mestrado profissional em administração - juliana …...início em 1967, atualmente conta com curso...
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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA
MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO
JULIANA LOBO ALBIERI
COMPROMETIMENTO DE DOCENTES DE UMA INSTITUIÇÃO DE
ENSINO SUPERIOR DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO
HORIZONTE
Belo Horizonte 2014
JULIANA LOBO ALBIERI
COMPROMETIMENTO DE DOCENTES DE UMA INSTITUIÇÃO DE
ENSINO SUPERIOR DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO
HORIZONTE
Dissertação apresentada ao Mestrado
Profissional em Administração do Centro
Universitário UNA, como requisito parcial para
obtenção do título de mestre em
Administração.
Área de concentração: Inovação e Dinâmica
Organizacional.
Linha de pesquisa: Dinâmica organizacional,
inovação e sociedade.
Mestranda: Juliana Lobo Albieri
Orientadora: Dra. Íris Barbosa Goulart
Co-orientadora: Dra. Fernanda Wasner
Belo Horizonte 2014
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO
JULIANA LOBO ALBIERI
COMPROMETIMENTO DE DOCENTES DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO
SUPERIOR DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE
COMISSÃO EXAMINADORA
Profª Draª Íris Barbosa Goulart- Centro Universitário Una- Orientadora
___________________________________________________________________
Profª Draª Fernanda Wasner Vasconcelos- Centro Universitário Una- Co-
Orientadora
___________________________________________________________________
Profª Draª Cacilda Nacur Lorentz- Universidade Fumec
___________________________________________________________________
Profª Draª Renata Bastos Ferreira Antipoff- Centro Universitário Una
Belo Horizonte 2014
Agradeço a todos que diretamente ou indiretamente
contribuíram para a conclusão deste trabalho.
AGRADECIMENTOS
Ao final dessa jornada, da realização de um grande sonho, o agradecimento é
apenas uma forma singela de reconhecimento.
A Deus, por ter me dado muito força, persistência e saúde, para que eu vencesse
mais essa etapa da minha vida. Pelas oportunidades que tem me proporcionado,
pela vida e pela fé no futuro depositada em mim.
Aos meus pais, Fernando e Maria Aparecida, pelo apoio e incentivo nos momentos
difíceis, e sempre estiveram comprometidos com o meu desenvolvimento
educacional, profissional e ético; a quem dedico todos os meus esforços. Em
especial, minha mãe, meu maior exemplo de vida! Obrigada por tudo!
Aos amores da minha vida, minhas queridas filhas, sempre presentes, Ana Luiza e
Anna Beatriz, parceiras e incentivadoras neste momento de realização pessoal e
profissional, que compreenderam várias vezes a minha ausência em alguns
momentos de lazer.
As minhas queridas irmãs, Luciana e Adriana, por toda a ajuda, orações e sempre
na “torcida” e que em alguns momentos fizeram o papel de “mãe” para minhas filhas.
A minha querida Avó Lola (in memorian), super presente em toda a minha vida me
dando todo o suporte necessário para alcançar meus objetivos e que na metade do
meu percurso no mestrado nos deixou, mas sei que lá de cima ela continua torcendo
por mim e iluminando meus dias.
Aos meus cunhados (as), tias (os), amigos e todos aqueles que, mesmo a distância,
torceram e rezaram pelos meus estudos.
Agradeço a Deus por estas riquezas.
A minha orientadora, Profª Dra. Íris Barbosa Goulart, mentora dos meus passos,
obrigada pela dedicação, comprometimento, confiança e sabedoria expressa em
suas orientações, pelo respeito e pela atenção dedicada em momentos de
insegurança; pelo exemplo como profissional e como pessoa, e por todas as tardes
que passamos juntas para a construção da dissertação. Foram momentos
inesquecíveis de aprendizado extremamente enriquecedores. Toda a minha
gratidão!
À minha co-orientadora Profª Dra. Fernanda Wasner, também colega de profissão,
por todos os ensinamentos e cobranças de “resultados estatísticos”.
Á todos os meus colegas de trabalho, coordenadores e diretores que sempre me
incentivaram para conclusão dessa etapa profissional.
Á banca examinadora, pelas suas contribuições para a qualidade do meu trabalho.
Á todo o corpo docente do mestrado da Faculdade Uma pelo aprendizado e
contribuição para o meu desenvolvimento.
Ao corpo de funcionários da Faculdade Una, campus João Pinheiro, pela atenção
dedicada nesses anos de curso.
Meu eterno agradecimento a todos vocês que me ensinaram que nenhum sonho é
impossível e que a persistência deve ser incansável!
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ANDIFES Associação Nacional de Dirigentes de Instituições Federais de
Ensino Superior
CNE Conselho Nacional de Educação
CRUB Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras
EBACO Escala de Bases do Comprometimento Organizacional
ESPM Escola Superior de Propaganda e Marketing
FADIPEL Faculdade de Direito de Pedro Leopoldo
FATEMIG Faculdade de Tecnologia de Minas Gerais
FCHPL Faculdade de Ciências Humanas de Pedro Leopoldo
FGV Fundação Getúlio Vargas
FHC Fernando Henrique Cardoso
FIPEL Faculdades Integradas de Pedro Leopoldo
FPL Fundação Pedro Leopoldo
IBGC Instituto Brasileiro de Governança Corporativa
IBMEC Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais
IES Instituição de Ensino Superior
IESP Instituições de Ensino Superior Privadas
INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira
IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
MEC Ministério da Educação
NASDAQ Associação Nacional Corretora de Valores e Cotações
Automatizadas
PROUNI Programa Universidade para Todos
RAE Revista de Administração de Empresas
SINAES Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior
UNIBERO Centro Universitário Ibero-Americano
UNIRADIAL Centro Universitário Radial
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Focos de comprometimento. ..................................................................... 47
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Distribuição do número de dados ausentes e de Valores extremos ........ 61
Tabela 2 - Teste de normalidade dos dados ............................................................. 63
Tabela 3 - Pontuação média das questões componentes em cada base ................. 67
Tabela 4 - Teste entre os pares de questões da base Afetiva .................................. 70
Tabela 5 - Teste entre as questões da base afetiva e o curso que atuam ................ 71
Tabela 6 - Teste entre os pares de questões da base Obrigação em permanecer ... 72
Tabela 7 - Teste entre as questões da base Obrigação em permanecer e o curso
que atuam ................................................................................................................. 73
Tabela 8 - Teste entre os pares de questões da base Obrigação pelo desempenho74
Tabela 9 - Teste entre as questões da base Obrigação pelo desempenho e o curso
que atuam ................................................................................................................. 75
Tabela 10 - Teste entre as questões da base Afiliativa e o curso atuam .................. 76
Tabela 11 - Teste entre os pares de afirmativas da base Falta de recompensas e
oportunidades ............................................................................................................ 77
Tabela 12 - Teste entre os pares de afirmativas da base Falta de recompensas e
oportunidades ............................................................................................................ 78
Tabela 13 - Teste entre os pares de afirmativas da base Linha consistente de
atividade .................................................................................................................... 79
Tabela 14 - Teste entre as médias questões da base Linha consistente de atividade
e os cursos ................................................................................................................ 80
Tabela 15 - Teste entre as médias questões da base Escassez de alternativas e os
cursos ........................................................................................................................ 82
Tabela 16 - Pontuação média do comprometimento ................................................. 84
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Bases do comprometimento organizacionais e referências para
interpretação ............................................................................................................. 66
Quadro 2 - Teste de diferenças da distribuição dos pontos entre as questões da
base Afetiva ............................................................................................................... 69
Quadro 3 - Teste de diferenças da distribuição dos pontos entre as questões da
base Obrigação em permanecer ............................................................................... 71
Quadro 4 - Teste de diferenças da distribuição dos pontos entre as questões da
base Obrigação pelo desempenho ............................................................................ 73
Quadro 5 - Teste de diferenças da distribuição dos pontos entre as questões da
base Afiliativa ............................................................................................................ 75
Quadro 6 - Teste de diferenças da distribuição dos pontos entre as questões da
base Falta de recompensas e oportunidades............................................................ 76
Quadro 7 - Teste de diferenças da distribuição dos pontos entre as questões da
base Linha consistente de atividade ......................................................................... 79
Quadro 8 - Teste de diferenças da distribuição dos pontos as questões da base
Escassez de alternativas ........................................................................................... 81
Quadro 9 - Escores ponderados de cada base do comprometimento ...................... 82
Quadro 10 - Tendência do comprometimento verificadas pelas pontuações ............ 84
LISTA DE GRAFICOS
Gráfico 1 - Distribuição dos escores ponderados das bases de comprometimento .. 83
RESUMO
Este trabalho analisa o comprometimento organizacional de professores de uma
instituição de ensino superior privada, situada em Pedro Leopoldo, município no
entorno do Aeroporto de Confins, na região denominada Aerotrópole. Existe um
plano de desenvolvimento econômico e social do Governo de Minas visando a
desenvolver esta região no tocante à gestão e à tecnologia. A instituição, que teve
início em 1967, atualmente conta com curso técnico de Administração, cursos de
graduação em Administração, Ciências Contábeis, Tecnologia em Logística, Direito
e um curso de Mestrado Profissional em Administração, que foi o primeiro dessa
modalidade em Minas Gerais. A pesquisa realizada teve uma abordagem quali-
quantitativa, de caráter descritivo e que constitui um estudo de caso. A seleção dos
docentes pesquisados foi intencionalmente direcionada para os que atuam nos
cursos de Administração, Logística, Ciências Contábeis, por serem os que mais
diretamente se ligam à administração. Os instrumentos de coleta de dados foram
documentos fornecidos pela instituição pesquisada e um questionário denominado
Escala de Bases do Comprometimento Organizacional – EBACO, o qual foi
encaminhado pela direção da Faculdade aos 41 docentes amostrados, sendo que
cerca de 32 deles responderam a todas as questões e, portanto foram considerados
válidos. A análise documental permitiu caracterizar a região, o programa de
desenvolvimento Aerotrópole e o histórico institucional. A análise de resultados do
questionário foi feita mediante recursos estatísticos; e os principais resultados
indicaram que existe um alto comprometimento dos docentes da instituição
pesquisada nas bases afetiva, obrigação pelo desempenho demonstrando assim um
bom resultado segundo os dados teóricos pesquisados.
Palavras-chave: Comprometimento organizacional, instituição de ensino superior
privada, Aerotrópole.
ABSTRACT
This work analizes the organizational commitment of professors from a private
institution situated in Pedro Leopoldo – a small town around Confins Airport in an
areas known as Aerotropole. The government of Minas Gerais developed a social
economic plan with a focus on technology and management. This particular
institution has been in existence since 1967. Nowadays it offers polytechnic
management and undergraduate programes in administration, accounting,
technology and logistics, law and a graduate program in administration – the first of
its kind in Minas Gerais. The research has a quali-quantitavive approach, of a
descriptive character based on a case study. The selection of the participants
focused on administration, logistics, and accounting students given the fact these
present a straight connection to administration. The instruments of data collection are
documents given by the researched institution plus a questionnaire denominated “
Escala de Bases de Compromentimento Organizacional” – EBACO (Organizational
Commitment of Bases of Scale) - those were given to 41 students by the faculty. 32
of those students answered all the questions given therefore those were the numbers
considered. The documental analysis allowed me to characterize the regions and its
Aerotropole development program as well as the institutional historic. The results
analysis were done by statistical recourses showing that there the compromise by
the students is very high bases on an emotional basis, and their obligation with
performance – which, by the theoretical data showed a great result.
Key words: organizational commitment, private higher education institution, Aerotropole.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 16
1.1 Problema gerador da pesquisa ........................................................................ 21
1.2 Objetivos .......................................................................................................... 22
1.2.1 Objetivo geral ............................................................................................ 22
1.2.2 Objetivos específicos ................................................................................ 22
1.3 Justificativa ...................................................................................................... 23
1.4 Estrutura do Texto ............................................................................................ 24
2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 25
2.1 Ensino superior no Brasil: cenário contemporâneo ......................................... 25
2.1.1 Modalidades de instituições de ensino superior e novas arquiteturas organizacionais .................................................................................................. 31
2.1.2 As novas arquiteturas organizacionais adotadas pelas instituições de ensino superior da rede particular ...................................................................... 34
2.2 Comprometimento no trabalho ........................................................................ 42
2.2.1 O construto Comprometimento ................................................................. 46
2.2.2 O Modelo de Conceitualização de Meyer e Allen ...................................... 48
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................................ 52
3.1 Caracterização da pesquisa ............................................................................. 52
3.2 Unidade de Análise e de Observação e amostra da pesquisa .......................... 53
3.3 Levantamento de Dados e instrumentos de pesquisa ....................................... 54
3.4 Técnicas de interpretação dos resultados ......................................................... 54
4 ANÁLISE DO CONTEXTO DA PESQUISA ............................................................ 55
4.1 Breve Histórico da Instituição de Ensino.......................................................... 56
5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ........................................... 61
5.1 Análise das pontuações na base afetiva.......................................................... 69
5.2 Análise das pontuações na base obrigação em permanecer .......................... 71
5.3 Análise das pontuações na base Obrigação pelo desempenho ...................... 73
5.4 Análise das pontuações na base Afiliativa ....................................................... 75
5.5 Análise das pontuações na base Falta de recompensas e oportunidades ...... 76
5.6 Análise das pontuações na base Linha consistente de atividade .................... 78
5.7 Análise das pontuações na base Escassez de alternativas............................. 81
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 86
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 91
ANEXOS ................................................................................................................. 103
ANEXO A - Questionário para pesquisa sobre comprometimento organizacional - Escala EBACO .................................................................................................... 103
16
1 INTRODUÇÃO
O processo de desenvolvimento que marcou a segunda metade do século XX trouxe
uma série de transformações, que passaram a exigir de diferentes setores uma
tomada de posição e a adoção de medidas destinadas a promover a adaptação de
países em desenvolvimento como o Brasil. Mesmo admitindo-se a influência da
globalização, ocorre uma distribuição desigual da renda e do conhecimento, sendo
poucas as pessoas e grupos econômicos que dominam o mercado e dispõem de
recursos e condições de desenvolvimento. Assim, enquanto os países mais
desenvolvidos detêm mais recursos financeiros e mais conhecimento, países em
processo de desenvolvimento convivem com condições de inferioridade financeira e
despreparo das pessoas para enfrentarem o momento denominado Era do
conhecimento. A expressão ideológica de todo esse processo de transformação das
estruturas de poder é o que se tem denominado neoliberalismo, modelo político-
econômico que defende o livre mercado concorrencial em oposição à ação
mediadora do Estado nas crises econômicas. (GOULART; GUIMARÃES, 2002).
Essas transformações atingiram todo o tecido social, ampliando as distâncias entre
pessoas e grupos, efetivando mudanças nas relações sociais, que se refletiram
principalmente no mundo do trabalho e logo depois no âmbito da educação. Assim,
ao lado da implantação de novos modelos de arquiteturas organizacionais, trazidas
por empresas estrangeiras que se fixaram no país, novas formas de organização do
trabalho se impuseram, requerendo pessoas preparadas para assumirem seu
espaço nessas organizações. Nesse contexto, a educação básica se impôs como
condição indispensável para o desempenho de qualquer trabalhador até mesmo no
chão de fábrica, onde a complexidade das tarefas passou a requerer o domínio de
algum conhecimento. (GOULART; GUIMARÃES, 2002).
As transformações que se processaram em todo o mundo, inclusive em países em
processo de desenvolvimento como o Brasil, determinaram a tomada de decisões
importantes, entre as quais merecem especial destaque aquelas que se referem à
educação, que se viu impulsionada a atender aos imperativos da competitividade.
17
Diante da multiplicação dos conhecimentos, da necessidade de se disponibilizar as
informações e da interação entre os povos, as instituições responsáveis pela
educação se viram convocadas a oportunizar o acesso de muitos ao conhecimento e
a minimizar o custo desta oferta. Pode-se afirmar que no bojo das mudanças nas
relações sociais de produção, as instituições de ensino superior tornaram-se
importante fator para a execução do processo produtivo. Em decorrência,
organizações educacionais passaram a adotar estratégias de negócio, tornando-se
empresas educacionais. Algumas das medidas decorrentes desta situação
constituem o que Morrow e Torres (2004) denominaram mercantilização do ensino.
Na década de 1980, dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA -
informavam que o acesso à educação básica estava assegurado a mais de 90% da
população em idade escolar e um elevado quantitativo de concluintes do ensino
médio deu origem a uma demanda social por maior escolarização. O Governo,
pressionado a atender a esta nova demanda, por meio da ampliação de vagas no
ensino médio, ampliou a oferta de cursos principalmente no sistema público. Já na
década de 1990, a população de concluintes do ensino médio buscava o curso
superior e medidas tomadas pelo governo facilitaram a abertura e o funcionamento
de instituições privadas, algumas das quais passaram a contar com programas de
financiamento dos cursos pelo governo. (OLIVEIRA; DOURADO; AMARAL; 2006).
No governo de Fernando Henrique Cardoso, quando foi ministro da Educação um
ex-reitor de universidade paulista, Professor Doutor Paulo Renato de Souza, foram
tomadas providências destinadas a facilitar o acesso de pessoas de classes menos
favorecidas ao ensino superior. Para tanto, foram definidas medidas relacionadas à
ampliação dos campi das universidades públicas, expansão de instituições de
ensino superior da rede privada e foram criadas medidas destinadas ao
financiamento da educação. Pode-se afirmar que no bojo das mudanças nas
relações sociais de produção, as Instituições de Ensino Superior tornaram-se um
importante fator para a execução do processo produtivo. (IPEA, 1996)
Ao longo dos últimos anos do século XX e das primeiras décadas do século XXI, o
ensino superior brasileiro vem sofrendo rápidas e profundas transformações, tanto
no que diz respeito à expansão quanto às suas finalidades. Cunha (2000) observa
18
que enquanto na década de 1990 aumentou o número de Instituições de Ensino
Superiores isoladas e grupos de faculdades que buscavam se transformar em
centros universitários e/ou universidades privadas, no início do século XXI tem-se
visto o aparecimento de instituições que congregam várias faculdades em um
processo de formação de universidades e centros universitários.
Sendo numerosas as novas instituições de ensino superior da rede privada, a
competitividade que se estabeleceu entre elas é evidente e constitui uma ameaça à
sobrevivência de cada uma. Consideradas como novo tipo de negócio exige-se
delas uma nova arquitetura estratégica, representada por práticas mais agressivas,
inovadoras e futuristas que influenciam a área de atuação. (PORTER, 1998;
MACEDO, 2011). No momento da realização desta pesquisa, as fusões e aquisições
de instituições de ensino superior representam uma das estratégias utilizadas por
elas, assim como os processos de fusão e a abertura de capital adotada por
algumas delas.
No mundo organizacional, um dos aspectos que tem chamado a atenção dos
gestores tem sido a importância que as pessoas passaram a ter como atores do
processo de mudança. Segundo Davel e Vergara (2001), as pessoas devem ser
vistas além do seu papel na vida produtiva das organizações; elas precisam ser
encaradas como protagonistas na dinâmica organizacional, onde a criatividade é
uma qualidade humana insubstituível. Por isso, a gestão de pessoas torna-se
atividade fundamental para a sobrevivência e o sucesso das organizações, as quais
enfrentam cenários cada vez mais competitivamente turbulentos. (DAVEL e
VERGARA, 2001, p.31).
Neste sentido, temas como comprometimento organizacional têm se tornado objeto
de estudos e pesquisas. Existe a presunção de que pessoas comprometidas
agregam valor a uma organização, pois exercem esforços notáveis no alcance de
seus objetivos e, ao mesmo tempo, podem encontrar a realização e o seu
desenvolvimento pessoal (REGO, 2003). Logo, a captação e retenção de indivíduos
comprometidos, dedicados, engajados e envolvidos com os problemas de uma
empresa constituem fatores de sobrevivência das organizações contemporâneas.
Intensifica-se, assim, a necessidade de se entender como se estabelece o
19
envolvimento do trabalhador com os objetivos organizacionais, conforme atestam
Bastos, 1994; Menezes, 2009.
Esta preocupação com comprometimento numa organização não se restringe às
empresas, mas se estende também às instituições de ensino, nas quais se tem
evidenciado a importância da motivação, da responsabilidade, da participação e do
comprometimento dos docentes, bem como dos demais integrantes. Pena (1995)
reforça essas considerações afirmando que:
O comprometimento com o trabalho universitário se reveste de grande importância na medida em que a universidade, apesar de imersa em mar de dificuldades, ainda é por excelência o lugar de produção de conhecimento e de sua transmissão. É seu papel servir à comunidade de modo a oferecer serviços de qualidade, formar recursos humanos competentes e desenvolver tecnologias de última geração. (PENA, p.3, 1995)
A pesquisa do comprometimento com a organização tem sido dividido em duas
escolas de pensamento: comprometimento atitudinal e comprometimento
comportamental (REICHERS, 1985). A primeira tem sua origem, do trabalho de
Mowday et al. (1982)e de Porter e Buchanan; enquanto a segunda tem suas origens
nos trabalhos de Becker (1960), Kiesler (1971) e Salancik (1977) (ABRAHAMSSON,
2003). Mowday (1982) diz da diferença entre as duas linhas de abordagem e afirma
que: comprometimento atitudinal focaliza o processo através do qual as pessoas
pensam sobre sua relação com a organização. Isto é, o comprometimento com a
organização desenvolve-se a partir de experiências vividas no trabalho, percepções
e características pessoais, as quais levam a ter sentimentos positivos em relação à
organização. O comprometimento comportamental tem sua relação com o processo
através do qual as pessoas se interessam por uma organização e como lidam com
isso. Isto é, os indivíduos se comprometem com o resultado pelo fato de terem se
engajado em comportamentos de difícil reversibilidade, tendendo a repeti-los.
Segundo Salancik (1977): “agir é comprometer-se”, refletindo sobre a dificuldade dos
indivíduos em contradizer posições assumidas anteriormente. Para Meyer e Allen
(1991) estes dois tipos de comprometimento são formadores de processos
complementares para a elaboração do vínculo comprometimento-comportamento.
O Comprometimento com a carreira/profissão vem ganhando importância nos
últimos anos em decorrência às mudanças/transformações que vêm ocorrendo no
20
mundo do trabalho, entre elas: reestruturações, reduções de pessoal, terceirização.
Vários são os pesquisadores que estão dizendo que o foco primordial do
comprometimento dos trabalhadores pode estar mudando das organizações para a
carreira/profissão (BLAU, 2003). De acordo com alguns estudos recentes, estes
estão sugerindo que as organizações irão continuar a reestruturar seus contratos
psicológicos com os trabalhadores (MORRISON e ROBISON (1997) apud BLAU,
2001). Segundo Meyer et al. (1993) afirmam que os termos “ocupação”, “profissão”,
e “carreira” vem sendo utilizados maneira intercambiável e sem discriminação na
literatura do comprometimento. Para esses autores, “Ocupação” é um termo mais
abrangente e refere-se a um grupo de pessoas que se considera engajado em
algum tipo de trabalho. Na opinião de Blau (2001), o termo “carreira” é muito
genérico, por estar representando o padrão de experiências relacionadas ao
trabalho de um indivíduo por toda a sua vida. Diante do exposto acima, um indivíduo
possui uma carreira apesar das mudanças de cargo, empregos e ocupações (BLAU,
1985; BLAU, PAUL & St. JOHN, 1993).
De acordo com os pesquisadores sobre o comprometimento, estes possuem uma
auto-crítica, revelando que foi dispensado muito pouca atenção às práticas
gerenciais que podem gerar atitudes e comportamentos “comprometidos”
(SALANCIK, 1977; O´REILLY e CHATMAN, 1986; MEYER e ALLEN, 1991). Neste
sentido, McElroy (2001b) enfatiza a importância dos sistemas de gestão de pessoas,
afirmando que utilizar práticas de recursos humanos para fomentar
comprometimento parece algo muito normal, corriqueiro. No entanto, Meyer e
Herscovitch (2001) alertam que esta estratégia precisa ser adotada de maneira bem
criteriosa, uma vez que o desejável é que estas práticas fomentem
comprometimento afetivo, porém podem causar impacto em outras formas de
comprometimento. Segundo estes pesquisadores, o ideal, é obter maior
comprometimento afetivo com o mínimo de impacto nos outros tipos.
Atualmente muito se tem dito que as organizações precisam ser compostas por equipes
de trabalho eficazes e produtivas. Concomitantemente a isso, observa-se que a maioria
dos gestores organizacionais orgulha-se em dizer que possui uma equipe de trabalho
que apresenta boa performance, mas não se tem uma avaliação adequada das
relações de comprometimento entre os membros dessa equipe. Importante ressaltar
que equipe, líder, liderados, comprometimento, tudo isso é fundamental para o
21
funcionamento da organização; porém esses são conceitos que precisam ser
estudados, aprofundados para serem postos em prática a fim de se obter um resultado
satisfatório. (MENEZES, 2009)
Retomando um pouco o passado do mundo organizacional, atenta-se para o fato de
que a visão era que as pessoas “dependiam” das empresas para sobreviverem e eram
tratadas como se fossem “máquinas”, e motivação era significado de “punição”. No
cenário atual, a visão é centrada na valorização do capital humano (ou Capital
Intelectual) o qual cria a vantagem competitiva de qualquer organização. (DINIZ, 2006).
Nas duas últimas décadas, transformações radicais marcaram o contexto
organizacional, advindas do avanço tecnológico e da alta competitividade entre as
empresas. Tais mudanças exigem aumento da eficiência do trabalho individual,
melhoria no desempenho organizacional e criação de vantagem competitiva. Observa-
se que todas as exigências relacionam-se com o fator humano, que como já foi dito
passou a ser de suma importância para as empresas, bem como as ferramentas
tecnológicas. Na era do conhecimento, uma nova mudança acabou fazendo com que a
tecnologia deixasse de constituir o principal gerador de vantagem competitiva para as
empresas e o ser humano passou a constituir o centro das atenções. (DINIZ, 2006)
Autores da área de Gestão de pessoas como Guest (1987), Legge (2006), Armstrong
(2009) e Wilkinson, Bacon, Redman e Snell (2010), concordam que as pessoas
assumiram papel estratégico e relevante nas organizações. No momento em que fontes
tradicionais de vantagem competitiva, como tecnologia, não são mais consideradas
suficientes para garantir uma posição competitiva sustentável, as pessoas passam a ser
competências essenciais de diferenciação estratégica.
1.1 Problema gerador da pesquisa
É neste contexto que ganha sentido a preocupação com o construto comprometimento
aliada ao funcionamento das organizações. A preocupação de se realizar uma pesquisa
sobre comprometimento no corpo docente de uma instituição de ensino superior da
22
rede privada se justifica, pois, como condição para que a mesma possa se mostrar
competitiva no quadro do desenvolvimento atual.
Este trabalho propõe contribuir com conhecimentos que possam trazer reflexões
sobre o gerenciamento e o impacto do comprometimento e suas consequências
para as instituições de ensino superior, abrindo caminho para novas pesquisas que
possibilitem, futuramente, a construção de um modelo de gerenciamento e gestão
capaz de torná-las mais eficientes.
A questão norteadora do presente trabalho é a seguinte: Com base no modelo de
contextualização de Meyer e Allen (1991), adaptado por Bastos (2004) como se
manifesta o comprometimento organizacional dos docentes de uma instituição
de ensino superior da rede privada da região metropolitana de Belo Horizonte?
1.2 Objetivos
Visando a responder à questão colocada, foram definidos os seguintes objetivos do
presente trabalho:
1.2.1 Objetivo geral
Analisar como se manifesta o comprometimento organizacional dos docentes de
uma instituição de ensino superior da rede privada da região metropolitana de Belo
Horizonte, tomando como referência o modelo de contextualização de Meyer e Allen
(1991), adaptado por Bastos (2004).
1.2.2 Objetivos específicos
1. Apresentar o ambiente em que a IES desenvolve suas atividades, bem como a
23
região na qual se situa.
2. Identificar as modalidades de comprometimento dos docentes na IES
pesquisada.
3. Identificar e analisar os níveis de comprometimento dos docentes na IES
pesquisada, com base no modelo de Meyer e Allen (1991), adaptado por Bastos
(2004).
4. Elaborar, como produto técnico, um texto que apresenta o projeto Aerotrópole e
comenta o papel da Faculdade de Pedro Leopoldo nesse contexto regional.
1.3 Justificativa
A relevância do tema Comprometimento organizacional se torna evidente no
momento em que a importância das pessoas para assegurar a competitividade das
organizações ganhou espaço privilegiado no âmbito da administração, como
atestam os trabalhos de Guest (1987), Legge (2006), Armstrong (2009) e Wilkinson,
Bacon, Redman e Snell (2010), entre outros.
A temática comprometimento organizacional vem sendo estudada principalmente a
partir da década de 1990, tendo sido objeto de investigação de diferentes autores no
Brasil, como Bastos (1991, 1992, 2004), Bastos e Borges Andrade (1995, 2002),
Medeiros (1997, 1998)
No presente trabalho, o enfoque adotado foi o iniciado por Meyer e Allen, autores que
no Brasil têm sido adotados pelo grupo de pesquisas liderado por Bastos, da
Universidade Federal da Bahia e inclui pesquisadores da Universidade Federal de
Brasília, da Universidade Federal de Santa Catarina e de outras instituições. Vários
dos trabalhos produzidos por este grupo e/ou orientados pelos docentes que o
compõem são citados no referencial teórico desta dissertação.
Para a autora deste trabalho, que é docente de uma instituição superior da rede
privada, na qual o comprometimento dos profissionais se torna condição relevante
para o desenvolvimento dos trabalhos, a realização desta dissertação está associada
à sua atividade profissional e pode constituir fator de reflexão para suas atividades
24
como docente e como gestora.
A região na qual está situada a instituição de ensino superior abordada neste trabalho
constitui objeto de um plano do governo do Estado de Minas Gerais, e, visando ao
desenvolvimento da gestão e da tecnologia, reserva lugar especial à faculdade. Por
este motivo, mantendo cursos de administração que vão do nível de ensino médio à
pós-graduação lato e stricto sensu, importa ter profissionais comprometidos com sua
proposta e a pesquisa que fundamenta esta dissertação oferece subsídios para se
identificar o tipo e o nível de comprometimento dos docentes.
Para a academia, o trabalho traz um aprofundamento do estudo da temática
comprometimento organizacional, dando oportunidade de se discutir a ambiguidade
com que o comprometimento calculativo e o comprometimento normativo veem sendo
tratados. Segundo estudos desenvolvidos recentemente por Bastos (2006, 2009,
2012), esses tipos de comprometimento constituem, na realidade motivos de
permanência dos trabalhadores numa organização.
1.4 Estrutura do Texto
Esta dissertação é composta dos seguintes capítulos: nesta Introdução aborda-se a
relevância do tema no cenário atual, onde as pessoas constituem o recurso mais
importante de uma organização; posteriormente é feita a delimitação do tema e a
elaboração da pergunta problema a qual irá nortear a pesquisa na Instituição de
Ensino objeto deste trabalho; são também definidos os objetivos propostos.
Após a introdução tem-se o referencial teórico, onde são abordadas as variáveis-
chave da pesquisa que são: comprometimento organizacional e ensino superior, as
quais constituem a base teórica para a interpretação dos resultados encontrados na
pesquisa.
Na sequência, o terceiro capítulo aborda a descrição dos procedimentos
metodológicos utilizados para a realização da pesquisa, assim como as técnicas de
25
interpretação dos resultados.
A apresentação da região onde se situa a instituição de ensino superior e a referência
ao histórico dessa IES constituem o objeto do capitulo 4, colocado imediatamente
após a metodologia. Trata-se de uma análise documental, baseada em informações
contidas nos documentos repassados pela direção da faculdade.
O quinto capítulo apresenta a análise de dados e discorre sobre os resultados obtidos
através da aplicação do questionário EBACO aos docentes da faculdade em estudo.
Para finalizar apresentam-se as considerações finais, com uma análise com base
teórica e metodológica sobre a problemática do comprometimento que constitui objeto
deste estudo.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
O referencial teórico desta dissertação aborda duas temáticas: a primeira, referente
ao cenário contemporâneo das instituições, no qual as novas arquiteturas
organizacionais constituem recursos adotados para assegurar a competitividade e a
segunda temática o comprometimento organizacional.
2.1 Ensino superior no Brasil: cenário contemporâneo
A partir da década de 1980, significativas mudanças no cenário político e econômico
mundial têm determinado a implantação de medidas capazes de auxiliar o
enfrentamento das novas exigências do mercado. Como consequência do processo
de globalização da economia, grandes empresas, geralmente multinacionais, que
dispõem de capital e de recursos tecnológicos sofisticados se instalaram no Brasil,
exigindo melhor qualificação dos profissionais para garantir a sua produtividade. A
expansão da tecnologia trouxe como consequência equipamentos sofisticados, que
exigem o preparo não só dos componentes do corpo gerencial, mas de todos os
26
trabalhadores que atuam nas empresas. A dominância do chamado capital
intelectual voltou o foco das empresas para os recursos humanos e para a
necessidade de atrair e reter talentos nos seus quadros de pessoal. (GOULART;
GUIMARÃES, 2002).
Neste cenário, a rápida aceleração do crescimento em vários setores da economia
intensificou a demanda por profissionais qualificados, tornando primordial a
formação acadêmica de nível superior. Por outro lado, o texto da Constituição de
1988, realçava a necessidade de se oportunizar o acesso de maior contingente à
educação de nível superior. (GOULART; GUIMARÃES, 2002).
É oportuno lembrar que as instituições de ensino superior, criadas no Brasil a partir
da chegada da família real portuguesa em 1808, até a segunda metade do século
XX, eram em sua maioria ligadas ao governo federal. Assim, até a década de 1990,
os cursos de nível superior eram ministrados por universidades públicas e por algumas
poucas instituições de ensino superior da rede privada. Isto ocorria porque para criação
de uma nova instituição de ensino superior particular, eram enviadas ao Ministério da
Educação cartas-consulta com pedidos de abertura de cursos superiores, mas a
autorização para o funcionamento desses novos cursos e para a criação de instituições
voltadas para este nível de ensino encontrava barreiras na legislação vigente.
(MACEDO, 2011)
Foi durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), cujo primeiro
mandato foi de 1995-1998, que algumas medidas alteraram o panorama da educação
superior no país (MONTEIRO; BRAGA, 2004). Tais medidas foram acompanhadas
também pela reformulação das políticas públicas do setor educacional e culminaram
com a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB - (Lei nº
9.394/96).
O Ministro da Educação do governo FHC, Paulo Renato de Souza, ex-reitor da
Universidade de Campinas e conhecedor das dificuldades que as instituições
federais de ensino encontravam para absorver todo o público carente deste nível de
ensino, iniciou um processo de reformulação das diretrizes do ensino superior que
visava, de um lado, reduzir gastos com as universidades públicas e, de outro, criava
27
condições sem precedentes para a ampliação do ensino superior privado.
(MONTEIRO; BRAGA, 2004).
O ensino superior brasileiro vem passando, portanto, por um processo de
crescimento acelerado desde 1993. O Censo da Educação Superior, realizado
anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (INEP), coleta dados sobre a educação superior brasileira com o objetivo de
oferecer aos dirigentes das instituições, aos gestores das políticas educacionais, aos
pesquisadores e à sociedade em geral, informações detalhadas sobre a situação
atual e as grandes tendências do setor. Enquanto existiam em 1993 cerca de
439.801 ingressantes em cursos de graduação no Brasil, o resumo técnico referente
ao ano de 2010, publicado em outubro de 2011, apontou a existência de 6.379.299
estudantes cursando graduação, sendo 4.736.001 em escolas da rede privada.
(INEP, 2014)
Este crescimento também pode ser observado a partir do número de instituições de
ensino superiores privadas que foram abertas desde 1996. Segundo dados
apurados pelo Censo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais -
INEP de 2010, quando foram coletados os dados, existiam no Brasil 2.314
instituições de ensino superior, sendo 2.069 privadas.
Entre 2000 e 2010, o número de instituições de ensino saltou de 1.180 para 2.377,
um aumento de mais de 100%. Desse total, apenas 190 são universidades (8%). Os
dados do Censo da Educação Superior de 2010 mostrou, ainda, que o crescimento
acelerou entre 2009 e 2010, e tendo chegado ao total de 6.379.299 estudantes
matriculados na graduação, verifica-se que o aumento foi de 7,1% das matrículas no
período contra uma média de 2% a 4% verificada em anos anteriores. (INEP, 2014)
“As instituições privadas têm importância fundamental no processo de formação
acadêmica e para a cidadania dos nossos jovens. O segmento detém 74% das
matrículas nos cursos de graduação”, afirma o novo reitor da FUMEC, professor
doutor Eduardo Martins de Lima, que estará à frente da universidade até 2016. Em
uma década, mais do que dobrou o número de brasileiros que frequentam cursos
superiores.
28
De acordo com o Portal Brasil (2014) através do Censo da Educação Superior
(2013) divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo INEP (2014) foi
registrado no Brasil o total de 7.305.977 milhões de estudantes matriculados em
IES; somando-se a estes, estudantes de pós-graduação scricto sensu (mestrado e
doutorado) perfazem total de 7.526.681 matriculados. Tais dados confirmam, assim,
a tendência de crescimento tanto por parte de estudantes quanto de instituições e
docentes. Segundo a mesma fonte, comparando os anos de 2013 em contraponto
com 2012, houve aumento de 3,8% na quantidade de estudantes inscritos no ensino
superior. Destes, 1,9% alocados na rede pública e 4,5% na rede privada.
Atualmente, o Brasil conta com 2.391 instituições de ensino superior (Censo, 2014)
as quais oferecem mais de 32 mil cursos de graduação oferecidos por 2,4 mil IES,
sendo 301 públicas e 2 mil particulares. Neste cenário, as universidades ficam
responsáveis por 53,4% das matrículas, e 29,2% por conta das faculdades. O
número total de ingressantes em 2013 no ensino superior continua estável em
relação ao ano anterior, quando chegou a 2,7 milhões. Comparando ao período de
2003-2013, o número de alunos que ingressaram em cursos de graduação
aumentou 76,4% (BRASIL, 2014).
A consequência da expansão das instituições de ensino superior da rede privada foi
o acirramento da concorrência entre elas, iniciando-se uma busca de diferenciais
que garantissem não só a procura, mas a fidelização dos alunos. O crescimento da
oferta de cursos e vagas deu-se de forma mais rápida que a demanda. A expansão
do setor não foi planejada. A preferência dos candidatos ao ensino superior ainda é,
no momento em que se realiza esta pesquisa, a instituição de ensino superior
pública. Assim, a concorrência acirrada e a competição pela busca de alunos se dão
justamente no setor privado, pelo fato de essas instituições competem por alunos
que, na maioria das vezes, não conseguiram ingressar nas IES públicas
(MOEHLECKE; CATANI, 2006).
Segundo Tachizawa e Andrade (2002), a atual realidade do ambiente global é o
surgimento de uma nova era em termos de competição; já não existem apenas os
concorrentes conhecidos em mercados tradicionais ou de outras organizações, mas
tem-se de conviver com a desintegração de barreiras de acesso a mercados
29
anteriormente isolados e protegidos. Portanto, as organizações não se limitam às
suas tradicionais bases de clientes. Isso significa que as organizações, entre elas as
IES, não podem mais sentir-se excessivamente confiantes com as fatias de mercado
e as posições competitivas conquistadas. Elas estão se defrontando com a
necessidade de melhoria da qualidade do processo de ensino, com a redução das
margens de lucros, com a necessidade de diminuir custos unitários operacionais e
otimizar os custos administrativos nestes mercados competitivos, e, portanto, o
equacionamento de tais questões constitui hoje uma preocupação-chave
(TACHIZAWA; ANDRADE, 2002).
30
Em face da constante modificação, os mercados e seus protagonistas buscam
estabelecer vantagem competitiva e as IES se veem diante deste desafio, que é
relativamente novo para o setor. A instituição de ensino superior tem que inovar
incessantemente para poder competir e sobreviver. É neste contexto que é
necessário um modelo de gestão, dentre outros passíveis de serem adotados pelas
IES para fazer frente aos novos tempos (TACHIZAWA; ANDRADE, 2002).
Além da preocupação com a qualidade acadêmica, as instituições de ensino
superior passaram a experimentar uma forte concorrência em relação a vários
aspectos, tais como preço e qualidade das instalações físicas, localização, qualidade
do seu corpo docente (GOULART et al., 2010).
Nas instituições privadas, acirram-se campanhas em busca de mais alunos. Essas
campanhas têm mostrado que não é apenas o fator econômico (custos mais baixos
do curso) o principal determinante da escolha de uma escola pelo candidato. Na
realidade, o que faz diferença para o aluno, na maioria das vezes, é que ele deseja
esse diferencial juntamente com qualidade acadêmica e um posicionamento da
instituição escolhida no mercado (TACHIZAWA; ANDRADE, 2002).
Na área da educação, em que a qualidade é muito importante, os danos para a
imagem do setor são muito mais fortes do que em qualquer outro mercado. Portanto,
a fórmula para se vencer a batalha é o investimento em diferenciais competitivos
(SOUZA, 2003).
Neste quadro competitivo, os indicadores de gestão devem monitorar a qualidade
não só dos processos educacionais como também dos processos administrativos. A
experiência da autora numa instituição de ensino superior da rede privada sugere
que o segredo para se captar e manter alunos é oferecer mais vantagens, como por
exemplo, descontos e trabalho de acompanhamento com ex-alunos (egressos);
oferecer serviços adicionais; buscar o comprometimento de todos os colaboradores,
especialmente os docentes, no sentido de melhoria contínua; oferecer maior e
melhor arsenal tecnológico nas salas de aula e laboratórios. Tudo isso leva a um
diferencial competitivo.
31
Pelo exposto, infere-se que as Instituições de Ensino Superior Privadas ou IESP
estão atuando em um mercado que, além de altamente competitivo é dinâmico, e
precisam estar preparadas para garantirem a sobrevivência. Em função desse
contexto mercadológico, o ensino superior privado enfrenta a queda das margens de
lucro e a chegada de grandes investidores, além de se ver instado a adotar novas
arquiteturas organizações como fusões, aquisições, incorporações e abertura de
capitais com a finalidade de valorar o negócio.
O ensino superior privado passa, nesta segunda década do século XXI, por um
momento de definições. Enquanto o movimento de fusões e aquisições, abertura de
capital e concorrência acirra a competitividade, a profissionalização da administração
das instituições de ensino se torna uma exigência e a retenção de talentos constitui um
dos maiores desafios destas empresas educacionais (CUNHA, 2000).
A heterogeneidade do setor de ensino superior é um dos desafios a serem
enfrentados. Com gestões que se misturam entre instituições de capital aberto,
empresas familiares, organizações filantrópicas, as regras podem parecer confusas
ou difíceis de serem implementadas.
A aceleração do ritmo das mudanças ocorrida nas duas últimas décadas deixou as
organizações mais receptivas às inovações administrativas e ao desenvolvimento de
inovações gerenciais: gestão pela qualidade, reengenharia, gerência por objetivos,
gerenciamento estratégico. Para Senge (1999), Hinings e Greenwood (1988), tais
movimentos refletem tendências globalizadas da administração e das organizações.
2.1.1 Modalidades de instituições de ensino superior e novas arquiteturas
organizacionais
A análise do ensino superior no Brasil requer, de início, que se faça uma
caracterização das instituições voltadas para este nível de ensino. De acordo com
artigo 1º do Decreto Nº 3.860, de 9 de julho de 2001, que dispõe sobre a
organização do ensino superior, as IES classificam-se em:
32
I. Públicas, quando criadas ou incorporadas, mantidas e administradas pelo Poder
Público;
II. Privadas, quando mantidas e administradas por pessoas físicas ou jurídicas de
direito privado.
A Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 que estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional (LDB) institui, no artigo 20, que as instituições privadas de ensino
se enquadrarão nas seguintes categorias:
I. Particulares em sentido estrito, assim entendidas as que são instituídas e
mantidas por uma ou mais pessoas físicas ou jurídicas de direito privado que não
apresentem as características dos incisos abaixo;
II. Comunitárias, assim entendidas as que são instituídas por grupos de pessoas
físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas, inclusive cooperativas de
professores e alunos que incluam na sua entidade mantenedora representantes
da comunidade;
III. Confessionais, assim entendidas as que são instituídas por grupos de pessoas
físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas que atendem a orientação
confessional e ideologia específicas e ao disposto no inciso anterior;
IV. Filantrópicas, na forma da lei.
Já de acordo com o artigo 7º do Decreto n. 3.860, de 9 de julho de 2001, as
instituições de ensino superior podem ser identificadas de acordo com a sua
organização acadêmica e classificam-se em: universidades; centros universitários e
faculdades, faculdades integradas, institutos ou escolas superiores.
Até meados da década de 1990, as universidades eram, em sua maioria, públicas,
pertencentes ao sistema federal e algumas outras eram confessionais,
principalmente católicas (universidades católicas e pontifícias universidades
católicas) (DURHAM, 2005, p.201).
Após as medidas desencadeadas no governo FHC, algumas instituições vinculadas
à iniciativa privada, que preenchiam os requisitos para transformação em
universidades providenciaram seu reconhecimento. Outras cuidaram de se
33
transformar em centros universitários, adquirindo um novo status no mundo
acadêmico. (MACEDO, 2011)
A universidade brasileira adotou, desde a sua criação, um modelo que enfatiza a
unicidade; entretanto, a diversidade vem caracterizando, cada dia mais, o
desenvolvimento das instituições de ensino superior, as quais têm adotado modelos
bem diferenciados. Buarque (2003) aponta que mesmo frente à complexidade e à
dificuldade de organização de um sistema único de Ensino Superior, o Conselho de
Reitores das Universidades Brasileiras (CRUB), assim como a Associação Nacional
de Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES), e outras
entidades representativas como o Conselho Nacional de Educação (CNE), têm
investido esforços para assegurar o caráter de integração dessas instituições.
Buarque (2003) tem chamado atenção para a necessidade de que as universidades
representem um sistema integrado, no qual haja inter-relação e interdependência
entre os componentes do sistema universitário, além da permanente interação com
o desenvolvimento científico, tecnológico e da cultura em geral. Uma das
dificuldades para tal integração é a difícil articulação das atividades de ensino com a
pesquisa e a extensão, bem como a relação entre as IES e os representantes
governamentais.
Moehlecke e Catani (2006) observam que o processo de expansão do ensino
superior tem se valido de diversas ações: a interiorização, através dos campi
avançados de universidades federais e estaduais; a criação de modalidade de
ensino como os cursos tecnológicos, sequenciais e à distância, a flexibilização
curricular e, em especial, as oportunidades de financiamento da educação mediante
a Lei nº 11.096, de 13/01/05 (MP 213, de 10/09/04), que institui o Programa
Universidade para Todos (ProUni), regula a atuação de entidades beneficentes de
assistência social no ensino superior e dá outras providências; o FIES e outros
planos.
Em face de todas estas inovações, tornou-se importante garantir a qualidade dos
cursos oferecidos e por isto, a Lei 10.861, de 14/04/04, criou o Sistema Nacional de
Avaliação da Educação Superior (SINAES), o qual foi regulamentado pela Portaria
34
MEC 2.051 de 09/07/04. Merecem ser citadas, ainda, a Lei nº 10.973, de 02/12/04
(Lei de Inovação Tecnológica), que dispõe sobre incentivos à inovação e à pesquisa
científica e tecnológica no ambiente produtivo e dá outras providências; e a Lei nº
11.079, de 30/12/04, que institui normas gerais para licitação e contratação de
parceria público-privada no âmbito da administração pública.
2.1.2 As novas arquiteturas organizacionais adotadas pelas instituições de
ensino superior da rede particular
Os gestores estão agora conscientes que mesmo escolas poderosas não podem se
dar ao luxo de ignorar a concorrência por alunos, quando se pretende buscar os
mais qualificados; por professores, que sejam mais bem formados e ofereçam
cursos de qualidade, atraindo os alunos; por doações e subvenções que melhorem
as condições da organização e ainda por acionistas, que invistam na organização.
Esta concorrência por alunos, professores e doações é algo novo no âmbito da
educação e apresenta-se como consequência da transformação das instituições
educacionais em empresas, sujeitas às mesmas regras aplicáveis a outras
organizações. Kotler; Fox (1994) consideram que escolas e faculdades não podem
se dar ao luxo de serem afetadas por suas faltas quando outras instituições podem
oferecer programas ou outras características similares ou melhores para atrair
alunos.
Na competição por recursos, as instituições educacionais podem usar as seguintes
tarefas de marketing, entre outras: qualidade de programas, programas exclusivos,
preço, conveniência, reputação e alunos e professores bem qualificados. (KOTLER;
FOX, 1994).
A partir da década de 1980, as empresas foram pressionadas por várias forças: a
intensificação da competição, o excesso de oferta em bases mundiais (há mais
fornecedores com mais capacidade do que consumidores dispostos e capazes de
comprar), o “globalismo” (competição em mercados globais e não somente
35
domésticos). Junto a isso, deve-se realçar que aqueles que atualmente entram no
mercado de trabalho possuem menos qualificação do que os que tendo entrado na
década de 1940, agora deixam este mercado. Segundo Nadler et al. (1993), a
demografia mostra que continuará havendo uma escassez de trabalhadores
especializados, porque aqueles trabalhadores que nasceram durante o surto
demográfico da década de 1940 estarão chegando à idade da aposentadoria..
As empresas que reagem a esses desafios através de suas capacidades de prever a
mudança e automaticamente criar estratégias para lidar com essas forças sobrevivem.
Algumas qualidades importantes para lidar com esses desafios citados por Nadler et al
(1993) são: adaptabilidade, flexibilidade, sensibilidade, decisão e rapidez. Esses autores
dizem que: “As organizações não têm outra opção que não seja a de agirem como
previsoras e administradoras da mudança”. Todas essas características citadas pelo
autor são elementos fundamentais que constituem o modus operandi da empresa, e
são conceituados pelo autor como Arquitetura Organizacional.
Nadler et al (1993) propuseram este conceito, pois reconheceram os limites da
expressão Estrutura organizacional que segundo eles é “o que está nos quadrados e
nas linhas que ligam”. Para Oliveira (2009) a arquitetura organizacional se refere ao
conjunto ordenado de responsabilidades, autoridade, comunicações e decisões das
unidades organizacionais de uma empresa.
De acordo com o historiador F. W. Janson (1991, p.84) a palavra arquitetura foi
criada pelos gregos antigos que significava alguma coisa mais alta do que a “tectura”
comum. O autor define a arquitetura como “a arte de modelar o espaço segundo as
necessidades e aspirações humanas”.
Com base na definição sugerida por Janson (1991), Nadler et al (1993) conceituam a
Arquitetura organizacional como esta modelagem do espaço, realizada pelos
arquitetos organizacionais se refere ao espaço no qual trabalham as pessoas, no
espaço comportamental em que atuam. Para o autor, o arquiteto organizacional
projeta o “espaço de informação” da organização, que ilumina a organização da
mesma maneira que os arquitetos físicos projetam com a luz. Essa informação
revela o atual estado das atividades de uma organização.
36
Arquitetura organizacional é, pois, um conceito mais amplo e pode ser entendido
como sendo uma visão mais abrangente dos elementos do projeto dos sistemas social
e de trabalho que formam uma grande empresa complexa. Nadler et al (1993) citam
que esse termo inclui a estrutura formal, o projeto de práticas de trabalho, a natureza
da organização informal ou estilo de operação e os processos de seleção,
socialização e desenvolvimento de pessoal; e que a mesma pode ser uma fonte de
vantagem competitiva na medida em que motiva, facilita ou capacita as
pessoas/grupos a interagir com mais eficiência com os clientes, com o trabalho e
entre si. Logo, pode-se dizer que a Arquitetura organizacional se baseia na estrutura e
nas relações que acontecem na organização e ditam relações entre pessoas,
socialização dos novos membros. Na medida em que esta arquitetura traduz a visão
da empresa, ela se mantém por vários anos.
A responsabilidade por motivar os processos de fusões e aquisições de empresas é a
questão da globalização da economia. As razões citadas para isso são: a necessidade
que as empresas possuem de ganhos em escalas de produção; a negociação de novos
produtos bem como a atuação destas em Países que não são os de sua origem. Dessa
forma, os conglomerados empresariais têm ido a busca de uma coesão tanto financeira
quanto tecnológica almejando com isso adquirirem permissão para atuar em outras
regiões através de aquisições, parcerias e joint ventures com empresas locais (GUARITA,
2002).
Os motivos que prevalecem como incentivadores das operações de fusões e aquisições
de empresas incluem diversos fatores como: o crescimento, as mudanças econômicas ou
tecnológicas, a necessidade de reunir recursos para pesquisa e desenvolvimento, o
potencial para ganhos de sinergias, o corte de custos e economias de escala e escopo.
Todavia, muitas pesquisas demonstram que menos da metade desses movimentos
agrega algum valor às empresas e a seus acionistas (VASCONCELOS; CALDAS; WOOD
JR., 2004).
As novas arquiteturas têm sido motivo de grandes transformações no mercado,
trazendo novos modelos de gestão, produção e emprego. As fusões e aquisições se
encontram ligadas ao capitalismo, e quando são consideradas benéficas revelam uma
contribuição ao desempenho tanto operacional quanto financeiro nos negócios, nas
37
técnicas, e na relação com o público-alvo da organização. Cano (2002) ratifica o citado
acima, ao realçar que uma parcela das fusões e aquisições é esclarecida pela abertura da
economia, que representou um impacto para as empresas nacionais.
De acordo com Camara (2007), fusão é o ato de natureza corporativa ou social,
através do qual duas ou mais sociedades, ante a dissolução de alguma ou de todas
elas, confundem seus patrimônios e se agrupam em uma só sociedade. Isto incita um
processo societário (duas ou mais sociedades), absorção de uma por outra ou união
entre elas para a criação de uma nova, e consequente transmissão global do
patrimônio, incorporação dos acionistas, extinção das incorporadas.
Para Barros (2003), fusão é uma transação que demanda em uma combinação de
duas ou mais empresas que param de existir legalmente a fim de criar uma terceira
com nova identidade, e teoricamente sem predominância de nenhuma das empresas
anteriores. Gitman (2002) corrobora com este autor, entendendo que a fusão
empresarial é uma combinação de duas ou mais empresas, porém, elucida que a
empresa resultante desse processo mantém a identidade de uma das empresas
anteriores, geralmente predomina a maior, o que segundo o autor, este processo no
Brasil é chamado de Incorporação.
Fusão empresarial se encontra definida no legislativo pela Lei Federal 6.404/76, em seu
artigo 228, que é uma operação onde se unem duas ou mais sociedades para formar uma
nova sociedade, que as sucederá em todos os direitos e obrigações. Por isso, a Lei
10.406/02 diz que a fusão determina a extinção das sociedades que se unem.
A mercantilização é um fenômeno recente da educação superior brasileira, advindo do
crescimento das Instituições de Educação Superior (IES) lucrativas e a legitimação de
várias estratégias de mercado direcionadas a financeirização, oligopolização e
internacionalização. Segundo Silva Júnior e Sguissardi (2000, p.171) a
mercantilização se manifesta na educação brasileira, cuja “referência identitária para
as instituições do setor privado é a empresa organizada de forma capitalista.
Pretende-se uma aproximação com o setor produtivo, não só devido aos ingressos
orçamentários e sim como sendo um parâmetro para o que deve ser ‘produzido’ pelas
IES”.
38
Oliveira (2009) corrobora com os demais autores, afirmando que esse processo é
entendido em um determinado momento como sendo uma transformação da
educação em mercadoria, cujo preço é dito pelo mercado visando o lucro em prol
dos seus proprietários e acionistas ao descontentamento das limitações definidas
pelo governo federal relativo aos reajustes das mensalidades e a aquiescência aos
estudantes inadimplentes.
A tendência a esse processo de mercantilização da educação superior não se
restringe apenas ao caso Brasileiro; pois essa transformação do setor educacional
em objeto de interesse de capital é uma das consequências da globalização,
principalmente nos países asiáticos e países desenvolvidos de origem anglo-
saxônica com foco nos Estados Unidos (CORREA, 2004).
Nos anos de 1990, nos Estados Unidos, as grandes instituições lucrativas passaram
a ter suas ações negociadas na Associação Nacional Corretora de Valores e
Cotações Automatizadas (NASDAQ) e na Bolsa de Valores de Nova York. A partir
desse fato, a educação superior tornou-se um grande negócio e o segmento foi o
que apresentou a maior taxa de crescimento de matrículas. A DeVry foi a primeira
das grandes companhias educacionais a executar oferta pública de ações em 1991;
posteriormente, foi a vez da Apollo Group (controladora da Universidade de
Phoenix), cujas ações passaram a ser listadas na Bolsa de Valores de Nova York a
partir de 1994. Essa última instituição obteve um acréscimo significativo de alunos
de dez mil em 1990, para aproximadamente sessenta mil no final de 1998. A
cotação acionária do grupo Apollo começou em US$2 por ação e em 2001 a
negociação estava em cerca de US$33 por ação (MOREY, 2001).
O fenômeno de Mercantilização no Brasil destacou-se ao final da década de 1990,
no âmago do processo de globalização e propagação das tecnologias de
informação, e de acordo com Romualdo Oliveira (2009), se manifesta através da
oferta direta de cursos (presenciais e a distância), da produção de materiais
instrucionais (livros, apostilas e softwares), do surgimento de consultorias
empresariais responsáveis tanto pela assessoria de empresas educacionais no
mercado financeiro quanto na gestão de recursos ao setor.
39
Devido ao surto expansivo nos anos de 1990, as empresas educacionais passaram
a adotar novas estratégias em detrimento da concorrência acirrada que emplacou no
mercado. Todas com foco na busca por “clientes” acabaram por investir na
diversificação de cursos em detrimento da demanda ou do contexto local. Pode-se
citar como exemplos: os cursos sequenciais, à distância, de extensão e de pós-
graduação lato sensu. Porém, para algumas IES de pequeno porte, a solução foi
continuarem com sua especialização em um nicho acadêmico, direcionadas ao
extrato de maior renda, como por exemplo, a Escola Superior de Propaganda e
Marketing (ESPM), a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e o Instituto Brasileiro de
Mercado de Capitais (IBMEC) (CARVALHO, 2012).
Não só existem essas estratégias citadas acima como também o uso de ferramentas
de marketing agressivas com foco ao acesso rápido ao mercado de trabalho, através
do uso da imagem de artistas e/ou modelos sendo utilizados como exemplos de
pessoas bem-sucedidas, como também outra estratégia adotada da divulgação de
promoções nos valores das mensalidades, objetivando baratear para obter ganho
em escala, sendo que o consumidor fica seduzido pelo preço a despeito da
qualidade do serviço ofertado (Baldan, 2007). Todas essas estratégias têm sido
usadas como ferramentas, a fim de atrair a demanda; porém, parece não serem
suficientes para sustentar as IES fragilizadas pela concorrência, diante das elevadas
taxas de inadimplência e de desistência. A primeira chega a 23%; e a taxa de
evasão a 25%, sendo 27% nas lucrativas (HOLANDA, 2007; SILVA FILHO et al.,
2007).
Além de todas as estratégias adotadas pelas IES a fim de envolver a clientela,
ocorreram transformações no nível dos negócios. Num primeiro momento, foi
necessária a profissionalização da gestão das IES surgindo assim o papel do “reitor
profissional” e deixando de existir a administração familiar, tendo esse a função de
mediador entre a Mantenedora e a mantida, administrando sob as diretrizes da
política estratégica da mantenedora com objetivo principal o lucro financeiro e o
aumento e estabilidade patrimoniais (SILVA JÚNIOR; SGUISSARDI, 2000, p. 165).
40
Em um segundo momento, a estratégia passa a residir na transfiguração de
universidades e centros universitários em grandes conglomerados ou holdings. Isso
vem acontecendo através da reestruturação operacional, advinda da aquisição de
instituições de porte médio ou pequeno em dificuldades financeiras, ou por fusões
de capital, cuja cooperação permite ganhos de escala e maior fatia de mercado,
assim como novos nichos de mercado geográficos e vantagens pelo crescimento do
número de alunos e de cursos já autorizados pelo MEC. Casos desse tipo de
processo são a compra do Centro Universitário Ibero-Americano (UNIBERO) pelo
grupo Anhanguera Educacional em 2007, seguida de perto pela Universidade
Estácio de Sá, que adquiriu o Centro Universitário Radial (UNIRADIAL), em São
Paulo, e a Kroton, de Belo Horizonte, que adquiriu, em 2011, o Centro de Ensino
Atenas Maranhense. Pelo fato de se tratarem de estabelecimentos de grande porte,
essas operações são emblemáticas do movimento de oligopolização do setor, no
formato de conglomerados educacionais, cuja mantenedora empresa
holding controla os negócios das demais (CARVALHO, 2012).
Uma nova evidência sobre esse movimento de oligopolização pode ser apurado pela
quantidade de fusões e aquisições, o qual se pode averiguar por meio da KPMG
Corporate Finance que é uma rede global de empresas independentes responsável
pela publicação trimestral sobre a trajetória desses processos na economia
brasileira. Em 2007, houve 19 aquisições no setor educacional. Em 2008, foram
registradas 53 transações, o que levou o setor à impressionante posição de terceiro
lugar no ranking nacional. Em 2009, em virtude da crise internacional que assolou o
mercado financeiro em geral, e em especial o setor educacional, houve redução
acentuada para 12 operações, ainda assim, o setor educacional ocupou a décima
segunda posição entre os setores econômicos. Em 2010, ocorreu ligeira
recuperação para 20 operações, mantendo-se o mesmo posicionamento, e em 2011
ocorreu novo aumento para 27 operações e a subida de uma posição no ranking de
transações (KPMG, 2012).
A mais significativa manifestação do fenômeno de Mercantilização de IES pode ser
apurada através das aquisições realizadas por fundos de investimento em
participação com empresas de capital aberto ou fechado (private equity) com
envolvimento posterior da entidade gestora/investidora nos foros de gestão da
41
entidade investida e pela abertura de capital das empresas educacionais na bolsa de
valores (IPOs) a partir de 2007. Entre 2006 e no primeiro trimestre de 2010 foram
realizadas cinco grandes operações. O banco Pátria realizou a aquisição por meio
de um fundo de investimento em participações de 68% da Anhanguera Educacional;
a GP Investimentos adquiriu 20% da Estácio Participações (2008); o Cartesian
Capital Group comprou a Faculdade Maurício de Nassau (2008); o Advent adquiriu
50% da Kroton Educacional (2009); Capital Intl efetuou a compra, no início de 2010,
do IBMEC Educacional. (KITAGAWA, 2007, p. 48-54 ; CARVALHO,2012).
O conceito Private Equity surgiu nos Estados Unidos, na década de 1990, por um
grupo de acionistas os quais pretendiam criar regras novas para proteção contra os
abusos das diretorias executivas e a inércia dos conselhos de administração das
empresas. Em contrapartida, o primeiro código sobre esse tema surgiu no Brasil em
1999, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC)
constavam quatro princípios importantes a serem observados pelas empresas:
transparência, equidade, prestação de contas (accountability) e responsabilidade
corporativa (CARVALHO, 2012).
Os princípios para educação superior em relação aos “negócios” são: perpetuar o
negócio; melhorar a imagem institucional; garantir desempenho acima da média do
mercado; facilitar a entrada de investimentos; reduzir os conflitos de interesses e os
conflitos familiares; e garantir maior segurança quanto aos direitos dos proprietários.
Para Bonventti (2008), as três ferramentas que garantem uma gestão e governança
de boa qualidade são: planejamento estratégico permanente e desafiador, por meio
do qual a instituição se mobiliza para construir o seu futuro com base na intenção
clara dos acionistas; gestão de risco capaz de identificar as vulnerabilidades,
probabilidades de riscos e as oportunidades existentes no mercado e o
desenvolvimento das pessoas, alinhando-as à estratégia de negócio da instituição.
Por último e não menos importante, porém o mais recente movimento no mercado
educacional brasileiro baseia-se na abertura de capital e na oferta pública de ações
(IPOs). As empresas que aderem a esse tipo de movimento passam a serem
sociedades anônimas com suas razões sociais alteradas uma vez que a composição
societária dessas empresas foi alterada pela saída progressiva dos sócios
42
individuais, substituídos por fundos de investimento em renda variável e por outras
empresas. Ao realizar novas aquisições pelas companhias o patrimônio líquido
apresenta um desempenho significativo (CARVALHO, 2012).
É importante analisar as implicações do surgimento desse novo modelo de empresa
educacional, pois em primeiro lugar, evidencia-se que esses instrumentos
financeiros estabelecem o comprometimento da gerência com os interesses dos
acionistas / cotistas, isto é, os objetivos da empresa transcendem a maximização do
lucro, uma vez que ficam subordinados à maximização do valor acionário no
mercado de capitais. Assim, todas as estratégias de gestão devem convergir para a
ampliação dos lucros de curto prazo (AGUILERA; Jackson, 2003; LANZONICK;
O’Sullivan, 2000).
Posteriormente a essa análise, o controle sobre a origem do capital (nacional ou
estrangeiro) fica comprometido, já que o capital de risco proveniente dos fundos
de private equity e do investimento em renda variável (ações), ao mesmo tempo em
que pulveriza a propriedade, permite a aquisição e a concentração societária por
parte de especuladores ou de outras empresas educacionais estrangeiras, de modo
que interfere nas decisões centrais administrativas por meio da compra de ações
ordinárias que dá direito a voto nas assembleias de acionistas (CARVALHO, 2012).
2.2 Comprometimento no trabalho
Na década de 1930, com o surgimento da Escola de Relações Humanas, a
Administração alterou o seu foco de atenção na organização formal para os aspectos
informais, como também dos incentivos monetários para os psicossociais. Assim, o
homem passou a ser um referencial significativo e ganhou espaço os estudos sobre o
funcionamento dos grupos e das inter-relações entre as pessoas. Os estudiosos da
administração passaram a buscar uma resposta para uma das grandes contradições do
sistema capitalista: como conseguir ao mesmo tempo controle do trabalho e o
consentimento dos trabalhadores nas organizações. (MAXIMIANO, 2011)
43
A relação funcionário-empresa se no passado era antagônica (dois lados diferentes
em disputa), no novo cenário organizacional busca-se uma postura diferente a
começar pelo desejo que o funcionário sinta-se uma parte da organização e que
haja uma interação entre a identidade profissional e a pessoal valorizando as
relações informais na organização. Devido a isso, vários administradores e
consultores em administração passaram a tentar criar novas formas de consciência
a respeito da organização.
Em seu livro Psicologia Social das Organizações, Katz e Kahn (1978) dizem que um
dos grandes problemas para a identificação do homem com a organização é que
ocorre a “inclusão parcial”, uma vez que a organização não deseja o homem integral
e sim somente os itens relevantes para a tarefa a ser executada por ele na
organização. Conforme esses autores, a identificação do homem com a empresa
pode ser válida na medida em que o trabalhador motivado e comprometido alcance
um desempenho melhor, principalmente se a empresa estiver esperando dele mais
ações do seu cargo. Isto é, a empresa deseja que o homem pense em como
melhorar seu trabalho, ser criativo entre outros. Neste contexto, Katz e Kahn criticam
e sugerem que deve haver uma re-interpretação no sentido do comprometimento do
trabalhador com a organização, almejando enxergar este homem como sendo um
ser concreto, em sua totalidade.
Guest (1987) corrobora com esta afirmação, dizendo que na ARH o foco central é
certamente o desenvolvimento do comprometimento dos trabalhadores com a
organização.
O racional por trás desta iniciativa pode ser encontrado na assunção de que funcionários comprometidos estarão mais satisfeitos, serão mais produtivos e mais adaptáveis (a contextos mutáveis) (LEGGE, 1995, p. 174).
De maneira nítida, comprometimento é adverso a “submissão comportamental
resignada”, o qual é entendida como sendo uma característica das relações de
trabalho sob gestão convencional. O compromisso é refletido como sendo um
conjunto de crenças internalizadas, gerando pró-atividade construtora, integrado em
“dar um passo além” no que tange à entrega dos funcionários para a empresa. Em
contraste, a submissão, seria mantida por sistemas burocráticos de controle
44
externos ao indivíduo, gerando comportamentos reativos ao invés de proativos,
trabalhando de acordo com o estipulado no contrato (GUEST, 1987).
Para Morgan (1996), diversos gestores realizam esta tarefa com base em um “fiel”
pressuposto: de que aquilo que é bom para a organização será inevitavelmente do
interesse de seus empregados. Porém, essa visão é completamente uma
controvérsia: o que é bom para a empresa não é necessariamente bom para seus
funcionários.
Refletindo rapidamente acerca do atual mundo do trabalho deparamo-nos que as
desigualdades sociais estão aumentando consideravelmente, e na maioria dos fatos
o sucesso das empresas não é partilhado pelos colaboradores; o ganho das
empresas não chega aos colaboradores. Também mudaram as condições de
trabalho as quais atualmente é bem explícito o aumento da pressão por resultados,
e os trabalhadores vivem sob tensão, trabalham mais horas em um ritmo mais
intenso sofrendo ameaças de demissão caso não alcancem as metas previstas.
Neste contexto, confirma-se a afirmativa citada por Morgan (1996) segundo o qual o
que é bom para as empresas nem sempre é bom para as pessoas, uma vez que
quem determina os atos das empresas são as leis do mercado.
Muitos gestores tratam a administração como um processo de controle ideológico,
isto é, ao invés de efetuar o controle da produção de cada trabalhador através da
manipulação de recompensas e punições, intentam estabelecer tal controle fazendo
com que as pessoas se sintam responsáveis pela produtividade, e sentindo que o
que é bom para a empresa é necessariamente bom para elas. Assim, o controle
passa a ser exercido internamente, e as pessoas realizam suas tarefas pelo fato de
sentirem o controle internalizado, e se sentem responsáveis pelo sucesso ou
insucesso da empresa. Este tipo de controle interno concede melhores resultados,
além de ser melhor e mais barato do que o controle exercido externamente. Isto
pode ser conseguido por um sistema tão ou mais opressor do que um sistema de
base taylorista. No entendimento de Morgan (1996), o que há de novo é a tentativa
de controlar as pessoas pela ideologia.
45
A partir de 1979, após um trabalho de Mowday, Steer e Porter (1979) publicaram um
questionário a fim de medir o comprometimento, o tema Comprometimento
Organizacional passou a ser muito estudado e pesquisado. Posterior a esse
trabalho, vários outros foram surgindo nos últimos anos e o tema vem crescendo sua
popularidade na literatura da psicologia organizacional e do comportamento
organizacional na década de 1980 (MATHIIEU e ZAJAC, 1990, p. 171).
Questões que tratam sobre envolvimento ou comprometimento do trabalhador
surgem no início do século XXI como atuais e relevantes, uma vez que o
envolvimento do trabalhador aparece como elemento crucial nas novas arquiteturas
organizacionais. O sucesso de mudanças instituídas e pretendidas depende da
maneira como as organizações lidam com os vínculos que os trabalhadores
estabelecem com o trabalho que realizam e com a organização.
No Brasil, autores como Bastos (1992, 1994, 2004), Bastos e Borges Andrade
(1995, 2002), Medeiros (1997, 1998) têm se preocupado com este tema,
apresentando teorias e pesquisas. A maioria dos estudos acerca do
comprometimento do trabalhador tem sido realizada na área da Psicologia
Organizacional, almejando descobrir o que faz com que os indivíduos se diferenciem
na forma como reagem e enfrentam os desafios do seu contexto de trabalho nas
organizações. Entretanto, são numerosos os estudos que atualmente advêm de
áreas como a Sociologia do Trabalho e a Teoria das Organizações.
Bastos et al (1997) as organizações em busca por uma vantagem competitiva,
descobriram que o único ativo que uma empresa possui sem condições de ser
copiado são seus empregados. Neste contexto a diferença se encontra em aceitar a
importância do ser humano para o sucesso de uma empresa, sendo assim mais
produtivo trabalhar com sujeitos comprometidos e envolvidos com a empresa. Este
autor considera que comprometer-se significa sentir-se vinculado a algo e ter o
desejo de permanecer naquele curso de ação.
46
2.2.1 O construto Comprometimento
A palavra comprometer é derivado do latim compromittere e significa: 1.Obrigar por
compromisso. 2. Dar, como garantia; empenhar: comprometer a palavra. 3. Expor a
perigo; arriscar, aventurar. 4. Pôr (alguém) em má situação, ou em situação
suspeita. 5. Tomar compromisso; obrigar-se. 6. Assumir responsabilidade grave
(FERREIRA, 1986).
Como pode ser observado, na língua portuguesa quotidiana, e também segundo
Bastos (1994), o termo técnico, ‘commitment’, de origem inglesa, tem quatro eixos
de significados: a noção de confiar; a noção de encarregar, comissionar, designar;
de perpetrar ou desempenhar; e o significado de envolver, juntar, engajar. Ou seja, o
conceito de comprometimento pode assumir tanto o significado de ações que
impedem ou dificultam o alcance de uma determinada meta, como também
expressar a ideia de engajamento, envolvimento, adesão ou vinculação. Dessa
maneira, de acordo com Bastos, existem três conceitos de comprometimento
utilizados na administração os quais são: primeiro é o conceito de compromisso com
envolvimento, discorrendo as maneiras pelas quais as pessoas se comportam em
relação a determinados alvos. O segundo indica o grau de atenção, esforço, cuidado
que a pessoa dispende ao realizar alguma coisa; neste caso, o comprometimento
vem aliado a um estado de lealdade, a algo relativamente duradouro e que pode ser
descrito através das intenções, sentimentos, desejos da pessoa. O terceiro conceito
diz respeito à relação estabelecida entre conjuntos de condições que conduzem aos
produtos indesejados (BASTOS, 1994).
Os estudos acerca do construto comprometimento no Brasil tiveram destaque a
partir da década de 1990, após publicação na Revista de Administração de
Empresas (RAE), um artigo do autor Bastos (1993). Neste artigo, o autor apresentou
resumidamente as principais abordagens conceituais e a fundamentação teórica que
as sustentam. De acordo com Bastos (1993), os estudos sobre o tema
comprometimento organizacional, são variados devido aos muitos objetos que
podem servir de alvo para o vínculo do trabalhador como, por exemplo: organização,
47
sindicato, carreira, valores e trabalho. Todos estes estabelecem um caminho próprio
de investigação conforme demonstrado na FIG. 1
Figura 1 - Focos de comprometimento.
Fonte: Morrow (1983 apud BASTOS et al., 1997, p. 107).
Além disso, podem-se citar também as pesquisas realizadas por Bandeira (1999),
Bastos (1994), Borges-Andrade, Camaeshi e Silva (1990), Brandão (1991),
Brito(1995), Gama (1993), Medeiros (1997), Moraes e Marques (1995), Pena (1995),
Silva, M. (2003), entre outras, com a proposta de elaborar modelos explicativos e
quantificar o comprometimento frente às suas variáveis.
O uso do conceito de comprometimento na literatura científica surgiu sob os mais
diversos rótulos, numa larga tradição de estudos. Tais diferentes abordagens
apontam a magnitude do conceito. Segundo Stecca (2001), o conceito de
comprometimento conserva o significado de engajamento, refere-se ao forte
envolvimento do indivíduo com diversos aspectos do seu ambiente de trabalho, isto
é, com o desejo de permanecer na empresa; com a identificação, o engajamento, o
empenho em favorecer a organização. Enquanto Bastos, Brandão e Pinho (1996),
conceituam comprometimento como sendo o grau em que o indivíduo internaliza ou
adota as características/ perspectivas da organização, as quais podem ser geradas
em três bases: a primeira delas é a complacência/troca momento este onde as
atitudes e o comportamento ocorrem em função de recompensas específicas. A
segunda base é da identificação/ afiliação que ocorre no momento que o indivíduo
aceita a influência pelo desejo de afiliação e pela intenção de sentir-se orgulhoso por
pertencer, respeitar os valores da organização. Por último, salienta a internalização
que diz ser quando o envolvimento se apoia na identidade entre valores e objetivos
pessoais e organizacionais. (Northcaft e Neale apud Moraes et. al.,1995, p.178)
consideram que mais do que uma questão simples de lealdade à organização, o
48
comprometimento é um processo através do qual os indivíduos expressam sua
preocupação com o bem-estar e o sucesso da organização em que atuam.
Comprometimento, como construto, é mais complexo. Difere do conceito de
satisfação com o trabalho, reverberando resposta afetiva à organização como um
todo. Para Meyer e Allen (1997, p. 226), o comprometimento reforça o vínculo com a
organização, incluindo seus objetivos e valores; em contraponto a satisfação
sobressai o ambiente específico em que o empregado realiza sua tarefa.
Ainda que os conceitos de comprometimento sejam oriundos da Sociologia, da
Psicologia e da Teoria das Organizações, a pesquisa encontra-se de certa forma
fragmentada em diferentes abordagens, porém, ratificam-se, na perspectiva de
diferentes teóricos, que o sentido de comprometimento organizacional requer a
existência de interesses comuns entre os indivíduos e seu ambiente de trabalho,
manifestos pela manutenção de comportamentos comuns, pró-ativos, demonstrados
pelo indivíduo com o objetivo de contribuir para a realização de alguma coisa, como
observa Costa (2000).
2.2.2 O Modelo de Conceitualização de Meyer e Allen
Nos últimos anos, os pesquisadores acerca do comprometimento organizacional
deram uma atenção especial ao modelo de conceitualização desenvolvido por
Professores canadenses John P. Meyer e Natalie J. Allen (1991) os quais
determinaram existir três componentes do comprometimento.
Este modelo agrega as três correntes que ressaltaram as abordagens teóricas e
conceituais sobre o comprometimento. São elas: a afetiva, a instrumental e a
normativa.
49
O enfoque afetivo
O enfoque afetivo é demonstrado através dos trabalhos desenvolvidos pela equipe
de professores Mowday, Steers e Porter, tendo início na década de 70 atingindo seu
apogeu em 1979, com a validação de um instrumento para se medir o
comprometimento no Organizational Commitment Questionnaire.
Mowday et al. (1982), denominam de atitudinal a natureza afetiva do processo de
identificação do indivíduo com os objetivos e valores da organização. Para eles, o
comprometimento vai além da questão da simples lealdade para com a organização,
isto é, o indivíduo assume uma postura ativa oferecendo algo de si mesmo,
contribuindo assim com a organização. Dessa maneira o comprometimento nesse
cenário é tratado a partir da natureza afetiva da identificação do individuo com
valores e objetos, numa postura atitudinal.
Na verdade, o indivíduo “se identifica com uma organização e seus objetivos e
deseja manter-se como membro, de modo a facilitar a consecução desses objetivos”
(Bastos, 1994, p. 43). O funcionário estaria, assim, disposto a dar algo de si para
contribuir com o sucesso da empresa onde trabalha (Moraes et al., 1997).
Este enfoque tem sua raiz principal nos trabalhos de Etzioni, que de acordo com
Bastos (1993), relaciona as formas que as organizações usam a fim de obter
obediência dos empregados, conchegando-se ao sentido “moral” do termo o qual
envolve a identificação e introjeção dos valores da organização pelo trabalhador.
Segundo Bandeira et al. (1999) afirmam que “o comprometimento afetivo representa
um vínculo muito forte com a organização considerando que a dimensão afetiva se
alimenta e sedimenta nos sentimentos do empregado aceitação de crenças,
identificação e assimilação de valores da organização”
Para Mowday, Steers e Porter (1979, p.226) a definição para comprometimento é:
“(1) Uma forte crença e a aceitação dos valores e objetivos da organização; (2) Estar
disposto a exercer um esforço considerável em benefício da organização e (3) Um
forte desejo de se manter como membro da organização”.
50
O enfoque instrumental / calculativo
Este enfoque deriva dos estudos de Howard Becker, em seu artigo publicado em
1960, Notes on the concepto fcommitment. Becker (1960, p.34) inicia seu trabalho
destacando a importância deste tema nas discussões sociológicas, “Sociólogos
fazem uso do conceito de comprometimento quando estão tentando contabilizar o
engajamento das pessoas que agem em consistentes linhas de atividade”. De
acordo com os estudos realizados por Becker, (1960 apud Reichers, 1985; Bastos,
1992; 1993; 1994, Moraes et al., 1997) o comprometimento passa a ser visto
enquanto função das recompensas e custos associados ao fato de pertencer à
organização. Ou seja, o estar comprometido com a organização é entendido “como
a tendência a se manter nela engajado - numa linha consistente de atividade -
devido aos custos associados à sua saída”. Becker (1960) coloca o
comprometimento como função da percepção do trabalhador quanto às trocas
estabelecidas enquanto parte integrante da organização e por isto o denomina side
bet, ou seja, trocas laterais. A permanência do empregado na empresa é motivada
pelos benefícios percebidos, pois se ele percebe que os investimentos realizados
são maiores que o retorno obtido, sua decisão será sair da empresa. (BANDEIRA,
1999).
O enfoque normativo
Surge da intercepção dos trabalhos de Etzioni (teoria organizacional- 1975) e de
Azjen e Fishbein (psicologia social) apoiado pelo trabalho de Wiener (1982, p. 419).
Segundo Wiener os indivíduos comprometidos manifestam determinados
comportamentos por acreditarem que é “certo” e moral fazê-lo. Wiener (1982, p. 419-
21) salienta que na definição do comprometimento, o elemento central, o de aceitar
os valores e objetivos organizacionais, demonstra uma forma de controle sobre as
ações das pessoas, o qual é denominado pelo autor de normativo-instrumental.
Este estudo de Wiener (1982) provém do Modelo de Intenções Comportamentais de
Fishbein (1967) que visa predizer e compreender acerca das intenções
comportamentais dos indivíduos. De acordo com Wiener (1982, p.419/3) o modelo
de Intenções de Fishbein diz que o comportamento é designado por dois fatores: o
51
atitudinal e o normativo. Especifica que no enfoque atitudinal, a atitude do indivíduo
a respeito de uma determinada ação é o resultado da avaliação dos efeitos desta
ação; enquanto que no normativo, a percepção sobre uma ação é o resultado de
pressões normativas, usualmente da cultura da empresa, a qual impõe sua ação e o
seu comportamento na organização.
Para Meyer e Allen (1990, p. 3) as características acerca dos indivíduos em cada
tipo de enfoque descrito são: “Empregados com um forte comprometimento afetivo
permanecem na organização porque eles desejam (querem) e estariam
comprometidos mais no nível atitudinal, aqueles com comprometimento instrumental
permanecem porque necessitam e aqueles com comprometimento normativo
permanecem porque eles sentem que são obrigados”.
O estilo normativo do comprometimento é definido como um conjunto de valores
partilhados que produzem pressões normativas sobre os membros da organização.
Estas pressões estão diretamente relacionadas ao sistema de recompensas
(instrumental) para influenciar o comportamento. As questões normativas
predispõem o indivíduo para se comportar segundo padrões internalizados
(SIQUEIRA, 2008).
Bastos (1994, p. 83) considera que “esta vertente teórica procura ligar dois planos
de análise: o organizacional, através do conceito de cultura e o individual, através da
motivação e do comportamento”.
Para Bandeira (1999, p. 22), neste enfoque o comprometimento pode ser entendido
como o vínculo do trabalhador com os objetivos e interesses da organização, vínculo
este que estabelecido e perpetuado por meio dos valores e normas compartilhadas
e pelas pressões normativas internalizadas.
52
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O problema que norteia a pesquisa é o responsável por determinar a abordagem
metodológica que será utilizada na pesquisa. Considerando que no presente estudo
se pretende analisar o comprometimento de docentes de uma instituição de ensino
superior privada, apresenta-se a situação atual do ensino superior no Brasil como
cenário das novas arquiteturas organizacionais das instituições de ensino superior,
para melhor caracterizar o comprometimento dos docentes sob a égide desse
contexto.
3.1 Caracterização da pesquisa
Para atender aos objetivos desta pesquisa, foi realizado um estudo de caso, de
caráter descritivo, numa abordagem quali-quantitativa. Os estudos descritivos de
natureza qualitativa permitem expor as características de uma comunidade, analisar
os fatos e fenômenos de certa realidade e favorecer a descoberta ou a verificação de
ligações entre determinadas variáveis. (SELLTIZ et al, 1974; TRIVIÑOS, 1987;
COLLIS; HUSSEY, 2005).
Usou-se, portanto, a abordagem qualitativa, porque se pretendia caracterizar a região,
a instituição de ensino superior e o projeto de desenvolvimento ao qual ela está
atrelada.
Para Alves-Mazzotti e Gewandsznajder (2004, p.132):
[...] podemos destacar o fato de se considerar o pesquisador qualitativo como
o principal instrumento de investigação e a necessidade de contato direto
prolongado com o campo, para poder captar os significados dos
comportamentos observados.
53
Os citados autores realçam, ainda, as seguintes características desse estudo:
[...] descrições detalhadas de situações, eventos, pessoas, interações e
comportamentos observados; citações literais do que as pessoas falam sobre
suas experiências, atitudes, crenças e pensamentos; trechos ou íntegras de
documentos, correspondências, atas ou relatórios de casos.
A pesquisa tem, ainda, uma abordagem quantitativa, porque os questionários
aplicados aos docentes foram submetidos à análise estatística e, portanto, foram
medidos, comparados. (GODOY, 1995).
Quanto aos fins, a presente pesquisa é descritiva, porque descreve tanto as
características da localidade e da instituição quanto o comprometimento dos
docentes, sem ter a intenção de explicá-los, mas apenas de apresentá-los. Segundo
Vergara (2000, p.45), “a pesquisa descritiva expõe características de determinada
população ou de determinado fenômeno. Não tem compromisso de explicar os
fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal explicação”.
Quanto aos meios, a pesquisa constitui um estudo de caso, uma técnica muito
utilizada nos estudos sociais, que conforme Yin (2001) constitui uma forma de se fazer
pesquisa empírica investigando fenômenos contemporâneos, dentro de seu contexto
de vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não
estão claramente estabelecidos.
3.2 Unidade de Análise e de Observação e amostra da pesquisa
A unidade de análise desta pesquisa é uma Instituição de ensino superior privada,
localizada na região metropolitana de Belo Horizonte - Minas Gerais. Maiores detalhes
sobre esta empresa são apresentados no próximo capítulo. Já o corpo docente dos
cursos de Logística, Administração, Ciências Contábeis é constituído de 41
professores e o questionário foi endereçado a todos, tendo a IES disponibilizado uma
funcionária para solicitar a cada docente que respondesse ao questionário no
momento em que se dirigisse à sala dos professores. Foram devolvidos 32
54
questionários completos, o que representa quase a totalidade da população. Esses
profissionais têm formações diferenciadas, uma vez que atuam em diferentes cursos e
na análise dos resultados isto se torna claro.
3.3 Levantamento de Dados e instrumentos de pesquisa
Para o levantamento de dados foram utilizadas diversas técnicas, coerentemente com
os objetivos a serem alcançados. Os dados secundários sobre a localidade, a
empresa estudada e o projeto da Aerotrópole foram pesquisados em sites, em
documentos fornecidos pela direção da IES (regimentos internos, planos de
desenvolvimento institucional, pareceres de aprovação dos cursos e histórico da IES),
além de entrevistas feitas com a diretora da Faculdade. A pesquisa qualitativa
consistiu, portanto, nesta análise documental e na coleta de informações que
permitiram caracterizar a instituição, a localidade e o plano de desenvolvimento
proposto pelo Governo de Minas.
Os dados primários foram levantados por meio da pesquisa realizada e o instrumento
de coleta de dados foi um questionário destinado a avaliar o comprometimento
organizacional, denominado EBACO. O questionário foi elaborado a partir das principais
referências teóricas, especialmente os estudos de Meyer e Allen, foi adaptado por
Bastos (2004) e tem sido aplicado em diversas pesquisas realizadas no Brasil.
3.4 Técnicas de interpretação dos resultados
Os documentos encaminhados pela direção da IES e as observações foram
submetidos à análise e resultaram no texto do próximo capítulo.
Os questionários foram submetidos à análise utilizando estatística descritiva: teste de
normalidade dos dados, média do comprometimento nos diversos itens, comparação
das médias obtidas em cada base, média ponderada pelo coeficiente Alfa Cronbach,
testes de hipóteses das igualdades da distribuição de pontos, através de testes não-
55
paramétricos. Foi realizada a análise das pontuações na base afetiva, na base
calculativa e na base normativa.
4 ANÁLISE DO CONTEXTO DA PESQUISA
O Governo de Minas Gerais vem realizando um planejamento para o
desenvolvimento econômico da Região Metropolitana de Belo Horizonte,
especificamente no Vetor Norte, a fim de ordenar o território, ampliar a
competitividade do Estado e atrair investimentos em setores da Nova Economia.
O Projeto acontece em torno do aeroporto de Confins e é conhecido como
Aerotrópole, nome criado pelo Professor norte-americano John Kasarda, atual
consultor que afirma:
Um aeroporto pode enriquecer uma cidade, ao atrair empresas e facilitar a circulação de pessoas e produtos. (...) ‘No futuro, as cidades que se tornarem aerotrópoles crescerão e se desenvolverão melhor. (Revista Época, 04 de agosto de 2014)
O conceito de Aerotrópole é uma realidade que vem se consolidando em Minas
Gerais. Esse termo propõe uma combinação de um aeroporto gigante com uma
cidade planejada, dotada de facilidade de transporte e centros de negócios. Tudo
isso integrado a uma comunidade de produtores de bens e serviços e baseado em
integração e fornecimento global. Segundo a Revista Exame (fevereiro de 2014)
este planejamento já foi responsável pela atração de diversos investimentos para a
Região que estão sendo implantados.
A Fundação Pedro Leopoldo, IES estudada nesta pesquisa, faz parte da região
mineira denominada Vetor Norte, onde está situada a instituição de ensino superior
que constitui objeto deste estudo e que, certamente, será beneficiada por esse
projeto. É oportuno lembrar que em maio de 2014 a Fundação Pedro Leopoldo,
através dos cursos de graduação em Administração, Ciências Contábeis, Direito,
Tecnologia em Logística, da Escola Sebrae e do Mestrado Profissional em
Administração, empenhada em aprofundar a articulação entre as comunidades
acadêmica e empresarial, realizou a décima quarta edição do Encontro Regional
56
Gestão & Tecnologia. O evento reuniu professores, pesquisadores, empresários,
gestores, estudantes e outros profissionais, com a finalidade de discutirem aspectos
relacionados ao Vetor Norte, evidenciando as tendências e oportunidades que estão
sendo emergindo na região. Tal evento, que teve lugar no Auditório Juscelino
Kubitschek, na Cidade Administrativa do Governo de Minas Gerais, materializou-se
por meio de conferências, palestras, oficinas, minicursos, mesas redondas e teve
como coordenador geral o Professor Carlos Alberto Portela da Silva, presidente da
Fundação Pedro Leopoldo (FPL). Entre os conferencistas e coordenadores de
trabalhos estiveram também professores da referida fundação e alunos e ex-alunos
do Mestrado Profissional em Administração.
Esta apresentação evidencia a importância que a Fundação Pedro Leopoldo,
instituição que constitui objeto da presente dissertação, tem no quadro do
desenvolvimento regional e mesmo nacional.
4.1 Breve Histórico da Instituição de Ensino
A Fundação Cultural Dr. Pedro Leopoldo foi criada pela Lei Municipal nº 407, de 24
de julho de 1967. É considerada uma instituição de utilidade pública, caráter
comunitário e sem fins lucrativos, sendo regida por um Conselho Curador formado
por representantes da sociedade civil Pedro-leopoldense. Em 1968, a Universidade
Católica de Minas Gerais (atualmente denominada PUC-Minas) em função de uma
política de extensão, estava à procura de instituições parceiras para implantar em
diversos municípios do interior de Minas Gerais alguns cursos de licenciatura de
primeiro grau. Assim, em 1968 a Fundação Cultural Dr. Pedro Leopoldo assinou
convênio com a Sociedade Mineira de Cultura, mantenedora da Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais, surgindo assim a Faculdade de Ciências
Humanas de Pedro Leopoldo (FCHPL).
Essa instituição, em decorrência do convênio, passou a ser subordinada à Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais, no que tange à responsabilidade técnica-
pedagógica.
57
58
Os objetivos principais da FCHPL eram: formar professores de primeiro e segundo
graus; promover, criar e incentivar empreendimentos de caráter educacional; realizar
estudos, pesquisas e levantamentos sobre a realidade social e cultural da região em
que se situa, e outras atividades pertinentes à educação e à cultura. O primeiro ano
de funcionamento da nova instituição de ensino superior foi 1969, quando foram
oferecidas 125 vagas para os cursos de Licenciatura de primeiro grau em Ciências,
Letras e Estudos Sociais.
O convênio perdurou até o ano de 1986, quando a Pontifícia Universidade Católica
de Minas Gerais se desvinculou da Faculdade de Ciências Humanas de Pedro
Leopoldo, que continuou sendo mantida pela Fundação Pedro Leopoldo. Após o
desligamento, ocorreu uma reestruturação nos cursos já oferecidos, os quais
também foram aprovados e reconhecidos pelo Conselho Federal de Educação
conforme as normas.
No contexto dessas mudanças, a Fundação Pedro Leopoldo objetivava expandir-se,
e em 1994 foi autorizada a realização de seu primeiro vestibular, após decreto
assinado pelo Presidente da República em 31 de dezembro de 1993. Dessa
maneira, foi trazida à Faculdade a primeira turma de calouros do curso de
Administração, composta de 60 estudantes. Dando continuidade ao processo de
expansão, no ano de 1996 a Faculdade de Ciências Humanas de Pedro Leopoldo
(FCHPL) implantou cursos de pós-graduação lato sensu nas seguintes modalidades:
Metodologia do Ensino Superior e Leitura e Literatura, Geografia Humana e
Administração Pública. Posteriormente, em 2000 foram ofertados mais 14 cursos de
pós-graduação e ainda quatro novos cursos de graduação: Geografia, História,
Ciência da Computação e Normal Superior.
Ainda no ano de 2000, a FCHPL deu início a um processo de reestruturação de suas
atividades, sendo criados o Instituto Superior de Educação e a Faculdade de
Ciências Exatas e Gerenciais. Por recomendação da CAPES, foi instalado, também
o primeiro Mestrado Profissional do Estado de Minas Gerais, que passou a funcionar
em suas dependências e que constitui até a data da coleta dos dados desta
pesquisa, um dos mais importantes projetos da Fundação Pedro Leopoldo. A
proximidade do Aeroporto de Confins e a linha verde, destinada a facilitar o acesso à
59
Cidade Administrativa e ao Aeroporto Internacional tem sido responsável pelo fato
de a clientela do Curso de Mestrado ser, em boa parte, proveniente de outras
localidades, algumas próximas á cidade de Pedro Leopoldo e outras até mesmo de
outros estados brasileiros.
No ano de 2002, teve início o funcionamento do curso de Ciências Contábeis e, em
2003, a Faculdade de Ciências Humanas de Pedro Leopoldo (FCHPL) passou a se
chamar Faculdades Integradas de Pedro Leopoldo (FIPEL), que incorporou o
Instituto Superior de Educação e a Faculdade de Ciências Exatas e Gerenciais.
Em 2004, a fim de inserir o Curso de Direito, a Fundação criou uma nova unidade
acadêmica, chamada Faculdade de Direito de Pedro Leopoldo (FADIPEL) e tendo
em vista as novas demandas regionais, a FIPEL lançou o curso de Pedagogia, com
base nas novas diretrizes curriculares acerca da formação docente.
Em decorrência da grande expansão do Aeroporto internacional de Confins, da
instalação de novas empresas na região e da transferência da sede administrativa
do Governo de Minas Gerais para a região, a FIPEL tornou-se responsável pela
formação de profissionais, o que determinou seu crescimento. Com base nessa
perspectiva, em 2008, a Fundação Cultural Dr. Pedro Leopoldo criou a Faculdade de
Tecnologia de Minas Gerais (FATEMIG), constituída de dois cursos: Curso de
Tecnologia em Comércio Exterior e Curso de Tecnologia em Logística. O curso de
Tecnologia em Comércio Exterior formou apenas uma turma em 2009 e por isso não
foi mais ofertado, e o curso de Logística continua tendo uma demanda com entradas
semestrais de alunos desde a abertura até a presente data. A partir do ano de 2008,
a Fundação Cultural Dr. Pedro Leopoldo encerrou os cursos de licenciatura, devido
à inexistência de demanda para seu vestibular. Diante disso, em 2008 foram
encerrados os cursos de Matemática e História; em 2009, os cursos de Letras e
Geografia e em 2010, o curso de Pedagogia e Ciência da Computação.
No ano de 2011, as Faculdades FIPEL, FADIPEL e FATEMIG, mantidas pela
Fundação Cultural Dr. Pedro Leopoldo, passaram a ter uma nova gestão.
Concomitante a isso, originou-se um novo processo de avaliação e reestruturação
organizacional, destinado a definir novos rumos para a instituição. Em 2011,
60
existiam 4 cursos em 3 Faculdades diferentes, e foi realizada a unificação dessas
instituições de ensino superior, sendo o processo encaminhado ao Conselho Federal
de Educação e o pedido foi protocolado em janeiro de 2012.
Em 19 de novembro de 2012, foi publicada no Diário Oficial da União- DOU, a
Portaria Nº 260, de 16 de novembro de 2012, graças à qual se deu a unificação
das IES, na instituição que recebeu a denominação de Faculdade Pedro Leopoldo
(FPL).
A partir da implantação de sua reestruturação, a Faculdade Pedro Leopoldo passou
a apresentar como missão: “Ser parte integrante do desenvolvimento das pessoas,
das organizações e da sociedade por meio da educação e da capacitação de
excelência, atuando de forma ética, competente e comprometida com a
sustentabilidade” e definiu também uma nova visão: “Ser a principal escolha para
quem busca educação e capacitação de excelência”.
Logo, a instituição na qual se desenvolve a presente pesquisa constitui o reflexo de
uma trajetória de mais de 40 anos de existência, além de ser considerada uma
instituição educacional de referência quanto à qualidade na formação de
profissionais realmente capacitados para fazer frente aos desafios de um mundo
globalizado. Sua inserção no desenvolvimento do Vetor Norte a torna identificada
com os valores estabelecidos por este projeto e evidencia a importância de contar
com profissionais comprometidos com o ensino por ela ministrado.
61
5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
Foram obtidos o retorno de 32 questionários, referente a escala EBACO com 28
questões. No instrumento de coleta foi acrescida a questão identificadora do curso
que o docente pertence. Dentre os 32 questionários, 5 (cinco) foram de docentes do
curso de Administração, 10 (dez) do curso de Ciências Contábeis, 5 (cinco) do curso
de Tecnólogo em Logística, e 12 (doze) de vários cursos.
Ao iniciarmos a análise dos dados, não foram observados questionários
incompletos, em relação às 28 (vinte oito) questões da escala EBACO. Quanto aos
valores extremos observa-se maior frequência nas questões Q6, com 4 valores
extremos mais baixos e na Q26 com 5 valores extremos mais altos, conforme a
tabela 1. Ainda que classificados com nº extremos, estes serão mantidos,
considerando serem opções de respostas.
Tabela 1 - Distribuição do número de dados ausentes e de Valores extremos Questões Nº de Dados Nº de extremos
a
Ausentes Baixa Alta
C1-Desde que me juntei a esta empresa, meus valores pessoais e os da
empresa têm se tornado mais similares. - - -
C2-A razão de eu preferir esta empresa em relação a outras é por causa do
que ela simboliza, de seus valores - 2 -
C3-Eu me identifico com a filosofia desta empresa. - 2 -
C4-Eu acredito nos valores e objetivos desta empresa. - 2 -
C5-Eu não deixaria minha empresa agora porque eu tenho uma obrigação
moral com as pessoas daqui - - -
C6- Mesmo se fosse vantagem para mim, eu sinto que não seria certo deixar
minha empresa agora. - 4 -
C7-Eu me sentiria culpado se deixasse minha empresa agora. - - -
C8-Acredito que não seria certo deixar minha empresa porque tenho uma
obrigação moral em permanecer aqui. - - -
C9-Todo empregado deve buscar atingir os objetivos da empresa. - 1 -
C10- Eu tenho obrigação em desempenhar bem minha função na empresa. - . .
C11- O bom empregado deve se esforçar para que a empresa tenha os
melhores resultados possíveis. - . .
C12-O empregado tem a obrigação de sempre cumprir suas tarefas. - . .
C13-Nesta empresa, eu sinto que faço parte do grupo. - 2 -
C14-Sou reconhecido por todos nesta empresa como um membro do grupo. - 2 -
C15-Sinto que meus colegas me consideram como membro da equipe de
trabalho. - 2 -
C16-Fazer parte do grupo é o que me leva a lutar por esta empresa. - - -
C17-Se eu já não tivesse dado tanto de mim nesta empresa, eu poderia
considerar trabalhar em outro lugar. - - 2
62
C18-A menos que eu seja recompensado de alguma maneira, eu não vejo
razões para despender esforços extras em benefício desta empresa. - - 2
C19-Minha visão pessoal sobre esta empresa é diferente daquela que eu
expresso publicamente. - . .
C20-Apesar dos esforços que já realizei, não vejo oportunidades para mim
nesta empresa. - - -
C21-Procuro não transgredir as regras desta empresa, pois assim sempre
manterei meu emprego. - - -
C22-Na situação atual, ficar nesta empresa é na realidade uma necessidade
tanto quanto um desejo. - - -
C23-Para conseguir ser recompensado nesta empresa é necessário
expressar a atitude certa. - - -
C24-Farei sempre o possível em meu trabalho para me manter neste
emprego. - 1 -
C25-Se eu decidisse deixar minha empresa agora, minha vida ficaria
bastante desestruturada. - - -
C26-Eu acho que teria poucas alternativas se deixasse esta empresa. - - 5
C27-Uma das conseqüências negativas de deixar esta empresa seria a
escassez de alternativas imediatas de trabalho. - - -
C28-Não deixaria este emprego agora devido à falta de oportunidades de
trabalho. - - -
Fonte: Dados da pesquisa - a. Número de casos fora da amplitude (Q1 - 1,5*IQR, Q3 + 1,5*IQR)
Na tabela 1, observa-se que outras questões apresentaram valores extremos,
entretanto conforme consta, estes são os limites de respostas disponibilizados aos
respondentes.
Considerando que os dados obtidos foram através de uma amostra aleatória, o
propósito de analisar os resultados foram analisados segundo os escores propostos
por Siqueira et al 2008 e as análises de algumas comparações entre médias obtidas
nas 28 questões, Para inferir os resultados nesta população estudada analisou
inicialmente se as distribuições dos dados em cada questão apresenta-se
normalmente distribuídos, condição básica para escolha do teste a ser aplicado,
considerando que a quantidade amostrada é relativamente pequena, ou seja, 32
(trinta e dois) respondentes. Na tabela 2 estão apresentados os resultados do teste
de normalidade aplicado ao conjunto de dados desta amostra,
63
Tabela 2 - Teste de normalidade dos dados
QUESTÕES Kolmogorov-Smirnov
a Shapiro-Wilk
Estatística df Sig. Estatística df Sig.
C1 0,256 32 0,0 0,809 32 0,00
C2 0,313 32 0,0 0,759 32 0,00
C3 0,403 32 0,0 0,627 32 0,00
C4 0,433 32 0,0 0,556 32 0,00
C5 0,259 32 0,0 0,778 32 0,00
C6 0,291 32 0,0 0,736 32 0,00
C7 0,208 32 0,0 0,824 32 0,00
C8 0,25 32 0,0 0,84 32 0,00
C9 0,386 32 0,0 0,568 32 0,00
C10 0,539 32 0,0 0,172 32 0,00
C11 0,499 32 0,0 0,362 32 0,00
C12 0,508 32 0,0 0,438 32 0,00
C13 0,323 32 0,0 0,696 32 0,00
C14 0,272 32 0,0 0,776 32 0,00
C15 0,258 32 0,0 0,766 32 0,00
C16 0,206 32 0,0 0,804 32 0,00
C17 0,296 32 0,0 0,863 32 0,00
C18 0,326 32 0,0 0,74 32 0,00
C19 0,472 32 0,0 0,481 32 0,00
C20 0,332 32 0,0 0,752 32 0,00
C21 0,201 32 0,0 0,866 32 0,00
C22 0,227 32 0,0 0,858 32 0,00
C23 0,213 32 0,0 0,844 32 0,00
C24 0,344 32 0,0 0,705 32 0,00
C25 0,209 32 0,0 0,842 32 0,00
C26 0,332 32 0,0 0,672 32 0,00
C27 0,337 32 0,0 0,756 32 0,00
C28 0,371 32 0,0 0,702 32 0,00
Fonte: Dados da Pesquisa
Observa-se que em todas as variáveis a significância foi menor que 5%, o que indica
rejeição da normalidade dos dados.
Após a avaliação das respostas obtidas, procedeu a análise dos dados que foram
desenvolvidas inicialmente na comparação das médias obtidas em cada base ,
identificando as questões que apontaram médias mais relevantes e não somente
entre as questões da base , mas também das médias obtidas em equipe de cada
curso.
Outra análise que foi submetida a amostra pesquisada foi o nível do escores
alcançado em cada base de comprometimento, utilizando as orientações indicadas
para a escala EBACO, segundo os Siqueira et al 2008. Estes procedimentos
consistem em comparar as médias das pontuações obtidas em cada base, sendo
64
que a média é ponderada pelo coeficiente Alpha de Cronbach, atribuída em cada
uma das sete bases do comprometimento. O coeficiente Alpha de Cronbach, indica
a consistência interna baseada na correlação média entre os itens, “assim é definida
como sendo o grau de representação que uma escala produz, segundo a
consistência entre medidas repetidas ou equivalentes de um mesmo objeto ou
pessoa, revelando a ausência de erro aleatório.”. Segundo Corrar (2007, p. 64).
Para encontrar os escores em cada base foram seguidos os procedimentos,
segundo Siqueira et al 2008:
1. Calculo da média que os respondentes deram para cada indicador ou item da
escala.
2. Multiplique a média pelo peso de cada indicador. Estatisticamente, alguns
indicadores possuem um coeficiente de correlação maior com a base que os
outros, daí a necessidade de se realizar o procedimento de multiplicação pelo
peso de modo que o escore obtido em cada base de comprometimento reflita a
importância de cada item na definição do fator. Utilize os pesos apresentados
nos quadros a seguir para calcular os escores de cada um dos fatores que
correspondem às diferentes bases do comprometimento organizacional.
3. A avaliação de cada base do comprometimento organizacional deve considerar,
portanto, os quatro indicadores correspondentes que permanecem na escala
após as análises.
4. Para interpretar os resultados obtidos, considere algumas bases do
comportamento possuem relação diretamente proporcional ao desempenho das
organizações, outras inversamente proporcionais. Portanto, nas bases afetivas,
afiliativa, obrigação em permanecer e obrigação pelo desempenho é importante
um ALTO comprometimento. Nas bases instrumentais, escassez de alternativas,
linha consistente de atividade e falta de recompensas e oportunidades e
importante que o comprometimento seja BAIXO.
65
As bases de comportamento são assim definidas e representadas pelas respectivas
questões:
Afetiva - Crença e identificação com a filosofia, os valores e os objetivos
organizacionais, é representada pelas questões C1,C2;C3 e C4.
Obrigação em permanecer – Crença de que tem uma obrigação em
permanecer, de que sentiria culpado em deixar, de que não seria certo deixar; e
de que tem uma obrigação moral com as pessoas da organização. Questões
C5,C6,C7,C8
Obrigação pelo desempenho – Crença de que se deve esforçar em benefício
da organização e que deve buscar cumprir suas tarefas e atingir os objetivos
organizacionais. Inclui as questões C9,C10,C11,C12
Afiliativa – Crença que é reconhecido pelos colegas como membro do grupo e
da organização. Inclui as questões C13, C14, C15, C16
Falta de recompensas e oportunidades – Crença de que o esforço extra em
benefício da organização deve ser recompensado e de que a organização deve
lhe dar mais oportunidade. Inclui as questões C17,C18,C19,C20
Linha consistente de atividades – Crença de que deve manter certas atitudes e
regras da organização com o objetivo de manter na organização. Inclui as
questões C21,C22,C23,C24.
Escassez de alternativas – Crença de que possui poucas alternativas de
trabalho de deixar a organização.
Para interpretar os escores obtidos através da ponderação das médias de cada
questão nas 7 bases de comprometimento, no quadro I, SIQUEIRA et al 2008,
propõe a seguinte interpretação para o resultado encontrado.
66
Quadro 1 - Bases do comprometimento organizacionais e referências para interpretação
Resultado Encontrado Interpretação do Resultado
Base Afetiva
Abaixo de 5,87 Baixo comprometimento
Entre 5,87 e 11,21 Comprometimento abaixo da média
Entre 11,21 e 16,55 Comprometimento acima da média
Maior que 16,55 Alto comprometimento
Base Obrigação em permanecer
Abaixo de 10,62 Baixo comprometimento
Entre 10,62 e 14,69 Comprometimento abaixo da média
Entre 14,69 e 18,75 Comprometimento acima da média
Maior que 18,75 Alto comprometimento
Base Obrigação pelo desempenho
Abaixo de 3,60 Baixo comprometimento
Entre 3,60 e 8,38 Comprometimento abaixo da média
Entre 8,38 e 13,34 Comprometimento acima da média
Maior que 13,34 Alto comprometimento
Base Afiliativa
Abaixo de 14,77 Baixo comprometimento
Entre 14,77 e 16,82 Comprometimento abaixo da média
Entre 16,82 e 17,88 Comprometimento acima da média
Maior que 17,88 Alto comprometimento
Base Falta de recompensase oportunidades
Abaixo de 4,36 Baixo comprometimento
Entre 4,36 e 8,78 Comprometimento abaixo da média
Entre 8,78 e 13,20 Comprometimento acima da média
Maior que 13,20 Alto comprometimento
Base Linha consistente de atividade
Abaixo de 8,52 Baixo comprometimento
Entre 8,52 e 12,13 Comprometimento abaixo da média
Entre 12,13 e 15,63 Comprometimento acima da média
Maior que 15,63 Alto comprometimento
Base Escassez de alternativas
Abaixo de 11,46 Baixo comprometimento
Entre 11,46 e 14,78 Comprometimento abaixo da média
Entre 14,78 e 17,85 Comprometimento acima da média
Maior 17,85 Alto comprometimento
Fonte: Siqueira et. al, 2008
Os dados analisados, apresentados na tabela, com as pontuações médias
encontradas nas bases estão apresentados na tabela 2, com os respectivos pesos
propostos nos estudo de Siqueira (2008)
67
Tabela 3 - Pontuação média das questões componentes em cada base Bases de comprometimento e sua respectivas questões Média Peso(*)
Base Afetiva C1-Desde que me juntei a esta empresa, meus valores pessoais e os da empresa têm se tornado mais similares.
4,09 0,74
C2-A razão de eu preferir esta empresa em relação a outras é por causa do que ela simboliza, de seus valores
4,28 0,76
C3-Eu me identifico com a filosofia desta empresa. 4,50 0,80 C4-Eu acredito nos valores e objetivos desta empresa. 4,53 0,78 Base - Obrigação em permanecer
C5-Eu não deixaria minha empresa agora porque eu tenho uma obrigação moral com as pessoas daqui
3,94 0,78
C6- Mesmo se fosse vantagem para mim, eu sinto que não seria certo deixar minha empresa agora.
3,97 0,79
C7-Eu me sentiria culpado se deixasse minha empresa agora. 3,72 0,82 C8-Acredito que não seria certo deixar minha empresa porque tenho uma obrigação moral em permanecer aqui.
3,41 0,85
Base - Obrigação pelo desempenho C9-Todo empregado deve buscar atingir os objetivos da empresa. 4,56 0,65 C10- Eu tenho obrigação em desempenhar bem minha função na empresa. 4,97 0,81 C11- O bom empregado deve se esforçar para que a empresa tenha os melhores resultados possíveis.
4,81 0,81
C12-O empregado tem a obrigação de sempre cumprir suas tarefas. 4,84 0,70
Base – Afiliativa C13-Nesta empresa, eu sinto que faço parte do grupo. 4,41 0,72 C14-Sou reconhecido por todos nesta empresa como um membro do grupo. 4,25 0,82 C15-Sinto que meus colegas me consideram como membro da equipe de trabalho. 4,25 0,76 C16-Fazer parte do grupo é o que me leva a lutar por esta empresa. 4,00 0,68 Base- Falta de recompensas e oportunidades C17-Se eu já não tivesse dado tanto de mim nesta empresa, eu poderia considerar trabalhar em outro lugar.
2,88 0,45
C18-A menos que eu seja recompensado de alguma maneira, eu não vejo razões para despender esforços extras em benefício desta empresa.
1,75 0,77
C19-Minha visão pessoal sobre esta empresa é diferente daquela que eu expresso publicamente.
1,28 0,72
C20-Apesar dos esforços que já realizei, não vejo oportunidades para mim nesta empresa.
1,88 0,60
Base- Linha consistente de atividade C21-Procuro não transgredir as regras desta empresa, pois assim sempre manterei meu emprego.
3,53 0,69
C22-Na situação atual, ficar nesta empresa é na realidade uma necessidade tanto quanto um desejo.
3,72 0,58
C23-Para conseguir ser recompensado nesta empresa é necessário expressar a atitude certa.
3,72 0,71
C24-Farei sempre o possível em meu trabalho para me manter neste emprego. 4,34 0,65 Base- Escassez de Alternativas C25-Se eu decidisse deixar minha empresa agora, minha vida ficaria bastante desestruturada.
2,28 0,59
C26-Eu acho que teria poucas alternativas se deixasse esta empresa. 1,84 0,77 C27-Uma das conseqüências negativas de deixar esta empresa seria a escassez de alternativas imediatas de trabalho.
1,91 0,84
C28-Não deixaria este emprego agora devido à falta de oportunidades de trabalho. 1,72 0,78
Fonte: Dados da pesquisa – (*) - Correlação do item total Siqueira
Tomando os resultados apresentados acima, serão calculados os escores para
interpretação das bases do comportamento organizacional. Entretanto, antes de
analisar os dados através dos escores, serão analisadas as médias de cada questão
componente em cada base, comparando-se a significância dos resultados obtidos
68
entre as questões da base e o comportamento dos resultados apresentados entre as
categorias referentes ao curso que os docentes atuam.
Os procedimentos adotados foram os testes de hipóteses das igualdades da
distribuição de pontos atribuídos pelos respondentes, utilizando testes não-
paramétricos.
Cabe ressaltar que a opção da aplicação testes não-paramétricos teve como
pressuposta a verificação da não normalidade da distribuição dos dados, associado
ao pequeno número de respondentes na amostra.
Os testes utilizados foram os de Friedman, o teste de Wilcoxon e o teste de Krukal-
Wallis. Segundo Siegel (1997, p.189), a prova de Friedman aplica-se em situação
onde tem-se as amostras relacionadas, e também, “quando os dados de K amostras
correspondentes se apresentam em pelo menos uma escala ordinal. É utilizada para
comparar se as K amostras tenham sido extraídas da mesma população”. Neste
caso são verificadas se as distribuições das pontuações, atribuídas pelos
respondentes em cada base de comprometimento mantém-se igualmente
distribuídas. Ao identificar a existência significativa de diferenças entre as
distribuições, ou seja, rejeição da hipótese de nulidade aplica-se o teste de
comparação entre os pares de questões através da tese de Wilcoxon que segundo
SIEGEL, (1997, p.84) considera o valor das diferenças de pontuações entre os
pares, atribuindo maior ponderação a um par que acusa maior diferença entre as
condições, do que a um par em que essa diferença é menor.
Em relação à verificação da igualdade entre as médias apontadas pelos docentes de
cada curso utilizou o teste de Krukal-Wallis. Siegel (1997, p. 209), “a técnica de
Kruskal-Wallis comprova a hipótese de nulidade, de que k amostras provenham da
mesma população ou populações idênticas com relação a médias. A prova supõe
que a variável em estudo tenha distribuição inerente contínua, e exige mensuração
no mínimo ordinal”.
69
5.1 Análise das pontuações na base afetiva
Analisando as médias das pontuações encontradas dentro da base afetiva, verifica-
se maior distanciamento da média da questão C1 - Desde que me juntei a esta
empresa, meus valores pessoais e os da empresa têm se tornado mais similares -
com média (4,09), registrando o menos valor menor entre elas.
Na tabela 4, estão apresentadas os testes das igualdade de distribuição de pontos
na base Afetiva, indicando a evidência de diferenças significativas entre as questões
que compõem esta base de comprometimento.
Quadro 2 - Teste de diferenças da distribuição dos pontos entre as questões da base Afetiva
Hipótese nula Teste Significância Decisão
As distribuições das questões
C1, C2 C3 e C4 são as
mesmas.
Dupla análise de
variância de Friedman de
amostras relacionadas
por postos.
0,008 Rejeitar a
hipótese nula
Fonte: Dados da pesquisa.
Observando-se a diferença significativa entre as distribuições de pontos, entre os
docentes, aplicou-se o teste de comparação para identificação em qual ou quais
pares de questões esta diferença é significativa. Na tabela 4, são apresentados os
resultados dos testes entre os pares de questões.
70
Tabela 4 - Teste entre os pares de questões da base Afetiva
Pares de Questões Z Sig. Assint. (2
caudas)
C2-A razão de eu preferir esta empresa em relação a outras é por causa
do que ela simboliza, de seus valores - C1-Desde que me juntei a esta
empresa, meus valores pessoais e os da empresa têm se tornado mais
similares.
-1,292b ,196
C3-Eu me identifico com a filosofia desta empresa. - C1-Desde que
me juntei a esta empresa, meus valores pessoais e os da empresa
têm se tornado mais similares.
-2,303b ,021
C4-Eu acredito nos valores e objetivos desta empresa. - C1-Desde
que me juntei a esta empresa, meus valores pessoais e os da
empresa têm se tornado mais similares.
-2,841b ,005
C3-Eu me identifico com a filosofia desta empresa. - C2-A razão de eu
preferir esta empresa em relação a outras é por causa do que ela
simboliza, de seus valores
-1,425b ,154
C4-Eu acredito nos valores e objetivos desta empresa. - C2-A razão de
eu preferir esta empresa em relação a outras é por causa do que ela
simboliza, de seus valores
-1,650b ,099
C4-Eu acredito nos valores e objetivos desta empresa. - C3-Eu me
identifico com a filosofia desta empresa. -,503
b ,615
(a) Wilcoxon Signed Ranks Test (b) Com base em postos negativos
Pelos resultados do teste apontados na tabela 4, há evidências significativas de
diferenças entre as distribuições das questões C1 e C4 e entre C1 e C3,
considerando o nível de significância de 5%.
Dentro da base afetiva, os docentes sinalizam que os valores que possuem e os da
instituição não tornaram mais similares, entretanto acreditam nos valores e objetivos
organizacionais e também identificam com a filosofia organizacional.
Na tabela 5, estão apresentados os resultados dos testes na base Afetiva, onde são
comparadas a distribuição das pontuações em cada questão em relação ao curso
que o docente atua.
71
Tabela 5 - Teste entre as questões da base afetiva e o curso que atuam
Hipótese nula Sig. Decisão
1
A distribuição de C1-Desde que me juntei a esta empresa, meus valores
pessoais e os da empresa têm se tornado mais similares. é a mesma entre as
categorias de Curso em que atua.
0,262 Reter a hipótese
nula.
2
A distribuição de C2-A razão de eu preferir esta empresa em relação a outras
é por causa do que ela simboliza, de seus valores é a mesma entre as
categorias de Curso em que atua.
0,841 Reter a hipótese
nula.
3 A distribuição de C3-Eu me identifico com a filosofia desta empresa. é a
mesma entre as categorias de Curso em que atua. 0,461
Reter a hipótese
nula.
4 A distribuição de C4-Eu acredito nos valores e objetivos desta empresa. é a
mesma entre as categorias de Curso em que atua. 0,385
Reter a hipótese
nula.
Fonte: Dados da pesquisa
Os resultados indicam que não há diferença significativa desta percepção entre os
docentes de diferentes cursos, ou seja, esta percepção não é influenciada pelo
curso em que atuam.
5.2 Análise das pontuações na base obrigação em permanecer
Ao analisar as médias das pontuações encontradas dentro da base obrigação em
permanecer, verifica-se maior distanciamento da média da questão C8-Acredito que
não seria certo deixar minha empresa porque tenho uma obrigação moral em
permanecer aqui- com média (3,41), registrando o menos valor menor entre elas.
No quadro III, estão apresentados os testes das diferenças de distribuição de pontos
na base obrigação em permanecer, indicando a evidência de diferenças
significativas entre as questões que compõem esta base de comprometimento.
Quadro 3 - Teste de diferenças da distribuição dos pontos entre as questões da base Obrigação em permanecer
Hipótese nula Teste Significância Decisão
As distribuições das questões
C5, C6, C7 e C8 são as
mesmas.
Dupla análise de variância
de Friedman de amostras
relacionadas por postos.
0,016 Rejeitar a
hipótese nula
Fonte: Dados da pesquisa
72
Observando-se a diferença significativa entre as distribuições de pontos, entre os
docentes, aplicou-se o teste de comparação para identificação em qual ou quais
pares de questões esta diferença é significativa. Na tabela 6, são apresentados os
resultados dos testes entre os pares de questões.
Tabela 6 - Teste entre os pares de questões da base Obrigação em permanecer
Pares de questões Z Sig. Assint.
(2 caudas)
C6- Mesmo se fosse vantagem para mim, eu sinto que não seria certo
deixar minha empresa agora. - C5-Eu não deixaria minha empresa agora
porque eu tenho uma obrigação moral com as pessoas daqui
,000b 1,000
C7-Eu me sentiria culpado se deixasse minha empresa agora. - C5-Eu não
deixaria minha empresa agora porque eu tenho uma obrigação moral com
as pessoas daqui
-,878c ,380
C8-Acredito que não seria certo deixar minha empresa porque tenho
uma obrigação moral em permanecer aqui. - C5-Eu não deixaria minha
empresa agora porque eu tenho uma obrigação moral com as pessoas
daqui
-2,268c ,023
C7-Eu me sentiria culpado se deixasse minha empresa agora. - C6- Mesmo
se fosse vantagem para mim, eu sinto que não seria certo deixar minha
empresa agora.
-1,502c ,133
C8-Acredito que não seria certo deixar minha empresa porque tenho
uma obrigação moral em permanecer aqui. - C6- Mesmo se fosse
vantagem para mim, eu sinto que não seria certo deixar minha empresa
agora.
-2,621c ,009
C8-Acredito que não seria certo deixar minha empresa porque tenho uma
obrigação moral em permanecer aqui. - C7-Eu me sentiria culpado se
deixasse minha empresa agora.
-1,344c ,179
Fonte: Dados da pesquisa - a. WilcoxonSignedRanks Test; b. A soma de postos negativos é igual à
soma de postos positivos;c. Com base em postos positivos
Pelos resultados dos testes apontados na tabela 6, evidenciam-se diferenças
significativas entre as distribuições das questões C5 e C8 e entre C6 e C8. Os
docentes apontam que não seria certo em deixar a instituição neste momento,
porém o fato da obrigação moral em permanecer não é tão evidenciado. Entende-se
pelo resultado que a obrigação refere-se ao momento que ocorre a entrevista, isto é,
pelo desenvolvimento de atividades que esboçam na característica da docência,
Na tabela 7, estão apresentados os resultados dos testes na base Obrigação em
permanecer, onde compara a distribuição das pontuações em cada questão
considerando o curso que o docente atua.
73
Tabela 7 - Teste entre as questões da base Obrigação em permanecer e o curso que atuam
Hipótese nula Sig. Decisão
5 A distribuição de C5-Eu não deixaria minha empresa agora porque eu tenho uma obrigação moral com as pessoas daqui é a mesma entre as categorias de Curso em que atua.
0,266 Reter a hipótese nula.
6 A distribuição de C6- Mesmo se fosse vantagem para mim, eu sinto que não seria certo deixar minha empresa agora. é a mesma entre as categorias de Curso em que atua.
0,258 Reter a hipótese nula.
7 A distribuição de C7-Eu me sentiria culpado se deixasse minha empresa agora. é a mesma entre as categorias de Curso em que atua.
0,101 Reter a hipótese nula.
8 A distribuição de C8-Acredito que não seria certo deixar minha empresa porque tenho uma obrigação moral em permanecer aqui. é a mesma entre as categorias de Curso em que atua.
0,678 Reter a hipótese nula.
Os resultados indicam que não há diferença significativa da distribuição das
pontuações entre as categorias de cursos que os docentes atuam.
5.3 Análise das pontuações na base Obrigação pelo desempenho
Ao analisar as médias das pontuações encontradas dentro da base obrigação pelo
desempenho, verifica-se maior distanciamento da média da questão C9-Todo
empregado deve buscar atingir os objetivos da empresa- com média (4,56),
registrando o menor valor entre elas.
No quadro III, está apresentado o resultado do teste de diferenças das distribuições
de pontos na base obrigação pelo desempenho, indicando a evidência de diferenças
significativas entre as questões que compõem esta base de comprometimento.
Quadro 4 - Teste de diferenças da distribuição dos pontos entre as questões da base Obrigação pelo desempenho
Hipótese nula Teste Significância Decisão
As distribuições das questões C9, C10, C11 e C12 são as mesmas.
Dupla análise de variância de Friedman de amostras relacionadas por postos.
0,008 Rejeitar a hipótese nula
Fonte: Dados da pesquisa
Observando-se a diferença significativa entre as distribuições de pontos, entre os
docentes, aplicou-se o teste de comparação para identificação em qual ou quais
pares de questões esta diferença é significativa. Na tabela 8, são apresentados os
resultados dos testes entre os pares de questões.
74
Tabela 8 - Teste entre os pares de questões da base Obrigação pelo desempenho
Pares de questões Z Sig. Assint.
(2 caudas)
C10- Eu tenho obrigação em desempenhar bem minha função na
empresa. - C9-Todo empregado deve buscar atingir os objetivos da
empresa.
-2,652b ,008
C11- O bom empregado deve se esforçar para que a empresa tenha os
melhores resultados possíveis. - C9-Todo empregado deve buscar atingir
os objetivos da empresa.
-1,535b ,125
C12-O empregado tem a obrigação de sempre cumprir suas tarefas. - C9-
Todo empregado deve buscar atingir os objetivos da empresa.
-1,705b ,088
C11- O bom empregado deve se esforçar para que a empresa tenha os
melhores resultados possíveis. - C10- Eu tenho obrigação em
desempenhar bem minha função na empresa.
-1,633c ,102
C12-O empregado tem a obrigação de sempre cumprir suas tarefas. -
C10- Eu tenho obrigação em desempenhar bem minha função na
empresa.
-2,000c ,046
C12-O empregado tem a obrigação de sempre cumprir suas tarefas. - C11-
O bom empregado deve se esforçar para que a empresa tenha os
melhores resultados possíveis.
-,378b ,705
Fonte: Dados da pesquisa - a. Wilcoxon Signed Ranks Test; b. A soma de postos negativos é igual
à soma de postos positivos; c. Com base em postos positivos
Entre os pares de questões que apresentaram diferenças significativas entre as suas
distribuições de pontos, encontra-se a questão C10- Eu tenho obrigação em
desempenhar bem minha função na empresa. e a questão C9-Todo empregado
deve buscar atingir os objetivos da empresa. Também observa-se diferença
significativa entre as questões C12 - O empregado tem a obrigação de sempre
cumprir suas tarefas e a C10- Eu tenho obrigação em desempenhar bem minha
função na empresa. Desta forma entende-se que o docente responde por si próprio,
compreendendo da sua obrigação, ainda que percebe que seus pares devam
também apresentar-se com compromisso de assumido.
Na tabela 9, estão apresentados os resultados dos testes na base Obrigação pelo
desempenho, onde compara a distribuição das pontuações em cada questão
considerando o curso que o docente atua.
75
Tabela 9 - Teste entre as questões da base Obrigação pelo desempenho e o curso que atuam
Hipótese nula Sig. Decisão
9 A distribuição de C9-Todo empregado deve buscar atingir os objetivos da empresa. é a mesma entre as categorias de Curso em que atua.
0,870 Reter a hipótese nula.
10 A distribuição de C10- Eu tenho obrigação em desempenhar bem minha função na empresa. é a mesma entre as categorias de Curso em que atua.
0,699 Reter a hipótese nula.
11 A distribuição de C11- O bom empregado deve se esforçar para que a empresa tenha os melhores resultados possíveis. é a mesma entre as categorias de Curso em que atua.
0,272 Reter a hipótese nula.
12 A distribuição de C12-O empregado tem a obrigação de sempre cumprir suas tarefas. é a mesma entre as categorias de Curso em que atua.
0,928 Reter a hipótese nula.
Os resultados indicam que não há diferença significativa da distribuição das
pontuações entre as categorias de cursos que os docentes atuam.
5.4 Análise das pontuações na base Afiliativa
Ao analisar as médias das pontuações encontradas dentro da base afiliativa, observa-
se que não há evidencias significativas das distribuições de pontos indicadas pelos
docentes. O nível de significância apontado no teste foi superior a 5%.
No quadro V, está apresentado o resultado do teste das diferenças das distribuições
de pontos na base obrigação pelo desempenho, não indicando a evidência de
diferenças significativas entre as questões que compõem esta base de
comprometimento.
Quadro 5 - Teste de diferenças da distribuição dos pontos entre as questões da base Afiliativa
Hipótese nula Teste Significância Decisão
As distribuições das questões C13, C14, C15 e C16 são as mesmas.
Dupla análise de variância de Friedmande amostras relacionadas por postos.
0,069 Reter hipótese nula
Fonte: Dados da pesquisa
Sendo evidenciada, a igualdade significativa entre as distribuições dos pares de
questões na base afiliativa, avaliou-se o comportamento da distribuição de pontos
entre as questões componentes desta base e o do curso.
76
Na tabela 10, estão apresentados os resultados do teste na base afiliativa, onde
compara a distribuição das pontuações em cada questão considerando o curso que
o docente atua.
Tabela 10 - Teste entre as questões da base Afiliativa e o curso atuam
Hipótese nula Sig. Decisão
13 A distribuição de C13-Nesta empresa, eu sinto que faço parte do grupo. é a mesma entre as categorias de Curso em que atua.
0,758 Reter a hipótese nula.
14 A distribuição de C14-Sou reconhecido por todos nesta empresa como um membro do grupo. é a mesma entre as categorias de Curso em que atua.
0,146 Reter a hipótese nula.
15 A distribuição de C15-Sinto que meus colegas me consideram como membro da equipe de trabalho. é a mesma entre as categorias de Curso em que atua.
0,616 Reter a hipótese nula.
16 A distribuição de C16-Fazer parte do grupo é o que me leva a lutar por esta empresa. é a mesma entre as categorias de Curso em que atua.
0,122 Reter a hipótese nula.
Fonte: Dados da pesquisa.
Os resultados indicam que não há diferença significativa da distribuição das
pontuações entre as categorias de cursos que os docentes atuam.
Observe-se que na análise das três bases seguintes, os valores esperados das
médias deverão tender para baixo, assim a característica do comprometimento do
grupo de docentes torna-se mais evidenciado.
5.5 Análise das pontuações na base Falta de recompensas e oportunidades
No quadro VI, está apresentado o resultado do teste das diferenças das distribuições
dos pontos na base falta de recompensa, indicando a evidência de diferenças
significativas entre as questões que compõem esta base de comprometimento.
Quadro 6 - Teste de diferenças da distribuição dos pontos entre as questões
da base Falta de recompensas e oportunidades
Hipótese nula Teste Significância Decisão
As distribuições das questões
C17, C18, C19 e C20 são as
mesmas.
Dupla análise de
variância de Friedmande
amostras relacionadas
por postos.
0,000 Rejeitar a
hipótese nula
Fonte: Dados da pesquisa
77
A evidenciação das diferenças entre os pares de questões, pode ser verificado
conforme resultados da tabela 11, Ao analisar as médias das pontuações encontradas
dentro da base de comprometimento falta de recompensa e oportunidades, verifica-se
proximidades de médias apenas entre as questões C20-Apesar dos esforços que já
realizei, não vejo oportunidades para mim nesta empresa. - e a questão C18-A menos
que eu seja recompensado de alguma maneira, eu não vejo razões para despender
esforços extras em benefício desta empresa.
A dispersão das pontuações nesta base apresenta-se mais acentuada, ressaltando que
a menor pontuação ocorre na questão C19-Minha visão pessoal sobre esta empresa é
diferente daquela que eu expresso publicamente, indicando que a expressão de
sentimentos entre os docentes são em sua maioria expostos sem restrições.
Tabela 11 - Teste entre os pares de afirmativas da base Falta de recompensas e oportunidades
Cabe ressaltar que além da acentuada dispersão observada entre as médias de
pontos, a questão C17-Se eu já não tivesse dado tanto de mim nesta empresa, eu
poderia considerar trabalhar em outro lugar, que apresentou maior pontuação média
Pares de questões
Z
Sig.
Assint.
(2
caudas)
C18-A menos que eu seja recompensado de alguma maneira, eu não vejo razões para
despender esforços extras em benefício desta empresa. - C17-Se eu já não tivesse
dado tanto de mim nesta empresa, eu poderia considerar trabalhar em outro lugar.
-3,636b ,000
C19-Minha visão pessoal sobre esta empresa é diferente daquela que eu expresso
publicamente. - C17-Se eu já não tivesse dado tanto de mim nesta empresa, eu poderia
considerar trabalhar em outro lugar.
-4,494b ,000
C20-Apesar dos esforços que já realizei, não vejo oportunidades para mim nesta
empresa. - C17-Se eu já não tivesse dado tanto de mim nesta empresa, eu poderia
considerar trabalhar em outro lugar.
-3,238b ,001
C19-Minha visão pessoal sobre esta empresa é diferente daquela que eu expresso
publicamente. - C18-A menos que eu seja recompensado de alguma maneira, eu não
vejo razões para despender esforços extras em benefício desta empresa.
-3,217b ,001
C20-Apesar dos esforços que já realizei, não vejo oportunidades para mim nesta empresa. -
C18-A menos que eu seja recompensado de alguma maneira, eu não vejo razões para
despender esforços extras em benefício desta empresa.
-,559c ,576
C20-Apesar dos esforços que já realizei, não vejo oportunidades para mim nesta
empresa. - C19-Minha visão pessoal sobre esta empresa é diferente daquela que eu
expresso publicamente.
-2,836c ,005
Fonte: Dados da pesquisa - a. WilcoxonSignedRanks Test; b. A soma de postos negativos é igual à soma de
postos positivos;c. Com base em postos positivos
78
(média = 2,88), o que indica um fator a ser observado quanto à falta de
recompensas e oportunidades.
Na tabela 12, são apresentados os resultados dos testes de diferenças de medis de
cada questão comparadas entre os cursos.
Tabela 12 - Teste entre os pares de afirmativas da base Falta de recompensas e oportunidades
Hipótese nula Sig. Decisão
17
A distribuição de C17-Se eu já não tivesse dado tanto de mim nesta
empresa, eu poderia considerar trabalhar em outro lugar. é a mesma
entre as categorias de Curso em que atua.
0,087 Reter a hipótese
nula.
18
A distribuição de C18-A menos que eu seja recompensado de alguma
maneira, eu não vejo razões para despender esforços extras em
benefício desta empresa. é a mesma entre as categorias de Curso em
que atua.
0,432 Reter a hipótese
nula.
19
A distribuição de C19-Minha visão pessoal sobre esta empresa é
diferente daquela que eu expresso publicamente. é a mesma entre as
categorias de Curso em que atua.
0,661 Reter a hipótese
nula.
20
A distribuição de C20-Apesar dos esforços que já realizei, não vejo
oportunidades para mim nesta empresa. é a mesma entre as
categorias de Curso em que atua.
0,170 Reter a hipótese
nula.
Fonte: Dados da pesquisa.
Os resultados indicam que não há diferença significativa da distribuição das
pontuações entre as categorias de cursos que os docentes atuam.
5.6 Análise das pontuações na base Linha consistente de atividade
Analisando as médias das pontuações encontradas dentro da base Linha
consistente de atividade, verifica-se que a questão C21-Procuro não transgredir as
regras desta empresa, pois assim sempre manterei meu emprego, apresenta a
menor pontuação média (3,53) e a questão C24-Farei sempre o possível em meu
trabalho para me manter neste emprego com maior pontuação média (4,34).
79
No quadro VII, estão apresentadas os testes das igualdade de distribuição de pontos
na base Afetiva, indicando a evidência de diferenças significativas entre as questões
que compõem esta base de comprometimento.
Quadro 7 - Teste de diferenças da distribuição dos pontos entre as questões da base Linha consistente de atividade
Hipótese nula Teste Significância Decisão
As distribuições das questões
C21, C22, C23 e C24 são as
mesmas.
Dupla análise de variância
de Friedmande amostras
relacionadas por postos.
0,002 Rejeitar a
hipótese nula
Fonte: Dados da pesquisa
Observando-se a existência da diferença significativa entre as distribuições de
pontos, entre os docentes, aplicou-se o teste de comparação para identificação em
qual ou quais pares de questões esta diferença é significativa. Na tabela 13, são
apresentados os resultados dos testes entre os pares de questões.
Tabela 13 - Teste entre os pares de afirmativas da base Linha consistente de atividade
Pares de questões Z
Sig.
Assint.
(2
caudas)
C22-Na situação atual, ficar nesta empresa é na realidade uma necessidade tanto quanto um
desejo. - C21-Procuro não transgredir as regras desta empresa, pois assim sempre manterei
meu emprego.
-,683b ,495
C23-Para conseguir ser recompensado nesta empresa é necessário expressar a atitude
certa. - C21-Procuro não transgredir as regras desta empresa, pois assim sempre manterei
meu emprego.
-,780b ,436
C24-Farei sempre o possível em meu trabalho para me manter neste emprego. - C21-
Procuro não transgredir as regras desta empresa, pois assim sempre manterei meu
emprego.
-3,363b ,001
C23-Para conseguir ser recompensado nesta empresa é necessário expressar a atitude
certa. - C22-Na situação atual, ficar nesta empresa é na realidade uma necessidade tanto
quanto um desejo.
-,291b ,771
C24-Farei sempre o possível em meu trabalho para me manter neste emprego. - C22-
Na situação atual, ficar nesta empresa é na realidade uma necessidade tanto quanto
um desejo.
-2,469b ,014
C24-Farei sempre o possível em meu trabalho para me manter neste emprego. - C23-
Para conseguir ser recompensado nesta empresa é necessário expressar a atitude
certa.
-3,275b ,001
Fonte: Dados da pesquisa - a. WilcoxonSignedRanks Test; b. A soma de postos negativos é igual à soma de
postos positivos;c. Com base em postos positivos
80
Pelos resultados do teste apontados na tabela 13, há evidências significativas de
diferenças entre as distribuições das questões C24 e C21 e entre C24 e C22, e entre
as C23 e C24 considerando o nível de significância de 5%.
Nesta base de comprometimento observa-se a tendência do esforço em manter-se
no emprego, entretanto entre os docentes não se observa maior atenção em não
transgredir as regras da empresa, mesmo sob a condição de sua manutenção no
emprego.
Na tabela 14, são apresentados os resultados dos testes das médias das questões
considerando os cursos.
Tabela 14 - Teste entre as médias questões da base Linha consistente de atividade e os cursos
Hipótese nula Sig. Decisão
21
A distribuição de C21-Procuro não transgredir as regras desta
empresa, pois assim sempre manterei meu emprego. é a mesma entre
as categorias de Curso em que atua.
0,947 Reter a hipótese
nula.
22
A distribuição de C22-Na situação atual, ficar nesta empresa é na
realidade uma necessidade tanto quanto um desejo. é a mesma entre
as categorias de Curso em que atua.
0,553 Reter a hipótese
nula.
23
A distribuição de C23-Para conseguir ser recompensado nesta
empresa é necessário expressar a atitude certa. é a mesma entre as
categorias de Curso em que atua.
0,871 Reter a hipótese
nula.
24
A distribuição de C24-Farei sempre o possível em meu trabalho para
me manter neste emprego. é a mesma entre as categorias de Curso
em que atua.
0,451 Reter a hipótese
nula.
Fonte: Dados da pesquisa
Os resultados indicam que não há diferença significativa desta percepção entre os
docentes de diferentes cursos, ou seja, esta percepção não é influenciada pelo
curso em que atuam.
81
5.7 Análise das pontuações na base Escassez de alternativas
Nesta base, observa-se que uma proximidade entre os valores médios das
questões que a compõem. Os resultados dos testes de diferenças entre as
distribuições das pontuações atribuídas, estão apresentadas no quadro VIII.
Observa-se que o nível de significância foi superior a 5%, o que evidencia que não
há motivos para rejeição da hipótese nula, ou seja, as distribuições das questões
componentes da base escassez de alternativas são as mesmas.
Quadro 8 - Teste de diferenças da distribuição dos pontos as questões da base Escassez de alternativas
Hipótese nula Teste Significância Decisão
As distribuições das questões
C25, C26, C27 e C28 são as
mesmas.
Dupla análise de variância
de Friedman de amostras
relacionadas por postos.
0,062 Reter a hipótese
nula
Fonte: Dados da pesquisa
Identificadas as igualdades entre as distribuições entre estas questões, cabe
ressaltar que esta base não apresenta-se como um fator que cria nos docentes um
efeito ameaçador.
Na tabela 15, são registrados os resultados dos testes de diferenças da média das
questões em relação aos cursos.
82
Tabela 15 - Teste entre as médias questões da base Escassez de alternativas e os cursos
Hipótese nula Sig. Decisão
25
A distribuição de C25-Se eu decidisse deixar minha empresa agora,
minha vida ficaria bastante desestruturada. é a mesma entre as
categorias de Curso em que atua.
0,234 Reter a hipótese
nula.
26
A distribuição de C26-Eu acho que teria poucas alternativas se
deixasse esta empresa. é a mesma entre as categorias de Curso em
que atua.
0,266 Reter a hipótese
nula.
27
A distribuição de C27-Uma das conseqüências negativas de deixar
esta empresa seria a escassez de alternativas imediatas de trabalho.
é a mesma entre as categorias de Curso em que atua.
0,446 Reter a hipótese
nula.
28
A distribuição de C28-Não deixaria este emprego agora devido à falta
de oportunidades de trabalho. é a mesma entre as categorias de
Curso em que atua.
0,68 Reter a hipótese
nula.
Fonte: Dados da pesquisa
Da mesma forma que nos testes anteriores, os cursos não foram fator de influência
nas pontuações dos docentes.
Após as análise das distribuições de valores dentro da base e também a
comparação dos resultados em relação aos cursos, tem no quadro XIX a síntese dos
resultados em cada base segundo a proposta de Siqueira et al 2008.
Quadro 9 - Escores ponderados de cada base do comprometimento
Bases de comprometimento Resultado
Esperado
Escores
ponderados Conclusão
Afetiva ALTO 13,4 Comprometimento acima da
média
Obrigação em permanecer ALTO 12,2 Comprometimento abaixo
da média
Obrigação pelo desempenho ALTO 14,3 Alto Comprometimento
Afiliativa ALTO 12,6 Baixo Comprometimento
Falta de recompensas e
oportunidades BAIXO 4,7
Comprometimento abaixo da
média
Linha consistente de atividade BAIXO 10,1 Comprometimento abaixo da
média
Escassez de Alternativas BAIXO 5,7 Baixo Comprometimento
Fonte: Dados da Pesquisa.
83
Dentre as bases avaliadas tem-se como resultado adverso ao esperado os escores
das bases Obrigação em permanecer, que espera-se um valor acima da média e
para esta amostra observa-se um comprometimento neste sentido abaixo da média.
O mesmo ocorre na base afiliativa, cujo valor esperado é alto comprometimento e foi
observado um baixo comprometimento nesta amostra. O gráfico 1 apresenta-se a
distribuição dos escores.
Gráfico 1 - Distribuição dos escores ponderados das bases de comprometimento
Observa-se que os escores da amostra em estudo são superados nas bases do
comprometimento referente a obrigação pelo desempenho e escassez de
alternativas. Em relação às bases obrigação em permanecer e a afiliativa, os
escores ponderados não alcançam o mínimo para a classificação com tendência a
alto comprometimento. Isto é, os resultados dos escores são interpretados como
bons quando: as bases Afetiva, Obrigação em permanecer; Obrigação pelo
desempenho e afiliativa são valores altos. Enquanto as bases:
Falta de recompensa; linha consistente de atividade e Escassez de
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00Escores das bases de comprometimento
observados e Esperados
Observado
Esperado
84
alternativas são valores baixos. Dessa forma observa-se no gráfico acima que os
escores da amostra em estudo superam os valores de
classificação nas bases obrigação pelo desempenho (valor observado foi
maior que 13,34) e escassez de alternativas (valor observado foi menor
que 11,46). Em relação às bases obrigação em permanecer e a afiliativa, os escores
ponderados não alcançam o mínimo para que sejam classificados com
tendência a alto comprometimento. Quanto às bases Falta de recompensas e
oportunidades e Linha consistente de atividades, os valores observados
foram superiores aos limites de classificação para um baixo
comprometimento, condição esperada nestas bases.
Comparando-se os escores médios observados em função dos cursos, observa-se a
mesma tendência das respostas.
Tabela 16 - Pontuação média do comprometimento
BASES DO COMPROMETIMENTO Pontuação média
Esperada
Escore médio observado
Todos
respond
ente
s
Vári
os C
urs
os
Logís
tica
C. C
on
táb
eis
Adm
inis
tração
Afetiva Acima de 11,21 13,4 14,1 13,4 13,3 12,0
Obrigação em permanecer Acima de 14,69 12,2 12,7 11,3 12,9 10,0
Obrigação pelo desempenho Acima de 8,38 14,3 14,2 14,6 14,4 14,0
Afiliativa Acima de 16,82 12,6 13,3 12,1 12,3 12,1
Falta de recompensas e oportunidades Abaixo de 8,78 4,7 5,4 3,9 4,5 4,3
Linha consistente de atividade Abaixo de 12,13 10,1 10,5 10,5 9,5 9,8
Escassez de Alternativas Abaixo de 14,78 5,7 6,7 4,3 5,6 4,7
Fonte: Dados da pesquisa
No quadro 10, buscou-se ilustrar tal comportamento, conforme a cor e sentido das
setas.
Quadro 10 - Tendência do comprometimento verificadas pelas pontuações
85
Fonte: Dados da pesquisa
O comprometimento dos docentes, segundo as bases pré-estabelecidas, percebe-se
que manifestam uma afetividade acima da média, um alto comprometimento em
relação a obrigação pelo desempenho. No entanto, as bases obrigação em
permanecer e afiliativa destacam-se com baixo comprometimento.
Ao tratar do comprometimento instrumental, todas as bases apresentaram a
tendência esperada de baixo comprometimento.
Diante dos resultados expostos acima referentes a análise estatística conclui-se que
na IES o comprometimento dos docentes no que refere-se a permanecerem na
instituição por desejarem está acima da média (Base afetiva), sendo assim os
docentes se identificam com os objetivos e valores da organização (Mowday et al.
1982), possuem uma postura ativa oferecendo a instituição algo de si mesmo,
contribuindo para com a mesma. Isto é, os docentes possuem uma identificação
com os valores e objetivos da instituição numa postura atitudinal.
A base obrigação pelo desempenho, na pesquisa realizada constatou estar com alto
comprometimento. Essa base, segundo Meyer e Allen (1991) diz respeito a
normativa a qual significa que os docentes da instituição pesquisada estão
predispostos a se comportarem segundo padrões internalizados, uma vez que essa
base diz respeito a percepção sobre uma ação que é resultado de pressões
normativas o que impõe a ação e o comportamento dos docentes. Salienta-se
também que na base normativa, de acordo com Meyer e Allen (1991) os docentes
permanecem na instituição porque se sentem obrigados, e nesse caso específico, os
colaboradores se sentem obrigados a apresentarem desempenho na sua função.
TODOS
RESP VARIOS LOGISTICA C.CONT ADM
Afetiva Comprometimento acima da média
Obrigação em permanecer Comprometimento abaixo da média
Obrigação pelo desempenho Alto Comprometimento
Afiliativa Baixo Comprometimento
Falta de recompensas e oportunidades Comprometimento abaixo da média
Linha consistente de atividade Comprometimento abaixo da média
Escassez de Alternativas Baixo Comprometimento
O sentido da seta indica que o escore esperado é alto
O sentido da seta indica que o escore esperado é baixo
BASES DO COMPROMETIMENTO ESPERADO
TENDÊNCIA OBSERVADA DOS DOCENTES
COMPROMETIMENTO POR CURSOS INTERPRETAÇÃO
OBSERVADA
86
Em contraponto, a base obrigação em permanecer que também se refere a base
normativa, teve um resultado na pesquisa abaixo da média demonstrando assim
baixo comprometimento, o que significa que os docentes não se sentem obrigados a
permanecer na empresa. Esse ponto é muito saudável para a instituição uma vez
que a mesma não possui docentes na sua equipe que estão lá por serem obrigados.
Junto a essa base, outra que obteve resultado de baixo comprometimento foi a
afiliativa que também pode ser classificada como sendo afetiva, uma vez que nesta
classificação entende-se que diz de um reconhecimento pelos colegas como sendo
membro do grupo e da organização. Assim, diante dos resultados conclui-se que a
base afiliativa precisa ser mais trabalhada na instituição a fim de que todos se
sintam reconhecidos e aceitos pelo grupo para que a base afetiva possa se
permanecer com alto comprometimento.
A base instrumental, segundo os escores propostos espera-se um baixo
comprometimento e obteve-se esse resultado ao final da pesquisa realizada.
Interessante esse resultado esperado e encontrado, pois dessa forma é benéfico
para a instituição ter a base instrumental baixa pois confirma então que os docentes
permanecem na instituição porque desejam e não por somente necessitarem (que é
o caso da base instrumental). Partindo do princípio que a base instrumental diz de
um comprometimento onde a permanência do colaborador na empresa é motivada
pelos benefícios percebidos; na pesquisa realizada esse comprometimento se
encontra abaixo da média comprovando existir de fato um comprometimento por
parte dos docentes a nível atitudinal.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da segunda metade do século XX, muitas transformações se processaram
em todo o mundo, devidas, principalmente, à globalização da economia e ao
acelerado desenvolvimento da tecnologia. Mesmo nos países em processo de
desenvolvimento como o Brasil, tais transformações vêm ocorrendo e passam a
exigir a relevante contribuição da educação, impulsionada a atender aos
imperativos da competitividade. Nesse contexto, as instituições de ensino superior
tornaram-se importante fator para viabilização do processo produtivo e consequente
87
desenvolvimento econômico e social. Assim, as instituições de ensino superior se
viram convocadas a oportunizar o acesso de muitos ao conhecimento e a minimizar
o custo desta oferta, através, entre outros recursos, do uso da tecnologia. Para isto,
as IES tornaram-se empresas educacionais que adotam novas arquiteturas
organizacionais, utilizam estratégias de negócio mais ágeis para o alcance de seus
objetivos, e competem entre si no mercado educacional.
Uma análise de dados fornecidos pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada –
IPEA – indicaram que a partir da década de 1990, a população de concluintes do
ensino médio cresceu de forma significativa e passou a buscar o curso superior.
Para atender a tal demanda, o governo brasileiro adotou medidas destinadas a
facilitar a abertura e o funcionamento de instituições privadas, mudou as regras de
funcionamento das universidades públicas e ampliou o número de campi pelo
interior do país e criou programas de financiamento dos cursos para a população
que antes não tinha acesso ao ensino superior. (OLIVEIRA; DOURADO; AMARAL;
2006).
Conclui-se que, no bojo das mudanças nas relações sociais de produção, as
Instituições de Ensino Superior tornaram-se um importante fator para a execução do
processo produtivo. (IPEA, 1996)
Por outro lado, como se tornaram numerosas as novas instituições de ensino
superior da rede privada, a competitividade que se estabeleceu entre elas passou a
constituir uma ameaça à sobrevivência de cada uma. Para isto, elas passam por
transformações frequentes, destinadas a modernizar seu sistema de gestão e
assegurar a fidelização do alunado graças à qualidade do ensino ministrado por
elas.
O objetivo desta dissertação consistiu em analisar como se manifesta o
comprometimento organizacional dos docentes de uma instituição de ensino
superior da rede privada da região metropolitana de Belo Horizonte, tomando como
referência o modelo de contextualização de Meyer e Allen, adaptado por Bastos
(2004).
88
A escolha da instituição de ensino superior levou em consideração o programa de
desenvolvimento regional, levando em conta que, diante do plano proposto pelo
Governo do Estado de Minas, reserva-se a esta IES um papel relevante. Além disso,
a referida instituição tem um foco privilegiado em Administração, ministrando, em
parceria com o SEBRAE, curso de nível médio voltado para a formação de técnicos
em gestão, curso de graduação em Administração, Logística e Ciências Contábeis
áreas também ligadas à gestão e ainda é responsável pelo curso de Mestrado
Profissional em Administração, o primeiro desta modalidade criado no estado.
No momento em que se realizou esta pesquisa, um aspecto que tem chamado a
atenção dos gestores tem sido a importância das pessoas como atores do processo
de mudança. Davel e Vergara (2001) realçam que as pessoas precisam ser
encaradas como protagonistas na dinâmica organizacional e, por este motivo o bom
funcionamento de uma instituição depende de trabalhadores comprometidos com a
organização.
Neste sentido, o comprometimento organizacional dos docentes se torna importante
para a sobrevivência de uma instituição de ensino superior e este envolvimento
ganha maior importância quando a IES está envolvida no programa de
desenvolvimento regional. Portanto, a captação e a retenção de indivíduos
comprometidos, envolvidos com os problemas da instituição constituem fatores de
sobrevivência das organizações contemporâneas, inclusive daquelas voltadas para
a educação.
89
Confirmando este pressuposto, cabe ressaltar que autores da área de Gestão de
pessoas como Guest (1987), Legge (2006), Armstrong (2009) e Wilkinson, Bacon,
Redman e Snell (2010), consideram que as pessoas passaram a ter papel estratégico e
relevante nas organizações.
Visando a atingir o objetivo geral definido para a pesquisa, foram propostos os
seguintes objetivos específicos:
1. Apresentar a instituição educacional estudada, bem como a região na qual se
situa e o programa de desenvolvimento regional.
2. Caracterizar os docentes que compuseram a amostra, identificando os cursos
aos quais estão vinculados.
3. Identificar as modalidades e os níveis de comprometimento dos docentes, com
base no modelo de Meyer e Allen, adaptado por Bastos (2004).
4. Elaborar, como produto técnico, um texto que apresenta o projeto Aerotrópole e
comenta o papel da Faculdade de Pedro Leopoldo nesse contexto regional.
O primeiro objetivo foi alcançado graças à análise documental e constituiu o texto do
capítulo 4 desta dissertação.
O segundo objetivo foi alcançado pelo levantamento feito nos questionários
devolvidos pelos sujeitos e verificou-se que responderam de forma completa 5
docentes do curso de Administração, 10 docentes do curso de Ciências Contábeis e
5 do curso de Logística e 12 docentes de cursos variados.
O terceiro objetivo foi alcançado mediante aplicação do questionário EBACO aos
docentes dos cursos de Administração, Logística e Ciências Contábeis e ao
tratamento dos dados mediante recursos estatísticos. Os resultados alcançados
apontaram que, o comprometimento afetivo e a obrigação pelo desempenho
obtiveram pontuação superior à média; e por outro lado constatou-se um baixo
comprometimento relacionado às bases: obrigação em permanecer e afiliativa;
enquanto o comprometimento instrumental tende a ser baixo segundo os escores
propostos por Siqueira et al (2008) e após análise estatística conclui-se que este
permanece baixo na instituição pesquisada.
90
Bastos (2004, 2011) tem insistido que este tipo de comprometimento diz respeito
mais à justificativa para permanecer na organização e não constitui na realidade um
comprometimento.
Entretanto, o comprometimento referente ao permanecer na organização infere-se
que o comprometimento desejável, que é o afetivo, teve um resultado acima da
média, o que demonstra que os professores dos cursos que foram objeto desta
pesquisa trabalham nela por gostarem da IES e outros, que tiveram resultado acima
da média, mostram-se comprometidos com os objetivos organizacionais, portanto
estão também comprometidos de maneira positiva.
O quarto objetivo dependeu da análise do formulário Gestão e Tecnologia, do
histórico da Faculdade Pedro Leopoldo e de uma reflexão da autora desta
dissertação sobre o papel que uma instituição de ensino superior pode desempenhar
no processo de desenvolvimento político, econômico e social de uma comunidade.
As limitações da pesquisa se associam ao fato de tratar-se de um estudo de caso,
que, por este motivo, não permite uma generalização ampla. Decorrente disso, a
amostra foi reduzida, porque o corpo docente é composto de poucos professores, o
que também limita a análise feita.
Entre as pesquisas sugeridas, a autora realça as seguintes: levantamento da
expectativa de pessoas da comunidade sobre o projeto Aerotrópole, bem como
sobre a instituição de ensino superior e seu papel. Sugere-se, ainda, que
autoridades do governo do Estado sejam ouvidas a respeito de sugestões de
programas que possam promover maior envolvimento da faculdade estudada no
processo de desenvolvimento regional.
91
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ANEXOS
ANEXO A - Questionário para pesquisa sobre comprometimento
organizacional - Escala EBACO
QUESTIONÁRIO PARA PESQUISA SOBRE COMPROMETIMENTO
ORGANIZACIONAL - Escala EBACO
Instruções
A seguir, são apresentadas afirmativas que tratam de aspectos de sua relação com
a empresa na qual trabalha. Ao responder, pense na empresa como um todo e não
apenas em sua área de atuação.
Não há respostas certas ou erradas; por favor não deixe de responder todas as
questões. Suas respostas serão mantidas em sigilo, portanto, responda com
sinceridade.
Cada questão consiste na apresentação de uma afirmativa que você deverá avaliar
com base numa escala progressiva, que varia de 1 a 5 para expressar sua opinião.
Anote o número correspondente no espaço entre parênteses no final de cada frase.
Discordo
muito
Discordo
pouco
Não concordo
Nem discordo
Concordo
pouco
Concordo
muito
1 2 3 4 5
104
Respondente:
Curso no qual atua:
1 Desde que me juntei a esta organização, meus valores pessoais e os da
organização têm se tornado mais similares.
( )
2 A razão de eu preferir esta organização em relação a outras é por causa do que ela
simboliza, de seus valores.
( )
3 Eu me identifico com a filosofia desta organização ( )
4 Eu acredito nos valores e objetivos desta organização. ( )
5 Eu não deixaria minha organização agora porque eu tenho uma obrigação moral
com as pessoas daqui
( )
6 Mesmo se fosse vantagem para mim, eu sinto que não seria certo deixar minha
organização agora.
( )
7 Eu me sentiria culpado se deixasse minha organização agora ( )
8 Acredito que não seria certo deixar minha organização porque tenho uma obrigação
moral em permanecer aqui.
( )
9 Todo empregado deve buscar atingir os objetivos da empresa ( )
10 Eu tenho obrigação de desempenhar bem minha função na empresa ( )
11 O bom empregado deve se esforçar para que a empresa tenha melhores resultados
possíveis.
( )
12 O empregado tem obrigação de sempre cumprir suas tarefas. ( )
13 Nesta empresa, eu sinto que faço parte do grupo ( )
14 Sou reconhecido por todos na empresa como um membro do grupo ( )
15 Sinto que meus colegas me consideram como membro da equipe de trabalho. ( )
16 Fazer parte do grupo é o que me leva a lutar por esta empresa ( )
17 Se eu já não tivesse dado tanto de mim nesta organização, eu poderia considerar a
possibilidade de trabalhar em outro lugar.
( )
18 A menos que eu seja recompensado de alguma maneira, eu não vejo razões para
despender esforços extras em benefício dessa organização.
( )
19 Minha visão pessoal sobre esta organização é diferente daquela que eu expresso
publicamente.
( )
20 Apesar dos esforços que já realizei, não vejo oportunidades para mim nesta
empresa.
( )
21 Procuro não transgredir as regras aqui, pois assim manterei meu emprego ( )
22 Na situação atual, ficar com minha organização é, na realidade, uma necessidade
tanto quanto um desejo.
( )
23 Para conseguir ser recompensado aqui é necessário expressar a atitude certa. ( )
24 Farei sempre o possível em meu trabalho para me manter neste emprego. ( )
25 Se eu decidisse deixar minha organização agora, minha vida ficaria bastante
desestruturada.
( )
26 Eu acho que teria poucas alternativas se deixasse esta organização. ( )
27 Uma das consequências negativas de deixar esta organização seria a escassez de
alternativas imediatas de trabalho.
( )
28 Não deixaria este emprego agora devido à falta de oportunidade de trabalho. ( )