produtor brasileiro usa em média 3,6 quilos de agrotóxicos por hectare, aponta ibge

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O agricultor brasileiro utiliza, em média, 3,6 quilos de agrotóxicos por hectare. O dado foi divulgado nesta segunda, dia 18, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número faz parte dos Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS) 2012, levantamento que abrange as dimensões ambiental, econômica, institucional e social da sustentabilidade do desenvolvimento brasileiro.

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  • 1. Presidenta da RepblicaDilma RousseffMinistra do Planejamento, Oramento e GestoMiriam BelchiorINSTITUTO BRASILEIRODE GEOGRAFIA EESTATSTICA - IBGEPresidentaWasmlia BivarDiretor-ExecutivoNuno Duarte da Costa BittencourtRGOS ESPECFICOS SINGULARESDiretoria de PesquisasMarcia Maria Melo QuintslrDiretoria de GeocinciasWadih Joo Scandar NetoDiretoria de InformticaPaulo Csar Moraes SimesCentro de Documentao e Disseminao de InformaesDavid Wu TaiEscola Nacional de Cincias EstatsticasDenise Britz do Nascimento SilvaUNIDADE RESPONSVELDiretoria de GeocinciasCoordenao de Recursos Naturais e Estudos AmbientaisCelso Jos Monteiro FilhoCoordenao de GeografiaMaria Luisa Gomes Castello Branco

2. Ministrio do Planejamento, Oramento e GestoInstituto Brasileiro de Geografia e Estatstica - IBGEDiretoria de GeocinciasCoordenao de Recursos Naturais e Estudos Ambientais Coordenao de GeografiaEstudos e PesquisasInformao Geogrfica nmero 9Indicadores deDesenvolvimento SustentvelBrasil2012Rio de Janeiro 2012 3. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica - IBGEAv. Franklin Roosevelt, 166 - Centro - 20021-120 - Rio de Janeiro, RJ - BrasilISSN 1517-1450 Estudos e pesquisas Divulga estudos descritivos e anlises de resultados de tabulaes especiais de uma ou mais pesquisas de autoria institucional. A srie Estudos e pesquisas est subdividida em: Informao Demogrfica e Socioeconmica, Informao Econmica, Informao Geogrfica e Documentao e Disseminao de Informao.ISBN 978-85-240-4248-5 (CD-ROM)ISBN 978-85-240-4247-8 (meio impresso) IBGE. 2012Elaborao do arquivo PDFRoberto CavararoProduo de multimdialgonzagaMrcia do Rosrio BraunsMarisa SigoloMnica Pimentel Cinelli RibeiroRoberto CavararoCapaRenato J. Aguiar/Marcos Balster Fiore - Coordenao deMarketing/Centro de Documentao e Disseminao de 4. ApresentaoIntroduoDimenso ambientalAtmosfera1 Emisses de origem antrpica dos gases associados ao efeito estufa2 Consumo industrial de substncias destruidoras da camada de oznio3 Concentrao de poluentes no ar em reas urbanasTerraSumrio4 Uso de fertilizantes5 Uso de agrotxicos6 Terras em uso agrossilvipastoril7 Queimadas e incndios florestais8 Desflorestamento da Amaznia Legal9 Desmatamento nos biomas extra-amaznicosgua doce10 Qualidade de guas interioresOceanos, mares e reas costeiras11 Balneabilidade12 Populao residente em reas costeirasBiodiversidade13 Espcies extintas e ameaadas de extino14 reas protegidas15 Espcies invasoras 5. Indicadores de desenvolvimento sustentvel - Brasil 2012SumrioSaneamento16 Acesso a sistema de abastecimento de gua17 Acesso a esgotamento sanitrio18 Acesso a servio de coleta de lixo domstico19 Tratamento de esgoto20 Destinao final do lixoDimenso socialPopulao21 Taxa de crescimento da populao22 Taxa de fecundidade23 Razo de dependnciaTrabalho e rendimento24 ndice de Gini da distribuio do rendimento25 Taxa de desocupao26 Rendimento domiciliar per capita27 Rendimento mdio mensal28 Mulheres em trabalhos formaisSade29 Esperana de vida ao nascer30 Taxa de mortalidade infantil31 Prevalncia de desnutrio total32 Imunizao contra doenas infecciosas infantis33 Oferta de servios bsicos de sade34 Doenas relacionadas ao saneamento ambiental inadequado35 Taxa de incidncia de AIDSEducao36 Taxa de frequncia escolar37 Taxa de alfabetizao38 Taxa de escolaridade da populao adultaHabitao39 Adequao de moradiaSegurana40 Coeficiente de mortalidade por homicdios41 Coeficiente de mortalidade por acidentes de transporteDimenso econmicaQuadro econmico42 Produto Interno Bruto per capita43 Taxa de investimento44 Balana comercial45 Grau de endividamento 6. Indicadores de desenvolvimento sustentvel - Brasil 2012SumrioPadres de produo e consumo46 Consumo de energia per capita47 Intensidade energtica48 Participao de fontes renovveis na oferta de energia49 Consumo mineral per capita50 Vida til das reservas de petrleo e gs natural51 Reciclagem52 Coleta seletiva de lixo53 Rejeitos radioativos: gerao e armazenamentoDimenso institucionalQuadro Institucional54 Ratificao de acordos globais55 Conselhos Municipais de Meio Ambiente56 Comits de Bacias Hidrogrficas57 Organizaes da sociedade civilCapacidade institucional58 Gastos com Pesquisa e Desenvolvimento - PD59 Acesso aos servios de telefonia60 Acesso Internet61 Agenda 21 Local62 Articulaes interinstitucionais dos municpiosRefernciasApndiceMatriz de relacionamento (encarte)Glossrio Convenes -Dado numrico igual a zero no resultante de arredondamento; .. No se aplica dado numrico; ... Dado numrico no disponvel; xDado numrico omitido a fim de evitar a individualizao da informao; 0; 0,0; 0,00 Dado numrico igual a zero resultante de arredondamento de um dado numrico originalmente positivo; e -0; -0,0; -0,00 Dado numrico igual a zero resultante de arredondamento deum dado numrico originalmente negativo. 7. No ano de realizao, no Brasil, da Conferncia das Naes Unidas sobre Desenvolvimento Sustentvel, Rio+20, momento em que sero assumidosnovos compromissos para a soluo de problemas ambientais, econmicose sociais, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica - IBGE completauma dcada de divulgao da publicao Indicadores de desenvolvimentosustentvel: Brasil, cuja srie foi iniciada em 2002. A presente edio, assimcomo as demais, tem como orientao as recomendaes da Comisso parao Desenvolvimento Sustentvel - CDS (Commission on Sustainable Develo-pment - CSD) da Organizao das Naes Unidas - ONU, com adaptaes realidade nacional.Os indicadores permitem acompanhar a sustentabilidade do padrode desenvolvimento brasileiro nas dimenses ambiental, social, econmicae institucional, fornecendo um panorama abrangente de informaes para Apresentaosubsidiar decises em polticas para o desenvolvimento sustentvel. Em linhasgerais, eles medem a qualidade ambiental, a qualidade de vida da populao,o desempenho econmico e a governana para o desenvolvimento susten-tvel, nos temas biodiversidade, saneamento, gua doce, sade, educao,segurana, padres de produo e consumo, e capacidade institucional entreoutros aspectos. A matriz de relacionamentos entre os diferentes indicadores,apresentada ao final da publicao, facilita uma viso de conjunto, necessriaao entendimento desta temtica complexa e multidimensional.O tema desenvolvimento sustentvel prossegue demandando cada vezmais informao, de modo a preencher as lacunas atualmente existentes e aincorporar novas questes que vo sendo introduzidas nos debates, o que sereflete nesta publicao, com a introduo de novos indicadores no presentesnas edies anteriores. Desse modo, o esforo iniciado em 2002, e que foi seconsolidando nas edies seguintes, continua, se adaptando s necessidadescontemporneas.Mais uma vez, o IBGE reafirma o compromisso de sua misso institucio-nal de retratar o Brasil com informaes necessrias ao conhecimento de suarealidade e ao exerccio da cidadania, colocando disposio da sociedade edos governos informaes sobre temas fundamentais para os debates atuais. Wadih Joo Scandar Neto Diretor de Geocincias 8. Apublicao Indicadores de desenvolvimento sustentvel: Brasil 2012 d continuidade srie e mantm o objetivo geral das edies anteriores,disponibilizando um sistema de informaes para o acompanhamento da sus-tentabilidade do padro de desenvolvimento do Pas. O cerne, os referenciaise a vinculao histrica da srie permanecem os mesmos. A publicao relativa ao ano de 2002 constituiu um ponto de partida, ouseja, lanou, para amplo debate, um trabalho pioneiro de elaborao dos Indica-dores de Desenvolvimento Sustentvel para o Brasil e provocou o intercmbiode ideias, buscando alcanar especial comunicao com o pblico no especia-lizado. As edies dos anos de 2004, 2008 e 2010 ampliaram e aprimoraram orol de indicadores, bem como a sua estruturao, sedimentando-se como umacontribuio aos tomadores de decises ao apresentar, periodicamente, umpanorama abrangente dos principais temas relacionados ao desenvolvimentosustentvel no Brasil.Introduo A edio atual atualiza os indicadores j publicados e introduz novos,reafir ando, assim, os objetivos inicialmente estabelecidos. Os novos indica- mdores correspondem, em grande parte, s mudanas sugeridas pela Comissopara o Desenvolvimento Sustentvel - CDS (Commission on Sustainable De-velopment - CSD), da Organizao das Naes Unidas - ONU, no documentoIndicators of sustainable development: guidelines and methodologies, conhe-cido como Livro Azul em sua edio de 2007. , Como novidade na dimenso ambiental, foram introduzidas informaesrelativas ao desmatamento e rea remanescente da Caatinga, do Pampa edo Pantanal, dado que as informaes sobre esses biomas tambm passarama ser disponibilizadas. Os indicadores destinao final do lixo e tratamento deesgoto, presentes na edio de 2008 e retirados em 2010 devido impossibili-dade de atualizao, foram reintroduzidos. O indicador produo de pescadomartima e continental, presente na edio de 2010 no tema oceanos, marese reas costeiras, foi retirado por no conseguir atender s especificaes daONU devido falta de informao sobre os nveis mximos de produtividadebiolgica, conforme os procedimentos preconizados pela Organizao das Na-es Unidas para Agricultura e Alimentao (Food and Agriculture Organizationof the United Nations - FAO). O indicador apresentava somente o volume deproduo por modalidade (pesca extrativa e aquicultura) sem consideraessobre a capacidade biolgica relacionada aos estoques. 9. Indicadores de desenvolvimento sustentvel - Brasil 2012Introduo Na dimenso social, foram introduzidos os indicadores razo de depen-dncia; rendimento domiciliar per capita (em substituio ao rendimento fami-liar per capita); proporo de mulheres em trabalho formal; taxa de incidnciade AIDS; taxa de frequncia escolar (em substituio taxa de escolarizao);e taxa de escolaridade da populao adulta (em substituio escolaridade).Tambm foram feitas alteraes nos indicadores relativos taxa de fecundi-dade (no mais desagregada por situao de domiclio) e esperana de vida(desagregada por sexo). Na dimenso econmica, foi reintroduzido o indicador coleta seletiva dolixo, apresentando a proporo de municpios que dispem deste tipo de servioe a abrangncia da coleta na rea municipal. Na dimenso institucional, os novos indicadores procuram completar oquadro da estrutura de governana para o desenvolvimento sustentvel: Co-mits de Bacia Hidrogrfica, organizaes da sociedade civil, Agenda 21 Locale articulaes interinstitucionais dos municpios. Com estas alteraes, na edio de 2012, o leitor encontra 62 indicadoresque, em sua maior parte, correspondem aos indicadores apresentados na ediode 2010, todos revistos e atualizados em relao s edies anteriores. O termo desenvolvimento sustentvel surgiu em 1980 e foi consagradoem 1987 pela Comisso Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento,conhecida como Comisso Brundtland, que produziu um relatrio consideradobsico para a definio desta noo e dos princpios que lhe do fundamento(WORLD..., 1980). De acordo como Relatrio Brundtland: [...] desenvolvimento sustentvel um processo de transformao no qual a explorao dos recursos, a direo dos investimentos, a orientao do desenvolvimento tecnolgico e a mudana institucional se harmonizam e refora o potencial presente e futuro, a fim de atender s necessidades e aspiraes futuras [...] aquele que atende s necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as geraes futuras atenderem as suas prprias necessidades (NOSSO..., 1988, p. 46). O Relatrio obteve rpida e ampla repercusso internacional. Os princ-pios do desenvolvimento sustentvel esto na base da Agenda 21, documentoaprovado por mais de 180 pases durante a realizao da II Conferncia dasNaes Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, tambm conhecidacomo ECO 92, realizada no Rio de Janeiro em 1992. As ideias ali contidas foramassimiladas pelas organizaes do sistema das Naes Unidas e diversas orga-nizaes internacionais, e desde ento tm sido progressivamente incorporadass agendas de numerosos pases. Trata-se de um novo paradigma para abordar um velho desafio: o desen-volvimento. Nesta nova tica, a noo de desenvolvimento, por muito tempoidentificado ao progresso econmico, extrapola o domnio da economia atravsda sua integrao com as dimenses social, ambiental e institucional, apoiando-se em novos paradigmas. Um dos desafios da construo do desenvolvimento sustentvel o decriar instrumentos de mensurao, tais como indicadores. 10. Indicadores de desenvolvimento sustentvel - Brasil 2012Introduo Indicadores so ferramentas constitudas por uma ou mais variveis que,associadas atravs de diversas formas, revelam significados mais amplos sobreos fenmenos a que se referem. Indicadores de desenvolvimento sustentvelso instrumentos essenciais para guiar a ao e subsidiar o acompanhamentoe a avaliao do progresso alcanado rumo ao desenvolvimento sustentvel.Devem ser vistos como um meio para se atingir o desenvolvimento sustentvele no como um fim em si mesmos. Valem mais pelo que apontam do que peloseu valor absoluto e so mais teis quando analisados em seu conjunto do queo exame individual de cada indicador. Os indicadores aqui apresentados cumprem muitas funes, e reportam-sea fenmenos de curto, mdio e longo prazos. Viabilizam o acesso integrado informao j disponvel sobre temas relevantes para o desenvolvimento, assimcomo apontam a necessidade de gerao de novas informaes. Servem paraidentificar variaes, comportamentos, processos e tendncias; estabelecercomparaes entre pases e entre regies dentro do Brasil; indicar necessidadese prioridades para a formulao, monitoramento e avaliao de polticas; e,enfim, por sua capacidade de sntese, so capazes de facilitar o entendimentoao crescente pblico envolvido com o tema. Por tratar velhos problemas atravs de uma nova abordagem, os Indica-dores de Desenvolvimento Sustentvel congregam estatsticas e indicadores jconsagrados e amplamente utilizados, e indicadores integrados por informaesapenas recentemente associadas ao tema do desenvolvimento, portadores denovos contedos, ilustradores de novos desafios. A conquista do desenvolvimento sustentvel, atualmente uma aspiraode abrangncia global, toma feies concretas em cada pas: nasce de suaspeculiaridades e responde aos problemas e oportunidades de cada nao. Aescolha dos Indicadores de Desenvolvimento Sustentvel reflete as situaes eespecificidades de cada pas, apontando ao mesmo tempo para a necessidadede produo regular de estatsticas sobre os temas abordados. O trabalho de construo de Indicadores de Desenvolvimento Sustent-vel do Brasil inspirado no movimento internacional liderado pela CDS, quereuniu ao longo da dcada passada governos nacionais, instituies acadmi-cas, organizaes no governamentais, organizaes do sistema das NaesUnidas e especialistas de todo o mundo. Este movimento, deflagrado a partirde 1992, ps em marcha um programa de trabalho composto por diversosestudos e intercmbios de informaes, para concretizar as disposies doscaptulos 8 e 40 da Agenda 21 que tratam da relao entre meio ambiente,desenvolvimento sustentvel e informaes para a tomada de decises. Em1996, a CDS publicou o documento Indicators of sustainable development:framework and me dologie conhecido como a primeira edio do Livrothos,Azul Este documento apresentou um conjunto de 134 indicadores, posterior- .mente reduzidos em uma lista de 57 indicadores apresentada no ano 2000,consolidada, em 2001, como recomendao da CDS, com a divulgao dasfichas metodolgicas e diretrizes para sua utilizao, e atualizada na terceiraedio de 20071. O projeto do IBGE toma como referncia as recomendaes Para consultar a lista consolidada de 96 indicadores de desenvolvimento sustentvel, sendo 50 considerados essenciais, ver1 a publicao: INDICATORS of sustainable development: guidelines and methodologies. 3nd ed. New York: United Nations, Department of Economic and Social Affairs, 2007 93 p. Disponvel em: http://www.un.org/esa/sustdev/natlinfo/indicators/. guidelines.pdf. Acesso em: jun. 2012. 11. Indicadores de desenvolvimento sustentvel - Brasil 2012Introduode 2001 e 2007, adaptando seu conte o s particularidades brasileiras. Nodcaso brasileiro, ao desafio de construir indicadores capazes de caracterizare subsidiar o processo de desenvolvimento sustentvel em nvel nacional,acresce-se a exigncia de expressar a diversidade caracterstica do Pas. O conjunto de indicadores selecionados representa uma mostra de infor-maes disponibilizadas pelo IBGE e por outras instituies, que possuem umabase estatstica slida, e cuja reunio est dirigida a subsidiar o debate sobre odesenvolvimento e as caractersticas da sustentabilidade em nosso Pas. Longede pretender exaurir o tema, deseja estimular a emergncia de novas demandas,a identificao de novos parceiros na produo de informaes e a construo denovas abordagens que subsidiem a conquista do desenvolvimento sustentvel. O IBGE dispe de numerosas informaes estatsticas, que permitiriam aconstruo de muitos indicadores relevantes e ampliariam as possibilidades deavaliao do desenvolvimento sustentvel, especialmente no que diz respeito squestes econmica e social. Entretanto, a concepo norteadora do trabalho a de limitar-se a um conjunto de indicadores capazes de expressar as diferentesfacetas da abordagem de sustentabilidade da forma mais concisa possvel. Os indicadores esto organizados em fichas. Como padro geral, elas con-tm a definio do indicador, a descrio de sua construo, as fontes de dadosutilizadas, eventuais comentrios metodolgicos ou auxiliares interpretaodas informaes prestadas, a relevncia do indicador para o desenvolvimentosustentvel, uma lista de indicadores relacionados, e os comentrios sobre osindicadores, alm de grficos, tabelas e mapas. Nesta edio todas as tabelasesto apresentadas no CD-ROM encartado publicao em papel. Todos os cartogramas que compem a publicao utilizam as bases car-togrficas produzidas pela Coordenao de Cartografia da Diretoria de Geoci-ncias do IBGE, em diversas escalas (1: 6 000 000 a 1: 70 000 000), na ProjeoPolicnica (Latitude origem 0o e Longitude origem -54o WGr), com seleo defeies, representando os principais rios, as capitais das Unidades da Federaoe as capitais dos pases. Como regra geral, so apresentados dados que expressam a evoluorecente do indicador para o Pas como um todo, na maioria dos casos a partirdo ano 1992, e sua diferenciao no Territrio Nacional, segundo a informaomais recente, privilegiando a agregao territorial das Unidades da Federao. importante enfatizar que esta escolha no exclui a possibilidade de construoda mesma informao em agregaes territoriais mais detalhadas para muitosdos indicadores apresentados, tanto a partir da ampla base de dados oferecidapelo IBGE aos seus usurios como pelas bases de informaes das instituiesparceiras. Os indicadores de acesso a servios de saneamento so desagregadossegundo a situao ou localizao do domiclio, situado em zona rural ou ur-bana e, neste caso, alguns cuidados adicionais devem ser levados em contapelos analistas. A comparao dos resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Do-miclios - PNAD da dcada atual com os das anteriores deve levar em conta quea classificao das reas urbanas e rurais feita de acordo com a legislaovigente por ocasio dos Censos Demogrficos. Portanto, ainda que a legislaotenha alterado a classificao de determinadas reas no perodo intercensitrio, 12. Indicadores de desenvolvimento sustentvel - Brasil 2012Introduoa definio estabelecida por ocasio do Censo Demogrfico 1991 foi mantidapara as pesquisas da PNAD realizadas de 1992 a 1999 e, tambm, a classificaovigente por ocasio do Censo Demogrfico 2000 permanecer para as pesquisasda PNAD desta dcada. Consequentemente, as estatsticas por situao urbanae rural no captam integralmente a sua evoluo, sendo que as diferenas seintensificam medida que os resultados obtidos se afastam do ano de realizaodo Censo Demogrfico que serviu de marco para a classificao da situaodo domiclio.Na tabela a seguir, visualiza-se a variao brusca ocorrida de 1999 a 2001,decorrente da atualizao da base geogrfica, considerando a situao urbana/rural vigente por ocasio do Censo Demogrfico 2000.Tabela 1 - Distribuio dos domiclios particulares permanentes,segundo a situao do domiclio - 1992/2003BrasilSituao do Distribuio dos domiclios particulares permanentes (%) domiclio199219931995 19961997 199819992001 20022003Total100,0 100,0 100,0100,0 100,0100,0 100,0 100,0100,0 100,0 Urbana 79,8 80,480,881,2 81,181,281,4 85,285,6 85,7 Rural20,2 19,619,218,8 18,918,818,6 14,814,4 14,3 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenao de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios.O efeito dessa limitao da classificao urbana/rural da PNAD se faz sentirde forma mais evidente em alguns indicadores, especialmente quando resultaem mudana de sentido na evoluo ao se comparar os resultados da ltimapesquisa de uma dcada com os da primeira da dcada seguinte.Sempre que possvel, o indicador foi comparado com valores interna-cionais obtidos em publicaes da ONU e do Banco Mundial. Ressalta-se quenenhum indicador possua dados para todos os pases do mundo, sendo quealguns continham informao somente para cerca de 30 ocorrncias. Os pasesforam escolhidos segundo os quartis da distribuio: primeiro quartil (percentilda ordem de 25%), segundo quartil (percentil da ordem de 50% - mediana) eterceiro quartil (percentil da ordem de 75%). Os pases representativos destesquartis foram destacados em quadros, no qual o Brasil foi posicionado deacordo com os cortes calculados em cada indicador. Na maioria das vezes, ovalor apresentado para o Brasil nessas fontes de informao era diferente dodivulgado pelo IBGE para o mesmo ano em questo. Nestes casos, optou-sepor considerar os valores publicados pelo IBGE.A apresentao dos indicadores segue o marco ordenador proposto em2001 pela CDS, que os organiza em quatro dimenses: ambiental, social, eco-nmica e institucional.A dimenso ambiental diz respeito ao uso dos recursos naturais e degra-dao ambiental, e est relacionada aos objetivos de preservao e conservaodo meio ambiente, considerados fundamentais para a qualidade de vida dasgeraes atuais e o benefcio das geraes futuras. Estas questes aparecemorganizadas nos temas atmosfera; terra; gua doce; oceanos, mares e reascosteiras; biodiversidade e saneamento.O tema saneamento rene os indicadores relacionados ao abastecimen-to de gua, esgotamento sanitrio, coleta e destinao final de lixo, os quais 13. Indicadores de desenvolvimento sustentvel - Brasil 2012Introduoigualmente expressam presses sobre os recursos naturais e envolvem ques-tes pertinentes poltica ambiental, alm de terem forte influncia na sadee na qualidade de vida da populao. O tema saneamento um bom exemploda interpenetrao das dimenses quanto se toma como paradigma o desen-volvimento sustentvel, cabendo seu enquadramento e anlise tambm nasdimenses social, econmica e institucional. Os temas ambientais so mais recentes e no contam com uma largatradio de produo de estatsticas. Isto resulta numa menor disponibilidadede informaes para a construo dos indicadores requeridos para uma abor-dagem mais completa. Por esta razo, permanecem algumas lacunas impor-tantes, entre as quais destacam-se o uso da gua, a eroso e a perda de solo,e a desertificao. A dimenso social corresponde, especialmente, aos objetivos ligados satisfao das necessidades humanas, melhoria da qualidade de vida e justiasocial. Os indicadores abrangem os temas populao; trabalho e rendimento;sade; educao; habitao e segurana. Eles procuram retratar o nvel educa-cional, a distribuio da renda, as questes ligadas equidade e s condiesde vida da populao, apontando o sentido de sua evoluo recente. A questo da equidade, na atual edio, segue sendo contemplada emindicadores de vrios temas que, com a finalidade de explicitar as desigualda-des, so desagregados segundo sexo e cor ou raa. As desigualdades regionais so retratadas na maioria dos cartogramas edos grficos. Estes ltimos apresentam os indicadores segundo as Unidades daFederao, em ordem decrescente segundo as regies em que se encontram,permitindo, portanto, visualizar as desigualdades intraregionais e interregionais. A dimenso econmica trata de questes relacionadas ao uso e esgo-tamento dos recursos naturais, bem como produo e gerenciamento deresduos, uso de energia, e sua ligao com o desempenho macroeconmicoe financeiro do Pas. a dimenso que se ocupa da eficincia dos processosprodutivos e das alteraes nas estruturas de consumo orientadas a uma re-produo econmica sustentvel de longo prazo. Os diferentes aspectos desta dimenso so organizados nos temas quadroeconmico e padres de produo e consumo. O tema quadro econmico tratade aspectos ligados dinmica macroeconmica do Pas, que refletem, de ma-neira mais direta, a trajetria da economia brasileira nos anos recentes, atravsdo crescimento do Produto Interno Bruto - PIB, do grau de endividamento, dabalana comercial e da taxa de investimento. O tema padres de produo econsumo reflete a forma como os recursos naturais (petrleo, gs natural, min-rios) esto sendo utilizados no Pas. Analisa as perspectivas de esgotamento dealguns desses recursos, como o petrleo e o gs natural. As estratgias ligadasao gerenciamento dos rejeitos do processo produtivo tambm so abordadas,nos indicadores de reciclagem, coleta seletiva e gerao e armazenamento derejeitos radioativos. A dimenso institucional diz respeito orientao poltica, capacidadee esforo despendido por governos e pela sociedade na implementao das 14. Indicadores de desenvolvimento sustentvel - Brasil 2012Introduomudanas requeridas para uma efetiva implementao do desenvolvimentosustentvel. Esta dimenso desdobrada nos temas quadro institucional e capacidadeinstitucional e apresenta nove indicadores. Ressalte-se que neste ltimo temaque figura o indicador que sintetiza o investimento em cincia e novas tecno-logias de processos e produtos, chave na busca de alternativas que conduzamao desenvolvimento sustentvel. Os temas apresentados tambm procuramavaliar avanos na participao da sociedade civil na governana do desenvol-vimento (organizaes da sociedade civil), por meio de processos de articulaoe cooperao entre atores sociais e polticos (articulaes interinstitucionais dosmunicpios), de arranjos institucionais que implantam mecanismos participa-tivos de escuta s demandas da populao e de acompanhamento de aesgovernamentais (Comits de Bacias Hidrogrficas, frum da Agenda 21 Local). Os temas institucionais so de difcil mensurao e no contam com umalarga produo de estatsticas. Isto resulta numa menor disponibilidade de infor-maes para a construo de indicadores necessrios a uma abordagem maiscompleta. Por esta razo, permanecem algumas lacunas importantes, entre asquais a participao da sociedade na formulao e implementao de polticase a participao das empresas, atravs da ecoeficincia e da responsabilidadesocioambiental. A presente publicao inclui uma matriz de relacionamentos que ilustra asligaes existentes entre os diferentes indicadores e pode ser utilizada como umguia de leitura. A apresentao conjunta dos indicadores possibilita sua anliseintegrada. No h dvida de que possvel encontrar nexos de relacionamentoassociando quase todos os indicadores apresentados. Os relacionamentos apon-tados, entretanto, se restringem s relaes mais diretas. Muitas j so bastanteestabelecidas e tm referncia em estudos especficos, outras so indicaes decarter terico, derivadas apenas de uma apreciao qualitativa. Espera-se, comessa informao, favorecer uma leitura e reflexo mais sistmicas, assim comosugerir estudos, anlises ou elaborao de polticas que integrem os diferentesaspectos e dimenses do desenvolvimento sustentvel. Para a produo dos Indicadores de Desenvolvimento Sustentvel foifundamental a colaborao direta, com o envio de informaes, ou indireta,com a disponibilizao de dados, de vrias instituies, conforme apresentadoao final desta publicao. Finalmente, vale destacar a realizao, no Brasil, da Conferncia dasNaes Unidas sobre Desenvolvimento Sustentvel, Rio+20, durante a qualos pases devero se comprometer em implementar estratgias, que deveroser acompanhadas e avaliadas por indicadores capazes de captar, de formasistmica, os amplos desafios postos na transio para um desenvolvimentocom sustentabilidade. 15. Atmosfera1 Emisses de origem antrpica dos gases associados ao efeitoestufa O indicador apresenta a estimativa das emisses anuais de origem antr-pica lquidas (emisses menos remoes) dos principais gases causadores doefeito estufa, por setor de atividade responsvel pela emisso.Descrio: as variveis utilizadas neste indicador so as quantidades lquidas anu-ais estimadas de emisses dos gases responsveis pelo efeito estufa, produzidasDimenso ambientalpor atividades humanas. A metodologia usada para o clculo das estimativas foibaseada no Painel Intergovernamental sobre Mudana do Clima (Intergovernmen-tal Panel on Climate Change - IPCC) criado pelo Programa das Naes Unidaspara o Meio Ambiente (United Nations Environment Programme - UNEP) e pelaOrganizao Meteorolgica Mundial (World Meteorological Organization - WMO)em 1988 e abrangeu os seguintes gases: dixido de carbono (CO2), metano(CH4), xido nitroso (N2O), hidrouorcarbonos (HFC), peruorcarbonos (PFC - CF4e C2F6), hexauoreto de enxofre (SF6), xidos de nitrognio (NOx), monxido decarbono (CO) e outros compostos orgnicos volteis no metnicos (NMVOCs). Os pases signatrios da Conveno-Quadro das Naes Unidas sobreMudana do Clima (United Nations Framework Convention on Climate Change -UNFCCC) resultado da II Conferncia das Naes Unidas sobre o Meio Ambientee Desenvolvimento (tambm conhecida como ECO 92, realizada no Rio de Janeiroem 1992) , como o Brasil, se propem a realizar, periodicamente, o inventrio dasemisses de gases de efeito estufa no controlados pelo Protocolo de Montrealsobre Substncias que Destroem a Camada de Oznio (ver indicador consumoindustrial de substncias destruidoras da camada de oznio), adotado em 1987. Para cada um dos gases, foram estimadas, para os anos 1990, 1994, 2000e 2005, as emisses e remoes da atmosfera oriundas dos seguintes setores deatividade: produo de energia; processos industriais; uso de solventes e outrosprodutos; agropecuria; mudana no uso da terra e orestas; e tratamento deresduos. A unidade de medida utilizada o gigagrama (1 Gg = 1 000 toneladas).Fonte dos dados: a principal fonte utilizada foi a Segunda comunicao nacionaldo Brasil Conveno-Quadro das Naes Unidas sobre Mudana do Clima, di-vulgada pelo Ministrio da Cincia, Tecnologia e Inovao - MCTI em 2010. Essapublicao atualiza os dados dos anos 1990 e 1994 publicados no Inventrio de 16. Indicadores de desenvolvimento sustentvel - Brasil 2012Dimenso ambiental - Atmosferaemisses e remoes antrpicas de gases de efeito estufa no controlados peloProtocolo de Montreal, divulgado em 1994.Relevncia para o desenvolvimento sustentvel: alguns dos gases presentesnaturalmente na atmosfera, entre eles o vapor de gua, o dixido de carbono(CO2) e o metano (CH4), so chamados de gases de efeito estufa porque so ca-pazes de reter na atmosfera, por algum tempo, o calor irradiado pela superfciedo planeta. Sem esses gases, a radiao de comprimento de onda longo (calor- radiao infravermelha) se dissiparia mais rapidamente da atmosfera para oespao, e nosso planeta seria, em mdia, cerca de 30C mais frio. Com eles, partedo calor irradiado pela superfcie terrestre ca preso na atmosfera, mantendoa temperatura em nveis timos para a existncia da maior parte da vida no pla-neta. A temperatura mdia da Terra de 15C; sem o efeito estufa seria de 15Cnegativos. O efeito estufa , portanto, um fenmeno natural, sendo fundamental manuteno do clima e da vida na Terra. H, entretanto, fortes sinais de que as atividades humanas esto aumentan-do rapidamente a concentrao de alguns dos gases de efeito estufa naturaiscomo vapor dgua, CO2, N2O, CH4, alm de acrescentarem atmosfera outrosgases de efeito estufa antes inexistentes como os hidrofuorcarbonos, os peru-orcarbonos e o hexauoreto de enxofre (HFC, PFC e SF6). Com isso, a Terra estcando mais quente muito rapidamente. As ltimas dcadas do Sculo XX tive-ram as mais altas temperaturas mdias do ltimo milnio, havendo indcios deintensicao das variaes climticas e ocorrncia de eventos extremos (secas,inundaes, furaces etc.). A rpida elevao das temperaturas no planeta pode levar a srios transtor-nos climticos e ambientais, com intensicao de secas, furaces e inundaes,que causaro extino de espcies (perda de biodiversidade), perdas agrcolas(aumento da fome), subida do nvel do mar (alagamento de reas costeiras),difuso de doenas (entre as quais clera, malria, febre amarela e dengue),entre outros. Essas mudanas traro srios prejuzos materiais (econmicos) ehumanos, com o deslocamento forado de milhes de pessoas, a expanso dafome e o aumento da mortalidade. Por tudo isso, existe, atualmente, uma grande preocupao mundial com omonitoramento dos gases de efeito estufa e a quanticao de sua emisso paraa atmosfera. Nesse sentido, o IPCC desenvolveu uma metodologia de estimativadessas emisses com base em fatores de emisso. No Brasil, houve necessidadede adequaes na metodologia, para atender s peculiaridades do Pas.Indicadores relacionados: consumo industrial de substncias destruidoras da ca-mada de oznio; uso de fertilizantes; terras em uso agrossilvipastoril; queimadase incndios orestais; desorestamento na Amaznia Legal; desmatamento nosbiomas extra-amaznicos; populao residente em reas costeiras; espcies extin-tas e ameaadas de extino; destinao nal do lixo; taxa de crescimento da po-pulao; doenas relacionadas ao saneamento ambiental inadequado; consumode energia per capita; intensidade energtica; participao de fontes renovveisna oferta de energia; reciclagem; rejeitos radioativos: gerao e armazenamento;raticao de acordos globais; e gastos com Pesquisa e Desenvolvimento - PD. 17. Indicadores de desenvolvimento sustentvel - Brasil 2012Dimenso ambiental - AtmosferaComentrios A maior parte dos especialistas considera a elevao dos teores de CO2 naatmosfera como a grande responsvel pela intensicao do efeito estufa ou, pelomenos, por disparar esse processo. Essa elevao atribuda, em termos histricos,principalmente, queima de combustveis fsseis (carvo, petrleo e gs natural)para gerao de energia e, secundariamente, destruio da vegetao natural, es-pecialmente das orestas. Desde o incio da Revoluo Industrial (meados do SculoXVIII) at os dias de hoje, os teores de CO2, na atmosfera, aumentaram de 280 ppm(partes por milho) para 370 ppm. O potencial de elevao da temperatura, na atmosfera, varia bastante, com ohidrouorocarboneto 23 (HFC-23) sendo mais de 10 000 vezes mais potente que oCO2, e o N2O mais de 300 vezes. O CH4 tem potencial mais de 20 vezes superior ao doCO2 na intensicao do efeito estufa. O carter mais crtico do CO2 nesse processose deve s quantidades envolvidas desse gs, e no sua capacidade absoluta dereter calor na atmosfera. Para permitir comparaes entre a participao de diferentesgases e dos vrios setores da atividade humana na intensicao do efeito estufausa-se o CO2 equivalente. Alm da gerao de energia e do desmatamento, outras atividades humanastambm so importantes na emisso de gases de efeito estufa para a atmosfera: pro-cessos industriais; agricultura (uso de fertilizantes nitrogenados e de calcrio, perdasde matria orgnica do solo, emisso de metano em cultivos de arroz inundado); etratamento de resduos (emisses de metano e N2O). Comparado ao perodo de 1990 a 1994, o perodo de 2000 a 2005 apresentouum crescimento mais lento da emisso de gases de efeito estufa no Brasil, embora nototal as emisses associadas ao setor mudana no uso da terra e orestas continuemprevalecendo amplamente, mais de 50% do total das emisses em cada perodo. Com uma matriz energtica com forte participao de gerao hidrulica (hi-dreltricas) e com uso de biomassa (lenha, biocombustveis), o setor de produo deenergia no Brasil contribui pouco para as emisses de gases de efeito estufa - o opostodo que ocorre no resto do mundo, especialmente nos pases mais industrializados. O Protocolo de Quioto, estabelecido em 1997, prope a reduo compulsriadas emisses de gases de efeito estufa para os pases industrializados e incentivos aessa reduo para pases emergentes e pobres. Na Conferncia das Naes Unidas sobre as Mudanas Climticas 2009 (UnitedNations Climate Change Conference) ou V Conferncia das Partes - COP5, realizadaem Copenhague, Dinamarca, no foi obtido acordo para assinatura de compromissosglobais para o controle das emisses desses gases. Em 2011, a COP17, realizada emDurban, frica do Sul, estendeu o Protocolo de Quioto por um perodo de 5 a 8 anos,cujo prazo exato ser denido na COP 18 a realizar-se em Doha, Catar, no nal de 2012. O quadro a seguir apresenta a emisso de CO2 per capita para o Brasil emcomparao com alguns pases. 18. Indicadores de desenvolvimento sustentvel - Brasil 2012 Dimenso ambiental - Atmosfera Quadro 1 - Emisso de CO 2 per capita (t) em pases selecionados, segundo os quartis de distribuio - 2005 Mximo215,1Catar 3 Quartil 24,5 Bielorrssia, Bsnia e Herzegovina (1)Brasil8,9 Mediana 8,5Santa Lcia 1 Quartil2,2Angola Mnimo0,1 Afeganisto, Burundi, Chade, Congo e SomliaFontes: Carbon dioxide emissions per capita (tones). In: United Nations Development Programme. InternationalHuman Development Indicators. New York: UNDP, 2011. Disponvel em: http://hdrstats.undp.org/en/indicators/105806.html. Acesso em: mar. 2012; e Segunda comunicao nacional do Brasil Conveno-Quadro das Na-es Unidas sobre Mudana do Clima. Braslia, DF: Ministrio da Cincia e Tecnologia - MCT, 2010. v. 1. Dispo-nvel em: http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/326751.html. Acesso em: jan. 2012.(1) Estes pases so os que mais se aproximam do valor do 3 quartil. Grfico 1 - Estimativa das emisses lquidas de origem antrpica degs carbnico (CO) por ano, por setor de emissoBrasil - 1990/2005Gg1 800 0001 600 0001 400 0001 200 0001 000 000 800 000 600 000 400 000 200 0000 1990199420002005 EnergiaProcessos industriais Mudanas no uso da terra e florestas Tratamento de resduos (1)Fonte: Segunda comunicao nacional do Brasil Conveno-Quadro das Naes Unidas sobre Mudana do Clima.Braslia, DF: Ministrio da Cincia e Tecnologia - MCT, 2010. v. 1. Disponvel em: http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/326751.html. Acesso em: mar. 2012.Nota: Gg = 1000 t.(1) Os dados de emisso de gs carbnico no so representveis, correspondendo a 24 Gg, 63 Gg, 92 Gg e 110 Gg para1990, 1994, 2000 e 2005, respectivamente. 19. Indicadores de desenvolvimento sustentvel - Brasil 2012Dimenso ambiental - Atmosfera Grfico 2 - Estimativas das emisses dos principais gases de efeito estufa de origem antrpica, CH4 e CO por setores de emisso Brasil - 1990/2005Gg 45 000 40 000 35 000 30 000 25 000 20 000 15 000 10 000 5 000 0 1990199420002005 1990199420002005 CH 4CH 4CH 4CH 4COCOCOCO Energia Processos industriaisAgropecuria Mudana no uso da Tratamento de resduos terra e florestasFonte: Segunda comunicao nacional do Brasil Conveno-Quadro das Naes Unidas sobre Mudana do Clima.Braslia, DF: Ministrio da Cincia e Tecnologia - MCT, 2010. v. 1. Disponvel em: http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/326751.html. Acesso em: mar. 2012. Grfico 3 - Estimativas das emisses dos principais gases de efeito estufa de origem antrpica, por tipo de gs e setores de emissoBrasil - 1990/2005Gg4 0003 5003 0002 5002 0001 5001 000 5000 19901994 200020051990 199420002005 1990 1994 2000 2005N 2ON 2O N 2O N 2ON OX N OXN OXN OX N M V OC N M V OC N M V OC N M V OC Uso de solventes e EnergiaProcessos industriais outros produtosMudana no uso da AgropecuriaTratamento de resduosterra e florestasFonte: Segunda comunicao nacional do Brasil Conveno-Quadro das Naes Unidas sobre Mudana do Clima.Braslia, DF: Ministrio da Cincia e Tecnologia - MCT, 2010. v. 1. Disponvel em: http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/326751.html. Acesso em: mar. 2012. 20. Indicadores de desenvolvimento sustentvel - Brasil 2012 Dimenso ambiental - Atmosfera2 Consumo industrial de substncias destruidoras da camada deoznioO indicador expressa o consumo industrial anual de substncias destruido-ras da camada de oznio (SDOs), constantes nos anexos do Protocolo de Montrealsobre Substncias que Destroem a Camada de Oznio, adotado em 1987.Descrio: as variveis utilizadas neste indicador so as quantidades consumidaspor ano das substncias destruidoras da camada de oznio (SDOs), descritas nosAnexos A, B, C e E do Protocolo de Montreal (clorouorcarbonos - CFCs, cidotricloroactico - TCA, hidrocarbonetos halogenados - HALONs, tetracloreto decarbono - CTC, hidroclorouorocarbonos - HCFCs, brometo de metila, entre ou-tros). O consumo corresponde produo nacional, acrescida das importaese deduzidas as exportaes das substncias em questo.Fonte dos dados: a principal fonte utilizada foi a Coordenao de Proteo daCamada de Oznio, do Ministrio do Meio Ambiente.Comentrios metodolgicos: a partir de janeiro de 2007, o uso do brometo demetila permitido apenas para tratamentos quarentenrios de produtos agr-colas e de pr-embarque, pois o consumo para uso agrcola est proibido. Parao Protocolo de Montreal, os usos permitidos no so considerados consumo e,portanto, no so acrescentados no somatrio total de SDOs.A unidade de medida utilizada a tonelada de potencial de destruio deoznio (PDO). Usa-se como referncia o fator de converso 1 para o CFC-11 e oCFC-12 (1t PDO = 1t de CFC-11 ou de CFC-12).O potencial de destruio da camada de oznio de cada substncia cal-culado a partir de modelos matemticos que levam em conta vrios fatores, taiscomo: a estabilidade do produto; o ritmo de difuso na atmosfera; a quantidadede tomos com capacidade para destruir o oznio por molcula; e o efeito da luzultravioleta e de outras radiaes nas molculas.Relevncia para o desenvolvimento sustentvel: a camada de oznio funda-mental manuteno da vida na Terra, pois absorve a maior parte da radiaoultravioleta B (UV-B) que chega ao planeta. Os raios UV-B so altamente nocivosaos seres vivos, podendo causar mutao, cncer e, em doses mais altas, amorte dos organismos. Para o homem, alm dos efeitos citados anteriormente,a radiao UV-B pode causar catarata e diminuio da resistncia imunolgica.Os efeitos da radiao UV-B podem, tambm, causar reduo das colheitas,degradao dos ecossistemas ocenicos (destruio do toplncton), alteraodos processos de fotossntese e reduo dos estoques pesqueiros. Portanto, esteindicador, ao acompanhar a evoluo do consumo das SDOs, avalia, tambm,riscos futuros sade e qualidade de vida humana.As gravssimas consequncias associadas destruio da camada deoznio levaram a comunidade internacional ao consenso e mobilizao sobrea necessidade de aes imediatas para deter este processo. 21. Indicadores de desenvolvimento sustentvel - Brasil 2012Dimenso ambiental - AtmosferaO Protocolo de Montreal prope a reduo do consumo de SDOs deorigem articial (criadas pelo homem), at sua eliminao e substituiopor compostos no danosos referida camada. Entre as SDOs, as principaiseram os CFCs, de amplo uso industrial. At o momento, no foram encontra-dos compostos substitutos dos CFCs completamente incuos camada deoznio e que sejam, ao mesmo tempo, inofensivos aos seres vivos, estveis,sem cheiro, no inamveis, no corrosivos, sem cloro e de baixo custo. OsHCFCs, cujo consumo vem aumentando com o tempo, so substitutos usuaisdos CFCs, apresentando fatores de converso para PDO baixos. Nos compostossubstitutos ideais, o fator de converso ser igual a zero. Entre os compostosmais promissores para substituir os CFCs esto alguns compostos uoradose hidrocarbonetos.Indicadores relacionados: emisses de origem antrpica dos gases associadosao efeito estufa; uso de fertilizantes; terras em uso agrossilvipastoril; raticaode acordos globais; e gastos com Pesquisa e Desenvolvimento - PD.ComentriosO Brasil vem reduzindo aceleradamente o consumo de substncias destruidorasda camada de oznio (SDOs), superando, inclusive, as metas estabelecidas para o Pasno Protocolo de Montreal. Observa-se, especialmente a partir do nal dos anos 1990,uma forte reduo no consumo de CFCs, TCA, HALONs, CTC e brometo de metila,compostos com maior potencial de dano camada de oznio.Paralelamente a essa reduo, h um crescimento do consumo dos compostosalternativos menos danosos camada de oznio (HCFCs e outros). A partir de 2006,os HCFCs se tornaram as principais SDOs em uso no Brasil, respondendo, em 2010,por todo o consumo industrial de SDOs no Pas. O crescimento, concentrado noHCFC-22 e no HCFC-141 B, acentuou-se a partir de 2006. Por isso, aps vrios anosde declnio, houve um aumento no consumo de SDOs no Brasil nos anos de 2007 e2009. Os HCFCs so utilizados nos setores de refrigerao e ar-condicionado, espuma,solventes e extintores de incndio.Os HCFCs (e seus subprodutos, os HFCs - hidrouorcarbonos), que por seubaixo potencial de dano camada de oznio vm sendo usados como substitutos dosCFCs, so extremamente potentes na induo do aquecimento da Terra, o chamadoefeito estufa. Alguns desses compostos tm potencial de intensicao do efeitoestufa mais de 10 000 vezes maior que o CO2, considerado o principal responsvelpelo aquecimento global. Assim, o uso crescente dos HCFCs minimiza a destruio dacamada de oznio, mas agrava o aquecimento do planeta. Como se pode perceber,no h solues fceis.Desde a entrada em vigor do Protocolo de Montreal, em 1987, tem havido avan-os nas metas acordadas entre os pases signatrios. Em setembro de 2007, as Partesdo Protocolo de Montreal decidiram antecipar os prazos de eliminao da produoe do consumo dos HCFCs, considerando que essas substncias, alm do potencialde destruio da camada de oznio, possuem alto potencial de aquecimento global.Atento a essa deciso, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Natu-rais Renovveis - IBAMA, em 21 de novembro de 2008, adotou a Instruo Normativan 207, que estabelece limites para as importaes anuais de HCFCs. 22. Indicadores de desenvolvimento sustentvel - Brasil 2012 Dimenso ambiental - Atmosfera O consumo de SDOs vem sendo reduzido no apenas no Brasil, mas, de formageral, em todo o mundo. Por isso, embora os resultados experimentais ainda nosejam totalmente conclusivos, parte dos cientistas acredita que o chamado buracona camada de oznio esteja se reduzindo, ou pelo menos se estabilizando, sendo es-perado que, por volta do nal do Sculo XXI, a camada de oznio esteja recuperada.Esses resultados mostram a efetividade da cooperao internacional na resoluodos problemas ambientais do planeta. Atualmente, o xido nitroso poderoso agente do efeito estufa tem sidoconsiderado pelos cientistas a mais importante substncia destruidora da camadade oznio, havendo uma expectativa que esta situao se mantenha durante todo oSculo XXI. Diferentemente dos CFCs e de outros gases degradadores da camada deoznio, que so substncias criadas pelo homem, o xido nitroso est presente nociclo do nitrognio na natureza. Por isso, a emisso do xido nitroso no reguladapelo Protocolo de Montreal sobre SDOs. Um tero das emisses anuais desse gs sooriundas de atividades humanas (uso de fertilizantes na agricultura, tratamento deesgoto, utilizao de combustveis fsseis, esterco de gado e processos industriais).O xido nitroso tambm um gs de efeito estufa. O controle e a reduo da suaemisso podero, ao mesmo tempo, melhorar o estado de degradao da camadade oznio e reduzir a presso sobre o sistema climtico.Grfico 4 - Consumo de substncias destruidoras dacamada de oznio - Brasil - 1992-2010Toneladas PDO 14 000 12 000 10 0008 0006 0004 0002 0000 - 2 000 19921993 1994 19951996 19971998 19992000 2001 20022003 200420052006 20072008 20092010 Total de substncias destruidorasCFCs Outras substncias (1) da camada de oznioFonte: Ministrio do Meio Ambiente, Coordenao de Proteo da Camada de Oznio.Nota: Tonelada PDO = tonelada de Potencial de Destruio da Camada de Oznio (1t PDO = 1t de CFC-11 ou CFC-12).(1) TCA; HALON, CTC, HCFC, brometo de metila (entre os anos de 1992 e 2006) e outros. 23. Indicadores de desenvolvimento sustentvel - Brasil 2012Dimenso ambiental - Atmosfera3 Concentrao de poluentes no ar em reas urbanas O indicador expressa a qualidade do ar e fornece uma medida da exposioda populao poluio atmosfrica nas reas urbanas.Descrio: as variveis utilizadas neste indicador so as concentraes mdiase mximas observadas de poluentes e o nmero de violaes dos padres pri-mrios do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA em um determinadolocal, no perodo de um ano. Foram selecionados para apresentao os seguintes poluentes: partculastotais em suspenso (PTS); partculas inalveis (PM10); dixido de enxofre (SO2);dixido de nitrognio (NO2); oznio (O3); e monxido de carbono (CO), medidosem microgramas por metro cbico (g/m). Os poluentes escolhidos so os que mais afetam a sade da populao,sendo, portanto, aqueles usualmente mensurados pelos rgos ambientais. Soapresentados os dados relativos a algumas Regies Metropolitanas e o DistritoFederal, que, por constiturem as maiores aglomeraes urbanas do Pas, con-centram os problemas de poluio do ar. A concentrao mxima anual observada de cada poluente correspondeao maior dos valores mximos obtidos entre as estaes de monitoramentopresentes em cada Regio Metropolitana e no Distrito Federal. Assim, para umdado poluente, a concentrao mxima anual observada no necessariamentevir sempre de uma mesma estao de monitoramento. Do mesmo modo, emcada ano, frequentemente as concentraes mximas dos diferentes poluentesso observadas em diferentes estaes de monitoramento. As concentraes mdias de poluentes apresentadas foram calculadas como amdia aritmtica dos valores mdios anuais obtidos nas estaes de medio presentesem cada cidade, Regio Metropolitana e Distrito Federal. Para o PTS, o valor mdiode cada estao de medio a mdia geomtrica anual, enquanto para os outrospoluentes (PM10, SO2 e NO2) a mdia aritmtica anual. Assim, a concentrao mdiageral por cidade apresentada para o PTS a mdia aritmtica de mdias geomtricas,enquanto para o PM10, o SO2 e o NO2 a mdia aritmtica de mdias aritmticas.Fontes dos dados: as principais fontes utilizadas foram: rgos estaduais, se-cretarias municipais de meio ambiente e instituies privadas, discriminados, aseguir, com a identicao das respectivas Regies Metropolitanas: FundaoEstadual do Meio Ambiente - FEAM (Belo Horizonte); Instituto Ambiental doParan - IAP (Curitiba); Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hdricos doDistrito Federal - Braslia Ambiental - IBRAM (Distrito Federal); Ar do Sul - RedeAutomtica de Monitoramento da Qualidade do Ar, da Fundao Estadual deProteo Ambiental - FEPAM (Porto Alegre); Agncia Estadual de Meio Ambiente- CPRH (Recife); Instituto Estadual do Ambiente - INEA (Rio de Janeiro); CETREL:empresa de proteo ambiental (Salvador); Companhia Ambiental do Estadode So Paulo - CETESB (So Paulo); e Rede Automtica de Monitoramento daQualidade do Ar da Regio da Grande Vitria - RAMQAr, do Instituto Estadualde Meio Ambiente e Recursos Hdricos - IEMA e Secretaria Municipal de MeioAmbiente - SEMMAM (Vitria). 24. Indicadores de desenvolvimento sustentvel - Brasil 2012Dimenso ambiental - AtmosferaComentrios metodolgicos: para a anlise dos grcos, importante observarque o monitoramento da qualidade do ar, em cada Regio Metropolitana, di-ferenciado, tanto pelas metodologias usadas, equipamentos e nmero de esta-es, quanto pelas condies geogrcas e meteorolgicas locais. Dessa forma,a comparao entre os valores apresentados pelas diferentes cidades deve serfeita com cuidado, levando-se em considerao essas ressalvas.Relevncia para o desenvolvimento sustentvel: a poluio do ar nos grandescentros urbanos um dos grandes problemas ambientais da atualidade, comimplicaes graves na sade da populao, especialmente em crianas, idosose portadores de doenas do aparelho respiratrio, como asma e insucinciarespiratria. Sob este aspecto, enquanto os valores mximos anuais destacameventos e momentos crticos de poluio, denominada poluio aguda as m-,dias anuais mostram o estado comum, normal da atmosfera, evidenciando o quepodemos chamar de poluio crnica Por isso, os valores crticos do padro.CONAMA para as concentraes mdias anuais so bem menores que aquelespara os valores dirios. A concentrao de poluentes no ar o resultado das emisses provenien-tes de fontes estacionrias (indstrias, incineradores etc.) e mveis (veculosautomotores) conjugadas a outros fatores, tais como: clima; topograa; uso dosolo; distribuio e tipologia das fontes; condies de emisso; e disperso localdos poluentes. O monitoramento do ar, nas reas urbanas, fornece informaes sistem-ticas sobre a qualidade do ambiente, subsidiando aes de scalizao, controlee gesto da qualidade do ar, tais como a melhoria dos transportes pblicos e aintroduo de tecnologias menos poluentes. O controle da poluio do ar realizado atravs do monitoramento dospoluentes mais relevantes. Entre eles, esto o NO2 e o SO2, resultantes da queimade combustveis fsseis; o O3, produzido fotoquimicamente pela ao da radiaosolar sobre os xidos de nitrognio e os compostos orgnicos volteis liberadosna combusto da gasolina, do diesel e de outros combustveis; e o CO, o PM10 eo PTS, poluentes que resultam da queima incompleta de combustveis em vecu-los e fontes estacionrias. O NO2 e o SO2 so gases causadores de chuva cida,enquanto o O3 um forte oxidante, provocando irritao das mucosas e das viasrespiratrias. O CO um composto altamente txico. O material particulado, es-pecialmente aquele mais no, o PM10, provoca e agrava as doenas respiratrias,alm de servir como agente transportador de gases txicos (adsorvidos superfciedas partculas) para o pulmo e, consequentemente, para a corrente sangunea. Padres primrios de qualidade do ar so as concentraes de poluentesque, se ultrapassadas, podem afetar direta e imediatamente a sade da popu-lao, sendo considerados como nveis mximos tolerveis de concentrao depoluentes atmosfricos, constituindo-se em metas de controle da qualidade doar de curto e mdio prazos. So valores de referncia denidos pela legislaopertinente que levam em considerao as emisses, as concentraes mdiase mximas permitidas, as condies e os limites de saturao de cada poluenteatmosfrico, conforme o quadro a seguir. 25. Indicadores de desenvolvimento sustentvel - Brasil 2012Dimenso ambiental - AtmosferaQuadro 2 - Padres nacionais primrios de qualidade do arpara concentraes dirias e mdias anuaisDixidoDixidoMonxido Partculas totais Partculasdede deOznioPoluenteem suspenso inalveisenxofre nitrogniocarbono(O3) (1) (PTS)(PM10) (SO2) (NO2) (CO) (1)Tempo de amostragem / 24 h(2) MGA24 h (3) MAA24 h (3) MAA 1h(3) MAA 8h 1hMdias utilizadas Padro primrio24080150 5036580320 100 10 000 160g/m3Fonte: Conselho Nacional de Meio Ambiente (Brasil). Resoluo n 003, de 28 de junho de 1990. Dispe sobrea necessidade de ampliar o nmero de poluentes atmosfricos passveis de monitoramento e controle no Pas.Dirio Ocial [da] Repblica Federativa do Brasil, Braslia, DF, 22 ago. 1990. Seo 1, p. 15937-15939. Disponvelem: http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res90/res0390.html. Acesso em: maio 2010.(1)No so calculadas mdias anuais (2) Mdia geomtrica anual (3) Mdia aritmtica anual. No ano de 2005, a Organizao Mundial da Sade - OMS (World HealthOrganizacion - WHO) revisou seus padres de qualidade do ar, tornando-os maisrestritivos que os anteriormente usados, tendo adotado valores mais baixos deconcentrao aceitvel para a maioria dos poluentes. Esses valores so, em geral,mais baixos que aqueles aceitos pela legislao brasileira. Por exemplo, para oNO2, os novos valores mximos recomendados pela OMS so 200 g/m3 e 40g/m3, respectivamente, para 1 hora e mdia anual.Indicadores relacionados: queimadas e incndios orestais; populao residenteem reas costeiras; Produto Interno Bruto per capita; consumo de energia per capi-ta; intensidade energtica; participao de fontes renovveis na oferta de energia;raticao de acordos globais; e gastos com Pesquisa e Desenvolvimento - PD.ComentriosNa maior parte das Regies Metropolitanas e no Distrito Federal, a maioria dospoluentes apresenta tendncia estacionria ou de declnio das concentraes mximase mdias observadas com o tempo. Esse resultado decorre, ao menos em parte, deprogramas como o Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar - PRONAR e oPrograma de Controle da Poluio do Ar por Veculos Automotores - PROCONVE, voltados reduo das concentraes de poluentes na atmosfera nos grandes centros urbanos.Observa-se uma tendncia de declnio nas concentraes de alguns poluentes.Esse declnio mais acentuado para os particulados (PTS e PM10), provavelmente,reexo do controle das emisses veiculares, das mudanas tecnolgicas nos motorese da melhoria na qualidade dos combustveis. Apesar disso, os valores de concen-trao anual mdia de PTS e PM10 so ainda muito elevados em algumas RegiesMetropolitanas (Curitiba, Rio de Janeiro, So Paulo e Vitria) e no Distrito Federal. Aocontrrio do observado para SO2 e NO2, as concentraes anuais mdias de PTS ePM10 esto acima do padro primrio do CONAMA em algumas Regies Metropolitanas,como Rio de Janeiro, e no Distrito Federal.No caso do Distrito Federal os elevados valores de PTS reetem, provavelmente,as condies climticas locais e a ocorrncia de queimadas no entorno de Brasliadurante a estao seca. 26. Indicadores de desenvolvimento sustentvel - Brasil 2012 Dimenso ambiental - Atmosfera A mais evidente exceo tendncia de queda nas concentraes mximas mostrada pelo oznio. Este poluente de difcil controle, sendo gerado, na baixaatmosfera, por reaes fotoqumicas entre xidos de nitrognio e compostos org-nicos volteis, ambos oriundos da queima de combustveis fsseis. O aumento dafrota de veculos automotores nas grandes cidades brasileiras diculta o controle dasconcentraes do O3, alm de aumentar a emisso direta dos outros poluentes do ar. Grfico 5 - Concentrao mxima anual, por tipo de substncia poluente nas Regies Metropolitanas de Belo Horizonte, Curitiba, Distrito Federal, Porto Alegre,Rio de Janeiro, Salvador, So Paulo, Recife e Vitria - 1995-2010 PTS PM10g/m g/m1600 7001400 6001200 5001000 400 800 300 600 200 400 100 200 01996 199719981999 2001 2002 20032004 2005 2006 2007 20082009 20102000 19950 19961997 199819992001 20022003 20042005 20062007 20082009 2010 20001995 Recife (1)VitriaSalvador (Camaari) (2)Belo Horizonte Rio de JaneiroSo PauloVitriaRio de Janeiro CuritibaPorto Alegre So PauloCuritiba Distrito FederalPadro CONAMAPorto Alegre Distrito FederalPadro CONAMA g/m SO2g/mNO2 1 500 800 1 250 600 1 000 750 400 500 200 250 0 0 19961997 199819992001 20022003 20042005 20062007 20082009 20101996 199719981999 2001 2002 20032004 2005 2006 2007 20082009 2010 200020001995 1995Recife (1)Salvador (Camaari) (2) Recife (1)Salvador (Camaari) (2)Belo HorizonteVitria Belo HorizonteVitriaRio de JaneiroSo Paulo Rio de JaneiroSo PauloCuritibaPorto AlegreCuritibaPorto AlegreDistrito FederalPadro CONAMA Padro CONAMAOznio (O)3g/mCO g/m 19961997 199819992001 20022003 20042005 20062007 20082009 2010 20001995 19961997 1998 199920012002 20032004200520062007 20082009 201020001995 Salvador (Camaari) (2) Belo Horizonte Salvador (Camaari) (2) Belo Horizonte Vitria Rio de Janeiro Vitria Rio de Janeiro So Paulo Curitiba So Paulo Curitiba Porto AlegrePadro CONAMAPorto Alegre (3)Padro CONAMAFontes: Fundao Estadual do Meio Ambiente - FEAM (Belo Horizonte); Instituto Ambiental do Paran - IAP (Curitiba); Instituto do Meio Ambientee dos Recursos Hdricos do Distrito Federal - Braslia Ambiental - IBRAM (Distrito Federal); Ar do Sul - Rede Automtica de Monitoramento daQualidade do Ar (Porto Alegre); Instituto Estadual do Ambiente - INEA (Rio de Janeiro); CETREL: empresa de proteo ambiental (Salvador);Companhia Ambiental do Estado de So Paulo - CETESB (So Paulo); Agncia Estadual de Meio Ambiente - CPRH (Recife); Rede Automtica deMonitoramento da Qualidade do Ar da Regio da Grande Vitria - RAMQAr (Vitria); e Secretaria Municipal de Meio Ambiente - SEMMAM (Vitria).(1) Perodo de medio das concentraes foi de janeiro a maro de 2005, de agosto a dezembro de 2006 e de fevereiro a junho de 2007.(2) Houve monitoramento somente nos municpios vizinhos ao Polo Industrial de Camaari. (3) Em 2002, a mxima registrada inicialmente emppm (8,61 ppm) no ultrapassou o padro primrio (9 ppm); por isso, mesmo que a converso para g/m tenha produzido um valor(10.081 g/m) acima do padro, no foi considerado violao do limite de 10 000 g/m. 27. Indicadores de desenvolvimento sustentvel - Brasil 2012Dimenso ambiental - AtmosferaGrfico 6 - Nmero de violaes do padro primrio nacional de qualidade do ar, por poluente, nas Regies Metropolitanas de Belo Horizonte, Curitiba, Distrito Federal, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador (Camaari), So Paulo, Recife e Vitria - 1995-2010PTSPM10300180 160250 140200120 10015080100 60405020 00 199619971998 1999 20012002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 200920101995 19961997 1998 199920002001200220032004 20052006 20072008 2009201020001995 SalvadorRecife (1)VitriaRio de Janeiro Belo Horizonte Vitria (Camaari)(2)So Paulo Curitiba Porto AlegreRio de Janeiro So PauloCuritibaDistrito Federal Porto Alegre Distrito FederalSO2NO2 9014 8012 7010 60 8 50 40 6 30 4 20 2 10 001996 19971998 1999 20012002 200320042005200620072008200920101995 19961997 19981999 2000 2001 2002 2003 2004 20052006 20072008 200920102000 1995SalvadorSalvadorRecife (1) Belo HorizonteRecifeBelo Horizonte(Camaari)(2) (Camaari)(2)Vitria Rio de Janeiro So Paulo VitriaRio de Janeiro So PauloCuritibaPorto Alegre Distrito FederalCuritiba Porto Alegre Oznio (O)3CO600120500100400 80300 60200 40100 20 0020101996 1997199819992001 20022003 20042005200620072008200920101995 19961997 1998199920002001200220032004 20052006 20072008 2009 2000 1995Salvador SalvadorBelo Horizonte Vitria Belo HorizonteVitria(camaari)(2)(camaari)(2)Rio de JaneiroSo PauloCuritibaRio de JaneiroSo Paulo CuritibaPorto Alegre Porto AlegreFontes: Fundao Estadual do Meio Ambiente - FEAM (Belo Horizonte); Instituto Ambiental do Paran - IAP (Curitiba); Instituto do Meio Ambientee dos Recursos Hdricos do Distrito Federal - Braslia Ambiental - IBRAM (Distrito Federal); Ar do Sul - Rede Automtica de Monitoramento daQualidade do Ar (Porto Alegre); Instituto Estadual do Ambiente - INEA (Rio de Janeiro); CETREL: empresa de proteo ambiental (Salvador);Companhia Ambiental do Estado de So Paulo - CETESB (So Paulo); Agncia Estadual de Meio Ambiente - CPRH (Recife); Rede Automtica deMonitoramento da Qualidade do Ar da Regio da Grande Vitria - RAMQAr (Vitria); e Secretaria Municipal de Meio Ambiente - SEMMAM (Vitria).(1) Perodo de medio das concentraes foi de janeiro a maro de 2005, de agosto a dezembro de 2006 e de fevereiro a junho de 2007.(2) Houve monitoramento somente nos municpios vizinhos ao Polo Industrial de Camaari. 28. Indicadores de desenvolvimento sustentvel - Brasil 2012 Dimenso ambiental - AtmosferaGrfico 7 - Concentrao mdia anual, por tipo de substncia poluente nas Regies Metropolitanas de Belo Horizonte, Curitiba, Distrito Federal, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador, So Paulo, Recife e Vitria - 1995-2010PTSPM10g/mg/m350 150300120250 90200 60150 30100 50 01995 1996 19971998 19992000 20012002 20032004 2005 20062007 20082009 20100 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010Salvador (Camaari) (3) Belo HorizonteVitria Rio de JaneiroRecife (1) VitriaRio de JaneiroSo Paulo CuritibaSo PauloCuritiba Distrito Federal (2)Porto AlegreDistrito Federal (2)Padro CONAMA Padro CONAMASO2 NO2 g/m g/m 90 120 80100 70 6080 50 60 40 3040 20 20 100 019951996199719981999200020012002200320042005200620072008200920101995 1996 19971998 19992000 20012002 20032004 2005 20062007 20082009 2010 Recife (1) Salvador (Camaari) (3) Recife (1) Salvador (Camaari) (3) Belo Horizonte Vitria Belo Horizonte Vitria Rio de Janeiro So Paulo Rio de Janeiro So Paulo Curitiba Porto AlegreCuritiba Porto Alegre Distrito Federal (2) Padro CONAMA Padro CONAMAFontes: Fundao Estadual do Meio Ambiente - FEAM (Belo Horizonte); Instituto Ambiental do Paran - IAP (Curitiba); Instituto do Meio Ambientee dos Recursos Hdricos do Distrito Federal - Braslia Ambiental - IBRAM (Distrito Federal); Ar do Sul - Rede Automtica de Monitoramento daQualidade do Ar (Porto Alegre); Instituto Estadual do Ambiente - INEA (Rio de Janeiro); CETREL: empresa de proteo ambiental (Salvador);Companhia Ambiental do Estado de So Paulo - CETESB (So Paulo); Agncia Estadual de Meio Ambiente - CPRH (Recife); Rede Automtica deMonitoramento da Qualidade do Ar da Regio da Grande Vitria - RAMQAr (Vitria); e Secretaria Municipal de Meio Ambiente - SEMMAM (Vitria).(1) Perodo de medio das concentraes foi de janeiro a maro de 2005, de agosto a dezembro de 2006 e de fevereiro a junho de 2007. (2)As estaes de monitoramento de qualidade do ar funcionaram de junho a dezembro de 2005. (3) Houve monitoramento somente nosmunicpios vizinhos ao Polo Industrial de Camaari. 29. Indicadores de desenvolvimento sustentvel - Brasil 2012Dimenso ambiental - Atmosfera Mapa 1 - Concentrao mxima anual de poluentes no ar em algumas Regies Metropolitanas - 2010 -70-60 -50 -40V E N E Z U E L ACAYENNEY#Cabo Orange SURINAME GUYANEC O L O M B I ABOA VISTA #YGUYANARORAIMA AMAP Cabo Raso do Norte I. CavianaMACAP0ECUADORY#ECUADOR0 ILHA DE MARAJY# BELM MARANHO SO LUS # Y MANAUS Y #CEARArquip. de Fernando de NoronhaY#FORTALEZA Atol das RocasTERESINA#Y RIO GRANDEDO NORTEP A R A MA Z ON A S#Y NATAL PIAUPARABAY# JOO PESSOARECIFEY# ACREY# PERNAMBUCO PORTO TOCANTINS VELHORIO BRANCOY# Y ALAGOAS# MACEI -10 Y#PALMAS-10 I. DOBA H I A BANANALY# ARACAJU RONDNIA SERGIPE MATO GROSSO1OY# CSALVADOR II. de Itaparica T NPER CUIAB BRASLIAY#LY#D.F. TGOIS2A Y # LA PAZY #GOINIA MINAS GERAIS BOLIVIAOA NArquip. de Abrolhos 3O C E BELO MATO GROSSO DO SUL HORIZONTE Y # ESPRITO SANTOY#CAMPO Y # P A C F I C O -2 0GRANDE 4 VITRIA -2 0 PARAG UAYE Y 5RIO DE JANEIRO6# RIO DE JANEIROLY#SO PAULO I. de So Sebastio RNIOAP RIC O DE C TR P ICTR P ICSO PAULOO DE CIAP RIC RNIO#Y ASUNCINCURITIBA Y #H PARAN 7I. de So Francisco O C E A N OC A R G E N T I N A I. de Santa Catarina Y # FLORIANPOLIS SANTA CATARINA PORTO ALEGRE Y # 8RIO GRANDE DO SUL La. dos Patos -3 0 -3 0 La. Mirim ESCALA : 1 : 25 000 000La. Mangueira1250125250 375500 km URU GUAY SANTIAGOY# BUENOS AIRES MONTEVIDEO PROJEO POLICNICA -70 -60 Y # # Y -50 -40 -30g/m Monxido de carbono (CO)160001400012000 Poluentes do ar10000 .!Sede da regio metropolitana Valores absolutos em g/m 3 80001 Salvador Partculas totais em suspenso (PTS)---------- 989 60002 Braslia 40003 Belo Horizonte Particulado 10micra (PM10) 20004 VitriaDixido de enxofre (SO2 )05 Rio de Janeiro Dixido de nitrognio (NO2 )------- 431Rio deBelo Horizonte JaneiroSo PauloSalvadorCuritibaPorto Alegre Distrito FederalVitria 6 So PauloOznio (O3 ) 7 Curitiba 8 Porto Alegre----- 22Fontes: Fundao Estadual do Meio Ambiente - FEAM (Belo Horizonte); Instituto Ambiental do Paran - IAP (Curitiba); Instituto do Meio Ambiente e dos RecursosHdricos do Distrito Federal - Braslia Ambiental - IBRAM (Distrito Federal); Ar do Sul - Rede Automtica de Monitoramento da Qualidade do Ar (Porto Alegre); InstitutoEstadual do Ambiente - INEA (Rio de Janeiro); CETREL: empresa de proteo ambiental (Salvador); Companhia Ambiental do Estado de So Paulo - CETESB (So Paulo);Rede Automtica de Monitoramento da Qualidade do Ar da Regio da Grande Vitria - RAMQAr (Vitria); e Secretaria Municipal de Meio Ambiente - SEMMAM (Vitria).Nota: Os dados referente ao Distrito Federal so do ano de 2009. 30. Terra4 Uso de fertilizantes O indicador expressa a intensidade de uso de fertilizantes nas reas culti-vadas de um territrio, em determinado perodo.Descrio: as variveis utilizadas na construo deste indicador so a rea plan-tada das principais culturas, expressa em hectares (ha), e as quantidades defertilizantes vendidos e entregues ao consumidor nal, discriminados segundoos nutrientes (nitrognio, fsforo e potssio), expressas em toneladas de N, P2O5e K2O, respectivamente. O indicador a razo entre a quantidade de fertilizantesutilizada anualmente e a rea plantada, sendo medido em kg/ha/ano.Fontes dos dados: as principais fontes utilizadas foram: o Anurio estatstico[do] setor de fertilizantes, divulgado pela Associao Nacional para Difuso deAdubos - ANDA; e o Levantamento Sistemtico da Produo Agrcola - LSPAe/ou a pesquisa Produo Agrcola Municipal - PAM, divulgados pelo InstitutoBrasileiro de Geograa e Estatstica - IBGE.Comentrios metodolgicos: a construo do indicador se adaptou s informaesdisponveis sobre vendas de fertilizantes e rea plantada. O procedimento seguidosubestima os valores da rea plantada, pois somente as culturas de maior importnciaeconmica so acompanhadas pelo LSPA. Isso pode contribuir para a superestimaonos valores de fertilizantes empregados por rea cultivada. A agregao territorialda informao de vendas, segundo as Unidades da Federao, associada nodiscriminao das culturas em que so utilizados os fertilizantes, pode mascarar areal intensidade de utilizao desses insumos. Cada cultura apresenta necessidadesnutricionais e racionalidades econmicas diferenciadas, que implicam diferentesintensidades de uso de fertilizantes. Alm disso, aquisies feitas em uma deter-minada regio podem servir para consumo em outra. O emprego de fertilizantesno se distribui de maneira homognea por todo o territrio, mas varia segundo osagroecossistemas, os tipos de cultivo e as tcnicas de manejo das culturas. Cabe res-saltar que o setor de fertilizantes apresenta uma grande dependncia externa, sendonecessria a importao da maioria dos produtos para atender demanda nacional.Relevncia para o desenvolvimento sustentvel: a agricultura moderna tem gera-do impactos ambientais que comprometem a sustentabilidade dos ecossistemasagrcolas a mdio e longo prazos, embora esteja elevando a produtividade epermitindo atingir nveis de produo que atendem s demandas do mercado.Os fertilizantes so largamente utilizados para o aumento da produtividade agro-pastoril, estando associados eutrozao dos rios e lagos, acidicao dossolos, contaminao de aquferos e reservatrios de gua, e gerao de gasesassociados ao efeito estufa. O acompanhamento desse indicador permite tantoavaliar a evoluo da intensidade de uso de fertilizantes no Pas quanto subsidiarestudos de riscos qualidade da gua de rios, lagos e aquferos subterrneos. O 31. Indicadores de desenvolvimento sustentvel - Brasil 2012Dimenso ambiental - Terraprocesso de modernizao do campo, tendo como consequncia o aumentodo uso de insumos, entre os quais os fertilizantes, traz ganhos econmicose de produtividade, mas tambm apresenta implicaes ambientais que noforam ainda completamente avaliadas, tais como a eutrozao e a contami-nao de aquferos.Indicadores relacionados: emisses de origem antrpica dos gases associadosao efeito estufa; consumo industrial de substncias destruidoras da camadade oznio; uso de agrotxicos; terras em uso agrossilvipastoril; queimadas eincndios orestais; desorestamento na Amaznia Legal; desmatamento nosbiomas extra-amaznicos; qualidade de guas interiores; Produto Interno Brutoper capita; balana comercial; e gastos com Pesquisa e Desenvolvimento - PD.ComentriosA quantidade de fertilizantes comercializada por rea plantada praticamentedobrou entre 1992 e 2004. Em relao ao perodo de 2003 a 2005, a queda pode serexplicada pela crise na agricultura, tendo como consequncia a descapitalizao doagricultor. J o ano de 2007 registra a maior quantidade de fertilizantes comercializadapor rea desde 1992, tendo contribudo para isso: o setor canavieiro, com grande de-manda; os produtores de gros e algodo; a antecipao de compras pelos produtores;alm da adoo de novas tecnologias. As lavouras de soja, milho, cana-de-acar,caf, algodo herbceo e arroz foram as que mais consumiram esses insumos.Do rol de fertilizantes, o potssio apresentou o maior crescimento relativo de1992 a 2007, embora o consumo de todos os nutrientes tenha crescido em torno deduas vezes no perodo. O potssio e o fsforo apresentam consumo similar e maisalto que o nitrognio. O menor consumo de nitrognio est associado a seu baixouso na cultura de soja, que se aproveita da xao biolgica deste nutriente. Essa uma das vantagens ambientais da agricultura brasileira, cuja composio tem a par-ticipao expressiva da cultura da soja, acarretando economia de recursos naturais,pois, do contrrio, o uso intensivo de nitratos tende a contaminar o lenol fretico, oque constitui uma sria ameaa sade da populao e ao uso futuro dos aquferossubterrneos. Alm disso, os xidos de nitrognio, oriundos de reaes qumicasdos fertilizantes nitrogenados no solo, podem alcanar as camadas mais altas daatmosfera, contribuindo para a destruio da camada de oznio. Segundo algunspesquisadores, com a reduo na produo de clorouorcarbonos (CFCs) e de outrassubstncias destruidoras do oznio (O3), crescente a importncia dos xidos denitrognio nesse processo.Quanto aos anos de 2008 e 2009, com a crise econmica internacional, houveuma queda na entrega de fertilizantes, provocando um declnio mais notvel nasvendas de potssio. O potssio o nutriente com maior dependncia da exportao,sendo que a sua produo no Pas corresponde a cerca de 8% do total consumido.Finalmente, o ano de 2010 foi marcado por forte demanda no mercado inter-nacional por commodities, estimulando o plantio e consequentemente a compra defertilizantes. Com isso, houve uma considervel recuperao do consumo de nutrientespor rea plantada, notadamente o consumo do potssio. 32. Indicadores de desenvolvimento sustentvel - Brasil 2012 Dimenso ambiental - Terra Grfico 8 - Quantidade comercializada de fertilizantes por rea plantada Brasil - 1992-2010kg/ha180,0160,0140,0120,0100,080,060,040,020,0 0,0 19921993 1994 19951996 19971998 1999 20002001 20022003 20042005 20062007 20082009 2010TotalNitrognio (N) Fsforo (P2O5)Potssio (K2O)Fontes: Anurio estatstico [do] setor de fertilizantes 1992-2010. So Paulo: Associao Nacional para Difusode Adubos - ANDA, 1993-2011; Levantamento sistemtico da produo agrcola: pesquisa mensal de previsoe acompanhamento das safras agrcolas no ano civil 2000-2007. Rio de Janeiro: IBGE, v. 12-19, 2000-2007 .Disponvel em: ftp://ftp.ibge.gov.br/Producao_Agricola/Levantamento_Sistematico_da_Producao_Agricola_%5Bmensal%5D/Fasciculo. Acesso em: maio 2010; e Produo agrcola municipal 2008-2010. In: IBGE. Sidra:sistema IBGE de recuperao automtica. Rio de Janeiro, 2011. Disponvel em: http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/pesquisas/pam/default.asp. Acesso em: out. 2011.Grfico 9 - Utilizao de fertilizantes, segundo as Grandes Regies e asUnidades da Federao - 2010 BrasilNorteRoraima AmapTocantins Par RondniaAmazonas AcreNordeste AlagoasBahia Maranho Pernambuco PiauSergipeRio Grande do NorteParabaCear Sudeste Minas GeraisEsprito SantoSo PauloRio de Janeiro SulRio Grande do SulSanta Catarina ParanCentro-OesteGoisMato GrossoDistrito FederalMato Grosso do Sulkg/ha050 100 150200250300Fontes: Anurio estatstico [do] setor de fertilizantes 2010. So Paulo: Associao Nacional para Difuso de Adubos - ANDA,2011; e Produo agrcola municipal 2010. In: IBGE. Sidra: sistema IBGE de recuperao automtica. Rio de Janeiro, 2011.Disponvel em: http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/pesquisas/pam/default.asp. Acesso em: out. 2011. 33. Indicadores de desenvolvimento sustentvel - Brasil 2012Dimenso ambiental - TerraMapa 2 - Vendas de fertilizantes, por rea cultivada - 2010-70-60-50-40 V E N E Z U E L ACAYENNE# YCabo OrangeSURINAMEGUYANEC O L O M B I ABOA VISTA Y #GUYANA RORAIMAAMAPCabo Raso do Norte I. CavianaMACAP0ECUADORY# ECUADOR0 ILHA DE MARAJY#BELMMARANHOSO LUSY#MANAUSY# CEAR Arquip. de Fernando de NoronhaY#FORTALEZA Atol das RocasTERESINAY# RIO GRANDEDO NORTEP A R A M A Z ON AS Y # NATAL PIAUPARABA Y # JOO PESSOARECIFE Y #ACREY#PERNAMBUCO PORTO TOCANTINS VELHO RIO BRANCOY#Y ALAGOAS #MACEI -10Y#PALMAS -10 I. DO BA H I A BANANAL Y # ARACAJU RONDNIASERGIPEMATOGROSSO OY#CSALVADORI I. de ItaparicaTBOLIVIANPER CUIABY# BRASLIALY#D.F.T-70-60 -50-40 -30GOIS ANitrognio Y #GOINIA0 ECUADOR 0MINAS GERAIS O A NArquip. de Abrolhos O C E BELO MATO GROSSO DO SULHORIZONTEESPRITO SANTOY#Y# CAMPOY#O GRANDE VITRIA C-2 0 I T-10-10NLTA RIO DE JANEIROPARAG UAY Y# RIO DE JANEIRO # Y Venda por unidade deN O SO PAULOI. de So SebastioO C E A rea cultivada (kg/ha)P A C F I C O SO PAULOY# ASUNCINCURITIBA Y #-20 -2 0PARAN 4,8 a 14,4Venda por unidade de TRPIC I. de So Franciscorea cultivada (kg/ha)O DE CAP RICR NIO 14,5 a 84,0 1,6 a 9,0O C E A N OARG EN TINAY I. de Santa Catarina # FLORIANPOLIS 84,1 a 149,8 9,1 a 20,120,2 a 34,3SANTA CATARINA149,9 a 205,734,4 a 60,0-3 0205,8 a 264,760,1 a 97,9 -3 0 PORTO ALEGRE -70-60 -50-40-30 Y #-70-60 -50-40 -30 RIO GRANDE -70 -60 -50-40-30DO SULFsforo La. dos Patos Potssio0 ECUADO R0La. Mirim 0 ECUADO R0La. Mangueira URU GUAY MONTEVIDEO Y # -50 ESCALA : 1 : 25 000 000OO C C1250 125250 375 500 kmII T T-10-10-10 -10NNPROJEO POLICNICALLTTAAA N O A N OO C E O C E P A C F I C OP A C F I C O-20-20 -2 0 -2 0Venda por unidade deVenda por unidade derea cultivada (kg/ha) TRPICO DE CAP RICR NIOrea cultivada (kg/ha) TRPIC O DE CAPRICRNIO 1,5 a 6,91,1 a 15,0 O C E A N OO C E A N O 7,0 a 24,315,1 a 35,024,4 a 41,035,1 a 51,741,1 a 59,751,8 a 72,80 370 km-3 0 -3 059,8 a 82,3 -3 072,9 a 94,3 -3 0 1 : 70 000 000 -70-60 -50 -40 -30-70-60-50-40-30Fontes: Anurio estatstico [do] setor de fertilizantes 2010. So Paulo: Associao Nacional para Difuso de Adubos - ANDA, 2011; e Produo agrcola muni-cipal 2010. In: IBGE. Sidra: sistema IBGE de recuperao automtica. Rio de Janeiro, 2011. Disponvel em: http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/pesquisas/pam/default.asp. Acesso em: out. 2011. 34. Indicadores de desenvolvimento sustentvel - Brasil 2012 Dimenso ambiental - Terra5 Uso de agrotxicos O indicador expressa a intensidade de uso de agrotxicos nas reas culti-vadas de um territrio, em determinado perodo.Descrio: as variveis utilizadas na construo deste indicador so a rea plan-tada das principais culturas, expressa em hectares (ha), e as quantidades deagrotxicos consumidos, discriminados segundo as principais classes de uso(herbicidas, fungicidas, inseticidas, acaricidas e outros, que englobem bacte-ricidas, moluscicidas, reguladores de crescimento, leo mineral, leo vegetal,feromnios, enxofre, adjuvantes e espalhantes adesivos), expressas em tone-ladas por ano (t/ano). O indicador composto pela razo entre a quantidade deagrotxico utilizada anualmente e a rea cultivada, apresentado em kg/ha/ano.Fontes dos dados: as principais fontes utilizadas foram: os Relatrios de consumode ingredientes ativos de agrotxicos e ans no Brasil e/ou a publicao Produtosagrotxicos e ans comercializados em 2009 no Brasil, divulgados pelo InstitutoBrasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis - IBAMA; e oLevantamento Sistemtico da Produo Agrcola - LSPA e/ou a pesquisa Produ-o Agrcola Municipal - PAM, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geograae Estatstica - IBGE.Comentrios metodolgicos: a denominao consumo de agrotxicos refere-se quantidade de agrotxicos entregue ao comrcio e no diretamente aosprodutores. O elenco de culturas acompanhadas pelo LSPA, cujas informaesso consolidadas pela PAM, composto por aquelas de maior importnciaeconmica. A agregao territorial da informao de consumo por Unidade daFederao pode mascarar aquisies feitas em uma determinada regio paraconsumo em outra. O indicador, embora permita que se conhea a distribuioespacial genrica do consumo de agrotxicos por rea, apresenta algumaslimitaes. O consumo por cultura, por exemplo, no pode ser inferido. Casoessa distino fosse possvel, poderia se diferenciar o consumo das reas comolericultura, onde tradicionalmente h uma grande utilizao de insumos, entreesses os agrotxicos das reas com cultura de gros, que apresentam ndicesbem mais baixos de consumo. O cultivo de tomate pode consumir mais de 20kg/ha/ano, enquanto que o da soja consome, no Estado do Paran, cerca de 2kg/ha/ano. Como o cultivo de gros usado em reas muito maiores do que aolericultura, o consumo mdio anual de agrotxicos por ha (3,6 kg/ha em 2009)reete mais o consumo das culturas de gros do que daquelas onde o consumo mais alto. Outra limitao que os agrotxicos comprados em um ano nonecessariamente so utilizados no mesmo ano.Relevncia para o desenvolvimento sustentvel: o aumento da produo dealimentos de maneira sustentvel continua sendo o grande desao do setoragrcola. Os agrotxicos, produtos utilizados para o controle de pragas, doenase ervas daninhas, esto entre os principais instrumentos do atual modelo de de-senvolvimento da agricultura brasileira, centrado em ganhos de produtividade. 35. Indicadores de desenvolvimento sustentvel - Brasil 2012Dimenso ambiental - TerraOs agrotxicos podem ser persistentes, mveis e txicos no solo, na gua e noar. Tendem a acumular-se no solo e na biota, e seus resduos podem chegar sguas superciais por escoamento e s subterrneas por lixiviao. A exposiohumana e ambiental a esses produtos cresce em importncia com o aumentodas vendas. O uso intensivo dos agrotxicos est associado a agravos sadeda populao, tanto dos consumidores dos alimentos quanto dos trabalhadoresque lidam diretamente com os produtos, contaminao de alimentos e de-gradao do meio ambiente. A reduo do consumo de agrotxicos, bem comoa proibio do uso de produtos que comprovadamente ameaam a seguranaalimentar e ocupacional, e a reduo da toxicidade dos produtos usados, impli-cam melhorias na sade da populao e na qualidade do meio ambiente, sendo,portanto, um importante objetivo do desenvolvimento sustentvel. O grandedesao conseguir isso, mantendo ou aumentando a produtividade atual daagropecuria, muito dependente desses insumos.Indicadores relacionados: uso de fertilizantes; terras em uso agrossilvipastoril;queimadas e incndios orestais; desorestamento na Amaznia Legal; desma-tamento nos biomas extra-amaznicos; qualidade de guas interiores; espciesextintas e ameaadas de extino; Produto Interno Bruto per capita; balanacomercial; e gastos com Pesquisa e Desenvolvimento - PD.Comentrios Os agrotxicos mais intensamente aplicados so os herbicidas (mais de 50% dototal), usados no controle de ervas daninhas, seguidos pelos inseticidas, fungicidas eacaricidas. O amplo uso de herbicidas est associado s prticas de cultivo mnimo ede plantio direto no Brasil, tcnicas agrcolas que usam mais intensamente o controlequmico de ervas daninhas. O principal ingrediente ativo de herbicidas o glifosato(Grcos 12 e 13). Segundo a Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria - ANVISA, rgo federalresponsvel pela avaliao toxicolgica para ns de registro de agrotxicos e pelareavaliao de produtos j registrados, o Brasil se destacou no ano de 2008, no cenriomundial, como o maior consumidor de agrotxicos, respondendo, na Amrica Latina,por 86% dos produtos vendidos. Dentre os ingredientes ativos que esto sendo reavaliados pela ANVISA, algunsesto entre os mais consumidos. No ano de 2009, cinco ingredientes ativos foram res-ponsveis por 61,5% do total consumido. Dentre esses, destaca-se o herbicida glifosato,com 38,5% do total de ingredientes ativos consumidos no Pas, que est em processode reavaliao pela ANVISA, tendo como justicativa as seguintes consideraes: largautilizao, casos de intoxicao, solicitao de reviso da ingesto diria aceitvel(IDA) por parte de empresa registrante, necessidade de controle de limite mximo deimpurezas presentes no produto tcnico, e possveis efeitos toxicolgicos adversos. Constam ainda da lista de produtos em processo de reavaliao, os trs inseti-cidas mais consumidos no ano de 2009: metamidofs, acefato e endosulfan, corres-pondendo, respectivamente, a 15,1%, 11,2% e 7,3% dos inseticidas. O metamidofs, por exemplo, desde 2003 est entre os cinco ingredientesativos mais consumidos, com 2,5% do total. Sua reavaliao pela ANVISA se justicapor apresentar toxicidade aguda e um alto grau de neurotoxicidade, alm de constar 36. Indicadores de desenvolvimento sustentvel - Brasil 2012Dimenso ambiental - Terrana lista de substncias perigosas da Conveno de Roterd sobre Procedimento deConsentimento Prvio Informado para o Comrcio Internacional de Certas Subs-tncias Qumicas e Agrotxicos Perigosos, tratado internacional adotado por vriospases em 10 de setembro de 1998 e promulgada no Brasil pelo Decreto n 5.360,de 31 de janeiro de 2005. A lista de produtos em reavaliao aumenta de importncia quando se analisaas condies de uso dos agrotxicos. De acordo com o Censo Agropecurio 2006,77,6% dos responsveis pelos estabelecimentos agropecurios tinham apenas o en-sino fundamental incompleto, o que revela um nvel de escolaridade baixo daquelesque os utilizam. Outras situaes sobre a condio de uso de agrotxicos tambm sedestacaram, como o baixo percentual de adoo de prticas alternativas de controle depragas e doenas (rotao de culturas, controle biolgico, uso de repelentes, caldas,iscas etc.), o elevado nmero de estabelecimentos que no utilizaram nenhum equi-pamento de proteo individual durante a aplicao (21,3%) e o expressivo nmerode estabelecimentos (70,7%) que utilizaram o pulverizador costal, equipamento queapresenta o maior potencial de exposio aos agrotxicos. Foi constatado ainda que,entre os estabelecimentos que utilizaram agrotxicos bastante limitado (21,1%) onmero dos que receberam, regularmente, orientao tcnica. As consequncias das condies de uso dos agrotxicos so notadas quandose observam as informaes sobre as intoxicaes ocorridas nos estabelecimentosagropecurios em 2006, conforme levanta o Censo Agropecurio do mesmo ano,bem como os resultados do Programa de Anlise de Resduos de Agrotxicos emAlimentos - PARA, da ANVISA. Como no poderia deixar de ser, todo o panorama evidenciado vem chamando aateno do meio cientco e da sociedade em geral, que se fazem representar nos frunsnacionais e estaduais que esto acontecendo no Pas, sobre o combate aos impactosdo uso de agrotxicos na sade do trabalhador, do consumidor e ao meio ambiente.Grfico 10 - Consumo nacional anual de agrotxicos e afins, por rea plantadaBrasil - 2000/2009kg/ha de ingrediente ativo4,03,53,02,52,01,51,00,50,0 2000 2001200220032004 20052009 Fontes: Relatrio de consumo de ingredientes ativos de agrotxicos e afins no Brasil 2000-2005. Braslia, DF: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis - I BAMA, 2002-2006; Produtos agrotxi- cos e afins comercializados em 2009 no Brasil: uma abordagem ambiental. Braslia, DF: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis - IBAMA, 2010. Disponvel em: http://www.ibama.gov.br/phocadownload/ Qualidade_Ambiental/produtos_agrotoxicos_comercializados_brasil_2009.pdf. Acesso em: jan. 2012; Levanta- mento sistemtico da produo agrcola: pesquisa mensal de previso e acompanhamento das safras agrcolas no ano civil 2000-2005. Rio de Janeiro: IBGE, v. 12-17 2000-2005. Disponvel em: ftp://ftp.ibge.gov.br/Producao_Agricola/, Levantamento_Sistematico_da_Producao_Agricola_%5Bmensal%5D/Fasciculo. Acesso em: maio 2010; e Produo agrcola municipal 2009. In: IBGE. Sidra: sistema IBGE de recuperao automtica. Rio de Janeiro, 2010. Disponvel em: http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/pesquisas/pam/default.asp. Acesso em: out. 2011. 37. Indicadores de desenvolvimento sustentvel - Brasil 2012Dimenso ambiental - TerraGrfico 11 - Distribuio percentual dos ingredientes ativos deagrotxicos, por classes de uso - Brasil - 2009 HerbicidaInseticida6,4% 7,3% 7,4% 11,2%15,1% 15,1% 71,1% 66,4% Atrazina 2,4-D cido Endosulfam Acefato Outros herbicidasGlifosato MetamidofsOutros inseticidasFungicida7,0%8,4% 8,4% 8,9%55,3%12,0% Tebuconazol MancozebeOxicloreto de cobre Tiofanato-metlicoCarbendazinOutros fungicidasFonte: Produtos agrotxicos e afins comercializados em 2009 no Brasil: uma abordagem ambiental. Braslia,DF: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis - IBAMA, 2010. Disponvel em:http://www.ibama.gov.br/phocadownload/Qualidade_Ambiental/produtos_agrotoxicos_comercializados_brasil_2009.pdf. Acesso em: jan. 2012.Grfico 12 - Consumo dos principais ingredientes ativos de agrotxicosBrasil - 2009toneladas250 000200 000150 000100 000 50 0000 Total Glifosato e seus sais Outros (1)leo Mineral leo Vegetal Enxofre 2,4-D Atrazina MetamidofsAcefatoCarbendazimTiofanato-metlicoOxicloreto De Cobre Mancozebe EndosulfamTebuconazolFonte: Produtos agrotxicos e afins comercializados em 2009 no Brasil: uma abordagem ambiental.Braslia, DF: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis - IBAMA, 2010. Disponvel em:http://www.ibama.gov.br/phocadownload/Qualidade_Ambiental/produtos_agrotoxicos_comercializados_brasil_2009.pdf.Acesso em: jan. 2012.(1) Conjunto dos princpios ativos utilizados e no representados no grfico. 38. Indicadores de desenvolvimento sustentvel - Brasil 2012Dimenso ambiental - Terra Grfico 13 - Consumo dos principais ingredientes ativos de agrotxicosBrasil - 2000/2009toneladas100 000 90 000 80 000 70 000 60 000 50 000 40 000 30 000 20 000 10 0000 2000 2001 20022003 20042005 2006 2009GlifosatoEnxofreleo mineral2,4-DAtrazina Oxicloreto de cobreMetamidofs leo vegetalFonte: Produtos agrotxicos e afins comercializados em 2009 no Brasil: uma abordagem ambiental. Braslia,DF: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis - IBAMA, 2010. Disponvel em:http://www.ibama.gov.br/phocadownload/Qualidade_Ambiental/produtos_agrotoxicos_comercializados_brasil_2009.pdf. Acesso em: jan. 2012. Grfico 14 - Utilizao de agrotxicos e afins, segundo as Grandes Regies e as Unidades da Federao - 2009Brasil NorteAmapRondnia Tocantins RoraimaAcrePar AmazonasNordesteBahia Maranho Pernambuco PiauAlagoasSergipeRio Grande do NorteParaba Cear (1) SudesteRio de JaneiroSo Paulo Minas GeraisEsprito Santo SulRio Grande do SulSanta Catarina ParanCentro-OesteDistrito FederalMato GrossoGoisMato Grosso do Sul kg/ha 0 123 45678 91011Fontes: Produtos agrotxicos e afins comercializados em 2009 no Brasil: uma abordagem ambiental. Braslia, DF:Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis - IBAMA, 2010. Disponvel em:http://ww