projeto aconselhamento mackenzie 2016

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    UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

    CENTRO DE PS-GRADUAO ANDREW JUMPERMESTRADO EM ACONSELHAMENTO

    PROJETO DE ACONSELHAMENTO DE CASAIS A PARTIRDO MODELO JUDAICO-CRISTO DE FAMLIA

    Projeto deAconselhamento decasais apresentado aoCentro Presbiteriano dePs Graduao AndrewJumper, em cumprimento

    parcial s exigncias paraa obteno do Grau deMestre emAconselhamento.

    POR

    Fernando Roberto Marques de BritoProfessor Dr. Valdeci dos Santos

    So Paulo, 2016

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    PROJETO DE ACONSELHAMENTO DESTINADO A CASAIS

    Na igreja que pastoreio, a Primeira Igreja Presbiteriana de Joo

    Pessoa, sempre tive dificuldade de ficar como professor de apenas uma sala

    da Escola Bblica Dominical, j passei pela sala de jovens, de temtica,

    catecmenos, todas elas me foram como oportunidade de aprendizagem e

    crescimento espiritual, mas quando h 5 anos atrs me deparei com situaes

    de casais em crise na nossa igreja, foram trs divrcios em um ano, inclusive

    a separao do pastor da igreja e sua esposa, na poca eu era o pastor auxiliar

    dele, fiquei muito preocupado com essa situao e comecei a orar a Deus por

    um direcionamento quanto a esta situao lamentvel. Depois de um perodo

    de orao Deus me direcionou a formar uma classe especfica para casais e

    concomitantemente realizar na igreja srie de pregaes sobre a Famlia,

    com o seguinte tema, Famlia Projeto de Deus, a programao se dividia da

    seguinte forma: Orao pela Famlia nos cultos da igreja e em dias

    especficos em reunies especiais com a igreja, um evento ao ar livre no

    centro da cidade e palestras com colegas pastores, produzimos camisetas

    com a logomarca do projeto, a igreja recebeu com muita alegria a proposta

    do projeto, o envolvimento foi de 90%.

    Diante dessa responsabilidade a sala para casais comeou com muita

    empolgao e participao macia dos casais da igreja, cerca de 15 casais,

    alguns j muito experientes e outros recm casados, partimos ento para

    formar o corpo docente da classe, convidamos dois presbteros, o Evaldo,

    com muita experincia de vida e o Humberto tambm com muita experincia

    de vida familiar, dois modelos de casais exemplares da igreja; depois fomos

    formar o material que iramos utilizar como base para ministrar na sala, e os

    livros que existem hoje so muitos, mas a grande maioria sem um

    aprofundamento bblico necessrio para trabalhar com a sala, porque essa

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    era a nossa preocupao principal, termos uma sala para casais que no fosse

    apenas um momento de descontrao, mas um momento de profundo estudo

    sistemtico a respeito do significa do casamento e suas implicaes.

    O material que selecionamos foi um resultado de muita pesquisa epreocupao quanto ao contedo bblico, e os livros selecionados foram:

    Reformando o Casamentode Douglas Wilson da editora Clire, um livro que

    se baseia nos princpios bblicos e tambm nos princpios da Confisso de

    F de Westminster, o livro base da sala de casais, mas utilizamos tambm

    o livro Casamento Temporriodo John Piper, da Editora cultura Crist, que

    mostra o abismo entre a viso bblica do casamento e o conceito humano -e sempre tem sido - enorme. Na Histria, algumas culturas, mais do que

    outras, tm respeitado a importncia e a permanncia do casamento. Outras,

    como a do mundo ocidental do sculo 21, tm atitudes to baixas,

    descomprometidas e utilitrias com relao ao casamento a ponto de fazer a

    viso bblica parecer ridcula para a maioria das pessoas.

    O casamento uma ddiva temporria, mas gloriosa diz Piper. mais que o amor mtuo entre marido e esposa - imensamente mais. Seu

    significado infinitamente grandioso: a manifestao do amor fiel aliana

    de Jesus e seu povo. Casamento Temporrio apresenta a viso bblica, seus

    contornos inesperados e suas consequncias de peso igualmente para todos:

    casados, solteiros, divorciados e recasados.

    Outro livro que usamos tambm na sala de casais Deus,

    Casamento e Famliade Andreas J. Kostemberg, da editora Vida Nova, em

    tempos em que os ataques ao casamento e famlia tm sido cada vez mais

    evidentes e vozes dissonantes se levantam para pregarem definies e

    padres contrrios aos ensinamentos bblicos, numa tentativa de redefinir os

    valores do casamento e da famlia, dando maior nfase aos ensinamentos de

    terapeutas e negando os ensinos da Palavra de Deus. nesse contexto que

    Deus, casamento e famlia aparecem trazendo de volta as bases bblicas e

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    traando o plano de Deus para o casamento e para a famlia desde a criao.

    E isso prova que possvel praticar o que Deus nos ensina. Este livro

    apresenta o casamento como uma instituio divina, o livro comea falando

    sobre a necessidade de uma nfase bblica integrada sobre casamento efamlia. Os autores comeam a trajetria a partir de Gneses, passando pela

    histria de Israel e chegando teologia crist com base nos ensinos de Jesus

    e Paulo.

    Os autores tambm traam um panorama dos ensinamentos

    bblicos acerca da famlia a fim de apresentar, por meio de uma investigao

    dos encontros de Jesus com as crianas e de suas declaraes a respeito delas,a importncia de ensinar aos filhos sobre Deus, e a necessidade de incutir

    valores bblicos nos jovens. Tratam tambm dos ensinos paulinos sobre o

    papel do pai no lar e na instruo e disciplina dos filhos.

    Alm disso, destacam assuntos atuais como: infertilidade, tica mdica,

    aborto, contracepo, reproduo assistida, adoo, pais sozinhos,

    solteirismo, homossexualismo, divrcio, novo casamento, entre outros. Econcluem analisando os requisitos familiares para os lderes da Igreja, com

    base nas epstolas pastorais e na significao da expresso marido de uma

    s mulher.

    Este livro o mais completo sobre o assunto famlia e casamento,

    tive a oportunidade de ser entrevistado em um programa de Tv local, no qual

    o assunto era a situao da famlia na sociedade atual, e pude expor o material

    deste livro e falar sobre o nosso projeto Famlia da nossa igreja.

    Um outro livro tambm importante que utilizamos o Significado do

    Casamento do Tim Keller, da editora Vida Nova.

    O autor Timothy Keller e sua esposa Kathy, com vrios anos de

    experincia prtica e de aconselhamento conjugal, conseguiram fazer uma

    obra que apresenta e explica "O significado do casamento" mesmo.

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    Neste livro h muitas referncias a estudos e pesquisas cientficas,

    geralmente recentes, que embasam bastante do que dito, embora a

    referncia principal seja a Bblia. O livro se posiciona sobre os conceitos

    contemporneos de relacionamentos e casamentos, sem perder a visohistrica - e no simplesmente dizendo: "na poca dos nossos avs era

    melhor", mas sendo realista sobre esse projeto de Deus para a nossa vida, e

    o que um casamento saudvel.

    Tambm existem captulos especficos sobre namoro e ser solteiro,

    de uma maneira bem lcida - Timothy at diz que muito importante para

    os solteiros entenderem do que se trata o casamento para saber o que aspirar- ou no, conforme o caso.

    CONTEDO TERICO

    Depois de selecionarmos o material para ser estudado na sala de

    casais, passamos ento a elaborar como aplicaramos esse material com os

    casais.Neste momento me reunir com os dois presbteros para elaborarmos

    o projeto de aconselhamento de casais propriamente dito.

    Nos reunirmos vrias vezes e ento passamos a trabalhar com sala de casais,

    tendo em vista despertar nos casais a necessidade de pedirem ajuda nas horas

    de crise.

    Uma coisa que percebi nos casais, eles s procuram ajuda quando j

    est para assinar a carta de divrcio, creio que existe uma certa vergonha de

    procurar um conselheiro, at mesmo para no expor a situao de crise em

    que eles se encontram, e por isso a situao vai se agravando mais e mais e

    chega num ponto em que fica muito difcil reverter a situao.

    Ento, comeamos a trabalhar a mentalidade dos casais quanto a

    necessidade de se abrirem e exporem a real situao do casal naquele

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    momento, e faze-los compreender que o conselheiro est ali para auxiliar na

    soluo do problema, apenas para orienta-los a resolverem a situao.

    A distribuio das aulas na EBD ficou da seguinte forma:

    Como funciona

    Os alunos estudam em classe, levam a tarefa para casa (a leitura feita

    pelos dois) e colocam em prtica aquilo que aprenderam em sala.

    Tambm possvel tirar dvidas durante as aulas ou procurar os lderes

    depois para tirar dvidas, receber aconselhamento ou pedir orao.O desejo de que os casais aprendam quais as direes bblicas para

    se atingir um relacionamento duradouro e sadio para a glria de Deus.

    O Sistema:A Classe funciona com 1 hora e 30 minutos de aula por semana.

    Ao fim das aulas os alunos recebem a tarefa de discutirem em sala

    sobre o tema abordado.

    Material

    So os livros: Reformando o Casamento; Casamento Temporrio;

    Deus, Casamento e Famliae o Significado do Casamento. Lies estudadas

    tratando das diversas reas que envolvem o casamento. Intimidade, respeito,

    companheirismo, sexualidade, responsabilidades, filhos, comunicao, os

    papis de cada um, o amor no relacionamento, convvio dirio e acima de

    tudo entendo que o casamento visa de maneira primria a glria de Deus.

    Os temas tratados em sala de aula:

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    Casamento - O Projeto de Deus

    Propsitos no casamento - Em Busca do Ideal de Deus

    Intimidade plena - Uma Aliana de Sangue O sonho no acabou - tempo de Reconstruir

    Responsabilidades - Definindo os Papis

    Comunicando amor

    Desenvolvendo uma comunicao sadia

    Semeadura e colheita 1 - H Poder em Suas Palavras

    Semeadura e colheita 2 - Controlando a Lngua Principio do perdo - Deciso da Vontade

    Exerccio do perdo - Vivendo a Graa

    Aquecendo o ninho 1- A sexualidade Conjugal

    Aquecendo o ninho 2 - A Beleza do Prazer Sexual

    Formao da sala:Ficha de matrcula requerida na igreja.

    O limite mnimo de alunos para se iniciar uma classe de 3 casais.

    O casal deve pagar uma taxa para cobrir gastos com apostilas e certificados

    no ato da matrcula.

    Crianas no so permitidas comparecer devido os assuntos tratados no

    curso, permitido somente a adultos.

    Como Funcionam As Aulas:

    Em todas a aulas as lies so trabalhadas atravs de dinmicas

    preparadas pelo lder voltadas para memorizao, aprendizado e vivencia de

    cada lio aprendida, levando sempre os casais para o aconselhamento

    nouttico.

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    Atravs das dinmicas os professores tm a oportunidade de analisar

    o aprendizado dos alunos, avaliar o comportamento do casal, sua sincronia,

    facilidades e dificuldades em resolver determinados problemas, avaliar seu

    comportamento frente a problemas fceis e difceis entre outros...A cada avaliao os professores tero a oportunidade de trabalhar

    cada aluno de maneira individual e tambm em grupo no decorrer de todo o

    curso.

    A viso:

    Ver famlias sadias, restauradas, estruturadas, vivendo para a glria deDeus.

    Nosso objetivo de que os casamentos durem de maneira saudvel e

    com estrutura.

    Uma casa sem alicerces bem estruturados tende a ruir, ns queremos

    que os alicerces das famlias sejam fortificados e estruturados na palavra de

    Deus. Queremos que as famlias sejam cultivadas segundo o corao deDeus.

    Acreditamos que casais estruturados formam filhos estruturados e

    saudveis.

    Acreditamos que um casamento saudvel forma uma sociedade

    saudvel.

    Todos so cobrados quanto a leitura do material disponibilizado para

    leitura, e ento so confrontados com suas prprias realidades e assim

    procuramos ajuda-los para a soluo de problemas.

    Dentre todos os assuntos abordados em sala de aula, o tema

    predominante como identificar o nosso pecado e trata-lo biblicamente.

    Cada aluno, dever fazer uma autoanlise a fim de descobrir pelo que

    tem vivido. Qual tem sido o alvo da vida de cada um? Como homem de Deus,

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    como marido, como pai, como filho, enfim, em cada um dos papis aos

    quais Deus nos tem colocado.

    necessrio tambm que cada aluno medite um pouco e defina o que

    pensa ser o pecado. Ser que de fato nosso maior problema chama-sepecado? isso que traz tanta confuso entre as pessoas? Como o pecado

    afeta minhas decises ao longo do dia? Afinal, mas o que pecado mesmo?

    Estes pontos devem ser aclarados sem que fique nenhuma dvida. O

    pecado o erro que cometemos ao no atingirmos os alvos propostos por

    Deus para nossas vidas. O pecado aquilo que nos coloca em guerra contra

    Deus. O pecado buscar em primeiro lugar o estabelecimento de nosso reinopessoal, deixando Deus num segundo plano (ou mesmo fora de nossas

    vidas). Sempre pecamos contra Deus, mesmo quando perpetramos alguma

    ao contra algum. Devemos ter claro em nossas mentes que fomos criados

    a imagem de Deus, e embora esse tal de pecado tenha desfigurado um tanto

    esta imagem, ele no a destruiu. claro que muitas pessoas podem estar

    sofrendo com males impostos por doenas fsicas. Mas isso no motivoou desculpa para podermos pecar contra nosso prximo e contra Deus.

    Baseado no versculo 11 de Hebreus 2 Jesus purifica as pessoas dos

    seus pecados, podemos meditar com muita seriedade sobre esta nossa

    doena, para a qual s existe um mdico e um remdio. Ele Jesus Cristo.

    A carta aos Hebreus, de quem no se sabe com exatido a autoria, tem

    um ponto central: Mostrar e revelar que Jesus Cristo, que o Cordeiro de

    Deus que tira o pecado do mundo, veio para substituir o sacrifcio dos

    animais que eram feitos no templo em Jerusalm. Jesus foi sacrificado, uma

    vez por todas (Hb 9.28) e assim ele aquele que carregou sobre si o pecado

    do mundo todo, de forma que os sacrifcios de animais no precisam ser mais

    feitos como eram feitos antes da vinda de Cristo.

    Geralmente, quando falamos de PECADO, o fazemos com bastante

    superficialidade. Precisamos entender que o pecado a desgraa para

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    qualquer nao (Pv 14.34). O que Deus nos diz na bblia sobre o pecado?

    Se um mdico quer curar algum de alguma doena, ele precisa entender a

    doena e tambm dar o remdio certo para a cura. Da mesma forma, quando

    queremos que o Filho (Jesus) nos liberte para sermos verdadeiramente

    livres do pecado (Jo 8.36), precisamos ter as informaes corretas sobre o

    diagnstico do mesmo. Vamos, ento, fazer um resumo sobre o pecado,

    falando sobre as causas do pecado, os tipos de pecado, as consequncias do

    pecado e a CURA do pecado. Precisamos sempre lembrar que Jesus no veio

    fazer outra coisa, basicamente, do que nos livrar dos resultados mortais que

    o pecado trouxe sobre ns.Precisamos entender que a causa do pecado o homem (Ado) s

    segundo o relato de Gn 3, ele se deixou seduzir voluntariamente pelo diabo

    ao pecado. Em Rm 5.12 lemos: O pecado entrou no mundo por meio de um

    s homem, e o seu pecado trouxe consigo a morte. Como resultado, a morte

    se espalhou por toda a raa humana, porque todos pecaram.

    O pecado original toda a corrupo herdada pela concepo desdeAdo atravs de nossos pais, inclinada a todo o mal e sujeita condenao.

    Tenho sido mal desde que nasci; tenho sido pecador desde o dia em que fui

    concebido (Sl 51.5). No a sociedade que estraga a criana; ela j nasce

    estragada, espiritualmente cega e morta e inimiga de Deus. Esse pecado

    hereditrio, diz Lutero, corrupo de tal maneira profunda e perniciosa da

    natureza, que razo nenhuma o compreende. Deve, ao contrrio, ser crido

    com base na revelao da Escritura. Deve ser aceito pela luz da Palavra.

    As consequncias, digamos claro, trgicas, terrveis e eternas do

    pecado so:

    a) Morte espiritual: Se manifesta por todo o tipo de revolta e zombaria contra

    Deus (atesmo), a total incapacidade de conhecer a Deus (1 Co 2. 14), medo

    de Deus, conscincia intranquila (Is 48.22). Com o pecado Ado perdeu a

    imagem de Deus, ou seja, a santidade e o conhecimento perfeitos de Deus

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    (Jo 3.5,6). Esta morte espiritual se manifesta por todo o tipo de superstio,

    desde a mais refinada (depositar sua sorte em objetos e amuletos: ferradura,

    pata de coelho, p de arruda, imagens de santos, etc), at a mais grosseira

    (sacrifcios de pessoas/crianas feitos na magia negra, etc).b) Morte fsica - As doenas, a dor, as misrias, a guerra e o luto so sinais

    que do aviso de que a vida no dura para sempre aqui, que aqui somos

    peregrinos pelo vale de lgrimas (Gn 5.5; Rm 8.22). Ela castigo de Deus!

    (Gn 3.16-19).

    c) Morte eterna - A pior consequncia, o maior castigo de Deus o inferno,

    tambm chamado de eterna condenao. Consiste na eterna separao deDeus, em cuja presena h plenitude de felicidade (Sl 16.11). Ele uma

    realidade (Mt 25.41; 2 Ts 1.9). Cristo diz: Quem no crer ser condenado

    (Mc 16.16).

    Graas a Deus por Jesus Cristo ter vindo morrer por ns na cruz do

    calvrio e no libertar da escravido do pecado, agora somos livres nele.

    Como que voc lida com os seus pecados? Deles se arrepende todosos dias em verdadeira tristeza e os lamenta e os procura combater e corrigir?

    Nunca seremos perfeitos nesta vida. O maior piedoso tambm pratica

    pecados. Mas isto no motivo e nem desculpa para pecarmos. S Jesus

    Cristo pode curar uma conscincia ferida e marcada por erros. O sangue de

    Jesus nos lava de todo o pecado (1 Jo 1.8). Nele temos perdo e salvao.

    Ainda neste proposito de expor o pecado de cada um de ns, queremos

    levar cada casal a refletir na realidade do pecado em suas vidas, e toda

    discrdia e desavena que ocorre entre eles, nada mais do que os efeitos

    nocivos do pecado.

    Devo leva-los a entender que quando nos defrontamos com as verdades

    do evangelho, tais como retratado em II Corntios 5. 15 aqueles que no

    deveriam mais viver para si mesmos, mas por aquele que os amou e deu-se

    a si mesmo por eles temos a promessa de uma nova vida em Cristo que nos

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    liberta da idolatria dos dolos do corao que vm moldando nossa vida e

    controlando nosso comportamento. Pergunto para eles, onde ser que temos

    falhado em deixar que a cruz de Cristo molde nossas situaes e

    relacionamentos? Se nossas vidas fossem cruz-centradas, o que mudaria? Seeu puder viver como est escrito em Glatas 2.20 j no sou eu quem vive,

    mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela

    f no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim, posso

    estar capacitado a enfrentar os desafios que antes produziam a resposta

    espinhosa, produzindo frutos bons. Temos que ter claro que agora Cristo

    quem vive em ns, temos uma nova identidade, podemos ser tomados dearrependimento pelo que temos feito, pensado, reagido. No h lugar mais

    para o pecado em ns quando Cristo ocupa nosso interiorEle tudo o que

    preciso para enfrentar meus inimigos (chamo aqui de inimigo tudo aquilo

    que impede minha perfeita comunho com Deus e com meu prximonossa

    luta contra os poderes este sculo e no contra a carne).

    Sabemos que quando depositamos somente em ns a tarefa demudarmos, somos incapazes disto. Por isso a necessidade de entendermos

    que s na cruz podemos encontrar a cura para o nosso pecado.

    Neste ponto sobre revelar o pecado nosso de cada dia, o material

    usado nas aulas deve ser trabalhado de maneira detalhada e discutida em

    grupos.

    A partir deste ponto ento, poderemos expor com detalhes sobre uma

    teologia prtica do casamento nos seguintes pontos: Os Fundamentos do

    casamento, O casamento um pacto, Auxiliadora idnea companhia idnea,

    sexualidade no casamento e o propsito de Deus para o sexo; em seguida

    iremos trabalhar sobre a Liderana e Autoridade no mbito do casamento

    tais como: Autoridade inescapvel, amor e respeito, Ela foi feita pra ele, o

    vaso mais frgil, igualdade de condies, corao de servo e o marido

    evanglico.

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    Depois vamos falar sobre a questo do divrcio, as bases bblicas e o

    que diz a confisso de f de Westminster sobre o assunto, este inclusive

    um assunto urgente de ser trabalhado com os casais, por que o que temos

    visto uma total falta de cuidado sobre este tema, e os casais simplesmentetem visto como uma opo para solucionar os problemas matrimoniais.

    Ainda seguindo o contedo terico, vamos levar os casais a refletir

    sobre a natureza do casamento, como aliana, e no como sacramento ou

    contrato.

    Faze-los entender que o casamento foi criado por Deus para refletir a

    imagem do relacionamento entre Cristo e Igreja, como diz o apstolo Pauloem Efsios 5:22-32 Mulheres, sujeitem-se a seus maridos, como ao Senhor,

    pois o marido o cabea da mulher, como tambm Cristo o cabea da

    igreja, que o seu corpo, do qual ele o Salvador. Assim como a igreja est

    sujeita a Cristo, tambm as mulheres estejam em tudo sujeitas a seus

    maridos. Maridos, amem suas mulheres, assim como Cristo amou a igreja e

    entregou-se a si mesmo por ela para santific-la, tendo-a purificado pelolavar da gua mediante a palavra, e apresent-la a si mesmo como igreja

    gloriosa, sem mancha nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e inculpvel.

    Da mesma forma, os maridos devem amar as suas mulheres como a seus

    prprios corpos. Quem ama sua mulher, ama a si mesmo. Alm do mais,

    ningum jamais odiou o seu prprio corpo, antes o alimenta e dele cuida,

    como tambm Cristo faz com a igreja, pois somos membros do seu corpo."Por essa razo, o homem deixar pai e me e se unir sua mulher, e os

    dois se tornaro uma s carne". Este um mistrio profundo; refiro-me,

    porm, a Cristo e igreja.

    Entendendo assim que no casamento o marido deve refletir o amor

    que Cristo tem pela Igreja e a resposta da esposa ao marido, com a sua

    submisso expressando assim a submisso da igreja a Cristo.

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    Orientamos os casais a no impor um ritmo muito acelerado de

    leituras dos textos, prejudicando assim a assimilao do assunto.

    Pedimos para os casais separarem um tempo especfico para ler o

    captulo e responder as perguntas. Trata-se de um passo importante, pois comtodas as distraes e obrigaes do dia a dia, sempre difcil completarmos

    um projeto que comeamos. Se voc estiver coordenando um grupo de

    estudo, necessrio que marquemos reunies em intervalos regulares para

    que todos os participantes se encontrem e tratem de cada tema abordado.

    Pedimos para cada casal fazer anotaes a cada aula, bem como as

    respostas s perguntas propostas em cada estudo.Fazer anotaes ajuda a reter melhor as informaes. Sugerimos que

    cada casal separe um caderno s para registrar todas as suas observaes e

    respostas.

    Sugerimos ainda que casal deve ter seu prprio livro para pode estudar

    o texto quando for mais conveniente. Uma vez que cada um tem hbitos

    diferentes de leitura, importante que cada casal tenha seu prprio material.Algumas pessoas gostam de sublinhar pargrafos, outras fazem

    anotaes nas margens, outras ainda preferem deixar o livro intacto.

    A realidade que permeia o casamento hoje na sociedade de uma

    experincia amorosa que pode dar certo ou no, dependo assim da satisfao

    pessoal daqueles que contraem o matrimnio.

    Tenho percebido ao longo dos anos que as pessoas que se casam no tm

    uma compreenso correta dessa relao conjugal.

    CONTEDO PRTICO

    Alm de compartilhar com minha esposa deste projeto, tambm

    compartilhei com os presbteros da igreja, e pude contar com o apoio da

    liderana, em especfico com os irmos Humberto e Evaldo.

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    Quanto a execuo do projeto ficou assim distribudo: Tema de cada Livro

    e captulo a ser trabalha na sala de casais dividiramos com os irmos

    Evaldo e Humberto a responsabilidade de ministrar as aulas a cada domingo

    pela manh. Ser apresentado em sala um breve resumo do contedo de cadacaptulo e juntamente com os casais debatermos sobre o assunto em pauta,

    instigando a todos para participarem com perguntas e colocaes relevantes

    para o tema.

    A dinmica da aula ser com perguntas para discusso. Uma lista de

    perguntas que visam identificar os pontos principais de cada captulo,

    estruturar a informao para otimizar a reteno e estimular descobertasindividuais ou participao do casal em sala de aula.

    As perguntas para aplicao pessoal- ser feita uma srie de perguntas

    que visa ajudar cada participante a aplicar o conhecimento adquirido por

    meio do estudo de determinado captulo.

    Temas de orao: Sugestes sobre como orar com base nas verdades

    aprendidas durante as aulas e sesses de aconselhamento.Tarefas: as atividades completadas antes da prxima aula ou sesso de

    aconselhamento, com o objetivo de aprofundar a integrao entre as

    verdades bblicas aprendidas e a prpria experincia de cada um.

    Alm dessas atividades em classe e em grupo de aconselhamento,

    teremos tambm atravs de visitas a casais a oportunidade de conhecer

    melhor a convivncia do casal e famlia como um todo, e assim poder ajuda-

    los a melhorar o relacionamento conjugal.

    RAZES DA VISITAO

    Pela visitao, podemos encorajar os irmos: As Escrituras contm

    orientaes fartas sobre a funo pastoral do encorajamento (I Ts 5:11,14; II

    Tm 4:2; Tt 1:9).

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    Pela visitao, podemos admoestar os irmos (Cl 1:28; 33:16; Rm

    15:14; I Ts 5:12): Admoestar refere-se a atividade de aconselhar; orientar

    espiritualmente. O pastor na qualidade de conselheiro cristo deve conhecer

    bem as Escrituras a fim de poder aplica-la adequadamente em sua visita.Pela visitao, podemos repreender os irmos (Pv 3:11; 9:8; Tt 2:15;

    II Tm 4:2; Gl 6:1):

    ALGUNS CUIDADOS QUE DEVEMOS TER ANTES DA VISITA

    Assegura-se de que voc sabe o nome de todos os membros da

    famlia. O esforo de aprender os nomes j um sinal de que voc sepreocupa com eles.

    Tenha em mente ou anotado em algum lugar, as razes ou motivos

    que o levaram a visitar aquela famlia.

    Dedique um tempo em orao, pedindo sabedoria para esta visita (Cl

    4.12,13).

    O QUE FAZER DURANTE A VISITA

    Para uma boa visitao, devemos adotar a seguinte postura: Ser

    transparente: Procure ser uma pessoa aberta, acessvel.

    Aproveite para falar de voc, de sua famlia e do seu testemunho pessoal

    de f. Mas cuidado para no ser o centro das conversas, esquecendo-se assim

    das razes que o levaram a visitar aquela famlia.

    Ser bom ouvinte: Oua com ateno a pessoa visitada. Em provrbios

    18.15 lemos: o corao do sbio adquire o conhecimento, e o ouvido dos

    sbios procura o saber.

    Procure ouvir compreendendo o que a outra pessoa deseja transmitir,

    valorizando a sua fala, a sua experincia de vida.

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    importante que estejamos prontos para ouvir, entendendo as

    necessidades e as carncias manifestadas, inclusive daquilo que

    comunicado nas entrelinhas.

    Ser observador: Muito do que preciso perceber, no est nalinguagem verbal, mas nos gestos, nas feies, nos temores, na hesitao,

    etc.

    Devemos analisar atentamente os elementos apresentados pela pessoa

    visitada que permitam identificar suas necessidades e problemas, de forma a

    permitir uma interveno em seu favor. Quando seus verdadeiros problemas

    ainda no esto plenamente identificados preciso buscar em Deus pelaorao, o discernimento necessrio. E no devemos nos esquecer, que as

    questes que afetam a vida daquele a quem visitamos, necessitam de

    resposta, e a Bblia possui respostas para muitas das nossas indagaes.

    Precisamos, portanto, conhecer a Bblia.

    O QUE FAZER DEPOIS DA VISITA

    ACOMPANHAMENTO: Aps reconhecermos a necessidade de algum,

    precisamos dar o acompanhamento devido.

    Faa anotaes sobre o que foi conversado (se no for possvel fazer

    estas anotaes no momento da visita, faa-as imediatamente depois para

    no cair no esquecimento), principalmente aquilo que voc precisar dar

    mais ateno e uma possvel avaliao posterior.

    triste vermos que muitos pastores se limitam apenas a dar um

    conselho. No ministrio de visitao preciso acompanhar a pessoa assistida

    at que se consiga v-la superando sua dificuldade.

    RETORNE A VISITA: Depois de algum tempo, confira suas anotaes e

    volte a visitar aquela famlia ou fazer-lhe um contato telefnico. Esta medida

    revela que voc se importa com ela (Fl 1.8).

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    Este retorno muito importante, pois nos dar a oportunidade de rever

    os pontos anteriores, dvidas, os passos que foram dados e o progresso feito

    por parte da nossa ovelha.

    PREMISSAS DA VISITAOSomos um instrumento nas mos de Deus, e como tal deve estar pronto

    para o servio que glorifique ao Senhor.

    A principal pessoa no trabalho de visitao no voc, mas a pessoa a

    quem voc est visitando.

    Cuidado para no monopolizar as conversas. A pessoa visitada pode

    mudar, pode ser transformada. Como pressuposto bsico, precisamos aceitaro fato ou a possibilidade de mudanas na vida da pessoa visitada.

    A Bblia possui as respostas para as indagaes espirituais e materiais.

    Jay Adams afirma este pensamento da seguinte maneira: Da mesma

    maneira que o conselheiro cristo sabe que no existe problema sem par que

    no tenha sido claramente aludido nas Escrituras, assim tambm sabe que h

    uma soluo bblica para cada problema.Fazendo uso de I Co 10.13b, Adams entende que o conselheiro pode

    dar esperanas ao aconselhado (no caso, a pessoa visitada) com base na

    promessa divina. E que o papel do conselheiro entender o problema do

    aconselhado e buscar respostas na Escritura para ajud-lo.

    Existem problemas cujas causas so espirituais, psquicas ou at

    orgnicas. preciso saber identificar bem esses aspectos para realizar um

    bom trabalho de acompanhamento.

    imprescindvel reconhecer nossas prprias limitaes e saber quando

    se deve encaminhar uma pessoa para algum mais capacitado em ajud-la.

    Precisamos tomar cuidado para no ditar o que a pessoa precisa fazer,

    mas deve ajud-la a conduzir sua prpria avaliao e deciso.

    Pessoas com problemas delicados: s vezes precisamos fazer visitas

    para tratar de assuntos muito difceis, como repreender o irmo por causa de

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    algum pecado; dar uma orientao sobre determinado comportamento, etc.

    Em casos assim, vo aqui cinco diretrizes dadas por John Sittema:

    Seja direto: Seja agradvel, demonstre bondade, mas no faa rodeios.

    Depois de chegar casa, no deixe passar muito tempo, e v direto ao assuntoSeja positivo: Lembre-se sempre de que o propsito da sua visita no

    condenar, mas trazer restaurao, graa e ajuda divina.

    Mesmo que esteja apontando pecados, mostre o caminho da graa e d

    esperana de restaurao no caso de haver arrependimento.

    Lembre-se de quem voc : Cuidado para no parecer convencido ou

    arrogante. Voc est visitando para levar a Palavra de Deus quela famlia,por isso, voc deve ser tambm um discpulo de Jesus. Aquele, pois, que

    pensa estar em p, veja que no caia (I Co.10.12)

    Ore no incio e ao final da visita: Sua orao humilde demonstra sua

    dependncia daquele que lhe enviou ali. Alm disso, transmite a ideia de que

    voc no tem todas as respostas e que est dependendo do Esprito Santo.

    Ao final, faa um breve resumo da sua visita: No deixe nada pendente. Aofinal, certifique-se de que saibam o que voc entendeu. Isso evita problemas

    futuros, e ajuda em muito na soluo daqueles que existem.

    Sociabilidade: Este tipo de visita objetiva estreitar vnculos de amizade,

    procurar conhecer melhor a pessoa e sua famlia, etc..

    Alm de utilizar as visitas aos casais e suas respectivas famlias, vamos

    realizar encontros de casais atravs de encontros sociais, tipo jantar

    romntico, como tambm encontros teolgicos para reflexo mais profunda

    sobre o tema casamento.

    A outra ferramenta que vamos utilizar ser a prtica do

    aconselhamento de casal por casal, prepararemos casais para exercerem esta

    funo to importante para o xito do projeto.

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    Concluso

    Casamento e famlia so ddivas de um Deus magnfico.

    Infelizmente, hoje em dia no raro o manual do mestre ser desconsiderado

    ou mesmo rejeitado. No tocante ao plano de Deus para a instituio sagradado lar, no faltam ignorncia e hostilidade em nossa cultura. a partir desse

    contexto e dessa crise que precisamos reconhecer a nossa falta de

    competncia para honrar a Deus atravs do casamento e que precisamos

    recorrer ao criador para nos ajudar.

    Atravs de uma anlise bblica abrangente e completa das questes

    relacionadas a casamento e famlia, encontrarmos a soluo para osproblemas que afetam os casais hoje em dia.

    Quando Deus tirado da posio de iniciador da instituio do

    casamento e da famlia, abre-se a porta para inmeras interpretaes

    humanas desses termos e conceitos e, segundo o esprito do ps-

    modernismo, nenhuma definio tem o direito de reivindicar mais

    legitimidade do que outras. O nico mecanismo usado para decidir entredefinies concorrentes, portanto, no o da moralidade, mas o da opinio

    pblica e do voto da maioria.

    Entendemos que seguir caminho de declnio e corrupo moral

    afetaria, inevitavelmente, a estabilidade de nossa civilizao. Uma vez

    removidas as bases judaico-crists, nossa sociedade se fundamentaria em

    uma tica cujos valores mais elevados no passariam da realizao prpria,

    do prazer pessoal e do dinheiro.

    iluso esperar que o processo poltico ou a discusso humana

    racional resolva o atual dilema de procurar definir ou redefinir o casamento

    e a famlia.

    Precisamos compreender a atual crise em que o casamento como

    instituio crist vem passando em nossos dias, por isso se faz necessrio

    uma abordagem bblica profunda a respeito do assunto.

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    A crise cultural de nossos dias, porm, apenas sintomtica de uma

    crise espiritual profunda que continua a corroer os fundamentos de valores

    sociais outrora considerados comuns.

    Se Deus, o Criador, instituiu de fato casamento e famlia, conforme aBblia ensina, e se h um ser maligno chamado Satans que guerreia contra

    os propsitos criadores de Deus neste mundo, no deve causar espanto que

    os alicerces divinos dessas instituies estejam sob ataque cerrado nos

    ltimos anos.

    Quer percebamos ou no, ns seres humanos, estamos envolvidos em

    um conflito espiritual comisco entre Deus e Satans, no qual casamento efamlia so reas de suma importncia dentro das quais so travadas batalhas

    espirituais e culturais.

    Se, portanto, a crise cultural sintomtica de uma crise espiritual

    subjacente, a soluo tambm deve ser espiritual, e no apenas cultural.

    As Escrituras registram a instituio divina do casamento e

    apresentam uma teologia crist de casamento e educao dos filhos.Fornecem diretrizes para decises relacionadas a questes como aborto,

    contracepo, infertilidade e adoo.

    Oferecem orientaes teis para aqueles que no so casados e tratam

    das principais ameaas ao casamento: homossexualidade e divrcio.

    Quando confrontada com os ensinamentos bblicos sobre casamento e

    famlia, a cultura ocidental mostra-se em estado inegvel de declnio.

    Na verdade, as ltimas dcadas testemunhamos uma mudana

    importante de paradigmas com respeito a casamento e famlia. A herana e

    os fundamentos judaico-cristos do ocidente foram, em sua maior parte,

    suplantados por uma ideologia libertria que exalta a liberdade humana e

    autodeterminao como princpios supremos para os relacionamentos

    humanos.

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    Confusos, muitos veem com satisfao o declnio do modelo bblico e

    tradicional de casamento e famlia e sua substituio por nova moralidades

    concorrentes como sinais de grande progresso.

    A lista de resultados sociais adversos, gerados pelos conceitos nobblicos de casamento e famlia, mostra, porm, que a substituio do modelo

    bblico e tradicional de casamento e famlia por modelos mais progressistas

    prejudicial at para quem no reconhece a autoridade da Bblia.

    Uma das consequncias negativas da corroso do modelo bblico e

    tradicional o nmero extremamente elevado de divrcio.

    Seu alto preo incide no apenas sobre as partes envolvidas,especialmente os filhos, mas sobre a sociedade como um todo.

    Ainda que os filhos no demonstrem os efeitos negativos do trauma da

    separao a curto prazo, h registros inequvocos de consequncias negativas

    a longo prazo. Uma vez que no ocorre no contexto seguro de um casamento

    exclusivo e vitalcio, o sexo fora do casamento tambm cobra um alto preo

    daqueles que se envolvem em adultrio ou outras formas de relacionamentossexual ilcito.

    As confuses de papeis dos sexos tambm tem se tornado uma questo

    cada vez mais sria. Muitos homens e mulheresno tem mais conceitos de

    masculinidade e feminilidade e, como resultado, perderam completamente a

    identidade de seres humanos conforme Deus nos criou, isto , homem e

    mulher. O sexo no determina apenas o formato dos nossos rgos sexuais;

    antes, faz parte de todo nosso ser.

    No apenas o mundo que est sofrendo as consequncias de

    desconsiderar os propsitos do Criador para o casamento e a famlia.

    A igreja tambm se rebaixou ao padro do mundo em vrios sentidos,

    tornou-se parte do problema e deixou de oferecer as solues de que o mundo

    precisa.

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    No se trata de os cristos no terem conscincia da necessidade de

    serem instrudos acerca do plano de Deus para o casamento e famlia.

    Apesar de tudo que a igreja tem feito nessa rea, porm., o fato que,

    no final, a diferena entre o mundo e a igreja assustadoramente pequena.Cremos que todos os esforos mencionados, no sentido de se construir

    casamentos e famlias cristos fortes, so ineficazes devido, ao menos em

    parte, falta de compromisso srio em estudar a Bblia como um todo.

    Quando um casal tem dificuldade no casamento, muitas vezes prefere

    concentrar-se em solues mais superficiais, como aprimorar a

    comunicao, desenvolver a vida sexual, aprender maneiras mais eficazes desuprir as necessidades um do outro ou tcnicas do gnero. No raro, porm,

    a verdadeira causa dos problemas conjugais profunda.

    O que significa o homem deixar pai e me e se unir sua esposa? O que

    significa marido e mulher se tornarem uma s carne? Como possvel que,

    depois de casados, maridos e mulher no sejam mais dois, mas um s como

    Jesus ensinou, pois foram unidos por Deus? De que maneira o pecado alterae distorce os papeis de marido e mulher, pais e filhos?

    S estaremos devidamente preparados para lidar de forma adequada

    com os desafios especficos que enfrentamos em nossos relacionamentos uns

    com os outros quando buscarmos respostas para algumas dessas questes

    subjacentes mais profundos.

    Um texto bastante esclarecedor quanto aos deveres do marido e da

    mulher no casamento o de 1 Pedro 3:1-8 que diz: Do mesmo modo,

    mulheres, sujeitem-se a seus maridos, a fim de que, se alguns deles no

    obedecem palavra, sejam ganhos sem palavras, pelo procedimento de sua

    mulher, observando a conduta honesta e respeitosa de vocs.

    A beleza de vocs no deve estar nos enfeites exteriores, como cabelos

    tranados e joias de ouro ou roupas finas. Pelo contrrio, esteja no ser

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    interior, que no perece, beleza demonstrada num esprito dcil e tranquilo,

    o que de grande valor para Deus.

    Pois era assim que tambm costumavam adornar-se as santas mulheres

    do passado, que colocavam a sua esperana em Deus. Elas se sujeitavam aseus maridos, como Sara, que obedecia a Abrao e lhe chamava senhor. Dela

    vocs sero filhas, se praticarem o bem e no derem lugar ao medo. Do

    mesmo modo vocs, maridos, sejam sbios no convvio com suas mulheres

    e tratem-nas com honra, como parte mais frgil e co-herdeiras do dom da

    graa da vida, de forma que no sejam interrompidas as suas oraes. Quanto

    ao mais, tenham todos o mesmo modo de pensar, sejam compassivos, amem-se fraternalmente, sejam misericordiosos e humildes.

    O Reverendo Augustus Nicodemos baseado em Efsios 5:1821 nos

    dar uma instruo bastante expressiva quanto ao assunto famlia, ele diz: E

    no vos embriagueis com vinho, no qual h dissoluo, mas enchei-vos do

    Esprito, falando entre vs com salmos, entoando e louvando de corao ao

    Senhor com hinos e cnticos espirituais, dando sempre graas por tudo anosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, sujeitando-vos uns

    aos outros no temor de Cristo.(Efsios 5.18-21).

    Diz o Reverendo Augustus: No h provavelmente uma rea to

    importante na nossa vida e na vida da igreja crist quanto a famlia. Cremos

    que no h muita dvida a respeito desta afirmao. Todos ns concordamos

    que famlias sadias e equilibradas formam o esteio de igrejas e sociedades

    equilibradas. em famlias assim que indivduos podem crescer de forma

    sadia. Crendo nisto e reconhecendo igualmente que a famlia, de forma geral,

    est passando por momentos difceis, indagaremos nesse captulo acerca da

    dinmica - ou do segredo, se assim o leitor preferir - de famlias bem

    sucedidas. Efsios 5.18-6.4 o texto clssico do Novo Testamento sobre o

    assunto. Nele o apstolo Paulo traa princpios gerais para a famlia, as

    condies que regem o relacionamento entre pais e filhos, marido e mulher

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    e o princpio dinmico que deve controlar essas relaes. no ensino dessa

    passagem que basearemos o presente captulo. Porm, antes de nos determos

    para investig-lo mais de perto, importante relembrar alguns princpios

    gerais sobre a famlia crist ensinado nas Escrituras.O reverendo Augustus elenca alguns princpios a parte deste texto de

    efsios:

    Primeiro, ser um cristo verdadeiro no uma garantia de que o

    casamento e a vida familiar daro certo automaticamente. Infelizmente

    algumas igrejas, comprometidas com os ensinos da teologia da prosperidade,

    fazem promessas quanto ao casamento que vo alm daquilo que Deus nospromete em Sua Palavra. Elas parecem sugerir que se fizermos determinados

    votos ou cumprirmos rituais por elas estipulados, os problemas do

    relacionamento com nosso cnjuge e filhos terminaro. Mas, se o segredo de

    casamentos e famlias felizes fosse simplesmente determinados rituais

    levados a cabo durante cultos de libertao, qual teria sido a necessidade de

    Deus colocar nas Escrituras orientaes, instrues, conselhos edeterminaes aos maridos, mulheres e pais cristos acerca de como nos

    comportar em famlia? Ungir o retrato da minha mulher no substitui o meu

    dever de exercer o papel de marido conforme o ensino das Escrituras.

    necessrio educar meus filhos nos caminhos do Senhor, diariamente, se

    desejo realmente v-los crescer como cristos verdadeiros. Nenhuma

    corrente de orao vai substituir isto. Este primeiro princpio procura livrar-

    nos de uma ideia romntica de que o simples fato de irmos igreja vai

    garantir-nos um casamento e famlia felizes.

    Ele nos mostra neste primeiro princpio que as famlias crists

    tambm passam por revezes na vida, mas que seguir os princpios bblicos

    ajuda a superar essas crises.

    Segundo, ser cristo comprometido com os padres bblicos pode

    trazer dificuldades ainda maiores ao casamento. Aquele que teme a Deus e

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    ama a Sua Palavra, descobrir que as orientaes de Deus quanto ao

    casamento e famlia frequentemente no so fceis de serem obedecidas.

    Os maridos devem amar as suas mulheres como a si mesmos, e as esposas

    devem ser submissas a seus maridos. Para as pessoas que no so crists, queno temem a Deus e nem respeitam a Sua Palavra, isto um problema; elas

    simplesmente no seguem essa orientao. Para elas o divrcio sempre uma

    soluo da qual podero lanar mo se as coisas piorarem (e s vezes antes

    mesmo de chegar a esse ponto). Entretanto, para os cristos, os quais sabem

    que Deus odeia o divrcio (Malaquias 2.16), todos os esforos legtimos

    devem ser empreendidos para a manuteno dos laos matrimoniais, quandoos mesmos esto ameaados pelos problemas que costumam rondar a

    estabilidade da famlia. Enquanto que o divrcio aparentemente o caminho

    mais fcil e rpido para resolver um relacionamento conturbado, os cristos

    enveredam pelo caminho mais longo e mais difcil do aprendizado, do

    quebrantamento, da renncia e da reconciliao.

    No segundo princpio, o reverendo Augustus trata da realidade que ser fiel as Escrituras, o viver piedosamente traz naturalmente perseguio.

    Terceiro, casamento e criao de filhos no so assuntos parte de

    nossa f. So assuntos sobre os quais a Bblia se pronuncia. Portanto,

    devemos reger o nosso casamento e a criao de nossos filhos pelos

    princpios nela contidos. Temos a tendncia de compartimentalizar certas

    reas de nossas vidas e isol-las de nossa santa religio. Quo

    frequentemente orientamos nossos casamentos e famlias segundo a nossa

    razo humana, segundo as prticas da sociedade moderna, nossa prpria

    sabedoria carnal, como as pessoas que no conhecem a Deus! Portanto, as

    regras prticas para o casamento e a famlia, como as que encontramos em

    Efsios 5.18 - 6.4, no devem ser dissociadas da doutrina crist em geral. Ou

    seja, no devemos cair no velho engano de tentar separar prtica crist de

    teologia e vice-versa. Especialmente aqui nessa passagem podemos ver

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    como essa diviso era estranha ao pensamento dos autores do Novo

    Testamento. Paulo aborda a questo do casamento sob a perspectiva da

    doutrina de Cristo e da Igreja, e enraza o ensino sobre a criao de filhos no

    Antigo Testamento. Estamos enfatizando este ponto porque cremos que suma compreenso adequada da relao entre Cristo e a Sua Igreja nos ajudar

    a ter um casamento feliz. Felizes so os casais que compreendem bem esta

    analogia e que pautam o seu relacionamento nela.

    J no terceiro princpio, o reverendo Augustus mostra que as situaes

    que vivenciamos em famlia devem ser tratados como matria de f, ou seja,

    a f nas Escrituras como princpio regulador da vida familiar.Quarto, o conceito bblico de casamento nico e diferente de todos

    os demais. Muitas pessoas pensam que o casamento apenas a legalizao

    da atrao fsica, ou ento simplesmente uma convenincia humana, fruto da

    necessidade social.

    Entendemos, porm, pela Escritura, que o casamento uma

    instituio divina, algo criado e ordenado por Deus para a raa humana.Sabemos muito bem que esse tipo de concepo de casamento tem cada vez

    menos adeptos.

    O casamento, como instituio, tem sofrido alteraes radicais,

    especialmente no Ocidente, devido a diversas mudanas sociais: o

    crescimento do nmero de jovens que praticam o sexo antes do casamento

    como resultado do afrouxamento dos padres morais da sociedade moderna;

    o aumento da idade mdia em que as pessoas se casam; mais e mais mulheres

    casadas seguindo uma carreira profissional e deixando o lar e os filhos em

    segundo plano; a liberalizao das leis concernentes ao divrcio; a

    legalizao do aborto; a melhoria e maior acessibilidade aos meios de

    controle da natalidade; as mudanas nos papis tradicionais do homem e da

    mulher.

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    Esses fatores, entre outros, tm moldado a mentalidade ocidental

    moderna quanto ao casamento, o qual tende cada vez mais a ser encarado

    como uma mera convenincia social, nem sempre desejvel. Entretanto, a

    Igreja de Cristo, muito embora atenta s mudanas, guia-se por padres evalores mais estveis - na verdade, imutveis - quanto a casamento e famlia.

    Esses padres e valores esto revelados nas Escrituras Sagradas.

    No quarto princpio, o reverendo Augustus expe que o modelo bblico

    diferente dos demais modelos que so apresentados pela sociedade, o modelo

    bblico nico.

    Essa descoberta significa no mnimo uma coisa muito importante: nopodemos dissociar espiritualidade da vida familiar. Todos ns queremos ser

    bons cristos, cheios do Esprito Santo, disto no temos dvida. Podemos

    comear a ser cheios do Esprito Santo colocando em ordem primeiramente

    o nosso casamento, nosso relacionamento com nossos filhos ou com nossos

    pais.

    No podemos deixar de ver que nossa vida espiritual afeta diretamentenosso casamento e nossa famlia. H uma ligao profunda entre essas duas

    dimenses, vida cheia do Esprito e vida familiar. Cremos que isso est

    claro na passagem que estudamos acima. A raiz da infelicidade de muitos

    casamentos - mesmo cristos - a dureza do corao humano. Foi dureza

    de nossos coraes que Senhor Jesus atribuiu a incapacidade dos cnjuges

    de resolverem suas diferenas no casamento, recorrendo finalmente ao

    divrcio (Mt 19.8). As frequentes exortaes dos apstolos aos maridos para

    que amem suas esposas e, por outro lado, s esposas para que se sujeitem aos

    seus maridos, indicam que os cristos casados devem estar sempre alerta

    contra o egosmo, a rebeldia e o orgulho de seus coraes, para que no

    perturbem a boa paz e a felicidade do casamento.

    Estamos convencidos de que boa parte dos problemas, angstias e

    tenses que ocorrem na famlia so fruto do nosso prprio pecado. Nem

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    sempre, entretanto, estamos prontos a admitir isso. Temos muitas desculpas,

    como incompatibilidade de gnios, falta de maturidade, falta de dinheiro,

    educaes diferentes e a vida agitada de hoje. No negamos que essas coisas

    contribuem para o agravamento das tenses que existem em todo casamentoe em toda famlia. Entretanto, elas no podem nos impedir de reconhecer

    sincera e humildemente que nossa falta de andarmos diariamente no

    Esprito a verdadeira raiz da nossa infelicidade.

    Tiago faz a seguinte pergunta aos cristos a quem escreve: De onde

    procedem guerras e contendas que h entre vs? De onde, se no dos prazeres

    que militam na vossa carne? (Tg 4.1). Em outras palavras, Tiago est

    atribuindo nossa carne (ele evidentemente se refere nossa natureza

    decada e corrompida) as guerras e contendas que ocorrem entre ns. O que

    ele diz nesse verso est expresso em toda a Bblia. Por exemplo: em Glatas

    5.19-21 encontramos uma exposio do apstolo Paulo sobre as obras da

    carne. No difcil de verificar que boa parte dos problemas pelos quais os

    casais passam hoje so extraordinariamente semelhantes s obras que oapstolo enumera, a comear da prostituio, impureza e lascvia - uma

    trade de palavras gregas de sentido muito semelhante e geral, incluindo

    infidelidade conjugal e toda sorte de aberrao ou pecado na rea sexual -

    at inimizades, porfias, cimes, iras, discrdias, dissenses e faces. A

    mesma sensao teramos diante da lista que o Senhor Jesus apresentou das

    coisas que brotam do corao humano: maus desgnios, homicdios,

    adultrios, prostituio, furtos, falsos testemunhos, blasfmias (Mt

    15.18,19). So essas coisas, diz o Senhor, que contaminam o homem.

    Cremos, portanto, que os problemas nos relacionamentos conjugais

    precisam ser tratados a partir do corao, de onde surgem todos os males

    advindo do pecado.

    Teremos casamentos melhores a partir do momento que tivermos

    casais comprometidos com a Palavra de Deus e orientados por ela.

  • 7/25/2019 Projeto Aconselhamento Mackenzie 2016

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