programa sp especial

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Dr. Manuel Pizarro, internista: www.newsfarma.pt Jornal de Saúde Pública, agosto de 2013, é uma publicação com distribuição gratuita. “Como instituição de ‘topo’ para o Norte de Portugal, recebe dos ou- tros hospitais as patologias mais raras e as situações mais complexas”. Pág. 9 “O principal objetivo das instituições de saúde é que os interesses da população sejam bem defendidos, quer no Porto, quer nas restantes regiões do país.” Pág. 10 IPO Porto, hospital de topo Acesso à saúde de qualidade ARS e a Saúde Pública Edições “Muitas das instituições de referência do país localizam-se no Porto” “A atividade de saúde pública é pouco percebida pelos cidadãos e até pelas instituições, apesar das suas importantes, significativas e legais funções.” Pág. 6 A qualidade e a excelência dos serviços e instituições de saúde do Norte são uma evidência. As palavras de Manuel Pizarro vão ao encontro de um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública, que dá ao Porto nota máxima. Dr. Rui Cernadas Dr. Laranja Pontes Dr. Luís Portela SAÚDE Pública JORNAL de Edição Norte Pág. 4

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Edição especial do Jornal Saúde Pública

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Page 1: Programa sp especial

Dr. Manuel Pizarro, internista:

www.newsfarma.ptJornal de Saúde Pública, agosto de 2013, é uma publicação com distribuição gratuita.

“Como instituição de ‘topo’ para o Norte de Portugal, recebe dos ou- tros hospitais as patologias

mais raras e as situações mais complexas”. Pág. 9

“O principal objetivo das instituições de saúde é que os interesses da população sejam bem defendidos,

quer no Porto, quer nas restantes regiões do país.” Pág. 10

IPO Porto, hospital de topo

Acessoà saúde de qualidade

ARS e a Saúde Pública

Edições

“Muitas das instituições

de referência do país

localizam-se no Porto”

“A atividade de saúde pública é pouco percebida pelos cidadãos e até pelas instituições, apesar das suas

importantes, significativas e legais funções.” Pág. 6

A qualidade e a excelência dos serviços e instituições de saúde do Norte são uma evidência. As palavras de Manuel Pizarro vão ao encontro de

um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública, que dá ao Porto nota máxima.

Dr. Rui Cernadas Dr. Laranja Pontes Dr. Luís Portela

SAÚDEPública

JORNAL de

Edição Norte

Pág. 4

Page 2: Programa sp especial
Page 3: Programa sp especial

Os hospitais do Norte estão no “topo”. Se-gundo um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública, que avaliou 44 hospitais em 17 grupos de doenças, constatou-se, mais uma vez, que o Centro Hospitalar São João, no Porto, foi considerado, pelo terceiro ano consecutivo, o melhor do país.

O Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto é o local onde os doentes onco-lógicos são tratados com maior rapidez, enquanto o Santo António apresenta dos índices de mortalidade esperada mais baixos da Península Ibérica e é o que mais investe em investigação.

De acordo com um recente relatório de benchmarking da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), no São João, um doente padrão custa 2613 euros, o valor mais baixo entre as instituições de grande dimensão.

Além de resultados de excelência, estas três unidades hospitalares têm em co-mum o facto de serem geridas por mé-dicos e também o de serem pioneiras na compra conjunta de medicamentos. Ao longo desta edição especial do Jornal de Saúde Pública terá oportunidade de conhecer a opinião de responsáveis de grandes instituições de saúde do Norte.

É de salientar que, na Saúde o Porto já é capital, não só devido ao facto de ter os melhores e mais eficientes hospitais, como também por poder contar com o conhecimento clínico e científico de inú-meros especialistas que se formaram na cidade do Porto e partilharam todo o seu conhecimento mundo fora.

EDITORIAL SUMÁRIO

Hospitais do Norte 4 Dr. Manuel PizarroSetor da Saúde é essencial para o Porto

6 Dr. Rui CernadasO Porto e o Norte.A ARS e a Saúde Pública

7 Prof. António FerreiraNorte lidera todos os rankings

8 Dr. Fernando Sollari AllegroO Norte tem indicadores de saúde sobreponíveis aos de outras regiões

9 Dr. Laranja PontesIPO PortoUma instituição de “topo”

10 Dr. Luís PortelaOs portugueses têm acesso a serviços de saúde de qualidade

11 Dr. Victor Correia da SilvaNa Saúde, o Porto já é capital

12 Prof. Daniel Serrão Porto, uma boa resposta em Saúde

12 Prof. José Pinto da Costa Instituições de Saúde são referência a nível nacional

13 Prof. Germano de Sousa Ao serviço dos doentes e dos médicos

14 Dr. Fernando Pinto SPH com delegação na Invicta

14 Espaço dos doentes... “ + pelos Doentes “

JORNAL DE SAÚDE PÚBLICA PATROCINADORES

Os mais eficientes a nível nacional

É de salientar que, na Saúde, o Porto já é

capital, não só devido ao facto de ter os melhores

e mais eficientes hospitais, como também

por poder contar com o conhecimento clínico e científico de inúmeros

especialistas que se formaram na cidade do

Porto e partilharam todo o seu conhecimento

mundo fora.

agosto 2013 | Saúde Pública | 3

Diretora: Paula Pereira ([email protected]) Assessora de Direção: Helena Mourão ([email protected])

Diretor Comercial: Miguel Ingenerf Afonso ([email protected]) Assessora Comercial: Sandra Morais (sandramorais@

newsfarma.pt) Diretora de Publicidade: Conceição Pires ([email protected]) Gestores Comerciais: Diogo Camilo

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Fax 21 043 59 35, [email protected], www.newsfarma.pt Jornal de Saúde Pública é um projeto da News Farma. News

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28320 Pinto Madrid, España. Nota: A reprodução total ou parcial de textos ou fotografias é possível, desde que indicada a sua

origem (News Farma) e com autorização da Direção.

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ENTREVISTA

A saúde é uma das áreas que o Dr. Manuel Pizarro, internista, privilegia. Internacionalizar a prestação de cuidados de saúde, criar um programa de educação para a saúde e apoiar os idosos que vivem isolados são algumas das suas prioridades.

Setor da Saúde é essencial para o Porto

O Dr. Manuel Pizarro considera que “o peso do setor da Saúde no Porto é muito importante”. O médico sublinha a tradição de ensino universitário na área da saúde, que remonta ao século XIX. Por outro lado, “muitas das instituições de referência do país

localizam-se no Porto, quer se tra-te de hospitais públicos como o S. João, o Centro Hospitalar do Porto ou o IPO, quer de organizações de iniciativa privada e social”.O ex-secretário de Estado da Saú-de lembra que “uma grande parte da investigação biomédica de ele-

vado impacto nacional e interna-cional está sediada nas instituições do Porto – Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universi-dade do Porto (IPATIMUP), Institu-to de Biologia Molecular e Celular (IBMC), Instituto de Engenharia Biomédica (INEB) –, assim como

noutros pólos de investigação as-sociados diretamente às próprias universidades ou aos grandes hos-pitais prestadores de cuidados”.O especialista considera que a requalificação e modernização das unidades de prestação de cuidados de saúde do Porto, que

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O Dr. Manuel Pizarro sempre residiu no Porto, cidade onde casou e teve uma filha. É licenciado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP). É especialista em Medicina Interna e assistente hospitalar graduado no Hospital de São João. Foi membro da Assembleia Municipal do Porto e vereador sem pelouro atribuído na Câmara do Porto entre 2005 e 2008. Em 2005, foi eleito deputado pelo círculo do Porto e entre 2008 e 2011 assumiu o cargo de secretário de Estado da Saúde. Enquanto membro do Governo, esteve diretamente associado a impor-

tantes investimentos nos equipamentos de saúde da cidade e da região, com destaque para o Centro Materno Infantil, cuja construção se iniciou após duas décadas de avanços e recuos, do Centro de Reabilitação do Norte, do novo Centro de Cirurgia de Ambulatório no Hospital de Santo António, do Centro de Radioterapia do IPO / Porto, o maior na Penínsu-la Ibérica, e das obras de renovação do Hospital de S. João. Ao mesmo tempo, assumiu várias decisões que melhoraram os equipamentos dos Centros de Saúde, com a construção de novas instalações e a instalação de múltiplas Unidades de Saúde Familiar (USF). Ocupa os tempos livres a ler e a conviver com a família e os amigos.

O Porto, a medicina e a política

tem vindo a ser feita, é importante para melhorar a resposta aos cida-dãos da cidade e da região, mas também para abrir horizontes na internacionalização da prestação de cuidados de saúde. Uma pers-petiva que tem sido abordada por outras instituições, como o Health Cluster Portugal – pólo de competitividade da saúde que agrupa mais de 100 organizações da saúde portuguesas e está se-diado no Porto.Também por isso, o Dr. Manuel Pizarro defende que “o Centro Ma-terno-Infantil deve ser concluído e inaugurado o mais depressa possí-vel” e que é preciso “concretizar os projetos para melhorar a rede de Centros de Saúde, nomeadamen-te em Ramalde (bairro das Campi-nas) e em Campanhã (antiga Esco-la do Cerco do Porto)”.O Dr. Manuel Pizarro defende que o município pode ter um papel muito importante na saúde em áreas onde o Serviço Nacional de Saúde (SNS), “por muito capaz que seja, nunca conseguirá dar uma resposta total”, com destaque para a educação para a saúde. “Os ris-cos para a saúde, como a hiperten-são arterial, a diabetes e o excesso de peso, estão profundamente relacionados com os hábitos de vida, sendo que um em cada cinco adultos fuma e que 30% das crian-ças têm excesso de peso”, afirma.

Defende ainda a existência de um programa de educação para a saú-de que incida sobre a nutrição. “A Câmara tem enormes responsabi-lidades, desde logo porque as can-tinas das escolas de ensino básico estão a seu cargo.” O exercício físi-co, a educação para a saúde oral e para a sexualidade são outras das áreas em que promete apostar, nesse grande programa de educa-ção para a saúde nas escolas.No seu entender, “as crianças e os jovens podem ser o indutor, mesmo junto das suas famílias, da mudança de comportamentos” e podem “atrair os pais e os familia-res à escola e recuperar a ideia da escola como ‘centro da vida comu-nitária’ ”. Uma das grandes preocupações do Dr. Manuel Pizarro é o proble-ma do isolamento das pessoas idosas. O Porto tem 55 mil cida-dãos com mais de 65 anos de ida-de, sendo que 60% destes vivem isolados. “Precisamos de encon-trar mecanismos que combinem apoio social com apoio de saúde”, afirma, referindo que a “autarquia pode servir de estímulo à ligação entre o sistema de saúde formal e as instituições particulares de solidariedade social no desenvol-vimento de pequenas equipas que acompanhem as pessoas que vivem isoladas e que tenham ne-cessidade desse apoio”.

Uma das grandes preocupações do Dr. Manuel Pizarro é o problema do isolamento

das pessoas idosas

O Dr. Manuel Pizarro defende que “o Centro Materno-Infantil deve ser concluído e inaugurado o mais depressa possível” e que é preciso “concretizar os projetos para melhorar a rede de Centros de Saúde.

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A atividade de saúde pública é pouco percebida pelos cidadãos e até pelas instituições, apesar das suas importantes, significativas e legais funções e missão, entre as quais se contam a de Autoridades de Saúde, as de Observatório Local de Saúde, a de vigilância epidemiológica e investigação de surtos epidémicos, a de participação em programas de grande impacto, como os da vacinação, saúde oral e escolar, saúde ocupacional, entre outros.

O Porto e o Norte. A ARS e a Saúde Pública

Dr. Rui CernadasVice-presidente do Conselho Diretivo da ARS Norte

O desenvolvimento destas competências en-volve profissionais diversos como médicos de saúde pública, enfermeiras especialistas, matemáticos, técnicos de saúde ambiental e laboratórios, motoristas, assistentes técnicos e operacionais…O modelo de organização atual prevê e as-senta na base duma Unidade de Saúde Pú-blica (USP) por cada ACES (Agrupamento de Centros de Saúde). No território da ARS Norte (distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Vila Real, Bragança e concelhos dos distritos de Aveiro e Viseu) existem 24 USP.Em 2012, a ARS do Norte entendeu envolver mais extensamente a Saúde Pública na área da contratualização dos Cuidados de Saúde Primários, primeiro pela participação do De-partamento de Saúde Pública nas reuniões de contratualização externa, realizadas pelo De-partamento de Contratualização com os ACES,

e depois pelo desafio a que, em articulação com os Departamentos de Contratualização e de Estudos e Planeamento, construíssem uma proposta de indicadores regionais de contra-tualização interna das Unidades de Saúde Pú-blica dos ACES da região Norte, a serem utiliza-dos já no ano de 2013 e a título experimental.Após este trabalho conjunto e ouvidos os Co-ordenadores das USP da região, foi elabora-da uma proposta de indicadores regionais e respectivas caracterizações que mereceu, em março passado, a aprovação deste Conselho Diretivo. Entre estes indicadores incluem-se a implementação de planos locais de saúde, a investigação de casos de doença de declara-ção obrigatória, a gestão dos programas de vacinação e de saúde escolar e oral. Nesta altura, está concluída a contratualização destas USP para 2013, em todos os ACES, numa linha estratégica de consolidação dos CSP, de teste da robustez e interesse dos indicadores enquanto carteira de serviços a contratualizar futura e nacionalmente, e de comparabilidade e coerência.Todo este vasto e pioneiro trabalho foi remeti-do à Tutela como contributo para a institucio-nalização do processo global de celebração de contratos-programa com todas as unidades funcionais dos CSP. Para que este processo de contratualização, interna e externa, se desenvolva de uma for-ma eficaz, consequente e transparente, torna--se necessário que as USP estejam dotadas dos meios necessários para o exercício das suas atividades, em especial de um sistema de informação nacional para a Saúde Pública alargado e que contemple as necessidades de informação específicas.

Torna-se necessário que as USP estejam dotadas dos meios necessários para o exercício das suas atividades, em especial de um sistema de informação nacional para a Saúde Públicaalargado e que contemple as necessidades de informação específicas.

ARS NORTE

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HOSPITAL DE SÃO JOÃO

De facto, apesar do financiamento públi-co das instituições de saúde, analisados os anos de 2009 a 2012 (envolvendo governos liderados por partidos diferentes), ser mani-festamente inferior na região Norte (cerca de 740 € per capita), quando comparado com as regiões do Centro (cerca de 1.014 € per capita) e de Lisboa (1.005 € per capita), os resultados e os indicadores de saúde, to-mando como base os dados do INE de 2011, são francamente melhores (tanto no que concerne à mortalidade e morbilidade, como no que toca à produtividade dos profissionais e à rentabilidade dos meios disponíveis - que são, eles mesmos, mais escassos).Se bem que a explicação para este aparente paradoxo seja simples, a sua divulgação pú-blica é um ato temerário. Por isso mesmo não tem sido objecto de análise circunstanciada.A primeira e a mais importante razão para esta diferença prende-se com a distância a que as instituições do Norte se localizam do centro paroquial e endogâmico que governa o país. Os intocáveis, membros das diferentes “pa-róquias” de interesses, ligados a lideranças e “famílias” políticas informais ou institucionais, protegidos pelo conjunto endogâmico dos verdadeiramente poderosos, existindo tam-bém no Norte, são, de facto, em muito menor número. É, pois, mais fácil mudar e reformar as instituições, combater interesses corpora-tivos ilegítimos, substituir chefias que, egois-ticamente, mais não fazem do que fomentar o deserto competitivo em seu redor, e é mais fácil iniciar processos que promovam o en-volvimento dos profissionais na prossecução das estratégias de mudança.Portugal precisa de tomar consciência desta

Norte lidera todos os rankings

Prof. António FerreiraMédico

realidade e perceber que, mais do que discu-tir questões político-partidárias conjunturais, importa ultrapassar os bloqueios que os in-teresses da endogamia reinante permanen-temente colocam às absolutamente neces-sárias reformas do Estado e das instituições, do nosso modelo económico e social e das nossas “lideranças” políticas e institucionais (meros representantes, mais ou menos sub-servientes, dos referidos interesses).O Porto, se o quiser, poderá ter uma palavra, enquanto cidade e região, no fomento desse processo de mudança, tão necessário para a sobrevivência de Portugal.

Os resultados disponíveis e provenientes de várias fontes têm mostrado inequivocamente que, no que concerne à saúde (à semelhança de muitas outras áreas), o Norte e, em particular, o Porto surgem sempre na liderança de todos os “rankings”, sejam estes relativos à acessibilidade aos cuidados de saúde, ou relacionados com a produtividade dos profissionais, refiram-se à qualidade e excelência assistenciais, ou analisem a eficiência das instituições.

Apesar do financiamento público das instituições de saúde, analisados os anos de 2009 a 2012, ser manifestamente inferior na região Norte, quando comparado com as regiões do Centro e de Lisboa, os resultados e os indicadores de saúde, tomando como base os dados do INE de 2011, são francamente melhores.

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Centro Hospitalar do Porto

O Norte tem indicadores de saúde sobreponíveis aos de outras regiões

Dr. Fernando Sollari AllegroPresidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Porto

Quem olha de forma panorâmica para a Saúde em Portugal surpreende-se com as diferenças regionais encontradas. A Região Norte tem indicadores de saúde sobrepo-níveis às outras regiões do país, na mortali-dade infantil é de 3,3/mil contra 3,4/mil da média nacional, e na esperança média de vida de 79,2 anos contra 79,3 da média na-cional. Na lista de espera cirúrgica no Con-selho do Porto apresenta uma mediana do tempo de espera de 2,3 meses dentro do grupo dos quatro melhores distritos nacio-nais. Na cobertura de médico de família, na cidade do Porto, há quinze mil pessoas sem médico de família em duzentos e sessenta mil habitantes. Quando consideramos os indicadores de eficiência, tomando como fonte o benchmarking produzido pela ACSS, no grupo dos seis maiores hospitais do país, o Centro Hospitalar S. João é o mais

eficiente e o Centro Hospitalar do Porto é o terceiro dos seis. O Centro Hospitalar do Porto é o que apresenta menor demora média do grupo e também a maior taxa de ambulatorização cirúrgica. No que diz respeito à percentagem de cirurgias reali-zadas em tempo adequado, mais uma vez o Centro Hospitalar de S. João é o primeiro do grupo e o Centro Hospitalar do Porto o segundo do mesmo grupo. Por outro lado, sendo a zona Norte responsável pela saúde de 36,7% da população portuguesa recebe financiamento 33,88% do orçamento do Ministério da Saúde, ou seja, recebe me-nos duzentos e vinte e seis milhões de eu-ros para cumprir uma tarefa igual a outras regiões e com resultados em saúde iguais ou melhores. Com resultados inferiores, a região de Lisboa e Vale do Tejo recebe mais vinte por cento de orçamento do que a re-gião Norte. Daqui resulta um gasto anual em saúde, por habitante, de 714€ no Norte contra 858€ em Lisboa e Vale do Tejo. Gri-tante é o caso da Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULSN), que recebe 535€ por habitante, contra 643€ da ULS do Norte Alentejano, sem que se vislumbre qualquer razão significativa para tal situação. Com todas estas diferenças já existentes, esperá-vamos nós, dirigentes da saúde do Norte, que houvesse uma correção progressiva da situação. Puro engano. Em 2013, fomos sur-preendidos por um corte de 2,8% do nos-so orçamento, igual para todos, apesar do Ministério ter tido um aumento da dotação orçamental. Se todo o Serviço Nacional de Saúde trabalhasse com a eficiência da re-gião Norte, haveria uma redução de gastos de 790 milhões de euros, ou seja, seriam desnecessários cortes na Saúde.

Quando consideramos os indicadores de eficiência, tomando como fonte o benchmarking produzido pela ACSS, no grupo dos seis maiores hospitais do País, o Centro Hospitalar S. João é o mais eficiente e o Centro Hospitalar do Porto é o terceiro dos seis.

CENTRO HOSPITALAR DO PORTO

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Page 9: Programa sp especial

Dr. Laranja PontesPresidente do Conselho de

Administração do IPO PORTO

O Instituto Português de Oncologia do Por-to Francisco Gentil, EPE (IPO-Porto) iniciou a sua atividade, em 1974, como Unidade do Setor Público ligado ao Ministério da Edu-cação e, em 1983, passou a fazer parte do Ministério da Saúde, tendo-se tornado em dezembro de 2005, Entidade Pública Em-presarial.É uma Instituição altamente diferenciada, pertencente ao SNS, prestadora de cui-dados específicos na área de Oncologia. Como Instituição de “topo” para o Norte de Portugal, recebe dos outros hospitais as pa-tologias mais raras e as situações mais com-plexas. O IPO-Porto é o hospital que mais atividade cirúrgica a nível nacional tem no tratamento do cancro seguido do IPO de Lisboa, HUC e IPO de Coimbra. O IPO-Porto tem por missão principal a prestação de cuidados de saúde hospitala-res oncológicos à população, com a máxi-ma qualidade, humanismo e eficiência. Faz parte ainda da sua missão desenvolver ati-vidades de investigação, formação e ensino no domínio da Oncologia.Internacionalmente, integra e participa ati-vamente em diversas organizações interna-cionais em programas de investigação do cancro, nomeadamente EORTC e OECI.Ao longo dos anos, o IPO-Porto tem reali-zado um extenso investimento na inves-tigação. Oficialmente, em setembro de 2003, foi criado o Centro de Investigação (CI-IPOP), que agrega um conjunto de uni-dades de investigação, entre elas a Unidade da Genética do Cancro e a Unidade de In-vestigação Clínica.O Grupo da Genética do Cancro, liderado pelo Prof. Manuel Teixeira, MD, PhD, tem como objectivo caracterizar o padrão de hereditariedade e as alterações genéticas adquiridas que poderão estar na origem do cancro, marcadores tumorais, bem como compreender os mecanismos de progres-são do tumor e da resposta terapêutica.A Unidade de Investigação Clínica, dirigida

Instituto Português de Oncologia do Porto

Uma instituição de “topo”

pelo Dr. José Dinis, MD, tem como objetivo colaborar no desenvolvimento de terapêu-ticas mais eficazes para o cancro, designa-damente através da sua participação em ensaios clínicos multicêntricos, e apoia a maioria das Clínicas de Patologia do IPO--Porto, na sua participação em ensaios clínicos internacionais, nomeadamente em estudos promovidos pela EORTC e por outros grupos de colaboração, ou pela in-dústria farmacêutica.No contexto atual, a colaboração entre a unidade de genética do cancro e a uni-dade de investigação clínica sustenta por excelência, o processo de investigação de translação, quer pelo acesso a uma grande população de doentes e respetivos dados clínicos, quer pelo conhecimento detalha-do sobre as anomalias genéticas dos tumo-res individuais.Em 2012, o IPO-Porto participou em 162 ensaios clínicos, promovidos pela indústria farmacêutica ou outros grupos de colabo-ração, exclusivamente na área da Onco-logia, em que a Unidade de Genética do Cancro e a Unidade de Investigação clínica publicaram mais de 70 artigos. Em geral, o IPO-Porto recebe cerca de 10.000 novos doentes/ano, tem a sua ati-vidade centrada no doente, através das Clínicas de Patologia (onze), e proporciona uma assistência holística a todos os seus doentes.Desde 2010 que dispõe de um serviço de Radioterapia Externa, com 8 aceleradores lineares, que proporciona as condições técnicas de alta qualidade de tratamento.Pelo seu número de novos doentes admi-tidos e tratados, do prestigiado corpo de profissionais e da excelência de tecnolo-gias que põe ao dispor do SNS, o IPO-Por-to está com certeza entre os dez maiores Centros Europeus de Oncologia, susten-tado também na acreditação/certificação (CHKS – OECI) como Comprehensive Cancer Centre.

Em geral ,o IPO-Porto recebe

cerca de 10.000 novos doentes/ano, tem

a sua atividade centrada no doente, através

das Clínicas de Patologia (onze), e proporciona

uma assistência holística a todos os seus doentes.

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IPO PORTO

Page 10: Programa sp especial

“Os portugueses têm acesso a serviços de saúde de qualidade”“A saúde faz-se bem em Portugal. Os portugueses têm acesso a serviços de qualidade, há boa investigação e empresas competentes que, atualmente, estão focadas na internacionalização, com base nos bons serviços prestados no país”, considera o Dr. Luís Portela, presidente do Grupo Bial, a maior farmacêutica portuguesa, localizada no Porto.

Na opinião do Dr. Luís Portela, existem “excelentes” unidades de saúde de Norte a Sul do país, quer públicas, quer privadas, assim como empresas conceituadas. Na região Norte, o responsável destaca que existe um conjunto de empresas de dispositivos mé-dicos, nomeadamente de Penafiel, de Guimarães e do Porto, que exporta grande parte do que produz. Faz questão de realçar, ainda, três centros de investigação da Uni-versidade do Porto: o Instituto de Patologia e Imunologia Mole-cular da Universidade do Porto (IPATIMUP), o Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) e o Instituto Nacional de Engenharia Biomédica (INEB) que, segundo refere, “fazem investigação muito bem”. O Dr. Luís Portela aproveita para saudar o acordo estabelecido en-tre os referidos centros de investigação, com vista à criação de um grande centro de investigação, designado por Instituto de Investi-gação e Inovação em Saúde (I3S), que agregará os três institutos. “Nos tempos difíceis que se vivem na Europa e em Portugal, é im-portante procurar aproximar as instituições e racionalizar e reduzir os custos o mais possível”, considera.“O principal objetivo das instituições de saúde é que os interes-ses da população sejam bem defendidos, quer no Porto, quer nas restantes regiões do país”, afirma, acrescentando que o Grupo Bial procura criar boas relações com as mais diversas instituições da área da saúde – de investigação, hospitais e outras empresas. “Pro-curamos manter boas relações, independentemente da região onde estão”, conclui.

Na região Norte, existe um conjunto de empresas de dispositivos médicos,

nomeadamente de Penafiel, de Guimarães e do Porto, que exporta grande parte

do que produz.

ENTREVISTA

Dr. Luís Portela, presidente do Grupo Bial:

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Page 11: Programa sp especial

Na Saúde, o Porto já é capital

Dr. Victor Correia da SilvaDiretor Clínico do Hospital

CUF Porto

No entanto, muitos dos profissionais a exer-cer em Portugal, fizeram a sua formação no todo ou em parte fora, trazendo os conheci-mentos e práticas de países mais avançados, mesmo numa época em que constrangimen-tos de diversa índole na medicina pública e privada impediam a sua aplicabilidade plena.Ora, os tempos mudaram e não só a medicina pública como a privada melhoraram signifi-cativamente a qualidade e eficácia dos seus serviços, estando assim a par das práticas in-ternacionais.A criação de grandes unidades privadas como o Hospital CUF-Porto (HCP), com todas as valências e especialidades e devidamente equipadas, veio permitir à medicina privada posicionar-se como alternativa à pública, sen-do, em muitos casos, bem mais avançada.Consubstanciando o que acabamos de dizer, eis algumas das áreas que colocam o HCP bem na frente do que melhor se faz em Por-tugal e no mundo:

OtorrinolaringologiaNesta especialidade existe uma Unidade de Implantes Auditivos composta por otorrino-laringologistas, audiologistas, terapeutas de fala, geneticista e psicóloga, a qual se dedica à reabilitação da surdez infantil e adquirida. Presentemente, as crianças portadoras de surdez recebem implantes cocleares bilate-rais por volta dos 12 meses de idade, entram no programa de reabilitação auditivo-verbal, o que lhes poderá permitir ter, por volta dos 4 anos, um desenvolvimento linguístico seme-lhante a uma normo-ouvinte. Paralelamente, são colocados implantes osteointegrados, implantes ativos de condução óssea (os pri-meiros em Portugal), implantes ativos de ouvido médio e implantes híbridos ( a maior casuística nacional nestes 2 últimos tipos), permitindo assim cobrir quase todos os tipos e graus de deficiência auditiva.

Neurocirurgia• Monitorizaçãoneurofisiológicaintraopera-

tória: permite reduzir risco de lesões neu-rológicas na cirurgia da medula e de tumo-res cerebrais;

• Cirurgiaminimamenteinvasivadacoluna,com enormes benefícios para o doente;

• ColaboraçãomultidisciplinarcomaOncolo-gia Médica e a Radioterapia, para tratamento de tumores cerebrais;

• UnidadedeNeurocirurgiaPediátrica;• Utilizaçãodeendoscopiacerebralporrotina

nas situações em que está indicada.

Cirurgia Vascular• Cirurgiaminimamenteinvasivadaestenose

carotídea para prevenção do AVC, sob anes-tesia geral;

• Tratamento endovascular percutâneo doaneurisma da aorta abdominal;

• Cirurgia da hiperhidrose por toracoscopiaem ambulatório.

OncologiaRadioterapia perIoperatória no tratamento do carcinoma da mama.

Anestesiologia• Consulta da dor, com o objectivo de criação

de um hospital sem dor e grande volume de anestesia pediátrica e em cirurgias de grande complexidade nas diversas especialidades;

• Centro da Criança e do Adolescente com Hospital de Dia, onde são efetuados diversos tipos de tratamento em ambulatório ou in-ternamento.

Do que ficou exposto, poderemos dizer que, em Saúde, o Porto já é capital e pode ombrear com o que se faz de mais avançado noutras cidades de maiores dimensões.

A criação de grandes unidades

privadas como o Hospital CUF-Porto,

com todas as valências e especialidades

e devidamente equipadas, veio

permitir à medicina privada posicionar-se

como alternativa à pública, sendo,

em muitos casos, bem mais avançada.

Não obstante a medicina portuguesa sempre ter tido excelentes profissionais ao longo dos tempos, alturas houve em que os doentes portugueses recorriam ao estrangeiro, pelas mais diversas circunstâncias, seguindo o conceito de que “lá fora é que é bom…”.

agosto 2013 | Saúde Pública | 11

CUF PORTO

Page 12: Programa sp especial

FACULDADE DE MEDICINA PORTO

INSTITUTO DE MEDICINA LEGAL

As atividades de Saúde desenvolvem-se em qua-tro eixos principais, que são:• aeducaçãoparaestilosdevidasaudáveis• aproteçãodasaúde,públicaeindividual• odiagnósticoprecocedasdoenças,emespe-

cial Sida, tuberculose e cancro• otratamentohospitalareemambulatório.Em todos eles temos, no Porto, uma boa resposta.Nas Escolas secundárias acompanho diretamen-te, porque me convidam para dar palestras, o interesse dos professores em ajudar os alunos a fazerem as boas escolhas alimentares e a evita-rem o tabaco e o álcool. E a educação para uma sexualidade saudável.A Câmara e as Juntas de Freguesia são, ativamen-te, amigas da Saúde pública, tratando de esgotos e lixos de forma continuada. E, em relação aos idosos, algumas já estão certificadas como Ami-gas do Cidadão idoso. Nos seus numerosos Centros de Saúde e nas Uni-dades de Saúde Familiar, médicos e enfermeiros, têm em marcha programas de rastreio que tor-

Instituições de Saúde são referência a nível nacional

Porto, uma boa resposta em Saúde

Na Saúde o Porto já é uma referência há muito tempo na consagração de uma investigação científica cujo desenvolvimento o coloca nas lides cimeiras. A sua Universidade, a maior do País, alberga instituições dedicadas à saúde num conceito abrangente e contemporâneo, que são uma referência nacional.Citamos, entre outros, o Instituto de Patologia e Imunologia Molecular, o Instituto de Biologia Mo-lecular e Celular, o Instituto Nacional de Engenha-ria Biomédica que têm contribuído de forma sig-nificativa para o desenvolvimento e prestígio das ciências da área da saúde. As suas duas escolas de medicina, a Faculdade de Medicina, já centenária, e o Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Sala-zar que já fez as suas bodas de prata, são referên-cias nacionais e internacionais nesta área contri-buindo de forma significativa para a investigação

científica na área da Saúde. Foi no Porto que se instalou o único Banco Público de Gâmetas por-tuguês, no Centro Hospitalar do Porto, mais pro-priamente na Maternidade Júlio Dinis, dedicado à ajuda da infertilidade, problema de importância atual. A abrangência do conceito de saúde expli-ca também a criação do Centro de Investigação em Atividade Física, Saúde e Lazer da Faculdade do Desporto da Universidade do Porto que visa ligar a preparação física às questões de saúde.Os hospitais da área do grande Porto com os maiores índices de produtividade do País e me-nores gastos por doente quando comparados com outras áreas, dirigidos por uma ARS Norte que tem serviço de exemplo às restantes, fazem desta mui leal e invicta cidade do Porto uma re-ferência da saúde em Portugal e uma capital nesta área.

Prof. José Pinto da Costa Professor Catedrático

de Medicina Legal

Prof. Daniel Serrão Médico. Prof. Jubilado

da Faculdade de Medicina do Porto

nam possível um diagnóstico precoce, com evidente benefício para a percentagem de curas. O que até leva a poupanças significati-vas na medicina curativa hospitalar.A intervenção dos Hospitais no tratamento das situações de doença mais graves está ao nível de qualquer capital europeia.Quer o Hospital de S. João, quer o de San-to António, quer o Instituto de Oncologia praticam a melhor medicina com serviços de ponta como cardiologia, médica e de in-tervenção, gastrenterologia,neuro-cirurgia, transplantes de rim, fígado e coração, cirur-gia laparoscópica, infeciologia e pediatria médica e cirúrgica, entre muitos outros; em avaliações para ranking, mesmo com as crí-ticas que podem merecer os critérios, os ser-viços hospitalares portuenses estão sempre nos primeiros lugares. Sem dúvida o Porto é uma capital da cultura em saúde. Ninguém precisa de sair do Porto por motivos de saúde.

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Porto, uma boa resposta em SaúdeAo serviço dos doentes e dos médicos

Sem garantias de estabilidade por parte do Ministério da Saúde e com dificuldades económicas acrescidas, a grande maioria dos pequenos e médios laboratórios não conseguiu resistir à investida que podero-sos grupos financeiros fizeram no setor e, em poucos anos, a grande maioria destas unidades foi vendida a esses grupos. O Centro de Medicina Laboratorial, detido exclusivamente por médicos e liderado pelo Prof. Germano de Sousa, antigo Bastonário da Ordem dos Médicos, decidiu enfrentar essa investida e manter-se independente. Para isso ser possível, era necessário que o laboratório crescesse e se estendesse a todo o País. Assim o fez e, para tal, soube encon-trar e formar parceria com outros patologis-tas detentores de laboratórios, que decidi-

ram fazer esta difícil, mas digna caminhada e aceitaram fazer parte deste Grupo que, atualmente, integra e gere 14 laboratórios de Braga a Évora. A sua essência está em pertencer a um gru-po de médicos patologistas clínicos que co-locam os seus deveres éticos e deontológi-cos acima de qualquer outra consideração, designadamente económica, e cuja única obrigação é para com o seu doente. E essa obrigação consubstancia-se numa palavra: exercer com grande qualidade. Qualidade na tecnologia utilizada, qualidade no “back-ground” e formação académica do grupo de colaboradores que colocam a qualidade no centro do atendimento dos doentes. Qua-lidade na execução dos exames, qualidade na interpretação dos resultados e na infor-

mação e apoio prestado aos colegas clíni-cos. Por outro lado, estão constantemente atentos à inovação e à evolução da ciência médica em todas as suas especialidades. A título de exemplo, é o único laboratório que executa o teste PCa3, importante avan-ço no diagnóstico do cancro da próstata. Recentemente, pôs à disposição dos obste-tras e grávidas o Harmony PreNatal Test, que constitui o maior avanço na área dos testes Pré-Natais não invasivos, para o despiste das três principais Trissomias (T21, 18, 13), com uma taxa de deteção superior a 99%. O Centro de Medicina Laboratorial Germa-no de Sousa está representado no Porto, onde conta com um laboratório dirigido pela Dr.ª Luísa Vila Afonso, e diversos pos-tos de colheita no distrito.

CENTRO DE MEDICINA LABORATORIAL

Prof. Germano de Sousa, diretor do Centro de Medicina Laboratorial

O Centro prima pela qualidade na

tecnologia utilizada, qualidade no

“background” e formação

académica do grupo de colaboradores

que colocam a qualidade no centro do atendimento dos

doentes, qualidade na execução dos

exames. Qualidade na interpretação

dos resultados e na informação e apoio

prestado aos colegas clínicos.

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A Associação Portuguesa de Leucemias e Linfo-mas “trata por tu” a saúde, apostando no bem--estar dos doentes com patologias malignas do sangue e dos seus familiares. Graças à solidez de um projeto que se fortaleceu ao longo de doze anos, ao dinamismo do grupo e à eficácia das ações desenvolvidas, a “Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas” (APLL) tem dado um apoio incondicional aos doentes e familiares e escrito e reescrito a palavra esperança, enfren-tando, muitas vezes, lutas desiguais, sem esmo-recer. É o princípio de entreajuda, a crença de que o esforço pessoal pode fazer a diferença que move todas as iniciativas que envolvem doentes, sobreviventes e voluntários. As ações projetam--se nas campanhas de divulgação e em artigos de opinião sobre as doenças malignas do san-gue com o objetivo de enviar sinais de alerta e potenciar o diagnóstico precoce; revitalizam-se nos múltiplos eventos que a Associação dinami-za ao longo do ano, tais como o “Pedalar contra

“+ pelos doentes”

Dr. Fernando PintoPresidente da Sociedade Portuguesa

de Hipertensão (biénio 2013-2015)

A Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH), que foi fundada em 24 de junho de 2004 - Dia de S. João, o santo padroeiro do Porto e Braga e de várias outras localidades relevantes do norte do país - a partir da extinta Associação Portuguesa de Hipertensão, cedo reconheceu a importância de descentralizar as suas atividades com o ob-jectivo de cumprir a sua principal obrigação es-tatutária: “promover e divulgar o conhecimento, investigação, tratamento e profilaxia da Hiper-tensão Arterial”. Assim, pouco tempo depois de completar a aquisição de um local próprio para a sua sede em Lisboa, nasceu a firme intenção de procurar um espaço no Porto, que foi inicialmen-te consubstanciada através do arrendamento de um pequeno espaço para a Delegação do Porto sito na Av. da Boavista – uma das artérias mais emblemáticas da cidade do Porto. Para esta de-cisão muito contribuiu a perceção dos seus diri-gentes do excelente trabalho na área da Hiper-tensão Arterial (investigação, publicações, etc.) que tem sido desenvolvido no norte do país, sendo paradigmático que, dos três centros de excelência existentes em Portugal, dois estão no norte (Matosinhos e Guimarães) e só um está em

SPH com delegação na Invicta Lisboa (H. Santa Maria), a maioria dos médicos com o título de especialista europeu em hiper-tensão é do norte e quase todos os presidentes da Sociedade até à data estão de algum modo ligados ao Porto (naturalidade e/ou formação académica e/ou residência). Concomitantemen-te, deu-se início à procura de um espaço com a dignidade e sobretudo com a funcionalidade necessárias à prossecução das atividades da So-ciedade Portuguesa de Hipertensão, tendo sido decidido, em 2009, a aquisição de um espaço num edifício em construção, o que permitiu de-senhar os interiores à medida das necessidades. A Delegação do Porto da SPH, sita na R. Bessa Leite – uma das artérias mais usadas para entrar na Invicta - conta com um anfiteatro com capaci-dade para meia centena de pessoas, dotado das mais modernas técnicas de projecção, uma sala de reuniões para cerca de uma dúzia de pessoas e um gabinete para reuniões de 3-4 pessoas com maior intimidade, decorados de forma sóbria, mas muito funcional. Inaugurada em 2011, tem sido desde essa data usada regularmente quer para as reuniões dos corpos sociais, quer para reuniões de formação desenvolvidas e/ou pa-

trocinadas pela SPH, bem como para múltiplas outras atividades, tendo o ponto alto da sua uti-lização sido a escolha para acolher a cerimónia da tomada de posse dos atuais corpos sociais, em 19 de março do ano corrente, por pedido expresso do actual presidente, o que aconteceu pela primeira vez na ainda curta história da nos-sa sociedade.

SOCIEDADE PORTUGUESA DE HIPERTENSÃO

ESPAÇO DOS DOENTES

o Linfoma” (associado às comemorações do Dia Mundial Contra o Linfoma, cuja data é assinalada a 15 de Setembro de cada ano) que transporta a mensagem inequívoca de que a ajuda tem que vir de todos os braços e que “muitos” nunca serão “demais”; sobressaem no suporte emocional que é dado por profissionais, por voluntários e por sobreviventes aos doentes recentes, apostan-do numa terapia de esclarecimento e conforto e, ainda, no apoio financeiro aos doentes mais carenciados. Persistência e esperança são dois dos princípios que caracterizam uma ação mul-tifacetada perseguindo os grandes objetivos: de apoiar doentes e familiares; de promover even-tos (cumprindo o duplo objetivo de esclarecer e sensibilizar); de envolver instituições afins numa política de parcerias, criando um maior impacto na sociedade civil. Lá diz o velho adágio “ A união faz a força” e é nesse entrelaçar de esforços, na conquista de sócios e beneméritos do publico em geral que reside a esperança de conseguir

o suporte económico para o desenvolvimento dos projetos agendados para 2013. A APLL ambiciona que a mensagem que caracteriza o evento “Este Natal pensei em ti” extrapole o tempo e o espaço e toque o cidadão anónimo, transformando-se em “hoje, pensei em ti”. Espera assim que surjam novos sócios que ofereçam a garantia financei-ra que possibilite o apoio aos doentes mais carenciados. Espera ainda que as vozes dos sobreviventes, os seus testemunhos tragam a nota positiva, o sinal de esperança imprescin-dível a este grande projeto. A APLL persegue, como seria espetável numa Associação com este cariz humanitário, o grande objetivo de congregar um maior número de doentes, tor-nando-os seus associados. É no lema da atual direção da APLL “+ pelos doentes” que reside o espírito que mobiliza todos aqueles que acre-ditam que podem fazer a diferença.

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SPH com delegação na Invicta

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16 Medicina Interna Hoje