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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR ALMEIDA RODRIGUES FAR – FACULDADE ALMEIDA RODRIGUES DIREITO ANA CLARA SILVA E SILVA PATERNIDADE SOCIO AFETIVA: UMA ANÁLISE 1

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Page 1: Projeto Modelo Monografia

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR ALMEIDA RODRIGUES

FAR – FACULDADE ALMEIDA RODRIGUES

DIREITO

ANA CLARA SILVA E SILVA

PATERNIDADE SOCIO AFETIVA: UMA ANÁLISE

RIO VERDE – GO

2012/2

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Page 2: Projeto Modelo Monografia

ANA CLARA SILVA E SILVA

PATERNIDADE SOCIO AFETIVA: UMA ANÁLISE

Projeto de pesquisa apresentado à Faculdade Almeida Rodrigues - FAR, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Direito sob a orientação da Profª Espª Isa Leão Castro.

RIO VERDE – GO

2012/2

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1 TEMA E SUA DELIMITAÇÃO

A regulamentação da Paternidade Socioafetiva.

2 JUSTIFICATIVA

Com o passar dos tempos, o direito de família vem sofrendo constantes

mudanças significativas. Em relação à paternidade e suas nuances, motivada pelo

avanço tecnológico, nos propiciou a trazer à tona, julgamentos já transitados em

julgado que antes eram tidos como intangíveis. Agora, com o exame de DNA, uma

nova verdade poderá ser descoberta, a verdade real e sem o formalismo processual

puro existente, sem a morosidade da justiça e sem a frieza de uma sentença que

não corresponde com a realidade.

Algo que antes era considerado da ordem do natural e da ciência, mas as

mudanças sócio-econômicas e culturais que vem avançando toda a sociedade nos

últimos tempos, juntamente com a promulgação da Constituição Federal de 1988,

mostraram-nos que a paternidade requer envolvimento afetivo e primordialmente

resguardar de modo significativo, a dignidade da pessoa humana e os interesses da

criança.

Deste modo esta pesquisa justifica-se em analisar a Paternidade Sócio afetiva

e como as leis e jurisprudências analisam tal situação.

3 PROBLEMA

Como solucionar as dúvidas em relação á regulamentação da Paternidade

Socioafetiva?

4 HIPÓTESE

A "adoção à brasileira", inserida no contexto de filiação sócio-afetiva,

caracteriza-se pelo reconhecimento voluntário da maternidade/paternidade, na qual,

fugindo das exigências legais pertinentes ao procedimento de adoção, o casal (ou

apenas um dos cônjuges/companheiros) simplesmente registra a criança como sua

filha, sem as cautelas judiciais impostas pelo Estado, necessárias à proteção

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especial que deve recair sobre os interesses do menor. O reconhecimento do estado

de filiação constitui direito personalíssimo, indisponível e imprescritível, que pode ser

exercitado sem qualquer restrição, em face dos pais ou seus herdeiros. O princípio

fundamental da dignidade da pessoa humana, estabelecido no art. 1º, inc. III, da

CF/88, como um dos fundamentos da República Federativa do Brasil, traz em seu

bojo o direito à identidade biológica e pessoal (SANTIAGO, 2009).

5 OBJETIVOS

5.1 Geral

Possibilitar o envolvimento de conexões e raciocínios, estabelecendo uma

ponte entre idéias, pensamentos e conceitos, sempre apresentando reflexões

pessoais e posicionamentos acerca do assunto discutido.

5.2 Específicos

Propiciar uma compreensão mais abrangente sobre a Paternidade Socio

Afetiva;

Correlacionar a teoria e a prática da Lei Civil e

Verificar a aplicação da Lei.

6 REVISÃO DE LITERATURA

A filiação socioafetiva é compreendida, como uma relação jurídica de afeto,

amor e cumplicidade, com o filho de criação, que mesmo sem nenhum vínculo

biológico os pais criam uma criança por mera opção escolha de realmente estar com

este novo ser em seu lar. Dedicando-lhe todo amor, cuidado, ternura, enfim,

formando uma família. Deste modo é o que coloca (Pereira, 2009, p.89):

a adoção judicial, que é estabelecida por meio de um julgamento, não é somente um ato jurídico, mas também um ato de vontade; o reconhecimento voluntário ou judicial da paternidade e a conhecida “adoção à brasileira”, isto é, aquele que comparece perante um Cartório de Registro Civil, de forma livre e espontânea, solicita o registro de uma criança como seu filho, muito comum em nossos dias, nesses casos também há a socioafetividade paternal. Neste último exemplo, não é

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necessária nenhuma comprovação genética para ter sua declaração admitida como verdade, mas, em decorrência desse ato, somente poderá depois invalidá-la se demonstrar que sua manifestação não foi livre e sim foi viciada. que não houve a sócioafetividade, e sim uma falsidade ideológica.

Com tudo isso, constata-se, que existe uma discussão, na jurisprudência se o

reconhecimento voluntário ou judicial da paternidade e maternidade é revogável, ou

não, como verifica-se nos seguintes temos uma decisão judicial: “Por mais que se

afigure deplorável a atitude de um homem que, por treze anos, acalenta o fato de

ser pai de alguém, para depois destruir essa verdade socioafetiva, não pode

prevalecer um registro de nascimento falso, pois, no nosso País, vige o critério da

verdade Biológica da filiação. Quem, sabendo não ser o pai biológico, registra como

seu filho de companheira durante a vigência de união estável, estabelece uma

filiação socioafetiva, que produz os mesmos efeitos que a adoção, ato irrevogável. O

pai registral não pode interpor ação negatória de paternidade e não tem legitimidade

para buscar a anulação do registro de nascimento, pois inexiste vício material ou

formal a ensejar sua desconstituição” (BEBER, Jorge Luis Costa. Ação negatória de

paternidade aforada por pai registral ou reconhecido judicialmente. Disponível em: <

http://www.gontijo-familia.adv.br/escritório/outros28.html >. Acesso em: 26 Maio

2009).

A jurisprudência também tem dito que a “adoção à brasileira” torna-se

irrevogável quando estabelecido o estado de filho afetivo, pois, nesse caso, nasce á

filiação socioafetiva, conforme constitucionalmente assegurado nos artigos 226 e

227 e seus parágrafos da Constituição Federal do Brasil de 1988. Por estado de filho

afetivo:

entende-se que é ter de fato o título correspondente, desfrutando as vantagens a ele ligadas e suportando seus encargos. É passar realmente a ser tratado como filho, levando o nome dos presumidos genitores, recebendo tratamento de filho e ter sido constantemente reconhecido por filho pelos presumidos pais e pela sociedade, como filho. No estado de filho afetivo, devem ser cumpridas as mesmas condições do estado de filho biológico, já que a filiação deveria ser uma imagem refletida entre pais e filhos, sem discriminação, sem identificar-se com o aspecto sanguíneo ou a voz do coração

Com isso, Veloso (2007), explica que não existe qualquer analogia entre o

domínio, posse e estado de filho, na medida, em que o afeto está para o direito de

família assim como a posse e o domínio estão para o direito das coisas. Trazendo

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como parâmetro, que na investigação de paternidade biológica é exigida a verdade

da filiação, incluindo a produção do exame genético em DNA, também deveria ser

obrigatório a mesma verdade na investigação da paternidade socioafetiva, já que na

Constituição Federal de 1988 residem apenas as duas

verdades da filiação: biológica e sociológica.

A Constituição de 1988, afastou do ordenamento jurídico a idéia da aparência,

a ficção, a paternidade meramente judicial, acolhendo tão somente as duas

verdades, a biológica (art. 226, §§ 4º e 7º da CF) e a sociológica (art. 227, § 6º da

CF), mas a teoria da evidência deve ser aplicada e também devemos lutar por isso,

para que a decisão judicial declare a verdadeira, e não a fictícia filiação socioafetiva

(LOBO, 2007).

Quando um pai cria e educa uma pessoa como filho, mesmo que não

biológico, ele deixa transparecer ali o estado de filho sociológico, a verdade

socioafetiva. Com isso, não mais poderá impugnar essa paternidade, mesmo que

não seja o pai genético. Portanto, os verdadeiros pais são aqueles que amam e

dedicam sua vida a uma criança, pois o amor depende de tê-lo e se dispor a dá-lo,

sendo então aqueles em quem a criança busca carinho, atenção e conforto, sendo o

pai para os sentidos dela o seu apoio maior o Estatuto da Criança e do Adolescente

instituiu em seu artigo 48 que a adoçãoé irrevogável (WELTER, 2005).

Comparando considera-se, que a Constituição Federal apresentou a unidade

da filiação assim, a adoção é uma das formas de filiação mesmo, sendo

socioafetiva, portanto, a filiação sociológica também é irrevogável. Muitas pessoas

não conseguindo suportar os trâmites procedimentais, que a legislação exige para

adotar uma criança, as pessoas registram um menor, como seu filho, colocando-se

um prenome e o apelido de família. Tal prática deve ser condenada, pois não se

submete ao mesmo rigor do regime jurídico da adoção, prevista no Estatuto da

Criança e do Adolescente que, primando pelo interesse do menor, tornou a adoção

irrevogável.

Depreende-se que a paternidade não é apenas um mero fato, um dado

biológico, como tentam tratá-la friamente, e sim, como já mencionado anteriormente,

uma relação construída na vida pelos vínculos, laços de afinidade que se criam

como tempo de amor e convivência não deve ser privilegiada, em relação à

paternidade sócio-afetiva, sendo essa não menos importante para o filho. Algumas

vezes em uma paternidade biológica, onde existe o vinculo jurídico e o vinculo

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natural, também existe a marca viva da rejeição, faltando amor, compreensão e

dedicação, crianças que ás vezes são rejeitadas pela mãe/pai e que as mesmas

passam até a morar, com avós, tios e outros e em outras vezes, onde existe o

vínculo da sóciopaternidade, esse sim, dará ensejo a real e irrefutável função de pai,

com a construção cultural, na sociedade e no meio jurídico e a permanente

afetividade, essa que não é fruto da consangüinidade. Deste modo verifica-se, que

ser pai não é somente ser aquele, que possui o vínculo genético com a criança.

7 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Em seminários, simpósios, em todo e qualquer evento do direito e

fundamentalmente, nos referenciais teóricos bibliográficos, bem como nas atividades

de toda e qualquer pessoa, o texto e os contextos são destaques, como força motriz,

para conduzirem ao bom entendimento deste assunto de forma eficaz.

8 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

ATIVIDADES A M J A S O N D

Definição do tema e coleta de fontes XFichamento XElaboração do Projeto XEntrega do Projeto ao orientador para apreciação

X

Reformulação do Projeto XEntrega do Projeto final ao orientador

X

Desenvolvimento da Monografia X XEntrega da Monografia ao orientador para a apreciação

X X

Elaboração da Introdução XElaboração do Considerações Finais XElaboração do Resumo XReformulação da Monografia XEntrega da Monografia ao orientador XReformulação da Monografia XEntrega do trabalho final ao orientador

X

Correções finais e entrega do trabalho à coordenação

X

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REFERÊNCIAS

BEBER, Jorge Luis Costa. Ação negatória de paternidade aforada por pai registral ou reconhecido judicialmente. Disponível em: < http://www.gontijo-familia.adv.br/escritório/outros28.html >. Acesso em: 26 Maio 2009.

LOBO, Paulo Luiz Netto. Direito ao Estado de Filiação e Direito à Origem Genética: Uma Distinção Necessária. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007.

, Paulo Luiz Netto. Direito de Família: O Ensino do Direito de Família no Brasil. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002.

PEREIRA. Rodrigo da Cunha. Direito de Família Contemporâneo. Belo Horizonte: Dey Rey, 2009.

SANTIAGO, Onete Ramos. Pai paterno. Disponível em: <http://www.pailegal.net/textoimprime.asp?rvTextoId=793901286>. Acesso em: 12 maio 2009.

VELOSO, Zeno. Direito Brasileiro da Filiação a Paternidade. São Paulo: Malheiros, 2007.

WELTER. Belmiro Pedro. Igualdade entre a Filiação Biológica e Sócioafetiva. São Paulo: Malheiros, 2005.

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