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PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO PRODUTO D RELATÓRIO DA PROSPECTIVA E PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO MARÇO/2015

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PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO

PRODUTO D

RELATÓRIO DA PROSPECTIVA E

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

MARÇO/2015

2

FOLHA DE REVISÃO

Rev. Data Elaboração Verificação Aprovação Descrição da Revisão

06/2014 PREFEITURA DEOUVIDOR PRODUTO D

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Elaborado Por Coordenador Equipe Técnica

TERRA ESTUDOS E PROJETOS AMBIENTAIS LTDA

IVALDO DONIZETTI DE OLIVEIRA Rosângela Maria Ribeiro

Izabel C. Moura de Morais

3

SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................ 7

2 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 8

2.1 OBJETIVO ..................................................................................................................................... 9

3 CICLO PDCA ................................................................................................................................. 10

4 ANÁLISE SWOT ............................................................................................................................ 12

4.1 INFRAESTRUTURA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA .......................................................... 13

4.2 INFRAESTRUTURA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO .......................................................... 15

4.3 INFRAESTRUTURA DE DRENAGEM URBANA E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS .............. 17

4.4 INFRAESTRUTURA DE MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS E LIMPEZA URBANA ............. 19

5 CENÁRIOS, OBJETIVOS E METAS ............................................................................................. 22

5.1 INFRAESTRUTURA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA .......................................................... 23

5.2 INFRAESTRUTURA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO .......................................................... 25

5.3 INFRAESTRUTURA DE DRENAGEM URBANA E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS .............. 26

5.4 INFRAESTRUTURA DE MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS E LIMPEZA URBANA ............. 27

6 PROJEÇÃO DE DEMANDAS E PROSPECTIVAS TÉCNICAS ................................................... 29

6.1 INFRAESTRUTURA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ........................................................................... 31

6.1.1 Análise das alternativas de gestão e prestação de serviços ........................................ 31

6.1.2 Projeção da demanda anual de água para toda a área de planejamento ao longo dos

20 anos ............................................................................................................................31

6.1.3 Descrição dos principais mananciais passíveis de utilização para o abastecimento de

água na área de planejamento............................................................................................................... 33

6.1.4 Definição das alternativas de manancial para atender a área de planejamento,

justificando a escolha com base na vazão outorgável e na qualidade da água. ................................... 34

6.1.5 Definição de alternativas técnicas de engenharia para atendimento da demanda

calcula.........................................................................................................................................36

6.1.6 Previsão de eventos de emergência e contingência .................................................... 39

6.2 INFRAESTRUTURA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ........................................................................... 41

6.2.1 Análise das alternativas de gestão e prestação de serviços ........................................ 41

6.2.2 Projeção da vazão anual de esgotos ao longo dos 20 anos para toda a área de

planejamento ............................................................................................................................42

6.2.3 Definição de alternativas técnicas de engenharia para atendimento da demanda

calculada ............................................................................................................................43

6.2.4 Comparação das alternativas de tratamento de esgoto ............................................... 47

6.2.5 Previsão de eventos de emergência e contingência .................................................... 47

6.3 INFRAESTRUTURA DE ÁGUAS PLUVIAIS .......................................................................................... 56

4

6.3.1 Proposta de medidas mitigadoras para os principais impactos identificados, em

particular: ............................................................................................................................56

6.3.2 Diretrizes para o controle de escoamentos na fonte .................................................... 59

6.3.3 Diretrizes para o tratamento de fundos de vale ........................................................... 62

6.3.4 Previsão de eventos de emergência e contingência .................................................... 62

6.4 INFRAESTRUTURA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ...................................................... 63

6.4.1 Planilha com estimativas anuais dos volumes de produção de resíduos sólidos e

percentuais de atendimento pelo sistema de limpeza urbana. .............................................................. 63

6.4.2 Metodologia para o cálculo dos custos da prestação dos serviços públicos de limpeza

urbana e de manejo de resíduos sólidos, bem como a forma de cobrança desses serviços. .............. 65

6.4.3 Regras para o transporte e outras etapas do gerenciamento de resíduos sólidos de

que trata o art. 20 da Lei 12.305/2010, e demais disposições pertinentes da legislação federal e

estadual propondo a definição das responsabilidades quanto à sua implantação e operacionalização.67

6.4.4 Critérios para pontos de apoio ao sistema de limpeza nos diversos setores da área de

planejamento (apoio à guarnição, centros de coleta voluntária, mensagens educativas para a área de

planejamento em geral e para a população específica) ........................................................................ 82

6.4.5 Descrição das formas e dos limites da participação do poder público local na coleta

seletiva e na logística reversa, respeitado o disposto no art. 33 da Lei 12.305/2010, e de outras ações

relativas à responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos. ....................................... 84

6.4.6 Critérios de escolha da área para localização do bota-fora dos resíduos inertes

gerados (excedente de terra dos serviços de terraplenagem, entulhos etc.) ........................................ 85

6.4.7 Identificação de áreas favoráveis para disposição final ambientalmente adequada de

rejeitos, identificando as áreas com risco de poluição e/ou contaminação, observado o Plano Diretor

de que trata o § 1º do art. 182 da Constituição Federal e o zoneamento ambiental. ............................ 86

6.4.8 Procedimentos operacionais e especificações mínimas a serem adotados nos

serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, incluída a disposição final

ambientalmente adequada dos rejeitos. ................................................................................................ 89

6.4.9 Previsão de eventos de emergência e contingência .................................................... 90

7 BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................................. 92

5

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Ciclo PDCA. .......................................................................................................... 10

Figura 2 Matriz SWOT ......................................................................................................... 12

Figura 3. Matriz SWOT de Sistema de Abastecimento de Água. ......................................... 15

Figura 4 Matriz SWOT de Sistema de Esgotamento Sanitário. ............................................ 17

Figura 5. Matriz SWOT de Manejo de Águas Pluviais e Drenagem Urbana. ........................ 19

Figura 6. Matriz SWOT de Manejo de Resíduos Sólidos e Limpeza Urbana. ....................... 21

Figura 7. Sistema de captação e tratamento da água atual e futuro do município de Ouvidor.

............................................................................................................................................ 35

Figura 8. Esquema típico de instalação em uma captação d'água utilizando poço de sucção.

............................................................................................................................................ 38

Figura 9. Fluxograma para seleção de sistemas de tratamento de esgoto. .......................... 45

Figura 10 - Esquema de Tanque de Evapotranspiração. ..................................................... 49

Figura 11 - Sistema tanque séptico/filtro. ............................................................................. 51

Figura 12 - Esquema de sistema de lagoas de estabilização, recomendado. ...................... 55

Figura 13. Curvas de nível. .................................................................................................. 58

Figura 14. Técnicas de enroncamento. ................................................................................ 58

Figura 15. Filtro de boca de lobo.......................................................................................... 59

Figura 16. Pontos de Alagamento do município de Ouvidor. ................................................ 61

Figura 17. Fluxograma de ações. ........................................................................................ 63

Figura 18. Equipe de coleta utilizando EPI. .......................................................................... 70

Figura 19. Armazenamento dos RSS no veículo de coleta. ................................................. 70

Figura 20. Veículo de coleta. ............................................................................................... 70

Figura 21. Caçamba contendo RCC. ................................................................................... 72

Figura 22. Bag. .................................................................................................................... 73

Figura 23. Bombona. ........................................................................................................... 73

Figura 24. Transporte para óleo contaminado...................................................................... 74

Figura 25. Transporte de pneus. .......................................................................................... 75

Figura 26. Coletor papa pilhas. ............................................................................................ 76

Figura 27. Detalhe coletor papa pilhas. ................................................................................ 76

Figura 29. Armazenamento de embalagens de agrotóxicos. ................................................ 77

Figura 29 Local de Entrega Voluntária (LEV). ...................................................................... 83

Figura 30 Logística reversa e Responsabilidade Compartilhada. ......................................... 84

6

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Resumo da Análise SWOT no Sistema de Abastecimento de Água. .................... 13

Tabela 2. Resumo da Análise SWOT no Sistema de Esgotamento Sanitário. ..................... 16

Tabela 3. Resumo da Análise SWOT no Sistema de Manejo de Águas Pluviais. ................ 17

Tabela 4. Resumo da Análise SWOT no Sistema de Manejo de Resíduos Sólidos. ............ 19

Tabela 5. Cenário otimista de abastecimento de água. ........................................................ 23

Tabela 6. Cenário realista de abastecimento de água. ........................................................ 24

Tabela 7. Cenário pessimista de abastecimento de água. ................................................... 24

Tabela 8. Cenário otimista de esgotamento sanitário. .......................................................... 25

Tabela 9. Cenário realista de esgotamento sanitário. .......................................................... 25

Tabela 10. Cenário pessimista de esgotamento sanitário. ................................................... 25

Tabela 11. Cenário otimista de drenagem urbana. .............................................................. 26

Tabela 12. Cenário realista de drenagem urbana. ............................................................... 26

Tabela 13. Cenário pessimista de drenagem urbana. .......................................................... 26

Tabela 14. Cenário otimista de manejo de resíduos sólidos. ............................................... 27

Tabela 15. Cenário realista de manejo de resíduos sólidos. ................................................ 28

Tabela 16. Cenário pessimista de manejo de resíduos sólidos. ........................................... 28

Tabela 17. Cálculo da taxa de crescimento. ........................................................................ 30

Tabela 18. Projeção das demandas de água no município desconsiderando as perdas no

sistema. ............................................................................................................................... 32

Tabela 19. Projeção das demandas de água no município considerando as perdas no

sistema. ............................................................................................................................... 32

Tabela 20. Ações de contingência e emergência. ................................................................ 40

Tabela 21. Projeção da geração de esgoto doméstico. ........................................................ 42

Tabela 22. Comparação entre algumas das opções de tratamento de esgoto mais utilizadas.

............................................................................................................................................ 46

Tabela 23. Descrição sucinta do sistema de tratamento recomendado. .............................. 53

Tabela 24. Vantagens e desvantagens do sistema de tratamento recomendado. ................ 54

Tabela 25. Projeção da quantidade de resíduos sólidos gerados. ....................................... 64

Tabela 26. Estimativas dos valores gastos por ano com coleta de resíduos domiciliares

urbanos e limpeza urbana.................................................................................................... 66

Tabela 27. Caracterização dos resíduos dos serviços de saneamento. ............................... 67

Tabela 28. Gerenciamento dos RSS. ................................................................................... 69

Tabela 29. Gerenciamento dos RCC. .................................................................................. 71

Tabela 30. Caracterização de resíduos nas áreas de Portos, Aeroportos, Fronteiras. ......... 77

Tabela 31. Caracterização do gerenciamento de resíduos. ................................................. 79

Tabela 32. Eventos de contingência e emergência. ............................................................. 90

7

1 APRESENTAÇÃO

Segue documento correspondente ao Produto D – RELATÓRIO DA PROSPECTIVA E

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO – Versão Preliminar.

O presente documento visa apresentar alguns métodos de planejamento que possam

auxiliar o governo municipal na elaboração do seu planejamento estratégico e na definição

de metas e objetivos referentes ao campo do saneamento. Para tal, serão apresentadas

algumas ferramentas que são consolidadas no campo da administração e da gestão.

Os métodos de trabalho posteriormente apresentados pela equipe técnica são

elaborados em algumas dessas ferramentas, que além do auxílio no planejamento, podem

ser bem aplicada para a execução de projetos.

Os “cenários, objetivos e metas”, bem como a “projeção de demandas e prospectivas

técnicas” foram definidos com base nessas metodologias de trabalho.

8

2 INTRODUÇÃO

O planejamento estratégico é um meio de se implantar organização, direcionamento e

controle, seja em um empreendimento, um projeto ou na gestão pública. Através disso, é

possível maximizar objetivos, minimizar deficiências e consequentemente melhorar a

eficiência. Mas para que este planejamento possa ter êxito, algumas ferramentas (ou

técnicas de planejamento) se fazem necessárias.

Uma sugestão de ferramenta para que seja adotada pelo governo municipal, a fim de

que haja melhorias significativas na gestão de Ouvidor é o Ciclo PDCA, também conhecido

como Ciclo de Shewhart ou Ciclo de Deming. É uma ferramenta de gestão muito utilizada

em empresas e empreendimentos de todo o mundo, que objetiva a melhoria contínua. Do

inglês Plan-Do-Check-Act, traduzido e adaptado para o português: Planejar-Fazer-Verificar-

Agir, este ciclo consiste em uma sequência de passos utilizada para coordenar e aperfeiçoar

qualquer processo ou projeto definido.

O planejamento também pode ser realizado através de cenários futuros, os quais vêm

sendo utilizados não só pela administração pública direta quanto por empresas estatais ou

privadas. O Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab) propõe cenários até o ano de

2033 considerando ações de curto, médio e longo prazo, sendo referência para a

elaboração dos cenários desse produto.

O crescimento dos municípios bem como o desenvolvimento das projeções

populacionais trouxe mudanças significativas no Saneamento Básico, trazendo

preocupações aos gestores municipais, que tem papel primordial no planejamento de metas

que promovam o atendimento adequado da população aos 4 eixos principais do

saneamento básico, que são eles: Água, Esgoto, Manejo de Águas Pluviais e Drenagem

Urbana e Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos.

Os cenários produzidos em um processo de planejamento visam à descrição de um

futuro possível, imaginável e/ou desejável. Adotando a incerteza como elemento central

para a formulação de alternativas, sendo divergentes entre si formulando futuros distintos.

Em resumo, esses cenários têm como objetivo principal identificar e comparar as

alternativas de intervenção, observando o sistema territorial, os aspectos demográficos e os

aspectos operacionais específicos de cada serviço de saneamento, promovendo assim uma

reflexão sobre as alternativas de futuro melhorando a tomada de decisões estratégicas por

parte dos gestores.

9

O Plansab se tornou uma ferramenta de auxílio aos gestores possibilitando uma visão

de futuro para que ocorra o desenvolvimento de ações e programas para os próximos 20

anos que promovam melhorias e eficiência aos 4 eixos de saneamento básico que está

diretamente ligada à saúde e qualidade de vida da população.

2.1 OBJETIVO

Por meio de tais ferramentas, contextualizar a realidade e identificar os desafios

regionais, avaliando-se cada item de reflexão e detalhando o fator que os classifica.

10

3 CICLO PDCA

Cada uma das etapas do Ciclo PDCA possui um significado particular e deve seguir a

sequência circular, de acordo com a Figura 1.

Figura 1. Ciclo PDCA.

Fonte: TERRA Estudos e Projetos Ambientais.

Plan (P) é o estabelecimento de metas e identificação dos fatores que impeçam o

alcance de tais metas, analisando tais fatores e buscando as causas dos mesmos. É a

definição de um plano de ação eficiente.

Do (D) é a realização de todas as atividades que foram previstas e planejadas dentro

do plano de ação.

Check (C) é o monitoramento e a avaliação constante dos resultados obtidos.

Avaliação dos processos e resultados, confrontados com planejamento e objetivos,

consolidando as informações e confeccionando relatórios para melhor controle.

Act (A) é a aplicação das providências estipuladas nas avaliações e obtidas nos

relatórios dos processos. Se necessário, deve-se traçar novos planos de ação para melhoria

da qualidade do procedimento, visando sempre à correção máxima de falhas e o

aprimoramento dos processos do empreendimento.

É importante salientar que as mudanças que serão realizadas podem ser reversíveis

onde existe a possibilidade de se retornar ao estágio inicial (alterações de procedimento ou

11

formulações, por exemplo) ou onde as mudanças implementadas, não podem ser desfeitas

(alterações de equipamentos no processo e reestruturações organizacionais, por exemplo).

Sempre que uma mudança irreversível for realizada, é interessante que um programa de

testes (casos onde exista essa possibilidade) seja executado.

Recomenda-se então que ao término de cada ciclo, seja feito um novo planejamento,

iniciando-se assim um novo ciclo, baseado nos relatórios obtidos do ciclo anterior. Com isso,

objetiva-se sanar os problemas encontrados, descobrindo novas falhas no processo e

buscando sempre a otimização do mesmo. Lembrando que, como um ciclo, esta ferramenta

de gestão precisa estar sempre girando para que a garantia de seu sucesso ocorra.

12

4 ANÁLISE SWOT

A análise SWOT é realizada por meio de uma matriz, tendo como função principal ser

uma ferramenta de reflexão, posicionamento, planejamento e gestão. Podendo ser usada na

demonstração das análises dos ambientes externos e internos de uma empresa,

organização ou poder público.

A sigla SWOT é originada das palavras strengths (forças), weaknesses (fraquezas),

opportunities (oportunidades) e threaths (ameaças).

Com a análise SWOT é possível identificar os dois ambientes no qual a organização

está inserida, o interno e o externo. O ambiente interno refere-se às forças e fraquezas que

a organização possui estando ligada ao momento atual, já o ambiente o externo refere-se às

oportunidades e ameaças no qual a empresa está exposta prevendo cenários para o futuro.

A matriz SWOT no contexto do Plano Municipal de Saneamento Básico de Ouvidor

traça uma análise da situação atual dos eixos temáticos presentes no plano, pois os

objetivos devem ser formulados a partir da análise das ameaças e oportunidades, e das

forças e das fragilidades.

Figura 2 Matriz SWOT

AM

BIE

NT

E IN

TE

RN

O

AM

BIE

NT

E E

XT

ER

NO

FORÇAS

Os pontos fortes de Ouvidor em cada eixo do saneamento básico.

FRAQUEZAS

Os pontos fracos de Ouvidor em cada eixo do saneamento básico.

OPORTUNIDADES

As oportunidades para Ouvidor se destacar positivamente em cada eixo do saneamento básico.

AMEAÇAS

Situações que podem impedir ou prejudicar o desenvolvimento do PMSB.

13

4.1 INFRAESTRUTURA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

A Infraestrutura de abastecimento de água é o eixo melhor estruturado no município,

administrado pela SANEAGO, sociedade de economia mista responsável pela prestação

desse serviço à população. Apesar de sua estruturação, o sistema apresenta algumas

deficiências que foram abordadas no produto C, na etapa de diagnóstico do SAA.

As tabelas abaixo listam os itens de reflexão utilizados na construção da análise

SWOT, bem como a classificação e descrição de como isso afeta a infraestrutura de

abastecimento de água.

Tabela 1 Resumo da Análise SWOT no Sistema de Abastecimento de Água.

Forças Descrição

Base de dados e informações

do SAA

A SANEAGO disponibiliza os dados e informações referentes ao Sistema de Abastecimento de Água através do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS).

Micromedição O sistema de abastecimento de água no município conta com medidores individuais quase na totalidade das economias ligadas a rede de abastecimento operada pela SANEAGO

Tarifação de serviços

As tarifas cobradas pelo serviço de abastecimento de água cobrem as despesas da SANEAGO referentes aos materiais e mão-de-obra utilizada neste sistema.

Cobertura suficiente do

SAA

Conforme informações disponibilizadas pelo SNIS 2013, no município de Ouvidor 100% da Zona Urbana era abastecida pela SANEAGO.

Fraquezas Descrição

Insuficiência de manutenções

no sistema

Não existe uma rotina de manutenção preventiva das estruturas, somente manutenção corretiva quando observado algum problema no sistema.

Insuficiência de programas ambientais

O município não dispõe de programas de conscientização da população perante o uso, manuseio e redução do consumo da água.

Necessidade de outro manancial

para abastecimento.

O atual manancial de captação não possui disponibilidade hídrica para abastecer a demanda da população atual, nem futura. Havendo a necessidade de realização de novos estudos.

Parte do sistema

dependente de bombas

No momento em que o fornecimento de energia na cidade é limitado ou mesmo interrompido, o sistema de abastecimento de água é prejudicado, podendo faltar alimentação nos reservatórios sem prévio aviso ou mesmo previsão de retorno.

Índice de perdas

considerável

O índice de perdas de água é em média 24,15 %. Já a perda de faturamento, que compara o volume de água disponibilizado para ser distribuído com o volume que é faturado, mostrou índice de 26,23%.

Falta de tratamento da água na Zona

Rural

A zona rural tem seu abastecimento a partir da perfuração de poços e não há um diagnóstico da potabilidade da água consumida. Consequentemente não é feita a fluoretação, nem a desinfecção conforme estabelecido pelo Ministério da Saúde.

Estado crítico de algumas nascentes

Apesar do trabalho de fiscalização da prefeitura, existe um grande número de nascentes em estado crítico no município.

Interrupção no fornecimento de energia elétrica

As eventuais interrupções impossibilitam o recalque da água até os reservatórios.

14

Oportunidades Descrição das oportunidades

Programas de apoio

São oferecidos diversos programas de apoio para a construção e melhoria dos sistemas de saneamento, um dos mais proficientes é o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), tendo como principal intermediador a Caixa Econômica Federal.

Política Nacional de Saneamento

Básico (PNSB)

A Política Nacional de Saneamento Básico é uma oportunidade, visto que assegura que a aplicação dos recursos financeiros administrados pelo poder público dê-se segundo critérios de promoção da salubridade ambiental, de maximização da relação benefício-custo e de maior retorno social.

Recursos estaduais

(SANEAGO)

O sistema de abastecimento de água é de concessão da empresa estadual de saneamento de Goiás, SANEAGO. Sendo assim, o sistema tem que receber investimentos da concessionária.

Emendas parlamentares

Possibilidade de liberação de recursos através de emendas parlamentares, que podem ser utilizadas para a realização de obras pontuais, melhorias ou ampliações de sistemas existentes.

Recursos federais

Os recursos federais são uma oportunidade para a instalação de infraestrutura de saneamento básico, tais recursos podem ser viabilizados via convênios com diversos entes da estrutura governamental como FUNASA, Ministérios das Cidades, entre outros.

Redução das perdas de água

no abastecimento

O PMSB prevê melhorias no sistema de abastecimento de água, como manutenção nos equipamentos e estruturas que são antigos e mal conservados, resultando na redução da perda de água na rede de abastecimento.

Programa de conscientização da população

para a temática da água

Através dos programas de mobilização, juntamente às reuniões e audiências públicas, haverá maior conscientização da população com relação à importância da água.

Ameaças Descrição das ameaças

Excesso de burocracia

A burocracia deve ser levada em consideração em qualquer processo de planejamento, devendo ser computado parcela de tempo adicional em todos os programas/projetos.

Crescimento desordenado

O crescimento populacional desordenado é uma ameaça para este setor, já que pode sobrecarregar o sistema que está estruturado para atender certa demanda.

Dependência de fundos externos

Os projetos e programas definidos no PMSB são ameaçados pela falta de recursos dos cofres públicos de Ouvidor.

Instabilidade econômica do

setor

O sistema de abastecimento de água está exposto a eventos imprevisíveis, como o rompimento de tubulações e danos às estruturas do sistema, o que pode superar o orçamento direcionado para o setor e comprometer o planejamento econômico da SANEAGO.

Fonte: TERRA Estudos e Projetos Ambientais.

A análise SWOT é ilustrada abaixo e apresentada uma síntese de informações

listadas anteriormente nas tabelas.

15

Figura 3. Matriz SWOT de Sistema de Abastecimento de Água.

Fonte: TERRA Estudos e Projetos Ambientais.

4.2 INFRAESTRUTURA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

O sistema de esgotamento sanitário do município é composto por fossa negras

(rudimentares), em sua grande maioria, e fossa sépticas, consequentemente a população

está exposta a maiores riscos sanitários, como doenças e contaminações.

O produto C aborda de forma detalhada o diagnóstico do município e por isso foi

possível à identificação das forças, fraquezas, oportunidades e ameaças para a orientação

dos gestores municipais, bem como as proposições adequadas para solucionar os

problemas encontrados. A análise SWOT para o sistema de esgotamento sanitário é

descrita a seguir.

16

Tabela 2. Resumo da Análise SWOT no Sistema de Esgotamento Sanitário.

Forças Descrição das forças

Pequena população

A população reduzida do município de Ouvidor é um aspecto positivo quando analisamos as perspectivas do consumo, visto que uma população reduzida tende a produzir menos efluentes e, consequentemente, minimiza investimentos da instalação de um grande sistema de tratamento.

Extensão da zona urbana

A pequena extensão da zona urbana de Ouvidor é outro aspecto positivo, visto que o gasto com a implantação de rede coletora de esgoto é menor, quando comparado com a maioria dos municípios goianos.

Elaboração do PMSB

Com o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) será possível receber fundos para que seja projetado e instalado um Sistema de Esgotamento Sanitário em Ouvidor (SES).

Fraquezas Descrição das fraquezas

Recursos financeiros

O município de Ouvidor sendo do interior, tendo população pouco significativa e ainda possuindo uma dinâmica econômica pouco desenvolvida influência no nível de arrecadação de impostos municipais, refletindo que os recursos financeiros são escassos no que tange em investimentos em infraestrutura.

Fossas irregulares

A utilização de fossas fora dos padrões adequados de projeto faz com que a vida útil dessas seja reduzida, em consequência disso, a população precisa construir novas fossas, causando maior risco de contaminação do solo.

Inexistência de SES

O município não possui rede de coleta de esgotos sanitários, e unidade coletiva para tratamento e disposição final destes efluentes.

Risco de contaminação

O tratamento de esgoto por meio de fossas negras e o lançamento de esgoto in natura são formas de contaminação de águas superficiais e subterrâneas e do solo.

Oportunidades Descrição das oportunidades

Programas de apoio

São oferecidos diversos programas de apoio para a construção e melhoria dos sistemas de saneamento, um dos mais profícuos é o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que está em sua segunda etapa, tendo como principal intermediador a Caixa Econômica Federal (CEF).

Política Nacional de Saneamento

Básico (PNSB)

A Política Nacional de Saneamento Básico é uma oportunidade, visto que assegura que a aplicação dos recursos financeiros administrados pelo poder público dê-se segundo critérios de promoção da salubridade ambiental, de maximização da relação benefício-custo e de maior retorno social.

Recursos federais

Os recursos federais são uma oportunidade para a instalação de infraestrutura de saneamento básico, tais recursos podem ser viabilizados via convênios com diversos entes da estrutura governamental como FUNASA, Ministério das Cidades, entre outros.

Ameaças Descrição das ameaças

Excesso de burocracia

A burocracia é um item que dever ser levado em consideração em qualquer processo de planejamento, pois o trâmite de processos em diversos órgãos é moroso, devendo ser computado parcela de tempo adicional em todos os programas/projetos.

Falta de estrutura técnica

A carência de pessoal e estrutura técnica inviabiliza a implantação e operacionalização dos projetos contemplados no Plano Municipal de Saneamento Básico.

Falta de planejamento no setor de saneamento

As políticas de saneamento envolvem planejamento contínuo, pois lida diretamente com possíveis demandas e necessidades da população. Portanto, se esse tipo de sistema não levar em conta um planejamento completo e integrado, acarretará em prejuízos financeiros e para a continuidade do serviço oferecido.

Fonte: TERRA Estudos e Projetos Ambientais.

As compilações dos dados citados acima formam a Matriz SWOT, que é mostrada

abaixo:

17

Figura 4 Matriz SWOT de Sistema de Esgotamento Sanitário.

Fonte: TERRA Estudos e Projetos Ambientais.

4.3 INFRAESTRUTURA DE DRENAGEM URBANA E MANEJO DE ÁGUAS

PLUVIAIS

O Sistema de Drenagem Urbana e Manejo de Águas Pluviais é de responsabilidade da

prefeitura, esse sistema apresenta deficiências que foram mais bem explicitadas no

diagnóstico do Produto C. Para a elaboração da análise SWOT as forças, fraquezas,

oportunidades e ameaças são descritas a seguir:

Tabela 3. Resumo da Análise SWOT no Sistema de Manejo de Águas Pluviais.

Forças Descrição

Exigências legais

O Plano Diretor de Ouvidor estabelece diretrizes sobre a inclusão territorial, que consiste na organização e controle do uso e ocupação do solo no território municipal de modo a evitar, corrigir as distorções do processo de desenvolvimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente, e ainda prevê o ordenamento e direcionamento da expansão urbana, incluindo infraestrutura, drenagem e saneamento.

Existência de dispositivos de

drenagem

Apesar de poucos, a existência de alguns dispositivos como bocas de lobo e grelhas permitem o escoamento de água em alguns pontos da zona urbana.

Extensão da zona urbana

A pequena extensão da zona urbana de Ouvidor é outro aspecto positivo, visto que o gasto com a implantação de rede coletora de esgoto é menor, quando comparado com a maioria dos municípios goianos.

Elaboração do Com o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) será possível receber

18

Forças Descrição

PMSB fundos para que seja ampliado o Sistema de Manejo de Águas Pluviais.

Fraquezas Descrição

Insuficiência de estruturas básicas

Em alguns bairros de Ouvidor faltam estruturas básicas como asfalto, meio fio e sarjeta.

Insuficiência de manutenções preventivas

As manutenções na rede de drenagem são feitas de forma corretiva, ou seja, apenas quando ocorre a obstrução dos dispositivos, ou qualquer outro motivo que interfira no desempenho do sistema.

Falta de corpo técnico

Não há corpo técnico suficiente para fiscalização preventiva do sistema de drenagem urbana.

Desnível do terreno

Presença de grandes declividades na zona urbana de Ouvidor, o que aumenta a velocidade de escoamentos das águas pluviais e consequentemente seu poder de destruição.

Presença de erosões na zona rural

As águas pluviais podem aumentar essas erosões, causando transtornos e problemas ainda maiores nessa área.

Secretaria de Obras e Serviços

Públicos está desestruturada

A secretaria não apresenta uma gerencia responsável pelo sistema de manejo de águas pluviais. Os pontos críticos de alagamento não são identificados nem comunicados à população.

Assoreamento dos canais

Os resíduos dispostos de forma inadequada nas ruas acabam sendo carreados pela água da chuva até as galerias de águas pluviais, reduzindo a vazão do escoamento, fazendo com que a água fique mais tempo na superfície, aumentando os pontos de alagamento.

Oportunidades Descrição

Programas de apoio

São oferecidos diversos programas de apoio para a construção e melhoria dos sistemas de saneamento. Entre eles, o programa drenagem urbana sustentável, gerido pelo Ministério das Cidades, que objetiva promover, em articulação com as políticas de desenvolvimento urbano, a gestão sustentável da drenagem urbana com ações estruturais e não estruturais.

Revisão e atualização da

legislação

A revisão e atualização do arcabouço legal referente ao meio ambiente e ao saneamento é uma possibilidade de se estabelecer instrumentos de apoio à gestão, compatíveis com a nova realidade de Ouvidor.

Emendas parlamentares

Existe ainda a possibilidade de liberação de recursos através de emendas parlamentares, que podem ser utilizadas para a realização de obras pontuais, melhorias ou ampliações de sistemas existentes.

Oportunidades Descrição

Programa de educação ambiental

O programa de educação ambiental de Ouvidor deve desenvolver a consciência ecológica, proporcionando a possibilidade de adquirir os conhecimentos, o sentido dos valores, o interesse ativo e as atitudes necessárias para melhorar o meio ambiente. Devem ser desenvolvidos cursos e programas de educação ambiental, que orientem os cidadãos sobre as consequências da disposição de lixo em local inadequado e sua relação com o sistema de drenagem urbana.

Política Nacional de Saneamento

Básico (PNSB)

A Política Nacional de Saneamento Básico é uma oportunidade, visto que assegura que a aplicação dos recursos financeiros administrados pelo poder público dê-se segundo critérios de promoção da salubridade ambiental, de maximização da relação benefício-custo e de maior retorno social.

Ameaças Descrição

Excesso de burocracia

A burocracia é um item que dever ser levado em consideração em qualquer processo de planejamento, pois o trâmite de processos em diversos órgãos é moroso, devendo ser computado parcela de tempo adicional em todos os programas/projetos.

Falta de planejamento

para ampliação da drenagem

A falta de planejamento dos recursos, incluindo a falta de tarifação para o setor, prejudica a construção e instalação de novas estruturas para o manejo das águas pluviais, fazendo com que o município seja dependente de fundos externos.

19

Fonte: TERRA Estudos e Projetos Ambientais.

A compilação dos dados acima forma a Matriz SWOT, apresentada a seguir:

Figura 5. Matriz SWOT de Manejo de Águas Pluviais e Drenagem Urbana.

Fonte: TERRA Estudos e Projetos Ambientais.

4.4 INFRAESTRUTURA DE MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS E LIMPEZA

URBANA

O Sistema de Manejo de Resíduos Sólidos é de responsabilidade da prefeitura, que

utiliza não só funcionários da prefeitura como também alguns trabalhadores terceirizados

para ajudar na coleta dos resíduos. O sistema de coleta atende a toda a zona urbana,

porém apresenta algumas deficiências. O diagnóstico realizado no Produto C foi essencial

para a identificação das forças, fraquezas, oportunidades e ameaças que formulam a

análise SWOT.

Tabela 4. Resumo da Análise SWOT no Sistema de Manejo de Resíduos Sólidos.

Forças Descrição

Coleta universalizada de resíduos na zona

urbana

A coleta dos resíduos sólidos urbanos atende a 100 % da zona urbana de acordo com a administração municipal.

Programa de coleta seletiva

O município implantou o Projeto Ouvidor Recicla Mais, que promove a coleta seletiva e a conscientização ambiental da população.

20

Forças Descrição

Consórcio Intermunicipal

com Três Ranchos

Conforme exposto na Lei 12.305/2010, os municípios que optarem por solução consorciada terá prioridade na captação de recursos.

PGRS elaborado Ouvidor em consórcio com Três Ranchos elaborou o Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos

Logística reversa O município possui programa de logística reversa para: pneumáticos, pilhas e baterias, embalagens de agrotóxicos e lâmpadas fluorescentes.

Destinação correta dos RSS

O serviço de coleta é feito por uma empresa especializada que os leva para um local de destinação final ambientalmente adequada.

Programas de educação ambiental

Os Projetos Ouvidor Recicla + e Limpa Ouvidor atuam na conscientização da população, para com a disposição e separação dos resíduos gerados.

Fraquezas Descrição

Não atendimento da zona rural

O município não atende a população da zona rural, sendo seus resíduos queimados.

Disposição dos resíduos em

aterro controlado

O Aterro Controlado não apresenta sistema de drenagem de águas pluviais e chorume. A manta impermeabilizadora se encontra em condições precárias e os resíduos não são devidamente separados antes de serem descartados.

Cooperativa de catadores

Apenas uma pessoa realiza a separação de alguns resíduos para seu benefício próprio, não havendo regularização no seu trabalho.

Disposição inadequada de

RCD Os RCD são levados para o aterro e utilizados no recobrimento dos resíduos.

Logística reversa ineficaz para

eletroeletrônicos e óleo

lubrificantes

Não existem programas de incentivos a logística reversa, sendo que esses resíduos foram encontrados dispostos de forma irregular no aterro controlado.

Oportunidades Descrição

Programas de apoio

Programas de apoio financeiro e técnico do governo federal, através da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) e/ou Ministério das Cidades que podem disponibilizar ajuda aos municípios. Como exemplo, citamos o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), gerido pelo ministério do planejamento.

Recursos federais

Os recursos federais são uma oportunidade para a instalação de infraestrutura de saneamento básico, tais recursos podem ser viabilizados por convênios com diversos entes da estrutura governamental como FUNASA, Ministério das Cidades, entre outros.

Lei Federal nº. 11.445/07

Estabelece diretrizes nacionais para o setor de saneamento no Brasil, abrangendo o sistema de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.

Tarifação no IPTU

A taxa de limpeza urbana pode ser cobrada no IPTU anualmente, conforme cita o código tributário municipal. A Prefeitura deve estabelecer um valor de forma que o sistema seja eficiente e não saia onerosa aos cofres públicos.

Lei Federal n°. 12.305/10 -

Política Nacional de Resíduos

Sólidos (PNRS)

Entre muitas das vertentes abordadas na PNRS, uma delas retrata sobre a necessidade de adequação dos municípios quanto aos seus lixões, exigindo a criação de um aterro sanitário para a disposição de resíduos gerados.

Ameaças Descrição das ameaças

Dependência de fundos externos

A falta de recursos ameaçam os projetos e programas definidos no PMSB, visto que esses itens são essenciais para a concretização de tais iniciativas.

Insustentabilidade econômica do

setor

O gerenciamento de resíduos é custeado pela Prefeitura, caso ocorra algum desfalque ou intervenção no caixa do município, o sistema de limpeza urbano seria paralisado devido à falta de verba. Já se fosse cobrada uma taxa para a manutenção deste setor, o mesmo se auto sustentaria.

21

Burocracia

A morosidade em alguns processos e etapas para a integralização de programas e projetos previstos dentro do plano de saneamento, e em específico no eixo dos resíduos sólidos põem em risco os mesmos, visto a burocracia existente, podendo incorrer na perda de prazos e, consequentemente, recursos financeiros e técnicos.

Fonte: TERRA Estudos e Projetos Ambientais.

A compilação dos dados acima forma a Matriz SWOT apresentada a seguir:

Figura 6. Matriz SWOT de Manejo de Resíduos Sólidos e Limpeza Urbana.

Fonte: TERRA Estudos e Projetos Ambientais.

22

5 CENÁRIOS, OBJETIVOS E METAS

Os cenários, objetivos e metas estabelecidas têm como função orientar e nortear o

público na tomada de decisões sobre a sua atuação no saneamento básico.

Para a proposição desses cenários foi levado em conta alguns fatores, bem como o

seu comportamento ao longo do tempo. Por ser feito baseado na tese do indeterminismo, a

construção dos cenários não eliminam a incerteza nem predizem o que vai acontecer.

Apesar desta incerteza, os cenários buscam analisar e sistematizar, de forma mais

realística, as diversas probabilidades dos eventos e dos processos explorando os pontos de

mudança e suas tendências.

Para a proposição das metas e objetivos foram avaliadas as possibilidades técnicas e

econômicas, além da relevância e urgência de cada item estabelecido. As metas serão

baseadas no diagnóstico técnico realizado em Ouvidor, seu desenvolvimento e a

disponibilização de recursos para o setor de saneamento básico.

As definições prévias das demandas futuras para o sistema de saneamento básico do

município foram calculadas a partir das deficiências e necessidades apresentadas pela

população, observadas em campo e através das projeções populacionais.

As metas estabelecidas foram de curto (4 a 8 anos), médio (9 a 12 anos) e longo (13 a

20 anos), bem como as prioridades (alta, média e baixa), foi feito a análise para água,

esgoto, drenagem urbana e resíduos sólidos no cenário atual e no cenário futuro, de modo

que as metas e prioridades colocadas definirão se o cenário é otimista, pessimista ou

realista.

O cenário otimista pode ser definido como cenário em que os objetivos definidos são

ousados, ou seja, são cenários quase utópicos, quando observada à realidade do município,

atenuando a influência de fatores externos levantados, que podem atrasar ou inviabilizar as

iniciativas.

O cenário realista pode ser compreendido como uma projeção conservadora com grau

de otimismo moderada, leva em consideração as particularidades e as fraquezas do

município, bem como a influência dos fatores externos de forma moderada. Este cenário

busca o desenvolvimento do município dentro das suas possibilidades, considerando o seu

avanço ao longo dos anos passados e uma projeção com base em tudo que foi evoluído, ou

23

seja, é um cenário que propõe a evolução do município levando em consideração a

capacidade de avanço e crescimento do mesmo.

O cenário pessimista, por sua vez, compreende a situação de que todos os fatores

levantados, principalmente fraquezas e ameaças se concretizem, afetando até mesmo as

estruturas e os serviços oferecidos atualmente, causando a degradação qualitativa e

quantitativa dos serviços prestados, como exemplo, o aumento de infraestruturas

condizentes com o crescimento demográfico, pode gerar menores índices de atendimento.

Nos tópicos seguintes serão apresentados os cenários para cada vertente do

saneamento básico, de acordo com o atual diagnóstico do município.

5.1 INFRAESTRUTURA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Tabela 5. Cenário otimista de abastecimento de água.

OTIMISTA

Cenário Atual Cenário Futuro

Objetivos Metas Prioridade

Atendimento de 100% da população urbana (SNIS, 2013).

1. Manter universalizado o atendimento à população urbana.

Longo* Alta

Inexistência de manutenção preventiva na rede de abastecimento

2. Manutenção periódica na rede de abastecimento

Curto Alta

5,48% dos usuários não possuem hidrômetros (SNIS, 2013).

3. Hidrometração para 100% dos usuários.

Curto Alta

Teor de alumínio na água tratada acima do permitido (SANEAGO, 2014).

4. Dosar corretamente a quantidade de coagulante utilizada no tratamento

Curto Alta

Distribuição de água bruta na zona rural

5. Incentivar o uso de poços profundos e desinfecção da água na zona rural

Curto Média

Perdas de 26,33% na distribuição de água

6. Reduzir os índices de perda de água do sistema

Médio Alta

Micromedição com média em torno de 99,89% (SNIS, 2013).

7. Manter o índice de micromedição elevado

Médio Média

*Como o atendimento já é de 100%, a meta é manter esse índice durante todo o horizonte

de projeto.

Fonte: TERRA Estudos e Projetos Ambientais.

24

Tabela 6. Cenário realista de abastecimento de água.

REALISTA

Cenário Atual Cenário Futuro

Objetivos Metas Prioridade

Atendimento de 100% da população urbana (SNIS, 2013).

1. Manter universalizado o atendimento à população urbana.

Longo* Alta

Inexistência de manutenção preventiva na rede de abastecimento.

2. Manutenção periódica na rede de abastecimento.

Médio Alta

5,48% dos usuários não possuem hidrômetros (SNIS, 2013).

3. Hidrometração para 100% dos usuários.

Médio Média

Teor de alumínio na água tratada acima do permitido (SANEAGO, 2014).

4. Dosar corretamente a quantidade de coagulante utilizada no tratamento.

Médio Alta

Distribuição de água bruta na zona rural.

5. Incentivar o uso de poços profundos e desinfecção da água na zona rural.

Médio Média

Perdas de 26,33% na distribuição de água.

6. Reduzir os índices de perda de água do sistema.

Médio Média

Micromedição com média em torno de 99,89% (SNIS, 2013).

7. Manter o índice de micromedição elevado.

Médio Média

*Como o atendimento já é de 100%, a meta é manter esse índice durante todo o horizonte

de projeto.

Fonte: TERRA Estudos e Projetos Ambientais.

Tabela 7. Cenário pessimista de abastecimento de água.

PESSIMISTA

Cenário Atual Cenário Futuro

Objetivos Metas Prioridade

Atendimento de 100% da população urbana (SNIS, 2013).

1. Manter universalizado o atendimento à população urbana.

Longo* Alta

Inexistência de manutenção preventiva na rede de abastecimento.

2. Manutenção periódica na rede de abastecimento.

Médio Alta

5,48% dos usuários não possuem hidrômetros (SNIS, 2013).

3. Hidrometração para 100% dos usuários.

Médio Média

Teor de alumínio na água tratada acima do permitido (SANEAGO, 2014).

4. Dosar corretamente a quantidade de coagulante utilizada no tratamento.

Médio Alta

Distribuição de água bruta na zona rural.

5. Incentivar o uso de poços profundos e desinfecção da água na zona rural.

Médio Média

Perdas de 26,33% na distribuição de água.

6. Reduzir os índices de perda de água do sistema.

Médio Média

Micromedição com média em torno de 99,89% (SNIS, 2013).

7. Manter o índice de micromedição elevado.

Médio Média

*Como o atendimento já é de 100%, a meta é manter esse índice durante todo o horizonte

de projeto.

Fonte: TERRA Estudos e Projetos Ambientais.

25

5.2 INFRAESTRUTURA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Tabela 8. Cenário otimista de esgotamento sanitário.

OTIMISTA

Cenário Atual Cenário Futuro

Objetivos Metas Prioridade

Inexistência do Sistema de Esgotamento Sanitário Coletivo - ETE

1. Instalar uma ETE para atendimento da população urbana

Médio Alta

Inexistência de rede coletora de esgotos

2. Implantação de rede coletora de esgotos

Médio Alta

Instalações sanitárias precárias na zona rural

3. Implantar programas de melhorias sanitárias na zona rural

Curto Média

Sistemas individuais de disposição de efluentes irregulares

4. Eliminar o uso de fossas irregulares Curto Alta

Programa de Educação Ambiental inexistente

5. Implantar Programa de Educação Ambiental e Sanitária

Curto Alta

Fonte: TERRA Estudos e Projetos Ambientais.

Tabela 9. Cenário realista de esgotamento sanitário.

REALISTA

Cenário Atual Cenário Futuro

Objetivos Metas Prioridade

Inexistência do Sistema de Esgotamento Sanitário Coletivo - ETE

1. Instalar uma ETE para atendimento da população urbana

Médio Alta

Inexistência de rede coletora de esgotos

2. Implantação de rede coletora de esgotos

Médio Alta

Instalações sanitárias precárias na zona rural

3. Implantar programas de melhorias sanitárias na zona rural

Médio Média

Sistemas individuais de disposição de efluentes irregulares

4. Eliminar o uso de fossas irregulares Médio Alta

Programa de Educação Ambiental inexistente

5. Implantar Programa de Educação Ambiental e Sanitária

Curto Alta

Fonte: TERRA Estudos e Projetos Ambientais.

Tabela 10. Cenário pessimista de esgotamento sanitário.

PESSIMISTA

Cenário Atual Cenário Futuro

Objetivos Metas Prioridade

Inexistência do Sistema de Esgotamento Sanitário Coletivo - ETE

1. Instalar uma ETE para atendimento da população urbana

Longo Baixa

Inexistência de rede coletora de esgotos

2. Implantação de rede coletora de esgotos

Longo Baixa

Instalações sanitárias precárias na zona rural

3. Implantar programas de melhorias sanitárias na zona rural

- -

Sistemas individuais de disposição de efluentes irregulares

4. Eliminar o uso de fossas irregulares Longo -

Programa de Educação Ambiental inexistente

5. Implantar Programa de Educação Ambiental e Sanitária

Curto Alta

Fonte: TERRA Estudos e Projetos Ambientais.

26

5.3 INFRAESTRUTURA DE DRENAGEM URBANA E MANEJO DE ÁGUAS

PLUVIAIS

Tabela 11. Cenário otimista de drenagem urbana.

OTIMISTA

Cenário Atual Cenário Futuro

Objetivos Metas Prioridade

Os dispositivos de microdrenagem não são cadastrados

1. Cadastrar os dispositivos de microdrenagem

Curto Média

Asfaltamento em condições precárias 2. Execução de obras de recapeamento asfáltico

Médio Alta

Sistemas de microdrenagem insuficientes

3. Implantação de dispositivos de drenagem

Curto Média

Inexistência de manutenção preventiva 4. Realizar manutenção nos dispositivos de drenagem

Curto Média

Áreas com risco de cheia e alagamentos nos setores Bairro JK.

5. Eliminar os riscos que essas áreas estão sujeitas por meio de medidas estruturais e não estruturais

Médio Alta

Dispositivos de drenagem danificados 6. Recuperar os dispositivos danificados

Curto Alta

Erosões na zona rural 7. Contenção e estabilização dos taludes

Curto Alta

Fonte: TERRA Estudos e Projetos Ambientais.

Tabela 12. Cenário realista de drenagem urbana.

REALISTA

Cenário Atual Cenário Futuro

Objetivos Metas Prioridade

Os dispositivos de microdrenagem não são cadastrados

1. Cadastrar os dispositivos de microdrenagem

Médio Baixa

Asfaltamento em condições precárias 2. Execução de obras de recapeamento asfáltico

Médio Baixa

Sistemas de microdrenagem insuficientes

3. Implantação de dispositivos de drenagem

Longo Baixa

Inexistência de manutenção preventiva 4. Realizar manutenção nos dispositivos de drenagem

Curto Baixa

Áreas com risco de cheia e alagamentos nos setores Bairro JK.

5. Eliminar os riscos que essas áreas estão sujeitas por meio de medidas estruturais e não estruturais

Médio Alta

Dispositivos de drenagem danificados 6. Recuperar os dispositivos danificados

Curto Alta

Erosões na zona rural 7. Contenção e estabilização dos taludes

Médio Alta

Fonte: TERRA Estudos e Projetos Ambientais.

Tabela 13. Cenário pessimista de drenagem urbana.

PESSIMISTA

Cenário Atual Cenário Futuro

Objetivos Metas Prioridade

Os dispositivos de microdrenagem não são cadastrados

1. Cadastrar os dispositivos de microdrenagem

- -

27

PESSIMISTA

Cenário Atual Cenário Futuro

Objetivos Metas Prioridade

Asfaltamento em condições precárias 2. Execução de obras de recapeamento asfáltico

- -

Sistemas de microdrenagem insuficientes

3. Implantação de dispositivos de drenagem

- -

Inexistência de manutenção preventiva 4. Realizar manutenção nos dispositivos de drenagem

Longo Baixa

Áreas com risco de cheia e alagamentos nos setores Bairro JK.

5. Eliminar os riscos que essas áreas estão sujeitas por meio de medidas estruturais e não estruturais

- -

Dispositivos de drenagem danificados 6. Recuperar os dispositivos danificados

Longo Baixa

Erosões na zona rural 7. Contenção e estabilização dos taludes

- -

Fonte: TERRA Estudos e Projetos Ambientais.

5.4 INFRAESTRUTURA DE MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS E LIMPEZA

URBANA

Tabela 14. Cenário otimista de manejo de resíduos sólidos.

OTIMISTA

Cenário Atual Cenário Futuro

Objetivos Metas Prioridade

Atendimento de 100% da população urbana (SNIS, 2014).

1. Manter universalizado o atendimento à população urbana

Longo* Alta

Coleta convencional não é realizada na zona rural

2. Implantação de PEV (Pontos de entrega voluntária) na zona rural

Média Baixa

Falta de política tarifária para o setor 3. Cobrança de tarifas com embasamento técnico - financeiro para os setores do saneamento

Curto Alta

Logística reversa não aplicada aos resíduos de eletroeletrônicos, pilhas e baterias e óleos lubrificantes.

4. Implantação de um sistema de logística reversa

Médio Alta

Não há programa para redução da quantidade de resíduos sólidos

5. Redução da geração per capita de resíduos sólidos urbanos

Curto Média

Projeto Ouvidor recicla mais com pouca visibilidade

6. Projeto Ouvidor Recicla mais atendendo a toda a população do município

Curto Média

Estrutura precária do lixão 7. Recuperação da área degradada e construção do aterro sanitário

Curto Alta

Elaborado o PGRS do consórcio CISAB

8. Cumprimento de metas e prazos definidos no planejamento das ações propostas do PGRS

Curto Médio

*Como o atendimento já é de 100%, a meta é manter esse índice durante todo o horizonte de projeto.

Fonte: TERRA Estudos e Projetos Ambientais.

28

Tabela 15. Cenário realista de manejo de resíduos sólidos.

REALISTA

Cenário Atual Cenário Futuro

Objetivos Metas Prioridade

Atendimento de 100% da população urbana (SNIS, 2014).

1. Manter universalizado o atendimento à população urbana

Longo* Alta

Coleta convencional não é realizada na zona rural

2. Implantação de PEV (Pontos de entrega voluntária) na zona rural

Média Baixa

Falta de política tarifária para o setor 3. Cobrança de tarifas com embasamento técnico - financeiro para os setores do saneamento

Médio Alta

Logística reversa não aplicada aos resíduos de eletroeletrônicos e óleos lubrificantes

4. Implantação de um sistema de logística reversa para estes produtos

Longo Baixa

Não há programa para redução da quantidade de resíduos sólidos

5. Redução da geração per capita de resíduos sólidos urbanos

Médio Baixa

Projeto Ouvidor recicla mais com pouca visibilidade

6. Projeto Ouvidor Recicla mais atendendo a toda a população do município

Média Média

Estrutura precária do lixão 7. Recuperação da área degradada e construção do aterro sanitário

Média Baixa

Elaborado o PGRS do consórcio CISAB

8. Cumprimento de metas e prazos definidos no planejamento das ações propostas do PGRS

Média Média

*Como o atendimento já é de 100%, a meta é manter esse índice durante todo o horizonte de projeto.

Fonte: TERRA Estudos e Projetos Ambientais.

Tabela 16. Cenário pessimista de manejo de resíduos sólidos.

PESSIMISTA

Cenário Atual Cenário Futuro

Objetivos Metas Prioridade

Atendimento de 100% da população urbana (SNIS, 2014).

1. Manter universalizado o atendimento à população urbana

Longo* Alta

Coleta convencional não é realizada na zona rural

2. Implantação de PEV (Pontos de entrega voluntária) na zona rural

- -

Falta de política tarifária para o setor 3. Cobrança de tarifas com embasamento técnico - financeiro para os setores do saneamento

Média Média

Logística reversa não aplicada aos resíduos de eletroeletrônicos, pilhas e baterias e óleos lubrificantes.

4. Implantação de um sistema de logística reversa

- -

Não há programa para redução da quantidade de resíduos sólidos

5. Redução da geração per capita de resíduos sólidos urbanos

- -

Projeto Ouvidor Recicla Mais com pouca visibilidade

6. Projeto Ouvidor Recicla Mais atendendo a toda a população do município

Média Baixa

Estrutura precária do lixão 7. Recuperação da área degradada e construção do aterro sanitário

Longo Baixa

Elaborado o PGRS do consórcio CISAB

8. Cumprimento de metas e prazos definidos no planejamento das ações propostas do PGRS

- -

*Como o atendimento já é de 100%, a meta é manter esse índice durante todo o horizonte de projeto.

Fonte: TERRA Estudos e Projetos Ambientais.

29

6 PROJEÇÃO DE DEMANDAS E PROSPECTIVAS TÉCNICAS

A elaboração do planejamento de políticas públicas requer uma detalhada análise

histórica que possibilite quantificar e compreender a lógica de diversos processos que se

integram com os elementos do saneamento básico.

O detalhamento dos requisitos de demanda e a definição de alternativas técnicas de

engenharia serão primordiais para o prosseguimento das atividades do PMSB. (Neste

processo foram utilizadas as informações do diagnóstico articuladas às atuais políticas,

programas e projetos de saneamento básico e de setores correlacionados a Saúde,

habitação, meio ambiente, recursos hídricos, educação e outros) para a projeção e

prospecção de demandas futuras com algumas possibilidades observadas nos próximos

tópicos.

Para estimar a projeção das demandas futuras, primeiro deve ser levada em

consideração a projeção populacional do município dentro do horizonte de projeto, que no

caso, vem a ser de 20 anos. Foram utilizados então, informações e estimativas do Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No sítio eletrônico do IBGE, estão disponíveis

para download as projeções de população (somente até o ano de 2030) para cada estado

brasileiro. A partir dessas informações, calculou-se a taxa de crescimento para cada ano,

dividindo-se a população estimada de um determinado ano pela população estimada de seu

respectivo ano anterior.

Para os anos subsequentes (de 2031 em diante), não existem projeções populacionais

do IBGE, portanto, a estimativa foi realizada através da comparação ente cálculos de média

aritmética e média geométrica (que apresentaram o mesmo valor populacional final, visto

que a taxa de crescimento sempre fica em 1%, variando apenas a partir da quinta casa

decimal). O cálculo consiste em pegar a taxa de crescimento dos últimos 10 anos e verificar

seu valor médio, por exemplo, para o ano de 2031 foram utilizadas as respectivas taxas dos

anos entre 2020 e 2030. Esse processo repetiu-se para os anos subsequentes até 2035.

Obtidas as taxas de crescimento, a estimativa da população é calculada através do método

geométrico, segundo a equação abaixo:

Onde:

30

: Projeção populacional para o ano que se deseja;

População do ano que foi tomada como referência para cálculo da projeção;

: Ano para o qual se deseja a projeção populacional;

: Ano que foi tomado como referência para o cálculo da projeção;

: Taxa de crescimento populacional.

Como população inicial, foi adotada a estimativa do IBGE para o ano de 2014, de

6.038 habitantes para Ouvidor. Na tabela a seguir encontram-se a população para o estado

de Goiás, estimada pelo IBGE, as taxas de crescimento populacional obtidas e a projeção

populacional para o município.

Tabela 17. Cálculo da taxa de crescimento.

Ano População de Goiás Taxa de Crescimento População TOTAL de Ouvidor

2009 5.965.394 - -

2010 6.042.673 0,0101295 -

2011 6.116.580 0,0101223 -

2012 6.187.248 0,0101155 -

2013 6.254.806 0,0101092 -

2014 6.319.385 0,0101032 6.038

2015 6.381.116 0,0100977 6.099

2016 6.440.130 0,0100925 6.161

2017 6.496.559 0,0100876 6.223

2018 6.550.533 0,0100831 6.285

2019 6.602.184 0,0100788 6.349

2020 6.651.643 0,0100749 6.413

2021 6.699.040 0,0100713 6.477

2022 6.744.509 0,0100679 6.543

2023 6.788.178 0,0100647 6.608

2024 6.830.180 0,0100619 6.675

2025 6.870.646 0,0100592 6.742

2026 6.909.706 0,0100569 6.810

2027 6.947.493 0,0100547 6.878

2028 6.984.136 0,0100527 6.947

2029 7.019.768 0,0100510 7.017

2030 7.054.520 0,0100495 7.088

2031 - 0,0100604 7.159

31

Ano População de Goiás Taxa de Crescimento População TOTAL de Ouvidor

2032 - 0,0100591 7.231

2033 - 0,0100580 7.304

2034 - 0,0100571 7.377

2035 - 0,0100564 7.451

Fonte: IBGE e TERRA Estudos e Projetos Ambientais, 2015.

6.1 INFRAESTRUTURA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

6.1.1 Análise das alternativas de gestão e prestação de serviços

A gestão e prestação de serviços de abastecimento público atualmente no município

são de domínio da SANEAGO – Saneamento de Goiás S/A, através do Contrato de

Concessão para Serviços de Água e Esgotos Sanitários de número: 1056/04. O contrato

assinado em 5 de Novembro de 2004 com vigência de 20 anos e previsão de término para 5

de Novembro de 2024. O município atualmente não demonstra interesse em assumir a

gestão e prestação dos serviços de água, devendo assim que acabar o contrato vigente

realizar novos estudos para a elaboração de um novo contrato.

6.1.2 Projeção da demanda anual de água para toda a área de planejamento ao

longo dos 20 anos

O município de Ouvidor atende a 87,98 % da população total, sendo 12,02%

correspondente à população da área rural, no qual a SANEGO não abastece, em contra

partida, 100% de toda a área urbana é abastecida pela concessionária, ou seja, as

projeções de água são efetuadas tendo como base a população urbana.

O SNIS 2013 trouxe em sua planilha de indicadores desagregados e agregados que o

município de Ouvidor possui um consumo per capita médio de 159,7 L/hab.dia. Para a

realização do cálculo é utilizado o coeficiente do dia de maior consumo k1 e o coeficiente da

hora de maior consumo k2 que são respectivamente 1,2 e 1,5 (TISUTIYA, 2006) para a

determinação das vazões de Consumo, Reservação e Distribuição. Foi considerado um

acréscimo de 4% na vazão de Consumo para a limpeza dos filtros e outros equipamentos da

Estação de Tratamento de Água. Para essa projeção foram desconsideradas as perdas no

sistema. Para essa projeção, não foi levado em consideração às perdas no sistema.

32

Tabela 18. Projeção das demandas de água no município desconsiderando as perdas no sistema.

Ano População Urbana (hab.)

Demanda (L/s)

Captação Reservação Distribuição

2014 5.253 12,1 11,7 17,5

2015 5.306 12,2 11,8 17,7

2016 5.360 12,4 11,9 17,8

2017 5.414 12,5 12,0 18,0

2018 5.468 12,6 12,1 18,2

2019 5.523 12,7 12,3 18,4

2020 5.579 12,9 12,4 18,6

2021 5.635 13,0 12,5 18,7

2022 5.692 13,1 12,6 18,9

2023 5.749 13,3 12,8 19,1

2024 5.807 13,4 12,9 19,3

2025 5.866 13,5 13,0 19,5

2026 5.925 13,7 13,1 19,7

2027 5.984 13,8 13,3 19,9

2028 6.044 13,9 13,4 20,1

2029 6.105 14,1 13,5 20,3

2030 6.166 14,2 13,7 20,5

2031 6.228 14,4 13,8 20,7

2032 6.291 14,5 14,0 20,9

2033 6.354 14,7 14,1 21,1

2034 6.418 14,8 14,2 21,4

2035 6.483 15,0 14,4 21,6

Fonte: SNIS 2013, TERRA Estudos e Projetos Ambientais.

O SNIS 2013 aponta que em 2013 as perdas de água para o município de Ouvidor

foram de 26,33%, considerando que o índice se mantenha constante, a projeção real da

demanda de água é mostrada abaixo.

Tabela 19. Projeção das demandas de água no município considerando as perdas no sistema.

Ano População Urbana

(hab.)

Demanda considerando perdas (L/s)

Captação Reservação Distribuição

2014 5.253 15,3 14,7 22,1

2015 5.306 15,5 14,9 22,3

2016 5.360 15,6 15,0 22,5

2017 5.414 15,8 15,2 22,8

33

Ano População Urbana

(hab.)

Demanda considerando perdas (L/s)

Captação Reservação Distribuição

2018 5.468 15,9 15,3 23,0

2019 5.523 16,1 15,5 23,2

2020 5.579 16,3 15,6 23,4

2021 5.635 16,4 15,8 23,7

2022 5.692 16,6 15,9 23,9

2023 5.749 16,8 16,1 24,2

2024 5.807 16,9 16,3 24,4

2025 5.866 17,1 16,4 24,7

2026 5.925 17,3 16,6 24,9

2027 5.984 17,4 16,8 25,2

2028 6.044 17,6 16,9 25,4

2029 6.105 17,8 17,1 25,7

2030 6.166 18,0 17,3 25,9

2031 6.228 18,2 17,5 26,2

2032 6.291 18,3 17,6 26,4

2033 6.354 18,5 17,8 26,7

2034 6.418 18,7 18,0 27,0

2035 6.483 18,9 18,2 27,2

Fonte: SNIS 2013, TERRA Estudos e Projetos Ambientais.

Os valores apresentados acima evidenciam a diferença em relação à demanda de

água quando se é considerado o índice de perdas. O município em parceria com a

SANEAGO deverá propor medidas para a redução desse índice, como manutenções

preventivas na rede, válvulas redutoras de pressão, palestras sócio educativas, programas

de preservação das nascentes, aumentando assim o tempo de vida útil dos mananciais

utilizados para o abastecimento público.

6.1.3 Descrição dos principais mananciais passíveis de utilização para o

abastecimento de água na área de planejamento

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE em 2010 realizou o Censo e

com isso foi elaborado o mapa municipal estatístico do município de Ouvidor, próximo à

malha urbana estão localizados o Córrego Água Limpa, Córrego da Lagoa e Ribeirão

Ouvidor.

O Ribeirão da Lagoa pertence à sub-bacia hidrográfica da represa de Itumbiara.

Atualmente é o manancial responsável pela captação de água no município, conforme

34

estudos realizados pela Agência Nacional das Águas a sua vazão mínima é de 4,02 L/s e a

vazão média de captação é de 15,5 L/s, indicando a necessidade de novos estudos para

uma nova captação, uma vez que em períodos de estiagem pode ocasionar a falta d’água

no município.

Estudos foram realizados acerca dos afluentes do Ribeirão Ouvidor, com uma vazão

mínima de 152 L/s, o afluente tem capacidade para abastecer o município atualmente e ao

fim do horizonte de projeto. No entanto, devido à barragem de rejeito da mineradora

localizada na nascente do Ribeirão Ouvidor, esta opção de captação foi descartada.

Em relação ao Córrego Água Limpa foram realizados estudos relacionados à

capacidade hídrica do manancial e segundo a SANEAGO este corpo hídrico não possui

capacidade para atender as necessidades de abastecimento até o fim do horizonte de

projeto.

Ainda segundo a SANEAGO, o único corpo hídrico capaz de atender a demanda de

Ouvidor é o Córrego dos Cardoso.

6.1.4 Definição das alternativas de manancial para atender a área de

planejamento, justificando a escolha com base na vazão outorgável e na

qualidade da água.

Para o gerenciamento dos recursos hídricos é importante o conhecimento das vazões

mínimas dos rios principais e seus afluentes para aplicação do instrumento de Outorga para

que se garanta um fluxo residual nos cursos d’água. O estado de Goiás por meio da

resolução nº 09/2005 adotou como referência a vazão mínima com 95% de garantia no

tempo (Q95%) na análise dos pedidos de Outorga. Essa vazão mínima com alta

probabilidade de ocorrência fornece maior garantia aos pleitos outorgados, permitindo ao

usuário/requerente da Outorga melhor planejamento dos seus investimentos, conforme o

Manual Técnico de Outorga emitido em Dezembro de 2012 pela Secretaria do Meio

Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH).

De acordo com o Atlas da Agência Nacional das Águas a captação atualmente é

realizada no Córrego da Lagoa, porém a Q95 do córrego é de 4,02 L/s e a vazão de

demanda é de 15,5 L/s, com isso o sistema necessita de um novo manancial de captação.

Dos corpos hídricos que estão próximos a malha urbana, somente o Ribeirão Ouvidor

possui capacidade para atender a demanda do município, na qual este apresentou uma Q95

35

de 152 L/s, suficiente para abastecer a população de final de projeto que apresenta uma

vazão de demanda de 18,9 L/s.

A imagem abaixo representa o croqui do sistema proposto com a ampliação isolada do

Ribeirão Ouvidor.

Figura 7. Sistema de captação e tratamento da água atual e futuro do município de Ouvidor.

Fonte: Agência Nacional das Águas.

No entanto, através de estudos de viabilidade a SANEAGO constatou a proximidade

da nascente do Córrego à barragem de rejeitos da mineradora localizada na área, este fato

fez com que a Concessionária de Abastecimento descartasse esse curso d’água como fonte

de captação.

A SANEAGO realizou um novo estudo e chegou até o Córrego dos Cardoso, distante

aproximadamente 9 km da malha urbana. O novo o sistema será formado pelo Córrego

Lagoa e Córrego dos Cardoso, onde será mantida a captação atual e complementada com a

captação a ser implantada do Córrego dos Cardoso. Será dividida em duas etapas,

inicialmente 17 l/s, e na segunda etapa mais 17 l/s.

A respeito da qualidade da água do novo Córrego do sistema, os estudos apontaram

que as características da bacia são praticamente a mesma do Córrego Lagoa, não há

36

grandes poluidores a montante, as áreas de lavouras são poucas, as propriedades são

divididas em terrenos razoavelmente pequenos, e prevalece à pecuária.

6.1.5 Definição de alternativas técnicas de engenharia para atendimento da

demanda calculada

Para proporcionar a demanda requerida no município de Ouvidor serão necessárias

algumas intervenções técnicas de engenharia para alcance do cenário de referência.

Considerando que o sistema se dá por meio de captação superficial e tratamento

convencional, pois não há perfuração de poços ou água superficial com características não

convencionais, como por exemplo, baixa turbidez, baixa cor, baixa quantidade de matéria

orgânica presente na água e baixo risco de contaminação com poluentes advindos de

indústrias, postos de gasolina, entre outros.

o Captação Superficial

As águas superficiais são águas de córregos, rios, lagos, açudes, barragens, etc. A

escolha do manancial de um sistema de abastecimento de água depende de alguns

cuidados, visto que estão mais vulneráveis à contaminação do que as águas oriundas de

poços profundos e podem ser assoreadas caso os devidos cuidados não sejam tomados,

como a preservação da mata ciliar, recuperação das nascentes, fiscalização para garantir

que não haja indústrias potencialmente poluidoras licenciadas desrespeitando as distâncias

mínimas estabelecidas, entre outros.

A captação superficial é um dos métodos mais utilizados para a obtenção de água,

tendo como principal vantagem dessa solução de engenharia a disponibilidade de recursos

hídricos, possibilidade de expansão da captação, além disso, as análises feitas são menos

onerosas, pois a perfuração de poços depende de um estudo de caracterização de toda a

geologia e geomorfologia próxima, bem como levantamento de todos os outros poços

existentes garantindo que uma vazão não interfira na outra, entre outros aspectos.

Os principais cuidados na captação superficial é que a mesma deve estar livre de

focos de poluição (seguindo a correnteza dos ventos, antes da entrada de esgotamentos,

locais de lavagens, locais de dessedentação de animais, entre outros.).

Na construção de instalações de tomada de água, devem ser utilizada válvula de pé

de crivo ou grades, para proteger a bomba de pancadas ou entrada de partículas grosseiras,

antes de entrar na ETA deve ser colocada uma caixa de areia, para reter os sólidos

37

suspensos que podem esconder microrganismos nocivos tornando a desinfecção

insuficiente acarretando em problemas à saúde humana.

A localização da tomada, sempre que possível deve ser junto às margens do

manancial, facilitando assim a manutenção das estruturas. Quando forem alocadas de forma

mais afastada das margens, podem ser construídas barragens de regularização de nível

para ser compatível com o nível da água na captação por meio da tomada.

O esquema abaixo demonstra como realizar a captação através de moto bomba. Esta

ilustração apenas exemplifica como a Concessionaria de Abastecimento realiza a captação

neste caso, a mesma não repassou o projeto da nova captação devido ainda está em

elaboração.

38

Figura 8. Esquema típico de instalação em uma captação d'água utilizando poço de sucção.

Fonte: Manual Técnico, Scheneider Motobombas.

O núcleo urbano possui como alternativas de manancial de abastecimento o Córrego

dos Cardoso, como já mencionando anteriormente. Segundo a SANEAGO já foi contratada

a empresa que realizará o projeto do novo sistema de captação e este terá horizonte até

2038.

o Tratamento convencional

39

O processo convencional de tratamento de água é dividido em fases. Em cada uma

delas exige um rígido controle de dosagem de produtos químicos e acompanhamento dos

padrões de qualidade. (SABESP, 2014.).

O tratamento convencional é divido em: coagulação, floculação, decantação, filtração,

desinfecção e distribuição. Na coagulação, é adicionado Sulfato de Alumínio, Cloreto Férrico

ou outro coagulante, estando diretamente ligado ao pH da água bruta. Seguido de uma

mistura rápida para que as partículas fiquem eletricamente desestabilizadas e mais fáceis

de agregar. O método de coagulação mais eficiente para esse tipo de tratamento é a

coagulação por varredura, de modo que a intenção seja o englobamento de partículas

formando bons flocos para a floculação.

Posteriormente faz-se a floculação, etapa em que há uma mistura lenta da água, por

meio de fracionamento do Gradiente de floculação em cada floculador, servindo para

provocar a formação de bons flocos com partículas maiores visando o aumento da massa

das partículas e evitando que elas se quebrem. Após a formação dos flocos a água é

enviada para o decantador para separar os sólidos de sujeira, formado na etapa anterior,

que sedimentam no fundo dos tanques.

Na filtração a água atravessa tanques formados por pedras, areia, argila e carvão

antracito, sendo responsáveis por reter a sujeita que restou da fase de decantação,

clarificando a água e garantindo a potabilidade.

A etapa de pós-alcalinização é realizada visando à correção do pH da água, para

evitar corrosão ou incrustação nas tubulações que irão aduzir e distribuir a água tratada. As

etapas finais são a cloração e fluoretação. Na cloração é realizada adição de cloro líquido

antes de sua saída ETA para garantir que a água fique isenta de bactérias e vírus até a casa

do consumir, garantindo, conforme a Portaria 2.914, o cloro residual mínimo de 0,2 mg/L e

máximo de 2 mg/L na rede de distribuição. Já o Flúor adicionado à água ajuda na prevenção

das cáries.

A SANEAGO já está elaborando os projetos para a nova captação e ETA, na qual será

dividida em dois módulos. Ainda há a implantação de um novo reservatório, que possuirá

capacidade de 500 m³, atendendo assim a demanda do município de Ouvidor.

6.1.6 Previsão de eventos de emergência e contingência

Os eventos de emergência que podem eventualmente gerar problemas de

abastecimento de água no município podendo ser localizados ou generalizados. Em ambos

40

os casos devem ser tomadas medidas que visem tanto à segurança do abastecimento,

quanto o atendimento as demandas básicas da população, a fim de garantir a cota mínima

de água potável de abastecimento da sede.

Os principais problemas relativos à distribuição e consumo de água podem acontecer

em qualquer uma das etapas do processo: captação e adução, tratamento e distribuição.

Eventuais faltas de água ou interrupções no sistema podem ocorrer por manutenção

no sistema, eventualidades, problemas de contaminação, falhas no sistema, dentre outros.

O artigo 46 da Lei 11.445 aponta que em situação crítica de escassez ou contaminação dos

recursos hídricos que obrigue a adoção de racionamento, desde que declarada pela gestora

dos recursos hídricos, nesse caso, no município, o ente regulador poderá adotar

mecanismos tarifários de contingência, com objetivo de cobrir custos adicionais decorrentes,

garantindo o equilíbrio financeiro da prestação do serviço e a gestão da demanda.

Em casos mais críticos de escassez ou contaminação da água, na tentativa de suprir a

população da quantidade mínima necessária de água, deve-se fazer um abastecimento

emergencial.

A tabela abaixo apresenta algumas ações de emergência e contingência a serem

aplicadas no serviço de abastecimento de água para cada serviço, especificadamente.

Tabela 20. Ações de contingência e emergência.

Eventos de Emergências

Possíveis Causas Ações de Prevenção Ações de

Contingência

Queda no fornecimento

de energia elétrica

A interrupção do fornecimento de energia

elétrica pode ser provocada por diversos fatores que não

estão no controle da concessionária do serviço,

tais como interrupção programada, interrupção

acidental na rede ou defeitos nas instalações elétricas.

Instalação de geradores reservas

Comunicar à concessionária de

energia elétrica para a disponibilização de

gerador de emergência na falta

continuada de energia

Inundações

Períodos de cheia no manancial, em geral, da

captação, estação elevatória de água bruta, e da ETA,

comprometendo a qualidade e o funcionamento dos

equipamentos, podendo danifica-los.

Analisar o volume de água do manancial em períodos de seca e cheia, antes de instalar as estruturas de

abastecimento. Preservação da mata ciliar

próximo à captação evitando assoreamento do leito do rio e inundações

não programadas.

Contratar obras emergências de

reparos das instalações atingidas.

Movimentação de solo

Podem ocorrer naturalmente, quando há

Evitar obras que causem este tipo de impacto nas

Informar à SANEAGO para que o

41

Eventos de Emergências

Possíveis Causas Ações de Prevenção Ações de

Contingência

acomodação do solo, ou de forma artificial, quando há obras nas proximidades,

principalmente das adutoras. Períodos pluviométricos extensos com chuvas

intensas também podem levar à ocorrência de

deslizamentos e movimentações do solo.

proximidades das adutoras departamento tome as medidas cabíveis

Conservar a cobertura vegetal do solo

Reparar os dispositivos danificados

Contratar obras emergenciais de

reparos das instalações atingidas

Vandalismo e/ou sinistros

Ações de vândalos e/ou ocorrência de danos e de

prejuízos em consequência de um acidente ou evento adverso, como incêndio,

desabamento, inundações, dentre outros.

Implantação de cercas, uso de trancas e cadeados,

sistemas de iluminação e vigilância eletrônica, e em

alguns casos o uso de vigilantes, principalmente

no período noturno.

Caso tais medidas sejam ineficientes e os vândalos causem

algum tipo de dano às estruturas, deve-se comunicar à polícia,

que tomará as devidas providências.

Seca prolongada

Situações de seca prolongada que venham a comprometer a vazão dos

poços e mananciais, fazendo com que funcionem em estado crítico por conta da diminuição no volume de

água, afetando todo o sistema.

Devem ser feitas campanhas de

conscientização para que a população economize água. Pode-se também analisar a

possibilidade de abastecimento do município

por outro curso d’água.

Disponibilizar caminhões pipa para

fornecimento emergencial de água.

Rompimento de redes e linhas de adutoras de

água

Há diversos fatores que propulsiona o rompimento das ligações, entre eles o

erro de cálculo nos projetos, a pressão acima da média

que a água passa pela tubulação, o tipo de material utilizado na construção do dispositivo, e o tráfego de veículos pesados sobre as

adutoras.

Manutenção periódica dos equipamentos

Isolar a área e informar à SANEAGO,

para que tome as providências necessárias.

Critérios na escolha de materiais para a construção

do sistema.

Fazer manutenção ou troca das redes/linhas.

Fonte: TERRA Estudos e Projetos Ambientais.

6.2 INFRAESTRUTURA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

6.2.1 Análise das alternativas de gestão e prestação de serviços

Atualmente, a gestão e prestação de serviços de esgotamento sanitário do município

são concedidas à SANEAGO – Saneamento de Goiás S/A, por meio do Contrato de

Concessão para Serviços de Água e Esgotos Sanitários de número: 1056/04. O contrato

vigora desde 5 de novembro de 2004 e possui prazo de 20 anos, com previsão de término

para 5 de novembro de 2024.

42

Não foi demonstrado interesse da prefeitura municipal em assumir a gestão e

prestação dos serviços de esgotamento sanitário. A administração pública municipal deve

então, assim que se encerrar o contrato vigente, renovar o contrato de concessão ou

estudar outra maneira para que os serviços continuem a ser realizados.

6.2.2 Projeção da vazão anual de esgotos ao longo dos 20 anos para toda a

área de planejamento

O município de Ouvidor não possui sistema de coleta e esgotamento sanitário,

portanto, não se sabe ao certo qual a vazão de esgoto atualmente produzida pela

população. Entretanto, segundo Von Sperling (1996), uma estimativa para tal volume pode

ser calculada por meio das equações abaixo.

Alguns coeficientes são adotados para realização das estimativas. Segundo a NBR

9.649/86, foram adotados para coeficiente do dia de maior consumo (K1) coeficiente da hora

de maior consumo (K2) e coeficiente da hora de menos consumo (K3) respectivamente 1,2;

1,5 e 0,5; e para coeficiente de retorno (R) o valor de 0,8 (admitindo-se que 80% da água

consumida retornarão como esgoto doméstico).

A vazão de infiltração é calculada utilizando uma taxa de infiltração de 0,05 L/s/Km

(NBR 9.649/86) sobre a extensão da rede coletora de esgoto. Para os projetos de redes de

esgoto da SANEAGO, é exigido que fosse rede dupla. Como o município não possui rede

coletora, para que se tenha uma estimativa de extensão dessa rede é adotado que ela seja

o dobro da extensão da rede de água que é de 21.469 metros. Portanto a extensão adotada

para a rede de esgoto foi de 42.938 m.

Tabela 21. Projeção da geração de esgoto doméstico.

Ano População

Urbana (hab.)

Vazão de Esgoto (L/s)

Min. Méd. Máx.

43

Ano População

Urbana (hab.)

Vazão de Esgoto (L/s)

Min. Méd. Máx.

2014 5.253 6,03 9,91 16,13

2015 5.306 6,07 9,99 16,27

2016 5.360 6,11 10,07 16,41

2017 5.414 6,15 10,15 16,56

2018 5.468 6,19 10,23 16,70

2019 5.523 6,23 10,31 16,85

2020 5.579 6,27 10,40 17,00

2021 5.635 6,31 10,48 17,15

2022 5.692 6,36 10,56 17,30

2023 5.749 6,40 10,65 17,45

2024 5.807 6,44 10,73 17,60

2025 5.866 6,48 10,82 17,76

2026 5.925 6,53 10,91 17,92

2027 5.984 6,57 11,00 18,07

2028 6.044 6,62 11,08 18,23

2029 6.105 6,66 11,17 18,40

2030 6.166 6,71 11,27 18,56

2031 6.228 6,75 11,36 18,72

2032 6.291 6,80 11,45 18,89

2033 6.354 6,84 11,54 19,06

2034 6.418 6,89 11,64 19,23

2035 6.483 6,94 11,73 19,40

Fonte: SNIS 2013, TERRA Estudos e Projetos Ambientais.

6.2.3 Definição de alternativas técnicas de engenharia para atendimento da

demanda calculada

Para atendimento da demanda calculada, é necessária a construção de redes

coletoras de esgoto e de uma Estação de Tratamento de Esgoto. A rede coletora deve

atender todas as ruas da área urbana local enquanto que a estação de tratamento de esgoto

deve possuir uma capacidade de tratamento de 12 L/s para a vazão média e de 20 L/s para

a vazão máxima. Frisando que estes valores foram obtidos foram obtidos baseados em uma

vazão de infiltração cuja extensão da rede coletora foi estimada.

A Figura 9 foi retirada do Manual “Opções para tratamento de esgotos de pequenas

comunidades” da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB) de São

Paulo. A Tabela 22 também foi retirada do mesmo manual e apresenta uma comparação

44

entre algumas das opções de tratamento de esgoto mais utilizadas para municípios com

populações até 50.000 habitantes.

A partir do fluxograma apresentado na Figura 9 e da Tabela 22 é possível escolher um

tratamento que mais se adéque as condições locais do município e no final permita que o

tratamento tenha uma melhor eficiência. As duas tecnologias mais indicadas para Ouvidor

são lagoa facultativa + lagoa anaeróbia ou lagoa facultativa unicelular, pois seu custo de

investimento por habitante é relativamente baixo; o custo de operação e manutenção é

baixo; possui grande eficiência no tratamento; não necessita de energia para

funcionamento; apresenta baixa presença de patógenos no efluente final (sugere-se então a

instalação de uma unidade de desinfecção posterior às lagoas); o município dispõe da área

necessária para a instalação do sistema de tratamento.

45

Figura 9. Fluxograma para seleção de sistemas de tratamento de esgoto.

46

Tabela 22. Comparação entre algumas das opções de tratamento de esgoto mais utilizadas.

Características Fossa séptica + Sumidouro

Fossa séptica + Vala deinfiltração

Fossa séptica +

Filtro anaeróbio

Lagoa anaeróbia + facultativa

Lagoa facultativa unicelular

Disposição de esgoto no

solo UASB

Lagoa anaeróbia +

lagoa decantada

Valo de oxidação

Área necessária para implantação

Pequena Grande Pequena Grande Grande Muito grande Muito

pequena Pequena Pequena

Custo de investimento por

habitante Médio Grande Médio Pequeno Pequeno Pequeno Pequeno Médio Grande

Custo de operação e manutenção

Pequeno Pequeno Pequeno Muito

pequeno Muito

pequeno Pequeno Pequeno Médio Grande

Confiabilidade Média Média Grande Muito grande Muito grande Muito grande Grande Grande Grande

Necessidade de mão-de- obra para

operação

Muito eventual não

especializada

Muito eventual não

especializada

Muito eventual não especializada

Eventual, não especializada.

Eventual, não especializada.

Constante, não

especializada.

Constante, não

especializada.

Constante, não

especializada.

Constante, não

especializada.

Requerimento de energia para

operação Não requer Não requer Não requer Não requer Não requer Não requer Não requer Requer Requer

Produção de lodo a ser disposto

Sim Sim Sim Não Não Não Sim Não Sim

Remoção da matéria orgânica

Pequena Pequena Grande Muito grande Muito grande Muito grande Grande Muito grande Muito grande

Remoção de nutrientes

Não remove Não remove Não remove Pode remover

algum Pode remover

algum Remove Não remove Não remove Pode

Presença de patogênicos no

efluente

Não há efluente

propriamente dito

Não há efluente

propriamente dito

Média Pequena Pequena

Não há efluente

propriamente dito

Média Média Média

Observações Para até 75

m3/dia

Para até 75 m

3/dia

Para até 75 m

3/dia

- - - - - -

Fonte: CETESB, 1988.

47

6.2.4 Comparação das alternativas de tratamento de esgoto

Visto a dificuldade de implantar um sistema de coleta e tratamento de efluentes

doméstico centralizado que atenda toda a população do município e, que a falta de controle

das fossas pode contaminar o lençol freático, considerou-se as alternativas de sistemas

unifamiliares, que é uma tecnologia simples, compacta e de baixo custo para a zona rural e

sistema separador absoluto com tratamento por lagoas de estabilização para o zona urbana.

A preferência destes sistemas considerou as dificuldades mencionadas, bem como a

premissa de fornecer para toda a população do município um adequado tratamento dos

seus efluentes.

Sistema de Esgotamento Sanitário Rural

Para garantir o esgotamento sanitário onde não é economicamente viável fazer

esgotamento por rede coletora do tipo separador absoluto e posterior tratamento, deve-se

seguir algumas diretrizes:

Estudo de um padrão ideal de fossas sépticas para a zona rural, seguindo as

normas técnicas vigentes;

Auxilio técnico e financeiro para a instalação de fossas sépticas que atendam os

padrões especificados;

Limpeza periódica das fossas implantadas com caminhões limpa-fossa.

É relevante informar que mesmo que as fossas utilizem opções de baixo custo,

propor-se o cumprimento das normas de construção de fossas sépticas NBR 7.229/93.

Neste entendimento, as fossas sépticas são consideradas como uma das

soluções para compor a universalização do atendimento, devendo, no entanto, serem

convenientemente dimensionadas através de um projeto adequado, e receberem limpeza

periódica anual com remoção do lodo para tratamento em ETE, para que a solução seja

eficaz.

Tipos de sistemas de esgotamento sanitário unifamiliar:

Tanque de Evapotranspiração - Fossa Ecológica

48

O sistema é semelhante às wetlands, porém o resultado é água em forma de

evaporação ou transpiração das plantas que ficam na parte superior do sistema. Não gera

efluente. É um sistema fechado, não há saída de água dele, seja para filtros ou sumidouros.

Esse sistema, na permacultura, é conhecido como “Bacia de Evapotranspiração”. Sua

variação “círculo de bananeira” é uma técnica complementar usada para tratamento de

águas cinza.

TÍTULO TANQUE DE EVAPOTRANSPIRAÇÃOFOSSA ECOLÓGICA

PROJETOMELHORIAS SANITÁRIAS DOMICILIARES

LOCALIDADE

MINISTÉRIO DA SAÚDE FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE

FUNASADESENV. DESENHO VISTO

NOME:CREA:NOME:CREA:

AUTORES

PRANCHA 01/01

DATAOUT/2013

ARQUIVO

Figura 10 - Esquema de tanque de evapotranspiração

0,12 1,84

0,121,95

0,1

22,5

2

0,1

12,6

3

PROJEÇÃO ENTRADA ÁGUA CINZA E ÁGUA NEGRA

PAREDE EM ALVENARIA

MEIO TIJOLO ACENTADO COM INCLINAÇÃO PARA CIMA

PROJEÇÃO MEIA MANILHA DE 0.80 CM

PLANTAEscala 1:25

PEDRA DE MAO OU BRITA 4

A A

BB

Ø 100MM Extravasor

Ø 50MM

TAMPA DE INSPEÇÃO E MANUTENÇÃO CAP Ø 100MM

CORTE B-BEscala 1:25

1,1

60,0

5

0,5

00,3

00,2

00,1

6

PAREDE EM ALVENARIA

MEIA MANILHA DE 0.80 CM

PEDRA DE MAO OU BRITA 4

MEIO TIJOLO ACENTADO COM INCLINAÇÃO PARA CIMA

CONTRA PISO

BANANEIRAS

SOLO FÉRTIL

PLANTAR ESPÉCIES RASTEIRAS

ENTRADA ÁGUA CINZA E NEGRA

TAMPA DE INSPEÇÃO E MANUTENÇÃO CAP Ø 100MM

BRITA 1

AREAI GROSSA

CORTE A-AEscala 1:25

50

Fossa Séptica + Filtro

O material utilizado na construção das fossas sépticas irá depender do tipo de solo,

podendo ser de concreto ou PVC. A escolha da segunda etapa do tratamento, pós-tanque

anaeróbio, irá depender da tipologia do solo e o nível do lençol freático, podendo o filtro ser:

Filtros anaeróbios - Dispositivos verticais, semelhantes aos tanques

anaeróbios, recomendados para terrenos onde o solo é encharcado. Nesse

caso, os efluentes são lançados diretamente na água depois dos processos de

tratamento.

Valas de infiltração - Sumidouros horizontais. Assim como os sumidouros, são

aplicáveis em terrenos com condições de infiltrar os efluentes. A alternativa é

ideal quando o nível do lençol freático não permite a utilização do sumidouro

convencional. O comprimento das valas de infiltração é ajustável conforme a

área de implantação. Por isso, caso o comprimento do terreno não seja

suficiente para recebê-las, recomenda-se a instalação de múltiplos sumidouros

em paralelo.

Sumidouro - Com furos ao longo de sua cavidade, a alternativa é recomendada

para terrenos que suportam infiltrações. Nesse caso, os solos costumam ser

próprios para receber infiltrações e, por isso, os efluentes são jogados por entre

os furos diretamente no terreno. Os sumidouros são dispositivos aplicados na

vertical, assim como os tanques e filtros anaeróbios.

TÍTULO CONJUNTO SÉPTICOSISTEMA TANQUE SÉPTICO/FILTRO

PROJETOMELHORIAS SANITÁRIAS DOMICILIARES

LOCALIDADE

MINISTÉRIO DA SAÚDE FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE

FUNASADESENV. DESENHO VISTO

NOME:CREA:NOME:CREA:

AUTORES

PRANCHA 01/02

DATAOUT/2013

TOPOESCALA

1:25

ARQUIVO

ISOMÉTRICO 60ESCALA

1:25

Figura 11 - Sistema tanque séptico/filtro

Figura 11 - Sistema tanque séptico/filtro

TÍTULO CONJUNTO SÉPTICOSISTEMA TANQUE SÉPTICO/FILTRO

PROJETOMELHORIAS SANITÁRIAS DOMICILIARES

LOCALIDADE

MINISTÉRIO DA SAÚDE FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE

FUNASADESENV. DESENHO VISTO

NOME:CREA:NOME:CREA:

AUTORES

PRANCHA 02/02

DATAOUT/2013

ARQUIVO

53

Sistema de Esgotamento Sanitário Distrito Sede

O sistema separador absoluto é concebido para receber exclusivamente, esgotos

domésticos e industriais. As águas pluviais são esgotadas em outro sistema independente.

No Brasil, este sistema é usado desde o início do século, e apresenta uma série de

vantagens:

As tubulações são menores favorecendo o emprego de tubos pré-moldados;

Pode-se fazer a implantação do sistema por partes, construindo-se inicialmente

a rede de maior importância, e ampliando-se posteriormente;

As condições de operação das elevatórias e estações de tratamento são

melhores, não sofrendo alterações significativas de vazão por ocasião dos

períodos chuvosos;

Afastamento das águas pluviais é facilitado, admitindo-se lançamentos múltiplos

em locais mais próximos.

De forma a permitir a compreensão do sistema de tratamento de esgoto recomendado,

Lagoas de Estabilização, apresenta-se no quadro abaixo uma descrição preliminar do

sistema:

Tabela 23. Descrição sucinta do sistema de tratamento recomendado.

Lagoas de Estabilização

Lagoa Anaeróbia - Lagoa Facultativa

A DBO é em torno de 50 a 65% removido (convertida a líquidos e gases) na lagoa anaeróbia (mais profunda e com menor volume), enquanto a DBO remanescente é removida na lagoa facultativa. O sistema ocupa uma área inferior ao de uma lagoa facultativa única.

Lagoas de Maturação

O objetivo principal das lagoas de maturação é a remoção de organismos patogênicos. Nas lagoas de maturação predominam condições ambientais adversas para estes microrganismos, como radiação ultravioleta, elevado pH, elevado OD, temperatura mais baixa que a do trato intestinal humano, falta de nutrientes e predação por outros organismos. As lagoas de maturação constituem um pós-tratamento de processos que objetivem a remoção da DBO, sendo usualmente projetadas como uma série de lagoas, ou como lagoas com divisões por chicanas. A eficiência na remoção de coliformes é elevadíssima.

Fonte: Von Sperling (2005), adaptado.

54

Com este tipo de sistema se consegue uma eficiência de tratamento entre 80 e 85%

na remoção de DBO.

Ainda foram avaliadas as vantagens e desvantagens do sistema de tratamento

escolhido:

Tabela 24. Vantagens e desvantagens do sistema de tratamento recomendado.

Lagoas de Estabilização

Vantagens

Tecnologia consolidada;

Geralmente apresenta o menor custo;

Simplicidade construtiva;

Não requer equipamentos especiais;

Facilidade operacional;

Não necessitam de decantador primário, adensador de lodo e unidades de desaguamento de lodo.

Desvantagens

Maior risco de liberação de maus odores (sistema é aberto). No caso, devem ficar distantes de residências (mínimo 500 m);

Exigem grandes áreas;

Maior suprimento ao meio líquido;

Acúmulo de material flutuante (aspecto visual desagradável);

Concentração de sólidos no efluente e presença de mosquitos.

Apesar das desvantagens, este tipo de sistema é o mais usual no caso de municípios

com o perfil de Ouvidor.

O esquema abaixo demonstra as etapas do sistema, vale ressaltar que todo o sistema

deve trabalhar com lagoas extras, no caso, para que o sistema não pare quando houver

necessidade de limpeza e/ou manutenção de estrutura.

55

Figura 12 - Esquema de sistema de lagoas de estabilização, recomendado.

6.2.5 Previsão de eventos de emergência e contingência

Para o tratamento de esgoto por meio de fossas sépticas, não existem planos de

contingência e/ou emergência. Se o tanque foi bem dimensionado e a limpeza do lodo é

feita periodicamente a fossa continuará operando normalmente Os problemas que podem

surgir, são relacionados a questões de saúde e impactos ambientais, como aumento dos

casos de doenças epidemiológicas; contaminação do lençol freático; contaminação do solo;

dentre outros, mas que são consequências do tipo de tratamento.

Embora atualmente o município não possua estação de tratamento de esgotos, são

apresentadas as seguintes ações preventivas para o sistema de esgotamento sanitário, o

qual deve ser complementado conforme as intervenções propostas no presente Plano.

I. Acompanhamento da vazão de esgotos tratados, quando houver tratamento;

II. Controle de parâmetros dos equipamentos em operação, como horas trabalhadas,

corrente, tensão e consumo de energia;

III. Controle de equipamentos de reserva e em manutenção;

IV. Sistema de gerenciamento da manutenção: cadastro dos equipamentos e

instalações; programação de manutenções preventivas; geração e controle de

ordens de serviços de manutenções preventivas e corretivas; registros e históricos

das manutenções;

V. Acompanhamento das variáveis de processo da estação de tratamento de

esgotos, com registros históricos;

56

VI. Inspeção periódica no sistema de tratamento de esgotos;

VII. Manutenção preventiva das bombas do sistema de esgotos em oficina

especializada;

VIII. Manutenção com limpeza preventiva programada das estações elevatórias de

esgoto, quando houver;

IX. Manutenção preventiva e corretiva de coletores e ramais de esgoto com

equipamentos apropriados;

X. Acompanhamento sistemático das estações elevatórias de esgoto;

XI. Controle da qualidade dos efluentes: controle periódico da qualidade dos esgotos

tratados na estação de tratamento de esgoto, realizado por laboratório específico

e de acordo com a legislação vigente;

XII. Plano de ação para contenção de vazamentos de produtos químicos;

XIII. Plano de vistoria e acompanhamento do sistema de esgotamento sanitário

existente com equipes volantes 24 horas por dia.

6.3 INFRAESTRUTURA DE ÁGUAS PLUVIAIS

6.3.1 Proposta de medidas mitigadoras para os principais impactos

identificados, em particular:

6.3.1.1 Medidas de controle para reduzir o assoreamento de cursos d’água e de bacias de

detenção

O assoreamento é consequência dos processos erosivos, provocando a desagregação

de solos e rochas e acúmulo dos sedimentos nos leitos dos rios e de bacias de

sedimentação, são transportados pelas correntezas esses sedimentos causam obstruções

nos cursos d’água. A erosão promove grandes transformações na paisagem natural, com

reflexos não só no segmento ambiental como também no aspecto sócio econômico. A

erosão nas margens dos corpos hídricos é potencializada principalmente pela ação

antrópica, através da remoção da mata ciliar para atividades como impermeabilizações,

desmatamentos, intensa exploração dos recursos hídricos, pastagens, entre outros. Uma

57

vez que o escoamento superficial vai em direção ao ponto mais baixo da bacia, carreando

todos os sedimentos encontrados ao longo do caminho para dentro do rio.

Sem dúvidas, a melhor proposta para conter o assoreamento é recuperar as matas

ciliares que foram removidas, por este motivo o novo Código Florestal aprovado em 2012,

denomina estes locais como “Áreas de Preservação Permanentes” e determina uma

extensão mínima variando entre 30 a 500 metros dependendo do tamanho da propriedade

que estas áreas estão incluídas. O reflorestamento da área é uma medida em longo prazo

que conforme a urgência de combate a erosões e consequentemente do assoreamento dos

corpos hídricos, outras medidas devem ser propostas.

O ideal é que ocorra a prevenção do assoreamento com a instalação de curvas de

nível, técnicas de terraceamento, além de outras técnicas como o enroncamento que

consiste em um maciço de rochas compactadas, este material retém não só as partículas

que foram arrastadas pela erosão subterrânea como absorve o impacto de ondas sobre o

barranco, evitando o solapamento da base. Outra técnica, de bioengenharia é o uso de

biomantas ou geotêxteis em associação com retentores de sedimentos que tem como

objetivo estabilizar o talude marginal a partir da associação com espécies vegetais de

desenvolvimento rápido, propiciando a formação de um ambiente para o desenvolvimento

da vegetação primária obedecendo aos modelos de sucessão secundária.

As bacias de controle de cheias ou bacias de detenção têm sido soluções alternativas

aos sistemas clássicos de drenagem mais adotados nos centros urbanos. Essas bacias

concebidas para reservação da água durante as chuvas e consequente escoamento

superficial acumulam resíduos sólidos, carreados principalmente do escoamento. A

quantidade de sedimentos acumulada na área de armazenamento reduz o volume de água

a ser detido temporariamente no equipamento público e a característica do mesmo pode

contribuir para poluição dos corpos hídricos. As medidas para realizar a prevenção das

bacias de detenção são as mesmas para os corpos hídricos, como: reflorestamento,

terraceamento, curvas de nível, enroncamento, entre outras.

O assoreamento deve ser motivo de preocupação do município, já que o

assoreamento dos rios provocados pelo acúmulo de sedimentos diminui a quantidade de

água presente e faz com que o aumento do escoamento superficial ocasionado

principalmente pela impermeabilização do solo gere inundações e cause transtornos para a

população, não só de infraestrutura como também de saúde pública.

58

Figura 13. Curvas de nível.

Figura 14. Técnicas de enroncamento.

6.3.1.2 Medidas de controle para reduzir o lançamento de resíduos sólidos nos corpos

d’água

Os resíduos sólidos que atingem os sistemas de drenagem urbana e logo após os

corpos d’água tem origem diversificada, envolvendo resíduos domésticos, industriais,

entulhos e sedimentos. O resíduo doméstico advém da não remoção do lixo por parte da

administração pública e do descarte indevido em corpos d’água ou diretamente nas ruas, os

resíduos industriais advém de lançamentos clandestinos, os entulhos da coleta informal e do

descarte descontrolado e por fim os sedimentos livres que não são recolhidos pela coleta

regular, movimentações de terra, sistema viário e obras civis chegando às redes de

drenagem.

Para a redução dos resíduos o Programa de Pesquisas em Saneamento Básico

(PROSAB) propõe algumas alternativas, como o uso de estruturas autolimpantes e cestas

acopladas às bocas de lobo. Nas estruturas autolimpantes a água empurra o resíduo

limpando o segregador (tela ou grade), o resíduo é desviado para um local de acumulação

onde a frequência de limpeza é menor, as cestas acopladas em entradas de bocas de lobo

apresentam vantagem de fácil limpeza e remoção para manutenção e tem como

desvantagens o alto custo do aspirador, tampas de captações pesadas e grande número de

unidades necessárias.

A cesta acoplada ou popularmente conhecida como filtro de bueiro vem sendo de

grande aceitação para alguns municípios no país se tornando uma alternativa eficaz na

redução dos resíduos sólidos. Para que essas medidas propostas sejam implementadas é

preciso aceitação por parte da população, que só será obtida por meio de ações de

59

educação ambiental que conscientizem a os munícipes do descarte indevido dos resíduos

que geram entupimento das bocas de lobo e o assoreamento dos corpos hídricos causando

inundações, enchentes e doenças pra população.

Figura 15. Filtro de boca de lobo.

6.3.2 Diretrizes para o controle de escoamentos na fonte

O controle de escoamento se faz na fonte, adotando-se soluções que favoreçam o

armazenamento, a infiltração e a percolação, ou a jusante, adotando-se bacias de detenção

e considerando as características topográficas locais e a listagem das soluções de controle

que melhor se adaptarem.

O Plano Diretor do município de Ouvidor, em seu capítulo V dos parâmetros

urbanísticos, define no artigo 36 os parâmetros urbanísticos destinados a controlar a

ocupação e o uso do solo em cada zona, com o objetivo de garantir a preservação do meio

ambiente e do patrimônio histórico e cultural, o conforto, a salubridade e a qualidade do

meio ambiente e o seu usufruto por todos os cidadãos. Em suas ações, define a taxa de

permeabilidade (TP) que é a taxa mínima que corresponde à porção do terreno que deverá

ser sempre conservada em seu estado natural ou tratada com vegetação, conforme definido

essa taxa corresponde a 20% do terreno.

Conforme definido no Plano Diretor o município deve propor ações de fiscalização

para garantir que cada terreno mantenha sua porcentagem permeável mínima diminuindo a

quantidade de água que escoa para a sarjeta.

60

Em drenagem urbana existem algumas técnicas compensatórias em virtude das altas

taxas de impermeabilizações, essas técnicas são divididas em: técnicas para controle da

fonte, técnicas lineares e técnicas para controle centralizado. As técnicas para controle da

fonte estão inseridas em pequenos conjuntos e associadas a pequenas superfícies de

drenagem, sendo elas: poços de infiltração, valas e valetas, micro reservatórios domiciliares

e telhados armazenadores, as técnicas lineares estão inseridas junto com os sistemas

viários, pátios, estacionamentos e arruamentos com grandes áreas de drenagem

associadas, através de pavimentos porosos, valas de detenção, trincheiras de infiltração e

planos de infiltração e detenção, por último as técnicas para controle centralizado que são

bacias de detenção e retenção associadas às áreas de drenagem de maior porte.

A imagem abaixo mostra os pontos que apresentam maior necessidade de

dispositivos para controle da água, esses locais apresentam menor altitude em relação aos

outros pontos da malha urbana, ressalta-se que os pontos A e C estão a menos de 1 km do

córrego da lagoa, os sedimentados carreados pelo escoamento superficial bem como a falta

de vegetação as margens do córrego podem ocasionar o seu assoreamento e abaixo do

local B, existem pontos críticos.

61

Figura 16. Pontos de Alagamento do município de Ouvidor.

Fonte: Google Earth Pro.

Para evitar que a água escoe em grandes quantidades pra os pontos de menor

altitude no município algumas atitudes podem ser implantadas por parte da administração

municipal e da população, como o uso de pavimentos permeáveis, telhados verdes e

sistemas de aproveitamento de água das chuvas.

O projeto técnico pavimento permeável aponta que as superfícies destinadas ao

sistema viário e às áreas de estacionamento ocupam espaços consideráveis, chegando a

30% da bacia de drenagem contribuindo para o aumento do escoamento superficial e para

problemas de inundações urbanas.

O aproveitamento de água das chuvas consiste no uso de equipamentos para

canalizar a água das chuvas, como calhas e canaletas, advindas do telhado seguindo para

62

um local de armazenamento e por fim seu uso destinado a fins não potáveis, como: lavagem

de áreas externas e internas de casas, lavagem de veículos, irrigação de jardim, entre

outros.

6.3.3 Diretrizes para o tratamento de fundos de vale

Fundos de vale correspondem a locais que possuem alturas mais baixas do relevo

acidentado, essas áreas identificadas no município correspondem aos pontos A, B e C da

Figura 16 do item 6.3.2, na malha urbana que sofrem com a quantidade de água que chega

proveniente do escoamento superficial da água das chuvas.

O município deve expandir sua rede drenagem, principalmente nos pontos mais

críticos, bem como dar manutenção em bueiros e bocas de lobo que se apresentam

danificadas ou entupidas. Exercer ações de fiscalização para que as taxas de

impermeabilização dos lotes sejam cumpridas e promover ações, já citadas acima, para

diminuir o escoamento superficial, bem como priorizar a infiltração dessa água para o

carregamento do lençol freático. O município em parceria com a secretária de obras e

infraestrutura municipal (ou órgão competente), juntamente com a Defesa Civil (sediada em

Catalão) deverá, a partir da identificação dos pontos de alagamento da malha urbana,

realizar programas com a população sobre os cuidados que os munícipes devem ter com a

chegada de chuvas de alto índice pluviométrico. Nos fundos de vale, é necessário criação

de estruturas como bacias de detenção e retenção, além da ampliação da rede de

drenagem para que essa água tenha para onde escoar, evitando os alagamentos.

6.3.4 Previsão de eventos de emergência e contingência

A previsão de eventos de contingência e emergência ocorre por meio do plano de

contingência que é elaborado para orientar ações de preparação e respostas a um

determinado cenário de risco, com o intuito de facilitar as atividades de preparação e

aperfeiçoar as atividades de resposta, em se tratando de drenagem urbana e manejo de

águas pluviais, os problemas mais recorrentes são enchentes, inundações e deslizamentos

de encosta. Cada instituição/órgão setorial, dentro de sua esfera de atribuição, deve

interagir de maneira integrada para elaborar um planejamento, com foco na sua

operacionalização diante do evento.

Conforme aponta o Plano de Contingência do Estado de Goiás, a Defesa Civil dos

municípios: Anhanguera, Campo Alegre, Catalão, Goiandira, Nova Aurora, Ouvidor e Três

63

Ranchos tem sede no Município de Catalão. O município de Ouvidor apresenta 3 áreas de

risco, porém não estão apresentadas no Plano de Contingências do Estado de Goiás quais

áreas eram essas. A figura abaixo apresenta um fluxograma de ações que devem ser

tomadas, quando dá ocorrência desses eventos.

Figura 17. Fluxograma de ações.

Fonte: Plano de Contingência do Estado de Goiás.

O município desempenha papel chave nesse processo em parceria com a defesa civil,

auxiliando na identificação de áreas sensíveis, promoção de ações de treinamento e

orientação da população bem como dar auxílio às populações que foram atingidas por

alguma dessas catástrofes.

6.4 INFRAESTRUTURA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

6.4.1 Planilha com estimativas anuais dos volumes de produção de resíduos

sólidos e percentuais de atendimento pelo sistema de limpeza urbana.

Os volumes de produção de resíduos sólidos são classificados em:

I. Total

64

II. Reciclado

III. Compostado

IV. Aterrado

Para a realização dos cálculos referentes à produção dos resíduos sólidos foi

considerada a taxa de geração per capita para a região Centro Oeste fornecida pelo SNIS

nos anos 2010, 2011, 2012 e 2013. A taxa de geração para 2010 foi 1,245 kg/hab.dia, para

2011 foi 1,250 kg/hab.dia, para 2012 foi de 1,251 kg/hab.dia e por fim em 2013 foi de 1,220

kg/hab.dia, foi considerado para o cálculo o valor médio de 1,2415 kg/hab.dia em virtude da

geração per capita dos anos anteriores. Além disso, a Associação Brasileira de Empresas

para a Limpeza (ABRELPE) traz que 16,7% de todo o resíduo gerado é considerado rejeito.

Conforme abordado no item 7.2 do produto C “Informações sobre a per capita de

resíduos no município” foi considerado que apenas 26,9% compõem a fração reciclável

destinado à comercialização, 16,7% compõe a fração de rejeitos e os outros 56,4 %

corresponde à fração úmida dos resíduos gerados.

Tabela 25. Projeção da quantidade de resíduos sólidos gerados.

Ano População Total (hab.)

Projeção de Resíduos Sólidos

Quantidade Gerada (kg/dia)

Quantidade Gerada

(ton./ano)

Aterrado (ton./ano)

Compostado (ton./ano)

Reciclado (ton./ano)

2014 6.038 7.496 2.736 457 1.285 613

2015 6.099 7.572 2.764 462 1.298 619

2016 6.161 7.648 2.792 466 1.312 626

2017 6.223 7.725 2.820 471 1.325 632

2018 6.285 7.803 2.848 476 1.338 638

2019 6.349 7.882 2.877 480 1.352 645

2020 6.413 7.961 2.906 485 1.365 651

2021 6.477 8.042 2.935 490 1.379 658

2022 6.543 8.123 2.965 495 1.393 664

2023 6.608 8.204 2.995 500 1.407 671

2024 6.675 8.287 3.025 505 1.421 678

2025 6.742 8.370 3.055 510 1.435 685

2026 6.810 8.454 3.086 515 1.450 691

2027 6.878 8.539 3.117 521 1.464 698

65

Ano População Total (hab.)

Projeção de Resíduos Sólidos

Quantidade Gerada (kg/dia)

Quantidade Gerada

(ton./ano)

Aterrado (ton./ano)

Compostado (ton./ano)

Reciclado (ton./ano)

2028 6.947 8.625 3.148 526 1.479 705

2029 7.017 8.712 3.180 531 1.494 713

2030 7.088 8.799 3.212 536 1.509 720

2031 7.159 8.888 3.244 542 1.524 727

2032 7.231 8.977 3.277 547 1.539 734

2033 7.304 9.068 3.310 553 1.555 742

2034 7.377 9.159 3.343 558 1.571 749

2035 7.451 9.251 3.377 564 1.586 757

Fonte: ABRELPE, SNIS e TERRA estudos e projetos ambientais.

A tabela acima mostra as estimativas ao longo do horizonte de projeto, contemplando

a população urbana e rural. Para que haja eficácia no aproveitamento de resíduos e

destinação correta dos rejeitos é necessária que seja implantada a coleta seletiva em todo o

município e centrais de triagem para que possam fazer a segregação dos resíduos e rejeitos

gerados.

A limpeza urbana conforme questionário aplicado no município obtém 78% de

satisfação em relação aos servidos prestados. Cabe ao município propor metas para que

100% da população estejam satisfeita, aumentando a frequência de varrição, capina e

roçagem.

6.4.2 Metodologia para o cálculo dos custos da prestação dos serviços

públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, bem como a

forma de cobrança desses serviços.

O código tributário municipal em sua seção II das taxas de serviços urbanos artigos

297,298 e 299, afirma que a taxa é devida pela prestação de serviços de coleta e remoção

do lixo, limpeza pública, conservação de via e logradouros públicos, sendo o sujeito passivo

das taxas o proprietário, o titular do domínio útil ou o possuidor a qualquer título de imóveis

situados em vias e logradouros públicos. As taxas de serviços urbanos serão apuradas de

acordo com a sua natureza e finalidade, dividindo-se o valor do custo dos respectivos

serviços pelo número de imóveis beneficiados, edificados ou não, que usufruam os

benefícios decorrentes dos serviços prestados. Sendo o custo dos serviços urbanos

66

apurados e rateado mediante planilhas elaboradas pelo órgão competente para a execução

e/ou fiscalização dos serviços urbanos, devidamente aprovados pelo titular da Fazenda

Pública Municipal, tomando como base o exercício anterior com valores de acordo com a

variação da Unidade Fiscal do Município – UFM. As taxas serão lançadas em nome do

sujeito passivo, anualmente sendo arrecadadas conforme dispuser o regulamento, podendo

ser lançadas e recolhidas juntamente com o Imposto Territorial e Predial Urbano – IPTU.

O SNIS 2013 aponta a despesa per capita para com os serviços de manejo de

resíduos sólidos urbanos que para a região Centro Oeste, possui indicador médio de 116

R$/habitante/ano, a partir desse valor, considerando o crescimento populacional é obtido o

valor gasto aproximado por ano com o manejo.

Tabela 26. Estimativas dos valores gastos por ano com coleta de resíduos domiciliares urbanos e limpeza

urbana.

Ano População Urbana

(hab.)

Projeção de gastos com manejo de resíduos sólidos urbanos.

Valor gasto no pela coleta de resíduos domiciliares urbanos e limpeza urbana

(R$ / ano)

2014 5.253 609.348

2015 5.306 615.496

2016 5.360 621.760

2017 5.414 628.024

2018 5.468 634.288

2019 5.523 640.668

2020 5.579 647.164

2021 5.635 653.660

2022 5.692 660.272

2023 5.749 666.884

2024 5.807 673.612

2025 5.866 680.456

2026 5.925 687.300

2027 5.984 694.144

2028 6.044 701.104

2029 6.105 708.180

2030 6.166 715.256

2031 6.228 722.448

2032 6.291 729.756

2033 6.354 737.064

2034 6.418 744.488

2035 6.483 752.028

Fonte: SNIS 2013 e TERRA estudos e projetos ambientais.

67

Os cálculos realizados foram considerados apenas a população a urbana, para a

população rural é necessário que o município primeiramente implante um sistema de coleta,

para que possa adequar sua legislação em função da regularização das taxas a serem

cobradas pelos serviços prestados.

6.4.3 Regras para o transporte e outras etapas do gerenciamento de resíduos

sólidos de que trata o art. 20 da Lei 12.305/2010, e demais disposições

pertinentes da legislação federal e estadual propondo a definição das

responsabilidades quanto à sua implantação e operacionalização.

A Lei 12.305 define em seu artigo 3º capítulo X que o gerenciamento de resíduos

sólidos consiste em um conjunto de ações exercidas direta ou indiretamente, nas etapas de

coleta, transporte, transbordo, tratamento e disposição final ambientalmente adequada dos

rejeitos de acordo com Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos ou Plano

de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. O artigo 20 da mesma lei define os

empreendimentos sujeitos à elaboração do plano de gerenciamento de gerenciamento de

resíduos sólidos, que são eles: Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico,

resíduos industriais, resíduos de serviços de saúde, resíduos de mineração,

estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços que gerem resíduos perigosos, as

empresas de construção civil, os responsáveis pelos terminais e os responsáveis por

atividades agrossilvopastoris se exigido pelo órgão competente do Sisnama do SNVS ou da

SUASA.

Para os resíduos dos serviços de saneamento básico - tratamento de água, tratamento

de esgoto, manejo de águas pluviais e gerenciamento de resíduos sólidos – as legislações

vigentes dos serviços de saneamento não propõem uma destinação final específica para

seus resíduos gerados, apenas que “deve ser dada uma destinação ambientalmente

adequada”. A tabela abaixo caracteriza o gerenciamento dos resíduos destes serviços.

Tabela 27. Caracterização dos resíduos dos serviços de saneamento.

Vertente Acondicionamento Armazenamento Destinação final Transporte

Tratamento de água

Disposto no gradeamento como

resíduos sólidos

Leitos de secagem

Aterro sanitário, desde que o teor de sólidos seja

>30%.

Caminhões caçamba fechados.

Disposto no fundo do desarenador em formato

de lodo;

Disposto no fundo dos decantadores em forma

68

Vertente Acondicionamento Armazenamento Destinação final Transporte

de lodo;

Disposto na calha de coleta dos floculadores no formato de escuma;

Tratamento de esgoto

Disposto no gradeamento como

resíduos sólidos

Leitos de secagem/área de

estocagem

Aplicação no solo; Aterro sanitário;

Incineração.

Caminhões caçamba fechados.

Disposto no fundo do desarenador em formato

de lodo;

Disposto no fundo dos decantadores em forma

de lodo;

Disposto na calha de coleta dos floculadores no formato de escuma;

Disposto no fundo da fossa séptica em formato

de lodo; Fundo da fossa

Disposto no fundo das lagoas em formato de

lodo;

Leitos de secagem/área de

estocagem

Manejo de águas

pluviais

Disposto no gradeamento/grelhas das

bocas de lobo

Gradeamento da boca de lobo e fundo das caixas de coleta das galerias pluviais.

Aterro sanitário Carro gari.

Gerenciamento de

resíduos sólidos

Sacos pretos Fechado e

impermeável. Aterro sanitário

Caminhões compactadores;

caminhões caçamba fechados.

Fonte: TERRA Estudos e Projetos Ambientais.

Para os Resíduos de Serviço de Saúde (RSS) a ABNT NBR N° 12.810/93 diz que a

equipe de coleta deve utilizar equipamento de proteção individual (EPI), sendo estes:

uniforme, luvas, botas, gorra, máscara, óculos, avental e carro de coleta interna. O carro de

coleta e transporte interno deve ser estanque, constituído de material rígido, lavável e

impermeável de forma a não permitir vazamento de líquido, com cantos arredondados e

dotados de tampa, devendo ainda ser identificado pelo símbolo de substância infectante.

Seu uso deve ser exclusivo para a coleta de resíduos, sendo o volume máximo de

transporte de até 100 litros para carro de coleta interna I e de até 500 litros para carro

interno de coleta II.

Para a coleta externa, a mesma norma exige os seguintes EPI para a equipe:

uniforme, luvas, botas, colete, boné e contêiner. O contêiner deve ser constituído de material

rígido, lavável e impermeável, de forma a não permitir vazamento de líquido e com cantos

arredondados. O contêiner deve ainda possuir tampa articulada ao próprio corpo do

69

equipamento, ser provido de dispositivo para drenagem com sistema de fechamento, ter

rodas do tipo giratório com bandas de rodagem de borracha maciça ou material equivalente

e ser branco, ostentando em lugar visível o símbolo de “substância infectante”, conforme

modelo e especificação determinados pela NBR 7500.

O veículo coletor utilizado na coleta externa, ainda segundo a ABNT NBR

N°12.810/93, deve ter superfícies internas lisas, de cantos arredondados de forma a facilitar

a higienização, não permitindo vazamento de líquido, sendo provido de ventilação

adequada. Sempre que a forma de carregamento for manual, a altura de carga deve ser

inferior a 1,20 m e quando possuir sistema de carga e descarga, este deve operar de forma

a não permitir o rompimento dos recipientes, sendo dotado de equipamento hidráulico de

basculamento quando forem utilizados contêineres.

A norma ainda preconiza que ao final de cada turno de trabalho, o veículo coletor deve

sofrer limpeza e desinfecção simultânea, usando-se jato de água, preferencialmente quente

e sob pressão. O efluente proveniente dessa lavagem e desinfecção deve ser encaminhado

para tratamento, conforme exigências do órgão estadual de controle ambiental.

A Tabela 28 apresenta as recomendações detalhadas aos resíduos de saúde,

específicos por classes segundo a Resolução RDC Nº 306/2004 da ANVISA.

Tabela 28. Gerenciamento dos RSS.

Resíduo Acondicionamento Armazenamento Destinação

final Legislação observada

Classe A Infectantes

Saco branco leitoso.

Fechado e impermeável.

Incineração Resolução CONAMA 358/2005

Classe B Resíduos Químicos

Branco Leitoso Fechado e

impermeável. Incineração

Resolução CONAMA 358/2005

Classe C Radiológico

Esp. Segundo CNEN

Esp. Segundo CNEN

Esp. Segundo CNEN

Resolução CONAMA 358/2005

Classe D Resíduos Comuns

Sacos pretos Fechado e

impermeável. Aterro

Sanitário

Resolução CONAMA 358/2005

Classe E

Perfurocortantes

Embalagens tipo Descartex

Fechado e impermeável.

Incineração Resolução CONAMA 358/2005

Fonte: Resolução RDC Nº 306/2004, Adaptado pelo autor.

70

Figura 18. Equipe de coleta utilizando EPI.

Figura 19. Armazenamento dos RSS no veículo de

coleta.

Figura 20. Veículo de coleta.

Em se tratando de Resíduos de Construção Civil (RCC) a Resolução CONAMA

N°307/202 diz que os transportadores dos RCC são as pessoas, físicas ou jurídicas,

encarregadas da coleta e do transporte desses resíduos entre as fontes geradoras e as

áreas de destinação. Antes do transporte, os resíduos devem ser devidamente

acondicionados. Portanto, o gerador deve garantir o confinamento dos resíduos após a

geração até a etapa de transporte, assegurando em todos os casos em que sejam

possíveis, as condições de reutilização e de reciclagem.

O acondicionamento interno pode ser realizado por meio de: bombonas, que são

recipientes plásticos, com capacidade para 50 litros, normalmente produzidos para conter

substâncias líquidas; bags, que são sacos de ráfia reforçados, dotados de 4 alças cuja

71

capacidade para armazenamento é em torno de 1 m³; e caçambas estacionárias, que são

recipientes metálicos com capacidade volumétrica de 3, 4 e 5 m³.

A tabela abaixo apresenta as recomendações detalhadas aos resíduos de construção

civil, específicos por classes segundo a ABNT NBR N°15.113/2004.

Tabela 29. Gerenciamento dos RCC.

Resíduo Acondicionamento Armazenamento Destinação final Legislação observada

Resíduos – Classe IIA – Orgânicos (resíduos orgânicos,

oriundos de refeitórios e sanitários).

Sacos plásticos e lixeiras específicas

Local coberto

Responsabilidade do Município

Lei 12.305/2010 ABNT NBR 10004/2004

Serviço de coleta pública do município

(Aterro Sanitário Municipal).

Resíduos – Classe IIB –

Recicláveis (não contaminados, como gesso,

plásticos, vidros, metais, sucatas

de ferro, sacos de cimento, papéis).

Triagem e separação em baias/tambores

específicos.

Local coberto

Logística reversa ou Programa

Ouvidor Recicla Mais do município

ou empresas especializadas em

reciclagem /reaproveitamento.

Lei 12.305/2010 ABNT NBR 10004/2004

Resíduos – Classe I –

Perigosos (Latas de tintas,

solventes, óleos lubrificantes).

Triagem e separação em

baias/recipientes específicos.

Local coberto e impermeabilizado. Empresas

especializadas em reutilização e/ou

reciclagem ou co-processamento.

Lei 12.305/2010 ABNT NBR 10004/2004

Caçambas metálicas

adequadas para transporte e destinação.

Resíduos – Classe A

Recicláveis e reutilizáveis

(blocos, tijolos, telhas, placas de

revestimento, argamassa e

concreto).

Contêineres, latões ou tambores.

Local coberto e impermeabilizado

Fornecedores, Fabricantes ou Empresas de Reciclagem Licenciadas.

Lei 12.305/2010 CONAMA 307/2007

Resíduos – Classe B

Recicláveis para outras destinações (plásticos, papel, papelão, isopor, metais, vidros,

madeiras e gesso).

Triagem e separação em baias/tambores

específicos.

Local coberto temporariamente

Deverão ser reutilizados, reciclados ou

encaminhados a áreas de

armazenamento, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura.

Lei 12.305/2010 CONAMA 307/2007

Resíduos – Classe C

Contêineres, latões ou tambores.

Local coberto e impermeabilizado

Deverão ser destinados em

Lei 12.305/2010

72

Resíduo Acondicionamento Armazenamento Destinação final Legislação observada

Resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou

aplicações economicamente

viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação.

conformidade com as normas técnicas

especificas.

CONAMA 307/2007

Resíduos – Classe D Perigosos

contaminados e nocivos à saúde

(produtos oriundos de clínicas

radiológicas, instalações indústrias e

outros).

Triagem e separação em baias/recipientes

específicos.

Local coberto e impermeabilizado.

Caçambas metálicas

adequadas para transporte e destinação.

Empresas especializadas em reutilização e/ou

reciclagem ou co-processamento.

Lei 12.305/2010 CONAMA 307/2007

Fonte: ABNT NBR N°15.113/2004, Adaptado pelo autor.

Recomenda-se que todos os resíduos Classe I, conforme NBR 1004/2004, sejam

armazenados distantes de fontes de calor. Quando da destinação ambientalmente

adequada dos resíduos, o empreendedor deverá exigir o comprovante de destinação final e

quando da contratação de caçambas para a coleta, transporte e destinação final dos

resíduos, o empreendedor deverá exigir a apresentação de CTR – Controle de Transporte e

Destinação de Resíduos.

Figura 21. Caçamba contendo RCC.

73

Figura 22. Bag.

Figura 23. Bombona.

O transporte interno pode ser realizado por meio de elevadores de carga ou gruas

(verticalmente) e por carrinhos (horizontalmente). No transporte externo, os meios utilizados

mais comuns são: caminhões caçamba, caminhões para transporte de contêineres ou

caminhões com caçamba aberta.

Sobre óleos contaminados, a Resolução CONAMA N°362/2005 de Recolhimento,

Coleta e Destinação Final de Óleo Lubrificante diz que “as atividades de armazenamento,

manuseio, transporte e transbordo do óleo lubrificante usado ou contaminado coletado,

sejam efetuadas em condições adequadas de segurança e por pessoal devidamente

treinado, atendendo à legislação pertinente e aos requisitos do licenciamento ambiental”,

devendo ainda “respeitar a legislação relativa ao transporte de produtos perigosos”. A

legislação relativa ao transporte de produtos perigosos é a ABNT NBR N° 13.221/2003

Transporte Terrestre de Resíduos.

Devem ser recolhidos de forma segura, em lugar acessível à coleta, em recipientes

adequados e resistentes a vazamentos, de modo a não contaminar o meio ambiente,

adotando as medidas necessárias para evitar que o óleo lubrificante usado ou contaminado

venha a ser misturado com produtos químicos, combustíveis, solventes, água e outras

substâncias, evitando a inviabilização da reciclagem.

74

O veículo comumente utilizado para o transporte de óleo contaminado são os

caminhões tanque, que devem apresentar sempre a devida identificação de carga.

Figura 24. Transporte para óleo contaminado.

Com relação aos pneumáticos, a Resolução CONAMA N° 416/2009 que dispõe sobre

a prevenção à degradação ambiental causada por pneus inservíveis e sua destinação

ambientalmente adequada, os pneus devem ser acondicionados em abrigos temporários

cobertos garantindo as condições necessárias à prevenção dos danos ambientais e de

saúde pública. Os abrigos poderão armazená-los por até um ano, depois disso, os

fabricantes ou importadores tem o dever de retirá-los e dar-lhes a destinação

ambientalmente adequada.

Seguindo ainda a mesma Resolução, o Art. 5, parágrafo 5, diz:

“Para efeito de comprovação junto ao IBAMA, poderá ser considerado o armazenamento adequado de pneus inservíveis, obrigatoriamente em lascas ou picados, desde que obedecidas às exigências do licenciamento ambiental para este fim e, ainda, aquelas relativas à capacidade instalada para armazenamento e o prazo máximo de 12 meses para que ocorra a destinação final.”

Não existe legislação específica detalhando o transporte de pneumáticos, portanto o

translado pode ser realizado por caminhões ou algum outro veículo que possa realizar o

trajeto até o local de destinação final de forma segura.

75

Figura 25. Transporte de pneus.

Para as pilhas e baterias, a Resolução CONAMA N°401/2008 Art. 3°, Inciso III,

parágrafo 3°, diz:

“O plano de gerenciamento apresentado ao órgão ambiental competente deve considerar que as pilhas e baterias a serem recebidas ou coletadas sejam acondicionadas adequadamente e armazenadas de forma segregada, até a destinação ambientalmente adequada, obedecidas as normas ambientais e de saúde pública pertinentes, contemplando a sistemática de recolhimento regional e local.”

Para o transporte de pilhas e baterias, não existe legislação específica que o detalhe,

portanto, eles devem ser acondicionados em recipientes de forma segregada, como cita a

resolução acima, e transportados nos recipientes em questão, de maneira segura.

76

Figura 26. Coletor papa pilhas.

Figura 27. Detalhe coletor papa pilhas.

Com relação aos agrotóxicos, a Lei N°7.802/1989 dispõe sobre a pesquisa, a

experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a

comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o

destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e

a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins; e a Resolução CONAMA 465/2014

dispõe sobre os procedimentos de licenciamento ambiental de estabelecimentos destinados

ao recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos.

77

Figura 28. Armazenamento de embalagens de agrotóxicos.

Em se tratando de resíduos de portos, aeroportos, passagens de fronteiras e recintos

alfandegados, a Resolução da Diretoria Colegiada - RDC Nº. 56, de 6 de agosto de 2008,

dispõe sobre o regulamento técnico de boas práticas sanitárias no gerenciamento dos

resíduos sólidos dessas atividades. As informações da Tabela 30 foram retiradas dessa

legislação e caracterizam o gerenciamento de tais resíduos.

Tabela 30. Caracterização de resíduos nas áreas de Portos, Aeroportos, Fronteiras.

Resíduo Acondicionamento Armazenamento Destinação

final Transporte

Resíduos – Classe A

Apresentam risco potencial ou efetivo devido à presença

de agentes biológicos

(atendimento médico, limpeza e

desinfecção de sanitários, sangue e

hemoderivados).

Sacos de cor branco leitosa,

impermeáveis, de material resistente à ruptura e vazamento de resíduos contidos

no seu interior, respeitados seus limites de peso.

Apresentar cobertura, pisos e paredes revestidos de materiais lisos,

laváveis e resistentes,

condições de luminosidade,

escoamento de efluentes e oferta

de água.

Devem ser realizados em

locais licenciados

pelos órgãos ambientais.

Após tratamento, os

resíduos sólidos do

grupo A serão considerados resíduos do

grupo D.

Carros e as caçambas dos

veículos coletores

devem ser fechados, sem compactação, constituídos de material rígido,

lavável, impermeável, com cantos e

bordas arredondados.

Resíduos – Classe B

Contém substâncias

químicas (Industriais, depósitos de combustíveis,

produtos

Recipientes devem ser dotados de dispositivo que

permita o fechamento nos intervalos entre

uma utilização e outra, assim como, o

seu fechamento definitivo

Ocorrer em recipientes de

acondicionamento como contêineres e/ou tambores, em tanques e a granel,

cujas características

devem seguir as

Locais determinados

por órgãos ambientais,

com Certificado de Aprovação

para Destinação de

Resíduos

Carros e veículos coletores

devem ser constituídos de

material compatível com

a especificidade

78

Resíduo Acondicionamento Armazenamento Destinação

final Transporte

hormonais, tóxicos, corrosivos,

inflamáveis e reativos).

Lâmpadas, pilhas e baterias descartadas

deverão ser acondicionadas de forma a mantê-las

integras e armazenadas segregadas.

recomendações das normas

técnicas vigentes.

Industriais – CADRI, sendo de preferência destinados a

aterro de resíduos

perigosos em consonância

com as exigências do

órgão ambiental

competente.

dos resíduos transportados diretamente ou por recipientes,

garantindo a segurança da

atividade.

Resíduos – Classe C

Rejeitos radioativos (resíduos de

laboratórios de análises clínicas, de

serviços de medicina nuclear,

radioterapia).

Gerenciados, conforme os critérios

e requisitos estabelecidos aos

rejeitos radioativos, definidos pela

Comissão Nacional de Energia Nuclear -

CNEN.

A autoridade sanitária, após o

isolamento físico da área, comunicará imediatamente à representação da

CNEN.

Destinação final dada segundo

critérios 1da

CNEN.

A autoridade sanitária, após o isolamento

físico da área, comunicará

imediatamente à

representação da CNEN.

Resíduos – Classe D

Não apresentam risco biológico,

químico ou radiativo à saúde ou ao meio ambiente, podendo

ser equiparados aos resíduos

domiciliares (sobras de alimentos, de

varrição, podas, de outros grupos após

sofrerem tratamento adequado).

Em saco resistente á ruptura e vazamento, impermeável, sendo

proibido o seu esvaziamento ou reaproveitamento.

Depois de lacrados, os mesmos deverão

ser dispostos em recipientes de

armazenamento de material lavável,

resistente à ruptura, vazamento, punctura e queda, com tampa

provida de sistema de abertura, com capacidade

compatível à geração de resíduos.

Estar em áreas distintas as do

abastecimento de alimentos,

reservatórios de água potável ou de outros sistemas ou produtos passíveis de contaminação cruzada. Também

poderão ser armazenados em compactadores

destinados a esta finalidade para

posterior disposição final,

devendo ser garantida suas

condições higiênico-sanitárias.

Podem ser reutilizados ou

reciclados, ressalvo

quando houver disposições contrárias de outros órgãos competentes.

Restos e sobras de

alimentos só podem ser

utilizados para fins de ração

animal, se forem

submetidos a processo de

tratamento que garanta a

inocuidade do composto,

devidamente avaliado e

comprovado por órgãos

competentes.

Devem ser fechados,

constituídos de material rígido,

lavável e impermeável.

Resíduos – Classe E

Ser rígidos, resistentes à

Área destinada ao armazenamento

Não poderão ser dispostos

Carros e caçambas dos

1 Resolução CNEN N°19/85 - Gerência de Rejeitos Radioativos em Instalações Radiativas.

79

Resíduo Acondicionamento Armazenamento Destinação

final Transporte

Materiais perfurocortantes ou

escarificantes (lâminas de

barbear, agulhas, lâminas de bisturi, utensílios de vidro

quebrados no laboratório).

punctura, ruptura e vazamento;

temporário dos resíduos sólidos do grupo E poderá ser a mesma utilizada

para armazenamento dos resíduos do

Grupo A

no meio ambiente sem

tratamento prévio que assegure a

descaracterização e eliminação

das características

de periculosidade do resíduo; a preservação dos recursos naturais e o atendimento

aos padrões de qualidade

ambiental e de saúde pública.

Após tratamento,

serão considerados resíduos do

grupo D, para fins de

disposição final.

veículos coletores

devem ser específicos e identificados;

serem constituídos de material rígido,

lavável, impermeável, com cantos e

bordas arredondados; sendo providos

de tampas articuladas ao próprio corpo

do equipamento; as caçambas dos veículos

coletores devem ser

fechadas e sem compactação.

Apresentar alça ou similar que possibilite o manuseio seguro,

não devendo interferir no seu uso;

Possuir bocal que permita colocação do material descartado utilizando apenas

uma das mãos, sem contato com a parede

interna do coletor, com o seu conteúdo,

ou com o próprio bocal;

Ser dotado de tampa que permita o

fechamento seguro;

Descartados quando o preenchimento

atingir 5 (cinco) cm de distância do bocal

do recipiente;

Identificação deverá ser feita utilizando símbolo e inscrição

de “RESÍDUO PERFUROCORTANTE”, em conformidade com as legislações

vigentes.

Fonte: ANVISA RDC Nº. 56/2008, TERRA Estudos e Projetos Ambientais.

A Tabela 31 apresenta recomendações para o gerenciamento de resíduos, bem como

suas respectivas legislações vigentes, acondicionamentos, armazenamentos e destinação

final adequada.

Tabela 31. Caracterização do gerenciamento de resíduos.

Resíduo Acondicionamento Armazenamento Destinação final Legislação observada

Resíduos – Classe IIA NBR

10004/2004 (resíduos orgânicos,

oriundos de refeitórios e sanitários).

Sacos plásticos e lixeiras específicas

Local coberto

Serviço de coleta pública do

município (Aterro Sanitário

Municipal).

Responsabilidade do Município

Resíduos Triagem e Local coberto Projeto Ouvidor Lei 12.305/2010

80

Resíduo Acondicionamento Armazenamento Destinação final Legislação observada

Recicláveis – Classe IIB NBR 10004/2004 (não contaminados, como plásticos, vidros, metais

papelão, papéis).

separação em baias/tambores

específicos.

Recicla Mais.

Resíduos Perigosos –

Classe I – NBR 10004/2004 Resíduos

contaminados por derivados de

petróleo e/ou químicos ácidos,

corrosivos, inflamáveis, reativos ou

patogênicos. (Filtros, estopas, areia do sistema

separador de água e óleo,

jornais e EPI’s contaminados e

outros).

Triagem e separação em

baias/recipientes específicos.

Local coberto e impermeabilizado.

Caçambas metálicas

adequadas para transporte e destinação.

Empresas especializadas em reutilização e/ou reciclagem

ou co-processamento.

Lei 12.305/2010 ABNT NBR 10004/2004

Resíduos – Classe I -

Perigosos NBR 10004/2004 –

Óleo Lubrificante Usado ou

Contaminado (OLUC)

Galões ou tambores estanques.

Local coberto e impermeabilizado.

Rerrefino Resolução

CONAMA Nº 362/2005.

Resíduos – Classe I -

Perigosos NBR 10004/2004 –

Areia ou Serragem

contaminada com Óleo

Lubrificante, drenoolina, óleo

diesel, entre outros derivados

de petróleo e areia

contaminada (Caixa

Separadora)

Passagem pelo sistema separador de água e óleo –

SSAO

Caixa seca, devidamente

impermeabilizada. Recipientes

estanques em local coberto,

impermeabilizado, com tanque de

contenção.

Empresas especializadas

em coleta e destinação para

processo de Rerrefino.

ABNT NBR 10004/2004

Resíduo Perigoso (NBR 10004/2004) -

Embalagens de

Galões ou tambores estanques.

Local coberto e impermeabilizado.

Devolução aos fornecedores,

revendedores ou fabricantes.

Lei 12.305/2010

81

Resíduo Acondicionamento Armazenamento Destinação final Legislação observada

óleo lubrificante, tinta (latas ou

spray), querosene,

graxa, solventes em geral, cola.

Logística reversa ou Empresas de

reciclagem especializadas.

Metal e limalha de ferro

Contêineres Local coberto e

impermeabilizado

Empresas de Reciclagem

Licenciadas ou Co-

processamento

Lei 12.305/2010 CONAMA 307/2002

Lâmpadas

Recipientes apropriados

(galões, tambores, própria embalagem)

evitar a quebra.

Local coberto e impermeabilizado.

Local protegido contra

intempéries

Fornecedores, Fabricantes, Empresas

especializadas em

descontaminação.

Lei 12.305/2010 ABNT NBR 10004/2004

Pneumáticos Contêineres ou

Baias identificadas Local coberto e

impermeabilizado

Eco Ponto (Localizado no

Aterro Sanitário de Catalão-GO)

Resolução CONAMA N°

416/2009

Pilhas e baterias

Triagem e separação em

tambores, caixas ou recipiente

equivalente.

Local coberto, impermeabilizado

e distante de fontes de calor e protegido contra

choques mecânicos.

Devolução aos fornecedores,

revendedores ou fabricantes. (Lei

nº. 12.305 02/08/2010.

Logística reversa) ou Empresas de

reciclagem especializadas.

Lei 12.305/2010 Resolução

CONAMA N°. 401/2008.

Resíduos Tecnológicos

Equipamentos eletroeletrônicos

Resíduos – Classe I –

Perigosos NBR 10004/2004 Óleo

vegetal usado

Galões ou tambores estanques.

Local coberto e impermeabilizado

Ecopontos ou empresas

especializadas em reciclagem.

Lei 12.305/2010

Resíduos – Classe I –

Perigosos NBR 10004/2004 Sucatas de

baterias e “lixo eletrônico”.

Galões ou tambores estanques.

Local coberto e impermeabilizado

Devolução aos fornecedores,

revendedores ou fabricantes

(Logística reversa) ou empresas de

reciclagem especializadas.

Lei nº. 12.305 02/08/2010

Fonte: TERRA Estudos e Projetos Ambientais.

82

6.4.4 Critérios para pontos de apoio ao sistema de limpeza nos diversos

setores da área de planejamento (apoio à guarnição, centros de coleta

voluntária, mensagens educativas para a área de planejamento em geral e para

a população específica)

O município é o principal responsável pelo bem estar da população, sendo seu dever

estabelecer meios para melhorar o saneamento básico como um todo, atuando como

agente fiscalizador, captador de recursos e responsável por trazer mudanças e melhorias ao

município.

Os munícipes sofrem interferência direta das ações propostas pela administração

municipal, exercendo papel de fiscalizador dos serviços prestados e alertando o município

quando os serviços estão ineficientes, trabalhando em conjunto com o município para que

sejam oferecidas condições adequadas de água, esgoto, resíduos sólidos, drenagem

urbana, saúde, entre outros.

A Lei 9.795 institui a Política Nacional de Educação Ambiental - PNEA, apresentando

que Educação Ambiental são processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade

constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas

para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia

qualidade de vida e sua sustentabilidade. Definindo em seu artigo 16 que os Estados, o

Distrito Federal e os Municípios, na esfera de sua competência e nas áreas de sua

jurisdição, definirão diretrizes, normas e critérios para a educação ambiental, respeitados os

princípios e objetivos da PNEA.

6.4.4.1 Apoio à Guarnição

Deve ser criada no município de Ouvidor, uma base operacional apropriada para os

serviços de limpeza urbana, obedecendo às regulamentações estabelecidas pelo Ministério

do Trabalho e Emprego, através de Normas Regulamentadoras (NR’s), principalmente a NR

24 que trata sobre condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho.

A NR 24 é dividida em duas partes. A primeira relativa às condições sanitárias que

envolvem todas as definições e requisitos mínimos para se obtiver a mínima qualidade

sanitária do trabalhador e a segunda parte relativa ás condições de conforto no ambiente de

trabalho, tais como alojamentos, vestiários, refeitórios e cozinhas. A Aplicabilidade da NR 24

83

se dá em todo o ambiente de trabalho no qual o trabalhador se utiliza dos sanitários e

demais dependências para troca de roupa, descanso ou alimentação.

Com a institucionalização do Consórcio Intermunicipal de Saneamento Básico –

CISAB os municípios de Ouvidor e Três Ranchos deverão escolher um local para construir

um pátio adequado garantindo apoio à guarnição.

6.4.4.2 Centros de Coleta Voluntária

Os PEV ou LEV são uma alternativa para a realização do recolhimento de materiais

urbanos recicláveis. Estes postos estão instalados em diversas cidades, com o objetivo

único de diminuir a quantidade de lixo descartado em locais públicos, terrenos baldios e

córregos, evitando assim a proliferação de doenças, enchentes e de animais que são

atraídos pelo acúmulo de lixo.

Devem ser dispostos versões para os resíduos recicláveis dos Locais de Entrega

Voluntária (LEV), essas instalações são responsáveis por receber materiais reciclados

separados pelos moradores dos municípios. Para a zona rural, essa alternativa é a mais

aplicável por fazer a coleta e por incentivar a população a separar corretamente os resíduos.

A figura abaixo ilustra um local de entrega voluntária.

Figura 29 Local de Entrega Voluntária (LEV).

84

6.4.5 Descrição das formas e dos limites da participação do poder público

local na coleta seletiva e na logística reversa, respeitado o disposto no art. 33

da Lei 12.305/2010, e de outras ações relativas à responsabilidade

compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos.

A Lei 12.305 em seu artigo 3º apresenta a responsabilidade compartilhada pelo ciclo

de vida dos produtos como um conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos

fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares

dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, para minimizar o

volume dos sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os impactos causados à

saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos.

Figura 30 Logística reversa e Responsabilidade Compartilhada.

Fonte: Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano.

Conforme o fluxograma apresentado da imagem acima a responsabilidade

compartilhada vai desde o fornecedor até o consumidor final, de forma que todos eles se

tornam responsáveis pelo resíduo gerado, sendo que a logística reversa exerce papel de

garantir que os produtos passíveis de logística reversa voltem ao seu fabricante e que todos

os integrantes do ciclo garantam essa rotatividade. A coleta seletiva surge para garantir que

85

os resíduos gerados sejam corretamente segregados e que cada um deles possua sua

destinação final ambientalmente adequada, ou seja, que os resíduos de logística reversa

sejam segregados e voltem ao seu fabricante.

6.4.6 Critérios de escolha da área para localização do bota-fora dos resíduos

inertes gerados (excedente de terra dos serviços de terraplenagem, entulhos

etc.)

O termo correto utilizado para determinar essas áreas é Áreas de Transbordo e

Triagem (ATT) definida pela resolução CONAMA 307/2002 como uma área destinada a

receber resíduos da construção civil e resíduos volumosos, para triagem, armazenamento

temporário dos materiais segregados, eventual transformação e posterior remoção para

destinação adequada, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos

ou riscos à saúde pública e a segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos.

A disponibilidade de áreas de transbordo e triagem é de responsabilidade do

Consórcio CISAB, bem como o licenciamento. A ATT deve aceitar resíduos somente se

acompanhados do Controle de Transportes de Resíduos – CTR. Conforme informação da

administração municipal foi solicitada à Secretaria de Meio Ambiente o licenciamento de

uma ATT.

A NBR 15112 define sobre Resíduos da construção civil e resíduos volumosos – Áreas

de transbordo e triagem - Diretrizes para projeto, implantação e operação traz que as

condições para implantação são: isolamento, identificação, equipamentos de segurança,

sistemas de proteção ambiental e condições específicas para pontos de entrega de

pequenos volumes. Os principais critérios para a escolha dessas áreas são: locais com

baixo impacto sobre o entorno e seus sistemas (hidrologia, vegetação, vias de acesso),

aceitação pela vizinhança e conformidade à legislação de uso de solo e à legislação

ambiental.

A criação da ATT irá incentivar a reutilização dos resíduos no município,

principalmente os resíduos de escavação (solo), ou os recicláveis, como plásticos, madeiras

e metais que vem junto ao material. Evitando o descarte inadequado dos resíduos de

construção e volumosos de forma inadequada nos logradouros públicos, nas estradas rurais

próximas e no aterro controlado do município.

86

Um ponto fundamental para o sucesso da ATT é sua localização, a mesma deve estar

dentro do núcleo urbano, observando critérios de incomodo de vizinhança, sendo sua

localização próxima um incentivo a sua utilização, já que a população e os prestadores de

serviços não teriam que percorrer distâncias acentuadas para descartar os resíduos.

Se houver necessidade, poderá ser criado aterro específico para os resíduos inertes,

desde que essa área obedeça alguns critérios específicos a fim de preservar a região que o

mesmo estará locado.

Para a escolha da área de locação de resíduos inertes devem ser tomadas algumas

precauções, a primeira delas é que o impacto ambiental a ser causado pela instalação do

aterro seja minimizado, além disso, deve haver aceitação por parte da vizinhança e a

instalação do aterro deve estar de acordo com a legislação de uso do solo e com a

legislação ambiental.

6.4.7 Identificação de áreas favoráveis para disposição final ambientalmente

adequada de rejeitos, identificando as áreas com risco de poluição e/ou

contaminação, observado o Plano Diretor de que trata o § 1º do art. 182 da

Constituição Federal e o zoneamento ambiental.

Com a criação do consórcio CISAB, entre os municípios de Ouvidor e Três Ranchos, o

Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, elaborou uma proposta de que a área do

aterro ficaria sob a área dos dois lixões, que são próximas. Porém essa área está

aguardando aprovação da SEMARH para a retirada da Licença Prévia.

A escolha da área dependerá de alguns critérios para a sua localização e

consequentemente do seu licenciamento, a instrução normativa número 011/2013 da

SEMARH dispõe sobre os procedimentos de licenciamento ambiental dos projetos de

disposição final dos resíduos sólidos urbanos, na modalidade aterro sanitários, nos

municípios do Estado de Goiás. A normativa em seu item 3 aponta os aspectos técnicos da

etapa de Licença Prévia e eu seu subitem 3.1 mostra os critérios de seleção da área para

implantação do aterro sanitário, que são eles:

a) Deverão observar também, os aspectos definidos nas Normas Brasileiras

Registradas – NBRs da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT e

atender o horizonte de projeto de no mínimo 15 anos.

87

b) Situar-se fora de Reserva Legal e em local que preferencialmente não precise

ser desmatado

c) Respeitar as seguintes distâncias mínimas

c.1) 3.000 metros do perímetro urbano. Para distâncias menores a 3.000

metros da área selecionada e que seja superior a 1.500 metros do perímetro

urbano, pode ser justificado pela existência de barreiras físicas que limita o

crescimento da cidade naquela direção. Por exemplo, morro, curso d’água,

floresta nativa ou plantada, com no mínimo 200 metros de largura e por toda a

extensão da área selecionada.

c.2) 500 metros de domicílios rurais (a partir do perímetro da área a ser

utilizada).

c.3) 300 metros do corpo hídrico, nascentes temporárias ou perenes. A

distância de 300 metros deve ser considerada a partir do perímetro da área a

ser utilizada.

c.4) Quando a área definida estiver a montante da captação de abastecimento

público deverá manter uma distância mínima de 2.500 metros desse ponto e

afastamento de 500 metros do corpo hídrico.

d) Para área localizada na zona de amortecimento de Unidade de Conservação,

obter anuência do órgão gestor da referida unidade, conforme previsto na

resolução CONAMA 428/2010 ou sua atualização.

e) Para área localizada no raio da Área de Segurança Aeroportuária – ASA, obter

anuência do seu órgão gestor, conforme Lei Federal nº 12.725, de 16 de

Outubro de 2012.

f) A cota inferior da base do aterro sanitário e as unidades de tratamento e

disposição final do percolado deverão estar a uma distância mínima de 5,0

metros da cota máxima do lençol freático. A distância poderá estar em

intervalos inferiores desde que comprovada o atendimento referente a

impermeabilização inferior e superior do aterro e embasado em soluções de

engenharia que garanta a proteção do lençol freático.

g) O terreno ter declividade máxima de 20%.

Áreas contaminadas são locais expostos a concentrações de quaisquer substâncias

ou resíduos em condições que possam causar danos à saúde humana e ao meio ambiente,

que tenham sido depositados, acumulados, armazenados, enterrados ou infiltrados de forma

natural, acidental ou planejada.

88

A principal forma de recuperação da área contaminada é através da remediação

objetivando a remoção da fonte de contaminação, redução de contaminação de solo e de

água subterrânea em níveis aceitáveis ambientalmente e redução de riscos ambientais ou

de exposição de trabalhadores e usuários do local e do recurso. A remediação pode ser feita

de três maneiras, no local onde ocorreu a contaminação com remoção (on site) ou não do

solo (in situ), ou fora do local onde ocorreu a contaminação recolhendo o material

contaminado e tratando-o em laboratório (ex situ), ou até mesmo aplicando as duas

simultaneamente. A remediação ex situ, por haver remoção e transporte do material

contaminado o preço pode ser bem mais elevado do que o outro método, se tornando

inviável devido à realidade financeira do município. O tratamento pode ser classificado em

biológico que é aquele em que há aplicação de bactérias e outros microrganismos vivos, o

térmico que é realizado através de oscilações de temperatura, o químico que é feito com o

uso de produtos químicos e por último o físico químico que é feito mesclando processos

físicos e químicos, como por exemplo, lavagem do solo e aplicação de produtos.

Desta forma, os tratamentos in situ são: bioventing, bioaumento, bioestimulação,

fitorremediação, oxidação química, separação eletrocinética, fraturamento, lavagem do solo,

extração de vapores e solidificação/estabilização. Já os tratamentos ex situ são, biopilhas,

compostagem, landfarming, reator de lama em batelada, extração química, oxidação –

redução, desalonagem redutiva, lavagem e solidificação/estabilização, incineração, pirólise e

dessorção térmica.

O PGIRS Ouvidor – Três Ranchos, em seu capítulo 4, aponta a identificação dos

passivos ambientais, sendo considerado no CISAB os lixões, áreas de “bota fora”, corpos

hídricos e solo contaminado localizado nos municípios integrantes do consórcio. Sabendo-

se que a maioria dos passivos evidenciados não se encontra em processos de recuperação

ambiental, muito em função do custo envolvido, contudo a ideia principal é buscar apoio e

recursos consorciados para a reparação das situações ambientalmente irregulares e

consequente minimização dos impactos historicamente pendentes. A busca pelos recursos

financeiros junto ao Governo Federal deve garantir o financiamento de projetos executivos,

bem como a recuperação destes passivos ambientais caso seja detectada futuramente a

presença dos mesmos.

Transformar um “lixão” em aterro controlado/sanitário é uma prática que promove a

recuperação gradual da área degradada mantendo sua operação, objetivando prolongar a

vida útil do aterro e minimizar os seus impactos socioambientais. A análise feita na integra

89

encontra-se no PGIRS, bem como as ações gerais de recuperação de áreas degradas, pois

para a retirada das licenças ambientais será necessário à elaboração de um Plano de

Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD, contendo as diretrizes e as alternativas mais

viáveis de recuperação da área para torna-la aterro sanitário atendendo as normas

estabelecidas pela SEMARH.

6.4.8 Procedimentos operacionais e especificações mínimas a serem

adotados nos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos

sólidos, incluída a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.

A administração municipal deve propor formas de estreitar a relação com os

munícipes, ouvindo suas reclamações e criando propostas de melhoria nos serviços

públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.

Para que ocorra mudança na segregação dos resíduos sólidos, o município por

intermédio de campanhas, ações educativas e palestras de educação ambiental deverá

orientar os munícipes para com a importância da coleta seletiva e como segregar os

resíduos gerados. Em seguida, instalar as lixeiras dos Pontos de Entrega Voluntários que de

acordo com a administração municipal foram compras no Projeto Ouvidor Recicla Mais, para

que a população se interesse pela ação, faça o descarte de forma correta dissemine o

conhecimento acerca da coleta seletiva. O município pode atuar na logística reversa

trabalhando em parceria com o fabricante, por exemplo, disponibilizando uma área para

acondicionamento temporário, subsidiando o transporte e criando pontos de coleta

específicos para esses resíduos.

Os resíduos passíveis de reciclagem deverão ser encaminhados para a Central de

Triagem, construída por meio do consórcio, os resíduos orgânicos para a compostagem,

que pode ser utilizado em hortas escolares, jardins municipais e adubos, e apenas os

rejeitos encaminhados para o Aterro Sanitário que também será construído pelo CISAB.

Toda a zona urbana é atendida pela coleta convencional, porém o município é

responsável também pela coleta na zona rural, devendo propor ações para a

universalização do serviço, sendo que com o passar dos anos essa coleta seja substituída

pela seletiva e as ações de educação ambiental atuando de maneira efetiva no município.

90

6.4.9 Previsão de eventos de emergência e contingência

As ações de respostas a emergências visam descrever as medidas e ações que

devem ser adotadas para enfrentamento de situações atípicas, para prevenir e reduzir os

impactos quando da ocorrência de sinistros, acidentes e desastres naturais, conferindo

maior segurança e confiabilidade operacional aos sistemas.

A definição de medidas e ações em resposta a situações de emergência estão

estabelecidas nas tabelas, onde estão contempladas as potenciais emergências,

classificadas como situações adversas, com as medidas que devem ser adotadas em cada

adversidade nos diferentes sistemas que integram o saneamento básico municipal.

Recomenda-se também que os operadores dos serviços façam o registro das

situações emergenciais com a avaliação crítica dos procedimentos sugeridos nesta tabela,

para a introdução dos aperfeiçoamentos necessários, com o detalhamento que cada caso

requer.

A operação em contingência e emergência é uma atividade em tempo real que busca

mitigar os riscos para a segurança dos serviços de saneamento e contribui para a sua

manutenção quanto à disponibilidade e qualidade, nos casos em que houver

indisponibilidade de funcionalidade de determinados componentes dos sistemas.

A tabela a seguir apresenta eventos de contingência e emergência que podem

acontecer no sistema de limpeza urbana do município, em seguidas são apontadas medidas

de prevenção e contingência que devem ser tomadas para a solução de tais eventos.

Tabela 32. Eventos de contingência e emergência.

Eventos de Emergência

Possíveis Causas Ações de Prevenção Ações de Contingência

Paralização do sistema de

limpeza urbana

Greve ou problemas operacionais com funcionários responsáveis pela coleta dos resíduos sólidos urbanos e/ou recicláveis.

Oferecer condições justas de trabalho aos funcionários evitando assim qualquer paralização do sistema

Mobilizar funcionários da Secretaria responsável para efetuarem a limpeza dos locais críticos, bem como do entorno de escolas, hospitais, etc. utilizando caminhões da frota municipal para coleta dos resíduos e destinação final. Realizar campanha de comunicação visando mobilizar a sociedade para colaborar aguardando a

91

Eventos de Emergência

Possíveis Causas Ações de Prevenção Ações de Contingência

regularização do serviço mantendo estocados os resíduos. Efetuar contratação emergencial de empresa especializada para a coleta e comercialização dos resíduos recicláveis.

Impossibilidade de encaminhar

os resíduos até o lixão

Obstrução do sistema viário

Construção de um local, dentro das normas estabelecidas, que armazene corretamente, de forma temporária dos resíduos.

Estudo de rotas alternativas para o fluxo dos resíduos.

Atraso na coleta de resíduos

Falha mecânica nos veículos coletores

Manter contrato com uma locadora de veículos que prestem serviços à prefeitura, em situações emergenciais.

Agilizar o reparo/substituição de veículos avariados.

Danos físicos que interrompam as atividades do

sistema

Ações de vandalismo que prejudiquem e/ou interrompam o andamento do sistema

A Administração do município deve providenciar policiamento nas garagens onde ficam os veículos e os materiais utilizados para a limpeza urbana.

Comunicar à polícia no caso de vandalismo e providenciar os reparos necessários às instalações/equipamentos danificados.

Tombamento em massa de

árvores e galhos

Tempestades e vendavais

A Prefeitura deve criar um plano de monitoramento para retirar as árvores que apresentam risco de tombamento.

Acionar equipe da Prefeitura Municipal, Concessionária de Energia Elétrica, Corpo de Bombeiros e Defesa Civil. Acionar os caminhões e equipamentos da Prefeitura Municipal para execução dos serviços de retirada e transporte dos resíduos.

Contaminação em caso de acidentes

Destinação incorreta dos resíduos

A conscientização da população sobre a disposição final dos resíduos previne uma série de acidentes que ocorrem pela falta de informação dos munícipes.

Centro de triagem dos resíduos

Impermeabilização da área de disposição final

Sistema de logística reversa

Lixeiras seletivas

92

7 BIBLIOGRAFIA

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ambientalmente adequado.”. Brasília DF, Ministério do Meio Ambiente.

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