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Secretaria Federal de Controle Interno Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º Ciclo Número do Relatório: 201602555 Sumário Executivo São José dos Pinhais/PR Introdução Este Relatório trata dos resultados dos exames realizados sobre ações de governo executadas no Município de São José dos Pinhais/PR em decorrência do 3º Ciclo do Programa de Fiscalização em Entes Federativos - FEF. A fiscalização teve como objetivo analisar a aplicação dos recursos federais no Município de São José dos Pinhais/PR sob a responsabilidade de órgãos e entidades federais, estaduais, municipais ou entidades legalmente habilitadas, relativas ao período fiscalizado, indicado individualmente, tendo sido os trabalhos de campo executados no período de 01/08/2016 a 12/08/2016. Os exames foram realizados em estrita observância às normas de fiscalização aplicáveis ao serviço público federal, tendo sido utilizadas, dentre outras, técnicas de inspeção física e registros fotográficos, análise documental, realização de entrevistas e aplicação de questionários. As situações evidenciadas nos trabalhos de campo foram segmentadas de acordo com a competência de monitoramento a ser realizado pela CGU. A primeira parte, destinada aos órgãos e entidades da Administração Pública Federal, gestores federais dos programas de execução descentralizada, apresenta situações evidenciadas que, a princípio, demandarão a adoção de medidas preventivas e corretivas desses gestores, visando à melhoria da execução dos programas de governo ou à instauração da competente tomada de contas especial, as quais serão monitoradas pela CGU. Na segunda parte são apresentadas as situações evidenciadas decorrentes de levantamentos necessários à adequada contextualização das constatações relatadas na primeira parte. Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de recursos

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Page 1: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

Secretaria Federal de Controle Interno

Programa de Fiscalização

em Entes Federativos – V03º

Ciclo

Número do Relatório: 201602555

Sumário Executivo

São José dos Pinhais/PR

Introdução

Este Relatório trata dos resultados dos exames realizados sobre ações de governo executadas

no Município de São José dos Pinhais/PR em decorrência do 3º Ciclo do Programa de

Fiscalização em Entes Federativos - FEF.

A fiscalização teve como objetivo analisar a aplicação dos recursos federais no Município de

São José dos Pinhais/PR sob a responsabilidade de órgãos e entidades federais, estaduais,

municipais ou entidades legalmente habilitadas, relativas ao período fiscalizado, indicado

individualmente, tendo sido os trabalhos de campo executados no período de 01/08/2016 a

12/08/2016.

Os exames foram realizados em estrita observância às normas de fiscalização aplicáveis ao

serviço público federal, tendo sido utilizadas, dentre outras, técnicas de inspeção física e

registros fotográficos, análise documental, realização de entrevistas e aplicação de

questionários.

As situações evidenciadas nos trabalhos de campo foram segmentadas de acordo com a

competência de monitoramento a ser realizado pela CGU.

A primeira parte, destinada aos órgãos e entidades da Administração Pública Federal,

gestores federais dos programas de execução descentralizada, apresenta situações

evidenciadas que, a princípio, demandarão a adoção de medidas preventivas e corretivas

desses gestores, visando à melhoria da execução dos programas de governo ou à instauração

da competente tomada de contas especial, as quais serão monitoradas pela CGU.

Na segunda parte são apresentadas as situações evidenciadas decorrentes de levantamentos

necessários à adequada contextualização das constatações relatadas na primeira parte. Dessa

forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de recursos

Page 2: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado, para providências no âmbito de suas

competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das pastas

ministeriais. Esta CGU não realizará o monitoramento isolado das providências saneadoras

relacionadas a essas constatações.

Indicadores Socioeconômicos do Ente Fiscalizado

População: 264210

Índice de Pobreza: 38,48

PIB per Capita: 38.154,90

Eleitores: 143945

Área: 946 Fonte: Sítio do IBGE.

Informações sobre a Execução da Fiscalização

Ações de controle realizadas nos programas fiscalizados:

Ministério Programa Fiscalizado Qt. Montante Fiscalizado

por Programa

MINISTERIO DA

EDUCACAO

Educação Básica 3 4.936.232,31

TOTALIZAÇÃO MINISTERIO DA EDUCACAO 3 4.936.232,31

MINISTERIO DA

JUSTICA

Segurança Pública com Cidadania 1 701.800,00

TOTALIZAÇÃO MINISTERIO DA JUSTICA 1 701.800,00

MINISTERIO DA

SAUDE

Aperfeiçoamento do Sistema Único

de Saúde (SUS)

1 2.047.271,41

Fortalecimento do Sistema Único

de Saúde (SUS)

1 6.550.000,00

TOTALIZAÇÃO MINISTERIO DA SAUDE 2 8.597.271,41

MINISTERIO DAS

CIDADES

Drenagem Urbana e Controle de

Erosão Marítima e Fluvial

2 88.474.001,83

TOTALIZAÇÃO MINISTERIO DAS CIDADES 2 88.474.001,83

MINISTERIO DO

ESPORTE

Esporte e Grandes Eventos

Esportivos

1 4.163.872,83

TOTALIZAÇÃO MINISTERIO DO ESPORTE 1 4.163.872,83

TOTALIZAÇÃO DA FISCALIZAÇÃO 9 106.873.178,38

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Os executores dos recursos federais foram previamente informados sobre os fatos relatados,

tendo se manifestado acerca dos apontamentos registrados no presente relatório, cabendo ao

Ministério supervisor, nos casos pertinentes, adotar as providências corretivas visando à

consecução das políticas públicas, bem como à apuração das responsabilidades.

Consolidação de Resultados

Durante os trabalhos de fiscalização realizados no Município de São José dos Pinhais/PR, no

âmbito do 3º Ciclo do Programa de Fiscalização em Entes Federativos - FEF, foram

constatados aspectos tanto positivos quanto negativos relativos à aplicação dos recursos

federais examinados, sendo demonstrados por Ministério e programa de governo, na

segunda parte deste relatório. Dentre esses, destacam-se, a seguir, os de maior relevância

quanto aos impactos sobre a efetividade dos programas/ações executados na esfera local.

Cidades:

a) Parque Linear do Rio Ressaca

Nas obras de implantação do Projeto do Parque Linear do Rio Ressaca – 3ª Etapa, no valor

de R$ R$ 10.245.301,27 - compreendendo as obras de controle de cheias do Rio Ressaca no

trecho entre a Alameda Bom Pastor e a Rua Ângelo Moro Redeschi, os principais problemas

identificados relacionam-se à fase de planejamento e elaboração do projeto básico e

executivo, assim como à fiscalização das obras.

Dentre outros problemas constatados, ressaltam-se os seguintes: impossibilidade de

continuidade das obras por problemas de desapropriação de imóveis; ausência de

detalhamento das composições dos custos unitários do orçamento contratado; lançamento de

esgotos em áreas de intervenção do Parque e execução de peças pré-moldadas de concreto,

nos canais abertos, em desconformidade com o projeto.

b) Parque Linear Rio Itaqui

O Termo de Compromisso nº 351053/2011, assinado em 31/10/2011, trata da execução do

Parque Linear no Rio Itaqui, no município de São José dos Pinhais, no âmbito do Programa

Drenagem Urbana Sustentável e Manejo de Águas Pluviais. De acordo com a Síntese do

Projeto Aprovado - SPA vigente, a qual data de 12/03/2015, a composição do Investimento

está configurada da seguinte forma: Valor do Investimento – R$ 46.207.355,52; Valor do

Repasse – R$ 46.200.000,00; Valor da Contrapartida - R$ 7.355,52. Até 13/09/2016, a

União já havia repassado à Prefeitura Municipal o valor de R$ 15.424.933,37.

Das análises realizadas, ressalta-se a identificação de falhas relativas à concepção do projeto

básico, o que engloba o planejamento e a respectiva execução do Termo de Compromisso nº

351053/2011. Tais falhas acarretaram o atraso das obras, bem como prejudicaram o

cumprimento da efetividade dos serviços.

Segurança:

a) Foi verificada a regularidade na execução do convênio n.º 776748/2012 pactuado entre o

Ministério da Justiça e a Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais, cujo objeto é a

modernização da Guarda Municipal através do aporte de recursos para aquisição de bens

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permanentes e de consumo tais como: veículos, equipamentos de proteção individual,

fardamentos, defesa civil, equipamentos para academia de ginástica, de modo que os

profissionais possam exercer suas atividades com eficiência e eficácia, nos moldes da

filosofia preventiva e de atuação comunitária.

Educação:

a) Programa Nacional de Alimentação Escolar – Pnae:

Verificou-se a ocorrência das seguintes constatações: falhas na utilização das contas

bancárias para execução do Programa, recursos recebidos e não utilizados há mais de 3 anos,

não aplicação em caderneta de poupança dos recursos sem utilização há mais de um mês,

falhas na composição do Conselho Municipal de Alimentação Escolar, falta de capacitação

para os membros do Conselho Municipal, baixa efetividade na atuação do Conselho

Municipal de Alimentação Escolar, substituição de cardápio por falta de entrega de gêneros

nos CMEIs, quantidade de nutricionistas menor que o determinado pelo Conselho Regional

de Nutricionistas, ausência de testes de aceitabilidade para os cardápios existentes,

equipamentos e instalações para o preparo das refeições inadequados e inexistência de

refeitórios.

b) Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar – Pnate:

O Pnate está sendo executado de forma regular. Os alunos residentes na área rural do

município têm acesso ao transporte escolar, tanto fornecido pelo município quanto por

empresas contratadas. Os veículos que realizam o transporte estão em estado regular de

circulação e os motoristas possuem habilitação necessária para condução dos mesmos. O

gestor realizou despesas com recursos do Pnate na manutenção da frota escolar, não tendo

sido evidenciado o uso de recursos públicos para outros fins que não os objetivos do

Programa, quais sejam: que os alunos residentes na área rural tenham acesso ao ensino

regular por meio da oferta de transporte escolar.

c) Foi examinada a efetividade na operação de três Centros Municipais de Educação Infantil

- CMEI, denominados “Trilha das Araucárias”, localizado no Parque da Fonte; “Ipê

Amarelo”, localizado no Parque São José; e, “Quero-Quero Aprender”, localizado no Santos

Dumont, município de São José dos Pinhais, Estado do Paraná. Durante os trabalhos de

campo foi possível verificar o pleno funcionamento das atividades dos três CMEI

fiscalizados.

Saúde:

a) Verificou-se que as equipes de agentes de endemias, bem como os veículos,

equipamentos e insumos utilizados são suficientes para a execução das ações de prevenção e

combate ao Aedes Aegypti no município. São realizadas campanhas educativas frequentes

junto à população, visitas domiciliares e palestras de sensibilização em escolas e empresas

no Município. Os números oficiais mais recentes apontam apenas um caso confirmado de

dengue no município (não autóctone).

b) Em exame das Unidades de Pronto Atendimento (UPA) no Município, foi verificada

ausência de medicamentos obrigatórios nas farmácias e estoques das Unidades de Pronto

Atendimento, cartões pontos contendo inconsistências nos registros da jornada de trabalho,

ausência da identificação dos locais da prestação de serviços, ausência da assinatura do

profissional, do mês e ano da execução dos serviços. Além disso, verificou-se que a

demanda, produtividade e tempo de espera dos atendimentos é incompatível com a

capacidade operacional das Unidades de Pronto Atendimento.

Esporte:

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Foi fiscalizado o Convênio SIAFI nº 681137, celebrado entre o Ministério do Esporte e o

Município de São José dos Pinhais/PR, por intermédio da Caixa Econômica Federal, cujo

objeto seria a construção de um Centro Integrado de Esporte no valor inicial de R$

4.163.872,83.

Embora o Município tenha realizado procedimento licitatório para construção do CIE, em

15/08/2016, até o momento da fiscalização não havia ocorrido o início efetivo da obra no

terreno destinado, o qual foi vistoriado.

Conforme se avaliou, o Município aguardava o repasse dos recursos federais do Ministério

para o agente financeiro, de forma que o contrato com a Caixa Econômica Federal foi

prorrogado até julho de 2017.

Vale ressaltar que, apesar desta análise estar segmentada por área ministerial, não se deve

perder de vista aqueles aspectos que, em razão de sua transversalidade, caracterizam mais

fortemente as deficiências da gestão estadual, sendo, pois, aqueles que, se corrigidos,

tendem a proporcionar melhorias relevantes.

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Ordem de Serviço: 201601993

Município/UF: São José dos Pinhais/PR

Órgão: MINISTERIO DA EDUCACAO

Instrumento de Transferência: Não se Aplica

Unidade Examinada: SAO JOSE DOS PINHAIS PREF GAB DO PREFEITO

Montante de Recursos Financeiros: R$ 3.567.824,00

1. Introdução

A ação fiscalizada destina-se ao repasse de recursos financeiros aos Estados/Municípios para

oferta de alimentação escolar aos estudantes matriculados em todas as etapas e modalidades

da educação básica das redes públicas e de entidades qualificadas como filantrópicas ou por

elas mantidas, com o objetivo de atender às necessidades nutricionais dos estudantes durante

a permanência em sala de aula, contribuindo para o crescimento, o desenvolvimento

biopsicossocial, a aprendizagem e o rendimento escolar dos estudantes.

Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016,

sobre a aplicação dos recursos do Programa 2030 – Educação Básica – Ação 8744 – Apoio à

Alimentação Escolar na Educação Básica – Pnae, na Secretaria Municipal de Educação de

São Jose dos Pinhais/PR.

De 1º de janeiro de 2015 a 30 de junho de 2016, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da

Educação - FNDE transferiu para o Pnae do município de São José dos Pinhais o montante

de R$ 3.567.824,00

Foram analisados os processos licitatórios, os contratos, as notas fiscais, os extratos

bancários, os documentos de liquidação e pagamento de despesas, os cardápios, a

composição e atuação do Conselho de Alimentação Escolar, a atuação das nutricionistas.

Além da análise documental foram visitadas 6 escolas e uma cooperativa de agricultores

com entrevistas aos atores envolvidos. Para a seleção da amostra das escolas visitadas levou-

se em consideração o montante de recursos recebidos, a quantidade de alunos, o nível de

ensino e a localização geográfica (urbanas e rurais).

O objetivo do trabalho foi verificar a gestão dos recursos e insumos federais aplicados em

ações do Programa Nacional de Alimentação Escola – Pnae descentralizados ao município

de São José dos Pinhais – PR quanto à legalidade, economicidade e eficiência.

2. Resultados dos Exames

Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de

providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de

monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.

2.1 Parte 1

Nesta parte serão apresentadas as situações evidenciadas que demandarão a adoção de

medidas preventivas e corretivas por parte dos gestores federais, visando à melhoria da

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execução dos Programas de Governo ou à instauração da competente tomada de contas

especiais, as quais serão monitoradas pela Controladoria-Geral da União.

2.1.1. Execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar - Pnae.

Fato

A alimentação escolar do município é preparada e distribuída nas escolas por duas empresas

terceirizadas, vencedoras da concorrência pública nº 11/2011:

Risotolândia Indústria e Comércio de Alimentos Ltda. CNPJ: 76.900.463/0001-71

Contrato nº 231/2011 - SERMALI

Processo Administrativo nº 562/10 – DECOL

Nutri & Saúde Refeições Coletivas Ltda. CNPJ: 05.081.979/0001-93

Contrato nº 232/2011 - SERMALI

Processo Administrativo nº 562/10 – DECOL

De acordo com os contratos de prestação de serviços, as empresas obrigaram-se ao

fornecimento de matéria-prima (gêneros alimentícios) e fornecimento de refeições (preparo,

cocção, distribuição, higienização e transporte de refeições, bem como disponibilizar

instalações, equipamentos, utensílios, matérias-primas, mão de obra especializada,

transporte necessário e higienização de equipamentos e utensílios) para as escolas

(Risotolândia) e para os Centros Municipais de Educação Infantis – CMEIs (Nutri & Saúde).

As refeições/lanches prontas são entregues diariamente nas escolas urbanas e rurais. Nos

CMEIs, responsáveis pela educação infantil (urbanos e rurais), as refeições/lanches são

preparadas nos próprios estabelecimentos.

Esses contratos estão em vigor até o fim do exercício de 2016. O certame para o próximo

ano letivo encontra-se em elaboração.

Na mesma licitação foi contemplada a aquisição de gêneros alimentícios e a prestação de

serviços. Embora o item 3.5 dos contratos orientem para faturamento separado de consumo e

de serviços, os pagamentos a essas empresas foram efetuados com recursos próprios da

prefeitura, considerando que os recursos do Pnae são destinados exclusivamente à aquisição

de gêneros.

Em 2015 e 2016 ocorreram os Chamamentos Públicos nº 05/2015 e nº 01/2016 para a

contratação por inexigibilidade de agricultores familiares para o fornecimento de produtos

da Agricultura Familiar. Os pagamentos aos agricultores superou o percentual mínimo de

30% dos recursos recebidos. http://servicos.sjp.pr.gov.br/servicos/compras/controller/edital_lic/chamamento.php

Em 2015 foi realizado o pregão nº 51/2015 para a aquisição de gêneros alimentícios e não

houve licitação para 2016 conforme informado pela Chefe da Divisão de Merenda Escolar.

O município não possui escolas indígenas ou quilombolas.

Diariamente as empresas Risotolândia e Nutri & Saúde enviam à Divisão de Merenda

Escolar a amostra dos alimentos servidos nas escolas.

Para visitação às escolas foi selecionada a amostra de seis escolas com os seguintes critérios:

montante dos recursos recebidos, nível de ensino, a quantidade de alunos e a localização

(urbana e rural) a saber:

Tabela de seleção de amostra

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Escola Localização Nível de ensino

Quantidade de

alunos Valor recebido do Pnae (R$)

2015 2016 2015 2016

Escola

Municipal Irmã

Maria Eufrásia

Torres

Urbana -

Jardim Ipê

Atendimento

Educacional

Especializado

7 8 700,00 800,00

Fundamental 8

anos 90 89 5.400,00 5.340,00

Mais Educação 448 75 36.432,00 9.000,00

Fundamental 9

anos 507 475 30.420,00 28.500,00

Escola

Municipal

Professor

Floresvaldo

Meres de Creddo

Urbana -

Jardim Ipê

Fundamental 9

anos 635 603 38.100,00 36.180,00

CMEI a Baba do

Passarinho

Urbana -

Jardim Ipê

Creche 84 72 16.800,00 14.400,00

Pré-escola 222 232 29.500,00 29.100,00

CMEI a Árvore

dos Sapatos

Urbana –

Vila Nova

Creche 91 101 18.200,00 20.200,00

Pré-escola 149 172 19.600,00 21.900,00

Escola Rural

Municipal Lilian

Viana

Rural -

Campina

do Taquaral

Fundamental 9

anos 172 177 10.320,00 10.620,00

Mais Educação 169 95 20.280,00 11.400,00

CMEI

Professora Maria

da Piedade de

Souza Cortes

Rural –

Campo

Largo da

Roseira

Creche 85 99 10.700,00 19.800,00

Pré-escola 122 123 16.800,00 16.600,00

Total da amostra 2.781 2.321 253.252,00 223.840,00

Total 2015 e 2016 conforme Inep 31.111 30.827 2.593.824,00 2.646.300,00

Fonte: Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e pesquisas Educacionais – Inep, censo

educacional 2015.

Total de valores financeiros recebidos em 2015 e 2016: R$ 5.240.124,00

Percentual da amostra considerando os recursos financeiros: 9,1%

(253.252,00 + 223.840,00) x 100 / 5.240.124,00.

Quantidade alunos em 2015 e 2016: 61.938

Percentual da amostra considerando os alunos: 8,23%

(2.781 + 2.321) x 100 / 61.938

Quantidade de escolas Urbanas, por tipo de educação 2015 e 2016

Atendimento Educacional Especializado: 48 escolas, % da amostra: 2%

Fundamental 8 anos: 11 escolas, % da amostra: 9%

Fundamental 9 anos: 102 escolas, % da amostra: 2%

Mais Educação: 17 escolas, % da amostra: 6%

Creche : 78 escolas, % da amostra: 2,5%

Pré-escola: 80 escolas, % da amostra: 2,5%

Supletivo Fundamental Presencial: 1 escola, % da amostra: 0

Quantidade de escolas Rurais, por tipo de educação 2015 e 2016

Atendimento Educacional Especializado: 2 escolas, % da amostra: 0

Fundamental 8 anos: Não há

Fundamental 9 anos: 18 escolas, % da amostra: 5,5%

Mais Educação: 3 escolas, % da amostra: 33%

Creche: 3 escolas: 2 escolas, % da amostra: 50%

Pré-escola: 2 escolas, % da amostra: 50%

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Semanalmente a Secretaria Municipal de Educação - SEMED entrega à COPA & SOL -

Cooperativa de Processamento Alimentar e Agricultura Solidária de São José dos Pinhais

uma relação com os produtos e quantidades que deverão ser recebidos dos agricultores

familiares para a merenda escolar (tanto para a Risotolândia como para a Nutri & Saúde).

Em visita ao local, no dia 08 de agosto de 2016, verificamos a entrega de produtos pelos

agricultores. Os produtos são de boa qualidade, os controles de pesagem são adequados

assim como o manuseio e o acondicionamento dos produtos para a entrega às empresas

contratadas para o preparo da merenda.

De acordo com a informação constante do ofício nº 1090/2016, a Secretária de Educação

informa que as empresas Nutri&Saúde e Risotolândia têm sede ou filial em São José dos

Pinhais e que a Comissão (de recebimento) tem maior facilidade para deslocamento e

conferência. Por estes motivos acordou-se em fazer o recebimento da cooperativa Copa &

Sol, o que tem sido cumprido.

O município de São José dos Pinhais está localizado a 18,60 km da capital do Estado. Possui

948,52 km² de extensão sendo 173,07 Km² de área urbana e 775,45 Km² rural. Da população

de 264.210 pessoas, 236.895 estão na área urbana e 27.315, na rural (Censo 2010). O

produto interno bruto per capita é de R$ 87.697 (2013). Dados do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística - IBGE e do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e

Social – Ipardes.

Índice de Desenvolvimento Humano - IDH-M (2010) Pnud/Ipea/FJP 0,758

Índice de Gini da Renda Domiciliar Per Capita (2010) IBGE 0,4599

Quadro geral da educação Educação Fonte Data Município Região Estado

Matrículas na Creche SEED 2015 3.648 58.883 181.308

Matrículas na Pré-escola SEED 2015 6.377 61.354 231.783

Matrículas no Ensino Fundamental SEED 2015 43.852 435.163 1.445.820

Matrículas no Ensino Médio SEED 2015 11.928 137.996 474.200

Matrículas na Educação Profissional SEED 2015 1.162 29.753 71.948

Matrículas no Ensino Superior MEC/INEP 2014 3.543 139.175 376.563

Taxa de Analfabetismo de 15 anos ou

mais (%) IBGE 2010 3,40 ... 6,28

Fonte: Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - Inep - Censo

Educacional 2015.

Tabela – Escolas 2015

Escolas Ensino fundamental Ensino médio Ensino pré-

escolar

Privada 27 8 31

pública estadual 28 24 0

pública municipal 58 - 42

total 113 32 73

Fonte: Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - Inep - Censo

Educacional 2015.

Tabela – Matrículas 2015

Matrículas Ensino fundamental Ensino médio Ensino pré-

escolar

Privada 5.434 1.764 1.325

pública estadual 16.826 10.164 0

pública municipal 21.592 - 5.052

total 43.852 11.928 6.377

Page 10: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

Fonte: Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - Inep - Censo

Educacional 2015.

Outras informações estatísticas do município estão disponibilizadas nos seguintes endereços

eletrônicos:

http://www.sjp.pr.gov.br/wp-content/uploads/2013/02/SJP-em-N%C3%BAmeros-Julho-2016.pdf

http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=4125506

http://www.ipardes.gov.br/perfil_municipal/MontaPerfil.php?codlocal=6&btOk=ok

##/Fato##

2.1.2. Quantidade de nutricionistas em desacordo com o parâmetro numérico

estabelecido no art. 10 da Resolução do Conselho Federal de Nutrição - CFN nº

465/2010.

Fato

A Divisão da Merenda Escolar da SEMED possui 3 nutricionistas registradas no Conselho

Regional de Nutrição da 8ª Região – CRN 8 sob as matrículas nºs 258, 5596 e 6999,

aprovadas em concurso público e nomeadas na prefeitura pelas Portarias nº 2.450/91,

6.134/2013 e 4.104/2014 para atuarem na alimentação escolar. Não há informação sobre

acúmulo indevido de cargo público de nutricionista em outro órgão.

Verificou-se nos cardápios a assinatura da nutricionista F.C. CRN 8 3340 cujo registro não

foi disponibilizado à equipe.

O quantitativo de nutricionistas é inferior ao estabelecido no art. 10 e parágrafo único da

Resolução CFN nº 465/2010, de 23 de agosto de 2010, em relação ao número de 30.827

alunos matriculados em 2016, conforme quadro a seguir:

Quadro – Quantitativo de nutricionistas

Nº de alunos Nº de nutricionistas

Carga horária técnica

mínima semanal

recomendada

Até 500 1 RT 30 horas

501 a 1.000 1 RT + 1 QT 30 horas

1.001 a 2.500 1 RT + 2 QT 30 horas

2.501 a 5.000 1 RT + 3 QT 30 horas

Acima de 5.000 1 RT + 3 QT + 1 QT a cada fração de 2.500 alunos 30 horas

(RT) Responsável Técnico – (QT) Quadro Técnico

Fonte: Resolução do CFN nº 465, de 23 de agosto de 2010.

Parágrafo Único: Na modalidade de educação infantil (creche e pré-escola), a Unidade da

Entidade Executora deverá ter, sem prejuízo do caput deste artigo, um nutricionista para

cada 500 alunos ou fração, com varga horária técnica mínima semanal recomendada de 30

horas.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016 a Prefeitura Municipal de

São José dos Pinhais apresentou as seguintes justificativas:

“Verificou-se nos cardápios a assinatura da Nutricionista F. C. CRN 8 3340

Page 11: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

O Registro é da Nutricionista da empresa Nutri & Saúde Refeições Coletivas Ltda, que

assina os cardápios dos Centros Municipais de Educação Infantil juntamente com a

Nutricionista Responsável Técnica da Secretaria de Educação Marília Barbosa Machado –

CRN 8-258 que é responsável pela elaboração dos cardápios de todas as turmas dos

CMEI’S.

A Prefeitura não prevê contratação.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A Prefeitura informou não haver previsão para a contratação de nutricionistas. Para

minimizar o problema da falta de nutricionistas não foi apresentado estudo ou alternativa

para aumentar o quadro, seja por meio de cessão, contratação temporária, etc., indicando que

não haverá ação para elidir o problema.

A Prefeitura esclareceu a assinatura nos cardápios pela nutricionista de registro CRN 8 3340.

##/AnaliseControleInterno##

2.1.3. Movimentação financeira realizada em desacordo com o estabelecido no

Decreto nº 7.507/2011 e na Resolução CD/FNDE nº 44/2011.

Fato

Por meio da Resolução nº 21, de 13 de outubro de 2014 do Conselho Deliberativo, o FNDE

regulamentou a operacionalização dos repasses financeiros a partir de 2014 e a

reprogramação de saldos de Programas Educacionais cujas prestação de contas sejam

realizadas por meio do Sistema de gestão de Prestação de Contas - SIGPC.

Em cumprimento ao artigo 3º da Resolução nº 21, a Coordenadora-Geral do Pnae

comunicou ao Prefeito Municipal, por meio do Ofício nº 757/2015-

COEFA/CGPAE/DIRAE/FNDE, de 23 de fevereiro de 2015, que os recursos financeiros do

referido programa, a partir de 2015, serão creditados no seguinte domicílio bancário: Banco

do Brasil (001), Agência: 0982-2, conta corrente: 77.565-7.

De acordo com Parágrafo Único do artigo 3º da resolução nº 21 “os entes executores

deverão transferir para as novas contas bancárias os saldos existentes nas contas até então

utilizadas, no prazo máximo de noventa dias contados a partir de comunicação feita pelo

FNDE”. Assim, os recursos existentes na conta anterior movimentados na Caixa Econômica

Federal teriam até o dia 24 de maio para serem transferidos para a conta atual.

Verificou-se que os recursos do Pnae no município ainda possuem saldo em conta corrente e

em contas de aplicações financeiras na Caixa Econômica Federal (conta nº 006.00672003-

6). Em 30 de junho de 2016 as contas do Pnae apresentaram a seguinte situação:

Banco do Brasil: (conta nova)

Saldo na conta: R$ 0,00.

Saldo de investimentos: R$ 2.581.020,13. (S Público Supremo)

Caixa Econômica Federal: (conta antiga)

Page 12: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

Saldo na conta corrente: R$ 50,00.

Saldo da primeira conta de investimentos: R$ 4.317.547,05. (Fundo Caixa FIC Especial RF LP CNPJ do Fundo: 03.737.190/0001-12)

Saldo da segunda conta de Investimentos: R$ 676.079,31. (Fundo Caixa FIC Prático CP CNPJ do Fundo: 00.834.074/0001-23)

A Resolução/CD/FNDE nº 38, de 16 de julho de 2009 determina que os recursos financeiros

não utilizados por mais de 30 dias fiquem aplicados em caderneta de poupança. Embora haja

recursos nas contas desde 2013 a Secretaria de Educação não aplicou os recursos do Pnae

em conta de poupança, e sequer abriu esse tipo de conta.

Os recursos foram movimentados por meios eletrônicos, porém, os extratos bancários não

apresentam a identificação do beneficiário final, em desacordo com a determinação do

Decreto nº 7.507/2011 e da Resolução FNDE nº 44/2011.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016 a Prefeitura Municipal de

São José dos Pinhais apresentou as seguintes justificativas:

“Sobre a existência de duas contas correntes, o Municipio de São José dos Pinhais recebeu

do FNDE o ofício nº 757/2015 (anexo) que trata da alteração de domicilio bancário da conta

do Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE, que ocorreu a partir do exercício de

2015.

Ocasionando que tivéssemos recursos disponíveis nas duas contas existentes:

atual:

banco: 001 – Banco do Brasil

Agência: 0982

Conta Corrente: 0000775657

anterior:

Caixa Economica Federal

Agência: 0406

Conta Corrente: 0066720036

A Secretaria Municipal de Finanças, responsável pela manutenção de contas correntes aqui

no Municipio, informou que não recebeu solicitação para o encerramento da conta corrente

0667200-36 – Ag. 0406 – Caixa Econômica Federal (o ofício do FNDE citado não informa

obrigatoriedade de encerramento). Assim, os recursos recebidos até então permaneceram na

conta bancária antiga, entretanto aplicados fora da conta poupança.

Atendendo a questão que trata da identificação do beneficiário final nos extratos bancários, e

de acordo com informações recebidas da Secretaria Municipal de Finanças, a identificação

não consta no documento extrato bancário, e sim no borderô de pagamento. Exemplos da

documentação citada seguem em anexo, constando a sua totalidade nos arquivos desta

Prefeitura, podendo ser disponibilizados novamente. (doc. em anexo)”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Page 13: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

A Prefeitura passou a utilizar a nova conta, no Banco do Brasil, porém, manteve saldo e

investimento no mercado financeiro na conta antiga (na Caixa Econômica federal). Não

providenciou o encerramento da conta na Caixa Econômica sob o argumento de que não

houve essa determinação no Ofício citado.

A prefeitura, ao manter saldos do Programa Pnae em duas contas bancárias não cumpriu a

determinação do FNDE de transferir os saldos para a conta nova. A Prefeitura não

disponibilizou documentos novos.

Os favorecidos das ordens bancárias estão identificados nos borderôs, porém estes não estão

disponibilizados ao acesso público conforme determinado no art. 3º do Decreto nº

7.507/2011.

“Art. 3º Em cumprimento às disposições dos arts. 48 a 49 da Lei Complementar nº 101, de

4 de maio de 2000, e observado o disposto no art. 76 do Decreto nº 93.872, de 23 de

dezembro de 1986, as informações relativas ao uso dos recursos transferidos na forma deste

Decreto serão objeto de ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso

público.”

##/AnaliseControleInterno##

2.1.4. Recursos aplicados em fundo de aplicação financeira ao invés de caderneta de

poupança.

Fato

De acordo com o inciso XIII, do art. 38 da Resolução/CD/FNDE nº 26, de 17 de junho de

2013, os recursos financeiros não utilizados por mais de 30 dias devem ser aplicados em

caderneta de poupança. Embora haja recursos não utilizados nas contas do Pnae desde 2013,

a Secretaria de Educação não aplicou os recursos do Pnae em caderneta de poupança, e

sequer abriu esse tipo de conta. Os recursos foram aplicados no mercado financeiro. O saldo

de investimentos em aplicações financeiras em 30 de junho de 2016 é de R$ 7.574.646,49.

“Art. 38 O FNDE transferirá recursos financeiros de forma automática, sem necessidade de

convênio, ajuste, acordo, contrato ou instrumento congênere, nos termos do disposto na Lei

nº 11.947/2009, para aquisição exclusiva de gêneros alimentícios, processando- se da

seguinte forma:

XIII - enquanto não utilizados, os recursos do Pnae deverão ser, obrigatoriamente,

aplicados:

a) em caderneta de poupança aberta especificamente para o Programa quando a previsão

do seu uso for igual ou superior a um mês;

b) em fundo de aplicação financeira de curto prazo ou em operação de mercado aberto,

lastreada em títulos da dívida pública federal, caso seja mais rentável, quando sua

utilização estiver prevista para prazo inferior a um mês.”

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Page 14: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016 a Prefeitura Municipal de

São José dos Pinhais apresentou as seguintes justificativas:

“Em virtude da não alteração efetiva do domicilio bancário na época especificada, a

Secretaria Municipal de Finanças informou que não recebeu solicitação para efetuar a

correta aplicação dos recursos de acordo com o inciso XIII, do art. 30 da Resolução/CD/

FNDE nº 38, DE 16 DE JULHO DE 2009.

Assim, os recursos recebidos até então permaneceram na conta bancária antiga, entretanto

aplicados fora da conta poupança.

Informamos que atualmente a movimentação de recursos acontece apenas na conta

bancária de nº 77565-7 - Ag 0982 – Banco do Brasil, com a devida aplicação dos recursos

financeiros recebidos. (doc. em anexo)”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A Prefeitura informa que não recebeu solicitação para efetuar a correta aplicação dos

recursos de acordo com o inciso XIII, do art. 30 da Resolução/CD/FNDE nº 38, de 16 de

julho de 2009 por isso não manteve os recursos aplicados em conta de poupança, mas os

manteve no mercado financeiro.

A Prefeitura mantém recursos do Pnae não utilizados desde 2013, jamais abriu caderneta de

poupança, mesmo sabendo que ficaria mais de 30 dias sem utilizar os recursos (os recursos

do Pnae foram destinados apenas aos pagamentos à agricultura familiar). Ressalte-se o valor

de R$ 7.574.646,49 na conta de investimentos em aplicações financeiras em 30 de junho de

2016.

O cumprimento da legislação pertinente no âmbito de cada programa é dever do gestor

municipal, não cabendo a ele alegar desconhecimento normativo para sua não aplicação.

##/AnaliseControleInterno##

2.1.5. Instalações/equipamentos inadequados para o preparo das refeições.

Fato

Na visita efetuada às Escolas e Centros Municipais de Educação Infantil nas áreas urbana e

rural verificou-se a inadequação na cozinha de 2 CMEIs:

No CMEI Professora Maria da Piedade de Souza Cortes, rural, foram identificados os

seguintes problemas: falta de produtos, inclusive para as dietas com restrições, atrasos na

entrega dos pedidos (leite, maisena, aveia), troca de cardápio sem o aval das nutricionistas

da prefeitura. Havia 2 Pias, uma funcionando como armário, e a outra descolando da parede,

fogão com a porta quebrada, armário de escritório para a guarda de mantimentos, botijão de

gás e janela sem tela milimétrica.

No CMEI A Arvore dos sapatos, urbana. A cozinha onde funciona o lactário é minúscula e

não tem janela externa e a porta, sem tela milimétrica, precisa ficar aberta.

Page 15: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

A empresa Nutri & Saúde é a responsável pela merenda dos alunos matriculados na pré-

escola e CMEIs, onde as refeições (inclusive mamadeiras) são preparadas nas próprias

escolas. Além disso obrigou-se a manter nas escolas uma cozinha com equipamentos e

utensílios adequados e profissionais capacitados para efetuar o preparo das refeições. Os

produtos são entregues semanalmente.

Não há informação sobre aplicações de penalidades à empresa por descumprimento do

contrato.

Nem todas as escolas possuem funcionários da prefeitura para o preparo da merenda. Há

escolas com empregados só da empresa.

Das escolas com educação infantil apenas uma recebeu visita do CAE.

Seguem registros fotográficos:

Foto – Cozinha com 2 pias. Uma serve de armário.

Campo Largo da Roseira - São José dos Pinhais –

PR em 05 de agosto de 2016.

Foto – Botijão de gás dentro da cozinha. Campo

Largo da Roseira - São José dos Pinhais – PR em

05 de agosto de 2016.

Foto – Armário de escritório na cozinha. Campo

Largo da Roseira - São José dos Pinhais – PR em

05 de agosto de 2016.

Foto – Pia descolando da parede da cozinha.

Campo Largo da Roseira - São José dos Pinhais –

PR em 05 de agosto de 2016.

Page 16: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

Foto: Janela interna da cozinha do lactário que dá

acesso à sala onde ficam os bebês. CMEI A

Árvore dos Sapatos – Vila Nova – São José dos

Pinhais – PR em 05 de agosto de 2016.

Foto: Cozinha do lactário sem janela. A porta

precisa ficar aberta e não tem tela milimétrica.

CMEI A Árvore dos Sapatos – Vila Nova – São

José dos Pinhais – PR em 05 de agosto de 2016.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016 a Prefeitura Municipal de

São José dos Pinhais apresentou as seguintes justificativas:

“Informamos que o refeitório do CMEI possui equipamentos em funcionamento, de acordo

com o Contrato de Prestação de Serviços firmado entre o Município de São José dos

Pinhais e a empresa Nutri & Saúde Refeições Coletivas Ltda, no seu Edital de

Concorrência Pública Nº 11/2011 – SERMALI – 12.0 – DISPOSIÇÕES GERAIS –

12.60 – a empresa vencedora deverá suprir as Unidades de Ensino com materiais

novos, antes da data prevista para o início do servimento dos alimentos, conforme

relação abaixo e, quando necessário, fazer a renovação dos mesmos. A Secretaria

Municipal da Educação fará inspeção podendo exigir da empresa Contratada a

comprovação de compra através de notas fiscais dos seguintes matérias: (segue cópia

anexa), podendo ser apreciada e confirmada a falta de maiores especificações dos

mobiliários, equipamentos e utensílios em geral.

As mesas e bancos já foram substituídos por mesas menores e cadeiras com encosto.

Solicitamos à empresa Nutri & Saúde em reunião com toda equipe, novas adaptações

referentes à assessoria realizada pela Instituição “AVISA LÁ” aos Centros Municipais de

Educação Infantil, que incentiva o autosserviço das refeições às crianças, com novas

adaptações aos equipamentos e mobiliários, como por exemplo, o passa pratos que serve de

apoio no momento do servimento, corte dos pés do equipamento, para que estes ficassem na

altura das crianças, também os utensílios de vidro, que a Instituição denominou como

“mais“ higiênico às crianças, não priorizando questões de segurança.

Todas as novas adaptações foram repassadas à empresa, mas o custo total ficaria inviável ao

Município, haja vista o planejamento inicial, pois seriam necessários diversos reparos em

todos os equipamentos de buffet (adicionando passa pratos e corte dos pés), novos utensílios

de vidro, mesas para até 04 (quatro) crianças e cadeiras individuais com os respectivos

encostos para as crianças menores fazerem uso sem cair de costas.

Informamos que na atual licitação da merenda, não prevê especificações detalhadas para

aquisição de materiais.

Page 17: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

Em busca das especificações do FNDE, também consta apenas mesas e bancos, sem maiores

especificações e detalhamentos.

A Divisão de Assessoramento da Secretaria de Educação, está fazendo aquisições de

mobiliários (mesas e cadeiras) com os encostos/proteção e estão sendo substituídas, de

acordo com a solicitação do Departamento de Educação Infantil.”

“Conforme citado no relatório foram realizadas visitas em algumas unidades de ensino e as

diversas situações apontadas foram explicadas de forma individual, de acordo com cada

desconformidade, mas a Secretaria está tomando as devidas providências para uma prestação

de serviços eficiente.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Os problemas evidenciados, segundo relatos das diretoras e funcionárias não são novos. Não

há registros de aplicações de penalidades à empresa. Não há registro de visitas da Secretaria

de Educação. Quanto às visitas do Conselho Municipal de Alimentação Escolar, foram

visitadas trinta e seis escolas em 2015, apenas uma vez de um total de cem escolas. Embora

informado que a “Secretaria está tomando as devidas providências”, nenhuma providência

foi apresentada.

##/AnaliseControleInterno##

2.2 Parte 2

Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para

adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.

Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de

recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito

de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das

pastas ministeriais. Esta Controladoria não realizará o monitoramento isolado das

providências saneadoras relacionadas a estas constatações.

2.2.1. Atuação deficiente do Conselho Municipal de Alimentação Escolar no

acompanhamento da execução do Pnae.

Fato

O Conselho Municipal de Alimentação Escolar foi criado no município de São José dos

Pinhais por meio da Lei nº 12, de 17 de abril de 1995. O Regimento Interno do Conselho

Municipal de Alimentação Escolar – CMAE foi instituído pelo Decreto nº 1.489 de 19 de

agosto de 2013 e o Decreto nº 2.381, de 18 de abril de 2016 traz nova redação para alguns

artigos.

O Conselho elaborou o Plano de Ação e tem encontrado dificuldade no seu cumprimento

porque o próprio CMAE tem dificuldade em reunir-se devido à ausência dos membros. As

reuniões são registradas no livro de Atas e contém a assinatura dos presentes. Os membros

Page 18: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

do Conselho têm acesso aos documentos de despesas realizadas. A atuação no processo de

licitação dos alimentos a serem adquiridos e o acompanhamento da execução físico-

financeira do programa são realizados pelos nutricionistas, pelo fato de fazerem parte do

CMAE.

As reuniões do CMAE são mensais, conforme calendário e acontecem na “Sala dos

Conselhos” localizada na Secretaria Municipal de Educação onde são examinados os

relatórios e demonstrativos elaborados pelo Poder Executivo. A sala possui telefone com

ramal, uma mesa de reunião, cadeiras, armários, um computador com acesso à internet e

uma impressora, estes últimos adquiridos em 2006 com recursos do FNDE (pregão

46/2006). Os equipamentos funcionam com dificuldades por serem obsoletos. O Conselho

utiliza veículos da Divisão de Transporte mediante prévio agendamento.

O CMAE possui regimento interno, porém, por falta de quórum há dificuldades em reunir-

se. Em 2015 o CMAE efetuou uma visita em trinta e seis escolas onde foi preenchido um

documento “Roteiro de visitas às escolas e CMEIS”. Foram avaliadas questões sobre higiene

pessoal das merendeiras, higiene do ambiente, higiene dos alimentos, armazenamento,

preparo e distribuição dos alimentos, relacionamento da merendeira

(atendentes/preparadoras de alimentos), local e segurança no trabalho. Das escolas

constantes da amostra, o CMAE visitou três. Não ocorreram visitas às escolas em 2014 e

2016.

As poucas e incompletas informações sobre o CMAE estão no sítio a seguir:

conselhos.sjp.pr.gov.br/conselho-municipal-de-alimentacao-escolar/

Devido à pouca atuação o CMAE é desconhecido na cidade e nas escolas.

Não há informação sobre a fiscalização do CMAE na verificação das condições de

armazenamento dos alimentos nos depósitos das empresas contratadas, nem no

acompanhamento das entregas dos produtos nas empresas contratadas. Nas visitas efetuadas

às escolas em 2015 não há registros da verificação da quantidade/qualidade dos alimentos

que chegam às escolas ou da quantidade/qualidade das refeições servidas aos alunos.

O CMAE não detectou irregularidades ou impropriedades na execução dos recursos do

Pnae.

Não foram apresentados documentos da prefeitura notificando o CMAE sobre o recebimento

de recursos do Pnae.

A Prefeitura vem apresentando a prestação de contas no Sistema de Gestão de Prestação de

Contas - SiGPC, porém, a última aprovação, referente ao exercício de 2009, ocorreu com

ressalvas. As contas de 2010 a 2015 encontram-se sob análise do FNDE.

O CMAE emitiu parecer conclusivo no Sistema de Gestão de Conselhos – Sigecon sobre a

alimentação escolar no município e o enviou ao FNDE cujo recibo encontra-se registrado na

base de dados do FNDE.

De acordo com o livro de atas de reunião do CMAE no dia 22 de junho de 2015 o CMAE

recebeu a visita de uma técnica do Pnae/FNDE e que houve uma visita às empresas

Risotolândia e Nutri & Saúde. Na reunião do dia 27 de janeiro de 2016 consta da ata que o

FNDE enviou o Ofício nº 0007275/2016-1 à Prefeitura apresentando o resultado do

monitoramento realizado em 2015, informando da necessidade de elaboração de respostas.

Tais informações e documentos não foram disponibilizados à equipe de fiscalização.

Page 19: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

Foto: Sala dos Conselhos, local de reunião do CMAE –

Secretaria de Educação – São José dos Pinhais – PR.

Em 06 de agosto de 2016.

Foto: Equipamento utilizado pelo CMAE com

indicação da data de aquisição – Secretaria de

Educação – São José dos Pinhais – PR. Em 06

de agosto de 2016.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016 a Prefeitura Municipal de

São José dos Pinhais apresentou as seguintes justificativas:

“Quando há reunião do Conselho Municipal de Alimentação Escolar a dificuldade está em

ter a presença de representantes da sociedade, pais de alunos que não costumam comparecer.

A SEMED/Divisão de Merenda Escolar por diversas vezes trabalhou para compor o CAE no

segmento pais de alunos, mas mesmo alterando os representantes, continuamos constatando

a ausência dos representes.

Conforme apontado no relatório de que o CMAE é desconhecido na cidade e nas

escolas

Para conhecimento dos munícipes, existe um espaço no site http://conselhos.sjp.pr.gov.br/

da Prefeitura “Portal dos CONSELHOS MUNICIPAIS” onde são divulgadas ações,

calendário de reuniões, composição, o que é?, resoluções e legislação. Em reunião proferida

na data de 19/10/2016 – 4ª feira a Conselheira Mirian ficou responsável pela alimentação

dos dados no Portal (cópia da ata anexa).

O Conselho Municipal de Alimentação Escolar de São José dos Pinhais – CAE, encaminhou

às Escolas Municipais e aos Centros Municipais de Educação Infantil, Ofício Circular Nº

01/2015 para divulgação do Conselho (cópia anexa do Ofício).

Informamos que nas visitas efetuadas o Conselho de Alimentação Escolar – CAE segue o

Roteiro de Visitas às Unidades Escolares (cópia anexa) conforme modelo do FNDE – sítio:

www.fnde.gov.br/arquivios/category/170-conselho-de-alimentacao-escolar

A SEMED vai levar como sugestão de pauta para que a partir de 2017 o CAE confeccione

ficha para registro de quantidade/qualidade dos alimentos/refeições recebidos nas Unidades

Escolares.

Page 20: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

A quantidade dos alimentos (gêneros) que chegam às Escolas são devidamente conferidos

pela Diretora e/ou Diretora Auxiliar e qualquer não conformidade, deve ser comunicada à

SEMED.

É feita a prova de todas as preparações que são servidas às Unidades Escolares pelas

Nutricionistas da SEMED.

O Conselho realizou reuniões com Diretores das Unidades de Ensino para divulgar o CAE.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A falta de eficiência do Conselho Municipal de Alimentação Escolar é o resultado da

dificuldade de sua atuação. Das cem escolas urbanas e rurais, o CMAE só conseguiu visitar

trinta e seis, apenas uma vez, no ano de 2015. Não conseguiu retornar às mesmas escolas

visitas ou visitar as demais escolas embora haja formulário para ser aplicado. A informação

sobre o desconhecimento do CMAE foi dada por membro do CMAE e consta de ata os

esforços para sua divulgação. O diretor de uma das escolas visitadas desconhecia o CMAE.

A Prefeitura apresentou anexo ao Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016 cópia

de documento “Circular nº 01/2015”, emitido em 20 de agosto de 2015 do Conselho

Municipal de Alimentação Escolar às Escolas Municipais e Centros de Educação Infantil da

cidade com o assunto: Divulgação do CAE (Gestão 2014-2018). O documento explica o que

é o Conselho e elenca 8 competências. Como houve manifestação de diretor de escola, o

desconhecimento pode ser de outra natureza: ou ruído na comunicação ou falta de atuação

do conselho em visitas ou relatórios/orientações periódicas para as escolas.

A atuação é deficiente por conta da dificuldade de quórum nas reuniões e as características

da terceirização da merenda no município: contratos complexos com duas empresas

diferentes para fornecimento, preparo e distribuição de alimentos tanto da agricultura

familiar como fornecimento de carnes, refeições prontas, refeições preparadas nos próprios

CMEIs, doze cardápios diferentes, incluindo dieta especial, para 100 escolas urbanas e

rurais, território grande. Há diversas formas de entrega de mercadorias, parte nas empresas

contratadas, parte na cooperativa, alimentos in natura da agricultura familiar, distribuição,

armazenamento, etc.. O CMAE fez poucas visitas, tem pouca gente, tem composição

indevida (faltam de representantes da comunidade) possuem nutricionistas que fiscalizam

seus próprios atos. Por mais esforço que o CMAE faça, precisa de ajuda da Secretaria de

Educação, da Prefeitura e demais atores para atue com eficiência e efetividade.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.2. Cardápios não apresentados ao CMAE para apreciação.

Fato

Verificou-se que no livro de atas de reuniões do Conselho Municipal de Alimentação

Escolar – CMAE consta a apreciação e aprovação dos cardápios para o exercício de 2015

em reunião realizada no dia 11/02/2015. Porém, no mesmo livro de atas não consta a

apreciação e aprovação dos cardápios pelo CMAE para o exercício de 2016.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016 a Prefeitura Municipal de

São José dos Pinhais apresentou as seguintes justificativas:

Page 21: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

“Os cardápios do exercício de 2016 não foram apresentados ao Conselho Municipal de

Alimentação Escolar – CAE devida falta de quórum dos Conselheiros.

Nas reuniões que houve presença mínima dos Conselheiros, foram tratados de assuntos

como pedidos de notas fiscais devida prestação de contas que exigia longo tempo para

análise e posterior Prestação de Contas no Sistema de Gestão de Prestação de Contas-SIGPC

do FNDE.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A resposta da Prefeitura ratifica a constatação de que o Conselho Municipal de Alimentação

Escolar não apreciou e aprovou os cardápios para o exercício de 2016.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.3. Falta de capacitação dos membros do CMAE.

Fato

Não houve capacitação dos membros do CMAE no período analisado (2015 a 30 de junho

de 2016). Foi apresentado o Ofício nº 448, de 08 de agosto de 2016 da Universidade Federal

do Paraná - UFPR com informações sobre reuniões ocorridas em julho de 2016. As reuniões

foram promovidas pelo Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição do Escolar do

Paraná – Cecane que é formado por da parceria entre o FNDE e a UFPR.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016 a Prefeitura Municipal de

São José dos Pinhais apresentou as seguintes justificativas:

“Informamos que a assessoria ao CAE – Conselho de Alimentação Escolar foi realizada

através do CECANE PR – Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição do Escolar do

Paraná. Tais atividades ocorreram nos dias 28, 29 e 30 de julho de 2015, conforme cópia das

Atas (anexas) e cópia do Ofício Nº 448 da UFPR. O atendimento específico ao CAE sobre

legislação do PNAE (Lei 11.947/2009 e Resolução Nº 26/2013) ocorreu no dia 30 de julho

de 2016, no período da manhã. Além disso, houve debate sobre aos aspectos práticos do

exercício do mandato dos Conselheiros. (doc em anexo)”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A resposta da Prefeitura ratifica a constatação de que não houve capacitação dos membros

do Conselho Municipal de Alimentação Escolar no período analisado (2015 a 30 de junho

de 2016).

##/AnaliseControleInterno##

2.2.4. Falhas na composição do Conselho Municipal de Alimentação Escolar.

Page 22: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

Fato

O Decreto nº 1.929, de 20 de novembro de 2014 nomeou os membros do CMAE para a

gestão 2014/2018 de acordo com o disposto na Resolução FNDE nº 26/2013, e existe

designação de todos os membros. Porém, como representantes do poder executivo foram

nomeadas duas nutricionistas. Essa nomeação não é recomendada, pois, além do quadro

reduzido de nutricionistas uma das tarefas do CMAE é fiscalizar a alimentação escolar, que

é administrada pelas próprias nutricionistas.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016 a Prefeitura Municipal de

São José dos Pinhais apresentou as seguintes justificativas:

“Em relação ao apontamento acima informamos que a Conselheira atual, indicada pelo

Poder Executivo, juntamente com a titular, estarão se desligando da atual gestão e novos

nomes serão indicados para a função, ficando assim sanadas as falhas.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A falta de providência urgente da Prefeitura na retirada imediata das nutricionistas do

Conselho Municipal de Alimentação para regularizar a composição indevida demonstra a

falta de comprometimento na solução de problemas, desrespeito e desconsideração com as

nutricionistas. Estas, além de estarem em número insuficiente – fato que descumpre

normativo da categoria - desdobram-se na realização de seu serviço e ainda atuam como

fiscais do próprio serviço, fragilizando todo o processo sob sua responsabilidade. O fato da

proximidade da mudança de gestão não justifica a falta de atuação dos gestores municipais

atuais. A falta de atuação da Prefeitura não sana as falhas.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.5. Atuação restrita da Comissão de Recebimento de Materiais e Serviços.

Fato

O Decreto municipal nº 1.719, de 5 de fevereiro de 2007 dispõe sobre os procedimentos para

recebimento de materiais e serviços no âmbito da Administração Direta. O Decreto nº 2.252

de 20 de novembro de 2015 criou a Comissão Permanente de Recebimento de Materiais e

Serviços da Secretaria Municipal de Educação e nomeou os membros cujas atribuições são

cumulativas com as atividades de seus cargos.

Conforme entrevista realizada com um membro da Comissão, a atuação efetiva ocorre

apenas na agricultura familiar, ou seja, onde os agricultores entregam seus produtos nas

manhãs de segunda-feira: Cooperativa de Processamento Alimentar e Agricultura Solidária

de São José dos Pinhais – Copa & Sol, CNPJ 07.142.331/0001-05, Rua Emerson Greboge,

3.060 – Colônia Murici – São José dos Pinhais/PR.

Page 23: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

São conferidas as quantidades, a qualidade e o peso dos produtos apresentados com os

pedidos da Divisão da Merenda Escolar para a semana.

Segue registro fotográfico:

Foto – Comissão de Recebimento conferindo

produtos na Cooperativa Copa & Sol – Colônia

Murici - São José dos Pinhais – PR. Em 08 de

agosto de 2016.

Foto – Produtor entregando produtos na

Cooperativa Copa & Sol – Colônia Murici - São

José dos Pinhais – PR. Em 08 de agosto de 2016.

Foto – Produtos recebidos na Cooperativa Copa

& Sol destinado à empresa Nutri & Saúde –

Colônia Murici - São José dos Pinhais – PR. Em

08 de agosto de 2016.

Foto – Controle e pesagem de Produtos recebidos

de agricultores familiar na Cooperativa Copa &

Sol - Colônia Murici - São José dos Pinhais – PR.

Em 08 de agosto de 2016.

Os demais gêneros (carnes, açúcar, café, geleias, óleo de soja, etc.) são entregues pelos

fornecedores, vencedores do Pregão nº 51/2015, diretamente nas empresas Risotolândia e

Nutri & Saúde e não são fiscalizados regularmente pela Comissão de Recebimento ou pelo

Conselho de Alimentação Escolar. Ainda assim, em cada documento de liquidação de

despesa há um “Termo de Recebimento de Materiais e Serviços” assinado pela Comissão de

recebimento.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016 a Prefeitura Municipal de

São José dos Pinhais apresentou as seguintes justificativas:

“A Comissão de Recebimento de Materiais e Serviços acompanha a chegada dos produtos

da Agricultura Familiar na COPASOL e também, nas Empresas Nutri & Saúde e

Risotolândia.

Page 24: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

Na COPASOL recebemos frutas, verduras e legumes analisando quantidade e qualidade dos

produtos.

O recebimento dos gêneros citados no pregão n.º 51/2015 encerrou-se em 2015. A partir do

mês de agosto de 2016, conforme orientação da CGU, iniciamos o recebimento de laticínios

e polpas de frutas nas Empresas Nutri&Saúde e Risotolândia, conforme tabelas anexas.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Como informado na presente constatação, a Comissão de Recebimento de Materiais e

Serviços acompanha apenas a chegada dos produtos na Cooperativa Copa & Sol. Ainda

segundo a Comissão, os demais produtos são entregues pelos fornecedores diretamente nas

empresas Nutri & Saúde e Risotolândia cujos recebimentos são feitos por funcionários

dessas empresas. Apesar da informação da Secretaria de Educação de que a Comissão de

Recebimento de Materiais e Serviços acompanha a chegada dos produtos nessas empresas

não foi comprovado com documentos, embora nos documentos de liquidação de despesa há

um “Termo de Recebimento de Materiais e Serviços” assinado pela Comissão de

recebimento.

Os documentos apresentados pela Secretaria de Educação para justificar sua resposta são

relações, com data posterior ao escopo deste trabalho, com um resumo dos produtos e

quantidades supostamente entregues às empresas, porém, não há evidências que a Comissão

esteve nas empresas para acompanhar a efetiva entrega de bebidas lácteas, polpas de frutas

etc.

A afirmação de que a Secretaria de Educação iniciou o recebimento de laticínios e polpas de

frutas nas Empresas Nutri&Saúde e Risotolândia conforme “orientação da CGU” comprova

que o acompanhamento não era efetuado. Como esclarecimento, registre-se que não houve

orientação da CGU, mas um questionamento sobre a forma de recebimento dos demais

produtos nas empresas, considerando a informação da atuação da Comissão apenas no

recebimento dos produtos da agricultura familiar. Registre-se, ainda, que a Comissão de

Recebimento de Materiais e Serviços deve atuar em todas as aquisições de bens e serviços

do referido contrato, independente de nenhuma orientação, por fazer parte de suas

obrigações e competências.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.6. Não aplicação de teste de aceitabilidade durante o período examinado.

Fato

De acordo com informação das nutricionistas não foram realizados testes de aceitabilidade

porque não foram introduzidos novos alimentos nos cardápios entre 2015 e 2016.

Ressalte-se que o teste deverá ser aplicado também para avaliar a aceitação dos cardápios

praticados frequentemente, conforme §6º do art. 17 da Resolução nº 26/2103 do FNDE.

“Art. 17 A EEx. aplicará teste de aceitabilidade aos alunos sempre que introduzir no

cardápio alimento novo ou quaisquer outras alterações inovadoras, no que diz respeito ao

preparo, ou para avaliar a aceitação dos cardápios praticados frequentemente.”

As diretoras das escolas informaram que há rejeição de alimentos pelos alunos (pães

integrais, polenta, pão de abóbora, de cenoura, etc.).

Page 25: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016 a Prefeitura Municipal de

São José dos Pinhais apresentou as seguintes justificativas:

“Informamos que a Divisão de Merenda Escolar está se organizando para aplicar os testes de

aceitabilidade sanando assim o apontamento.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Nas entrevistas com as diretoras e responsáveis pela merenda nas escolas visitadas foi

informado da rejeição de alimentos pelos alunos. Não houve aplicação de teste de

aceitabilidade quanto à aceitação dos cardápios praticados frequentemente. A Secretaria de

Educação, por meio da Divisão de Merenda Escolar informa que está se organizando para

aplicar teste de aceitabilidade. Até que se tenha essa tarefa organizada sua ação será ineficaz

considerando ser intempestiva qualquer inciativa a ser efetuada neste momento e não sana o

apontamento, já que os contratos com as empresas terceirizadas vencem no final deste ano,

assim como o ano letivo.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.7. Inexistência de refeitório.

Fato

Das 6 escolas visitadas apenas uma – Maria da Piedade - possuía refeitório com

equipamentos e instalações adequadas. Verificou-se que não existem refeitórios em três

escolas: Irmã Maria Eufrásia Torres, Floresvaldo Meres de Creddo e Lilian Viana.

Nessas escolas as refeições são servidas em salas de aula que foram adaptadas para

funcionarem como refeitório. Situação mais sensível foi evidenciada nos Centros Municipais

de Educação Infantil, mesmo com os bancos baixos e sem encosto existem crianças bem

pequenas que necessitam de cadeirinhas com encosto ou de bancos ainda menores e que

possuam encosto. A escola Lilian Viana utiliza o corredor interno da escola como refeitório.

Seguem registros fotográficos:

Page 26: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

Foto – Escola Irmã Maria Eufrásia Torres. – São

Jardim Ipê – São José dos Pinhais – PR – 04 de

agosto de 2016.

Foto – Escola Rural Lilian Viana – Campina do

Taquaral - São José dos Pinhais – PR – 04 de

agosto de 2016.

Na visita efetuada ao CMEI A Baba do Passarinho verificou-se que o espaço utilizado como

refeitório não é adequado para atender as 304 crianças (72 na creche e 232 na pré-escola)

ocasionando alta rotatividade. Da mesma forma o quantitativo de cadeirinhas e de bancos

pequenos com encosto não são suficientes para atender à demanda.

Seguem registros fotográficos:

Foto: cadeirinhas para refeição dos bebês. CMEI

A Baba do Passarinho – Jardim Ipê – São José

dos Pinhais – PR. Em 04 de agosto de 2016.

Foto: bancos para a refeição das crianças. CMEI

A Baba do Passarinho – Jardim Ipê – São José

dos Pinhais – PR. Em 04 de agosto de 2016.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016 a Prefeitura Municipal de

São José dos Pinhais apresentou as seguintes justificativas:

“No horário do recreio as crianças preferem brincar. Quando a refeição é servida antes,

mesmo em sala de aula, garante que a alimentação seja tranqüila, organizada e o professor

pode acompanhar sua turma.

Mesmo Unidades que possuem refeitórios grandes, preferem organizar o recreio em horários

escalonados para melhor organização e tranqüilidade na refeição”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

O fato das escolas não possuírem refeitório, embora seja um problema relatado e pleiteado

pelas diretoras, não é para a Secretaria de Educação, pois, não se manifestou sobre proposta

de construção de refeitório nas escolas que não os possuem. Informou que as crianças

“preferem brincar” e que a merenda oferecida na sala de aula, acompanhada pelo professor,

garante tranquilidade e organização.

Cumpre registrar que cada escola deve ter um refeitório para alimentação dos alunos. Cuidar

da alimentação dos alunos é tarefa da Secretaria de Educação que deve disponibilizar todos

os meios adequados para o correto atendimento da merenda escolar ao aluno.

Page 27: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

Quando a Secretaria de Educação transfere a responsabilidade pela falta de refeitório ao

professor para administrar a concessão da merenda dentro da sala de aula, indica a falta de

interesse na solução do problema.

As decisões que as diretoras das escolas, professores e funcionários precisam tomar para

suprir a falta de atuação da Secretaria de Educação na providência de construção de

refeitórios não servem para justificar a falta de ação da Prefeitura. Crianças preferem

brincar, professores precisam lecionar e gestores administrar, gerenciar e resolver

problemas.

Sobre a inadequação de refeitórios da escola a Prefeitura não apresentou nenhuma

informação sobre eventual providência a ser tomada, transferindo o problema para as

diretoras quanto à organização do recreio dos alunos em horário escalonados, mesmo em

grandes refeitórios. Desconhece que esta é a única opção que as escolas vêm adotando há

muito tempo para atender ao quantitativo de crianças. Quanto à ao quantitativo insuficiente

de cadeirinhas e de bancos pequenos com encosto a Prefeitura não se manifestou.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.8. Recebimento dos gêneros em desacordo com o cardápio estipulado.

Fato

Verificou-se que o recebimento de gêneros alimentícios nas escolas/CMEIs nem sempre está

de acordo com o cardápio estipulado pela nutricionista. Como as escolas/CMEIs não

estocam alimentos os gêneros recebidos devem ser suficientes para o atendimento da

semana.

A diretora do CMEI A Baba do Passarinho informou que dos quatorze quilos de melancia

previstos para a entrega faltaram três quilos e, após sua reclamação a empresa trocou o

produto e enviou três quilos de maçãs.

No CMEI A Árvore dos sapatos a funcionária responsável pelo lactário informou que a

escola não recebeu leite sem lactose, embora cobrado diversas vezes e que há divergências

no romaneio de alimentos. No dia da visita não tinha maisena e a nutricionista da empresa

Nutri & Saúde, de passagem pela escola, informou que ia mandar aveia para substituir a

maisena. Verificamos que não havia previsão de aveia nos cardápios.

No CMEI Professora Maria da Piedade de Souza Cortes foi informado que faltam macarrão

e leite. Quando há falta de carne vermelha prevista no cardápio, a escola recebe carne de

frango.

Na Escola Rural Municipal Lilian Viana também foi informado sobre a troca de cardápio.

Os quantitativos de produtos informados pela prefeitura como entregues às escolas da

amostra nem sempre condizem com os recebidos. Segundo informado, o motivo das

refeições serem servidas com alimentos diferentes dos cardápios é a falta de ingredientes

obrigando as lactaristas/funcionárias a servir alimentos diversos.

Segue registro fotográfico:

Page 28: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

Foto: Controle da entrega com falta de alimentos

no lactário da CMEI A Árvore dos Sapatos – Vila

Nova – São José dos Pinhais – PR em 05 de agosto

de 2016.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016 a Prefeitura Municipal de

São José dos Pinhais apresentou as seguintes justificativas:

“Com relação a este item informamos que quando há troca de cardápio a Secretaria

Municipal de Educação informa que conforme planejamento antecipado da Divisão de

Merenda Escolar junto às empresas Risotolândia e Nutri & Saúde a Nutricionista

responsável pela elaboração do cardápio autoriza a troca, sendo as empresas responsáveis

em avisar por escrito todas as Unidades Escolares. Reforçamos a importância da

comunicação para com as Unidades Escolares e para que ocorrências como esta não

aconteçam, caso contrário será aplicada sanções previstas em razão da prática de falta.

Segue (anexo) Manual de Alimentação Escolar, entregue em reuniões de diretores escolares,

informando sobre todos os procedimentos diários necessários para a condução da

alimentação escolar.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

De acordo com a Prefeitura, os fatos constatados, por serem comuns, não exigem a

proposição de nenhuma ação para impedir/minimizar a falta dos alimentos previstos nos

cardápios, uma vez que as trocas estão previstas nos normativos. Embora o fornecimento da

merenda seja terceirizado, a responsabilidade é indelegável, cabendo à Prefeitura a

obrigação de acompanhar/fiscalizar todas as ações realizadas pelas empresas contratadas.

Melhorar a comunicação é fundamental, porém a responsabilidade de avisar as escolas sobre

eventual alteração de cardápio deve ser da Prefeitura e não das empresas terceirizadas. Não

há registros de aplicação de penalidades durante a execução do contrato, porém, a Prefeitura

informa que serão aplicadas sanções caso haja novas ocorrências. Ressalte-se que o referido

contrato expira no fim deste ano.

##/AnaliseControleInterno##

Page 29: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

2.2.9. Divulgação inadequada dos recursos federais recebidos.

Fato

A lei nº 9.452 de 20 de março de 1997 determina que:

“Art. 1º Os órgãos e entidades da administração federal direta e as autarquias, fundações

públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista federais notificarão as

respectivas Câmaras Municipais da liberação de recursos financeiros que tenham efetuado,

a qualquer título, para os Municípios, no prazo de dois dias úteis, contado da data da

liberação.

Art. 2º A Prefeitura do Município beneficiário da liberação de recursos, de que trata o art.

1° desta Lei, notificará os partidos políticos, os sindicatos de trabalhadores e as entidades

empresariais, com sede no Município, da respectiva liberação, no prazo de dois dias úteis,

contado da data de recebimento dos recursos.”

Por meio do Ofício da Secretaria Municipal de Educação nº 1.062/2016, de 04 de agosto de

2016 foi informado que:

‘quanto à notificação da Prefeitura aos partidos políticos, aos sindicatos de trabalhadores e

às entidades empresariais sobre recursos federais recebidos pelo município nos exercícios

sob exame, informamos que encaminhamos diariamente, no período noturno, as receitas

arrecadadas cuja fonte de receita tenha como detalhamento – 2 Transferências Voluntárias

Federais (vide fonte associativa) e não seja receita de aplicação, iniciando com (1325%).

O e-mail é enviado para todos que estejam cadastrados no módulo de “Convênio até

2012”>Cadastro>E-mail para Entidades (esta tela está sendo reescrita e publicada no

módulo de convênios novos) Segue a planilha anexa das pessoas/entidades de classe

cadastradas para receber.’

Complementa a informação por meio do Ofício da Secretaria Municipal de Educação e nº

1091/2016, de 12 de agosto de 2016, onde acrescenta o seguinte parágrafo:

‘Conforme se pode ler ao final do e-mail “esta é uma mensagem eletrônica automática

enviada pelo sistema, sendo assim não responda”, portanto embora enviada para a

planilha de e-mails encaminhada anteriormente, não temos resposta para confirmar o

recebimento.

A partir de agora estamos adequando o sistema para que a Prefeitura passe a receber a

comprovação das mensagens enviadas’ (negrito no original)

Não foram apresentadas cópias dos e-mails enviados. A planilha apresentada contém uma

relação com 31 nomes, não sendo possível confirmar que todos os destinatários

determinados na lei estão sendo notificados. A lei determina que haja a notificação sempre

que houver qualquer liberação de recursos federais para os respectivos Municípios, e não

apenas nos casos de transferências voluntárias como informado na resposta da Prefeitura.

Verificou-se que o documento que serviu de resposta à equipe foi elaborado por empresa

terceirizada (CaspBrasil - Consultoria, Assessoria e Sistemas Públicos do Brasil) em nome

da prefeitura e que das 31 pessoas físicas e jurídicas relacionadas na planilha, onze são

partidos políticos, quatro são Associações (destas, duas são de aposentados e uma de

funcionários públicos), seis são sindicatos, uma é Câmara Municipal, oito são pessoas físicas

e uma é pessoa jurídica. Dessa relação, pelo menos quatro pessoas têm relação direta ou

societária com a empresa CaspBrasil.

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Das informações recebidas não é possível afirmar que as entidades empresariais vêm sendo

notificadas do ingresso de recursos federais no município.

Considerando que todos os recursos federais transferidos aos municípios constam do portal

da transparência (www.portaldatransparencia.gov.br), sugere-se que a prefeitura divulgue

essas e outras informações no sítio da internet, visando a dar a maior transparência possível.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016 a Prefeitura Municipal de

São José dos Pinhais apresentou as seguintes justificativas:

“Em relação ao apontamento contido neste item foi solicitada à Secretaria Municipal de

Planejamento, através do seu Departamento de Tecnologia da Informação a revisão dos e-

mails para o envio correto das informações sobre recursos recebidos pelo Município.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A prefeitura não se manifestou sobre a transparência quanto à ampla divulgação do ingresso

de recursos federais no município, informou que transferiu para a Secretaria de

Planejamento a tarefa de revisar os e-mails enviados indicando que a divulgação continuará

a ocorrer desta forma.

##/AnaliseControleInterno##

3. Conclusão

Não foram identificadas falhas graves na execução do Programa Nacional de Alimentação

Escolar – Pnae no município de São José dos Pinhais - PR. Contudo, foram identificadas

impropriedades conforme abaixo discriminadas, dentre outras:

- Utilização de duas contas bancárias para execução do Programa;

- Recursos recebidos e não utilizados há mais de 3 anos;

- Utilização de duas contas bancárias para o Programa;

- Não aplicação em caderneta de poupança dos recursos sem utilização há mais de um mês;

- Falhas na composição do Conselho Municipal de Alimentação Escolar;

- Falta de capacitação para os membros do Conselho Municipal de Alimentação Escolar;

- Baixa efetividade na atuação do Conselho Municipal de Alimentação Escolar;

- Substituição de cardápio por falta de entrega de gêneros nos CMEIs;

- Quantidade de nutricionistas menor que o determinado pelo Conselho Regional de

Nutricionistas;

- Ausência de testes de aceitabilidade para os cardápios existentes;

- Equipamentos e instalações para o preparo das refeições inadequados;

- Inexistência/inadequação de refeitórios.

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Page 32: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

Ordem de Serviço: 201602070

Município/UF: São José dos Pinhais/PR

Órgão: MINISTERIO DA EDUCACAO

Instrumento de Transferência: Não se Aplica

Unidade Examinada: SAO JOSE DOS PINHAIS PREF GAB DO PREFEITO

Montante de Recursos Financeiros: R$ 1.368.408,31

1. Introdução

Os trabalhos de campo foram realizados no período de 01 a 12 de agosto de 2016 sobre a

aplicação dos recursos do programa 2030 - Educação Básica / 0969 - Apoio ao Transporte

Escolar na Educação Básica no município de São José dos Pinhais/PR.

A ação fiscalizada destina-se a garantir a oferta do transporte escolar aos alunos do ensino

básico público, residentes em área rural, por meio de assistência financeira, em caráter

suplementar, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, de modo a garantir-lhes o

acesso e a permanência na escola.

Na consecução dos trabalhos foi analisada a aplicação dos recursos financeiros federais

repassados ao município, no período compreendido entre 1º de janeiro de 2014 e 30 de

junho de 2016, pelo Ministério da Educação.

2. Resultados dos Exames

Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de

providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de

monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.

2.1 Parte 1

Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de

medidas preventivas e corretivas seja dos gestores federais.

2.2 Parte 2

Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para

adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.

Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de

recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito

de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das

pastas ministeriais. Esta Controladoria não realizará o monitoramento isolado das

providências saneadoras relacionadas a estas constatações.

2.2.1. Análise da Execução do Pnate no Município de São José dos Pinhais/PR.

Fato

Page 33: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

Procedeu-se à análise da aplicação de recursos e do atingimento dos objetivos do Programa

Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (Pnate) no âmbito do município de São José dos

Pinhas, localizado no Estado do Paraná.

O Pnate é um Programa Federal cujo objetivo é garantir a oferta do transporte escolar aos

alunos do ensino básico público, residentes em área rural, por meio de assistência financeira,

em caráter suplementar, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, de modo a

garantir-lhes o acesso e a permanência na escola.

Verificou-se que no município em questão os recursos federais são utilizados para o

pagamento pela prestação de serviços de transporte escolar por empresas privadas, bem

como para garantir a manutenção da frota própria do município também utilizada no

transporte dos alunos.

O transporte dos alunos é realizado por meio de 118 linhas que percorrem a área rural do

município, sendo que destas, 66 linhas são percorridas por veículos de empresas contratadas

pelo município. O restante das linhas é realizada por frota própria da Prefeitura, sendo

composta de 48 veículos (nos modelos de Ônibus, Microônibus e Miniônibus),

Diariamente são transportados 2.129 alunos do ensino básico residentes na área rural do

município, matriculados em vinte Escolas Municipais.

O período objeto dos exames foi 01 de janeiro de 2014 a 30 de junho de 2016.

Analisou-se as despesas realizadas no período, verificando se as mesmas estavam de acordo

com os objetivos do programa e suportadas por documentação comprobatória, bem como se

as empresas e serviços contratados foram precedidos do devido processo licitatório.

Verificou-se, também, se os veículos próprios e terceirizados utilizados no transporte escolar

estavam de acordo com as exigências do Código de Trânsito Brasileiro e se os respectivos

motoristas estavam habilitados para a condução dos veículos.

Também buscou-se evidenciar o transporte escolar no momento de sua realização, para fins

de garantir a condução adequada dos alunos com respeito a sua segurança, trecho percorrido

e controle de itinerário por parte da Prefeitura.

Da Análise dos Gastos Realizados:

As despesas realizadas enquadraram-se em três tipos: manutenção de veículos da frota

própria do município empregada na execução do transporte escolar de alunos residentes em

área rural; combustíveis; e pagamento a empresas pela realização de serviços de transporte

escolar contratadas via processo licitatório.

Quadro: Detalhamento do Tipo de Despesa Realizada 2014-2016 no Programa Pnate no

Município de São José dos Pinhais/PR

Período Manutenção de

Veículos Combustível

Transporte

Terceirizado

Total do

Período

01 de janeiro de 416.239,49 64.606,86 205.023,68 685.870,03

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2014 a 31 de

dezembro de 2014

01 de janeiro de

2015 a 31 de

dezembro de 2015

344.927,33 125.712,03 104.695,97 575.335,33

01 de janeiro de

2016 a 30 de

junho de 2016

45.575,46 19.999,14 168.585,04 234.159,64

Total Geral 806.742,28 210.318,03 478.304,69 1.495.365,00

Total geral de

participação de

cada item no total

gasto no período

em termos

percentuais

53,94 % 14,06 % 31,98 % 100 %

Fonte: www.fnde.gov.br (Consulta ao SIGPC – Sistema de Prestação de Contas do FNDE)

Durante o período analisado, foram transferidos a Prefeitura por parte do FNDE o montante

de R$ 1.368.408,31, com gastos superiores ao valor liberado cobertos por recursos próprios

do Município. Da análise do quadro anterior, verifica-se que a manutenção dos veículos

apresentou a maior soma de gastos (53,94%), seguida dos gastos relativos ao pagamento a

empresas prestadoras dos serviços de transporte escolar (31,98%), tendo o consumo de

combustível representado a menor parcela (14,06%) em relação ao total dos gastos efetuados

pelo município na execução do Pnate.

Analisou-se a composição de amostra de notas fiscais relativas a tais gastos. Foram

verificados R$ 497.953,08 em Notas Fiscais de um total de R$ 1.495.365,00 gastos durante

o período analisado, ou seja, 33,29% do total.

Em relação às notas fiscais faturadas pelas empresas de transporte escolar, verificou-se que

as mesmas foram pagas de acordo com o quilômetro rodado contratado, com discriminação

na nota da quilometragem rodada no período, com atesto do fiscal do contrato e autorização

de pagamento pela autoridade máxima da Secretaria de Educação do Município.

Nas notas fiscais das aquisições de peças e combustíveis há identificação dos veículos

beneficiários com a placa dos mesmos. Os valores cobrados não excederam aos praticados

no mercado no período de pagamento.

Por meio das notas fiscais analisadas, concluiu-se que os gastos foram realizados no objetivo

do programa conforme a norma legal.

Da Movimentação de Recursos Financeiros:

Os recursos financeiros do Pnate foram movimentados exclusivamente por meio da Conta

Corrente específica do Programa nº 31520-6 do Banco do Brasil. Verificando-se o extrato da

conta, constatou-se que os pagamentos foram efetuados com a identificação do beneficiário

final e exclusivamente por meio eletrônico, bem como toda a movimentação bancária

possuía a correspondente comprovação documental (nota fiscal respectiva) e os gastos

ocorreram conforme o objetivo do programa.

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Os recursos não utilizados foram aplicados em conta de investimento, apresentando os

seguintes saldos:

Quadro: Saldos Conta Investimento nº 31520-6 Pnate

Data Saldo (1,00 R$)

31/01/14 102.877,03

30/01/15 27.640,95

29/01/16 104.619,46

30/6/16 180.653,78

Fonte: Extrato Conta Corrente nº 31520-6 do Banco do Brasil

Da Análise dos Processos Licitatórios:

Fez-se análise dos preços de referência empregados nos editais das licitações realizadas para

a contratação de empresas para fins de prestação de serviços de transporte escolar; da

contratação de serviços de manutenção de veículos e para o fornecimento de combustíveis e

óleos lubrificantes. Tais empresas contratadas foram pagas com recursos do Pnate

transferidos ao município.

Em relação ao fornecimento de óleos e lubrificantes, foi verificado o edital de licitação do

Pregão Eletrônico n° 213/2014, cujo objeto foi o registro de preços para a contratação de

empresa para fornecimento de óleos lubrificantes e afins, com instalação de mini-tanques de

armazenamento e bombas de abastecimento, destinados a suprir as necessidades da frota de

veículos da prefeitura.

Analisou-se o orçamento da administração para o Pregão Eletrônico n° 213/2014, com

especificações e preços máximos, para a compra de 26 itens orçados no total de R$

960.840,18, constatando-se que os valores cotados como preços máximos da administração

não estavam acima dos praticados no mercado.

Os preços máximos cotados pela administração também estavam dentro dos valores

cobrados no Pregão Eletrônico nº 222/2014, cujo objeto foi o registro de preço para

aquisição de pneus novos e acessórios.

Foram também objeto de análise os preços máximos cotados pela Prefeitura de São José dos

Pinhais nos processos de contratação das empresas responsáveis pelo transporte de alunos no

âmbito do Pnate no município.

Os preços cotados para as referidas licitações estavam por quilometro rodado considerando o

ano letivo em duzentos dias (112 dias para as demais licitações que foram na modalidade de

dispensa por motivo de emergência) e a linha a ser licitada, com descrição detalhada do

trajeto a ser percorrido com os horários de saída e chegada.

O custo do quilômetro rodado foi construído considerando gastos com elementos como

salários/encargos trabalhistas dos motoristas; revisões, inspeção veicular e seguro; demais

gastos de manutenção dos veículos, tais como combustível, óleo lubrificante, pneus, entre

outros.

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Verificando o custo máximo estimado pela administração para o quilômetro rodado por

linha licitada, constatou-se que o valor projetado apresentava composição de custo em

acordo com os preços praticados no mercado, não evidenciando-se a prática de sobrepreço

nas licitações realizadas para a contratação de serviços de transporte escolar.

Quanto à conformidade em relação as normas vigentes, confrontaram-se os processos com à

Lei nº 8.666/93, atentando para elementos que, em conjunto, pudessem caracterizar

direcionamento e restrição à competitividade e/ou acarretassem prejuízo ao programa, tanto

no aspecto quantitativo, quanto no aspecto qualitativo.

No que tange aos editais, na contratação de serviços de transporte escolar, verificou-se que

os editais continham a previsão do custo do transporte por quilômetro rodado, bem como o

termo de referência detalhava o percurso, a situação das estradas, o tipo e as condições do

veículo, o total de km a serem percorridos por dia, entre outros aspectos. Da análise dos

processos, não se evidenciou a ocorrência de adulteração de documentos, de notas fiscais

inidôneas, de empresas com endereço não comprovado, entre outros aspectos que acarretam

o prejuízo ao processo.

Quanto à modalidade de licitação utilizada, o gestor procedeu à contratação das empresas

com recursos do Pnate via Pregão Eletrônico, Pregão Presencial, Dispensa de Licitação e

Inexigibilidade.

A modalidade Pregão seguiu os ditames da Lei nº 10.520/2002 e dos fundamentos e

princípios gerais estatuídos pela Lei Federal nº 8.666/93 e suas alterações.

A inexigibilidade ocorreu em virtude da necessidade de provimento de transporte, por meio

de aquisição de passagens rodoviárias, a alunos matriculados na rede de ensino de São José

dos Pinhais. A empresa contratada é concessionária do trajeto utilizado pelos referidos

alunos, portanto fornecedora exclusiva das passagens. Considerando que os valores

praticados são tabelados e que a empresa estava em situação fiscal regular, fundamentou-se

a contratação com base no Artigo nº 25, inciso I, da Lei Federal nº 8.666/93.

Já em relação as dispensas de licitação, as mesmas ocorreram com fundamento no inciso IV,

Art. 24, da Lei nº 8.666/93, em virtude da suspensão do Pregão Presencial nº 64/2015, que

visava à contratação de empresa prestadora de serviços de transporte escolar. Considerando

que o transporte escolar é serviço suplementar à educação de atendimento continuado e que

os contratos anteriores haviam sido encerrados, procedeu-se à contratação de forma

emergencial para garantir o transporte aos alunos. Verificou-se que houve pesquisa prévia de

mercado e que os contratos foram celebrados com vigência não superior a 180 dias.

Pela leitura dos editais; termos de referência e análise das justificativas nos casos de

dispensas e inexigibilidade de licitação constatou-se que não houve direcionamento ou

restrição à competitividade no processo licitatório, bem como não foi evidenciado a

subcontratação integral do objeto contratado.

Dos Controles Municipais quanto ao Quantitativo de Alunos Atendidos pelo

Programa:

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Verificou-se que o gestor municipal tem conhecimento do quantitativo de alunos residentes

na zona rural e que são atendidos pelo transporte escolar. Tal fato ficou evidenciado ao

constatar-se que o gestor municipal é o responsável por inserir no sistema do FNDE o

quantitativo de alunos residentes em área rural, detalhadamente por Escola, que fazem o uso

do transporte escolar, bem como aqueles que solicitaram a prestação de tais serviços.

Portanto, verificou-se que o gestor municipal tem controle de todos os alunos da zona rural

do município que utilizam o transporte escolar, confirmando-se que o quantitativo de alunos

constantes do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - Inep

confere com as informações do gestor.

O quadro a seguir apresenta um panorama do total de alunos residentes em área rural do

município atendidos pelo transporte público municipal custeado com recursos do Pnate,

discriminado por Escola, considerando os dados fornecidos pelo gestor municipal os quais

conferem com os dados constantes do Inep:

Quadro: Quantitativo de Alunos Residentes em Área Rural Atendidos pelo Transporte

Oferecido pelo Poder Público Municipal Financiado com Recursos do Pnate

Nome da Escola Quantitativos de Alunos Atendidos

Antônio F. Da Rocha E.M EF 89

Alfredo Jose Eichel E R M Prof EI EF 203

Clodoaldo Naumann E M EI EF 235

Centro Municipal de Educação Infantil Luiza

Possebom Tozzo

2

Caetano Munhoz da Rocha E R M EF 74

Carlos Gomes E R M EF 206

Divahe Cruz Ulrich E R M Prof EF 64

Eugenia da Cruz S Talamini E M EI EF 37

Francisco X da Silva E M EI EF 132

Ilza S Santos E M ED ESP Surdos EI EF 2

Julia Wanderley E M EI EF 1

Luiz Singer E M EI EF 239

Lilian Viana E R M EF 166

Maria Leni H de Bastos E M Profa EF 39

Paulo VI E M Papa EI EF 85

Paulina E M MDE EI EF MOD Especial 11

São José E M EI EF 254

Sagrado Coração de Maria E R M EF 181

Santo Antônio E R M EI EF 99

São Francisco de Assis E R M EF 10

Total 2129

Fonte: Inep 2015;

Do total dos 2.129 alunos atendidos pelo transporte escolar, apenas dois alunos pertencem à

educação infantil e também houve dois alunos cursando o EJA Fundamental. O restante,

2.125 alunos, pertencem ao ensino fundamental.

O gestor apresentou, quando solicitado, o quantitativo de alunos residentes em área rural que

utilizam o transporte escolar, dados por escola com nome dos alunos beneficiários,

quantidade esta que confere com os dados constantes do Inep, demonstrando o controle por

parte do gestor do quantitativo de beneficiários do Programa de Governo.

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Do Atingimento dos Objetivos do Programa:

Verificou-se o atendimento in loco pelo Pnate das escolas municipais Divahe Cruz Ulrich e

Luiz Singer. As duas escolas representam 14,23% do total de alunos atendidos pelo Pnate no

município (303 alunos de um total de 2129).

Constatou-se que os alunos são transportados em veículos apropriados, com cinto de

segurança e pneus em estado regular. Considerando que tais veículos perfazem uma rota de

característica rural, os mesmos apresentam bom estado de conservação. Verificou-se que

durante o transporte dos alunos, os mesmos permanecem devidamente sentados, e que há a

presença de monitora no veículo, a mesma conduzindo de forma organizada e segura o

desembarque dos alunos. Não se constatou o transporte de pessoas que não fossem alunos do

ensino básico, bem como durante os trabalhos de campo, não se evidenciou a existência de

alunos que deixaram de ter acesso ao ensino regular por falta de transporte escolar.

As fotos a seguir apresentam o momento do desembarque dos alunos na Escola Municipal

Divahe Cruz Ulrich:

Foto 01: Transporte escolar chegando a Escola

Municipal Divahe Cruz Ulrich. Todos os alunos

devidamente acomodados. São José dos Pinhais,

08 de Agosto de 2016

Foto 02: Monitora orientando o desembarque dos

alunos na Escola Municipal Divahe Cruz Ulrich.

São José dos Pinhais, 08 de Agosto de 2016

Da Conformidade dos Veículos Utilizados no Transporte Escolar:

O transporte escolar para alunos residentes em área rural no município de São José dos

Pinhais/PR é realizado parte por veículos próprios do município, parte por empresas

terceirizadas contratadas por meio de processo licitatório.

Realizou-se a inspeção dos veículos utilizados no transporte escolar, tanto dos veículos

próprios da prefeitura, bem como dos utilizados pelas empresas terceirizadas.

Constatou-se que a totalidade dos veículos inspecionados guarda conformidade com as

especificações contidas no Código de Trânsito Brasileiro.

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Todos os Ônibus/Microônibus inspecionados continham cinto de segurança em todos os

assentos, o interior dos veículos possuía o devido apoio para as mãos para os alunos

retirarem-se em segurança; verificou-se a presença de janelas de emergência sinalizadas; os

pneus estavam em estado regular para a circulação.

Em suma, evidenciou-se que a frota utilizada para o transporte dos alunos está em devido

estado de conservação, não apresentando evidente risco no transporte dos mesmos.

O quadro a seguir detalha as características da frota verificada:

Veículo próprio do município utilizado no

transporte escolar (Frota 408-Linha Contenda).

São José dos Pinhais, 08 de Agosto de 2016

Detalhe interior do veículo. São José dos Pinhais,

08 de Agosto de 2016

Todos os assentos com cinto de segurança. São

José dos Pinhais, 08 de Agosto de 2016

Pneu em estado regular de uso. São José dos

Pinhais, 08 de Agosto de 2016

Verificou-se a documentação dos motoristas que realizam o serviço de transporte de alunos

residentes em área rural, tanto dos condutores de veículos próprios do município quanto dos

terceirizados. Constatou-se que os condutores que realizam o transporte escolar no

município possuíam Carteira Nacional de Habilitação (CNH) na categoria correspondente ao

tipo de veículo empregado (no caso, categorias D e E para a condução de Ônibus, Micro-

ônibus e Vans). As mesmas estavam com validade regular e com a observação: “Exerce

Atividade Remunerada – Hab. Escolar”.

Do Controle do Itinerário dos Veículos do Transporte Escolar:

O itinerário dos veículos de transporte escolar foi pré-definido pelo Prefeitura. O gestor

municipal controla tais veículos por meio de diário de bordo de cada veículo; disco

tacógrafo; controle de abastecimento de combustível; controle semanal de manutenção de

veículos; controle de quilometragem dos veículos; controle geral dos veículos e fiscalização

das rotas.

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Verificou-se in loco que os veículos próprios do município que realizam o transporte escolar

com recursos do Pnate possuem controle de horário de saída e chegada bem como de

itinerário, conforme exemplo apresentado no quadro a seguir:

Controle de Bordo Diário Veículo Utilizado no Transporte Escolar de Alunos

Já quanto ao controle das rotas dos veículos que realizam o transporte escolar de forma

terceirizada, a fiscalização é exercida por meio da aferição da quilometragem percorrida

versus a quilometragem vigente nos respectivos contratos.

Do Acompanhamento Social da Execução do Pnate:

Os membros do Conselho de Acompanhamento Social do FUNDEB foram nomeados pelo

Decreto Municipal nº 2.222, de 19 de outubro de 2015, sendo que tais membros são os

mesmos que estão cadastrados no site do FNDE.

O conselho está organizado em conformidade com a legislação vigente e o funcionamento se

dá através de reuniões mensais ordinárias ou extraordinárias quando necessárias.

O conselho realiza o trabalho com apoio do Poder Executivo, acompanhando a gestão dos

recursos.

Verificou-se que o conselho emitiu parecer conclusivo sobre a prestação de contas do Pnate

relativo aos exercícios anteriores ao período analisado (anos de 2013,2014 e 2015). Dados

sobre a prestação de contas bem como os pagamentos realizados estavam disponíveis no

Sistema de Gestão de Prestação de Contas (SIGPC) do FNDE, sendo que as informações

inseridas no sistema estavam condizentes com a documentação da despesa realizada.

##/Fato##

3. Conclusão

Verificou-se que no município de São José dos Pinhas/PR o Pnate está sendo executado de

forma regular. Os alunos residentes na área rural do município têm acesso ao transporte

escolar, tanto fornecido pelo município quanto por empresas contratadas. Os veículos que

Page 41: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

realizam o transporte escolar estão em estado regular de circulação e os motoristas

possuem a habilitação necessária para condução dos mesmos. O gestor realizou despesas

com recursos do Pnate na manutenção da frota escolar, não tendo sido evidenciado o uso

de recursos públicos para outros fins que não os objetivos do Programa, quais sejam: que

os alunos residentes na área rural tenham acesso ao ensino regular por meio da oferta de

transporte escolar.

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Ordem de Serviço: 201602294

Município/UF: São José dos Pinhais/PR

Órgão: MINISTERIO DA EDUCACAO

Instrumento de Transferência: Não se Aplica

Unidade Examinada: SAO JOSE DOS PINHAIS PREF GAB DO PREFEITO

Montante de Recursos Financeiros: Não se aplica.

1. Introdução

Os trabalhos de campo foram realizados no período de 01 a 12 de agosto de 2016,

envolvendo o programa 2030 – Educação Básica/12KU – Implantação de Escolas para

Educação Infantil no município de São José dos Pinhais.

Constituíram objeto dos trabalhos de fiscalização os três Centros Municipais de Educação

Infantil -CMEI, denominados “Trilha das Araucárias”, localizado no Parque da Fonte; “Ipê

Amarelo”, localizado no Parque São José; e, “Quero-Quero Aprender”, localizado no

Santos Dumont, município de São José dos Pinhais, Estado do Paraná.

Os CMEI indicados foram, outrora, no exercício de 2014, objeto de fiscalização por este

órgão de controle, ocasião em que se verificou que os Centros Municipais de Educação

Infantil não estavam funcionando, embora estivessem concluídos.

A presente fiscalização, agora no âmbito do 3º ciclo do Programa de Fiscalização em Entes

Federativos, restringiu-se então à avaliação da efetividade do funcionamento dos CMEI.

2. Resultados dos Exames

Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de

providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de

monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.

2.1 Parte 1

Nesta parte serão apresentadas as situações evidenciadas que demandarão a adoção de

medidas preventivas e corretivas por parte dos gestores federais, visando à melhoria da

execução dos Programas de Governo ou à instauração da competente tomada de contas

especiais, as quais serão monitoradas pela Controladoria-Geral da União.

2.1.1. Regularidade CMEI

Fato

Os Centros Municipais de Educação Infantil – CMEI, localizados no Parque da Fonte - “Trilha

das Araucárias”; Parque São José –“Ipê Amarelo”; e, Santos Dumont – “Quero-Quero Aprender”,

localizados no Município de São José dos Pinhais, Estado do Paraná, foram outrora, no exercício

de 2014, objeto de fiscalização por este órgão de controle. Na ocasião verificou-se que os CMEI

estavam concluídos, mas sem funcionamento em face da falta de móveis, equipamentos e demais

utensílios.

Page 43: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

Durante os trabalhos de fiscalização, agora no âmbito do 3º ciclo do Programa de Fiscalização em

Entes Federativos, verificou-se que as três unidades estão em funcionamento e tiveram suas

atividades iniciadas nas seguintes datas: Parque da Fonte - “Trilha das Araucárias”, em 01 de

julho de 2015; Parque São José –“Ipê Amarelo”, em 30 de junho de 2015; e, Santos Dumont –

“Quero – Quero Aprender”, em 30 de junho de 2015.

Foi possível verificar, por ocasião das inspeções físicas, que as Unidades possuem infraestrutura

de mobiliário e pessoal necessários ao atendimento das crianças de zero a cinco anos de idade, o

que foi evidenciado por meio de registros fotográficos realizados nos locais.

O funcionamento dos CMEI ocorre nos seguintes horários: Integral – 0 a 3 anos: 7h às 18h;

Parcial – 4 e 5 anos: Manhã – 7h30 às 11h30 e Tarde das 13h às 17h.

O quadro a seguir contém as informações disponibilizadas pelo gestor e demonstra o quantitativo

de crianças matriculadas no três Centros de Educação Infantil fiscalizados:

Cada Unidade possui disponível 200 vagas (Decreto Municipal nº 2.422, de 23 de junho de 2016,

publicado em 27 de junho de 2016), conforme informado pelo gestor em resposta ao item 7 da

Solicitação de Fiscalização nº 2016002294/01, de 04 de agosto de 2016.

Nesse contexto, restou evidenciado que, no período da fiscalização – agosto/2016, as atividades

desenvolvidas pelos Centros de Educação Infantil em questão atendem ao interesse público.

##/Fato##

2.2 Parte 2

Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de

medidas preventivas e corretivas seja do executor do recurso federal.

3. Conclusão

Observou-se que os Centros Municipais de Educação Infantil – CMEI, possuem estruturas

físicas e recursos humanos necessários ao adequado atendimento de crianças de 0 a 5 anos,

com oferta de 200 vagas para cada Unidade.

Turno Idade HorárioTrilha das

Araucárias

IPE -

Amarelo

Quero-Quero

Aprender

Infantil 1 0 a 1 17 0 0

Infantil 2 1 a 2 21 18 18

Infantil 3 2 a 3 45 44 69

83 62 87

Turno Idade HorárioTrilha das

Araucárias

IPE -

Amarelo

Quero-Quero

Aprender

Manhã 7h:30 às 11h30 29 24 35

Tarde 13h às 17h 41 43 57

Manhã 4 a 5 7h:30 às 11h30 22 35 44

Tarde 13h às 17h 22 24 25

114 126 161

197 188 248Total de crianças matriculadas

CRIANÇAS MATRICULADAS

Integral

Total

7h às 18h

3 a 4Infantil 4

Total

Pré

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O atendimento ocorre no período das 7h às 18h, sendo integral para as crianças de 0 a 3

anos e parcial para as de 4 e 5 anos de idade, estas distribuídas em turmas nos períodos da

manhã e tarde.

Durante dos trabalhos de campo foi possível verificar o pleno funcionamento das

atividades dos três CMEI fiscalizados.

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Ordem de Serviço: 201602274

Município/UF: São José dos Pinhais/PR

Órgão: MINISTERIO DA JUSTICA

Instrumento de Transferência: Convênio - 776748

Unidade Examinada: SAO JOSE DOS PINHAIS PREF GAB DO PREFEITO

Montante de Recursos Financeiros: R$ 701.800,00

1. Introdução

O presente instrumento de transferência firmado pelo Ministério da Justiça com a Prefeitura

Municipal de São José dos Pinhais, visa à modernização da Guarda Municipal através do

aporte de recursos para aquisição de bens permanentes.

O objetivo desta fiscalização se pautou na verificação do objeto: recebimento, destinação,

tombamento, estado de conservação, uso e alocação atual dos bens adquiridos.

2. Resultados dos Exames

Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de

providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de

monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.

2.1 Parte 1

Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de

medidas preventivas e corretivas seja dos gestores federais.

2.2 Parte 2

Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para

adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.

Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de

recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito

de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das

pastas ministeriais. Esta Controladoria não realizará o monitoramento isolado das

providências saneadoras relacionadas a estas constatações.

2.2.1. Verificação do objeto do Convênio nº.776748.

Fato

Verificação da execução do convênio n.º 776748/2012 pactuado entre o Ministério da

Justiça e a Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais cujo objeto é a modernização da

Guarda Municipal através do aporte de recursos para aquisição de bens permanentes e de

consumo tais como: veículos, equipamentos de proteção individual, fardamentos, defesa

civil, equipamentos para academia de ginástica, para que esses profissionais possam exercer

Page 46: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

suas atividades com eficiência e eficácia, nos moldes da filosofia preventiva e de atuação

comunitária, no valor total de R$ 701.800,00, sendo de contrapartida de R$ 14.036,00,

assinado em 26/12/2012 e vigência inicial de 26/12/2012 a 26/12/2013, sendo prorrogada até

25/12/2016.

O plano de trabalho original foi reformulado, com autorização do Concedente a partir de

06/11/2013 (Nota técnica MJ/SENASP/CGAPSP N.º 559/2013) em virtude de revisão

detalhada solicitada pela nova gestão de Segurança Pública do Município, tendo como

principais modificações a substituição de 4 veículos do tipo camionete 4x4 por 8 viaturas

mais apropriadas ao patrulhamento e condizentes com os tipos de estradas da região, a

inclusão de equipamentos de academia e a supressão do quantitativo de equipamentos de

proteção individual.

O convenente já executou aproximadamente 80% das aquisições previstas, na sua maioria de

bens permanentes, conforme destacamos a seguir:

Saldo Total Despesas efetuadas Despesas a executar

Material

permanente

Material de

consumo

Material

permanente

Material

de

consumo

701.800,00 550.142,52 6.314,80 16.077,25 129.265,43

Os recursos foram depositados na conta da Caixa Econômica Federal-104 em São José dos

Pinhais, agência 3363-4, conta corrente nº 60002102, nas seguintes datas:

Depositante Data valor

Concedente 03/01/2013 687.664,00

convenente 12/11/2013 14.036,00

O saldo da conta em 04/08/2016 está em R$ 361.716,65 aplicados no fundo FIC

Transferências voluntárias.

Foi realizada visita na sede da guarda municipal de São José dos Pinhais para verificação

dos bens adquiridos, os quais constatamos o seguinte:

- Foram adquiridos 8 veículos de patrulha do modelo FIAT WEEKEND equipados com

rádio comunicador, giroflex e cela na parte traseira.

A totalidade dos veículos foram vistoriados e estavam em serviço de patrulhamento no

município, exceção de uma viatura avariada em acidente, a qual aguarda apuração de

responsabilidades para sua recuperação.

Os bens vistoriados estavam devidamente identificados com os dados do convênio, estando

em perfeitas condições de uso e conservação. Segue abaixo relação dos veículos vistoriados:

Nº. Chassi placa Quilometragem NR DE FROTA

9BD374184F5072350 AZJ8072 15.180 GM63

9BD374184F5073346 AZJ8062 22.240 GM57

Page 47: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

9BD374184F5073002 AZJ8071 19.227 GM62

9BD374184F5073436 AZJ8059 32.653 GM58

9BD374184F5073350 AZJ8066 18.058 GM61

9BD374184F5072363 AZJ8070 26.641 GM59

9BD374184F5073339 AZJ8069 18.532 GM64

9BD374184F5073443 AZJ8064 27.659 GM60

- Os demais bens referem-se a equipamentos da academia de ginástica situada nas

instalações da sede da guarda municipal onde são utilizadas no treinamento dos guardas

municipais. Todos os bens estavam em perfeitas condições de uso e portavam etiqueta de

patrimônio da prefeitura.

.

##/Fato##

3. Conclusão

Da fiscalização procedida, verificou-se que os bens adquiridos no âmbito do convênio

foram aplicados de acordo com o Plano de Trabalho aprovado, estavam devidamente

tombados e em perfeitas condições de uso.

Page 48: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

Ordem de Serviço: 201602418

Município/UF: São José dos Pinhais/PR

Órgão: MINISTERIO DA SAUDE

Instrumento de Transferência: Não se Aplica

Unidade Examinada: SAO JOSE DOS PINHAIS PREF GAB DO PREFEITO

Montante de Recursos Financeiros: R$ 2.047.271,41

1. Introdução

Os trabalhos de campo foram realizados no período de 1º a 5 de agosto de 2016 e tiveram

por escopo os recursos do Programa/Ação 10305/20AL – Aperfeiçoamento do Sistema

Único de Saúde (SUS)/Incentivo Financeiro aos Estados, Distrito Federal e Municípios para

Vigilância em Saúde aplicados pela Secretaria Municipal de Saúde de São José dos Pinhais

nos exercícios de 2015 e 2016 (até 30 de junho).

O objetivo da fiscalização é verificar a gestão dos recursos e insumos federais

descentralizados ao município para a operacionalização das ações de combate ao mosquito

Aedes aegypti, em especial quanto à legalidade, economicidade e eficácia. Para tanto, as

seguintes questões nortearam os exames realizados:

a) os recursos financeiros transferidos pela União ao município têm sido aplicados, de forma

tempestiva, na execução das ações de combate ao mosquito Aedes aegypti?

b) a gestão das ações realizadas com recursos federais (Pessoal/Capacitação;

Equipamentos/Veículos; Comunicação, Mobilização e Publicidade) tem sido eficaz para a

operacionalização das ações de combate ao mosquito Aedes aegypti?

c) a gestão dos insumos descentralizados pelo Ministério da Saúde para as ações de combate

ao mosquito Aedes aegypti tem sido eficaz e econômica?

A ação fiscalizada destina-se a promover no município intervenções de notificação,

investigação, vigilância ambiental, controle de doenças, imunizações, sistemas de

informação, supervisão, educação em saúde, comunicação e mobilização social na área de

vigilância em saúde.

Tais ações são custeadas com recursos financeiros do Fundo Nacional de Saúde – FNS

repassados para o Fundo Municipal de Saúde – FMS de São José dos Pinhais,

compreendidos no Bloco Vigilância em Saúde, Componente de Vigilância e Promoção da

Saúde.

O total de recursos fiscalizados é de R$ 2.047.271,41 e compreende o saldo inicial da conta

específica acrescido dos valores recebidos pelo município no período de 1º de janeiro de

2015 a 30 de junho de 2016 relativos ao Piso Fixo de Vigilância e Promoção da Saúde -

PFVPS e ao Piso Variável de Vigilância e Promoção da Saúde – PVVPS, ambos do

Componente de Vigilância e Promoção da Saúde, mais os rendimentos auferidos das

aplicações financeiras e os créditos decorrentes de regularizações da conta

corrente/devoluções de adiantamentos no período.

A documentação examinada abrangeu os extratos bancários da conta corrente e de

investimentos do Fundo Municipal de Saúde – FMS de São José dos Pinhais, notas de

empenho, ordens bancárias e notas fiscais, todos referentes ao período de 1º de janeiro de

2015 a 30 de junho de 2016. Foram também verificados os boletins de atividades e relatórios

Page 49: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

de visitas domiciliares, além de documentos de controle, relativos ao período escopo dos

exames. Foram obtidas informações com os responsáveis pelas ações de prevenção e

combate ao mosquito Aedes aegypti por meio de entrevistas.

A inspeção física envolveu visita à sede do Departamento de Promoção e Vigilância e às

instalações da Divisão de Saúde Ambiental e da Unidade de Vigilância de Zoonoses,

unidades administrativas pertencentes à estrutura da Secretaria Municipal de Saúde – SMS,

responsáveis pela gestão das ações fiscalizadas. Na oportunidade, foram verificados a

utilização e o controle dos veículos e equipamentos adquiridos, bem como dos insumos

recebidos para a operacionalização das ações de prevenção e combate ao mosquito Aedes

aegypti.

2. Resultados dos Exames

Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de

providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de

monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.

2.1 Parte 1

Nesta parte serão apresentadas as situações evidenciadas que demandarão a adoção de

medidas preventivas e corretivas por parte dos gestores federais, visando à melhoria da

execução dos Programas de Governo ou à instauração da competente tomada de contas

especiais, as quais serão monitoradas pela Controladoria-Geral da União.

2.1.1. Tempestividade na aplicação dos recursos públicos federais destinados ao Bloco

Vigilância em Saúde.

Fato

Verificou-se que os recursos repassados pelo Fundo Nacional de Saúde – FNS ao Fundo

Municipal de Saúde – FMS de São José dos Pinhais, relativos ao Bloco Vigilância em

Saúde, foram regularmente transferidos à conta corrente específica na Caixa Econômica

Federal (GOVCONTA-CAIXA 3363/006/00624004-8 FMS SAO JOSE FNS BLVGS).

Relativamente ao exercício de 2015, o Fundo Municipal de Saúde – FMS de São José dos

Pinhais recebeu do Fundo Nacional de Saúde – FNS para as ações do Bloco Vigilância em

Saúde - BVS, Componente de Vigilância e Promoção da Saúde - CVPS, o montante de R$

1.393.688,43, dos quais R$ 919.053,89 destinados ao Piso Fixo de Vigilância e Promoção da

Saúde - PFVPS e R$ 474.634,54 ao Piso Variável de Vigilância e Promoção da Saúde –

PVVPS.

Relativamente ao exercício de 2016 (até 30 de junho), o Fundo Municipal de Saúde – FMS

de São José dos Pinhais recebeu do Fundo Nacional de Saúde – FNS para as ações do Bloco

Vigilância em Saúde - BVS, Componente de Vigilância e Promoção da Saúde - CVPS, o

montante de R$ 572.780,96, dos quais R$ 464.280,96 destinados ao Piso Fixo de Vigilância

e Promoção da Saúde - PFVPS e R$ 108.500,00 ao Piso Variável de Vigilância e Promoção

da Saúde – PVVPS.

Page 50: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

Constatou-se que os recursos financeiros do Bloco Vigilância em Saúde, enquanto não

utilizados, permaneceram aplicados em fundos de investimento administrados pela Caixa

Econômica Federal e vinculados à conta específica (GOVCONTA-CAIXA

3363/006/00624004-8 FMS SAO JOSE FNS BLVGS). O montante obtido das aplicações

financeiras realizadas no período (de 1º de janeiro de 2015 a 30 de junho de 2016) foi de R$

80.752,02.

Da análise da execução orçamentária do FMS-Bloco de Vigilância em Saúde, constatou-se

que em 2015 foram empenhados e pagos R$ 6.253.793,57, dos quais R$ 793.698,27

destinados às ações de prevenção e combate ao Aedes aegypti. Por sua vez, em 2016 (até 30

de junho), foram empenhados e pagos R$ 1.758.378,08 para a totalidade das ações do Bloco

Vigilância em Saúde, dos quais R$ 22.270,77 destinados às ações objeto destes exames.

A partir das análises realizadas, observou-se que os recursos do Bloco Vigilância em Saúde

têm sido utilizados de forma tempestiva, fato que se depreende do percentual de execução

financeira obtido em 2015 (82,68%). Relativamente ao exercício de 2016, entende-se que o

percentual de execução financeira obtido (61,81%) apenas reflete uma situação parcial, haja

vista que o cálculo considera tão somente os seis primeiros meses do ano.

Quadro nº 1: Execução Financeira do FMS-BLVGS – 2015/2016 – valores em Reais

Jan-Dez/2015

Saldo Inicial

Aplicado (A)

Total dos Valores

Transferidos pelo

FNS (B)

Total dos

Rendimentos (C)

Somatório das

Receitas

Saldo Final

Aplicado (D)

%

Execução

Financeira

442.453,19 1.393.688,43 59.423,88 1.895.565,50 328.345,28 82,68

Jan-Jun/2016

Saldo Inicial

Aplicado (A)

Total dos Valores

Transferidos pelo

FNS (B)

Total dos

Rendimentos (C)

Somatório das

Receitas

Saldo Final

Aplicado (D)

%

Execução

Financeira

332.221,72 572.780,96 21.328,14 926.330,82 353.809,91 61,81

Fonte: Extrato bancário de 01/01/2015 a 30/06/2016 GOVCONTA-CAIXA 3363/006/00624004-8 FMS SAO

JOSE FNS BLVGS; Extrato de fundos de investimento CAIXA FIC ESPECIAL RF LP e CAIXA FIC

PRATICO CP de 01/01/2015 a 30/06/2016 (GOVCONTA-CAIXA 3363/006/00624004-8 FMS SAO JOSE

FNS BLVGS). ##/Fato##

2.2 Parte 2

Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para

adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.

Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de

recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito

de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das

pastas ministeriais. Esta Controladoria não realizará o monitoramento isolado das

providências saneadoras relacionadas a estas constatações.

2.2.1. Das Despesas Realizadas.

Fato

Page 51: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

Da documentação analisada, verificou-se a regularidade das despesas realizadas com os

recursos recebidos do FNS/Bloco Vigilância em Saúde destinados às ações de prevenção e

combate ao Aedes aegypti. Os itens adquiridos e os serviços contratados enquadraram-se nas

naturezas dos objetos previstos: pessoal/capacitação; equipamentos/veículos; comunicação,

mobilização e publicidade.

A partir das informações e dos controles auxiliares disponibilizados pela Divisão de Saúde

Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde – SMS, verificou-se que no período escopo dos

exames, de 1º de janeiro de 2015 a 30 de junho de 2016, as contratações somaram R$

948.569,04, dos quais R$ 147.258,00 destinaram-se à aquisição de equipamentos de

proteção individual (EPI) e veículos; R$ 788.408,53 para pessoal (agentes de endemias) e

capacitação; e R$ 12.902,51 para comunicação, mobilização e publicidade. Foram

examinados os processos de pagamento dessas contratações e verificou-se a sua adequada

formalização, bem como a regularidade da aplicação dos recursos públicos federais do

Bloco Vigilância em Saúde destinados às ações de combate ao Aedes aegypti.

Nas análises realizadas por amostragem, não foram evidenciadas situações de sobrepreço

nas aquisições. Procedeu-se, em especial, à verificação de preços dos veículos adquiridos,

haja vista que significaram 90% das despesas à conta do item “equipamentos de proteção

individual (EPI) e veículos”, de clara comparabilidade. ##/Fato##

2.2.2. Da Atuação dos Agentes de Combate a Endemias.

Fato

Da análise dos controles existentes, corroborada pela inspeção física realizada, verificou-se

o quantitativo total de 36 servidores que atuam na linha de frente das ações de prevenção e

combate ao Aedes aegypti, os quais compõem equipes de trabalho, cada uma com

supervisor. Foram também verificados os controles de frequência e das atividades

desempenhadas pelos servidores, em especial os relatórios de visitas domiciliares, que

demonstraram atuação eficaz das equipes no período analisado.

Constatou-se que desses 36 servidores, quatorze são funcionários da Prefeitura, todos

agentes de combate a endemias. Os demais vinte e dois são servidores terceirizados,

contratados da MEDSERV Serviços Médicos Hospitalares, CNPJ nº 13.634.620/0001-24,

distribuídos nas seguintes funções: um gerente operacional, três supervisores e dezoito

agentes de controle de vetores.

Observou-se que o contrato de prestação de serviços firmado pelo município com a

MEDSERV, nº 175/2015, decorrente do Pregão nº 124/2015, vige até 04/08/2016. Segundo

informações do Departamento de Promoção e Vigilância, a Prefeitura está providenciando a

contratação de dezoito servidores por concurso público para substituir os funcionários

terceirizados.

Constatou-se que, durante o período sob análise, a equipe participou de capacitações, dentre

as quais destacam-se:

- II Semana de Vigilância de Zoonoses, promovida pela Divisão de Saúde Ambiental do

Departamento de Promoção e Vigilância, no período de 31 de agosto a 4 de setembro de

2015, quando foram capacitados todos os servidores que atuam do departamento;

Page 52: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

- 28º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, promovido pela Associação

Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, no período de 4 a 8 de outubro de 2015,

quando foram capacitados três servidores de funções estratégicas;

- Seminário e Mostra Tecnológica de Enfrentamento ao Aedes aegypti e da Epidemia de

Dengue, Zica e Chikungunya, promovido pela Fundação de Desenvolvimento da UNESP,

nos dias 12, 13 e 14 de abril de 2016, quando foram capacitados dois servidores de funções

estratégicas. ##/Fato##

2.2.3. Dos Insumos e Veículos Utilizados.

Fato

O Departamento de Promoção e Vigilância da Secretaria Municipal de Saúde – SMS prestou

as seguintes informações relacionadas aos insumos utlizados nas ações de combate ao Aedes

aegypti (por meio do Memo nº 478/2016, de 28 de julho de 2016, em resposta à Solicitação

de Fiscalização nº 201602418/01:

- O município acessa o Sistema de Insumos Estratégicos em Saúde – SIES e também registra

o uso de larvicida no Sistema do Programa Nacional de Controle da Dengue – SISPNCD.

Existem controles internos dos estoques, operacionalizados por meio de planilha;

- Não houve atrasos na entrega de insumos, ou entrega parcial, no período escopo dos

exames.

Tais informações foram confirmadas na inspeção física realizada e também por meio do

Relatório de Consumo de Inseticida – focal e perifocal do SISPNCD referente a 2016. Por

sua vez, observou-se que as condições de armazenamento do larvicida são adequadas.

Com relação aos veículos utilizados nas ações de prevencão e combate, verificou-se que as

entradas, saídas e localidades visitadas encontram-se devidamente registradas em

formulários de controle do tipo “diário de bordo”.

Por outro lado, constatou-se que o município possui Plano de Contingência para Controle da

Dengue e Plano de Contingência da Febre do Chikungunya, ambos estabelecidos em janeiro

de 2015. ##/Fato##

2.2.4. Das Ações de Comunicação, Mobilização e Publicidade.

Fato

De acordo com os dados da Secretaria Municipal de Saúde – SMS, apresentados no

Relatório Detalhado Quadrimestral – RDQ referente ao 3º quadrimestre de 2015, foram

notificados no período 36 casos de dengue, dos quais restou confirmado apenas um caso não

autóctone (SINAN ficha nº 3567283). Três casos estão sob investigação e os demais 32

casos foram descartados.

De fato, segundo consta do Informe Técnico nº 24 – Período 2015/2016 – Semana

Epidemiológica 31/2015 a 19/2016, emitido pela Superintendência de Vigilância em Saúde

da Secretaria de Estado da Saúde – SESA, São José dos Pinhais compõe o grupo dos 150

municípios paranaenses que não apresentaram nenhum caso autóctone de dengue.

Observou-se que o município instituiu a Sala Municipal de Coordenação e Controle, por

meio do Decreto nº 2.355, de 28 de março de 2016, que, sob a responsabilidade da Divisão

de Vigilância Ambiental do Departamento de Promoção e Vigilância da Secretaria

Page 53: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

Municipal de Saúde – SMS, tem por objetivo gerenciar e monitorar a intensificação das

ações de mobilização e combate ao mosquito Aedes aegypti para o enfrentamento da

dengue, do vírus Chinkungunya e do Zika virus. O decreto municipal considerou a Sala

Municipal de Coordenação e Controle prestação de serviço público relevante não

remunerado.

Verificou-se que o município realiza sistematicamente campanhas de conscientização e

orientação aos cidadãos, inclusive com o envolvimento de professores e alunos das

instituições de ensino na sensibilização da população. Tais ações contam com material

gráfico (banners, cartazes e folders) adquirido pela Secretaria Municipal de Saúde – SMS

para informar e educar os cidadãos quanto aos perigos das doenças transmitidas pelo vetor e

à necessidade de hábitos de higiene e limpeza urbana para a sua prevenção. Constatou-se

uma ampla divulgação das ações específicas no website da Prefeitura e na mídia local,

inclusive com cobertura de jornal e rádio.

Dentre as atividades realizadas no período escopo desta fiscalização, destacam-se:

- eventos específicos do Dia “D” de Combate à Dengue realizados no Parque São José em

12 de setembro de 2015, 10 de outubro de 2015, 14 de novembro de 2015 e 12 de dezembro

de 2015;

- ação de prevenção contra dengue, Zica virus, Chicungunya e Gripe H1N1 realizada no

Bairro Ipê em 16 de abril de 2016;

- palestras em escolas, empresas e condomínios residenciais que, em 2016, atingiram

diretamente mais de 5.000 cidadãos. ##/Fato##

3. Conclusão

Constatou-se que o esforço para prevenção e combate ao Aedes aegypti tem sido contínuo e

sistemático em São José dos Pinhais. São realizadas campanhas educativas frequentes junto

à população, visitas domiciliares e palestras de sensibilização em escolas e empresas no

município. Os números oficiais mais recentes apontam apenas um caso confirmado de

dengue no município (não autóctone).

Restou verificada a regularidade das despesas realizadas, no montante de R$ 948.569,04 no

período escopo dos exames, e da gestão financeira dos recursos recebidos do Fundo

Nacional de Saúde – FNS para o Bloco Vigilância em Saúde, Componente Vigilância em

Saúde, no total de R$ 1.966.469,39 no mesmo período.

Verificou-se que as equipes de agentes de endemias, bem como os veículos, equipamentos

e insumos utilizados são suficientes para a execução das ações de prevenção e combate ao

Aedes aegypti no município. Observou-se a existência e efetividade de controles internos

relacionados à salvaguarda dos bens e à fidedignidade das informações.

Page 54: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

Ordem de Serviço: 201602497

Município/UF: São José dos Pinhais/PR

Órgão: MINISTERIO DA SAUDE

Instrumento de Transferência: Fundo a Fundo ou Concessão

Unidade Examinada: FUNDO MUNICIPAL DE SAUDE

Montante de Recursos Financeiros: R$ 6.550.000,00

1. Introdução

Os trabalhos de campo foram realizados no período de 01 a 12 de agosto de 2016,

envolvendo o programa 2015 - Fortalecimento do Sistema Único de Saúde/8933 -

Estruturação de Serviços de Atenção às Urgências e Emergências na Rede Assistencial no

município de São José dos Pinhais, com repasses que totalizaram R$6.550.000,00 no

período de 13/07/2015 a 24/06/2016.

A realização dos trabalhos restringiu-se à avalição da efetividade do funcionamento das

Unidades de Pronto Atendimento – UPA, localizadas no município de São José dos Pinhais,

Estado do Paraná, no que tange à adequação das estruturas físicas (imóveis, móveis,

equipamentos e medicamentos) e de recursos humanos.

2. Resultados dos Exames

Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de

providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de

monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.

2.1 Parte 1

Nesta parte serão apresentadas as situações evidenciadas que demandarão a adoção de

medidas preventivas e corretivas por parte dos gestores federais, visando à melhoria da

execução dos Programas de Governo ou à instauração da competente tomada de contas

especiais, as quais serão monitoradas pela Controladoria-Geral da União.

2.1.1. Regularidades na transferência de recursos federais para o financiamento de

Unidades de Pronto Atendimento ? UPA 24h.

Fato

Verificou-se, conforme consulta efetuada ao sítio do Fundo Nacional de Saúde-FNS

(www.fns.saude.gov.br), período de julho de 2015 a junho de 2016, que o montante de

recursos repassados pelo Ministério da Saúde para custeio das Unidades de Pronto

Atendimento – UPA 24h, Afonso Pena (Porte 3) e Rui Barbosa (Porte 1) totalizou em R$

6.550.000,00.

Esses recursos federais foram recebidos por uma conta corrente específica do Bloco Média e

Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar, os quais foram transferidos para as contas

correntes específicas das UPA’s 24h Afonso Pena e Rui Barbosa.

Page 55: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

As transferências para custeio das UPA’s 24h foram realizadas regularmente, ou seja, não

ocorreram atrasos superiores a 30 dias.

Verificou-se, também, por meio de análise de documentos, extratos bancários, razão

contábil, empenhos pagos e conforme resposta à solicitação de fiscalização nºs

201602497/01, de 28/07/2016 e 201602497/02, de 09/08/2016, que o custeio das UPA’s,

nos últimos doze meses, foi financiado pelos recursos federais e por meio de contrapartida

municipal. Portanto, não houve transferências ou aportes de recursos financeiros pelo estado.

Os valores da contrapartida municipal, no período de 2016 (janeiro a junho) e 2015,

totalizaram, respectivamente, em R$ 3.622.824,17 e R$ 10.485.964,81. Sendo que no

exercício de 2015, o valor total incluiu as despesas de Coordenação e Manutenção das

atividades de Urgência e Emergência, que abrangeu as UPA’s Afonso Pena e Rui Barbosa e

o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência-SAMU. Isto ocorreu devido à contabilização

dos lançamentos das despesas em uma conta única para essas três unidades. Somente a partir

de 2016, os lançamentos contábeis foram efetuados por conta individualizada.

A seguir demonstrativo dos valores transferidos/aplicados para o custeio das UPA’s Afonso

Pena e Rui Barbosa.

Data Valor C/C CEF nº

3363/006/00000246-

3 UPA Afonso Pena

Valor C/C CEF nº

3363/006/0000245-

5 UPA Rui

Barbosa

Valor Total

UPA’s

Valor Fundo

Nacional de

Saúde-FNS

13/07/2015 0,00 0,00 0,00 350.000,00

11/08/2015 0,00 0,00 0,00 350.000,00

31/08/2015 500.000,00 200.000,00 700.000,00 0,00

10/09/2015 0,00 0,00 0,00 350.000,00

30/09/2015 250.000,00 100.000,00 350.000,00 0,00

14/10/2015 0,00 0,00 0,00 350.000,00

23/10/2015 250.000,00 100.000,00 350.000,00 0,00

04/11/2015 0,00 0,00 0,00 350.000,00

13/11/2015 0,00 0,00 0,00 600.000,00

18/11/2015 250.000,00 100.000,00 350.000,00 0,00

29/12/2015 0,00 0,00 0,00 600.000,00

Total 2015 1.250.000,00 500.000,00 1.750.000,00 2.950.000,00

05/01/2016 0,00 0,00 0,00 162.913,43

14/01/2016 0,00 0,00 0,00 437.086,57

16/02/2016 500.000,00 100.000,00 600.000,00 600.000,00

22/02/2016 1.000.000,00 200.000,00 1.200.000,00 0,00

24/02/2016 500.000,00 100.000,00 600.000,00 0,00

14/03/2016 0,00 0,00 0,00 600.000,00

18/03/2016 500.000,00 100.000,00 600.000,00 0,00

14/04/2016 0,00 0,00 0,00 600.000,00

28/04/2016 500.000,00 100.000,00 600.000,00 0,00

11/05/2016 0,00 0,00 0,00 600.000,00

02/06/2016 500.000,00 100.000,00 600.000,00 0,00

10/06/2016 0,00 0,00 0,00 600.000,00

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24/06/2016 500.000,00 100.000,00 600.000,00 0,00

Total 2016 4.000.000,00 800.000,00 4.800.000,00 3.600.000,00

Total 12

Meses

5.250.000,00 1.300.000,00 6.550.000,00 6.550.000,00

##/Fato##

2.1.2. Regularidade no funcionamento do Sistema de Regulação do acesso à saúde

Fato

Verificou-se, com base nas respostas à Solicitação de Fiscalização nºs 201602497/01, de

28/07/2016, e 201602497/02, de 09/08/2016, e das entrevistas dos profissionais das UPA’s

24 h, que o município de São José de Pinhais/PR, por meio da Secretaria Municipal de

Saúde, estruturou e mantém um sistema de regulação do acesso à saúde que inclui as

Unidades de Pronto Atendimento - UPA’s 24 h, Afonso Pena e Rui Barbosa, sob sua gestão

da seguinte forma:

As ações de regulação do acesso à saúde são operacionalizadas por meio da Central de

Regulação Estadual (vagas de internamentos controladas pelo estado), e do Complexo

Regulador (denominado Central de Fluxo pela Secretaria Municipal de Saúde) que é

composto por centrais de regulação:

- Central de Regulação de Urgência: regula o atendimento pré-hospitalar de urgência,

realizado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU;

- Central de Regulação de Internações: regula o acesso aos leitos e aos procedimentos

hospitalares eletivos e, conforme organização local, o acesso aos leitos hospitalares de

urgência;

- Central de Regulação de Consultas e Exames: responsável pela regulação do acesso dos

pacientes a procedimentos ambulatoriais, incluindo consultas, terapias e cirurgias

ambulatoriais.

Para garantir o funcionamento do sistema de regulação do acesso à assistência à saúde, o

município possui duas grades de:

- Referência: as Unidades de Pronto Atendimento - UPA’s 24h constam com hospitais de

retaguarda que oferece atendimento de maior complexidade, com fluxo e mecanismos de

transferência de paciente que são claros e previamente pactuados, mediados pela Central de

Regulação/Central de Fluxo, garantindo o encaminhamento dos casos que extrapolam sua

complexidade de atendimento, configurando, dessa forma, o referenciamento de pacientes.

A referência pode ser secundária (composta por Centro de Especialidades Médicas e

Unidades de Pronto Atendimento- UPA’s, Afonso Pena e Rui Barbosa) e terciária (composta

por hospitais).

A seguir, quadro demonstrativo das especialidades pela grade de referência:

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- Contrarreferência: as Unidades de Pronto Atendimento- UPA’s 24hs redirecionam os

pacientes para Unidades Básicas de Saúde (centro de saúde, postos de saúde e o Programa

de Saúde da Família), que necessitam de atendimento de menor grau de complexidade. Os

serviços prestados pelas Unidades Básicas de Saúde são: Clínica Médica, Gestação baixo

risco, Ginecologia e Pediatria.

Ressalta-se que as Unidades de Pronto Atendimento- UPA’s 24hs, Afonso Pena e Rui

Barbosa possuem os serviços de apoio (de 24 horas) diagnóstico de radiologia digital em

suas próprias estruturas, e de patologia que são realizados pelo laboratório municipal da

Secretaria Municipal de Saúde do município de São José de Pinhais

REF SECUNDÁRIA DEMANDA REFERENCIADA

PRINCIPAL OUTROS

IAM-Linha Cuidado UPA RUI BARBOSA E UPA AFONSO PENA ROCIO

AVC-Linha Cuidado UPA RUI BARBOSA E UPA AFONSO PENA ROCIO/HC

Trauma-Linha Cuidado HOSPITAL SÃO JOSÉ HT/HAC/HUEC/HUC ROCIO/PAROLIN/HMA

Broncoscopia HOSPITAL SÃO JOSÉ HUEC HAC/HUC/HT/ROCIO

Bucomaxilo HOSPITAL SÃO JOSÉ HUEC/HUC/HT/HAC ROCIO

Cardiologia UPA RUI BARBOSA E UPA AFONSO PENA ROCIO

Clinica Médica HOSPITAL SÃO JOSÉ HAC/HUEC UPA RUI BARBOSA E UPA AFONSO PENA

ROCIO/PAROLIN/HC/HMA/SANTA

CASA/HCV

Cirurgia Cardíaca Ped CARON HIPP HC

Cirurgia Geral HOSPITAL SÃO JOSÉ HAC/HUEC/HUC/HT ROCIO/HC/HMA/HCV

Cirurgia Ortopédica HOSPITAL SÃO JOSÉ HT/HUC/HUEC/HIPP/HAC ROCIO/PAROLIN/HC/HMA/HIWM

Cirurgia Pediátrica HOSPITAL SÃO JOSÉ HAC/HIPP/HUEC HIWM/HC

Cirurgia Vascular HOSPITAL SÃO JOSÉ HUEC/HT/HUC/HAC ROCIO/STA CASA

Diálise de Emergência CDR - SJP/HMSJP HIPP HIPP/HUC/HUEC/HAC

Endoscopia HOSPITAL SÃO JOSÉ HAC/HUEC/HUC/HT ROCIO/PAROLIN/HC

Gestação alto risco HOSPITAL SÃO JOSÉ HAC/ROCIO/HMA/HUEC/HCGestação baixo risco HOSPITAL SÃO JOSÉ

Ginecologia HOSPITAL SÃO JOSÉ HAC/HUEC/HT ROCIO/PAROLIN/HC

Neuroclinica HOSPITAL SÃO JOSÉ*/ROCIO HUC/HUEC/HIPP/HAC ROCIO/HC/HIWM

Neurocirurgia HOSPITAL SÃO JOSÉ*/ROCIO HUC/HUEC/HT/HIPP/HAC ROCIO/HC

Oftalmologia CENTRO DE ESPECIALIDADES HC/HOP

Ortopedia HOSPITAL SÃO JOSÉ HT/HUC/HUEC/HAC CENTRO DE ESPECIALIDADES ROCIO/PAROLIN/HC/HMA/STA CASA

Otorrino HAC/HUEC/HUC CENTRO DE ESPECIALIDADES 0018902 HC/HIWM

Pediatria UPA RUI BARBOSA E UPA AFONSO PENA HC/HIWM/HMA

Politrauma Adulto HOSPITAL SÃO JOSÉ HT/HUC/HUEC/HAC ROCIO/PAROLIN/HMA

Psiquiatria

UPA RUI BARBOSA E UPA AFONSO PENA -

CAPS II - 7125313 - CAPS i-7024878 - CAPS

AD- 3709256 C P M

Queimados HUEC

Tomografia HOSPITAL SÃO JOSÉ

HT/HAC/HMSJP/HUEC/HUC/STA

CASA/HC/HIZA/HIPP/HMA

Trauma Pediátrico HOSPITAL SÃO JOSE HAC/HUEC/HIPP ROCIO/PAROLIN/HMSJP/HMA/HT/HUC

UTI adulto HOSPITAL SÃO JOSÉ

HAC/HUEC/HUC/HT/ROCIO/PAROLIN/HC/H

MA/STA CASA/HCV/HSV

UTI infantil HAC/HIPP/HT/HMA/HIWM/HC

UTI neonatal HOSPITAL SÃO JOSÉ

HAC/HT/HUEC/ROCIO/HC/HMA/HC/MATER

DEI

HOSPITAL SÃO JOSÉ* - não possui trombolítico

RMC - GRADE DE REFERÊNCIA DE URGÊNCIA

V - SUDESTE SÃO JOSÉ DOS PINHAIS

HAC/HUEC/HUC

CARON/HIPP/HUEC

ESPECIALIDADEREFERÊNCIA TERCIÁRIA

HAC/HUEC/STA CASA/HSV/HC/HCVROCIO/HC

HUEC/STA CASA/HSV/HC/HCV/HAC

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As ferramentas utilizadas para o ordenamento do fluxo de pacientes, entre as Unidades de

Pronto Atendimento- UPA’s 24 hs e os estabelecimentos referenciados, são por meio de:

- Contato telefônico;

- Sistema Winsaúde, utilizado em toda rede de saúde do município, no qual consta o prontuário

e exames dos pacientes; e

- Protocolos de encaminhamento, nos quais são anexados os resumos do quadro clínico e

exames.

O Controle do Fluxo de Pacientes da urgência é efetuado por meio de:

- Levantamento diário de vagas na UTI do Hospital Municipal de São José de Pinhais,

número de pacientes no Pronto Socorro do Hospital de São José, quantidade de pacientes na

sala de emergência e no internamento de cada UPA e nome dos plantonistas;

- Busca de vagas de internamento para pacientes nas unidades de urgência e emergência

hospitalar dentro do município de São José dos Pinhais e em Hospitais conveniados;

- Encaminhamentos de pacientes das unidades básicas para as unidades de urgência e

emergência, sempre fazendo contato prévio com passagem do caso e referenciando quem

solicitou e quem receberá o paciente e em que setor;

- Busca de avaliações médicas (Hospital Municipal São José dos Pinhais e UPA’s Rui

Barbosa e Afonso Pena) para pacientes de urgência e emergência: clínica médica, cirurgia

geral, ortopedia, vascular, neurologia, ginecologia, obstetrícia, pediatria, buco maxilo,

urologia, infectologia, nefrologia e cirurgia torácica;

- Agendamento de consultas especializadas para pacientes de urgência e emergência:

cardiologia, cirurgia geral, dermatologia, infectologia, neurologia, oftalmologia, oncologia,

ortopedia, pneumologia, reumatologia, urologia, cirurgia vascular, hematologia, gastrologia

e proctologia;

- Agendamento de exames de média e alta complexidade para pacientes de urgência e

emergência (Hospital São José: ecodopller, ecocardiograma, ecografia, endoscopia,

espirometria e tomografias com contraste e sem contraste e Medimagem: Ressonância

magnética (APAC e questionário – orientação para quem solicitou todos os itens necessários

para o sucesso do exame);

- Agendamento de exames de eletroencefalograma via Secretaria Municipal de Saúde, pelo

e-mail;

- Solicitações de remoções para transferências extra município;

- Busca ativa de todos os pacientes internados dentro do departamento, (através de mapa de

passagem de plantão das UPA’s que é atualizado diariamente), que estão no aguardo de

algum encaminhamento: avaliação, consulta, transferência, alta, etc.

- Verificação de evolução de pacientes no Centro de Leitos do Município por meio de:

- Solicitação de leitos psiquiátricos na Central de Leitos Psiquiátricos (CLP), bem como a

evolução diária dos mesmos e comunicação das vagas para internamento integral;

abrangendo todos os pacientes psiquiátricos do município de São José dos Pinhais.

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- Interação ativa, com os responsáveis do CAPS AD, CAPS TM, CAPS INFANTIL,

assistentes sociais, médicos, enfermeiras das UPA’s Rui Barbosa e Afonso Pena, os

integrantes da Central de Leitos Psiquiátricos (CLP) e os responsáveis pelos internamentos

nos hospitais psiquiátricos de referência do município.

- E-mail diário para responsável da ecografia com o nome, idade, usuário, exame, condição

do paciente até as 13h00min, com cota de 05 exames diários, sendo que os excedentes

devem ser negociados diretamente com o médico da ecografista (de médico para médico).

- Solicitação de pedidos de laudo de tomografias via e-mail;

- Livros de registros que deverão ser alimentados pelo Controle de Fluxo:

1- Exames;

2- Transferências;

3- Avaliações, consultas;

4- Transferências psiquiátricas;

5- Alertas LATIN;

6- Passagem de plantão;

7- Intercorrências durante o plantão;

Os livros/controle, preenchidos pelos enfermeiros do Controle de Fluxo deverão ser

repassados para planilhas eletrônicas, de modo a alimentar o banco de dados do próprio

controle de fluxos, no que se refere à realização dos relatórios mensais.

Os Relatórios mensais do fluxo entre as unidades de urgência e emergência do município

apresentarão os levantamentos de exames, encaminhamentos, internamentos, transferências,

avaliações, consultas, dados estes que são cruzados com os dados obtidos no Departamento

de Auditoria.

As solicitações de transporte ao rádio operador, deverão ser realizadas de maneira a garantir

a remoção do paciente, o horário em que esta remoção será realizada será negociada entre o

controle de fluxo e o setor de transporte, respeitando as possibilidades do setor de transporte

e os agendamentos do controle de fluxo.

A seguir, o Fluxograma do atendimento nas Unidades de Pronto Atendimento-UPA’s 24h,

Afonso Pena e Rui Barbosa.

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Sendo assim, conclui-se que a regulação do acesso é adequada tendo em vista que:

Existe um complexo regulador que ordena o fluxo de atendimento dos pacientes das

UPA’s 24h dentro do município/região.

SALA DE ESPERA

RECEPÇÃO

Profissional realiza Acolhimento e cadastro do usuário

SALA DE TRIAGEM

Enfermeiro realiza a Classificação de Risco seguindo o Protocolo de Manchester

EMERGÊNCIA

MUITO URGENTE

URGENTE

POUCO URGENTE

NÃO URGENTE

PROTOCOLO DE MANCHESTER

DIRECIONAMENTO

Usuário classificado como:

NÃO URGENTE

POUCO URGENTE

URGENTE Usuário classificado como:

EMERGÊNCIA

MUITO URGENTE

SALA DE EMERGÊNCIA

SALA DE ESPERA

ATENDIMENTO MÉDICO

Clínico ou Pediátrico Usuário Estabilizado

SIM NÃO

INTERNAMENTO

Observação Feminina Observação Masculina

SALA DE EMERGÊNCIA

Alta para Residência

SIM NÃO

Manter Internamento até a Transferência para

Serviço Hospitalar

Usuário cadastrado na C.L.P. ou C.L.M. e Central de Fluxos Municipal

Melhora Clínica

Melhora Clínica

SIM NÃO

Transferência com urgência para Serviço Hospitalar

Usuário cadastrado na C.L.M. e Central de Fluxos Municipal

Encaminhamentos: Soroterapia ou Observação Pediátrica; Avaliação Psiquiátrica; Solicitação de exames laboratoriais e/ou

imagem (externos); Solicitação de Raio X ou ECG (internos); Internamento; Sala de Emergência; Alta para residência.

FLUXOGRAMA UPAs

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Todos os pacientes das UPA’s que necessitam de atendimento em outros

estabelecimentos de maior complexidade (hospitais) são encaminhados por meio da

central de regulação/fluxo.

Em geral, a permanência de pacientes nas UPA’s por períodos não é superior a 24

horas, embora, casos isolados ocorreram em relação aos pacientes psiquiátricos que

permaneceram por um período maior, devido à ausência de vagas nos hospitais

psiquiátricos.

##/Fato##

2.1.3. Existência de cursos de capacitação aos profissionais das UPA?s 24h

Fato

Com base nas entrevistas dos profissionais das Unidades Pronto Atendimento – UPA’s,

Afonso Pena e Rui Barbosa, e listas de presença, verificou-se que houve cursos de

capacitação na área de urgência e emergência para os profissionais que atuam no

atendimento às UPA’s.

A seguir, quadro demonstrativo dos cursos realizados no período de agosto de 2015 a julho

de 2016.

Curso Data Público Alvo

Emergências pediátricas 22/08/2015 Enfermeiros

Desinfecção de materiais 07/10/2015 Enfermeiros, técnicos e

auxiliares de

enfermagem

Emergências pediátricas 24/10/2015 Técnicos e auxiliares de

enfermagem

Atendimento Pré-

hospitalar

Turma 1 e 2,

respectivamente em 09

e 10/11/2015

Enfermeiros, técnicos e

auxiliares de

enfermagem

Desinfecção de

Ambulâncias

Turma 1 e 2,

respectivamente em 18

e 21/01/2016

Enfermeiros, técnicos e

auxiliares de

enfermagem

Emergências

Psiquiátricas

30/01/2016 Enfermeiros, técnicos e

auxiliares de

enfermagem e condutor

Desinfecção de materiais 29/03/2016 Enfermeiros, técnicos e

auxiliares de

enfermagem

Queimaduras 30/03/2016 Enfermeiros, técnicos e

auxiliares de

enfermagem

Ventilação mecânica Turma 1 e 2,

respectivamente em 02

e 03/04/2016

Médicos e enfermeiros

Triagem pediátrica 07/04/2016 Enfermeiros, técnicos e

auxiliares de

enfermagem

Ventilação mecânica Turma 1 e 2,

respectivamente em 09

e 10/04/2016

Médicos e enfermeiros

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Queimaduras 20/04/2016 Enfermeiros, técnicos e

auxiliares de

enfermagem

Orientações sobre Gripe

H1N1

Turma 1 e 2,

respectivamente em 26

e 28/04/2016

Turma 1 e 2,

respectivamente em 09 e

10/04/2016

Emergências

Psiquiátricas

04/05/2016 Psicólogos, Assistentes

Sociais, enfermeiros,

técnicos e auxiliares de

enfermagem

Imobilizações em vítimas

de trauma

Turma 1 e 2

respectivamente, 17 e

18/05/2016

Médicos, enfermeiros,

técnicos e auxiliares de

enfermagem

Higienização de serviços

de saúde

Turma 1 e 2,

respectivamente em 18

e 19/05/2016

Profissionais da

higienização

Manuseio de bombas de

infusão

30/05/2016 Enfermeiros, técnicos e

auxiliares de

enfermagem

Simulado de atendimento

a múltiplas vítimas

08/07/2016 Médicos, enfermeiros,

técnicos e auxiliares de

enfermagem

Atendimento ao trauma Turma 1 e 2,

respectivamente em 20

e 21/07/2016

Médicos, enfermeiros,

técnicos e auxiliares de

enfermagem

##/Fato##

2.1.4. Ausência de informações acerca do atendimento da recomendação proposta no

Relatório de Fiscalização ? OS 201411180, de 2014, envolvendo a propriedade privada

do terreno que contém a construção da UPA Afonso Pena.

Fato

A Unidade de Pronto Atendimento – UPA, denominada Afonso Pena, localizada no

município de São José dos Pinhais/PR, foi objeto de fiscalização no exercício de 2014, tendo

como resultado os fatos apontados no Relatório de Fiscalização – 201411180.

Verificou-se, na ocasião, que parte da edificação havia sido construída sobre área de

propriedade particular da AXE-IMÓVEIS LTDA, mais precisamente sobre área de

2.143,26m2, registrada na matrícula nº 67.984, do Registro de Imóveis - 1ª Circunscrição de

São José dos Pinhais, Estado do Paraná, conforme descrito no apontamento que integra o

Relatório de Fiscalização nº 201411180, trecho a seguir transcrito, contendo o histórico da

mencionada matrícula:

“O terreno que abriga a Unidade de Pronto Atendimento - UPA Afonso Pena, é constituído

pela quadra nº 3 da planta Jardim Americano, situada na Colônia Afonso Pena, Município

de São José dos Pinhais, registrada originalmente em 28 de agosto de 2007, na matrícula

de nº 48.051 do livro 2, do Registro de Imóveis - 1ª Circunscrição de São José dos Pinhais,

Estado do Paraná de propriedade da empresa AXE-IMÓVEIS LTDA - CNPJ

76.556.752/0001-03.

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Depreende-se da documentação apresentada, que a quadra nº 3 foi desmembrada em duas

áreas resultando na matrícula nº 67.983, com 5.066,74m² e na matrícula nº 67.984 da área

remanescente do terreno, com 2.143,26m².

A área com 5.066,74m² foi desapropriada pelo Município de São José dos Pinhais por meio

de Escritura Pública de Desapropriação Amigável, lavrada nas notas do 1º Serviço

Notarial da cidade de São José dos Pinhais, Estado do Paraná, em 18 de dezembro de 2009,

às fls. 141, do livro 835. A desapropriação ocorreu por declaração de utilidade pública

destinada à construção da Unidade de Pronto Atendimento.

A área com 2.143,26m², registrada na matrícula 67.984 do mesmo Registro Imobiliário,

manteve-se na propriedade da empresa AXE-IMÓVEIS LTDA, de acordo com a cópia da

matrícula encontrada à fl. 21 do processo de licitação da obra. ”

Consta ainda, no mesmo apontamento a ausência do atestado de conclusão da obra (habita-

se), conforme os trechos a seguir transcritos:

“Também em resposta à Solicitação de Fiscalização nº 201411180-01, de 16 de setembro

de 2014, envolvendo questionamento acerca do habite-se da construção, o Diretor de

Divisão do Departamento de Gestão Urbana – Secretaria Municipal de Urbanismo de São

José dos Pinhais, informou o que segue, nos termos da Declaração 01/24 – DIFIS, datada

de 18 de setembro de 2014:

“Informo que até a presente data não foi solicitada pela empresa SIAL CONSTRUÇÕES

CIVIS LTDA a CVCO (Certificado de Vistoria e Conclusão de Obras), referente ao alvará

de Construção n 165/2014, (UPA – Unidade de Pronto Atendimento Afonso Pena), situado

na Professor Paulo Freire, 470 – Parque da Fonte – São José dos Pinhais/PR, referente ao

item 1.2.10. ”

Saliente-se ainda que o habite-se da obra emitido pela Prefeitura constitui documento

indispensável para existência do imóvel no mundo jurídico, exigido para averbação da

construção na matrícula do imóvel. Além disso, constitui o atestado de conclusão da obra e

de que a construção seguiu todas exigências da legislação municipal, mormente aquelas

relacionadas às questões de segurança e saneamento. ”

Do apontamento relatado resultaram duas recomendações ao órgão supervisor do programa,

para as quais não há informações acerca do atendimento, ainda em monitoramento no

âmbito da CGSAU/SFC/CGU.

Diante disto, foi solicitado ao gestor, nos termos do item 5 da Solicitação de Fiscalização nº

201602497/01, de 28/07/2016, o que segue:

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“5 – Informar se houve demanda do Ministério da Saúde objetivando o cumprimento das

seguintes recomendações, emitidas por ocasião da fiscalização realizada nesse município

no período de 09/09/2014 a 19/09/2014, objeto do Relatório de Fiscalização - OS

201411180, envolvendo a UPA Porte III, denominada “Afonso Pena”:

“Recomendação:

Notificar o gestor local para que apresente a documentação comprobatória da ocupação

pacífica e regular do terreno, bem como o exercício pleno dos poderes inerentes à

propriedade, à posse ou ao uso do imóvel onde foi implantada a UPA 24h.”

“Recomendação:

Notificar o gestor local para que apresente atestado de conclusão da edificação da

unidade, assinado pelo gestor local e por profissional habilitado pelo CREA ou CAU.”

Por oportuno, disponibilizar a documentação mencionada nas recomendações acima

transcritas. ”

A solicitação foi reiterada por meio dos esclarecimentos constantes do item 11 da

Solicitação de Fiscalização nº 201602497/02, de 08/08/2016, conforme segue:

“11- Relativamente ao item 5 da Solicitação de Fiscalização nº 201602497/01, de

28/07/2016, informamos que a recomendação refere-se à área de 2.143,26m², registrada na

matrícula nº 67.984 do Registro de Imóveis - 1ª Circunscrição de São José dos Pinhais,

Estado do Paraná de propriedade da empresa AXE-IMÓVEIS LTDA - CNPJ

76.556.752/0001-03, que integra a área total na qual encontra-se construída a UPA Afonso

Pena. ”

Não houve manifestação do gestor e tampouco a disponibilização dos documentos

solicitados até a conclusão do presente relatório.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Nos termos do contido no Ofício nº 414/2016, de 24/10/2016, o gestor apresentou a seguinte

manifestação acerca dos fatos relatados:

“A UPA - Unidade de Pronto Atendimento Afonso Pena foi construída sobre área

desapropriada pelo Município de São José dos Pinhais, de forma amigável, em 18 de

dezembro de 2009.

Não obstante a desapropriação ter sido efetivada e concluída antes do início das

construções da citada unidade de saúde, recentemente chegou ao conhecimento do

Município de que, supostamente, parte da referida edificação estaria sobre área particular,

de propriedade de AXE IMÓVEIS LTDA.

Desta feita, visando apurar os fatos noticiados, o Município deflagrou o competente

Processo Administrativo, bem como, a Procuradoria Geral do Município solicitou que a

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Secretaria Municipal de Urbanismo realizasse levantamento topográfico da Construção da

UPA do Afonso Pena, sobrepondo a nova planta ao levantamento topográfico realizado

para efetivar a desapropriação amigável, conforme documentos em anexo, a fim de eliminar

quaisquer dúvidas sobre os questionamentos em questão, e até mesmo para possibilitar a

adoção das medidas corretivas em caso de constatação de eventual equívoco na construção.

Assim, tão logo as diligências e procedimentos iniciados sejam concluídos, caso

realmente sejam constatados equívocos na construção da UPA do Afonso Pena,

especificamente sobre parte da edificação estar sobre área particular, serão adotadas todas

as medidas necessárias para a devida regularização da situação. (doc. em anexo).” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

De acordo com as informações prestadas pelo gestor, somente agora estão sendo adotadas

providências visando sanar a recomendação proposta no Relatório de Fiscalização - OS

201411180, decorrente dos trabalhos realizados por este órgão de controle no período de

09/09/2014 a 19/09/2014.

O gestor não prestou informações acerca do recebimento de eventual notificação do

Ministério da Saúde. ##/AnaliseControleInterno##

2.1.5. Ausência de medicamentos obrigatórios nas farmácias e estoques das Unidades

de Pronto Atendimento do município de São José dos Pinhais.

Fato

Em inspeção física realizada nas Unidades de Pronto Atendimento – UPA, denominadas

“Afonso Pena” e “Rui Barbosa”, no Município de São José dos Pinhais, Estado do

Paraná, observou-se o que segue em relação à disponibilidade de medicamentos

obrigatórios nas unidades de urgência, tendo como referência a relação constante do item

2.6 – da Portaria nº 2048, de 05 de novembro de 2002.

Fonte: Inspeção "in loco" nas dependências das UPA; Documento intitulado

"Movimentação de Insumos" e Relação Municipal de Medicamentos Essenciais - Remune

* Consta dos estoques das duas UPA o medicamento denominado Cloranfenicol +

Colagenase – Pomada.

UPA Afonso

Pena

UPA Rui

Barbosa

UPA Afonso

Pena

UPA Rui

Barbosa

Bupivacaína Não Não Não Não Não

Cloranfenicol* Não Não Não Não Não

Cloridrato de

Hidralazina NãoNão Não Não Não

Codeína Não Não Não Não Não

Metildopa Sim Não Não Não Sim

Nifedipina Sim Não Sim Não Sim

Sais para

reidratação oralSim Não Sim Sim Sim

Medicamentos Existentes

nas Farmácias das UPA

Medicamentos Relacionados

nos Estoques das UPAMedicamento Remune

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A maioria dos medicamentos indicados no quadro acima, que compõem uma amostra de

54 fármacos inspecionados, não foram encontrados nas farmácias das Unidades de

Pronto Atendimento - UPA do município fiscalizado.

O documento intitulado “Movimentação de Insumos” – controle de estoque das UPA

disponibilizado pelo gestor em resposta ao item 5 da Solicitação de Fiscalização nº

201602497/02, igualmente não contém os referidos medicamentos à exceção da

“Nifedipina” e “Sais para reidratação oral”, indicados no estoque da UPA Afonso Pena e

“Sais para reidratação oral” no estoque da UPA Rui Barbosa.

Outra situação constatada diz respeito ao fármaco “Metildopa” encontrado na farmácia

da UPA Afonso Pena que, no entanto, não foi identificado no respectivo controle de

estoque da Unidade.

Á exceção dos três medicamentos citados (Nifedipina/Nifedipino, Sais para reidratação

oral e Metildopa), encontrados na farmácia da UPA Afonso Pena, os demais também não

constam da “Relação Municipal de Medicamentos Essenciais – RENUME”, o que

demonstra que o município fiscalizado não os utiliza nas unidades de urgência.

Em entrevista realizada com os coordenadores das UPA, todos negaram o

desabastecimento recorrente de medicamentos.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Nos termos do contido no Ofício nº 414/2016, de 24/10/2016, o gestor apresentou a seguinte

manifestação acerca dos fatos relatados:

“O Município utiliza-se de alguns medicamentos da RENUME, sendo que tal utilização dos

medicamentos constantes da RENUME não significa ausências de medicamentos. Posto que

utiliza-se de outro medicamento com princípio ativo semelhante, o qual também é

obrigatório. Assim sendo nenhum paciente fica sem o fornecimento de medicamentos

obrigatórios.

Portanto, há por parte do Município garantia do acesso ao medicamento para

tratamento da comunidade.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

O gestor informou que utiliza “medicamento com princípio ativo semelhante, ...” àqueles

não encontrados na Relação Municipal de Medicamentos Essenciais – RENUME, no

entanto, não informou quais seriam esses medicamentos que, segundo ele, também são

obrigatórios.

O gestor não se manifestou acerca dos medicamentos não encontrados nas UPA, por ocasião

da inspeção física, e também nos respectivos estoques, conforme relação constante do

documento intitulado “ Movimentação de Insumos”. ##/AnaliseControleInterno##

2.1.6. Indicadores

Fato

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Com base nas informações disponibilizadas pela unidade fiscalizada, em resposta à

Solicitação de Fiscalização nº 201602497/001, de 28 de julho de 2016, envolvendo o

atendimento nas Unidades de Pronto Atendimento denominadas “Rui Barbosa”- Porte I e

“Afonso Pena” – Porte III, foram calculados os seguintes indicadores quantitativos de

avaliação:

1 - Tempo médio de espera para atendimento em cada uma das categorias de risco.

Fonte: Resposta aos itens 2.5, Solicitação de Fiscalização nº 201602497/01, de 28/07/2016 –

UPA Rui Barbosa.

Fonte: Resposta aos itens 2.5, Solicitação de Fiscalização nº 201602497/01, de 28/07/2016 –

UPA Afonso Pena.

2 – Quantidade de pacientes classificados em cada uma das categorias de risco.

Prioridade

Clínica

Classificação

de Risco

Tempo - Protocolo

Manchester

Tempo médio

de espera

Emergência Vermelho Atendimento imdeiato 8 minutos

Muito Urgente Laranja 10 minutos 13 minutos

Urgente Amarelo 60 minutos 16 minutos

Pouco Urgente Verde 120 minutos 24 minutos

Não Urgente Azul 240 minutos 54 minutos

- 46 minutos

UPA RUI BARBOSA - PORTE I - Julho/2016

Não Informado

Prioridade

Clínica

Classificação

de Risco

Tempo - Protocolo

Manchester

Tempo médio

de espera

Emergência Vermelho Atendimento imdeiato 10 minutos

Muito Urgente Laranja 10 minutos 12 minutos

Urgente Amarelo 60 minutos 24 minutos

Pouco Urgente Verde 120 minutos 90 minutos

Não Urgente Azul 240 minutos 66 minutos

- 65 minutos

UPA AFONSO PENA - PORTE III - Julho/2016

Não Informado

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Fonte: Resposta aos itens 2.5, Solicitação de Fiscalização nº 201602497/01, de 28/07/2016– UPA

Rui Barbosa.

Fonte: Resposta aos itens 2.5, Solicitação de Fiscalização nº 201602497/01, de 28/07/2016– UPA

Afonso Pena.

3 –Indicadores de quantidade média de atendimento e produtividade.

Fonte: Relação de atendimentos – julho/2016 (item 2.2 da resposta à Solicitação de Fiscalização nº

201602497/01, de 28/07/2016); “Fechamento Médico – julho/2016” e Cartões Pontos.

Os padrões mínimos de referência para o funcionamento adequado das Unidades de Pronto

Atendimento – UPA, foram estabelecidos pela Portaria GM/MS nº 342/2013. Para um mês

com 31 dias, os quantitativos de horas e atendimentos mínimos são os que seguem:

Prioridade ClínicaClassificação

de Risco

Quantidade de pacientes

classificados em cada categoria

Emergência Vermelho 65

Muito Urgente Laranja 146

Urgente Amarelo 704

Pouco Urgente Verde 3582

Não Urgente Azul 3707

12

UPA RUI BARBOSA - PORTE I - Julho/2016

Não Informado

Prioridade ClínicaClassificação

de Risco

Quantidade de pacientes

classificados em cada categoria

Emergência Vermelho 110

Muito Urgente Laranja 234

Urgente Amarelo 2560

Pouco Urgente Verde 8677

Não Urgente Azul 169

204

UPA AFONSO PENA - PORTE III - Julho/2016

Não Informado

Dados Índices Dados Índices

Quantidade média de atendimentos diáriosTotal de atendimentos no mês/quantidade de dias no

mês8.213/31 264,94 10.909/31 351,90

Quantidade média de atendimentos no

turno diurno

Total de atendimentos no turno diurno mês/quantidade

de dias no mês3.208/31 103,48 7.550/31 243,55

Quantidade média de atendimentos no

turno noturno

Total de atendimentos no turno noturno mês/quantidade

de dias no mês5.005/31 161,45 3.359/31 108,35

Produtividade média da UPA 24h Quantidade de atendimentos realizados no mês/HH de

médicos no mês8.213/4.762 1,72 10.909/4.609 2,37

RUI BARBOSA AFONSO PENA

Unidades de Pronto Atendimento - UPA

Fórmula dos IndicadoresIndicadores

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As horas trabalhadas e atendimentos realizados, diários e mensal, das UPA examinadas

encontram-se consolidadas no quadro a seguir:

Da comparação dos indicadores com os padrões mínimos dos Portes das UPA Rui Barbosa -

Porte I e Afonso Pena - Porte III, de acordo com o estabelecido na Portaria GC/MS

342/2013, pode-se concluir que:

1 - A Unidade Rui Barbosa (reformada e ampliada), embora implementada como Porte I,

funciona efetivamente como UPA Porte II, de acordo com os padrões mínimos

estabelecidos, à exceção do quantitativo de atendimentos/hora, cujo padrão é de 3,47

pacientes por médico/hora e a UPA, em tese, realiza apenas 1,72 - aproximadamente 2

pacientes médico/hora.

2- A Unidade Afonso Pena – Porte III, da mesma forma, realiza 2,37 atendimentos

médico/hora, quando o padrão para o mesmo porte é de 3,24 pacientes médico/hora.

O assunto é objeto de apontamento específico deste relatório.

Noutro ponto, relativamente à questão de permanência de pacientes nas UPA por períodos

superiores a 24h, dos seis coordenadores entrevistados, quatro responderam que a falta de

vagas psiquiátricas nas instituições de referência são as principais causas de permanência de

pacientes nas Unidades, mas apenas um respondeu que interferem no atendimento.

Os profissionais estão cientes das regras que norteiam a permanência de pacientes nas UPA,

conforme demonstrado no rol de dificuldades e propostas de solução entregues à equipe de

fiscalização, entre as quais destacam-se a falta de leitos psiquiátricos e de leitos em Unidade

de Terapia Intensiva pediátrica, conforme segue:

Unidade de Pronto

Atendimento

HH mínimo

(por dia)

HH

mínimo

(por mês)

Média de

atendimentos médicos

realizados no mês

Média de

atendimentos

médicos em 24h

Quantidade mínima de

atendimentos médicos

por hora

UPA Porte I 48 1488 4650 150 3,13

UPA Porte II 72 2232 7750 250 3,47

UPA Porte III 108 3348 10850 350 3,24

Quantitativos de Horas e Atendimentos aplicaveis às UPA 24h - mês com 31 dias

Unidade de Pronto

AtendimentoHH (dia)

HH (mês - 31

dias)

Média de atendimentos

médicos realizados no

mês

Média de atendimentos

médicos em 24h

UPA Rui Barbosa - Porte I 154 4762 8213 265

UPA Afonso Pena - Porte III 149 4609 10909 352

jul/16

Quantitativos de Horas e Atendimentos aplicaveis às UPA 24h - mêscom 31 dias

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“Dificuldades

Identificação pelas Upas de situações complexas no âmbito saúde e social que incluem

pacientes sem referências familiares, acompanhantes, internamentos de caráter social

- Demanda reprimida das Unidades Básicas de Saúde

- Falta de leitos para pacientes com doenças psiquiátricas

- Falta de Leitos em UTI pediátrica

- Repasse de recursos insuficientes para manter as UPAs conforme exigência do

Ministério da Saúde.

Sugestões

- Fortalecimento das unidades básicas de saúde

- Incentivar junto ao Estado a oferta de vaga para pacientes com problemas

psiquiátricos;

- Incentivar junto ao Estado o aumento de vagas de UTI Pediátrica;

- Aumento de repasse de recursos para manter as UPAs;

- Disponibilização de recursos pelo Estado para manter as UPAs;

- Disponibilizar recursos para aquisição de equipamentos necessários para as

UPAs;

- Disponibilizar recursos de incentivo das UPAs conforme produção e atividades

desenvolvidas em cada UPA, não baseando apenas em quantidade de população a ser

atendida, incentivando assim a qualidade dos serviços prestados.”

##/Fato##

2.2 Parte 2

Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para

adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.

Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de

recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito

de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das

pastas ministeriais. Esta Controladoria não realizará o monitoramento isolado das

providências saneadoras relacionadas a estas constatações.

2.2.1. Cartões pontos contendo inconsistências nos registros da jornada de trabalho,

ausência da identificação dos locais da prestação de serviços, da assinatura do

profissional, do mês e ano da execução dos serviços.

Fato

A gestão municipal das Unidades de Pronto Atendimento – UPA, denominadas Rui Barbosa

(Porte I) e Afonso Pena (Porte III), utiliza serviços médicos prestados por servidores

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concursados do município, bem como terceirizados, contratados da empresa HYGEA

GESTÃO & SAÚDE LTDA.

O Anexo I da Portaria nº 342, de 4 de março de 2013, do Ministério da Saúde, estabelece os

quantitativos mínimos de médicos por turno de 12h cada (diurno e noturno), aplicáveis às

Unidades de Pronto Atendimento classificadas de acordo com os respectivos Portes I, II e

III, conforme segue:

PORTES DAS

UPA 24h

NÚMERO MÍNIMO DE

MÉDICOS DAS 7HS ÀS 19HS

NÚMERO MÍNIMO DE

MÉDICOS 19HS ÀS 7HS

Porte I 2 médicos ( X 12 horas) 2 médicos ( X 12 horas)

Porte II 4 médicos ( X 12 horas) 2 médicos ( X 12 horas)

Porte III 6 médicos ( X 12 horas) 3 médicos ( X 12 horas)

A adequação da força de trabalho nas UPA, considerando os quantitativos mínimos de

médicos e a disponibilidade da prestação dos serviços de urgência e emergência durante

24h, pode ser medida a partir da quantidade de homem-hora (HH) representando os padrões

mínimos para os respectivos portes das UPA, conforme quadro a seguir:

Em resposta à Solicitação de Fiscalização nº 201602497/01, de 28 de julho de 2016, o

gestor disponibilizou os cartões pontos dos médicos, a escala de trabalho, bem como a

planilha de controle de execução dos serviços médicos terceirizados.

Da verificação e confronto dos dados constantes dos cartões pontos e das planilhas de

controle de execução dos serviços terceirizados, denominada “Fechamento Médico –

julho/2016”, constatou-se as seguintes situações:

a) Cartões pontos com registros de entradas sem registros de saídas;

b) Cartões pontos com registros de entradas e saídas no mesmo horário;

c) Cartões pontos com registros manuais;

d) Horas identificadas no “Fechamento Médico – julho/2016” sem os correspondentes

registros nos cartões pontos;

e) Cartões pontos com registros de horas trabalhadas sem a correspondente

identificação no “Fechamento Médico – julho/2016”;

f) Ausência de cartões pontos de médicos relacionados no “Fechamento Médico –

julho/2016”;

g) Cartões incompletos, cópias entregues sem a coluna “saída”.

PORTES DAS

UPA 24h

NÚMERO MÍNIMO DE

MÉDICOS DAS 7HS ÀS 19HS

NÚMERO MÍNIMO DE

MÉDICOS 19HS ÀS 7HS

HH

mínimo

(por dia)

Porte I 2 médicos ( X 12 horas) 2 médicos ( X 12 horas) 48

Porte II 4 médicos ( X 12 horas) 2 médicos ( X 12 horas) 72

Porte III 6 médicos ( X 12 horas) 3 médicos ( X 12 horas) 108

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Para o levantamento dos quantitativos de horas e de médicos de cada unidade, considerou-

se os profissionais e respectivas jornadas de trabalho constantes das planilhas “Fechamento

Médico – julho/2016”, validados pelos correspondentes registros constantes dos cartões

pontos disponibilizados, que representam as jornadas efetivamente trabalhadas - escopo

julho/2016.

No cálculo das horas trabalhadas e do quantitativo de profissionais médicos, foram

computadas apenas as ocorrências elencadas nas letras “c” (baixa materialidade diante do

universo dos dados analisados), porque de alguma forma possibilitou a aferição da jornada,

e “e” porque se trata de registro efetivo no cartão ponto - documento legítimo para aferição

da jornada de trabalho, passível de equívoco do controle de execução - “Fechamento

Médico – julho/2016”.

As escalas de trabalho dos médicos das UPA são formadas por dois turnos diurnos de 6

horas cada - 7h às 13h e 13h às 19h e um noturno de 12h - 19h às 7h. O quantitativo de

médicos, da mesma forma, reflete o número efetivo de profissionais que atuaram no período

nos diferentes turnos e nas três jornadas previstas nas escalas: profissionais diferentes

trabalhando em turnos diurnos distintos (6h cada), mesmos profissionais trabalhando dois

turnos de 6h (12h), etc.

Assim, a fim de verificar se os serviços prestados atenderam aos quantitativos mínimos

previstos para cada turno (diurno e noturno), foram calculados os totais de horas e de

profissionais médicos, em termos percentuais, com base nos padrões estabelecidos na

Portaria GM/MS nº 342/2013, para cada Porte das UPA examinadas.

Não obstante as ocorrências apontadas, não computadas no cálculo das horas, respeitados os

respectivos parâmetros de cada Porte - I e III, observou-se, de maneira geral, que houve

superação dos quantitativo mínimos de homem-hora em ambas as UPA examinadas, mesmo

com a exclusão dos citados eventos identificados, conforme resumido nos quadros a seguir:

Fonte: “Fechamento Médico – julho/2016” e Cartões Pontos – Unidade Pronto Atendimento Rui Barbosa.

Total mínimo de horas diárias: (2 médicos x 12h) + (2 médicos x 12h) = 48h Quantidade mínima de horas no turno diurno: 2 médicos x 12h = 24h (24/48x100% = 50%)

Quantidade mínima de horas no turno noturno: 2 médicos x 12h = 24h (36/48x100%= 50%)

Área de atuação 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Clínica 96 96 80 108 108 90 90 78 102 96 102 96 102 96 96 84 96 102 108 102 90 96 84 84 102 102 90 96 96 80 96 2944

Emergência 12 24 24 12 12 12 12 12 24 24 12 24 12 12 12 12 24 12 12 12 12 12 24 24 12 12 12 12 0 12 18 462

Pediatria 36 48 48 36 48 24 48 36 48 30 48 48 48 36 48 36 48 48 36 48 48 48 48 54 48 48 36 48 36 54 42 1356

Total de horas

trabalhadas por dia144 168 152 156 168 126 150 126 174 150 162 168 162 144 156 132 168 162 156 162 150 156 156 162 162 162 138 156 132 146 156 4762

Qtd horas diurno 72 84 76 78 84 63 75 63 87 75 81 84 81 72 78 66 84 81 78 81 75 78 78 81 81 81 69 78 66 73 78 2381

Qtd mínima de horas

noturno72 84 76 78 84 63 75 63 87 75 81 84 81 72 78 66 84 81 78 81 75 78 78 81 81 81 69 78 66 73 78 2381

Quantitativo de horas por dia - Julho/2016 Total de horas

trabalhadas no

mês

UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO RUI BARBOSA - UPA PORTE I

Page 73: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

Fonte: “Fechamento Médico – julho/2016” e Cartões Pontos – Unidade Pronto Atendimento Rui Barbosa.

Total mínimo de médicos por dia: 4 médicos

Quantidade mínima de médicos no turno diurno: 2 médicos (2/4 x100% = 50%)

Quantidade mínima de horas no turno noturno: 2 médicos (2/4x100%= 50%)

Fonte: “Fechamento Médico – julho/2016” e Cartões Pontos – Unidade Pronto Atendimento Afonso Pena.

Total mínimo de horas diárias: (6 médicos x 12h) + (3 médicos x 12h) = 108h Quantidade mínima de horas no turno diurno: 6 médicos x 12h = 72h (72/108x100% = 67%)

Quantidade mínima de horas no turno noturno: 3 médicos x 12h = 36h (36/108x100%= 33%)

Fonte: “Fechamento Médico – julho/2016” e Cartões Pontos – Unidade Pronto Atendimento Afonso Pena.

Total mínimo de médicos por dia: 9 médicos

Quantidade mínima de médicos no turno diurno: 6 médicos (6/9 x100% = 67%)

Quantidade mínima de horas no turno noturno: 3 médicos (3/9x100%= 33%)

No tocante ao conteúdo dos cartões pontos, constatou-se ainda que não há identificação das

respectivas UPA e tampouco da confirmação dos registros realizados no mês por meio da

assinatura dos profissionais (médicos). Em muitos cartões não há sequer o período

trabalhado (mês/ano).

Em relação aos enfermeiros a análise teve como referência as escalas de trabalho

confrontadas com os cartões pontos disponibilizados. As situações identificadas, em alguns

casos, são basicamente as mesmas encontradas na avaliação documental dos médicos:

a) Cartões pontos com registros de entradas sem registros de saídas;

b) Cartões pontos com registros manuais;

c) Cartões pontos com registros de horas trabalhadas sem a correspondente

identificação do profissional na Escala de Trabalho – julho/2016”;

Área de atuação 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Clínica 10 9 11 12 11 11 11 9 14 10 12 8 10 11 12 10 10 12 10 11 13 10 11 10 12 10 11 11 11 11 11

Emergência 1 2 2 1 1 1 1 1 2 2 1 2 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 2 2 1 1 1 1 0 1 2

Pediatria 4 5 5 3 4 2 4 4 4 3 4 4 4 3 4 4 5 4 3 4 4 5 4 5 4 4 3 4 4 4 4

Total de médicos por

dia 15 16 18 16 16 14 16 14 20 15 17 14 15 15 17 15 17 17 14 16 18 16 17 17 17 15 15 16 15 16 17

Dirno 7,5 8 9 8 8 7 8 7 10 7,5 8,5 7 7,5 7,5 8,5 7,5 8,5 8,5 7 8 9 8 8,5 8,5 8,5 7,5 7,5 8 7,5 8 8,5

Noturno 7,5 8 9 8 8 7 8 7 10 7,5 8,5 7 7,5 7,5 8,5 7,5 8,5 8,5 7 8 9 8 8,5 8,5 8,5 7,5 7,5 8 7,5 8 8,5

UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTORUI BARBOSA - UPA PORTE I

Quantitativo de médicos por dia conforme cartão ponto - Julho/2016

Área de atuação 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Clínica 90 66 48 119 78 78 90 102 60 66 114 84 66 72 120 84 96 125 102 113 102 108 96 83 126 120 89 120 102 78 72 2869

Emergência 0 24 24 18 12 12 24 0 24 24 6 12 12 24 0 24 12 18 12 12 24 12 24 24 18 12 12 24 0 24 24 492

Pediatria 36 42 36 30 48 48 48 42 24 48 30 54 48 54 42 42 36 18 54 36 54 42 54 24 30 48 54 36 18 42 30 1248

Total de horas

trabalhadas por dia 126 132 108 167 138 138 162 144 108 138 150 150 126 150 162 150 144 161 168 161 180 162 174 131 174 180 155 180 120 144 126 4609

Qtd horas diurno 84 88 72 112 92 92 109 96 72 92 101 101 84 101 109 101 96 108 113 108 121 109 117 88 117 121 104 121 80 96 84 3088,03

Qtd mínima de

horas noturno42 44 36 55 46 46 53 48 36 46 50 50 42 50 53 50 48 53 55 53 59 53 57 43 57 59 51 59 40 48 42 1520,97

Total de horas

trabalhadas no

mês

UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO AFONSO PENA - UPA PORTE III

Quantitativo de horas por dia - Julho/2016

Área de atuação 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Clínica 9 7 10 11 7 7 10 9 7 7 11 8 6 7 11 9 10 13 9 13 13 10 8 8 14 12 10 14 12 10 8

Emergência 0 1 2 1 1 1 2 0 1 2 1 1 1 2 0 2 1 2 0 1 2 1 1 2 2 1 1 2 0 1 2

Pediatria 4 5 5 5 5 6 5 4 3 5 4 4 5 6 6 4 4 2 5 3 7 4 6 3 4 5 5 4 3 5 3

Total de

médicos por dia 13 13 17 17 13 14 17 13 11 14 16 13 12 15 17 15 15 17 14 17 22 15 15 13 20 18 16 20 15 16 13

Qtd médicos

diurno8,71 8,71 11,4 11,4 8,71 9,38 11,4 8,71 7,37 9,38 10,7 8,71 8,04 10,1 11,4 10,1 10,1 11,4 9,38 11,4 14,7 10,1 10,1 8,71 13,4 12,1 10,7 13,4 10,1 10,7 8,71

Qtd médicos

noturno4,29 4,29 5,61 5,61 4,29 4,62 5,61 4,29 3,63 4,62 5,28 4,29 3,96 4,95 5,61 4,95 4,95 5,61 4,62 5,61 7,26 4,95 4,95 4,29 6,6 5,94 5,28 6,6 4,95 5,28 4,29

UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO AFONSO PENA - UPA PORTE III

Quantitativo de médicos por dia conforme cartão ponto - Julho/2016

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d) Dias de trabalho indicados nas escalas sem os correspondentes registros nos cartões

pontos;

e) Ausência de cartões pontos de enfermeiros indicados nas escalas de trabalho –

julho/2016;

No cálculo do quantitativo de homem-hora para o profissional enfermeiro, da mesma forma,

foram consideradas as ocorrências citadas nas letras “b” e “c”. O levantamento foi realizado

com base na escala de 12h para cada turno (diurno e noturno), ou seja: Quantidade de

enfermeiros x 12h por turno. O resultado para as UPA Rui Barbosa e Afonso Pena estão

demonstrados no quadro a seguir, respectivamente:

Fonte: Escalas de Trabalho e Cartões Pontos – Unidade de Pronto Atendimento Rui Barbosa.

Fonte: Escalas de Trabalho e Cartões Pontos – Unidade de Pronto Atendimento Afonso Pena.

Também no caso dos enfermeiros, alguns cartões foram apresentados sem a identificação

dos locais de prestação de serviços, sem a assinatura de confirmação do funcionário e sem a

indicação do mês e ano da execução dos serviços.

A análise realizada pela equipe de fiscalização, em ambos os casos – médicos e alguns

enfermeiros, foi baseada unicamente na identificação feita pelo gestor e entregue em

arquivo digital - “Folha Ponto” - “UPA Afonso Pena’ e “UPA Rui Barbosa”, posto que não

há nos cartões pontos, como dito anteriormente, qualquer vinculação com os respectivos

locais da prestação dos serviços - UPA Rui Barbosa e Afonso Pena.

Os registros inconsistentes (incompletos, coincidências entre horários de entrada e saída) ou

feitos manualmente, diante de um controle eletrônico de jornada de trabalho, igualmente

torna vulnerável a confiabilidade dos dados constantes dos cartões pontos, inviabilizando a

verificação da efetividade dos serviços prestados.

A integridade das informações (exatidão, legitimidade, verificabilidade e consistência) é

indispensável para o controle efetivo das jornadas de trabalho e garantia do quantitativo de

profissionais mínimos necessários ao funcionamento adequado das Unidades de Pronto

Atendimento. Portanto, é igualmente indispensável que os dados básicos, impressos no

cartão ponto, estejam devidamente preenchidos pelos profissionais envolvidos e sejam

cobrados pelos supervisores responsáveis de forma a refletir a realidade do ocorrido, sem o

que não há como atestar a efetiva prestação dos serviços.

Turno 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Diurno impar 5 3 4 5 4 3 4 4 4 3 4 4 4 4 4 4 756

Noturno Impar 4 4 3 3 3 3 3 4 3 3 3 3 4 3 3 2 612

Diruno par 3 2 2 2 2 3 3 3 2 2 2 3 3 2 2 432

Noturno par 2 2 3 3 2 3 2 2 2 3 2 2 2 3 2 420

Total de horas diárias 108 60 84 48 84 60 96 60 84 48 72 72 84 60 96 60 84 48 72 60 84 48 84 60 96 60 84 60 84 48 72 2220

Quantitativo de enfermeiros - julho/2016

UPA RUI BARBOSA - PORTE I Total de Horas

Trabalhadas no mês

(Total mensal

enfermeiros x12)

Turno 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Diurno impar 7 3 6 6 3 6 6 7 3 5 5 2 5 6 7 4 972

Noturno Impar 3 4 4 4 3 4 5 3 4 2 2 1 1 3 2 4 588

Diruno par 4 7 7 7 5 7 7 3 6 7 7 5 7 8 4 1092

Noturno par 3 4 4 3 3 4 3 3 4 4 1 4 3 3 3 588

Total de horas diárias 120 84 84 132 120 132 120 120 72 96 120 132 132 120 120 72 84 120 84 132 84 96 36 108 72 120 108 132 108 84 96 3240

Total de Horas

Trabalhadas no

mês (Total mensal

enfermeiros x12)

UPA AFONSO PENA - PORTE III

Quantitativo de enfermeiros - julho/2016

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Tais ocorrências possibilitam a utilização dos cartões pelas diversas unidades de

atendimento de saúde do município que demandam serviços médicos e em qualquer período

mês/ano, fragilizando a avaliação da própria adequação do funcionamento das UPA. Nesse

contexto, os resultados dos trabalhos devem ser considerados em tese, ficando prejudicada a

afirmação de que ocorreram na prática em relação ao objeto fiscalizado – UPA Afonso Pena

e Rui Barbosa. ##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Nos termos do contido no Ofício nº 414/2016, de 24/10/2016, o gestor apresentou a seguinte

manifestação acerca dos fatos relatados:

“O município de São José dos Pinhais possui regime estatutário único, bem como,

utiliza-se de serviços complementares de saúde. No que se refere aos servidores estatutários

a cada local de trabalho existe o correspondente Ponto Mecânico, constando a referencia

ao mês trabalhado, sendo que em relação aos servidores desta Municipalidade há

correspondência entre o local de trabalho e o da sua lotação, os quais correspondem ao

local de prestação do serviço.

Em relação ao apontamento de ausência de assinatura no cartão ponto,

esclarecemos que o referido Cartão Ponto foi implantado há alguns meses, e sendo recente

a adoção de tal procedimento, ainda estamos em fase de implementação e revisando a

melhor forma de aplicação e fiscalização, para um completo aprimoramento.

Insta informar que será implementado no âmbito desta municipalidade controle de ponto

biométrico, o qual será repassado ao Departamento de Recursos Humanos o horário

realizado pelo servidor. Ainda a Lei nº 525/2004 – Estatuto dos Servidores Públicos

Municipais, no seu artigo 73, dispõe os casos em que o servidor perderá a parcela da

remuneração diária, proporcional a quaisquer atrasos, ausências e saídas antecipadas.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

De fato, os equipamentos instalados nas Unidades avaliadas tratam-se de pontos mecânicos

e não eletrônicos como mencionado no fato relatado, isso no entanto não altera o resultado

da avaliação realizada, que está focada nos elementos integrantes do cartão ponto,

instrumento efetivo de avaliação da jornada de trabalho e, consequentemente, da

comprovação real da prestação dos serviços nos locais para os quais foram contratados ou

designados os profissionais.

Nesse sentido, além da exatidão dos horários, os cartões pontos devem conter todas as

demais informações, mínimas, imprescindíveis à identificação do profissional (nome do

profissional, cargo/função, matrícula, etc.), do período e do local onde o trabalho foi

realizado.

Todos os cartões pontos dos médicos estatutários, de ambas as Unidades avaliadas, foram

entregues pelo gestor com informações incompletas, sendo que em nenhum deles consta a

identificação dos locais onde os trabalhos foram prestados, prejudicando a avaliação quanto

à efetividade do funcionamento das UPA pelos órgãos de controle.

As mesmas ocorrências foram identificadas nos cartões pontos dos médicos terceirizados, no

entanto, eles não foram citados pelo gestor em sua manifestação.

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O gestor também deixou de manifestar-se em relação aos demais eventos relacionados no

apontamento:

“[...]

a) Cartões pontos com registros de entradas sem registros de saídas;

b) Cartões pontos com registros de entradas e saídas no mesmo horário;

c) Cartões pontos com registros manuais;

d) Horas identificadas no “Fechamento Médico – julho/2016” sem os correspondentes

registros nos cartões pontos;

e) Cartões pontos com registros de horas trabalhadas sem a correspondente

identificação no “Fechamento Médico – julho/2016”;

f) Ausência de cartões pontos de médicos relacionados no “Fechamento Médico –

julho/2016”;

g) Cartões incompletos, cópias entregues sem a coluna “saída”.”

Saliente-se que grande parte da efetividade dos serviços prestados nas Unidades de Pronto

Atendimento – UPA, depende do criterioso controle do horário de entrada e saída dos

profissionais contratados, sendo essa uma das mais importantes informações para o gestor, já

que os salários são pagos por horas trabalhadas. Por outro lado, a exatidão da carga horária

somente se aproveita quando acompanhada da identificação do profissional (nome do

profissional, cargo/função, matrícula, etc.), do local e do período (mês/ano) de trabalho.

O gestor justificou a ausência das assinaturas dos profissionais nos cartões pontos à recente

implantação do controle, ainda em fase de implementação e aprimoramento. Não obstante

isto, não se observa dificuldade na realização de tal procedimento, bastando ao gestor emitir

orientação normativa aos profissionais estatutários e aditivo contratual (caso não previsto em

contrato) à empresa prestadora dos serviços terceirizados. ##/AnaliseControleInterno##

2.2.2. Demanda, produtividade e tempo de espera dos atendimentos incompatível com

a capacidade operacional das Unidades de Pronto Atendimento.

Fato

O Município de São José do Pinhais, Estado do Paraná, possui duas Unidades de Pronto

Atendimento – UPA a saber: UPA Afonso Pena – Porte III e UPA Rui Barbosa – Porte I.

A UPA Afonso Pena encontra-se localizada na Rua Francisca de Souza Cortês, 460 –

Afonso Pena, São José dos Pinhais. A Unidade entrou em funcionamento em

dezembro/2014, após a fiscalização deste órgão de controle federal realizada no período

de 09/09/2014 a 19/09/2014.

Na ocasião foi identificada no local uma construção acabada com 3.093,78m2. O padrão

mínimo estabelecido pelo Ministério da Saúde - MS, para a Unidade Porte III, é de

1.300m2, compatível com atendimento médio de 350 pacientes em 24h (Portaria

GM/MS nº 342/2013).

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Os indicadores de atendimento informados neste relatório, obtidos a partir dos dados do

mês de julho-2016, demonstram que o atendimento médio diário (24h) da UPA Afonso

Pena é de aproximadamente 352 pacientes (10.909 atendimentos/31dias= 351,90).

Relativamente à produtividade, a Portaria 342/2013 estabelece o mínimo de 6(seis)

médicos no período diurno e 3(três) no noturno (escala das 7h às 19h e 19 às 7h) que

corresponde a 108h diárias de trabalho, necessários ao funcionamento adequado de uma

UPA padrão Porte III, considerando um atendimento médio de 350 pacientes em 24h.

Em levantamento realizado com base no “Fechamento Médico – julho/2016” e nos

cartões pontos dos profissionais, verificou-se um total de 4.609 HH no mês de

julho/2016, que corresponde a uma média de 149h diárias de trabalho e 12 médicos por

dia (149h/12h).

Em entrevista realizada com os quatro coordenadores (médicos e enfermeiros) da UPA

Afonso Pena, 75% responderam que o tempo médio de espera dos atendimentos é

inadequado. A causa foi atribuída, por unanimidade, à demanda reprimida da atenção

básica, de responsabilidade das Unidades Básicas de Saúde – UBS.

Noutro questionamento, porém, os mesmos profissionais responderam que o quantitativo

de médicos é adequado para atender à demanda.

Durante inspeção “in loco”, observou- se que a Unidade dispõe de todos os materiais,

equipamentos e ambientes necessários ao desempenho adequado do atendimento de

urgência e emergência, conforme registrado no roteiro de inspeção física.

Nesse contexto, considerando as variáveis explicitadas, os indicadores mostram, em tese,

um comprometimento na eficiência dos atendimentos da UPA Afonso Pena, refletido

pela baixa produtividade diante da superação dos meios disponíveis (Estrutura e

profissionais médicos), em face dos padrões mínimos estabelecidos na Portaria GM/MS

nº 342/2013, conforme se pode observar no comparativo demonstrado no quadro a

seguir:

O indicador de produtividade (Quantidade de atendimentos realizados em 24h/HH de

médicos em 24h – 352/149) aponta uma média de 2,37 atendimentos HH, ou seja, cada

médico atendeu em média 2(dois) pacientes por hora (30 minutos por paciente). A UPA

padrão - Porte III, com estrutura menor e menos médicos, prevê um mínimo de 3,24

pacientes por médico/hora (20 minutos por paciente), considerando uma média de 350

atendimentos dia.

A UPA Rui Barbosa (ampliada e reformada), localizada na Avenida Rui Barbosa, 10471,

Colônia Rio Grande, São José dos Pinhais, Estado do Paraná, foi concebida para

funcionar como Unidade Porte I, no entanto possui estrutura e demanda superior à UPA

Unidade de Pronto

AtendimentoÁrea Física

Parâmetro

HHHH (dia)

HH (mês -

31 dias)

Quantidade

de médicos

(HH/12h)

Média de pacientes

atendidos em

24horas

Média de

atendimentos/hora

(pacientes atendidos

em 24h/HH dia)

UPA Padrão - Porte III 1.300,00m2 mínimo 108 3348 9 350 3,24

UPA Afonso Pena - Porte III 3.093,78m2 médio 149 4609 12 352 2,36

UPA AFONSO PENA - JULHO/2016

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padrão Porte II. Em razão disto, a equipe de fiscalização utilizou nas avaliações de

funcionamento da Unidade, como referência, os padrões mínimos da UPA Porte II

definidos pela Portaria nº GM/MS 342/2013, conforme se observa dos dados constantes

do quadro a seguir:

A Unidade apresenta também um quantitativo médio de horas trabalhadas e médicos

disponíveis (HH = 4.762h com 13 médicos) muito superior aos parâmetros mínimos do

Porte II, superando, inclusive, os números praticados pela UPA Afonso Pena.

Observou-se que a UPA Rui Barbosa realiza em média, aproximadamente, 2

atendimentos médico/hora (265/154=1,72 pacientes médico/hora), demonstrando

subutilização dos médicos assim como ocorre na UPA Afonso Pena. De acordo com os

parâmetros previstos na Portaria GM/MS 342/2013 a média de atendimento diário é de 3

pacientes médico/hora que corresponde a 250 pacientes (250/72=3,47 pacientes

médico/hora), praticamente igual ao quantitativo médio diário de pacientes atendidos na

UPA Rui Barbosa – 265.

A estrutura física da UPA Rui Barbosa – Porte I ultrapassa em 352,30m2 a área mínima

da UPA Porte II. Por ocasião da inspeção física realizada, verificou-se que a Unidade

dispõe de materiais e equipamentos, bem como dos ambientes necessários ao

funcionamento adequado da Unidade.

Nas entrevistas realizadas com três coordenadores (médicos e enfermeira) dois deles

responderam que o quantitativo de médicos é adequado à demanda, mas que o tempo

médio de espera é inadequado em face, igualmente, das demandas reprimidas das

Unidades Básicas de Saúde.

Ressalte-se que a presente avaliação está pautada nos indicadores calculados com base

nos dados e informações disponibilizados pelo gestor (incluindo os atendimentos de

competência das Unidades Básicas de Saúde), observados os resultados das entrevistas e

inspeções físicas realizadas “in loco” onde foi possível identificar, por meio de roteiro

pré-estabelecido, as condições estruturais (instalações, equipamentos e materiais) das

duas Unidades de Pronto Atendimento.

As informações prestadas pelo gestor - mês de julho/2016, acerca do quantitativo de

atendimentos classificados de acordo com risco, bem como dos tempos médios de espera

praticados pelas Unidades Rui Barbosa e Afonso Pena, estão contidas nos quadros a

seguir:

Unidade de Pronto

AtendimentoÁrea Física

Parâmetro

HH HH (dia)

HH

(mês - 31

dias)

Quantidade

de médicos

(HH/12h)

Média de pacientes

atendidos em

24horas

Média de

atendimentos/hora

(pacientes atendidos

em 24h/HH dia)

UPA Padrão - Porte I 700,00m2 mínimo 48 1488 4 150 3,13

UPA Padrão - Porte II 1000,00m2 mínimo 72 2232 6 250 3,47

UPA Rui Barbosa - Porte I 1.152,30m2 médio 154 4762 13 265 1,72

UPA RUI BARBOSA - JULHO/2016

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OBS: Quantidade de pacientes inclui aqueles que passaram pela triagem, mas que

não foram atendidos.

OBS: Quantidade de pacientes inclui aqueles que passaram pela triagem, mas que

não foram atendidos.

Em resposta à Solicitação de Fiscalização nº 201602497, de 28 de julho de 2016, o

gestor prestou as seguintes informações acerca dos atendimentos das UPA Afonso Pena

e Rui Barbosa:

Com base nos dados acima, foram obtidos os seguintes quantitativos correspondentes ao

total de pacientes que procuraram as Unidades de Pronto Atendimento, mas não foram

atendidos.

Prioridade

Clínica

Classificação

de Risco

Tempo Máximo -

Protocolo Manchester

Tempo

médio de

espera

Quantidade de

pacientes

classificados em

cada categoria no

mês

Quantidade de

pacientes

classificados em

cada categoria por

dia

Emergência Vermelho Atendimento imdeiato 8 minutos 65 2,10

Muito Urgente Laranja 10 minutos 13 minutos 146 4,71

Urgente Amarelo 60 minutos 16 minutos 704 22,71

Pouco Urgente Verde 120 minutos 24 minutos 3582 115,55

Não Urgente Azul 240 minutos 54 minutos 3707 119,58

46 minutos 12 0,39

8216 265,03

UPA RUI BARBOSA - PORTE I - Julho/2016

Não Informado

TOTAL

Prioridade

Clínica

Classificação

de Risco

Tempo Máximo -

Protocolo

Manchester

Tempo

médio de

espera

Quantidade de

pacientes

classificados em cada

categoria no mês

Quantidade de

pacientes

classificados em

cada categoria por

dia

Emergência Vermelho Atendimento imdeiato 10 minutos 110 3,55

Muito Urgente Laranja 10 minutos 12 minutos 234 7,55

Urgente Amarelo 60 minutos 24 minutos 2560 82,58

Pouco Urgente Verde 120 minutos 90 minutos 8677 279,90

Não Urgente Azul 240 minutos 66 minutos 169 5,45

65 minutos 204 6,58

11954 385,61

UPA AFONSO PENA - PORTE III - Julho/2016

Não Informado

TOTAL

Mensal Média diária MensalMédia

diária

Quantidade de pacientes que deram entrada nas UPA 12.528 404,13 8.505 274,35

Quantidade de pacientes Classificados nas categorias de risco 11.954 385,61 8.216 265,03

Quantidade de pacientes atendidos pelos médicos 10.909 351,90 8.213 264,94

ATENDIMENTOS EM JULHO/2016

UPA AFONSO PENA UPA RUI BARBOSA

Informações prestadas pelo gestor

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Os dados constantes dos quadros acima demonstram que para uma demanda diária de

404,13 pacientes que deram entrada na Unidade Afonso Pena, uma média de 52,23

pacientes (12,92%) não foi atendida pela Unidade. Na UPA Rui Barbosa o número foi

menor - média de 9,42 pacientes por dia (3,43% da demanda diária – 274,35) buscaram a

Unidade, mas não foram atendidos.

Os resultados apurados revelam que o maior número de pacientes não atendidos na UPA

Afonso Pena passaram pela triagem (33,71 pacientes dia). Já na UPA Rui Barbosa 9,32

pacientes dia sequer foram atendidos pela triagem. O gestor não informou os motivos

pelos quais os pacientes não foram atendidos.

Os indicadores de atendimento e produtividade avaliados, nesse contexto, demonstram

um desequilíbrio entre os meios disponíveis (Estrutura e médicos) para o funcionamento

das UPA, muito acima dos parâmetros mínimos estabelecidos, e as respectivas demanda,

produtividade e tempo médio de espera, muito aquém da capacidade operacional das

Unidades. Tal situação eleva os custos de oferta e manutenção dos serviços de urgência e

emergência, com consequente desperdício de recursos públicos que pode,

eventualmente, com o tempo, inviabilizar o funcionamento das UPA.

Nesse sentido, o gestor elencou alguns itens que, no seu entendimento, dificultam o

atendimento nas UPA do município entre os quais o “Repasse de recursos insuficientes

para manter as UPAs conforme exigência do Ministério da Saúde. ”

Como solução apresentou as sugestões a seguir, entre outras:

“- Aumento de repasse de recursos para manter as UPAs;

- Disponibilização de recursos pelo Estado para manter as UPAs;

- Disponibilizar recursos para aquisição de equipamentos necessários para as UPAs; e,

- Disponibilizar recursos de incentivo das UPAs conforme produção e atividades

desenvolvidas em cada UPA, não baseando apenas em quantidade de população a ser

atendida, incentivando assim a qualidade dos serviços prestados. ”

Com isso o gestor dá sinais de preocupação no que se refere à escassez de recursos para

manutenção das atividades das Unidades de Pronto Atendimento do município de São

José dos Pinhais.

Mensal Média diária MensalMédia

diária

Quantidade de paciente não atendidos pela triagem 574 18,52 289 9,32

Quantidade de pacientes classificados nas categorias de

risco, mas não atendidos pelos médicos1.045 33,71 3 0,10

Total de pacientes não atendidos em julho/2016 1.619 52,23 292 9,42

UPA AFONSO PENA UPA RUI BARBOSA

Resultados obtidos a partir das informações do gestor

ATENDIMENTOS EM JULHO/2016

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Não foi identificada justificativa para a ausência de classificação de risco de 12 e de 204

pacientes atendidos pelas equipes de triagem das UPA Rui Barbosa e Afonso Pena,

respectivamente, indicados nos quadros acima como “Não Informados”.

Observou-se ainda, que pacientes classificados como “Não Urgente”, e sem qualquer

classificação - “Não Informado”, no caso da UPA Afonso Pena, apresentam um tempo

médio de espera menor que os pacientes enquadrados na prioridade “pouco urgente”, o que é

incompatível com os critérios de ordem estabelecidos pelo Protocolo de Manchester, assim

como o é em relação aos tempos médios de espera dos casos mais graves, classificados nas

cores vermelho e laranja (emergência e muito urgente), cujas médias de espera superam o

padrão máximo de tempo do citado protocolo. ##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Nos termos do contido no Ofício nº 414/2016, de 24/10/2016, o gestor apresentou a seguinte

manifestação acerca dos fatos relatados:

“A UPA Rui Barbosa apresenta um quantitativo de horas trabalhadas de 4762HH, com 13

médicos. Assim como na Afonso Pena, conta com dois médicos de dia, e dois médicos no

período noturno, com escala de 12h, que atendem apenas os setores de internamento e

emergência. No mês de julho/2016 foram atendidos uma média de 265 pacientes/dia, pelos

9 médicos dos consultórios. A Unidade possui estrutura e demanda superior à UPA Padrão

Porte II, conforme dados do quadro a seguir:

Unidade de

Pronto

Atendimento

Área

Física

HH

(dia)

HH

(mês-

31

dias)

Quantidade

de médicos

(HH/12h)

Média de

pacientes

atendidos

em 24horas

Média de

atendimento/hora

(pacientes

atendidos em

24h/HH dia)

UPA Padrão –

Porte I 700,00m2 48 1488 4 150 3,13

UPA Padrão –

Porte II 1000,00m2 72 2232 6 250 3,47

UPA Rui

Barbosa – Porte

I

1.152,30m

2 106 3286 9 265 2,5

A média de atendimento da Unidade ficou em 2,5 atendimentos/hora (265/106=2,5), sendo

o tempo médio do atendimento de 24 minutos por paciente.

Em relação às médias de atendimento/hora, um ponto importante a ser colocado é a

concentração de atendimento entre às 9h00 às 23h00 que apresenta a maior demanda das

UPAs, o que faz com que a média de atendimento pareça ser baixa quando colocamos

divido pelas 24horas. Também outro ponto são as reavaliações e os atendimentos dos

pacientes em observação por mais de 6 horas que não são contabilizados nas tabelas. ” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

O gestor informou que mantém 4 médicos em turnos de 12h por dia em cada uma das UPA -

Rui Barbosa e Afonso Pena, sendo 2 diurnos e 2 noturnos no atendimento de emergências e

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internamentos. Não foi informado o quantitativo de internamentos realizados nas UPA no

mês de julho/2016, o que inviabiliza a avaliação desses atendimentos.

O levantamento dos atendimentos do setor de emergência, de acordo com as informações

prestadas pelo gestor, consta dos quadros a seguir:

OBS: outros dois médicos atendem o setor de internamento, conforme informado pelo gestor.

OBS: outros dois médicos atendem o setor de internamento, conforme informado pelo gestor.

Observa-se, que os atendimentos da emergência, em média, não chegam a um paciente por

hora, ainda que somados aos classificados na prioridade “Muito Urgente”, em ambas as

Unidades.

Relativamente ao restante do efetivo médico, apresentado no quadro elaborado pelo gestor

para a UPA Rui Barbosa, considerando a análise baseada em turnos de 12h para cada

profissional, observa-se que o HH adequado para 9 médicos é de 108 horas diárias e não 106

como informado pelo gestor e, consequentemente, um total de 3348 horas no mês de

julho/2016.

O gestor não excluiu do total de atendimentos diários aqueles realizados pela emergência,

considerando no seu demonstrativo a média de 265 atendimentos diários ocorridos no mês

de julho/2016. Nesse contexto, tendo como referência os padrões mínimos da UPA Porte II,

no caso da Unidade Rui Barbosa, ficou confirmado, ainda que com dados não ajustados, a

baixa produtividade do atendimento da UPA Rui Barbosa, diante do quantitativo de 9

médicos disponíveis em 106 horas diárias de trabalho, resultando no atendimento de 2,5

pacientes por hora.

Em relação aos padrões mínimos e demanda média estabelecidos pelo Ministério da Saúde,

o gestor dispõe de um excedente de 3 médicos para atender apenas 15 pacientes a mais (265-

250=15), o que representa 5 pacientes por médico em 12h de trabalho de cada profissional,

conforme se observa no quadro a seguir:

Prioridade

Clínica

Classificação

de Risco

Quantidade de

pacientes atendidos

no mês

Quantidade Médicos

(1 diurno,1 noturno)HH dia

Quantidade de

pacientes

atendidos em

24h

Quantidade

de pacientes

atendidos

por hora

Emergência Vermelho 65 2,1 0,09

Muito Urgente Laranja 146 4,71 0,20

211 6,81 0,28

2

Total

UPA RUI BARBOSA - PORTE I - Julho/2016

24

Prioridade

Clínica

Classificaçã

o de Risco

Quantidade de

pacientes

atendidos no

mês

Quantidade Médicos

(1 diurno,1 noturno)HH dia

Quantidade de

pacientes

atendidos em

24h

Quantidade

de pacientes

atendidos

por hora

Emergência Vermelho 110 3,55 0,15

Muito Urgente Laranja 234 7,55 0,31

344 11,10 0,46

UPAAFONSO PENA - PORTE III - Julho/2016

2 24

Total

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Saliente-se que nesse levantamento não estão sendo computados os 2 médicos (diurno e

noturno) que atuam somente no setor de emergência e que, considerando a formatação

apresentada pelo gestor, estão ociosos haja vista que as emergências não foram excluídas da

média total de 265 atendimentos ocorridos no mês avaliado. Também não foram

considerados os outros 2 médicos que, segundo o gestor, atuam no setor de internamento.

A estrutura da UPA padrão Porte II, com uma média de 250 atendimentos em 72 horas

diárias e 6 médicos, apresenta um tempo médio de atendimento de 20 minutos – 3 pacientes

por hora, enquanto que na distribuição feita pelo gestor a média é de 2,5 pacientes por hora –

tempo médio de atendimento de 24 minutos. Considerando a falha do gestor em relação ao

total de horas trabalhadas pelos 9 médicos, que é de 108h diárias (9 médicos x12=108h) e

não 106h, a média cai para 2 pacientes por hora – tempo médio de atendimento de 30

minutos.

No âmbito dos objetivos das Unidades de Pronto Atendimento, as estruturas das UPA Portes

I, II e III, definidas pelo Ministério da Saúde, constituem padrões mínimos necessários para

garantir o atendimento adequado e humanizado das respectivas demandas médias

estabelecidas. Portanto, não há impedimento legal para adoção de estruturas maiores (físicas

e de recursos humanos), no entanto, cabe ao ente municipal suportar os custos delas

decorrentes sem comprometer a continuidade do programa.

O que se observou no caso das Unidades avaliadas, é que as demandas de atendimento se

mantêm muito próximas dos parâmetros mínimos definidos pelo MS, mas com capacidade

operacional muito superior às mínimas necessárias e sem um ganho aparente no quantitativo

dos atendimentos, que justifique os acréscimos identificados nas UPA. Em condições

normais, considerando a quantidade de médicos disponíveis, o número de atendimentos/hora

(média de 2 pacientes/hora = 30 minutos cada) é incompatível com os tempos médios de

espera informados pelo gestor, que chegam a 54 minutos na UPA Rui Barbosa e 90 minutos

na UPA Afonso Pena – vide quadros constantes do fato relatado.

Considerando este cenário, aliado à percepção dos coordenadores entrevistados, de que o

tempo médio de espera é inadequado, bem como das causas que, segundo o gestor,

dificultam os atendimentos nas UPA, entre as quais o “Repasse de recursos insuficientes

para manter as UPAs conforme exigência do Ministério da Saúde.”(demonstra escassez dos

recursos municipais para manter o funcionamento das Unidades); há indícios de ineficiência

na gestão dos atendimentos em face dos recursos humanos disponíveis, mormente dos

profissionais médicos, que estão com produtividade reduzida em relação aos padrões

mínimos, conforme demonstrado neste apontamento.

Quanto à alegação do gestor de que os recursos federais são insuficientes para “manter as

UPAs conforme exigências do Ministério da Saúde”, deve-se ressaltar que os repasses das

verbas federais estão vinculados às estruturas mínimas definidas na Portaria GM/MS nº

342/2013, de acordo com os respectivos Portes I, II e III. Daí a necessidade de o município

ter uma gestão eficiente dos seus próprios recursos, quanto mais quando opta por uma

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estrutura física e de recursos humanos superiores àquelas estabelecidas pelo MS, no caso,

sem o correspondente aumento na oferta média de atendimentos das Unidades.

Embora não seja o escopo deste apontamento, cabe ressaltar que a questão relacionada às

dimensões da construção da UPA Afonso Pena, foi abordada no Relatório de Fiscalização –

OS 201411180, de 2014, ocasião em que se alertou para os custos elevados de manutenção

da edificação, 2,38 vezes maior que o padrão mínimo da UPA Porte III.

O gestor não se manifestou sobre os demais pontos tratados no fato relatado, referentes à

ausência de classificação de risco de pacientes atendidos pelas equipes de triagem das UPA

Rui Barbosa e Afonso Pena, indicados como “Não Informados”, bem como da inadequação

do tempo de médio de espera de pacientes classificados com prioridades de risco “Não

Urgente”, e sem qualquer classificação - “Não Informada”. ##/AnaliseControleInterno##

3. Conclusão

As ações de regulação no município fiscalizado são operacionalizadas por meio de Central

de Regulação, controlada pelo Estado, e também de um Complexo Regulador que ordena o

fluxo de atendimentos dos pacientes das UPA 24h no âmbito do Município, possibilitando

o encaminhamento dos pacientes das Unidades aos estabelecimentos referenciados,

conforme grades de referência formalmente instituídas.

As Unidades de Pronto Atendimento – UPA, avaliadas no município de São José dos

Pinhas/PR, possuem estruturas físicas e capacidades operacionais superiores aos portes

mínimos estabelecidos na Portaria GM/MS nº 342/2013. No entanto, com demandas muito

próximas dos padrões mínimos, apresentam baixa produtividade e tempo médio de espera

elevados, demonstrando a subutilização dos meios disponíveis.

A ausência de informações básicas nos cartões pontos, mormente a identificação dos locais

de trabalho, do mês e ano da prestação dos serviços, torna vulnerável a afirmação de que os

profissionais, no caso médicos estatutários e terceirizados, prestaram os serviços nas UPA,

o que pode, eventualmente, interferir no adequado funcionamento das Unidades.

As avaliações e inspeções realizadas demonstram que as UPA não dispõem de parte dos

medicamentos obrigatórios relacionados no item 2.6 da Portaria GM/MS nº 2048, de 05 de

novembro de 2002 e, não obstante o gestor tenha declarado que dispõe de outros fármacos

com mesmos princípios ativos, não é possível afirmar a regularidade na distribuição dos

medicamentos aos pacientes.

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Ordem de Serviço: 201602072

Município/UF: São José dos Pinhais/PR

Órgão: MINISTERIO DAS CIDADES

Instrumento de Transferência: Contrato de Repasse - 658641

Unidade Examinada: SAO JOSE DOS PINHAIS PREF GAB DO PREFEITO

Montante de Recursos Financeiros: R$ 42.274.001,83

1. Introdução

Os trabalhos de campo foram realizados no período de 18 de julho de 2016 a 31 de agosto de

2016, sobre a aplicação dos recursos do programa 1138 – Drenagem Urbana e Controle de

Erosão Marítima e Fluvial / 10SG - Apoio a Sistemas de Drenagem Urbana Sustentável e de

Manejo de Águas Pluviais, no âmbito do Programa de Fiscalização de Entes Federativos.

A ação de controle teve por objetivo a verificação da regularidade da execução do Termo de

Compromisso nº 0292.738-65/2009, no valor total de R$ 43.860.372,16, celebrado entre a

União, por intermédio do Ministério das Cidades, representada pela Caixa Econômica

Federal, e a Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais. O objeto do referido termo trata

da recuperação ambiental e construção do Parque Linear do Rio Ressaca, em São José dos

Pinhais.

2. Resultados dos Exames

Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de

providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de

monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.

2.1 Parte 1

Nesta parte serão apresentadas as situações evidenciadas que demandarão a adoção de

medidas preventivas e corretivas por parte dos gestores federais, visando à melhoria da

execução dos Programas de Governo ou à instauração da competente tomada de contas

especiais, as quais serão monitoradas pela Controladoria-Geral da União.

2.1.1. Parque Linear do rio Ressaca

Fato

As obras do Parque Linear do Rio Ressaca em São José dos Pinhais, selecionada no âmbito

do PAC/2009-Programa Drenagem Urbana Sustentável, foram custeadas por meio do

Contrato de Repasse CR.0292.738-65/2009/Ministério das Cidades/Caixa, Siafi nº 658641,

com valor de repasse inicialmente fixado em R$ 36.273.865,26, e contrapartida estabelecida

em R$ 1.909.150,80.

A vigência inicial do Contrato de Repasse firmado tinha início na data da sua assinatura em

31 de dezembro de 2009, e término em 31de dezembro de 2013, atualmente prorrogado

para 28 de fevereiro de 2017, por meio do Termo Aditivo assinado em 15 de janeiro de

2016.

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O objeto do projeto visa à desapropriação dos imóveis existentes no curso principal do Rio

Ressaca numa faixa de 30 metros em ambas as margens e a realização das obras de

construção ou ampliação dos bueiros, de modo a viabilizar as condições para o escoamento

e preservação das águas do Rio, assim como a implantação do Parque Linear.

O Rio Ressaca é um afluente do rio Iguaçu, com uma área de drenagem de

aproximadamente 13 Km², totalmente contida no perímetro urbano do município de São

José dos Pinhais. A sua faixa de preservação permanente tem áreas de ocupação regular e

irregular.

No seu curso d`água são lançados resíduos sólidos além de afluentes dos esgotos sanitários

de origem doméstica e das demais atividades desenvolvidas na bacia hidrográfica, sendo

características do problema:

I- Assoreamento;

II- Impermeabilização do solo causada pelas grandes obras da indústria

automobilística, situadas no seu entorno, além das obras de infraestrutura que

prestam serviços ao Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos

Pinhais (a exemplo de hotéis, estacionamentos, armazéns de grande porte e

etc.), diminuindo, em função da ocupação dessas áreas, o volume de água

absorvida pelo solo com a ampliação do volume de água/detritos direcionados

para o Rio;

III- Ocupação irregular e desordenada nas margens do rio sem controle sanitário

resultando em contaminação hídrica e diminuição da vazão por conta do

lançamento de resíduos sólidos no Rio.

O objetivo da intervenção é desenvolver um projeto de recuperação ambiental para a bacia

do Rio Ressaca que possibilite benefícios à população de São José dos Pinhais nos aspectos

sociais, urbanísticos, recreativos e de saúde.

São objetivos específicos da intervenção do Parque Linear do Rio Ressaca:

I- Remover o material assoreado do fundo do rio, diminuindo os riscos de

inundações;

II- Executar obras de reposicionamento, remoção e/ou ampliação dos bueiros;

III- Remanejar as famílias que vivem no leito do rio de forma irregular na faixa de

preservação;

IV- Recuperar a faixa de 30m de preservação (a direita e a esquerda do leito do rio

Ressaca de acordo com a determinação do código florestal) reduzindo o

processo de degradação ambiental da região;

V- Criar o Parque Linear Urbano do Rio Ressaca promovendo para a população

local a criação de áreas de lazer;

VI- Melhorar a qualidade de vida da população ribeirinha no que diz respeito ao

tratamento sanitário.

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As obras do Parque Linear do Rio Ressaca estão sendo executadas em três fases, com

realização de licitações individuais para cada uma das etapas. Atualmente as obras da

primeira etapa encontram-se concluídas, as da segunda em fase final de conclusão e as da

terceira etapa em plena execução..

Figura 1- Mapa com a localização espacial dos três trechos que compõem o Parque Linear

do Rio Ressaca

Fonte: Mapa constante em documento disponibilizado pela CAIXA intitulado “ Revitalização da Bacia do Rio

Ressaca: Controle de Cheias, Saneamento Ambiental e Participação Comunitária”

O Parque Linear do Rio Ressaca foi objeto da 1ª Fiscalização dos Entes Federativos,

realizada em 2014, por meio da Ordem de Serviço nº 201411321. Na ocasião o escopo da

análise restringiu-se às obras do “Trecho 2” do sistema para controle das cheias no canal do

Rio Ressaca, no município de São José dos Pinhais/PR, delimitado pela Rua Ângelo Moro

Redeschi até a Av. Rui Barbosa.

Atualmente o escopo da presente fiscalização é a execução das obras da 3ª fase do Parque

Linear do Rio Ressaca, entre a Alameda Bom Pastor e a Rua Ângelo Moro Redeschi.

##/Fato##

2.1.2. Projeto do Parque Linear do Rio Ressaca - 3ª Etapa

Fato

O Projeto do Parque Linear do Rio Ressaca – 3ª Etapa, compreende as obras de controle de

cheias do Rio Ressaca no trecho compreendido entre a Alameda Bom Pastor e a Rua Ângelo

Moro Redeschi.

Com o objetivo de viabilizar a execução das obras da 3ª Etapa, a Prefeitura Municipal, por

meio do Ofício nº 775/2014-GAB, protocolado na CAIXA em 07/01/2015, solicitou a

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reprogramação do Termo de Compromisso nº 0292.738-65/2009 devido a atualização do

valor do orçamento do Trecho 3. A CAIXA, no Ofício nº 0531/2015/GIGOV/CT, de 09 de

fevereiro de 2015, encaminhado à Prefeitura, autorizou a reprogramação contratual com a

totalização do valor global das obras do Parque Linear do Rio Ressaca em R$

43.860.372,16.

O Relatório do Projeto do Trecho 3- ( entre a Alameda Bom Pastor a Rua Ângelo Moro

Redeschi) - Projeto Executivo de Drenagem- Volume I, de Jan/2011, realizado pela

empresa NKL – Engenheiros Associados Ltda., contratada pela Prefeitura Municipal de São

José dos Pinhais para desenvolvimento do projeto global da totalidade dos trechos, teve por

objetivo fornecer informações para a contratação da 3ª etapa das obras.

O citado Relatório justificou que a realização do projeto do Parque desenvolvido em três

segmentos:1.Da Avenida Rui Barbosa até a Foz com o Canal Paralelo; 2. Da Avenida

Ângelo Moro Redeschi até a Avenida Rui Barbosa; e 3. Da Alameda Bom Pastor até a

Avenida Ângelo Moro Redeschi, possibilitou a execução das obras em etapas, de modo a

adequar a prioridade de execução ao orçamento plurianual da administração municipal.

O projeto contempla um sistema de drenagem constituído pela ampliação da seção do rio,

seu revestimento como canal aberto ou fechado, pela complementação da micro drenagem

que aflui ao canal, pela adequação das seções dos bueiros existentes e pela drenagem

localizada a ser executada na área de intervenção, possibilitando a implantação do Parque

Linear do Rio Ressaca.

O documento com as especificações técnicas do “Trecho 3” do Projeto de Controle de

Cheias para o Canal do Rio Ressaca, elaborado pela empresa NKL – Engenheiros

Associados Ltda, contém, no seu Capítulo 2, o Memorial Descritivo do projeto proposto,

detalhando as seguintes obras previstas :

-Reparos no bueiro da Alameda Bom Pastor, entre as estacas (43+8,68) e (45) com base

mais corpo e alas;

-Bueiro da alameda Arpo, entre as estacas (99+35,52) e (102+6,20), canal fechado, seção

retangular dupla de 3,75 x 2,00 m e trecho em canal aberto com 6 metros de base;

-Canal trapezoidal aberto, entre as estacas (45) e (54+25,19), com 2 metros de base;

-Canal fechado, seção retangular (2,90 x 1,90) entre as estacas (54+ 25,19) e (69);

-Canal fechado, seção retangular (3,90 x 1,90) entre as estacas (69) e (86,00 +5,00);

-Canal trapezoidal aberto, entre as estacas (86,00 +5,00) e (99+35,52), com 4 metros de

base;

-Canal trapezoidal aberto, entre as estacas (102 + 6,20) e (109), com 6 metros de base;

-Canal trapezoidal aberto, entre as estacas (109) e (119), com 8 metros de base;

-Complementação da micro drenagem existente;

-Relocação da rede de água e esgotos e

-Drenagem superficial localizada, terraplenagem complementar e grama batatais para

implantação do parque;

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O projeto apresenta como uma de suas ações a preservação das nascentes existentes,

identificada no trecho do parque, e de outras não mapeadas, mas que poderão ser

encontradas, de forma a tomar-se os devidos cuidados na execução da obra para mantê-las

e recuperá-las.

A melhoria do escoamento do rio por meio da execução do canal aberto será realizada com a

execução de seção trapezoidal aberta, com bases variáveis ( 2mts, 4 mts, 6mts e 8mts)

revestidas com peças pré – moldadas no pé dos taludes e preenchidas com concreto entre as

peças. As peças de concreto e a laje de fundo entre as peças serão assentadas sobre

embasamento de rachão, regularizado com brita numa espessura de 50 centímetros. O

restante do talude será protegido com a plantação de grama em placas.

Figura 2 – Corte esquemático do Canal Aberto - Seção Trapezoidal

Fonte: Informações - Relatório da NKL- Engenheiros Associados Ltda.- “Controle de Cheias – Rio Ressaca”

Quanto à melhoria do escoamento do rio por meio da execução do canal fechado, essa será

realizada com a execução de galerias celulares fechadas com seções variáveis, peças em

concreto pré-moldado assentadas sobre embasamento de rachão regularizado com brita

numa espessura de 50 centímetros.

Figura 3 – Corte esquemático do Canal Fechado -Seção Retangular (Galerias Celulares)

Fonte:Informações - Relatório da NKL- Engenheiros Associados Ltda.- “Controle de Cheias – Rio Ressaca”

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O projeto previu também a substituição do bueiro existente na Alameda Arpo por outro

composto de tubulação dupla, em concreto pré-moldado. As seções pré-moldadas serão

assentadas sobre embasamento de rachão regularizado com brita numa espessura de 50

centímetros.

Figura 4 – Corte esquemático do Bueiro – Alameda Arpo

Fonte: Informações - Relatório da NKL- Engenheiros Associados Ltda.- “Controle de Cheias – Rio Ressaca”

As obras relativas às complementações da microdrenagem, têm a função de interligar às

galerias existentes e os córregos laterais ao canal projetado. E as obras relativas à

microdrenagem superficial caracterizam-se pela execução de caixas de captação de

sarjetas/valetas ligadas ao canal do rio, promovendo, dessa forma, a drenagem superficial da

área a ser implantado o Parque Linear.

As obras do 3º Trecho do Parque Linear do Rio Ressaca tem 1.981,17 metros de extensão

dos quais 1.321,17 metros corresponde aos canais abertos e 660 metros aos canais fechados

(Galerias celulares).

Os elementos componenentes das galerias celulares de concreto e os revestimentos de fundo

dos canais abertos em placas pré moldadas serão executados em concreto usinados,

fabricados industrialmente.

O item a ser executado “ Relocação da rede de água e esgotos”, no valor total proposto no

orçamento referencial de R$ 219.075,90, sendo R$ 189.000,10 referente ao remanejamento

do coletor Ressaca e R$ 30.075,80 referente à rede de água, foi operacionalizado da seguinte

forma: após a realização do projeto do 3º Trecho do Parque Linear do Rio Ressaca, a

Prefeitura Municipal encaminhou-o à Sanepar para que fosse avaliado pela concessionária as

interferências do projeto nas redes existentes.

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Quanto ao sistema de esgotos, após a análise da Sanepar verificou-se a necessidade de

realizar o remanejamento do coletor existente e para tanto realizou-se, pela Sanepar, os

projetos e orçamentos (rede de água e esgoto)os quais foram submetidos à CAIXA para

aprovação.

Constam no processo, os orçamentos realizados pela Sanepar referentes aos preços

unitários relativos à rede de água (Referência – Junho/2014, no valor de R$ 23.786,62 e ao

remanejamento do coletor Ressaca (Referência- Janeiro/2014), no valor de R$ 149.478,10,

no total de R$ 173.264,72.Nos valores indicados não estão incluídos o BDI. Aplicando-se o

BDI referencial utilizado pela Prefeitura no seu orçamento (26,44%) o valor total do item é o

proposto no orçamento referencial (R$ 219.075,90).

Com a validação da CAIXA, os valores orçados constaram no orçamento global das obras

do 3º Trecho sendo as obras executadas, assim como as demais, pela empresa contratada.

As intervenções da rede de esgoto no projeto do 3º Trecho do Parque Linear encontram-se

indicadas no Projeto- “Coletor Ressaca- Análise da Capacidade Atual-Arranjo Geral das

Intervenções.

Para execução das obras do 3º Trecho (entre a Alameda Bom Pastor e a Rua Angelo Moro

Redeschi), houve a necessidade de realocação da rede de esgotos indicadas no projeto da

SANEPAR- intervenções 09; 10;11;12;13;14 e 15, com as seguintes localizações:

Intervenção 09 - na Alameda Arpo;

Intervenção 10; 11 e 12 – Ruas Florianópolis e Planalto;

Intervenção 13; 14 e 15 – Ruas Marialva e Floresta

##/Fato##

2.1.3. Procedimento Licitatório

Fato

O Procedimento Licitatório relativo à 3º Etapa do Parque Linear do Rio Ressaca, no

Município de São José dos Pinhais/PR, ocorreu por meio da Concorrência nº 11/2015 –

SERMALI, cujo objeto era a contratação de empresa para execução da obra de Controle de

Cheias no Canal do Rio Ressaca e Parque Linear do Rio Ressaca – Fase 3, no trecho entre a

Alameda Bom Pastor e a Rua Ângelo Moro Redeschi. A Licitação foi do tipo menor preço

com valor máximo de R$ 12.215.815,82.

A homologação e adjudicação do processo licitatório ocorreu em 17 de agosto de 2015 em

favor da empresa VENTURI & ZEN LTDA., vencedora do certame, no valor total de R$

10.245.301,27. Desse valor, os recursos da União totalizam R$ 10.011.152,98 e a

contrapartida do município no valor de R$ 234.148,29.

Para execução do objeto, em 24/08/2015 foi firmado o Contrato nº 192/2015 – SERMALI,

entre o Município de São José dos Pinhais e a empresa Venturi & Zen Ltda, no valor de R$

10.245.301,27, regime de execução – empreitada por preço global, sem reajustamento de

preços.

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O valor global contratado foi distribuído da seguinte forma:

-Total de Materiais- R$ 6.659.445,83 (65%);

-Total de Mão de Obra: R$ 1.844.154,23 (18%);

-Total de Equipamentos: R$ 1.741.701,22 (17%)

O prazo de vigência previsto no Contrato é de 26 (vinte e seis meses) e o prazo de execução

16 (dezesseis meses) ambos contados a partir da emissão da ordem de serviço.

1. Orçamento Referencial

O orçamento base referencial apresentado pela Prefeitura Municipal de São Jose dos

Pinhais, anexo III do Edital de Licitação – Concorrência Pública nº 11/2015- SERMALI, de

21 de maio de 2015 totalizou o valor de R$ 12.215.815,82 para a execução das obras de

Controle de Cheias no Canal do Rio Ressaca e Parque Linear do Rio Ressaca – Fase 3

(Trecho Alameda Bom Pastor a Ângelo Moro Redeschi).

A planilha orçamentária teve como data – base agosto/2014, os índices acrescidos aos custos

unitários foram: encargos sociais – 88,52% (com desoneração, conforme Lei nº 12.844/13) e

BDI de 26,44%.

Na análise feita pela CAIXA sobre os custos unitários dos itens constantes do orçamento

base, foram selecionados os seguintes itens referenciados no orçamento:

Engenheiro de Obra (1.1.4);

Segurança do Canteiro (1.1.8);

Escavação mecânica de vala em material 2a. Categoria de 2,01 até 4,00m de

profundidade com utilização de escavadeira hidráulica (2.1.1.1);

Embasamento de Material Granular Rachão (2.1.4.1);

Concreto usinado bombeado FCK= 15MPA inclusive colocação, espalhamento e

acabamento (2.1.4.3);

Produção, transporte e lançamento das peças de concreto pré-moldado para corpo e

alas (2.2.4.3);

Plantio de grama batatais em placas (4.5.1);

Concreto usinado bombeado FCK= 20 MPA, inclusive lançamento e adensamento

(5.5.2)

Forma tábua para concreto em fundação c/ reaproveitamento 2X;

Linha d`água em paralelepípedos graníticos, rejuntados c ar cimento e areia traço 1:3

(9.1.6);

Eucalípto autoclavado para estruturas diâmetro 20 cms.(9.3.1)

Infere-se, pelas indicações do “Quadro Comparativo- Análise de Preços de Itens

Significativos”, que a análise feita pela CAIXA considerou que os custos unitários dos itens

supracitados analisados não apresentaram valores acima dos custos referenciais da

Administração ( Decreto 7.983/2013).

2. Orçamento Contratado

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A empresa vencedora apresentou, em 29 de junho de 2015, a proposta de preço no valor

global de R$ 10.245.301,27, com data base-junho/2015, no entanto a planilha referencial do

SINAPI (com desoneração) utilizada foi a de janeiro/2014, o BDI utilizado foi de 26,98%.

A planilha orçamentária contratada contém os seguintes macro itens:

Tabela 1- Macro itens dos serviços contratados

Descrição dos Serviços: Valor (R$)

1-Serviços Preliminares 764.305,56

2-Bueiros 333.735,78

3-Galeria celular em concreto-Seção

retangular premoldada

2.765.242,63

4-Canal seção trapezoidal revestida

parcialmente com peças pré-moldadas e

concreto ciclópico

4.230.162,35

5-Complementações da micro drenagem

lateral ao canal

215.236,13

6-Remanejamento da Rede de Esgotos 158.514,38

7- Rede de Água 25.224,57

8-Micro drenagem localizada p/

implantação do parque e terraplenagem

1.219.710,05

9-Parque Mínimo 533.169,83

Total 10.245.301,27 OBS: No valor total está incluso o BDI de 26,98%

Fonte: Planilha Orçamentária contratada – Empresa Venturi & Zen Ltda.

A representatividade percentual dos macro itens no orçamento global são as seguintes:

Tabela 2- Indicação da representação dos percentuais dos macro itens no orçamento.

Serviços Contratados: Valor (R$) Representação no

Orçamento (%)

1-Serviços Preliminares 764.305,56 7,46

2-Bueiros 333.735,77 3,26

3-Galeria celular em concreto-

Seção retangular premoldada

2.765.242,63 27,00

4-Canal seção trapezoidal

revestida parcialmente com

peças pré-moldadas e concreto

ciclópico

4.230.162,35 41,29

5-Complementações da micro

drenagem lateral ao canal

215.236,13 2,10

6-Remanejamento da Rede de

Água e Esgotos

183.738,95 1,79

7-Micro drenagem localizada

p/ implantação do parque e

terraplenagem

1.219.710,05 11,90

8-Parque Mínimo 533.169,83 5,20

Total 10.245.301,27 100

Page 94: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

Fonte: Tabela elaborada com base nas informações da planilha orçamentária da contratada – Empresa Venturi

& Zen Ltda, de 29 de junho de 2015.

##/Fato##

2.1.4. Curva ABC

Fato

Na aplicação da metodologia do Diagrama de Pareto (Curva ABC) foram analisados os

seguintes itens que totalizaram 80,35% do valor total do orçamento, correspondendo ao

valor de R$ 8.232.099,57.

Tabela 3- Curva ABC- Indicação dos itens mais representativos

ITEM DISCRIMINAÇÃO UN. QUANT. VALOR

UNIT.

(R$)

(C/BDI)

VALOR

TOTAL

(R$)

(C/BDI)

%

UNIT.

%

ACUM.

4.3.3 Produção, transporte e lançamento das

peças de concreto pré-moldado para

corpo e alas – canal seção trapezoidal.

m3 1.369,05 2.177,44 2.981.024,23 29,09 29,09

3.3.3 Produção, transporte e lançamento das

peças de concreto pré-moldado para

corpo e alas.

m3 1.319,70 1.807,69 2.385.608,49 23,28 52,37

8.7.1 Plantio de Grama- Grama Batatais em

placas (Microdrenagem localizada para

implantação do Parque)

m² 71.906,40

7,06

507.659,18

4,95 57,32

4.1.1 Escavação mecânica de vala em material

2ª categoria de 2,01 até 4,00 m de

profundidade com utilização de

escavadeira hidráulica

m3 34.292,63 13,55 464.665,14 4,53 61,85

4.3.1 Embasamento de material granular -

rachão

m3 3.078,9630

87,22

268.547,15

2,62 64,47

Page 95: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

4.3.4 Concreto Usinado Bombeado

FCK=15MPA, Inclusive lançamento e

adensamento

m3 849,0700

298,28

253.260,60

2,47 66,94

2.2.4.3 Produção, transporte e lançamento das

peças de concreto pré-moldado para

corpo e alas. (Bueiros)

m3 126,4900

1.807,69

228.654,71

2,23 69,17

4.5.1 Plantio de Grama- Grama Batatais em

placas. (Canal seção trapezoidal)

m² 25.968

7,06

183.334,08

1,79 70,96

1.14 Engenheiro de Obra Junior mês 16 10.564,35

169.029,60

1,64 72,60

8.4.3 Forma tábua para concreto em fundação c/

reaproveitamento 2X

m² 3.143,60

51,05

160.480,78

1,57 74,17

1.18 Segurança do Canteiro mês 16 9.801,95

156.831,20

1,53 75,70

9.1.6 Linha d agua em paralelepípedos

graníticos, rejuntados c/ ar cimento e areia

traço 1:3

m 3.907,18

38,61

150.856,22

1,47 77,17

3.1.1 Escavação mecânica de vala em material

2a. Categoria de 2,01 até 4,00m de

profundidade com utilização de

escavadeira hidráulica

m³ 8.390,8000

13,55

113.695,34

1,10 78,27

8.4.1 Concreto usinado bombeado FCK 20mpa,

inclusive lançamento e adensamento

m³ 332,34

335,60

111.533,30

1,09 79,36

Page 96: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

Fonte: Tabela elaborada com base nas informações da planilha orçamentária da contratada – Empresa Venturi

& Zen Ltda, de 29 de junho de 2015.

Por ocasião da elaboração do orçamento referencial para execução das obras do 3º Trecho do

Parque Linear do Rio Ressaca, o regramento para realização de orçamentos de obras e serviços

de engenharia, contratados com recursos dos orçamentos da União, era o estabelecido no

Decreto 7.983/2013, que dispõe que:

“Art. 3o O custo global de referência de obras e serviços de engenharia, exceto os

serviços e obras de infraestrutura de transporte, será obtido a partir das composições dos

custos unitários previstas no projeto que integra o edital de licitação, menores ou iguais à

mediana de seus correspondentes nos custos unitários de referência do Sistema Nacional de

Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil - Sinapi, excetuados os itens

caracterizados como montagem industrial ou que não possam ser considerados como de

construção civil.

Dessa forma analisou-se os custos dos itens unitários constantes da Curva ABC com os custos

unitários do sistema referencial SINAPI, concluindo-se que, nos itens que foram possíveis a

análise, os custos unitários dos itens não apresentaram indicações significativas de valores

superiores ao custos referenciais da Administração.

Cabe ressaltar que, para fins de análise comparativa dos custos referenciais (SINAPI) com os

custos constantes dos seguintes itens do orçamento contratado, extraiu-se os percentuais do BDI

utilizado acrescidos aos custos unitários.

Tabela 4- Curva ABC- Análise comparativa dos custos unitários.

9.3.1 Eucalipto autoclavado para estruturas

diâmetro 20 cm

m25

3

753,09

135,84

102.299,75

0,99 80,35

ITEM DISCRIMINAÇÃO UN

ID

QUANT VALOR

UNIT.

(R$)

(S/BDI)

VALOR

TOTAL

(R$)

(S/BDI)

CÓDIGO

SINAPI

VALOR

UNIT.

(R$)

SINAPI

VALOR

TOTAL

(R$)

SINAPI

4.3.3 Produção, transporte e lançamento das

peças de concreto pré-moldado para

corpo e alas (canal seção trapezoidal).

m3 1.369,05 1589,97 2.176.748,42

3.3.3 Produção, transporte e lançamento das

peças de concreto pré-moldado para

corpo e alas (galerias celulares)

m3 1.319,70 1.319,98 1.741.977,60

Page 97: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

8.7.1 Plantio de Grama- Grama Batatais em

placas (Microdrenagem localizada

para implantação do Parque)

m² 71.906,40

5,16 371.037,02 74236/1 5,67

4.1.1 Escavação mecânica de vala em

material 2ª categoria de 2,01 até 4,00

m de profundidade com utilização de

escavadeira hidráulica

m3 34.292,63 9,90 339.497,03 72917

74031/1

74032/1

11,59

13,52

4.3.1 Embasamento de material granular -

rachão

m3 3.078,96

63,69 196.098,96 73817/2 68,62

4.3.4 Concreto Usinado Bombeado

FCK=15MPA, Inclusive lançamento e

adensamento

m3 849,0700

217,81 184.920,69 74138/1 279,06

2.2.4.3 Produção, transporte e lançamento das

peças de concreto pré-moldado para

corpo e alas. (Bueiros)

m3 126,4900

1.319,98 166.964,27 _________ _________

4.5.1 Plantio de Grama- Grama Batatais em

placas. (Canal seção trapezoidal)

m² 25.968

5,16 133.994,88 74236/1 5,67

1.14 Engenheiro de Obra Junior mê

s

16 7.714,09 123.425,44 2706 8.478,40

8.4.3 Forma tábua para concreto em

fundação c/ reaproveitamento 2X

m² 3.143,60

37,28 117.193,40 5970 36,54

1.18 Segurança do Canteiro mê

s

16 7.157,39 114.518,24 Não

identificado

no SINAPI

_______

Page 98: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

Fonte: Tabela elaborada com base nas informações da planilha orçamentária da contratada – Empresa Venturi

& Zen Ltda, de 29 de junho de 2015.

Comparando as informações das Tabelas nº 03 e nº 04 acima, verificou-se que os itens da

planilha orçamentária contratada que apresentaram referências de custos no SINAPI

totalizaram 23,23% do valor total do orçamento.

##/Fato##

2.1.5. Execução Contratual

Fato

A empresa Venturi & Zen Ltda. foi autorizada a dar início aos serviços da obra de Controle

de Cheias no Canal do Rio Ressaca e Parque Linear – Fase 3, a partir do dia 01/10/2015, por

meio da Ordem de Serviços nº 063/2015-SMVOP. O prazo de execução estabelecido foi de

16 (dezesseis meses) e o prazo de vigência de 26 (vinte e seis meses) ambos a partir da

emissão da Ordem de Serviço.

A Licença de Instalação nº 18585, emitida em 13 de fevereiro de 2014 com validade até 13

de fevereiro de 2016 foi renovada para fins de execução da continuidade das obras do 3º

Trecho do Parque Linear do Rio Ressaca, com validade até 16 de março de 2018.

1. Medições

9.1.6 Linha d agua em paralelepípedos

graníticos, rejuntados c/ ar cimento e

areia traço 1:3

m 3.907,18

28,19 110.143,40 74211 30,90

3.1.1 Escavação mecânica de vala em

material 2a. Categoria de 2,01 até

4,00m de profundidade com utilização

de escavadeira hidráulica

m³ 8.390,80

9,90 83.068,92 72917

74031/1

74032/1

11,59

13,52

8.4.1 Concreto usinado bombeado FCK

20mpa, inclusive lançamento e

adensamento

m³ 332,34

245,06 81.443,24 74138/2 292,24

9.3.1 Eucalipto autoclavado para estruturas

diâmetro 20 cm

m 753,09

99,19 74.698,99 Sem

correspondê

ncia no

SIMAPI

Page 99: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

Verificou-se que, por ocasião da presente fiscalização, foram realizadas nove medições dos

serviços. A primeira medição ocorreu em novembro de 2015 e a nona em julho de 2016.

A sistemática da CAIXA para análise das medições apresentadas pela Prefeitura com vistas

ao desbloqueio dos recursos correspondentes operacionaliza-se da seguinte forma: no

primeiro momento, com relação as ações de responsabilidade do Município, a Prefeitura

encaminha à CAIXA o ofício solicitando o desbloqueio do valor correspondente aos

serviços medidos, juntamente com o RRE – Relatório Resumo do Empreendimento e o BM

– Boletim de Medição.

No segundo momento, quanto à análise da solicitação pela CAIXA, com base na inspeção

técnica realizada na obra, a CAIXA emite o RAE- Relatório de Acompanhamento de

Engenharia, contendo os valores e correspondentes percentuais executados acumulados,

assim como registros fotográficos da execução da obra. Os valores apresentados como

serviços medidos, poderão, de acordo com a inspeção in loco da CAIXA, serem glosados

pela contratante, a depender do entendimento da inexecução do item. Além desse

documento, a CAIXA apresenta o RAE consolidado.

Com base na referida análise, a CAIXA encaminha ofício à Prefeitura informando a

existência ou não de glosa e as possíveis pendências existentes para o desbloqueio dos

próximos recursos. A liberação do valor solicitado é sempre vinculada à apresentação da

prestação de contas parcial da parcela anteriormente liberada.

Para tanto a Prefeitura apresenta o documento – Relação/Comprovação de Pagamentos,

informando o recebedor do pagamento, a data da sua realização, e as informações do

documento fiscal com as respectivas notas fiscais.

A Tabela a seguir apresenta o detalhamento das medições, com os valores apresentados pela

Prefeitura e os valores validados pela CAIXA:

Tabela 5- Detalhamento das medições –Valores aplicados no período e acumulados.

Medição/

Data –

Solicitação

Recursos

RAE-Data

Serviços

Contratados

(Itens)

Valor

Medido no

Período

(PMSJP)

(R$)

Valor

Acum.

(PMSJP)

(R$)

Valor

Medido

no Período

(RAE)

(R$)

Valor

Acumulado

(RAE)

(R$)

Page 100: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

1ª-23/11/15

RAE-

08/12/15

1-Serviços

Preliminares

145.342,03 145.342,03

4-Canal seção

trapezoidal

revestida

parcialmente com

peças pré-

moldadas e

concreto ciclópico

14.085,80 14.085,80

Valor Total no período 159.427,83

Repasse –

155.784,23

Contraartida.

3.643,60

159.427,83

Repasse –

155.784,23

Contraartida.

3.643,60

Valor Total acumulado

2ª-14/12/15

RAE

16/12/15

1-Serviços

Preliminares

37.092,08 182.434,11 110.193,62

1.1Administração

Local da Obra

72.240,48

Total item 1-

182.434,11

2-Bueiros 159.466,73 159.466,73

159.466,73

4-Canal seção

trapezoidal

revestida

parcialmente com

peças pré-

moldadas e

concreto ciclópico

214.185,19 228.270,99 228.270,99

Valor Total no Período 410.743,99

Repasse –

401.356,76

Contraartida.

9.387,23

410.743,99

Repasse –

401.356,76

Contraartida.

9.387,23

Valor Total Acumulado 570.171,83

570.171,83

3ª-14/01/16

RAE

1-Serviços

Preliminares

33.685,15 216.119,26 110.193,62

1.1Administração

Local da Obra

72.242,48

(Glosa de R$

33.685,15)

Total item 1- 182.436,10

2-Bueiros 5.110,85 164.577,58 164.577,59

4-Canal seção

trapezoidal

revestida

parcialmente com

peças pré-

moldadas e

concreto ciclópico

187.894,77 416.165,76 416.165,77

Valor Total no Período 226.690,79

Repasse –

221.509,95

Contraartida.

5.180,84

193.005,64

Repasse –

188.594,65

Contraartida.

4.410,99

Valor Total Acumulado 796.962,60 763.177,46

4ª-27/01/16 1-Serviços 65.455,05 281.574,34 125.729,62

Page 101: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

RAE-

01/02/16

Preliminares

1.1Administração

Local da Obra

78.319,48

(Glosa de R$

43.840,10)

Total item 1- 204.049,10

2-Bueiros

164.577,58 164.577,59

3-Galeria celular

em concreto-

Seção retangular

pré-moldada.

170.640,57

170.640,57 170.640,57

4-Canal seção

trapezoidal

revestida

parcialmente com

peças pré-

moldadas e

concreto ciclópico

483.563,83 899.729,59 899.729,59

Valor Total no Período 719.659,49

Repasse –

703.212,24

Contraartida.

16.447,25

675.819,39

Repasse –

660.374,07

Contraartida.

15.445,32

Valor Total Acumulado 1.516.522,08 1.438.996,85

Percentual de execução da obra no período

5ª-03/03/16

RAE-

21/03/16

1-Serviços

Preliminares

80.470,48 284.519,58

1.1Administração

Local da Obra

Total item 1-

2-Bueiros

107.336,46 271.914,04 228.651,09

2.2.4.3 Produção,

transporte e lçto.

Peças pré-

moldadas de

corpos e alas

Glosa de

18.423,42

3-Galeria celular

em concreto-

Seção retangular

pré-moldada.

204.832,34 375.472,91

4-Canal seção

trapezoidal

revestida

parcialmente com

peças pré-

moldadas e

concreto ciclópico

535.809,93 1.435.539,52

Valor Total no Período 928.449,22

Repasse –

907.230,24

Contrapartida-

21.218,98

2.367.446,05 910.025,78

Repasse –

889.227,85

Contrapartida-

20.797,93

Valor Total Acumulado 2.349.022,63

Percentual de execução da obra no período

6ª-11/04/16 1-Serviços 76.347,59 360.867,17

Page 102: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

RAE-

18/04/16

Preliminares

2-Bueiros

52.961,78 281.612,87

3-Galeria celular

em concreto-

Seção retangular

pré-moldada.

882.732,44 1.258.205,35

4-Canal seção

trapezoidal

revestida

parcialmente com

peças pré-

moldadas e

concreto ciclópico

327.660,38 1.763.199,90

5-

Complementações

da micro

drenagem lateral

ao canal

49.133,08 49.133,08

6-Remanejamento

de rede de esgotos

35.304,19 35.304,19

Valor Total no Período 1.399.299,93

Repasse –

1.367.320,03

Contrapartida-

31.979,90

1.399.299,93

Valor Total Acumulado 3.748.322,56 3.748.322,56

Percentual de execução da obra no período

7ª- 09/05/16

RAE-

18/05/16

1-Serviços

Preliminares

83.441,88 444.309,05

2-Bueiros

18.761,55 300.374,42

3-Galeria celular

em concreto-

Seção retangular

pré-moldada.

446.083,16 1.704.288,51

4-Canal seção

trapezoidal

revestida

parcialmente com

peças pré-

moldadas e

concreto ciclópico

462.755,01 2.225.954,91

5-

Complementações

da micro

drenagem lateral

ao canal

49.133,08

6-Remanejamento

de rede de esgotos

75.521,72 110.825,91

7-Micro

Drenagem

localizada para

implantação do

Parque e

terraplenagem

57.585,53 57.585,53

Valor Total no Período 1.144.148,87 1.144.148,87

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Repasse –

1.118.000,25

Contrapartida-

26.148,62

Repasse –

1.118.000,25

Contrapartida-

26.148,62

Valor Total Acumulado 4.892.471,43

Percentual de execução da obra no período

8ª- 02/06/16

RAE-

08/06/16

1-Serviços

Preliminares

477.994,21

2-Bueiros

300.374,42

3-Galeria celular

em concreto-

Seção retangular

pré-moldada.

2.221.678,47

4-Canal seção

trapezoidal

revestida

parcialmente com

peças pré-

moldadas e

concreto ciclópico

2.543.140,62

5-

Complementações

da micro

drenagem lateral

ao canal

49.133,08

6-Remanejamento

de rede de esgotos

119.633,95

8-Micro

drenagem

localizada p/

implantação do

parque e

terraplenagem

126.199,22

Valor Total no Período 945.682,57

Repasse –

924.069,74

Contrapartida-

21.612,83

945.682,57

Repasse –

924.069,74

Contrapartida-

21.612,83

Valor Total Acumulado 5.838.153,97 5.838.153,97

Percentual de execução da obra no período

9ª- 04/07/16

RAE-

07/07/16

1-Serviços

Preliminares

33.685,15 511.679,36

2-Bueiros

300.374,42

3-Galeria celular

em concreto-

Seção retangular

pré-moldada.

252.723,47 2.474.401,94

4-Canal seção

trapezoidal

revestida

parcialmente com

peças pré-

moldadas e

concreto ciclópico

144.863,27 2.688.003,89

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OBS: As lacunas que estão em branco são por ausência de informações tanto nas medições municipais como

nos RAE (CAIXA)

Fonte: Documentação referentes às medições disponibilizada pela CAIXA

Tabela 6- Detalhamento das medições –Percentuais de execução dos serviços no período e

acumulados.

5-

Complementações

da micro

drenagem lateral

ao canal

49.133,08

6-Remanejamento

de rede de esgotos

38.880,43 158.514,38

8-Micro

drenagem

localizada p/

implantação do

parque e

terraplenagem

126.199,22

Valor Total no Período 470.152,31

Repasse –

459.407,35

Contrapartida-

10.744,96

470.152,31

Repasse –

459.407,35

Contrapartida-

10.744,96

Valor Total Acumulado 6.308.306,28

Medição/

Data –

Solicitação

Recursos

RAE-Data

Serviços Contratados

(Itens)

%

Período

(PMSJP)

%

Acum.

(PMSJP)

%

Período

(RAE)

%

Acum.

(RAE)

1ª-23/11/15

RAE-08/12/15

1-Serviços Preliminares 19,02%

19,02%

4-Canal seção trapezoidal

revestida parcialmente com

0,33% 0,33%

Page 105: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

peças pré-moldadas e concreto

ciclópico

Percentual de execução da obra no período 1,56%

2ª-14/12/15

RAE 16/12/15

1-Serviços Preliminares 4,85% 23,87% 1,95% 63,11%

1.1Administração Local da

Obra

5,71% 12,25%

Total item 1-

2-Bueiros 47,78% 47,78% 47,78% 47,78%

4-Canal seção trapezoidal

revestida parcialmente com

peças pré-moldadas e concreto

ciclópico

5,07% 5,40% 5,06% 5,40%

Percentual de execução da obra no período 4,01%

Percentual de execução acumulado da obra 5,57% 5,57%

3ª-14/01/16

RAE

1-Serviços Preliminares 28,28% 63,11%

1.1Administração Local da

Obra

12,25%

Total item 1-

2-Bueiros 49,31% 1,53% 49,31%

4-Canal seção trapezoidal

revestida parcialmente com

peças pré-moldadas e concreto

ciclópico

9,84% 4,44% 9,84%

Percentual de execução da obra no período 2,21%

Percentual de execução acumulado da obra 7,78% Houve glosa

de serviços

(Redução %

de execução)

4ª-27/01/16

RAE-

01/02/16

1-Serviços Preliminares 36,84% 8,90% 72,01%

1.1Administração Local da

Obra

1,03% 13,28%

Total item 1-

2-Bueiros 49,31%

49,31%

3-Galeria celular em concreto-

Seção retangular pré-moldada.

6,17% 6,17% 6,17%

4-Canal seção trapezoidal

revestida parcialmente com

peças pré-moldadas e concreto

ciclópico

21,27% 11,43% 21,27%

Percentual de execução da obra no período 7,02%

Percentual de execução acumulado da obra 14,80% 13,45% (Houve

glosa de

serviços)

5ª-03/03/16

RAE-

21/03/16

1-Serviços Preliminares 37,23%

1.1Administração Local da

Obra

Total item 1-

2-Bueiros

81,48%

2.2.4.3 Produção, transporte e

lçto. Peças pré-moldadas de

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corpos e alas

3-Galeria celular em concreto-

Seção retangular pré-moldada.

13,58%

4-Canal seção trapezoidal

revestida parcialmente com

peças pré-moldadas e concreto

ciclópico

33,94%

Percentual de execução da obra no período 9,06%

Percentual de execução acumulado da obra 23,11% Houve glosa

de serviços-

Percentual

acumulado

não

informado

no RAE

6ª-11/04/16

RAE-

18/04/16

1-Serviços Preliminares 47,22%

2-Bueiros

84,38%

3-Galeria celular em concreto-

Seção retangular pré-moldada.

45,50%

4-Canal seção trapezoidal

revestida parcialmente com

peças pré-moldadas e concreto

ciclópico

41,68%

5-Complementações da micro

drenagem lateral ao canal

22,83%

6-Remanejamento de rede de

esgotos

22,27%

Percentual de execução da obra no período 13,66%

Percentual de execução acumulado da obra 36,59% 35,04%

7ª- 09/05/16

RAE-

18/05/16

1-Serviços Preliminares

2-Bueiros

3-Galeria celular em concreto-

Seção retangular pré-moldada.

4-Canal seção trapezoidal

revestida parcialmente com

peças pré-moldadas e concreto

ciclópico

5-Complementações da micro

drenagem lateral ao canal

6-Remanejamento de rede de

esgotos

7-Micro Drenagem localizada

para implantação do Parque e

terraplenagem

Percentual de execução da obra no período 11,17%

Percentual de execução acumulado da obra 47,75% 45,74%

8ª- 02/06/16

RAE-

08/06/16

1-Serviços Preliminares 62,54%

2-Bueiros

90,00%

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OBS: As lacunas que estão em branco são por ausência de informações tanto nas medições municipais como

nos RAE (CAIXA)

Fonte: Fonte: Documentação referentes às medições disponibilizada pela CAIXA

As informações com os valores repassados e percentuais acumulados de execução são os

seguintes:

Tabela 7- Valores e percentuais acumulados de execução na 9ª medição

Serviços Medidos: Valor Planilha

Contratada

(R$)

Valor Repassado

Acumulado

(R$)

% acumulado

1-Serviços Preliminares 764.305,56 511.679,36 66,95%

2-Bueiros

333.735,78 300.374,42 90,00%

3-Galeria celular em

concreto-Seção retangular

pré-moldada.

2.765.242,63 2.474.401,94 89,48%

4-Canal seção trapezoidal

revestida parcialmente com

4.230.162,35 2.688.003,89 63,54%

3-Galeria celular em concreto-

Seção retangular pré-moldada.

80,34%

4-Canal seção trapezoidal

revestida parcialmente com

peças pré-moldadas e concreto

ciclópico

60,12%

5-Complementações da micro

drenagem lateral ao canal

22,83%

6-Remanejamento de rede de

esgotos

75,47%

8-Micro drenagem localizada

p/ implantação do parque e

terraplenagem

10,35%

Percentual de execução da obra no período 9,23%

Percentual de execução acumulado da obra 56,98% 54,58%

9ª- 04/07/16

RAE-

07/07/16

1-Serviços Preliminares 66,95%

2-Bueiros

90,00%

3-Galeria celular em concreto-

Seção retangular pré-moldada.

89,48%

4-Canal seção trapezoidal

revestida parcialmente com

peças pré-moldadas e concreto

ciclópico

63,54%

5-Complementações da micro

drenagem lateral ao canal

22,83%

6-Remanejamento de rede de

esgotos

100,00%

8-Micro drenagem localizada

p/ implantação do parque e

terraplenagem

10,35%

Percentual de execução da obra no período 4,59%

Percentual de execução acumulado da obra 61,57% 58,98%

Page 108: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

peças pré-moldadas e

concreto ciclópico

5-Complementações da micro

drenagem lateral ao canal

215.236,13 49.133,08 22,83%

6-Remanejamento de rede de

esgotos

158.514,38 158.514,38 100,00%

8-Micro drenagem localizada

p/ implantação do parque e

terraplenagem

1.219.710,05 126.199,22 10,35%

Total Valor Contratado 10.245.301,27

Total Valor Repassado

Acumulado

6.308.306,28*

Percentual de execução

acumulado

61,57%**

* Valor constante na Medição Acumulada da Prefeitura e informada no RAE-CAIXA

** Percentual de execução acumulado informado pela CAIXA, em função das glosas, foi de 58,98%

Fonte: Tabela elaborada com base em documentação disponibilizada pela CAIXA

##/Fato##

2.1.6. Cronograma Físico

Fato

De acordo com a Ordem de Serviço nº 063/2015-SMVOP, as obras tiveram início no dia 01

de outubro de 2015, com prazo de execução de 16 meses, com previsão de término para 22

de janeiro de 2017, de acordo com as informações constantes na placa da obra.

O RAE – Relatório de Acompanhamento de Engenharia relativo a 9ª medição, realizada em

06 de julho de 2016, considerou o cronograma físico de execução das obras normal, com

10,4 meses decorridos, correspondendo a 65% do prazo previsto para a execução das obras.

##/Fato##

2.1.7. Inspeção Física

Fato

A inspeção física às obras foram realizadas no dia 02 de agosto de 2016 e 29 de agosto de

2016, pela equipe de fiscalização da CGU, juntamente com o responsável pelo

acompanhamento do Contrato na Prefeitura.

A inspeção restringiu-se à análise visual do avanço físico para fins de constatação da

compatibilidade da execução das obras com o que foi atestado nos boletins de medições,

sem no entanto ser ampara por qualquer aferição por meio de instrumentos, testes e/ou

ensaios.

O Quadro a seguir mostra a situação atual das obras por itens constantes do projeto,

informados pela Prefeitura e verificadas em campo em visita técnica.

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Quadro 1-Situação atual de execução dos serviços contratados:

Itens Situação Atual de

Execução conforme

Prefeitura

Situação Atual de

Execução conforme

Inspeção

Reparos no bueiro da Alameda

Bom Pastor, entre as estacas

(43+8,68) e (45) com base mais

corpo e alas

Não executado –

Previsto para o final do

Cronograma Físico

Não executado,

conforme foto nº 01.

Início do trecho na

Alameda Bom Pastor.

Local da Placa à

montante do Rio,

conforme foto nº 02.

Canal trapezoidal aberto, entre as

estacas (45) e (54+25,19), com 2

metros de base

Não Executado Não executado,

conforme foto nº 03.

Início do trecho na

Alameda Bom Pastor e

término na Rua

Floresta. O

impedimento para

execução do trecho

deve-se à problemas de

desapropriação.

Canal fechado, seção retangular

(2,90 x 1,90) entre as estacas

(54+ 25,19) e (69);

Executado Execução parcial.

Falta a conclusão dos

serviços conforme foto

04. Início do Canal

fechado na Rua

Floresta, estaca (54+

25,19) até a Rua

Planalto, estaca (86,00

+5,00).

Verificou-se o

lançamentos de esgotos

domésticos sobre áreas

do canal fechado.

Canal fechado, seção retangular

(3,90 x 1,90) entre as estacas (69)

e (86,00 +5,00);

Executado

Canal trapezoidal aberto, entre as

estacas (86,00 +5,00) e

(99+35,52), com 4 metros de

base;

Execução Parcial Execução Parcial.

Início na estaca (86,00

+5,00) na Rua Planalto

até a estaca

(99+35,52), na

Alameda Arpo.

Da estaca 99+35,52 a

estaca 94 o trecho está

executado, faltando

ser executado a partir

dessa estaca até a

estaca (86,00 +5,00),

na Rua Planalto,

conforme fotos nº

05;06;07 e 08.

Page 110: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

Bueiro da Alameda Arpo, entre

as estacas (99+35,52) e

(102+6,20), canal fechado, seção

retangular dupla de 3,75 x 2,00

m.

Executado Executado, conforme

fotos nº 09 e 10, no

entanto a execução do

bueiro apresenta

acabamento de baixa

qualidade e

desconformidade com

o serviço previsto no

orçamento

Canal trapezoidal aberto, entre as

estacas (102 + 6,20) e (109), com

6 metros de base

Não executado,

aguardando realocar a

rede de esgotos

Execução parcial,

executado o canal

trapezoidal aberto da

estaca (102 + 6,20) até

a altura da estaca 107.

A partir dessa estaca

até a estaca 109 não

foram executados os

serviços, conforme

fotos 11; 12 13.

Canal trapezoidal aberto, entre as

estacas (109) e (119), com 8

metros de base

Executado Execução parcial,

trecho paralisado em

função da necessidade

de remanejamento da

rede de esgotos,

conforme fotos 14 e

15.

Complementação da micro

drenagem existente

Em execução Em execução caixas de

ligação, bocas de lobo

e etc., conforme foto

16.

Relocação da rede de água e

esgotos

Executado o previsto

no Contrato

Execução parcial,

conforme foto 14.

Drenagem superficial localizada,

terraplenagem complementar e

grama batatais para implantação

do parque

Em execução Em execução, porém

não foi identificado ao

longo do trecho o

plantio de grama nos

taludes, conforme

previsto nesse item do

orçamento. Fonte: Informações dos itens de Serviços- Relatório da NKL- Engenheiros Associados Ltda.- “Controle de

Cheias – Rio Ressaca e informações da situação atual dos serviços disponibilizadas pela Prefeitura

Registros fotográficos referidos:

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Foto nº 01 – Bueiro da Alameda Bom

Pastor (Estaca 45)

Foto nº 02- Placa da obra localizada à

montante do Rio Ressaca- Alameda Bom

Pastor

Foto nº 03 –Trecho do canal trapezoidal

aberto com início na Rua Floresta e

término na alameda Bom Pastor. Trecho

não executado em função de problemas

de desapropriações dos imóveis

existentes.

Foto nº 04 – Área sobre o canal fechado

(Galerias Celulares), ressalta-se a

existência de esgoto a céu aberto lançado

sobre áreas dos canais fechados.

Page 112: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

Foto nº 05 – Trecho do canal trapezoidal

aberto com início na estaca (86,00 +5,00

na Rua Planalto até a estaca (99+35,52),

na Alameda Arpo.

Foto nº 06- Canal trapezoidal aberto

executado da estaca 99+35,52 até a

estaca 94. Frente de trabalho realizando a

continuidade dos serviços a partir dessa

estaca.

Foto nº 07- Trecho do canal trapezoidal

aberto a ser executado entre estacas 94 e

estaca (86,00 +5,00), na Rua Planalto.

Visão da Rua Planalto (término desse

trecho)

Foto nº 08- Trecho do canal trapezoidal

aberto entre a estaca 99+35,52 e a estaca

94. Placas pré-moldadas assentadas na

base do talude sem o devido

preenchimento de concreto entre as peças

assim como aplicadas em

desconformidade com o previsto no

projeto.

( Assuntos tratados nas constatações

nº13 e nº 14 deste Relatório)

Page 113: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

Foto nº 09- Execução de alas do bueiro

na Alameda Arpo em alvenaria de tijolos

em desconformidade com o serviço

previsto no orçamento para este item.

Foto nº 10- Contenção de concreto com

execução de serviços com acabamento de

baixa qualidade.

Foto nº 11- Trecho do canal trapezoidal

aberto com início na Alameda Arpo

estaca (102 + 6,20), a jusante do Rio

Ressaca.

Foto nº 12 - Trecho do canal trapezoidal

aberto com início na estaca (102 + 6,20).

Verificou-se que na altura da estaca 109

foi interrompida a execução do trecho.

Page 114: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

Foto nº 13- Trecho do canal trapezoidal

aberto entre as estacas (102 + 6,20) e

(109). Conforme verificado, falta

concluir a execução do condutor de

águas pluviais com o Rio Ressaca.

Foto nº 14- Trecho do canal trapezoidal

aberto entre estacas (109) e (119).

Interrupção dos serviços na altura da

estaca 113 em função da necessidade de

remanejamento da rede de esgotos.

Foto nº 15- Trecho do canal trapezoidal

aberto entre estacas (109) e

(119).Continuação dos serviços após o

trecho interrompido (estaca 113) para

remanejamento da rede de esgotos.

Foto nº 16- Caixa de ligação, execução

da micro drenagem lateral ao Canal.

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Foto nº 17 – Erosão no talude no início

do Canal trapezoidal aberto, trecho com

início na Rua Ângelo Moro Redeschi.

(Assunto tratado na constatação nº 19

deste Relatório)

Foto nº 18 –Erosão no talude no canal

trapezoidal aberto, trecho entre as

estacas (102 + 6,20) e (109).

(Assunto tratado na constatação nº 19

deste Relatório)

Foto nº 19-Placa da obra localizada à

jusante do Rio na Rua Ângelo Moro

Redeschi no limite da execução das obras

do trecho 3 com o trecho 2.

Foto nº 20- Canteiro da obra localizado

na Alameda Arpo com três construções,

a primeira destinada ao escritório, a

segunda ao refeitório e a terceira

banheiro e almoxarifado.

##/Fato##

2.1.8. Ausência de detalhamento dos insumos na composição dos itens 3.3.3;4.3.3 e

2.2.4.3 do orçamento contratado.

Fato

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Da análise dos itens componentes da Curva ABC, verificou-se a impossibilidade de análise

dos itens 3.3.3; 4.3.3 e 2.2.4.3 “ Produção, transporte e lançamento das peças de concreto

pré-moldado para corpo e alas”, respectivamente para os serviços executados nas galerias

celulares; nos canais abertos com seções trapezoidais e nos bueiros.

No orçamento, os itens estão apresentados na sua forma sintética, consolidada, sem a devida

composição dos insumos (materiais, equipamentos e mão de obra) que formaram os valores

totais dos mesmos, impossibilitando, dessa forma ,a necessária análise.

A composição do custo unitário do serviço de forma detalhada é uma exigência

estabelecida nas alíneas “c” , inciso IX, do art. 6º, combinado com o art. 7º, § 2º, II, da Lei

8.666/93, além de determinação da Súmula TCU 258/2010 "as composições de custos

unitários e o detalhamento de encargos sociais e do BDI integram o orçamento que compõe

o projeto básico da obra ou serviço de engenharia, devem constar dos anexos do edital de

licitação e das propostas das licitantes e não podem ser indicados mediante uso da

expressão "verba" ou de unidades genéricas".

Pelo exposto, o gestor, quando executar obras com recursos federais, tem o dever de

apresentar e exigir dos licitantes que apresentem a composição de custos de todos os

serviços que serão executados.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016, a Prefeitura Municipal de

São José dos Pinhais/PR apresentou a seguinte manifestação:

“Informamos que a peça pré moldada para fins de orçamento é considerada um insumo.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A manifestação do gestor não esclarece o apontamento verificado. O apontamento diz

respeito a apresentação na forma sintética do item “ Produção, transporte e lançamento das

peças de concreto pré-moldado para corpo e alas”, para execução dos serviços referentes

ao bueiro celular, galerias celulares e canais trapezoidais.

Ressalta-se que os itens 4.3.3 e 3.3.3 são os de maior representatividade percentual na

aplicação dos recursos orçamentários, totalizando juntos 52,37%, conforme a seguinte

tabela, ou seja mais da metade do total dos recursos previstos para execução da obra, o que

reforça a necessidade de detalhamento da composição dos seus custos.

Tabela 1- Discriminação dos itens, 4.3.3; 3.3.3 e 2.2.4.3

ITEM DISCRIMINAÇÃO UNID. QUANT. VALOR

UNITÁRIO

(R$)

VALOR

TOTAL

(R$)

REPRESENTATIVIDADE

PERCENTUAL

4.3.3 Produção, transporte

e lançamento das

peças de concreto

pré-moldado para

corpo e alas – Canal

m3 1.369,05 2.177,44 2.981.024,23 29,09%

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Seção Trapezoidal.

3.3.3 Produção, transporte

e lançamento das

peças de concreto

pré-moldado para

corpo e alas-

Galeria Celular.

m3 1.319,70 1.807,69 2.385.608,49 23,28%

2.2.4.3 Produção, transporte

e lançamento das

peças de concreto pré-moldado para

corpo e alas- Bueiro

Celular Duplo.

m3 126,4900

1.807,69 228.654,71

2,23

Fonte: Planilha orçamentária da contratada – Empresa Venturi & Zen Ltda, de 29 de junho de 2015.

Nos referidos itens consolidou-se os serviços de produção, transporte e lançamento das

peças de concreto pré-moldado, sem contudo detalhar os insumos componentes dos itens

com seus custos unitários e totais, a exemplo dos custos: de aquisição e transporte das

referidas peças; do maquinário utilizado, detalhando o seu consumo unitário e

produtividade horária e da mão de obra empregada para execução dos serviços, descrevendo

qual a mão de obra utilizada de acordo com o serviço realizado, assim como o coeficiente

de utilização das mesmas.

A obrigatoriedade de apresentação do orçamento detalhado está estabelecido no art.6º, inciso

IX, alínea “f” e no art. 7º,§2º, inciso II, da Lei 8.666/93, além da previsão em diversos

julgamentos do Tribunal de Contas da União, dentre eles a Súmula nº 258, que estabelece

que:

“As composições de custos unitários e o detalhamento de encargos sociais e do BDI

integram o orçamento que compõem o projeto básico da obra ou serviço de engenharia,

devem constar dos anexos do edital de licitação e das propostas das licitantes e não podem

ser indicados mediante uso da expressão “verba” ou de unidades genéricas”

A apresentação do orçamento detalhado por parte do licitante, além de dar a necessária

publicidade e motivação do referencial de preços utilizado, contribui para a economicidade

do certame, uma vez que o conhecimento dos custos que motivaram o preço referencial

propicia maiores condições de avaliação das propostas ofertadas, além de subsidiar a

Administração em eventuais análises de exequibilidade das propostas de preços.

##/AnaliseControleInterno##

2.1.9. Ausência de detalhamento na composição do item 1.1.8 do orçamento

contratado de forma a justificar o valor proposto

Fato

Da análise dos itens componentes da Curva ABC, verificou-se que o valor mensal do item

1.1.8 – Segurança do Canteiro, é de R$ 9.801,95, num total de R$ 156.831.20 para os 16

meses previstos para a execução da obra, considerando nesse valor a inclusão do percentual

do BDI de 26,98%.

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Como o item foi apresentado na sua forma sintética, com a inexistência de detalhamento do

seu custo, cabe a Prefeitura justificar o valor mensal de R$ 9.801,95 estabelecido para este

item, detalhando, documentalmente, o tipo de serviço realizado, período efetivo de

realização dos serviços (manhã, tarde ou noite), quantitativo de pessoas envolvidas na

segurança do canteiro, pagamentos realizados e demais informações que esclareçam o valor

indicado.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016, a Prefeitura Municipal de

São José dos Pinhais/PR apresentou a seguinte manifestação:

“ Para que a empresa possa atender o item 1.1.8 Segurança do Canteiro existe um contrato

firmado junto de uma Empresa Terceirizada, onde é pago o valor de R$ 7.687,40 mensais

(conforme NFs em anexo), através do contrato a Empresa executora da Obra se

compromete em disponibilizar profissionais de vigilância durante toda a semana no período

noturno no horário de 20:00 horas até as 07:00 horas da manhã, e nos fins de semana e

feriados no período da manhã, tarde e noite.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A manifestação do gestor ao invés de esclarecer documentalmente o valor de R$ 9.801,95 a

ser aplicado no item 1.1.8 – Segurança do Canteiro, limitou-se a apresentar três notas

fiscais da empresa Juriseg Prestação de Serviços Ltda., no valor de R$ 7.687,40 cada uma,

referente aos serviços prestados nos meses de julho, agosto e setembro/2016.

Restaram ser encaminhadas as informações solicitadas quanto ao detalhamento do referido

valor, como o Contrato de Prestação de Serviços referido pela Unidade, informando o local

efetivo da vigilância (canteiro da obra e/ou rondas em outras áreas) o valor mensal a ser

pago, o número de pessoas envolvidas, turnos trabalhados, vigência e demais informações

para fins de detalhamento do valor apresentado.

Cabe ressaltar que com relação às notas fiscais apresentadas no valor de R$ 7.687,40, se

aplicarmos o BDI de 26,98%, utilizado pela contratada, totalizaria o valor de R$ 9.761,46,

divergente do valor informado para o item de R$ 9.801,95.

##/AnaliseControleInterno##

2.1.10. Impossibilidade de continuidade das obras devido a problemas com

desapropriações de imóveis

Fato

As obras do trecho do canal trapezoidal aberto, entre as estacas (45) e (54+25,19), com 2

metros de base, entre as Ruas Bom Pastor e Floresta ainda não foram iniciadas, conforme

foto nº 03, em função de problemas de desapropriação dos imóveis situados nesse trecho.

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Pelas informações encaminhadas pela Prefeitura, no momento o entrave para a execução das

obras encontra-se nas negociações para desapropriação de parte do lote A 172, matrícula

834/11, ainda sem solução.

Tal problema pode comprometer o cronograma de execução das obras com conclusão

prevista para 22 de janeiro de 2017 e consequentemente ocasionar prejuízo aos cofres

públicos.

Considerando que da assinatura do Contrato de Repasse CR.0292.738-65/2009/Ministério

das Cidades/Caixa até o momento da presente fiscalização já decorreram mais de seis anos,

inferindo-se que houve tempo suficiente para as devidas providências quanto à liberação das

áreas que sofreriam interferência do projeto das obras do 3º Trecho do Parque Linear do Rio

Ressaca.

As desapropriações dos imóveis deveriam, no planejamento para implantação do Parque,

ser uma etapa anterior a sua execução, de modo a não atrasar a execução das obras por

problemas de liberações das áreas, fato atualmente apresentado.

Concluindo-se, portanto, uma falha no planejamento do projeto.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016, a Prefeitura Municipal de

São José dos Pinhais/PR apresentou a seguinte manifestação:

“A Secretaria Municipal de Viação e Obras Públicas juntamente com a Secretaria

Municipal de Administração e Recursos Humanos – Divisão de Patrimônio está

providenciando a desapropriação necessária à conclusão da obra.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Apesar da manifestação do gestor informar que está tomando providências, isto não elide o

apontamento verificado. Conforme informação da Prefeitura, por meio de e-mail

encaminhado em 08 de setembro de 2016, a desapropriação de parte do Lote A 172,

matrícula nº 834/11, ainda não foi solucionada, ocasionando atraso na execução das obras no

trecho do canal trapezoidal aberto, entre as estacas (45) e (54+25,19), entre as Ruas Bom

Pastor e Floresta.

O apontamento verificado caracteriza uma falha no planejamento do projeto, uma vez que a

fase de regularização fundiária deve necessariamente anteceder o início da execução das

obras.

A ordem de serviço para início da obra só poderia ser emitida após o procedimento

administrativo, ou, a depender do caso, judicial, de regularização fundiária dos imóveis

locados em áreas de interferência do projeto, mediante prévia indenização aos proprietários

dos terrenos.

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Nesse sentido, segue o entendimento do Tribunal de Contas da União, no Acórdão

1758/2008- TCU – Plenário, acerca da necessidade da regularização fundiária ocorrer

previamente à execução das obras:

“[...]

8. Também não procedem as justificativas apresentadas pelo DNIT e pelas citadas empresas

em relação ao início da execução das obras relativas aos Contratos UT-06-0017/02-00 e

UT-06-0025/02-00 sem a regularização fundiária dos imóveis particulares atingidos pela

faixa de domínio da rodovia. Releva anotar que essa regularização deve ser prévia e não

concomitantemente à execução das obras, sob pena de cometimento de esbulho, sujeito às

conseqüências previstas no art. 952 do Código Civil, [..]”(original sem grifo)

Cabe ressaltar que, além do prejuízo aos cofres públicos e à sociedade ocasionados pelo

atraso na execução da obra, a desapropriação do imóvel, decorrido longo período após a

assinatura do Contrato de Repasse e o início das obras, pode ocasionar, também, aumento

dos custos previstos para a realização do empreendimento, considerando que a

Administração ao realizar o pagamento da indenização durante a execução da obra, poderá

incorrer em pagamento superior ao que seria devido anteriormente à realização das obras.

##/AnaliseControleInterno##

2.1.11. Ausência de preenchimento de concreto entre as peças pré-moldadas assentadas

na base dos taludes

Fato

Verificou-se no trecho que tem início na Alameda Arpo a montante do Rio Ressaca, entre as

estacas (99+35,52) e 94, a aplicação de placas pré -moldadas de concreto, na base dos

taludes laterais, sem as devidas juntas de concreto, conforme foto nº 08.

A situação apontada refere-se pontualmente ao referido trecho, contudo, diante do fato, a

equipe da Prefeitura de fiscalização do presente Contrato deveria inspecionar os demais

trechos com peças de concreto pré-moldadas assentadas a fim de verificar se o problema

identificado não se apresenta em outros pontos.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016, a Prefeitura Municipal de

São José dos Pinhais/PR apresentou a seguinte manifestação:

“As peças não estão rejuntadas, porque o trecho está em execução e não finalizado, sendo precoce esta afirmativa.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A informação na manifestação do gestor no sentido de que a ausência de rejunte deve-se ao

fato do trecho ainda está em execução é divergente da informação fornecida em campo e do

que verifica-se no registro fotográfico.

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Trata-se de assentamento de placas pré -moldadas de concreto, na base dos taludes laterais,

sem as devidas juntas de concreto, no trecho situado entre as estacas (86,00 +5,00) e

(99+35,52), início na estaca (86,00 +5,00) na Rua Planalto e término na estaca (99+35,52),

na Alameda Arpo.

De acordo com a fiscalização realizada em campo e informações obtidas do engenheiro da

Prefeitura responsável pelo acompanhamento da obra, nesse trecho, as obras estavam

parcialmente concluídas, ou seja, da estaca 99+35,52, início na Alameda Arpo, até a estaca

94, o trecho estava executado, restando a conclusão a partir dessa estaca até o final, na Rua

Planalto.

Independente do exposto, verifica-se, pelo registro fotográfico, que já havia sido executado

o serviço de rejuntamento das placas, uma vez que parte das placas pré -moldadas de

concreto encontram-se com os devidos rejuntes, restando algumas sem a execução do

serviço, objeto do presente apontamento.

##/AnaliseControleInterno##

2.1.12. Ausência de execução total dos serviços da rede de esgotos com valores

integralmente repassados para esse fim

Fato

O projeto de remanejamento do coletor Ressaca e consequentemente o seu orçamento para

execução dos serviços foram realizados pela Sanepar, totalizando o valor de R$ 158.514,38.

Este valor foi apresentado no subitem 6.1 – “Rede de Esgotos” no orçamento da contratada,

com as seguintes informações:

Tabela 9- Orçamento para remanejamento da rede de esgotos

Item Valor (R$)

6 Rede de Esgotos

6.1.1 Intervenção (serviços) descritos em relatório

UC01

89.359,08

6.1.2 Intervenção (materiais) descritos em relatório

UC02

46.588,59

6.1.3 Travessia (serviços) descritos em relatório

UC03

13.576,88

6.1.4 Travessia (serviços) descritos em relatório

UC03

8.989,83

Total 158.514,38 Fonte: Planilha orçamentária contratada- Empresa Venturi & Zen Ltda.

Da análise das medições realizadas verificou-se que esse valor foi integralmente repassado à

Prefeitura, iniciando-se os serviços na 6ª medição, em abril/2016, e concluindo-se em

julho/2016.

No entanto, conforme explicação do engenheiro da empresa contratada, por ocasião da

inspeção física, corroborada pelas seguintes informações sobre a rede de esgotos,

Page 122: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

encaminhadas pela Prefeitura Municipal, em 16 de agosto de 2016, em resposta à

Solicitação de Fiscalização nº 201602072/3, de 09 de agosto de 2016, verificou-se que os

serviços não foram totalmente executados.

“Ao realizar os levantamentos necessários de remanejamento de rede coletora a SANEPAR

não levou em conta que durante a execução da Obra poderia ocorrer outros deslocamentos,

devido a instabilidade do solo, levando assim a necessidade de execução de novos serviços

não previstos.

Diante da situação em fevereiro de 2016 a empresa executora do trecho 3 verificou a

necessidade de aditamento de serviços referente ao remanejamento de rede coletora.

A constatação foi encaminhada a SANEPAR para realização dos levantamentos necessários

(orçamentos e projetos), levantamentos estes os quais foram encaminhados a Secretaria

Municipal de Viação e Obras Públicas em agosto de 2016, para análise técnica. A

pertinência dos projetos e orçamentos estão sendo verificados pelo Engº Fiscal da Obra e

assim que a análise for concluída a formalização do pedido será encaminhada a Instituição

Financeira.”

A Prefeitura Municipal quando questionada pela atual situação de execução dos itens

componentes do orçamento informou com relação ao item “Relocação de Rede de Esgotos e

Água” “executado o previsto no contrato”, e no item “Canal trapezoidal aberto, entre as

estacas (102 + 6,20) e (109), com 6 metros de base”, “não executado aguardando realocar

rede de esgoto” .

Pelo exposto verificou-se a incompatibilidade de informações, tendo em vista que a

Prefeitura informou que o item “Relocação de Rede de Esgotos” foi concluído, tendo sido

repassado o valor total de R$ 158.514,38 para execução do mesmo, ( percentual de

execução de 100%), no entanto o item “Canal trapezoidal aberto, entre as estacas (102 +

6,20) e (109), com 6 metros de base” está aguardando sua execução porque não houve a

realocação da rede de esgotos.

Ou seja, independente da análise do mérito da questão sobre a necessidade de serviços e/ou

materiais adicionais para realocação da rede de esgotos no referido trecho, resta claro que

os serviços necessários para a realocação total da rede de esgotos não foram totalmente

executados.

Concluindo-se que, os subitens (materiais, equipamentos e mão de obra) apropriados ao

serviço de realocação da rede de esgoto, nesse trecho, não foram utilizados, portanto deveria

existir um saldo de valor correspondente ao percentual desse serviço não executado.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016, a Prefeitura Municipal de

São José dos Pinhais/PR apresentou a seguinte manifestação:

Page 123: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

“Conforme já informado pelo Engenheiro Fiscal, e Engenheiro responsável pela execução

da obra os serviços de remanejamento da rede de esgoto previsto em contrato foi executado

e pago inteiramente, sendo comprovados pelo Engenheiro Fiscal da Obra e Fiscalização do

Termo de Compromisso (Caixa Econômica Federal).

Ainda é necessário o remanejamento de grande parte da rede de esgotos que não estava

prevista no contrato não havendo projeto nem previsão orçamentária para tal, o que será

resolvido com adequação do contrato e acréscimo de quantidades com a devida

remuneração a ser paga por estes serviços extracontratuais”.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A manifestação apresentada pelo gestor não justificou o apontamento verificado, ou seja o

repasse integral dos recursos destinados à realocação da rede de esgotos no valor total

repassado de R$ 158.514,38 sem que o serviço fosse integralmente realizado.

O gestor afirma que “ [...] os serviços de remanejamento da rede de esgoto previsto em

contrato foi executado e pago inteiramente [...]” e acrescenta que “[...] Ainda é necessário

o remanejamento de grande parte da rede de esgotos que não estava prevista no contrato

não havendo projeto nem previsão orçamentária para tal [...]”

De acordo com a documentação analisada e as informações adicionais solicitadas à

Prefeitura, constata-se que para a execução dos serviços de remanejamento da rede de esgoto

foi realizado um projeto pela Sanepar ,com orçamento total para execução dos serviços da 3ª

Etapa do Parque Linear, no valor de R$ 158.514,38, conforme detalhamento da planilha

supracitada.

Para a execução da obra a Companhia de Saneamento do Paraná – Sanepar, através da

Ordem de Serviço nº 0-10187/2011, contratou a empresa JAMAZI Empr. e Projetos Ltda.

para elaborar o projeto de engenharia para remanejamento do Coletor Ressaca .

O projeto dividiu-se em quatro volumes contemplando, dentre os demais objetivos a serem

alcançados pelo projeto, a análise do projeto de canalização do Rio Ressaca, análise dos

relatórios de topografia do coletor atual e diagnóstico com simulação hidráulica do coletor

atual.

Na análise de canalização do Rio Ressaca foram disponibilizados pela Sanepar, os projetos

executivos pertencentes à Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais, dentre eles, o

projeto executivo de drenagem pluvial e controle de cheias, bacia hidrográfica do Rio

Ressaca, Volume III- trecho da Av. Bom Pastor à Av. Ângelo Moro Redeschi.

O referido material trata do detalhamento dos estudos básicos, geológicos, geotécnicos,

topográficos, hidrológicos e projeto hidráulico de adequação e canalização do rio Ressaca

cujo objetivo principal era a redução de enchentes com melhorias nas condições de

escoamento da calha do Rio.

De acordo com o projeto da Sanepar sobre o Coletor Ressaca – Análise da Capacidade Atual

– Arranjo Geral das Intervenções Propostas coube à 3ª Etapa as intervenções 09, 10,

11,12,13,14 e 15.

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Conforme o projeto, a intervenção 09 localiza-se na Alameda Arpo, as intervenções 10, 11 e

12 localizam-se entre as Ruas Florianópolis e Planalto e as intervenções 13,14 e 15

localizam-se entre as ruas Marialva e Floresta.

Concluindo-se que foi realizado o projeto e orçamento para remanejamento da rede de

esgotos de todo o trecho da 3ª Etapa do Parque Linear, e que parte dos serviços não foram

executados, objeto de solicitação de aditivo contratual, justificando, conforme informado

pela Prefeitura, a ausência de previsão, pela Sanepar, de deslocamentos do terreno devido à

instabilidade do solo.

Ressalta-se, conforme informação supra, que foram realizados os projetos executivos

topográficos, geológicos e geotécnicos disponibilizados pela Prefeitura à Sanepar, não

cabendo, dessa forma tal justificativa.

##/AnaliseControleInterno##

2.2 Parte 2

Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para

adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.

Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de

recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito

de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das

pastas ministeriais. Esta Controladoria não realizará o monitoramento isolado das

providências saneadoras relacionadas a estas constatações.

2.2.1. Lançamento de esgoto a céu aberto sobre área a ser implantada o Parque

Linear do Rio Ressaca

Fato

Verificou-se nos trechos onde estão executados os canais fechados do Rio Ressaca (galerias

celulares), entre as Ruas Floresta e Planalto, a existência de vários pontos de lançamento de

esgoto a céu aberto sobre as áreas onde será implantado o Parque, conforme foto nº 04.

Por ocasião da visita à área, o responsável da Prefeitura pela obra, informou que o previsto

no orçamento no item 6- “Remanejamento da Rede de Esgotos”, resultado do projeto

executado pela Sanepar, é o remanejamento da rede coletora de esgotos nas áreas de

interferência do Projeto do Parque Linear, não fazendo parte do projeto e consequentemente

do orçamento, as ligações residenciais à rede de esgoto.

Considerando o objetivo da intervenção, ou seja desenvolvimento de um projeto de

recuperação ambiental para a bacia do Rio Ressaca que possibilitasse benefícios à população

de São José dos Pinhais nos aspectos sociais, urbanísticos, recreativos e de saúde, verifica-se

a incompatibilidade entre os lançamentos dos esgotos domiciliares na área a ser implantada

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o Parque e o objetivo proposto para o mesmo, que dentre outros é a melhoria da qualidade

de vida da população ribeirinha.

De modo a garantir a eficácia e efetividade do projeto do Parque Linear do Rio Ressaca com

investimento global atualmente em torno de R$ 43.860.372,16, a Sanepar deverá executar as

ligações domiciliares à rede de esgoto dos imóveis localizados ao longo da área de

interferência do Rio. A referida execução deverá ser acompanhada pela Prefeitura de modo

que a mesma ocorra pari passu à execução das obras, evitando, dessa forma, retrabalho em

momento posterior, já que estão sendo executados os serviços de relocação da rede de

esgotos.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016, a Prefeitura Municipal de

São José dos Pinhais/PR apresentou a seguinte manifestação:

“Conforme já informado pela fiscalização, o Contrato da obra prevê apenas execução e ou

remanejamento de redes de diâmetros superior a 200 mm, não havendo a execução das

redes de diâmetro inferior que são utilizadas para coletas domiciliares, devido envolver o

atendimento direto a usuários serviço que é feito pelo departamento comercial da

SANEPAR.

Em momento algum foi dito que este serviço não iria ser executado, ao contrario foi

explicado que a SANEPAR já havia concluído os projetos e orçamentos estando o

departamento comercial fazendo os contratos para após iniciar os trabalhos.

Também foi explicado que não haveria retrabalho, pois as redes de coleta domiciliares são

redes independentes, sendo interligadas ao sistema por meio dos PV ou seja poços de visita

existentes ao longo do trecho que fazem a interligação sem necessidade de novas

realocações de redes já instaladas.

Complementando informamos que, este trabalho já foi iniciado pela SANEPAR.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A manifestação do gestor informou que as ligações domiciliares à rede de esgoto serão

executadas pela Sanepar, o que já havia sido informado à equipe de fiscalização por ocasião

da visita à área, no entanto, o objeto do presente apontamento deve-se ao momento em que

serão realizadas essas intervenções pela Sanepar, tendo em vista que na última visita a

campo (29 de agosto de 2016), não haviam sido iniciadas tais obras pela concessionária,

entretanto as obras relativas aos canais fechados do Rio Ressaca (galerias celulares), entre as

Ruas Floresta e Planalto, já haviam sido concluídas, segundo a Prefeitura.

Pelo exposto e considerando que, de acordo com o projeto do Parque Linear do Rio Ressaca

– 3ª Etapa, sobre o referido trecho onde estão implantadas as galerias celulares serão

executadas obras para implantação da via de pedestre, estacionamentos, quadras esportivas,

canchas de recreação, além de demais equipamentos de mobiliário urbano, e tendo em vista

que a previsão para conclusão das obras da 3ª Etapa, está prevista para janeiro/2017,

Page 126: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

constata-se que as ações da Sanepar para implantação das redes domiciliares à rede de

esgotos já deveriam estar em execução.

Ao contrário do que afirma a Prefeitura quanto à ausência da possibilidade de retrabalho

para implantação das redes de esgotos domiciliares pela Sanepar, verifica-se que haverá

retrabalho, considerando que já houve o devido o movimento de terra (corte e aterros)

necessários para o remanejo da Rede de Esgotos, e que qualquer obra realizada pela

Sanepar, posteriormente, implicará em aberturas de valas e aterros para regularização dos

terrenos, caracterizando retrabalho em trechos já executados.

Sem considerar que, dependendo da evolução da obra do Parque, as áreas sobre as galerias

celulares já poderão estar com a implantação das obras urbanísticas previstas para o Parque,

sem contudo terem sido executadas as ligações domiciliares de esgoto à rede coletora, o que

causaria um prejuízo financeiro ainda maior, além do atraso na conclusão do projeto do

Parque.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.2. Aplicação de peças pré-moldadas de concreto nos canais abertos em

desconformidade com o projeto.

Fato

No supracitado trecho, conforme verificado na foto nº 08, algumas peças pré-moldadas de

concreto aplicadas na base dos taludes laterais sobre embasamento de rachão e brita foram

locadas em desconformidade com o projeto.

No projeto a aplicação dessas peças deveriam ser conforme o seguinte corte esquemático:

Figura nº 05- Detalhe esquemático da aplicação das peças pré-moldadas laterais de concreto.

Fonte: Fonte: Informações - Relatório da NKL- Engenheiros Associados Ltda.- “Controle de Cheias – Rio

Ressaca”

O detalhe no círculo vermelho mostra a forma como deveriam ser assentadas as peças de

concreto pré-moldado e o fundo do canal de concreto ciclópico, conforme projeto elaborado

pela NKL – Engenheiros Associados Ltda. – Seções Transversais do Canal, o qual deve ter

sido objeto de aprovação pela CAIXA, considerando o estabelecido nos termos do Contrato

de Repasse CR.0292.738-65/2009/Ministério das Cidades/Caixa.

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No entanto, conforme verificado na referida foto, algumas peças estão assentadas sobre o

fundo do canal, perdendo o travamento de sustentação da mesma que deveria ser feita entre

as peças laterais pré-moldadas e as placas do fundo do canal, de acordo com o projeto.

Da forma como se encontram assentadas as peças é de fácil percepção que a qualquer

momento as mesmas podem deslizar, uma vez que algumas também não estão com o devido

rejunte de concreto entre as peças de modo a fixar umas as outras.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016, a Prefeitura Municipal de

São José dos Pinhais/PR apresentou a seguinte manifestação:

“O questionamento refere-se a foto nº 08 de difícil visualização no material por nós

recebido que cita o trecho entre as estacas 99+35,52 e estaca 94 que ainda está em

execução.

A afirmação não procede, pois as placas são colocadas em cima do lastro de rachão e após

é executada a concretagem do leito do Rio, não sendo possível acontecer a hipótese.

As peças não estão rejuntadas, porque o trecho está em execução e não finalizado, sendo

precoce esta afirmativa.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A manifestação do gestor informa que o trecho de localização da placa, assentada em

desconformidade com o projeto, entre as estacas (86,00 +5,00) e (99+35,52), início na estaca

(86,00 +5,00) na Rua Planalto e término na estaca (99+35,52), na Alameda Arpo, ainda está

em execução, o que contraria o verificado na fiscalização em campo e as informações

obtidas do engenheiro da Prefeitura responsável pelo acompanhamento da obra.

Conforme informado, em registro anterior, as obras, nesse trecho, estavam parcialmente

concluídas, ou seja, da estaca 99+35,52, início na Alameda Arpo, até a estaca 94, o trecho

estava executado, restando a conclusão a partir dessa estaca até o final, na Rua Planalto.

Ou seja, no referido trecho (estaca 99+35,52 até a estaca 94) os serviços tanto de

assentamento quanto de rejuntamento das placas já haviam sido concluídos.

Com relação ao assentamento das placas de concreto pré-moldado, apesar da explicação da

Prefeitura com relação a forma de assentamento das mesmas e execução do fundo do Canal,

no registro fotográfico (foto nº 08) resta claro o assentamento irregular da placa , em

desconformidade com o previsto em projeto.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.3. Erosão nos taludes dos trechos que estão com suas obras concluídas provocada

por ausência do plantio de grama.

Fato

Page 128: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

Verificou-se, em alguns pontos dos trechos executados, a ausência de plantio de grama

batatais em placas (previsto no orçamento), nos taludes dos canais abertos concluídos, a

exemplo dos registros fotográficos nº17 e nº 18.

A estabilização dos taludes por meio da proteção vegetal evitaria os efeitos causados pela

erosão do terreno, evitando possíveis deslizamentos em áreas com serviços de terraplenagem

já realizados.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016, a Prefeitura Municipal de

São José dos Pinhais/PR apresentou a seguinte manifestação:

“Conforme já exposto, informamos que o plantio de grama não pode ser executado

enquanto o material colocado para formação dos taludes não esteja estabilizado.

Assim o deslocamento nessa etapa não ocorre pela falta do plantio de grama e sim pela

instabilidade do material utilizado no local, fato este agravado pelo intenso período de

chuvas. “

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A informação na manifestação do gestor no sentido de que o “[...] o plantio de grama não

pode ser executado enquanto o material colocado para formação dos taludes não esteja

estabilizado[...]”não condiz com o estabelecido na Norma nº 102/2009-ES do DNIT que

trata da Proteção do Corpo Estradal- Proteção Vegetal – Especificação de Serviço, a qual

afirma que “[...] O serviço de proteção de taludes e encostas deve visar a ação imediata

contra o efeito de agentes erosivos e processos de deslocamento de partículas finas do solo

(assoreamento) [...]” (original sem grifo)

A referida informação é corroborada em literaturas técnicas sobre o tema, a exemplo do

Manual de Obras Rodoviárias e Pavimentação Urbana – Autor: Elci Pessoa Júnior, que

afirma no item – Proteção Vegetal que nas obras de cortes e aterros de terrenos o gestor

público deve exigir a adequada proteção vegetal dessas áreas de modo a evitar os danos

causados pelo impacto das águas pluviais sobre a superfície trabalhada, conforme verifica-se

nos registros fotográficos nº 17 e 18.

##/AnaliseControleInterno##

3. Conclusão

Com base nos exames realizados, foram identificadas falhas no detalhamento da

composição de custos dos licitantes; atrasos decorrentes de problemas de desapropriação,

incorretamente abordados no planejamento do projeto; problemas qualitativos não

devidamente inspecionados pela equipe da Prefeitura; realocação da rede de esgoto

pendente, apesar do repasse total de recursos para tanto; execução de itens em

desconformidade com o projeto, além da ocorrência de lançamento de esgoto a céu aberto

em área onde será implantado o Parque, cuja solução cabe à Sanepar, mas que, contudo,

Page 129: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

compromete a eficácia e efetividade do projeto do Parque Linear do Rio Ressaca, objeto do

Termo de Compromisso nº 0292.738-65/2009.

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Ordem de Serviço: 201602073

Município/UF: São José dos Pinhais/PR

Órgão: MINISTERIO DAS CIDADES

Instrumento de Transferência: Contrato de Repasse - 668650

Unidade Examinada: SAO JOSE DOS PINHAIS PREF GAB DO PREFEITO

Montante de Recursos Financeiros: R$ 46.200.000,00

1. Introdução

Os trabalhos de campo foram realizados no período de 18 de julho de 2016 a 02 de setembro

de 2016, sobre a aplicação dos recursos do programa 1138 – Drenagem Urbana e Controle

de Erosão Marítima e Fluvial / 10SG - Apoio a Sistemas de Drenagem Urbana Sustentável e

de Manejo de Águas Pluviais, no âmbito do Programa de Fiscalização de Entes Federativos.

A ação de controle teve por objetivo a verificação da regularidade da execução do Termo de

Compromisso nº 351053/2011, no valor total de R$ 46.207.355,52, celebrado entre a União,

por intermédio do Ministério das Cidades, representada pela Caixa Econômica Federal, e a

Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais. O objeto do referido termo trata da construção

do Parque Linear do Rio Itaqui, ao longo dos bairros Guatupê e Borda do Campo,

localizados em São José dos Pinhais.

2. Resultados dos Exames

Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de

providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de

monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.

2.1 Parte 1

Nesta parte serão apresentadas as situações evidenciadas que demandarão a adoção de

medidas preventivas e corretivas por parte dos gestores federais, visando à melhoria da

execução dos Programas de Governo ou à instauração da competente tomada de contas

especiais, as quais serão monitoradas pela Controladoria-Geral da União.

2.1.1. Informações gerais relacionadas ao Termo de Compromisso 351.053-51

Fato

A União, por intermédio do Ministério das Cidades, representada pela Caixa Econômica

Federal, e a Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais, CNPJ nº 76.105.543/0001-35,

celebraram, no dia 31 de outubro de 2011, o Termo de Compromisso nº 351053/2011.

O Termo de Compromisso objetiva execução de Parque Linear no Rio Itaqui, bairros

Guatupê e Borda do Campo, microdrenagem, aquisição de terreno e habitações, no

município de São José dos Pinhais, no âmbito do Programa Drenagem Urbana Sustentável e

Manejo de Águas Pluviais.

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O prazo inicialmente estabelecido para o término da vigência do Termo de Compromisso foi

30 de maio de 2013, com possibilidade de prorrogação mediante Termo Aditivo.

Conforme o referido Termo, de acordo com o cronograma de execução financeira e com o

plano de aplicação constantes do Plano de Trabalho, o valor a ser aportado pela União para

execução do objeto é de até R$ 46.200.000,00. A Prefeitura Municipal de São José dos

Pinhais alocará, a título de contrapartida, o valor de R$ 3.870.375,13, de acordo com o

cronograma de desembolso. O valor total do investimento será de R$ 50.070.375,13.

Em 20 de agosto de 2012 foi celebrado o Termo Aditivo ao Anexo ao Termo de

Compromisso que alterou o valor a ser alocado a título de contrapartida para R$

4.408.242,33.

Dessa forma, o valor total do investimento aprovado para o empreendimento, e constante da

Síntese do Projeto Aprovado – SPA, passou a ser de R$ 50.608.242,33, sendo que o valor do

repasse da União seria de R$ 46.200.00,00 e a contrapartida da Prefeitura de R$

4.408.242,33.

Contudo, houve reprogramação da Etapa 01. Diante disso, o Laudo de Análise Técnica de

Engenharia atual e a SPA vigente, a qual data de 12 de março de 2015, apresentam a

seguinte composição do Investimento: Valor do Investimento – R$ 46.207,355,52; Valor do

Repasse – R$ 46.200.000,00; Valor da Contrapartida - R$ 7.355,52.

Quanto ao prazo contratual, em 07 de dezembro de 2012 firmou-se Termo Aditivo que

alterou o encerramento da vigência do Termo de Compromisso para 30 de junho de 2014.

Posteriormente, em 22 de junho de 2015, tal vigência sofreu nova alteração, sendo

prorrogada para o dia 30 de junho de 2016. Em 14 de junho de 2016 houve nova

prorrogação de vigência do TC com encerramento em 30 de maio de 2017.

Até 13 de setembro de 2016, a União já havia repassado à Prefeitura Municipal de São José

dos Pinhais o valor de R$ 15.424.933,37, o que corresponde a um percentual de 10,53% das

obras. Ressalta-se, por fim, que o contrato se encontra atrasado e que a última medição data

de 02 de setembro de 2016, conforme consulta realizada ao Sistema de Acompanhamento de

Obras no site eletrônico da CAIXA, com a ressalva de que para a meta “Execução dos

canais transversais” foi constatado que a última medição ocorreu a mais de 6 meses da data

de emissão deste Relatório, conforme tratado em item específico.

##/Fato##

2.1.2. Informações gerai sobre o Parque Linear no Rio Itaqui.

Fato

O empreendimento Parque Linear no Rio Itaqui localiza-se no município de São José dos

Pinhais – PR, Região Metropolitana de Curitiba, ao longo dos bairros Guatupê (etapa I) e

Borda do Campo (etapa II), na bacia do Rio Itaqui. O local que sofrerá a intervenção

compreende uma superfície de 2,6 km² e possui áreas de proteção permanente e de

conservação de matas ciliares e várzeas.

Page 132: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

Figura 1: Bacia do Rio Itaqui. Fonte: Plano Diretor de Drenagem para a Bacia do Rio Iguaçu na Região

Metropolitana de Curitiba.

De acordo com o Plano de Trabalho - PT apresentado pela Prefeitura Municipal de São José

dos Pinhais, a área de intervenção direta está inserida no Programa Vizinhança solidária

contando com um Projeto de Parque Botânico e um Plano de Reassentamento de Famílias ao

longo da margem esquerda do Rio. Dessa forma, a proposta aprovada enquadra-se como

Empreendimento Conjugado, segundo o Manual de Instruções para a Aprovação e Execução

dos Programas e Ações do Ministério das Cidades.

Page 133: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

Figura 2: Implantação/limites do Parque Itaqui. Fonte: Plano de Trabalho.

As obras a serem executadas são as seguintes, conforme consta do PT e da Síntese do

Projeto Aprovado - SPA elaborada pela CAIXA:

- Recuperação de canais (valas) transversais existentes e que servem de drenagem de águas

pluviais;

- Construção de um canal paralelo ao rio Itaqui;

- Construção de um lago de acumulação;

- Restauração das margens do rio Itaqui;

- Pavimentação de vias de acesso ao Parque Linear, as quais servirão também para

manutenção do Parque;

- Paisagismo;

- Implantação de estacionamentos e praças de convivência, construção de uma passarela de

madeira sobre o rio;

Page 134: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

- Implantação de gradil de proteção no perímetro do parque linear;

- Gerenciamento das obras e desenvolvimento de trabalho técnico social.

Ainda segundo o PT, os terrenos loteados e ocupados lindeiros ao parque que se encontrem

em situação de insegurança ou expostos a enchentes serão desapropriados e suas populações

remanejadas para conjuntos habitacionais.

O prazo de execução inicial do empreendimento foi previsto para 24 meses, sendo duas

etapas de 12 meses cada.

##/Fato##

2.1.3. Contrato - Obras de Pavimentação

Fato

A empresa Construtora Mirantes LTDA, CNPJ no 75.534.943/0001-78, vencedora do

Procedimento Licitatório CP nº 11/2014 - SERMALI, com o valor de R$ 2.391.682,68, é

responsável pela execução dos serviços de pavimentação em paralelepípedo nas seguintes

Ruas:

1) Rua Fazenda Guatupê, no trecho entre a Rua João Fraga Neto até a Avenida Guatupê com

extensão de 474,74 metros;

2) Rua Johann Gross, no trecho entre a Rua João Fraga Neto até a Avenida Guatupê com

extensão de 525,74 metros;

3) Rua sem denominação, no trecho entre a Rua João Fraga Neto até a Avenida Guatupê com

extensão de 492,43 metros.

O regime de execução constante do instrumento contratual é o de Empreitada por Preço

Global, sem reajustamento de preços.

O Contrato no 255/2014 – SERMALI, foi celebrado entre o Município de São José dos

Pinhais e a Construtora Mirantes LTDA, em 03 de dezembro de 2014, com prazo de

execução previsto de 180 dias, contados da emissão da Ordem de Serviço. Já o prazo de

vigência do Instrumento Contratual foi definido em 300 dias. A Ordem de Serviço nº

15/2015 – SERMALI foi emitida na data de 11 de maio de 2015.

Em 20 de abril de 2016 houve a emissão do Parecer de Reprogramação pela CAIXA, o qual

foi gerado a partir de um aditivo contratual que, de acordo com o referido parecer, se deu em

razão de alteração nas metas, bem como no valor do investimento com alteração nos

quantitativos de alguns itens, assim como inclusão de serviços de drenagem e ampliação do

cronograma físico-financeiro.

Dessa forma, em 23 de maio de 2016, foi celebrado o Termo Aditivo nº 156/2016 –

SERMALI, que teve por objetivo a prorrogação do prazo de execução e vigência ao

Contrato nº 255/2014 – SERMALI por mais 60 dias, assim como acréscimos quantitativos,

qualitativos e supressão de valores, conforme tabela a seguir:

VALOR INICIAL

DO CONTRATO

VALOR

ACRÉSCIMO

QUANTITATIVO

VALOR

ACRÉSCIMO

QUALITATIVO

VALOR

SUPRESSÃO

VALOR

EFETIVO TOTAL

DA SUPRESSÃO

R$ 2.391.682,68 R$ 81.564,30 R$ 114.785,22 R$ 196.553,68 R$ 204,16

Fonte: Termo Aditivo nº 156/2016 – SERMALI

Page 135: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

##/Fato##

2.1.4. Execução Contratual - Canais Transversais

Fato

Canais Transversais

A Empresa SIAL CONSTRUÇÕES CIVIS LTDA é a detentora do Contrato nº 134/2013 -

SERMALI, cujo objeto é a execução das obras de drenagem dos Canais Transversais no

Parque Linear do Itaqui.

Por meio do Relatório de Acompanhamento de Engenharia – RAE Consolidado, de 01 de

julho de 2016, verificou-se que a obra está 47,49% realizada, segundo a 13ª medição

referente ao contrato, sendo que o valor acumulado do repasse é de R$ 1.607.559,77.

Dos documentos analisados verificou-se, ainda, que o último RAE específico para a obra em

questão data de 21 de dezembro de 2015 e refere-se à 12ª medição. Ou seja, o contrato

aparentemente esteve sem execução de serviços e respectivas medições por um período de

aproximadamente 6 meses.

Destaca-se que não foram verificados documentos que justifiquem tais fatos, a exemplo de

reprogramações contratuais, termos de paralisações ou uma possível rescisão contratual.

Também não foram realizados reajustes ou aditivos relativos aos valores do contrato em

análise.

A seguir são apresentadas informações acerca da execução contratual:

MEDIÇÃO NOTA FISCAL

Medição

Período

medido

Data da

medição

Valores da

medição (R$)

Nome

Fornecedor

da

NF

Valor NF

(R$)

1 out/2013 19/11/2013 55.061,34

Sial

Construções

Civis Ltda 1148 55.061,34

2

Out -

Nov/2013 14/03/2014 160.893,09

Sial

Construções

Civis Ltda 1173 105.881,34

Sial

Construções

Civis Ltda 1254 55.011,75

3

Dez/2013 -

Jan/2014 09/06/2014 199.018,38

Sial

Construções

Civis Ltda 1255 199.018,38

4

Abr -

Jul/2014 29/08/2014 136.119,24

Sial

Construções

Civis Ltda 1337 136.119,23

5

Jul -

Out/2014 17/12/2014 70.816,79

Sial

Construções

Civis Ltda 1364 70.816,79

Page 136: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

6

Nov -

dez/2014 02/02/2015 197.887,78

Sial

Construções

Civis Ltda 1395 197.887,78

7

Nov -

dez/2014 24/05/2015 72.375,25

Sial

Construções

Civis Ltda 1408 72.375,25

8

Dez/2014 -

Jan/2015 18/05/2015 20.409,73

Sial

Construções

Civis Ltda 1478 20.409,73

9

Mar -

Abr/2015 30/06/2015 134.120,53

Sial

Construções

Civis Ltda 1502 134.120,53

10

Jul -

Ago/2015 29/08/2015 100.236,51

Sial

Construções

Civis Ltda 1544 100.236,51

11

Jul -

Ago/2015 07/10/2015 248.092,34

Sial

Construções

Civis Ltda 1586 248.092,34

12

Out -

Nov/2015 16/12/2015 144.750,43

Sial

Construções

Civis Ltda 1642 144.750,43

13

Dez/2015 -

Mai/2016 01/07/2016 67.778,37

Sial

Construções

Civis Ltda

VALOR TOTAL MEDIDO 1.607.559,78

##/Fato##

2.1.5. Execução Contratual - Obras de Pavimentação

Fato

Pavimentação

A Empresa CONSTRUTORA MIRANTES LTDA é a detentora do Contrato nº 255/2014 -

SERMALI, cujo objeto é a execução dos serviços de pavimentação em paralelepípedo nas

Ruas: Rua Fazenda Guatupê, Rua Johann Gross e Rua sem denominação.

Por meio do Relatório de Acompanhamento de Engenharia – RAE Consolidado, de 01 de

julho de 2016, verificou-se que a obra está 99,44% realizada, segundo a 9ª medição referente

ao contrato, sendo que o valor acumulado do repasse é de R$ 2.378.044,10.

A seguir são apresentadas informações acerca da execução contratual:

MEDIÇÃO NOTA FISCAL

Medição

Período

medido

Data da

medição

Valores da

medição (R$)

Nome

Fornecedor

da

NF

Valor NF

(R$)

1

Mar -

Abr/2015 22/06/2014

122.360,80

Construtora

Mirantes

Ltda 180

122.360,80

Page 137: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

2

Jun -

Jul/2015 16/07/2015

49.341,44

Construtora

Mirantes

Ltda 185

49.341,44

3

Jul -

Ago/2015 24/08/2015

700.939,62

Construtora

Mirantes

Ltda 201

700.939,62

4

Jul -

Ago/2015 21/10/2015

459.859,15

Construtora

Mirantes

Ltda 213

459.859,15

5

Out -

Nov/2015 03/12/2015

304.029,88

Construtora

Mirantes

Ltda 222

304.029,88

6

Nov/2015

- Jan/2016 04/02/2016

236.492,77

Construtora

Mirantes

Ltda 232

236.492,77

7

Fev -

Mar/2016 17/02/2016

205.369,89

Construtora

Mirantes

Ltda 241

30.530,13

8

Mar -

Abr/2016 03/05/2016

70.394,38

Construtora

Mirantes

Ltda 255

70.394,38

9

Abr -

Jun/2016 24/06/2016

229.256,17

Construtora

Mirantes

Ltda

VALOR TOTAL MEDIDO 2.378.044,10

Em 12 de julho de 2016 a Secretaria Municipal de Viação e Obras Públicas da prefeitura

Municipal de São José dos Pinhais recebeu a obra em caráter provisório por meio do Termo

de Recebimento Provisório TRP nº 247/2016 – SMVOP.

##/Fato##

2.1.6. Inspeção Física - Informações Gerais

Fato

A visita ao local onde se situam as obras relativas à execução do Parque Linear no Rio Itaqui

ocorreu no dia 02 de agosto de 2016. Foi percorrida toda a extensão do referido Parque que é

considerada urbana, com exceção dos locais de difícil acesso que se encontram em áreas

alagadas de várzeas e mata fechada.

Quanto aos Canais Transversais, foram verificados os pontos relativos aos seis canais

constantes do objeto contratual, os quais estão localizados de acordo com a figura abaixo:

Page 138: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

Figura 3: Parque Linear do Rio Itaqui – Canais de Drenagem. Fonte: Projeto de Implantação.

Destes, apenas três foram executados, os demais serão cancelados e/ou sofrerão alterações

de projeto.

Observa-se que a Ordem de Serviço nº 38/2013 – SERMALI foi emitida na data de 01 de

outubro de 2013. Portanto, até o momento da realização inspeção física se passaram 2 anos e

10 meses aproximadamente, sem que houvesse a conclusão das obras de Drenagem dos

Canais Transversais.

Por fim, foi possível visualizar que a execução contratual em campo está de acordo com o

percentual de 47,49% informados pela CAIXA no RAE referente à 13ª medição, visto que

apenas três dos seis canais previstos foram executados.

Page 139: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

Da mesma forma, foi realizada a vistoria das ruas executadas com pavimento em

paralelepípedo, as quais estão localizadas e executadas conforme descrito abaixo:

1) Rua Fazenda Guatupê, no trecho entre a Rua João Fraga Neto até a Avenida Guatupê com

extensão de 474,74 metros;

2) Rua Johann Gross, no trecho entre a Rua João Fraga Neto até a Avenida Guatupê com

extensão de 525,74 metros;

3) Rua sem denominação, no trecho entre a Rua João Fraga Neto até a Avenida Guatupê com

extensão de 492,43 metros.

Foto – Obra Pavimentação – Placa de Obra, São

José dos Pinhais – PR, 02 de agosto de 2016.

Foto – Obra Pavimentação, São José dos Pinhais –

PR, 02 de agosto de 2016.

Foto – Obra Pavimentação, São José dos Pinhais –

PR, 02 de agosto de 2016.

Foto – Obra Pavimentação, São José dos Pinhais –

PR, 02 de agosto de 2016.

Por fim, verificou-se o cumprimento do Plano de Reassentamento das famílias, conforme

previsto no Plano de Trabalho.

Page 140: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

Foto – Condomínios Plano de Reassentamento – São

José dos Pinhais – PR, 02 de agosto de 2016.

Foto – Condomínios Plano de Reassentamento – São

José dos Pinhais – PR, 02 de agosto de 2016.

Foto – Condomínios Plano de Reassentamento – São

José dos Pinhais – PR, 02 de agosto de 2016.

Foto – Condomínios Plano de Reassentamento – São

José dos Pinhais – PR, 02 de agosto de 2016.

Os apontamentos relativos à inspeção “in loco” serão abordados em itens específicos em

razão de suas singularidades.

##/Fato##

2.1.7. Deficiência do Projeto Básico dos Canais Transversais

Fato

Por meio da inspeção física realizada na obra referente aos Canais Transversais verificou-se

que o respectivo projeto básico não previu que toda a seção trapezoidal deveria ser

executada em concreto, permitindo assim que o fundo dos canais permanecesse com o solo

do terreno natural.

Tal fato aliado às chuvas e ao esgoto despejado no local ocasionam o crescimento constante

de vegetação nos canais.

Ademais, não há manutenção da obra por parte da Prefeitura Municipal de São José dos

Pinhais, de forma que os canais estão praticamente cobertos pelo mato, o que inviabiliza que

estes cumpram a função para os quais foram projetados, conforme pode ser visto nas

imagens abaixo:

Page 141: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

Foto – Obra Canais Transversais – Placa de Obra,

São José dos Pinhais – PR, 02 de agosto de 2016.

Foto – Obra Canais Transversais – Canal 03, São

José dos Pinhais – PR, 02 de agosto de 2016.

Foto – Obra Canais Transversais – Canal 04, São

José dos Pinhais – PR, 02 de agosto de 2016.

Foto – Obra Canais Transversais – Canal 06, São

José dos Pinhais – PR, 02 de agosto de 2016.

Foto – Obra Canais Transversais – Canal 06 –

Detalhe das Alas em Concreto, São José dos Pinhais

– PR, 02 de agosto de 2016.

No mesmo sentido as observações constantes do RAE nº 13, o qual informa as seguintes

pendências técnicas:

“Canal 4 sem funcionalidade plena. Galerias pluviais ainda não conectadas no canal e

vegetação no leito aparentemente impede o fluxo adequado do escoamento. Interligar

condições de escoamento ao canal.

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Canal 3 recebendo lançamento de efluentes e com vegetação no leito. Conectar esgoto na

rede da Sanepar e providenciar condições de escoamento para o canal.”

Quanto aos demais canais, ficou demonstrado por meio da inspeção “in loco” que estes

também apresentam falhas relativas ao projeto básico.

O Canal 01, de acordo com as informações prestadas pelos Engenheiros da Prefeitura, será

cancelado em razão de encontrar-se dentro do Rio Itaqui e não apresentar função existencial.

Da mesma forma o Canal 02 será cancelado e licitado em etapa futura, visto que seu projeto

deve ser revisado para que contemple o fundo da seção trapezoidal em concreto.

Por sua vez, o Canal 05 está previsto em área a ser desapropriada pela via judicial, motivo

pelo qual não foi executado até o momento da inspeção física.

Ademais, verificou-se a existência de diversos pontos de canais de esgotos a céu aberto que

desembocam no Rio Itaqui os quais não foram contemplados no projeto de concepção dos

canais de drenagem transversais.

Conforme determina o inciso IX do art. 6º da Lei 8.666, de 21 de junho de 1993, o projeto

básico se constitui de um conjunto de elementos técnicos (projetos arquitetônicos e

complementares, especificação técnica, memorial descritivo, planilha orçamentária,

composições de custos unitários, cronograma físico financeiro, composição dos encargos

sociais e do BDI), os quais devem ser suficientes e com nível de precisão adequado, de

forma que se possa caracterizar integralmente a obra, assegurar a viabilidade técnica e o

adequado tratamento do impacto ambiental, avaliar o custo da obra, definir os métodos

executivos e o prazo de execução.

Nesse sentido, a Súmula nº 261, de 30 de junho de 2010, do Tribunal de Contas da União

determina que “Em licitações de obras e serviços de engenharia, é necessária a elaboração

de projeto básico adequado e atualizado, assim considerado aquele aprovado com todos os

elementos descritos no art. 6º, inciso IX, da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993,

constituindo prática ilegal a revisão de projeto básico ou a elaboração de projeto executivo

que transfigurem o objeto originalmente contratado em outro de natureza e propósito

diversos.”

Considerando o exposto, entende-se que o projeto básico das obras de drenagem dos Canais

Transversais, no município de São José dos Pinhais - PR, demonstrou não possuir todos os

elementos necessários e suficientes para caracterizar a obra, contrariando, dessa forma, o

contido no citado dispositivo legal e também a jurisprudência do Tribunal de Contas da

União.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016, o gestor se manifestou da seguinte forma:

“Segundo informações do projetista a idéia sobre a não execução do fundo era

promover a infiltração pelo solo o que também é coerente, tanto que a forma da qual o

canal foi executado inclusive quanto à posição onde foram projetados são de extrema

importância para a drenagem da água de toda a região. Lembramos que os mesmos foram

locados em valas já existentes.

Para o melhor escoamento da água de toda região o ideal é a realização da

concretagem do fundo dos canais. Quanto a limpeza, no decorrer da obra o Engenheiro

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Fiscal da execução, verificou que a remoção da vegetação que cresce nos canais deve

acontecer junto com a aplicação do concreto no fundo, por questão técnica de risco de

deslizamento das paredes de pedra argamassada devido a instabilidade do solo.

A existência de esgoto nos canais são evidentes, a SANEPAR está realizando o

levantamento dos imóveis que estejam descartando seus efluentes na galeria de águas

pluviais.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Os argumentos utilizados pelo gestor não justificam a deficiência existente no projeto

básico, uma vez que é evidente que os canais executados até o momento não cumprem a

função para a qual foram projetados. Ademais, o cancelamento da execução e respectiva

revisão dos projetos dos Canais 01, 02 e 05 corroboram a afirmação da ocorrência de falhas

no projeto básico. ##/AnaliseControleInterno##

2.1.8. Falha no planejamento e respectiva execução das metas propostas para o

Parque Linear no Rio Itaqui

Fato

Durante a visita técnica às obras do Parque Linear no Rio Itaqui verificou-se que há um

descompasso entre a realização das desapropriações necessárias para a execução das obras,

as obras propriamente ditas e o trabalho técnico social.

Pode ser visto em campo que vários terrenos e imóveis já foram desapropriados e as

respectivas famílias reassentadas, conforme previsto no Plano de Trabalho, nos condomínios

construídos por meio do Programa Minha Casa Minha Vida.

Contudo, há uma grande área desapropriada nas quais as obras ainda não foram iniciadas,

sendo que esses locais se encontram em situação propícia para a ocorrência de novas

invasões.

Foi possível perceber que não há monitoramento das desapropriações e nem mesmo

proteções específicas que evitem que os terrenos sejam novamente ocupados.

Segue registro fotográfico:

Foto – Desapropriações, São José dos Pinhais – PR,

02 de agosto de 2016.

Foto – Desapropriações, São José dos Pinhais – PR,

02 de agosto de 2016.

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Foto – Desapropriações, São José dos Pinhais – PR,

02 de agosto de 2016.

Foto – Desapropriações, São José dos Pinhais – PR,

02 de agosto de 2016.

Foto – Desapropriações, São José dos Pinhais – PR,

02 de agosto de 2016.

Foto – Desapropriações, São José dos Pinhais – PR,

02 de agosto de 2016.

Foto – Desapropriações, São José dos Pinhais – PR,

02 de agosto de 2016.

Foto – Desapropriações, São José dos Pinhais – PR,

02 de agosto de 2016.

Ademais, verificou-se que em um dos terrenos já desapropriados houve a construção de um

canal paralelo às margens do Rio Itaqui, que não os previstos em projeto, por pessoas alheias

à Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais. A informação partiu de um morador da

região e foi confirmada durante a visita.

Segue registro fotográfico:

Page 145: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

Foto – Canal aberto em área desapropriada, São José

dos Pinhais – PR, 02 de agosto de 2016.

Foto – Canal aberto em área desapropriada, São José

dos Pinhais – PR, 02 de agosto de 2016.

Foto – Canal aberto em área desapropriada, São José

dos Pinhais – PR, 02 de agosto de 2016.

Foto – Canal aberto em área desapropriada, São José

dos Pinhais – PR, 02 de agosto de 2016.

Tal fato corrobora a afirmação de que os terrenos desapropriados estão expostos a possíveis

ocupações ou danos que possam trazer prejuízos não só futuros, mas imediatos ao

cumprimento do Termo de Compromisso em análise.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016, o gestor se manifestou da seguinte forma:

“As desapropriações dos lotes e glebas, localizadas na área de interferência do

projeto Parque Linear do Rio Itaqui, foram iniciadas imediatamente após o repasse de

parte dos recursos previstos para esta ação, em julho deste ano de 2016.

Observamos que para execução das obras é imprescindível desapropriar os lotes,

obtendo a titularidade ou imissão de posse dos terrenos, sem a antecipação dos recursos

para desapropriação não havia esta possibilidade, sendo assim, em junho de 2015 o

Município solicitou ao Ministério das Cidades (Of. 254/2015-GAB) a antecipação dos

recursos que foram liberados pelo STN em julho deste ano de 2016. A partir desta data o

município iniciou as desapropriações.

O Trabalho Técnico Social do reassentamento foi realizado concomitantemente ao

reassentamento das famílias ocupantes irregulares (que não eram proprietárias dos lotes

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que ocupavam e, portanto, não foram indenizadas, apenas foram realocadas para as novas

unidades habitacionais).

O Trabalho Socioambiental poderá ser realizado junto com a execução das obras e

realizará ações socioambientais com a comunidade localizada na bacia de contribuição do

Rio Itaqui. Este trabalho já se encontra em processo licitatório.

Sendo assim, considerando que o município já iniciou uma primeira etapa de obras,

que se encontra realizando as desapropriações com os recursos do repasse, que se encontra

em processo licitatório do Trabalho Socioambiental, que todo o processo do

reassentamento e seu Trabalho Técnico Social foram concluídos, entendemos não existir

descompasso.

Os terrenos observados em campo, de onde foram retiradas as edificações dos

ocupantes irregulares, possuem proprietários a serem indenizados.

Observamos que as fotografias apresentadas demonstram áreas onde foram

demolidas edificações irregulares, de famílias ocupantes que não possuíam titularidade dos

terrenos e foram atendidas pelo reassentamento e trabalho técnico social.

Até agosto deste ano as desapropriações não haviam sido iniciadas, aguardando o

repasse de recursos. Para controle da área e evitar novas ocupações o Município contratou

empresa de monitoramento em complemento à fiscalização municipal, que tem atuado

efetivamente no local no intuito de evitar qualquer risco ao efetivo cumprimento do Termo

de Compromisso.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Em que pese os argumentos apresentados pelo gestor, estes não justificam as falhas

apontadas. A inspeção de campo deixou claro o descompasso entre a realização das

desapropriações/demolições necessárias para a execução das obras, as obras propriamente

ditas e o trabalho técnico social. Ademais, os terrenos desapropriados ou que tiveram suas

edificações demolidas em virtude de estarem irregulares estão expostos à possibilidade de

novas ocupações ou danos que possam trazer prejuízos ao cumprimento do Termo de

Compromisso em análise.

##/AnaliseControleInterno##

2.1.9. Avaliação dos valores constantes da planilha orçamentária - Canais

Transversais

Fato

O orçamento dos Canais Transversais de drenagem foi analisado tendo por base comparativa

o banco de dados do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil

- SINAPI referente ao mês de agosto de 2013, referencial adotado na proposta vencedora

para sua composição de preços. Os valores comparados totalizaram 64% do valor de R$

3.384.916,63, conforme planilha orçamentária elaborada pela empresa vencedora da

licitação.

Desse universo, foi verificada uma diferença no valor de R$ 134.951,01 entre os preços

apresentados na planilha orçamentária contratada e os constantes do orçamento utilizado

como referência, ou seja, do SINAPI.

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Não foi verificado superfaturamento por desequilíbrio econômico-financeiro na obra em

referência, uma vez que até o momento da fiscalização não foram firmados termos aditivos

dos valores contratuais.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016, o gestor se manifestou da seguinte forma:

“Conforme consideração dessa Controladoria Geral da União não houve superfaturamento

por desequilíbrio econômico – financeiro na obra em referência, uma vez que até o

momento da fiscalização não foram firmados termos aditivos dos valores contratuais.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

O argumento utilizado pelo gestor é inadequado ao contexto apresentado, vez que foram

identificadas divergências entre os preços apresentados na planilha orçamentária contratada

e os preços constantes do orçamento utilizado como referência, ou seja, do SINAPI. A

questão de não haver superfaturamento por desequilíbrio econômico-financeiro não justifica

o fato apontado. Desta forma, o gestor deve manifestar ao Ministério Concedente, quando da

prestação de contas definitiva, a comprovação de que os preços executados em contrato não

ultrapassaram os valores limites dos bancos de dados referenciais

##/AnaliseControleInterno##

2.1.10. Ausência de Efetividade

Fato

O Termo de Compromisso nº 351053/2011, assinado em 31 de outubro de 2011, trata da

execução de um Parque Linear no Rio Itaqui, ao longo dos bairros Guatupê e Borda do

Campo, no município de São José dos Pinhais, no âmbito do Programa Drenagem Urbana

Sustentável e Manejo de Águas Pluviais. Para o cumprimento do objeto pactuado estão

previstas a realização de obras de microdrenagem e, também, aquisição de terreno e

habitações.

O prazo inicialmente estabelecido para o término da vigência do Termo de Compromisso foi

30 de maio de 2013, com possibilidade de prorrogação mediante Termo Aditivo.

Conforme consta do plano de trabalho apresentado, “o objetivo principal do projeto de

implantação do Parque Botânico é melhorar a vazão das águas do rio Itaqui e controlar o

impacto de suas enchentes, contribuindo para a melhoria da qualidade ambiental das águas

do rio e a preservação de suas margens e entornos protetivos. A proposta de implantar um

parque com essas dimensões, desapropriando e indenizando imóveis vazios ou ocupados

por famílias a serem remanejadas do local define claramente a estratégia de ocupar o lugar

e dar-lhe um uso adequado para evitar novas ocupações irregulares de terra”.

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Contudo, diante do exposto no presente relatório, pode-se verificar que os objetivos

previstos não foram cumpridos, visto que os terrenos desapropriados estão expostos a

possíveis ocupações ou danos que possam trazer prejuízos não só futuros, mas imediatos ao

projeto; há diversos pontos de canais de esgotos a céu aberto que desembocam no Rio Itaqui

os quais não foram contemplados no projeto de concepção dos canais de drenagem

transversais; o projeto básico não previu que toda a seção trapezoidal deveria ser executada

em concreto, permitindo assim que o fundo dos canais permanecesse com o solo do terreno

natural, o que ocasionou o acúmulo de vegetação no local, impedindo o cumprimento de sua

função; o Canal 01, será cancelado em razão de não apresentar função existencial; o Canal

02 será cancelado e licitado em etapa futura, visto que seu projeto deve ser revisado para que

contemple o fundo da seção trapezoidal em concreto; o termo de compromisso foi firmado

no ano de 2011 e de acordo com as informações constantes do site da CAIXA, em 13 de

setembro de 2016, a obra encontra-se atrasada e com um percentual de execução de 10,53%

das obras.

Os fatos apresentados, portanto, evidenciam a ausência de efetividade do projeto proposto

pela Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais e pactuado por meio do Termo de

Compromisso ora em análise.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 414/2016-GAB, de 24 de outubro de 2016, o gestor se

manifestou da seguinte forma:

“Considerando que os fatos citados no relatório apresentam um equívoco de

entendimento entre o trabalho do reassentamento de famílias ocupantes irregulares e as

desapropriações de lotes e áreas.

Considerando que existe empresa de monitoramento para controle de toda a área de

abrangência do projeto em complemento à fiscalização municipal.

Considerando que o Trabalho Socioambiental considera em seu escopo, no item

saneamento, em parceria com a SANEPAR, promover as corretas ligações de esgoto à rede

existente e as ampliações de rede necessárias a evitar que o esgoto seja lançado no rio.

Considerando que o município reassentou mais de 800 famílias localizadas na

região de abrangência do projeto, residências estas que se utilizavam de valas a céu aberto

para direcionar ao rio todo o seu esgoto, residências estas que foram demolidas, mas

deixaram as marcas de sua ocupação. Estes locais estão previstos no projeto como espaços

a serem recuperados, com replantio de mata ciliar, fechamento das valas ilegais, e

recuperação ambiental do local que representa o conceito do projeto.

Considerando que o Município aguardava a liberação dos recursos de repasse do

OGU, solicitadas em junho de 2015, previstos no projeto, para iniciar as efetivas

desapropriações (iniciadas em agosto deste ano).

Considerando que as obras de uma primeira etapa do empreendimento foram

iniciadas e se encontram em execução.

Entendemos que não há ausência de efetividade, mas continuidade de um projeto multidisciplinar, complexo, onde foram concluídas muitas ações relevantes que antecedem à execução do parque propriamente dito (cadastro das mais de 800 famílias, execução das unidades habitacionais, reassentamento das famílias e demolições imediatas das

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edificações, trabalho técnico social, canais de drenagem transversais, controle e monitoramento da área e início das desapropriações). O parque é a obra final do empreendimento.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

As justificativas apresentadas pelo gestor não são suficientes para esclarecer os fatos

apontados.

Entende-se que independentemente do termo utilizado, seja ele desocupação ou

desapropriação do lote, as áreas estão em situação de abandono e expostas a risco de novas

invasões.

Em que pese o gestor afirmar a existência de empresa de monitoramento para controle de

toda a área de abrangência do projeto, a inspeção física demonstrou o oposto, uma vez que

em momento algum foi detectada a presença de funcionários de empresa de monitoramento

em campo.

Foram verificados canais de esgoto a céu aberto não contemplados em projeto, assim como

canais que foram cancelados diante da necessidade de revisão de projeto, o que corrobora os

apontamentos quanto às falhas no projeto básico.

Por fim, o presente termo de compromisso foi firmado no ano de 2011 e de acordo com as

informações constantes do site da CAIXA, em 31 de outubro de 2016, a obra encontra-se

atrasada e com um percentual de execução de 10,53% das obras, sendo que a última

medição data de 02/09/2016, sendo que que para a meta “Execução dos canais transversais”

foi constatado que a última medição ocorreu a mais de 6 meses da data de emissão deste

Relatório, conforme tratado em item específico.

Dessa forma, verifica-se que após cinco anos da assinatura do contrato não houve uma

considerável evolução dos serviços, o que implica na ausência de efetividade do projeto

como um todo.

##/AnaliseControleInterno##

2.1.11. Contrato - Canais Transversais

Fato

A empresa SIAL Construções Civis LTDA, CNPJ no 80.359.771/0001-09, vencedora do

Procedimento Licitatório CP nº 001/2013 - SERMALI, com o valor de R$ 3.384.916,63, é

responsável pela execução do seguinte objeto: obra de drenagem dos Canais Transversais do

Parque Linear do Rio Itaqui, com extensão de 3.052,00 metros. O regime de execução

constante do instrumento contratual é o de Empreitada por Preço Global, sem reajustamento

de preços.

O Contrato no 134/2013 – SERMALI, foi celebrado entre o Município de São José dos

Pinhais e a Empresa SIAL Construções Civis LTDA, em 21 de agosto de 2013, com prazo

de execução previsto de 150 dias, contados da emissão da Ordem de Serviço. Já o prazo de

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vigência do Instrumento Contratual foi definido em 400 dias. A Ordem de Serviço nº

38/2013 – SERMALI foi emitida na data de 01 de outubro de 2013.

Até o momento da finalização dos trabalhos, foram verificadas as seguintes prorrogações do

prazo de execução contratual:

1) Termo Aditivo nº 034/2014 – SERMALI - 150 dias;

2) Termo Aditivo nº 192/2014 – SERMALI, de 18 de agosto de 2014 – 180 dias;

3) Termo Aditivo nº 031/2015 – SERMALI, de 10 de fevereiro de 2015 – 150 dias;

4) Termo Aditivo nº 137/2015 – SERMALI, de 23 de junho de 2015 – 180 dias;

5) Termo Aditivo nº 020/2016 – SERMALI, de 27 de janeiro de 2016 – 180 dias;

6) Termo Aditivo nº 268/2016 – SERMALI, de 29 de agosto de 2016 – 90 dias.

##/Fato##

2.2 Parte 2

Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de

medidas preventivas e corretivas seja do executor do recurso federal.

3. Conclusão

Com base nos exames realizados, verificou-se a ausência de efetividade da obra, uma vez

que foram identificadas falhas em relação à concepção do projeto, ao projeto básico da obra,

e, também, quanto ao planejamento e respectiva execução dos objetivos pactuados por meio

do Termo de Compromisso nº 351053/2011.

Page 151: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

Ordem de Serviço: 201602253

Município/UF: São José dos Pinhais/PR

Órgão: MINISTERIO DO ESPORTE

Instrumento de Transferência: Contrato de Repasse - 681137

Unidade Examinada: SAO JOSE DOS PINHAIS PREF GAB DO PREFEITO

Montante de Recursos Financeiros: R$ 4.163.872,83

1. Introdução

A fiscalização compreendeu o Convênio SIAFI nº 681137, celebrado entre o Ministério do

Esporte e o município de São José dos Pinhais/PR, com intermédio da Caixa Econômica

Federal, que resultou na celebração do Termo de Compromisso nº 0425758-55, assinado em

16 de junho de 2014, no valor inicial de 4.163.872,83 (quatro milhões, cento e sessenta e

três mil, oitocentos e setenta e dois reais, oitenta e três centavos) com término de vigência

em 30 de julho de 2015.

O objeto do referido Termo de Compromisso é a construção de um Centro de Iniciação ao

Esporte (CIE). O objetivo dos Centros de Iniciação ao Esporte é ampliar a oferta de

infraestrutura de equipamento público esportivo qualificado, incentivando a iniciação

esportiva em territórios de vulnerabilidade social das grandes cidades brasileiras. O

Ministério do Esporte desenvolveu a concepção do CIE no âmbito da segunda etapa do

Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2).

Os trabalhos de campo foram realizados no período de 01 a 12 de agosto de 2016.

O objetivo do trabalho foi verificar em que estágio estava a obra do Centro de Esporte e se a

mesma estava de acordo com os objetivos do Programa.

2. Resultados dos Exames

Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de

providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de

monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.

2.1 Parte 1

Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de

medidas preventivas e corretivas seja dos gestores federais.

2.2 Parte 2

Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para

adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.

Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de

recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito

de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das

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pastas ministeriais. Esta Controladoria não realizará o monitoramento isolado das

providências saneadoras relacionadas a estas constatações.

2.2.1. Centro de Iniciação ao Esporte de São José dos Pinhais/PR.

Fato

Trata-se da análise do Convênio SIAFI nº 681137, celebrado entre o Ministério do Esporte e

o município de São José dos Pinhais/PR, com intermédio da Caixa Econômica Federal, que

resultou na celebração do Termo de Compromisso nº 0425758-55, assinado em 16 de junho

de 2014, no valor inicial de R$ 4.163.872,83 (quatro milhões, cento e sessenta e três mil,

oitocentos e setenta e dois reais, oitenta e três centavos) com término de vigência em 30 de

julho de 2015.

O Município foi contemplado na seleção realizada pelo Ministério do Esporte para o

Programa CIE (Centro de Iniciação ao Esporte), no âmbito do PAC 2 (Programa de

Aceleração do Crescimento), conforme listagem apresentada no Anexo II da Portaria ME nº

298 de 10 de novembro de 2013.

O objeto do referido Termo de Compromisso é a construção de um CIE, que consiste em

uma infraestrutura esportiva para iniciação, formação e práticas esportivas, com recursos

financeiros do PAC2 e gerido pelo Ministério do Esporte. O projeto dos Centros de

Iniciação ao Esporte visa a propiciar espaços e programas de iniciação em todas as regiões

do Brasil. São instalações construídas em parâmetros oficiais que permitirão a identificação

de talentos e a formação de atletas nos municípios, estimulando o desenvolvimento da base

do esporte de alto rendimento nacional. Dimensionados em três módulos que se adaptam ao

tamanho do terreno disponível, os CIE são instalações multiesportivas para crianças e jovens

iniciarem a prática de modalidades olímpicas e paraolímpicas.

O Modelo de CIE adotado pelo município de São José dos Pinhais é o modelo III, que

consiste em um ginásio poliesportivo com área de 1.800 m2, pista de atletismo de 100m,

pista de salto em distância e arremesso de peso.

O terreno onde o CIE será implantado fica no bairro Rio Pequeno, próximo a

empreendimentos de habitação de interesse social do Município. A Prefeitura Municipal é

proprietária do terreno no qual será realizada a obra, conforme consta na Matrícula nº 65.156

do Registro de Imóveis da 1ª Circunscrição de São José dos Pinhais/PR.

A área de terreno destinada exclusivamente à implantação do CIE é de 12.008,65 m2.

Cabe observar que o Termo de Compromisso é executado em duas Etapas, a saber:

• Etapa 1 - compreendendo as metas relativas à sondagem, projeto de fundação e projetos de

adaptação, com valor de repasse limitado a R$ 15.000,00 (quinze mil reais);

• Etapa 2 - execução de obra – projeto do CIE.

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Verificou-se que o Termo de Compromisso sofreu prorrogação de sua vigência para 31 de

maio de 2017, conforme consta no Ofício nº 291/2015-GAB, de 23 de junho de 2015, por

solicitação do Município. A justificativa para a prorrogação deu-se em virtude de os projetos

de implantação de água e esgoto, implantação elétrica e prevenção de combate a incêndios

não terem sido aprovados no tempo hábil pelos órgãos competentes externos à Prefeitura.

Constatou-se que a etapa 1, referente aos serviços de sondagem e fundação foi concluída em

novembro de 2014, sendo que o crédito de recursos efetuado pelo Ministério do Esporte, no

valor de 15.000 (quinze mil reais) foi efetuado na conta vinculada ao Termo de

Compromisso em 02 de abril de 2015. O serviço de sondagem de solo foi realizado pela

empresa GEOAZIMUTE SONDAGEM E TOPOGRAFIA, CNPJ Nº 20.972.810/0001-17

pelo valor de R$ 4.794,00 (quatro mil, setecentos e noventa e quatro reais); e o levantamento

topográfico pela empresa DIMASTOP SERVIÇOS TOPOGRÁFICOS S/S LTDA – ME,

CNPJ Nº 05.200.028/0001-96, pelo valor de R$ 4.200,00 (quatro mil e duzentos reais).

Em relação à licitação para contratação da execução da obra do CIE, verificou-se que

ocorreu a Concorrência Pública nº 19/2016 – SERMALI, no dia 28 de junho de 2016, sendo

vencedora a Empresa ODB CONSTRUÇÕES LTDA - EPP, no valor total de R$

4.239.338,39. Houve a tentativa de contratação anteriormente por meio da Concorrência

Pública nº 09/2016-SERMALI, mas o certame restou deserto, acarretando ainda mais atraso

na contratação para a execução da obra de construção do CIE. A adjudicação e homologação

da Concorrência nº 19/2016 ocorreu no dia 15 de agosto de 2016. Portanto, a situação da

execução da implantação do CIE no município estava, a época da fiscalização (ocorrida no

período de 01 a 12 de agosto de 2016) na iminência da assinatura de termo de contrato com

a empresa vencedora da concorrência nº 19/2016, que, conforme o edital da referida

concorrência, terá vigência de 210 (duzentos e dez) dias, contados a partir da emissão da

Ordem de Serviço.

O valor do Termo de Compromisso nº 0425758-55 foi atualizado em 04 de fevereiro de

2016. O valor do repasse por parte do Ministério do Esporte permaneceu o mesmo, sendo

acrescentada a contrapartida por parte do Município no valor de R$ 419.944,86

(quatrocentos e dezenove mil, novecentos e quarenta e quatro reais com oitenta e seis

centavos), totalizando R$ 4.583.817,70 (quatro milhões, quinhentos e oitenta e três mil,

oitocentos e dezessete reais e setenta centavos).

Verificou-se a abertura de conta corrente específica para o projeto, na Caixa Econômica

Federal, Agência São José dos Pinhais nº 0406, conta bancária nº 006.0000121-6.

Foram analisadas as planilhas orçamentárias do serviço relativo à implantação do CIE e foi

verificado que os valores cumpriam com o estabelecido na planilha SINAPI, já incluído

BDI, sendo que eram conferidos pela Caixa, solicitando-se a correção caso estivessem em

desacordo. A composição do BDI seguiu as orientações dos Acórdãos do Tribunal de Contas

da União, adotando-se o valor de 28,82%.

Solicitou-se à Caixa Econômica Federal a documentação relacionada ao Termo de

Compromisso, analisando-se aspectos quanto à formalização e ao acompanhamento de

Page 154: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

Engenharia. Constatou-se a emissão de três Laudos de Análise de Engenharia (LAE) por

parte da Caixa para fins de análise técnica do Empreendimento, o primeiro emitido em 6 de

junho de 2014, o segundo em 01 de fevereiro de 2015 e o terceiro em 21 de dezembro de

2015. A partir da emissão dos LAE, houve tratativas entre a Caixa e o Município para

soluções de pendências para dar seguimento ao empreendimento, todas essas informações

estão documentadas em processo.

Constatou-se que a localização onde será realizada a obra está em conformidade com o

previsto no plano de trabalho. O quadro a seguir apresenta as fotos tiradas quando da visita

ao local do futuro empreendimento:

Quadro: Local onde será construído o CIE de São José dos Pinhais/PR

Fig 01 Fig 02

Fig 03 Fig 04

Page 155: Programa de Fiscalização em Entes Federativos V03º · Os trabalhos de campo foram realizados no período de 27 de julho a 09 de agosto de 2016, sobre a aplicação dos recursos

Fig 05 Fig 06

Fig 01: Vista geral do local de implantação do CIE

Fig 02: Vista geral do local de implantação do CIE

Fig 03: Vista de uma das ruas do local de implantação do CIE

Fig 04: Vista de uma das ruas do local de implantação do CIE

Fig 05: Local onde será construído o Ginásio Poliesportivo.

Fig 06: Local onde será construído Ginásio Poliesportivo, vista do desnível

Em virtude de a obra sequer ter sido iniciada, restou prejudicada a análise da realização do

objeto em conformidade com as especificações e a sua disponibilização e utilização pela

população.

Por meio do Ofício nº 414/2016 – GAB, de 24 de outubro de 2016, o Gestor Municipal

informou, em resposta ao Relatório Preliminar de Fiscalização, que o Município aguarda o

desembolso de recursos pelo Ministério gestor para início do Objeto do Contrato, sem

previsão de quando isso irá ocorrer, conforme informações da Caixa/GIGOV, bem como o

referido Contrato fora novamente prorrogado para Julho de 2017.

##/Fato##

3. Conclusão

No período de realização dos trabalhos de campo, a obra de construção do CIE encontrava-

se em fase de celebração de contrato com a empresa vencedora de certame licitatório,

portanto não foi possível avaliar os benefícios sociais da implantação do CIE no

Município.