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Prof. Clésio Farrapo

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Prof. Clésio Farrapo

Podemos dividir a área agrícola em dois tipos de Iavoura: cultura permanente e cultura temporária.

No primeiro caso, as culturas Ievammais de um ano para produzir; podem ser retiradas apos a primeira colheita ou permanecem produtivas, como as arvores frutíferas.

Já as lavouras temporárias são formadas por culturas com ciclo de vida curto, que precisam ser replantadas todos os anos.

Entre as Iavouras permanentes brasileiras destacam-se o café, o cacau e a laranja. A soja, o milho e a cana-de-açúcar são as culturas temporárias que ocupam maior área agricola do Brasil.

Quanto a pecuária, destaca-se o numero de cabeças de gado existentes no pais, em torno de 170 milhões, oque confere ao Brasil o primeiro Iugar no numero de cabeças de gado comercial.

A produção de frangos também é um grande sucesso do setor agropecuário do Brasil.

De acordo com as estatísticas internacionais, a criação de gado e o mercado de carnes no Brasil ainda são marcados por baixos índices de produtividade e de eficiência Iogística, embora, nos últimos dez anos, seja evidente uma crescente melhora nos índices de produtividade.

Contribuem para essa transformação o aumento da participação dos supermercados na distribuição da carne bovina e a segmentação dos consumidores, que buscam marcas diferenciadas e de qualidade.

Carta aberta da CPT denuncia política fundiária na Amazônia.

A diminuição das áreas de pastagens entre 1996 e 2006 revela o uso mais intensivo da terra, pois, paralelamente a essa redução, constatou-se o crescimento dos principais rebanhos no mesmo período: 11% do bovino, 14,9% do suíno e 73,2% do de aves.

O Censo agropecuário 2006 revelou uma tendência de concentração dos estabelecimentos rurais especializados na lavoura ou na pecuária.

Esses dados revelam um processo de especialização da agropecuária brasileira, como pode ser constatado pela análise a seguir. Entre os principais produtos agropecuários do Brasil, a cana-de-

açúcar apresentou a maior participação no valor da produção (14%), seguida da soja (13%) e da criação de gado bovino (10%).

Com o cultivo de cereais (9%) e de outros produtos da lavoura temporária (8%), esses produtos são responsáveis por mais da metade do valor da produção agropecuária brasileira.

Os estabelecimentos rurais brasileiros podem ser divididos pela forma como se organiza o processo de trabalho na unidade de produção.

Agricultura familiar

Agricultura patronal

O crédito rural e o Pronaf.

A atividade agropecuária moderna interliga-se a uma rede de estabelecimentos:

cooperativas,

indústrias

centros de distribuição, que utilizam matéria-prima animal ou vegetal transformado-as em produtos de maior valor agregado, como ocorre com a cana e o café, com os modernos sistemas de moagem e torrefação.

CAFÉ: até meados do século XX a organização da cadeia produtiva

cafeeira não era considerada uma prioridade no pais.

A partir da década de 1970, a atuação da Associação Brasileira da indústria do Café (Abic) teve papel fundamental na reversão desse quadro, atuando na criação de medidas de organização da produção: como a criação de um selo de qualidade,

e do Comitê Brasileiro do Café, Congregando os produtores, as empresas do setor de torrefação e moagem

e a indústria de café solúvel e de exportação.

Atualmente, o cerrado mineiro destaca-se na produção brasileira de café, em razão das condições naturais da região e, principalmente: do emprego de modernas tecnologias agrícolas, que incluem o uso de

sementes selecionadas

e controle rigoroso sobre todas as etapas de crescimento das mudas

CANA-DE-AÇÚCAR: No caso da cana-de-açúcar, a incorporação de tecnologias

agroindustriais inovadoras garantiu um grande diferencial de produtividade nas lavouras paulistas, que hoje respondem por cerca de 57% da produção nacional.

SOJA: A expansão da cultura de soja no país ocorreu nas décadas de

1960 a 1980, por meio de incentivos governamentais repassados aos produtores na forma de linhas de crédito.

Até o início da década de 1970, a produção brasileira de soja era concentrada na Regiāo Sul, que reunia as condições naturais para esse tipo de lavoura.

Nessa época, porém, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa): Novas sementes;

Calagem.

A cana paulista.

A prática de exportar produtos industrializados derivados dos agrícolas, conseguindo melhor preço no mercado mundial é bastante vantajosa para o país.

Assim, óleo de soja, suco de laranja e café solúvel, por exemplo, tornaram-se muito mais lucrativos no mercado externo do que as matérias­primas usadas para fabricá-los.

Além disso, a crescente produção no campo beneficia também o segmento de máquinas e equipamentos, adubos, defensivos agrícolas, bancos, empresas de investimentos, entre outros.

Com isso, houve significativo crescimento da participação de produtos com valor agregado no valor das exportações brasileiras, como os produtos de couro, os preparados de farinhas e dos complexos de soja e do setor sucroalcooleiro destacando-se a carne brasileira, que subiu de 8 para 20% em apenas dez anos!

As unidades produtivas estão cada vez mais:

Consumindo mais insumos;

Especializando-se;

Integrando-se em cadeias produtivas.

Porém, a modernização agrícola foi seletiva: essa transformação atingiu até 1996 apenas 11% dos

estabelecimentos rurais do Brasil, com pequena queda no último período (10,2%).

Quase 90% dos estabelecimentos rurais brasileiros não possuem trator, utilizando-se ainda de técnicas rudimentares de plantio, como o sistema de roça ou itinerante.

Percebe-se, assim, uma enorme diferença entre os estabelecimentos agropecuários brasileiros no que diz respeito à tecnologia e à produtividade.

Embora o país aprimore suas pesquisas e técnicas em melhoria genética, correção dos solos, mecanização de processos de cultivo e colheita, a grande maioria dos estabelecimentos rurais ainda apresenta baixa produtividade, não conta com crédito bancário e está fora dos circuitos dos negócios agropecuários.

Enfim, a modernização técnica da agropecuária difunde-se de maneira desigual pelo território brasileiro, sendo mais concentrada nos estados de: São Paulo,

Minas Gerais,

Santa Catarina,

Rio Grande do Sul,

Goiás,

Mato Grosso e Mato Grosso do Sul,

que possuem sistemas agropecuários dotados de tecnologia intensiva, resultando em elevada produtividade,

No Nordeste, aparecem manchas de modernização nos cerrados: da Bahia,

do Maranhão,

do Piauí, em razão principalmente dos cultivos de soja,

E no Vale do Rio São Francisco, com destaque para a produção irrigada de frutas destinada sobretudo ao mercado europeu.