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PROGRAMA SABERES DA TERRA: Saberes Tradicionais e Educação Patrimonial em São João del-Rei e Região MARTINS, Mateus de Carvalho (1); HERMSDORF, Juliana de Oliveira (2); REZENDE; Maria Emília Barros (3) 1. Universidade Federal de São João Del Rei. Professor Adjunto do Departamento de Arquitetura, Urbanismo e Artes Aplicadas. Rua Inácio Rodrigues de Faria, 80/302, Vila Marchetti, São João del-Rei MG. CEP: 36307-228 [email protected] 2. Universidade Federal de São João del-Rei. Graduanda do Curso de Arquitetura e Urbanismo. Rua Marechal Deodoro, nº158, apto 301. Centro, São João del-Rei, MG, CEP: 36300-074 [email protected] 3. Universidade Federal de São João del-Rei. Graduanda do Curso de Arquitetura e Urbanismo Rua Frei Cândido, nº210, apto. 301. Fábricas, São João del-Rei, MG, CEP: 36301-196 [email protected] RESUMO Generalizando o termo Patrimônio Cultural, pode-se dizer que são costumes, saberes, técnicas e comportamento de um determinado grupo, que se agrupam e determina uma herança coletiva adquirida em uma determinada sociedade. E para que esses saberes sejam preservados é necessária a troca de conhecimento entre as gerações e a preservação do mesmo, por meio da documentação oral, escrita ou visual. Atuando em sua quarta edição, o Programa Saberes da Terra trabalhou com crianças e adultos da rede pública e particular de ensino, museus e moradores da cidade de São João del-Rei e região, resgatando as técnicas tradicionais construtivas, tais como o adobe, pau-a-pique e a tinta à base de terra. Para a quebra de preconceito, disseminação e conscientização acerca dessas bio técnicas ancestrais, foram desenvolvidas atividades teóricas e práticas para levantar o debate no que se diz respeito à educação patrimonial e a preservação. Num primeiro momento, foram realizadas discussões sobre o uso da terra como material construtivo, troca de saberes e, para a aplicação do conhecimento, desenvolveu-se oficinas práticas de adobe e tinta à base de terra. A sensibilização é uma das diretrizes para o desenvolvimento das atividades propostas, pois dessa maneira, comprovamos a necessidade e a importância de preservar e registrar o conhecimento vernacular. Embasando nos princípios de patrimônio, dessa maneira, o programa dissemina e concretiza o repasse da cultura desse tipo de prática bio-conceitual histórica. Palavras-chave: Educação Vernacular; Sensibilização; Patrimônio Cultural; Adobe; Tinta de Terra.

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PROGRAMA SABERES DA TERRA: Saberes Tradicionais e Educação Patrimonial em São João del-Rei e Região

MARTINS, Mateus de Carvalho (1); HERMSDORF, Juliana de Oliveira (2); REZENDE; Maria Emília Barros (3)

1. Universidade Federal de São João Del Rei. Professor Adjunto do Departamento de

Arquitetura, Urbanismo e Artes Aplicadas. Rua Inácio Rodrigues de Faria, 80/302, Vila Marchetti, São João del-Rei – MG. CEP: 36307-228

[email protected]

2. Universidade Federal de São João del-Rei. Graduanda do Curso de Arquitetura e Urbanismo. Rua Marechal Deodoro, nº158, apto 301. Centro, São João del-Rei, MG, CEP: 36300-074

[email protected]

3. Universidade Federal de São João del-Rei. Graduanda do Curso de Arquitetura e Urbanismo Rua Frei Cândido, nº210, apto. 301. Fábricas, São João del-Rei, MG, CEP: 36301-196

[email protected]

RESUMO

Generalizando o termo Patrimônio Cultural, pode-se dizer que são costumes, saberes, técnicas e comportamento de um determinado grupo, que se agrupam e determina uma herança coletiva adquirida em uma determinada sociedade. E para que esses saberes sejam preservados é necessária a troca de conhecimento entre as gerações e a preservação do mesmo, por meio da documentação oral, escrita ou visual. Atuando em sua quarta edição, o Programa Saberes da Terra trabalhou com crianças e adultos da rede pública e particular de ensino, museus e moradores da cidade de São João del-Rei e região, resgatando as técnicas tradicionais construtivas, tais como o adobe, pau-a-pique e a tinta à base de terra. Para a quebra de preconceito, disseminação e conscientização acerca dessas bio técnicas ancestrais, foram desenvolvidas atividades teóricas e práticas para levantar o debate no que se diz respeito à educação patrimonial e a preservação. Num primeiro momento, foram realizadas discussões sobre o uso da terra como material construtivo, troca de saberes e, para a aplicação do conhecimento, desenvolveu-se oficinas práticas de adobe e tinta à base de terra. A sensibilização é uma das diretrizes para o desenvolvimento das atividades propostas, pois dessa maneira, comprovamos a necessidade e a importância de preservar e registrar o conhecimento vernacular. Embasando nos princípios de patrimônio, dessa maneira, o programa dissemina e concretiza o repasse da cultura desse tipo de prática bio-conceitual histórica.

Palavras-chave: Educação Vernacular; Sensibilização; Patrimônio Cultural; Adobe; Tinta de Terra.

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4º Seminário Ibero-Americano Arquitetura e Documentação Belo Horizonte, de 25 a 27 de novembro

1. INTRODUÇÃO

A definição da palavra “patrimônio” vêm metarfoseando ao passar dos anos, dessa maneira,

atualmente consideramos patrimônio, a herança, os saberes e costumes de uma

comunidade ou instituição. Para Choay (2001), “em nossa sociedade errante,

constantemente transformada pela mobilidade e ubinquidade de seu presente, “patrimônio

histórico” tornou-se uma das palavras-chave da tribo midiática. Ela remete a uma instituição

e a uma mentalidade”. Entende-se que as obras arquitetônicas e as manifestações culturais

caracterizam um a organização e lhe atribuem valor de “Patrimônio Cultural”, uma vez que,

Cota (2013) define que “também é patrimônio cultural tudo aquilo que determinado povo

produz”.

Historicamente, somente depois da Segunda Guerra Mundial que os monumentos de

arquitetura vernacular, termo inglês para designar os edificios locais, foram considerados

Patrimônio Histórico pela Comissão dos Monumentos Históricos. Antes disso, eram

constitúidas como Patrimônio três grandes categorias: remanescentes da Antiguidade,

edificios religiosos da Idade Média e alguns castelos.

“Patrimônio Cultural” está intrinsecamente ligado à memória, uma vez que, engloba o que

entende-se por cultura de uma determinada sociedade ou grupo. Ele pode ser representado

pela transmissão de valores simbólicos tangíveis ou intangíveis, não apenas de forma

exclusivo, ele deve ser disseminado coletivamente. É somente a partir do conhecimento da

herança cultural da sociedade em que estamos inseridos e do reconhecimento da sua

identidade coletiva como identidade individual que entendemos a importância de se

preservar o que chamamos de patrimônio. O sentimento de pertencimento é chave para o

entendimento de patrimônio e a necessidade de difusão dos saberes colecionados nele.

No município de São João del-Rei encontra-se facilmente construções feitas de adobe, pau-

a-pique, taipa de pilão e com acabamento feito de tinta a base de solo. O que tornou

possível a sobrevivência destas construções durante centenas de anos foi a valorização e

preservação das mesmas por parte da população juntamente ao mercado imobiliário,

justificável pelos saberes tradicionais e a carga histórica que estas construções transmitem.

Porém, em pesquisa de percepção realizada na primeira edição do Programa Saberes da

Terra, revela que uma porcentagem significativa dos mnoradores de São João del-Rei e

Tiradentes não tinham conhecimento das técnicas tradicionais que consolidam a urbe,

apenas ouviram falar das origens históricas. Esse quadro denuncia a necessidade da

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educação patrimonial, a conscientização e promoção de conservação dos imóveis para

crianças, jovens e adultos.

Faz se necessário a diluição das barreiras que impedem a aproximação da população com

os órgãos competentes, para que assim todos estejam a par dos motivos pelo quais as

prefeituras, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, Instituto Estadual

do Patrimônio Histórico – IEPHA, Conselhos de Patrimônio, dentre outros grupos assumem

certas posturas frente ao patrimônio.

À vista disso, englobando diversas técnicas de arquitetura vernacular, a bioconstrução tem

como característica principal a preferência por materiais construtivos locais, pois dessa

forma diminui-se os gastos com transporte e fabricação. Utilizando de técnicas simples, e

muitas vezes milenares, a bioconstrução também pode ser chamada de autoconstrução, já

que as soluções para a construção dependem da criatividade do responsável e todo o

processo pode, ou não, ser coordenado por um profissional da área. A bioconstrução busca

sempre o máximo de aproveitamentos dos recursos disponíveis com o mínimo de impacto,

sendo comum o uso de águas pluviais, o reaproveitamento de resíduos além de fontes de

energia sustentáveis e, como foco do programa, a terra.

2. DESENVOLVIMENTO

Partindo de conversas, rodas de discussão e workshop sobre bioconstrução, o Programa

Saberes da Terra busca o despertar da consciência acerca do patrimônio cultural – frisando

a arquitetura vernacular – daqueles que são afetados de modo direto.

“A Educação Patrimonial é um instrumento de “alfabetização cultural” que

possibilita ao indivíduo fazer a leitura do mundo que o rodeia, levando-o à

compreensão do universo sociocultural e da trajetória histórico-temporal em

que está inserido” (HORTA, GRUMBERG e MONTEIRO, 1999).

A educação patrimonial pode ser aplicada em diferentes níveis de manifestações culturais e

conjunto de bens, como monumentos, parques, centros urbanos, área rural, manifestações

folclóricas, rituais religiosos e até mesmo processos de produção industrial ou/e artesanal.

Seja esta manifestação material ou não, se aplica a qualquer outra expressão resultante da

relação entre indivíduos e seu meio.

Partindo do princípio defendido por Voltaire (2008, p.432) de que o “proprietário de um

terreno cultiva melhor a sua terra do que quando esta pertence”, a conscientização do

patrimônio gera efeitos positivos na forma como determinado grupo se posiciona em relação

a sua própria cultura. Reconhecer o que está presente no dia a dia e perceber que é

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possível continuar esta tradição, fortalece o sentimento de pertencimento, colaborando com

a preservação cultural e manifestar o sentimento de coletividade. Dessa maneira, presume

que a sensibilização junto às comunidades e seu patrimônio auxilia a troca de conhecimento

e saberes entre os indivíduos, facilitando a compreensão do que é realmente importante

para a sociedade.

Em sua quarta edição, o Programa Saberes da Terra trabalhou com crianças da rede

pública e particular de ensino e moradores da cidade de São João del-Rei e Tiradentes

desenvolvendo atividades de educação patrimonial baseadas nos conceitos de preservação

cultural e bioconstrução.

Nesta edição do programa foi inserida nas discussões, a tinta à base de solo, de maneira

levantar questionamentos acerca do seu uso e os benéficios que a mesma possui como

meio sócio-sustentável e custo-benefício. Para a produção da tinta de solo é necessário

apenas terra, água e cola nas proporções de 1 por 1 por ½, respectivamente. A tonalidade

da tinta pode preservar a naturalidade da terra ou adicionar pigmentos naturais ora

industrializados. O preparo da mesma é relativamente rápido e simples, se feito em pequena

quantidade. Os participantes da oficina de capacitação após produzirem a tinta,

experimentam a textura, a cobertura, a tonalidade e a eficácia da terra em papeis para

aquarela ou, se possivel, em parede.

O principal objeto e produto de estudo, o adobe, é um material vernacular usado na

construção civil. É considerado um dos antecedentes históricos do tijolo de barro e seu

processo construtivo é uma forma rudimentar de alvenaria, usualmente feito manualmente.

São tijolos de terra crua, água, palha ou capim seco, e esterco seco, moldados em fôrmas

retangulares. Para chegar-se ao ponto da massa, coloca-se uma pequena quantidade da

massa na mão e ao virar a palma da mão para baixo, ela têm de resistir a gravidade por

mais de 5 segundos. Em seguida, coloca-se a massa nas forminhas, apertando ao máximo

para o ar da massa sair e garantir que a mesma não rache. O tijolo é desenformado e

colocado em sombra e protegido das intempéries, pois dessa forma, evita-se que o mesmo

trinque na secagem. O tempo médio para a secagem do tijolo é de 15 dias. O uso de fibras

naturais garante que durante a secagem do tijolo, ele não sofra rachaduras devido a

retração.

3. METODOLOGIA

O foco de ação do Programa Saberes da Terra são as comunidades de São João del-Rei e

região, objetivando o estreitamento das relações entre o acadêmico e o meio urbano no qual

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ele está inserido, pois ambas as partes possuem saberes que devem ser compartilhados.

Junto a comunidade foram realizadas diversas atividades acerca de educação patrimonial,

na quebra de pré-conceitos que rodeiam a arquitetura vernacular e biocontrução, além de

estimular o contato direto de crianças e adultos com a terra. Nesta edição foi proposto a

divisão das atividades em dois momentos: a parte teórica desenvolvida com base em

discussões e conversas guiadas, e a segunda parte, a prática do conhecimento adquirido

anteriormente, por meio das oficinas de adobe e tinta de solo.

No inicio da edição de 2014, as bolsistas juntamente com o orientador, participaram de

cursos que foram oferecidos pelo Museu da Arte Sacra da cidade de Tiradentes acerca das

diferentes técnicas de alvenaria histórica, como o pau-a-pique, adobe e taipa de pilão. A

procura pelo aprendizado de técnicas alternativas construtivas vêm do objetivo de expansão

do conhecimento e posteriormente, o ensino à comunidade. Além disso, como já foi

supracitado, introduziu-se o ensino de tinta à base de terra.

Diferente das edições anteriores, não foi estabelecido um programa rígido de locais no qual

seriam realizados os cursos. A primeira ação do Programa no ano de 2015, foi a

participação na “Semana de Museus” do Museu Padre Toledo em Tiradentes (Figura 3 e

Figura 2), no qual foram realizadas oficina de adobe para adultos e de tinta de terra para as

crianças. É claro, a inexistência de delimitação de faixa etária para participar das oficinas e

atividades desenvolvidas, pois acredita-se que a educação patrimonial e o saber acerca da

arquitetura vernacular deve ser disseminada a toda população, desmanchando as amarras

socio-econômicas e culturais.

Figura 1 – Oficina de tinta de terra no Museu

Padre Toledo, em Tiradentes-MG

Figura 2 – Oficina de adobe no Museu Padre

Toledo, em Tiradentes-MG

Fonte: Programa Saberes da Terra, 2014

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Uma atividade de destaque durante o ano corrido foi a participação do Programa Saberes

da Terra no Encontro Regional de Estudantes de Arquitetura – EREA Minas, espaço para

discussão acerca do construir arquitetônico e o resgate das técnicas tradicionais. E como

prática, foi realizado a pintura com a tinta de terra das casas do bairro Araçá, em São João

del-Rei (Figura 3 e Figura 4).

Figura 3 – EREA Minas: Encontro Regional de

Estudantes de Arquitetura. Pintura com tinta de

terra no Bairro Araçá em São João del-Rei

Figura 4 – Comunidade e participantes do EREA

Minas: Encontro Regional de Estudantes de

Arquitetura. Pintura com tinta de terra no Bairro

Araçá em São João del-Rei

Fonte: Programa Saberes da Terra, 2014

Um dos pontos marcantes no ano de 2014 foi a oficina realizada na Casa Lar na cidade de

São João del-Rei, local de abrigo provisório para crianças e adolescentes encaminhados

pelo Conselho Tutelar (Figura 5 e Figura 6).

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Figura 5 – Criança confeccionando um mini

adobe na Casa Lar, em São João del-Rei

Figura 6 – Mini tijolos de adobe feitos pelas

crianças da Casa Lar, em São João del-Rei

Fonte: Programa Saberes da Terra, 2014

Para entender a ordem cronológica – da teoria à prática – das atividades desenvolvidas no

Programa Saberes da Terra, dividi-se em seis partes aplicáveis para o questionamento da

produção arquitetônica no âmbito de bioconstrução. Essas etapas são apresentadas a

seguir.

3.1 OBSERVAÇÃO

Após apresentar rapidamente o Programa Saberes da Terra e a tipologia de construções do

periodo colonial, inicia-se a etapa no qual o cursante identifica uma construção na cidade

que seja considerado patrimônio cultural e que possivelmente utilizou das técnicas

construtivas tradicionais. É considerada sua função e as justificativas do tombamento do

imóvel; e por meio de conversa guiada pelas alunas bolsistas, destacam-se questões

relativas às técnicas construtivas tradicionais – adobe, pau-a-pique e tinta à base de solo. É

de importância destacar também a relevância histórica do monumento para a história da

cidade. A partir deste momento, inicia uma discussão acerca de educação patrimonial, a

relevância da preservação do patrimônio, o uso das técnicas milenares no sistema

construtivo atual e a inserção do indíviduo na herança cultural e papel social.

3.2 SENSIBILIZAÇÃO AOS VALORES

No decorrer da roda de discussão, é pautada a importância da autoconstrução e do sentido

de pertencimento ao lugar para materializar o genius loci por meio das vivências no espaço

construído. É evidenciado a questão energética emanada pela terra ressaída tanto em

estudos alternativos, medicinais, como na física; o poder que ela tem sobre nosso corpo.

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A produção dos materiais como etapa integrante do processo de construção nos

proporciona muito além do conhecimento dos materiais, mão de obra ou custo, a

importância do resgate cultural e troca de saberes.

Igualmente, a capacidade e beleza da autoconstrução, participando de todo o processo,

todo tijolo ou pintura faz-se especial. Os dois produtos podem ser trabalhados por pessoas

sem muitas especializações, sobretudo pela facilidade da produção e manuseio dos

elementos, realizados até por crianças, retomando um dos sintomas de inspiração: a

execução. A poesia de erguer algo, especialmente quando este se transforma em abrigo,

gera o reconhecimento do seu valor e a relação de pertencimento ao local, refletindo a

necessidade de conservação do patrimônio e o prazer de mantê-lo, passando esse costume

adiante, enraizando as tradições.

As atividades desenvolvidas são de caráter interdisciplinar, envolvendo a biologia,

psicologia, filosofia e arquitetura, entre outros. Desta forma, questionamos a maneira como

produzimos os nossos bens materiais e os impactos que os mesmos causam no meio

ambiente. A exemplo, temos a oficina de tinta de terra realizada com crianças do ensino

fundamental da Escola Estadual Tomé Portes del-Rei, no qual a discussão era a moradia

dos índios, inciada na disciplina de filosofia escolar, incluindo a troca de conhecimento com

o grupo de permacultura Yebá da Universidade Federal de Lavras – UFLA.

3.3 MEMORIZAÇÃO

Como descrita na teoria cognitiva de Jean Piaget, a fixação da sabedoria se dá de maneira

empírica, já que o conhecimento parte tanto do abstrato para o concreto quanto vice-versa.

Partindo desta premissa, é de suma importância a fixação dos saberes adquiridos e

transferidos num exercício prático.

Após as discussões acerca de patrimônio cultural, herança familiar, experiências com

técnicas alternativas são realizadas oficinas práticas de adobe e tintas à base de solo, em

especial as crianças para que, desde cedo possam aprender sobre as tradições construtivas

e as técnicas. Todo o material produzido pode ser levado para casa.

3.4 INTERPRETAÇÃO

Posteriormente à memorização, é instigada a capacidade de análise e julgamento crítico por

parte dos cursantes. A partir do momento que eles são incentivados a identificar a presença

destas técnicas nos bens edificados da cidade e no cotidiano, são aptas a examinar,

explorar e esquadrinhar o conteúdo tratado. Assim, são sensibilizados e tornam-se mais

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observadores à presença dessas técnicas na rotina, no trajeto diária, a viabilidade de aplicar

as técnicas atualmente, bem como o valor da edificação enquanto patrimônio cultural da

cidade.

3.5 APROPRIAÇÃO

É o reconheciemento do coletivo, o envolvimento afetivo, capacidade de apropriação, o

sentimento de pertencimento às tradições, a valorização do bem cultural e sua preservação.

Este conceito é o alicerce do programa, que trabalha com ensinamentos de técnicas

construtivas tradicionais à sociedade como forma de difusão destes saberes e assim

estimulando o reconhecimento destas técnicas como algo que lhe pertence e,

consequentemente, o que promove a preservação e continuidade do ensinamento dos

saberes e da herança cultural.

3.6 DISSEMINAÇÃO

Estágio ocorrente em dois âmbitos. A primeira pós-atividades do programa, na qual o

cursante, depois de entrar em comunhão com o assunto e se envolver com as técnicas

tradicionais de construção, se torna um importante meio de disseminação deste saber,

predominantemente entre as pessoas mais próximas de seu círculo social, como familiares

e amigos. Além disso, ele poderá dar continuidade à tradição desta técnica construtiva

através de suas gerações de forma oral, principalmente. Tornando possível o enraizamento

do saber popular e tradicional transmitida através das gerações.

A segunda trata-se de táticas desenvolvidas do programa, como a produção de materiais

para divulgação geral do trabalho. Entre eles, tem-se a produção de artigos, banners,

cartazes, camisetas, adesivos, folders para participação em eventos acadêmicos para a

disseminação entre a comunidade acadêmica e de São João del-Rei.

4. CONCLUSÃO

A preocupação acerca do resgate da herança coletiva, a conservação do patrimônio

arquitetônico, a educação patrimonial nas comunidades e a efervescência pela troca de

sabres conduziu a necessidade de definir conceitos e critérios para preservação e

continuidade da técnica vernacular construtiva, técnica milenar, além correlacionar às

preocupações de sustentabilidade, bioconstrução e permacultura no âmbito construção civil.

Na cidade de São João del-Rei, existe um centro histórico tombado pelo IPHAN, no qual

possui uma gama de edificações com técnica construtiva de alvenaria vernacular. Tais

imóveis ainda cumprem com o papel social no qual foi concebido com algumas alterações

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de uso, colocando em prova a resistência e longevidade do adobe, pau-a-pique, taipa de

pilão, a tinta a base de terra, e outros materiais que utilizam a terra como matéria prima. A

técnica, a tipologia construtiva e as características do entorno arquitetônico revelam a

cultura no qual a obra foi construída e o modelo de planejamento da época. Essas

alvenarias históricas – adobe, pau-a-pique, taipa de pilão e alvenaria em pedra – estão

inseridas no conceito de Patrimônio Cultural. O saber tradicional, desde o inicio do

Modernismo vem perdendo espaço no mercado em função da difusão de elementos

construtivos contemporâneos, como o concreto, o aço, vidro e os tijolos queimados, no qual

são considerados funcionais pela praticidade de produção deles.

Uma vez que estamos inseridos numa cidade onde as técnicas tradicionais construtivas são

facilmente detectadas e necessitam, além de cuidados especiais para sua preservação,

precisam de difusão do saber, cabe à Universidade, enquanto instituição baseada no

trinômio Ensino, Pesquisa e Extensão, desenvolver e apoiar atividades na comunidade local

que incentivem o pensar coletivo, as alternativas perante o funcionalismo e enquadro

Modernismo. A preservação destes bens intangíveis é de suma importância para a

disseminação futura do conhecimento, das tradições culturais e como alternativa construtiva

do habitar.

O Programa Saberes da Terra propõe o ensino desses saberes supracitados para

comunidades de São João del-rei e região para tentar resgatar o sentimento de

pertencimento a cidade, no qual pode se dizer que enfraqueceu com o esvaziamento do

centro, devido a especulação mobiliaria e o turismo.

Na segunda edição entre abril de 2012 e março de 2013, atuou na comunidade local,

principalmente com crianças da rede pública de ensino, desenvolvendo atividades de

educação patrimonial e reconhecimento das técnicas construtivas, visando à difusão e a

preservação destes conhecimentos a partir do processo de reconhecimento e valorização do

saber. Houve também atividades com moradores da cidade, destacando-se a oficina de

confecção de adobe com as crianças do bairro São Dimas, onde houve também a adesão

de adultos e foi possível realizar a troca de conhecimentos com pessoas que já tinham

contato com a técnica. O programa teve uma boa receptividade nas comunidades locais,

sendo avaliado de forma positiva tanto pela a coordenação da Escola Municipal Maria

Teresa, quanto pelos moradores do bairro São Dimas. Além da comunidade de São João

del Rei, foram ministradas oficinas em Tiradentes com jovens e crianças da região periférica

para ilustrar alternativas construtivas que podem ser aplicadas no ambiente em que elas

vivem.

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É valido destacar que o Programa Saberes da Terra vem desenvolvendo, em parceria com

outros grupos de extensões da Universidade Federal de São João del-Rei, atividades em

duas comunidades Quilombola, Jaguara e Palmital, localizadas no município de Nazareno-

MG, próximo a São João del Rei. Há nessas comunidades variações de terra entre branco,

rosa, roxo e amarelo. Esses solos estão sendo pesquisados e analisados através do

trabalho intitulado “Saberes da Terra – Tons dos Solos: Estudos, Produção e Avaliação de

Tintas à Base de Solos”. Esses solos, após analise, serão utilizados pelo Programa Saberes

da Terra para pintar junto aos moradores, as fachadas das casas.

Além disso, visto a necessidade de disseminação das técnicas alternativas construtivas no

meio acadêmico, foi ministrado no Encontro Regional de Arquitetura e Urbanismo – EREA

Minas, oficinas de adobe e tinta de solo, com o objetivo de levantar questionamento da

produção arquitetônica no campo construtivo. Pois, boa parte dos alunos desconhecem as

técnicas vernaculares e a necessidade de preservação e divulgação da mesma. De maneira

a garantir a transmissão de conhecimento para a comunidade e as gerações e, quebrar os

preconceitos acerca de bioconstrução e permacultura, interdisciplinaridade entre os campos

de arquitetura, biologia, filosofia, psicologia, entre outras.

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6. AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente à Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ); à PROEX

– Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitário; ao Departamento de Arquitetura,

Urbanismo e Artes Aplicadas – DAUAP, pela ajuda e disponibilização de técnicos e

laboratórios para a execução da parte prática da extensão. Também foi essencial para o

bom andamento do Programa, a autorização dos diretores dos locais que foram realizadas

as oficinas.