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Prof. Evaristo Marzabal Neves Apoio didático: André E. Miyashita/Bolsista PET- GAEA Fevereiro 2011 Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” LES 0180 – Introdução a Administração

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Page 1: Prof. Evaristo Marzabal Neves Apoio didático: André E. Miyashita/Bolsista PET-GAEA Fevereiro 2011 Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” LES

Prof. Evaristo Marzabal NevesApoio didático: André E. Miyashita/Bolsista PET-GAEA

Fevereiro 2011

Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”

LES 0180 – Introdução a Administração

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Definição (vem da Roma Antiga, para ver que já era um hábito comum): Procrastinar significa, literalmente, “mover alguma coisa de um dia para o próximo” ou “no popular” “empurrar com a barriga” alguma ação, atividade, contato, etc.

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Procrastinadores crônicos – são pessoas que adiam a realização de tarefas compulsivamente, a ponto de atrapalhar a carreira e os relacionamentos pessoais, na vida universitária e, também, na profissional.

São enormes as conseqüências negativas do hábito de deixar tudo para amanhã.

Para auxiliá-lo na resposta vamos ler algumas opiniões e conceitos a respeito.

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“A procrastinação deixa de ser apenas um mau hábito e se torna um risco quando contamina a vida profissional (e por que não a vida universitária?) quando as pessoas adiam sistematicamente tarefas de trabalho.

O risco mais óbvio é perder o emprego. Postergar tarefas é típico de gente acomodada, que não busca soluções para os problemas.

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Não há mais espaço nas empresas para profissionais assim pois cria um clima ruim no ambiente de trabalho” (Sofia Esteves, Presidente da Consultoria DMRH)

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“Hoje, os projetos são feitos sobretudo em equipes. Ninguém quer pagar pelos atrasos do colega nem empurrá-lo o tempo todo. O procrastinador limita seu horizonte profissional. Não aprimora seu trabalho porque faz tudo às pressas e tem medo de enfrentar novos desafios – porque conhece sua limitação. Em um mercado competitivo vai ficar para trás”. (Christian Barbosa da Triad PS)... ou por (de) fora.

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Recomendações do psiquiatra americano George Aimlie (autos do livro The thief of time – O ladrão do tempo – EUA, 2009)

A procrastinação é o mais básico de todos os impulsos humanos;

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“Não conseguimos controlar totalmente nossa preferência por adiar esforço e chateação. Não precisamos de qualquer tentação para cair na procrastinação.

Outros impulsos – como a fome, as drogas, o apetite sexual, o desejo de comprar – dependem de objetos físicos para que possam ocorrer. Precisam de estímulos. A procrastinação, não. Permeia nossos pensamentos como parte da nossa maneira de pensar.

Parece ser uma espécie de software básico: invariavelmente tentamos evitar o que nos dá trabalho. É um instinto.”

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Uma boa explicação para a procrastinação é que somos muito apegados a nossos hábitos e modos de agir.

Organizamos a vida em torno deles, ainda que não sejam práticas razoáveis.

É preciso mudar o nosso comportamento.

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Adiamos tarefas, apesar das conseqüências negativas, devido a maneira como percebemos o tempo. Parece algo filosófico mas é uma questão de prática.

Em função desta ausência de percepção sobre a administração do tempo, acabamos tendo dificuldade em avaliar eventos futuros, inclusive nossa capacidade de fazer coisas.

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Como o compromisso está distante – a prova, a entrega do trabalho, viagens, etc. – calculamos que vamos fazer lá na frente muito mais do que conseguimos fazer agora.

Porque estaremos descansados, teremos mais tempo…Mas “como estará nossa cabeça” e qual a nossa disposição quando chegar a hora H?

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Mas o paradoxo embutido neste tipo de atitude é óbvio: se falta disposição hoje, é pouco provável que se materialize amanhã.

Afinal, o trabalho continuará igualmente chato e o tempo para realizá-lo terá diminuído. Mas a ANSIEDADE crescerá. Ah! “a mardita ansiedade é que me atrapaia”

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Procrastinar pode ser uma maneira de encontrar conforto quando nos deparamos com uma atividade de que não gostamos (agora não quero nem pensar nesta atividade...amanhã, talvez).

Nesse momento, procuramos algo que nos faça sentir bem, que ofereça satisfação imediata. Nosso cérebro adora este tipo de gratificação: instantânea, de preferência que não envolva esforço de qualquer espécie.

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Trata-se de uma coisa profundamente humana, talvez mesmo uma compulsão animal. Exemplo: “Vejo o mecanismo que faz as pessoas engordarem. É bastante óbvio que comer muita gordura e açúcar fará mal. Mas isso é depois. Na hora, sentir prazer é o que importa” (Psicólogo Thimothy Pychyl – Univ. Carleton/Canadá, autor do blog Don’t delay – Não adie e do livro The proscrinator’s digest)

No momento é esquecer a gordura. Amanhã, se der, eu começo o regime, ou, depois de amanhã.

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Para T. Pychyl “Encontrar estratégias que driblem esse mecanismo cerebral é uma forma de escapar da tentação de procrastinar”.

O segredo parece ser “transformar a execução das tarefas mais chatas em algo quase automático, que não demande esforço”

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Ex: Sua paixão por animais para se obrigar a praticar exercícios físicos. É se obrigar a fazer aquilo que ameaçava procrastinar.

Aliás é só começar e uma vez engajado na tarefa, é percebido que ela não é tão repulsiva quanto se pensava ser.

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Um modelo proposto pelo consultor americano David Allen (2001): GTD (Getting Things Done – Deixando as Coisas Prontas)

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Para não ficar estressado, tire de cabeça as tarefas que tem de realizar.

Use uma agendaagenda. Estabeleça um diário para reunir seus compromissos, suas contas e pendências.

Faça listas de afazeres de acordo com a prioridade (na agenda, no computador, no celular, na agenda eletrônica, etc.)

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Registre imediatamente na agenda ou diário o compromisso para não ter de pensar nele.

A eficiência e a produtividade são aumentadas quando se está focado em uma atividade de cada vez.

Uma vez ao dia as informações anotadas no diário devem ser (obrigatoriamente) processadas.

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1. Posso resolver isso agora? Ex: Responda rapidamente qualquer ação que possa exigir 2 a 3 minutos (mandar ou responder por e-mail, por exemplo). Caso leve mais tempo, vá para a 2a pergunta.

2. Qual a primeira atitude para dar andamento à tarefa? Definido como começar a cumpri-la, vá a 3a pergunta.

3. Posso incumbir alguém da tarefa? Caso negativo, encontre na sua agenda um horário que possa cumpri-la.

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Uma vez por semana, dedique alguns minutos para revisar sua agenda (diário), suas listas de pendências (vai “ticando” o que foi cumprido) e, gaste alguns minutos para planejar a semana seguinte. Uma dica para você ingressante: Marque em sua agenda, no inicio de cada semestre, todos os dias de provas para os meses seguintes e vá, desde já, se organizando para tal desafio. Não deixe para estudar no dia anterior à prova, pois não sabe o seu estado de animo, “de cabeça” e de saúde. Estressado não se concentra e seu rendimento é prejudicado (nosso adendo)

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Método como o GTD pode ser eficaz. Mas exige organização (administração pessoal do tempo) e disciplina quase militar.

Reforçando: disciplina e bom aproveitamento do tempo são elementos essenciais ao sucesso profissional e porque não do êxito universitário? (Nosso adendo).

Em ambos, o segredo, como em tudo, é encontrar o equilíbrio.

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Por que não vai desde o seu início na vida universitária se acomodando à sua vida futura (profissional)? Sem queimar etapas de sua adolescência, vá pensando futuro e administrando seu tempo.

Não entrará em pânico, nem ficará por demais estressado.

Vamos apostar?

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Ao longo de nossa vida docente venho colhendo com meus alunos (estagiários e bolsistas) quem poderia ser definido como procrastinador.

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Entre outras opiniões, selecionamos duas: 1) Se revela nos grupos de extensão, que em sendo trabalho de equipe, se atrasa e atrasa em suas tarefas, se autodefende sempre dizendo que está apertado no tempo, é confuso, “enrolado”, “gira como uma enceradeira” sem ir adiante, e, logo é descartado (é convidado a se retirar)

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2) O mesmo ocorre na formação de grupo para trabalhar em disciplinas quando começa a ser preterido, não lembrado e descartado como “braço curto”, “folgado” e absenteísta.

Numa primeira vez passa, depois “fogem dele(a)” na formação de equipe. Alguns alegam, inclusive, que o grupo já está formado, uma vez que para a equipe em formação não é confiável. Xô! Longe dele(a). Afaste de mim este sanguessuga.

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Bibliografia:

Capítulo 3 – A Tríade do Tempo – Livro “A Tríade do Tempo” de Christian Barbosa – Ed. Campus.

Artigo “ Chega de Enrolar”. Revista Época, n° 660, 10.01.11, p. 78-85.