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PRODUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE PÓS CERÂMICOS DE BaTiO3
UTILIZANDO ÁGUA DE COCO
C. H. S. Lima,1 L. G. Magalhães2, S. M. V. Novaes1, A. R. Paschoal3, M. A. Gomes2,
Z. S. Macedo1,*, K. I. B. Eguiluz2, G. R. Salazar-Banda2
1Universidade Federal de Sergipe, 2Instituto de Tecnologia e Pesquisa,
3Universidade Federal do Ceará
*Rod. Marechal Rondon, s/n, Jardim Rosa Elze, São Cristóvão-SE
RESUMO
Nanopartículas de titanato de bário (BaTiO3) foram produzidas através da rota
sol-gel proteico. Esta rota sol-gel alternativa utiliza água de coco filtrada como
agente polimerizante da solução de sais precursores. Os pós cerâmicos foram
caracterizados por DRX, microscopia eletrônica, espectroscopia Ramam e de
infravermelho. A fase única do BaTiO3 na estrutura tetragonal foi obtida após
calcinação dos pós a 1100 °C por 4 h em amostras preparadas com razão água de
coco (mL)/BaTiO3 (g) de 25:2 e 30:2. O tamanho de cristalito foi estimado por
Scherrer em torno de 31 nm para ambas as amostras. As imagens de microscopia
eletrônica dos pós revelaram uma morfologia heterogênea, com estruturas
alongadas de comprimentos da ordem de 200–400 nm e partículas esferoidais com
diâmetros em torno de 40–60 nm. A fase tetragonal das amostras foi confirmada por
espalhamento Raman e o espectro de FTIR mostrou absorção típica de vibração da
ligação Ti–O no BaTiO3.
Palavras-chaves: nanopartículas, titanato de bário, sol-gel proteico
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INTRODUÇÃO
O titanato de bário (BaTiO3) é um material cristalino com estrutura do tipo
perovskita que possui propriedades dielétricas, ferroelétricas e piezoelétricas [1].
Sua alta constante dielétrica e baixa tangente de perdas fazem do titanato de bário
um dos materiais cerâmicos mais utilizados na indústria eletrônica para manufatura
de capacitores cerâmicos, termistores e transdutores [2]. A estrutura perovskita do
BaTiO3 possui a capacidade de hospedar íons de diferentes tamanhos, permitindo
que uma grande variedades de dopantes seja acomodada em sua rede. A dopagem
do BaTiO3 é de significativa importância para obter as características necessárias
para diferentes aplicações.
As propriedades microestruturais e eletrônicas do BaTiO3 são também
fortemente influenciadas pelo tamanho das partículas quando o material é produzido
em dimensões nanométricas [3]. Dessa maneira, a escolha da rota de síntese e o
controle dos parâmetros de produção são fundamentais para manipular as
propriedades dos materiais produzidos. Entre as rotas de síntese mais utilizadas
para a produção do titanato de bário, podem-se citar: reação de estado sólido, sol-
gel, hidrotermal e precursores poliméricos [4]. Em geral, essas rotas requerem altas
temperaturas de síntese, tempo de processamento longo e com múltiplos passos de
execução e utilização de precursores tóxicos como os alcóxidos. A substituição por
rotas mais simples e menos dispendiosas é uma opção interessante para a
produção de materiais nanoestruturados com grande potencial tecnológico, porém,
com baixo valor de mercado.
Neste sentido, a rota sol-gel proteico vem se destacando na produção de
nanopartículas e filmes finos de óxidos metálicos com bom controle de tamanho e
aglomeração de partículas [5–67]. O processo sol-gel proteico consiste em um
processo sol-gel alternativo, onde a água de coco, extraída do fruto verde ou
maduro, é empregada na dispersão dos sais precursores em substituição aos
alcóxidos metálicos utilizados no processo convencional. Nesta rota, acredita-se que
os íons metálicos ligam-se quimicamente às proteínas presentes na água de coco
[8]. Como é conhecido, as proteínas são formadas por cadeias de aminoácidos que
se unem através de reações de condensação, formando a ligação peptídica entre o
carbono do grupo carboxila de um aminoácido e o nitrogênio do grupo amina do
outro. Os aminoácidos, por sua vez, possuem propriedades compatíveis com as
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necessidades do processo sol-gel: são solúveis em água, apresentam carácter
anfótero, o que permite a solvatação de ânions e cátions, não são voláteis e sofrem
reações de condensação. No entanto, devido à complexidade da composição da
água de coco, ainda não se conhece exatamente os mecanismos de formação do
sol e estabilização do gel nesse processo. As vantagens da rota sol-gel proteico são:
simplicidade metodológica, baixo grau de toxicidade, baixos custos de produção,
abundância do precursor molecular e baixo impacto ambiental, as quais possibilitam
a produção em escala industrial.
Neste trabalho, pós cerâmicos de BaTiO3 nanoestruturados foram produzidos
utilizando o método sol-gel proteico. O estudo da cristalização do titanato em função
da quantidade de água de coco adicionada bem como da temperatura de calcinação
empregada foi realizado. As amostras foram caracterizadas pelas técnicas de
difratometria de raios X (DRX), microscopia eletrônica de transmissão e varredura
com emissão de campo (TEM e FEG-SEM), espectroscopia Ramam e de
infravermelho.
MATERIAIS E MÉTODOS
Para a produção dos pós cerâmicos de BaTiO3 via método sol-gel proteico,
Ba(CH3COO)2 e TiCl3 (solução a 15% em HCl) foram utilizados como materiais
precursores. Quantidade estequiométrica de Ba(CH3COO)2 foi primeiramente
dissolvida em água destilada. O volume de água destilada utilizada foi fixado em
5 mL por grama de BaTiO3 produzido, que foi suficiente para a completa dissolução
do sal. Na sequência, 3,34 mL da solução de TiCl3 foi adicionados à solução de
bário sob agitação magnética. Em seguida, diferentes volumes de água de coco
previamente filtrada foram adicionados à mistura, seguido de agitação por 30 min.
As diferentes amostras foram identificadas de acordo com a razão entre o volume
(em mL) de água de coco (AC) e a massa do pó (em g) de BaTiO3 (BT) produzido,
como se segue: AC/BT = 5:2, 10:2, 15:2, 20:2, 25:2 e 30:2. Finalmente, a solução é
colocada para secar a 200 °C sob agitação, por 24 h. As temperaturas de calcinação
variaram entre 500 e 1100 °C por 4 h.
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A estrutura cristalina dos pós foi investigada por difratometria de raios X
(Rigaku RINT 2000/PC) utilizando a radiação Kα do Co, com range em 2θ de 20 a
80 ° e velocidade de varredura de 1 °/min em modo contínuo. O tamanho dos
cristalitos foi estimado pela largura à meia altura do pico de difração utilizando a
equação de Scherrer. O tamanho e a morfologia das amostras cristalinas foram
avaliados por microscopia eletrônica de transmissão (JEOL, JEM1400Plus) e
microscopia eletrônica de varredura (JEOL, JSM-7500F). O espectro Raman foi
realizado em um equipamento WITec Alpha 300 equipado com laser Nd:YAG (2,33
eV, 532 nm) e uma lente Nikon (20x, NA = 0,40). A luz espalhada foi detectada
através de um espectrômetro equipado com uma rede de difração de 1800 l/mm e
um dispositivo de carga acoplada (CCD) de alta sensibilidade. Para obtenção do
espectro foi realizada três acumulações de 30 segundos cada uma. A potência
incidente na amostra foi de 630 µW. O espectro de FTIR foi adquirido em um
equipamento Bruker Vetex 70v com o acessório ATR Platinum e uma câmara
evacuada. Foram realizados 128 scans com uma resolução de 2 cm-1.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A Figura 1 apresenta os padrões de difração dos pós sintetizados com
diferentes proporções AC/BT calcinados a 1000 °C por 4 h. Uma mistura de fases
ortorrômbica e tetragonal do titanato de bário juntamente com algumas fases não-
identificadas podem ser observadas em todas as amostras. A partir deste resultado
podemos concluir que o tratamento térmico empregado não foi suficiente para obter
a fase única do BaTiO3 para nenhuma das diferentes amostras. Com este objetivo,
tratamento térmico a 1100 °C/4 h foi realizado em todas as amostras, cujos padrões
de DRX estão mostrados na Figura 2. Quando a razão AC/BT é 20:2, os picos
principais do BaTiO3 podem ser observados com baixa intensidade, juntamente com
vários picos não-identificados. Para amostras preparadas com razão AC/BT de 25:2
e 30:2, a fase cristalina única do BaTiO3 foi obtida. Todos os picos de difração
puderam ser indexados à estrutura tetragonal do BaTiO3, em concordância com a
ficha cristalográfica de número 79-2265. Nenhuma fase secundária como, por
exemplo, o BaCO3, uma impureza muito comum na preparação do titanato de bário,
foi detectada em nenhuma das amostras produzidas. Na literatura é reportada a
detecção da fase espúria de carbonato de bário em amostras de BaTiO3 puras e
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dopadas com Ag/La produzidas pela rota sol-gel e calcinadas nas mesmas
condições das presentes amostras [9].
Figura 1: Padrões de difração dos pós preparados com diferentes proporções AC/BT
calcinados a 1000 °C por 4 h.
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Figura 2: Padrões de difração dos pós preparados com razão AC/BT de 20:2, 25:2 e
30:2 calcinados a 1100 °C por 4 h.
O titanato de bário é membro da família das perovskitas e pode ser encontrado
em diferentes estruturas a depender da temperatura [4]. A separação do pico de
posição 2θ = 53.08° nas reflexões (200) e (002), como mostrado na Figura 3, é um
indicativo da existência da fase tetragonal do BaTiO3. Além disso, picos mais
intensos podem ser observados no difratograma da amostra com razão 25:2 em
comparação com a amostra 30:2, o que é sugestivo de maior cristalinidade para
esse material.
O tamanho de cristalito para as amostras com razão AC/BT de 25:2 e 30:2 foi
estimado pela largura à meia altura dos picos de difração utilizando a equação de
Scherrer, a qual é dada por:
(A)
Na equação (A), K é o coeficiente de forma para o ponto da rede recíproca (K = 0,89
para partículas esféricas), λ é o comprimento de onda dos raios X (λ = 1,788965 Å
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para a radiação Kα do Co), θB é a posição do pico e B é a largura à meia altura do
pico. O valor médio obtido para ambas as amostras foi 31 nm.
Figura 3: Padrões de difração dos pós preparados com razão AC/BT de 25:2 e 30:2
calcinados a 1100 °C por 4 h. Aumento da região entre 2θ = 50 e 56 °.
Na Figura 4a–c são apresentadas imagens de FEG-SEM da amostra com
razão AC/BT de 25:2, nas quais se observa uma morfologia heterogênea do pó com
a presença de bastões e partículas esferoidais. O mesmo comportamento é
observado nas imagens de TEM da amostra com razão AC/BT de 30:2, dispostas na
Figura 5a–c. As dimensões estimadas para as estruturas alongadas estão entre
200–400 nm de comprimento, enquanto que as partículas esferoidais possuem
diâmetros da ordem de 40–60 nm.
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Figura 4: Imagens de FEG-SEM da amostra preparada com razão AC/BT de 25:2
calcinada a 1100 °C por 4 h
Figura 5: Imagens de TEM da amostra preparada com razão AC/BT de 30:2
calcinada a 1100 °C por 4 h.
O espalhamento Raman tem sido utilizado como uma ferramenta poderosa
para investigar a transição de fase tetragonal–cúbica no titanato de bário [10].
Apenas a fase tetragonal possui modos vibracionais ativos, enquanto que a fase
cúbica não apresenta nenhum modo ativo. No espectro Raman da amostra com
razão AC/BT de 25:2, apresentado na Figura 6, os picos observados em 510 e
230 cm-1 são atribuídos ao modo fundamental TO com simetria A1 e o pico em 310
cm-1 corresponde ao modo B1, indicando assimetria local dentro do octaedro TiO6 do
BaTiO3 [11]. O pico em torno de 700 cm-1 está relacionado ao modo óptico
longitudinal de maior frequência com simetria A1 [11]. Estes são os picos típicos de
um espectro Raman para a fase tetragonal do BaTiO3.
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Figura 6: Espectro Raman da amostra produzida com razão AC/BT de 25:2
calcinada a 1100 °C por 4 h.
No espectro FTIR da amostra produzida com razão AC/BT de 25:2, mostrado
na Figura 7, percebe-se claramente o pico largo de absorção em 510 cm-1, que
corresponde às vibrações da ligação Ti–O no BaTiO3[12]. Observam-se, também,
absorções em 1456 e 856 cm-1, que são característicos de grupos CO3 [12]. Estes
grupos podem estar relacionados à presença de uma pequena quantidade de fases
espúrias como BaCO3, não tendo sido possível detectar com DRX.
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Figura 7: Espectro de FTIR da amostra produzida com razão AC/BT de 25:2
calcinada a 1100 °C por 4 h.
CONCLUSÕES
Neste trabalho, uma nova rota de síntese foi empregada na produção de pós
cerâmicos de BaTiO3.
A rota sol-gel proteico mostrou-se eficiente na produção de titanato de bário
nanoestruturado, utilizando-se uma razão volume/massa de água de coco por pó
cerâmico produzido de 25:2 e calcinação a 1100 °C por 4 h. O BaTiO3 produzido
apresentou estrutura tetragonal verificada por medidas de DRX e espalhamento
Raman. O espectro de FTIR também mostrou o pico de absorção da ligação Ti – O
no BaTiO3, bem como absorções referente a grupos CO3, possivelmente
provenientes de pequenas quantidades de fases espúrias. O tamanho de cristalito
determinado pela equação de Scherrer esteve em torno de 31 nm. Imagens de SEM
e TEM das amostras produzidas apresentaram estruturas alongadas com
comprimentos de 200–400 nm e partículas esferoidais com diâmetros da ordem de
40–60 nm.
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AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem ao CNPq, CAPES e FAPITEC pelo apoio financeiro
para realização do trabalho, ao CMNano-UFS pela infraestrutura para realização das
análises de microscopia eletrônica.
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SYNTHESIS AND CHARACTERIZATION OF BaTiO3 CERAMIC POWDERS USING
COCONUT WATER
ABSTRACT
BaTiO3 nanoparticles were produced via proteic sol-gel route. This alternative
sol-gel route employs filtered coconut water as polimerizant agent of the precursor
salts solution. The obtained ceramic powders were characterized by XRD, electronic
microscopy, Raman and FTIR spectroscopies. The BaTiO3 single phase in tetragonal
structure was obtained after powder calcination at 1100 °C for 4 h in samples
prepared with a coconut water (ml)/BaTiO3 (g) ratio of 25:2 and 30:2. The crystallite
size estimated by Scherrer was about 31 nm for both samples. The SEM and TEM
images revealed a heterogeneous morphology of the powders, with elongated
structures with 200–400 nm in length and spherical particles with 40–60 nm in
diameter. The tetragonal phase was confirmed by Raman scattering and infrared
spectrum showed the typical absorption of Ti–O bond vibrations in BaTiO3.
Keywords: nanoparticles, barium titanate, proteic sol-gel.
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