professora: juliana migowski · prof.ª. juliana migowski - aula 00 prof. juliana migowski 2 de 61...

61
Aula 00 Aula Demonstrativa Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ 2014 Professora: Juliana Migowski

Upload: others

Post on 11-Jul-2020

11 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Aula 00 – Aula Demonstrativa

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ 2014

Professora: Juliana Migowski

Page 2: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 2 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

Olá, amigos!

É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente do Curso Exponencial!

Estava na posição de vocês há poucos meses, estudando alucinadamente todos os (bons) materiais que via pela frente, “dando o sangue” para alcançar o objetivo de ser aprovada no concurso para Auditor Fiscal da Receita Estadual do Rio de Janeiro. Imaginem minha alegria ao ser classificada em primeiro lugar, aos 25 anos! Claro que o importante mesmo é estar dentro do número de vagas oferecidas, mas esse resultado representou o coroamento de muita, muita dedicação e esforço.

Senti na pele todas as angústias e ansiedades que vocês estão vivendo, por isso fico muito feliz de fazer parte do caminho de vocês e ajudá-los a passar por essa fase tão difícil o mais rápido possível!

Minha trajetória no mundo dos concursos começou em 2009, assim que concluí a graduação em Jornalismo na UFRJ. Sempre fui boa aluna, havia ficado nas primeiras colações dos vestibulares com apenas 16 anos, e me sentia frustrada por atuar numa área em que o estudo não era muito recompensado. Decidi que seria servidora pública por duas razões: ter sucesso dependeria apenas de mim e me sentiria satisfeita por realizar um trabalho que beneficia a todos.

Com cerca de três meses de estudo, período em que ainda trabalhava (muito) na área da Comunicação Social, fui classificada em 5º lugar no concurso para Técnico Assistente de Procuradoria da PGE-RJ. Meu trabalho era bastante simples, mas, ainda assim, sentia que ele era muito importante! Percebi que meu caminho era mesmo ser servidora pública.

No ano seguinte iniciei o curso de Direito na Uerj com o objetivo de ampliar o leque de opções de concursos públicos. No final de 2010 prestei concurso para Agente Executivo da CVM e fui classificada em 1º lugar. Havia tentado outros concursos, como Bacen e MPU, mas a rotina de trabalho / faculdade / casa e estudo para concursos estava bem complicada! Foi nessa época que “descobri” a área fiscal e, logo de cara, decidi que meu foco seria o ICMS-RJ, pois não gostaria de sair do meu Estado. No início de 2011, iniciei o estudo para esse concurso e tranquei a faculdade para poder me dedicar a ele. Não via mais propósito em fazer outro curso para só então prestar concurso de nível superior. A área fiscal está de braços abertos para pessoas de todas as formações! Basta dedicação, ter em mãos os melhores materiais e seguir uma rotina de estudos bem organizada. É aí que entra a equipe do Exponencial para te mostrar o “caminho das pedras”.

APRESENTAÇÃO

Page 3: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 3 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

Nossa missão é oferecer um material completo com a máxima objetividade – traduzindo, sem enrolação! No curso de Direito Tributário para o ICMS-RJ estudaremos os principais pontos da teoria, sempre tentando trazer o conteúdo de forma esquematizada e sinalizando as pegadinhas mais comuns. Teoria e exercícios se complementam em nossa aula. Alguns tópicos específicos, mas não menos importantes, serão abordados diretamente nas questões, então fique de olho e estude todo o material. Fique certo de que já fizemos o esforço da objetividade por vocês! Na análise das questões buscarei mostrar as ferramentas que utilizei para ganhar tempo – o grande vilão da última prova do ICMS-RJ. A utilização de esquemas e relações de cores ao longo do material tem o duplo objetivo de facilitar o entendimento e agilizar sua revisão.

Nesta primeira aula abordaremos aspectos gerais do Direito Tributário que serão esmiuçados ao longo do curso. Portanto, não se preocupe tanto com os detalhes nesse momento. Você verá que logo estará familiarizado com os termos específicos da nossa disciplina. Mas, em caso de dúvidas, não se acanhe: estarei à disposição no fórum para esclarecer qualquer ponto que não tenha ficado muito claro.

Acredito que percorremos três passos em nosso estudo (qualquer estudo):

Para chegar ao último estágio precisamos de 2 Ps: PACIÊNCIA e PERSISTÊNCIA. No primeiro contato com alguma matéria, somos apresentados a ela. Não conseguimos assimilar todo o conteúdo. Por isso, precisamos fazer uma boa revisão em um prazo não tão longo – para não correr o risco de esquecermos tudo e termos que recomeçar do zero. Finalmente, devemos fazer muitos exercícios para adquirir o domínio da matéria e seguir uma rotina de revisão para manter esse domínio.

Cada matéria é um mundo novo que a gente desbrava. Se você estiver de coração aberto, conseguirá desfrutar dessa aventura e sentirá até um grande prazer em adquirir novos conhecimentos. Busque esse gostinho e verá que ficará bem mais leve essa vida de tanta renúncia e privação que todo concurseiro dedicado vive.

Contem comigo nessa jornada! Estarei à disposição no Fórum e no e-mail [email protected].

Conhecimento Assimilação Domínio

Page 4: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 4 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

Ninguém duvida da importância de nossa disciplina nos concursos para a área fiscal. São sempre muitas questões de Direito Tributário! No caso do concurso para AFRE-RJ foram 46 questões de Direito Tributário e Legislação Tributária em um total de 100 questões da P2, na qual era preciso obter pelo menos 65% de acertos. Nas provas de 2011 e 2010 foram 20 questões especificamente de Direito Tributário. Logo, o custo-benefício de se estudar muito bem essa matéria é imenso! Mas, claro, não se esqueça de que é preciso fazer os mínimos em todos os grupos de matérias – 50% em cada, exceto inglês -, portanto não adianta você ser especialista em Direito Tributário e negligenciar o estudo de Estatística, por exemplo.

Particularmente, não considero a banca FCC das mais difíceis. No entanto, ela vem seguindo uma tendência de elaborar questões imensas, com casos práticos em historinhas cheias de “blá blá blá” antes de chegar aos finalmentes. Tenho dois conselhos:

1 - Tenha o maior domínio possível da matéria, pois assim você ficará mais seguro e não perderá muito tempo pensando na hora da prova;

2 - Faça muitas questões para adquirir a “malandragem” necessária. Você aprenderá a selecionar o que ler dos enunciados e quais questões resolverá primeiro.

Na tabela abaixo fizemos um RAIO-X das últimas três provas para AFRE-RJ com o objetivo de ajudar na orientação de seu estudo. Na última coluna está indicado em que aula cada assunto será tratado.

ASSUNTO

PROVAS AFRE-RJ

(Quantidade de questões por assunto)

AULA

2014 2011 2010 Total

Tributos: espécies 1 1 2 1

Taxas 1 1 2 1

Contribuições de Melhoria

1 1 1

Empréstimos Compulsórios

1 1 2 1

Histórico e análise das provas Direito Tributário

Page 5: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 5 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

Contribuições Especiais

2 2 1

Princípios Constitucionais Tributários

5 1 6 2

Repartição das Receitas Tributárias

1 1 2 3

Impostos em espécie 1 1 3

Impostos estaduais 3 3 6 3

Legislação Tributária 1 1 2 4

Matérias reservadas à Lei Complementar

1 1 4

Interpretação e Integração da Legislação Tributária

2 1 3 4

Fato Gerador 1 1 2 5

Obrigação Tributária 1 1 5

Imunidade Tributária 1 1 5

Sujeito Passivo 1 1 6

Responsabilidade Tributária

1 1 2 6

Crédito Tributário: garantias e privilégios

1 1 2 7

Lançamento Tributário

1 1 2 7

Suspensão / Extinção / Exclusão do Crédito Tributário

2 3 3 8 8

Fiscalização Tributária

3 1 4 9

Dívida Ativa / Certidão Negativa

1 1 2 9

Page 6: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 6 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

No quadro abaixo segue o programa do nosso curso. Os temas são apresentados conforme o edital do último concurso, mas em ordem diferente, com objetivos didáticos.

Aula Conteúdo Data

00 Tributo: definição e espécies. Impostos, taxas, contribuição de melhoria, empréstimos compulsórios, contribuições especiais.

Já disponível

01 Competência Tributária e Capacidade Tributária Ativa. Classificação da Competência Tributária. Princípios Constitucionais Tributários.

14/06

02 Impostos em espécie e repartição das receitas tributárias 21/06

03 Legislação Tributária: vigência, aplicação, interpretação e integração.

28/06

04 Hipótese de Incidência. Fato Gerador. Obrigação Tributária Principal e Acessória – Sujeito Ativo e Sujeito Passivo, Domicílio Tributário.

05/07

05 Responsabilidade Tributária: por substituição, por transferência, por infrações.

12/07

06 Crédito tributário. Lançamento: efeitos e modalidades. 19/07

07 Suspensão, extinção e exclusão do crédito tributário. 26/07

08 Incidência e não incidência. Imunidade. Isenção. 02/08

09 Administração tributária: fiscalização, regulamentação, competência, limites, procedimentos. Importância dos documentos fiscais. Dívida ativa: certidão negativa. Repetição de indébito. Informações e sigilo fiscal. Sonegação Fiscal.

09/08

Finalmente, hora de nos aventurarmos! Tenha uma boa aula! ☺

Page 7: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 7 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

Assunto Página

1- O que é tributo? 07

2- Espécies de tributos 11

3- Tributos: aspectos importantes 26

4- Questões comentadas 29

5- Lista de exercícios 50

6- Gabarito 61

1.1. Receitas derivadas x Receitas originárias

Para realizar seus mais diversos fins, o Estado necessita de recursos. O Direito Tributário é o ramo do Direito Público dedicado ao estudo da mais importante fonte de receita do Estado: o tributo. Trata-se de um tipo de receita derivada, isto é, aquela que o Estado obtém por meio da realização das atividades que lhe são típicas, utilizando-se da soberania que lhe foi outorgada pela sociedade. As receitas derivadas surgem das relações de Direito Público, nas quais a Administração atua em posição de superioridade (poder de império do Estado). Você não manifesta o desejo de pagar o ICMS quando compra alguma coisa no mercado, por exemplo, mas, ainda assim, você o paga em razão de uma imposição estatal prevista em lei.

Existem também as receitas originárias, aquelas que o Estado consegue angariar por meio da exploração de seu patrimônio. As receitas originárias são fruto de obrigações constituídas pela vontade das partes (manifestação bilateral da vontade), não de uma coerção imposta pelo Estado. Um exemplo típico de receita originária é o aluguel recebido em razão de um contrato de locação. O locatário em algum momento manifestou o desejo de alugar o imóvel, não foi obrigado pelo Estado.

Uma dica para você identificar facilmente se determinada receita é classificada como derivada ou originária é questionar se ela poderia ter sido recebida por um particular. Se a resposta for positiva, tal receita é originária. Exemplo: poderia um particular receber dividendos caso fosse sócio de uma empresa? Como a resposta é afirmativa, dividendos recebidos pelo Estado são receitas originárias.

1- O QUE É TRIBUTO?

Aula 00 – Tributos: definição e espécies. Impostos, taxas, contribuição de melhoria, empréstimos compulsórios, contribuições especiais.

Page 8: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 8 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

(FCC / AC TCE-PR / 2011) Com relação aos tributos, é correto afirmar:

a) São considerados receita derivada e têm por finalidade obter recursos financeiros para o Estado custear as atividades que lhe são correlatas.

b) Sujeitam-se aos princípios da reserva legal e da anterioridade da Lei, sem exceções.

c) Têm natureza determinada pelo fato gerador da obrigação, sendo relevantes para qualifica-los: a sua determinação e a destinação legal do produto de sua arrecadação.

d) As taxas de serviço têm como fato gerador o exercício do poder de polícia, poder disciplinador, por meio do qual o Estado intervém em determinadas atividades, com a finalidade de garantir a ordem e segurança.

e) Preço Público, sinônimo de tarifa, decorre da utilização de serviços obrigatórios que a Administração Pública, de forma direta ou por delegação (concessão e permissão), coloca à disposição da população.

Comentários

Essa questão é para levantar a moral do candidato! Rs O gabarito foi dado de bandeja na alternativa a. Os assuntos das demais alternativas serão estudados ao longo do curso.

1.2. Definição legal de tributo

Já sabemos, portanto, que o tributo é uma receita derivada. Falta agora conhecermos sua definição legal, que é fornecida pelo art. 3º do CTN:

Receitas Originárias

• Exploração do patrimônio• Natureza contratual• Ex: Alugueis, dividendos.

Receitas Derivadas

• Poder de Império• Previsão legal• Ex: tributos

TRIBUTO é toda

prestação pecuniária

compulsória

em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir

que não constitua sanção e de ato ilícito

instituída em lei

cobrada mediante atividadeadministrativa plenamente vinculada

Page 9: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 9 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

Vamos analisar a definição por partes.

i) “Prestação pecuniária compulsória” – Justamente por ser uma receita derivada, como vimos, o tributo decorre de uma obrigação prevista em lei e tem, portanto, caráter compulsório / obrigatório.

ii) “em moeda ou cujo valor nela de possa exprimir” – Segundo a maioria dos autores, deve-se entender que o dispositivo apenas autoriza que o tributo seja expresso em índices ou indexadores, como a Ufir1, e não que possa ser pago por outros meios como pela dação de mercadorias, por exemplo. É importante destacar, contudo, que atualmente o tributo também pode ser pago em bens imóveis, nos termos da lei. Essa hipótese foi incluída no CTN (inciso XI do art. 156) pela Lei Complementar 104/2001.

iii) “não constitua sanção de ato ilícito” – Como detalharemos melhor adiante, o dever de pagar tributo decorre do acontecimento do fato gerador, que é uma situação prevista na lei instituidora do tributo. Por exemplo, a propriedade de veículo automotor é o fato gerador do IPVA e a circulação de mercadorias é fato gerador do ICMS. Assim, o dever de pagar tributo não pode ser confundido com uma punição / sanção ao contribuinte. Por essa razão, tributo e multa apresentam naturezas distintas. Mesmo as multas tributárias, decorrentes do descumprimento de algum dever legal previsto na legislação tributária (como efetuar o recolhimento do tributo dentro do prazo legal ou emitir notas fiscais), não são tributos! Atenção! Não confunda! É preciso entender que se em meio a atos ilícios ocorrer algum fato gerador, o tributo será devido. Nesses casos é preciso isolar os dois aspectos, o fato previsto na lei do tributo que gera o dever de pagá-lo e o ato ilícito. Os rendimentos do traficante de drogas, por exemplo, deveriam ser declarados ao Fisco e tributados. Se a origem desse dinheiro está relacionada a atividades ilegais, isso não é “problema do Direito Tributário”, pois as sanções penais não impedem a cobrança do tributo, entendeu?

iv) “instituída em lei” – Sendo o Brasil um Estado de Direito, nossa Constituição prevê que ninguém será obrigado a fazer ou deixar

1 Para amenizar os efeitos dos altos índices inflacionários foram criados alguns indexadores, como a UFIR

(Lei 8.383/91). Dessa forma, o tributo era calculado em UFIR e pago convertendo-se seu valor para a

moeda. Era uma forma de o tributo não sofrer o impacto inflacionário, pois a UFIR era calculada

diariamente ou mensalmente.

Page 10: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 10 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

de fazer algo senão em virtude da lei (CF, art. 5º, II). Logo, sendo o tributo compulsório, só pode ser instituído por lei. Dependendo do tributo, sua instituição pode estar prevista em lei ordinária ou complementar ou, até mesmo, em ato normativo com força de lei, como as medidas provisórias. Assim, atos infralegais, isto é, hierarquicamente abaixo das leis, como os decretos, não podem instituir tributos.

v) “cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada” – As autoridades administrativas não têm discricionariedade na cobrança de tributos, isto é, elas não podem escolher de quem cobrar ou o valor da cobrança, por exemplo. Elas devem agir exatamente conforme previsto nas leis tributárias.

(FCC / Procurador – Teresina / 2010) A partir do conceito legal de tributo, é possível afirmar que a multa NÃO é espécie de tributo porque o tributo

a) tem que ser instituído mediante lei, ao passo que a multa não se reveste dessa obrigatoriedade.

b) é cobrado mediante atividade administrativa vinculada, enquanto a multa pode ser aplicada de forma discricionária pelo poder público.

c) não é sanção por ato ilícito e a multa é sanção pecuniária por prática de ato ilícito.

d) é prestação pecuniária compulsória, ao passo que a aplicação da multa não é compulsória, dependendo da condenação administrativa.

e) pode ser objeto de compensação, anisitia e remissão, ao contrário da multa, que só pode ser objeto de anistia.

Comentários

Como vimos, embora multa e tributo constituam-se em prestações pecuniárias, distinguem-se por uma característica fundamental: a multa é uma sanção por ato ilícito, justamente o que o art. 3º do CTN proíbe o tributo de ser. Assim, nosso gabarito é a assertiva c. Vejamos os erros das demais alternativas.

Alternativa A – A multa também deve ser prevista em lei, pois a Constituição Federal determina que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de lei.

Alternativa B – A autoridade fiscal não possui discricionariedade na aplicação de multas, pois não pode agir segundo os critérios de conveniência ou

Page 11: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 11 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

oportunidade. Assim, tanto a cobrança de tributo como a de multa são atividades administrativas plenamente vinculadas.

Alternativa D – Sempre que ocorrer a situação prevista em lei que configure a necessidade de pagamento de multa, esta será obrigatória.

Alternativa E – Veremos adiante.

O Código Tributário Nacional, em seu art. 5º, estabelece que os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria. É o que se costuma chamar de Teoria Tripartida ou Tripartite. No entanto, há uma corrente que defende a existência de cinco espécies tributárias, que incluiriam, além das já mencionadas, os empréstimos compulsórios e as contribuições especiais. A Teoria Pentapartida é a corrente dominante em nosso ordenamento jurídico e a adotada pelo STF, além de ser a mais cobrada em provas de concurso público (a FCC adota esta corrente). No entanto, fique atento ao enunciado da questão: se for perguntado quais são as espécies tributárias “de acordo com o CTN” lembre-se de que são apenas três!

E o que define cada espécie tributária? O principal elemento determinante da natureza do tributo é seu FATO GERADOR, situação prevista em lei e que, ao ocorrer no caso concreto, gera para o contribuinte o dever de pagá-lo. Assim, quando ocorre prestação de serviço num salão de beleza, por exemplo, ocorre uma situação prevista na lei do Imposto sobre Serviços (ISS), sendo fato gerador desse tributo. Vale ressaltar que as bancas também podem afirmar que a BASE DE CÁLCULO é elemento determinante da espécie tributária, já que é o aspecto que dimensiona / quantifica o fato gerador.

As espécies tributárias possuem fatos geradores com características distintas. No caso dos impostos o fato gerador é uma situação ligada a alguma manifestação de riqueza por parte do contribuinte, como a propriedade de um imóvel ou de um veículo, obtenção de renda, importação de bens, etc. Dessa forma, o contribuinte não é atingido pelo imposto em razão de alguma ação estatal, mas por demonstrar capacidade econômica.

Espécies de tributos

Imposto Taxa Contribuição de melhoria

Empréstimos compulsórios

Contribuições especiais

Teoria Tripartida (CTN)

Teoria Pentapartida (STF)

2- ESPÉCIES DE TRIBUTOS

Page 12: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 12 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

Já nos casos das taxas e da contribuição de melhoria, os fatos geradores estão relacionados com alguma atividade estatal: serviço público específico e divisível ou exercício regular do poder de polícia (taxas) e valorização imobiliária decorrente de obra pública (contribuição de melhoria). Vejamos com mais detalhes.

2.1 Taxas

As taxas estão previstas no art. 77 do CTN. Vejamos as informações no quadro abaixo:

Há, portanto, dois fatos geradores distintos para a cobrança de taxas previstos no CTN.

a) Taxa de serviço

O dispositivo fala em utilização “efetiva ou potencial” de um serviço público específico e divisível como fato gerador de taxas. O primeiro ponto que deve ficar claro é que o serviço deve existir efetivamente para que possa dar origem à cobrança. O que pode ser potencial é a sua utilização pelo contribuinte no caso de serviços de utilização compulsória que sejam colocados à disposição do contribuinte. Por exemplo, o serviço de coleta domiciliar de lixo tem caráter de compulsoriedade, já que não podemos jogar lixo nas ruas. Mas sua utilização pode não ser efetiva caso o contribuinte esteja viajando, o que não impediria a cobrança de taxa pelo serviço,

IMPOSTOS

• Fato do Contribuinte

TAXAS e CONTRIBUIÇÕES

DE MELHORIA

• Fato da Administração

TAXAS

CompetênciaUnião, Estados, DF e Municípios (no âmbito de suas respectivas

atribuições)

Fato Gerador

Exercício regular do poder de polícia; ou

Utilização, efetiva oupotencial, de serviço público

específico e divisível, prestado ao contribuinte ou

posto à sua disposição

Page 13: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 13 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

entendeu? Enfim, a utilização potencial está relacionada à disponibilidade do serviço.

Outro ponto que devemos esclarecer a respeito das taxas de serviço é que só podem ser cobradas se o serviço em questão for específico e divisível.

Um caso especial que merece destaque é o das taxas cobradas pelos serviços notariais e de registro prestados pelos cartórios. Tais serviços são considerados públicos pela Constituição Federal (art. 236), mas são prestados por particulares mediante delegação do Poder Público. Isso poderia nos dar margem a dúvidas sobre a natureza tributária dos emolumentos cobrados por esses serviços, mas o STF entende que são taxas, portanto, tributos (ADI 1.378-5 de 30/05/1997).

b) Taxa de polícia

Além da taxa de serviço, existe esta outra forma de taxa cobrada pelo exercício do poder de polícia, que consiste na fiscalização e vigilância sobre certas atividades realizadas pelos particulares, a fim de resguardar interesses públicos, garantindo que o exercício dos direitos e liberdades individuais não prejudique direitos e a liberdade da coletividade. Exemplos do exercício do Poder de Polícia: dar licença, autorização, fiscalizar. Ressalte-se que a taxa de polícia é decorrente do exercício da atividade de polícia administrativa e não se confunde com a polícia de manutenção da ordem pública ou a polícia judiciária. Enquanto a primeira é inerente a toda a Administração Pública, as demais são privativas de certos órgãos (Polícias Civis) ou corporações (Polícias Militares).

A cobrança da taxa de policia não exige a ocorrência de efetiva fiscalização ao contribuinte, basta que exista a estrutura e seja exercida a atividade correspondente. Até porque é impossível que todos os contribuintes sejam fiscalizados concretamente, certo?

Serviço específico – Aquele que “possa ser destacado em unidades autônomas de intervenção, utilidade ou necessidade pública” (CTN, art. 79, II). Ou seja, devemos ser capazes de diferenciar aquele determinado serviço de outras iniciativas estatais para que seja possível a cobrança da taxa. Exemplo: o serviço de combate a incêndios é um serviço específico.

Serviço divisível – Aquele que possa ser utilizado separadamente, por parte de cada um de seus usuários. Assim, não pode ser cobrada taxa por serviços prestados genericamente à coletividade, como por exemplo pela segurança pública ou pela limpeza das ruas, já que não são oferecidos de forma individualizada aos cidadãos. Nesse contexto, é importante conhecermos conteúdo da Súmula 670 do STF: ”o serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa”.

Page 14: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 14 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

Taxas x Preços Públicos

Vamos estudar agora um ponto que costuma causar bastante confusão na cabeça (cheia) do pobre concurseiro – e, portanto, prato cheio para as provas de concursos.

Os preços públicos se assemelham muito às taxas em razão do caráter contraprestacional, pois também são cobrados pela utilização de determinados serviços. Contudo, preços públicos não são compulsórios, portanto não são tributos. Vejamos as diferenças nos quadros abaixo:

� Base de Cálculo das Taxas

Vejamos o que diz o parágrafo único do art. 77 do CTN:

A base de cálculo representa o aspecto quantitativo do tributo. Juntamente com a alíquota aplicável é quem vai definir o valor a ser pago. Como a taxa é um tributo contraprestacional, este valor deve guardar relação com o custo arcado pelo Estado para a prestação do serviço ou para o desempenho da atividade de polícia. Daí justifica-se a previsão legal acima citada.

A proibição acima mencionada não impede que sejam utilizados alguns elementos da base de cálculo própria de

Preços Públicos (TARIFA)

• Não é tributo• Obrigação de natureza contratual• Regime Jurídico de direito administrativo

• Receita originária• Depende de manifestação de vontade

• Cobrança não se submete aos princípios tributários

• Exemplo: Pedágio cobrado por concessionária; Pagamento de energia elétrica; Passagem de transporte coletivo

TAXAS

• É tributo• Prevista em lei• Regime Jurídico de direitotributário

• Receita derivada• Compulsório• Sujeitas às limitações constitucionais ao poder de tributar

• Exemplo: Taxa da vigilância sanitária; taxa judiciária (custa processual)

Segundo o CTN, a TAXA não pode....

ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a

imposto

ser calculada em função do capital das empresas

Page 15: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 15 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

determinado imposto, conforme a Súmula Vinculante 29, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra.

Nesse contexto, o STF considera constitucional a Taxa de Fiscalização da CVM (Súmula 665), cobrada das pessoas físicas e jurídicas que integram o sistema de distribuição de valores mobiliários. Houve certa controvérsia pelo fato de a taxa cobrada pelo poder de polícia exercido levar em consideração o patrimônio líquido da sociedade ou do fundo de investimento sujeitos à fiscalização. Na verdade, como o tributo é estabelecido em valores fixos de acordo com as faixas de variação do PL, a Corte entendeu que o patrimônio era apenas um parâmetro para a base de cálculo.

(ESAF / Procurador DF / 2007) O Sistema Tributário Nacional é regido por regras e princípios gerais que estão postos nos art. 145 a 162 da Constituição Federal. Com base no conteúdo das disposições acima referidas, assinale, entre as opções abaixo apresentadas, a que está correta:

a) É inconstitucional a taxa de fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários instituída pela Lei n. 7.940, de 1989, haja vista não ser conferido, pelo ordenamento jurídico positivado, poder de polícia à Comissão de Valores Mobiliários.

b) O serviço de iluminação pública, pela sua natureza jurídica, deve ser sempre remunerado mediante taxa.

c) Os serviços gerais prestados por órgãos de Segurança Pública não podem ser sustentados por taxas. Essa atividade pública, por sua natureza, deve ser retribuída, genericamente, por impostos.

d) É inconstitucional lei estadual que cria taxa destinando a arrecadação de seu produto aos serviços de fiscalização da atividade notarial e de registro a órgão público.

e) É constitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem que tem como base de cálculo a adotada para o imposto territorial rural.

Comentários

Alternativa A – Incorreta, pois a cobrança é considerada constitucional pelo STF, conforme a Súmula nº 665.

Alternativa B – Em desacordo com a súmula nº 670 do STF: “O serviço de

iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa”.

Alternativa C – Correta. Serviços de Segurança Pública não são específicos e divisíveis, portanto não podem ser sustentados por taxas.

Alternativa D – Contraria o entendimento do STF manifestado no julgamento da ADI 3.151 MT:

Page 16: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 16 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

“É constitucional a destinação do produto da arrecadação da taxa de fiscalização da atividade notarial e de registro a órgão público e ao próprio Poder Judiciário.”

Alternativa E – Em desacordo com a súmula nº 595 do STF: “É inconstitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem cuja base de cálculo seja idêntica à do Imposto Territorial Rural.”

Gabarito: C

2.2. Contribuição de melhoria

Esse tributo está previsto no art. 81 do CTN:

Como constatamos na definição legal, o fato gerador da contribuição de melhoria é a VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA decorrente de obra pública. Fique atento aos detalhes, pois são eles que nos “pegam” na hora da prova. Qual a possível pegadinha aí? A banca pode querer confundi-lo afirmando que o fato gerador da contribuição de melhoria é a obra pública. Mas não é isso, Juliana? NÃO! O fato gerador é a valorização imobiliária decorrente de obra pública, ou seja, não basta que seja feita uma obra para que esteja constituída a obrigação tributária. Se a obra em questão não promover a valorização do imóvel, não haverá fato gerador.

A contribuição de melhoria é um tributo contraprestacional, pois há uma ação estatal relativa ao contribuinte, no caso, a obra pública. Justamente por ser contraprestacional deve apresentar relação com o custo da obra.

O próprio CTN estabelece limites para a cobrança:

CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA

Competência

União, Estados, DF e Municípios

(no âmbito de suas respectivas atribuições)

Fato Geradorvalorização

imobiliária decorrente de obra pública

LIMITE INDIVIDUAL

Acréscimo de valor que da obra resultar

para cada imóvel beneficiado.

LIMITETOTAL

Despesa realizada pelo

ente público com a obra.

Page 17: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 17 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

A FCC gosta de cobrar esse assunto apresentando as despesas com a obra e a valorização imobiliária. Vejamos um exemplo da última prova para Auditor Fiscal da Receita Estadual do Rio de Janeiro.

(FCC / AFRE-RJ / 2014) O Estado do Rio de Janeiro decidiu realizar obras públicas para conter as enchentes que assolavam um determinado município hipotético de seu território. Essas obras consistiam em elevar as margens do Rio que banhava esse município e incluíam, em decorrência disso, a abertura de vias públicas largas e modernas, recuperação da região degradada e, inclusive, a realização de obras de paisagismo.

As obras públicas a serem realizadas foram orçadas em R$ 250 mil, valor esse a ser integralmente financiado por contribuição de melhoria.

Estudos efetuados demonstraram que a zona a ser beneficiada pelas obras abrangeria cinco imóveis da região, sendo que a valorização média esperada desses imóveis seria de 20%.

Com base nisso, o Estado promoveu o lançamento da contribuição de melhoria, cobrando, de cada um dos cinco imóveis localizados na região beneficiada, contribuição de melhoria equivalente a 20% do valor do imóvel, resultando na seguinte situação:

Imóvel Valia (R$) Contribuição de Melhoria Cobrada (R$)

Valorização efetiva, constatada em razão da obra

I 100 mil 20 mil Não teve valorização alguma

II 200 mil 40 mil Passou a valer 220 mil

III 300 mil 60 mil Passou a valer 345 mil

IV 400 mil 80 mil Passou a valer 480 mil

V 500 mil 100 mil Passou a valer 625 mil

Considerando as informações acima, é correto afirmar:

a) Todos os cinco imóveis deveriam pagar contribuição de melhoria, pois as obras realizadas trouxeram vários tipos de benefícios à região, como, por exemplo, o fim das enchentes e o embelezamento da área.

b) O Estado poderá cobrar contribuição de melhoria de todos os imóveis que se valorizam em decorrência da obra em questão, tendo como único valor máximo limite, para essa cobrança, o montante equivalente à valorização que cada imóvel sofreu em decorrência das obras realizadas.

c) Embora os imóveis valorizados em decorrência da obra em questão tenham tido uma valorização média de 20%, o Estado poderá

Page 18: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 18 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

cobrar, de todos eles, linearmente, contribuição de melhoria calculada com base na aplicação do percentual de 18% sobre o valor do imóvel antes da realização da obra.

d) Se o fator individual de valorização do imóvel II, apurado com base na legislação própria, fosse igual a 0,074 (ou 7,4%), a contribuição de melhoria relativa a esse imóvel poderia ser determinada e, posteriormente, lançada e cobrada, mediante o rateio do custo total da obra por esse fator individual de valorização.

e) Considerando que a valorização do imóvel V (R$ 125 mil) é equivalente a 46,29% da soma total das valorizações individuais de cada imóvel (R$ 270 mil), o Estado poderá aplicar esse índice de 46,29% sobre o valor do imóvel antes da valorização, para fins de cálculo do valor da contribuição de melhoria por ele devida.

Comentários

Eu posso imaginar o que você está pensando. Que questão imensa! É verdade, mas dava para resolver essa e muitas outras questões sem ler todo o enunciado e de forma até bastante rápida. Por isso, não se assuste tanto com o tamanho da questão. Com alguma “malandragem” você pode resolvê-la em segundos. Está aí a importância de se fazer muitas questões, principalmente da banca que você vai enfrentar. Você verá que elas costumam seguir sempre a mesma linha e descobrirá os caminhos para vencê-las (e não ser vencido!).

Aprenda a buscar palavras-chave. Do que trata essa questão? Se você passar o olho pela tabela verá que está tratando de contribuição de melhoria. Veja que são informados os valores de valorização imobiliária e do tributo a ser cobrado. Com isso você já pode pensar que provavelmente a questão vai querer que a gente analise algo sobre os limites para a contribuição de melhoria que, como vimos, são dois: limite global -> gasto com a obra e limite individual -> valorização imobiliária. As valorizações imobiliárias são informadas na própria tabela, então nossa missão é procurar no meio do enunciado um número que informe o valor gasto com a obra. Batemos o olho no valor de R$ 250 mil e confirmamos que se trata do gasto total com a obra. Você já tem as informações de que precisa para analisar as alternativas. Todo o resto é enrolação que tem dois objetivos claros: fazer você perder tempo e confundi-lo.

Apenas para que você entenda o que estou dizendo, vamos ver o que o resto do enunciado fala. Veja o seguinte trecho “Estudos efetuados demonstraram que a zona a ser beneficiada pelas obras abrangeria cinco imóveis da região, sendo que a valorização média esperada desses imóveis seria de 20%.“ Mas a tabela nos fornece já a valorização efetiva. Para que eu preciso saber qual era a valorização esperada? Para nada! Como vimos, o fato gerador da contribuição de melhoria só ocorre com a efetiva valorização imobiliária promovida por uma obra pública. Se o governo espera uma

Page 19: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 19 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

valorização de 20%, mas na realidade não valoriza nada, não poderá ser cobrado o tributo, lembra? Outra parte do enunciado fala das razões da obra, da degradação da área que será substituída pelo paisagismo: só “blá blá blá”! Então, vamos às alternativas!

Alternativa A – “Todos os cinco imóveis deveriam pagar contribuição de melhoria”. Não precisa continuar a ler o resto da assertiva (nem deve!). Como observamos na tabela, o imóvel I não teve valorização alguma. Logo, ele não deve pagar contribuição de melhoria, o que torna a alternativa errada.

Alternativa B –“(...) tendo como único valor máximo limite, para essa cobrança, o montante equivalente à valorização que cada imóvel (...)”. Como vimos, há dois limites para a contribuição de melhoria, sendo um deles o valor do total da obra. Logo, assertiva errada.

Alternativa C – “(...)o Estado poderá cobrar, de todos eles, (...) antes da realização da obra. (...)”. Antes da realização da obra não houve fato gerador. Logo, não pode haver a cobrança do tributo. Assertiva errada.

Alternativa E – Se aplicarmos 46,29% sobre o valor antes da valorização (R$ 500 mil) para o cálculo da contribuição de melhoria, esta seria de R$ 231.450,00, valor superior ao limite individual para o tributo, que seria de R$ 125 mil. Assertiva errada.

Alternativa D – Por eliminação, chegamos à alternativa D. Não há nada de errado nela. Veja que o limite individual para a contribuição de melhoria no caso do imóvel II é o valor de R$ 20 mil, que corresponde a 10% de valorização sofrida pelo imóvel. Logo, o tributo poderia ser cobrado pela taxa de 7,4%, pois estaria respeitando os limites legais.

Gabarito: D

2.3. Impostos

Esse tributo está previsto no art. 16 do CTN:

Os impostos são chamados de tributos não-contraprestacionais, isto é, não são cobrados em função de alguma atividade estatal específica. Por essa razão são classificados como tributos NÃO VINCULADOS. Distinguem-se das taxas, por exemplo, que para serem exigidas necessitam de uma contraprestação do Estado.

IMPOSTOS Fato Gerador

Situação independente de qualquer atividade

estatal específica, relativa ao contribuinte

Page 20: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 20 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

Outra característica importante relativa aos impostos é a necessidade de serem graduados de acordo com a capacidade econômica do contribuinte, conforme previsão constitucional. Abordaremos este tópico com mais profundidade na aula sobre Princípios Constitucionais Tributários. Também estudaremos em um próximo encontro as diferentes espécies de impostos.

2.4. Empréstimos Compulsórios

Os empréstimos compulsórios estão previstos na Constituição Federal, art. 148, e no Código Tributário Nacional, art. 15. Vejamos os detalhes no quadro abaixo:

TRIBUTOSVINCULADOS

•Fato gerador: depende de ação estatal

•Contraprestacionais

•Ex: taxas e contribuições de melhoria

TRIBUTOSNÃO VINCULADOS

•Fato gerador: independede ação estatal

•Não contraprestacionais

•Ex: impostos

EMPRÉSTIMOSCOMPULSÓRIOS

Competência: União

Lei Complementar

Provisórios

Lei instituidora deve determinar prazo de

duração

Restituíveis

Lei instituidora deve determinar forma de

devolução

Em casos de:

Guerra externa

(ou sua iminência)

Calamidade Pública

Investimento público urgente e

de relevante interesse nacional

Page 21: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 21 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

Não há muito mistério no estudo sobre empréstimos compulsórios. O esquema acima resume bem as principais informações que você precisa saber. Adicionalmente, é importante destacar que nos casos de guerra externa ou sua iminência ou calamidade pública não é preciso respeitar o princípio da anterioridade. Isso significa que o tributo poderá ser cobrado imediatamente após a publicação da lei instituidora. Já nos casos de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional o empréstimo compulsório apenas poderá ser cobrado no exercício seguinte ao da publicação da lei.

Além disso, fique atento à pegadinha! Não há previsão de empréstimo compulsório em caso de guerra civil, apenas no caso de guerra externa.

Também é importante observar que as situações nas quais pode ser instituído o empréstimo compulsório (como guerra externa) não são o fato gerador desse tributo. Caberá à lei instituidora do empréstimo compulsório determinar seu fato gerador. Lembre que o fato gerador é a situação prevista em lei que, ao acorrer, gera a obrigação tributária. Assim, se guerra externa fosse o fato gerador do empréstimo compulsório bastaria que o conflito estivesse deflagrado para que o tributo fosse devido.

(ESAF / ISS RJ / 2010) Sobre os empréstimos compulsórios, é incorreto afirmar que:

a) o produto de sua arrecadação só pode ser aplicado para atender à despesa que tiver fundamentado a sua instituição.

b) sua instituição só pode ser feita por meio de lei complementar.

c) no caso de investimento público de relevante interesse nacional e de caráter urgente, não se aplica o princípio da anterioridade.

d) a simples iminência de guerra externa pode justificar a instituição de empréstimos compulsórios.

e) uma das hipóteses que autorizam sua instituição é a de calamidade pública.

Comentários

Alternativa A – Correta. O art. 148, parágrafo único, da CF/88 assim determina: “A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.”

Alternativa B – Conforme CF/88, art. 148, caput.

Alternativa C – Incorreta. Nesse caso aplica-se, sim, a anterioridade. A exceção ao princípio ocorre somente nos casos de guerra externa ou sua iminência e calamidade pública (CF/88, art. 150, § 1º).

Alternativa D – Conforme CF/88, art. 148, I.

Page 22: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 22 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

Alternativa E – Conforme CF/88, art. 148, I. Gabarito: C

2.5. Contribuições especiais

Existe um grupo de tributos com características específicas que os diferenciam dos modelos estruturais dos impostos e das taxas. Não se destinam a custear ações genéricas que beneficiem toda a coletividade, como os impostos, nem configuram contraprestação a ações específicas e divisíveis como as taxas. A destinação dos recursos foi a peculiaridade usada pela Constituição Federal para distinguir as contribuições especiais das demais formas conhecidas de tributos. Vejamos algumas informações no esquema abaixo.

2.5.1 Contribuições sociais

Os recursos arrecadados por meio das contribuições sociais devem ser utilizados pelo Poder Público ou por entidades de utilidade pública na efetivação dos direitos sociais previstos no art. 6º da Constituição Federal.

Contribuições Especiais

Contribuições SOCIAIS

Contribuições de SEGURIDADE SOCIAL

Contribuições Sociais Gerais (ex: salário educação)

Contribuições INTERVENTIVAS

Contribuições CORPORATIVAS

Contribuição de ILUMINAÇÃO

PÚBLICA

CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS

Competência (regra):

União

ExceçõesI) Estados, DF e municípios:

contribuições sociais cobradas de seus servidores estatutários para

financiamento de seu sistema próprio de previdência social.

II) Municípios e DF: contribuição para custeio do serviço de iluminação

pública

Lei OrdináriaExceção: contribuições sociais da

seguridade social de natureza residual (Lei Complementar)

Page 23: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 23 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

Prosseguimos nosso estudo detalhando alguns aspectos importantes a respeito das contribuições sociais para a seguridade social. Sobre elas, a Constituição Federal previu alguns princípios específicos, além dos princípios gerais que estudaremos no próximo encontro. Vamos a eles:

I) Solidariedade - O art. 195, caput, da CF diz: “A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta.”

II) Equidade na forma de participação no custeio – O art. 194, parágrafo único, V, da CF estabelece este princípio, semelhante à ideia de capacidade contributiva. Com base nele, a CF prevê que “as contribuições sociais das empresas poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva da mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.”

III) Diversidade da base de financiamento - O art. 194, parágrafo único, VI, da CF, busca garantir a estabilidade financeira do sistema da seguridade social.

Outro aspecto que merece destaque é o fato de as contribuições da seguridade social serem exceções ao princípio da anterioridade anual, o que significa que as leis instituidoras ou majoradoras de tais tributos não precisam ser publicadas no exercício anterior para que possam ser exigidas. Entretanto, também não podem ser cobradas imediatamente, pois devem respeitar o interstício mínimo de 90 dias (anterioridade especial / mitigada / nonagesimal). Preste atenção que estamos nos referindo apenas às contribuições da seguridade social e não a todas as contribuições especiais!

Contribuições Sociais

Seguridade social

destinadas a financiar, especificamente, direitos relativos à saúde, previdência e assistência

social

Gerais

destinadas a financiar outros direitos sociais pelo Poder Público (ou

entidades privadas de assistência social), como a contribuição do salário educação e as constribuições em favor

dos serviços sociais autônomos (Senai/Sesi/Senac/Sesc)

ATENÇÃO À PEGADINHA! De acordo com o entendimento do STF e do STJ, a contribuição ao FGTS não é tributo, já que a prestação é devida ao próprio trabalhador e não ao Poder Público. Súmula 353 do STJ: “As disposições do Código Tributário Nacional não se aplicam às contribuições para o FGTS.”

Page 24: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 24 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

As contribuições para a seguridade que poderão ser criadas pela União são as seguintes:

2.5.2 Contribuições interventivas

A Constituição Federal conferiu ao Poder Público o papel de agente normativo e regulador da atividade econômica por meio das funções de incentivo, fiscalização e planejamento. Para financiar tais atividades são criadas as contribuições de intervenção no domínio econômico - contribuições interventivas -, exigidas, normalmente, do setor atingido pela intervenção. Contudo, o STF admite que a cobrança recaia também sobre pessoas fora do setor objeto da intervenção.

A competência para instituição desse tributo é da União e pode ocorrer por meio de lei ordinária, respeitando os princípios da anterioridade nonagesimal e anual.

Contudo, há normas específicas sobre a contribuição interventiva sobre o setor de petróleo, derivados e combustíveis, a CIDE-Combustíveis, que pode ter suas alíquotas reduzidas e restabelecidas por ato do Poder Executivo, sem necessitar respeitar a anterioridade anual nessas alterações.

2.5.3 Contribuições corporativas

Trata-se do tributo cobrado em favor das entidades que representam categorias profissionais ou econômicas para o custeio de suas atividades representativas e sindicais.

ATENÇÃO! Não confunda a contribuição corporativa com a contribuição confederativa, que é aquela paga de forma voluntária pelos sindicalizados. Veja as diferenças no quadro abaixo:

Contribuições da Seguridade Social

Sobre empregadores

/ empresas

Sobre trabalhadores

Sobre receitas de concursos de prognósticos

Sobre importações

Contribuições residuais

Page 25: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 25 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

Em razão disso, justifica-se o conteúdo da Súmula 666 do STF: “A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Constituição, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo.”

2.5.3 Contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública

Até a edição da EC 39/2002, que incluiu o art. 149-A na Constituição Federal, dispositivo que trata da Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública (COSIP), diversas leis municipais que instituíam taxas de iluminação pública foram consideradas inconstitucionais pelo STF. A razão você já deve saber: as taxas só podem ser cobradas em relação a serviços públicos divisíveis, que não é o caso da iluminação pública.

Resolvido o problema jurídico, hoje a contribuição pode ser cobrada pelos municípios na fatura do consumo de energia elétrica, um meio de conferir praticidade à administração tributária, conforme previsto no parágrafo único do art. 149-A.

(FCC / AFTE PB /2006) NÃO é competência da União instituir contribuição

a) social.

b) de intervenção no domínio econômico.

c) de interesse das categorias profissionais ou econômicas.

d) para o custeio do serviço de iluminação pública.

e) de melhoria.

Comentários

Em regra, a instituição de contribuições especiais é de competência da União. Uma das exceções é a Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública (COSIP), cuja competência é dos municípios.

Gabarito: D

CONTRIBUIÇÃO

CORPORATIVA

• É TRIBUTO

• INSTITUÍDA POR LEI

• OBRIGATÓRIA

CONTRIBUIÇÃO

CONFEDERATIVA

• NÃO É TRIBUTO

• FIXADA EM ASSEMBLÉIA

• VOLUNTÁRIA

Page 26: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 26 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

Depois de termos estudado a definição de tributo e suas espécies podemos analisar alguns conceitos e classificações relevantes dentro do Direito Tributário.

3.1. Tributos vinculados / não vinculados X Tributos de arrecadação vinculada / arrecadação não vinculada

Parece um jogo de palavras, mas a distinção entre as classificações acima citadas é de sua importância. Já vimos os conceitos de tributos vinculados - fato gerador depende de uma atividade estatal específica - e não vinculados - fato gerador independe de atividade estatal em relação ao contribuinte. Vejamos agora os demais.

Pra facilitar a visualização da classificação do tributo vinculado/não vinculado e arrecadação vinculada/não vinculada, segue a tabela abaixo:

*Tais tributos apresentam características próprias, pois não são definidos pelo fato gerador, como acontece com taxas, contribuição de melhoria e impostos.

Tributo de ARRECADAÇÃO

VINCULADA

Destino do dinheiro arrecadado está comprometido / vinculado

à determinada despesa ou programada

São conhecidos como tributos finalísticos.

Ex: empréstimos compultórios e contribuições especiais

NÃOVINCULADA

Dinheiro arrecadado pode ser usado em qualquer despesa do ente estatal, conforme dispuser

sua lei orçamentária.

Ex: impostos, taxas e contribuições de melhoria

3- TRIBUTOS: ASPECTOS IMPORTANTES

Page 27: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 27 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

Essas modalidades identificam-se pela destinação dos recursos a eles relativos, portanto não é possível classifica-los, a priori, como tributos vinculados ou não vinculados.

3.2. Fiscalidade X Extrafiscalidade

De acordo com a finalidade predominante de cada tributo, eles classificam-se em fiscais e extrafiscais.

Perceba que usamos a expressão “objetivo predominante”, pois ambas as finalidades, fiscal e extrafiscal, estão presentes com alguma intensidade em todos os tributos.

3.3. Tributos Diretos e Indiretos

Para entendermos essa classificação precisamos conhecer os conceitos de contribuinte de direito e contribuinte de fato.

Com um exemplo prático ficará mais fácil de entender esses conceitos. Pense na situação de um mercado, que tem o dever, previsto em lei, de pagar ICMS pelas mercadorias vendidas. O mercado é a pessoa jurídica responsável pelo pagamento do tributo, portanto, é contribuinte de direito. No entanto, quando ele estabelece o preço do chocolate que você, concurseiro (a) ansioso (a) vai lá comprar em uma tarde de domingo, já leva em consideração o valor desse imposto que deverá pagar ao Fisco Estadual. Assim sendo, você,

Contribuinte

de direito Aquele que tem o deverlegal de pagar o tributo

de fato

Aquele que, do ponto de vista econômico,

suporta o ônus da carga tributária

Tributos Fiscais

Objetivo predominante: arrecadar recursos financeiros

Ex.: IR, IPTU, ICMS, IPVA, ITBI, ISS, Taxas, Contribuição de

Melhoria, Empréstimos Compulsórios, Contribuições

Especiais

Tributos Extrafiscais

Objetivo predominante: estimular / desestimular

comportamentos que reflitam na economia, meio ambiente, etc.

Ex.: II, IE, IOF, IPI (não pacificado) e ITR

Page 28: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 28 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

concurseiro (a) chocólatra, é o contribuinte de fato nesse caso, é quem arca com ônus tributário. Certo?

Agora podemos analisar o que são tributos direitos e indiretos.

3.4. Impostos Reais e Impostos Pessoais

Chegamos ao fim da parte teórica de nossa primeira aula (eu adorava quando chegava essa hora! ☺). Faça com atenção os exercícios propostos, pois são uma ferramenta valiosa para a fixação do conteúdo. Bons estudos e até a próxima!

“A vida é muito curta para ser pequena” (Benjamin Disraeli)

Impostos Reais -> Não consideram características pessoais dos contribuintes. Levam em conta, essencialmente, características objetivas do bem ou evento relacionado à cobrança tributária. Ex. IPVA. Veja que dois proprietários de veículos idênticos (mesmo ano de fabricação e modelo) de um mesmo Estado pagarão o mesmo valor do tributo, independentemente de suas idades, estado civil, profissão, se têm ou não filhos, etc.

Impostos Pessoais -> Consideram as peculiaridades individuais dos contribuintes. Ou seja, leva-se em conta o aspecto subjetivo do fenômeno tributário. Ex. IR. Além da renda do contribuinte (aspecto objetivo), o valor do tributo a ser pago dependerá também de características pessoais do contribuinte, como a existência de dependentes, certos gastos que ele realiza (como plano de saúde), etc. Assim, dois indivíduos que apresentem a mesma renda não pagarão, necessariamente, o mesmo valor de IR.

TRIBUTOS DIRETOS

Contribuinte de Direito =

Contribuinte de Fato

Não há transferência / repercussão do ônus

tributário. Contribuinte de Direito arca com o ônus econômico do tributo.

Ex: IR, IPVA, IPTU, ITDC, ITBI

TRIBUTOS INDIRETOS

Contribuinte de Direito =

Contribuinte de Fato

Há transferência / repercussão do ônus

tributário. Contribuinte de Direito repassa o encargo econômico do tributo para outro (contribuinte de fato)

Ex: IPI, ICMS e ISS

Page 29: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 29 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

1) (FCC – NeR -TJ PE/Provimento-2013) Não são espécies de tributos:

a) Impostos

b) Tarifas públicas

c) Taxas

d) Contribuições de melhoria

e) Custas processuais

Comentários

De acordo com o Código Tributário Nacional, há três espécies tributárias (teoria tripartida): taxas, contribuições de melhoria e impostos. Contudo, segundo o posicionamento do Supremo Tribunal Federal (STF), que adota a teoria pentapartida, contribuições especiais e empréstimos compulsórios também são considerados espécies de tributos.

As custas processuais são taxas remuneratórias previstas em lei. As tarifas públicas, como vimos, distinguem-se das taxas por não serem previstas em lei nem serem prestações compulsórias. Portanto, tarifas públicas não são tributos! Gabarito: B

2) (FGV / JUIZ TJ AM / 2013) Assinale a alternativa que melhor sintetiza as distinções entre as espécies tributárias indicadas.

a) O imposto pressupõe um ato do Poder Público, assim como a taxa, sendo distintos os fatos geradores dos dois tributos, mas não as bases de cálculo.

b) O imposto pressupõe um ato do contribuinte, assim como a taxa, sendo distintas as bases de cálculo, mas não os fatos geradores.

c) O imposto pressupõe um ato do Poder Público, assim como a taxa, sendo distintas as bases de cálculo dos dois tributos, mas não os fatos geradores.

d) O imposto pressupõe um ato do contribuinte, assim como a taxa, sendo distintos os fatos geradores dos dois tributos, mas não as bases de cálculo.

e) O imposto pressupõe um ato do contribuinte e a taxa pressupõe um ato do Poder Público, sendo distintos os fatos geradores e as bases de cálculo dos dois tributos.

Comentários

Para responder a essa questão devemos nos lembrar da diferença entre tributos vinculados (caso das taxas e contribuições de melhoria), que para serem cobrados dependem de uma atividade estatal específica, e tributos não vinculados (caso dos impostos), que independem de uma atividade estatal específica prestada ao contribuinte.

4- QUESTÕES COMENTADAS

Page 30: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 30 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

Em geral, o fato gerador dos impostos ocorre em função de um ato do contribuinte, uma manifestação de riqueza, como obtenção de renda (IR) e propriedade de veículo automotor (IPVA).

Já o fato gerador das taxas e contribuições de melhoria ocorre em função de atos do Poder Público, como prestação de serviço específico e divisível ou exercício regular do Poder de Polícia (taxas) e obras públicas das quais decorram valorização imobiliária (contribuição de melhoria).

Sobre a base de cálculo, o art. 145, § 2º, da CF, determina que as taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos. Gabarito: E

3) (FGV / AFRE RJ / 2011) A respeito das espécies de tributos, é correto afirmar que

a) a União, os Estados e o Distrito Federal, e os Municípios poderão instituir, exclusivamente, os seguintes tributos: impostos, taxas e contribuições de melhoria

b) de acordo com o CTN, considera-se imposto o tributo vinculado a qualquer atividade estatal específica.

c) A taxa é um tributo não vinculado a uma atuação estatal específica e tem, como possível fato gerador, o exercício regular do poder de polícia.

d) A instituição de contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, é de competência exclusiva da União.

e) A contribuição de melhoria é tributo cobrado em função da realização de obras e prestação de serviços.

Comentários

Alternativa A – Incorreto, pois de acordo com a Teoria Pentapartida também são espécies tributárias os empréstimos compulsórios, de competência exclusiva da União, e as contribuições especiais. Estas últimas, em regra, são de competência da União, com exceção da contribuição social a ser cobrada dos servidores de cargos efetivos dos Estados, Distrito Federal e Municípios para custeio do regime previdenciário, de competência dos respectivos entes, e da COSIP, de competência do DF e municípios.

Alternativa B –“ considera-se imposto o tributo não vinculado a qualquer atividade estatal específica.”

Alternativa C –“ A taxa é um tributo não vinculado a uma atuação estatal específica (...)”

Alternativa D – Essa assertiva é gabarito da questão, embora não esteja perfeitamente correta. Ela abordou a regra geral, mas é preciso lembrar que

Page 31: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 31 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

os demais entes federados podem cobrar contribuição social de seus servidores para custeio, em benefício destes, do regime previdenciário.

Alternativa E – A contribuição de melhoria é tributo cobrado em função da realização de obras das quais decorra valorização imobiliária e prestação de serviços. Gabarito: D

4) (FCC / Procurador Teresina / 2010) A partir do conceito legal de tributo, é possível afirmar que a multa NÃO é espécie de tributo porque o tributo:

a) tem que ser instituído mediante lei, ao passo que a multa não se reveste desta obrigatoriedade.

b) é cobrada mediante atividade administrativa vinculada, enquanto a multa pode ser aplicada de forma discricionária pelo poder público.

c) Não é sanção por ato ilícito e a multa é sanção pecuniária por prática de ato ilícito

d) É prestação pecuniária compulsória, ao passo que a aplicação da multa não é compulsória, dependendo de condenação administrativa.

e) Pode ser objeto de compensação, anistia e remissão, ao contrário da multa, que só pode ser objeto de anistia.

Comentários

Alternativa A – Incorreta, tendo em vista o preceito constitucional de que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de lei. Assim, tanto tributo como multa só podem ser cobrados se houver previsão legal.

Alternativa B – Incorreta, pois assim como no caso dos tributos, a cobrança de multas não dá margem à discricionariedade da autoridade pública, que deve agir conforme os preceitos legais.

Alternativa C – Exatamente, essa é a distinção entre tributo e multa. Esta é justamente aquilo que o tributo não pode ser: sanção por ato ilícito.

Alternativa D – Incorreta, pois ambos, multa e tributo, revestem-se de compulsoriedade.

Alternativa E – Estudaremos o assunto em um próximo encontro. Gabarito: C

5) (FCC / AFR RO / 2010) Para se identificar a natureza jurídica específica de um tributo considera-se, em regra,

a) A validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes

b) Os efeitos dos atos jurídicos efetivamente ocorridos

c) A denominação e demais características formais adotadas pela lei.

Page 32: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 32 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

d) O fato gerador da respectiva obrigação tributária

e) A destinação legal do produto de sua arrecadação

Comentários

O art. 4º do CTN prevê que a natureza jurídica dos tributos é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação , sendo irrelevantes para qualificá-la: denominação e demais características formais adotadas pela lei e destinação legal do produto da sua arrecadação. Esta é a regra geral, válida para taxas, impostos e contribuições de melhoria.

Contudo, no caso das contribuições especiais e empréstimos compulsórios é necessário que se faça a verificação da destinação legal da arrecadação. Como seria possível definirmos a natureza do empréstimo compulsório pelo fato gerador se este dependerá da lei que o instituir, podendo, às vezes, revestir características semelhantes às taxas e, em outras situações, assemelhar-se a um imposto?

Assim, fique atento ao enunciado da questão! De uma forma geral, responda pela regra do CTN. Contudo, se mencionar especificamente essas outras duas espécies tributárias, lembre-se do entendimento apresentado acima. Gabarito: D

6) (FCC / Auditor TCE PB / 2006) À luz da Constituição Federal vigente, a destinação do produto da arrecadação do tributo é:

a) irrelevante em qualquer hipótese

b) relevante, em se tratando de taxa de segurança pública

c) relevante, em se tratando de empréstimo compulsório

d) relevante, em se tratando de imposto.

e) irrelevante, em se tratando de contribuição confederativa

Comentários

Conforme alertamos na questão anterior, nem sempre a regra geral o art. 4º do CTN será suficiente para resolvermos todas as questões. Ela vale para taxas, impostos e contribuições de melhoria. No entanto, no caso dos empréstimos compulsórios e contribuições especiais, é relevante a análise do destino do produto da arrecadação do imposto. Por isso, correta a assertiva C. Gabarito: C

7) (FCC / AFTE RO / 2010) Sobre as características das espécies de tributos, é correto afirmar que:

a) imposto é o tributo cuja obrigação tributária tem por fato gerador uma atividade estatal.

Page 33: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 33 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

b) taxa é o tributo cuja obrigação tributária tem por fato gerador uma obra pública

c) contribuição de melhoria é uma espécie de tributo vinculado a uma prévia atividade estatal, qual seja, obra pública.

d) o empréstimo compulsório é um tributo de competência comum e pode ser instituído por medida provisória em caso de investimento urgente.

e) a contribuição para custeio do serviço de iluminação pública é de competência exclusiva dos Estados e do Distrito Federal.

Comentários

Alternativa A – O imposto é o tributo não vinculado por excelência, já que é devido independentemente de uma atividade estatal específica. Portanto, alternativa errada.

Alternativa B – As taxas são devidas em razão da prestação de um serviço público específico e divisível ou pelo exercício regular do poder de polícia. O tributo cujo fato gerador está relacionado a obra pública é a contribuição de melhoria, que só pode ser cobrada se houver valorização imobiliária.

Alternativa C – Correta a assertiva, pois, assim como a taxa, a contribuição de melhoria é um tributo vinculado a uma atividade estatal relativa ao contribuinte. No caso deste tributo, a atividade específica é a obra pública que acarrete valorização imobiliária.

Alternativa D – Somente a União é competente para a instituição do empréstimo compulsório. Além disso, a CF/88 exige que sua criação seja por meio de lei complementar.

Alternativa E – De acordo com o art. 149-A da Constituição Federal, a competência para instituição da COSIP é do Distrito Federal e dos municípios, não dos Estados. Gabarito: C

8) (FGV / AFRE RJ / 2009) Em relação às espécies tributárias, assinale a afirmativa incorreta.

a) Compete à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de atuação nas respectivas áreas.

b) Os impostos são tributos não vinculados a quaisquer atividades estatais relacionadas ao contribuinte, sendo vedada a vinculação de suas receitas a órgãos, fundos ou despesas, salvo exceções constitucionalmente previstas.

c) A contribuição de melhoria é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a

Page 34: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 34 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

d) As taxas, cobradas em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição, não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

e) A União poderá instituir, mediante lei ordinária, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, na iminência ou no caso de guerra externa, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.

Comentários

Alternativa A – Afirmativa incorreta, pois compete exclusivamente à União instituir contribuições intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de atuação nas respectivas áreas (CF, art. 149). Vale lembrar que Estados, DF e Município têm competência para instituir contribuição, cobrada de seus servidores, para custeio, em benefício destes, do regime previdenciário.

Alternativa B – CF, art. 167, IV

Alternativa C – CTN, art. 81

Alternativa D – CF, art. 145, II e § 2º

Alternativa E – CF, art. 154, II. Estudaremos em aula futura. Gabarito: A

9) (FCC / ACE TCE-GO / 2009) Os tributos classificam-se em vinculados e não vinculados. É exemplo de tributo vinculado, de forma direta, com finalidade de remunerar serviço público:

a) Imposto

b) Taxa

c) Contribuição de Melhoria

d) Contribuição Social

e) Empréstimo Compulsório

Comentários

Questão “dada”! Tributo vinculado para remunerar serviço público = taxa. Imposto é tributo não vinculado e contribuição de melhoria é vinculada a obras das quais decorram valorização imobiliária. Não podemos classificar, a priori, as contribuições especiais e empréstimos compulsórios como vinculados ou não vinculados. Gabarito: B

Page 35: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 35 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

10) (FGV / AFRE RJ / 2008) No Brasil, em sede de tributação, assinale a afirmativa correta.

a) Os Estados, os Municípios e o Distrito Federal não têm competência para instituir contribuição social, mesmo que para custeio do regime previdenciário pertinente aos seus funcionários.

b) As taxas são instituídas para suportar os custos da realização de obras públicas de que decorra a valorização imobiliária de particulares.

c) Os tributos intermunicipais, cobrados pelos Municípios, destinam-se a estabelecer limitações ao tráfego de bens, tendo em vista o interesse público.

d) As contribuições de melhoria são devidas em função da prestação de serviços públicos divisíveis.

e) Os Municípios podem instituir taxas em razão do exercício do poder de polícia, com bases de cálculo diferentes das dos impostos.

Comentários

Alternativa A – Afirmativa incorreta. A CF, art. 149, § 1º, prevê que os Estados, Municípios e DF instituam contribuição para custeio do regime previdenciário pertinente aos seus servidores.

Alternativa B – Afirmativa incorreta, pois se refere às contribuições de melhoria.

Alternativa C – Incorreto, pois é vedado aos entes estabelecerem limitações ao tráfego de pessoas ou bens por meio de tributos intermunicipais ou interestaduais (CF, art. 150, V). É ressalvada a cobrança de pedágio (que não é tributo!) pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público.

Alternativa D – Afirmativa incorreta, pois se refere às taxas.

Alternativa E – Correto. Os municípios, assim como os demais entes federados, podem instituir taxas em razão do exercício do poder de polícia ou da prestação de serviços públicos específicos e divisíveis. As taxas não podem ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos dos impostos nem ser calculadas em função do capital social das empresas. (CF, art. 77, caput e parágrafo único). Gabarito: E

11) (FCC / AFTM SP/ 2007) Para que uma prestação pecuniária compulsória possa ser conceituada como tributo, é preciso que, além de ser cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada, tenha como objeto

a) moeda corrente ou valor que nela possa ser expresso, constitua ou não sanção de ato ilícito e esteja instituída em lei.

Page 36: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 36 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

b) unicamente moeda corrente, não constitua sanção de ato ilícito e esteja instituída em lei.

c) moeda corrente ou valor que nela possa ser expresso, não constitua sanção de ato ilícito e esteja instituída em lei.

d) unicamente moeda corrente, constitua ou não sanção de ato ilícito e esteja instituída em lei.

e) moeda corrente ou valor que nela possa ser expresso, não constitua sanção de ato ilícito e esteja instituída na legislação tributária.

Comentários

Questão simples, resolvida com a definição legal de tributo do art. 3º do CTN: “Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.”

Alternativa A – “–,constitua ou não não constitua sanção de ato ilícito”

Alternativa B –“ unicamente moeda corrente” -> “em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir”

Alternativa C – Correto!

Alternativa D – Incorreto, conforme comentários sobre alternativas a e b.

Alternativa E – esteja instituída na legislação tributária em lei. Veremos com mais detalhes em aula futura. Gabarito: C

12) (CESPE / AFRE ES / 2013) Consideram-se divisíveis os serviços públicos justificadores da cobrança de taxas quando:

a) forem de utilização compulsória e postos à disposição mediante atividade estatal.

b) puderem ser usufruídos a qualquer título.

c) forem suscetíveis de utilização, separadamente, pelos usuários.

d) forem suscetíveis de utilização efetiva pela coletividade, e não somente pelo usuário.

e) puderem ser destacados em unidades autônomas de atuação da administração.

Comentários

É uma questão simples que resolvemos com a literalidade do art. 79, III, do CTN: “Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários”. Chegamos, portanto, à alternativa “c”. Vejamos o erro das demais.

Page 37: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 37 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

Alternativa A – A banca tenta confundi-lo com uma redação correta, que, porém, não corresponde ao aspecto da divisibilidade mencionado no enunciado. Os serviços de utilização compulsória e postos à disposição mediante atividade estatal consideram-se potencialmente utilizados pelo contribuinte.

Alternativa B – Também se refere a outro aspecto que não o da divisibilidade. Os serviços que puderem ser usufruídos a qualquer título são considerados efetivamente utilizados pelo contribuinte.

Alternativa D – Errado, pois as taxas são cobradas por serviços suscetíveis de utilização por usuário singular. Quando não for possível identificar os usuários do serviço, não poderá ocorrer a cobrança de taxa.

Alternativa E – Refere-se ao conceito de serviços específicos. Gabarito: C

13) (FCC / AFRE RJ / 2014) Com a aproximação das datas em que serão realizados os Jogos Olímpicos e os Jogos da Copa do Mundo, na cidade do Rio de Janeiro, o governo fluminense tomou a decisão de incrementar a fiscalização dos estabelecimentos hoteleiros e congêneres do Estado, a fim de lhes imprimir uma qualidade de nível internacional, mesmo quando se tratar de pequenos estabelecimentos.

Para realizar esse intento, seriam necessários aportes de recursos novos, com o fito de custear essas atividades estatais. Em razão disso, um deputado estadual propôs que se alterassem os valores das taxas de segurança cobradas pelo Estado.

O referido deputado, depois de constatar que o valor das diárias de um hotel, ou de um estabelecimento congênere, não mantinha relação direta com o porte desse hotel, nem com a quantidade de quartos/apartamentos que ele possui, nem com o capital social dessa empresa hoteleira, considerou possível e viável promover uma alteração drástica no correspondente item da tabela de valores das taxas estaduais.

Desse modo, com a finalidade de adequar a cobrança da taxa à capacidade contributiva do contribuinte, o referido deputado decidiu apresentar projeto de lei para alterar a maneira como essa taxa seria cobrada. De acordo com seu projeto, o valor anual dessa taxa, em relação aos hotéis e congêneres, passaria a ser calculado mediante a aplicação da alíquota de 0,1% sobre o capital social da empresa hoteleira ou da empresa congênere.

No tocante especificamente aos motéis, visando, ainda, alcançar o objetivo de adequar a cobrança da taxa à capacidade contributiva do contribuinte, essa taxa passaria a ser calculada mediante a aplicação de uma alíquota de 10% sobre a mesma base de cálculo utilizada para cálculo do ISSQN devido ao município de localização do estabelecimento contribuinte.

Page 38: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 38 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

Com base nas informações apresentadas e no que dispõe o CTN a esse respeito, considere:

I. O projeto de lei em questão não merece prosperar, em relação aos hotéis e congêneres, pois as taxas não podem ser calculadas em função do capital das empresas.

II. O projeto de lei em questão merece prosperar, em relação aos hotéis e congêneres, pois os tributos devem ser graduados com base na capacidade econômica do contribuinte (capacidade contributiva).

III. A capacidade econômica do contribuinte (capacidade contributiva) é relevante para a graduação do valor dos tributos a serem cobrados do sujeito passivo.

IV. O projeto de lei em questão não merece prosperar, em relação aos motéis, pois as taxas não podem ter base de cálculo própria de impostos, nem idênticas às que correspondam à base de cálculo de impostos.

V. O projeto de lei em questão merece prosperar, em relação aos motéis, pois, quando as taxas vierem a ter base de cálculo própria de impostos, os impostos deverão deixar de ser cobrados, para que as taxas possam sê-lo.

Está correto o que se afirma APENAS em:

(A) I e IV.

(B) IV e V.

(C) I e II.

(D) II e III.

(E) III e V.

Comentários

Item I – Conforme estudamos, o CTN (art. 77, parágrafo único) proíbe que as taxas sejam calculadas em função do capital social das empresas. Item correto.

Item II – Na “hora do desespero” você já eliminaria a alternativa “c”, pois os itens I e II não podem estar corretos ao mesmo tempo. Pelas razões expostas acima, o projeto de lei não merece prosperar. Item errado.

Item III – Estudaremos em um próximo encontro os Princípios Constitucionais Tributários, mas adianto que pela literalidade da Constituição, ele se aplica aos impostos e não aos tributos em geral. Veja: Art. 145, § 1º: “Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.” O STF considera que esse princípio pode ser também aplicado às taxas, mas não

Page 39: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 39 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

podemos dizer que é relevante, de uma forma geral, a todos os tributos, em todas as situações. Item errado.

Item IV – Redação correta, conforme o parágrafo único do art. 77 do CTN.

Item V – Veja que você também eliminaria facilmente a alternativa “a”, pois os itens IV e V são contraditórios. Item errado. Gabarito: A

14) (FCC / ICMS SP / 2013) Com respeito à disciplina legal das taxas, é

a) inconstitucional a taxa cobrada em razão da prevenção de incêndios, porquanto instituída como contraprestação a serviço não divisível. b) inconstitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra. c) inconstitucional a taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis.

d) constitucional a cobrança da taxa decorrente do poder de polícia em que haja a manutenção, pelo sujeito ativo, de órgão de controle em funcionamento, ficando restrita a cobrança aos contribuintes cujos estabelecimentos foram efetivamente visitados pela fiscalização. e) constitucional a cobrança de taxa de fiscalização ambiental sobre o mesmo fato gerador pela União e por Estado, pois ambos têm competência para exercer a fiscalização desta atividade, haja vista se tratar de competência comum, exercida concomitantemente por todos entes políticos.

Comentários

Alternativa A – A cobrança de taxa para prevenção de incêndios é um tema bastante polêmico, pois muitos entendem não se tratar de serviço divisível e consideram que ele se dirige a toda a sociedade de forma difusa, o que impediria a cobrança desse tributo para financiá-lo. No entanto, os últimos precedentes do STF e do STJ admitiram a legitimidade da taxa de combate a incêndio e é o que nos interessa para a nossa prova.

“Taxa de incêndio. Constitucionalidade. (...) É legítima a cobrança da Taxa cobrada em razão da prevenção de incêndios, porquanto instituída como contraprestação a serviço essencial, específico e divisível.” AI 677.891-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 17-3-2009, Primeira Turma, DJE de 17-4-2009.

Alternativa B – Conforme estudamos na parte teórica, o STF admite que um ou mais elementos da base de cálculo de determinados impostos sejam utilizados no cálculo do valor da taxa, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra (Súmula Vinculante 29).

Alternativa C – A assertiva contraria o conteúdo da Súmula Vinculante 19: “A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta,

Page 40: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 40 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal.”

Alternativa D – O STF entende ser suficiente a existência e estar em pleno funcionamento o órgão de controle para que seja possível a cobrança da taxa de polícia, não ficando ela restrita aos contribuintes cujos estabelecimentos tenham sido efetivamente visitados pela fiscalização.

Alternativa E – Este é o nosso gabarito. Contrariamente aos impostos, em relação aos quais vigora o princípio da privatividade, as taxas são de competência comum dos entes federados. Por essa razão, não é inconstitucional a cobrança cumulativa. Gabarito: E

15) (FGV / AFRE RJ / 2008) O Estado do Rio de Janeiro decidiu instituir tributo relativo à construção de rede de esgotos, com lançamento ao mar por emissário submarino construído com dotação orçamentária específica. O tributo aludido:

a) só poderá ser uma contribuição de melhoria.

b) não poderá ser instituído, por ser devida, no caso, apenas a cobrança de tarifa.

c) é de competência privativa conforme classificação doutrinária.

d) deve ser imposto, uma vez que tal serviço não é específico nem divisível.

e) só poderá ser uma taxa, por vinculado à prestação de serviço específico e divisível.

Comentários

Essa questão exige análise da nossa parte, não é simples “letra da lei”. O enunciado afirma que o Estado do Rio deseja instituir um tributo relacionado à construção de rede de esgotos e afirma que há dotação orçamentária específica.

Bom, na minha cabeça, falou em construir alguma coisa e associou a tributo, já vem logo a ideia de “contribuição de melhoria”. Vamos pensar se poderia ser instituída taxa para este serviço. Lembremos que a taxa serve para financiar serviços públicos “específicos e divisíveis”. Esgoto é divisível? Não! Logo, não pode ser cobrada taxa nesse caso. E imposto, poderia ser criado? Não, pois o imposto não é um tributo vinculado a uma atividade específica.

Já a contribuição de melhoria é, sim, um imposto que se encaixa na necessidade do Estado na situação mencionada. Tem como fato gerador obras de que decorram valorização imobiliária. É provável que a construção valorize os imóveis da região beneficiada e, nesse caso, poderá ser instituído esse tributo, de acordo com os preceitos legais. As outras espécies tributárias, empréstimos compulsórios e contribuições especiais, também não se encaixam na situação mencionada.

Page 41: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 41 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

Assim, verificamos que a alternativa “a” está correta. Você pode estar se questionando: “mas professora, o enunciado não deveria ter falado que houve valorização imobiliária para marcamos essa opção?”. Eu te respondo que você deve ser cuidadoso (a) nesse tipo de questão para não perder um ponto de bobeira. Veja que a alternativa diz que esse tributo “só poderá” ser contribuição de melhoria e poderá ser se atender às exigências do art. 81 do CTN.

Com a nossa análise, eliminamos as outras opções. No caso da assertiva “c”, veja que não se trata de competência privativa, já que a contribuição de melhoria pode ser instituída por todos os entes de acordo com suas competências. Gabarito: A

16) (FCC / ISS SP / 2012) Projeto de lei estadual, no intuito de fiscalizar a pesca esportiva no rio Piracicaba, foi enviado à Assembleia Legislativa, propondo a criação da Taxa de Fiscalização de Pesca do Rio Piracicaba, como meio de custear aparato fiscalizador estadual das atividades de pesca do referido rio. Tendo em vista que os benefícios trazidos por tal fiscalização atingiriam toda a população das cidades ribeirinhas, o projeto de lei em questão propunha que a base de cálculo da taxa pelo exercício do poder de polícia sobre a pesca esportiva fosse o valor venal dos imóveis localizados no perímetro urbano das cidades, desde que esses imóveis se encontrassem na zona limítrofe do rio Piracicaba, até a distância máxima de 10 km. O projeto de lei não foi aprovado pela Assembleia Legislativa, tendo sido arquivado, sob o fundamento de inconstitucionalidade.

Com base na situação descrita acima, é correto afirmar:

a) Como a competência para instituir taxas pelo exercício do poder de polícia é exclusiva dos municípios, o projeto de lei deveria ser municipal. b) A taxa não pode ter base de cálculo idêntica à que corresponda a imposto. c) A espécie tributária a ser criada deveria ser uma contribuição de melhoria, e não uma taxa pelo exercício do poder de polícia, tendo em vista os benefícios trazidos pela fiscalização da pesca às cidades ribeirinhas. d) A espécie tributária a ser criada deveria ser um imposto estadual com base de cálculo idêntica à do IPTU, e não uma taxa pelo exercício do poder de polícia. e) Nas circunstâncias descritas e pela relevância social do projeto de lei proposto, somente a União teria competência para instituir um imposto extraordinário, com a mesma finalidade e com a mesma base de cálculo do IPTU.

Comentários

Alternativa A – As taxas podem ser instituídas pelos municípios, Estados, DF e pela União, conforme o art. 145, II, da CF/88.

Page 42: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 42 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

Alternativa B – Correta a assertiva, conforme o art. 145, § 2º da CF: “As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.” No caso, valor venal do imóvel já é a base de calculo do IPTU.

Alternativa C – Completamente equivocada a assertiva, pois a contribuição de melhoria só pode ser instituída em razão de valorização imobiliária decorrente de obra pública.

Alternativa D – Os Estados não podem instituir impostos além dos previstos na CF/88. Somente a União tem competência para instituir imposto residual, desde que por meio de lei complementar e não possua fato gerador ou base de cálculo dos já previstos na Constituição. (art. 154, I).

Alternativa E – Estudaremos detalhadamente os impostos em aula futura, mas adianto que os impostos extraordinários só podem ser criados pela União na iminência ou no caso de guerra externa (CF, art. 154, II). Gabarito: B

17) (FCC / ISS SP / 2012) A realização de obras públicas, que transformaram uma região anteriormente pantanosa em um belo e aprazível parque, ocasionou a valorização da maior parte dos imóveis localizados em suas proximidades, da seguinte maneira:

- o imóvel "A", que valia R$ 4.000.000,00 antes das obras, teve fator de absorção do benefício de valorização de 200%, passando a valer R$ 12.000.000,00.

- o imóvel "B", que valia R$ 3.000.000,00 antes das obras, teve fator de absorção do benefício da valorização de 100%, passando a valer R$ 6.000.000,00.

- o imóvel "C", que valia R$ 2.000.000,00 antes das obras, teve fator de absorção do benefício da valorização de 50%, passando a valer R$ 3.000.000,00.

- o imóvel "D" não teve valorização alguma em decorrência das obras realizadas.

Obs.: Todos os quatro imóveis têm a mesma área de terreno e o que determinou a diferença nos fatores de absorção do benefício da valorização foram elementos alheios à dimensão do terreno. O custo total da obra foi orçado em R$ 6.000.000,00 e a referida contribuição deverá custeá-la integralmente.

Com base nessas informações e considerando que o município em questão editou lei ordinária estabelecendo a cobrança de contribuição de melhoria para fazer face ao custo dessa obra, é correto afirmar que

a) os proprietários dos imóveis "A", "B", "C" e "D" deverão pagar contribuição de melhoria, pois estão na zona beneficiada. b) os proprietários dos imóveis "A", "B" e "C" deverão pagar contribuição de

Page 43: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 43 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

melhoria, desde que a fixação das bases de cálculo e dos fatos geradores respectivos sejam estabelecidos por lei complementar. c) os proprietários dos imóveis "A", "B" e "C", que tiveram seus imóveis efetivamente valorizados com a obra, deverão ratear integralmente o valor de custo da obra, com base na área do terreno de cada um deles, cabendo a cada um o valor de R$ 2.000.000,00. d) a municipalidade poderá exigir, cumulativamente, de todos os quatro proprietários, contribuição de melhoria em valor igual ao da valorização de seus respectivos imóveis, cabendo ao imóvel "A" pagar R$ 8.000.000,00, ao imóvel "B" pagar R$ 3.000.000,00, ao imóvel "C" pagar R$ 1.000.000,00 e não cabendo nada a "D", perfazendo um total de R$ 12.000.000,00. e) a municipalidade poderá exigir do proprietário do imóvel "C" contribuição de melhoria no valor de R$ 500.000,00, mesmo que seu imóvel tenha sido valorizado em R$ 1.000.000,00, desde que o limite total da exigência referente ao custo da obra não ultrapasse R$ 6.000.000,00.

Comentários

Outra questão gigante da FCC! Nesses casos eu gosto de ir direto ao comando que vem antes das assertivas para descobrir logo o que a questão quer e assim tento evitar ter que ler tudo. Vamos ao “com base (...)” e descobrimos que a questão aborda contribuição de melhoria. Vemos que acima ela fala de imóveis A, B, C, etc e apresenta valores. Está na cara que a questão quer que analisemos os limites global (valor total da obra) e individual (valor da valorização imobiliária) para a cobrança da contribuição de melhoria. Nesse caso, destaque os valores relativos à valorização de cada imóvel e procure pelo valor total da obra – busque os números e não perca tempo lendo toda a historinha. Valor total: R$ 6 milhões. Vamos às alternativas.

Alternativa A – O imóvel “D” não teve valorização alguma em decorrência da obra. Logo, não deverá pagar contribuição de melhoria, o que torna a assertiva errada.

Alternativa B – Não há essa exigência de Lei Complementar para a cobrança de contribuição de melhoria na Constituição Federal.

Alternativa C – Há dois erros nessa assertiva. O limite individual para a contribuição de melhoria do imóvel C é de R$ 1 milhão, então não podem ser cobrados R$ 2 milhões. Além disso, o rateio do custo da obra não é feito com base na área do terreno, mas em razão da valorização de cada imóvel.

Alternativa D – A assertiva não está respeitando o limite global de R$ 6 milhões.

Alternativa E – A proposição respeita os limites individual e global e é o nosso gabarito. Vamos aproveitar para aprender a fazer o cálculo do rateio do custo da obra. Para isso vamos precisar de um pouquinho de matemática (bem de leve ☺).

Page 44: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 44 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

Valor total da obra a ser rateado: R$ 6 milhões. Cada imóvel pagará uma fração desse valor de acordo com a proporção da valorização sofrida. Os imóveis A, B e C valorizaram-se num total de R$ 12 milhões (8 milhões do A + 3 milhões do B + 1 milhão do C).

Proporção de valorização de A: 8/12=2/3 Proporção de valorização de B: 3/12=1/4 Proporção de valorização de C: 1/12

Logo, a contribuição de melhoria será paga nas seguintes proporções:

A: 8/12 de 6 milhões = 4 milhões B: 3/12 de 6 milhões = 1,5 milhão C: 1/12 de 6 milhões = 500 mil

Lembremos que esses são os valores máximos a serem pagos considerando o limite global da contribuição de melhoria. Gabarito: E

18) (FCC / AC TCE PR /2011) A contribuição de melhoria

a) tem por finalidade gerar receita para realização de obra pública que deverá ser concluída até o exercício financeiro seguinte ao da sua arrecadação.

b) Tem como base de cálculo o acréscimo de valor que a obra resultar para cada imóvel beneficiado, que representa o limite individual para cobrança desse tributo.

c) Tem por fato gerador serviço público ou obra pública que gere valorização imobiliária, tal qual o serviço de pavimentação asfáltica e o serviço de saneamento básico.

d) Tem sua instituição por competência concorrente dos Estados, Distrito Federal e Municípios.

e) Pode ser exigida antes, durante ou depois da realização da obra pública ou do serviço, por se tratar de um tributo de receita vinculada.

Comentários

Alternativa A – Como estudamos, a contribuição de melhoria tem como fato gerador a valorização imobiliária decorrente de obra pública. Logo, não pode ser cobrada antes da realização da mesma com a finalidade de gerar receita para financiá-la, pois ainda não terá ocorrido o fato gerador da obrigação tributária.

Alternativa B – Perfeito, conforme o art. 81 do CTN.

Alternativa C –Já sabemos qual o fato gerador da contribuição de melhoria, portanto não incide sobre serviços públicos.

Alternativa D – A competência para instituição da contribuição de melhoria é comum.

Page 45: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 45 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

Alternativa E – O tributo não pode ser cobrado antes da obra, apenas após haver valorização imobiliária decorrente dela. Gabarito: B

19) (FCC / AFRE RJ / 2014) Na iminência ou no caso de guerra

a) civil ou externa, a União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios para atender a despesas extraordinárias dela decorrentes.

b) civil ou externa, a União, os Estados e o Distrito Federal poderão instituir, por meio de lei complementar, tributos extraordinários compreendidos ou não em sua competência tributária para atender a despesas extraordinárias, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.

c) externa, a União, os Estados e o e o Distrito Federal, mediante lei ordinária poderão instituir empréstimos compulsórios para atender a despesas extraordinárias dela decorrentes.

d) externa ou convulsão social de natureza grave, a União poderá instituir, por meio de lei complementar, tributos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.

e) externa, a União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios, para atender a despesas extraordinárias dela decorrentes.

Comentários

Questão simples, cobra a literalidade do art. 148 da Constituição Federal. Lembremos que a competência para instituir empréstimos compulsórios é exclusiva da União e deve ocorrer por meio de Lei Complementar. Além disso, só pode ser criado para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, guerra externa (não inclui guerra civil) ou sua iminência, ou para investimento público de caráter urgente e relevante interesse nacional. Gabarito: E

20) (FCC / AFR SP / 2009) Os Empréstimos Compulsórios

a) poderão ser instituídos para atender às despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência, não sendo necessária, nesses casos, a observância ao princípio da anterioridade.

b) poderão ser instituídos no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, não sendo necessária, nesse caso, a observância ao princípio da anterioridade.

Page 46: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 46 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

c) são de competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observando-se a competência material de cada um desses entes políticos

d) têm sua cobrança suprimida, gradativamente, quando cessadas as causas de sua criação.

e) têm, em decorrência das razões de urgência e de relevância para sua instituição, a aplicação dos recursos provenientes do Empréstimo Compulsório desvinculada da despesa que fundamentou sua instituição.

Comentários

Os empréstimos compulsórios estão previstos no art. 148 da CF/88 e no art. 15 do CTN. Podem ser instituídos em casos de:

• guerra externa ou sua iminência;

• calamidade pública;

• investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional.

Somente nos dois primeiros casos não é necessário observar o princípio da anterioridade. No caso de investimento público de caráter urgente tal princípio precisa ser respeitado. Em razão disso, correta a assertiva “a” e errada a assertiva “b”.

Vejamos o erro das demais:

Alternativa C – Empréstimo compulsório é de competência exclusiva da União.

Alternativa D – O texto refere-se ao Imposto Extraordinário de Guerra, conforme o CTN, art. 76, que veremos mais à frente.

Alternativa E – O empréstimo compulsório é um tributo de arrecadação vinculada. Gabarito: A

21) (FGV / AFRE RJ / 2010) Com relação aos empréstimos compulsórios, assinale a afirmativa incorreta.

a) Os empréstimos compulsórios deverão ser instituídos por meio de lei complementar.

b) A instituição do empréstimo compulsório se justifica quando, para atender a calamidade pública, são necessárias despesas extraordinárias.

c) A iminência de guerra externa é fundamento suficiente para a instituição de empréstimo compulsório.

d) Todos os entes da Federação têm competência para a instituição do empréstimo compulsório, desde que haja urgência de investimento público.

Page 47: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 47 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

e) O empréstimo compulsório poderá ser instituído sob o fundamento de relevante interesse nacional.

Comentários Alternativa A – Correto (art. 148 da CF/88)

Alternativa B – Correto (art. 148 da CF/88, I)

Alternativa C – Correto (art. 148 da CF/88, I).

Alternativa D – Incorreta, pois somente a União possui competência tributária para instituição do empréstimo compulsório (art. 148 da CF/88).

Alternativa E – Correto, no caso de investimento público de caráter urgente e relevante interesse nacional pode ser instituído empréstimo compulsório (art. 148 da CF/88, II). Gabarito: D

22) (FVG / AFRE RJ / 2008) A respeito dos empréstimos compulsórios, assinale a afirmativa incorreta.

a) A competência para a instituição de empréstimo compulsório é exclusiva da União Federal.

b) Os empréstimos compulsórios podem ser instituídos por medida provisória, desde que haja relevância e urgência.

c) Lei complementar não pode estabelecer situações de cabimento para instituição de empréstimo compulsório.

d) O empréstimo compulsório vinculado à calamidade pública é excepcionado do princípio da anterioridade.

e) Só podem ser instituídos empréstimos compulsórios no caso de guerra externa, ou sua iminência, calamidade pública e investimento público de caráter urgente e relevante interesse nacional.

Comentários

Questão praticamente igual à anterior. Veja como é importante fazer muitos exercícios!

Alternativa A – Correto (art. 148 da CF/88)

Alternativa B – Incorreta, pois somente por Lei Complementar podem ser instituídos empréstimos compulsórios (art. 148 da CF/88).

Alternativa C – Essa afirmativa possivelmente confundiu muita gente, mas está correta. A Lei Complementar institui o tributo, mas as situações de cabimento são somente aquelas previstas na Constituição Federal.

Alternativa D – Correto, em caso de calamidade pública e guerra externa ou sua iminência não é preciso respeitar o princípio da anterioridade.

Alternativa E – Somente essas situações podem ensejar a cobrança do empréstimo compulsório (art. 148, CF/88). Gabarito: B

Page 48: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 48 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

23) (FGV / AFRE RJ / 2010) Em relação às normas constitucionais relativas às contribuições previdenciárias, examine as afirmativas a seguir.

I. A seguridade social será financiada, dentre outras, por contribuições a cargo do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, desde que com vínculo empregatício. II. As contribuições do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. III. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes sobre a receita ou faturamento serão não-cumulativas.

Assinale:

a) se todas as afirmativas estiverem corretas.

b) se somente afirmativa II estiver correta.

c) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

e) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

Comentários

Item I - O art. 195 da CF diz que a Seguridade Social – que compreende os direitos relativos à saúde, previdência e assistência social – será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos dos entes federados e de contribuições sociais devidas por:

1- empregador / empresa sobre

a- salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;

b- receita ou faturamento;

c- lucro.

2- Do trabalhador / demais segurados da Previdência Social

3- Receita de concurso de prognósticos;

4- Importador de bens ou serviços do exterior (ou de quem a lei a ele equiparar).

Portanto, incorreto o item I, pois a referida contribuição independe de vínculo empregatício.

Page 49: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 49 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

Item II – Correto, de acordo com o art. 195 da CF, § 9º.

Item III – Correto, de acordo com a CF, art. 195, § 12. Gabarito: D

24) (FCC / AFR SP / 2009) A respeito das contribuições sobre o domínio econômico, é correto afirmar que:

a) a sua hipótese de incidência é vinculada à atuação estatal, devendo atingir o particular de modo específico e divisível.

b) incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação.

c) incidirão sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços.

d) deve ser instituída por lei complementar, em razão de sua natureza excepcional.

e) a lei que a institui deverá indicar prazos e condições em que os valores serão restituídos.

Comentários

Alternativa A – O tributo que deve atingir o particular de modo específico e divisível é a taxa. As Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico têm finalidade precipuamente extrafiscal e não estão vinculadas a qualquer atividade estatal específica.

Alternativa B – A CF/88 no art. 149, § 2º, I determina que as contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação.

Alternativa C – Correta, pois a CF/88 no art. 149, § 2º, II determina que as contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços.

Alternativa D – Não há previsão da necessidade de Lei Complementar para instituição de CIDEs na CF/88, podendo ser feita por meio de Lei Ordinária.

Alternativa E – A restituição dos valores arrecadados está relacionada aos Empréstimos Compulsórios e não às CIDEs. Gabarito: C

Page 50: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 50 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

1) (FCC / NeR TJ PE/Provimento-2013) Não são espécies de tributos:

a) Impostos

b) Tarifas públicas

c) Taxas

d) Contribuições de melhoria

e) Custas processuais

2) (FGV / JUIZ TJ AM / 2013) Assinale a alternativa que melhor sintetiza as distinções entre as espécies tributárias indicadas.

a) O imposto pressupõe um ato do Poder Público, assim como a taxa, sendo distintos os fatos geradores dos dois tributos, mas não as bases de cálculo.

b) O imposto pressupõe um ato do contribuinte, assim como a taxa, sendo distintas as bases de cálculo, mas não os fatos geradores.

c) O imposto pressupõe um ato do Poder Público, assim como a taxa, sendo distintas as bases de cálculo dos dois tributos, mas não os fatos geradores.

d) O imposto pressupõe um ato do contribuinte, assim como a taxa, sendo distintos os fatos geradores dos dois tributos, mas não as bases de cálculo.

e) O imposto pressupõe um ato do contribuinte e a taxa pressupõe um ato do Poder Público, sendo distintos os fatos geradores e as bases de cálculo dos dois tributos.

3) (FGV / AFRE RJ / 2011) A respeito das espécies de tributos, é correto afirmar que

a) a União, os Estados e o Distrito Federal, e os Municípios poderão instituir, exclusivamente, os seguintes tributos: impostos, taxas e contribuições de melhoria

b) de acordo com o CTN, considera-se imposto o tributo vinculado a qualquer atividade estatal específica.

c) A taxa é um tributo não vinculado a uma atuação estatal específica e tem, como possível fato gerador, o exercício regular do poder de polícia.

d) A instituição de contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, é de competência exclusiva da União.

e) A contribuição de melhoria é tributo cobrado em função da realização de obras e prestação de serviços.

5- LISTA DE EXERCÍCIOS

Page 51: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 51 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

4) (FCC / Procurador Teresina / 2010) A partir do conceito legal de tributo, é possível afirmar que a multa NÃO é espécie de tributo porque o tributo:

a) tem que ser instituído mediante lei, ao passo que a multa não se a)reveste desta obrigatoriedade.

b) é cobrada mediante atividade administrativa vinculada, enquanto a multa pode ser aplicada de forma discricionária pelo poder público.

c) Não é sanção por ato ilícito e a multa é sanção pecuniária por prática de ato ilícito

d) É prestação pecuniária compulsória, ao passo que a aplicação da multa não é compulsória, dependendo de condenação administrativa.

e) Pode ser objeto de compensação, anistia e remissão, ao contrário da multa, que só pode ser objeto de anistia.

5) (FCC / AFR RO / 2010) Para se identificar a natureza jurídica específica de um tributo considera-se, em regra,

a) A validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes

b) Os efeitos dos atos jurídicos efetivamente ocorridos

c) A denominação e demais características formais adotadas pela lei.

d) O fato gerador da respectiva obrigação tributária

e) A destinação legal do produto de sua arrecadação

6) (FCC / Auditor TCE PB / 2006) À luz da Constituição Federal vigente, a destinação do produto da arrecadação do tributo é:

a) irrelevante em qualquer hipótese

b) relevante, em se tratando de taxa de segurança pública

c) relevante, em se tratando de empréstimo compulsório

d) relevante, em se tratando de imposto.

e) irrelevante, em se tratando de contribuição confederativa

7) (FCC / AFTE RO / 2010) Sobre as características das espécies de tributos, é correto afirmar que:

a) imposto é o tributo cuja obrigação tributária tem por fato gerador uma atividade estatal.

b) taxa é o tributo cuja obrigação tributária tem por fato gerador uma obra pública

Page 52: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 52 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

c) contribuição de melhoria é uma espécie de tributo vinculado a uma prévia atividade estatal, qual seja, obra pública.

d) o empréstimo compulsório é um tributo de competência comum e pode ser instituído por medida provisória em caso de investimento urgente.

e) a contribuição para custeio do serviço de iluminação pública é de competência exclusiva dos Estados e do Distrito Federal.

8) (FGV / AFRE RJ / 2009) Em relação às espécies tributárias, assinale a afirmativa incorreta.

a) Compete à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de atuação nas respectivas áreas.

b) Os impostos são tributos não vinculados a quaisquer atividades estatais relacionadas ao contribuinte, sendo vedada a vinculação de suas receitas a órgãos, fundos ou despesas, salvo exceções constitucionalmente previstas.

c) A contribuição de melhoria é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

d) As taxas, cobradas em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição, não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

e) A União poderá instituir, mediante lei ordinária, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, na iminência ou no caso de guerra externa, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.

9) (FCC / ACE TCE-GO / 2009) Os tributos classificam-se em vinculados e não vinculados. É exemplo de tributo vinculado, de forma direta, com finalidade de remunerar serviço público:

a) Imposto

b) Taxa

c) Contribuição de Melhoria

d) Contribuição Social

e) Empréstimo Compulsório

Page 53: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 53 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

10) (FGV/ AFRE RJ / 2008) No Brasil, em sede de tributação, assinale a afirmativa correta.

a) Os Estados, os Municípios e o Distrito Federal não têm competência para instituir contribuição social, mesmo que para custeio do regime previdenciário pertinente aos seus funcionários.

b) As taxas são instituídas para suportar os custos da realização de obras públicas de que decorra a valorização imobiliária de particulares.

c) Os tributos intermunicipais, cobrados pelos Municípios, destinam-se a estabelecer limitações ao tráfego de bens, tendo em vista o interesse público.

d) As contribuições de melhoria são devidas em função da prestação de serviços públicos divisíveis.

e) Os Municípios podem instituir taxas em razão do exercício do poder de polícia, com bases de cálculo diferentes das dos impostos.

11) (FCC / AFTM SP/ 2007) Para que uma prestação pecuniária compulsória possa ser conceituada como tributo, é preciso que, além de ser cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada, tenha como objeto

a) moeda corrente ou valor que nela possa ser expresso, constitua ou não sanção de ato ilícito e esteja instituída em lei.

b) unicamente moeda corrente, não constitua sanção de ato ilícito e esteja instituída em lei.

c) moeda corrente ou valor que nela possa ser expresso, não constitua sanção de ato ilícito e esteja instituída em lei.

d) unicamente moeda corrente, constitua ou não sanção de ato ilícito e esteja instituída em lei.

e) moeda corrente ou valor que nela possa ser expresso, não constitua sanção de ato ilícito e esteja instituída na legislação tributária.

12) (CESPE / AFRE ES / 2013) Consideram-se divisíveis os serviços públicos justificadores da cobrança de taxas quando:

a) forem de utilização compulsória e postos à disposição mediante atividade estatal.

b) puderem ser usufruídos a qualquer título.

c) forem suscetíveis de utilização, separadamente, pelos usuários.

d) forem suscetíveis de utilização efetiva pela coletividade, e não somente pelo usuário.

Page 54: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 54 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

e) puderem ser destacados em unidades autônomas de atuação da administração.

13) (FCC / AFRE RJ / 2014) Com a aproximação das datas em que serão realizados os Jogos Olímpicos e os Jogos da Copa do Mundo, na cidade do Rio de Janeiro, o governo fluminense tomou a decisão de incrementar a fiscalização dos estabelecimentos hoteleiros e congêneres do Estado, a fim de lhes imprimir uma qualidade de nível internacional, mesmo quando se tratar de pequenos estabelecimentos.

Para realizar esse intento, seriam necessários aportes de recursos novos, com o fito de custear essas atividades estatais. Em razão disso, um deputado estadual propôs que se alterassem os valores das taxas de segurança cobradas pelo Estado.

O referido deputado, depois de constatar que o valor das diárias de um hotel, ou de um estabelecimento congênere, não mantinha relação direta com o porte desse hotel, nem com a quantidade de quartos/apartamentos que ele possui, nem com o capital social dessa empresa hoteleira, considerou possível e viável promover uma alteração drástica no correspondente item da tabela de valores das taxas estaduais.

Desse modo, com a finalidade de adequar a cobrança da taxa à capacidade contributiva do contribuinte, o referido deputado decidiu apresentar projeto de lei para alterar a maneira como essa taxa seria cobrada. De acordo com seu projeto, o valor anual dessa taxa, em relação aos hotéis e congêneres, passaria a ser calculado mediante a aplicação da alíquota de 0,1% sobre o capital social da empresa hoteleira ou da empresa congênere.

No tocante especificamente aos motéis, visando, ainda, alcançar o objetivo de adequar a cobrança da taxa à capacidade contributiva do contribuinte, essa taxa passaria a ser calculada mediante a aplicação de uma alíquota de 10% sobre a mesma base de cálculo utilizada para cálculo do ISSQN devido ao município de localização do estabelecimento contribuinte.

Com base nas informações apresentadas e no que dispõe o CTN a esse respeito, considere:

I. O projeto de lei em questão não merece prosperar, em relação aos hotéis e congêneres, pois as taxas não podem ser calculadas em função do capital das empresas.

II. O projeto de lei em questão merece prosperar, em relação aos hotéis e congêneres, pois os tributos devem ser graduados com base na capacidade econômica do contribuinte (capacidade contributiva).

III. A capacidade econômica do contribuinte (capacidade contributiva) é relevante para a graduação do valor dos tributos a serem cobrados do sujeito passivo.

Page 55: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 55 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

IV. O projeto de lei em questão não merece prosperar, em relação aos motéis, pois as taxas não podem ter base de cálculo própria de impostos, nem idênticas às que correspondam à base de cálculo de impostos.

V. O projeto de lei em questão merece prosperar, em relação aos motéis, pois, quando as taxas vierem a ter base de cálculo própria de impostos, os impostos deverão deixar de ser cobrados, para que as taxas possam sê-lo.

Está correto o que se afirma APENAS em:

a) I e IV.

b) IV e V.

c) I e II.

d) II e III.

e) III e V.

14) (FCC / ICMS SP / 2013) Com respeito à disciplina legal das taxas, é

a) inconstitucional a taxa cobrada em razão da prevenção de incêndios, porquanto instituída como contraprestação a serviço não divisível.

b) inconstitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra.

c) inconstitucional a taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis.

d) constitucional a cobrança da taxa decorrente do poder de polícia em que haja a manutenção, pelo sujeito ativo, de órgão de controle em funcionamento, ficando restrita a cobrança aos contribuintes cujos estabelecimentos foram efetivamente visitados pela fiscalização.

e) constitucional a cobrança de taxa de fiscalização ambiental sobre o mesmo fato gerador pela União e por Estado, pois ambos têm competência para exercer a fiscalização desta atividade, haja vista se tratar de competência comum, exercida concomitantemente por todos entes políticos.

15) (FGV / AFRE RJ / 2008) O Estado do Rio de Janeiro decidiu instituir tributo relativo à construção de rede de esgotos, com lançamento ao mar por emissário submarino construído com dotação orçamentária específica. O tributo aludido:

a) só poderá ser uma contribuição de melhoria.

b) não poderá ser instituído, por ser devida, no caso, apenas a cobrança de tarifa.

Page 56: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 56 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

c) é de competência privativa conforme classificação doutrinária.

d) deve ser imposto, uma vez que tal serviço não é específico nem divisível.

e) só poderá ser uma taxa, por vinculado à prestação de serviço específico e divisível.

16) (FCC / ISS SP / 2012) Projeto de lei estadual, no intuito de fiscalizar a pesca esportiva no rio Piracicaba, foi enviado à Assembleia Legislativa, propondo a criação da Taxa de Fiscalização de Pesca do Rio Piracicaba, como meio de custear aparato fiscalizador estadual das atividades de pesca do referido rio. Tendo em vista que os benefícios trazidos por tal fiscalização atingiriam toda a população das cidades ribeirinhas, o projeto de lei em questão propunha que a base de cálculo da taxa pelo exercício do poder de polícia sobre a pesca esportiva fosse o valor venal dos imóveis localizados no perímetro urbano das cidades, desde que esses imóveis se encontrassem na zona limítrofe do rio Piracicaba, até a distância máxima de 10 km. O projeto de lei não foi aprovado pela Assembleia Legislativa, tendo sido arquivado, sob o fundamento de inconstitucionalidade.

Com base na situação descrita acima, é correto afirmar:

a) Como a competência para instituir taxas pelo exercício do poder de polícia é exclusiva dos municípios, o projeto de lei deveria ser municipal.

b) A taxa não pode ter base de cálculo idêntica à que corresponda a imposto.

c) A espécie tributária a ser criada deveria ser uma contribuição de melhoria, e não uma taxa pelo exercício do poder de polícia, tendo em vista os benefícios trazidos pela fiscalização da pesca às cidades ribeirinhas.

d) A espécie tributária a ser criada deveria ser um imposto estadual com base de cálculo idêntica à do IPTU, e não uma taxa pelo exercício do poder de polícia.

e) Nas circunstâncias descritas e pela relevância social do projeto de lei proposto, somente a União teria competência para instituir um imposto extraordinário, com a mesma finalidade e com a mesma base de cálculo do IPTU.

17) (FCC / ISS SP / 2012) A realização de obras públicas, que transformaram uma região anteriormente pantanosa em um belo e aprazível parque, ocasionou a valorização da maior parte dos imóveis localizados em suas proximidades, da seguinte maneira:

- o imóvel "A", que valia R$ 4.000.000,00 antes das obras, teve fator de absorção do benefício de valorização de 200%, passando a valer R$ 12.000.000,00.

Page 57: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 57 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

- o imóvel "B", que valia R$ 3.000.000,00 antes das obras, teve fator de absorção do benefício da valorização de 100%, passando a valer R$ 6.000.000,00.

- o imóvel "C", que valia R$ 2.000.000,00 antes das obras, teve fator de absorção do benefício da valorização de 50%, passando a valer R$ 3.000.000,00.

- o imóvel "D" não teve valorização alguma em decorrência das obras realizadas.

Obs.: Todos os quatro imóveis têm a mesma área de terreno e o que determinou a diferença nos fatores de absorção do benefício da valorização foram elementos alheios à dimensão do terreno.

O custo total da obra foi orçado em R$ 6.000.000,00 e a referida contribuição deverá custeá-la integralmente.

Com base nessas informações e considerando que o município em questão editou lei ordinária estabelecendo a cobrança de contribuição de melhoria para fazer face ao custo dessa obra, é correto afirmar que

a) os proprietários dos imóveis "A", "B", "C" e "D" deverão pagar contribuição de melhoria, pois estão na zona beneficiada.

b) os proprietários dos imóveis "A", "B" e "C" deverão pagar contribuição de melhoria, desde que a fixação das bases de cálculo e dos fatos geradores respectivos sejam estabelecidos por lei complementar.

c) os proprietários dos imóveis "A", "B" e "C", que tiveram seus imóveis efetivamente valorizados com a obra, deverão ratear integralmente o valor de custo da obra, com base na área do terreno de cada um deles, cabendo a cada um o valor de R$ 2.000.000,00.

d) a municipalidade poderá exigir, cumulativamente, de todos os quatro proprietários, contribuição de melhoria em valor igual ao da valorização de seus respectivos imóveis, cabendo ao imóvel "A" pagar R$ 8.000.000,00, ao imóvel "B" pagar R$ 3.000.000,00, ao imóvel "C" pagar R$ 1.000.000,00 e não cabendo nada a "D", perfazendo um total de R$ 12.000.000,00.

e) a municipalidade poderá exigir do proprietário do imóvel "C" contribuição de melhoria no valor de R$ 500.000,00, mesmo que seu imóvel tenha sido valorizado em R$ 1.000.000,00, desde que o limite total da exigência referente ao custo da obra não ultrapasse R$ 6.000.000,00.

18) (FCC / AC TCE PR /2011) A contribuição de melhoria

a) tem por finalidade gerar receita para realização de obra pública que deverá ser concluída até o exercício financeiro seguinte ao da sua arrecadação.

Page 58: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 58 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

b) Tem como base de cálculo o acréscimo de valor que a obra resultar para cada imóvel beneficiado, que representa o limite individual para cobrança desse tributo.

c) Tem por fato gerador serviço público ou obra pública que gere valorização imobiliária, tal qual o serviço de pavimentação asfáltica e o serviço de saneamento básico.

d) Tem sua instituição por competência concorrente dos Estados, Distrito Federal e Municípios.

e) Pode ser exigida antes, durante ou depois da realização da obra pública ou do serviço, por se tratar de um tributo de receita vinculada.

19) (FCC / AFRE RJ / 2014) Na iminência ou no caso de guerra

a) civil ou externa, a União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios para atender a despesas extraordinárias dela decorrentes.

b) civil ou externa, a União, os Estados e o Distrito Federal poderão instituir, por meio de lei complementar, tributos extraordinários compreendidos ou não em sua competência tributária para atender a despesas extraordinárias, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.

c) externa, a União, os Estados e o e o Distrito Federal, mediante lei ordinária poderão instituir empréstimos compulsórios para atender a despesas extraordinárias dela decorrentes.

d) externa ou convulsão social de natureza grave, a União poderá instituir, por meio de lei complementar, tributos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.

e) externa, a União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios, para atender a despesas extraordinárias dela decorrentes.

20) (FCC / AFR SP / 2009) Os Empréstimos Compulsórios

a) poderão ser instituídos para atender às despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência, não sendo necessária, nesses casos, a observância ao princípio da anterioridade.

b) poderão ser instituídos no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, não sendo necessária, nesse caso, a observância ao princípio da anterioridade.

c) são de competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observando-se a competência material de cada um desses entes políticos

Page 59: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 59 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

d) têm sua cobrança suprimida, gradativamente, quando cessadas as causas de sua criação.

e) têm, em decorrência das razões de urgência e de relevância para sua instituição, a aplicação dos recursos provenientes do Empréstimo Compulsório desvinculada da despesa que fundamentou sua instituição.

21) (FGV / AFRE RJ / 2010) Com relação aos empréstimos compulsórios, assinale a afirmativa incorreta.

a) Os empréstimos compulsórios deverão ser instituídos por meio de lei complementar.

b) A instituição do empréstimo compulsório se justifica quando, para atender a calamidade pública, são necessárias despesas extraordinárias.

c) A iminência de guerra externa é fundamento suficiente para a instituição de empréstimo compulsório.

d) Todos os entes da Federação têm competência para a instituição do empréstimo compulsório, desde que haja urgência de investimento público.

e) O empréstimo compulsório poderá ser instituído sob o fundamento de relevante interesse nacional.

22) (FVG / AFRE RJ / 2008) A respeito dos empréstimos compulsórios, assinale a afirmativa incorreta.

a) A competência para a instituição de empréstimo compulsório é exclusiva da União Federal.

b) Os empréstimos compulsórios podem ser instituídos por medida provisória, desde que haja relevância e urgência.

c) Lei complementar não pode estabelecer situações de cabimento para instituição de empréstimo compulsório.

d) O empréstimo compulsório vinculado à calamidade pública é excepcionado do princípio da anterioridade.

e) Só podem ser instituídos empréstimos compulsórios no caso de guerra externa, ou sua iminência, calamidade pública e investimento público de caráter urgente e relevante interesse nacional.

23) (FGV / AFRE RJ / 2010) Em relação às normas constitucionais relativas às contribuições previdenciárias, examine as afirmativas a seguir.

I. A seguridade social será financiada, dentre outras, por contribuições a cargo do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos

Page 60: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 60 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, desde que com vínculo empregatício.

II. As contribuições do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.

III. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes sobre a receita ou faturamento serão não-cumulativas.

Assinale:

a) se todas as afirmativas estiverem corretas.

b) se somente afirmativa II estiver correta.

c) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

e) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

24) (FCC / AFR SP / 2009) A respeito das contribuições sobre o domínio econômico, é correto afirmar que:

a) a sua hipótese de incidência é vinculada à atuação estatal, devendo atingir o particular de modo específico e divisível.

b) incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação.

c) incidirão sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços.

d) deve ser instituída por lei complementar, em razão de sua natureza excepcional.

e) a lei que a institui deverá indicar prazos e condições em que os valores serão restituídos.

Page 61: Professora: Juliana Migowski · Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00 Prof. Juliana Migowski 2 de 61 Olá, amigos! É com grande prazer que faço parte dessa equipe inovadora e competente

Curso: Direito Tributário p/ ICMS RJ Teoria e Questões comentadas

Prof.ª. Juliana Migowski - Aula 00

Prof. Juliana Migowski 61 de 61

www.exponencialconcursos.com.br

1 2 3 4 5 6 7 8

B E D C D C C A

9 10 11 12 13 14 15 16

B E C C A E A B

17 18 19 20 21 22 23 24

E B E A D B D C

6- GABARITO