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Pessoa Jurídica e Bens (Minicurso Gratuito) Aula 03 Prof. Antônio Alex

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Olá, seja bem-vindo(a) à aula 3 do Curso Minicurso gratuito

de Direito Civil para concursos públicos.

SUMÁRIO

INFORMAÇÕES INICIAIS ..................................................................................... 3

CONTEÚDO DA AULA 03 DO MINICURSO GRATUITO .............................................. 4

1 - Pessoa Jurídica ......................................................................................... 5

1.1 – Conceito ........................................................................................... 5

1.2 – Constituição da Pessoa Jurídica ........................................................... 7

1.3 – Tipos de Pessoa Jurídica ................................................................... 10

2. Bens ...................................................................................................... 15

2.1 – Conceito ......................................................................................... 15

2.2 – Classificação dos bens ...................................................................... 15

2.3 – Bens considerados em si mesmos ...................................................... 16

2.4 – Bens reciprocamente considerados..................................................... 24

2.5 – Titularidade de Domínio .................................................................... 28

3 - Direito de Família ................................................................................... 32

3.1. Conceito .............................................................................................. 32

3.2. Casamento ........................................................................................... 32

3.2.1 – Conceito ...................................................................................... 32

3.2.3 – Tipos de Casamento ...................................................................... 33

3.2.4 – Inexistência e Invalidade do Casamento .......................................... 35

3.3. Regime de Bens entre os Cônjuges ......................................................... 38

3.3.1 – Conceito ...................................................................................... 38

3.4 - Outorga Conjugal ................................................................................. 40

4. Direito das Sucessões ............................................................................... 42

4.1 - Conceito ............................................................................................. 42

4.2 - Teoria Geral das Sucessões ................................................................... 43

4.2.1 – Conceitos ..................................................................................... 43

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4.2.2 – Capacidade Sucessória .................................................................. 46

5.3. Sucessão Legítima ................................................................................ 46

5.3.1 – Conceito ...................................................................................... 46

5.3.2 – Sucessão do Cônjuge ou Companheiro em concorrência com os descendentes .......................................................................................... 48

ESQUEMAS E RESUMOS DA AULA ...................................................................... 52

QUESTÕES COMENTADAS ................................................................................. 56

QUESTÕES – SEM COMENTÁRIOS ...................................................................... 70

GABARITO ...................................................................................................... 77

INFORMAÇÕES INICIAIS

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Caso você deseje acompanhar as atualidades relacionadas ao estudo desta disciplina, siga minhas mídias sociais:

CONTEÚDO DA AULA 03 DO MINICURSO GRATUITO

Nesta Minicurso serão abordados os seguintes tópicos:

• Pessoa Jurídica;

• Bens;

• Noções de Direito de Família;

• Noções de Direito das Sucessões;

Padronização de siglas

- União, Estados, Distrito Federal e Municípios, respectivamente: U, E, DF e M

- Emenda constitucional: EC

- Constituição Federal de 1988: CF/88

- Código Civil de 2002 - CC

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1 - Pessoa Jurídica

1.1 – Conceito

Pessoa Jurídica pode ser entendida como um grupamento humano,

com personalidade jurídica própria, criado na forma da lei, para consecução de

fins comuns.

A pessoa jurídica é uma decorrência da capacidade de viver em

sociedade dos seres humanos, que procuram se agrupar para atingir de forma

mais eficiente seus objetivos.

Desta forma, a pessoa jurídica nasceu para personificar estes

agrupamentos, separando a atuação coletiva destes indivíduos, para

determinados fins, da atuação individual.

Além das pessoas físicas ou naturais, as pessoas jurídicas, que são

entidades abstratas, criadas pelo homem por meio de ferramentas jurídicas,

passaram a ser reconhecidas como sujeito de direito e de obrigações, com

personalidade jurídica própria.

Um ponto importante que deve ser esclarecido é que o simples

fato de uma entidade possuir o Cadastro Nacional das Pessoas

Jurídicas (CNPJ) na Secretaria da Receita Federal do Brasil, não

significa que a entidade necessariamente será uma pessoa

jurídica.

Quem vai dizer necessariamente que são as pessoas

jurídicas é a lei, mais precisamente o Código Civil. Diante do

exposto, uma entidade pode possuir CNPJ simplesmente para fins de

tributários, não constituindo uma pessoa jurídica.

A natureza jurídica das pessoas jurídicas é explicada por diferentes

teorias, destacando-se inicialmente as Correntes Negativista e Afirmativista.

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Segundo a Corrente Negativista, a pessoa jurídica é simplesmente um

agrupamento de pessoas, não existindo uma vontade autônoma da pessoa

jurídica. Entretanto, a referida corrente não prevaleceu.

Já a Corrente Afirmativista prevaleceu aceitando a existência autônoma

da pessoa jurídica, porém, esta corrente pode ser subdividida em 3 (três)

Teorias:

a)Teoria da Ficção:

Para esta teoria, a pessoa jurídica seria uma criação da pura técnica do

direito, tendo uma existência meramente ideal ou abstrata. As críticas à

referida teoria é que ela enxerga a pessoa jurídica no plano das ideias,

desprezando as relações sociais.

b)Teoria da Realidade Objetiva:

Segundo esta teoria, a pessoa jurídica seria um organismo social vivo,

não sendo explicada pela técnica do direito, mas pela sociologia. A crítica a

esta teoria é que ele limitou o estudo da pessoa jurídica no campo da

sociologia, desprezando a técnica do direito na constituição da pessoa jurídica.

c)Teoria da Realidade Técnica:

Por fim, para esta teoria, a pessoa jurídica seria uma criação do

direito, mas que também participa de relações sociais. A Teoria da

Realidade Técnica da pessoa jurídica é a adotada pelo Código Civil

de 2.002.

Pessoa Jurídica e Bens

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1.2 – Constituição da Pessoa Jurídica

Incialmente cabe esclarecer que, conforme o Código Civil, existem

pessoas jurídicas de direito privado e de direito público interno ou externo.

Para a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, inicialmente

alguns requisitos são exigidos para a criação de uma pessoa jurídica:

a)Vontade humana: vontade de criar uma entidade distinta de seus

membros;

b)Elaboração do ato constitutivo: elaboração do estatuto ou contrato;

c)Registro do ato constitutivo: registro no Registro Civil de Pessoas

Jurídicas ou Junta Comercial, a depender na natureza da pessoa jurídica;

d)Objetivos Lícitos: Objetivos ilícitos podem impedir o registro ou

extinguir a pessoa jurídica.

Além do mais, conforme art. 45 do Código Civil, há um requisito que é

exigido apenas para algumas pessoas jurídicas tendo em vista o interesse

estratégico de seus fins, citando, por exemplo, empresas estrangeiras,

agências de seguros, bancos e outras:

Requisitos da PJ

Vontade Humana

Elaboração do ato

constitutivo

Registro do ato constitutivo

Objetivos Licítos

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e)Autorização do Poder Executivo.

Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito

privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida,

quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo,

averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.

Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição

das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado

o prazo da publicação de sua inscrição no registro.

Na aula anterior, vimos que a pessoa natural adquire

personalidade jurídica a partir do nascimento com a vida, e para a

pessoa jurídica como funciona? Ainda conforme o art. 45 do CC, a

existência legal das pessoas jurídicas de direito privado começa

com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro,

precedida, quanto necessário, de autorização ou aprovação do Poder

Executivo.

Assim, a personalidade da pessoa jurídica de direito privado é adquirida

com o registro do seu respectivo ato constitutivo. E aí vem o próximo

questionamento, o registro se trata de um ato de natureza declaratória ou

constitutiva? O registro dos atos de criação das pessoas jurídicas tem efeito

constitutivo, enquanto o registro da pessoa natural tem efeito declaratório. O

registro da pessoa jurídica possui efeitos ex-nunc.

REGISTRO DE PESSOA JURÍDICA

EFEITO CONSTITUTIVO

REGISTRO DE PESSOA FÍSICA

EFEITO DECLARATÓRIO

Além do mais, conforme o parágrafo único do art. 45 do CC, o prazo

para anular o ato constitutivo de constituição das pessoas jurídicas por algum

defeito é decadencial de 03 (três) anos.

O registro, que inclusive pode ser anulado, precisa seguir alguns

requisitos legais:

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Art. 46. O registro declarará:

I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social,

quando houver;

II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos

diretores;

III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente,

judicial e extrajudicialmente;

IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de

que modo;

V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas

obrigações sociais;

VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu

patrimônio, nesse caso.

Considerando que o registro das pessoas jurídicas tem natureza

constitutiva, no caso de entes sem registro, os mesmos são considerados

entes despersonificados, ou então, conhecidos como sociedade de fato ou

sociedade irregular. Neste caso, a responsabilidade dos sócios ou

administradores é solidária e ilimitada pelas obrigações sociais, conforme as

disposições dos artigos. 986 a 990 do CC.

Também é importante ressaltar a existência dos chamados entes

despersonificados com capacidade processual, como por exemplo, o

espólio, a massa falida, a herança jacente, a herança vacante, o

condomínio. Os referidos entes não são pessoas jurídicas

conforme o Código Civil vigente, entretanto, possuem capacidade

processual para postular perante o Poder Judiciário na defesa de seus

interesses.

Quanto às pessoas jurídicas de Direito Público, suas regras de criação

não estão previstas no Código Civil, concentrando seu campo de estudo no

Direito Constitucional e no Direito Administrativo. A título de exemplo,

podemos destacar a previsão do Inciso XIX do art. 37 da Constituição de

1.988, que prevê a necessidade de lei especifica para criação de autarquias:

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Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos

Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá

aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e

eficiência e, também, ao seguinte:

XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e

autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e

de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas

de sua atuação;

1.3 – Tipos de Pessoa Jurídica

Inicialmente, o artigo 40 do Código Civil divide as pessoas jurídicas em

de direito público e de direito privado:

Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo,

e de direito privado.

As pessoas jurídicas de direito público podem ser subdivididas em

Direito Público Externo e Direito Público Interno. As pessoas jurídicas de Direito

Público externo são reguladas pelo chamado Direito Internacional, envolvendo

outros países, organizações internacionais (ONU, OIT, OTAN, etc), o Vaticano,

Blocos Comerciais, como a União Europeia, Mercosul, Nafta, conforme previsto

no art. 42 do CC:

Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados

estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional

público.

Já as pessoas jurídicas de Direito Público estão previstas no art. 41 do

CC:

Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:

I - a União;

II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;

III - os Municípios;

IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;

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V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.

Para decorar, lembre-se da regrinha: MEUDA.

M.E.U.D.A

M= Município;

E= Estados, o Distrito Federal e os Territórios;

U= União;

D= Demais entidades de caráter público criadas por lei;

A= Autarquias;

As pessoas jurídicas de Direito Público interno envolvem os entes da

administração direta: União, Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios.

Também envolvem os entes da administração indireta, órgãos

descentralizados, criados por lei para execução de atividades de interesse

público, englobando autarquias, fundações públicas e demais entidades de

caráter público criadas por lei.

O Consórcio Público é uma pessoa jurídica criada por lei com a

finalidade de executar a gestão associada de serviços públicos, onde os entes

consorciados, que podem ser a União, os Estados, o Distrito Federal e os

Municípios, no todo em parte, destinarão pessoal e bens essenciais à execução

dos serviços transferidos. Os Consórcios Públicos se enquadram no Inciso IV,

do art. 41 do CC: inclusive as associações públicas;

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Segundo a redação do Inciso V do art. 41 do CC: as demais entidades

de caráter público criadas por lei, a doutrina dominante entende pode

enquadrar neste conceito as fundações públicas e agências reguladoras.

Além do mais, o art. 43 do CC traz a responsabilidade civil das pessoas

jurídicas de direito público interno para com terceiros. Conforme esta

disposição, a responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito público

interno é objetiva, ou seja independe de dolo ou culpa:

Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente

responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a

terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se

houver, por parte destes, culpa ou dolo.

Entretanto, caso a pessoa jurídica de direito público seja condenada a

indenizar o particular, ela tem direito de ação regressiva contra o agente

público caso tenha agido com dolo ou culpa.

Já em relação às pessoas jurídicas de Direito Privado, o rol está previsto

no art. 44 do CC:

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:

I - as associações;

II - as sociedades;

III - as fundações.

IV - as organizações religiosas;

V - os partidos políticos;

VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.

Para decorar, lembre-se daquele sapo que não lava o pé, mas

não é qualquer um, é o sapo que não lava o pé religioso:

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S. A. P. O. F. E (sapo com fé).

Sociedades

Associações

Partidos Políticos

Organizações Religiosas

Fundações

Empresas individuais de responsabilidade limitada

Cabe ressaltar que doutrina afirma que esse rol, previsto no art. 44 do

CC, é exemplificativo, podendo ser reconhecidas outras pessoas jurídicas de

direito privado, enunciado 144 da Jornada de Direito Civil: “A relação das

pessoas jurídicas de direito privado, estabelecida no art. 44, incisos I a V, do

Código Civil, não é exaustiva”.

No artigo 44 do Código Civil, as organizações religiosas e os partidos

políticos não faziam parte da redação original do Código Civil de 2.002. Desta

forma, foi realizada uma alteração legislativa do art. 44 do CC, concedendo às

organizações religiosas e aos partidos políticos a natureza jurídica de pessoas

jurídicas autônomas.

Já em relação aos sindicatos, percebe-se que o mesmo não consta do

rol do art. 44 do CC, desta forma, não constitui uma pessoa jurídica autônoma,

os sindicatos são associações.

Também deve ser ressaltada a inclusão no ano de 2011 de um novo

tipo de pessoa jurídica no rol do art. 44 do CC: Empresa Individual de

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Responsabilidade Limitada, que á uma modalidade de empresa constituída por

uma única pessoa como sócio.

Em relação às fundações, o Inciso III do art. 44 se restringe às

entidades de natureza privada, isto porque podem existir as chamadas

fundações públicas, que são classificadas como pessoas jurídicas de direito

público interno.

Resumindo:

Pessoa Jurídica de Direito Público

Pessoa Jurídica de Direito Privado

MEUDA: M= Município; E= Estados, o Distrito Federal e os Territórios; U= União; D= Demais entidades de caráter público criadas por lei; A= Autarquias;

SAPOFE: Sociedades Associações Partidos Políticos Organizações Religiosas Fundações Empresas individuais de responsabilidade limitada

QUESTÃO DE PROVA:

2018 - Consulplan – TJMG - São pessoas jurídicas de direito privado:

a) As associações; as sociedades; as fundações; as agências reguladoras; os

partidos políticos; as empresas individuais de responsabilidade limitada.

b) As associações; as sociedades; as autarquias; as organizações religiosas; os

partidos políticos; as empresas individuais de responsabilidade limitada.

c) As associações; as sociedades; as fundações; as organizações religiosas; os

partidos políticos; as empresas individuais de responsabilidade limitada.

d) As associações; as sociedades; as fundações; as organizações religiosas; os

estados estrangeiros; as empresas individuais de responsabilidade limitada.

A questão deve ser respondida analisando o rol de pessoas jurídicas de

direito privado do art. 44 do CC. Assim, pegando a dica CDF: SAPOFE,

somente a letra C se enquadra no rol do art. 44 do CC.

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Gabarito: Letra C

2. Bens

2.1 – Conceito

Bem pode ser definido como uma coisa com interesse econômico e/ou

jurídico. Segundo a doutrina, o Código Civil de 2.002 adotou a diferenciação de

que coisa é um gênero, correspondendo a tudo o que não é humano, enquanto

o bem é espécie, ou seja, uma coisa com interesse econômico e/ou jurídico.

Os Bens são coisas que, por serem úteis e raras, estão sujeitos à

apropriação e contêm valor econômico. O Direito somente se interessa pelas

coisas suscetíveis de apropriação exclusiva pelo homem. Nesse sentido, as

coisas que existem em abundância no universo, como o ar atmosférico e a

água dos oceanos, por exemplo, não são considerados bens em sentido

jurídico.

2.2 – Classificação dos bens

O Código Civil de 2.002 classifica os bens da seguinte forma:

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2.3 – Bens considerados em si mesmos

2.3.1 – Bens Imóveis:

Os bens imóveis são aqueles que estão incorporados ao solo por uma

razão natural ou artificial, sendo que desta forma não podem ser removidos,

pois a remoção gera destruição ou deterioração do bem. A sua previsão ocorre

nos arts. 79 e 80 do CC:

Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural

ou artificialmente

BE

NS

Considerados em si mesmos

Bens Imóveis

Bens Móveis

Bens Fungíveis e Consumíveis

Bens Divisíveis

Bens Singulares e Coletivos

Reciprocamente considerados

Bens Principais

Bens Acessórios (produtos, frutos, benfeitorias e

pertenças)

Titularidade de domínio

Bens Públicos (Comum, Especiial e

Dominical)

Bens Partiiculares

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A partir da leitura dos dois artigos, os bens imóveis podem ser

classificados da seguinte forma:

A)bens imóveis por natureza: a imobilidade decorre de sua própria

essência, citando, por exemplo, uma árvore na floresta.

B)bens imóveis por acessão natural: a natureza promove de forma

natural acréscimos ao solo, sendo tratados juridicamente como acessórios do

solo, o fenômeno se dá pela formação de ilhas, aluvião, avulsão e abandono

de álveo (art. 1.248, I a IV do CC).

C)bens imóveis por acessão artificial: a imobilidade decorre de uma

ação humana concreta e efetiva, citando, por exemplo, as plantações e

construções.

Além do mais, cabe ressaltar a disposição do art. 81 do CC, que prioriza

a finalidade do bem, desta forma, o que se retira de um bem imóvel, para

novamente nele incorporar, pertencerá ao imóvel e será imóvel:

Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:

I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua

unidade, forem removidas para outro local;

II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se

reempregarem

D)bens imóveis por determinação legal: são circunstâncias em que

a lei atribui a condição de imóveis, ocorre em 2 (duas) situações do art. 80 do

CC: os direitos reais sobre imóveis e as ações que os assegurem, bem como,

no caso da sucessão aberta:

Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:

I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;

II - o direito à sucessão aberta

Os bens imóveis são adquiridos pelo registro do título aquisitivo (art.

1.227 do CC), pela usucapião (arts. 1.238 a 1.244 do CC) pela acessão (art.

1.248 do CC) e pela direito sucessão (art. 1.784 do CC).

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2.3.2 – Bens Móveis:

São aqueles que podem ser transportados ou removidos, não gerando

alteração de sua substância ou sua destruição:

Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de

remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação

econômico-social.

Os bens móveis são de 03 (três) categorias:

A)Móveis por natureza: a mobilidade é decorrente de sua essência,

movimentando-se por força alheia (exemplo do carro) ou por força própria, no

caso de animais, que tem movimento próprio, são chamados de semoventes;

Cabe ressaltar o caso dos navios e das aeronaves, que embora sejam

bens móveis, podem ser objeto de hipoteca, sendo a hipoteca um direito real

de garantia sobre bens imóveis.

B)Móveis por antecipação: são bens incorporados ao solo, mas com

a intenção de separá-los oportunamente e convertê-los em móveis, como as

árvores destinadas ao corte e os frutos ainda não colhidos. Incluem-se nessa

categoria os bens provenientes de demolição de imóveis:

BENS IMÓVEIS

por Natureza

por Acessão Natural

por Acessão Artificial

por Determinação

Legal

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Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não

forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa

qualidade os provenientes da demolição de algum prédio.

C)Móveis por determinação legal: são bens imateriais, que

adquirem essa qualidade jurídica por disposição legal, previstos no art. 84 do

CC:

Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:

I - as energias que tenham valor econômico;

II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;

III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações

Por fim, cabe ressaltar que a propriedade dos bens móveis é adquirida

através da usucapião, ocupação, achado de tesouro, especificação, confusão,

comistão e adjunção (arts. 1.260 a 1.274 do CC). Também pode ser adquirida

pela sucessão (art. 1.784 do CC).

2.3.3 – Bens Fungíveis e Consumíveis:

No art. 85, o Código Civil fala sobre os chamados bens móveis

fungíveis:

BENS MÓVEIS

por Natureza

por Antecipação

por Determinação Legal

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Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da

mesma espécie, qualidade e quantidade.

Os Bens fungíveis são os bens móveis que podem substituir-se por

outros da mesma espécie, qualidade e quantidade, citando, por exemplo, o

dinheiro. Por outro lado, os bens infungíveis são aqueles que não se

substituem ou podem ser substituídos por outros bens de mesma espécie,

valor, quantidade e qualidade, citando, por exemplo, um quadro de obra de

arte.

A importância da classificação dos bens em fungíveis e infungíveis tem

consequência na distinção entre o contrato de mútuo, que só recai sobre bens

fungíveis (art. 586 do CC), e o contrato de comodato, que tem por objeto bens

infungíveis (art. 579 do CC).

Bens consumíveis são os bens móveis em que o uso importa destruição

imediata da própria substância, como os gêneros alimentícios, podendo ser

incluídos nessa classificação os bens destinados à alienação, como as

mercadorias de supermercado.

Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição

imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados

à alienação.

2.3.4 – Bens Divisíveis:

Os bens divisíveis são os se podem fracionar sem alteração na sua

substância, sem diminuição considerável de seu valor, ou prejuízo do uso a

que se destinam, conforme o art. 87 do CC:

Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na

sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se

destinam.

Desta forma, são divisíveis os bens que podem ser partidos em porções

reais e distintas, formando cada parte um todo perfeito. Citando um exemplo,

o relógio é um bem indivisível, isso porque caso seja dividido, cada parte não

conservará as qualidades essenciais do objeto integral relógio.

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O art. 88 do CC dispõe que os bens naturalmente divisíveis podem

tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes:

Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis

por determinação da lei ou por vontade das partes.

Diante do exposto, podem existir 03 (três) tipos de bens indivisíveis:

a)bens indivisíveis por natureza: são os que não podem ser

fracionados sem alteração na sua substância, diminuição de valor ou prejuízo

do uso, como um animal, um relógio, um quadro.

b)indivisíveis por determinação legal: quando a lei expressamente

impede o seu fracionamento, como no caso da hipoteca e do direito dos co-

herdeiros quanto à propriedade e posse da herança, até a partilha, os imóveis

rurais que, por lei, não podem ser divididos em frações inferiores ao módulo

regional.

c)indivisibilidade por vontade das partes: a indivisão estabelecida

por doação ou por testamento, não poderá exceder de cinco anos (art. 1.320,

§ 2º do CC)

2.3.5 – Bens Singulares e Coletivos:

A divisão dos bens singulares e coletivos pode ser realizada da seguinte

forma:

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Bens singulares são aqueles considerados na sua individualidade, como

um cavalo, uma caneta, um carro, previstos no art. 89 do CC:

Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se

consideram de per si, independentemente dos demais.

A caneta, por exemplo, só pode ser bem singular, porque a reunião de

várias delas não daria origem a um bem coletivo. Ainda que reunidas, seriam

consideradas canetas individualmente, independentemente das demais.

Já os bens coletivos são chamados de universais ou universalidades e

abrangem: universalidade de fato e universalidade de direito.

Conforme o art. 90 do CC, a Universalidade de Fato refere-se à

pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham

destinação unitária:

Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens

singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária.

Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser

objeto de relações jurídicas próprias.

Para exemplificar a universalidade de fato, pode ser citado, por

exemplo, uma biblioteca, pois ela não terá valor econômico sem livros. Desta

Bens Singulares e

Coletivos

Singulares

Simples

Compostos

Coletivos

Universalidade de Fato

Universalidade de Direito

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forma, determinados bens, só possuem valor econômico e jurídico quando

agregados, outro exemplo é um par de sapatos ou de brincos, a biblioteca,

pois individualmente não apresentarão valor econômico ou jurídico.

Além do mais, o parágrafo único do art. 90, dispõe que os bens que

formam a universalidade de fato podem ser objeto de relações jurídicas

próprias, ou seja, os bens podem ser alienados conjuntamente ou

individualmente, mesmo apenas um sapato de seu, entretanto, o valor será

bem menor.

Já a Universalidade de Direito pode ser entendida como o complexo

de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico, citando, por

exemplo, a herança, o espólio, a massa falida, etc.:

Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações

jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico.

A principal diferença entre a universalidade de fato e a universalidade

de direito, decorre do fato de que a universalidade de fato se apresenta como

um conjunto de bens ligados pela vontade do titular, enquanto, a

universalidade de direito representa o conjunto de bens corpóreos e

incorpóreos em que a lei atribui o caráter de unidade.

UNIVERSALIDADE DE FATO

Conjunto de bens ligados pela vontade do titular.

UNIVERSALIDADE DE DIREITO

Conjunto de bens corpóreos e incorpóreos em que a lei atribui o caráter de unidade.

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2.4 – Bens reciprocamente considerados

A partir desta classificação existem os chamados bens principais e bens

acessórios.

2.4.1 – Bens Principais:

Bem Principal é aquele que tem existência própria, autônoma, que existe

por si.

Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou

concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal.

Para exemplificar, o solo pode ser considerado o bem principal, isso

porque ele existe por si mesmo, sem qualquer dependência. Por outro lado,

árvore, é acessório, porque sua existência supõe a do solo onde foi plantada.

A regra geral é de que o bem acessório segue o destino do principal,

chamado de principio da gravitação. Para que ocorra o contrário, ou seja, o

bem principal siga o bem acessório, há necessidade de que as partes

convencionem previamente ou que exista algum dispositivo legal que traga tal

previsão.

2.4.2 – Bens Acessórios:

O Bem Acessório é aquele cuja existência depende do principal. Segundo

o Código Civil, existem os seguintes bens acessórios: Produtos, Frutos,

Pertenças e Benfeitorias.

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A)Produtos:

Os produtos são bens que se retiram do principal, diminuindo a

quantidade do bem principal, isso porque os produtos não se reproduzem

periodicamente. Por ser citado como exemplo de produtos, as pedras e metais

preciosos que são extraídos das pedreiras e das minas. A previsão dos

produtos está no art. 95 do CC:

Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e

produtos podem ser objeto de negócio jurídico.

B)Frutos:

Os frutos são utilidades que o bem principal produz periodicamente, sem

acarretar a destruição do bem principal. Os frutos são caracterizados pela

periodicidade, inalterabilidade da substância coisa principal e da separabilidade

coisa principal. Assim, os frutos também saem do bem principal, entretanto,

não diminuem a quantidade do bem principal, com previsão também no art. 95

do CC:

Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e

produtos podem ser objeto de negócio jurídico.

Exemplo de frutos: as frutas que nascem das árvores, os vegetais

fornecidos pelo solo, o leito de animais, etc.

BENS ACESSÓRIOS

Produtos

Frutos

Pertenças

Benfeitorias

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Os frutos podem ser classificados quanto à origem:

Naturais: são aqueles que se desenvolvem e se renovam

periodicamente, em decorrência da própria natureza, como os

frutos das árvores, as crias de rebanho, os vegetais, etc.

Industriais: são aqueles que aparecem pela mão do homem, ou

seja, surgem em razão da transformação da natureza pelo homem,

como é realizado com a produção industrial.

Civis: são os rendimentos produzidos pelo bem em consequência

de sua utilização por terceiros, como os alugueis e os juros.

Também há uma classificação dos frutos quanto ao seu estado, que tem

grande importância quando do estudo dos direitos reais:

Pendentes Ainda unidos à coisa que os produziu. Percebidos Foram colhidos e separados da coisa. Estantes Separados e armazenados ou

acondicionados para venda. Percipiendos Já deveriam ter sido colhidos, mas

ainda não foram. Consumidos Não existem mais porque foram

utilizados.

C)Pertenças:

As pertenças são bens móveis acessórios que não constituindo partes

integrantes do bem principal, como são os frutos, produtos e as benfeitorias,

se destinam, de modo duradouro, ao serviço ou ornamentação de outro.

Exemplo: bens móveis incorporados a um imóvel pela vontade do proprietário,

tratores destinados a uma melhor exploração de propriedade agrícola, etc. As

pertenças estão previstas no art. 93 do CC:

Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes

integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao

aformoseamento de outro.

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O art. 94 do CC mostra a distinção entre parte integrante (frutos,

produtos e benfeitorias):

Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não

abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação

de vontade, ou das circunstâncias do caso.

Desta forma, as pertenças NÃO SEGUEM o bem principal, salvo se isso

for convencionado, decorrer da lei ou das circunstâncias do caso.

A parte integrante forma com o principal um todo e a parte integrante

não tem autonomia como a pertença.

Exemplo: lâmpada e lustre (fora do lustre, não há qualquer utilidade da

lâmpada), assim é parte integrante.

Exemplo: Toca CD de um carro que a pessoa coloca é uma pertença

(pode ser colocado em outro carro). Mas se o toca CD já vem de fábrica ele é

parte integrante (pois não tem autonomia).

D)Benfeitorias:

As benfeitorias são acréscimos e melhoramentos realizados pelo homem

na estrutura do bem principal, com o objetivo de conservá-lo, melhorá-lo ou

proporcionar prazer ao seu proprietário. Conforme o art. 96, as benfeitoras

podem ser:

Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.

§ 1º São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam

o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de

elevado valor.

§ 2° São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem.

§ 3° São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que

se deteriore

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Necessárias Tem por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore

Úteis Aumentam ou facilitam o uso do bem. Voluptuárias Mero deleite ou recreio, que não

aumentam o uso habitual do bem.

Além do mais, para fins de prova, pois as bancas procuram confundir,

cabe esclarecer a diferença entre os institutos da pertença, benfeitoria e

acessão:

Tipo Ação Relação com Bem Principal

Funcionalidade

Pertença Ação humana Tem autonomia

Funcionalidade específica, diferente da funcionalidade do bem principal.

Acessão Ação humana ou natural

Não tem autonomia

Construções, plantações ou acréscimos da natureza.

Benfeitoria Ação humana Não tem autonomia

Conservam o bem, evitam que se deteriore, aumentam ou facilitam o uso do bem, ou são de mero deleite ou recreio.

2.5 – Titularidade de Domínio

2.5.1 – Bens Particulares:

O art. 98 do CC considera como bens públicos aqueles do domínio

nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno. Desta

forma, por exclusão, todos os outros bens são particulares.

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Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às

pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares,

seja qual for a pessoa a que pertencerem.

2.5.2 – Bens Públicos:

Já os bens públicos são classificados em 03 (três) categorias:

Art. 99. São bens públicos:

I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e

praças;

II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a

serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou

municipal, inclusive os de suas autarquias;

III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas

de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas

entidades.

Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se

dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que

se tenha dado estrutura de direito privado.

A)Bem de uso comum do povo:

Os bens de uso comum do povo são aqueles que podem ser utilizados

por qualquer um do povo, sem formalidades. O próprio Código Civil já

exemplifica ao citar os rios, mares, estradas, ruas e praças no Inciso I do art.

99 do CC.

Caso o Poder Público decida regulamentar o uso desses bens tornando a

utilização onerosa, como no caso do pedágio em relação às estradas ou

rodovias, os referidos bens mantém essa característica de utilização comum

pelo povo, conforme as disposições do art. 103 do CC:

Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou

retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja

administração pertencerem.

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A administração também pode restringir ou vetar o uso desses bens

tendo em vista situações de segurança nacional ou de interesse público. O

povo tem somente o direito de usar os bens comuns, não possuindo qualquer

domínio sobre os referidos bens.

B)Bem de uso especial:

Os bens de uso especial são aqueles que se destinam à execução dos

serviços públicos, de uso exclusive do Poder Público, como os edifícios onde

estão instalados os serviços públicos da administração federal, estadual,

territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias.

C)Dominical:

Os bens dominicais ou também chamados de patrimônio disponível

constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público. Sobre esses

bens, o Poder Público exerce poderes de proprietário, incluindo na categoria de

bens dominicais, dentre outros, as terras devolutas, as estradas de ferro e

fazendas pertencentes ao Estado.

Além do mais, consideram-se dominicais os bens pertencentes às

pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito

privado.

Os bens dominicais não estão afetados a finalidade pública especifica,

desta forma, podem ser alienados pelo Estado a qualquer momento. Segue

abaixo um quadro resumo dos 03 (três) tipos de bens públicos:

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Bem de uso comum

Uso comum do povo

Bem de uso especial

Bens destinados ao serviço público, incluindo a instalação dos órgãos governamentais.

Dominicais Constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal ou real de cada uma dessas entidades.

2018 - FCC – SEAD-AP - ADAPTADA: De acordo com o Código Civil, pode se

afirmar:

Os edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração

federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias são bens

dominicais.

Nos termos do Inciso II do art. 99 do CC, Os edifícios ou terrenos

destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal,

estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias são bens

especiais.

Gabarito: ERRADA

Inalienabilidade dos bens públicos: os bens públicos de uso comum

do povo e os de uso especial são inalienáveis enquanto conservarem esta

qualidade. Para que os referidos bens sejam alienados, os mesmos devem ser

desafetados, a desafetação consiste na alteração da destinação do bem, ou

seja, transforma os bens de uso comum do povo ou os bens de uso especial na

categoria de bens dominicais, para que desta forma possam ser alienados. A

desafetação deve ser feita por lei ou por ato administrativo em conformidade

com a lei.

Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial

são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei

determinar.

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Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas

as exigências da lei.

Por fim, o art. 102 do CC veda a usucapião dos bens públicos,

sejam bens públicos de uso especial, comum ou mesmo dominicais, além do

mais, cabe ressaltar que a Constituição de 1988 veda expressamente, nos

arts. 183, § 3º, e 191, parágrafo único, a usucapião de bens públicos, sejam

os imóveis urbanos como os rurais.

Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.

3 - Direito de Família

3.1. Conceito

O Direito de Família constitui um ramo do direito civil que regula das

relações entre pessoas unidas pelo casamento, pela união estável ou pelo

parentesco, assim como os institutos complementares da tutela e curatela, que

embora não venham de relação de parentesco, possuem conexão com as

relações familiares. Uma das formas de constituir família é por meio do

casamento.

3.2. Casamento

3.2.1 – Conceito

Casamento é a união solene, formal, entre pessoas humanas com a

intenção de constituir família, com base na igualdade de direitos e deveres

entre os cônjuges:

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Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base

na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges.

Em regra, a maior parte das definições apresentam o casamento como

uma união entre homem e mulher, ou seja, entre duas pessoas de sexos

diferentes. Entretanto, tal requisito já foi afastado pela jurisprudência (STF e

STF) e confirmado pelo Conselho Nacional de Justiça, que editou Resolução nº

175, de 14 de maio de 2013, dispõe sobre a habilitação, celebração de

casamento civil, ou de conversão de união estável em casamento, entre

pessoas de mesmo sexo.

O casamento é um ato formal, sendo que para sua consolidação são

necessárias 3 (três) fases: habilitação, celebração e registro. Na

habilitação são verificados se os cônjuges possuem os requisitos necessários

para o casamento, na celebração, os cônjuges manifestam sua vontade de

contrair o matrimônio e, por fim, o registro serve como prova do casamento e

também para dar publicidade ao casamento para terceiros.

3.2.3 – Tipos de Casamento

Os casamentos podem ser de 2 (dois) tipos: válidos ou inválidos.

Em relação aos casamentos válidos, além do casamento regular, o

casamento putativo, moléstia grave, nuncupativo, religioso com efeitos civis,

Fases do Casamento

Habilitação Celebração Registro

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CASAMENTO VÁLIDO

Regular Casamento Putativo

Moléstia Grave Nuncupativo Religioso com

efeitos civis

Consular Conversão da União Estável

consular e conversão da união estável em casamento, desde que contenham

os elementos essenciais e observados todos os requisitos legais, constituem

formas válidas de casamentos. Portanto, existem os seguintes casamentos

válidos:

3.2.3.1-Casamento Irregular

O casamento irregular é aquele contraído com a inobservância das

causas suspensivas (Inciso I a IV, do art. 1.523 do CC). O casamento irregular

não é nulo nem anulável, entretanto, a legislação lhe impõe uma sanção:

obrigatoriamente, os cônjuges adotarão o regime de separação de bens, nos

termos do art. 1.641 do CC. O casamento irregular ocorre nas seguintes

situações:

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CASAMENTO INVÁLIDO

Inexistente Anulável Nulo

3.2.4 – Inexistência e Invalidade do Casamento

Após retratar os casamentos válidos, chegou o momento de retratar os

casamentos inválidos, que abrange o casamento inexistente, nulo e anulável.

CASAMENTO IRREGULAR

Viuvos com filho do falecido, enquanto não fizer partilha dos bens

Viúva ou mulher, com casamento nulo ou anulado, até 10 meses do começo da viuvez ou

dissolução do casamento

Divorciado enquanto não houver sido decidida ou homologada a partilha dos bens do casal

Tutor/Curador e seus parentes com o tutelado/curatelado enquanto não cessar o

encargo

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3.2.4.1 – Casamento Inexistente:

A doutrina tradicional entende que para e existência do casamento é

necessária a presença dos chamados elementos essenciais ou estruturais:

diferença de sexo, consentimento e celebração.

Entretanto, cabe ressaltar que a necessidade de diferença de sexo foi

excluída, sendo possível o casamento de pessoas do mesmo sexo.

Assim, diante da falta de consentimento e de celebração o casamento é

inexistente. A falta de consentimento ocorre, por exemplo, nos casos de

procuração outorga sem os poderes específicos e de coação absoluta. O caso

de falta de celebração ocorre quando o celebrante não for o juiz de

casamentos (juiz de paz), ou seja, quando a incompetência for absoluta, em

razão da matéria.

O casamento inexistente não pode ser confundido com as hipóteses de

vício de consentimento ou incompetência relativa da autoridade celebrante

(juiz de paz de domicilio diferente dos cônjuges), pois nesses casos será

hipótese de casamento anulável.

3.2.4.2 – Casamento Anulável:

As hipóteses de casamento anulável estão previstas no art. 1.550 do

CC. A anulabilidade é decretada por meio da ação chamada ação anulatória,

cuja sentença produz efeitos ex nunc, ou seja, não retroage. Trata-se de ação

de estado e versa sobre direitos indisponíveis, não se operando a revelia. As

hipóteses de casamento anulável são as seguintes:

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3.2.4.2 – Casamento Nulo:

As hipóteses de casamento nulo estão no Inciso II do art. 1.548 do CC:

Art. 1.548. É nulo o casamento contraído:

II - por infringência de impedimento

Entretanto, o referido artigo deve ser lido em conjunto com o art. 1.521

do CC, o qual traz o rol das situações de impedimento. A nulidade do

casamento é declarada por meio da ação declaratória de nulidade, com efeitos

ex tunc (retroativos), ação de estado que versa sobre direitos indisponíveis.

Desta forma, as hipóteses de casamento nulo são as seguintes:

CASAMENTO ANULÁVEL

Não completou a idade núbil

Menor em idade núbil, sem autorização do representante

Vício de vontade

Erro Essencial (art. 1.556 do CC)

Coação (art. 1.558 do CC)

Incapaz de consentir, de modo inequivoco, o consentimento

Mandato revogado

Incompetência da autoridade celebrante

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3.3. Regime de Bens entre os Cônjuges

3.3.1 – Conceito

O conceito de Regime de Bens entre os cônjuges refere-se ao estudo

das regras patrimoniais ao casamento e à união estável. No Código Civil,

existem quatro regimes de bens previstos: comunhão parcial, comunhão

universal, participação final de aquestos e separação de bens. Pelo princípio

da autonomia da vontade, os cônjuges tem liberdade de escolha do regime

de bens de seu casamento.

CASAMENTO NULO

Ascendente com descendente

Afins em linha reta

Adotante com quem foi cônjuge do adotado, vice versa

Irmãos e demais colaterais até 3º grau

Adotado com filho do adotante

Pessoas casadas

Cônjuge sobrevivente com CONDENADO por homicídio ou tentativa contra o seu consorte

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Além do mais, conforme Enunciado nº 331 da, IV Jornada do STJ, os

cônjuges podem escolher outro regime além do rol previsto no Código Civil,

trata-se de um rol meramente exemplificativo.

A escolha do regime de bens pelos cônjuges é realizada através do

pacto antenupcial, que inclusive deve ser feito por meio de escritura pública.

Entretanto, a liberdade de escolha do regime de bens e de suas regras não é

absoluta, encontrando-se limitações de ordem pública, conforme art. 1.655 do

CC:

Art. 1.655. É nula a convenção ou cláusula dela que contravenha

disposição absoluta de lei.

As modalidades de regime de casamento previstas no ordenamento civil

brasileiro são as seguintes:

Reg

ime d

e B

en

s d

e C

asa

men

to Comunhão parcial de bes

Comunhão universal de bens

Participação Final nos aquestos

Separação de bens

Convencional

Legal

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3.4 - Outorga Conjugal

A outorga conjugal está tratada no CC entre os arts. 1.647 a 1.650 do

CC e pode ser de 2 tipos: outorga uxória (da mulher) e outorga marital

(do marido).

A outorga conjugal é uma hipótese de legitimação, ou seja, de

capacidade especial para determinado ato ou negócio. Está, portanto, no plano

da validade do negócio jurídico.

O art. 1.647 dispõe sobre os atos que exigem outorga:

Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges

pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:

I - alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;

II - pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;

III - prestar fiança ou aval;

IV - fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos

que possam integrar futura meação.

Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos

quando casarem ou estabelecerem economia separada.

A outorga conjugal é dispensável no regime da separação

absoluta. Segundo o entendimento majoritário da doutrina e da

jurisprudência, o regime de separação absoluta é somente a

separação convencional (por pacto antenupcial).

A separação legal não seria uma separação absoluta, pois se

aplica para a separação legal a súmula 377 do STF.

Súmula 377, STF – No regime de separação legal de bens, comunicam-

se os bens adquiridos na constância do casamento (pelo esforço comum).

Então, segundo entendimento majoritário, na separação legal NÃO HÁ

separação absoluta. Portanto, imagine aquele senhor com 75 anos que se

casou com a moça de 18 anos, casaram-se pelo regime de separação legal de

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bens. Na constância do casamento, o senhor comprou um apartamento, vai

precisar de autorização da moça de 18 anos para vender o referido

apartamento.

O que acontece se não for concedida a outorga conjugal? O juiz pode

suprir a outorga, no caso de ausência de justa causa na negativa da vênia,

conforme art. 1.648 do CC:

Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a

outorga, quando um dos cônjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe seja

impossível concedê-la.

A falta da outorga, pelo CC, gera a anulabilidade do ato, desde que

proposta a ação anulatória no prazo decadencial de 2 anos, depois de

terminada a sociedade conjugal, conforme art. 1.649 do CC:

Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando

necessária (art. 1.647), tornará Anulável o ato praticado, podendo o outro

cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois de terminada a sociedade

conjugal.

Parágrafo único. A aprovação torna válido o ato, desde que feita por

instrumento público, ou particular, autenticado.

Em relação à fiança, não pode ser esquecida as disposições da Súmula

332/STJ:

Súmula 332, do STJ – A fiança prestada sem autorização de um dos

cônjuges implica a ineficácia total da garantia.

Cabe relembrar, nos termos do caput do art. 1.656 do CC, que

os cônjuges casados sob o regime de participação final nos

aquestos, podem convencionar, no pacto antenupcial, a livre

disposição também dos bens imóveis, ou seja, o cônjuge pode

livremente praticar atos de disposição sobre bens imóveis, como

alienação, doação ou gravar de ônus reais, sem a autorização do outro

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cônjuge. Ou seja, precisa existir previsão expressa no pacto

antenupcial.

4. Direito das Sucessões

4.1 - Conceito

O Direito das Sucessões refere-se ao conjunto de regras e princípios

que disciplinam a transmissão do patrimônio (ativo ou passivo) de alguém que

faleceu para os seus sucessores.

O Direito das Sucessões se restringe às relações patrimoniais, não se

aplicando às relações jurídicas personalíssimas (direito de família e direitos de

personalidade).

Entretanto, existem algumas relações patrimoniais em que o Direito das

Sucessões não se aplica:

1)Usufruto, uso e habitação: Esses três institutos referem-se a direitos

reais de gozo da coisa alheia, portanto, de natureza patrimonial. Entretanto, os

três institutos se extinguem com a morte do titular, não existindo usufruto,

uso ou habitação de segundo grau. Portanto, não se aplicam as regras

sucessórias. Exemplo: “A” faleceu e deixou a viúva “B”, sendo que a viúva “B”

foi contemplada com direito de habitação no único imóvel que o casal tinha.

“B” casou-se de novo com “C”, mas logo em seguida “B” faleceu. “C” não pode

invocar o direito de habitação em seu favor, isto porque a morte de “B”

extinguiu o direito de habitação.

2)Enfiteuse: Conforme o art. 692, III do CC/16, se o enfiteuta falecer sem

deixar sucessores, extingue-se a enfiteuse, impedindo que o Estado a adquira.

Assim, o senhorio pode recuperar a titularidade.

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3)Alvará judicial: Previsto na Lei nº 6.858/1.980, Decreto n°85.845/1.981, o

alvará judicial é o procedimento de arrolamento sumário, submetido aos art.

664 ao art. 666 do CPC/15, em que o juiz pode julgar por equidade,

dispensando de inventário ou arrolamento a transmissão de pequenos valores

pecuniários. São necessários dois requisitos: inexistência de outros bens a

partilhar e que o valor do bem transmitido não exceda a 500 OTNs (Obrigações

do Tesouro Nacional – aproximadamente R$ 35 mil reais). Ex. rescisão

trabalhista, resíduo de FGTS, PIS/PASEP, restituição de imposto de renda,

sando de conta corrente ou poupança. A grande vantagem é que o alvará

judicial é isento de tributação.

4.2 - Teoria Geral das Sucessões

4.2.1 – Conceitos

Direito das sucessões possui alguns conceitos essenciais:

HERANÇA: é o conjunto de relações jurídicas patrimoniais (bens e

dívidas) transmitidas pelo falecido. Assim, a herança pode ter bens a receber

ou dívidas a pagar. Entretanto, conforme o art. 1.792 do CC, o herdeiro não

responde pelas dívidas que ultrapassarem as forças da herança.

A herança é um bem jurídico imóvel, indivisível e universal, mesmo se

formada somente por bens móveis. A herança, conforme o art. 91 do CC, é

uma universalidade de direito, ou seja, é o complexo de relações jurídicas, de

uma pessoa, dotadas de valor econômico.

LEGADO: é o bem certo e determinado deixado para uma pessoa

especificada, ou seja, uma pessoa certa e determinada. Ex. carro deixado para

a pessoa “B”. Tanto a herança quanto o legado podem constituir relações

jurídicas, mas sozinhos não podem praticar atos, precisando de representação,

existindo assim o espólio.

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ESPÓLIO: é o ente despersonalizado que representa ativa e

passivamente a herança em juízo e fora dele, exclusivamente para relações

patrimoniais. Então, uma ação de cobrança de dívidas contra o falecido, que é

patrimonial, deve ser interposta contra o espólio. Por outro lado, no caso de

relações existenciais, a legitimidade recai sobre os próprios herdeiros, como no

caso de ações de investigação de paternidade ou ação de adoção póstuma

(falecido havia manifestado sua vontade antes de morrer de adotar uma

pessoa). O inventariante é nomeado a partir de um processo de inventário,

sendo que enquanto ainda não houver sido nomeado, o espólio será

representado pelo administrador provisório, que é aquele que está de posse

dos bens.

SUCESSOR: é o Legatário e o Herdeiro.

LEGATÁRIO: é a pessoa certa e determinada contemplada pelo bem

certo e determinado. Só existe herdeiro legatário por meio de testamento. Ex.

Se o autor da herança deixou, por meio de testamento, o carro “A” para a

pessoa “B”, “B” é um legatário. Por outro lado, se o autor da herança deixou,

por meio de testamento, 10% de sua herança para “B”, “B” não será legatário,

mas herdeiro testamentário. O legado é bem específico, herança é parte

percentual.

HERDEIRO: é a pessoa em que a lei atribui a capacidade de suceder a

pessoa falecida. O herdeiro pode ser legítimo ou testamentário. O Herdeiro

Legítimo é aquele previsto em lei. O Herdeiro Testamentário é aquele

contemplado pela vontade do autor da herança, por meio de testamento. O rol

de herdeiros necessários está previsto no art. 1.845 do CC:

Art. 1.845. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes

e o cônjuge.

Assim, herdeiros necessários são ASCENDENTES, DESCENDENTES e

o CÔNJUGE. Herdeiros facultativos são os colaterais até o quarto grau.

Conforme o art. 1.846 do CC, pertence aos herdeiros necessários, metade do

patrimônio líquido do autor da herança, o que se chama de herança legítima:

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Art. 1.846. Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a

metade dos bens da herança, constituindo a legítima.

Os herdeiros podem ser organizados da seguinte forma:

HERANÇA LEGÍTIMA: conforme o art. 1.846 do CC, a herança

legítima é metade do patrimônio líquido do autor da herança que possui

herdeiro necessário, ou seja, possui ascendente, descendente ou cônjuge.

Assim, que tem somente herdeiros facultativos (colaterais: irmãos, tios,

sobrinhos, etc.) pode dispor livremente de seu patrimônio (testamento ou

doação), desde que guarde o suficiente para sua sobrevivência. Agora, quem

possui algum herdeiro necessário (pais, filhos ou cônjuge) só pode dispor, por

testamento ou doação, de metade do seu patrimônio líquido.

AUTOR DA HERANÇA: é pessoa que faleceu e deixou patrimônio. A

morte de alguém que deixou patrimônio representa interesse público e

interesse privado. O interesse público constitui a necessidade de recolhimento

do tributo ao Estado pela transferência de património (ITCMD) e também o

interesse de pagamento dos credores do falecido. O interesse privado é

representado pelo partilha dos bens. A sucessão do morto é realizada

conforme procedimentos determinados pelo processo civil, através do

procedimento de inventário e partilha, que são procedimentos de jurisdição

Su

cess

or

Legatário contemplado só por testamento

Herdeiro

Legítimo

Necessário: Ascendente,

Descendente e Cônjuge

Facultativos: Colaterais (até 4º

grau)Testamentário

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contenciosa. Dispõe o art. 611 do CPC/15, que o processo de inventário e

partilha deve ser instaurado dentro de 2 (dois) meses, a contar da abertura

da sucessão. Além do mais, os estados podem prever multas no caso de não

abertura do inventário no prazo estabelecido pelo art. 611 do CPC/15.

4.2.2 – Capacidade Sucessória

Capacidade sucessória é o atributo que permite alguém ser herdeiro ou

legatário, conforme disposições dos artigos 1.798 e 1.799 do CC:

Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já

concebidas no momento da abertura da sucessão.

Art. 1.799. Na sucessão testamentária podem ainda ser chamados a

suceder:

I - os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo

testador, desde que vivas estas ao abrir-se a sucessão;

II - as pessoas jurídicas;

III - as pessoas jurídicas, cuja organização for determinada

pelo testador sob a forma de fundação.

5.3. Sucessão Legítima

5.3.1 – Conceito

A Sucessão Legítima é aquela que ocorre por força da lei. A própria lei

estabelece quais pessoas serão contempladas. A Sucessão Testamentária é

utilizada para beneficiar pessoas que não sejam os herdeiros legítimos.

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O Código Civil estabelece as pessoas que serão chamadas para suceder

tendo vista a força da lei, nos artigos 1.829 do CC:

Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:

I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente,

salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no

da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no

regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens

particulares;

II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge;

III - ao cônjuge sobrevivente;

IV - aos colaterais.

Conforme as disposições do art. 1.829 do CC, a sucessão legítima

ocorre na seguinte ordem:

Primeiro: Inicialmente herdam os descendentes, em

concorrência com o cônjuge, salvo se casado no regime de

comunhão universal, no regime de separação obrigatória de bens

(separação legal – art. 1.641 do CC) ou existência de somente

bens comuns no regime de comunhão parcial de bens. Lembrando

que o companheiro se equiparou ao cônjuge, aplicando-se, em

regra, para união estável as disposições do regime de comunhão

parcial de bens;

Segundo: Se não houver descendente, herdam os ascendentes

em concorrência com o cônjuge ou companheiro;

Terceiro: Se não houver descendente, nem ascendente, herda o

cônjuge ou companheiro sobrevivente sozinho;

Quarto: Se não houver, descendente, ascendente ou cônjuge,

herdam os colaterais até 4° grau.

A Fazenda Pública não é herdeira legítima, entretanto, cabe

ressaltar, nos termos do art. 1.822 do CC, que, se por ventura for

declarada a vacância dos bens, em se passando 5 anos da abertura da

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sucessão, os bens arrecadados passarão ao domínio da Fazenda

Pública:

Art. 1.822. A declaração de vacância da herança não prejudicará os

herdeiros que legalmente se habilitarem; mas, decorridos cinco anos da

abertura da sucessão, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município

ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições,

incorporando-se ao domínio da União quando situados em território federal

Parágrafo único. Não se habilitando até a declaração de vacância, os

colaterais ficarão excluídos da sucessão.

Observação: Deve ser ressaltado que, no julgamento dos Recursos

Extraordinários (REs) 646721 e 878694, STF declarou a

inconstitucionalidade do artigo 1.790 do CC, que estabelece

diferenças entre a participação do companheiro e do cônjuge na

sucessão dos bens. Ou seja, a partir de então, o COMPANHEIRO SE

EQUIPARA AO CÔNJUGE NA SUCESSÃO DE BENS.

5.3.2 – Sucessão do Cônjuge ou Companheiro em concorrência com os descendentes

As disposições de sucessão do Cônjuge ou Companheiro em

concorrência com os descendentes são as previstas no art. 1.829, I e art.

1.832 do CC:

Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte

I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente,

salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no

da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no

regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens

particulares;

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Art. 1.832. Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I)

caberá ao cônjuge quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não

podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for

ascendente dos herdeiros com que concorrer.

A sucessão do cônjuge ou companheiro em concorrência com os

descentes seguem algumas regras:

1)Regime de casamento: aqui o cônjuge terá direito à herança

dependendo do regime de bens;

2)Bens Particulares: a herança do cônjuge será SOMENTE SOBRE

OS BENS PARTICULARES. Para diferenciar, Bens Comuns são os bens

pertencentes aos 2 cônjuges, por exemplo, o carro comprado na constância do

casamento em regime de comunhão parcial de bens. Bens Particulares são

aqueles pertencentes somente a um dos cônjuges, como, por exemplo, a casa

que o marido já possuía antes de se casar no regime de comunhão parcial de

bens. No regime de comunhão universal, todos os bens são comuns, aqui só

haverá meação, não ocorrendo herança. No regime de separação convencional,

todos os bens são particulares, haverá herança, não existindo meação. Por fim,

no regime de comunhão parcial de bens, podem existir bens comuns e bens

particulares. Nos bens particulares, o cônjuge será somente herdeiro, já nos

bens comuns, o cônjuge será somente meeiro.

3)Exclusão: diferentemente do que ocorre concorrência entre o

cônjuge e os ascendentes, na concorrência sucessória entre cônjuge e

descendente, onde há meação, não há herança, e vice versa.

As regras gerais de sucessão do cônjuge ou companheiro em

concorrência com os descendentes podem ser resumidas no seguinte quadro:

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Regime de bens Há meação

O Cônjuge/ Companheiro herda bens

particulares?

O Cônjuge/ Companheiro herda bens comuns?

Fundamento legal

Comunhão Parcial de

bens

Sim, sobre todos os bens adquiridos

onerosamente na constância do

casamento ou da união estável.

Sim, em concurso com

os descendentes.

Não, pois já possui

meação sobre esses bens.

Art. 1.829, I do CC.

Comunhão Universal de

bens

Sim, sobre todos os bens. Exceto os

bens previstos no art. 1.668 do CC.

Não, pois já possui

meação sobre estes bens.

Não, pois já possui

meação sobre esses bens.

Art. 1.829, I do CC.

Separação Convencional

de Bens

Não Sim, em concurso com

os descendentes.

Não, pois não há bens

comuns, todos são

particulares.

Art. 1.829, I do CC.

Separação Obrigatória (Legal) de

Bens

Sim, conforme a Súmula 377 do STF.

Ou seja, haverá meação somente

sobre os bens adquiridos

onerosamente na constância do casamento.

Não por expressa

previsão do art. 1.829, I

do CC.

Não, pois pela Súmula 377 do STF já

possui meação sobre estes bens.

Art. 1.829, I do CC c/c

Súmula 377 do STF.

Participação Final nos Aquestos

Sim, mas somente na dissolução do

casamento, seja por morte ou divórcio.

Sim, em concurso com

os descendentes.

Não, pois já possui

meação sobre estes bens.

Art. 1.829, I do CC.

Exemplo: Imagine a família abaixo, pai, mãe e com três filhos: F1, F2, F3

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SITUAÇÃO 1: Pai casado com a mãe no regime de comunhão parcial de bens.

O pai tinha uma casa antes de se casar no valor de R$ 120 mil. Na constância

do casamento o casal adquiriu onerosamente um apartamento no valor de R$

160 mil. O Pai faleceu. A divisão da herança deve ocorrer incialmente

separando os bens particulares (casa no valor de R$ 120 mil) dos bens comuns

(apartamento no valor de R$ 160 mil). A esposa vai ter direito à meação sobre

o bem comum, lembrando que quando houver meação, não haverá herança

sobre este bem. A esposa herdará de forma concorrente com os filhos sobre os

bens particulares. Quanto ao apartamento, a esposa vai receber à meação de

R$ 80 mil, a outra metade de R$ 80 mil será dividida entre F1, F2 e F3. Quanto

a casa, o valor de R$ 120 mil será divido entre a esposa e os três filhos F1, F2

e F3.

SITUAÇÃO 2: Pai casado com a mãe no regime de comunhão universal de

bens. O pai tinha uma casa antes de se casar no valor de R$ 120 mil. Na

constância do casamento o casal adquiriu onerosamente um apartamento no

valor de R$ 160 mil. O Pai faleceu. No regime de comunhão universal, em

regra, todos os bens se comunicam. No caso, mesmo o apartamento comprado

antes do casamento se comunica. Assim, a esposa será meeira de todo o

patrimônio. O total da herança vai consistir em R$ 120 mil da casa mais R$

160 mil do apartamento, totalizando o valor de R$ 280 mil. A esposa ficará

com metade, referente à sua meação, ou seja, ficará com R$ 140 mil. A outra

metade será dividida como herança somente entre os filhos, isto, porque para

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este caso, a esposa é apenas meeira. O valor de R$ 140 mil será dividido entre

os filhos F1, F2 e F3.

SITUAÇÃO 3: Pai casado com a mãe no regime de separação convencional de

bens. O pai tinha uma casa antes de se casar no valor de R$ 120 mil. Na

constância do casamento, o pai adquiriu um apartamento no valor de R$ 160

mil. O Pai faleceu. No regime de separação convencional de bens, os bens não

se comunicam. Assim, nesta situação, todos os bens são bens particulares do

pai, totalizando a herança de R$ 280 mil, não existindo meação por parte da

mãe. Aqui a herança de R$ 280 mil será dividida por cabeça entre a mãe e os

três filhos: F1, F2 e F3. Cada um vai receber o valor de R$ 70 mil.

ESQUEMAS E RESUMOS DA AULA

REQUISITOS DA PESSOA JURÍDICA:

Requisitos da PJ

Vontade Humana

Elaboração do ato

constitutivo

Registro do ato constitutivo

Objetivos Licítos

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BENS:

BE

NS

Considerados em si mesmos

Bens Imóveis

Bens Móveis

Bens Fungíveis e Consumíveis

Bens Divisíveis

Bens Singulares e Coletivos

Reciprocamente considerados

Bens Principais

Bens Acessórios (produtos, frutos, benfeitorias e

pertenças)

Titularidade de domínio

Bens Públicos (Comum, Especiial e

Dominical)

Bens Partiiculares

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CASAMENTO VÁLIDO

Regular Casamento Putativo

Moléstia Grave Nuncupativo Religioso com

efeitos civis

Consular Conversão da União Estável

FASES DO CASAMENTO:

TIPOS DE CASAMENTO VÁLIDO:

Fases do Casamento

Habilitação Celebração Registro

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REGIME DE CASAMENTO:

HERDEIROS:

Reg

ime d

e B

en

s d

e C

asa

men

to Comunhão parcial de bes

Comunhão universal de bens

Participação Final nos aquestos

Separação de bens

Convencional

Legal

Su

cess

or

Legatário contemplado só por testamento

Herdeiro

Legítimo

Necessário: Ascendente,

Descendente e Cônjuge

Facultativos: Colaterais (até 4º

grau)Testamentário

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QUESTÕES COMENTADAS

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1 - 2018 - FCC – PGE/AP - Procurador - São pessoas jurídicas de direito

privado:

a) o condomínio edilício e as fundações.

b) o empresário individual e as sociedades.

c) as empresas individuais de responsabilidade limitada e as

associações.

d) as organizações religiosas e a massa falida.

e) os partidos políticos e os espólios.

A questão está cobrando as disposições do art. 44 do CC.

Na alternativa “A”, as fundações são pessoas jurídicas de direito

privado, enquanto o condomínio edílico é um ente despersonalizado.

Na alternativa “B”, o empresário individual não é pessoa jurídica,

sendo na verdade pessoa natural ou pessoa física. As sociedades são

pessoas jurídicas de direito privado.

Na alternativa “C”, ambas são pessoas jurídicas de direito privado.

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Na alternativa “D”, as organizações religiosas são pessoas jurídicas

de direito privado, entretanto, a massa falida é um ente

despersonalizado.

Na alternativa “E”, os partidos políticos são pessoas jurídicas de

direito privado, entretanto, o espólio é um ente despersonalizado.

Resposta: C

2 - 2017 – TER/RJ- Analista Judiciário - Na classificação das pessoas

jurídicas, conforme estatui o Código Civil brasileiro,

a) as fundações são pessoas jurídicas de direito público.

b) os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado.

c) a União é pessoa jurídica de direito público externo e os Estados,

interno.

d) as associações, ainda que públicas, são pessoas jurídicas de direito

privado.

A questão está cobrando as disposições dos art. 41 e 44 do CC.

Na alternativa “A”, as fundações são pessoas jurídicas de direito

privado.

Na alternativa “B”, os partidos políticos são realmente pessoas

jurídicas de direito privado.

Na alternativa “C”, tanto a União como os Estados são pessoas

jurídicas de direito público interno.

Na alternativa “D”, as associações são pessoas jurídicas de direito

público.

Resposta: B

3 - 2019 - IADES – ALGO- Procurador - Quanto ao regramento legal das

pessoas jurídicas, assinale a alternativa correta.

a)No direito brasileiro, o partido político é uma pessoa jurídica de

direito público.

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b)A eventual desconsideração da personalidade jurídica, em processo

judicial, ocasiona a extinção da empresa.

c)O órgão do Ministério Público não possui legitimidade para promover

a extinção de uma fundação.

d)As associações são constituídas pela união de pessoas que se

organizam para fins não econômicos.

e)O direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito

privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação

de sua inscrição no registro, decai em 10 anos.

Na alternativa “A”, nos termos do art. 44, o partido político é pessoa

jurídica de direito privado.

Na alternativa “B”, a desconsideração da personalidade jurídica não

extingue a pessoa jurídica. A desconsideração apenas levanta

momentaneamente a barreira de autonomia de separação entre a

pessoa física e a jurídica para atingir bens particulares dos sócios que

possam ser utilizados para responsabilização de obrigações

contraídas pela pessoa jurídica.

Na alternativa “C”, nos termos do art. 69 do CC, o órgão do Ministério

Público, ou qualquer interessado, poderá promoverá a extinção da

fundação.

Na alternativa “D”, a afirmação está correta conforme as disposições

do art. 53 do CC.

Na alternativa “E”, o erro da questão está na afirmativa de que decai

em 10 (dez) anos o direito de anular a constituição das pessoas

jurídicas de direito privado. Conforme o parágrafo único do art. 45, o

prazo de decadência é de 03 (três) anos.

Resposta: D

4 - 2018 - FUNRIO – CMSJM - Analista Legislativo - Nos termos do Código

Civil após a constituição de pessoa jurídica de direito privado o direito

de anular o referido ato decai em:

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a)dois anos

b)três anos

c)quatro anos

d)cinco anos.

e)seis anos

Conforme o parágrafo único do art. 45, decai em três anos o direito

de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por

defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua

inscrição no registro.

Resposta: B

5 - 2017 - CESPE – TRT/1ª - Oficial de Justiça - Acerca das associações, das

sociedades e das fundações, julgue o item seguinte, com base no

Código Civil.

As cooperativas têm natureza jurídica de pessoa jurídica de direito

privado.

Nos termos do parágrafo único do art. 982 do CC, as sociedades

cooperativas são sociedades simples e, ao lado das sociedades

empresárias, possuem natureza jurídica de pessoa jurídica de direito

privado, consoante art. 44, II, do Código Civil:

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:

I - as associações;

II - as sociedades;

III - as fundações.

IV - as organizações religiosas;

V - os partidos políticos;

VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.

Desta forma, a afirmativa é correta

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Resposta: C

6 – 2019 - CEBRASPE (CESPE) – TJDFT - Notário e Registrador: Um

casamento entre duas pessoas legalmente habilitadas foi devidamente

levado a registro por celebrante que, embora não possuísse a

competência exigida na lei, exercia publicamente a função de juiz de

casamento.

Nessa situação hipotética, de acordo com o Código Civil, esse

casamento é considerado:

a) válido.

b) inexistente.

c) ineficaz.

d) nulo.

e) anulável.

Nos termos do art. 1.554 do CC, o casamento celebrado por aquele

que, sem possuir a competência exigida na lei, exercer publicamente

as funções de juiz de casamentos e, nessa qualidade, tiver registrado

o ato no Registro Civil é válido.

Resposta: A

7 – 2018 - CEBRASPE (CESPE) – STJ - Analista Judiciário. Em relação ao

direito de família e ao direito das sucessões, julgue o item

subsequente.

A existência de estado gravídico é hipótese excepcional de permissão

para casamento de pessoa que não tenha atingido a idade núbil.

A questão deve ser atualizada nos termos do art. 1.520 do CC, que

dispõe que não será permitido, em qualquer caso, o casamento de

quem não atingiu a idade núbil de 16 anos.

Resposta: ERRADA

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8 – 2018 - CEBRASPE (CESPE) – MPE/PI - Analista Ministerial: Julgue o item

a seguir acerca de direitos da personalidade, de registros públicos, de

obrigações e de bens.

Para que tenham efeitos perante terceiros, as convenções

antenupciais que disponham sobre regime de bens devem ser

registradas pelo oficial do cartório de registro de imóveis do domicílio

conjugal.

O casal pode acordar regime diverso do legal, para tanto, devem

celebrar Pacto Antenupcial, o qual deverá ser registrado em livro

especial a fim de produzir efeito erga omnes, nos termos do art.

1.657 do CC:

Art. 1.657. As convenções antenupciais não terão efeito perante

terceiros senão depois de registradas, em livro especial, pelo oficial

do Registro de Imóveis do domicílio dos cônjuges.

Resposta: CORRETA

9 – 2015 - CEBRASPE (CESPE) – TJDFT - Analista Judiciário: Em relação ao

direito de família e ao direito das sucessões, julgue o item a seguir.

No regime de separação legal de bens, comunicam-se aqueles bens

adquiridos na constância do casamento.

A questão exige conhecimento da jurisprudência, transcrita no

enunciado n. 377, do STF, nos seguintes termos:

SÚMULA 377, STF: No regime de separação legal de bens,

comunicam-se os adquiridos na constância do casamento.

Resposta: CORRETA

10 – 2016 - FCC - Procurador do Município de São Luís: Decorre do regime

estabelecido pelo Código Civil que:

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a) É anulável o casamento por infringência de impedimento.

b) É nulo o casamento celebrado por autoridade incompetente.

c) A anulação do casamento dos menores de 16 anos não pode ser

requerida diretamente pelo próprio cônjuge menor por necessitar de

seus representantes legais para elaborar tal pedido.

d) É nulo o casamento por vício da vontade.

e) É anulável o casamento realizado pelo mandatário, sem que ele ou o

outro contraente soubesse da revogação do mandato, e não

sobrevindo coabitação entre os cônjuges.

Na alternativa “A”, nos termos do art. 1.548, II, CC é nulo o

casamento contraído for infringência de impedimento.

Na alternativa “B”, nos termos do art. 1.550, VI, CC é anulável o

casamento celebrado por autoridade incompetente.

Na alternativa “C”, a anulação do casamento pode ser requerida pelo

próprio cônjuge menor, nos termos do art. 1.552, III, do CC.

Na alternativa “D”, nos termos do art. 1.550, III, é anulável o

casamento celebrado por vício de vontade.

Na alternativa “E”, nos termos do art. 1.550, V do CC, é anulável o

casamento realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro

contraente soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo

coabitação entre os cônjuges.

Resposta: E

11 – 2016 VUNESP – TJSP - Notário e Registrador: Ao alcançar a idade

núbil, os noivos.

a) passam a gozar de capacidade plena para o casamento,

independentemente de qualquer autorização de terceiros.

b) passam a gozar de capacidade para o casamento, mediante

autorização dos pais ou representantes legais.

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c) atingem a maioridade e a capacidade plena para todos os atos da

vida civil.

d) atingem a capacidade para o requerimento de habilitação para o

casamento, mas não para o casamento em si.

Nos termos do Art. 1.517 do CC, o homem e a mulher com dezesseis

anos podem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de

seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.

Resposta: B

12 – 2018 - CEBRASPE (CESPE) - Juiz Estadual: Conforme classificação

doutrinária, a herança, antes da formalização da partilha, pode ser

considerada um bem de indivisibilidade

a) convencional e uma universalidade de fato.

b) convencional e uma universalidade de direito.

c) legal e uma universalidade de direito.

d) legal e uma universalidade de fato.

e) natural e uma universalidade de direito.

A indivisibilidade é legal, conforme previsão do artigo 1.791 do CC:

“Art. 1.791, do CC: A herança defere-se como um todo unitário,

ainda que vários sejam os herdeiros.”

“Parágrafo único. Até a partilha, o direito dos co-herdeiros, quanto à

propriedade e posse da herança, será indivisível, e regular-se-á pelas

normas relativas ao condomínio.”

A herança é uma universalidade de direito, enquadrando-se na

definição do artigo 91 do CC: “Art. 91, do CC: Constitui

universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma

pessoa, dotadas de valor econômico.”

Resposta: C

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13 – 2015 - CEBRASPE (CESPE) - Técnico Judiciário (TJDFT): Com base nas

disposições do Código Civil, julgue o item seguinte.

Situação hipotética: Fábio e Cristiano, ao transportarem Batista, que

se encontrava seriamente enfermo, para um hospital, colidiram o

veículo em que estavam com um poste. Em virtude do acidente, todos

os três morreram, não tendo sido possível verificar quem morreu

primeiro.

Assertiva: Nesse caso, considerando-se o debilitado estado de saúde

de Batista, presume-se que ele morreu primeiro.

O simples fato de Batista estar com estado de saúde debilitado não é

causa suficiente para afirmar que faleceu primeiro. Para o caso em

questão, não há como afirmar quem faleceu primeiro, tratando-se de

hipótese de comoriência, quando dois ou mais indivíduos falecem na

mesma ocasião, conforme art. 8° do CC: “Art. 8° Se dois ou mais

indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se

algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão

simultaneamente mortos.”

Resposta: E

14 - CEBRASPE (CESPE) - Analista Judiciário (TJDFT): Em relação ao direito

de família e ao direito das sucessões, julgue o item a seguir.

A aceitação da herança pode se dar por declaração expressa, tácita ou

presumida. A renúncia, no entanto, deve constar expressamente de

instrumento público ou termo judicial.

A aceitação da herança ocorre de acordo o art. 1.805 do CC:

“Art. 1.805 A aceitação da herança, quando expressa, faz-se por

declaração escrita; quando tácita, há de resultar tão-somente de atos

próprios da qualidade de herdeiro.”

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Assim, aceitação da herança pode ocorrer de forma expressa, tácita

ou presumida. Quanto à parte final do enunciado, a renúncia é que

deve ser expressa e somente pode ser realizada por meio de

instrumento público ou termo judicial, nos termos do art. 1.806, do

Código Civil:

“Art. 1.806 A renúncia da herança deve constar expressamente

de instrumento público ou termo judicial.”

Resposta: C

15 - 2018 – CESPE – STJ - Analista Judiciário: Em relação ao direito de

família e ao direito das sucessões, julgue o item subsequente. O bem

de família é constituído voluntariamente e visa proteger o ente

familiar, de maneira que, se dissolvida a sociedade conjugal, fica

extinto o bem de família.

Conforme o Código Civil, artigo 1.721, “A dissolução da sociedade

conjugal não extingue o bem de família”.

Resposta: E.

16 - 2018 – FCC – SEAD-AP - Analista Jurídico: De acordo com o Código

Civil, são bens públicos

a) os dominicais, tais como os edifícios ou terrenos destinados a

serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual,

territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias.

b) os de uso comum do povo, tais como edifícios ou terrenos

destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal,

estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias.

c) os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a

serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual,

territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias.

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d) os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas

de direito privado, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada

uma dessas entidades.

e) os de uso comum do povo, apenas.

A resposta se encontra no Código Civil, artigo 99. São bens públicos:

I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e

praças;

II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos

destinados a serviço ou estabelecimento da

administração federal, estadual, territorial ou municipal,

inclusive os de suas autarquias;

III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas

de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada

uma dessas entidades.

Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se

dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito

público a que se tenha dado estrutura de direito privado.

Resposta: letra C.

17 - 2018 – FCC – TRT - 15ª Região SP - Analista Judiciário: Em relação aos

bens,

a) consideram-se como benfeitorias mesmo os melhoramentos ou

acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário,

possuidor ou detentor.

b) os naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis somente por

vontade das partes.

c) os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal como

regra abrangem as pertenças, salvo as exceções legais.

d) os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem

empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa

qualidade os provenientes da demolição de algum prédio.

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e) são consumíveis os bens móveis que podem substituir-se por outros

da mesma espécie, qualidade e quantidade.

A alternativa A está errada, uma vez que, segundo o artigo 97 do

Código Civil: Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou

acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário,

possuidor ou detentor.

A alternativa B está errada, nos termos do artigo 88 do Código Civil:

Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por

determinação da lei ou por vontade das partes.

A alternativa C também está errada, conforme o artigo 94 do Código

Civil: Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não

abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da

manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso.

A alternativa D é a CORRETA, pois reflete em sua literalidade o artigo

84 do Código Civil.

A alternativa E está errada, pois fala sobre bem fungível, previsto no

artigo 85 do Código Civil. O conceito de bem consumível se encontra

no artigo 86 do Código Civil: São consumíveis os bens móveis cujo

uso importa destruição imediata da própria substância, sendo

também considerados tais os destinados à alienação.

Resposta: letra D.

18 - 2018 – FCC – TRT - 6ª Região PE - Analista Judiciário: Em relação aos

bens,

a) os materiais destinados a alguma construção, mesmo que ainda não

empregados, já são considerados imóveis em razão de sua finalidade.

b) consideram-se imóveis para os efeitos legais o direito à sucessão

aberta.

c) são consumíveis os bens móveis que podem substituir-se por outros

da mesma espécie, qualidade e quantidade.

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d) os naturalmente divisíveis conservam sua divisibilidade em

qualquer situação, nada obstante a lei ou a vontade das partes em

sentido contrário.

e) os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal como

regra abrangem as pertenças, salvo disposição da lei ou do contrato

em sentido diverso.

A alternativa A está errada, conforme o artigo 84 do Código Civil: Os

materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem

empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa

qualidade os provenientes da demolição de algum prédio.

A alternativa B é a CORRETA, conforme o artigo 80 do Código Civil:

Consideram-se imóveis para os efeitos legais:

II - o direito à sucessão aberta.

A alternativa C está errada, conforme o artigo 85 do Código Civil: São

fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma

espécie, qualidade e quantidade.

A alternativa D está errada, conforme o artigo 88 do Código Civil: Os

bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por

determinação da lei ou por vontade das partes.

A alternativa E está errada, conforme o artigo 94 do Código Civil: Os

negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem

as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de

vontade, ou das circunstâncias do caso.

Resposta: letra B.

19 - 2018 – FCC – ALESE - Analista Legislativo: De acordo com o Código

Civil, uma praça, um quadro assinado por renomado pintor e as

energias que tenham valor econômico são considerados,

respectivamente, bem

a) público de uso especial, bem fungível e bem imóvel.

b) público de uso comum do povo, bem infungível e bem móvel.

c) particular dominical, bem infungível e bem imóvel.

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d) público de uso comum do povo, bem infungível e bem imóvel.

e) público de uso comum do povo, bem fungível e bem móvel.

Analisando as alternativas, temos que a praça é um bem público de

uso comum do povo, conforme o artigo 99 do Código Civil; o quadro

assinado por um renomado pintor constitui bem infungível, nos

termos do artigo 85 do Código Civil; e as energias que possuem valor

econômico são bens móveis por efeitos legais, conforme o artigo 83,

inciso I do Código Civil.

Resposta: letra E.

20 – 2017 - CEBRASPE (CESPE) – TRE/PE - Analista Judiciário: A respeito do

direito das famílias, assinale a opção correta.

a) O ato jurídico da adoção depende da efetiva assistência do poder

público e de sentença constitutiva, ressalvados os casos de maiores de

dezoito anos de idade, que independem de sentença.

b) O reconhecimento de filhos havidos fora do casamento pode ser

feito por manifestação direta e expressa perante o juiz.

c) Não se admite a alteração do regime de bens no curso do

matrimônio.

d) A obrigação de prestar alimentos não é transmitida aos herdeiros

do devedor.

e) O bem de família pode ser instituído mediante qualquer instrumento

que evidencie a vontade da entidade familiar de destacar parte de seu

patrimônio.

Na alternativa “A”, o art. 1.619 do Código Civil vigente

expressamente prevê a necessidade de efetiva assistência do poder

público e de sentença constitutiva para a adoção de pessoas maiores

de 18 (dezoito anos).

Na alternativa “B”, conforme o art. 1.609, IV, CC/2002, o

reconhecimento de filhos fora do casamento pode ser realizado por

manifestação direta e perante o juiz. Afirmação correta.

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Na alternativa “C”, conforme o art. 1.639, § 2º, do CC/2002, é

admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial

em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência

das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros.

Na alternativa “D”, conforme o art. 1.700 do CC, a obrigação de

prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor.

Na alternativa ”E”, conforme o art. 1.711 do CC, o bem de família só

pode ser instituído por meio de escritura pública ou testamento.

Resposta: B

QUESTÕES – SEM COMENTÁRIOS

1 - 2018 - FCC – PGE/AP - Procurador - São pessoas jurídicas de direito

privado:

a) o condomínio edilício e as fundações.

b) o empresário individual e as sociedades.

c) as empresas individuais de responsabilidade limitada e as

associações.

d) as organizações religiosas e a massa falida.

e) os partidos políticos e os espólios.

2 - 2017 – TER/RJ- Analista Judiciário - Na classificação das pessoas

jurídicas, conforme estatui o Código Civil brasileiro,

a) as fundações são pessoas jurídicas de direito público.

b) os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado.

c) a União é pessoa jurídica de direito público externo e os Estados,

interno.

d) as associações, ainda que públicas, são pessoas jurídicas de direito

privado.

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3 - 2019 - IADES – ALGO- Procurador - Quanto ao regramento legal das

pessoas jurídicas, assinale a alternativa correta.

a)No direito brasileiro, o partido político é uma pessoa jurídica de

direito público.

b)A eventual desconsideração da personalidade jurídica, em processo

judicial, ocasiona a extinção da empresa.

c)O órgão do Ministério Público não possui legitimidade para promover

a extinção de uma fundação.

d)As associações são constituídas pela união de pessoas que se

organizam para fins não econômicos.

e)O direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito

privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação

de sua inscrição no registro, decai em 10 anos.

4 - 2018 - FUNRIO – CMSJM - Analista Legislativo - Nos termos do Código

Civil após a constituição de pessoa jurídica de direito privado o direito

de anular o referido ato decai em:

a)dois anos

b)três anos

c)quatro anos

d)cinco anos.

e)seis anos

5 - 2017 - CESPE – TRT/1ª - Oficial de Justiça - Acerca das associações, das

sociedades e das fundações, julgue o item seguinte, com base no

Código Civil.

As cooperativas têm natureza jurídica de pessoa jurídica de direito

privado.

6 – 2019 - CEBRASPE (CESPE) – TJDFT - Notário e Registrador: Um

casamento entre duas pessoas legalmente habilitadas foi devidamente

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levado a registro por celebrante que, embora não possuísse a

competência exigida na lei, exercia publicamente a função de juiz de

casamento.

Nessa situação hipotética, de acordo com o Código Civil, esse

casamento é considerado:

a) válido.

b) inexistente.

c) ineficaz.

d) nulo.

e) anulável.

7 – 2018 - CEBRASPE (CESPE) – STJ - Analista Judiciário. Em relação ao

direito de família e ao direito das sucessões, julgue o item

subsequente.

A existência de estado gravídico é hipótese excepcional de permissão

para casamento de pessoa que não tenha atingido a idade núbil.

8 – 2018 - CEBRASPE (CESPE) – MPE/PI - Analista Ministerial: Julgue o item

a seguir acerca de direitos da personalidade, de registros públicos, de

obrigações e de bens.

Para que tenham efeitos perante terceiros, as convenções

antenupciais que disponham sobre regime de bens devem ser

registradas pelo oficial do cartório de registro de imóveis do domicílio

conjugal.

9 – 2015 - CEBRASPE (CESPE) – TJDFT - Analista Judiciário: Em relação ao

direito de família e ao direito das sucessões, julgue o item a seguir.

No regime de separação legal de bens, comunicam-se aqueles bens

adquiridos na constância do casamento.

10 – 2016 - FCC - Procurador do Município de São Luís: Decorre do regime

estabelecido pelo Código Civil que:

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a) É anulável o casamento por infringência de impedimento.

b) É nulo o casamento celebrado por autoridade incompetente.

c) A anulação do casamento dos menores de 16 anos não pode ser

requerida diretamente pelo próprio cônjuge menor por necessitar de

seus representantes legais para elaborar tal pedido.

d) É nulo o casamento por vício da vontade.

e) É anulável o casamento realizado pelo mandatário, sem que ele ou o

outro contraente soubesse da revogação do mandato, e não

sobrevindo coabitação entre os cônjuges.

11 – 2016 VUNESP – TJSP - Notário e Registrador: Ao alcançar a idade

núbil, os noivos.

a) passam a gozar de capacidade plena para o casamento,

independentemente de qualquer autorização de terceiros.

b) passam a gozar de capacidade para o casamento, mediante

autorização dos pais ou representantes legais.

c) atingem a maioridade e a capacidade plena para todos os atos da

vida civil.

d) atingem a capacidade para o requerimento de habilitação para o

casamento, mas não para o casamento em si.

12 – 2018 - CEBRASPE (CESPE) - Juiz Estadual: Conforme classificação

doutrinária, a herança, antes da formalização da partilha, pode ser

considerada um bem de indivisibilidade

a) convencional e uma universalidade de fato.

b) convencional e uma universalidade de direito.

c) legal e uma universalidade de direito.

d) legal e uma universalidade de fato.

e) natural e uma universalidade de direito.

13 – 2015 - CEBRASPE (CESPE) - Técnico Judiciário (TJDFT): Com base nas

disposições do Código Civil, julgue o item seguinte.

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Situação hipotética: Fábio e Cristiano, ao transportarem Batista, que

se encontrava seriamente enfermo, para um hospital, colidiram o

veículo em que estavam com um poste. Em virtude do acidente, todos

os três morreram, não tendo sido possível verificar quem morreu

primeiro.

Assertiva: Nesse caso, considerando-se o debilitado estado de saúde

de Batista, presume-se que ele morreu primeiro.

14 - CEBRASPE (CESPE) - Analista Judiciário (TJDFT): Em relação ao direito

de família e ao direito das sucessões, julgue o item a seguir.

A aceitação da herança pode se dar por declaração expressa, tácita ou

presumida. A renúncia, no entanto, deve constar expressamente de

instrumento público ou termo judicial.

15 - 2018 – CESPE – STJ - Analista Judiciário: Em relação ao direito de

família e ao direito das sucessões, julgue o item subsequente. O bem

de família é constituído voluntariamente e visa proteger o ente

familiar, de maneira que, se dissolvida a sociedade conjugal, fica

extinto o bem de família.

16 - 2018 – FCC – SEAD-AP - Analista Jurídico: De acordo com o Código

Civil, são bens públicos

a) os dominicais, tais como os edifícios ou terrenos destinados a

serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual,

territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias.

b) os de uso comum do povo, tais como edifícios ou terrenos

destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal,

estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias.

c) os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a

serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual,

territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias.

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d) os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas

de direito privado, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada

uma dessas entidades.

e) os de uso comum do povo, apenas.

17 - 2018 – FCC – TRT - 15ª Região SP - Analista Judiciário: Em relação aos

bens,

a) consideram-se como benfeitorias mesmo os melhoramentos ou

acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário,

possuidor ou detentor.

b) os naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis somente por

vontade das partes.

c) os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal como

regra abrangem as pertenças, salvo as exceções legais.

d) os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem

empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa

qualidade os provenientes da demolição de algum prédio.

e) são consumíveis os bens móveis que podem substituir-se por outros

da mesma espécie, qualidade e quantidade.

18 - 2018 – FCC – TRT - 6ª Região PE - Analista Judiciário: Em relação aos

bens,

a) os materiais destinados a alguma construção, mesmo que ainda não

empregados, já são considerados imóveis em razão de sua finalidade.

b) consideram-se imóveis para os efeitos legais o direito à sucessão

aberta.

c) são consumíveis os bens móveis que podem substituir-se por outros

da mesma espécie, qualidade e quantidade.

d) os naturalmente divisíveis conservam sua divisibilidade em

qualquer situação, nada obstante a lei ou a vontade das partes em

sentido contrário.

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e) os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal como

regra abrangem as pertenças, salvo disposição da lei ou do contrato

em sentido diverso.

19 - 2018 – FCC – ALESE - Analista Legislativo: De acordo com o Código

Civil, uma praça, um quadro assinado por renomado pintor e as

energias que tenham valor econômico são considerados,

respectivamente, bem

a) público de uso especial, bem fungível e bem imóvel.

b) público de uso comum do povo, bem infungível e bem móvel.

c) particular dominical, bem infungível e bem imóvel.

d) público de uso comum do povo, bem infungível e bem imóvel.

e) público de uso comum do povo, bem fungível e bem móvel.

20 – 2017 - CEBRASPE (CESPE) – TRE/PE - Analista Judiciário: A respeito do

direito das famílias, assinale a opção correta.

a) O ato jurídico da adoção depende da efetiva assistência do poder

público e de sentença constitutiva, ressalvados os casos de maiores de

dezoito anos de idade, que independem de sentença.

b) O reconhecimento de filhos havidos fora do casamento pode ser

feito por manifestação direta e expressa perante o juiz.

c) Não se admite a alteração do regime de bens no curso do

matrimônio.

d) A obrigação de prestar alimentos não é transmitida aos herdeiros

do devedor.

e) O bem de família pode ser instituído mediante qualquer instrumento

que evidencie a vontade da entidade familiar de destacar parte de seu

patrimônio.

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GABARITO

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C B D B C A E C C E

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

B C E C E C D B E B

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Agradeço pela companhia e aguardo suas dúvidas

pelo fórum.

Bons estudos e até a próxima aula!

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