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UNIVERSIDADE POTIGUAR UnP PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PPGA MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO Isabel Cristina Pansiera Marques CUSTEAMENTO ABC NUMA ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR PRIVADA: UM ESTUDO COMPARATIVO DO CUSTO DE PACOTES DE CIRURGIAS ELETIVAS COM OS VALORES REEMBOLSADOS PELOS PLANOS DE SAÚDE Natal - RN 2011

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UNIVERSIDADE POTIGUAR – UnP

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO – PPGA

MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO

Isabel Cristina Pansiera Marques

CUSTEAMENTO ABC NUMA ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR PRIVADA: UM

ESTUDO COMPARATIVO DO CUSTO DE PACOTES DE CIRURGIAS ELETIVAS

COM OS VALORES REEMBOLSADOS PELOS PLANOS DE SAÚDE

Natal - RN

2011

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Isabel Cristina Pansiera Marques

CUSTEAMENTO ABC NUMA ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR PRIVADA: UM

ESTUDO COMPARATIVO DO CUSTO DE PACOTES DE CIRURGIAS ELETIVAS

COM OS VALORES REEMBOLSADOS PELOS PLANOS DE SAÚDE

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação Stricto Sensu em Administração da

Universidade Potiguar como requisito para a

obtenção do título de Mestre.

Linha de Pesquisa e Temática: Estratégias e

Competitividade.

Orientador: Prof. Dr. Domingos Fernandes

Campos.

Natal – RN

2011

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M357c Marques, Isabel Cristina Pansiera.

Custeamento ABC numa organização hospitalar privada: um estudo

comparativo do custo de pacotes de cirurgias eletivas com os valores

reembolsados pelos planos de saúde / Isabel Cristina Pansiera Marques. –

Natal, 2011. 260f.

Dissertação (Mestrado em Administração). – Universidade Potiguar.

Pró-Reitoria de Pesquisa, Extensão e Pós-Graduação. Bibliografia: f. 191-199.

1. Administração – Dissertação. 2. Custos. 3. Custeamento com base

na atividade. 4. Hospital. 5. Abordagem sistêmica. Título.

RN/UnP/BSFP CDU: 658(043.3)

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Isabel Cristina Pansiera Marques

CUSTEAMENTO ABC NUMA ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR PRIVADA: UM

ESTUDO COMPARATIVO DO CUSTO DE PACOTES DE CIRURGIAS ELETIVAS

COM OS VALORES REEMBOLSADOS PELOS PLANOS DE SAÚDE

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação Stricto Sensu em Administração da

Universidade Potiguar como requisito para a

obtenção do título de Mestre.

Linha de Pesquisa e Temática: Estratégias e

Competitividade.

Data da aprovação: 13/ 09/ 2011

BANCA EXAMINADORA

___________________________________

Prof. Dr. Domingos Fernandes Campos

Orientador – Universidade Potiguar

___________________________________

Prof. Dr. Rodrigo José Guerra Leone

Membro Examinador – Universidade Potiguar

__________________________________

Prof. Dr. José Dionísio Gomes da Silva

Membro Examinador Externo – UFRN

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais, Ayrton (in memorian) e Nice, por me ensinarem a importância de

valores como honestidade, persistência e compromisso. Minhas queridas irmãs, Tânia e Doll,

que sempre viram na minha pessoa alguém além da irmandade, amiga acima de tudo.

Meu amor, amigo, companheiro Felício que me apóia não só com palavras, sem o

qual seria muito difícil concluir mais esta etapa da vida. Por ter sido a primeira pessoa a

acreditar que meu sonho era possível.

Maíra, filha linda, por me entender e compartilhar todos os momentos da vida,

inclusive os estudos. Dedico a você a idéia de que não há verdades absolutas, nem

conhecimentos suficientes, busque sempre.

Filho mais que de alma, Nícolas, que inicia agora a jornada acadêmica, para que

sempre se mantenha fiel a si mesmo.

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AGRADECIMENTOS

Minha gratidão, em especial, ao meu mentor Dr. Domingos Fernandes Campos por ter

ido além do ato de ensinar, pela dedicação e desejo de compartilhar seu conhecimento.

Agradeço à Instituição onde pude realizar a pesquisa, aos dirigentes que através da

visão empreendedora possibilitaram meus estudos. Aos colegas de trabalho e amigos que por

muitas vezes me auxiliaram nos momentos mais difíceis.

A todos aqueles que, de maneira direta ou indireta, contribuíram para a realização deste

trabalho, os meus sinceros agradecimentos.

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A transparência dos custos é um conceito ilusório e, em geral, nas organizações

complexas, sempre há “ganhadores e perdedores”, introduzindo, assim, um fator político em

todas as metodologias de rateio de custos. Portanto, basear-se em fatos e em dados confiáveis

e reconhecíveis é fundamental para convencer os clientes internos da integridade e da

confiabilidade do processo... Comentário típico é: “Não sei por que estou sendo onerado por

esse custo nem como gerenciá-lo.”

Jeff Nachowitz

(Diretor Financeiro, Citigroup)

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RESUMO

Os hospitais são organizações complexas que, do ponto de vista econômico, social e

financeiro, podem se apresentar como várias empresas dentro de uma só instituição com a

finalidade de atender à comunidade. São considerados prestadores de serviços hospitalares e

devem ser geridos de forma resolutiva, qualitativa, com o menor custo possível para que

perpetuem no mercado. Uma importante questão colocada para os gestores hospitalares é

saber em que medida os valores reembolsados pelos diferentes planos de saúde remuneram os

seus custos. Este trabalho tem como objetivo calcular os custos com base nas atividades de

procedimentos médicos-cirúrgicos de um hospital privado e fazer uma análise comparativa

com a remuneração oferecida por diferentes planos de saúde. Uma abordagem sistêmica (AS)

foi utilizada como suporte ao desenvolvimento do custeamento, especialmente, na descrição

das atividades e inter-relações dos subsistemas que conformam o complexo hospitalar. Foram

calculados os custos de um grupo de cirurgias eletivas e comparados à remuneração oferecida

por cinco planos de saúde, incluindo o sistema público SUS. Os direcionadores de custos

constituem a base para a mensuração dos custos através do método ABC (Activity Based

Costing). Autores como Turney (1991), Kaplan e Cooper (1998) identificaram duas categorias

de direcionadores: os de recursos e os de atividades. Para eleger os direcionadores que melhor

identificam a relação entre os custos e as atividades, foram tomadas variáveis como: a

facilidade na obtenção e no processamento, a correlação entre os direcionadores e os recursos

consumidos (CHING, 2010). Nakagawa (2008) considera que o direcionador de custo é um

fator causal que influencia o nível e o desempenho de atividades e o consumo resultante de

recursos. Para Waters e Hussey (2004) os sistemas de pagamentos, as informações sobre

custos reais, o volume de serviço e as características dos prestadores e compradores de

serviços de saúde afetam a fixação de preços. Através da revisão de metodologias brasileiras e

internacionais, foi estabelecido um quadro referencial para o desenvolvimento do trabalho. A

abordagem sistêmica e o ABC foram aplicados em todos os centros de custos do hospital em

estudo. As oito cirurgias que mais contribuem para a renda do hospital foram selecionadas

para custeamento e avaliação. Os valores do ABC foram comparados aos valores

reembolsados por cinco planos de saúde, o SUS e quatro privados. Nos oito procedimentos

cirúrgicos, os valores reembolsados pelo sistema público SUS ficaram abaixo dos valores

ABC custeados, variando de -85,56% na cirurgia de varizes a -51,92 na colecistectomia. A

magnitude das variações entre máximos e mínimos dentre os valores reembolsados pelos

planos, em cada tipo de cirurgia, chama a atenção. Na colecistectomia, a variação foi de

84,14% em relação ao valor obtido pelo custeamento ABC, mínimo de –51,92% (Plano E) e

máximo de 32,22% (Plano C). Mesmo quando a comparação é realizada entre os grandes

planos nacionais, as variações entre reembolsos são acentuadas. No caso da herniorrafia

inguinal, o reembolso máximo foi do Plano D com 6,35% acima do valor custeado e o

mínimo –18,86% (Plano A) perfazendo uma variação total em torno do custo ABC de

25,21%. Os resultados sugerem que os planos de saúde nacionais trabalham com

metodologias não convergentes na formação de suas tabelas de remuneração.

Palavras-chave: Custos. Custeamento com base na atividade. Hospital. Abordagem

Sistêmica.

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ABSTRACT

Hospitals are complex organizations that, in economic, social and financial terms, may

present themselves as several companies within a single institution in order to serve the

community. They are considered providers of hospital services and should be resolvingly and

qualitatively managed, at the lowest possible cost to perpetuate the market. An important

question for hospital managers is to what extent the amounts reimbursed by the different

health plans affect their costs. This study aims to calculate the cost based on the activities of

medical and surgical procedures of a private hospital and to make a comparative analysis with

the compensation offered by different health plans. A systemic approach (AS) was used to

support the development of cost, especially the description of the activities and

interrelationships of the subsystems that make up the hospital complex. We calculated the

costs of a group of elective surgery and compared the compensation offered by five health

plans, including the public system, Single Health System (SHS). The cost drivers are the basis

for the measurement of costs by the ABC method (Activity Based Costing). Authors such as

Turney (1991), Kaplan and Cooper (1998) identified two categories of drives: the resources

and the activities. To elect the best drivers to identify the relationship between costs and

activities, these variables were taken: the ease in obtaining and processing and the correlation

between the drivers and resources consumed (CHING, 2010). Nakagawa (2008) considers

that the cost driver is a causal factor influencing the level and performance of activities and

the resulting consumption of resources. For Waters and Hussey (2004), payment systems,

information on actual costs, the volume and characteristics of service providers and

purchasers of health services affect the pricing. Through the revision of Brazilian and

international methodologies, we established a frame of reference for the development work.

The systemic approach and ABC were applied to all cost centers of the study hospital. The

eight surgeries that contribute most to the income of the hospital were selected for costing and

evaluation. The ABC values were compared to amounts reimbursed by the SHS, public

system, and were funded below the ABC, ranging from 85,56% in varicose vein surgery to

51,92% in cholecystectomy. The magnitude of variations between maximum and minimum

values among those reimbursed by the plans for each type of surgery calls attention. In

cholecystectomy, the variation was 84,14% compared to the value obtained by ABC costing,

a minimum of 51,92% (Plan E) and a maximum of 32,22% (Plan C). Even when the

comparison is made between the large national plans, the reimbursements have wide

variations between them. In the case of inguinal hernia repair, the maximum reimbursement

of Plan D was 6,35% higher than the minimum cost and 18,86% (Plan A) making a total

change around the ABC cost of 25,21%. The results suggest that national health plans work

with non-convergent methodologies in shaping their rates of remuneration.

Keywords: Costs. Costing based on activity. Hospital. Systems Approach.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Princípios e métodos de custeio ................................................................. 30

Quadro 2 Exemplos de direcionadores de custos ....................................................... 36

Quadro 3 Processos e respectivos direcionadores de custos hospitalares .................... 45

Quadro 4 Síntese de estudos de custos realizados em hospitais ................................... 53

Quadro 5 Classificação dos centros de custos do hospital em estudo .......................... 96

Quadro 6 Identificação das atividades da HIG ......................................................... 103

Quadro 7 Identificação das atividades do ALM ........................................................ 107

Quadro 8 Identificação das atividades da MAN ....................................................... 113

Quadro 9 Identificação das atividades do NTI ......................................................... 115

Quadro 10 Identificação das atividades do RH ........................................................ 118

Quadro 11 Identificação das atividades do SND ...................................................... 120

Quadro 12 Identificação das atividades do SCIH ..................................................... 124

Quadro 13 Identificação das atividades da CAF ....................................................... 127

Quadro 14 Identificação das atividades da FAR ...................................................... 130

Quadro 15 Identificação das atividades do FAT ...................................................... 132

Quadro 16 Identificação das atividades da REC ...................................................... 134

Quadro 17 Identificação das atividades do SPP ....................................................... 136

Quadro 18 Identificação das atividades do CPR ...................................................... 140

Quadro 19 Operações do ciclo de lavagem de roupas .............................................. 140

Quadro 20 Processos de lavagem de roupas leves e pesadas .................................... 141

Quadro 21 Identificação das atividades da CME ..................................................... 143

Quadro 22 Identificação das atividades do CC ........................................................ 148

Quadro 23 Identificação das atividades da END ...................................................... 153

Quadro 24 Identificação das atividades da ERG ...................................................... 154

Quadro 25 Identificação das atividades da RAD ...................................................... 156

Quadro 26 Identificação das atividades da US ......................................................... 159

Quadro 27 Identificação das atividades da TC ......................................................... 162

Quadro 28 Identificação das atividades do LAB ...................................................... 164

Quadro 29 Identificação das atividades da HEM ..................................................... 167

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Quadro 30 Identificação das atividades do PA ......................... ............................ 171

Quadro 31 Identificação das atividades da UTI ....................................................... 173

Quadro 32 Identificação das atividades da UICl ...................................................... 174

Quadro 33 Identificação das atividades da UICi ...................................................... 176

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Esquema simplificado dos princípios de custeio .......................................... 31

Figura 2 Análise estratégica de custos e o ABC ........................................................ 33

Figura 3 Implantação do custeio ABC ...................................................................... 37

Figura 4 Etapas para a elaboração de custos na área de saúde .................................... 38

Figura 5 Esquema metodológico ............................................................................... 55

Figura 6 O enfoque sistêmico e o ambiente organizacional .......... ........................... 62

Figura 7 Ilustração da AS aplicada a um hospital ............................................................. 65

Figura 8 Abordagem sistêmica do hospital em estudo ......................................................... 67

Figura 9 AS do subprocesso da HIG ........................................................................ 69

Figura 10 AS do subprocesso do ALM ...................................................................... 70

Figura 11 AS do subprocesso da MAN ..................................................................... 72

Figura 12 AS do subprocesso do NTI ....................................................................... 73

Figura 13 AS do subprocesso do RH ......................................................................... 74

Figura 14 AS do subprocesso do SND ...................................................................... 75

Figura 15 AS do subprocesso da REC ....................................................................... 77

Figura 16 AS do subprocesso do SCIH ..................................................................... 78

Figura 17 AS do subprocesso da CAF ....................................................................... 79

Figura 18 AS do subprocesso da FAR ....................................................................... 80

Figura 19 AS do subprocesso do CPR ....................................................................... 82

Figura 20 AS do subprocesso da CME ...................................................................... 83

Figura 21 AS do subprocesso do ENF ....................................................................... 84

Figura 22 AS do subprocesso do CC ......................................................................... 85

Figura 23 AS do subprocesso do SADT .................................................................. 87

Figura 24 AS do subprocesso do PA .......................................................................... 88

Figura 25 AS do subprocesso da UTI ........................................................................ 89

Figura 26 AS dos subprocessos das unidades de internação clínica e cirúrgica ........... 90

Figura 27 AS do subprocesso do FAT ...................................................................... 91

Figura 28 AS do subprocesso do SPP ....................................................................... 92

Figura 29 Identificação dos procedimentos realizados para aplicação do ABC ....... 94

Figura 30 Síntese da AS do hospital em estudo ................................................................. 97

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Figura 31 Macro processo hospitalar..................................................................................... 98

Figura 32 Utilização dos direcionadores na formação dos custos de pacotes cirúrgicos.....102

Figura 33 Mapeamento do processo da HIG ............................................................ 103

Figura 34 Mapeamento do processo do ALM .......................................................... 108

Figura 35 Mapeamento do processo do SND ........................................................... 120

Figura 36 Mapeamento do processo da CAF ........................................................... 127

Figura 37 Mapeamento do processo da FAR ........................................................... 129

Figura 38 Mapeamento do processo do FAT ........................................................... 131

Figura 39 Mapeamento do processo do SPP ............................................................ 136

Figura 40 Mapeamento do processo do CPR ........................................................... 139

Figura 41 Mapeamento do processo da CME .......................................................... 143

Figura 42 Mapeamento do processo do CC ............................................................. 147

Figura 43 Mapeamento do processo do SADT ......................................................... 152

Figura 44 Mapeamento do processo do PA ............................................................. 170

Figura 45 Mapeamento do processo da UTI ............................................................ 172

Figura 46 Mapeamento do processo da UICl ........................................................... 174

Figura 47 Mapeamento do processo da UICi ..................................................................... 176

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Custo da higienização e limpeza dos setores ............................................. 106

Tabela 2 Resumo dos custos das atividades do ALM ............................................... 109

Tabela 3 Distribuição dos custos do ALM ............................................................... 110

Tabela 4 Distribuição dos custos da DIR ................................................................. 112

Tabela 5 Custos para realizar as atividades da MAN ............................................... 113

Tabela 6 Distribuição dos custos da MAN .............................................................. 114

Tabela 7 Custos para realizar as atividades do NTI ................................................. 116

Tabela 8 Distribuição dos custos do NTI ................................................................. 117

Tabela 9 Custos para realizar as atividades do RH ................................................... 118

Tabela 10 Distribuição dos custos do RH ................................................................ 119

Tabela 11 Resumo dos custos das atividades por tipo de serviços no SND ............... 122

Tabela 12 Distribuição dos custos do SND ............................................................. 123

Tabela 13 Resumo dos custos das atividades do SCIH ............................................. 125

Tabela 14 Distribuição dos custos do SCIH ............................................................ 126

Tabela 15 Custos das atividades da CAF ................................................................. 128

Tabela 16 Distribuição dos custos da CAF .............................................................. 129

Tabela 17 Custos das atividades da FAR ................................................................. 130

Tabela 18 Distribuição dos custos da FAR .............................................................. 131

Tabela 19 Custos das atividades do FAT ................................................................. 132

Tabela 20 Distribuição dos custos do FAT .............................................................. 133

Tabela 21 Custos das atividades da REC ................................................................. 134

Tabela 22 Distribuição dos custos da REC .............................................................. 135

Tabela 23 Custos das atividades do SPP ................................................................. 137

Tabela 24 Distribuição dos custos do SPP ............................................................... 138

Tabela 25 Custos das atividades do CPR ................................................................. 141

Tabela 26 Distribuição dos custos do CPR .............................................................. 142

Tabela 27 Custos das atividades da CME ................................................................ 144

Tabela 28 Distribuição dos custos da CME ............................................................. 145

Tabela 29 Custos das atividades do ENF ................................................................. 146

Tabela 30 Distribuição dos custos do ENF .............................................................. 146

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Tabela 31 Custos das atividades do CC ................................................................... 149

Tabela 32 Atividades com custos direcionados pelo tempo ...................................... 149

Tabela 33 Atividades com custos fixos direcionado por número de cirurgias ............ 150

Tabela 34 Distribuição dos custos do CC ................................................................ 151

Tabela 35 Custos das atividades da END ................................................................ 153

Tabela 36 Distribuição dos custos da END ............................................................. 154

Tabela 37 Custos das atividades da ERG ................................................................ 155

Tabela 38 Distribuição dos custos da ERG .............................................................. 156

Tabela 39 Custos das atividades da RAD ................................................................ 157

Tabela 40 Custos unitários das atividades da RAD .................................................. 157

Tabela 41 Distribuição dos custos da RAD ............................................................. 158

Tabela 42 Custos das atividades da US ................................................................... 159

Tabela 43 Custos unitários das atividades da US ..................................................... 160

Tabela 44 Distribuição dos custos da US ................................................................ 161

Tabela 45 Resumo dos custos para realizar as atividades da TC ............................... 162

Tabela 46 Custos unitários das atividades da TC ..................................................... 163

Tabela 47 Distribuição dos custos da TC ................................................................ 164

Tabela 48 Resumo dos custos para realizar as atividades do LAC ............................ 165

Tabela 49 Custos unitários das atividades do LAC .................................................. 166

Tabela 50 Distribuição dos custos do LAC ............................................................. 166

Tabela 51 Custos das atividades da HEM ................................................................ 167

Tabela 52 Custos unitários das atividades da HEM ................................................. 168

Tabela 53 Custos unitários de exames da HEM ....................................................... 168

Tabela 54 Distribuição dos custos da HEM ............................................................. 169

Tabela 55 Custos unitários das atividades do PA ..................................................... 171

Tabela 56 Custos das atividades da UTI ............................................................................173

Tabela 57 Custo da diária da UTI .................................................................................... 173

Tabela 58 Custos das atividades da UICl ................................................................ 175

Tabela 59 Custo da diária da UICl .......................................................................... 175

Tabela 60 Custos das atividades da UICi ................................................................ 177

Tabela 61 Custo da diária da UICi .......................................................................... 177

Tabela 62 Composição do custo total dos procedimentos cirúrgicos eleitos ......................179

Tabela 63 Comparação do custo ABC com valores reembolsados pelos planos ...... 182

Tabela 64 Resultados do IDSS dos planos de saúde (2010) ..............................................184

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Tabela 65 Distribuição das operadoras ativas em 2010 e de beneficiários, por segmento e

faixas do IDSS na avaliação de desempenho do ano de 2009 .........................185

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LISTA DE ABREVIATURAS

ABC Activity Based Costing

ABM Activity Based Management

ABRANGE Associação Brasileira de Medicina de Grupo

ADIN Ação Direta de Inconstitucionalidade

ALM Almoxarifado

AMB Associação Médica Brasileira

ANS Agência Nacional de Saúde Suplementar

AS Abordagem Sistêmica

CAF Central de Abastecimento Farmacêutico

CASSI Caixa de Assistência aos Funcionários do Banco do Brasil

CC Centro Cirúrgico

CCIH Comissão de Controle de Infecção Hospitalar

CME Central de Material e Esterilização

CONSU Conselho de Saúde Suplementar

CPR Centro de Processamento de Roupas

DER Diagnóstico Prospectivo de Grupos Relacionados

DIDES Diretoria do Desenvolvimento Setorial

DIR Diretoria

DRG Diagnóstico Relacionado a Agrupamento

END Endoscopia

ENF Serviço de Enfermagem

ERG Ergometria

FAR Farmácia

FAT Faturamento

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FIPB Foto Índice de Base

FIPO Foto Índice do Posto Operativo

HEM Hemodinâmica

HIG Higienização e Limpeza

IDEF Índice de Desempenho Econômico e Financeiro

IDEO Índice de Desempenho de Estrutura e Operação

IDSB Índice de Desempenho de Satisfação dos Beneficiários

IDSS Índice de Desempenho da Saúde Suplementar

InEK Instituto Alemão Entgeltsystem im Kranskenhausno

LAC Laboratório de Análises Clínicas

MAN Manutenção

NTI Núcleo de Tecnologia da Informação

OMS Organização Mundial de Saúde

ONA Organização Nacional de Acreditação

OPS Operadoras de Planos de Saúde

OS Ordem de Serviço

PA Pronto Atendimento

PBAH Programa Brasileiro de Acreditação Hospitalar

PIB Produto Interno Bruto

PO Posto Operativo

PQSS Programa de Qualidade da Saúde Suplementar

PV Preço de Venda

RAD Radiologia

REC Recepção

RDC Resolução da Diretoria Colegiada

RH Recursos Humanos

RN Resolução Normativa

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ROI Retorno sobre o Investimento

SCIH Serviço de Controle de Infecção Hospitalar

SI Sistema Informatizado

SND Serviço de Nutrição e Dietética

SPP Serviço de Prontuário do Paciente

STF Supremo Tribunal Federal

SUS Sistema Único de Saúde

TC Tomografia

TDABC Direcionadores de Tempo do sistema ABC

TGS Teoria Geral dos Sistemas

TUNEP Tabela Única Nacional de Equivalência de Procedimentos

UEP Unidade de Esforço de Produção

UICi Unidade de Internação Cirúrgica

UICl Unidade de Internação Clínica

UP Unidade de Produção

US Ultra-sonografia

UTI Unidade de Terapia Intensiva

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 21

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E QUESTÃO DE PESQUISA ............................. 21

1.2 OBJETIVOS .............................................................................................. 23

1.2.1 Geral ......................................................................................................... 23

1.2.2 Específicos ................................................................................................ 23

1.3 JUSTIFICATIVA ....................................................................................... 24

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO .............................................................................. 25

2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................... 26

2.1 A ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR ........................................................... 26

2.2 CUSTOS HOSPITALARES ........................................................................ 28

2.2.1 A Metodologia ABC e os Processos Hospitalares ...................................... 34

2.2.2 Práticas de Custeio Utilizadas em Instituições de Saúde Internacionais .. 40

2.2.3 Apuração de Custos Hospitalares no Brasil ............................................. 46

2.2.4 Remuneração de Procedimentos Médicos ................................................. 48

3 METODOLOGIA ..................................................................................... 54

3.1 TIPO DE PESQUISA ................................................................................. 54

3.2 INSTITUIÇÃO ALVO DO ESTUDO DE CASO ......................................... 56

3.3 PLANO DE COLETA DE DADOS ............................................................. 57

3.4 TRATAMENTO DOS DADOS ................................................................... 59

3.5 ESTUDO DE CASO DE UM HOSPITAL PRIVADO................................... 61

3.5.1 Uso da Abordagem Sistêmica no ambiente Hospitalar ............................... 61

3.6 PROCEDIMENTOS REALIZADOS PARA A APLICAÇÃO DO ABC ........ 93

3.6.1 Identificação, Classificação dos Setores e o Macro Processo Hospitalar .. 95

3.6.2 Identificação dos Recursos Financeiros e Recursos Não Financeiros .. 98

3.6.3 Água, Energia, Telefone .................................................................................. 99

3.6.4 Direcionadores ................................................................................................ 100

3.6.5 Aplicação do ABC nos Setores Auxiliares .............................................. 103

3.6.5.1 Higienização e Limpeza (HIG) .................................................................. 103

3.6.5.2 Almoxarifado (ALM) ................................................................................ 107

3.6.5.3 Diretoria (DIR) ......................................................................................... 111

3.6.5.4 Manutenção (MAN) .................................................................................. 112

3.6.5.5 Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI) ............................................... 115

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3.6.5.6 Recursos Humanos (RH) ........................................................................... 117

3.6.5.7 Serviço de Nutrição e Dietética (SND) ...................................................... 120

3.6.5.8 Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) ................................... 123

3.6.5.9 Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF) ......................................... 126

3.6.5.10 Farmácia (FAR) ........................................................................................ 129

3.6.5.11 Faturamento (FAT) ............................................................................. 131

3.6.5.12 Recepção (REC) ....................................................................................... 134

3.6.5.13 Serviço de Prontuário do Paciente (SPP) ................................................... 135

3.6.6 Aplicação do ABC nos Setores Intermediários ........................................ 139

3.6.6.1 Centro de Processamento de Roupas (CPR) ................................................ 139

3.6.6.2 Central de Material e Esterilização (CME) ................................................. 142

3.6.6.3 Serviço de Enfermagem (ENF) ................................................................... 145

3.6.6.4 Centro Cirúrgico (CC) ............................................................................... 147

3.6.6.5 Endoscopia (END) ..................................................................................... 152

3.6.6.6 Ergometria (ERG) ..................................................................................... 154

3.6.6.7 Radiologia (RAD) ..................................................................................... 156

3.6.6.8 Ultra-sonografia (US) ................................................................................ 158

3.6.6.9 Tomografia (TC) ....................................................................................... 161

3.6.6.10 Laboratório (LAB) ..................................................................................... 164

3.6.6.11 Hemodinâmica (HEM) ............................................................................... 166

3.6.7 Aplicação do ABC nos Setores Produtivos .............................................. 170

3.6.7.1 Pronto Atendimento (PA) .......................................................................... 170

3.6.7.2 Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ........................................................... 172

3.6.7.3 Unidade de Internação Clínica (UICl) ........................................................ 174

3.6.7.4 Unidade de Internação Cirúrgica (UICi) ..................................................... 176

3.6.8 Composição Final dos Custos dos Procedimentos Cirúrgicos Eleitos ..... 178

4 RESULTADOS ........................................................................................ 180

4.1 USO DA ABORDAGEM SISTÊMICA PARA O CUSTEAMENTO PELO ABC

............................................................................................................................... 180

4.2 APURAÇÃO DOS CUSTOS DOS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS

............................................................................................................................... 180

4.3 COMPARAÇÃO ENTRE OS CUSTOS DOS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS

E OS VALORES DE REEMBOLSOS PELOS PLANOS DE SAÚDE

............................................................................................................................ 181

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4.3.1 Análise entre os Resultados dos Reembolsos pelos Planos de Saúde e o Índice

de Desempenho da Saúde Suplementar

(IDSS)............................................................ ............................................... 184

5 CONCLUSÃO .......................................................................................... 187

REFERÊNCIAS ....................................................................................... 191

GLOSSÁRIO ....................................................................................................... 200

APÊNDICE A1 – LISTA DE QUADROS UTILIZADO PARA CÁLCULOS

.................................................................................................................... ............. 205

APÊNDICE A2 - LISTA DE TABELAS UTILIZADO PARA CÁLCULOS

............................................................................................................. .......... 211

APÊNDICE B1 - DADOS GERAIS DO HOSPITAL EM ESTUDO

................................................................................................................... 247

APÊNDICE B2 - RECURSOS FINANCEIROS DO HOSPITAL ............... 248

APÊNDICE B3 - RECURSOS NÃO FINANCEIROS DO HOSPITAL

................................................................... .................................................... 249

ANEXO A - ORGANOGRAMA DO HOSPITAL EM ESTUDO

.............................................................................................................................. 250

ANEXO B - REGULAMENTAÇÃO DOS PLANOS DE ASSISTÊNCIA À

SAÚDE ................................................................................................................. 251

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21

1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E QUESTÃO DE PESQUISA

O aumento significativo dos custos com saúde tem estimulado a determinação precisa

do custeamento da assistência devido ao envelhecimento da população, a aplicação de novas

tecnologias e o aumento da expectativa para os cuidados de saúde. As organizações

hospitalares são complexas unidades cujo foco é a prestação de serviços de saúde, porém

necessitam do apoio interno de diferentes setores que atuam nas mais diversificadas áreas, tais

como higienização, nutrição, almoxarifado, lavanderia. São variados segmentos de negócios

que possuem necessidades específicas e se inter-relacionam tornando os processos internos de

tais organizações abstrusas. Dentro de um hospital, serviços de hotelaria, central de

distribuição, atendimento ao cliente unem-se com o intuito de auxiliar em um adequado

atendimento ao paciente ampliando o grau de dificuldade para gerir tais organizações. Aliada

à diversidade de serviços existentes dentro das instituições hospitalares está a complexidade

de procedimentos e atividades realizados que necessitam de um alto conteúdo tecnológico e

envolvimento de um grande número de pessoas.

Por outro lado, as operadoras de planos de saúde (OPS) têm intensificada a busca por

prestadores de serviços hospitalares que atendam a seus usuários com eficiência e qualidade.

Parceiros que cuidem dos pacientes utilizando boas práticas tecnológicas sem perder o foco na

humanização. Um grande número de operadoras de planos tem atuado no mercado brasileiro

e, apesar de sofrem a mesma regulação por parte da Agência Nacional de Saúde (ANS),

possuem diferentes valores de contratação de serviços por parte dos usuários bem como bases

díspares de remuneração aos prestadores de serviços hospitalares. Falk (2001) observa sobre o

pagamento prefixado pelas operadoras de planos de saúde a procedimentos cirúrgicos na

forma de “pacotes” de atendimento e aborda a necessidade dos prestadores de serviços

hospitalares em manter informações atualizadas acerca de seu faturamento e gastos para

melhor gestão de cada pacote. Sagheer et al (2000) utilizaram o Método de Custeio por

Absorção em um hospital universitário no Paquistão e apuraram que o custo do leito/dia de

internação possuía o valor de US$26,10 em contraponto com o repasse do governo no valor

de US$18,95. Esta defasagem também ocorre com a tabela de remuneração por

procedimentos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) que tem limitado o número de

procedimentos realizados pelos hospitais conveniados acarretando em longas filas de espera

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22

de atendimento por parte da população. A permanência no mercado, tanto das OPS como a

dos prestadores de serviços hospitalares, encontra-se a cada dia atrelada à eficácia na gestão

dos seus processos.

A crescente percepção da limitação dos recursos por parte dos profissionais de saúde

resulta na busca e desenvolvimento de estratégias que auxiliem nas decisões políticas e

administrativas visando melhorar o desempenho econômico das organizações hospitalares. As

fontes de obtenção de receitas necessárias à atualização de seus recursos organizacionais estão

atreladas às tabelas de remuneração de procedimentos médicos das operadoras que

administram os planos de saúde. Abbas (2001) aponta que boa parte das instituições

hospitalares do país não possui uma gestão adequada de seus custos dificultando a obtenção

de receitas, compatíveis com as necessidades de manutenção destas organizações.

Neste contexto, a contabilidade de custos passou a ser vista como auxílio no

desempenho da função gerencial, tanto para facilitar o controle através de dados que

estabeleçam padrões como na ajuda a tomada de decisões, pois a informação sobre o custo é

um importante indicador para a avaliação da produtividade do serviço prestado. A gestão de

custos nas organizações hospitalares possibilita melhorar a comunicação entre agentes

interessados, comparar desempenho e objetivos, analisar possibilidades de redução de custos e

evidenciar ineficiências de produtos e processos, fornecendo subsídios para melhor

negociação dos resultados de produção. Em virtude da existência de inúmeros processos,

todos dependentes e interligados, há uma série de dificuldades para modelar e aplicar um

método de custeamento, em especial numa instituição hospitalar como um todo. Dentre os

métodos para realizar a mensuração de custos estão os por Absorção, Direto e o Baseado em

Atividades – ABC. Todos, de maneira geral, apresentam limitações na sua função de

mensurar custos. Essas limitações são oriundas, principalmente, pela dificuldade de alocar

custos indiretos de forma objetiva a produtos e serviços produzidos ou realizados durante o

período de sua ocorrência.

O diferencial do Método ABC é o foco na atividade e como esta consome os recursos

(MARTINS, 2003). A utilização do Método ABC pode auxiliar a gestão dos custos nos

hospitais e, aplicado na mensuração dos procedimentos médicos, permite sua quantificação,

criando unidades de medidas homogêneas, com terminologias usualmente utilizadas por

profissionais ligados à área médica e proporciona uma melhor compreensão dos custos por

parte dos mesmos.

Embora apresente uma concepção aparentemente simples, o custeamento com base na

atividade requer uma compreensão mais profunda dos processos e atividades realizados no

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23

âmbito organizacional, incluindo todos os fluxos de materiais e informações necessários ao

seu bom funcionamento. Ademais, o custeamento de todas as unidades que formam o

complexo hospitalar pressupõe o estabelecimento de uma estrutura de registro e controle de

custos e despesas vinculadas aos diversos centros de custo, bem como de uma base

informacional que alimente o sistema operacional com variáveis e medidas de desempenho

apropriadas ao seu acompanhamento. Assim, a modelagem do ABC requer mais precisão na

descrição operacional e informações realmente necessárias aos processos decisórios.

Diante do exposto, este estudo visa equacionar o seguinte problema de pesquisa:

Como realizar o custeamento de procedimentos médicos-cirúrgicos em bases

realísticas de forma a tornar transparentes as negociações com as operadoras de planos de

saúde e contribuir para a sobrevivência do negócio, em longo prazo, sobre uma base

lucrativa?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Geral

O objetivo deste trabalho é o de realizar o custeamento pelo Método ABC (Activity

Basic Cost) dos procedimentos cirúrgicos de uma organização hospitalar privada e compará-

lo à remuneração oferecida por diferentes planos de saúde.

1.2.2 Específicos

Os objetivos específicos são:

descrever os subsistemas e as atividades para mapear suas inter-relações agregando os

fluxos de materiais, serviços e informações;

apurar os custos e despesas relacionados às operações de cada centro;

gerar direcionadores de recursos e realizar o custeamento de primeira ordem;

identificar os principais pacotes de procedimentos médicos-cirúrgicos (produtos);

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24

realizar o custeamento de segunda ordem dos pacotes de procedimentos médicos;

comparar os valores custeados com aqueles remunerados pelas operadoras de planos

de saúde.

1.3 JUSTIFICATIVA

Os preços dos serviços médico-hospitalares sofrem influência das operadoras de

planos de saúde que detêm importante poder de negociação junto aos hospitais o que, ao

longo do tempo, tende a diminuir a rentabilidade e a comprometer a qualidade dos serviços

prestados (CAMACHO e ROCHA, 2008). De acordo com Raimundini (2004), os hospitais

não possuem controle adequado dos custos incorridos e dos recursos consumidos na execução

destes, refletindo na dificuldade em definir preços dos serviços.

Para Borba (2006), a gestão de custos de um hospital está intrinsecamente relacionada

a um adequado sistema de controle de custos tendo em vista que, para as instituições de

saúde, cerca de 30% do dinheiro investido são gastos com desperdícios, ineficiência e

retrabalhos.

A proposta da aplicação do Método ABC em uma instituição hospitalar surge da

responsabilidade de atender à demanda na cobertura de serviços e atividades, com um alto

nível de qualidade. Em um contexto de custos elevados, os recursos econômicos tornam-se

limitados para responder a essa demanda de maneira eficiente (SHANK; GOVINDARAJAN,

1997).

Para que as informações tornem-se relevantes, existe a necessidade de remodelar o

sistema de gerenciamento de custos, com o objetivo de se evidenciar os fatores que afetam os

altos custos para o atendimento ao paciente e, criar uma base analítica, permitindo aos

gestores tomadas de ações pró-ativas, seja para controlar os custos, para apoiar o

direcionamento estratégico da organização, para gerir melhor os recursos e,

conseqüentemente, melhorar o desempenho em toda a sua organização (CHING, 1997).

Neste sentido, torna-se importante conhecer o custo real de procedimentos cirúrgicos,

processos para adoção de uma sistemática que torne mensurável a utilização de ativos

intangíveis e que permitam analisar alternativas com o objetivo de redução de déficits através

da formulação mais adequada de preços de venda, trazendo vantagem competitiva e garantia

para as instituições de permanência no mercado de prestação de serviços hospitalares.

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25

Do ponto de vista acadêmico, pretende-se demonstrar a viabilidade de implantação do

Método ABC de custeio em toda uma instituição hospitalar de serviços de saúde suplementar,

através da abordagem sistêmica (AS) desde que se permita conhecer os objetivos de sua

aplicação em determinada unidade produtiva, tornando possível conhecer em que grau as

atividades estão incorporadas aos produtos ou objetos de custos.

Espera-se que os resultados desta pesquisa ultrapassassem os limites acadêmicos,

mostrando relevância social e econômica, uma vez que o mesmo está intrinsecamente

relacionado às dificuldades e limitações enfrentadas pelos administradores das organizações

hospitalares na gerência de tais instituições.

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

O trabalho foi desenvolvido em cinco capítulos sendo que o primeiro contém a

contextualização do tema, a definição do problema, a justificativa e a definição do objetivo

geral e dos específicos, com o intuito de definir melhor o assunto estudado.

No segundo capítulo foi feita uma revisão teórica sobre aspectos conceituais da

organização hospitalar e da contabilidade de custos hospitalares onde são abordados, entre

outros, temas considerados importantes para a discussão do assunto custeamento hospitalar.

A metodologia do trabalho foi definida no capítulo três, bem como a discriminação de

todas as etapas para a realização deste trabalho. O capítulo foi dedicado ao estudo de caso de

um hospital privado onde ocorre a descrição do uso da abordagem sistêmica no ambiente

hospitalar, a descrição dos procedimentos adotados para a aplicação do ABC na organização e

culmina com a composição dos custos dos procedimentos cirúrgicos.

No quarto capítulo ocorreu a análise dos resultados da pesquisa, iniciando pela

utilização da abordagem sistêmica como meio facilitador para o custeamento ABC,

contrapontos da literatura com os resultados obtidos e culminando com a comparação entre os

custos dos procedimentos cirúrgicos e os valores de reembolso pelos planos de saúde e pela

análise entre os resultados do reembolso pelos planos de saúde e o Índice de Desempenho da

Saúde Suplementar (IDSS).

Por fim são apresentadas as considerações finais da autora, indicando as limitações da

pesquisa, as possibilidades de continuação do trabalho e finalmente, as referências, o

glossário, os apêndices e anexos.

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26

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR

A Organização Mundial de Saúde (OMS, 1957) define hospital da seguinte maneira:

“Uma parte integrante da organização médica social, cuja função é proporcionar à

população atenção médica completa, tanto preventiva como curativa e cujo serviço

de consultas externas (extra-hospitalar) alcança a família em seu lar. O hospital é

também um centro de preparação de profissionais de saúde, de pesquisa biossocial”.

Segundo Mezomo (1995) são necessárias algumas condições fundamentais para

caracterizar um hospital. Dentre elas, destacam-se:

• ter uma identidade própria com objetivos claros do que faz, com que qualidade, para

quem, quando e por meio de quem realiza suas atividades;

• preservar os valores fundamentais da vida, da saúde, da honestidade, da lealdade, da

ética, bem como, utilizar adequadamente os recursos físicos, humanos, científicos e

tecnológicos de que dispõe;

• conhecer seus clientes internos e externos, possibilitando assim, promover uma melhor

orientação aos processos organizacionais, objetivando o efetivo atendimento às suas

necessidades;

• fortalecer seus funcionários e envolvê-los continuamente no processo de melhoria dos

serviços prestados, capacitando-os na análise de problemas e de tomada de decisões;

• estar comprometido com a qualidade, avaliando constantemente sua performance e

redesenhando em caso de necessidade os seus processos;

• eliminar seus desperdícios de tempo, material e dinheiro e de sofrimento

desnecessário;

• ser ético em sua organização e trabalho, no atendimento aos clientes e no cumprimento

à sua missão e valores;

• monitorar estatisticamente os seus processos e resultados, objetivando acompanhar

tendências e fixar metas;

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27

• criar indicadores que possibilitem acompanhar e alinhar o hospital com os melhores

em sua categoria, estimulando a todos no caminho de uma ação solidária e

responsável;

• apoiar e provocar mudanças, objetivando o alinhamento do processo organizacional,

com vistas ao cumprimento da missão do hospital.

Falk (2001) define o hospital como sendo uma organização que agrega recursos e

desempenha um conjunto de atividades de elevado conteúdo tecnológico, com uma estrutura

organizacional e operacional, muito similar aos processos decisórios e operações das

empresas que atuam em vários segmentos concorrenciais, porém sob o controle e coordenação

de um único órgão de gestão central.

Malagón (2000) diz que:

“O hospital moderno, incorporado aos sistemas integrados de saúde, comporta-se

como um centro de referência, articulado às políticas gerais de um país, de uma

região e de uma localidade; faz parte do esquema geral de assistência, dentro do qual

a educação da comunidade, no que se refere à promoção e à prevenção da saúde e a

reabilitação são fatores essenciais. É o oposto do hospital antigo, que lidava apenas

com procedimentos diretos de tratamento englobados na recuperação da saúde, com

ações isoladas, autônomas e desarticuladas de toda a responsabilidade que

envolvesse o procedimento imediato para fins de recuperação da saúde” (p. 37).

Para Almeida (2000) um novo modelo de assistência em serviços de saúde vem

emergindo, desde o início da década de 80, marcado pela valorização crescente do cliente,

com o objetivo de oferecer-lhe excelência em atendimento, satisfação de suas necessidades,

envolvendo para tanto a organização como um todo.

A instituição hospitalar está sendo obrigada a repensar seus objetivos e estratégias para

se adaptar às mudanças do ambiente externo, cuja dinâmica e instabilidade têm determinado

bastante flexibilidade, além de respostas adequadas e rápidas aos problemas que afetam direta

ou indiretamente aos seus clientes internos e externos.

Tanto o Brasil quanto o mundo, passa por uma crise de eficiência, de eficácia e de

qualidade que atinge inclusive os sistemas de saúde que apresentam gastos crescentes,

dificuldades de atingir os resultados e com clientes insatisfeitos com os produtos consumidos

(VECINA NETO, 2000). Segundo Bittar e Nogueira (1996) o hospital pode operar através do

financiamento pelo governo, por entidade filantrópica ou por grupo que visa lucro. Os autores

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ainda categorizam as instituições hospitalares como sendo ou não uma instituição de ensino,

um local de tratamento crônico ou agudo, de âmbito geral ou especializado ou, ainda, pelo

porte, (número de leitos) do hospital.

Martins (1999) refere que o hospital está organizado em departamentos, unidades,

setores, com os objetivos de produzir serviços médicos, sendo básica esta estrutura para a

acumulação de custos departamentais, sem controle e a determinação dos custos dos

procedimentos médicos por pacientes.

Martins (2002) classifica os hospitais considerando as variáveis econômicas,

administrativas, jurídicas e organizacionais. As variáveis organizacionais dizem respeito ao

tipo de assistência oferecida, ramificando-se em Hospital Geral e Hospital Especializado. No

primeiro grupo os pacientes recebem assistência nas especialidades clínicas e cirúrgicas

diversas podendo ainda ser estratificados por faixa etária (hospital pediátrico), a um grupo da

comunidade (hospital militar), a um grupo específico (hospital de ensino). No segundo, os

pacientes fazem parte de um grupo com patologias específicas, como os hospitais de trauma.

Quanto ao aspecto econômico, segundo Martins (2002), as instituições hospitalares

pertencem ao setor terciário devido ao tipo de atividades desenvolvidas: a prestação de

serviços, onde atuam por meio de pessoas, equipamentos médicos e instalações. Ainda para o

autor, a organização hospitalar é classificada, quanto ao aspecto jurídico, como empresa

societária cujo capital é constituído por duas ou mais pessoas. Para o autor, derivando deste

tipo de classificação, os hospitais pertencem a uma sociedade por quotas de responsabilidade

limitada onde o capital é representado por quotas distribuídas aos sócios de acordo com a

constituição financeira de cada um ou, classificam-se como sociedade anônima onde ações

são frutos da divisão do capital em partes representadas por valores monetários.

2.2 CUSTOS HOSPITALARES

O objetivo da apuração dos custos é o de analisar as ações, bem como avaliar as metas

planejadas, a execução dos programas, o acompanhamento orçamentário para o devido

controle interno de uma empresa (LEONE, 1999). Para Medici (1990) o crescimento

exponencial dos custos em saúde está diretamente relacionado a uma série de fatores, tais

como: o emprego de novas tecnologias; o aumento da expectativa de vida da população; o

crescimento da demanda, com a universalização do acesso à saúde; a escassez de mão de obra

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qualificada, acarretando baixa produtividade; a má gestão das organizações devido à

incapacidade administrativa dos profissionais de saúde; a não implantação de sistemas de

controle.

Para Pereira (2004) o principal objetivo do controle interno é o pleno alcance do êxito

do processo decisório para assegurar que as estratégias sejam obedecidas a fim de serem

atingidos os objetivos da organização. O controle interno dos custos com sua respectiva

análise é necessário para qualquer tipo de empresa, independente de ser grande, média ou

pequena. Não basta apenas o controle sem uma respectiva análise que possa concluir e avaliar

o desempenho como subsídio para novas decisões (SANTOS, 2006).

Segundo Falk (2001), o controle de custos tem recebido pouco espaço na literatura e

sua atenção maior está no ambiente industrial. Assim, a maioria das complexas unidades

hospitalares sofre atrás da busca de um sistema de custos que seja ideal para cada tipo de

hospital, conforme sua vocação específica.

No que se refere a princípios e métodos de custeamento, Bornia (2002) cita que o

sistema tradicional de custos tem como característica a utilização de princípios e métodos de

custeio. Os princípios identificam o tratamento que o sistema dá aos custos indiretos. Em uma

determinada produção são avaliados quais e quanto de recursos são consumidos para gerar

essa produção. Os métodos de custeio indicam onde os recursos foram consumidos, ou seja,

definem os critérios para a alocação dos custos indiretos aos produtos.

Maher (2001, p. 376) refere “como em muitas outras situações de escolha entre

métodos contábeis alternativos, os custos e benefícios de cada método é que ditam o melhor

curso de ação, em situações específicas”.

A utilização dos princípios e métodos de custeio visa à obtenção do conhecimento da

realidade, a comparação com o que deveria ser rápida tomada de conhecimento das

divergências e suas origens para, então, tomar medidas para correção de tais desvios

(MARTINS, 2003). Segundo o autor, dispor de um bom sistema de custos é condição não

suficiente para se obter controle dos processos, mas necessária.

Os princípios e métodos de custeio são organizados por Martins (2003) conforme o

Quadro 1.

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Quadro 1 - Princípios e métodos de custeio. Princípios de Custeio

Custeio Total ou Absorção

Integral

• A totalidade dos custos, fixos e variáveis, é alocada aos produtos

• Os custos indiretos são distribuídos aos produtos através de bases de rateio, tais como, quantidade produzida, horas de mão-de-obra direta,

área ocupada, potência das máquinas

Custeio por Absorção

Ideal

• Todos os custos também são computados como custos dos produtos, entretanto, os custos relacionados com o consumo não eficiente

(desperdícios) dos insumos não são alocados aos produtos

• A distinção e separação entre custos e desperdícios são fundamentais para medir as perdas dos processos produtivos e possibilitar a introdução

de melhorias para redução dos desperdícios

• Os custos indiretos, resultantes do consumo eficiente dos recursos, são distribuídos aos produtos nas mesmas bases de rateio do Custeio Total

Custeio Direto ou

Variável

• Neste sistema, somente os custos variáveis diretos são relacionados aos produtos

• Os custos indiretos são tidos como custos do período

Métodos de Custeio

Centros de Custos • O método consiste em ratear os custos indiretos dos centros comuns aos

centros de apoio e destes aos centros produtivos que estão diretamente

relacionados aos produtos.

Custo-Padrão

• Neste método é estabelecido padrões de consumo de recursos com o intuito de avaliar a eficiência de sua utilização

• A avaliação é conduzida por intermédio das variações ocorridas entre o padrão e o real

• Busca identificar os motivos que originaram tais desvios

ABC – Activity Based

Costing • Possui a finalidade de reduzir as distorções provocadas pelo rateio

arbitrário dos custos indiretos

Fonte: Adaptado de Martins (2003).

Leone (2004) descreve o Custeio por Absorção como método onde todos os custos de

fabricação, diretos ou indiretos, fixos ou variáveis, relevantes ou não, são conferidos à

produção. O autor refere que embora vários métodos sejam classificados como por Absorção,

existem vários tipos: Absorção Integral, Parcial, ABC (Activity Based Costing), UEP

(Unidade de Esforço de Produção), entre outros.

O custeamento por Absorção é o método adotado pela legislação comercial e pela

legislação fiscal (CREPALDI, 2009). O método é válido para a apresentação de

demonstrações financeiras e obedece a legislação. Nele, todos os custos fixos e variáveis são

incluídos no custo do produto e os gastos não fabris são excluídos. A Figura 1 expõe

esquematicamente os princípios de custeamento.

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31

Figura 1 - Esquema simplificado dos princípios de custeio.

Fonte: Adaptado de Martins (2003).

Sob os fundamentos conceituais da contabilidade de custos, Martins (2003) define o

Custeio por Absorção:

“Custeio por absorção é o método derivado da aplicação dos princípios de

contabilidade geralmente aceitos. Consiste em apropriação de todos os custos de

produção aos bens elaborados e só os de produção; todos os gastos relativos ao

esforço de fabricação são distribuídos para todos os produtos feitos” (MARTINS,

2003, p. 37).

Ainda, segundo o autor, as despesas gerais e administrativas são classificadas como

despesa de período e não são atribuídas ao custo de um produto ou de um serviço prestado.

Posicionando o custeio hospitalar por Absorção, Martins (2002) explica que o método

foi utilizado numa época em que medicamentos, materiais médicos e pessoal eram despesas

preponderantes. O número de especialidades médicas era reduzido e as instalações e

equipamentos médicos, rudimentares.

Para Martins (2002) o custeamento hospitalar por Absorção presume que o volume de

procedimentos médicos produzidos causa custos, e, assim, o gerador dos custos diretos e

indiretos é o procedimento médico individualizado. O sistema de custeio por Absorção

compara os custos reais com os orçados, pressupondo que o hospital possuirá bom

desempenho se os custos reais não excederem os orçados. A informação financeira não

Custo Total

Custos

Diretos

Custos

Indiretos

Produtos

Rateios

Custo Total

Custos

Diretos

Custos

Indiretos

Rateios

Perdas

Melhorias

do

Processo

Produtos

Custo Total

Custos

Diretos

Custos

Indiretos

Custo do

Período

Produtos

CUSTEIO TOTAL

OU ABSORÇÃO

CUSTEIO POR ABSORÇÃO

IDEAL

CUSTEIO DIRETO

OU VARIÁVEL

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32

demonstra claramente como os custos se alteram quando o volume de produção das atividades

aumenta ou diminui (MARTINS, 2002).

Conforme Matos (2002), o custeio Direto oferece uma abordagem de custeio destinada

a supri os gestores com informações para a tomada de decisão por oferecer claras análises do

comportamento dos custos diante de diferentes níveis de atividade, decisão sobre preços em

situações de capacidade ociosa e adequações do mix dos serviços com o objetivo de melhorar

a rentabilidade. Entretanto, o método de custeio Direto, ou variável, não debita a produção os

custos fixos, indiretos, comuns e gerais de fabricação (LEONE, 2004). Além disso, embora

difundido, o método não é muito utilizado visto que não é aceito pelo fisco por contrariar os

Princípios Fundamentais da Contabilidade – competência e confrontação, por antecipar a

ocorrência do custo indireto de produção. Neste tipo de custeio, segundo Martins (2003, p.

198), “só são alocados aos produtos os custos variáveis, ficando os fixos separados e

considerados como despesas do período, indo diretamente para o Resultado, para os estoques

só vão os custos variáveis”.

Para Cooper e Kaplan (1991), o sistema de custeio ABC (Activity Based Costing)

trata-se de uma metodologia de custeamento que oferece a possibilidade de análise do

comportamento dos custos por atividades por estabelecer relações entre as atividades e o

consumo de recursos. Isso possibilita a identificação dos fatores que levam o produto ou

serviço a incorrer em custos.

Deste modo, o sistema ABC está fundamentado na visão sistêmica da organização e na

fragmentação da cadeia de prestação de serviços ou produção em atividades que são

desenvolvidas para a sua realização. Aplicado em organizações hospitalares, significa que na

prestação de um serviço (o procedimento médico) em um determinado paciente, torna-se

necessário realizar uma série de atividades (FINKLER, 1999).

Em uma instituição de saúde a forma como são apresentadas as informações de custos,

sob a orientação do custeio baseado em atividades, proporciona maior abrangência da função

de gestão de custos. Um aspecto importante que chama atenção nas entidades hospitalares é o

processo de mudança por que passam estas instituições em relação à remuneração pelos

serviços prestados (St. HILAIRE; CRÉPEAU, 2000). Matos (2002) chama a atenção para a

importância das informações gerenciais relacionadas ao custeio das atividades e,

conseqüentemente, a gestão de resultados, de forma a viabilizar a empresa no setor saúde.

Para o autor, apurar uma diária hospitalar, uma taxa de sala cirúrgica, um exame não é mais

suficiente.

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33

Atualmente os financiadores de serviços médico-hospitalares instituíram o pagamento

prefixado por procedimento realizado em forma de “pacotes” de atendimento (FALK, 2001).

Neste contexto, a instituição hospitalar necessita de informações atualizadas, detalhadas sobre

faturamentos e gastos para melhor gerenciamento de cada pacote. Nakagawa (2008) destaca a

importância estratégica da análise de custos tanto para saber sobre o nível geral dos gastos da

empresa como na decisão de terceirização ou eliminação de produtos ou processos

problemáticos. O autor faz uma análise comparativa entre a implantação do ABC e outros

métodos de custeio como forma de análise estratégica das empresas, de acordo com o

demonstrado na Figura 2. Para Falk (2001) a elaboração de custos pelo método ABC é uma

nova abordagem de como observar a realização das atividades dentro da instituição. O sistema

ABC acredita que atividades consomem recursos para produzir um resultado (output), uma

vez que cada paciente necessita de uma série de atividades para seu tratamento e recuperação.

Ching (2010, p. 108) complementa que “os maiores benefícios esperados do ABC são

um melhor entendimento das operações da organização, uma contribuição para melhoria dos

processos e um custeio mais exato dos serviços prestados aos pacientes”.

Figura 2 - Análise estratégica de custos e o ABC.

Níveis de controle

gerencial Mensuração Informação Decisão Eficácia

Estratégico ABC

Oportunidades de

aperfeiçoar retornos

estratégicos

Competitividade

Tático Variável

Desempenhos de

produtos, deptos,

(áreas de

resultados)

unidades

estratégicas de

negócios

Eficiência e eficácia

Operacional Absorção/

Variável

Custo unitário de produtos,

rentabilidade,

qualidade,

produtividade,

liquidez e

oportunidades de

investimentos

Gestão societária

Fonte: Adaptado de Nakagawa (2008).

Por ser uma ferramenta para a análise estratégica de custos, o ABC mostra uma visão

de negócios, processos e atividades que são de interesse automático para a competitividade

das organizações, identificando oportunidades na otimização de retornos estratégicos que o

consumo adequado de recursos possa proporcionar (NAKAGAWA, 2008).

Men

sura

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34

2.2.1 A Metodologia ABC e os Processos Hospitalares

O Método ABC utiliza algumas ferramentas, como Objetos de Custos, Direcionadores

e Atividades para auxiliar seu desenvolvimento. No que se refere aos objetos de custos, de

acordo com Zimmerman (1997) as organizações devem distribuir e alocar os custos a um

objeto de custo. Afirma ainda, esse autor, que objeto de custo, além de ser considerado como

um produto ou um serviço, pode ser um departamento, ou um programa, usado por um

gerente que deseje calcular o custo.

Ainda de acordo com Zimmerman (1997), o custo do objeto de custo é o que os

gerentes normalmente desejam saber para tomar as decisões e/ou controlar o comportamento

das pessoas dentro da organização. Esse autor acredita que a alocação de custos deve ser a

questão principal dentro do sistema de contabilidade de uma empresa. Seguindo esse

raciocínio, a questão central é saber quanto e quão indireto é um custo em relação a um

determinado serviço (STRUETT, 2007).

Costa e Morgan (2003), tendo como estudo de caso o Hospital Universitário de

Brasília, no trabalho “Informações De Custos Em Hospitais Universitários”, afirmam que

hospitais universitários podem possuir diversos objetos de custo, entre eles: um paciente, um

departamento, o ensino, a residência médica e projetos de investimento em novas tecnologias.

Acreditam ainda que, por se tratar de um conjunto de assistência, ensino e pesquisa, a

metodologia adotada deve conter critérios que unam esses custos.

Os custos diretos são facilmente alocáveis aos objetos de custos, não precisando passar

pelas atividades. Porém, existem outros custos, chamados indiretos, em que a alocação direta

não e possível; dessa forma, são alocados às atividades, para uma posterior alocação aos

objetos de custos. Nessas alocações, o Custeio Baseado em Atividades utiliza os

direcionadores de custos (cost drivers) e procura retratar o que provoca os custos no processo

de elaboração dos produtos (SOUZA; RAIMUNDINI; KUWABARA, 2008).

Para Kaplan e Cooper (1998) o volume de produção é uma forma pobre de explicar o

comportamento dos custos e acrescentam que na Gestão Estratégica o custo é causado, ou

direcionado, por muitos fatores que se inter-relacionam de formas complexas. Para eleger os

direcionadores que melhor identificam o consumo dos recursos pelas atividades e o consumo

destas pelos objetos de custos, devem-se considerar alguns fatores como: a facilidade na

obtenção e no processamento de dados relativos a eles, a correlação entre os direcionadores e

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os recursos consumidos e a influência que eles terão sobre as pessoas e seu comportamento

(CHING, 2010).

Para Leone (2004, p. 130) o direcionador de custos (cost driver) “representa a variável

operacional, quantitativa e controlável, que influencia determinado custo relacionado a uma

atividade, a um processo, a um departamento ou a um produto”. Tanto os direcionadores de

recursos como de atividades apropriam de formas mais fidedignas os custos a seus portadores

finais. Para o autor, os direcionadores de recursos recomendam o modo como as atividades

relevantes consomem os recursos, facilitando o cálculo dos custos a serem apropriados a essas

atividades. Os direcionadores de atividades, por sua vez, indicam como os produtos e serviços

produzidos e realizados pelas atividades são debitados pelos custos das atividades (LEONE,

2004).

Segundo Nakagawa (2008, p. 74) o direcionador de custos “é um evento ou fator

causal que influencia o nível e o desempenho de atividades e o consumo resultante de

recursos”. O autor chama atenção para os cuidados necessários para se determinar a

quantidade e os critérios de escolha de direcionadores, pois estes são essenciais para o

desempenho e a implementação do ABC. A quantidade de direcionadores (NAKAGAWA,

2008) depende de diversos fatores que devem ser considerados a fim de evitar distorções na

apuração dos custos de produtos e de serviços:

• dos objetivos e acurácia da mensuração desejada;

• participação relativa (%) dos custos indiretos das atividades agregadas analisadas

sobre o custo de conversão, em termos de número de itens e de seus valores;

• da complexidade operacional da empresa, em termos de produtos e de clientes;

• disponibilidade de recursos da empresa.

Kaplan e Cooper (1998) identificaram quatro etapas para calcular o custo das

atividades e dos objetos de custeio no sistema ABC: (i) desenvolver o dicionário de atividades

(identificação das atividades); (ii) determinar quanto à organização está gastando em cada

uma de suas atividades (atribuir custo a cada atividade); (iii) identificar produtos, serviços e

clientes da organização (identificar os objetos de custos); e, (iv) selecionar geradores de

custos da atividade que associam os custos da atividade aos produtos, serviços e clientes da

organização (alocar custos das atividades aos objetos de custos). Alguns possíveis

direcionadores de custo por atividades são demonstrados no Quadro 2.

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Quadro 2 - Exemplos de direcionadores de custos. Função Atividade Direcionador de Custo

Marketing

Visitar clientes;

Desenvolver apresentações;

Estudar o mercado.

N.º de visitas;

N.º de apresentações realizadas apresentadas;

Nº de pesquisas.

Compras

Desenvolver fornecedores; Solicitar orçamentos;

Efetuar compras;

Emitir relatórios de compras.

N.º fornecedores desenvolvidos; N.º de requisições de compras;

N.º de ordem de compras emitidas;

N.º de relatórios emitidos.

Vendas Tirar pedidos;

Fazer pós-vendas.

Nº de pedidos emitidos;

N.º de contatos subseqüentes.

Finanças

Gerenciar ciclo de caixa;

Obter financiamento;

Emitir relatórios;

Gerir fluxo de caixa.

N.º análises realizadas;

N.º de operações negociadas;

N.º de relatórios emitidos;

N.º de relatórios emitidos.

Operação

Manutenção de equipamentos;

Transformar materiais;

Embalar produto final;

Entregar ao cliente;

Administrar estoques.

N.º de setup;

N.º produtos gerados;

N.º embalagens realizadas;

N.º de entregas realizadas;

N.º de lançamentos nas fichas de controle.

Fonte: Adaptado de Maroni Neto e Strassburg (2000).

Como forma de esquematizar a implantação do método ABC, Di Domenico (1994)

propõe uma metodologia, apresentada na Figura 3, de acordo com as seguintes etapas:

• identificação das atividades de produção e suporte da empresa, pela elaboração de um

fluxograma de atividades geral, indicando os principais recursos utilizados em cada

etapa de produção. Esta etapa é de extrema importância, pois a partir da fragmentação

da organização em atividades elementares, de fácil compreensão, tem-se uma melhor

visão de como os recursos são empregados;

• detalhamento das afinidades com informações técnicas (dados de produtividade)

relacionados à produção. Em cada etapa de fabricação deve-se determinar os recursos

consumidos por cada atividade;

• detalhamento das atividades para as áreas suporte (departamento de vendas e

marketing, departamento de engenharia de projeto e fabricação, departamento de

manutenção, departamento de planejamento e controle de produção);

• determinação dos direcionadores de custos de primeiro e segundo níveis e dos critérios

para calculá-los. Neste momento se define qual a causa que gera as atividades. Deve-

se buscar direcionadores comuns para cada processo analisado, facilitando, assim, o

cálculo do custo da atividade por objeto de custo;

• determinação do custo das atividades ou fase I de alocação. Nesta fase, deve-se seguir

uma abordagem de decomposição dos custos, isto é, um rastreamento dos custos do

livro razão da contabilidade das empresas;

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• determinação do custo dos produtos ou fase II de alocação. Após terem sidos

calculados todos os custos das atividades, são agregados aos produtos os custos de

todas as atividades que são realizadas na sua manufatura;

• determinação dos índices de mensuração de desempenho das atividades. São definidos

os dados operacionais e financeiros usados para ajustar a performance da empresa.

Figura 3 - Implantação do custeio ABC.

Fonte: Adaptado de Di Domenico (1994).

No caso das instituições hospitalares Falk (2001) traz uma abordagem onde cita que a

primeira etapa envolve a seleção dos principais recursos (contas de custos). Por exemplo,

despesas de enfermagem (recursos humanos) e materiais médicos-cirúrgicos (recursos

materiais). Destaca-se a necessidade de que os custos devam ser alocados em cada

departamento específico. Cada uma é um recurso principal para a execução das atividades que

cuidam da saúde. Na realidade, cada uma das contas pode ser subdividida para melhor

acompanhamento dos custos envolvidos em cada atividade.

A segunda etapa serve para identificar os procedimentos principais desenvolvidos pelo

centro de custos e os veículos envolvidos na realização de cada um. Uma vantagem dessa

etapa é o conhecimento da própria funcionalidade do centro de custos, dos procedimentos

principais e da forma como são realizados. O custo nesse nível está mais ou menos controlado

pelo responsável do centro de custos onde o procedimento foi realizado.

A terceira etapa, por sua vez, envolve a definição, com a ajuda do corpo clínico, de

caminhos críticos para a realização de certos procedimentos, que são baseados nos

diagnósticos mais freqüentes ou caros. A programação para a realização desses caminhos

Análise das atividades

Rastreamento dos recursos

Determinação dos direcionadores

Quantificação dos direcionadores de custos

Custeio das atividades

Custeio dos objetos de custos

Determinação

de medidas de

desempenho

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pode fazer parte do sistema de informação implantado na unidade, de tal forma que uma vez

diagnosticado o doente, o fluxo de atividades a ser realizado já começa a ser programado pelo

próprio sistema.

Na quarta etapa, segundo Falk (2001), o resultado dos cuidados prestados é uma

função de um processo adequado de diagnóstico e tratamento de cada paciente,

individualmente. Essa etapa tem por finalidade comparar resultados alcançados com os custos

finais. Cada caso atendido na unidade de saúde pode ter seu custo computado, resultando, em

última análise, na soma dos custos dos processos e procedimentos realizados. A Figura 4

ilustra a implantação da metodologia ABC para elaboração de custos na área de saúde.

Figura 4 - Etapas para a elaboração de custos na área de saúde.

Fonte: Adaptado de Falk (2001).

Citando as vantagens e desvantagens do Sistema ABC em comparação com outros

métodos de custeio, autores, como Catelli e Guerreiro (1995), Brimson (1996), Ching (1997),

Kaplan e Cooper (1998), Nakagawa (2008) ressaltam, como por exemplo:

• informações gerenciais relativamente mais fidedignas por meio de melhor

aplicação do rateio;

• adéqua mais facilmente às empresas de serviços, pela dificuldade de definição do

que seja custos, gastos e despesas nessas entidades;

• atende aos Princípios Fundamentais de Contabilidade;

• vincula a implantação, permanência e revisão de controles internos;

• proporciona melhor visualização dos fluxos dos processos;

• identifica, de forma mais transparente, onde os itens em estudo estão consumindo

mais recursos;

• identifica o custo de cada atividade em relação aos custos totais da entidade;

• pode ser empregado em diversos tipos de empresas (industriais, comerciais, de

serviços, com ou sem fins lucrativos);

Cuidados ao paciente - Estágio 4

Processo de tratamento e caminhos críticos – Estágio 3

Procedimentos clínicos cirúrgicos e recursos necessários – Estágio 2

Identificação dos recursos principais (diagnóstico/ tratamento) – Estágio 1

Resultado

Qualidade

Custo

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• pode fornecer subsídios para gestão econômica, custo de oportunidade e custo de

reposição; e

• possibilita a eliminação ou redução das atividades que não agregam valor ao

produto.

Cogan (1994), Brimson (1996) e Lima (1997) acrescentam a melhora nas decisões

gerenciais, pois se deixa de obter produtos “subcusteados” ou “supercusteados”, ocasionando

maior transparência para tomadas de decisão. Além disso, estabelece metas de custo e

desempenho mais realista, oriundas do planejamento estratégico e, no caso dos serviços de

saúde, permite o estudo de tendências e comparação por diagnóstico, por atendimento médico,

ou por pacientes de diferentes planos de saúde. Por outro lado os autores enumeram como

desvantagens:

• gastos elevados para implantação;

• alto nível de controles internos a serem implantados e avaliados;

• necessidade de revisão constante;

• necessidade de sistema de informação compatível;

• depende de envolvimento e comprometimento dos empregados da empresa;

• necessidade de reorganização da empresa antes de sua implantação;

• necessidade de integração das informações entre departamentos;

• carece de pessoal competente, qualificado e experiente para implantação e

acompanhamento;

• necessidade de formulação de procedimentos padrões; e

• maior preocupação em gerar informações estratégicas do que em usá-las.

Para corroborar com as desvantagens supracitadas, Ching (2010, p. 189) destaca que o

“pressuposto de proporcionalidade entre as atividades e os direcionadores de custo exige a

constante atualização” devido a modificações freqüentes nos volumes de produção e nos

processos de produção.

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2.2.2 Práticas de Custeio Utilizadas em Instituições de Saúde Internacionais

No mundo em desenvolvimento, como também no Paquistão, os custos dos serviços

de saúde estão a aumentar, em especial devido ao crescimento da população e em parte como

resultado da ampliação da educação em saúde. Sagheer et al (2000) em estudo realizado no

hospital de ensino Islamabad procuraram identificar os reais custos de hospitalizações, bem

como o custo médio por dia de internação em busca de uma maior participação

governamental no financiamento do setor. A percepção de que os recursos disponíveis não

são suficientes para fornecer cuidados adequados de saúde foi o motivo que levou os

pesquisadores a buscar argumentos que possibilitasse a solicitação de maior investimento por

parte do governo paquistanês.

Os autores observaram que apenas 1% do Produto Interno Bruto (PIB) é destinado

para o setor da saúde e quase metade (45%) é investimento destinado aos hospitais públicos.

De acordo com a política de saúde pública instalada o governo do Paquistão repassa verbas

para as instituições hospitalares com base no custo por dia de internação, contudo os valores

monetários não sofrem reajustes há mais de 30 anos cabendo aos pacientes a complementação

dos valores que extrapolam o montante subsidiado.

Segundo Sagheer et al (2000) foi utilizado na pesquisa o Método de Custeio por

Absorção para a determinação do custo médio do leito/dia onde foi apurado o valor de

US$26,10. O repasse do governo é de US$18,95, o que torna insuportável a participação

desproporcional das despesas pelos pacientes. Os gastos excedentes arcados pelos usuários

foram para a aquisição de medicamentos, realização de exames laboratoriais, transporte e

alimentação demonstrando que os recursos disponíveis pelo governo não são suficientes para

fornecer cuidados adequados.

Na Alemanha, em 2003, quando os hospitais passam a ser reembolsados pelo governo

de acordo com os grupos de diagnósticos médicos relacionados. Anteriormente, o sistema de

financiamento hospitalar alemão consistia no pagamento de taxas, diárias e no consumo de

materiais médicos e medicamentos e foi abolido na tentativa de aumentar a eficiência no

desempenho dos hospitais (LUNGEN e LAPSLEY, 2003).

Para os autores esta reforma no sistema de saúde é vista como uma tentativa do

governo de agir sobre os princípios de base científica e não significa que resultará na redução

dos gastos globais. A diminuição mais significativa nos custos, com a introdução do

pagamento por diagnóstico prospectivo de grupos relacionados (DRGs) se deve ao reembolso

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das despesas em uma base por tipo de caso. A Alemanha é o primeiro país a utilizar o DRG

para pagamentos aos hospitais. A homogeneidade das regras contábeis previstas na legislação

alemã pode poupar esforços administrativos para os hospitais e para empresas de seguro saúde

e adiciona uma alta previsibilidade para o planejamento de ações por parte destas.

A introdução de DRGs pode ser vista como um ato de política baseada em evidências,

no entanto, resta saber se o pagamento por diagnóstico pode diminuir as despesas hospitalares

(LUNGEN e LAPSLEY, 2003). De acordo com os autores, é possível que as DRGs apenas

redistribuam os recursos financeiros entre os fornecedores e aumente a eficiência dos

hospitais, mas não diminua a soma de todos os gastos.

Ramani (2004) aborda a importância da gestão da informação como um sistema para

planejar e monitorar a prestação de cuidados de saúde nos serviços hospitalares do governo na

Índia. Na pesquisa o autor analisa o trabalho de três grandes hospitais terciários na Índia,

administrados pela Ahmedabad Municipal Corporation e observa a necessidade de revisão dos

preços dos serviços, com base em um entendimento claro dos custos. O autor propõe um

estudo piloto em algumas instituições públicas para implantação de 18 indicadores de

desempenho, dos quais 5 dizem respeito a custos. O objetivo é de que forneçam dados

consistentes para o planejamento e monitoração dos serviços de saúde, porém detecta

dificuldades na escolha dos hospitais em decorrência da ausência quase absoluta de sistemas

que gerem informações acerca das internações dos pacientes.

Negrini et al (2004) analisam as metodologias de custeio utilizadas por diferentes

instituições européias para tentar descrever os componentes básicos de um método

padronizado, que pudesse ser aplicado em toda a Europa. O objetivo é o de troca de

informações entre diferentes instituições visando comparar resultados com os valores obtidos

no custo por dia de internação. Para os autores a diversidade de métodos de custeio utilizados

resultou em fraca validação e incapacidade de se comparar os resultados entre essas

avaliações. Os métodos discutidos na pesquisa tornam evidente a inexistência de

metodologias padronizadas para a determinação dos custos precisos de uma diária hospitalar.

Uma metodologia de custeio padronizada facilitaria comparações, incentivaria

avaliações econômicas e, conseqüentemente, auxiliaria no processo de tomada de decisão no

que diz respeito à alocação eficiente de recursos. A metodologia padronizada é necessária

para medir os custos com precisão. De importância primordial é a confiabilidade e a

facilidade de levantamento de dados para propor um método de fácil obtenção e de confiança

para custeio base a nível nacional e internacional.

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Jacobs et al (2002) relata a experiência obtida no Canadá onde uma lista de "custo" foi

introduzida. Esta lista de "custo" é uma lista de serviços associados aos custos e que permite a

comparabilidade entre os estudos de diferentes instituições. No Canadá a lista é apenas local,

mas uma abordagem semelhante poderia ser utilizada como ponto de partida para o

desenvolvimento de uma metodologia de custos internacionais (NEGRINI et al, 2004).

Em abordagem foi feita por Gianino et al (2007) ao desenvolverem um método de

modelagem de custos de infecções hospitalares na Itália, adaptado de outro modelo aplicado

aos dados de prevalência de infecções hospitalares em estudo realizado na região de Piemonte

(Itália) por Zotti et al (2004). Para os autores muitas abordagens sobre o aspecto econômico

das infecções hospitalares têm duas grandes limitações: primeiro, a falta de distinção entre os

recursos atribuídos à gestão da infecção e de recursos absorvidos pelo principal problema

clínico para o qual o paciente foi internado e, segundo, a falta de um método adequado para o

cálculo dos custos relativos. Para avaliar os resultados obtidos os autores pressuporam que os

recursos utilizados pela infecção podem ser determinados medindo o dia extra de duração da

internação dos pacientes infectados versus não-infectados atribuindo um valor para o custo

total médio.

Neste modelo, os custos relacionados com infecção hospitalar são calculados a partir

do ponto de vista de um hospital porque a administração do hospital atualmente é o tomador

de decisão para instituir e financiamento de programas de controle de infecção e baseados em

um sistema de contabilidade dos centros de custos.

O modelo tem seis fases:

(1) definição do plano de centro de custo que lista e descreve as várias unidades em

que o hospital deve ser subdividido;

(2) determinação dos itens de custo que define por tipo e natureza dos diferentes

fatores de produção que entram na prestação de serviços de hospital, por exemplo, pessoal,

fornecimentos, serviços de terceiros, depreciação e uso;

(3) alocação dos itens de custo individual para um centro de acordo com o princípio de

que cada fator de produção que é determinado e atribuído ao centro de custo, com base no

tempo e no motivo pelo qual ele é usado. Os dois métodos de alocação de custos são: custos

diretos e indiretos para o centro. Os custos diretos podem ser atribuídos por medir

objetivamente o volume de um recurso utilizado e atribuindo o valor dado essa quantidade a

um preço unitário que pode ser interpretado como um valor de troca, alternativamente, os

custos diretos são totalmente alocados para o centro porque é o único usuário desse recurso.

Em todos os outros casos (isto é, quando o uso de um fator de produção não pode ser medido

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43

objetivamente ou que tal medição é impraticável), estes são considerados os custos indiretos

que são atribuídos aos centros de distribuição de modo subjetivo de acordo com um parâmetro

que reflete o uso eficaz de um fator de produção, mas sem quantificar objetivamente o seu

montante.

(4) mudando de centros de custo geral para outros centros de custo. Antes que isto

possa ser feito, os centros de custos são classificados em:

• finais: centros que prestam serviços diretamente ao usuário (por exemplo, internação

enfermarias);

• auxiliares: os centros de custos que oferecem serviços complementares ou auxiliares

aos centros finais (por exemplo, sala cirúrgica, estoque de farmácia);

• mistos: centros de custos que compartilham recursos com as duas classes anteriores

(laboratório de radiologia), e

• gerais: são os centros de apoio ao funcionamento do hospital inteiro (por exemplo,

compras e suprimentos, pessoal). Com base nesta classificação, os custos dos centros

gerais são atribuídos a outros centros, de acordo com uma base de imputação de

custos.

(5) deslocando os custos dos centros auxiliares e mistos aos centros de finais. Ao

contrário dos centros de custos gerais, alocação de custos aos centros finais pode ser

feito de maneira mais objetiva, identificando o número e tipos de serviços solicitados e

entregues para cada centro final.

(6) nesta fase, um processo analítico é utilizado para alocar os itens de custos que

foram anteriormente atribuídos para o centro de custo que possui casos de infecção

hospitalar.

Em resumo, este processo envolve o número de dias de internamento além do tempo

normal de internação, o protocolo de tratamento recomendado à doença para a qual o paciente

foi admitido e exclusivamente associado com a infecção, o tipo e a dosagem da droga

administrada especificamente para tratar a infecção e o número e o tipo de serviços para o

diagnóstico e acompanhamento do curso da infecção.

A análise dos dados mostrou que nem sempre é verdade que as infecções prolongam

as internações dos pacientes: dos 25 casos de sepsis, cinco tiveram dias extras de internação

enquanto que os casos de sepse que surgiram na enfermaria de cirurgia e unidade de terapia

intensiva (UTI) são sem prolongamento das diárias. Utilizando o custo médio total, os três

casos de sepse em cirurgia geral e seis na UTI não incorreram em custos, nem os dois casos

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de infecção do trato urinário (ITU) na UTI, de modo que parecem ser infecções, a custo zero.

Além disso, o peso do custo para o leito, ou para os serviços de diagnóstico, ou para o

tratamento farmacológico, variou muito de acordo com o tipo de infecção e da enfermaria

onde o paciente foi hospitalizado.

Ainda, segundo Gianino et al (2007), o modelo apresentou as seguintes vantagens:

• partindo de dados extraídos do prontuário médico do paciente, o tipo e a quantidade de

recursos especificamente associados ao tratamento pode-se determinar o custo da

infecção;

• o modelo permite uma alocação mais precisa dos custos de infecção;

• especificação detalhada dos vários componentes que compõem o custo total de uma

infecção hospitalar;

• as organizações pesquisadas possuem protocolos clínicos definidos que possibilitou a

utilização deste método que é baseado em dados de análise de cada infecção, é

possível estimar o custo específico de cada infecção, em vez de um custo médio.

Os autores fazem algumas considerações sobre os resultados como: (i) o método pelo

qual o preço do fornecedor de produtos farmacêuticos foi formado pode ser mais preciso se

utilizada técnica mais refinada de custeio, aumentando a confiabilidade dos dados, (ii) os

custos de serviços de diagnóstico dependem se o hospital é mais ou menos eficientes em

produzir o serviço (outras despesas administrativas devem ser consideradas), (iii) o custo do

pessoal médico e de enfermagem, baseando a sua afetação direta sobre o montante de tempo

efetivamente dedicado ao paciente infectado está impreciso, e (iv) os casos analisados não

levaram em conta as complicações provenientes das infecções; entretanto, seu custo deve ser

atribuído aos dias excedentes de internação e as terapias empregadas para tratá-los

(GIANINO et al, 2007).

Estudo realizado por Diez e Lennertz (2009) investigou as interdependências entre o

desempenho e a facilidade de gestão de custos nos processos primários dos hospitais. Através

da implementação do sistema de diagnóstico alemão relacionados a agrupamentos

diagnósticos (DRG) e da importância dos custos, surge à necessidade de uma utilização

otimizada de espaços físicos e a exploração dos recursos especiais nos hospitais. No sistema

DRG, o fornecimento de infra-estrutura pronta para ser usada é tratado como um custo fixo e

atribuída aos diferentes casos de pacientes por um direcionador de preço único. Neste estudo

o modelo de custeio é baseado na gestão das instalações físicas em detrimento da necessidade

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de melhor utilização das estruturas onde serviços de higienização e limpeza, manutenção

predial e de equipamentos, serviços de lavanderia estão inclusos.

A pesquisa foi aplicada nos centros cirúrgicos de quatro hospitais alemães. Para a

determinação dos custos de utilização da infra-estrutura foi utilizado um modelo básico de

estimativa de custos que, posteriormente, foi comparado com o sistema de pagamento do

DRG. A alocação dos custos indiretos através dos direcionadores de custos de infra-estrutura

médica e não médica é feita de acordo com a padronização do German Institut für das

Entgeltsystem im Krankenhausno (InEK) no intervalo de tempo entre a primeira incisão da

pele até a última sutura. É a simplificação no pressuposto de que todos os custos de infra-

estrutura estão na dependência linear com a duração da cirurgia.

O tempo é o principal direcionador de custos. Descrevem outros processos envolvidos

e seus respectivos direcionadores como demonstrado no Quadro 3:

Quadro 3 - Processos e respectivos direcionadores de custos hospitalares. Processo Direcionador de Custo

Produtos estéreis (utilizam kits padronizados) Nº de cirurgias

Higienização Tempo para execução após término do procedimento

Manutenção equipamentos médicos (sugestão

de 2 turnos de trabalho p/ redução de 50% de

locação dos custos); custo fixo

Tempo de duração da cirurgia

Manutenção predial Dependência linear com o tempo de utilização (cirurgia)

Rouparia (custo direto) Nº de cirurgias realizadas

Fonte: Extraído de Diez e Lennertz (2009).

Diez e Lennertz (2009) concluem que o tempo de utilização da unidade cirúrgica

interfere diretamente nos custos dos procedimentos, ou seja, quanto maior o tempo de cirurgia

maior o custo do procedimento. Os autores referem que uma das maneiras dos hospitais

melhorarem seus resultados é otimizando as despesas administrativas e utilizando os

resultados como ferramentas para o planejamento estratégico dos hospitais.

Demeerec et al (2009) desenvolveram um estudo na Bélgica em cinco ambulatórios de

especialidades médicas. Apontaram os benefícios de uma nova abordagem para a aplicação do

ABC tendo como base trabalhos desenvolvidos por Kaplan e Anderson (2007), os quais

observaram que o tempo e o custo para estimar e manter um modelo ABC por meio de

entrevistas e re-pesquisas tem sido um grande obstáculo à adopção generalizada do ABC.

Para superar estas dificuldades, Kaplan e Anderson (2007) desenvolveram um modelo

chamado time-driven activity-based costing (TDABC) ou ABC por tempo orientado. Este

modelo utiliza dois parâmetros: (i) o custo unitário da capacidade de fornecimento e (ii) o

tempo necessário para realizar uma operação ou de uma actividade. O desenvolvimento do

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TDABC reside no uso de equações para estimar o tempo gasto em cada atividade. Em sitemas

complexos, como as instituições hospitalares, onde o tempo necessário para realizar uma

atividade depende de muitos direcionadores, Demeerec et al (2009) mostram como o TDABC

pode incluir vários drivers simplificando o cálculo das equações de tempo dos processos e

oferece um custo mais preciso do que o obtido com o ABC tradicional.

O ABC foi utilizado por Shander et al (2010) para determinar os custos de transfusões

sanguíneas em pacientes cirúrgicos de dois hospitais americanos e outros dois europeus,

Áustria e Suíça. Devido à complexidade do processo foi desenvolvido um software para

facilitar a aplicação do ABC. Os resultados confirmam que os custos imputáveis por unidade

de sangue têm sido subestimados. Nas quatro instituições, os valores ultrapassam os relatados

em estudos anteriores. Os autores observam que os custos indiretos contribuíram de 32% a

41% do total das despesas. Em todos os casos, estas despesas foram maiores que a aquisição

de produtos sanguíneos específicos.

2.2.3 Apuração de Custos Hospitalares no Brasil

Na década de 80, estudos foram desenvolvidos abordando a contabilidade de custos

hospitalares. Gersdorff (1980) aborda a necessidade de adaptar os sistemas existentes nas

indústrias para serem aplicados pelas instituições hospitalares.

Rocchi (1982, p.19-20) afirma que “a apuração dos custos em estabelecimentos

hospitalares é um trabalho complexo que exige, em outras condições, a perfeita delimitação

dos centros de custo e um eficiente sistema de informações gerenciais”, conseqüência direta

da diversidade dos serviços prestados. Também destaca que, em qualquer hospital, o controle

de custos visa fundamentalmente determinar e analisar o custo total dos serviços prestados a

cada paciente.

Para Chinen (1987) há viabilidade de utilização dos sistemas tradicionais de apuração

de custos, desde que os Centros e Planos de custos e os métodos de rateio sejam bem

definidos, possibilitando a determinação dos custos unitários, fixação de preços para diversos

tipos de serviços prestados, determinando o resultado, avaliação de eficácia e o desempenho

de cada departamento da organização.

Em 1988, a Secretaria Nacional de Programa Especial de Saúde – Ministério da Saúde

elabora o Manual de Apuração de Custos Hospitalares (BRASI, 1988) onde descreve a

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sistemática de apuração de custos baseada no Método de Centro de Custos e no Custeio por

Absorção. Com o objetivo de implantar medidas corretivas para um melhor desempenho das

unidades hospitalares ligadas ao Ministério da Saúde o Manual visa à redefinição de

prioridades assistenciais, o aumento da produtividade, o melhor uso de recursos ou outras

medidas administrativas.

Após demonstrar a implantação do Custeio ABC (Activity Based Costing) em uma

unidade cirúrgica em um Hospital Universitário de Porto Alegre, Bittencourt (1999) aponta o

método como um instrumento de apoio à decisão na área hospitalar por oferecer níveis de

detalhamento do processo de prestação de serviço mais detalhado do que nos sistemas

tradicionais de custos.

Um sistema de custo hospitalar deve “oferecer informações que permitam aos gestores

condições de melhoria nas funções de planejamento e controle das operações” (MATOS,

2002, p. 29). Martins (2002, p. 26) afirma que a “organização hospitalar terá sucesso se

souber determinar o que o paciente necessita e oferecer serviços médicos que satisfaçam a

essas necessidades”.

Falk (2000) apresenta a metodologia ABC de custos e mostra a diferença entre esta e a

tradicional. Além disso, o trabalho estabelece as etapas para a implementação num hospital e

apresenta exemplos práticos da vantagem de utilização deste método para a análise dos custos

na área hospitalar. A aplicação do sistema baseado em atividades no Centro Obstétrico em

uma organização hospitalar pública, destinada ao ensino universitário, apura o custo de um

parto normal e de uma cesárea por meio deste método de custeio e verifica a aplicação das

informações geradas para a gestão financeira do hospital (BOTELHO; SOUZA, 2001).

Vargas (2002) aplica o custeio Baseado em Atividades em uma Unidade de Terapia

Intensiva (UTI) dirigida a três procedimentos específicos: colecistectomia, revascularização

do miocárdio e endardectomia. O autor conclui que em razão das diferentes quantidades de

recursos dirigidos às atividades, os custos do paciente-dia da UTI podem ter valores diferentes

entre si, bem como em relação aos obtidos com o Custeio Tradicional. A pesquisa permitiu

também demonstrar que, através da utilização do ABC, foi possível conhecer o impacto

exercido por cada uma das atividades no custo específico de um caso patológico de internação

em uma UTI hospitalar.

Raimundini et al (2005) apresentam uma pesquisa bibliográfica com o objetivo de

analisar os resultados apurados na aplicação dos sistema baseado em atividades (ABC) em

hospitais e congêneres. Dos resultados apresentados, os autores observaram que os hospitais

que utilizavam o sistema de custeio tradicional mostraram deficiência na geração de

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informações, salientando a variação no custo dos procedimentos, pelo motivo de o critério

utilizado para alocar os custos indiretos ser subjetivo e arbitrário. Ainda segundo os autores,

o estudo demonstra que a aplicabilidade do sistema ABC gera informações mais precisas e

confiáveis para gestão e tomada de decisão, com a padronização das atividades é possível

aumentar a eficiência operacional e financeira dos recursos disponíveis.

Jericó (2008) aplica o custeio ABC em um Centro de Material e Esterilização (CME)

de um hospital de ensino em São Paulo em conjunto com a aplicação da Gestão Baseada em

Atividade (ABM) possibilitando classificar as atividades segundo análise de valor. O custeio

ABC oportunizou a compreensão do processo gerador de custos e as informações ofereceram

base para a mensuração de desempenho e melhorias dos processos do CME.

Embora se observe evolução nas formas de custeio das instituições hospitalares

Oliveira (2005) afirma que os custos dos hospitais brasileiros são muito mal elaborados.

Aliás, segundo o autor, uma minoria se preocupa com os custos, e a grande maioria vive de

aumentar sua tabela de preços, independentemente da análise real do seu custo hospitalar.

A tomada de decisões na gestão de um complexo hospitalar necessita de informações

precisas dos processos, das relações entre as unidades e destas com o meio ambiente o que

torna relevante a implantação de técnicas de custeamento que reflitam as realidades.

2.2.4 Remuneração de Procedimentos Médicos

De acordo com Leone (2004) preço é o valor a ser pago para a aquisição de um

produto ou um serviço. Para o autor, muitas formas são adotadas para a determinação do

preço de venda de um produto ou serviço, tendo como base os custos de produção do produto

ou de realização do serviço. Bruni (2005) argumenta que o preço deve remunerar os custos

plenos, gerar margem razoável de lucro e cobrir os impostos incidentes.

Tradicionalmente, o preço é um fator decisivo na escolha e aquisição de um produto

ou serviço (PAIVA, 2001). Bernardi (1995) refere que preço é um valor definido para um

produto, enquanto valor é o preço que o mercado está disposto a pagar pelo benefício

percebido. Segundo o autor, o principal objetivo da política de preços de uma empresa é

encontrar um equilíbrio entre preço e valor.

Para Wathieu (2010) a redução do preço para conquistar clientes pode produz\ir

ganhos de eficiência, mas possivelmente abale o capital da marca e derrube a margem de

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lucro. Segundo o autor, é possível fazer o cliente considerar o valor do produto ou serviço em

termos de qualidade e relevância pessoal. O preço é focado pela empresa em relação aos

gastos na produção dos bens ou prestação dos serviços, enquanto o valor é como o cliente

percebe os resultados obtidos na compra e uso de um produto ou serviço sob a perspectiva de

uma relação custo-benefício (PAIVA, 2004).

Contudo, em se tratando de saúde, é possível que a tendência do preço ser fator

decisivo na escolha se apresente de forma diferente. Milan e Trez (2005) desenvolveram um

modelo de avaliação de satisfação para planos de saúde onde o atributo preço foi encontrado

em quarto lugar quanto ao grau de importância. Os estudos de Brooks, Dor e Wong (1997)

procuraram entender quais eram os fatores que determinavam os preços negociados entre

hospitais e seguradoras. Estes autores procuraram compreender o processo de negociação

através do desenvolvimento de uma medida de poder relativo de barganha.

Entender os mecanismos de discriminação de preços utilizados pelos hospitais em seu

relacionamento com operadoras de planos de saúde é um fator importante para maximizar os

lucros da empresa procurando captar o excedente de capital que está nas mãos dos

consumidores, os quais poderiam estar pretendendo seu uso para outra finalidade. Uma

unidade hospitalar ao trabalhar com diversos convênios discrimina seus preços de acordo com

os vastos convênios ou contratos que tenham sido firmados, utilizando-se tabelas das mais

variadas formas (FALK, 2001).

Para Bernardi (1995) estabelecer preços requer métodos e processos bem estruturados

e definidos: (i) definição de segmentação ou posicionamento; (ii) definição dos objetivos de

preço; (iii) análise das condições internas e externas; e (iv) definição do método de formação

do preço. O posicionamento de preços se relaciona ao trinômio qualidade/ preço/ valor

percebido. Os objetivos de preço estão diretamente relacionados com o mercado escolhido,

com o composto de marketing, com os objetivos da empresa e com o posicionamento

pretendido. Basicamente, existem cinco objetivos gerais: manutenção, maximização dos

lucros, maximização do faturamento, crescimento das vendas e maximização do mercado.

Para o autor a análise das condições internas e externas é pautada em três

condicionantes: demanda, custos e concorrência. Analisar a prática de preços da concorrência

auxilia a fixação de preços. Os custos de uma empresa, mais a rentabilidade desejada, definem

o preço a estabelecer, uma espécie de piso. Preços estabelecidos (piso) dependem de um

sistema de informações de boa qualidade, dados precisos, sistemas de custeio e Preços

competitivos (teto) estão relacionados com a coordenação do processo e com uma abordagem

sistêmica e integrada na qualidade e gestão da empresa (BERNARDI, 1995).

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Ao definir um método de preço, a empresa estará buscando um preço específico ou

possível que a direcione a um ponto em que demanda, preço e retorno se equilibrem. Para

Bruni (2005) o preço pode ser apresentado em função de quatro componentes:

• os custos: que correspondem aos gastos produtivos ou incorporados no produto;

• as despesas: que correspondem aos gastos não incorridos ao estoque dos produtos,

representando gastos comerciais, administrativos e financeiros;

• os impostos; e,

• o lucro: que representa a remuneração do empresário.

Uma empresa que usa o método de custeio por atividades conhece os custos por

atividade, possuindo informações que possibilitam avaliar quais as atividades que não

agregam valor e que necessitam diminuir os seus gastos ou eliminá-los, e quais as atividades

que podem ser racionalizadas para se tornarem competitivas no mercado (OLIVEIRA, 2007).

Dado o grande número de variáveis envolvidas no processo de precificação, é comum

que cada instituição hospitalar tenha as suas particularidades e que desenvolva seu próprio

mecanismo, norteado pelas informações internas e respaldado em pesquisas no ambiente

externo. Sendo assim, torna-se difícil a formulação de um modelo único para formação de

preços, que atenda qualquer tipo de organização. O processo de tomada de decisões de preços

e rentabilidade das empresas, inclusive nas instituições de saúde, envolve uma gama de

variáveis econômicas, financeiras e operacionais regidas pelas teorias de mercado, de custos e

econômica. As instituições hospitalares possuem atividades de prestação de serviços,

atividades comerciais e industriais o que as tornam complexas. Em detrimento desta

complexidade, inerente das organizações hospitalares, bem como da dificuldade de negociar

preços para os serviços prestadores, os hospitais estão em busca do gerenciamento de seus

custos (GONÇALVES, 2009).

Beulke e Bertó (2005, p. 14) referem que “quase a totalidade das instituições de saúde

no país desconhece a sua estrutura de custo para estabelecer os preços dos seus serviços”.

Para Abbas (2001) os custos hospitalares de muitas instituições são uma incógnita e, por

tanto, não possuem parâmetros que mostrem as necessidades de uma determinação mais

precisa de seus custos.

Autores como Young e Saltman (1983), Gabram (1997) e Rocha (2004) destacam

diversas dificuldades de implantação e manutenção de um método de custeio nos hospitais:

• pouco conhecimento sobre seus custos, por parte da área médica;

• existência de uma divisão funcional arraigada e sem visão de processo;

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• ausência de implicação na decisão sobre o paciente;

• falta de recursos humanos suficientes;

• necessidade de treinamentos;

• necessidade de uso de software;

• problemas de hierarquia entre médicos e administração;

• os sistemas de custos são muito caros;

• necessidade de utilização de consultores externos para implantação.

Os custos por paciente em unidades hospitalares não podem ser padronizados, pois os

clientes são diferentes, seja por conta do gênero (mulheres e homens) ou da idade (idosos,

adultos ou crianças), seja por conta das diferentes resistências (física ou emocional) ou da

complexidade dos procedimentos. Sendo assim, essas condições interferem no preço final dos

serviços prestados (FALK, 2001).

Na visão de Rosa e Santos (2003, p. 28), “o melhor sistema será sempre aquele que for

mais compatível com as necessidades da organização. Será aquele que melhor represente os

seus custos reais e que forneça as informações desejadas em determinado momento histórico”.

De acordo com Regonha (1999), a forma de remuneração dos serviços em uso nos

hospitais – o “fee for service”, com reembolso total dos insumos utilizados no atendimento

hospitalar, encontra-se sob forte pressão dos tomadores de serviços, surgindo em razão disso a

necessidade de um novo tipo de remuneração por procedimentos médicos hospitalares, sob a

denominação de “pacotes”. Entretanto, a concretização desta forma de remuneração para os

serviços, pode trazer dificuldades à sua adoção, tendo em vista que a carência de informações

estatísticas e de custos tem sido um obstáculo à consecução desta idéia.

Os hospitais são remunerados com base em tabelas e pacotes de convênios privados

sendo também esta a forma de remuneração do próprio Sistema Único de Saúde (SUS). Deste

fato, tornou-se imperativo às instituições de saúde conhecer não somente a participação dos

recursos no total dos custos, mas identificar como tais valores são distribuídos às atividades e,

conseqüentemente, aos produtos (VARGAS, 2002).

Neri (2006) realizou um estudo sobre o custeio ABC na produção e utilização de

hemocomponentes com a finalidade de verificar se o ressarcimento pelo SUS (Sistema Único

de Saúde) para a realização dessas atividades era compatível. A autora verificou que a

automação dos procedimentos com utilização de equipamentos em comodato reduziu os

custos com pessoal, com depreciação, diminuindo o valor do custo final. Os resultados

demonstram que a utilização do método de Absorção pelo Hemocamp sem a atividade de

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transfusão tem sua cobertura pelo SUS, mesmo que esse método apresente resultados pouco

confiáveis (NERI, 2006). A autora observa que em vários processos para utilização dos

hemocomponentes produzidos existe uma diferença entre o ressarcimento do SUS e o valor

do custo obtido pelo método ABC.

A aplicação do método de custeio ABC/TDABC (custo baseado em atividade com

direcionadores de tempo) nas atividades de recepção, coleta e análise em laboratórios de

análises clínicas (LAC) realizada por Hein et al (2009) parte das premissas de que é possível

efetuar os levantamentos de tempos, métodos e materiais de todos os procedimentos de

recepção, coleta e análise laboratorial; adaptar o método de custeio ABC/TDABC aos

procedimentos de recepção, coleta e análise laboratorial; e que os custos de recepção e coleta

não são desprezíveis frente aos custos laboratoriais. Como resultado obteve-se os esquemas de

custos unitários por minuto nos setores de coleta/recepção e laboratório, confirmando a

hipótese de que os custos na recepção e coleta não são desprezíveis e foram apurados os

custos de pessoal (salários e encargos), envolvidos no conjunto operacional de procedimentos

do LAC. O Quadro 4 apresenta uma síntese de estudos realizados em hospitais e congêneres.

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Quadro 4 - Síntese de estudos de custos realizados em hospitais. Autor e Ano Enfoque

Medici (1990) Aborda o crescimento dos custos em saúde e aborda a contenção dos gastos

públicos. Brasil

Sagheer et al (2000) Procuraram identificar os reais custos de hospitalizações no Paquistão em busca

de uma maior participação governamental no financiamento do setor

St. Hilaire; Crépeau (2000) Enfocam as mudanças na remuneração de procedimentos médicos em hospitais

do Canadá

Botelho; Souza (2001) Aplicam o ABC em um centro obstétrico de um hospital público brasileiro

Falk (2001) Apresenta uma metodologia para o desenvolvimento de custeios em saúde no

Brasil

Jacobs et al (2002) Lista de serviços associados aos custos para comparabilidade entre os estudos

de diferentes instituições hospitalares no Canadá

Matos (2002) Descreve a importância da gestão de resultados em hospitais brasileiros

Vargas (2002) Método ABC em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Brasil

Costa; Morgan (2003) Enfocam os diferentes tipos de objetos de custos presentes em hospitais. Brasil

Lungen e Lapsley (2003) Reembolso, pelo governo alemão, a hospitais de acordo com os DRG’s

Rosa e Santos (2003) Descrevem a importância da gestão de custos num hospital de Santa Cruz do Sul – RS.

Ramani (2004) A gestão da informação na Índia para planejar e monitorar a prestação de

cuidados de saúde

Negrini et al (2004) Metodologias de custeio hospitalares na Europa

Waters e Hussey (2004) Revisão de metodologias e praticas de custeios em hospitais internacionais e

nos EUA

Cardinaels et al (2004) Aplicação do ABC para custeio de procedimentos médicos na Bélgica

Larsen e Skjoldborg

(2004)

Comparação entre os sistemas de custeio por Absorção com o ABC e o DRG

para o reembolso da terapêutica de pacientes com diagnóstico de angina

pectoris estável na Dinamarca

Oliveira (2005) Descreve as perspectivas dos hospitais brasileiros vistas pelo ângulo de custos

Toyabea et al (2005) Proposta de um método para calcular os custos de materiais descartáveis

utilizados durante as cirurgias no Japão

Raimundini et al (2005) Pesquisa bibliográfica com o objetivo de analisar os resultados apurados na

aplicação do custeio ABC em hospitais e congêneres

Neri (2006) Aplica o ABC na produção e utilização de hemocomponentes em um hospital

em Campinas, SP.

Santos (2006) Aborda a regulação pública na saúde brasileira e suas influências na saúde

suplementar

Gianino et al (2007) desenvolveram um método de modelagem de custos de infecções hospitalares

na Itália

Jericó (2008) O ABC em um Centro de Material e Esterilização de um hospital de ensino em

São Paulo em conjunto com a aplicação da ABM

Demeerec et al (2009) Time-driven activity-based costing (TDABC): nova abordagem para aplicação do ABC em ambulatórios na Bélgica

Diez e Lennertz (2009) Custos de utilização da infra-estrutura comparados com o sistema de pagamento

por DER em hospitais na Alemanha

Hein et al (2009) Aplicação do Custeio Baseado em Atividade e Tempo (TDABC) em

Laboratórios de Análises Clínicas em São Paulo

Ramos e Miyake (2010) Proposta de método para a construção de indicadores hospitalares a partir da

abordagem sistêmica em São Paulo

Ching (2010) Comparação entre sistemas tradicionais de custeio e o ABC em hospitais no

Brasil

Shander et al (2010) Uso do ABC para mensurar custos de transfusões sanguíneas em hospitais dos

Estados Unidos, Áustria e Suíça

Fonte: Elaboração própria.

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3. METODOLOGIA

3.1 TIPO DE PESQUISA

Segundo Mattar (2001) a classificação dos tipos de pesquisa levam em consideração o

objetivo e o grau em que o problema de pesquisa está sedimentado. Selltiz (1967) refere que a

classificação leva em consideração a abordagem do problema, os objetivos e os

procedimentos técnicos utilizados. No que se refere à abordagem do problema, as pesquisas

podem ser qualitativas ou quantitativas. A pesquisa quantitativa caracteriza-se pelo uso da

quantificação tanto na coleta de informações quanto no tratamento destas através de técnicas

estatísticas (SELLTIZ, 1967). A pesquisa qualitativa, segundo Roesch (2005) é apropriada

para avaliar a forma, a efetividade de um programa, ou plano, ou quando se pretende

selecionar as metas e construir uma intervenção de um programa, não sendo adequada para

avaliar resultados de programas ou planos.

Considerando como base as duas definições, a presente pesquisa caracteriza-se como

qualitativa por estar baseada no objeto da pesquisa, que é o de modelar o Sistema de Custeio

ABC em todos os setores de um hospital privado e quantitativa pelo propósito de medir

relações entre variáveis e avaliar o resultado da aplicação do Método ABC de custeio para

posterior precificação dos procedimentos médicos elegidos. O estudo foi feito com base em

entrevistas informais com os gestores com o intuito de mapear os processos realizados bem

como identificar as principais atividades desenvolvidas setorialmente. Análise documental foi

realizada visando o levantamento de dados financeiros extraídos da contabilidade hospitalar.

A Figura 5 ilustra o esquema metodológico utilizado na pesquisa.

Visto como sistema, o hospital possui necessidades entrantes para desenvolver seus

processos, tais como informações, recursos financeiros, serviços técnicos. Para melhor

compreensão do macro-processo hospitalar este é fragmentado em centros de custos, que

embora possuam atividades fins específicas têm um objetivo comum que é o de promover a

assistência à saúde aos pacientes. A elaboração de um modelo conceitual através da AS

possibilita a visualização da interação existente entre as diferentes atividades desenvolvidas

nos centros de custos, originando o construto do custeamento, pelo Método ABC.

O estudo dos sistemas organizacionais hospitalares e a revisão das práticas de

custeamento hospitalar realizadas em instituições nacionais e internacionais proporcionaram o

apoio inicial para a determinação dos direcionadores de recursos, de atividades e variáveis

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adequadas para o uso do ABC na organização hospitalar escolhida. A divisão dos centros de

custos alterando o foco do macro sistema hospitalar em função dos fluxos de atividades e

processos dos setores remetem aos diferentes níveis da complexidade da instituição hospitalar

possibilitando maior compreensão de seu funcionamento.

Com o custeamento ABC realizado e estabelecido mensuram-se os custos dos

procedimentos cirúrgicos eleitos para realizar uma análise comparativa dos custos com a

remuneração oferecida por cinco planos de saúde, incluindo-se o reembolso propiciado pelo

Sistema Unificado de Saúde (SUS).

Figura 5 - Esquema Metodológico.

Fonte: Elaboração própria.

No que se refere aos objetivos, a pesquisa é do tipo descritiva e possui a finalidade de

descrever as peculiares de um determinado fenômeno, população ou demonstrar as relações

entre variáveis (GIL, 2009), no caso, tem como alvo identificar, descrever e analisar os custos

de uma instituição hospitalar privada, contemplando todas as esferas operacionais nela

contida para posterior comparação com a remuneração pelos planos de saúde. Quanto à

classificação dos procedimentos técnicos a pesquisa classifica-se como estudo de caso onde se

pretende explorar, descrever e explicar as variáveis causais dos custos de procedimentos

médicos em um hospital privado. Yin (2001) refere que o estudo de caso é uma estratégia de

pesquisa que analisa um fenômeno atual, dentro de seu contexto, que pode utilizar diferentes

Organização hospitalar Contabilidade de custos hospitalares

Custeamento ABC em organizações hospitalares

Estudo de caso em hospital privado Abordagem

Sistêmica

Divisão dos centros de custos e identificação dos recursos e das atividades:

estrutura, processos, drivers

Custo das

atividades

Procedimentos cirúrgicos eleitos

Resultados

e

conclusões

Direcionadores de recursos Direcionadores de atividades

Alocação dos custos

das atividades aos

objetos de custos

Comparação com a

remuneração por dife-

rentes planos de saúde

Custos dos

procedimentos

cirúrgicos

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modos de coleta de dados e que pode ser trabalhado tanto com evidência quantitativa como

qualitativa. Para Gil (2009), o estudo de caso permite ao pesquisador um amplo e detalhado

conhecimento de um ou poucos objetos. O autor ainda refere que é mais adequado classificar

o estudo de caso como uma abordagem qualitativa, exatamente pelo fato do estudo de caso

iniciar com um esquema conceitual não rígido, possibilitando maior flexibilidade na análise

dos resultados.

3.2 INSTITUIÇÃO ALVO DO ESTUDO DE CASO

O hospital objeto do estudo é uma instituição privada com fins lucrativos, localizada

na cidade de Natal (RN). A instituição foi inaugurada em outubro de 2004, sendo filial de

uma unidade de plano de saúde onde efetua atendimento exclusivo aos clientes do plano e aos

pacientes particulares. Embora a unidade hospitalar não apresente receita efetiva por ser

subsidiada pela operadora do plano de saúde, é tratada como qualquer outro prestador de

serviços hospitalares, pois faz uso das mesmas tabelas de preços, as contas dos pacientes

sofrem auditorias médicas antes de seu faturamento e segue o calendário de entregas das

contas da produção médica à operadora de serviços de saúde. Este fato se deve por ser uma

instituição balizadora de preços praticados pela operadora do plano.

Trata-se de um hospital geral, com corpo clínico aberto, que oferece 18 especialidades

médicas e serviços próprios de diagnóstico e tratamento e exames laboratoriais, duas unidades

de internação - sendo uma clínica e uma cirúrgica -, além de uma unidade de tratamento

intensivo (UTI), centro cirúrgico e um serviço de pronto atendimento para urgências. Possui

76 leitos, dos quais 10 são destinados para a UTI, sendo classificado como um hospital de

médio porte. Dos 66 leitos disponíveis para as unidades de internação, 36 estão distribuídos

em apartamentos e 30 em enfermarias. Busca destacar-se por dispor de equipamentos de

última geração e alta resolutividade, dentro dos 5.984 metros quadrados de área total. O

Apêndice B1 expõe os dados gerais do hospital.

A administração do hospital é composta por um Superintendente médico e dois

diretores que compõem a Diretoria Médica-técnica e a Diretoria Administrativa, sendo este

último cargo ocupado por um administrador hospitalar não médico, demonstrado no Anexo 1.

Em nível de segundo escalão, destacam-se as seguintes gerências: de enfermagem, de custos,

de laboratório e dos serviços de imagem. Trata-se de uma estrutura funcional centralizada,

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uma vez que as decisões são tomadas pela direção, com o apoio do conselho deliberativo,

cabendo aos gerentes, coordenadores, supervisores e encarregados as atividades operacionais.

Destaca-se a visão estratégica da organização, no que se refere a unidade hospitalar, com a

inclusão de uma gerência de custos, responsável pelo acompanhamento das despesas setoriais,

“receitas” dos centros produtivos e emissão mensal de relatórios gerenciais à alta

administração da instituição para análise da performance e tomadas de decisões.

O hospital conta com 566 funcionários em seu quadro funcional, todos efetivos, e que

estão distribuídos em 28 centros de custos já classificados de acordo com o Plano de Contas

do setor de contabilidade da operadora do plano de saúde da organização.

No tocante à situação financeira, gerencialmente verifica-se, de acordo com as

informações coletadas dos balancetes mensais, que a média das receitas e as despesas

operacionais, do período de maio de 2009 a junho de 2010, são da ordem de R$ 3.470.033, e

R$ 3.763.713, respectivamente. A escolha desta instituição foi pautada nos seguintes motivos:

• complexidade dos procedimentos realizados, diversidade de serviços e atividades

desenvolvidas caracterizando condições ideais para a implantação do Sistema de

Custeio ABC;

• acessibilidade aos dados devido a um alto nível de participação in locu;

• consentimento da alta administração devido a utilização de dados financeiros da

instituição.

3.3 PLANO DE COLETA DE DADOS

O estudo de caso desenvolvido no hospital privado tem como foco todos os centros de

custos da instituição. Para realização da pesquisa contou-se com o apoio e o fornecimento de

dados e documentos de todos os setores.

A coleta de dados ocorreu entre os meses de janeiro a setembro de 2010 cujo conteúdo

das informações foi baseado no período de maio de 2009 a junho de 2010.

O estudo de caso, propriamente dito, inicia-se com uma análise do Manual de Rotinas

e Serviços. Por aderir ao Programa Brasileiro de Acreditação Hospitalar desenvolvido pelo

Ministério da Saúde que promove um sistema de avaliação e certificação da qualidade

(BRASIL, 2002) a instituição possui informações detalhadas dos processos desenvolvidos,

necessidades relacionadas à estrutura física e de pessoal para o desenvolvimento das

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atividades pertinentes as áreas envolvidas na pesquisa. O Programa Brasileiro de Acreditação

Hospitalar – PBAH, iniciado pelo Ministério da Saúde e coordenado atualmente pela ONA –

Organização Nacional de Acreditação, consiste em um processo de busca da melhoria

contínua da qualidade dos serviços de saúde, com padrões que representam expectativas

desejáveis de desempenho de uma organização de saúde.

A instituição em questão possui um software especificamente desenvolvido para a área

hospitalar; neste sistema informatizado, os setores (centros de custos) foram cadastrados e os

módulos existentes (Tesouraria, Centro Cirúrgico, Faturamento, Internação, Manutenção,

Farmácia, Almoxarifado) possuem interrelação. A título de exemplificação, dados

importantes, tais como o número e tipo de solicitações de Serviços de Manutenção, número de

requisições ao Almoxarifado de acordo com a quantidade de itens dispensados por unidade

solicitante, o número de refeições servidas fornecido pelo SND (Serviço de Nutrição e

Dietética) que mensura sistematicamente, em planilhas do Excel, as solicitações setoriais de

dietas para os pacientes e lanches para funcionários, o número de funcionários alocados por

setor do hospital provido pelo setor de Recursos Humanos, procedimentos cirúrgicos

realizados por data, por tipo de procedimento e por equipe médica que demandariam tempo

considerável para o levantamento já estavam disponíveis e sistematicamente sendo levantados

(Apêndice B2). As despesas diretas de cada centro de custo também foram lançadas por meio

de importação do sistema informatizado da Contabilidade, expostos no Apêndice B1.

Importante ressaltar que para o estudo em questão foi utilizado apenas a base de dados do

sistema informatizado e caberá à alta administração da instituição em estudo a utilização,

aplicação ou não dos resultados obtidos com a pesquisa.

No que se refere à determinação dos tempos de execução das atividades identificadas,

optou-se por utilizar o tempo determinado pelos funcionários que às executam. Esta técnica

foi aplicada por Ching (2010) em estudo de caso em uma maternidade. O foco da pesquisa

está relacionado à execução das atividades por parte dos funcionários, o que para sua

realização não exigiu interferir na execução dos serviços ou fazer questionamentos aos

pacientes. O mapeamento dos subprocessos setoriais através da abordagem sistêmica e a

identificação de cada processo realizado internamente aos setores foram retratados com o

auxílio dos gestores das áreas por meio de entrevistas informais apresentando o caráter

qualitativo da pesquisa.

Referentes às operadoras de planos de saúde (OPS) foram selecionadas as que se

enquadram nas exigências das normas que regulam o setor e que atuam como compradoras de

serviços dos prestadores de serviços, no caso organizações hospitalares, que prestam

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assistência aos beneficiários dos planos de saúde para proceder com o levantamento dos

preços praticados no mercado de saúde suplementar. Com o SUS à parte, das quatro OPS

selecionadas, três são classificadas como nacionais e uma regional do nordeste. A soma de

beneficiários das quatro OPS juntas representa 42,6% (19.868.847) do total nacional

(BRASIL, 2011), incluídas as seguradoras que não fizeram parte das operadoras selecionadas

para o estudo. Os percentuais de representatividade, arredondados, são de 35,91% para o

Plano A, 1,62% para o Plano B, 3,54% para o Plano C e 1,53% para o Plano D.

Com o objetivo de levantar possíveis dificuldades na obtenção dos dados do hospital

em estudo e aprimorar o plano de coleta, foi realizado um estudo piloto no Serviço de

Nutrição e Dietética (SND). A equipe estava aberta e motivada com os novos métodos de

trabalho sendo estes alguns dos motivos de escolha deste setor.

3.4 TRATAMENTO DOS DADOS

O tratamento dos dados é realizado a partir de uma análise descritiva à luz dos

conceitos do Método de Custeio ABC. Esta análise consiste na compreensão dos dados no

sentido de validar ou refutar os objetivos iniciais do estudo (YIN, 2001). Para Gil (2009), o

objetivo a ser alcançado é o de organizar e sumarizar os dados possibilitando desta forma

obter respostas ao problema proposto para investigação. Ainda, segundo o autor, e se tratando

de estudos de caso, um esquema menos rígido de análise e interpretação pode ser concebido.

A classificação dos setores em três grandes grupos (Auxiliares, Intermediários e

Produtivos) foi pautada em características, tais como, capacidade de gerar receita, contato

com os pacientes, reciprocidade. Os setores que conformam o grupo de centros de custos

Auxiliares não geram renda, não possuem contato direto com os pacientes e podem ter

reciprocidade. Os centros Intermediários não possuem nenhuma reciprocidade, podem ou não

ter contato direto com os pacientes e podem gerar renda quando atendem a pacientes externos.

O Laboratório, por exemplo, realiza exames para pacientes internados no hospital bem como

para usuários do plano de saúde, encaminhados pós-atendimento em clínicas e consultórios.

Para efeitos deste estudo, foi considerado como Intermediário por ter como função primordial

servir de apoio técnico, diagnóstico e/ ou terapêutico, para os centros Produtivos. Os quatro

setores classificados como Produtivos possuem contato direto com os pacientes atendidos,

não possuem reciprocidade e geram receita para a organização.

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Após a classificação dos centros de custos e o levantamento das inter-relações setoriais

existentes ocorre a análise do fluxo das informações, serviços e produtos. Neste momento

verificam-se quais os serviços ou produtos produzidos pelos subsistemas com o objetivo de

elencar quais as necessidades entrantes indispensáveis para que ocorram os processos

internos. As principais atividades identificadas e realizadas tiveram como característica

comum o objetivo de traduzir o que cada setor faz de relevante para contribuir com a

assistência direta ou indireta ao paciente.

No que se refere a eleição dos pacotes de procedimentos cirúrgicos para o

custeamento, recorreu-se a uma análise da Curva ABC. A curva ABC é um método de

classificação de informações, para que se separem os itens de maior importância ou impacto,

os quais são normalmente em menor número (CARVALHO, 2002). No que diz respeito à

análise de cirurgias realizadas, a curva ABC serve para analisar a relação entre o número de

pprocedimentos cirúrgicos realizados e os valores monetários mais representativos. Ambas as

variáveis foram analisadas a partir da média identificada entre maio de 2009 a junho de 2010.

As informações foram extraídas do sistema informatizado.

Na seqüência, é demonstrado como os recursos financeiros são alocados de acordo

com as atividades realizadas, em seqüência as etapas do custeamento pelo ABC.

Com o custeamento das principais atividades de todos os setores é possível realizar o

cálculo dos custos dos procedimentos médicos executados em um dado período de tempo e a

comparação com a remuneração realizada por diferentes planos de saúde.

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61

3.5 ESTUDO DE CASO DE UM HOSPITAL PRIVADO

3.5.1. Uso da Abordagem Sistêmica no Ambiente Hospitalar

A utilização da abordagem sistêmica (AS) surge como um meio para facilitar a

compreensão entre a relação dos serviços e produtos gerados por cada setor e culmina com o

objetivo maior do sistema hospitalar: o tratamento do paciente. Identificados os subsistemas,

retratados como setores do hospital, do ponto de vista de seu funcionamento ocorrem a

descrição das interações entre informações, materiais médicos, medicamentos e serviços

resultantes das relações intersetoriais. Desta forma, as informações são organizadas mantendo

as interações e a recorrência dos processos que a realizam.

A elaboração de um modelo conceitual através da AS possibilita a visualização da

interação existente entre as diferentes atividades desenvolvidas nos centros de custos,

originando o construto do custeamento, pelo Método ABC. A mudança de foco do macro

sistema do hospital em função de elementos básicos composto por fluxos de atividades e

processos dos setores supõe a existência de diferentes níveis sistêmicos que correspondem a

distintos níveis da complexidade da instituição hospitalar. Este complexo organizado possui

uma lógica causal em detrimento das múltiplas variáveis expressas pelos diferentes tipos de

atendimentos realizados aos pacientes. A revisão das práticas de custeamento hospitalar

realizadas em instituições nacionais e internacionais proporciona o apoio inicial para a

determinação dos direcionadores de recursos, de atividades e variáveis adequadas para o uso

do ABC na organização hospitalar escolhida.

Uma observação ampla mostra que o uso da abordagem sistêmica pode auxiliar no

entendimento do funcionamento do complexo hospitalar facilitando a aplicação do ABC,

propiciando a interação com diferentes áreas do conhecimento e fornecendo a base para a

construção teórica acerca deste conteúdo.

Para entender o funcionamento de um hospital é preciso ter em mente que ele é um

sistema complexo. Beni (1997) observa que os sistemas possuem:

meio ambiente: conjunto de elementos que não integram o sistema em questão, mas

que influenciam as operações do mesmo;

unidades: partes integrantes dos sistemas;

relações: maneiras como as unidades de um sistema se ligam através de fluxos, com

dependência, inter-relacionados;

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entrada (input): formada por tudo aquilo que o sistema recebe, sendo que cada sistema

é alimentado por diversos tipos de entradas;

saída (output): produto final dos processos de transformação, o motivo do conteúdo da

entrada;

realimentação (feedback): processo de controle que mantém o sistema em equilíbrio;

modelo: representação esquemática do sistema que permite a análise de causa e efeito

entre os componentes para maior precisão das conclusões e possibilitando a

compreensão da complexidade do todo;

estado: considerado como o histórico do sistema onde os fatos relevantes exercem

influências nas saídas presentes e futuras do sistema em questão.

Para Perazzolo et al (2006) toda organização se insere num meio ambiente onde se

originam os recursos utilizados para o desenvolvimento da sua atividade (produção ou

prestação de serviços) e para o qual se destinam os resultados do seu trabalho.

A viabilidade ou sobrevivência de um sistema depende de sua capacidade de adaptar-

se, ajustar-se, mudar e responder às exigências e demandas do ambiente externo.

O sistema organizacional é apresentado na Figura 6 como um conjunto de elementos

interdependentes:

Figura 6 - O enfoque sistêmico e o ambiente organizacional.

Economia Político-legal

Tecnologia

Cultura e Sociedade Concorrência

Fonte: FERREIRA, A. A; REIS, A. C. F; PEREIRA, M. I. Gestão empresarial: de Taylor aos nossos dias. São

Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.

Diversos subsistemas compõem um sistema, cada um definido em termos de entrada,

processamento, saída e realimentação. A saída de um subsistema pode ser um pré-requisito

para o subsistema seguinte e a entrada desse subsistema pode conter itens e comportamentos

que não se originam do subsistema anterior.

Entrada Saída Processamento

Retroação

Ambiente

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63

A Teoria Geral dos sistemas foi desenvolvida nos anos 40 pelo biólogo vienense

Ludwig Von Bertalanffy para explicar um modelo do comportamento de um organismo vivo,

a Teoria Geral dos Sistemas (TGS) tem sido complementada por meio de aplicações em

vários ramos da ciência. A Teoria sistêmica, que utiliza a TGS como base, é considerada a

síntese dos estudos da análise de sistemas complexos, sendo esses constituídos de um número

relevante de componentes com funções especializadas, organizadas em níveis hierárquicos.

Segundo Sucena (2005) a “Sistêmica” visa à eficácia da ação através do estudo de suas

interações. Para o autor, a abordagem sistêmica proporciona modelos que auxiliam os

profissionais nas tomadas de decisões, pois possibilita a visualização do todo em detrimento

das partes individualizadas. Bertalanffy (1992) ratifica que a análise dos subsistemas e de seus

componentes é tão necessária quanto à análise do sistema disponível para utilização.

Uma coerência é observada entre os autores acerca das definições dos sistemas, tendo

todos partidos do conhecimento de um determinado todo, separando os elementos que o

compõem, suas relações, o ambiente em que está inserido até o objetivo final deste todo.

Da definição de Bertalanffy (1976), segundo a qual o sistema é um conjunto de

unidades reciprocamente relacionadas, decorrem dois conceitos: o de propósito (ou objetivo)

e o de globalismo (ou totalidade). Esses dois conceitos retratam duas características básicas

dos sistemas: (i) propósito ou objetivo onde todo sistema tem um ou alguns objetivos. As

unidades ou elementos, bem como os relacionamentos, definem um arranjo que sempre visa

alcançar um objetivo e, (ii) globalismo ou totalidade o qual refere que todo sistema tem uma

natureza orgânica, pela qual uma ação que produza mudança em uma das unidades do

sistema, com muita probabilidade deverá produzir mudanças em todas as outras suas

unidades.

O conceito central para Dinâmica de Sistemas está em entender como os objetos de

um sistema interagem entre si através de laços de realimentação, onde uma mudança em uma

variável afeta outras variáveis.

As funções primárias das organizações são, segundo Rezende e Abreu (2000):

• ingestão: as organizações adquirem ou compram materiais para processá-los de

alguma maneira;

• processamento: na organização os materiais são processados havendo certa relação

entre entradas e saídas no qual o excesso é o equivalente a energia necessária para a

transformação em produtos;

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• reação ao ambiente: as organizações reagem ao seu ambiente, mudando seus materiais,

consumidores, empregados e recursos financeiros. As alterações podem se efetuar nos

produtos, no processo ou na estrutura (mudanças face ao mercado);

• suprimento das partes: os participantes da organização são supridos com de dados de

compras, produção, vendas ou contabilidade, e são recompensados principalmente sob

a forma de salários e benefícios;

• regeneração das partes: os membros das organizações podem adoecer, aposentar-se,

desligar-se da firma; as máquinas podem tornar-se obsoletas.

• organização: administração e decisão sobre as funções.

As organizações são por definição sistemas abertos, pois não podem ser

adequadamente compreendidas de forma isolada, mas sim pelo inter-relacionamento entre

diversas variáveis internas e externas, que afetam seu comportamento.

Pereira (2000) argumenta que os hospitais, assim como outros tipos de organizações,

são diferenciados pelas dimensões demográficas, política, social, tecnológica, ambiental e

econômica. Ainda segundo o autor, devido à necessidade de adaptação constante às

influências externas e às mudanças internas, os hospitais devem possuir formas

organizacionais flexíveis, adaptativas e permeáveis ao ambiente.

Visto como um sistema complexo, o hospital possui necessidades entrantes para

desenvolver seus processos, tais como informações, recursos financeiros, serviços técnicos.

Para melhor compreensão do macro-processo hospitalar, este é fragmentado em centros de

custos que, embora possuam atividades fins específicas, têm um objetivo comum que é o de

promover a assistência à saúde aos pacientes.

Ramos e Miyake (2010) utilizam a abordagem sistêmica para modelar a construção e

implantação da gestão por processos, com o objetivo de propor um método para a contrução

de um sistema de indicadores em hospitais. Relatam sobre a importância da identificação dos

macro-processos, os quais retratam a missão de toda organização. Para os autores a gestão

por processos, advinda da visão sistêmica nas instituições hospitalares, conduz ao

aperfeiçoamento da qualidade dos serviços, considerado como um dos fatores importantes

para permanência da instituição hospitalar em seu mercado de atuação.

A elaboração de um modelo conceitual através da AS possibilita a visualização da

interação existente entre as diferentes atividades desenvolvidas nos subsistemas, originando o

construto do custeamento, pelo ABC. O pensamento sistêmico aplicado ao hospital pode ser

compreendido desmembrando-se sua estrutura organizacional em partes e estruturando-as a

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partir da sobreposição de relações causais lineares entre si. O fluxo de atividades e processos

realizados conduz ao trajeto que, em última instância, culmina com o objetivo maior do

sistema hospitalar: o tratamento do paciente como ilustra a Figura 7.

Figura 7 - Ilustração da AS aplicada a um hospital.

Fonte: Elaboração própria.

O atendimento ao paciente é um fenômeno complexo constituído e mantido por

interações entre as unidades hospitalares de forma organizada, com dinâmica própria,

preservando as características sistêmicas mesmo com diversas influências externas. Todo o

material descritivo, apresentado a seguir, é fruto da AS. O processo de desenvolvimento da

AS consiste em abordar a instituição como um sistema, identificar as saídas, as entradas

realmente necessárias para produzi-las, descrevendo o processo de conversão

(funcionamento). Em seguida, quebrar em subsistemas, repetir o procedimento em cada um

dos subprocessos, estabelecer os fluxos formais de materiais e informações entre eles e com o

meio ambiente até a consolidação de um modelo conceitual que reflita o sistema e seus

subsistemas com todos os vínculos que importam realmente.

A mudança de foco do macro sistema do hospital em função de elementos básicos

composto por fluxos de atividades e processos dos setores supõe a existência de diferentes

níveis sistêmicos que correspondem a distintos níveis da complexidade da instituição

hospitalar. Este complexo organizado possui uma coerência causal em função das multíplices

variáveis expressas pelos diferentes tipos de atendimentos realizados aos pacientes. Torna-se

Abordagem

Sistêmica

Informações

Materiais

Serviços

Pacientes

Pacientes

Assistidos

Meio ambiente

Realimentação

Atividades e

processos

HOSPITAL

Setor A

Setor B

Setor ...

Setor N

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necessário a compreensão da totalidade de fatores relevantes da unidade hospitalar, bem

como, suas interações e interdependências.

Para que as atividades internas ao hospital ocorram e os pacientes sejam assistidos há a

necessidade de aquisição de diversos tipos de insumos, provenientes do meio extra-hospitalar,

tais como, materiais médicos, medicamentos, gases, informações na forma de legislação

vigente pertinente, material de expediente, alimentos perecíveis e não perecíveis, materiais de

lavanderia, manutenção e higienização e limpeza, água, energia dentre outros.

Identificados os subsistemas, retratados como centros de custos ocorrem, internamente

ao ambiente hospitalar, as descrições destes subsistemas do ponto de vista de seu

funcionamento. A identificação das principais atividades realizadas bem como a descrição das

interações entre informações, materiais médicos, medicamentos e serviços resultam nas

relações intersetoriais. Desta forma, as informações são organizadas mantendo as interações e

a recorrência dos processos que a realizam. A Figura 8 apresenta o esboço da AS aplicada ao

hospital em estudo.

A descrição dos subsistemas é importante para apresentar as necessidades entrantes

para que as principais atividades descritas sejam realizadas e identificar as interações

indispensáveis entre estes setores. Assim, ao descrever a sistêmica hospitalar, o

reconhecimento dos níveis hierárquicos é um fator decisivo para se observar a complexidade

do hospital que aumenta com o acréscimo do número de níveis inter-relacionados. A

integração envolve controles e procedimentos técnicos, regras e práticas sócio-culturais e

políticas.

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67

Figura 8 - Abordagem sistêmica do hospital em estudo.

Fonte: Elaboração própria.

PA, UTI, UICl, UICi

REC

CC

SADT

FAT

ENTRADAS: pacientes, materiais, medicamentos, gases, material expediente,

alimentos, materiais de lavanderia, manutenção e higienização e limpeza, água,

energia, telefone, informações, outros insumos.

HIG

ALM

DIR

MAN

NTI

RH

SND

RH

MAN

SCIH

CAF

FAR

CPR

CME

ENF

SPP

SAÍDAS: pacientes assistidos, contas médicas faturadas, prontuários e fichas

de atendimento para arquivo, lixo biológico e comum, informações como

relatórios para órgãos fiscais, relatórios gerenciais para a matriz.

Ambiente Externo

Ambiente Hospitalar

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A seguir, os subprocessos são descritos, bem como são expostas as

representações esquemáticas das associações de interdependências entre as unidades:

Higienização e Limpeza (HIG): o subsistema realiza a (i) higienização do ambiente

hospitalar e (ii) a coleta de lixo comum e biológico de acordo com o grau de

criticidade das unidades, com as respectivas segregações. Conforme o potencial de

contaminação (BRASIL, 1992) o hospital é dividido em:

• áreas criticas onde o risco de transmissão de infecção é maior, onde se realizam

procedimentos de risco ou onde se encontram pacientes com seu sistema imunológico

deprimido, como o centro cirúrgico, unidades de internação de doenças transmissíveis;

• áreas semi-críticas que são ocupadas por pacientes com doenças infecciosas de

baixa transmissibilidade e doenças não-infecciosas, a exemplo das enfermarias em

geral; e

• áreas não-críticas , cujas localidades não são ocupadas por pacientes, como

centros administrativos, depósitos.

Para que as atividades sejam realizadas são necessários insumos específicos

solicitados ao Almoxarifado e à Central de Abastecimento Farmacêutico, é preciso

identificar quais são as áreas classificadas como críticas, semi-críticas e não críticas,

mensurar o quanto de área, em metros quadrados, cada uma ocupa, verificar qual o

número de vezes em que ocorrem as higienizações durante o período de vinte e quatro

horas e quantificar o pessoal capacitado para realizar as funções, provido pelo setor de

Recursos Humanos. Este serviço está disponível nas vinte e quatro horas do dia,

demandando refeições aos funcionários ao SND. A equipe de higienização é

constantemente treinada para realizar os procedimentos técnicos específicos e conta

com o apoio da informática (NTI) para a emissão de relatórios gerenciais.

A AS do subprocesso HIG é apresentada na Figura 9.

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69

Figura 9 - AS do subprocesso da HIG.

Fonte: Pesquisa.

Almoxarifado (ALM): atende as necessidades de demandas de materiais, suprindo os

demais subsistemas. Os produtos são adquiridos de fornecedores externos por meio de

solicitações feitas via sistema informatizado, sob o suporte do Núcleo de Tecnologia

da Informação. Dentro deste subsistema são realizadas diversas atividades tendo

destaque (i) o recebimento e conferência dos produtos, (ii) o registro dos produtos no

sistema de informática, (iii) o armazenamento, (iv) conferência das solicitações vindas

dos demais setores, (v) o controle do estoque e a entrega dos produtos às unidades

solicitantes e (vi) o gerenciamento do setor. Alguns subsistemas requererem produtos

armazenados diretamente no ALM, outros obtêm os insumos por intermédio da

Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF) que é abastecida em primeira instância

pelo Almoxarifado. Na solicitação ao ALM ocorre o registro do tipo de insumo

desejado, especificando as unidades de medida (pacote, caixa, litro) e a quantidade

desejada. A AS do subprocesso ALM é apresentada na Figura 10.

Material de higienização

e limpeza

Lixo comum e/ ou

biológico

Treinamentos

Água, energia, telefone

Lanches e refeições

Manutenção preventiva

e/ ou corretiva

Material de expediente e

de consumo interno

Suporte técnico

CAF

SCIH

ADM

Todos

os

setores

MAN

ALM

ALM

SND

NTI

H

I

G

I

E

N

I

Z

A

Ç

Ã

O

E

L

I

M

P

E

Z

A

Higienização e limpeza

realizadas

Lixo recolhido e

separado

Demanda de material de

expediente

Demanda de

treinamentos

Demanda de

manutenções

Demanda de lanches e

refeições

Relatórios gerenciais

Todos os

setores

HIG

SCIH

MAN

SND

DIR

Demanda de material de

higienização CAF

RH Funcionários

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70

Figura 10 - AS do subprocesso do ALM.

Fonte: Pesquisa.

Diretoria (DIR): a administração e coordenação geral dos processos hospitalares são

de responsabilidade da Diretoria (DIR) da instituição. Os cargos e as funções

exercidas pela diretoria são: a superintendência responde diretamente para a matriz e é

a responsável legal pela instituição, sendo o elo entre esta e as outras organizações, a

diretoria médica-técnica atua junto aos prestadores de serviços médicos no que se

refere à área médica e responde tecnicamente pelas unidades operacionais ligadas

diretamente com cuidados aos pacientes e, a diretoria administrativa, que é a

responsável pelo gerenciamento dos assuntos pertinentes a área administrativa do

hospital. Em síntese, a atuação deste subsistema nos remete a todos os demais setores.

Por se tratar de filial de uma operadora de planos de saúde, a instituição é um dos

vários negócios da operadora. Existem algumas unidades que estão ligadas

diretamente à sede desta operadora, porém realizam algumas operações que abrangem

o hospital como, por exemplo, o setor financeiro, marketing, o serviço especializado

Solicitação material de

expediente

Material: de expediente,

de consumo interno,

MAT/MED, de

lavanderia, de

manutenção,

higienização

Manutenção preventiva

e/ ou corretiva

Funcionários

Água, energia, telefone

Limpeza e higienização

do ambiente

Suporte técnico

Todos

os

setores

NTI

Fornecedores

ADM

HIG

MAN

RH

A

L

M

O

X

A

R

I

F

A

D

O

Materiais de expediente

conferidos, registrados,

armazenados e

entregues;Controle de

estoque realizado

Demanda de

manutenção preventiva

Lixo comum

Demanda de

higienização e limpeza

Relatórios gerenciais

Materiais: de

lavanderia, de

manutenção, de

higienização, Mat/Med,

outros

Todos

os

setores

MAN

HIG

HIG

DIR

CAF

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71

em saúde e medicina ocupacional, a contabilidade. Com o objetivo de apurar de forma

mais coerente estas despesas, são transferidos para o hospital, gerencialmente, um

montante correspondente as despesas destas áreas para realização dos serviços

específicos do hospital. O montante correspondente a estes serviços compreende as

despesas com pessoal, incluindo salários, encargos, férias e é alocado diretamente na

diretoria para posterior repasse para as demais unidades.

Manutenção (MAN): o serviço consiste na manutenção corretiva e/ ou preventiva da

estrutura predial e dos equipamentos médicos-hospitalares. As principais atividades

são dividas em (i) manutenções elétricas e hidráulicas, (ii) reparos de pintura e

alvenaria, (iii) manutenções de equipamentos e (iv) administração da unidade. O setor

possui um cronograma para a realização das atividades preventivas tanto para a parte

predial como para os equipamentos de todos os subsistemas. Na necessidade de

manutenções corretivas, as unidades abrem uma ordem de serviço (OS) via sistema

informatizado (SI); estas são classificadas pelo responsável do setor de acordo com a

prioridade do atendimento. Os materiais utilizados nas manutenções, tanto na predial

como na de equipamentos, são alocados diretamente como despesas do setor

solicitante. Para qualquer ocorrência extra-rotina, há funcionários de plantão no

período noturno e nos finais de semana, demandando refeições pelo SND. A AS do

subprocesso MAN é apresentada na Figura 11.

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72

Figura 11 - AS do subprocesso da MAN.

Fonte: Pesquisa.

Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI): este subsistema tem por finalidade o

apoio às atividades de gestão através da (i) manutenção corretiva e preventiva dos

equipamentos de informática, (ii) desenvolvimento de software, (iii) realização de

treinamentos e suporte para dúvidas de sistemas, (iv) adequação de programas e

desenvolvimento de relatórios gerenciais setoriais e (v) gestão da unidade. As

manutenções preventivas realizadas no hospital seguem um cronograma estipulado

pelo NTI e acordado com as demais áreas; já as corretivas são realizadas mediante a

solicitação dos setores através do registro de abertura de chamado no sistema

informatizado. São exemplos de manutenção preventiva e corretiva, respectivamente,

alerta para limpeza de disco, uso de antivírus e troca de placa de rede. O

desenvolvimento de programas utilizados internamente à instituição é uma atividade

que também é executada mediante solicitação, via sistema. Exemplos de software

Material de expediente,

de manutenção e outros

Solicitação de

manutenção preventiva

e/ ou corretiva estrutura/

equipamentos/ predial

Lanches e refeições

Solicitação de trabalhos

técnicos especializados

Água, energia, telefone

Limpeza e higienização

do ambiente

Suporte técnico

ALM

NTI

Todos

os

setores

ADM

HIG

SND

Setores

M

A

N

U

T

E

N

Ç

Ã

O

Manutenção preventiva

e/ ou corretiva estrutura/

equipamentos

Demanda de controle de

gases

Lixo comum e demanda

de higienização

Demanda de lanches e

refeições

Relatórios gerenciais

Demanda de

treinamentos

Todos

os

setores

MAN

HIG

SND

DIR

SCIH

Gases

Treinamentos SCIH

Fornecedor

es

Controle distribuição de

gases

Demanda de material de

manutenção, expediente

e outros

Unidades

ALM

RH Funcionários

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73

desenvolvidos: gerenciamento de leitos, módulo de custeamento, sistema de chamada

na recepção de pacientes. A modelagem de dados e confecção de relatórios solicitados

pelos gestores das áreas refere-se à captura de dados existentes no sistema e

estruturação destes numa melhor forma de visualização, possibilitando análises e

interpretações que serão utilizadas para melhor gerenciamento das atividades dos

demais setores do hospital; como exemplos: elaboração de estatísticas, controles de

pacientes, faturamento de contas. O suporte a dúvidas de sistema e a realização de

treinamentos são atividades também realizadas sob solicitação dos gestores e o

gerenciamento do setor contém todas as atividades inerentes ao gestor da área. O NTI

não possui o registro dos tempos pertinentes para a resolução dos chamados abertos;

há apenas o número de chamados abertos, em andamento e fechados por setor

requerente bem como o registro de todas as máquinas distribuídas entre os demais

subsistemas. A AS do subprocesso NTI é apresentada na Figura 12.

Figura 12 - AS do subprocesso do NTI.

Fonte: Pesquisa.

Recursos Humanos (RH): as atividades inerentes ao setor de RH englobam o (i)

recrutamento de candidatos para entrevistas e aplicação de testes técnicos, quando

Material de expediente e de

consumo interno

Solicitação de manutenção

preventiva e/ ou corretiva;

adequação do sistema e

desenvolvimento de software;

elaboração de relatórios

gerenciais

Manutenção preventiva e/ou

corretiva

Água, energia, telefone

Limpeza e higienização do

ambiente

ALM

Todos

os

setores

ADM

HIG

MAN

N

U

C

L

E

O

T

I

N

F

O

R

M

A

Ç

Ã

O

Manutenção de equipamentos;

suporte e adequação de

programas e desenvolvimento de

software; treinamentos

realizados; relatórios

desenvolvidos

Demanda de manutenção

preventiva e corretiva

Lixo comum e demanda de

higienização

Relatórios gerenciais

Todos

os

setores

MAN

HIG

DIR

Demanda de material de

expediente e outros

ALM

RH Funcionários

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74

pertinente, para a escolha, pelo setor solicitante, e posterior preparo de documentação

para a contratação e realiza todos os trâmites para o desligamento de funcionários, (ii)

faz a análise de freqüência para a emissão de contra cheques que são processados

através de relatórios do SI, tipo biometria, (iii) realiza o controle de férias é

confeccionando, anualmente, uma programação para todos os funcionários que é

validada pelos gestores das áreas junto aos seus subordinados e, (iv) exerce a gerência

do subsistema. O setor mantém ativo todos os registros do quadro funcional de todas

as unidades conforme determinado na legislação vigente específica. A AS do

subprocesso RH é apresentada na Figura 13.

Figura 13 - AS do subprocesso do RH.

Fonte: Pesquisa.

Serviço de Nutrição e dietética (SND): realiza a produção das dietas aos pacientes,

aos acompanhantes, médicos e funcionários mediante a prescrição médica ou

solicitação. Setores com circulação restrita ao pessoal interno, como Centro Cirúrgico,

Hemodinâmica, Central de Material, recebem sistematicamente café da manhã e

Material de expediente e

outros

Solicitação de

recrutamento e seleção;

rescisão contratual;

apontamento de

freqüência e controle de

férias realizado

Solicitação de relatórios

Água, energia, telefone

Limpeza e higienização

do ambiente

Suporte técnico

ALM

NTI

Todos

os

setores

ADM

HIG

Órgãos

fiscalizadores

R

E

C

U

R

S

O

S

H

U

M

A

N

O

S

Recrutamento e seleção,

rescisão contratual,

apontamento de freqüência e

controle de férias realizado

Demanda de manutenções

Lixo comum e demanda de

higienização

Relatórios gerenciais

Todos

os

setores

MAN

HIG

DIR

Manutenção preventiva

e/ ou corretiva

MAN

Relatórios emitidos

Demanda de material de

expediente e outros

Fiscalizaç

ão

ALM

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75

lanches. Os pedidos não se apresentam na forma informatizada; nutricionistas

verificam diariamente os prontuários dos pacientes e checam os tipos de dietas

solicitadas pelos médicos responsáveis; por meio de visitas aos pacientes é registrado

a presença ou não de acompanhantes que desejem receber as refeições. Já as demandas

de refeições, cafés ou lanches para médicos e funcionários são registrados através de

solicitações via telefone. As principais atividades executadas pelo setor são (i) a

conferência das solicitações de dietas e refeições, (ii) o preparo das dietas e das

refeições, (iii) a distribuição das dietas e, ao término do período destinado às refeições,

ocorre (iv) o recolhimento dos utensílios para realizar o processo de higienização e

desinfecção dos mesmos e (v) a gestão da unidade. Para que possa exercer suas

funções, o SND necessita da aquisição de alimentos perecíveis e não perecíveis; estes

são solicitados pelo próprio setor que também inspeciona, armazena e controla seu

estoque próprio via sistema informatizado. O hospital não possui atendimento na área

de pediatria e, portanto, o SND não tem lactário. A AS do subprocesso SND é

apresentada na Figura 14.

Figura 14 - AS do subprocesso do SND.

Fonte: Pesquisa.

Material de expediente,

descartáveis, insumos

Alimentos perecíveis e não

perecíveis e dietas especiais

Manutenção preventiva

e/ou corretiva

Água, energia, telefone

Limpeza e higienização

Suporte técnico

ALM

NTI

ADM

HIG

Fornecedor

MAN

S

E

R

V

N

U

T

R

D

I

E

T

É

T

I

C

A

Dietas, lanches e refeições

fornecidas

Demanda de manutenções

Lixo comum e demanda de

higienização

Demanda de alimentos e

insumos de dietas

Demanda de treinamentos

Pacientes,

acomp.,

médicos e

funcionários

MAN

HIG

Fornecedor

SCIH

Treinamentos SCIH Suporte técnico

Demanda de materiais

NTI

ALM RH Funcionários

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Recepção (REC): este setor é o responsável pelo primeiro contato de atendimento aos

pacientes, acompanhantes, visitantes, médicos, entre outros. Para alcançar este

objetivo torna-se necessário que todos os funcionários estejam bem informados a

respeito dos serviços realizados na instituição para realizar o trabalho de orientação

com qualidade e objetividade. Além de prestar o serviço de informação, compete à

REC (i) cadastrar os pacientes para o atendimento no PA e no SADT via sistema

informatizado, (ii) cadastrar os pacientes para internações clínicas ou cirúrgicas, (iii)

gerenciar a ocupação dos leitos de internação e (iv) gerir a unidade. No pronto

atendimento (PA) realiza o cadastro dos pacientes para posterior atendimento médico

e/ ou de enfermagem; caso seja necessária a realização de exames, é feita a solicitação

e encaminhamento ao serviço específico. Para o cadastro do paciente no módulo de

internação a recepção verifica a solicitação médica de internamento e a autorização do

convênio, processa o registro no sistema informatizado, verifica a disponibilidade de

vaga na clínica cirúrgica ou médica e encaminha o paciente para a recepção pela

enfermagem no setor de internação. Nos casos de atendimento a pacientes externos

para a realização de exames no SADT, realiza-se o cadastro do paciente e registram-se

os pedidos de exames feitos pelo médico solicitante e o paciente é encaminhado para o

setor onde o exame será realizado. Por funcionar em período integral de vinte e quatro

horas, os funcionários recebem refeições do SND. A AS do subprocesso REC é

apresentada na Figura 15.

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77

Figura 15 - AS do subprocesso da REC.

Figura: Subprocesso da REC.

Fonte: Pesquisa.

Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH): o subsistema possui como

atividades principais (i) realizar a vigilância epidemiológica por meio de análises de

prontuários, caracterizada pela busca ativa de pacientes com possibilidade de adquirir

infecção, (ii) levantar o perfil microbiológico do hospital e fazer estatísticas, (iii)

difundir os novos conceitos ou tecnologias às equipes multidisciplinares por meio de

treinamentos e (iv) administrar o setor. A realização da vigilância epidemiológica

através da busca ativa é uma atividade realizada duas vezes por semana nas unidades

de internação e, diariamente, na unidade de terapia intensiva (UTI). O controle de

antimicrobianos é uma atividade diária realizada quando da solicitação deste grupo de

medicamento ao paciente. O levantamento do perfil microbiológico é realizado por

métodos estatísticos pelo SCIH e os constantes treinamentos têm por objetivo à

diminuição de infecção hospitalar. Os dados obtidos são registrados pelos

componentes do setor em forma de planilhas e não constam nos arquivos do sistema;

Material de expediente

Pacientes para atendimento

na urgência, no SADT e

internações eletivas

Manutenção preventiva e/ou

corretiva

Água, energia, telefone

Limpeza e higienização do

ambiente

Suporte técnico

ALM

NTI

ADM

HIG

Externo

MAN

R

E

C

E

P

Ç

Ã

O

Abertura de prontuários e

fichas de atendimento para

registros

Demanda de manutenções

Lixo comum e higienização

UICl, UICi,

UTI, PA,

SADT

MAN

HIG

Relatórios gerenciais

Demanda de materiais

DIR

ALM

Gerenciamento de leitos

realizado Unidades de

internação

Guias de atendimento Convênio

RH

DIR

SND

Funcionários

Normas e regulamentos

Refeições, lanches

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78

apenas os chamados para avaliações de pacientes se dão por registro informatizado. A

AS do subprocesso SCIH é apresentada na Figura 16.

Figura 16 - AS do subprocesso do SCIH.

Fonte: Pesquisa.

Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF): esta unidade caracteriza-se por

armazenar os grandes volumes de materiais médicos, medicamentos e afins. Todos os

itens constantes do cadastro hospitalar são inicialmente recebidos pelo ALM que, após

a realização de seu processo interno, transfere os que necessitam de armazenamentos

específicos, tais como refrigeração, controle de umidade relativa do ar, para a CAF. A

Central possui como atividades relevantes (i) o recebimento e conferência de produtos

vindos do ALM, (ii) realiza a entrada de produtos no sistema, armazena e controla o

estoque via SI, (iii) recebe a solicitação de insumos dos subsistemas, segrega e realiza

a baixa no estoque, (iv) efetua a entrega dos produtos solicitados e (v) gerencia o setor.

A CAF possui o registro de todas as solicitações realizadas pelos demais subsistemas,

as quais especificam os tipos de materiais e/ ou medicamentos à serem entregues, a

Material de expediente e

outros

Busca ativa e controle

de antimicrobianos

Manutenção preventiva

e/ou corretiva

Água, energia, telefone

Limpeza e higienização

Suporte técnico

ALM

NTI

ADM

HIG

UICl, UICi,

UTI

MAN

S

E

R

V

C

O

N

T

R

O

L

E

I

N

F

E

C

Ç

Ã

O

Busca ativa e controle

de microbianos

realizados

Demanda de

manutenções

Lixo comum e demanda

de higienização

Vigilância

epidemiológica e

treinamentos

Unidades de

internação

MAN

HIG

SADT, UICl,

UICi, PA,

HIG, CPR

Treinamentos e

vigilância

epidemiológica

SADT, UICl,

UICi, PA,

HIG, CPR

Relatórios gerenciais do

perfil epidemiológico

Demanda de materiais

DIR

ALM Funcionários RH

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79

quantidade e as unidades de medidas. Outro ponto a destacar é que a CAF não

distribui produtos às unidades de internação clínica, cirúrgica e UTI; estas unidades

solicitam os materiais médicos e medicamentos diretamente à Farmácia através da

prescrição médica individual, por paciente, via sistema informatizado. A AS do

subprocesso CAF é apresentada na Figura 17.

Figura 17 - AS do subprocesso da CAF.

Fonte: Pesquisa.

Farmácia (FAR): é um órgão de abrangência assistencial, técnico-científica e

administrativa onde se desenvolvem atividades ligadas às atividades de produção,

armazenamento, controle e dispensação de medicamentos, materiais médico-

hospitalares e correlatos, vindos da CAF, às unidades de internação do hospital. A

farmácia desenvolve as atividades de (i) gerenciamento logístico do setor para a

garantia da integralidade farmacêutica dos produtos dispensados aos pacientes, (ii)

recebimento, conferência e distribuição de materiais médicos e medicamentos para as

unidades de atendimento ao paciente, (iii) presta assistência farmacêutica aos médicos

e pacientes, (iv) presta atenção farmacêutica participando de diversas comissões

Materiais

diversos e

mat/med

Solicitação de

mat/med

Manutenção

preventiva e/ou

corretiva

Água, energia,

telefone

Limpeza e

higienização do

ambiente

Suporte técnico

ALM

NTI

ADM

HIG

FARM, PA, CC,

SADT, CPR, CME,

MAN, HIG, SND

MAN

C

E

N

T

R

A

L

A

B

A

S

T

E

C

F

A

R

M

A

C

Mat/med e outros

insumos entregues

Demanda de

manutenções

Lixo comum e

higienização

FARM, PA, CC,

SADT, CPR, CME,

MAN, HIG, SND

MAN

HIG

Relatórios

gerenciais

Demanda de

materiais

DIR

ALM

Gerenciamento

logístico realizado CAF

RH Funcionários

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80

internas ao hospital como, por exemplo, CCIH, Comissão de Padronização de drogas e

de materiais médicos-hospitalares. O sistema informatizado utilizado pela instituição

foi parametrizado para mensurar o número de itens solicitados pelos setores,

destinando a alocação do custo. As dispensações dos materiais médicos e

medicamentos são feitas por meio da dose individualizada, ou seja, após o médico do

paciente realizar a prescrição médica, os produtos necessários para os cuidados ao

paciente são solicitados, via sistema, pela enfermagem. Após conferência da

prescrição pelos farmacêuticos responsáveis com a solicitação realizada, são

confeccionadas tiras de dose unitária individualizadas com os produtos. Ocorre nova

conferência e a distribuição das doses pelos funcionários da FAR. O setor funciona

vinte e quatro horas por dia, sendo necessárias refeições para os colaboradores. A AS

do subprocesso FAR é apresentada na Figura 18.

Figura 18 - AS do subprocesso da FAR.

Fonte: Pesquisa.

Material de

expediente

Solicitação de

mat/med

Manutenção

preventiva e/ou

corretiva

Água, energia,

telefone

Limpeza e

higienização do

ambiente

Suporte técnico

ALM

NTI

ADM

HIG

PA, UTI,

CC, UICl,

UICi

MAN

F

A

R

M

Á

C

I

A

Mat/med entregues;

assistência e atendimento

farmacêutico realizados

Demanda de manutenções

Lixo comum e higienização

PA, UTI,

CC,

CCIH,

UICl,

UICi

MAN

HIG

Relatórios gerenciais

Demanda de materiais

DIR

ALM

Gerenciamento logístico

realizado

FAR

Mat/med CAF

Demanda de mat/med CAF RH

Funcionários

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81

Centro de Processamento de Roupas (CPR): o serviço de processamento de roupas

oferece os serviços de lavanderia e rouparia sendo responsável pelo processamento de

toda a roupa utilizada no hospital. Cabe também a este setor, a distribuição das roupas,

já limpas, em perfeitas condições de higiene na quantidade adequada às unidades do

hospital (BARTOLOMEU, 1998). A lavanderia hospitalar está organizada em: área

contaminada e área limpa. Cada uma delas apresenta funções específicas:

• área contaminada: é a área de recebimento, separação da roupa - pesada, que

possui manchas, urina, fezes, sangue, remédios, dentre outros e leve, as que não

possuem manchas, apenas suor, poeira - pesagem e lavagem das roupas. Segundo

BARTOLOMEU (1998, p.32), “esta área deve ser absolutamente separada do restante

da lavanderia por meio de parede até o teto (barreira de comunicação) para evitar a

dispersão dos microorganismos pela área limpa, o que levaria à recontaminação das

roupas”.

• área limpa: esta área é dividida em: molhada (centrifugação), seca (secagem,

calandragem, prensagem e dobragem) e rouparia.

Cabe ressaltar que os rampers onde são depositadas as roupas sujas nas unidades de

atendimento ao paciente são fechados com lacres coloridos para uma adequada

identificação e pesagem dos quilos de roupas a serem processadas por setor. Este

controle é realizado em planilha e não está informatizado; o NTI provê apenas alguns

relatórios gerenciais, como o controle de enxoval. Outra consideração pertinente é que

a instituição segue as normas de segurança previstas pelo SCIH, como o uso de

equipamentos de proteção individual (EPI), bem como observa a legislação vigente do

Ministério da Saúde no que se refere a adequações das áreas tidas como limpas e sujas,

como exemplos, a normatização e os cuidados com a parte elétrica, filtros de água,

áreas mínimas das instalações físicas, dentre outras, realizados pela MAN. Dentre as

atividades realizadas pelo CPR estão (i) coletar as roupas nas unidades, (ii) pesar e

segregar a roupa conforme o tipo de sujidade em leve e pesada, (iii) lavar, (iv)

centrifugar o enxoval, (v) secar, (vi) realizar a calandragem, (vii) distribuir as roupas

mediante solicitação da enfermagem e rotinas pré-estabelecidas internas ao setor e

(viii) administrar a unidade. A AS do subprocesso CPR é apresentada na Figura 19.

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82

Figura 19 - AS do subprocesso do CPR.

Fonte: Pesquisa.

Central de Material e Esterilização (CME): possui o objetivo de atender as

necessidades para a realização de procedimentos clínicos e cirúrgicos de maneira

segura, do ponto de vista de redução de riscos de infecção. A CME é a área

responsável pela limpeza e processamento de artigos e instrumentais médico-

hospitalares e é onde se realiza o controle, o preparo, a esterilização e a distribuição

dos materiais hospitalares. O processamento de materiais pode ser realizado por meio

de agentes químico e físico: glutaraldeído e óxido de etileno como agentes químicos e

calor úmido sob alta pressão, uso de autoclaves, como agente físico. Os produtos

esterilizados em meio químico é todo ele utilizado no centro cirúrgico enquanto os que

sofreram os processos por autoclavagem e por ácido de etileno são utilizados por

diferentes áreas; o controle de distribuição é realizado em planilhas sendo apenas o

controle de número de cargas diárias das autoclaves registradas no sistema. Os

equipamentos de autoclave existentes na instituição sofrem manutenções preventivas e

corretivas e são do mesmo modelo possuindo, desta forma, a mesma capacidade de

carga. As atividades mais relevantes executadas por este subsistema são (i) o

Material de expediente

Enxoval sujo,

contaminado

Manutenção preventiva

e/ou corretiva

Água, energia, telefone

Limpeza e

higienização

Treinamentos

ALM

SCIH

ADM

HIG

UICl, UICi, UTI,

PA, SADT, CC,

HEM

MAN

C

E

N

T

R

O

P

R

O

C

E

S

S

A

M

R

O

U

P

A

S

Enxoval processado

Demanda de

manutenções

Lixo comum e

higienização

UICl, UICi, UTI,

PA, HEM, CC,

SADT, CME

MAN

HIG

Relatórios gerenciais

Demanda de materiais

DIR

ALM

Demanda de materiais

de lavanderia

CAF Material de lavanderia CAF

Demanda de

treinamentos

SCIH

RH Funcionários

NTI Suporte técnico

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83

recebimento de material utilizado, sujo ou contaminado, (ii) processos de limpeza e

secagem dos materiais, (iii) preparo dos materiais para a esterilização, (iv)

esterilização de instrumentais cirúrgicos por meio de autoclavagem, (v) esterilização

dos materiais com a utilização de produtos químicos, (vi) esterilização dos

instrumentais por óxido de etileno, (vii) armazenamento, controle do estoque do setor

e distribuição aos subsistemas por meio de solicitação e (viii) gerenciamento. A AS do

subprocesso CME é apresentada na Figura 20.

Figura 20 - AS do subprocesso da CME.

Fonte: Pesquisa.

Enfermagem (ENF): o serviço de enfermagem é o responsável pelo planejamento,

gerenciamento e supervisão da equipe de enfermagem de todos os setores do hospital.

Uma característica específica deste serviço, na instituição em estudo, reside no fato de

alocar neste centro de custo os maqueiros, técnicos em enfermagem que propiciam os

Material de expediente

Artigos sujos e

contaminados

Manutenção preventiva

e/ou corretiva

Água, energia, telefone

Limpeza e higienização

Treinamentos

ALM

SCIH

ADM

HIG

UICl, UICi,

UTI, PA,

SADT, CC,

HEM

MAN

C

E

N

T

R

A

L

M

A

T

E

S

T

E

R

I

L

I

Z

A

Ç

Ã

O

Instrumentais limpos,

desinfetados e estéreis

Demanda de

manutenções

Lixo comum e

higienização

UICl, UICi,

UTI, PA,

HEM, CC,

SADT

MAN

HIG

Relatórios gerenciais

Demanda de materiais

DIR

ALM

Demanda de materiais

médicos CAF

Material médico CAF

Demanda de

treinamentos SCIH Enxoval cirúrgico CPR

Demanda de enxoval

limpo CPR

RH Funcionários

NTI Suporte técnico

SND Lanches, refeições

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84

transportes inter-setoriais dos pacientes, o que justifica a despesa com o pessoal. O

registro de solicitações de remoções e transportes entre os subsistemas é feito em

planilha. A supervisão de enfermagem compreende como atividades principais o

treinamento da equipe, conferência das escalas de serviço e a instituição e

observâncias dos regulamentos internos. A AS do subprocesso ENF é apresentada na

Figura 21.

Figura 21 - AS do subprocesso do ENF.

Fonte: Pesquisa.

Centro cirúrgico (CC): é o setor do hospital onde se realizam intervenções cirúrgicas

através de técnicas estéreis para garantir a segurança do cliente quanto ao controle de

infecção. O CC da instituição em estudo conta com quatro salas para a realização de

procedimentos cirúrgicos, sala de recuperação pós-anestésica, vestiários feminino e

masculino, sala de guarda de equipamentos, arsenal de materiais médicos e posto de

Material de

expediente

Relatórios gerenciais e

solicitações de recursos

humanos

Manutenção

preventiva e/ou

corretiva

Água, energia,

telefone

Limpeza e

higienização

ALM

ADM

HIG

UICl, UICi,

UTI, PA,

CME,

SADT, CC,

HEM

MAN

S

E

R

V

I

Ç

O

E

N

F

E

R

M

A

G

E

M

Normatizações e

supervisão do serviço de

enfermagem

Demanda de manutenções

Lixo comum e demanda de

higienização

UICl,

UICi, UTI,

PA, HEM,

CC, SADT,

CME

MAN

HIG

Relatórios gerenciais

Demanda de materiais

DIR

ALM

Coordenação do serviço de

transporte interno de

pacientes

UICl,

UICi, UTI,

PA, HEM,

CC, SADT

Solicitações de

relatórios gerenciais

Suporte técnico

DIR

NTI

RH

SND Lanches, refeições

Funcionários

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85

enfermagem. As principais atividades realizadas neste subsistema compreende (i) a

admissão do paciente na unidade, (ii) preparo da sala cirúrgica, (iii) aplicação

anestesia, (iv) o ato cirúrgico propriamente dito, (v) atendimento ao paciente na

recuperação pós-anestésica, (vi) transferência do paciente para a unidade de internação

cirúrgica ou UTI (somente na falta de leito cirúrgico é que o paciente é removido para

a unidade clínica) e (vii) preparo da sala cirúrgica para o próximo procedimento. Para

que estas atividades possa ser executadas, o CC conta com uma equipe de

higienização tecnicamente preparada para limpeza do ambiente, laps cirúrgicos e

instrumentais estéreis vindos da CME, enxoval limpo oriundo do CPR, materiais

médicos e medicamentos disponibilizados pela FAR e CAF, bem como os

equipamentos e instalações sofrem manutenções preventivas e corretivas pela MAN.

A AS do subprocesso CC é apresentada na Figura 22.

Figura 22 - AS do subprocesso do CC. .

Fonte: Pesquisa.

Material de expediente

Pacientes, prontuários e

solicitações de cirurgias

Manutenção preventiva

e/ou corretiva

Água, energia, telefone

Limpeza e higienização

UICl, UICi,

UTI, PA,

HEM

C

E

N

T

R

O

C

I

R

Ú

R

G

I

C

O

UICl,

UICi,

UTI

Materiais esterilizados CME

Enxoval cirúrgico limpo

Laudos de exames

Mat/medic. fracionados

Suporte técnico

FAR

NTI

SADT

ALM

CPR

ADM

HIG

MAN

CME

CPR

LAC

HIG

DIR

Pacientes com cirurgias

realizadas e prontuários

com registros

Instrumentais cirúrgicos

utilizados

Enxoval utilizado

Amostra de componentes

para análise

Relatórios gerenciais

Lixo e demanda de

higienização

RH

CAF

SND Lanches, refeições

Mat/Medicamento

Funcionários

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86

Serviço de Apoio Diagnóstico e Terapêutico (SADT): Moura e Viriato (2008)

referem que o serviço auxiliar de diagnose e terapia, como também é conhecido o

SADT, é organizado por setores que prestam serviços para o atendimento à urgências

e a rotinas com o objetivo de diagnosticar infecções e afecções, dando suporte aos

tratamentos por meio de procedimentos terapêuticos. Segundo os autores, o SADT

incorpora tecnologia sofisticada cujos procedimentos são classificados de acordo com

a complexidade em baixa (exames laboratoriais), média (ecocardiografia,

ultrassonografia, endoscopia digestiva) e alta complexidade (procedimentos de

hemodinâmica, tomografia computadorizada). Para fins deste estudo, serão

considerados apenas os exames realizados para atendimento de pacientes internados

ou recepcionados no PA.Compõem o SADT a tomografia (TC), ultrassonografia

(US), radiologia (RAD), endoscopia e colonoscopia (END), ergometria (ERG),

laboratório (LAC) e hemodinâmica (HEM). De maneira geral, estas unidades possuem

como principais atividades o agendamento e realização do exame, e entrega do laudo.

Na TC, na US e na RAD, além das atividades enunciadas anteriormente, é destacado o

posicionamento do paciente, processamento e análise das imagens e digitação do

laudo. A HEM apresenta uma característica específica que é a de auxiliar nos

procedimentos realizados e assistir ao paciente pós-exame, observando possíveis

sinais de sangramento. As etapas do processo do LAB são mais peculiares e

compreendem em (i) agendar a coleta do exame, (ii) coletar o material para análise,

(iii) analisar a amostra, (iv) digitar e conferir o laudo e (v) entregar o resultado. A AS

do subprocesso SADT é apresentada na Figura 23.

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87

Figura 23 - AS do subprocesso do SADT.

Fonte: Pesquisa.

Pronto Atendimento (PA): o setor recebe pacientes externos que são submetidos a

breve intervenção nas áreas de clínica médica, ortopedia e cardiologia. Alguns

procedimentos também são realizados sem que o paciente consulte com um médico do

setor; é o caso de pacientes encaminhados de consultórios com receituário médico

para realizar curativos ou receber inalações. Este subsistema está equipado com

equipamentos para atendimento de urgências e emergências. A unidade utiliza os

serviços do SADT quando se torna necessária a realização de exames. Após a consulta

médica, alguns pacientes podem receber medicamentos prescritos e são reavaliados.

Material de expediente

Solicitação de exames,

guias de atendimento,

prontuários, pacientes

Manutenção preventiva

e/ou corretiva

Água, energia, telefone

Limpeza e higienização

Treinamentos

ALM

SCIH

ADM

HIG

UICl,

UICi, UTI,

PA, HEM,

externos

MAN

S

E

R

V

A

P

O

I

O

D

I

A

G

T

E

R

A

P

Ê

U

T

I

C

O

Pacientes, laudos de

exames emitidos e

prontuários com registros

Demanda de

manutenções

Lixo comum e demanda

de higienização

UICl, UICi,

UTI, PA,

externos

MAN

HIG

Material médico

esterilizado CME

Demanda de

Treinamentos

DIR

Enxoval limpo CPR

Mat/med em pacotes

Mat/med fracionados

CAF

FAR

SND Refeições e dietas

Suporte técnico

Transporte de pacientes

NTI

ENF

Demanda de refeições e

lanches

Demanda de mat/med

Enxoval utilizado

Instrumentais cirúrgicos

utilizados

SND

FARM, CAF

CPR

CME

Relatórios gerenciais

SCIH

NTI Demanda de suporte

técnico

RH Funcionários

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88

Posteriormente, podem ser liberados para casa ou, caso haja necessidade, são

internados para tratamentos clínicos ou cirúrgicos. Diferentemente de outras unidades,

no PA os médicos são contratados como funcionários. As atividades mais importantes

realizadas são (i) a triagem dos pacientes pela enfermagem segundo um score de

gravidade implantado pelo setor, (ii) a consulta médica, (iii) realização de inalações e

administração de medicamentos prescritos em consultórios, (iv) encaminhamento de

pacientes para realizar exames no SADT, (v) reavaliação do estado dos pacientes, (vi)

encaminhamento dos pacientes atendidos para as unidades de internação e (vii)

gerenciamento do setor. A AS do subprocesso PA é apresentada na Figura 24.

Figura 24 - AS do subprocesso Pronto Atendimento.

.

Fonte: Pesquisa.

Unidade de Terapia Intensiva (UTI): a terapia intensiva possui uma diversidade de

atividades que necessitam de recursos humanos especializados, tecnológicos e

administrativos. A UTI atende pacientes maiores de 14 anos, procedentes das unidades

Material de expediente

Pacientes, solicitações de

procedimentos

Manutenções

Água, energia, telefone

Limpeza e higienização

Externo

P

R

O

N

T

O

A

T

E

N

D

I

M

E

N

T

O

UICl,

UICi,

UTI Materiais esterilizados CME

Enxoval limpo

Laudos de exames

Mat. Méd/ Medicamentos

Suporte técnico

FAR

NTI

SADT

ALM

CPR

ADM

HIG

MAN

CME

CPR

Externo

HIG

DIR

Pacientes internados

Instrumentais cirúrgicos

utilizados

Enxoval utilizado

Pacientes liberados para

casa

Relatórios gerenciais

Lixo e demanda de

higienização

REC Cadastro de pacientes

RH Funcionários

Busca ativa, treinamentos SCIH

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89

de internação, centro cirúrgico, hemodinâmica e do pronto atendimento. A equipe

multidisciplinar é composta por médicos prestadores de serviços terceirizados,

enfermeiros, técnicos de enfermagem e auxiliares administrativos. O setor possui 10

leitos sendo um deles destinado a pacientes com patologias imuno-depressivas ou

infecto-contagiosas que necessitam de isolamento. Para realizar suas atividades a UTI

recebe informações, produtos e serviços de quase todos os subsistemas hospitalar,

desde materiais de expediente, roupas, instrumentais estéreis, materiais médicos e

medicamentos, manutenções corretivas e preventivas, dietas, entre outros. Após o

quadro clínico estar estabilizado e o paciente recuperado este é liberado para

readmissão em uma das unidades de internação. Os trabalhos específicos realizados

são (i) admissão do paciente na unidade, (ii) tratamento médico, de enfermagem e/ ou

fisioterápico, aqui retratados com o termo recuperação, (iii) alta do setor e (iv) gestão

da unidade. A AS do subprocesso UTI é apresentada na Figura 25.

Figura 25 - AS do subprocesso da UTI.

.

Fonte: Pesquisa.

Material de expediente

Pacientes, prontuários

Manutenções

Água, energia, telefone

Limpeza e higienização

UICl, UICi,

PA, HEM,

CC

U

N

I

D

A

D

E

T

E

R

A

P

I

N

T

E

N

S

I

V

A

UICl,

UICi

Materiais esterilizados CME

Enxoval limpo

Laudos de exames

Mat. Méd/ Medicamentos

Suporte técnico

FAR

NTI

SADT

ALM

CPR

ADM

HIG

MAN

CME

CPR

HIG

DIR

Pacientes recuperados e

prontuários com registros

Instrumentais cirúrgicos

utilizados

Enxoval utilizado

Relatórios gerenciais

Lixo e demanda de

higienização

SND Dietas

SCIH Busca ativa, treinamentos

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90

Unidade de Internação Clínica (UICl) e Cirúrgica (UICi): são subsistemas que

recebem pacientes admitidos pelo PA, encaminhados de consultórios médicos ou

vindos de casa para serem submetidos a tratamentos clínicos ou cirúrgicos e UTI. A

UICl possui 32 leitos e a UICi tem 34. Como a UTI, estas unidades dependem do

suporte técnico, de informações e produtos e serviços da maioria dos subsistemas

anteriormente apresentados. As principais atividades desenvolvidas nas duas unidades

são (i) a admissão dos pacientes, (ii) tratamentos e cuidados visando a recuperação,

(iii) liberação para alta hospitalar ou encaminhamento para a terapia intensiva e (iv) o

gerenciamento dos setores. A AS dos subprocessos das unidades de internação clínica

e cirúrgica é apresentada na Figura 26.

Figura 26 - AS dos subprocessos das unidades de internação clínica e cirúrgica.

.

Fonte: Pesquisa.

Faturamento (FAT): a finalidade do setor de faturamento é a de apurar os gastos

provenientes do tratamento aos pacientes, tenham sido eles internados ou atendidos no

Material de expediente

Pacientes, prontuários

Manutenções

Água, energia, telefone

Limpeza e higienização

Externo,

UTI, PA

U

N

I

D

A

D

E

S

I

N

T

E

R

N

A

Ç

Ã

O

Externo,

UTI

UICi,

Materiais esterilizados CME

Enxoval limpo

Laudos de exames

Mat. Méd/ Medicamentos

Suporte técnico

FAR

NTI

SADT

ALM

CPR

ADM

HIG

MAN

CME

CPR

HIG

DIR

Pacientes e prontuários com

registros

Instrumentais cirúrgicos

utilizados

Enxoval utilizado

Relatórios gerenciais

Lixo e demanda de

higienização

SND Dietas

SCIH Busca ativa, treinamentos

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91

PA. As principais atividades desenvolvidas pelo setor faturamento são (i) o de faturar

o prontuário do paciente pós-hospitalização, (ii) faturar as fichas de atendimentos

realizados no PA, (iii) conferir e, se necessário, corrigir as faturas emitidas, (iv)

assistir ao auditor médico do convênio e emitir as faturas de cobranças de honorários

médicos, (v) gerar e encaminhar as faturas ao convênio e (vi) realizar o gerenciamento

do setor. Para que as faturas sejam realizadas torna-se necessário a visualização, via

sistema informatizado, dos lançamentos feitos por diferentes unidades do hospital

como realização de exames, dispensação de materiais médicos e medicamentos,

procedimentos clínicos ou cirúrgicos efetuados. Alguns lançamentos manuais são

realizados pelos funcionários do setor como a cobrança de honorários médicos. O

faturamento das contas PA refere-se ao fechamento das faturas, pelo fato dos produtos

e serviços realizados naquele setor serem lançados durante o atendimento ao paciente.

No setor de urgência os médicos são contratados pelo hospital não ocorrendo desta

forma a emissão de cobrança de honorários. Cabe ressaltar que os prontuários, cujos

pacientes receberam atendimentos na UTI, recebem uma classificação diferenciada, no

que se refere a faturamento, pelo fato do paciente ter recebido tratamento clínico ou

cirúrgico, sendo portanto diferente a origem da causa de sua internação. A AS do

subprocesso FAT é apresentada na Figura 27.

Figura 27 - AS do subprocesso do FAT.

Fonte: Pesquisa.

Material de expediente

Prontuários e honorários

médicos para faturar

Manutenção preventiva

e/ou corretiva

Água, energia, telefone

Limpeza e higienização

do ambiente

Suporte técnico

ALM

NTI

ADM

HIG

UTI, UICl,

UICi

MAN

F

A

T

U

R

A

M

E

N

T

O

Faturas de prontuários, de

fichas de atendimento e

processamento de honorários

médicos realizados

Demanda de manutenções

Lixo comum e higienização

Convênio

MAN

HIG

Relatórios gerenciais

Demanda de materiais

DIR

ALM

Prontuários e fichas de

atendimento para arquivo SPP

Faturas para processar PA

RH

SND

Funcionários

Lanches, refeições

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92

Serviço de Prontuário do Paciente (SPP): é o setor responsável pela revisão

seqüencial e organização de documentos pertencentes a pacientes atendidos no pronto

atendimento e ao prontuário do paciente submetidos á internação, com a finalidade de

registro para o envio ao arquivo e guarda, realizado por empresa terceirizada. As

principais atividades realizadas pelo SPP são (i) recebimento e checagem da

documentação dos prontuários e fichas de atendimento do PA, (ii) controle de

documentos, via sistema informatizado, enviados para arquivamento externo, (iii)

resgate de documentos para análises quando da solicitação pela Comissão de Controle

de Infecção Hospitalar (CCIH), Comissão de Revisão de Óbitos e (iv) gerenciamento

do setor. A AS do subprocesso SPP é apresentada na Figura 28.

Figura 28 - AS do subprocesso do SPP.

Fonte: Pesquisa.

Material de expediente

Prontuários e fichas de

atendimento de urgência para

arquivo

Manutenção preventiva e/ou

corretiva

Água, energia, telefone

Limpeza e higienização

Suporte técnico

ALM

NTI

ADM

HIG

FAT

MAN

S

E

R

V

P

R

O

N

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U

Á

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I

O

P

A

C

I

E

N

T

E

Prontuários e fichas de

atendimentos organizados

para arquivo

Demanda de manutenções

Lixo comum e higienização

Fornecedor

terceirizado

MAN

HIG

Relatórios gerenciais

Demanda de materiais

DIR

ALM

Envio e controle de

prontuários

Comissões

internas

Solicitação de prontuários para

análises

Comissões

internas

RH

SND

Funcionários

Lanches, refeições

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93

3.6 PROCEDIMENTOS REALIZADOS PARA APLICAÇÃO DO ABC

Embora tenha uma concepção aparentemente simples, o custeamento com base na

atividade requer uma compreensão mais profunda dos processos e atividades realizados no

âmbito organizacional, incluindo todos os fluxos de materiais e informações necessários ao

seu bom funcionamento. São cinco os passos seqüenciais realizados no desenvolvimento dos

procedimentos, expostos na Figura 29.

O primeiro passo consiste em identificar todos os setores e classificá-los em auxiliares,

intermediários ou produtivos conforme as características específicas que os compõem. Os

centros auxiliares geralmente possuem reciprocidade, não geram renda e seus recursos são

transferidos entre si e entre os demais setores; os intermediários podem gerar receita, contudo

sua função principal é a de fornecer suporte ao funcionamento dos centros produtivos

conforme a necessidade destes em consumir os serviços e é quando ocorre a transferência de

seus recursos; e, os produtivos, são os setores responsáveis por trazer receita à instituição.

No segundo passo ocorre a identificação de todos os recursos financeiros da instituição

que são fornecidos pela contabilidade hospitalar e o levantamento dos dados estatísticos não

financeiros existentes na organização. Ambos trazem elementos fundamentais para o

desenvolvimento do ABC.

A compreensão entre a relação dos serviços e produtos gerados por cada setor e das

necessidades entrantes de outros serviços e produtos vindos de outras unidades é fundamental

para o estabelecimento do terceiro passo. Nesta fase utiliza-se da abordagem sistêmica (AS)

para realizar a descrição dos subprocessos setoriais e o estabelecimento das inter-relações

existentes entre as unidades hospitalares.

O quarto passo é o mapeamento dos processos internos setoriais com o objetivo de

auxiliar na identificação das principais atividades realizadas. Com base nesta identificação

ocorre o desenvolvimento do custeio pelo ABC.

No quinto passo é realizado o custeamento ABC propriamente dito, com base nas

etapas descritas por Kaplan e Cooper (1991). São seis etapas:

• Etapa 1 - Descrição do setor;

• Etapa 2 - Identificação das atividades específicas desenvolvidas na unidade;

• Etapa 3 - Identificação dos recursos financeiros necessários para o desenvolvimento

das atividades e estabelecimento dos direcionadores de recursos;

• Etapa 4 - Alocação dos recursos financeiros às atividades realizadas;

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94

• Etapa 5 - Identificação dos objetos de custos e alocação dos custos das atividades aos

objetos de custos;

• Etapa 6 - Distribuição dos custos apurados do setor para as demais áreas da

instituição.

Figura 29 - Identificação dos procedimentos realizados para a aplicação do ABC.

Fonte: Elaboração própria.

A sexta etapa não ocorre nos centros de custos produtivos. Os quatro setores que os

integram, pronto atendimento, unidade de terapia intensiva, unidade de internação clínica e

unidade de internação cirúrgica, culminam na composição da conta hospitalar do paciente não

sendo seus custos transferidos para nenhuma outra unidade hospitalar.

Centros

auxiliares

Centros

produtivos

Centros

intermediários

Passo 1: Identificação e

classificação dos setores

Identificação dos recursos financeiros

Levantamento de dados estatísticos não financeiros

Passo 2

Descrição dos subprocessos

Análise das inter-relações setoriais

Mapeamento dos processos internos

Aplicação das etapas do custeamento ABC:

Passo 3: AS

Passo 4

Passo 5

ABC

Descrição do setor

Identificação das

atividades

Identificação dos

recursos e dos

direcionadores

Alocação dos recursos

às atividades

Identificação dos objetos

de custos e alocação às

atividades

Distribuição dos custos

para as demais áreas

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95

3.6.1 Identificação, Classificação dos Setores e o Macro Processo Hospitalar

Em Contabilidade de Custos, nos centros auxiliares, pode ocorrer a reciprocidade entre

os departamentos de apoio, de prestação de serviços e auxiliares (LEONE, 2004). As unidades

que formam este grupo são: almoxarifado (ALM), higienização e limpeza (HIG), diretoria

(DIR), manutenção (MAN), núcleo de tecnologia de informação (NTI), serviço de nutrição e

dietética (SND) e recursos humanos (RH), serviço de controle de infecção hospitalar (SCIH),

central de abastecimento farmacêutico (CAF), farmácia (FARM), faturamento (FAT),

recepção (REC) e serviço de prontuário do paciente (SPP). Embora possa existir a

reciprocidade entre estes setores, os mesmos não se relacionam direta ou indiretamente com

os pacientes e não geram receitas.

Nos centros intermediários encontram-se os setores cujas atividades desenvolvidas

servem de apoio ao tratamento dos pacientes alocados nos centros produtivos. São eles:

serviço de endoscopia (END), serviço de ergometria (ERG), radiologia (RAD), tomografia

(TOM), ultrassonografia (US), laboratório (LAC), serviço de hemodinâmica (HEM), centro

cirúrgico (CC), supervisão de enfermagem (ENF), central de material e esterilização (CME) e

centro de processamento de roupas (CPR). De acordo com Souza e Scatena (2009) convém

destacar que neste grupo há centros de custos que podem gerar receitas quando realizam

atendimento a pacientes que não estão internados e sim provenientes de clínicas, consultórios

como, por exemplo, o laboratório, a radiologia. No entanto, sua classificação como

intermediários é realizada tendo em vista a razão principal de sua existência, que é apoiar os

centros de custos produtores de renda.

O Quadro 5 apresenta a classificação dos diversos setores do hospital em centros de

custos de acordo com a reciprocidade, grau de interação com os pacientes e capacidade de

gerar receita para a instituição.

Os centros de custos produtores de renda, por este motivo denominados produtivos,

são “os centros de custos onde o consumo de recursos pode ser designado facilmente aos

pacientes, individualmente” (FALK, 2001, p. 48). Para o autor, este grupo poderia ser

chamado de centro de receita, pois são eles que geram as receitas para a instituição. Os setores

tidos como produtivos são: pronto atendimento (PA), unidade de internação clínica (UCL),

unidade de internação cirúrgica (UCI) e unidade de terapia intensiva (UTI).

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96

Quadro 5 - Classificação dos centros de custos do hospital em estudo. Classificação dos centros de custos

Produtivos Intermediários Auxiliares

Pronto Atendimento (PA) Endoscopia (END) Higienização e Limpeza (HIG)

Unidade Internação Cirúrgica

(UICi) Ergometria (ERG) Almoxarifado (ALM)

Unidade Internação Clínica (UICl) Radiologia (RAD) Diretoria (DIR)

Unidade Terapia Intensiva (UTI) Central de Material Esterilização

(CME) Manutenção (MAN)

Centro de Processamento de

Roupas (CPR) Núcleo Tecnologia Informação (NTI)

Centro Cirúrgico (CC) Recursos Humanos (RH)

Hemodinâmica (HEM) Serviço de Nutrição e Dietética (SND)

Laboratório (LAC)

Serviço Controle Infecção Hospitalar

(SCIH)

Tomografia (TC)

Central Abastecimento Farmacêutico

(CAF)

Serviço Enfermagem (ENF) Farmácia (FARM)

Ultra-sonografia (US) Faturamento (FAT)

Recepção (REC)

Serviço Prontuário Paciente (SPP)

Fonte: Pesquisa.

A abordagem sistêmica hospitalar, Figura 30, ilustra sinteticamente como o os

diferentes setores do hospital interagem para fornecer produtos e serviços médicos e como

estes processos sofrem as influências do meio ambiente. No Anexo é exposto o organograma

da instituição em estudo.

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97

Figura 30 - Síntese da AS do hospital em estudo.

Fonte: Pesquisa.

O macro processo hospitalar, Figura 31, delineia os principais processos realizados

internamente à instituição e apresenta as diferentes formas de interação entre as unidades. Os

centros de custos produtivos e intermediários recebem recursos em forma de produtos e

serviços dos centros auxiliares; por sua vez, os intermediários também fornecem serviços em

forma de exames, materiais e outros insumos para que as unidades produtivas possam

completar o tratamento fornecido aos pacientes.

Corpo clínico,

equipamentos,

mobiliários,

profissionais

contratados, infra-

estrutura, outros

P

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e

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H

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ENTRADAS

SAÍDAS

Pacientes

Coleta de lixo biológico e comum

Mat/med, gases, material expediente,

outros insumos

Alimentos perecíveis, não perecíveis,

dietas enterais

Avaliações de médicos especialistas

Serviço de arquivo

Serviços técnicos especializados

Materiais de lavanderia, manutenção,

limpeza, outros

Água, energia, telefone, outros

Recursos financeiros

Enxoval, instrumentais

Pacientes assistidos

Contas faturadas e

honorários médicos

emitidos

Lixo comum e biológico

coletados

Prontuários e fichas de

atendimento para arquivo

Informações gerenciais para

a matriz

Relatórios para órgãos

fiscalizadores emitidos

Laudos de exames para

pacientes externos

REALIMENTAÇÃO Ambiente

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98

Figura 31 - Macro processo hospitalar.

Fonte: Pesquisa.

3.6.2 Identificação dos Recursos Financeiros e Recursos não Financeiros

Os recursos financeiros do hospital, apresentados Apêndice B2, e distribuídos nos três

grupos de centros de custos, são o resultado da média de doze meses de apuração destacados

no período de coleta de dados. O valor total é de R$ 1.603.846,62. Na exposição destes

recursos não estão inclusos os materiais médicos e medicamentos utilizados no tratamento dos

pacientes, pois a título de apresentação deste trabalho estes são incorporados à medida que se

realiza o custeamento específico de cada setor hospitalar. Os recursos financeiros são:

Início

Atendimento ao

paciente

Internação Pronto atendimento

Clínica Cirúrgica

UICl UTI UTI UICi

Exames Exames Exames

Tratamento

multidisciplinar C. cirúrgico

UICi UTI

Tratamento

multidisciplinar

Alta

Fim

Atendimento

médico

Atendimento de

enfermagem

Reavaliação

médica

Alta 1

1

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i

a

r

e

s

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• pessoal: na composição do custo de pessoal estão inclusos os vencimentos básicos

como salário, adicional noturno e de insalubridade, benefícios oferecidos pela

instituição como seguro e qüinqüênio, encargos financeiros como previdência social.

Um caso peculiar se encontra do centro de custo diretoria, pois devido ao fato do

hospital ser filial da operadora do plano de saúde, alguns setores comuns possuem seus

centros de custos alocados na operadora como é o caso do setor de contabilidade, o

financeiro, contratos, marketing cujo repasse gerencial dos valores atribuídos ao

hospital se faz por importação de arquivo da contabilidade para o sistema

informatizado do hospital;

• material de consumo: composto pelo grupo impressos, expediente e de informática de

aplicação direta;

• serviços de pessoa jurídica (PJ): estão inclusos telefone, energia elétrica, água, serviço

de vigilância, manutenção de software, serviços de consultoria, serviços técnicos

especializados.

Os recursos não financeiros do hospital são apresentados no Apêndice B3 e são os

resultados da média anual do período estabelecido para a coleta dos dados, mensurados

mensalmente por diversos setores do hospital. São eles: número de refeições, quantidade de

treinamentos e monitoração epidemiológica, busca ativa de casos de infecção hospitalar,

número de funcionários, área ocupada pelos setores, índice do almoxarifado, número de

solicitações de manutenção, número de solicitações ao núcleo de tecnologia de informação e

número de solicitações à central farmacêutica de abastecimento.

3.6.3 Água, Energia, Telefone e Depreciação

Algumas considerações e definições de métodos devem ser feitas. No que se refere ao

recurso água e esgoto o hospital possui duas fontes de obtenção de água sendo a primeira a

CAERN (Companhia de Abastecimento de Água e Esgoto do Rio Grande do Norte) e um

poço tubular. O custo da CAERN gira em torno de R$ 39.920,00 e é repassado para os setores

conforme estimativa realizada pela manutenção através do hidrômetro.

Em função da complexidade do sistema e da participação relativamente pequena de

gastos com determinados recursos (como água e energia elétrica, por exemplo) no montante

total das despesas, a opção por critérios essencialmente de rateio parece razoável, visto que a

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mensuração mais rigorosa da relação real de consumo, o que levaria a um rastreamento,

poder-se-ia revelar antieconômica (SILVEIRA, 2010).

O montante transferido para os setores com gastos de telefonia é realizado por

alocação direta pelo fato do hospital possuir um sistema que gera um relatório de utilização

por minutos despendidos de acordo com cada centro de custo. O núcleo de tecnologia de

informação (NTI) realizou um “de – para” onde os valores gastos por cada setor é importado

para o sistema informatizado utilizado no hospital, ocorrendo assim lançamento direto desta

despesa em cada centro de custo.

A atribuição dos valores gastos com energia em cada setor é realizada com base no

consumo dos aparelhos e equipamentos existentes nos respectivos setores. Primeiramente

foram mapeados todos os equipamentos por centro de custo pelo serviço de engenharia clínica

que compõe o setor de manutenção. Em seguida, foram identificadas as potências de cada

aparelho e equipamento para o cálculo de consumo de energia através da fórmula:

KWh = W x H/ 1000

onde:

KWh = consumo de energia em horas;

W = potência do equipamento

H = quantidade de horas de funcionamento.

Uma peculiaridade referente à depreciação é observada. Por ser o hospital um serviço

próprio da operadora de plano de saúde, a matriz optou pelo lançamento dos valores gastos

com aquisição de maquinas e equipamentos em uma conta contábil específica da matriz.

Desta forma, observa-se o baixo valor atribuído à depreciação no hospital em estudo.

3.6.4 Direcionadores

Autores como Turney (1991), Kaplan e Cooper (1998), Boisvert (1999), Martins

(2003) e identificam duas categorias de direcionadores de custos (DC): os direcionadores de

recursos e os direcionadores de atividades. Como direcionadores de recursos, têm-se aqueles

que identificam o consumo de recursos pelas atividades e como direcionadores de atividades,

têm-se aqueles associados ao consumo de atividades pelos objetos de custos. Martins (2003)

refere que o direcionador de recuso identifica como as atividades consomem recursos e

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explica a relação entre recursos gastos e as atividades. Já os direcionadores de custos, segundo

o autor, são as bases utilizadas para atribuir os custos das atividades aos produtos.

Os pacotes de procedimentos cirúrgicos são, em última instância, os objetos de custos

a serem custeados. A composição destes procedimentos contempla:

quantidade de diárias, podendo ser enfermaria ou apartamento e/ ou terapia

intensiva; a diária contempla as refeições dos pacientes e acompanhantes, troca

de roupas de camas, higienização do ambiente, atendimento de enfermagem,

serviços administrativos e técnicos;

materiais médicos e medicamentos específicos de cada cirurgia;

outros materiais e produtos, de uso no paciente, porém comuns a qualquer tipo

de procedimento;

uso de equipamentos, nas unidades de internação, comuns a todo e qualquer

tipo de internação;

taxa de sala cirúrgica que varia de acordo com o tempo de utilização da sala

cirúrgica e tipo de anestesia;

utilização de equipamentos, no centro cirúrgico, comuns a qualquer tipo de

cirurgia realizada.

Para que ocorram os custeamentos destes objetos de custos torna-se necessário

identificar as duas classes de direcionadores dos centros de custos, cujas atividades irão

compor os pacotes cirúrgicos. Os centros de custos são: unidade de internação cirúrgica,

unidade de terapia intensiva e centro cirúrgico. Estas unidades possuem um custo para

desenvolverem suas atividades compostos por desembolso direto e por recursos despendidos

de outras unidades. A soma destes recursos será alocada para as atividades conforme o

consumo, pelos direcionadores de recursos tempo (em minutos), KWh, alocação direta e

estimativa gerencial, formando o custo de cada atividade. O tempo para se realizar as

atividades foi mensurado pelos funcionários das unidades; a alocação do custo da energia

gasta para realizar as atividades foi determinada de acordo com a potência e consumo dos

equipamentos; alocações diretas de recursos foram realizadas quando da utilização total do

recurso pela atividade e, estimativas gerenciais foram consideradas levando-se em conta a

expertise dos gestores. Os objetos de custos consomem as atividades realizadas e seus custos

são direcionados pelos custos destas atividades; seus custos foram alocados pelos

direcionadores de atividades: custo das diárias da UICi e da UTI e, no centro cirúrgico, pelo

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tempo para a realização de cada procedimento, número de cirurgias realizadas e tipo de

anestesia utilizada. A Figura 32 apresenta, esquematicamente, a utilização dos direcionadores

para a formação dos custos das atividades que formam os pacotes de procedimentos

cirúrgicos.

Figura 32 - Utilização dos direcionadores na formação dos custos de pacotes cirúrgicos.

Fonte: Elaboração própria.

Direcionadores

de recursos

Tempo (minutos), KWh, alocação

direta, estimativa gerencial

Atividades

Centro

cirúrgico

Unidade

Internação

cirúrgica e UTI

Taxa de sala Diária

Tempo e

número de

cirurgias, tipo

de anestesia

Direcionadores de atividades

Número de dias

de internação

Custo da diária Custo da

cirurgia

Custo dos pacotes cirúrgicos

Mat/ Med

específicos

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103

3.6.5 Aplicação do ABC nos Setores Auxiliares

3.6.5.1 Higienização e Limpeza (HIG)

Etapa 1 - Descrição do setor

O setor é responsável pela limpeza e conservação de todas as unidades inseridas no

hospital. O hospital possui um total de 5.973,84 m², sendo 4.602,27 m² de área ocupada e

1.371,57 de área comum a diferentes setores. Para efeito de cálculos e inclusão a área comum

foi somada a área da Diretoria (143,50 m) devido ao tipo de direcionador de custos utilizado

neste setor.

Etapa 2 - Identificação das atividades

As atividades envolvidas no processo de higienização e limpeza foram detectadas por

intermédio de observações, análise documental e entrevistas com os funcionários e estão

identificadas no Quadro 6 e mapeadas na Figura 33.

Quadro 6 - Identificação das atividades da HIG.

Atividades Descrição

Higienizar os setores Realiza a higienização e limpeza das áreas críticas, semi-críticas

e não críticas dos setores

Coletar o lixo Diz respeito a coleta do lixo comum e biológico

Gerenciar o setor Engloba todas as atividades de gerenciamento da unidade

Fonte: Pesquisa.

Figura 33 - Mapeamento do processo da HIG.

Fonte: Pesquisa.

Os tipos de higienização envolvidos na organização hospitalar são: (i) limpeza, cuja

finalidade é a de remover a sujidade através de um processo mecânico, diminuindo assim a

Higienizar setores

Áreas não críticas

Higienizar Áreas

semi-críticas

Áreas críticas

Coletar e separar o lixo

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população microbiana no ambiente; (ii) desinfecção, que destrói os microorganismos na

forma vegetativa, existentes em superfícies inertes, mediante aplicação de agentes; e, (iii)

esterilização onde ocorre eliminação completa ou destruição de todas as formas de

microorganismos por meio de agentes físicos e químicos (BARTOLOMEU, 1998).

O serviço de coleta do lixo dos setores é realizado diariamente com a mesma

periodicidade, cinco vezes ao dia. Após a coleta, o setor de higienização e limpeza

responsabiliza-se pela segregação e pesagem do lixo comum e do lixo biológico que, embora

sejam removidos por empresa terceirizada, possuem destinos distintos de descarte e valores

financeiros iguais para cada quilo descartado.

Os serviços de higienização dos setores, coleta do lixo e gerenciamento do setor foram

unidos em um único objeto de custo: serviço de higienização e limpeza. A soma dos custos de

todas as atividades é alocada ao objeto de custo, serviço de higienização e limpeza pelo

motivo do setor apresentar apenas um objeto de custo.

Quanto ao tipo de área destacam-se:

• não crítica (NC): sem risco de transmissão de infecção;

• semi-crítica (SC): ocupadas por pacientes com doenças não-infecciosas, não-

transmissíveis;

• crítica (CR): maior risco de infecção hospitalar.

Etapa 3 – Identificação dos recursos financeiros e dos direcionadores

O direcionador de atividade estabelecido, que distribui o custo da higienização e

limpeza para os setores do hospital, é o índice de higienização:

Para determinação do custo do metro quadrado de higienização por tipo de área – não

crítica, semi-crítica e crítica – a produção foi unificada e trabalhou-se com os custos de

transformação (BORNIA, 2002). Este modelo de cálculo da produção do período, por meio da

determinação de uma unidade de medida comum a todos os produtos, facilita as operações de

cálculo.

Índice de higienização = área X custo higienização do metro quadrado por tipo de área

X quantidade de higienizações por dia.

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Para Kraemer (2002) os custos das matérias-primas são repassados para os serviços

operacionais (esforços produtivos) onde a preocupação é a de medir tais esforços. Desta

maneira encontra-se um fator de equivalência como referência padrão. Para cada posto

operativo ou somente “PO” (que será cada operação de trabalho) calculam-se os custos

valores dos seus esforços de produção unitários e, assim, fixam-se estes esforços em custo-

valor/hora, denominados de foto-índice do posto operativo. A Tabela A1 apresenta o tempo

necessário para realizar as atividades de higienização e limpeza, de acordo com o tipo de área.

Após encontrar a média dos tempos de execução de cada atividade, torna-se necessário

encontrar os custos horários de cada atividade. Este procedimento se deu da mensuração dos

materiais utilizados para a realização de cada atividade por tipo de área. A foto-índice (FIPO)

e o custo do produto base são apresentados na Tabela A2.

Etapa 4 – Alocação dos recursos financeiros às atividades

Após o cálculo do custo/ hora de cada atividade é realizado o estabelecimento do

Índice Base, conforme demonstrado na Tabela A3. O próximo passo consiste em calcular o

foto-índice de base ou somente “FIPB”, que corresponde ao custo despendido para a produção

de uma unidade do produto de base no momento determinado e levando somente em

consideração as despesas tratadas para a formação dos FIPO.

Segundo Allora e Oliveira (2001) para que isto possa ser feito é necessário definir qual

será o produto ou serviço de base considerado e qual a folha de processo relativa a este

produto ou serviço. O produto (ou serviço) base é quem define a estabilidade das unidades de

produção (UP's), ou seja, ele será o responsável pela absorção das variações nos itens de

despesas alocados aos FIPO, tornando constantes as Opôs dos produtos em função das

variações que poderão ocorrer nestes itens de despesas ao longo da utilização do método. Para

estabelecimento do Índice Base, utilizou-se o tipo de área mais representativa em virtude do

tempo de execução dos serviços e por ser um tipo de área que passa por quase todos os

processos de higienização, a área crítica.

O procedimento seguinte sugere a apuração do cálculo de equivalência dos serviços

em unidade de esforço de produção (UEP), o qual representa o custo de transformação

medido em UEP para cada tipo de área, culminando com a unidade de produção (UP) de cada

área, apresentadas nas Tabelas A4, A5 e A6.

Posteriormente, foi calculada a quantidade de UP’s produzidas no período, conforme

Tabela A7.

Etapa 5 – Identificação dos objetos de custos e alocação dos custos aos objetos de custos

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Para calcular o valor monetário da UP, dividiu-se o custo total gasto do período no

setor de higienização e limpeza pelo total de UP’s, demonstrado na Tabela A8.

Etapa 6 - Distribuição do custo do setor para os diferentes setores do hospital

Em última instância, apurou-se o custo da HIG por setor utilizando o valor do metro

quadrado encontrado através da UEP, conforme Tabela 1, segundo o total de área higienizada,

por tipo de área e de acordo com o número de higienizações realizadas.

Tabela 1 - Custo da higienização e limpeza dos setores.

Setores M² Tipo de área Nº higieniz M² (R$) Total (R$)

Central de Material Esterilização 135,93 CR 2 6,20 1.685,53

Centro de P. de Roupas 110,67 CR 2 6,20 1.372,31

Centro Cirúrgico 332,91 CR 12 6,20 24.768,50

Hemodinâmica 227,16 CR 5 6,20 7.041,96

Laboratório 162,76 CR 3 6,20 3.027,34

Higienização e Limpeza 10,90 CR 2 6,20 135,16

Ergometria 40,97 NC 1 2,84 116,35

Serviço de Enfermagem 13,14 NC 1 2,84 37,32

SCIH 9,00 NC 1 2,84 25,56

Central Abastecimento Farmacêutico 87,00 NC 1 2,84 247,08

Farmácia 108,58 NC 1 2,84 308,37

Faturamento 47,23 NC 1 2,84 134,13

Recepção 123,28 NC 2 2,84 700,23

Serviço Prontuário Paciente 58,32 NC 1 2,84 165,63

Almoxarifado 35,00 NC 1 2,84 99,40

Diretoria 1.515,07 NC 1 2,84 4.302,80

Manutenção 12,00 NC 1 2,84 34,08

NTI 27,73 NC 1 2,84 78,75

RH 49,00 NC 1 2,84 139,16

Serviço de Nutrição e Dietética 217,00 NC 2 2,84 1.232,56

Pronto Atendimento 395,23 SC 3 4,47 5.300,03

Unid. Internação Cirúrgica 929,48 SC 3 4,47 12.464,33

Unid. Internação Clínica 899,46 SC 3 4,47 12.061,76

UTI 202,31 SC 3 4,47 2.712,98

Endoscopia 14,77 SC 2 4,47 132,04

Radiologia 66,01 SC 2 4,47 590,13

Tomografia 95,22 SC 2 4,47 851,27

Ultra-sonografia 57,48 SC 2 4,47 513,87

Total: 80.229,11

Fonte: Pesquisa.

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107

3.6.5.2 Almoxarifado (ALM)

Etapa 1 - Descrição do setor

O almoxarifado visa atender e suprir as necessidades das unidades hospitalares seja

esses materiais médicos, medicamentos ou insumos de escritório, mediante requisição via

sistema informatizado. Os materiais médicos e medicamentos são encaminhados para a

farmácia central que administra a distribuição para as unidades de internação e para a

Farmácia e, esta para os pacientes.

Etapa 2 - Identificação das atividades

No almoxarifado foram identificadas 18 atividades de acordo com entrevistas e

observações feitas com os funcionários, porém 6 delas possuem maior representatividade no

que se refere ao tempo de realização, conforme o Quadro 7.

Quadro 7 - Identificação das atividades do ALM.

Atividades Descrição

Receber e conferir os produtos Consulta da solicitação de compra para a conferência do material no

ato da entrega pelo fornecedor

Registrar produtos no sistema Lança os produtos entregues e conferidos no sistema de controle do

estoque

Armazenar os produtos Armazena de acordo com especificações técnicas estabelecidas por tipo de produto

Conferir solicitação Confere a solicitação, segrega o pedido da unidade solicitante

Controlar o estoque e entrega dos

produtos Realiza a baixa dos produtos solicitados no sistema e efetua a entrega

Gerenciar o setor Engloba todas as atividades de gerenciamento da unidade

Fonte: Pesquisa.

A identificação e o mapeamento das atividades permitem um planejamento adequado

das atividades, a definição de responsabilidades e o uso adequado dos recursos disponíveis. O

fluxograma, representado na Figura 34, foi concebido junto ao gestor do setor mediante

entrevista e observações.

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Figura 34 - Mapeamento do processo do ALM.

Fonte: Pesquisa.

A identificação do número de requisições e quantidades de itens contidos nas

solicitações por centro de custo foram realizadas por meio de análise de relatórios gerenciais

do sistema informatizado, obtidos através da média aritmética, no período estabelecido para a

coleta de dados – maio de 2009 à junho de 2010 - resultando no índice do almoxarifado. O

índice foi obtido a partir da seguinte fórmula:

Índice do almoxarifado = Quantidade de requisições X Quantidade de itens

Quantidade de requisições representa a quantidade solicitada em um mês e quantidade

de itens corresponde ao número de itens dispensados em cada solicitação ao almoxarifado. O

índice é apresentado na Tabela A9.

Etapa 3 – Identificação dos recursos financeiros e dos direcionadores

A identificação e valoração dos recursos financeiros foram realizadas por meio de

análise de documentação contábil, apresentados na Tabela A10.

Os recursos consumidos no setor e transferidos para as atividades nele desenvolvidas

foram: pessoal, material de expediente, energia elétrica e telefone conforme Quadro A1.

Etapa 4 – Alocação dos recursos financeiros às atividades

Uma central de compras, não pertencente à estrutura da organização, efetua o pedido

de compra e encaminha , via sistema, para o setor de almoxarifado que confere se o que foi

solicitado está sendo entregue. Caso alguma especificação do pedido esteja em desacordo com

Receber e conferir

mercadoria do fornecedor

Registra mercadoria no Sistema

Devolução de mercadoria ao fornecedor

Efetua a baixa da

mercadoria do estoque,

no Sistema

Recebe requisição do setor solicitante, confere e separa

a mercadoria

Armazena mercadoria

Efetua a baixa da

mercadoria do estoque no

Sistema e entrega o pedido

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o solicitado, o funcionário efetua a devolução. Após a checagem, os produtos são enviados

para o armazenamento. O valor correspondente para receber e conferir os produtos é de

R$ 377,60. A Tabela A11 apresenta os custos das atividades desenvolvidas no almoxarifado.

Para controle do estoque, o almoxarifado utiliza um módulo integrado do sistema

hospitalar informatizado que possibilita o controle das entradas e saídas do estoque, bem

como permite o armazenamento de dados como datas de aquisição e validade dos produtos,

número de lotes, valor unitário, custo médio, entre outros. O custo da atividade de registro dos

produtos no sistema é de R$ 1.835,27. O armazenamento dos produtos segue protocolo

determinado pela instituição onde as características específicas para acondicionamento são

destacadas conforme indicações dos fabricantes como, por exemplo, controle da umidade

relativa do ar, acondicionamento de medicamento em geladeira, entre outros. Para a

realização desta atividade o valor corresponde a R$ 881,07.

O almoxarifado possui uma normatização no que se refere à solicitação e entrega dos

produtos aos diversos setores do hospital onde estão estabelecidos, por setor, os dias para

solicitação dos pedidos e o tempo estimado de entrega pelo almoxarifado. Materiais médicos

e medicamentos são entregues à farmácia central e esta realiza a distribuição conforme

solicitação médica via sistema, nominalmente por paciente. O custo da conferência e

segregação dos pedidos é de R$ 4.153,58.

Para manter o controle do estoque é realizada a baixa dos produtos solicitados no

sistema informatizado para posterior entrega. O valor destinado para esta atividade é de R$

3.692,78. O gerenciamento das atividades produzidas no almoxarifado possui um custo de

R$ 2.423,74 de acordo com o resumo dos custos das atividades exposto na Tabela 2.

Tabela 2 - Resumo dos custos das atividades do ALM. Atividades Custo da atividade

Receber e conferir os produtos 377,60

Registrar os produtos no sistema 1.835,27

Armazenar os produtos 881,07

Conferir as solicitações de produtos 4.153,58

Controlar o estoque e entregar os produtos 3.692,78

Gerenciar o setor 2.423,74

Fonte: Pesquisa.

Etapa 5 – Identificação dos objetos de custos e alocação dos custos aos objetos de custos

O objeto de custo do almoxarifado é, em resumo, formado pelos serviços de

recebimento, armazenamento, conferência, entrega e controle de estoque formando o serviço

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de almoxarifado. Por possuir apenas um objeto de custo, todas as atividades foram agrupadas

e seus custos somados compondo o custo do serviço.

Etapa 6 - Distribuição do custo do setor para os diferentes setores do hospital

O custo unitário do serviço do almoxarifado é calculado a partir do custo total do setor

e do índice obtido na Tabela A9. O valor deste custo é de R$ 0,01045. A alocação do custo do

almoxarifado para as demais unidades do hospital é demonstrada na Tabela 3.

Tabela 3 - Distribuição dos custos do ALM.

Fonte: Pesquisa.

Setor Índice

almoxarifado Valor

Valor

direcionado

Higienização e Limpeza 1.232 0,0104 12,87

Almoxarifado 66 0,0104 0,69

Diretoria 96 0,0104 1,00

Manutenção 638 0,0104 6,67

NTI 12 0,0104 0,13

RH 22 0,0104 0,23

Serviço de Nutrição e Dietética 115.778 0,0104 1.209,88

SCIH 36 0,0104 0,38

Central Abastecimento Farmacêutico 480 0,0104 5,02

Farmácia 821.744 0,0104 8.587,22

Faturamento 1.629 0,0104 17,02

Recepção 656 0,0104 6,86

Serviço Prontuário Paciente 168 0,0104 1,76

Endoscopia 1.974 0,0104 20,63

Ergometria 1.386 0,0104 14,48

Radiologia 54 0,0104 0,56

Central de Material Esterilização 42.328 0,0104 442,33

Centro de Processamento de Roupas 10.467 0,0104 109,38

Centro Cirúrgico 19.026 0,0104 198,82

Hemodinâmica 4760 0,0104 49,74

Laboratório 55.528 0,0104 580,27

Serviço de Enfermagem 68 0,0104 0,71

Tomografia 2.832 0,0104 29,59

Ultra-sonografia 2.502 0,0104 26,15

Pronto Atendimento 100.453 0,0104 1.049,73

Unidade Internação Cirúrgica 28.245 0,0104 295,16

Unidade Internação Clínica 22.392 0,0104 234,00

UTI 44.307 0,0104 463,01

Total 13.364,04

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3.6.5.3 Diretoria (DIR)

Etapa 1 - Descrição do setor

A diretoria hospitalar é a responsável pela administração e coordenação geral das

atividades desenvolvidas no hospital.

.Etapa 2 - Identificação das atividades

A atividade principal da diretoria é a de administrar a instituição.

Etapa 3 – Identificação dos recursos financeiros e dos direcionadores

Os recursos necessários para a execução das atividades da diretoria foram levantados

através de pesquisa documental, conforme a Tabela A12. O critério utilizado para estabelecer

os direcionadores de recurso e de atividade para a diretoria é o número de funcionários devido

ao fato de se utilizar apenas uma atividade, a de administrar o hospital, e por envolver o

quadro de recursos humanos.

Etapa 4 – Alocação dos recursos financeiros às atividades

Os recursos são alocados às atividades desenvolvidas pela direção, conforme

apresentado na Tabela A13.

Etapa 5 – Identificação dos objetos de custos e alocação dos custos aos objetos de custos

A atividade de administrar o hospital abrange as três diretorias e possui um custo de

R$ 175.216,10, conforme apresentado na Tabela B1, Apêndice B1. O objeto de custo

identificado são os serviços da direção.

Etapa 6 - Distribuição do custo do setor para os diferentes setores do hospital

O valor total das atividades realizadas pela direção foi dividido pelo número de

funcionários de cada setor resultando no custo unitário de R$ 309,57. A distribuição dos

recursos para os setores do hospital é apresentada na Tabela 4.

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Tabela 4 - Distribuição dos custos da DIR.

Setor Número

Funcionário Valor unitário Valor direcionador

Higienização e Limpeza 42 309,57 13.001,94

Diretoria 8 309,57 2.476,56

Almoxarifado 6 309,57 1.857,42

Manutenção 13 309,57 4.024,41

NTI 4 309,57 1.238,28

RH 4 309,57 1.238,28

Serviço de Nutrição e Dietética 32 309,57 9.906,24

SCIH 5 309,57 1.547,85

Central Abastecimento Farmacêutico 6 309,57 1.857,42

Farmácia 36 309,57 11.144,52

Faturamento 13 309,57 4.024,41

Recepção 38 309,57 11.763,66

Serviço Prontuário Paciente 1 309,57 309,57

Endoscopia 2 309,57 619,14

Ergometria 1 309,57 309,57

Radiologia 13 309,57 4.024,41

Central de Material Esterilização 15 309,57 4.643,55

Centro de Processamento de Roupas 16 309,57 4.953,12

Centro Cirúrgico 34 309,57 10.525,38

Hemodinâmica 11 309,57 3.405,27

Laboratório 26 309,57 8.048,82

Serviço de Enfermagem 13 309,57 4.024,41

Tomografia 4 309,57 1.238,28

Ultra-sonografia 4 309,57 1.238,28

Pronto Atendimento 64 309,57 19.812,48

Unidade Internação Cirúrgica 53 309,57 16.407,21

Unidade Internação Clínica 61 309,57 18.883,77

UTI 41 309,57 12.692,37

Total 566

175.216,10

Fonte: Pesquisa.

3.6.5.4 Manutenção (MAN)

Etapa 1 - Descrição do setor

O setor manutenção é o responsável pela conservação e manutenção predial e dos

equipamentos médicos-hospitalares.

Etapa 2 - Identificação das atividades

No setor manutenção foram identificadas as principais atividades realizadas e estão

contidas no Quadro 8.

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113

Quadro 8 - Identificação das atividades da MAN. Atividades Descrição

Manutenção elétrica e hidráulica Reparos em tomadas, troca de resistências em chuveiros, troca de

torneiras, contenção de vazamentos na rede hidráulica

Manutenção de máquinas e equipamentos Reparos diversos e manutenções preventivas de máquinas e equipamentos hospitalares

Reparos de pintura e alvenaria Pintura predial e serviços de pedreiro

Gerenciar o setor Gerenciamento do setor

Fonte: Pesquisa.

Etapa 3 – Identificação dos recursos financeiros e dos direcionadores

Os recursos financeiros foram levantados através de pesquisa documental e são

apresentados na Tabela A14. O material de consumo é composto por material de escritório,

elétrico e hidráulico, material para reparo de imóvel, de máquinas e equipamentos. Estes

materiais são mantidos no almoxarifado do hospital e possui custo de aquisição inferior a R$

25,00. Os materiais necessários para reparos nas unidades e adquiridos com valor superior ao

estipulado para o estoque do setor de manutenção são locados diretamente nos centros de

custos solicitantes.

O repasse dos recursos consumidos para a realização das atividades da manutenção é

apresentado através dos direcionadores contidos no Quadro A2.

Etapa 4 – Alocação dos recursos financeiros às atividades

Os recursos consumidos para a execução das atividades da manutenção apresentam-se

distribuídos na Tabela A15. Os materiais elétricos e hidráulico, material para reparo de

imóvel, de máquinas e equipamentos necessários para os reparos são alocados diretamente no

setor quando da necessidade de utilização.

Na Tabela 5 encontra-se o resumo dos custos para a realização de cada atividade pela

manutenção.

Tabela 5 - Custos para realizar as atividades da MAN.

Fonte: Pesquisa.

Etapa 5 – Identificação dos objetos de custos e alocação dos custos aos objetos de custos

Atividade Recurso financeiro

Manutenção elétrica e hidráulica 8.840,35

Manutenção de máquinas e equipamentos 8.040,54

Reparos de pintura e alvenaria 7.211,51

Gerenciar o setor 4.181,92

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114

Os objetos de custos do setor de manutenção são as atividades desenvolvidas:

manutenção elétrica e hidráulica, manutenção de máquinas e equipamentos e reparos de

pintura e alvenaria. O direcionador de atividade utilizado é o número de requisições de

solicitações de serviços, conforme Tabela A16.

Etapa 6 - Distribuição do custo do setor para os diferentes setores do hospital

A alocação do custo do setor de manutenção foi realizada de acordo com o número de

solicitações de serviços. Os materiais necessários para a execução dos serviços foram

solicitados pelo setor de manutenção diretamente para o setor solicitante e registrados na

requisição. A distribuição dos custos da MAN é exposta na Tabela 6.

Tabela 6 - Distribuição dos custos da MAN.

Setor Elétrica e

hidráulica

Máquinas e

equipamentos

Pintura e

alvenaria

Gerenciar o

setor Total

Higienização e Limpeza 818,55 1.340,08 0,00 90,91 2.249,54

Diretoria 0,00 0,00 901,44 272,73 1.174,17

Almoxarifado 0,00 0,00 0,00 181,82 181,82

Manutenção 982,26 670,04 0,00 0,00 1.652,30

NTI 163,71 0,00 0,00 90,91 254,62

RH 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Serviço de Nutrição e Dietética 491,13 1.340,08 901,44 181,82 2.914,47

SCIH 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Central Abastecimento Farmacêutico 163,71 0,00 0,00 0,00 163,71

Farmácia 327,42 0,00 0,00 90,91 418,33

Faturamento 0,00 0,00 0,00 90,91 90,91

Recepção 0,00 0,00 901,44 272,73 1.174,17

Serviço Prontuário Paciente 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Endoscopia 163,71 0,00 0,00 90,91 254,62

Ergometria 0,00 0,00 0,00 181,82 181,82

Radiologia 0,00 0,00 0,00 272,73 272,73

Central de Material Esterilização 327,42 670,04 0,00 181,82 1.179,28

Centro de Processamento de Roupas 654,84 670,04 0,00 363,64 1.688,52

Centro Cirúrgico 982,26 670,04 901,44 272,73 2.826,47

Hemodinâmica 0,00 0,00 901,44 272,73 1.174,17

Laboratório 0,00 0,00 901,44 181,82 1.083,26

Serviço de Enfermagem 0,00 0,00 0,00 181,82 181,82

Tomografia 163,71 670,04 0,00 90,91 924,66

Ultra-sonografia 0,00 0,00 901,44 0,00 901,44

Pronto Atendimento 163,71 670,04 901,44 0,00 1.735,19

Unidade Internação Cirúrgica 1.800,81 670,04 0,00 363,64 2.834,49

Unidade Internação Clínica 1.309,68 0,00 0,00 272,73 1.582,41

UTI 327,42 670,04 0,00 181,82 1.179,28

Total 28.274,32

Fonte: Pesquisa.

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115

3.6.5.5 Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI)

Etapa 1 - Descrição do setor

Ao NTI compete disseminar e apoiar o uso da tecnologia da informação pela

instituição, como forma de favorecer a qualidade, produtividade e efetividade nas atividades

de gestão institucional.

Etapa 2 - Identificação das atividades

O NTI desenvolve as atividades expostas no Quadro 9 cuja identificação foi obtida

mediante entrevistas e observações realizadas com os funcionários do setor.

Quadro 9 - Identificação das atividades do NTI.

Atividades Descrição

Manutenção corretiva e preventiva dos

equipamentos Realizar as manutenções nos equipamentos de informática

Desenvolvimento de software Desenvolver programas.

Desenvolvimento de relatórios e modelagem dos

dados

Desenvolver relatórios gerenciais e fazer adequações nos já

existentes

Aplicação de treinamentos e suporte a dúvidas de

sistema

Realizar treinamentos internos à instituição e dar suporte

para o esclarecimento de dúvidas

Gerenciar o setor Gerenciamento do setor

Fonte: Pesquisa.

Etapa 3 – Identificação dos recursos financeiros e dos direcionadores

Os recursos indispensáveis para a realização das atividades do NTI estão identificados

na Tabela A17 e foram obtidos através de pesquisa documental.

A transferência dos recursos consumidos pelo setor NTI para o desenvolvimento das

atividades são apresentados no Quadro A3.

Etapa 4 – Alocação dos recursos financeiros às atividades

Os recursos financeiros consumidos pelas atividades são apresentados na Tabela A18

e a síntese dos custos das atividades realizadas pelo NTI está exposta na Tabela 7.

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116

Tabela 7 - Custos para realizar as atividades do NTI.

Atividade Valor (R$)

Manutenção corretiva e preventiva dos equipamentos 845,72

Desenvolvimento de software 2.433,11

Desenvolvimento de relatórios e modelagem dos dados 506,74

Aplicação de treinamentos e suporte a dúvidas de sistema 657,79

Gerenciar o setor 891,34

Total 5.334,70

Fonte: Pesquisa.

Etapa 5 – Identificação dos objetos de custos e alocação dos custos aos objetos de custos

O objeto de custo do NTI, serviço de informática, foi obtido através da aglutinação das

atividades desenvolvidas: manutenção corretiva e preventiva dos equipamentos,

desenvolvimento de software, desenvolvimento de relatórios e modelagem dos dados e a

aplicação de treinamentos e suporte a dúvidas de sistema. Por apresentar somente um objeto

de custo, realizou-se a soma dos custos das atividades realizadas, destinando esta soma para o

objeto de custo, serviço de informática. A distribuição do custo do NTI para os diferentes

setores do hospital é admissível mediante o estabelecimento de um direcionador de atividade:

número de ordens de serviço, conforme a Tabela A19.

Etapa 6 - Distribuição do custo do setor para os diferentes setores do hospital

A distribuição dos custos dos serviços realizados pelo NTI para as demais áreas da

instituição foi realizada com base no número de ordens de serviços, conforme apresentado na

Tabela 8.

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117

Tabela 8 - Distribuição dos custos do NTI.

Setor

Manut

corret/

prev.

equip

Desenv

software

Desenv

relat e

modelagem

dos dados

Aplicação

treinam e

suporte a

dúvidas

de sistema

Aplicação

treinam e

suporte a

dúvidas de

sistema

Total

Higienização e Limpeza 0,00 0,00 22,03 43,85 0,00 65,88

Diretoria 45,31 0,00 110,16 0,00 118,85 274,31

Almoxarifado 30,20 243,31 0,00 0,00 0,00 273,52

Manutenção 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

NTI 135,92 243,31 22,03 0,00 118,85 520,11

RH 15,10 0,00 0,00 43,85 0,00 58,95

Serviço de Nutrição e Dietética 15,10 243,31 44,06 87,71 59,42 449,61

SCIH 15,10 0,00 0,00 0,00 59,42 74,52

Central Abastec. Farmacêutico 15,10 0,00 0,00 43,85 0,00 58,95

Farmácia 60,41 243,31 22,03 0,00 59,42 385,17

Faturamento 135,92 486,62 66,10 43,85 118,85 851,34

Recepção 90,61 0,00 22,03 87,71 178,27 378,62

Serviço Prontuário Paciente 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Endoscopia 15,10 0,00 0,00 0,00 0,00 15,10

Ergometria 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Radiologia 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Central de Material Esterilização 15,10 0,00 0,00 0,00 0,00 15,10

Centro de Processamento de

Roupas 0,00 243,31 0,00 0,00 0,00 243,31

Centro Cirúrgico 0,00 243,31 0,00 43,85 0,00 287,16

Hemodinâmica 15,10 243,31 22,03 0,00 59,42 339,87

Laboratório 30,20 0,00 22,03 43,85 59,42 155,51

Serviço de Enfermagem 15,10 0,00 0,00 0,00 59,42 74,52

Tomografia 30,20 0,00 0,00 0,00 0,00 30,20

Ultra-sonografia 30,20 0,00 0,00 0,00 0,00 30,20

Pronto Atendimento 90,61 243,31 44,06 43,85 0,00 421,84

Unidade Internação Cirúrgica 15,10 0,00 22,03 43,85 0,00 80,99

Unidade Internação Clínica 15,10 0,00 44,06 43,85 0,00 103,02

UTI 15,10 0,00 44,06 87,71 0,00 146,87

Total 5.334,70

Fonte: Pesquisa.

3.6.5.6 Recursos Humanos (RH)

Etapa 1 - Descrição do setor

Ao setor de RH compete selecionar, gerir e nortear os colaboradores na direção dos

objetivos e metas da empresa.

Etapa 2 - Identificação das atividades

Estão descritas no Quadro 10 a síntese das principais atividades desenvolvidas no setor

de recursos humanos.

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118

Quadro 10 - Identificação das atividades do RH. Atividades Descrição

Recrutamento, contratação e demissão de

pessoal

Controlar a documentação pertinente para admissão e

desligamento de funcionários

Análise da freqüência de pessoal Realizar o apontamento da freqüência dos funcionários para a

emissão de pagamento de salários

Controle de férias Controlar a programação de férias

Gerenciar o setor Gerenciamento do setor

Fonte: Pesquisa.

Etapa 3 – Identificação dos recursos financeiros e dos direcionadores

Os recursos necessários para a realização das atividades do RH foram identificados

por meio de análise de documentos e estão expostos na Tabela A20.

A transferência de recursos para as atividades desenvolvidas no setor de recursos

humanos é realizada mediante os direcionadores de recursos, de acordo com o Quadro A4.

Etapa 4 – Alocação dos recursos financeiros às atividades

Os recursos financeiros necessários para realizar as atividades no setor de RH estão

alocados conforme o estabelecido pelos direcionadores de recursos, conforme Tabela A21.

O resumo dos custos das atividades do setor de recursos humanos é exposto na Tabela

9.

Tabela 9 - Custos para realizar as atividades do RH.

Atividades Valor (R$)

Recrutamento, contratação e demissão de pessoal 3.812,81

Análise da freqüência de pessoal 3.082,33

Controle de férias 1.133,90

Gerenciar o setor 2.577,06

Fonte: Pesquisa.

Etapa 5 – Identificação dos objetos de custos e alocação dos custos aos objetos de custos

Os objetos de custo do setor de recursos humanos são dois: o primeiro composto pela

soma dos custos das atividades: análise da freqüência, controle de férias e gerir o setor

(atividade 1) cujo custo é de R$6.793,29 e pela atividade de recrutar, contratar e demitir

pessoal (atividade 2) cujo custo é de R$ 3.812,81. O valor unitário da atividade 1 é de

R$ 12,00 e o da atividade 2 é de R$ 47,072.

Optou-se pelos dois tipos de direcionadores pelo fato da atividade 2 ser realizada

esporadicamente, por meio de solicitação dos gestores dos diversos setores do hospital,

porém a atividade 1 é realizada regularmente e seu custo varia de acordo com o número de

funcionários de cada setor.

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119

Etapa 6 - Distribuição do custo do setor para os diferentes setores do hospital

A distribuição dos custos dos serviços realizados pelo RH para as demais áreas da

instituição foi realizada com base no número de funcionários, conforme apresentado na

Tabela 10.

Tabela 10 - Distribuição dos custos do RH.

Setor

Número

Funcio-

nários

Valor

unitário

Ativ 1

Valor

direciona-

dor 1

Número

de

Ativida-

des 2

Valor

unitário

Ativ 2

Valor

direciona-

dor 2

Total

Higienização e Limpeza 42 12,000 504,00 16 47,072 753,15 1.257,15

Diretoria 8 12,000 96,00 0 47,072 0,00 96,00

Almoxarifado 6 12,000 72,00 1 47,072 47,07 119,07

Manutenção 13 12,000 156,00 1 47,072 47,07 203,07

NTI 4 12,000 48,00 0 47,072 0,00 48,00

RH 4 12,000 48,00 0 47,072 0,00 48,00

Serviço de Nutrição e

Dietética 32 12,000 384,00 13 47,072 611,94 995,94

SCIH 5 12,000 60,00 0 47,072 0,00 60,00

Central Abastecimento

Farmacêutico 6 12,000 72,00 1 47,072 47,07 119,07

Farmácia 36 12,000 432,00 2 47,072 94,14 526,14

Faturamento 13 12,000 156,00 6 47,072 282,43 438,43

Recepção 38 12,000 456,00 4 47,072 188,29 644,29

Serviço Prontuário

Paciente 1 12,000 12,00 0 47,072 0,00 12,00

Endoscopia 2 12,000 24,00 0 47,072 0,00 24,00

Ergometria 1 12,000 12,00 1 47,072 47,07 59,07

Radiologia 13 12,000 156,00 0 47,072 0,00 156,00

Central de Material

Esterilização 15 12,000 180,00 0 47,072 0,00 180,00

Centro de Processamento

de Roupas 16 12,000 192,00 11 47,072 517,79 709,79

Centro Cirúrgico 34 12,000 408,00 3 47,072 141,22 549,22

Hemodinâmica 11 12,000 132,00 0 47,072 0,00 132,00

Laboratório 26 12,000 312,00 2 47,072 94,14 406,14

Serviço de Enfermagem 13 12,000 156,00 0 47,072 0,00 156,00

Tomografia 4 12,000 48,00 0 47,072 0,00 48,00

Ultra-sonografia 4 12,000 48,00 0 47,072 0,00 48,00

Pronto Atendimento 64 12,000 768,00 4 47,072 188,29 956,29

Unidade Internação

Cirúrgica 53 12,000 636,00 6 47,072 282,43 918,43

Unidade Internação

Clínica 61 12,000 732,00 8 47,072 376,58 1.108,58

UTI 41 12,000 492,00 2 47,072 94,14 586,14

Total 566

6.792,00 81

3.812,83 10.606,10

Fonte: Pesquisa.

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120

3.6.5.7 Serviço de Nutrição e Dietética (SND)

Etapa 1 - Descrição do setor

O Serviço de Nutrição e Dietética presta assistência nutricional e fornece refeições

balanceadas voltadas às necessidades de cada cliente, visando à satisfação e recuperação da

saúde.

Etapa 2 - Identificação das atividades

Foram aplicados questionários, realizadas entrevistas com os funcionários e feitas

observações para se determinar quais as atividades desenvolvidas no SND. O mapeamento

dos processos realizados é apresentado na Figura 35.

Figura 35 - Mapeamento do processo do SND.

Fonte: Pesquisa.

O Quadro 11 apresenta a descrição das principais atividades executadas na unidade.

Quadro 11 - Identificação das atividades do SND.

Atividades Descrição

Receber e conferir solicitações de dietas Conferir o mapa de dietas com as prescrições médicas

Preparar as dietas Confeccionar as dietas de acordo com as solicitações

Distribuir as dietas Distribuir as dietas para solicitantes

Recolher os utensílios Realizar o recolhimento dos utensílios e a higienização

Gerenciar o setor Gerenciamento do setor

Fonte: Pesquisa.

Etapa 3 – Identificação dos recursos financeiros e dos direcionadores

Receber e conferir solicitação de dietas e refeições

Ref para funcionários Ref para Médicos Dieta para pacientes e acompanhantes

Proceder com

higienização e

desinfecção

Recolher os utensílios

Distribuir as dietas e refeições

Preparar as dietas e refeições

Proceder com higienização e desinfecção

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121

Através de pesquisa documental foram identificados os recursos financeiros

necessários para a execução das atividades desenvolvidas pelo serviço de nutrição e dietética,

apresentados na Tabela A22.

A transferência de recursos para as atividades desenvolvidas no serviço de nutrição e

dietética é realizada mediante os direcionadores de recursos, de acordo com o Quadro A5.

Etapa 4 – Alocação dos recursos financeiros às atividades

As atividades realizadas no SND possuem a finalidade de fornecer as dietas e

refeições para os pacientes, acompanhantes, médicos e funcionários do hospital. As dietas e

refeições são classificadas em quatro tipos: café, almoço, lanche e jantar. Para a determinação

do custo das refeições por tipo optou-se por trabalhar com os custos de transformação

simplificando o modelo de cálculo da produção e do período com a determinação de uma

unidade de medida comum a todos os produtos.

Os custos das matérias-primas são transferidos para os serviços visando à medição dos

esforços da produção (KRAEMER, 2002). Para cada posto operativo (PO) calculam-se os

custos dos seus esforços de produção unitários fixando estes esforços em custo-valor/hora,

chamados de foto-índice do PO. O tempo necessário para realizar as atividades do SND, de

acordo com o tipo de refeição servida, é apresentado na Tabela A23.

Na seqüência torna-se necessário achar os custos horários de cada atividade,

mensurando-se os insumos utilizados para realizar cada atividade por tipo de refeição. A foto-

índice (FIFO) e os custos do produto base estão expostos na Tabela A24

Concluído o cálculo do custo/ hora das atividades estabelece-se o Índice Base, de

acordo com o exposto na Tabela A25. Posteriormente, realiza-se o cálculo da foto-índice de

base (FIPB) para apurar o custo da produção de uma unidade do produto base. O produto base

responde pelas oscilações nos itens de despesas alocadas ao FIFO, fornecendo a estabilidade

das UP’s (ALLORA; OLIVEIRA, 2001). O serviço de maior representatividade em termos de

tempo de execução é estabelecido para a apuração do Índice Base. No caso do SND, é o

serviço de confecção do almoço.

O próximo passo é a apuração do cálculo de equivalência dos serviços em esforço de

produção que culmina com a UP de cada serviço, apresentadas nas Tabelas A26, A27, A28 e

A29.

Na seqüência, foi realizado o cálculo da quantidade de UP’s produzidas no período,

conforme Tabela A30.

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122

Para fazer o cálculo do valor monetário da UP, divide-se o custo total gasto do período

no serviço de nutrição e dietética pelo total de UP’s, exposto na Tabela A31, para em seguida

apurar os valores totais despendidos por cada tipo de serviço.

Etapa 5 – Identificação dos objetos de custos e alocação dos custos aos objetos de custos

Apurou-se o custo dos serviços de nutrição e dietética utilizando-se o valor obtido por

tipo de serviço, encontrado através da UEP, de acordo com a Tabela 11.

Tabela 11 - Resumo dos custos das atividades por tipo de serviço no SND.

Produto Quant. Valor total Valor Unit.

Café 4224 5.000,18 1,18

Almoço 4342 32.998,85 7,60

Lanche 3800 4.498,27 1,18

Jantar 3861 18.966,71 4,91

Fonte: Pesquisa.

Etapa 6 - Distribuição do custo do setor para os diferentes setores do hospital

A partilha dos custos do serviço de nutrição e dietética para as diversas áreas do

hospital é feita com base no número de refeições servidas por setor e por tipo de refeição

(Tabela 12).

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123

Tabela 12 - Distribuição dos custos do SND.

Setor Café Almoço Lanche Jantar Total

Higienização e Limpeza 0,00

Almoxarifado 2,37 2,37

Diretoria 0,00

Manutenção 38,00 78,60 116,60

NTI 0,00

RH 60,37 9,82 70,20

Serviço de Nutrição e Dietética 0,00

SCIH 0,00

Central Abastecimento Farmacêutico 0,00

Farmácia 45,60 69,84 44,21 159,65

Faturamento 76,94 76,94

Recepção 136,80 136,80

Serviço Prontuário Paciente 0,00

Endoscopia 29,59 91,15 120,74

Ergometria 0,00

Radiologia 76,00 116,01 44,21 236,22

Central de Material Esterilização 15,20 10,65 25,85

Centro de Processamento de Roupas 0,00

Centro Cirúrgico 499,54 2.264,78 170,46 1.031,60 3.966,38

Hemodinâmica 53,27 433,20 112,46 88,42 687,34

Laboratório 2,37 509,19 24,86 536,42

Serviço de Enfermagem 220,40 572,94 793,33

Tomografia 14,21 91,20 14,21 19,65 139,26

Ultra-sonografia 0,00

Pronto Atendimento 101,80 881,59 271,08 19,65 1.274,12

Unidade Internação Cirúrgica 1.961,48 13.429,06 1.224,00 7.560,16 24.174,70

Unidade Internação Clínica 2.181,66 13.451,86 1.292,66 9.559,50 26.485,67

UTI 156,26 1.405,98 388,27 510,89 2.461,40

Total 5.000,18 32.998,85 4.498,27 18.966,71 61.464,00

Fonte: Pesquisa.

3.6.5.8 Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH)

Etapa 1 - Descrição do setor

O Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) visa à realização da busca ativa,

através de inspeções diárias em todas as unidades de internação, de possíveis episódios de

infecção hospitalar para notificar, analisar e emitir relatório dos casos identificados. É

também função do SCIH avaliar as condições ambientais e os processos desenvolvidos no

hospital e evitar o surgimento de infecções e estabelecer rotinas que ajudem na prevenção de

infecção hospitalar seguindo a normatização estabelecida pela Comissão de Controle de

Infecção Hospitalar (CCIH).

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124

Etapa 2 - Identificação das atividades

O SCIH desenvolve as atividades expostas no Quadro 12 cuja identificação foi obtida

mediante entrevistas e observações realizadas com os funcionários do setor.

Quadro 12 - Identificação das atividades do SCIH. Atividades Descrição

Realizar vigilância epidemiológica

Realiza a busca ativa através de análise de prontuários de

pacientes que possuem o risco de adquirir infecção nas unidades

de internação

Verificar perfil microbiológico Levantar o perfil microbiológico e realizar estatísticas

Realizar o controle de uso de

antimicrobianos

Faz a padronização e controle do uso de antimicrobianos com o

objetivo de tornar racional o uso das drogas

Realizar treinamentos Difunde os novos conceitos ou tecnologias entre as equipes

multidisciplinares

Gerenciar o setor Gerenciamento do setor

Fonte: Pesquisa.

Etapa 3 – Identificação dos recursos financeiros e dos direcionadores

Através de pesquisa documental foram identificados os recursos financeiros

necessários para a execução das atividades desenvolvidas pelo serviço de controle de infecção

hospitalar, apresentados na Tabela A32.

Os direcionadores de recursos responsáveis pela transferência de recursos para as

atividades realizadas no serviço de controle de infecção hospitalar estão expostos no Quadro

A6.

Etapa 4 – Alocação dos recursos financeiros às atividades

A alocação dos recursos financeiros às atividades do SCHI está exposta na Tabela

A33.

Etapa 5 – Identificação dos objetos de custos e alocação dos custos aos objetos de custos

São dois os objetos de custos identificados para o SCIH: o primeiro corresponde à

atividades realizadas quando o paciente está hospitalizado – unidades de internação - e, o

segundo, refere-se aos setores que prestam atendimento temporário ao paciente ou realizam

atividades envolvendo manipulação de materiais biológicos – pronto atendimento (PA),

serviços de auxílio diagnóstico e terapêutico (SADT), centro cirúrgico (CC), central de

material e esterilização (CME) centro de processamento de roupas (CPR) e higienização e

limpeza (HIG).

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125

Em função de possuir dois objetos de custos, cuja composição apresenta-se na Tabela

A34, o SCIH utiliza de dois direcionadores de custos: número de prontuários avaliados

(corresponde ao mesmo número de internações) para o primeiro objeto de custo e, número de

chamados para avaliação e treinamentos, para o segundo objeto de custo, cujo resumo

encontra-se exposto na Tabela 13.

Tabela 13 - Resumo dos custos das atividades do SCIH. Direcionador de custo Atividade Valor (R$)

Direcionador 1 Número de prontuários

avaliados

Realizar vigilância epidemiológica 10.446,51

Realizar o controle de uso de antimicrobianos

Direcionador 2 Número de chamados

avaliações/ treinamentos

Verificar perfil microbiológico 10.616,97

Realizar treinamentos

Gerenciar o setor

Fonte: Pesquisa.

O custo unitário do direcionador 1 é obtido somando-se o total de prontuários

avaliados e divido pelo valor total desta atividade: R$ 19,66. O custo unitário do direcionador

2 é obtido somando-se o total de chamados para avaliações e treinamentos e divido pelo valor

total da atividade: R$ 227,10.

Etapa 6 - Distribuição do custo do setor para os diferentes setores do hospital

A alocação dos custos do serviço de controle de infecção hospitalar foi direcionada

para as áreas do hospital conforme apresentado na Tabela 14.

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126

Tabela 14 - Distribuição dos custos do SCIH.

Setor Tipo de

direcionador

Quantidade

prontuários/

chamadas

Custo

unitário

Valor

direcionador

(R$)

Valor total

Higienização e Limpeza 2 2 227,10 454,20 454,20

Endoscopia 2 1 227,10 227,10 227,10

Ergometria 2 1 227,10 227,10 227,10

Radiologia 2 1 227,10 227,10 227,10

Central de Material

Esterilização 2 3 227,10 681,30 681,30

Centro de Processamento

de Roupas 2 3 227,10 681,30 681,30

Centro Cirúrgico 2 5 227,10 1.135,50 1.135,50

Hemodinâmica 2 3 227,10 681,30 681,30

Laboratório 2 2 227,10 454,20 454,20

Tomografia 2 1 227,10 227,10 227,10

Ultra-sonografia 2 1 227,10 227,10 227,10

Pronto Atendimento 2 4 227,10 908,40 908,40

Unidade Internação Clínica 2 6 227,10 1.362,60

4.173,98 1 143 19,66 2.811,38

UTI 2 8 227,10 1.816,80

3.173,34 1 69 19,66 1.356,54

Unidade Internação

Cirúrgica

1 328 19,66 6.448,48 7.583,98

2 5 227,10 1.135,50

Total 21.063,47

Fonte: Pesquisa.

3.6.5.9 Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF)

Etapa 1 - Descrição do setor

À Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF) cabe a programação, solicitação,

recebimento do ALM, armazenamento central e a distribuição de materiais médicos e

medicamentos à FAR, CME, CC, SADT, PA e materiais diversos ao CPR, HIG, SND.

Etapa 2 - Identificação das atividades

As atividades inerentes à central de abastecimento farmacêutico englobam o

recebimento de materiais e medicamentos do almoxarifado, conferência, armazenamento,

controle interno de estoque e recebimento de pedido, preparação, baixa no estoque via sistema

informatizado e entrega de pedidos necessários para o desenvolvimento de outras atividades

em diferentes áreas do hospital. É apresentado na Figura 36 o fluxo do processo da CAF.

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127

Figura 36 - Mapeamento do processo da CAF.

Fonte: Pesquisa.

Descrita no Quadro 13, a síntese das principais atividades desenvolvidas no setor.

Quadro 13 - Identificação das atividades da CAF. Atividades Descrição

Receber produtos do almoxarifado Receber, conferir produtos; se divergências com o pedido

de compras, realizar a devolução ao almoxarifado

Realizar entradas de produtos, armazenar e

controlar estoque

Realizar entradas de produtos, armazenar e controlar

estoque interno

Receber solicitação de produtos, separar e

realizar baixa no sistema

Receber solicitação de produtos dos diversos setores,

separar e realizar baixa no sistema

Efetuar entrega de produtos aos solicitantes Entregar os produtos aos setores solicitantes

Gerenciar o setor Gerenciamento das atividades do setor

Fonte: Pesquisa.

Etapa 3 – Identificação dos recursos financeiros e dos direcionadores

Os recursos necessários para a realização das atividades da CAF foram identificados

por meio de análise de documentos, entrevistas com os funcionários e por meio de

observação, expostos na Tabela A35.

A transferência de recursos para as atividades desenvolvidas na central farmacêutica é

realizada mediante os direcionadores de recursos, de acordo com o Quadro A7.

Etapa 4 – Alocação dos recursos financeiros às atividades

Os recursos consumidos para a execução das atividades da central de abastecimento

farmacêutico apresentam-se distribuídos na Tabela A36.

Na Tabela 15 encontra-se o resumo dos custos para a realização de cada atividade pela

CAF.

Receber e conferir

mercadorias do

almoxarifado.

Efetuar a

entrega da

mercadoria ao

setor

solicitante.

Receber requisição

do setor solicitante,

separar e efetuar

baixa dos produtos

no sistema.

Realizar entrada de

produtos no sistema,

armazenar e fazer o

controle de estoque.

Devolver a mercadoria ao

almoxarifado se

inconsistência.

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128

Tabela 15 - Custos das atividades da CAF.

Fonte: Pesquisa.

Etapa 5 – Identificação dos objetos de custos e alocação dos custos aos objetos de custos

Os objetos de custos da central farmacêutica são as atividades desenvolvidas: receber

produtos do almoxarifado, realizar a entrada, armazenar, controlar o estoque interno, receber,

separar as solicitações de produtos de diversas áreas e realizar a baixa dos mesmos via sistema

informatizado e realizar a entrega dos produtos aos setores solicitantes.

O direcionador de atividade utilizado é o índice da central de abastecimento composto

pelo número de requisições feitas pelos setores e pelo número de itens dispensados, conforme

Tabela A37. Cabe ressaltar que existe uma distinção interna à CAF no que se refere a número

de itens dispensados que se distingue de acordo com a unidade de armazenamento: litros,

unidade, caixa, rolo, frasco.

Por possuir apenas um objeto de custo, todas as atividades foram agrupadas e seus

custos somados compondo o custo do serviço no valor de R$ 14.173,22.

Etapa 6 - Distribuição do custo do setor para os diferentes setores do hospital

O custo unitário do serviço da CAF é calculado dividindo o custo total do setor pelo

índice obtido na Tabela A37. O valor deste custo é de R$ 0,002511. A alocação do custo da

central farmacêutica para as demais unidades do hospital é demonstrada na Tabela 16.

Atividade Recurso financeiro

Receber produtos do almoxarifado 796,34

Realizar entradas de produtos, armazenar e controlar estoque 2.624,31

Receber solicitação de produtos, separar e realizar baixa no sistema 5.771,09

Efetuar entrega de produtos aos solicitantes 1.858,14

Gerenciar o setor 3.123,35

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129

Tabela 16 - Distribuição dos custos da CAF.

Setor Índice da CAF Valor (R$) Valor direcionado

Higienização e Limpeza 15.220 0,002511 38,22

Manutenção 1.616 0,002511 4,06

Serviço de Nutrição e Dietética 34.350 0,002511 86,25

Farmácia 1.387.680 0,002511 3.484,46

Endoscopia 6.498 0,002511 16,32

Ergometria 11.420 0,002511 28,68

Radiologia 75.174 0,002511 188,76

Central de Material Esterilização 92.970 0,002511 233,45

Centro de Processamento de Roupas 139.336 0,002511 349,87

Centro Cirúrgico 337.352 0,002511 847,09

Hemodinâmica 49.902 0,002511 125,30

Laboratório 109.540 0,002511 275,05

Tomografia 105.138 0,002511 264,00

Ultra-sonografia 102.952 0,002511 258,51

Pronto Atendimento 3.175.382 0,002511 7.973,38

Total 14.173,22

Fonte: Pesquisa.

3.6.5.10 Farmácia (FAR)

Etapa 1 - Descrição do setor

Cabe à Farmácia o desenvolvimento de atividades de armazenamento, controle e

dispensação de materiais médicos e medicamentos para outras unidades de atendimento ao

paciente.

Etapa 2 - Identificação das atividades

O mapeamento do processo da FAR está exposto na Figura 37 e a identificação das

atividades desenvolvidas encontra-se no Quadro 14.

Figura 37 - Mapeamento do processo da FAR.

Fonte: Pesquisa.

Receber e conferir

prescrições médicas.

Pronto Atendimento

Unidades de Internação

Paciente

Centro Cirúrgico

Gerenciamento logístico.

Distribuir

produtos.

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130

Quadro 14 - Identificação das atividades da FAR.

Atividades Descrição

Gerenciamento logístico Controlar entradas, estoque e saídas de produtos da farmácia

Distribuir de materiais médicos e

medicamentos Dispensar produtos médicos e farmacêuticos aos pacientes

Assistência farmacêutica Prestar assistência farmacêutica em comissões internas

Atenção farmacêutica Prestar atenção farmacêutica aos médicos e pacientes

Gerenciar o setor Gerenciamento das atividades do setor

Fonte: Pesquisa.

Etapa 3 – Identificação dos recursos financeiros e dos direcionadores

A identificação dos recursos financeiros necessários para que a farmácia desenvolva

suas atividades foi obtida através de pesquisa documental, apresentada na Tabela A38.

A transferência de recursos para as atividades desenvolvidas na farmácia é realizada

mediante os direcionadores de recursos, de acordo com o Quadro A8.

Etapa 4 – Alocação dos recursos financeiros às atividades

Os recursos consumidos para a execução das atividades da farmácia estão expostos na

Tabela A39.

Na Tabela 17 encontra-se o resumo dos custos para a realização de cada atividade pela

FAR.

Tabela 17 - Custos das atividades da FAR.

Fonte: Pesquisa.

Etapa 5 – Identificação dos objetos de custos e alocação dos custos aos objetos de custos

Os serviços que mais consomem o tempo dos funcionários são o gerenciamento

logístico e a distribuição de materiais médicos e medicamentos consolidando, por este motivo,

como o objeto de custo da farmácia. Por possuir apenas um objeto de custo, gerenciamento

logístico, todos os custos das atividades desenvolvidas na FAR foram somados e alocados

para o referido objeto de custo.

Etapa 6 - Distribuição do custo do setor para os diferentes setores do hospital

Atividade Recurso financeiro

Gerenciamento logístico 41.576,89

Distribuir de materiais médicos e medicamentos 17.066,24

Assistência farmacêutica 6.764,02

Atenção farmacêutica 13.528,03

Gerenciar o setor 7.325,39

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131

O valor total de itens distribuídos foi de 84.538, a um custo unitário por item de

R$1,02038 (Tabela 18).

Tabela 18 - Distribuição dos custos da FAR.

Setor Quantidade de itens Valor unitário Valor direcionado

Centro Cirúrgico 2.806 1,02038 2.863,19

Pronto Atendimento 2.187 1,02038 2.231,57

Unidade Internação Cirúrgica 11.727 1,02038 11.966,00

Unidade Internação Clínica 39.885 1,02038 40.697,86

UTI 27.933 1,02038 28.502,27

Total 86.260,57

Fonte: Pesquisa.

3.6.5.11 Faturamento (FAT)

Etapa 1 - Descrição do setor

Possui como sua principal função a organização e execução destas faturas para

posterior cobrança ao convênio.

Etapa 2 - Identificação das atividades

O mapeamento das atividades desenvolvidas é exposto na Figura 38.

Figura 38 - Mapeamento do processo do FAT.

.

Fonte: Pesquisa.

O resumo das atividades desenvolvidas pelo FAT encontra-se no Quadro 15.

Analisar prontuários e

fazer lançamentos diversos

Gerenciar o

setor Gerar fatura e enviar

para o convênio

Auxiliar auditoria

médica

Faturar fichas de atendimento da

urgência

Processar faturas e emitir

cobrança de honorários médicos

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132

Quadro 15 - Identificação das atividades do FAT. Atividades Descrição

Faturar prontuários Analisar, fazer lançamentos e faturar prontuários

Faturar fichas de atendimento de urgência Realizar a fatura de atendimentos

Conferir e corrigir faturamento Realizar a conferência e correção das faturas

Assistir ao auditor médico do convênio e emitir

fatura de cobrança de honorários médicos

Esclarecer possíveis dúvidas de lançamentos nas faturas e

emitir fatura dos honorários médicos

Gerar e encaminhar as faturas ao convênio Encaminhar informações para o convênio

Gerenciar o setor Gerenciamento do setor

Fonte: Pesquisa.

Etapa 3 – Identificação dos recursos financeiros e dos direcionadores

Através de pesquisa documental e entrevistas com os funcionários identificou-se os

recursos financeiros necessários ao desenvolvimento das atividades realizadas no setor de

faturamento, conforme exposto na Tabela A40.

A transferência de recursos para as atividades desenvolvidas no setor de faturamento é

realizada mediante os direcionadores de recursos, de acordo com o Quadro A9.

Etapa 4 – Alocação dos recursos financeiros às atividades

Os recursos consumidos pelas atividades do FAT estão expostos na Tabela A41.

Para efeito de identificação, as atividades de assistência ao auditor médico e fatura de

honorários médicos foram aglutinadas devido ao tempo de suas realizações. Na Tabela 19

encontra-se o resumo dos custos para a realização de cada atividade pelo FAT.

Tabela 19 - Custos das atividades do FAT.

Fonte: Pesquisa.

Etapa 5 – Identificação dos objetos de custos e alocação dos custos aos objetos de custos

Os principais serviços realizados pelo FAT são o faturamento de prontuários e das

fichas de atendimento de urgência, sendo estes seus objetos de custos. Para realizar a alocação

dos custos das atividades aos objetos de custos baseou-se no número de prontuários e fichas

de atendimentos faturados sendo em média, respectivamente, 534 e 3.822. O tempo para

realizar estes dois tipos de fatura foi utilizado para direcionar os custos das atividades.

Atividade Recurso financeiro

Faturar prontuários 12.191,14

Faturar fichas de atendimento de urgência 4.604,91

Conferir e corrigir faturamento 5.352,64

Assistir ao auditor médico do convênio e emitir fatura de cobrança de

honorários médicos 1.486,84

Gerar e encaminhar as faturas ao convênio 3.271,06

Gerenciar o setor 4.366,45

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133

Em média, verificou-se que o tempo necessário para o faturamento de um prontuário é

de 25 minutos e para faturar os atendimentos de urgência 5 minutos. Levando-se em conta

que o turno do faturamento é de 40 horas semanais, fatura-se, em média, 26,7 prontuários/dia

e 191,1 fichas de atendimento/dia o que corresponde a 12,26% e 87,74% de prontuários e

fichas de atendimentos, respectivamente, faturados/dia. Na Tabela A42 encontra-se a

alocação dos custos das atividades desenvolvidas no FAT ao objeto de custo.

Etapa 6 - Distribuição do custo do setor para os diferentes setores do hospital

Para realizar a alocação do custo do faturamento de prontuários e fichas de

atendimentos para as unidades de internação e para o PA, utilizou-se como direcionador o

número de prontuários e fichas de atendimentos faturados, expostos na Tabela A42.

Cabe ressaltar que no caso da UTI os prontuários não são faturados diretamente, pois

um paciente pode necessitar dos cuidados intensivos sendo ele classificado como clínico ou

cirúrgico. Portanto, para uma adequada apropriação dos custos do FAT, levou-se em

consideração a clínica de origem do paciente. Pelo fato dos pacientes internados em UTI

serem tratados como pacientes de alta complexidade, requerendo mais cuidados da equipe

multidisciplinar, receber um maior número de medicamentos prescritos, considerou-se o fato

de que a internação em terapia intensiva equivale, em tempo de faturamento, o mesmo que

uma internação em clínicas médica e cirúrgica. Na Tabela 20 encontra-se a distribuição dos

custos do FAT para as unidades.

Tabela 20 - Distribuição dos custos do FAT.

Setores

Número de faturas Número de faturas total Custo

unitário Valor do direcionador

Prontuários Fichas de

atendimento Prontuários

Fichas de

atendimento

UICl 178 0,00 191

0,00 37,39 7.141,74

UTI Cl 13 0,00 0,00

UICi 311 0,00 343

0,00 37,39 12.825,22

UTI Ci 32 0,00 0,00

PA 0,00 3.822 0,00 3.822 2,96 11.305,48

Total 534 3.822

31.273,04

Fonte: Pesquisa.

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134

3.6.5.12 Recepção (REC)

Etapa 1 - Descrição do setor

A atuação do serviço de recepção abrange a manutenção de um atendimento

humanizado e de qualidade junto aos clientes internos e externos. O setor realiza suas

atividades por meio de informações, encaminhamentos e registros de atendimentos para o

setor de urgência, unidades de internação e SADT.

Etapa 2 - Identificação das atividades

O resumo das atividades realizadas na recepção encontra-se no Quadro 16.

Quadro 16 - Identificação das atividades da REC. Atividades Descrição

Cadastrar pacientes para atendimento na urgência e

no SADT via sistema de informação.

Realizar o cadastro do paciente no sistema e emitir a ficha

de atendimento de urgência e de exames

Cadastrar pacientes para internação via sistema de

informação.

Realizar o cadastro do paciente no sistema e emitir a ficha

de internação

Gerenciar os leitos das unidades de internação Controlar os leitos clínicos e cirúrgicos para a internação do paciente

Controle do atendimento telefônico Realizar e receber ligações telefônicas

Gerenciar o setor Gerenciamento do setor

Fonte: Pesquisa.

Etapa 3 – Identificação dos recursos financeiros e dos direcionadores

Através de pesquisa documental identificou-se os recursos financeiros necessários ao

desenvolvimento das atividades realizadas no setor de recepção (Tabela A43).

Os recursos são transferidos conforme os direcionadores, ( Quadro A10).

Etapa 4 – Alocação dos recursos financeiros às atividades

Os recursos consumidos estão expostos na Tabela A44.

Na Tabela 21 encontra-se o resumo dos custos para a realização de cada atividade pela

REC.

Tabela 21 - Custos das atividades da REC.

Fonte: Pesquisa.

Atividade Recurso financeiro

Cadastrar pacientes para atendimento na urgência e no SADT. 17.589,19

Cadastrar pacientes para internação 25.937,37

Gerenciar os leitos das unidades de internação 5.505,03

Controle do atendimento telefônico 9.361,56

Gerenciar o setor 13.109,43

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135

Etapa 5 – Identificação dos objetos de custos e alocação dos custos aos objetos de custos

O objeto de custo da recepção é o de prestar atendimento a pacientes e acompanhante;

os serviços realizados no setor REC foram aglutinados em um único serviço: serviço de

recepção.

O custo do serviço de recepção foi alocado para as unidades de internação clínica e

cirúrgica e para o setor de pronto atendimento através dos direcionadores número de

internações realizadas e número de atendimentos realizados, respectivamente. O número total

de internações clínicas foi de 64 e cirúrgica foi de 382 internações. O número total de

atendimentos na urgência foi de 3.726 atendimentos.

Por apresentar dois objetos de custos, atendimento para a internação e atendimento

para a urgência, somou-se os custos das atividades específicas para a realização de cada uma

das duas atividades. O custo do controle de atendimento telefônico e o de gerenciamento do

setor foram alocados de maneira proporcional aos atendimentos realizados, conforme ilustra a

Tabela A45.

Etapa 6 - Distribuição do custo do setor para os diferentes setores do hospital

A alocação distribuição dos custos da recepção para as diferentes clínicas é

apresentada na Tabela 22. O valor unitário, com arredondamento, para o serviço de recepção

para o internamento do paciente é de R$ 75,80 e para o atendimento ao paciente no setor de

urgência é de R$ 10,11.

Tabela 22 - Distribuição dos custos da REC.

Setor Número de atendimento Valor unitário Valor do direcionador

UICl. 64 75,88 4.856,32

UICi. 382 75,88 28.986,16

PA 3.726 10,11 37.669,86

Total 71.512,34

Fonte: Pesquisa.

3.6.5.13 Serviço de Prontuário do Paciente (SPP)

Etapa 1 - Descrição do setor

Setor onde os documentos dos pacientes são ordenados, registrados e encaminhados

para guarda em arquivo.

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136

Etapa 2 - Identificação das atividades

A identificação das atividades desenvolvidas no SPP e o mapeamento do processo e a

estão expostos no Quadro 17 e na Figura 39 e, respectivamente.

Quadro 17 - Identificação das atividades do SPP. Atividades Descrição

Receber e checar prontuários e fichas de

atendimentos de urgência

Realizar a conferência da seqüência de documentos contidos

nos prontuários antes do envio para arquivo, sob guarda de empresa terceirizada

Realizar o controle dos documentos e

encaminhar para o arquivo

Lançar no sistema e controlar a lista de documentos a serem

enviados para arquivamento

Resgatar e controlar documentos do arquivo Solicitar documentos à empresa terceirizada pelo arquivo,

quando da solicitação pela CCIH e / ou outras comissões

Gerenciar o setor Gerenciamento do setor

Fonte: Pesquisa.

Figura 39 - Mapeamento do processo do SPP.

Fonte: Pesquisa.

Etapa 3 – Identificação dos recursos financeiros e dos direcionadores

Os recursos financeiros necessários para o desenvolvimento das atividades do SPP

foram identificados por meio de pesquisa documental e estão identificados na Tabela A46.

Para realizar a transferência dos recursos consumidos no setor pelas atividades nele

desenvolvidas utilizou-se dos seguintes direcionadores de recursos: tempo em minutos,

estimativa gerencial, KWh e alocação direta (Quadro A11).

Etapa 4 – Alocação dos recursos financeiros às atividades

Um funcionário recebe e confere todos os documentos contidos nos prontuários e nas

fichas de atendimento de urgência, organizados e faturados pelo FAT. O passo seguinte é o

lançamento no sistema de informação da documentação a ser encaminhada para o

arquivamento, realizado por empresa terceirizada.

Receber os prontuários e

fichas de atendimento de

urgência pós-faturamento

Checar a organização

dos documentos

pertencentes aos

prontuários

Resgatar documentos do arquivo

quando solicitado

Encaminhar os documentos para arquivo

e guarda por empresa terceirizada

Realizar o controle no

sistema informatizado dos

prontuários e fichas de

atendimento de urgência

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137

Sistematicamente, documentos são solicitados pelas comissões internas ao hospital,

como exemplo, CCIH, Comissão de Revisão de Óbito, Comissão de Padronização de

Materiais Médicos-hospitalares e Medicamentos. Após solicitação formal por estas

comissões, o SPP solicita os documentos à empresa responsável pelo arquivo do hospital,

registra a saída dos prontuários e os encaminha a comissão solicitante, monitorando seu

reenvio ao setor para novamente proceder com o arquivamento. A alocação dos recursos e o

resumo do custo das atividades do SPP estão expressos nas Tabelas A47 e 23,

respectivamente.

Tabela 23 - Custos das atividades do SPP. Atividade Recurso financeiro

Receber e checar prontuários e fichas de atendimentos de urgência 2.371,09

Realizar o controle dos documentos e encaminhar para o arquivo 1.080,65

Resgatar e controlar documentos do arquivo 526,91

Gerenciar o setor 392,22

Fonte: Pesquisa.

Etapa 5 – Identificação dos objetos de custos e alocação dos custos aos objetos de custos

O serviço de arquivo é composto pelas tarefas: receber e checar os do FAT, realizar o

controle de documentos e encaminhar para o arquivo. A análise das atividades pelo

mapeamento do processo do SPP demonstra que uma parte inexpressiva do tempo para

realizar as atividades do setor é dedicada ao controle de fichas de atendimento de urgência e,

por este motivo, esta atividade foi aglutinada a atividade de controle de documentos do

prontuário. O fato de não ocorrer procedimento médico-cirúrgico no setor de urgência

favorece a alocação destes atendimentos na UICl. Por apresentar apenas um serviço, os custos

de todas as atividades foram somados e alocados diretamente para o serviço de prontuário do

paciente.

Foram realizados arquivos de 234 prontuários da UICl. e 527 da UICi. Em média, o

tempo para se checar um prontuário da clínica médica é o triplo da checagem de um

prontuário da clínica cirúrgica pelo fato do primeiro conter documentos em maior quantidade

e por serem os pacientes advindos de internações de longa permanência. Levando-se em

consideração o tempo de checagem, o total de prontuários é de 761, cujo custo unitário obtido

pela divisão do custo total do setor (R$ 4.370,87) é de R$ 5,744.

Etapa 6 - Distribuição do custo do setor para os diferentes setores do hospital

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138

O direcionador de custos do SPP para as clínicas do hospital foi o número de

prontuários arquivados por clínica versus o tempo de checagem por tipo de prontuário (clínico

ou cirúrgico). Este número não coincide com o número de internações no período pelo fato de

nem todos os prontuários faturados corresponderem às internações ocorridas no mesmo

período. A Tabela 24 expõe a alocação dos custos do SPP para as clínicas.

Tabela 24 - Distribuição dos custos do SPP .

Setor Número de prontuários arquivados Valor

unitário Valor do direcionador

UICl. 234 5,744 1.344,00

UICi. 527 5,744 3.026,87

Total 761

4.370,87

Fonte: Pesquisa.

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139

3.6.6 Aplicação do ABC nos Setores Intermediários

3.6.6.1 Centro de Processamento de Roupas (CPR)

Etapa 1 - Descrição do setor

Unidade responsável pelo processo de recolhimento, lavagem, armazenamento e

distribuição do enxoval do hospital.

Etapa 2 - Identificação das atividades

Para uma melhor compreensão das atividades desenvolvidas no CPR foi descrito o

processo de lavagem da roupas, exposto na Figura 40, que demonstra a trajetória da roupa a

ser processada até sua distribuição nas unidades.

Figura40: Mapeamento do processo do CPR.

Fonte: Pesquisa.

Por meio do mapeamento do processo houve a identificação das atividades

desenvolvidas no CPR, apresentadas no Quadro 18.

Coleta

Pesagem

Separação

Roupas Leves Roupas pesadas

Centrifugação Retorno Seleção

Calandragem

Secagem

Dobragem Estocagem

Distribuição

Lavagem

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140

Quadro 18 - Identificação das atividades do CPR. Atividades Descrição

Coletar roupas Recolher as roupas sujas nas unidades

Separar roupas Separar as roupas de acordo com o grau de sujidade: leve ou pesada

Pesar roupas Realizar a pesagem com o objetivo de adequar as quantidades à capacidade de cada

máquina e segregar conforme o tipo de sujidade

Lavar roupas O processo de lavagem ocorre em separado para os tipos de roupa: leve e pesada

Centrifugar roupas Na área limpa, a centrifugação é realizada

Secar roupas As roupas são encaminhadas para a máquina de secagem

Realizar a

calandragem Arrumação da roupa para posterior calandragem e encaminhamento para estocagem

Distribuir roupas Distribuir as roupas processadas para os diversos setores

Gerenciar o setor Gerenciamento do setor

Fonte: Pesquisa.

Etapa 3 – Identificação dos recursos financeiros e dos direcionadores

Através de pesquisa documental foram identificados os recursos financeiros

necessários para a execução das atividades desenvolvidas pelo centro de processamento de

roupas, apresentados na Tabela A48. A transferência de recursos para as atividades

desenvolvidas no centro de processamento de roupas é realizada mediante os direcionadores

de recursos, de acordo com o Quadro A12.

Etapa 4 – Alocação dos recursos financeiros às atividades

Antes de alocar os recursos as atividades, importante ressaltar as etapas do processo de

lavagem de roupas, Quadro 19.

Quadro 19 - Operações do ciclo de lavagem de roupas.

Operação Finalidade Nível

água Temperatura

Tempo

minutos

Umectação Eliminar sujeiras rapidamente solúveis e dispensáveis

em água fria Alto 20°C 3

Pré-lavagem Eliminar sujeiras solúveis em água morna em meio

alcalino Baixo 45ºC 10

Lavagem Eliminar sujeiras residuais. Efetua-se pela mecânica a

ação físico-química do detergente pela saponificação Baixo 85ºC 15

Enxágüe Eliminar parte dos produtos detergentes e resíduos

alcalinos, assim como a água suja retida na roupa Médio 60ºC 5

Enxágüe Diminuir a temperatura da roupa antes da operação de alvejamento com compostos clorados

Alto 45 a 50ºC 3

Alvejamento Branquear, remover manchas por descoloração e

desinfetar com compostos clorados Médio 23 a 30ºC 10

Enxágüe anti-

cloro

Eliminar os resíduos alcalinos dos detergentes e cloro

residual dos alvejantes Alto

20 a 25ºC 3

Enxágüe Eliminar os produtos anti-cloro e alcalinidade residual

da roupa Alto

20ºC 3

Centrifugação Eliminar o máximo possível de água da roupa - - 5 a 10

Fonte: Adaptado de Bartolomeu (1998).

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141

. A distinção entre os processos para a lavagem de roupas leves e das pesadas está

exposto no Quadro 20.

Quadro 20 - Processos de lavagem da roupa leve e pesada.

Roupas leves Roupas pesadas

Umectação Enxágüe

Enxágüe Enxágüe

Enxágüe Enxágüe

Pré-lavagem Enxágüe

Enxágüe Umectação

Enxágüe Enxágüe

Lavagem Enxágüe

Enxágüe Pré-lavagem

Acidulação e amaciamento Enxágüe

Enxágüe

Lavagem

Enxágüe

Enxágüe

Acidulação e amaciamento

Fonte: Adaptado de Bartolomeu (1998).

Os recursos são alocados as atividades do centro de processamento de roupas,

conforme apresentado na Tabela A49 e o resumo destes custos encontra-se na Tabela 25.

.

Tabela 25 - Custos das atividades do CPR. Atividade Recurso financeiro

Coletar roupas 3.227,00

Separar roupas 2.509,89

Pesar roupas 717,11

Lavar roupas 14.423,44

Centrifugar roupas 2.871,38

Secar roupas 6.463,59

Realizar a calandragem das roupas 10.599,87

Distribuir roupas 5.019,77

Gerenciar o setor 3.603,87

Total 49.435,93

Fonte: Pesquisa.

Etapa 5 – Identificação dos objetos de custos e alocação dos custos aos objetos de custos

O objeto de custo do centro de processamento de roupas é o peso da roupa leve e o

peso da roupa pesada processadas, sendo elencado o peso, em Kg como direcionador para

alocar os custos das atividades desenvolvidas ao objeto de custo. Para o processamento das

roupas utiliza-se de seis etapas para roupas leves e, doze para as roupas pesadas; entretanto, o

processo de umectação só é realizado quando ocorre a lavagem da roupa pesada.

O tempo para a realização da lavagem dos dois tipos de roupas foi calculado com o

objetivo de alocar o processo de umectação apenas para a lavagem da roupa pesada (Tabela

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142

25). O montante de quilos de roupas processadas foi de 26.598 Kg, sendo 14.515 Kg de

roupas leves e 12.083 Kg de roupas pesadas. O custo unitário para o processamento de roupas

leves foi de R$ 1,660 e para roupas pesadas o valor foi de R$ 2,097 (Tabela A50).

Etapa 6 - Distribuição do custo do setor para os diferentes setores do hospital

O custo das atividades para ambos os tipos de processamento de roupa foi alocado,

conforme Tabela 26.

Tabela 26 - Distribuição dos custos do CPR.

Setor

Quilos processados

(Kg)

Valor Unitário

(R$) Valor (R$) Valor Total

(R$) L P L P L P

Endoscopia 263 0 1,66 2,10 436,66 0,00 436,66

Ergometria 268 0 1,66 2,10 444,88 0,00 444,88

Radiologia 112 0 1,66 2,10 185,92 0,00 185,92

Centro Cirúrgico 223 4.556 1,66 2,10 370,18 9.553,93 9.924,11

Hemodinâmica 58 587 1,66 2,10 96,28 1.230,94 1.327,22

Tomografia 163 0 1,66 2,10 270,58 0,00 270,58

Ultra-sonografia 122 0 1,66 2,10 202,52 0,00 202,52

Pronto Atendimento 1.738 230 1,66 2,10 2.885,08 482,31 3.367,39

Unidade Internação

Cirúrgica 5.274 428 1,66 2,10 8.754,84 897,52 9.652,36

Unidade Internação Clínica 5.567 207 1,66 2,10 9.241,22 434,08 9.675,30

UTI 727 6.075 1,66 2,10 1.206,82 12.739,28 13.946,10

Total 24.094,98 25.340,25 49.435,93

Fonte: Pesquisa.

3.6.6.2 Central de Material e Esterilização (CME)

Etapa 1 - Descrição do setor

Segundo Jericó (2008) a CME possibilita que materiais médicos e hospitalares, com

vida útil superior a uma utilização, possam ser reutilizados.

Etapa 2 - Identificação das atividades

O processo da CME possui diversas etapas, apresentadas na Figura 41.

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143

Figura 41 - Mapeamento do processo da CME.

Fonte: Pesquisa.

No Quadro 21 é apresentado o resumo das atividades realizadas na CME.

Quadro 21 - Identificação das atividades da CME. Atividades Descrição

Receber o material sujo

ou contaminado.

O recebimento inclui a conferência quanto as condições de conservação do

material e o registro dos tipos e quantidades de materiais entregues, por setor

Realizar a limpeza e

secagem do material.

Colocar os materiais em solução de sabão enzimático, enxaguar, desinfetar com

hipoclorito a 1%, enxaguar novamente e secar

Preparar o material para a

esterilização.

Receber o material na sala de preparo, realizar a inspeção, separar de acordo com

o grupo de materiais pré-estabelecido, rotular o pacote, identificar o material

(material, data de esterilização, responsável, data de validade da esterilização)

Esterilizar o material.

Autoclave: regular o nível de água, acondicionar os pacotes conforme

especificação técnica, controlar o tempo de autoclavagem de acordo

com os tipos de materiais, aguardar a conclusão do ciclo

Ácido etileno: processo terceirizado

Glutaraldeído: imersão dos materiais na solução conforme o tempo preconizado pelo fabricante

Armazenar e distribuir os

materiais. Armazenar os materiais e dispensar quando da requisição pelos diversos setores

Gerenciar o setor. Gerenciamento do setor

Fonte: Pesquisa.

Etapa 3 – Identificação dos recursos financeiros e dos direcionadores

A identificação dos recursos necessários para a realização das atividades

desenvolvidas pela CME foi obtida através de observações, entrevistas com funcionários e

pesquisa documental, exposta na Tabela A51.

Centro Cirúrgico

Pronto Atendimento

Unidades Internação

SADT

Expurgo

Esterilização Externa

Sala de Preparo

Sala de

Autoclavagem

Distribuição

Esterilização Química

Arsenal

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144

A transferência de recursos para as atividades desenvolvidas na central de material e

esterilização é realizada mediante os direcionadores de recursos, de acordo com o Quadro

A13.

Etapa 4 – Alocação dos recursos financeiros às atividades

Os recursos financeiros da CME foram alocados conforme exposto na Tabela A52.

O resumo da alocação dos recursos da CME está exposto na Tabela 27.

Tabela 27 - Custos das atividades da CME.

Atividade Recurso financeiro

Receber o material sujo ou contaminado 1.360,22

Realizar a limpeza e secagem do material 10.263,34

Preparar o material para a esterilização 6.105,66

Esterilizar na autoclave 9.251,59

Esterilizar com produtos químicos 3.223,28

E Esterilizar com ácido etileno 7.550,80

Armazenar e distribuir os materiais 4.101,64

Gerenciar o setor 5.969,85

Total 47.826,37

Fonte: Pesquisa.

Etapa 5 – Identificação dos objetos de custos e alocação dos custos aos objetos de custos

O número de cargas esterilizado é a quantificação do serviço da CME. Para alocar os

custos das atividades ao objeto de custo tomou-se como base a quantidade numérica de peças

para esterilização de materiais por meio químico ou através do ácido etileno e o número de

carga para os materiais que sofreram esterilização em autoclave. Os custos das atividades de

secar e preparar materiais foram aglutinados ao custo de autoclavar por estarem relacionadas a

este processo. O direcionador utilizado foi o número de peças. Em média, cada carga

comporta 16 peças, totalizando no período a média de 6.841 peças. O número de peças

esterilizadas com produtos químicos totalizou 1.127 peças e, com ácido etileno, 2.109 peças.

A Tabela A53 resume esta alocação onde o custo unitário da peça autoclavada corresponde a

um valor de R$ 4,94 por peça, ou R$ 79,04 por carga.

Etapa 6 - Distribuição do custo do setor para os diferentes setores do hospital

Os custos da central de material e esterilização foram distribuídos para as diferentes

áreas com base no número de peças esterilizadas, conforme exposto na Tabela A54.

A síntese da distribuição dos recursos da CME para os diversos setores do hospital

está exposta na Tabela 28.

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145

Tabela 28 - Distribuição dos custos da CME.

Setor Valor direcionado

Endoscopia 1.641,22

Ergometria 103,81

Radiologia 163,13

Centro Cirúrgico 32.019,98

Hemodinâmica 1.821,78

Pronto Atendimento 2.700,39

Unidade Internação Cirúrgica 4.303,29

Unidade Internação Clínica 2.075,54

UTI 2.997,22

Total 47.826,37

Fonte: Pesquisa.

3.6.6.3 Serviço de Enfermagem (ENF)

Etapa 1 - Descrição do setor

O serviço de enfermagem é o responsável pelo planejamento, gerenciamento e

supervisão da equipe de enfermagem

Etapa 2 - Identificação das atividades

O serviço de enfermagem possui duas funções básicas: supervisionar a equipe de

enfermagem e a de coordenar os funcionários que realizam o transporte interno de pacientes.

Etapa 3 – Identificação dos recursos financeiros e dos direcionadores

Para a realização dos trabalhos desenvolvidos pelo ENF são necessários recursos, tais

como: material de expediente, energia elétrica, telefonia, pagamento de pessoal (Tabela A55).

A transferência de recursos para as atividades desenvolvidas no serviço de

enfermagem é realizada mediante os direcionadores de recursos, de acordo com o Quadro

A14.

Etapa 4 – Alocação dos recursos financeiros às atividades

A alocação dos recursos financeiros encontra-se na Tabela A56.

O resumo dos custos das atividades realizadas pelo ENF está exposto na Tabela 29.

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146

Tabela 29 - Custos das atividades do ENF.

Atividade Recurso financeiro

Supervisão da equipe de enfermagem. 29.708,13

Coordenação dos serviços de transporte interno de pacientes. 10.669,68

Total 40.337,81

Fonte: Pesquisa.

Etapa 5 – Identificação dos objetos de custos e alocação dos custos aos objetos de custos

Os objetos de custo existentes no serviço de enfermagem são o de supervisão da

equipe e coordenação dos serviços de transporte interno de pacientes.

O custo da atividade de supervisão da enfermagem é dividido pelo número de

funcionários presentes em cada setor e o custo da coordenação dos transportes de pacientes é

dividido pelo número de solicitações de transporte feito por cada setor. Embora o transporte

seja inter-setorial, preconizou-se o registro da chama para o setor solicitante. Os custos

unitários destas atividades são, respectivamente, R$ 98,05 e R$ 9,99.

Etapa 6 - Distribuição do custo do setor para os diferentes setores do hospital

A alocação e distribuição dos custos são demonstradas na Tabela 30.

Tabela 30 - Distribuição dos custos do ENF.

Setores

Direcionador Valor unitário das atividades

Valor

direcionado Número de

funcionários

Número de

chamadas

Supervisão

de

enfermagem

Coordenação

de transportes

Endoscopia 2 21 98,05 9,99 405,89

Ergometria 1 0 98,05 9,99 98,05

Radiologia 13 18 98,05 9,99 1.454,47

Central de Material Esterilização 15 0 98,05 9,99 1.470,75

Centro Cirúrgico 34 236 98,05 9,99 5.691,34

Hemodinâmica 11 47 98,05 9,99 1.548,08

Tomografia 4 23 98,05 9,99 621,97

Ultra-sonografia 4 11 98,05 9,99 502,09

Pronto Atendimento 64 166 98,05 9,99 7.933,54

Unidade Internação Cirúrgica 53 385 98,05 9,99 9.042,80

Unidade Internação Clínica 61 118 98,05 9,99 7.159,87

UTI 41 43 98,05 9,99 4.449,62

Total 303 1.068

40.377,81

Fonte: Pesquisa.

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147

3.6.6.4 Centro Cirúrgico (CC)

Etapa 1 - Descrição do setor

Setor onde são realizados procedimentos cirúrgicos estéreis para garantir o controle de

infecção nos pacientes. As cirurgias realizadas que mais contribuem para a receita do hospital,

pela quantidade numérica de procedimentos realizados ou pela representatividade do valor

monetário, são: gastroplastia por videolaparoscopia, tratamento cirúrgico de varizes bilateral,

colecistectomia com colangiografia por videolaparoscopia, herniorrafia inguinal bilateral,

histerectomia total com anexectomia, apendicetomia, tireoidectomia total e postectomia.

Etapa 2 - Identificação das atividades

O mapeamento do processo realizado no CC, exposto na Figura 42, foi realizado para

facilitar a identificação das atividades específicas.

Figura 42 - Mapeamento do processo do CC.

Fonte: Pesquisa.

As atividades do CC, apresentada no Quadro 22, são necessárias para a realização de

cirurgias.

Agendar a cirurgia e preparar a sala cirúrgica

Encaminhar o paciente para Unidade de Internação

Admitir e preparar o paciente

Auxiliar na cirurgia (enfermagem)

Anestesiar o paciente

Encaminhar e prestar assistência ao paciente na Sala Recuperação Anestésica

Preparar

sala para

próxima

cirurgia

Realizar o ato cirúrgico

Preparar sala para próxima cirurgia

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148

Quadro 22 - Identificação das atividades do CC. Atividades Descrição

Admitir o paciente na

unidade.

Verificar tricotomia, confirmar o jejum a presença do prontuário; Conferir o mapa

de cirurgias e verificar horário e sala para a realização; Encaminhar o paciente e

auxiliar seu posicionamento na mesa de cirurgia; Comunicar ao anestesista a

chegada do paciente.

Preparar a sala

cirúrgica.

Colocar os pacotes estéreis com laps, instrumentais, materiais médicos, soluções e

medicamentos; Dispor os instrumentais e outros materiais nas mesas auxiliares;

Checar o foco e o aspirador.

Anestesiar o paciente. Verificar qual procedimento será realizado e realizar a anestesia compatível com o

mesmo (raque, peridural ou geral)

Realizar o ato cirúrgico. A equipe médica, não contratada, realiza a cirurgia conforme diagnóstico

Auxiliar no ato

cirúrgico.

Compete a equipe de enfermagem o auxílio aos cirurgiões, durante o ato operatório, monitorando a sala ou instrumentando para o cirurgião até o término do

procedimento, quando o paciente é encaminhado para a recuperação pós-anestésica

Assistir ao paciente na

recuperação anestésica. Monitorar o paciente, pós-anestesia

Encaminhar o paciente a

unidade de internação.

Contatar a unidade de internação, solicitar sua remoção, orientar a enfermagem

quanto a possíveis drenos, sondas e cuidados imediatos, entregar o prontuário com

os registros médicos e da equipe de enfermagem

Preparar a sala para a

próxima cirurgia.

Recolher os instrumentais utilizados e encaminhá-los ao expurgo da CME;

Acondicionar compressas, gazes, roupas em hamper identificado (setor e roupas

contaminadas); Guardar material médico e medicamentos não utilizados; Remover

para o arsenal os pacotes estéreis não utilizados; Recolher o lixo e realizar a

limpeza e desinfecção da sala

Gerenciar o setor. Gerenciamento do setor

Fonte: Pesquisa.

Etapa 3 – Identificação dos recursos financeiros e dos direcionadores

Para a identificação dos recursos necessários ao desenvolvimento das atividades do

centro cirúrgico foi realizada uma pesquisa documental e pesquisa com funcionários. Estes

recursos estão expostos na Tabela A57.

Os direcionadores de recursos utilizados para alocar os recursos consumidos pelas

atividades do CC são apresentados no Quadro A15.

Etapa 4 – Alocação dos recursos financeiros às atividades

As atividades realizadas no centro cirúrgico recebem a alocação dos recursos

financeiros de acordo com o consumo destes recursos (Tabela A58).

O resumo dos custos para realizar as atividades no centro cirúrgico é apresentado na

Tabela 31.

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149

Tabela 31 - Custos das atividades no CC.

Atividade Recurso financeiro

Admitir o paciente na unidade. 6.219,68

Preparar a sala cirúrgica. 10.098,89

Anestesiar o paciente. 12.934,45

Auxiliar no ato cirúrgico. 39.391,32

Realizar o ato cirúrgico. 44.807,28

Assistir ao paciente na recuperação anestésica. 9.329,52

Encaminhar o paciente a unidade de internação. 7.977,05

Preparar a sala para a próxima cirurgia. 14.245,35

Gerenciar o setor. 10.039,63

Total 155.043,17

Fonte: Pesquisa.

Etapa 5 – Identificação dos objetos de custos e alocação dos custos aos objetos de custos

No centro cirúrgico (CC) são realizados diversos tipos de cirurgias, divididas por

especialidades médicas. Em média, são 424 procedimentos/mês sendo identificado que o

objeto de custos da unidade é a realização de cirurgias. Cabe ressaltar, que quanto menor o

índice de ociosidade do setor, maior rotatividade de pacientes e melhor emprego dos recursos

financeiros disponíveis, melhor será o resultado financeiro obtido.

Para realizar a alocação dos custos das atividades desenvolvidas no CC ao objeto de

custo, os aspectos tempo de execução do procedimento cirúrgico, o tipo de anestesia

empregada e o tempo de recuperação pós-anestésica foram considerados. Entende-se como

tempo de cirurgia o período correspondente da primeira incisão até a última sutura. O

direcionador de recurso tempo foi obtido através da soma dos tempos, em minutos, para

realizar as atividades, conforme Tabela 32.

Tabela 32 - Atividades com custos direcionados pelo tempo.

Atividade Tempo médio

(minutos) Número de cirurgias

Tempo total

Custo total da atividade

Anestesiar o paciente 12 424 5.088 12.934,45

Auxiliar no ato cirúrgico 90 424 38.160 39.391,32

Assistir paciente recuperação anestésica 15 424 6.360 9.329,52

Encaminhar paciente unidade internação 15 424 6.360 7.977,05

Gerenciar o setor 10 424 4.240 10.039,63

Total 60.208 79.671,97

Custo unitário (R$/minuto) 1,32

Fonte: Pesquisa.

A alocação dos custos variáveis das atividades do CC é então obtida pela

multiplicação do tempo médio para realizar todas as atividades que envolvem as cirurgias

pelo custo unitário (R$/minuto), exposto na Tabela A59.

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150

O custo unitário fixo de cada atividade desenvolvida foi obtido conforme exposto na

Tabela 33, formando o custo total para realizar qualquer tipo de cirurgia.

Tabela 33- Atividades com custo fixo direcionado por número de cirurgias.

Atividade Número de

cirurgias

Custo total

da atividade

Custo unitário

R$/cirurgia

Admitir o paciente na unidade 424 6.219,68 14,67

Preparar a sala cirúrgica 424 10.098,89 23,82

Realizar o ato cirúrgico 424 44.807,28 105,68

Preparar sala para próxima cirurgia 424 14.245,35 33,60

Total 424 75.371,20 177,77

Fonte: Pesquisa.

O cálculo do custo da anestesia é feito acordo com o tipo de técnica utilizada; para

realizar estas atividades, levou-se em consideração o valor médio dos anestésicos utilizados

no período da coleta de dados, de acordo com o tipo de anestesia empregada (Tabela A60).

O custo total unitário de cada cirurgia é obtido pela soma de quatro parcelas: (1) custo

da atividade direcionada pelo tempo da cirurgia; (2) custo da atividade direcionada por

cirurgia; (3) custo dos anestésicos (materiais e medicamentos); e, (4) do custo com materiais e

medicamentos específicos de cada cirurgia. Os tempos médios para realização das oito

cirurgias selecionadas e os respectivos custos das atividades direcionadas pelo tempo são

apresentados na Tabela A61.

A cirurgia que possui a maior representação percentual na receita gerada pelo CC é a

gastroplastia com 20,12% do total, em seguida, o tratamento de varizes bilateral com 3,19%.

O restante é distribuído entre os demais procedimentos.

Etapa 6 - Distribuição do custo do setor para os diferentes setores do hospital

Após a alta do paciente da recuperação pós-anestésica, pelo anestesista, o paciente é

transferido para a unidade de internação cirúrgica (UICi) ou para a UTI de acordo com a

orientação médica. Excepcionalmente, por motivo de falta de vaga na UICi, o paciente é

removido para a unidade de internação clínica (UICl). A Tabela 34 apresenta a distribuição

dos custos do centro cirúrgico para estas unidades. Do total de R$ 155.043,17 de despesas

para realizar todas as atividades do CC, o valor de R$ 91.691,91 (59,14%) foram alocados

para a realização dos procedimentos escolhidos.

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151

Tabela 34 - Distribuição dos custos do CC.

Setores Cirurgia Quant.

Preço

unitário

(R$)

Distribuído

(R$)

Total

distribuído

(R$)

UICi

Gastroplastia por vídeo 3 9.672,16 29.016,48

63.733,95

Tratamento cirúrgico Varizes Bilateral 21 915,29 19.221,09

Colecistectomia com colangiografia por

vídeo 6 758,3 4.549,80

Herniorrafia inguinal bilateral 4 662,18 2.648,72

Histerectomia total com anexectomia 4 717,9 2.871,60

Apendicectomia 2 797,13 1.594,26

Tireoidectomia total 5 603,76 3.018,80

Postectomia 2 406,6 813,20

Outras cirurgias 313 * * *

UICl

Tratamento cirúrgico Varizes Bilateral 3 915,29 2.745,87

7.098,61 Histerectomia total com anexectomia 1 717,9 717,90

Tireoidectomia total 4 603,76 2.415,04

Postectomia 3 406,6 1.219,80

Outras cirurgias 11 * * *

UTI

Gastroplastia por vídeo 2 9.672,16 19.344,32

20.859,35 Histerectomia total com anexectomia 1 717,9 717,90

Apendicectomia 1 797,13 797,13

Outras cirurgias 38 * * *

Fonte: Pesquisa.

Outros centros de custos intermediários

Nos setores intermediários, além das unidades de centro de processamento de roupas

(CPR), central de material e esterilização (CME), serviço de enfermagem (ENF) e centro

cirúrgico (CC), encontra-se um grupo de unidades que juntas formam o serviço de apoio de

diagnóstico e terapêutico (SADT) composto pelos seguintes setores: tomografia (TC),

ultrassonografia (US), radiologia (RAD), endoscopia e colonoscopia (END), ergometria

(ERG), laboratório (LAC) e hemodinâmica (HEM).

O mapeamento dos processos do serviço de apoio de diagnóstico e terapêutico é

apresentado na Figura 43.

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152

Figura43 - Mapeamento do processo do SADT.

Fonte: Pesquisa.

3.6.6.5 Endoscopia (END)

Etapa 1 - Descrição do setor

O setor END realiza os exames de endoscopia digestiva que consiste num método de

investigação de doenças do esôfago, estomago e intestinos através de tubos flexíveis

introduzidos pela cavidade oral. Chama-se endoscopia digestiva alta. Esses instrumentos

permitem visualizar a mucosa (revestimento interno) do tubo digestivo, e realizar detalhada

avaliação, assim como coletar material ou mesmo realizar pequenas cirurgias.

Etapa 2 - Identificação das atividades

Receber o paciente na unidade

Digitar o

laudo

LAC

Agendar exame

HEM

TC

US

RAD

ERG

Coletar material

Analisar amostra

Entregar o

resultado

do exame

Processar e analisa as imagens

Posicionar o paciente

Preparar o paciente para o exame

Interpretar e validar o resultado

Digitar conferir e digitar o laudo

Encaminhar o laudo do exame ao setor solicitante

END

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153

A identificação das atividades desenvolvidas no setor de END está exposta no Quadro

23.

Quadro 23 - Identificação das atividades da END. Atividades Descrição

Agendar o exame

Receber a solicitação do exame via sistema informatizado, marcar o

horário para a realização e instruir o preparo para o exame, se

necessário

Realizar o exame Realizar o exame com o médico especialista

Auxiliar o paciente pós-exame Assistir ao paciente até o término do efeito do sedativo

Digitar o laudo e entregar o resultado Digitar o laudo conforme diagnóstico médico e entregar no setor

solicitante

Fonte: Pesquisa.

Etapa 3 – Identificação dos recursos financeiros e dos direcionadores

A identificação dos recursos financeiros ocorreu através de pesquisa documental e

entrevistas com os funcionários do setor, expostas na Tabela A62. As despesas com

honorários médicos não são computadas para o cálculo do custo dos exames pelo motivo do

pagamento ser efetuado diretamente aos médicos que realizam os exames.

Os direcionadores de recursos utilizados são tempo em minutos, estimativa gerencial,

kWh e alocação direta (Quadro A16).

Etapa 4 – Alocação dos recursos financeiros às atividades

As atividades realizadas no setor de endoscopia e colonoscopia recebem a alocação

dos recursos financeiros de acordo com o consumo destes recursos (Tabela A63).

O resumo dos custos para a realização das atividades do setor de endoscopia é

apresentado na Tabela 35.

Tabela 35 - Custos das atividades da END.

Atividades Recurso financeiro

Agendar o exame 361,01

Realizar o exame 5.094,74

Auxiliar o paciente pós-exame 760,36

Digitar o laudo e entregar o resultado 902,05

Total 7.118,16

Fonte: Pesquisa.

Etapa 5 – Identificação dos objetos de custos e alocação dos custos aos objetos de custos

O objeto de custo identificado no END é a prestação de serviços de endoscopia. O

setor realiza em média 141 exames por mês. Por possuir apenas um objeto de custo, o custo

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154

unitário do serviço é obtido com a divisão do custo total dos serviços pelo número de exames

realizados. O custo unitário é de R$ 50,48.

Etapa 6 - Distribuição do custo do setor para os diferentes setores do hospital

Os custos do setor de endoscopia são distribuídos para os diversos setores do hospital

conforme o número de solicitações de exames realizados. Entretanto, o END também realiza

exames para clientes externos, que não estão hospitalizados, conforme Tabela 36.

Tabela 36 - Distribuição dos custos da END.

Setores Quantidade de exames Valor unitário (R$) Total distribuído (R$)

Pronto Atendimento 21 50,4834 1.060,15

Unidade Internação Cirúrgica 19 50,4834 959,18

Unidade Internação Clínica 31 50,4834 1.564,99

UTI 14 50,4834 706,77

Exames externos 56 50,4834 2.827,07

Total 7.118,16

Fonte: Pesquisa.

3.6.6.6 Ergometria (ERG)

Etapa 1 - Descrição do setor

O Serviço de Ergometria realiza o teste ergométrico computadorizado, exame não

invasivo, onde é feito o diagnóstico de dor precordial nas suas diversas situações, ou seja:

diagnóstico e prognóstico, bem como realiza avaliações para exames pré-operatórios, do

ponto de vista cardiológico.

Etapa 2 - Identificação das atividades

A identificação das atividades desenvolvidas no setor de ERG está exposta no Quadro

24.

Quadro 24 - Identificação das atividades da ERG. Atividades Descrição

Agendar o exame Receber a solicitação do exame via sistema informatizado, marcar o horário

para a realização e instruir o preparo para o exame, se necessário

Realizar o exame. Realizar o exame com o médico especialista

Entregar o resultado. Digitar o laudo conforme diagnóstico médico e entregar no setor solicitante

Fonte: Pesquisa.

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Etapa 3 – Identificação dos recursos financeiros e dos direcionadores

Os recursos financeiros foram identificados através de pesquisa documental e

entrevistas com os funcionários do setor, expostas na Tabela A64. Os honorários médicos

não são computados para o cálculo do custo dos exames pelo motivo do pagamento ser

efetuado diretamente aos médicos que realizam os exames.

Os direcionadores de recursos utilizados são tempo em minutos, estimativa gerencial,

KWh e alocação direta (Quadro A17).

Etapa 4 – Alocação dos recursos financeiros às atividades

As atividades realizadas no setor de ergometria recebem a alocação dos recursos

financeiros de acordo com o consumo destes recursos (Tabela A65).

O resumo dos custos para a realização das atividades do setor de ergometria é

apresentado na Tabela 37.

Tabela 37 - Custos das atividades da ERG.

Atividades Recurso financeiro

Agendar o exame 221,23

Realizar o exame 3.566,58

Entregar o resultado 403,01

Total 4.190,82

Fonte: Pesquisa.

Etapa 5 – Identificação dos objetos de custos e alocação dos custos aos objetos de custos

No setor ERG o objeto de custo identificado é a prestação de serviços de ergometria.

O setor realiza em média 91 exames por mês. Por possuir apenas um objeto de custo, o custo

unitário do serviço é obtido com a divisão do custo total dos serviços pelo número de exames

realizados. O custo unitário é de R$ 43,24.

Etapa 6 - Distribuição do custo do setor para os diferentes setores do hospital

Os custos do setor são distribuídos para os diversos setores do hospital conforme o

número de solicitações de exames realizados. Entretanto, o ERG também realiza exames para

clientes externos, que não estão hospitalizados, conforme Tabela 38.

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Tabela 38 - Distribuição dos custos da ERG.

Setores Quantidade de exames Valor unitário (R$) Total distribuído (R$)

Pronto Atendimento 11 46,053 506,58

Unidade Internação Cirúrgica 6 46,053 276,32

Unidade Internação Clínica 12 46,053 552,64

UTI 3 46,053 138,16

Exames externos 59 46,053 2717,13

Total 4.190,82

Fonte: Pesquisa.

3.6.6.7 Radiologia (RAD)

Etapa 1 - Descrição do setor

A Radiologia é a unidade responsável pelos exames diagnósticos radiológicos

realizados para atendimento de pacientes internos e externos ao hospital.

Etapa 2 - Identificação das atividades

A identificação das atividades desenvolvidas no setor de RAD está exposta no Quadro

25.

Quadro 25 - Identificação das atividades da RAD. Atividades Descrição

Agendar o exame

Receber a solicitação do exame via sistema informatizado, marcar o

horário para a realização e instruir o preparo para o exame, se necessário

Posicionar o paciente Manter o paciente posicionado conforme o tipo de exame

Realizar o exame Realizar o exame

Processar e analisar a imagem Revelar o filme e verificar a qualidade da imagem

Analisar e laudar o exame. Avaliar a imagem e dar o laudo pelo especialista

Digitar o laudo e entregar o resultado Digitar o laudo conforme diagnóstico médico e entregar no setor

solicitante

Fonte: Pesquisa.

Etapa 3 – Identificação dos recursos financeiros e dos direcionadores

Os recursos financeiros foram identificados através de pesquisa documental e

entrevistas com os funcionários do setor, expostas na Tabela A66. Os honorários médicos não

são computados para o cálculo do custo dos exames pelo motivo do pagamento ser efetuado

diretamente aos médicos que realizam os exames.

Os direcionadores de recursos utilizados são tempo em minutos, estimativa gerencial,

kWh e alocação direta (Quadro A18).

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157

Etapa 4 – Alocação dos recursos financeiros às atividades

As atividades realizadas no setor de radiologia recebem a alocação dos recursos

financeiros de acordo com o consumo destes recursos (Tabela A67). Nos recursos financeiros

não estão inclusos os papéis DRY para a impressão dos exames; os mesmos serão alocados

conforme o tipo de exame realizado após a identificação dos custos das atividades.

O resumo dos custos para a realização das atividades da radiologia é apresentado na

Tabela 39.

Tabela 39 - Custos das atividades da RAD.

Atividades Recurso Financeiro

Agendar o exame 4.373,01

Posicionar o paciente 3.498,41

Realizar o exame 26.006,54

Processar e analisar a imagem 4.118,22

Analisar e laudar o exame. 3.061,10

Digitar o laudo e entregar o resultado 6.742,90

Fonte: Pesquisa.

Etapa 5 – Identificação dos objetos de custos e alocação dos custos aos objetos de custos

Na radiologia são realizados exames para pacientes internos e externos. O objeto de

custo identificado são os exames realizados no período da pesquisa. O setor realiza em média

1.401 exames por mês. Os custos das atividades são alocados aos objetos de custos através do

direcionador número de raios X revelados. O custo unitário das atividades desenvolvidas na

RAD é expresso na Tabela 40.

Tabela 40 - Custos unitários das atividades da RAD.

Atividades Direcionador Recurso Financeiro

(R$) Custo unitário das

atividades (R$)

Agendar o exame 1.401 exames 4.373,01 3,12

Posicionar o paciente 1.401 exames 3.498,41 2,50

Realizar o exame 1.401 exames 26.006,54 18,56

Processar e analisar a imagem 1.401 exames 4.118,22 2,94

Analisar e laudar o exame. 1.401 exames 3.061,10 2,18

Digitar o laudo e entregar o resultado 1.401 exames 6.742,90 4,81

Total 47.800,18 34,12

Fonte: Pesquisa.

De acordo com o tipo de exame realizado utiliza-se um tamanho de papel DRY de

impressão específico. O valor despendido no mês, em média, com papel DRY de impressão é

de R$ 3.458,54. Acrescido às despesas com as atividades, R$ 47.800,18, o valor do recurso

financeiro total, com arredondamento, para realização dos exames de radiologia é de

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158

R$51.260,00. A tabela A68 apresenta a alocação do papel DRY de impressão e o custo

unitário por tipo de exame.

Etapa 6 - Distribuição do custo do setor para os diferentes setores do hospital

Os custos da radiologia são alocados aos diversos setores do hospital e para a

realização de exames externos, conforme Tabela 41.

Tabela 41 - Distribuição dos custos da RAD.

Tipo

de Exame

Custo unit

UICl UICi UTI PA Externos

Quant Valor direc

Quant Valor direc

Quant Valor direc

Quant Valor direc

Quant Valor direc

1. 35,43 95 3.366,23 54 1.913,44 61 2.161,47 162 5.740,31 46 1.629,96

2. 38,02 43 1.634,86 24 912,48 37 1.406,74 124 4.714,48 47 1.786,94

3. 38,06 24 913,49 4 152,25 19 723,18 128 4.871,94 38 1.446,36

4. 35,43 2 70,87 0 0,00 0 0,00 52 1.842,57 21 744,11

5. 36,75 7 257,24 11 404,23 1 36,75 23 845,20 19 698,21

6. 35,43 6 212,60 11 389,77 2 70,87 21 744,11 13 460,64

7. 35,43 2 70,87 0 0,00 1 35,43 21 744,11 23 814,98

8. 36,07 7 252,49 6 216,42 0 0,00 16 577,12 9 324,63

9. 35,43 6 212,60 12 425,21 3 106,30 7 248,04 9 318,91

10. 36,75 1 36,75 5 183,74 0 0,00 21 771,71 0 0,00

11. 38,06 4 152,25 1 38,06 1 38,06 17 647,05 3 114,19

12. 38,02 3 114,06 0 0,00 0 0,00 13 494,26 3 114,06

13. 35,43 0 0,00 5 177,17 0 0,00 8 283,47 6 212,60

14. 35,43 2 70,87 7 248,04 0 0,00 6 212,60 4 141,74

15. 38,02 3 114,06 0 0,00 0 0,00 6 228,12 3 114,06

16. 35,43 0 0,00 0 0,00 0 0,00 4 141,74 6 212,60

17. 36,07 3 108,21 2 72,14 0 0,00 3 108,21 2 72,14

18. 38,06 0 0,00 4 152,25 0 0,00 3 114,19 3 114,19

19. 38,02 1 38,02 0 0,00 0 0,00 2 76,04 5 190,10

20. 35,43 0 0,00 0 0,00 0 0,00 6 212,60 2 70,87

21. 36,07 2 72,14 0 0,00 0 0,00 4 144,28 2 72,14

22. 35,43 1 35,43 1 35,43 0 0,00 5 177,17 1 35,43

Subtotal 212 7.733,04 147 5.320,63 125 4.578,81 652 23.939,33 265 9.688,68

Total 1.401 exames R$ 51.260,00

Fonte: Pesquisa.

3.6.6.8 Ultra-sonografia (US)

Etapa 1 - Descrição do setor

A ultra-sonografia é um dos métodos de diagnóstico por imagem. As principais

peculiaridades do método ultra-sonográfico residem no fato de ser um método não-invasivo,

as imagens seccionais podem ser obtidas em qualquer orientação espacial, não apresenta

efeitos nocivos significativos dentro do uso diagnóstico na medicina, não utiliza radiação.

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159

Etapa 2 - Identificação das atividades

A identificação das atividades desenvolvidas no setor de US está exposta no Quadro 26.

Quadro 26 - Identificação das atividades da US. Atividades Descrição

Agendar o exame

Receber a solicitação do exame via sistema informatizado,

marcar o horário para a realização e instruir o preparo para o

exame, se necessário

Posicionar o paciente e realizar o exame Manter o paciente posicionado e realizar o exame

Processar e analisar a imagem Revelar o filme e verificar a qualidade da imagem

Laudar o exame Avaliar a imagem e dar o laudo pelo especialista

Digitar o laudo e entregar o resultado Digitar o laudo conforme diagnóstico médico e entregar no setor solicitante

Fonte: Pesquisa.

Etapa 3 – Identificação dos recursos financeiros e dos direcionadores

Para a identificação dos recursos necessários ao desenvolvimento das atividades da

ultra-sonografia foi realizada uma pesquisa documental e pesquisa com funcionários. Estes

recursos estão expostos na Tabela A69.

Os direcionadores de recursos utilizados são tempo em minutos, estimativa gerencial,

KWh e alocação direta (Quadro A19).

Etapa 4 – Alocação dos recursos financeiros às atividades

As atividades realizadas no setor de ultra-sonografia recebem a alocação dos recursos

financeiros de acordo com o consumo destes recursos (Tabela A70). Nos recursos financeiros

não estão inclusos os honorários médicos, pagos diretamente aos médicos pelo plano de

saúde.

O resumo dos custos para a realização das atividades da ultra-sonografia é apresentado

na Tabela 42.

Tabela 42 - Custos das atividades da US.

Atividades Recurso Financeiro

Agendar o exame 796,96

Posicionar o paciente e realizar o exame 6.665,88

Processar e analisar a imagem 2.020,25

Laudar o exame 847,18

Digitar o laudo e entregar o resultado 1.694,38

Fonte: Pesquisa.

Etapa 5 – Identificação dos objetos de custos e alocação dos custos aos objetos de custos

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160

Na ultra-sonografia são realizados exames para pacientes internos e externos. O objeto

de custo identificado é o número de exames realizados no período da pesquisa. O setor

realiza, em média, 973 exames por mês. Os custos das atividades são alocados aos objetos de

custos através do direcionador número de exames, conforme apresentado na Tabela 43.

Tabela 43 - Custos unitários das atividades da US.

Atividades Direcionador Custos das

atividades

Custo unitário das

atividades

Agendar o exame 973 exames 796,96 0,82

Posicionar o paciente e realizar o exame 973 exames 6.665,88 6,85

Processar e analisar a imagem 973 exames 2.020,25 2,08

Laudar o exame 973 exames 847,18 0,87

Digitar o laudo e entregar o resultado 973 exames 1.694,38 1,74

Total 12,36

Fonte: Pesquisa.

Etapa 6 - Distribuição do custo do setor para os diferentes setores do hospital

Os custos da ultra-sonografia, com arredondamento, são alocados aos diversos setores

do hospital e para a realização de exames externos, conforme Tabela 44.

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161

Tabela 44 - Distribuição dos custos da US.

Tipo de Exame

UICl UICi UTI PA Externos

exames

Valor

direc

exames

Valor

direc

exames

Valor

direc

exames

Valor

direc

exames

Valor

direc

US abdômen

total 3 37,08 6 74,16 2 24,72 17 210,12 187 2.311,32

US pélvico-transvaginal

11 135,96 9 111,24 1 12,36 2 24,72 153 1.891,08

US aparelho

urinário

masculino

5 61,80 1 12,36 1 12,36 4 49,44 71 877,56

US mamas 6 74,16 4 49,44 0 0,00 0 0,00 65 803,40

US órgãos

superficiais 4 49,44 0 0,00 0 0,00 5 61,80 62 766,32

US aparelho

urinário

feminino

2 24,72 0 0,00 0 0,00 6 74,16 53 655,08

Doppler colorido

venoso MMII 6 74,16 1 12,36 1 12,36 0 0,00 50 618,00

US próstata_via

abdominal 7 86,52 0 0,00 0 0,00 0 0,00 49 605,64

US articulações 2 24,72 0 0,00 0 0,00 4 49,44 37 457,32

Eco Doppler de

carótidas 2 24,72 0 0,00 1 12,36 0 0,00 22 271,92

US obstétrica 1 12,36 0 0,00 1 12,36 0 0,00 22 271,92

US abdômen

superior 1 12,36 1 12,36 0 0,00 1 12,36 19 234,84

Eco Doppler

vertebral ou vascular

periférico

2 24,72 0 0,00 1 12,36 0 0,00 19 234,84

US pélvica 1 12,36 2 24,72 0 0,00 0 0,00 17 210,12

US estruturas

superficiais 0 0,00 0 0,00 0 0,00 2 24,72 10 123,60

US obstétrica

morfológico 1 12,36 0 0,00 0 0,00 0 0,00 10 123,60

Subtotal 54 667,44 24 296,64 8 98,88 41 506,76 846 10.456,56

Total 973 exames R$ 12.024,00

Fonte: Pesquisa.

3.6.6.9 Tomografia (TC)

Etapa 1 - Descrição do setor

O setor de tomografia computadorizada (TC) é destinado a realização de exame

diagnóstico que produz imagens com grande clareza de qualquer parte do interior do corpo

humano podendo ser necessário o uso de um meio de contraste a fim de aumentar a

capacidade diagnóstica da região a ser analisada.

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162

Etapa 2 - Identificação das atividades

A identificação das atividades desenvolvidas no setor de TC está exposta no Quadro

27.

Quadro 27 - Identificação das atividades da TC. Atividades Descrição

Agendar o exame

Receber a solicitação do exame via sistema informatizado, marcar o

horário para a realização e instruir o preparo para o exame, se

necessário

Posicionar o paciente Manter o paciente posicionado conforme o tipo de exame

Realizar o exame Realizar o exame

Analisar e laudar a imagem Verificar a qualidade da imagem e dar o laudo

Digitar o laudo e entregar o resultado Digitar o laudo conforme diagnóstico médico e entregar no setor

solicitante

Fonte: Pesquisa.

Etapa 3 – Identificação dos recursos financeiros e dos direcionadores

Os recursos financeiros foram identificados através de pesquisa documental e

entrevistas com os funcionários do setor, expostas na Tabela A71. Os honorários médicos não

são computados para o cálculo do custo dos exames pelo motivo do pagamento ser efetuado

diretamente aos médicos que realizam os exames. Seringas, agulhas, scalps são exemplos de

materiais médicos hospitalares.

Os direcionadores de recursos utilizados são tempo em minutos, estimativa gerencial,

KWh e alocação direta (Quadro A20).

Etapa 4 – Alocação dos recursos financeiros às atividades

Os recursos financeiros são alocados às atividades conforme mostra a Tabela A72. O

resumo dos custos para a realização das atividades é apresentado na Tabela 45.

Tabela 45- Resumo dos custos para realizar as atividades na TC.

Atividades Recurso financeiro

Agendar o exame 1.618,17

Posicionar o paciente 1.381,19

Realizar o exame 12.808,89

Analisar e laudar a imagem 1.688,12

Digitar o laudo e entregar o resultado 1.840,62

Fonte: Pesquisa.

Etapa 5 – Identificação dos objetos de custos e alocação dos custos aos objetos de custos

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163

O objeto de custo da tomografia são os exames realizados a pacientes internados e a

clientes externos. A TC realiza, em média, 425 exames por mês. Os custos das atividades são

alocados aos objetos de custos conforme exposto na Tabela 46.

Tabela 46 - Custos unitários das atividades na TC.

Atividades Direcionador Custo das atividades Custo unitário das

atividades

Agendar o exame 425 exames 1.618,17 3,81

Posicionar o paciente 425 exames 1.381,19 3,25

Realizar o exame 425 exames 12.808,89 30,14

Analisar e laudar a imagem 425 exames 1.688,12 3,97

Digitar o laudo e entregar o resultado 425 exames 1.840,62 4,33

Total 45,50

Fonte: Pesquisa.

Alguns exames são realizados por meio de contraste de acordo com a solicitação

médica com o objetivo de melhorar a visualização do exame e auxiliar a investigação de

doenças; o valor de aquisição do mililitro do contraste é de R$ 1,15 com quantidade utilizada

variável conforme o tipo de exame e, em média, são gastos R$8.300,00 por mês com a

compra do produto.

Nos exames utiliza-se o papel DRY tamanho 35 X 43 para a impressão de todos os

tipos de exames, variando apenas a quantidade utilizada. O valor de aquisição da unidade do

papel DRY é de R$ 3,96, com aquisição em média de R$ 12.800,00 do produto. Os materiais

médico específicos para a realização dos exames são compostos, na TC, por contrastes, papel

DRY de impressão e são alocados de acordo com os tipos de exames realizados, conforme

apresentado na Tabela A73.

Etapa 6 - Distribuição do custo do setor para os diferentes setores do hospital

Os custos do setor de tomografia são alocados para as diversas áreas conforme

apresentado na Tabela 47.

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164

Tabela 47 - Distribuição dos custos da TC.

Tipo de

Exame

UICl UICi UTI PA Externos

Quant Valor

direc Quant

Valor

direc Quant

Valor

direc Quant

Valor

direc Quant

Valor

direc

1. 4 213,64 0 0,00 0 0,00 7 373,87 149 7.958,12

2. 1 237,41 8 1.899,28 4 949,64 12 2.848,92 8 1.899,28

3. 3 183,96 1 61,32 0 0,00 31 1.900,93 42 2.575,46

4. 2 674,64 5 1.686,60 1 337,32 9 3.035,88 6 2.023,92

5. 6 344,19 0 0,00 0 0,00 27 1.548,86 19 1.089,94

6. 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 8 458,92

7. 0 0,00 0 0,00 0 0,00 5 1.091,83 3 655,10

8. 2 106,82 0 0,00 0 0,00 0 0,00 8 427,28

9. 1 306,41 2 612,82 0 0,00 0 0,00 8 2.451,28

10. 3 160,23 0 0,00 0 0,00 4 213,64 11 587,51

11. 3 172,10 0 0,00 0 0,00 0 0,00 6 344,19

12. 1 53,41 0 0,00 0 0,00 0 0,00 6 320,46

13. 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 3 160,23

14. 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1 191,41

15. 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 5 306,60

Total 26 2.452,81 16 4.260,02 5 1.286,96 95 11.013,94 283 21.449,71

Fonte: Pesquisa.

3.6.6.10 Laboratório (LAC)

Etapa 1 - Descrição do setor

O laboratório presta serviços de diagnóstico laboratorial para pacientes internados e

clientes externos. Integra-se às demais unidades do hospital e, praticamente, todas as

especialidades médicas utilizam dos seus serviços.

Etapa 2 - Identificação das atividades

A identificação das atividades desenvolvidas no setor LAC está exposta no Quadro 28.

Quadro 28 - Identificação das atividades do LAC. Atividades Descrição

Agendar o exame Receber a solicitação do exame via sistema informatizado, marcar o horário para

a realização e instruir o paciente para o preparo para o exame, se necessário

Coletar o material Realizar a coleta do material conforme o tipo de exame

Analisar a amostra Fazer a análise do material coletado

Digitar e conferir o laudo Realizar a digitação e fazer a conferência do laudo

Entregar o resultado Entregar o resultado ao setor solicitante ou disponibilizá-lo para clientes externos

Fonte: Pesquisa.

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165

Com o objetivo de prestar serviços de apoio diagnóstico e terapêutico, realiza em

média 24.206 exames por mês nas áreas de hematologia, uroanálise, imunosorologia,

parasitologia, gasometria, bioquímica e microbiologia sendo 10.931 exames internos e 13.275

externos. Struett (2007) considera a atividade de análise da amostra como a que mais realiza

procedimentos, pois de acordo com o tipo de exame solicitado a amostra pode ser

encaminhada até duas ou três áreas internas ao LAC concomitantemente e pode consumir

mais atividades.

Etapa 3 – Identificação dos recursos financeiros e dos direcionadores

Os recursos necessários para a realização das atividades no LAC foram identificados

por meio de observação, pesquisa documental e entrevistas com os funcionários (Tabela

A74).

Os direcionadores de recursos são apresentados no Quadro A21.

Etapa 4 – Alocação dos recursos financeiros às atividades

Os recursos do laboratório são transferidos para as atividades desenvolvidas conforme

exposto na Tabela A75.

O resumo dos custos para a realização das atividades do laboratório é apresentado na

Tabela 48.

Tabela 48 - Resumo dos custos para realizar as atividades no LAC.

Atividades Recurso financeiro

Agendar o exame 10.374,04

Coletar o material 11.178,23

Analisar a amostra 42.014,41

Digitar e conferir o laudo 21.821,80

Entregar o resultado 2.579,59

Fonte: Pesquisa.

Etapa 5 – Identificação dos objetos de custos e alocação dos custos aos objetos de custos

O objeto de custo do laboratório são os exames realizados a pacientes internados e a

clientes externos. Os custos das atividades são alocados aos objetos de custos conforme

exposto na Tabela 49.

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166

Tabela 49 - Custos unitários das atividades do LAC.

Atividades Direcionador Custo das atividades Custo unitário das atividades

Agendar o exame 24.206 exames 10.374,04 0,43

Coletar o material 24.206 exames 11.178,23 0,46

Analisar a amostra 24.206 exames 42.014,41 1,74

Digitar e conferir o laudo 24.206 exames 21.821,80 0,90

Entregar o resultado 24.206 exames 2.579,59 0,11

Total 3,63

Fonte: Pesquisa.

O consumo de material de laboratório é, em média, no valor de R$ 27.865,00 por mês

e a utilização destes materiais varia em função do tipo de exame realizado (Tabela A76).

A Tabela A77 apresenta a alocação dos custos das atividades realizadas no laboratório

ao objeto de custo, os exames realizados obtido pela soma do valor unitário do material

utilizado por tipo de exame com o valor unitário da atividade.

Etapa 6 - Distribuição do custo do setor para os diferentes setores do hospital

Os custos do laboratório são alocados para as diversas áreas de acordo com as

solicitações de exames, por tipo de exame, exposto na Tabela 50.

Tabela 50 - Distribuição dos custos do LAC.

Grupo

exames

UICl UICi UTI PA Externos

Nº ex Valor

direc Nº ex

Valor

direc Nº ex

Valor

direc Nº ex

Valor

direc Nº ex

Valor

direc

Bioqui 1745 8.095,81 1332 6.179,73 987 4.579,12 3276 15.198,79 7661 35.542,71

Hemato 403 1.873,15 312 1.450,18 428 1.989,35 1722 8.003,90 2109 9.802,68

Gaso 0 0,00 0 0,00 257 5.942,91 0 0,00 0 0,00

Imuno 299 1.252,87 112 469,30 88 368,74 291 1.219,35 931 3.901,09

Micro 247 1.075,91 117 509,64 97 422,52 33 143,74 419 1.825,12

Uro 244 1.041,82 68 290,34 26 111,01 307 1.310,82 331 1.413,29

Parasito 97 458,04 3 14,17 0 0,00 0 0,00 264 1.246,63

Total 3.035 13.797,6 1.944 8.913,3 1.883 13.413,6 5.629 25.876,6 11.715 53.731,7

Fonte: Pesquisa.

3.6.6.11 Hemodinâmica (HEM)

Etapa 1 - Descrição do setor

O setor HEM realiza procedimentos diagnósticos e terapêuticos na área de cardiologia

intervencionista e hemodinâmica para pacientes internos e externos. Basicamente, o exame

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167

consiste na introdução de um cateter posicionado em uma artéria onde as imagens são obtidas

através de um equipamento de raios-X.

Etapa 2 - Identificação das atividades

A identificação das atividades desenvolvidas na hemodinâmica é apresentada no

Quadro 29.

Quadro 29 - Identificação das atividades da HEM. Atividades Descrição

Agendar o exame Receber a solicitação do exame via sistema informatizado, marcar o

horário para a realização e instruir o paciente para o preparo para o exame

Preparar e posicionar o paciente Fazer a tricotomia na região à ser puncionada a artéria, instalar venóclise,

cobrir o paciente com campos estéreis, preparar material estéril

Auxiliar no procedimento Auxiliar os médicos, durante o procedimento, monitorando a sala ou instrumentando até o término do procedimento, quando o paciente é

encaminhado para a recuperação

Assistir o paciente na recuperação Remover o cateter introdutor, realizar curativo compressivo, observar

sinais de sangramento, orientar o paciente

Gerenciar o setor Gerenciar o setor

Fonte: Pesquisa.

Etapa 3 – Identificação dos recursos financeiros e dos direcionadores

Os recursos financeiros necessários para a realização das atividades na HEM foram

identificados por meio de observação, pesquisa documental e entrevistas com os funcionários

(Tabela A78).

Os direcionadores de recursos da hemodinâmica são apresentados no Quadro A22.

Etapa 4 – Alocação dos recursos financeiros às atividades

Os recursos foram alocados às atividades conforme apresentado na Tabela A79.

O resumo dos custos para a realização das atividades da hemodinâmica é apresentado

na Tabela 51.

Tabela 51 - Custos das atividades da HEM.

Atividades Recursos financeiros

Agendar o exame 4.045,61

Preparar e posicionar o paciente 8.552,37

Auxiliar no procedimento 27.144,45

Assistir o paciente na recuperação 12.073,93

Gerenciar o setor 1.998,53

Fonte: Pesquisa.

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168

Etapa 5 – Identificação dos objetos de custos e alocação dos custos aos objetos de custos

O objeto de custo da hemodinâmica são os exames realizados a pacientes internados e

a clientes externos. Os custos das atividades são alocados aos objetos de custos conforme

exposto na Tabela 52.

Tabela 52 - Custos unitários das atividades da HEM.

Atividades Direcionador Custo das atividades Custo unitário das

atividades

Agendar o exame 76 exames 4.045,61 53,23

Preparar e posicionar o paciente 76 exames 8.552,37 112,53

Auxiliar no procedimento 76 exames 27.144,45 357,16

Assistir o paciente na recuperação 76 exames 12.073,93 158,87

Gerenciar o setor 76 exames 1.998,53 26,30

Total 708,09

Fonte: Pesquisa.

Etapa 6 - Distribuição do custo do setor para os diferentes setores do hospital

O objeto de custos da hemodinâmica são os exames realizados. Uma peculiaridade

deste setor é que os exames são remunerados pelas operadoras de planos de saúde em forma

de pacotes de procedimentos. Os custos da HEM são transferidos para as unidades de

internação (UICi ou UTI) diretamente na conta do paciente conforme o procedimento

realizado. Destaque para os stents coronários, materiais utilizados para manter abertas as

artérias comprometidas após o procedimento, que são pagos fora do pacote do procedimento

por depender da quantidade e tipo de stent inserido em cada paciente e, por tanto, não fazem

parte deste estudo.

A título de exemplificação foi realizado o custeamento de dois procedimentos

realizados com alta freqüência no setor: cateterismo cardíaco (CATE) e angioplastia

coronariana (ATC coronária). Em média a HEM consome R$ 7.615,62 e R$ 44.883,52 em

materiais específicos para realizar, respectivamente, os CATE e os ATC coronário. A

quantidade média de exames realizados é de 18 cateterismos e 11 angioplastias. A Tabela 53

apresenta o custo unitário destes procedimentos.

Tabela 53 - Custo unitário de exames da HEM.

Tipo de exame Nº exames Valor total

material

Valor material

por exame

Custo das

atividades

Custo do

exame

Cateterismo coronário 18 7.615,62 423,09 708,09 1.131,18

Angioplastia coronariana 11 44.883,52 4.080,32 708,09 4.788,41

Fonte: Pesquisa.

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169

Os pacientes que realizam procedimentos na HEM são transferidos para a UTI,

unidade de internação cirúrgica ou são liberados com alta hospitalar. A Tabela 54 apresenta

como exemplo, os valores direcionados da hemodinâmica para os demais setores.

Tabela 54 - Distribuição dos custos da HEM.

Tipo de exame

UICi UTI Externos

exames

Valor

direc

exames

Valor

direc

exames

Valor

direc

Cateterismo coronário 4 4.524,72 9 10.180,62 6 6.787,08

Angioplastia coronariana 0 0,00 8 38.307,28 3 14.365,23

Fonte: Pesquisa.

O custo das atividades para realizar estes 29 procedimentos corresponde a 38,16%

(R$ 20.534,61) dos recursos totais despendidos no período (R$ 53.814,88); à parte os

materiais específicos utilizados em cada tipo de exame, por exemplo, stents coronarianos.

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170

3.6.7 Aplicação do ABC nos Setores Produtivos

3.6.7.1 Pronto Atendimento (PA)

Etapa 1 - Descrição do setor

O PA é uma unidade caracterizada pelo atendimento de urgência e emergência aos

pacientes, realiza consultas médicas e outros serviços, tais como, curativos e inalações.

Etapa 2 - Identificação das atividades

Para facilitar a identificação das atividades utilizou-se do mapeamento do processo no

PA, conforme Figura 44.

Figura 44 - Mapeamento do processo do PA

Fonte: Pesquisa.

A identificação das atividades desenvolvidas no pronto atendimento é apresentada no

Quadro 30.

Triagem

Admitir o paciente

Alta para

casa

Receber resultados de exames

Realizar consulta médica

Encaminhar para exames

SADT

Administrar

medicamento/ repouso

Reavaliar paciente (médico)

Encaminhar para unidade internação

Curativos/ inalações

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171

Quadro 30 - Identificação das atividades do PA.

Atividades Descrição

Triagem do paciente Verificar sinais vitais, classificar o atendimento (rotina, urgência,

emergência)

Realizar consulta médica Consultar com o clínico, ortopedista ou cardiologista

Realizar inalações e/ou curativos Seguir prescrição médica vinda dos consultórios ou médicos

externos

Encaminhar pacientes para exames Solicitar remoção do paciente para realizar exames no SADT

Reavaliar o paciente Re-examinar paciente, avaliar resultados de exames

Encaminhar paciente para internação Solicitar remoção de pacientes para unidades de internação

Gerenciar o setor Gerenciar o setor

Fonte: Pesquisa.

Etapa 3 – Identificação dos recursos financeiros e dos direcionadores

Os recursos financeiros foram identificados através de pesquisa documental e

entrevistas com os funcionários do setor, expostos na Tabela A80. Os honorários médicos

estão computados para o cálculo do custo das atividades pelo motivo dos profissionais

médicos fazerem parte do quadro funcional. O material médico, medicamentos e gases

considerados foram os utilizados para o atendimento de pacientes com prescrição externa para

realizar curativos e/ ou inalações.

Os direcionadores de recursos do pronto atendimento são apresentados no Quadro

A23.

Etapa 4 – Alocação dos recursos financeiros às atividades

Os recursos financeiros necessários para realizar as atividades no PA foram alocados

conforme Tabela A81.

O resumo dos custos para a realização das atividades no pronto atendimento, os

direcionadores utilizados e o custo unitário das atividades são apresentados na Tabela 55.

Tabela 55 - Custos unitários das atividades no PA.

Atividades Recursos

financeiros Direcionador

Custo unit

atividades

Triagem do paciente 11.365,46 6.360 atendimentos 1,79

Realizar consulta médica 254.241,70 4.458 consultas 57,03

Realizar inalações e/ou curativos 30.122,71 902 inalações/ curativos 33,40

Encaminhar pacientes para exames 11.365,46 4.458 consultas 2,55

Reavaliar o paciente 57.033,82 4.458 consultas 12,79

Encaminhar paciente para internação 11.365,46 4.458 consultas 2,55

Gerenciar o setor 11.427,70 6.360 atendimentos 1,80

Fonte: Pesquisa.

Etapa 5 – Identificação dos objetos de custos e alocação dos custos aos objetos de custos

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172

O pronto atendimento possui dois objetos de custos: a consulta médica e os curativos

e/ ou inalações prescritos pelos médicos externos. O número médio de consultas realizadas no

mês é de 4.458. Os atendimentos com prescrições médicas são em torno de 902 atendimentos.

As atividades de triar o paciente e gerenciar o setor, comum a todos os tipos de atendimentos,

possuem como direcionador a soma do número de consultas com o número de atendimentos

externos prescritos, 6.360 atendimentos. A Tabela A82 apresenta a alocação dos custos das

atividades aos objetos de custos.

3.6.7.2 Unidade de Terapia Intensiva (UTI)

Etapa 1 - Descrição do setor

Unidade de internação destinada à recuperação de pacientes em estado grave, com

risco iminente de vida. Em média, são admitidos 76 pacientes por mês na unidade. A taxa de

ocupação da UTI gira em torno de 87% e possui uma permanência média de 3,42 dias.

Etapa 2 - Identificação das atividades

O mapeamento do processo da UTI propiciou maior entendimento e identificação das

atividades realizadas no setor, conforme exposto na Figura 45.

Figura 45 - Mapeamento do processo da UTI.

Fonte: Pesquisa.

O Quadro 31 apresenta as principais atividades desenvolvidas na unidade de terapia

intensiva.

Alta

hospitalar

Admitir o paciente

Unidade de internação clínica ou cirúrgica

Recuperação

Tratamento

Tratamento

Recuperação

Salão

Isolamento

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173

Quadro 31 - Identificação das atividades da UTI.

Atividades Descrição

Admissão do paciente Verificar sinais vitais, entubação, sondagens e outros

procedimentos de acordo com quadro clínico

Recuperação Tratamento médico, de enfermagem e fisioterápico

Alta Liberação para a unidade de internação

Gerenciar o setor Gerenciar o setor

Fonte: Pesquisa.

Etapa 3 – Identificação dos recursos financeiros e dos direcionadores

Através de pesquisa documental, observação e entrevistas com funcionários do setor

foram identificados os recursos financeiros necessários para a realização das atividades da

UTI, conforme Tabela A83. Nos recursos com pessoal estão inclusos o pagamento dos

médicos plantonistas. Os direcionadores de recursos da UTI são apresentados no Quadro A24.

Etapa 4 – Alocação dos recursos financeiros às atividades

Os recursos financeiros necessários para realizar as atividades no PA foram alocados

conforme Tabela A84. O resumo dos custos para realizar as atividades da UTI está exposto na

Tabela 56.

Tabela 56 - Custos das atividades da UTI.

Atividades Recursos financeiros

Admissão do paciente 27.085,80

Recuperação 132.485,29

Alta 27.085,80

Gerenciar o setor 24.482,09

Fonte: Pesquisa.

Etapa 5 – Identificação dos objetos de custos e alocação dos custos aos objetos de custos

O objeto de custo da unidade de terapia intensiva é o custo da diária de internação do

paciente. Mensalmente estão disponíveis 300 diárias. A alocação dos custos das atividades da

UTI ao objeto de custo, a diária, é apresentada na Tabela 57.

Tabela 57 - Custo da diária da UTI.

Atividades Recursos financeiros Direcionador Valor unitário

Admissão do paciente 27.085,80 300 diárias 90,29

Recuperação 132.485,29 300 diárias 441,62

Alta 27.085,80 300 diárias 90,29

Gerenciar o setor 24.482,09 300 diárias 81,61

Custo da diária UTI 703,80

Fonte: Pesquisa.

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174

3.6.7.3 Unidade de Internação Clínica (UICl)

Etapa 1 - Descrição do setor

A unidade de internação clínica recebe pacientes vindos do pronto atendimento e do

ambiente externo, consultórios médicos, que necessitam de tratamento médico clínico. A

unidade conta com 32 leitos disponíveis para internações e a taxa média de ocupação da

unidade é de 81,70%, sendo a média de permanência dos pacientes em torno de 12 dias e o

número médio de internações por mês é de 123 internações.

Etapa 2 - Identificação das atividades

Para facilitar a identificação das atividades utilizou-se do mapeamento do processo na

UICl, conforme ilustra a Figura 46.

Figura 46 - Mapeamento do processo da UICl.

Fonte: Pesquisa.

As principais atividades desenvolvidas na unidade de internação clínica estão expostas

no Quadro 32

Quadro 32 - Identificação das atividades da UICl.

Atividades Descrição

Admissão do paciente Verificar sinais vitais e outros procedimentos de acordo com quadro clínico

Recuperação Tratamento médico e de enfermagem

Alta Liberação para alta hospitalar melhorado ou UTI

Gerenciar o setor Gerenciar o setor

Fonte: Pesquisa.

Etapa 3 – Identificação dos recursos financeiros e dos direcionadores

Alta

hospitalar

Admitir o paciente

UTI

Recuperação

Tratamento

Tratamento

Recuperação

Alta hospitalar

Paciente vindo do PA,

UTI, ambiente externo

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175

Os recursos financeiros necessários para a realização das atividades na UICl foram

identificados por meio de observação, pesquisa documental e entrevistas com os funcionários

(Tabela A85). Os honorários médicos não estão contemplados no estudo por seu pagamento

ser efetuado diretamente aos prestadores de serviços médicos pelos planos de saúde.

Os direcionadores de recursos da UICl são apresentados no Quadro A25.

Etapa 4 – Alocação dos recursos financeiros às atividades

Os recursos financeiros necessários para realizar as atividades na UICl foram alocados

conforme Tabela A86.

O resumo dos custos para realizar as atividades encontra-se exposto na Tabela 58.

Tabela 58 - Custos das atividades da UICl.

Atividades Recursos financeiros

Admissão do paciente 17.722,87

Recuperação 214.543,38

Alta 12.659,19

Gerenciar o setor 13.338,25

Fonte: Pesquisa.

Etapa 5 – Identificação dos objetos de custos e alocação dos custos aos objetos de custos

O objeto de custo da UICl é o custo da diária de internação do paciente. Mensalmente

estão disponíveis 960 diárias. A alocação dos custos das atividades da UICl ao objeto de custo

é apresentada na Tabela 59.

Tabela 59 - Custo da diária da UICl.

Atividades Recursos financeiros Direcionador Valor unitário

Admissão do paciente 17.722,87 960 diárias 18,46

Recuperação 214.543,38 960 diárias 223,48

Alta 12.659,19 960 diárias 13,19

Gerenciar o setor 13.338,25 960 diárias 13,89

Custo da diária da UICl 269,02

Fonte: Pesquisa.

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176

3.6.7.4 Unidade de Internação Cirúrgica (UICi)

Etapa 1 - Descrição do setor

A unidade de internação cirúrgica recebe pacientes vindos do centro cirúrgico e do

ambiente externo, consultórios médicos e pronto atendimento, que necessitam de tratamento

médico cirúrgico eletivo ou de urgência. A unidade conta com 34 leitos, sua taxa média de

ocupação da unidade é de 61,00% e a média de permanência dos pacientes gira em torno de

1,86 dias. O número médio de internações por mês é de 276 internações.

Etapa 2 - Identificação das atividades

O mapeamento do processo da UICi, exposto na Figura 47, auxilia na identificação

das atividades desenvolvidas no setor.

Figura 47 - Mapeamento do processo da UICi.

Fonte: Pesquisa.

As principais atividades desenvolvidas na UICi são apresentadas no Quadro 33.

Quadro 33 - Identificação das atividades desenvolvidas na UICi.

Atividades Descrição

Admissão do paciente Verificar sinais vitais e outros procedimentos de acordo com quadro clínico e

cirurgia proposta/ realizada

Recuperação Tratamento médico e de enfermagem

Alta Liberação para alta hospitalar melhorado ou UTI

Gerenciar o setor Gerenciar o setor

Fonte: Pesquisa.

Etapa 3 – Identificação dos recursos financeiros e dos direcionadores

Alta

hospitalar

Admitir o paciente

UTI

Recuperação

Tratamento

Tratamento

Recuperação

Alta hospitalar

Paciente vindo do CC,

ambiente externo

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177

Os recursos necessários para a realização das atividades na UICi foram identificados

por meio de observação, pesquisa documental e entrevistas com os funcionários (Tabela

A87).

Os direcionadores de recursos da UICi são apresentados no Quadro A26.

Os honorários médicos não estão contemplados no estudo por seu pagamento ser

efetuado diretamente aos prestadores de serviços médicos pelos planos de saúde.

Etapa 4 – Alocação dos recursos financeiros às atividades

Os recursos financeiros necessários para realizar as atividades na UICi foram alocados

conforme Tabela A88.

O resumo dos custos para realizar as atividades na unidade de internação cirúrgica está

exposto na Tabela 60.

Tabela 60 - Custos das atividades da UICi.

Atividades Recursos financeiros

Admissão do paciente 24.365,81

Recuperação 172.159,63

Alta 17.720,59

Gerenciar o setor 11.499,99

Fonte: Pesquisa.

Etapa 5 – Identificação dos objetos de custos e alocação dos custos aos objetos de custos

O objeto de custo da UICi é o custo da diária de internação do paciente. Mensalmente

estão disponíveis 1.020 diárias. A alocação dos custos das atividades da UICi ao objeto de

custo é apresentada na Tabela 61.

.

Tabela 61 - Custo da diária da UICi.

Atividades Recursos financeiros Direcionador Valor unitário

Admissão do paciente 24.365,81 1.020 diárias 23,89

Recuperação 172.159,63 1.020 diárias 168,78

Alta 17.720,59 1.020 diárias 17,37

Gerenciar o setor 11.499,99 1.020 diárias 11,27

Custo da diária da UICi 221,32

Fonte: Pesquisa.

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178

3.6.8 Composição Final dos Custos dos Procedimentos Cirúrgicos Eleitos

Os procedimentos cirúrgicos eletivos foram selecionados por contribuem com a receita

do hospital, pela quantidade numérica de procedimentos realizados ou pela representatividade

do valor monetário. Tais cirurgias fazem parte de uma lista de procedimentos cujo conteúdo

quantitativo e qualitativo é pré-determinado pelas operadoras de planos de saúde, tais como o

número e tipo de diárias, materiais médicos e medicamentos, taxa de sala cirúrgica,

equipamentos disponíveis. Por se tratarem de procedimentos eletivos o primeiro pré-requisito

para que as cirurgias ocorram é a condição clínica favorável do paciente; este deve apresentar-

se hemodinamicamente estável, possuir exames pré-operatórios com resultados dentro dos

parâmetros de normalidade. Caso haja alguma intercorrência durante ou após o procedimento

cirúrgico eletivo, insumos excedentes que forem necessários e utilizados são remunerados à

parte destes pacotes estabelecidos. Nestes casos existe ainda a possibilidade das operadoras

autorizarem que a cirurgia seja ressarcida na forma de conta aberta onde o número de diárias,

materiais e medicamentos, exames necessários sejam registrados e autorizados mediante

auditoria médica compondo a conta do paciente.

Os honorários médicos dos cirurgiões, embora tenham seus valores também pré-

estabelecidos, são pagos diretamente a estes pelas operadoras dos planos e não estão

contemplados nos valores fechados dos pacotes cirúrgicos. Para formar os custos dos pacotes

realizou-se a soma dos custos dos procedimentos no centro cirúrgico, incluso materiais e

medicamentos específicos utilizados, mais os valores das diárias multiplicados pelo número

de dias preconizado nos pacotes, conforme Tabela 62.

Os exames do SADT (serviço de apoio de diagnóstico e terapêutico) possíveis de

serem realizados são solicitados no pré-operatório, antes mesmo da internação do paciente e

não estão inclusos nos pacotes. Todavia, foram custeados de maneira a permitir o cálculo

inclusive das contas abertas.

Os procedimentos eleitos são: gastroplastia por videolaparoscopia, tratamento

cirúrgico de varizes bilateral, colecistectomia com colangiografia por videolaparoscopia,

herniorrafia inguinal bilateral, histerectomia total com anexectomia, apendicetomia,

tireoidectomia total e postectomia.

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179

Tabela 62 - Composição do custo total dos procedimentos cirúrgicos eleitos.

Cirurgia

Diárias

Custo

centro

cirúrgico

Custo total

cirurgia Quant

diária

normal

Valor

unit

Valor

diária

normal

Quant

diária

UTI

Valor

unit

Valor

diária

UTI

Gastroplastia por

vídeo 3 221,32 663,96 1 703,80 703,80 9.672,16 11.039,92

Tratamento cirúrgico Varizes Bilateral

1 221,32 221,32 0 703,80 0,00 915,29 1.136,61

Colecistectomia com

colangio por vídeo 1 221,32 221,32 0 703,80 0,00 758,3 979,62

Herniorrafia inguinal

bilateral 1 221,32 221,32 0 703,80 0,00 662,18 883,50

Histerectomia total

com anexectomia 3 221,32 663,96 0 703,80 0,00 717,9 1.381,86

Apendicetomia 2 221,32 442,64 0 703,80 0,00 797,13 1.239,77

Tireoidectomia total 1 221,32 221,32 0 703,80 0,00 603,76 825,08

Postectomia 1 221,32 110,66 0 703,80 0,00 406,6 517,26

Fonte: Pesquisa.

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180

4 RESULTADOS

4.1 USO DA ABORDAGEM SISTÊMICA PARA O CUSTEAMENTO PELO ABC

O alto número de processos inerentes às organizações hospitalares aliado à diversidade

de subsistemas existentes torna complexa a aplicação do ABC em toda uma organização

hospitalar de saúde suplementar.

A utilização da AS como modelo conceitual possibilitou a desconstrução do macro

processo hospitalar em subsistemas menores permitindo conhecer as peculiaridades de cada

unidade. A visualização detalhada destes subsistemas culminou com o estabelecimento

esquemático das atividades mais relevantes realizadas por cada unidade e com as interações

existentes entre as diferentes atividades desenvolvidas. Desta forma, partiu-se dos elementos

básicos que formam cada subsistema, considerando-se os distintos níveis de complexidade,

estabelecendo o fluxo das atividades, materiais e informações.

A partir do entendimento de como funcionam as relações inter-setoriais houve uma

maior facilidade na aplicação do Método ABC, tendo em vista que as bases de sua utilização

são o conhecimento de quais são, de como e por quem são realizadas as atividades.

4.2 APURAÇÃO DOS CUSTOS DOS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS

Em função do grande número de variáveis envolvidas no processo de custeamento

hospitalar, das peculiaridades que envolvem cada unidade que, de maneira direta ou indireta,

visam o atendimento ao paciente e pelas finalidades que levam um pesquisador a realizar o

custeamento pelo ABC, algumas considerações são pertinentes de se enfatizar.

A participação ativa dos gestores é de fundamental importância para viabilizar a

realização da coleta de dados. O fato de possuir um sistema informatizado, constantemente

alimentado, contribui também para o levantamento de dados estatísticos.

A identificação das principais atividades realizadas por cada subsistema hospitalar

bem como o estabelecimento adequado dos direcionadores de recursos e de atividades são

fatores de suma importância para o alcance dos objetivos almejados. Possivelmente, ocorram

também diferenças na determinação dos objetos de custos, a exemplo de Jericó (2008) que

usou o ABC para verificar os maiores consumidores de recursos do processo de uma central

de material e esterilização (CME), contrapondo este estudo que preconizou a quantidade

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181

numérica de peças para esterilização de materiais em meio químico ou através do ácido

etileno e o número de cargas para os materiais que sofreram esterilização em autoclave.

Struett (2007) utiliza o ABC e aponta para as diferenças entre os custos de realização

de exames laboratoriais preventivos e de apoio ao diagnóstico terapêutico, contrapondo a este

que optou pelo custeamento dos exames do laboratório (LAC) de acordo com a classificação

dos grupos de exames (bioquímica, hematologia, gasometria, imunologia, microbiologia,

uroanálise e parasitologia).

Botelho (2006) atribuiu como objeto de custeio da unidade de internações clínica a

recuperação de pacientes com os seguintes quadros clínicos: leishmaniose visceral,

insuficiência cardíaca, pneumonia em adulto, anemia carencial, pielonefrite e outros. No

centro de terapia intensiva o autor realizou o custeamento unitário de patologias como

hidrocefalia, icterícias neonatais. Contrapondo, este estudo verificou o custo da diária da

internação da unidade clínica (UICl) e da terapia intensiva (UTI) pelo fato da diária hospitalar

ser um dos componentes que formam os pacotes cirúrgicos eleitos para o custeamento.

No Brasil, a remuneração de vários procedimentos médicos-cirúrgicos realizados,

tanto pelo Sistema Único de Saúde como pelas operadoras de planos de saúde, é feita na

forma de pacotes cirúrgicos; estes pacotes compreendem o ato da cirurgia em si, padronização

quantitativa de materiais e medicamentos administrados ao paciente, o uso de equipamentos

comuns a qualquer cirurgia e no número de dias de internação pré-estabelecidos. Reside neste

fato o interesse, neste trabalho, de utilizar o ABC especificamente para custear alguns dos

pacotes de procedimentos cirúrgicos. Diferente forma de remuneração ocorre na Alemanha

(LUNGEN; LAPSLEY, 2003) onde os hospitais são ressarcidos pelo governo de acordo com

os grupos de diagnósticos médicos relacionados.

Uma análise mais apurada dos estudos realizados, nacionais e internacionais, aponta

para uma importante questão comum, presente também neste estudo: a confiabilidade e a

facilidade de levantamento de dados para se realizar o custeamento.

4.3 COMPARAÇÃO ENTRE OS CUSTOS DOS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS E OS

VALORES DE REEMBOLSO PELOS PLANOS DE SAÚDE

O Centro Cirúrgico contribui, em média, com 30,71% da receita gerada pelo hospital

seguido pela Hemodinâmica (10,97%), Unidade de Internação Clínica (13,9), Pronto

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182

Atendimento (9,32%), Unidade de Terapia Intensiva (8,02%) e Unidade de Internação

Cirúrgica (5,14%) somando 78,06% do total da renda.

A cirurgia que possui a maior representação percentual na receita gerada pelo Centro

Cirúrgico é a gastroplastia com 65,52% do total, em seguida, o tratamento de varizes bilateral

com 10,39%. O restante é distribuído entre os demais procedimentos. Após a alta do paciente

da recuperação pós-anestésica, pelo anestesista, o paciente é transferido para a unidade de

internação cirúrgica (UICi) ou para a UTI de acordo com a orientação médica.

Os pacotes de procedimentos cirúrgicos são compostos por elementos pré-

estabelecidos, tais como: diárias nas unidades de internação e UTI, material médico e

medicamentos utilizados durante a internação, inclusive no ato operatório, taxa de sala

cirúrgica, oxigênio, equipamentos como o bisturi bipolar, intensificador de imagem, bomba de

infusão entre outros. Os valores de reembolso dos planos de saúde, apresentados na Tabela

63, foram coletados diretamente das tabelas de remuneração oferecidas pelos planos no mês

de março de 2011, nos respectivos pacotes de cirurgias.

Tratando-se de serviços, a incidência de impostos sobre os valores da receita gerada

pelo reembolso das cirurgias é de 8,65%, correspondente a 5% de ISS, 0,65% de PIS e 3% de

COFINS. Nesta comparação, o imposto de renda e a contribuição social não foram

considerados por incidirem apenas nos resultados após apuração do lucro real anual. A Tabela

63 mostra o custo final ABC apurado para cada pacote de cirurgia e as diferenças percentuais

entre os valores líquidos, deduzidos os impostos, reembolsados pelos cinco planos. Os valores

estão em reais e foram arredondados.

Tabela 63 - Comparação do custo ABC com valores reembolsados pelos planos.

Cirurgia Custo Plano Dif.

(%)

Plano Dif.

(%)

Plano Dif.

(%)

Plano Dif.

(%)

Plano Dif.

(%) ABC A B C D E

Gastroplastia 11.040 10.362 -6,14 7.594 -31,22 7.774 -29,58 12.468 12,94 4.859 -55,98

Varizes 1.137 1.138 0,13 859 -24,42 851 -25,13 1.210 6,44 164 -85,56

Colecistectomia 980 1.072 9,47 615 -37,22 1.295 32,22 1.256 28,20 471 -51,92

Herniorrafia 884 717 -18,86 904 2,26 827 -6,34 940 6,35 241 -72,70

Histerectomia 1.382 1.425 3,11 1.400 1,34 1.423 2,97 1.506 9,02 373 -73,04

Apendicectomia 1.240 1.341 8,15 742 -40,17 1.121 -9,57 1.247 0,62 229 -81,52

Tireoidectomia 825 1.176 42,54 1.012 22,65 1.101 33,41 1.215 47,22 241 -70,75

Postectomia 517 447 -13,67 434 -16,00 425 -17,85 553 6,96 88 -82,93

Fonte: Pesquisa.

Comparando os resultados obtidos com o custo apurado observa-se defasagem

significativa entre a remuneração dos planos. O plano que mais se aproxima da cobertura

mínima desejada dos custos das cirurgias é o Plano D apresentando, inclusive uma diferença

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183

de 12,94% à maior para a remuneração na gastroplastia, procedimento que mais contribui para

a receita gerada e chegando quase a 50% do retorno na cirurgia de tireoidectomia. Embora

apresente resultados positivos acima de 30% em dois procedimentos, o Plano C apresenta

resultados deficitários em cinco cirurgias, incluindo os dois procedimentos que mais

contribuem para a formação da renda do hospital, a gastroplastia pelo valor e a cirurgia de

varizes pelo número realizado.

A perda de receita do hospital quando realizados os procedimentos 1, 2, 3, 6 e 8 pelo

Plano B, respectivamente corresponde a -31,22, -24,42, -37,22, -40,17 e -16,00%. O Plano A

é o que mais recebe faturas do hospital em estudo; o comparativo entre a remuneração

realizada e a perda refletida nos rendimentos é demonstrado em três cirurgias. A gastroplastia

apresenta a menor diferença percentual negativa, porém este procedimento é o que possui o

maior custo dentre as cirurgias estudadas tornando-se considerável o reflexo de 6,14% a

menor para a remuneração. A exceção da cirurgia de tireoidectomia, 42,54%, os

procedimentos positivados em termos de remuneração obtiveram um percentual abaixo de

10%. Finalizando, o Plano E, convênio SUS, é o que fornece a menor cobertura para os custos

das cirurgias no hospital e reflete perda em todas as cirurgias custeadas. Nos oito

procedimentos eleitos a diferença percentual excedeu a marca de 50% à mais para os custos

chegando a uma diferença de 85,56% na cirurgias de varizes bilaterais, segundo procedimento

a contribuir com a renda do Centro Cirúrgico devido ao volume realizado. De posse dos

resultados obtidos com o estudo, observa-se que a baixa remuneração aos hospitais por parte

do SUS tende a reduzir os hospitais cadastrados, prolongando cada vez mais a espera de

atendimento pelos usuários. Com a inadequada remuneração, dificilmente os hospitais podem

investir em novas tecnologias, melhorias na infra-estrutura ou em capacitação de seus

funcionários levando ao questionamento da qualidade a ser ofertada em seus serviços.

Apesar da similaridade dos serviços prestados aos pacientes, a inexistência de um

método comum de custeamento nas organizações hospitalares propicia a disparidade dos

valores aplicados pela OPS para o ressarcimento dos serviços hospitalares prestados.

O aumento no custo dos insumos, dificuldades na captação de recursos e

investimentos sempre necessários geram impactos na formação dos custos dos procedimentos

cirúrgicos. A necessidade de constantes análises de custos de cirurgias com a comparação

entre as remunerações realizadas por diferentes planos de saúde podem oferecer bases

importantes no processo decisório das organizações hospitalares.

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184

4.3.1 Análise entre os Resultados dos Reembolsos pelos Planos de Saúde e o Índice de

Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS)

Um dos fatores que influem nos resultados econômicos dos hospitais reside na relação

destes com as operadoras de planos de saúde e como estas impactam nos ganhos hospitalres.

Camacho e Rocha (2008) apontam para o forte poder de negociação, influência nos preços

que as operadoras detêm sobre os hospitais. Referem que a redução da rentabilidade no

decorrer do tempo pode afetar a qualidade dos serviços prestados e comprometer a

continuidade dos negócios.

O acompanhamento constante das normatizações vigentes que permeiam a

regulamentação dos planos de assistência à saúde faz-se necessário, pois nela estão contidas

elementos impactantes como a subprecificação de procedimentos médicos como forma de

pagamentos aos prestadores de serviços hospitalares (ANEXO B).

Uma complementação da análise dos resultados é obtida com a comparação entre os

resultados do reembolso pelos planos de saúde e o IDSS. A Tabela 64 expõe os resultados

obtidos pelas operadoras com a avaliação do desempenho realizada pela Agência Nacional de

Saúde (ANS).

Tabela 64 - Resultados do IDSS dos planos de saúde (2010).

Parâmetro Plano A Plano B Plano C Plano D

Atenção à Saúde (IDAS) 0,60 - 0,79 0,80 - 1,00 0,60 - 0,79 0,60 - 0,79

Estrutura e Operação (IDEO) 0,40 - 0,59 0,60 - 0,79 0,80 - 1,00 0,60 - 0,79

Econômico-Financeira (IDEF) 0,00 - 0,19 0,60 - 0,79 0,60 - 0,79 0,80 - 1,00

Satisfação dos Beneficiários (IDSB) 0,60 - 0,79 0,40 - 0,59 0,40 - 0,59 0,60 - 0,79

Índice de Desempenho da Saúde Suplementar 0,40 - 0,59 0,60 - 0,79 0,60 - 0,79 0,60 - 0,79

Fonte: ANS (2010).

A ANS confere diferentes pesos aos parâmetros avaliados por uma questão estratégica

e dá ênfase na atenção à saúde visando à prioridade desta área com 50% de peso. O objetivo é

o de incentivar as operadoras em gestão de saúde a desenvolver ações de prevenção de

doenças. A eficiência e o equilíbrio dos meios e estrutura necessários à prestação de serviços

de saúde aparecem com 30% de peso na avaliação geral.

De acordo com a ANS (BRASIL, 2010) depois de avaliadas em 30 indicadores,

distribuídos em quatro dimensões, 25,2% das operadoras do segmento médico-hospitalar

foram classificadas nas faixas mais altas do Índice de Desempenho da Saúde Suplementar

("0,60 a 0,79"; e "0,80 a 1,00"). Elas respondiam por 59,5% do total de beneficiários

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vinculados às operadoras ativas em 2010 e avaliados pelo IDSS 2009. A Tabela 65 apresenta

a avaliação de desempenho do ano de 2009, apresentada pela ANS em agosto de 2010.

Tabela 65 - Distribuição das operadoras ativas em 2010 e de beneficiários, por segmento e faixas do IDSS na

avaliação de desempenho do ano de 2009.

Segmento Faixa IDSS Operadoras Perc. Beneficiários (1) Perc.

Médico-

Hospitalar

0,80 a 1,00 23 2,3% 6.701.455 16,10%

0,60 a 0,79 226 22,90% 18.066.245 43,40%

0,40 a 0,59 348 35,20% 12.179.167 29,30%

0,20 a 0,39 178 18,00% 3.374.301 8,10%

0,00 a 0,19 214 21,60$ 1.314.449 3,20%

Total 989 100% 41.635.617 100%

Fonte: Brasil (2010). (1) Média de beneficiários do ano de 2009.

Comparando o desempenho das operadoras de saúde selecionadas para o estudo e

confrontando com os resultados nacionais emitidos pela ANS observa-se que o Plano A

apresentou IDSS entre 0,40 a 0,59 situando-se na faixa dos 35,20% junto com a maioria das

operadoras avaliadas. As operadoras dos Planos B, C e D, todas com IDSS entre 0,60 a 0,79,

aparecem entre os 25,2% das operadoras que apresentaram os índices mais altos.

No parâmetro Atenção à Saúde o Plano B obteve um melhor resultado em comparação

aos demais se situando na faixa entre 8,00 a 1,00. Em relação ao IDEO o Plano C foi que

melhor posição alcançou, também entre a faixa de 8,00 a 1,00. Na dimensão Econômico-

Financeira o resultado menos favorável foi atribuído ao Plano A (0,00 a 0,19) e o melhor

desempenho foi apresentado pelo Plano D. No parâmetro IDSB os Planos A e D são os que

apresentaram um índice mais favorável.

Conforme o exposto na Tabela 65, 11,3% dos beneficiários, cerca de 4.600.000

usuários de planos de saúde médico-hospitalares, são atendidos por operadoras tidas como

insatisfatórias pela própria ANS. A avaliação global do setor é positiva já que 60,4% das

operadoras são empresas com índices acima de 0,4 como são as OPS selecionadas neste

estudo.

A observação realizada entre os resultados obtidos com os custos dos procedimentos

cirúrgicos e os reembolsos realizados pelas operadoras de planos de saúde (OPS), em

comparação com os Índices de Desempenho obtidos pela ANS em 2009 aponta que:

o Plano A apresentou diferença à maior para os custos em três procedimentos

cirúrgicos, inclusive na gastroplastia (-6,14%) que é a cirurgia que mais contribui para

a receita do Centro Cirúrgico; as dimensões Atenção à Saúde e Satisfação dos

Beneficiários foram as melhores performances no IDSS situando-se na faixa entre

0,60 e 0,79;

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o Plano B foi o que apresentou resultado com a maior defasagem entre os custos das

cirurgias e o reembolso, chegando a uma diferença de -40,17% na apendicectomia;

contudo, seu melhor resultado no IDSS foi o parâmetro Atenção à Saúde (0,80 –

1,00);

o Plano C obteve resultado a maior para os custos em cinco dos oito procedimentos

cirúrgicos; o melhor desempenho alcançado nos IDSS foi no parâmetro Estrutura e

Operação (0,80 – 1,00) e o menor foi em Satisfação dos Beneficiários com a faixa

0,40 – 0,59;

o Plano D apresentou o melhor resultado referente à remuneração das cirurgias e

obteve um equilíbrio positivo entre os parâmetros dos IDSS.

A avaliação de desempenho, de acordo com a Agência Nacional de Saúde, possibilita

o conhecimento de problemas por parte das operadoras de planos e aponta os desafios da

ordem econômico-financeira, de estrutura e operação, de atenção à saúde, satisfação dos

beneficiários e mesmo aqueles referentes à qualidade dos dados enviados, obtendo a

oportunidade de superá-los, conforme os objetivos da Política de Qualificação da Saúde

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4 CONCLUSÃO

Esta pesquisa foi realizada com o objetivo de desenvolver o custeamento pelo Método

ABC dos procedimentos cirúrgicos de uma organização hospitalar privada e compará-lo à

remuneração oferecida por diferentes planos de saúde.

Para atingir o escopo estabelecido, precedeu-se uma divisão do hospital em setores,

subsistemas, permitindo que as principais atividades realizadas em cada um deles fossem

identificadas e suas inter-relações mapeadas através do uso da abordagem sistêmica. A

peculiaridade e a complexidade das atividades desenvolvidas no âmbito hospitalar acarretam

em certa dificuldade de identificar os insumos, serviços e informações necessárias para a

realização dos serviços que culminam com a atenção à saúde do paciente. O uso da

abordagem sistêmica (AS) mostrou ser um método facilitador na identificação das

interrelações de processos permitindo fixar os fluxos mais relevantes de informações,

materiais e serviços imprescindíveis para o custeamento com base na atividade. A abordagem

sistêmica (AS) contribuiu positivamente na construção do custeio com base no ABC na

instituição hospitalar de saúde suplementar. A partir do seu desenvolvimento, houve maior

clareza na identificação dos recursos necessários para a realização de procedimentos

cirúrgicos. O ABC pôde ser aplicado com maior facilidade devido à melhor identificação das

atividades e recursos necessários para mensurar os custos de todos os setores do hospital

Por meio do levantamento de dados financeiros e dados estatísticos não financeiros de

cada setor aplicou-se o custeamento ABC com o intuito de contabilizar os custos e as

despesas arrolados. Na sequência, foram estabelecidas as bases de rateios que indicam como

as atividades consomem os recursos, realizado o custeamento de primeira ordem.

A identificação dos principais pacotes de procedimentos médicos-cirúrgicos, pautada

na representatividade numérica e no valor monetário gerado para a instituição em estudo, são

os produtos a serem custeados. Para que ocorresse o custeamento de segunda ordem, houve a

necessidade de se descrever a composição de cada pacote cirúrgico levando-se em

consideração que possuem a mesma composição em termos de número de diárias de

internação, quantitativo de materiais e medicamentos, uso de equipamentos para os diferentes

planos de saúde, inclusive do SUS.

De posse dos valores de custos das cirurgias, realizou-se um comparativo entre estes e

o ressarcimento feito por quatro operadoras de planos e pelo Sistema Único de Saúde.

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O custeamento pelo ABC tem apresentado importantes contribuições no que se

refere à identificação correta e precisa das alocações dos custos indiretos às atividades

desenvolvidas em cada setor hospitalar. O ABC oportunizou a identificação das atividades

que consomem os recursos e identificou os fatores básicos que afetam os custos hospitalares e

as forças que controlam esses fatores. Constitui-se numa ferramenta estratégica para ação

gerencial; não só para monitorar o custeio intersetorial, como também para definir linhas de

ação gerencial mais abrangente, possibilitando a identificação de caminhos estratégicos para

as organizações. Conhecer o custo de cada serviço que compõem os procedimentos cirúrgicos

torna a instituição competitiva no mercado.

A possibilidade de comparação entre os custos reais dos procedimentos cirúrgicos com

as remunerações realizadas por diferentes planos de saúde permite não só o questionamento

sobre as vantagens e desvantagens de se estreitar as relações comerciais com cada plano,

como comporta o estabelecimento de avaliações internas de desempenho, buscando aprimorar

processos relevantes que repercutam na cadeia de valor da organização. Nos oito

procedimentos cirúrgicos, os valores reembolsados pelo sistema público, SUS, ficam abaixo

dos valores ABC custeados, variando de -85,56% na cirurgia de varizes a -51,92 na

colecistectomia. A magnitude das variações entre máximos e mínimos dentre os valores

reembolsados pelos planos, em cada tipo de cirurgia, chama a atenção. Na colecistectomia, a

variação foi de 84,14%, mínimo de -51,92% (Plano E) e máximo de 32,22% (Plano C).

Mesmo quando a comparação é realizada entre os grandes planos nacionais, no caso A, C e D,

as variações entre reembolsos são acentuadas. No caso da herniorrafia inguinal, o máximo foi

o reembolso do plano D com 6,35% e o mínimo do plano A com -18,86%, perfazendo uma

variação total em torno do custo ABC de 25,21%. Os resultados sugerem que os planos de

saúde nacionais trabalham com metodologias não convergentes na formação de suas tabelas

de remuneração. Os resultados possibilitam o aprimoramento da gestão dos recursos e uma

análise do impacto dos reembolsos propiciados pelas diferentes tabelas dos planos médicos

credenciados.

A ANS busca ampliar sua ação regulatória sobre a saúde suplementar através do

Programa de Qualidade da Saúde Suplementar (PQSS) e utiliza o Índice de Desempenho da

Saúde Suplementar (IDSS) para avaliar a qualidade das operadoras de planos de saúde.

Shinomata (2010) refere que apesar da boa proposta, o IDSS ainda não reflete a realidade das

operadoras. Para o autor há incongruências nos parâmetros utilizados que devem ser

verificados com o objetivo de conquistar a confiança da sociedade tendo em vista seu valor

irrefragável. A regulação da prestação de serviços de saúde suplementar visa implantar

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mecanismos de controle que assegurem um bom atendimento aos usuários por parte das OPS

garantindo, inclusive, a sua capacidade em atingir os mais elevados índices de desempenho.

Este fato nos remete a alguns questionamentos: e a regulação por parte governamental para

com os prestadores de serviços hospitalares que atendem ao SUS? Que garantias de bom

atendimento possui os usuários do sistema público de saúde?

Uma limitação do estudo diz respeito a variações no consumo de material médico e

medicamentos de um paciente para outro devido às peculiaridades de cada caso. O fato de

estes insumos serem quantitativamente pré-estabelecidos nos pacotes reflete, em alguns casos,

em mensuração de custos incompleta. Outra limitação refere-se ao custeamento em si onde

estão inclusos nas despesas fatores não avaliados como eficiência gerencial dos processos e

possíveis desperdícios que agregam valor às despesas. Algumas restrições devem ser feitas no

desenvolvimento do trabalho; são algumas imperfeições observadas tais como o

estabelecimento de alguns direcionadores que poderiam refletir melhor a alocação dos

recursos às atividades e que não foram utilizados devido ao fato de algumas informações não

estarem disponíveis no hospital em estudo.

Algumas recomendações para a realização de trabalhos futuros são pertinentes, tais

como, (i) o conhecimento técnico na área auxilia na implantação deste método de custeio na

medida em que norteia a identificação das principais atividades realizadas em cada subsistema

bem como na eleição dos direcionadores a serem utilizados, ambos tidos como fatores

determinantes para o sucesso do custeamento ABC, (ii) hospitais que apresentem a

preocupação com a qualidade dos serviços prestados aos pacientes e que estejam ligadas a

algum órgão certificador podem possuir uma vantagem no auxílio ao desenvolvimento e

implantação do ABC por ter seus processos revisados, descritos e interagindo entre si.

Cabe salientar alguns achados observados durante a pesquisa, tais como, (i) após o

custeamento de todo o hospital, abre-se um leque de possibilidades como análises setoriais

que possibilitam uma maior objetividade, especialmente no que se referem às alocações de

despesas, custos e consumo dos recursos pelas atividades, (ii) a possibilidade de custeio de

contas que não sejam pacotes cirúrgicos apresenta-se de maneira bem objetiva já que todos os

objetos de custos possíveis de serem utilizados na composição de uma conta hospitalar são

estabelecidos e mensurados, (iii) a verificação entre o montante financeiro destinado ao

tratamento de pacientes internados em comparação dos recursos destinados aos exames

realizados para pacientes externos pode ser feita com maior clareza, permitindo inclusive

maior precisão na elaboração de orçamentos futuros, (iv) a partir do conhecimento dos reais

custos do atendimento ao paciente, as OPS poderiam selecionar os prestadores de serviços

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hospitalares que melhor preenchessem os requisitos almejados pelos usuários, sem perder o

foco custo-benefício proporcionado às Operadoras; há inclusive a possibilidade de redução no

número de estabelecimentos prestadores de serviços remunerando melhor os que atingissem

os melhores padrões de atendimento, (v) o ABC pode ser uma importante ferramenta a ser

utilizada pelas OPS na formação dos preços a serem praticados para remunerar os serviços

hospitalares. Estudos anteriores apontam para a ausência de metodologias para apuração dos

custos e formação de preços também por parte das operadoras acarretando na tendência de

transferência das despesas para os contratos dos usuários e, consequentemente, remunerando

os prestadores hospitalares de maneira igual, sem avaliar a qualidade dos serviços oferecidos

aos usuários.

Para pesquisas futuras, sugere-se a mudança de foco dos objetos de custos a serem

mensurados, a exemplos, o estabelecimento dos custos de tratamentos na clínica cirúrgica por

tipo de patologias atendidas ao invés de custo da diária, o cálculo do custo por hora dos

pacientes submetidos à cirurgias e que utilizam o Centro de Recuperação Anestésica (CRO)

ampliando a análise do centro cirúrgico ou ainda a possibilidade de se verificar os custos de

consultas realizadas em unidades de urgência, estratificando por tipo de clínica, tais como

cardiologia, clínica médica, ortopedia, entre outras. A construção de um modelo único de

custeamento dos serviços hospitalares, especialmente aos prestadores que atendem ao SUS,

por meio de um sistema informatizado que possibilite a comparação entre diferentes

instituições pode contribuir para um melhor controle das despesas públicas com saúde.

A importância do trabalho reside na clareza advinda da aplicação em conjunto da AS

e do ABC proporcionando maior facilidade e eficiência para o custeio em toda a organização

hospitalar.

A avaliação dos impactos dos custos na assistência à saúde vem obtendo importância

nas instituições hospitalares, em função do volume de recursos empregados para o

restabelecimento da saúde, e também como fator de competitividade em um mercado

preocupado com a qualidade dos serviços oferecidos. A gestão de custos em hospitais tornou-

se uma área estratégica que possibilita a melhoria das informações geradas. Estas informações

são de grande valia para os gestores nos processos decisórios e para o controle interno das

operações. Pesquisas em instituições de saúde buscam implantar e aprimorar métodos de

custeios que atendam às necessidades de obtenção de informações cada vez mais apuradas

que auxiliem na gestão de processos visando à redução dos custos e melhor aproveitamento

dos recursos.

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GLOSSÁRIO

Alocação direta de recursos: é a apropriação de recursos a uma atividade quando há uma

identificação inteligível de determinados itens de custos.

Análise de prontuários: é o processo de verificação dos documentos do prontuário do

paciente como, por exemplo, prescrições médicas, registros de enfermagem, com o objetivo

de averiguar os materiais médicos, medicamentos, exames prescritos pelo médico e realizados

pelo paciente para posterior faturamento da conta hospitalar.

Anestesia geral: é a situação em que o paciente permanece inconsciente durante todo o

procedimento cirúrgico e envolve a administração de fármacos capazes de produzir

inconsciência e analgesia, via inalatória ou via endovenosa.

Anestesia local: na anestesia local, um anestésico local é injetado na pele e tecidos moles

circundantes à zona que se pretende operar, sendo restrita a área que permanece entorpecida.

Anestesia peridural: é a punção realizada entre as vértebras da coluna, onde é aplicado o

anestésico próximo às raízes dos nervos sensitivos e motores do tronco e de membros

inferiores. Geralmente acrescenta-se sedação venosa.

Anestesia raquidiana: Similar à peridural, sendo que o anestésico é injetado diretamente no

líquor, no canal medular.

Área crítica: é aquela onde existe risco aumentado para desenvolvimento de infecções

relacionadas à assistência, seja pela execução de processos envolvendo artigos críticos ou

material biológico, pela realização de procedimentos invasivos ou pela presença de pacientes

com susceptibilidade aumentada aos agentes infecciosos ou portadores de microrganismos de

importância epidemiológica. Ex.: salas de cirurgia, unidades de tratamento intensivo.

Área não crítica: é aquela onde o risco de desenvolvimento de infecções relacionadas à

assistência é mínimo ou inexistente, seja pela não realização de atividades assistenciais, ou

pela ausência de processos envolvendo artigos críticos e semi-críticos, exceto quando

devidamente embalados e protegidos. Ex.: escritórios, almoxarifados, salas administrativas,

corredores, elevadores.

Área semi-crítica: aquela onde existe risco de moderado a baixo para desenvolvimento de

infecções relacionadas à assistência, seja pela execução de processos envolvendo artigos

semi-críticos ou pela realização de atividades assistenciais não invasivas em pacientes não

críticos e que não apresentem infecção ou colonização por microrganismos de importância

epidemiológica. Ex.: enfermarias, consultórios, área limpa de lavanderia hospitalar.

Assistência ao auditor médico: é o auxílio fornecido pelo faturista ao profissional médico

que realiza a auditora nas contas médicas. Esta atividade engloba o fornecimento de

informações registradas no sistema de informação do hospital, a localização de documentos

do prontuário, como laudos de exames, solicitações médicas de procedimentos.

Assistência ao paciente na recuperação pós-anestésica: consiste em fornecer cuidados até

que o paciente tenha se recuperado dos efeitos da anestesia (p.ex., até a retomada das funções

motora e sensorial), esteja orientado, apresente sinais vitais estáveis e não mostre evidências

de hemorragia nem outras complicações. Os cuidados devem focalizar a monitoração e

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manutenção dos estados respiratórios, circulatório, hidroeletrolítico e neurológico, bem como

o controle da dor.

Assistência farmacêutica: é o conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e

recuperação da saúde, tanto individual como coletivo, tendo o medicamento como insumo

essencial e visando o acesso e ao seu uso racional.

Atenção farmacêutica: é “a provisão responsável da farmacoterapia com o objetivo de

alcançar resultados definidos que melhorem a qualidade de vida dos pacientes” (HEPLER;

STRAND, 1990).

Autoclavagem: é o tratamento físico de resíduos contaminados que permite eliminar ou

reduzir para níveis não nocivos potenciais agentes patogênicos pelo contacto do material com

vapor de água a altas temperaturas através de ciclos de compressão e de descompressão.

Busca ativa: é o ato de ir à procura de indivíduos com o fim de uma “identificação

sintomática”, principalmente das doenças e agravos de notificação compulsória (BRASIL,

2001).

Centros de custos auxiliares: são os setores que compreendem a infra-estrutura necessária ao

funcionamento do hospital, pois não estão diretamente ligados a atividade fim. Os centros de

custos auxiliares prestam serviço e colaboram para que as atribuições inerentes dos demais

centros de custos sejam possíveis.

Centros de custos intermediários: são centros de custos cuja razão principal de sua

existência, é o de apoiar, prestar serviços diretos aos centros produtores de renda. Estes

centros também podem gerar renda quando do atendimento a pacientes externos, não

internados no hospital.

Centros de custos produtivos: são “os centros de custos onde o consumo de recursos pode

ser designado facilmente aos pacientes, individualmente” (FALK, 2001, p. 48). São os

geradores de receita para a instituição.

Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH): é uma comissão interna ao hospital

constituída por multiprofissionais, tais como médico, enfermeiro, bioquímico, farmacêutico,

representante da alta administração cujo objetivo é o de prevenir e combater a infecção

hospitalar e proteger o hospital e o corpo clínico. Esta comissão é legalmente regulamentada e

é a responsável pela implantação do Programa de Controle Hospitalar da instituição.

Controle de antimicrobianos: consiste no registro do uso de antibióticos para assegurar a

rastreabilidade dos produtos e de seus usuários para fins de fiscalização da autoridade

sanitária competente.

Dados não financeiros: o indicador não-financeiro é uma medida quantitativa que não será

expressa em valor monetário, ou seja, o indicador não-financeiro é apresentado em uma

métrica diferente de uma unidade monetária.

Depreciação: é a perda progressiva da eficiência funcional de bens imobilizados como

edifícios, máquinas, instalações, veículos.

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Desinfecção do ambiente: processo físico ou químico que elimina a maioria dos

microrganismos patogênicos de objetos inanimados e superfícies, com exceção de esporos

bacterianos.

Despesas: é a valorização monetária do consumo de recursos que é feito para a obtenção de

receitas ou de algum benefício (LEONE; LEONE, 2004).

Diagnose médica: é o processo analítico de que se vale o especialista ao exame de uma

doença ou de um quadro clínico, voltada à identificação de uma eventual doença.

Direcionador de custos: “representa a variável operacional, quantitativa e controlável, que

influencia determinado custo relacionado a uma atividade, a um processo, a um departamento

ou a um produto” (LEONE; LEONE, 2004).

Direcionadores de recursos: “indicam o modo como as atividades relevantes consomem os

recursos, facilitando, assim, a determinação dos custos a serem apropriados a essas atividades

relevantes” (LEONE; LEONE, 2004).

Fee for service: sistemas de pagamento ao médico que podem aplicar-se de forma

diferenciada aos generalistas e aos especialistas; os sistemas de capitação ou de salário são

mais freqüentemente utilizados aos generalistas, ao passo que os pagamentos de taxas por

serviço se aplicam com maior freqüência aos especialistas.

Garantia da integridade farmacêutica: é o conjunto de procedimentos e cuidados especiais

na manipulação, armazenagem e no transporte de fármacos.

Gerenciamento de leitos - é a administração do ato de internação hospitalar necessária, com

tempo de espera apropriado, no leito apropriado (diagnóstico e complexidade) e por uma

permanência adequada.

Hemodinâmica: é também conhecida como cardiologia intervencionista; é um conjunto de

procedimentos médicos invasivos para diagnóstico e tratamento de cardiopatias onde se

utiliza o cateterismo pratica que introduz finos cateteres na dinâmica circulatória,

possibilitando assim o diagnóstico por introdução de contraste radiológico.

Hospital de corpo clínico aberto: é o hospital que, mesmo tendo Corpo Clínico estruturado,

permite, a qualquer profissional habilitado da comunidade, internar e tratar seus pacientes.

Inputs: é a entrada de um sistema; é aquilo que o sistema importa ou recebe do seu mundo

exterior. A entrada pode ser constituída de um ou mais dos seguintes elementos: informação,

energia, materiais.

Limpeza do ambiente: é a remoção mecânica de sujidade em objetos inanimados ou

superfícies, imprescindível antes da execução de processos de desinfecção e/ou esterilização.

Lixo biológico: são materiais biológicos, seus resíduos e qualquer outro tipo de material que

entre em contato com fluidos corporais como gazes, luvas descartáveis, restos de tubos de

coletores e de transferência, entre outros.

Notificação compulsória: consiste na comunicação obrigatória da ocorrência de determinada

doença/agravo à saúde ou surto, feita às autoridades sanitárias, por profissionais de saúde ou

qualquer cidadão, visando a adoção das medidas de intervenção pertinentes.

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Outputs: é o resultado final da operação ou processamento de um sistema. Todo sistema

produz uma ou várias saídas. Através da saída, o sistema exporta o resultado de suas

operações para o meio ambiente.

Pacientes assistidos: são os pacientes atendidos, avaliados, medicados, monitorados durante

o atendimento em instituições de saúde.

Pacotes cirúrgicos: são pacotes são procedimentos cirúrgicos com valores fechados (fixos),

criados para facilitar o planejamento financeiro de pacientes, médicos cirurgiões e operadoras

de planos de saúde. Estes procedimentos são formatados de acordo com a necessidade de

tempo de sala cirúrgica, dos medicamentos e dos materiais utilizados, diárias de internação

cada qual com seu valor específico, pré-determinado.

Perfil microbiológico: é o perfil de sensibilidade dos germes da instituição, separando,

quando possível, aqueles responsáveis por infecções comunitárias daqueles causadores de

doença hospitalar.

Plano de contas: é uma técnica da contabilidade de ordenação das contas, de forma lógica e

estruturada, para melhor compreensão do conjunto patrimonial sistematização do trabalho

contábil. O principal objetivo das contas é possibilitar o registro dos lançamentos contábeis de

forma a criar condições ótimas de classificação e acumulação dos dados.

Programa Brasileiro de Acreditação Hospitalar: é um programa desenvolvido pelo

Ministério da Saúde que busca promover amplo entendimento, em âmbito nacional, em um

processo permanente de melhoria da qualidade, mecanismos para auto-avaliação, com

atualização periódica nos padrões e indicadores.

Prontuário do paciente: é constituído de um conjunto de documentos padronizados,

contendo informações sobre a saúde do paciente e a assistência prestada a ele, que possibilita

a comunicação entre membros da equipe multiprofissional e a continuidade da assistência

prestada.

Roupas leves e pesadas: é a classificação das roupas processadas de acordo com o grau de

sujidade e por meio do qual se escolhe o processo de lavagem e desinfecção.

Saúde suplementar: Ações de assistência à saúde prestada pela iniciativa privada sejam por

profissionais de saúde de forma liberal ou por empresas operadoras de planos de saúde, sob

regulação do Estado.

Serviço de Apoio de Diagnóstico e Terapêutico (SADT) : é o serviço formado pelos setores

de radiologia, tomografia, ultrassonografia, laboratório, hemodinâmica, endoscopia e

colonoscopia e ergometria cujo objetivo é fornecer exames complementares para auxiliar no

diagnóstico e na terapia eleita pelos profissionais médicos na assistência ao paciente.

Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH): O Serviço de Controle de Infecção

Hospitalar (SCIH) é o núcleo executivo da CCIH (Comissão de Controle de Infecção

Hospitalar) e atua de forma ativa na prevenção e controle de infecções hospitalares; tem como

objetivo elaborar e instituir medidas para redução da incidência e gravidade dessas

enfermidades. Ao SCIH compete planejar, executar e avaliar um programa de controle de

infecção hospitalar, manter vigilância epidemiológica das infecções hospitalares, realizar

investigações de casos e surtos e implementar medidas de controle, estipular e supervisionar

medidas de precauções e isolamentos, realizar educação continuada, elaborar e divulgar

relatórios.

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204

Taxa de ocupação hospitalar: é a relação percentual entre o número de pacientes-dia e o

número de leitos-dia, num determinado período.

Tempo de cirurgia: é o período correspondente da primeira incisão até a última sutura.

Tiras de dose unitária: é um sistema de dispensação de materiais médicos e medicamentos

que possibilita um maior contato do farmacêutico com a prescrição e com toda equipe

multiprofissional e, também, pelo controle que proporciona à farmácia, no que se refere ao

uso de medicamentos.

Tratamento multidisciplinar ao paciente: são estratégias envolvendo diferentes

profissionais da área de saúde que visam complementar o tratamento farmacológico levando a

uma melhora não somente do desempenho cognitivo, mas também do comportamento e da

qualidade de vida dos pacientes submetidos ao tratamento combinado.

Vigilância epidemiológica: é "o conjunto de atividades que permite reunir a informação

indispensável para conhecer, a qualquer momento, o comportamento ou história natural das

doenças, bem como detectar ou prever alterações de seus fatores condicionantes, com o fim

de recomendar oportunamente, sobre bases firmes, as medidas indicadas e eficientes que

levem à prevenção e ao controle de determinadas doenças" (BRASIL, 1990).

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205

APÊNDICE A1 – LISTA DE QUADROS UTILIZADO PARA CÁLCULOS

Quadro A1 Direcionadores de recursos do ALM ..................................................... 206

Quadro A2 Direcionadores de recursos da MAN ..................................................... 206

Quadro A3 Direcionadores de recursos do NTI ........................................................ 206

Quadro A4 Direcionadores de recursos do RH ........................................................ 206

Quadro A5 Direcionadores de recursos do SND ...................................................... 206

Quadro A6 Direcionadores de recursos do SCIH .................................................... 206

Quadro A7 Direcionadores de recursos da CAF ...................................................... 207

Quadro A8 Direcionadores de recursos da FAR ...................................................... 207

Quadro A9 Direcionadores de recursos do FAT ...................................................... 207

Quadro A10 Direcionadores de recursos da REC .................................................... 207

Quadro A11 Direcionadores de recursos do SPP ..................................................... 207

Quadro A12 Direcionadores de recursos do CPR .................................................... 208

Quadro A13 Direcionadores de recursos da CME .................................................... 208

Quadro A14 Direcionadores de recursos do ENF .................................................... 208

Quadro A15 Direcionadores de recursos do CC ..................................................... . 208

Quadro A16 Direcionadores de recursos da END .................................................... 208

Quadro A17 Direcionadores de recursos da ERG .................................................... 209

Quadro A18 Direcionadores de recursos da RAD .................................................... 209

Quadro A19 Direcionadores de recursos da US ....................................................... 209

Quadro A20 Direcionadores de recursos da TC ....................................................... 209

Quadro A21 Direcionadores de recursos do LAB .................................................... 209

Quadro A22 Direcionadores de recursos da HEM ................................................... 210

Quadro A23 Direcionadores de recursos do PA ....................................................... 210

Quadro A24 Direcionadores de recursos da UTI ..................................................... 210

Quadro A25 Direcionadores de recursos da UICl .................................................... 210

Quadro A26 Direcionadores de recursos da UICi .................................................... 210

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206

Quadro A1 - Direcionadores de recursos do ALM. Recursos Direcionadores de Recursos

Pessoal Tempo (minuto)

Material de Expediente Estimativa do gestor

Energia elétrica KWh

Telefone Alocação direta

Fonte: Pesquisa.

Quadro A2 - Direcionadores de recursos da MAN. Recursos Direcionadores de recursos

Pessoal Tempo em minutos

Material de consumo Alocação direta

Energia elétrica KWh

Telefone Alocação direta

Fonte: Pesquisa.

Quadro A3 - Direcionadores de recursos do NTI. Recursos Direcionadores de recursos

Pessoal Tempo em minutos

Material de consumo Estimativa do gestor

Energia elétrica KWh

Telefone Alocação direta

Depreciação Horas trabalhadas

Fonte: Pesquisa.

Quadro A4 - Direcionadores de recursos do RH. Recursos Direcionadores de recursos

Pessoal Tempo em minutos

Material de consumo Estimativa do gestor

Energia elétrica KWh

Telefone Alocação direta

Fonte: Pesquisa.

Quadro A5 - Direcionadores de recursos do SND. Recursos Direcionadores de recursos

Pessoal Tempo em minutos

Material de consumo Estimativa do gestor

Energia elétrica KWh

Telefone Alocação direta

Água e esgoto Estimativa do gestor

Fonte: Pesquisa.

Quadro A6 - Direcionadores de recursos do SCIH. Recursos Direcionadores de recursos

Pessoal Tempo em minutos

Material de consumo Estimativa do gestor

Energia elétrica Alocação direta

Telefone Alocação direta

Recursos despendidos de outros setores Tempo em minutos

Fonte: Pesquisa.

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207

Quadro A7 - Direcionadores de recursos da CAF. Recursos Direcionadores de recursos

Pessoal Tempo em minutos

Material de consumo Estimativa do gestor

Energia elétrica KWh

Telefone Alocação direta

Recursos despendidos de outros setores Tempo em minutos

Fonte: Pesquisa.

Quadro A8 - Direcionadores de recursos da FAR.

Recursos Direcionadores de recursos

Pessoal Tempo em minutos

Material de consumo Estimativa gerencial

Energia elétrica KWh

Telefone Estimativa gerencial

Recursos despendidos de outros setores Tempo em minutos

Fonte: Pesquisa.

Quadro A9 - Direcionadores de recursos do FAT.

Recursos Direcionadores de recursos

Pessoal Tempo em minutos

Material de consumo Estimativa gerencial

Energia elétrica KWh

Telefone Estimativa gerencial

Recursos despendidos de outros setores Tempo em minutos

Fonte: Pesquisa.

Quadro A10 - Direcionadores de recursos da REC.

Recursos Direcionadores de recursos

Pessoal Tempo em minutos

Material de consumo Estimativa gerencial

Energia elétrica KWh

Telefone Estimativa gerencial

Recursos despendidos de outros setores Tempo em minutos

Fonte: Pesquisa.

Quadro A11 - Direcionadores de recursos do SPP. Recursos Direcionadores de recursos

Pessoal Tempo em minutos

Material de consumo Estimativa gerencial

Energia elétrica Estimativa gerencial

Telefone Alocação direta

Recursos despendidos de outros setores Tempo em minutos

Fonte: Pesquisa.

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208

Quadro A12 - Direcionadores de recursos do CPR. Recursos Direcionadores de recursos

Pessoal Tempo em minutos

Material de consumo Alocação direta

Energia elétrica KWh

Telefone Alocação direta

Água e esgoto Alocação direta

Depreciação Horas

Recursos despendidos de outros setores Tempo em minutos

Fonte: Pesquisa.

Quadro A13 - Direcionadores de recursos da CME. Recursos Direcionadores de recursos

Pessoal Tempo em minutos

Material de consumo Estimativa gerencial

Energia elétrica KWh

Telefone Alocação direta

Água e esgoto Estimativa gerencial (litros)

Serviços de terceiros Alocação direta

Recursos despendidos de outros setores Tempo em minutos

Fonte: Pesquisa.

Quadro A14 - Direcionadores de recursos do ENF. Recursos Direcionadores de recursos

Pessoal Tempo em minutos

Material de consumo Alocação direta

Energia elétrica Alocação direta

Telefone Alocação direta

Recursos despendidos de outros setores Tempo em minutos

Fonte: Pesquisa.

Quadro A15 - Direcionadores de recursos do CC. Recursos Direcionadores de recursos

Pessoal Tempo em minutos

Material de consumo Estimativa gerencial

Material médico Estimativa gerencial

Energia elétrica Estimativa gerencial

Telefone Estimativa gerencial

Recursos recebidos CME, CPR e FAR Alocação direta

Recursos despendidos de outros setores Tempo em minutos

Fonte: Pesquisa.

Quadro A16 - Direcionadores de recursos da END. Recursos Direcionadores de recursos

Pessoal Tempo em minutos

Material de consumo Estimativa gerencial

Material médico Alocação direta

Energia elétrica KWh

Telefone Estimativa gerencial

Recursos despendidos de outros setores Tempo em minutos

Fonte: Pesquisa.

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209

Quadro A17 - Direcionadores de recursos da ERG. Recursos Direcionadores de recursos

Pessoal Tempo em minutos

Material de consumo Estimativa gerencial

Material médico Alocação direta

Energia elétrica KWh

Telefone Estimativa gerencial

Recursos despendidos de outros setores Tempo em minutos

Fonte: Pesquisa.

Quadro A18 - Direcionadores de recursos da RAD. Recursos Direcionadores de recursos

Pessoal Tempo em minutos

Material de consumo Estimativa gerencial

Material médico Alocação direta

Energia elétrica KWh

Telefone Estimativa gerencial

Recursos despendidos de outros setores Tempo em minutos

Fonte: Pesquisa.

Quadro A19 - Direcionadores de recursos da US. Recursos Direcionadores de recursos

Pessoal Tempo em minutos

Material de consumo Estimativa gerencial

Energia elétrica KWh

Telefone Estimativa gerencial

Serviços de terceiros Alocação direta

Recursos despendidos de outros setores Tempo em minutos

Fonte: Pesquisa.

Quadro A20 - Direcionadores de recursos da TC. Recursos Direcionadores de recursos

Pessoal Tempo em minutos

Material de consumo Estimativa gerencial

Material médico hospitalar Alocação direta

Energia elétrica KWh

Telefone Alocação direta

Recursos despendidos de outros setores Tempo em minutos

Fonte: Pesquisa.

Quadro A21 - Direcionadores de recursos do LAC. Recursos Direcionadores de recursos

Pessoal Tempo em minutos

Material de consumo Estimativa gerencial

Material médico hospitalar Alocação direta

Energia elétrica KWh

Telefone Alocação direta

Recursos despendidos de outros setores Tempo em minutos

Fonte: Pesquisa.

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210

Quadro A22 - Direcionadores de recursos da HEM.

Recursos Direcionadores de recursos

Pessoal Tempo em minutos

Material de consumo Estimativa gerencial

Material médico hospitalar Alocação direta

Energia elétrica KWh

Telefone Estimativa gerencial

Recursos despendidos de outros setores Tempo em minutos

Fonte: Pesquisa.

Quadro A23 - Direcionadores de recursos do PA. Recursos Direcionadores de recursos

Pessoal Tempo em minutos

Material de consumo Estimativa gerencial

Material médico, medicamentos e gases Alocação direta

Energia elétrica KWh

Telefone Alocação direta

Recursos despendidos de outros setores Tempo em minutos

Fonte: Pesquisa.

Quadro A24 - Direcionadores de recursos da UTI. Recursos Direcionadores de recursos

Pessoal Tempo em minutos

Material de consumo Alocação direta

Energia elétrica KWh

Telefone Alocação direta

Recursos despendidos de outros setores Tempo em minutos

Fonte: Pesquisa.

Quadro A25 - Direcionadores de recursos da UICl. Recursos Direcionadores de recursos

Pessoal Tempo em minutos

Material de consumo Alocação direta

Energia elétrica KWh

Telefone Alocação direta

Recursos despendidos de outros setores Tempo em minutos

Fonte: Pesquisa.

Quadro A26 - Direcionadores de recursos da UICi. Recursos Direcionadores de recursos

Pessoal Tempo em minutos

Material de consumo Alocação direta

Energia elétrica KWh

Telefone Alocação direta

Recursos despendidos de outros setores Tempo em minutos

Fonte: Pesquisa.

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211

APÊNDICE A2 – LISTA DE TABELAS UTILIZADO PARA CÁLCULOS

Tabela A1 Tempo (hora) para realizar as atividades da HIG .................................... 214

Tabela A2 Custo/ hora de cada atividade em $/h da HIG ......................................... 214

Tabela A3 Índice base da HIG ................................................................................ 214

Tabela A4 UP de áreas críticas ............................................................................... 214

Tabela A5 UP de áreas semi-críticas ....................................................................... 214

Tabela A6 UP de áreas não críticas .......................................................................... 215

Tabela A7 Quantidade produzida de UP’s na HIG no período .................................. 215

Tabela A8 Cálculo do valor da UP e custo da transformação na HIG ....................... 215

Tabela A9 Índice do ALM ...................................................................................... 216

Tabela A10 Recursos financeiros do ALM ............................................................... 216

Tabela A11 Custos das atividades do ALM ............................................................. 217

Tabela A12 Recursos financeiros da DIR ................................................................ 217

Tabela A13 Alocação dos recursos da DIR às atividades ......................................... 217

Tabela A14 Recursos financeiros da MAN .............................................................. 217

Tabela A15 Alocação dos recursos da MAN às atividades ....................................... 218

Tabela A16 Alocação dos custos da MAN aos objetos de custos .............................. 218

Tabela A17 Recursos financeiros do NTI ................................................................ 218

Tabela A18 Alocação dos recursos do NTI às atividades ......................................... 218

Tabela A19 Alocação dos custos do NTI aos objetos de custos ................................ 219

Tabela A20 Recursos financeiros do RH ................................................................. 219

Tabela A21 Alocação dos recursos do RH às atividades .......................................... 219

Tabela A22 Recursos financeiros do SND ............................................................... 220

Tabela A23 Tempo (hora) para realizar as atividades do SND ................................. 220

Tabela A24 Custo/ hora de cada atividade em $/h do SND ...................................... 220

Tabela A25 Índice base do SND ............................................................................. 220

Tabela A26 UP do café .......................................................................................... 220

Tabela A27 UP do almoço ..................................................................................... 221

Tabela A28 UP do lanche ....................................................................................... 221

Tabela A29 UP do jantar ........................................................................................ 221

Tabela A30 Quantidade produzida de UP’s no SND no período............................ .... 221

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212

Tabela A31 Cálculo do valor da UP e custo da transformação no SND .................... 222

Tabela A32 Recursos financeiros do SCIH ............................................................. 222

Tabela A33 Alocação dos recursos do SCIH às atividades ....................................... 222

Tabela A34 Custos das atividades do SCIH ............................................................ 222

Tabela A35 Recursos financeiros da CAF ............................................................... 223

Tabela A36 Alocação dos recursos da CAF às atividades ........................................ 223

Tabela A37 Índice da CAF ..................................................................................... 224

Tabela A38 Recursos financeiros da FAR ............................................................... 224

Tabela A39 Alocação dos recuros da FAR às atividades .......................................... 222

Tabela A40 Recursos financeiros do FAT ............................................................... 222

Tabela A41 Alocação dos recursos do FAT às atividades ........................................ 226

Tabela A42 Alocação dos custos do FAT aos objetos de custos ............................... 226

Tabela A43 Recursos financeiros da REC ............................................................... 227

Tabela A44 Alocação dos recursos da REC às atividades ........................................ 227

Tabela A45 Alocação dos custos da REC aos objetos de custos ............................... 227

Tabela A46 Recursos financeiros do SPP ................................................................ 228

Tabela A47 Alocação dos recursos do SPP às atividades ......................................... 228

Tabela A48 Recursos financeiros do CPR ............................................................... 228

Tabela A49 Alocação dos recursos do CPR às atividades ........................................ 229

Tabela A50 Custos das atividades do CPR .............................................................. 229

Tabela A51 Recursos financeiros da CME ............................................................... 230

Tabela A52 Alocação dos recursos da CME às atividades ....................................... 230

Tabela A53 Alocação dos custos da CME aos objetos de custos .............................. 231

Tabela A54 Alocação dos custos da CME por tipo de esterilização .......................... 231

Tabela A55 Recursos financeiros do ENF ............................................................... 231

Tabela A56 Alocação dos recursos do ENF às atividades ........................................ 232

Tabela A57 Recursos financeiros do CC ................................................................. 232

Tabela A58 Alocação dos recursos do CC às atividades .......................................... 233

Tabela A59 Alocação dos custos variáveis das atividades no CC ............................. 233

Tabela A60 Alocação dos anestésicos no CC .......................................................... 234

Tabela A61 Alocação dos custos das atividades no CC ............................................ 234

Tabela A62 Recursos financeiros da END ............................................................... 234

Tabela A63 Alocação dos recursos da END às atividades ........................................ 235

Tabela A64 Recursos financeiros da ERG ............................................................... 235

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213

Tabela A65 Alocação dos recursos da ERG às atividades ........................................ 236

Tabela A66 Recursos financeiros da RAD .............................................................. 236

Tabela A67 Alocação dos recursos da RAD às atividades ........................................ 237

Tabela A68 Alocação do papel de impressão e o custo unitário por exame na RAD .. 237

Tabela A69 Recursos financeiros da US ................................................................. 238

Tabela A70 Alocação dos recursos da US às atividades .......................................... 238

Tabela A71 Recursos financeiros da TC ................................................................. 239

Tabela A72 Alocação dos recursos da TC às atividades ........................................... 239

Tabela A73 Alocação do papel de impressão, contrastes e o valor dos exames .......... 240

Tabela A74 Recursos financeiros do LAC ............................................................... 240

Tabela A75 Alocação dos recursos do LAC às atividades ........................................ 241

Tabela A76 Recursos despendidos com material de LAC por tipo de exame ............ 241

Tabela A77 Alocação dos custos das atividades do LAC aos objetos de custos ......... 241

Tabela A78 Recursos financeiros da HEM ............................................................... 242

Tabela A79 Alocação dos recursos da HEM às atividades ....................................... 242

Tabela A80 Recursos financeiros do PA ................................................................. 243

Tabela A81 Alocação dos recursos do PA às atividades ........................................... 243

Tabela A82 Alocação dos custos das atividades do PA aos objetos de custos ........... 244

Tabela A83 Recursos financeiros da UTI ................................................................ 244

Tabela A84 Alocação dos recursos da UTI às atividades ......................................... 244

Tabela A85 Recursos financeiros da UICl ....................................................................... 245

Tabela A86 Alocação dos recursos da UICl às atividades ........................................ 245

Tabela A87 Recursos financeiros da UICi ............................................................... 246

Tabela A88 Alocação dos recursos da UICi às atividades ........................................ 246

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214

Tabela A1 - Tempo (hora) para realizar as atividades da HIG.

Higienizar o piso

Higienizar os

móveis e utensílios

Troca de roupa

de cama

Coleta de

lixo Total (hora)

Área não crítica 0,2833 0,0833 0,1 0,05 0,5166

Área semi-crítica 0,3667 0,1 0,1 0,05 0,6167

Área crítica 0,4333 0,1333 0,1 0,05 0,7166

Fonte: Pesquisa.

Tabela A2 - Custo/ hora de cada atividade em $/h da HIG.

Higienizar o piso

Higienizar os móveis

e utensílios

Troca de roupa

de cama

Coleta de

lixo

Total

(R$/h)

Área não crítica 3,08 0,90 1,09 0,54 5,61

Área semi-crítica 3,99 1,09 1,09 0,54 6,70

Área crítica 4,70 1,45 1,08 0,55 7,78

Fonte: Pesquisa.

Tabela A3 - Índice base da HIG. Área crítica Foto-índice $/h Tempo (h) Índice Base $/h /h

Higienizar o piso 4,70 0,43 10,85

Higienizar os móveis e utensílios 1,45 0,13 10,88

Troca de roupa de cama 1,08 0,10 10,80

Coleta de lixo 0,55 0,05 11,00

Total 43,52

Fonte: Pesquisa.

Tabela A4 - UP de áreas críticas .

Área crítica Foto-índice $/h Foto Índice base UP/h Tempo (h) UP

Higienizar o piso 4,70 43,52 0,11 0,43 0,047

Higienizar os móveis e utensílios 1,45 43,52 0,03 0,13 0,004

Troca de roupa de cama 1,08 43,52 0,02 0,10 0,002

Coleta de lixo 0,55 43,52 0,01 0,05 0,001

Total 0,05

Fonte: Pesquisa.

Tabela A5 - UP de áreas semi-críticas .

Área semi-crítica Foto-índice $/h Foto Índice base UP/h Tempo (h) UP

Higienizar o piso 3,99 43,52 0,09 0,37 0,034

Higienizar os móveis e

utensílios 1,09 43,52 0,02 0,10 0,002

Troca de roupa de cama 1,09 43,52 0,02 0,10 0,002

Coleta de lixo 0,54 43,52 0,01 0,05 0,001

Total 0,04

Fonte: Pesquisa.

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215

Tabela A6 - UP de áreas não-críticas. Área não crítica Foto-índice $/h Foto Índice base UP/h Tempo (h) UP

Higienizar o piso 3,08 43,52 0,07 0,37 0,026

Higienizar os móveis e

utensílios 0,90 43,52 0,02 0,1 0,002

Troca de roupa de cama 1,09 43,52 0,03 0,1 0,003

Coleta de lixo 0,54 43,52 0,01 0,05 0,001

Total 0,03

Fonte: Pesquisa.

Tabela A7 - Quantidade produzida de UP's na HIG no período.

Produto Quant. UP's Total UP's

Área não crítica 2.684 0,02 66,815

Área semi-crítica 7.741 0,04 303,664

Área crítica 6.134 0,05 333,381

Total: 703,859

Fonte: Pesquisa.

Tabela A8 - Cálculo do valor da UP e custo da transformação na HIG.

Custo Total Total UP' Valor UP ($/UP)

UP 80.229,11 703,8589847 113,985

Custo de Transformação Total UP's Valor UP Valor Total

Área não crítica 66,815 113,9846358 7.615,84

Área semi-crítica 303,664 113,9846358 34.613,02

Área crítica 333,381 113,9846358 38.000,26

Total: 80.229,11

Fonte: Pesquisa.

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216

Tabela A9 - Índice do ALM.

Fonte: Pesquisa.

Tabela A10 - Recursos financeiros do ALM.

Recursos Valor (R$)

Pessoal 12.586,6

Material de Expediente 211,34

Energia elétrica 74,32

Telefone 272,68

Depreciação 219,10

Fonte: Pesquisa.

Setor Quantidade

requisições

Quantidade

Itens

Índice

almoxarifado

Higienização e Limpeza 8 154 1.232

Almoxarifado 3 22 66

Diretoria 2 48 96

Manutenção 11 58 638

NTI 2 6 12

RH 1 22 22

Serviço de Nutrição e Dietética 26 4.453 115.778

SCIH 3 12 36

Central Abastecimento Farmacêutico 8 60 480

Farmácia 46 17.864 821.744

Faturamento 9 181 1.629

Recepção 8 82 656

Serviço Prontuário Paciente 4 42 168

Endoscopia 6 329 1.974

Ergometria 6 231 1.386

Radiologia 2 27 54

Central de Material Esterilização 11 3.848 42.328

Centro de Processamento de Roupas 9 1.163 10.467

Centro Cirúrgico 14 1.359 19.026

Hemodinâmica 10 476 4760

Laboratório 11 5.048 55.528

Serviço de Enfermagem 4 17 68

Tomografia 6 472 2.832

Ultra-sonografia 6 417 2.502

Pronto Atendimento 17 5.909 100.453

Unidade Internação Cirúrgica 21 1.345 28.245

Unidade Internação Clínica 18 1.244 22.392

UTI 27 1.641 44.307

Total 1.278.879

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217

Tabela A11 - Custos das atividades do ALM.

Recurso

financeiro Direcionador de recurso

Recurso

financeiro (R$) Atividades

Pessoal Tempo em minutos

377,60 Receber e conferir os produtos

1.762,12 Registrar os produtos no sistema

881,07 Armazenar os produtos

4.153,58 Conferir as solicitações de produtos

3.650,11 Controlar o estoque e entregar os

produtos

1.762,12 Gerenciar o setor

Material de

expediente Estimativa gerencial

21,13 Registrar os produtos no sistema

42,67 Controlar o estoque

147,54 Gerenciar o setor

Energia elétrica KWh 52,02 Registrar os produtos no sistema

22,30 Gerenciar o setor

Telefone Locação direta 272,68 Gerenciar o setor

Depreciação Horas trabalhadas 219,10 Gerenciar o setor

Fonte: Pesquisa.

Tabela A12 - Recursos financeiros da DIR.

Recursos Valor (R$)

Pessoal 68.858,13 (Próprio)

92.803,98 (Sede)

Material de Expediente 147,52

Energia elétrica 154,76

Telefone 83,52

Serviços de terceiros 13.168,19

Fonte: Pesquisa.

Tabela A13 - Alocação dos recursos da DIR às atividades. Recursos Direcionador de recursos Valor (R$)

Pessoal Número de funcionários 68.858,13 (Próprio)

92.803,98 (Sede)

Material de Expediente Número de funcionários 147,52

Energia elétrica Número de funcionários 154,76

Telefone Número de funcionários 83,52

Serviços de terceiros Número de funcionários 13.168,19

Total 175.216,10

Fonte: Pesquisa.

Tabela A14 - Recursos financeiros da MAN. Recursos Valor (R$)

Pessoal 26.571,52

Material de consumo 1.512,59

Energia elétrica 115,89

Telefone 74,32

Fonte: Pesquisa.

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218

Tabela A15 - Alocação dos recursos da MAN às atividades.

Fonte: Pesquisa.

Tabela A16 - Alocação dos custos da MAN aos objetos de custos. Atividade Direcionador Valor da atividade Valor unitário

Manutenção elétrica e hidráulica 54 requisições 8.840,35 163,71

Manutenção de máquinas e equipamentos 12 requisições 8.040,54 670,04

Reparos de pintura e alvenaria 8 requisições 7.211,51 901,44

Gerenciar o setor 46 requisições 4.181,92 90,91

Fonte: Pesquisa.

Tabela A17 - Recursos financeiros do NTI.

Recursos Valor (R$)

Pessoal 4.698,47

Material de consumo 78,40

Energia elétrica 74,32

Telefone 47,16

Depreciação 436,35

Fonte: Pesquisa.

Tabela A18 - Alocação dos recursos do NTI às atividades.

Recurso Direcionador

recurso

Recurso

financeiro Atividade %

Recurso

financeiro

Pessoal Tempo em

minutos

845,72 Manutenção corretiva e preventiva dos equipamentos

18

4.698,47

2255,27 Desenvolvimento de software 48

328,89 Desenvolvimento de relatórios e

modelagem dos dados 7

657,79 Aplicação de treinamentos e suporte

a dúvidas de sistema 14

610,80 Gerenciar o setor 13

Material de

consumo Estimativa

7,84 Desenvolvimento de software 10

78,40 7,84 Desenvolvimento de relatórios e

modelagem dos dados 10

62,72 Gerenciar o setor 80

Energia KWh

26,012 Desenvolvimento de software 35

74,32 26,012 Desenvolvimento de relatórios e

modelagem dos dados 35

22,296 Gerenciar o setor 30

Telefone Alocação direta 47,16 Gerenciar o setor 100 47,16

Depreciação Horas

trabalhadas

144,00 Desenvolvimento de software 33

436,35 144,00 Desenvolvimento de relatórios e

modelagem dos dados 33

148,36 Gerenciar o setor 34

Fonte: Pesquisa.

Recurso Direcionador recurso Recurso financeiro Atividade

Pessoal Tempo em minutos

8.840,35 Manutenção elétrica e hidráulica

8.040,54 Manutenção de máquinas e equipamentos

7.211,51 Reparos de pintura e alvenaria

2.479,12 Gerenciar o setor

Material de

consumo Alocação direta 1.512,59 Gerenciar o setor

Energia KWh 115,89 Gerenciar o setor

Telefone Alocação direta 74,32 Gerenciar o setor

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219

Tabela A19 - Alocação dos custos do NTI aos objetos de custos.

Atividade Valor da atividade

(R$)

Direcionador

(ordens de

serviço)

Valor unitário

(R$)

Manutenção corretiva e preventiva dos equipamentos 845,72 56 15,1021

Desenvolvimento de software 2.433,11 10 243,3110

Desenvolvimento de relatórios e modelagem dos dados 506,74 23 22,0322

Aplicação de treinamentos e suporte a dúvidas de sistema 657,79 15 43,8527

Gerenciar o setor 891,34 15 59,4227

Fonte: Pesquisa.

Tabela A20 - Recursos financeiros do RH.

Recursos Valor (R$)

Pessoal 9.857,33

Material de consumo 412,57

Energia elétrica 83,40

Telefone 252,80

Fonte: Pesquisa.

Tabela A21 - Alocação dos recursos do RH às atividades.

Recurso Direcionador

recurso

Recurso

financeiro Atividade % Recurso financeiro

Pessoal Tempo em

minutos

3.745,79 Recrutamento, contratação e

demissão de pessoal 38

9.857,33 3.055,77 Análise da freqüência de

pessoal 31

1.084,31 Controle de férias 11

1.971,47 Gerenciar o setor 20

Material de

consumo

Estimativa

gerencial

49,51 Recrutamento, contratação e

demissão de pessoal 12

412,57 12,38 Análise da freqüência de

pessoal 3

41,26 Controle de férias 10

309,43 Gerenciar o setor 75

Energia KWh

17,51 Recrutamento, contratação e

demissão de pessoal 21

83,40 14,18 Análise da freqüência de

pessoal 17

8,34 Controle de férias 10

43,37 Gerenciar o setor 52

Telefone Alocação direta 252,80 Gerenciar o setor 100 252,80

Fonte: Pesquisa.

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220

Tabela A22 - Recursos financeiros do SND. Recursos Valor (R$)

Pessoal 49.557,81

Material de consumo

Alimentos perecíveis 5.674,67

Alimentos não perecíveis 3.402,32

Gás para a cozinha 1.652,52

10.729,51

Energia elétrica 686,73

Telefone 83,51

Água e esgoto 406,45

Fonte: Pesquisa.

Tabela A23 - Tempo (hora) para realizar as atividades do SND.

Produto Conferir o mapa de

dietas

Confeccionar as

dietas

Distribuir

as dietas

Recolher os

utensílios

Gerenciar o

setor

Total

(hora)

Café 0,08544 0,2388 0,0322 0,03868 0,1564 0,55152

Almoço 0,08544 0,684 0,0322 0,03868 0,1564 0,99672

Lanche 0,08544 0,2121 0,0322 0,03868 0,1564 0,52482

Jantar 0,08544 0,529 0,0322 0,03868 0,1564 0,84172

Fonte: Pesquisa.

Tabela A24 - Custo/ hora de cada atividade em $/h do SND.

Produto

Conferir o mapa de

dietas

Confeccionar as

dietas

Distribuir

as dietas

Recolher os

utensílios

Gerenciar o

setor

Total

(hora)

Café 0,1164 2,716 0,5820 0,1940 0,2716 3,88

Almoço 0,3378 7,882 1,6890 0,5630 0,7882 11,26

Lanche 0,0654 1,526 0,3270 0,1090 0,1526 2,18

Jantar 0,2790 6,510 1,3950 0,4650 0,6510 9,30

Fonte: Pesquisa.

Tabela A25 - Índice base do SND. Almoço Foto-índice $/h Tempo (h) Índice base $/h /h

Conferir o mapa de dietas 0,33780 0,085440 3,954

Confeccionar as dietas 7,88200 0,684000 11,523

Distribuir as dietas 1,68900 0,032200 52,453

Recolher os utensílios 0,56300 0,038680 14,555

Gerenciar o setor 0,7882 0,1564 5,0396

Total 87,53

Fonte: Pesquisa.

Tabela A26 - UP do café.

Café Foto-índice

($/h)

Foto índice

base UP/h Tempo (h) UP

Conferir o mapa de dietas 0,12 87,53 0,001 0,09 0,0001

Confeccionar as dietas 2,72 87,53 0,031 0,24 0,0074

Distribuir as dietas 0,58 87,53 0,007 0,03 0,0002

Recolher os utensílios 0,19 87,53 0,002 0,04 0,0001

Gerenciar o setor 0,27 87,53 0,003 0,16 0,0005

Total 0,01

Fonte: Pesquisa.

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221

Tabela A27 - UP do almoço.

Almoço Foto-índice

($/h)

Foto índice

base UP/h Tempo (h) UP

Conferir o mapa de dietas 0,34 87,53 0,004 0,09 0,0003

Confeccionar as dietas 7,88 87,53 0,090 0,68 0,0616

Distribuir as dietas 1,69 87,53 0,019 0,03 0,0006

Recolher os utensílios 0,56 87,53 0,006 0,04 0,0002

Gerenciar o setor 0,79 87,53 0,009 0,16 0,0014

Total 0,06

Fonte: Pesquisa.

Tabela A28 - UP do lanche.

Lanche Foto-índice

($/h)

Foto índice

base UP/h Tempo (h) UP

Conferir o mapa de dietas 0,07 87,53 0,001 0,09 0,0001

Confeccionar as dietas 1,53 87,53 0,017 0,21 0,0037

Distribuir as dietas 0,33 87,53 0,004 0,03 0,0001

Recolher os utensílios 0,11 87,53 0,001 0,04 0,0000

Gerenciar o setor 0,15 87,53 0,002 0,16 0,0003

Total 0,01

Fonte: Pesquisa.

Tabela A29 - UP do jantar.

Jantar Foto-índice

($/h)

Foto índice

base UP/h Tempo (h) UP

Conferir o mapa de dietas 0,28 87,53 0,003 0,09 0,0003

Confeccionar as dietas 6,51 87,53 0,074 0,53 0,0393

Distribuir as dietas 1,40 87,53 0,016 0,03 0,0005

Recolher os utensílios 0,47 87,53 0,005 0,04 0,0002

Gerenciar o setor 0,65 87,53 0,007 0,16 0,0012

Total 0,04

Fonte: Pesquisa.

Tabela A30 - Quantidade produzida de UP’s no SND no período. Produto Quant. UP's Total UP's

Café 4.224 0,01 42,240

Almoço 4.342 0,06 278,764

Lanche 3.800 0,01 38,000

Jantar 3.861 0,04 160,225

Total 519,229

Fonte: Pesquisa.

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222

Tabela A31 - Cálculo do valor da UP e custo da transformação no SND.

Custo Total Total UP's Valor UP ($/UP)

UP 61.464,00 519,229 118,375

Custo de transformação Total UP's Valor UP Valor total

Café 42,240 118,375 5.000,18

Almoço 278,764 118,375 32.998,85

Lanche 38,000 118,375 4.498,27

Jantar 160,225 118,375 18.966,71

Fonte: Pesquisa.

Tabela A32 - Recursos financeiros do SCIH. Recursos Valor (R$)

Pessoal 18.900,31

Material de expediente 142,19

Energia elétrica 47,50

Telefone 265,15

Recursos despendidos de outros setores:

HIG 25,56

ALM 0,38

DIR 1.547,85

NTI 74,52

RH 60,00

1.708,31

Fonte: Pesquisa.

Tabela A33 - Alocação dos recursos do SCIH às atividades.

Recurso Direcionador recurso Recurso

financeiro Atividade

Pessoal Tempo em minutos

6.048,10 Realizar vigilância epidemiológica

4.914,08 Verificar perfil microbiológico

3.402,06 Realizar o controle de uso de antimicrobianos

2.268,04 Realizar treinamentos

2.268,04 Gerenciar o setor

Material de consumo Estimativa gerencial 142,19 Realizar vigilância epidemiológica

Energia elétrica Alocação direta 47,50 Gerenciar o setor

Telefone Alocação direta 265,15 Gerenciar o setor

Recursos

despendidos de

outros setores

Tempo em minutos

546,66 Realizar vigilância epidemiológica

444,16 Verificar perfil microbiológico

307,50 Realizar o controle de uso de antimicrobianos

205,00 Realizar treinamentos

205,00 Gerenciar o setor

Fonte: Pesquisa.

Tabela A34 - Custos das atividades do SCIH. Objeto de custo Atividade Valor (R$)

Objeto de

custo 1 Unidades de internação

Realizar vigilância epidemiológica 6.736,95

Realizar o controle de uso de antimicrobianos 3.709,56

Objeto de

custo 2

Unid. internação e setores

atendimento temporário/

manip. material biológico

Verificar perfil microbiológico 5.358,24

Realizar treinamentos 2.473,04

Gerenciar o setor 2.785,69

Fonte: Pesquisa.

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223

Tabela A35 - Recursos financeiros da CAF. Recursos Valor (R$)

Pessoal 10.821,16

Material de consumo 655,57

Energia elétrica 148,80

Telefone 96,44

Recursos despendidos de outros setores:

2.451,25

HIG 247,08

ALM 5,02

DIR 1.857,42

MAN 163,71

NTI 58,95

RH 119,07

Fonte: Pesquisa.

Tabela A36 - Alocação dos recursos da CAF às atividades.

Fonte: Pesquisa.

Recurso Direcionador recurso Recurso financeiro Atividade

Pessoal Tempo em minutos

649,27 Receber produtos do almoxarifado

1.947,81 Realizar entradas de produtos, armazenar e

controlar estoque

4.544,89 Receber solicitação de produtos, separar e

realizar baixa no sistema

1.514,96 Efetuar entrega de produtos aos solicitantes

2.164,23 Gerenciar o setor

Material de consumo

Estimativa do gestor

131,11 Realizar entradas de produtos, armazenar e

controlar estoque

196,67 Receber solicitação de produtos, separar e realizar baixa no sistema

327,79 Gerenciar o setor

Energia KWh 104,16

Realizar entradas de produtos, armazenar e

controlar estoque

44,64 Gerenciar o setor

Telefone Alocação direta 96,44 Gerenciar o setor

Recursos

despendidos de

outros setores

Tempo em minutos

147,07 Receber produtos do almoxarifado

441,23 Realizar entradas de produtos, armazenar e

controlar estoque

1.029,53 Receber solicitação de produtos, separar e

realizar baixa no sistema

343,18 Efetuar entrega de produtos aos solicitantes

490,25 Gerenciar o setor

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224

Tabela A37 - Índice da CAF.

Setor Número de

requisições Número de itens Índice da CAF

Higienização e Limpeza 4 3.805 15.220

Manutenção 2 808 1.616

Serviço de Nutrição e Dietética 6 5.725 34.350

Farmácia 8 173.460 1.387.680

Endoscopia 2 3.249 6.498

Ergometria 2 5.710 11.420

Radiologia 2 37.587 75.174

Central de Material Esterilização 5 18.594 92.970

Centro de Processamento de Roupas 4 34.834 139.336

Centro Cirúrgico 8 42.169 337.352

Hemodinâmica 3 16.634 49.902

Laboratório 4 27.385 109.540

Tomografia 2 52.569 105.138

Ultra-sonografia 2 51.476 102.952

Pronto Atendimento 14 226.813 3.175.382

Total 5.644.530

Fonte: Pesquisa.

Tabela A38 - Recursos financeiros da FAR.

Recursos Valor (R$)

Pessoal 63.020,81

Material de consumo 1.301,66

Energia elétrica 297,28

Telefone 111,42

Recursos despendidos de outros setores:

21.529,40

HIG 308,37

ALM 8.587,22

DIR 11.144,52

MAN 418,33

NTI 385,17

RH 526,14

SND 159,65

Fonte: Pesquisa.

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225

Tabela A39 - Alocação dos recursos da FAR às atividades.

Fonte: Pesquisa.

Tabela A40 - Recursos financeiros do FAT.

Recursos Valor (R$)

Pessoal 24.103,70

Material de consumo 1.421,63

Energia elétrica 76,30

Telefone 38,24

Recursos despendidos de outros setores:

5.633,18

HIG 134,13

ALM 17,02

DIR 4.024,41

MAN 90,91

NTI 851,34

RH 438,43

SND 76,94

Fonte: Pesquisa.

Recurso Direcionador recurso Recurso

financeiro Atividade

Pessoal Tempo em minutos

30.249,99 Gerenciamento logístico

12.604,16 Distribuir de materiais médicos e medicamentos

5.041,66 Assistência farmacêutica

10.083,33 Atenção farmacêutica

5.041,66 Gerenciar o setor

Material de

consumo Alocação direta

754,96 Gerenciamento logístico

156,20 Distribuir de materiais médicos e medicamentos

390,50 Gerenciar o setor

Energia Estimativa gerencial 237,82 Gerenciamento logístico

59,46 Gerenciar o setor

Telefone Estimativa gerencial 111,42 Gerenciar o setor

Recursos

despendidos de

ouros setores

Tempo em minutos

10.334,11 Gerenciamento logístico

4.305,88 Distribuir de materiais médicos e medicamentos

1.722,35 Assistência farmacêutica

3.444,70 Atenção farmacêutica

1.722,35 Gerenciar o setor

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226

Tabela A41 - Alocação dos recursos do FAT às atividades.

Fonte: Pesquisa.

Tabela A42 - Alocação dos custos do FAT aos objetos de custos.

Atividade

Valor da atividade Quantidade faturada Valor unitário

Prontuário Ficha

urgência Prontuário

Ficha

urgência Prontuário

Ficha

urgência

Faturar prontuários 12.191,14 0,00 534,00 0,00 22,83 0,00

Faturar fichas de atendimento

de urgência 0,00 4.604,91 534,00 3.822 0,00 1,20

Conferir e corrigir faturamento 5.352,64 0,00 534,00 3.822 10,02 0,00

Assistir ao auditor médico do

convênio e emitir fatura de

cobrança de honorários

médicos

1.486,84 0,00 534,00 3.822 2,78 0,00

Gerar e encaminhar as faturas

ao convênio 401,03 2.870,03 534,00 3.822 0,75 0,75

Gerenciar o setor 535,33 3.831,13 534,00 3.822 1,00 1,00

Total 37,39 2,96

Fonte: Pesquisa.

Recurso Direcionador recurso Recurso financeiro Atividade

Pessoal Tempo em minutos

9.159,41 Faturar prontuários

3.374,52 Faturar fichas de atendimento de urgência

4.338,67 Conferir e corrigir faturamento

1.205,19 Assistir ao auditor médico do convênio e emitir

fatura de cobrança de honorários médicos

2.651,41 Gerar e encaminhar as faturas ao convênio

3.374,52 Gerenciar o setor

Material de

consumo Estimativa gerencial

852,98 Faturar prontuários

426,49 Faturar fichas de atendimento de urgência

142,16 Gerenciar o setor

Energia KWh

38,15 Faturar prontuários

15,26 Faturar fichas de atendimento de urgência

22,89 Gerenciar o setor

Telefone Estimativa gerencial 38,24 Gerenciar o setor

Recursos

despendidos de

outros setores

Tempo em minutos

2.140,61 Faturar prontuários

788,65 Faturar fichas de atendimento de urgência

1.013,97 Conferir e corrigir faturamento

281,66 Assistir ao auditor médico do convênio e emitir

fatura de cobrança de honorários médicos

619,65 Gerar e encaminhar as faturas ao convênio

788,65 Gerenciar o setor

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227

Tabela A43 - Recursos financeiros da REC.

Recursos Valor (R$)

Pessoal 54.008,25

Material de consumo 1.893,70

Energia elétrica 184,40

Telefone 611,60

Recursos despendidos de outros setores:

14.804,63

HIG 700,23

ALM 6,86

DIR 11.763,66

MAN 1.174,17

NTI 378,62

RH 644,29 SND 136,80

Fonte: Pesquisa.

Tabela A44 - Alocação dos recursos da REC às atividades.

Fonte: Pesquisa.

Tabela A45 - Alocação dos custos da REC aos objetos de custos.

Direcionador Atividades Recurso

financeiro

Valor do

direcionador

Atendimento para a

internação

Cadastrar pacientes para internação 25.937,37

33.844,62 Gerenciar os leitos das unidades de internação 5.505,03

Controle do atendimento telefônico 1.000,78

Gerenciar o setor 1.401,44

Atendimento para a

urgência

Cadastrar pacientes para atendimento na

urgência e no SADT. 17.589,19

37.657,96 Controle do atendimento telefônico 8.360,78

Gerenciar o setor 11.707,99

Fonte: Pesquisa.

Recurso Direcionador

recurso Recurso

financeiro Atividade

Pessoal Tempo em

minutos

13.502,06 Cadastrar pacientes para atendimento no PA e no SADT.

19.442,97 Cadastrar pacientes para internação

4.320,66 Gerenciar os leitos das unidades de internação

7.021,07 Controle do atendimento telefônico

9.721,49 Gerenciar o setor

Material de

consumo

Estimativa

gerencial

302,99 Cadastrar pacientes para atendimento no PA e no SADT.

1.098,35 Cadastrar pacientes para internação

492,36 Gerenciar o setor

Energia KWh

82,98 Cadastrar pacientes para atendimento no PA e no SADT.

66,38 Cadastrar pacientes para internação.

35,04 Gerenciar o setor

Telefone Estimativa

gerencial

415,89 Controle do atendimento telefônico

195,71 Gerenciar o setor

Recursos

despendidos de

outros setores

Tempo em

minutos

3.701,16 Cadastrar pacientes para atendimento no PA e no SADT.

5.329,67 Cadastrar pacientes para internação

1.184,37 Gerenciar os leitos das unidades de internação

1.924,60 Controle do atendimento telefônico

2.664,83 Gerenciar o setor

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228

Tabela A46 - Recursos financeiros do SPP.

Recursos Valor (R$)

Pessoal 3.274,68

Material de consumo 568,33

Energia elétrica 17,80

Telefone 21,10

Recursos despendidos de outros setores:

488,96

HIG 165,63

ALM 1,76

DIR 309,57

MAN 0,00

NTI 0,00

RH 12,00 SND 0,00

Fonte: Pesquisa.

Tabela A47 - Alocação dos recursos do SPP às atividades.

Recurso Direcionador

recurso

Recurso

financeiro Atividade

Pessoal

Tempo em

minutos

2.063,05

Receber e checar prontuários e fichas de atendimentos de

urgência

556,70 Realizar o controle dos documentos e encaminhar para o arquivo

458,46 Resgatar e controlar documentos do arquivo

196,48 Gerenciar o setor

Material de

consumo

Estimativa

gerencial

431,93 Realizar o controle dos documentos e encaminhar para o arquivo

136,40 Gerenciar o setor

Energia Estimativa

gerencial

8,9 Realizar o controle dos documentos e encaminhar para o arquivo

8,9 Gerenciar o setor

Telefone Alocação

direta 21,10 Gerenciar o setor

Recursos

despendidos

de outros

setores

Tempo em

minutos

308,04

Receber e checar prontuários e fichas de atendimentos de

urgência

83,12 Realizar o controle dos documentos e encaminhar para o arquivo

68,45 Resgatar e controlar documentos do arquivo

29,34 Gerenciar o setor

Fonte: Pesquisa.

Tabela A48 - Recursos financeiros do CPR.

Recursos Valor (R$)

Pessoal 26.779,09

Material de consumo 6.691,26

Energia elétrica 4.613,93

Telefone 18,32

Água e esgoto 228,90

Depreciação 2.028,00

Recursos despendidos de outros setores:

9.076,43

HIG 1.372,31

ALM 109,38

DIR 4.953,12

MAN 1.688,52

NTI 243,31

RH 709,79

Fonte: Pesquisa.

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229

Tabela A49 - Alocação dos recursos do CPR às atividades.

Recursos Direcionadores de

recursos

Recursos

financeiros Atividades

Pessoal Tempo em minutos

2.410,12 Coletar roupas

1.874,54 Separar roupas

535,58 Pesar roupas

4.284,65 Lavar roupas

1.874,54 Centrifugar roupas

3.213,49 Secar roupas

6.159,19 Realizar a calandragem das roupas

3.749,07 Distribuir roupas

2.677,91 Gerenciar o setor

Material de consumo Alocação direta 6.691,26 Lavar roupas

Energia elétrica KWh

184,56 Lavar roupas

138,42 Centrifugar roupas

1.937,85 Secar roupas

2.353,10 Realizar a calandragem das roupas

Telefone Alocação direta 18,32 Gerenciar o setor

Água e esgoto Alocação direta 228,90 Lavar roupas

Depreciação Horas 1.581,84 Lavar roupas

223,08 Centrifugar roupas

223,08 Secar roupas

Recursos despendidos de

outros setores Tempo em minutos

816,88 Coletar roupas

635,35 Separar roupas

181,53 Pesar roupas

1.452,23 Lavar roupas

635,35 Centrifugar roupas

1.089,17 Secar roupas

2.087,58 Realizar a calandragem das roupas

1.270,70 Distribuir roupas

907,64 Gerenciar o setor

Fonte: Pesquisa.

Tabela A50 - Alocação dos custos do CPR aos objetos de custos.

Atividade Valor Atividade (R$) Quilos (Kg) Valor Unitário

L P L P L P

Coletar roupas 1.742,58 1.484,42 14.515 12.083 0,120 0,123

Separar roupas 1.355,34 1.154,55 14.515 12.083 0,093 0,096

Pesar roupas 387,24 329,87 14.515 12.083 0,027 0,027

Lavar roupas 5.192,44 9.231,00 14.515 12.083 0,358 0,764

Centrifugar roupas 1.550,55 1.320,83 14.515 12.083 0,107 0,109

Secar roupas 3.490,34 2.973,25 14.515 12.083 0,240 0,246

Realizar a calandragem das

roupas 5.723,93 4.875,94 14.515 12.083 0,394 0,404

Distribuir roupas 2.710,68 2.309,09 14.515 12.083 0,187 0,191

Gerenciar o setor 1.946,09 1.657,78 14.515 12.083 0,134 0,137

Total 1,660 2,097

Fonte: Pesquisa.

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230

Tabela A51 - Recursos financeiros da CME.

Recursos Valor (R$)

Pessoal 25.833,93

Material de consumo 1.252,12

Energia elétrica 2.996,64

Telefone 38,75

Água e esgoto 2.322,55

Serviços de terceiros 7.210,74

Recursos despendidos de outros setores:

8.171,64

HIG 1.685,53

ALM 442,33

DIR 4.643,55

MAN 1.179,28

NTI 15,1

RH 180 SND 25,85

Fonte: Pesquisa.

Tabela A52 - Alocação dos recursos da CME às atividades.

Recursos Direcionadores

de recursos

Recursos

financeiros Atividades

Pessoal Tempo em

minutos

1.033,36 Receber o material sujo ou contaminado

7.491,84 Realizar a limpeza e secagem do material

3.875,09 Preparar o material para a esterilização

3.358,41 Esterilizar na autoclave

2.325,05 Esterilização química

258,34 Esterilizar em ácido etileno

3.100,07 Armazenar e distribuir os materiais

4.391,77 Gerenciar o setor

Material de consumo Estimativa

gerencial

976,65 Preparar o material para a esterilização

162,78 Esterilização química

112,69 Gerenciar o setor

Energia elétrica KWh

53,34 Realizar a limpeza e secagem do material

28,17 Preparar o material para a esterilização

2.856,70 Esterilizar na autoclave

20,98 Armazenar e distribuir os materiais

37,46 Gerenciar o setor

Telefone Alocação direta 38,75 Gerenciar o setor

Água e esgoto

Estimativa

gerencial

(litros)

348,38 Realizar a limpeza e secagem do material

1.974,17 Esterilizar na autoclave

Serviços de terceiros Alocação direta 7.210,74 Esterilizar com ácido etileno

Recursos despendidos de

outros setores

Tempo em

minutos

326,87 Receber o material sujo ou contaminado

2.369,78 Realizar a limpeza e secagem do material

1.225,75 Preparar o material para a esterilização

1.062,31 Esterilizar na autoclave

735,45 Esterilização química

81,72 Esterilização com ácido etileno

980,60 Armazenar e distribuir os materiais

1.389,18 Gerenciar o setor

Fonte: Pesquisa.

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231

Tabela A53 - Alocação dos custos da CME aos objetos de custos.

Atividade Direcionador

(peças) Autoclave Química Ácido etileno

Receber o material sujo ou contaminado 6.841 0,20 0,00 0,00

Realizar a limpeza e secagem do material 6.841 1,50 0,00 0,00

Preparar o material para a esterilização 6.841 0,89 0,00 0,00

Esterilizar na autoclave 6.841 1,35 0,00 0,00

Esterilizar com produtos químicos 1.127 0,00 2,86 0,00

Esterilizar com ácido etileno 2.109 0,00 0,00 3,58

Armazenar e distribuir os materiais 10.077 0,41 0,41 0,41

Gerenciar o setor 10.077 0,59 0,59 0,59

Total 4,94 3,86 4,58

Fonte: Pesquisa.

Tabela A54 - Alocação dos custos da CME por tipo de esterilização.

Setores Autoclave Química Ácido etileno

Peças Valor Peças Valor Peças Valor

Endoscopia 332 1.641,22 0 0,00 0 0,00

Ergometria 21 103,81 0 0,00 0 0,00

Radiologia 33 163,13 0 0,00 0 0,00

Centro Cirúrgico 4.683 23.150,13 1.127 4.349,66 987 4.520,19

Hemodinâmica 287 1.418,77 0 0,00 88 403,02

Pronto Atendimento 411 2.031,75 0 0,00 146 668,64

Unidade Internação Cirúrgica 688 3.401,09 0 0,00 197 902,21

Unidade Internação Clínica 204 1.008,46 0 0,00 233 1.067,08

UTI 182 899,71 0 0,00 458 2.097,51

Total 6.841 33.818,07 1.127 4.349,66 2.109 9.658,64

Fonte: Pesquisa.

Tabela A55 - Recursos financeiros do ENF.

Recursos Valor (R$)

Pessoal 34.249,24

Material de consumo 717,26

Energia elétrica 31,20

Telefone 112,00

Recursos despendidos de outros setores:

5.268,11

HIG 37,32

ALM 0,71

DIR 4.024,41

MAN 181,82 NTI 74,52

RH 156,00

SND 793,33

Fonte: Pesquisa.

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232

Tabela A56 - Alocação dos recursos do ENF às atividades.

Recurso Direcionador recurso Recurso

financeiro Atividade

Pessoal

Tempo em minutos

25.001,95 Supervisão da equipe de enfermagem.

9.247,29 Coordenação dos serviços de transporte

interno de pacientes.

Material de

consumo Alocação direta 717,26 Supervisão da equipe de enfermagem.

Energia Alocação direta 31,20 Supervisão da equipe de enfermagem.

Telefone Alocação direta 112,00 Supervisão da equipe de enfermagem.

Recursos

despendidos de

outros setores

Tempo em minutos

3.845,72 Supervisão da equipe de enfermagem.

1.422,39 Coordenação dos serviços de transporte

interno de pacientes.

Fonte: Pesquisa.

Tabela A57 - Recursos financeiros do CC.

Recursos Valor (R$)

Recursos próprios do setor:

Pessoal 60.539,44

Material de consumo 884,07

Material médico hospitalar 2.431,00

Energia elétrica 2.996,00

Telefone 263,45

Recursos despendidos de outros setores:

88.019,21

HIG 24.768,50

ALM 198,82

DIR 9.500,38

MAN 2.826,47 CAF 1.025,00

NTI 287,16

RH 549,22

SND 3.966,38

CME 32.019,98

CPR 9.924,11

FAR 2.863,19

Fonte: Pesquisa.

Nota: os honorários médicos dos cirurgiões são pagos diretamente pela operadora do plano de saúde e não estão

contemplados neste segmento. Na despesa com pessoal estão inclusos apenas os gastos salariais dos médicos

anestesistas, equipe de enfermagem e funcionários que atuam na área administrativa, contratados pela

instituição.

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233

Tabela A58 - Alocação dos recursos do CC às atividades.

Recursos Direcionadores

de recursos

Recursos

financeiros Atividades %

Pessoal Tempo em

minutos

3.632,37 Admitir o paciente na unidade. 6

5.448,55 Preparar a sala cirúrgica. 9

6.053,94 Anestesiar o paciente. 10

23.004,99 Auxiliar no ato cirúrgico. 38

5.448,55 Assistir ao paciente na recuperação anestésica.

9

4.237,76 Encaminhar o paciente a unidade de internação.

7

7.870,13 Preparar a sala para a próxima cirurgia. 13

4.843,16 Gerenciar o setor. 8

Material de consumo Estimativa

gerencial 884,07 Gerenciar o setor. 100

Material médico Estimativa

gerencial

170,17 Preparar a sala cirúrgica. 7

1.969,11 Anestesiar o paciente. 81

121,55 Encaminhar o paciente a unidade de

internação. 5

170,17 Preparar a sala para a próxima cirurgia. 7

Energia elétrica Estimativa

gerencial

599,20 Preparar a sala cirúrgica. 20

599,20 Anestesiar o paciente. 20

599,20 Encaminhar o paciente a unidade de

internação. 20

599,20 Preparar a sala para a próxima cirurgia. 20

599,20 Gerenciar o setor. 20

Telefone Estimativa

gerencial 263,45 Gerenciar o setor. 100

Recursos recebidos da

CME, CPR e FAR Alocação direta 44.807,28 Realizar o ato cirúrgico. 100

Recursos despendidos de

outros setores

Tempo em

minutos

2.587,32 Admitir o paciente na unidade. 6

3.880,97 Preparar a sala cirúrgica. 9

4.312,19 Anestesiar o paciente. 10

16.386,33 Auxiliar no ato cirúrgico. 38

3.880,97 Assistir ao paciente na recuperação anestésica.

9

3.018,54 Encaminhar o paciente a unidade de

internação. 7

5.605,85 Preparar a sala para a próxima cirurgia. 13

3.449,75 Gerenciar o setor. 8

Fonte: Pesquisa.

Tabela A59 - Alocação dos custos variáveis das atividades no CC.

Cirurgia Tempo Médio Custo unitário Custo total

1.Gastroplastia 167 1,32 220,44

2.Varizes 122 1,32 161,04

3.Colecistectomia 157 1,32 207,24

4.Herniorrafia 112 1,32 147,84

5.Histerectomia 142 1,32 187,44

6.Apendicectomia 122 1,32 161,04

7.Tireoidectomia 107 1,32 141,24

8.Postectomia 72 1,32 95,04

Fonte: Pesquisa.

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234

Tabela A60 - Alocação dos anestésicos no CC. .

Tipo de anestesia Número de cirurgias Valor dos anestésicos Custo unitário dos anestésicos

Local 38 1.127,00 29,66

Raque 123 3.894,00 31,66

Peridural 118 5.737,27 48,62

Geral 145 14.891,55 102,70

Fonte: Pesquisa.

Tabela A61 - Alocação dos custos das atividades no CC.

Cirurgia

1. Custo da

atividade (variável)

2. Custo da

atividade (fixo)

3. Custo

dos anestésicos

4. Custo dos

materiais e medicamentos

Custo total

unitário da cirurgia

Participação

na receita (%)

1.Gastroplastia 220,44 177,77 102,70 9.171,25 9.672,16 20,12

2.Varizes 161,04 177,77 31,66 544,82 915,29 3,19

3.Colecistectomia 207,24 177,77 48,62 324,67 758,30 1,63

4.Herniorrafia 147,84 177,77 102,70 233,87 662,18 1,06

5.Histerectomia 187,44 177,77 102,70 249,18 717,9 0,94

6.Apendicectomia 161,04 177,77 102,70 355,62 797,13 1,32

7.Tireoidectomia 141,24 177,77 102,70 182,05 603,76 1,96

8.Postectomia 95,04 177,77 29,66 104,13 406,60 0,49

Fonte: Pesquisa.

Tabela A62 - Recursos financeiros da END.

Recursos Valor (R$)

Pessoal 2.103,34

Material de consumo 293,56

Material médico hospitalar 766,90

Energia elétrica 21,10

Telefone 19,80

Recursos despendidos de outros setores:

3.913,46

HIG 132,04

ALM 20,63

DIR 619,14 MAN 254,62

NTI 15,10

RH 24,00

SND 120,74

CME 1.641,22

CPR 436,66

ENF 405,89

SCIH 227,10

CAF 16,32

Fonte: Pesquisa.

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235

Tabela A63 - Alocação dos recursos da END às atividades.

Recursos Direcionadores de

recursos

Recursos

financeiros Atividades

Pessoal Tempo em minutos

126,20 Agendar o exame

1.514,40 Realizar o exame

252,40 Auxiliar o paciente pós-exame

210,33 Digitar o laudo e entregar o resultado

Material de consumo Estimativa gerencial 14,68 Realizar o exame

278,88 Digitar o laudo e entregar o resultado

Material médico Alocação direta 728,56 Realizar o exame

38,35 Auxiliar o paciente pós-exame

Energia elétrica KWh 19,41 Realizar o exame

1,69 Digitar o laudo e entregar o resultado

Telefone Estimativa gerencial 19,80 Digitar o laudo e entregar o resultado

Recursos despendidos de

outros setores Tempo em minutos

234,81 Agendar o exame

2.817,69 Realizar o exame

469,62 Auxiliar o paciente pós-exame

391,35 Digitar o laudo e entregar o resultado

Fonte: Pesquisa.

Tabela A64 - Recursos financeiros da ERG.

Recursos Valor (R$)

Pessoal 2.103,34

Material de consumo 137,48

Material médico hospitalar 323,69

Energia elétrica 21,10

Telefone 21,40

Recursos despendidos de outros setores:

1.583,81

HIG 116,35

ALM 14,48

DIR 309,57

MAN 181,82

RH 59,07

CME 103,81 CPR 444,88

ENF 98,05

SCIH 227,1

CAF 28,68

Fonte: Pesquisa.

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236

Tabela A65 - Alocação dos recursos da ERG às atividades.

Recursos Direcionadores de

recursos

Recursos

financeiros Atividades

Pessoal Tempo em minutos

126,20 Agendar o exame

1766,81 Realizar o exame

210,33 Entregar o resultado

Material de consumo Estimativa gerencial 126,48 Realizar o exame

11,00 Entregar o resultado

Material médico Alocação direta 323,69 Realizar o exame

Energia elétrica KWh 19,20 Realizar o exame

1,90 Entregar o resultado

Telefone Estimativa gerencial 21,40 Entregar o resultado

Recursos despendidos de outros setores Tempo em minutos

95,03 Agendar o exame

1330,40 Realizar o exame

158,38 Entregar o resultado

Fonte: Pesquisa.

Tabela A66 - Recursos financeiros da RAD.

Recursos Valor (R$)

Pessoal 36.230,64

Material de consumo 167,32

Material médico hospitalar 842,90

Energia elétrica 2.996,00

Telefone 63,89

Recursos despendidos de outros setores:

7.499,43

HIG 590,13

ALM 0,56

DIR 4.024,41 MAN 272,73

RH 156,00

SND 236,22

CME 163,13

CPR 185,92

ENF 1.454,47

SCIH 227,10

CAF 188,76

Fonte: Pesquisa.

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237

Tabela A67 - Alocação dos recursos da RAD às atividades.

Recursos Direcionadores de

recursos

Recursos

financeiros Atividades

Pessoal Tempo em minutos

3.623,06 Agendar o exame

2.898,45 Posicionar o paciente

19.202,24 Realizar o exame

2.898,45 Processar e analisar a imagem

2.536,14 Analisar e laudar o exame

5.072,29 Digitar o laudo e entregar o resultado

Material de consumo Estimativa gerencial 167,32 Digitar o laudo e entregar o resultado

Material radiológico, exceto

papel DRY Alocação direta

792,33 Realizar o exame

50,57 Processar e analisar a imagem

Energia elétrica KWh

2.037,28 Realizar o exame

569,24 Processar e analisar a imagem

389,48 Digitar o laudo e entregar o resultado

Telefone Estimativa gerencial 63,89 Digitar o laudo e entregar o resultado

Recursos recebidos Tempo em minutos

749,94 Agendar o exame

599,95 Posicionar o paciente

3.974,70 Realizar o exame

599,95 Processar e analisar a imagem

524,96 Analisar e laudar o exame

1.049,92 Digitar o laudo e entregar o resultado

Fonte: Pesquisa.

Tabela A68 - Alocação do papel de impressão e o custo unitário por exame na RAD.

Tipo de Exame

Quant/

tamanho papel

DRY

Preço unitário

papel DRY (R$)

Valor DRY/

exame (R$)

Custo

unitário

atividades

Custo total

por exame

(R$)

1.Tórax: PA 1/ 08 x 12 1,31 1,31 34,12 35,43

2. Tórax: PA_LAT 2/ 10 x 12 1,95 3,90 34,12 38,02

3.Seios da face: FN_MN_LAT 3/ 08 x 12 1,31 3,94 34,12 38,06

4.PE ou podálicos 1/ 08 x 12 1,31 1,31 34,12 35,43

5.Joelho: AP_LAT 2/ 08 x 12 1,31 2,63 34,12 36,75

6.Articulação tíbio-társica 1/ 08 x 12 1,31 1,31 34,12 35,43

7.Mão ou quirodáctilos 1/ 08 x 12 1,31 1,31 34,12 35,43

8.Coluna lombo-sacro 1/ 10 x 12 1,95 1,95 34,12 36,07

9.Abdômen simples AP 1/ 10 x 12 1,31 1,31 34,12 35,43

10.Radiodiagnóstico de bacia 2/ 08 x 12 1,31 2,63 34,12 36,75

11.Punho: AP_LAT_Oblíquas 3/ 08 x 12 1,31 3,94 34,12 38,06

12.Crânio: PA_LAT 2/ 10 x 12 1,95 3,90 34,12 38,02

13.Articulação escapulo - umeral 1/ 08 x 12 1,31 1,31 34,12 35,43

14.Cotovelo 1/ 08 x 12 1,31 1,31 34,12 35,43

15.Coluna dorsal: AP_LAT 2/ 10 x 12 1,95 3,90 34,12 38,02

16.Omoplata 1/ 08 x 12 1,31 1,31 34,12 35,43

17.Articulação coxofemoral 1/ 10 x 12 1,95 1,95 34,12 36,07

18.Coluna cervical:

AP_LAT_TO 3/ 08 x 12 1,31 3,94 34,12 38,06

19.Abdômen AP_LAT 2/ 10 x 12 1,95 3,90 34,12 38,02

20.Mãos e punhos para idade

óssea 1/ 08 x 12 1,31 1,31 34,12 35,43

21.Costela por hemitórax 1/ 10 x 12 1,95 1,95 34,12 36,07

22.Calcâneo 1/ 08 x 12 1,31 1,31 34,12 35,43

Fonte: Pesquisa.

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238

Tabela A69 - Recursos financeiros da US.

Recursos Valor (R$)

Pessoal 6.641,53

Material de consumo 559,21

Energia elétrica 508,00

Telefone 55,68

Serviços de terceiros 312,07

Recursos despendidos de outros setores:

3.948,16

HIG 513,87

ALM 26,15 DIR 1.238,28

MAN 901,44

NTI 30,2

RH 48,00

CPR 202,52

ENF 502,09

SCIH 227,10

CAF 258,51

Fonte: Pesquisa.

Tabela A70 - Alocação dos recursos da US às atividades.

Recursos Direcionadores de

recursos

Recursos

financeiros Atividades

Pessoal Tempo em minutos

464,91 Agendar o exame

3.984,92 Posicionar o paciente e realizar o exame

996,23 Processar e analisar a imagem

531,32 Laudar o exame

664,15 Digitar o laudo e entregar o resultado

Material de consumo Estimativa gerencial 559,21 Digitar o laudo e entregar o resultado.

Energia elétrica KWh 431,80 Processar e analisar a imagem

76,20 Digitar o laudo e entregar o resultado

Telefone Estimativa gerencial 55,68 Agendar o exame

Serviços de terceiros Alocação direta 312,07 Posicionar o paciente e realizar o exame

Recursos recebidos Tempo em minutos

276,37 Agendar o exame

2.368,90 Posicionar o paciente e realizar o exame

592,22 Processar e analisar a imagem

315,85 Laudar o exame

394,82 Digitar o laudo e entregar o resultado

Fonte: Pesquisa.

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239

Tabela A71 - Recursos financeiros da TC.

Recursos Valor (R$)

Pessoal 10.701,68

Material de consumo 125,76

Material médico hospitalar 784,50

Energia elétrica 2.996,64

Telefone 83,51

Recursos despendidos de outros setores:

4.644,91

HIG 851,27

ALM 29,59 DIR 1.238,28

MAN 924,66

NTI 30,2

RH 48,00

SND 139,26

ENF 621,97

CPR 270,58

SCIH 227,10

CAF 264,00

Fonte: Pesquisa.

Tabela A72 - Alocação dos recursos da TC às atividades.

Recursos Direcionadores de

recursos

Recursos

financeiros Atividades

Pessoal Tempo em minutos

1.070,17 Agendar o exame

963,15 Posicionar o paciente

6.742,06 Realizar o exame

1.177,18 Analisar e laudar a imagem

749,12 Digitar o laudo e entregar o resultado

Material de consumo Estimativa gerencial 125,76 Digitar o laudo e entregar o resultado

Material médico hospitalar Alocação direta 533,46 Realizar o exame

251,04 Digitar o laudo e entregar o resultado

Energia elétrica KWh 2.607,08 Realizar o exame

389,56 Digitar o laudo e entregar o resultado

Telefone Alocação direta 83,51 Agendar o exame

Recursos recebidos Tempo em minutos

464,49 Agendar o exame

418,04 Posicionar o paciente

2.926,29 Realizar o exame

510,94 Analisar e laudar a imagem

325,14 Digitar o laudo e entregar o resultado

Fonte: Pesquisa.

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240

Tabela A73 - Alocação do papel de impressão, contrastes e o valor dos exames.

Tipo de TC

Papel DRY impressão Contraste

Valor das

atividades

Valor

total do

exame Quant.

de DRY

Preço

papel

DRY

Valor

unit

Quant.

Contraste

(ml)

Preço do

mililitro

Valor

unit

1.Crânio 2 3,96 7,91 0 1,15 0,00 45,50 53,41

2.Crânio c/ contraste 2 3,96 99,91 80 1,15 92,00 45,50 237,41

3.Abdômen total 4 3,96 15,82 0 1,15 0,00 45,50 61,32

4.Abdomen total c/

contraste 4 3,96 153,82 120 1,15 138,00 45,50 337,32

5.Tórax 3 3,96 11,87 0 1,15 0,00 45,50 57,37

6.Face 3 3,96 11,87 0 1,15 0,00 45,50 57,37

7.Face c/contr 3 3,96 92,37 70 1,15 80,50 45,50 218,37

8.Coluna cervical 2 3,96 7,91 0 1,15 0,00 45,50 53,41

9.Coluna cervical

c/contraste 2 3,96 134,41 110 1,15 126,50 45,50 306,41

10.Articulações 2 3,96 7,91 0 1,15 0,00 45,50 53,41

11.Abdômen

superior 3 3,96 11,87 0 1,15 0,00 45,50 57,37

12.Pelve ou bacia 2 3,96 7,91 0 1,15 0,00 45,50 53,41

13.Pescoço 2 3,96 7,91 0 1,15 0,00 45,50 53,41

14.Pescoço c/

contraste 2 3,96 76,91 60 1,15 69,00 45,50 191,41

15.Mastóides ou

ouvidos 4 3,96 15,82 0 1,15 0,00 45,50 61,32

Fonte: Pesquisa.

Tabela A74 - Recursos financeiros do LAC.

Recursos Valor (R$)

Pessoal 71.419,36

Material de consumo 1.129,30

Energia elétrica 796,72

Telefone 55,68

Recursos despendidos de outros setores:

14.567,01

HIG 3.027,34

ALM 580,27

DIR 8.048,82

MAN 1.083,26

NTI 155,51

RH 406,14

SND 536,42

SCIH 454,20

CAF 275,05

Fonte: Pesquisa.

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241

Tabela A75 - Alocação dos recursos do LAC às atividades. Recursos Direcionadores de recursos Recursos financeiros Atividades

Pessoal Tempo em minutos

8.570,32 Agendar o exame

9.284,52 Coletar o material

34.281,29 Analisar a amostra

17.140,65 Digitar e conferir o laudo

2.142,58 Entregar o resultado

Material de consumo Estimativa gerencial 1.129,30 Digitar e conferir o laudo

Energia elétrica KWh 740,95 Analisar a amostra

55,77 Digitar e conferir o laudo

Telefone Alocação direta 55,68 Agendar o exame

Recursos despendidos

de outros setores Tempo em minutos

1.748,04 Agendar o exame

1.893,71 Coletar o material

6.992,16 Analisar a amostra

3.496,08 Digitar e conferir o laudo

437,01 Entregar o resultado

Fonte: Pesquisa.

Tabela A76 - Recursos despendidos com material de LAC por tipo de exame. Grupo de exames Recurso material laboratório

Bioquímica 15.142,54

Hematologia 5.063,65

Gasometria 5.010,00

Imunologia 964,13

Microbiologia 662,74

Uroanálise 624,41

Parasitologia 397,52

Total 27.865,00

Fonte: Pesquisa.

Tabela A77 - Alocação dos custos das atividades do LAC aos objetos de custos.

Grupo de exames Valor total

material Nº exames

Valor unit

material

Valor

atividade Valor unit exame

Bioquímica 15.142,54 15.001 1,01 3,63 4,64

Hematologia 5.063,65 4.974 1,02 3,63 4,65

Gasometria 5.010,00 257 19,49 3,63 23,12

Imunologia 964,13 1.721 0,56 3,63 4,19

Microbiologia 662,74 913 0,73 3,63 4,36

Uroanálise 624,41 976 0,64 3,63 4,27

Parasitologia 397,52 364 1,09 3,63 4,72

Fonte: Pesquisa.

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242

Tabela A78 - Recursos financeiros da HEM.

Recursos Valor (R$)

Pessoal 31.974,00

Material de consumo 440,37

Energia elétrica 2.996,60

Telefone 69,88

Recursos despendidos de outros setores:

18.334,03

HIG 7.041,96

ALM 49,74

DIR 3.405,27

MAN 1.174,17

RH 132,00

CME 1.821,78

CPR 1.327,22

ENF 1.548,08

NTI 339,87

SND 687,34

SCIH 681,30

CAF 125,30

Fonte: Pesquisa.

Tabela A79 - Alocação dos recursos da HEM às atividades.

Recursos Direcionadores Recursos financeiros Atividades

Pessoal Tempo em

minutos

2.557,92 Agendar o exame

5.435,58 Preparar e posicionar o paciente

15.347,52 Auxiliar no procedimento

7.673,76 Assistir o paciente na recuperação

959,22 Gerenciar o setor

Material de consumo Estimativa

gerencial 440,37 Gerenciar o setor

Energia elétrica KWh 2.996,60 Auxiliar no procedimento

Telefone Estimativa

gerencial

20,96 Agendar o exame

48,92 Gerenciar o setor

Recursos despendidos

de outros setores

Tempo em

minutos

1.466,72 Agendar o exame

3.116,79 Preparar e posicionar o paciente

8.800,33 Auxiliar no procedimento

4.400,17 Assistir o paciente na recuperação

550,02 Gerenciar o setor

Fonte: Pesquisa.

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243

Tabela A80 - Recursos financeiros do PA.

Recursos Valor (R$)

Pessoal 311.879,00

Material de consumo 3.320,19

Material médico, medicamentos e gases 3.603,29

Energia elétrica 897,80

Telefone 252,22

Recursos despendidos de outros setores:

66.969,83

HIG 5.300,03

ALM 1.049,73

DIR 19.812,48

MAN 1.735,19

NTI 421,84

RH 956,29

SND 1.274,12

CME 2.700,39

CPR 3.367,39

ENF 7.933,54

SCIH 908,40

CAF 7.973,38

FAR 2.231,57

FAT 11.305,48

Fonte: Pesquisa.

Tabela A81 - Alocação dos recursos do PA às atividades.

Recursos Direcionadores de

recursos

Recursos

financeiros Atividades

Pessoal Tempo em minutos

9.356,37 Triagem do paciente

208.958,93 Realizar consulta médica

21.831,53 Realizar inalações e/ou curativos

9.356,37 Encaminhar pacientes para exames

46.781,85 Reavaliar o paciente

9.356,37 Encaminhar paciente para internação

6.237,58 Gerenciar o setor

Material de consumo Estimativa

gerencial 3.320,19 Gerenciar o setor

Material médico,

medicamentos e gases Alocação direta 3.603,29 Realizar inalações e/ou curativos

Energia elétrica KWh

412,99 Realizar consulta médica

206,49 Reavaliar o paciente

278,32 Gerenciar o setor

Telefone Alocação direta 252,22 Gerenciar o setor

Recursos despendidos de

outros setores Tempo em minutos

2.009,09 Triagem do paciente

44.869,79 Realizar consulta médica

4.687,89 Realizar inalações e/ou curativos

2.009,09 Encaminhar pacientes para exames

10.045,47 Reavaliar o paciente

2.009,09 Encaminhar paciente para internação

1.339,40 Gerenciar o setor

Fonte: Pesquisa.

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244

Tabela A82 - Alocação dos custos das atividades do PA aos objetos de custos. Objetos de

Custos Triagem Consulta

Encam

exames

Reaval

paciente

Encam

intern Inal/ curat

Geren

setor

Custo unit

total

Custo da consulta 1,79 57,03 2,55 12,79 2,55 0,00 1,80 78,51

Custo Inalação/

curativo 1,79 0,00 0,00 0,00 0,00 33,40 1,80 36,99

Fonte: Pesquisa.

Tabela A83 - Recursos financeiros da UTI.

Recursos Valor (R$)

Pessoal 163.544,00

Material de consumo 665,65

Energia elétrica 1.799,00

Telefone 322,00

Recursos despendidos de outros setores:

44.808,33

HIG 2.712,98

ALM 463,01

DIR 12.692,37

MAN 1.179,28

NTI 146,87

RH 586,14

SND 2.461,40

CME 2.997,22

CPR 13.946,10

ENF 4.449,62

SCIH 3.173,34

Fonte: Pesquisa.

Tabela A84 - Alocação dos recursos da UTI às atividades.

Recursos Direcionadores de recursos Recursos

financeiros Atividades

Pessoal Tempo em minutos

21.260,72 Admissão do paciente

103.032,72 Recuperação

21.260,72 Alta

17.989,84 Gerenciar o setor

Material de consumo Alocação direta 665,65 Gerenciar o setor

Energia elétrica KWh 1.223,32 Recuperação

575,68 Gerenciar o setor

Telefone Alocação direta 322,00 Gerenciar o setor

Recursos despendidos de

outros setores Tempo em minutos

5.825,08 Admissão do paciente

28.229,25 Recuperação

5.825,08 Alta

4.928,92 Gerenciar o setor

Fonte: Pesquisa.

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245

Tabela A85 - Recursos financeiros da UICl.

Recursos Valor (R$)

Pessoal 115.600,00

Material de consumo 1.917,99

Energia elétrica 2.396,12

Telefone 765,76

Recursos despendidos de outros setores:

137.583,82

HIG 12.061,76

ALM 234,00

DIR 18.883,77

MAN 1.582,41

NTI 103,02

RH 1108,58

SND 26.485,67

REC 4856,32

SPP 1344,00

FAT 7141,74

FAR 40.697,86

CME 2.075,54

CPR 9.675,30

ENF 7.159,87

SCIH 4.173,98

Fonte: Pesquisa.

Tabela A86 - Alocação dos recursos da UICl às atividades.

Recursos Direcionadores de

recursos Recursos financeiros Atividades

Pessoal Tempo em minutos

8.092,00 Admissão do paciente

97.104,00 Recuperação

5.780,00 Alta

4.624,00 Gerenciar o setor

Material de consumo Alocação direta 1.917,99 Gerenciar o setor

Energia elétrica KWh 1.868,97 Recuperação

527,15 Gerenciar o setor

Telefone Alocação direta 765,76 Gerenciar o setor

Recursos despendidos

de outros setores Tempo em minutos

9.630,87 Admissão do paciente

115.570,41 Recuperação

6.879,19 Alta

5.503,35 Gerenciar o setor

Fonte: Pesquisa.

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246

Tabela A87 - Recursos financeiros da UICi.

Recursos Valor (R$)

Pessoal 76.945,37

Material de consumo 1.607,00

Energia elétrica 1.817,00

Telefone 814,66

Recursos despendidos de outros setores:

144.561,99

HIG 12.464,33

ALM 295,16

DIR 16.407,21

MAN 2.834,49

NTI 80,99

RH 918,43

SND 24.174,70

REC 28.986,16

SPP 3.026,87

FAT 12.825,22

FAR 11.966,00

CME 4.303,29

CPR 9.652,36

ENF 9.042,80

SCIH 7.583,98

Fonte: Pesquisa.

Tabela A88 - Alocação dos recursos da UICi às atividades.

Recursos Direcionadores

de recursos

Recursos

financeiros Atividades

Pessoal Tempo em

minutos

8.463,99 Admissão do paciente

59.247,93 Recuperação

6.155,63 Alta

3.077,81 Gerenciar o setor

Material de consumo Alocação direta 1.607,00 Gerenciar o setor

Energia elétrica KWh 1.598,96 Recuperação

218,04 Gerenciar o setor

Telefone Alocação direta 814,66 Gerenciar o setor

Recursos despendidos de outros setores Tempo em

minutos

15.901,82 Admissão do paciente

111.312,73 Recuperação

11.564,96 Alta

5.782,48 Gerenciar o setor

Fonte: Pesquisa.

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247

APÊNDICE B1 – Dados Gerais do Hospital em Estudo

Tabela B1 – Dados Gerais do Hospital

Informações gerais

Classificação quanto ao tipo de assistência Hospital Geral

Área ocupada 5.984 m²

Número de especialidades médicas 18 especialidades

Número de funcionários 566 funcionários

Número de leitos disponíveis 76 leitos

Número de leitos de apartamentos disponíveis 36 leitos

Número de leitos de enfermaria disponíveis 30 leitos

Número de leitos de UTI disponíveis 10 leitos

Número de centros de custos 28 centros

Valor médio da receita mensal R$ 3.470.033

Valor médio da despesa mensal R$ 3.763.713

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248

APÊNDICE B2 - Recursos Financeiros do Hospital

Tabela B2 – Recursos Financeiros do Hospital

Setores Pessoal

(Direto)

Material

consumo

Serviço Pessoa

Jurídica Total

Centros Produtivos

Pronto Atendimento 311.879,00 3.320,19 4.753,31 319.952,50

Unidade Internação Cirúrgica 76.945,37 1.607,00 2.631,66 81.184,03

Unidade Internação Clínica 115.600,00 1.917,79 3.161,88 120.679,67

UTI 163.544,00 665,65 2.121,00 166.330,65

Centros Intermediários

Endoscopia 2.103,34 293,56 807,80 3.204,70

Ergometria 2.103,34 137,48 366,19 2.607,01

Radiologia 36.230,64 167,32 3.902,79 40.300,75

Ultra-sonografia 6.641,53 559,21 875,75 8.076,49

Tomografia 10.701,68 125,76 3.080,15 13.907,59

Hemodinâmica 31.974,42 440,37 3.066,48 35.481,27

Laboratório 71.419,36 1.129,30 852,40 73.401,06

Central de Material Esterilização 25.833,93 1.252,12 12.568,68 39.654,73

Centro de Processamento de Roupas 26.779,09 6.691,26 6.889,15 40.359,50

Centro Cirúrgico 60.539,44 884,07 5.690,45 67.113,96

Serviço de Enfermagem 34.249,24 717,26 143,20 35.109,70

Centros Auxiliares

SCIH 18.900,31 142,19 312,65 19.355,15

Central Abastecimento Farmacêutico 10.821,16 655,57 245,24 11.721,97

Farmácia 63.020,81 1.301,66 408,70 64.731,17

Faturamento 24.103,70 1.421,63 114,54 25.639,87

Recepção 54.008,25 1.893,70 796,00 56.697,95

Serviço Prontuário Paciente 3.274,68 568,33 28,90 3.871,91

Almoxarifado 12.586,60 211,34 566,10 13.364,04

Higienização e Limpeza 62.809,25 16.692,62 703,85 80.205,72

Diretoria 161.900,39 147,52 13.168,19 175.216,10

Manutenção 26.571,52 1.512,59 190,21 28.274,32

NTI 4.698,47 78,40 557,83 5.334,70

RH 9.857,33 412,57 336,20 10.606,10

Serviço de Nutrição e Dietética 49.557,81 10.729,51 1.176,69 61.464,00

Total 1.478.654,66 55.675,97 69.515,99 1.603.846,62

Fonte: Pesquisa.

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249

APÊNDICE B3 – Recursos não Financeiros do Hospital

Tabela B3 – Recursos não Financeiros do Hospital.

Setor

SND

(nº de

refeiç)

func

Área

(m²)

Índice

ALM

MAN (nº de solicitações) NTI (nº de solicitações)

Elétr e

hidrául

Máq

e

equip

Pint

e

alven

Ger

setor

Man

corret

e prev

Desen

de

software

Desen

de

relat

Trein Ger

setor

HIG 42 10,9 1.232 5 2 0 1 0 0 1 1 0

DIR 2 8 1515,07 66 0 0 1 3 3 0 5 0 2

ALM 6 35 96 0 0 0 2 2 1 0 0 0

MAN 21 13 12 638 6 1 0 0 0 0 0 0 0

NTI 4 27,73 12 1 0 0 1 9 1 1 0 2

RH 53 4 49 22 0 0 0 0 1 0 0 1 0

SND 32 217 115.778 3 2 1 2 1 1 2 2 1

SCIH 5 9 36 0 0 0 0 1 0 0 0 1

CAF 6 87 480 1 0 0 0 1 0 0 1 0

FAR 74 36 108,58 821.744 2 0 0 1 4 1 1 0 1

FAT 65 13 47,23 1.629 0 0 0 1 9 2 3 1 2

REC 18 38 123,28 656 0 0 1 3 6 0 1 2 3

SPP 1 58,32 168 0 0 0 0 0 0 0 0 0

END 102 2 14,77 1.974 1 0 0 1 1 0 0 0 0

ERG 1 40,97 1.386 0 0 0 2 0 0 0 0 0

RAD 117 13 66,01 54 0 0 0 3 0 0 0 0 0

CME 11 15 135,93 42.328 2 1 0 2 1 0 0 0 0

CPR 0 16 110,67 10.467 4 1 0 4 0 1 0 0 0

CC 1074 34 332,91 19.026 6 1 1 3 0 1 0 1 0

HED 215 11 227,16 4760 0 0 1 3 1 1 1 0 1

LAC 90 26 162,76 55.528 0 0 1 2 2 0 1 1 1

ENF 513 13 13,14 68 0 0 0 2 1 0 0 0 1

TOM 40 4 95,22 2.832 1 1 0 1 2 0 0 0 0

ULT 0 4 57,48 2.502 0 0 1 0 2 0 0 0 0

PA 435 64 395,23 100.453 1 1 1 0 6 1 2 1 0

UICi 5997 53 929,48 28.245 11 1 0 4 1 0 1 1 0

UICl 6651 61 899,46 22.392 8 0 0 3 1 0 2 1 0

UTI 749 41 202,31 44.307 2 1 0 2 1 0 2 2 0

Fonte: Pesquisa.

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250

ANEXO A – ORGANOGRAMA DO HOSPITAL EM ESTUDO

Supe

rinte

ndên

cia

Dire

toria

A

dmin

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ativ

a

Fatu

ram

ento

Serv

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ção

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251

ANEXO B - REGULAMENTAÇÃO DOS PLANOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE

De acordo com a ANS (BRASIL, 2002) o governo instituiu a regulação de planos e

seguros de saúde com o objetivo de corrigir falhas de mercado e condições contratuais que

afetam consumidores e empresas e refletem de maneira negativa na opinião pública.Em 1999

pesquisas contempladas no projeto “Regulação do Mercado de Planos e Seguros Saúde”

foram desenvolvidas pelo Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de Saúde (ANS) nas

áreas da economia da saúde e das políticas públicas.

As pesquisas realizadas, de acordo com ANS (BRASIL, 2002), identificaram os

principais problemas desse mercado, levando em consideração as demandas e as queixas dos

consumidores sobre a natureza dos contratos e as imposições unilaterais das empresas:

• falhas na cobertura e exclusão de procedimento;

• cobrança ou cobertura irregular para portadores de doença preexistente;

• exigências indevidas para a admissão do paciente;

• erro nas condições de validade e de rescisão do contrato;

• prazos de carência irregulares;

• indefinição nas regras de relacionamento entre operadora e consumidor;

• descumprimento nas normas de atendimentos de urgência e emergência;

• insuficiência na abrangência geográfica do plano de saúde;

• falta de cobertura para doenças crônicas e degenerativas;

• negação de transferência dos contratos de uma operadora a outra, entre outros itens.

A regulação na saúde possui o objetivo estratégico de melhorar a qualidade dos

contratos, contribuir para que as empresas se sustentem e gerar incentivos que beneficiem os

consumidores por meio de leis e resoluções. O setor da saúde vem sofrendo transformações na

participação pública e privada. Para Lassey (1997), o crescimento da despesa privada em

saúde na maioria dos países europeus acentuou-se nos últimos anos em decorrência da

insuficiente cobertura do sistema público, a exemplo da Inglaterra e França. Ainda para o

autor, a procura de terapias e medicamentos alternativos, a restrição da cobertura pública

proporcionou o crescimento do gasto privado em países como o Canadá.

O sistema de saúde brasileiro é composto, principalmente, por serviços privados e

constitui-se num dos maiores mercados de compra e venda de serviços de saúde no mundo.

Essa realidade forçou a separação do financiamento e da provisão desses serviços.

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252

Muitas são as lacunas sobre as inter-relações entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e

os planos privados de saúde, em especial quanto à natureza dos riscos sob cobertura e às redes

de assistência voltadas à clientela das empresas de assistência médica suplementar.

O mercado de planos de saúde no Brasil foi instituído nos anos 40 e 50 com a

implantação, por exemplo, da Caixa de Assistência aos Funcionários do Banco do Brasil

(Cassi). A partir dos anos 50, houve a organização de sistemas assistenciais destinados

exclusivamente aos funcionários estaduais desprotegidos pela Previdência Social. Estes

sistemas possuíam serviços próprios e/ ou adotavam o sistema de reembolso de despesas

médico-hospitalares.

Em meados da década de 60 ocorreu o estímulo do processo empresarial da medicina

com os convênios médicos entre empresas empregadoras e cooperativas médicas e empresas

de medicina de grupo, mediados pela Previdência Social (BRASIL, 2002). Sobre este

enfoque, Cordeiro (1984) destaca o ganho de força das empresas médicas na organização dos

prestadores de serviços devido à prática médica liberal e a autonomia de cada instituição

hospitalar. As redes assistenciais próprias das empresas médicas foram se organizando e

diante da resistência, da parte dos médicos, à perda de autonomia, tornaram-se compradoras

de serviços, através do credenciamento de profissionais, laboratórios e hospitais.

Relatórios da ANS (BRASIL, 2002) destacam que nas décadas de 60 e 70 inúmeras

redes de serviços privados foram constituídas onde regimes diferenciados de atendimento

mantinham mecanismos de contratação e financiamento de serviços para os trabalhadores

rurais. Um mesmo hospital poderia destinar acomodações diferenciadas para trabalhadores

urbanos e rurais e destinar quartos particulares, e acompanhamento de médicos escolhidos

pelos clientes, para os que efetuassem pagamento suplementar, ou que estivessem protegidos

por esquemas assistenciais menos onerosos. A Associação Brasileira de Medicina de Grupo

(ABRAMGE, 2000) registrou, no início dos anos 80, cerca de 15 milhões de clientes dos

planos de saúde, contudo ainda se caracterizava os planos das empresas como benefícios

concedidos pelo empregador e não como direitos assistenciais.

No final da década, ocorreu a expansão da comercialização de planos individuais, a

entrada de grandes seguradoras no ramo da saúde, a adesão de novos grupos de trabalhadores

à assistência médica supletiva - em particular, funcionários públicos da administração direta,

das autarquias e das fundações - e a vinculação da assistência privada ao financiamento da

assistência médica suplementar (BRASIL, 2002). Embora houvesse o consenso em torno da

necessidade de intervenção estatal sobre a atuação das operadoras de planos de saúde havia

também divergências quanto aos objetivos e limites dessa intervenção. Em 1998, com a

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253

promulgação da Lei nº 9.656 que dispõe sobre os planos privados de assistência à saúde,

coibiu-se os abusos das operadoras de planos de saúde contra os consumidores.

Para a ANS (BRASIL, 2002) a regulamentação tinha como objetivos principais

corrigir as distorções quanto à seleção de riscos, praticada pelas operadoras, e preservar a

competitividade do mercado. Para isso, deveria haver ampliação de cobertura; ressarcimento

ao SUS; registro das operadoras; acompanhamento de preços pelo governo; obrigatoriedade

da comprovação de solvência; reservas técnicas; permissão para a atuação de empresas de

capital estrangeiro e proibição do monopólio de atividades por uma única empresa.

Ao se ampliar a cobertura, as ameaças de elevação brutal dos preços dos prêmios por

parte da assistência médica suplementar constituída por clientes de planos individuais, do tipo

executivo, legitimaram, na prática, o direito do consumidor, de “optar” por manter-se

vinculado a um plano mais barato, com coberturas restritas ocasionando, entre outros, o

aumento no número de atendimentos de clientes de planos de saúde em estabelecimentos da

rede pública (KANAMURA, 2005).

Esta incidência refletiu sobre outro pilar da regulamentação, o ressarcimento ao SUS,

com a introdução de uma terceira tabela para a remuneração dos procedimentos - a Tabela

Única Nacional de Equivalência de Procedimentos (Tunep), concebida segundo valores

intermediários entre os preconizados pela AMB – Associação Médica Brasileira - e pelo SUS

(BRASIL, 2002).

Os principais itens referentes ao padrão assistencial dizem respeito ao rol mínimo de

coberturas, a segmentação permitida (plano ambulatorial, hospitalar com ou sem obstetrícia,

odontológico), a caracterização da doença ou lesão preexistente com o estabelecimento da

cobertura parcial temporária e o estabelecimento da obrigatoriedade do oferecimento do plano

referência. O Quadro 1B apresenta as principais resoluções sobre a regulação assistencial.

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254

Quadro 1B - Principais resoluções sobre a regulação assistencial. Resolução Tema

RDC 07 de 18/02 de 2000 Dispõe sobre o plano referência de que trata o art. 10 da Lei nº 9.656/98, com

as alterações da Medida Provisória nº 1.976-23, de 10 de fevereiro de 2000

RDC 42 de 14/12 de 2000 Normas para a adoção de cláusula de cobertura parcial temporária no caso de

doenças ou lesões preexistentes

RDC 67 de 07/05 de 2001 Atualiza o Rol de Procedimentos Médicos instituído pela Resolução CONSU 10

RDC 68 de 07/05 de 2001 Estabelecendo normas para a adoção de cobertura parcial temporária e

instituindo o Rol de Procedimentos de Alta Complexidade

RDC 81 de 10/08 de 2001

Classificação dos procedimentos médicos constantes do Rol de

Procedimentos, de acordo com as segmentações autorizadas pelo artigo 12 da

Lei 9656

RN 09 de 26/06 de 2002 Atualiza o Rol de Procedimentos Odontológicos instituído pela Resolução

CONSU 10 e alterado pela RDC 21

RN 83 de 22/10 de 2004

Estabelece o Rol de Procedimentos que constitui a referência básica para

cobertura assistencial nos planos privados de assistência a saúde, contratados a

partir de 01 de janeiro de 1999

RN 94 de 23/03 de 2005

Dispõe sobre os critérios para o diferimento da cobertura com ativos

garantidores da provisão de risco condicionada à adoção, pelas operadoras de

planos de assistência à saúde, de programas de promoção à saúde e prevenção

de doenças de seus beneficiários

Fonte: Adaptado de Santos, 2006,

Com relação à regulação assistencial, Santos (2006) aponta que o normativo elaborado

responde ao aspecto da ampliação da cobertura (rol mínimo de procedimentos, cobertura para

doenças ou lesões pré existentes, proibição da seleção de risco e de limites para realização de

procedimentos ou dias de internação) de forma bastante abrangente. Ainda segundo o autor, a

edição da RN 94, que permite as empresas alongarem a constituição de suas reservas

financeiras ao introduzirem programas de promoção à saúde e prevenção de doenças, é um

passo importante para a indução de um modelo assistencial mais voltado à integralidade da

atenção à saúde.

As resoluções apresentadas no Quadro 2B definem as garantias financeiras a serem

observadas pelas operadoras de planos privados de assistência à saúde; criam instrumento

para acompanhamento econômico-financeiro das operadoras; definem, segmentam e

classificam as operadoras; dispõem sobre as seguradoras especializadas em saúde, dentre

outros.

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255

Quadro 2B - Principais resoluções sobre a regulação do mercado. Resolução Tema

RDC 22 de 30/05 de 2000 Cria instrumento para acompanhamento econômico-financeiro das Operadoras

RDC 25 de 15/06 de 2000 Dispõe sobre as operações voluntárias de alienação de carteiras de planos ou

produtos privados de assistência à saúde. Alterada pela RDC 43

RDC 38 de 27/10 de 2000 Institui o Plano de Contas Padrão, aplicável às Operadoras de Planos Privados

de Assistência à Saúde

RDC 39 de 27/10 de 2000 Dispõe sobre a definição, a segmentação e a classificação das Operadoras de

Planos de Assistência à Saúde

RDC 65 de 16/04 de 2001 Dispõe sobre as sociedades seguradoras especializadas em saúde, adequando-

as ao disposto na Lei nº 10.185 de 12 de fevereiro de 2001

RDC 77 de 17/07 de 2001

Dispõe sobre os critérios de constituição de garantias financeiras a serem

observados pelas Operadoras de Planos de Assistência à Saúde. Alterada pela

RN 14.

Fonte: Adaptado de Santos, 2006.

Para Santos (2006) junto com a definição de regras claras e rigorosas para o ingresso

de novas operadoras no mercado a ANS têm reduzido o número de empresas sem condição de

operar no mesmo. Um claro exemplo se faz presente com a RDC 77 de 17/07 de 2001 que

dispõe sobre as garantias e reservas financeiras necessárias para as operadoras entrarem ou

permanecerem em funcionamento e são proporcionais ao número de beneficiários.

Ao formar um novo plano para oferecer ao mercado, as empresas devem registrá-lo na

ANS para obter o direito de comercializá-lo. A proposta do novo plano é composta pela

minuta do contrato, a descrição da rede prestadora de serviços e pela precificação. A nota

técnica atuarial, elaborada por profissionais da área Atuarial, é que demonstra a avaliação do

preço a ser praticado, cabendo à ANS inibir o lançamento de planos com baixo preço que não

tenham a possibilidade de operação.

Neste contexto, os atores deste processo se divergem. As operadoras de planos fazem

críticas à competição desleal, os prestadores de serviços e entidades médicas criticam os

valores pagos aos prestadores, os órgãos de defesa do consumidor referem-se às armadilhas

que esses planos representam para os beneficiários por se tornarem rapidamente inviáveis,

deixando os usuários sem a assistência contratada (SANTOS, 2006). Certamente, com uma

maior precisão por parte da ANS na avaliação da nota técnica atuarial irá minimizar esta

questão.

A regulação pela ANS causou impactos importantes nas operadoras de planos e

prestadores de saúde que passaram a desenvolver “estratégias de gestão” visando à redução e

controle de custos assistenciais. Quadros (2002) analisa os efeitos das exigências da Lei

9.656/98 e observa medidas desenvolvidas pelos prestadores para se adequarem, tais como

capacitação e reciclagem dos profissionais, investimentos em sistemas de informação,

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256

marketing e aprimoramento dos sistemas de custos. Ainda segundo o autor, as instituições que

não se adequarem a essa tendência terão sérias dificuldades no presente e não sobreviverão no

futuro.

Cecílio (2005) destaca as principais estratégias adotadas pelas operadoras para

controlar a prestação de serviços e reduzir seus custos:

• instituição de co-participação nos contratos como fator moderador e mesmo limitador

do acesso dos beneficiários;

• negociação de pacotes de procedimentos médicos quando da contratação ou

credenciamento dos prestadores de serviços;

• auditoria no pós-pagamento para verificar irregularidades por parte do prestador de

serviços;

• utilização de protocolos assistenciais pelas operadoras, prestadores hospitalares e

médicos. Estes protocolos são constituídos após consenso de especialidades visando à

orientação e conduta em algumas especialidades;

• glosa de procedimentos em caso de divergências administrativas;

• prévia autorização para procedimentos mais complexos, como ressonância magnética,

tomografia computadorizada.

Com estes mecanismos o setor torna-se cada vez mais regulado, refletindo diretamente

no relacionamento entre as operadoras de planos, prestadores de serviços médico-hospitalares

e usuários. As dificuldades identificadas fazem parte de processos regulatórios em andamento

da mesma maneira que aspectos positivos também emergiram com a regulação do setor da

saúde suplementar. Dentre estes feitos, de acordo com Santos (2006), destacam-se alguns

processos:

• rede prestadora de serviços: a reorganização da rede assistencial busca a redução dos

custos assistenciais e uma melhor qualificação, culminando com a redução das redes

por parte das operadoras;

• estabilidade das empresas: após a instituição de regras de entrada e saída de empresas

do setor, houve uma diminuição no surgimento de novas empresa; organizações mais

sustentáveis, com capacidade de atender as disposições legais resultou em um

mercado mais “saudável”;

• usuários de planos de saúde: em busca de empresas que melhor se adequaram ao

processo regulatório os beneficiários migraram internamente dentre os diferentes

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257

segmentos; o setor que melhor se adaptou ao processo foi o das Cooperativas Médicas,

resultando em planos de menor custo e de mais fácil comercialização;

• faixa etária dos usuários: devido às medidas regulatória que definem reajustes

máximos entre as faixas etárias observa-se o aumento da população com recente

ingresso no mercado de trabalho (20 a 29 anos) e aqueles acima de 40 anos;

• a concentração do setor: a dificuldade das empresas de pequeno porte (menos de

10.000 beneficiários) de se adequarem ao marco regulatório ocasionou um aumento de

participação das operadoras acima de 10 mil usuários que aumentaram sua

participação relativa;

• a migração de planos pós-regulamentação: com o cumprimento das regras e melhor

acompanhamento por parte da ANS, as operadoras planejam melhor suas atividades;

• acompanhamento pelo órgão regulador: o processo de intervenção proporcionou maior

segurança dos beneficiários frente ao processo de insolvência de parte considerada das

operadoras do setor;

• a segurança: o grau de incerteza nas operações do setor foi reduzido devido ás

exigências da ANS para com as operadoras; estas passam a demonstrar que possuem

um mínimo de capital, reservas constituídas, contratualização com a rede prestadora

de serviços, inibindo o rompimento unilateral dos contratos.

Existe a clara percepção de avanço em todas as dimensões do setor de saúde

suplementar brasileiro. Questões como a regulação da relação público/privado, da garantia da

mobilidade dos beneficiários entre os diferentes segmentos do setor ainda são desafios em

busca da equidade (CAMPOS, 2004). Para Campos e Santiago Júnior (2002) existe a

necessidade de construção de sistemas de avaliação e controle com versões simples de

mecanismos das diversas categorias, reduzindo a possibilidade de influência de grupos de

interesse que buscam atender suas conveniências particulares.

Barone (2003) sintetiza a missão institucional da ANS para a ação regulatória em

quatro dimensões, apresentadas na Figura 1B. Segundo a autora, a 1ª dimensão contém a ação

de Fiscalização e refere-se às denúncias e consultas que os consumidores encaminham para a

Agência. A 2ª dimensão diz respeito ao registro das operadoras de planos de saúde junto à

ANS, cujo objetivo é a de análise da capacidade econômica e financeira de cada operadora em

honrar os contratos firmados com seus contratantes. A 3ª dimensão compreende o registro dos

produtos assistenciais onde se procede a análise técnica dos planos para assegurar padrões de

atendimento compatíveis com as normatizações das ações de Medicina e Saúde.

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258

A interação com o SUS, dimensão 4, compreende o ressarcimento por parte do plano

de saúde dos recursos financeiros gastos com o atendimento de um usuário seu. Nesta camada

encontra-se o registro de todos os beneficiários de planos de saúde e os sistemas estratégicos

de informação que permeiam a Agência.

Figura 1B - Dimensões da ação regulatória.

Fonte: Adaptado de Barone (2003).

A Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS implementou a Política de

Qualificação da Saúde Suplementar, uma nova perspectiva no processo de regulação visando

o incentivo as operadora a atuarem como gestoras de saúde, estimulo aos prestadores de

serviços para a atuação como produtores de saúde e promover nos beneficiários o uso de

serviços de saúde com consciência sanitária aprimorando a capacidade de regulação da ANS

(BRASIL, 2009).

Um dos itens dessa Política é o Programa de Qualificação da Saúde Suplementar,

instituído pela Resolução Normativa – RN nº 139, de 24 de novembro de 2006, alterada e

completada pela RN nº 193, de 8 de junho de 2009. Esse programa se desdobra em 2 (dois)

componentes:

1. avaliação de Desempenho das Operadoras ou Qualificação das Operadoras; e

2. avaliação de Desempenho da ANS ou Qualificação Institucional.

Com este objetivo a Agência Nacional de Saúde suplementar (ANS) passou a utilizar

o Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS) para medir a qualidade das

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259

operadoras. O IDSS é também um mecanismo indutor de regulação do setor que avalia o

desempenho através de indicadores por meio do qual a ANS sinaliza para o mercado os

objetivos que pretende alcançar com a sua Agenda Regulatória.

O IDSS está atrelado ao Programa de Qualidade das Operadoras de Planos de Saúde.

O índice varia de zero a um (0 – 1) e é composto em:

• 50% pelo Índice de Desempenho da Atenção à Saúde (IDAS);

• 30% pelo Índice de Desempenho Econômico e Financeiro (IDEF);

• 10% pelo Índice de Desempenho de Estrutura e Operação (IDEO); e,

• 10% pelo Índice de Desempenho da Satisfação dos Beneficiários (IDSB).

Através do IDAS a ANS mensura processos e práticas realizados pelas operadoras de

planos para facilitar o acesso aos serviços de saúde e o atendimento qualificado, integral e

resolutivo dos beneficiários. O IDEF é a dimensão que mede proficiência, desempenho,

estrutura e operação das operadoras, com impacto sobre o nível de saúde dos consumidores. A

ANS acompanha o equilíbrio econômico-financeiro das operadoras de planos de saúde pelo

IDEO onde há necessidade de comprovação por parte destas que possuem equilíbrio

suficiente para atender com qualidade e de forma contínua a seus consumidores. As

expectativas e necessidades dos beneficiários dos planos de saúde são medidas pelo IDSB

onde os motivos da satisfação ou insatisfação são medidos com os serviços prestados.

Cada índice é medido por um conjunto de indicadores e seu resultado é fornecido pelo

quociente entre a soma dos pontos obtidos pela operadora, em cada Índice, e a soma do

máximo de pontos possíveis de todos os indicadores específicos daquela dimensão.