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[Digite o nome da empresa] PROJETO: DISCIPULANDO Salvação e Crescimento Módulo 1 IGREJA UNIÃO EVANGÉLICA PENTECOSTAL (Organizada em 10 de fevereiro de 1952)

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[Digite o nome da empresa]

PROJETO: DISCIPULANDO Salvação e Crescimento

Módulo 1

IGREJA UNIÃO EVANGÉLICA PENTECOSTAL

(Organizada em 10 de fevereiro de 1952)

IGREJA UNIÃO EVANGÉLICA PENTECOSTAL

Sede Nacional: Praça Inácio do Canto, 13 – Madureira – RJ.

CEP. 21310-400 – Tel: 3390-8155

CNPJ 42.343.201/0001-24

Pastor Presidente: Pr. Wilson Gomes de Souza

Pastor Vice-Presidente: Pr. Osvaldo Luis dos Santos

Responsável pelo Discipulado: Pr. Marcos Augusto Xavier

Conteúdo por: Pr. Marcos Augusto Xavier

Revista e Corrigida por: Pb. José Pinheiro

Uso interno.

Proibida a comercialização.

DEDICATÓRIA

Pr. Getúlio Augusto Xavier

✰ 07/09/1942 ✞ 14/08/2015

Realizar esse trabalho somente foi possível em função do reconhecimento desse

homem de Deus, que, inspirado pelo Espírito Santo, decidiu indicar o meu nome

ao Ministério Geral da IUEP para assumir o cargo eclesiástico de Pastor na Igreja

União Evangélica Pentecostal, a fim de trabalhar junto a essa área da igreja de

extrema importância, o Discipulado.

Na verdade, a sua influência na minha vida não foi de agora, mas, é algo que

ocorre desde o meu nascimento, pois, como meu pai, verdadeiramente soube me

ensinar nos caminhos em que eu devia andar e, assim, pude comprovar o que as

Escrituras afirmam ao não me desviar dos propósitos de Deus para a minha vida.

O seu exemplo como pai, marido e líder da igreja por mais de 30 anos, sendo

reeleito por 10 vezes consecutivas nos pleitos da IUEP, o que demonstra a sua

credibilidade, lealdade, sobretudo a Deus, e fidelidade para com a Sua obra, sem

dúvida nenhuma, esse exemplo, deve ser admirado, seguido e buscado por todos

os membros que fazem parte da Igreja União Evangélica Pentecostal, sejam novos

ou antigos.

Obrigado, pai!

PREFÁCIO

Um dos grandes desafios da igreja em todas as épocas é a de fazer discípulos e

não apenas convertidos. Digo em todas as épocas porque se trata do cumprimento de

uma ordenança deixada pelo próprio Senhor Jesus escrita em Mateus 28. 19,20, que diz:

“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e

do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos

tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos

séculos. Amém.” (Bíblia online)1.

O projeto referido pelo Senhor Jesus não se trata de uma nova empreitada para a

igreja contemporânea, mas, sim, de uma obra espiritual simples que apenas precisa ser

observada na atualidade. No dizer do escritor C. S Lewis (2005)2: ―a base da vida cristã

está na simplicidade de conceitos e princípios já apresentados por Deus, e qualquer

inovação certamente procede de algum charlatão‖.

O Ap. Paulo em suas cartas sempre se preocupou com a simplicidade do

evangelho, tendo combatido as heresias em todas as suas formas, as quais tentavam dar

nova roupagem ou interpretação ao verdadeiro evangelho anunciado pelo Senhor Jesus

Cristo, o qual, de fato, transforma vidas.

Com essa visão, a Igreja União Evangélica Pentecostal, buscando promover o

crescimento espiritual dos seus novos cristãos, apresenta o Projeto ―Discipulando:

Salvação e Crescimento‖ que servirá de aio na condução desse projeto de discipulado,

sendo composto por dois Módulos, o primeiro tratando de ensinamentos que relacionam o

homem aos princípios e às verdades e doutrinas bíblicas; o segundo Módulo trata da vida

do cristão, com seus desafios, experiências e relacionamento com Deus e com a igreja do

Senhor Jesus.

Assim, além de proporcionar a qualquer pessoa que queira conhecer um pouco

mais de Deus, do seu amor pelo homem e das formas de relacionamentos da criatura

com o seu Senhor, objetiva-se, também, preparar os potenciais futuros membros da

IUEP, tornando-os conhecedores das doutrinas bíblicas básicas defendidas pela igreja,

cujo conhecimento é a base da defesa dessas verdades, além de ser o fundamento dos

direitos, deveres e obrigações a que todo membro da IUEP está sujeito.

Assim, esperamos que o presente trabalho possa ajudar às nossas igrejas a

aprimorar o cumprimento do mandamento do Mestre Senhor Jesus, incentivando-as,

ainda, a participarem dessa empreitada, contando com a colaboração de cada uma delas

1 https://www.bibliaonline.com.br/acf/mt/28. Bíblia on line.

2 LEWIS. C. S. Cristianismo puro e simples. . 1. Edição. São Paulo. 2005

no aperfeiçoamento do Projeto ―Discipulando: Salvação e Crescimento‖, mesmo porque

não se trata de um estudo exaustivo, pois, quando se trata da palavra de Deus, o assunto

é inesgotável.

Pr. Marcos Augusto Xavier

Responsável pelo Discipulado da IUEP

SUMÁRIO

DEDICATÓRIA .................................................................................................................... 3

LIÇÃO 1 - DEUS PAI, DEUS FILHO E DEUS ESPÍRITO SANTO ................................... 11

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 11

2. A TRINDADE ................................................................................................................. 11

2.1. TRITEÍSMO E TRINITARIANISMO ............................................................................ 11

2.2. MONOTEÍSMO ........................................................................................................... 12

2.3. DIVINDADE DO PAI, DO FILHO E DO ESPÍRITO SANTO ...................................... 12

3. DEUS............................................................................................................................. 13

3.1. CONCEITOS DE DEUS ............................................................................................. 14

3.2. OS NOMES DE DEUS ............................................................................................... 14

3.3. ATRIBUTOS DE DEUS .............................................................................................. 15

4. JESUS CRISTO, DEUS FILHO ..................................................................................... 16

4.1. PROPÓSITOS ESPECIAIS DO SENHOR JESUS ..................................................... 16

5. ESPÍRITO SANTO ........................................................................................................ 17

5.1. ALGUNS ATRIBUTOS E CARACTERÍSTICAS DO ESPÍRITO SANTO .................... 18

5.1.1 O espírito santo tem personalidade .......................................................................... 18

5.1.2 A operação do espírito santo na vida do pecador .................................................... 18

5.1.3 Algumas ações do Espírito Santo na vida do crente ................................................ 18

5.1.4 Alguns nomes do Espírito Santo .............................................................................. 18

5.1.5 Alguns símbolos do Espírito Santo ........................................................................... 19

6. CONCLUSÃO ................................................................................................................ 19

LIÇÃO 2 - A CRIAÇÃO DE TODAS AS COISAS ............................................................. 20

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 20

2. A CRIAÇÃO DO MUNDO SEGUNDO ALGUMAS TEORIAS ........................................ 20

2.1. TEORIA DA SUBSTANCIA GERAL ........................................................................... 20

2.2. PANTEÍSMO .............................................................................................................. 21

2.3. POSITIVISMO ............................................................................................................ 21

3. O COMEÇO DE TODAS AS COISAS ........................................................................... 21

3.1. GÊNESIS, O LIVRO DA CRIAÇÃO DIVINA ............................................................... 22

3.2. TEMA, DATA, AUTORIA E LOCAL ............................................................................ 22

3.3. ESBOÇO HISTÓRICO ............................................................................................... 22

3.3.1. História Primitiva ...................................................................................................... 22

3.3.2. História Patriarcal .................................................................................................... 22

4. O CONTEÚDO DE GÊNESIS ....................................................................................... 23

4.1. O CRIACIONISMO BÍBLICO (CPAD, 2015) ............................................................... 23

4.2. A CRIAÇÃO DE TODAS AS COISAS ........................................................................ 23

5. O PROPÓSITO E O ALVO DA CRIAÇÃO. .................................................................... 24

6. CONCLUSÃO ................................................................................................................ 25

LIÇÃO 3 - O SENTIDO DA VIDA DO HOMEM ................................................................. 26

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 26

2. DEUS, O CENTRO DE TUDO ....................................................................................... 26

3. O PROPÓSITO DE DEUS NA VIDA DO HOMEM ........................................................ 27

3.1. VIVER A ETERNIDADE ............................................................................................. 27

3.2. EXPRESSAR A GLÓRIA E AUTORIDADE DE DEUS ............................................... 28

3.2.1 E como podemos glorificar o nome do Senhor? ....................................................... 29

3.3. RELACIONAR-SE COM DEUS .................................................................................. 30

3.4 INTEGRAR A FAMÍLIA DE DEUS ............................................................................... 30

4. CONCLUSÃO ................................................................................................................ 31

LIÇÃO 4 - O HOMEM, A QUEDA E A REDENÇÃO ......................................................... 32

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 32

2. A ORIGEM DO PECADO .............................................................................................. 32

3. AS CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA DO HOMEM ......................................................... 34

3.1. MORTE ESPIRITUAL ................................................................................................. 34

3.2. MORTE FÍSICA .......................................................................................................... 35

4. A REDENÇÃO EM JESUS CRISTO ............................................................................. 35

5. NOVO NASCIMENTO ................................................................................................... 36

5.1 A JUSTIFICAÇÃO E O NOVO NASCIMENTO ............................................................ 36

5.2 A NATUREZA DO NOVO NASCIMENTO ................................................................... 37

5.3 QUAL A FINALIDADE DO NOVO NASCIMENTO? ..................................................... 37

6. CONCLUSÃO ................................................................................................................ 39

LIÇÃO 5 - O PECADO ...................................................................................................... 40

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 40

2. PECADO: DEFINIÇÃO E ORIGEM ............................................................................... 40

2.1. DEFINIÇÃO ................................................................................................................ 40

2.2. ORIGEM ..................................................................................................................... 41

3. CARACTERÍSTICAS DO PECADO .............................................................................. 41

4. A FORÇA DO PECADO ................................................................................................ 42

4.1. A NATUREZA PECAMINOSA NO HOMEM ............................................................... 43

4.2. O PECADO LUTA CONTRA O ESPÍRITO ................................................................. 43

5. O PROCESSO DO PECADO E SUAS CONSEQUÊNCIAS .......................................... 43

6. COMO VENCER O PECADO ........................................................................................ 44

7. CONCLUSÃO ................................................................................................................ 45

LIÇÃO 6 - A FÉ SALVÍFICA ............................................................................................. 46

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 46

2. A FÉ E SEUS TIPOS ..................................................................................................... 46

2.1. A FÉ NATURAL .......................................................................................................... 47

2.2. A FÉ SOBRENATURAL ............................................................................................. 48

2.2.1. Fé Teórica ............................................................................................................... 48

2.2.2. Fé Salvadora ou Salvífica ........................................................................................ 49

3. CARACTERÍSTICAS DA FÉ SALVADORA ................................................................... 50

4. FÉ, O PRIMEIRO PASSO DA RENDENÇÃO ............................................................... 50

5. CONCLUSÃO ................................................................................................................ 52

LIÇÃO 7 - O ARREPENDIMENTO, A CONFISSÃO E A CONVERSÃO .......................... 53

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 53

2. DUAS ESPÉCIES DE ARREPENDIMENTO ................................................................. 53

3. DO QUE CONSISTE O ARREPENDIMENTO REAL? .................................................. 55

3.1. MUDANÇA DE OPINIÃO ............................................................................................ 56

3.1.1 Com respeito à natureza do pecado. ........................................................................ 56

3.1.2. Com respeito à relação do pecado com Deus. ........................................................ 56

4. CARACTERÍSTICAS DO ARREPENDIMENTO ............................................................ 56

5. O ARREPENDIMENTO E A FÉ ..................................................................................... 57

6. CONFISSÃO E CONVERSÃO ...................................................................................... 57

7. CONCLUSÃO ................................................................................................................ 58

LIÇÃO 8 - A REGENERAÇÃO ......................................................................................... 59

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 59

2. A NATUREZA DA REGENERAÇÃO ............................................................................. 59

3. ASPECTOS CONCERNENTES À REGENERAÇÃO .................................................... 60

4. NECESSIDADE DA REGENRAÇÃO ............................................................................ 61

5. REGENERAÇÃO COMO INÍCIO DA GLORIFICAÇÃO FINAL ...................................... 62

6. CONCLUSÃO ................................................................................................................ 62

LIÇÃO 9 - A ETERNIDADE DO HOMEM ......................................................................... 63

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 63

2. O SIGNIFICADO DA VIDA DO HOMEM ....................................................................... 63

3. A ETERNIDADE E SUAS ESCOLHAS ......................................................................... 64

3.1. A IMORTALIDADE DA ALMA ..................................................................................... 64

3.2 O SONO DA ALMA ..................................................................................................... 65

3.3. O PARAÍSO (CÉU) E O LUGAR DE TORMENTO ..................................................... 66

4. A RESSURREIÇÃO ...................................................................................................... 67

4.1. AS DUAS RESSURREIÇÕES .................................................................................... 67

4.1.1. A Primeira Ressurreição .......................................................................................... 68

4.1.2. O Corpo da Ressurreição ........................................................................................ 68

4.1.3. A Segunda Ressurreição ......................................................................................... 68

5. CONCLUSÃO ................................................................................................................ 68

LIÇÃO 10 - AS ÚLTIMAS COISAS ................................................................................... 69

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 69

2. FIM DO MUNDO? ......................................................................................................... 69

3. MATEUS 24 E OS SINAIS DOS TEMPOS .................................................................... 70

4. OS SINAIS DO TEMPO DO FIM ................................................................................... 71

4.1. APOSTASIA ............................................................................................................... 71

4.2. A GENERALIZAÇÃO DE DESVIOS DOUTRINÁRIOS............................................... 72

4.3. DEGRADAÇÃO MORAL GENERALIZADA ................................................................ 72

4.4. DESENVOLVIMENTO DA CIÊNCIA E TRANSPORTES ........................................... 73

4.5. RESTAURAÇÃO DE ISRAEL ..................................................................................... 73

5. CONCLUSÃO ................................................................................................................ 74

LIÇÃO 11 - A VOLTA DE JESUS ..................................................................................... 75

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 75

2. ARREBATAMENTO E VINDA: EVENTOS DISTINTOS ................................................ 75

2.1. EVENTOS SEPARADOS NO TEMPO ....................................................................... 75

2.1.1. Arrebatamento ......................................................................................................... 76

2.1.1.1 Conceito ................................................................................................................ 76

2.1.1.2. A Doutrina da Iminência ....................................................................................... 76

2.1.1.3. Modus Operandi ................................................................................................... 77

2.1.1.4. Acontecerá antes da Grande Tribulação .............................................................. 77

2.1.1.5. Aspectos Relacionados ao Arrebatamento ........................................................... 77

2.1.1.6. Propósitos ............................................................................................................. 77

2.1.1.7. O Momento do Arrebatamento ............................................................................. 78

2.1.2. A Vinda de Jesus ..................................................................................................... 79

2.1.2.1. As conseqüências da vinda .................................................................................. 79

3. A IGREJA APÓS O ARREBATAMENTO ...................................................................... 81

3.1. O TRIBUNAL DE CRISTO .......................................................................................... 81

3.2. AS BODAS DO CORDEIRO ....................................................................................... 82

4. CONCLUSÃO ................................................................................................................ 83

LIÇÃO 12 - A GRANDE TRIBULAÇÃO ........................................................................... 84

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 84

2. ASPECTOS INICIAIS .................................................................................................... 84

2.1. TERMOS UTILIZADOS PARA TRIBULAÇÃO ............................................................ 84

3. O DIA DO SENHOR ...................................................................................................... 85

4. O PROPÓSITO DA GRANDE TRIBULAÇÃO ............................................................... 87

4.1. PURIFICAR OS JUDEUS PARA RECEBEREM A JESUS COMO MESSIAS ............ 87

4.2. JULGAR A NAÇÕES GENTÍLICAS ............................................................................ 87

5. A ESTRUTURA DA GRANDE TRIBULAÇÃO ............................................................... 88

6. CONCLUSÃO ................................................................................................................ 89

LIÇÃO 13 - O MILÊNIO..................................................................................................... 90

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 90

2. O QUE É O MILÊNIO .................................................................................................... 90

3. A ERA MILENAL ........................................................................................................... 91

3.1. O MILÊNIO NO ANTIGO TESTAMENTO ................................................................... 91

3.2. O MILÊNIO NOS EVANGELHOS ............................................................................... 91

4. OS PROPÓSITOS DO MILÊNIO ................................................................................... 92

4.1. CUMPRIR AS ALIANÇAS COM ISRAEL ................................................................... 92

4.1.1. Aliança Abrâmica (Gn 12:1-3; 15:18-21; 17:1-8) ..................................................... 92

4.1.2. Aliança Palestina (Dt. 30. 1-10) ............................................................................... 92

4.1.3. Aliança Davídica ...................................................................................................... 93

4.1.4. A nova aliança (Jr 31:31-40) .................................................................................... 93

4.2. ESTABELECER O PROPÓSITO INICIAL DE DEUS PARA A HUMANIDADE .......... 93

5. A VIDA NO MILÊNIO ..................................................................................................... 94

5.1. PREVALECERÃO A PAZ E JUSTIÇA ........................................................................ 94

5.2. SERÁ QUEBRADA A MALDIÇÃO QUE ESTAVA SOBRE A TERRA ........................ 94

5.3. OS RESSURRETOS E OS VIVOS NO MILÊNIO ....................................................... 95

6. A BATALHA NO FIM DO MILÊNIO ............................................................................... 96

7. O JUÍZO FINAL ............................................................................................................. 96

8. CONCLUSÃO ................................................................................................................ 97

REFERÊNCIA ................................................................................................................... 98

11

Lição 1

DEUS PAI, DEUS FILHO E DEUS

ESPÍRITO SANTO

“Assim que Jesus foi batizado, saiu da água. Naquele momento os céus se abriram, e ele viu o Espírito de Deus descendo como pomba e pousando sobre ele. Então uma voz dos céus disse: "Este é o meu Filho amado, em quem me agrado.”

Mateus 3.16-17

1. INTRODUÇÃO

Não há melhor forma de iniciarmos os nossos estudos que não seja com uma

noção a respeito do próprio Deus, cuja essência subsiste em três modos de ser, a saber,

Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.

Conhecer os seus atributos, características e princípios, nem que seja apenas

de uma forma muito superficial (porque Deus é insondável), entender que há um só Deus,

que é o criador de todas as coisas, saber que Ele se revela na sua criação e que Ele ama

o homem de uma forma tão profunda ao ponto de não abrir mão do seu relacionamento

com ele, é de fundamental importância, visto que todas as coisas são feitas por Ele, para

Ele e para a glória dEle (Rm 11. 36), o que nos inclui.

Essa lição, portanto, tem essa pretensão em nos enriquecer espiritualmente,

trazendo algumas definições e conceitos a respeito do próprio Deus, o que certamente irá

nos edificar como seus filhos.

2. A TRINDADE

Esse tema, por mais que os estudiosos, eruditos, mestre e teólogos se

esforcem, sempre será de difícil compreensão definitiva, haja vista que a mente do

homem não é capaz de entender a ―matemática celeste‖ (CHAMPLIN, 2003), e por essa

razão não iremos nos prender nesse assunto demasiadamente, buscando apenas refletir

sobre alguns conceitos já aceitos pela comunidade cristã.

2.1. TRITEÍSMO E TRINITARIANISMO

Apesar dos nomes aparentemente ―assustadores‖, tratam-se, na verdade, de

dois conceitos simples e basilares para a nossa compreensão da trindade. Enquanto o

primeiro (Triteísmo) afirma que a trindade envolve 3 pessoas distintas, o segundo

12

(Trinitarianismo), que é a definição aceita pelos estudiosos, define que há apenas uma

pessoa, com suas três formas de ser. Em outras palavras, a primeira teoria afirma que há

três pessoas distintas, o que determinaria, então, a existência de três deuses; e a

segunda teoria, a aceita, afirma que há um só Deus que se manifesta em três formas, em

três essências.

Esse é o significado da palavra Trindade: ―união de três partes ou expressões

em uma só‖ (CHAMPLIN, 2003), fazendo uma comparação bastante simplória, é como

uma tangerina na qual existem diversos gomos, mas, a fruta é uma só.

Para um perfeito entendimento desse conceito, existem duas verdades que

embasam o estudo sobre a trindade: o Monoteísmo e a divindade do Pai, do Filho e do

Espírito Santo.

2.2. MONOTEÍSMO

Monoteísmo significa a existência de um só Deus e não de três Deuses. Veja

as referências bíblicas:

REFERÊNCIA BÍBLICA TEXTO

Deuteronômio 4:35

A ti te foi mostrado para que soubesses que o Senhor é Deus;

nenhum outro há senão ele.

Isaías 45:5

Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus (...)

Hebreus 1:8 Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos; Cetro de eqüidade é o cetro do teu reino.

1 Coríntios 8:4

Assim que, quanto ao comer das coisas sacrificadas aos ídolos,

sabemos que o ídolo nada é no mundo, e que não há outro

Deus, senão um só.

Atos 20. 28 (...) para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com

seu próprio sangue.

2.3. DIVINDADE DO PAI, DO FILHO E DO ESPÍRITO SANTO

Aqui se atesta a Divindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Considerando,

portanto, que há um só Deus, estamos falando, então, das suas três expressões. Veja os

textos bíblicos.

13

REFERÊNCIA BÍBLICA TEXTO

JESUS, O FILHO

Isaías 9:6 Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso,

Conselheiro, Deus Forte, (...).

Colossenses 2:9 Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade

Hb 1.10 E Tu, Senhor, no princípio fundaste a terra, E os céus são obra de

tuas mãos.

João 1:1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era

Deus.

ESPÍRITO SANTO

2 Samuel 23:2,3ª O Espírito do Senhor falou por mim, e a sua palavra está na minha boca. Disse o Deus de Israel, a Rocha de Israel a mim me falou:

Jó 33:4 O Espírito de Deus me fez; e a inspiração do Todo-Poderoso me deu vida

Atos 5. 3-4 Disse então Pedro: (...) para que mentisses ao Espírito Santo (...) Não mentiste aos homens, mas a Deus.

Nesses dois quadros de referências bíblicas podemos compreender que há um

só Deus e que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são o próprio Deus em sua variedade de

expressões. Obviamente que é compreensível a nossa insatisfação em não poder

harmonizar a nossa idéia a respeito do assunto, afinal de contas, três significa um. Tomás

de Aquino, citado por Champlin (2003), afirma que ―algumas doutrinas cristãs

transcendem à razão e à percepção dos sentidos, estando sujeitas à apreensão exclusiva

da fé‖. Assim, enquanto não nos encontrarmos com o próprio Deus e ter as respostas

completas dEle mesmo, o próprio Senhor testificará a verdade da Trindade em nossos

corações mediante a fé.

3. DEUS

Amigo leitor, seria uma pretensão sem tamanho nos aventurarmos em querer

explicar Deus ou defini-lo, o escritor Champlin (2003), inclusive, intitula esse estudo como

―mysterium tremendum” (Mistério Tremendo). Ele afirma que nós não somos capazes de

conhecer e nem de definir elementos básicos existentes, como o átomo, não obstante o

avanço da tecnologia, definir coisas do espírito e muitas outras, o que dirá de querer fazer

o mesmo em relação a Deus.

A melhor forma de conhecer minimamente o nosso Deus é estudar alguns dos

seus atributos, obra e providência, o que, na melhor das hipóteses, é ―pegar‖ algum

14

atributo humano e engrandecê-lo ao infinito e mesmo assim estaríamos ainda longe de

conhecer a esse Deus. Para se ter uma idéia, quando Moisés perguntou a Deus como ele

poderia se referir a Ele diante dos Hebreus, o Senhor apenas falou para Moisés defini-lo

como o ―Eu Sou‖ (Ex. 3.14), pois, Ele sabia que não havia em lugar algum qualquer nome,

palavra ou sinal que pudesse defini-lo ou identificá-lo. De qualquer forma, vamos

conhecer um pouco das características do eterno Deus Jeová.

3.1. CONCEITOS DE DEUS

Deus é um só. Como já vimos no item 2, existe apenas um Deus;

Deus faz-se conhecer por revelação. Deus em todo momento se revela ao homem, e

isso está explícito em toda a Escritura Sagrada, que é a Palavra dEle revelando-o;

Possui atributos comunicáveis e incomunicáveis. Os primeiros são aqueles com

qualidade racionais e morais que encontram relação com o ser humano, como

sabedoria, justiça, bondade, retidão e amor. O segundo, relaciona-se à sua própria

existência, como imutabilidade, onisciência, onipresença e onipotência;

A vontade de Deus e a sua sabedoria. Deus faz o que lhe apraz, pratica o que quer,

mas, a sua justiça garante que Ele faça tudo de forma correta e justa.

3.2. OS NOMES DE DEUS

Os hebreus respeitavam e temiam o nome de Deus, o que os motivava a não

usar esse nome em vão (Ex. 20.7). ―Eles pronunciavam o nome de Deus com alterações

para não terem que verbalizar os sons exatos desse nome‖ (CHAMPLIN, 2003). Abaixo

uma lista de alguns nomes de Deus que expressam seu caráter e princípios.

NOME

Pai. No hebraico, Aba (Sal. 89:26); transliteração

grega do aramaico abba (Rom. 8:15).

Juiz. No hebraico, Shaphat (Gên. 18:25).

Redentor. No hebraico, Gaal (J6 19:25).

Salvador. No hebraico, Yasha (Isa. 43:3); no grego, Soter (Luc. 1:47).

Libertador. No hebraico, Palat (Sal. 18:2).

Escudo. No hebraico, Magen (Sal. 3:3).

Força. No hebraico, Eyaluth (Sal. 22:29).

15

Fonte: Enciclopédia do Antigo Testamento de Champlin (2003)

3.3. ATRIBUTOS DE DEUS

Onisciência - É um conhecimento de Deus que desconhece limites, restrições ou

defeitos, estendendo-se para trás por todo o tempo, ―até quando não havia tempo‖

(CHAMPLIN, 2003), todo o presente e todo o futuro;

Sensibilidade - Deus, como pessoa, tem sentimentos ―racionais e morais‖

(CHAMPLIN, 2003). Vemos na Bíblia vários termos usados para definir sentimentos

dos homens relacionados a Deus, como deleite, ira, arrependimento, amor,

desprazer, etc. (Gen 6.6, Ex. 4. 14, Rm 9.13.);

Qualidades morais (CHAMPLIN, 2003)

o Santidade - Deus não peca e todas as Suas virtudes são perfeitas. (lsa. 6:3; I João

1:5; Apo. 6: 10;15:4);

o Justiça - Em Si mesmo e em Seu governo, não se acha qualquer defeito de

injustiça, erro ou ação duvidosa (I João 1:9; I Cor. 11:31,32; Rom. 2:12-16; 11 Crô.

19:7; Isa. 45:21; Apo. 15:3).

o Amor. Esse é o único atributo moral de Deus que também Lhe serve de nome (I

João 4:8).

Onipotência. O poder de Deus é ilimitado, o que permeia a tudo, e Sua inteligência

perscruta todas as coisas e é ilustrado na criação e demonstrado na sustentação as

coisas. Ele não está confinado ao espaço, mas é da mesma (Gên. 1 e 2; Col. 1:16).

Todo-Poderoso. No hebraico, Shaddai (Gên. 17:1).

Deus que Vê. No hebraico, El Roi (Gên. 16:13).

Justo. No hebraico, Tsaddiq (Sal. 7:9).

Senhor dos Exércitos. No hebraico, Elohim

Sabaoth (ler. 11:20); no grego, Kúrios (Rom. 9:29; Tia. 5:4).

Deus Vivo. No hebraico, Elohim (Deu. 5:36).

Rei dos Reis. No grego, basileus basiléon (Apo.17:14).

Pai das Luzes. No grego, Pater (Tia. 1:17).

Eu Sou. No hebraico, Hayah; no grego, Ego eimi(João 8:58).

16

Eternidade - Coisa alguma criou Deus. Ele já existia antes do tempo, e sempre

existirá, porquanto Ele é o auto-existente, a Causa sem causa. (Gên. 21:33; Sal.

41:13; 90:2; Hab. 1:12; Rom. 1:20; 16:26; Heb. 9:14).

Onipresença - O Espírito de Deus permeia a tudo, e Sua inteligência perscruta a

todas as coisas. Ele não está confinado ao espaço. Ele está acima de tudo, através

de tudo e em tudo (Ef. 4:6).

4. JESUS CRISTO, DEUS FILHO

Não tem como falar de Jesus e não tratar da sua obra redentora. Há

aproximadamente dois mil atrás Jesus nasceu no mundo e cresceu até alcançar a

maturidade, assim como todos os seres humanos. Ele não era nenhum homem comum.

Concebido de uma virgem através do Espírito Santo para que Ele pudesse nascer. Ele

era o "Filho de Deus‖ (Lc 1:26-35). Era o Próprio Deus vindo a terra em forma humana,

como vemos no Evangelho de João, cap., v. 1-14: "No princípio era o Verbo, e o Verbo

estava com Deus, e Verbo era Deus (...) O Verbo tornou-Se carne e habitou por algum

tempo entre nós. Vimos a Sua glória, a glória do Unigênito Filho, o Qual veio do Pai, cheio

de graça e verdade".

4.1. PROPÓSITOS ESPECIAIS DO SENHOR JESUS

Resgatar a Humanidade - "Porque o Filho do Homem veio para buscar e salvar o que

havia se perdido‖ (Lc 19:10); ver Colossenses 1:13;

Dar a sua vida como um resgate - " ...o Filho do Homem não veio para ser servido, e

sim para servir e dar a Sua vida como um resgate para muitos"(Mt 20:28).

Destruir as obras de satanás em nossas vidas - "Quem faz o que é pecaminoso é do

diabo, porque o diabo peca desde o princípio. "A razão pela qual o Filho de Deus

apareceu foi para destruir as obras do diabo" (1 Jo3:8);

Dar-nos a vida eterna - "E este é o testemunho: Deus nos deu a vida eterna, e esta

vida encontra-se no Seu Filho. "Quem tem o Filho tem a vida. Quem não tem o Filho

de Deus não tem a vida (1 Jo 5:11,12). Veja também João 3:16,17 e João 10:10;

Dar-nos um novo "nascimento" na família de deus - "Contudo, a todos que O

receberam, a estes que creram em Seu Nome, Ele lhes deu o direito de se tornarem

filhos de Deus (...)" (Jo 1:12). Ver 1 João 3:1,2; Restaurar A Nossa Comunhão Com

Deus Pai - "Proclamamos-lhes o que vimos e ouvimos, a fim de que vocês também

possam ter comunhão conosco. E a nossa comunhão é com o Pai e com o Filho,

Jesus Cristo " (1 Jo 1:3);

Jesus veio para nos mostrar a natureza de Deus - "Se vocês realmente Me

conhecessem (a Jesus), vocês conheceriam também o Meu Pai. De agora em diante,

17

vocês O conhecem de fato e O viram... Qualquer pessoa que Me viu, também viu o

Pai. (...) Creiam em Mim quando digo que estou no Pai e que o Pai está em Mim... "

(Jo 14:7-11). Veja também João 1:18;

Ele Nos Mostrou O Amor De Deus - ―Foi assim que Deus demonstrou o Seu amor

para conosco: Ele enviou o Seu Unigênito Filho ao mundo para que pudéssemos viver

através d'Ele. Isto é amor: Não que tivéssemos amado a Deus, mas que Ele nos

amou e enviou o Seu Filho como um sacrifício expiatório pelos nossos pecados" (1 Jo

4:9,10). Ver Romanos 5:8;

Ele Nos Mostrou o Poder De Deus

o Curando os Enfermos, Os Aleijados, E Os Cegos - "E a Sua fama espalhou-se por

toda a Síria, e traziam-Lhe todos os enfermos de várias doenças, os que sofriam de

dores intensas, os endemoninhados, os epilépticos, e os paralíticos, e Ele os

curava "(Mt4:24). Veja também João 9:1 -7;

o Expulsando os Espíritos Malignos - "E Jesus curou a muitos que tinham diversas

enfermidades. Ele também expulsou muitos demônios, porém não permitia que os

demônios falassem porque eles sabiam quem Ele era" (Mc 1:34). Veja também

Marcos 5:1-17;

o Realizando Milagres - "(...) Jesus levantou-Se, repreendeu o vento, e disse às

ondas: ―Calai- vos! Aquietai-vos!' "Aí então o vento se aquietou e houve uma

grande bonança... os Seus discípulos ficaram muito atemorizados e perguntaram

uns aos outros: ―Quem é este que até mesmo os ventos e as ondas Lhe

obedecem!?"" (Mc 4:37-41);

o Ressuscitando os Mortos - ".... Jesus clamou com grande voz: Lázaro, saia! E o

defunto saiu, com as suas mãos e pés envolto com faixas de linho, e com um lenço

ao redor do seu rosto. (Jo 11:43,44).

Jesus ressuscitou dos mortos por nós - Mateus 28, "(...) Deus nos ressuscitou com

Cristo e nos assentou com Ele nos lugares celestiais em Cristo Jesus..." (Ef 2:4-6).

Ver também Romanos 6:4.

5. ESPÍRITO SANTO

A primeira referência ao Espírito Santo é encontrada em Gênesis 1.2 e está

presente em toda a Escritura. O Espírito Santo é a terceira pessoa da Trindade e possui

todos os atributos divinos: Onipotência, (Rm 15.13) Onisciência, (Is 40.13,14)

Onipresença, (Sl 139.7-10) Soberania,(Jo 3.8) Eternidade (Hb 9.14), etc. Ele é uma

pessoa e não uma força ativa, energia ou influência, como desejam alguns. O Espírito

Santo opera em todas as esferas: física, moral e espiritual.

18

5.1. ALGUNS ATRIBUTOS E CARACTERÍSTICAS DO ESPÍRITO SANTO3

5.1.1 O espírito santo tem personalidade

Ele possui intelecto, (1 Co 2.10-13) emoções, (Ef 4.30; Tg 4.5) e vontade. (1 Co

12.11);

Ele move pessoas (2 Cr 36.22; Ag 1.14);

Ele ensina e lembra (Jo 14.26)

Ele ordena. (At 8.29; 10.19,20; 13.2)

Ele testifica de Cristo. (Jo 15.26)

5.1.2 A operação do espírito santo na vida do pecador

Ele convence do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.7-11);

Ele opera a conversão (Jo 3.3.5; Rm 8.11);

5.1.3 Algumas ações do Espírito Santo na vida do crente

É dado no ato da conversão (Pv 1.23; Ef 1.13);

Habita somente no crente. (Gl 4.6; Rm 5.5; 1Jo 3.24) O mundo não pode receber!

(Jo 14.17);

Ele é o penhor (garantia) de nossa salvação. (2 Co 1.22; Ef 1.13,14);

Dá garantia de que somos filhos de Deus (Rm 8.16);

Não nos controla, mas guia-nos na verdade. (Jo 16.13; Rm 8.14; Gl 5.18);

Ele nos purifica (Rm 1.4; 1 Pe 1.2);

Ele nos santifica contra a natureza carnal (2Ts 2.13);

Abre nosso entendimento para compreender as Escrituras (1 Co 2.10);

Ele intercede e ajuda em nossas fraquezas. (Rm 8.26);

Capacita o crente para a obra de Deus. (At 13.2-4);

Fortalece o crente transformando-o a cada dia. (Ef 3.16-17; 2 Co 3.18)

5.1.4 Alguns nomes do Espírito Santo

Espírito de Deus – Ele executa a vontade divina. (Jo 1.1-5; Gn 1; 2.1-3);

Espírito de Cristo – Ele glorificar o nome de Cristo. (Jo 16.14);

3 Disponível em <http://www.blogdosemeador.com/discipulado/o-espirito-santo>. Acesso em 18 jan 2016.

19

Consolador – Do grego ―paracletos‖ – significa alguém chamado para ficar ao lado de

outrem para ajudá-lo em qualquer eventualidade. (Jo 14.16,17; At 9.31);

Espírito da Verdade – (Jo 16.13);

Espírito de Sabedoria e de Revelação – (Is 11.2; Ef 1.17; At 6.10).

5.1.5 Alguns símbolos do Espírito Santo

Fogo (ardor) – Refere-se a limpeza, purificação, zelo ardente (Is 4.4; Mt 3.11,12 Jr

20.9);

Vento – Simboliza soberania e obra regeneradora. (Ez 37.9; Jo 3.8; At 2.2);

Água – Fonte de água viva que inunda nossas almas purificando, refrescando,

saciando a sede, e tornando-nos frutíferos. (Ez 36.25-27; Jo 3.5; 4.14; 7.38,39);

Selo – Como propriedade de Deus temos que conservá-lo até a sua volta. (Ef 1.13;

4.30; 2 Co 1.22; 5.5);

Azeite – No AT era usado para ungir reis e sacerdotes em Israel. (Sl 133.2) Ser

ungido significa ser revestido de autoridade de Deus para determinada tarefa

espiritual ou secular. (Sl 45.7); No NT quando alguém está enfermo deve chamar os

presbíteros para unção e oração. (Tg 5.14,15);

Pomba – Fala de brandura, amabilidade, doçura, simplicidade e paz. (Mt 3.16; 10.16).

6. CONCLUSÃO

Com os conhecimentos basilares trazidos nessa lição, o aluno pode ter uma

noção inicial de quem é esse Deus a quem está servindo. Seu caráter, princípios e

atributos delineiam e afirmam a sua grandiosidade e eternidade.

Onde podemos aprender sobre Deus? Somente a Bíblia explica o plano de

Deus para a nossa existência. Todas as afirmações em sua Palavra sobre Deus são

definitivas. Tudo, o homem e o universo são provas de sua existência. O sistema solar

com seus bilhões de estrelas incluindo o nosso planeta com toda a sua biodiversidade.

Tudo isto revela que há um criador. A Bíblia diz que Deus é o criador de todas as coisas.

(Gn 1 e 2; Sl 19.1-4;) Então temos que decidir se creremos nele ou não. (João 14:1).

Dessa forma, todos os assuntos que serão estudados neste Módulo, bem como

nos demais, serão perfeitamente compreendidos à luz desse Deus, entendendo que as as

verdades bíblicas somente existem e são como são por causa do propósito único do Deus

eterno. Que Deus nos abençoe!

20

Lição 2

A CRIAÇÃO DE TODAS AS COISAS

Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades.

Tudo foi criado por ele e para ele. Colossenses 1.16

1. INTRODUÇÃO

A existência do mundo em que vivemos é um fato, não há como negar. Mas,

existe uma pergunta que intriga e confunde os homens sem fé, os filósofos, os sábios, ao

longo dos séculos: de onde veio este mundo? O mundo existe por si só ou foi obra de um

Criador?

Segundo a Bíblia, o mundo é obra do Deus Onipotente e foi criado do nada, ou

seja, não foi formado de alguma matéria já existente no período da criação, Deus não

partiu de algo que já existisse. Segundo Joiner (2004), a palavra criou teria sua tradição

no hebraico que traz o significado de ―vir a existir aquilo que previamente não tinha

existência”. Em outras palavras e seguindo o relato mosaico em Gênesis, no princípio

Deus criou todas as coisas, os céus e a terra do nada e, como veremos, tudo foi fruto

unicamente da sua poderosa palavra, o Verbo.

2. A CRIAÇÃO DO MUNDO SEGUNDO ALGUMAS TEORIAS

Antes de nos aprofundarmos no relato revelado em Gênesis, em seus

primeiros capítulos, é de fundamental importância conhecermos algumas teorias que

tentam, em vão, explicar a criação do mundo e tudo o que nele há.

2.1. TEORIA DA SUBSTANCIA GERAL

Segundo o filósofo grego Anaximandro, pai dessa teoria, teria existido uma

substância original ou um elemento primitivo do qual surgiu os quatros elementos básico:

a terra, o ar, o fogo e a água. ―Toda a vida ter-se-ia originado de um ou outro desses

elementos, ou de todos eles, coletivamente. E todas as demais coisas teriam sido criadas

por um processo de condensação ou rarefação” (CHAMPLIN).

Esse filósofo teria escolhido a água como elemento central para o

desenvolvimento da vida, o que acabou por ser refutado pelos próprios cientistas que, no

21

início, aceitavam os seus argumentos. Além dessas idéias, essa teoria já estaria

fracassada na medida em que ela não explica quem teria criado essa substancia original.

2.2. PANTEÍSMO

De acordo com essa teoria, Deus não seria um ser pessoal, ou seja, uma

Pessoa, mas, sim, o resultado da união das coisas universais, o mundo, a natureza e

seus fenômenos. Deus somente existiria se todo esse conjunto de coisas fosse

considerado. Se excluíssemos algum elemento do universo, não existiria Deus.

Portanto, a criação existiria por ser o próprio Deus, que não seria pessoal,

como já dissemos, mas, sem consciência. De acordo com a definição do Dicionário

Priberam da Língua Portuguesa, ―o panteísmo só admite como Deus „o todo, a

universalidade dos seres‟, não sendo portanto, um conteúdo em particular Deus, mas sim

a totalidade deste‖. É, dessa forma, uma teoria herege que afronta diretamente os ensinos

da palavra de Deus, que nos apresenta um Deus pessoal, vivo e eterno que criou todas

as coisas unicamente com o poder da sua palavra.

2.3. POSITIVISMO

Como última teoria a ser estudada, sem pretender, contudo, extinguir o

assunto, o positivismo é uma teoria filosófica de autoria do francês Augusto Comte, que

afirmava não ser possível saber sobre a natureza e origem das coisas. Segundo esse

filósofo, somente podemos tomar conhecimento da existência dessas coisas e buscar

entender os seus fenômenos e efeitos, ou seja, seria impossível chegar ao conhecimento

da causa primária, que, no caso da criação, para nós cristãos, é o próprio Deus (JOINER,

2004).

Essa teoria rejeita tudo aquilo que possa ser apenas especulativo, incluindo a

fé, atendo-se, apenas, ao conhecimento que possa ser provado racionalmente,

demonstrando-se, assim, de maneira indubitável (sem dúvida). Essa concepção,

inclusive, é que justifica o termo positivismo (regra que está prevista em algum lugar).

Nós, cristãos, cremos pela fé no que a Palavra de Deus nos diz, e como

podemos ver em Romanos, cap. 1, v. 19, 20, Ele se manifesta pela sua própria criação,

demonstrando, portanto, ser Deus a causa primária de tudo o que existe.

3. O COMEÇO DE TODAS AS COISAS

O Tema trazido pela revista da Escola Bíblica Dominical do 4° trimestre do ano

de 2015 (CPAD, 2015) engloba os ensinamentos a respeito da criação tratados nesta

lição. Assim como o Tema da Revista da EBD é oportuno, o seu conteúdo também é

bastante enriquecedor, de forma que resumiremos alguns dos seus capítulos nesta aula.

22

3.1. GÊNESIS, O LIVRO DA CRIAÇÃO DIVINA

Do hebraico Bereshíth, que significa ―o começo‖, a verdade é que, conforme a

supracitada revista da EBD afirma em sua introdução, ―Sem o Gênesis, não teríamos

condições de responder às grandes perguntas da vida: „quem fez os céus e a terra‟ e „de

onde viemos?’‖ (CPAD, 2015).

De fato, a grande revelação de Deus para nós sobre a criação de todas as

coisas, ou pelo menos uma minúscula parte dela, está contida nesse livro de extrema

importância para o posicionamento do cristão diante das mais diversas teorias e filosofias

sobre esse assunto, que ultrapassam os séculos e continuam até o dia de hoje.

3.2. TEMA, DATA, AUTORIA E LOCAL

Para uma correta interpretação do texto, a contextualização do escrito é de

fundamental importância, por isso o motivo de nós conhecermos, mesmo que

rapidamente, essas informações imprescindíveis para o estudo do livro de Gênesis.

Tema. O Tema desse livro é exatamente o que você já deve estar imaginando, ou

seja, a origem divina dos céus, da terra e da humanidade, e, para completar, a origem

do povo de Israel, o que não será o objeto do nosso estudo;

Autoria, Data e Lugar. De acordo com os estudiosos, a data aproximada dos

registros de Gênesis é em torno do século 15 antes do nascimento do Senhor Jesus,

mais especificamente durante a peregrinação do povo Hebreu rumo à terra prometida,

quando Moisés, na região da península do Sinai (CHAMPLIN, 2004), debruçou-se em

produzir esse livro notável da Palavra de Deus.

3.3. ESBOÇO HISTÓRICO

Gênesis apresenta alguns esboços ou formas de abordagem dos assuntos nele

contidos, mas, para fins de nosso estudo, o esboço Histórico nos traz duas importantes

revelações, a História Primitiva e a História Patriarcal (CHAMPLIN, 2004).

3.3.1. História Primitiva

Compreendendo os capítulos 1 ao 11, refere-se aos assuntos relacionados à

natureza em geral, como a origem dos céus, da terra e da raça humana.

3.3.2. História Patriarcal

Constando dos capítulos seguintes, temos a história da origem e dos

antepassados do povo de Israel, o que não será objeto do nosso estudo como já

afirmamos anteriormente.

Apenas a título de conhecimento, esses registros do povo de Israel em

Gênesis qualificam essa nação de forma singular, pois, qualifica esse povo como o

23

único dentre as mais diversas nações existentes no mundo, que tem a sua história

registrada de forma completa.

4. O CONTEÚDO DE GÊNESIS

Considerando o Esboço Histórico abordado acima, podemos agora visualizar o

conteúdo do livro de Gênesis, que, numa divisão mais didática, os assuntos tratados

nesse livro incluem:

a) Criação;

b) A Queda e a degradação humana;

c) O dilúvio;

d) O recomeço da civilização; e

e) A origem do povo de Israel.

Apesar dos assuntos serem extremamente importantes e profundos, o que

certamente irá incentivá-lo, caro(a) aluno(a), a realizar um seminário na sua caminhada

cristã, nós nos propomos nesta lição a estudarmos sobre a criação e é o que faremos a

seguir.

4.1. O CRIACIONISMO BÍBLICO (CPAD, 2015)

a) Definição. O criacionismo bíblico é a doutrina segundo a qual Deus criou, a partir da

sua palavra, tudo quanto existe: os céus, a terra, os reinos vegetais e animal, e,

finalmente, o ser humano (ver Hb. 11.3);

b) Fundamentos. O Criacionismo fundamenta-se na Bíblia Sagrada, na manifestação

silenciosa da natureza e nas observações e estudos que dela fazemos (ver Rm 1.20;

Sl. 119. 1-6);

c) Objetivos. Três são os objetivos do Criacionismo: 1) Mostrar que Deus é o Criador de

todas as coisas; 2) Demonstrar que, por criar tudo quanto existe, tudo lhe pertence; e

d) Levar-nos a adorá-lo como nosso Criador e Senhor.

4.2. A CRIAÇÃO DE TODAS AS COISAS

a) Deus criou todas as coisas (Gen. 1.1; Is 40.28; 42.5; 45.18; Mc 13.19; Ef 3.9; Cl 1.16;

Hb 1.2; Ap 10.6). O verbo ―criar‖ (hb.―bara‖) é usado exclusivamente em referência a

uma atividade que somente Deus pode realizar. Significa que, num momento

específico, Deus criou a matéria e a substância, que antes nunca existiram.

b) A Bíblia diz que no princípio da criação a terra estava informe, vazia e coberta de

trevas (Gn.. 1.2). Naquele tempo o universo não tinha a forma ordenada que tem

agora. O mundo estava vazio, sem nenhum ser vivente e destituído do mínimo

vestígio de luz. Passada essa etapa inicial, Deus criou a luz para dissipar as trevas

(1.3-5), deu forma ao universo (1.6-13) e encheu a terra de seres viventes (1.20-28).

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c) O método que Deus usou na criação foi o poder da sua palavra. Repetidas vezes está

declarado: ―E disse Deus...‖ (Gen. 1.3, 6, 9, 11, 14, 20, 24, 26). Noutras palavras,

Deus falou e os céus e a terra passaram a existir. Antes da palavra criadora de Deus,

eles não existiam (Sl 33.6,9; 148.5; Is 48.13; Rm 4.17; Hb 11.3).

d) Toda a Trindade, e não apenas o Pai, desempenhou sua parte na criação.

O próprio Filho é a Palavra (―Verbo‖) poderosa, através de quem Deus criou todas as

coisas. No prólogo do Evangelho segundo João, Cristo é revelado como a eterna

Palavra de Deus (Jo 1.1). ―Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do

que foi feito se fez‖ (Jo 1.3). Semelhantemente, o apóstolo Paulo afirma que por

Cristo ―foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e

invisíveis... tudo foi criado por Ele e para Ele‖ (Cl 1.16). Finalmente, o autor do Livro

de Hebreus afirma enfaticamente que Deus fez o universo por meio do seu Filho (Hb

1.2).

Semelhantemente, o Espírito Santo desempenhou um papel ativo na obra da criação.

Ele é descrito como ―pairando‖ (―se movia‖) sobre a criação, preservando-a e

preparando-a para as atividades criadoras adicionais de Deus. A palavra hebraica

traduzida por ―Espírito‖ (ruah) também pode ser traduzida por ―vento‖ e ―fôlego‖. Por

isso, o salmista testifica do papel do Espírito, ao declarar: ―Pela palavra do Senhor

foram feitos os céus; e todo o exército deles, pelo espírito (ruah) da sua boca‖ (Sl

33.6). Além disso, o Espírito Santo continua a manter e sustentar a criação (Jó 33.4;

Sl 104.30).

5. O PROPÓSITO E O ALVO DA CRIAÇÃO.

Deus tinha razões específicas para criar o mundo. Vejamos algumas delas.

a. Deus criou os céus e a terra como manifestação da sua glória, majestade e poder.

Davi diz: ―Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das

suas mãos‖ (Sl 19.1; cf. 8.1). Ao olharmos a totalidade do cosmos criado — desde

a imensa expansão do universo, à beleza e à ordem da natureza — ficamos

tomados de temor reverente ante a majestade do Senhor Deus, nosso Criador;

b. Deus criou os céus e a terra para receber a glória e a honra que lhe são devidas.

Todos os elementos da natureza, o sol e a lua, as árvores da floresta, a chuva e a

neve, os rios e os córregos, as colinas e as montanhas, os animais e as aves,

rendem louvores ao Deus que os criou (Sl 98.7,8; 148.1-10; Is 55.12). Quanto mais

Deus deseja e espera receber glória e louvor dos seres humanos!

c. Deus criou a terra para prover um lugar onde o seu propósito e alvos para a

humanidade fossem cumpridos;

25

d. Deus criou Adão e Eva à sua própria imagem, para comunhão amorável e pessoal

com o ser humano por toda a eternidade. Deus projetou o ser humano como um

ser trino e uno (corpo, alma e espírito), que possui mente, emoção e vontade, para

que possa comunicar-se espontaneamente com Ele como Senhor, adorá-lo e servi-

lo com fé, lealdade e gratidão. Deus desejou de tal maneira esse relacionamento

com a raça humana que, quando Satanás conseguiu tentar Adão e Eva a ponto de

se rebelarem contra Deus e desobedecer ao seu mandamento, Ele prometeu

enviar um Salvador para redimir a humanidade das conseqüências do pecado.

Assim, Deus teria um povo para sua própria possessão, cujo prazer estaria nEle,

que o glorificaria, e que viveria em retidão e santidade diante dEle (Is 60.21; 61.1-3;

Ef 1.11,12; 1Pe 2.9);

e. A culminação do propósito de Deus na criação está no livro do Apocalipse, onde

João descreve o fim da história com estas palavras: “...com eles habitará, e eles

serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus‖ (Ap 21.3).

6. CONCLUSÃO

O ensinamento de Gênesis sobre a criação de todas as coisas é uma grande e

poderosa verdade. Não podemos evitar a revelação bíblica de que o Deus que criou os

céus e a terra, o Deus que redimiu os Israelitas do Egito, é o Deus-Homem da Galiléia,

Jesus Cristo.

Da mesma forma como Ele fez a primeira criação (Cl. 1:16), agora Ele vem

realizar uma nova criação, através de Sua obra na cruz do Calvário. Da mesma forma que

Deus proclamou: haja luz, assim Deus, de uma vez por todas, falou nos últimos tempos

pelo Filho, que é a luz (II Co. 4.6):

“Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em

nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus

Cristo”.

26

Lição 3

O SENTIDO DA VIDA DO HOMEM

Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades.

Tudo foi criado por ele e para ele. Colossenses 1.16

1. INTRODUÇÃO

Apesar de todo avanço tecnológico e científico da nossa era e a existência na

história da humanidade de uma base extensa de pensamentos filosóficos, destacando-se

grandes nomes como Platão, Sócrates, Aristóteles e Descartes, dentre outros, ainda

encontram-se sem respostas para o homem natural recorrentes perguntas como a origem

e o fim do universo, a natureza, a relação entre as coisas e os fatos, a origem das coisas,

o por que do bem e do mal e, principalmente, quem é esse homem, por que ele existe,

por que ele está nessa terra e qual o sentido da sua vida.

Perguntas como essas são motivos de discussões entre pensadores, filósofos

e, também, entre as pessoas simples, que muitas vezes chegam a dar cabo da sua

própria vida por não verem sentido nela, perdendo a inestimável oportunidade de

conhecer os infindáveis propósitos de Deus para a vida do homem.

Esse tema se ocupa em demonstrar qual o propósito (sentido) de Deus para a

vida do homem e como essa realidade pode transformá-lo a partir do momento em que

ele compreende qual é a sua verdadeira relação com o Senhor Deus todo poderoso ao

ponto de submeter-se a essa nova compreensão, transformando a sua mente pela

renovação do evangelho (Rm 12:2).

2. DEUS, O CENTRO DE TUDO

A única razão pela qual as pessoas não conseguem responder às questões

sobre o homem e sobre a sua existência é por se colocar no centro dessa pergunta. De

acordo com Rick Warren (2003), a questão toda não é você, não são os seus objetivos,

os quais você acha que deveriam ser atingidos, e nem o que reputamos por realização

pessoal, profissional ou qualquer outra. O propósito da vida do homem é encontrado

27

somente em Deus, pois, está nas mãos do Eterno, como diz em Jó, cap. 12, v. 10: “Na

sua mão está a alma de tudo quanto vive, e o espírito de toda a carne humana”.

Em outras palavras, a resposta sobre o propósito da sua vida não está em

você, nem poderia estar, afinal não fomos nós que nos criamos, não temos a menor

capacidade para desvendar os mistérios dessa criação complexa que se chama homem,

mas, a solução do mistério encontra-se em Deus, é como diz na carta do Ap. Paulo aos

Romanos, cap. 11, versículo 36, que diz:

“Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente”.

Para uma maior profundidade dessa verdade leia os seguintes textos bíblicos I

Cr. 29:11, 12; Pv. 16: 4; At. 17: 25, 26 e 28; I Co. 8:6; Ef. 4: 6-10; Rm. 11: 35 e 36.

3. O PROPÓSITO DE DEUS NA VIDA DO HOMEM

Tendo já a compreensão de que o centro das questões do homem não está

nele mesmo, mas, em Deus, podemos, portanto, descobrir, mesmo sem esgotar o

assunto, quais são os propósitos de Deus para o homem não só nesta terra, mas,

também quanto à sua eternidade. É como diz em Efésios, cap 1, v. 11 e 12:

“Nele, digo, em quem também fomos feitos

herança, havendo sido predestinados, conforme o

propósito daquele que faz todas as coisas,

segundo o conselho da sua vontade; com o fim de

sermos para louvor da sua glória, nós os que

primeiro esperamos em Cristo;‖

Para o sucesso dessa empreitada iremos buscar no ―manual do proprietário‖, a

Bíblia Sagrada, os seus ensinos, e estudar apenas quatro desses propósitos de Deus

para o homem.

3.1. VIVER A ETERNIDADE

O homem foi criado para ser eterno! No livro de Gênesis, no seu capítulo

primeiro, vemos Deus criar o universo, as estrelas, os céus, as águas, a vida animal, as

árvores frutíferas, os luminares para iluminar a terra, seja de dia ou de noite, tudo isso

como preparação para a sua maior criação, o homem.

Para que o homem pudesse viver eternamente, Deus criou a árvore da vida

(Gn 3:22), porém, o homem não compreendeu a dimensão dessa bênção e não se

atentou para o propósito de Deus para a sua vida, vindo a pecar e se distanciar de Deus,

assunto que veremos mais adiante.

28

O Homem natural não entende a doutrina da eternidade e procura viver a sua

limitada vida nesta terra distante de Deus, ou seja, de forma desregrada e dissoluta. A

eternidade da vida do homem está muito bem esclarecida em II Co. cap. 5, v. 1:

“Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre

deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um

edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos

céus.”

A eternidade é uma realidade. Isso é fato! Tal realidade determina que a vida

do homem na terra seja dirigida pelos propósitos de Deus, porque esses propósitos não

terminam aqui, a vida terrena é apenas uma preparação para a vida de verdade, a vida

vindoura. Como diz o Ap. Paulo em sua primeira carta aos cristãos em Corinto, no cap.

15, v. 19, ―Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis dos

homens‖. Assim, a eternidade apresenta duas possibilidades ao homem, ou céu ou

inferno. Sem querer aprofundar-se no tema dessas duas possibilidades, pois, será objeto

de estudo posterior, o nosso relacionamento com Deus, hoje, definirá se na eternidade

passaremos com o Senhor ou não, e ter essa efetiva noção de eternidade deve fazer com

que os nossos valores do ―aqui-e-agora‖ mudem, fazendo com que passemos a viver sob

nova perspectiva, não mais a efemeridade da vida, mas, ―à luz da realidade‖ (WARREN,

2003).

Para uma melhor compreensão, leia os seguintes textos bíblicos: I Co 2:9; Mt.

25:34; Slm. 33:11; Hb. 13:14 e II Co. 5:8.

3.2. EXPRESSAR A GLÓRIA E AUTORIDADE DE DEUS

Um dos propósitos de Deus para o homem ao criá-lo foi para a expressão da

sua glória e autoridade diante da humanidade.

Mas, o que seria a glória de Deus? Rick Warren define a glória de Deus da

seguinte forma:

“O que é a glória de Deus? A glória de Deus é o

que ele é. É a essência de sua natureza, o peso de

sua importância, o brilho de seu esplendor, a

demonstração de seu poder e o ambiente de sua

presença. A glória de Deus é a expressão de sua

bondade e de todas as suas outras qualidades

intrínsecas e eternas”. (WARREN, 2003)

Como se depreende da citação acima, Deus quer se revelar à humanidade,

seu amor, sua eternidade, sua bondade, Ele não é um Deus que se mantém no

29

escondido, no obscuro, ao contrário, Ele quer relacionar-se com a sua criação e Ele fez

isso no passado, quando esteve presente no jardim do Éden, a Moisés, no Tabernáculo,

em Jesus e hoje por meio da igreja, que somos nós, e é exatamente através do homem,

da sua criação, que Ele a todo momento revela e expressa a sua glória e autoridade.

Essa revelação é tão profunda e forte que em Romanos essa criação é que irá servir de

testemunha por ocasião da condenação do homem em função da ira de Deus (Rm. 1:19-

21).

3.2.1 E como podemos glorificar o nome do Senhor?

Já vimos que Deus fez todas as coisas para o seu propósito (Rm. 11:36). Toda

a criação cumpre a sua vontade: os animais, as plantas e todo ser vivente, além das

criaturas inanimadas cumprem o que Deus lhes determinou. No evangelho de João, cap.

17, v. 4, Jesus glorificou ao pai ao consumar a Sua obra, e a mesma verdade cabe a nós:

só iremos glorificar ao Pai cumprindo também o seu querer.

Glorificamos a Deus quando o adoramos, o que significa ter um novo estilo de

vida, que vai muito além de cantar ou dizer palavras bonitas para Deus. Envolve entrega

pessoal, entrega de todo corpo, alma e espírito (ver Rm 6:13). A outra maneira do homem

glorificar a Deus é submeter-se a Ele para que a nossa vida reflita a sua glória, o que

ocorre quando cumprimos os Seus propósitos.

Quando glorificamos, portanto, ao Senhor, Ele cumpre em nós os seus

propósitos. E quando isso acontece, mesmo que estejamos envoltos a tormentas,

poderemos ser considerados mais que vencedores, como está escrito em Rm, cap. 8, v.

37, esperança e certeza essa que o homem natural não conhece.

Para maior meditação leia os textos bíblicos: Sm 19.1; Sm 115.1; Rm. 8. 32-37

e Hb 11.13-16

Como já foi dito, o meio onde essa glória é promovida é através da sua criação.

O Salmo 19.1 diz que ―os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra

de suas mãos‖, o Salmista Davi, no Salmo 115, em meio a grande aflição, vê a sua vitória

como a expressão da glória do nome do próprio Deus ao afirmar no versículo 1: ―Não a

nós, SENHOR, não a nós, mas ao teu nome dá glória, por amor da tua benignidade e da

tua verdade‖.

Isso quer dizer que o propósito de Deus para o homem é que a sua vida reflita

a Sua glória, o que podemos concluir que, mesmo diante de dificuldades que possamos

enfrentar, o final da nossa história já está escrita: ―somos mais que vencedores em Cristo

Jesus‖ (Rm 8:37).

30

3.3. RELACIONAR-SE COM DEUS

É isso mesmo, Deus quer se relacionar com o homem, quer ter comunhão com

a sua criatura! Vemos no livro de Gênesis que Deus criou o homem, o pôs como lavrador

e guardador do jardim, criou a mulher para ser a sua adjuntora, passeava no jardim com

eles, demonstrando, assim, o seu amor e a sua vontade em querer relacionar-se com o

homem. Mesmo após o pecado de Adão e Eva, que os separou dessa intimidade, Deus

não se imaginou viver separado do homem e por causa disso, antes mesmo da fundação

do mundo (Ef. 1:4) Deus já havia arquitetado todo um plano de redenção para que o

homem novamente pudesse relacionar-se com Ele.

O problema é que o homem decididamente abriu e tem aberto mão desse

relacionamento. Na carta aos Romanos, no seu capítulo primeiro, o escritor descreve a

rebelião em que o homem está envolvido de forma inescusável, distanciando-se cada vez

mais de Deus. Porém, O Pai eterno continua de braços abertos para receber todos

aqueles que reconhecem ao Senhor Jesus Cristo como filho dEle e, assim, poder

conhecer qual é a ―boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm. 12.2).

Deus é Espírito, e como Espírito Ele procura os verdadeiros adoradores que o

adorem em espírito e em verdade (Jo 4. 23-24) e Ele se relaciona com aqueles que assim

o adorem. Como Espírito, Deus está em todos os lugares, ao mesmo tempo, por isso Ele

quer se relacionar conosco, no nosso trabalho, em nossa casa, na Igreja, Deus é Espírito

e Ele quer se relacionar como você onde você estiver.

A maior prova dessa busca incessante de Deus em querer se relacionar com o

homem está no versículo tema da Bíblia, João 3:16:

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que

deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele

que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.

O amor de Deus é insondável, chegou ao ponto de dar a sua própria vida por

nós, e é com base nesse amor que ele estruturou o seu relacionamento conosco. Como

pode o homem ainda achar que pode viver sem esse Deus!

3.4 INTEGRAR A FAMÍLIA DE DEUS

O homem foi feito para fazer parte de uma família e nunca estar só. Em

Gênesis cap. 2, v. 18, Deus viu que não era bom que o homem estivesse só, por isso lhe

presenteou com a sua esposa, Eva. Deus viu que era impossível para o homem, sozinho,

cumprir com os propósitos do Senhor, verdade essa que se estende a todos nós.

Na carta do Ap. Paulo aos Romanos, no seu capítulo 12, fica muito claro o

ministério da família de Deus, quando ele afirma que nós somos muitos, mas, todos

31

fazemos parte de um só corpo, uma só família, e nessa família todos temos uma

importância peculiar, distinta e complementar aos demais membros. Essa verdade fica

evidenciada quando lemos a segunda carta aos Coríntios, cap. 12, v. 12 - 27, onde o Ap.

Paulo mostra ao mesmo tempo a singularidade de cada cristão no Corpo de Cristo, na

Sua família, e a complementaridade que cada um exerce em relação aos demais

membros do corpo.

Deus tem uma família e é chamada de igreja, é nesse corpo onde todos nós

estamos inseridos, tendo por cabeça o Senhor Jesus. É assim que Deus idealizou a

nossa comunhão com Ele: através da nossa comunhão individual com o nosso irmão, e,

fazendo assim, somos chamados de filhos de Deus. Perceba que esse acesso somente

se dá por meio do Senhor Jesus, não há outra maneira, o que invalida aquele ditado

popular que afirma que todos somos filhos de Deus.

Ao pertencer ao Senhor Jesus e fazer parte dessa família somos beneficiados

de diversas formas:

Somos considerados herdeiros de todas as coisas em Cristo Jesus (Rm. 8:17);

Recebemos as riquezas da Sua benignidade, que nos leva ao arrependimento, e

paciência e longanimidade (Rm. 2:4); as riquezas da sua glória (Rm 9.23); as

riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus (Rm. 11.33); a redenção

pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça (Ef.

1.7);

Somos corroborados com poder pelo seu Espírito no homem interior (Ef. 3:16);

Temos vida juntamente com Cristo, sendo salvos pela graça (Ef. 2.5).

Alegre-se, portanto, em fazer parte dessa família e receba todos os presentes

de Deus para a sua vida.

4. CONCLUSÃO

Você foi planejado para agradar a Deus, para o seu propósito, e tudo isso é

algo muito maior do que podemos imaginar, está infinitamente acima de nós, é como diz

na primeira carta aos Coríntios cap. 2. V. 9, ―As coisas que o olho não viu, e o ouvido não

ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o

amam”. Se os homens pudessem compreender o que Deus tem reservado para a

humanidade, não perderia mais o seu tempo atrás de seus próprios interesses e

buscariam os interesses e propósitos de Eterno Jeová.

32

Lição 4

O HOMEM, A QUEDA E A

REDENÇÃO

“Mas, as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça.”

Isaías 59.2

1. INTRODUÇÃO

Uma das grandes verdades fundamentais cristã, que merece a nossa

compreensão, é o problema do pecado, principalmente em função das conseqüências

nefastas da sua inobservância, que é a separação completa de Deus, como está

esclarecido no texto áureo acima.

Reconhecer a existência do pecado, entender como ele acontece e,

principalmente, como nos preparar para enfrentá-lo e vencê-lo são exercícios espirituais

fundamentais para qualquer homem ou mulher que deseja experimentar uma vida de

liberdade em Cristo usufruindo da comunhão com Cristo.

Diante desse contexto, esta lição apresenta algumas noções sobre a origem do

pecado, como ele se apresenta dentro da natureza humana, a sua forma de atuação e as

formas de combatê-lo e vencê-lo. Deus o abençoe no estudo deste tema!

2. A ORIGEM DO PECADO (Gn. 1 - 3)

Como já vimos anteriormente, o homem era eterno e isso era devido ao fato

dele ser criado à imagem e semelhança de Deus.

Ser criado nessa condição, ou seja, à semelhança de Deus, significa que o

homem era puro, santo, irrepreensível, perfeito, vivia em Deus e Deus nele, retrato fiel da

sua glória, sem pecado e sem mancha. Tinha condições de amar a Deus ―de todo o

coração, de todo o entendimento, de toda a alma e com todas as forças‖ (JOINER, 2004).

Para o homem havia uma lei perfeita, pois, não havia nele qualquer tipo de

tendência para o mal, não havia entranhada na sua natureza, como ocorre no homem

pós-Adâmico, uma habilidade para pecar agindo sobre os seus membros, como diz o Ap.

Paulo em Romanos, cap. 7, v. 23: ―Mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha

contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos

33

meus membros‖. Essa era a condição do homem no jardim do Éden, com uma lei do amor

escrita em seu coração, Adão viva santo, feliz, usufruindo das bênçãos que Deus

preparou para ele.

Como característica da sua semelhança com o Criador, o homem foi dotado

com o livre-arbítrio e Deus criou a oportunidade para que Adão agisse livremente com

―bons intuitos e com justiça‖ (CHAMPLIN, 2003).

Assim, Deus colocou no jardim não só a árvore da vida, que proporcionava a

Adão e à Eva a eternidade, mas, colocou também a árvore do conhecimento do bem e do

mal, cuja ordem para não comer do seu fruto foi expressa:

Gênesis 2:16,17

“E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De

toda a árvore do jardim comerás livremente, Mas

da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela

não comerás; porque no dia em que dela comeres,

certamente morrerás”.

O homem desobedeceu a Deus e comeu do seu fruto e a sentença de Deus foi

implacável, pois, naquele momento em que Adão e Eva comeram do fruto, a alma deles

morreu, foi separada de Deus, privando-lhes da intimidade e comunhão com Deus, além

torná-los corruptíveis, propensos ao pecado, como afirma Joiner (2004):

“Estando já morto em espírito, morto para Deus,

morto no pecado, o homem precipitou-se e

precipitou a sua descendência na morte eterna, na

destruição do corpo e da alma, no fogo que nunca

apaga”.

Muitos questionam por que Deus permitiu que tal fato acontecesse e, até

mesmo, contribuiu para a queda do homem, visto que Ele mesmo colocou essa árvore do

conhecimento do bem e do mal no jardim do Éden.

Sem se aprofundar no assunto em função do espaço limitado dessa aula, um

entendimento comumente aceito por alguns estudiosos é aquele defendido por R. N.

Champlin (2001), que afirma que Deus sabia que o estado do homem de impecabilidade e

inocência não o dotava dos ―recursos interiores que lhe permitisse passar no teste‖, Deus

sabia que esse teste não poderia ser enfrentado com sucesso pelo homem. Porém, uma

verdade inafastável deve ser colocada: Deus não tinha perdido o controle da situação.

Efésios, cap. 1, v. 4 deixa isso muito claro: ―Como também nos elegeu nele antes da

fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor”,

34

ou seja, antes mesmo da fundação do mundo fomos eleitos para que, em Jesus,

fôssemos ―santos e irrepreensíveis‖.

Como vemos no texto bíblico a nossa eleição em Cristo foi antes mesmo da

fundação do mundo. Então, qual era o propósito de Deus com toda essa situação? A base

da resposta está na afirmativa que ―para Deus havia algo mais importante do que

preservar o estado de impecabilidade do homem. Esse algo era a redenção e a salvação”

(CHAMPLIN, 2001). Para que o homem pudesse atingir a plenitude da imagem e

semelhança de Deus ele precisava enfrentar o pecado, cair, ser redimido do seu pecado

e, por fim, ter a sua alma e corpos transformados com uma imortalidade superior àquela

usufruída por Adão e Eva. É como afirma a Carta do Ap. Paulo aos Filipenses, cap. 3, v.

20 e 21:

“Mas a nossa cidade está nos céus, de onde

também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus

Cristo, que transformará o nosso corpo abatido,

para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o

seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as

coisas”

É com esse corpo glorioso que iremos morar no céu, onde o pecado, a dor, a

tristeza, dificuldades e lágrimas não entrarão.

3. AS CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA DO HOMEM

Deus havia proferido a sentença a Adão e Eva caso eles desobedecessem à

sua ordem: ―(...) certamente morrerás‖ (Gn. 2.17). São dois os tipos de morte que iremos

tratar nesse momento.

3.1. MORTE ESPIRITUAL

A primeira morte incluída na condenação de Deus é a morte espiritual. O seu

significado mais exato e direto é a ―retirada do Espírito Santo como vínculo entre a alma

vivente e Deus‖ (JOINER, 2004), e a perda total da comunhão do homem com Deus.

Como o próprio homem decidiu desobedecer a Deus, ele não seria guiado mais pelo

Espírito de Deus e, sim, pelo seu próprio ―Eu‖. Tal fato somente seria modificado com o

preenchimento do ser pelo espírito de vida em Cristo Jesus, como está escrito no

evangelho de João, cap. 5, v. 24: ―Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a

minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em

condenação, mas passou da morte para a vida‖.

Ao receber ao Senhor Jesus, uma transformação milagrosa acontece no

interior do homem, deixando a ―carne‖ de ditar as regras, mas, passando, o homem, a ser

35

inclinado pelo Espírito de vida, como diz em Rm. 8.6: ―Porque a inclinação da carne é

morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz‖.

A primeira morte, portanto, é espiritual e se homem não se aperceber que, sem

Cristo, está morto espiritualmente, muito em breve estará separado eternamente de Deus.

3.2. MORTE FÍSICA

A morte física está relacionada com a morte espiritual, pois, a partir do

momento em que o homem não tem mais a presença inefável do Espírito Santo de Deus,

o seu corpo sofre as conseqüências.

Por ter herdado a natureza pecaminosa, agora o homem não mais seria eterno,

pois, não tem mais acesso à árvore da vida, ao contrário, está sujeito à morte dessa

―carne‖, voltando ao pó, como está escrito em Eclesiastes cap. 12, v. 7: ―E o pó volte à

terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu‖.

4. A REDENÇÃO EM JESUS CRISTO

Duro é o discurso do Ap. Paulo em sua carta aos crentes da igreja em Roma

ao delinear a condição e o fim do homem sem Deus, morto em seus delitos e pecados,

aguardando a ira vindoura de Deus sobre ele por ser considerado inescusável! (Rm 1 e

2). Porém, na mesma carta esse Ministro de Deus apresenta o novo e vivo caminho para

a redenção e justificação do pecado, a saber, Jesus Cristo, o Filho de Deus.

Como já mencionado anteriormente, antes da fundação do mundo Deus já

havia arquitetado todo um plano para a redenção do homem e esse plano envolvia o seu

próprio filho. Assim, por Deus ter amado o mundo de uma maneira inigualável, enviou seu

único filho, seu primogênito, para sofrer e morrer pela humanidade (Jo 3.16), para que

novamente pudéssemos ter comunhão com Ele.

É com base nessa verdade que o Ap. Paulo, na sua carta aos romanos, cap. 3,

v. 21 a 26, mostra que Deus manifestou a sua justiça ―para todos e sobre todos os que

crêem‖ (v.22), pela graça, justificando-nos gratuitamente, sem mesmo merecer, pela

―redenção que há em Cristo Jesus‖ (v.24).

Como se observa, a questão do pecado se encerra em Jesus Cristo, e o critério

para receber essa justificação gratuita da parte de Deus consiste em receber

verdadeiramente ao Senhor Jesus Cristo, como está escrito no livro de Atos, cap. 16, v.

31: ―Crê no Senhor Jesus Cristo e será salvo tu e a tua casa‖. Veja as verdades bíblicas

abaixo sobre a salvação:

36

VERDADE REFERÊNCIA BÍBLICA

A salvação procede de Deus para o homem Rm.6:23

Só em Jesus Cristo há salvação At.4:12

A salvação é obtida pela Graça ou favor imerecido da parte de Deus e não por obras humanas

Ef.2:8-9

A salvação abrange o espírito, alma e corpo do homem

I Ts.5:23

A salvação tem alcance eterno Hb.5:9

A salvação pode ser perdida Jo.15:6, Cl.1:23, I Cor.15:2, Hb.2:3, Hb.3:14, Hb.10:38, I Jo.1:7

A salvação é operada pela fé em Cristo Mc.16:16

Crer no Senhor Jesus Cristo não se resume num simples assentimento mental,

no acreditar, mas, trata-se de um estilo de vida iniciado ao entregarmos a nossa vida ao

Senhor Jesus deixando que Ele seja o seu Senhor, seu dono e tome a direção da sua

vida, subjugando os seus interesses em favor dos interesses de Deus, de acordo com

seus preciosos propósito. Fazendo assim, Deus providenciará uma ―lavagem‖ do seu ser,

das suas vestes espirituais e, então, o homem deixará de ser alvo da ira divina para ser

co-herdeiro em Cristo Jesus em todas as coisas no reino celestial.

5. NOVO NASCIMENTO

Um novo ser! É assim que aquele homem pecador, possuidor de uma natureza

decaída se torna ao receber o Senhor Jesus em sua vida. O Senhor Jesus esclareceu

muito bem essa nova condição ao conversar com um mestre de Israel chamado

Nicodemos. No Evangelho de João, cap. 3, Jesus descreve essa experiência como um

novo nascimento e esse novo nascimento somente pode ocorrer se a criatura anterior

morrer, ou seja, o velho homem morrer.

5.1 A JUSTIFICAÇÃO E O NOVO NASCIMENTO

São duas doutrinas fundamentais no cristianismo. A primeira, a justificação,

trata do que já falamos no item 4, é aquele trabalho que Deus fez para que pudéssemos

ser restaurados. A segunda, que não precede a primeira, trata do renovação da nossa

natureza caída. Assim, no momento em que nós estamos justificados pela graça de Deus,

através da redenção que está em Jesus, nós somos também "nascidos do Espírito

37

5.2 A NATUREZA DO NOVO NASCIMENTO

Como já estudado exaustivamente acima, o homem foi criado à imagem de

Deus que significava ser puro, santo e moralmente irrepreensível. Com o seu pecado, o

homem morreu espiritualmente, perdeu a semelhança a Deus, a sua santidade. É por isso

que Efésios 4. 24 diz: ―E vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e

retidão precedentes da verdade”.

Assim, a natureza do novo nascimento pode ser entendida como uma ―grande

mudança que Deus opera na alma, quando ele a traz para a vida; quando ele a ergue, de

entre os mortos do pecado, para a vida de retidão. É a mudança forjada, em toda a alma,

através do poderoso Espírito de Deus, quando ela é „criada de novo em Jesus Cristo‟;

quando ela é „renovada na busca da imagem de Deus, na retidão e santidade verdadeira‟;

quando o amor do mundo é trocado pelo amor de Deus; orgulho pela humildade; paixão

pela brandura; o ódio, a inveja, e malícia, pelo amor sincero, terno e desinteressado por

toda a humanidade. Em uma palavra, é aquela mudança onde a mente mundana, sensual

e diabólica torna-se „a mente que estava em Jesus Cristo‟"(WESLEY). Essa é a operação

milagrosa que ocorre no interior de todo aquele que é nascido do Espírito.

5.3 QUAL A FINALIDADE DO NOVO NASCIMENTO?

Apesar de já parecer meio óbvia a resposta a essa questão, podemos citar

como primeira razão a santificação.

A santidade, numa concepção genérica, significa SEPARAÇÃO. Não se trata

de uma separação física do homem das outras pessoas, mesmo porque ainda vivemos

nesse mundo, mas, sim, trata de uma separação espiritual, é a busca da não

conformação com o sistema do mundo pela Palavra da verdade, é como diz no Evangelho

de João, cap. 17, v. 15 - 17:

“Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal .Não são do mundo, como eu do mundo não sou. Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade.”

De uma forma mais estrita, a santificação é ter a imagem de Deus estampada no

coração; é ter toda a mente de Jesus Cristo, compreendendo as afeições celestes,

temperamentos entrosados nEle; ter um amor agradecido a Deus, que deu o seu Filho

para morrer por nós, impondo-nos que nos amemos uns aos outros. Santidade é ser

preenchido com misericórdia, bondade, gentileza, e longanimidade; é sermos capacitados

a apresentar nossas almas e corpos, ou seja, tudo que somos e temos, irrepreensíveis na

nossa forma de conversação, todos os nossos pensamentos, palavras e ações, como um

sacrifício contínuo para Deus, aceitável através de Jesus Cristo.

38

Agora, essa santidade somente pode ter existência quando formos,

verdadeiramente, renovados na imagem de nossa mente. ―Ela não se principia na alma,

até que a mudança seja forjada; até que, pelo poder do Altíssimo esteja sobre nós, e

sejamos "trazidos das trevas para a luz; do poder do diabo, para Deus"; ou seja, até que

nasçamos novamente; o que, entretanto, é absolutamente necessário, com o objetivo da

santidade” (WESLEY).

A segunda finalidade do novo nascimento é ver a Deus. No evangelho de João,

cap. 3, v. 5, Jesus disse a Nicodemos que quem não nascesse de novo não entraria no

Reino de Deus. É por isso que na carta aos Hebreus, cap. 12, v. 14, o escritor diz que

―sem a santificação ninguém verá ao Senhor”. Por aqui já dá para perceber que o novo

nascimento e a santificação andam de mãos dadas, esta é um processo que se inicia

quando aquela ocorre.

Como terceira e última finalidade do novo nascimento (sem querer extinguir o

assunto), temos a vida abundante daquele que é nascido de novo.

Por mais rico, famoso, inteligente ou possuidor de qualquer outra suposta

característica desejável numa pessoa, se não houver um novo nascimento no interior

dela, somente restará uma falsa sensação de paz, de alegria, existindo, na verdade, um

profundo vazio na sua alma que o inquietará permanentemente.

John Wesley define muito bem o que é uma pessoa que ainda não experimentou o

novo nascimento:

―Todo temperamento, que não é santo, é temperamento difícil: Não apenas a

malícia, ódio, inveja, ciúme e desejo de vingança criam um inferno presente no peito, mas

também as paixões mais brandas, se não mantidas dentro dos limites, trazem, milhares

de vezes, mais dores do que prazer.

Até mesmo a "esperança", quando "adiada" (e quão freqüentemente esse é o

caso!) "torna o coração doente", e todo desejo que não está de acordo com a vontade de

Deus está propenso a nos "despedaçar, através das muitas tristezas": E todas essas

fontes gerais de pecado — orgulho, vontade própria, e idolatria — são, na mesma

proporção que predominam, fontes de miséria geral. Entretanto, por quanto tempo, esses

sentimentos reinarem, em nossa alma, a felicidade não terá lugar nela. No entanto, eles

devem reinar até que a propensão de nossa natureza seja mudada; até que nós

nasçamos de novo; conseqüentemente, o novo nascimento é absolutamente necessário,

para que exista felicidade nesse mundo, do mesmo modo que no mundo que a de vir.”

39

6. CONCLUSÃO

O pecado é uma realidade, mas, a sua redenção também é. Onde havia

pecado e com ele a condenação de morte, a graça veio e mudou toda essa verdade

trazendo vida e vida eterna. Em Romanos cap. 5, v. 20, diz que ―onde o pecado abundou,

superabundou a graça”.

E nesse processo de redenção, ao contrário da Lei dada a Moisés, que apenas

apontava o erro, Deus promove uma transformação no ser daquele que recebe ao Senhor

Jesus, permitindo assim o novo nascimento e a possibilidade de sermos santos

novamente e poder usufruir de uma nova comunhão com o Senhor Jeová.

Busque, portanto, essa nova comunhão com Ele hoje, para que você possa

experimentar qual é a boa, agradável e perfeita vontade Deus para a sua vida (Rm 12.2),

participando das glórias espirituais que Deus nos tem reservado.

40

Lição 5

O PECADO

“(...) a alma que pecar essa morrerá.” Ezequiel 18.4b

1. INTRODUÇÃO

Hamartiologia é o nome da disciplina teológica que se ocupa em estudar o

pecado e a sua gravidade, pois, o mesmo afeta toda a criação de Deus, podendo

provocar a separação eterna de dEle.

O pecado está em todas as áreas humanas, ―fora de nós, o pecado é um

inimigo que seduz; por dentro, compele-nos ao mal, como parte da nossa natureza caída.

(...) promete a liberdade, mas, escraviza, produzindo desejos que não podem ser

satisfeitos‖ (FAINTEOAD).

Diante do exposto acima, compreender o pecado, as suas formas de atuação e

sedução e, suas conseqüências e, principalmente, como vencê-lo é de fundamental

importância para o servo de Deus a fim de agradá-Lo em todas as coisas e finalmente

herdar o Reino dos Céus.

2. PECADO: DEFINIÇÃO E ORIGEM

2.1. DEFINIÇÃO

O pecado está sempre ligado à relação entre o homem e Deus. É caracterizado

pela não observância da vontade de Deus por esse homem, violando-a conscientemente,

ou seja, no uso de suas faculdades, de sua vontade, o que se define por decisão própria.

A melhor definição de pecado talvez seja o que está escrito em I Jo 3.4:

‖Qualquer que comete pecado, também comete iniqüidade; porque o pecado é

iniqüidade”, ou seja, tudo mais que possa ser pecado é, na sua essência, uma iniqüidade

(do grego adikia), que significa injustiça. Essa é, portanto, uma definição bíblica,

abrangendo todo tipo de pecado.

41

Como explora Ítalo Brevi em seu Dicionário Bíblico de A a Z4, o pecado pode,

também, ser resumido em algumas poucas palavras, mas, carregadas de grandes danos

nessa relação homem-Deus: ―infidelidade à aliança‖(Js 7.11), ―traição ao amor de Deus‖,

―tentação do homem em dominar a Deus (Gn 3.1-19)‖, ―desobediência a Deus” (Rm 5.12)

e um “atentado contra o amor de uma pessoa”(Tg 4. 4-10).

2.2. ORIGEM

Considerando essa definição de pecado, a sua origem pode ser, então,

perfeitamente entendida ao estudarmos a queda do homem, que já foi objeto do nosso

estudo no item 1 da lição anterior.

Caberia, apenas, chamar a sua atenção ao destacar que, embora não

houvesse qualquer inclinação em Adão e Eva para o erro, os dois, de livre e espontânea

vontade, decidiram não obedecer às recomendações do próprio Deus, desobedecendo-o,

resultando no pecado. Foi nesse momento que entrou o pecado no mundo, estando todos

nós sujeitos a essa realidade, o que teria nos condenado à morte eterna se não fosse o

precioso sacrifício de Jesus na cruz do calvário.

3. CARACTERÍSTICAS DO PECADO

O pecado provém do ―pai da mentira‖ (Jo 8.44), é a antítese da verdade de

Deus (Sl 31.5; Jo 14.6; 1Jo 5.20). Desde o princípio tem sido enganoso nas suas

promessas, incitando pessoas enganadas a cometer mais prevaricação (Jo 3.20; 2Tm

3.13). O pecado pode proporcionar prazer àquele que o comete, mas sempre será

temporário (Hb 11.25) e sempre insuficiente.

Conhecer, portanto, algumas características do pecado, como ele se

apresenta, em que circunstâncias, ações e decisões ele ocorre é de fundamental

importância. É como conhecer o inimigo. Nenhum desafiante vai para uma guerra ou

confronto sem conhecer o seu oponente, sua forma de agir, seus contornos, sua força e

sua aparência. É exatamente isso que passaremos a conhecer em poucas linhas a fim de

que possamos nos preparar contra a oposição do mesmo. Entre as diversas

características do pecado, podemos citar:

a) O pecado como Incredulidade (Rm 1.18; 2.2) - Rejeição da humanidade à revelação

geral;

b) Desobediência de Israel no deserto (Hb. 3. 18, 19);

c) Tudo o que não é pela fé é pecado (Rm 14.23 e Hb 11. 6);

4 Disponível em http://pt.scribd.com/doc/135543091/Dicionario-biblico-de-A-a-Z-Brevi-Italo-Fernando-

pdf#scribd. Acessado em 23 jan 2016.

42

d) Orgulho e auto-exaltação, que envolve o desejo de ser semelhante a Deus, como

ocorreu no jardim do Éden em Gn. 3. 5,6, quanto à rejeição a Ele (Sl 10.4);

e) O desejo mal orientado, egocentrismo, cobiça;

f) ―A prevaricação (ser omisso diante de Deus), mentir contra o Senhor, desviar-se de

Deus, falar de opressão e rebelião, o conceber e proferir do coração palavras de

falsidade‖ (Is. 59.13)

Poderíamos listar muitas outras características do pecado, mas, não podemos

deixar de mencionar o que está registrado na epístola do Ap. Paulo aos crentes em

Gálatas, cap. 5, v. 19-21, sobre as obras da carne, que são pecados contra Deus:

“Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação, impureza, lascívia, Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus.”

4. A FORÇA DO PECADO

Algo que não podemos ignorar é a força exercida pela sedução do pecado na

vida dos homens, das pessoas em geral. Essa é uma realidade que está relacionada ao

seu pai, o inimigo da nossa alma, Satanás.

Apesar de algumas pessoas não gostarem de admitir, Satanás é uma força

maligna operando no Universo, contra Deus e contra o Seu povo. Duas imagens bíblicas

dele nos traçam o seu perfil e, consequentemente, definem as suas intenções. A primeira

delas é a possibilidade de transfigurar-se como anjo de luz (I Co. 11.14), indicando três

aspectos: a sua sutileza, poder de sedução e astúcia. Esses aspectos definem a sua

capacidade de inteligência ao poder manifestar-se com uma aparência do bem, não

surgindo como um tolo, mas, como um falso sedutor, orador eloqüente (Gn 3.1),

aparência deslumbrante.

A segunda imagem é a de um leão que ruge e está pronto a tragar (I Pe 5.8). É

um símbolo de força, embora seja uma força do mal, demoníaca. Obviamente, não há

como comparar a sua força com a força de Deus, mas, essa mesma força é superior a do

homem, sendo imprescindível, portanto, a presença de Deus nesse homem para que ele

seja mais que vitorioso em seus conflitos, guerras e contra a sedução do pecado.

43

Após essa noção sobre o pai do pecado, podemos entender a força do pecado

para que possamos nos prepararmos contra ele.

4.1. A NATUREZA PECAMINOSA NO HOMEM

O pecado não consiste apenas de ações isoladas, mas, também é uma

realidade, ou natureza, dentro da pessoa (Ef 2.3).

O pecado, como natureza, indica a ―sede‖ ou a sua ―localização‖ no interior da

pessoa, como a origem imediata dos pecados. Essa é a razão da necessidade do novo

nascimento, de uma nova natureza a substituir a velha, pecaminosa, pois, é dessa forma

que o novo nascimento funciona: uma regeneração de dentro para fora (Jo 3.3-7; At 3.19;

1Pe 1.23).

Essa natureza é o centro dos desejos pecaminosos (Rm 13.14; Gl 5. 16,24; Ef

2.3; 1Pe 4.2; 2Pe 2. 10; 1Jo 2.16). O pecado e as paixões surgem da carne, que é a

definição de natureza pecaminosa no Novo Testamento (Rm 7.5; Gl 5.17,21), onde não

habita nenhuma coisa boa (Rm 7.18).

4.2. O PECADO LUTA CONTRA O ESPÍRITO

A natureza pecaminosa está totalmente contrária à Palavra de Deus e além do

controle da pessoa (Gl 5.17; cf. Rm 7.7-25). O depoimento do Ap. Paulo nessa última

referência, ou seja, Romanos, cap. 7, v. 7-25, mostra a força que tem o pecado, trazendo

no capítulo seguinte o escape, caminho que traz a vitória sobre o pecado, a liberdade

trazida pelo sacrifício do Senhor Jesus Cristo.

5. O PROCESSO DO PECADO E SUAS CONSEQUÊNCIAS

O processo, até a materialização do pecado, encontra-se muito bem

esclarecido no capítulo 1 da carta de Tiago. Como nós vemos nesse texto, ser tentado é

uma bem-aventurança, ou seja, é um privilégio, devido a recompensa que aguarda os

vencedores. Lembre-se: não há recompensa sem tentação!

E como está no texto bíblico, a tentação está relacionada à nossa natureza

pecaminosa. A essa natureza Tiago chama de concupiscência, que é aquele ―engodo‖

(algo atrativo, mas, falso, danoso) que está em nós e nos atrai. O pecado acontece

quando esquecemos de Deus e decidimos atender àquele chamado das trevas, é quando

o pecado dá à luz.

O pecado, por natureza, já é destruidor, ato esse que chega ao ponto de

ofender a Deus. Embora Sua justiça e Sua onipotência não sejam prejudicadas pelo

pecado, a Bíblia fala do ódio de Deus por ele (Rm 1. 18). Por outro lado, a Bíblia também

fala da sua paciência para com os pecadores (Êx 34.6; 2Pe 3.9), de sua busca pela

humanidade perdida (Is 1.1 8; 1Jo 4.9-10,19), de sua mágoa por causa do pecado (Os

44

11.8), de sua lamentação pelos perdidos (Mt 23.37; Lc 13.34) e de seu sacrifício em favor

da salvação da humanidade (Rm 5.8; 1Jo 4:14; Ap 13.8).

Apesar do desejo de Deus em salvar o homem, a Bíblia também fala das

conseqüências do pecado. Conheçamos algumas delas.

a) Engano. Ironicamente, o pecado traz benefícios (segundo as aparências), pois, ele

pode até mesmo produzir uma alegria transitória (Sl 10.1-11; Hb 11.25,26). Porém, o

pecado produz pensamentos enganosos, segundo os quais o mal parece bem. Como

conseqüência, as pessoas mentem e distorcem a verdade (Gn 4.9; Is 5.20; Mt 7.3-5),

negando o pecado pessoal (Is 29.13) e até mesmo a Deus (Rm 1. 20; Tt 1.16). Em

última análise, o engano do que parece ser bom revela-se como mau;

b) Sentimentos destrutivos. A culpa, a insegurança, o tumulto mental, o medo do juízo

e coisas semelhantes acompanham a iniqüidade (Sl 38.3,4; Is 57.20,21; Rm 2.8,9;

8.15; Hb 2.15; 10.27);

c) Dependência. Uma dos efeitos do pecado é a dependência progressiva da prática

pecaminosa, é como um vício. Essa realidade é muito bem explicitada nos seguintes

textos bíblicos Jo 8.34; Rm 6.12-23; 2Pe 2.12-19;

d) Rebelião. A condição do pecador diante de Deus é de rebelião, como está escrito em

I Co 10.9, que se refere à rebelião dos hebreus no deserto, tentando, portanto, a

Deus. E como rebelião, o pecado nos separa de Deus, o que fica muito bem

caracterizado em Is. 59.1-2, o que nos priva da salvação do Senhor e da sua atenção;

e) Morte. Essa é a conseqüência mais gravosa: a separação eterna de Deus. Essa

condenação está sentenciada nos textos Gn 2.17; Rm 5.12-21; 6.16,23; 1Co

15.21,22,56; Tg 1.15. Aqui se trata da morte física e espiritual. Com o pecado de

Adão, não foi mais possível o acesso à arvore da vida, que dava a condição de

eternidade ao primeiro homem, antes, com o corpo corruptível e sujeito a todas as

intempéries da vida, a morte física é uma realidade e é necessário que o ―pó volte ao

pó‖ (Ec. 12.7). Já a morte espiritual, que significa a separação eterna de Deus, é a

aplicação da sentença de Deus a todo o pecador quer não se arrepende. Ver Ef 2.1-6.

6. COMO VENCER O PECADO

Não poderíamos encerrar essa lição sem tratar da forma de vencer o pecado, o

que é impossível para o homem natural, mas, para o servo de Deus nascido de novo é

plenamente possível, pois, para Deus nada é impossível (Lc. 1.37)

Poderíamos citar diversas formas que a Bíblia nos apresenta como maneiras

de vencer o pecado, mas, como o nosso tempo é escasso, queria apenas citar duas

verdades bíblicas para a vitória contra o pecado.

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A primeira é o que está escrito em Gl. 5, 16-18, que diz:

“Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a

concupiscência da carne. Porque a carne cobiça

contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e

estes opõem-se um ao outro, para que não façais o

que quereis. Mas, se sois guiados pelo Espírito,

não estais debaixo da lei”.

Em outras palavras, somente é possível para o homem vencer o pecado se a

sua mente for a mente de Cristo e se, verdadeiramente, o Espírito Santo de Deus, que

ressuscitou Jesus dentre os mortos, habitar no interior dessa pessoa.

A segunda verdade é que todo soldado de Deus que milita as batalhas

espirituais, possui um ―fardamento e equipamentos próprios‖, sem os quais a batalha já

está perdida. E esse ―equipamento espiritual‖, essa armadura está descrita em Efésios,

cap. 6, v. 10-24, as quais estão disponíveis para os crentes em Jesus Cristo, a fim de que

possam enfrentar a batalha diária contra o diabo e as suas artimanhas na tentativa de

derrubar o cristão. Tenho certeza que o seu professor irá conversar com você sobre

essas armas espirituais.

7. CONCLUSÃO

O pecado é uma realidade, é um inimigo que enfrentamos a cada dia, é como

diz no Evangelho de Marcos, cap. 8, v. 34: ―(...) Se alguém quiser vir após mim, negue-se

a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me‖.

Nessa lição podemos, assim, conhecer esse mal, as suas formas, o seu

processo, as suas conseqüências e as formas de combatê-lo.

Cabe, agora, a nós, conscientizarmo-nos dessa realidade em que estamos

inseridos e nos preparar para a guerra! Deus o abençoe!

46

Lição 6

A FÉ SALVÍFICA

“Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem. Hebreus 11.1

1. INTRODUÇÃO

Até esse momento, pudemos ter uma noção, mesmo que superficial, da

grandeza, santidade e eternidade do nosso Deus; pudemos, também, entender como o

homem foi criado, em sua perfeita imagem e semelhança a Deus, e como esse mesmo

homem se degradou ao desobedecer a esse Deus santo, permitindo que o pecado

entranhasse na natureza humana, cujas características estudamos na lição anterior.

Em direção oposta ao pecado, o processo da salvação do homem acontece

quando ele, após ouvir a palavra de Deus, é convencido pelo Espírito Santo não só da

sua condição pecadora, mas também da justiça e do juízo (Jo. 16. 8-11), o Espírito Santo

comunica ao homem que ele precisa confessar a Cristo como Salvador para ser perdoado

(Rm. 10. 8-11). Nesse instante é que se materializa a fé salvífica. No momento seguinte

acontece o arrependimento (I Co. 7.10), que significa mudança de direção ou de

propósito. Por fim, nesta lição e na próxima, nós vamos conhecer e compreender as

atitudes necessárias do homem para que ele possa, efetivamente, ter os seus pecados

perdoados e ser livre da condenação eterna, obtendo, assim, o dom da salvação,

herdando o reino dos céus e todos os demais benefícios que um salvo no Senhor Jesus

Cristo tem direito. Essas atitudes compreendem a fé, o arrependimento e a confissão.

2. A FÉ E SEUS TIPOS

Combinando os ensinos de Macedo (2004) e Joiner (2004), podemos afirmar

que existem dois tipos de fé: a fé natural e a sobrenatural, subdividindo-se a segunda em

duas, a teórica e subjetiva.

A primeira está relacionada à razão, a segunda, a critérios além da razão,

encontrando-se acima da fé natural, e as suas duas subdivisões estão relacionadas à

prática da fé, as quais veremos adiante.

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2.1. A FÉ NATURAL

A fé, de uma forma geral, pode ser definida como uma crença ou certeza da

realidade de um objeto invisível ou na concretização futura de uma expectativa atual. No

caso da fé natural, essa certeza é caracterizada pela autoconfiança, que já nasce com o

homem e se aperfeiçoa à medida em que ele se desenvolve e experimenta os

acontecimentos da vida real.

Segundo Joiner (2004), podemos posicionar a fé natural nos três tempos:

passado, presente e futuro. A primeira está relacionada a eventos históricos, estando

presente a fé quando acreditamos nos historiadores e naqueles que contam as histórias

ocorridas no passado. A fé no tempo presente acontece quando acreditamos nos

acontecimentos que se desenvolve no nosso dia a dia, como a certeza de que, ao nos

levantarmos da nossa cama, conseguiremos ficar de pé; de que existe um lugar chamado

Paris, apesar da possibilidade de ainda não termos ido lá, mas, acreditamos porque as

pessoas que já foram afirmam que existe.

E a terceira, a fé no futuro, é acreditar que eventos futuros acontecerão. Como

exemplo, embarcamos num ônibus ou num taxi porque temos a certeza de que essa

condução nos levará ao nosso destino; embarcamos num avião porque temos a certeza

de que o piloto possui as habilidades mínimas necessárias para conduzir essa aeronave,

não permitindo que ela caia ou colida com alguma montanha; o mesmo acontece quando

estamos em uma mesa de cirurgia, e assim por diante.

Essa é uma realidade da vida, em todas as pessoas existe essa manifestação

de confiança, o que não é ruim, ao contrário, é fundamental para a nossa vivência.

Imaginem se começarmos a desconfiar de tudo a ponto de não fazermos mais nada? A

verdade é que ―a vida seria insuportável, e acabar-se-iam todas as relações sociais‖

(JOINER, 2004).

A fé natural está relacionada, portanto, à lógica oferecida pela ciência, pelo

conhecimento, pelas supostas verdades filosóficas da razão, pelas experiências das

outras pessoas e até mesmo das nossas experiências. Em outras palavras, a fé natural

está intrinsecamente ligada às coisas naturais de forma que, se essas coisas naturais

mudarem ou acontecerem de forma contrária àquela que estava acontecendo

anteriormente, as pessoas mudam de convicção, mudam a sua fé em virtude desses

novos acontecimentos. Já ouviram aquela expressão: ‖Huummm, perdi a confiança nisso

ou naquela pessoa...‖?

48

2.2. A FÉ SOBRENATURAL

A fé sobrenatural, por outro lado, está acima da fé natural e até da própria

razão, como já falamos anteriormente. Não existe uma explicação que possa ser

considerada razoável para ela, temos apenas aquilo que a Bíblia diz, ou seja, que ela é a

certeza de coisas que esperam e a convicção de fatos que não se vêem.

De acordo com a Enciclopédia da Bíblia de R. N. Champlin, Ph.D., o termo

―sobrenatural‖ vem do latim, super, "acima", "além", e natura, "natura", ou seja, acima do

natural, dando-nos, portanto, a idéia de que ―não podemos explicar a existência

meramente levando em conta a natureza física. Também não podemos limitar os meios

de investigação aos nossos sentidos físicos, que detectam e descrevem a natureza‖

(CHAMPLIN). Dessa forma, o sobrenatural, onde se encontra a fé cristã, aponta para algo

além do campo das experiências dos sentidos humanos, está além dos poderes da

natureza; indicando-nos, assim, que, por detrás do mundo das experiências do dia-a-dia,

existe o mundo espiritual, divino.

A fé sobrenatural, portanto, não dá a mínima importância às circunstâncias

adversas, aos sentidos humanos, ao que as pessoas dizem e afirmam, por mais

inteligentes e conhecedoras da ciência que possam ser. Quando a fé sobrenatural se

manifesta, as coisas que não existem passam a existir. É justamente a fé sobrenatural

que nos faz entrar em contato direto e real com Deus; ela é como um rio que nasce no

trono de Deus, pois, Ele é a fonte dessa fé.

2.2.1. Fé Teórica

A grande questão sobre a fé sobrenatural é saber que ela pode ser viva ou

morta. Essa realidade está muito bem definida na carta do Ap. Tiago, cap. 2, v. 26:

―Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é

morta”. A diferença entre esses dois estados da fé está na palavra ―obras‖.

A fé Teórica se caracteriza pela simples crença nos fatos e doutrinas cristãs, ou

seja, as pessoas apenas acreditam no que é ensinado nos púlpitos cristãos, sem,

contudo, praticá-la. A simples crença é vazia, sem fundamento e traz a perdição, mesmo

porque até o nosso adversário é o maior crente que existe, pois, como diz em Tiago, cap.

2. V. 19, eles crêem e estremecem. Os demônios não somente crêem que há um Deus

sábio e poderoso, justo em punir, mas, também, que Jesus Cristo é o sEu Filho amado, o

Salvador do mundo (Lc. 4.34). Apesar de crerem, os nossos inimigos espirituais estão em

desobediência e condenados eternamente pela rebelião que provocaram contra o próprio

Deus.

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Essa fé chamada de Teórica é, portanto, ter o conhecimento das verdades

bíblicas por uma pessoa sem, contudo, dar o passo seguinte, que é entregar a sua vida a

Cristo, permitir que Ele faça uma transformação interior, submeter-se a Ele, despir-se das

suas próprias vontades e observar a vontade de Deus. Em Mateus 7.24-27 fica bem

esclarecida a diferença entre aquele que possui uma fé teórica e aquele que possui uma

fé salvadora. O texto diz assim:

“Todo aquele, pois, que escuta estas minhas

palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem

prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha; E

desceu a chuva, e correram rios, e assopraram

ventos, e combateram aquela casa, e não caiu,

porque estava edificada sobre a rocha. E aquele

que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre,

compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a

sua casa sobre a areia;E desceu a chuva, e

correram rios, e assopraram ventos, e combateram

aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda”.

2.2.2. Fé Salvadora ou Salvífica

A fé salvadora, segundo o Ap. Paulo, é o meio pelo qual todo o ser do crente,

sua inteligência, seu coração, sua vontade, compreende e recebe a Cristo e seu sacrifício

vicário. A partir desse momento, Cristo passa a ser tudo para o homem e tudo nele, traz a

vida divina à natureza humana, renovando o seu ser.

A fé em Cristo faz com que andemos em novas atitudes, em novas obras

preparadas por Deus para que andássemos nela (Ef. 2.10). Trata-se, portanto, não só

apenas de um assentimento mental, de uma crença, mas, também, de prática.

Na tão conhecida passagem bíblica em At., cap 16, que relata o milagre

realizado por Deus na prisão onde Paulo e Silas estavam encarcerados, o carcereiro ao

ver que os presos estavam livres das cadeias, queria suicidar-se, mas, foi imediatamente

impedido pelo Ap. Paulo que lhe ofereceu o caminho da salvação: ―Crê (fé salvadora) no

Senhor Jesus Cristo e serás salvo tu e a tua casa‖. Esse é o efeito da fé subjetiva, aquela

que, de fato, gera uma transformação no interior do homem. O termo ―crer‖ no seu sentido

original, não trata apenas de uma simples crença, mas, sim, em acreditar, acompanhado

de entrega de vida. Somente dessa maneira aquele homem poderia ser salvo e o mesmo

vale para nós.

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3. CARACTERÍSTICAS DA FÉ SALVADORA

a) A fé é que nos leva a reconhecer a realidade das coisas espirituais, entregando nossas

vidas a elas - Heb. 11:1;

b) A fé em Cristo é um dom de Deus - Rom. 12:3; Efé. 2:8; 6:23 e Fil. 1:29;

c) É preciosa - II Ped.1:11);

d) É acompanhada pelo arrependimento e forma a conversão - Mar. 1:15 e Luc. 24:47;

Atos 20:21;

e) Tem Cristo como objeto e autor - Heb. 12:2;

f) A fé nos traz:

a remissão dos pecados (Atos 10:43),

a justificação (Atos 13:39; Rom. 5:1 e Gál. 2:16);

a santificação (Atos 15:9; 26:18 e lI Tes. 2:13);

a luz espiritual (João 12:36,46);

a vida espiritual (João 20:31 e Gál. 2:20);

a vida eterna (João 20:31);

o descanso celestial (Heb. 4:3);

a adoção (João 1:12; Gál. 3: 26);

o acesso a Deus (Rom. 5:2 e Efé. 3:12);

a herança das promessas (Gál. 3:22 e Heb. 6:12);

o dom do Espirito Santo (Atos 11:15-17; Gál. 3:15 e Efé. 1:13).

g) A fé é o guia da vida espiritual - Rom. 1:17 e Heb. 10:38.

h) Sem fé é impossível agradar a Deus - Heb. 11:6.

i) A fé é o meio do recebimento do evangelho - Heb.4:2.

4. FÉ, O PRIMEIRO PASSO DA RENDENÇÃO

Já conhecemos os tipos de fé, as suas características e como ela se

apresenta. Agora vamos ver a forma como a fé se apresenta nesse primeiro passo da

redenção do homem.

Em primeiro lugar, vejamos como o escritor de Hebreus definiu a fé. Ele

escreve: "Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam" (Hb 11:1). "Pela fé

entendemos que os mundos pela palavra de Deus foram criados" (v. 3). Hebreus 11:6

descreve-nos dois ingredientes da fé: que Deus existe e que recompensará aos que o

procuram. A fé é a confiança ou a realidade das coisas que se esperam e a evidência ou

a prova de que Deus existe. A fé não é uma aceitação cega da existência de Deus ou da

sua Palavra. A fé está fundada nas evidências cristãs, pois Deus deu razões suficientes

para assegurar ao homem que o cristianismo é verdadeiro. Portanto, podemos saber que

51

existe um Deus e que podemos conhecê-lo (Rm 8:22; 1Co 1:5; Gl 4:9; Ef 1:17-18; Fp

3:10; 1Tm 2:3-4; 2Tm 1:12; 1Jo 5:19).

Na mesma linha, vemos que a justificação (ou redenção) pela fé é o tema de

Romanos: "O evangelho de Cristo é o poder de Deus para salvação de todo aquele que

crê. Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o

justo viverá da fé" (Rm 1:16-17).

Vemos com base nesses dois primeiros parágrafos anteriores que a fé é o

resultado da operação do poder de Deus no homem, mediante a sua palavra o evangelho.

Quando o pecador ouve o evangelho (as boas novas), o Espírito Santo gera no seu

interior uma compreensão espiritual do que Deus é capaz de fazer em sua vida. Tal ação

do Espírito Santo é tão contundente que gera nesse pecador o desejo de arrepender-se

dos seus pecados e confessar a Jesus Cristo, dois temas que estudaremos na próxima

lição.

A fé, portanto, é indispensável, pois, ninguém pode se remir sendo obediente à

Lei ou a alguma regra de homens: "Nenhuma carne será justificada diante dele pelas

obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado" (Rm. 3:20; 4:13-15). Agora

"a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo é para todos e sobre todos os que crêem;

porque não há diferença" (Rm. 3. 22).

Uma outra qualidade da fé, que é indispensável para a justificação, é a

confiança. A palavra grega pistis, traduzida como fé, significa "confiar". Fé, como

podemos ver, implica confiar em Deus, Jesus Cristo e na Palavra de Deus. Faz-nos dizer:

"Porei nele a minha confiança para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da

morte, isto é, o diabo" (Hb 2:13-14; Ef 1:12-13).

Resumindo esses parágrafos, o homem ímpio, com suas deficiências naturais,

ao ouvir a palavra da verdade, o Espírito Santo, que é o próprio Deus, como já estudamos

anteriormente, gera nesse homem o conhecimento impactante das verdades eternas a

ponto de fazê-lo crer que existe um Deus verdadeiro e único em quem ele pode confiar ao

ponto de entregar a sua própria vida. Essa certeza é a fé que está sendo gerada no seu

interior, como diz em Romanos 1.16-17 citado acima, ―é o poder Deus para a salvação de

todo aquele que crer‖. Ressalte-se que esse convite, esse clamor do Espírito Santo na

vida dessa pessoa que ouve a Palavra de Deus não é impositiva, requer o exercício da

vontade dessa pessoa no uso do seu livre arbítrio. Mas, uma coisa é certa, se essa

pessoa der ouvidos à voz do Espírito Santo e não endurecer o seu coração (Jo. 14.1), ele

irá experimentar o melhor de Deus e conhecer qual é a boa, a perfeita e agradável

vontade de Deus para a sua vida (Rm. 12.2)

52

5. CONCLUSÃO

A fé, como foi mostrada nessa lição, é um instrumento valiosíssimo que o

homem natural não entende. Não é por menos, pois, as coisas espirituais somente são

discernidas pelos espirituais (I Co. 2.14).

Vimos nessa lição a relevância da fé para a conversão do pecador. Mas, essa

virtude não está sozinha nessa importante etapa da redenção do homem, também fazem

parte dela o arrependimento e a confissão, que serão os próximos assuntos a serem

estudados.

53

Lição 7

O ARREPENDIMENTO,

A CONFISSÃO E A CONVERSÃO

A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres

que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Visto que com o coração se

crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação”. Romanos 10. 9-10

1. INTRODUÇÃO

Como vimos no item quatro da lição anterior, a fé é o resultado da operação do

poder de Deus no homem, que resulta do ouvir o evangelho, tendo por agente o Espírito

Santo de Deus, que gera no seu interior uma compreensão espiritual do que Deus é

capaz de fazer em sua vida. Essa é uma ação eficaz! Com essa ação direta do Espírito

Santo, é gerado nesse pecador o desejo de arrepender-se dos seus pecados e confessar

a Jesus Cristo.

São essas duas ações fundamentais para a consolidação da remissão do

homem em Cristo Jesus, ou seja, o arrependimento e a confissão, que iremos estudar

nesta Lição.

2. DUAS ESPÉCIES DE ARREPENDIMENTO

É fundamental ressaltar, de início, que, segundo T. P. Simmons (2015), há dois

tipos de arrependimentos, o primeiro é aquele comumente chamado de arrependimento

evangélico, e o segundo, arrependimento legal.

O arrependimento legal surge inteiramente através do temor das

conseqüências do pecado. Esta é a espécie que Judas provou. Por essa razão, é

conhecido por remorso. O arrependimento evangélico é acompanhado de tristeza

segundo Deus e se opera no coração pelo Espírito regenerador de Deus.

O remorso traz uma tristeza tão profunda que toma conta da alma e pode,

inclusive, levar a morte (vide o caso de Judas Iscariotes), e a separação de Deus. O

Espírito Santo de Deus não age no remorso. O arrependimento evangélico, aquele que é

tratado nesta lição, é a decisão de não cair novamente, é chorar com sinceridade diante

54

de Deus pedindo perdão, então o Espírito Santo atua em nós, nos fazendo enxergar o mal

que causamos a Deus.

É um sentimento que o Espírito Santo de Deus coloca em nós. E nos leva à

vida, vida com Deus. É uma tristeza que é transformada em alegria pelo perdão de Deus.

Há uma diferença muito grande entre remorso e arrependimento. Vejamos algumas das

características do remorso, o falso arrependimento.

Não se trata de uma mudança de opinião. Não há verdadeira mudança de pensamento.

Uma pessoa pode ver as más conseqüências do pecado, ver a forma terrível em que

afeta seu caráter, ou põe em perigo sua vida; podendo sofrer vergonha se descoberto, e

isto lhe enche de simples temor e mal-estar;

O falso arrependimento está fundamentado no egoísmo. Pode tratar-se de um forte

sentimento de pena na mente do indivíduo, por haver feito o que fez, porque vê as más

conseqüências que vai produzir, porque lhe faz sentir desgraçado, ou lhe expõe a ira de

Deus, ou o prejudica no meio da sua família ou dos seus amigos, ou porque produz dano

para ele mesmo, em sua vida atual ou na eternidade. Puro egoísmo. Pode sentir remorso

na consciência, um remorso que lhe corrói e lhe consome, tudo isso por não ser um

verdadeiro arrependimento.

Como reconhecer o remorso?

Não dá perspectiva de mudança. O indivíduo ainda está disposto para o pecado e não

se submete aos ensinamentos de Deus. Os sentimentos em relação à natureza do

pecado não mudaram, e o indivíduo ainda sente o desejo de pecar. Deixa de fazê-lo, não

porque o aborrece, mas, porque teme as suas conseqüências;

Leva à morte. O remorso é hipócrita e dissimulado. O indivíduo que passou por um

verdadeiro arrependimento está disposto a que todos saibam da guinada que o Espírito

Santo deu na sua vida. O que só tem um falso arrependimento dá todo tipo de desculpas

e mentiras para encobrir seus pecados. Quando o convidamos ao legítimo

arrependimento, tenta justificar os seus atos com toda sorte de desculpas, buscando

dissimulá-los, e de atenuar sua gravidade. Caso venha falar da sua conduta passada

sempre o faz em termos suaves e favoráveis. É visto nele uma constante disposição a

encobrir seu pecado. Este arrependimento conduz à morte. Continua a cometer um

pecado atrás de outro. Em vez de expressar um sentimento sincero e franco, com o

coração aberto, se esquiva buscando palavreados sem sentidos, dissimulando as coisas,

atenuando-as de tal forma que a confissão se converte em não confessar nada.

O falso arrependimento produz uma reforma parcial e ineficaz da conduta.

Essa reforma ou mudança de conduta refere-se, apenas, às coisas das quais o indivíduo

55

foi convencido com força. O coração não mudou. Procura evitar só aqueles pecados

―mais expressivos‖, ―mais condenáveis‖ pela comunidade cristã, continuando, porém, com

velhos vícios e práticas abomináveis que normalmente não são vistos de forma direta

pelas pessoas;

Em geral, a mudança produzida por uma tristeza falsa, ou remorso, é temporal. O

indivíduo está voltando, continuamente, em seus antigos pecados. A razão é que a

disposição a pecar não desapareceu, só foi restringida pelo temor. A fonte do pecado não

foi quebrada. Não purificou a iniqüidade de seu coração, mas, tem permanecido nele em

todo momento;

Conduz a falsa segurança. O indivíduo supõe que o remorso que teve é o verdadeiro

arrependimento, e confia nela. Acham que Cristo o salvará porque apenas sentiu tristeza

por seus pecados, o que lhes traz algum alívio, apesar da sua própria consciência lhes

ensinar que nunca tinha confiado de coração em Cristo;

Endurece o coração e cauteriza a consciência. O indivíduo se torna mais duro em seu

coração à medida que fortalece esse sentimento de remorso. O seu coração não foi

quebrantado, assim, as fontes do sentimento vão se secando, e seu coração é cada vez

mais difícil de alcançar. É provável que estas pessoas ao princípio sintam um certo

incômodo quando a verdade ilumina sua mente. Mas, a verdade é que ele não se deixa

ser conduzido a uma renúncia sincera do pecado, ficando com o coração mais duro do

que antes, e pouco a pouco cauteriza a consciência.É essa tristeza que produz a morte

espiritual.

3. DO QUE CONSISTE O ARREPENDIMENTO REAL?

Segundo o Dicionário da Bíblia de Almeida (BRASIL, 1999), o arrependimento

é uma ―decisão de mudança total de atitude e de vida, em que a pessoa, por ação divina,

é levada a reconhecer o seu pecado e a sentir tristeza por ele, decidindo-se a abandoná-

lo, baseando sua confiança em Deus, que perdoa (Mt 3.2-8; 2Co 7.9-10; 2Pe 3.9)”.

Champlin afirma que o arrependimento ―é um ato Divino que transforma o

homem, mas, que depende da reação positiva dele, uma vez inspirado pela fé‖. Destaca-

se que nas duas referências bibliográficas é afirmado que o arrependimento, juntamente

com a fé, gera a conversão, conceito que estudaremos mais adiante.

Como podemos verificar nessas duas posições acima, o arrependimento é um

desejo concreto, ―por ação divina‖, que surge no mais íntimo da alma de um pecador,

fruto da fé na verdade do evangelho, por ação do Espírito Santo de Deus, gerando o

desejo de abandonar uma vida de pecado e transgressões para viver uma nova vida em

Cristo Jesus.

56

3.1. MUDANÇA DE OPINIÃO

3.1.1 Com respeito à natureza do pecado.

Para o que se arrependeu verdadeiramente o pecado lhe parece algo muito

diferente do que parece para aquele que não se arrependeu. Em vez olhá-lo como uma

coisa desejável ou fascinante, parece a ele algo aborrecível, detestável, e fica espantado

por ter, em algum dia, desejado algo assim.

Os pecadores despreocupados podem olhar o pecado e até ver que o está

destruindo, que Deus vai castigá-los por este pecado; mas, depois de tudo, continuam o

desejando em seu interior; continuam o amando de forma que não querem se separar

dele. Se o pecado pudesse terminar na felicidade, esta seria a sua decisão definitiva.

Mas, para aquele que se arrepende, é diferente; este olha sua própria conduta

com algo abominável. Olha para trás e exclama: "Que detestável, que odioso, quão digno

do inferno; e isto estava antes em mim!" (FINNEY)

3.1.2. Com respeito à relação do pecado com Deus.

Os pecadores não dão a devida seriedade às razões da ira de Deus contra o

pecado e ao castigo iminente. Amam tanto o pecado que não se acham merecedores de

um terrível castigo. Apesar de, muitas vezes, verem a sua relação com Deus como

merecedora da morte eterna, o seu coração não concorda com essa verdade. O coração

nunca vai a Deus com um verdadeiro arrependimento, o que só pode acontecer com

uma mudança de opinião, pois, não há arrependimento genuíno sem uma mudança de

opinião.

4. CARACTERÍSTICAS DO ARREPENDIMENTO

De acordo com alguns textos bíblicos, podemos trazer algumas rápidas

considerações obre o arrependimento:

a) No verdadeiro arrependimento tem que haver a mudança de sentimento. A

mudança de sentimento com relação ao pecado, envolvendo sua natureza, suas

relações, suas tendências e seu merecimento. O indivíduo que se arrepende

verdadeiramente vê o pecado como detestável e ruim, merecedor de aborrecimento, o

odiando em seu coração. Uma pessoa pode ver o pecado como prejudicial e

abominável; contudo seu coração o ama, o deseja, se adere a ele. Mas quando se

arrepende verdadeiramente o aborrece de todo seu coração e renuncia ao mesmo. O

cristão consegue enxergar a sua natureza, e simplesmente, fica aborrecido, chegando

até a chorar; querendo livrar-se dele;

b) É o começo do processo da santificação. A santificação é algo de extrema

importância na vida do novo cristão, o qual será estudado à frente, em momento mais

57

oportuno, e que tem o seu início com o arrependimento. Como a própria afirmação já

coloca, a santificação é um processo imprescindível para vermos a Deus, que se

inicia com o arrependimento;

c) É uma operação do Espírito Santo. Da mesma forma que a fé, o arrependimento

também é uma obra de responsabilidade do Espírito Santo de Deus. No livro de

Zacarias, cap. 12, v. 10, vemos como Deus faria para a casa de Israel se arrepender

por seus atos;

d) A tristeza segundo Deus gera o arrependimento. A tristeza é o principal sentimento

gerado no pecador que ouve a verdade do evangelho. Os efeitos e resultados do

pecado são tão devastadores que, ao serem confrontados com a graça e o amor de

Deus, é gerado no homem natural uma tristeza tal de sua condição de pecador, que o

arrependimento, gerado pelo Espírito Santo, o faz desejo de mudar a direção da sua

vida, resultando no perdão dos pecados e na justificação dos mesmos.

e) O verdadeiro arrependimento é uma mudança permanente de caráter e de

conduta. O indivíduo que se arrependeu verdadeiramente, que mudou suas opiniões

e seus sentimentos, não voltará a amar o pecado. Lembre-se sempre que o pecador

arrependido verdadeiramente experimenta sentimentos que não abandonará. A Bíblia

diz que são "para salvação".

5. O ARREPENDIMENTO E A FÉ

O arrependimento e a fé são inseparáveis. Quando um homem é vivificado para a

vida, ou seja, quando ele verdadeiramente recebe ao Senhor Jesus como seu único e

suficiente salvador, podemos afirmar que é inconcebível a possibilidade de haver um

espaço de tempo entre o crer (a fé) e a decisão genuína em mudar de vida (o

arrependimento). De outra maneira teríamos a nova natureza em rebelião contra Deus e

em incredulidade. Crer sem arrependimento é característica de satanás, pois, é o maior

crente que já existiu, no entanto, está condenado eternamente por Deus.

Uma outra coisa que mostra a inseparabilidade do arrependimento e da fé é o

fato que a Escritura muitas vezes menciona somente um de ambos como o meio de

salvação, ou seja, quando a Bíblia em algumas ocasiões refere-se à fé ou ao

arrependimento isoladamente, está, na verdade, referindo-se aos dois como condição da

salvação. Medite o texto que está na Epístola de Tiago, cap. 2.

6. CONFISSÃO E CONVERSÃO

Na verdade, todos esses conceitos que estão sendo estudados nesta lição

estão intrinsecamente ligados, não havendo qualquer possibilidade de nenhum deles

58

existir de forma isolada, se estivermos tratando da decisão do pecador por algo

verdadeiro, genuíno.

Infelizmente, com bastante freqüência, a confissão nas igrejas é reduzida a

uma simples aceitação superficial por aquele que confessa diante de uma crença ou de

uma verdade pregada, tratando-se de uma simples declaração pública do fato. Por outro

lado, tal confissão é feita, também, de modo muito superficial.

Quando alguém profere uma oração de confissão de pecados, como aquelas

que acontecem quando alguém acaba de receber a Cristo como Salvador, aceita-se que

aquela pessoa foi salva. Isso envolve o que se convencionou chamar de ―fácil-creismo”

(CHAMPLIN). Isso significa que a confissão não passa de uma afirmação de simples

crença, ―como se fosse uma cerimônia mágica‖, e não uma verdadeira conversão, que

consiste em arrependimento e fé (CHAMPLIN). Seja como for, tal confissão deveria ser

devidamente precedida de arrependimento e fé. Sem esses elementos fundamentais, a

confissão não passa de um monte de palavras ocas. Não provocamos qualquer reação

em Deus ao simplesmente proferirmos a declaração: ―aceito a Jesus Cristo como meu

Salvador‖, se for vazia, sem arrependimento e sem fé.

A conversão e a salvação acontecem quando entregamos a nossa alma a

Cristo, com os passos do arrependimento, da verdadeira fé, da santificação e da

transformação da alma segundo a imagem de Cristo. Se esses estágios não estiverem

envolvidos, a confissão verbal nada significará. É como está escrito em Romanos, cap.

10. V 9-10:

A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor

Jesus, e em teu coração creres que Deus o

ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Visto

que com o coração se crê para a justiça, e com a

boca se faz confissão para a salvação.

7. CONCLUSÃO

Transformação e Salvação! Esses são os resultados da combinação da fé,

arrependimento, confissão e conversão. São passos fundamentais para o resgate do

pecador; se o homem natural não compreender essa exigência, jamais será capaz de

salvar-se, sendo, por conseqüência, condenado à perdição eterna.

Essa verdade nos alerta da necessidade de atentarmos a essa tão grande

salvação e, ao mesmo tempo, de anunciar essa verdade aos homens e mulheres que

estão perdidos sem chance de ver a Deus. Façamos a nossa parte!

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Lição 8

A REGENERAÇÃO

E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados”. Efésios 2.1

1. INTRODUÇÃO

A regeneração ou novo nascimento é a obra do Espírito Santo realizada no

crente, no novo convertido, o qual experimenta uma mudança no seu interior. A essa obra

a Bíblia define como ―nascer de novo‖, ―vivificar‖, ―participar da natureza divina‖, ―nova

criatura‖ e outras.

Assim como a justificação, que é o perdão dos pecados do homem, a

regeneração é o resultado da manifestação da fé salvífica, arrependimento, confissão e

conversão, já estudados anteriormente. Tratam-se os dois de uma obra milagrosa

realizada na vida do homem, sendo a única diferença que a justificação tem lugar na

mente de Deus, é um favor de dEle para o homem ao ―apagar‖ os seus pecados, e a

regeneração é uma obra de Deus realizada no coração do homem, ou seja, a primeira, a

justificação, muda a nossa relação para com a lei divina, e a segunda, transforma a nossa

natureza, fazendo-nos à imagem daquEle que nos criou. É sobre essa regeneração que

iremos estudar nessa lição.

2. A NATUREZA DA REGENERAÇÃO

Regeneração significa reviver, é como está escrito em Efésios 2.1: ―E vos

vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados”. A carta do Ap. Paulo aos Coríntios,

no seu cap. 5, v. 17, expressa também de forma bastante clara: ―Se alguém está em

Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”.

Concluímos desses textos que a regeneração trata da restauração da alma,

espiritualmente morta pelo pecado, recebendo o sopro divino e tornando-se alma vivente

outra vez (JOINER, 200).

Coisas novas significam tudo aquilo que é oposto à antiga maneira de viver da

pessoa e que ofendiam a Deus, isto é, os velhos desejos, objetivos e propósitos

passaram. ―O novo crente não procura mais a felicidade em fontes e tesouros terrestre,

mas, somente em Deus” (JOINER, 2004).

60

O ser humano, em seu estado natural, ama o pecado e peca constantemente,

mas, depois, que nasce de Deus, não comete mais o pecado (I Jo 3.9). É obvio que

estamos falando de viver em pecado, porque todos nós falharam, porém, não vivem no

erro, ao contrário, amam a justiça e aborrece a iniquidade, está sujeito a pecar, mas, não

tem prazer em pecar, nem em se entregar ao pecado voluntariamente.

Podemos definir, portanto, que a regeneração é o ato do Espírito Santo pelo

qual a imagem de Deus é restituída à alma do homem, dando-lhe disposição para amar

as mesmas coisas que Deus ama e para buscar a santificação ―sem a qual ninguém verá

a Deus‖ (Hb 12.14).

Joiner (2004) faz um interessante paralelo entre o estado natural do homem

com o estado de uma criança ainda no ventre de sua mãe já próxima de nascer. A criança

tem olhos, mas não vê, ouvidos, mas, não ouve, além dos demais sentidos que são

absolutamente imperfeitos. Da mesma forma o homem sem Deus, também tem olhos,

mas, não vê, há uma espécie de véu que o impede de ver a glória e a revelação de Deus;

tem ouvidos, mas, não ouve, não consegue ouvir as verdades sagradas. Os sentidos

espirituais estão encobertos pela natureza pecaminosa, não conseguindo conhecer a

Deus nem se comunicar com Ele.

Porém, no momento em que essa pessoa se converte ao Senhor, ocorre uma

mudança radical em seu interior, os seus olhos recebem a iluminação do entendimento

(Ef. 1.18 e 2 Co 4.6); os seus ouvidos agora estão abertos e ele pode ouvir a voz de Deus

em seu coração; sente a paz de Deus, que excede todo entendimento (Fp. 4.7). Sente o

amor de Deus derramado em seu coração pelo Espírito Santo. Agora, os seus sentidos

são claros, tornando a pessoa capaz de identificar e discernir entre o bem e o mal,

crescendo, assim, no conhecimento de Deus. A partir desse novo nascimento, o ser

humano regenerado passa a viver para Cristo, passa ser propriedade de Deus, é

considerado filho de Deus, razão pela qual o mundo, que antes habitava no seu coração,

esse novo homem ou essa mulher, não o conhece mais, pois é propriedade particular

desse Deus (I Jo. 3.1).

3. ASPECTOS CONCERNENTES À REGENERAÇÃO

a) A Regeneração está centrada no Poder de Deus. Por mais que se tente explicar

com palavras, não é possível determinar os caminhos dos ventos ou como é a

formação da criança no ventre materno. As mesmas maravilhas e mistérios que

envolvem o nascimento do novo ser humano, também têm relação direta com a

criação do novo homem espiritual, pois é fruto do PODER DE DEUS. Este mesmo

poder é que confere uma nova vida àquele que crê: ―Mas, a todos quantos o

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receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus,aos que crêem no seu

nome‖ Jo 1:12. Ver ainda: Rm 1.16; Jo 3.5; I Pe 1.23

b) Termos relacionados à regeneração.

Vivos dentre os mortos - ―Nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado

por instrumentos de iniqüidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre

mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça‖ Rm 6. 13;

Vivificados ―Ele vos vivificou, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados‖ Ef 2.;

Ele nos gerou – Aqui está descrita a ação divina ―Segundo a sua vontade, Ele nos

gerou pela palavra da verdade...‖ Tg 1. 18.

c) É a vontade de Deus - ―Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes poder de serem

feitos filhos de Deus; a saber: aos que crêem em seu nome; filhos nascidos não do

sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus‖ Jo 1.

12; ―Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua

boa vontade‖ Fp 2:13.

4. NECESSIDADE DA REGENRAÇÃO

O homem sem Deus necessita da regeneração, pois, está ―(...) morto em seus

delitos e pecados, (...) andando segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das

potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência‖ (Ef. 2.1).

Todos são culpados diante de Deus, ―porque todos pecaram e estão destituídos da glória

de Deus‖ (Rm 3.23). Conclui-se, assim, que a natureza humana clama por regeneração, a

qual é condição para o homem encontrar-se com Deus.

A herança passada a todos os homens por Adão, ou seja, a morte espiritual,

impede o acesso à vida, à justiça e à santidade nas mesmas condições em que

desfrutava o primeiro homem antes do pecado, ao contrário, Joiner (2004) afirma que o

ser humano de hoje vem ao mundo trazendo em si a imagem do diabo em seus ―apetites

e desejos impuros‖. Essa corrupção total da natureza humana é a comprovação e a

justificativa para o novo nascimento, que é obra do Espírito Santo.

O Evangelho de João, no seu capítulo 3, versículos 3 e 6 esclarece muito bem

essa necessidade:

“Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na

verdade te digo que aquele que não nascer de

novo, não pode ver o reino de Deus. O que é

nascido da carne é carne, e o que é nascido do

Espírito é espírito”

62

5. REGENERAÇÃO COMO INÍCIO DA GLORIFICAÇÃO FINAL

A regeneração tem início na conversão (fé, arrependimento e confissão),

fortalecida e aperfeiçoada com a santificação, que é um processo diário, e visa à

glorificação, sendo, portanto, um processo eterno. Essa eternidade da glorificação, que se

iniciou com a regeneração, é a conclusão a que se chega ao entendermos que é

impossível imaginarmos a estagnação do desenvolvimento espiritual da alma que obteve

a imagem de Cristo. Os regenerados passam de um estágio de aperfeiçoamento em

glória como está esclarecido na segunda carta do Ap. Paulo aos Coríntios, cap. 3, v. 18:

―Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor,

somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do

Senhor‖.

O nascimento do novo homem é meramente o ―começo da grande experiência

do novo nascimento‖ (CHAMPLIN). Como já dissemos, a santificação contínua faz parte

integral do novo nascimento, assim como a glorificação de nossos corpos naturais, tendo

como resultado ser igual a Cristo, como está escrito em I João, cap. 3, v. 2:

“Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser.

Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim

como é o veremos.”

6. CONCLUSÃO

A regeneração, portanto, é uma obra grandiosa operada no homem que crê no

Senhor Jesus Cristo e na sua Palavra, que se arrepende e confessa o sEu nome,

realizada pelo Espírito Santo de Deus, tendo o seu interior transformado, passando a ser

uma nova criatura, e que, após o processo de santificação e com a vinda do nosso

Senhor Jesus Cristo nas nuvens, chegará à estatura de varão perfeito sendo semelhante

ao Senhor Jesus.

Vale à pena nos esforçarmos em agradar a Deus, comprometermos com Ele e

verdadeiramente colocarmos os nossos caminhos em suas mãos, pois, grande é a nossa

vitória e não há nada nesse mundo que possa substituir essa grande herança que Jesus

nos deixou.

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Lição 9

A ETERNIDADE DO HOMEM

“Mas, como está escrito:As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu,e não subiram ao coração do homem,são as que Deus preparou para os que o amam”. I Coríntios 2.9

1. INTRODUÇÃO

Ter a perfeita percepção sobre a condição de eternidade do homem é

fundamental para que ele possa conduzir-se sob essa perspectiva, entendendo que essa

vida que conhecemos é apenas um processo de preparação para algo infinitamente

maior, a eternidade, e não um fim em si mesma.

Entender essa perspectiva, compreender o planejamento eterno de Deus para

o homem, saber que essa vida é apenas o começo do porvir e saber o que nos espera na

eternidade, são os propósito dessa lição. Que Deus nos abençoe.

2. O SIGNIFICADO DA VIDA DO HOMEM

“A vida é apenas um ensaio geral, antes da verdadeira produção. Você passará

muito mais tempo do outro lado da morte — na eternidade — do que aqui. A terra é um

lugar de preparação, a pré-escola, o vestibular para sua vida na eternidade. É o

treinamento coletivo que ocorre antes do jogo; a volta de aquecimento antes do início da

corrida. Esta vida é uma preparação para a próxima” - Assim Rick Warren, em sua obra

―Uma vida com Propósitos‖ (2003), resume o que representa a vida do homem nessa

terra.

A grande preocupação deveria ser a de viver sob à luz da eternidade. Se o

homem tivesse essa percepção, muitos dos seus valores e prioridades mudariam: saberia

dar mais valor a sua personalidade, saberia utilizar melhor o seu dinheiro, consideraria

mais os seus relacionamentos, se importaria mais com as pessoas e as suas necessidade

em vez de valorizar fama, riqueza, e os prazeres. Trata-se de compreender que ―há mais

na vida que apenas o aqui e agora e perceber que a vida é apenas uma preparação para

a eternidade. É essa visão curta do agora que prejudica o homem trazendo graves

64

prejuízos à sua vida. A vida é apenas a ―ponta do iceberg‖, a eternidade é todo o restante

(WARREN, 2003).

Rick Warren (2003) faz um alerta extremamente ocasional ao afirmar que a

morte não é o fim. Argumenta que, se a vida fosse um fim em si mesma, ou seja, se o

nosso tempo fosse voltado única e exclusivamente para vida nessa terra, a

recomendação seria: ―comece a vivê-la imediatamente. Você pode deixar de ser ético e

não precisaria se preocupar com as conseqüências das suas ações. Você poderia

dedicar-se a si próprio de modo totalmente egocêntrico, porque as suas ações não teriam

conseqüências a longo prazo” (WARREN, 2003).

A eternidade, por outro lado, é uma realidade. A verdade é que não há como

explicar ou descrevê-la, é como se quiséssemos explicar a teoria da relatividade de

Einstein para uma criança de 2 anos, é incompreensível. A própria Bíblia já nos coloca

nessa dimensão de incompreensão em função da grandiosidade da eternidade (I Co. 2.9):

―Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não

subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam‖.

Apesar da nossa limitação em compreender o que nos está reservado, Deus

tem revelado em ―conta-gotas‖ o que nos espera. A verdade é que Deus está nos céus

preparando um lugar de ruas de ouro onde não haverá mais dor, seremos libertos de todo

sofrimento e seremos recompensados por nossa fidelidade (Ap. 21). Há uma Herança nos

aguardando!

São um tanto opostas as realidades da eternidade e do nosso corpo mortal. É

fato que um dia o nosso coração irá parar de bater, o que significa o fim do corpo e do seu

tempo nessa terra (WARREN, 2003). O nosso corpo é uma habitação ou tabernáculo

temporário para a nossa alma (ver II Co 5.1). Com o fim do corpo, entramos, então, na

eternidade, e como será a eternidade do homem? É o que veremos a seguir.

3. A ETERNIDADE E SUAS ESCOLHAS

Diante da realidade da eternidade, o homem está diante de duas opções reais,

o céu e o inferno. O corpo é passageiro, é pó e ao pó voltará, mas, a alma é eterna e essa

é que experimentará o seu destino de acordo com a sua escolha quando em vida nessa

terra.

3.1. A IMORTALIDADE DA ALMA

Segundo a Bíblia, o corpo é de valor inestimável para o ser humano. É no

corpo que a vida da alma ―mergulha suas raízes” (JOINER, 2004). O corpo é um

instrumento à alma, por isso, desordens no corpo trazem perturbações para a alma.

65

A respeito da imortalidade da alma, a Palavra de Deus traz diversas provas

irrefutáveis. Vejamos algumas delas:

a) Salmos 16. 9 -11: ―Portanto está alegre o meu coração e se regozija a minha glória;

também a minha carne repousará segura. Pois não deixarás a minha alma no inferno,

nem permitirás que o teu Santo veja corrupção. Far-me-ás ver a vereda da vida; na

tua presença há fartura de alegrias; à tua mão direita há delícias perpetuamente‖;

b) Salmos 73. 24 e 26: ―Quem tenho eu no céu senão a ti? e na terra não há quem eu

deseje além de ti. A minha carne e o meu coração desfalecem; mas Deus é a

fortaleza do meu coração, e a minha porção para sempre”;

c) Daniel 12. 2: ―E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida

eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno”;

d) Mateus 10.28: ―Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei,

antes, aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo‖.

A alma, portanto, não é uma função do cérebro nem morre com o corpo. Cristo

ensinou que a alma, depois de separada do corpo, no intervalo entre a morte e a

ressurreição, tem existência consciente e ativa, como se vê no caso do rico e Lázaro (Lc.

16. 22-25):

“E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e

morreu também o rico, e foi sepultado. E no inferno, ergueu os olhos, estando em

tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio. E, clamando, disse: Pai Abraão,

tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e

me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão:

Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro somente males; e

agora este é consolado e tu atormentado.”

3.2 O SONO DA ALMA

Alguns estudiosos acreditam que, quando o homem morre, ele fica

inconsciente, não percebendo o que se passe ao seu redor. Porém, a Bíblia não ensina a

doutrina do ―Sono da Alma‖. Essa doutrina ensina que, quando os cristãos morrem, eles

entram em um estado de existência inconsciente e que voltarão à consciência somente

quando Cristo voltar e ressuscitá-los para a vida eterna.

Precisamos entender que as Escrituras, quando falam da morte como dormir,

trata-se apenas de uma metáfora usada para indicar que a morte é temporária para os

cristãos, como é temporário o sono. Isso é visto claramente, por exemplo, quando Jesus

fala a seus discípulos sobre a morte de Lázaro. Jesus diz: ―Nosso amigo Lázaro

adormeceu, mas vou para despertá-lo” (Jo. 11.11). Devemos notar que Jesus não diz aqui

66

que alma de Lázaro adormeceu, nem qualquer texto bíblico afirma que a alma de alguém

está dormindo ou inconsciente, o que seria necessário para provar a doutrina do sono da

alma. Em vez disso Jesus diz apenas que Lázaro adormeceu. João prossegue,

explicando: ―Jesus, porém, falou com respeito à morte de Lázaro; mas eles supunham

que tivesse falado do repouso do sono. Então, Jesus lhes disse claramente: Lázaro

morreu” (Jo. 1.13, 14). Os outros versículos que falam sobre dormir após a morte são

igualmente metáforas que ensinam que a morte é temporária.

Por outro lado, os textos que indicam que os mortos não louvam a Deus, ou

que a atividade consciente cessa depois da morte, devem ser entendidos da perspectiva

da vida nesse mundo, ou seja, uma vez que a pessoa esteja morta, ela não se envolve

mais com atividades como essas. Mas o Salmo 115 apresenta a perspectiva bíblica sobre

essa posição: ―Os mortos não louvam o Senhor, nem os que descem à região do

silêncio”. Prossegue, porém, no próximo versículo com um contraste indicando que

aqueles que crêem em Deus bendirão o Senhor para sempre: “Nós, porém, bendiremos o

Senhor, desde agora e para sempre. Aleluia!‖ (Sl. 115.17-18).

Finalmente, os versículos citados acima, que mostram que a alma dos cristãos

vai imediatamente à presença de Deus e desfruta da comunhão com Ele ali (II Co 5.8; Fp

1.23 e Hb. 12.23), indicam que o cristão tem consciência e comunhão com Deus

imediatamente após a morte. Jesus não disse: ―Hoje já não terás mais consciência de

nada que está acontecendo‖, mas, sim, ―Hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc. 23.43).

Certamente o conceito de paraíso naquela época não era de existência inconsciente,

mas, sim, de existência de grande bênção e de regozijo.

Apocalipse 6:9-11 e 7:9-10 também mostram claramente as almas dos mortos

que foram para o céu orando e adorando a Deus: ―Clamaram em grande voz, dizendo:

Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso

sangue dos que habitam sobre a terra?”. ―E eles foram vistos em pé, diante do trono e

diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos; e clamavam

em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro,

pertence a salvação” (Ap 7:9-10). Todos esses versículos negam a doutrina do ―Sono da

Alma‖, pois, deixam claro que a alma do cristão experimenta comunhão consciente com

Deus no céu imediatamente após a morte.

3.3. O PARAÍSO (CÉU) E O LUGAR DE TORMENTO

O Paraíso ou ―Seio de Abraão‖ (Lucas 16:19; 23.43) é um lugar intermediário

de felicidade, onde as almas dos salvos aguardam conscientes (Lucas 16:26) até o dia da

ressurreição, quando, então, os seus corpos ressuscitarão para reinar com o Senhor. A

67

palavra Grega Hades no Novo Testamento tem conotação semelhante à palavra Hebraica

Sheol usada no Antigo Testamento, e significam o mundo dos mortos — um estado

intermediário, que possui dois lados; um, de tormentos, para onde vão os ímpios; o outro

— o ―Seio de Abraão‖, ou o Paraíso, para onde vão os salvos, assim que morrem. Os

filhos de Deus (crentes em Jesus Cristo), quando morrem, vão diretamente para o

Paraíso ―Estar com Cristo‖ (Filip. 1.23; 2 Cor. 5.8, Lc. 23.43). Os não-salvos, assim que

morrem, vão para o Lugar de Tormentos, para lá aguardarem o Grande Trono Branco

(juízo final), que acontecerá depois do Reino de Mil Anos de Jesus na Terra (Milênio),

quando, então, irão de lá para o inferno (lago de fogo), juntamente com Satanás e seus

anjos (Apoc. 20.5; 20;11-15).

4. A RESSURREIÇÃO

A respeito da ressurreição, a bíblia demonstra de forma cabal a sua

consistência sendo para nos, uma esperança sem igual. O patriarca Jó foi consolado por

essa doutrina enquanto estava mergulhado em suas aflições: ―Eu sei que o meu Redentor

vive, e que por fim, se levantará sobre a terra. E depois de consumida a minha pele, ainda

em minha carne verei a Deus. Ve-lo-ei por mim mesmo, e os meus olhos, e não outros, o

verão; e, por isso, o meu coração se consome dentro de mim‖ (Jó 10. 25-27). Isaías, cap.

26. 19 diz: ―Os teus mortos e também o meu cadáver viverão e ressuscitarão; despertai e

exultai, os que habitais no pó, porque o teu orvalho será como o orvalho das ervas, e a

terra lançará de si os mortos‖.

A primeira coisa que virá a acontecer quando da Volta de Nosso Senhor Jesus

Cristo, será a ressurreição dos mortos em Cristo, isso deverá acontecer num momento

antes do arrebatamento da Igreja (―Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do Senhor: que

nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem.

Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a

trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro‖

1Tessalonicenses 4.15,16). “Quando Cristo retornar, nosso corpo original será levantado

e transformado; nossa forma humana será mantida e também glorificada”.[1]

4.1. AS DUAS RESSURREIÇÕES

A ressurreição para a vida é chamada de Primeira Ressurreição. A

ressurreição que é para a morte, é chamada de Segunda Ressurreição (―E muitos dos

que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna e outros para vergonha

e desprezo eterno‖ Daniel 12.2; ―Não vos maravilheis disso, porque vem a hora em que

todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para

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a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação‖ João

5.28-29).

4.1.1. A Primeira Ressurreição

A primeira ressurreição, para a vida, deverá acontecer na Segunda Vinda de

Cristo, no arrebatamento (―Mas cada um por sua ordem: Cristo, as primícias; depois, os

que são de Cristo, na sua vinda‖ 1Coríntios 15.23; ―Porque o mesmo Senhor descerá do

céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em

Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados

juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos

sempre com o Senhor‖ 1Tessalonicenses 4.16,17), sendo que os mártires da tribulação

deverão ser ressuscitados no final da tribulação quando Cristo retornar a esta terra para

inaugurar o milênio, o Seu Reino. Juntamente com eles, os santos do Velho Testamento

deverão ser ressuscitados aqui.

4.1.2. O Corpo da Ressurreição

Pela Palavra de Deus entendemos um ensino claro: todos os crentes serão

transformados, mas nem todos serão ressuscitados (―Dizemo-vos, pois, isto pela palavra

do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os

que dormem‖ 1Tessalonicenses 4.15; ―Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem

todos dormiremos, mas todos seremos transformados‖ 1Coríntios 15.51). Você consegue

entender isso? Em outras palavras: todos aqueles que são crentes, já confessaram seus

pecados e aceitaram a Cristo como Único e Suficiente Senhor e Salvador pessoal de suas

vidas terão seus corpos transformados por meio da ressurreição. Porém nem todos serão

ressuscitados, pois aqueles que estiverem aqui quando do retorno de Jesus Cristo não

passarão pela morte e por isso não serão ressuscitados, mas mesmo assim terão seus

corpos transformados.

4.1.3. A Segunda Ressurreição

Depois de mil anos haverá a ressurreição para o julgamento, o que nas

Escrituras é comumente chamada de Segunda Ressurreição (―E os que fizeram o bem

sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da

condenação‖ João 5.29).

5. CONCLUSÃO

A eternidade do homem é outra verdade fundamental que o homem não pode

ignorar. Ter essa consciência muda todo o trajeto da pessoa convicta, passando a moldar

os seus caminhos de forma que venha a agradar ao Senhor de nossas almas. Que

possamos trilhar o caminho da eternidade, pois, só assim veremos ao Senhor.

69

Lição 10

AS ÚLTIMAS COISAS

“Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão (...) mais amigos dos prazeres que amigos de Deus” (IITm

3:1-4)

1. INTRODUÇÃO

Muitos estudiosos têm buscado nas Escrituras sinais evidentes que marquem

efetivamente o tempo da volta de Cristo, cujos argumentos são, muitas das vezes, apenas

especulações infundadas, principalmente no meio dos pensadores e daqueles que se

dedicam a identificar incontestáveis sinais dos últimos dias, que envolvem tanto a vinda

de Cristo ou mesmo o arrebatamento da igreja, assunto que estudaremos mais adiante.

O que procuraremos tratar nesta lição serão os pontos chave que marcam e

denunciam o tempo do fim, ou seja, fatos e características que indicam, biblicamente,

como estaria a sociedade, a igreja e até o meio político no tempo próximo à vinda do

Senhor.

2. FIM DO MUNDO?

Uma das grandes perguntas que rodeiam os pensamentos das pessoas é se e

quando o fim do mundo terá o seu fim. Para responder a essa pergunta, recorremos ao

que está escrito no evangelho de Mateus, capitulo 24 e as passagens paralelas em

Marcos 13 e Lucas 21. Esses textos dizem:

“Dize-nos quando sucederão estas coisas e que sinal haverá da tua vinda e da

consumação do século”. (Mt 24:3)

e

“Mestre, quando sucederá isto? E que sinal haverá de quando estas coisas

estiverem para se cumprir?” (Mc 13:4 e Lc 21:7).

Antes de qualquer coisa é preciso ressaltar que a diferença entre essas

perguntas se deve ao fato de que Mateus escrevia para os próprios judeus, que já

conheciam as promessas messiânicas e aguardavam ansiosamente o início do reino

messiânico. Já Marcos e Lucas escreviam para gentios, que desconheciam as mesmas

70

promessas. E em segundo, ressalte-se que essas perguntas surgiram em função do que

Jesus havia dito antes, primeiro, referente à destruição do templo, vindo a dúvida de

quando isto aconteceria, e diante também de outros ensinos sobre um futuro retorno para

reinar e julgar a terra eles perguntaram, que sinal haveria para identificar a destruição do

templo como também o seu retorno.

Perceba que os discípulos fizeram uma pergunta dupla: 1) ―quando sucederão

estas coisas?”, 2) ―e que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século?”. A

resposta sobre o fim ou não do mundo está contida na expressão: ‖consumação do

século‖.

Em rápidas palavras, sem entrar em discussões teológicas, essa expressão

refere-se a um ciclo de tempo e não se o planeta terra continuará existindo como o

conhecemos, entendimento que encontra respaldo na própria crença dos discípulos e da

igreja na inauguração de um novo reino, quando o próprio Senhor Jesus irá governar a

terra como Rei.

3. MATEUS 24 E OS SINAIS DOS TEMPOS

Antes de compreendermos a relação dos eventos de Mateus 24 com o fim dos

tempos, é importante ressaltar que, muito em breve, haverá o arrebatamento da igreja,

seguindo-se um período chamado de a grande tribulação. Não iremos detalhar esse

assunto agora, pois, será objeto de lição mais a frente, mas, o seu conhecimento básico é

fundamental tendo em vista que antes e depois desse arrebatamento acontecerão sinais,

e o tipo e intensidade deles serão diferentes em cada momento.

Existem teorias teológicas que posicionam os acontecimentos desse texto

bíblico, os sinais dos tempos, antes do arrebatamento, e há outras que afirmam que

alguns desses sinais já estão ocorrendo e outros acontecerão após o arrebatamento, ou

seja, acontecerão em dois momentos.

O que se percebe, de fato, é que esse capítulo 24 de Mateus, juntamente com

Lucas 21, engloba acontecimentos mais recentes e outros mais distantes, o próprio

Senhor Jesus faz comentários sobre a sua volta, fato mais recente, e sobre juízos, fatos

mais distantes.

Percebam que os versículos 36-44 mostram que as pessoas estarão

desapercebidas, como nos dias de Noé: ―casavam e davam-se em casamento”. Tal fato

denota que não haverá um sinal específico dos tempos, as pessoas estarão vivendo as

suas vidas como se não esperasse acontecer algo anormal.

Outro fato é que o texto de Mt 24:3-15 não é especifico e trata de um longo

período de tempo; acabamos percebendo que há uma junção de fatos e sinais que

71

envolvem tanto o período pré-arrebatamento e pós, como, por exemplo, os versículos 21

e 22 que falam de tempos de incomparável aflição, o que, como sabemos, ocorrerá na

grande tribulação; os versículos 25 a 27, de Lucas, cap. 21, certamente falam de coisas

que acontecerão também nesse período de grande tribulação.

A realidade é que, mesmo que não possamos afirmar com exatidão quais dos

sinais de Mateus 24 e de outros textos correlatos acontecerão antes do arrebatamento da

igreja, uma coisa é certa, a preparação de todas essas coisas já está acontecendo, e

como diz nos versículo 32 e 33, de Mt. 24: ―Aprendei, pois, esta parábola da figueira:

Quando já os seus ramos se tornam tenros e brotam folhas, sabeis que está próximo o

verão.

Igualmente, quando virdes todas estas coisas, sabei que ele está próximo, às portas‖.

4. OS SINAIS DO TEMPO DO FIM

Independente dos sinais de Mateus ou Lucas serem ou não indicadores do

arrebatamento, se aconteceriam antes ou depois desse incrível evento, temos outros

sinais nas Escrituras que apontam para o tempo do fim conclusivamente. Muito mais que

identificar a proximidade da volta de Jesus, revelam aspectos sociais, morais e religiosos

que aconteceriam justamente no tempo em que o Senhor voltaria.

É certo que estes sinais não estão apenas no tempo do fim, mas sim por todo o

decorrer da história da igreja, o que a Palavra de Deus quer deixar claro é que no fim dos

tempos estes sinais se tornariam evidentes e corriqueiros. Buscaremos, portanto, na

Bíblia Sagrada referências de como estaria a igreja e o mundo no tempo de manifestação

de Jesus.

4.1. APOSTASIA

“Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé”

(ITm 4:1).

Certamente, na época do apóstolo Paulo, escritor dessa carta ao jovem pastor

Timóteo, período que marcou o início do cristianismo, alguns movimentos locais

buscavam confundir os crentes da época, o que era facilitado em função dessas igrejas

serem lideradas, muitas vezes, por pessoas que tinham um conhecimento muito limitado

a respeito de Cristo, no entanto o que Paulo quer dizer a Timóteo é referente aos últimos

tempos. É claro que Timóteo não necessitava desta advertência, isto porque ela era para

o tempo do fim, ou melhor, para a igreja que viveria esta época.

A tradução de apostasia no grego é ―revolta‖, ―rebelião‖, ―afastamento

doutrinário e religioso”. Podemos dizer que no sentido de fé significa o desvio ou

72

afastamento de um propósito definido, que é o de servir a Deus, podemos encarar o

apóstata com desertor intencional da fé. É como divorciar-se de Deus.

Esse grande problema tem assolado o meio cristão e tem se desenvolvido

rapidamente. A igreja de Laodicéia (Ap 3:14-22) que é uma representação da igreja atual,

traz consigo a evidente marca da apostasia espiritual: ―Conheço as tuas obras, que nem

és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente!”. É só olharmos para as igrejas no

mundo afora que perceberemos como muitos tem abandonado a fé, rejeitando a Cristo,

dando ouvido a fabulas e a falsas doutrinas. Deus nos guarde desse terrível mal!

4.2. A GENERALIZAÇÃO DE DESVIOS DOUTRINÁRIOS

“Por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos

que falam mentiras e que tem cauterizada a própria consciência” (ITm 4:1,2)

Paulo dá o motivo da apostasia: os desvios doutrinários. Hoje o estado de

frieza e de indiferença toma conta das igrejas que se tornam a cada dia mais politizadas e

menos espirituais, mais centradas no homem e sua satisfação e menos cristocêntricas.

O uso de filosofias e práticas espíritas, a criação de doutrinas que giram em

torno da prosperidade plena, ensinos sobre a obrigatoriedade de Deus abençoar seus

servos etc, formam o novo quadro teológico de muitas igrejas. A verdade é que virou um

bom negócio. Todo esse desvio doutrinário vem criando uma geração de cristãos

puramente místicos, avessos à sã doutrina. Nunca a igreja de Jesus Cristo esteve numa

situação como a atual, onde se perdeu o padrão bíblico para o cristão, isto se torna uma

evidencia marcante, pois o apostolo diz que nos últimos tempos a igreja estaria como está

hoje.

4.3. DEGRADAÇÃO MORAL GENERALIZADA

“Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão

egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais,

ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si,

cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que

amigos de Deus” (IITm 3:1-4)

Este texto da epístola a Timóteo tem uma relação muito estreita com Rm 1:28-

32 onde o contexto fala da condição pecaminosa em que se encontra a humanidade;

também no texto acima a questão é: como estará a condição moral no fim dos tempos?

Paulo responde a pergunta de maneira completa e dura, referindo-se a este

tempo como: ―tempos difíceis”. Não é preciso entrar em detalhes para termos a certeza de

que estarmos vivendo um tempo final, como o descrito por Paulo. O discurso do apóstolo,

quando analisado no texto original, parece trazer uma sequência de atitudes que vão

73

causando uma progressão negativa na moral da humanidade, ou seja, uma atitude que

desencadeia outras.

Paulo começa com a base de toda a degradação moral, o amor a si mesmo e o

amor ao dinheiro. O que segue são conseqüências do egoísmo e da ganância.

Traduzindo o texto de uma maneira mais clara, ficaria assim:

―Saiba disto, nos últimos tempos virão tempos difíceis, pois os homens amarão

a si próprio e amarão ao dinheiro, terão um coração vaidoso, arrogantes, falarão mentiras

contra Deus, desobedientes a pais e mães, ingratos, não cumpridores da religião, terão

um coração duro e frio, serão difíceis de entrar em acordo pois não honrarão sua palavra,

falarão mentiras contra os outros, sem domínio de seus sentimentos e ações, selvagens,

sem amor para com os bons, traidores, agirão sem pensar, orgulhosos, amarão os

prazeres da carne mais do que a Deus‖.

4.4. DESENVOLVIMENTO DA CIÊNCIA E TRANSPORTES

―Tu, porém, Daniel, encerra as palavras, e sela o livro, até o tempo do fim; muitos correrão

duma para outra parte, e a ciência se multiplicará”.(Dn 12:4)

O tempo do fim também seria marcado por um avanço tecnológico sem

precedentes, este seria também estendido aos meios de transporte. Deus revela a Daniel

que as pessoas esquadrinhariam a terra, ou seja, iriam de uma parte à outra, também lhe

é dito sobre uma multiplicação da ciência, tudo isto temos visto desde o inicio do século

XX, pois antes disso não havia muita diferença do meio de transporte no século primeiro

ao utilizado no século XIV; as pessoas andavam em carros de boi, as engrenagens dos

maquinários eram extremamente rudimentares, não havia equipamentos eletrônicos e etc.

O fato é que tudo vem indicando que o tempo do fim mencionado por Deus a

Daniel tem todas as características de nosso tempo. Quanto à profecia em Apocalipse

sobre o uso de um numero (666) para uma identificação mundial já é totalmente possível,

temos meios que possibilitam hoje sua existência, como por exemplo, o sistema de código

de barras, aliás, este já está sendo descartado, pois já está sendo produzido o biochip,

que pode conter quantas informações forem necessárias sobre seus usuários.

4.5. RESTAURAÇÃO DE ISRAEL

No texto de Ezequiel 37:1-14, vemos a profecia referente à restauração

nacional, moral e espiritual de Israel; também em Lucas 21:20-24 Jesus profetiza sobre a

dispersão de Israel, o qual seria dominado pelos gentios. Porém há a promessa de

restauração do povo de Israel, após o tempo em que os israelitas deveriam ser exilados

de sua terra, Deus prometia que seriam restabelecidos à sua pátria em tempo oportuno.

74

No ano 70 d.C. o general Tito filho do imperador Vespaziano invadiu

Jerusalém, destruindo o templo e exilando toda a nação. No entanto a profecia começa a

tomar sua forma de cumprimento no ano de 1897 quando Teodoro Herzl inicia o

movimento sionista, ou seja, um movimento para a criação de um estado autônomo em

Israel, fazendo com que houvesse um grande retorno de Judeus a sua terra natal. Em 14

de Maio de 1948, Sir Alain Cunningham, assina o fim da intervenção britânica na terra

santa. Neste mesmo dia o ―pai do Israel restaurado‖, David Ben Gurion, lê a declaração

de independência do mais novo país do mundo. ÉRETZ-ISRAEL (Terra de Israel).

Hoje Israel está restaurado como estado e terra independente, restando

apenas sua restauração espiritual que ocorrerá no final da grande tribulação.

5. CONCLUSÃO

Não há mais qualquer dúvida de que estamos vivendo os últimos dias da igreja.

Mais importante que saber sobre os sinais desse tempo é nos prepararmos, pois, a

salvação é conseqüência. Apesar de parecer uma afirmação óbvia, a realidade é bem

diferente, os crentes de hoje não estão preocupados com a realidade da volta de Jesus e,

consequentemente, não estão dando valor à sua relação com Deus.

Em qual grupo nos encontramos? Estamos como as cinco virgens prudentes,

que se prepararam para a chegada do noivo, estando, portanto, atentos aos sinais dos

tempos, ou estamos como as cinco virgens loucas que não se prepararam para esse

grande evento, ignorando, portanto, o que Deus tem nos falado através dos

acontecimentos dos últimos dias? Que Deus nos abençoe e nos guarde da ira futura.

75

Lição 11

A VOLTA DE JESUS

Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também”. João 14.2-3

1. INTRODUÇÃO

A volta de Jesus é o evento mais esperado pela igreja, pois, trará consigo a

consumação de uma expectativa viva alimentada pelas palavras de Jesus que disse em

João 14:2-3, o texto áureo:

Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu

vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e

vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo,

para que, onde eu estou, estejais vós também”. João 14.2-3

Está muito claro nesse texto a intenção e certeza de Jesus em um dia retornar

a essa terra para buscar os salvos e remidos no sEu sangue.

Porém, para um melhor entendimento sobre a volta de Jesus, é necessário que

aprendamos que, na verdade, acontecerão dois eventos chamados de a ―volta de Jesus‖,

mas, que se diferenciam em alguns aspectos. Nessa lição, portanto, iremos conhecer

cada um deles de forma mais detida.

2. ARREBATAMENTO E VINDA: EVENTOS DISTINTOS

2.1. EVENTOS SEPARADOS NO TEMPO

Antes de compreendermos de que se tratam esses dois eventos, é fundamental

lembrarmos, como já foi ensinado anteriormente, que, entre esses dois acontecimentos,

ou seja, o arrebatamento da igreja e a vinda de Jesus, ocorrerá um período de grande

aflição que se chama a Grande Tribulação. Como esse é o assunto da próxima lição, não

vamos tratá-lo aqui, mas, apenas defini-lo, por enquanto, como um período de sete anos

76

em que haverá dor e sofrimento como jamais visto na face da terra e a igreja será

poupada desse episódio com o arrebatamento.

2.1.1. Arrebatamento

2.1.1.1 Conceito

O termo arrebatamento é encontrado em seu sentido escatológico em I Ts

4:17, quando o apóstolo Paulo explica acerca da situação dos mortos em Cristo na sua

vinda e, ao dizer com relação ao momento da retirada da igreja, diz que os mortos

ressurgirão primeiro e ―depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados

juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim,

estaremos para sempre com o Senhor‖.

Harpádzo, que é o termo grego para arrebatamento, tem um significado

abrangente, em Mateus 11:12 é traduzido como ―apoderaram-se‖, no sentido de tomar

para si; já em Mateus 13:19 a idéia é de ―roubo‖, como também em João 10:28; uma

tradução incomum nós encontramos em João 10:12: ―atacar‖ no sentido de investida. De

qualquer forma arrebatamento significa tomar para si, roubar, raptar, capturar; qualquer

uma é valida desde que esteja de acordo com o contexto de I Ts 4:17, que ficaria melhor

como:

―...depois, nós os que estivermos vivos, juntamente com eles (os mortos ressurretos)

seremos levados por Jesus até as nuvens para nos encontrarmos com ele nos ares, e

assim, estaremos para sempre com o Senhor‖.

Alguns comentaristas sugerem roubo ou rapto da igreja como possível

tradução, no entanto, a igreja não vai ser tomada indevidamente, pois Jesus a comprou

com seu sangue (At 20:28), a obtenção da igreja é legítima.

2.1.1.2. A Doutrina da Iminência

Observe que o tipo de acontecimento será algo inesperado pelas pessoas em

torno do planeta, tal fato se deve ao desconhecimento de quando isso ocorrerá. É a

chamada Doutrina da Iminência.

Em Lucas, cap. 17, versículos 26 e 27, mostra como as pessoas estarão

despreocupadas com os iminentes acontecimentos, ou seja, estarão casando-se e dando-

se em casamento, bebendo, comendo e etc.. A hora e o dia ninguém sabe, Mateus 24.

36, 42-44 deixa muito clara essa verdade:

“Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu,

mas unicamente meu Pai. Vigiai, pois, porque não sabeis a que

hora há de vir o vosso Senhor. Mas considerai isto: se o pai de

família soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão,

77

vigiaria e não deixaria minar a sua casa. Por isso, estai vós

apercebidos também; porque o Filho do homem há de vir à

hora em que não penseis.

Mesmo não havendo sinais específicos que indiquem o arrebatamento, o

prenuncio da grande tribulação já nos serve como sombra de sinal, o que deve nos

despertar que sua vinda é iminente. A igreja é constantemente exortada a vigiar

―aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e

nosso Senhor Jesus Cristo” (Tt 2:13); “Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a

que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa”. (Mt

24:43); ―Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele dia vos surpreenda

como um ladrão‖ (I Ts 5:4).

2.1.1.3. Modus Operandi

Trata-se da forma como ocorrerá o arrebatamento, o qual será antes da grande

tribulação. I Co, cap 15, v. 52 afirma que será numa surpresa e rapidez de um ―piscar de

olhos‖; o mundo não verá, ficará apenas sabendo quando as pessoas começarem a

sumir. É como está escrito em Mateus, cap. 24, v 40-41: ―Então, estando dois no campo,

será levado um, e deixado o outro; Estando duas moendo no moinho, será levada uma, e

deixada outra‖. Serão momentos de muita angústia e sofrimento! Imagine uma mãe, ao

procurar o seu filho e não encontrá-lo, ou um pai, ao seu filho; um amigo, ao outro.

2.1.1.4. Acontecerá antes da Grande Tribulação

Sobre o momento do seu acontecimento, Apocalipse, cap. 3, v. 10 é bastante

claro a esse respeito: ―Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te

guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que

habitam na terra”. Perceba que o texto bíblico afirma que Deus há de nos guardar da

tentação (período de grande tribulação) que virá sobre todo o mundo, tentando-o.

2.1.1.5. Aspectos Relacionados ao Arrebatamento

Apesar do rapto da igreja ser a grande referência, o arrebatamento possui

alguns aspectos que são de fundamental importância conhecê-los. Iremos ver daqui em

diante alguns detalhes significativos como: o propósito do arrebatamento; quem será

arrebatado e o momento do arrebatamento.

2.1.1.6. Propósitos

a) Glorificar a Igreja

Como já vimos anteriormente, o arrebatamento da igreja ocorrerá antes da

grande tribulação, o que por si só já é um dos propósitos do arrebatamento. Por outro

lado, como a igreja é tida por noiva de Cristo, como está escrito em Efésios, cap. 5: 25-27,

78

e, assim, como num casamento judeu quando, após os pais do noivo terem pago o dote

pela noiva (Gn 24:53; 34:12), era marcado o dia do casamento e esta não sabia o

momento da chegada do noivo, que era anunciado por um grito; ao encontrar a noiva, o

noivo e os parentes da noiva a elogiavam, seguindo-se o banquete de comemoração, que

deveria ser na casa do noivo. É dessa forma que Jesus fará com a sua noiva, a igreja; ele

a buscará para estar com ele; no céu será galardoada através do tribunal de Cristo (Rm

14:10; II Co 5:10), seguido pelo banquete das bodas do cordeiro (Ap 19:7, 9).

Para que todo o propósito espiritual que existe entre Cristo e Sua igreja

possam se cumprir, é necessário que haja um arrebatamento, ou seja, que o noivo venha

buscar sua noiva para consumar esta união. De outro modo outros ensinos como os

mencionados acima perderiam todo o valor. Portanto o arrebatamento é necessário para

que a igreja seja glorificada.

b) Galardoar os Crentes que já Morreram

Um aspecto extremamente importante do arrebatamento é o fato de nele

estarem incluídos os crentes que já morreram: ―porque a trombeta soará, e os mortos

ressuscitarão incorruptíveis” (I Co 15:52). Como todos os cristãos vivos, os crentes que já

morreram também encontrar-se-ão com Cristo nas alturas, e igualmente receberão um

galardão diferenciado juntamente com toda a igreja viva.

c) Livrar a Igreja do Sofrimento da Grande Tribulação

Um dos grandes propósitos do arrebatamento da igreja é proporcionar o seu

escape do grande sofrimento que há de vir com a grande tribulação, à igreja. Vários são

os textos bíblicos que reafirmam essa verdade:

I Ts 1.10: E esperar dos céus o seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a

saber, Jesus, que nos livra da ira futura;

I Ts 5.9: Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação,

por nosso Senhor Jesus Cristo;

Ap. 3.10: Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da

hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na

terra.

2.1.1.7. O Momento do Arrebatamento

Jesus, em sua primeira encarnação, esteve por volta de trinta e três anos na

terra, sendo que apenas três, realizando a sua obra. Após a sua morte e ressurreição, a

igreja inicia uma nova expectativa, a do aparecimento do Senhor para arrebatar a igreja

da terra. Uma pergunta nos vem em mente: como será este momento? Paulo nos explica

que seremos chamados por ele “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e

79

com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus” (I Ts 4:16), neste momento os mortos em

Cristo ressurgirão “e os mortos ressuscitarão incorruptíveis” (I Co 15:52), seguindo os

mortos que ressuscitaram, nós ―os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente

com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o

Senhor” (I Ts 4:17).

Quanto à duração deste evento, em I Co 15:52 Paulo diz que ―será num

momento, num abrir e fechar de olhos”. Aqui vemos que o tempo necessário para que

tudo o que envolve o arrebatamento aconteça é mínimo, não há como medir senão

comparando a um piscar de olhos. Daí o motivo de devermos estar sempre em comunhão

com o Senhor.

Paulo nos informa que o arrebatamento em si é o grito de vitória da igreja, que

agora não sofrerá mais o dano da morte nem da dor, pois o noivo veio consumar a vitória

da igreja sobre a morte e o inferno.

―Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é

mortal se revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da

incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então, cumprir-se-á a

palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória‖. I Co 15:53-54

2.1.2. A Vinda de Jesus

Como já mencionamos, a vinda de Jesus é dividida em duas fases: a primeira é

o arrebatamento, quando Cristo vier nas nuvens de maneira invisível aos pecadores, para

buscar sua igreja redimida. Já na segunda fase ele vem de maneira visível, ou seja, todos

o verão, independente quem seja: “Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem;

todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens

do céu, com poder e muita glória.”. Sua vinda não é para redimir a humanidade, pois, para

isso já veio em seu primeiro advento em carne, mas para trazer juízo sobre a terra.

2.1.2.1. As conseqüências da vinda

A primeira vinda de Jesus, em carne, trouxe mudanças que marcariam não só

a religião como também a sociedade em geral, seus ensinos e doutrinas permanecem

marcados em qualquer povo mesmo que este não o adore como Senhor. Na sua segunda

vinda as mudanças serão ainda mais marcantes e porque não dizer, terríveis. Neste

tópico veremos as principais conseqüências de seu retorno seja no planeta ou na

humanidade.

a) As mudanças topográficas

Em todo o período da grande tribulação haverá terremotos de escala cada vez

maior (Ap 6:12; 8:5; 11:13; 11:13; 11:19; 16:18), porém no momento da vinda de Jesus

80

acontecerão mudanças inusitadas, e isto é descrito pelo profeta Zacarias (ver Zc, cap. 14,

vv 4-8, 10).

Ao descer do céu Jesus colocará seus pés literalmente no monte das oliveiras

causando algo tão assombroso que alguns estudiosos não aceitam essa afirmação do

profeta como sendo literal, mas, os profetas Miquéias e Naum disseram confirmaram essa

revelação:

“Os montes debaixo dele se derretem, e os vales se fendem; são como a cera diante do

fogo, como as águas que se precipitam num abismo.” (Mq 1:4)

“Os montes tremem perante ele, e os outeiros se derretem; e a terra se levanta diante

dele, sim, o mundo e todos os que nele habitam”. (Na 1:5)

Este dia será singular, diz a Bíblia, referindo-se à questão de não ter

aparência de um dia comum (Zc 14:6-7). Outra grande mudança na topografia da região

será o surgimento de uma nascente de água em Jerusalém que correrão para o mar da

Galiléia e para o Mediterrâneo (v.8; Ez 47:1-12)

b) A restauração espiritual da nação

Este é um momento sem igual na história de Israel, pois, tudo o que Deus

anteriormente prometera está relacionado à conversão dos judeus.

É o momento em que Deus abrirá os olhos da nação para que o reconheçam

como o Senhor, o Messias, e se convertam a ele. Zacarias, cap. 12:10-12; e 13:1

descreve este momento:

“E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o espírito da

graça e de súplicas; olharão para aquele a quem traspassaram; pranteá-lo-ão como quem

pranteia por um unigênito e chorarão por ele como se chora amargamente pelo

primogênito. Naquele dia, será grande o pranto em Jerusalém, como o pranto de Hadade-

Rimom, no vale de Megido. A terra pranteará (...) Naquele dia, haverá uma fonte aberta

para a casa de Davi e para os habitantes de Jerusalém, para remover o pecado e a

impureza”.

Muitas profecias indicam este momento (Ez 37:12-14; 39:29; Jl 2:28; Is 32:15).

Será o ápice do amor de Deus por um povo que rejeitara todas as iniciativas divinas de

restaurar o relacionamento destruído pelo pecado.

c) Os julgamentos

A vinda de Jesus trará consigo dois juízos: o julgamento dos judeus e o dos

gentios. O propósito destes é purificar a terra daqueles que se tornaram rebeldes e

incrédulos, a fim de que o Senhor possa inaugurar o reino messiânico.

81

O julgamento dos judeus

Este é o primeiro a ser realizado. Deus, em Ez 20:36-38, faz menção a este

momento:

“Como entrei em juízo com vossos pais, no deserto da terra do Egito, assim entrarei em

juízo convosco, diz o SENHOR Deus. Far-vos-ei passar debaixo do meu cajado e vos

sujeitarei à disciplina da aliança; separarei dentre vós os rebeldes e os que transgrediram

contra mim; da terra das suas moradas eu os farei sair, mas não entrarão na terra de

Israel; e sabereis que eu sou o SENHOR”.

O julgamento dos gentios

Imediatamente após o julgamento dos judeus, as Escrituras mencionam o

julgamento das nações, o que pode ser entendido como sendo os gentios, pois o termo

traduzido por nações é ethnos, usado para se referir aos povos pagãos.

O texto que menciona este julgamento está em Mateus 25:31-46; aqui Jesus

revela o momento do juízo:

“Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então, se

assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas em sua presença, e

ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas”; (v.31-32)

O resultado do julgamento é uma separação entre os gentios: ―e porá as

ovelhas à sua direita, mas os cabritos, à esquerda” (v.33); os da direita representam os

salvos que agora herdam o reino messiânico (v.34); conseqüentemente os da esquerda

são os perdidos, aos quais é dito: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno,

preparado para o diabo e seus anjo.” (v.41).

Outras importantes conseqüências são: o término da primeira ressurreição e a

inauguração do reino messiânico.

3. A IGREJA APÓS O ARREBATAMENTO

Dois eventos aguardam a igreja arrebatada ao céu: o Tribunal de Cristo e as

Bodas do Cordeiro. Enquanto na terra acontece a grande tribulação, a igreja tem um

período de núpcias com seu noivo.

3.1. O TRIBUNAL DE CRISTO

Também chamado de Tribunal de Deus em Rm 14:10, o tribunal de Cristo será

o próximo acontecimento para a igreja após o arrebatamento. O texto bíblico que melhor

trata desse acontecimento é o de I Co 3:11-15:

Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual

é Jesus Cristo. E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata,

pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; na verdade, o

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Dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de

cada um. Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá

galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo,

todavia como pelo fogo.

Quando Paulo diz, em II Co 5.10, que ―todos devemos comparecer” diante

deste tribunal, este ―comparecer‖, no grego, significa ―tornar manifesto ou visível ou

conhecido o que estava escondido ou era desconhecido, manifestar, seja por palavras, ou

ações, ou de qualquer outro modo” (Strong). Isto quer dizer muito mais que comparecer,

nós seremos manifestos. Cristo revelará publicamente a essência de nossas obras, ―a

obra de cada um se manifestará” (I Co 3.13), e isto de maneira individual, um por um.

De um modo geral divide-se as obras em dois grupos, de acordo com os

materiais usados por Paulo em I Co 3:12-13:

―Se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas,

madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará: na verdade o dia a declarará,

porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um”.

a) O grupo das obras destrutíveis: madeira, feno e palha.

Todos estes materiais apresentados por Paulo são totalmente destruídos

quando lançados ao fogo, e o paralelo que ele faz é justamente esse, pois ele mesmo nos

diz que ―o fogo provará qual seja a obra de cada um”. Obras feitas sem a devida

sinceridade, praticadas para a própria glória, nunca passarão pelo fogo revelador, porém

é importante ressaltar que a avaliação do tribunal não julgará as obras como sendo boas

e más, mas sim como sendo úteis e inúteis, também é bom lembrarmos que o propósito

central do Tribunal de Cristo não é humilhar ou envergonhar os salvos, e, sim, galardoá-

los, apesar de que muitos crentes ficarão surpresos com os galardões que receberão.

b) O grupo das obras indestrutíveis: ouro, prata e pedras preciosas.

O fundamento do edifício é o próprio Jesus Cristo, e por isso mesmo se deve

usar materiais que condigam com este fundamento. Este grupo fala das obras produzidas

pela direção do Espírito de Deus, feitas com sinceridade e sem nenhuma pretensão de

vanglória, o fogo trará a tona o que realmente é verdadeiro em nossas obras, e é sobre o

que restar, e se restar algo, que seremos galardoados.

3.2. AS BODAS DO CORDEIRO

“Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória, porque vindas são as bodas do

Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou. (...) disse-me: Escreve: Bem-aventurados

aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as

verdadeiras palavras de Deus‖. (Ap 19:7, 9)

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As bodas do Cordeiro serão realizadas no céu, já que é lá que a igreja se

encontra após o arrebatamento, será também após o tribunal de Cristo, e isto pode ser

visto pelas vestes que a igreja usa quando é apresentada ao noivo (Jesus) representando

a justiça confirmada pela avaliação do tribunal (Ap 19:8).

4. CONCLUSÃO

Grandes são as promessas e recompensas para os salvos. Não podemos

ignorar essas verdades, as quais o mundo não se importa em conhecê-la. O

arrebatamento e os eventos seguintes são a maior esperança do cristão, por isso,

devemos nos preparar para fazer parte dessa herança que nos está reservada.

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Lição 12

A GRANDE TRIBULAÇÃO

“porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais”. Mt 24:21

1. INTRODUÇÃO

A grande tribulação, com certeza, é o assunto mais discutido na doutrina da

escatologia bíblica, e é também o que apresenta maiores dificuldades de interpretação

com respeito aos acontecimentos e às profecias que devem ser cumpridas no período

tribulacional. Portanto devemos ter grande atenção, devido sua importância dentro das

Escrituras, tanto no Velho quanto no Novo Testamento.

Como esse assunto envolve questões teológicas extremamente profundas, nos

debruçaremos apenas nas questões basilares para um entendimento abrangente desse

tema.

2. ASPECTOS INICIAIS

Como já vimos, a igreja estará isenta de passar por este período de sofrimento

nunca visto na Terra; enquanto no céu a igreja se regozija com o tribunal de Cristo e com

as Bodas do Cordeiro, na terra acontece a grande tribulação.

2.1. TERMOS UTILIZADOS PARA TRIBULAÇÃO

Como o termo ―tribulação” é bastante abrangente, faz-se necessário definirmos

aqueles utilizados nas Escrituras para se referir à tribulação. Encontramos quatro

substantivos que podem ser traduzidos por tribulação e aflição entre outros.

a) kakopatheia (kakopayeia): sofrimento que procede do mal, aborrecimento, angústia,

aflição (Strong). Este substantivo é formado de kakos ―mau, e paschõ ―sofrer (Vine), foi

traduzido por ―aflição‖ em Tg 5:10: ―Meus irmãos, tomai por exemplo de aflição e

paciência os profetas que falaram em nome do Senhor”. Neste caso o sentido é de

aflições sofridas, sejam angústias, perseguições, aborrecimentos, etc. Somente é usado

neste versículo, e nunca para se referir à grande tribulação.

b) kakosis (kakwsiv): opressão, aflição, maltratos. Somente utilizado em Atos 7:34

―Tenho visto atentamente a aflição do meu povo que está no Egito, e ouvi os seus

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gemidos, e desci a livrá-los. Agora, pois, vem, e enviar-te-ei ao Egito”. Aqui indica os

maltratos sofridos por Israel enquanto estava cativo no Egito, também nunca é usado para

indicar a grande tribulação.

c) Pathema (payema): aquilo que alguém sofre ou sofreu externamente; sofrimento,

infortúnio, calamidade, mal. Aflição dos sofrimentos de Cristo, também as aflições que

cristãos devem suportar pela mesma causa que Cristo pacientemente sofreu. Este

substantivo geralmente é usado para descrever sentimentos causados por infortúnios

externos, seja a perseguição ou qualquer outra circunstância. É utilizado em Rm 7:5; 8:18;

2 Co 1:5-7; Cl 1:24; 2 Tm 3:11; Hb 2:9-10; 10:32; I Pe 1:11;4:13; 5:1; 5:9.

Todos os termos descritos falam de sofrimentos diversos, sejam externos ou

internos, e retratam apenas as aflições numa esfera meramente humana e cotidiana num

sentido geral, diferente do termo a seguir que é o utilizado para se referir à grande

tribulação.

d) Thlipsis (yliqiv): literalmente ato de prensar, imprensar, pressão; metaforicamente:

opressão, aflição, tribulação, angústia, dilemas (Strong). O Dicionário Vine define como

sendo “qualquer coisa que sobrecarrega o espírito”. Thlipsis é derivado de thlibo (ylibw)

que significa: prensar (como uvas), espremer, pressionar com firmeza; caminho

comprimido. Este é o termo utilizado em Ap 7:14 para se referir à grande tribulação. “E eu

disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram de grande

tribulação, lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro”.Também é

usado por Jesus em Mt 24:21, numa referência ao período tribulacional: “porque nesse

tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem

havido e nem haverá jamais”.

3. O DIA DO SENHOR

A doutrina da grande tribulação tem sido discutida em várias áreas da

escatologia bíblica, como disciplina da teologia. Nas Escrituras encontramos não poucas

passagens falando de um período de tempo em que Deus traria juízo sobre Israel e os

gentios; este período é chamado de a grande tribulação.

Para entendermos melhor este ensino é necessário identificar este período não

só no Novo Testamento, mas também, e, principalmente, no Velho Testamento, já que um

dos propósitos é trazer os judeus a uma conversão definitiva.

São fartas a passagens que mencionam o dia do Senhor como também outros

nomes dados ao mesmo acontecimento, onde a principal ideia é de juízo contra o Israel

sem arrependimento. Vejamos alguns nomes dados à grande tribulação no Velho

Testamento:

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a) Isaías 13:9: ―Eis que o dia do SENHOR vem, horrendo, com furor e ira ardente, para

pôr a terra em assolação e destruir os pecadores dela”;

b) Ezequiel 13:5: ―Não subistes às brechas, nem reparastes a fenda da casa de Israel,

para estardes na peleja no dia do SENHOR”;

c) Joel 2:1: ―Tocai a buzina em Sião e clamai em alta voz no monte da minha santidade;

perturbem-se todos os moradores da terra, porque o dia do SENHOR vem, ele está

perto”;

d) Isaías 10:3: ―Mas que fareis vós outros no dia da visitação e da assolação que há de

vir de longe? A quem recorrereis para obter socorro e onde deixareis a vossa glória,(...)?”

e) Jeremias 46:10: Porque este dia é o dia do Senhor JEOVÁ dos Exércitos, dia de

vingança para se vingar dos seus adversários; e a espada devorará, e fartar-se-á, e

embriagar-se-á com o sangue deles; porque o Senhor JEOVÁ dos Exércitos tem um

sacrifício na terra do Norte, junto ao rio Eufrates”;

f) Isaías 13:13: ―Pelo que farei estremecer os céus; e a terra se moverá do seu lugar, por

causa do furor do SENHOR dos Exércitos e por causa do dia da sua ardente ira”;

g) Isaías 17:11: ―No dia em que as plantares, as cercarás e, pela manhã, farás que a tua

semente brote; mas a colheita voará no dia da tribulação e das dores insofríveis”;

h) Ezequiel 7:7: ―vem a tua sentença, ó habitante da terra. Vem o tempo; chegado é o dia

da turbação, e não da alegria, sobre os montes”.

O dia do Senhor não se trata literalmente do espaço de vinte e quatro horas,

mas sim de um período, como em Gn 2:4; Is 22:5 e Hb 3:8. Este período será entre as

vindas de Jesus, ou seja, o arrebatamento e seu retorno em glória.

No novo Testamento também temos referências ao ―dia do Senhor‖:

a) 1 Ts 5:2: ―Pois vós mesmos estais inteirados com precisão de que o Dia do Senhor

vem como ladrão de noite”;

b) 2 Ts 2:2: “A que não vos demovais da vossa mente, com facilidade, nem vos

perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como se procedesse de

nós, supondo tenha chegado o Dia do Senhor‖;

c) 2 Pedro 3:10: ―Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus

passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a

terra e as obras que nela existem serão atingidas”.

Tanto o Velho como o Novo Testamento apresenta o dia do Senhor como

tempo de juízo, dia cruel, com ira e ardente furor (Is 13:9); dia da vingança (Is 34:8); dia

nublado (Ez 30:3) grande é o Dia (...) e mui terrível! (Jl 2:11); dia de trevas e não de luz

(Am 5:18); dia da ira (Sf 2:2).

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A conclusão a que chegamos é que a grande tribulação será um período de

juízo e sofrimento nunca experimentado pela humanidade. Numa passagem de dupla

referência em Mateus, Jesus nos revela a severidade deste tempo ―porque nesse tempo

haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e

nem haverá jamais” (Mt 24:21).

4. O PROPÓSITO DA GRANDE TRIBULAÇÃO

Já foi discutido anteriormente o caráter da grande tribulação e observamos que

Deus estabeleceu um tempo de aflição nunca visto pela humanidade, porém, isto tem

propósitos específicos, e é o que veremos agora.

4.1. PURIFICAR OS JUDEUS PARA RECEBEREM A JESUS COMO MESSIAS

Deus havia prometido a Israel, através de alianças, que daria bênçãos eternas.

O fato é que este tempo dependeria de um outro tempo, que está bem definido em .

Ezequiel 20:33-38, no qual encontramos o resumo do plano de Deus para Israel:

“Vivo eu, diz o Senhor JEOVÁ, que, com mão forte, e com braço estendido, e

com indignação derramada, hei de reinar sobre vós; e vos tirarei dentre os povos e vos

congregarei das terras nas quais andais espalhados, com mão forte, e com braço

estendido, e com indignação derramada. E vos levarei ao deserto das suas peregrinações

os tirarei, mas à terra de Israel não voltarão; e sabereis que eu sou o SENHOR”.

Após séculos de exílio profetizados antecipadamente neste texto, Israel

retornou a sua terra e aguarda agora, justamente este tempo, o tempo em que Deus diz:

“entrarei em juízo convosco face a face”, e mais, ―farei entrar no vínculo do concerto; e

separarei dentre vós os rebeldes e os que prevaricaram contra mim”. Aqui vemos a

natureza do ―dia do Senhor” discutido anteriormente. Neste tempo haverá a preparação

necessária para que a nação de Israel se converta ao Senhor.

4.2. JULGAR A NAÇÕES GENTÍLICAS

Toda infidelidade e descrença serão julgadas na grande tribulação, os judeus

receberão o tratamento devido, como também os infiéis e suas nações. Jesus relata em

Ap 3:10 um tempo de ―provação que há de vir sobre os moradores da terra”. Entende-se

aqui que um juízo sobre a humanidade está previsto, Paulo aos tessalonicenses diz que

“por isso, Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira, para que

sejam julgados todos os que não creram a verdade; antes, tiveram prazer na iniquidade.”

(2Ts 2:11-12).

Durante o governo do anticristo as nações o apoiarão e serão influenciadas por

ele. Os gentios afrontarão a Deus, ―pisarão a Cidade Santa por quarenta e dois

meses”.(Ap 11:2); ―Os reis da terra se prostituirão” (Ap 18:3); rebelar-se-ão contra Deus

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praticando tudo o que ele abomina “porque todas as nações foram enganadas pelas tuas

feitiçarias.”(Ap 18:23); sendo merecedores da fúria do rei dos reis, ―da sua boca saía uma

aguda espada, para ferir com ela as nações”(Ap 19:15).

5. A ESTRUTURA DA GRANDE TRIBULAÇÃO

Já sabemos que a grande tribulação é um período de sete anos. O que

veremos agora é quanto à sua estrutura, ou seja, como será seu desenrolar quanto ao

tempo. Observe o gráfico abaixo e em seguida serão dadas as devidas explicações.

Com o estabelecimento do acordo de paz entre o anticristo e Israel, inicia-se a

grande tribulação. A igreja já foi arrebatada, restando na terra os gentios e os Judeus. No

meio da semana, segundo o livro de Daniel, o anticristo “fará cessar o sacrifício e a oferta

de manjares; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação”,

este fato fará com que, a partir da metade da semana, ou seja, após os primeiros três

anos e meio, se dê inicio ao período descrito em Daniel 7:25 ―E proferirá palavras contra o

Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles

serão entregues nas suas mãos por um tempo, e tempos, e metade de um tempo”. Este

mesmo período é mencionado em Ap 11:2 e 13:5 como 42 meses; também aparece como

1260 dias em Ap 11:3 e 12:6, todos tratam do mesmo espaço de tempo como também do

mesmo período.

Em Daniel observamos que ele apresenta os três anos e meio finais da grande

tribulação como: um tempo (um ano), e tempos (dois anos), e metade de um tempo (meio

ano - 1260 dias correspondem a 42 meses de 30 dias cada). Após os sete anos de

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grande tribulação, Jesus retornará novamente para julgar os inimigos de Israel, inclusive

satanás, o anticristo e o falso profeta.

Concluímos então, que o período tribulacional durará sete anos, porém tendo

duas fases, a primeira está em torno de uma falsa paz determinada através de um acordo

entre o anticristo e Israel; com o rompimento deste, desencadeia-se um ataque violento

contra Israel e todos moradores da terra, que termina com a volta gloriosa de Jesus

Cristo.

6. CONCLUSÃO

Assim como os eventos gloriosos do arrebatamento da igreja, o tribunal de

Cristo e as Bodas do Cordeiro são verdades eternas, a da grande tribulação também o é.

É verdade que existirão salvos nesse período, mas, será a preço de sangue

em função da extrema violência e sofrimento desse período.

Vale à pena sacrificar pelo Senhor, os seus caminhos são retos e planos, a sua

justiça é amorosa e o seu faro é leve. Tomemos, portanto, a nossa cruz e permaneçamos

no seu amor e na sua presença.

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Lição 13

O MILÊNIO

Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei

e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também”. João 14.2-3

1. INTRODUÇÃO

O que acontecerá após a grande tribulação? Essa, talvez, seja a pergunta que

está em seu coração, depois de estudar sobre o arrebatamento da igreja e o período de

grande tormento. É sobre esse assunto que estudaremos nesta última lição e que

certamente irá nos abençoar bastante, além de nos encher de esperança sobre tudo

aquilo que nos aguarda, preparado pelo próprio Deus. Bons estudos!

2. O QUE É O MILÊNIO

O Milênio é um período de mil anos predito pelos profetas como sendo o

reinado Messiânico, ou seja, o reinado do céu estabelecido na terra, inaugurando, assim,

uma nova era espiritual, um tempo probatório, especialmente para os que nascerem na

época dourada em que Satanás estiver preso.

O Milênio não é o fim nem a consumação de todas as coisas, como alguns

supõem, mas um tempo de provação e de preparação para o desfecho completo da obra

de Deus, quando, então, o Senhor Jesus, depois de dominar todas as coisas, entregará o

reino ao Pai (l Co 15.24-28).

Há nas Escrituras uma infinidade de textos referentes ao Milênio. Um dos

primeiros, embora seja muito usado, não encontramos nele a palavra Milênio, mas seu

sentido profético fala de um tempo em que Cristo reinará na casa de Judá (Gn 49.10):

"Não se apartará de Judá o cetro, nem a vara de comando de entre seus pés, até que

venha Aquele (Cristo) de quem ele é, e a esse obedecerão os povos".

Nesse texto vemos a predição da vinda e do estabelecimento do reino

Messiânico, com o Senhor Jesus, como rei de Judá, com a vara de comando, governando

com poder e autoridade, quando todos os povos o hão de obedecer.

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3. A ERA MILENAL

Um dos mais expressivos pontos da escatologia é a promessa de um reino

teocrático, onde o mundo será governado por Jesus Cristo. Vejamos como se trata da

apresentação deste reino tanto no Antigo Testamento como no Novo.

3.1. O MILÊNIO NO ANTIGO TESTAMENTO

Fartas são as passagens que falam de um tempo de paz e prosperidade para

Israel e de um modo quase total esta se referem ao milênio, ou seja, um reino totalmente

dirigido pelo messias, o que é esperado ansiosamente pelos Judeus.

Essa tão esperada era messiânica está baseada nas alianças feitas com

Abraão e Davi onde é prometida a terra por possessão eterna e um rei que regerá com

justiça, no entanto encontramos por todo o Velho Testamento profecias e referencias este

respeito.

Ao falar da vinda de um futuro profeta, Moisés disse: Suscitar-lhes-ei um

profeta do meio de seus irmãos, semelhante a ti, em cuja boca porei as minhas palavras,

e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar (Dt 18:18). Vejamos alguma referencias ao

reino messiânico:

a) Isaias: 4:1-6; 9:6-7; 11:1-9; 40:41; 60:1-22; 65: 17:25;

b) Jeremias 23:1-8;

c) Ezequiel 39:21-29; 43-17;

d) Daniel 12:1-4;

e) Oséias 3:4-5; 3:17-21;

f) Amós 9:11-15;

g) Miquéias 4:1-5; 5:1-15;

h) Sofonias 3:9-20;

i) Zacarias 8:1-8;

j) Malaquias 4:1-6.

Todas estas e outras profecias a respeito da era messiânica têm caráter

totalmente literal o que é demonstrado pela esperança judaica que se firma, justamente,

nestas promessas. Para Israel não há outro meio de cumprimento a não ser através do

milênio, pois, como já visto, as alianças tem caráter futuro e incondicional, portanto,

devem e serão cumpridas.

3.2. O MILÊNIO NOS EVANGELHOS

Para um judeu contemporâneo de Jesus, a esperança no messias era maior

que em qualquer outra época, pois havia muitos anos que Deus não se manifestava

através dos profetas; o povo era afligido pelo império Romano e tudo poderia mudar com

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a vinda do rei da linhagem de Davi. Desta maneira nos é apresentado no decorrer das

narrativas uma sequência de acontecimentos ligados à vinda do rei esperado, como

também sua rejeição por parte da nação.

Jesus veio para cumprir as profecias, porém, esta rejeição (que já era um fato

conhecido de Deus) não permitiu o seu cumprimento; João expressa com muita clareza

este fato dizendo: “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.” (Jô 1:11). Desta

maneira o propósito de Deus para a nação foi adiado, proporcionando a inclusão dos

gentios no plano divino.

4. OS PROPÓSITOS DO MILÊNIO

Os propósitos de Deus sobre o milênio são mais antigos e mais fortes que

qualquer pensamento atual sobre a possibilidade deste tempo de paz e prosperidade ser

real ou não. Vejamos alguns desses principais propósitos que fazem com que tenhamos a

plena certeza da realidade do milênio.

4.1. CUMPRIR AS ALIANÇAS COM ISRAEL

Em termos de propósitos poderíamos dizer que este é o principal deles, pois

foram feitas promessas que nunca, na história de Israel, encontraram cumprimento.

Veremos sua ligação com o reino milenial.

4.1.1. Aliança Abrâmica (Gn 12:1-3; 15:18-21; 17:1-8)

Nesta foram asseguradas a Israel não só a posse definitiva da terra como

também a perpetuidade de sua descendência; propósito esse de caráter incondicional e

nunca cumprido. Sendo assim com a instituição do reino milenial a aliança abraâmica

seria efetivamente cumprida. A respeito da era messiânica ler Mq 7: 18-20.

4.1.2. Aliança Palestina (Dt. 30. 1-10)

A posse da terra mais uma vez é assegurada com a aliança Palestina, porém

isso só ocorreria quando Israel como nação se convertesse. O detalhe é que Deus é

quem operará este arrependimento e isto acontecerá na volta de Jesus Cristo no final da

Grande tribulação, dando inicio ao milênio, quando se cumprirá essa promessa a respeito

da terra. Veja o que disse Ezequiel 36: 26-28:

Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o

coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito e farei

que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis. Habitareis na

terra que eu dei a vossos pais; vós sereis o meu povo, e eu serei o vosso Deus.

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4.1.3. Aliança Davídica

Deus prometeu a Davi que o trono permaneceria em sua descendência e seu

reinado e, também, a nação seriam estabelecidos para sempre; promessa esta que ainda

não se cumpriu. Jesus ao ser este rei do reino milenial, estabelecerá Israel em sua terra e

a nação terá seus direitos garantidos, cumprindo assim esta aliança.

Farei deles uma só nação na terra, nos montes de Israel, e um só rei será rei de

todos eles. Nunca mais serão duas nações; nunca mais para o futuro se dividirão em dois

reinos.(...) Assim, eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus. O meu servo Davi

reinará sobre eles; todos eles terão um só pastor, (...) Habitarão na terra que dei a meu

servo Jacó, na qual vossos pais habitaram; habitarão nela, (...) para sempre; e Davi, meu

servo, será seu príncipe eternamente. (Ez 37:22-25)

4.1.4. A nova aliança (Jr 31:31-40)

Nesta aliança foi prometido a Israel uma conversão nacional que lhes traria a

comunhão com Deus. Estava implícito na aliança que Deus perdoaria os pecados da

nação e lhes daria um coração novo; em outras apresentações da aliança vemos que

Deus os encheria de seu Espírito (Jl 2:28-29).

Como as anteriores esta aliança jamais foi cumprida, e só será na vinda de

Jesus quando Deus tirará a venda dos olhos da nação trazendo a conversão prometida.

Portanto, para que Israel possa desfrutar das bênçãos da nova aliança é totalmente

necessário um milênio literal.

4.2. ESTABELECER O PROPÓSITO INICIAL DE DEUS PARA A HUMANIDADE

Nos dias da criação Deus preparou todo um ambiente favorável para que sua

obra prima vivesse nela, o homem (no sentido de humanidade) teve a primeira

oportunidade de viver num mundo teocrático; Deus é quem governava diretamente. Vindo

a queda o pecado impossibilitou tal relacionamento.

Com isso a soberania de Deus, de certa forma, foi atingida, não que ele tenha

sido surpreendido por algo inusitado, no entanto seu plano foi alterado; é como se

Satanás dissesse que Deus falhara, o que é fora de cogitação. No decorrer da história

seja por Moisés, pelos juízes ou reis, ficou provado que o homem não tem condições de

estabelecer um reino de paz e justiça plena, isso só será possível se o próprio criador se

colocar como agende deste governo.

Com isso Deus espera o momento de demonstrar sua autoridade no que se

refere ao governo divino. Na grande tribulação Deus provará sua onipotência, não para a

igreja, mas, para toda a humanidade, Satanás e seus anjos; com o milênio toda a vontade

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de Deus como também sua soberania serão mundialmente reconhecidas, ou seja, Deus

mostrará que seus planos não são frustrados.

5. A VIDA NO MILÊNIO

O governo de Jesus Cristo será de maneira nunca vista na terra; as condições

de vida, em todos os aspectos, nunca foram experimentados pela humanidade; e é bom

que fique claro que o milênio não tem nenhuma relação com a morada eterna na Nova

Jerusalém. Aqui observaremos rapidamente algumas características da vida no milênio.

5.1. PREVALECERÃO A PAZ E JUSTIÇA

“Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que levantarei a Davi um Renovo justo;

e, rei que é, reinará, e agirá sabiamente, e executará o juízo e a justiça na terra. Nos seus

dias, Judá será salvo, e Israel habitará seguro; será este o seu nome, com que será

chamado: SENHOR, Justiça Nossa”. (Jr 25:6-7)

Com a destruição dos inimigos de Israel e também das nações ímpias, será

estabelecido um governo que trará toda a questão de justiça social e jurídica sob total

controle, o que proporcionará um estado sólido e coeso, trazendo, como consequência,

uma paz sustentada pela autoridade do Senhor Jesus Cristo.

Parece claro que, em alguns aspectos, será uma paz, para alguns, e forçado

para outros, pois, não poderão agir como desejam sendo obrigados a se submeterem,

pois ―toda desobediência será rigidamente castigada” (Zc 14:16-19).

5.2. SERÁ QUEBRADA A MALDIÇÃO QUE ESTAVA SOBRE A TERRA

Este é um grande ponto no que se refere às características da vida milenial,

pois, desde a queda do homem terra está sob uma maldição que tem trazido sofrimentos

e toda sorte de mazelas à sociedade como um todo e ao individuo. Em gênesis 3:17-19

lemos:

“Visto que atendeste a voz de tua mulher e comeste da árvore que eu te

ordenara não comesses, maldita é a terra por tua causa; em fadigas obterás dela o

sustento durante os dias de tua vida. Ela produzirá também cardos e abrolhos, e tu

comerás a erva do campo. No suor do rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra,

pois dela foste formado; porque tu és pó e ao pó tornarás”.

Por causa desta maldição a terra não produz o que deveria e o homem se

torna escravo dela tendo que depender do pleno esforço para obter seu sustento; esta

maldição, que atingiu diretamente o homem, o torna indefeso às doenças e deformações;

o pecado o separa de Deus (Rm 3:23). Na era milenial isto não acontecerá pois a

maldição sobre a terra será tirada e, como consequência da conversão da humanidade,

também será tirada do homem.

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No milênio vários aspectos de nossa vida diária serão modificados devido a

retirada desta maldição. A terra produzirá como nunca (Zc 8:12), trazendo prosperidade e

abundância (Is 30:23-25), até o sol e a lua produzirão mais luz, sem que haja aumento de

temperatura (Is 30:26); o trabalho continuará a existir, mas este não será feito de maneira

fatigante (Is 65:21-23); toda a humanidade buscará ao Senhor (Zc 14:16; Is 12:3-6),

trazendo plenitude espiritual (Jl 2:28-29) e santidade (Is 4:3-5) aos servos do reino. O

próprio Senhor estará com a humanidade por meio de Jesus Cristo (Ez 37:27-28), com

isso, logo no inicio do milênio os doentes serão curados, os surdos ouvirão, os cegos

enxergarão, os aleijados andarão, enfim, todos os que tiverem defeitos físicos serão

restaurados (Is 35:3-6); as pessoas viverão muito mais que hoje se vive, portanto “morrer

aos cem anos é morrer ainda jovem” (Is 65:20).

Todas estas bênçãos trarão uma felicidade real aos habitantes da terra que se

alegrarão no Senhor por cada um de seus benefícios.

“Os resgatados do SENHOR voltarão e virão a Sião com cânticos de júbilo;

alegria eterna coroará a sua cabeça; gozo e alegria alcançarão, e deles fugirá a tristeza e

o gemido”. (Is 35:10)

5.3. OS RESSURRETOS E OS VIVOS NO MILÊNIO

Um ponto bastante interessante é a questão da relação dos crentes, que

ressuscitaram na primeira ressurreição (salvos do Velho e do Novo Testamento), e que

viverão juntamente com os que estarão vivos na era milenial. A questão parece delicada

se olharmos do ponto de vista humano, mas para o Senhor isso não será problema.

Alguns teóricos afirmam que isso não será possível, pois se tratam de duas

naturezas totalmente distintas, no entanto, devemos levar em consideração duas coisas:

a) Jesus, após sua ressurreição se apresentou a Maria madalena, aos apóstolos,

conversou com eles e percorreu vários lugares diferentes (João 20:11-13; 19-23; 26-29;

21:1; At 1:7-8), tornando totalmente possível uma convivência;

b) É preciso lembrar que os ressuscitados não estarão na mesma posição que os vivos,

ou seja, os vivos estarão, de certa forma, sendo provados já que haverá correção diante

de erros (Zc 14:16-19), e tendo a condição de súditos comuns no reino messiânico,

enquanto os que ressuscitaram já experimentaram a consumação de sua salvação e

agora desfrutam da benção de ter a mesma natureza santa e pura de Jesus Cristo (I João

3:2), portanto estes terão a responsabilidade e o privilégio de governar juntamente com

Cristo (Mt 19:27-29; ICo 6:2; Ap 20:6).

De uma maneira maravilhosa Deus estabelecerá sua vontade independente de

quão inacreditável seja.

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6. A BATALHA NO FIM DO MILÊNIO

No fim da dispensação do milênio Satanás será solto e se levantará em sua

última tentativa de Destruir a Cristo. Ap 20:7-9 dá os detalhes:

“Quando, porém, se completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão

e sairá a seduzir as nações que há nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, a fim

de reuni-las para a peleja. O número dessas é como a areia do mar. Marcharam, então,

pela superfície da terra e sitiaram o acampamento dos santos e a cidade querida; desceu,

porém, fogo do céu e os consumiu”.

Esta será uma guerra diferente de todas as outras, muitos confundem com a

invasão dos exércitos confederados de Gogue, a Palestina, no entanto esta referência a

Gogue e Magogue trata da natureza inimiga dos exércitos que serão influenciados por

Satanás; também se trata de uma representação de todas as nações inimigas, ou seja,

assim como Gogue um dia se levantou contra Israel, todas as nações, no mesmo intento,

se levantarão também.

O motivo da guerra é claro; Jerusalém será a capital do mundo e local onde

estará o Rei dos Reis, isto tornará a cidade, mais uma vez, em alvo de Satanás.

A quantidade de pessoas iludidas pelo diabo será muito grande o que pode ser

visto pela expressão: “e subiram pela largura da terra”; poderíamos pensar ser impossível

alguém ceder a Satanás já que viveu sob um governo divino, no entanto precisamos

entender que estas pessoas nunca estiveram sob influencia maligna, e

consequentemente não tiveram sua obediência provada, sendo assim esta última

incursão se Satanás está totalmente nos planos de Deus que mostrará que o homem não

tem condições de, por si próprio, ser justo a ponto de vencer as tentações do diabo,

mesmo vivendo num ambiente extremamente espiritual.

“A destruição dos exércitos inimigos é milagrosa “desceu fogo do céu, e os

devorou” assim mais uma vez a soberania de Deus prevaleceu. O resultado é descrito por

João como sendo definitivo; satanás estará de uma vez por todas no seu devido lugar.

O diabo, o sedutor deles, foi lançado para dentro do lago de fogo e enxofre,

onde já se encontram não só a besta como também o falso

profeta; e serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos”.

(Ap 20:10).

7. O JUÍZO FINAL

O milênio trouxe o cumprimento das alianças aprendidas acima, e, com o seu

fim, o plano das dispensações fica concluído, restando o último julgamento; o juízo do

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Grande Trono Branco. Agora Deus, por meio de uma ressurreição chama os ímpios que

morreram desde a criação para serem julgados; sobre isto lemos em Ap 20:11-12, 15:

“Vi um grande trono branco e aquele que nele se assenta, (...). Vi também os

mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono. Então, se abriram

livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo

as suas obras,(...). Deu o mar os mortos que nele estavam. A morte e o além entregaram

os mortos que neles havia. E foram julgados (...). Então, a morte e o inferno foram

lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. E, se

alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de

fogo”.

Como já foi comentado anteriormente, este texto fala a respeito da ressurreição

para condenação; este caso não trata de um julgamento onde salvos e não salvos

receberão um veredicto a respeito de sua salvação ou condenação, mas comparecerão

unicamente os ímpios mortos que agora ressuscitam para serem ―avisados” de sua

condenação eterna.

A questão de serem mencionadas as obras como base do julgamento, é

importante lembrar que o principal fato, em questão de obras que os levou a condenação

foi o fato de não terem recebido Jesus como Senhor e Salvador ou mesmo que o

receberam, mas desviaram-se, não tendo andado em sua palavra; aqui a principal

questão esta relacionada à atitude que tivemos para com Jesus Cristo e não

simplesmente se fomos bons ou maus durante nossa vida.

O fim destes é mencionado como sendo a segunda morte, a diferença é que

esta é definitivamente de sofrimento, tem caráter eterno; é eterna. Todo o inferno,

Satanás e seus anjos; todos estarão lá; enquanto isso os salvos se alegram e bradam a

vitória consumada; eles entram na santa cidade e desfrutam eternamente da presença de

Deus.

8. CONCLUSÃO

A expectativa do Milênio para os salvos deve constituir-se em fator de grande

estímulo para uma vida de santidade; será o coroamento de todo o esforço dos servos de

Deus para manterem-se separados deste mundo de pecado e distanciado de Deus.

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REFERÊNCIA

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