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1 PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO GESTÃO, INTERNACIONALIZAÇÃO E LOGÍSTICA PMPGIL ITAJAÍ 2019

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PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO – GESTÃO,

INTERNACIONALIZAÇÃO E LOGÍSTICA – PMPGIL

ITAJAÍ 2019

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL

EM ADMINISTRAÇÃO – GESTÃO, INTERNACIONALIZAÇÃO E LOGÍSTICA – PMPGIL

FRANCISCO JOSÉ SERRAN

QUALIDADE DE VIDA, GESTÃO E MATURIDADE DA CULTURA DE

SEGURANÇA NO TRABALHO: ESTUDO DE CASO EM UMA ORGANIZAÇÃO DE CELULOSE E PAPEL

ITAJAÍ 2019

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FRANCISCO JOSÉ SERRAN

QUALIDADE DE VIDA, GESTÃO E MATURIDADE DA CULTURA DE

SEGURANÇA NO TRABALHO: ESTUDO DE CASO EM UMA ORGANIZAÇÃO DE CELULOSE E PAPEL

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado Profissional em Administração: Gestão, Internacionalização e Logística da Universidade do Vale do Itajaí, como requisito à obtenção do título de Mestre em Administração.

Orientador: Profa. Dra. Anete Alberton

ITAJAÍ 2019

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FRANCISCO JOSÉ SERRAN

QUALIDADE DE VIDA, GESTÃO E MATURIDADE DA CULTURA DE SEGURANÇA NO TRABALHO: ESTUDO DE CASO EM UMA

ORGANIZAÇÃO DE CELULOSE E PAPEL

Esta dissertação foi julgada adequada para a obtenção do título de Mestre em Administração e aprovada pelo Curso de Mestrado Profissional em Administração: Gestão, Internacionalização e Logística da Universidade do Vale do Itajaí,

Área de Concentração: Gestão, Internacionalização e Logística

Itajaí, 08 de agosto de 2019

Profa. Dra. Dinorá E. Floriani Coordenadora do Programa

Banca Examinadora:

Profa. Dra. Anete Alberton UNIVALI – Orientadora

Profa. Dr. Jeferson Lana UNIVALI

Profa. Dra. Lizandra Garcia Lupi Vergara UFSC

Eng. Msc. Paulo Roberto de Oliveira AMBIENTEC/DIRETOR

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Esta dissertação é

dedicada aos meus pais Francisco (in memoriam) e Maria de

Lourdes que me ensinaram que a vida é edificada através

das nossas atitudes.

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar quero agradecer e dedicar esta dissertação aos meus pais, meu

filho e para a minha esposa. Sem o vosso apoio, compreensão e motivação não

teria conseguido atingir este objetivo. Sem esquecer da pequena Mel pela

harmonia que transcende.

Quero também agradecer a preciosa ajuda, apoio e disponibilidade de minha

orientadora Prfa. Dra. Anete Alberton. Por útimo o meu muito obrigado a todos os

Professores e colegas do Mestrado pela dedicação e apoio durante estes dois

anos e espero que esta dissertação sirva de motivação para os demais colegas.

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“Quando você se enxergar além de si mesmo você irá poder encontrar a paz da mente te esperando lá.”

(George Harrison)

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RESUMO

Cultura de segurança é um conceito frequentemente utilizado para descrever valores organizacionais compartilhados que afetam e influenciam atitudes e comportamentos das pessoas em relação ao bem-estar físico, mental e social, as condições ambientais e ao desempenho contínuo de saúde e segurança nos ambientes de trabalho de uma organização. Para apoiar as organizações na abordagem do nível de maturidade de segurança, a conjuntura vigente no que se refere à sua cultura de segurança, a fim de identificar áreas prioritárias, formular estratégias de melhoria apropriadas e determinar mudanças ao longo do tempo. A presente pesquisa tem como objetivo analisar o estágio de maturidade da cultura de segurança, considerando as práticas de gestão de saúde e segurança ocupacional e qualidade de vida no trabalho em uma organização de celulose e papel. De abordagem quantitativa, por meio de estudo de caso, utilizou-se dos meios bibliográficos e levantamento de campo para seu desenvolvimento. Os dados foram coletados por meio de aplicação de uma survey com base nos eixos temáticos Cultura de Segurança (Rodrigues, 2011), Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional (Oliveira, 2014) e Qualidade de Vida no Trabalho (WHOQOL, 1996). A amostra foi composta por 294 colaboradores de todas as áreas e níveis hierárquicos de uma empresa de celulose e papel localizada na região sul do Brasil. As análises estatísticas: demográficas, descritivas, correlação e análise fatorial foram desenvolvidas com apoio do software estatístico SPSS®. O modelo de maturidade teórico multi-estágio utilizado para mensurar a curva de maturidade das dimensões cultura de segurança, gestão de saúde e segurança ocupacional e qualidade de vida no trabalho, permitiu identificar que a empresa analisada se situa entre os Níveis 3 e 4 dentro da curva de maturidade. De forma consolidada, o valor médio obtido para a dimensão Cultura de Segurança, apresenta estágio mais elevado de maturidade (média de 4,21 pontos dentro da curva de maturidade), sendo classificado como Nível 4 - Melhoria Contínua Pro-Ativa. Os componentes Qualidade de Vida no Trabalho (média de 3,73) e Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional (média 3,44) foram classificados dentro da curva de maturidade como Nível 3 - Melhoria Contínua Dirigida para Meta. A partir dos resultados obtidos, a pesquisa contribui teoricamente para sintetizar o descompasso de pesquisas envolvendo este construto teórico no contexto da cultura de segurança em organizações com ambiente nocivo. Empiricamente, a pesquisa aponta que a organização pesquisada pode desenvolver métodos e ações para ampliar os estágios de cultura de segurança. Esta pesquisa pode ser reaplicada em outras empresas de diferentes portes e segmentos de mercado, pois todos os temas considerados neste estudo são inerentes a qualquer modelo de negócio, em especial aqueles com ambientes nocivos. Assim, recomenda-se que o modelo utilizado nesta dissertação seja utilizado como um importante instrumento de pesquisa e no gerenciamento de saúde e segurança ocupacional, contribuindo para o bom desempenho das operações e na prevenção de riscos ocupacionais, ampliando os níveis de cultura de segurança da organização. Palavras Chave: Cultura de segurança. Saúde e segurança ocupacional. Qualidade de vida no trabalho. Ambientes nocivos.

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ABSTRACT

Safety culture is a concept often used to describe shared organizational values that affect and influence people's attitudes and behaviours toward physical, mental and social well-being, environmental conditions, and the continuously healthy and safe performance in the workplace. In order to support organizations in addressing the level of safety maturity, it is necessary to measure the current situation with regard to their safety culture to identify priority areas, formulate appropriate improvement strategies and determine changes over time. This research aims to analyse the maturity level of the safety culture in a pulp and paper organization, considering the practices of health and occupational safety management and quality of life at work. Using a quantitative approach, through a case study, we used bibliographical media and field survey for the development of the study. The data were collected through a survey based on the themes of Safety Culture (Rodrigues, 2011), Occupational Health and Safety Management (Oliveira, 2014) and Quality of Life at Work (WHOQOL, 1996). The sample consisted of 294 employees from all areas and hierarchical levels of a pulp and paper company located in the southern region of Brazil. The statistical analyses - demographic, descriptive, correlation and factorial analysis - were developed with the support of the statistical software SPSS®. The multi-stage theoretical maturity model used to measure the maturity curve of the dimensions of safety culture, occupational health and safety management and quality of life at work, allowed us to identify that the analyzed company is located between Levels 3 and 4 within the maturity curve. On a consolidated basis, the average value obtained for the Safety Culture dimension, presents a higher stage of maturity (average of 4.21 points within the maturity curve), being classified as Level 4 - Continuous Pro-Active Improvement. The components Quality of Life at Work (average of 3.73) and Management of Occupational Health and Safety (average of 3.44) were classified within the maturity curve as Level 3 - Continuous Improvement Targeted. Based on the results obtained, the research contributes theoretically to synthesize the mismatch of research involving this theoretical construct in the context of safety culture in organizations with a harmful environment. Empirically, the research points out that the researched organization can develop methods and actions to expand the stages of safety culture. This research can be applied to other companies of different sizes and market segments, since all the themes considered in this study are inherent to any business model, especially those with harmful environments. Thus, it is recommended that the model used in this dissertation be used as an important research instrument and in the management of occupational health and safety, contributing to the good performance of the operations and the prevention of occupational risks, in turn, increasing the levels of safety culture in the organization.

Key words: Safety culture. Occupational health and safety. Quality of life at work. Harmful environments.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Aspectos das interações dinâmicas de cultura de segurança. ........................ 2928

Figura 2 – Modelo de interações recíprocas de cultura de segurança. ............................ 3029

Figura 3 – Modelo de maturidade através do processo de melhoria contínua. ..................... 34

Figura 4 – Modelo de maturidade de cultura de segurança.................................................. 36

Figura 5 – Modelo de maturidade cultural de segurança - MIRM ......................................... 38

Figura 6 – Setores com maior número de acidentes por ano no Brasil. ........................... 5354

Figura 7 – Modelo OMS para o desenvolvimento de ambientes de trabalho saudáveis ... 5657

Figura 8 – Esquema Visual da Pesquisa .......................................................................... 6465

Figura 9 – Método proposto para o estudo da Cultura de Segurança .............................. 7172

Figura 10 – Valores Médio – Dimensão Cultura de Segurança ............................................ 78

Figura 11 – Comparação entre pares do componente Participação dos Colaboradores ...... 79

Figura 12 – Valores Médio – Dimensão Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional ......... 83

Figura 13 – Valores Médio – Dimensão Qualidade de Vida no Trabalho ............................. 87

Figura 14 – Valores Médio Consolidados – Dimensões CS, GSSO e QVT .......................... 90

Figura 15 – Nível de maturidade dos componentes da Dimensão QVT ............................... 98

Figura 16 – Nível de maturidade dos componentes da Dimensão GSSO .......................... 103

Figura 17 – Nível de maturidade dos componentes da Dimensão CS ............................... 108

Figura 18 – Nível de maturidade consolidado das Dimensões CS, QVT e GSSO .............. 111

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Níveis de Impacto ............................................................................................. 35

Quadro 2 – Maturidade de Cultura ................................................................................... 3736

Quadro 3 – Definições em Saúde e Segurança Ocupacional ........................................... 4241

Quadro 4 – Elementos Requeridos – Sistema de GSSO ................................................. 4445

Quadro 5 – Categorias Conceituais de QVT .................................................................... 4647

Quadro 6 – Fatores de QVT ............................................................................................. 4748

Quadro 7 – Categorias Relevantes de QVT ......................................................................... 48

Quadro 8 – Aspectos da qualidade de vida no trabalho e sua relação com a saúde e

segurança ocupacional .................................................................................................... 5152

Quadro 9 – Técnicas de Análise ...................................................................................... 5556

Quadro 10 – Produçoes relevantes sobre cultura e maturidade de segurança. ............... 5859

Quadro 11 – Distribuição dos respondentes quanto a função por área de atuação ............. 73

Quadro 12 – Distribuição dos respondentes quanto ao nível de escolaridade por função .... 74

Quadro 13 – Distribuição dos respondentes quanto ao tempo médio de empresa e

permanência na função por área de atuação e sexo ........................................................... 74

Quadro 14 – Avaliação Descritiva da Dimensão Cultura de Segurança ............................... 77

Quadro 15 – Avaliação Descritiva da Dimensão Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional

............................................................................................................................................ 82

Quadro 16 – Avaliação Descritiva da Dimensão Qualidade de Vida no Trabalho ................ 86

Quadro 17 – Avaliação Descritiva das Dimensões CS, GSSO e QVT ................................. 89

Quadro 18 – Análise de Confiabilidade ................................................................................ 91

Quadro 19 – Testes de KMO e Barllett’s das dimensões 1 a 3 ............................................ 92

Quadro 20 – Matriz de Correlação ....................................................................................... 94

Quadro 21 – Nível de maturidade das Dimensões por Área ................................................ 96

Quadro 22 – Nível de maturidade das Dimensões por Função ............................................ 97

Quadro 23 – Nível de maturidade das Dimensões por Tempo de Empresa ......................... 97

Quadro 24 – Matriz de Componente Rotativa .............................................................. 147145

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LISTA DE ABREVIATURAS

AIEA - Agência Internacional de Energia Atômica

APR - Análise Preliminar de Risco

BDTD - Banco de Teses e Dissertações

CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior

CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

CS - Cultura de Segurança

DDS - Diálogo Diário de Segurança

EPC - Equipamentos de Proteção Coletiva

EPI - Equipamentos de Proteção Individual

FMEA - Failure Model and Effect Analysis

FTA - Failure Tree Analysis

GSSO - Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional

HAZOP - Hazard and Operability Studies

INSAG - Internacional Nuclear Safety Advisory Group

INSS - Instituto Nacional do Seguro Social

KPI’s - Key Performance Indicators

MIRM - Minerals Industry Risk Management

MTb - Ministério do Trabalho

MTE - Ministério do Trabalho e Emprego

NR’s - Normas Regulamentadoras

NRR’s - Normas Regulamentadoras Rurais

OHSAS - Occupational Health and Safety Assessments Series

OIT - Organização Internacional do Trabalho

OMS - Organização Mundial da Saúde

PAE - Plano de Ação de Emergência

PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional

PDCA - Plan-Do-Check-Act

PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

QVT - Qualidade de Vida no Trabalho

SCIELO - Scientific Electronic Library Online

SESMET - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho

SGSST - Sistema de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional

SIPAT - Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho

SPSS - Statistical Package for the Social Sciences

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SSO - Saúde e Segurança do Trabalho

TIC - Técnica do Incidente Crítico

WHOQOL - World Health Organization Quality of Life

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 1615

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMA DE PESQUISA ................................. 1615

1.2 OBJETIVOS .................................................................................................... 2120

1.2.1 Objetivo Geral ........................................................................................ 2120

1.2.2 Objetivos Específicos ............................................................................. 2220

1.3 RELEVÂNCIA CIENTÍFICA E PRÁTICA ......................................................... 2221

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ........................................................................ 2625

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................... 2826

2.1 CULTURA DE SEGURANÇA .......................................................................... 2827

2.2 MATURIDADE DE SEGURANÇA ................................................................... 3231

2.3 GESTÃO DE SAÚDE E SEGURANÇA OCUPACIONAL ................................ 4139

2.4 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO .......................................................... 4645

2.5 AMBIENTES NOCIVOS .................................................................................. 5251

2.6 CULTURA E MATURIDADE DE SEGURANÇA EM ORGANIZAÇÕES COM

AMBIENTE NOCIVO: PESQUISAS RELACIONADAS AO TEMA ........................ 5857

2.7 CONSIDERAÇÕES DO CAPÍTULO .................................................................... 63

3 METODOLOGIA ................................................................................................ 6665

3.1 NATUREZA E TIPO DE PESQUISA ............................................................... 6665

3.2 UNIDADE DE ANÁLISE .................................................................................. 6766

3.3 AMOSTRAGEM .............................................................................................. 6867

3.4 DIMENSÕES DE ESTUDO E INSTRUMENTO DE PESQUISA ..................... 6967

3.5 PROCEDIMENTOS, TÉCNICAS E SISTEMAS UTILIZADOS PARA ANÁLISE

DE DADOS ............................................................................................................ 7069

3.6 FLUXO DA PESQUISA ....................................................................................... 71

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ....................................... 7372

4.1 DADOS DEMOGRÁFICOS ............................................................................. 7372

4.2 ESTATÍSTICA DESCRITIVA DAS DIMENSÕES CS, GSSO e QVT .............. 7574

4.2 ESTATÍSTICA MULTIVARIADA DAS DIMENSÕES CS, GSSO e QVT ......... 9190

4.3 ANÁLISE DE MATURIDADE DE CULTURA DE SEGURANÇA, GESTÃO DE

SAÚDE E SEGURANÇA OCUPACIONAL E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO9594

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4.3.1 Nível de maturidade das dimensões CS, GSSO e QVT por área .......... 9695

4.3.2 Nível de maturidade dos componentes da dimensão QVT .................... 9897

4.3.3 Nível de maturidade dos componentes da dimensão GSSO ............. 103101

4.3.4 Nível de maturidade dos componentes da dimensão CS ................... 108106

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 112111

5.1 CONTRIBUIÇÃO DA PESQUISA ................................................................ 113112

5.2 LIMITAÇÕES E SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS .................. 117116

REFERÊNCI AS .............................................................................................. 120118

APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO ...................................................................... 140137

APÊNDICE B – ANÁLISE FATORIAL ............................................................... 147144

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16

1 INTRODUÇÃO

Neste capítulo introdutório, contextualiza-se a proposta do estudo, a qual é

composta por tema e problema de pesquisa, objetivo geral, objetivos específicos,

relevância científica e prática da pesquisa e estrutura do trabalho.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMA DE PESQUISA

Nos últimos anos, as organizações começaram a reconhecer a importância

da cultura de segurança a qual pode oferecer a eficiência da gestão de suas

operações e controle de custos operacionais (DEMIR; GUL; GUNERI, 2018). De

acordo com Carvalho e Neves (2018) o reconhecimento da importância da cultura

de segurança pelas organizações se deve às adequações da legislação, que

coloca o ônus sobre as organizações de identificar e gerenciar adequadamente os

riscos criados por suas atividades.

Muitas organizações perceberam que as modificações da legislação

oferecem a oportunidade para simplificar seus processos operacionais e otimizar

os sistemas associados de gestão e controle de custos (SHIRALI et al., 2018).

Carvalho e Neves (2018) declaram que os custos de adequação dos ambientes

laborais para redução ou eliminação dos riscos das organizações são inferiores

aos custos provenientes dos atos e condições inseguras. Nesse sentido,

dependendo da gravidade e abrangência do acidente de trabalho, a organização

pode ser penalizada com multas e encargos. A eles, adicionam-se os custos com

afastamento e substituição do colaborador acidentado; possíveis danos às

instalações e equipamentos da organização, algumas vezes demandando a

substituição de uma peça ou até mesmo de toda a estrutura; prováveis

paralizações da área atingida, seja pela inevitabilidade de perícia ou pelos danos

provocados nos equipamentos ou à instalação; outro fator resultante dos acidentes

são as ações judiciais que representam um custo elevado; finalmente, além de

todos os custos e despesas elencados, a imagem da organização perante a

própria organização (colaboradores), sociedade e o mercado (clientes) pode ficar

profundamente deteriorada (CARVALHO; NEVES, 2018).

Na prática, a responsabilidade pelas questões de saúde e segurança, e

qualidade de vida em ambientes nocivos tornou-se parte integral da função do

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indivíduo, da equipe, do ambiente de trabalho e da organização, em vez de ser de

domínio único da área de gestão de saúde e segurança ocupacional - GSSO. A

alta administração, os colaboradores e a área de gestão de saúde e segurança

ocupacional devem combinar forças e tentar reduzir ou eliminar os riscos,

abordando a causa raiz dos mesmos. É inegável que uma combinação de regras

governamentais (normativas), atitudes dos colaboradores e boas práticas iniciadas

pela alta administração criarão a cultura de segurança positiva no ambiente de

trabalho (WILSON, 2013; KAK; HUSSIN; ABDULLAH, 2018).

Segundo dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), no período de

2014 a 2016, foram registrados 1.913.616 acidentes de trabalho no país, o que

correspondente a uma média de 637.872 acidentes registrados por ano, sendo

desse total 8.091 com óbitos, média de 2.697 óbitos/ ano (BRASIL, 2017). Os

acidentes de trabalho acarretam elevados custos econômicos e sociais para as

organizações, para a sociedade e para as famílias das vítimas.

Conforme estimado pela Agência do Senado Federal os custos ocasionados

por esses infortúnios atinjam cerca de 10 bilhões de reais por ano no Brasil.

Geralmente os custos são ocasionados pelo tempo perdido, pelas despesas com

os primeiros socorros, pela destruição dos equipamentos e materiais, pela

interrupção da produção. Com a mão de obra faz-se necessário retreinamento da

mesma, substituição de trabalhadores, pagamento de horas extras, recuperação

de empregados, salários pagos aos trabalhadores afastados, despesas

administrativas e gastos com medicina e engenharia de reparação (BRASIL,

2016).

Para Cooper (2001) fica evidente que o papel de "policiamento" do praticante

de segurança necessita mudar. Neste contexto o papel do profissional de

segurança é agora o de um consultor interno de alto nível. Espera-se ainda que

este profissional ofereça consultoria independente à alta administração sobre o

desenvolvimento das políticas de segurança da organização e seus objetivos

estratégicos de curto, médio e longo prazo para criar e manter uma cultura de

segurança positiva.

Com a finalidade de cumprir essas funções de maneira efetiva, torna-se

necessário que os profissionais de segurança tenham autonomia e autoridade em

todos os aspectos. Além disso, existe a expectativa que o profissional de

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18

18

segurança aconselhe os demais profissionais da organização no desenvolvimento

e implementação de modelos apropriados de controle e monitoramento quanto na

revisão do desempenho contínuo da cultura de segurança, enquanto, ao mesmo

tempo, conduzem revisões independentes de todo o sistema de gestão de saúde e

segurança ocupacional (SESÉ et al., 2002).

O papel dos profissionais de segurança envolve um comportamento mais

abrangente, como, por exemplo, a identificação das influências dos aspectos

organizacionais, como o gerenciamento, a preparação e a cultura de segurança do

trabalho (NEAL; GRIFFIN; HART, 2000; MEARS; WHITAKER; FLIN, 2003).

É por este motivo que o conceito de cultura de segurança tem despertado o

interesse dos profissionais de segurança, pois organizações que tenham

alcançado um determinado nível de maturidade da cultura de segurança

apresentam nível diferenciado de gestão nas áreas de saúde e segurança

ocupacional (HOPKINS, 2005; EK et al., 2007). Nesse sentido, os colaboradores

em todos os níveis organizacionais, principalmente os gestores, precisam ter

conhecimento sobre como desenvolver e implementar uma cultura de segurança

de qualidade e saber, também, como conduzir a segurança no dia a dia em todas

as suas áreas de responsabilidade (MENEGHETTI, 2010).

Conforme Reiman e Rollenhagen (2014) os aspectos relacionados ao nível

de maturidade da cultura podem influir no sucesso e na boa performance do

sistema de gestão de saúde e segurança ocupacional (SGSST) da organização e

na qualidade de vida no trabalho (QVT) dos colaboradores, pois em um ambiente

onde existe cultura de segurança, as atitudes e o comportamento das pessoas

inerentes à segurança se desenvolvem e perduram.

O conceito de modelo de maturidade é essencialmente pesquisado dentro

das áreas de ciências humanas e tem sido aplicado ao desenvolvimento da cultura

de segurança em várias indústrias, consideradas com elevado nível de exigência

em segurança, como mineração, aviação, petroquímica, petróleo e gás

(CORRIGAN et al., 2018).

Cultura de segurança é uma área de conhecimento complexa que pode ser

descrita como interdisciplinar e orientada para a prática. Experiências e boas

práticas devem ser compartilhadas pelas equipes, entre organizações e partes

interessadas (clientes, fornecedores e comunidade). Assim, os profissionais da

Page 19: PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO …

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19

área de segurança precisam ter uma visão ampla e compreensão do contexto, em

combinação com competências específicas da referida área de conhecimento

(NILSSON; VÄNJE, 2018).

Neste contexto, compreende-se que as pessoas necessitam descrever seu

ambiente de trabalho cotidiano, demonstrando em termos práticos, positivamente

ou não, o modo pelo qual os fatores identificados possam a ser examinados para

identificar os perigos e riscos associados às atividades (BLEY; TURBAY; JUNIOR,

2005; BRANDÃO, 2009).

Assim, faz-se necessário maior esforço da organização em desenvolver

planos estratégicos, convertê-los em planos de ação e implementá-los para que a

mesma possa integrar totalmente a segurança em todos os níveis hierárquicos e

métodos de trabalho (ARAÚJO, 2005). Sem a implementação dos planos

estratégicos pelos gestores e equipe de colaboradores, a possibilidade de criar

uma cultura de segurança positiva se tornará pouco mais que uma ilusão. Assim

torna-se importante ressaltar que os resultados dessas revisões devem ser

comunicados a todos os colaboradores da organização regularmente (ARAÚJO,

2005).

O monitoramento ativo regular e a revisão da implementação dos planos

estratégicos pelos gestores e equipe de colaboradores demonstra o aspecto mais

vital da boa cultura de segurança (PINHO, 2006). Em outras palavras, considera-

se necessário desenvolver planos estratégicos, os quais devem ser

implementados, monitorados e revisados regularmente, com informações sobre o

progresso contínuo sendo prontamente disponibilizado para todos os

colaboradores.

Neste contexto torna-se importante ressaltar que as transformações

introduzidas nos últimos anos sobre os processos de trabalho, modificou

significativamente a relação entre as pessoas, os processos de produção e o

ambiente de trabalho, e isso levou muitas organizações, conscientemente ou não,

a maximizar o uso dos recursos da organização para proporcionar um ambiente de

trabalho, saudável, seguro e produtivo (ARAÚJO; SANTOS; MAFRA, 2006). O

trabalho constitui uma relação recíproca entre as pessoas, os processos de

produção e o ambiente de trabalho, assim torna-se importante que a análise da

qualidade de vida considere esses fatores, separadamente e em combinação.

Page 20: PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO …

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20

Em contrapartida, as organizações devem utilizar os resultados identificados

para comparar a qualidade da inter-relação (as pessoas, os processos de

produção e o ambiente de trabalho) com avaliação de riscos, estabelecendo

objetivos expressos de seus propósitos (criar ambiente de trabalho saudável e

seguro). Desse modo, harmonizando e ampliando a qualidade de vida, pode-se

compreender se a inter-relação está ou não originando resultados positivos, ou

seja, métodos de trabalho salubres e estáveis (CHRISTIAN; WALLACE;

BRADLEY; BURKE, 2009).

De acordo com Fossá e Pinto (2009), o primeiro indicador a ser buscado

pela organização é a qualidade da liderança em segurança demonstrada pela alta

administração, pois a presença de objetivos estratégicos mensuráveis a curto,

médio e longo prazo são importantes para integrar plenamente a segurança em

todos os sistemas da organização (VAN NUNEN; RENIERS; PONNET, 2016).

A integração plena da segurança em todos os níveis organizacionais para

Dias e Campos (2012) passa pela necessidade de reconhecer a cultura de

segurança presente na organização e alinhá-la aos objetivos estratégicos, visando

obter melhor qualidade de vida no trabalho mediante a divisão de

responsabilidades e de atenção contínua com a segurança de todos os

colaboradores.

Dentre os principais objetivos estratégicos, Van Nunen et al. (2016)

destacam como indicador mais importante de uma cultura de segurança positiva o

envolvimento dos colaboradores nos processos que abrangem a segurança.

Assim as questões de segurança são identificadas e usadas por todos os

colaboradores como parte de seu dia normal de trabalho, conquistando o

comprometimento das pessoas para a causa da segurança, o que possibilita uma

cultura de segurança proativa.

O comprometimento dos colaboradores de acordo Lima e Lima (2017) deve

ser identificado e mensurado e a melhoria efetiva na cultura de segurança, com

redução considerável no número de acidentes de trabalho, podem ser observadas

através da verificação do nível de maturidade de segurança. A pesquisa contribuiu

com a identificação de pontos críticos a serem melhorados e a partir disso foram

desenvolvidas ações para ampliar o desempenho em segurança do trabalho na

organização.

Page 21: PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO …

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21

Corrigan et al. (2018) expõe que ao analisar a cultura de segurança, umas

das principais questões da pesquisa é identificar o nível de maturidade cultural de

segurança, as principais políticas e procedimentos necessários para uma cultura

de segurança mais duradoura em todas as áreas operacionais. O autor ressalta

ainda que é necessário ficar atento as mudanças operacionais, políticas e

ambientais, tanto de ameaças naturais quanto provocadas pelo homem, que

podem impactar diretamente na cultura de segurança das organizações.

A mensuração do nível de maturidade do gerenciamento de riscos é

fundamental para a autoavaliação e melhoria. Como Kaplan e Norton (1996)

dizem, "você não pode gerenciar o que não pode medir". Assim, Kaassis e Badri

(2018) apresentam que maturidade é um conceito complexo e flutuante, já que sua

definição depende, em grande parte, do contexto em que está sendo aplicado, de

como está sendo usado e do indivíduo que está avaliando-o. Para os autores, a

maturidade no contexto da configuração das pequenas e médias empresas

significa alcançar um certo nível de eficácia e desempenho no que diz respeito ao

gerenciamento dos riscos de saúde e segurança ocupacional.

Mediante o constatado nas pesquisas, destaca-se a necessidade de

desenvolver estudos empíricos para analisar o estágio de maturidade da cultura

de segurança, considerando as práticas de gestão de saúde e segurança

ocupacional e qualidade de vida no trabalho, de forma que os colaboradores

possam adaptar-se a um ambiente nocivo em constate mudança e evolução.

Com base nas constatações surgiu o seguinte problema de pesquisa: Qual o

estágio de maturidade da cultura de segurança, considerando as práticas de

gestão de saúde e segurança ocupacional e qualidade de vida no trabalho em

uma organização de celulose e papel?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Analisar o estágio de maturidade da cultura de segurança e sua relação com as

práticas de gestão de saúde e segurança ocupacional e qualidade de vida no

trabalho.

Page 22: PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO …

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22

1.2.2 Objetivos Específicos

Identificar as práticas que evidenciam a cultura de segurança no trabalho da

organização;

Determinar a maturidade da cultura de segurança no trabalho na

organização;

Identificar as práticas de gestão de saúde e segurança ocupacional e de

qualidade de vida no trabalho na organização;

Relacionar as práticas de gestão de saúde e segurança ocupacional e de

qualidade de vida no trabalho com a cultura de segurança.

1.3 RELEVÂNCIA CIENTÍFICA E PRÁTICA

Este estudo pretende contribuir de forma teórica e prática para futuras

pesquisas que envolvam as áreas de Engenharia de Segurança e Administração,

por intermédio da análise do estágio de maturidade da cultura de segurança,

considerando as práticas de gestão de saúde e segurança ocupacional e

qualidade de vida no trabalho em ambientes nocivos, e o diagnóstico da aplicação

do conhecimento absorvido para transformação e melhoria da cultura

organizacional. Mediante essa contribuição, torna-se necessário ampliar o número

de pesquisas que envolvam a referida temática, pois na busca por pesquisas que

abarcassem o tema aqui abordado, ressaltam uma produção científica ainda

incipiente. Cabe salientar que o aumento de pesquisas sobre a cultura de

segurança pode contrubir para organizações de diversos segmentos.

Os investimentos para o desenvolvimento de cultura de segurança vêm se

tornando essencial para praticamente todos os segmentos da economia, e as

organizações estão progressivamente sendo submetidas a reduzir os riscos nos

ambientes laborais e integrar as práticas de gestão de saúde e segurança e

qualidade de vida no trabalho no desenvolvimento de suas atividades como uma

das condições fundamentais de sua operabilidade.

Acompanhar o crescimento das demandas por organizações com ambientes

saudáveis e sua transformação por meio de novas políticas e valores, que se

consolidem em uma cultura com foco em segurança, é uma missão essencial para

a continuidade das organizações.

A busca pela primazia no desempenho operacional e do bem-estar dos

Page 23: PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO …

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23

colaboradores, impacta de forma significativa nas atividades, produtos e serviços,

acrescendo novas tecnologias e buscando a prevenção de riscos que tragam

contribuições tanto para as lideranças como para a área de saúde e segurança

ocupacional, evidenciando a responsabilidade da organização com

aperfeiçoamento contínuo da cultura de segurança. A responsabilidade da

organização vai do emprego inteligente de políticas e práticas destinadas a

estimular os colaboradores para que sintam motivados a produzir, satisfazendo

seus desejos e necessidades em ambientes favoráveis.

Nesse contexto, evidencia-se a relevância da temática a ser pesquisada,

corroborada pelos autores Filho, Andrade e Marinho (2013) que revelam em sua

pesquisa que o sucesso para constatar o nível de cultura de segurança em

organizações industriais necessita da predisposição de empreender um bom

estudo da sua realidade. Em consequência disso, Coutinho, Maximiano e Limongi-

França (2010) expõem a necessidade de precauções relacionadas à cultura

segurança por intermédio de ações e programas com base em gestão de saúde e

segurança ocupacional e qualidade de vida no trabalho, visto que estes destinam-

se a harmonizar o colaborador e seu posto de trabalho (DEJOURS, 2012;

MORAES, 2010; COUTO, 2010). As ações e os programas abarcam condições

propícias ao desenvolvimento das atividades em todos os aspectos

organizacionais, envolvendo também o controle e geração de resultados

(SANTOS; MARTINS, 2016).

Na prática, torna-se importante salientar que, uma das maiores adversidades

de uma organização é a transição para uma cultura preventiva em segurança, na

qual a participação e o comprometimento dos colaboradores são de imprescindível

relevância. Faz parte do papel da organização contribuir para conscientização e o

desenvolvimento das pessoas, possibilitando assim maior compreensibilidade em

praticar corretas atitudes, propondo melhorias e soluções e, dessa forma, construir

estratégias de ação aplicadas nas questões que realmente estimulam o seu

crescimento e, portanto, o aperfeiçoamento dos índices de segurança (VASSEM;

FORTUNATO; BASTOS; BALASSIANO, 2017; ANTUNES, 2018)

Além da inovação do método proposto, quanto a aplicabilidade e

reaplicabilidade da pesquisa, pode-se considerar como relevante, compreender

melhor o que melhorar, contribuindo com as organizações quanto a possibilidade

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de comparar seu nível de maturidade com outras organizações em seu segmento

de mercado específico e porte. Como afirma Schweiger (2014, p. 544), “a

avaliação do grau de maturidade de uma determinada empresa não deve ser

realizada de forma isolada, mas fazer comparações entre organizações do mesmo

segmento e tamanhos, ou servir de benchmarking”. Desse modo, esta pesquisa

pode fornecer dados e informações para análise comparativa entre posições e

áreas de uma organização do ramo papeleiro e demais organizações do mesmo

segmento. Com objetivo de estabelecer benchmarking, com os melhores

desempenhos observados, verifica-se a possibilidade de reaplicação do modelo

para avaliação das práticas de gestão de saúde e segurança ocupacional e da

qualidade de vida no trabalho, além do nível de maturidade, em organizações de

segmentos diversos desta pesquisa.

Nessa perspectiva, o presente estudo propõe que instituições e

organizações possam aperfeiçoar suas práticas e nível de maturidade, bem como,

auxiliar os pesquisadores e gestores a utilizar e experenciar o instrumento de

pesquisa adotado neste estudo, permitindo a reaplicabilidade, realizando

avaliações de maturidade e, simultaneamente, façam comparações com seus

concorrentes, bem como entendam a evolução da sua maturidade ao longo do

tempo. Assim, os resultados podem demonstrar mais especificamente o que

melhorar, reduzindo esforços e custos para melhorar a competitividade.

Ao considerar a cultura de segurança perante uma perspectiva

organizacional e de gestão, a suspeita originária que se manifesta diz respeito às

condições econômica e financeira. Segundo Zavorochuka (2015), Jilcha e Kitaw

(2017, p.4-8), Eyerkaufer et al. (2017, p.13) e Carvalho e Neves (2018, p.249) os

investimentos em segurança tendem a ser considerados como custos e um desvio

de investimentos que poderiam ser alocados em áreas distintas. Em diversas

organizações, na prática observa-se que nem sempre os gestores compreendem

a necessidade de elaborar um planejamento dos riscos laborais.

Por outro ponto de vista, Santos e Martins (2016) mencionam que os

investimentos na área de SSO são atenuados pelos ganhos de produtividade por

meio dos colaboradores e pela ampliação da competitividade da organização no

mercado. Reis e Kitamura (2016) destacam que os investimentos em saúde e

segurança ocupacional devem ir além do cumprimento da legislação vigente,

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25

incentivando a utilização de ferramentas de gestão para melhorar a eficácia da

área de segurança. Lobato (2018), complementa que os investimentos em

segurança ocupacional não devem ser preteridos e seu planejamento e

implementação são imprescindíveis. As organizações precisam investir em

políticas, práticas e formação para transformar as atitudes e comportamento dos

colaboradores em ambientes laborais saudáveis (SOARES; FILHO, 2015;

CARVALHO; NEVES, 2018).

Considerando que a cultura de segurança tem um potencial para exercer um

papel principal no desempenho das organizações, a maioria das pesquisas na

área concentraram seus esforços de maneira segmentada, e um número reduzido

de pesquisas desenvolvidas inter-relacionando as temáticas cultura de segurança,

gestão de saúde e segurança ocupacional, qualidade de vida no trabalho e

ambientes nocivos. Nesse sentido, Milhome (2016) destaca a importância de

serem desenvolvidos estudos que busquem compreender a relação entre

qualidade de vida e segurança do trabalho. Em concordância Freitas et al. (2016)

recomenda uma análise mais detalhada a respeito da influência das práticas de

qualidade de vida no trabalho que contribuem para e gestão de saúde e

segurança ocupacional nas organizações.

A originalidade da presente pesquisa também se embasa no fato de

encontrarem-se poucos estudos referentes a complementaridade da temática

pesquisada (BUFFON; AGUIAR; GODARTH, 2018; CAMPOS, D. C.; DIAS, M. F.

2012; ANDRADE; GONÇALVES; MARINHO, 2011). Dessa forma, a relevância da

pesquisa no aspecto científico se relaciona ao suprimento de uma lacuna

observada quanto à análise e avaliação do nível de maturidade da cultura de

segurança, por intermédio das práticas de gestão de saúde e segurança

ocupacional e qualidade de vida no trabalho em ambientes nocivos inter-

relacionando às temáticas.

Sobre a cultura de segurança, Calori, Gutierrez e Guidi (2015) declaram que

as pesquisas ocorrem em número reduzido no país, sugerindo que novas

pesquisas sejam desenvolvidas, para melhor entender a cultura de segurança nos

diversos serviços. Lima e Lima (2017) destacam que se torna essencial a

aplicação de estudos metodológicos nas áreas de gestão de saúde e segurança

do trabalho, qualidade de vida dos trabalhadores, apresentando amplas

Page 26: PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO …

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oportunidades de pesquisa.

O ineditismo da presente proposta também se baseia no fato das

organizações buscarem instrumentos que possa justificar seus investimentos em

saúde e segurança ocupacional, contanto com o modelo de maturidade proposto

neste estudo, o que permite as organizações com ambientes nocivos identifiquem

seus pontos fortes e práticas que devem ser melhoradas, tornando as mudanças

necessárias visíveis e construindo um arcabouço para o desenvolvimento de

estratégicas voltadas à otimização de recursos. O modelo ainda pode ser aplicado

por diferentes tipos de organizações, sendo um instrumento para orientar e

conduzir as organizações quanto a sua capacidade de inovar nas áreas de saúde

e segurança ocupacional em ambientes nocivos.

É exatamente nesses aspectos que a pesquisa se justifica como significante,

um tema que constantemente estará permeando o desenvolvimento das pessoas

e das organizações, uma vez que influência a vida das pessoas e a longevidade

da organização, encaixando-se em todas as esferas científicas e profissionais.

Desenvolvendo uma pesquisa diferenciada pelo tema em questão, como bem

destacam Buffon, Aguiar e Godarth (2018) que a temática cultura de segurança é

relativamente nova em termos de discussão e estudos realizados. Corroborando

com os autores Buffon et al. (2018), Khan, Ahmad e Ilyas (2018) manifestam a

necessidade de complementar pesquisas sobre cultura de segurança, incluindo

outras dimensões mediadoras, adotando metodologias diversificadas.

Em termos práticos, este estudo pretende contribuir com as organizações,

gestores e demais colaboradores para que possam obter subsídios sobre a

importância da cultura de segurança, do estágio de maturidade da cultura de

segurança no desenvolvimento das estruturas e comportamentos organizacionais.

Além disso, a pesquisa também irá colaborar para que possam compreender a

influência da cultura de segurança nas organizações por intermédio das práticas

de gestão de saúde e segurança ocupacional através do aperfeiçoando da

eficiência na gestão dos riscos e da qualidade de vida no trabalho com o

fortalecimento do grau de satisfação dos colaboradores com as funções exercidas

e com o ambiente laboral em ambientes nocivos.

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

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Esta dissertação encontra-se estruturada em cinco capítulos. Neste capitulo

introdutório é apresentada uma visão geral da pesquisa: o tema e o problema, a

justificativa, o objetivo geral e os específicos da dissertação, e a contribuição

teórica e prática.

O Capítulo 2, aborda a fundamentação teórica para a realização do estudo,

com breve explanação sobre a evolução da Cultura de Segurança, Gestão de

Saúde e Segurança Ocupacional, Qualidade de Vida e a caracterização de

Ambientes Nocivos, proporcionando subsídios para o modelo teórico e a pesquisa.

A metodologia quantitativa, por meio de estudo de caso aplicado no

desenvolvimento da dissertação é exposta no terceiro Capítulo. No Capítulo 4 são

apresentados as análises e os resultados da pesquisa. No quinto e último Capítulo

são apresentadas as considerações finais, limitações da pesquisa e sugestões

para estudos futuros. Por fim são apresentadas as referencias do estudo e os

Apêndices, com os instrumentos da pesquisa.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo serão apresentados os conceitos e as práticas de cultura de

segurança, gestão de saúde e segurança ocupacional e qualidade de vida no

trabalhado em ambientes nocivos.

2.1 CULTURA DE SEGURANÇA

A inquietude em assimilar os diversos comportamentos de grupos e nações,

desde a antiguidade, foi gradativamente atribuindo sentido à palavra cultura. O

tema cultura organizacional tornou-se essencial para todos os estudiosos que se

dedicam ao entendimento do comportamento humano nas organizações, visto que

os valores fundamentais compartilhados instigam demasiadamente a maneira

como as pessoas nas organizações sentem, pensam e agem (SCHEIN, 2009).

O conceito de “cultura de segurança” surge em 1988, no primeiro relatório

técnico realizado pelo International Nuclear Safety Advisory Group - INSAG, com

uma abordagem de fatores organizacionais na análise do acidente, onde se

apresenta o resultado da análise das origens do acidente da usina nuclear de

Chernobyl, na Ucrânia, em 1986 (AGÊNCIA INTERNACIONAL DE ENERGIA

ATÔMICA - AIEA, 1991). O conceito de cultura de segurança foi elaborado como:

“o conjunto de características e atitudes das organizações e dos indivíduos, que

garante que a segurança de uma planta nuclear, pela sua importância, terá a

maior prioridade” (INSAG, 1988, p.84).

Conforme Turner et al. (1989) e Pidgeon (1991) a cultura de segurança

exprime um conjunto específico de normas, crenças, funções, atitudes e valores

dentro de uma organização, com o objetivo de reduzir a exposição dos

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29

colaboradores, clientes, fornecedores e do público em geral das condições

consideradas perigosas ou que ocasionem doenças. Nessa conjuntura, onde

existe cultura de segurança que as atitudes dos colaboradores relativos a

segurança de manifestam e perduram.

De acordo com Cooper (2000) a cultura de segurança é determinada como

consequência das interações dinâmicas entre três aspectos (Figura 1): 1) os

pressupostos básicos e valores; 2) práticas coletivas; e 3) estrutura da

organização.

Figura 1 – Aspectos das interações dinâmicas de cultura de segurança.

Fonte: adaptado de Cooper (2000, p.118)

Conforme o autor, as interações dinâmicas entre esses aspectos podem

variar em intensidade e no tempo. Por exemplo, modificações nas estruturas

organizacionais podem demorar a influenciar os valores dos colaboradores da

organização. A gestão da cultura de segurança pode interagir com as outras

perspectivas presentes na cultura organizacional, através das práticas em equipe,

da estrutura organizacional e dos pressupostos básicos e valores, formando assim

a cultura de segurança (COOPER, 2000).

Ainda de acordo com Cooper (2000), com estes aspectos é possível

mensurar a cultura de segurança de forma relevante em diferentes estágios

CULTURA DE SEGURANÇA

Presuportos Básicos e Valores

Práticas Coletivas

Estrutura da Organização

Comportamento coletivo e individual

Ambiente construído

Relação da organização com o ambiente

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30

30

organizacionais. A Figura 2 demonstra as interações entre os três aspectos

presentes na cultura de segurança.

Figura 2 – Modelo de interações recíprocas de cultura de segurança.

Fonte: adaptado de Cooper (2000, p.119)

As atitudes e percepções são como as pessoas reconhecem a organização,

sendo relacionadas ao indivíduo, encontrando-se no campo subjetivo e

considerados fatores não observáveis; os comportamentos e as ações são o que

as pessoas fazem na organização e estão relacionadas ao trabalho; e o sistema

de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional - GSSO é formado pelas políticas,

procedimentos, sistemas de controle, fluxo de informações e está relacionado à

organização. Os aspectos comportamento e ação e o sistema de GSSO são

considerados objetivos e passíveis de serem observados.

Assim, a cultura de segurança foi caracterizada como o mais importante

preditor do comportamento organizacional em saúde e segurança ocupacional,

incluindo a demonstração pela administração de comprometimento com a

segurança, educação e conhecimento da força de trabalho, eficácia do processo

de gestão e envolvimento e comprometimento dos colaboradores (CARDER;

REGAN, 2003).

Fatores objetivos Contexto

Fatores subjetivos Atitudes e

percepções (indivíduo)

SGST (organização)

Comportamento (trabalho)

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31

Em uma revisão da literatura de cultura de segurança realizada por

Wiegmann et al. (2004) foram identificadas um conjunto de características críticas,

sem considerar qualquer indústria em particular, das várias definições de cultura

de segurança. Essas características críticas incluem: (1) valores compartilhados;

(2) uma preocupação com questões formais de segurança, em estreita relação

com os sistemas de gestão e supervisão; (3) o envolvimento de todos os

membros; (4) os impactos no comportamento de trabalho dos funcionários; (5) sua

reflexão nas políticas, procedimentos e sistemas da organização; (6) a reflexão da

cultura na disposição da organização em aprender com erros, incidentes e

acidentes; e (7) uma cultura que é duradoura, estável e resistente a mudanças

(WIEGMANN et al. 2004).

A OIT - Organização Internacional do Trabalho (2004) estabelece que a

cultura de segurança de um país é o respeito ao direito à segurança no ambiente

de trabalho, devendo os governantes, os empregadores e os trabalhadores

participarem ativamente na defesa deste direito e o princípio da prevenção deve

ser acordado como mais alta prioridade.

Em consonância com a OIT (2015), Richter e Koch (2004) expõe que a

cultura de segurança é formada por pessoas e suas relações sociais dentro e fora

das organizações e deve ser entendida em um contexto específico que pode

mudar dependendo das condições materiais e das relações sociais desenvolvidas.

Silva e Lima (2004) acrescentam que a cultura de segurança é um conjunto de

crenças, valores e normas partilhados pelos membros de uma organização que

constituem os pressupostos básicos para a segurança do trabalho. De modo

semelhante Hopkins (2005) expões que a cultura de segurança, juntamente com

as características mencionados anteriormente pelos autores Richter e Koch (2004)

e Silva e Lima (2004), deve ser disseminada aos integrantes da organização

sempre de forma coletiva, definindo a estrutura e as práticas comuns com relação

à segurança e saúde ocupacional.

Reason (2006) estabelece que a cultura de segurança de uma organização é

definida pelo comportamento do indivíduo e das equipes, além do estilo e a

perfeição da gestão da segurança ocupacional nas organizações. Nessa

perspectiva, Blair e O'Toole (2010, p. 30) retratam que a cultura de segurança é

“um fator primordial e um preditor da melhoria do desempenho de segurança” e

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32

Gonçalves (2011) complementa menciona que o conceito de cultura de segurança

é definido pelas organizações que asseguram a segurança no desempenho das

ocupações laborais.

Reiman e Rollenhagen (2014) confirmaram que a segurança deve conciliar

aspectos humanos, comportamentais, estruturais e aspectos externos, como os

aspectos sociais e ambiente econômico e não somente uma mera tecnologia

(SGOUROU et al., 2014). Assim, a cultura de segurança, pode ser estabelecida

como acontecimentos ligados as áreas de segurança e os ambientes laborais,

realizados em um local definido, compreendendo a interação entre os valores e as

crenças e a estrutura organizacional, formalizada ou não (ALVES, 2014).

Para esta pesquisa o conceito de cultura de segurança adotado será o

apresentado em Reason (2016), que a define como o conjunto de valores

compartilhados e crenças que interagem com as estruturas organizacionais e com

os sistemas de controle, para produzir normas comportamentais. Além disso, o

autor defende quatros aspectos principais no processo de cultura de segurança: (i)

cultura de reporte, na qual as pessoas percebem a importância e a confiança de

se relatarem acidentes ocorridos em sua rotina; (ii) cultura de aprendizagem

contínua; (iii) cultura de justiça, que gera confiança para que as pessoas relatem

livremente ocorrências anormais que possam ocorrer; e, por fim, (iv) a

flexibilidade, a qual se traduz na capacidade de a organização passar a considerar

uma estrutura horizontalizada propiciando mais autonomia.

De acordo com Gonçalves Filho, Andrade e Marinho (2011) existe a

necessidade de a cultura de segurança ser avaliada e mensurada por meio de

fatores que a definam ou mediante indicadores da sua maturidade.

Dessa forma, apesar da cultura de segurança possuir uma compreensão

intangível, torna-se necessário que a organização organize critérios para sua

análise e mensuração do desempenho das ações de melhorias, como maneira de

assegurar a saúde e segurança dos colaboradores, da população e do meio

ambiente (INSTITUTE OF NUCLEAR POWER OPERATIONS, 2012).

2.2 MATURIDADE DE SEGURANÇA

A concepção do modelo de maturidade dentro do ensino de gestão de

segurança tem sido empregue ao aperfeiçoamento da cultura de segurança em

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33

diversas organizações de “alto risco”. Esses modelos foram desenvolvidos para

permitir que as organizações compreendam seu próprio nível de maturidade da

cultura de segurança, avaliando o nível de conformidade com vários elementos-

chave da cultura de segurança em vários estágios (tipicamente 5) que

representam diferentes níveis de maturidade (FOSTER; HOULT, 2013).

Os modelos de maturidade de segurança, podem ser aplicados em inúmeras

organizações, podendo identificar diferenças e, em seguida, ajudar a resolver

quaisquer problemas comportamentais e culturais com objetivo de melhorar a

maturidade da cultura de segurança ao longo do tempo. Embora essa abordagem

seja sensata, sua eficácia pode ser limitada por diferenças na cultura de

segurança das organizações, principalmente nos estágios iniciais de

desenvolvimento de sua cultura exigirão técnicas diferentes daquelas com culturas

mais fortes. (KAASSIS; BADRI, 2018).

Para que as organizações assimilem seu próprio nível de maturidade da

cultura de segurança, foram criados três estágios de cultura organizacional por

Westrum (1993), fundamentados nas considerações de como o fluxo de

informação é conduzido: cultura patológica (a informação não flui, é segurada ou

usada como vantagem pessoal dentro da organização), cultura calculativa (a

informação flui através de canais ou procedimentos formais) e cultura construtiva

(a informação flui para a pessoa certa, no momento certo e da forma correta).

Para atingir as condições desejadas de cultura de segurança, torna-se

necessário compreender como as organizações identificam o estágio de

maturidade da cultura de segurança. Para tal, pode-se adotar, metodologias que

permitam a definição de níveis específicos que garantam claramente a avaliação

dos estágios de maturidade, abrangente o suficiente para proporcionar uma

perspectiva correta da real situação organizacional. Freitas et al. (2018) menciona

que uma das principais características das organizações, baseia-se no

alinhamento das práticas desenvolvidas de saúde e segurança com os objetivos

estratégicos, permitindo assim a monitorização da performance (níveis de

maturidade).

Nesse contexto, apresentam-se três modelos de maturidade, sendo eles: a)

Modelo de maturidade multi-estágio proposto por Bessant, Caffyn e Gallagher

(2001); b) Modelo de maturidade apresentado por Hudson (2003); e c) Modelo de

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34

maturidade exposto por Foster e Hoult (2013).

A fim de que o processo de desenvolvimento do modelo de maturidade seja

bem-sucedido, uma característica necessária é a inter-relação entre o modelo e a

perspicácia da gestão, passando de um nível mais básico até um nível superior,

de forma gradual para atingir o melhor estágio de maturidade na organização

(KAASSIS et al., 2018).

Bessant, Caffyn e Gallagher (2001) argumentam que as rotinas de

construção e incorporação de qualquer cultura são um processo de aprendizado

ampliado e envolvem um processo de acumulação gradual de conhecimento.

Sugerem que o progresso seja realizado por meio de comportamentos individuais

para rotinas que constituem habilidades específicas dentro da organização. Um

mecanismo importante pelo qual esses comportamentos se tornam automáticos é

o da prática, ensaiando todos os dias até que se consolidem como cultura vigente

na organização. Os autores utilizam um modelo multi-estágio (Figura 3) para

mensurar a curva de maturidade, classificando as habilidades, permitindo às

organizações identificar sua posição em relação as demais, planejar e desenvolver

planos para ampliar suas habilidades através de melhoria contínua.

Na Figura 3 são definidos os cinco níveis de maturidade associados ao

desenvolvimento das habilidades através do processo de melhoria contínua.

Figura 3 – Modelo de maturidade através do processo de melhoria contínua.

Fonte: baseado em Bessant, Caffyn e Gallagher (2001).

Observa-se que o modelo de maturidade de Bessant et al. (2001) teve como

fundamentação conceitual os princípios e práticas da área de qualidade,

N-5

Pré interesse

Estruturada

Dirigida para Meta

Pro-ativa

Capacidade Completa

N-1

N-2

N-3

N-4

ME

LH

OR

IA

CO

NT

ÍNU

A

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35

explorando como o alto envolvimento na melhoria contínua pode ser construído e

sustentado como uma competência organizacional no processo de mudança de

cultura. Os autores argumentam que a gestão desse processo de aprendizagem

depende efetivamente de se ver a melhoria contínua não como um estado binário

ou uma atividade de curto prazo, mas como a evolução e a combinação de um

conjunto de condutas comportamentais-chave dentro da organização. A seguir, o

Quadro 1 descreve cada nível de maturidade mediante utilização da melhoria

contínua do modelo Bessant et al. (2001).

Quadro 1 – Níveis de Impacto

Classificação Caracterização

Nível 1 - Pré interesse na melhoria contínua

Não existe uma estrutura formal para a melhoria na organização, sendo os problemas solucionados ao acaso, sempre visando um benefício apenas de curto prazo. Além disso, não existem estratégias de conscientização dos recursos humanos, como formação, desenvolvimento e reconhecimento;

Nível 2 - Melhoria contínua estruturada

Existe um comitê formal para construir um sistema que desenvolverá a melhoria contínua na organização, contando com a participação dos colaboradores nas atividades, mesmo essas não sendo integradas às operações do dia a dia. Os colaboradores são recebem formação básica e o sistema de reconhecimento é introduzido;

Nível 3 - Melhoria contínua dirigida para meta

Existe uma utilização formal dos objetivos estratégicos, sendo as atividades de melhoria continua parte das atividades gerais de gestão;

Nível 4 - Melhoria contínua Pro-Ativa

Existe uma tendência para se desenvolver autonomamente e os indivíduos e as equipes gerenciam e direcionam seus próprios processos. Neste nível, as responsabilidades da melhoria contínua são devolvidas para a unidade de solução de problemas;

Nível 5 - Capacidade completa de melhoria contínua

Aproximação do modelo de aprendizagem organizacional, existindo a identificação e solução sistemática de problemas e compartilhamento do aprendizado.

Fonte: baseado em Bessant et al. (2001)

Ainda que seja um desejo das organizações criar um modelo de medida

generalizado de cultura de segurança, pode não ser viável e nem significativo na

prática, pois a cultura de segurança é demasiadamente integrada com a estrutura

da organização e à natureza de sua atividade (GIBBONS; THADEN; WIEGMANN,

2006). Dessa forma, observa-se que a gestão de saúde e segurança ocupacional

nas organizações recebeu incentivos para expandir maneiras efetivas,

transparentes e provida de indicadores de mensuração para direcionar a ação e

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36

aplicação dos modelos de maturidade de segurança. Nessa perspectiva os

modelos multi-estágios conquistaram o reconhecimento dos profissionais e

pesquisadores da área de GSSO (SILVEIRA; GUIMARÃES; ABRÃO, 2007).

Balduino et al. (2018) concluíram em sua pesquisa que a utilização do PDCA

(Plan-Do-Check-Act) nas áreas de saúde e segurança ocupacional apresenta

resultados eficazes, tanto na implantação como na implementação da cultura de

segurança nas organizações. A utilização do ciclo PDCA possibilita o

gerenciamento da cultura de segurança de forma eficaz, agindo preventivamente

no planejamento das estratégias e no desenvolvimento sustentado das

competências organizacionais.

Valendo-se dos estágios de cultura organizacional criados por Westrum

(1993), Hudson (2003) apresentou um modelo de maturidade para a cultura de

segurança. Foram adicionados pelo autor dois estágios, o reativo e o proativo, aos

três existentes, ampliando para cinco estágios, além de modificar o nome do

estágio burocrático para calculativo. No modelo de Hudson (2003) a cultura de

segurança progride de um estágio inicial, o patológico, até o estágio final ideal, o

construtivo (Figura 4).

Figura 4 – Modelo de maturidade de cultura de segurança

Fonte: adaptado de Hudson (2003, p.i9)

Segundo Hopkins (2005) uma organização somente poderá atingir o último

estágio de maturidade, quando a segurança ocupacional for considerada como um

valor. Desse modo, não se encontra culturas de segurança fracas ou fortes,

contudo estágios de maturidade de cultura em desenvolvimento.

O Quadro 2 demonstra a descrição dos estágios de maturidade de cultura de

Aumentando a informação

Construtivo

Proativo

Calculativo

Aumentando a confiança

Reativo

Patológico

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37

segurança do modelo de Hudson (2003).

Quadro 2 – Maturidade de Cultura

Classificação Caracterização

Estágio Patológico Neste estágio não há ações em segurança do trabalho na organização;

Estágio Reativo Neste estágio as ações da organização em segurança do trabalho são realizadas somente depois de acidentes do trabalho terem acontecido;

Estágio Calculativo Neste estágio a organização tem sistema para gerenciar riscos nos locais de trabalho. Ações estão mais voltadas para quantificar os riscos;

Estágio proativo É o estágio de transição para o estágio da cultura construtivo. O líder, com base nos valores da organização, conduz as melhorias contínuas para a segurança do trabalho. Procura se antecipar aos problemas antes que eles aconteçam;

Estágio construtivo Existe um sistema integrado de saúde, segurança e meio ambiente, no qual a organização se baseia e se orienta para realizar seus negócios. A organização tem as informações necessárias para gerir o sistema de segurança do trabalho, está constantemente tentando melhorar e encontrar as melhores formas de controlar os riscos.

Fonte: adaptado de Hudson (2003, p.i9)

Momesso (2017) expressa que o modelo de Hudson possibilita comparar as

características descritas com à prática da organização, permitindo constatar o

estágio de maturidade e definir quais ações são essências para alcançar níveis

mais elevados de desenvolvimento. O modelo de Hudson contempla também os

colaboradores, uma vez que proporciona o reconhecimento e compreensão da

cultura de segurança da organização.

Uma equipe da Universidade de Queensland desenvolveu a tabela de

maturidade do MIRM (Minerals Industry Risk Management, 2008) que se baseou

no modelo Hudson (2003) e em uma abordagem similar usada pelo Bayside

Aluminum, um site da BHP Billiton em Richards Bay, África do Sul. O modelo

MIRM é descrito como uma escada que possui cinco estágios. Os termos usados

são ligeiramente diferentes daqueles usados por Hudson (2003), embora os níveis

implícitos de maturidade sejam semelhantes. O primeiro estágio é chamado de

“Vulnerável”, onde se “aceita que acidentes aconteçam”. O segundo estágio de

melhoria muda para "Reativo", onde há reconhecimento de que se deve evitar um

incidente similar. A melhoria no estágio anterior eleva o nível para “complacente”,

onde a cultura e os sistemas tentam prevenir incidentes antes que eles ocorram. O

quarto estágio na escada é provavelmente o passo maior ou mais profundo para

qualquer organização. O degrau “Proativo” envolve a organização, através de sua

cultura e métodos, adotando a abordagem de sistemas. Nesse estágio da escada,

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a propriedade do sistema passa genuinamente para a gestão e a supervisão da

linha. O último estágio da escada do MIRM é intitulado “Resiliente”, que é usado

para descrever que a organização integrou com sucesso a segurança e a gestão

de riscos em suas operações. Os estágios são mostrados na Figura 5, juntamente

com as características específicas esperadas em cada estágio.

Figura 5 – Modelo de maturidade cultural de segurança - MIRM

Fonte: baseado em Foster e Hoult (2013).

Vulnerável

Reativo

Compatível

Proativo

Resiliente

Maneira de fazer

negócios

- Alguma participação - Envolvimento com quase acidentes -Treinamento /conscientização aceitável - Canais de- Envolvimento regular das pessoas - Envolvimento em todos os níveis - Envolvimento regular das pessoas

Aceitar que os

incidentes aconteçam

Evitar um incidente

semelhante

Evitar incidentes antes que

eles ocorram

Melhora o sistema

- Apatia/ Resistência - Quase acidente não considerado - Negligência - Escondendo incidentes - Pouco ou nenhum treinamento - Pouca ou nenhuma comunicação

Nenhuma cultura

Cultura da culpa

Cultura da conformidade

Cultura de propriedade

Modo de vida

- Aceite a necessidade de cuidar - Alguns relatórios de quase acidentes - Ação disciplinar - Treinamento mínimo ou inconsistente - Alguma comunicação

- Envolvimento em todos os níveis - Gestão de quase acidentes - Alto nível de treinamento / conscientização - Comunicação em alto nível - Seguindo os procedimentos atuais e detalhados

- Vem naturalmente - Envolvimento pessoal para prevenir acidentes - Compreensão completa - Tudo informado em todos os momentos sobre tudo - Gestão das lições aprendidas - Responsabilidade e mensuração da liderança

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A Figura 5 destaca uma abordagem de cinco níveis em direção a uma

cultura de segurança eficaz de uma altamente vulnerável (onde a organização

aceita que acidentes aconteçam à um estado altamente resiliente, que é usado

para descrever uma organização que integra com sucesso a cultura de segurança

e o gerenciamento de riscos em suas operações). A estrutura avança na medida

em que a cultura de segurança de uma organização se desenvolve e se torna

mais madura progredindo nos cinco níveis.

O modelo evolui para permitir que as organizações entendam seu próprio

nível de maturidade da cultura de segurança, avaliando o nível de conformidade

com vários elementos-chave da cultura de segurança em um número de etapas

que representam diferentes níveis de maturidade (FOSTER; HOULT, 2013).

Apesar de uma ampla quantidade de estudos a respeito da cultura de

segurança, ainda não existe um acordo a respeito da definição da temática. Para

alguns autores, cada organização tem uma cultura de segurança pode entendida

como forte ou fraca, positiva ou negativa. Em contrapartida, outros autores

entendem que apenas uma organização com um engajamento sólido para com a

segurança possui uma cultura de segurança (DIAS; CAMPOS, 2012).

Um método para examinar se o modelo de maturidade adotado pode ou não

ter aplicabilidade é compará-lo com outros modelos. O modelo de maturidade

desenvolvido por Bessant et al. (2001) tem como principal característica mobilizar

uma alta proporção da força de trabalho em um processo de solução incremental

sustentada. O valor de tal modelo é que ele fornece um "roteiro" básico para a

trajetória rumo ao desenvolvimento. Construir e incorporar práticas é um processo

de aprendizagem alargado e envolve a acumulação gradual da cultura de

segurança. De acordo com os autores, o modelo sugere a existência de diferentes

níveis de desenvolvimento. Mover-se entre níveis representa o processo de

primeiro aprendizado, depois praticar e dominar os comportamentos das pessoas.

Classificar esses comportamentos pode ajudar as organizações a entender onde

estão em relação a outras e como podem desenvolver um plano para expandir

suas próprias competências (BESSANT et al., 2011).

O modelo de maturidade desenvolvido por Hudson (2003) propôs o

acréscimo dos estágios reativo e proativo ao modelo desenvolvido por Westrum

(1993). O modelo descreve como cada um dos cinco fatores (informação,

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aprendizagem organizacional, envolvimento, comunicação e comprometimento) é

tratado em cada um dos cincos estágio de maturidade da cultura de segurança

(patológico, reativo, burocrático, proativo e sustentável). No mesmo sentido,

baseados em Hudson (2003), Foster e Hoult (2013) desenvolveram um modelo de

maturidade similar. Denominado de modelo MIRM, descrito com uma escada que

tem cinco estágios, os termos usados são ligeiramente diferentes daqueles

usados usado por Hudson (2003), embora os níveis implícitos de maturidade

sejam semelhantes. O menor nível é chamado “Vulnerável”, onde aceita-se que

acidentes aconteçam. O próximo nível de melhoria é chamado de "Reativo", onde

existe o reconhecimento de que deve-se impedir um incidente. A melhoria deste

nível é denominada de “complacente”, onde a cultura e sistemas tentam prevenir

incidentes antes que eles ocorram. O próximo nível na escada é provavelmente o

maior ou passo mais profundo para qualquer organização. O movimento para o

nível “Proativo” envolve a organização, por meio de cultura e métodos,

abrangendo a abordagem de sistemas. Neste nível da escada, a propriedade do

sistema genuinamente se move para gerenciamento de linha e supervisão. O

último nível na escada do MIRM é intitulado “Resiliente”, usado para descrever se

a organização integrou com sucesso a segurança e o gerenciamento de riscos em

suas operações (FOSTER; HOULT, 2013). Pode-se observar que ambos os

modelos de Hudson (2003) e Foster e Hoult (2013) são convergentes,

apresentando níveis de maturidade e dimensões semelhantes.

Com base nos modelos de maturidade descritos, propõe-se utilizar o modelo

proposto por Bessant et al. (2001). O que diferencia o modelo criado por Bessant

et al. (2001) é o desenvolvimento deste sob a perspectiva de melhoria contínua,

construído e sustentado como uma competência organizacional no processo de

mudança de cultura. Ainda que o modelo aborde em grande parte um conjunto de

práticas para fazer o que já é feito melhor, há evidências que o modelo pode

contribuir para criar novas práticas de inovação. Muitos dos comportamentos

característicos nos níveis mais altos deste modelo são essencialmente similares

àquelas práticas identificadas no desenvolvimento de atividades sobre inovação

(BESSANT et al., 2001). De acordo com Chapin e Akridge (2005), os modelos de

maturidade são baseados na melhoria contínua dos processos e existência de

fundamentos para guiar e medir a implementação e a melhoria destes.

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Em resumo, entende-se que o modelo proposto por Bessant et al. (2001) tem

aplicabilidade geral, particularmente porque incorpora as características

subjacentes dos modelos de cultura existentes nas organizações. O modelo

possui as características necessárias para integrar os resultados desta pesquisa

sobre os estágios de maturidade da cultura de segurança.

2.3 GESTÃO DE SAÚDE E SEGURANÇA OCUPACIONAL

Surgido na Inglaterra, no período da Revolução Industrial, que compreendeu

a metade do século XIX, o termo saúde e segurança ocupacional sucedeu a

expressão medicina do trabalho em decorrência de um contexto de produção

acelerado e desumano, que consumia em demasia a força de trabalho, onde

surgiu a necessidade de intervir nas condições existentes (MENDES; DIAS, 1991).

Mezomo (1995) define a Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional

(GSSO) como planejamento, organização, controle, coordenação e avaliação dos

recursos e métodos, pelos quais se busca precauções médicas e de saúde, por

meio da provisão de serviços à clientes individuais, organizações e comunidades.

Mais que uma simples melhoria ao nível da gestão de riscos, um sistema de

GSSO representa um desafio filosófico e operacional para as organizações, na

medida em que pressupõe uma abordagem estruturada para com a identificação,

avaliação de controle dos riscos decorrentes da sua atividade e um esforço que

deve resultar numa melhoria continua no desempenho (VELOSO, 2007).

De acordo com a Occupational Health and Safety Assessment Series

(OHSAS, 2007), um sistema de GSSO é um conjunto de elementos inter-

relacionados utilizados para criar, estabelecer e executar políticas e objetivos de

diversos níveis nas organizações. Cerqueira (2010) complementa que o termo

GSSO trata-se de condições e fatores que afetam, ou poderiam afetar, a

segurança e a saúde de colaboradores e de outros trabalhadores (incluindo

trabalhadores temporários e pessoal terceirizado), visitantes ou qualquer outra

pessoa no local de trabalho.

Segundo Marras (2011) a GSSO é uma área que se relaciona direta e

indiretamente com proteção à saúde do trabalhador no que diz respeito à

aquisição de patologias tipicamente relacionadas ao trabalho, ou a agentes

resultantes dele, tais como ergonomia, insalubridade, toxicologia e controles

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clínicos. Corrêa e Corrêa (2012) evidenciam que a melhor maneira de assegurar

um ambiente trabalho apropriado, evitando riscos e problemas ocupacionais, é por

intermédio de um efetivo controle sistemático do ambiente laboral.

Conforme Corrêa e Corrêa (2012), alguns conceitos são classificados como

essenciais para uma perfeita compreensão das modalidades que envolvem a

gestão de saúde e segurança ocupacional (Quadro 3).

Quadro 3 – Definições em Saúde e Segurança Ocupacional

Modalidade Conceito

Acidente Episódio não planejado que provoque morte, problema de saúde, ferimento, dano ou outro prejuízo.

Auditoria Exame sistemático e, sempre que possível, independente, destinado a determinar se as atividades e os resultados correlatos estão em conformidade com as disposições planejadas e se essas disposições são implantadas adequadamente para a realização da política e objetivos da organização.

Fatores Externos Forças alheias ao controle da organização com impacto sobre questões de saúde e segurança e com as quais se tenha de lidar dentro de um horizonte temporal apropriado, como regulamentos e normas industriais.

Perigo Fonte ou situação com potencial de provocar danos em termos de ferimentos humanos ou problemas de saúde, danos à propriedade, ao ambiente ou uma combinação destes.

Identificação do Perigo

Processo de reconhecer que um perigo existe e definir suas características.

Objetivos de Saúde e Segurança

Objetivos em termos de desempenho de saúde e segurança ocupacional, que uma organização estabelece para si, com metas a serem atingidas, e que devem ser quantificadas sempre que isso for viável.

Vigilância de Saúde

Monitoração da saúde das pessoas a fim de detectar sinais ou sintomas de problemas de saúde relacionados com o trabalho, de modo que medidas possam ser tomadas para eliminar ou reduzir a probabilidade de danos anteriores.

Problema de Saúde

A saúde deteriorada, fato julgado como tendo sido causado ou piorado pela atividade ou ambiente de trabalho de uma pessoa.

Incidente Evento não previsto que tem o potencial de conduzir a acidente.

Fatores internos Forças dentro da organização que podem afetar sua capacidade de realizar a política de saúde e segurança, tais como reorganização ou cultura interna.

Sistema de Gerenciamento

Conjunto, com qualquer nível de complexidade, de pessoas, recursos e procedimento, cujos componentes interagem de maneira organizada, de modo a permitir que se realize determinada tarefa ou que se atinja ou se mantenha determinado resultado.

Organização Grupo ou estabelecimento organizado, como por exemplo, um negócio, uma empresa, uma repartição governamental, entidade não governamental sem fins lucrativos ou sociedade. No caso de entidades que tenham mais um lugar em que operem cada um desses lugares pode ser considerado como uma organização.

Risco Combinação de probabilidade e consequência de ocorrer um evento perigoso específico.

Avaliação de Risco

Processo global de estimar a magnitude do risco e decidir se ele é tolerável ou aceitável.

Levantamento de Situação

Avaliação formal do sistema de gerenciamento para saúde e segurança ocupacionais.

Alvo ou Meta Exigência detalhada de desempenho, quantificada sempre que viável pertinente à organização, oriunda dos objetivos de saúde e segurança e que

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precise ser cumprida para que esses objetivos sejam atingidos.

Fonte: baseado em Corrêa e Corrêa (2012)

Os conceitos definidos no Quadro 3 contribuem para melhor entendimento

da GSSO de forma mais abrangente e prática. Os mesmos estão relacionados

com o processo de implantação e implementação de um sistema de GSSO.

Neste sentido a Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional (GSSO) é

imprescindível para proporcionar um ambiente de trabalho benéfico para o bom

desempenho nas organizações. Ismail et al. (2012) compreende que as

organizações necessitam compreender a GSSO como um elemento chave no

desenvolvimento das pessoas e das organizações.

Para a British Standards Institution (BSI) (2014) a GSSO foi criada para dar

melhores condições de trabalho aos colaboradores na organização, identificação

os perigos e definindo controles para gerenciá-lo, reduzindo acidentes, custos e

inatividade, motivando os colaboradores com condições melhores de trabalho,

demonstrando conformidade para clientes e fornecedores.

Com a mesma finalidade, a Organização Internacional do Trabalho (OIT)

(2015) considera a gestão de saúde e segurança ocupacional de forma mais

abrangente, conceituando-a como uma ciência. Neste sentido a GSSO destina-se

a ajudar as organizações a controlar os riscos de saúde e segurança no trabalho

(OHSAS 18001 - HEALTH AND SAFETY ZONE, 2015). Com um enfoque distinto

da OIT – Organização Internacional do Trabalho, Ġnan, Gül e Yılmaz (2017)

entendem a GSSO de forma mais funcional, considerando o ambiente e as

atividades operacionais, como o local mais apropriado para minimizar o nível de

acidentes ocupacionais ao estágio desejado.

Independentemente de um conceito mais abrangente ou funcional, Mendes

(2017) apresentam a constante necessidade nas organizações pelo

estabelecimento de processos mais eficazes, torna-se cada vez mais

imprescindível a implantação ou manutenção de um sistema de gestão de saúde e

segurança ocupacional ajustado a incessante procura por melhores níveis de

desempenho com o mínimo de despesas e custos. Nesse cenário, os autores

Bayram, Ünğan e Ardiç (2017) expressam que um sistema de gestão de saúde e

segurança ocupacional tem relação direta com os custos de acidentes, custos de

saúde, desempenho da área de segurança e a satisfação do colaborador.

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Nessa temática, os sistemas de gestão de saúde e segurança ocupacional,

com base na OHSAS 18001 (BSI, 2007), são, regularmente, utilizados como

recurso eficaz das necessidades das organizações neste tema.

Segundo Vieira (2004), a implantação do sistema de GSSO, contribui para

prevenção de riscos de forma contínua, protegendo a integridade física e

psicológica dos colaboradores, e propicia evitar o gasto desnecessário de

recursos, a dispersão de documentos e responsabilidades. Nessa perspectiva, um

sistema de GSSO pode ser considerado parte do sistema de gestão maior da

organização utilizado para desenvolver, implantar e gerenciar riscos através de

sua política de saúde e segurança ocupacional (OHSAS, 2007).

Entende-se o sistema de GSSO como ferramentas de gestão que colaboram

para a efetiva melhoria do desempenho das organizações relacionadas às

questões de saúde e segurança ocupacional, tendo em vista o cumprimento das

legislações, incremento da produtividade, redução de acidentes, credibilidade

diante da comunidade e gradativa conscientização no que se refere a segurança e

saúde dos colaboradores e parceiros da organização (OLIVEIRA; OLIVEIRA;

ALMEIDA, 2010).

Proposto como um conjunto de iniciativas consolidadas através de políticas,

programas, procedimento e processos, um sistema de GSSO é idealizado para

integrar as atividades da organização com objetivo de colaborar com o

cumprimento da legislação vigente, e simultaneamente, criar uma concepção

sistêmica da cultura de saúde e segurança ocupacional (ISMAIL et al., 2012). Em

uma perspectiva de gestão (planejando, controlando e mensurando) acerca das

atividades relacionadas a saúde e segurança ocupacional, Cardella (2012) declara

que para conquistar seus objetivos, um sistema de gestão deve ser visto como um

conjunto de recursos inter-relacionados, interatuantes e interdependentes.

Para a implantação do sistema de GSSO é importante compreender os

elementos necessários (Quadro 4) para adequação dos níveis de desempenho

requeridos em relação à Saúde e Segurança ocupacional.

Quadro 4 – Elementos Requeridos – Sistema de GSSO

Elementos Definição

Política de Segurança e Saúde no Trabalho

A organização deve implementar uma política de saúde e segurança ocupacional, autorizada pela alta administração, que claramente estabeleça os objetivos gerais de saúde e segurança e o comprometimento com a melhoria do desempenho em saúde e segurança (OHSAS, 2007;

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GONÇALVES et al., 2011);

Identificação de perigos, avaliação e controle de riscos.

A organização deve estabelecer e manter procedimentos para a contínua identificação de perigos, avaliação de riscos e a implementação das medidas de controle necessárias (SOUZA, 2016);

Exigências legais e outras

A organização deve estabelecer e manter procedimento para identificar e acessar a legislação e outras exigências de saúde e segurança ocupacional que lhe são aplicáveis (MTE-NR’s, 2000; OHSAS, 2007);

Estrutura e responsabilidade

A organização deve designar um membro da alta administração (por exemplo, em uma grande organização, um diretor ou um membro do comitê executivo) com a particular responsabilidade de assegurar que o sistema de gestão de saúde e segurança ocupacional seja devidamente implementado e atenda aos requisitos em todas as situações e locais de operação da organização (QUELHAS; ALVES; FILARDO, 2003; OLIVEIRA et al., 2010);

Treinamento, conscientização e competência.

A organização deve estabelecer um procedimento para identificar e prover as competências necessárias para se exercer cada um dos cargos existentes (LANGE; KARAWEJCZYK, 2014; MASSANARES; LEAL, 2017);

Consulta e Comunicação

A organização deve possuir um procedimento que estabeleça a sistemática para assegurar uma boa comunicação entre a gerência e os trabalhadores e vice-versa, entre a organização e todas as partes Interessadas (BENTO, 2015);

Preparação e atendimento a emergências

A organização deve analisar criticamente os planos e procedimentos de preparação e atendimento a emergências, especialmente após a ocorrência de incidentes ou situações de emergência (WEGNER, 2015);

Medição e monitoramento de desempenho

As organizações devem aumentar sua capacidade de julgamento analítico por meio da obtenção de informações atualizadas que lhes permitam construir estratégias consistentes para abordar seus problemas (SALINAS; RUELLA, 2013; BARROS, 2015);

Controle e gestão de registros

Os registros de saúde e segurança ocupacional devem ser legíveis, identificáveis e rastreáveis as atividades envolvidas (BARROS, 2015);

Auditoria Os procedimentos de auditoria devem abranger o escopo, a frequência, as metodologias, as competências, bem como as responsabilidades e requisitos para conduzir auditorias e relatar os resultados (MADSEN, 2001);

Análise crítica pela administração

É recomendado que a alta Administração analise criticamente a operação do sistema de GSSO, a fim de avaliar se o sistema está sendo totalmente implementado e se permanece adequado para cumprir a política e atingir os objetivos de saúde e segurança ocupacional estabelecidos pela organização (PINTO; SÁ, 2007; OLIVEIRA et al., 2010).

Fonte: baseado em BSI OSHAS-18001 (2007)

Segundo Oliveira et al. (2012) o processo de implantação de um sistema de

gestão agrega valor à cultura organizacional, pois desenvolve competências

relacionadas ao planejamento e execução das atividades, prioriza a capacidade

de trabalho em equipe e promove a confiabilidade do sistema produtivo. Isto é,

mais do que atender a legislação vigente, é obrigação da alta administração,

assegurar um ambiente de trabalho saudável e seguro aos colaboradores.

Em um sistema de GSSO é imprescindível que os objetivos definidos

estejam em harmonia com a missão, visão e estratégia do negócio, sendo estes

implementados de maneira a estabelecer indicadores de desempenho a adotar.

Assim, a área de saúde e segurança ocupacional não ficará alienada aos objetivos

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estratégicos estabelecidos pela organização, demonstrando que não foi

constituída apenas para cumprir uma exigência legar e sim participar de forma

efetiva na gestão das pessoas, dos processos e da organização (FREITAS;

VIEIRA; NOGUEIRA, 2018).

2.4 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

McGregor (1999) descreveu a existência de um imenso crescimento da

preocupação com as pessoas nas organizações nas décadas de 60, 70 e 80. O

lado humano da organização tornou-se um dos maiores interesses da alta

administração, que implementou um conjunto de valores bem mais humanos. O

autor reforça ainda que maior equidade e benevolências na forma de tratamento

com os colaboradores, propicia um ambiente de trabalho mais seguro e agradável.

De acordo com Nascimento e Pessoa (2007, p.3) "o termo qualidade de vida

no trabalho (QVT) foi inicialmente apresentado no final da década de 1960 para

enfatizar a deficiência da qualidade de vida no local do trabalho". O conceito

despertou interesse entre os anos 60 e 70, até tornar-se em conceito utilizado em

acontecimentos diversos; como a saúde e segurança, a educação, a economia, a

política e os serviços.

A partir das décadas de 60 e 70, os aspectos de saúde e bem-estar dos

trabalhadores, receberam um novo impulso dos movimentos de QVT, ampliando

estudos para identificar melhores maneiras de desenvolver as atividades laborais.

"No Brasil, só a partir dos anos 80, foram realizados alguns estudos ainda muito

influenciados pelos modelos estrangeiros". (RODRIGUES, 2009, p.3).

Walton (1973) declara que a expressão “Qualidade de Vida”, foi utilizada

para descrever certos valores ambientais e humanos, que são negligenciados

pelas sociedades industriais, em detrimento do avanço tecnológico, da

produtividade e do crescimento econômico. O autor em seu modelo proposto

(Quadro 5), identifica oito categorias conceituais de QVT, cada uma com suas

respectivas dimensões. A QVT pode ser analisada de acordo com o nível de

satisfação dos colaboradores e com os fatores que interferem em seu bem-estar

no trabalho.

Quadro 5 – Categorias Conceituais de QVT

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Categorias conceituais Indicadores de QVT

1. Compensação justa e adequada

- Equidade interna e externa - Justiça na compensação - Partilhas de ganhos de produtividade

2. Condições de trabalho - Jornada de trabalho razoável - Ambiente físico seguro e saudável - Ausência de insalubridade

3. Uso e desenvolvimento de capacidades

- Autonomia - Autocontrole relativo - Qualidades múltiplas - Informações sobre o processo total de trabalho

4. Oportunidade de crescimento e segurança

- Possibilidade de carreira - Crescimento pessoal - Perspectiva de avanço salarial - Segurança de emprego

5. Integração social na organização - Ausência de preconceitos - Igualdade - Mobilidade - Relacionamento - Senso comunitário

6. Constitucionalismo - Direitos de proteção ao trabalhador - Privacidade pessoal - Liberdade de expressão - Tratamento imparcial - Direitos trabalhistas

7. O trabalho e o espaço total de vida - Papel balanceado no trabalho - Estabilidade de horários - Poucas mudanças geográficas - Tempo de lazer da família

8. Relevância social do trabalho - Imagem da empresa - Responsabilidade social da empresa - Responsabilidade pelos produtos - Práticas de emprego

Fonte: baseado em Walton (1973)

A ênfase da qualidade de vida no trabalho para Werther e Davis (1983) está

em tornar os cargos mais interessantes e desafiadores. Para efetivação deste

processo, torna-se necessário a participação de todos os envolvidos na

reformulação dos cargos. Os autores declaram que a tecnologia, as economias e

a tradição, podem constituir barreiras para uma melhoria da QVT. Segundo

Werther e Davis (1983, p.73) “os cargos são o elo entre as pessoas e a

organização”. Assim, considerando-se a influência dos cargos na QVT, os

mesmos devem ser reformulados utilizando-se da influência dos fatores

ambientais, organizacionais e comportamentais (Quadro 6).

Quadro 6 – Fatores de QVT

Fatores Ambientais Fatores Organizacionais Fatores Comportamentais

Habilidade dos trabalhadores Abordagem mecanicista Autonomia

Disponibilidade dos trabalhadores Fluxo de trabalho Variedade da tarefa

Expectativas sociais Prática de trabalho Identidade da tarefa

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Feedback

Fonte: Werther e Davis (1983, p.75)

A reformulação dos cargos pode promover maior vínculo entre os fatores

ambientais, organizacionais e comportamentais. Os autores descrevem os fatores

como: Ambientais – deve considerar expectativas sociais, as habilidades e

disponibilidade dos potencias trabalhadores, significando que o cargo não pode

ser tão complexo e nem tão simples; Organizacionais – deve identificar a perfeita

tarefa do cargo, estabelecer fluxo regular de trabalho e minimizar o tempo e

esforço dos trabalhadores. Consideram positivo neste fator investir em

treinamento e permitir rápido aprendizado; Comportamentais – deve considerar a

autonomia do indivíduo para assumir responsabilidade pelo trabalho, a variedade

do cargo, a identidade/orgulho da tarefa e o feedback sobre seu resultado,

contribuindo para maior motivação (WERTHER; DAVIS, 1983).

Pesquisas sobre o comportamento organizacional, incentivos à saúde,

anomalias do trabalho e programas de qualidade total foram dedicados à análise

da qualidade de vida no trabalho. "Observam-se conceitos sobre o tema

Qualidade de Vida no Trabalho - QVT, com os enfoques relacionados: grau de

satisfação da pessoa com a empresa; condições ambientais gerais e promoção da

saúde" (LIMONGI-FRANÇA,1996, p.9). Neste sentido, "A QVT pode ser analisada

com base em três abordagens: Sistemas de Qualidade, Potencial Humano e

Saúde e Segurança no Trabalho" (LIMONGI-FRANÇA, 1996, p.16).

Conforme Limongi-França (2007, p.174) existe um conjunto de critérios de

QVT, que deve ser instrumentalizado por organizações que se dedicam com o

potencial humano dos colaboradores, saúde e segurança ocupacional. O Quadro

7 apresenta os indicadores organizacionais de gestão do QVT.

Quadro 7 – Categorias Relevantes de QVT

Critérios Foco

Organizacional Imagem, treinamento e desenvolvimento, processos e tecnologia, comitês de decisão, ausência de burocracia e rotinas pessoal;

Biológico Semana Interna de prevenção de acidentes, controle de riscos ergonômicos – PPRA, ambulatório médico, ginástica laboral, refeição, saúde, comissão – CIPA;

Psicológico Recrutamento e seleção, avaliação do desempenho camaradagem, carreira, salário, vida pessoas;

Social Convênios comerciais, tempo livre, lazer, filhos, cesta básica, previdência privada, financiamento de cursos.

Fonte: Limongi-França (2007, p.174)

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A qualidade de vida no trabalho pode ser utilizada para que as pessoas

queiram fazer mais, como decorrência de um envolvimento maior com o trabalho

que realizam, por compartilharem mais das coisas que lhes dizem respeito e pela

existência de um ambiente favorável, onde os indivíduos sintam-se estimulados e

motivados a produzir, satisfazendo seus anseios e necessidades, e ao mesmo

tempo indo ao encontro dos objetivos organizacionais (FERNANDES;

GUTIERREZ, 1988).

Para Búrigo (1997) a qualidade de vida no trabalho afeta atitudes pessoais e

comportamentais, tais como criatividade, vontade de inovar ou aceitar mudanças,

capacidade de adaptar-se a mudanças no ambiente de trabalho e o grau de

motivação interna para o trabalho, que são fatores importantes para a

produtividade do indivíduo. Nessa lógica, Vasconcelos (2001), comenta que é

pertinente referir-se a QVT como um mecanismo de gestão de pessoas que

poderia ser associado as metas organizacionais.

A expressão QVT tem livre interpretação, sem uma regra geral, dependendo

da tônica que a ela se queira dar, conforme os valores, filosofia e propósitos das

pessoas e entidades que a queiram usar como referência para o trabalho que

desenvolvem na busca da felicidade do ser humano (MILIONI, 2003).

Consoante com Gonçalves e Vilarta (2004) a qualidade de vida abrange

diversas áreas da vida cotidiana das pessoas, como: as áreas da saúde, da

educação, do transporte, da habitação e do trabalho, demostrando como as

pessoas vivem, sentem e compreendem seu dia a dia. A qualidade de vida surge

como um movimento crescente nos dias correntes, tendo como principal objetivo

deparar-se com colaboradores em bom estado de saúde físico e mental,

estimulados e com muita energia para responder a rotina diária.

Os programas de QVT trazem resultados excelentes nas organizações, a

conexão entre QVT e produtividade é admitida pela grande maioria dos gestores,

trata-se de uma aliança contínua, positiva e sem risco, podendo considerar um

investimento da organização para elevar a produtividade em ambientes adversos

(LIMONGI-FRANÇA, 2007).

Nascimento e Pessoa (2007, p.2) expressam: "pensava-se que não era só

possível unir a satisfação à produtividade, como também o bom desempenho do

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trabalhador com satisfação e realização". Nessa lógica, a qualidade de vida no

trabalho deve ser considerada como uma gestão dinâmica porque as

organizações e as pessoas mudam constantemente e é contingencial porque

depende da realidade de cada organização no contexto em que está inserida

(SILVA, 2009).

Pessoa et al. (2008) evidenciam que a literatura versa sobre a qualidade de

vida no trabalho essencialmente em duas grandes dimensões. A primeira

dimensão observando-a como um composto de premissas e práxis

organizacionais; como funções valorizadas; como um gerenciamento participativo

oportunizando aos colaboradores de envolver-se no processo decisório da

organização; como condições seguras de trabalho. A segunda dimensão está

conectada com os resultados observáveis que as condições de trabalho têm no

bem-estar de uma pessoa: as demonstrações de satisfação, progresso e

desenvolvimento dos colaboradores.

Conforme Silva (2009) a qualidade de vida no trabalho deve ser considerada

como uma gestão dinâmica porque as organizações e as pessoas mudam

constantemente e é contingencial porque depende da realidade de cada

organização no contexto em que está inserida.

Marras (2011) anuncia que as organizações têm como foco a

competitividade, maior produção menor custo, enquanto os colaboradores buscam

melhores ambientes para realizar suas atividades e minimizar o estresse pela

incessante busca por resultados. O autor declara que os colaboradores estão

cada vez mais conscientes com o desejo de “viver qualitativamente”. Neste

sentido, a qualidade de vida no trabalho de uma pessoa é tão essencial quanto a

sua vida pessoal. A satisfação e contentamento são indispensáveis para

manutenção de uma vida mais equilibrada. Um desequilíbrio em qualquer um

destes aspectos pode afetar o outro, criando insatisfação (STEPHEN;

DHANAPAL, 2012).

Em conformidade com Ferreira (2012), a perspectiva que deve ser utilizada

pelas organizações quanto a QVT é caracterizada por uma política com foco de

atuação na mudança das condições, das organizações e das relações entre

gestores e equipes de trabalho. De acordo com o autor a QVT deve ser percebida

como uma ação preventiva dentro das organizações, caracterizada por uma

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política de transformação e não como uma prática assistencialista.

Derivado de um viés mesmos assistencialista, Coutinho (2014) retrata que as

ações relacionadas a QVT devem considerar a organização como um todo, não

priorizando assistência personalizada, sendo esta a forma mais viável e adequada

para que haja um ambiente mais humano e um sistema de trabalho voltado para o

crescimento pessoal e profissional das pessoas.

Amplamente debatido por diversos autores, o tema qualidade de vida no

trabalho (QVT), tem sido retratado em diversas pesquisas por sua relevância.

Originário de inúmeros estudos da primeira metade do século XX, a QVT

encontrava-se segmentada em dois preceitos: a demanda da produtividade e a

satisfação do trabalhador (TRENTIN et al., 2016). Nessa perspectiva as

organizações têm investido na automatização, informatização e adequação das

instalações e equipamentos, tendo em vista uma melhor harmonização entre os

ambientes de trabalho e a satisfação das pessoas (CAMPOS, 2016).

Para Zanella (2016) a QVT pode colaborar para que as necessidades de

cada indivíduo sejam consideradas, especialmente no que se concerne ao bem-

estar físico e mental e na relação com as pessoas. Corroborando com Zanella

(2016), Freitas et al. (2016) evidencia, por meio da pesquisa realizada com 56

colaboradores da construção civil, que os aspectos da qualidade de vida no

trabalho e da saúde e segurança ocupacional se relacionam e que as ações de

QVT contribuem para a gestão da SSO na percepção dos colaboradores. Os

autores em seu estudo desenvolveram uma síntese (Quadro 8) dos aspectos da

QVT e sua relação com a SSO.

Quadro 8 – Aspectos da qualidade de vida no trabalho e sua relação com a saúde e segurança ocupacional

Qualidade de Vida no Trabalho (QVT)

Saúde e Segurança Ocupacional (SSO)

1. Compensação justa e adequada

Comprometimento dos gestores para assegurar a disponibilidade dos recursos essenciais, salientar recursos humanos, infraestrutura organizacional e recursos financeiros.

2. Condições de trabalho Consideração a uma concepção das áreas de trabalho, processos, instalações, máquinas e equipamentos, procedimentos operacionais e organização do trabalho, incluindo a sua adaptação às capacidades humanas.

3. Uso e desenvolvimento de capacidades

Consideração às atividades de todas as pessoas que tenham acesso aos locais de trabalho (incluindo subcontratados e visitantes) e ao comportamento humano, capacidades e outros fatores humanos.

4. Oportunidade de crescimento e segurança

Comprometimento para assegurar a disponibilidade de todos os recursos essenciais, sendo estes humanos, competências

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especializadas, infraestrutura organizacional, tecnologia e recursos financeiros.

5. Integração social na organização

Estabelecimento, implementação e manutenção de um ou mais procedimentos para assegurar a comunicação interna entre os vários níveis e funções da organização e a comunicação com subcontratados e outros visitantes do local de trabalho.

6. Constitucionalismo Dever da organização de estabelecer, implementar e manter objetivos de SSO documentados, a todos os níveis e funções relevantes dentro da organização.

7. O trabalho e o espaço total de vida

Consideração a atividades tanto rotineiras quanto não rotineiras.

8. Relevância social do trabalho

Dever da organização de estabelecer, implementar e manter um ou mais procedimentos para a participação dos trabalhadores através do envolvimento apropriado na identificação de perigos, avaliação de riscos e determinação das medidas de controle, investigação de incidentes, desenvolvimento e análise das políticas de objetivos de SSO, da consulta quando ocorram alterações que possam afetar a sua SSO e na representação em matéria de SSO.

Fonte: Freitas et al. (2016, p.11)

A qualidade de vida no trabalho, quando bem compreendida e

implementada, pode proporcionar diversos ganhos para à organização e

colaboradores. A QVT torna-se viável quando as ações organizacionais são

sustentadas, direcionadas ao indivíduo, a equipe, ao ambiente laboral e a própria

organização (BOAS; PIRES; FARIA; MORIN, 2018).

2.5 AMBIENTES NOCIVOS

No dia a dia das organizações é costumeiro a existência de ambientes

nocivos, que podem afetar a saúde do colaborador assim como no desempenho

de suas atividades. Segundo Silva (1995, p.5), ambiente de trabalho é “o local em

que se desenrola boa parte da vida do trabalhador, cuja qualidade de vida está,

por isso, em íntima dependência da qualidade daquele ambiente”.

De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego – MTE (2005) os

ambientes que podem provocar agravos a saúde dos colaboradores são aqueles

que expõe as pessoas a agentes nocivos acima dos limites de tolerância. Por

limite de tolerância entende-se aquela condição em que a exposição ao agente

insalubre, em virtude de sua concentração ou intensidade, relacionada com a

natureza, não causará danos à saúde do trabalhador (Art. 15.1.5 da NR 15),

sendo consideradas insalubres as que se “desenvolvem acima dos níveis de

tolerância previstos nos Anexos 1,2,3,5,11e 12” (Art. 15.1 e 15.1.1).

Os riscos habitualmente fazem parte das organizações, alguns mais

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relevantes e de fácil observação, com resultados imediatas e outros mais

imperceptíveis, com os prejuízos manifestando-se tempos depois (AREOSA;

DWYER, 2012).

Para Santos et al. (2012) os colaboradores estão expostos a diversos

ambientes nocivos de trabalho, tornando os mesmos vulneráveis ao ambiente

laboral. O autor define vulnerabilidade como um conjunto de aspectos que podem

ampliar ou reduzir os riscos que os colaboradores estão expostos em todos os

locais de trabalho.

Agneis (2013, p.73) define o ambiente de trabalho como o complexo

máquina-trabalho: as edificações do estabelecimento, equipamentos de proteção

individual, iluminação, conforto térmico, instalações elétricas, condições de

salubridade ou insalubridade, de periculosidade ou não, meios de prevenção à

fadiga, outras medidas de proteção ao trabalhador, jornadas de trabalho e horas

extras, intervalos, descansos, férias, movimentação, armazenagem e manuseio de

materiais que formam o conjunto de condições de trabalho, etc.

A avaliação de riscos é uma das questões mais relevantes, em qualquer

análise de segurança. Na gestão e avaliação dos riscos é indispensável

reconhecer com precisão, os perigos iminentes dos ambientes nocivos de trabalho

(HEALTH AND SAFETY EXECUTIVE, 2014).

Segundo Almeida e Mendes (2016) é primordial que colaboradores e

organizações tenham um olhar diferenciado para os ambientes nocivos de

trabalho, com a finalidade de que haja um equilíbrio e harmonia entre a satisfação

e segurança do ambiente laboral independente a atividade da organização.

Assim sendo, a saúde e segurança de uma pessoa no seu ambiente laboral

e as condições oferecidas pela organização refletem diretamente em sua

produtividade e na satisfação dos colaboradores durante o exercício de suas

atividades (SOUZA; GASQUES, 2017).

É óbvio que as implicações negativas de um ambiente nocivo de trabalho

geram uma redução nos índices de produtividade, seja pela redução do

rendimento da equipe produtiva ou pela ausência dos colaboradores em função de

afastamentos ou acidentes de trabalho (Figura 6).

Figura 6 – Setores com maior número de acidentes por ano no Brasil.

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Fonte: adaptado do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho e Anuário Estatístico da Previdência Social – Correio Braziliense (2017).

Os crescentes custos com saúde são insustentáveis e representam uma

ameaça à saúde e à segurança, com uma porcentagem significativa desses

custos sendo mantidos pelas organizações e seus colaboradores. A má qualidade

na saúde e segurança do trabalhador são problemas crônicos para a saúde

pública e a Previdência Social no Brasil. No ano de 2016, a Previdência Social

concedeu 5,1 milhões de benefícios, dos quais 88,3% eram previdenciários, 6,8%

assistenciais e 4,9% acidentários. Comparado com o ano de 2015, a quantidade

de benefícios concedidos aumentou 18,1%. A espécie beneficiária mais concedida

foi o auxílio-doença previdenciário que representou 42,7% dos casos, seguido da

aposentadoria por idade 12,9%. O valor total dos benefícios concedidos em 2016

atingiu R$ 6,7 bilhões, valor que representou um acréscimo de 33,0% em relação

ao ano anterior. Considerando o valor dos benefícios, as espécies mais

concedidas foram todas previdenciárias: o auxílio-doença 43,2%, a aposentadoria

por tempo de contribuição 15,0% e a aposentadoria por idade 10,5% (Previdência

Social, 2017).

Neste contexto, diante dos riscos que estão expostos, os colaboradores

acabam dispersando sua atenção durante a realização de suas atividades,

vivenciando um maior desgaste físico e mental. É essencial definir meios de

mapear os riscos presentes no ambiente nocivo de trabalho, com o propósito de

eliminá-los ou reduzi-los tornando o ambiente apropriado para realização das

atividades de maneira agradável. (ALBUQUERQUE et al., 2018).

Fabricação de alimentos, bebidas e fumos 23.351

Setor

Serviços 76.246

Extrativista e construção civil 46.673

Transformação de metais e compósitos 44.808

Escriturário 40.371

Exploração agropecuária 33.990

Biológicas, bioquímicas e saúde 29.718

Acidentes

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Araújo (2010) propõe que os próprios colaboradores envolvidos no processo

devem determinar medidas preventivas e seu grau de eficácia em ambientes

nocivos, identificando e desenvolvendo melhorias que possam ser implementadas

pela organização, sempre com base nas normas regulamentadoras – NR’s.

Através da Portaria 3.214 de 08.06.78 expedida pelo MTb – hoje Ministério

do Trabalho e Emprego - MTE, conforme disposto no art. 1º, houve a aprovação

das “normas regulamentadoras- NR- do Capítulo V, Título II, da Consolidação das

Leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho. Existem

atualmente 36 NR`s - normas regulamentadoras de segurança e saúde do

trabalho.

Pustiglione (2015) descreve que as normas regulamentadoras são

constituídas por uma lista de leis que guiam a realização segura do trabalho,

apresentando assim, um conjunto de itens que as empresas devem atender para

operarem dentro da lei em ambientes nocivos.

É parte do papel da área de SSO das organizações monitorar os riscos

existente em ambientes nocivos a que os colaboradores estão expostos. Para

uma gestão eficaz nesta atividade é essencial que a área de SSO disponha de

uma metodologia para gerenciamento dos riscos, planejando, operacionalizando e

controlando as atividades e seus respectivos riscos em ambientes nocivos,

respeitando sempre os parâmetros estabelecidos pela legislação vigente como

limite de tolerância (ALBUQUERQUE et al., 2018). O autor ainda recomentada a

utilização de técnicas como: APR - Análise Preliminar de Risco, HAZOP - Hazard

and Operability Studies (Estudo de Perigo e Operabilidade), FMEA - Failure Mode

and Effect Analysis (Análise dos Modos de Falha e seus Efeitos), FTA - Failure

Tree Analysis (Análise por Árvores de Falha), Técnica de Incidente Crítico (TIC),

entre outras, para identificar os perigos e avaliar os riscos relacionados aos

ambientes nocivos, descritos no Quadro 9.

Quadro 9 – Técnicas de Análise

Técnica Definição

Análise Preliminar de Risco (APR)

“Uma metodologia indutiva estruturada para identificar os potenciais perigos decorrentes da instalação de novas unidades e sistemas ou da própria operação da planta que opera com materiais perigosos” (BARROS, 2013; p.76).

Hazard and Operability Studies (HAZOP)

Uma técnica indutiva qualitativa e estruturada para identificar possíveis desvios (anomalias) de projetos e perigos potenciais e/ou problemas de operação utilizando palavras guias, combinadas às

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dimensões de processo, para avaliar desvios, suas causas e consequências (BANK, 1985).

Failure Mode and Effect Analysis (FMEA)

Um método indutivo que permite analisar para cada componente de um sistema de uma forma sistemática os vários modos de falha que poderão ocorrer, as suas causas e os seus efeitos no funcionamento e segurança do sistema (SOBRAL; ABREU, 2013).

Failure Tree Analysis (FTA) Uma técnica de identificação de perigos e análise de riscos que parte de um evento topo escolhido para estudo e estabelece combinações de falhas e condições que poderiam causar a ocorrência desse evento. A técnica é dedutiva e pode ser qualitativa e quantitativa (ZIO, 2007).

Técnica de Incidente Crítico (TIC)

Uma técnica de identificação de perigos que consiste na identificação de quase-acidentes. Identifica também incidentes ou acidentes de pequena gravidade que não tenham sido relatados e diversos tipos de fatores de risco (SILVA et al., 2016).

Fonte: o autor (2019)

Criado por Walter A. Shewhart, estatístico americano, nos laboratórios Bell

Laboratóries em 1931 e popularizado na década de cinquenta no Japão pelo

especialista em qualidade William Edwards Deming, o ciclo PDCA, do inglês,

Plan-Do-Check-Act e em português Planejar-Fazer-Avaliar-Melhorar, passou a ser

conhecido mundialmente e utilizado como modelo de melhoria contínua,

principalmente na área de gestão da qualidade. O ciclo PDCA foi utilizado pela

Organização Mundial da Saúde - OMS para o desenvolvimento da publicação

sobre ambientes de trabalho saudáveis para empregadores, trabalhadores,

formuladores de política e profissionais (OMS, 2010).

De acordo com a OMS, além do ciclo PDCA é essencial a existência de

elementos críticos que o precedem a análise de ambientes nocivos como, por

exemplo, a mobilização das partes interessadas, a reunião de recursos e

competências necessárias, o correto diagnóstico situacional e a devida priorização

das ações e dos resultados pretendidos para, só então, entrar no ciclo PDCA. É

também fundamental que modelo (Figura 7) considere o engajamento e o

compromisso da liderança, a participação dos trabalhadores e, principalmente, a

elaboração e a implementação de programas que minimizem os riscos e estejam

alinhados com a ética e os valores (OMS, 2010).

Figura 7 – Modelo OMS para o desenvolvimento de ambientes de trabalho saudáveis

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Fonte: OMS (2010, p.8)

A aplicação de programas e políticas eficazes no ambiente laboral de acordo

com o FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL (2015) pode minimizar os riscos para a

segurança e saúde dos colaboradores, um ambiente de trabalho saudável, além

de contribuir para o aumento da produtividade. Populações saudáveis são mais

produtivas, concebendo resultados mais positivos para as organizações, receitas

mais estáveis e menores custos.

Balduíno e Medeiros (2018) manifestam que um modelo de gestão mais

preventivo e menos reativo, necessita de planejamento e execução das atividades

de forma organizada. Assim, com a utilização do ciclo na implantação ou

condução das atividades de saúde e segurança ocupacional, pode contribuir de

forma eficaz para elevar o nível de produtividade, diminuir os custos e

essencialmente preservar a integridade dos colaboradores, os ativos mais

relevantes das organizações.

Para Adão (2018) as organizações que se apresentarem de forma mais

proativas, nesse sentido, estarão em melhor posição para se manter competitivas,

preservando e contribuindo para o bem-estar de seus colaboradores, afinal, é

sabido que profissionais saudáveis são ativos estratégicos e um diferencial

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competitivo para os negócios.

2.6 CULTURA E MATURIDADE DE SEGURANÇA EM ORGANIZAÇÕES COM AMBIENTE NOCIVO: PESQUISAS RELACIONADAS AO TEMA

Na busca por pesquisas que envolvessem a temática aqui abordada, foi

utilizado o banco de dados da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD),

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e

SciELO e ScienceDirect (Elsevier). A definição do período de busca abarcou os

anos de 2013 a 2018 (ano em que finda esta pesquisa).

Os bancos de dados registraram entre os anos de 2013 a 2018 trinta e duas

pesquisas entre teses, dissertações e periódicos, sendo que somente 07 tiveram

como foco similar em cultura e maturidade de segurança em organizações com

ambiente nocivo. Destas 07 pesquisas encontradas, vale destacar que 01 é tese,

04 são dissertações e 02 são periódicos. Mediante a pesquisa no banco de dados

obteve-se os resultados expostos no Quadro 10. Quanto as pesquisas

compreendendo autores internacionais, os bancos de dados registraram entre os

anos de 2013 a 2018 inumeras pesquisas entre teses, dissertações e periódicos,

porém em sua maior parte na área da saúde, segurança alimentar e militar. Neste

sentido, 04 pesquisas foram encontradas que se aproximam da temática desta

pesquisa.

Quadro 10 – Produçoes relevantes sobre cultura e maturidade de segurança.

Pesquisas Autores Nacionais

Temas abordados/palavras-chave Autor (ano) Construto/Variáveis

Análise de algoritmos de culpabilidade na avaliação de erros e violações e sua aplicação na segurança operacional Palavras-chave: Erro, Violação, Algoritimo de Culpabilidade

Lima (2013) Erro humano

Influências das políticas e práticas de gestão de pessoas na institucionalização da cultura de segurança Palavras-chave: Segurança do trabalho. Cultura de segurança. Processo de institucionalização. Políticas e práticas de gestão de pessoas

Vieira; Silva,; Silva (2014)

Cultura de segurança

Níveis de maturidade em programas de conservação auditiva em indústrias e a percepção do risco por trabalhadores Palavras-chave: Ruído. Riscos. Percepção. Saúde do Trabalhador

Wictor (2016) Maturidade de cultura de segurança

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Aprendizagem de segurança na construção civil Palavras-chave: Aprendizagem. Práticas. Cultura de segurança. Maturidade de segurança

Studart (2017) Mecanismos e processos envolvidos na aprendizagem na prática em geral e práticas de segurança

Saúde e segurança laboral em empreendimentos associativos autogestionários: uma análise das práticas adotadas na fábrica de tapetes da APAEB Palavras-chave: Associativismo. Saúde e segurança no trabalho. Cultura da segurança. Autogestão

Souza (2017) Avaliar a dimensão da saúde e segurança no ambiente laboral. identificar as principais ações desenvolvidas e suas motivações

Desenvolvimento e validação de um referencial metodológico para avaliação da cultura de segurança de organizações nucleares

Momesso (2017) Cutura de segurança

Fatores constituintes da cultura de segurança: olhar sobre a indústria de mineração Palavras-chave: Diagnóstico de segurança; Segurança do trabalho; Cultura de segurança; Indústria de mineração

Vassem; Fortunato; Bastos; Balassiano (2017)

Diagnóstico de cultura de segurança

Pesquisa Autores Internacionais

Título Autor (a) Construto/Variáveis

Construction Workers Perceptions Toward Safety Culture Palavras-chave: Construction, accidents, safety culture, construction workers

Petra Christian University, Jalan Siwalankerto (2008)

Empirically gauge worker’s perception toward safety culture in construction projects

Measurement of Food Safety Culture using Survey and Maturity Profiling Tools Palavras-chave: Food safety, food safety culture, food manufacturing, food safety maturity model, capability

Jespersen; Griffiths; Maclaurin; Chapman & Wallace (2015)

Theory of organizational culture was applied to measure food safety culture dimensions

Identification of safety culture dimensions based on the implementation of OSH management system in construction company Palavras-chave: Safety culture, construction accidente, OSH management system, construction project

Rossy A. Machfudiyanto; Yusuf Latief; Rosmariani Arifuddin; Yoko Ygiswara (2016)

Factor of safety culture in construction industry

Modelo de Salud y Seguridad en el trabajo con Gestión Integral para la Sustentabilidad de las organizaciones (SS e TGIS) Palavras-chave: Modelo, Salud, Seguridad en el trabajo, Gestión Integral, Sustentabilidad de las Ornanizaciones

Anaya-Velasco (2017)

Gestión integral de las organizaciones con perspectiva de salud y seguridad en el trabajo

Fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (http://www.bdtd.ibict.br/)

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (http://www.capes.gov.br/) Scientific Electronic Library Online (SciELO) (http://www.scielo.org) ScienceDirect | Elsevier's (https://www.elsevier.com/solutions/sciencedirect) Elaborado pelo autor a partir da pesquisa (2019)

A partir do levantamento realizado se discorre sobre os artigos, dissertações

e teses, as quais evidenciam a importância da cultura de segurança em ambientes

nocivos.

Petra (2008) ressalta sobre os esforços para a redução de acidentes na

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indústria da construção civil, associando a cultura de segurança. Ressalta ainda

que pesquisas sobre cultura de segurança, no entranto, ainda são limitadas. Em

sua pesquisa, por meio da aplicação de um questionário, obteve resultados que

indicam que, em geral, a percepção dos trabalhadores em relação a cultura de

segurança, apesar de relativamente boa, ainda mostra fatores de

comprometimento, entre os quais: comprometimento dos gestores, regras e

procedimentos de segurança, comunicação e competência dos trabalhadores.

Lima (2013) em sua pesquisa procurou discorrer sobre como o

comportamento humano pode influenciar nos acidentes aéreos. Classifica que o

ambiente aéreo preconiza a cultura de segurança e que os sistemas de segurança

devem conjugar dois pressupostos: 1º - Erros e violações aceitáveis devem ser

classificados como atos inseguros não culpáveis; e, 2º - Violações inaceitáveis

devem ser repudiadas em virtude da possibilidade de resultados adversos que

podem causar, independentemente dos danos. O estudo teve como objetivo

analisar a funcionalidade de algoritmos de culpabilidade, a fim de possibilitar a

avaliação de erros e violações e sua aplicação no gerenciamento de risco na

aviação. Ficou demostrado em seus resultados que o reporte de erros e violações

(fator humano) e de ferramentas para avaliação de atos inseguros que o emprego

de algoritmos de culpabilidade pode aprimorar a cultura de segurança de forma

justa dentre os prestadores de serviço.

Vieira et al. (2014) em seu estudo procurou descrever como as políticas e

práticas de gestão de pessoas influenciaram na institucionalização da cultura de

segurança. Foram considerados quatro eixos temáticos na pesquisa: processo de

institucionalização, segurança e cultura de segurança, política e práticas de gestão

de pessoas e liderança e processo de mudança cultural. Os autores trazem em

seus resultados que a institucionalização da cultura de segurança tem como

principal “dificultador” o fator humano, pois, em grande parte das situações, é

atribuído ao colaborador a responsabilidade pela ocorrência do acidente.

Jespersen et al. (2015) em seu estudo descreve a cultura organizacional em

cinco dimensões e características que podem ser utilizadas para medir a cultura

de segurança alimentar na fabricação de alimentos, por intermédio de um modelo

de maturidade em segurança alimentar.

O estudo de Wictor (2016) menciona que a percepção individual do

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trabalhador sobre o seu comportamento constitui ainda um tema pouco abordado.

Nesse sentido a autora buscou avaliar a influência do nível de maturidade dos

Programas de Conservação Auditiva sobre a percepção de risco pelos

colaboradores. Foram avaliadas cinco empresas metalúrgicas com uma amostra

de 243 colaboradores. Foram aplicados dois questionários na pesquisa, sendo o

primeiro para avaliar os níveis de maturidade e posteriormente um segundo

questionário para considerando a percepção individual do risco, a percepção dos

efeitos do ruído, cultura de segurança e o comportamento de risco. Como

resultado, concluiu-se que os níveis de maturidade não apresentaram diferenças

significativas entre as empresas, porém constatou-se maior percepção de riscos

nos diferentes níveis de exposição pelos colaboradores em ambientes de risco.

Enquanto que para Machfudiyanto et al. (2016) cultura de segurança é um

grupo de crença, normas, atitudes, regras e práticas sociais, bem como uma

técnica orientada a recusar uma condição que possa colocar em risco os

trabalhadores. A não percepção da cultura de segurança é um dos principais

atributos que causam lesões e mortes na indústria da construção em todo o

mundo.

Para Studart (2017) existem cada vez mais organizações com ambientes

nocivos para saúde e segurança do colaborador, devido a inserção de novas

tecnologias e maior esforço cognitivo com o desenvolvimento das atividades

laborais, ampliando a necessidade de maior conhecimentos e atenção sobre as

atividades a serem executadas. Uma das formas de se trabalhar preventivamente

questões de segurança seria entendendo como os colaboradores aprendem

segurança em seu ambiente laboral. A questão de pesquisa do estudo foi

entender como se dá o processo de aprendizagem de segurança na construção

civil. De acordo com a pesquisa, concluiu-se que é necessário desenvolver

práticas de segurança com maior grau de maturidade para constatar de fato uma

cultura de segurança. Porém, as mudanças das práticas que não contribuem para

melhorar a cultura de segurança, devem ser suportadas pela organização e não a

partir das pessoas isoladamente. Para alcançar práticas de segurança no nível de

maturidade de segurança construtivo, as organizações devem rever seus

objetivos, investir em desenvolvimentos das pessoas e acompanhar as práticas no

dia a dia dos colaboradores, onde essencialmente se desenvolve a aprendizagem

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sobre saúde e segurança.

Neste sentido Anaya-Velasco (2017) argumenta que a saúde e a segurança

das pessoas são fundamentais para desfrutatem de uma vida plena, um melhor

desempenho laboral e para o desenvolvimento de diferentes potencialidades e

aspectos em sua vida.

Souza (2017) em sua pesquisa teve por objetivo avaliar como a fábrica de

tapetes da APERB trata à dimensão da saúde e segurança dos seus associados e

colaboradores no ambiente laboral, identificando as principais ações

desenvolvidas. A autora menciona que a realidade é bastante complexa, pois fica

evidente uma despreocupação com o fator segurança em função de uma busca

incessante por viabilidade econômica e administrativa, além da ausência de

interesse por parte dos empreendimentos refletindo uma baixa maturidade da

cultura da segurança. Em suas considerações finais a autora expõe que no âmbito

da cultura de segurança do trabalho percebeu-se que o estágio de maturidade de

segurança na organização constituído mantém-se em processo de

amadurecimento gradativo e ainda não se pode afirmar nesta pesquisa a

disponibilidade de uma área de gestão em saúde e segurança ocupacional na sua

integralidade.

Diferentemente de Souza (2017), Momesso (2017) apresenta que as

questões relacionadas à proteção e segurança nuclear recebem a atenção

assegurada pelo seu significado e a cultura de segurança é definida como o

conjunto de características e atitudes da organização e dos indivíduos. A pesquisa

teve como objetivo principal desenvolver e validar um instrumento para a

avaliação da cultura de segurança de organizações nucleares. A coleta de dados

foi submetida a avaliação de especialistas e realizado pré-teste com indivíduos

que pertenciam à população pesquisada. Como resultado da pesquisa, o modelo

de avaliação da cultura de segurança foi validado, composto por 38 indicadores

distribuídos em 09 dimensões latentes, que se mostraram capazes de analisar

características superficiais até aspectos profundamente enraizados e partilhados

na organização, como por exemplo, a percepção que os colaboradores têm em

relação à segurança.

Complementando as pesquisas apresentadas, Vassem et al. (2017) inicia

sua pesquisa mencionando que apesar de notáveis, ainda são insuficientes, as

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pesquisas que compreendem a dinâmica relacionada ao processo de prevenção

de riscos. Os autores salientam que o entendimento das relações interpessoais no

contexto laboral, contribuem para a compreensão da cultura organizacional. O

estudo testou e validou modelo de diagnóstico de cultura de segurança

ocupacional. Como resultados da pesquisa foram constituídos três fatores que

integram e contribuem para a cultura de segurança: aprendizagem organizacional,

informação e comprometimento. De acordo com os autores, a partir da prevenção

de acidentes de trabalho, podem surgir, do ponto de vista interno das empresas,

ganhos de eficiência nos processos operacionais e melhorias no clima

organizacional. Do ponto de vista externo, os benefícios são originados da

preservação ou melhoria de sua reputação, bem como da minimização de custos

econômicos e sociais relacionados à ocorrência dos acidentes.

As pesquisas encontradas permitiram compreender a necessidade de

analisar o estágio da maturidade de segurança e avaliar as práticas que

contribuem para cultura de segurança. Para além da necessidade, permitiram

também constatar a escassez de pesquisas que envolvem a área de cultura de

segurança, similares a temática. O número reduzido de pesquisas encontradas

envolveu diferentes abordagens, sendo elas: cultura de segurança baseada em

algoritmos para indústria da aviação; nível de maturidade e percepção dos

colaboradores quanto aos riscos de conservação auditiva; desenvolvimento dos

colaboradores e formas de aprendizagem para formação da cultura de segurança;

ações desenvolvidas que contribuem com a cultura de segurança; desenvolver e

validar instrumento de para avaliação da cultura de segurança em ambientes

nucleares; analisar a influência das políticas e práticas de gestão das pessoas no

processo de institucionalização da cultura de segurança. Tais abordagens

encontradas trouxeram inquietações, as quais foram essenciais para a definição

do caminho adotado nesta pesquisa.

2.7 CONSIDERAÇÕES DO CAPÍTULO

Neste capítulo apresentaram-se os conceitos e práticas de cultura de

segurança, gestão de saúde e segurança ocupacional, qualidade de vida no

trabalho e ambientes nocivos com o objetivo de criar os subsídios necessários

para correlacionar as temáticas, por meio dos dados obtidos através da

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64

metodologia proposta na pesquisa.

Eiras (2011) expressa que a cultura de segurança deve ser internalizada por

colaboradores e organização, dividindo responsabilidades, promovendo

aprendizagem, criando soluções, implementando mudanças e melhorias na

conquista de resultados adequados com objetivo de manter os ambientes seguros

e saudáveis. Em consonância com Eiras (2011), Santos e Martins (2016)

mencionam em sua pesquisa a importância de disponibilizar um ambiente de

trabalho saudável e seguro para os colaboradores, proporcionando melhor

qualidade de vida no trabalho. Os autores reforçam a relevância da organização

analisar constantemente aspectos que minimizem os riscos à saúde e segurança

em ambientes nocivos por intermédio de uma apropriada gestão de saúde e

segurança ocupacional.

Vassem et al. (2017) salienta a partir do conhecimento das políticas, práticas

e ambientes de trabalhos, as organizações passam a ter a condição de analisar o

seu nível de amadurecimento da cultura de segurança, e desta forma elaborar

estratégias específicas com objetivo de ampliar a qualidade de seus indicadores

de segurança. A Figura 8 demostra o esquema visual da pesquisa.

Figura 8 – Esquema Visual da Pesquisa

MA

TU

RID

AD

E

MA

TU

RID

AD

E

Saúde e Segurança

Ocupacional

Ambientes Nocivos

Qualidade de Vida no Trabalho

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65

Fonte: o autor (2019)

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66

3 METODOLOGIA

Este capítulo tem por propósito apresentar e descrever os procedimentos

metodológicos e técnicas utilizadas na presente pesquisa, tendo como finalidade o

alinhamento com os objetivos propostos no primeiro capítulo. A tipologia desta

pesquisa será conduzida com abordagem quantitativa dos dados, em um estudo de

caso, com natureza exploratória e descritiva.

A seguir será descrito o delineamento da pesquisa, tipologia de metodologia,

sujeitos, procedimentos para a coleta de dados e procedimento de análise do caso

selecionado.

3.1 NATUREZA E TIPO DE PESQUISA

A metodologia aplicada nesta pesquisa quanto à caracterização do objetivo é

exploratória, cuja aplicação tem por finalidade a elaboração de instrumento de

pesquisa adequado à realidade e por permitir a análise e discussão sobre

determinado problema de pesquisa, por ser caracterizada pela construção do

conhecimento através de um processo sistêmico de análise e descrições objetivas

(FERNADES et al., 2018).

Quanto ao conceito de pesquisa exploratória, Theodorson e Theodorson

(1969) descrevem como um estudo preliminar cujo objetivo principal é se familiarizar

com um fenômeno que deve ser investigado, de modo que o principal estudo a ser

seguido possa ser projetado com maior compreensão e precisão. O estudo

exploratório permite que o investigador defina seu problema de pesquisa e formule

sua hipótese com mais precisão, além de escolher as técnicas mais adequadas para

sua pesquisa e decidir sobre as questões mais necessitadas de ênfase e

investigação detalhada, e pode alertá-lo para potenciais dificuldades, sensibilidades

e áreas de resistência.

A pesquisa caracteriza-se por quantitativa por utilizar-se de indicadores como

forma de analisar dimensões, através da captação de dados que indicam o

funcionamento das organizações (LINDFELT et al., 2017). A pesquisa realiza-se

através da percepção dos indivíduos envolvidos no ambiente em que estão

inseridos, assim propondo-se a identificar o estágio de maturidade da cultura de

segurança, considerando as práticas de gestão de saúde e segurança ocupacional e

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qualidade de vida no trabalho em uma organização com ambiente nocivo. Quanto ao

método que será utilizado, a pesquisa é exploratória e se caracteriza como um

estudo de caso. Além do aporte bibliográfico, serão avaliadas as informações

externalizadas pelos colaboradores. (FERNADES et al., 2018)

Para Oliveira (1999) a abordagem quantitativa é muito utilizada no

desenvolvimento das pesquisas descritivas e exploratórias, na qual se procura

descobrir e classificar a relação entre dimensões, assim como na investigação da

relação de causalidade entre os fenômenos: causa efeito. A abordagem quantitativa

emprega um instrumento estatístico como base do processo de análise de um

problema, podendo comparar com dados de outras pesquisas.

Nesta pesquisa optou-se pelo estudo de caso, para aprofundá-lo numa

empresa de grande porte no segmento de celulose e papel. Eisenhardt (1989) expõe

que o estudo de caso deve ser percebido como uma estratégia de pesquisa que

objetiva entender o andamento de determinado fenômeno pertencente em um dado

contexto, por meio de um diagnóstico intensivo de um objeto de estudo, com

intenção de prover um profundo e completo entendimento do objeto através do

exame de um ou mais casos.

3.2 UNIDADE DE ANÁLISE

A unidade de análise definida como objeto do estudo de caso é uma empresa

de grande porte no segmento de celulose e papel no Estado do Paraná. A empresa

é uma das principais fabricantes de papel tissue do seu segmento no sul do Brasil.

O setor de celulose e papel é composto por 220 empresas com atividade em

540 municípios, localizados em 18 Estados do Brasil, gerando 128 mil empregos

diretos e 640 mil empregos indiretos. A indústria de celulose do Brasil é a 4ª maior

do mundo em volume de produção, enquanto a de papel do País ocupa a 9ª posição

no ranking de fabricantes mundiais (ABTCP, 2018).

A opção pela referida empresa foi devido ao fato de sua expressão na

economia estadual, nacional e internacional há mais de 48 anos, ter mais de 900

colaboradores no seu quadro de lotação, a alta tecnologia implantada na fabricação

de seus produtos, ser reconhecida pelo mercado por desenvolver produtos com

rigoroso padrão de qualidade e controle bacteriológico adotado em grandes

organizações americanas e europeias.

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Além dos requisitos apresentados, a questão da acessibilidade e proximidade

com a gestão da empresa também influenciou na escolha.

3.3 AMOSTRAGEM

A coleta das informações ocorreu em uma empresa de celulose e papel,

situada no estado do Paraná. A população que fará parte desta pesquisa será

composta por aproximadamente 900 colaboradores de todas as áreas da empresa

(produção, manutenção, administração e logística) em todos os níveis hierárquicos.

Foram considerados aptos à realização dessa pesquisa todos os colaboradores pelo

fato destes terem acesso às diversas áreas do parque fabril, disponibilidade das

informações sobre as diretrizes organizacionais e autonomia para contribuírem com

modificações necessárias para melhoria dos ambientes laborais da organização.

Conforme Triviños (2007) a amostragem da pesquisa pode ser

propositalmente selecionada valorizando pessoas que sejam primordiais, de acordo

com a perspectiva adotada pelo pesquisador, para o entendimento do tema

pesquisado.

Martins (2011) indica que a amostra seja planejada em termos de

dimensionamento, com o cálculo do tamanho da amostra e a composição, onde se

define o método para estruturação da amostra, essencialmente, é probabilístico ou

não probabilístico (intencional). A amostragem considerou o tamanho da amostra

utilizando a fórmula para população finita, com um erro de amostragem de 10% e um

intervalo de confiança de 95% (BARBETA, 2007), ou seja:

Onde:

n = tamanho da amostra

N = número de elementos da população

Z = valor tabelado da distribuição normal = 1,96 para um intervalo de confiança de

95%.

Com base na fórmula apresentada, a amostra desta pesquisa está

dimensionada com mínino de 277 respondentes e estratificada em dois segmentos,

área de trabalho e função. A amostra final obtida foi de 294 respondentes.

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3.4 DIMENSÕES DE ESTUDO E INSTRUMENTO DE PESQUISA

As dimensões que compreendem este estudo são: cultura de segurança,

gestão de saúde e segurança ocupacional e qualidade de vida no trabalho. Assim,

foram adaptados três questionários de diferentes pesquisas cujo propósito era

pesquisar cada dimensão individualmente, dessa forma, o intuito nesta pesquisa foi

de utilizar um instrumento que fosse capaz de investigar as três dimensões de forma

unificada. Hair Jr. et al. (2009) definem uma dimensão como um atributo discernível

em objetos ou fenômenos e capaz de assumir valores diferenciados. As diferenças

podem ser observadas de forma isolada, quando compulsada em relação a outros.

O questionário (Apêndice A), é composto por três eixos e 95 perguntas,

aplicado com colaboradores de todas as áreas e níveis hierárquicos. Foi adaptado a

partir de Rodrigues (2011) para mensurar a cultura de segurança, de Oliveira (2014)

para gestão de saúde e segurança ocupacional e o questionário WHOQOL - World

Health Organization Quality of Life (1996) para mensurar a qualidade de vida no

trabalho.

Na primeira seção foram utilizadas questões para identificar o nível da cultura

de segurança por intermédio dos componentes: empenho da gestão, comunicação,

participação dos colaboradores, formação e informações, motivação, observação de

procedimentos de segurança, organização de aprendizagem e mudança organizativa

e de gestão de transição. Na segunda seção o objetivo foi identificar as práticas de

gestão de saúde e segurança ocupacional por meio dos componentes: gestão de

crises e normas e legislação (consideradas ações reativas) e integração de ações e

agregar valores (consideradas ações proativas). Na terceira e última seção, são

identificadas as práticas de qualidade de vida no trabalho através dos componentes:

domínio físico, domínio psicológico, domínio social e domínio de ambiente. Por fim o

instrumento questiona sobre o perfil demográfico dos respondentes.

Foi realizado um primeiro pré-teste com 20 colaboradores selecionados

aleatoriamente. A partir da aplicação do pré-teste, foram coletadas as sugestões

apontadas, tais como: adequação ortográfica, sequenciamento das dimensões,

racionalização de palavras e acréscimo de setores nos dados demográficos,

realizando os ajustes sugeridos de acordo com o instrumento de pesquisa.

O questionário adotada uma escala tipo Likert, que expressa uma atitude em

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relação a um determinado assunto, medindo o nível de aplicação das práticas de

cultura de segurança, gestão de saúde e segurança ocupacional e qualidade de vida

no trabalho em relação a uma determinada afirmação (FREITAS et al., 2000;

MACDANIEL et al., 2004; CURADO et al., 2013). Cada pergunta do referido

questionário contém (5) cinco opções de resposta, variando entre (1) Nunca e (5)

Sempre. Os questionários foram aplicados entre os meses de setembro e dezembro

de 2018.

3.5 PROCEDIMENTOS, TÉCNICAS E SISTEMAS UTILIZADOS PARA ANÁLISE DE DADOS

A análise dos dados será apresentada em seções. Na primeira seção serão

apresentados os dados do perfil dos respondentes, visando caracterizá-los. Para o

desenvolvimento de uma análise descritiva, os dados serão tabulados em planilha

do software Microsoft Excel® e importados para o software Estatístico SPSS®

(Statistical Package for the Social Sciences) versão 22, que buscará compreender o

perfil da organização e dos profissionais respondentes. O mesmo software será

utilizado para análise de dados das demais etapas desta pesquisa.

Na segunda seção serão apresentados e analisados os resultados dos dados

obtidos no questionário sobre a cultura de segurança, a gestão de saúde e

segurança ocupacional e a qualidade de vida dos trabalhadores. O método de

análise dos dados compreende extrair significado dos dados, organizar os dados

para análise, coordenar análises diferenciadas, evidenciar os dados e conceber

significado mais amplo dos dados (CRESWELL, 2010). O nível de maturidade será

comparado com um padrão, as lacunas serão mapeadas e classificadas, tornando-

se essencial para a compreensão do estágio da gestão de cultura de segurança. O

modelo de Bessante et al. (2001) será utiliza como conceito fundamental para

classificar o nível de maturidade de segurança nesta pesquisa.

Na terceira seção serão utilizadas técnicas estatísticas. De acordo com Collis

e Hussey (2003) as técnicas estatísticas são um fator relevante para a validação de

estudos quantitativos sendo facultado por meio da confiabilidade dos indicadores

estatísticos. Utilizou-se a pesquisa exploratória, indicada para o detalhamento de

situações específicas, em que é desenvolvida e estruturada para mensurar as

características das ocorrências encontradas em um estudo científico (HAIR JR. et

al., 2009).

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Para realizar a análise inicial dos dados quantitativos, foram adotados o teste

de Shapiro-Wilk para verificar a normalidade dos dados e o teste de Kruskal-Wallis

para verificação de diferença entre médias das dimensões Cultura de Segurança,

Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional e Qualidade de Vida no Trabalho.

Foi realizado o teste de confiabilidade Alfa de Cronbach. Segundo Hair Jr. et

al. (2009) este indicador faz a mensuração da confiabilidade em uma variância de 0

a 1, sendo os valores de 0,60 a 0,70 considerados o limite inferior de aceitabilidade.

Foi utilizada também a Análise Fatorial (AF) (Apêndice B), pelo método dos

componentes principais com rotação Varimax, de acordo com as indicações de Hair

Jr. et al. (2009) e Marôco (2011). Para realização do teste foram observados os

pressupostos de grande parte das dimensões com coeficientes de correlação maior

que 0,30 e valor do teste de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) acima de 0,7. Foi construída

a matriz com os coeficientes de correlação de Pearson. Nessa análise os valores

podem variar de (-1 até 1). Um valor de (-1) sugere uma correlação negativa perfeita,

o valor (0) aponta a não existência de correlação, e (1) indica uma correlação

positiva perfeita (HAIR JR. et al., 2009).

3.6 FLUXO DA PESQUISA

O fluxograma, ilustrado na Figura 10 representa a estrutura e fases da

realização desse método, sendo detalhados a seguir:

Figura 9 – Método proposto para o estudo da Cultura de Segurança

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Fonte: o autor (2019)

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4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

O presente capítulo tem como objetivo apresentar os dados obtidos, com o

perfil dos respondentes e caracterização da amostra, em seguida, o tratamento

estatístico adotado para a análise dos dados e, por último, realizar uma discussão

com os resultados da análise.

4.1 DADOS DEMOGRÁFICOS

Nesta primeira parte serão apresentados os dados demográficos da amostra.

Com o intuito de caracterizar a amostra, investigou-se aspectos demográficos

evidenciadas por meio dos Quadros 11 a 15, traçando assim o perfil demográfico da

mesma. O Quadro 11 apresenta a distribuição dos respondentes quanto a função

por por área de atuação.

Quadro 11 – Distribuição dos respondentes quanto a função por área de atuação

Área

Função

Adminis-trativa

Florestal Logística Manuten-

ção Produção Total %

Administrativo 31 3 3 1 2 40 13,61

Gestor 10 1 5 1 8 25 8,50

Manutentor 0 0 0 42 1 43 14,63

Operador 1 9 36 1 128 175 59,52

Técnico 4 3 0 1 3 11 3,74

Total 46 16 44 46 142 294 100,00

% 15,60 5,40 15,10 15,60 48,30 100,00

Fonte: dados da pesquisa (2019)

Verifica-se, a partir do Quadro 11, que o maior número de respondentes

corresponde a área produtiva, representando 48,30% da amostra. As áreas

administrativa, manutenção e logística correspondem com 15,60%, 15,60% e

15,10%, respectivamente, do total da amostra. Ainda no Quadro 11, pode-se

observar que o setor operacional teve a maior participação de respondentes (128) na

função de operador devido a predominância do ramo da organização pesquisada. É

importante destacar o elevado número de respondentes na função manutentor (43),

nas diversas áreas de atuação.

O número de respondentes na função operador representa 59,52%, seguido

das funções manutentor e administrativo com 14,63% e 13,61% das respostas,

respectivamente. A partir dos resultados da pesquisa, é possível verificar que 8,50%

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dos respondentes ocupam cargo de gestão e 3,74% atuam em funções técnicas. O

Quadro 12 apresenta a distribuição dos respondentes quanto ao nível de

escolaridade por função.

Quadro 12 – Distribuição dos respondentes quanto ao nível de escolaridade por função

Função

Nível Adminis-trativo

Gestor Manutentor Operador Técnico Total %

Especialização 4 2 0 0 2 8 2,72

Superior 25 17 6 2 1 51 17,35

Ensino Médio 11 6 32 144 8 201 68,37

Ensino Fundamental

0 0 5 29 0 34 11,56

Total 294 100,00

Fonte: dados da pesquisa (2019)

É possível verificar (Quadro 12), quanto ao nível de escolaridade, que a

grande maioria dos respondentes cursou ensino médio, representando 68,37% da

amostra. O número de respondentes com nível superior representa 17,35%. As

funções administrativas concentram o maior número de respondentes com nível

superior (25 respondentes), seguidos pelos ocupantes das funções de gestão (17

respondentes). No Quadro 13, pode-se visualizar o tempo de atuação dos

respondentes ordenados por área de atuação e sexo.

Quadro 13 – Distribuição dos respondentes quanto ao tempo médio de empresa e permanência na função por área de atuação e sexo

Área de Atuação Tempo de Empresa

Permanência na Função

Sexo

Masculino Feminino

Administrativa 5,48 3,82 Nº % Nº %

Florestal 4,44 2,78 21 10,04 25 29,41

Logística 3,32 2,45 11 5,26 5 5,89

Manutenção 8,62 6,35 41 19,61 3 3,53

Produção 6,22 4,27 44 21,05 2 2,35

Tempo Médio Total 5,95 4,17 92 44,02 50 58,82

Total 209 71,09 85 28,91

Total Geral 294

Fonte: dados da pesquisa (2019)

É possível verificar que os respondentes possuem tempo médio de empresa

superior a 5 anos, apresentando também o tempo médio de permanência nas

respectivas funções acima de 4 anos. Em relação aos respondentes, 71,09% são do

sexo masculino e 28,91% feminino.

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4.2 ESTATÍSTICA DESCRITIVA DAS DIMENSÕES CS, GSSO e QVT

Nesta etapa serão apresentados os resultados da estatística descritiva da

amostra. Em seguida, nos Quadros 14 a 16, é apresentado o resultado das

dimensões pesquisadas.

As médias das dimensões cultura de segurança, gestão de saúde e

segurança ocupacional e qualidade de vida no trabalho, por meio de seus

componentes, serão comparadas utilizando-se os testes estatísticos não

paramétricos de comparação de duas ou mais amostras, porque os dados não

seguiram uma distribuição normal, violando um dos pressupostos para a realização

de testes estatísticos paramétricos. Para verificar a normalidade dos dados foi feito o

teste de Shapiro-Wilk. Após o teste verificou-se que os dados não apresentam

normalidade, possuindo um p-value de 0,000 para variávei cultura de segurança, p-

value de 0,007 para dimensão gestão de saúde e segurança e p-value de 0,001 para

a dimensão qualidade de vida no trabalho. Segundo Cirillo e Ferreira (2003), Leotti,

Birck e Riboldi (2005) e Öztuna, Elhan e Tüccar (2006), o teste de Shapiro-Wilk é,

aparentemente, o melhor teste de aderência à normalidade, eficiente para diferentes

distribuições e tamanhos de amostras.

Dentre os testes não paramétricos mais utilizados para verificação de

diferença entre médias em delineamentos inteiramente sem intenção prévia, estão

aqueles fundamentados no teste de Kruskal-Wallis, comparações com um controle,

comparações pareadas no uso de atribuições de postos separadamente (STEEL,

1960), comparações pareadas baseadas nas atribuições de postos de forma

conjunta (DUNN, 1964) e procedimentos stepwise (CAMPBELL; SKILLINGS, 1985).

O teste que mais se adequa aos objetivos da pesquisa e aos dados coletados foi o

teste não paramétrico de Kruskal-Wallis, de comparação de mais de duas amostras

(SIEGEL; CASTELLAN, 2008).

O Quadro 14 apresenta os valores médios da dimensão cultura de segurança

por intermédio dos componentes: empenho da gestão, comunicação, participação

dos colaboradores, formação e informações, motivação, observação de

procedimentos de segurança, organização de aprendizagem e mudança organizativa

e de gestão de transição. Verifica-se também a existência de variação entre os

componentes, através das médias dos grupos de respondentes das áreas:

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administrativa, florestal, logística, manutenção e produção.

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Quadro 14 – Avaliação Descritiva da Dimensão Cultura de Segurança

Área Administrativa Florestal Logística Manutenção Produção Média Geral p-value (média geral

setores) Componente Média

Desvio Padrão

Média Desvio Padrão

Média Desvio Padrão

Média Desvio Padrão

Média Desvio Padrão

Média Desvio Padrão

Empenho da Gestão 4,26 0,65 3,97 0,78 4,12 0,69 3,93 0,78 4,23 0,60 4,16 0,67 0,143

Comunicação 3,91 0,65 3,68 0,81 3,94 0,79 3,89 0,77 3,97 0,78 3,93 0,76 0,611

Participação dos

Colaboradores 4,19 0,70 3,94 0,94 4,08 0,82 3,80 0,82 4,21 0,72 4,11 0,77 0,044

Formação /

Informação 4,43 0,55 4,06 0,80 4,28 0,76 4,17 0,65 4,32 0,69 4,29 0,68 0,185

Motivação 4,29 0,75 4,25 0,84 4,27 0,77 4,23 0,66 4,39 0,65 4,32 0,70 0,556

Observação dos

Procedimento de

Segurança

4,37 0,64 4,17 0,78 4,35 0,69 4,12 0,70 4,29 0,69 4,28 0,69 0,312

Organização da

Aprendizagem 4,65 0,42 4,06 0,88 4,45 0,77 4,42 0,74 4,52 0,66 4,49 0,68 0,157

Mudança

Organizativa e

Gestão de Transição

4,38 0,71 4,05 0,86 4,34 0,72 4,11 0,71 4,37 0,67 4,31 0,71 0,075

Fonte: dados da pesquisa (2019)

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A Figura 11 apresenta os valores médios da dimensão cultura de segurança

por intermédio dos componentes: empenho da gestão, comunicação, participação

dos colaboradores, formação e informações, motivação, observação de

procedimentos de segurança, organização de aprendizagem e mudança organizativa

e de gestão de transição.

Figura 10 – Valores Médio – Dimensão Cultura de Segurança

Fonte: dados da pesquisa (2019)

Os resultados do teste de Kruskal-Wallis demonstraram que não existe

diferença entre as médias das cinco áreas (administrativa, florestal, logística,

manutenção e produção), em relação aos componentes empenho da gestão

(H=6,874; p>0,05), comunicação (H=2,692; p>0,05), formação e informações

(H=6,195; p>0,05), motivação (H=3,010; p>0,05), observação de procedimentos de

segurança (H=5,771; p>0,05), organização de aprendizagem (H=6,627; p>0,05) e

mudança organizativa e de gestão de transição (H=8,481; p>0,05), com exceção

para o componente participação dos colaboradores (H=9,776; p<0,05) que

demonstrou significante diferença entre as médias das áreas manutenção e

produção (p=0,026; p<0,05) com o nível de significância ajustado entre as

comparações realizas (Figura 12).

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Figura 11 – Comparação entre pares do componente Participação dos Colaboradores

Fonte: dados da pesquisa (2019)

A diferença média entre as áreas de manutenção e produção deve-se

principalmente a não contribuição dos gestores da área de manutenção quanto a

realização de auditorias internas de saúde e segurança ocupacional em parceria

com os colaboradores. O valor médio atribuído pelos colaboradores de manutenção

foi de 3,30 pontos, ao mesmo tempo que a área produtiva obteve 4,10 pontos

médios.

No Quadro 14 pode-se observar que os valores médios dos componentes da

dimensão cultura de segurança variam de 3,93 a 4,49 pontos. O maior resultado

médio de 4,49 pontos é o do componente "organização e aprendizagem", enquanto

o mais baixo escore médio de 3,93 pontos é o da "comunicação".

Os resultados aqui apresentados, corroboram com os da pesquisa de Amorim

(2017), o qual evidencia que 84,61% (Organização A) e 73,07% (Organização B) dos

respondentes retratam problemas relativos a saúde e segurança aos respectivos

gestores e a área de saúde e segurança ocupacional.

Sobre as evidências apresentadas neste estudo, as quais expõem elevado

valor médio para o componente organização e aprendizagem (4,49 pontos) e o mais

baixo escore médio (3,93 pontos ) para o componente comunicação. Cruz et al.

(2018) realizaram pesquisa com 645 profissionais da área da saúde, revelando que

a dimensão aprendizagem organizacional (melhoria contínua) obteve 82,90% de

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respostas positivas, considerando estar realizando ações para melhoria da

segurança das pessoas. Os autores mencionam também que a dimensão abertura

da comunicação foi considerada frágil entre os respondentes da pesquisa, com

44,80% dos profissionais considerando a necessidade instituir uma comunicação

aberta sobre possíveis ações ocorridas que possam afetar o bom andamento dos

processos e a cultura de segurança da organização.

Janesch et al. (2007) mencionam que a responsabilidade pela comunicação

das informações referentes aos riscos e possíveis impactos a saúde e segurança

dos colaboradores é de responsabilidade da área de gestão de saúde e segurança

ocupacional e dos demais colaboradores.

De acordo com os resultados desta pesquisa, os quais apresentam elevado

valor médio para os componentes formação e informações, observação de

procedimentos de segurança e mudança organizativa e de gestão de transição,

destaca-se Pípolo (2013), o qual identificou em sua pesquisa que cabe a

organização, gestores, responsáveis pela área de saúde e segurança estabelecer

método de análise para cada tipo de risco, identificar ameaças internar e externas,

simplificar a vulnerabilidade dos possíveis riscos, comunicar os possíveis impactos,

identificar melhor formar de combatê-los e implementar formas de minimizar os

riscos.

Pípolo (2013) ainda menciona a necessidade de disponibilizar o histórico de

acidentes por intermédio de indicadores e o desenvolvimento de programas de

treinamento nas áreas de saúde e segurança, assim contribuindo para ampliar a

percepção dos colaboradores quanto a cultura de segurança existe na organização.

Nesta mesma perspectiva, Oliveira et al. (2017) revela em seus estudos, a

importância do acompanhamento contínuo da temática saúde e segurança

ocupacional e a necessidade das organizações investirem na gestão de saúde e

segurança ocupacional, propondo métodos de melhoria contínua, transpondo

limitações e revisando paradigmas, com objetivo de minimizar a quantidade de

riscos e suas possíveis consequências a saúde e segurando das pessoas, bem

como a evolução da cultura de segurança e a redução dos impactos sócio

econômico negativos para as organizações.

O Quadro 15 apresenta os cálculos dos valores médios da dimensão gestão

de saúde e segurança ocupacional por meio dos componentes: gestão de crises e

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atendimento das normas e legislação, consideradas ações reativas, e integração de

ações e agregar valores, consideradas ações proativas. Verifica-se também a

existência de variação entre os componentes, através das médias dos grupos de

respondentes das áreas: administrativa, florestal, logística, manutenção e produção.

Page 82: PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO …

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Quadro 15 – Avaliação Descritiva da Dimensão Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional

Área Administrativa Florestal Logística Manutenção Produção Média Geral p-value (média geral

setores) Componente Média

Desvio Padrão

Média Desvio Padrão

Média Desvio Padrão

Média Desvio Padrão

Média Desvio Padrão

Média Desvio Padrão

Gestão de Crises 3,57 0,76 3,63 0,74 3,49 0,81 3,56 0,68 3,62 0,66 3,59 0,70 0,885

Atendimento das

Normas e Legislação 2,99 0,62 3,18 0,39 3,04 0,55 3,09 0,46 3,05 0,55 3,05 0,54 0,809

Integração das

Ações 4,10 0,90 3,72 0,72 3,95 0,79 3,83 0,83 4,04 0,77 3,98 0,80 0,182

Agregar Valores 4,08 0,83 3,85 0,86 3,95 0,79 3,95 0,80 4,04 0,71 4,01 0,76 0,727

Fonte: dados da pesquisa (2019)

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A Figura 13 apresenta os valores médios da dimensão gestão de saúde e

segurança ocupacional por meio dos componentes: gestão de crises e atendimento

das normas e legislação, consideradas ações reativas, e integração de ações e

agregar valores, consideradas ações proativas.

Figura 12 – Valores Médio – Dimensão Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional

Fonte: dados da pesquisa (2019)

Os resultados do teste de Kruskal-Wallis demonstraram que não existe

diferença entre as médias das cinco áreas (administrativa, florestal, logística,

manutenção e produção), em relação aos componentes gestão de crises (H=1,158;

p>0,05), atendimento das normas e legislação (H=1,598; p>0,05), integração de

ações (H=6,235; p>0,05) e agregar valores (H=2,047; p>0,05).

Pode-se observar no Quadro 15 que os valores médios dos componentes da

dimensão gestão de saúde e segurança ocupacional variam de 3,05 a 4,01 pontos.

O maior resultado médio de 4,01 pontos é o do componente "agregar valores",

enquanto o mais baixo escore médio de 3,05 pontos é o do "atendimento das

normas e legislação".

Divergentes dos resultados aqui apresentados, o qual apresenta baixo escore

médio para o componente atendimento das normas e legislação, convém destacar

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que o pesquisador Amorim (2017) identificou em sua pesquisa que 84,62%

(Organização A) e 75,65% (Organização B) seguem as normas de saúde e

segurança ocupacional. O autor expõe que a legislação brasileira, em especial as

Normas de Segurança, possuem preceitos legais que devem ser adotados por todas

as organizações, possibilitando assim uma relação quase perfeita, entre a

integridade física e mental dos colaboradores no desenvolvimento de suas

atividades. Contudo, a excelência no cumprimento dos preceitos legais, exige muito

empenho e conhecimento técnico específico dos profissionais de saúde e segurança

ocupacional, em razão de uma legislação muito rigorosa e criteriosa. O autor

menciona ainda a importância das atitudes positivas dos gestores quanto ao

cumprimento das normativas de saúde e segurança ocupacional (AMORIM, 2017).

Roborando com os resultados desta pesquisa, os quais apresentam elevado

valor médio para o componente agregar valores, destaca-se Barreto (2017), o qual

identificou em sua pesquisa que o desenvolvimento de indicadores proativos na área

de saúde e segurança ocupacional, devem ser implementados para o

monitoramento da eficácia das medidas de controle e riscos. O autor apresenta um

framework de práticas que podem agregar valor à gestão de saúde e segurança

ocupacional. De acordo com Hallowell et al. (2013), para atingir resultados

respeitáveis de desempenho, métodos proativos de gestão da segurança devem

ocorrer durante a fase de execução das atividades.

Sobre as evidências apresentadas neste estudo, as quais expõem elevado

valor médio para o componente integração das ações, cabe ressaltar que o

pesquisador Miranda (2009) evidencia que a utilização de um sistema de gestão de

saúde e segurança ocupacional, constitui e agrega vantagens para as organizações

evidenciarem desde a eliminação ou controle de riscos até a aperfeiçoamento da

sua imagem perante à comunidade. Consoante com Miranda (2009), Mukai (2013)

demonstra que um sistema de gestão de saúde e segurança ocupacional

consolidado, envolve além dos aspectos operacionais da organização, abrange

políticas, gerenciamento e comprometimento da alta direção com o processo de

mudança e melhoria contínua das condições de saúde e segurança no ambiente de

laboral. O autor relata que a gestão de saúde e segurança ocupacional deve ser

considerada como fator de desempenho e é preciso incorporá-la à gestão do

negócio.

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Os resultados apresentados nesta pesquisa, com elevado valor médio para o

componente integração das ações, divergem do apontado por Amorim (2017) em

sua pesquisa, onde apenas 65,38% (Organização B) e 53,84% (Organização A) dos

respondentes percebem o interesse da alta administração pelas questões de saúde

e segurança ocupacional. Gonçalves et al. (2013) indicam que a alta administração

deve integrar e exceder todas diretrizes de atuação que norteiam os

comportamentos, procedimentos e tomadas de decisões, agregando a política de

saúde e segurança ocupacional aos processos de controle, de gestão, de análise

dos índices, ao exemplo da liderança e ao valor de mercado da empresa.

No Quadro 16, apresenta-se os valores médios da dimensão qualidade de

vida no trabalho através dos componentes: domínio físico, domínio psicológico,

domínio social e domínio meio ambiente. Será verificado a existência de variação

entre os componentes, através das médias dos grupos de respondentes das áreas:

administrativa, florestal, logística, manutenção e produção.

De acordo com as recomendações da WHOQOL - World Health Organization

Quality of Life (1996) para qualidade de vida no trabalho, as questões 3, 4 e 26

pertencentes ao questionário aplicado, tiveram sua pontuação invertida para fins das

análises estatísticas. Contrária as demais questões, quanto maior o número

assinalado, melhor a qualidade de vida naquele aspecto, torna-se necessário a

inversão, pois quanto maior o número assinalado, menor a qualidade de vida.

A análise descritiva, conforme orientação da WHOQOL, foi baseada nas

relações formais que interligam os componentes da dimensão qualidade de vida no

trabalho. Composição dos componentes:

a) Domínio Físico – questões 3, 4, 10, 15, 16, 17, 18;

b) Domínio Psicológico – questões 5, 6, 7, 11, 19, 26;

c) Domínio Social – questões 20, 21, 22; e

d) Domínio Meio Ambiente – questões 8, 9, 12, 13, 14, 23, 24, 25;

e) As questões 1 e 2 são consideradas como qualidade de vida geral para o

instrumento de pesquisa.

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Quadro 16 – Avaliação Descritiva da Dimensão Qualidade de Vida no Trabalho

Área Administrativa Florestal Logística Manutenção Produção Média Geral p-value (média geral

setores) Componente Média

Desvio Padrão

Média Desvio Padrão

Média Desvio Padrão

Média Desvio Padrão

Média Desvio Padrão

Média Desvio Padrão

Domínio Físico 4,13 0,42 3,89 0,71 4,05 0,52 4,22 0,50 4,10 0,55 4,10 0,53 0,335

Domínio

Psicológico 4,03 0,48 3,84 0,90 3,95 0,62 4,04 0,51 4,07 0,57 4,03 0,58 0,580

Domínio Social 4,23 0,58 4,04 0,75 4,08 0,60 4,24 0,64 4,11 0,66 4,14 0,64 0,662

Domínio Meio

Ambiente 3,84 0,46 3,58 0,61 3,70 0,54 3,63 0,47 3,69 0,50 3,70 0,50 0,215

QVT Geral

(questões 1 e 2) 4,20 0,59 3,66 0,79 4,01 0,80 4,24 0,56 4,12 0,64 4,11 0,66 0,075

Fonte: dados da pesquisa (2019)

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A Figura 13 apresenta os valores médios da dimensão qualidade de vida no

trabalho através dos componentes: físico, psicológico, social e ambiente.

Figura 13 – Valores Médio – Dimensão Qualidade de Vida no Trabalho

Fonte: dados da pesquisa (2019)

Pode-se observar que os resultados do teste de Kruskal-Wallis demonstraram

que não existe diferença entre as médias das cinco áreas (administrativa, florestal,

logística, manutenção e produção), em relação aos componentes domínio físico

(H=4,566; p>0,05), domínio psicológico (H=2,870; p>0,05), domínio social (H=2,403;

p>0,05), domínio meio ambiente (H=5,791; p>0,05) e QVT Geral (H=8,492; p>0,05).

No Quadro 16 pode-se observar que os valores médios dos componentes da

dimensão qualidade de vida no trabalho variam de 3,70 a 4,14 pontos. O maior

resultado médio de 4,14 pontos é o do componente "domínio social", enquanto o

mais baixo escore médio de 3,70 pontos é o do "domínio meio ambiente". O valor

médio estabelecido para as questões 1 e 2, que representam a qualidade de vida no

trabalho de forma geral, obteve resultado médio geral de 4,11 pontos.

Divergentes dos resultados aqui apresentados, o qual indica baixo escore

médio para o componente domínio meio ambiente, Acto (2017) em sua pesquisa

indica a necessidade das organizações adotarem boas práticas de qualidade de vida

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no trabalho, no que se refere a dimensão ambiente, ofertando espaços de trabalho

adequados e demais espaços para atividades e momentos de descontração.

Segundo Perista et al. (2016), os principais riscos encontram-se associados as

condições do ambiente de trabalho, contemplando componentes de nível físico

(clima, ruídos, poluição, humidade) e de nível humano (motivação, satisfação,

atrativos), afetando negativamente a saúde e bem-estar dos colaboradores.

Com base nos resultados desta pesquisa, os quais apresentam elevado valor

médio para os componentes domínio físico, domínio psicológico e domínio social,

destaca-se Odebrech e Pedroso (2010), os quais identificaram em sua pesquisa que

a qualidade no trabalho afeta diretamente a vida social, familiar e pessoal do

indivíduo. Quando a qualidade de vida no trabalho é favorável ao colaborador,

influencia positivamente o nível de produtividade, relações interpessoais e

organizacionais. Para Mazlouni et al. (2012) a qualidade de vida no trabalho está

diretamente relacionada com a competência, os valores e as relações sociais.

Semelhantemente a pesquisa de Odebrech et al. (2010) e Mazlouni et al.

(2012), Brito, Silva e Florentino (2014) destacam que a qualidade de vida no trabalho

envolve ações além das medidas básica de saúde e segurança ocupacional, pois

abrange aspectos como a autoestima, bons relacionamentos e ambientes de

trabalho agradáveis, entre outros. Os autores expressam em seus resultados que a

satisfação dos colaboradores está diretamente coadunada com o ambiente de

trabalho favorável ao exercício das atividades, a qual influencia diretamente as

metas da organização.

Na última avaliação descritiva (Quadro 17), será calculado os valores médios

consolidados por área das dimensões cultura de segurança (CS), gestão de saúde e

segurança ocupacional (GSSO) e qualidade de vida no trabalho (QVT).

Page 89: PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO …

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Quadro 17 – Avaliação Descritiva das Dimensões CS, GSSO e QVT

Área Administrativa Florestal Logística Manutenção Produção Média Geral p-value

(média geral

setores) Dimensão Média

Desvio Padrão

Média Desvio Padrão

Média Desvio Padrão

Média Desvio Padrão

Média Desvio Padrão

Média Desvio Padrão

CS 4,29 0,52 4,01 0,73 4,21 0,64 4,05 0,61 4,27 0,56 4,21 0,59 0,143

GSSO 3,54 0,64 3,37 0,60 3,43 0,54 3,34 0,52 3,45 0,58 3,44 0,57 0,817

QVT 3,85 0,39 3,58 0,53 3,70 0,40 3,75 0,37 3,72 0,39 3,73 0,40 0,381

TOTAL 4,06 0,40 3,84 0,59 3,97 0,46 3,91 0,47 4,03 0,41 4,00 0,44

Fonte: dados da pesquisa (2019)

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A Figura 14 apresenta os valores médios consolidados por área das

dimensões cultura de segurança (CS), gestão de saúde e segurança ocupacional

(GSSO) e qualidade de vida no trabalho (QVT).

Figura 14 – Valores Médio Consolidados – Dimensões CS, GSSO e QVT

Fonte: dados da pesquisa (2019)

Pode-se observar que os resultados do teste de Kruskal-Wallis demonstraram

que não existe diferença entre as médias das cinco áreas (administrativa, florestal,

logística, manutenção e produção), em relação as dimensões cultura de segurança

(H=6,874; p>0,05), gestão de saúde e segurança ocupacional (H=1,556; p>0,05) e

qualidade de vida no trabalho (H=4,189; p>0,05).

No Quadro 17 pode-se perceber que os valores médios das dimensões

cultura de segurança, gestão de saúde e segurança no trabalho e qualidade de vida

no trabalho resultam em 4,21, 3,44 e 3,73 pontos respectivamente. O maior

resultado médio de 4,21 pontos é o da dimensão "cultura de segurança", enquanto o

mais baixo escore médio de 3,44 pontos é o da dimensão "gestão de saúde e

segurança ocupacional".

Page 91: PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO …

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4.2 ESTATÍSTICA MULTIVARIADA DAS DIMENSÕES CS, GSSO e QVT

Nesta etapa serão apresentados os resultados da estatística multivariada da

amostra. A confiabilidade das dimensões foi avaliada usando o teste Alfa de

Cronbach (Quadro 18). O Alfa Cronbach é uma estatística útil para a investigação da

consistência interna da escala do questionário. Segundo Hair Jr. et al. (2009) este

indicador faz a mensuração da confiabilidade em uma variância de 0 a 1, sendo os

valores de 0,600 a 0,700 considerados o limite inferior de aceitabilidade. Nesta

pesquisa os valores foram considerados de boa confiabilidade dos dados com

coeficientes α ≥ 0,700.

Quadro 18 – Análise de Confiabilidade

Dimensão Componentes Alfa de Cronbach Nº Itens

Cu

ltu

ra d

e S

eg

ura

nça

Empenho da Gestão 0,792 06

Comunicação 0,720 05

Participação dos Colaboradores 0,839 06

Formação e Informação 0,800 05

Motivação 0,788 04

Observação dos Procedimentos de Segurança 0,860 07

Organização e Aprendizagem 0,745 03

Mudança Organizativa de Transição 0,796 04

Gestã

o d

e

Saú

de e

Seg

ura

nça

Ocu

pacio

nal Gestão de Crises 0,756 06

Atendimento das Normas e Legislação 0,831 07

Integração de Ações 0,898 09

Agregar Valores 0,807 07

Qu

alid

ad

e

de V

ida

no

Tra

balh

o Físico 0,735 07

Psicológico 0,748 06

Social 0,700 03

Ambiente 0,733 08

Nº Total Itens 95

Fonte: dados da pesquisa (2019)

Através do teste KMO (Kaiser-Meyer-Olkin – Measure of Sampling Adequacy)

que determina a adequação amostral no que concerne o grau de correlação parcial,

variando de 0 a 1, percebe-se que KMO próximo a 1 indica que é muito adequado a

utilização da técnica de Análise Fatorial. Em contrapartida, valores próximos a 0

refletem em correlação fraca entre as dimensões. Destaca-se que para a correta

utilização da Análise Fatorial o KMO deve ser no mínimo de 0,6 (FÁVERO et al.,

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2009; HAIR JR. et al., 2009). Diante disso, o teste KMO denotou excelente poder de

explicação (0,927), conforme destacado no Quadro 19. Por sua vez, o teste de

esfericidade Barlett’s apresentou p-value de 0,000, indicando que há correlação

entre as dimensões, dessa forma é aconselhável a utilização da Análise Fatorial

(Quadro 19). Evidencia-se que para o p-value ser significativo o mesmo deve ser

abaixo de 0,05 (FÁVERO et al., 2009; HAIR JR. et al., 2009).

As comunalidades são quantidades das variâncias (correlações) de cada

dimensão explicada pelos fatores. Quanto maior a comunalidade, maior será o poder

de explicação daquela dimensão pelo fator (HAIR JR. et al., 2009). As comunalidades

das dimensões deste estudo apresentaram valores superiores a 0,50.

Quadro 19 – Testes de KMO e Barllett’s das dimensões 1 a 3

Teste de KMO e Bartlett

Medida Kaiser-Meyer-Olkin de adequação de amostragem. ,927

Teste de esfericidade de

Bartlett

Aprox. Qui-quadrado 2874,399

Df 120

Sig. ,000

Fonte: dados da pesquisa (2019)

A partir disso, optou-se por realizar uma análise fatorial (Apêndice B).

Segundo Hair Jr. et al. (2009) citam que a análise fatorial é utilizada para analisar as

interrelações entre um grande número de dimensões e explicar essas dimensões em

termos de fatores comuns, com o objetivo de reduzir o número de dimensões a ser

considerado no estudo.

Raykov e Marcoulides (2006) definem análise fatorial como um importante

instrumento de pesquisa de dimensões não observáveis, porém teoricamente

possíveis. Os autores expõem ainda que a redução de dimensões e fatores contribui

para mensurar as dimensões latentes.

Consequentemente, foi realizado tal procedimento para verificar se todos os

indicadores se ajustavam a determinado fator e também para verificar se todos

apresentavam cargas fatoriais adequadas. Oito componentes foram carregados em

cultura de segurança, quatro componentes em gestão de saúde e segurança

ocupacional e quatro componentes em qualidade de vida no trabalho. A análise

fatorial dos registros confirmou as três dimensões utilizadas na pesquisa (Apêndice

B). Todos os 16 componentes conjuntos nesta pesquisa contribuíram para 67,371%

Page 93: PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO …

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da variância total explicada.

Com excelente poder de explicação (0,927) da adequação amostral, com o

teste de esfericidade validando a técnica de análise fatorial com p-value <0,05 e as

comunalidades acima de 0,5, destaca-se o poder de explicação da variância dos

dados do modelo observado, sendo considerado um aspecto bastante relevante na

análise. Segundo Hair et al. (2009) a extração dos fatores, caso necessário, deve

prosseguir até que o patamar de 60% seja alcançado.

As correlações entre os componentes das dimensões cultura de segurança,

gestão de saúde e segurança ocupacional e qualidade de vida no trabalho foram

computados e serão apresentadas no Quadro 21, por intermédio de uma matriz com

os coeficientes de correlação de Pearson. Nessa análise os valores podem variar de

(-1 até 1). Um valor de (-1) sugere uma correlação negativa perfeita, o valor (0)

aponta a não existência de correlação, e (1) indica uma correlação positiva perfeita

(HAIR JR. et al., 2009).

De acordo como Garson (2009), a correlação de Pearson (ρ) pode ser

compreendida como uma forma de medir a associação bivariada do grau de

correlação (relacionamento) entre duas dimensões e, para Moore (2007), esse

indicador busca mensurar o grau de relação linear entre duas dimensões, bem como

sua direção (positiva ou negativa).

Chen e Popovic (2002, p.9) destacam que o coeficiente de Pearson e suas

derivações são estabelecidos em 95% dos casos para explicar o padrão de

relacionamento entre as dimensões ou para conceber inferências válidas para uma

população a partir de dados amostrais. Acerca desse coeficiente, destaca-se a

escala de Franzblau (1958), que discorre sobre diferentes níveis para o ρ na

significância da correlação, auxiliando em sua interpretação e aperfeiçoando o

resultado de forma qualitativa. A escala de Franzblau constitui-se em:

- Se | ρ | = 0, não existe relação linear entre as duas dimensões;

- Se | ρ | < 0,20, a correlação é negligenciável;

- Se 0,20 < | ρ | < 0,40, a correlação é fraca;

- Se 0,40 < | ρ | < 0,60, a correlação é moderada;

- Se 0,60 < | ρ | < 0,80, a correlação é forte;

- Se | ρ | > 0,80, a correlação é muito forte.

Page 94: PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO …

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Quadro 20 – Matriz de Correlação

CS01 CS02 CS03 CS04 CS05 CS06 CS07 CS08 GSSO03 GSSO04 QVT01 QVT02 QVT03 QVT04 GSSO02 GSSO01

CS01 1,00

CS02 ,616** 1,00

CS03 ,595** ,655** 1,00

CS04 ,615** ,556** ,690** 1,00

CS05 ,603** ,615** ,665** ,682** 1,00

CS06 ,597** ,608** ,666** ,725** ,711** 1,00

CS07 ,521** ,538** ,579** ,669** ,547** ,661** 1,00

CS08 ,580** ,586** ,613** ,630** ,682** ,781** ,636** 1,00

GSSO03 ,475** ,394** ,534** ,539** ,538** ,611** ,478** ,589** 1,00

GSSO04 ,484** ,449** ,545** ,550** ,520** ,614** ,495** ,606** ,711** 1,00

QVT01 ,326** ,297** ,291** ,392** ,342** ,342** ,273** ,329** ,325** ,375** 1,00

QVT02 ,372** ,355** ,296** ,353** ,365** ,344** ,270** ,358** ,235** ,290** ,634** 1,00

QVT03 ,349** ,352** ,335** ,358** ,405** ,391** ,244** ,365** ,315** ,359** ,612** ,581** 1,00

QVT04 ,485** ,450** ,417** ,477** ,448** ,477** ,381** ,463** ,387** ,466** ,633** ,682** ,630** 1,00

GSSO02 -0,04 -0,04 -0,08 -0,07 -0,11 -0,05 0,06 -0,05 -0,09 -0,09 -0,04 -0,05 -,168** -0,05 1,00

GSSO01 ,207** ,163** ,148* ,204** ,184** ,205** ,270** ,253** ,220** ,141* ,163** 0,03 0,02 0,04 ,370** 1,00

**. A correlação é significativa no nível 0,01 (2 extremidades).

*. A correlação é significativa no nível 0,05 (2 extremidades).

Legenda: CS01 - Empenho da Gestão; CS02 - Comunicação; CS03 - Participação dos Colaboradores; CS04 - Formação e Informação; CS05 - Motivação; CS06 -

Observação dos Procedimentos de Segurança; CS07 - Organização e Aprendizagem; CS08 - Mudança Organizativa de Transição; GSSO01 - Gestão de Crise; GSSO02 - Atendimento das Normas e Legislação; GSSO03 - Integração de Ações; GSSO04 - Agregar Valores; QVT01 - Físico; QVT02 - Psicológico; QVT03 - Social; QVT04 - Ambiente. Obs.: As correalações extratificadas constam no Apêndice B.

Fonte: dados da pesquisa (2019)

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Com base nos valores de referência do coeficiente de correlação de Pearson

e na escala proposta por Franzblau (1958), o Quadro 20 apresenta os valores dos

coeficientes de correlação entre os componentes das dimensões cultura de

segurança, gestão de saúde e segurança ocupacional e qualidade de vida no

trabalho, objetos de análise nesta pesquisa, sendo realçados em cinza claro e

negrito os valores que indicam a existência de correlação considerada como forte

(Se 0,60 < | ρ | < 0,80, a correlação é forte). Os valores realçados em azul indicam a

existência de correlação considerada como moderada (Se 0,40 < | ρ | < 0,60, a

correlação é moderada). Todas as demais correlações são consideradas como

negligenciável, fraca ou inexistente de correção.

4.3 ANÁLISE DE MATURIDADE DE CULTURA DE SEGURANÇA, GESTÃO DE SAÚDE E SEGURANÇA OCUPACIONAL E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

Nesta seção, são apresentados os resultados do modelo de maturidade

teórico multi-estágio proposto por Bessant et al. (2001), definido a partir da revisão

bibliográfica, para mensurar a curva de maturidade das dimensões cultura de

segurança, gestão de saúde e segurança ocupacional e qualidade de vida no

trabalho. Os níveis de impacto, descritos para medir o nível de maturidade mediante

utilização da melhoria contínua, descritos no modelo de Bessant et al. (2001) são:

Nível 1 - Pré interesse; Nível 2 - Estruturada; Nível 3 - Dirigida para meta; Nível 4 -

Pro-Ativa; Nível 5 - Capacidade completa.

O modelo multi-estágio de Bessanta et al. (2001), busca oferecer um

referencial teórico para o desenvolvimento dos processos organizacionais, ou seja,

permite uma compreensão das fases maturacionais pelas quais as organizações

possivelmente passam. Com base na análise dos resultados obtidos por intermédio

do instrumento de pesquisa utilizado, classificação dos dados com base no referido

modelo, foi possível determinar o estágio da curva de maturidade da organização

pesquisada.

Nesta pesquisa os estágios de maturidade apresentam-se em sua

integralidade entre os Níveis 3 e 4 dentro da curva de maturidade. O Nível 3 da

escala de maturidade proposta por Bessant et al. (2001) se utiliza de objetivos

estratégicos formalizados dentro da organização e os processos de melhoria

contínua fazem parte das atividades de gestão. O Nível 4 precede a autonomia das

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96

96

pessoas e as equipes são consideradas como autogerenciáveis. Neste nível, os

processos de melhoria contínua são direcionados para uma área específica de

solução de problemas.

Dessa forma, com base nos estágios de maturidade estabelecidos para as

dimensões cultura de segurança, gestão de saúde e segurança ocupacional e

qualidade de vida dos trabalhadores, pode-se produzir uma projeção futura ou

provável da adaptação necessária para efetiva orientação e dirigibilidade da

organização pesquisada, em termos da melhoria dos seus processos internos rumo

à excelência e à eficácia da cultura de segurança. Destaca-se que o Nível 5 -

Capacidade completa, proposto por Bessant et al. (2001), estabelece a identificação

e solução sistemática de problemas, compartilhamento do aprendizado por

intermédio da aprendizagem organizacional. Assim, o modelo utilizado, forneceu

indicadores de desempenho e uma ampla demanda de ações que proporcinam a

organização um planejamento antecipado das práticas de gestão de saúde e

segurança ocupacional e qualidade de vida dos trabalhadores, tornando os esforços

da organização mais efetivos, mais econômicos e mais controláveis.

4.3.1 Nível de maturidade das dimensões CS, GSSO e QVT por área

O Quadro 21 demonstra os níveis de maturidade entre as três dimensões

presentes na pesquisa por área de atuação.

Quadro 21 – Nível de maturidade das Dimensões por Área

Áreas CS GSSO QVT

Administrativa 4,29 3,54 3,85

Produção 4,27 3,45 3,72

Logística 4,21 3,43 3,70

Manutenção 4,05 3,34 3,75

Florestal 4,01 3,37 3,58

Fonte: dados da pesquisa (2019)

Constata-se, no Quadro 21, que as médias obtidas para a dimensão cultura

de segurança, por área de trabalho, apresentam estágios mais elevados de

maturidade. Com média superior a 4 pontos dentro da curva de maturidade, os

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97

componentes foram classificados como Nível 4 - Melhoria Contínua Pro-Ativa. As

dimensões gestão de saúde e segurança ocupacional e qualidade de vida no

trabalho foram classificadas dentro da curva de maturidade como Nível 3 - Melhoria

Contínua Dirigida para Meta com médias entre 3,34 e 3,85 pontos.

O Quadro 22 demonstra os níveis de maturidade entre as três dimensões

presentes na pesquisa por função exercida.

Quadro 22 – Nível de maturidade das Dimensões por Função

Áreas CS GSSO QVT

FU

ÃO

Técnico 4,30 3,29 3,72

Operador 4,25 3,43 3,72

Administrativo 4,23 3,49 3,74

Gestor 4,13 3,73 3,81

Manutentor 4,06 3,33 3,73

Fonte: dados da pesquisa (2019)

Constata-se, no Quadro 22, que as médias obtidas para a dimensão cultura

de segurança, por função exercida, apresentam estágios mais elevados de

maturidade. Com média superior a 4 pontos dentro da curva de maturidade, os

componentes foram classificados como Nível 4 - Melhoria Contínua Pro-Ativa. As

dimensões gestão de saúde e segurança ocupacional e qualidade de vida no

trabalho foram classificadas dentro da curva de maturidade como Nível 3 - Melhoria

Contínua Dirigida para Meta com médias entre de 3,29 pontos e 3,81 pontos.

O Quadro 23 demonstra os níveis de maturidade entre as três dimensões

presentes na pesquisa por tempo de empresa.

Quadro 23 – Nível de maturidade das Dimensões por Tempo de Empresa

Anos CS GSSO QVT Geral

TE

MP

O D

E

EM

PR

ES

A

Até 2 anos 4,17 3,41 3,79 3,98

Entre 2,01 e 4 anos 4,20 3,49 3,68 3,99

Entre 4,01 e 6 anos 4,35 3,57 3,77 4,09

Entre 6,01 e 8 anos 4,15 3,29 3,71 3,94

Acima de 8 anos 4,18 3,38 3,70 3,95

Fonte: dados da pesquisa (2019)

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98

Constata-se, no Quadro 23, que as médias obtidas para as dimensões cultura

de segurança, gestão de saúde e segurança ocupacional e qualidade de vida no

trabalho, por tempo de empresa exercido, apresentam estágios mais elevados de

maturidade entre os profissionais com tempo de empresa entre 4,01 e 6 anos. Com

média geral de 4,09 pontos dentro da curva de maturidade, os componentes foram

classificados como Nível 4 - Melhoria Contínua Pro-Ativa. As dimensões cultura de

segurança e gestão de saúde e segurança ocupacional obtveram as maiores

médias, 4,35 e 3,57 pontos médios respectivamente, correspondente aos

profissionais com tempo de serviço exercido entre 4,01 e 6 anos. Entretanto, a

dimensão qualidade de vida no trabalho obteve o maior estágio de maturidade, com

3,79 pontos médios, entre os profissionais com até dois anos de tempo de serviço

exercido.

4.3.2 Nível de maturidade dos componentes da dimensão QVT

A Figura 15 demonstra os níveis de maturidade entre os quatro componentes

presentes na dimensão qualidade de vida no trabalho.

Figura 15 – Nível de maturidade dos componentes da Dimensão QVT

Componente Média

Domínio Social 4,14

Domínio Físico 4,10

Domínio Psicológico 4,02

Domínio Meio Ambiente 3,69

Fonte: dados da pesquisa (2019)

Verifica-se, na Figura 15, que as médias obtidas para os componentes

Domínio Social, Físico e Psicológico, apresentam estágios mais elevados de

maturidade. Com média superior a 4 pontos dentro da curva de maturidade, os

componentes foram classificados como Nível 4 - Melhoria Contínua Pro-Ativa. O

componente Domínio Meio Ambiente foi classificado dentro da curva de maturidade

como Nível 3 - Melhoria Contínua Dirigida para Meta com uma média de 3,69

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pontos.

É relevante destacar que 42,5% dos respondentes desta pesquisa,

consideram nem bom nem ruim as condições do ambiente físico de trabalho (ruído,

barulho, temperatura, poluição) e 11,60% consideram ruim.

De acordo com os resultados da pesquisa, foi possível inferir que a qualidade

de vida no trabalho influência diretamente a decisão das pessoas quanto as

escolhas relacionadas à carreira, ou seja, permanecer ou não desenvolvendo suas

atividades nesta ou naquela função e organização.

Cabe salientar que 43,50% dos pesquisados declaram como muito bom o seu

nível de satisfação no que tange a capacidade de desenvolvimento das atividades,

fazendo o que gosta e em plena capacidade, e 49% consideram como bom.

Os resultados observados neste estudo constatam que o componente

domínio meio ambiente obteve o menor índice dentre os demais componentes da

dimensão qualidade de vida no trabalho, co um índice de 3,69 pontos. As principais

características que contribuíram de forma negativa foram: condição financeira com

72,10% dos respondentes considerando insuficiente a disponibilidade de dinheiro

para satisfazer suas necessidades; condição física com 54,10% dos respondentes

demonstrando que o ambiente físico necessita de melhorias; e lazer com 56,10%

dos respondentes manifestando não terem oportunidade de atividades para

entretenimento. O componente domínio social apresentou nesta pesquisa o maior

valor médio, com 4,14 pontos. Contribuíram para elevar o valor médio deste

componente, considerado os resultados como bom e muito bom, as características

meio de transporte com 89,80%; condições do local onde mora com 84,40%; e

acesso aos serviços de saúde com 76,90%. Contribuindo de forma favorável para o

componente psicológico, a característica dos respondentes estarem satisfeitos

consigo mesmo, representa 86,30% da amostra pesquisada e 84,70%

compreendem que sua vida tem um sentido positivo. As características satisfação

com sua capacidade para o trabalho com 92,50%, capacidade de locomoção com

92,20% e satisfação com sua capacidade de desempenhar as atividades rotineiras

com 86,70%, determinaram o valor médio de 4,10 pontos para o domínio físico.

Evidencia-se nesta pesquisa que 86% dos respondentes avaliam sua

qualidade de vida no trabalho como boa (52%) e muito boa (34%). Entretanto,

76,80% consideram ter energia suficiente para realizar as tarefas do dia a dia e

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100

100

86,70% estão satisfeitos com sua capacidade de desempenhar a carga de

atividades cotidianas, divergindo dos resultados apresentados por Britto et al. (2014).

Demonstramos neste estudo que o componente domínio social foi classificado

com o maior valor médio para a dimensão qualidade de vida no trabalho. Com o

valor médio de 4,14 pontos, o domínio social foi considerado dentro da escala de

maturidade proposta por Bessant et al. (2001) como Nível 4, dentre os 5 Níveis

possíveis, onde as pessoas e equipes são consideradas como gerenciáveis e

direcionadas para melhoria contínua em relação a cultura de maturidade. A

característica satisfação com as suas relações pessoais (amigos, parentes,

conhecidos, colegas) revelou que 46,90% dos respondentes compreendem-na como

bons relacionamentos e 38,80% como muito bons relacionamentos.

Com base nos resultados aqui observados, 82,70% dos respondentes desta

pesquisa consideram estar satisfeitos (54,10%) e muito satisfeitos (28,60%) com sua

saúde e 76,90% declaram como bom (46,60%) e muito bom (30,30%) o acesso aos

serviços de saúde fornecidos pela organização. Torna-se evidente que o resultado

referente as condições do ambiente físico de trabalho (ruído, barulho, temperatura,

poluição), considerado nem bom nem ruim e ruim por 54,10% dos respondentes,

divergem dos resultados apresentados pelo autor referenciado neste parágrafo,

necessitando de maior consideração quanto as práticas utilizadas pela organização.

De acordo com os resultados desta pesquisa, os quais consideram que as

boas práticas de qualidade de vida no trabalho são fundamentais para a

disseminação da cultura de segurança nas organizações, convém destacar

Fernandes (1996), o qual expõem que a qualidade de vida no trabalho é a gestão

prática e ocasional de fatores físicos, tecnológicos e sócio-psicológicos que afetam a

cultura de segurança nas organizações, retratada no bem-estar dos colaboradores e

na performance produtiva das organizações (FERNANDES, 1996).

Corroborando com os resultados deste estudo, Cavassani, Cavassani e

Biazin (2006) mencionam em sua pesquisa, que as práticas de qualidade de vida no

trabalho contribuem para constituição de uma cultura de segurança mais efetiva, e a

cooperação de todos os colaboradores em sinergia com o suporte organizacional,

são determinantes para implementação dos programas de qualidade de vida nas

organizações. Nessa perspectiva, Moura (2011) retrata que além da participação dos

colaboradores no desenvolvimento das práticas de qualidade de vida no trabalho,

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101

101

faz-se necessário a organização cumprir todas as determinações legais, gerando

confiança e transmitindo assim seu compromisso com uma sólida cultura de

segurança.

Maia (2008) justifica em seus estudos que as pessoas passam a maior parte

de suas vidas dentro das organizações. O autor menciona que a transformação dos

ambientes laborais é fundamental para tornar os espaços mais agradáveis e

saudáveis para execução de atividades. Nesse sentido, as organizações devem

estar atentas as práticas de qualidade de vida no trabalho, considerando os

aspectos organizacionais e biopsicossociais, e na implementação de medidas que

contribuam com a redução de diversos riscos provenientes de agentes físicos,

químicos, biológicos, mecânicos e ergonômicos, onde essencialmente se

desenvolverá cultura de segurança mais duradoura.

Roborando com os resultados desta pesquisa, Garcez (2011) retrata que para

a criação de uma cultura de segurança equilibrada, faz-se necessário a conjunção

entre as práticas de qualidade de vida no trabalho e a gestão de saúde e segurança

ocupacional, com o propósito de garantir comodidade das pessoas, promoção e

proteção dos direitos dos indivíduos, assegurando uma vida digna com saúde,

segurança e bem-estar no trabalho.

Corroborando com Garcez (2011), Makishima (2011) demonstra que as

práticas de qualidade de vida no trabalho e gestão de saúde e segurança no

trabalho abrangem a prevenção de riscos e doenças ocupacionais, ampliando as

boas condições de trabalho para os colaboradores. O autor considera que a

implementação de normativas como a NBR-18801 preconiza a divisão de

responsabilidades, entre o colaborador, organização e governo.

Consoante com os resultados deste estudo, Fonseca e Fermam (2013)

evidenciam que os aspectos que compreendem qualidade de vida no trabalho

constituem também a essência da cultura de segurança. Os autores mencionam que

as práticas associadas a qualidade de vida no trabalho, que se estabelecem no

desenvolvimento das atividades laborais, estão relacionadas sobretudo com o bem-

estar das pessoas. Nesta perspectiva, Pizzolato, Moura e Silva (2013) destacam que

o melhor entendimento sobre a qualidade de vida no trabalho é o sentimento dos

colaboradores em relação as condições disponibilizadas pela organização para

desenvolvimento das atividades laborais. O autor salienta que o sentimento de

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segurança no trabalho está relacionado com a estabilidade no trabalho e a

expectativa de desempenhar as funções estabelecidas de maneira apropriada, do

contrário, pode alterar os níveis de motivação e satisfação, consequentemente

influenciando a qualidade de vida e a cultura de segurança nas organizações.

Segundo Britto, Silva e Florentino (2014), existem organizações que investem

somente em segurança do trabalho e não desenvolvem nenhum tipo de prática na

qualidade de vida no trabalho. O autor relata que ambas as áreas, qualidade de vida

no trabalho e saúde e segurança ocupacional, devem ser pensadas de forma

estratégica e integradas. A qualidade de vida no trabalho envolve principalmente

aspectos como autoestima, bons relacionamentos, ambiente laboral agradável,

participação dos colaboradores, contribuindo para um ambiente de trabalho mais

seguro e para uma sólida cultura de segurança. Assim, Oliveira (2014) menciona

que a cultura de segurança ou comportamento de segurança deve ser utilizada pelas

organizações, contribuindo para elevar o nível de motivação e satisfação dos

colaboradores, por meio de uma série de ações destinadas a prevenção de riscos e

bem-estar dos mesmos.

Os resultados aqui apresentados, corroboram com os de Freitas et al. (2016),

os quais evidenciam a relação existente entre qualidade de vida no trabalho e a

saúde e segurança no trabalho. Para os autores deve-se elaborar formas de

capacitar e comunicar as ações de ambas as áreas para criar uma cultura de

segurança favorável em todos os níveis hierárquicos da organização. As práticas de

qualidade de vida e gestão de saúde e segurança ocupacional devem constituir-se

como um valor imprescindível da organização, servindo de alicerce para desenvolver

assim uma forte cultura de segurança.

Nesse contexto, Santos e Martins (2016) consideram que as práticas de

qualidade de vida no trabalho, por intermédio de suas ações, influenciam

diretamente a cultura de segurança dentro das organizações. De outra forma, a falta

de ações referentes a saúde e segurança ocupacional e qualidade de vida no

trabalho, podem desestabilizar o colaborador, direcionando-o para problemas de

saúde (mental ou físico), transformando o local de trabalho em um ambiente

inseguro e os colabores insatisfeitos.

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4.3.3 Nível de maturidade dos componentes da dimensão GSSO

A Figura 16 demonstra os níveis de maturidade entre os quatro componentes

presentes na dimensão gestão de saúde e segurança do trabalho.

Figura 16 – Nível de maturidade dos componentes da Dimensão GSSO

Componente Média

Agregar Valor 4,01

Integração de Ações 3,98

Gestão de Crises 3,58

Normas e Legislação 3,05

Fonte: dados da pesquisa (2019)

Constata-se, na Figura 16, que a média obtida para o componente Agregar

Valor, apresenta estágio mais elevado de maturidade. Com média superior a 4

pontos dentro da curva de maturidade, o componente foi classificado como Nível 4 -

Melhoria Contínua Pro-Ativa. Os componentes Integração de Ações, Gestão de

Crises e Normas e Legislação foram classificados dentro da curva de maturidade

como Nível 3 - Melhoria Contínua Dirigida para Meta com médias de 3,98 pontos,

3,58 pontos e 3,05 pontos respectivamente.

A gestão de saúde e segurança ocupacional adquire importância quando

contribui para o desenvolvimento das pessoas e para o desempenho das

organizações. Neste sentido, é relevante destacar que 68,40% dos respondentes

desta pesquisa consideraram entre sempre e muitas vezes, que as ações de saúde

e segurança ocupacional são orientadas e sustentadas por políticas e diretrizes

estabelecidas e difundidas pela direção da organização, nas quais estão claramente

definidos os papéis, as atribuições e as responsabilidades de todas as pessoas que

trabalham na organização, especialmente dos ocupantes de cargos de gestão.

Pode-se observar que 77,90% dos respondentes, destacam que o atendimento às

normas legais de saúde e segurança ocupacional são realizadas no conjunto das

ações que compõem as práticas de gestão em saúde e segurança ocupacional da

organização.

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A gestão de saúde e segurança ocupacional, retratada por 66,70% dos

colaboradores neste estudo, é entendida e tratada pela direção da organização

como algo que agrega valor ao negócio de papel e celulose. Cabe ressaltar que

71,80% dos pesquisados manifestam que as políticas de saúde e segurança

ocupacional são definidas e orientadas pela alta direção da organização. Parte

integrante do sistema operacional da organização, a saúde e segurança ocupacional

é compreendida como componentes essencial por 71,10 dos colaboradores, em todo

e qualquer processo de mudança e melhorias executadas pelas áreas operacionais.

Evidencia-se nesta pesquisa que 73,80% dos respondentes compreendem

que a organização mantém dedicação adequada e utiliza-se de critérios uniformes

para todas as áreas da organização quanto a abordagem dos riscos e 77,20%

concordam que as atividades críticas são previstas nas normativas de trabalho e

observadas com o devido rigor pela alta direção. Cabe evidenciar o assessoramento

por parte dos técnicos do SESMT quanto ao processo de melhoria contínua para

redução e eliminação dos riscos, destacado por 70,80% dos respondentes. Com

relação as diretrizes de gestão de saúde e segurança ocupacional, 77,20% dos

colaboradores constatam que há transparência absoluta por parte da organização

quanto aos benefícios e responsabilidades.

Os resultados observados neste estudo constatam uma divergência de

entendimento quanto ao processo de autonomia para que a prevenção ocorra e

autogestão de segurança pelos colaboradores. Foi considerado por 46,60% dos

respondentes não haver necessidade de fiscalização ou acompanhamento pelos

profissionais do SESMT para que os mesmos cumpram devidamente as normas de

segurança. Entretanto, 36,10% possuem o entendimento contrário, necessitando da

presença dos profissionais do SESMT para que as práticas de segurança sejam

executadas adequadamente. Independentemente da autonomia concedida pela

organização e a área de gestão de saúde e segurança ocupacional, 33,30% julgam

que a reponsabilidade pela segurança e saúde ocupacional é específica do SESMT.

Ainda que a percepção de autonomia e autogestão necessitem de melhor

entendimento por parte dos envolvidos, a pesquisa demonstra que as práticas de

gestão de saúde e segurança ocupacional foram identificadas como preventivas ou

de antecipação de riscos por 65,60% dos respondentes.

Key Performance Indicators – KPIs podem ser considerados como

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105

ferramentas de gestão para se realizar a medição e o consequente nível de

desempenho de uma organização, de um determinado processo ou área. Nesse

sentindo, o desempenho da saúde e segurança ocupacional foi considerado por

69,40% dos colaboradores como parte integrante dos elementos constitutivos da

avaliação de desempenho das áreas produtivas e de quem as gerencia.

Identificados como essências para medir o nível de efetividade dos processos de

melhoria contínua, independentemente da área de atuação, os indicadores de

desempenho utilizados pela área de gestão de saúde e segurança ocupacional

foram reconhecidos por 78,90% dos respondentes deste estudo como gerenciados

durante os processos de transição em situações de risco e de melhoria contínua.

Dentro de uma perspectiva de gestão, controle e mensuração de resultados, 76,20%

dos respondentes compreendem a importância de medir o desempenho das

atividades de saúde e segurança ocupacional e atividades fins da organização de

maneira integrada.

Com base nos resultados obtidos nesta pesquisa, cabe destacar Lafraia

(2011), o qual menciona que as práticas de gestão de saúde e segurança

ocupacional resulta numa série de vantagens para a organização, aumentando a

produtividade, os resultados no negócio e ao mesmo tempo previne riscos

indesejáveis, prejuízos à saúde e redução de custos produtivos. Torna-se essencial

que exista o comprometimento dos diversos níveis hierárquicos da organização, pois

são os colaboradores que possuem saberes fundamentais oriundo da prática diária

que contribuirão para o fortalecimento da cultura de segurança.

A gestão de saúde e segurança ocupacional, conforme Antonio et al. (2013),

é um processo de gestão que necessita determinadas competências, não

provenientes apenas de treinamentos técnicos e profissionais, mas também com

base no ambiente laboral relacionadas à experiência e habilidades pessoais. Leis,

normativas e regulamentos definem até que ponto as medidas de saúde e

segurança ocupacional devem ser implementadas, entretanto deve-se considerar

espaço para a criatividade (LAITINEN et al., 2013).

Corroborando com os resultados deste estudo, Nesheim e Gressgard (2014)

retratam em sua pesquisa que o compartilhamento das informações pela área de

gestão de saúde e segurança entre os colaboradores estão relacionados com uma

cultura de segurança favorável. A experiência de trabalho, a formação, a motivação,

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106

a autonomia no trabalho e a influência e apoio na gestão e no compartilhamento de

conhecimentos contribuem para consolidar uma cultura de segurança nas

organizações.

A fim de assegurar a continuidade da cultura de segurança, Whalström e

Rollenhagen (2014) expõe que as funções de gestão de saúde e segurança

ocupacional devem ser constituídas com base nas pessoas, na tecnologia e nos

sistemas organizacionais e de informações. Os autores evidenciam aspectos

fundamentais para a gestão de saúde e segurança ocupacional, como: análise e

avaliação de riscos, comunicação e feedback das ações e investigações de falhas e

acompanhamento e padronização das melhores práticas internas.

Os resultados aqui apresentados corroboram com os de Oliveira (2014), o

qual menciona que a gestão de saúde e segurança ocupacional é um dos aspectos

mais significativo da cultura de segurança, porém geram inúmeros desafios. É

evidente que muitas das práticas de gestão de saúde e segurança ocupacional

perpassam pelo comportamento dos colaboradores envolvidos nos processos de

trabalho. As interações criadas pelas práticas de saúde e segurança ocupacional

devem ser identificadas e analisadas, a fim de minimizar efeitos indesejados e

maximizar o comportamento de cultura de segurança. Outro aspecto relevante

evidenciado pelo autor, quando a cultura de segurança, é a mudança da essência na

gestão de saúde e segurança ocupacional, onde o foco principal a ser considerado

são os métodos e processos de trabalho e não somente os perigos e riscos.

Segundo Podgórski (2015), o desenvolvimento internacional dos sistemas de

gestão de saúde e segurança ocupacional aconteceram por intermédio da adoção

das normativas como a diretrizes ILO-OSH 2001 (OIT, 2001) da Organização

Internacional do Trabalho ou as especificações OHSAS 18001 (BSI, 1999, 2007),

que fornecem detalhados, mas não obrigatórios, requisitos para a concepção,

implementação e avaliação da conformidade dos sistemas de gestão de segurança e

saúde ocupacional. Por consequência, pressupõe-se que a gestão de saúde e

segurança ocupacional foi aprimorada, devido às diversas técnicas utilizadas para

análise e avaliação dos riscos existentes no desenvolvimento das atividades, e o uso

de maneira ordenada propende a transformar as operações mais seguras e

eficientes, sendo uma condição determinante para a sustentabilidade da cultura de

segurança nas organizações.

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107

De acordo com Hale e Borys (2013), demonstram em sua pesquisa que os

procedimentos operacionais devem ser interpretados como fundamentais para o

desenvolvimento correto das atividades dentro das normativas de saúde e

segurança em ambientes complexos. Devido ao aumento da complexidade na

execução das atividades, faz-se necessário controlar, conferir e normalizar as

tarefas envolvendo diversos responsáveis pela execução das mesmas. Nessa

perspectiva, regras e procedimentos, operacionais ou de saúde e segurança

ocupacional, precisam ser interpretados como imprescindíveis para atribuição de

responsabilidades e para orientar o comportamento dos colaboradores quanto a uma

cultura de segurança propícia em condições adversas.

Em contrapartida a pesquisa de Hale e Borys (2013), estudo realizado por

Conchie, Moon e Duncan (2013) com um grupo de 69 líderes expôs que o

comportamento da liderança pode ser afetado pelo excesso de regras e normativas,

causando sobrecarga de função, afetando o engajamento dos mesmos com a

gestão de saúde e segurança ocupacional. Os autores evidenciam que o suporte da

organização e dos colaboradores e percepção de autonomia, possibilitaram maior

engajamento destes profissionais quanto as questões relacionadas a saúde e

segurança ocupacional. Conjuntamente, concluíram a necessidade de ampliar o

desenvolvimento das lideranças quanto aos aspectos comportamentais que

envolvem a gestão de saúde e segurança ocupacional e evidenciaram que as

práticas devem servir de incentivo à participação dos colaboradores em relação a

gestão de saúde e segurança ocupacional. Assim, considera-se que tanto as

práticas de participação e o acompanhamento e por parte das lideranças,

imprescindíveis para a disseminação de uma cultura de segurança em uma

organização.

Consoante com os resultados deste estudo, Barreto (2017) considera-se que

as boas práticas de gestão de saúde e segurança são fundamentais para a

disseminação da cultura de segurança nas organizações. Dentre as práticas de

gestão de saúde e segurança ocupacional, cabe evidenciar Robson et al. (2017), os

quais apresentam que as auditorias de saúde e segurança ocupacional são

consideradas como sistemática de identificar, corrigir e ou confirmar as práticas de

gestão de saúde e segurança ocupacional. A medição dos dados de autoria contribui

com informações que possibilitam direcionar as ações futuras da organização

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108

108

quando à gestão de saúde e segurança ocupacional e possibilitam diferentes

abordagens para determinar o que tem bom resultado e o que necessita melhorar do

ponto de vista da melhoria contínua da cultura de segurança.

4.3.4 Nível de maturidade dos componentes da dimensão CS

A Figura 17 demonstra os níveis de maturidade entre os oito componentes

presentes na dimensão cultura de segurança.

Figura 17 – Nível de maturidade dos componentes da Dimensão CS

Componente Média

Organização da

Aprendizagem

4,49

Motivação 4,32

Mudança Organizativa

e Gestão de Transição

4,31

Formação e

Informação

4,29

Procedimentos de

Segurança

4,28

Empenho da Gestão 4,16

Participação dos

Colaboradores

4,11

Comunicação 3,93

Fonte: dados da pesquisa (2019)

Percebe-se, na Figura 17, que as médias obtidas para os componentes

Organização de Aprendizagem, Motivação, Mudança Organizativa e de Gestão de

Transição, Formação e Informações, Observação de Procedimentos de Segurança,

Empenho da Gestão e Participação dos Colaboradores, apresentam estágios mais

elevados de maturidade. Com média superior a 4 pontos dentro da curva de

maturidade, os componentes foram classificados como Nível 4 - Melhoria Contínua

Pro-Ativa. O componente Comunicação, a exceção, foi classificado dentro da curva

de maturidade como Nível 3 - Melhoria Contínua Dirigida para Meta com uma média

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de 3,93 pontos.

Identificamos nesta pesquisa que a dimensão cultura de segurança apresenta

estágio elevado de maturidade. Com média de 4,21 pontos dentro da curva de

maturidade, o componente foi classificado dentro do modelo proposto como Nível 4 -

Melhoria Contínua Pro-Ativa. Neste nível existe uma tendência para se desenvolver

autonomamente e os indivíduos e as equipes gerenciam e direcionam seus próprios

processos. As responsabilidades da melhoria contínua são devolvidas para a

unidade de solução de problemas. Dentre os oito componentes pesquisados, o

componente comunicação, limítrofe dos demais componentes, foi o único

classificado dentro da curva de maturidade como Nível 3 - Melhoria Contínua

Dirigida para Meta com uma média de 3,93 pontos. Neste nível existe uma utilização

formal dos objetivos estratégicos, sendo as atividades de melhoria contínua parte

das atividades gerais de gestão.

Os resultados observados neste estudo quanto ao componente formação e

informação constataram que 85,70% dos colaboradores compreendem que os

treinamentos em saúde e segurança atendem às necessidades; 86,40% apontam

que todas as informações sobre saúde e segurança ocupacional estão acessíveis

aos mesmos; e 76,60% sentem-se confiantes ao realizar suas atividades laborais

devido a formação necessária para executá-las.

Evidencia-se neste estudo, por intermédio do componente empenho de

gestão, que 83,30% dos respondentes percebem que as lideranças da organização

têm a saúde e segurança ocupacional como prioridade como base da gestão e

74,10% expõe que o gestor pratica o que aconselha aos colaboradores sobre saúde

e segurança ocupacional. Ressalta-se que 82,90% dos colaboradores apontam

relação de confiança com o gestor em referência a temática saúde e segurança

ocupacional. Com relação ao componente participação dos colaboradores,

apresenta-se como principal resultado o envolvimento da CIPA – Comissão Interna

de Prevenção de Acidentes com a promoção da saúde e segurança ocupacional,

obtendo 81,20% da opinião dos respondentes; as condições inseguras ou quase

acidentes são relatadas consideraram entre sempre e muitas vezes por 75,10% dos

respondentes, ao mesmo tempo que 78,60% confirmam a utilização de uma

abordagem de melhoria contínua pela área de saúde e segurança ocupacional.

Os resultados observados neste estudo, no que se refere ao componente

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motivação, constatam que 83,40% dos respondentes tem orgulho da organização

onde trabalham e 86,60% mencionam que os gestores atuam na prevenção de

comportamentos de risco. Em relação à componente observação de procedimentos

de segurança, 84% dos colaboradores confirmam que os procedimentos

operacionais estão descritos de acordo com o ambiente e as atividades realizadas;

80,30% consideram os procedimentos operacionais como úteis para o

desenvolvimento das atividades; e 84,30% mencionam receber treinamento

suficiente nos procedimentos. No que tange o componente mudança organizativa e

gestão da transição, 88,80 dos respondentes afirmam a existência da prática PAE –

Plano de Ação de Emergência e 81,30% compreendem que a metodologia de

análise de riscos está orientada de forma realista e possui a confiança dos

colaboradores.

No que concerne ao componente organização da aprendizagem, 87,70% dos

colaboradores declaram haver empenho e comprometimento da organização

relativamente à melhoria contínua nas áreas de saúde e segurança ocupacional;

84,30% manifestam que a organização divulga o histórico de acidentes e incidentes;

e 86,10% afirmam que são tomadas ações pela organização a respeito destes

acidentes e incidentes reportados.

Nesta pesquisa o componente comunicação foi classificado dentro da curva

de maturidade como Nível 3, essencialmente em consequência da necessidade

observada por 47,60% dos colaboradores de ampliar a divulgação do PPRA –

Programa de Prevenção de Riscos Ambientais entre os mesmos. Entretanto, cabe

ressaltar que 78,30% dos colaboradores declararam existir uma comunicação eficaz

sobre saúde e segurança ocupacional entre o gestor e as equipes e 66,70% que os

aspectos de saúde e segurança ocupacional são debatidos na organização entre

lideranças e equipes.

Dessa forma, com base nos estágios de maturidade estabelecidos para as

dimensões cultura de segurança, gestão de saúde e segurança ocupacional e

qualidade de vida dos trabalhadores, pode-se produzir uma projeção futura ou

provável da adaptação necessária para efetiva orientação e dirigibilidade da

organização pesquisada, em termos da melhoria dos seus processos internos rumo

à excelência e à eficácia da cultura de segurança. Destaca-se que o Nível 5 -

Capacidade completa, proposto por Bessant et al. (2001), estabelece a identificação

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e solução sistemática de problemas, compartilhamento do aprendizado por

intermédio da aprendizagem organizacional. Assim, o modelo utilizado, forneceu

indicadores de desempenho e uma ampla demanda de ações que proporcinam a

organização um planejamento antecipado das práticas de gestão de saúde e

segurança ocupacional e qualidade de vida dos trabalhadores, tornando os esforços

da organização mais efetivos, mais econômicos e mais controláveis.

A Figura 18 demonstra os níveis de maturidade consolidado das três

dimensões presentes na pesquisa.

Figura 18 – Nível de maturidade consolidado das Dimensões CS, QVT e GSSO

Dimensão Média

Cultura de Segurança 4,21

Qualidade de Vida no

Trabalho

3,73

Gestão de Saúde e

Segurança Ocupacional

3,44

Fonte: dados da pesquisa (2019)

Verifica-se, na Figura 18, de forma consolidada, que o valor médio obtido para

a dimensão Cultura de Segurança, apresenta estágio mais elevado de maturidade.

Com média de 4,21 pontos dentro da curva de maturidade, o componente foi

classificado como Nível 4 - Melhoria Contínua Pro-Ativa. Os componentes Qualidade

de Vida no Trabalho e Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional foram

classificados dentro da curva de maturidade como Nível 3 - Melhoria Contínua

Dirigida para Meta com uma média de 3,73 pontos e 3,44 pontos respectivamente.

Nesse ponto da pesquisa, é essencial expor a complexidade da aquisição e

assimilação dos conceitos, das políticas, das práticas e dos conhecimentos

adquiridos pelos colaboradores ao longo dos anos de existência da organização. A

transformação da cultura de segurança, pode ser observada com base nos

resultados da pesquisa, assimilando e combinando novos processos, tecnologias,

métodos de gestão e comportamentos com os anteriormente existentes.

É importante ressaltar que as práticas de gestão de saúde e segurança

ocupacional e qualidade de vida no trabalho evidenciadas nesta pesquisa,

necessitam de maior volume de desenvolvimento, no tocante as condições do

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ambiente físico de trabalho, autonomia para que a prevenção ocorra, autogestão de

segurança e ampla divulgação das práticas de SSO, a exemplo do PPRA.

Por fim, esta pesquisa por intermédio dos resultados obtidos, convergindo e

divergindo com outros estudos, estabeleceu resultados coerentes com a teoria e a

prática, gerando assim formas de contribuir com os processos de melhoria contínua

e possibilidades de recombinar os conhecimentos existentes na organização quanto

a cultura de segurança.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho aqui apresentado pretende ser uma contribuição das áreas da

administração e engenharia de saúde e segurança ocupacional para a conceituação,

avaliação e estudo da cultura de segurança nas organizações.

A revisão de literatura realizada expôs que, na atualidade, os aspectos

organizacionais, em particular a cultura de segurança, são retratados como

principais aspectos associados a mudança de comportamento no gerenciamento de

riscos e atitudes inseguras. Os estudos revelaram ainda que uma metodologia de

gestão de saúde e segurança ocupacional, como instrumento na redução das

condições consideradas inseguras para colaboradores, clientes, fornecedores e

público em geral, torna-se essencial para melhorar as condições no ambiente

laboral. A existência de um conjunto de práticas de qualidade de vida no trabalho,

possibilita que as pessoas se sintam encorajadas e motivadas a realizar suas

tarefas, satisfazendo seus anseios e necessidades, e ao mesmo tempo indo ao

encontro dos propósitos organizacionais, trata-se de uma aliança contínua, positiva e

sem risco, considerada um investimento da organização para elevar a produtividade

em ambientes adversos.

As práticas de gestão de saúde e segurança ocupacional e qualidade de vida

no trabalho são imprescindíveis para uma cultura de segurança bem sucedida e

duradoura. Assim, a consciência dos estágios de maturidade de cultura de

segurança é premissa essencial para adotar atitudes necessárias ao sucesso deste

organismo.

Esta pesquisa originou-se a partir de uma questão ampla, sobre a importância

do estágio de maturidade da cultura de segurança, considerando as práticas de

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gestão de saúde e segurança ocupacional e qualidade de vida no trabalho em uma

organização com ambiente nocivo. Fundamentado na revisão de literatura, procurou-

se conceituar o que é cultura de segurança, apresentar modelos de estágio de

maturidade, identificar práticas de gestão de saúde e segurança ocupacional e

qualidade de vida no trabalho essenciais para caracterizar e desenvolver o estágio

de maturidade de cultura de segurança em que se encontra a organização.

Neste capítulo serão apresentadas as contribuições desta pesquisa,

especificamente os aspectos que envolvem a cultura de segurança, as implicações

das práticas de gestão de saúde e segurança ocupacional e qualidade de vida no

trabalho, as limitações e sugestões para futuras pesquisas.

5.1 CONTRIBUIÇÃO DA PESQUISA

A pesquisa teve por objetivo analisar o estágio de maturidade da cultura de

segurança, e sua relação com as práticas de gestão de saúde e segurança

ocupacional e qualidade de vida no trabalho em uma organização com ambiente

nocivo. Para alcançar este objetivo, foram traçados três objetivos específicos:

identificar as práticas que evidenciam a cultura de segurança no trabalho da

organização; verificar a influência das práticas de gestão de saúde e segurança

ocupacional na cultura de segurança; e verificar a influência das práticas de

qualidade de vida no trabalho na cultura de segurança.

A tipologia utilizada nesta pesquisa foi conduzida com abordagem

quantitativa, por utilizar-se de indicadores como forma de analisar dimensões, em

um estudo de caso único, com natureza exploratória. A análise de dados foi

realizada por intermédio de técnicas estatísticas e instrumento de análise para

dimensionar o nível de cultura de segurança da organização.

Com relação ao primeiro objetivo específico que buscava identificar as

práticas que evidenciam a cultura de segurança no trabalho da organização, pode-se

identificar por intermédio da hipótese testada que as práticas organizacionais de

gestão de saúde e segurança ocupacional e qualidade de vida no trabalho,

concomitantemente, influenciam positivamente a cultura de segurança da

organização. Constatou-se elevados níveis de maturidade presentes na dimensão

cultura de segurança. Dentre as principais práticas evidenciadas, pode-se destacar:

treinamento e desenvolvimento dos colaboradores; disponibilidade das informações

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para todos os colaboradores; formação específica sobre saúde e segurança

ocupacional para desenvolvimento das atividades laborais; segurança e saúde

ocupacional são tidas como base da gestão pelas principais lideranças;

envolvimento da CIPA como fonte principal de promoção da saúde e segurança

ocupacional; utilização de instrumentos de melhoria contínua pela organização;

procedimento operacionais descritos e de acordo com as atividades realizadas;

liderança atuam com foco na prevenção de comportamentos de risco; existência do

PAE; divulgação de histórico de acidentes e incidentes; reporte de acidentes e

incidentes; comunicação eficaz e debates entre lideranças e equipes em relação a

temática saúde e segurança ocupacional e qualidade de vida no trabalho;

cumprimento das normativas e legislação vigente; utilização de KPI’s; ambientes de

trabalho saudáveis e seguros; etc.

No que tange o segundo objetivo que tencionava verificar a influência das

práticas de gestão de saúde e segurança ocupacional na cultura de segurança,

pode-se constatar por intermédio da hipótese testada que as práticas

organizacionais de gestão de saúde e segurança ocupacional influenciam

positivamente a cultura de segurança. Constatou-se níveis moderados de

maturidade presentes na dimensão gestão de saúde e segurança ocupacional.

Dentre as principais práticas evidenciadas, pode-se destacar: estabelecimento de

políticas e diretrizes pela alta direção; papéis e atribuição definidas; atendimento das

normas legais de SSO; saúde e segurança ocupacional integrada aos

procedimentos operacionais; transparência quanto aos direitos e deveres dos

colaboradores; assessoria dos técnicos do SESMT quanto a processos de melhoria

contínua; utilização de indicadores de desempenho; gerenciamento de situações de

risco e melhoria contínua durante processos de mudança; etc.

Por último, o terceiro objetivo específico teve o intuito de verificar a influência

das práticas de qualidade de vida no trabalho na cultura de segurança, pode-se

observar por intermédio da hipótese testada que as práticas organizacionais de

qualidade de vida no trabalho influenciam positivamente a cultura de segurança.

Constatou-se níveis elevados e moderados de maturidade presentes na dimensão

qualidade de vida no trabalho. Dentre as principais práticas evidenciadas, pode-se

destacar: meio de transporte acessível; acessibilidade aos serviços de saúde;

capacidade física e mental para desempenhar as atividades; carga de atividades

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diária adequada; equipes gerenciáveis e direcionadas para melhoria contínua;

relacionamento interpessoal apropriado; disponibilidade de informações;

oportunidades de lazer; baixo índice de sentimento negativos; satisfação pessoal;

etc.

Isto posto, os resultados obtidos nesta pesquisa suportam que ambas as

práticas, gestão de saúde e segurança ocupacional e qualidade de vida no trabalho,

influenciam de forma positiva a cultura de segurança da organização. Defende-se,

pela consistência dos resultados obtidos, pela validade e confiabilidade, o modelo se

mostrou adequado para identificar estágios de maturidade das dimensões cultura de

segurança, gestão de saúde e segurança ocupacional e qualidade de vida no

trabalho, podendo, assim, ser utilizado como instrumento de gestão da cultura de

segurança em organizações do segmento de papel e celulose.

O êxito de uma cultura de segurança longeva em organizações, depende

essencialmente da capacidade de realizar um bom diagnóstico do cenário

experienciado. Nessa perspectiva, o modelo utilizado para diagnosticar a cultura de

segurança é de fácil aplicação, realizando um bom diagnóstico da realidade

vivenciada pela organização. O modelo permitiu observar determinadas

características da organização e revelou uma boa condição para discriminar as

semelhanças e desigualdades entre elas, demonstrado através dos estágios de

maturidade da cultura de segurança e das práticas de gestão de saúde e segurança

ocupacional e qualidade de vida no trabalho evidenciados nesta pesquisa.

Contata-se que esta pesquisa constitui uma contribuição não só para o

aprendizado sobre cultura de segurança, mas também como instrumento de

diagnóstico, com aplicações para prevenção e desenvolvimento de melhorias, assim

como responder aos futuros desafios impostos pela novas tecnologias e contextos

de trabalhos diferenciados. Assim, orienta-se que o modelo utilizado nesta

dissertação seja compreendido como um importante instrumento de gestão de saúde

e segurança ocupacional nas organizações, contribuindo para o sucesso e bom

desempenho da área de saúde e segurança ocupacional.

Entende-se, pelos resultados obtidos, por intermédio dos dados coletados e

das análises realizadas, que a organização estudada se encontra num processo de

transformação de sua cultura de segurança. Todas as áreas e posições

pesquisadas, apresentaram evidência dos conhecimentos adquiridos e vivência das

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práticas disponibilizadas, tangibilizados por intermédio dos estágios de maturidade

apresentados neste estudo. Convém salientar o engajamento dos colaboradores e a

atuação da alta direção, enquanto patrocinadora, para com a cultura de segurança

na organização.

A partir dos resultados ficou evidente a aplicabilidade da proposta da

pesquisa, e também sua reaplicabilidade em outras organizações. No que concerne

a aplicabilidade, a sistemática pode ser aplicada em empresas de celulose e papel

de diferentes portes, para identificar qual é o desempenho da organização em

relação às práticas de gestão de saúde e segurança ocupacional e qualidade de vida

no trabalho, e também como um roteiro para indicar as oportunidades de melhorias e

assim ampliar o nível de maturidade de cultura de segurança. No que tange a

reaplicabilidade, apesar desta sistemática ter desenvolvida para o segmento de

celulose e papel, ela pode ser reaplicada em outras empresas de diferentes

segmentos de mercado, pois todos os temas considerados neste estudo são

inerentes a qualquer modelo de negócio. Entretanto, nesse caso deverão ser

realizados ajustes de acordo com a realidade específica de cada empresa. Em

relação ao inovatividade, esta pesquisa traz como inovação a possibilidade das

organizações utilizarem o modelo de maturidade proposto neste estudo, o que

permite as organizações com ambientes nocivos identifiquem seus pontos fortes e

práticas que devem ser melhoradas, tornando as mudanças necessárias visíveis e

construindo um arcabouço para o desenvolvimento de estratégicas voltadas à

cultura de segurança. Além disso, a sistemática proposta permite a comparação

entre empresas e entre áreas de uma mesma empresa. Será oportuno a utilização

dos procedimentos metodológicos utilizados nesta pesquisa para futuros estudos,

com o intuito de ampliar a aplicação do método proposto.

Em termos de importância teórica, ao utilizar um método que permita a

mensuração dos estágios de maturidade da cultura de segurança em organizações

com ambientes nocivos, pode-se gerar parâmetros que sirvam de base para o

estabelecimento de estratégias e metas para se identificar oportunidades de

melhoria e correções necessárias das práticas existentes. De acordo com Creswell

(2010) a teoria pode ser compreendida como uma previsão ou como uma explicação

científica para avançar o conhecimento em determinadas áreas.

Além dos aspectos já mencionados durante a análise dos resultados da

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pesquisa, também foi possível identificar algumas oportunidades de melhoria na

utilização do modelo estudado com a aplicação da pesquisa. Para Follmann (2012) a

utilização de um modelo confiável para coleta e interpretação de dados, contribuiu

para que a pesquisa científica e a necessidade empresarial estejam alinhadas. As

oportunidades identificadas pelo pesquisador, que podem contribuir com o

desenvolvimento das práticas de GSSO e QVT são apresentadas a seguir:

a) Desenvolver uma metodologia padronizada, afim de estabelecer processo

de avaliação da empresa em relação à concorrência (benchmarking), das

práticas de gestão de saúde e segurança ocupacional e qualidade de vida

no trabalho, com o objetivo de elevar o estágio atual de maturidade da

cultura de segurança;

b) Ampliar o compartilhamento das informações, principalmente no que se

refere ao PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, ainda

muito restrito a área de segurança e saúde ocupacional;

c) Expandir a quantidade de ações direcionadas a higiene ocupacional, com

o propósito de aprimorar as práticas e elevar os níveis de maturidade de

gestão de saúde e segurança ocupacional e qualidade de vida no trabalho;

d) Desenvolver uma política de comunicação corporativa para divulgar todas

as informações pertinentes a gestão de saúde e segurança ocupacional,

permeando assim todos os níveis hierárquicos da organização;

e) Criar um programa de formação para os colaboradores, por intermédio a

área de saúde e segurança ocupacional, para difundir e esclarecer as

normas e legislação vigentes de saúde e segurança ocupacional.

Diante do acima exposto, considera-se que esta pesquisa contribuirá para

uma melhor reflexão sobre a cultura de segurança, níveis de maturidade, práticas

organizacionais, processos de melhoria e transformação do comportamento

organizacional.

5.2 LIMITAÇÕES E SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS

Esta pesquisa estabelece um ponto de partida importante para o estudo da

cultura de segurança nas organizações de um ponto de vista das práticas

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desempenhadas. Ao desenvolver uma pesquisa, encontram-se condições nas quais

o pesquisador deve optar por caminhos com base em suas convicções, os quais

podem se apresentar como limitantes ao leitor. A escolha do tema e construtos da

pesquisa foram baseados em critérios de interesse do próprio autor, relevância do

tema para comunidade científica e iniciativa privada, além da viabilidade da

pesquisa.

Uma limitação que cabe destacar foi o tamanho do questionário, que totalizou

95 questões levando, em média 16 – 18 minutos, o que pode desestimular os

respondentes. Pode-se considerar ainda a possibilidade de viés, em função da

maioria dos respondentes desta pequisa pertencerem a área operacional da

organização.

Com o objetivo de melhorar os resultados obtidos com a aplicação da

metodologia proposta, recomenda-se a realização de novos estudos de caso a fim

de verificar o estágio de maturidade da cultura de segurança e suas respectivas

práticas de gestão de saúde e segurança ocupacional e qualidade de vida no

trabalho em organizações de segmentos similares ou diferenciados.

Os resultados da presente pesquisa são baseados em uma organização do

segmento de celulose e papel, com um corte transversal, refletindo a situação da

organização em determinado momento. Nesta perspectiva, as limitações da

pesquisa poderão ser amenizadas com estudos futuros, tais como: realizar estudo

longitudinal para comparar as diferenças no decorrer do tempo; analisar

organizações por meio de estudos qualitativos para identificar rotinas e processos

que influenciam nos construtos pesquisados; e realizar pesquisa com organizações

de segmentos similares ou diferenciados para comparar os resultados em diferentes

contextos.

Como sugestão para novas pesquisas recomenda-se utilizar outros modelos

propospostos pelos demais autores sobre modelos de maturidade, como o modelo

de Hudson (2003), ou o modelo de MIRM- Minerals Industry Risk Management

(2008) que propõe mudanças e desenvolvem um novo modelo apoiado nos estudos

de Hudson (2003) e em uma abordagem similar usada pelo Bayside Aluminum.

Uma cultura de segurança amparada nos valores de cooperação, participação

e sinergia baseados na gestão de saúde e segurança ocupacional e qualidade de

vida no trabalho, torna-se essencial para a valorização das pessoas e para a

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perpetuidade das organizações.

A organização pesquisas demonstrou excelente nível de maturidade de

cultura de segurança, categorizada no modelo de maturidade proposto por Bessant

et al. (2001), com média superior a 4 pontos dentro da curva de maturidade,

classificada como Nível 4 - Melhoria Contínua Pro-Ativa.

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140

APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO

Este questionário foi elaborado especificamente para avaliar a

adequação dos passos utilizados na metodologia proposta para aplicação dos

princípios da cultura de segurança e das práticas de gestão de saúde e

segurança ocupacional e qualidade de vida dos trabalhadores, composto por

um conjunto de dimensões. A sua participação é fundamental para alcance dos

objetivos deste estudo.

Asseguramos que todas as informações prestadas pelo Sr(a) são

sigilosas e serão utilizadas somente para esta pesquisa. A divulgação dos

resultados será anônima e em conjunto com as respostas de um grupo de

pessoas e não individualmente.

Assinale a alternativa que corresponde ao nível de aplicação das

práticas de cultura de segurança, gestão de saúde e segurança ocupacional e

qualidade de vida no trabalho. O questionário trabalha com um sistema de

pontuação que varia de 1 a 5. Não são usados valores fracionados, tipo 2.5 ou

3.7, devendo-se trabalhar sempre com valores inteiros a fim de facilitar a leitura

dos resultados obtidos.

Este sistema de pontuação descreve situações, para cada item a ser

medido na empresa, quais sejam:

Nota 1 – Nunca

Nota 2 – Por vezes

Nota 3 – Habitualmente

Nota 4 – Muitas vezes

Nota 5 – Sempre

Assinale com um “x” o número que melhor corresponde à sua

experiência nos últimos 6 meses. É necessário que responda a todas as

questões indicadas.

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CULTURA DE SEGURANÇA

EMPENHO DA GESTÃO

Nunca

Por

veze

s

Ha

bitu

al

men

te

Mu

ita

s

vezes

Sem

pre

1 – A segurança é percebida como parte das prioridades do gestor? 1 2 3 4 5

2 – Com que regularidade o gestor se desloca ao local de trabalho? 1 2 3 4 5

3 – Com que frequência o gestor conversa com as equipes sobre saúde e segurança quando se encontra no local de trabalho?

1 2 3 4 5

4 – O gestor pratica o que aconselha sobre saúde e segurança? 1 2 3 4 5

5 – O gestor age rapidamente e de forma eficaz relativamente a aspectos de saúde e segurança?

1 2 3 4 5

6 - Existe confiança no gestor em relação à saúde e segurança? 1 2 3 4 5

COMUNICAÇÃO

Nunca

Por

veze

s

Ha

bitu

al

men

te

Mu

ita

s

vezes

Sem

pre

7 – Existe uma comunicação eficaz sobre saúde e segurança entre o gestor e as equipes?

1 2 3 4 5

8 – São debatidos aspectos de saúde e segurança na organização: - - - - -

Com gestores diretos e equipes? 1 2 3 4 5

Com colegas de trabalho? 1 2 3 4 5

9 – O PPRA é de conhecimento dos colaboradores? 1 2 3 4 5

10 – Os colaboradores informam o gestor sobre os problemas de saúde e segurança?

1 2 3 4 5

PARTICIPAÇÃO DOS COLABORADORES

Nunca

Por

veze

s

Ha

bitu

al

men

te

Mu

ita

s

vezes

Sem

pre

11 – Os colaboradores (todos os níveis) participam efetivamente dos assuntos relacionados a saúde e segurança?

1 2 3 4 5

12 – Comunicam as condições inseguras ou quase acidentes? 1 2 3 4 5

13 – Há um envolvimento ativo da CIPA na promoção da saúde e segurança?

1 2 3 4 5

14 – Existe uma abordagem de melhoria contínua nas áreas de saúde e segurança?

1 2 3 4 5

15 – O gestor realiza auditorias internas de saúde e segurança em parceria com os colaboradores?

1 2 3 4 5

16 – Existe uma cooperação genuína relativamente à saúde e segurança – um trabalho conjunto entre todos na organização?

1 2 3 4 5

FORMAÇÃO / INFORMAÇÕES

Nunca

Por

veze

s

Ha

bitu

al

men

te

Mu

ita

s

vezes

Sem

pre

17 – Quando o colaborador realiza suas atividades laborais sente-se confiante por ter toda a formação necessária para executá-las?

1 2 3 4 5

18 – A percepção sobre os riscos e perigos informada pelo colaborador são consideradas pela organização?

1 2 3 4 5

29 – As necessidades de treinamento sobre saúde e segurança são identificadas pela organização?

1 2 3 4 5

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20 – Os treinamentos em saúde e segurança atendem às necessidades?

1 2 3 4 5

21 – Todas as informações sobre saúde e segurança estão acessíveis aos colaboradores?

1 2 3 4 5

MOTIVAÇÃO

Nunca

Por

veze

s

Ha

bitu

al

men

te

Mu

ita

s

vezes

Sem

pre

22 – Os gestores atuam na prevenção de comportamentos de risco? 1 2 3 4 5

23 – Existem ações disciplinares relativas à saúde e segurança? 1 2 3 4 5

24 – Os colaboradores sentem-se com saúde e segurança no seu local de trabalho?

1 2 3 4 5

25 – Os colaboradores têm orgulho da sua organização? 1 2 3 4 5

OBSERVAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA N

unca

Por

veze

s

Ha

bitu

al

men

te

Mu

ita

s

vezes

Sem

pre

26 – Os procedimentos estão descritos de acordo com o ambiente e as atividades realizadas?

1 2 3 4 5

27 – Os colaboradores consideram a leitura dos procedimentos úteis?

1 2 3 4 5

28 – As regras de saúde e segurança na sua organização estão descritas nos procedimentos?

1 2 3 4 5

29 – Os colaboradores recebem treinamento suficiente nos procedimentos?

1 2 3 4 5

30 – Os procedimentos são auditados periodicamente e com eficácia?

1 2 3 4 5

31 – A escrita utilizada nos procedimentos é de fácil entendimento? 1 2 3 4 5

32 – Os procedimentos estão associados a riscos? 1 2 3 4 5

ORGANIZAÇÃO DA APRENDIZAGEM

Nunca

Por

veze

s

Ha

bitu

al

men

te

Mu

ita

s

vezes

Sem

pre

33 – A organização divulga o histórico de acidentes, comunicação de incidentes, etc?

1 2 3 4 5

34 – São tomadas ações pela organização a respeito destes acidentes e incidentes reportados?

1 2 3 4 5

35 – Existe empenho da organização relativamente à melhoria contínua nas áreas de saúde e segurança?

1 2 3 4 5

MUDANÇA ORGANIZATIVA E GESTÃO DE TRANSIÇÃO N

unca

Por

veze

s

Ha

bitu

al

men

te

Mu

ita

s

vezes

Sem

pre

36 – Existe processo de análise que identifique e detalhe alterações/adequações de tarefas/colaborador que possam ter impacto na prevenção de perigos graves?

1 2 3 4 5

37 – Considera que a metodologia de análise de riscos está orientada de forma realista e possui a confiança dos colaboradores?

1 2 3 4 5

38 – Existe PAE – Plano de Ação de Emergência? 1 2 3 4 5

39 – Os indicadores de desempenho (saúde e segurança) são gerenciados durante o processo de transição em situações de risco? 1 2 3 4 5

GESTÃO DE SAÚDE E SEGURANÇA OCUPACIONAL

GESTÃO DE CRISES

Nunca

Por

veze

s

Ha

bitu

al

men

te

Mu

ita

s

vezes

Sem

pre

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143

1 – As ações de saúde e segurança ocupacional (SSO) são movidas por problemas (riscos) já instalados em detrimento das práticas preventivas ou da antecipação dos riscos?

1 2 3 4 5

2 – Não há definição clara de responsabilidades pela condução das ações de saúde e segurança; todos na empresa são tidos como responsáveis, mas, ao mesmo tempo, não há um responsável que responde pelos resultados de saúde e segurança ocupacional?

1 2 3 4 5

3 – A área de saúde e segurança ocupacional age somente quando ocorrem acidentes de alguma gravidade?

1 2 3 4 5

4 – A saúde e segurança ocupacional são vistas como incompatíveis com a produção (aumenta custos, dificulta e atrapalha o andamento “normal” das atividades produtivas)?

1 2 3 4 5

5 – A produção é prioritária, independentemente das condições ambientais e/ou de trabalho em que a mesma se realiza?

1 2 3 4 5

6 – As questões éticas e morais pertinentes à garantia da saúde e segurança ocupacional são de pouca relevância ou nulas?

1 2 3 4 5

ATENDIMENTO DAS NORMAS E LEGISLAÇÃO

Nunca

Por

veze

s

Ha

bitu

al

men

te

Mu

ita

s

vezes

Sem

pre

7 – Políticas de saúde e segurança ocupacional são pouco difundidas e cumpridas parcialmente. Os programas de saúde e segurança ocupacional são concebidos e desenvolvidos pelo SESMT, com a participação das áreas operacionais e da CIPA, cada uma fazendo o que considera mais conveniente?

1 2 3 4 5

8 – Por parte das áreas operacionais existe uma intenção clara de fazer segurança, só que dependem da capacidade operacional do SESMT. Não há uniformidade na condução das ações de saúde e segurança ocupacional na empresa como um todo?

1 2 3 4 5

9 – As áreas de saúde e segurança ocupacional e a produção são consideradas independentes e, em algumas situações, conflitantes?

1 2 3 4 5

10 – Há dificuldades na condução dos programas de saúde e segurança ocupacional: o SESMT recomenda uma medida de controle; a produção, por razões técnicas, operacionais, financeiras, ou mesmo por considerar desnecessária, não a implementa ou a implementa parcialmente?

1 2 3 4 5

11 – A área de saúde e segurança ocupacional na organização é de responsabilidade do SESMT, independentemente do poder que lhe é conferido para o exercício de suas atividades?

1 2 3 4 5

12 – A estratégia utilizada na condução das ações de saúde e segurança ocupacional são centradas na “fiscalização” ou no “policiamento”. Os técnicos de segurança necessariamente têm de estar presentes nas frentes de trabalho até mesmo nos turnos noturnos?

1 2 3 4 5

13 – Há pouca ou nenhuma coerência, na prática, entre o que se fala e o que se faz em relação à saúde e segurança ocupacional?

1 2 3 4 5

INTEGRAÇÃO DE AÇÕES

Nunca

Por

veze

s

Ha

bitu

al

men

te

Mu

ita

s

vezes

Sem

pre

14 – As ações de saúde e segurança ocupacional são orientadas e sustentadas por Políticas e Diretrizes estabelecidas e difundidas pela direção da organização, nas quais estão claramente definidos os papéis, as atribuições e as responsabilidades de todas as pessoas que trabalham na empresa, especialmente dos ocupantes de cargos de gestão?

1 2 3 4 5

15 – A importância conferida à área de saúde e segurança ocupacional pela direção da organização é assimilada e reproduzida integralmente pelas áreas operacionais e rigorosamente observada?

1 2 3 4 5

Page 144: PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO …

144

144

16 – O cumprimento da legislação que regulamenta a saúde e segurança ocupacional é feito no conjunto das ações de da área de SSO previstas no plano geral de ação da organização, sem merecer destaque em separado?

1 2 3 4 5

17 – Os critérios utilizados na abordagem dos riscos (percepção e controle) são uniformes para todas as unidades e/ou áreas da organização?

1 2 3 4 5

18 – As ações de saúde e segurança ocupacional são integradas ao sistema produtivo e sua execução é de total responsabilidade dos gestores das áreas operacionais?

1 2 3 4 5

19 – O desempenho da saúde e segurança ocupacional faz parte dos elementos constitutivos da avaliação de desempenho das áreas produtivas e de quem as gerencia?

1 2 3 4 5

20 – A saúde e segurança ocupacional é abordada como parte integrante do sistema operacional, sendo suas ações planejadas e executadas juntamente às ações de produção?

1 2 3 4 5

21 – As ações de saúde e segurança ocupacional, sobretudo em relação às atividades críticas, são previstas nos padrões de trabalho (normas) e observadas com o rigor devido?

1 2 3 4 5

22 – A atribuição dos técnicos do SESMT é de assessoramento às áreas operacionais?

1 2 3 4 5

AGREGAR VALORES

Nunca

Por

veze

s

Ha

bitu

al

men

te

Mu

ita

s

vezes

Sem

pre

23 – A saúde e segurança ocupacional é entendida e tratada pela organização como algo que agrega valor ao seu negócio?

1 2 3 4 5

24 – A política de saúde e segurança ocupacional é definida e orientada pela alta direção da empresa?

1 2 3 4 5

25 – As atividades de saúde e segurança ocupacional e as atividades fins da organização são totalmente integradas e tratadas no mesmo nível de importância?

1 2 3 4 5

26 – Todo o investimento em saúde e segurança ocupacional – na organização é feito com o propósito de gerar e agregar vantagens ao negócio?

1 2 3 4 5

27 – A saúde e segurança ocupacional é um valor que a organização procura alcançar em todas as suas ações?

1 2 3 4 5

28 – O atendimento às normas legais de saúde e segurança ocupacional – é feito no conjunto das ações que compõem os programas de segurança da organização?

1 2 3 4 5

29 – Há transparência absoluta no trato das questões de saúde e segurança ocupacional?

1 2 3 4 5

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

Muito

ruim

R

uim

Nem

ruim

nem

boa

Boa

Muito b

oa

1 – Como você avalia sua qualidade de vida no trabalho? 1 2 3 4 5

Muito

insatisfe

ito

Insatisfe

ito

Nem

satisfe

ito

nem

in

satisfe

ito

Satisfe

ito

Muito

satisfe

ito

2 – Quão satisfeito(a) você está com sua saúde? 1 2 3 4 5

Page 145: PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO …

145

145

As questões seguintes são sobre o quanto você tem sentido algumas coisas nas últimas duas semanas.

Nada

Muito P

ouco

Mais

ou m

eno

s

Basta

nte

Extr

em

am

ente

3 – Em que medida você acha que sua dor (física) impede você de

fazer o que você precisa?

1 2 3 4 5

4 – O quanto você precisa de algum tratamento médico para levar sua vida diária?

1 2 3 4 5

5 – O quanto você aproveita a vida? 1 2 3 4 5

6 – Em que medida você acha que a sua vida tem sentido? 1 2 3 4 5

7 – O quanto você consegue se concentrar? 1 2 3 4 5

8 – Quão seguro(a) você se sente em sua vida diária? 1 2 3 4 5

9 – Quão saudável é o seu ambiente físico (clima, barulho, poluição,

atrativos)?

1 2 3 4 5

As questões seguintes perguntam sobre quão completamente você tem sentido ou é capaz de fazer

Nada

Muito P

ouco

Mais

ou m

eno

s

Basta

nte

Extr

em

am

ente

10 – Você tem energia suficiente para seu dia-a- dia? 1 2 3 4 5

11 – Você é capaz de aceitar sua aparência física? 1 2 3 4 5

12 – Você tem dinheiro suficiente para satisfazer suas necessidades?

1 2 3 4 5

13 – Quão disponíveis para você estão as informações que precisa

no seu dia a dia?

1 2 3 4 5

14 – Em que medida você tem oportunidades de atividade de lazer? 1 2 3 4 5

As questões seguintes perguntam sobre quão bem ou satisfeito você se sentiu a respeito de vários aspectos de sua vida nas últimas duas semanas. M

uito r

uim

R

uim

Nem

ruim

ne

m

bom

Bom

Muito b

om

15 – Quão bem você é capaz de se locomover? 1 2 3 4 5

Muito

insatisfe

ito

Insatisfe

ito

Nem

satisfe

ito

nem

in

satisfe

ito

Satisfe

ito

Muito

satisfe

ito

16 – Quão satisfeito(a) você está com o seu sono? 1 2 3 4 5

17 – Quão satisfeito(a) você está com sua capacidade de desempenhar as atividades do seu dia a dia?

1 2 3 4 5

18 – Quão satisfeito(a) você está com sua capacidade para o trabalho?

1 2 3 4 5

19 – Quão satisfeito(a) você está consigo mesmo? 1 2 3 4 5

20 – Quão satisfeito(a) você está com suas relações pessoais (amigos, parentes, conhecidos, colegas)?

1 2 3 4 5

21 – Quão satisfeito(a) você está com sua vida sexual? 1 2 3 4 5

22 – Quão satisfeito(a) você está com o apoio que você recebe de seus amigos?

1 2 3 4 5

23 – Quão satisfeito(a) você está com as condições do local onde mora?

1 2 3 4 5

24 – Quão satisfeito(a) você está com o seu acesso aos serviços de saúde?

1 2 3 4 5

25 – Quão satisfeito(a) você está com o seu meio de transporte? 1 2 3 4 5

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146

As questões seguintes referem-se a com que frequência você sentiu ou experimentou certas coisas nas últimas duas semanas.

Nunca

Alg

um

as v

eze

s

Fre

qu

ente

men

te

Muito

Fre

qu

ente

men

te

Sem

pre

26 – Com que frequência você tem sentimentos negativos tais como

mau humor, desespero, ansiedade, depressão?

1 2 3 4 5

DADOS DEMOGRÁFICOS

Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino Idade:

Estado civil: ( ) Casado ( ) Solteiro Tempo de empresa:

Tempo na função:

Área de trabalho: ( ) Produtiva ( ) Manutenção ( ) Administrativa ( ) Logística

Escolaridade: ( ) 1º Grau ( ) 2º Grau ( ) Nível Superior ( ) Especialização

Função: ( ) Operador ( ) Técnico ( ) Manutentor ( ) Administrativo ( ) Gestor

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147

APÊNDICE B – ANÁLISE FATORIAL

Nesta pesquisa foi utilizada a técnica estatística de Analise Fatorial, a

fim de verificar se todos os indicadores se ajustavam a determinado fator e

também para verificar se todos apresentavam cargas fatoriais adequadas. Oito

componentes foram carregados em cultura de segurança, quatro componentes

em gestão de saúde e segurança ocupacional e quatro componentes em

qualidade de vida no trabalho. A análise fatorial dos registros confirmou as

dimensões utilizadas na pesquisa (Quadro 24).

Raykov e Marcoulides (2006) definem análise fatorial como um

importante instrumento de pesquisa de dimensões não observáveis, porém

teoricamente possíveis. Os autores expõem ainda que a redução de dimensões

e fatores contribui para mensurar as dimensões latentes.

Quadro 24 – Matriz de Componente Rotativa

Componente Variância

Segurança Qualidade Gestão % da

Variância %

Acumulado

Observação dos Procedimentos de Segurança (CS)

,853

39,235 39,235

Mudança Organizativa de Transição (CS)

,815

Participação dos Colaboradores (CS)

,813

Formação e Informação (CS) ,803

Motivação (CS) ,794

Organização e Aprendizagem (CS)

,757

Integração de Ações (GSSO) ,718

Comunicação (CS) ,712

Empenho da Gestão (CS) ,710

Agregar Valores (GSSO) ,707

Dominio Psicológico (QVT) ,840

19,213 58,448 Domínio Físico (QVT) ,830

Domínio Meio Ambiente (QVT) ,786

Domínio Social (QVT) ,782

Atendimento das Normas e Legislação (GSSO)

,845 8,922 67,371

Gestão de Crises (GSSO) ,790 Método de Extração: Análise de componente principal. Método de Rotação: Varimax com Normalização de Kaiser. a. Rotação convergida em 4 iterações. Legenda: CS – Cultura de Segurança; GSSO – Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional; QVT – Qualidade de Vida no Trabalho.

Fonte: dados da pesquisa (2019)

Page 148: PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO …

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A análise produziu 03 fatores retratados no Quadro 24. O componente

segurança é composto pela composição das dimensões cultura de segurança e

gestão de saúde e segurança ocupacional, sendo responsável por 39,235% da

variância explicada; o componente qualidade é constituído pela dimensão

qualidade de vida no trabalho, explicando 19,213% da variância explicada; o

componente gestão é composto por dois componentes da gestão de saúde e

segurança ocupacional, sendo responsável por 8,922% da variância explicada.

Todos os 16 componentes conjuntos nesta pesquisa contribuíram para

67,371% da variância total explicada.