projeto grÁfico fone/fax: (081) 861-5473 ilustraÇÃo da ... filepalpito e respiro. a alma é um...
TRANSCRIPT
PROJETO GRÁFICOPROJETO GRÁFICOPROJETO GRÁFICOPROJETO GRÁFICOPROJETO GRÁFICODIAGRAMAÇÃO, ARTE FINALDIAGRAMAÇÃO, ARTE FINALDIAGRAMAÇÃO, ARTE FINALDIAGRAMAÇÃO, ARTE FINALDIAGRAMAÇÃO, ARTE FINALGAZZETA Editora Ltda.Rua Valério Pereira, 430 -ColiseuPetrolina/PEFone/fax: (081) 861-5473
ILUSTRAÇÃO DA CAPAILUSTRAÇÃO DA CAPAILUSTRAÇÃO DA CAPAILUSTRAÇÃO DA CAPAILUSTRAÇÃO DA CAPAMárcia Ribeiro
IMPRESSÃOIMPRESSÃOIMPRESSÃOIMPRESSÃOIMPRESSÃOGráfica MandacaruRua São Vicente de Paula, 119 -CentroPetrolina-PEFone/fax: (081) 861-1761/862-1256
LANÇAMENTOLANÇAMENTOLANÇAMENTOLANÇAMENTOLANÇAMENTOClube dos Escritores PiracicabaRua Jacob Diehl, 77Fone/fax: (019) 433-8568Piracicaba/SP
COPYRIGHT AROLDO FERREIRACOPYRIGHT AROLDO FERREIRACOPYRIGHT AROLDO FERREIRACOPYRIGHT AROLDO FERREIRACOPYRIGHT AROLDO FERREIRALEÃOLEÃOLEÃOLEÃOLEÃO
Impresso no Brasil - 1999
C
AROLDO FERREIRA LEÃOAROLDO FERREIRA LEÃOAROLDO FERREIRA LEÃOAROLDO FERREIRA LEÃOAROLDO FERREIRA LEÃO
O ESPELHOO ESPELHOO ESPELHOO ESPELHOO ESPELHODOS LABIRINTOSDOS LABIRINTOSDOS LABIRINTOSDOS LABIRINTOSDOS LABIRINTOS
1ª EDIÇÃO, 19991ª EDIÇÃO, 19991ª EDIÇÃO, 19991ª EDIÇÃO, 19991ª EDIÇÃO, 1999
869.1L438e LEÃO, Aroldo Ferreira, 1967 -
O Espe lho dos Lab i r i n t os /Aroldo Ferreira Leão
Petrolina: Gráfica Mandacaru,1999.
118p; il., (Biblioteca da Fac.de Form. de Prof. d ePetrolina/PE; Poesia, 9)
1 . P o e s i a B r a s i l e i r a , I ,Título.
MGBS - BFFPP CDD - 869.1C D U - 8 6 9 -
0(81)1
CIP - Brasil. Catalogação-na-Fon-teCâmara Brasileira do Livro, SP
ISBN 99-0003
Índice para Catálogo Sistemático1. Poesia: Século 20: Li teraturaBrasileira 869.12. Século 20: Poesia: Li teraturaBrasileira 869.1
Palpito e respiro. A almaé um resquício de insôniaque me move ao silêncioquando a noite interioré tenso isolamento. WALMIR AYALA
Neste barco navega o meu rosto.O meu rosto de tripulanteolha o meu rosto de náufragono espelho. CASSIANO RICARDO
O que eu adoro em tua natureza,Não é o profundo instinto mater-nalEm teu flanco aberto como umaferidaNem a tua pureza. Nem a tua impu-reza.O que eu adoro em ti- lastima-mee consola-me!O que eu adoro em ti, é a vida. MANUEL BANDEIRA
A Isabela, minha f i lha, e aCorrinha, a mãe de Isabela, com ocarinho de um coração que as amarápara sempre;
A meus pais, humildes criaturaseternas;
A tio Izidro, que um dia falou queeu já nasci escrevendo e cantando;
Ao poeta Dino Américo, que me ensinoua ver profundidade e vida em tudo;
A Carlos Avelino, um amigo de grandeinteligência e coração.
07 08
BIBLIOGRAFIABIBLIOGRAFIABIBLIOGRAFIABIBLIOGRAFIABIBLIOGRAFIA
I. LIVROS
a ) A Trilogia da Dor, Edição do Autor Gráfica Mandacaru, Petrolina/PE,1995;
b ) Carta a Tio João Cordeiro , Ediçãodo Autor Gráfica Franciscana, Petrolina/PE,1996;
c ) Alfabetizando a Alma, Edição doAutor Gráfica Tribuna do Sertão, Petrolina/PE, 1997;
d ) Presságios , Edição do Autor Gráfica Tribuna do Sertão, Petrolina/PE, 1997;
e ) Sisuda Acidez, Clube dos EscritoresPiracicaba C.N. Editoria, Piracicaba/SP, 1998;
f ) A Janela do Sótão, EditoraMandacaru Gráfica Mandacaru, Petrolina/PE,1998;
g ) Harmonia Dissonante , EditoraGazzeta Gráfica Mandacaru, Petrolina/PE,1999;
e ) Impactos Azuis, Editora Gazzeta Gráfica Mandacaru, Petrolina/PE,1999.
II. ANTOLOGIAS
a ) Novos Poetas no Rio Grande do Nor-t e, Fundação José Augusto Gráfica Manimbu, Natal/RN, 1990;
c ) Poética Ribeirinha, Antologia Lite-rária de Petrolina - 1995, Elisabet Gonçalves Moreira Universidade de Pernambuco, Recife/PE-1998;
d ) Opúsculo do Conselho do Clube dosEscritores de Piracicaba, C.N. Editoria, Piracicaba/SP, 1998;
e ) I Antologia Nau Literária, Editora Komedi, Campinas/SP, 1999.
III. LIVROS A PUBLICAR
a ) A Alquimia do Impreciso (Poesia)
b ) Silêncios Atemporais (Crônicas)
c ) O Quarto de Teobaldo (Conto-Romance)
d ) O Incerto Tom das Quimeras (Crôni-cas)
e ) Os Olhos da Solidão (Poesia)
f ) O Hálito da Aurora (Poesia)
g ) Vestígios do Infinito (Contos)
h ) A Trilogia da Dor - Parte Final (Po -esia)
i ) A Correria do Nada (Poesia)
APRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃO
Percorrendo os caminhos que melevam na direção de mim mesmo,redescubro-me no silêncio do somdas almas que se investigam em suaspróprias involuntariedades, propa-go-me nas reminiscências do pensa-mento que a tudo congrega e se ex-pande nas constatações mais gen-tis. Algo me transforma em surpre-sas, em indecisões decifradas sob aótica obscura dos instantes soli-tários. Sou um velho asceta percor-r e n d o a n t i g a s e s t r a d a sindecifráveis, vivo o tormento can-sado das loucuras que me agrupam àscoisas. No presente trabalho, com-posto de cem poemas, uso a ação dasrimas para expressar determinadasidéias que me decodificam na essên-cia delas mesmas. Há poemasmetrificados e não metrificados,conceitos de minha visão poética
sobre as circunstâncias e asvulnerabilidades da vida. A dor iso-lou-me na impaciência de meu espí-rito, trouxe para o universo confu-so de minhas contradições o medoque espalha em tudo a dividida açãovazia de certezas. O mundo confun-de-me, fecha-me para determinadasrealidades, abre-me para os impre-vistos dos cotidianos, fere-me tantoque me esqueço de ser gente e mei n d i v i d u a l i z o n a f o r t eespiritualidade que julgo possuir.
O Autor
09 10
O ESPELHOO ESPELHOO ESPELHOO ESPELHOO ESPELHO
DOSDOSDOSDOSDOS
LABIRINTOSLABIRINTOSLABIRINTOSLABIRINTOSLABIRINTOS
11 12
O SONHOO SONHOO SONHOO SONHOO SONHO
Soltos sonhos ocosTrouxeram-me a percepçãoDifusa, confusa, obtusaDe uma profunda concepçãoDe humanidade, bondade, perplexidadeAo meu coraçãoPerdido, confundido, comovidoCom a beleza de toda sensaçãoNostálgica, lírica, onírica.
VAZIOSVAZIOSVAZIOSVAZIOSVAZIOS
Vazios imensos,TensosPensamentosAusentes,DiscrentesMovimentosAlicerçadosNos brados
ElétricosDos cítricosDesejos soltosDisplicentemente,Lunaticamente,Nos revoltosInstantesDesgastantes.
13 14
A MORTEA MORTEA MORTEA MORTEA MORTE
A morte é o silêncioMaior dos nossos seres,A ressurreição pluralDos espíritosInclinados aAmarem para sempre.
A morte é a vidaRenascendo nas cinzasDa solidão do tempo,É o mistério soltoQue nos congregaA nossos próprios erros.
CONTINGÊNCIASCONTINGÊNCIASCONTINGÊNCIASCONTINGÊNCIASCONTINGÊNCIAS
As contingênciasAceleraram as imprudências,Perfilaram incoveniênciasComo ciênciasCriadas nas maledicências
InvoluntáriasDas áriasCriadas por páriasCujas váriasAtidudes vãs são dores
solitárias.
15 16
TODOSTODOSTODOSTODOSTODOS
Morremos todosNo lodo Dos dias,No engodoFoscoDas monotonias,No jogoGogoDas imperícias,Nos modosSem logoDas inércias.
VIDAVIDAVIDAVIDAVIDA
A vida vem acolá.JáConheçoO que nem mereço,
O gesto dispersoNo versoQue ainda nem sei.Sou Rei
Sem cidadeOu claridade.Vivo escuroComo um escondido monturo.
17 18
DIVIDO-MEDIVIDO-MEDIVIDO-MEDIVIDO-MEDIVIDO-ME
Divido-me nas dúvidas,Alicerço-me nas surpreendidasSinasQue estão compreendidasNas enaltecidasRuínasDas compadecidasLoucas vidasFelinas.
BUSCOU-SEBUSCOU-SEBUSCOU-SEBUSCOU-SEBUSCOU-SE
Buscou-se nas casasSem asas,Nos infinitosCampos sem gritosDos ecos silenciososE misteriosos.
Achou-se nas mágicasIlógicas,Nos redundantesApelos dissonantesQue clareiam as visõesDos porões das almas semações.
19 20
ELETRICIDADEELETRICIDADEELETRICIDADEELETRICIDADEELETRICIDADE
A eletricidade dos loucos,O sonho eterno daPerfeição que mora
Nos vales longínquosDas serenidadesQue congregam
Voláteis sensaçõesHarmonizadas nasIndefinições da vida.
ESTOUESTOUESTOUESTOUESTOU
Estou no lentoVão movimentoDo ímpio momento
Construído emDelírios semSonhos. Além
Do mundo há o gestoTenro e modestoDe mãos num cesto.
21 22
CRIAM-SECRIAM-SECRIAM-SECRIAM-SECRIAM-SE
Criam-se expectativas,Os momentos trazemO construtivismoEólico dos movimentosQue se ramificamNa imensidãoDe nossas fraquezas.
A essência musicalDos rítmos queNos desunemCrivam nos espíritosSublimes a impaciênciaSuperior das coincidênciasQue nunca chegaram.
O TEMPOO TEMPOO TEMPOO TEMPOO TEMPO
O tempoConstróiOs elosPerdidos
Da pazQue veioE seFoi num
MomentoConfuso,MovidoA sustos.
23 24
ÍNTIMOÍNTIMOÍNTIMOÍNTIMOÍNTIMO
OÍntimoDosSonhosTrazAForça
LíricaDessasVidasQueSãoTudo.
SOUSOUSOUSOUSOU
Sou incertezas diversas,Caminhos perdidos nasEstradas lancinantesDos reagrupamentosQue nos fortalecem
Intuitivamente.Sou o amploSentido dosMotivos queSurpreendem sempre.
25 26
NADA / TUDONADA / TUDONADA / TUDONADA / TUDONADA / TUDO
Nada me comove,Tudo me alegra.Deduzo conclusõesApressadas,Congestiono a almaCom as surpresas
Reticentes dosMistérios queSe desfazemNas ramificaçõesOcultas do destinoDe cada um.
PARADOPARADOPARADOPARADOPARADO
Parado na dinâmicaDo tempo, reconstruoMeu próprio isolamento,
Fundo-me com asExpectativas quePõem no meu interior
A magia incovenienteDas coisas agrupadasNas esquisitices.
27 28
SORRISOSSORRISOSSORRISOSSORRISOSSORRISOS
Sorrisos trazemAs contingênciasQue nos perfilam
Nas alegriasManeiras doContagiante
Fascínio queÉ ser genteE ter esperanças
Que colocamNo indivíduoA força de tododesequilíbrio.
DORDORDORDORDOR
A dorRefezOs âmagosSuaves
Dos líricosElétricosMomentosRepostos
Na vidaCom todaA corDos lírios.
29 30
MOVIMENTOSMOVIMENTOSMOVIMENTOSMOVIMENTOSMOVIMENTOS
Movimentos ondulantesClareiam as percepçõesÚnicas das almas
Que compreendemA verdade mágicaDe si mesmas...
Lágimas caemCom uma verticalidadeHorizontalmente triste.
ENCONTRARENCONTRARENCONTRARENCONTRARENCONTRAR
EncontrarNa ternuraAs noções
FugidiasDas loucurasQue se perdem
Nas fusõesSingularesDas sucintas
ConfusõesQue nos deixamSós e vivos.
31 32
DESUNIÃODESUNIÃODESUNIÃODESUNIÃODESUNIÃO
A desuniãoDos contratemposDe nossosInteriores
Nos condicionamAs investigaçõesReluzentesDa alma.
O amor elevaE transfereNossas destrambelhaçõesPara um futuro mais fraterno.
VIVERVIVERVIVERVIVERVIVER
Viver equacionaOs impossíveisProblemas deNossa ignorânciaEspiritual.
Viver recoloca-nosNa missão eternaDe vencermosNossas própriasDebilidades.
33 34
AMOUAMOUAMOUAMOUAMOU
Amou tanto aPoesia queEspalhou
No coraçãoA meigaPureza
Dos meninosSecretamenteEnvolvidos com o perdão.
TOQUESTOQUESTOQUESTOQUESTOQUES
Toques dePaz no espíritoMantêm a
EmoçãoNo elevadoPatamar
Dos ensejosQue nos moldamVivamente.
35 36
NOITESNOITESNOITESNOITESNOITES
Noites em que fui só,Noites em que contempleiSerenamente minhasIncoerências lançadasNa vida através
Dos meus delíriosSincopadamenteVívidos de amenosPensamentosEdificantes.
ANGÚSTIASANGÚSTIASANGÚSTIASANGÚSTIASANGÚSTIAS
Angústias maltratamCorações sensíveis,Isolam-nos naDesmedida dorDos destemperos
Que demonstramA todo instanteNossa insignificanteNecessidade de nosEnchermos de compreensão.
37 38
TENHOTENHOTENHOTENHOTENHO
Mãos velhas,Cansadas,AcenamPara aDor deUm mundoSurpreso
Com aMaldadeEcléticaDe seresErguidosNas tolasFraquezas
Da vida.A corDas floresTraz osPluraisMomentosSuaves.
OLHOSOLHOSOLHOSOLHOSOLHOS
Olhos vêemA solidãoDe tudo,
Trazem oTeatro psicológicoDa vida
Para o palcoLunático dos sonhosElevados.
39 40
MARESMARESMARESMARESMARES
Mares profundosE longínquosMoldam minhaUnicidadeTão amigaDas ilusões.
Ondas vêmE vãoAtravés doSilêncioArborizado dosJardins da alma.
MEDOSMEDOSMEDOSMEDOSMEDOS
Meus medosMe deixamNas fúteisEsquinas
Das ruasSem casas,Sem gente,Sem vida.
Sou váriosAcúmulosDe ternasVisões.
41 42
PÁSSAROSPÁSSAROSPÁSSAROSPÁSSAROSPÁSSAROS
Pássaros encantamMinha atrapalhadaCondição de meninoSolto na descontinuidadeDe tudo,
Alicerçam osPacíficos movimentosAlgemados asIntempéries deTodo destino.
ESQUEÇOESQUEÇOESQUEÇOESQUEÇOESQUEÇO
Penso,Esqueço de mim mesmo.
Reavalio comCarinho meus
Pesadelos deSensibilidade,
Reergo meu mundoDe eterna criação.
43 44
SOLUÇOSSOLUÇOSSOLUÇOSSOLUÇOSSOLUÇOS
Soluços sós,NósNas gargantasTantas.
Apelos, zelosBelosDas muitasFortuitas
Lástimas. Lágrimas,VítimasInconscientes,Prudentes.
PEDRASPEDRASPEDRASPEDRASPEDRAS
O sonhoSerenoDas pedras,
A dorQue chegaNos ramos
Das árvoresSem caulesNem frutos.
A vidaQue roubaO encanto
Do bomPerdidoMenino.
45 46
PASSADOS PRESENTESPASSADOS PRESENTESPASSADOS PRESENTESPASSADOS PRESENTESPASSADOS PRESENTES
Passados presentes,Confusões latentes,Cansaços ausentes,Vidas penitentes,Sonhos decadentes.
Há elos dissidentesNos eixos fluentesDa vida, silentesDesejos ardentesEm tons comoventes.
ÁTOMOSÁTOMOSÁTOMOSÁTOMOSÁTOMOS
Átomos dispersosNos cotidianos,Silêncios roubadosPelos aguerridosGestos sincopados.
Desejos efêmeros,Sentimentos únicos,Vícios inconcisos,Hálitos fraternos,Nossos sonhos sós.
47 48
COISINHASCOISINHASCOISINHASCOISINHASCOISINHAS
O cotidianoToca na caraDo tempo.
Minha vidaIsola-me,Assusta-me.
Percorro-meEm súplicas,Desestabilizo-me
Facilmente.MúltiplasPossibilidades
De desencontrosNa alma tornam-meHumanamente inseguro.
INCISIVOS MOTIVOSINCISIVOS MOTIVOSINCISIVOS MOTIVOSINCISIVOS MOTIVOSINCISIVOS MOTIVOS
Incisivos motivos esquivosPerturbam-me, punem-me.Decisivos altivosconstrutivosAtos afugentam-me, fundem-me
A minhaFominhaImpaciência.Na eloquência
De um Sócrates, revejoA alma que balbuciaSoluçando de AngústiaDiante de qualquer desejo.
49 50
DÓI-MEDÓI-MEDÓI-MEDÓI-MEDÓI-ME
Dói-me a coesãoDos esquecimentos,Os ressentimentosSem razão
Que se diluemNos intentosLentosDaquilo que vem
Pelo espaçoEm movimentosVirulentos.O mormaço
Dos diasContém os pensamentosE os desnivelamentosDas monotonias.
ESCREVEUESCREVEUESCREVEUESCREVEUESCREVEU
Escreveu, escreveu,Cansou.Morreu,Sonhou, pensouQue já era perfeito,
Abraçou serenamenteSeu próprio desespero,Buscou-se nas elucidaçõesFantasmagóricasDe si mesmo.
51 52
TEMPOTEMPOTEMPOTEMPOTEMPO
Tempo de pouca poesia,Tempo de angústias,De sonhos desfeitos,De silêncios introspectivos,De conhecimentos mortos,De necessidades arrasantes,De dores variadas,De caminhos inexistentes,De necessidades corrompidas,De ocos no espírito,De saudades doentias,De vidas sem amor.
SOMOS ASSIMSOMOS ASSIMSOMOS ASSIMSOMOS ASSIMSOMOS ASSIM
Somos assim:Fracos meninos indecisos,Pálidos tolos imperfeitos,Estreitos becos tortos,Secos lagos imundos,Sujos olhos mortos,Indispostos atos porcos.
Loucos afimDos silêncios inoportunos,Nos foscos reencontrosVivos, gerados apósDiscursos incisivos, líricos.Morremos pelos canteirosFlácidos, falhos, rotos.
53 54
DESPREPARADODESPREPARADODESPREPARADODESPREPARADODESPREPARADO
Despreparado para a vida,Confundiu-se com osSentimentalismos bestiaisDos dias atuais.
Sentiu na gélidaDesestrutura de si mesmo osInconformismos glaciaisDas almas mais
Perfeitas. Na entristecidaReação de seus nervos ouvem-seosRuídos desarmônicos dosruraisApelos cíclicos, fenomenais.
CERTA INTRIGACERTA INTRIGACERTA INTRIGACERTA INTRIGACERTA INTRIGA
Uma certa intrigaNa alma,Uma fadigaQue acalma
A descomposturaTísicaDa loucuraArtrítica,
Solitária.No desmembramentoDo páriaHá o intento
Que renovaA percepçãoE traz a provaDe nossa imperfeição.
55 56
A CHUVAA CHUVAA CHUVAA CHUVAA CHUVA
A chuva cai.Ai,Quem vem e vaiNa rua não
Pressente o meuBreuInterno, o véuDo ato malsão
Que contaminouOuDesarrumouMinha emoção.
ALGOALGOALGOALGOALGO
Algo me falaNa alma,CalaA calmaQue me maltrata.
A flor páraNo tempo, saraMinha gastaFerida chata,Clara.
Na mataA araraCantaNa manhãQue se arrebata.
57 58
EXPOREXPOREXPOREXPOREXPOR
Expor a alma ao frio,Aos vaziosÓbviosDe nosso próprioTempo. O ócioDas coisas torna-me néscioE opaco. Esse vícioDe abismos, esse lírioPosto no hospícioDócil do indícioMais macioTraz o rioDe bóciosQue desnorteiam meusdesvarios...
ESCORREGADIOESCORREGADIOESCORREGADIOESCORREGADIOESCORREGADIO
A solidão vistaDa minha janela é uma pistaEscorregadia que distaMuito pouco de mim.
A conquistaDo eu interior é realista,Uma mistaAtitude vinda assim
Meio fatalistaFeito um trapezistaSem circo, um novelistaSem idéias ou algo afim.
No ermo surrealistaDa sensação tropicalistaConsumo-me como um artistaNuma dor sem fim.
59 60
JANELAJANELAJANELAJANELAJANELA
DaquelaJanelaVoou,Pulou
Na própriaDor. PáriaSem rumoNem prumo,
Doente,AusenteDos passosEscassos
Da vidaRelidaNos ecosDos becos
Fez-se ímpar.No marDo espaçoQuis o aço
Dos olhos,FerrolhosAbertosE incertos.
TOPOTOPOTOPOTOPOTOPO
Topo com o desconhecido,Viajo no infinito,PressintoNo espíritoO aguerridoGesto incontidoQue me vem num ritmoLíricoE postiço.InvistoNo realismo,SubexistoNo empirismoRessentidoDo ato lânguido,Entristecido.Busco o subjetivismoDos loucos, o sentimentalismoE o fatalismoDo sonho erguidoNo intrépidoDesejo impávidoDe um ser perfeito,Límpido,Cristalino.
61 62
RUÍDOSRUÍDOSRUÍDOSRUÍDOSRUÍDOS
Ruídos ouço na minhaSozinhaVida cansadaDe nada.
Sons estranhosAdormecem nos meus castanhosOlhos escurosDe monturos.
Cerco-me de ilusões,Renasço das indecisõesMais corriqueiras,Sem fronteiras.
O silêncio dos vaziosTorna-me indíciosAtormentadosPelos cantos apressados.
A DOR EM MIMA DOR EM MIMA DOR EM MIMA DOR EM MIMA DOR EM MIM
A dor em mimVem num sem fimAdormecidoNo meu contido
Ato calado.DespreparadoPara a vida, acho-meNas perdas, taxo-me
De leviano,Refaço o planoInútil do estroSonho canhestro.
63 64
PASSAM-SE OS DIASPASSAM-SE OS DIASPASSAM-SE OS DIASPASSAM-SE OS DIASPASSAM-SE OS DIAS
Passam-se os diasNas paisagensSem floragensDas melancolias,
No tédio mortoDessas surpresasCheias de incertezas,No desconforto
Da alma que buscaA todo instanteA incessanteLuz que a morte ofusca.
ÉRAMOSÉRAMOSÉRAMOSÉRAMOSÉRAMOS
Éramos o que nunca fomos.Talvez por isso somosFruto da fragilidadeDos silêncios, da realidadeCircunstancialDo momento anormal.
Em nós a vida redescobriu-se,Feriu-nos demais, abriu-seA teatralidadeDa futilidade,Ao irreal sorrisoSempre triste, indeciso.
65 66
AO REDORAO REDORAO REDORAO REDORAO REDOR
Ao redorDo teu amorA dor
Brinca vivaE altiva,Cativa
A essênciaDa incongruênciaSem demência,
Te trazA pazQue em ti pensaste não existirmais.
DE AGONIA EM AGONIADE AGONIA EM AGONIADE AGONIA EM AGONIADE AGONIA EM AGONIADE AGONIA EM AGONIA
De agonia em agoniaViu-se na afoniaDa polifonia
Dos seres discrentesDe tudo, ausentesDas confluentes
Ações sinceras.As vozes das quimerasRondaram-no em esperas
Contínuas, em confusosPensamentos de difusosSentimentos intrusos.
67 68
O DIAO DIAO DIAO DIAO DIA
O dia te trouxe para o mundo.O sol nasceu no rotundoMovimento escuro
Das coisas, refezA sisudezSem paz do monturo
Jogado no estragadoSilêncio milimetradoDe qualquer futuro.
QUANDOQUANDOQUANDOQUANDOQUANDO
Quando só os restosTe satisfazerem, terás modes-
tosSilêncios na alma,A calma
Esquecida dos coraçõesDivididos pelas ilusõesDa vida. O tempo traráAté ti o que te deixará
Perplexo e sozinho.Fora do ninho,Serás um pássaroDe canto raro.
69 70
ECOSECOSECOSECOSECOS
Ecos passeiam porMim mesmo, buscam
A reminiscência da dorOculta nos olhos que se ofus-
cam
Diante do brilho da corDos imprevistos, assustam
O enigmático, querem comporAs músicas que todos degustam
Com a naturalidade de um suorCaído nos rostos que se agru-
pam.
ÉSÉSÉSÉSÉS
ÉsAs fésSem pés
Nem cabeça.Tens, à beça,Dores. O que fortaleça
A ti fortaleceráA essência da vida que viráNum dia que nunca chegará.
71 72
A VIDAA VIDAA VIDAA VIDAA VIDA
A vida vai te estragandoE tu, aceitandoTua condição de brandoSolitário, segues carregandoO fardo, sangrando
Insistentemente, até quando?!Estás pairandoSobre teus desgostos, devas-tandoA ti mesmo, individualizandoTudo e se desintegrando.
NADA MAIS NADA MAIS NADA MAIS NADA MAIS NADA MAIS
Nada maisDe mim sei.A que leiMe uno, quais
Os meus sonhos.Secos gritos,Vindos de hálitosEnfadonhos,
Me tornaramSó, burlaramMinha dúvidas.
Sou a luzQue traduzCoisas tímidas.
73 74
PERDI-MEPERDI-MEPERDI-MEPERDI-MEPERDI-ME
Perdi-me no acaso,No rasoMovimentoDo lentoSorrisoConciso.
Fiz-me no atrasoDo casoSem intentoNem elemento,No incisoDo artigo liso.
SERES HUMANOSSERES HUMANOSSERES HUMANOSSERES HUMANOSSERES HUMANOS
Seres humanosTêm planosDe vida, anos
AcumuladosNos passadosDe alguns enfados
Póstumos. SãoAnimais sós, nãoEstão
Em si mesmos. QueremSe achar no caos e, quemSabe, viver sempre bem.
75 76
SOLIDÃOSOLIDÃOSOLIDÃOSOLIDÃOSOLIDÃO
ApesarDe tanta solidão no ser,Ele deseja sorrirCom o mundo. A dorConduziu-o num tour
Pela sua alma singular.Abandonado por conterEm si o parirDe todo amor maior,Fez-se triste como o ReiArthur.
NAVEGADORESNAVEGADORESNAVEGADORESNAVEGADORESNAVEGADORES
Navegadores solitáriosSabem dos váriosPerigos da vida, dançamNos mares do silêncio,Se lançamNo óbvio vazio
Dos instantes hilários.Soltos ventos de refratáriosSons avançamSobre o erradioDesejo daquelas almas que se can-samDe amar o sopro de qualquer indí-cio.
77 78
O QUE SOMOS?O QUE SOMOS?O QUE SOMOS?O QUE SOMOS?O QUE SOMOS?
O que somosSenão frágeisSons voláteis,Meros gomos
De uma frutaSuja pelaVida, aquelaMorta luta
InundadaDe uma aladaConvicção
IsoladaNa cansadaTorpe ação?!
O AMOR MORTOO AMOR MORTOO AMOR MORTOO AMOR MORTOO AMOR MORTO
O amor mortoOlha o absortoMomento no horto
Das agonias.FriasIlusões têm as vias
Que nos põemEmPatamares além.
79 80
DESCOBRIRDESCOBRIRDESCOBRIRDESCOBRIRDESCOBRIR
Descobrir na vidaA desnorteadaSensação unidaAo vácuo confuso
De uma divididaVisão atreladaÀ beleza tímidaDo ermo parafuso
Que aperta a polidaDor contaminadaPela tosca dúvidaDa mente sem uso.
ESTÁSESTÁSESTÁSESTÁSESTÁS
Estás mais só do que nunca.O mundo tira de ti o restoDe verdade que ainda possuis.
És o intacto sorriso efêmeroDe qualquer desespero,A loucura adormecida
Nos instantes fúteis.Tens nas mãos a saudadeDisfarçada pelo óbvio,
A contundência friaDas coisas que se reencontramNo teu sonso silêncio.
81 82
IMPÁVIDOSIMPÁVIDOSIMPÁVIDOSIMPÁVIDOSIMPÁVIDOS
Impávidos motivosSoltos nos sonhos loucosRecriam velhos passosLongínquos, rarefeitos.
Pigmentos remontadosNo caos desaceleramOs princípios ativosDos atos indefesos.
Vícios silenciosos,Mortos pelos desejos,Espatifam conceitosCoesos, desgarrados.
SOUSOUSOUSOUSOU
Sou o queNunca fui,O lugarSolitário
EncontradoNo ócio podreDos desejosEnfadados.
Tudo mePrende a nada,Investiga-meEm silêncio.
83 84
VIVOVIVOVIVOVIVOVIVO
Vivo minha própriaIgnorância,A ânsiaInofensiva
Da correriaSem magia,A nostalgiaExplosiva
De uma dor fria,De uma melancoliaQue a tudo recria,Destrutiva.
A MEMÓRIAA MEMÓRIAA MEMÓRIAA MEMÓRIAA MEMÓRIA
A memóriaDo medoHabita a históriaDe todo segredo,
TraduzO imponderado,A sombra da luzQue afugenta o lado
Doído do vagalumeSolitário,Preso ao lumeDe um mundo hilário.
85 86
A ALMA EXAMINAA ALMA EXAMINAA ALMA EXAMINAA ALMA EXAMINAA ALMA EXAMINA
A alma examinaO que a elaConduz pelaAreia fina
Dos caminhos movediços.Indícios tensosCircundam-na como pensosPêndulos postiços
IndoE vindoAtravés
Dos movimentosLentosE em viés.
VÁCUOVÁCUOVÁCUOVÁCUOVÁCUO
O vácuo das horasTransformou-oEm solidão.
Algo o implodiuPor dentro,Desnorteou-o.
O tempo ressuscitou-o,O mundo tirou-oDa realidade.
87 88
A VIDA TE MOVEA VIDA TE MOVEA VIDA TE MOVEA VIDA TE MOVEA VIDA TE MOVE
A vida te moveNo óbvio,ComoveTeu armistícioInterior.
De correria em correriaCriasteA aziaQue nunca procuraste,Alimentaste tua própria dor.
VIAJANTESVIAJANTESVIAJANTESVIAJANTESVIAJANTES
Somos viajantesDo nada,ErrantesFiguras na desestruturadaVisão corroídaPela ação abatida.
InstantesVazios têm a paradaNoção que, antesOu depois, constrói a suadaIlusão consumidaPor toda alma dividida.
89 90
TENSTENSTENSTENSTENS
Tens medo da vida.És um espíritoBuscando guaridaNo conflitoDos cotidianos.
Queres a unidaSensação do lícitoOlhar na renhidaMovimentação de um aflitoAceno sem planos.
Tua saudade é tímida,Cria em ti o gritoAbafado pela decaídaConvicção num ritoDe sonhos insanos.
CORRE O HOMEMCORRE O HOMEMCORRE O HOMEMCORRE O HOMEMCORRE O HOMEM
Corre o homem,Ainda que não saiba,Na direção de si mesmo.
Tropeça na dorQue o desarticula,Reconstrói a verdade
Dos desejos conduzidosPor sua almaNum momento
De reflexão e tensão,Torna-se desequilibradamenteHarmonizado.
91 92
A MORTEA MORTEA MORTEA MORTEA MORTE
A morte esperaPor todos nós,Cria a quimeraDos sonhos pós
Tudo. SeveraE solitária,Não é megeraNem sangüinária.
Apenas vemE nos detémLogo depois
De suspirarmosPor enxergarmosDiversos sóis.
DESENCONTRADODESENCONTRADODESENCONTRADODESENCONTRADODESENCONTRADO
Desencontrado,Ele circulaPelo seu enfadoComo quem osculaA face de um passadoEstragado.
EstagnadoPela firulaDos contratempos, é gadoQue pululaNos campos, no pradoDo sonho diversificado.
93 94
PEDRAS NO MARPEDRAS NO MARPEDRAS NO MARPEDRAS NO MARPEDRAS NO MAR
Pedras no marTêm a singularConvicção do estarE do ficar,
Sentem pairarNo arDo tempo a angularCanção de todo pesar,
Amam cheirarO sal do ímparOceano, sonharCom algo milenar.
ESPEROUESPEROUESPEROUESPEROUESPEROU
Esperou, contouNos dedos os diasPara ser perfeito.
Enganou-se. Não sabiaQue tinha umaEternidade pela frente.
Desnorteado,Achou-se impacienteE só.
Diante do fato de nãoPoder mudar as circunstânci-as,Aceitou-se.
95 96
POÇO PROFUNDOPOÇO PROFUNDOPOÇO PROFUNDOPOÇO PROFUNDOPOÇO PROFUNDO
No poço profundoJá estiveste.Moribundo,MantivesteNo serO quererQue te reconstruiuE te pariu
NovamentePara a vida.Renitente,Foste a desmedidaEmoçãoJogada na elucubraçãoDistintaDa idéia sucinta.
A VIDA FEREA VIDA FEREA VIDA FEREA VIDA FEREA VIDA FERE
A vida fere.AdereA ti num eloEm desmantelo.
Estás na dorSem cor,Vens com os ventos,És alimentos
Vindos do espíritoAflito.Medos confundem-teE, ermos, desunem-te.
97 98
SOMBRASSOMBRASSOMBRASSOMBRASSOMBRAS
Sombras bailamNo escuroDe tuas ânsias,Te mantêm presoAos velhos fantasmasDos desertos.
Teus passosNo infinitoDemarcaramA essência dos caminhosVisitados pelasAlmas em provação.
TUA DORTUA DORTUA DORTUA DORTUA DOR
Tua dor talvezTe una a lucidez.
Vives a ilusãoDa constatação
Sem sentido, o tímidoProcesso surgido
Nas fugas do ser.Precisas manter
Em ti mesmo o sensoDo silêncio denso.
99 100
TUTUTUTUTU
Tu que passeiasPelo desconhecidoPercebes que tateiasNa angústiaCom muita precisão.
IncendeiasA alma com o rugidoDo sangue nas veias,Buscas a alegriaPara teu frágil coração.
PermeiasNo tempo o esquecidoSorriso das sereias,A velha misantropiaDe um espírito malsão.
ESPERASESPERASESPERASESPERASESPERAS
Esperas pela paz,Mas,Como ela não vem, maisCedo ou mais tarde, terásSinaisDe irracionaisAtitudes no teu ásCoração. Sofrerás,ManterásNa alma o fugazSorriso dos cristais,O medo de estar no caisDas agonias e jamaisAcreditar nos aisDos animaisQue não são plurais.
1 021 01
A NOITEA NOITEA NOITEA NOITEA NOITE
A noite dentroDa noite procuraA madrugadaQue nunca veio,
Sonda o inevitávelTom das aurorasPerdidas nasVielas da solidão,
Reconstrói aEssência notívagaDos olharesSilenciosos.
FACES SÓSFACES SÓSFACES SÓSFACES SÓSFACES SÓS
Faces tão sós,Mundos que seRevelam desalmados.Gente que sofre
Jogada pelas esquinas,Seres humanosDeteriorados,Vidas maltratadas
Demais paraSe recomporemEspiritualmenteDe tantas dores.
1 041 03
MUNDOS UNIDOSMUNDOS UNIDOSMUNDOS UNIDOSMUNDOS UNIDOSMUNDOS UNIDOS
Mundos unidosPor destemidosAtos relidosNa dor, caídos
Nos fundos fossosDesses sobroçosÚnicos, insossos.Vãos alvoroços
Sempre criandoNa alma o ermo, o brandoSer só, estão dandoVez para o quando.
VENHOVENHOVENHOVENHOVENHO
Venho de ancestraisVazios. AisFecham-me paraA vida numaTensa máscaraDe forma escura.
Tenho abissaisFugas, um caisSujo na raraDor que a nenhumaCriança isolaraNa paz futura.
1 061 05
DIVAGODIVAGODIVAGODIVAGODIVAGO
DivagoNo vagoSilêncioDo cio
Da vida.A tímidaVisãoDa ação
SozinhaTem minhaTernuraObscura,
O ladoErradoDos passosEscassos.
SOUSOUSOUSOUSOU
Sou confuso, sozinho.Algo em desuso, vizinhoDo obtuso medo, carinhoInconcluso, pinho
Que já não toca, mudo.Um senão solto, agudo,Na ilusão do pontudoErmitão querendo ser tudo.
Confundo-me com a auroraDe um bom sorriso. AgoraOu depois, meu som é o que cho-raEm mim no tom de toda flora.
1 081 07
CHOROUCHOROUCHOROUCHOROUCHOROU
Chorou, dividido demais.Lutou, entregue a solidãoDe si mesmo. Desmontou-se.Construiu os sinais
De um tempo morto,Transformou-se na ficçãoDos instantes, ponderou-seNos vácuos dos animais
Perdidos em suasComplexidades. Foi vão,Menino esquisito. Tornou-seO ar que respiramos, nadamais.
TU VENSTU VENSTU VENSTU VENSTU VENS
Tu vensE nãoTens bens.A mão
Que acenaPra ti,Serena,Aqui
Já esteveSentindoO leveSom lindo
Do medoQue fluiTão cedoE rui.
11 01 09
ÉSÉSÉSÉSÉS
És os impactos dos tontosConfrontosQue te transformamE te deformamContinuamente.
Sucumbiste anteA distanteSensaçãoPolida com a intuiçãoDo momento ausente.
SOUSOUSOUSOUSOU
Sou a surpresaIndecisaDo sentimentoConduzido pela ilesaInsatisfaçãoSincera.
Estou na acesaAtitude que deslizaNo movimentoDa mão obesa,Na desuniãoQue desespera.
112111
114113
ÍNDICEÍNDICEÍNDICEÍNDICEÍNDICE
BIBLIOGRAFIA......................................................................07APRESENTAÇÃO...................................................................09OSONHO.................................................................................13VAZIOS.....................................................................................14AMORTE..................................................................................15CONTINGÊNCIAS...................................................................16TODOS......................................................................................17VIDA..........................................................................................18D I V I D O -ME..............................................................................19B U S C O U -SE..............................................................................20ELETRICIDADE........................................................................21ESTOU........................................................................................22C R I A M -SE..................................................................................23OTEMPO....................................................................................24ÍNTIMO.......................................................................................25SOU..............................................................................................26N A D A /TUDO...........................................................................27PARADO......................................................................................28SORRISOS....................................................................................29DOR...............................................................................................30MOVIMENTOS.............................................................................31ENCONTRAR................................................................................32DESUNIÃO....................................................................................33VIVER.............................................................................................34
AMOU.............................................................................................35TOQUES..........................................................................................36NOITES............................................................................................37ANGÚSTIAS....................................................................................38TENHO.............................................................................................39OLHOS..............................................................................................40MARES..............................................................................................41MEDOS..............................................................................................42PÁSSAROS........................................................................................43ESQUEÇO..........................................................................................44SOLUÇOS...........................................................................................45PEDRAS..............................................................................................46P A S S A D O SPRESENTES.........................................................47ÁTOMOS............................................................................................48COISINHAS........................................................................................49I N C I S I V O SMOTIVOS..............................................................50D Ó I -ME.......................................................................................51ESCREVEU.........................................................................................52TEMPO.................................................................................................53S O M O SASSIM.........................................................................54DESPREPARADO...............................................................................55C E R T AINTRIGA.......................................................................56ACHUVA...................................................................................57ALGO....................................................................................................58EXPOR...................................................................................................59ESCORREGADIO.................................................................................60JANELA.................................................................................................61TOPO......................................................................................................62RUÍDOS..................................................................................................63A D O R E M
MIM.......................................................................64P A S S A M - S E O SDIAS............................................................65ÉRAMOS.................................................................................................66A OREDOR.................................................................................67D E A G O N I A E MAGONIA......................................................68ODIA..........................................................................................69QUANDO.................................................................................................70ECOS........................................................................................................71ÉS..............................................................................................................72AVIDA.......................................................................................73N A D AMAIS.............................................................................74P E R D I -ME..................................................................................75S E R E SHUMANOS..................................................................76SOLIDÃO...................................................................................................77NAVEGADORES.......................................................................................78O Q U ESOMOS?........................................................................79O A M O RMORTO.....................................................................80DESCOBRIR................................................................................................81ESTÁS..........................................................................................................82IMPÁVIDOS..................................................................................................83L U G A RSOLITÁRIO................................................................84VIVO.............................................................................................................85AMEMÓRIA............................................................................86A A L M AEXAMINA...............................................................87VÁCUO.........................................................................................................88A V I D A T EMOVE.....................................................................89VIAJANTES..................................................................................................90TENS..............................................................................................................91C O R R E OHOMEM...................................................................92AMORTE...................................................................................93
116115
DADOS SOBRE O AUTORDADOS SOBRE O AUTORDADOS SOBRE O AUTORDADOS SOBRE O AUTORDADOS SOBRE O AUTOR
AROLDO FERREIRA LEÃO é poeta com oitol i v r o s d e p o e s i a s p u b l i c a d o s ,respectivamente: A Trilogia da Dor, 1995;C a r t a a T i o J o ã o C o r d e i r o , 1 9 9 6 ;Alfabetizando a Alma, 1997; Presságios,1997; Sisuda Acidez, 1998; A Janela doSótão, 1998; Harmonia Dissonante, 1999;Impactos Azuis, 1999. Nascido em 12 deoutubro de 1967 em Parnamirim/RN, cidadeconhecida como Trampolim da Vitória , poisna Segunda Guerra Mundial os americanosse utilizaram da base aérea, onde hojeestá localizado o aeroporto do Estadodo Rio Grande do Norte, como ponto deapoio para os combates na Europa. Fazparte de quatro antologias: Novos Poetasno Rio Grande do Norte, 1990; Um Dia APoesia , 1996; Poét ica Ribe i r inha,Antologia Literária de Petrolina-1995,1998; Coletânea do Conselho Acadêmicodo Clube dos Escritores Piracicaba, 1998.Também escreve crônicas, contos, romancese textos para teatro. É compositor comquase trezentas canções e em breve estarálançando seu primeiro CD, denominadoSacolejos, Desejos, Manejos & Arpejos ,uma coletânea com 14 forrós, inteiramentevoltados para a essência das coisas edos movimentos das almas perdidas em simesmas. Desde outubro de 1998 participado Conselho Acadêmico do Clube dosEscritores Piracicaba, ocupando a cadeirade nº30, entidade que reúne escritoresdo Brasi l e do exter ior e procura aevidenciação de suas obras bem como meiosde tornar mais cômoda a publicação dasmesmas visto que as dificuldades parase publicar um livro no país são imensas.Atualmente desempenha a função de AuditorFiscal na Secretaria da Fazenda do Estadoda Bahia.
APOIO CULTURALAPOIO CULTURALAPOIO CULTURALAPOIO CULTURALAPOIO CULTURAL
- Gazzeta Editora Ltda- Gazzeta Editora Ltda- Gazzeta Editora Ltda- Gazzeta Editora Ltda- Gazzeta Editora Ltda
- Gráfica Mandacaru- Gráfica Mandacaru- Gráfica Mandacaru- Gráfica Mandacaru- Gráfica Mandacaru
- Clube dos Escritores- Clube dos Escritores- Clube dos Escritores- Clube dos Escritores- Clube dos Escritoresdedededede Piracicaba Piracicaba Piracicaba Piracicaba Piracicaba
11 8117
ENDEREÇO DO AUTOR PARAENDEREÇO DO AUTOR PARAENDEREÇO DO AUTOR PARAENDEREÇO DO AUTOR PARAENDEREÇO DO AUTOR PARACORRESPONDÊNCIACORRESPONDÊNCIACORRESPONDÊNCIACORRESPONDÊNCIACORRESPONDÊNCIA
Rua Antônio Santana Filho, 600CentroPetrolina/PE56.300-000
Fones: (081) 861-4752 (081) 861-1150
E-mail: [email protected]