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ESTADO DO AMAZONAS CÂMARA MUNICIPAL DE MANAUS GABINETE DO VEREADOR PROFESSOR GEDEÃO AMORIM Av. Pe. Agostinho Caballero Martin, n. 850º São Raimundo- CEP 69.027-020 Fone: 3303-2844 / 3303-2845 - email: [email protected] PROJETO DE LEI N. /2017 DISPÕE sobre o estímulo as ações de combate ao jogo, brincadeira ou evento que induzem os jovens as mutilações corporais e até o suicídio ou similar no âmbito do município. Art. 1º. O Poder Público, no âmbito da Política Municipal voltada à educação, buscando estratégias para estimular ações de combate ao jogo, brincadeira ou evento que induzem os jovens as mutilações corporais e até o suicídio ou similar, estimulará ações com a finalidade de conscientizar os adolescentes a respeito da valorização da vida, o respeito pela vida dos outros e o uso consciente das mídias e tecnologias, nos termos do disposto nesta Lei. Parágrafo Único. Para os efeitos desta Lei, os jogos, brincadeiras ou eventos que induzem os jovens as mutilações corporais e até o suicídio ou similar são definidos como todo ato de violência física e/ou psicológica coercitiva ou não, autoimposta, em itens ou fases específicas ou sequências sucessivas, intencionais e/ou repetitivas, que ocorre com motivação evidente, praticado por indivíduos ou grupos, com o objetivo de atrair, seduzir, cooptar e/ou convencer indivíduos ou grupos, causando dependência emocional de pessoas, situações e eventos e/ou fases do jogo, síndrome de abstinência, dor física e emocional, angústia, ferimentos e mutilações de quaisquer naturezas à vítima, em escala regular, sistemática, gradual e progressiva, conduzindo-a à morte como objetivo final claramente definido, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas. Art. 2º. Caracteriza-se o jogo, brincadeira ou evento que induzem os jovens as mutilações corporais e até o suicídio ou similar conforme os termos do parágrafo único do art. 1° e ainda: a) ataques físicos;

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ESTADO DO AMAZONAS

CÂMARA MUNICIPAL DE MANAUS

GABINETE DO VEREADOR PROFESSOR GEDEÃO AMORIM

Av. Pe. Agostinho Caballero Martin, n. 850º – São Raimundo- CEP 69.027-020 Fone: 3303-2844 / 3303-2845 - email: [email protected]

PROJETO DE LEI N. /2017

DISPÕE sobre o estímulo as ações de

combate ao jogo, brincadeira ou evento que

induzem os jovens as mutilações corporais

e até o suicídio ou similar no âmbito do

município.

Art. 1º. O Poder Público, no âmbito da Política Municipal voltada à educação,

buscando estratégias para estimular ações de combate ao jogo, brincadeira ou evento

que induzem os jovens as mutilações corporais e até o suicídio ou similar, estimulará

ações com a finalidade de conscientizar os adolescentes a respeito da valorização da

vida, o respeito pela vida dos outros e o uso consciente das mídias e tecnologias, nos

termos do disposto nesta Lei.

Parágrafo Único. Para os efeitos desta Lei, os jogos, brincadeiras ou eventos

que induzem os jovens as mutilações corporais e até o suicídio ou similar são definidos

como todo ato de violência física e/ou psicológica coercitiva ou não, autoimposta, em

itens ou fases específicas ou sequências sucessivas, intencionais e/ou repetitivas, que

ocorre com motivação evidente, praticado por indivíduos ou grupos, com o objetivo de

atrair, seduzir, cooptar e/ou convencer indivíduos ou grupos, causando dependência

emocional de pessoas, situações e eventos e/ou fases do jogo, síndrome de abstinência,

dor física e emocional, angústia, ferimentos e mutilações de quaisquer naturezas à

vítima, em escala regular, sistemática, gradual e progressiva, conduzindo-a à morte

como objetivo final claramente definido, em uma relação de desequilíbrio de poder

entre as partes envolvidas.

Art. 2º. Caracteriza-se o jogo, brincadeira ou evento que induzem os jovens as

mutilações corporais e até o suicídio ou similar conforme os termos do parágrafo único

do art. 1° e ainda:

a) ataques físicos;

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b) insultos pessoais;

c) comentários sistemáticos e apelidos pejorativos, ambos depreciativos;

d) ameaças por quaisquer meios;

e) expressões depreciativas e preconceituosas sobre o indivíduo praticante;

f) isolamento social e familiar consciente e premeditado.

Parágrafo único. O uso das redes sociais da internet para depreciar, incitar e

explicitar a violência de um modo geral e também autoimposta, adulterar fotos e dados

pessoais com o intuito de criar meios de constrangimento psicossocial, pode ser

caracterizado, de acordo com as suas características, como jogo, brincadeira ou evento

que induzem os jovens as mutilações corporais e até o suicídio ou similar.

Art. 3º. O jogo, brincadeira ou evento que induzem os jovens as mutilações

corporais e até o suicídio ou similar podem ser classificados, conforme as ações

praticadas:

a) verbal: insultos, xingamentos e apelidos pejorativos;

b) moral: difamação, calúnia, disseminação de rumores;

c) sexual: assédio, indução e/ou abuso;

d) social: ignorar, isolar e excluir;

e) psicológica: perseguir, amedrontar, aterrorizar, intimidar, dominar, manipular,

chantagear e infernizar;

f) físico: socar, chutar, bater, mutilar a si mesmo ou a outrem;

g) material: furtar, roubar, destruir pertences de outrem;

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h) virtual: depreciar, enviar mensagens intrusivas da intimidade, enviar ou

adulterar fotos e dados pessoais que resultem em sofrimento ou com o intuito de criar

meios de constrangimento psicológico, social e patológico.

Art. 4º. Constituem diretrizes para estimular as ações:

a) prevenir e combater a prática de jogo, brincadeira ou evento que induzem os

jovens as mutilações corporais e até o suicídio ou similar em toda a sociedade;

b) orientar docentes e equipes pedagógicas para a implementação das ações de

discussão, prevenção, orientação e solução do problema;

c) implementação e disseminação de campanhas de educação, conscientização e

informação;

d) instituir práticas de conduta e orientação de pais, familiares e responsáveis

diante da identificação de praticantes, insufladores e vítimas;

e) assistência psicológica e social às vítimas, insufladores e agressores;

f) integrar as escolas públicas e sociedade, como forma de identificação e

conscientização do problema e a forma de preveni-lo, combatê-lo e erradicá-lo;

g) promover ações públicas e políticas de cidadania, de capacidade empática e

respeito a terceiros, nos marcos de uma cultura de paz, tolerância mútua e controle

social coletivo.

Art. 5º. O Poder Executivo regulamentará esta Lei, no que couber.

Art. 6°. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Plenário Adriano Jorge, 19 julho de 2017.

Professor Gedeão Amorim

Vereador – PMDB

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JUSTIFICATIVA

Projeto de Lei

A proposta tem como principal objetivo, sensibilizar os professores, gestores,

pais, familiares e responsáveis, identificarem comportamentos estranhos e, sobretudo,

conversarem e conscientizarem os adolescentes a respeito das consequências de práticas

perigosas. Com os jovens que apresentam tendência à depressão, a atenção deverá ser

redobrada.

Recentemente o jogo Blue Whale (baleia azul), conhecido como o jogo suicida,

vem ganhando destaque nos noticiários e entre os jovens do mundo. Esse é um jogo

viral, que manipula os adeptos a cumprirem missões desafios, dentre elas a

autoflagelação, tendo como última missão, de um total de 50, o suicídio. Para jogar é

necessário receber um convite através das redes sociais e aceitar os desafios que devem

ser publicados para comprovar o cumprimento da missão.

Outra das atitudes que está se tornando comum entre os jovens que jogam de

forma interativa é a asfixia, ou jogo da asfixia, sendo o jovem perdedor da partida

desafiado a se asfixiar com as mãos ou objetos (corda, lençol, etc) até ficar sem ar e

desmaiar. Ocorrendo a morte de muitos jovens pelos danos causados pela asfixia.

Além do jogo Blue Whale e de asfixia, existem outros jogos circulando na

internet que levam os jovens que perdem a disputa, a atentar contra a própria vida, ou

incentiva a cometer delitos como “punição” ou prenda pelo resultado do jogo, ou ainda

a pagamento de valores para os demais jogadores. Há também jogos que causam medo

nos participantes, podendo gerar crise de pânico, como o jogo do Charlie-Charlie.

Um pouco da história do Jogo Baleia Azul (Blue Whale)

Iniciado na Rússia em 2016, o jogo “Baleia Azul” já foi associado a mais de

100 casos de suicídio no mundo.

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O jogo, que surgiu em 2016, consiste em desafiar jovens em algum grupo numa

rede social a cumprir determinadas tarefas, que chegam sempre às 4h20, horário

considerado como inspirador para a prática do suicídio. Entre os desafios estão: ficar 24

horas sem dormir, assistir filmes de terror de forma contínua, desenhar, com uma

navalha, uma baleia no braço, caminhar em trilhos de trem etc.

O jogo possui 50 desafios, distribuídos diariamente por um “curador” em

grupos fechados de redes sociais. Todo dia, às 4h20, uma mensagem com a nova missão

é publicada. O grau de seriedade é variável. No começo, as tarefas são mais simples,

como assistir a um filme de terror sozinho ou desenhar uma baleia numa folha. Aos

poucos, elas vão ficando cada vez mais perigosas: os participantes devem tatuar uma

baleia no braço com uma faca. A 50ª e última incentiva nada menos que o suicídio.

Há dois tipos de personagens do jogo: o curador, que é quem dita os desafios, e

as baleias, quem os cumpre. Um dos requisitos do jogo é enviar fotos ou comprovar

através de outros meios, como uma gravação de áudio, que se está cumprindo com as

tarefas ordenadas pelo curador. Como forma de incentivar as crianças e adolescentes

que estão participando do jogo, há também palestras motivacionais, principalmente

quando o curador percebe que o grupo está fraco.

Jogo da Asfixia (Chocking Game)

No “Jogo da Asfixia” os participantes usam cordas, cintos, lenços ou qualquer

outro objeto para cortar o suprimento de oxigênio para o cérebro, desmaiar e, em

seguida, acordar em estado de euforia, semelhante ao efeito do uso de drogas. O jogo é

antigo, muito conhecido no exterior.

O principal motivo é a pressão para ser aceito em um grupo, mas a curiosidade

é um fator determinante, a adolescência é uma época natural de experimentação. A

busca de uma representação externa, de uma participação de um grupo, é algo natural.

Além disso, há a curiosidade. Os jovens querem saber os limites do próprio corpo. O

problema é que, na maior parte dos casos, eles não sabem.

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Os jogos de asfixia surgiram há bastante tempo, mas não é possível determinar

exatamente quando. Na França, país referência em estudos sobre a prática, os registros

mais antigos são datados de 1950.

Charlie-Charlie-Challenge

Outra mania nas redes sociais, onde milhares de pessoas estão utilizando um

desafio conhecido como "O desafio de Charlie Charlie" (Charlie Charlie Challenge)

para invocar uma suposta entidade demoníaca mexicana chamada Charlie. Porém, o

mais arrepiante dessa nova moda é que um grande número de jovens afirmam se

comunicar com esse ser.

Tudo começou quando alguns usuários do Twitter afirmaram que podiam

utilizar uma "antiga tradição mexicana" para se comunicar com certos espíritos. E como

era de esperar, milhares de jovens nas redes sociais fizeram eco dessa prática,

convertendo-a no novo fenômeno viral da Internet.

O jogo chamado nas redes sociais de "Charlie Charlie Challenge" está baseado

no "Jogo do Lápis". Segundo o site Pencils.com, o jogo é baseado em um antigo ritual

mexicano em que os jogadores (geralmente crianças) entram em contato com o espírito

de uma criança chamada Charlie. Para jogar o jogo do lápis são necessários seis lápis e

duas pessoas, uma em frente da outra. Cada pessoa deve segurar três lápis e organizá-los

como se fossem as laterais de uma caixa, com o extremo aberto para a outra pessoa.

Utiliza-se lápis sem ponta, ou orientar as pontas de modo que os extremos da borracha

de apagar apontem para o seu acompanhante.

Mortes

A preocupação com os jogos aumentou no ano passado, quando diversas fontes

divulgaram, sem confirmação, 130 suicídios supostamente vinculados a comunidades

virtuais identificadas como "grupos da morte". Diversos países, como a Inglaterra,

França e Romênia têm enviado alertas aos pais depois que adolescentes apareceram com

cortes nos braços e sinais de mutilação.

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No Brasil, uma menina de 16 anos morreu no Mato Grosso após se afogar em

uma lagoa na região central de Vila Rica, a cerca de 1.200 km de Cuiabá. A principal

suspeita da polícia é a de que a jovem, que apresentava cortes nos braços, participava do

jogo da Baleia Azul. Já em Pará de Minas foi encontrado no celular do rapaz um grupo

de whatsapp chamado "Blue Whale" (Baleia Azul, em inglês) com pessoas de diversas

regiões do país e onde ele enviou uma mensagem de despedida pouco antes de se matar.

Induzimento

No cenário do jogo, pode-se depreender que é possível verificar que há um

sujeito que dá a ideia de cometer suicídio a quem não a possui, inspirando-a. O

induzimento de alguém ao suicídio é crime no Brasil.

De fato, a teor o art. 122, incisos I e II do Código Penal:

“Art. 122 – Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou

prestar-lhe auxílio para que o faça:

Pena – reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma;

ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio

resulta lesão corporal de natureza grave.

Parágrafo único – A pena é duplicada:

I – se o crime é praticado por motivo egoístico;

II – se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer

causa, a capacidade de resistência. Infanticídio”.

Da Competência Legislativa

A Constituição Federal vigente atribuiu aos Municípios à capacidade de

autonormatização, ou seja, a capacidade de editar suas próprias lei, de acordo com o

princípio da Supremacia do Interesse local.

De fato, a teor do art. 30, inciso I, da Carta Federal, verbis:

“Art. 30 – Compete aos Municípios:

I – legislar sobre assuntos de interesse local;”

Ainda nesse sentido, dispõe o art. 8º, inciso I, da Lei Orgânica do Município de

Manaus.

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“Art. 8º - Compete ao Município:

I –legislar sobre assuntos de interesse local;”

Assim, compete aos Municípios legislarem sobre assuntos de predominante

interesse local, obedecendo aos princípios e normas do Ordenamento Jurídico

Brasileiro.

Não é demais rememorar que a Constituição Federal, em seu artigo 2º, garante

a Independência e Harmonia dos Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), de

forma que os Poderes não interfiram nas atribuições uns dos outros.

Da Fundamentação e Conclusão

A propositura define as ações de combate ao jogo, brincadeira ou evento que

induzem os jovens as mutilações corporais e até o suicídio.

Os noticiários e publicações em redes sociais vêm denunciando nos últimos

tempos, vários jogos em circulação cuja jogada final, ou a derrota no jogo, seja uma

atitude ilegal, a autoflagelação, ou ainda atentar contra a própria vida.

Vem ganhando destaque nos noticiários e entre os jovens do mundo. Jogos que

manipula os adeptos a cumprirem missões, desafios, dentre elas a autoflagelação, tendo

como última missão, o suicídio.

Certo é que diante da novidade dos jogos, o Poder Público competente, tomar

as providências necessárias à proteção não só das crianças e dos adolescentes mas como

a família num todo.

A função do Estado é efetuar atividade que garantam desenvolvimento

harmônico e sadio à criança, ao adolescente, e a todos de uma maneira geral, ou seja, é

dever do Poder Público afastar instrumentos de violação e agressividade.

Cumpre salientar que o presente Projeto de Lei, busca a proteção à saúde e

segurança da população, ou seja, representa inequívoca manifestação do próprio direito

à vida, internacionalmente reconhecido pelos textos constitucionais modernos.

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Não há o que se falar aqui, em vício de legalidade. Pois, como diz na

justificativa em anexo no projeto de lei, o Município, no Brasil, possui competência

para legislar sobre os assuntos de interesse local, isso está consagrado na Constituição

Federal de 1988, em seu art. 30, inciso I e ainda, a própria Lei Orgânica do Município

fundamenta o projeto de lei no art. 8º, inciso I.

Não há o que se falar, também, em vício de iniciativa. Uma vez que lei que

versa sobre políticas públicas não é de competência privativa do executivo, além, de

caber à Câmara Municipal, com a sanção do Prefeito, dispor sobre políticas públicas em

conformidade com o Art. 22, I, da Lei Orgânica Municipal.

Coloco aqui, uma decisão do estado de São Paulo em um caso análogo, só que este,

em política ambiental:

EMENTA INCONSTITUCIONALIDADE – Lei Municipal de iniciativa parlamentar.

Instituição do “Censo Verde” visando o levantamento das áreas verdes na região

urbana, a ser realizado pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente para elaboração do

programa de recuperação ambiental, a cargo de sobredita Secretaria – Alegação da

norma combatida atentar contra o princípio da independência e harmonia entre os

poderes, deixando de indicar recursos disponíveis para custeio dos encargos criados –

Inocorrência – Matéria de proteção ambiental, cuja ordem constitucional vigente não

contempla dispositivo atribuindo competência exclusiva ao Chefe do Poder Executivo

local – Ato normativo que não provoca aumento de despesa pública a exigir indicação

de recursos disponíveis – Ação improcedente. (...) Por seu turno, não prospera a matéria

preliminar suscitada pela requerida ao sustentar que a lei impugnada constitui ato

administrativo concreto. A bem da verdade, a natureza do conteúdo da norma

questionada, não se adequa ao conceito de ato administrativo concreto, vez que a

aplicação de sua estrutura não se esgota como se dispondo para um único e específico

caso. Ao revés, possui coeficiente de normatividade e generalidade abstrata, de modo a

objetivar o controle por meio da ação direta de inconstitucionalidade de lei, em face da

Constituição Estadual. (...) Ademais não se entrevê eiva de inconstitucionalidade, pelo

fato da norma questionada deixar de indicar recursos efetivamente existentes e

disponíveis para custeio dos encargos destinados à sua execução. Ao revés, como bem

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observou o substancioso parecer da ilustrada Procuradoria-Geral de Justiça: ...’já

existindo Secretaria Municipal do Meio Ambiente, a Câmara Municipal não está

provocando, com o ato normativo em pauta, aumento de despesa pública, a exigir a

indicação dos recursos disponíveis, próprios para atender aos novos encargos”. (ADI

47.166-0/0, TJSP rel. Rebouças de Carvalho)

Ante o exposto, solicito, à tramitação regular da matéria nesta Casa Legislativa.

Plenário Adriano Jorge, 19 de julho de 2017.

Professor Gedeão Amorim

Vereador – PMDB

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