas de monitoramento e informação.

2.5. Relação de Subprojetos Não Elegíveis

Levando em consideração o cumprimento das Salvaguardas Ambientais e

Sociais do Banco Mundial, O PB Rural Sustentável não irá financiar os seguintes

subprojetos e atividades:

Subprojetos relacionados à produção ou comercialização de bebidas alcoólicas;

Subprojetos que envolvam à produção ou comercialização de fumo;

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Subprojetos que coloquem o patrimônio cultural e físico em risco;

Subprojetos que causem impactos ambientais em Parques Estaduais/Nacionais

e/ou Unidades de Conservação e/ou em áreas ecologicamente sensíveis;

Subprojetos que demandem supressão vegetal em extensão maior que 2 ha em

áreas de caatinga ou mata atlântica e grandes áreas e/ou áreas naturais críticas

e/ou protegidas pela legislação federal/estadual;

Sistemas de irrigação individuais com área superior a 2 ha;

Açudes cujo espelho d’água seja superior a 5 ha ou cuja barragem tenha altura

igual ou maior que 10 metros;

Subprojetos que causem impactos adversos consideráveis sobre os habitats

naturais;

Subprojetos que envolvam a exploração ou comercialização de produtos

madeireiros em escala maior que a comunitária.

Subprojetos de piscicultura em tanque rede;

Subprojetos que não se enquadrem nos parâmetros de licenciamento ambiental

ou hídrico junto a SUDEMA e AESA, respectivamente;

Subprojetos que não se enquadrem na legislação ambiental em âmbito

municipal, estadual ou federal.

Subprojetos que não se enquadrem nas definições deste Marco Socioambiental.

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3. Salvaguardas Acionadas

O Banco Mundial adota como referência de sustentabilidade ambiental e social

um conjunto de políticas de Salvaguardas Socioambientais para a identificação,

preparação, financiamento e implementação de programas e projetos.

O Projeto PB Rural Sustentável, objeto de financiamento, está relacionado à

possibilidade de ocorrência de impactos negativos devido ao desenvolvimento de

atividades de agricultura e obras infra estruturais de pequeno porte, porém, tais impactos

adversos esperados são de baixa intensidade, pontuais e podem ser reversíveis através

de estratégias de monitoramento e ajustes ao longo do tempo. Impactos socioambientais

positivos também são esperados pelo PB Rural Sustentável uma vez que os

investimentos irão priorizar sistemas sanitários simplificados além da adoção de

práticas produtivas rurais sustentáveis.

O Projeto PB Rural Sustentável demandou o acionamento das seguintes políticas

ambientais para as quais foram elaborados Marcos Conceituais específicos:

Avaliação Ambiental (OP/BP 4.01) - Cujo procedimento para atendimento

desta salvaguarda está detalhado no Volume II deste documento.

Habitats Naturais (OP/BP 4.04) e Florestas (OP/BP 4.36);

Controle de Pragas e Parasitas (OP/BP 4.09);

Patrimônio Cultural Físico (OP/BP 4.11);

Segurança de Barragens (OP/BP 4.37):

Povos Indígenas (OP/BP 4.10);

Reassentamento Involuntário (OP/BP 4.12).

As políticas de Segurança de Barragens e Florestas foram preventivamente

acionadas uma vez que há forte conexão entre atividades de agricultura e florestas

brasileiras e alguns subprojetos a serem financiados estarem relacionados com

atividades de irrigação e abastecimento de água em locais onde já existem barragens ou

requerer a construção de tanques de cultivo ou reservatórios.

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Como parte dos Marcos Conceituais sociais, foram produzidos os Marcos de

Comunidades Quilombolas e de Economia Solidária.

Os princípios dessas salvaguardas acionadas foram incorporados nos Marcos

Socioambientais do PB Rural Sustentável.

.

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Volume I

75

4. Arcabouço Legal e Institucional

4.1. Intencionalidade

Com o objetivo de orientar os interessados em pleitear recursos junto ao

Cooperar, estes financiados pelo BIRD, através do Projeto PB Rural Sustentável do

Governo do Estado da Paraíba, por intermédio de técnicos, foi elaborado o presente

Capítulo, integrante do Marco de Gestão Social e Ambiental, a fim de possibilitar visitar

normas, as quais devem ser observadas quando do procedimentos Técnico-

Administrativos, os quais subsidiarão a formalização e análise das tipologias de

subprojetos a serem financiados no novo acordo de empréstimo (BIRD – Cooperar).

A observância aos procedimentos representa a certeza jurídica do negócio,

resguardando o direito à segurança e eficiência do empreendimento. Fazer cumprir a

legislação quanto à adequação do subprojeto ajuda a formar indicadores, os

correlacionando com a legislação vigente.

Por outro lado, o arcabouço legal e institucional se funda na intencionalidade de

dotar a relação estabelecida a partir dos termos apresentados pelo Cooperar quanto ao

aparato legislativo e as normas técnicas utilizadas para materialização do

empreendimento e, ainda, padronizar procedimentos com o fito de proporcionar

transparência quando da análise.

4.2. Orientações Iniciais

A fim de levar a bom termo a formalização entre o Cooperar e o

interessado/participante do Projeto PB Rural Sustentável do Governo do Estado da

Paraíba, no qual haja a solicitação de Financiamento/Empréstimo BIRD – Cooperar,

deverá ser observado, dentre as tipologias de subprojetos, o relacionamento com as

normas vigentes, bem como o disciplinamento pertinentes acerca do licenciamento

ambiental, vegetação, recursos hídricos, gestão de resíduos, saneamento básico e a

legislação brasileira relacionada às políticas públicas operacionais do banco mundial,

especificamente: Controle de Pragas e Parasitas, Segurança de Barragens, Florestas,

Habitats Naturais, Recursos Culturais Físicos e Avaliação Ambiental.

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Volume I

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4.3. Parâmetros Temáticos

4.3.1. Licenciamento Ambiental

O licenciamento ambiental avalia os impactos causados pelos empreendimentos

e atividades que causam danos ao meio ambiente e estabelece as condições para que

esses causem o menor impacto possível.

4.3.1.1. Conceituação do Licenciamento Ambiental

O licenciamento ambiental é uma obrigação legal prévia à instalação de qualquer

empreendimento ou atividade potencialmente poluidora ou que venha a degradar o meio

ambiente e possui, aqui no Brasil, como uma de suas mais expressivas características a

participação social na tomada de decisão.

4.3.1.2. Tipos de Licença Ambiental

As licenças ambientais necessárias para caracterização legal do empreendimento

ou atividade, considerando o status que, são:

a) Licença Previa (LP), esta vincula-se a fase de planejamento do empreendimento,

mesmo tratando-se de implantação, alteração ou ampliação, sendo condição para

o início da obra, uma vez que aprova a viabilidade ambiental do

empreendimento.

b) Licença de Instalação (LI), esta vincula-se a execução da obra do

empreendimento, autorizando o seu início e encontra-se sempre condicionada às

exigências da LP.

c) Licença de Operação (LO), esta vincula-se ao funcionamento do

empreendimento, autorizando o início do mesmo, encontrando-se sempre

vinculada ás exigências de atendimento das condições estabelecidas na LI.

d) Licença Ambiental Simplificada, esta vincula-se a empreendimentos de baixo

impacto ambiental e de cunho social, sendo que a SUDEMA tem autonomia

para determinar as atividades que possuem este enquadramento;

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Volume I

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e) Dispensa de Licenciamento, esta vincula-se a empreendimento que não possuem

potencial de causar danos ao ambiente.

4.3.1.3. Arranjo Institucional

4.3.1.3.1. Âmbito Federal

Em âmbito federal desde a década de 1980, se constituiu o arranjo institucional,

o qual garante o enlace preventivo com a garantia da proteção ambiental. O Sistema

Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, instituído pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto

de 1981, atualmente garante a articulação coordenada dos órgãos e entidades. Se

estrutura da seguinte forma: Órgão Superior, Órgão Consultivo e Deliberativo

(CONAMA), Órgão Central (Ministério do Meio Ambiente), Órgão Executor

(IBAMA), Órgãos Seccionais e os Órgãos Locais, este não sendo objeto do presente

Marco Socioambiental.

4.3.1.3.2. Legislação Federal Aplicável ao Licenciamento Ambiental

As principais diretrizes para a execução do licenciamento ambiental são

determinadas pela Política Nacional do Meio Ambiente, Lei 6.938 de 1981,

observando-se necessariamente as diretrizes de competência estadual e federal para o

licenciamento, tendo como fundamento a localização do empreendimento estabelecidas

pela Lei Complementar nº 140, de 08 de Dezembro de 2011.

A Resolução nº 237, de 19 de Dezembro de 1997, do CONAMA cuida da

revisão e complementação dos procedimentos e critérios utilizados para o licenciamento

ambiental.

Já a Resolução nº 001, de 23 de janeiro de 1986, do CONAMA, estabelece os

critérios básicos e diretrizes gerais para o Relatório de Impacto Ambiental, onde é

considerado impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e

biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia

resultante das atividades.

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Por sua vez, a Resolução nº 458, de 16 de julho de 2013, do CONAMA,

estabelece procedimentos para o licenciamento ambiental de atividades

agrossilvipastoris e de empreendimentos de infraestrutura, passíveis de licenciamento,

realizados em assentamentos de reforma agrária.

Impõe-se, pela Resolução nº 413, de 26 de junho de 2009, do CONAMA, as

exigências para o licenciamento ambiental da aquicultura, destacando-se que no caso do

licenciamento ambiental de empreendimentos aquícolas localizados em águas de

domínio da União.

Procedimentos a serem adotados para o licenciamento ambiental de

agroindústrias de pequeno porte e baixo potencial de impacto ambiental se apresentam

na Resolução nº 385, de 27 de dezembro de 2006, do CONAMA.

Sobre a utilização das abelhas silvestres nativas, bem como a implantação de

meliponários, há a Resolução nº 346, de 16 de agosto de 2004, do CONAMA, pela qual

se permite à utilização e o comércio de abelhas e seus produtos, procedentes dos

criadouros autorizados pelo órgão ambiental competente.

Para licenciamento de empreendimentos de irrigação, a Resolução nº 284, de 30

de agosto de 2001, do CONAMA, estabelece que os empreendimentos de irrigação

serão classificados em categorias, de acordo com a dimensão efetiva da área irrigada,

por propriedade individual, e o método de irrigação empregado.

A Resolução nº 5, de 15 de junho de 1988, do CONAMA, dispõe sobre o

licenciamento ambiental de obras de saneamento, se sujeitando as obras de saneamento

para as quais seja possível identificar modificações ambientais significativas.

4.3.1.3.3. Âmbito Estadual

Em âmbito estadual o SISNAMA é representado pelos Órgãos Seccionais, na

Paraíba a Superintendência de Administração do Meio Ambiente – SUDEMA foi criada

através da Lei nº 4.033, de 20 de dezembro de 1978, tem como competência o

desenvolvimento de ações políticas e de proteção ambiental.

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4.3.1.3.4. Legislação Estadual Aplicável ao Licenciamento

Ambiental

A Norma Administrativa (NA) – nº 124 estabelece os critérios para o

enquadramento do empreendimento os correlacionando com Subprojeto Cooperar,

empreendimentos que se enquadram nesta Norma ficam dispensados da exigência da

LP, da LI e da L O, será necessário requerer a Licença de Alteração caso proceda

alguma modificação no empreendimento.

O estabelecimento de critérios para o licenciamento ambiental, a ser adotado

durante o processamento dos requerimentos de licenças, como parte integrante do

Sistema Estadual de Licenciamento de Atividades Poluidoras são definidas na Norma

Administrativa (NA) – nº 112, na qual determina as exigências do processo

licenciatório.

Já a Norma Administrativa (NA) – nº 107, tem como objetivo fixar os prazos

para atendimento de exigências por parte do interessado, durante o processamento dos

requerimentos de licença como parte integrante do Sistema de Licenciamento de

Atividades Poluidoras.

Com relação ao estabelecimento e rotina para indenização à Sudema, pelo

interessado, dos custos correspondentes as etapas de análise de projeto e vistoria

referente a loteamento e construção não industriais, ficam a cargo da Norma

Administrativa (NA) – nº 110.

4.3.2. Vegetação

Quando se trata de vegetação, cabe ao Poder Público definir, em todas as

unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem protegidos, de

modo que, a alteração e a supressão só sejam permitidas através da lei, vedada qualquer

utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção seja

qual for o tipo da vegetação (mata atlântica, caatinga, cerrado e outras) e o estágio de

desenvolvimento (inicial, médio, avançado ou clímax). Mesmo um simples

bosqueamento (retirada da vegetação do sub-bosque da floresta) ou a exploração

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florestal sob regime de manejo sustentável, para retirada seletiva de exemplares

comerciais (palmito, cipós, espécies ornamentais, espécies medicinais, toras de madeira,

etc) não podem ser realizados sem o amparo da autorização para supressão.

4.3.2.1. Arranjo Institucional

4.3.2.1.1. Âmbito Federal

Com relação a vegetação, caberá ao CONAMA estabelecer normas, critérios e

padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente, com

vistas ao uso racional dos recursos ambientais. Fica a cargo do Ministério do Meio

Ambiente, promover a adoção de princípios e estratégias para o conhecimento, a

proteção e a recuperação do meio ambiente, o uso sustentável dos recursos naturais, a

valorização dos serviços ambientais e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos

Recursos Naturais Renováveis - IBAMA assegurar a sustentabilidade no uso dos

recursos naturais.

4.3.2.1.2. Legislação Federal Aplicável à Vegetação

Segundo a Legislação Federal a Lei n° 9.605 (Lei de Crimes Ambientais), de 12

de Fevereiro de 1998, regulamenta as sanções penais e administrativas derivadas de

condutas e atividades lesivas ao meio ambiente como danificar, destruir, cortar,

provocar incêndio e etc.

A Lei nº 9.985, de 18 de julho 2000, institui o Sistema Nacional de Unidades de

Conservação da Natureza - SNUC é constituído pelo conjunto das unidades de

conservação federais, estaduais e municipais, estabelecendo, por sua vez, critérios e

normas para a criação, implantação e gestão das unidades de conservação.

O Código Florestal, Lei n° 12.651, de 25 de maio de 2012, alterado pela Lei n°

12.727, de 17 de outubro de 2012, constituiu normas gerais sobre a proteção da

vegetação, áreas de Preservação Permanente e as áreas de Reserva Legal; a exploração

florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem dos produtos

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florestais e o controle e prevenção dos incêndios florestais, e prevê instrumentos

econômicos e financeiros para o alcance de seus objetivos.

A Lei Federal 11.428, de 22 de dezembro de 2006, Lei da Mata Atlântica,

arregimenta a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica. A

proteção e a utilização deste Bioma têm por objetivo geral o desenvolvimento

sustentável e, por objetivos específicos, a salvaguarda da biodiversidade, da saúde

humana, dos valores paisagísticos, estéticos e turísticos, do regime hídrico e da

estabilidade social. observando-se, ainda, os princípios da função socioambiental da

propriedade.

4.3.2.1.3. Âmbito Estadual

Cabe a Superintendência de Administração do Meio Ambiente - SUDEMA

fiscalizar, pesquisar, gerenciar estudos ambientais, cadastramento e manejo de fauna,

cadastro ambiental rural, projeto de recuperação da Mata Ciliar do Rio Paraíba.

4.3.2.1.4. Legislação Estadual Aplicável a Vegetação

Em nível estadual a Lei n° 9.857, de 06 de julho de 2012, regulamenta acerca da

utilização e proteção da vegetação do Bioma Caatinga, estabelecendo as considerações

de integrantes do Bioma Caatinga, sendo as formações florestais nativas e ecossistemas

associados, definidos pelo Mapa de Vegetação do Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística - IBGE.

4.3.3. Recursos Hídricos

A água é um recurso natural de relevante importância para a sobrevivência

humana e desenvolvimento econômico dos diversos segmentos de atividades existentes.

As normas quanto as utilizações desse bem são imprescindíveis para que o seu uso

indiscriminado não cause impactos a população e ao meio ambiente.

A regulamentação dos recursos hídricos é realizada por inúmeros instrumentos

legais de abrangência federal e/ou estadual, dentre os quais podemos citar as leis,

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resoluções, portarias e outros instrumentos dos órgãos reguladores da água do Brasil e

do Estado da Paraíba.

Compete a união instituir o sistema nacional de gerenciamento de recursos

hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso, conforme disposto no

Inciso XIX do supracitado artigo da Constituição Federal, o que hoje é realizada através

da Agencia Nacional de Águas - ANA.

É de competência comum, como resguardado pelo Art. 23 da Constituição

Federal (Emenda Constitucional nº 53, de 19 de dezembro de 2006) da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios registrar, acompanhar e fiscalizar as

concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus

territórios (Inciso XI).

A Emenda Constitucional nº 53/2006 deu nova redação ao Parágrafo Único do

Art. 23 da Constituição Federal, no qual estabelece que através de lei complementar,

serão fixadas normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e

os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em

âmbito nacional.

4.3.3.1. Arranjo Institucional

4.3.3.1.1. Âmbito Federal

O Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos (SNGREH) é

constituído, a partir da Redação dada ao Artigo 33 da Constituição Federal, pela Lei

9.984/2000, pelos seguintes integrantes:

O Conselho Nacional de Recursos Hídricos - CNRH, órgão consultivo e

deliberativo, teve sua regulamentação com o Decreto n° 4.613, de 11 de março de 2003.

Faz parte da estrutura regimental do Ministério do Meio Ambiente e tem, entre suas

competências, promover a articulação dos planejamentos nacional, regionais, estaduais

e dos setores usuários elaborados pelas entidades que integram o Sistema Nacional de

Gerenciamento de Recursos Hídricos e formular a Política Nacional de Recursos

Hídricos.

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A Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano - SRHU, órgão

executivo, integrante da estrutura do Ministério do Meio Ambiente, atuando como

Secretaria Executiva do Conselho Nacional dos Recursos Hídricos. Compete-lhe prestar

apoio administrativo, técnico e financeiro ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos e

instruir os expedientes provenientes dos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos e

dos Comitês de Bacia Hidrográfica, entre outras competências, definidas no Artigo 46

da Lei nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997.

Agencia Nacional de Águas - ANA, órgão de gestão, instituída pela Lei Federal

nº 9.984, de 17 de julho de 2000, é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério do

Meio Ambiente, com a finalidade de implementar, em sua esfera de atribuições, a

Política Nacional de Recursos Hídricos, integrando o Sistema Nacional de

Gerenciamento de Recursos Hídricos. Entre suas competências, definidas no Artigo 4º,

estão a supervisão, o controle e avaliação das ações e atividades decorrentes do

cumprimento da legislação federal pertinente aos recursos hídricos, a outorga, por

intermédio de autorização, o direito de uso de recursos hídricos em corpos de água de

domínio da União, fiscalizar os usos de recursos hídricos nos corpos de água de

domínio da União.

4.3.3.1.2. Legislação Federal Aplicada aos Recursos Hídricos

A Política Nacional de Recursos Hídricos, instituída através da Lei nº 9.433, de

08 de janeiro de 1997, foi um importante instrumento no auxílio a organização da

gestão das águas no Brasil, definindo papéis, funções e competências de cada um dos

seus componentes. Além do exposto, auxiliou na construção de diretrizes visando a

articulação entre um adequado planejamento dos recursos hídricos em concomitância

com os setores usuários. Tais diretrizes são citadas no Artigo 1º da citada lei, que

consagra a água como bem de domínio público (Inciso I) e um recurso natural limitado

e dotado de valor econômico (Inciso II), utilizada, prioritariamente, para abastecimento

humano em situações de escassez (Inciso III).

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A Resolução Nº 357 do CONAMA, de 17 de março de 2005, dispõe sobre a

classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem

como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes. Em seu Artigo 2º,

classifica os tipos de água quanto à salinidade dos corpos hídricos em:

Águas doces (salinidade igual ou inferior a 0,5%);

Águas salobras (salinidade superior a 0,5% e inferior a 30%);

Águas salinas (salinidade igual ou superior a 30%).

A Portaria nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011, dispõe sobre os procedimentos

de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de

potabilidade. Tal portaria se aplica à água destinada ao consumo humano proveniente de

sistema e solução alternativa de abastecimento de água.

4.3.3.1.3. Âmbito Estadual

Entre os instrumentos da legislação, podemos citar o Sistema Integrado de

Planejamento e Gerenciamento de Recursos Hídricos, que define a estrutura

organizacional dos recursos hídricos no Estado da Paraíba, assim disposto no seu Art.

6º:

A Secretaria dos Recursos Hídricos, Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia

(SERHMACT), órgão de coordenação, é o primeiro órgão executivo na hierarquia

estadual quando se trata de recursos hídricos e meio ambiente no Estado da Paraíba. Sua

função é planejar, coordenar, supervisionar e executar as ações governamentais ligadas

a identificação, aproveitamento, exploração e utilização dos recursos hídricos e minerais

e do meio ambiente, objetivando ganhos no que diz respeito a qualidade de vida da

população e o desenvolvimento econômico do estado.

O Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH), órgão deliberativo, de

fiscalização e de caráter normativo, que tem como objetivos coordenar a execução da

Política Estadual de Recursos Hídricos; negociar políticas de preservação da água e

promover a integração entre os organismos estaduais, federais e municipais e a

sociedade civil.

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A Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (AESA), órgão

de gestão, criada pela Lei Estadual n° 7.779, de 07 de julho de 2005, sob a forma

jurídica de uma Autarquia, com autonomia administrativa e financeira, vinculada à

Secretaria de Estado dos Recursos Hídricos, do Meio Ambiente e da Ciência e

Tecnologia - SERHMACT. Entre os objetivos e responsabilidades da AESA estão: o

gerenciamento dos recursos hídricos subterrâneos, de águas originárias de bacias

hidrográficas localizadas em outros estados que lhe sejam transferidas através de obras

implantadas pelo Governo Federal e, por delegação, na forma da Lei, de águas de

domínio da União que ocorrem em território do Estado da Paraíba, conforme Artigo 3º

da supracitada lei.

A Companhia de Água e Esgoto do Estado da Paraíba (CAGEPA), órgão

executivo, autorizado a realizar os serviços de água e esgoto do estado da Paraíba,

criada pela Lei Estadual nº 3.459, de 31 de dezembro de 1966. Compete ao órgão

supracitado a execução das obras e instalações, a operação e manutenção dos sistemas, a

medição do consumo de água, o faturamento e arrecadação de tarifas aos usuários, a

aplicação de penalidades e quaisquer outras medidas a eles relacionadas na sua

Jurisdição.

4.3.3.1.4. Legislação Estadual Aplicável aos Recursos Hídricos

A Lei Estadual nº 6.308, de 02 de julho de 1996 foi responsável pela criação da

Política Estadual de Recursos Hídricos do Estado da Paraíba, com objetivo de assegurar

o uso integrado e racional das fontes hídricas para a promoção do desenvolvimento e do

bem estar da população do Estado da Paraíba. O aumento da oferta de água para as

diversas demandas (prioridade para o abastecimento humano), a proteção dos recursos

hídricos contra ações comprometedoras da sua qualidade, quantidade e usos, a

otimização dos benefícios socioeconômicos na utilização dos recursos hídricos e a

utilização racional dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos são alguns dos

princípios compreendidos no Artigo 2º da legislação citada.

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4.3.4. Gestão de Resíduos Sólidos

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela Lei nº 12.305,

de 02 de agosto de 2010, contém instrumentos os quais disciplinam o enfrentamento do

manejo inadequado dos resíduos sólidos.

A prática de hábitos de consumo sustentável imposta pela PNRS tem seu escopo

na prevenção e na redução da geração de resíduos, tendo como proposta um conjunto de

instrumentos para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos

sólidos e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos (aquilo que não pode ser

reciclado ou reutilizado).

Institui responsabilidade, a PNRS, as compartilhando com os geradores de

resíduos: fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, o cidadão e titulares

de serviços de manejo dos resíduos sólidos urbanos na Logística Reversa dos resíduos e

embalagens pós-consumo.

Cria metas importantes, com vista a eliminação dos lixões e institui instrumentos

de planejamento nos níveis federativos. Além de impor aos particulares a elaboração de

seu Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

4.3.4.1. Arranjo Institucional

4.3.4.1.1. Âmbito Federal

O Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010, regulamenta a Lei nº 12.305, de

02 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, cria o

Comitê Interministerial da PNRS que promove a elaboração de estudos e proposição de

medidas visando à desoneração tributária de produtos recicláveis e reutilizáveis e a

simplificação dos procedimentos para o cumprimento de obrigações acessórias relativas

e o Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa e tem por

finalidade apoiar a estruturação e implementação da PNRS, por meio da articulação dos

órgãos e entidades governamentais, de modo a possibilitar o cumprimento das

determinações e das metas previstas na Lei nº 12.305.

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4.3.4.1.2. Legislação Federal Aplicável a Gestão de Resíduos

Sólidos

Com relação aos resíduos sólidos, a Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010, que

institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, disciplinando os princípios, objetivos e

instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao

gerenciamento de resíduos sólidos, incluindo os perigosos, às responsabilidades dos

geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis.

Os resíduos existentes ou gerados pelas atividades industriais serão objeto de

controle específico, como parte integrante do processo de licenciamento ambiental,

conforme disposto na Resolução nº 313 do CONAMA, de 29 de outubro de 2002.

O Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010, foi responsável por

regulamentar a PNRS (Lei nº 12.305/2010), que integra a Política Nacional do Meio

Ambiente, estabelecendo normas para sua execução.

4.3.4.1.3. Âmbito Estadual

O Plano Estadual de Resíduos Sólidos do Estado da Paraíba ainda está sendo

submetido à consulta pública. O órgão responsável pela elaboração do referido

documento é a SERHMACT, que teve a atual redação dada pela Medida Provisória nº

160, de 01 de janeiro de 2011, e que possui competências definidas pela Lei nº 8.186, de

17 de março de 2007.

4.3.4.1.4. Legislação Estadual Aplicável a Gestão de Resíduos

Sólidos

A SERHMACT, através de convênio com o Ministério do Meio Ambiente, foi o

responsável pela elaboração do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos do

Estado da Paraíba, disponibilizado, posteriormente, em meio eletrônico, conforme

Portaria n° 061, publicada no DOE em 07 de novembro de 2014.

O Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS) pretende ser instrumento

norteador de práticas a serem regidas pelo Governo do Estado da Paraíba em parceria

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com as instâncias de outros poderes públicos, da sociedade em geral, principal geradora

dos mais variados resíduos sólidos, visando a adoção de práticas comuns direcionadas à

alimentação de um processo de transformação da realidade com o encerramento de

lixões e a destinação ambientalmente adequada destes resíduos, traduzindo-se em

implementação de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento sustentável.

4.3.5. Saneamento Básico

Saneamento básico é o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações de

abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos

sólidos e drenagem de águas pluviais urbanas. Definindo, por sua vez, as competências

quanto à coordenação e atuação dos diversos agentes envolvidos no planejamento e

execução da política federal de saneamento básico no País.

O Plano Nacional de Saneamento Básico (PNSB) estabelece diretrizes, metas e

ações de saneamento básico para o Brasil nos próximos 20 anos (2014-2033), o qual

deve ser observado.

Os objetivos do PNSB devem representar uma resposta da União consistente

com o desafio da universalização, à melhoria da gestão, adequada à complexidade e às

dimensões técnica e política relacionadas ao Saneamento Básico.

4.3.5.1. Arranjo Institucional

A Constituição Federal em seu Artigo 21, Inciso XX, estabelece que a União

tem competência administrativa para estabelecer as diretrizes gerais para o Saneamento

Básico. Estabelecendo, ainda, a Constituição Federal (CF), competência comum à

União, aos Estados e aos Municípios a promoção de programas de melhoria do

saneamento básico Por sua vez, é de competência dos municípios legislar sobre os

assuntos e organizar e prestar os serviços de interesse local.

4.3.5.1.1. Âmbito Federal

Coube ao Governo Federal, sob a coordenação do Ministério das Cidades, a

responsabilidade pela elaboração do PNSB.

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O Ministério do Meio Ambiente (MMA), por intermédio do Departamento de

Ambiente Urbano, da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano, integra o

Grupo de Trabalho Interministerial (GTI), foi responsável por coordenar a elaboração e

promover a divulgação do PNSB, na esfera federal.

Do GTI participam, além do MMA; a Casa Civil da Presidência da República; o

Ministério da Fazenda; o Ministério do Turismo; a ANA, que exerce a regulação dos

serviços de saneamento básico, por meio da emissão de outorgas (de uso da água e de

lançamento de efluentes) e dos CERTOHs, assim como da cobrança pelo uso da água; o

Ministério da Integração Nacional; a CODEVASF; o Ministério da Saúde; a FUNASA;

o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; a Caixa Econômica Federal; o

BNDES e o Conselho das Cidades sob a coordenação do Ministério das Cidades.

Cabe a Secretária de Recursos Hídricos e Urbanos a responsabilidade pela

formulação da Política Nacional de Recursos Hídricos e a ANA por sua implementação,

política que mantém importantes interfaces com a Política Federal de Saneamento

Básico.

4.3.5.1.2. Legislação Federal Aplicável ao Saneamento Básico

A Lei nº 11.445 de 2007 estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento

básico e para a política federal de saneamento básico a partir do abastecimento de água,

esgotamento sanitário, limpeza urbana, manejo dos resíduos sólidos e manejo de águas

pluviais realizados de formas adequadas à saúde pública e à proteção do meio ambiente.

4.3.5.1.3. Âmbito Estadual

A Companhia de Água e Esgoto do Estado da Paraíba - CAGEPA é o órgão

executivo autorizado a realizar os serviços de água e esgoto do Estado da Paraíba,

criada pela Lei Estadual nº 3.459, de 31 de dezembro de 1966.

4.3.5.1.4. Legislação Estadual Aplicável ao Saneamento Básico

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A Constituição do Estado da Paraíba estabelece diretrizes da Política Estadual de

Saneamento Básico, na forma dos artigos 7º, § 3º, inciso IX e artigo 186 da Constituição

do Estado da Paraíba.

A Lei nº 9.260, de 25 de novembro de 2010, institui princípios e estabelece

diretrizes da política estadual de saneamento básico, autoriza e disciplina a gestão

associada de serviços públicos de saneamento básico, estabelece os direitos e deveres

dos usuários dos serviços de saneamento básico e dos seus prestadores.

A Política Estadual de Saneamento Básico é o conjunto de princípios, diretrizes,

planos, programas e ações a cargo dos diversos órgãos e entidades da administração

direta e indireta do Estado da Paraíba, com o objetivo de proporcionar condições

adequadas de salubridade ambiental à população, especialmente por meio do acesso à

água potável e aos demais serviços públicos de saneamento básico, bem como o

controle social de sua execução podendo ser implementada através da cooperação e

coordenação federativas.

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5. Arranjo Institucional para Gestão do Projeto

O acordo de empréstimo a ser firmado entre o Banco Mundial e o Governo do

Estado da Paraíba é o instrumento legal de maior alcance na implementação do Projeto

PB Rural Sustentável, o qual será implantado sob a responsabilidade da Secretaria de

Agricultura Familiar e Desenvolvimento do Semiárido (SEAFDS). Dentro da SEAFDS

a Gerência de Planejamento, Monitoramento e Avaliação será o responsável pela

execução global do Projeto.

5.1. Unidade de Gerenciamento do Projeto (UGP)

A unidade de Gerenciamento do Projeto PB Rural Sustentável estará localizada

na Gerência de Planejamento, Monitoramento e Avaliação, cujo organograma para

gerenciamento é mostrado na Figura 97.

Figura 97 - Organograma para a gestão do Projeto PB Rural Sustentável.

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Os níveis relacionados ao Projeto PB Rural Sustentável são relacionados a

seguir:

(i) Nível Central

Secretaria de Agricultura Familiar e Desenvolvimento do Semiárido

(SEAFDS)

Unidades Técnicas do PB Rural Sustentável incluindo a Gerência

Operacional e Administrativa

(ii) Nível regional

Gerências regionais (Mata Paraibana, Agreste, Borborema e Sertão

Paraibano)

(iii) Nível Municipal

Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural

(iv) Nível Comunitário

Organizações Comunitárias (associações comunitárias, cooperativas,

núcleos de integração rural, colônias de pescadores, aldeias indígenas

e quilombolas, entre outras).

As organizações comunitárias devem representar os interesses e demandas das

comunidades beneficiárias, elaboras projetos e estudos e encaminhá-los aos conselhos

municipais, realizar pesquisa de preços para a aquisição de materiais ou contratação de

serviços, firmar e cumprir os termos dos convênios estabelecidos com o projeto PB

Rural Sustentável, executar os subprojetos aprovados e conveniados, abrir contas

específicas para cada um dos subprojetos se responsabilizar pelas movimentações

financeiras e prestar conta dos gastos.

Os Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural – CMDR tem a

responsabilidade de priorizar os pleitos e encaminhá-los às Gerências Regionais do PB

Rural Sustentável, acompanhar e supervisionar a implantação dos subprojetos

aprovados e a aplicação dos recursos, esclarecer sobre as diretrizes, critérios, regras e

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procedimentos operacionais do Projeto, acompanhar e orientar o processo licitatório,

acompanhar e participar das capacitações fornecidas ao beneficiários e outros aspectos

relacionados ao acompanhamento dos subprojetos, desde a elaboração do projeto até sua

implementação.

Dentro da UGP as Gerências Regionais, implantadas de acordo com as

mesorregiões do Estado da Paraíba, serão responsáveis em dar entrada nos pleitos no

PB Rural Sustentável, além possuir um técnico capacitado nos princípios de

sustentabilidade ambiental e social do PB Rural Sustentável para realização de visitas a

campo e avaliação ambiental, através do preenchimento das fichas de avaliação

ambiental prévia, de instalação e de operação. Além disso os técnicos das Gerências

Regionais deverão analisar o pleito e orientar a comunidade sobre normas e

procedimentos do PB Rural Sustentável, encaminhando o mesmo para as coordenações

dos componentes, pertencentes à Gerência Operacional.

A Gerência Operacional será composta pela coordenação de Salvaguardas

Socioambientais além das coordenações de cada um dos componentes do Projeto PB

Rural Sustentável. A Gerência Operacional terá a função de analisar as informações

fornecidas pelos técnicos das gerências regionais fornecendo um parecer de viabilidade

técnica e ambiental para a aprovação dos subprojetos.

A Coordenação de Salvaguardas Socioambientais terá a função específica de

acompanhar e analisar todo o processo de avaliação ambiental verificando o

cumprimento dos requisitos das salvaguardas sociais e ambientais do BIRD e legislação

ambiental federal, estadual e municipal (quando houver), que compõem os princípios de

sustentabilidade do PB Rural Sustentável. Esta coordenação ficará encarregada também

de garantir a execução dos planos de gestão ambiental a serem desenvolvidos para os

subprojetos com potencial de impacto.

As Coordenações dos Componentes se encarregarão de acompanhar os

componentes do projeto PB Rural Sustentável, fornecendo, quando necessário, apoio

técnico e acompanhamento dos subprojetos de redução da vulnerabilidade e alianças

produtivas.

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Vale salientar que o PB Rural Sustentável prevê o aumento no número de

técnicos profissionais especialistas em agronomia ou veterinária, engenharia civil, na

área socioambiental e agronegócios para as Gerências Regionais e também para a

Gerência Operacional.

A gerência administrativa terá a função de gerenciar os recursos financeiros,

incluindo as liberações de parcelas para execução dos subprojetos e análise da prestação

de contas, coordenar as licitações de modalidade shopping e as aquisições realizadas

através delas, além de gerenciar os recursos humanos e materiais e possibilitar o acesso

às informações relevantes.

A Secretaria Executiva terá a função de autorizar a assessoria jurídica a elaborar

os convênios, de assiná-los firmando o vínculo entre o projeto e a entidade proponente e

arquivar os processos físicos.

A Secretaria de Agricultura Familiar e Desenvolvimento do Semiárido –

SEAFDS terá como atribuições: assegurar a inclusão na proposta orçamentaria do

Estado a provisão dos recursos financeiros necessários ao PB Rural Sustentável, tanto

os da contrapartida estadual como os oriundos do empréstimo com o Banco Mundial;

prover todo o suporte necessário à UGP para que ela possa desempenhar adequada e

eficientemente as atividades como executora e administradora do Projeto, representar o

Governo do Estado junto ao Banco Mundial, em matériasque requeiram especial

atenção e ação do Governo do Estado, particularmente, com respeito a matérias

de ordem contratual e promover a integração e complementaridade das ações do

Projeto PB Rural Sustentável com outros Programas sociais no âmbito do Estado.

5.2. Instituições de Apoio

O sucesso do Projeto PB Rural Sustentável será maximizado através de parcerias

com órgãos e entidades como SUDEMA, AESA, EMBRAPA Algodão, Programa Água

Para Todos, INSA, EMATER, SEBRAE, etc.

5.2.1. Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba

5.2.1.1. Descrição das funções

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A Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (AESA) foi

criada pela lei nº 7.779/05, sob a forma jurídica de uma autarquia, vinculada à

SERHMACT.

Os objetivos das AESA são: o gerenciamento dos recursos hídricos subterrâneos

e superficiais de domínio do Estado da Paraíba, de águas originárias de bacias

hidrográficas localizadas em outros Estados que lhe sejam transferidas através de obras

implantadas pelo Governo Federal e, por delegação, na forma da Lei, de águas de

domínio da união que ocorrem em território do Estado da Paraíba.

As competências da Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da

Paraíba estão definidas no Art. 2° do Decreto N° 26.224, de 14/09/2005.

O estado da Paraíba possui 11 bacias hidrográficas. 6 delas, são bacias de

domínio Estadual, ou seja, aquelas cuja área está inserida no estado da Paraíba são elas,

as Bacias hidrográficas do rio Paraíba, dos Rios Abiaí e Gramame (litoral sul) e as

Bacias dos rios Miriri, Mamanguape e Camaratuba (litoral norte). Cinco delas

consistem em bacias de domínio federal, já que ultrapassam os limites territoriais do

Estado. As bacias que possuem áreas no estado da Paraíba e Rio Grande do Norte são as

Bacias dos rios Piranhas, Jacu, Curimataú, Trairi e Guaju. Cabe ao Estado assegurar as

atuais e futuras gerações a disponibilidade de águas superficiais e subterrâneas

gestionando e administrando os recursos hídricos de acordo com as necessidades de

cada região.

5.2.1.2. Projetos Atuais

A AESA conta com ações que utilizam instrumentos legais, institucionais, de

articulação com a sociedade, de planejamento, de informação e operacionais. Esses

instrumentos de gestão desenvolvidos pela AESA são descritos a seguir:

Instrumentos Legais, Institucionais e de Articulação com a Sociedade

- Implantação de Comitês de Bacias Hidrográficas;

- Criação de Associações de Usuários de Água;

- Campanhas Educativas sobre o Uso da água;

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Instrumentos de Planejamento

- Elaboração do Plano Estadual de Recursos Hídricos – PERH-PB (concluído);

- Elaboração do Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias

Hidrográficas dos Rios Paraíba e Piranhas (em elaboração);

- Confecção do Plano de Controle de Cheias e Usos Múltiplos de Reservatórios nas

Bacias Litorâneas (em elaboração);

- Mapeamento dos Aquíferos Aluviais do Estado da Paraíba para Fins de Abastecimento

Rural (humano e animal) e Produção Agrícola (concluído);

Instrumentos de Informação

- Implantação do Sistema de Informação de Recursos Hídricos.

- Monitoramento Quantitativo de 122 Reservatórios;

- Monitoramento do Clima e do Tempo;

- Cadastramento de Obras Hídricas e Usuários de Água;

Instrumentos Operacionais

- Concessão de Outorga de Água;

- Expedição de Licença para Implantação de Obra Hídrica;

- Ações de Fiscalização do Uso dos Recursos Hídricos;

- Operação e Manutenção de Reservatórios;

- Cobrança pelo Uso de Água Bruta (proposta em elaboração);

- Manual de Fiscalização;

- Manual de Outorga.

5.2.1.3. Outorga

A outorga é definida como um instrumento que assegura ao interessado o direito

de utilizar a água de uma determinada fonte hídrica, com uma vazão e finalidade

determinadas e por um período definido.

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A obtenção da outorga do direito de uso da água na Paraíba é emitida pela

AESA. Os usos de água que dependem de outorga são:

Abastecimento humano e animal;

Irrigação;

Aquicultura (piscicultura, carcinicultura, etc.);

Usos industriais e comerciais;

Lazer

Lançamento de efluentes (esgotos) em corpos d’água para fins de diluição,

transporte e assimilação;

Outros tipos de uso que alterem o regime, a quantidade e a qualidade dos

recursos hídricos.

A AESA não expede outorgas para os seguintes usos:

Lançamento em corpos d’água de resíduos sólidos, radioativos, metais pesados e

outros resíduos tóxicos;

Lançamento de poluentes em águas subterrâneas.

5.2.1.4. Licença de Obra Hídrica

Esta licença é um documento que confere ao interessado, autorização para

execução de obra ou serviço de captação e oferta de água. As obras hídricas que

necessitam de Licença são:

Açudes;

Transposições de água entre bacias hidrográficas;

Barragens de derivação ou regularização;

Poços escavados e perfurados;

Outras obras hídricas.

5.2.1.5. Tempo de Análises dos Projetos

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O tempo de análise dos processos dentro da AESA é bastante variável, em

função da variedade de tipos de processos e da disponibilidade da equipe técnica de

efetuar visitas técnicas in loco, quando necessárias. Atualmente, o tempo de duração das

análises dos projetos tem sido entre dois e três meses, se o processo estiver dentro das

conformidades requeridas.

5.2.1.6. Deficiências e Oportunidades de Melhorias

Com o aumento da demanda dos serviços oferecidos pelos órgãos ambientais

devido a maiores exigências nas leis, o tempo de análise dos processos e detalhamento

dos mesmos também aumentou. Boa parte dos órgãos de meio ambiente tem uma

deficiência em número de técnicos disponíveis para atividades de monitoramento e

fiscalização. Outras dificuldades encontradas estão relacionadas à falta de instalações

adequadas para um ideal funcionamento e falta de atualizações e capacitações

profissionais.

Como forma de melhorar o funcionamento do órgão revertendo essas

deficiências, se faz necessária à contratação de pessoal a fim de diminuir déficit

estrutural, implementação de ciclos de atualização dos profissionais e aquisição de

equipamentos atuais para aferições e coleta de informações in loco.

5.2.2. Superintendência de Administração do Meio Ambiente (SUDEMA)

A SUDEMA, foi criada pelo Estado da Paraíba em 20 de Dezembro de 1978,

através da Lei nº 4.033, objetivando o desenvolvimento de uma política de proteção do

Meio Ambiente. A sede da SUDEMA fica na capital, João Pessoa, mas também possui

núcleos regionais nas cidades de Patos e Campina Grande. No Quadro 7 demais

informações sobre onde encontrar e contatar a SUDEMA na Paraíba.

Quadro 7 - SUDEMA na Paraíba: Contatos e endereços.

Município Endereço Telefone

João Pessoa Av. Monsenhor Walfredo Leal, 181 -

Tambiá - João Pessoa-PB (83) 3218-5606

Campina Grande Av. Barão Rio Branco, 89 - Centro, Campina

Grande - PB.

(83) 3310-6778

ou

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(83) 3310-6777

Patos R. Lima Campos, 740- Bairro São Sebastião

- Patos-PB (83) 3421 2610

Dentre as suas atividades, a SUDEMA apresenta:

Educação Ambiental - Baseada na Política Nacional de Educação Ambiental -

Lei nº 9795/1999, para propiciar sua efetivação e prática, o órgão possui a

Coordenadoria de Educação Ambiental, que busca cumprir e estimular a

ampliação e o aprofundamento da educação ambiental nos municípios da

Paraíba, contribuindo para a construção de territórios sustentáveis e pessoas

comprometidas e realizadas.

Fiscalização - Atua na análise e efetuam inspeções em estabelecimentos

potencialmente poluidores, pauta ainda suas atividades principais por denúncias

identificadas ou anônimas, atendendo a solicitações do Ministérios Público

Estadual, Federal e acompanhamento dos empreendimentos licenciados. As

ações são executadas por Policiais Militares que compõem os quadros do

Batalhão da Polícia Ambiental.

Licenciamento - Regula, ajusta e adéqua as atividades a serem desenvolvidas na

implantação de empreendimentos no sentido de projetar um menor impacto

ambiental ao ecossistema.

Pesquisas, Gerenciamentos e Estudos Ambientais - Os setores como

Geoprocessamento, Comissão Estadual de Gerenciamento Costeiro e a

Coordenadoria de Estudos Ambientais somam forças para gerenciar, proteger e

registrar através de um conjunto de tecnologias a melhoria da qualidade de vida

da população e do meio ambiente.

As atividades de Licenciamento são fundamentais para a implantação de

atividades potencialmente poluidoras. O licenciamento é o procedimento administrativo

pelo qual o órgão licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de

empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva

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ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar

degradação ambiental, considerando as disposições legais pertinentes.

Cabe a SUDEMA requerer documentos específicos para dar seguimento aos

licenciamentos, documentos estes específicos para cada tipologia de atividade, bem

como por cada tipo de licença.

Para o licenciamento, o proponente do subprojeto em conjunto com a

Coordenação de Salvaguardas da UGP devem ir ao órgão e abrir um processo

administrativo portando os requerimentos e formulários padrões da Sudema, bem como

documentos referentes a atividade a ser licenciada. Devido a vasta gama de atividade e

suas tipologias, a SUDEMA disponibiliza uma lista de tais documentações, bem como

modelos de planos de gerenciamento e demais documentos que necessitem ser

elaborados.

A SUDEMA estabelece que as atividades de caráter coletivo e cunho social

(associações e cooperativas) que façam parte dos programas sociais de governo serão

enquadradas como potencial de poluição e porte pequeno, como é o caso dos

subprojetos do PB Rural Sustentável.

Dependendo das características e/ou similaridades ambientais locais a SUDEMA

poderá enquadrar um empreendimento social no procedimento de Licenciamento

Ambiental Simplificado, mesmo que não esteja listado na norma que defina este tipo de

atividade.

5.2.2.1. Tempo de Análise dos Projetos

Após a abertura do processo, dentro dos tramites normais de averiguação dos

processos pela equipe técnica responsável, o tempo de análise dos documentos é

bastante variável, em função da complexidade do empreendimento e da disponibilidade

da equipe técnica de efetuar visitas técnicas in loco, quando requeridas.

De modo geral, não havendo pendências, deve-se ser respeitado o prazo previsto

na Resolução do CONAMA nº 237, sendo de 6 (seis) meses a contar do ato de

protocolar o requerimento até seu deferimento ou indeferimento, ressalvados os casos

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em que houver a necessidade de elaboração de estudos/relatórios ambientais, tais como

o EIA/RIMA, e/ou audiência pública, que por requerer maiores prazos de realização, o

prazo pode alcançar até 12 (doze) meses até a finalização do processo, com o

indeferimento, ou liberação da licença ambiental.

5.2.2.2. Deficiências e Oportunidades de Melhorias

Com o passar do tempo e a criação das leis ambientais, bem como o maior

detalhamento e especificações das mesmas, e também a melhoria das atividades de

monitoramento e fiscalização, houve um grande aumento na demanda dos serviços

oferecidos pelos órgãos ambientais em todos os aspectos, no entanto o corpo técnico

não cresceu em número, gerando uma situação de sobrecarga dos analistas e

especialistas, e essa situação acaba por acarretar uma lentidão no tempo de análise e

finalização do parecer técnico, prejudicando e trazendo deficiência ao processo de

licenciamento.

Outro fator que deve ser levado em consideração que leva a falhas na solicitação

e posterior renovação das licenças ambientais é a utilização de legislações

antigas/ultrapassadas, ou que destoam da realidade atual (social, ambiental e

econômica) de onde o empreendimento se localiza e de acordo com sua classificação.

Para reverter essas deficiências observadas, se faz necessária a implementação

de ciclos de atualização dos profissionais já experientes e atuantes na área,

disponibilização de equipamentos atuais para aferições e coleta de informações in loco,

bem como a contratação de novos integrantes para o corpo técnico, de modo a alcançar

um equilíbrio do atendimento as demandas, evitando lentidão e paralisação no

andamento de processos.

5.2.3. Outras Instituições de Apoio

A Embrapa Algodão é uma das 47 unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuária (EMBRAPA) e apresentou um trabalho de produção de algodão colorido

e algodão em consórcio agroecológico, estando dentro do contexto do PB Rural

Sustentável tanto pelo subcomponente de Redução da Vulnerabilidade Agroclimática

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quanto ao Componente de Alianças Produtivas, uma vez que estes produtos apresentam

nichos específicos de marcado e a EMBRAPA recebe solicitações de compradores em

busca de grandes quantidades destes produtos. Além disso, os cultivos de amendoim,

sisal e gergelim são bem adaptados às condições edafoclimáticas da Paraíba, se

apresentando como outras possibilidades com forte potencial para o PB Rural

Sustentável.

O Programa Água Para Todos é projeto da União que tem por finalidade

melhorar o acesso à água e os recursos hídricos nas zonas rurais, sendo coordenado pelo

Ministério da Integração Nacional que protocola sua execução nos Estados. No Estado

da Paraíba, a responsabilidade do programa é da Secretaria de Recursos Hídricos, que

iniciou o programa em julho de 2014 e prevê a execução de 192 sistemas de

abastecimento d’água para consumo humano e 176 barreiros para a produção de

alimentos até o final do ano de 2015.

O Instituto Nacional do Seminário (INSA) é uma unidade de Pesquisa integrante

do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação especializada no semiárido brasileiro,

podendo contribuir significativamente sobretudo no subcomponente de redução da

vulnerabilidade agroclimática do PB Rural Sustentável.

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sustentavel?ref=topic_feed

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