projeto final - marcos felipe - 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESCOLA POLITÉCNICA POLI/UFRJ Curso de Engenharia Civil Ênfase em Transportes Marcos Felipe Jara Casco Bade Estudo de viabilidade para implantação do serviço de transporte de passageiros por fretamento no deslocamento entre Petrópolis e a Cidade Universitária Rio de Janeiro 2014

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Page 1: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

ESCOLA POLITÉCNICA

POLI/UFRJ

Curso de Engenharia Civil Ênfase em Transportes

Marcos Felipe Jara Casco Bade

Estudo de viabilidade para implantação do serviço de transporte de passageiros por fretamento no deslocamento entre Petrópolis e a Cidade Universitária

Rio de Janeiro

2014

Page 2: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

ESCOLA POLITÉCNICA

POLI/UFRJ

Curso de Engenharia Civil Ênfase em Transportes

Estudo de viabilidade para implantação do serviço de transporte de passageiros por fretamento no deslocamento entre Petrópolis e a Cidade Universitária

Marcos Felipe Jara Casco Bade

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de

Engenharia Civil da Escola Politécnica da

Universidade Federal do Rio de Janeiro como

parte dos requisitos necessários à obtenção do

título de Bacharel em Engenharia Civil.

Giovani Manso Ávila Professor orientador

Sandra Oda

Professor coorientador

Rio de Janeiro

Dezembro de 2014.

Page 3: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

Estudo de viabilidade para implantação do serviço de transporte de passageiros por fretamento no deslocamento entre Petrópolis e a Cidade Universitária

Marcos Felipe Jara Casco Bade

Projeto de graduação submetido ao corpo docente do curso de engenharia civil da escola politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de engenheiro civil. Examinada por:

________________________________________

Prof. Giovani Manso Ávila – Dsc. UFRJ/DET

________________________________________

Profa. Sandra Oda – Dsc. UFRJ/DET

________________________________________

Profa. Eva Vider – Dsc. UFRJ/DET

Rio de Janeiro, RJ - Brasil

Dezembro de 2014

Page 4: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

iii

Bade, Marcos Felipe Jara Casco.

Estudo de viabilidade para implantação do serviço de transporte de passageiros por fretamento no deslocamento entre Petrópolis e a Cidade Universitária / Marcos Felipe Jara Casco Bade; UFRJ/ Escola Politécnica. – Rio de Janeiro, 2014.

XII, 59p.: il.:29,7 cm

Orientador: Giovani Manso Ávila.

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso de Engenharia Civil, 2014.

Referências Bibliográficas: p. 54-57

1. Ônibus.

2. Fretamento.

3. Estudo de Viabilidade.

I. Ávila et. al., Giovani Manso. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia Civil. III. Título.

Page 5: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

iv

Agradecimentos

Quando ainda no ensino médio, na etapa de escolhas a seguir, minha decisão em

estudar na Universidade Federal do Rio de Janeiro e cursar Engenharia Civil sempre

esteve evidente. Altos e baixos tornaram o menino em homem, o estudante de

engenharia em Engenheiro. Aquele capaz de, com sua formação, contribuir para uma

sociedade mais humana e justa. Portanto, o meu agradecimento àqueles que, à sua

maneira, ajudaram a escrever minha história.

Aos meus pais Alba e Edson, por me ensinarem o valor da educação e por todo esforço

despendido para a minha formação.

À minha irmã e amiga Gisele, por estar sempre ao meu lado.

Aos meus avós Zaíra e Florêncio pelo carinho e apoio de sempre.

À minha namorada Natalia, por toda ajuda, dedicação, contribuição e amor para que me

tornasse Engenheiro.

À Universidade Federal do Rio de Janeiro, por todas as etapas pelas quais passei que

contribuíram para minha formação.

Page 6: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

v

O sucesso nasce do querer, da

determinação e persistência em se chegar a

um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo,

quem busca e vence obstáculos, no mínimo

fará coisas admiráveis.

(José Martiniano de Alencar)

Page 7: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

vi

Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte

dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.

Estudo de viabilidade para implantação do serviço de transporte de passageiros

por fretamento no deslocamento entre Petrópolis e a Cidade Universitária

Marcos Felipe Jara Casco Bade

Dezembro/2014

Orientador: Giovani Manso Ávila

Curso: Engenharia Civil

Este trabalho consiste na análise de viabilidade de uma alternativa para o

transporte de alunos da Universidade Federal do Rio de Janeiro, entre o Município de

Petrópolis e a Cidade Universitária, localizada na Ilha do Fundão, através da

modalidade de fretamento contínuo.

O estudo a ser realizado irá considerar o perfil do aluno, o tipo de veículo, o

itinerário e os parâmetros legais para a implantação do projeto. Por fim, o custo

operacional calculado será apresentado.

Palavras-chave: Ônibus, Fretamento, Estudo de Viabilidade.

Page 8: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

vii

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of

the requirements for the degree of Engineer.

Feasibility study for passenger service to be implemented by the charter movement between Petropolis and the University City

Marcos Felipe Jara Casco Bade

December/2014

Advisor: Giovani Manso Ávila

Course: Civil Engineering

This paperwork consists of the feasibility analysis of an alternative to transport students

of the Federal University of Rio de Janeiro, between the City of Petrópolis and

University City, located on Fundão Island, through the continuous mode charter.

The study to be conducted will consider the profile of the student, the type of vehicle,

the itinerary and the legal parameters for the project implementation. Finally, the

computed operating costs will be displayed.

Keywords: Bus, Charter, Feasibility Study.

Page 9: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

viii

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................1

1.1 Revisão Bibliográfica..................................................................................................1

1.2 Objetivo.......................................................................................................................2

1.3 Metodologia.................................................................................................................2

1.4 Estrutura do Trabalho..................................................................................................3

2 CENÁRIO ATUAL ......................................................................................................4

2.1 Empresa atual..............................................................................................................4

2.2 Rotas............................................................................................................................6

2.3 Tarifa...........................................................................................................................7

3 CENÁRIO PROPOSTO..............................................................................................9

3.1 Dados...........................................................................................................................9

3.2 Opções de Soluções...................................................................................................16

3.2.1 Transporte por Fretamento.....................................................................................16

3.2.2 Benefícios do Fretamento.......................................................................................17

3.3 Fretamento Contínuo.................................................................................................19

3.3.1 Competência Legislativa........................................................................................20

3.3.2 Estudo da Frota.......................................................................................................21

3.3.2.1 Tipo de Veículo...................................................................................................21

3.3.2.1.1 Ônibus Intermunicipal......................................................................................23

3.3.2.1.2 Ônibus Rodoviário............................................................................................24

3.3.2.2 Quantidade de Veículos.......................................................................................25

3.3.2.3 Quadro de Horários.............................................................................................25

3.3.2.4 Itinerário..............................................................................................................26

3.4 Contratação do Serviço..............................................................................................26

Page 10: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

ix

4 MEMÓRIA DE CÁLCULO ......................................................................................30

4.1 Custos Variáveis........................................................................................................30

4.1.1 Custos Variáveis com a Produção..........................................................................31

4.1.1.1 Custo de Combustível..........................................................................................31

4.1.1.2 Custo de Óleos e Lubrificantes............................................................................32

4.1.1.3 Custo de Rodagem...............................................................................................33

4.1.2 Custos Variáveis com a Frota.................................................................................36

4.1.2.1 Custo de Peças e Acessórios................................................................................37

4.1.2.2 Custo de Pessoal..................................................................................................39

4.1.2.3 Custo de Despesas Gerais e Administrativas......................................................42

4.2 Custos de Capital.......................................................................................................43

4.2.1 Custos de Depreciação do Capital..........................................................................43

4.2.1.1 Custo de Depreciação do Capital investido na Frota...........................................44

4.2.1.2 Custo de Depreciação do Capital Investido em Outros Ativos...........................45

4.2.2 Custos de Remuneração do Capital........................................................................46

4.2.2.1 Custo de Remuneração do Capital Investido na Frota........................................47

4.2.2.2 Custo de Remuneração do Capital Investido em Outros Ativos.........................48

4.3 Custo por Quilômetro................................................................................................49

4.4 Cálculo do Coeficiente Tarifário sem os Tributos.....................................................49

4.5 Cálculo dos Tributos..................................................................................................51

4.6 Cálculo do Coeficiente Tarifário...............................................................................51

5 CONCLUSÃO.............................................................................................................52

REFERÊNCIAS.............................................................................................................54

ANEXOS.........................................................................................................................58

Page 11: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

x

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1 - Horários da linha Petrópolis x Fundão............................................................5

Quadro 2 - Horários da linha Fundão x Petrópolis............................................................5

Figura 1 - Mapa com a distância entre Petrópolis e Ilha do Fundão.................................6

Quadro 3 - Valores em exercício da linha Petrópolis x Cidade Universitária x Petrópolis...........................................................................................................................8

Figura 2 - Dados de saída após consulta realizada..........................................................10

Gráfico 1 - Média de passageiros por dia........................................................................12

Quadro 4 - Indicadores de qualidade...............................................................................18

Quadro 5 - Unidades de chassis fabricados em 2014......................................................22

Gráfico 2 - Participação de fabricantes no mercado Nacional........................................22

Quadro 6 - Unidades de carrocerias fabricadas em 2014................................................23

Gráfico 3 - Participação das encarroçadoras no Mercado Nacional................................23

Figura 3 - Ônibus intermunicipal.....................................................................................24

Figura 4 - Ônibus rodoviário...........................................................................................24

Quadro 7 - Cenário proposto para um veículo em operação...........................................25

Quadro 8 - Cenário proposto para dois veículos em operação........................................25

Quadro 9 - Itinerário previsto..........................................................................................26

Page 12: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

xi

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Quantidade de passageiros transportados.......................................................11

Tabela 2 - Coeficiente de consumo (l/km)......................................................................32

Tabela 3 - Coeficiente de consumo equivalente ao óleo diesel (l/km)............................33

Tabela 4 - Valor unitário do pneu 11.00r22tt..................................................................35

Tabela 5 - Valor unitário da câmara de ar 11.00x22.......................................................35

Tabela 6 - Vida útil do pneu radial..................................................................................36

Tabela 7 - Parâmetros para o coeficiente básico de consumo de peças e acessórios.........................................................................................................................38

Tabela 8 - Variação percentual das despesas com o pessoal da manutenção..................41

Tabela 9 - Variação percentual das despesas com o pessoal da administração...................................................................................................................42

Page 13: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

xii

LISTA DE SIGLAS

ABR Associação Brasileira do Segmento de Reformas de Pneus

ANFAVEA Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores

ANTP Associação Nacional de Transportes Públicos

ANTT Agência Nacional de Transportes Terrestres

CET-SP Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo

DENATRAN Departamento Nacional de Trânsito

DETRO/RJ Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro

DNER Departamento Nacional de Estradas de Rodagem

FABUS Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus

FRESP Federação das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento do Estado de São Paulo

GEIPOT Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes

GERPA Gerência de Transporte Regular de Passageiros

hp horse power

http Hiper Text Transfer Protocol

https Hyper Text Transfer Protocol Secure

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IPVA Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores

PD UFRJ Plano Diretor da Universidade Federal do Rio de Janeiro

REDUC Refinaria Duque de Caxias

SINFRERJ Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento do Estado do Rio de Janeiro

TRANSFRETUR Sindicato das Empresas de Transporte por Fretamento e por Turismo da Região Metropolitana de São Paulo

UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro

WC Water Closet

www Word Wibe Web

Page 14: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

1

1 - Introdução

1.1 - Revisão Bibliográfica

A notável transformação socioeconômica pela qual o País vem passando, com

incentivos à compra de automóveis, aliados à inexistência, inobservância ou até mesmo

a morosidade para implantação e conclusão de projetos nos meios urbanos que

acompanhem tal crescimento, altera significativamente o dia-a-dia das pessoas. Os

problemas no transporte refletem diretamente no trânsito gerando congestionamentos

cada vez maiores, demora nos deslocamentos, insuficiência de estacionamento.

Além dos transtornos na mobilidade, o meio ambiente é afetado não só pelos

desmatamentos, como também pelas emissões de gases que contribuem para o efeito

estufa. Ocorrem ainda agravos à saúde, como problemas respiratórios, auditivos,

circulatórios que se associam ao estresse urbano. Fatores estes, antes uma característica

de grandes centros urbanos e que hoje já são uma realidade vivenciada em muitas

cidades de médio e pequeno porte no Brasil, contribuem para a redução da qualidade de

vida da população.

A resposta governamental para lidar com o tema veio através da Política

Nacional de Mobilidade Urbana, lei nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012 (BRASIL,2012),

que dentre outros, objetiva:

Contribuir para o acesso universal à cidade, o fomento e a concretização das condições que contribuam para a efetivação dos princípios, objetivos e diretrizes da política de desenvolvimento urbano, por meio do planejamento e da gestão democrática do Sistema Nacional de Mobilidade Urbana.

Ao mesmo tempo, a sociedade civil e organizada, amparada pela nova Lei, passa

a oferecer alternativas que visam reduzir estes problemas de transporte. Dentre elas,

podemos citar o Transporte por Fretamento que, conforme Valeska Peres Pinto (2012,

pág 13), Coordenadora Técnica da ANTP:

A Política Nacional de Mobilidade Urbana integra definitivamente a modalidade de Transporte por Fretamento na relação das alternativas disponibilizadas para a população das cidades brasileiras e condiciona a prestação destes serviços às exigências legais quanto à prestação dos serviços

e ao atendimento aos direitos e obrigações dos usuários/clientes.

Atualmente esse tipo de transporte, que se iniciou há cerca de 30 anos se mostra

consolidado em diversos condomínios, empresas, indústrias e universidades, sendo uma

Page 15: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

2

importante alternativa de transporte com enorme destaque na cadeia produtiva,

garantindo pontualidade, assiduidade, segurança e produtividade. (VIDER, E.;

LACERDA, C. O. L.; SOUZA JÚNIOR, G. A, 2012, Pág. 79).

Não obstante, há uma preocupação da Universidade Federal do Rio de Janeiro,

como demonstrado no seu Plano Diretor - PD UFRJ-2020, em prover as condições

infraestruturais e logísticas que priorizem a realização das atividades acadêmicas

concentradas nos amplos espaços da Cidade Universitária.

Como um pólo gerador de tráfego, a Universidade está consciente de seu papel

em buscar alternativas que minimizem os impactos provenientes no trânsito e que se

integre ao ambiente urbano da cidade do Rio de Janeiro.

1.2 - Objetivo

O município de Petrópolis está localizado na Região Serrana do Estado do Rio

de Janeiro e dista da Capital aproximadamente setenta quilômetros. Sua população,

segundo o CENSO de 2010 é de 295.917 habitantes. Deste total, 42.814 alunos estão

matriculados no ensino fundamental, 11.480 no ensino médio e 6.290 são universitários,

o que representa aproximadamente 2,13% da população na graduação. (IBGE, 2014)

Com os atuais incentivos governamentais e novas políticas educacionais, houve

um notável aumento de vagas no ensino da graduação. Consequentemente, o número de

estudantes aptos a cursar uma faculdade aumentou. Motivado a buscar uma alternativa

que fosse eficiente, porém eficaz, para o deslocamento dos alunos da Universidade

Federal do Rio de Janeiro, moradores de Petrópolis, surgiu a ideia de estudar o caso e

com o seu desenvolvimento, apresentar soluções.

Como a proposta é oferecer uma opção de transporte para os alunos residentes

em Petrópolis, por meio de veículos do tipo ônibus, intermunicipais ou rodoviários,

propõe-se a implementação do transporte público privado por fretamento contínuo, com

a implantação da linha Cidade Universitária X Petrópolis.

1.3 - Metodologia

Para debater sobre o tema é necessário compreender a situação atual do sistema,

ou seja, como o usuário efetua seu deslocamento, qual o valor da tarifa, quanto tempo

Page 16: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

3

dura o percurso, qual a distância percorrida, dentre outros fatores que, juntos, definirão

o cenário.

A partir da definição desta primeira etapa, o passo seguinte é conhecer o perfil

do usuário. Para tanto, pesquisas foram realizadas e os dados obtidos foram analisados

para tentar definir parâmetros que irão apontar as diretrizes para a elaboração da

solução.

1.4 - Estrutura do Trabalho

O trabalho se divide em cinco capítulos expostos a seguir.

O capítulo um faz a introdução do projeto. É dividido em três itens onde são

apresentados a revisão bibliográfica, os objetivos e a metodologia empregada para a

realização do trabalho.

O capítulo dois expõe o cenário atual, ou seja, como é realizado o deslocamento

de passageiros do Município de Petrópolis para a Universidade Federal do Rio de

Janeiro (UFRJ), localizada na Ilha do Fundão. Neste capítulo são apresentados a tarifa

vigente, o quadro de horários e a rota dos veículos durante o percurso.

O capítulo três apresenta o desenvolvimento do projeto e a proposta do novo

cenário. A metodologia empregada para a coleta de dados, a posterior análise e as

possíveis soluções são apresentadas separadamente, em subcapítulos. A escolha da

solução pelo fretamento é desenvolvida nos itens que se seguem, sendo definidos o tipo

de veículo, o quadro de horários e os itinerários. Por fim, a parte jurídica do processo de

contratação é apresentada.

O capítulo quatro demonstra todos os cálculos necessários para a determinação

do coeficiente tarifário através da aplicação de fórmulas, de acordo com o Manual de

Cálculo Tarifário da Agência Nacional de Transportes Terrestres. Este será de

fundamental importância para verificação da viabilidade financeira do projeto.

O capítulo cinco exibe a conclusão do projeto após a análise da possibilidade de

implantação da linha de ônibus Petrópolis x Cidade Universitária sob o regime de

fretamento contínuo vista nos capítulos anteriores.

Page 17: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

4

2 - Cenário Atual

Este capítulo trata da organização do transporte intermunicipal de passageiros

entre a cidade de Petrópolis e a UFRJ. Nele, são apresentados a empresa operadora do

serviço, os seus quadros de horários e itinerários, além da tarifa vigente.

2.1 - Empresa atual

Atualmente, o transporte público regulamentado de passageiros no percurso

Petrópolis X Cidade Universitária, de acordo com o Departamento de Transportes

Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro – DETRO RJ, é realizado pela empresa

Transportes Unica Petrópolis Ltda.

A empresa, junto com outra do mesmo grupo empresarial, Facil Transportes e

Turismo Ltda., ambas com sede no município de Petrópolis, são permissionárias de

linhas que ligam a cidade a municípios da baixada fluminense, tais como Duque de

Caxias e Nova Iguaçu, além de Niterói, Rio de Janeiro e adjacências.

Os quadros 1 e 2, que seguem abaixo, apresentam os horários e o número de

viagens realizadas diariamente durante a semana. O primeiro quadro representa os

horários com relação à ida, ou seja, origem no Município de Petrópolis e destino a

Cidade Universitária na Ilha do Fundão. Já no segundo quadro, observamos o percurso

de volta, tendo como origem a Cidade Universitária e destino, o Município de

Petrópolis.

Page 18: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

5

Quadro 1 - Horários da linha Petrópolis x Fundão

Quadro de Horários

Petrópolis X Fundão

viagens segunda-feira terça-feira quarta-feira quinta-feira sexta-feira sábado domingo 1ª 05:30 05:30 05:30 05:30 05:30 07:00 07:00 2ª 06:00 06:00 06:00 06:00 06:00 07:00 07:00 3ª 06:00 06:00 06:00 06:00 06:00 07:30 10:40 4ª 06:35 06:35 06:35 06:35 06:35 09:15 11:30 5ª 07:00 07:00 07:00 07:00 07:00 10:40 14:20 6ª 07:00 07:00 07:00 07:00 07:00 11:00 14:45 7ª 07:20 08:00 08:00 08:00 08:00 13:45 16:30 8ª 08:00 09:45 09:45 09:45 09:45 14:20 18:05 9ª 09:45 10:15 10:15 10:15 10:15 16:30 18:15 10ª 10:15 11:45 11:45 11:45 11:45 18:05 20:15 11ª 11:45 13:00 13:00 13:00 13:00 18:15 12ª 13:00 13:50 13:50 13:50 13:50 20:15 13ª 13:50 15:30 15:30 15:30 15:30 14ª 15:30 16:00 16:00 16:00 16:00 15ª 16:00 18:00 18:00 18:00 18:00 16ª 18:00 20:15 20:15 20:15 20:15 17ª 20:15

Quadro 2 - Horários da linha Fundão x Petrópolis

Fundão X Petrópolis

viagens segunda-feira terça-feira quarta-feira quinta-feira sexta-feira sábado domingo 1ª 06:30 06:30 06:30 06:30 06:30 08:00 09:20 2ª 08:15 08:15 08:15 08:15 08:15 09:20 10:15 3ª 08:30 08:30 08:30 08:30 08:30 09:45 12:45 4ª 10:15 10:15 10:15 10:15 10:15 11:30 13:00 5ª 10:40 10:40 10:40 10:40 10:40 13:00 15:00 6ª 12:15 12:15 12:15 12:15 12:15 14:15 16:40 7ª 13:30 13:30 13:30 13:30 13:30 16:40 17:00 8ª 14:20 14:20 14:20 14:20 14:20 17:00 18:45 9ª 16:00 16:00 16:00 16:00 16:00 18:45 20:30 10ª 16:30 16:30 16:30 16:30 16:30 20:30 11ª 16:55 16:55 16:55 16:55 16:55 12ª 17:40 17:40 17:40 17:40 17:40 13ª 19:55 19:55 19:55 19:55 19:55 14ª 21:00 21:00 21:00 21:00 21:00

Ressaltamos que dentre todos os horários disponibilizados para o percurso de

ida, somente o referente à 06h35min tem como ponto final a Ilha do Fundão. Os demais

Page 19: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

6

incluem, apenas, a parada nos terminais da universidade em seus itinerários, pois são

viagens com outros destinos, tais como Petrópolis X Barra e Petrópolis X Niterói.

De maneira análoga, o horário de 16h55min é o único que efetivamente se

origina no campus, percorrendo todos os pontos na Universidade e seguindo com

destino à Petrópolis.

2.2 - Rotas

O trajeto Petrópolis X Cidade Universitária tem início no Terminal Governador

Leonel Brizola – Rodoviária de Petrópolis, no KM 82, às margens da Rodovia BR 040,

localizada no bairro Bingen. O percurso tem aproximadamente sessenta quilômetros de

extensão e passa por pontos estratégicos como a entrada do Campus da UFRJ em

Xerém, a Prefeitura de Duque de Caxias e a Refinaria Duque de Caxias (REDUC).

O tempo médio para efetuar tal deslocamento é de aproximadamente cinquenta e

cinco minutos. No entanto, o trajeto realizado se originando da universidade com

destino à Petrópolis, apresenta-se mais longo e despende um tempo maior. Com isso, o

tempo total de percurso passa a ser de aproximadamente setenta e cinco minutos. A

figura abaixo ilustra o percurso iniciando em Petrópolis e terminando na Ilha do

Fundão.

Figura 1 - Mapa com a distância entre Petrópolis e Ilha do Fundão

Page 20: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

7

2.3 - Tarifa

De acordo com o Decreto N.º 3.893/81, que regulamenta o Transporte

Rodoviário Intermunicipal de Passageiros no Estado do Rio de Janeiro, o artigo 6° cita

que no exercício de seus poderes de controle sobre o transporte rodoviário de

passageiros, o Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro –

DETRO/RJ planeja, concede, intervém, permite, autoriza, licencia, fiscaliza,

regulamenta a execução do serviço de transporte intermunicipal e, principalmente, fixa

as tarifas para as devidas modalidades, levando em consideração a apuração dos custos

e a justa remuneração do capital investido.

O valor total pago pelo passageiro é a composição do valor da tarifa, definida

pela Portaria 1.119 de 25/06/2013 do DETRO, com as taxas de embarque e com o valor

do pedágio.

Consoante com a Gerência de Transporte Regular de Passageiros – GERPA,

órgão vinculado à Agência Nacional de Transportes Terrestres, as empresas

permissionárias ou autorizatárias especiais dos serviços regulares de transporte

rodoviário (interestadual e internacional) coletivo de passageiros, cujos itinerários se

desenvolvam, total ou parcialmente, em rodovias submetidas ao regime de pedágio,

poderão repassar aos passageiros, a título de reembolso, a despesa a ser realizada com o

pagamento de pedágios, observado o trecho adquirido pelo usuário. (AGÊNCIA

NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES, 2006).

A seguinte fórmula é apresentada na Resolução nº 1.430/06 da ANTT no artigo

3°:

VA =TP

LOTxIAP

Onde:

VA - Valor a ser pago por passageiro;

TP - Valor total do pedágio a ser pago pela permissionária na seção percorrida pelo passageiro;

LOT - Lotação total do ônibus;

IAP - Índice de Aproveitamento previsto na planilha tarifária.

Page 21: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

8

Já as taxas de embarque, dependem do terminal rodoviário e da empresa que o

administra. No caso do Município de Petrópolis, a Rodoviária local é administrada pela

empresa Sinart e sua taxa está estipulada com o valor de R$ 2,05.

O quadro 3, a seguir, apresenta os valores em exercício para o deslocamento

Petrópolis X Cidade Universitária X Petrópolis.

Quadro 3 - Valores em exercício da linha Petrópolis x Cidade Universitária x Petrópolis

TRANSPORTES UNICA PETROPÓLIS LTDA.

Origem Destino Tarifa Pedágio Taxa de

Embarque Valor Total

Petrópolis Cidade Universitária

R$ 14,50 R$ 0,56 R$ 2,05 R$ 17,11

Cidade Universitária

Petrópolis R$ 14,50 R$ 0,56 R$ 0,00 R$ 15,06

Page 22: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

9

3 - Cenário Proposto

Neste capítulo fundamentamos o projeto com o levantamento e análise de dados.

São apresentadas as soluções em fretamento e definidos os itinerários, a frota operante,

os horários e a legislação referente à prestação de serviço.

3.1 - Dados

Para estimar o perfil do aluno domiciliado em Petrópolis e usuário do serviço

intermunicipal de ônibus atual, duas medidas foram tomadas. A primeira foi coletar

diariamente, através do recurso ‘consultar passagem’, no sítio da empresa

permissionária, o número de passageiros que reservaram seu assento, comprando a

passagem antecipadamente.

O principal objetivo foi estimar o número de passageiros regulares que efetuam

diariamente o percurso Petrópolis x Cidade Universitária e vice versa.

Esta coleta foi realizada no decorrer do calendário acadêmico, iniciada em

dezesseis de setembro de dois mil e catorze (16/09/2014), e finalizada em dezessete de

outubro de dois mil e catorze (17/09/2014), durante o período de um mês, sendo o

acesso ao sítio e a consequente pesquisa, realizados no dia antecedente à viagem, de

segunda à sexta-feira, excetuando sábados e domingos.

A figura 2 ilustra os dados de saída após a realização da consulta. Nela

observamos o código de serviço interno, o horário de saída e o horário previsto para

chegada, além do número de poltronas livres, o valor da tarifa e o tipo de serviço

ofertado.

Page 23: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

10

Figura 2 - Dados de saída após consulta realizada

Após a coleta diária, os dados foram transferidos para uma planilha onde

obtivemos uma tabela com colunas à esquerda relacionadas ao percurso Petrópolis X

UFRJ e colunas à direita, ao percurso UFRJ X Petrópolis. Estas tabelas foram criadas de

forma que nas linhas (i) tivéssemos os dias da semana e nas colunas (j), os horários das

viagens. Para sabermos a quantidade de passageiros que reservaram sua poltrona

procedemos com o preenchimento de cada célula (ij) efetuando a diferença entre o

número de poltronas disponíveis no veículo1 e o número de poltronas livres, obtido na

coleta de dados.

Como citado anteriormente, somente poderemos ter certeza que todos os

passageiros irão realizar o trajeto com origem em Petrópolis e destino a Cidade

Universitária com o horário de 06h35min, definido como o percurso de ida e,

analogamente para o sentido inverso, o percurso de volta, com o horário de 16h:55min,

uma vez que os demais horários aproveitam a disponibilidade de poltronas em veículos

de outras linhas, com itinerário passando pela Ilha do Fundão. Portanto, os dados e os

resultados obtidos se referem, somente, a estes dois horários.

A tabela 1 apresenta os dados obtidos na ida, com o horário de partida de

06h:35min e a na volta, com o horário de 16h:55min.

1 O veículo convencional, utilizado pela permissionária, tem capacidade para transportar 46 passageiros sentados.

Page 24: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

11

Tabela 1 - Quantidade de passageiros transportados

Petrópolis x Fundão - Passageiros Fundão x Petrópolis - Passageiros

Data Dia da semana

06h35min

Data Dia da semana

16h55min

16/09/2014 Terça-feira 20 16/09/2014 Terça-feira 20 17/09/2014 Quarta-feira 23 17/09/2014 Quarta-feira 29 18/09/2014 Quinta-feira 30 18/09/2014 Quinta-feira 23 19/09/2014 Sexta-feira 17 19/09/2014 Sexta-feira 29 22/09/2014 Segunda-feira 34 22/09/2014 Segunda-feira 22 23/09/2014 Terça-feira 21 23/09/2014 Terça-feira 21 24/09/2014 Quarta-feira 21 24/09/2014 Quarta-feira 21 25/09/2014 Quinta-feira 29 25/09/2014 Quinta-feira 22 26/09/2014 Sexta-feira 21 26/09/2014 Sexta-feira 32 29/09/2014 Segunda-feira 35 29/09/2014 Segunda-feira 26 30/09/2014 Terça-feira 27 30/09/2014 Terça-feira 29 01/10/2014 Quarta-feira 20 01/10/2014 Quarta-feira 29 02/10/2014 Quinta-feira 24 02/10/2014 Quinta-feira 28 03/10/2014 Sexta-feira 23 03/10/2014 Sexta-feira 28 06/10/2014 Segunda-feira 32 06/10/2014 Segunda-feira 20 07/10/2014 Terça-feira 14 07/10/2014 Terça-feira 26 08/10/2014 Quarta-feira 14 08/10/2014 Quarta-feira 23 09/10/2014 Quinta-feira 23 09/10/2014 Quinta-feira 19 10/10/2014 Sexta-feira 15 10/10/2014 Sexta-feira 26 13/10/2014 Segunda-feira 28 13/10/2014 Segunda-feira 30 14/10/2014 Terça-feira 17 14/10/2014 Terça-feira 29 15/10/2014 Quarta-feira 28 15/10/2014 Quarta-feira 30 16/10/2014 Quinta-feira 21 16/10/2014 Quinta-feira 20 17/10/2014 Sexta-feira 24 17/10/2014 Sexta-feira 28

A partir dos dados da tabela acima, apresentamos o gráfico 1 que segue, com a

quantidade média de passageiros transportados em ambos os percursos.

Page 25: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

12

Gráfico 1 – Média de Passageiros por dia

A análise do gráfico nos mostra, uma média de passageiros com destino ao

Fundão, maior na segunda-feira do que nos outros dias da semana. Da mesma forma, a

média de passageiros com destino à Petrópolis é maior na sexta-feira. Este evento

aponta para a conclusão de que alguns alunos possam morar fora de Petrópolis durante a

semana, como em repúblicas, Alojamento Estudantil ou residências particulares, e só

retornam à cidade nos finais de semana.

Observamos também que a média de clientes no trajeto Petrópolis x Fundão é de

24 passageiros e no percurso de volta é de 25 passageiros. Ressaltamos que neste caso

pode ocorrer a compra de passagens durante o percurso nos pontos da Cidade

Universitária, independente da compra antecipada, limitada à capacidade do veículo. Há

ainda, o deslocamento de alunos nos outros horários disponibilizados pela empresa

permissionária. No entanto a pesquisa se mostra satisfatória de sorte que tal fato

somente expandiria os resultados obtidos.

A segunda medida foi elaborar um questionário constituído por oito perguntas e

divulgado nas redes sociais e correios eletrônicos de forma a atingir o maior número

possível de universitários aptos a participar da pesquisa. A pesquisa como divulgada e

os dados obtidos posteriormente, são apresentados a seguir.

0

5

10

15

20

25

30

35S

egun

da-f

eira

Ter

ça-f

eira

Qua

rta-

feira

Qui

nta-

feira

Sex

ta-f

eira

Média de Passageiros por Dia

Petrópolis x Fundão

Fundão x Petrópolis

Page 26: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

13

Qual o seu período?

1° ou 2° 05 14%

3° ou 4° 06 17%

5° ou 6° 05 14%

7° ou 8° 11 31%

9° ou 10° 09 25%

Qual a Unidade do seu curso na UFRJ - Cidade Universitária?

CCS 01 3%

CCMN 00 0%

CT 35 97%

CLA 00 0%

Outros 00 0%

Qual a frequência semanal do percurso Petrópolis x Cidade Universitária?

1 vez 06 17%

2 vezes 07 19%

3 vezes 04 11%

4 vezes 06 17%

5 vezes 13 36%

Page 27: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

14

Quantas vezes por semana você utiliza o ônibus para realizar esta viagem?

1 vez 09 25%

2 vezes 07 19%

3 vezes 04 11%

4 vezes 05 14%

5 vezes 11 31%

Possui acesso a veículo privado?

Sim 06 17%

Não 30 83%

Caso possua, quantas vezes por semana, você utiliza seu veículo para realizar esta viagem?

1 07 19%

2 02 6%

3 00 0%

4 01 3%

5 00 0%

não possuo veículo privado

26 72%

Page 28: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

15

O que mais influencia sua escolha pelo ônibus?

Preço 07 19%

Conforto 14 39%

Segurança 02 6%

Confiabilidade 01 3%

Outros 12 33%

O que mais influencia para a não utilização do ônibus?

Tempo 05 14%

Incompatibilidade de horários 12 33%

Desconforto 00 0%

Tarifa 10 28%

Outros 00 0%

A partir da análise dos dados obtidos podemos destacar algumas conclusões.

Como o veículo de comunicação utilizado para a divulgação da pesquisa foi o endereço

eletrônico da Escola Politécnica, observamos que 97% dos participantes são alunos

desta. Este fato aponta a conclusão que a Escola ainda detém o maior número de alunos,

inclusive de alunos domiciliados em Petrópolis.

A distribuição dos alunos por período se mostra bem homogênea, apresentando

uma variação percentual de alunos maior entre o sétimo e oitavo período.

Page 29: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

16

A frequência semanal do percurso aponta para duas observações. A primeira é

que 36% dos alunos faz o percurso todos os dias da semana e que 64% faz o percurso

no mínimo durante quatro dias na semana. A segunda é que 19% faz o trajeto utilizando

o ônibus durante dois dias por semana. Tal fato indica para uma possível quantidade de

alunos residentes no Rio de Janeiro durante a semana.

Observamos que a utilização do ônibus como meio de transporte continua sendo

a principal escolha, mesmo diante da possibilidade de viajar através de veículo próprio,

de van ou de carona. O conforto proporcionado é o diferencial que o cliente busca na

hora de escolher esta modalidade, com cerca de 40% das respostas. Já o que mais afasta

os passageiros é a incompatibilidade de horários com 36%, seguida pela tarifa vigente,

com 28% das respostas.

3.2 - Opções de Soluções

Dentre as possíveis soluções encontradas, destaca-se a opção pelo serviço de

fretamento, o que segundo Regina Rocha de Souza Pinto Advogada, Assessora Jurídica

da FRESP e Jorge Miguel dos Santos, Economista, Presidente Executivo do

TRANSFRETUR (2003, pág. 3), além de trazer inúmeros benefícios diretos e indiretos,

passa a ser um aliado do Poder Público com relação ao aumento da mobilidade das

pessoas, sem ferir ou desequilibrar qualquer outro tipo de transporte coletivo público.

A alternativa escolhida para análise foi o transporte coletivo e gratuito

semelhante ao já existente serviço de transporte integrado da Universidade, onde a

empresa contratada, fiscalizada pela prefeitura universitária, faria o deslocamento dos

alunos entre o Campus da UFRJ e o município de Petrópolis, sendo remunerada

mensalmente pela Universidade.

Além de toda a parte técnica envolvida, esta alternativa exige um estudo e

conhecimento sobre a legislação referente à licitação e aos contratos através do previsto

na Lei nº 8666/93 e de todos os demais procedimentos necessários para a implantação,

tendo em vista que a Universidade Federal do Rio de Janeiro é uma autarquia federal de

natureza especial.

3.2.1 - Transporte por fretamento

Essa modalidade é definida como o serviço de transporte coletivo privado,

realizado por empresa regulamentada, através de contrato entre a empresa prestadora do

Page 30: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

17

serviço e à pessoa jurídica, previamente analisado e autorizado, onde não há cobrança

diária de tarifa. Possui itinerários, quadro de horários e número de viagens

estabelecidas entre o operador e o cliente sem a interferência da autoridade competente.

De acordo com o decreto 42.868 do DETRO/RJ (RIO DE JANEIRO, 2011), o

serviço de transporte através de frete é classificado como: Serviço de fretamento

contínuo; Serviço de fretamento eventual; Serviço de fretamento turístico e Serviço de

fretamento por meio de locação ou aluguel de veículos com motoristas.

Por definição o fretamento contínuo é o serviço de transporte prestado à pessoa

jurídica, através de contrato escrito, para realizar o deslocamento das pessoas vinculadas

a ela, após prévia análise e autorização do órgão competente. No que se refere ao

serviço de fretamento eventual é aquele que ocorre diretamente entre o usuário e a

transportadora, com emissão de Nota Fiscal, não se admitindo a intermediação de

terceiros, no qual a apresentação do comprovante da Autorização de Viagem

previamente fornecida pelo DETRO/RJ é obrigatória.

Por sua vez, o serviço de fretamento turístico é o serviço remunerado, prestado

por transportadoras turísticas ou agências de turismo ou viagens com frota própria para

a realização de excursões e outras programações turísticas, sendo obrigatória a presença

de guia de turismo, a emissão de Nota Fiscal e a relação de passageiros, conforme

definido em legislação vigente. Neste serviço a apresentação da autorização

previamente fornecida pelo DETRO/RJ é obrigatória.

Já no serviço de fretamento por meio de locação ou aluguel de veículos com

motoristas, a Nota Fiscal, inicialmente dispensada, é substituída por documentação hábil

que comprove a contratação do serviço. Este tipo de serviço ocorre diretamente entre

contratante e a transportadora.

3.2.2 - Benefícios do Fretamento

De acordo com pesquisas realizadas pela Companhia de Engenharia de Tráfego

de São Paulo (CETSP), a taxa de ocupação média do automóvel é de 1,4 passageiros

por veículo. Nota-se, portanto, que apenas um ônibus, com ocupação de 46 passageiros,

retira das ruas 33 (trinta e três) automóveis. Os resultados obtidos vão desde a melhoria

no fluxo, à redução no índice de acidentes e diminuição na emissão de fumaça negra na

atmosfera, contribuindo para a qualidade do ar e o meio-ambiente.

Page 31: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

18

Do ponto de vista do cliente, os mais notórios benefícios do fretamento são

pontualidade, segurança, comodidade, conforto, rapidez e custo. Não se atrasam,

cumprindo os horários estabelecidos, não sofrem com quebras, pois geralmente, há

veículo reserva para substituí-los e, de acordo com Regina Rocha de Souza Pinto,

Advogada, Assessora Jurídica da FRESP e Jorge Miguel dos Santos, Economista,

Presidente Executivo do TRANSFRETUR (2003, pág. 2) é considerado sempre

disponível porque passa na porta ou muito próximo a residência do passageiro.

Além destes, o uso de veículos com características rodoviárias acabam com o

paradigma de que o transporte público por ônibus é uma alternativa de classes

econômicas mais baixas. São veículos com elevado padrão de acabamento, dotados de

poltronas reclináveis, WC, climatização interna através de ar-condicionado e, em sua

maioria, som ambiente e aparelhos de televisão, itens de conforto que estimulam a

utilização dos serviços. O quadro abaixo ilustra os itens mais relevantes do transporte

por fretamento.

Quadro 4 - Indicadores de qualidade

Indicadores de Qualidade Indicador Descrição

Comodidade Oferece melhor uso do tempo para as pessoas aproveitarem.

Confiabilidade Operação realizada com horários predeterminados.

Conforto Os passageiros viajam sentados em veículos de qualidade superior.

Economia Custo único, independente do tempo e da distância a ser percorrida.

Flexibilidade Deslocamentos tipo porta à porta.

Rapidez Itinerários e pontos de embarque planejados.

Segurança O público é devidamente identificado. Serviços monitorados por modernos equipamentos.

Tranquilidade Redução do estresse de dirigir.

Page 32: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

19

3.3 - Fretamento Contínuo

A prestação de serviço de transporte intermunicipal de pessoas, que tem um

destino comum, pode ser realizada sob o regime de fretamento contínuo. Destaca-se que

os interessados nessa modalidade de transporte deverão observar as normas constantes

lei nº Lei 3473/2000 (RIO DE JANEIRO), regulamentada pelo decreto nº 22490/1996

(RIO DE JANEIRO), este que teve sua redação modificada pelo decreto

42868/2011(RIO DE JANEIRO).

O DETRO define o regime de fretamento contínuo como o transporte de

passageiros prestado à pessoa jurídica, para o deslocamento de seus associados,

condôminos, empregados, desde que as partes estejam legalmente constituídas, com

contrato escrito entre a transportadora e seu contratante, com prazo determinado,

previamente analisado e autorizado pelo DETRO/RJ, não submetido à fixação pela

autoridade competente de horários, itinerários e preços, não sendo admitida

intermediação de terceiros.

O objetivo do transporte sob o regime de fretamento contínuo é atender a

pessoas jurídicas, agremiações estudantis, legalmente constituídas e órgãos e entidades

públicas estabelecidas no Estado do Rio de Janeiro que pretendam oferecer transporte

apropriado, consoante os padrões de conforto e segurança fixados pelo Departamento de

Transportes Rodoviários – DETRO/RJ, a seus empregados, associados e correlatos,

segundo o decreto diz ainda no artigo 100 (RIO DE JANEIRO, 1996).

Os serviços de transporte fretado previstos no decreto nº 22.490/1996 (RIO DE

JANEIRO) não implicam o estabelecimento de linhas regulares2 e assim exclui a

emissão e a comercialização de passagens, bem como, embarque e desembarque durante

o percurso ou itinerário (AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES

TERRESTRES).

Para que o transporte por fretamento seja autorizado pelo DETRO/RJ, é

necessário que o serviço seja executado por empresa ou cooperativa, que conste, nos

atos constitutivos, como objetivo principal o transporte rodoviário de passageiros e que

obtenha o registro dessa atividade no DETRO/RJ. (RIO DE JANEIRO, 1996)

2 ANTT denomina como serviço de viagens em circuito fechado.

Page 33: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

20

O transporte de estudantes universitários não será considerado transporte escolar

e sim de fretamento contínuo, devendo atender aos dispositivos relativos a essa

modalidade nos moldes do artigo 106-A incluído pelo Decreto 42.868/2011 (RIO DE

JANEIRO, 2011).

3.3.1 - Competência legislativa

É a competência de elaborar leis sobre determinados assuntos. À União foi

atribuída ampla competência. Já os Municípios legislam sobre assuntos de interesse

local e suplementar à legislação federal e estadual (art. 30 da Constituição). Quanto aos

Estados, a Constituição lhes reservou a competência remanescente, isto é, são as

competências restantes, as quais não foram atribuídas a nenhuma entidade federativa.

(PADILHA, 2011, pág. 287).

Conclui-se então, que o transporte intermunicipal é competência legislativa

remanescente do Estado, isso porque a competência legislativa do transporte

interestadual e internacional é competência da União e a competência legislativa do

transporte municipal é dos Municípios por se tratar de interesse local.

Compactua com esse entendimento o artigo 242 da Constituição do Estado do Rio de Janeiro (RIO DE JANEIRO, 1989), que diz:

Art. 242 - Compete ao Estado organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse estadual, metropolitano ou microrregional, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial.

§ 1º - Compete ao Estado legislar sobre o sistema de transportes intermunicipal, bem como sobre os demais modos de transportes de sua competência, estabelecidos em lei.

§ 2º - O transporte coletivo de passageiros é um serviço público essencial sendo da atribuição do Poder Público o seu planejamento e a sua operação direta ou mediante regime de concessão ou permissão.

§ 3º - O planejamento e as condições de operação dos serviços de transporte de passageiros, com itinerários intermunicipais, são da atribuição do Estado, na forma da lei.

§ 4º - Serão estabelecidos em lei os critérios de fixação de tarifas dos serviços públicos de transportes.

§ 5º - Os veículos de transportes rodoviários de passageiros, fabricados para esse fim específico, devem respeitar o livre acesso e circulação dos idosos e de portadores de deficiência.

Page 34: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

21

§ 6º - A adaptação dos veículos de transporte coletivo atualmente existentes, a fim de garantir acesso adequado aos idosos e portadores de deficiência, será regulada por lei.

Sobre o tema, compete à autarquia vinculada à Secretaria Estadual de

Transportes, o Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro -

DETRO/RJ, a normatização, fiscalização, concessão, permissão, autorização,

planejamento, coordenação e administração dos serviços intermunicipais de transportes

de passageiros por ônibus em seus diferentes regimes consoante Lei estadual nº 1221,

de 06 de novembro de 1987 (RIO DE JANEIRO, 1987).

3.3.2 - Estudo da Frota

Neste item são definidos o tipo de veículo, a quantidade de veículos, o itinerário

e o quadro de horários.

3.3.2.1 - Tipo de veículo

De acordo com o Anexo I do Código de Trânsito Brasileiro (BRASIL, 1997),

instituído pela Lei 9.503, de 23/Setembro de 1.997, os veículos para transporte de

passageiros são classificados como microônibus e ônibus.

A legislação do transporte intermunicipal de passageiros exige que os veículos

em serviço intermunicipal possuam características rodoviárias. (DEPARTAMENTO

DE TRANSPORTES RODOVIÁRIOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, 1997)

Estas características diferenciam os veículos rodoviários dos utilizados no

sistema de transporte municipal no que diz respeito a acabamento e itens de conforto

conforme o nível de serviço a ser oferecido.

Dois tipos de veículos foram considerados para efetuar o deslocamento dos

alunos, ligando a UFRJ à cidade de Petrópolis. No primeiro caso, o veículo utilizado é

classificado como intermunicipal e é dotado de itens básicos de conforto como: ar-

condicionado e poltronas reclináveis. Para o segundo caso, o veículo classificado como

ônibus rodoviário, com capacidade superior a vinte passageiros, com ar condicionado,

poltronas reclináveis e demais itens de conforto, foi o adotado.

O mercado interno brasileiro conta, atualmente, com sete fabricantes de chassis

para ônibus e microônibus e sete indústrias de carroçarias de ônibus. O quadro 5

Page 35: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

22

apresenta a relação de todos os fabricantes e o número de chassis produzidos no Brasil

de janeiro à setembro de 2014, de acordo com a ANFAVEA.

Quadro 5 - Unidades de chassis fabricados em 2014

O gráfico 2, obtido a partir da análise da quantidade de veículos produzidos,

aponta a participação de cada fabricante no mercado interno nacional3.

Gráfico 2 – Participação de fabricantes no mercado Nacional

O quadro 6 relaciona o número de carrocerias de ônibus e micro-ônibus, urbanos

e rodoviários, produzidos desde janeiro a setembro de 2014, por fabricante de acordo

com os dados da FABUS (2014).

3 A fabricante International não produziu modelos em série no ano de 2014.

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set total1743 2755 2454 2237 2244 1964 2190 2195 2203 19985

Empresas associadas à AnfaveaAGRALE 385 584 466 317 445 353 272 372 236 3430INTERNATIONAL 4 4 1 5 4 4 3 6 6 37IVECO 94 74 67 77 31 28 14 21 21 427MAN (VOLKSWAGEN CAMINHÕES) 467 728 614 633 607 450 663 485 524 5171MERCEDES-BENZ 647 1184 995 1055 940 889 1004 1103 1145 8962SCANIA 66 61 80 64 90 87 91 97 80 716VOLVO 80 120 231 86 127 153 143 111 191 1242

Ônibus (chassi)

Unidades Produzidas em 2014

17%0%

2%

26%45%

4%6%

Fabricantes - Participação no mercado

AGRALE

INTERNATIONAL

IVECO

MAN (VOLKSWAGENCAMINHÕES)

MERCEDES-BENZ

SCANIA

VOLVO

Page 36: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

23

Quadro 6 - Unidades de carrocerias fabricadas em 2014

O gráfico 3, gerado a partir do quadro 3 acima, apresenta a percentagem da fatia

de participação de cada fabricante no mercado nacional.

Gráfico 3 – Participação das encarroçadoras no Mercado Nacional

3.3.2.1.1 - Ônibus Intermunicipal

Tipo de veículo com capacidade superior a 20 passageiros, sentados, dotado de

uma porta para embarque e desembarque. Por conta da legislação, deve ser climatizado,

através de ar condicionado e possuir poltronas reclináveis. Este tipo de veículo não é

dotado de WC.

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set total2039 2500 2324 2282 2284 2197 2485 2302 2458 20871

Empresas associadas à FabusCAIO INDUSCAR 647 704 687 589 687 647 549 551 673 5734COMIL 192 285 247 269 299 162 315 278 243 2290IRIZAR 21 60 59 57 60 39 60 60 54 470MARCOPOLO / VOLARE 666 836 759 833 809 916 1133 1030 1053 8035MASCARELLO 240 301 282 234 180 212 214 164 215 2042NEOBUS 273 314 290 300 249 221 214 219 220 2300

Unidades Produzidas em 2014

Ônibus (carrocerias)

27,47%

10,97%

2,25%

38,50%

9,78%

11,02%

Encarroçadoras - Participação no mercado

CAIO INDUSCAR

COMIL

IRIZAR

MARCOPOLO /VOLARE

MASCARELLO

NEOBUS

Page 37: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

24

Figura 3 – Ônibus intermunicipal

3.3.2.1.2 - Ônibus Rodoviário

Veículo igualmente caracterizado por ter capacidade de transporte superior a 20

passageiros. Seu comprimento máximo, permitido pelo DETRO-RJ, é de catorze

metros. Já a posição do motor pode ser dianteira ou traseira4.

O ônibus deve dispor de compartimento fechado, em separado, com acesso pela

parte externa para o transporte de bagagem dos passageiros, devidamente dimensionado.

As janelas deverão ser fixas, providas de cortinas ou de outro dispositivo de proteção

solar.

Com relação às poltronas, estas deverão ser estofadas, reclináveis e cada uma

deverá possuir um apoio móvel para os pés, que permita, pelo menos, dois

posicionamentos, além de luz individual, controlada e direcionada pelo passageiro.

(DEPARTAMENTO DE TRANSPORTES RODOVIÁRIOS DO ESTADO DO RIO

DE JANEIRO, 1997)

Figura 4 – ônibus rodoviário

4 Chassis com motorização central são utilizados em veículos articulados ou biarticulados.

Page 38: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

25

3.3.2.2 - Quantidade de Veículos

Conforme análise dos dados, obtidos através das pesquisas efetuadas, iremos

dimensionar uma frota com dois ou com três veículos. Esta escolha irá depender do

cenário definido. No primeiro cenário definimos um veículo em operação e outro

classificado como reserva. No segundo cenário teremos dois veículos operantes e um

veículo reserva.

3.3.2.3 - Quadro de horários

Para evitar concorrência com os horários disponibilizados pela empresa

permissionária, baseando-se em um percurso com duração média de uma hora e trinta

minutos para ambos os sentidos, são propostos dois cenários. Estes horários foram

considerados de forma a compatibilizar e adequar com o período de aulas da

Universidade, tomado de 08h00min as 17h00min.

No primeiro cenário, com apenas um veículo em operação, o horário de partida

da rodoviária de Petrópolis será às 06h10min. O horário previsto para a volta será às

17h30min, saindo do Terminal da UFRJ.

Com a adição de outro carro, sugere-se um horário intermediário com saída de

Petrópolis prevista para 12h00min e saída da Universidade às 13h15min, mantendo-se

os horários previstos no cenário com um veículo.

Quadro 7 - Cenário proposto para um veículo em operação

Cenário com um veículo em operação

Petrópolis x Cidade Universitária Cidade Universitária x Petrópolis

Partida Chegada Partida Chegada

06h10min 07h40min 17h30min 19h00min Quadro 8 - Cenário proposto para dois veículos em operação

Cenário com dois veículos em operação

Petrópolis x Cidade Universitária Cidade Universitária x Petrópolis

Partida Chegada Partida Chegada

06h10min 07h40min 17h30min 19h00min

12h00min 13h30min 13h15min 14h45min

Page 39: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

26

3.3.2.4 - Itinerário

O itinerário sugerido foi definido para os dois sentidos. Tanto no primeiro, o

trajeto de ida à Universidade, quanto no segundo, o trajeto de volta à Petrópolis, os

terminais serão a área de embarque e desembarque da Rodoviária de Leonel Brizola e o

local de embarque e desembarque na Estação de Integração UFRJ do Campus Cidade

Universitária, localizada na Rua Professor Rodolpho Paulo Rocco.

Quadro 9 – Previsão de Itinerário

Petrópolis X Cidade Universitária Cidade Universitária X Petrópolis Terminal Gov. Leonel Brizola Estação de Integração Rodovia Washington Luiz R. Prof. Rodolpho Paulo Rocco Linha Vermelha Av. Carlos Chagas Filho Av. Brigadeiro Trompowski Av. Brigadeiro Trompowski R. Luís Renato Caldas Linha Vermelha Praça Walter Baptist Mors Rodovia Washington Luiz Estação de Integração Terminal Gov. Leonel Brizola

3.4 - Contratação do Serviço

A licitação é um procedimento obrigatório que antecede a celebração de

contratos pela Administração Pública. (MAZZA, 2014, pág. 346)

Alexandre Mazza (2014, pág. 347) conceitua licitação como

É o procedimento administrativo pelo qual entidades governamentais convocam interessados em fornecer bens ou serviços, assim como locar ou adquirir bens públicos, estabelecendo uma competição a fim de celebrar contrato com quem oferecer a melhor proposta.

E conforme a Lei nº 8666/93 que regulamenta normas para licitações:

subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos

especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de

economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União,

Estados, Distrito Federal e Municípios. Como a UFRJ é uma autarquia de natureza

especial, ela se subordina ao regime desta lei.

Tal legislação considera como serviço toda atividade destinada a obter

determinada utilidade de interesse para a Administração, tais como: demolição,

conserto, instalação, montagem, operação, conservação, reparação, adaptação,

Page 40: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

27

manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-

profissionais.

Alexandre Mazza (2014, pág. 360) diz que modalidades licitatórias são os

diferentes ritos previstos na legislação para o processamento da licitação. São

modalidades de licitação previstas na Lei nº 8666/93, no artigo 22: concorrência;

tomada de preços; convite; concurso e leilão.

A Lei nº 8666/93 conceitua concorrência como a modalidade de licitação entre

quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir

os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto. É

utilizada para objetos de grande vulto econômico, sendo obrigatória, no caso de obras e

serviços de engenharia, com valor acima de um milhão e quinhentos mil reais. Em

relação aos demais objetos, o uso da concorrência é obrigatório para contratações de

valor superior a seiscentos e cinquenta mil reais. (MAZZA, 2014, pág. 362)

Já tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente

cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o

terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária

qualificação. É empregada para contratação de objetos de vulto intermediário, isto é até

um milhão e quinhentos mil reais e também para obras e serviços de engenharia, e de

até seiscentos e cinquenta mil reais para os demais objetos. (MAZZA, 2014, pág. 363)

O convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao

seu objeto, cadastrados ou não cadastrados, escolhidos e convidados em número

mínimo de três pela unidade administrativa, que afixará cópia do instrumento

convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que

manifestarem seu interesse com antecedência de até vinte e quatro horas da

apresentação das propostas. É utilizado para objetos de pequeno vulto econômico, isto é

até cento e cinquenta mil reais para obras e serviços de engenharia e até oitenta mil reais

para os demais objetos. (MAZZA, 2014, pág. 363)

Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha

de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou

remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na

imprensa oficial com antecedência mínima de quarenta e cinco dias. Exemplos:

Page 41: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

28

concurso de projetos arquitetônicos de revitalização do centro da cidade; concurso de

redações entre alunos da rede pública de ensino sobre os 500 anos do descobrimento do

Brasil. (MAZZA, 2014, pág. 364)

E a última, o leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para

a venda de bens móveis inservíveis para a administração, de produtos legalmente

apreendidos ou penhorados e ainda para a alienação de bens imóveis da Administração

Pública, cuja aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em

pagamento, a quem oferecer o maior lance.

Há outra modalidade prevista na Lei nº 10.520/2002 denominado pregão, que é a

modalidade de licitação válida para todas as esferas federativas e é utilizada para

contratação de bens e serviços comuns.

Nos termos do art. 1º, parágrafo único, da Lei nº 10.520/2002, consideram-se

bens e serviços comuns, independentemente de valor, aqueles cujos padrões de

desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de

especificações usuais no mercado. (MAZZA, 2014, pág. 365).

O Decreto nº 3.555/2000, que regulamenta o pregão, foi modificado pelo

Decreto nº 7.174, de 12 de maio de 2010. Este decreto revogou a lista de bens e serviços

comuns para fins de utilização do pregão no âmbito federal. Assim, a situação atual é

que a Administração Pública Federal tem discricionariedade para decidir, diante do caso

concreto, o que pode ser considerado objeto comum e licitado via pregão. (MAZZA,

2014, pág. 368)

Dá-se o nome tipos de licitação para os diferentes critérios para julgamento das

propostas. (MAZZA, 2014, pág. 359).

O art. 45 da Lei nº 8.666/93 prevê a existência de quatro tipos de licitação, o tipo

menor preço é quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a

Administração determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de

acordo com as especificações do edital ou do convite e ofertar o menor preço; melhor

técnica e técnica e preço são os tipos de licitações utilizados exclusivamente para

serviços de natureza predominantemente intelectual e o tipo maior lance ou oferta é o

critério utilizado exclusivamente para a modalidade leilão. (MAZZA, 2014, pág. 360).

Page 42: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

29

Na modalidade licitatória denominada concurso, o critério para julgamento das

propostas é o melhor trabalho técnico, científico ou artístico nos moldes artigo 22, § 4º,

da Lei nº 8.666/93.

Page 43: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

30

4 - Memória de cálculo

Nesta etapa apresentamos o valor do quilômetro percorrido, baseado no Manual

de Cálculo Tarifário para o Sistema Semiurbano Interestadual de Passageiros da ANTT.

Este teve como base os estudos e manuais elaborados, pelo extinto Departamento

Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), em 1989, e pela Empresa Brasileira de

Planejamento de Transportes (GEIPOT), em 1996.

De acordo com o Manual, o cálculo da tarifa é obtido através da composição de

custos variáveis e de capital. Os primeiros se dividem em custos variáveis com a

produção e custos variáveis com a frota. Já os segundos são divididos em custos de

depreciação do capital e custos de remuneração do capital. (AGÊNCIA NACIONAL

DE TRANSPORTES TERRESTRES, 2007, pág. 15)

A última etapa do cálculo tarifário corresponde à determinação dos valores do

custo operacional, ou seja, do custo por quilômetro e do coeficiente tarifário. Nesta

etapa é calculado o montante de recursos necessários para a operação da linha ao longo

de um quilômetro, já considerando a remuneração do capital investido.

4.1 - Custos Variáveis

São os custos proporcionais ao nível da oferta de transporte prestada ao usuário,

tanto à produção de transporte como também à frota disponibilizada. É dada pela

fórmula (AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES, 2007, pág.

15):

CV = CVP + CVF

Onde:

CV: Custos variáveis (R$/km);

CVP: Custos variáveis com a produção (R$/km);

CVF: Custos variáveis com a frota (R$/km).

Page 44: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

31

4.1.1 - Custos Variáveis com a Produção

São custos que variam diretamente com a distância percorrida. Os itens que

compreendem esta etapa são o combustível, os óleos e lubrificantes e a rodagem.

(AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES, 2007, pág. 16)

CVP = CC + COL + CR

Onde:

CVP: Custos variáveis com a produção (R$/km);

CC: Custo de combustível (R$/km);

COL: Custo de óleos e lubrificantes (R$/km);

CR: Custo de rodagem (R$/km).

4.1.1.1 - Custo de combustível

O custo do óleo diesel foi calculado de acordo com a fórmula (AGÊNCIA

NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES, 2007, pág. 16):

CC = CBCCxPLC

Onde:

CC: Custo de combustível (R$/km);

CBCC: Coeficiente básico de consumo de combustível (litros/km);

PLC: Preço médio do litro de óleo diesel (R$/litro).

O coeficiente de consumo é determinado através da inclinação da reta ajustada

que passa pela origem do gráfico obtido com os pares de dados ‘consumo’ e

‘quilometragem percorrida’. Na falta destas informações o manual de Cálculo de Tarifas

de Ônibus Urbano da Geipot indica os valores da tabela do item A.1, Anexo I,

reproduzido abaixo. (RIBEIRO, 1993, pág. 33)

Page 45: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

32

Tabela 2 - Coeficiente de consumo (l/km)

Coeficiente de consumo (l/km)

Veículo Limite Inferior Limite Superior

Leve 0,35 0,39

Pesado 0,45 0,50

Especial 0,53 0,65

Portanto, para o coeficiente de consumo adotamos o limite superior para

veículos pesados (acima de 200HP).

CBCC = 0,50l/km

O preço médio do litro de óleo diesel foi obtido da tabela do anuário da Agência

Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (2013, pág. 153), referente ao ano

de 2012, para o estado do Rio de Janeiro.

PLC = 2,050R$/l

Logo,

CC = 1,025R$/km

4.1.1.2 - Custo de Óleos e Lubrificantes

Óleos e lubrificantes são todos os insumos desta categoria utilizados na

manutenção do veículo. São óleos para motor, para a caixa de marcha, para o

diferencial, fluído de freio e demais lubrificantes para rolamentos e chassis. Este valor é

obtido através do uso da expressão (AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES

TERRESTRES, 2007, pág. 17):

COL = CBCOLxPLOL

Onde:

COL: Custo de óleos e lubrificantes (R$/km);

Page 46: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

33

CBCOL: Coeficiente básico de consumo de óleos e lubrificantes

(litros/km);

PLOL: Preço médio do litro de óleo/lubrificante (R$/litro).

Devido à dificuldade para a obtenção dos preços de cada um dos seus

componentes, em face da grande variedade de marcas disponíveis no mercado e à

pequena participação deste item no custo operacional total (inferior a 2%) é

recomendado simplificar a sua apropriação. (RIBEIRO, 1993, pág. 33)

Para tanto, adota-se para o CBCOL um valor equivalente ao consumo de óleo

diesel, de acordo com a tabela do item A.2, Anexo I. (RIBEIRO, 1993, pág. 33)

Tabela 3 - Coeficiente de consumo equivalente ao óleo diesel (l/km)

Coeficiente de consumo equivalente ao óleo diesel (l/km)

Limite Inferior Limite Superior

0,04 0,06

Adotando o limite superior de 0,06l/km para o CBCOL e assumindo para o

PLOL o valor do preço médio do óleo diesel temos:

COL = 0,123R$/km

4.1.1.3 - Custo de Rodagem

Este item compreende o levantamento de custos referentes aos pneus, às câmaras

de ar, aos protetores e à quantidade de recapagens. A determinação do custo operacional

devido à rodagem se baseia na vida útil, definida como a duração do pneu, expressa em

quilômetros. A sentença para determinação deste custo é dado por (AGÊNCIA

NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES, 2007, pág. 17):

CR = CBCRxPp

Onde:

CR: Custo de rodagem (R$/km);

Page 47: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

34

CBCR: Coeficiente básico de consumo de rodagem (pneus/km);

Pp: Preço médio do pneu (R$/pneu).

O coeficiente básico de consumo de rodagem adotado para este cálculo será o

mesmo do serviço semiurbano demonstrado no manual da ANTT (2007, pág. 36). Este

é obtido pela seguinte expressão:

CBCR =[∑�QpxPp + ∑�QcxPc + ∑�QprxPpr + ∑�QrxPr ]

[∑�QpxVUp ] xP

Onde:

CBCR: Coeficiente básico de consumo de rodagem (pneus/km);

Qp: Quantidade de pneus montados (pneus/veículo);

Pp: Preço médio do pneu (R$/pneu);

Qc: Quantidade de câmaras montadas (câmaras);

Pc: Preço médio da câmara (R$/câmara);

Qpr: Quantidade de protetores montados (protetores);

Ppr: Preço médio do protetor (R$/protetor);

Qr: Quantidade de recapagens realizadas (recapagens);

Pr: Preço médio da recapagem (R$/recapagem);

VUp: Vida útil do pneu após as recapagens (km/pneu);

P: Preço médio ponderado do pneu (R$/pneu), obtido com a

fórmula do Manual da ANTT (2007, pág. 37):

% =∑�&'xPp

∑&'

Page 48: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

35

Com o auxílio da tabela 4, obtida através de consulta ao sítio do revendedor da

marca Pirelli e apresentada abaixo, temos o valor ponderado do preço médio do pneu de

medidas 11.00x22 para o veículo com seis pneus.

Tabela 4 - Valor unitário do pneu 11.00r22tt

Pneu 11.00 x 22 Preço (R$) Pneu Pirelli 11.00r22tt 152/149k Fr85 Liso R$ 1.557,85

Pneu Pirelli 11.00r22tt 150/146k Fg85 Misto On/Off R$ 1.609,14

Pneu Pirelli 11.00r22tt 150/146k Tg85 Borrachudo On/Off R$ 1.686,48

Pneu Pirelli 11.00r22tt 151/148k Tr85 Borrachudo R$ 1.666,16

Pneu Pirelli 11.00x22 16l Ct65 Super Centauro Liso R$ 1.122,98 FONTE: https://www.dellavia.com.br/pneus-pirelli/caminhoes-e-onibus/d121

P = 1.528,52R$/pneu = Pp

Computando-se duas câmaras-de-ar e dois protetores para cada pneu ao longo de

toda a sua vida útil, temos:

Qc = Qpr = 12

O valor da câmara de ar é a média dos valores da tabela 5.

Tabela 5 - Valor unitário da câmara de ar 11.00x22

Câmara de ar Preço (R$)

Câmara de Ar 11.00x22 – FLEXEN R$ 83,12

Câmara de Ar 11.00x22 - TORTUGA R$ 164,50

Câmara de Ar 11.00x20 Compactador - JFF R$ 175,28

FONTE http://www.mabore.com.br/borracharia/camara-de-ar/

Pc = 140,29R$/câmara

O preço médio do protetor de câmara de ar, obtido através de consultas à

fornecedores e disponibilizado em anexo é:

Ppr = 28,41R$/protetor

O valor médio da recapagem é cerca de 30% do valor de um pneu novo

(SIQUEIRA, 2009). Neste caso o valor da recapagem será assumido com sendo 30%

do valor médio ponderado do pneu.

Page 49: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

36

Pr = 458,56R$/recapagem

A quantidade de recapagens será limitada a duas vezes. Portanto:

Qr = 2recapagens

A vida útil do pneu radial é determinada conforme a tabela do item A.3, Anexo

I. (RIBEIRO, 1993, pág. 33)

Tabela 6 - Vida útil do pneu radial

Pneus Limite Inferior Limite Superior

Radial

Vida útil total 85.000km 125.000km

Recapagens 02 03

Iremos adotar o valor limitado superiormente por 125.000km tanto para a

primeira vida do pneu como para suas recapagens. Logo:

VUp = 375.000km/pneu

O coeficiente básico de consumo de rodagem obtido corresponde ao valor de:

CBCR = 0,00742144pneus/km

Então, o custo de rodagem equivale à:

CR = 11,34R$/km

Obtém-se o custo variável com a produção no valor de:

CVP = 12,49R$/km

4.1.2 - Custos Variáveis com a Frota

São custos que variam com a quantidade de veículos participantes da operação

no sistema de transportes. Estes custos envolvem as peças e acessórios, o pessoal

responsável pela operação, manutenção e administração além das despesas gerais e

Page 50: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

37

administrativas. A seguinte expressão para a determinação destes custos é dada por

(AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES, 2007, pág. 18):

CVF = CPA + CP + CDGA

Onde:

CVF: Custos variáveis com a frota (R$/km);

CPA: Custo de peças e acessórios (R$/km);

CP: Custos de pessoal: operação, manutenção e administração e vendas

(R$/km);

CDGA: Custo de despesas gerais e administrativas (R$/km).

4.1.2.1 - Custo de peças e acessórios

O custo de peças e acessórios depende da produção de transportes e do tamanho

da frota. Este cálculo é obtido através da expressão (AGÊNCIA NACIONAL DE

TRANSPORTES TERRESTRES, 2007, pág. 19):

CPA =CBCPAxPVCR

100xPMA

Onde:

CPA: Custo de peças e acessórios (R$/km);

CBCPA: Coeficiente básico de consumo de peças e acessórios

(% do veículo completo/veículo.ano);

PVCR: Preço médio do veículo-tipo completo (R$);

PMA: Percurso médio anual (km/veículo.ano).

Como se trata de uma grande variedade de componentes com diferentes tempos

de vida útil e por ser de difícil mensuração se recomenda a adoção de parâmetros

situados nos intervalos listados na tabela do item A.3, Anexo I, reproduzida a seguir.

(RIBEIRO, 1993, pág. 33)

Page 51: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

38

Tabela 7 - Parâmetros para o coeficiente básico de consumo de peças e acessórios

Limite Inferior Limite Superior

0,0033 0,0083

Tais parâmetros foram estimados para uma média de percurso mensal igual a

7.500km. Para o cálculo em questão será adotado o limite inferior, uma vez que o

percurso médio mensal é menor que a média. Como consequência, o gasto com peças e

acessórios também será menor. Assim:

CBCPA = 0,33%

Devido à dificuldade em se obter o preço real do veículo tipo, ocasionado pela

diversidade de configurações entre chassis e carrocerias, o preço médio do veículo foi

definido mediante consultas a diversos revendedores de ônibus, onde obtivemos um

valor referente ao veículo com carroceria Marcopolo Paradiso 1200 e chassi Mercedes

Benz O500RS ano de fabricação 2014 igual a:

PVCR = 750.000,00R$

Para a determinação do percurso médio anual foram consideradas as seguintes

observações:

• O trajeto diário, considerando ida e volta, é de 140 quilômetros;

• Consideramos um adicional de 60 quilômetros por dia, relativo ao

deslocamento do veículo sem passageiros;

• O percurso é feito de segunda a sexta-feira, excetuando-se sábado e

domingo;

• O ano letivo é de aproximadamente 210 dias, ou 7 meses.

Portanto, o percurso médio anual é igual a:

PMA = 42.000km/veículoano

O custo de peças e acessórios obtido é:

CPA = 0,059R$/km

Page 52: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

39

4.1.2.2 - Custo de Pessoal

Esta etapa de cálculo compreende determinar o custo relacionado ao pessoal de

operação, de manutenção e de administração. A expressão é (AGÊNCIA NACIONAL

DE TRANSPORTES TERRESTRES, 2007, pág. 19):

CP = CPO + CPM + CPAV

Onde:

CP: Custo de pessoal: operação, manutenção e administração e

vendas (R$/km);

CPO: Custo de pessoal de operação (R$/km);

CPM: Custo de pessoal de manutenção (R$/km);

CPAV: Custo de pessoal de administração e vendas (R$/km).

Custo de pessoal de operação

CPO = CBPOxSMM

PMA

Onde:

CPO: Custo de pessoal de operação (R$/km);

CBPO: Coeficiente básico de utilização do pessoal de operação

(homens/veículo.ano);

SMM: Salário médio mensal de motorista (R$/homem);

PMA: Percurso médio anual (km/veículo.ano).

O pessoal de operação é constituído por motoristas, cobradores, fiscais e

despachantes de tráfego. Para determinar o coeficiente básico de utilização do pessoal

de operação a seguinte fórmula é dada (AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES

TERRESTRES, 2007, pág. 40):

CBPO = nx�FUMxSMM + FUCxSMC + FUFxSMF + FUDxSMD

SMMx�1 +

AES

100

Page 53: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

40

Onde:

CBPO: Coeficiente básico de utilização do pessoal de operação

(homens/veículo.ano);

n: Número de meses do ano;

FUM: Fator de utilização de motoristas (homens/veículo);

SMM: Salário médio mensal de motorista (R$/homem);

FUC: Fator de utilização de cobradores (homens/veículo);

SMC: Salário médio mensal de cobrador (R$/homem);

FUF: Fator de utilização de fiscais (homens/veículo);

SMF: Salário médio mensal de fiscal (R$/homem);

FUD: Fator de utilização de despachante de tráfego

(homens/veículo);

SMD: Salário médio mensal do despachante de tráfego

(R$/homem);

AES: Alíquota de encargos sociais (%)5.

Por se tratar de um caso particular de operação, verifica-se que não há a presença

de cobradores, fiscais e despachantes. Também consideramos a operação do fretamento

em nove dos doze meses do ano, paralisando a mesma nos períodos de férias.

n = 9meses

O fator de utilização de motoristas será igual ao limite inferior da tabela do item

B.3.1, Anexo I. (RIBEIRO, 1993, pág. 33)

FUM = 2,2motoristas/veículo

O piso do motorista de ônibus convencional, vigente desde março de 2013 (SINFRERJ), está fixado em R$ 1.779,87.

5 A Alíquota de Encargos Sociais (AES) é estabelecida conforme o Quadro 1 do Manual de Cálculo Tarifário da ANTT (2007, pág. 41)

Page 54: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

41

SMM = 1.779,87R$/homem

Adotamos o valor médio de 64,64% para os encargos sociais. (ANTT, 2007 pág. 41)

Logo, o coeficiente básico de utilização do pessoal de operação é:

CBPO = 32,60homens/veículoano

Então, o custo de pessoal de operação é igual a:

CPO = 1,38R$/km

Custo de pessoal de manutenção

Item correspondente às despesas com o pessoal envolvido na manutenção da

frota. Para simplificação do cálculo, sugere-se a sua vinculação às despesas com pessoal

de operação, a qual é limitada de acordo com a tabela do item B.3.2, Anexo I.

(RIBEIRO, 1993, pág. 33)

Tabela 8 - Variação percentual das despesas com o pessoal da manutenção

Categoria Limite Inferior Limite Superior

Pessoal de Manutenção 12% 15%

Adotando o limite inferior, temos que o custo de pessoal de manutenção é 12%

do custo de pessoal de operação. Ou seja:

CPM = 0,17R$/km

Custo de pessoal de administração e vendas

Este item corresponde à determinação das despesas com o pessoal envolvido em

atividades administrativas e de fiscalização. De modo semelhante ao realizado no

cálculo do custo de pessoal de manutenção, o custo de pessoal de administração também

estará vinculado ao custo de pessoal de operação através da tabela do item B.3.3, do

Anexo I. (RIBEIRO, 1993, pág. 33)

Page 55: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

42

Tabela 9 - Variação percentual das despesas com o pessoal da administração

Categoria Limite Inferior Limite Superior

Pessoal Administrativo 8% 13%

Assumindo o limite inferior de 8%, determinamos o custo de pessoal de

administração e vendas, dado por:

CPAV = 0,11R$/km

O custo de pessoal é obtido após efetuar o somatório todas as parcelas

anteriormente determinadas.

CP = 1,66R$/km

4.1.2.3 - Custo de Despesas Gerais e Administrativas

Este item diz respeito aos custos referentes à execução dos serviços, tais como:

material de expediente, energia elétrica, água, comunicações e outras despesas não

diretamente ligadas à operação, além de seguro obrigatório, Imposto sobre a

Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e seguro de responsabilidade civil.

O valor anual das despesas gerais varia entre 2% e 4% do preço de um veículo

leve novo completo, para cada veículo da frota. (RIBEIRO, 1993, pág. 33)

A expressão é apresentada a seguir (AGÊNCIA NACIONAL DE

TRANSPORTES TERRESTRES, 2007, pág. 21):

CDGA =CBDGAxPVCR

100xPMA

Onde:

CDGA: Custo de despesas gerais e administrativas (R$/km);

CBDGA: Coeficiente básico de despesas gerais e administrativas

(% do veículo completo/veículo.ano);

PVCR: Preço médio do veículo-tipo completo (R$);

PMA: Percurso médio anual (km/veículo.ano).

Page 56: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

43

Adotando, portanto, o valor de 2% para o coeficiente básico de despesas gerais e

administrativas, por simplificação de cálculo, obtemos o custo de despesas gerais,

apresentado a seguir.

CDGA = 0,36R$/km

A determinação do custo variável com a frota, definido como a soma dos custos

de peças e acessórios, de pessoal e de despesas gerais e administrativas. Portanto,

temos:

CVF = 2,07R$/km

Por fim, os custos variáveis são obtidos efetuando a soma dos custos variáveis

com a produção com os custos variáveis com a frota. Logo:

CV = 14,57R$/km

4.2 - Custos de Capital

Os custos de capital são a depreciação e a remuneração do capital investido na

empresa que opera o serviço. Para a depreciação são determinados os recursos

necessários para a substituição dos bens de consumo durável, das edificações,

equipamentos, maquinários e veículos de apoio, ao final de sua vida útil. Por sua vez, a

remuneração é o valor do capital investido na atividade. Este custo é determinado

através da expressão (AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES,

2007, pág. 22):

CCap = CDC + CRC

Onde:

CCap: Custos de capital (R$/km);

CDC: Custos de depreciação do capital investido (R$/km);

CRC: Custos de remuneração do capital investido (R$/km).

4.2.1 - Custos de Depreciação do Capital

Definido como a despesa equivalente à perda de valor de determinado bem.

Estas despesas são obtidas separando os custos de depreciação dos veículos e os custos

Page 57: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

44

de depreciação de outros ativos, conforme a fórmula (AGÊNCIA NACIONAL DE

TRANSPORTES TERRESTRES, 2007, pág. 23):

CDC = CDF + CDOA

Onde:

CDC: Custos de depreciação do capital investido (R$/km);

CDF: Custo de depreciação do capital investido na frota (R$/km);

CDOA: Custo de depreciação do capital investido em outros

ativos (R$/km).

4.2.1.1 - Custo de depreciação do capital investido na frota

Definido por (AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES, 2007, pág. 23):

CDF = CBDFxPVSR

100xPMA

Onde:

CDF: Custo de depreciação do capital investido na frota (R$/km);

CBDF: Coeficiente básico de depreciação da frota

(% do veículo sem a rodagem/veículo.ano);

PVSR: Preço médio do veículo-tipo sem a rodagem (R$);

PMA: Percurso médio anual (km/veículo.ano).

O coeficiente básico de depreciação da frota é determinado em função de três

parâmetros, definidos como a vida útil, o seu valor residual e o método de depreciação.

Adotando o Método de Cole (soma dos dígitos decrescentes) para o método de

depreciação, o valor residual de 20% e a vida útil de sete anos, calcula-se tal coeficiente

de acordo com a seguinte expressão (AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES

TERRESTRES, 2007, pág. 45):

CBDF = 100x∑�FORidxFDVid

FO

Onde:

Page 58: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

45

CBDF: Coeficiente básico de depreciação da frota (% do veículo

sem a rodagem/veículo.ano);

FORid: Frota (operante + reserva) de veículos de idade id

(veículos);

FDVid: Fator de depreciação anual do veículo de idade id (% do

veículo sem a rodagem/veículo.ano);

FO: Frota operante (veículos).

O fator de depreciação anual do veículo (FDVid) adotado será 0,20006 para o

veículo com idade igual a um ano. (ANTT, 2007 pág. 44)

FDVid = 20%/veículoano

A frota adotada será composta por um veículo (0km) operante e um veículo

(0km) reserva.

FORid = 2veículos

FO = 1veículo

Então, o coeficiente básico de depreciação da frota será igual a:

CBDF = 40%

O valor do veículo sem a rodagem é:

PVSR = 740.828,88R$

Logo, o custo de depreciação do capital investido na frota é de:

CDF = 7,06R$/km

4.2.1.2 - Custo de Depreciação do Capital Investido em Outros Ativos

A determinação deste custo, que inclui máquinas, instalações, equipamentos e

veículos de apoio é relacionada ao preço do veículo completo, de acordo com a

6 Os fatores de depreciação da frota são estabelecidos conforme o Quadro 2 do Manual de Cálculo Tarifário da ANTT (2007, pág. 44)

Page 59: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

46

expressão (AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES, 2007, pág.

24):

CDOA =CBDOAxPVCR

100xPMA

Onde:

CDOA: Custo de depreciação do capital investido em outros

ativos (R$/km);

CBDOA: Coeficiente básico de depreciação de outros ativos (%

do veículo completo/veículo.ano);

PVCR: Preço médio do veículo-tipo completo (R$);

PMA: Percurso médio anual (km/veículo.ano).

O valor do coeficiente básico de depreciação de outros ativos adotado é o

mesmo daquele encontrado no Manual de Cálculo Tarifário (ANTT, 2007 pág. 45, dado

por:

CBDOA = 0,3746%

Logo, o custo de depreciação do capital investido em outros ativos obtido é:

CDOA = 0,07R$/km

O custo de depreciação do capital é obtido ao somarmos as duas parcelas

calculadas anteriormente. Logo:

CDC = 7,12R$/km

4.2.2 - Custos de Remuneração do Capital

Sendo a taxa de remuneração estabelecida em doze por cento ao ano,

considerando-se nos cálculos os veículos, as máquinas, instalações e equipamentos, os

veículos de apoio e o estoque médio do almoxarifado, temos a seguinte expressão

(AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES, 2007, pág. 24):

CRC = CRF + CROA

Page 60: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

47

Onde:

CRC: Custos de remuneração do capital investido (R$/km);

CRF: Custo de remuneração do capital investido na frota

(R$/km);

CROA: Custo de remuneração do capital investido em outros

ativos (R$/km).

4.2.2.1 - Custo de remuneração do capital investido na frota

Para este cálculo, foi adotada a seguinte fórmula (AGÊNCIA NACIONAL DE

TRANSPORTES TERRESTRES, 2007, pág. 25):

CRF = CBRFxPVSR

100xPMA

Onde:

CRF: Custo de remuneração do capital investido na frota

(R$/km);

CBRF: Coeficiente básico de remuneração da frota (% do veículo

sem a rodagem/veículo.ano);

PVSR: Preço médio do veículo-tipo sem a rodagem (R$);

PMA: Percurso médio anual (km/veículo.ano).

A determinação do coeficiente básico de remuneração da frota é obtida

através de (AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES, 2007, pág.

47):

CBRF = 100x∑�FORidxFRVid

FO

Onde:

CBRF: Coeficiente básico de remuneração da frota (% do veículo

sem a rodagem/veículo.ano);

Page 61: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

48

FORid: Frota (operante + reserva) de veículos de idade id

(veículos);

FRVid: Fator de remuneração anual do veículo de idade id (% do

veículo sem a rodagem/veículo.ano);

FO: Frota operante (veículos).

O fator de remuneração anual do veículo (FRVid) adotado será 0,12007 para o

veículo com idade igual a um ano. (ANTT, 2007 pág. 47)

FRVid = 12%/veículoano

Então, o coeficiente básico de remuneração da frota será igual a:

CBRF = 24%

Logo, o custo de remuneração do capital investido na frota é de:

CRF = 4,23R$/km

4.2.2.2 - Custo de remuneração do capital investido em outros ativos

Este custo é dado por (AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES

TERRESTRES, 2007, pág. 25):

CROA =CBROAxPVCR

100xPMA

Onde:

CROA: Custo de remuneração do capital investido em outros

ativos (R$/km);

CBROA Coeficiente básico de remuneração do capital investido

em outros ativos (% do veículo completo/veículo.ano);

PVCR Preço médio do veículo-tipo completo (R$);

PMA Percurso médio anual (km/veículo.ano).

7 Os fatores de remuneração da frota são estabelecidos conforme o Quadro 3 do Manual de Cálculo Tarifário da ANTT (2007, pág. 47)

Page 62: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

49

O valor do coeficiente básico de remuneração de outros ativos adotado é o

mesmo daquele encontrado no Manual de Cálculo Tarifário (ANTT, 2007 pág. 48),

dado por:

CBROA = 3,6919%

Logo, o custo de remuneração do capital investido em outros ativos obtido é:

CROA = 0,66R$/km

O custo de remuneração do capital é obtido ao somarmos as duas parcelas

calculadas anteriormente. Logo:

CRC = 4,89R$/km

Por fim, o custo de capital, obtido ao somarmos os custos de depreciação com os

custos de remuneração, resulta em:

CCap = 12,01R$/km

4.3 - Custo por Quilômetro

Custo correspondente à importância total necessária para a operação da linha em

estudo ao longo de um quilômetro. Este é determinado pela expressão (AGÊNCIA

NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES, 2007, pág. 26):

Ckm = CV + CCap

Portanto:

Ckm = 26,58R$/km

4.4 - Cálculo do Coeficiente Tarifário sem os Tributos

Este cálculo corresponde ao total de recursos necessários para o transporte de

um passageiro ao longo de um quilômetro, excetuando-se os tributos. Tal coeficiente é

obtido por (AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES, 2007, pág.

26):

CTST = 100xCkm

LOTxIAP

Page 63: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

50

Onde:

CTST: Coeficiente tarifário sem os tributos (R$/passageiro.km);

Ckm: Custo por quilômetro (R$/km);

LOT: Lotação do veículo-tipo (passageiros);

IAP: Índice de aproveitamento padrão (%).

O índice de aproveitamento padrão é dado por (AGÊNCIA NACIONAL

DE TRANSPORTES TERRESTRES, 2007, pág. 34):

IAP = 100xD

LOTxNVR

Onde:

IAP: Índice de aproveitamento padrão (%);

D: Demanda anual (passageiros/ano);

LOT: Lotação do veículo-tipo (passageiros);

NVR: Número total de viagens realizadas (viagens/ano).

Para a determinação do índice de aproveitamento padrão foram considerados:

• O veículo faz duas viagens (Origem X Destino) por dia;

• O veículo só opera no período letivo;

• Apesar da média de passageiros transportados por viagem

ser aproximadamente 30, será suposto que o veículo opere com sua

capacidade máxima.

Então:

D = 19.320passageiros/ano

LOT = 46passageiros

NVR = 420viagens/ano

IAP = 100%

Page 64: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

51

CTST = 0,58R$/km

4.5 - Cálculo dos Tributos

Os tributos incidentes sobre a receita operacional são o Programa de Integração

Social (PIS)8 e a Contribuição Social sobre o Faturamento (COFINS)9. A expressão

para o cálculo dos tributos é dada por (AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES

TERRESTRES, 2007, pág. 27):

TBtos = CTSTx[100

100 − �PIS + COFINS − 1]

Sendo a alíquota vigente para o PIS igual a 0,65% e a alíquota vigente para o

COFINS igual a 3,00%, temos:

TBtos = 0,02R$/km

4.6 - Cálculo do Coeficiente Tarifário

O coeficiente tarifário é definido como sendo o custo total para transportar um

passageiro ao longo de um quilômetro, considerando, inclusive, os tributos. A expressão

é dada por (AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES, 2007, pág.

27):

CT = CTST + TBtos

Onde:

CT: Coeficiente tarifário (R$/passageiro.km);

CTST: Coeficiente tarifário sem os tributos (R$/passageiro.km);

TBtos: Valor dos tributos incidentes (R$/passageiro.km).

Portanto, o coeficiente tarifário obtido é igual a:

CT = 0,60R$/passageirokm

8 Lei Complementar n°79, de 7 de setembro de 1970. 9 Lei Complementar n°70, de 30 de dezembro de 1991

Page 65: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

52

5 - Conclusão

A implantação de uma linha de ônibus está muito além da realização de um

ideal. Vários requisitos devem ser cumpridos, estudos devem ser feitos para que

possamos verificar se, em tal negócio, haverá possibilidades, se terá vantagens ou

desvantagens, quais as consequências de tal ato e qual a sua perspectiva.

A proposta de implementação da linha de ônibus que fizesse a conexão entre o

município de Petrópolis e a UFRJ, localizada na Ilha do Fundão, transportando os

alunos desta cidade, através do serviço na modalidade fretamento contínuo, foi o motivo

de desenvolvimento deste projeto. Dividimos o caso a ser estudado em duas vertentes,

sendo uma relacionada à parte jurídica e a outra, à parte técnica.

No lado jurídico apresentamos a competência legislativa, a definição dos órgãos

regulamentadores e fiscalizadores, além do tipo de serviço a ser prestado. A viabilidade

jurídica e a forma de contratação também foram analisadas com o intuito de mostrar,

mesmo que de forma superficial, o processo por completo.

Pelo lado técnico, utilizamos do conhecimento adquirido na formação acadêmica

aplicando a técnica e a boa prática da engenharia da melhor maneira possível. Esta etapa

de desenvolvimento do projeto exigiu a coleta de dados, mediante pesquisas, e como

consequência, sua análise através de tabelas e gráficos gerados.

O ponto de maior relevância para o projeto foi o cálculo do custo por

quilômetro, ou seja, a determinação do valor correspondente ao total de recursos

necessários para a operação da linha ao longo de um quilômetro. Para tal, utilizamos o

Manual de Cálculo Tarifário para o Sistema Semi-urbano Interestadual de Passageiros,

da ANTT e o Cálculo de Tarifas de Ônibus Urbanos, da GEIPOT. O valor encontrado

foi o resultado de adaptações da literatura, de forma a abranger da melhor maneira

possível, o estudo de caso proposto.

Após determinado o custo por quilômetro, calculamos o coeficiente tarifário,

que é definido como o custo total, incluindo-se os tributos, para transportar um

passageiro ao longo de um quilômetro. Neste projeto, por não existir a cobrança e

consequentemente o pagamento de qualquer valor pelo estudante ao embarcar no

veículo, não houve a necessidade da determinação da tarifa.

Page 66: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

53

O custo por quilômetro obtido foi igual a sessenta centavos por passageiro (R$

0,60/passageiro.km). Valor que, ao final de um mês, será aproximadamente R$ 1.560,00

por passageiro. Ao considerar que este valor será pago para 46 passageiros, o custo total

irá girar em torno de R$ 72.000,00, tornando-se uma despesa a mais a ser considerada.

A redução no valor encontrado pode ser calculada alterando-se as características

do veículo padrão utilizado no cálculo, como carroceria e chassi, além da idade do

veículo. Fatores que mais influenciam a determinação deste custo.

Afirmar que o projeto é viável ou não irá depender do Orçamento da

Universidade e, principalmente, das políticas de assistência estudantil. No entanto, o

objetivo de apresentar uma alternativa que pudesse atender a comunidade de alunos

residentes em Petrópolis foi atingido, onde a viabilidade para implantação foi

demonstrada tanto jurídica quanto financeiramente.

Page 67: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

54

REFERÊNCIAS

AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS. Comercialização: revenda de derivados de petróleo. Anuário estatístico brasileiro do petróleo, gás natural e biocombustíveis: 2013, Rio de Janeiro, volume único, p. 131-165, 2013. Disponível em: http://www.anp.gov.br/?pg=72914&m=&t1=&t2=&t3=&t4=&ar=&ps=&cachebust=1415847145912 Acesso em: 8 nov 2014. AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES. Sistema Semi-urbano Interestadual de Passageiros: Manual de Cálculo Tarifário. Brasília: ANTT, 2007. Disponível em: http://appweb2.antt.gov.br/InformacoesTecnicas/PublicacoesTecnicas/ManualdeCalculoTarifario.pdf Acesso em: 26 out 2014. AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES. Transporte de passageiros: fretamento contínuo. Disponível em: http://appweb2.antt.gov.br/Fretamento_Continuo/FretamentoContinuo.asp Acesso em: 24 out 2014. AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES. Resolução nº 1430, de 19 de abril de 2006. Disciplina critérios e procedimentos para o repasse dos valores de pedágio aos passageiros pelas permissionárias, nas rodovias submetidas ao regime de pedágio, nos serviços regulares de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros. Disponível em: http://www.antt.gov.br/index.php/content/view/2430/Resolucao_1430.html Acesso em: 21 out 2014.

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS FABRICANTES DE ÔNIBUS. Mapa de Produção de Carroçarias Associadas. Produção das Associadas: Mapas Modelos, Rio de Janeiro, Modelo 3-A, p.1, jan./out. 2014. Disponível em: http://www.fabus.com.br/pdfs/2014-03A.pdf Acesso em: 3 nov. 2014.

BRASIL. Lei nº 9.503, de 23 de Setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9503.htm Acesso em: 22 out 2014.

BRASIL. Lei nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012. Institui as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana. Brasília. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12587.htm Acesso em: 20 out 2014.

DELLAVIA. Pneus Pirelli: caminhões e ônibus. Disponível em: https://www.dellavia.com.br/pneus-pirelli/caminhoes-e-onibus/d121 Acesso em: 7 nov. 2014.

DEPARTAMENTO DE TRANSPORTES RODOVIÁRIOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Portaria nº 437 de 11 de setembro de 1997. Dispõe sobre a aprovação e

Page 68: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

55

utilização de veículos para operação no sistema intermunicipal de transporte rodoviário de passageiros. Disponível em: http://www.detro.rj.gov.br/arquivos/Portaria_437_Consolidada.pdf Acesso em 15 nov 2014.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Cidades. Disponível em: http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=330390&search=rio-de-janeiro|petropolis Acesso em: 10 out 2014.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Cidades: ensino - matrículas, docentes e rede escolar. Disponível em: http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/temas.php?lang=&codmun=330390&idtema=117&search=rio-de-janeiro|petropolis|ensino-matriculas-docentes-e-rede-escolar-2012 Acesso em: 10 out 2014.

MAZZA, Alexandre. Manual de direito administrativo. 4. Ed.. São Paulo: Saraiva, 2014. PADILHA. Rodrigo. Direito Constitucional Sistematizado. Rio de Janeiro: Forense, 2011.

PINTO, Regina Rocha de Souza; SANTOS, Jorge Miguel dos. Fretamento: Uma alternativa atraente para combater o transporte individual. In: CONGRESSO DE TRANSPORTE E TRÂNSITO, 14º, 2003, Vitória/ES, p. 1-10. Disponível em: http://www.antp.org.br/_5dotSystem/download/dcmDocument/2013/01/21/A0E481CB-63E2-4A9B-92BF-96356F94352E.pdf Acesso em: 11 out 2014.

PINTO, Valeska Peres. A inserção do transporte por fretamento na matriz da mobilidade urbana. Série Cadernos Técnicos: transporte por fretamento, São Paulo, v. 9, p. 12-25, nov 2012. Disponível em: http://www.antp.org.br/_5dotSystem/download/dcmDocument/2013/03/11/2C71B08A-6A12-4356-AA3F-F5A0F0DFB717.pdf Acesso em: 20 out 2014.

RIBEIRO, Luiz Carlos Rodrigues. (Coord.). Cálculo de tarifas de ônibus urbanos: Instruções práticas atualizadas. 2ª ed. Brasília: Ministério do Transporte, 1993. Disponível em: http://www.geipot.gov.br/estudos_realizados/cartilha/instrucoes/pag1.htm Acesso em: 7 nov 2014.

RIO DE JANEIRO. Constituição do Estado do Rio de Janeiro promulgada em 5 de outubro de 1989. Disponível em: http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/constest.nsf/045b885516d32f5403256536004c7e14/4305399df84aa3ee0325667a00637330?OpenDocument Acesso em 11 set 2014.

Page 69: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

56

RIO DE JANEIRO. Decreto nº 22.490 de 09 de setembro de 1996. Dispõe sobre o Regulamento de Transporte Coletivo Intermunicipal de Passageiros por Ônibus, aprovado pelo Decreto nº 3.893, de 22 de janeiro de 1981, e dá outras providências. Disponível em: http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/decest.nsf/532ff819a4c39de50325681f0061559e/26b2affabdfdd26f03256b450062da0a?OpenDocument Acesso em: 25 out 2014.

RIO DE JANEIRO. Decreto n.º 40.872 de 1º de agosto de 2007. Altera e consolida o regulamento do serviço de transporte complementar no âmbito do Estado do Rio de Janeiro, fixa parâmetros para o procedimento licitatório, regulamenta o poder de polícia e dá outras providências. Disponível em: http://www.detro.rj.gov.br/arquivos/decreto_sergio_cabral_40.872-dec_40.927.pdf. Acesso em: 23 out 2014.

RIO DE JANEIRO. Decreto nº 42.868 de 28 de Fevereiro de 2011. Altera os Capítulos XVI, XVII e XIX do Regulamento do Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros, aprovado pelos Decretos nº 3.893, de 22.01.1981 e nº 22.490 de 09.09.1996, e dá outras providências. Disponível em: http://www.normasbrasil.com.br/norma/decreto-42868-2011-rj_158953.html Acesso em: 25 out 2014. RIO DE JANEIRO. Lei nº 1221, de 6 de novembro de 1987. Cria o departamento de transportes rodoviários do Estado do Rio de Janeiro - DETRO/RJ e dá outras providências. Disponível em: http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/contlei.nsf/e9589b9aabd9cac8032564fe0065abb4/68b2c4095951cb9e032565520078eff9?OpenDocument Acesso em: 12 set 2014. RIO DE JANEIRO. Lei nº 3473, de 04 de outubro de 2000. Revoga a lei nº 2.890, de 08 de janeiro de 1998, na forma que menciona. Disponível em: http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/contlei.nsf/33f4e80e508d409e03256b2a0061e668/2667902e8a82e0d103256973005e8e0d?OpenDocument. Acesso em: 24 out 2014. SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES DE PASSAGEIROS POR FRETAMENTO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Convenção Coletiva [de] Trabalho, 2013/2014. Disponível em: http://www.sinfrerj.org.br/site/uploads/paginas/file/Conven%C3%A7%C3%A3o%20Coletiva%20-%20Rio%20de%20Janeiro.%20Registrada%20MTE.pdf Acesso em: 8 nov. 2014. SIQUEIRA, Katia. Pneu: reforma reduz custo aumentando sua vida útil. Revista Pnews, São Paulo, 65ª Ed., Ago. 2009. Disponível em: http://www.abr.org.br/Revistas/revista_65usua.html Acesso em 13 nov. 2014. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO. Estatuto da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Disponível em: http://www.ufrj.br/pr/conteudo_pr.php?sigla=ESTATUTO Acesso em: 20 nov 2014.

Page 70: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

57

VIDER, E.; LACERDA, C. O. L.; SOUZA JÚNIOR, G. A. Contribuição do transporte por fretamento para a melhoria da qualidade da mobilidade urbana na região metropolitana do rio de janeiro. Série Cadernos Técnicos: transporte por fretamento, São Paulo, v. 9, p. 79-95, nov 2012. Disponível em: http://www.antp.org.br/_5dotSystem/download/dcmDocument/2013/03/11/2C71B08A-6A12-4356-AA3F-F5A0F0DFB717.pdf. Acesso em: 20 out 2014.

Page 71: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

58

ANEXOS

Page 72: Projeto Final - Marcos Felipe - 2014

59

Protetor Preço (R$)

Protetor Pneu Aro 22 - JOCAP R$ 19,90 http://www.mabore.com.br/protetor-pneu-aro-22-jocap-784/p

Protetor Aro 22 G.A Flex Protetor de Câmara de Ar Aplicação medida 1100R22

R$ 29,00

http://www.skemapneus.com/ecommerce_site/produto_10771_5864_Protetor-Aro-22-GA-Flex-Protetor-de-Camara-de-Ar-Aplicacao-medida-1100R22

PROTETOR CARGA ARO 22 A 22,5 CENTRO - TOP TEC R$ 36,34 http://www.jrpneus.com.br/protetor-carga-aro-22-a-22-5-centro-top-tec-top-

tec.html

Encarroçadoras endereço eletrônico Caio http://www.caio.com.br/

Comil http://www.comilonibus.com.br/site/

Irizar http://www.irizar.com.br/

Marcopolo http://www.marcopolo.com.br/marcopolo/

Mascarello http://www.mascarello.com.br/

Neobus http://www.neobus.net.br/

Volare http://www.volare.com.br/pt/

Fabricantes de chassis

endereço eletrônico

Agrale http://www.agrale.com.br/pt/onibus

Iveco http://www.iveco.com/brasil/produtos/pages/iveco-bus-nossa-historia.aspx

Man http://www.man-la.com/produtos-volkswagen/volksbus

Mercedes-Benz https://www.mercedes-benz.com.br/onibus/

Scania http://www.scania.com.br/onibus/

Volvo http://www.volvobuses.com/bus/brazil/pt-br/linha-produtos/rodoviarios/Pages/default.aspx