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Secretaria Federal de Controle Interno Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º Ciclo Número do Relatório: 201602525 Sumário Executivo Abadiânia/GO Introdução Este Relatório trata dos resultados dos exames realizados sobre cinco Ações de Governo, nas áreas de urbanização, educação e saúde, executadas no Município de Abadiânia/GO em decorrência da 3º Ciclo do Programa de Fiscalização em Entes Federativos. A fiscalização teve como objetivo analisar a aplicação dos recursos federais no Município sob a responsabilidade de órgãos e entidades federais, estaduais, municipais ou entidades legalmente habilitadas, relativas ao período fiscalizado indicado individualmente, tendo sido os trabalhos de campo executados no período de 16 a 19 de agosto de 2016. Os exames foram realizados em estrita observância às normas de fiscalização aplicáveis ao Serviço Público Federal, tendo sido utilizadas, dentre outras, técnicas de análise documental, inspeção física, registros fotográficos, e realização de entrevistas. As situações evidenciadas nos trabalhos de campo foram segmentadas de acordo com a competência de monitoramento a ser realizado pela Controladoria-Geral da União. A primeira parte, destinada aos órgãos e entidades da Administração Pública Federal - gestores federais dos programas de execução descentralizada - apresentará situações evidenciadas que, a princípio, demandarão a adoção de medidas preventivas e corretivas desses gestores, visando à melhoria da execução dos Programas de Governo ou à instauração da competente tomada de contas especiais, as quais serão monitoradas pela Controladoria- Geral da União. Na segunda parte serão apresentadas as situações evidenciadas decorrentes de levantamentos necessários à adequada contextualização das constatações relatadas na primeira parte. Dessa

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Page 1: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · CFN prevê (sic) para cada 500 alunos um (1) nutricionista de 30 horas semanais, o nosso município atendia no exercício

Secretaria Federal de Controle Interno

Programa de Fiscalização

em Entes Federativos – V03º

Ciclo

Número do Relatório: 201602525

Sumário Executivo

Abadiânia/GO

Introdução

Este Relatório trata dos resultados dos exames realizados sobre cinco Ações de Governo, nas

áreas de urbanização, educação e saúde, executadas no Município de Abadiânia/GO em

decorrência da 3º Ciclo do Programa de Fiscalização em Entes Federativos. A fiscalização

teve como objetivo analisar a aplicação dos recursos federais no Município sob a

responsabilidade de órgãos e entidades federais, estaduais, municipais ou entidades

legalmente habilitadas, relativas ao período fiscalizado indicado individualmente, tendo sido

os trabalhos de campo executados no período de 16 a 19 de agosto de 2016.

Os exames foram realizados em estrita observância às normas de fiscalização aplicáveis ao

Serviço Público Federal, tendo sido utilizadas, dentre outras, técnicas de análise documental,

inspeção física, registros fotográficos, e realização de entrevistas.

As situações evidenciadas nos trabalhos de campo foram segmentadas de acordo com a

competência de monitoramento a ser realizado pela Controladoria-Geral da União.

A primeira parte, destinada aos órgãos e entidades da Administração Pública Federal -

gestores federais dos programas de execução descentralizada - apresentará situações

evidenciadas que, a princípio, demandarão a adoção de medidas preventivas e corretivas

desses gestores, visando à melhoria da execução dos Programas de Governo ou à instauração

da competente tomada de contas especiais, as quais serão monitoradas pela Controladoria-

Geral da União.

Na segunda parte serão apresentadas as situações evidenciadas decorrentes de levantamentos

necessários à adequada contextualização das constatações relatadas na primeira parte. Dessa

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forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de recursos

federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito de suas

competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das pastas

ministeriais. Esta Controladoria não realizará o monitoramento isolado das providências

saneadoras relacionadas a estas constatações.

Indicadores Socioeconômicos do Ente Fiscalizado

População: 15757

Índice de Pobreza: 38,85

PIB per Capita: 5.337,97

Eleitores: 9099

Área: 1044 Fonte: Sítio do IBGE.

Informações sobre a Execução da Fiscalização

Ações de controle realizadas nos programas fiscalizados:

Ministério Programa Fiscalizado Qt. Montante Fiscalizado

por Programa

MINISTERIO DA

EDUCACAO

Educação Básica 2 313.632,43

TOTALIZAÇÃO MINISTERIO DA EDUCACAO 2 313.632,43

MINISTERIO DA

SAUDE

Aperfeiçoamento do Sistema Único

de Saúde (SUS)

1 187.730,96

TOTALIZAÇÃO MINISTERIO DA SAUDE 1 187.730,96

MINISTERIO DAS

CIDADES

PLANEJAMENTO URBANO 2 800.000,00

TOTALIZAÇÃO MINISTERIO DAS CIDADES 2 800.000,00

TOTALIZAÇÃO DA FISCALIZAÇÃO 5 1.301.363,39

Os executores dos recursos federais foram previamente informados sobre os fatos relatados,

tendo se manifestado em 13 de outubro de 2016, cabendo ao Ministério supervisor, nos

casos pertinentes, adotar as providências corretivas visando à consecução das políticas

públicas, bem como à apuração das responsabilidades.

Consolidação de Resultados

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Os resultados consolidados para as áreas de urbanização, educação e saúde são apresentados,

respectivamente, a seguir:

Em relação à aplicação dos recursos do Programa Educação Básica/Apoio à Alimentação

Escolar na Educação Básica, constatou-se que estão sendo aplicados na aquisição de gêneros

alimentícios que se destinam ao preparo de alimentação escolar para os estudantes

matriculados na rede pública de ensino. Algumas falhas foram identificadas pela fiscalização

da CGU e apontam para a necessidade de melhorias pontuais nas cozinhas das três escolas

visitadas e no depósito de alimentos da Escola Sizenando Diniz. Também se verificou a

necessidade de melhorias nos controles relativos aos procedimentos de compras,

notadamente na elaboração de pauta de compras, bem como no controle de estoque do

depósito de gêneros não perecíveis, localizado na sede da Secretaria de Educação.

Outro aspecto importante diz respeito à atuação deficiente do Conselho de Alimentação

Escolar, haja vista ter sido verificado que as prestações de contas do Pnae não são analisadas

com o rigor necessário. Além disso, o CAE não conta com Regimento Interno, os membros

não foram capacitados, não foi elaborado Plano de Ação, entre outras deficiências.

Em relação à aplicação dos recursos do Programa Educação Básica/Apoio ao Transporte

Escolar na Educação Básica, concluiu-se quanto a regular comprovação da utilização de

recursos do Pnate e a oferta de transporte escolar aos alunos do ensino básico público,

residentes em área rural no município. No entanto, foi constatada falha quanto à utilização

de veículos com inadequações e com documentação irregular.

Já em relação à aplicação dos recursos do Programa/Ação Aperfeiçoamento do Sistema

Único de Saúde (SUS)/Incentivo Financeiro aos Estados, Distrito Federal e Municípios para

a Vigilância em Saúde, concluiu-se que as ações de combate ao mosquito Aedes Aegypti, no

período de 2015 e 2016, tiveram como resultado a sensível diminuição dos índices de

infestação do município, os quais se encontram, no momento, em patamares satisfatórios.

Por fim, a avaliação da aplicação dos recursos financeiros transferidos para a execução do

objeto dos Contratos de Repasse 787274/2013 e 790545/2013 apontaram várias

inconformidades, a saber:

- Obras atrasadas por falta de recursos;

- Edital das Tomadas de Preços n° 003 e 004/2015: estabelecimento de visita técnica

obrigatória, em três datas predeterminadas, como condição de participação na licitação,

incorrendo em restrição à competitividade do certame;

- Contratos n°s 291 e 292/2015: alíquota de ISS utilizada para composição do BDI maior

que a efetivamente cobrada pelo Município de Abadiânia/GO, gerando sobrepreço de R$

6.751,03 e superfaturamento de R$ R$ 3.237,87 a preços iniciais, no contrato nº 292/2015; e

sobrepreço de R$ 11.819,49 e superfaturamento de R$ 6.513,06 a preços iniciais, no

contrato nº 291/2015;

- Contratos n°s 291 e 292/2015: sobrepreço e superfaturamento em serviços de transporte de

material;

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- Contratos n°s 291 e 292/2015: sobrepreço do item 2.8 ensaio de concreto asfáltico,

gerando superfaturamento potencial (R$ 9.406,62) e efetivo (R$ 3.292,35), no contrato nº

292/2015, e potencial (R$ 17.166,83) e efetivo (R$ 10.428,87), no contrato nº 291/2015;

- Inspeção física sobre o objeto do Contrato n° 292/2015: área efetivamente recapeada

inferior ao montante medido; pontos com espessura do recapeamento inferior ao contratado;

meio-fio com dimensão menor que a contratada e deficiência técnica no pavimento

executado (falta de abaulamento);

- Contrato n° 292/2015: superfaturamento por inexecução parcial do objeto no valor de R$

28.440,98 a preços iniciais;

- Tomada de Preços n° 004/2015 e contrato decorrente (Contrato n° 292/2015):

superestimativa de quantidade de transporte comercial de brita para usinagem do CBUQ

resultando em superfaturamento no valor de R$ 7.568,56, a preços iniciais;

- Não atendimento das condições do "Programa de Apoio à Política Nacional de

Desenvolvimento Urbano no Estado de Goiás";

- Contrato de Repasse n° 787274/2013: redução de escopo licitado, sem correspondente

redução de valor, com favorecimento da única participante do certame e caracterizando

afronta ao Princípio da Isonomia;

- Contrato de Repasse n° 790545: obras atrasadas e sobreposição parcial de objeto entre os

Contratos n° 291/2015 e n° 160/2016, firmados pela Prefeitura de Abadiânia/GO;

- Tomada de Preços n° 003/2015 e contrato decorrente (Contrato n° 291/2015):

superestimativa de quantidade de transporte comercial de brita para usinagem do CBUQ

resultado em superfaturamento de R$ 11.858,22 a preços iniciais;

- Inspeção física sobre o objeto do Contrato n° 291/2015: área efetivamente recapeada

inferior ao montante medido e deficiência técnica no pavimento executado (falta de

abaulamento);

- Contrato de Repasse n° 790545/2013: redução do escopo licitado, sem correspondente

alteração de valor, com autorização pela CEF, favorecendo licitante vencedora e

caracterizando afronta ao Princípio da Isonomia;

- Não atendimento das condições do "Programa de Apoio à Política Nacional de

Desenvolvimento Urbano no Estado de Goiás".

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Ordem de Serviço: 201601968

Município/UF: Abadiânia/GO

Órgão: MINISTERIO DA EDUCACAO

Instrumento de Transferência: Não se Aplica

Unidade Examinada: ABADIANIA PREF. MUN GABINETE DO PREFEITO

Montante de Recursos Financeiros: R$ 165.200,00

1. Introdução

Trata-se de fiscalização realizada no Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) sob

a responsabilidade do Município de Abadiânia/GO, no âmbito do 3º Ciclo de Fiscalização de

Entes Federativos. Foram objeto da fiscalização os repasses de recursos e as execuções

financeiras relativas ao exercício de 2015 e primeiro semestre de 2016.

Os trabalhos de campo foram realizados no período de 15 a 19 de agosto de 2016 sobre a

aplicação dos recursos do Programa 2030 – Educação Básica (8744) – Apoio à Alimentação

Escolar na Educação Básica no município de Abadiânia/GO.

A ação fiscalizada destina-se a repasse suplementar de recursos financeiros para oferta de

alimentação escolar aos estudantes matriculados em todas as etapas e modalidades da

educação básica das redes públicas e de entidades qualificadas como filantrópicas ou por

elas mantidas. Tem como objetivo atender às necessidades nutricionais dos estudantes

durante sua permanência em sala de aula, contribuindo para o crescimento, o

desenvolvimento biopsicossocial, a aprendizagem e o rendimento escolar dos estudantes.

2. Resultados dos Exames

Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de

providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de

monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.

2.1 Parte 1

Nesta parte serão apresentadas as situações evidenciadas que demandarão a adoção de

medidas preventivas e corretivas por parte dos gestores federais, visando à melhoria da

execução dos Programas de Governo ou à instauração da competente tomada de contas

especiais, as quais serão monitoradas pela Controladoria-Geral da União.

2.1.1. Número de nutricionistas contratados abaixo dos parâmetros legais previstos

pelo Conselho Federal de Nutricionistas - CFN.

Fato

A Prefeitura Municipal de Abadiânia-GO, na contratação de nutricionistas, não segue os

parâmetros numéricos mínimos de referência, fixados no artigo 10 da Resolução nº 465, de

23 de agosto de 2010, do Conselho Federal de Nutrição-CFN.

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Nas escolas do município, no exercício de 2015, estudaram 1173 alunos, conforme consulta

ao site do FNDE, em 24 de agosto de 2016. A Prefeitura conta com apenas uma

Nutricionista, que é a Responsável Técnica pelo Pnae, ao passo que, para esse quantitativo

de alunos, observando-se a citada Resolução, deveria haver mais dois nutricionistas, como

Quadro Técnico, conforme transcrição do art. 10, abaixo:

“Art. 10. Consideram-se, para fins desta Resolução, os seguintes

parâmetros numéricos mínimos de referência, por entidade executora,

para a educação básica:

Nº de alunos Nº Nutricionistas Carga horária TÉCNICA

mínima semanal

recomendada

Até 500 1 RT 30 horas

501 a 1.000 1 RT + 1 QT 30 horas

1001 a 2500 1 RT + 2 QT 30 horas

2.501 a 5.000 1 RT + 3 QT 30 horas

Acima de 5.000 1 RT + 3 QT e + 01 QT a cada

fração de 2.500 alunos

30 horas

Parágrafo único. Na modalidade de educação infantil (creche e pré-

escola), a Unidade da Entidade Executora deverá ter, sem prejuízo do

caput deste artigo, um nutricionista para cada 500 alunos ou fração, com

carga horária técnica mínima semanal recomendada de 30 (trinta)

horas.”

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº. 338/2016/GABIN, de 13 de outubro de 2016, a Prefeitura apresentou

a seguinte manifestação:

“Embora a Resolução 465, de 23 de agosto de 2010, do Conselho Federal de Nutrição –

CFN prevê (sic) para cada 500 alunos um (1) nutricionista de 30 horas semanais, o nosso

município atendia no exercício de 2015, 1173 alunos e desde 2013 com uma (1)

nutricionista concursada por 40 horas semanais, atendendo satisfatoriamente as nossas

unidades escolares, inclusive com tempo para ministrar capacitações aos servidores de

Serviços Gerais e Alimentação da Rede Municipal. No que se trata a Educação Infantil

nosso município atende apenas 250 crianças e que estão incluídas no total de alunos da

rede;”.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Apesar da informação de que a Nutricionista responsável atende satisfatoriamente as

unidades escolares - ou seja, segundo a Prefeitura não há necessidade de contratar mais

profissionais de nutrição – mantém-se o registro tendo em vista que o quantitativo não está

aderente ao que dispõe a Resolução nº 465 do CFN.

##/AnaliseControleInterno##

2.1.2. Informações sobre a execução do Pnae pela Prefeitura de Abadiânia.

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Fato

A atuação da Prefeitura de Abadiânia na execução do Programa Nacional de Alimentação

Escolar – Pnae foi verificada observando-se os seguintes aspectos:

a) existência de nutricionista responsável;

b) atuação do nutricionista (elaboração de cardápios, pautas de compras e testes de

aceitabilidade);

c) regularidade dos processos de aquisição dos alimentos, qualidade, entrega, pagamentos e

controles;

d) armazenagem e distribuição, observando-se as instalações da dispensa da Prefeitura

quanto a equipamentos, condições higiênicas, controle de estoque, controle de qualidade e

distribuição;

e) prestação de contas.

Quanto à existência de nutricionista, verificou-se que a profissional responsável pelo Pnae

está devidamente registrada no Conselho Regional de Nutricionistas, consta como

responsável pelo programa no site do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação –

FNDE e é servidora efetiva da Prefeitura, no cargo de Nutricionista, com lotação na

Secretaria de Educação.

Verificou-se que os cardápios elaborados contêm as informações sobre o per capita dos

alimentos utilizados no preparo, discriminados em quantidades, bem como o valor

nutricional.

Conforme documentação disponibilizada e conversas com a nutricionista responsável, bem

como com a Presidente do Conselho de Alimentação Escolar – CAE, são realizados testes de

aceitabilidade nas escolas quando há mudança nos cardápios, sendo que aquelas refeições

com aceitação baixa são retiradas da programação.

Quanto ao estoque de alimentos na Prefeitura, verificou-se que há um depósito para

armazenagem de produtos não perecíveis, na sede da Secretaria de Educação. Conforme

documento s/n entregue à equipe de fiscalização da CGU, os pedidos são feitos aos

fornecedores a cada três meses e são entregues nas escolas semanalmente, de acordo com os

estoques já existentes e quantidade de alunos.

Conforme verificado pela equipe da CGU e explicado pela nutricionista responsável, as

refeições são preparadas nas próprias escolas onde serão servidas.

Verificaram-se as instalações desse depósito, considerando-se adequadas a edificação,

cobertura, piso, ventilação, luminosidade, espaçamento entre pilhas e prateleiras e as

condições higiênico-sanitárias.

Verificou-se, ainda, que todos os produtos estocados estavam dentro do prazo de validade.

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A Prefeitura não apresentou comprovantes de realização periódica de desinfestação de

insetos ou pragas relativos ao depósito localizado na sede da Secretaria de Educação. Os

comprovantes disponibilizados referem-se aos serviços de desinfestação realizados nas

escolas municipais.

Com relação à desinfestação do depósito, a Prefeitura apresentou a seguinte manifestação,

por meio do Ofício nº. 338/2016/GABIN, de 13 de outubro de 2016:

“Apresar de não ter apresentado o comprovante de realização de

desinfestação de insetos e ou pragas relativos ao depósito localizado na

SEDUC, a mesma ocorreu nos períodos e datas em que fora realizado nas

escolas municipais que consta (sic) os comprovantes, por falta de atenção, a

coordenação da Merenda Escolar não o solicitou da empresa responsável.”

No que diz respeito à Prestação de Contas do exercício de 2015, conforme comprovante

disponibilizado pela Prefeitura e consulta ao site do FNDE, em 24 de agosto de 2016,

verificou-se que foi enviada pelo Prefeito, via Sistema de Gestão de Prestação de Contas –

SiGPC, em 3 de março de 2016.

##/Fato##

2.1.3. Inadequações nas cozinhas das escolas Maria Esther Fonte Coelho, CMEI

Emília de Oliveira Nascimento e Sizenando Diniz.

Fato

Nas inspeções realizadas nas escolas Maria Esther Fonte Coelho, CMEI Emília de Oliveira

Nascimento e Sizenando Diniz, verificaram-se algumas inadequações nas condições das

cozinhas e depósitos, conforme detalhamento abaixo:

Escola Maria Esther Fonte Coelho: presença de caixa de gordura no interior da cozinha e

porta de acesso sem proteção contra a entrada de insetos, roedores e aves.

Escola CMEI Emília de Oliveira Nascimento: presença de caixa de gordura no interior da

cozinha e porta de acesso sem proteção contra a entrada de insetos, roedores e aves.

Escola Sizenando Diniz: porta de acesso sem proteção contra a entrada de insetos, roedores

e aves; ausência de telas milimétricas nas janelas; depósito de alimentos não é dotado de boa

ventilação e luminosidade (local estava quente quando foi inspecionado).

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Foto – Escola Maria Esther Fonte Coelho - Porta

sem proteção, Abadiânia, 17 de agosto de 2016

Foto – Escola CMEI Emília de Oliveira

Nascimento - Caixa de gordura na cozinha,

Abadiânia, 17 de agosto de 2016.

Foto – Escola Sizenando Diniz – Depósito com

luminosidade e ventilação deficientes. Janela sem

tela milimétrica. Abadiânia, 18 de agosto de

2016.

Foto – Escola Sizenando Diniz – Porta sem

proteção, Abadiânia, 18 de agosto de 2016.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº. 338/2016/GABIN, de 13 de outubro de 2016, a Prefeitura apresentou

a seguinte manifestação:

“Até gostaríamos de ter feito todas as adequações físicas nas nossas unidades escolares, no

entanto como tivemos outras urgências, atendemos as mais necessárias. Embora haja caixa

de gorduras nas cozinhas das escolas citadas no relatório, existe uma grande fiscalização

por parte da Coordenação da Merenda Escolar em relação à limpeza e higiene das

mesmas.”

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##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

De fato, quando das vistorias às escolas, verificou-se condições adequadas de higiene.

Entretanto, mantém-se o registro, pois a administração das escolas e a nutricionista

responsável pelo Pnae devem ficar atentas à limpeza das caixas de gordura de forma a evitar

que entupam e contaminem o ambiente.

Quanto às demais inadequações, não houve manifestação da Prefeitura.

##/AnaliseControleInterno##

2.2 Parte 2

Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para

adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.

Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de

recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito

de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das

pastas ministeriais. Esta Controladoria não realizará o monitoramento isolado das

providências saneadoras relacionadas a estas constatações.

2.2.1. Execução financeira do Pnae no Município de Abadiânia. Atesto em Notas

Fiscais sem identificação do responsável.

Fato

Foram objeto da fiscalização realizada no Município de Abadiânia os repasses e as

execuções financeiras dos exercícios de 2015 e 2016 relativos ao Pnae.

Conforme consulta ao site do FNDE, verificou-se que foram liberados à Prefeitura de

Abadiânia, no exercício de 2015, R$ 116.840,00, montante correspondente à soma dos

repasses mensais, de março a dezembro, no valor de R$ 11.684,00. O valor referente ao mês

de dezembro foi creditado na conta corrente apenas em janeiro de 2016.

Com relação ao exercício de 2016, até o mês de junho as liberações do FNDE

corresponderam a R$ 48.360,00, montante correspondente à soma dos repasses mensais, de

março a junho, de R$ 12.090,00.

Foram analisados os extratos da Conta Corrente 52801-3, Agência 324-7 do Banco do

Brasil, relativos aos períodos citados, verificando-se que os recursos foram movimentados

por meio eletrônico e aplicados exclusivamente na aquisição de gêneros alimentícios

A execução financeira referente aos repasses totalizou, em 2015, R$105.476,44, sendo que

R$44.924,75, correspondente a 43% dos pagamentos realizados, foram aplicados na

aquisição de produtos provenientes da agricultura familiar.

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No que diz respeito à execução financeira do exercício de 2016, até o mês de junho totalizou

R$ 59.767,56, sendo que R$ 31.487,60, correspondente a 52,6% dos pagamentos realizados,

foram aplicados na aquisição de produtos provenientes da agricultura familiar.

A Prefeitura apresentou as notas fiscais comprobatórias dos pagamentos realizados e

verificou-se que correspondiam à movimentação financeira da conta corrente analisada.

Esses documentos estavam atestados, porém, faltou a correta identificação do responsável

pelo atesto (nome e matrícula), bem como a identificação do Pnae.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº. 338/2016/GABIN, de 13 de outubro de 2016, a Prefeitura apresentou

a seguinte manifestação:

“No atesto das notas fiscais consta a rubrica do responsável e o número do decreto que

nomeia quem responde por aquele setor, a identificação do PNAE está expressa em

memorando de solicitação de pagamento conforme verificado pelo auditora em documentos

físicos apresentados;”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

As notas fiscais foram atestadas com rubrica, porém sem carimbo de identificação do

responsável. Ou seja, apenas a rubrica não permite a verificação de quem realizou o atesto.

Quanto à identificação do Pnae nos documentos fiscais, deve ser realizada no corpo dos

próprios documentos. A identificação no memorando de solicitação de pagamento não supre

esse requisito da prestação de contas.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.2. Não elaboração de pauta de compras para aquisição dos gêneros alimentícios.

Fato

A Prefeitura de Abadiânia não elabora pauta de compras com base no cardápio. Em resposta

a pedido de disponibilização de tal documento, foram apresentadas as seguintes

informações, por meio de documento s/n, de 11 de agosto de 2016:

“- O cardápio é planejado mensalmente e entregue as escolas com

antecedência pela nutricionista responsável.

- É entregue urna via para a responsavel por pedidos de compras e

recebimentos de mercadorias.

- A responsável organiza cronogramas que são entregue aos fornecedores com

as quantidades de cada produto perecível e a data correta para a entrega em

cada escola, de acordo com as per capitas.

- Os gêneros não perecíveis são estocados na sede da Secretaria de

Educação e seus pedidos são feitos em média a cada 3 meses, via email.

- As entregas de gêneros não perecíveis nas escolas são feitas

semanalmente de acordo com os estoques das escolas e as quantidades de

alunos.

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- A cada recebimento de mercadorias a auxiliar de serviços gerais

presente no momento assina o cronourama que foi entregue ao fornecedor

pela responável pelas compras.”

Conforme se observa das informações apresentadas pela Prefeitura, o cardápio elaborado

pela Nutricionista é entregue para a responsável por pedidos de compras sem que tenha sido

elaborada a pauta de compras. Essa última organiza um cronograma de compras, entretanto,

não foi possível comprovar se os quantitativos dos alimentos apresentavam compatibilidade

com o cardápio.

Registra-se que os cronogramas e pedidos de compras haviam sido descartados (conforme

informado pela Nutricionista responsável) e foram disponibilizados para análise apenas três

requisições de produtos e um cronograma de entrega, de 15 de fevereiro de 2016.

Sendo assim, não foi possível verificar se a quantidade de alimentos planejada para ser

adquirida guardou compatibilidade com a quantidade de alunos matriculados.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº. 338/2016/GABIN, de 13 de outubro de 2016, a Prefeitura apresentou

a seguinte manifestação:

Os cronogramas são descartados a cada 6 meses por isso não foi possível verificar os do

exercício de 2015, no entanto foram apresentados os do exercício de 2016.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Conforme já constou deste item, foram disponibilizados para análise pela equipe da CGU

apenas três requisições de produtos e um cronograma de entrega, de 15 de fevereiro de 2016.

Quanto à organização das compras, verificou-se no município que a responsável pelo setor

de compras organiza as compras com base no cardápio, o que não é adequado. As aquisições

devem ter como referência uma pauta de compras que deve ser elaborada pela Nutricionista

responsável. ##/AnaliseControleInterno##

2.2.3. Ausência de controle de estoque dos produtos armazenados.

Fato

A Prefeitura de Abadiânia não implementou controle do estoque dos bens não perecíveis que

são armazenados no depósito localizado na Secretaria de Educação. Não há fichas nos lotes

ou prateleiras e fichas de arquivo com acompanhamento de entrada e saída (Primeiro que

entra Primeiro que Sai – PEPS), visando o bom gerenciamento dos produtos existentes.

Também não se identificou a existência de cronograma de distribuição dos gêneros não

perecíveis (do depósito para as escolas), bem como documento de controle dos quantitativos

expedidos para as escolas, o que inviabiliza o controle das entregas.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Page 13: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · CFN prevê (sic) para cada 500 alunos um (1) nutricionista de 30 horas semanais, o nosso município atendia no exercício

Não houve manifestação da unidade examinada para esse item.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Diante da ausência de manifestação da unidade examinada após a apresentação dos fatos, a

análise do Controle Interno sobre a constatação consta registrada acima, no campo ‘fato’.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.4. Emissão do parecer da prestação de contas, pelo CAE, sem evidências de que a

documentação tenha sido analisada.

Fato

O CAE analisou e aprovou a Prestação de Contas do Pnae relativa ao exercício de 2015, em

reunião realizada em 13 de abril de 2016, às 08:30h, conforme Ata de reunião

disponibilizada à equipe da CGU. Na sequência, às 09:47h do mesmo dia, o parecer foi

enviado ao FNDE, via Sistema de Gestão de Conselhos, conforme recibo de envio.

Observa-se que o tempo entre o início da reunião do Conselho e o envio do Parecer foi

muito curto para que a documentação constante da Prestação de Contas, como extratos,

notas fiscais, documentação de controle de mercadorias entregues, etc., fosse analisada com

completude e profundidade necessárias.

Registra-se que não foram disponibilizados à equipe da CGU documentos que demonstrem

que a Prestação de Contas tenha sido analisada adequadamente, apesar de existir Ata de

reunião de análise das contas do Pnae e recibo de envio do Parecer ao FNDE.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Não houve manifestação da unidade examinada para esse item.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Diante da ausência de manifestação da unidade examinada após a apresentação dos fatos, a

análise do Controle Interno sobre a constatação consta registrada acima, no campo ‘fato’.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.5. Informação sobre preparo das merendas nas escolas.

Fato

Os recursos recebidos pelo Município de Abadiânia provenientes do Pnae foram aplicados

no fornecimento de gêneros alimentícios para preparo de merenda escolar em 7 escolas

municipais, abaixo discriminadas:

Quadro: Escolas municipais do Município de Abadiânia

ESCOLA ENDEREÇO NÍVEL DE

ENSINO

QTDE

ALUNOS

Page 14: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · CFN prevê (sic) para cada 500 alunos um (1) nutricionista de 30 horas semanais, o nosso município atendia no exercício

Epaminondas Pereira Borges Avenida Getúlio Vargas

Bairro: Lindo Horizonte Fundamental 118

Virgílio Faleiro Rua 45, Quadra 115

Bairro: Centro

Fundamental

Pré-Escolar

125

José Sizenando Diniz Rua 04

Bairro: Lindo Horizonte

Fundamental

Pré-Escolar 128

Professora Maria Josué

Pereira

Rua Alexania

Bairro: Prolongamento I Fundamental 138

Os Pequeninos Avenida Goias, nº 510

Bairro: Setor Central Fundamental 237

Professora Maria Esther Fonte

Coelho

Rua 13 de Maio, S/N

Bairro: Centro Fundamental 245

Cmei Emília de Oliveira

Nascimento

Rua 13 de Maio

Bairro: Centro Pré-Escolar 182

Total 1173

Fonte: consulta ao site do FNDE, em 24 de agosto de 2016

Foram selecionadas para inspeção in loco as escolas Professora Maria Esther Fonte Coelho,

Cmei Emília de Oliveira Nascimento e José Sizenando Diniz.

As inspeções foram realizadas no dia 17 e 18 de agosto e, nas três escolas visitadas,

verificou-se que o armazenamento escolar, a produção e o fornecimento das merendas

estavam adequados, apesar da ocorrência de algumas falhas, relatadas em outro ponto deste

relatório. Nas análises foram consideradas as condições das instalações, bem como as

condições higiênico-sanitárias e os equipamentos utilizados na armazenagem e preparo dos

alimentos.

Também foram verificadas as condições dos trabalhadores que são alocados no preparo e

fornecimento das refeições, tendo-se constatado que, quantitativamente, são suficientes.

Além disso, receberam treinamentos da Nutricionista Responsável Técnica. Entretanto,

conforme entrevistas com os mesmos, constatou-se que não são realizados exames

periódicos de saúde.

As refeições são todas preparadas nas escolas, sendo que os alimentos são entregues

diretamente pelos fornecedores, no caso de gêneros perecíveis, e pela própria Prefeitura, no

caso de gêneros não perecíveis, para estoque de apenas uma semana. Na oportunidade das

inspeções da CGU, verificou-se que os produtos estavam adequadamente armazenados e

todos dentro do prazo de validade.

Seguem fotos das cozinhas e depósitos das escolas visitadas pela CGU:

Page 15: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · CFN prevê (sic) para cada 500 alunos um (1) nutricionista de 30 horas semanais, o nosso município atendia no exercício

Foto – Cozinha Escola Maria Esther Fonte

Coelho, Abadiânia, 17 de agosto de 2016

Foto – Depósito Escola Maria Esther Fonte

Coelho, Abadiânia, 17 de agosto de 2016

Foto – Cozinha Cmei Emília de Oliveira

Nascimento, Abadiânia, 17 de agosto de 2016

Foto – Depósito Cmei Emília de Oliveira

Nascimento, Abadiânia, 17 de agosto de 2016

Foto – Cozinha Escola José Sizenando Diniz,

Abadiânia, 17 de agosto de 2016

Foto – Depósito Escola José Sizenando Diniz,

Abadiânia, 17 de agosto de 2016

##/Fato##

Page 16: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · CFN prevê (sic) para cada 500 alunos um (1) nutricionista de 30 horas semanais, o nosso município atendia no exercício

2.2.6. Conselho de Alimentação Escolar: atuação deficiente no acompanhamento da

execução do Pnae; não possui Regimento Interno; falta de capacitação dos membros;

infraestrutura inadequada.

Fato

O Conselho de Alimentação Escolar (CAE) do Município de Abadiânia foi criado pela Lei

nº 526/2001 e sua composição foi alterada por meio do Decreto n.º 471, de 3 de dezembro

de 2013, em conformidade com o artigo 34 da Resolução nº 26/2013 do FNDE. Esse

Decreto também nomeou os conselheiros para o mandato relativo ao período de quatro anos,

contados a partir de 10 de dezembro de 2013.

Conforme atas disponibilizadas à equipe da CGU, verificou-se que a escolha dos

conselheiros representantes das entidades dos trabalhadores da educação e discentes, dos

pais de alunos e das entidades civis organizadas ocorreu por indicação dos respectivos

membros.

Com base nos exames realizados na documentação disponibilizada, foram identificadas as

seguintes falhas na gestão do CAE no Município de Abadiânia:

a) o CAE do Município de Abadiânia não possui Regimento Interno, conforme informação

prestada pela Prefeitura por meio de documento s/n apresentado à equipe da CGU;

b) os membros do CAE não receberam capacitações ou treinamentos. Por meio do

documento s/n, anteriormente citado, foi ressaltado que, apesar disso, receberam todo apoio

dos técnicos da Secretaria de Educação que mantêm contato com o Conselho;

c) atuação deficiente do Conselho no acompanhamento da execução do Pnae. Verificou-se

que não foi elaborado um Plano de Ação para os exercícios de 2015 e 2016 e, conforme

extraído de conversa com a Presidente, não são feitas reuniões nem visitas regulares às sete

escolas municipais onde são fornecidas merendas aos alunos. O CAE não atua nos processos

de licitação, na execução-físico financeira do FNDE, na verificação das condições de

armazenamento, na verificação da qualidade e quantidade dos alimentos que chegam e que

são servidos nas escolas, nem na divulgação dos recursos financeiros recebidos.

d) o CAE não conta com infraestrutura adequada para desenvolver suas atividades. A

nutricionista Responsável Técnica pelo Pnae mostrou à equipe da CGU, na visita realizada à

sede da Secretaria de Educação, em 17 de agosto de 2016, uma mesa de reuniões que é

disponibilizada ao Conselho. Além disso informou, por meio de documento s/n, de 11 de

agosto de 2016, que o CAE é apoiado no que é necessário pela Secretaria de Educação para

realização de suas atividades e que todos os membros têm acesso aos cardápios,

almoxarifados e cozinhas de todas as escolas municipais. A Presidente do CAE confirma

que a Secretaria de Educação presta esse apoio.

Entretanto, essa mesa de reuniões se encontra na varanda da parte dos fundos da casa onde

funciona a Secretaria de Educação e não proporciona as condições adequadas para a

realização dos trabalhos inerentes à atuação do CAE. Além disso, as normas do Pnae

estabelecem que o CAE deve dispor de local adequado, equipamento de informática, meio

de transporte para as visitas, etc.

##/Fato##

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Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº. 338/2016/GABIN, de 13 de outubro de 2016, a Prefeitura apresentou

a seguinte manifestação:

“Em relação aos conselhos de modo geral seja na saúde, FUNDEB e PNAE, etc. a

participação é deficiente não por parte da prefeitura, porém é devido aos próprios membros

dos conselhos que não tem assiduidade e compromisso com a fiscalização. Enfrentamos

muita dificuldade em montar os mesmos, pois reclamam que não ganham nada. Quanto à

infraestrutura e carro disponível para os mesmos é impossível, pois com as dificuldades

financeiras em que se encontra o município não temos recurso para adquiri-los, embora

todas as vezes que precisaram lhes foram providenciadas condições para as visitas e sala

de reunião.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A Prefeitura se manifestou apenas quanto à atuação deficiente do CAE e disponibilização de

infraestrutura, não apresentando justificativas quanto aos demais pontos.

Quanto a atuação deficiente entende-se que, de fato, parte do comprometimento dos

membros. Entretanto, é importante destacar que a realização de capacitação dos membros do

Conselho cabe ao gestor municipal, em parceria com o FNDE, conforme parágrafo único do

art. 60 da Resolução nº 26/2013, do FNDE.

No que diz respeito à infraestrutura, apesar da Prefeitura alegar que é disponibilizada caso

seja requisitada, o que se verificou no Município foi uma situação de precariedade, pois não

há sala para o CAE e, portanto, não há espaço para guarda de documentos, e a mesa de

reuniões que é disponibilizada fica em local sem privacidade para as reuniões.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.7. Inexistência de refeitório na Escola Sizenando Diniz

Fato

Na inspeção realizada na Escola Sizenando Diniz foi constatado que não há refeitório onde a

merenda possa ser servida aos alunos. Foi esclarecido pela Diretora e pela Nutricionista

Responsável que a merenda escolar é servida nas salas de aula.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Não houve manifestação da unidade examinada para esse item.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Diante da ausência de manifestação da unidade examinada após a apresentação dos fatos, a

análise do Controle Interno sobre a constatação consta registrada acima, no campo ‘fato’.

##/AnaliseControleInterno##

3. Conclusão

Page 18: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · CFN prevê (sic) para cada 500 alunos um (1) nutricionista de 30 horas semanais, o nosso município atendia no exercício

Verificou-se que os recursos financeiros repassados ao Município de Abadiânia/GO estão

sendo aplicados na aquisição de gêneros alimentícios que se destinam ao preparo de

alimentação escolar para os estudantes matriculados na rede pública de ensino.

Algumas falhas foram identificadas pela fiscalização da CGU e apontam para a

necessidade de melhorias pontuais nas cozinhas das três escolas visitadas e no depósito de

alimentos da Escola Sizenando Diniz. Também se verificou a necessidade de melhorias

nos controles relativos aos procedimentos de compras, notadamente na elaboração de pauta

de compras, bem como no controle de estoque do depósito de gêneros não perecíveis,

localizado na sede da Secretaria de Educação.

Outro aspecto importante diz respeito à atuação deficiente do Conselho de Alimentação

Escolar, haja vista ter sido verificado que as prestações de contas do Pnae não são

analisadas com o rigor necessário. Além disso, o CAE não conta com Regimento Interno,

os membros não foram capacitados, não foi elaborado Plano de Ação, entre outras

deficiências.

Page 19: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · CFN prevê (sic) para cada 500 alunos um (1) nutricionista de 30 horas semanais, o nosso município atendia no exercício

Ordem de Serviço: 201602038

Município/UF: Abadiânia/GO

Órgão: MINISTERIO DA EDUCACAO

Instrumento de Transferência: Não se Aplica

Unidade Examinada: ABADIANIA PREF. MUN GABINETE DO PREFEITO

Montante de Recursos Financeiros: R$ 148.432,43

1. Introdução

Os trabalhos de campo foram realizados no período de 16 a 19 de agosto de 2016 sobre a

aplicação dos recursos do programa 2030 - Educação Básica / 0969 - Apoio ao Transporte

Escolar na Educação Básica no município de Abadiânia, em Goiás.

A ação se destina a fiscalizar o repasse suplementar de recursos financeiros recebidos pelo

referido município, os quais objetivam garantir o acesso e a permanência nos

estabelecimentos escolares dos alunos do ensino fundamental público residentes em área

rural que utilizem transporte escolar público.

Na consecução dos trabalhos foi analisada a aplicação dos recursos financeiros federais

repassados pelo Ministério da Educação, no período compreendido entre 1º de janeiro de

2014 e 30 de junho de 2016.

2. Resultados dos Exames

Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de

providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de

monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.

2.1 Parte 1

Nesta parte serão apresentadas as situações evidenciadas que demandarão a adoção de

medidas preventivas e corretivas por parte dos gestores federais, visando à melhoria da

execução dos Programas de Governo ou à instauração da competente tomada de contas

especiais, as quais serão monitoradas pela Controladoria-Geral da União.

2.1.1. Utilização de veículos inadequados e com documentação irregular para o

transporte de alunos.

Fato

A fiscalização da CGU, nos dias 18 e 19 de agosto de 2016, visitou três das sete escolas

municipais de Abadiânia com alunos residentes na área rural que utilizam transporte escolar

público, no horário do embarque de retorno dos alunos. A verificação dos veículos utilizados

concentrou-se naqueles especificados nos dois contratos vigentes que recebem recursos do

Pnate, quais sejam, o 91/2015, celebrado com a Única Locação e Serviços Eireli ME, CNPJ

05.673.436/0001-65, e o 92/2015, celebrado com a Cooperativa dos Trabalhadores de

Passageiros do Estado de Goiás – Unitrans, CNPJ 10.368.948/0001-58.

Page 20: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · CFN prevê (sic) para cada 500 alunos um (1) nutricionista de 30 horas semanais, o nosso município atendia no exercício

Foi constatado que três veículos, especificados no contrato 92/2015, estavam com pneus em

condições inadequadas e um veículo também estava com documentação irregular, conforme

descrito a seguir:

- Volkswagen Kombi, placa DXZ-3841 – pneus em uso com bandas de rodagem

excessivamente desgastadas e Certificado de Registro e Licenciamento apresentado ainda do

exercício de 2015, emitido em 02/03/2015;

- Volkswagen Kombi, placa JHQ-6047 – pneu dianteiro do lado do passageiro com

rachaduras na parede lateral externa e banda de rodagem excessivamente desgastada;

- Volkswagen Kombi, placa JHJ-8259 – pneus, em uso e sobressalente, com bandas de

rodagem excessivamente desgastadas.

Além destes três veículos, constatou-se que a Kombi de placa NGC-1517, não especificada

em nenhum dos dois contratos que recebem recursos do Pnate, mas realizando transporte

escolar, estava com pneus, em uso e sobressalente, com bandas de rodagem excessivamente

desgastadas.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício 338/2016/GABIN, de 13 de outubro de 2016, a Prefeitura de Abadiânia

apresentou a seguinte manifestação:

“Em relação às inadequações dos veículos citados no relatório, informamos que a cada seis

(6) meses é realizada vistoria do Detran acompanhada pelo Ministério Público e que após a

mesma, a empresa responsável, bem como os motoristas são notificados pela Secretaria de

Educação para regularizar e adequar o seu meio de transporte. Para tanto, após esta

vistoria de 02/03/15 foram realizadas mais três (3): uma em agosto de 2015, outra em

fevereiro de 2016 e por fim em 28 de agosto de 2016. Assim foram regularizadas, haja vista

que o Ministério Público também notifica a Secretaria de Educação determinando prazo

para as devidas providências”.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A Prefeitura de Abadiânia informa que são realizadas vistorias regulares nos veículos de

transporte escolar, citando três delas, sendo duas anteriores e uma nove dias após a

fiscalização da CGU. Informa ainda que as inadequações foram regularizadas, mas sem

apresentar comprovação.

##/AnaliseControleInterno##

2.2 Parte 2

Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para

adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.

Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de

recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito

de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das

Page 21: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · CFN prevê (sic) para cada 500 alunos um (1) nutricionista de 30 horas semanais, o nosso município atendia no exercício

pastas ministeriais. Esta Controladoria não realizará o monitoramento isolado das

providências saneadoras relacionadas a estas constatações.

2.2.1. Informações gerais sobre a execução do Pnate em Abadiânia.

Fato

O município de Abadiânia recebeu o montante de R$ 148.432,43, em parcelas, do Fundo

Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, nos anos de 2014, 2015 e 2016, até

junho, para custeio de despesas do Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar –

Pnate, transferidos para a conta específica do programa.

Os recursos foram utilizados para o pagamento de parte dos serviços contratados junto a

terceiros para o transporte escolar de alunos do ensino básico público – infantil, fundamental

e médio, residentes na área rural de Abadiânia.

Em 2014, os recursos foram utilizados para o pagamento de notas fiscais emitidas pela

empresa Única Locação e Serviços Eireli ME, CNPJ 05.673.436/0001-65, referente ao

contrato 204/2013, celebrado com a Prefeitura de Abadiânia e decorrente do pregão

presencial 02/2013.

No final de 2014, a Prefeitura realizou dois pregões presenciais para contratação de

transporte escolar rural. As licitações foram do tipo menor preço por linha de transporte, que

é decorrente do menor preço por quilômetro rodado. Nos contratos, as linhas são

identificadas por números, com discriminação dos trajetos, turnos, distâncias, veículos,

condutores, quantidades de passageiros e frequências.

O pregão 100/2014 resultou no contrato 91/2015, celebrado em 19/01/2015 com a mesma

empresa contratada anteriormente, a Única Locação e Serviços Eireli ME. O objeto do

contrato são 8 linhas de transporte, com valor total de R$ 454.380,60 para o exercício de

2015.

O pregão 88/2014 resultou no contrato 92/2015, celebrado em 19/01/2015 com a

Cooperativa dos Trabalhadores de Passageiros do Estado de Goiás – Unitrans, CNPJ

10.368.948/0001-58. O objeto do contrato são 19 linhas de transporte, com valor total de R$

890.528,49 para o exercício de 2015.

Foram verificados e comparados os movimentos de recursos e os comprovantes de despesas,

considerando-se as ordens bancárias recebidas do FNDE, as transferências para pagamento

das notas fiscais emitidas pelas contratadas e outros documentos. Não se observou a

ocorrência de incompatibilidades. Os recursos foram movimentados exclusivamente por

meio eletrônico.

Nos documentos apresentados, constam prestações de contas e registros de atuação do

Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle Social do Fundeb – CACS-Fundeb. Os

membros do CACS-Fundeb são os mesmos cadastrados no sítio do FNDE.

As transferências de recursos pelo FNDE para Abadiânia foram suspensas no segundo

semestre de 2015 devido à ausência de parecer conclusivo do CACS-Fundeb sobre as

prestações de contas do Pnate. O CACS-Fundeb não pôde utilizar o Sistema de Gestão de

Prestação de Contas – SiGPC para emitir os pareceres por causa de irregularidades em sua

Page 22: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · CFN prevê (sic) para cada 500 alunos um (1) nutricionista de 30 horas semanais, o nosso município atendia no exercício

situação cadastral. Após a regularização da situação, as transferências de recursos do Pnate

para Abadiânia foram regularizadas, incluindo as que foram suspensas em 2015.

Com base nas informações do Censo Escolar da Educação Básica e da Prefeitura de

Abadiânia, a CGU, em 18 e 19 de agosto de 2016, visitou três das sete escolas municipais

com alunos residentes na área rural que utilizam transporte escolar público. Foram visitadas

as Escolas Municipais Os Pequeninos, Virgílio Faleiro e Maria Esther Fonte Coelho.

Entrevistando diretores e alunos e acompanhando o embarque nos veículos especificados

nos Contratos 91 e 92/2015, verificou-se que todos os alunos embarcados estão listados nos

controles de alunos transportados da Prefeitura e não se observou a existência de alunos que

necessitam de transporte rural sem estarem listados nos controles.

##/Fato##

3. Conclusão

Verificou-se a comprovação da utilização de recursos do Pnate e a oferta de transporte

escolar aos alunos do ensino básico público, residentes em área rural no município de

Abadiânia, sob responsabilidade da Prefeitura Municipal. Mas, foi constatada falha quanto

à utilização de veículos com inadequações e com documentação irregular.

Page 23: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · CFN prevê (sic) para cada 500 alunos um (1) nutricionista de 30 horas semanais, o nosso município atendia no exercício

Ordem de Serviço: 201602386

Município/UF: Abadiânia/GO

Órgão: MINISTERIO DA SAUDE

Instrumento de Transferência: Não se Aplica

Unidade Examinada: ABADIANIA PREF. MUN GABINETE DO PREFEITO

Montante de Recursos Financeiros: R$ 187.730,96

1. Introdução

O presente trabalho tem por objeto a fiscalização às ações de combate ao mosquito Aedes

Aegypti desenvolvidas pelo Município de Abadiânia/GO em 2015 e 2016.

Os trabalhos de campo foram realizados na semana entre 16 e 19 de agosto de 2016, e

visaram a análise das ações da Secretaria Municipal de Saúde no combate à dengue durante

o período correspondente ao escopo do trabalho, bem com a verificação das despesas

executadas relacionadas aos repasses do Bloco de Vigilância em Saúde ao Município, os

quais totalizaram R$ 202.122,68 no período em questão. O total de despesas verificadas por

amostragem totalizam R$ 187.730,96, que correspondem a 92,9% do referido Bloco.

O escopo do presente trabalho não contempla análises das licitações produzidas pela

prefeitura para a execução das despesas verificadas. Os trabalhos foram realizados por

amostragem, sendo que não enfocaram conferência detalhada das folhas de pagamento dos

Agentes Comunitários de Saúde do município.

2. Resultados dos Exames

Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de

providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de

monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.

2.1 Parte 1

Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de

medidas preventivas e corretivas seja dos gestores federais.

2.2 Parte 2

Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para

adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.

Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de

recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito

de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das

Page 24: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · CFN prevê (sic) para cada 500 alunos um (1) nutricionista de 30 horas semanais, o nosso município atendia no exercício

pastas ministeriais. Esta Controladoria não realizará o monitoramento isolado das

providências saneadoras relacionadas a estas constatações.

2.2.1. Questões de Auditoria.

Fato

Apresentamos, a seguir, as questões de auditoria integrantes do escopo do presente trabalho,

seguidas dos resultados gerais das análises relacionadas.

1. A gestão dos recursos e insumos federais descentralizados aos municípios aplicados

às ações de combate ao mosquito Aedes Aegypti tem sido eficaz, econômica e cumpre o

princípio da legalidade?

Verificamos a regularidade da gestão dos recursos repassados ao Município de

Abadiânia/GO em 2015 e 2016, não havendo indícios de ilegalidade ou falta de

economicidade, ressalvadas as falhas apontadas no presente relatório.

1.1. Os recursos financeiros transferidos pela União ao município têm sido

aplicados, de forma tempestiva, na execução das ações de combate ao mosquito

Aedes Aegypti?

Por meio da análise dos gastos efetuados em 2015 e 2016 relacionados ao Bloco

Vigilância em Saúde, em especial quanto à movimentação da respectiva conta

corrente específica, verificamos que os recursos correlatos vêm sendo aplicados de

forma tempestiva.

1.2. A gestão das ações realizadas com recursos federais (Pessoal;

Equipamentos/Veículos; Comunicação, Mobilização e Publicidade) para as

ações de combate ao mosquito Aedes Aegypti tem sido eficaz?

Em que pesem as impropriedades constantes deste relatório, com relação às

fragilidades na comprovação da capacitação dos Agentes de Combate às Endemias e

às faltas de registros destes no Sistema Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de

Saúde - SCNES, consideramos que o resultado das ações de combate ao mosquito

transmissor da dengue no município se mostrou eficaz, em vista da redução dos

índices de infestação no local, os quais se encontram atualmente satisfatórios de

acordo com os parâmetros do Ministério da Saúde.

1.3. A gestão dos insumos descentralizados pelo Ministério da Saúde para as

ações de combate ao mosquito Aedes Aegypti tem sido eficaz e econômica?

Não há indício de que insumos descentralizados para o combate ao mosquito da

dengue, que no caso correspondem ao larvicida fornecido, tenham sido utilizados de

forma antieconômica. A eficiência na sua utilização é corroborada pela sensível

redução dos índices de infestação no município.

##/Fato##

Page 25: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · CFN prevê (sic) para cada 500 alunos um (1) nutricionista de 30 horas semanais, o nosso município atendia no exercício

2.2.2. Movimentação dos recursos públicos federais aplicados pela SMS no combate à

dengue.

Fato

Realizamos análise da movimentação da conta corrente específica do Bloco Vigilância em

Saúde do município, de modo a avaliar a tempestividade na aplicação dos recursos

repassados pelo Fundo Nacional de Saúde.

A tabela a seguir apresenta o cálculo geral do percentual ao qual os montantes disponíveis

ao final do período auditado, relativos a saldo na conta corrente e em aplicações financeiras,

representam em relação ao somatório total dos valores iniciais disponíveis de repasses e

rendimentos no período.

Tabela 02 – Aplicação dos recursos do Bloco Vigilância em Saúde – Abadiânia/GO Saldo inicial

CC+

Aplicações

(A)

2015 2015 Saldo final

CC+

Aplicações

(F)

Percentual

(%) F/

(A+B+C+D+E+F)

Repasses

FNS

(B)

Rendim.

(C)

Repasses

FNS

(D)

Rendim.

(E)

27.067,03 308.061,42 1.765,22 169.568,62 405,40 5.516,69 1,08%

Data base: 2015 e 2016 (até julho)

Fonte: Conta–corrente 006.00624004-8 (CAIXA) e respectivas aplicações no investimento

CAIXA FIC PRÁTICO CP (CNPJ 00.834.074/0001-23).

O baixo valor do percentual calculado permite inferir, a grosso modo, que os montantes

recebidos são aplicados de modo a não ocorrerem acúmulo de recursos não aplicados nas

ações às quais se destina o Bloco Vigilância em Saúde.

A tabela adiante detalha a movimentação bancária na conta em questão, relacionando os

saldos, créditos e débitos mês a mês durante o período sob análise.

Tabela 03 – Movimentação da conta do Bloco Vigilância em Saúde – Abadiânia/GO

Mês

CONTA-CORRENTE APLICAÇÕES

Saldo

Inicial Créditos Débitos

Saldo

Final

Saldo

Anterior Aplicações Resgates Rendim.

Saldo

Final

jan/15 50,00 40.300,27 40.300,27 50,00 27.017,03 30.519,09 9.781,18 243,32 47.998,26

fev/15 50,00 21.292,41 21.292,41 50,00 47.998,26 8.519,66 12.772,75 245,95 43.991,12

mar/15 50,00 22.953,04 22.953,04 50,00 43.991,12 8.519,66 14.433,38 284,44 38.361,84

abr/15 50,00 25.154,11 25.154,11 50,00 38.361,84 11.519,66 13.634,45 246,07 36.493,12

mai/15 50,00 34.943,11 34.943,11 50,00 36.493,12 8.519,66 16.573,20 196,87 28.636,45

jun/15 50,00 6.837,23 6.837,23 50,00 28.636,45 1.000,00 5.837,23 164,96 23.964,18

jul/15 50,00 39.637,35 39.637,35 50,00 23.964,18 9.296,53 30.117,69 87,29 3.230,31

ago/15 50,00 35.345,84 35.345,84 50,00 3.230,31 17.039,32 18.306,52 39,30 2.002,41

set/15 50,00 8.175,21 8.175,21 50,00 2.002,41 4.006,00 4.169,21 20,80 1.860,00

out/15 50,00 35.431,88 35.431,88 50,00 1.860,00 26.416,24 8.509,74 88,50 19.855,00

nov/15 50,00 28.513,81 28.513,81 50,00 19.855,00 9.480,93 18.625,35 98,24 10.808,82

dez/15 50,00 9.477,16 9.477,16 50,00 10.808,82 0,00 9.477,16 49,48 1.381,14

jan/16 50,00 73.650,78 73.650,78 50,00 1.381,14 48.772,71 24.878,07 156,50 25.432,28

fev/16 50,00 17.318,47 17.318,47 50,00 25.432,28 0,00 17.318,47 145,55 8.259,36

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Mês

CONTA-CORRENTE APLICAÇÕES

Saldo

Inicial Créditos Débitos

Saldo

Final

Saldo

Anterior Aplicações Resgates Rendim.

Saldo

Final

mar/16 50,00 17.650,92 17.650,92 50,00 8.259,36 3.141,41 8.744,06 17,35 2.674,06

abr/16 50,00 12.884,81 12.884,81 50,00 2.674,06 1.340,75 3.977,95 11,76 48,62

mai/16 50,00 14.736,60 14.736,60 50,00 48,62 8.873,17 5.829,74 20,83 3.112,88

jun/16 50,00 20.696,12 20.696,12 50,00 3.112,88 8.906,86 11.789,26 16,98 247,46

jul/16 50,00 12.630,92 12.630,92 50,00 247,46 8.906,86 3.724,06 36,43 5.466,69

TOTAIS 477.630,04 477.630,04 - - 214.778,51 238.499,47 2.170,62 -

Fonte: Conta–corrente 006.00624004-8 (CAIXA) e respectivas aplicações no investimento

CAIXA FIC PRÁTICO CP (CNPJ 00.834.074/0001-23).

Data base: 2015 e 2016 (até julho).

Os dados da Tabela 03 apresentada corroboram as conclusões decorrentes do cálculo

efetuado conforme tabela anterior, em que pese demonstrar certo represamento de recursos

entre os meses de janeiro e julho de 2015, bem como em outros meses esporádicos.

##/Fato##

2.2.3. Combate à Dengue pelo Município de Abadiânia em 2015 e 2016.

Fato

O presente trabalho tem por objeto a fiscalização das ações de combate ao mosquito Aedes

Aegypti desenvolvidas pelo Município de Abadiânia/GO em 2015 e 2016.

Os trabalhos de campo foram realizados entre os dias 16 e 19 de agosto de 2016, e visaram a

análise das ações da Secretaria Municipal de Saúde no combate à dengue durante o período

correspondente ao escopo do trabalho, bem como a verificação das despesas executadas

relacionadas aos repasses do Bloco de Vigilância em Saúde ao Município, os quais

totalizaram R$ 202.122,68 no período em questão, tendo as referidas despesas totalizado

R$ 187.730,96.

O escopo do presente trabalho não contempla análises das licitações produzidas pela

prefeitura para a execução das despesas verificadas e foi definido de modo a abranger as

despesas realizadas no período entre janeiro/2015 e junho/2016, em vista da

indisponibilidade das pastas de prestações de contas referentes a julho/2016, que ainda se

encontravam em processo de composição quando da realização dos trabalhos de fiscalização

no município. Os trabalhos foram realizados por amostragem, sendo que não enfocaram

conferência detalhada das folhas de pagamento dos Agentes Comunitários de Saúde do

município.

Os repasses do Fundo Nacional de Saúde para o Bloco Vigilância em Saúde do Município

de Abadiânia/GO realizados no período em questão totalizam R$ 202.122,68, sendo

R$ 130.629,39 em 2015 e R$ 71.496,29 em 2016, até o mês de junho.

Verificamos que a maior parte dos recursos recebidos para este Bloco foi aplicada na folha

de pagamento dos ACE – Agentes de Combate às Endemias e no abastecimento dos

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veículos utilizados para o combate à dengue, quais sejam: duas motocicletas, um veículo

modelo Courier e um automóvel modelo Fiat Uno.

A Tabela a seguir relaciona a consolidação das despesas realizadas pela SMS - Secretaria

Municipal de Saúde de Abadiânia/GO no período observado, conforme análise da conta–

corrente específica do Bloco, em conjunto com os balancetes apresentados pela SMS e as

respectivas pastas mensais apresentadas, contendo a documentação comprobatória da

execução das despesas.

Tabela 01 – Bloco Vigilância em Saúde

Despesas executadas pela SMS Abadiânia em 2015 e 2016 (até junho)

Categoria CNPJ/CPF

Valor

(R$) %

Referência das despesas

Folha pagamento* diversos 127.729,62 68,04% Folha de pagamento dos ACEs.

Combustíveis 10.827.927/0001-53 36.922,08 19,67% Gasolina e etanol.

Uniformes ACEs 10.259.431/0001-20 5.486,80 2,92%

Confecção de calças, camisetas,

bonés, bolsas e botinas para os

ACEs.

Telefone 76.535.764/0328-51 5.073,50 2,70% Telefone que atende o Núcleo de

Combate às Endemias.

Refeições 012.98.330/0001-78 2.782,00 1,48% Refeições na campanha de

vacinação de 15/08/2015.

Gráfica 04.508.288/0001-60 1.890,00 1,01% Campanhas

Propaganda 510.769.501-91 1.618,60 0,86% Campanhas via carro de som.

Cartuchos para

impressora 17.384.172/0001-09 1.558,40 0,83%

Toners e cartuchos para

impressora.

Relicenciamento 02.872.448/0001-20 1.513,21 0,81% Relicenciamento dos veículos para

combate à dengue.

Pneus 21.813.857/0001-09 1.507,20 0,80% Pneus para veículos de combate à

dengue.

Energia Elétrica 01.543.032/0161-08 569,83 0,30% Energia elétrica do Núcleo de

Vigilância Epidemiológica.

Internet 06.111.200/0001-06 421,95 0,22% Internet banda larga.

Água e esgoto 24.836.603/0001-96 406,97 0,22% Água e esgoto do Núcleo de

Vigilância Epidemiológica.

Faixas 19.617.040/0001-05 160,00 0,09% 10 metros de faixa.

Tarifa bancárias 00.360.305/5020-45 90,80 0,05% Taxas da conta da CAIXA.

TOTAL 187.730,96 100,00% -

* Incluindo transferências para o Fundo Municipal de Saúde para pagamento da folha de ACEs.

Fonte: Extrato da CC 0646 / 006 / 00624004-8 (CAIXA) - FNSBLVGS e pastas-balancete fornecidas pela SMS

Abadiânia.

Data-base: Período entre janeiro/2015 e junho/2016.

As ações de combate à dengue em Abadiânia/GO são centralizadas no Núcleo de Controle

de Vetores, cuja sede situa-se no edifício do “Complexo de Saúde” do município, onde são

desenvolvidas atividades diversas da área da saúde municipal, como atendimentos médicos,

laboratoriais e fisioterapêuticos, além de ações das vigilâncias epidemiológica e sanitária. O

Núcleo de Controle de Vetores conta atualmente com 14 Agentes de Combate às Endemias

atuantes em Abadiânia/GO, sob a coordenação do Gerente de Endemias do município.

Um expediente emitido pela Secretaria Municipal de Saúde de Abadiânia/GO em

16/08/2016 apresentou o seguinte resumo das ações de combate ao Aedes Aegypti no

período sob análise:

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“Em 2015 realizamos 33.569 visitas nos imóveis do município com a finalidade de

combatermos o mosquito Aedes Aegypti; realizamos 6 levantamentos de índices

rápido de infestação do mosquito (LIRAA), sendo que estes apresentaram em

janeiro/2015 2,7% de infestação; março/2015 2,9% predial e 3,1% breteal;

maio/2015 4,1% predial e 4,3% breteal; julho/2015 0,9% predial e 1,4% breteal;

agosto/2015 0,2% predial e 0,2% breteal; outubro/2015 0,6% predial e 0,6%

breteal. Tratamos cerca de 400 depósitos com o larvicida Pyriproxyfen, gastando

245 gramas.

Em 2016 realizamos 2 levantamentos de índices rápidos para Aedes Aegypti, em

abril/2016 o município se encontrava com 1,4% predial e 1,6% breteal; e em

julho/2016 0,2% predial e 0,2% breteal”.

O referido expediente informa ainda acerca de outros levantamentos realizados em 2016 e

sobre o plano de contingenciamento do município para a dengue e demais doenças causadas

pelo mosquito Aedes Aegypti.

Os dados apresentados indicam a melhoria nos índices de infestação no município, o qual se

encontra atualmente em condição satisfatória, conforme parâmetros do Ministério da Saúde.

##/Fato##

2.2.4. Ausência de documentos comprobatórios das despesas nas pastas de prestação

de contas da SMS.

Fato

Por meio da análise das despesas para o combate ao mosquito Aedes Aegypti realizadas pela

Secretaria Municipal de Saúde de Abadiânia/GO em 2015 e 2016, verificamos a ocorrência

de pagamentos cujo documento fiscal comprobatório não foi apensado às pastas-balancete

mensais destinadas à prestação de contas da aplicação dos recursos relativos ao Bloco

Vigilância em Saúde, fragilizando a regular comprovação da liquidação das despesas,

conforme artigos 62 e 63 da Lei nº 4.320/64. A tabela a seguir relaciona a documentação

faltante apurada.

Tabela 04 – documentos faltantes - Bloco Vigilância em Saúde – 01/2015 a 06/2016

CNPJ / CPF Nome Seq

Ordem de

Pagamento

(OP)

Valor

pago (R$)

NF*

falt. Descrição*

02.872.448/0001-20 DETRAN/GO 01 faltante 301,94 ? OP e NF faltantes.

02 faltante 434,38 ? OP e NF faltantes.

510.769.501-91 Carlos Antônio de

Carvalho

03 1, 27/05/15 1.086,40 137 Divulgação da “Campanha

Nacional Contra Influenza”. 04 2, 27/05/15 33,60 137

05 1, 16/10/15 16,80 319 Propaganda volante.

06 2, 16/10/15 543,20 319

76.535.764/0328-51 OI S.A.

07 1, 05/02/15 421,68 ? Telefonia.

08 faltante 314,58 ? Telefonia – NF e OP

faltantes.

10.259.431/0001-20 Euforia Confecção e

Seviços Ltda. 09 1, 23/12/15 1.018,80 ?

Confecção de uniformes

para os ACEs.

04.508.288/0001-60 Leomar Tomaz

Ramos & Cia Ltda. 10 1, 02/07/15 1.890,00 378 Materiais gráficos.

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CNPJ / CPF Nome Seq

Ordem de

Pagamento

(OP)

Valor

pago (R$)

NF*

falt. Descrição*

17.384.172/0001-09 JV dos Santos Bastos

– ME 11 1, 07/05/15 1.558,40 94

Toner e cartuchos de tinta

para impressora.

01.543.032/0161-08 CELG Distribuição

S.A.

12 1, 05/02/12 147,90

?

Energia elétrica.

13 faltante 205,68

?

24.836.603/0001-96 Serviço Autônimo de

Água e Esgoto 14 1, 05/02/15 258,51 ? Água e esgoto.

21.813.857/0001-09 Thatiane Rodriges da

Silva-ME 15 faltante 792,00 ?

Aquisição de 4 pneus pneus

para veículo de combate à

dengue.

06.111.200/0001-06 Neuber Modesto

Fontoura

16 1, 23/09/15 189,80 ? Internet banda larga para o

Núcelo de Saúde. 17 2, 27/10/15 232,15 ?

10.827.927/0001-53 Buriti Com Deriv de

Petóleo Ltda

18 faltante 178,09 ? OP e NF faltantes.

19 faltante 2.021,73 ? OP e NF faltantes.

20 2, 04/02/15 2.146,89 6.632 Combustíveis.

21 2, 04/02/15 209,11 6.633 Combustíveis.

22 1, 09/11/15 2.304,98

7324,

7623,

7680

Combustíveis.

TOTAL (R$) 16.306,62

* Número da NF faltante e descrição da despesa mencionados na Ordem de Pagamento

Fonte: Pastas-balancete mensais de 2015 e 2016 (até julho) do Bloco Vigilância em Saúde da

Secretaria Municipal de Saúde de Abadiânia/GO.

Data base: 2015 e 2016 (até julho).

Observamos que, além da falta do documento fiscal comprobatório da despesa, em alguns

casos não foi anexada também a respectiva Ordem de Pagamento.

Além da ausência das notas fiscais correspondentes aos gastos ora relacionados, informamos

que, para o caso geral das despesas com combustíveis, não foram anexados às pastas de

prestação de contas os respectivos controles que apresentassem informações acerca dos

veículos abastecidos e do consumo correspondente, de modo a evidenciar com maiores

detalhes a finalidade dos dispêndios. A ausência dos mencionados controles ocorreu não

somente para os casos dos 5 pagamentos relacionados na tabela acima, mas para todos os

demais ocorridos entre fevereiro/2015 e fevereiro/2016, compreendendo um total de 28

transferências no período, equivalentes ao somatório de R$ 36.922,08.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

A Unidade se manifestou a respeito da presente constatação mediante o Ofício

nº 338/2016/GABIN, de 13/10/2016, conforme transcrito a seguir:

“A respeito da Ausência de notas fiscais conforme Tabela 04, foi apurado por esta

secretaria no qual foi feito o levantamento junto aos setores de controle Interno e

Contabilidade, onde justifico que (coluna 03) Seq. 01 e 02 (pagamento

IPVA/Detran), 07 e 03 (pagamento de telefonia do Núcleo de Combate a Vetores e

Endemias), 12, 13 e

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14 (pagamento de energia elétrica do Núcleo de Combate a Vetores e Endemias), l6

e 17 (pagamento de internet do Núcleo de Combate a Vetores e Endemias), não

foram encontrados números de Notas fiscais por se Tratarem de pagamento de

Boletos Bancários das contas de energia elétrica, água, telefonia, internet e Detran,

conforme citadas acima.

Já a Seq. 09 - NF 340, ref. Pagamento de confecção de Uniforme para os ACE’s.

Seq. 15 - NF 015, ref. Aquisição de pneus sara veículo de combate à dengue.

Seq. 18 e 19 – NF’s 6946 e 6963, ref. a combustíveis para os veículos de combate à

dengue. ”

Em anexo ao referido Ofício, a SMS remeteu cópia da Tabela 04 apresentada, com

acréscimo manuscrito dos quatro números de notas fiscais mencionados, e com a indicação

da ocorrência de “boleto” para os demais casos de numeração não identificada.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A manifestação apresentada pela Secretaria Municipal de Saúde não é suficiente para afastar

a presente constatação, uma vez que não foram apresentadas cópias dos documentos

faltantes relacionados (notas fiscais, boletos, etc), restando as respectivas despesas sem a

devida comprovação documental. Ressaltamos que mesmo as despesas pagas mediante

boleto bancário devem ter as correspondentes notas fiscais ou documento comprobatório

equivalente juntados aos balancetes em questão, a fim de que se proceda a devida prestação

de contas.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.5. Falta de comprovação da capacitação dos Agentes de Combate às Endemias em

exercício.

Fato

Constatamos que a Secretaria Municipal de Saúde de Abadiânia/GO não foi capaz de

apresentar documentação comprobatória da capacitação dos Agentes de Combate às

Endemias, conforme exigências do artigo 5º da Portaria 1.025/2015, do artigo 4º da Lei nº

11.350/2006, e dos itens 5.3.4 e 5.3.5 das Diretrizes Nacionais para a Prevenção e Controle

de Epidemias de Dengue/2009.

A documentação em questão foi especificamente solicitada ao início dos trabalhos de

fiscalização no município, por meio da Solicitação de Fiscalização nº 001/SAÚDE – FEF

V03 – Abadiânia/GO, de 10/08/2015, item 1.4.

Em resposta à solicitação mencionada, a Secretaria Municipal de Saúde emitiu expediente,

em 16/08/2016, informando o seguinte:

“Em 2015 houve curso inicial e introdutório básico ministrado por profissional

capacitado da Regional de Saúde Pirineus/Anápolis/GO. O documento de

comprovação do curso será enviado através de email para (...) CGU-GO”.

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Em anexo ao expediente emitido pela SMA, a Prefeitura Municipal de Abadiânia

encaminhou apenas um certificado do Gerente de Endemias Municipal, relativo à realização,

nos dias 14 de janeiro, 25 de fevereiro e 18 de março de 2016, da “Força Tarefa Goiás

Contra o Aedes Aegypti”.

Em que pese a previsão da SMS quanto ao envio posterior de material que viesse a

comprovar documentalmente a realização do curso inicial e introdutório para os Agentes de

Combate às Endemias atuantes no município (14 ACEs atualmente), a Entidade fiscalizada

não foi capaz de remetê-lo até o fechamento da versão preliminar do presente trabalho.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Em resposta ao Relatório Preliminar de Fiscalização, encaminhado por meio do Ofício nº

17255/2016/Regional/GO-CGU, a Prefeitura Municipal de Abadiânia acrescentou à

documentação previamente apresentada o Ofício nº 123/2016, emitido pela Regional de

Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás em 09/09/2016, contendo uma Declaração

de Capacitação em Combate às Endemias que atesta a realização de Curso Introdutório

Básico em Controle de Endemias para os Agentes de Combate às Endemias do Município de

Abadiânia de Goiás nos dias 26 e 27 de maio de 2015, com carga horária de 16 horas, com

abordagem dos seguintes temas:

- Controle de Vetores;

- Técnica empregada ao trabalho;

- Reconhecimento Geográfico;

- Pragas Urbanas.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Verificamos que restam evidentes as falhas nos controles internos da SMS Abadiânia/GO,

uma vez que o material apresentado não oferece subsídios documentais suficientes acerca do

treinamento realizado, sobretudo quanto à relação nominal dos agentes treinados.

Contudo, concluímos tratar-se possivelmente de mera falha formal, não ficando comprovada

qualquer ineficiência da aplicação de recursos federais relacionada, uma vez que as

informações gerais atestadas pelos documentos apresentados foram corroboradas mediante

entrevista, realizada durante visita da equipe de fiscalização ao Núcleo de Controle de

Vetores de Abadiânia/GO, com o Gerente de Endemias do município e com um dos Agentes

de Combate às Endemias, os quais informaram que os treinamentos foram de fato

ministrados por volta dos meses de maio e junho de 2015.

##/AnaliseControleInterno##

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2.2.6. Transferências diretas da conta específica da Vigilância Sanitária para o Fundo

Municipal de Saúde.

Fato

Por meio da análise dos recursos financeiros para custeio das ações governamentais

componentes do Bloco de Vigilância em Saúde em Abadiânia/GO (conta

0646/006/00624004-8 da Caixa Econômica Federal), constatou-se as seguintes ocorrências

de transferências da conta específica mencionada diretamente para o Fundo Municipal de

Abadiânia/GO, as quais referem-se a parte da folha de pagamento dos Agentes de Combate

às Endemias, conforme demonstrativos nos balancetes apresentados pela Secretaria

Municipal de Saúde:

Tabela 06 – repasses da conta do FNSBLVGS para o FMS

N Data Valor (R$) Referência

01 30/01/2015 5.426,98 folha de pagamento de janeiro/2015.

02 27/02/2015 9.062,51 folha de pagamento de fevereiro/2015.

03 31/03/2015 7.093,50 folha de pagamento de março/2015.

04 30/04/2015 8.000,31 folha de pagamento de abril/2015.

05 29/05/2015 2.755,40 férias do servidor ACE CPF 983.098.381-15 - maio/2015

06 29/05/2015 5.718,85 folha de pagamento (mês indeterminado).

07 29/05/2015 1.173,20 pagamento da servidora ACE CPF 007.663.621-67 - abril/2015

08 03/11/2015 7.707,00 folha de pagamento outubro/2015.

09 29/02/2016 7.690,59 folha de pagamento fevereiro/2016.

10 06/06/2016 7.690,59 folha de pagamento maio/2016.

11 06/06/2016 1.207,91 pagamento do servidor ACE CPF 027.446.541-83 - maio/2016

TOTAL 63.526,84

Fonte: Conta–corrente 006.00624004-8 – agência 0646 (CAIXA).

Data base: 2015 e 2016 (até julho).

O procedimento em questão contraria o art. 2º do Decreto nº 7.507, de 27/11/2011, que

estabelece a obrigatoriedade da identificação do beneficiário da transferência eletrônica, de

forma que possa ser verificada no próprio extrato bancário da conta do programa.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Não houve manifestação da unidade examinada para esse item.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Diante da ausência de manifestação da unidade examinada após a apresentação dos fatos, a

análise do Controle Interno sobre a constatação consta registrada acima, no campo ‘fato’.

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##/AnaliseControleInterno##

2.2.7. Agentes de Combate às Endemias em exercício no município não inscritos no

Sistema Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (SCNES).

Fato

Verificamos que, dos 14 ACE – Agentes de Combate às Endemias atuantes em

Abadiânia/GO, apenas 4 se encontram devidamente inscritos no CNES - Cadastro Nacional

de Estabelecimentos de Saúde. A tabela abaixo relaciona os profissionais que não se

encontravam registrados no CNES até o fechamento do presente trabalho:

Tabela 05 – ACEs não cadastrados no CNES – Abadiânia/GO

N CPF

01 ***.446.541-**

02 ***.482.101-**

03 ***.899.101-**

04 ***.830.651-**

05 ***.123.831-**

06 ***.549.561-**

07 ***.226.231-**

08 ***.068.371-**

09 ***.021.151-**

10 ***.055.371-**

Fonte: Consulta ao site cnes.datasus.gov.br

Data-base: agosto/2016

A obrigatoriedade de registro dos Agentes de Combate às Endemias no Cadastro Nacional

de Estabelecimentos de Saúde decorre das exigências do artigo 4º da Portaria MS

1.025/2015 e do artigo 4º do Decreto nº 8.474/2015.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

A Unidade se manifestou a respeito da presente constatação mediante o Ofício

nº 338/2016/GABIN, de 13/10/2016, conforme transcrito a seguir:

“A respeito da inscrição dos Agentes de Combate as Endemias no SCNES

informamos que os ACE`s Efetivos estão cadastrados conforme documento anexo, e

que os profissionais contratados não foram cadastrados devido ao seu vínculo

temporário.”

O referido documento em anexo trata-se de um “Relatório de Profissionais por CBO”

emitido pelo SCNES em 06/10/2016, o qual relaciona os ACEs correspondentes aos

seguintes CPFs (descaracterizados):

N CPF

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N CPF

01 ***.446.541-**

02 ***.482.101-**

03 ***.349.261-**

04 ***.098.381-**

05 ***.833.221-**

06 ***.663.621-**

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Verificamos que restam sem registro no SCNES os ACEs cujos CPFs são relacionados a

seguir, os quais, de acordo com a Prefeitura Municipal de Abadiânia, teriam apenas vínculo

temporário com a Secretaria Municipal de Saúde:

N CPF

01 ***.899.101-**

02 ***.830.651-**

03 ***.123.831-**

04 ***.549.561-**

05 ***.226.231-**

06 ***.068.371-**

07 ***.021.151-**

08 ***.055.371-**

Ocorre que o Decreto nº 8.474/2015, em seu art. 4º, define a obrigatoriedade do registro no

SCNES dos “ACE e ACS com vínculo direto regularmente formalizado”, independente,

portanto, da natureza temporária do vínculo em questão.

Portanto, os ACEs relacionados acima continuam pendentes de registro no SCNES,

conforme exigem a Portaria MS 1.025/2015 e o Decreto nº 8.474/2015, o que caracteriza

falha formal, a qual não reflete em prejuízos na aplicação dos recursos públicos destinados

ao combate à dengue.

##/AnaliseControleInterno##

3. Conclusão

Concluímos que o Município de Abadiânia/GO aplicou regularmente os recursos referentes

ao Bloco Vigilância em Saúde em ações de combate ao mosquito Aedes Aegypti, no período

de 2015 e 2016, ressalvadas as falhas apontadas neste relatório. As mencionadas ações

tiveram como resultado a sensível diminuição dos índices de infestação do município, os

quais se encontram, no momento, em patamares satisfatórios.

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Ordem de Serviço: 201602176

Município/UF: Abadiânia/GO

Órgão: MINISTERIO DAS CIDADES

Instrumento de Transferência: Contrato de Repasse - 787274

Unidade Examinada: ABADIANIA PREF. MUN GABINETE DO PREFEITO

Montante de Recursos Financeiros: R$ 300.000,00

1. Introdução

Este Relatório trata do resultado de ação de controle que teve como objetivo analisar os atos

praticados para a execução do objeto do Contrato de Repasse 787274/2013, celebrado entre

a Prefeitura de Abadiânia e a Secretaria Executiva do Ministério das Cidades, referente ao

recapeamento asfáltico de vias do Município.

Os trabalhos de campo foram realizados no período de 15 a 19 de agosto de 2016, sobre a

aplicação de recursos federais do programa/ação 15.451.2054.1D73.0052,

PLANEJAMENTO URBANO / APOIO À POLÍTICA NACIONAL DE

DESENVOLVIMENTO URBANO, o qual contempla, dentre outros objetos, a pavimentação

e calçamento de vias urbanas. Para tanto, foi celebrado o Termo de Compromisso nº

1006.609-41/2013, no valor total de R$ 300.000,00, sendo o valor de R$ 295.300,00

proveniente do Orçamento Geral da União e R$ 4.700,00 a título de contrapartida.

Os exames foram realizados em estrita observância às normas de fiscalização aplicáveis ao

Serviço Público Federal, tendo sido utilizadas, dentre outras, técnicas de inspeção física e

registros fotográficos, análise documental, realização de entrevistas.

2. Resultados dos Exames

Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de

providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de

monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.

2.1 Parte 1

Nesta parte serão apresentadas as situações evidenciadas que demandarão a adoção de

medidas preventivas e corretivas por parte dos gestores federais, visando à melhoria da

execução dos Programas de Governo ou à instauração da competente tomada de contas

especiais, as quais serão monitoradas pela Controladoria-Geral da União.

2.1.1. Recapeamento asfáltico no Município de Abadiânia/GO: empreendimento

dispensado de licenciamento ambiental.

Fato

De acordo com termo de Dispensa de Licenciamento Ambiental n° 15482 (fls. 090 a 093),

de 08 de abril de 2015, a Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos - SEMARH

-, do Estado de Goiás, declarou dispensável o licenciamento ambiental relativo às obras nas

vias objeto de intervenção do CR em comento, quais sejam, Getúlio Vargas, Cruvineu,

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Joaquim Alves, Gontijo, Engenheiro Rabelo, São Paulo, Brasília, e Travessa A em

Abadiânia/GO.

##/Fato##

2.1.2. Contrato de Repasse n° 787274: obras atrasadas por falta de recursos.

Fato

O Contrato de Repasse nº 787274 teve sua vigência iniciada em 05 de dezembro de 2013

com previsão de término para 30 de outubro de 2016, conforme autuação à folha 005 do

Processo n° 2635.1006.609-41/13. Seu objeto está sendo executado sob a égide do Contrato

nº 292/2015 pactuado entre a Prefeitura Municipal de Abadiânia e a Empresa Feijãozinho

Escavações e Terraplenagem Ltda. EPP, o qual foi assinado em 08 de julho de 2015 e teve

sua execução iniciada em 01 de outubro de 2015, conforme Ordem de Serviço autuada à

folha 0218 do Processo n° 1982/2015.

O contrato nº 292/2015 compreende o recapeamento de uma área de vias de 8.175,76 m² nas

Ruas Getúlio Vargas, Travessa 4, Av. Brasília, Rua São Paulo e Rua Joaquim Alves, com a

construção de dispositivos de drenagem superficial, no valor total de R$ 253.276,56 a serem

executados no período de dois meses. Portanto, a data inicial para a conclusão da execução

seria 01 de dezembro de 2015.

Até agosto de 2016 já foram realizadas duas medições parciais. De acordo com o último

Boletim de Medição de 10 de novembro de 2015, já foram medidos e pagos os serviços

correspondentes ao valor de R$ 149.935,47, o que representa 59,2% do valor total pactuado.

Os itens contemplados foram serviços preliminares, de revestimento, de administração e as

refeições, realizados apenas nas Ruas Getúlio Vargas e Travessa 4.

Esse percentual de execução coincide que o percentual registrado no Relatório de Avaliação

de Engenharia nº 02 – RAE 2, autuado entre as folhas 106 e 111 do processo

2635.1006.609-41/13, emitido em 29 de dezembro de 2015. De acordo com esse documento,

na ocasião da visita técnica, em 14 de dezembro de 2015, após 2,4 meses do início da

vigência do contrato, existia 59,2% do valor total realizado, o que já caracterizava situação

de atraso.

Assim, entre a emissão do segundo RAE e a data da fiscalização (agosto de 2016) esse

percentual de realização não evoluiu. Conforme registro nos diários de obras, em 23 e 26 de

fevereiro de 2016, decorridos quase quatro messes do início da execução contratual, foi

realizada execução de meio fio com sarjeta na Travessa 4, porém tais serviços ainda não

foram pagos por falta de recursos.

Convém registrar, que o recapeamento e os dispositivos de drenagem da Av. Brasília, Rua

São Paulo e Rua Joaquim Alves sequer haviam sido iniciados até o período da fiscalização.

Até agosto de 2016, foram executados os serviços realizados nas Ruas Getúlio Vargas e

Travessa 4 correspondentes a uma área recapeada de 4.927 m2, a qual representa 60,30% da

área total a ser recapeada.

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Como os últimos serviços realizados datam de fevereiro de 2016, e durante a fiscalização em

campo, em agosto de 2016, não havia realização de frentes de serviços, tampouco evidências

de mobilização da contratada, pode-se afirmar que embora o contrato ainda esteja vigente

por força de sucessivos aditamentos de prazo, a obra encontra-se paralisada.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 338, de 13 de outubro de 2016, a Prefeitura Municipal de

Abadiânia/GO apresentou a seguinte manifestação:

“Como constatado pela fiscalização da CGU, os serviços estão paralisados devido ao não

repasse de verbas pela CEF - Caixa Econômica Federal.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A manifestação apenas reforçou o fato relatado.

##/AnaliseControleInterno##

2.2 Parte 2

Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para

adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.

Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de

recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito

de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das

pastas ministeriais. Esta Controladoria não realizará o monitoramento isolado das

providências saneadoras relacionadas a estas constatações.

2.2.1. Contrato de Repasse n° 787274/2013: condições gerais de execução de ações de

recapeamento asfáltico no Município de Abadiânia/GO.

Fato

O Contrato de Repasse (CR) nº 787274 (Processo CEF n° 2635.1006.609-41/2013) foi

pactuado entre a União, por intermédio do Ministério do Cidades, representado pela Caixa

Econômica Federal (CEF), e o Município de Abadiânia/GO. O ajuste teve como objeto o

recapeamento asfáltico no Município de Abadiânia/GO, conforme plano de trabalho,

mediante a transferência de recursos até o limite fixado, sendo também prevista

contrapartida municipal. Os dados da avença estão a seguir resumidos:

a) Contrato de Repasse nº 787274 (Processo CEF n° 2635.1006.609-41/2013).

b) Data da Assinatura: 05 de dezembro de 2013.

c) Limite a ser transferido: R$ 295.300,00.

d) Contrapartida: R$ 4.700,00.

e) Data limite da vigência: até 10 de novembro de 2016.

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Para apresentação de documentação de titularidade da área e apresentação de documentação

técnica de projeto de engenharia vigorou cláusula suspensiva de oito meses sendo também

previsto um mês para análise pela CEF após o recebimento.

Visando a execução das obras oriundas do contrato de repasse, a Prefeitura Municipal de

Abadiânia/GO realizou procedimento licitatório na modalidade Tomada de Preços (Processo

n° 1982/2015), cujo aviso foi publicado no Diário Oficial da União em 18 de maio de 2015.

A vencedora do certame foi a empresa Feijãozinho Escavações e Terraplenagem Ltda. Ltda.

EPP (CNPJ 08.448.846/0001-46) com proposta no valor total de R$ 253.276,57. A

homologação do certame aconteceu em 08 de junho de 2015 e os dados do contrato

decorrente estão a seguir resumidos:

f) Contrato n° 292/2015.

g) Objeto: execução de recapeamento asfáltico em diversas ruas de Abadiânia/GO.

h) Data da assinatura: 08 de julho de 2015.

i) Valor do contrato: R$ 253.276,57.

j) Valor da garantia: R$ 12.663,83.

k) Prazo para conclusão dos serviços: dois meses a partir da ordem de execução.

A imagem a seguir indicam as vias do Município de Abadiânia/GO a receber de obras

previstas pelo contrato de repasse fiscalizado:

Foto 01: Pontos de intervenção das obras previstas pelo CR n° 787274.

Cabe registrar que, na área de intervenção, foi prevista a execução de serviços de

recapeamento asfáltico com concreto betuminoso usinado a quente (CBUQ), instalação de

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sinalização vertical e horizontal, bem como a execução de meio fio e sarjeta em pontos

específicos.

Para realização dos trabalhos de fiscalização da obra foram utilizados como parâmetros,

além dos projetos e orçamento disponibilizados pela Caixa Econômica Federal (CEF) e pela

Prefeitura Municipal de Abadiânia /GO, a proposta da empresa contratada para execução, o

Boletim de Medição n° 03, de 1º de março de 2016 (referente ao período entre 23 de

fevereiro de 2016 a 1º de março de 2016) e o Relatório de Acompanhamento da Execução

(RAE) n° 02, de 17 de dezembro de 2015.

Por fim, registre-se que, o objeto previsto pelo CR nº 787274 são obras rotineiras

comumente realizadas pelos municípios brasileiros, guardando, ainda, segundo documentos

acostados nos autos do Processo n° 1982/2015, compatibilidade com os instrumentos de

planejamento (Plano Plurianual e Lei de Diretrizes Orçamentárias) do Município de

Abadiânia/GO.

##/Fato##

2.2.2. Recapeamento asfáltico no Município de Abadiânia/GO: obras realizadas nas

vias públicas do município.

Fato

Para comprovação do domínio das áreas de intervenção previstas pelo CR 787274, o

Município de Abadiânia/GO apresentou à CEF declaração de domínio público das áreas

(Processo 2635 1006 609-41/2013 – Volume Técnico – fl. 207). O documento datado de 03

de novembro de 2015 relaciona nominalmente as vias com previsão para execução das

obras, indicando que se tratam de bens públicos sob a jurisdição do Município de

Abadiânia/GO e que independem de registro em cartório, conforme Artigos 98 e 99 do

Código Civil Brasileiro.

##/Fato##

2.2.3. Edital da Tomada de Preços n° 004/2015: estabelecimento de visita técnica

obrigatória, em três datas predeterminadas, como condição de participação na

licitação, incorrendo em restrição à competitividade do certame.

Fato

Os exames realizados sobre o Edital da Tomadas de Preços n° 004/2015 tiveram como

escopo a verificação da existência de disposições que, segundo jurisprudência do TCU,

comprometem a competitividade da licitação. Nesse sentido foram verificados os seguintes

aspectos relativos ao instrumento convocatório: (i) exigências quanto à natureza jurídica do

vínculo entre o responsável técnico e a empresa licitante; (ii) exigências relativas à garantia

de proposta; (iii) regras relativas ao conhecimento do local de execução do objeto licitado e

sua comprovação e; (iv) exigências relativas à qualificação técnica e financeira (índices

contábeis) dos interessados. Além disso, foi verificado o cumprimento das regras relativas à

publicidade do certame, bem como o cumprimento do prazo para abertura dos envelopes de

habilitação.

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Sobre o primeiro aspecto averiguado, não foi constatado que o Edital da Tomada de Preços

n° 004 tenha exigido que o vínculo do profissional indicado como responsável técnico fosse

apenas de caráter empregatício. Consta genericamente do instrumento somente que a

aceitação do atestado estaria condicionada ao atendimento da legislação vigente.

A respeito das disposições relativas à garantia de proposta, cuja exigência concomitante a

patrimônio líquido mínimo ou a capital social mínimo é condenada pelo TCU, o edital

expressamente dispensou a comprovação de seu recolhimento.

Noutro ponto, quanto a exigências de índices contábeis, no edital da Tomada de Preços n°

004/20015 foi exigida a apresentação de índices de 1,0 para liquidez geral e corrente e índice

de 50% para endividamento geral, não havendo, neste caso, ressalvas quanto a tais índices

produzirem restrições à participação incompatíveis com o objeto licitado.

Já com relação ao conhecimento do local de realização do objeto licitado, o Edital da

Tomada de Preços n° 004/2015 estabeleceu os dias de 22 de maio de 2015, 27 de maio de

2015 e 01 de junho de 2015 para realização de visita aos locais das obras, sendo que a

comprovação da realização da visita configuraria condição técnica de participação no

certame. O estabelecimento de datas fixas para realização de visitas técnicas configura

restrição à competitividade, essencialmente, por alijar do certame aqueles não podem estar

nos locais indicados nas datas marcadas. Ademais, é de se ressaltar que ao estabelecer o dia

1° de junho de 2015 como última data para realização da visita, a regra alijou da disputa

quaisquer outros interessados que manifestassem interesse em participar da licitação a partir

desse dia, lembrado que, até 03 de junho de 2015, nada deveria impedir a participação de

quaisquer interessados.

Quanto à publicidade do certame, conferidas as formas pelas quais foi dada publicidade à

Tomada de Preços n° 004/2015, foi verificado que o aviso do edital constou do Diário

Oficial da União (DOU) de 18 de maio de 2015 (N° 92, Seção 3, página 211) e, na mesma

data, do Diário Oficial dos Municípios do Estado de Goiás, publicação mantida pela

Federação Goiana de Municípios (FGM).

Em síntese, da análise efetuada sobre a competitividade da Tomada de Preços n° 004/2015,

dentre os aspectos analisados, evidenciou-se falha apenas quanto às regras relativas ao

conhecimento do local de execução do objeto licitado.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Não houve manifestação da unidade examinada para esse item.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Diante da ausência de manifestação da unidade examinada após a apresentação dos fatos, a

análise do Controle Interno sobre a constatação consta registrada acima, no campo ‘fato’.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.4. Contrato n° 292/2015: composição do BDI atendendo aos parâmetros contidos

no Acórdão n° 2622 TCU/Plenário (Subitem 9.2.1).

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Fato

Objetivando efetuar a análise da adequação da taxa de Bonificações e Despesas Indiretas –

BDI apresentada pela empresa Feijãozinho Escavações e Terraplenagem Ltda., CNPJ

08.448.846/0001-09 em sua proposta na Tomada de Preços n° 004/2015/CPL (folha 185 do

Volume Único do Processo n° 1982/2015), comparou-se o BDI apresentado com as

determinações do Acórdão nº 2622/2013 – TCU/Plenário.

O BDI apresentado foi de 23,43%, conforme detalhado a seguir:

Tabela 02 - Detalhamento do BDI do Contrato 292 / 2015

Abadiânia/GO

Item Parcela BDI

1 Impostos Incidentes sobre o Faturamento - I 8,65 %

Imposto sobre Serviços - ISS 3,00 %

Programa de Integração Social - PIS 0,65 %

Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social -COFINS 3,00 %

Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta - CPRB 2, 00 %

2 Despesas administrativas - AC 2,97 %

Administração Central 2,97 %

3 Despesas financeiras e seguros 1,78 %

Despesas financeiras (DF) 1,28 %

Seguros + Garantias (S+G) 0,50 %

4 Riscos e imprevistos (R) 0,38 %

Riscos 0,38 %

5 Lucro Bruto - L 7,20 %

Lucro bruto 7,20 %

25,00 %

Fonte: Folha 185 do Volume Único da Tomada de Preços 004/2015

Para o cálculo do BDI, adotou-se a seguinte fórmula, que é indicada no Acórdão nº

2622/2013 – TCU/Plenário:

BDI =(1 + AC + S + R + G)(1 + DF)(1 + L)

(1 − I)− 1

Chega-se, portanto, ao percentual de 23,43 % de BDI, conforme apresentado pela empresa

contratada.

Com relação aos tributos incidentes no faturamento, observa-se que foi aplicada, para a

CPRB, a sistemática de desoneração da folha de pagamento, tendo sido adotado o

percentual de 2% no BDI.

Para os tributos federais PIS e COFINS, os percentuais correspondem à legislação federal,

ou seja, 0,65% e 3%, respectivamente.

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Quanto ao ISS, que no munícipio de Abadiânia é de 5 %, foi deduzido o percentual de

40%, relativo ao fornecimento de material, resultando o percentual de 3,0 % na

composição do BDI.

Não consta do BDI apresentado itens impróprios.

Conclui-se que, em atenção ao estabelecido pelo Acórdão nº 2622/2013 – TCU/Plenário,

foram utilizados como diretriz para a composição do BDI os percentuais contidos no item

9.2.1 do mencionado Acórdão, para obras do tipo “Construção de Rodovias e Ferrovias”.

Constatou-se, então, que todos os itens que compõem o BDI apresentado estão dentro dos

limites máximos estipulados pelo Tribunal de Contas da União para a categoria de obras

utilizada.

##/Fato##

2.2.5. Contrato n° 292/2015: alíquota de ISS utilizada para composição do BDI maior

que a efetivamente cobrada pelo Município de Abadiânia/GO, gerando sobrepreço de

R$ 6.751,03 e superfaturamento de R$ R$ 3.237,87 a preços iniciais.

Fato

Conforme já informado neste Relatório, foi incluído no BDI contratual o percentual de 3%

para custear as despesas com o ISS, cuja alíquota no munícipio de Abadiânia é de 5 %.

Esse percentual de 3% resulta da consideração de uma dedução de 40% na base de cálculo

relativa ao fornecimento de material incluso nas notas fiscais, sobre os quais não incide

ISS (5 % sobre 60 % do valor da nota fiscal = 3,0 % sobre o valor da nota fiscal).

Entretanto, verificando as notas fiscais emitidas pela empresa Feijãozinho Escavações e

Terraplenagem Ltda, vencedora da licitação, observa-se que a retenção efetiva referente ao

ISS é de 0,5 %, correspondendo à cobrança de 5% sobre 10% do valor da nota fiscal (ver

item deste Relatório sobre pagamentos realizados). Ou seja, há um desconto de 90 % sobre

o valor da nota fiscal, relativo ao fornecimento de material, sobre o qual não incide ISS.

Assim, há um sobrepreço decorrente dessa cobrança inadequada do ISS incluído no BDI.

Para o cálculo do BDI correto, adotou-se a mesma fórmula indicada no Acórdão nº

2622/2013 – TCU/Plenário, no edital da Tomada de Preços 003/2015/CPL e na proposta

vencedora:

BDI =(1 + AC + S + R + G)(1 + DF)(1 + L)

(1 − I)− 1

Refazendo o cálculo do BDI com o percentual correto de 0,5 % de ISS, chega-se a um BDI

de 20,14%.

O valor total contratado foi de R$ 253.276,57, incluindo o BDI de 23,43 %, de forma que o

valor contratado sem o BDI de 23,43% foi de R$ 205.198,55. Aplicando-se sobre este

valor o BDI adequado de 20,14 %, chega-se ao valor de R$ 246.525,54. Há, portanto, um

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sobrepreço de R$ 6.751,03 a preços iniciais, decorrente da superestimava do valor do ISS

no BDI.

Até a 2ª medição, de outubro de 2015, já foram medidos a atestados R$ 121.474,11

considerando o BDI de 23,43 %. Refazendo o cálculo para o BDI correto de 20,14 %, tem-se

um superfaturamento de R$ 3.237,87 a preços iniciais.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Não houve manifestação da unidade examinada para esse item.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Diante da ausência de manifestação da unidade examinada após a apresentação dos fatos, a

análise do Controle Interno sobre a constatação consta registrada acima, no campo ‘fato’.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.6. Contrato n° 292/2015: condições gerais de verificação de sobrepreço e

superfaturamento.

Fato

Conforme já mencionado neste Relatório, a execução do objeto do Contrato de Repasse nº

787274 está sendo operacionalizada pela Secretaria de Obras e Serviços Públicos (SOSP) do

Município de Abadiânia/GO por intermédio do Contrato n° 292/2015, celebrado com a

empresa Feijãozinho Escavações e Terraplenagem Ltda.

As análises dos preços contratados foram realizadas levando em consideração as seguintes

premissas:

- Foram considerados os preços unitários iniciais contratados por item de serviço da planilha

orçamentária da proposta vencedora;

- O parâmetro de comparação utilizado foi o Sinapi de data-base coincidente com a data-

base da proposta vencedora da licitação: junho de 2014;

- Para os serviços e insumos constantes das composições da proposta vencedora e que não

possuem correspondentes no Sinapi, utilizou-se, subsidiariamente, preços oriundos das

tabelas Sicro II de julho de 2014.

- O BDI utilizado foi o mesmo da proposta vencedora da licitação: 23,43 %;

- Todos os preços unitários foram analisados, em face do pequeno universo de itens da

planilha;

- Foi utilizado o método de limitação do preço global para o cálculo do sobrepreço,

conforme disposto no documento “Entendimentos relativos a auditorias de obras públicas,

aprovados pela Portaria nº 2.079 de 11/09/2014 da CGU”, a qual determina que em

certames licitatórios quando o regime de execução for o de empreitada por preço unitário,

nos casos de situações jurídicas constituídas (contrato celebrado), sejam compensados os

serviços com subpreços com os sobrepreços.

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Para a Tomada de Preços n° 004/2015, que deu origem ao Contrato nº 292/2015/SOSP, a

SOSP utilizou uma planilha orçamentária com data-base de junho de 2014 desonerada, BDI

de 23,43%, no valor de R$ 256.722,75, conforme consta das folhas 042 a 051 do Volume

único do Processo n° 1982/2015, de 15 de maio de 2015. Esse valor orçado pela

Administração Municipal corresponde ao recapeamento de uma área de ruas de 14.002,77

m2, conforme registrado na folha 0042.

Verificou-se que a única participante do certame, licitante Feijãozinho Escavações e

Terraplenagem Ltda., teve sua proposta no valor de R$ 253.276,57 aceita pela

Administração. Conforme registrado na folha 151 do Processo n° 1982/2015, esse valor

corresponde à “ execução de recapeamento asfáltico nas ruas e Av. Getúlio Vargas, Av.

Cruvinel, rua Joaquim Alves, Rua Gontijo, rua Engenheiro Rabelo, rua São Paulo, Av.

Brasília, e Travessa 4, totalizando 14.002,77 m2 de recapeamento asfáltico”, quantidade

coerente com a planilha da Administração.

O BDI praticado pela licitante vencedora foi de 23,43%, conforme consta da folha 155 do

Volume único do Processo n° 1982/2015. Não consta desse processo as composições

analíticas dos itens de serviço da proposta vencedora, mas na planilha foram indicados os

códigos das composições analíticas Sinapi adotadas como referência.

Apesar do objeto licitado contemplar uma área recapeada de 14.002,77m2, a planilha

efetivamente contratada contempla, pelo mesmo valor de R$ 253.276,57, o recapeamento de

uma área de vias de 8.175,76 m2, conforme planilha autuada nas folhas 182 e 183.

Após comparação do orçamento contratado com os preços paradigmas de mercado para o

objeto em comento (recapeamento de 8.175,6m2 de área de vias), obteve-se resultados

demonstrando a adequação dos preços unitários contratados aos preços de mercado,

conforme Tabela seguinte:

Tabela 02 – Comparação de Preços: Contrato 292/2015/SOSP x Preços Paradigma (data-base: Jun/2014) - BDI: 23,43%

Descrição Código

Referência Unid. Quant.

Preço

unitário

contratado

com BDI

Preço

contratado

total

Preço

unitário

Paradígma

com BDI

Preço

Paradígma

total

Sobrepreço

X

Subpreço

Fabricação e aplicação de concreto betuminoso

usinado a quente

(CBUQ), CAP 50/70, exclusive transporte

72965 ton 588,65 235,69 138.738,67 236,62 139.283,60 -544,93

Transporte de material

de qualquer natureza

DMT > 10 km, com caminhão basculante de

4,0 m³ (DT = 45 km)

83444 txKm 26.490,13 0,86 22.887,74 1,10 29.100,12 -6.212,39

Transporte comercial de brita

83356 m³xKm 24.281,81 0,74 17.982,62 0,90 21.878,86 -3.896,23

Ensaio concreto asfáltico 73900/012 T 588,65 29,56 17.401,37 52,14 30.690,35 -13.288,98

Meio fio e sarjeta de concreto moldado no

local usinado 15 MPA

0,45 base x 0,30 altura rejunte argamassa 1:3,5

cimento e areia.

73763/002 ml 193,06 73,92 14.271,79 77,90 15.038,73 -766,94

Pintura de ligação com emulsão RR-2C

72943 m² 8.175,76 1,42 11.605,04 1,68 13.724,22 -2.119,18

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Engenheiro (obras civis) 2707 H 60,00 122,08 7.325,08 141,15 8.469,27 -1.144,20

Encarregado (obras

civis) 4083 H 240,00 22,69 5.444,74 26,23 6.294,93 -850,19

Cantina 26941

adaptado unid 480,00 7,41 3.554,78 9,87 4.739,71 -1.184,93

Sinalização horizontal

com tinta retrorrefletiva a base de resina acril

com microesferas de

vidro

72947 m² 182,80 17,92 3.276,15 19,13 3.497,27 -221,12

Placa da obra com

inscrições conforme

Manual CEF (C = 8Y) e (h = 5Y) [Área =

(8Y)*(5Y)] =

(8mx0,5)*(5*0,5)] = 10,0 m²

74209/001

m² 10,00 257,97 2.579,69 364,62 3.646,25 -1.066,56

Barracão de obra em

chapa de madeira

compensada com banheiro, cobertura em

fibr. 4mm, incluso

instalações hidro-sanit e elétricas

74242/001 m² 12,00 178,97 2.147,68 182,81 2.193,75 -46,06

Sinalização vertical.

"placa pare" c/ pintura eletrostática semi-

refletiva. (*)

4 S 06 200 01 m² 6,04 355,40 2.146,64 235,43 1.422,00 724,64

Transporte local de massa asfáltica

pavimentação urbana

(DT = 5,0 km)

83357 m³xKm 1.226,35 0,96 1.180,67 1,15 1.407,73 -227,05

Ensaio recebimento agregado

72743 unid. 6,00 188,47 1.130,79 330,80 1.984,83 -854,04

Sinalização vertical.

"placa identificação da rua" c/ pintura

eletrostática semi-

refletiva. (*)

4 S 06 200 01 m² 2,28 354,74 808,80 235,43 536,78 272,02

Café da manhã 26941

adaptadao unid 480,00 1,23 592,46 5,01 2.405,40 -1.812,94

Ensaio imprimação 73900/001 m² 8.175,76 0,02 201,83 0,06 504,57 -302,74

Somatório 253.276,56 286.818,36 -33.541,80

Fonte: Proposta vencedora da Tomada de Preço 004/2015/SOSP, Sinapi de junho de 2014 e Sicro II de julho de 2014 (*).

##/Fato##

2.2.7. Contrato n° 292/2015: sobrepreço e superfaturamento em serviços de transporte

de material.

Fato

Ao analisar os preços contratados pelo Município de Abadiânia para os serviços objeto do

Contrato de Repasse nº 787274, observou-se que para o item de serviço 2.4 que envolvia

transporte de mistura asfáltica foi considerada a utilização de caminhão basculante com 4 m³

de capacidade.

O emprego de caminhão basculante com apenas 4 m³ de capacidade não é usual em face da

sua baixa produtividade, logo sua utilização no caso concreto configura solução

antieconômica e improvável de ocorrer durante a execução da obra. De fato, com base no

histórico fotográfico da obra fornecido pela prefeitura em resposta à Solicitação de

Fiscalização nº 05, constatou-se que as operações de transporte da massa asfáltica foram

feitas com caminhão basculante trucado de capacidade de 10 m3, o que caracteriza uma

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operação mais produtiva e, portanto, mais barata do que a considerada na planilha

orçamentária.

O Quadro a seguir apresenta um relatório fotográfico demonstrando a efetiva utilização de

caminhões com capacidade bem superior a 4 m³ no âmbito do contrato utilizado pela

prefeitura para a execução do objeto do CR 787274:

Foto 02: Recapeamento Travessa 4 (Medição nº 2 – Feijãozinho

Escavações e Terraplenagem) – Utilização de caminhão

caçamba trucado de 10 m³ de capacidade. Abadiânia/GO – 07 de outubro de 2015.

Foto 03: Recapeamento Travessa 4 (Medição nº 2 –

Feijãozinho Escavações e Terraplenagem) – Utilização de

caminhão caçamba trucado de 10 m³ de capacidade. Abadiânia/GO – 07 de outubro de 2015.

Fonte: Registro fotográfico da contratada realizado por ocasião da 2ª Medição.

Durante o período de campo da fiscalização, entre os dias 16 e 19 de agosto de 2016, não foi

registrada realização de qualquer serviço integrante do CR nº 292/2015. Entretanto,

avaliando detidamente a Foto 1 do Quadro 1, verifica-se o uso de um caminhão trucado no

transporte da massa asfáltica. Via de regra esses caminhões basculantes tem caçamba com

capacidades volumétrica em torno de 10 m3 e capacidade máxima útil de 15.935kg,

conforme Cadernos Técnicos de Composições para Transporte com Caminhão Basculante

do Sinapi Versão 001 de Abril de 2016.

O fato de se contratar um serviço menos eficiente por um preço mais caro quando a sua

execução seria, sabidamente, realizada por um método mais eficiente e mais barato

caracteriza falha na elaboração do orçamento base das contratações, levando a um

sobrepreço na contratação.

Para estimar o sobrepreço decorrente dessa falha, refizemos, para o Contrato n° 292/2015, a

composição do serviço “Transporte de material de qualquer natureza DMT > 10 km, com

caminhão basculante de 4,0 m³ (DT = 45 km)”, substituindo o caminhão basculante de 4 m³

pelo de 10 m³.

O coeficiente de produtividade para um caminhão de 10m3 de capacidade foi estimado a

partir dos fatores de carga, produção e eficiência utilizados pelo DNIT no SICRO 2 para

esse tipo de equipamento. De acordo com essa metodologia, a produção da equipe com

caminhão com 10 m³ de capacidade é obtida pela seguinte fórmula:

P = (b*g*h*i*t) / 2, onde:

- P = produção horária em t x km/h;

- b = capacidade do caminhão em t (Capacidade útil máxima 15,935 t)

- g = fator de carga (1);

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- h = fator de conversão (1);

- i = fator de eficiência (0,75); e

- t = velocidade média em km/h (43 km/h).

Os valores do fator de carga e fator de eficiência foram obtidos do Manual de Custos

Rodoviários do DNIT (volume 4). Adotou-se fator de conversão igual a 1, porque o serviço

de transporte avaliado não envolve as operações de escavação e carga, mas apenas o

transporte e descarga do material já empolado.

Assim, temos que, para os serviço de “Transporte de material de qualquer natureza DMT >

10 km, com caminhão basculante de 10,0 m³ (DT = 45 km)”:

P = (15,935 t x 1 x 1 x 0,75 x 43 km/h) / 2 = 256,9519 t x km / h.

Ou seja: em uma hora de trabalho com o caminhão de 10 m3 são produzidos 256,9519 t x km

de momento de transporte para o transporte da massa asfáltica. Logo, para produzir 1 t x km

se gasta apenas 0,003892 h (1 t x km / 256,9519 t x km/h = 0,003892 h).

Deve-se ressaltar que utilizando essa mesma metodologia para o caminhão de 4 m³ chega-se

a coeficiente de produtividade semelhante ao utilizado na composição referencial (Sinapi

GO Jun/2014 código 83444) adotada no orçamento contratado: coeficiente da composição

referencial é de 0,0063600 e o coeficiente definido pela metodologia anteriormente exposta

com base no Sicro é de 0,006354.

Fato este que convalida as análises contidas a seguir nesta Constatação.

Nesse sentido, multiplicando o coeficiente obtido para o caminhão de 10 m3 (0,003892 h)

pelo custo horário produtivo deste equipamento obtido da composição Sinapi GO código

84151 de Junho de 2014 (R$ 155,63), obtém-se o custo unitário do momento de transporte

de R$ 0,61 / t x km, conforme quadro seguinte:

Quadro 1 - Custo / preço unitário paradigma do transporte de massa asfáltica (t x km) Caminhão 10 m³

Código Descrição Valor Sinapi

GO Jun/2014

(R$)

Coeficiente Valor sem BDI

de 23,43%

(R$)

Valor com BDI de

23,43%

(R$)

84151 Caminhão basculante, 10m3, CHP diurno 155,63 0,003892 0,61 0,75

Fonte: “Sinapi Nacional”GO de data-base junho de 2014 e Manual de Custos Rodoviários do DNIT (volume 4)

Conforme consta da proposta vencedora da licitação (folhas 0181 a 0183 do Volume único

da Tomada de Preços 004/2015), foi pactuado para o serviço de transporte da massa asfáltica

o valor unitário sem BDI de R$ 0,70 / t x Km, cujo preço unitário resultante da inclusão de

BDI contratual de 23,43% é R$ 0,86 / t x Km.

Quadro 2 – Comparação de Preços: Caminhão Basculante 4 m³ X Caminhão Basculante 10 m³

Contrato 292/2015/Saneago x Sinapi (data-base: junho/2014) - BDI: 23,43%

Item de

Serviço/Material Unidade

Quantidade

Contratada

Custo unitário

executado

com caminhão

4 m³ com BDI

(R$)

Valor total

contratado

p/ caminhão

4 m³ com

BDI (R$)

Custo

unitário

Sinapi com

caminhão

de 10 m³

com BDI

(R$)

Custo Total

Sinapi com

caminhão

de 10 m³

com BDI

(R$)

Sobrepreço

X

Subpreço

(R$)

2.4 - Transporte de

material de qualquer natureza DMT > 10 km

t x km 26.490,13 0,86 22.781,51 0,75 19.867,60 2.913,91

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Fonte: Folhas 0181 a 0183 do Processo 1982/2015, “Sinapi Nacional” de data-base junho de 2014 e Manual de Custos Rodoviários

do DNIT (volume 4)

Portanto, conforme registrado no Quadro 2, existe um sobrepreço no valor R$ 2.913,91 a

preços iniciais, que representa aproximadamente 16% do valor do item 2,4 e 1,2% do valor

total do contrato. Considerando que desse total contratado já foram pagos com esse preço

unitário majorado a quantidade de 18.751,04 t x km, conforme Boletins de Medição 1 e 2,

chega-se a um pagamento a maior no valor de R$ 2.062,61.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 338, de 13 de outubro de 2016, a Prefeitura Municipal de

Abadiânia/GO apresentou a seguinte manifestação:

“Quando da apresentação do primeiro orçamento deste contrato, elaborado pelo

Engenheiro Civil Marcelo Koji Watanabe - CREA 6664/D-GO, contratado da Prefeitura

Municipal de Abadiânia para a aprovação perante a GIGOV/AN, em meados de julho de

2014, já contemplava o item 2.4, código 83444, da Tabela SINAPI de Junho/2014:

"TRANSPORTE DE MATERIAL DE QUALQUER NATUREZA DMT > 10 KM. COM

CAMINHÃO BASCUIANTE DE 4.0 M3 (DT = 45KMV). E após a substituição do

Engenheiro, novo orçamento foi elaborado, seguindo as orientações dos Engenheiros da

GIGOV/AN, onde foram utilizados os mesmos itens e códigos do orçamento inicial. E este

item em tela foi aceito pelo corpo de Engenheiros da GIGOV/AN, e após a conclusão de

parte dos serviços contratados, este item foi medido pela fiscalização da CEF- Caixa

Econômica Federal e pago.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A manifestação apresentada não contesta o mérito do fato apresentado, apenas aponta os

responsáveis pela elaboração e aprovação da planilha orçamentária com as falhas apontadas

e os responsáveis pela medição deste item na condição apresentada no fato.

De fato, esse tipo de falha já deveria ter sido evitada no momento da elaboração do

orçamento da administração, na ocasião da aprovação da planilha contratada,

exaustivamente analisada pelos setores competentes da GIGOV/Anápolis, por se tratar de

composição de preço de baixa produtividade, que não retrata a realidade executiva do

serviço.

Por outro lado, a fiscalização do município ao notar o emprego de caminhão de maior

capacidade do que o considerado no preço do serviço, deveria propor a alteração

promovendo o reequilíbrio financeiro do contrato em favor da Administração.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.8. Contrato n° 292/2015: sobrepreço do item 2.8 ensaio de concreto asfáltico,

gerando superfaturamento potencial (R$ 9.406,62) e efetivo (R$ 3.292,35).

Fato

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Ao analisar os preços contratados pelo Município de Abadiânia/GO para os serviços objeto

do Contrato de Repasse n° 787274, observou-se que para o item 2.8 – Ensaio concreto

asfáltico foi pactuado o custo unitário de R$ 23,95, conforme consta nas folhas 0181 a 0182

do Volume único da Tomada de Preços n° 004/2015. Esse valor é superior ao somatório dos

custos efetivamente incorridos durante a aferição da qualidade dos materiais empregados no

recapeamento.

Embora no processo não conste a composição analítica específica deste custo unitário, a

planilha contratada faz referência à composição de custo do Sinapi código 73900/12 com

data base de junho de 2014, apresentada a seguir:

Tabela 3 - composição analítica de custo unitário do item 2.8

73900/ 12 ENSAIOS DE CONCRETO ASFALTICO Tonelada

Descrição Unidade Coeficiente R$

Unit. Total (R$)

74022/001 ENSAIO DE PENETRACAO - MATERIAL BETUMINOSO und 0,05 113,9 5,70

C 74022/002 ENSAIO DE VISCOSIDADE SAYBOLT - FUROL - MATERIAL

BETUMINOSO und 0,06 147,4 8,84

C 74022/025 ENSAIO DE PONTO DE FULGOR - MATERIAL BETUMINOSO und 0,05 107,2 5,36

C 74022/028 ENSAIO DE SUSCEPTIBILIDADE TERMICA - INDICE PFEIFFER -

MATERIAL ASFALTICO und 0,01 167,5 1,68

74022/029 ENSAIO DE ESPUMA - MATERIAL ASFALTICO und 0,05 120,6 6,03

74022/040 ENSAIO MARSHALL - MISTURA BETUMINOSA A QUENTE und 0,03333 234,51 7,82

74022/042 ENSAIO DE EQUIVALENTE EM AREIA - SOLOS und 0,00004 60,3 0,00

74022/052 ENSAIO DE GRANULOMETRIA DO AGREGADO und 0,00152 67 0,10

74022/054 ENSAIO DE GRANULOMETRIA DO FILLER und 0,00005 60,3 0,00

74022/055 ENSAIO DE TRACAO POR COMPRESSAO DIAMETRAL - MISTURAS

BETUMINOSAS und 0,03333 167,5 5,58

74022/056 ENSAIO DE DENSIDADE DO MATERIAL BETUMINOSO und 0,02052 55,13 1,13

Custo Unitário Total (R$) 42,24

Fonte: Sinapi GO Junho de 2014 e folhas 181 a 182 do processo da Tomada de Preços 004/2015

Os custos integrantes da composição acima se referem a ensaios para determinação das

propriedades físicas do cimento asfáltico de petróleo utilizado na obra, da composição

granulométrica dos agregados, areia e filler e para determinação das propriedades mecânicas

da mistura asfáltica.

Tratam-se de testes essenciais para aferição da qualidade dos materiais componentes da

mistura asfáltica e para a sua dosagem, que consiste na definição dos percentuais dos

agregados, areia, filler e de cimento asfáltico ideais para obtenção do revestimento com as

características especificadas.

Entretanto, durante os trabalhos de campo, verificou-se que a empresa contratada não estava

usinando a mistura, mas comprando a massa asfáltica pronta da fornecedora PREPAV S.A.

Pavimentação e Pré-moldados, localizada no Distrito Federal, conforme Nota Fiscal nº 0561

encaminhada pela prefeitura por meio do Ofício nº 246/16/GABIN de 19 de agosto de 2016.

Tanto na documentação autuada como na apresentada pela fiscalização não foram

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encontradas evidências da realização dos ensaios de penetração, viscosidade Saybolt –

Furol, de ponto de Fulgor, de susceptibilidade térmica, ensaio de espuma, de equivalente de

areia, de granulometria do filler e de determinação da resistência a tração por compressão

diametral.

Anexo a esse mesmo ofício, em resposta à Solicitação de Fiscalização 05, foi apresentado o

registro dos resultados dos ensaios efetivamente realizados no acompanhamento da

execução do concreto asfáltico, quais sejam: determinação da estabilidade Marshall da

mistura, granulometria dos agregados, densidade do material betuminoso e controle do grau

de compactação.

De acordo com o Sinapi GO junho de 2014 o custo unitário desses ensaios efetivamente

realizados é de R$ 11,00, conforme composição apresentada na Tabela seguinte:

Tabela 4 - composição analítica de custo unitário dos ensaios de concreto asfáltico efetivamente realizados

73900/12 - Adaptada - Ensaios Concreto Asfáltico efetivamente realizados Tonelada

Descrição Unidade Coeficiente R$ Unit. Total (R$)

C 74022/040 ENSAIO MARSHALL - MISTURA BETUMINOSA A QUENTE und 0,03333 234,51 7,82

C 74022/052 ENSAIO DE GRANULOMETRIA DO AGREGADO und 0,00152 67,00 0,10

C 74022/056 ENSAIO DE DENSIDADE DO MATERIAL BETUMINOSO und 0,02052 55,13 1,13

C 74022/053 ENSAIO DE CONTROLE DO GRAU DE COMPACTACAO DA

MISTURA ASFALTICA und

0,0324 60,30 1,95

Custo Unitário Total (R$) 11,00

Fonte: Sinapi GO Junho de 2014

Portanto, o custo unitário dos ensaios realizados para controle da qualidade do concreto

asfáltico (R$ 11,00) é inferior à metade do valor do custo unitário pactuado (R$ 23,95).

Como para esse serviço já foram pagos a esse custo unitário pactuado a quantidade de

ensaios correspondentes a 206,03 t de massa, conforme 2º Boletim de Medição autuado à

folha 0257 do processo nº 1982/15, existe um superfaturamento efetivo no valor de R$

3.292,35 a preços iniciais, conforme cálculo do Quadro 3. Caso todo o quantitativo

contratado seja medido e pago a esse preço pactuado sem a efetiva realização de todos os

ensaios, o superfaturamento total será de R$ 9.406,62.

Quadro 3 - Cálculo dos superfaturamentos efetivo e potencial para o item 2.8 - ensaios para concreto asfáltico

Item de

Serviço Unid.

Quant.

Contratada

Quant.

Medida

Preço

unitário

contratad

o c/ BDI

23,43%

(R$)

Preço

unitário

dos

ensaios

realizados

c/ BDI

23,43%

(R$)

Diferença

de preços

unitários

(R$)

Superfaturamento

efetivo (R$)

Superfaturamento

potencial (R$)

2.8 - Ensaios

Concreto Asfáltico

t 588,65 206,03 29,56 13,58 15,98 3.292,35 9.406,62

Fonte: Sinapi Go Junho/2014 e 2º Boletim de Medição Contrato nº 292/2015

##/Fato##

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Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 338, de 13 de outubro de 2016, a Prefeitura Municipal de

Abadiânia/GO apresentou a seguinte manifestação:

“Todos os ensaios constantes dos itens 2.6. 2.7 e 2.8 foram contratados seguindo os códigos

e valores estipulados na Tabela SINAPI de Junho de 2014 e seus valores foram aceitos e

pagos pelo corpo de Engenheiros do GIGOV/AN.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A manifestação limitou-se a abordar a adequação dos preços dos ensaios ao SINAPI e a

aceitação dos valores medidos pela equipe da GIGOV/AN. Não houve menção ao fato

relatado, tampouco apresentação de documentação que elidisse o superfaturamento

apontado.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.9. Inspeção física sobre o objeto do Contrato n° 292/2015: área efetivamente

recapeada inferior ao montante medido; pontos com espessura do recapeamento

inferior ao contratado; meio-fio com dimensão menor que a contratada e deficiência

técnica no pavimento executado (falta de abaulamento).

Fato

O objeto do Contrato de Repasse nº 787274 foi executado sob a égide do Contrato nº

292/2015 pactuado entre a Prefeitura Municipal de Abadiânia e a Empresa Feijãozinho

Escavações e Terraplenagem Ltda. EPP, o qual foi assinado em 08 de julho de 2015 e teve

sua execução iniciada em 01 de outubro de 2015, conforme Ordem de Serviço autuada à

folha 0218 do processo 1982/2015. Como o prazo de execução é de dois meses, o objeto

deveria ter sido entregue em 1° de dezembro de 2015, o que não se verificou.

A documentação da fiscalização encaminhada pela prefeitura por meio do Ofício nº

246/2016/GABIN, especialmente o Diário de Obras nas folhas 05 e 06, permitiu identificar

que os serviços de recapeamento em CBUQ na Travessa 4 e na Rua Getúlio Vargas foram

executados nos dias 07 e 08 de outubro de 2015. Conforme registrado nas folhas de 07 a 10

do Diário de Obras, serviços de meio-fio com sarjeta foram executados entre os dias 23 e 26

de fevereiro de 2016, isto é, mais de dois meses após o fim do prazo inicialmente pactuado.

Até agosto de 2016 já foram realizadas duas medições parciais. De acordo com o último

Boletim de Medição de 10 de novembro de 2015, já foram medidos e pagos os serviços

correspondentes ao valor de R$ 149.935,47, o que representa 59,2% do valor total pactuado.

Os itens contemplados foram serviços preliminares, de revestimento, de Administração e as

refeições.

No Boletim de Medição nº 01 foi medido e pago como serviço preliminar o item Barracão

de obra em chapa de madeira compensada no valor total de R$ 1.740,00. Entretanto, durante

a inspeção de campo não foi constatada a execução desse barracão. O registro fotográfico da

obra anexo às medições não comprova a realização desse item. Assim, esse pagamento

caracteriza um superfaturamento de R$ 1.740,00, a preços iniciais.

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Em relação ao pagamento da administração local, observou-se que foram medidos e pagos

apenas a quantidade de horas relativa ao primeiro mês. No Boletim de Medição nº 02 este

item não foi contemplado, tampouco nos meses subsequentes, apesar das prorrogações

sucessivas do prazo de execução do contrato. A esse respeito, vale destacar que a empresa

não mantém funcionários e equipamentos mobilizados no município de Abadiânia durante

toda a vigência do contrato. Durante o período de campo, quando não havia frente de serviço

em execução, mas o contrato ainda estava vigente, não foi identificado qualquer canteiro,

alojamento, funcionários ou equipamentos da contratada.

Com relação aos serviços de recapeamento, meio fio com sarjeta e de sinalização verificou-

se que no âmbito do contrato 292/2015, eles foram executados parcialmente nas vias Av.

Getúlio Vargas e na Travessa 04. A quantidade efetivamente executada dos serviços

envolvidos no recapeamento foi determinada por meio do levantamento da largura, extensão

e espessura com auxílio de GPS e trena, sendo os resultados apresentados a seguir:

Tabela 5 - Levantamento quantidade recapeada Rua Getúlio Vargas

Pontos Coordenadas

Extensão (m ) Largura (m) Área (m2) X Y

Trecho 01 16º11'41,1'' 48º42'44,0''

307 6,4 1.964,80 16º11'17,7'' 48º42'34,5''

Trecho 02 16º11'19,1'' 48º42'35,6

217 6,4 1.388,80 16º11'21,5" 48º42'28,7"

Somatório (m2) 3.353,60

Quadro 4 - Levantamento quantidade recapeada da Travessa 4

Pontos Coordenadas Extensão

(m )

Largura

(m) Área (m2)

X Y

Início 16º11'36,5'' 48º42'42,6'' 242 6,5 1.573,00

Fim 16º11'36,4'' 48º42'34,7''

Na Rua Getúlio Vargas foi efetivamente recapeada uma área de 3.353,60 m2, que é um valor

muito próximo à quantidade paga até a segunda medição, 3.360,47 m2. Entretanto, na

Travessa 4 a área efetivamente recapeada foi de 1.573,00 m2, ao passo que o quantitativo

medido e pago foi de 2.426,76 m2. Neste caso, uma medição e pagamento a maior de 853,76

m2. Este quantitativo majorado, por já ter sido pago, gera superfaturamento em todos os

subitens de serviço do item 2.0 – revestimento da planilha, conforme cálculo seguinte.

Por meio de inspeção visual da superfície da pista e dos ensaios de concreto asfáltico

apresentados é possível afirmar que o recapeamento foi executado em concreto betuminoso

usinado a quente faixa C do DNIT, em grande parte da Rua Getúlio Vargas quanto na

totalidade da Travessa 4, conforme registro fotográfico seguinte.

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Foto 4: Textura da capa asfáltica em CBUQ na Rua Getúlio Vargas – eixo da rua

próximo pousada Andressa. Abadiânia, 17 de agosto de 2016.

Na Foto 4 acima, próxima ao eixo da rua em frente a Pousada Andressa, é possível

identificar um pequeno buraco na superfície devido à perda de um grão do agregado graúdo

da mistura. Essa perda do grão, associada ao aparecimento do material terroso, indica que

neste ponto a espessura do CBUQ aplicada não atendeu à dimensão de 3,0cm especificada,

conforme Foto 2 de um defeito pré-existente do revestimento executado a menos de doze

meses (outubro de 2015).

Foto 5: Registro de espessura de 1,5 cm de capa asfáltica em CBUQ na Rua Getúlio

Vargas – eixo da rua próximo pousada Andressa. Abadiânia, 17 de agosto de 2016.

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Em outro ponto da mesma rua, agora na borda da via, foi identificado o mesmo tipo de

defeito. Ou seja, a espessura da camada verificada de 1,5 cm é inferior à espessura

especificada de 3,00 cm, conforme Foto 6 seguinte:

Foto 6: Registro de espessura de 1,5 cm de capa asfáltica em CBUQ na Rua Getúlio

Vargas – buraco pré-existente na borda próximo à esquina com a Rua 2. Abadiânia, 17

de agosto de 2016.

Essas constatações não são suficientes para condenar a qualidade de todo o recapeamento da

rua Getúlio Vargas, por se limitarem a duas ocorrências. Todavia, por terem sido

identificadas em locais de defeitos pré-existentes originados a menos de um ano da

execução, indicam claramente que, especificamente nestes locais, o serviço não foi

executado conforme especificado em projeto.

Além disso, tais constatações põem em dúvida a fidedignidade dos resultados dos ensaios de

controle do grau de compactação da camada de CBUQ realizados pela empresa Soloarte

Controle Tecnológico em 08 de outubro de 2015, os quais identificaram espessura média

executada de 3,18 cm, considerando extração de corpos de provas em quatro pontos da via.

Ressalta-se que os resultados da aferição da espessura executada são fortemente

influenciados pela escolha dos locais de extração dos corpos de prova, podendo o operador

excluir da amostra locais onde sabidamente a espessura de projeto não tenha sido atingida,

ludibriando a fiscalização.

Outro fator que pode interferir no resultado destes testes, ocultando uma execução de menor

espessura, é o fato de esse recapeamento está sendo feito sobre uma via com revestimento

pré-existente. Assim, a medição da espessura do corpo de prova pode está incluindo a

espessura da camada de revestimento pré-existente, falseando a espessura de fato executada

no âmbito do contrato 292/2015.

Convém registrar, que não há na documentação encaminhada pela prefeitura registro

fotográfico da realização do processo de extração dos corpos de prova, tampouco do

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momento da medição das espessuras dos mesmos. Tais registros foram solicitados por meio

da Solicitação de Fiscalização nº 05, mas não foram entregues conforme manifestação da

contratada anexa ao nº 246/16/GABIN da prefeitura.

Apresar de a negativa se basear em argumentação da contratada de que o registro fotográfico

não é essencial, convém alertar que a existência do mesmo é exigida da fiscalização da

prefeitura como comprovação do acompanhamento efetivo da aferição da qualidade do

serviço e do comportamento diligente do fiscal em comprovar o afastamento dos fatores

falseadores dos resultados dos ensaios.

No que se refere ao serviço de meio fio com sarjeta, não foi constatada qualquer indício de

nova execução. Conforme comprovado pela Foto 4, na Rua Getúlio Vargas o meio fio é

desprovido de sarjeta e já existia no momento do recapeamento.

Foto 7: Condição da drenagem superficial na Rua Getúlio Vargas – ausência de

sarjeta, meio fio antigo. Abadiânia, 17 de agosto de 2016.

A Foto 7, retirada após um dia chuvoso, denuncia a condição deficiente da drenagem da via

recapeada provocada pela ausência do abaulamento de 3% e dos dispositivos de drenagem

adequados previsto no projeto de engenharia. No projeto licitado, existe previsão de

execução de 64,50 m de meio fio com sarjeta, conforme seção transversal da via apresentada

a seguir:

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Foto 8: Seção transversal projetada constante do Volume Técnico do

Processo 2635.1006.609-41/2013.

Portanto, os serviços executados na Rua Getúlio Vargas apresentam evidências de

deficiências quantitativas e qualitativas comprometedoras da funcionalidade e da

durabilidade, caracterizando descumprimento do projeto. Como esses serviços foram

atestados e pagos, fica caracterizado o superfaturamento por qualidade.

Na Travessa 4, embora tenha sido constatado um superfaturamento de quantidade por ter

sido medido e pago uma área superior à efetivamente recapeada, a espessura da capa

encontra-se com valores até superiores aos 3,0 cm projetados. A textura superficial era típica

de CBUQ.

Neste caso, não foram identificados defeitos como buracos ou desagregação de partículas na

superfície do revestimento. Por isso, a espessura da capa foi medida com trena em pedaços

de revestimento das bordas da via retirados durante a construção de meio fio com sarjetas,

conforme registro fotográfico seguinte:

Fotos 9 e 10: Registros da espessura da borda da capa asfáltica na Travessa 4.

Abadiânia, 19 de agosto de 2016.

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Verificou-se que na Travessa 4 foram executados dispositivos de drenagem meio fio com

sarjeta na extensão de 172,60 m, conforme registro fotográfico seguinte:

Fotos 11 e 12: Registros do meio-fio com sarjeta executados na Travessa 4 (lado esquerdo

sentido centro-bairro) - Abadiânia, 19 de agosto de 2016.

Conforme Quadro 3, foi detectada altura do meio fio acima da sarjeta de 15 cm,

contrariando o projeto, cuja especificação é 23,0 cm (vide foto 5). Essa deficiência executiva

é prejudicial à funcionalidade do dispositivo de drenagem e ensejadora de refazimento às

expensas da contratada.

Fotos 13, 14 e 15: Registros do meio-fio com altura acima com sarjeta inferior ao projetado

na Travessa 4 (lados esquerdo e direito sentido centro-bairro) - Abadiânia, 19 de agosto de

2016.

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Fotos 16 e 17: Largura do topo do meio fio (10 cm) coerente ao projetado na Travessa 4

(lados esquerdo e direito sentido centro-bairro) - Abadiânia, 19 de agosto de 2016.

Com relação à largura do topo do meio fio executado na Travessa 4, verificou-se que a

dimensão detectada de 10 cm é coerente com o projeto.

No caso da largura da sarjeta, verificou-se concordância com o projeto apenas na sarjeta

executada do lado esquerdo. Na sarjeta do lado direito, a largura detectada foi de 26 cm,

enquanto o projeto especifica largura de 35cm (vide Fotos a seguir). Assim, no lado direito a

execução foi deficiente e enseja refazimento às expensas da contratada.

Foto 18: Largura de 33 cm da sarjeta do lado esquerdo (sentido centro-bairro) na

Travessa A. Abadiânia, 19 de agosto de 2016.

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Foto 19: Largura de 26 cm da sarjeta do lado direito (sentido centro-bairro) na Travessa

A. Abadiânia, 19 de agosto de 2016.

Por fim, registra-se que a execução desses dispositivos de drenagem superficial ainda não foi

contemplada em medição, não caracterizando superfaturamento. Entretanto, trata-se

execução deficiente passível de correção pela contratada, afim de não prejudicar a

funcionalidade dos dispositivos.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 338, de 13 de outubro de 2016, a Prefeitura Municipal de

Abadiânia/GO apresentou a seguinte manifestação:

“No parágrafo segundo, da página 33 do relatório, está descrito que: "este um item cuja

quantidade licitada provavelmente não fosse totalmente necessária (vide o caso da Rua

Gelúlio Vargas)", estes quantitativos foram levantados pelo Técnico em Agrimensura

contratado da Prefeitura Municipal de Abadiânia, Sr. I.D.S.. E estes mesmos quantitativos

foram vistoriados e aceitos pelos Engenheiros do GIGOV/AN antes da aprovação do

projeto e do orçamento em tela.

No penúltimo parágrafo da página 33 do relatório, relata sobre o barracão de obras. A

empresa vencedora do certame solicitou junto à GIGOV/AN que este item fosse substituído

por um aluguel residencial, onde ficariam hospedados seus funcionários e depósito de

maquinários, durante a execução dos serviços, o que não foi aceito e este item foi glosado

pela GIGOV/AN, e não foram pagos, conforme pode-se constatar nas medições

subsequentes.

No segundo parágrafo da página 34 do relatório, foi encontrado pelos fiscais do CGU uma

diferença para mais na área recapeada de 853,76 m². Acreditamos que pode ter havido um

engano na medição da largura da Travessa 4, pois segundo o levantamento do Técnico em

Agrimensura contratado da Prefeitura Municipal de Abadiânia, Sr. I. D. S. este achou uma

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largura média de 8,43 metros. Esta mesma via foi vistoriada pelos Engenheiros fiscais do

GIGOV/AN, e o serviço executado no local foi aceito e pago.

Nos parágrafos seguintes os fiscais da CGU relatam sobre a espessura do recapeamento, e

afirmam que o mesmo é inconstante e que não obedece ao projeto, e colocam em cheque a

fidedignidade dos resultados dos testes elaborados pela empresa Soloarte Controle

Tecnológico. O pavimento existente que recebeu o referido recapeamento, como todo

pavimento utilizado por inúmeros veículos, tende a se deformar, com o aparecimento de

desníveis em toda sua área de diferentes profundidades. No local em questão, há alturas

que efetivamente tem mais do que a espessura estipulada, como encontrado na Travessa 4,

bem como em alguns locais aparecem com espessuras um pouco abaixo. Sendo que na

média foi encontrada uma espessura de 3,18 cm. Valor este bem próximo à espessura

estipulada no orçamento. Sendo que estes locais foram vistoriados e pagos pelos

Engenheiros do GIGOV/AN.

Como constatado pela fiscalização da CGU, o serviço de meio fio e sarjetas não ficaram de

acordo com o projeto, sendo assim, os mesmos não foram medidos e nem pagos.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A manifestação do gestor se inicia abordando um aspecto secundário do fato, desviando o

foco do fato principal que é a manipulação da planilha contratual atenuando a condição de

execução do contrato em relação ao cenário licitado, sem oportunizar aos demais

interessados as condições reais de execução do objeto. Mesmo em relação a esse aspecto

secundário, o argumento de que as quantidades de meio fio e sarjeta foram levantadas por

agrimensor e aprovadas pela Caixa não elide a tese de desnecessidade de quantitativos deste

item na Rua Getúlio Vargas, onde não se verificou, de fato, execução de meio fio com

sarjetas novos.

Em relação ao item barracão de obras, de fato houve a glosa pela GIGOV/AN o que elide o

superfaturamento apontado.

No que se refere à medição a maior de área recapeada, mesmo adotando como largura o

valor apresentado pela prefeitura de 8,43m não se obtém a área total medida e paga na

Travessa 4. Convém registrar que no cálculo da CGU foi adotada a máxima largura do

trecho onde efetivamente se verificou a execução de camada de CBUQ, que foi entre a Rua

B até a Av. Anápolis, totalizando 242,00 m de extensão. No trecho entre a Av. Anápolis e

Av. Monsenhor Chiquinho não foi executado CBUQ. Portanto, a justificativa apresentada

não elide o fato relatado.

A justificativa apresentada para as espessuras menores do que 3,0cm na R. Getúlio Vargas

não pode ser aceita. Não foi o efeito do tráfego e por conseguinte deformação no pavimento

que provocou as diferentes espessuras detectadas. Na data da vistoria, o revestimento

executado possuía menos de um ano de vida, exposto a um tráfego de veículos leves por se

tratar de uma via secundária em localidade residencial. Além disso, nos locais onde foram

encontradas as espessuras inferiores não foi detectado afundamento na trilha de rodas

característicos de deformação do pavimento como um todo, nem o deslizamento longitudinal

ou lateral do revestimento típicos de áreas de frenagem e de curvas de veículos pesados.

Reitera-se que a via é reta e sem tráfego de veículos pesados. Assim, de fato, as diferenças

de espessuras detectadas consistem em defeitos de execução, que não deveriam ter sido

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aceitos pela fiscalização. Portanto, a manifestação apresentada em nada contribui para elidir

o fato relatado, tampouco apresenta soluções para resguardar o erário de maiores prejuízos.

Com relação aos serviços de meio fio e sarjeta, o gestor limitou-se a confirmar o fato

relatado, afirmando que o mesmo não foi pago.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.10. Contrato n° 292/2015: superfaturamento por inexecução parcial do objeto.

Fato

Por meio da inspeção física, constatou-se que a quantidade medida e paga dos serviços de

revestimento asfáltico foi superior à efetivamente executada, gerando um superfaturamento

no valor de R$ 28.440,98 a preços iniciais.

Conforme relatado neste relatório, na Travessa 4, a área efetivamente recapeada foi de

1.573,00 m², ao passo que o quantitativo medido e pago foi de 2.426,76 m². Neste caso, uma

medição e pagamento a maior de 853,76 m².

Verificou-se que as duas medições, validadas pelos Relatório de Acompanhamento de

Engenharia nº 1 (folhas 87 a 89) e nº 2 (folhas 106 a 107), consideraram o recapeamento em

toda a extensão da Travessa 4, ao passo que durante a inspeção in loco foi possível

identificar recapeamento em CBUQ apenas no trecho que vai da Rua B até a Av. Anápolis,

totalizando 242,00 m de extensão.

No segmento entre a Avenida Anápolis e a Av. Monsenhor Chiquinho não foram

encontradas evidências de recapeamento em CBUQ, conforme registro fotográfico seguinte:

Foto 20: Textura típica de tratamento superficial na Travessa 4

– Abadiânia/GO, 19 de agosto de 2016.

Foto 21: Panela na Travessa 4 – Abadiânia/GO, 19 de agosto

de 2016.

Foto 22: Panelas fechadas com argamassa na Travessa 4 – Foto 23: Trinca com aparecimento de panelas na Travessa 4 –

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Abadiânia/GO, 19 de agosto de 2016. Abadiânia/GO, 19 de agosto de 2016.

Foto 24: Segmento da Travessa 4 entre Ruas B e C não recapeado em CBUQ – textura típica de tratamento

superficial. Abadiânia, 19 de agosto de 2016.

Foto 25: Segmento na Travessa 4 entre Ruas B e C não recapeado em CBUQ – textura típica de tratamento

superficial. Abadiânia, 19 de agosto de 2016.

Foto 26: Detalhe do cruzamento da Travessa 4 com Rua B – início da execução do CBUQ até Av. Anápolis. Abadiânia, 19 de

agosto de 2016.

Na tabela e quadro seguintes são apresentadas as coordenadas geográficas dos pontos de

início e fim dos trechos efetivamente recapeados e as respectivas áreas executadas:

Tabela 6 - Levantamento quantidade recapeada Rua Getúlio Vargas

Pontos Coordenadas

Extensão (m ) Largura (m) Área (m2) X Y

Trecho 01 16º11'41,1'' 48º42'44,0''

307 6,4 1.964,80 16º11'17,7'' 48º42'34,5''

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Trecho 02 16º11'19,1'' 48º42'35,6

217 6,4 1.388,80 16º11'21,5" 48º42'28,7"

Somatório (m2) 3.353,60

Quadro 5 - Levantamento quantidade recapeada da Travessa 4

Pontos Coordenadas Extensão

(m )

Largura

(m) Área (m2)

X Y

Início 16º11'36,5'' 48º42'42,6'' 242 6,5 1.573,00

Fim 16º11'36,4'' 48º42'34,7''

Assim, a área de vias efetivamente recapeadas no âmbito do contrato 292/2015 até agosto de

2016 foi de 4.926,60 m², considerando as Rua Getúlio Vargas e Travessa 4, enquanto o valor

medido até então corresponde a uma área recapeada de 5.787,23 m². Este quantitativo

majorado, por já ter sido pago, gera superfaturamento em todos os subitens de serviço do

item 2.0 – revestimento da planilha, conforme cálculo seguinte.

Além disso, o quantitativo do item 2.5 – transporte comercial medido foi majorado pela

consideração de uma distância média de transporte da pedreira até a usina de massa asfáltica

superior a efetivamente praticada km.

Dividindo-se o momento de transporte medido de 17.334,69 m³ x km pela quantidade de

massa asfáltica em volume solto 222,22 m³ (1,28 * 423,6 t / 2,44 t/m³), obtém uma DMT de

78,00 km.

Conforme documentação apresentada, a usinagem do CBUQ está sendo realizada em

Sobradinho-DF na usina PREPAV. A pedreira que fornece a brita para a mistura é a Pedreira

CIPLAN, que se localiza também no Distrito Federal a 30 km da usina. Neste caso, a

quantidade correspondente à DMT de 30 km será 6.666,60 m³ x km (222,22 m³ x 30 km), o

que é bem inferior à quantidade medida de 17.334,69 m³ x km.

Tabela 7 – Cálculo do superfaturamento por majoração de área recapeada e superestimativa do momento de transporte

da brita comercial.

ITEM DESCRIÇÃO Und R$

Unitário

Quantidade

Paga

Valor Pago

(R$)

Quantidade

executada

Valor

Executado

(R$)

2.1 Pintura de ligação com emulsão RR-2C m² 1,42 5.787,23 8.214,65 4.926,60 6.993,04

2.2 Fabricação e aplicação de concreto betuminoso usinado a quente (CBUQ), CAP

50/70, exclusive transporte

ton

235,69 423,66 99.852,25 360,63 84.996,74

2.3 Transporte local de massa asfáltica pavimentação urbana (DT = 5,0 km)

m³xKm 0,96 868,08 835,75 738,99 711,47

2.4

Transporte de material de qualquer natureza

DMT > 10 km, com caminhão basculante de

4,0 m³ (DT = 45 km)

txKm

0,86 19.064,70 16.472,09 16.228,35 14.021,46

2.5 Transporte comercial de brita m³xKm 0,74 17.334,69 12.837,72 6.666,60 4.933,28

2.6 Ensaio recebimento agregado unid. 188,47 6,00 1.130,79 6,00 1.130,79

2.7 Ensaio imprimação m² 0,02 5.787,23 142,86 4.926,60 121,62

2.8 Ensaio concreto asfáltico T 29,56 423,66 12.524,02 360,63 10.660,76

SOMATÓRIO 152.010,14 123.569,16

SUPERFATURAMENTO (R$) 28.440,98

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A comprovação do pagamento desses valores a maior é feita por meio das Notas Fiscais nº

771 e 839 referentes aos Boletins de Medição nº 01 e 02 e autorizações de saque nº 1 (folha

102) e nº 2 (folhas 125 a 128), ambos do processo 2635.1006.609-41-2013.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 338, de 13 de outubro, de 2016 a Prefeitura Municipal de

Abadiânia/GO apresentou a seguinte manifestação:

“Nos parágrafos da folha 38, novamente a diferença de área, que já narramos

anteriormente, e que acreditamos no equívoco na medição da largura da Travessa 4. E

reafirmamos que esta via foi fiscalizada, aprovada e paga pelo GIGOV/AN. Não se aplica.

Em relação ao item 2.5, esclarecemos que quando da confecção do orçamento, (vide folha

000052 da Tomada de Preços n° 004/2015), foi considerada a fornecedora de materiais

situada na cidade de Aparecida de Goiânia, distante 95 km de Abadiânia. Distância esta

aceita pela equipe de Engenheiros do GIGOV/AN. Só que a vencedora do certame preferiu

adquirir o material em outro município, o que inclusive foi esclarecido à fiscalização da

CGU, durante sua estada em Abadiânia.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Convém registrar que no cálculo da CGU foi adotada a máxima largura do trecho onde

efetivamente se verificou a execução de camada de CBUQ, que foi entre a Rua B até a Av.

Anápolis, totalizando 242,00 m de extensão. No trecho entre a Av. Anápolis e Av.

Monsenhor Chiquinho não foi executado CBUQ. Assim, a medição a maior se deu por

considerar trecho onde o recapeamento não foi executado, não por consideração de largura

equivocada. Portanto, a justificativa apresentada não elide o fato relatado e apenas tenta

transferir a responsabilidade pelo superfaturamento à GIGOV/AN.

No que concerne ao superfaturamento devido a distância de transporte da fonte da brita

comercial para usina de CBUQ, a manifestação não contestou o mérito do fato constatado,

que é a majoração da distância orçada em relação efetivamente praticada. Ela apenas reforça

o fato relatado atribuindo a responsabilidade à GIGOV/AN pela aceitação da distância

orçada.

Ao mencionar a aceitação da distância de 95km pela GIGOV/AN, o gestor municipal

considera que a brita comercial, assim como os demais materiais, seriam transportados de

Aparecida de Goiânia para Abadiânia, para nesse município serem usinados, o que não é

uma solução exequível, dada a pequena quantidade de serviço e a inexistência de usina de

asfalto operando em Abadiânia.

Em momento algum de sua manifestação o gestor municipal mencionou ou apresentou

evidências sobre a distância real praticada entre a pedreira efetivamente adotada e a usina

efetivamente utilizada. Limitou-se a citar a aceitação da distância adotada na orçamentação

como sendo suficiente para afastar a responsabilidade da fiscalização da prefeitura em

garantir à coerência dos valores pagos ao que efetivamente foi realizado em campo e de

promover o reequilíbrio econômico financeiro do contrato em favor da Administração.

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##/AnaliseControleInterno##

2.2.11. Tomada de Preços n° 004/2015 e contrato decorrente (Contrato n° 292/2015):

superestimativa de quantidade de transporte comercial de brita para usinagem do

CBUQ resultado em superfaturamento.

Fato

O orçamento de referência da Administração para Tomada de Preços 004/2015

superestimou a quantidade do transporte comercial de brita para usinagem do CBUQ por

adotar distância excessiva entre o fornecedor do agregado e a Usina de Asfalto.

No orçamento licitado foi previsto a quantidade de 41.587,92 m³ x km para o transporte

comercial de brita. Dividindo esse quantitativo pelo volume de agregado solto, obtém-se a

distância média de transporte considerada na orçamentação, que é 108 km (41.587,92 m³ x

km / 1,28 x 420,08 m³ = 77,50 km); onde 1,28 é a relação entre a densidade do agregado

compactado e a densidade do agregado solto (2,3 / 1,8).

De acordo com as fichas de ensaios de recebimentos de agregados verificou-se que os

mesmos procedem da Pedreira CIPLAN, localizada no DF. Segundo os croquis de

localização da usina de asfalto apresentado, a mistura asfáltica está sendo realizada em

Sobradinho – DF. A distância entre esses dois locais gira em torno de 30 km, conforme

consulta no mapa da Google.

Quadro 6 - Distância entre o fornecedor de agregados e a usina de asfalto.

Fonte: Mapa Google.

A quantidade do momento do transporte considerando a distância de 30 km é de 16.131,07

m³ x Km (1,28 * 420,08 m³ x 30 km). Portanto, no orçamento estimativo, a quantidade do

transporte de brita foi superestimada em 25.456,848 m³ x km. Considerando essa

majoração quantitativa o preço unitário de R$ 0,86, já considerado o BDI, têm-se uma

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superestimativa de R$ 21.892,89 a PO, valor que representa aproximadamente 9% do valor

total do orçamento.

Após a licitação, a quantidade contratada do transporte comercial da brita foi reduzida para

24.281,81 m³ x km, em função da redução do volume compactado de agregado, que no

contrato passou a ser 241 m³ (588,65 t / 2,44t/m³). Na condição solta para transporte esse

volume corresponde a 308,48 m³. Dessa forma, a distância média de transporte considerada

no orçamento contratado também foi de 78,7 Km (24.281,81 m³ x Km / 308,48 m³).

Considerando a distância de 30 Km, obtém-se o momento de transporte de 9.254,4 m³ x

km (308,48 m³ x 30km). Logo existe uma majoração de quantidade de 15.027,41 m³ x km.

Multiplicando essa majoração de quantidade pelo preço unitário contratado de R$ 0,74

chega-se a um sobrepreço para este item de R$ 8.714,14, a PO.

Até agosto de 2016 foi medida e paga a quantidade de 416,88 t de CBUQ. Esse

quantitativo compreende um volume de brita no estado solto de 232,00 m3 (1,28x[416,88 t

/ 2,3 t/m3]). Multiplicando esse volume solto pela distância de 30 km, obtém-se o

momento de transporte executado de 6.960,08 m3 x km. Conforme registrado no 2º

boletim de medição, foi atestado ao quantitativo de momento de transporte de 17.187,88

m3 x km, isto é, mais de o dobro do quantitativo efetivamente realizado, gerando um

superfaturamento de R$ 7.568,56 (10.227,80 m3xkm X 0,74 R$/ m3xkm), a preços

iniciais.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 338, de 13 de outubro, de 2016 a Prefeitura Municipal de

Abadiânia/GO apresentou a seguinte manifestação:

“Como esclarecido no item anterior, a empresa Feijãozinho Escavações e Terraplenagem

Ltda. preferiu comprar em outro município, com outro fornecedor. O que não pode ser

indeferido pela Contratante, uma vez que não se pode interferir na escolha do fornecedor. E

mais uma vez esclarecendo, que este item foi devidamente aprovado pela GIGOV/AN antes

da referida Tomada de Preços.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A manifestação se limita a citar o direito da contratada de adquirir os insumos onde melhor

lhe convier. Não trata do fato apontado, que é o pagamento de distância de transporte da

brita superior à distância efetivamente praticada no transporte da pedreira até a usina. Em

relação ao pagamento dos serviços com o excesso de quantidade apontada, o gestor

municipal limita-se a afirmar que o item foi aprovado pela GIGOV/AN antes da tomada de

preços.

Nessa afirmação, observa-se descaso do gestor municipal em garantir, por meio de sua

estrutura de fiscalização, a coerência entre o quantitativo pago e o efetivamente executado,

especificamente em relação ao item Transporte comercial da brita. ##/AnaliseControleInterno##

2.2.12. Não atendimento das condições do "Programa de Apoio à Política Nacional de

Desenvolvimento Urbano no Estado de Goiás"

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Fato

Considerando que a conformação das estruturas previstas para execução a partir do

Contrato de Repasse n° 787274/2013 - recapeamento do pavimento de vias públicas e de

execução de sarjetas – auxilia na captação da água pluvial e na sua condução até os

sistemas de condutos, as deficiências técnicas relativas à não execução do abaulamento as

vias executadas, conforme registros fotográficos a seguir, bem como os problemas

relativos à execução do recapeamento em espessura inferior à contratada e a inexecução

parcial do objeto medido levam a conclusão pelo não cumprimento dos parâmetros

funcionais das estruturas e do desatendimento do programa financiado – Programa de

Apoio à Política Nacional de Desenvolvimento Urbano no Estado de Goiás.

Foto 27: Água escoando para o centro

da via (Rua Getúlio Vargas). Abadiânia,

17 de agosto de 2016.

Foto 28: Água empoçada na Rua Getúlio

Vargas. Abadiânia, 17 de agosto de

2016.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 338, de 13 de outubro de 2016, a Prefeitura Municipal de

Abadiânia/GO apresentou a seguinte manifestação:

“O serviço atendeu em parte as condições previstas no Programa de Apoio à Política

Nacional de Desenvolvimento Urbano no Estado de Goiás, e como já foi esclarecido

anteriormente sobre a espessura, sobre a não conclusão total dos serviços, é também devido

há não existir rede de águas pluviais no Município.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Os esclarecimentos mencionados pelo gestor que embasa a sua tese de atendimento parcial

às condições do Programa não prosperaram e foram afastados nas análises de itens

anteriores.

Além disso, a inexistência de rede de águas pluviais não é a causa do não atendimento às

condições do Programa. De nada adiantaria tais redes se a funcionalidade do revestimento e

dos dispositivos de drenagem superficial estiver comprometida. A inexistência do

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abaulamento conforme projeto e de declividades longitudinais adequadas dos dispositivos de

meio fio com sarjeta, assim como dimensões inferiores às projetadas comprometem

consideravelmente a capacidade de escoamento das águas de chuva, favorecendo os

acúmulos detectados.

Assim sendo, a manifestação não elide a constatação.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.13. Contrato de Repasse n° 787274/2013: redução de escopo licitado, sem

correspondente redução de valor, com favorecimento da única participante do certame

e caracterizando afronta ao Princípio da Isonomia .

Fato

A fim de verificar se as obras de recapeamento objeto do Contrato de Repasse n° 787274

estão sendo executadas de acordo com as especificações técnicas e projeto básico licitado,

foi realizada análise da documentação de obra em poder do proponente, inspeção física das

vias recapeadas por meio do levantamento das dimensões executadas, registro fotográfico

da capa asfáltica executada, avaliação da adequação do controle tecnológico dos materiais

empregados e, por fim, verificação da funcionalidade do serviço executado.

Inicialmente, convém relatar que o objeto especificado no projeto básico que serviu de

base para a Tomada de Preços 004/2015 contemplava o recapeamento de diversas vias

urbanas que totalizavam 14.002,77 m2. A empresa vencedora do certame apresentou

proposta no valor de R$ 253.276,56 para execução desse escopo sob o regime de

empreitada por preço global no prazo máximo de 120 dias corridos.

Entretanto, por ocasião da assinatura do contrato nº 292/2015 o escopo inicialmente

previsto e licitado foi reduzido para uma área recapeada de 8.175,76 m2, mantido o valor

do objeto de R$ 253.276,56 e o mesmo prazo de execução.

Essa situação foi possível graças a modificações de quantidade, unidade e de preço do

serviço “fabricação e aplicação de CBUQ, CAP 50/70 exclusive transporte” que

majoraram o valor desse item, concomitantemente com a redução de quantitativos e preços

de outros serviços da planilha como pintura de ligação, meio fio com sarjeta, transporte de

materiais e sinalização.

Especificamente em relação ao item cujo valor total foi numericamente elevado, convém

registrar, que embora a unidade do serviço na versão licitada fosse volumétrica (m3), o

custo unitário da planilha aceita no certame para este item 2.2 (R$ 166,90) tem ordem de

grandeza do valor do custo unitário da tonelada. Assim, o aumento de valor do item em

comento foi provocado pelo aumento no valor numérico da quantidade (passou de 420,08

m3 para 588,65 t) e pela alteração do custo unitário licitado de R$ 166,90 para R$ 190,95,

valor muito próximo do valor da mediana do Sinapi GO Junho 2014 (R$ 191,70).

No que se refere aos itens cujos valores foram reduzidos para compensar o aumento do

valor do item 2.2, é imperioso destacar que a parcela mais significativa da redução decorre

da diminuição das quantidades dos serviços de transportes de materiais, pintura de ligação

e ensaios de concreto asfáltico, os quais tiveram os custos unitários inalterados no

momento da contratação. O item meio fio com sarjeta, além de ter a quantidade reduzida

em função da diminuição da quantidade de vias contempladas, contribuiu para a

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compensação com a redução de seu custo unitário de R$ 63,00 para R$ 59,89. Ressalta-se

que as vias objetos da intervenção já eram pavimentadas e já possuíam o meio fio, sendo

este um item cuja a quantidade licitada provavelmente não fosse totalmente necessária

(vide o caso da Rua Getúlio Vargas).

Em síntese, verificou-se que a Administração Municipal, com anuência da Caixa

Econômica Federal, alterou significativamente a condição de execução do objeto licitado,

favorecendo a única participante do certame por ocasião da assinatura do contrato, uma vez

que não foi dada oportunidade a outros possíveis interessados conhecer dessas novas

condições de execução.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 338, de 13 de outubro de 2016, a Prefeitura Municipal de

Abadiânia/GO apresentou a seguinte manifestação:

“Já comentado anteriormente, salientando novamente que as condições de tomada de

preços e execução do objeto licitado foram feitas com a anuência total da CEF – Caixa

Econômica Federal.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

O comentário anterior citado se refere ao emitido na manifestação do item 7, onde afirmou-

se que a diferença de área ocorreu por causa da majoração no período do item “fabricação e

aplicação de CBUQ, CAP 50/70 exclusive transporte”.

Não é razoável uma alteração significativa em favor do licitante sob alegação de aumento do

período, até por que o preço unitário efetivamente contratado (R$ 235,69) não estava

defasado em relação ao preço de mercado para o serviço "fabricação e aplicação de CBUQ,

CAP 50/70 exclusive transporte" código SIANPI 72965 em junho de 2014 (R$ 236,61) e em

setembro de 2015 (R$ 236,07), data de efetiva realização do serviço.

Observa-se nessa alteração da planilha contratada em relação à licitada um favorecimento

excessivo da licitante Feijãozinho, pois foi contemplada com o privilégio de executar o

contrato em condições bem mais favoráveis do que a condição de execução apresentada e

divulgada pela Administração Municipal durante o processo licitatório. O fato de a

Administração não ter publicado a nova condição mais favorável de execução do contrato

alijou do processo outros possíveis interessados. Assim, ficou caracterizada afronta ao

princípio da Isonomia. ##/AnaliseControleInterno##

2.2.14. Contrato de Repasse n° 787274/2013: prazo para prestação de contas não

encerrado.

Fato

Tendo sido celebrado em 05 de dezembro de 2013, o Contrato de Repasse (CR) nº 787274

(Processo CEF n° 2635.1006.609-41/2013) pactuado entre a União, por intermédio do

Ministério do Cidades, representado pela Caixa Econômica Federal (CEF), e o Município

de Abadiânia/GO, encontrava-se em vigência no momento da realização desta fiscalização.

Conforme já mencionado, o término da vigência foi marcado para ocorrer em 10 de

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novembro de 2016 e, ainda de acordo com o instrumento contratual, a prestação de contas

da realização do objeto e da execução dos recursos transferidos foi marcada para até

sessenta dias após encerramento da relação obrigacional.

##/Fato##

3. Conclusão

Com base nos exames realizados, conclui-se que a aplicação dos recursos federais não está

adequada e exige providências de regularização por parte dos gestores municipais e federais.

Foram fiscalizados recursos já executados no montante de R$ 149.935,47 de um total

contratado de R$ 253.276,56, referentes aos pagamentos já realizados no âmbito do Contrato

nº 292/2015 da então Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos - SMOSP, utilizado

pela Prefeitura de Abadiânia para a execução do objeto do Contrato de Repasse.

Destacam-se, a seguir, as situações de maior relevância quanto aos impactos sobre a

efetividade do Programa/Ação fiscalizado:

- Constatação 2.1.2. Obras atrasadas por falta de recursos;

- Constatação 2.2.3. Edital da Tomada de Preços n° 004/2015: estabelecimento de visita

técnica obrigatória, em três datas predeterminadas, como condição de participação na

licitação, incorrendo em restrição à competitividade do certame;

- Constatação 2.2.5. Contrato n° 292/2015: alíquota de ISS utilizada para composição do

BDI maior que a efetivamente cobrada pelo Município de Abadiânia/GO, gerando

sobrepreço de R$ 6.751,03 e superfaturamento de R$ R$ 3.237,87 a preços iniciais;

- Constatação 2.2.7. Contrato n° 292/2015: sobrepreço e superfaturamento em serviços de

transporte de material;

- Constatação 2.2.8. Contrato n° 292/2015: sobrepreço do item 2.8 ensaio de concreto

asfáltico, gerando superfaturamento potencial (R$ 9.406,62) e efetivo (R$ 3.292,35);

- Constatação 2.2.9. Inspeção física sobre o objeto do Contrato n° 292/2015: área

efetivamente recapeada inferior ao montante medido; pontos com espessura do

recapeamento inferior ao contratado; meio-fio com dimensão menor que a contratada e

deficiência técnica no pavimento executado (falta de abaulamento);

- Constatação 2.2.10. Contrato n° 292/2015: superfaturamento por inexecução parcial do

objeto no valor de R$ 28.440,98 a preços iniciais;

- Constatação 2.2.11. Tomada de Preços n° 004/2015 e contrato decorrente (Contrato n°

292/2015): superestimativa de quantidade de transporte comercial de brita para usinagem do

CBUQ resultando em superfaturamento no valor de R$ 7.568,56, a preços iniciais;

- Constatação 2.2.12. Não atendimento das condições do "Programa de Apoio à Política

Nacional de Desenvolvimento Urbano no Estado de Goiás";

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- Constatação 2.2.13. Contrato de Repasse n° 787274/2013: redução de escopo licitado, sem

correspondente redução de valor, com favorecimento da única participante do certame e

caracterizando afronta ao Princípio da Isonomia.

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Ordem de Serviço: 201602177

Município/UF: Abadiânia/GO

Órgão: MINISTERIO DAS CIDADES

Instrumento de Transferência: Contrato de Repasse - 790545

Unidade Examinada: ABADIANIA PREF. MUN GABINETE DO PREFEITO

Montante de Recursos Financeiros: R$ 500.000,00

1. Introdução

Este Relatório trata do resultado de ação de controle que teve como objetivo analisar os atos

praticados para a execução do objeto do Contrato de Repasse 790545/2013, celebrado entre

a Prefeitura de Abadiânia e a Secretaria Executiva do Ministério das Cidades, referente ao

recapeamento asfáltico de vias do Município.

Os trabalhos de campo foram realizados no período de 15 a 19 de agosto de 2016, sobre a

aplicação de recursos federais do programa/ação 15.451.2054.1D73.0052,

PLANEJAMENTO URBANO / APOIO À POLÍTICA NACIONAL DE

DESENVOLVIMENTO URBANO, o qual contempla, dentre outros objetos, a pavimentação

e calçamento de vias urbanas. Para tanto, foi celebrado o Termo de Compromisso nº

1008.228-71/2013, no valor total de R$ 500.000,00, sendo o valor de R$ 493.100,00

proveniente do Orçamento Geral da União e R$ 6.900,00 a título de contrapartida.

Os exames foram realizados em estrita observância às normas de fiscalização aplicáveis ao

Serviço Público Federal, tendo sido utilizadas, dentre outras, técnicas de inspeção física e

registros fotográficos, análise documental, realização de entrevistas.

2. Resultados dos Exames

Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de

providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de

monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.

2.1 Parte 1

Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de

medidas preventivas e corretivas seja dos gestores federais.

2.2 Parte 2

Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para

adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.

Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de

recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito

de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das

pastas ministeriais. Esta Controladoria não realizará o monitoramento isolado das

providências saneadoras relacionadas a estas constatações.

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2.2.1. Contrato de Repasse n° 790545/2013: condições gerais de execução de ações de

recapeamento asfáltico no Município de Abadiânia/GO.

Fato

O Contrato de Repasse (CR) nº 790545 (Processo CEF n° 2635.1008.228-71/2013) foi

pactuado entre a União, por intermédio do Ministério do Cidades, representado pela Caixa

Econômica Federal (CEF), e o Município de Abadiânia/GO. O ajuste teve como objeto o

recapeamento asfáltico no Município de Abadiânia/GO, conforme plano de trabalho,

mediante a transferência de recursos até o limite fixado, sendo também prevista

contrapartida municipal. Os dados da avença estão a seguir resumidos:

a) Contrato de Repasse nº 790545 (Processo CEF n° 2635.1008.228-71/2013).

b) Data da Assinatura: 20 de dezembro de 2013.

c) Limite a ser transferido: R$ 493.100,00.

d) Contrapartida: R$ 6.900,00.

e) Data limite da vigência: até 30 de outubro de 2016.

Para apresentação de documentação de titularidade da área e apresentação de documentação

técnica de projeto de engenharia vigorou cláusula suspensiva de oito meses sendo também

previsto um mês para análise pela CEF após o recebimento.

Visando a execução das obras oriundas do contrato de repasse, a Prefeitura Municipal de

Abadiânia/GO realizou procedimento licitatório na modalidade Tomada de Preços (Processo

1981/2015), cujo aviso foi publicado no Diário Oficial da União em 18 de maio de 2015. A

vencedora do certame foi a empresa Feijãozinho Escavações e Terraplenagem Ltda. EPP

(CNPJ 08.448.846/0001-46) com proposta no valor total de R$ 443.428,22. A homologação

do certame aconteceu em 08 de junho de 2015 e os dados do contrato decorrente estão a

seguir resumidos:

f) Contrato n° 291/2015.

g) Objeto: execução de recapeamento asfáltico em diversas ruas de Abadiânia/GO.

h) Data da assinatura: 08 de julho de 2015.

i) Valor do contrato: R$ 443.428,22.

j) Valor da garantia: R$ 22.171,41.

k) Prazo para conclusão dos serviços: 02 meses a partir da ordem de execução.

A imagem a seguir ilustra as vias do Município de Abadiânia/GO com previsão para receber

de obras previstas pelo contrato de repasse fiscalizado:

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Foto 01: Pontos de intervenção das obras

previstas pelo CR n° 790545.

Cabe registrar que, na área de intervenção, foi prevista a execução de serviços de

recapeamento asfáltico com concreto betuminoso usinado a quente (CBUQ), instalação de

sinalização vertical e horizontal, bem como a execução de meio fio e sarjeta em pontos

específicos.

Para realização dos trabalhos de fiscalização da obra foram utilizados como parâmetros,

além dos projetos e orçamento disponibilizados na Caixa Econômica Federal (CEF) e na

Prefeitura Municipal de Abadiânia /GO, a proposta da empresa contratada para execução, o

Boletim de Medição n° 03, de 01/03/2016 (referente ao período entre 23/02/2016 a

01/03/2016), o Relatório de Acompanhamento da Execução (RAE) n° 02, de 17/12/2015, e a

situação encontrada em campo.

Por fim, registre-se que, o objeto previsto pelo CR nº 790545 são obras rotineiras

comumente realizadas pelos municípios brasileiros, guardando, ainda, segundo documentos

acostados nos autos do Processo n° 1981/2015, compatibilidade com os instrumentos de

planejamento (Plano Plurianual e Lei de Diretrizes Orçamentárias) do Município de

Abadiânia/GO.

##/Fato##

2.2.2. Recapeamento asfáltico no Município de Abadiânia/GO: obras realizadas nas

vias públicas do município.

Fato

Para comprovação do domínio das áreas de intervenção previstas pelo CR 790545, o

Município de Abadiânia/GO apresentou à CEF declaração de domínio público das áreas

(Processo 2635 1008 228-71/2013 – Volume Técnico – fl. 196). O documento datado de 03

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de novembro de 2015 relaciona nominalmente as vias com previsão para execução das

obras, indicando que se tratam de bens públicos sob a jurisdição do Município de

Abadiânia/GO e que independem de registro em cartório, conforme Artigos 98 e 99 do

Código Civil Brasileiro.

##/Fato##

2.2.3. Recapeamento asfáltico no Município de Abadiânia/GO: empreendimento

dispensado de licenciamento ambiental.

Fato

De acordo com termo de Dispensa de Licenciamento Ambiental n° 15481 (folha 094 do

Processo Caixa 2335 1008 228-71/2013 – Volume Técnico), de 08 de abril de 2015, a

Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos - SEMARH -, do Estado de Goiás,

declarou dispensável o licenciamento ambiental relativo às obras nas vias objeto de

intervenção do CR em comento, quais sejam, Getúlio Vargas, Cruvineu, Joaquim Alves,

Gontijo, Engenheiro Rabelo, São Paulo, Brasília, e Travessa A, Abadiânia/GO.

##/Fato##

2.2.4. Edital da Tomada de Preços n° 003/2015: estabelecimento de visita técnica

obrigatória, em três datas predeterminadas, como condição de participação na

licitação, incorrendo em restrição à competitividade do certame.

Fato

Os exames realizados sobre o Edital da Tomadas de Preços n° 003/2015 tiveram como

escopo a verificação da existência de disposições que, segundo jurisprudência do TCU,

comprometem a competitividade da licitação. Nesse sentido foram verificados os seguintes

aspectos relativos ao instrumento convocatório: (i) exigências quanto à natureza jurídica do

vínculo entre o responsável técnico e a empresa licitante; (ii) exigências relativas à garantia

de proposta; (iii) regras relativas ao conhecimento do local de execução do objeto licitado e

sua comprovação e; (iv) exigências relativas à qualificação técnica e financeira (índices

contábeis) dos interessados. Além disso, foi verificado o cumprimento das regras relativas à

publicidade do certame, bem como o cumprimento do prazo para abertura dos envelopes de

habilitação.

Sobre o primeiro aspecto averiguado, não foi constatado que o Edital da Tomada de Preços

n° 003 tenha exigido que o vínculo do profissional indicado como responsável técnico fosse

apenas de caráter empregatício. Consta genericamente do instrumento somente que a

aceitação do atestado estaria condicionada ao atendimento da legislação vigente.

A respeito das disposições relativas à garantia de proposta, cuja exigência concomitante a

patrimônio líquido mínimo ou a capital social mínimo é condenada pelo TCU, o edital

expressamente dispensou a comprovação de seu recolhimento.

Noutro ponto, quanto a exigências de índices contábeis, no edital da Tomada de Preços n°

003/2015 foi exigida a apresentação de índices de 1,0 para liquidez geral e corrente e índice

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de 50% para endividamento geral, não havendo, neste caso, ressalvas quanto a tais índices

produzirem restrições à participação incompatíveis com o objeto licitado.

Já com relação ao conhecimento do local de realização do objeto licitado, o Edital da

Tomada de Preços n° 003/2015 estabeleceu os dias de 22 de maio de 2015, 27 de maio de

2015 e 01 de junho de 2015, todos às 10 horas, para realização de visita aos locais das obras,

sendo que a comprovação da realização da visita configuraria condição técnica de

participação no certame. O estabelecimento de datas fixas para realização de visitas técnicas

configura restrição à competitividade, essencialmente, por alijar do certame aqueles não

podem estar nos locais indicados nas datas marcadas. Ademais, é de se ressaltar que ao

estabelecer o dia 1° de junho de 2015 como última data para realização da visita, a regra

alijou da disputa quaisquer outros interessados que manifestassem interesse em participar da

licitação a partir desse dia, lembrado que, até 03 de junho de 2015, nada deveria impedir a

participação de quaisquer interessados.

Quanto à publicidade do certame, conferidas as formas pelas quais foi dada publicidade à

Tomada de Preços n° 003/2015, foi verificado que o aviso do edital constou do Diário

Oficial da União (DOU) de 18 de maio de 2015 (N° 92, Seção 3, página 211) e, na mesma

data, do Diário Oficial dos Municípios do Estado de Goiás, publicação mantida pela

Federação Goiana de Municípios (FGM).

Em síntese, da análise efetuada sobre a competitividade da Tomada de Preços n° 003/2015,

dentre os aspectos analisados, evidenciou-se falha apenas quanto às regras relativas ao

conhecimento do local de execução do objeto licitado.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Não houve manifestação da unidade examinada para esse item.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Diante da ausência de manifestação da unidade examinada após a apresentação dos fatos, a

análise do Controle Interno sobre a constatação consta registrada acima, no campo ‘fato’.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.5. Contrato n° 291/2015: composição do BDI atendendo aos parâmetros contidos

no Acórdão n° 2622 TCU/Plenário (Subitem 9.2.1).

Fato

Objetivando efetuar a análise da adequação da taxa de Bonificações e Despesas Indiretas –

BDI apresentada pela empresa Feijãozinho Escavações e Terraplenagem Ltda., CNPJ

08.448.846/0001-09 em sua proposta na Tomada de Preços n° 003/2015/CPL (folha 234 do

Volume Único do Processo n° 1981/2015), comparou-se o BDI apresentado com as

determinações do Acórdão nº 2622/2013 – TCU/Plenário.

O BDI apresentado foi de 23,43%, conforme detalhado a seguir:

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Tabela 02 - Detalhamento do BDI do Contrato 291/2015

Abadiânia/GO -

Item Parcela BDI

1 Impostos Incidentes sobre o Faturamento – I 8,65 %

Imposto sobre Serviços – ISS 3,00 %

Programa de Integração Social – PIS 0,65 %

Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social -COFINS 3,00 %

Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta – CPRB 2, 00 %

2 Despesas administrativas – AC 2,97 %

Administração Central 2,97 %

3 Despesas financeiras e seguros 1,78 %

Despesas financeiras (DF) 1,28 %

Seguros + Garantias (S+G) 0,50 %

4 Riscos e imprevistos (R) 0,38 %

Riscos 0,38 %

5 Lucro Bruto – L 7,20 %

Lucro bruto 7,20 %

25,00 %

Fonte: Folha 234 do Volume Único da Tomada de Preços 003/2015

Para o cálculo do BDI, adotou-se a seguinte fórmula, que é indicada no Acórdão nº

2622/2013 – TCU/Plenário:

BDI =(1 + AC + S + R + G)(1 + DF)(1 + L)

(1 − I)− 1

Chega-se, portanto, ao percentual de 23,43 % de BDI, conforme apresentado pela empresa

contratada.

Com relação aos tributos incidentes no faturamento, observa-se que foi aplicada, para a

CPRB, a sistemática de desoneração da folha de pagamento, tendo sido adotado o

percentual de 2% no BDI.

Para os tributos federais PIS e COFINS, os percentuais correspondem à legislação federal,

ou seja, 0,65% e 3%, respectivamente.

Quanto ao ISS, que no munícipio de Abadiânia é de 5 %, foi deduzido o percentual de

40%, relativo ao fornecimento de material, resultando o percentual de 3,0 % na

composição do BDI.

Não consta do BDI apresentado itens impróprios.

Conclui-se que, em atenção ao estabelecido pelo Acórdão nº 2622/2013 – TCU/Plenário,

foram utilizados como diretriz para a composição do BDI os percentuais contidos no item

9.2.1 do mencionado Acórdão, para obras do tipo “Construção de Rodovias e Ferrovias”.

Constatou-se, então, que todos os itens que compõem o BDI apresentado estão dentro dos

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limites máximos estipulados pelo Tribunal de Contas da União para a categoria de obras

utilizada.

##/Fato##

2.2.6. Contrato n° 291/2015: Alíquota de ISS utilizada para composição do BDI maior

que a efetivamente cobrada pelo Município de Abadiânia/GO, gerando sobrepreço de

R$ 11.819,49 e superfaturamento de R$ 6.513,06 a preços iniciais.

Fato

Conforme já informado neste Relatório, foi incluído no BDI contratual o percentual de 3%

para custear as despesas com o ISS, cuja alíquota no munícipio de Abadiânia é de 5 %.

Esse percentual de 3% resulta da consideração de uma dedução de 40% na base de cálculo

relativa ao fornecimento de material incluso nas notas fiscais, sobre os quais não incide

ISS (5 % sobre 60 % do valor da nota fiscal = 3,0 % sobre o valor da nota fiscal).

Entretanto, verificando as notas fiscais emitidas pela empresa Feijãozinho Escavações e

Terraplenagem Ltda., vencedora da licitação, observa-se que a retenção efetiva referente ao

ISS é de 0,5 %, correspondendo à cobrança de 5% sobre 10% do valor da nota fiscal. Ou

seja, há um desconto de 90 % sobre o valor da nota fiscal, relativo ao fornecimento de

material, sobre o qual não incide ISS.

Assim, há um sobrepreço decorrente dessa cobrança inadequada do ISS incluído no BDI.

Para o cálculo do BDI correto, adotou-se a mesma fórmula indicada no Acórdão nº

2622/2013 – TCU/Plenário, no edital da Tomada de Preços 003/2015/CPL e na proposta

vencedora:

BDI =(1 + AC + S + R + G)(1 + DF)(1 + L)

(1 − I)− 1

Refazendo o cálculo do BDI com o percentual correto de 0,5 % de ISS, chega-se a um BDI

de 20,14%.

O valor total contratado foi de R$ 443.428,22, incluindo o BDI de 23,43 %, de forma que o

valor contratado sem o BDI de 23,43% foi de R$ 359.254,82. Aplicando-se sobre este

valor o BDI adequado de 20,14 %, chega-se ao valor de R$ 431.608,74. Há, portanto, um

sobrepreço de R$ 11.819,48 a preços iniciais, decorrente da superestimava do valor do ISS

no BDI.

Até a 2ª medição, de outubro de 2015, já foram medidos a atestados R$ 244.340,17

considerando o BDI de 23,43 %. Refazendo o cálculo para o BDI correto de 20,14 %, tem-se

um superfaturamento de R$ 6.513,06 a preços iniciais.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Não houve manifestação da unidade examinada para esse item.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

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Análise do Controle Interno

Diante da ausência de manifestação da unidade examinada após a apresentação dos fatos, a

análise do Controle Interno sobre a constatação consta registrada acima, no campo ‘fato’.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.7. Contrato n° 291/2015: condições gerais de verificação de sobrepreço e

superfaturamento.

Fato

Conforme já mencionado neste Relatório, a execução do objeto do Contrato de Repasse nº

790545 está sendo operacionalizada pela Secretaria de Obras e Serviços Públicos (SOSP) do

Município de Abadiânia/GO por intermédio do Contrato n° 291/2015, celebrado com a

empresa Feijãozinho Escavações e Terraplenagem Ltda.

As análises dos preços contratados foram realizadas levando em consideração as seguintes

premissas:

- Foram considerados os preços unitários iniciais contratados por item de serviço da planilha

orçamentária da proposta vencedora;

- O parâmetro de comparação utilizado foi o Sinapi de data-base coincidente com a data-

base da proposta vencedora da licitação: junho de 2014;

- Para os serviços e insumos constantes das composições da proposta vencedora e que não

possuem correspondentes no Sinapi, utilizou-se, subsidiariamente, preços oriundos das

tabelas Sicro II de julho de 2014.

- O BDI utilizado foi o mesmo da proposta vencedora da licitação: 23,43 %;

- Todos os preços unitários foram analisados, em face do pequeno universo de itens da

planilha;

- Foi utilizado o método de limitação do preço global para o cálculo do sobrepreço,

conforme disposto no documento “Entendimentos relativos a auditorias de obras públicas,

aprovados pela Portaria nº 2.079 de 11/09/2014 da CGU”, a qual determina que em

certames licitatórios quando o regime de execução for o de empreitada por preço unitário,

nos casos de situações jurídicas constituídas (contrato celebrado), sejam compensados os

serviços com subpreços com os sobrepreços.

Para a Tomada de Preços n° 003/2015, que deu origem ao Contrato nº 291/2015/SOSP, a

SOSP utilizou uma planilha orçamentária com data-base de junho de 2014 desonerada, BDI

de 23,43%, no valor de R$ 448.882,03, conforme consta das folhas 029 a 038 do Volume

único do Processo 1981/2015, de 15 de maio de 2015. Esse valor orçado pela Administração

Municipal corresponde ao recapeamento de uma área de ruas de 22.535,11 m2, conforme

registrado na folha 0029.

Verificou-se que três empresas participaram do certame, sagrando-se vencedora a licitante

Feijãozinho Escavações e Terraplenagem Ltda., teve sua proposta no valor de R$

443.428,22 aceita pela Administração. Conforme registrado na folha 199 do Processo

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1981/2015, esse valor correspondeu à “ execução de recapeamento asfáltico nas ruas Jão

Ferreira Diniz, Maurílio Beires e Av. Monsenhor Chiquinho e Rua Francisca Damas,

totalizando 22.535,11 m2 de recapeamento asfáltico”, quantidade coerente com a planilha da

Administração.

O BDI praticado pela licitante vencedora foi de 23,43%, conforme consta da folha 201 do

Volume único do Processo n° 1981/2015. Não consta desse processo as composições

analíticas dos itens de serviço da proposta vencedora, mas na planilha foram indicados os

códigos das composições analíticas Sinapi adotadas como referência.

Apesar do objeto licitado contemplar uma área recapeada de 22.535,11 m2, a planilha

efetivamente contratada contempla, pelo mesmo valor de R$ 443.428,22, o recapeamento de

uma área de vias de 14.920,35 m2, conforme planilha autuada nas folhas 231 e 323.

Após comparação do orçamento contratado com os preços paradigmas de mercado para o

objeto em comento (recapeamento de 14.920,35 m2 de área de vias), obteve-se resultados

demonstrando a adequação dos preços unitários contratados aos preços de mercado,

conforme Tabela seguinte:

Tabela 02 – Comparação de Preços: Contrato 291/2015/SOSP x Preços Paradigma (data-base: Jun/2014) - BDI: 23,43%

Descrição Código

Referência Unid. Quant.

Preço

unitário

contratado com BDI

Preço contratado

total

Preço

unitário

Paradígma com BDI

Preço Paradígma

total

Sobrepreço

X

Subpreço

Fabricação e aplicação de concreto betuminoso

usinado a quente (CBUQ),

CAP 50/70, exclusive transporte

72965 ton 1.074,27 235,69 253.194,25 236,62 254.193,77 -999,07

Transporte de material de

qualquer natureza DMT > 10 km, com caminhão

basculante de 4,0 m³ (DT =

45 km)

83444 txKm 48.342,15 0,86 41.768,10 1,10 53.176,37 -11,408,27

Transporte comercial de brita

83356 m³xKm 44.313,64 0,74 32.817,80 0,90 39.882,28 -7.064,48

Ensaio concreto asfáltico 73900/012 T 1.074,27 29,56 31.757,02 52,14 56.012,44 -24.255,42

Meio fio e sarjeta de

concreto moldado no local

usinado 15 MPA 0,45 base x 0,30 altura rejunte

argamassa 1:3,5 cimento e

areia.

73763/002 ml 331,47 74,77 24.785,30 77,90 25.821,51 -1.036,21

Pintura de ligação com emulsão RR-2C

72943 m² 14.920,35 1,42 21.178,62 1,68 25.066,19 -3.879,29

Engenheiro (obras civis) 2707 H 120,00 122,08 14.650,15 141,15 16.938,00 -2.287,85

Encarregado (obras civis) 4083 H 240,00 22,69 5.444,74 26,23 6.295,20 -850,46

Cantina 26941

adaptadao unid 480,00 7,41 3.554,78 9,87 4.737,60 -1.182,82

Sinalização horizontal com

tinta retrorrefletiva a base

de resina acril com microesferas de vidro

72947 m² 120,80 19,13 2.311,10 19,13 2.311,10 0

Placa da obra com

inscrições conforme Manual CEF (C = 8Y) e (h

= 5Y) [Área = (8Y)*(5Y)]

= (8mx0,5)*(5*0,5)] = 10,0 m²

74209/001 m² 10,00 257,97 2.579,70 364,62 3.646,20 -1.066,50

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Barracão de obra em chapa de madeira compensada

com banheiro, cobertura em

fibr. 4mm, incluso instalações hidro-sanit e

elétricas

74242/001 m² 12,00 178,97 2.147,64 182,81 2.193,72 -46,08

Sinalização vertical. "placa pare" c/ pintura eletrostática

semi-refletiva. (*)

4 S 06 200 01 m² 6,04 355,40 2.146,64 235,43 1.422,00 724,64

Transporte local de massa

asfáltica pavimentação urbana (DT = 5,0 km)

83357 m³xKm 2.238,06 0,96 2.154,70 1,15 2.573,77 -419,07

Ensaio recebimento

agregado 72743 unid. 8,00 188,47 1.507,72 330,80 2.646,40 -1.138,68

Sinalização vertical. "placa

identificação da rua" c/

pintura eletrostática semi-refletiva. (*)

4 S 06 200 01 m² 1,32 355,40 469,13 235,43 310,76 158,37

Café da manhã 26941

adaptado unid 480,00 1,23 592,46 5,01 2.404,80 -1.812,34

Ensaio imprimação 73900/001 m² 14.920,35 0,02 368,32 0,06 895,22 -526,90

Somatório 443.428,22 500.527,33 -57.099,16

Fonte: Proposta vencedora da Tomada de Preço 003/2015/SOSP, Sinapi de junho de 2014 e Sicro II de julho de 2014 (*).

##/Fato##

2.2.8. Contrato n° 291/2015: sobrepreço e superfaturamento em serviços de transporte

de material

Fato

Ao analisar os preços contratados pelo Município de Abadiânia para os serviços objeto do

Contrato de Repasse (CR) nº 790545, observou-se que para o item de serviço 2.4 que

envolvia transporte de mistura asfáltica foi considerada a utilização de caminhão basculante

com 4 m³ de capacidade.

O emprego de caminhão basculante com apenas 4 m³ de capacidade não é usual em face da

sua baixa produtividade, logo sua utilização no caso concreto configura solução

antieconômica e improvável de ocorrer durante a execução da obra.

De fato, com base no histórico fotográfico da obra fornecido pela prefeitura em resposta à

Solicitação de Fiscalização nº 05, não há registro que evidencie a utilização de caminhão

basculante truncado de capacidade de 10 m³. Contudo, dado que em relação ao CR n°

787274, cujo objeto também é a pavimentação de ruas e avenidas no município de

Abadiânia/GO e a empresa contratada é a mesma do CR n° 790545 e com a realização das

obras no mesmo período, é de se concluir que as operações de transporte da massa asfáltica

foram feitas com caminhão basculante trucado de capacidade de 10 m3, que se caracteriza

por ser uma operação mais produtiva e, portanto, mais barata do que a considerada na

planilha orçamentária.

O Quadro a seguir apresenta um relatório fotográfico demonstrando a efetiva utilização de

caminhões com capacidade bem superior a 4 m³ no âmbito do contrato utilizado pela

prefeitura para a execução do objeto do CR 787274, pelo qual conclui-se que também foi

utilizado para execução do objeto do CR 790545:

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Foto 02: Recapeamento Travessa 4 (Medição nº 2 – Feijãozinho Escavações e Terraplenagem) – Utilização de caminhão caçamba

trucado de 10 m³ de capacidade. Abadiânia/GO – 07 de outubro de

2015.

Foto 03: Recapeamento Travessa 4 (Medição nº 2 – Feijãozinho Escavações e Terraplenagem) – Utilização de caminhão caçamba

trucado de 10 m³ de capacidade. Abadiânia/GO – 07 de outubro de

2015.

Fonte: Registro fotográfico da contratada realizado por ocasião da 2ª Medição.

Durante o período de campo da fiscalização, entre os dias 16 e 19 de agosto de 2016, não foi

registrada realização de qualquer serviço integrante do Contrato n° 291 ou do Contrato 292.

Entretanto, avaliando detidamente a Foto 1 do Quadro 1, verifica-se o uso de um caminhão

trucado no transporte da massa asfáltica. Via de regra esses caminhões basculantes tem

caçamba com capacidades volumétrica em torno de 10 m3 e capacidade máxima útil de

15.935kg, conforme Cadernos Técnicos de Composições para Transporte com Caminhão

Basculante do Sinapi Versão 001 de Abril de 2016.

O fato de se contratar um serviço menos eficiente por um preço mais caro quando a sua

execução seria, sabidamente, realizada por um método mais eficiente e mais barato

caracteriza falha na elaboração do orçamento base das contratações, levando a um

sobrepreço na contratação.

Para estimar o sobrepreço decorrente dessa falha, refizemos, para o Contrato n° 291/2015, a

composição do serviço “Transporte de material de qualquer natureza DMT > 10 km, com

caminhão basculante de 4,0 m³ (DT = 45 km)”, substituindo o caminhão basculante de 4 m³

pelo de 10 m³.

O coeficiente de produtividade para um caminhão de 10m3 de capacidade foi estimado a

partir dos fatores de carga, produção e eficiência utilizados pelo DNIT no SICRO 2 para

esse tipo de equipamento. De acordo com essa metodologia, a produção da equipe com

caminhão com 10 m³ de capacidade é obtida pela seguinte fórmula:

P = (b*g*h*i*t) / 2, onde:

- P = produção horária em t x km/h;

- b = capacidade do caminhão em t (Capacidade útil máxima 15,935 t)

- g = fator de carga (1);

- h = fator de conversão (1);

- i = fator de eficiência (0,75); e

- t = velocidade média em km/h (43 km/h).

Os valores do fator de carga e fator de eficiência foram obtidos do Manual de Custos

Rodoviários do DNIT (volume 4). Adotou-se fator de conversão igual a 1, porque o serviço

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de transporte avaliado não envolve as operações de escavação e carga, mas apenas o

transporte e descarga do material já empolado.

Assim, temos que, para os serviço de “Transporte de material de qualquer natureza DMT >

10 km, com caminhão basculante de 10,0 m³ (DT = 45 km)”:

P = (15,935 t x 1 x 1 x 0,75 x 43 km/h) / 2 = 256,9519 t x km / h.

Ou seja: em uma hora de trabalho com o caminhão de 10 m3 são produzidos 256,9519 t x km

de momento de transporte para o transporte da massa asfáltica. Logo, para produzir 1 t x km

se gasta apenas 0,003892 h (1 t x km / 256,9519 t x km/h = 0,003892 h).

Deve-se ressaltar que utilizando essa mesma metodologia para o caminhão de 4 m³ chega-se

a coeficiente de produtividade semelhante ao utilizado na composição referencial (Sinapi

GO Jun/2014 código 83444) adotada no orçamento contratado: coeficiente da composição

referencial é de 0,0063600 e o coeficiente definido pela metodologia anteriormente exposta

com base no Sicro é de 0,006354.

Fato este que convalida as análises contidas a seguir nesta Constatação.

Nesse sentido, multiplicando o coeficiente obtido para o caminhão de 10 m3 (0,003892 h)

pelo custo horário produtivo deste equipamento obtido da composição Sinapi GO código

84151 de Junho de 2014 (R$ 155,63), obtém-se o custo unitário do momento de transporte

de R$ 0,61 / t x km, conforme Quadro seguinte:

Quadro 2 - Custo / preço unitário paradigma do transporte de massa asfáltica (t x km) Caminhão 10 m³

Código Descrição Valor Sinapi

GO Jun/2014

(R$)

Coeficiente

Valor sem BDI de

23,43%

(R$)

Valor com BDI de

23,43%

(R$)

84151 Caminhão basculante, 10m3, CHP diurno 155,63 0,003892 0,61 0,75

Fonte: “Sinapi Nacional”GO de data-base junho de 2014 e Manual de Custos Rodoviários do DNIT (volume 4)

Conforme consta da proposta vencedora da licitação (folhas 230 a 232 do Volume único da

Tomada de Preços 003/2015), foi pactuado para o serviço de transporte da massa asfáltica o

valor unitário sem BDI de R$ 0,70 / t x Km, cujo preço unitário resultante da inclusão de

BDI contratual de 23,43% é R$ 0,86 / t x Km.

Quadro 3 – Comparação de Preços: Caminhão Basculante 4 m³ X Caminhão Basculante 10 m³

Contrato 291/2015/Saneago x Sinapi (data-base: junho/2014) - BDI: 23,43%

Item de Serviço/Material Unidade Quantidade

Contratada

Custo

unitário

executado

com

caminhão

4 m³ com

BDI (R$)

Valor total

contratado

p/ caminhão

4 m³ com

BDI (R$)

Custo

unitário

Sinapi com

caminhão de

10 m³ com

BDI (R$)

Custo Total

Sinapi com

caminhão

de 10 m³

com BDI

(R$)

Sobrepreço

X

Subpreço

(R$)

2.4 - Transporte de material de

qualquer natureza DMT > 10 km t x km 48.342,15 0,86 41.574,25 0,75 36.256,61 5.317,64

Fonte: Folhas 0230 a 0232 processo 1981/2015, “Sinapi Naciona” de data-base junho de 2014 e Manual de Custos Rodoviários do DNIT

(volume 4)

Portanto, conforme registrado no Quadro 2, existe um sobrepreço no valor R$ 5.317,64 a

preços iniciais, que representa aproximadamente 12,8 % do valor do item 2,4 e 1,2% do

valor total do contrato. Considerando que desse total contratado já foram pagos com esse

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preço unitário majorado a quantidade de 29.367,86 t x km, conforme Boletins de Medição 1

e 2, chega-se a um pagamento a maior no valor de R$ 3.230,46.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 338, de 13 de outubro de 2016, a Prefeitura Municipal de

Abadiânia/GO apresentou a seguinte manifestação:

“Quando da apresentação do primeiro orçamento deste contrato, elaborado pelo

Engenheiro Civil Marcelo Koji Watanabc - CREA 6664/D-GO.. contratado da Prefeitura

Municipal de Abadiânia, para a aprovação perante o GIGOV/NA. em meados de julho de

2014, já contemplava o item 2.4. código 83444. da Tabela SINAPI de Junho/2014:

"TRANSPORTE DE MATERIAL DE QUALQUER NATUREZA DMT> 10 KM, COM

CAMINHÃO BASCULANTE DE 4.0 M3 (DT = 45KM)". E após a substituição do

Engenheiro, novo orçamento foi elaborado, seguindo as orientações dos Engenheiros da

GIGOV/AN, onde foram utilizados os mesmos itens e códigos do orçamento inicial. E este

item em tela, foi aceito pelo corpo de Engenheiros da GIGOV/AN, e após a conclusão de

parte dos serviços contratados, este item foi medido pela fiscalização da CEF - Caixa

Econômica Federal e pago”.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A manifestação apresentada não contesta o mérito do fato, apenas aponta os responsáveis

pela elaboração e aprovação da planilha orçamentária com as falhas apontadas e os

responsáveis pela medição deste item na condição apresentada no fato.

De fato, esse tipo de falha já deveria ter sido evitada no momento da elaboração do

orçamento da administração, na ocasião da aprovação da planilha contratada,

exaustivamente analisada pelos setores competentes da GIGOV/Anápolis, por se tratar de

composição de preço de baixa produtividade, que não retrata a realidade executiva do

serviço.

Por outro lado, a fiscalização do município ao notar o emprego de caminhão de maior

capacidade do que o considerado no preço do serviço, deveria propor a alteração

promovendo o reequilíbrio financeiro do contrato em favor da Administração.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.9. Contrato n° 291/2015: sobrepreço do item 2.8 ensaio de concreto asfáltico,

gerando superfaturamento potencial (R$ 17.166,83) e efetivo (R$ 10.428,87).

Fato

Ao analisar os preços contratados pelo Município de Abadiânia/GO para os serviços objeto

do Contrato de Repasse n° 790545, observou-se que para o item 2.8 – Ensaio concreto

asfáltico foi pactuado o custo unitário de R$ 23,95, conforme consta nas folhas 0199 a 0201

do Volume único da Tomada de Preços 003/2015. Esse valor é superior ao somatório dos

custos efetivamente incorridos durante a aferição da qualidade dos materiais empregados no

recapeamento.

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Embora no processo não conste a composição analítica específica deste custo unitário, a

planilha contratada faz referência à composição de custo do Sinapi código 73900/12 com

data base de junho de 2014, apresentada a seguir:

Tabela 3 - composição analítica de custo unitário do item 2.8

73900/ 12 ENSAIOS DE CONCRETO ASFALTICO Tonelada

Descrição Unidade Coeficiente R$

Unit. Total (R$)

74022/001 ENSAIO DE PENETRACAO - MATERIAL BETUMINOSO und 0,05 113,9 5,70

C 74022/002 ENSAIO DE VISCOSIDADE SAYBOLT - FUROL - MATERIAL

BETUMINOSO und 0,06 147,4 8,84

C 74022/025 ENSAIO DE PONTO DE FULGOR - MATERIAL BETUMINOSO und 0,05 107,2 5,36

C 74022/028 ENSAIO DE SUSCEPTIBILIDADE TERMICA - INDICE PFEIFFER -

MATERIAL ASFALTICO und 0,01 167,5 1,68

74022/029 ENSAIO DE ESPUMA - MATERIAL ASFALTICO und 0,05 120,6 6,03

74022/040 ENSAIO MARSHALL - MISTURA BETUMINOSA A QUENTE und 0,03333 234,51 7,82

74022/042 ENSAIO DE EQUIVALENTE EM AREIA - SOLOS und 0,00004 60,3 0,00

74022/052 ENSAIO DE GRANULOMETRIA DO AGREGADO und 0,00152 67 0,10

74022/054 ENSAIO DE GRANULOMETRIA DO FILLER und 0,00005 60,3 0,00

74022/055 ENSAIO DE TRACAO POR COMPRESSAO DIAMETRAL - MISTURAS

BETUMINOSAS und 0,03333 167,5 5,58

74022/056 ENSAIO DE DENSIDADE DO MATERIAL BETUMINOSO und 0,02052 55,13 1,13

Custo Unitário Total (R$) 42,24

Fonte: Sinapi GO Junho de 2014 e folhas 199 a 201 do processo da Tomada de Preços 003/2015

Os custos integrantes da composição acima se referem a ensaios para determinação das

propriedades físicas do cimento asfáltico de petróleo utilizado na obra, da composição

granulométrica dos agregados, areia e filler e para determinação das propriedades mecânicas

da mistura asfáltica.

Tratam-se de testes essenciais para aferição da qualidade dos materiais componentes da

mistura asfáltica e para a sua dosagem, que consiste na definição dos percentuais dos

agregados, areia, filler e de cimento asfáltico ideais para obtenção do revestimento com as

características especificadas.

Entretanto, durante os trabalhos de campo, verificou-se que a empresa contratada não estava

usinando a mistura, mas comprando a massa asfáltica pronta da fornecedora PREPAV S.A.

Pavimentação e Pré-moldados, localizada no Distrito Federal, conforme Nota Fiscal nº 0561

encaminhada pela prefeitura por meio do Ofício nº 246/16/GABIN de 19 de agosto de 2016.

Tanto na documentação autuada como na apresentada pela fiscalização não foram

encontradas evidências da realização dos ensaios de penetração, viscosidade Saybolt –

Furol, de ponto de Fulgor, de susceptibilidade térmica, ensaio de espuma, de equivalente de

areia, de granulometria do filler e de determinação da resistência a tração por compressão

diametral.

Anexo a esse mesmo ofício, em resposta à Solicitação de Fiscalização 05, foi apresentado o

registro dos resultados dos ensaios efetivamente realizados no acompanhamento da

execução do concreto asfáltico, quais sejam: determinação da estabilidade Marshall da

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mistura, granulometria dos agregados, densidade do material betuminoso e controle do grau

de compactação.

De acordo com o Sinapi GO junho de 2014 o custo unitário desses ensaios efetivamente

realizados é de R$ 11,00, conforme composição apresentada na Tabela a seguir:

Tabela 4 - composição analítica de custo unitário dos ensaios de concreto

asfáltico efetivamente realizados

73900/12 - Adaptada - Ensaios Concreto Asfáltico efetivamente realizados Tonelada

Descrição Unidade Coeficiente R$ Unit. Total (R$)

C 74022/040 ENSAIO MARSHALL - MISTURA BETUMINOSA A QUENTE und 0,03333 234,51 7,82

C 74022/052 ENSAIO DE GRANULOMETRIA DO AGREGADO und 0,00152 67,00 0,10

C 74022/056 ENSAIO DE DENSIDADE DO MATERIAL BETUMINOSO und 0,02052 55,13 1,13

C 74022/053 ENSAIO DE CONTROLE DO GRAU DE COMPACTACAO DA

MISTURA ASFALTICA und

0,0324 60,30 1,95

Custo Unitário Total (R$) 11,00

Fonte: Sinapi GO Junho de 2014

Portanto, o custo unitário dos ensaios realizados para controle da qualidade do concreto

asfáltico (R$ 11,00) é inferior à metade do valor do custo unitário pactuado (R$ 23,95).

Como para esse serviço já foram pagos a esse custo unitário pactuado a quantidade de

ensaios correspondentes a 652,62 t de massa, conforme 2º Boletim de Medição autuado à

folha 0310 do processo nº 1981/15, existe um superfaturamento efetivo no valor de R$

10.428,87 a preços iniciais, conforme cálculo do Quadro 3. Caso todo o quantitativo

contratado seja medido e pago a esse preço pactuado sem a efetiva realização de todos os

ensaios, o superfaturamento total será de R$ 17.166,83.

Quadro 4 - Cálculo dos superfaturamentos efetivo e potencial para o item 2.8 –

ensaios para concreto asfáltico

Item de

Serviço Unid.

Quant.

Contratada

Quant.

Medida

Preço

unitário

contratad

o c/ BDI

23,43%

(R$)

Preço

unitário

dos

ensaios

realizados

c/ BDI

23,43%

(R$)

Diferença

de preços

unitários

(R$)

Superfaturamento

efetivo (R$)

Superfaturamento

potencial (R$)

2.8 - Ensaios

Concreto Asfáltico

t 1.074,27 652,62 29,56 13,58 15,98 10.428,87 17.166,83

Fonte: Sinapi Go Junho/2014 e 2º Boletim de Medição Contrato nº 291/2015

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 338, de 13 de outubro de 2016, a Prefeitura Municipal de

Abadiânia/GO apresentou a seguinte manifestação:

“Todos os ensaios constantes dos itens 2.6. 2.7 e 2.8 foram contratados seguindo os códigos

e valores estipulados na Tabela SINAPI de Junho de 2014, e seus valores foram aceitos e

pagos pelo corpo de Engenheiros da GIGOV/AN.”

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##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A manifestação limitou-se a abordar a adequação dos preços dos ensaios ao SINAPI e a

aceitação dos valores medidos pela equipe da GIGOV/NA. Não houve menção ao fato

relatado, tampouco apresentação de documentação que elidisse o superfaturamento

apontado.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.10. Contrato de Repasse n° 790545: obras atrasadas e sobreposição parcial de

objeto entre os Contratos n° 291/2015 e n° 160/2016, firmados pela Prefeitura de

Abadiânia/GO.

Fato

O Contrato de Repasse nº 790545 teve sua vigência iniciada em 20 de dezembro de 2013

com previsão de término para 30 de outubro de 2016, conforme consta da folha 019 do

Processo n° 2635.1008.228-71/2013. Seu objeto está sendo executado sob a égide do

Contrato nº 291/2015 pactuado entre a Prefeitura Municipal de Abadiânia e a Empresa

Feijãozinho Escavações e Terraplenagem Ltda. EPP, o qual foi assinado em 08 de julho de

2015 e teve sua execução iniciada em 01 de outubro de 2015, conforme Ordem de Serviço

autuada à folha 0265 do Processo n° 1981/2015.

O contrato nº 291/2015 compreende o recapeamento de uma área de vias de 14.920,35 m²

nas Avenidas Monsenhor Chiquinho e Francisca Teixeira Damas e Rua Maurílio Beires,

com a construção de dispositivos de drenagem superficial, no valor total de R$ 443.428,22

a serem executados no período de dois meses. Portanto, a data inicial para a conclusão da

execução seria 01 de dezembro de 2015.

Até agosto de 2016 já foram realizadas duas medições parciais. De acordo com o último

Boletim de Medição de 10 de novembro de 2015, já foram medidos e pagos os serviços

correspondentes ao valor de R$ 244.340,17, o que representa 55,1% do valor total

pactuado. Os itens contemplados foram serviços preliminares, de revestimento, de

administração e as refeições, realizados apenas nas Avenidas Monsenhor Chiquinho e

Francisca Teixeira Damas.

Esse percentual de execução coincide que o percentual registrado no Relatório de

Avaliação de Engenharia nº 02 – RAE 2, autuado entre as folhas 219 a 223 do processo

2635.1008.228-71/2013, emitido em 17 de dezembro de 2015. De acordo com esse

documento, na ocasião da visita técnica, em 14 de dezembro de 2015, após 2,4 meses do

início da vigência do contrato, o cumprimento de apenas 55,1% do objeto já caracterizava

situação de atraso.

Entre a emissão do RAE 2 e a data da fiscalização (agosto de 2016) o percentual de

realização evoluiu. Já no Boletim de Medição n° 03, para o qual não há registro de emissão

de RAE pela CEF, a indicação é a de que cumprimento do objeto contratual atingiu, até 01

de março de 2016, o percentual de 57,73%. Ademais, registros no diário de obras datados

de 21 a 25 de julho de 2016, indicavam a realização de serviços na Rua Maurílio Beires

sendo que, no curso da fiscalização, foi observado que, em relação ao recapeamento da via,

os serviços estavam praticamente concluídos, mas ainda não haviam sido medidos.

Convém registrar, que não foi identificada a realização de serviços de instalação dos

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dispositivos de drenagem na Av. Francisca Teixeira Damas e na Av. Monsenhor

Chiquinho. Na Rua Maurílio Beires, consta na Prefeitura de Abadiânia outro contrato para

realização dos serviços de meio-fio, em conjunto com o calçamento completo nas

imediações do Cemitério Municipal de Abadiânia/GO que se localiza na mencionada via.

As imagens a seguir demonstram a coincidência de serviços previstos pelo Contrato n°

291/2015 e Contrato n° 160/2016:

Foto 04: Contrato n° 291/2015 – indicação (parte do

projeto) de realização de meio fio na R. Maurílio

Beires, entre a Av. Plauto de A. Lima e R. 13 de

setembro.

Foto 05: Contrato n° 291/2015 – indicação (parte do

projeto) de realização de meio fio na R. Maurílio

Beires, entre a Av. Plauto de A. Lima e R. 13 de

setembro.

Por fim, como os serviços foram previstos para serem realizados durante dois meses e

decorridos mais de dez meses ainda não estavam concluídos, pode-se afirmar que, embora

o contrato ainda esteja vigente, a obra encontra-se atrasada.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 338, de 13 de outubro de 2016, a Prefeitura Municipal de

Abadiânia/GO apresentou a seguinte manifestação:

“Como constatado pela fiscalização da CGU, os serviços estão paralisados devido ao não

repasse de verbas pela CEF - Caixa Econômica Federal. ”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A manifestação apenas reforçou o fato relatado.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.11. Tomada de Preços n° 003/2015 e contrato decorrente (Contrato n° 291/2015):

superestimativa de quantidade de transporte comercial de brita para usinagem do

CBUQ resultado em superfaturamento de R$ 11.858,22 a preços inciais.

Fato

O orçamento de referência da Administração para Tomada de Preços 003/2015

superestimou a quantidade do transporte comercial de brita para usinagem do CBUQ por

adotar distância excessiva entre o fornecedor do agregado e a Usina de Asfalto.

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No orçamento licitado foi previsto a quantidade de 66.928,95 m³ x km para o transporte

comercial de brita. Dividindo esse quantitativo pelo volume de agregado solto, obtém-se a

distância média de transporte considerada na orçamentação, que é 108 km (66.928,95 m³ x

km / 1,28 x 676,05 m³ = 77,34 km); onde 1,28 é a relação entre a densidade do agregado

compactado e a densidade do agregado solto (2,3 / 1,8).

De acordo com as fichas de ensaios de recebimentos de agregados verificou-se que os

mesmos procedem da Pedreira CIPLAN, localizada no DF. Segundo os croquis de

localização da usina de asfalto apresentado, a mistura asfáltica está sendo realizada em

Sobradinho – DF. A distância entre esses dois locais gira em torno de 30 km, conforme

consulta no mapa da Google.

Quadro 5 - Distância entre o fornecedor de agregados e a usina de asfalto.

Fonte: Mapa Google.

A quantidade do momento de transporte considerando a distância de 30 km é de 25.960,32

m³ x Km (1,28 * 676,05 m³ x 30 km). Portanto, no orçamento estimativo, a quantidade do

transporte de brita foi superestimada em 40.968,63 m³ x km. Considerando essa majoração

quantitativa e o preço unitário de R$ 0,86, já considerado o BDI, têm-se uma

superestimava de R$ 35.233,02 a PO, valor que representa aproximadamente 8% do valor

total do orçamento.

Após a licitação, a quantidade contratada do transporte comercial da brita foi reduzida para

44.313,64 m³ x km, em função da redução do volume compactado de agregado, que no

contrato passou a ser 440,27 m³ (1.074,27 t / 2,44t/m³). Na condição solta para transporte

esse volume corresponde a 563,55 m³. Dessa forma, a distância média de transporte

considerada no orçamento contratado foi de 78,63 Km (44.313,64 m³ x Km / 563,55 m³).

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Considerando a distância de 30 Km, obtém-se o momento de transporte de 16.906,50 m³ x

km (563,55 m³ x 30km). Logo existe uma majoração de quantidade de 27.407,14 m³ x km.

Multiplicando essa majoração de quantidade pelo preço unitário contratado de R$ 0,74

chega-se a um sobrepreço para este item de R$ 15.885,59, a PO.

Até agosto de 2016 foi medida e paga a quantidade de 652,62 t de CBUQ. Esse

quantitativo compreende um volume de brita no estado solto de 363,20 m3 (1,28x[652,62 t

/ 2,3 t/m3]). Multiplicando esse volume solto pela distância de 30 km, obtém-se o

momento de transporte executado de 10.895,92 m3 x km. Segundo o 3º boletim de

medição foi atestado ao quantitativo de momento de transporte de 26.920,54 m3 x km, isto

é, mais de o dobro do quantitativo efetivamente realizado, gerando um superfaturamento

de R$ 11.858,22 (16.024,62 m3xkm X 0,74 R$/ m3xkm), a preços iniciais.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 338, de 13 de outubro de 2016, a Prefeitura Municipal de

Abadiânia/GO apresentou a seguinte manifestação:

“A empresa ganhadora do certame, Feijãozinho Escavações e Tcrraplenagem Ltda.,

preferiu comprar em outro município, com outro fornecedor. O que não pode ser indeferido

pela Contratante, uma vez que não se pode interferir na escolha do fornecedor. E mais uma

vez esclarecendo, que este item foi devidamente aprovado pela GIGOV/AN antes da referida

Tomada de Preços.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A manifestação se limita a citar o direito da contratada de adquirir os insumos onde melhor

lhe convier. Não trata do fato apontado, que é o pagamento de distância de transporte da

brita superior à distância efetivamente praticada no transporte da pedreira até a usina. Em

relação ao pagamento dos serviços com o excesso de quantidade apontada, o gestor

municipal limita-se a afirmar que o item foi aprovado pela GIGOV/AN antes da tomada de

preços.

Nessa afirmação, observa-se descaso do gestor municipal em garantir, por meio de sua

estrutura de fiscalização, a coerência entre o quantitativo pago e o efetivamente executado,

especificamente em relação ao item Transporte comercial da brita.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.12. Inspeção física sobre o objeto do Contrato n° 291/2015: área efetivamente

recapeada inferior ao montante medido e deficiência técnica no pavimento executado

(falta de abaulamento).

Fato

O objeto do Contrato de Repasse nº 790545 foi executado sob a égide do Contrato nº

291/2015 pactuado entre a Prefeitura Municipal de Abadiânia e a Empresa Feijãozinho

Escavações e Terraplenagem Ltda. EPP, o qual foi assinado em 08 de julho de 2015 e teve

sua execução iniciada em 01 de outubro de 2015, conforme Ordem de Serviço autuada à

folha 0265 do processo 1981/2015. Como o prazo de execução é de dois meses, o objeto

deveria ter sido entregue em 01de dezembro de 2015, o que não se verificou.

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A documentação da fiscalização encaminhada pela prefeitura por meio do Ofício nº

246/2016/GABIN, especialmente o Diário de Obras nas folhas 03, 04 e 06, permitiu

identificar que os serviços de recapeamento em CBUQ na Av. Francisca Teixeira Damas e

na Avenida Monsenhor Chiquinho foram executados nos dias 05, 06 e 08 de outubro de

2015. Conforme registrado nas folhas de 11 e 12 do Diário de Obras, serviços de meio-fio

com sarjeta na Av. Francisca Damas foram executados entre os dias 29 de fevereiro e 01

de março de 2016, isto é, mais de dois meses após o fim do prazo inicialmente

estabelecido. Durante os trabalhos de fiscalização foi verificado os serviços de

recapeamento na Rua Maurílio Beires também foram executados, porém, ainda não haviam

sido medidos e pagos. Conforme Diário de Obras (folhas 13 e 15), obras nessa última via

que foram realizadas no período entre 21 e 25 de julho de 2016, também ocorreram após o

cronograma físico-financeiro estabelecido.

Até agosto de 2016 foram realizadas duas medições parciais. De acordo com o último

Boletim de Medição de 10/11/2015, relativo ao período de 01/10/2015 a 09/10/2015, já

foram medidos e pagos os serviços correspondentes ao valor de R$ 244.340,17, o que

representa 55,10 % do valor total pactuado. Os itens contemplados foram serviços

preliminares, de revestimento, de Administração e as refeições.

Em relação ao pagamento da administração local, observou-se que foram medidos e pagos

guardam relativa proporcionalidade com o percentual de cumprimento do cronograma

físico (60,75 % versus 55,10 %). Cabe registrar que, a respeito dos serviços relativos a esse

item, a empresa não mantém funcionários e equipamentos mobilizados no município de

Abadiânia durante toda a vigência do contrato. Durante o período de campo, quando não

havia frente de serviço em execução, mas o contrato ainda estava vigente, não foi

identificado qualquer canteiro, alojamento, funcionários ou equipamentos da contratada.

Com relação aos serviços relativos ao revestimento, até a segunda medição, eles

apresentavam 59,34 % de realização. E dado que, no momento da fiscalização, o

recapeamento da Rua Maurílio Beires estava praticamente concluído, o percentual de

cumprimento, dada a situação verificada em campo, estaria próximo dos 100 %. Nesse

sentido, para fins da presente fiscalização, a quantidade efetivamente executada dos

serviços envolvidos no recapeamento foi medida, sendo a determinação da largura,

extensão e espessura do pavimento realizada com auxílio de GPS e trena. Os resultados

estão apresentados a seguir:

Quadro 6 - Levantamento quantidade recapeada na Rua Francisca Teixeira Damas

Pontos Coordenadas

Extensão (m) Largura (m) Área (m2) X Y

Trecho 01 16º 11' 22, 6'' 48º 42' 36''

923 7,5 6.922,50 16º 10' 53,8'' 48º 42' 27,9''

Somatório (m²) 6.922,50

Quadro 7 - Levantamento quantidade recapeada na Av. Monsenhor Chiquinho

Pontos Coordenadas

Extensão (m) Largura (m) Área (m2) X Y

Trecho 02 16º 11' 28,6'' 48º 42' 35,4'' 270 7,3 1.971,00

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16º 11' 31,9'' 48º 42' 26,8''

Somatório (m²) 1.971,00

Quadro 8 - Levantamento quantidade recapeada na Rua Maurílio Beires

Pontos Coordenadas

Extensão (m ) Largura

(m) Área (m2)

X Y

Trecho 01 16º 11' 51,6'' 48º 42' 28,6''

682 7 4.774,00 16º 11' 12,9'' 48º 42' 22,3''

Somatório (m²) 4.774,00

Na Av. Francisca Teixeira Damas foi efetivamente recapeada uma área de 6.922,50 m²,

que é um valor muito próximo à quantidade (diferença de 4,7%) paga até a segunda

medição, 6.610,873 m² (diferença de 4,7%). Entretanto, na Av. Monsenhor Chiquinho a

área efetivamente recapeada foi de 1.971,00 m², ao passo que o quantitativo medido e pago

foi de 2.461,570 m². Neste caso, uma medição e pagamento a maior de 490,57 m² (24,88

%). Este quantitativo majorado, por já ter sido pago, gera superfaturamento em todos os

subitens de serviço do item 2.0 – revestimento da planilha – de R$ 10.574,23 (R$

21,55/m²).

Por meio de inspeção visual da superfície da pista e dos ensaios de concreto asfáltico

apresentados é possível afirmar que o recapeamento foi executado em concreto betuminoso

usinado a quente faixa C do DNIT, em uma das pistas da Av. Monsenhor Chiquinho

quanto na totalidade da Av. Francisca Teixeira Damas e em trecho da Rua Maurílio Beires,

conforme registro fotográfico seguinte.

Foto 06: Av. Francisca Teixeira Damas onde foi executada

capa asfáltica em CBUQ – Abadiânia/GO, 17/08/2016. Foto 07: Av. Monsenhor Chiquinho onde foi executada capa

asfáltica em CBUQ – Abadiânia/GO, 17/08/2016.

Outro aspecto analisado em relação às pistas recapeadas diz respeito à espessura da capa

asfáltica aplicada.

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Foto 08: Perfil da capa asfáltica em CBUQ na Av. Francisca Teixeira Damas (em frente ao n° 35) – Abadiânia/GO,

17/08/2016.

Foto 09: Local de verificação do perfil da capa asfáltica em CBUQ na Av. Francisca Teixeira Damas (em frente ao n° 35) –

Abadiânia/GO, 17/08/2016.

Nas Fotos 01 e 02 acima, próxima ao eixo da Rua Francisca Teixeira Damas em frente ao

n° 35, é possível identificar um buraco na superfície do pavimento. No local desse defeito

pré-existente foi medida a espessura do recapeamento realizado, tendo como referência a

diferença visual das camadas de revestimento, sendo que a superior tinha espessura

condizente com o projeto e a medição dos serviços realizados (maior que 3 cm). Na Av.

Monsenhor Chiquinho, dada a inexistência de defeitos pré-existentes no pavimento que

permitissem a identificação e tomada de medida da espessura do recapeamento, não foi

possível realizar o mesmo tipo de verificação.

Já na Rua Marílio Beires, a medida da espessura do recapeamento foi tomada em ponto

lateral da via, obtido em razão do corte realizado para assentamento de meio-fio e, da

mesma forma, não foi detectada espessura inferior à previsão de projeto. As fotos 03 e 04 a

seguir ilustram a situação verificada:

Foto 10: Perfil da capa asfáltica em CBUQ na Rua Maurílio Beires (em frente ao Cemitério Municipal) –

Abadiânia/GO, 19/08/2016.

Foto 11: Perfil da capa asfáltica em CBUQ na Rua Maurílio Beires (em frente ao Cemitério Municipal) – Abadiânia/GO,

19/08/2016.

As verificações realizadas não são suficientes para estender a conclusão de inexistência de

espessura em desacordo com o definido em projeto, contudo, nos locais onde foram

examinadas as espessuras não houve detecção de situações de desconformidade com o

projeto.

Convém, contudo, ressaltar que um fator que pode interferir no resultado dos testes, tanto

os realizados pela equipe de fiscalização quanto os realizados no curso da execução da

obra. O recapeamento está sendo feito sobre uma via com revestimento pré-existente.

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Assim, a medição da espessura do corpo de prova pode está incluindo a espessura da

camada de revestimento pré-existente, falseando a espessura de fato executada no âmbito

do contrato 291/2015. Outro aspecto que merece registro é que não há na documentação

encaminhada pela prefeitura registro fotográfico da realização do processo de extração dos

corpos de prova, tampouco do momento da medição das espessuras dos mesmos. Tais

registros foram solicitados por meio da Solicitação de Fiscalização nº 05, mas não foram

entregues conforme manifestação da contratada anexa ao nº 246/16/GABIN da prefeitura.

Apesar de a negativa se basear em argumentação da contratada de que o registro

fotográfico não é essencial, convém alertar que a existência do mesmo é exigida da

fiscalização da prefeitura como comprovação do acompanhamento efetivo da aferição da

qualidade do serviço e do comportamento diligente do fiscal em comprovar o afastamento

dos fatores falseadores dos resultados dos ensaios.

No que se refere ao serviço de meio fio com sarjeta, até a 2º Boletim de Medição não há

indicação de realização de serviços, lembrando que, em relação aos serviços previstos para

serem realizados na Rua Maurílio Beires, consta na Prefeitura de Abadiânia outro contrato

(Contrato n° 160/2016) para realização dos mesmos serviços associados ao calçamento

completo nas imediações do Cemitério Municipal de Abadiânia/GO mencionada via. Logo,

nas futuras medições, as despesas relativas aos mencionados serviços não poderão ser

apropriadas à conta do Contrato n° 291/215.

Por fim, registre-se que, com relação às características técnicas do pavimento executado,

fotos retiradas em dia chuvoso denunciam a condição deficiente da drenagem da via

recapeada provocada pela ausência do abaulamento de 3% e dos dispositivos de drenagem

adequados previsto no projeto de engenharia. Logo, os serviços executados na Av.

Francisca Damas, Av. Monsenhor Chiquinho e Rua Maurílio Beires apresentam evidências

de deficiências qualitativas comprometedoras da funcionalidade e da durabilidade,

caracterizando descumprimento do projeto.

Foto 12: Av. Francisca Teixeira Damas – recapeamento

executado sem abaulamento – Abadiânia/GO, 17/08/2016. Foto 13: Av. Monsenhor Chiquinho – recapeamento

executado sem abaulamento – Abadiânia/GO, 17/08/2016.

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Foto 14: Rua Maurílio Beires – recapeamento executado sem

abaulamento – Abadiânia/GO, 17/08/2016.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 338, de 13 de outubro de 2016, a Prefeitura Municipal de

Abadiânia/GO apresentou a seguinte manifestação:

“No parágrafo quinto, da página 58 do relatório, está descrito que: "este um item cuja

quantidade licitada provavelmente não fosse totalmente, estes quantitativos foram

levantados pelo Técnico em Agrimensura contratado da Prefeitura Municipal de Abadiânia,

Sr. I. D. S. E estes mesmos quantitativos foram vistoriados e aceitos pelos Engenheiros da

GIGOV/AN, antes da aprovação do projeto e do orçamento em tela.

Salientamos também, que as condições de execução do objeto licitado foram mudadas com

a anuência total da CEF - Caixa Econômica Federal.

No primeiro parágrafo da página 60 do relatório, foi encontrado pelos fiscais do CGU uma

diferença para mais na área recapeada, da Avenida Monsenhor Chiquinho de 490,57 m².

Acreditamos que é passível de ter ocorrido um engano na medição desta área, já que esta

via foi vistoriada também pelos Engenheiros fiscais da GIGOV/AN, e o serviço executado

no local foi aceito e pago.

Os serviços de meio fio e sarjetas na Rua Maurílio Beires, terão seus montantes diminuídos

em relação ao total contratado, já que foram executados pela Prefeitura Municipal, e

obviamente que não serão pagos nas próximas medições”.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

O gestor municipal inicial sua manifestação indicando a anuência da Caixa Econômica

Federal em relação à redução do objeto licitado em favor do contratado. Não contesta e não

apresenta justificativas para o fato relatado.

Em relação à medição à maior de área recapeada na Av. Monsenhor Chiquinho apenas

limitou-se a afirmar que acredita ter havido engano na medição da CGU, embasando sua

tese no fato de os serviços terem sido vistoriados pelos fiscais da GIGOV/AN. Assim, a

manifestação não agrega elementos capazes de afastar o superfaturamento apontado.

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O último parágrafo da manifestação traz a revelação que os meios fios e sarjetas da rua

Maurílio Beires foram executados pela Prefeitura, por isso serão suprimidos do contrato

291/2015. Essa afirmação reforça a tese de desnecessidade dos itens de dispositivos de

drenagens, que tiveram quantidades e preços reduzidos a fim de viabilizar o aumento de

preços do item fabricação de CBUQ durante a modificação do objeto no contato que

favoreceu a licitante Feijãozinho.

Por fim, há de se registrar que a manifestação não tratou dos defeitos executivos relatados no

fato.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.13. Contrato de Repasse n° 790545/2013: redução do escopo licitado, sem

correspondente alteração de valor, com autorização pela CEF, favorecendo licitante

vencedora e caracterizando afronta ao Princípio da Isonomia.

Fato

A fim de verificar se as obras de recapeamento objeto do Contrato de Repasse n° 790545

estão sendo executadas de acordo com as especificações técnicas e projeto básico licitado,

foi realizada análise da documentação de obra em poder do proponente, inspeção física das

vias recapeadas por meio do levantamento das dimensões executadas, registro fotográfico da

capa asfáltica executada, avaliação da adequação do controle tecnológico dos materiais

empregados e, por fim, verificação da funcionalidade do serviço executado.

Inicialmente, convém relatar que o objeto especificado no projeto básico que serviu de base

para a Tomada de Preços 003/2015 contemplava o recapeamento de diversas vias urbanas

que totalizavam 22.535,11 m2. A empresa vencedora do certame apresentou proposta no

valor de R$ 443.428,22 para execução desse escopo sob o regime de empreitada por preço

global no prazo máximo de 120 dias corridos.

Entretanto, por ocasião da assinatura do contrato nº 291/2015 o escopo inicialmente previsto

e licitado foi reduzido para uma área recapeada de 14.920,35 m2, mantido o valor do objeto

de R$ 443.428,22 e o mesmo prazo de execução.

Essa situação foi possível graças a modificações de quantidade, unidade e de preço do

serviço “fabricação e aplicação de CBUQ, CAP 50/70 exclusive transporte” que majoraram

o valor desse item, concomitantemente com a redução de quantitativos e preços de outros

serviços da planilha como pintura de ligação, meio fio com sarjeta, transporte de materiais e

sinalização.

Especificamente em relação ao item cujo valor total foi numericamente elevado, convém

registrar que, embora a unidade do serviço na versão licitada fosse volumétrica (m3), o custo

unitário da planilha aceita no certame para este item 2.2 (R$ 166,90) tem ordem de grandeza

do valor do custo unitário da tonelada. Assim, o aumento de valor do item em comento foi

provocado pelo aumento no valor numérico da quantidade (passou de 676,05 m3 para

1.074,27 t) e pela alteração do custo unitário licitado de R$ 166,90 para R$ 190,95, valor

muito próximo do valor da mediana do Sinapi GO Junho 2014 (R$ 191,70).

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No que se refere aos itens cujos valores foram reduzidos para compensar o aumento do valor

do item 2.2, é imperioso destacar que a parcela mais significativa da redução decorre da

diminuição das quantidades dos serviços de transportes de materiais, pintura de ligação e

ensaios de concreto asfáltico, os quais tiveram os custos unitários inalterados no momento

da contratação. O item meio fio com sarjeta, além de ter a quantidade reduzida em função da

diminuição da quantidade de vias contempladas, contribuiu para a compensação com a

redução de seu custo unitário de R$ 63,00 para R$ 60,58. Ressalta-se que as vias objetos da

intervenção já eram pavimentadas e já possuíam o meio fio, sendo este um item cuja a

quantidade licitada provavelmente não fosse totalmente necessária.

Em síntese, verificou-se que a Administração Municipal, com anuência da Caixa Econômica

Federal, alterou significativamente a condição de execução do objeto licitado, favorecendo

significativamente a licitante vencedora do certame por ocasião da assinatura do contrato,

uma vez que não foi dada oportunidade à segunda colocada e a outros possíveis

interessados, conhecerem dessas novas condições de execução.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 338, de 13/ de outubro, de 2016, a Prefeitura Municipal de

Abadiânia/GO apresentou a seguinte manifestação:

“A diferença entre as áreas inicialmente a serem recapeadas e a área efetivamente

contratada, deu-se em decorrência da majoração no período do item "fabricação e aplicação

de CBUQ, CAP 50/70 exclusive transporte", conforme constatado pela fiscalização da

CGU.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Não é razoável uma alteração significativa em favor do licitante sob alegação de aumento do

período, até por que o preço unitário efetivamente contratado (R$ 235,69) não estava

defasado em relação ao preço de mercado para o serviço "fabricação e aplicação de CBUQ,

CAP 50/70 exclusive transporte" código SIANPI 72965 em junho de 2014 (R$ 236,61) e em

setembro de 2015 (R$ 236,07), data de efetiva realização do serviço.

Observa-se nessa alteração da planilha contratada em relação à licitada um favorecimento

excessivo da licitante Feijãozinho, pois foi contemplada com o privilégio de executar o

contrato em condições bem mais favoráveis do que a condição de execução apresentada e

divulgada pela Administração Municipal durante o processo licitatório. O fato de a

Administração não ter publicado a nova condição mais favorável de execução do contrato

alijou do processo outros possíveis interessados. Assim, ficou caracterizada afronta ao

princípio da Isonomia.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.14. Não atendimento das condições do "Programa de Apoio à Política Nacional de

Desenvolvimento Urbano no Estado de Goiás".

Fato

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Considerando que a conformação das estruturas previstas para execução a partir do

Contrato de Repasse n° 790545/2013 - recapeamento do pavimento de vias públicas e de

execução de sarjetas – auxilia na captação da água pluvial e na sua condução até os

sistemas de condutos, as deficiências técnicas relativas à não execução do abaulamento as

vias executadas, conforme registros fotográficos constantes deste Relatório, bem como os

problemas relativos à inexecução parcial do objeto medido levam a conclusão pelo não

cumprimento dos parâmetros funcionais das estruturas e do desatendimento do programa

financiado – Programa de Apoio à Política Nacional de Desenvolvimento Urbano no

Estado de Goiás.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 338, de 13 de outubro de 2016, a Prefeitura Municipal de

Abadiânia/GO apresentou a seguinte manifestação:

“O serviço atendeu em parte as condições previstas no Programa de Apoio à Política

Nacional de Desenvolvimento Urbano no Estado de Goiás, e como já foi esclarecido

anteriormente sobre a não conclusão total dos serviços, e também devido há não existir

rede de águas pluviais no Município”.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Os esclarecimentos mencionados pelo gestor que embasa a sua tese de atendimento parcial

às condições do Programa não prosperaram e foram afastados nas análises de itens

anteriores.

Além disso, a inexistência de rede de águas pluviais não é a causa do não atendimento às

condições do Programa. De nada adiantaria tais redes se a funcionalidade do revestimento e

dos dispositivos de drenagem superficial estiver comprometida. A inexistência do

abaulamento conforme projeto e de declividades longitudinais adequadas dos dispositivos de

meio fio com sarjeta, assim como dimensões inferiores às projetadas comprometem

consideravelmente a capacidade de escoamento das águas de chuva, favorecendo os

acúmulos detectados.

Assim sendo, a manifestação não elide a constatação.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.15. Contrato de Repasse n° 790545/2013: prazo para prestação de contas não

encerrado

Fato

Tendo sido celebrado em 05 de dezembro de 2013, o Contrato de Repasse (CR) n° 790545

pactuado entre a União, por intermédio do Ministério das Cidades, representado pela Caixa

Econômica Federal (CEF), e o Município de Abadiânia/GO, encontrava-se em vigência no

momento da realização desta fiscalização. Conforme já mencionado, o término da vigência

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foi marcado para ocorrer em 10 de outubro de 2016 e, ainda de acordo com o instrumento

contratual, não há previsão de prestação de contas parcial. A prestação de contas deve

ocorrer 60 dias após o término da vigência contratual (30/10/2016) ou da conclusão do

objeto, o que ocorrer primeiro.

##/Fato##

3. Conclusão

Com base nos exames realizados, conclui-se que a aplicação dos recursos federais não está

adequada e exige providências de regularização por parte dos gestores municipais e federais.

Foram fiscalizados recursos já executados no montante de R$ 244.340,17 de um total

contratado de R$ 443.428,22, referentes aos pagamentos já realizados no âmbito do Contrato

nº 291/2015 da então Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos - SMOSP, utilizado

pela Prefeitura de Abadiânia para a execução do objeto do Contrato de Repasse.

Destacam-se, a seguir, as situações de maior relevância quanto aos impactos sobre a

efetividade do Programa/Ação fiscalizado:

- Constatação 2.2.4. Edital da Tomada de Preços n° 003/2015: estabelecimento de visita

técnica obrigatória, em três datas predeterminadas, como condição de participação na

licitação, incorrendo em restrição à competitividade do certame;

- Constatação 2.2.6. Contrato n° 291/2015: Alíquota de ISS utilizada para composição do

BDI maior que a efetivamente cobrada pelo Município de Abadiânia/GO, gerando

sobrepreço de R$ 11.819,49 e superfaturamento de R$ 6.513,06 a preços iniciais;

- Constatação 2.2.8. Contrato n° 291/2015: sobrepreço e superfaturamento em serviços de

transporte de material;

- Constatação 2.2.9. Contrato n° 291/2015: sobrepreço do item 2.8 ensaio de concreto

asfáltico, gerando superfaturamento potencial (R$ 17.166,83) e efetivo (R$ 10.428,87);

- Constatação 2.2.10. Contrato de Repasse n° 790545: obras atrasadas e sobreposição

parcial de objeto entre os Contratos n° 291/2015 e n° 160/2016, firmados pela Prefeitura de

Abadiânia/GO;

- Constatação 2.2.11. Tomada de Preços n° 003/2015 e contrato decorrente (Contrato n°

291/2015): superestimativa de quantidade de transporte comercial de brita para usinagem do

CBUQ resultado em superfaturamento de R$ 11.858,22 a preços iniciais;

- Constatação 2.2.12. Inspeção física sobre o objeto do Contrato n° 291/2015: área

efetivamente recapeada inferior ao montante medido e deficiência técnica no pavimento

executado (falta de abaulamento);

- Constatação 2.2.13. Contrato de Repasse n° 790545/2013: redução do escopo licitado, sem

correspondente alteração de valor, com autorização pela CEF, favorecendo licitante

vencedora e caracterizando afronta ao Princípio da Isonomia;

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- Constatação 2.2.14. Não atendimento das condições do "Programa de Apoio à Política

Nacional de Desenvolvimento Urbano no Estado de Goiás".