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Comentários da prova ISS Niterói Disciplina: Direito Tributário Profs. Aline Martins e Juliana Migowski Profs. Aline Martins e Juliana Migowski 1 de 23 www.exponencialconcursos.com.br Comentários da prova ISS Niterói Disciplina: Direito Tributário Professoras: Aline Martins e Juliana Migowski

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Disciplina: Direito Tributário

Professoras: Aline Martins e Juliana Migowski

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Oi pessoal!

Vamos comentar abaixo as 19 questões de Direito Tributário da prova

do concurso de Fiscal de Tributos do Município de Niterói – RJ realizado pela

FGV no último final de semana.

Podemos afirmar que, no geral, as questões foram fáceis e bem

objetivas, fundadas na principalmente literalidade da CF e do CTN. Vemos a

possibilidade de dois recursos terem sucesso (questões 56 e 60–Prova Tipo 4).

Fiscal de Tributos - Direito Tributário (prova Tipo 4)

OBS.: Não será comentada por nós a questão 46- única questão de legislação

tributária municipal presente na prova.

41. O proprietário de um imóvel realizou, no fim de 2013, uma obra em seu

imóvel. Por conta dessa obra, a área do imóvel foi ampliada de 120m2 para

280m². O proprietário nada informou ao Município, descumprindo normas

administrativas e tributárias que impõem a comunicação. Assim, a

administração tributária municipal realizou os lançamentos do IPTU dos fatos

geradores ocorridos em 2014 e 2015 com valores que consideravam uma área

construída de 120m2 e não de 280m². A prefeitura tomou conhecimento do

aumento da área construída em agosto de 2015. Considerando a situação

exposta e as normas do CTN, a fiscalização do Município:

(A) poderá revisar de ofício apenas o lançamento do IPTU referente ao

exercício de 2015, pois o exercício ainda está em curso;

(B) não poderá revisar de ofício apenas os lançamentos do IPTU dos exercícios

de 2014 e 2015, pois os lançamentos já foram regularmente notificados e não

podem ser alterados;

(C) não poderá revisar de ofício apenas os lançamentos do IPTU dos exercícios

de 2014 e 2015, pois a constatação do aumento da área construída é

introdução de modificação nos critérios jurídicos adotados pela autoridade

administrativa no exercício do lançamento e somente pode ser efetivada, em

relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido

posteriormente à sua introdução;

(D) poderá revisar de ofício os lançamentos do IPTU dos exercícios de 2014 e

2015, pois o aumento da área construída representa apreciar fatos

desconhecidos anteriormente, mas essa revisão do lançamento só poderá ser

iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública;

ANÁLISE DAS QUESTÕES DE DIREITO TRIBUTÁRIO ISS NITERÓI

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(E) poderá revisar de ofício, a qualquer tempo, os lançamentos do IPTU dos

exercícios de 2014 e 2015, por conta do descumprimento por parte do

contribuinte das normas que determinam a comunicação da obra.

Comentários:

O enunciado afirma que o proprietário do imóvel descumpriu em 2013 uma

norma tributária que impõe a comunicação ao fisco municipal de obras de

ampliação de imóveis.

Logo, em 2014 e em 2015, quando do lançamento tributário do IPTU, a

administração municipal não tinha conhecimento da referida obra de

ampliação, tendo atribuído um valor a menor ao imóvel. Consequentemente,

como o valor venal do imóvel é a base de cálculo do IPTU (art. 33, CTN), o

valor lançado foi menor do que o devido.

Assim, conforme o art. 149, VIII, do CTN, deve ser efetuado um lançamento

de ofício para apreciação de fato não conhecido quando da ocasião do

lançamento anterior.

Contudo, o parágrafo único do art. 149 prevê que a revisão de lançamento

SÓ pode ser iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública

(não pode ser feita a qualquer tempo). Gabarito: D

42. Pertence aos Municípios:

(A) cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre

renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre

rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas

fundações que instituírem e mantiverem;

(B) quarenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre

a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis neles situados;

(C) cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado

sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seus territórios;

(D) trinta e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado

sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de

serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação;

(E) oitenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre

renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre

rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas

fundações que instituírem e mantiverem.

Comentários:

Vejamos o esquema sobre a Repartição das Receitas Tributárias (CF, arts. 157

a 160) utilizado em nosso curso:

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Receita da União

para: Estados e DF Municípios

IRPF incidente na fonte

sobre rendimentos pagos a servidores

públicos

100% (referente a seus

servidores)

100% (referente a seus

servidores)

IOF sobre ouro ativo

financeiro 30% 70%

Impostos Residuais 20%

ITR

50% ou

100% (se houver delegação da

capacidade tributária

ativa)

CIDE Combustíveis 29%, dos quais 25%

IPI

10%

Proporcionalmente

ao valor das respectivas

exportações de produtos

industrializados, dos quais

25%

IR + IPI

(3% para Programas de Financiamento ao setor Produtivo das regiões

NO, NE e CO)

Fundo de participação dos Estados

21,5%

Fundo de participação dos Municípios

22,5% 3% (Setor Produtivo

N, NE, CO) 1% (EC 55/2007) 1% (EC 84/2014)

Receita dos Estados para: Municípios

IPVA 50%

(sobre veículos licenciados em seus territórios)

ICMS

25% (3/4, no mínimo, na

proporção do valor adicionado em seus territórios e até 1/4 conforme dispuser lei estadual)

Vejamos agora os erros de cada alternativa:

Alternativas A e E: Incorretas. O percentual correto é de 100%.

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Alternativa B: Incorreta. Não há previsão de repasse de 40% do ITR. O

percentual é de 50% ou de 100% (se houver delegação da capacidade

tributária ativa).

Alternativa C: Correta, conforme o art. 158, III, CF.

Alternativa D: Incorreta. O percentual correto é de 25%. Gabarito: C

43. No tocante à competência tributária, analise as afirmativas a seguir,

considerando (V) para a(s) verdadeira(s) e (F) para a(s) falsa(s).

( ) A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 - CRFB/88

atribuiu competência aos Estados para instituir imposto sobre a transmissão

de bens inter vivos.

( ) A competência tributária, a teor do que dispõe o Código Tributário

Nacional, é indelegável. Isso significa que um ente tributante não pode

instituir tributo que seja da competência tributária de outro. Não constitui,

porém, violação a essa regra a delegação, por um ente tributante, a outro,

das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos.

( ) Como a receita do IPVA é repartida com os Municípios, o não-exercício da

competência tributária pelos Estados autoriza os Municípios a exercitar tal

competência, em relação aos veículos registrados em seu território.

( ) Inclui-se na competência tributária dos Municípios a instituição de

contribuição previdenciária.

A sequência correta é:

(A) F, F, V, V;

(B) F, V, F, V;

(C) V, V, F, V;

(D) V, V, F, F;

(E) F, V, F, F.

Comentários:

Item I: Verdadeiro. Pegadinha safada do examinador! Conforme o art. 155, I

da CF, os estados possuem competência para instituição do ITCMD (imposto

sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos).

O ITBI (imposto sobre transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato

oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais

sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua

aquisição) é de competência municipal (art. 156, II, CF). Contudo, como o

item não menciona tratar-se de bens imóveis.

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Logo, de fato o estado é competente para instituir imposto sobre a

transmissão de bens inter vivos, quando essa transmissão ocorrer por

intermédio de doação.

Item II: Verdadeiro. Essa regra encontra-se no art. 7º do CTN: “Art. 7º A

competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de

arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou

decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma

pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18

da Constituição.”

Item III: Falso. De fato, a receita do IPVA é repartida com os municípios.

Contudo, conforme o art. 8º do CTN, “O não-exercício da competência

tributária não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a

que a Constituição a tenha atribuído.”

Item IV: Verdadeiro. De fato, no plano de competência dos Estados,

Distrito Federal e Municípios, temos as contribuições sociais para custeio

do Sistema de Previdência e Assistência Social cobradas por cada ente de seus

respectivos servidores estatutários (art. 149, § 1º, CF). Gabarito: C

44. De acordo com as normas gerais de Direito Tributário, é correto afirmar

que:

(A) a liquidez do crédito tributário estará assegurada somente na hipótese de

não haver qualquer tipo de acréscimo ao principal, seja para remunerar,

compensar ou atualizar;

(B) é permitido ao sucessor, responsável tributário por aquisição de bem

móvel, exigir que primeiro o contribuinte quite algum débito existente.

Somente na hipótese de inexistência de patrimônio e inadimplemento é que o

contribuinte será obrigado a pagar o tributo devido;

(C) o fato gerador de obrigação tributária principal, praticado por

juridicamente incapaz ou em que ele tenha provocado a sua ocorrência, não

torna o tributo correspondente indevido;

(D) a cisão está expressamente prevista no CTN, como hipótese de

responsabilidade dos sucessores;

(E) na hipótese de arrematação de bem imóvel em hasta pública, o eventual

crédito tributário existente será de responsabilidade do arrematante.

Comentários:

Alternativa A: Incorreta. Conforme o art. 201, parágrafo único, a fluência de

juros de mora não exclui, para os efeitos deste artigo, a liquidez do crédito.

Alternativa B: Incorreta. Conforme o art. 130 do CTN, “Os créditos

tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o

domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela

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prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria,

subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando

conste do título a prova de sua quitação.

Perceba que a sub-rogação é pessoal, isto é, há uma mudança do sujeito

passivo da obrigação, passando o adquirente a ser responsável por todo o

crédito tributário relativo ao imóvel.

Alternativa C: Correta. Vejamos o esquema do art. 126 do CTN estudado em

nosso curso:

Alternativa D: Incorreta. Vejamos a redação do art. 132 do CTN: “A pessoa

jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou

incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos

até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas,

transformadas ou incorporadas.” O motivo da omissão foi que a cisão foi

disciplinada pela Lei 6.404/1976, posteriormente ao advento do CTN. Contudo,

a responsabilidade por sucessão aplica-se também à cisão, ainda que não haja

previsão expressa no CTN.

Alternativa E: Incorreta. Conforme o parágrafo único do art. 130, “no caso

de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o respectivo

preço”. Vejamos o esquema apresentado em nosso curso:

A capacidade tributária passiva

INDEPENDE

da capacidade civil das pessoas naturais

Crianças, pessoas com discernimento

reduzido, pródigos e outros incapazes

segundo o Código Civil poderão ser contribuintes

de a pessoa natural estar sujeita a medidas que importem privação ou

limitação do exercício de atividades civis, comerciais

ou profissionais, ou da administração direta de

seus bens e negócios

Se a atividade é exercida, ainda que

seja proibida ou restrita, os tributos a

ela relativos são devidos

de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma

unidade econômica ou profissional

Mesmo que uma atividade

econômica ou profissional esteja

sendo realizada sem o devido registro, haverá

a sujeição passiva

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Gabarito: C

45. Um pequeno empresário cultiva, de forma organizada e comercial,

inclusive com empregados, hortaliças para venda, em sua propriedade, que

está localizada em área de um Município. A rua onde fica a propriedade consta

da definição de lei municipal, tem meio-fio, conta com abastecimento de água

e sistema de esgotos sanitários, tendo ainda iluminação pública. De acordo

com a hipótese apresentada, sobre a propriedade em questão:

(A) não haverá incidência de nenhum imposto, por conta de imunidade

prevista na Constituição Federal;

(B) haverá incidência do IPTU, pois a propriedade está inserida em área da

zona urbana municipal; contando com quatro dos melhoramentos construídos

ou mantidos pelo Poder Público, indicados no CTN;

(C) haverá a incidência do ITR, pois o IPTU não incidirá sobre o imóvel urbano

que, comprovadamente, seja utilizado em exploração extrativa vegetal,

agrícola, pecuária ou agro-industrial;

(D) haverá incidência do IPTU, pois basta a lei municipal estabelecer que

determinada área pertence à zona urbana para ensejar a cobrança do imposto

municipal;

(E) haverá a incidência do ITR, pois o imposto federal tem sua receita

repartida com o Município.

Comentários:

A definição de um imóvel como rural – portanto sujeito à cobrança de ITR

e não de IPTU – depende da avaliação de alguns critérios legais que

consideram a localização e a utilização econômica do imóvel, conforme o

esquema a seguir apresentado em nosso curso:

Regra:

Adquirente será responsável por impostos, taxas e contribuições de

melhoria, relativos ao imóvel, cujos fatos geradores

tenham ocorrido antes da transmissão

Exceções: não haverá

responsabilidade quando

constar na escritura certidão negativa expedida

pela Fazenda Pública

o imóvel for adquirido em hasta pública, caso em que as dívidas recaem

sobre o preço pago pelo arrematante

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Assim, como o enunciado afirma que “pequeno empresário cultiva, de forma

organizada e comercial, inclusive com empregados, hortaliças para venda, em

sua propriedade”, estamos diante de um imóvel utilizado em exploração

agrícola, devendo incidir ITR, conforme previsão do art. 15 do DL 57/1966.

Gabarito: C

47. Um contribuinte de ISS, tendo sido autuado pelo não recolhimento do

imposto, não concorda com a cobrança do crédito tributário e impetra

mandado de segurança repressivo na justiça estadual. O juiz, acatando

requerimento do impetrante, concede liminar determinando que a

administração tributária municipal se abstenha de praticar atos inerentes à

cobrança do crédito tributário. Diante do que foi exposto e de acordo com a

legislação pertinente, é correto afirmar que:

(A) a liminar perderá sua eficácia se o mandado de segurança não for julgado

em primeira instância no prazo de seis meses, e, então, a administração

tributária municipal poderá providenciar a inscrição do crédito tributário em

dívida ativa e o posterior ajuizamento da execução fiscal;

(B) a liminar perderá sua eficácia se o mandado de segurança não for julgado

em primeira instância no prazo de 90 (noventa) dias, e, então, a

administração tributária municipal poderá providenciar a inscrição do crédito

tributário em dívida ativa e o posterior ajuizamento da execução fiscal;

(C) enquanto a liminar não for revogada, suspensa ou cassada por decisão

judicial ou a segurança denegada, não importando o prazo, a administração

tributária municipal não poderá providenciar o ajuizamento da execução fiscal;

Imóvel utilizado em exploração

extrativa vegetal, agrícola,

pecuária ou agroindustrial?

(DL 57/1966)

Integra áreas urbanizáveis ou de expansão urbana previstas em lei municipal, constantes de loteamentos

aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria ou

ao comércio? (CTN, art. 32, § 2º)

A área onde o imóvel se localiza apresenta pelo

menos dois dos melhoramentos

públicos indicativos de urbanização

apontados pelo CTN, art. 32, § 1º?

ITR

Sim

IPTU IPTU

Sim Sim

ITR

Não Não

Não

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(D) enquanto perdurar a eficácia da liminar, a administração tributária

municipal deverá providenciar o ajuizamento da execução fiscal

independentemente de ter sido, ou não, proferida sentença no mandado de

segurança, antes de expirar o prazo de cinco anos, contado da data em que o

representante da Fazenda Pública foi notificado da liminar, com vistas a

prevenir a extinção do crédito tributário;

(E) enquanto perdurar a eficácia da liminar, a administração tributária

municipal deverá providenciar o ajuizamento da execução fiscal

independentemente de ter sido, ou não, proferida sentença no mandado de

segurança, antes de expirar o prazo de cinco anos, contado da data em que o

contribuinte foi notificado do lançamento do crédito tributário, com vistas a

prevenir a ocorrência de prescrição da ação de execução fiscal.

Comentários:

Conforme o art. 151, IV do CTN, a concessão de medida liminar em mandado

de segurança é uma das hipóteses de suspensão da exigibilidade do crédito

tributário. Essa suspensão perdura enquanto a liminar não for revogada,

suspensa ou cassada por decisão judicial ou a segurança denegada (não existe

prazo limite para duração da liminar!).

Assim como ocorre nas outras hipóteses de suspensão da exigibilidade do

crédito tributário, a concessão de medida liminar em mandado de segurança

impede o ajuizamento da execução fiscal, assim como qualquer providência

exigindo o crédito lançado. Gabarito: C

48. Para a validade da Certidão da Dívida Ativa, NÃO é essencial:

(A) a data da inscrição;

(B) a origem, a natureza e o fundamento legal ou contratual da dívida;

(C) a autenticação da autoridade competente;

(D) o domicílio ou residência do devedor;

(E) a indicação do livro e da folha da inscrição.

Comentários:

O § 5º do art. 2º da Lei 6.830/80 estabelece os requisitos do Termo de

Inscrição de Dívida Ativa, de modo bem semelhante ao art. 202 do CTN:

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OBS.: Em roxo as disposições da Lei 6.830/90 que diferem um pouco do art. 202 do CTN.

Conforme o parágrafo único do art. 202 do CTN, a certidão conterá, além dos

requisitos do termo, também a indicação do livro e da folha da inscrição.

E, de acordo com o § 6º do art. 2º da Lei 6.830/80, a Certidão conterá os

mesmos elementos do Termo de Inscrição e será autenticada pela

autoridade competente.

Alternativa A: Correta, conforme o art. 202, IV, CTN.

Alternativa B: Correta, conforme o art. 202, III, CTN.

Alternativa C: Correta, conforme o art. 2º, § 6º da Lei 6.830/80.

Alternativa D: Incorreta. Pegadinha famosa! O domicílio ou a residência do

devedor não é um requisito essencial do termo de inscrição da dívida ativa,

pois o domicílio ou a residência só constarão quando possível.

Alternativa E: Correta, conforme o art. 202, parágrafo único, CTN.

Gabarito: D

49. De acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil, os

impostos extraordinários:

(A) são de competência da União e só podem ser instituídos em caso de

guerra externa, interna ou sua iminência;

Termo de inscrição em dívida ativa

deverá conter:

o nome do devedor

a valor originário da dívida e a forma de calcular os juros de mora e demais encargos previstos em lei

ou contrato

a origem e natureza do crédito e o fundamento legal ou contratual da dívida

a indicação, se for o caso, de estar a dívida

sujeita à atualização monetária, bem como o respectivo fundamento legal e o termo inicial

para o cálculo;

a data e o nº de inscrição no Registro de Dívida Ativa

sendo o caso nome dos co-responsáveis do

devedor

sempre que possível

o domicílio ou a residência do devedor e corresponsável

se neles estiver apurado o valor

da dívida

o nº do proc. admin. ou do auto de infração

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(B) são de competência da União e podem ter fato gerador próprio de tributos

de competência das demais pessoas políticas de direito público interno;

(C) podem ser exigidos nos casos de calamidade pública, guerra externa ou

sua iminência;

(D) devem ser instituídos por meio de lei complementar;

(E) deverão ter a sua cobrança suprimida imediatamente, quando cessadas as

causas de sua criação.

Comentários:

Alternativas A e C: Incorretas. Conforme o art. 154, II da CF, a União

poderá instituir impostos extraordinários somente na iminência ou no caso de

guerra EXTERNA.

Alternativa B: Correta. Conforme o art. 154, II da CF, a União poderá

instituir impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência

tributária.

Alternativa D: Incorreta. Pegadinha! Os empréstimos compulsórios devem

ser instituídos por lei complementar, assim como os impostos residuais

Contudo os impostos extraordinários podem ser instituídos por lei ordinária.

Alternativa E: Incorreta. Conforme o art. 154, II da CF, os impostos

extraordinários serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua

criação. Gabarito: B

50. O Presidente, representando a República Federativa do Brasil, celebra

tratado internacional com outros dois Estados soberanos, com o objetivo de

incrementar a prestação de serviços de tecnologia para grandes projetos de

infraestrutura. O acordo internacional, após todos os trâmites legislativos

impostos pela ordem jurídica interna e internacional, passa a produzir seus

efeitos, dentre os quais a isenção de todos os impostos incidentes nessa

operação. Considerando que esses serviços estão incluídos na lista anexa da

Lei Complementar nº 116/2003 e a jurisprudência do STF, é correto afirmar

que o tratado é:

(A) inconstitucional ao estabelecer isenção heterônoma, vedada pelo artigo

151, III, da Constituição Federal em vigor, o qual veda à União instituir

isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos

Municípios;

(B) constitucional, pois a vedação constitucional se volta à União, nada

impedindo que a República Federativa do Brasil, na qualidade de pessoa

jurídica de direito público externo, celebre tratados e acordos internacionais de

Direito Tributário;

(C) constitucional, pois, nos termos da Constituição Federal, os tratados e

convenções internacionais sobre tributação, desde que aprovados, em cada

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Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos

respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais;

(D) inconstitucional, pois somente lei complementar federal poderia

estabelecer isenção de tributos estaduais e municipais;

(E) inconstitucional, pois a União somente pode conceder isenção de tributos

de competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, quando

simultaneamente conceder aos tributos de competência federal.

Comentários:

O Princípio da Vedação às Isenções Heterônomas (art. 151, III) proíbe a

União de instituir isenções de tributos da competência dos Estados, DF

e Municípios. Assim, em regra, somente quem é competente para instituir o

tributo poderá conceder isenções. Contudo, existem exceções a essa regra.

Conforme entendimento do STF, a proibição de isenções heterônomas não se

aplica à República Federativa do Brasil, incidindo, unicamente, no plano das

relações institucionais domésticas que se estabelecem entre as pessoas

jurídicas de Direito Público interno. Assim, nada impede que o Estado Federal

brasileiro celebre tratados internacionais com cláusulas de exoneração

tributária relativas a tributos locais, como ISS ou ICMS. Gabarito: B

51. A Constituição Federal prevê várias espécies tributárias, entre as quais a

modalidade cujo fato gerador pode ser o exercício do poder do Estado de

limitar as liberdades individuais em prol do bem da coletividade. Esse tributo

é:

(A) empréstimo compulsório;

(B) contribuição de melhoria;

(C) imposto;

(D) taxa;

(E) contribuição parafiscal.

Comentários:

As taxas podem ser cobradas em razão de dois tipos de fato geradores:

U,

E,

DF

e

M

Taxa pela UTILIZAÇÃO

Efetiva OU

potencial

de serviço público

específico E

divisível

prestado ao contribuinte

OU posto à sua disposição

Taxa pelo EXERCÍCIO regular do poder de polícia.

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A definição do que significa poder de polícia consta no art. 78 do

CTN: consiste em uma atividade da administração pública que, limitando ou

disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou

abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança,

à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao

exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização

do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos

direitos individuais ou coletivos. Exemplos de taxas de polícia: taxa de alvará;

taxa de fiscalização de obras; taxa de vigilância sanitária.

O enunciado afirma que o fato gerador da referida espécie tributária é o

Estado limitar as liberdades individuais em prol do bem da coletividade. Daí

se extrai que estamos diante de uma taxa de polícia. Gabarito: D

52. De acordo com a previsão constitucional, os entes federativos aptos a

instituir contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública são:

(A) a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, observado o

disposto no artigo 150, II e III, da CF;

(B) a União e os Estados, observado o disposto no artigo 150, III, “b” e “c”, da

CF;

(C) os Municípios, observado o disposto no artigo 150, I e III, da CF;

(D) o Distrito Federal e os Municípios, observado o disposto no artigo 150, I e

III, da CF;

(E) os Estados e os Municípios, observado o disposto no artigo 150, I e III, da

CF.

Comentários:

A COSIP foi introduzida no art. 149-A da Constituição Federal pela EC

39/2002, para substituir a Taxa de Iluminação Pública, considerada

inconstitucional pelo STF (Súmula 670 do STF).

A competência para instituição é dos municípios e DF e há

autorização constitucional para que seja cobrada na fatura do consumo de

energia elétrica, conferir praticidade à administração tributária municipal.

De fato, a cobrança da COSIP deve obediência ao art. 150, I da CF, o

qual se refere ao princípio da legalidade: Da mesma forma, a cobrança da

COSIP deve obediência às alíneas “a” (princípio da irretroatividade); “b”

(princípio da anterioridade anual) e “c” (princípio da anterioridade

nonagesimal) do art. 150, III, CF. Gabarito: D

53. Um contribuinte do Município, inconformado com a imposição de um auto

de infração do ISS, decide discutir em juízo a incidência ou não do tributo,

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ingressa com a ação judicial que considera oportuna e efetua o depósito

integral e em dinheiro do valor do crédito tributário em discussão. Nesse caso:

(A) o depósito judicial é condição inafastável para o regular processamento da

ação;

(B) com a decisão definitiva do processo contrária ao contribuinte, a quantia

depositada deverá ser convertida em renda da Fazenda, suspendendo a

exigibilidade do crédito tributário;

(C) o depósito da quantia questionada, integral ou parcial, suspende a

exigibilidade do crédito tributário;

(D) com a decisão definitiva do processo contrária ao contribuinte, a quantia

depositada deverá ser convertida em renda da Fazenda, extinguindo o crédito

tributário;

(E) o depósito judicial é desnecessário, pois o mero ajuizamento da ação

suspende a exigibilidade do crédito tributário.

Comentários:

Alternativa A: Incorreta. Conforme a Súmula Vinculante STF nº 28, “é

inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de

admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de

crédito tributário.”

Alternativa B: Incorreta. A conversão do depósito em renda é hipótese de

extinção do crédito tributário (art. 156, VI, CTN).

Alternativa C: Incorreta. Conforme a Súmula 112 do STJ, “o depósito

somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se for integral e em

dinheiro”.

Alternativa D: Correta. Ao final do litígio, sendo a Fazenda Pública

vencedora, o depósito do montante integral será convertido em renda, isto é,

seu valor será recebido pela Fazenda, extinguindo o crédito tributário (art.

156, VI, CTN).

Alternativa E: Incorreta. A simples instauração do processo judicial não tem

o poder de determinar, por si só, a suspensão da exigibilidade do crédito

tributário discutido, pois não constitui uma das hipóteses do art. 151 do CTN.

Gabarito: D

54. Um contribuinte é devedor do Município em relação aos seguintes créditos

tributários de impostos:

IPTU – R$ 1.000,00, na qualidade de contribuinte, vencido em 02/10/13;

ITBIM – R$ 500,00, na qualidade de responsável, vencido em 02/10/13;

IPTU – R$ 400,00, na qualidade de contribuinte, vencido em 02/09/13;

ISS – R$ 2.000,00, na qualidade de responsável, vencido em 02/10/12;

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ISS – R$ 1.000,00, na qualidade de contribuinte, vencido em 02/09/13.

O contribuinte realiza um único pagamento. De acordo com as normas do

CTN, a autoridade administrativa competente para receber o pagamento

determinará a respectiva imputação em primeiro lugar para o seguinte crédito

tributário:

(A) IPTU – R$ 1.000,00, na qualidade de contribuinte, vencido em 02/10/13;

(B) ITBIM – R$ 500,00, na qualidade de responsável, vencido em 02/10/13;

(C) IPTU – R$ 400,00, na qualidade de contribuinte, vencido em 02/09/13;

(D) ISS – R$ 2.000,00, na qualidade de responsável, vencido em 02/10/12;

(E) ISS – R$ 1.000,00, na qualidade de contribuinte, vencido em 02/09/13.

Comentários:

Vejamos abaixo o esquema da ordem de imputação, estudado em nosso

curso (art. 163, CTN):

Passo 1: separar os débitos de responsabilidade daqueles por obrigação

própria. Todos os débitos por obrigação própria serão pagos antes daqueles

por responsabilidade.

Débitos por obrigação própria:

IPTU – R$ 1.000,00, vencido em 02/10/13;

IPTU – R$ 400,00, vencido em 02/09/13;

ISS – R$ 1.000,00, vencido em 02/09/13.

1º - Débitos por obrigação própria 2º - Débitos por responsabilidade tributária

1º - Contribuições de Melhoria 2º - Taxas

3º - Impostos

Ordem crescente dos prazos de prescrição

Ordem decrescente dos montantes

IMPUTAÇÃO DE PAGAMENTO

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Passo 2: ordenar os débitos relativos a obrigação própria de acordo com o tipo

de tributo (contribuição de melhoria taxa imposto):

Como os três tributos devidos são impostos, esse passo não nos ajuda a

estabelecer a ordem de imputação.

Passo 3: ordenar os débitos relativos a obrigação própria de acordo com a

ordem crescente de prazos de prescrição:

OBS.: De acordo com o art. 174 do CTN, a ação para cobrança do crédito

tributário prescreve em CINCO ANOS, contados da data da sua constituição

definitiva, isto é, da data da notificação regular do lançamento.

IPTU – R$ 400,00, vencido em 02/09/13;

ISS – R$ 1.000,00, vencido em 02/09/13.

Como os dois tributos acima são possuem o mesmo prazo prescricional, esse

passo ainda não nos ajuda a estabelecer a ordem de imputação.

Passo 4: ordenar os débitos relativos a obrigação própria de acordo com a

ordem decrescente de montantes:

1º ISS – R$ 1.000,00; 2º IPTU – R$ 400,00.

Conclusão (ordem de imputação): 1º ISS – R$ 1.000,00; 2º IPTU – R$

400,00; 3º IPTU – R$ 1.000,00; 4º ISS – R$ 2.000,00; 5º ITBIM – R$

500,00. Gabarito: E

55. Um contribuinte do ISS foi autuado em 15/09/2012 pelo não recolhimento

do imposto relativo ao mês de abril de 2011. Não foi feito o pagamento e nem

foi apresentada impugnação ao auto de infração, tendo o crédito tributário

sido inscrito em dívida ativa em 20/05/2013. A execução fiscal foi ajuizada em

15/10/2014 e o juiz despachou determinando a citação em 20/01/2015.

Considerando a situação hipotética acima e as disposições do CTN, é correto

afirmar que, se o contribuinte alienou um bem:

(A) em 20/04/2015, mesmo possuindo outros bens de valor superior ao

crédito tributário, essa operação é presumida como fraudulenta;

(B) em 15/10/2012, e não possuía outros bens, essa operação é presumida

como fraudulenta;

(C) em 20/01/2014, e não possuía outros bens, essa operação é presumida

como fraudulenta;

(D) em 25/08/2011, e não possuía outros bens, essa operação é presumida

como fraudulenta;

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(E) em 15/11/2014, mesmo possuindo outros bens de valor superior ao

crédito tributário, essa operação é presumida como fraudulenta.

Comentários:

Conforme o art. 185 do CTN, “Presume-se fraudulenta a alienação ou

oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em

débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente

inscrito como dívida ativa.”

Contudo, conforme o parágrafo único desse artigo, essa regra “não se aplica

na hipótese de terem sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas

suficientes ao total pagamento da dívida inscrita.”

O enunciado afirma que a inscrição em dívida ativa ocorreu em

20/05/2013. Logo esse é o nosso marco inicial a partir de quando pode haver

a presunção de alienação fraudulenta, estando incorretas as letras B e D.

As letras A e E estão incorretas em virtude de o devedor possuir outros

bens de valor superior ao crédito tributário (a presunção é afastada, conforme

o parágrafo único do art. 185 do CTN). Gabarito: C

56. A sociedade empresária XPTO adquiriu da sociedade empresária ABC um

dos seus estabelecimentos e manteve, no mesmo local, a exploração da

mesma atividade da alienante XPTO, que possuía inúmeros débitos tributários

relativos àquela atividade ali desenvolvida. Nesse caso, a sociedade

empresária ABC responde:

(A) solidariamente em relação a todos os tributos devidos pela sociedade

empresária XPTO, ainda que a aquisição tenha ocorrido em alienação judicial

em processo de falência;

(B) subsidiariamente com a sociedade empresária XPTO, se esta mantiver a

exploração de atividade comercial, por todos os tributos devidos até a data da

aquisição;

(C) subsidiariamente com a sociedade empresária XPTO, se esta mantiver a

exploração de atividade comercial, pelos tributos devidos até a data da

aquisição, relativos ao estabelecimento adquirido;

(D) solidariamente com a sociedade empresária XPTO, se esta mantiver a

exploração de atividade comercial, pelos tributos devidos até a data da

aquisição, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido;

(E) solidariamente pelo tributos devidos pela sociedade empresária XPTO em

qualquer situação.

Comentários:

O examinador comeu mosca na elaboração dessa questão, pois afirma

primeiramente que a XPTO adquiriu, depois afirma que ela é a alienante.

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Esse erro com certeza confundiu e desestabilizou os candidatos na

hora da prova, por isso entendemos que essa questão é passível de

recurso solicitando sua anulação.

Mas, forçando a barra, considerando o teor do final do enunciado (“a

sociedade empresária ABC responde:“) e o teor das alternativas A, B e C (já

que os erros das letras A e E são bem evidentes), pode-se inferir que a

adquirente é a empresa ABC, pois, nos termos do art. 133 do CTN, é o

comportamento do alienante que determina o tipo de responsabilidade que o

adquirente terá...

Assim, para seu aprendizado, vejamos a resolução da questão considerando a

empresa ABC como adquirente e a empresa XPTO como alienante...

Abaixo segue um esquema do art. 133 do CTN que utilizamos em nosso curso:

Alternativa A: Incorreta. A responsabilidade tributária por sucessão é

excluída na aquisição de fundo de comércio ou estabelecimento comercial em

caso de falência ou recuperação judicial (CTN, art. 133, § 1º).

Alternativa B: Incorreta. De fato, a responsabilidade da empresa adquirente

será subsidiária se a empresa alienante mantiver a exploração de atividade

comercial. Contudo a responsabilidade não recairá sobre todos os tributos

devidos até a data da aquisição, mas somente sobre os tributos relativos ao

estabelecimento adquirido.

Alternativa C: Correta. A responsabilidade da empresa adquirente será

subsidiária se a empresa alienante mantiver a exploração de atividade

comercial. Essa responsabilidade recairá sobre os tributos relativos ao

estabelecimento adquirido devidos até a data da aquisição.

Alternativa D: Incorreta. Se a empresa alienante mantiver a exploração de

atividade comercial, a responsabilidade da empresa adquirente será

subsidiária.

Alternativa E: Incorreta. Como vimos no esquema acima, a responsabilidade

da empresa adquirente pode ser subsidiária em alguns casos.

Gabarito: C (passível de recurso solicitando a anulação da questão)

57. “Procedem do setor privado da economia, isto é, de famílias, empresas e

do resto do mundo; são devidas por pessoas físicas ou jurídicas de direito

A responsabilidade do adquirente

pode ser

INTEGRAL se o ALIENANTE cessar a

exploração do comércio, indústria ou atividade

SUBSIDIÁRIA à do alienante,

se o ALIENANTE prosseguir na exploração ou iniciar em 6 (SEIS)

MESES após a alineação, nova atividade no

MESMO ou em OUTRO ramo de comércio, indústria ou profissão

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privado, que desenvolvam atividades econômicas, exceto as que desfrutem de

imunidade ou isenção, e correspondem aos tributos.” Essa afirmação se refere

à receita:

(A) originária;

(B) corrente líquida;

(C) derivada;

(D) total;

(E) extraorçamentária.

Comentários:

Conforme constou no primeiro tópico de nossa aula 00, o Direito Tributário é a

ramificação do Direito Público dedicado ao estudo da principal fonte de

receita pública: o tributo. Trata-se de um tipo de receita derivada, isto é,

aquela que o Estado obtém por meio da realização das atividades que lhe são

típicas, utilizando-se da soberania. Gabarito: C

58. Nos termos do Código Tributário Nacional, “a legislação tributária,

observado o disposto nesta Lei, regulará, em caráter geral, ou especificamente

em função da natureza do tributo de que se tratar, a competência e os

poderes das autoridades administrativas em matéria de fiscalização da sua

aplicação”. Assim, a legislação mencionada será aplicada:

(A) a pessoas naturais ou jurídicas não imunes, mesmo que isentas ou as que

não sejam tributadas por força de norma infraconstitucional;

(B) a pessoas naturais ou jurídicas, contribuintes ou não, inclusive às que

gozem de imunidade tributária ou de isenção de caráter pessoal;

(C) a pessoas naturais ou, quando se trate de pessoa jurídica, a seus diretores

ou representantes legais;

(D) a pessoas jurídicas que sejam contribuintes ou responsáveis por tributos

em geral ou pelo tributo específico a que se refira;

(E) a pessoas naturais ou jurídicas que sejam contribuintes do imposto a que

alude a norma respectiva.

Comentários:

O trecho citado no enunciado corresponde ao art. 194 do CTN. O parágrafo

único desse artigo estabelece a quem se aplica a legislação tributária: “aplica-

se às pessoas naturais ou jurídicas, CONTRIBUINTES OU NÃO, inclusive às

que gozem de imunidade tributária ou de isenção de caráter pessoal”.

Gabarito: B

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59. O imposto sobre transmissão causa mortis e doações ITD e o imposto

sobre a transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens

imóveis – ITBIM têm fatos geradores envolvendo a transmissão de patrimônio.

De acordo com a disciplina constitucional desses impostos e a jurisprudência

do STF, analise as afirmativas a seguir, considerando (V) para a(s)

verdadeira(s) e (F) para a(s) falsa(s):

( ) O ITBIM não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados

ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a

transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou

extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante

do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens

imóveis ou arrendamento mercantil.

( ) O ITD terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Congresso Nacional.

( ) O ITBIM incidirá sobre transmissões inter vivos, a qualquer título, por atos

onerosos, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais

sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua

aquisição.

( ) O ITD poderá terá alíquotas progressivas em função da base de cálculo,

enquanto existe vedação da progressividade no ITBIM.

A sequência correta é:

(A) V, F, V, V;

(B) V, F, V, F;

(C) F, V, V, F;

(D) F, F, V, F;

(E) V, V, V, F.

Comentários:

Item I: Verdadeiro, conforme o § 2º do art. 156 da CF.

Item II: Falso. “O ITD terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Congresso

Nacional Senado Federal.”

Item III: Verdadeiro, conforme o art. 156, II da CF.

Item IV: Verdadeiro. Quanto ao ITBIM, está vigente a Súmula Vinculante 656

do STF: “É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas

para o imposto de transmissão "inter vivos" de bens imóveis - ITBI com base

no valor venal do imóvel”.

Já, quanto ao ITD, em decisão recente, o STF considerou constitucional a

sua progressividade, prevista na Resolução 9/1992 do Senado Federal,

ainda que sem autorização expressa na CF/88 (RE 562.045/2013).

Gabarito: A

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60. Sobre a moratória e o parcelamento tributários, de acordo com as normas

do CTN, analise as afirmativas a seguir, considerando (V) para a(s)

verdadeira(s) e (F) para a(s) falsa(s):

( ) A moratória poderá ser concedida mesmo em casos de dolo, fraude ou

simulação do sujeito passivo ou do terceiro em benefício daquele.

( ) A inexistência de lei específica municipal sobre parcelamento para devedor

em recuperação judicial impõe a aplicação das leis gerais de parcelamento do

Município, não podendo, neste caso, ser o prazo de parcelamento inferior ao

concedido pela lei federal específica.

( ) O requerimento de parcelamento do crédito tributário tem como

consequência a suspensão do prazo prescricional para a Fazenda Pública, mas

não o interrompe, pois se trata de hipótese de suspensão de exigibilidade do

crédito tributário.

( ) A moratória de tributo municipal poderá ser concedida em caráter geral

pela União, desde que simultaneamente concedida quanto aos tributos de

competência federal e às obrigações de direito privado.

A sequência correta é:

(A) F, F, V, V;

(B) V, F, F, F;

(C) F, V, V, V;

(D) V, F, V, F;

(E) V, V, V, F.

Comentários:

Item I: Falso. O parágrafo único do art. 154 estabelece que a moratória não

aproveita aos casos de dolo, fraude ou simulação do sujeito passivo ou do

terceiro em benefício daquele.

Item II: Verdadeiro. Nos casos de recuperação judicial, o parcelamento

dos créditos tributários terá condições estabelecidas por lei específica (§ 3º do

art. 155-A). Caso não exista tal lei, prevê o § 4º do art. 155-A que será

aplicada a lei geral de parcelamento do ente da Federação relacionado, NÃO

podendo, nesse caso, o prazo de parcelamento ser inferior ao concedido

pela lei federal específica.

Item III: Falso. Entende o STJ que o parcelamento INTERROMPE o prazo

prescricional, conforme o seguinte julgado: “Nos termos da jurisprudência do

STJ, o parcelamento suspende a exigibilidade do crédito tributário e

interrompe o prazo prescricional, que volta a correr no dia em que o devedor

deixa de cumprir o acordo”. (AgRg no REsp 1.368.317/2013).

Item IV: Verdadeiro. O art. 152 do CTN permite a moratória heterônoma,

ou seja, que a União conceda moratória em relação a tributos de

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competência dos Estados, DF e Municípios, se, simultaneamente,

conceder a mesma moratória em relação:

(i) aos tributos de competência federal;

(ii) e às obrigações de direito privado.

Gabarito: C (equivocado, pois o item III é falso. Como não há

alternativa a ser assinalada, deve ser solicitada a anulação da

questão).

Bons estudos!

E boa sorte a todos que prestaram esse concurso!

Aline Martins e Juliana Migowski

Professoras de Direito Tributário do Exponencial Concursos