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1 Projecto de definição de um modelo de acompanhamento da actividade desenvolvida pelas Unidades Locais de Saúde Relatório III - Estudo sobre o Grau de Integração de Organizações de Saúde (EGIOS) - Lisboa, Outubro de 2010 -

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1

Projecto de definição de um modelo

de acompanhamento da actividade

desenvolvida pelas Unidades Locais

de Saúde

Relatório III - Estudo sobre o Grau de

Integração de Organizações de Saúde

(EGIOS)

- Lisboa, Outubro de 2010 -

2

Sumário Executivo

No âmbito do protocolo assinado entre a Escola Nacional de Saúde Pública e a Administração Central do Sistema de Saúde

em 20 de Agosto de 2009, iniciou-se um projecto cujo tema principal é a ―Definição de um modelo de acompanhamento da

actividade desenvolvida pelas Unidades Locais de Saúde e monitorização da modalidade de pagamento aplicada às

Unidades Locais de Saúde em 2009‖.

O presente documento constitui o terceiro relatório do projecto que corresponde ao término da Fase 3, relativa à realização

de um estudo que permita determinar o grau de integração das ULS no nosso país. Esta terceira fase do projecto, que

decorreu entre 15 de Março e 30 de Julho de 2010, tendo como objectivos específicos: i) descrever e caracterizar as

metodologias existentes para determinar o grau de integração de organizações prestadoras de cuidados de saúde; ii)

propor e validar uma metodologia para quantificar o nível de integração; iii) obter de forma quantitativa o nível de integração

das ULS; iv) discutir os resultados apurados.

Para concretizar os objectivos supra descritos, foi necessário desenvolver e aplicar um instrumento que permitisse obter o

nível de integração das ULS no nosso país. Por razões relacionadas com a sua aplicabilidade e experiência anterior referida

na revisão de literatura, foi utilizado um inquérito estruturalmente adaptado do Health System Integration Study (Gillies et

al., 1993) tendo sido consideradas 6 dimensões de integração (clínica, informação, normativa, administrativa, financeira e

sistémica) e 53 items no total. Utilizou-se tal como na metodologia original deste estudo, uma escala de Likert composta

por 5 opções.

3

Sumário Executivo

O EGIOS foi dirigido aos órgãos de gestão e profissionais médicos das ULS a funcionar no nosso país. O inquérito foi

aplicado durante os meses de Abril a Julho em colaboração com cada ULS, tendo-se obtido um N = 544 e uma taxa de

resposta global na ordem dos 51 %. Os resultados alcançados pelo alpha de Cronbach, split-half, validação de conteúdo,

validade convergente-discriminante e pré-teste efectuado permitem afirmar que se trata de uma metodologia válida para

determinar o nível de integração de cuidados de saúde em realidades que estruturam a sua oferta numa perspectiva

vertical.

Os resultados mais significativos foram os seguintes:

• Segundo as respostas obtidas, existe uma percepção de integração reduzida nas ULS a nível nacional, com

cerca de 41% do total de respostas a concentrarem-se no extremo relativo a falta de integração. Em termos

pragmáticos isto significa que ―ULS‖ não é sinónimo de ―integração‖, é sim uma forma organizacional cujos

instrumentos de gestão permitirão criar condições que no longo prazo permitirão ter unidades funcionais mais

interligadas e coordenadas entre si;

• Apesar de existir uma maior percentagem de concentração de respostas nas opções relativas a uma moderada

ou baixa integração não se deverá ignorar também as respostas inversas. Ou seja, cerca de 70% das respostas

concentram-se nos extremos e os restantes inquéritos não permitiram ser conclusivos quanto ao nível de

integração existente (opção de resposta 3);

• As dimensões que apresentam uma menor integração percebida por parte dos profissionais da ULS são a

informação e a clínica. Por outro lado, foi reportado um maior nível de integração na dimensão normativa;

4

Sumário Executivo

• Os resultados são distintos entre ULS, o que prenuncia diferentes níveis de integração em termos totais e em cada

dimensão analisada. A ULS onde existe uma maior integração percebida é a ULS2, cujos resultados são bastante

diferentes das restantes unidades. Poderá daqui inferir-se que a integração é um processo tipicamente de médio e

longo prazo, não concretizável a curto prazo. No futuro, os resultados em saúde obtidos nestes contextos deverão ter

em consideração esta conclusão;

• Os CA apresentam uma maior percepção de integração do que os seus colaboradores. Também os profissionais

hospitalares reportam na maior parte dos casos, maiores níveis de integração face aos colegas dos cuidados de

saúde primários (esta realidade só é contrariada na ULS5 e na ULS4);

• Se o rationale da integração baseia-se no facto de uma melhor coordenação e interligação entre as diferentes

unidades funcionais permitem obter melhores resultados em saúde para as populações num determinado contexto

geo-demográfico, pode-se entender que um nível de respostas com menor integração percebida por parte dos CSP só

significa que a aposta estratégica de enfoque nos cuidados de primeira linha (promoção da saúde e prevenção da

doença) ainda constitui um desafio por resolver;

• A ausência generalizada de sistemas de incentivos internos que permitam contribuir para uma coordenação entre os

níveis de cuidados foi um dos items que recebeu respostas menos positivas. Trata-se de um instrumento que todavia

não foi explorado pelas equipas de gestão das ULS;

5

Sumário Executivo

• A consensualização de protocolos e guidelines clínicas, a implementação de planos de coordenação entre unidades

funcionais, a existência de equipas inter e multidisciplinares ou a estruturação da oferta de cuidados em programas de

gestão de doença são actividades que se mostraram particularmente deficitárias no âmbito da dimensão de integração

clínica. Também o recurso a gestores de caso se mostrou um procedimento inexistente no nosso contexto;

• Uma das conclusões mais salientes deste estudo é a falta de conhecimento por parte dos profissionais relativamente ao

ciclo de planeamento estratégico e operacional das actividades desenvolvidas nas suas respectivas unidades. O

desconhecimento da missão, visão, valores e objectivos foi uma das lacunas evidenciadas pelo EGIOS;

• O nível de conhecimento dos profissionais das ULS acerca do processo de integração pode-se considerar incipiente. A

título meramente exemplificativo, refira-se que se registou uma taxa de não resposta na dimensão financeira na ordem

dos 24% e que cerca de 41% dos profissionais não conseguem identificar correctamente qual a unidade de pagamento

preponderante nas ULS (capitação ajustada pelo risco);

• No processo de gestão da integração em cada ULS, destaca-se particularmente a necessidade de se proceder ao ciclo

de planeamento, execução, monitorização e avaliação. Segundo os objectivos intrínsecos do presente projecto, o

desenvolvimento de metodologias e instrumentos que auxiliem na monitorização e acompanhamento das actividades

relacionadas com a integração parece fundamental.

6

Sumário Executivo

Como recomendações deste estudo destacam-se fundamentalmente:

1. A criação de uma equipa de gestão do projecto de integração em cada ULS que dinamize e coordene as

actividades a desenvolver no âmbito deste processo pode contribuir para encarar a integração como um

processo fundamental e não paralelo ao funcionamento ordinal das ULS. Implicitamente a esta recomendação

encontra-se a necessidade de implementar um processo de monitorização e acompanhamento específico do

processo de integração que seja aplicado de forma sistemática;

2. A existência de mecanismos estruturados a nível nacional que permitam a partilha de processos e/ou

actividades que foram aplicados em realidades integradas nacionais ou internacionais com sucesso. O reporte

de um maior nível de integração por parte de uma ULS deverá ser devidamente considerado e partilhado com

as restantes ULS. As boas práticas de integração poderão ser um motor de desenvolvimento de boas práticas;

3. Em termos estratégicos, a concentração de esforços das ULS deverá direccionar-se para as dimensões clínica

e informação. Estas são efectivamente as dimensões onde a literatura identifica maiores ganhos potenciais ao

nível do processo de integração e onde foram alcançados os menores níveis de integração;

4. Há margem para no curto prazo, ser melhorado o nível de integração nas dimensões financeira, administrativa

e sistémica. É nestas dimensões que poderão ser obtidas as quick wins;

5. Deverão ser criados sistemas de incentivos internos focalizados na coordenação entre as unidades orgânicas,

instrumento que representa uma potencialidade que continua por explorar nas ULS;

6. Uma melhor política de comunicação e envolvimento dos profissionais no processo de integração. Parece

existir um distanciamento significativo entre a realidade reportada pelos CA e seus colaboradores, que

sinalizaram um desconhecimento generalizado pelos instrumentos de planeamento estratégico e operacional

das ULS. A criação de uma cultura de integração nos profissionais é critica para a interligação e coordenação

das unidades funcionais;

7

Sumário Executivo

7. Sendo a dimensão informação aquela onde foi obtido um menor nível de integração, a aposta particularmente

na aplicação de um processo clínico único electrónico é crítica para garantir o continuum de cuidados prestados

aos utentes;

8. Se à partida a orientação das actividades de integração das ULS já deveria focalizar-se essencialmente nos

cuidados de primeira linha prestados à população, de acordo com os resultados obtidos neste estudo, torna-se

importante reiterar esta prioridade estratégica;

9. Recomenda-se o desenvolvimento desta linha de investigação como suporte ao conhecimento criado sobre

integração vertical de cuidados de saúde. O presente estudo deve constituir apenas o ponto de partida para a

problemática da gestão do processo de integração vertical de cuidados de saúde em Portugal. Outras linhas de

investigação poderão no futuro prosseguir o estudo agora realizado, nomeadamente: a aplicação do EGIOS em

realidades articuladas, em contexto internacional, a atribuição de valorização às dimensões e items utilizados

ou mesmo a comparação dos níveis de integração obtidos com os resultados em saúde alcançados;

8

Lista de siglas

ACSS – Administração Central do Sistema de Saúde

ADM – Dimensão Administrativa

AH – Administradores Hospitalares

CA – Conselho de Administração

CAHPS - Consumer Assessment of Healthcare Providers and Systems

CL – Dimensão Clínica

CRISP - Consortium for Research on Indicators of System Performance

CSP – Cuidados de Saúde Primários

EGIOS – Estudo sobre o Grau de Integração de Organizações de Saúde

ENSP – Escola Nacional de Saúde Pública

FIN – Dimensão Financeira

HEDIS - Health Plan Employer Data and Information Set

HOSP – Médicos Especialidades Hospitalares

HSIS – Health System Integration Study

INF – Dimensão Informação

JCAHO -Joint Commission for Accreditation of Healthcare Organizations

MCGF – Médicos de Clinica Geral e Familiar

NOR – Dimensão Normativa

SASI - Self-Assessment for Systems Integration

SIS – Dimensão Sistémica

TI – Tecnologias de informação

ULS – Unidade Local de Saúde

9

Pg Pg

I Introdução 10 IV Apresentação de Resultados 69

II Enquadramento Teórico 14 4.1 Análise da concentração de respostas 70

2.1 Conceito de integração 15 4.1.1 Resultados Globais 71

2.2 Dimensões e processos críticos de integração funcional 16 4.1.1.1 Análise por grupo de inquiridos 72

2.3 A medição do grau de integração 17 4.1.1.2 Análise por dimensão 76

III Objectivos e Metodologia 24 4.1.2 Comparação entre ULS 84

3.1 Objectivos 25 4.1.2.1 Análise por grupo de inquiridos 85

3.2 Etapas para construção do inquérito 26 4.1.2.2 Análise por dimensão 89

3.2.1 Adaptação do inquérito original 27 4.1.3 Itens com respostas mais significativas 96

3.2.2 Estrutura do inquérito 28 V Discussão,Conclusões e Recomendações 97

3.2.3 Validação do inquérito 30 5.1 Discussão metodológica 98

3.2.4 Pré-teste 31 5.2 Conclusões 102

3.2.5 Validade conteúdo 32 5.3 Recomendações 106

3.2.6 Alpha de Cronbach e Split-Half 54 Bilbliografia 108

3.2.7 Validade convergente-discriminante 57 Anexos

3.3 Descrição de aplicação 64

3.3.1 População em estudo 65

3.3.2 Taxa de resposta 68

Índice

10

- CAPÍTULO I -

Introdução

11

I. Introdução

No âmbito do protocolo assinado entre a Escola Nacional de Saúde Pública e a Administração Central do Sistema de

Saúde em 20 de Agosto de 2009, iniciou-se um projecto cujo tema principal é a ―Definição de um modelo de

acompanhamento da actividade desenvolvida pelas Unidades Locais de Saúde e monitorização da modalidade de

pagamento aplicada às Unidades Locais de Saúde em 2009‖.

Os objectivos iniciais previstos deste projecto consubstanciam-se basicamente em i) contribuir para o debate sobre a

estrutura de oferta assente em unidades integradas de prestação de cuidados de saúde; ii) incrementar o nível de

conhecimentos técnicos sobre realidades integradas; iii) estruturar e consensualizar um processo de acompanhamento

das actividades desenvolvidas pelas unidades integradas com base em metodologias científicas; iv) garantir a

monitorização e acompanhamento das unidades verticalmente integradas de prestação de cuidados de saúde durante

o exercício de 2009, em estreita colaboração com a ACSS; v) permitir actuar junto das entidades prestadoras de

cuidados de saúde no sentido de alertar para possíveis desvios face aos objectivos delineados inicialmente; vi) efectuar

um conjunto de recomendações que permitam contribuir para o futuro desenvolvimento destas unidades no SNS.

A concretização do projecto supra mencionado encontra-se estruturada em cinco fases, às quais correspondem

também relatórios que deverão servir como output final de cada uma dessas fases. As fases do projecto são as

seguintes: Fase 1 – Revisão de Literatura; Fase 2 – Diagnóstico de Situação; Fase 3- Determinação do Grau de

Integração; Fase 4 – Proposta de Modelo de Acompanhamento; Fase 5 – Validação e Teste do Modelo de

Acompanhamento proposto.

12

I. Introdução

O presente documento constitui o terceiro relatório do projecto que corresponde ao término da Fase 3, relativa à

realização de um estudo que permita determinar o grau de integração das ULS no nosso país. Esta terceira fase do

projecto, que decorreu entre 15 de Março e 30 de Julho de 2010, tendo como objectivos específicos: i) descrever e

caracterizar as metodologias existentes para determinar o grau de integração de organizações prestadoras de cuidados

de saúde; ii) propor e validar uma metodologia para quantificar o nível de integração; iii) obter de forma quantitativa o

nível de integração das ULS; iv) discutir os resultados apurados.

Importa também referir que a leitura do presente capítulo não dispensa quer a consulta dos primeiros relatórios do

projecto relativo ao enquadramento teórico e ao diagnóstico de situação, quer a perspectiva dos trabalhos a

desenvolver no futuro, pois a determinação do grau de integração terá como base a revisão de literatura por um lado e

as devidas consequências deverão encontrar-se plasmadas no modelo a propor em momento posterior por outro.

O presente documento constituirá, após a sua discussão e concordância de conteúdo por parte da ACSS, o terceiro

capítulo do relatório final do projecto a entregar no final da sua realização, com data prevista em Setembro de 2010.

Eventualmente poderá sofrer ligeiras alterações, fruto do debate e discussão que se pretende manter com todos os

intervenientes no processo de desenvolvimento do projecto, pelo que deverá ser encarado como um documento de

trabalho.

13

I. Introdução

A estrutura do actual documento tenta espelhar os objectivos específicos propostos, sendo constituída por cinco temas

principais: para além desta breve introdução, inclui também um enquadramento teórico resumido, a metodologia

utilizada nesta fase, os resultados alcançados e por fim um capítulo que inclui as principais conclusões e

recomendações resultantes do presente estudo. Os resultados parcelares de cada ULS são apresentados em Anexo.

A equipa de trabalho que participou na presente etapa do projecto foi constituída pelos seguintes elementos: Rui

Santana (coordenação), Ana Patrícia Marques, Sílvia Lopes e Xavier Barreto.

Por último, um agradecimento particular às equipas das ULS que intervieram directa ou indirectamente nesta etapa.

Sem a sua colaboração, a concretização deste estudo não teria sido possível.

14

- CAPÍTULO II -

Enquadramento Teórico

15

2.1. Conceito de Integração

Neste capítulo pretende-se resumir os principais aspectos teóricos relacionados com a integração vertical de cuidados

de saúde. A sua leitura não dispensa o detalhe que poderá ser consultado no primeiro relatório do presente projecto.

Etimologicamente, o verbo integrar provém do latim ―integer‖ (inteiro) e o seu significado sugere uma acção ou

movimento onde diferentes partes se fundem num todo. A integração é um processo que envolve a criação e a

manutenção ao longo do tempo de uma estrutura comum entre os parceiros (e organizações) independentes com o

propósito de coordenar a sua interdependência no sentido de permitir o funcionamento conjunto no âmbito de um

projecto colectivo. A integração pode ser organizada segundo um conjunto de dimensões fundamentais, conforme

disposto no seguinte esquema:

Estrutural

Funcional

Sistémica

Normativa

Horizontal

Vertical

Clínica

Administrativa

InformaçãoDimensões

de Integração

Financeira

16

2.2. Dimensões e processos críticos de integração funcional

Dimensões Clínica Informação Financeira Administrativa Normativa

Conceito

Consiste na coordenação

de práticas clínicas em

torno de problemas

específicos de saúde de

cada doente de forma

sustentável.

É a interligação

automatizada de toda a

actividade desenvolvida

traduzida em dados e

informação, com recurso

a TI, que permitam tomar

decisões estratégicas e

operacionais com o

menor grau de risco

associado no sentido de

gerar conhecimento

organizacional.

Corresponde à

coordenação das

actividades

desenvolvidas na

obtenção regular e

oportuna dos recursos

financeiros necessários

ao funcionamento da

organização, bem como

à maximização de

rendibilidade desses

mesmos recursos ao

longo do continuum de

doença.

Consiste na

coordenação e

uniformização das

actividades

administrativas

realizadas na

organização.

Quando a integração é

reduzida a um conjunto

de procedimentos e

normas escritas

conhecidas por todos os

elementos que a

constituem. Permite a

uniformidade de

procedimentos internos e

o estabelecimento de um

sistema de referência de

valores comuns.

Processos

Críticos

Disease Management e

Case Management -

implementação de

Programas de Doença

(planificação)

Formação de equipas

inter e multidisciplinares

Estabelecimento de

guidelines e protocolos

clínicos

Definição do processo de

referenciação

Recolha e utilização de

resultados clínicos

Partilha das linhas de

produção clínicas e

serviços de suporte

Existência de processo

clínico único por doente

Registo rigoroso

(quantidade e qualidade)

de toda a actividade

realizada – actualização

permanente

Utilização da informação

de acordo com as

necessidades em cada

nível de decisão

(operacional/ estratégico)

Toda a informação deve-

se encontrar acessível

em qualquer local físico

da unidade

Politica de

financiamento do ciclo

de exploração e do ciclo

de investimentos

baseada em

demonstrações

financeiras comuns

(orçamento global único

da organização)

Informação financeira

global por doente (inclui

factores de risco de

consumos e actividades

de produção)

Pacote de incentivos

financeiros comum a

toda a unidade, centrada

nas equipas de trabalho

Centralização do

processo logístico

– politica única ao

nível dos serviços

de suporte não

clínicos

Existência de

Politica de

Recursos Humanos

Definição da forma

jurídica de funcionamento

da organização

Realização de conjunto

de acordos, protocolos ou

leis que definem as

relações entre os

elementos da

organização (regulamento

interno de funcionamento)

Elaboração de manuais

de procedimentos em

todas as áreas da

unidade

17

2.3. A medição do grau de integração

Entende-se que medir o ―grau‖ de integração significa determinar até que ponto a organização prestadora de cuidados

de saúde está a conseguir implementar o conceito de integração.

Mais do que o conhecimento per si do grau de integração das organizações de saúde, entendendo-se o processo de

integração vertical como uma forma estrutural que desagua na gestão de mais do que um nível de cuidados de saúde,

este pode constituir um instrumento de gestão de extrema utilidade, nomeadamente porque permite:

• Servir de orientação para o processo de integração – conhecer o ponto de chegada;

• Conhecer de forma quantificada o alcance das actividades desenvolvidas;

• Identificar as dimensões onde o processo de integração é crítico;

• Estabelecer prioridades de actuação estratégicas e operacionais;

• Comparar o nível de integração face a outras instituições verticalmente organizadas.

Decorrente destas potencialidades, a implementação das unidades integradas deve ser alvo de um processo de

monitorização e acompanhamento que permita aos gestores e políticos responsáveis conhecer a todo o momento quais

os níveis de utilização de recursos, identificar rapidamente os obstáculos operacionais e implementar as medidas

correctivas adequadas para assegurar o processo de integração (Hérbert e Veil, 2004). Segundo Jong e Jackson

(2001), este processo de acompanhamento da integração de cuidados pressupõe uma nova área de focus que não

recebe atenção nas formas tradicionais de controlo como são os casos de medidas interorganizacionais e colaboração

interprofissional.

No âmbito da medição do grau de integração de organizações de saúde verticalmente integradas, as duas questões

mais prementes são:

• Qual o grau óptimo de integração para determinada realidade?

• Qual o grau de integração actual de determinada organização?

18

2.3. A medição do grau de integração

No que respeita à primeira questão, pode afirmar-se que o movimento de integração deve ser implementado até ao

ponto onde não existam mais ganhos em saúde para a população mediante um determinado nível de eficiência

económica e técnica ou vice-versa. A este respeito, Rocha (1997) afirma que a integração deve realizar-se até ao

momento em que esta se possa fazer sem excessos, adiantando também que a integração completa é uma dimensão

não alcançável pelos esquemas densos, impenetráveis e complexos que as soluções integradas acabam por gerar. De

acordo com Brown e McCool (1986), dificilmente face à complexidade das organizações prestadoras se atingirão plenos

graus de integração. No mesmo sentido, Galvin (1995) considera que ainda nenhuma organização atingiu uma

integração completa.

Acresce a esta situação o facto de as condições de partida estruturais para se alcançar uma plena integração poderem

não ser as mesmas em diferentes contextos de prestação. As características de oferta e de procura de cuidados são

determinantes e influenciadoras para a criação do cenário ideal de integração, realidade que pode conduzir a afirmar que

cada estadio de plena integração é único e deve ser determinado individualmente.

Apesar do estado óptimo de integração poder ser influenciado por condições estruturais e conjunturais, foram realizados

esforços ao longo dos últimos anos para determinação do grau de integração das organizações de saúde, uma vez que

se trata de um processo gradual, não uma simples decisão binomial de um ou zero, extrema, mas envolvendo um

balanço entre os níveis intermédios de integração (Conrad e Dowling, 1990). Neste âmbito, a definição de uma

metodologia que permita a sua medição é fundamental e segundo Larsen e Krasnik (2009) deve ser prática e

relativamente simples de ser utilizada, especialmente para propósitos não exclusivamente científicos – gestores e

responsáveis pelo planeamento de serviços de saúde

19

2.3. A medição do grau de integração

Tal como sucede com a própria definição de integração, não existe na literatura internacional um modelo predominante

de medição do grau de integração das organizações prestadoras de cuidados de saúde, sendo o conjunto de

ferramentas e medidas existente para o efeito - em quantidade e qualidade - relativamente limitada (Armitage et al.,

2009). A grande maioria dos estudos concentram-se na avaliação dos planos de saúde norte-americanos (HMO e PPO).

Recentemente, foi publicado um estudo realizado por Larsen e Krasnik (2009) cujo principal objectivo residiu na

identificação de metodologias utilizadas para medir o grau de integração de unidades verticalmente estruturadas, sendo

o seu enfoque nos aspectos relacionados com as dimensões culturais, processuais e estruturais. Segundo os autores

em causa, não existe um consenso internacional relativo à forma de monitorizar a aplicação prática e operacional do

conceito de integração vertical através da determinação do seu grau, sendo possível encontrar todo um conjunto variado

de metodologias e definições utilizadas. A tabela apresentada na página seguinte resume os estudos identificados neste

estudo, classificando-os em função dos critérios de selecção dos estudos definidos por Larsen e Krasnik (2009).

Apesar desta diversidade não consensual, para operacionalização desta necessidade, e como resposta à segunda

questão colocada anteriormente, dois elementos surgem como estruturantes para este processo: saber exactamente o

que se pretende medir, e qual a forma de o concretizar.

Desta forma, a primeira etapa para definir uma metodologia que permita determinar o grau de integração de uma

organização prestadora de cuidados de saúde situa-se ao nível teórico, isto é, é essencial definir o que se entende por

―integração‖ (Ahgreen e Axelsson, 2005 ,Larsen e Krasnik, 2009), isto porque a selecção da metodologia mais adequada

depende em grande medida do seu propósito/ objectivo inicial. Este facto traduz uma dificuldade de partida para o

processo, pois tal como foi mencionado anteriormente, o conceito de integração de cuidados de saúde é um tema vasto

e complexo, não existindo designações e definições únicas entre os diversos autores que se debruçaram sobre estas

matérias ao longo dos últimos anos.

20

2.3 - Medição do grau de integração

EstudoModelo

Teórico

Definição

Conceptual

Definição

nível

análise

Aspectos

estruturais

Aspectos

culturais

Aspectos

processuais

Medidas

RelativasMedidas

Quantitativas

Validade

interna

Ahgren e

Axelsson,

2005 √ √ √ √ √ √ √ √

Brazil et al.,

2003 √ √ √ √ √

Browne et al.,

2004 √ √ √ √ √ √

Burns et al.,

2001 √ √ √ √ √

Devers et al.,

1994 √ √ √ √ √ √ √

Fletcher et al.,

1984 √ √ √ √

Gillies et al.,

1993 √ √ √ √ √ √ √

Hébert e Veil,

2004 √ √ √ √ √ √ √

Karmann et

al., 2004 √ √

Lukas et al.,

2002 √ √ √ √ √ √ √

Morrisey et

al., 1999 √ √ √ √ √ √

Newhouse et

al., 2003 √ √ √ √ √

Reilly et al.,

2003 √ √ √ √ √

Shukla, 1985 √ √ √ √

Simoens and

Scott, 2001 √ √ √ √ √ √ √

Starfield et al.,

1979 √ √ √ √

Wan et al.,

2002 √ √ √ √ √ √

Wan e Wang

et al., 2003 √ √ √ √ √ √

21

2.3. A medição do grau de integração

Para além dos aspectos conceptuais, de acordo com Jong e Jackson (2001), o acompanhamento do processo de

integração também depende da perspectiva de análise que se pretende analisar identificando a este respeito as áreas:

científica, gestão, qualidade ou stakeholders.

Outro dos aspectos centrais na determinação do grau de integração prende-se com a sua abrangência. No presente

estudo este situa-se ao nível organizacional, ou seja, compreende a instituição como um todo. Contudo, não se pode

deixar de referir que podemos depararmo-nos com diferentes graus de integração a nível interno, podendo co-existir

áreas de plena integração e completa segregação. Para além de permitir determinar o grau de integração global de

determinada organização, as escalas também podem ser aplicadas especificamente a cada uma das suas unidades

funcionais, calculando o seu score particular.

A dificuldade de definir integração e consequente complexidade no processo de medição do grau de integração de

unidades prestadoras de cuidados de saúde, pode ser comprovada pela variedade de dimensões consideradas nos

estudos efectuados até ao momento, como são os casos:

• Do estudo de Gillies et al. (1993) que consideraram no seu modelo – Health Systems Integration Study (HSIS) - doze

dimensões de avaliação: recursos humanos, serviços de suporte, planeamento estratégico, cultura, qualidade,

marketing, sistemas de informação, alocação de recursos financeiros, políticas operacionais, integração clínica e média

da integração funcional.

• Do estudo desenvolvido por Herbert e Veil (2004) cujo modelo de avaliação do grau de integração denominado de

Program of Research to integrate Services for the Maintenance of Autonomy (PRISMA) pondera seis dimensões:

coordenação, porta de entrada única, gestão de caso, planos de serviços individualizados, informação clínica

informatizada, classificação de case-mix.

• Na proposta de Jong e Jackson (2001) onde são identificadas três dimensões de avaliação: comunicação e acesso,

cultura, valores e trabalho em equipa e incentivos comuns. No trabalho de Leutz (1999), que identifica sobretudo três

níveis de integração de cuidados: ligação, coordenação e plena Integração.

22

2.3. A medição do grau de integração

Se o fenómeno que se pretende medir apresenta alguma não uniformidade, não existindo soluções perfeitas nem

modelos puros, detém de forma inerente a necessidade de definir uma escala gradativa que permita classificar o grau de

integração das organizações de saúde.

Neste âmbito, o acompanhamento das actividades relacionadas com a dimensão ―processo‖ é habitualmente qualitativa,

podendo, no entanto gerar também informação capaz de constituir um score quantitativo. A informação de natureza

quantitativa, permite medir ―a dosagem‖ da intervenção realizada e auxiliar os profissionais na determinação/ avaliação

da implementação do processo de integração.

Assim, preferencialmente, as medidas de integração deverão ser quantitativas, permitindo a realização de operações

como o cálculo de valores médios ou o estabelecimento de rankings de integração (Ahgren e Axelsson, 2005, Larsen e

Krasnik, 2009). Sempre que possível devem-se evitar variáveis qualitativas e/ ou descontínuas.

O instrumento operacional mais utilizado para determinação do grau de integração é o inquérito. O inquérito pode ser

dirigido à organização propriamente dita ou aos utentes da área de influência/ utilizadores dessa mesma organização de

forma a obter a sua percepção sobre a integração de cuidados (McDonald et al., 2007). Apesar desta perspectiva poder

ser particularmente relevante na experiência de contactos episódicos que incluam a necessária participação de vários

profissionais, trata-se de uma abordagem indirecta e limitada sob o ponto de vista da coordenação das actividades

clínicas (Larsen e Krasnik, 2009).

23

2.3. A medição do grau de integração

Após a revisão dos modelos de avaliação existentes ao nível do processo de integração, importa também descrever o

actual estado de arte das metodologias utilizadas para avaliar o desempenho das unidades prestadoras de cuidados de

saúde integradas verticalmente. Apesar da incidência da avaliação de desempenho das organizações de saúde –

processo vs resultado – constituir um axioma que é frequentemente discutido (Evans, 1981 e McGuire, Henderson e

Money, 1988), o interesse e a concentração de esforços por parte das entidades externas de avaliação têm incidido nos

últimos anos sobretudo em medidas de resultados (Panoe, 2000). Em termos pragmáticos pretende-se responder à

questão ―What are we getting for our healthcare dollar?‖.

Tal como sucede com os modelos de determinação do grau de integração, como vimos anteriormente, o conhecimento

criado sobre a performance de organizações integradas de prestação é escasso, focando-se a maior parte dos estudos

realizados em doenças específicas, condições de saúde e processos de prestação de cuidados (Leatt, Pink e Gurriere,

2000). De acordo com Armitage et al. (2009), não existe um modelo de avaliação de desempenho de unidades de

prestação de cuidados de saúde que seja amplamente utilizado e reconhecido de forma consensual a nível

internacional, centrando-se os vários estudos mais nos resultados percebidos do que nos ―verdadeiros‖ resultados. Do

conjunto de iniciativas realizadas para avaliar o desempenho de unidades de saúde integradas, identificam-se

basicamente duas naturezas distintas:

Modelos que foram desenvolvidos e que são actualmente utilizados por um conjunto alargado de instituições -

sobretudo por entidades certificadoras de qualidade. Os exemplos mais proeminentes são o Health Plan Employer Data

and Information Set (HEDIS), o Consumer Assessment of Healthcare Providers and Systems (CAHPS) e o modelo ORIX

da Joint Commission for Accreditation of Healthcare Organizations (JCAHO).

Modelos desenvolvidos pontualmente para efeitos de estudo de caso. São exemplo desta categoria o Consortium for

Research on Indicators of System Performance (CRISP) (Nerenz, Zajac e Rosman, 1993), o Health System Integration

Study (HSIS) (Gillies et al., 1993) e o Self-Assessment for Systems Integration (SASI) (NCCC, 1995). De uma forma

geral estes modelos não voltaram a ser replicados.

24

- CAPÍTULO III -

Objectivos e Metodologia

25

3.1. Objectivos

O objectivo geral que esteve presente na elaboração do presente estudo foi determinar o grau de integração das ULS

no nosso país.

Em termos específicos, os objectivos que se pretenderam alcançar foram os seguintes:

• Determinar o grau de integração nas diferentes ULS;

•Determinar o grau de integração em cada dimensão estrutural;

• Determinar o grau de integração por categoria profissional em cada ULS;

• Identificar as principais actividades onde existe uma maior e menor percepção de integração;

• Aferir qual o nível de ―conhecimento organizacional‖ por parte dos colaboradores da unidade;

• Identificar as prioridades de actuação estratégica ao nível do processo de integração.

26

3.2 - Etapas para a construção do inquérito

Tal como já referido o objectivo geral que esteve presente na elaboração do presente estudo foi determinar o grau de

integração das ULS Matosinhos, Alto Minho, Guarda, Castelo Branco, Baixo Alentejo e Norte Alentejano . O

instrumento operacional escolhido para o efeito consistiu, à semelhança da maioria dos estudos internacionais, na

utilização de um inquérito dirigido às organizações verticalmente integradas.

A escolha do inquérito enquanto instrumento para avaliar o grau de integração das ULS consubstanciou-se sobretudo:

No facto de se tratar da metodologia que foi utilizada com maior frequência em estudos anteriores;

Constitui à partida uma ferramenta que permite, perante o contexto português, uma operacionalização com

sucesso;

Constitui um meio útil e eficaz para recolher informação num intervalo de tempo relativamente curto;

É um instrumento que possibilita o tratamento e análise de informação de forma metódica, facilita a

comparação entre instituições e permite uma maior sistematização dos resultados;

Permite obter informação do fenómeno em estudo por parte de diversos intervenientes do processo de

integração, tais como,membros do conselho de administração, administradores hospitalares e médicos.

Particularmente, a selecção do HSIS (Gillies et. al, 1993) de entre os inquéritos revistos no enquadramento teórico

baseou-se na seguinte ordem de razões:

Apresenta semelhanças estruturais face à revisão de literatura (identificação de uma ordem taxonómica por

dimensões);

Comparativamente com outros estudos, o HSIS apresenta predicados reconhecidos nos mais diversos

parâmetros de valorização (ver tabela da página 20);

Os autores do estudo são referências internacionais na matéria em apreço;

Trata-se de um inquérito open-source.

27

3.2.1 – Adaptação do inquérito original

No entanto, o referencial teórico do HSIS não implicou uma reprodução directa do mesmo. De facto considerou-se

necessário efectuar uma adaptação do questionário HSIS nomeadamente porque:

A sua estrutura apesar de apresentar semelhanças não era perfeitamente igual à perspectivada em termos

teóricos;

A aplicação do inquérito situou-se no mercado norte americano, pelo que algumas adaptações em termos

terminológicas eram fundamentais;

Foi necessário a actualização do inquérito ao estado de arte uma vez que o HSIS foi realizado em 1993/94.

Assim a primeira etapa da adaptação do inquérito consistiu na tradução dos itens que constam do questionário HSIS.

De seguida procurou-se arrumar essas questões nas seis dimensões consideradas prioritárias de acordo com a

revisão da literatura: Clínica, Informação, Financeira, Administrativa, Normativa e Sistémica. A correspondência entre

as dimensões do HSIS e as dimensões do EGIOS encontra-se representada na figura seguinte:

Human Resources

Support Services

Culture

Strategic Planning

Quality Assurance

Marketing

Information System

Financial Manag. Resource Allocation

Financial Manag. Operation Policies

Physician - System Integration

Clinical Integration

Clínica

Sistémica

Administrativa

Normativa

Financeira

Informação

28

3.2.2.- Estrutura do inquérito

As seis dimensões de integração avaliadas no EGIOS definem-se da seguinte forma:

Dimensão clínica como o grau de coordenação da prestação de cuidados de saúde no que respeita às funções,

actividades, práticas clínicas e unidades funcionais do sistema.

Dimensão informação como a interligação automatizada de toda a actividade desenvolvida através de tecnologias de

informação. Esta ferramenta tem por objectivo a recolha e o tratamento de dados e informação, por forma a garantir

um processo de tomada de decisões estratégicas e operacionais com o menor grau de risco.

Dimensão financeira corresponde à coordenação das actividades desenvolvidas na obtenção regular e oportuna de

recursos financeiros necessários ao funcionamento da organização, bem como à maximização da eficiência

económica desses mesmos recursos ao longo do continuum de cuidados.

Dimensão normativa como um conjunto de procedimentos e normas escritas que são dadas a conhecer a todos os

elementos que fazem parte da organização. Esta dimensão permite a uniformidade de procedimentos internos e o

estabelecimento de um sistema de referência de valores comuns.

Dimensão administrativa corresponde à uniformização de procedimentos administrativos entre as diferentes

unidades funcionais. Nesta dimensão está incluída a centralização dos procedimentos logísticos: de compras,

aprovisionamento, transportes, recursos humanos, farmácia, etc.

Dimensão sistémica como o grau de coordenação existente entre os diversos elementos que compõem a

organização. Através do funcionamento harmonioso das diversas componentes da organização é possível beneficiar

de sinergias que são determinantes para alcançar um determinado objectivo comum.

29

3.2.2.- Estrutura do inquérito

Assim, da organização dos itens nas seis dimensões de integração resulta a existência de cinquenta e três perguntas

fechadas distribuídas da seguinte forma :

Dimensão Clínica Informação Normativa Administrativa Financeira Sistémica Total

Nº de Items 13 8 5 8 9 10 53

Importa ainda mencionar que o inquérito incide sobre o contexto organizacional dado que pretende verificar de

que a forma a organização prestadora de cuidados de saúde está a conseguir implementar o conceito de

integração. Para o efeito, o inquérito foi desenhado para ser respondido por profissionais com diferentes

perspectivas e posições na organização nomeadamente, membros do Conselho de Administração,

Administradores Hospitalares, Médicos de Especialidades Hospitalares e Médicos de Clínica Geral e Familiar.

Esta abrangência de destinatários tem como principal objectivo comparar a percepção de integração entre grupos.

No que diz respeito à escala de resposta utilizou-se a escala de Likert que procura reflectir a percepção dos

inquiridos face ao que se pretende medir. Assim a escala utilizada foi a seguinte:

1 De modo nenhum aplicável

2 Só em pequena parte aplicável

3 Em parte aplicável

4 Em grande parte aplicável

5 Totalmente aplicável

30

3.2.3 – Validação do inquérito

Ultrapassada a fase de elaboração e adaptação do inquérito considerou-se necessário efectuar um pré-teste. O

principal objectivo do pré-teste consistia em aferir a perceptibilidade e a clareza das questões incluídas no inquérito à

semelhança do que foi efectuado no HSIS.

Considerou-se ainda necessário estimar duas características essenciais para a validação do inquérito: a fiabilidade e a

validade.

No que diz respeito à fiabilidade considera-se que uma determinada medida é fiável se for consistente. Assim, para

estimar a fiabilidade e em concreto a consistência interna do inquérito foram utilizados dois métodos, o Alpha de

Cronbach e o Split-half.

Quanto à validade julgou-se necessário proceder à validação de conteúdo do inquérito e simultaneamente avaliar a

validade convergente discriminante dos itens incluídos no inquérito. A avaliação da validade de conteúdo do inquérito

foi efectuada com base na revisão de literatura. Assim para cada item do inquérito foi verificada a sua correspondência

com o HSIS e foi elaborado um rationale onde se suporta a importância da avaliação desse parâmetro para o processo

de integração de cuidados de saúde. No que diz respeito à validade convergente discriminante pretendeu-se verificar a

correlação dos itens e da dimensão a que teoricamente pertence cada um deles.

31

3.2.4 – Pré-teste

Tal como já referido anteriormente, antes de se proceder à aplicação do inquérito considerou-se necessário realizar um

pré-teste. O objectivo em testar o inquérito consistia em verificar a perceptibilidade e a clareza das questões à

semelhança do que foi efectuado no HSIS.

Para o efeito foi solicitada autorização da ACSS para efectuar os contactos com as instituições que foram seleccionadas

para a realização do pré-teste, designadamente a Unidade Local de Saúde de Matosinhos, Unidade Local de Saúde do

Norte Alentejano e a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo. Importa mencionar que os serviços hospitalares e os

centros de saúde onde foram realizados o pré-teste não foram posteriormente incluídos na aplicação do inquérito final.

Depois de obtida a autorização da ACSS o pré-teste foi efectuado durante o mês de Fevereiro de 2010.

O pré-teste foi efectuado em dois serviços hospitalares (um serviço de Medicina Interna e um serviço de Cirurgia Geral) e

dois Centros de Saúde, tendo sido distribuídos um total de 67 inquéritos. A taxa de resposta foi de 66%.

Foi analisada a fiabilidade interna seguindo a metodologia utilizada no HSIS, nomeadamente com a estimação da

fiabilidade e consistência interna efectuada através do alfa de cronbach e do spilt-half.

Através da aplicação deste método verificou-se que o inquérito apresenta um alfa de cronbach de 0,92 e um split-half de

0,93. Estes valores permitem concluir que o inquérito possui consistência e fiabilidade interna (Hill e Hill, 2000).

32

3.2.5 – Validade de Conteúdo / Dimensão Clínica

Questão A.1.Integro uma unidade funcional que se encontra organizada segundo o conceito de ―programa de

gestão da doença‖

HSIS Sem Correspondência

Rationale

As linhas de produção por doença constituem um mecanismo que contribui para se atingir a

integração clínica entre as unidades operacionais do sistema de prestação de cuidados de saúde

(Shortell et al., 1993). A gestão da doença é uma abordagem mais centrada no doente e na provisão

de todas as componentes de cuidados de que este necessita, eliminando a perspectiva

fragmentada, autónoma e parcial da actual estrutura de oferta de cuidados de saúde (Powell, 2000).

Para representação dos diferentes desenhos organizacionais utilizados pelas unidades prestadoras

na tradução do seu processo de produção — continuum de cuidados —, Charns e Tewksbury (1993)

identificam a escala que pode ir de um desenho funcional a um desenho por programa de doença.

Questão A.2.

Questão A.3.

Questão A.4

As equipas de trabalho são constituídas por profissionais de diferentes níveis de cuidados de saúde

(primários/ hospitalares).

As equipas de trabalho são constituídas por profissionais de diferentes especialidades médicas.

As equipas de trabalho são constituídas por profissionais com diferentes formações académicas

(enfermagem, técnicos de saúde, administrativos, auxiliares, etc).

HSIS Sem Correspondência

Rationale

A evolução do conhecimento científico e o consequente incremento da complexidade ao nível do

tratamento clínico tornou impossível o processamento de toda a informação clínica de um doente

por parte de um único profissional, tornando-se imperativo o recurso à especialização e

coordenação de procedimentos entre médicos pertencentes a diferentes níveis de cuidados e/ ou

dentro do mesmo nível de prestação, através de coordenação multidisciplinar (Stille et al., 2005).

Um dos mecanismos identificados por Shortell et al. (1993) como crítico para o sucesso da

integração ao nível clínico é a criação e o funcionamento de equipas multidisciplinares (a

complementaridade de actuação entre diferentes especialidades profissionais) e interdisciplinares (a

definição e assunção de objectivos comuns, orientadores das actuações, entre os profissionais da

equipa de prestação de cuidados) podendo ser horizontal (profissionais do mesmo nível de

prestação) ou vertical (profissionais de diferentes níveis de prestação).

33

3.2.5 -Validade de Conteúdo / Dimensão Clínica

Questão A.5.As actividades e os serviços de natureza clínica encontram-se coordenadas entre as unidades

funcionais.

HSIS

11 - Clinical activities and services are well coordinated between and among operating units.

24 - Common policies and practices regarding hospital-based physicians exist across the operating

units

RationaleNenhum input consegue por si só dominar todo o processo de produção de cuidados de saúde,

sendo necessária a contribuição de vários factores para a sua prossecução.A integração vertical tem

como objectivo o aumento do grau das interligações (coordenação) entre as diferentes etapas do

processo de produção (Conrad e Dowling, 1990; Clement, 1988).

Questão A.6. Existe um plano de coordenação das equipas clínicas entre as diferentes unidades funcionais.

HSIS 22 - A plan exists for coordinating medical staff development across the operating units.

Rationale A integração consiste na coordenação do trabalho dentro de uma organização (Stichler, 1997). A

existência de um plano entre as unidades funcionais auxilia a programação operacional do processo

de produção.

Questão A.7.Na minha ULS foram consensualizados protocolos e guidelines clínicas que são utilizados pelos

profissionais clínicos.

HSIS 42 - The same approaches, policies and guidelines are used by all operating units in doing case

management

Rationale

O desenvolvimento de protocolos clínicos é uma das componentes base da integração clínica de

cuidados (Devers et al., 1994). A redução dos erros médicos, a qualidade e eficiência dos cuidados

prestados e a partilha de conhecimento são as principais vantagens deste procedimento. Segundo

Shortell, Gillies e Anderson (1994) o número de protocolos clínicos pode ser positivamente

influenciado pela existência de equipas médicas multidisciplinares. Com a existência de protocolos e

guidelines de actuação técnica standardizada assiste-se a uma redução do risco de má prática

clínica. Através da integração consegue-se reduzir a variação clínica, os erros médicos e

consequentemente incrementar os padrões de qualidade assistencial (Coddington, Moore e Fisher,

1996; Stille et al., 2005).

34

3.2.5 -Validade de Conteúdo /Dimensão Clínica

Questão A.8.Na minha ULS, para cada doente é habitualmente definido um plano de cuidados individual.

HSIS Sem correspondência

Rationale

O plano individual de cuidados é o documento onde estão definidas todas as actividades e serviços

clínicos necessários para satisfazer as necessidades específicas de cada doente. A existência de

um plano individual de cuidados permite uma programação das actividades a desenvolver definindo

as etapas a percorrer e as funções de cada interveniente num determinado tempo e espaço.

Segundo Shortell et al. (1993) a programação e o planeamento de altas e a existência de programas

de referenciação de doentes constituem mecanismos basilares num processo de integração de

cuidados. Numa estrutura integrada de prestação de cuidados de saúde em que o processo consiste

num continuum é indispensável que se efectue o planeamento e a coordenação de todas as

actividades clínicas a realizar aos utentes (Leatt et. al, 2000; Marriott and`Mable, 1998, 2000).

Questão A.9. Na minha ULS, para cada doente é habitualmente atribuído um ―gestor do caso‖.

HSIS Sem correspondência

Rationale

A gestão de caso surge como um dos mecanismos criado para satisfazer os actuais desafios da

prestação de cuidados de saúde (Weiss, 1998). Segundo a Case Management Society of America

(2010) o case management (gestão do caso) é um processo colaborativo que permite aceder,

planificar, implementar, coordenar, monitorizar e avaliar as opções e os serviços necessários para

responder às necessidades em saúde dos doentes contribuindo de forma decisiva para a integração

(Powell, 2000). O gestor do caso é o responsável pelo case management.

35

3.2.5 -Validade de Conteúdo / Dimensão Clínica

Questão A.10.Somos apenas responsáveis pelos doentes até ao momento de lhes dar alta clínica do respectivo

episódio (internamento, consulta, urgência)

HSIS Sem Correspondência

Rationale

O fomento da interdependência entre os níveis de cuidados suscitado pela integração da função

produção encontra-se estritamente conectado com o conceito de cadeia de valor, que pode ser

definida como o conjunto de actividades desenvolvidas para desenhar, produzir, promover, distribuir

um determinado produto representando a sequência relacional dos processos de produção de uma

organização (Porter, 1985). A lógica de produção integrada pressupõe que os produtos ou serviços

gerados anteriormente por cada um dos níveis de cuidados passem constituir um produto

intermédio do continum de doença, caso haja lugar a múltiplos contactos entre os diferentes níveis

de prestação no mesmo episódio. Num sistema integrado de serviços de saúde, os utentes podem

movimentar-se entre os diferentes níveis de cuidados, sem necessariamente seguir uma trajectória

linear, cuja entidade responsável pela sua saúde é a mesma (Brown e McCool, 1986; Clement,

1988).

Questão A.11.Existe um processo de referenciação de doentes, ascendente e descendente, que se encontra

consensualizado em toda a ULS.

HSIS Sem correspondência

Rationale Muito importante enquanto mecanismo de integração clínica é o processo de referenciação médica

entre prestadores de primeira e segunda linha, uma vez que um bom processo de referenciação

melhora a qualidade e a eficiência dos cuidados prestados (Gandhi et al., 2000).

36

3.2.5 -Validade de Conteúdo/Dimensão Clínica

Questão A.12.A prática clínica de cada unidade funcional tem em consideração a capacidade, o conhecimento e

as actividades desenvolvidas pelas outras unidades funcionais que integram a ULS.

HSIS Sem Correspondência

Rationale

A existência de registos integrados permite que uma equipa multidisciplinar efectue a planificação e

a programação conjunta de toda a actividade a desenvolver para satisfazer as necessidades dos

doentes(Clement, 1988; Ackerman, 1992; Brown e McCool, 1986; Cody, 1996). O conhecimento

das actividades desenvolvidas possibilita a redução dos actos e procedimentos desnecessários, o

que se traduz numa das justificações mais salientes para a integração vertical de cuidados (Dever’s

et. al, 1994).

Questão A.13.Os serviços auxiliares de apoio clínico da ULS (Pat. Clínica, Anat. Patológica, Nutrição, Psicologia,

etc) prestam serviços para todas as unidades funcionais que a integram.

HSIS

51 - The medical staff at each operating unit practice in a way that takes into account the activities

and needs of other units

33 – Where possible, clinical services are appropriately shared among the operating unit

RationaleA integração clínica pressupõe que, sempre que possível, os serviços auxiliares clínicos são

partilhados pelas unidades funcionais (Gillies et al., 1993). A partilha de serviços auxiliares de apoio

clínico pode ser positivamente influenciada pela existência de equipas médicas multidisciplinares

(Shortell, Gillies e Anderson,1994).

37

3.2.5 - Validade de Conteúdo / Dimensão Informação

Questão A.14. Existe um processo clínico único electrónico na minha ULS.

HSIS 37 – A single medical records exists for all patients regardless of point of entry into the system.

Rationale

O desenvolvimento de um processo clínico electrónico é uma das componentes base da integração

clínica de cuidados (Shortell et al., 1993; Devers et al., 1994). As potencialidades habitualmente

associadas aos sistemas de informação tais como a criação de automatismos funcionais ou a

conectividade entre os diferentes elementos do sistema podem contribuir decisivamente para o

processo de integração vertical (Williams, 1992). De acordo com Grone e Garcia-Barbero (2001) a

falta de informação completa (registo médico histórico incluindo todos os serviços que foram

prestados) relativa ao utente, pode causar problemas em contextos de prestação de serviços

fragmentados, destacando-se entre outros, a possível duplicação de procedimentos.

Questão A.15.Encontra-se disponível a informação clínica adequada, exacta, fiável e necessária para a tomada

de decisão diária.

HSIS 20 – Useful clinical data is provided to the operating unit.

RationaleSegundo Coile (1995), um sistema de informação integrado é a chave para uma gestão clínica

eficiente. A facilidade de comunicação ascendente e descendente entre os diferentes níveis de

prestação de cuidados conduz a uma maior fluidez na disponibilização da informação.

38

3.2.5 - Validade de Conteúdo / Dimensão Informação

Questão A.16.Existe acesso à informação necessária em qualquer posto de trabalho da ULS (independentemente

da sua localização física).

HSIS40 – Operating units share a common management information system.

12-Integrated clinical and financial data are shared across operating units.

Rationale De acordo com Shortell, Gillies e Anderson (1994) existe uma maior possibilidade de alcançar um

grau de integração mais elevado quando o sistema de informação permita a disponibilização de

informação clínica em qualquer ponto do sistema independentemente do local físico da consulta.

Questão A.17.Existe acesso à informação dos processos internos de gestão de doentes (marcações, tempos de

espera) relativos aos actos a realizar pelos utentes nos diferentes níveis de cuidados.

HSIS Sem Correspondência

Rationale

Os sistemas de informação permitem a partilha de informação clínica relevante entre o doente e os

diferentes intervenientes que prestam cuidados de saúde. É por isso essencial que a informação se

encontre disponível nos diferentes níveis de cuidados para tornar mais eficazes os fluxos de

informação entre prestadores. A capacidade de integrar a informação clínica e financeira deve ser

entendida como um importante instrumento para monitorizar o custo-efectividade das intervenções

e para ajudar o respectivo planeamento das actividades (Leatt et. al, 2000; Marriott and`Mable,

1998, 2000).

39

3.2.5 - Validade de Conteúdo / Dimensão Informação

Questão A.18.Partilha-se regularmente informação clínica com os clínicos de outros níveis de prestação

(primários/ hospitalares).

HSIS Sem Correspondência

Rationale

A capacidade de criação de conhecimento através da partilha de informação clínica é considerada

uma das justificações mais convincentes das estruturas integradas. Esta partilha de informação

apenas se pode tornar possível se existirem registos integrados que permitem que uma equipa

multidisciplinar tenha acesso ao que tem sido efectuado ao doente (Ackerman, 1992; Brown e

McCool, 1986; Cody, 1996).

Questão A.19. O sistema de informação de apoio à gestão clínica que utilizo é comum a toda a ULS.

HSIS 40 – Operating units share a common management information system.

Rationale

Uma das áreas em que existe maior consenso quanto à necessidade de integração é a que diz

respeito aos sistemas de informação clínica, que potencialmente conectam prestadores e utentes

ao longo do continuum de cuidados. É este sistema que permite que diversos tipos de informação,

clínicos e financeiros, estejam disponíveis sempre que necessário em toda a unidade (Gorvine e

Breslin, 1997).

Questão A.20.

Questão A.21.

Todos os profissionais dispõem de email e de acesso aos contactos dos restantes profissionais da

ULS.

Existe uma intranet comum a toda a ULS.

HSIS Sem Correspondência

Rationale

Bransley et. al (1998) defendem a importância dos canais de comunicação para a promoção da

continuidade dos cuidados de saúde prestados aos doentes. A existência de bons meios de

comunicação permite transferir e partilhar a informação de forma mais eficiente. A utilização de

sistema electrónicos de comunicação facilita a efectividade da comunicação entre profissionais

(Coburn, 2001; Coddington, 2001;Hurnst et. al., 2002; Lin and Wan, 1999).

40

3.2.5 - Validade de Conteúdo / Dimensão Financeira

Questão A.22.As principais demonstrações financeiras (Orçamento, Balanço, DR, DOAF, Analítica) são

elaboradas para toda a ULS

HSIS 17 - Operating budgets are well developed and coordinated among all operating units

Rationale De acordo com Shortell, Gillies e Anderson (1994) existe uma maior possibilidade de alcançar um

grau de integração mais elevado quando as políticas e práticas orçamentais promovem a

coordenação entre as diferentes unidades operacionais.

Questão A.23. Na minha ULS conheço os custos totais das principais patologias da área de influência.

HSIS Sem Correspondência

Rationale

Segundo Leatt, Shortell e Kimberly (2000) um dos factores críticos de sucesso de uma estrutura

organizacional assente em programas de saúde consiste na existência de um sistema de

informação que interligue dados clínicos, financeiros e de produção por doente. Outro dos factores

descrito pelos mesmos autores é a existência de bom sistema de contabilidade que permita

desagregar custos e proveitos de forma a serem correctamente imputados às respectivas

unidades, como por exemplo, aos diferentes programas de gestão da doença.

Questão A.24.Existe disponível a todo o momento, informação sobre os custos de cada doente ao longo de todo

o processo de produção na ULS (episódio).

HSIS Sem Correspondência

Rationale

A produção de informação sobre custos constitui um importante mecanismo para diminuir o grau de

risco associado ao processo de tomada de decisão. De facto o esforço no apuramento de custos

por doente permite , entre outros aspectos, gerir o doente ao longo do processo de produção com

critérios de custo-efectividade (Costa et. al, 2008), o que constitui um dos objectivos fundamentais

da integração vertical de cuidados. Em contexto integrado de prestação de cuidados de saúde,

gerir um doente não passa apenas pela manutenção ou aumento do seu bem estar geral, mas

também por garantir a criação de valor no âmbito dos cuidados prestados.

41

3.2.5 - Validade de Conteúdo / Dimensão Financeira

Questão A.25. Na minha ULS a unidade de pagamento preponderante é a capitação ajustada pelo risco.

HSIS Sem Correspondência

Rationale

A unidade de pagamento que parece melhor responder a uma realidade integrada é a capitação

(Ackerman, 1992; Devers et al., 1994; Shortell et al., 2000; Sobczak, 2002), ou não

antagonicamente, a forma organizacional que melhor responde aos incentivos do risco pela

prestação — característica típica da capitação — são os sistemas integrados (Coddington, Moore e

Fisher, 1996).Uma das maiores barreiras à integração consiste na existência de diferentes

metodologias de pagamento para cuidados de saúde primários, hospitalares, continuados, mentais

(Appleby et. al, 1999; Clague, 2004; Mur-Veeman et. al, 1999).

Questão A.26.Realiza-se com regularidade o controlo da evolução das variáveis utilizadas para efeitos de

ajustamento pelo risco.

HSIS Sem Correspondência

Rationale

A finalidade do ajustamento pelo risco consiste no contributo para uma distribuição desigual de

recursos, no intuito de satisfazer diferentes necessidades das populações e reduzir incentivos

associados à selecção de doentes (Palsbo,2001). Com efeito, a avaliação da evolução das

variáveis utilizadas pelo ajustamento pelo risco possibilita uma melhor previsão das

necessidades e das despesas o que tenderá a produzir efeitos positivos na distribuição interna de

recursos. Por outro lado, a monitorização de variáveis relativas às necessidades em saúde de uma

determinada área geográfica implica que se está a ter em consideração um output global da

prestação de cuidados de saúde, para o qual todos os níveis contribuem para o resultado

alcançado.

42

3.2.5 - Validade de Conteúdo / Dimensão Financeira

Questão A.27. A gestão de tesouraria das unidades funcionais é efectuada centralmente

HSIS 5 - Cash management is handled centrally for the operating units

Rationale

A integração funcional depende da forma como as actividades de suporte tal como, a gestão

financeira, são coordenadas entre as diferentes unidades funcionais (Dever’s et. al, 1993). É de

salientar que a coordenação e a centralização das actividades de suporte apresenta uma

relevância acrescida sempre que a decisão de integração de diferentes unidades prestadores é

recente.

Questão A.28.A decisão de realização de novos investimentos baseia-se nas prioridades de toda a organização

em detrimento das necessidades individuais de cada unidade funcional.

HSIS 14 - Decisions to invest in new services are evaluated in relation to systemwide priorities.

Rationale

A separação dos instrumentos financeiros de suporte à gestão das organizações de saúde pode

originar um desalinhamento estratégico entre unidades funcionais. A separação dos instrumentos

de gestão orçamental corrente e de investimento pode originar opções de alocação financeiras

contraditórias e até contraproducentes entre unidades funcionais que pertencem à mesma

organização (Hofmarcher, Oxley e Rusticelli, 2007). A decisão de realização de novos

investimentos em estruturas organizacionais recentes que resultam da junção de diferentes

organizações prestadoras de cuidados de saúde independentes constitui um elemento de extrema

importância, na medida em que pode existir competição por recursos e prestígio herdadas do

passado , situações que dificultam criticamente o processo de integração.

43

3.2.5 - Validade de Conteúdo / Dimensão Financeira

Questão A.29.A distribuição de recursos é efectuada com base nas prioridades de toda a organização em

detrimento das necessidades individuais de cada unidade funcional.

HSIS48 - Resources are allocated based primarily on systemwide priorities rather than individual

operating units needs .

Rationale

Uma das principais dificuldades nos processos de integração segundo Shortell et al (2000) consiste

na resistência provocada pelas diferentes culturas organizacionais que integraram a nova

organização. As unidades integradas surgiram historicamente da agregação de organizações de

saúde, próximas geograficamente detendo um conjunto de culturas e valores organizacionais

próprios que naturalmente devem ser adaptados a uma nova situação. Por outro lado, a

proximidade geográfica normalmente tem associado um comportamento de concorrência entre si

por recursos humanos, técnicos ou mesmo orçamentais. Esta situação aliada a um grau de

desconfiança inicial pode conduzir a posturas que enveredam por uma competição pelos recursos

disponíveis em detrimento de estratégias de partilha e concertação (Shortell et al, 2000).

Questão A.30.Os procedimentos de pagamentos e recebimentos encontram-se uniformizados entre as unidades

funcionais da ULS

HSIS

4 - Accounts receivable policies are standardized across operating units.

46 - There exits a single combined business office that does all billing and collection, accounts

receivable, and insurance management.

Rationale

Uma das potencialidades da integração vertical de cuidados de saúde consiste no aumento do

poder de mercado da organização, o que permite reforçar a capacidade negocial com os parceiros

externos – sobretudo fornecedores – não só na gestão operacional corrente mas também na

capacidade de recurso ao capital (Brown e McCool, 1986; Wan, Lin e Ma, 2002). A integração

funcional depende da forma como as actividades de suporte ,tal como a gestão de tesouraria, se

encontra coordenada entre as diferentes unidades funcionais (Dever’s et. al, 1993).

44

3.2.5 - Validade de Conteúdo / Dimensão Administrativa

Questão A.31.

As secções administrativas (recursos humanos, contabilidade, aprovisionamento, etc ) são únicas,

encontram-se fisicamente concentradas e apresentam procedimentos uniformizados para toda a

ULS.

HSIS

16 - A single systemwide financial staff works with the OU under the direction of the systemwide

chief financial officer.

39 - Each operating units uses system-established financial criteria making major hospital

purchases rather than its own criteria.

41 - Operating units participate in a common purchasing program .

Rationale

De acordo com Santana e Costa (2008) um dos mecanismos para a promoção da integração

funcional consiste na partilha de procedimentos. Para além da partilha de procedimento é essencial

em contexto de integração de cuidados que as actividades de suporte sejam coordenadas entre as

unidades funcionais. Esta coordenação de actividades conduz a uma estrutura ampliada, com

maior poder de intervenção no mercado, o que se traduz numa vantagem negocial face aos

parceiros externos — sobretudo fornecedores — quer em termos do ciclo operacional de

exploração como na capacidade de recurso ao capital (Brown e McCool, 1986; Foreman e Roberts,

1991; Wheeler et al., 1999; Wan, Lin e Ma, 2002).

Questão A.32.

As secções auxiliares de apoio geral (alimentação, limpeza, segurança, instalações e

equipamentos, etc) são únicas, encontram-se fisicamente concentradas e apresentam

procedimentos uniformizados para toda a ULS.

HSIS

3 – There is little unnecessary duplication of support services (dietary, housekeeping, maintenance,

laudry, etc) among operating units.

28 – Support services are combined across operating units to provide efficient service.

50 – The work of support staff and services is well coordinated across operating units.

RationaleA centralização e coordenação dos serviços de apoio geral constituem um elemento importante

para a integração funcional. Tal interligação e coordenação potencia uma melhoria da eficiência dos

serviços prestados (Dever’s et. al, 1993) ao permitir uma redução da duplicação destes serviços

entre as unidades funcionais.

45

3.2.5 - Validade de Conteúdo / Dimensão Administrativa

Questão A.33. Existe uma política de recursos humanos definida para toda a ULS.

HSIS 42 - Standard personnel policies exists for all operating units.

Rationale

A integração funcional depende da forma como as actividades de suporte tal como, a gestão de

recursos humanos ,são coordenadas entre as diferentes unidades funcionais ((Dever’s et. al,

1993). De facto a separação dos instrumentos de gestão de recursos humanos pode originar um

desalinhamento estratégico entre unidades funcionais (Larsen e Krasnik, 2008) o que constitui uma

barreira ao processo de integração.

Questão A.34. Existe uma política salarial e de incentivos que é global para a ULS.

HSIS

6-Wage and salary guidelines are provided for all operating units.

25 - Common guidelines for reviewing physician privileges and credentials exists across the

operating units.

Rationale

Implícita à política de gestão de recursos humanos seguida pelas organizações de saúde está a

definição dos salários e dos incentivos financeiros e não financeiros a conceder aos funcionários. A

criação de incentivos financeiros que promovam a coordenação entre os diferentes profissionais e

os diferentes níveis de prestação de cuidados é fundamental para uma estratégia de integração

(Larsen e Krasnik, 2008).

Questão A.35.A remuneração dos profissionais contém incentivos dirigidos à coordenação e cooperação entre as

diferentes unidades funcionais que integram a ULS.

HSIS1 – Performance appraisal criteria and reward systems contain incentives for cooperation and

coordination across operating units.

Rationale

Uma das barreiras à integração consiste na ausência de incentivos financeiros que promovam e

premeiem a coordenação e cooperação entre diferentes unidades prestadoras de cuidados de

saúde (Larsen e Krasnik, 2008).

46

3.2.5 - Validade de Conteúdo / Dimensão Administrativa

Questão A.36.O recrutamento e a selecção dos profissionais são actividades realizadas em função das

necessidades de todas as unidades funcionais da ULS.

HSIS 7 - Operating units are assisted in their personnel recruitment activities.

Rationale

Constitui um dos elementos essenciais à integração funcional a coordenação e planeamento das

actividades de suporte, como por exemplo, a gestão de recursos humanos, entre as unidades

funcionais (Dever’s et. al, 1993). O recrutamento e a selecção enquanto componentes da gestão de

recursos humanos são essenciais para adequar os recursos às necessidades da organização

integrada. As práticas de recrutamento e selecção tem impacto na eficácia organizacional, pelo que

devem enquadrar-se numa política global que tem em conta a estrutura, a estratégia e a cultura da

ULS.

Questão A.37.

Questão A.38.

Os profissionais prestam serviços e são treinados em várias unidades funcionais da ULS.

O plano de formação é partilhado por todas as unidades funcionais.

HSIS8 - Personnel are cross-trained and used across operating units.

34 –Employee training programs are shared across operating units.

Rationale

A formação deve ser prespectivada de modo a favorecer o desenvolvimento profissional dos

recursos humanos e simultaneamente a flexibidadde. Tal flexibilidade assenta na formação

contínua /permanente e na formação cruzada (cross-traning) entre os profissionais que integram

as diferentes unidades funcionais. Estas medidas concertadas permitem a utilização alternada de

recursos na prestação de cuidados de saúde (Shortell, Gillies e Anderson ,1994).

47

3.2.5- Validade de Conteúdo / Dimensão Normativa

Questão A.39.

Questão A.40.

Questão A.41.

A gestão conjunta de diferentes níveis de cuidados de saúde a cargo da ULS, encontra-se

estabelecida através de diploma legal.

A ULS tem um regulamento interno que foi aprovado e se encontra em vigor.

As principais unidades funcionais da ULS têm um regulamento interno específico.

HSIS Sem correspondência.

Rationale

A forma jurídica do acordo bem como a variedade de questões contratuais e legais no âmbito da

integração vertical assumem um papel muito importante na definição do compromisso mútuo entre

os elementos que integram a organização de saúde (Coddington, Moore e Fisher, 1996). Quando a

integração é reduzida a um conjunto de procedimentos e normas escritas conhecidas por todos os

elementos que a constituem, estamos na presença de um movimento de integração normativa.

Esta dimensão permite a uniformidade de procedimentos internos e o estabelecimento de um

sistema de referência de valores comuns (Contandriopoulos et al., 2003).

Questão A.42.Os objectivos e as metas assumidas pelas diferentes unidades funcionais encontram-se

devidamente estabelecidos em documentação normativa (carta de compromisso, contrato, etc).

HSIS Sem correspondência.

Rationale

A implementação e a construção de uma estrutura integrada de prestação de cuidados de saúde

requer a existência de uma liderança com uma visão estratégica da organização bem como, a

existência de uma cultura organizacional congruente com essa visão (Suter et. al, 2009). A

aproximação e a junção de diferentes culturas organizacionais requer compromissos e um

processo de comunicação claro e objectivo (Hunter, 1999; Wilson et. al, 2003).

A mudança organizacional de instituições autónomas para um sistema de integração vertical

implica que exista a definição dos objectivos e metas que se pretende atingir com a nova estrutura

organizacional (Dever’s et. al, 1993).

48

3.2.5 - Validade de Conteúdo / Dimensão Normativa

Questão A.43. Existem manuais de procedimentos para cada unidade funcional da ULS.

HSIS Sem correspondência.

RationaleUma das formas de fomentar a coordenação entre unidades funcionais consiste em definir

procedimentos e normas para que todas as unidades funcionais utilizem as mesmas abordagens,

políticas, práticas e guidelines para levar a cabo as suas actividades (Dever’s et. al, 1993).

49

3.2.5 - Validade de Conteúdo / Dimensão Sistémica

Questão A.44.

Conheço o Plano de Negócios da minha ULS, em particular a sua visão, missão, valores e

objectivos estratégicos.

HSIS

35 – Each operating units has sufficient input into the system’s overall strategic plan.

53 – Employees within and across the operating units feel connected by a common set of

systemwide values and norms.

10 - The medical staffs of the operating units share common goals, philosophies, and methods of

operation.

29 - The medical staff at each operating unit have a high degree of commitment to the system

overall.

Rationale

A gestão conjunta de dimensões tão significativas e críticas para a gestão de organizações de

saúde como a sua produção, financiamento e avaliação de desempenho, potencia um alinhamento

estratégico e operacional. A gestão autónoma das entidades responsáveis pela prestação de

serviços de saúde nas diferentes etapas de produção pode proporcionar divergências estratégicas,

competição por recursos comuns ou perdas de qualidade assistencial (desresponsabilização pelo

output produzido) (Costa et. al, 2008).

Questão A.45.Em conjunto com as minhas chefias, defino objectivos, planeio actividades, acompanho a sua

concretização e avalio os resultados alcançados.

HSIS

27 – Operating units always know what is expected of them in regard to the system’s goals and

objectives.

31 - Each operating units strategic plan’s are well integrated into to the system’s overall strategic

plan.

9 – Systemwide values and norms are agreed on and widely shared by all operating units.

19 - Appropriate guidance is provided to help operating units develop strategic plan.

RationaleA integração funcional depende da forma como a gestão estratégica e o planeamento são

coordenadas entre as diferentes unidades funcionais ((Dever’s et. al, 1993). A partilha da missão,

valores e objectivos por todos os membros da organização constitui um importante factor para se

alcançar um maior grau de integração (Shortell, Gillies e Anderson, 1994).

50

3.2.5 - Validade de Conteúdo / Dimensão Sistémica

Questão A.46.

Questão A.47.

A minha unidade funcional partilha objectivos, planeia actividades, acompanha a sua concretização

e avalia os resultados alcançados com outras unidades funcionais da ULS.

Conheço os objectivos, as actividades, a monitorização efectuada e os resultados alcançados pelas

outras unidades funcionais da ULS.

HSIS45 – Elements of the overall systems strategic planning process are well coordinated.

52 - Operating units have a good understanding of ―how things are done‖ within the system.

RationaleDe acordo com Shortell, Gillies e Anderson (1994) existe uma maior possibilidade de alcançar um

grau de integração mais elevado quando a missão, os valores e os objectivos são conhecidos e

partilhados por todos os membros da organização.

Questão A.48. Cada unidade funcional conhece a sua importância estratégica no contexto global da organização.

HSIS 15 - Each unit understands the strategic role that is to play within the system’s overall strategy.

Rationale

Um dos factores chave que podem contribuir para a integração é a existência de um conjunto de

valores, objectivos e comportamentos organizacionais que estão alinhados com a estratégia de

integração (Larsen e Krasnik, 2008). Segundo Shortell, Gillies e Anderson (1994) a falta de

planeamento de estratégico constitui uma importante barreira à integração.

51

3.2.5 - Validade de Conteúdo – Dimensão Sistémica

Questão A.49.

As unidades funcionais estão dispostas a subordinar os seus interesses individuais aos interesses

da ULS.

HSIS18 - Individual operating units are willing to subordinate their individual interests to those of the

system.

Rationale

Uma das principais dificuldades nos processos de integração segundo Shortell et al (2000) consiste

na resistência provocada pelas diferentes culturas organizacionais que integraram a nova

organização. As unidades integradas surgiram historicamente da agregação de organizações de

saúde, próximas geograficamente que possuíam um conjunto de culturas e valores organizacionais

próprios que naturalmente devem ser adaptadas a uma nova situação. Por outro lado, a

proximidade geográfica normalmente tem associado um comportamento de concorrência entre si

por recursos humanos, técnicos ou mesmo orçamentais. Esta situação aliada a um grau de

desconfiança inicial pode conduzir a posturas que enveredam por uma competição pelos recursos

disponíveis em detrimento de estratégias de partilha e concertação (Shortell et al, 2000).

Questão A.50. A avaliação das necessidades em saúde é efectuada no contexto da ULS.

HSIS 47 – Operating units are assisted in conducting market research.

Rationale

Enquanto responsáveis pelo estado de saúde de uma população, as organizações integradas

deverão desenvolver esforços para determinar as necessidades em saúde bem como as

preferências dessa população. Através desta tarefa a organização integrada poderá planear com

maior rigor a sua actividade futura (Shortell, Gillies e Anderson, 1994).

52

3.2.5 - Validade de Conteúdo / Dimensão Sistémica

Questão A.51.

As acções de divulgação e publicidade estão coordenadas entre as unidades funcionais.

HSIS54 – Advertising and promotional activities are well coordinated across operating units.

Rationale A integração funcional depende da forma como as actividades de suporte tal como, o marketing e a

comunicação, coordenadas entre as diferentes unidades funcionais ((Dever’s et. al, 1993).

Questão A.52. As políticas de qualidade, higiene e segurança e gestão risco são comuns a toda a ULS.

HSIS

43 – Operating units are provided assistance in the development of quality assurance/improvement

policies and practices.

21 - Risk management, utilization review, and quality assurance/improvement activities are well

integrated across the operating units.

23 – Common policies for quality assurance/improvement exists across operating units.

Rationale

A existência de políticas de qualidade e gestão risco comuns entre as diferentes unidades

operacionais reforçam o trabalho em equipa e são determinantes para uma cultura de segurança.

(Enthoven, 2009). O sucesso de um sistema produtivo passa inevitavelmente pela existência de

boas condições de trabalho. A melhoria da produtividade e da competitividade em organizações

integradas depende em grande medida de uma gestão conjunta das políticas de segurança e

higiene no trabalho.

53

3.2.5 - Validade de Conteúdo / Dimensão Sistémica

Questão A.53.

Os resultados dos programas de melhoria contínua da qualidade são discutidos nas diferentes

unidades funcionais.

HSIS16 - Good communication exists across the operating units in regard to quality

assurance/improvement policies and practices.

RationaleA existência de programas de melhoria da qualidade constitui um dos factores que contribui para

promoção da integração clínica Shortell, Gillies e Anderson (1994). A integração pode ser

potenciada por uma cultura organizacional baseada em valores e objectivos colectivos (Larsen e

Krasnik, 2008).

54

3.2.6 - Alpha de Cronbach e Split-half

Para validação do questionário recorreu-se à mesma metodologia utilizada no HSIS, pelo que, para avaliar a fiabilidade e

a consistência interna foram estimados o Alpha de Cronbach e o Split-half. Apesar da validação do HSIS se encontrar

descrita nos estudos de Gillies et al e Devers et al, uma vez que se realizaram procedimentos de adaptação, considerou-

se essencial proceder ao teste de validação do inquérito adaptado. Assim o cálculo do alpha de cronbach foi

operacionalizado através da seguinte fórmula:

Em que as variáveis correspondem:

k: número de items

s2i: variância do item i

s2T: variância do score total obtida através da soma de todos os items

Em que as variáveis correspondem:

split-half

representa a correlação existente entre os valores observados nas partes x e y

.

No que diz respeito ao cálculo do split-half a sua operacionalização foi efectuada através da fórmula denominada por

Spearman-Brown prophecy formula:

55

3.2.6 - Alpha de Cronbach e Split-half

Dimensões alpha de cronbach split-half

Clínica 0.86 0.89

Informação 0.86 0.89

Normativa 0.90 0.91

Administrativa 0.92 0.94

Financeira 0.91 0.94

Sistémica 0.94 0.95

Total 0.97 0.98

A estimativa dos valores de alpha de cronbach e do split-half estão dispostas no quadro seguinte:

Perante os valores apresentados é possível concluir que o inquérito possui consistência e fiabilidade

interna na medida em que Alpha de cronbach e o Split-half para o total apresentam um valor acima de

0,9 o que de acordo com a escala proposta por Hill e Hill (2000) é considerado uma excelente medida de

fiabilidade. Verifica-se que apenas as dimensões clínica e informação apresentam valores abaixo de 0,9

mas que ainda assim são considerados bons resultados (acima de 0,7) (Hill e Hill, 2000).

56

3.2.6 - Alpha de Cronbach e Split-half

As estimativas do Alpha de Cronbach e do Split-half relativas a cada ULS estão dispostas no quadro seguinte:

alpha de cronbach

Dimensões ULS 1 ULS 2 ULS 3 ULS 4 ULS 5 ULS 6Clínica 0.86 0.83 0.84 0.90 0.87 0.73Informação 0.83 0.81 0.82 0.79 0.87 0.68Normativa 0.89 0.92 0.85 0.85 0.92 0.88Administrativa 0.93 0.89 0.91 0.91 0.94 0.88Financeira 0.94 0.91 0.91 0.91 0.91 0.94Sistémica 0.89 0.91 0.93 0.94 0.96 0.94

Total 0.97 0.95 0.98 0.97 0.97 0.96split-half

Clínica 0.88 0.87 0.90 0.94 0.90 0.74Informação 0.86 0.84 0.88 0.80 0.90 0.69Normativa 0.84 0.93 0.87 0.90 0.93 0.84Administrativa 0.91 0.90 0.97 0.94 0.96 0.91Financeira 0.91 0.92 0.95 0.96 0.96 0.96Sistémica 0.88 0.94 0.95 0.96 0.96 0.95

Total 0.98 0.95 0.99 0.98 0.98 0.98

Verifica-se que os valores estimados para o conjunto das respostas de cada ULS apresentam consistência e

fiabilidade interna dado que os valores do alpha de cronbach e do split-half são superiores a 0,9 (Hill e Hill, 2000). Na

ULS 6 verifica-se que na dimensão clínica o valor do alpha de cronbach é de 0,73 e na dimensão informação é de

0,68 o que segundo a escala proposta por Hill e Hill (2000) representa uma medida de fiabilidade razoável (acima de

0,7). Uma vez que estas estimativas são apenas observáveis neste caso pontual considera-se que estes valores não

colocam em causa a consistência e fiabilidade interna do inquérito.

57

3.2.7 – Validade convergente discriminante

Para avaliar a validade convergente-discriminante determinou-se os coeficientes de correlação das dimensões entre si.

Total Total Total

n = 544 n = 544 n = 544

Item r p Item r p Item r p

1 ,454(**) 0.000 19 ,508(**) 0.000 37 ,512(**) 0.000

2 ,399(**) 0.000 20 ,504(**) 0.000 38 ,587(**) 0.000

3 ,405(**) 0.000 21 ,416(**) 0.000 39 ,657(**) 0.000

4 ,383(**) 0.000 22 ,584(**) 0.000 40 ,547(**) 0.000

5 ,543(**) 0.000 23 ,566(**) 0.000 41 ,654(**) 0.000

6 ,530(**) 0.000 24 ,562(**) 0.000 42 ,640(**) 0.000

7 ,565(**) 0.000 25 ,703(**) 0.000 43 ,526(**) 0.000

8 ,435(**) 0.000 26 ,662(**) 0.000 44 ,647(**) 0.000

9 ,426(**) 0.000 27 ,643(**) 0.000 45 ,587(**) 0.000

10 -0.072 0.101 28 ,641(**) 0.000 46 ,650(**) 0.000

11 ,520(**) 0.000 29 ,717(**) 0.000 47 ,691(**) 0.000

12 ,649(**) 0.000 30 ,642(**) 0.000 48 ,682(**) 0.000

13 ,553(**) 0.000 31 ,599(**) 0.000 49 ,566(**) 0.000

14 ,515(**) 0.000 32 ,695(**) 0.000 50 ,688(**) 0.000

15 ,544(**) 0.000 33 ,664(**) 0.000 51 ,653(**) 0.000

16 ,553(**) 0.000 34 ,631(**) 0.000 52 ,712(**) 0.000

17 ,482(**) 0.000 35 ,696(**) 0.000 53 ,700(**) 0.000

18 ,465(**) 0.000 36 ,550(**) 0.000

No que respeita a correlação entre os itens e a escala total verifica-se que apenas os itens 2 e 10, não satisfazem o

critério de correlação com a escala total, superior a r=0,40 (não obstante o item 2 se aproxime consideravelmente do

cumprimento desse critério, ao apresentar um r = 0,399). De realçar, que grande parte dos itens apresentam fortes

correlações positivas com a escala global.

58

3.2.7 – Validade convergente discriminante

Correlação dos itens da dimensão clínica, com cada uma das dimensões

DimensãoClínica Informação Normativa Administrativa Financeira Sistémica

n = 544 n = 544 n = 544 n = 544 n = 544 n = 544

Item r p r p r p r p r p r p

1 ,578(**) 0,000 ,344(**) 0,000 ,310(**) 0,000 ,332(**) 0,000 ,200(**) 0,000 ,343(**) 0,000

2 ,640(**) 0,000 ,321(**) 0,000 ,280(**) 0,000 ,272(**) 0,000 ,155(**) 0,000 ,276(**) 0,000

3 ,642(**) 0,000 ,288(**) 0,000 ,315(**) 0,000 ,284(**) 0,000 ,167(**) 0,000 ,283(**) 0,000

4 ,561(**) 0,000 ,354(**) 0,000 ,269(**) 0,000 ,267(**) 0,000 ,142(**) 0,000 ,281(**) 0,000

5 ,724(**) 0,000 ,382(**) 0,000 ,449(**) 0,000 ,382(**) 0,000 ,267(**) 0,000 ,433(**) 0,000

6 ,716(**) 0,000 ,400(**) 0,000 ,404(**) 0,000 ,403(**) 0,000 ,243(**) 0,000 ,395(**) 0,000

7 ,696(**) 0,000 ,502(**) 0,000 ,442(**) 0,000 ,411(**) 0,000 ,297(**) 0,000 ,424(**) 0,000

8 ,685(**) 0,000 ,350(**) 0,000 ,315(**) 0,000 ,298(**) 0,000 ,180(**) 0,000 ,296(**) 0,000

9 ,588(**) 0,000 ,302(**) 0,000 ,310(**) 0,000 ,303(**) 0,000 ,217(**) 0,000 ,339(**) 0,000

10 ,125(**) 0,000 0,022 0,617 -0,064 0,145 -,115(**) 0,008 -,105(*) 0,016 -,162(**) 0,000

11 ,638(**) 0,000 ,489(**) 0,000 ,387(**) 0,000 ,396(**) 0,000 ,265(**) 0,000 ,382(**) 0,000

12 ,751(**) 0,000 ,503(**) 0,000 ,455(**) 0,000 ,524(**) 0,000 ,370(**) 0,000 ,527(**) 0,000

13 ,671(**) 0,000 ,531(**) 0,000 ,417(**) 0,000 ,416(**) 0,000 ,270(**) 0,000 ,413(**) 0,000

** Correlação significativa ao nível de 0,01

* Correlação significativa ao nível de 0,05

59

3.2.7 – Validade convergente discriminante

Correlação dos itens da dimensão informação, com cada uma das dimensões

DimensãoClínica Informação Normativa Administrativa Financeira Sistémica

n = 544 n = 544 n = 544 n = 544 n = 544 n = 544

Item R p r p r p r p r p r p

14 ,456(**) 0,000 ,730(**) 0,000 ,429(**) 0,000 ,417(**) 0,000 ,225(**) 0,000 ,343(**) 0,000

15 ,516(**) 0,000 ,757(**) 0,000 ,399(**) 0,000 ,444(**) 0,000 ,231(**) 0,000 ,387(**) 0,000

16 ,454(**) 0,000 ,790(**) 0,000 ,464(**) 0,000 ,437(**) 0,000 ,255(**) 0,000 ,403(**) 0,000

17 ,471(**) 0,000 ,661(**) 0,000 ,366(**) 0,000 ,389(**) 0,000 ,205(**) 0,000 ,341(**) 0,000

18 ,535(**) 0,000 ,599(**) 0,000 ,347(**) 0,000 ,370(**) 0,000 ,217(**) 0,000 ,279(**) 0,000

19 ,440(**) 0,000 ,769(**) 0,000 ,392(**) 0,000 ,385(**) 0,000 ,230(**) 0,000 ,346(**) 0,000

20 ,364(**) 0,000 ,725(**) 0,000 ,381(**) 0,000 ,414(**) 0,000 ,270(**) 0,000 ,384(**) 0,000

21 ,313(**) 0,000 ,681(**) 0,000 ,347(**) 0,000 ,324(**) 0,000 ,183(**) 0,000 ,282(**) 0,000

** Correlação significativa ao nível de 0,01

* Correlação significativa ao nível de 0,05

DimensãoClínica Informação Normativa Administrativa Financeira Sistémica

n = 544 n = 544 n = 544 n = 544 n = 544 n = 544

Item r p r p r p r p r p r p

22 ,518(**) 0,000 ,447(**) 0,000 ,730(**) 0,000 ,475(**) 0,000 ,293(**) 0,000 ,443(**) 0,000

23 ,523(**) 0,000 ,525(**) 0,000 ,777(**) 0,000 ,455(**) 0,000 ,233(**) 0,000 ,358(**) 0,000

24 ,515(**) 0,000 ,527(**) 0,000 ,828(**) 0,000 ,457(**) 0,000 ,171(**) 0,000 ,383(**) 0,000

25 ,590(**) 0,000 ,632(**) 0,000 ,816(**) 0,000 ,571(**) 0,000 ,327(**) 0,000 ,587(**) 0,000

26 ,582(**) 0,000 ,583(**) 0,000 ,820(**) 0,000 ,525(**) 0,000 ,265(**) 0,000 ,537(**) 0,000

**. Correlação significativa ao nível de 0,01

*. Correlação significativa ao nível de 0,05

Correlação dos itens da dimensão normativa, com cada uma das dimensões

60

3.2.7 – Validade convergente discriminante

Correlação dos itens da dimensão Administrativa, com cada uma das dimensões

DimensãoClínica Informação Normativa Administrativa Financeira Sistémica

n = 544 n = 544 n = 544 n = 544 n = 544 n = 544

Item R p r p r p r p r p r p

27,485(**) 0,000 ,469(**) 0,000 ,476(**) 0,000 ,739(**) 0,000 ,386(**) 0,000 ,545(**) 0,000

28,463(**) 0,000 ,485(**) 0,000 ,496(**) 0,000 ,774(**) 0,000 ,361(**) 0,000 ,541(**) 0,000

29,525(**) 0,000 ,555(**) 0,000 ,584(**) 0,000 ,797(**) 0,000 ,441(**) 0,000 ,586(**) 0,000

30,393(**) 0,000 ,488(**) 0,000 ,496(**) 0,000 ,770(**) 0,000 ,430(**) 0,000 ,551(**) 0,000

31,441(**) 0,000 ,437(**) 0,000 ,489(**) 0,000 ,665(**) 0,000 ,390(**) 0,000 ,509(**) 0,000

32,511(**) 0,000 ,523(**) 0,000 ,469(**) 0,000 ,795(**) 0,000 ,443(**) 0,000 ,606(**) 0,000

33,554(**) 0,000 ,555(**) 0,000 ,478(**) 0,000 ,712(**) 0,000 ,352(**) 0,000 ,565(**) 0,000

34,480(**) 0,000 ,513(**) 0,000 ,478(**) 0,000 ,706(**) 0,000 ,352(**) 0,000 ,553(**) 0,000

**. Correlação significativa ao nível de 0,01

61

3.2.7 – Validade convergente discriminante

Correlação dos itens da dimensão Financeira, com cada uma das dimensões

DimensãoClínica Informação Normativa Administrativa Financeira Sistémica

n = 544 n = 544 n = 544 n = 544 n = 544 n = 544

Item R p r p r p r p r p r p

35 ,480(**) 0,000 ,486(**) 0,000 ,550(**) 0,000 ,619(**) 0,000 ,719(**) 0,000 ,637(**) 0,000

36 ,392(**) 0,000 ,376(**) 0,000 ,361(**) 0,000 ,469(**) 0,000 ,574(**) 0,000 ,479(**) 0,000

37 ,363(**) 0,000 ,408(**) 0,000 ,355(**) 0,000 ,410(**) 0,000 ,516(**) 0,000 ,440(**) 0,000

38 ,442(**) 0,000 ,411(**) 0,000 ,435(**) 0,000 ,478(**) 0,000 ,617(**) 0,000 ,548(**) 0,000

39 ,515(**) 0,000 ,510(**) 0,000 ,488(**) 0,000 ,547(**) 0,000 ,651(**) 0,000 ,587(**) 0,000

40 ,377(**) 0,000 ,352(**) 0,000 ,411(**) 0,000 ,504(**) 0,000 ,573(**) 0,000 ,503(**) 0,000

41 ,479(**) 0,000 ,449(**) 0,000 ,457(**) 0,000 ,534(**) 0,000 ,746(**) 0,000 ,610(**) 0,000

42 ,463(**) 0,000 ,385(**) 0,000 ,428(**) 0,000 ,544(**) 0,000 ,747(**) 0,000 ,618(**) 0,000

43 ,360(**) 0,000 ,291(**) 0,000 ,342(**) 0,000 ,477(**) 0,000 ,602(**) 0,000 ,510(**) 0,000

**. Correlação significativa ao nível de 0,01

*. Correlação significativa ao nível de 0,05

62

3.2.7 – Validade convergente discriminante

Correlação dos itens da dimensão Sistémica, com cada uma das dimensões

DimensãoClínica Informação Normativa Administrativa Financeira Sistémica

n = 544 n = 544 n = 544 n = 544 n = 544 n = 544

Item R p r p r p r p r p r p

44 ,434(**) 0,000 ,432(**) 0,000 ,487(**) 0,000 ,545(**) 0,000 ,510(**) 0,000 ,713(**) 0,000

45 ,481(**) 0,000 ,409(**) 0,000 ,409(**) 0,000 ,464(**) 0,000 ,335(**) 0,000 ,694(**) 0,000

46 ,503(**) 0,000 ,458(**) 0,000 ,483(**) 0,000 ,540(**) 0,000 ,375(**) 0,000 ,774(**) 0,000

47 ,459(**) 0,000 ,456(**) 0,000 ,493(**) 0,000 ,581(**) 0,000 ,510(**) 0,000 ,808(**) 0,000

48 ,512(**) 0,000 ,434(**) 0,000 ,538(**) 0,000 ,595(**) 0,000 ,418(**) 0,000 ,790(**) 0,000

49 ,449(**) 0,000 ,356(**) 0,000 ,405(**) 0,000 ,449(**) 0,000 ,384(**) 0,000 ,669(**) 0,000

50 ,556(**) 0,000 ,447(**) 0,000 ,525(**) 0,000 ,565(**) 0,000 ,444(**) 0,000 ,776(**) 0,000

51 ,513(**) 0,000 ,479(**) 0,000 ,443(**) 0,000 ,573(**) 0,000 ,396(**) 0,000 ,724(**) 0,000

52 ,519(**) 0,000 ,518(**) 0,000 ,559(**) 0,000 ,635(**) 0,000 ,445(**) 0,000 ,734(**) 0,000

53 ,571(**) 0,000 ,494(**) 0,000 ,529(**) 0,000 ,602(**) 0,000 ,404(**) 0,000 ,762(**) 0,000

** Correlação significativa ao nível de 0,01

* Correlação significativa ao nível de 0,05

63

3.2.7 – Validade convergente discriminante

DimensãoClínica Informação Normativa Administrativa Financeira Sistémica

n = 544 n = 544 n = 544 n = 544 n = 544 n = 544

Item R P r p r p r p r p r p

Clínica 1 0,000 ,602(**) 0,000 ,548(**) 0,000 ,528(**) 0,000 ,358(**) 0,000 ,534(**) 0,000

Informação ,602(**) 0,000 1 0,000 ,573(**) 0,000 ,581(**) 0,000 ,369(**) 0,000 ,515(**) 0,000

Normativa ,548(**) 0,000 ,573(**) 0,000 1 0,000 ,713(**) 0,000 ,551(**) 0,000 ,660(**) 0,000

Administrativa ,528(**) 0,000 ,581(**) 0,000 ,713(**) 0,000 1 0,000 ,701(**) 0,000 ,795(**) 0,000

Financeira ,358(**) 0,000 ,369(**) 0,000 ,551(**) 0,000 ,701(**) 0,000 1 0,000 ,734(**) 0,000

Sistémica ,534(**) 0,000 ,515(**) 0,000 ,660(**) 0,000 ,795(**) 0,000 ,734(**) 0,000 1 0,000

**. Correlação significativa ao nível de 0,01

*. Correlação significativa ao nível de 0,05

Correlação entre dimensões

A validade dos itens foi confirmada de três formas: a) análise da correlação de cada item com a escala total

(consistência interna do item); b) análise da correlação de cada item com a sub-escala/dimensão a que pertence

(validade convergente) e c) a correlação do item com a sua dimensão vs correlação com outras dimensões

(validade discriminante). Através dos resultados expressos nas tabelas anteriores foi possível verificar que o

inquérito apresenta boas propriedades métricas, o que justifica a sua utilização para a medição da integração de

cuidados de saúde em Portugal.

64

3.3 – Descrição de aplicação

A operacionalização do inquérito realizou-se através da sua distribuição durante o meses de Abril e Maio de 2010. Após

uma reunião de briefing entre a ACSS, a equipa da ENSP responsável pelo projecto e os membros de cada ULS, a

distribuição e colecta dos respectivos questionários foi uma tarefa realizada na generalidade pelos gabinetes de

planeamento e controlo de gestão de cada ULS, etapa que ficou encerrada durante o mês de Julho de 2010.

O inquérito foi acompanhado de uma folha de rosto onde se explicitavam as razões para a realização do inquérito, se

indicavam os destinatários e a escala de resposta proposta. Para facilitar a compreensão de alguns termos técnicos mais

específicos julgou-se conveniente juntar ao inquérito um breve glossário de apoio.

No quadro seguinte apresentam-se as datas de entrega e recolha dos inquéritos:

Instituições Distribuição do inquérito Datas de entrega

Unidade Local de Saúde 1 23 de Abril 2010 22 de Junho 2010

Unidade Local de Saúde 2 23 de Abril 2010 21 de Maio 2010

Unidade Local de Saúde 3 22 de Abril 2010 20 de Maio 2010

Unidade Local de Saúde 4 22 de Abril 2010 1 de Junho 2010

Unidade Local de Saúde 5 11 de Maio 2010 8 de Junho 2010

Unidade Local de Saúde 6 14 de Maio 2010 9 de Julho 2010

65

3.3.1 - População em estudo

A população em estudo compreendeu os colaboradores das seis ULS que actualmente existem no nosso país.

Seguindo o percurso metodológico do estudo seleccionado como referência, o HSIS, foram considerados

particularmente os profissionais Médicos, Administradores Hospitalares e os membros do Conselho de Administração

das unidades em questão.

No que se refere aos Administradores Hospitalares e ao Conselho de Administração é de referir que os inquiridos

correspondem ao universo da população em estudo. Na componente relativa aos Médicos, seleccionaram-se os

serviços hospitalares mais representativos em valor absoluto – Medicina Interna, Cirurgia Geral,

Ginecologia/Obstetrícia e Pediatria. Por sua vez, foram incluídos todos os Médicos pertencentes aos cuidados de

primeira linha.

Tal como já referido anteriormente, o inquérito foi desenhado para ser respondido por profissionais com diferentes

perspectivas e posições na organização. De facto pretende-se verificar se existem diferentes percepções do processo

de integração entre grupos profissionais. Considerou-se igualmente importante avaliar se as opiniões sobre o

processo de integração divergem quando se comparam profissionais pertencentes aos serviços hospitalares ou aos

cuidados de primeira linha.

66

3.3.1 - População em estudo

Em termos globais a população em estudo apresenta a seguinte distribuição:

População em estudo ULS1 ULS2 ULS3 ULS4 ULS5 ULS6 Total

Conselho de Administração 4 4 5 5 5 3 26

Administradores Hospitalares 6 7 5 4 7 4 33

Médicos Especialidades Hospitalares 42 47 38 12 11 13 164

Médicos Clínica Geral e Familiar 87 65 58 52 50 10 322

Total 139 123 106 73 73 30 544

3.3.1 - População em estudo

Os grupos profissionais têm a seguinte

representatividade:

No que diz respeito às ULS a distribuição é a seguinte:

67

CA5% AH

6%

HOSP30%

CSP59%

ULS126%

ULS223%ULS3

19%

ULS4

13%

ULS513%

ULS66%

68

3.3.2 – Taxa de resposta

Foram distribuídos um total de 1.062 inquéritos pelas seis ULS incluídas no estudo sendo a taxa de resposta global de

51% conforme se pode observar no quadro seguinte:

No quadro seguinte apresentam-se as taxas de resposta para cada ULS:

Grupos profissionais em estudoInquéritos

distribuídos

Inquéritos

considerados

Taxa de

Resposta

Conselho de Administração 31 26 84%

Administradores Hospitalares 34 33 97%

Médicos Especialidades Hospitalares 296 163 55%

Médicos Clínica Geral e Familiar 701 322 46%

Total 1062 544 51%

ULS em estudo Inquéritos

distribuídos

Inquéritos

considerados

Taxa de Resposta

ULS1 307 139 46%

ULS2 174 123 71%

ULS3 148 106 72%

ULS4 165 73 44%

ULS5 120 73 61%

ULS6 148 30 20%

Total 1062 544 51%

69

- CAPÍTULO IV -

Apresentação de resultados

70

4.1 - Análise de concentração de resultados

Conforme descrito no capítulo relativo à metodologia, apresentam-se em seguida os resultados globais do EGIOS

através da concentração de respostas obtida. Nesta análise pretende-se verificar qual a percentagem de respostas que

se concentram nos extremos da escala proposta dado que, são estas que nos permitem obter uma evidência mais clara

acerca da percepção do tema em estudo. Considera-se que a concentração de respostas nas opções 1 e 2 traduzem

tendencialmente percepções de não integração e as opções 3 e 4 da escala de Likert reflectem. Por seu turno, as

respostas na opção 3 não permitem retirar grandes conclusões ou ilações sobre a opinião que os inquiridos tem do

processo de integração.

Em termos de apresentação de resultados foram tidos em consideração os seguintes aspectos:

• Optou-se por apresentar os resultados globais e de seguida efectua-se uma comparação entre ULS;

• Desagregam-se estas análises por dimensões e inquiridos com o objectivo de verificar se existem diferentes

percepções de integração;

• Apresentam-se ainda o top cinco das respostas mais representativas nos extremos;

• No final da apresentação gráfica dos resultados, é realizado um sumário que resume as principais ilações a reter da

sua análise.

71

4.1.1 -Análise de concentração de respostas

43% 45%

30%41% 38% 42% 41%

30%30%

39%27%

22%23% 28%

CL INF NOR ADM FIN SIS Total

% Resp. 1 e 2 % Resp. 4 e 5

Concentração de respostas – ULS – Resultados Globais

72

4.1.1.1- Análise de concentração respostas – Result. Globais

Concentração de respostas – ULS – Conselho de Administração

27%41%

34% 31% 26%17%

29%

38%

28% 48% 53% 60%

60%48%

CL INF NOR ADM FIN SIS Total

% Resp. 1 e 2 % Resp. 4 e 5

73

4.1.1.1- Análise de concentração respostas – Result. Globais

Concentração de respostas – ULS – Administradores Hospitalares

40% 40% 40% 40% 42% 43% 41%

28% 28% 28% 28% 25% 24% 27%

CL INF NOR ADM FIN SIS Total

% Resp. 1 e 2 % Resp. 4 e 5

74

4.1.1.1- Análise de concentração respostas – Result. Globais

Concentração de respostas – ULS - Médicos Especialidades Hospitalares

31% 33% 33% 35% 36% 37% 34%

36% 35% 34% 32% 29% 29% 32%

CL INF NOR ADM FIN SIS Total

% Resp. 1 e 2 % Resp. 4 e 5

75

4.1.1.1- Análise de concentração respostas – Result. Globais

Concentração de respostas – ULS - Médicos Clínica Geral e Familiar

48% 50% 49% 49% 52% 53% 50%

26% 26% 25% 26% 22% 21% 24%

CL INF NOR ADM FIN SIS Total

% Resp. 1 e 2 % Resp. 4 e 5

76

4.1.1.2- Análise de concentração respostas – Result. Globais

Concentração de respostas – Todas as dimensões

29%

41%

34%

50%

41%

48%

27%

32%

24%

28%

CA

AH

HOSP

CSP

TOTAL

% Resp. 1 e 2 % Resp. 4 e 5

77

4.1.1.2- Análise de concentração respostas – Result. Globais

Concentração de respostas – Dimensão Clínica

27%

40%

31%

48%

43%

38%

28%

36%

26%

30%

CA

AH

HOSP

CSP

TOTAL

% Resp. 1 e 2 % Resp. 4 e 5

78

4.1.1.2- Análise de concentração respostas – Result. Globais

Concentração de respostas – Dimensão Informação

41%

40%

33%

50%

45%

28%

28%

35%

26%

30%

CA

AH

HOSP

CSP

TOTAL

% Resp. 1 e 2 % Resp. 4 e 5

79

4.1.1.2- Análise de concentração respostas – Result. Globais

Concentração de respostas – Dimensão Administrativa

31%

40%

35%

49%

41%

53%

28%

32%

26%

27%

CA

AH

HOSP

CSP

TOTAL

% Resp. 1 e 2 % Resp. 4 e 5

80

4.1.1.2- Análise de concentração respostas – Result. Globais

Concentração de respostas – Dimensão Normativa

34%

40%

33%

49%

30%

48%

28%

34%

25%

39%

CA

AH

HOSP

CSP

TOTAL

% Resp. 1 e 2 % Resp. 4 e 5

81

4.1.1.2- Análise de concentração respostas – Result. Globais

Concentração de respostas – Dimensão Financeira

31%

40%

35%

49%

41%

53%

28%

32%

26%

27%

CA

AH

HOSP

CSP

TOTAL

% Resp. 1 e 2 % Resp. 4 e 5

82

4.1.1.2- Análise de concentração respostas – Result. Globais

Concentração de respostas – Dimensão Sistémica

17%

43%

37%

53%

42%

60%

24%

29%

21%

23%

CA

AH

HOSP

CSP

TOTAL

% Resp. 1 e 2 % Resp. 4 e 5

83

4.1.1. - Análise de concentração respostas – Result. Globais

De uma forma geral, a análise de concentração de respostas permitiu concluir que:

• Existe uma percepção global de integração baixa a moderada, na medida em que 41% dos inquiridos afirmam que as

actividades utilizadas para avaliar a integração não são aplicáveis à sua organização. Apesar da maior concentração de

respostas se situar nesse extremo, salienta-se ainda assim 28% dos inquiridos afirmam que essas actividades são em

grande parte ou totalmente aplicáveis à sua realidade;

• No que se refere aos inquiridos, os Conselhos de Administração registam a melhor percepção de integração

concentrando 48% das suas respostas nas opções 4 – Em grande parte aplicável e 5 – Totalmente aplicável e os

profissionais de Médicos de Clínica Geral e Familiar apresentam a pior percepção de integração concentrando 50% das

suas respostas nas opções 1 – De modo nenhum aplicável e 2 – Só em pequena parte aplicável ;

• A dimensão normativa é a dimensão que apresenta a maior percepção de integração registando 49% das respostas nas

opções 4 e 5 contra apenas 30% de respostas nas opções 1 e 2;

• A dimensão informação regista a pior percepção de integração. De facto, 45% dos inquiridos afirmam que as

características utilizadas para avaliar a integração de informação não são aplicáveis à sua realidade organizacional, tendo

30% dos inquiridos respondido o contrário;

• A dimensão Financeira destaca-se como sendo a dimensão que menor concentração de respostas regista nas opções 4

e 5 (22%) contra 38% que respondem o contrário;

84

4.1.2 -Análise da concentração respostas - Comparação entre ULS

Concentração de respostas – Resultados Globais

44%

21%

47% 56%

41% 45% 41%

25%

46%

17% 18%

27% 25% 28%

ULS1 ULS2 ULS3 ULS4 ULS5 ULS6 Total

% Resp. 1 e 2 % Resp. 4 e 5

85

4.1.2.1 -Análise da concentração respostas - Comparação entre ULS

Concentração de respostas – Conselho de Administração

28%

13%

52%

29%22%

26% 29%

47%

69%

18%

50%59%

50% 48%

ULS1 ULS2 ULS3 ULS4 ULS5 ULS6 Total

% Resp. 1 e 2 % Resp. 4 e 5

86

4.1.2.1 -Análise da concentração respostas - Comparação entre ULS

Concentração de respostas – Administradores Hospitalares

45%

24%36%

40% 41% 58%41%

28%

40%34%

13% 16% 20%27%

ULS1 ULS2 ULS3 ULS4 ULS5 ULS6 Total

% Resp. 1 e 2 % Resp. 4 e 5

87

4.1.2.1 -Análise da concentração respostas - Comparação entre ULS

Concentração de respostas – Médicos Especialidades Hospitalares

37%

23%

37%

73%62%

52%

34%

37%

45%

32%

14%18%

22%

32%

ULS1 ULS2 ULS3 ULS4 ULS5 ULS6 Total

% Resp. 1 e 2 % Resp. 4 e 5

88

4.1.2.1 -Análise da concentração respostas - Comparação entre ULS

Concentração de respostas – Médicos Clínica Geral e Familiar

51%

25%

64% 66%

48%59%

50%

21%

45%

14% 14%

27%20%

24%

ULS1 ULS2 ULS3 ULS4 ULS5 ULS6 Total

% Resp. 1 e 2 % Resp. 4 e 5

89

4.1.2.2 -Análise da concentração respostas - Comparação entre ULS

Concentração de respostas – Dimensão Clínica

43%

23%

47%

57%

50%

50%

43%

29%

46%

25%

20%

25%

25%

30%

ULS1

ULS2

ULS3

ULS4

ULS5

ULS6

Total

% Resp. 1 e 2 % Resp. 4 e 5

90

4.1.2.2 -Análise da concentração respostas - Comparação entre ULS

Concentração de respostas – Dimensão Informação

47%

18%

62%

73%

35%

49%

45%

28%

51%

16%

9%

38%

31%

30%

ULS1

ULS2

ULS3

ULS4

ULS5

ULS6

Total

% Resp. 1 e 2 % Resp. 4 e 5

91

4.1.2.2 -Análise da concentração respostas - Comparação entre ULS

Concentração de respostas – Dimensão Administrativa

46%

23%

49%

53%

38%

47%

41%

23%

45%

14%

19%

27%

23%

27%

ULS1

ULS2

ULS3

ULS4

ULS5

ULS6

Total

% Resp. 1 e 2 % Resp. 4 e 5

92

4.1.2.2 -Análise da concentração respostas - Comparação entre ULS

Concentração de respostas – Dimensão Normativa

47%

4%

38%

50%

38%

26%

30%

28%

73%

20%

18%

34%

37%

39%

ULS1

ULS2

ULS3

ULS4

ULS5

ULS6

Total

% Resp. 1 e 2 % Resp. 4 e 5

93

4.1.2.2 -Análise da concentração respostas - Comparação entre ULS

Concentração de respostas – Dimensão Financeira

42%

26%

40%

48%

37%

39%

38%

21%

29%

12%

24%

22%

23%

22%

ULS1

ULS2

ULS3

ULS4

ULS5

ULS6

Total

% Resp. 1 e 2 % Resp. 4 e 5

94

4.1.2.2 -Análise da concentração respostas - Comparação entre ULS

Concentração de respostas – Dimensão Sistémica

48%

23%

47%

54%

42%

46%

42%

19%

42%

12%

17%

24%

20%

23%

ULS1

ULS2

ULS3

ULS4

ULS5

ULS6

Total

% Resp. 1 e 2 % Resp. 4 e 5

95

4.1.2 -Análise da concentração de respostas – Comparação entre ULS

A comparação entre os resultados obtidos em cada ULS permite concluir que a percepção de integração não é

semelhante em todas as realidades. Particularmente destacam-se os valores obtidos na ULS 2, a que apresenta um

maior nível de integração percebida considerando que 48% dos inquiridos nesta organização concentraram as suas

respostas nas opções 4 – Em grande parte aplicável e 5 – Totalmente aplicável e na ULS 4, a que registou um nível de

integração percebida inferior, considerando que 56% dos inquiridos nesta organização concentram as suas respostas

nas opções 1 – De modo nenhum aplicável e 2 – Só em pequena parte aplicável ;

Ao detalharmos a análise nos dois vectores de análise, dimensão e perfil de inquirido, pode-se resumir os resultados

mais significativos nas seguintes considerações:

No que diz respeito às dimensões:

•A ULS2 destaca-se por apresentar a melhor percepção de integração em todas as dimensões;

•A ULS 4 apresenta a maior concentração de respostas nas opções 1 – De modo nenhum aplicável e 2 – Só em

pequena parte aplicável em todas as dimensões;

•A ULS 3 regista a menor concentração de respostas nas opções 4 – Em grande parte aplicável e 5 – Totalmente

aplicável nas dimensões administrativa, financeira e sistémica;

Se analisarmos os resultados entre ULS em função do perfil de inquiridos, verifica-se que:

• Para todos os perfis, a ULS 2 destaca-se por apresentar sempre a melhor percepção de integração;

• Os administradores hospitalares da ULS 6 registam a pior percepção de integração;

• Os médicos de especialidades hospitalares e de clínica geral e familiar são os que registam um nível de percepção de

integração mais reduzido;

96

4.1.3 - Itens com respostas mais significativas (top 5) -Total ULS

Concentração de respostas – Nas 1 e 2ªs opções

Item Descrição Dimensão %

9 Na minha ULS, para cada doente é habitualmente atribuído um ―gestor do caso‖. Clínica 71 %

36O recrutamento e a selecção dos profissionais são actividades realizadas em função das

necessidades de todas as unidades funcionais da ULS.Administrativa 65 %

31

As secções administrativas (recursos humanos, contabilidade, aprovisionamento, etc ) são

únicas, encontram-se fisicamente concentradas e apresentam procedimentos uniformizados

para toda a ULS.

Administrativa 64 %

14 Existe um processo clínico único electrónico na minha ULS. Informação 62 %

37 Os profissionais prestam serviços e são treinados em várias unidades funcionais da ULS. Administrativa 61 %

Concentração de respostas – Nas 4 e 5ªs opções

Item Descrição Dimensão %

4A minha equipa de trabalho é constituída por profissionais com diferentes formações

académicas (enfermagem, técnicos de saúde, administrativos, auxiliares, etc).Clínica 71 %

21 Existe uma intranet comum a toda a ULS. Informação 52 %

23 Na minha ULS conheço os custos totais das principais patologias da área de influência. Financeira 49 %

22As principais demonstrações financeiras (Orçamento, Balanço, DR, DOAF, Analítica) são

elaboradas para toda a ULS.Financeira 47 %

27 A gestão de tesouraria das unidades funcionais é efectuada centralmente Financeira 46 %

97

- CAPÍTULO V -

Discussão, conclusões e

recomendações

98

5.1. - Discussão metodológica

A utilização do inquérito constitui uma metodologia indirecta de apuramento de níveis de integração de organizações de

saúde porque baseia o seu resultado na percepção dos seus profissionais. Trata-se de uma abordagem indirecta, não

factual, que pode incorporar o natural viés da opinião própria constituída a partir de uma semelhante realidade entendida

de forma distinta por cada indivíduo. Através do inquérito não se poderá em rigor aferir qual o nível de integração

correcto, são opiniões que poderão basear-se em experiências anteriores (positivas ou negativas), graus de motivação,

nível de colaboração e concordância com os órgãos de chefia e níveis de conhecimento organizacional distintos. Existe

todo um conjunto de condições e pré-disposições que poderão influenciar as respostas obtidas. É também apontada

como desvantagem a sua carga administrativa significativa, não sendo de obtenção automática.

Para além das características individuais que poderão influenciar as respostas obtidas, importa também salientar que o

diferente historial do caminho percorrido para a integração vertical de cuidados de saúde ocorrido na realidade

portuguesa pode também influenciar a maturidade da organização e consequentemente as expectativas dos seus

profissionais face ao processo. O nível de inteligibilidade/ experiência dos profissionais será proporcional às expectativas

e exigência no nível de resposta alcançado, isto é, os diferentes timings do processo de integração poderão estar a

influenciar as percepções dos entrevistados.

Contudo, existe também um conjunto de argumentos que poderão ser usados de forma inversa, como: i) a resistência à

manipulação (gaming) de dados, a necessária participação de um conjunto alargado de diferentes profissionais dissemina

o risco de respostas tendenciosas, ou seja, um valor amostral significativo ameniza as possíveis respostas particulares ou

tendenciais (―yes men”) mostrando padrões ou tendências gerais sobre a realidade encontrada; ii) tratar-se da

metodologia mais utilizada pelos estudos realizados anteriormente em contexto internacional; iii) não depender dos

actuais sistemas de informação; iv) após a sua validação, trata-se uma metodologia geralmente aceite sob o ponto de

vista científico; v) trata-se de uma metodologia aplicável no nosso contexto.

99

5.1.- Discussão metodológica

No âmbito de selecção do inquérito adequado para o objectivo do trabalho, optou-se por escolher o HSIS. Esta escolha

assentou fundamentalmente no facto de ser open source, ser identificada como uma experiência de referência nesta

matéria, coincidir estruturalmente com a revisão de literatura efectuada. De outra forma, a não replicação directa do HSIS

deveu-se sobretudo a duas razões fundamentais: ao facto de se dirigirem a contextos distintos (EUA e Portugal), por

exemplo as HMO americanas também apresentam o conceito de integração da função seguradora, conceito que

actualmente não é característico do nosso país; e porque até ao momento e de acordo com o estado de arte descrito na

validação de conteúdo de cada item foi necessário actualizar alguns conceitos face ao estudo HSIS original.

Neste contexto, importa referir que é bastante difícil (ou quase impossível) a tarefa de tipificar uma escala métrica que

permita saber qual a situação de cada organização prestadora de cuidados de saúde sob o ponto de vista da integração.

Conhecer realidades traduzidas por um ponto zero (ausência de total integração), cem (plena integração) ou qualquer

outro ponto da distribuição é uma realidade com um grau de subjectividade associado muito significativo.

A valorização da escala de Likert através de valores médios não é cientificamente válida, pois trata-se de uma relação

ordinal, onde as hipóteses de resposta não apresentam continuidade (2 não representa o dobro de 1). No entanto, este

argumento pode ser contestado através de três razões principais: i) uma escala de Likert com um número ímpar de

opções entende-se como simétrica pelo que a ―distância‖ entre as opções considera-se igual, podendo-se tratar como

uma variável contínua; ii) garante uma maior simplificação na apresentação de resultados; iii) o estudo original HSIS

também utilizou uma escala tipo Likert e recorreu a scores médios como forma de apresentação de resultados. Neste

relatório, o recurso a scores foi realizada em função da orientação da ACSS para o efeito, reeiterando os autores as fortes

limitações/ implicações decorrentes da utilização desta metodologia. Para análise dos dados foram consideradas as

proporções de resposta concentradas nas hipóteses 1 e 2 como sinónimo de não integração/ pouca integração e nas

hipóteses 3 e 4 como sinónimo de integração e forte integração. A hipótese 3 que poderá ser encarada como neutra não

foi atendida para análise de resultados.

100

5.1. - Discussão metodológica

O questionário utilizado como base para determinar o grau de integração apresenta um forte cariz técnico. Apesar de ter

sido disponibilizado um glossário de apoio para os termos que potencialmente criariam problemas de interpretação, e tal

como foi retratado no pré-teste efectuado, algumas das questões podem não apresentam uma resposta fácil, pois incluem

uma densidade conceptual que poderá não ser directamente captada pelo entrevistado.

Admitiu-se que toda a estrutura do EGIOS apresenta o mesmo nível de importância, ou seja, as dimensões contribuem

na mesma proporção para o processo de integração e por sua vez cada item também contribui de igual forma para a

respectiva dimensão em que se encontra incorporado. Este princípio poderá efectivamente não constituir uma verdade

absoluta mesmo porque poderão ser atribuíveis diferentes níveis de importância a cada uma das dimensões e items. Em

termos teóricos é admissível que a integração funcional clínica seja mais valorizada do que a dimensão relativa à

integração funcional administrativa.

No que respeita à aplicação do EGIOS, destinou-se apenas a órgãos de gestão e profissionais médicos, não cobrindo

outras profissões relacionadas com a prestação directa de cuidados de saúde. Dado o cariz multidisciplinar da prestação

de cuidados de saúde, reforçada numa perspectiva de integração de cuidados, justificar-se-ia a aplicação de um inquérito

relacionado com a percepção sobre o grau de integração a um conjunto alargado de diferentes profissionais que

constituem as equipas de trabalho. No entanto, optou-se pela inclusão destas três categorias pela seguinte ordem de

razões:

•Manutenção da metodologia do estudo original HSIS;

•Representatividade da dupla linha existente nas organizações de saúde, hierárquica e técnica;

•Em contexto de prestação em equipa mutidisciplinar de cuidados de saúde, a responsabilidade técnica das

intervenções efectuadas ao utente cabe ao médico que poderá neste âmbito actuar como um representante da

percepção de toda a equipa de trabalho;

•A possível aplicação de um critério de representação de outros profissionais, deveria incluir uma panóplia

relativamente ampla de técnicos que traria problemas de representatividade em áreas mais pequenas.

101

5.1.- Discussão metodológica

Ainda no que respeita à aplicação do inquérito, não foi considerado o nível terciário de prestação (cuidados continuados),

tendo sido apenas inquiridos colaboradores pertencentes aos cuidados primários e hospitalares. Contudo, o

enquadramento das unidades de cuidados continuados não se encontra explícito no contexto das ULS, sendo mesmo a

grande maioria das camas geridas por unidades externas às ULS.

De uma forma geral, cumpriram-se as etapas metodológicas geralmente aceites para desenvolvimento e aplicação de um

inquérito. A validação de conteúdo, .pré-teste, validade convergente/ discriminante, split half, alpha de Cronbach foram as

técnicas utilizadas e que permitem, perante os resultados alcançados, afirmar que o inquérito EGIOS constitui uma

ferramenta cientificamente válida para determinar o nível de integração percebido das organizações de saúde no nosso

país.

A análise relativa a certos grupos de inquiridos pode apresentar problemas de representatividade. Por exemplo os CA das

ULS apresentam um conjunto reduzido de respostas. As taxas de resposta globais por ULS e por grupo profissional

também são distintas, situação que pode reflectir-se nos resultados obtidos e conclusões aferidas.

Para além de constituir um instrumento de diagnóstico, duas externalidades podem ter resultado da aplicação do EGIOS

nas ULS: uma que consiste na possibilidade de considerar um guião para o processo de integração; outra que se reflecte

na capacidade de disponibilizar um conjunto estruturado de actividades de integração a muitos colaboradores das ULS.

No que respeita à aplicação do EGIOS, se por um lado apresenta o mérito de ser um instrumento pioneiro no nosso país

para avaliar a integração percebida de organizações de saúde, tendo permitido realizar um diagnóstico sobre o actual

ponto de situação de unidades verticalmente integradas, importa também referir por outro lado, que não existe

actualmente um termo de comparação efectivo. A comparabilidade com outros contextos articulados, realidades

internacionais, pontos de situação anteriores (em não integração ou já após a criação das ULS) ou ganhos em saúde

obtidos segundo o nível de integração, constituirão futuras linhas de investigação nesta temática.

102

5.2. - Conclusões

As principais conclusões a reter do presente estudo podem ser resumidas no seguinte conjunto de ilações:

•O processo de integração vertical de cuidados de saúde é estruturante e determinante para o sucesso das ULS a nível

nacional. É expectável de um maior nível de integração seja sinónimo de melhores superiores patamares de qualidade,

acesso e eficiência;

• Medir a integração não é um processo fácil, pela sua natureza intrínseca e pela dificuldade de aplicação de

metodologias que permitam esse propósito;

•O inquérito mostrou ser uma metodologia aplicável no nosso contexto, tendo particularmente o EGIOS demonstrado

constituir um instrumento válido para determinar o nível de integração de organizações de saúde;

• Segundo as respostas obtidas, existe uma percepção de integração reduzida nas ULS a nível nacional, com cerca de

41% do total de respostas a concentrarem-se no extremo relativo a falta de integração. Em termos pragmáticos isto

significa que ―ULS‖ não é sinónimo de ―integração‖, é sim uma forma organizacional cujos instrumentos de gestão

permitirão criar condições que no longo prazo permitirão ter unidades funcionais mais interligadas e coordenadas entre si;

• Apesar de existir uma maior percentagem de concentração de respostas nas opções relativas a uma moderada ou baixa

integração não se deverá também ignorar as respostas inversas. Ou seja, cerca de 70% das respostas concentram-se

nos extremos da distribuição, sendo que os restantes inquéritos não permitem ser conclusivos quanto ao nível de

integração existente;

103

5.2. - Conclusões

• As dimensões que apresentam uma menor integração percebida por parte dos profissionais da ULS são a informação e

a clínica. Por outro lado, foi reportado um maior nível de integração na dimensão normativa;

• Os resultados são distintos entre ULS, o que prenuncia diferentes níveis de integração em termos totais e em cada

dimensão analisada. Esta conclusão poderá encontrar explicação no facto da integração se caracterizar por ser um

processo tipicamente de médio e longo prazo. No futuro, os resultados em saúde obtidos nestes contextos deverão ter

em consideração esta conclusão;

•A partilha de experiências sobre o processo de integração de cuidados é uma condição importante no desenvolvimento

dos processos individuais. Esta constatação é reforçada pela existência de uma ULS a nível nacional que apresenta

resultados diferentes (tendencialmente mais desejáveis) face às restantes ULS, devendo as suas boas práticas ser

identificadas e eventualmente replicadas noutros contextos. Para que seja possível este benchmarking sugere-se a

criação de estruturas/ mecanismos encarregues por este ―laboratório ―de partilha de experiências;

• Os CA apresentam uma maior percepção de integração do que os seus colaboradores. Também os profissionais

hospitalares reportam na maior parte dos casos, maiores níveis de integração face aos colegas dos cuidados de saúde

primários (esta realidade só é contrariada na ULS5 e na ULS4);

• Se o rationale da integração se baseia no facto de uma melhor coordenação e interligação entre as diferentes unidades

funcionais permitir obter melhores resultados em saúde para as populações num determinado contexto geo-demográfico,

pode-se entender que um nível de respostas com menor integração percebida por parte dos CSP é sinónimo de que a

aposta estratégica de enfoque nos cuidados de primeira linha (promoção da saúde e prevenção da doença) ainda

constitui um desafio por resolver;

104

5.2. - Conclusões

• A consensualização de protocolos e guidelines clínicas, a implementação de planos de coordenação entre unidades

funcionais, a existência de equipas inter e multidisciplinares ou a estruturação da oferta de cuidados em programas de

gestão de doença são actividades que se mostraram particularmente deficitárias no âmbito da dimensão de integração

clínica. Também o recurso a gestores de caso se mostrou um procedimento inexistente no nosso contexto;

• Uma das conclusões mais salientes deste estudo é a falta de conhecimento por parte dos profissionais relativamente ao

ciclo de planeamento estratégico e operacional das actividades desenvolvidas nas suas respectivas unidades. O

desconhecimento da missão, visão, valores e objectivos foi uma das lacunas evidenciadas pelo EGIOS;

• O nível de conhecimento dos profissionais das ULS acerca do processo de integração pode-se considerar incipiente. A

título meramente exemplificativo, refira-se que se registou uma taxa de não resposta na dimensão financeira na ordem

dos 24% e que cerca de 41% dos profissionais não conseguem identificar correctamente qual a unidade de pagamento

preponderante nas ULS (capitação ajustada pelo risco);

• Dois items relativos à dimensão informação merecem particular relevo por se encontrarem em extremos opostos

relativos às respostas obtidas: ao mesmo tempo que parecem existir infraestruturas informáticas que garantem a

existência de redes de informação comum (intranets), não foi contemplada a informação relativa aos utentes;

• No processo de gestão da integração em cada ULS, destaca-se particularmente a necessidade de se proceder ao ciclo

de planeamento, execução, monitorização e avaliação. Segundo os objectivos intrínsecos do presente projecto, o

desenvolvimento de metodologias e instrumentos que auxiliem na monitorização e acompanhamento das actividades

relacionadas com a integração parece fundamental;

105

5.2. - Conclusões

• Nenhum dos items inseridos no EGIOS avalia a relação entre os recursos existentes e o seu contributo directo para a

integração (a revisão de literatura não apontou este caminho). No entanto, a incidência do processo de integração parece

não se dirigir para a necessidade de investimento em novas infra-estruturas, mas para um melhor funcionamento

(interligação e coordenação) dos recursos existentes;

• A ausência generalizada de sistemas de incentivos internos que permitam contribuir para uma coordenação entre os

níveis de cuidados foi um dos items que recebeu respostas menos positivas. Trata-se de um instrumento que todavia não

foi explorado pelas equipas de gestão das ULS;

• Mais do que diagnosticar em stricto senso o nível de integração percebido pelos profissionais, o EGIOS pode

apresentar–se como um instrumento de gestão estratégica das organizações, pois permite identificar as prioridades

estratégicas e operacionais a desenvolver pelas unidades;

• Este estudo deve constituir apenas o ponto de partida para a problemática da gestão do processo de integração vertical

de cuidados de saúde em Portugal. Outras linhas de investigação poderão no futuro prosseguir o estudo agora realizado.

Nomeadamente a aplicação do EGIOS em realidades articuladas, em contexto internacional, a atribuição de valorização

às dimensões e items utilizados ou mesmo a comparação dos níveis de integração obtidos com os resultados em saúde

alcançados.

106

5.3. - Recomendações

Como recomendações deste estudo destacam-se fundamentalmente:

1. A criação de uma equipa de gestão do projecto de integração em cada ULS que dinamize e coordene as

actividades a desenvolver no âmbito deste processo pode contribuir para encarar a integração como um

processo fundamental e não paralelo ao funcionamento ordinal das ULS. Implicitamente a esta recomendação

encontra-se a necessidade de implementar um processo de monitorização e acompanhamento específico do

processo de integração que seja aplicado de forma sistemática;

2. A existência de mecanismos estruturados a nível nacional que permitam a partilha de processos e/ou

actividades que foram aplicados em realidades integradas nacionais ou internacionais com sucesso. O reporte

de um maior nível de integração por parte de uma ULS deverá ser devidamente considerado e partilhado com

as restantes ULS. As boas práticas de integração poderão ser um motor de desenvolvimento de boas práticas;

3. Em termos estratégicos, a concentração de esforços das ULS deverá direccionar-se para as dimensões clínica

e informação. Estas são efectivamente as dimensões onde a literatura identifica maiores ganhos potenciais ao

nível do processo de integração e onde foram alcançados os menores níveis de integração;

4. Há margem para no curto prazo, ser melhorado o nível de integração nas dimensões financeira, administrativa

e sistémica. É nestas dimensões que poderão ser obtidas as quick wins;

5. Deverão ser criados sistemas de incentivos internos focalizados na coordenação entre as unidades orgânicas,

instrumento que representa uma potencialidade que continua por explorar nas ULS;

6. Uma melhor política de comunicação e envolvimento dos profissionais no processo de integração. Parece

existir um distanciamento significativo entre a realidade reportada pelos CA e seus colaboradores, que

sinalizaram um desconhecimento generalizado pelos instrumentos de planeamento estratégico e operacional

das ULS. A criação de uma cultura de integração nos profissionais é critica para a interligação e coordenação

das unidades funcionais;

107

5.3. - Recomendações

7. Sendo a dimensão informação aquela onde foi obtido um menor nível de integração, a aposta particularmente

na aplicação de um processo clínico único electrónico é crítica para garantir o continuum de cuidados prestados

aos utentes;

8. Se à partida a orientação das actividades de integração das ULS já deveria focalizar-se essencialmente nos

cuidados de primeira linha prestados à população, de acordo com os resultados obtidos neste estudo, torna-se

importante reiterar esta prioridade estratégica;

9. Recomenda-se o desenvolvimento desta linha de investigação como suporte ao conhecimento criado sobre

integração vertical de cuidados de saúde. O presente estudo deve constituir apenas o ponto de partida para a

problemática da gestão do processo de integração vertical de cuidados de saúde em Portugal. Outras linhas de

investigação poderão no futuro prosseguir o estudo agora realizado, nomeadamente: a aplicação do EGIOS em

realidades articuladas, em contexto internacional, a atribuição de valorização às dimensões e items utilizados

ou mesmo a comparação dos níveis de integração obtidos com os resultados em saúde alcançados;

108

BIBLIOGRAFIA

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