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painel AEAARP PROFISSIONAIS DO ANO AEAARP 2016 ARQUITETURA Na zona rural as necessidades são diferentes MEIO AMBIENTE A função e importância dos jardins botânicos HOBBY A inspiração do agrônomo para a música Foco na técnica, na eficiência e na paixão pela profissão Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto Ano IX nº 259 outubro/ 2016

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painel

A E A A R P

PROFISSIONAIS DOANO AEAARP 2016

ARQUITETURANa zona rural as necessidades são diferentes

MEIO AMBIENTEA função e importância dos jardins botânicos

HOBBYA inspiração do agrônomo para a música

Foco na técnica, na eficiência e na paixão pela profissão

Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão PretoAno IX nº 259 outubro/ 2016

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Eng. civil Carlos Alencastre

pala

vra

dopr

esid

ente “O papel aceita tudo”, segundo o dito popular. A matemática é

exata, o palavrório é fácil, e a verdade deve superar qualquerideologia, poder, resultado, vaidade ou partido. Na edição nº180, de março de 2010, a reportagem de capa da revista Painelmostrou sistemas de reúso de água e pautou a necessidade daadoção de modelos alternativos de abastecimento.Um ano antes, a revista já tinhamostrado que o sistema de abas-tecimento da cidade tem falhas graves, comperdas que chegama50% do volume captado nos poços artesianos. Na última edição,voltamos ao tema e neste espaço é necessário colocar os pontosem seus lugares exatos: nenhuma política pública foi adotadapelo município nos últimos anos para atender à necessidade detornar sustentável o abastecimento de água em Ribeirão Preto.É preciso ir além: a despeito de ideologias e preferências políticopartidárias, devemos nos responsabilizar pelo que é dito, escritoe propagado.Umexemplo é o discurso irresponsável sobre a captação de águano Rio Pardo, fato pautado na campanha eleitoral. Para ficarmosapenas nos temas debatidos na AEAARP na última década, é ne-cessário remetermos à reportagem citada no início deste texto.O texto revela para os leitores que a Agência Nacional de Águas(ANA) preconiza que o município deve adotar novo modelo decaptação de água para a cidade. A Agência sugere o Rio Pardocomo manancial.Essa informação é de 2010. Portanto, esta questão não saiu deuma cartola mágica. É fruto de estudo, de técnica e de avaliaçãominuciosa de quem entende muito do assunto.Este é um exemplo muito sério do papel do leigo e do técnicoem um tema. À entidade, cabe valorizar e preservar a verdadepor meio da técnica que valoriza nossos colegas e proporcionaverdadeiramente qualidade de vida para a população.

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índi

ce

ESPECIAL 05Profissionais do Ano AEAARP 2016

PRODUTIVIDADE 09Novas funções do MS-Excel 2016

ARQUITETURA 10Arquitetura rural, um novo modo de fazer

HOBBY 14Música, com prazer e sem pressa

MEIO AMBIENTE 16Jardim Botânico: ferramenta deconservação de plantas nativas

TECNOLOGIA 20Papelão: da embalagem à construção

ENGENHARIA 22O desafio é o lixo

CARREIRA 23Atuação no setor público é debatida no CAU

A SAÚDE DO PLANO 23

GESTÃO 24Inovação simples e direta

CREA-SP 25Profissional deve recolher ART de serviçode aprovação de projetos

NOTAS E CURSOS 26

DIRETORIA OPERACIONALDiretor Administrativo: eng. agr. Callil João FilhoDiretor Financeiro: eng. agr. Benedito Gléria FilhoDiretor Financeiro Adjunto: eng. civil e seg. do trab. Luis AntonioBagatinDiretor de Promoção da Ética de Exercício Profissional: eng. civilHirilandes AlvesDiretor Ouvidoria: eng. civil Milton Vieira de Souza Leite

DIRETORIA FUNCIONALDiretor de Esportes e Lazer: eng. civil Rodrigo Fernandes AraújoDiretor de Comunicação e Cultura: eng. agr. Paulo PurrenesPeixotoDiretor Social: arq. e urb. Marta Benedini VecchiDiretor Universitário: arq. e urb. Ruth Cristina MontanheiroPaolino

DIRETORIA TÉCNICAAgronomia, Agrimensura, Alimentos e afins: eng. agr. Jorge LuizPereira RosaArquitetura, Urbanismo e afins: arq. Ercília Pamplona FernandesSantosEngenharia e afins: eng. Naval José Eduardo Ribeiro

Rua João Penteado, 2237 - Ribeirão Preto-SP - Tel.: (16) 2102.1700 - Fax: (16) 2102.1717 - www.aeaarp.org.br / [email protected]

Eng. civil Carlos Eduardo Nascimento AlencastrePresidente

Eng. eletr. Tapyr Sandroni Jorge Eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho1º Vice-presidente 2º Vice-presidente

CONSELHO DELIBERATIVOPresidente: eng.º civil João Paulo de Souza Campos Figueiredo

Conselheiros TitularesEng.º agr.º Dilson Rodrigues CáceresEng.º civil Edgard CuryEng.º civil Elpidio Faria JuniorArquiteta e eng.ª seg.ª do trab.º Fabiana Freire GrelletEng.º agr.º Geraldo Geraldi JrEng.º agr.º Gilberto Marques SoaresEng.ºmec.º Giulio Roberto Azevedo PradoEng.º elet.ª Hideo KumasakaEng.º civil Wilson Luiz LagunaEng.º civil Jose Aníbal LagunaArquiteto Luiz Eduardo Siena MedeirosArq.ª e urb.ªMaria Teresa Pereira LimaEng.º civil Ricardo Aparecido Debiagi

Conselheiros SuplentesEng.º agr.º Alexandre Garcia TazinaffoArq.º e urb.ª Celso Oliveira dos SantosEng.º agr.º Denizart BolonheziEng.º civil Fernando Brant da Silva CarvalhoEng.º agr.º José Roberto ScarpelliniEng.º agr.º Ronaldo Posella Zaccaro

REVISTA PAINELConselho Editorial: eng. civil Arlindo Antonio Sicchieri Filho, arq.urb. Celso Oliveira dos Santos, eng. mec. Giulio Roberto AzevedoPrado e eng. agr. Paulo Purrenes Peixoto - [email protected]

Conselheiros Titulares do CREA-SP indicados pela AEAARP:eng. civil e seg. do trab. Hirilandes Alves eeng. mecânico Fernando Antonio Cauchick Carlucci

Coordenação Editorial: Texto & Cia ComunicaçãoRua Galileu Galilei 1800/4, Jd. Canadá,Ribeirão Preto SP, CEP 14020-620www.textocomunicacao.com.brFones: 16 3916.2840 | [email protected]

Editora: Daniela Antunes –MTb 25679

Colaboração: Bruna Zanuto –MTb 73044

Publicidade: Departamento de eventos da AEAARP - 16 2102.1719Angela Soares - [email protected]

Tiragem: 3.000 exemplaresLocação e Eventos: Solange Fecuri - 16 2102.1718Editoração eletrônica:Mariana Mendonça NaderImpressão e Fotolito: São Francisco Gráfica e Editora Ltda.

Horário de funcionamentoAEAARP - das 8h às 12h e das 13h às 17hCREA - das 8h30 às 16h30Fora deste período, o atendimento é restrito à portaria.

painel A s s o c i A ç ã ode engenhAriAArquiteturA eAgronomiA deribeirão Preto

Painel não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados. Os mesmos também não expressam, necessariamente, a opinião da revista.

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Na Engenharia, na Arquitetura e na Agronomia, o desafio para ofuturo é aprimorar tecnologias com o objetivo de reduzir o custo daconstrução, conferir eficiência aos projetos e melhorar os resultadosde produtividade. São essas as preocupações dos Profissionais do AnoAEAARP 2016, o engenheiro civil Marcos Tavares Canini, o arquitetoRui Bulamah Spinelli e o engenheiro agrônomo José Walter Figueiredo.Eles foram escolhidos pela direção da entidade e, segundo oengenheiro Carlos Alencastre, presidente da AEAARP, representam aeficiência, a técnica e a dedicação. Veja nas próximas páginas o perfilde cada um dos homenageados.

PROFISSIONAIS DO ANOAEAARP 2016

A cerimônia de entregado Prêmio Profissionaisdo Ano AEAARP 2016 seráno dia 25 de novembro,na sede da entidade. Osconvites estão à venda naAssociação. Informaçõespelo telefone 162102.1700.

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Revista Painel6

ENGENHARIAespecial arquitetura agronomia

MARCOS TAVARES CANINI

Engenheiro civil, graduado em1982peloentão InstitutoPolitéc-nicodeRibeirãoPreto, atual Cen-

tro Universitário Moura Lacerda. CaninicomeçouacarreiraemDumont (SP),onde,por algum tempo, foi o único engenheiroda cidade. Ele tinha 22 anos e era desafia-doaencontrar soluçõesparaobras viáriase de infraestrutura, tomando decisões degrande responsabilidade e impacto socialpara um jovem recém-formado.O talento para a engenharia foi des-

coberto pela afinidade com as ciênciasexatas. “Na época em que fiz cursinho[1977], não se dispunham de muitasfaculdades ou escolas de nível técnico.Prestava-se vestibular para medicina,

odontologia, direito e engenharias[elétrica, mecânica, civil e naval], entãofiquei com engenharia civil pelas facili-dades de estudo”, conta.Ele soube só recentemente, commais

de 30 anos de carreira, que o bisavô,um imigrante italiano, era construtor eergueuvárias obras no centrodeRibeirãoPreto. “Estava no DNA”, conclui.A primeira obra lhe foi encomendada

em 1984 por Eudoxia Druchini Baldussi,que o conhecia desde criança. “Ela mefalou, ‘você vai fazer sua primeira obrapra mim, e eu vou te dar muita sorte’,realmente, parece que foi uma profecia,pois sempre tive muita sorte na minhaprofissão”, lembra o engenheiro.

Foi nesta obra que teve contato diretocomaexecução e tambémcomodesafiode superar as dificuldades que surgemnos projetos, exigindo mais engenharia.E foi a busca pela solução que o fascinou,mais até do que o projeto em si. “Noprojeto, a informação éde comoela deveficar e não de como fazer”, compara.Canini prefere o dinamismo do can-

teiro de obras à cadeira do escritório.Esta opção resultou de um momentomarcante em sua carreira. Em 1986, umcliente questionou o valor cobrado para“assinar a planta”. “Acho que todos noinicio da carreira já passaram por isso.Foi quando vi que não queria ser aqueleengenheiro burocrático de fazer projetose aprova-los”, lembra.Naquele período, saiu embusca de no-

vos desafios, empregou-se emumacons-trutora e passou a trabalhar emprojetosde edifícios altos. “Aprendi a lidar muitobem com a mão de obra, saber fazercom que eles trabalhem com dedicaçãoa você e não só pelo holerite, é um de-safio pra qualquer empreendedor”, diz.Desde 1996 o irmão dele, Ulisses TavaresCanini, somou-se ao trabalho já iniciadona construtora da qual são sócios.Uma das obras inspiradoras de sua

carreira foi a conclusão de um edifícioque havia sido lançado pela Encol, cons-trutora que entrou em falência em 1999e deixou edifícios inacabados em todo opaís. “Estava com fundação e parte daestrutura pronta. Foi uma obra difícil,cada proprietário fez o acabamento quequis. No final, depois da decepção e tris-teza com a Encol, todos estavam felizespelo fim da obra e por terem feito seusapartamentos personalizados. Era porisso que eu queria trabalhar, fazer obrasque receberiam reconhecimento”, conta.

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engenhariaespecial ARQUITETURA agronomia

RUI BULAMAH SPINELLI

Quando usa o elevador em umdos inúmeros edifícios queprojetou, Spinelli fica atento

às conversas dos moradores que estãoao seu lado e não sabem que partilhamo espaço com o autor de soluções queagradam alguns e geram críticas de ou-tros. Os comentários, diz, são “surreais”,e tambémobjetos demuito aprendizado.A formação em arquitetura, no Centro

UniversitárioMoura Lacerda, nos anosde1990, coincidiu com a transição entre alapiseira e o mouse, quando os profis-sionais estavam migrando do desenhono papel para o computador. Foi pormeio da tecnologia que ele conquistouas primeiras oportunidades de trabalhona área, como desenhista de AutoCAD,fazendo trabalhos para escritórios dearquitetura da cidade.Spinelli se classifica como um arqui-

teto de resultado. O cliente, o mercadoe a melhor solução para o empreen-dimento são foco do seu trabalho. Aprimeira obra da qual participou foium edifício de poucos pavimentos queseria instalado emum terreno pequeno.

Hoje, aos 45 anos, é diretor de projetosde uma das maiores incorporadoras dacidade, que ergue grandes edifícios dealto padrão.“Passei por projetos de condomínios,

shoppings, clubes, casas e edifícios comconcepções das mais diversas. Mas, osedifícios sempre estiveram presentes eme especializei em projetos de edifíciosaltos. Não os escolhi, eles me escolhe-ram”, conta.Entrar cedo no mercado, ainda quan-

do estava na faculdade, e aproveitar asoportunidades que surgiram são fatosmarcantes em sua carreira. A eles, Spi-nelli atribui o conhecimentodaprofissão,do mercado, o desenvolvimento da

técnica e o reconhecimento da “paixão”que nutre até hoje pela arquitetura. “Oencontro comapaixão pela profissãometrouxe a determinação, que é fundamen-tal”, conclui.O perfil profissional de Spinelli é prá-

tico. Seu foco é atender às expectativasdos clientes, a realidade do mercado epropor projetos inovadores e interes-santes.“Arquiteturaéumdesafiopessoal, uma

forma incrível de expressão. A arquitetu-ra proporciona um constante debate nasformas de viver, é um estimulo intenso,é um incômodo ao ponto comum e nãosó um emaranhado de linhas, pontos,curvas e números”, define.

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Revista Painel8

JOSÉ WALTER FIGUEIREDO SILVA

Quando o engenheiro agrôno-mo Guido de Sordi recebeuo Prêmio Profissionais do

Ano 2015, contou que um dos grandesorgulhos de sua carreira foi inspirar jo-vens a escolherem o mesmo caminho.Figueiredo é um deles. “Fui influenciadopelo Guido que, em visita ao Clube deBiologia, falou compaixão pela profissãoenquanto técnico da Fazenda Experi-mental”, conta. O Clube era um grupode estudos no colégio Otoniel Mota,onde estudou.Ele fala com emoção também da con-

vivência comoavômaterno, José Justinode Figueiredo Junior, um cafeicultor quemostrou o amor pela terra e o interesse

pela tecnologia quando o levou a prati-car enxertia em sua propriedade rural.A agronomia foi uma indução, conclui,marcada pela paixão.Ele atua como gestor ambiental.

ambiental, o que classifica como uma“descoberta”. “Sempre atuei como en-genheiro agrônomo incorporando a va-riável ambiental, buscando a eficiência, atécnica e respeitando os limites domeionatural, mantendo o equilíbrio. Esseraciocínio é denominado ambientalismode resultado”, explica.Figueiredo empreendeu em São Paulo

(SP), abrindo com amigos uma empresade paisagismo e jardinagem, que foi oramo no qual iniciou a carreira, além

de atuar na produção de café e leite.Foi secretário de Meio Ambiente emRibeirão Preto, onde incorporou odiscurso de gestão ambiental e plane-jamento. É um dos responsáveis pelacriação do ProjetoMunicípio VerdeAzul,programa do governo do estado de SãoPaulo que tem o propósito de medir eapoiar a eficiência da gestão ambientalnos municípios paulistas. Por meio doprograma, ele trabalha auxiliando asprefeituras na elaboração e execuçãode políticas públicas para o desenvolvi-mento sustentável.“Minha missão é tentar transferir o

pouco que sei e aprender o máximoaquilo que ensino, ensinando”, diz.

propostaespecial arquitetura AGRONOMIA

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AEAARP9

Umdosmotivos do sucesso e liderançado Microsoft Excel é sua constanteatualização e melhoria. Todos osanos, milhares de dicas e opiniõesde clientes são avaliadas, e levadasao time de desenvolvimento parafuturas implementações na ferramenta.Essas melhorias têm auxiliado muitoo trabalhado daqueles que utilizamo Microsoft Excel no dia-a-dia, ematividades profissionais ou pessoais.O Office 365, com a versão 2016, trou-

xe algumas novas funções que facilitammuito nosso trabalho e solucionamalguns problemas que nos obrigavama criar as famosas “gambiarras” parachegar no resultado desejado.Quando queremos unir textos, por

exemplo, estamos acostumados com afunção concatenar, ou como uso do “&”.O problema do uso desta função estáquando queremos unir uma quantidadegrande de informações, dispostas emcélulas. Por exemplo: vou escrever nascélulas A1, B1 e C1 o texto Microsoft

Nas versões anteriores, caso quisés-semos unir estes textos, utilizaríamos afunção concatenar e incluiríamos célulapor célula, que contém as informações,ficando: =CONCATENAR(A1;B1;C1).Hoje podemos utilizar uma função

mais poderosa, que trabalha com uniãode matrizes, chamada concat. Comela, podemos simplesmente selecionaro intervalo de células, contínuo ouseparado, e a função se encarrega de

NOVASFUNÇÕES DO

MS-EXCEL 2016

unir o texto completamente, ficando:CONCAT(A1:C1).Percebam que o resultado trará um

texto sem espaços, ficando MicrosoftE-xcel2016. Este problema era resolvidoincluindo espaços entre as informaçõesna função, como: =CONCATENAR(A1;”“;B1;” “;C1). Hoje, porém, possuímosoutra função de união de textos, cha-mada unirtexto.Com esta função, além de unir uma

matriz ou intervalo de células, tambémpodemos aplicar umdelimitador, e infor-maraoMicrosoftExcel seeledeveounãoconsiderar as células vazias que foremencontradas nos intervalos. Podemosentão criar a função da seguinte forma:=UNIRTEXTO(“ “;VERDADEIRO;A1:C1),como na imagem 2.

Fábio Gatti,especialista em Pacote Office

produtividade

Excel 2016, separando cada uma das pa-lavras e números em células diferentes,ficando como na imagem 1.

Imagem 1

Imagem 2

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Muitas coisasmudaramna arquiteturadas sedes das fazendas desde o apogeudo café. As edificações eram simples egrande parte dos recursos eram investi-dos no processo produtivo da fazenda.Depois desse período, a arquiteturarural passou a ser valorizada e os lati-fundiários sentiram a necessidade decontratar profissionais qualificados parareformarem ou construírem suas casas.A única característica que não foi alte-rada é a localização da casa no terrenoda fazenda.No geral, a casa sede fica localizada

em um ponto médio da fazenda, onde

ARQUITETURA RURAL, UMNOVO MODO DE FAZER

Casas de fazenda estão mais modernas e tecnológicas,mas sem perder o estilo bucólico e colonial

arquitetura

www.aeaarp.org.br

No passado, proprietários ou terceiros sem formação técnica, eram autoresdos projetos das casas de fazenda. O afastamento da academia resultouem falta de registros e desconhecimento da arquitetura rural, segundo o

artigo Tradição da arquitetura rural no Sul e Sudeste, do século XVI ao XX, deCíntia Miua Maruyama e Leandro Carlos Fernandes, reproduzido na área de

Notícias no endereço eletrônico da AEAARP.

o proprietário conse-gue ter visão geral doqueestáacontecendona propriedade, alémde desfrutar de umabela vista. “Já as ca-sas de colônia ficampróximas do rio, porque os funcionáriosprecisam de água para lavar utensílios,irrigar plantações e cuidar dos animais”,explica o arquiteto e urbanista SylvioNogueira. A casa principal também nãodeve ficar muito próxima ao local detrabalho. “Ela deve ser posicionada longedo barulho de tratores, curral, pocilgas,

Casa sede de uma fazenda em Itirapuã (SP)Projeto assinado por Eduardo Figueiredo

por exemplo, para o conforto da família”,diz o arquiteto e urbanista Celso Santos,conselheiro da AEAARP.Santos conta que os proprietários

já têm o local da construção da casaprincipal pré-definido ao contrataremprofissionais para elaborar o projeto deconstrução ou reforma. “É a topografiaque confirmará a escolha, pois não éadequado construir em locais de grandedeclive ou aclive”. O arquiteto e urbanis-ta Eduardo Figueiredo acrescenta que ospomares também ajudam no processode implantação da casa, pois as pessoastendem a ficar próximas às frutíferas. Oimportante, de acordo com os arquite-tos,éque a casa façaparte dapaisageme

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AEAARP11

não agrida a natureza, conceito aplicadopelo arquiteto americano Frank LloydWright, lembra Nogueira.Umadasprincipais ferramentasé apro-

veitar o paisagismo local e não fugir dascaracterísticas naturais do terreno. “Àsvezesénecessário apenas complementara vegetaçãoemespaçosafetadosdurantea obra”, recomenda Santos. ParaNoguei-ra, hoje, jardins e pomares se fundiram.“Antes, o pomar estava posicionado nofundo da casa e o jardim na frente”. Fi-gueiredo destaca as roseiras, que aindasão muito usadas próximas ao alpendre,eárvoresqueoferecemgrandes sombras,como o flamboyant. “O projeto de paisa-gismo abrange também outras funçõesimportantes de uma fazenda como, porexemplo, a disposiçãodehortas, galinhei-ros e canis”, acrescenta.

URBANO X RURALMuitas são as diferenças entre casas

urbanas e rurais. O telhado é uma delas,pois a quantidade de árvores no entorno

exige inclinaçõesmaiores. “Costumousar30% e 35% de queda nas casas urbanase 40% e 45% nas rurais. Além da esté-tica, o escoamento de água é melhor”,explica Figueiredo. Nogueira destacaque telhados de imóveis rurais não cos-tumam ter calhas para evitar problemasde entupimento. Os beirais de fazendacostumam ter o dobro do tamanho dasresidências urbanas. “Na cidade, temosa restrição de 60 centímetros de beirale na área rural trabalhamos com beiraisde nomínimo 1,20metro”, diz Nogueira.Os revestimentos das casas rurais

também são diferentes, pois estão maisexpostos às intempéries, desgastes natu-rais e sujeiras. Por isso, são necessáriosprodutos com baixa exigência de manu-tenção, sejam rústicos, duráveis e que

suportem a abrasãoda terra e areia.“A rusticidade em

excesso também dátrabalho, por exem-plo, o cimento quei-mado encarde com o tempo, além dedar trincas”, alerta Nogueira. Quanto àpintura externa, Figueiredo defende ouso da caiação – pintura natural quemis-tura pó de cimento branco e pó xadrez– que apresenta aspecto de ranhuras ecaracterística bucólica. “As tintas acrílicasmodernas têm fator de vedação muitogrande. Porém, as paredes não respirame isso geramais trincos do que a caiação,que tem aspecto poroso e quanto maisvelho mais bonito fica”.O ladrilho hidráulico éoutra caracterís-

Casa de campo em Ribeirão Preto (SP) Projeto assinado por Celso Santos

Casa de campo em Escarpas do Lago (MG) Projeto assinado por Celso Santos

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Casa sede de uma fazenda em Luiz Antônio (SP)Projeto assinado por Eduardo Figueiredo

Casa sede de uma fazenda em Ribeirão Preto (SP) Projeto assinado por Eduardo Figueiredo

tica de imóveis rurais que ainda é muitousado, principalmente nos ambientesexternos e nas cozinhas, banheiros oudetalhes dos fogões e fornos a lenha.“Não é indicado o uso de ladrilho hidráu-lico emambiente interno, pois dificulta alimpeza. Porém, podem ser trabalhadosrevestimentos que imitam o produto”,diz Santos. Já nos quartos usa-se muito

o piso de madeira e nas salas o cimentoqueimado.Nogueira destaca outras diferenças

entre imóveis rurais e urbanos: ven-tilação e vista privilegiada, insolaçãodiferenciada e liberdade de escolha doposicionamento da casa. “A casa defazenda é aberta para todos os lados,logo se desfruta todos os ângulos”.

Essas edificações dificilmente têm hallde entrada e são acessadas por grandesvarandas, segundo o arquiteto. Santoscita outra característica: espaços inter-nos das casas de fazenda têm grandesdimensões. De acordo com Nogueira,casas sede costumam ter 500 metrosquadrados nomínimo. “Geralmente, elastêmquatro ou cinco suítes, escritório, sa-las, muitas varandas e garagens grandespara comportar carros dos proprietáriose convidados”. Celso lembraqueprojetosde casas de fazenda não precisam seraprovados por prefeituras. “Apenas épreciso informar a metragem quadradano cadastro rural”.Existem funcionalidades indispen-

sáveis nas casas de fazenda como, porexemplo, raspador de pé na entrada dacasa, tanque externo para lavar verdurasda horta e, algumas vezes, quarto paraguardar objetos de montaria e troca deroupa. Forno e fogão a lenha são equi-pamentos tradicionais nessas casas, etêmdupla função. “Usa-se fogão a lenhacom serpentina para aquecer a água queé conduzida por tubos dentro do equipa-mento”, explica Figueiredo.Se antes os banheiros eram externos

e as cozinhas separadas da área social,hoje as casas são ricas em suítes e acozinha é integrada à varanda, criandoespaços gourmets para queproprietárioscozinhemeconfraternizemcomos convi-

Casa de campo em Rifaina (SP) Projeto assinado por Celso Santos

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Com a crise energética e as discussõessobre o impacto ambiental queo homem tem provocado, faz-se

necessário buscar alternativas paraminimizar os danos à natureza. Umgrupo de engenheiros e arquitetospublicou o artigo Arquitetura rural:

estratégias para minimizar o consumode energia, que está disponível noendereço eletrônico da AEAARP, na

área de Notícias.

dados, diz Nogueira. Alémdisso, as casasganharam forros ou lajes que diminuemo pó e fuligem e proporcionam confortotérmico e acústico. Figueiredo lembraqueporões caíramemdesuso. “Usava-semuito o assoalho demadeira, que ficavaa 50 centímetros do chão. Isso deixava acasa mais fresca e menos úmida, pois asmadeiras respiravam, aumentando a suadurabilidade”, explica.Amadeira tambémfoimuito explorada

nos pilares e nas estruturas dos telhadosque ficavam aparentes internamentecom a falta de forro. Santos cita tambémas diferenças nos tamanhos das esqua-drias. “As janelas de antigamente eramverticais, hoje são mais horizontais. Jáas portas eram altas e estreitas, hoje éo inverso”.

ESTILOS E INFLUÊNCIASDentre os estilos de projetosmais apli-

cados, destacam-se: a planta em “U”, em“L” e quadrada com pátio interno paradar privacidade à família, todas commui-tas varandas emvolta. Para Figueiredo ascasas de fazenda têm grande influênciaportuguesa e de modo geral seguem oestilo mineiro. “São casas que têm umasequência de janelas, molduras das es-quadrias com cores diferentes e acaba-mentos de olarias”, destaca Figueiredo.

Santos acrescenta que elementosculturais e locais devem ser levados emconta no projeto. “Em Minas Gerais,por exemplo, existem muitos encontrosreligiosos, então precisa criar uma casaque tenha capela e em estilo conser-vador. Em Goiás, é possível trabalharcom estilo colonial de forma despojada.Em Ribeirão Preto, como é próximo demuitas cidades grandes, usamos estilocolonial mais contemporâneo”.

TECNOLOGIAOs proprietários de imóveis rurais

também têm investido em tecnologia,automação e energia renovável. “Muitosclientes investem na automação paraacender e apagar as luzes ou acionar abanheira remotamente, por exemplo”,diz Figueiredo. A energia fotovoltaicapara gerar energia e aquecer água dosbanheiros e piscinas. Celso destaca o usoda roda d’água para gerar energia e de

um sistema de cata-vento que bombeiaágua do poço artesiano até a caixa daágua.As fossas sépticas também evoluíram.

“Existem modelos que permitem trataráguaedeixa-la quasepotável”, diz Figuei-redo. Santos cita os biodigestores, queaceleram a decomposição da matériaorgânica e tratam o resíduo sólido antesde ser lançado no solo.

Casa de campo em Trancoso (BA)Projeto assinado por Celso Santos

Casa de campo em Rifaina (SP)Projeto assinado por Celso Santos

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hobby

MÚSICA, COM PRAZERE SEM PRESSA

Desde a infância, a música é fonte de amizade,inspiração e união para o engenheiro agrônomo

Amúsica é expressão de fé, de amizadeeproporcionaoportunidadedeencontros,amizades e criação. Ela surgiumuito cedona vida do engenheiro agrônomoMarcosLandell, do Centro de Cana do InstitutoAgronômico de Campinas (IAC). Na casadele, o clima era musical: a mãe tocavapiano, o pai bandolim e violão e a irmãtambém fazia aulas de violão. Dedicar-sea um instrumento foi o caminho natural.Aos 10 anos compôs a primeira canção,

usando o repertório que a vida havia lheproporcionado até então. Na letra, elefalava sobre brincar, pular, divertir-see arrematava com a frase “enquanto étempo, por que quando grande, umavida melhor não terá”.Mais tarde, já na adolescência, um

problemade saúdeodeixoude camaporpelo menos três meses. Nesse período,

um amigo sugeriu que fizessem músicapara ocupar o tempo. Eles tinham 14anos e, apesar da pouca idade e experi-ência, o amigo queria falar sobre temascomplexos, como paixão, do que Landellachava graça.Comesse amigo, surgiramoutras com-

posições, como a que contava a históriadeNilda, uma cobra cegaqueosmeninosachavam que era perigosa e que assus-tava o cavalo na fazenda que frequenta-vam. Amorte de umpassarinho tambéminspirou uma canção naquela época,assim como Isaura, a musa imaginária

do amigo de Landell.A partir dos anos de 1970, Landell

passou a ter experiência com grupos deoração e sentiu-se estimulado a compormúsicas cristãs, período que transcor-reu até 1981. Foram anos de intensaprodução. Suas canções, compostas emparceria comoutro amigo, ultrapassaramogrupodoqual fazia parte e tornaram-sepopulares entre aqueles que participa-vam de reuniões cristãs.Quando o filho mais velho nasceu, no

final dos anos de 1980, Landell voltou ainspirar-se para compor. Nessa nova fase,

Marcos aos 33 anos, em Ouro Preto (MG), onde se apresentou com Paulinho

Em 1977, aos 20 anos, em um acampamentocristão em Jaboticabal

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passou a escrevermúsicas populares. Emparceria com Paulinho Brasília, fez VilaRica, canção que até hoje é executadaem emissoras como a Rádio USP. Feztambémcanções infantis. Emumesforçopara contrapor canções populares queexaltavam animais que não compunhama fauna brasileira (leão, girafa etc), eleescreveu sobreo lobo guará. “Fui estudare me admirei ao descobrir que ele nãoera o lobo mau”, diverte-se.Há 13 anos, dedica o tempo livre às

músicas cristãs. Emparceria como advo-gado José Maria da Costa, tem mais de50 composições. Já lançaram dois CD’s epreparam o terceiro. Os projetos, contaLandell, demoram a ser concretizadosem razão da agenda de trabalho dos doiscompositores.A música é expressão de arte, de fé e

motivo de união. Às vezes, se reúne como parceiro para fazer o projeto caminhar.Em outras oportunidades, se junta aosfilhos para tocar. Algumas músicas são

cristãs, outras são populares ou de raiz.Para Landell, independente do ritmo, oque o inspira é a amizade e a união dasquais desfruta por meio da música.

Marcos se apresenta com amigos

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meio ambiente

Ribeirão Preto (SP) tem 23,58% decobertura arbórea, segundo o últimolevantamento realizado por meio deimagens de satélite em alta resolução.A cidade tem leis que dispõem sobrearborização urbana. A mais utilizada é aLei nº 9053/2000, que obriga o plantiode uma árvore em frente ao imóvel paraconcessão do Habite-se da construção.Nenhuma lei municipal trata da questãoda flora nativa. O que existe, de acordocomoarquiteto eurbanista e especialistaem Engenharia Ambiental José RobertoBonetti, secretário municipal do MeioAmbiente, são recomendações sobreespécies que podem ser plantadas pró-ximas aos fragmentos de vegetação na-tural para evitar que espécies invasorasdeteriorem as nativas.

JARDIM BOTÂNICO: FERRAMENTADE CONSERVAÇÃO DE

PLANTAS NATIVASO Brasil tem 21 instituições com registro de jardimbotânico; a Rede Brasileira de Jardins Botânicos já

identificou 89 em funcionamento

O quadro com as leis municipaisque tratam da arborização urbanaem Ribeirão Preto está disponívelna área de Notícias no endereçoeletrônico da AEAARP.

De acordo com o Instituto Brasileirode Florestas (IBF), os diferentes climas,relevos e solos presentes noBrasil dãoaopaís uma dasmais ricas floras domundo.Estima-se que existam entre cinco e 10

espécies de gimnospermas, 55 mil e 60mil de angiospermas, 1.200e1.300espé-cies de pteridófitos e 3.100 de briófitas.De acordo com o Centro Nacional deConservaçãodaFlora (CNCFlora), existemcercade2.400espécies ameaçadasdeex-tinção noBrasil, descritas noNúcleo ListaVermelha, organizado pela CNCFlora.

www.aeaarp.org.br

O Núcleo Lista Vermelha é compostopor profissionais de diferentes áreasligadas às ciências da natureza e queseguem os critérios da União Inter-nacional para Conservação da Natu-reza. A Lista Vermelha está disponí-vel na área de Notícia, no endereço

eletrônico da AEAARP.

Ameta dos jardins botânicos nacionaisera conservar, até 2010, 60% das espé-cies ameaçadas de extinção, de acordocom as metas da Convenção da Diver-sidade Ecológica (CBD, sigla em inglês).Porém, ameta não foi atingida e teve deser adiada para 2020.Localizado em Nova Odessa (SP), o

Plantarum é o jardim botânico maispróximo de Ribeirão Preto (cerca de 200quilômetros). O registro foi concedido

Jardim Botânico Plantarum

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em setembro de 2011, porém a institui-ção foi criada em 1990, pelo engenheiroagrônomo e botânico brasileiro Harri Lo-renzi. Desde 1998 o Plantarum funcionaem um terreno de 90 mil metros qua-drados que abriga quatromil espécies deplantas, além de preservar 24 espéciesextintas na natureza.

www.aeaarp.org.br

A lista das quatro mil espécies doJardim Botânico Plantarum estádisponível na área de Notícias, noendereço eletrônico da AEAARP.

Para contribuir com a conservação daflora brasileira, Lorenzi realizou expedi-ções científicas em vários ecossistemasdo país, por mais de 35 anos. Hoje, oPlantarum faz o trabalho de conservaçãoex-situ, ou seja, fora do habitat naturaldas plantas. “Procuramos, namedida dopossível, recriar o ambiente do habitatoriginário da espécie, fazendo-a adaptar--se ao nosso clima lentamente, uma vezque a região geoclimática onde estáinstalado o Plantarum é uma transiçãode mata semidecidual e cerrado”. Sea planta se desenvolve e se reproduz,indica que a espécie está respondendobem. “Quando há diferenças grandes deumidade do ar, temperatura e altitude,não é possível fazer a adaptação, aí dei-xamos a cargo de outra instituição queofereça condições mais favoráveis”.

As trocas de informações sobre gruposou famílias de plantas são feitas atravésde acordos de cooperação científicacom outras instituições. O Plantarumtem acordo com várias instituições na-cionais e estrangeiras: Universidade deSão Paulo (USP), Universidade Estadualde Campinas (Unicamp), UniversidadeFederal de Santa Catarina (UFSC), JardimBotânico do Rio de Janeiro (JBRJ), NewYork Botanical Garden, Missouri Bota-nical Garden, Fairchild Tropical BotanicGarden, Montgomery Botanical Center,Kew Gardens, Aarhus University e Go-thenburg Botanical Garden. Alémde serfiliada à RBJB, a instituição também par-ticipa do Botanic Gardens ConservationInternational (BGCI), entidade criada em1987para ligar jardins botânicos domun-

O Plantarum abre visitas guiadaspara grupos de no mínimo 15pessoas, de quarta a sábado.O agendamento pode ser feitopelo endereço [email protected]. O valor obtidocom a entrada dos visitantes éuma das fontes de receita paramanter o lugar, que conta aindacom as mensalidades dos cercade 100 associados, a locaçãode espaços para eventos sociaise corporativos e a doação deempresas privadas.

doemuma rede global para conservaçãode plantas. Segundo a BGCI, existem1.775 jardins botânicos no mundo, semcontar aqueles que estãoemconstrução.

Jardim Botânico Plantarum

Jardim Botânico Plantarum

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www.aeaarp.org.br

Na área de Notícias, no endereçoeletrônico da AEAARP, está disponí-vel o manual de orientação para soli-citação de registro e enquadramento

dos jardins botânicos.

A Comissão é composta por represen-tantes do Ministério do Meio Ambien-te, Ministério da Ciência, Tecnologia eInovação, Ministério da Educação, RedeBrasileira de Jardins Botânicos, Socieda-de Botânica do Brasil e entidade repre-sentativa do setor botânico brasileiro.Nas últimas cinco chamadas para registrode jardins botânicos, o instituto recebeu,em média, nove solicitações em cada. Aúltima chamada aconteceu em maio de2015 e não há previsão para outra. “Apublicaçãodaportaria comacomposiçãoda CNJB, que irá atuar nos próximos trêsanos, está na dependência da nomeaçãode alguns representantes. A data da pró-xima chamada só poderá ser divulgadaapós a nomeação da Comissão”, explicaa engenheira florestal.Os jardins botânicos são divididos

em três categorias, de acordo com asatividades desenvolvidas e os serviçosprestados (veja no box da página 18).

PROTEÇÃOJardins botânicos são locais destinados

a proteger espécies nativas. São forma-dos por plantas vivas, organizadas e iden-tificadasdeacordo comonomebotânico,que servempara estudoedocumentaçãodo patrimônio florístico do país. O Brasiltem 21 instituições com registro perma-nente de jardim botânico no SistemaNacional deRegistro de Jardins Botânicos(SNRJB). “Este número pode ser dupli-cado, uma vez que algumas instituiçõesatuamcomadenominaçãoeoutras estãose estruturando para cumprir requisitosmínimosparao registro”, diz a engenheiraflorestal Maria Lúcia Nova da Costa, doJardim Botânico do Rio de Janeiro. Vejana página da AEAARP a lista completa dejardins botânicos brasileiros.A Rede Brasileira de Jardins Botânicos

(RBJB), associação sem fins lucrativosque identifica e incentiva a criação e odesenvolvimento dessas instituições,identificou 89 instituições que desenvol-vem atividades de jardim botânico. Des-sas, 63 são associados à Rede e 26 estãoemprocesso de associação (veja no box).Para adquirir o registro de jardim bo-

tânico noMinistério de Meio Ambiente,a instituição precisa seguir a Resolução339/2003, doConselhoNacional doMeioAmbiente (Conama), que dispõe sobre acriação, normatização e funcionamentodestes espaços. O registro é feito noInstituto de Pesquisas Jardim Botânico

doRio de Janeiro, quemantémoSistemaNacional deRegistro de Jardins Botânicos(SNRJB) órgão que apoia as atividades deregistro e enquadramento das institui-ções e a Comissão Nacional de JardinsBotânicos (CNJB), responsável pela deli-beração dos pedidos e enquadramento.

Jardim Botânico Plantarum

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A primeira patente de um produtosimilar ao papelão ondulado foi conce-dida em 1856, na Inglaterra. A funçãodo produto era a de forrar chapéus. Adiversificaçãodousonomercado chegouà construção. Uma empresa holandesadesenvolveuuma casa – conhecida comoWikkelhouse – construída por módulosde papelão corrugado fixado com colaecológica. Cadamódulo tem4,60metrosde largura, 3,50 metros de altura e 1,20metros de profundidade. O projeto, que

PAPELÃO: DA EMBALAGEMÀ CONSTRUÇÃO

Empresa holandesa usa o papelão emedificações que podem durar até 100 anos

tecnologia

pode ser de uma casa ou de um estabe-lecimento comercial, pode ter de cincoa centenas demódulos, dependendo danecessidade e do uso, e promete resistirpor até 100 anos.Os módulos e a estrutura são cons-

truídos na fábrica, transportados paraa área onde será instalado o projeto. Aúltima etapa demora até dois dias paraser concluída. Para garantir durabilidadee resistência à umidade e à chuva, osmódulos jámontados são impermeabili-

zados por umproduto chamadoMiotex.Na sequência, a estrutura recebe ripasde madeira no lado externo e chapasde madeira compensada no interior. Ocusto de cada módulo é de US$ 4.500e podem ser usados em áreas urbanase rurais. Em entrevista exclusiva paraa revista Painel, a empresa disse queo produto já está disponível para aHolanda, Bélgica, Luxemburgo, França,Alemanha, ReinoUnido eDinamarca. NoBrasil, ainda não.

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www.aeaarp.org.br

Na área de Notícias do endereçoeletrônico da AEAARP, está

disponível o vídeo que apresenta aaplicação da tecnologia, perspectiva

do módulo e fotos de casas.

A edificação permite áreas molhadas,como cozinhas e banheiros, e os arqui-tetos que desenvolveram a tecnologiapesquisam outros sistemas de energiae água para ampliar a capacidade dascasas de papelão. Para eles, não existematerial de construção tão leve, forte eisolante comoopapelão.Oproduto tam-bém é 100% reciclável, gerando menosresíduos se comparado às construçõesconvencionais. A fabricante do produto,Fiction Factory, localizada em Amsterdã,utiliza papelão de árvores selecionadase também replanta outras mudas paragarantir a sustentabilidade do material.

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Os engenheiros Bjorn Rondelez, Afrâ-nio Luiz Ricci Lopes e Carlos EduardoMachado Paletta participam de umprojeto inovador no país, a instalaçãode uma usina que vai converter lixo emenergia elétrica.A planta terá a capacidade de proces-

sar 825 toneladas de resíduos sólidosurbanos por dia. Segundo Paletta, esseé todo o volume de resíduos sólidos naregião onde será instalado o projeto.Paletta explica que o processo, que

envolve outras empresas, exigiu supe-ração, principalmente do ponto de vistatecnológico. Ele é diretor da TGM Turbi-nas, empresa de Sertãozinho (SP) comlarga experiência emgeração de energia,principalmente a partir do bagaço dacana-de-açúcar. Neste projeto, o desafiomaior é o próprio lixo.“A recuperação energética a partir de

resíduos sólidos urbanos é consideradamundialmente amelhor tecnologia paratratar os resíduos não recicláveis”, fala oengenheiro Rondelez, que representa aempresa Keppel Seghers, braço estran-

O DESAFIO É O LIXOPalestras da 10ª Semana de Engenharia vão mostrar os desafios enfrentados

para instalar usina de queima de lixo com geração de energia elétrica

engenharia

geiro e tecnológico do projeto.Ele explica que a tecnologia tem de ser

“tropicalizada para o lixo brasileiro”. A di-ferença em relação ao resíduo produzidoem outras partes do mundo, segundoRondelez, é o alto teor dematéria orgâni-ca, semelhanteao lixoproduzidonaChina.

Energia que sai do lixoEm todo o mundo existem maisde 2.200 Unidades de Recupe-ração Energética (UREs), queconvertem 280 milhões de tone-ladas de lixo por ano em energia.A Europa é líder nesse tipo deação, tem 527 plantas e processa103 milhões toneladas/ano.

Esta unidade, a primeira da AméricaLatina, começa a operar em 2019. Aexpectativa é a de que todo resíduo só-lido que não seja passível de reciclagemtorne-se combustível para gerar energiaque deverá reduzir em 90% o volume deresíduos depositados em aterros.A Caldema, também de Sertãozinho,

integra o grupo de empresas que traba-

Projeto da planta que está em construção no Brasil

PROGRAMAÇÃO

7 de novembro | segunda-feira19h Recepção aos participantes e convidados

Entrega de material e crachás19h15 Abertura

Apresentação do Coral Som Geométrico19h30 Queima de lixo, produção de vapor e limpeza

dos gases de combustão – tecnologia ecomponentes importadosBjorn Rondelez, engenheiro mecânico |Keppel Seghers, Bélgica

8 de novembro | terça-feira19h30 Queima de lixo, produção de vapor e limpeza

dos gasesde combustão – fabricação nacionalAfrânio Luiz Ricci Lopes, engenheiromecânico | Caldema, Sertãozinho (SP)

9 de novembro | quarta-feira19h30 Geração de Energia Elétrica, turbogerador –

fabricação nacionalCarlos Eduardo Machado Paletta, engenheiromecânico | TGM Turbinas, São Paulo (SP)

lham no projeto. O engenheiro AfrânioLopes vai falar no evento da AEAARPsobre a fabricação nacional de caldeiraspara queima de lixo e produção de vapore de equipamentos para limpeza dosgases de combustão.

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A SAÚDE DOPLANO DE SAÚDEO contrato de prestação de serviços médi-

cos aos usuários da AEAARP firmado com aUnimed-RP é revestido de detalhes técnicosque devem ser esclarecidos.

Atualizações realizadas nosmeses de agostode cada ano somam dois índices para obter oreajuste. O primeiro é baseado na inflação,que no contrato da AEAARP é fixado pelo FIPE--Saúde. O outro é obtido pela sinistralidademédia anual, ou seja, o quociente entre asdespesas e as receitas obtidas ao longo de umano, que representa a utilização média anualrealizada pelos usuários.

Portanto, quantomais o plano for utilizado,maior será o reajuste no período de atualiza-ção contratual.

Em 2015, algumas orientações sobre o usodo plano foram feitas, com resultados impor-tantes nadiminuiçãodautilização. Prova disso,sem dúvida, foi o índice de reajuste aplicado,que ficou abaixo da média nacional.

Apesar desse resultado positivo, atravésda análise da planilha de “usos” fornecidapela Unimed mensalmente, verificamos oaumento na utilização a partir de junho de2016, principalmente no número de consultase exames subsidiários.

Por este motivo, o grupo gestor do contratoAEAARP/Unimed-RPvai fornecermensalmenteinformações relevantes eeducativas sobre saú-de e a sustentabilidade do plano, informandoao usuário as formas de utilização de serviçosmédicos. Neste espaço tambémserão feitas si-mulações do valor de atualização, tanto noquediz respeito ao FIPE-Saúde quanto à sinistrali-dademédia obtidaemcadamês, fornecendooíndicedeatualizaçãocaso isso fosse feito a cadamês. Desta forma, o usuário terá referênciasprévias do índice a ser usado na data base esaberá comousaroplanode formasustentável.

JULHO DE 2016FIPE-Saúde * 12,1%Sinistralidade média * 89,24%Sinistralidade contratual ** 82,5%Atualização contratual *** 18.84%

*índices de reajuste do contrato apurados nosúltimos 12 meses**índice estabelecido pelo contrato AEAARP/Unimed-RP***porcentagem de atualização contratual

Fonte: José Eduardo Moretti, auditor

a saúde do plano

ATUAÇÃO NO SETORPÚBLICO É DEBATIDA

NO CAUMembros do CAU/SP estão avaliando a atuação deprofissionais das prefeituras do estado para inibir o

exercício ilegal da Arquitetura

carreira

De acordo com o Conselho de Ar-quitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR), 13,75% dos arquitetos e urbanistasdeclararam ao Censo 2012 da entidade– último levantamento realizado – serassalariados do setor público. O CAU/SPreuniu um grupo de profissionais paraapurar e avaliar o modo de atuação doscolegas ligados aos órgãos públicos. Ofoco é inibir o exercício ilegal da profis-são e buscar a qualificação dos serviçospúblicos relacionados àArquitetura e aoUrbanismo. A esse grupo deu-se o nomedeGrupo de Trabalho (GT) Arquitetos noServiço Público, o primeiro a levantar atemática no país.“Adotamos como estudos de caso

prefeituras de grande, médio e peque-nos municípios, buscando identificarum padrão entre elas”, diz o arquitetoe urbanista Claudio de Campos, coorde-nador do grupo que foi criado em junhode 2015. Na pesquisa, será avaliado orelacionamento entre cargos de carátertécnico com os de caráter político e ad-ministrativo frente à legislação do Con-selho, dentre outros temas de interesseda profissão.“É possível que haja uma tendência de

‘politização’ de cargos técnicos no servi-ço público, em que prevalecem critériosde afinidade político-partidária paranomeação, em detrimento de critérios

de qualificação profissional e habilitaçãolegal”, cita o arquiteto. Campos exempli-fica: o exercício ilegal da arquitetura nosetor público pode ocorrer coma criaçãode cargos que deveriam ser exclusiva-mentede arquitetos, porémfica a critériodos prefeitos ou governadores nomearprofissionais de outras áreas, desde quetenha diploma de ensino superior, quenão têm conhecimento técnico paraexercer a função.Sete arquitetos e urbanistas das pre-

feituras de São Paulo, Piraju, Botucatu,Tatuí e Campinas integram o grupo. “Osmembros desenvolvem propostas detrabalho no que se refere às atividadesprofissionais desenvolvidas pelos arqui-tetos e urbanistas que atuamna adminis-tração pública direta e indireta”, explicaCampos, que representa o grupo junto àadministração do CAU/SP. Os integrantesse reúnemmensalmente para discutir asações e atribuir as funções de cada um.O levantamento de dados é feito

através de legislação, diários oficiais econsultas aos profissionais. “Apresen-tamos periodicamente um cronogramade trabalho à direção do CAU/SP”. Apósa compilação dos dados, serão apresen-tadas possíveis propostas de adequaçãoda legislação do CAU ou do Sistema deInformação e Comunicação do CAU(SICCAU).

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Revista Painel24

Marcelo Alves,consultor do SEBRAE

Inovaçãosimples e direta

A constante busca por formas sustentáveis de redução decustos nas empresas pode significar a diferença entre compe-tividade ou simples sobrevivência no mercado.Uma forma de reduzir custos é eliminar insuficiências, ex-

cessos, inconsistências, irregularidades ou desperdícios nasempresas. Esses defeitos dos processos são causadores deinconsistências que podem direta ou indiretamente aumentaros custos de produção, sejam de bens ou serviços.As insuficiências ou excessos são eliminadas pela unifor-

mização do trabalho, garantindo-se que todas as pessoasrealizem suas tarefas conforme os padrões estabelecidos. Esseprocedimento faz com que os processos se tornem previsíveise controláveis.As inconsistências ou irregularidades sãoeliminadas produzin-

do-se penas a quantidade necessária, nomomento necessário.Aqui, tratam-sepor exemplodeprocessos internos, documentose informações ou mesmo da produção propriamente dita.Já os desperdícios podem apresentar-se de diversas formas

dentro das empresas, tais como:Superprodução: é tudo o que se produz além do necessário

ou antecipadamente. Neste caso, considera-se como ideal fazersomente aquilo que os clientes desejam comprar.Estoques:manifesta-se quandoos inventários não estão redu-

zidos à níveis mínimos e suficientes para garantir as operações.Processamento: são etapas de processos que não agregam

valor aos produtos sejam bens ou serviços.Esperas: aparecemem formade tempoocioso paramateriais,

pessoas, equipamentos ou informações.

Movimentação: surgem sempre que se movimentam, des-necessariamente, materiais, pessoas, equipamentos ou infor-mações.Transporte: domesmomodoque namovimentação,mas ago-

ra envolvendoo transporte desnecessário demateriais, pessoas,equipamentos ou informações entre os processos.Defeitos: surge sempre que algo não é feito certo da primeira

vez, gerando retrabalho ou correção de um processo.Ostipos dedesperdícios citados podemser comumenteobser-

vados emempresas de qualquer setor e levam, invariavelmente,ao aumento de tempos de produção e ao consequente aumentodos custos para estas empresas.Dessa forma, torna-se fundamental a identificação e elimina-

ção destes desperdícios. Para tanto, podem-se utilizar técnicascom base em sistemas “Lean”. O termo “Lean” refere-se à fi-losofia de gestão inspirada no sistema Toyota, mais conhecidocomo manufatura enxuta ou “lean manufacturing”.Osistemaé focadona eficiência dos processos, comoobjetivo

de entregar omáximo valor agregado utilizando amenor quan-tidade de recursos possíveis. Assim, os desperdícios são vistoscomo algo que deve ser erradicado dos processos da empresa.Essa filosofia prevê a melhoria contínua dos processos, onde

asmudanças são guiadas pela busca demaneirasmais eficientesde se produzir.Na prática, qualquer empresa pode adotar esta filosofia

simplesmente buscando, a todo omomento, realizar suas ativi-dades de forma mais eficiente, utilizando menos recursos, semcomprometer a qualidade para o cliente.

GESTÃO

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crea-sp

A Resolução 1025, de 12 de novem-bro de 2009, estabelece os procedi-mentos necessários ao registro, baixa,cancelamento e anulação da Anotaçãode Responsabilidade Técnica (ART), aoregistro do atestado emitido por pessoafísica e jurídica contratante e à emissãoda Certidão de Acervo Técnico (CAT).O registro da ART efetiva-se após o

seu cadastro no sistema eletrônico doCREA e o recolhimento do valor corres-pondente. A ART relativa à execução deobra ou prestação de serviço deve serregistrada antes do início da respecti-va atividade técnica, de acordo com asinformações constantes do contrato fir-mado entre as partes.O responsável técnico deverá man-

ter uma via da ART no local da obra ouserviço.Todas as ART’s referentes a determi-

nado empreendimento, registradas pe-los profissionais em função de execuçãode outras atividades técnicas citadas nocontrato inicial, aditivo contratual, subs-tituição de responsável técnico ou con-tratação ou subcontratação de outrosserviços, devem ser vinculadas à ARTinicialmente registrada, com o objetivode identificar a rede de responsabilida-des técnicas da obra ou serviço.Para os efeitos legais, somente será

considerada concluída a participaçãodo profissional em determinada ativi-dade técnica a partir da data da baixada ART correspondente. A baixa da ART

não exime o profissional ou a pessoajurídica contratada das responsabilida-des administrativa, civil ou penal, con-forme o caso.O término da atividade técnica desen-

volvida obriga à baixa da ART de execu-ção de obra, prestação de serviço oudesempenho de cargo ou função.A baixa da ART deve ser requerida ao

CREA pelo profissional, pelo contratan-te ou pela pessoa jurídica contratada.O cancelamento de uma ART ocorre

quando nenhuma das atividades técni-cas descritas na ART for executada, ouquando o contrato não for executado.Deve ser requerido ao CREA pelo pro-

fissional, pela pessoa jurídica contrata-da ou pelo contratante, e ser instruídocom o motivo da solicitação

Quanto à tipificação, a ART pode ser classificada em:I – ART de obra ou serviço;II – ART de obra ou serviço de rotina, denominada ART múltipla; eIII – ART de cargo ou função.

Quanto à forma de registro, a ART pode ser classificada em:I - ART complementar;II – ART de substituição.

Quanto à participação técnica, a ART de obra ou serviço pode ser classificada:I – ART individual;II – ART de coautoria;III – ART de corresponsabilidade; eIV – ART de equipe.

O responsável técnico deverá manter uma via da ART no local da obra ou serviço

Já a nulidade de uma ART ocorrequando for verificada lacuna no pre-enchimento, erro ou inexatidão in-sanáveis de qualquer dado da ART,incompatibilidade entre as atividadesdesenvolvidas e as atribuições profis-sionais do responsável técnico à épocado registro da ART, for verificado queo profissional emprestou seu nomea pessoas físicas ou jurídicas sem suareal participação nas atividades téc-nicas descritas na ART (após decisãotransitada em julgado), for caracteri-zada outra forma de exercício ilegalda profissão, apropriação de atividadetécnica desenvolvida por outro profis-sional habilitado ou for indeferido orequerimento de regularização da obraou serviço a ela relacionado.

A RESOLUÇÃO 1025 E OREGISTRO DA ART

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Revista Painel26

novos associados

notas e cursos

STF mantém cobrança da ARTO Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), em julgamento de um RecursoExtraordinário (RE), manteve a forma de cobrança da ART cobrada em serviços deengenharia e agronomia. A decisão vale também para a cobrança do documento paraserviços de arquitetura, o que é feito pelo CAU. O Recurso questionava a Lei 6.994/1982,que estabelece ART. A maioria dos votos acompanhou o posicionamento do relator,ministro Dias Toffoli. Para ele, a norma questionada não violou o princípio da legalidadetributária ao prescrever teto para a cobrança do tributo, possibilitado sua fixação pelosconselhos profissionais da área de arquitetura, engenharia e agronomia. O ministroMarco Aurélio foi o último a votar e divergiu do relator. Para ele, houve violação doprincípio da legalidade estrita, logo sendo inexigível a tributação. Sua posição foiacompanhada pelo voto do ministro Ricardo Lewandowski.

Fonte: Superior Tribunal Federal

Palestras ao vivo

A 10ª Semana Agronômica da AEAARP inaugurou uma nova formade acompanhar as palestras. Nos três dias de evento, o conteúdofoi transmitido ao vivo na página da entidade no Facebook (www.facebook.com.br/aeaarp). O engenheiro agrônomo Paulo Peixoto,diretor de comunicação da entidade, explica que a Associaçãobusca se aproximar do profissional, do estudante e da comunidadeao oferecer o conteúdo emmídias alternativas. “Mas, só quemcomparece à AEAARP recebe o certificado”, lembra.

Aquecimento global

Um grupo internacional de especialistas alerta que, caso não sejam adotadas medidasmais drásticas para reduzir a emissão de gases do efeito estufa do que as estabelecidasno âmbito do Acordo de Paris, o teto considerado seguro para o aquecimento global –

de 2 ºC acima dos níveis pré-industriais até o final do século – pode ser alcançado já em2050. A conclusão está no relatório “The Truth About Climate Change” (A verdade sobre

a mudança climática). A análise foi coordenada por Robert Watson, ex-presidente doPainel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (em inglês, Intergovernmental Panelon Climate Change - IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU). Entre os autores dodocumento está José Goldemberg, professor emérito da Universidade de São Paulo (USP)

e presidente da FAPESP.

Fonte: Agência Fapesp

Chaiane Fernandes de NoelArquiteta e urbanistaLucila MartinelliArquiteta e urbanistaJane Valadares de MoraesEngenheira agrônomaRodrigo NogueiraEngenheiro agrônomoCaio Augusto JordãoEngenheiro civilTania Cristina Magro FernandezEngenheira de produçãoElias Alves Bezerra NetoEngenheiro mecânicoEdson Akira SimabukuroGeólogoSebastião Alair RicardoTécnico em eletrotécnicaSergio Luiz SocchorTécnico em eletrotécnicaGabriela ViannaEstudante de ArquiteturaHugo Davóglio AzevedoEstudante de ArquiteturaMarina Rachel Ferreira InácioEstudante de ArquiteturaPedro Henrique de ToledoEstudante de ArquiteturaKetley Veronica de SouzaEstudante de ArquiteturaLeonardo Dorta SilveiraEstudante de AgronomiaPedro Henrique Carvalho FerreiraEstudante de Engenharia aeronáuticaThiago Spinola SilveiraEstudante de Engenharia eletrônica

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