professora: polliana. estatuto da criança e do adolescente lei 8.069/ 1990
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Professora: Polliana
Estatuto da Criança e do Adolescente
Lei 8.069/ 1990
Origem do ECA Editado em 13 de julho de 1990, veio a substituir
o 2º Código de Menores, Lei Federal nº 6.697, de 12 de outubro de 1979.
Substituiu o termo “ menor” por “ Criança e Adolescente”, tendo por base a doutrina da Proteção Integral, estabelecida na Constituição Federal de 1988, normatizando o artigo 227 da Constituição Federal de 1988;
Surge a partir da mobilização social que deu origem ao Fórum Nacional de Entidades Não-Governamentais de Defesa dos Direitos da Criança e doAdolescente (Fórum DCA)
Origem do ECA O Fórum de Defesa da Criança e do Adolescente,
recolheu mais de seis milhões de assinaturas para garantir a criação de um artigo que estabelecesse os direitos humanos de meninos e meninas na Constituição;
O ECA é tido como um marco para os direitos da criança e do adolescente no Brasil, substituindo o Código de Menores;
Traz em sua base a doutrina de proteção integral, reforça o princípio da criança e do adolescente como"prioridade absoluta" e institui o Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente (SGD).
Artigo 227 da Constituição Federal "É dever da família, da sociedade e do Estado
assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à saúde, à alimentação, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.”
Enfim.... O ECA!!!Elenca em seus Capítulos os Os 5 Direitos
Fundamentais:Toda Criança e Adolescente tem direito a:1 Vida e à saúde[arts. 7º a 14]2 Liberdade, respeito e dignidade[arts. 15 a 18]3 Convivência familiar e comunitária[arts. 19 a
52]4 Educação, cultura, esporte e lazer [arts. 53 a
59]5 Profissionalização e proteção no trabalho
[arts. 60 a 69]
Diferença entre Criança, Adolescente e Adulto
Criança: Para fins legais, entende-se criança como aquela com idade entre 0 a 12 anos incompletos;
Adolescente: É a pessoa que possui de 12 a 18 anos incompletos, podendo, conforme o ECA, ser abrangido pelo Estatuto, aqueles compreendidos entre 18 a 21 anos, em casos excepcionais;
Adulto: Para fins legais, tanto na vida civil como penal, é o maior de 18 anos de idade.
Disposições PreliminaresArt. 3º - Princípio da Proteção Integral;Art. 4º - Comunidade, sociedade e Poder
publico são co-responsáveis pela garantia de efetivação dos direitos fundamentais da criança e do adolescente;
Art. 5º - Veda qualquer forma de omissão por parte dos co-responsáveis pela não asseguração dos direitos fundamentais;
Art. 6º - Interpretação extensiva da lei;
Titulo II – Dos Direitos FundamentaisCapitulo. I – Do Direitos à vida e à saúde
O PRIMEIRO CAPÍTULO do ECAtrata do direito à vida e à saúde.Nele, está assegurado o atendimento integral à saúde de meninos e meninas, assim como a atenção à gestante;
Também define as responsabilidades dos hospitais, do poder público e de empregadores (no caso de mulheres grávidas);
O texto do ECA é reforçado pela resolução nº 41/1995 (pg. 64), do Ministério da Justiça e do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, que dispõe sobre os direitos da criança hospitalizada;
Do Direito à Vida e à SaúdeArt. 7º e 8º - Proteção à vida e à saúde;Art. 9º: O ECA determina em seu artigo 9º que o
poder público e as instituições responsáveis pela privação de liberdade, devem garantir condições adequadas para o aleitamento materno;
Isso é complementado pela Lei de Execução Penal nº 7210/84, que determina que todos os estabelecimentos penais destinados a mulheres possuam berçários (art. 83) e, na medida do possível, seção para gestantes e creche(art.89). Assim, mesmo com a mãe presa, o bebê deve ter seu direito à amamentação garantido;
Do Direito à vida e à saúdeArt. 10 – Obrigação dos órgãos de saúde;Art. 11 e 12– Prioridade no SUS;Art. 13 – Maus Tratos ( Conselho Tutelar)Art. 14 – Implementação de Programas de
Assistência Medica e Odontológica na prevenção de enfermidade;
O que é responsabilidade de quem??
União:Coordena a política nacional de educação;Assiste técnica e financeiramente os estados e
municípios;Estabelece competências e diretrizes que
norteiam os currículos da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio;
Garante a avaliação e a reunião de informações sobre a educação do País;
Regula os cursos de graduação e pós-graduação– autorizando, reconhecendo e supervisionando cursos e instituições;
O que é responsabilidade de quem??
Estado:Define, com os municípios, formas de
colaboração na oferta do Ensino Fundamenta;Assegura o Ensino Fundamental e oferece,
com prioridade, o Ensino Médio;Garante o transporte para os alunos da rede
estadual;Autoriza, reconhece e supervisiona cursos e
instituições de educação superior do seu sistema de ensino;
O que é responsabilidade de quem??
Município:Exerce ação redistributiva para suas escolas;Oferece a educação infantil e, com prioridade, o
Ensino Fundamental; só lhe é permitido atuar em outros níveis de ensino quando tiver atendido essas obrigações e possuir recursos acima do mínimo estipulado na Constituição Federal;
Garante o transporte para os alunos da rede municipal;
Opta por aderir ao sistema estadual de ensino ou compor com ele um sistema único de educação básica;
Cap. III – Do Direito à convivência familiar e comunitária
Conceitos: Família Natural: Formada por laços
biológicos, consanguíneos; em regra pelos pais e seus descendentes;
Família Substituta: Formada por laços de afinidade e afetividade, com ou sem consanguinidade;
Família Extensa: Formada por parentes próximos que convivem e mantém vinculo afetivo;
Cap. III – Do Direito à convivência familiar e comunitária
Art. 20 – Filhos havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações;
Art. 21 – Poder familiar: exercido em igualdades pelo pai e pela mae;
O Codigo Civil de 1916, trazia a expressão “ Pátrio Poder”, todavia, com a edição do Novo Código Civil de 2002, esta expressão foi ampliada, sendo substituída por “ Poder Familiar”;
Cap. III – Do Direito à convivência familiar e comunitária
Art. 22 – Dever dos pais;Art. 23 - Embora o art. 22 do ECA declare que é
dever dos pais sustentar e educaros filhos com menos de 18 anos, o art.23 deixa claro que a falta ou carência de recursos materiais não constitui motivo para a perda ou suspensão do pátrio poder;
O Estatuto trabalha com uma visão de que o cuidado com a criança e com o adolescente é uma responsabilidade compartilhada entre a família, a comunidade e o poder público;
Sob essa lógica, se os pais encontram dificuldades financeiras para cuidar de seus filhos, é dever do Estado prestar assistência à família;
Da Família NaturalArt. 24 – Perda ou suspensão do poder
familiar ( decretadas judicialmente);Art. 25 – Família Natural/ Família Extensa;Art. 26 – Direito Sucessório ( Herança);Art. 27 – Estado de filiação ( segredo de
justiça);
Da Família SubstitutaArt. 28 – As Famílias Substitutas:Conceito de Guarda, Tutela e Adoção:
O que são guarda, tutela e adoção?O Estatuto prevê três formas de colocação de
crianças e adolescentes em famílias substitutas. Entenda como funciona cada uma delas:
GUARDAGuarda: É uma das formas mais flexíveis de
convivência familiar e é mais simples que a tutela ou a adoção. Ao guardião, cabe dirigir a criação e a educação da criança ou do adolescente, assim como prestar assistência material ou moral. É também ele quem responde pelos atos ilícitos do menino ou menina;
Não interfere no poder familiar;
TUTELATutela: O tutor assume o encargo de ter sob
sua guarda a criança ou o adolescente, assistindo-o, educando-o, defendendo-o e administrando seus bens;
A tutela pode ser transformada em adoção e pode ser pedida por parentes consanguíneos, padrinhos, madrinhas, conhecidos ou pessoas preparadas por programas especiais para se assumir a tutela;
A TUTELA suspende o poder familiar;
ADOÇÃOAdoção: A adoção é a única das medidas que
é irregovável. Por ela, o adotante pode inclusive alterar o
nome e o prenome da criança ou do adolescente. Para adotar, a pessoa tem que ter mais de 21 anos e pelo menos 16 anos a mais que o adotado;
A ADOÇÃO destitui o poder familiar;
Da ADOÇÃOA Adoção:É medida excepcional e irrevogável;Não se faz por meio de procuração;Art. 41- Impedimentos matrimonias;Art. 42 – Podem adotar os maiores de 18 anos,
INDEPENDENTE do estado civil ( casais homoafetivos);§ 2º - diferença mnima de 16 anos de idade;§ 6º – Adotante que vier a falecer no curso do processo;Art. 48 – Origem biológica reconhecida;Art. 49 – Morte dos adotantes não restabelece o poder
familiar dos pais naturais;Art. 51 e Convenção de Haia - Adoção Internacional –
Somente em ultimo caso;
O que é a adoção à brasileira?A "ADOÇÃO À BRASILEIRA" É uma forma ilegal de
adoção, na qual os pais biológicos entregam o recém-nascido a outra família, que o registra como se fosse dela;
Ao fazer isso, três crimes estão sendo cometidos: parto suposto,entrega do filho menor de idade a pessoa idônea e falsidade ideológica;
Segundo o Código Penal Brasileiro, estão contemplados no crime de parto suposto: dar parto alheio como próprio, registrar como seu o filho de outra pessoa e ocultar ou substituir um recém-nascido. A pena prevê reclusão de dois a seis anos;
Do direito à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer
Art. 53 – educação para o pleno desenvolvimento da pessoa humana, preparando-a para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho;
Art. 53 ao 59 : O Estatuto AVANÇA MUITO em relação a esse tema: determina a obrigatoriedade do Ensino Fundamental e estabelece que é dever do poder público oferecê-lo e dos pais ou responsáveis matricular seus filhos (a partir dos seis anos de idade).;
Outras diretrizes importantes tratadas pela Lei são: o acesso à escola pública e gratuita próxima à residência;
o direito de meninos e meninas de zero a seis anos à Educação Infantil;
o atendimento especializado para crianças e adolescentes com deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
a progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade – previstas para o Ensino Fundamental– ao Ensino Médio;
Do direito à profissionalização e à proteção no trabalho
CRIANÇAS E ADOLESCENTES PODEM TRABALHAR???
PELA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA, só se pode trabalhar após os 16 anos de idade,
Salvo sob a condição de aprendiz –permitida a partir dos 14 anos. Entretanto, mesmo nesses casos em que o trabalho é permitido aos menores de 18 anos, há restrições legais às atividades que podem ser realizadas;
Garotos e garotas não devem trabalhar em horário noturno – entre as 22h e as 5h –, em locais e serviços considerados perigosos ou insalubres, ou em atividades que atrapalhem a frequência à escola;
No decreto presidencial n°6.481, de 12 de junho de 2008, estão listadas as piores formas de trabalho infantil, que definem 113 atividades proibidas, inclusive para os adolescentes entre 16 e 18 anos;
Quando se podecomeçar a trabalhar?
0 A 14 ANOS: O TRABALHO É PROIBIDO EM QUALQUER SITUAÇÃO;
14 A 16 ANOS – PODE-SE TRABALHAR NA MODALIDADE APRENDIZ;
16 A 18 ANOS – O TRABALHO É PERMITIDO, SALVO NAS 113 ATIVIDADES CONSIDERADAS PIORES FORMAS DE TRABALHO INFANTIL ( GARIMPO, SALINAS, TRABALHOS NO INTERIOR DO MAR, CARVOARIAS, OLARIAS, CONSTRUÇÃO CIVIL PESADA...)
Prevenção especialArt. 75 e Art. 76 – classificação etária dos
programas;Art. 81 – É proibida a venda à criança e ao
adolescente de: - armas, munições, explosivos, bebida
alcoólica, produtos que causem dependência física ou psíquica, fogos de artifício e estampido ( exceções), revistas e publicações com material impróprio, bilhetes lotéricos.
Prevenção especial/ Politica de Atendimento
Da autorização para viajar:Art. 83: criança desacompanhada;Art. 84 – Viagem ao exterior;Art. 86- Conjunto articulado de ações
governamentais;
Entidades de Atendimento Art. 90 – As entidades de atendimento são
responsáveis pela manutenção das próprias unidades, assim como pelo planejamento e execução de programas de proteção e sócio-educativos destinados a crianças e adolescentes, em regime de:
I - orientação e apoio sócio-familiar;II - apoio sócio-educativo em meio aberto;III - colocação familiar;IV - abrigo;V - liberdade assistida;VI - semi-liberdade, VII – Internação;
O município e seu papel fundamental
Comentário de Antônio Fernando do Amaral e SilvaDesembargador/Santa Catarina
O Estatuto da Criança e do Adolescente reservou ao município um papel central na política de atendimento à criança e ao adolescente quando prescreveu no inciso I do seu artigo 88 a municipalização do atendimento. Por esta razão, o ECA deixou nas mãos do município a fiscalização das entidades de atendimento à criança e ao adolescente.
Atribuiu-se ao Conselho Municipal de Direitos das Crianças e dos Adolescentes, além do gerenciamento do fundo municipal destinado às atividades executadas, mantidas ou auxiliadas financeiramente pelo governo local, o registro das entidades de atendimento da população infanto-juvenil.
Assim sendo, o parágrafo único do artigo 90 do ECA exige que tanto as entidades governamentais como as não governamentais inscrevam seus programas junto ao Conselhos Municipais de Direitos das Crianças e dos Adolescentes.
Contudo, como as entidades governamentais submetem-se obrigatoriamente à política do poder público municipal, o artigo 91 do ECA condicionou o registro das entidades não governamentais de atendimento ao preenchimento de 4 requisitos, quais sejam: qualidade das de instalações físicas, metodologia e pedagogia de trabalho compatíveis com os princípios do ECA, regularidade da sociedade perante o Cartório de Registro e idoneidade de funcionários.
Estes 4 requisitos legais constituem-se como o mínimo necessário para o bom funcionamento de uma entidade de atendimento. Ressalte-se que estes requisitos são cumulativos, isto é, a inobservância de um deles não permite o registro da entidade.
O município e seu papel fundamental
De modo a fazer com que se cumpram as 4 condições legais, os Conselhos Municipais de Direitos das Crianças e dos Adolescentes, por meio de resoluções, estabelecem todos os documentos necessários ao procedimento de registro, como por exemplo: formulário de requerimento, estatuto registrado em cartório, ata de eleição da atual diretoria, balanço patrimonial e demonstração de resultados no exercício, declaração de imposto de renda, inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas, cópia do projeto político pedagógico e alvará sanitário.
Além disso, é importante que cada Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente analise as entidades não apenas sob aspectos puramente formais. Para tanto, é preciso visitar o local, entrevistar e investigar as pessoas responsáveis. Isso porque somente por meio de uma visita in loco é possível averiguar as condições de habitabilidade, a compatibilidade do plano de trabalho com o ECA, a idoneidade dos funcionários e a regularidade jurídica da sociedade.
Os Conselhos Municipais de Direitos costumam ter Comissões específicas para o procedimento do registro, ou seja, para análise dos documentos e para vistorias. E é por meio de Deliberações que a Assembléia do Conselho concede, nega ou cassa os registros.
As entidades registradas possuem um ?número de registro?. Os registros e suas alterações devem ser comunicadas ao Poder Judiciário e ao Conselho Tutelar para que assim, junto ao Ministério Público, estes órgãos possam controlar se as entidades de atendimento à criança e ao adolescente de determinado município respeitam os preceitos da proteção integral previstos pelo ECA.
(ARTIGO 91/ LIVRO 2 - TEMA: ENTIDADES DE ATENDIMENTO)