projeto latinidades 2016

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2016 9 ª edição

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20169 ª edição

sumárioFestival latinidades latinidades em númeroshístoricomelhores momentos LatinidadesDepoimentosUm projeto com muitos diferenciaisInternacional FormativoMultilinguagensLatinidades SustentávelMatriz africana – JustificativaAlinhamento conceitualLatinidades 2016 Onde e quando? Shows previstos Afrodance Espaço Infantil Formativas e tema 2016 Agência Afrolatina Serviço de PretaPlano de Divulgação e ComunicaçãoPúblico-alvo Cotas de patrocínioContatos

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Festival Latinidadesreflexão e festa da diáspora negra

Em sua nona edição Latinidades se consolidou como o maior festival de mulheres negras da América Latina. Seu diferencial, além da quantidade de estados e países envolvidos, diz respeito tanto ao seu caráter cultural quanto ao formativo.

O projeto é bastante conhecido por seus debates e publicações, mas também pelos grandes shows. Todos os anos Latinidades envolve música, dança, teatro, literatura, formação, capacitação, empreendedorismo, economia criativa e comunicação e é realizado por meio de diversas atividades pelo Distrito Federal. Nasceu com intuito de celebrar o Dia da

Mulher Afro Latino Americana e Caribenha e abrir espaço para convergir debates e iniciativas do estado e da sociedade civil relacionadas à promoção da igualdade racial e enfrentamento ao racismo e sexismo.

Desenvolve diálogos com o poder público, organizações não-governamentais, movimentos sociais e culturais, universidades, redes, coletivos e outros grupos. Latinidades foi criado para dar visibilidade e celebrar a cultura negra produzida na África e na diáspora, com foco especial na América Latina e Caribe.

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Latinidades em númerosDe 2008 a 2015 foram realizadas mais de cem apresentações culturais, entre shows, performances, saraus, desfiles, exibição de filmes, lançamentos literários, entre outros. Foram realizadas cento e cinquenta atividades formativas, entre palestras, conferências, oficinas e debates.

Nesses anos, a iniciativa contou com um público direto de aproximadamente 200 mil pessoas e uma valoração de mídia de mais de 5 milhões de reais. Nas redes sociais são cerca de sessenta mil seguidores, entre facebook, twitter, instagram, whatsApp e pessoas cadastradas no mailing do festival.

Fora do Distrito Federal, foram realizadas ações culturais e formativas em São Paulo, Cabo Verde e Cuba.

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Em 08 edições...

mais de 100 apresentacões culturais

público direto de 200 mil pessoas

público redes sociais 60 mil seguidores

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Histórico O projeto foi criado em 2008 para marcar o dia 25 de julho, que tem ganhado força como uma espécie de 8 de março da mulher negra. Tendo se tornado o maior festival de mulheres negras do Brasil, Latinidades cumpre um papel de grande importância para a visibilização da data e dos temas relacionados à pauta de gênero e raça.Latinidades agrega, desde sua primeira edição, além dos debates, oficinas, rodas de conversa, shows musicais, intervenções poéticas e teatrais, literatura, moda, culinária, feira de afro-negócios, artes visuais e cinema.

2008Nasce o festival, ainda com pequeno porte, com alguns debates e apresentações culturais, para marcar o Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha.

2009O festival discute a imagem da mulher negra na mídia em um dia de programação.

2010Desta vez o tema foi Censo e Políticas Públicas para Mulheres Negras e as discussões deram origem a uma publicação-referência. Os shows aconteceram na Esplanada dos Ministérios, em parceria com o Ipea. Também foram realizadas ações na Penitenciária Feminina do Distrito Federal.

2011Sob o tema Mulheres Negras no Mercado de Trabalho, as discussões deram origem à segunda publicação do festival. Os shows aconteceram no Parque da Cidade, também em parceria com o Ipea. Novamente foram realizadas ações na Penitenciária Feminina do Distrito Federal e em algumas Regiões Administrativas do DF.

2012Juventude Negra foi o tema que deu origem à uma série de atividades no ano de 2012, trazendo palestrantes e artistas de grande representatividade. Shows, debates, lançamentos literários e feira de afro-negócios tomaram conta do Complexo Cultural da República durante cinco dias. Novamente foram realizadas ações na Penitenciária Feminina do Distrito Federal e em três Regiões Administrativas. O tema gerou uma publicação-referência, disponibilizada gratuitamente online e fisicamente.

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2013Arte e Cultura Negra, Memória Afrodescendente e políticas públicas foi o tema que atraiu pouco mais de cinquenta mil pessoas para o Complexo Cultural da República e no Complexo Funarte, em nove dias de programação. O tema gerou uma publicação-referência, disponibilizada gratuitamente online e fisicamente. Em 2013 seguiram as atividades descentralizadas pelo Distrito Federal, além de Cuba e São Paulo.

2015Cinema Negro foi o tema que reuniu diversas pessoas para debater o protagonismo e a representação das mulheres negras, colocando-as no centro do debate sobre políticas públicas para o audiovisual. O tema reverberou nos meios de comunicação, dando visibilidade para a produção audiovisual das mulheres negras brasileiras e de outros países.

2014Sob o tema Griôs da Diáspora Negra, o Festival Latinidades chegou ao auge de público e alcance internacional, com sete dias de atividades e a participação de palestrantes como a ex Pantera Negra Angela Davis, a socióloga norte-americana Patricia Hill Collins e as escritoras Shirley Campbel (Costa Rica) e Paulina Chiziane (Moçambique). Artistas de todas as regiões brasileiras, Estados Unidos, Canadá, Moçambique, Colômbia, Equador, Guadalupe, Canadá, Nigéria, Haiti e Panamá. A publicação está em fase de organização. As ações descentralizadas no DF continuaram e uma ação internacional foi realizada, em Cabo Verde.

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Alguns dos melhores momentos LatinidadesPlayng for Change | Elza Soares | Mart’nália | Margareth Menezes | Lia de Itamaracá | Chico César | Gaby Amarantos | Yusa Black Alien depoimentos: Bossa Negra | Naná Vasconcellos | Bongar | Krudas Cubensi | Paula Lima | Ilê Ayiê | Puerto Candelaria | Karol ConkaAngela Davis, Shirley Campbel, Paulina Chiziane, Ana Maria Gonçalves, Conceição Evaristo, Sueli Carneiro, Lula, Jurema Werneck, Leci Brandão

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Depoimentos“Fico muito feliz em fazer parte do Latinidades e ver tantas jovens negras” Cida Bento – presidenta do CEERT

“Não dá pra descrever a alegria de participar de um festival de mulheres negras e trocar experiências com as irmãs do Brasil”- Emília Murraín Valencia (Colômbia)

“Eu tenho muita honra de estar aqui. Eu varria salas de aulas alguns anos atrás e hoje estou aqui em Brasília participando desse festival com muito orgulho. Eu não sou técnica, não sou teóri-ca, não tenho curso superior. Eu fiz a universidade da vida”

- Leci Brandão – sambista, deputada federal e ativista negra

“Esse festival é muito interessante. É maravilhoso ver esse renascimento, os netos dos militantes dos anos 60. É estimulante ver um evento político com mulheres negras usando cabelo natural. Este é um momento histórico

e fico muito feliz com o protagonismo de tantas jovens negras acontecendo no Latinidades” - Angela Davis (ativista norte-americana, ex-Pantera Negra)

“Há uma energia nesta sala que é tão calorosa, que estou indo pra casa realmente muito feliz” - Samantha J (Nigéria)

“Só tenho a agradecer a este lindo festival pelo espaço dado à nossa causa, das trabalhadoras domesticas” Creuza Oliveira

– presidenta da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas

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“É uma alegria estar aqui com vocês. Este festival nos permite renovar compromissos e olhar com mais confiança para os desafios que temos pela frente. Na edição de 2011 do Latinidades vocês apontavam que os piores índices de acesso a políticas públicas diziam respeito as mulheres negras em geral; em 2012 vocês chamavam a atenção para a situação da juventude negra; agora em 2013 vocês foram muito felizes ao escolher como tema a Arte e a Cultura Negra.” – Luiz Inácio Lula da Silva, Ex-presidente do Brasil.

“É a primeira vez que eu sou convidada para cantar em um festival que discute a situação da mulher negra. Estar aqui é motivo de muito orgulho, um dos momentos mais importantes e felizes da minha vida. Eu sou negra e tenho orgulho da minha ancestralidade” – Gaby Amarantos – cantora

“Temos a satisfação de ter herdeiras dessa luta, recriando nossas proposições e abrindo leque na temática da mulher negra. Este festival está cumprindo um papel de expandir o alcance, sensibilizar e levar essa data para outros lugares do país” - Sueli Carneiro – filósofa e militante negra do Geledès

“Só temos a agradecer ao festival por nos trazer pela primeira vez ao Brasil e mediar conexões para que possamos conhecer e nos apresentar em outras cidades” - Odaymara, Krudas Cubensi (Cuba)

“Quanto mais eventos que deem visibilidade ao que nós somos e ao que nós temos contribuído com esta nação é muito importante. Sobretudo no tocante à nós mulheres negras”- Makota Valdina

“Eu queria fazer minha saudação a todas as organizadoras do Latinidades e a todas as pessoas, os homens e as mulheres, que acompanham essa programação

maravilhosa que foi colocada à disposição do Brasil aqui em Brasília. Latinidades é um manifesto politico”- Luiza

Bairros – Ministra da Seppir

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Um projeto com muitos diferenciaisAlém da programação cultural, o projeto desenvolve ações de formação e capacitação em diversas cidades do DF, promovendo uma programação ampla, continuada e descentralizada.

Valorização da produção intelectual, artística e cultural das mulheres negras.

Produção de artigos, textos e publicações relacionadas aos temas do festival.

Há quatro anos o festival é realizado no Presídio Feminino do Distrito Federal, levando atividades formativas e culturais para as mulheres do sistema prisional.

Um festival inclusivo, Latinidades em todos os shows (nacionais e internacionais) conta com intérprete de libras e projeto especial para pessoas com deficiência e/ou mobilidade reduzida.

O maior festival de mulheres negras da América Latina.

Aplicação da Lei 10.639/2003, que torna obrigatória a inclusão de História e Cultura Afro-brasileira nos currículos escolares, por meio das oficinas, encontros e apresentações.

Circulação da produção artística de mulheres negras brasileiras, latino-americanas e caribenhas.

Promoção de autoestima e geração de renda para mulheres negras.

Intercâmbios culturais entre países da África e da diáspora africana.

Criação de novos públicos consumidores para a música e cultura negra em geral.

Estímulo ao afro-negócio, com a realização de uma feira com exposição e venda de produtos de empreendedoras/es negras/os.

Criação e fortalecimento de redes de mulheres negras da África e da diáspora negra.

Espaço de debate sobre políticas públicas em gênero e raça.

Estímulo ao turismo.

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InternacionalA participação internacional tem sido uma constante nas edições do Festival Latinidades, que já recebeu artistas, intelectuais, ativistas e expectadores

(as) do Zimbabwe, Angola, Nigéria, Cabo Verde, Moçambique, Congo, Camarões, Colômbia, Cuba, Venezuela, Equador, Canadá, Panamá, Haiti, Guadalupe, Costa

Rica, México, Inglaterra, Reino Unido, Canadá, Holanda e Estados Unidos.

FormativoTodos os anos o Festival Latinidades, além de diversas apresentações artísticas, agrega debates, conferências, palestras e oficinas sobre temas ligados à valorização da cultura negra e o enfrentamento ao racismo e ao sexismo. Concebido e produzido por mulheres negras, objetiva também dar visibilidade à sua produção artística e intelectual. Os conteúdos das discussões das oito edições anteriores do

Festival Latinidades deram origem às publicações: “Censo e Políticas Públicas para a População Afrodescendente”, Mulheres Negras no Mercado de Trabalho”, “Juventude Negra”, Arte e Cultura Negra: Memória Afrodescendente e Políticas Públicas”, “Griôs da Diáspora Negra” e “Cinema Negro”, as duas últimas, em fase de finalização.

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MultilinguagensLiteratura Teatro Moda Música Cinema e Audiovisual Artes Visuais

Artesanato Comunicação Cultural

Música As noites de shows do Festival Latinidades são destaques em Brasília, no mês de julho, período de férias, atraindo grande público de todo o Distrito Federal e de todas as Regiões Brasileiras.

Objetivosatrair público para a questão racial com recorte de gênero, especialmente o tema Arte e Cultura Negra;dar visibilidade para artistas negras, proporcionando sua inserção na cadeia produtiva da cultura;elevar a autoestima das mulheres negras.

LiteraturaO festival em 2012 abriu espaço para lançamentos de livros de pesquisadoras/es e artistas negros, como foi o caso de Cristiane Sobral, Renata Felinto, Rafael Sanzio e Ana Paula Magalhães. Os lançamentos foram incorporados em todas as edições e, desde então, além de espaços literários com comercialização de livros nacionais e internacionais, performance e contação de histórias, saraus e batalhas de poesia entraram de forma definitiva para a programação.

Passaram pelos espaços literários do Festival Latinidades: Conceição Evaristo, Patrícia Hill Collins, Paulina Chiziane, GOG, Roberta Estrela D’Álva, Kiusam Oliveira, Emilia Murraín, Vera Lopes, Raquel Trindade, Priscila Preta, Elizandra Souza, Ana Luiza Flausina, Teresa Cárdenas, além de lançamentos do Ipea, ONU, Seppir, entre outros.

A edição 2016 prevê mais lançamentos, tendo em vista a produção literária afro-latina.

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ModaEm 2011 foi realizado um desfile em homenagem às orixás femininas, inspirado em suas vestimentas e características, em parceria com os terreiros Ilê Axé Oyá Bagan e Ilê Axé Xaxará de Prata. Em 2013, 2014 e 2015 os desfiles seguiram como ponto alto, dando visibilidade para mulheres negras profissionais da cadeia produtiva da moda.

Culinária Na Praça de Alimentação os restaurantes parceiros incluirão pratos típicos da África e América Latina.

CapoeiraRealização de uma grande roda de capoeira liderada por mulheres.

TeatroPerformances teatrais com o tema do cabelo e identidade nas últimas edições fizeram bastante sucesso, introduzidas pela atriz e escritora Cristiane Sobral. Também fizeram grande presença em 2015 a Cia Os Crespos. Pretende-se em 2016 agregar mais performances e apresentações cênicas.

Fotografia Algumas exposições fotográficas foram realizadas em edições anteriores, como em 2013 quando foi realizada uma exposição colaborativa sobre empoderamento e negritude ou em 2015, quando as fotos da artista Angèle Etoundi Essamba, de Camarões, tomaram conta do foyer do Cine Brasília.

CinemaAo longo das oito edições foram realizados cineclubes com vídeos relacionados à debates sobre gênero e raça. Em 2015 o tema cinema negro colocou em destaque a produção cinematográfica de mulheres negras, com seus filmes projetados na tela do Cine Brasília. Foram diversos lançamentos, uma mostra da diversidade de temas e da qualidade da técnica e das narrativas das mulheres negras.

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Latinidades Sustentável

O Festival Latinidades vem se inspirando em um tema que é do interesse responsabilidade de todos os cidadãos e cidadãs do bem - a sustentabilidade. Uma motivação inspiradora que nos faz refletir sobre como podemos contribuir por um mundo melhor.

Algumas ações desenvolvidas pelo Latinidades Sustentável:

Vem de bike: disponibilização de bicicletário com iluminação e segurança funcionando todos os dias.

Linha Latinidades Sustentável: disponibilização de uma linha de ônibus especial.

Coleta Seletiva: todo o resíduo reciclável gera renda para 100 famílias da associação de catadores localizada na L4Sul: Apcorb.Campanha de metareciclagem: espaço para doação de lixo eletrônico.

Varal Social: durante os dias do festival, temos um espaço para troca ou doação de roupas usadas.

Acessibilidade: intérpretes de libras para shows e conferências, além de espaço reservado para cadeirantes em local totalmente acessível.

Ações Ambientais, Responsabilidade Social e Acessibilidade

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Matriz africana

A matriz cultural do mundo - Justificativa

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A cultura sempre esteve presente como carro-chefe do projeto. Certa vez a ativista e

filósofa Sueli Carneiro afirmou que tudo o que existe de mais popular e erudito no Brasil diz

respeito à cultura negra. De que forma está tratada esta cultura em termos de políticas públicas? Como

propor e garantir que os saberes orais e ancestrais sejam considerados nos editais, chamadas públicas

e outras linhas de fomento e incentivo? Como garantir que as manifestações negras sejam vistas para além

da folclorização e exotismo? Que pesquisas temos com indicadores relacionados à economia da cultura afro-

brasileira e afro-latina? Como esta cadeia promove, formaliza e agrega atrizes e atores negros? Qual a melhor forma de inserir

no mercado de trabalho e tirar da informalidade agentes da cultura negra? Quais programas e projetos preveem capacitação

nas áreas relacionadas à cadeia produtiva da cultura e que podem

No Brasil é evidente o enraizamento da cultura de matriz africana em toda a sociedade. Da antiguidade à contemporaneidade, a cultura mundial está impregnada de ritmos, sons, danças, cultura corporal, línguas, religiosidade, cosmovisões e manifestações artísticas e culturais negras.

Não podemos ignorar que durante muito tempo as manifestações de matriz africana foram proibidas no Brasil. A chegada do negro se deu de forma forçada, como princípio de um sistema escravocrata e ainda hoje o racismo é um grande desafio a ser encarado em prol de uma sociedade igualitária e verdadeiramente democrática.

Nesse contexto, é importante discutir, dar visibilidade, proteger e valorizar a cultura negra produzida na diáspora como forma de enfrentamento ao racismo e fortalecimento de identidades e autoestimas.

O Festival Latinidades é referência em todo o Brasil, bem como em alguns países da América Latina. Colocou o Distrito Federal na linha de frente e no calendário de eventos de cultura negra. Através do Festival Latinidades, Brasília entrou no circuito que rediscute a influência da matriz africana no contexto da produção artístico-cultural, o que pode ser comprovado pelo número de participantes de outros estados e países. No que diz respeito à participação das Regiões Administrativas do DF e à descentralização, o festival já promoveu atividades em Planaltina, Ceilândia, Varjão, Estrutural, São Sebastião, Penitenciária Feminina do DF etc, além das maiores ações, concentradas no Plano Piloto. Na lista de presença das formativas pode-se notar a participação de moradores/as de todas as RAs.

O projeto foi fundamental na articulação nacional que influenciou a sanção do Dia da Mulher Negra, em junho de 2014, pela presidenta Dilma Roussef. Latinidades se consolidou como o maior festival de mulheres negras da América Latina. Seu diferencial, além da quantidade de estados e países envolvidos, diz respeito tanto ao seu caráter cultural quanto ao formativo. Importante lembrar que é importante se ter um espaço de protagonismo da mulher negra, já que estas ainda não ocupam proporcionalmente os espaços de representação política, tem pouco acesso às políticas públicas, informação e tecnologias e são vulneráveis a diversas violências e abusos. Destacamos a insignificante representatividade ou representatividade estereotipada da mulher negra nos meios de comunicação e espaços de poder.

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nos atender? Esses são alguns pontos de pauta trazidos historicamente pelo projeto.

A l i n h a m e n t o conceitual Cultura e Diáspora Africana na América Latina e Caribe

A América Latina é caraterizável pela multiplicidade dos povos afro descendentes negros na sua

geografia: desde as sociedades e culturas predominantemente negras de vários

países do Caribe, àquelas como o Brasil, Cuba e Colômbia com uma

significativa proporção de afro-descendentes negros, até

outras, como a Venezuela, o Uruguai e o Peru com importantes minorias negras. Na última década alguns estudiosos e ativistas nas redes de organizações políticas negras da América Latina referem a esses povos como Afro Latino-americanos.

Desde o período da escravidão no Novo Mundo, os africanos negros

deportados e seus descendentes conseguiram através de diversas

formas de luta, abertas ou encobertas, construir espaços

fora ou nos interstícios do sistema dominante, seja no médio rural ou no

médio urbano re significando ruas, bairros e esquinas, onde as práticas rituais teriam

na música, no canto e na dança seus aspectos simbólicos e significativos mais importantes.

O primeiro tipo de espaço, de busca de propostas de vida livre, compreende as comunidades negras rurais conhecidas no Brasil como quilombos, denominadas cumbes na Venezuela, palenques em Cuba e na Colômbia, freevillages na Jamaica e bush societies no Suriname. O termo cimarrón (cimarrones no plural) eqüivalente a quilombola, atravessa a América Latina toda significando a busca da liberdade, a rebelião e a resistência contra a opressão. Nesses espaços libertários se reconstruiriam e transformaram diferentes códigos culturais africanos.

Duas grandes experiências políticas se recortam nessa história. A primeira, o Quilombo de Palmares, ou República Palmarina como conceitualizada por pensadores afro brasileiros, teve existência ao longo de cem anos no século

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nos atender? Esses são alguns pontos de pauta trazidos historicamente pelo projeto.

Na segunda forma de processo, as culturas religiosas e expressivas de matriz banto participaram em processos de africanização do cristianismo de longa data na América Latina e o Caribe, desenvolvidos em Confrarias e Irmandades de N.S. do Rosário, São Benedito (San Benito), e São João, entre outros. Em La Havana, as crônicas históricas referem às Confrarias e aos Reinados Congos em procissão pelas ruas da cidade. Na Venezuela a expressão desse tipo de irmandades se desenvolveu em múltiplas formas. Os “Chimbángueles” no sul do Lago Maracaibo são formados por uma hierarquia de capitães e vassalos de São Benedito, em torno a uma orquestra formada por sete tambores, r e a l i z a n d o cortejos e procissões na rua; no leste, na região do B a r l o v e n t o , os três t a m b o r e s “culo e’ puya” ou “redondos” se alternam nos cortejos das festas de São João, com o “mina” e o “curbeta”. Na costa do Caribe, de Puerto Cabello à La Sabana, as festas religiosas são

dezessete, liderada pela figura de Zumbi. A segunda, a partir de finais do século dezoito, em que se inicia um processo de lutas, leva em 1804, com a condução de Toussaint Louverture, à formação do Haiti como a primeira república livre no mundo liderada pelos africanos da Diáspora.

O segundo tipo de espaço ao longo da América Latina e do Caribe compreende os espaços religiosos em que se desenvolvem três formas de processos culturais que respondem a diversas estratégias dos africanos e afro-descendentes. A primeira são as reconstruções e transformações de sistemas religiosos africanos no Novo Mundo, onde se encontram f r e q u e n t e m e n t e paralelismos com o sistema de crenças cristão, espec ialmente

o Católico, resultantes não somente de táticas de camuflagem, mas também de inteligentes traduções culturais. A segunda forma são as transformações africanizadas de sistemas cristãos, a reinterpretação e ressignificação desses sistemas. A terceira são os sistemas emergentes resultantes de processos de sincretismo e de fusão de vários sistemas religiosos africanos, europeus, ameríndios. Nessas três formas se encontram centralmente as técnicas sagradas da música, o canto e

a dança. Nos rituais, esses elementos se configuram como ponte de conexão entre o homem e o cosmos, prefigurando utopias nas formas da sociabilidade, nos anseios por novas relações sociais e, especialmente, na performance expressiva e em encapsulados verbais de metáforas e mitos.

Na primeira forma de processo encontram se os desenvolvimentos dos povos de língua iorubá (hoje República de Nigéria) no Novo Mundo: a Regra de Ocha em Cuba, também conhecida como Santería Lucumí, equivalente ao Shango

Cult em Trinidade e Tobago e, no Brasil, ao Candomblé em Salvador,

o Tambor de Xangô no Recife, o Batuque de Nação no Rio

Grande do Sul. A música de percussão, o canto

e a dança constituem o fundamento

do ritual, promovendo o

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descentramento do ego e do logos como modos de conhecimento sobre os homens e o cosmos. Em Cuba, o centro do ritual da Santería são os Batá, três tambores sagrados em forma de relógio de areia chamados, de maior a menor, Iyá (mãe em língua iorubá da Nigéria), Itotele, e Okonkolo. Os povos de língua ewe fon (antigos reinos do Dahomey, hoje República de Benin) desenvolveram o Vodún no Haiti, em que o ritual é impulsionado pelos três tambores Rara, chamados Maman, Second e Bulé. Desenvolveram também o culto Arara na província de Matanzas em Cuba e, no Brasil, o culto Vodún nas Casas de Minas em São Luiz de Maranhão.

Destaca se nesse tipo de espaço a influência das culturas dos povos banto, que se identificaram no Novo Mundo como Congos, Angolas, Cabindas, Benguelas, entre outros etnónimos. A importância dessa influencia em Cuba se exprime na chamada Regra de Palo Mayombe, com expressões na língua kikongo e na denominação do Deus Supremo: Tata Nzambi. O instrumento musical chamado Kinfuiti, semelhante à Cuica no Brasil, os cânticos com termos em kikongo, a utilização de elementos da natureza como símbolos centrais, continuam sendo canais de comunicação com o mundo dos antepassados e dos espíritos inkisses simbolizados em esses elementos.

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animadas pelos “cumacos”, grandes tambores de tronco sobre o chão, e as “pipas”, construídas de grandes toneis. Os tambores “ngoma” que cronistas como Cavazzi reportaram no Congo no século

dezesseis, encontram semelhanças nos tambores “redondos” do Barlovento, no “tambor de crioula” em São Luiz de Maranhão no Brasil, nos tambores de “yuka” em Cuba, e nos “atabales”

em Santo Domingo, tocados de pé e amarrados à cintura. Os grandes “ngoma” encontram semelhança nos “cumacos” do litoral venezuelano, assim como nos tambores dos

cultos Cumina na Jamaica e em outras ilhas do Caribe. As organizações para rituais e procissões festivas como os Chimbángueles na Venezuela, encontram

paralelos na América toda e, no Brasil, na forma de Congados, Catupés, Moçambiques e Reinados, tanto formas devocionais africanizadas como

formas de organização política alternativas às dominantes.

No terceiro tipo de espaço, novos sistemas religiosos surgem no século vinte a partir de processos de fusão e de

sincretismo religioso de elementos africanos, afro-americanos, europeus e índios como no caso do

Umbandismo no Brasil e o culto a Maria Lionza na Venezuela com elementos do catolicismo

popular, ou o Revival e a Pukumina na Jamaica e os Shouters em Trinidade, a partir de elementos do protestantismo

batista negro.

Na América Latina essas organizações se desenvolveram em três etapas históricas:

a primeira vinculada a Igreja Católica; a segunda organizada em Sociedades Africanas

independentes, conhecidas como Nações seguindo um etnônimo (Congo, Benguela, Mina Mahí, Mina Nagô,

Fanti Ashanti, Gege Fon, Ijeshá, Moçambique, Carabalí, entre outros); a terceira, em torno a formas festivas

vinculadas à participação e resignificação do carnaval como espaço de liberdade. Assim, em Cuba e no Uruguai,

por exemplo, a passagem do controle católico ao controle político colonial a finais do século dezoito marcou a passagem

das Confrarias para o surgimento das Nações, Juntas e Cabildos. A finais do século dezenove, com a passagem da sociedade envolvente

às formas da modernidade, surgem sociedades recreativas negras e blocos carnavalescos denominados “comparsas”. Em La Havana, esses

blocos popularizaram o ritmo da conga, realizado em tambores de tonel “tumbadoras” , bumbo, frigideiras em duplas, sinos ou “cencerros”, e as

“claves”. Em Montevidéu, os blocos são conhecidos pelo candômbe, baseado em grupos de sessenta ou mais tambores de tonel. Em suma, desde as procissões

religiosas, as coroações de reis de nação, aos cortejos carnavalescos, foram se

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organizando e re significando espaços urbanos com modos de fazer e formas de sensibilidade africanas, uma transformação cimarrona ou quilombola desses espaços nos interstícios do sistema que tem sido apontada por pensadores negros da Diáspora como Abdias Nascimento e Beatriz Nascimento no Brasil, Manuel Zapata Olivella na Colômbia e Jesús García na Venezuela, entre outros.

No século vinte, entretanto, pese a diversidade demográfica e de formas culturais dos africanos e seus descendentes na Diáspora, a história cultural, política e das relações raciais na América Latina pode ser compreendida em torno a três grandes períodos: até 1930, de 1930 a 1970, e de 1980 ao presente. O primeiro período, iniciado nas últimas décadas do século dezenove depois da abolição, se carateriza pelas políticas raciais das elites através do Estado e do jornalismo excluindo explicitamente à população negra e sua cultura dos projetos de construção nacional. As elites latino americanas tentaram embranquecer seus países, implicando políticas etnocidas com a promoção de migração massiva de mão de obra européia branca e a marginalização da população negra. A queda do modelo exportador de matérias primas em 1930 trouxe também a queda desse modelo e a percepção de que as sociedades latino americanas não eram européias: a persistência africana nestes países tanto em termos de características de fenótipo na populção como de resistência em termos culturais.

O modelo econômico e político com partidos políticos e lideranças populistas emergente na América Latina nas décadas de 1930 e 1940 procurou no povo os símbolos de integração nacional e de mudança política que necessitava. Se o pe-ríodo anterior foi caraterizado pelo explícito embranquecimento e o mimetismo com as formas culturais européias, agora os símbolos nacionais são o mestiço e as formas culturais populares de matrizes africanas. Mas haverá um preço a pagar: a essencialização da categoria mestiço ocultará a variabilidade de fenó-tipo e, sobretudo, da uma forma sofisticada para a continuidade da política de embranquecimento do período anterior, enraizada na valorização positiva das ca-raterísticas brancas e negativa das negras. A aceitação das formas populares, no entanto, pagará o preço da nacionalização das referências às matrizes africanas, isto é, a des africanização dos seus significados e de seus referentes raciais; com a passagem do tempo na economia de mercado cultural, se assiste frequentemente a invisibilização dos atores negros na prática dessas formas, substituídos por atores socialmente brancos.

As décadas de 1930 a 1960 vêm a emergência e aceitação da cultura expressiva musical de matrizes africanas: no Brasil, com as Escolas e o gênero do samba, a capoeira regional (em oposição à africana), inclusive de religiões sincréticas como o Umbandismo; gêneros musi-cais e de dança como o son e a rumba em Cuba são aceitos depois do sucesso nos EUA e Europa, o gênero do merengue na República Dominicana, o do calypso e os tambores de aço (steel pans) em Trinidade e Tobago, os gêneros da bomba e da plena em Porto Rico, as “comparsas” blocos carnava-lescos de conga em Cuba e no Uruguai, de candômbe. Músicos, artistas, religiosos afro descendentes negros terão visibilidade, aceitação e, por vezes, uma certa mobilidade social. Orquestras e encartes de discos com imagens de músicos negros e pardos circulam ao longo da América Latina veiculando a consti-

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tuição de uma consciência e identidade racial e cultural diaspórica negra.

Nas décadas seguintes, uma nova geração de afro descendentes verá com suspeitas todo

esse processo, percebendo que a ênfase na identidade mestiça encobre uma reali-

dade de desigualdades socioeconômi-cas e de discriminações que afetam

a pardos e a pretos por igual, que as formas culturais negras foram

re significadas como nacionais e populares, apagados seus refe-rentes à população negra e às matrizes africanas. Procurará então novos referentes cul-turais onde se identificar, tomando fora dos fluxos globais disponíveis de mú-sica negra: o reggae da Ja-maica em Salvador, o funk e depois o rap de EUA em São Paulo, Rio de Janeiro, Bra-sília, e transformando logo esses gêneros em formas de expressão locais e na-cionais de contestação e de reflexão da realidade.

Uma continuidade de princípios culturais pode ser

apontada, no entanto, ao longo da história da cultura expressiva

negra: a importância do contador de histórias ou griot, presente nos

cantos religiosos, no puxador do samba ou no sonero e o cantador de

rumba, nos calypsonians, nos rappers; a forma antifonal de chamado e resposta,

central nos congados, no candomblé, no góspel, no samba, no son montuno, na plena,

no candômbe, em forma instrumental ou vocal, ou na interação entre o instrumentista e o dançarino

como na rumba.

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20169 ª edição

Tema: Comunicação

Em suma, em termos da noção de cultura em Antropologia, os legados culturais africanos, transformados ao longo de vários séculos no Novo Mundo, sofreram dois grandes processos de cima para baixo na América Latina durante o século vinte: rejeição e desvalorização, des etnicização e nacionalização. Por outro lado, desde finais da década de 1980, nos cenários nacionais e internacional emergem distintos movimentos sociais e culturais, blocos “afro”, rappers, organizações e redes de organizações negras da América Latina e do Caribe, assim como o próprio termo “afro latino-américa” dando especificidade à idéia da Diáspora africana no continente.

Uma nova cultura política dos afro descendentes marca a década dos 2000, com o trabalho em redes nacionais, regionais, e transacionais de movimentos sociais, organizações não governamentais, e o instrumento internacional da Declaração e o Plano de Ação emanados da Conferencia de Durban em 2001. A eficácia dos novos instrumentos e formas de organização faz que demandas históricas por políticas públicas, de baixo para cima, sejam atendidas agora pelos governos. O avanço acontece em dois grandes frentes: a reparação das desigualdades que afetam aos afrodescendentes; a educação na diversidade cultural e nas relações raciais. Os avanços no Brasil, em esse sentido, são observados com grande atenção pelos outros países da região, especialmente Uruguai, Peru, Colômbia e Venezuela.

______________________________________________Texto extraído do artigo Diáspora Africana na América Latina, do antropólogo Luiz Ferreira.(*) Luis Ferreira é Doutor em Antropologia. Pesquisador Associado do Núcleo de Es-tudos Afro Brasileiros da Universidade de Brasília. Seus interesses de pesquisa compreendem a Música Negra da América Latina e os Estudos sobre Cultura, Po-der e Relações Raciais, publicando Los Tambores del Candombe (2002), e El Movimiento Negro en Uruguay (2003).

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20169 ª edição

Tema: Comunicação

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Onde e

quando?As ações da nona edição Festival Latinidades

vão de março a setembro de 2016. A programação

internacional, na semana de 25 de julho e em

função das celebrações do Dia da Mulher Afro Latino

Americana e Caribenha, será de 25 a 31 de julho, no

Complexo Cultural da República e no Cine Brasília.

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Show previstos

Angelique Kidjo (Benin)B-Negão (RJ)

Nomadic Massive (Canadá)Salif Keyta (Mali)

Ataque Beliz (DF)Karol Conka (PR)

Cipriano (DF)Flora Matos (DF)

Donas da Rima (DF)Tássia Reis (SP)

Dream Team do Passinho (RJ) Danay Suarez (Cuba)

Floetry (EUA) Common (EUA)

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AfrodanceEncontro de Danças Urbanas Afro-Diaspóricas

Em 2016 será realizado um encontro de danças urbanas com representantes de diversos países. A ideia é apresentar uma mostra do fazer estético, corporal e identitário presente nas danças urbanas com matriz africana. Uma mostra que misture tradição e contemporaneidade, acionando várias dimensões da negritude.

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Espaço Infantil

Um espaço de formação e entretenimento para crianças. Contação de histórias, brinca-deiras, cineminha negro, pintura em rosto, ofi-cinas, apresentações de música e teatro são algumas das atividades que possibilitarão

a participação das crianças no festival. Nesse espaço também serão gravadas

entrevistas e depoimentos das crianças negras, por elas

mesmas.

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Formativas e tema 2016As formativas da nona edição se darão a partir do tema Comunicação, pautando o enfrentamento ao racismo nos meios, sejam tradicionais, públicos alternativos ou independentes. Lançaremos olhar sobre o marketing, o jornalismo e as redes sociais. A importância e o fortalecimento das mídias negras, a produção intelectual de negras e negros em torno do tema comunicação e a produção de conteúdos também darão forma à programação formativa.

Em oito edições, o projeto Latinidades tem tido como objetivo máximo a visibilidade das mulheres negras e sua representação digna em todos os espaços. Nos meios de comunicação, por exemplo, esta representação tem se dado de forma predominantemente discriminatória. Ao eleger a comunicação como tema central da próxima edição do Festival Latinidades, o objetivo é se apropriar de quantas ferramentas e espaços midiáticos sejam possíveis: dos grandes e tradicionais meios de comunicação aos independentes; da tradição oral; da tv e do rádio ao carro de som; das redes sociais atuais ao fanzine; sem desconsiderar o famoso correio-nagô, o boca-a-boca/buchicho. Assim como em 2015, quando o tema Cinema Negro introduziu a força das produções cinematográficas encabeçadas por mulheres negras, o tema 2016 irá irradiar esse protagonismo. Falaremos da comunicação que ultrapassa fronteiras, que une, articula, empodera. Que é ancestral e tecnológica.

Além da importância da representação de uma diversidade de estéticas e narrativas nos meios de comunicação, a edição 2016 pretende dar visibilidade para a produção intelectual em torno da comunicação afrocentrada. Em suma: produzir e veicular conteúdos; destacar cases de mídias negras e potencializar trocas entre redes de comunicação e marketing.

O tema de 2016 foi escolhido a partir do entendimento de que a sociedade e o estado brasileiro têm uma grande dívida histórica no que diz respeito ao fortalecimento e valorização da história e cultura negra e suas manifestações tradicionais, no campo e na cidade.

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Agência AfrolatinaA grande novidade da edição 2016 será a criação da Agência Afrolatina, uma agência de comunicação internacional, afrocentrada, com correspondentes

em diversos países, produzindo conteúdos para a participação em diferentes plataformas (rádio, tv, funzine, jornal, revista, redes sociais etc). Uma das palavras cruciais da edição 2016 é conexão. Construiremos

redes de informação pautadas na cosmovisão negra, ou na diversidade de cosmovisões negras. Como se cada mulher negra do mundo estivesse altamente conectada, pelo fato de ser negra, seja africana ou afro-diaspórica, fazendo chegar ao mundo seus temas e produções.

O ano da comunicação vai expressar esse poder. O empoderamento que sempre foi a palavra-chave do festival, assumindo um peso maior com o tema proposto. Nós queremos mostrar que

existe uma rede de comunicadoras negras muito maior do que se pensa. Que existe uma rede de intelectuais negras/os pensando aa comunicação, no mundo todo. Que temos homens e mulheres negras produzindo conteúdo nas universidades, nas ruas, nas comunidades culturais,

em toda parte. E é preciso que esse conteúdo circule.

Serão produzidos programas de tv para internet e rádio, artigos e matérias jornalísticas, entre outros conteúdos culturais e formativos locais, nacionais

e internacionais. A evolução da agência será um portal com entrevistas, artigos, programas de auditório, programas de rádio, sets de música, links de cinema e literatura negra, notícias, divulgação de eventos e iniciativas locais,

nacionais e internacionais. A Agência Afrolatina tem um grande potencial enquanto meio de comunicação. Além disso a agência proporcionará oficinas e cursos de comunicação comunitária destinada

à jovens e população negra periférica e um espaço muito especial dedicado às crianças como produtoras de conteúdo.

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Serviço de PretaCapacitação e empreendedorismo

Projeto de capacitação, economia criativa e solidária voltado para jovens negras nas áreas da cadeia produtiva da cultura. O projeto prevê cursos, oficinas, palestras, rodadas de negócios e consultorias. O objetivo, além de promover profissionalização, valorização e inserção da mulher negra no mercado de trabalho, em especial nas áreas da cultura e comunicação, é ampliar a rede de profissionais envolvidas na construção, coordenação e produção de grandes festivais. Durante o Festival Latinidades algumas destas jovens poderão exercer o que aprenderam na prática, de forma remunerada.

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Plano de Divulgação e ComunicaçãoPlano de Divulgação e Comunicação estará focado em cinco estratégias gerais:

Uma boa comunicação Visual O projeto tem se destacado ao longo dos anos pela identidade visual e peças produzidas para as redes sociais, bem como pela criatividade no material gráfico. Acreditamos que uma comunicação visual bem planejada e executada prospecta o projeto e seus parceiros, fortalece não apenas a sua programação, mas os temas debatidos. Uma comunicação visual com alta qualidade técnica, artística e criativa é o foco da equipe de designers, que vem imprimindo credibilidade e visibilidade às marcas dos parceiros e a do projeto.

Redes Sociais A página do festival hoje conta com 34 mil seguidores. O alcance das publicações tem um média de 15 mil pessoas por semana, fora do período do festival. No período de divulgação da programação, as estratégias integradas em torno da produção de memes, notícias, depoimentos, ementas e outras informações sobre a grade do festival resultam em um alcance diário médio de 50 mil pessoas. Dados recentes afirmam que 40% do mundo hoje está conectado, logo, investir em uma comunicação específica para as redes sociais é indispensável.

Assessoria de ImprensaTem o objetivo de prospectar o evento, sua programação, artistas e patrocinadores nos meios de comunicação locais, nacionais e internacionais, mídias independentes e também tradicionais. Manter contato e municiar jornalistas para que estes publiquem notas, matérias e entrevistas, seja na grande mídia ou na mídia independente. A assessoria de imprensa pauta e acompanha as assessorias do governo, entidades nacionais e internacionais, redes e universidades, amplificando os temas formativos e gerando visibilidade à cultura negra e abertura de novos públicos consumidores.

MarketingMarketing inteligente é um componente indispensável quando se trata de qualquer projeto, e ferramenta excepcional para atingir

o público de forma simples, mesmo em um projeto como o Festival Latinidades, que traz a complexidade do debate anti-racista e sexista, as cosmovisões da cultura negra diaspórica e que precisa ter penetração não apenas na academia,

mas principalmente, nas comunidades, na juventude e no público que em geral não acessa esses temas.

O projeto conta com estratégia de mídia planejada para atingir seu público- alvo, promovendo intensa circulação de público, além de estimular a participação desse público durante a sua duração,

garantindo visibilidade para as marcas de nossos parceiros e apoiadores.

Cobertura fotográfica e videográficaPara além de material de acervo/arquivo, consideramos a cobertura

fotográfica e videográfica como parte da divulgação. As fotos e depoimentos em vídeo publicados durante o festival

desempenham um papel fundamental ao despertar interesse de participação do público. Os vídeos

produzidos para a divulgação da programação tem alta visualização no youtube e

facebook.

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Cotas de patrocínioCota REALIZAÇÃO R$ 500.000,00 Assinatura compartilhada, em destaque, com a chancela de “REALIZA”.Exibição da logomarca com destaque em anúncios, material gráfico, sinalização, projeções e citação no microfone durante o evento, nos mailings e redes sociais, nos vídeos institucionais da edição 2016.Disponibilização de espaço para fixação de blimps e distribuição de material promocional. Disponibilização de um espaço com nome da empresa, instituição realizadora. Exibição de vídeo institucional antes das atividades culturais.

Cota APRESENTA R$ 300.000,00 Assinatura compartilhada, em destaque, como “APRESENTA”.Exibição da logomarca com destaque em anúncios, material gráfico, sinalização, projeções e citação no microfone durante o evento, nos mailings e redes sociais, nos vídeos institucionais da edição 2016. Disponibilização de espaço para fixação de blimps e distribuição de material promocional.

Cota PATROCÍNIO R$ 150.000,00 Assinatura compartilhada , em destaque, como “PATROCÍNIO”.Exibição da logomarca com destaque em anúncios, material gráfico, sinalização, projeções e citação no microfone durante o evento, nos mailings e redes sociais, nos vídeos institucionais da edição 2016.

O público alvo direto é de 20.000 (vinte mil) pessoas.A ideia do evento é atingir mulheres, negras e não-negras,

jovens e também adultas com idade entre 13 a 60 anos. Ao mesmo

tempo pretende-se atingir homens jovens e adultos entre 13 e

60 anos para que agreguem à luta pela igualdade de direitos. Em

2016 pretende-se alcançar representações do poder público,

organizações, entidades e coletivos do movimento social e

cultural, além das mulheres em situação de prisão.

Classe social B, C e D.

Público indireto: cem mil pessoas (considerando site, redes

sociais campanhas e assessoria de comunicação especializada).

Público-alvo

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Cota APOIO R$ 30.000,00 a R$ 50.000,00 Assinatura compartilhada, em destaque, como “APOIO”.Exibição da logomarca nas redes sociais e material gráfico.

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ContatosIonara Silva

[email protected]

61 9657 7741

www.latinidades.com.br

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