produÇÃo didÁtico pedagÓgica · conhecimento e pela interatividade tendo como ponto de partida...
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PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
PROFESSOR (PDE): Eli de Abreu Passos Área de Atuação e Pesquisa: FILOSOFIA NRE: Curitiba Escola de Implementação: Colégio Estadual Yvone Pimentel Publico objeto da intervenção: alunos e professores
A) TEMA
Uma educação filosófica com características emancipatórias tendo como
base contribuições de Habermas
B) TÍTULO
Contribuições de Habermas para o ensino de filosofia: Questões da Ação
Comunicativa como fundamento para a formação emancipatória do aluno.
C) JUSTIFICATIVA DO TEMA DE ESTUDO
Nos currículos educacionais da atualidade, a filosofia ganhou maior espaço
que em anos anteriores, mas mesmo assim fica ainda a sensação de que ela tem
ajudado muito pouco os alunos na sua formação crítica e madura. A fase crítica e
madura que também pode ser chamada de autônoma ou ainda emancipada tem a
ver com a iniciativa de propor um ensino de filosofia voltado a relacionamentos
humanizantes que vai além da racionalidade instrumental. Assim viver uma vida
madura é saber conciliar a criticidade,a solidariedade e o diálogo.
Com a constatação de que ainda há uma grande quantidade de alunos que
não sairam do estágio do senso comum, ou então que estão subalternos, reféns
do mundo virtual, tecnológico e econômico, com um outro agravante que são os
vários tipos de patologias sociais que colocam em perigo a convivêcia humana,
deve-se procurar caminhos para que o ensino de filosofia ajude de forma mais
eficaz o aluno a superar este estágio.
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Habermas(2003), ao propor uma nova maneira de análise social através da
ação comunicativa, indica fundamentos teóricos importantes e devem ser
analisados como ponto de partida para buscar novos caminhos no ensino de
filosofia. Ele nasceu em 1929 e cresceu na Gummersbach renana, de familia
burguesa protestante. Desde muito jovem teve a sua disposição uma livraria
marxista que o impulsionou a entender, criticar e posicionar-se sobre Karl Marx e o
marxismo. Foi contemporâneo de Adorno, Horkheimer, e outros membros do
Instituto de Pesquisa Social, também conhecida como Escola de Frankfurt,
posteriormente tornou-se membro, potanto, relacionou-se diretamente com aquela
instituição embora não concordasse com alguns posicionamentos de seus
membros.
Habermas levanta a bandeira da ação comunicativa que vai além do adquirir
conhecimento, ou da crítica negativa, mas está preocupado com os
relacionamentos, ou seja, a a conviência humana, por isso, propõe o caminho
dialógico.
Desta maneira, este assunto constitui-se relevante na medida que focaliza
como fundamento metodológico um pensador envolvido com a filosofia mas com
enfoques diferentes o que certamente provoca debates, aponta alternativas e
contribui para resgatar o papel da filosofia na construção do cidadão emancipado.
PÚBLICO ALVO : Professores e alunos
OBJETIVO GERAL
Como objetivo geral, destaca-se alguns aspectos relevantes do pensamento
de Habermas sobre ação comunicativa, com ênfase ao processo emancipatório e
aos valores ligados à convivência humana.
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OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1. Conhecer alguns aspectos biográficos de Habermas, seu contexto histórico,
e o seu pensamento filosófico humanista.
2. Aprofundar entendimento sobre alguns conceitos do termo emancipação e
como Habermas utiliza-o no contexto da teoria da ação comunicativa.
3. Esclarecer a contraposição dicotômica entre os termos, agir comunicativo e
agir instrumental, mundo-da-vida e mundo dos sistemas.
4. Aprofundar entendimento sobre a teoria da evolução social:
Desenvolvimento humano a partir das contribuições de Piaget e Kolberg.
5. Destacar algumas patologias individuais e sociais, e o papel da educação
no enfrentamento destas patologias tendo como fundamento o agir
comunicativo.
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PRIMEIRA UNIDADE DIDÁTICA
A VIDA DE HABERMAS, SEU CONTEXTO HISTÓRICO, E O SEU
PENSAMENTO FILOSÓFICO HUMANISTA .
OBJETIVO : Conhecer alguns aspectos da vida de Habermas e seu contexto
histórico, procurando entender o seu pensamento sobre a crítica social.
Habermas formou-se em Filosofia, História, Psicologia, Economia e Literatura
Alemã, nas Universidades de Götingen, Zurich e Bonn, doutorou-se com uma tese
sobre Schelling, com o título, “O Absoluto na História”. Teve algumas ligações com
a Escola de Frankfurt, inclusive com membros ilustres Horkheimer e Theodor
Adorno, que o contratou-o como assistente. Ali teve sua fonte intelectual.
Posteriormente desligou-se do Instituto. Em 1968 transferiu-se para Nova York,
exercendo sua atividade docente em algumas instituições. Voltou a Frankfurt em,
1982, como catedrático em filosofia, em 1994 tornou-se professor emérito.
Atualmente participa de eventos políticos, trabalha em jornais da Alemanha como
Jürgen Habermas nasceu em Düsseldorf, Alemanha, em 18 de junho de 1929, cresceu na Gummersbach Renana. Seu pai era diretor da Câmara da Indústria e Comércio, família muito religiosa, de origem protestante, que marcou profundamente a sua vida. Desde cedo, no início de sua vida estudantil, teve a disposição uma livraria marxista. Participou de movimentos estudantis de esquerda.......
Fonte: http://direitoadministrativoemdebate.wordpress.
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cientísta político. Habermas produziu mais de 30 obras, que geraram mais de 40
obras de críticos e estudiosos.
Habermas propõe uma mudança de postura da crítica social em relação a
visão marxista e da visão pessimista dos pensadores da Escola de Frankfurt,
quanto as possibilidades de realização do projeto moderno defendido pelos
iluministas. Habermas, adota uma postura otimista, que parte do pressuposto de
que as pessoas podem utilizar-se de uma razão comunicativa sem qualquer
imposição coercitiva, com disposição para o entendimento e ao diálogo ao invés
dos confrontos e projeções sombrias. Segundo seu entendimento, a
comunicabilidade, o diálogo e o consenso são imanentes a humanidade desde
sua origem, sendo assim, deve-se apostar nesta prática. A sua crítica social
mesmo sendo otimista contém uma crítica ao positivismo, visto que a razão ao
invés de libertar o ser humano das várias formas de ameaças e escravidão,
colocou-se a serviço da ciência, da tecnologia e do sistema econômico, perdendo
seu papel emancipador.
Habermas, pela sua formação familiar e acadêmica, e seu trânsito em vários
campos da ciência, consegue estabelecer uma síntese entre o conhecimento, a
interatividade e a comunicação, e projeta uma nova sociedade construída pelo
diálogo emancipatório. Para este autor, os vários setores da sociedade que
envolvem a sexualidade, questões raciais, religiosos, tecnológicos, ideológicos e
econômicos, podem contribuir para a escravidão do ser humano, se estas
questões estiverem identificadas no que ele chama de agir instrumental, a sua
proposta do agir comunicativo aponta para uma crítica que contrapõe a todo o
sistema desumanizante. Deve-se esclarecer que quando o autor fala destas
questões está atacando os vários tipos de preconceito e a exclusão, um tema
bastante focalizado ainda hoje.
PROCEDIMENTO DIDÁTICO
1- Apresentação do tema por meio de aula expositiva utilizando recursos
audiovisuais como slides, filme e textos.
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2- Discutir em grupo, os processos de comunicação presentes no cotidiano,
os relacionamentos virtuais e a biografia de Jürgen Habermas, e seu
pensamento filosófico humanístico.
3- Propor produção de texto através de Short paper.
ATIVIDADES
1. Relembrar os vários tipos de comunicação, verbal e não-verbal presentes
no cotidiano do ser humano apresentação em P.P. discutir o texto a seguir:
O motivo mais forte que levou os homens a buscarem a convivência social
e a evoluir enquanto espécie não foi o trabalho e sim a interação,e a aquisição
da linguagem foi o marco decisivo para o início da história humana.(pp)
2. Assistir o filme a A Rede Social, (David Fincher), posteriormente em grupo,
discutir os seguintes pontos: A convivência social, a capacidade humana de
comunicação e os relacionamentos virtuais.
3. Leia em grupo o texto 1 - Biografia de Jürgen Habermas - e destaque
alguns pontos significativos de sua vida acadêmica, profissional e seu
pensamento.
4. Realizar Short paper
4,1 Descrição da tarefa: leia o texto - Biografia de Jürgen Habermas - e elabore
um Short paper posicionando-se sobre as caracerísticas do pensamento
habermasiano.
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SEGUNDA UNIDADE DIDÁTICA
ALGUNS CONCEITOS SOBRE EMANCIPAÇÃO E A CONTRIBUIÇÃ O
EDUCACIONAL NESTE PROCESSO.
OBJETIVO: Aprofundar entendimento sobre alguns conceitos do termo
emancipação e como Habermas utiliza-o no contexto da teoria da ação
comunicativa
Para Karl Marx o termo emancipação tem duas vias. A Emancipação Política
que se limita a igualar formalmente os indivíduos diante da lei e a Emancipação
Humana, que diz respeito a superação das desigualdades não só no âmbito
político mas também no âmbito econômico e social(ABBAGNANO, 2007).
A Escola de Frankfurt se distancia em vários pontos de Kar Marx, ela vai
afirmar que “ o ideal iluminista” de Emancipação é parte integrante de uma
dialética da razão destinada a gerar, em virtude dos seus próprios pressupostos,
os horrores da desrazão”( ABBAGNANO, 2007).
Habermas afirma que o interesse emancipatório visa à libertação de todas as
formas de coerção externas e internas mediada pelo diálogo respeitoso de sujeito
para sujeito sempre visando a interação, mas uma interação que seja ditada não
pela normatividade, mas pela racionalidade.(ARAGÃO, 2006, p.57)
Segundo o Dicionário de Filosofia, “emancipação é um processo de libertação da humanidade em relação a qualquer tipo de vínculo religioso, político, econômico etc, que impeça sua plena realização”(ABBAGNANO, 2007).
Fonte: http://www.darcidematos.com.br/detalhes_noticias
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Quanto a questão escolar, será que as instituições educacionais, as
disciplinas ou o processo ensino-aprendizagem contém necessariamente força
emancipatória?
Como entender esta afirmação ? Estaria as instituições educacionais fadada
ao fracasso, quanto à formação do indivíduo, maduro, crítico, autônomo,
emancipado?
Afirmação um tanto pessimista de Adorno, quer apenas desmistificar a
educação como força natural, intríseca de emancipar o indivíduo. Segundo o
autor, se a educação fosse um unstrumento natural de amancipação, não
aconteceriam as barbáries. Leo Mar parafraseia Adorno: “quanto mais a educação
procura se fechar no seu condicionamento social, tanto mais ela se converte em
mera presa da situação social existente”. (ADORNO, 1995, p.11)
Também pode-se dizer que são vários os problemas educacionais que
acabam interferindo no processo aprendizagem e acabam não dando aos alunos a
condição de viver na sociedade de forma emancipada e autônoma. As condições
físicas e de infra-estrutura, os problemas sociais enfrentados pelos alunos e
professores etc.
Na verdade, a educação em muitas situações, torna-se impotente, ou seja,
perde sua capacidade de transformação, e o aluno continua com suas distorções
e desvios de conduta e passa a ter uma visão acrítica da sociedade vigente, sem
consciência de seu papel de agente transformador.
Adorno, um dos contemporêneos da Escola de Frankfurt, coloca a educação, numa perspectiva pessimista quanto a sua força emancipatória. No livro Educação e Emancipação, na introdução de Wolfgang Leo Maar, afirma-se: “A educação não é necessáriamente um fator de emancipação”.(ADORNO,1995, p. 11).
Fonte: http://tropicalismo.wordpress.com/2009/07/22/educacaçao
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Outro aspecto relavante é comentado por Leo Maar, tendo por base as
afirmações de Adorno, é reconhecer também as limitações do desenvolvimento
científico que ao contrário do que muitos proclamavam, frustrou as expectativas da
sociedade quanto as suas reais possibilidades de dar a esta sociedade as
respostas que ela esperava, principalmente sendo o fundamento para a
emancipação social, ou seja, o esclarecimento não resolveu os graves problemas
sociais como a fome, a miséria a violência etc.
O pensador Jürgen Habermas também questiona os graves problemas
sociais da atualidade, mas ao invés de questionar o racionalismo iluminista* crê na
possibilidade do desenvolvimento humano e de toda a sociedade pelo
conhecimento e pela interatividade tendo como ponto de partida a ação
comunicativa. *Coloca a razão como crítica e guia para todos os campos da
experiência humana.
Sabe-se, no entanto, que a educação é amparada nos pilares do
desenvolvimento cientifico-técnico e sofre interferências ideológicas, políticas e
econômicas e pode estar a serviço do sistema econômico estabelecido, perdendo
fôlego quanto a seu papel transformador do indivíduo e da sociedade. Mesmo
assim Habermas coloca o processo ensino-aprendizagem e a interatividade como
fatores importantes no processo de emancipação individual e social.
PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS
Apresentação e debate do tema por meio de aula expositiva utilizando recursos
audiovisuais, dinâmica e textos.
Após analise e debate sobre o tema proposto, produzir texto através de Short
paper.
ATIVIDADES
Início com aula expositiva utilizando Power point com considerações
introdutórias sobre o tema.
Programar dinâmica – A teia – e posteriormente realizar uma breve reflexão
sobre o indivíduo e a sociedade.
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Em grupo com base nos textos a seguir, procurando discutir alguns
conceitos do termo emancipação:
A) “emancipação é um processo de libertação da humanidade em relação a
qualquer tipo de vínculo religioso, político, econômico etc, que impeça sua plena
realização”(ABBAGNANO, 2007, p.362).
B) Segundo Karl Marx; “o termo emancipação tem duas vias. A Emancipação
Política que se limita a igualar formalmente os indivíduos diante da lei e a
Emancipação Humana, que diz respeito a superação das desigualdades não só no
âmbito político mas também no âmbito econômico e social”. (ABBAGNANO, 2007,
p.362).
C) Habermas afirma que o interesse emancipatório visa à libertação de todas
as formas de coerção externas e internas mediada pelo diálogo respeitoso de
sujeito para sujeito sempre visando a interação, mas uma interação que seja
ditada não pela normatividade, mas pela racionalidade.(ARAGÃO, 2006, p.57)
E) “Quanto mais a educação procura se fechar no seu condicionamento
social, tanto mais ela se converte em mera presa da situação social
existente,”(ADORNO, 1995, p.11).
F) Realizar Short paper
Descrição da tarefa: Com base nos textos anteriores, elabore um Short
paper indicando as características do sujeito emancipado com um posicionamento
crítico.
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TERCEIRA UNIDADE DIDÁTICA
A DICOTOMIA ENTRE O AGIR COMUNICATIVO E O AGIR I NSTRUMENTAL, MUNDO DA VIDA E MUNDO DOS SISTEMAS
OBJETIVO: Esclarecer a contraposição dicotômica entre os termos, agir comunicativo e agir instrumental, mundo-da-vida e mundo dos sistemas.
O pensamento habermasiano do agir instrumental e agir comunicativo se
realizam em dois níveis, no mundo dos sistemas e no mundo da vida, e
representam mudança profunda na forma de analisar a sociedade e neste
posicionamento habermas se distancia de outros críticos sociais como Karl marx e
os componentes da Escola de Frankfurt.
Habermas defende a ideia de que as sociedades desde as suas origens
tinham como ponto de coesão as tradições, valores, normas de ação comuns.
Acontece que, ao longo dos anos, devido ao aumento da complexidade, houveram
desmembramentos em áreas diversas, cada qual responsável por funções
específicas, criando de um lado, um campo formado pela economia,
administração, sistema jurídico e complexo militar, além da ciência, denominada
genericamente de sistema, do qual cada um dos mencionados é um subsistema;
e, de outro lado, uma esfera formada pela cultura, sociedade e personalidade, que
são reunidas sob a denomiação de mundo-da-vida (ARAGÃO,2006, p. 118).
O agir instrumental são as várias formas de ações que diz respeito ao mundo
dos sistemas, e se diferencia da linguagem e da comunicação por tratar-se de
Fonte:http://marketingpublicidade.com/
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sistemas institucionais e de valores, podendo ser descrito da seguinte forma:
tecnologia moderna, “dinheiro ( mercado-sistema econômico) e poder (sistema
político, administração burocrática, estado moderno).
O agir comunicativo situa-se no mundo-da-vida, (meio cultural), é o processo
de comunicação que permeia o relacionamento humano sempre buscando o
entendimento e serve como fundamento para a coesão social.
O mundo-da-vida pode ser explicada da seguinte forma: o sistema
econômico, tecnológico, político, burocrático etc, estão presentes na sociedade,
permeando todos os meios culturais e os relacionamentos acabam exercendo seu
poderio levando os seres humanos a perda de liberdade. O agir comunicativo
atua em sentido contrário pois, oferece oportunidades de entendimento,
comunicação e convivência num sentido abrangente, não restrito. Esse
direcionamento baseia-se num fundamento da teoria da ação que diferencia entre
agir teleológico, normativo e dramatúrgico e, de forma abrangente, acolhe o agir
comunicativo orientado ao entendimento com suas pretenções de inteligibilidade,
verdade e correção normativa. (SCHÄFFER,2009, p. 44).
Percebe-se neste posicionamento, que o autor não se limita ao diagnóstico
das patologias sociais,(doenças), mas aponta uma saída para que seja superada
as distorções sociais causadas pela racionalidade econômica e burocrática.
Segundo o autor, o mundo dos sistemas traz prejuízos éticos “perda da
moralidade”e enfraquece as forças de coesão social do mundo-da-vida o que pode
levar uma sociedade ao caos, pois passa-se a dar demasiada importância ao
poder e ao valores econômicos e aos outros interesses do sistema estabelecido e
deixa em segundo plano a convivência humana. O agir comunicativo é uma
proposição histórica que soa como um antidoto a esta situação, pois a
comunicação, a fala, e a aposta no entendimento humano, tem força capaz de
resistir a esta distorção.
Devido ao mundo instrumental, as ações e a convivência humana sofrem
alterações e se orientam por interesses. Habermas citam alguns deles: O agir
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teleológico orientado para uma determinada finalidade, ou seja, visa a realização
de um objetivo.
Agir estratégico, que forma a base das abordagens da teoria dos jogos. Agir
normativo, refere-se a grupos que orientam sua ação em valores comuns, normas
e leis. Agir dramatúrgico, refere-se à autorrepresentação expressiva diante de um
público.
Agir comunicativo, finalmente refere-se ao entendimento discursivo entre
sujeitos capazes de falar e de agir, cientificamente, é empregado no assim
chamado interacionismo simbólico*.( SCHÄFFER,2009 p. 46).
A ação comunicativa se sustenta em quatro pilares de validade:
inteligibilidade, verdade, correção, e veracidade. Alcançar entendimento é um
processo em que os participantes chegam a um determinado acordo sobre
determinada proposição. Não há qualquer tipo de coerção, mas sim entendimento
intersubjetivo entre os participantes, pois todos tem as mesmas portunidades de
decisão. Vencerá a proposição que apresentar melhores argumentos. É assim que
se estabelece o caráter emancipatório, pois no agir comunicativo há um
distanciamento dos mecanismos de coerção. Há uma aposta no poder da
comunicação como forma de combater o dogmatismo e a dominação social. Este
estágio, pode-se dizer que é uma etapa evoluida da sociedade.
Neste sentido este novo paradigma habermasiano muda a relação entre os
sujeitos da seguinte forma; enquanto que na razão instrumental a relação de
conhecimento e ação se faz entre o sujeito que conhece e o objeto que é
conhecido, mesmo que este objeto também seja um sujeito, isto é, numa relação
autoritária, na razão comunicativa ela é intermediada pela linguagem o que
significa que ela será realizada entre sujeitos, todos igualmente capacitados,
atribuindo-lhe essencialmente um caráter de diálogo.(ARAGÃO,2006, p. 60).
PROCEDIMENTO DIDÁTICO
Apresentação e debate sobre o tema através de aula expositiva utilizando
recursos audiovisuais como slides, video e texto.
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Apresentações ilustrativas que representem o mundo dos sistemas, o mundo
da vida, ação instrumental e ação comunicativa.
ATIVIDADES
.
Com base no texto 3 - Como Habermas concebe a sociedade, e no texto 4 -
Agir instrumental e agir comunicativo, discutir em grupo, procurando entender o
que é e como se estabelece na sociedade estas dicotomias.
Após analise e debate sobre o tema, realizar apresentações (cartazes, teatro,
slides, performances musicais, poesias, crônicas etc) que ajudem a aprofundar
entendimento sobre o que é o mundo dos sistemas, o mundo da vida, ação
instrumental e ação comunicativa.
Visando avaliação, produzir texto através de Short paper, posicionando-se
sobre a possibilidade ou não de práticas comunicativas habermasianas na
sociedade atual.
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QUARTA UNIDADE DIDÁTICA
DESENVOLVIMENTO HUMANO TENDO COMO BASE CONTRIBUIÇÕE S DE
PIAGET E KOLBERG.
OBJETIVO : Aprofundar entendimento sobre a teoria da evolução social:
desenvolvimento humano a partir das contribuições de Piaget e Kolberg.
A teoria de evolução social é mais um aspecto em que Habermas se
distância de críticos como Karl Marx e outros que defendiam o materialismo
histórico. Para Habermas a evolução começa nas estruturas da consciência
coletiva verificada nas leis e nas fases da moralidade, e na interação social, a
partir daí, esta evolução irá se refletir nas estruturas sociais. Esta evolução pode
ser explicada da seguinte forma: o processo interativo deu aos seres humanos a
possibilidade da convivência social e a experimentar a evolução cultural da
espécie, mas esta convivência social e esta evolução não seria possível sem a
aquisição da linguagem. Num segundo momento, acontece a evolução material
como consequência.(ARAGÃO,2006 p.74).
Para um melhor entendimento Habermas estabelece uma sequência desta
evolução:
Fonte: acleciodantas.blogspot.com/2010/09/fotos-jean
Fonte: http://www.google.com.br/search
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Os seres humanos são dotados da capacidade de aprendizagem, que pode
ser ampliada a toda sociedades pela comunicação, tal capacidade de
aprendizagem segue determinadas fases. Essas fases de evolução são
determinadas em primeiro lugar, pela lógica do desenvolvimento próprio, (estágio
moral em que se encontra) só secundariamente pela dinâmica de
desenvolvimento social; O desenvolvimento individual pode atingir seu ponto
culminante expandindo os valores morais a toda a sociedade, ou seja,
institucionalizando-se, a nível cultural.
Todas as tendências contrárias à institucionalização de tal nível moral e
legal, alcançado ao nível cultural, devem ser atribuídas à intromissão de fatores de
desenvolvimento próprios à razão instrumental nas estruturas do mundo-da-vida,
ocasionada pela dominação de uma classe economicamente constituída, cuja
referência não são mais os valores,mas dinheiro e poder, gerando ali distúrbios de
desenvolvimento ou, conforme a terminologia de habermasiana, “ patologias
sociais”, que podem ser analisadas pelo conceito de “forma de
entendimento”.(ARAGÃO, 2006,p.75-76)
Habermas analisa o desenvolvimento do indivíduo (ontogênese), no contexto
social focalizando três aspectos: o desenvolvimento da capacidade de
conhecimento, da capacidade interativa e da capacidade linguística.
Seu posicionamento sobre o desenvolvimento da capacidade de
conhecimento de cada indivíduo tem bases no posicionamento piagetiano que
aponta para desenvolvimento individual em quatro fases: O simbiótico, o
egocêntrico, o sociocêntrico- objetivista, ou fase das operações concretas e o
universalista.
O universalista, O jovem passa a questionar e relativizar pretensões de
validade, antes aceitas ingenuamente, das afirmações e normas, ou seja, a fase
madura.
A evolução, ou desenvolvimento da capacidade cognitiva dos seres humanos
não pode ser entendida como o único componente importante, nem tampouco
componente isolado mas estabelece conexões com outros elementos, como a
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capacidade moral e interativa do indivíduo. Neste sentido, Haberma recorre a
Lawrence Kolberg, e sua Teoria do Desenvolvimento Moral, em três níveis, A,B e
C, e seus subníveis. Nível A – é o nível pré-convencional, adquirida pela maioria
das crianças com menos de 9 anos; Nível B – nível convencional, adquirida pela
maioria dos jovens e adultos; Nível C – nível pós-convencional adquirida pela
minoria das pessoas num patamar acima dos 20 anos.(ASSMANN e MO
SUNG,2000,p.37-38)
Para ele Kolberg “pouca gente alcança a maturidade ética exigida por uma
consciência solidária universal” .(ASSMANN e MO SUNG,2000,p.37), ou seja,
capacidade interativa, constante no subnível 6, sua teoria longe de ser pessimista
levantou a hipótese de que se deve superar os entraves das limitações éticas. É
importante entender como se dá a passagem de um estágio ao outro e qual a
repercussão desta passagem na vivência de problemas do cotidiano.
Kolberg compreende a passagem de um para outro estádio como um
processo de aprendizagem, isto significa que a pessoa em crescimento transforma
e diferencia de tal maneira as estruturas cognitivas já disponíveis em cada caso
que ela consegue resolver melhor do que anteriormente a mesma espécie de
problemas. Pois, em cada estádio superior, ela pode explicar até que ponto
estavam errados os juízos morais que considerava corretos no estádio
precedente.( HABERMAS, 1983,p. 154-155).
Habermas utiliza-se destas teorias evolutivas do ser humano, (ontogenéticas)
de Piaget e a evolução da capacidade interativa de Kolberg apenas como ponto
de partida, para determinar sua teoria da ação comunicativa, visando a
emancipação. A partir daí desenvolve sua teoria da evolução, social.(filogenética),
baseado na ideia de que estes modelos de evolução do indivíduo pode se repetir
na evolução social moral da sociedade. Está convicto que é na aquisição da
linguagem que se estabelece o nascimento das sociedades e é na mediação
linguística que cada individuo irá construir sua identidade cultural e iniciar seu
processo de hominização e a experimentar uma evolução ética e moral. Há então
uma interligação entre o aprendizado individual e social.
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PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS
Apresentação e debate sobre o tema através de aula expositiva utilizando
recursos audiovisuais e texto.
Debater em grupo, as teorias de Piaget e Kolberg como contribuições para
entender o desenvolvimento humano.
Propor produção de texto através de Short paper.
ATIVIDADES
Em grupo, debater os texto: 6 - Os processos cognitivos e o
desenvolvimento moral piagetiano; 7 - O Desenvolvimento moral e interativo de
kolberg e 8 - Os processos do desenvolvimento moral do indivíduo e da
sociedade.
Em grupo, elabore um Short paper sobre as contribuições de Piaget e
Kolberg posicionando-se sobre como a escola pode contribuir para o
desenvolvimento humano.
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QUINTA UNIDADE DIDÁTICA
ALGUMAS PATOLOGIAS INDIVIDUAIS E SOCIAIS, E O PAPEL DA
EDUCAÇÃO NO ENFRENTAMENTO DESTAS PATOLOGIAS.
OBJETIVO: Destacar algumas patologias individuais e sociais, e o papel da
educação no enfrentamento destas patologias tendo como fundamento o agir
comunicativo.
Habermas ao analisar o capitalismo tardio afirma este sistema social está
determinado por uma “ política de compensações que assegura a lealdade das
massas dependentes do trabalho, ou seja, por uma política de evitação do
conflito”.(HABERMAS,1968, p.76). Esta afirmação indica que o sistema capitalista
que fazermos parte tem mecanismos de compensação que acobertam e silenciam
os conflitos dando a impressão de que a sociedade vive um todo unitário, coeso,
solidário, mas na verdade, continuam latentes patologias individuais e coletivas.
Uma das patologias coletivas ou sociais que se estabelecem nas estruturas
sociais é a lei da competitividade e do lucro, transformando os indivíduos em
competidores, deixando a questão da convivência e interatividade humana em
segundo plano. Aquele que se sair melhor será compensando e aquele que tiver
dificuldades sofrerá as sanções do mercado. Transfere-se os fracassos ou o
sucesso econômico ao indivíduo, em detrimento aos valores éticos e morais .
Antes de focalizar a importância da
educação no enfrentamento das patologias,
que emergem a nível individual e social, é
importante entender algumas dessas
patologias que interferem na convivência
humana.
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As patologias a nível individual que emergem na sociedade capitalista são
muitas, mas algumas emergem de forma contundente como o perda da
moralidade, a anomia às normas vigentes, desrespeito ao sagrado, o
consumismo, a violência, e outras dificuldades de interagir e conviver em
situações limite.
O professor Ph.D em psicolgia da Universidade de Cambridge EUA, Dr.
Simon Baron-Cohen acaba de lançar um livro Science of Evil, (A Ciência do Mal)
em que estuda as atitudes maldosas das pessoas. Estas atitudes emergem de
várias formas desde uma simples dificuldade de escutar ou entender o outro até
aquelas que chegam ao ódio e praticam atrocidades das mais graves. As causas
são diversas, alguns deles são: estresse, drogas, problemas familiares.
Segundo o autor estas patologias podem retirar das pessoas a sua
capacidade convivência social porque elas perdem algo muito importante que é a
sua empatia, definida nos seguintes termos: “capacidade natural que temos de
identificar o que outra pessoa está pensando ou sentindo e responder com uma
emoção apropriada. Quando alguém chora ao ver um filme triste ou esboça um
sorriso ao ouvir uma gargalhada, ativa a empatia. É também essa habilidade que
atua quando você freia um instinto de agredir alguém indefeso ou impede um
terceiro de agir assim, prevendo o sofrimento da vítima”.(Revista Galileu, julho de
2011,p.65).
Entende-se que a incapacidade de empatia pode gerar incapacidade do
diálogo e, em consequência, da convivência humana que por sua vez dificultará as
ações comunicativas que visam o entendimento, objeto deste estudo. Segundo
Cohen, inúmeras pesquisas mostram que o indivíduo oriundo de uma familias
estruturada e com educação de qualidade tende a ser menos agressivo, ou seja,
tem mais facilidade para desenvolver a empatia e em consequência a convivência
social, e a desenvolver atitudes como solidariedade, entendimento e convivência
humana.
Os autores, Assmann e Mo sung,(2001) chama esta ausencia de empatia
como “insensibilidade social”. Percebe-se então que a primeira dificuldade de
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convivência social localiza-se na própria pessoa, a partir daí, ela pode projetar-se
a outras pessoas em forma de agressividades ou indiferença.
Entende-se que a incapacidade de empatia pode gerar incapacidade do
diálogo e, em consequência, da convivência humana que por sua vez dificultará as
ações comunicativas que visam o entendimento, objeto deste estudo. Segundo
Cohen, inúmeras pesquisas mostram que o indivíduo oriundo de uma familias
estruturada e com educação de qualidade tende a ser menos agressivo, ou seja,
tem mais facilidade para desenvolver a empatia e a desenvolver atitudes como
solidariedade, entendimento e convivência humana.
Assmann e Mo Sung discutem em seu livro – “ Competência e
sensibilidade solidária, as patologias sociais e as possíveis saídas, e a importância
da educação neste processo, e elenca algumas posturas educacionais, que vão
de encontro ao que propõe Jürgen Habermas quando se refere à ação
comunicativa, vejamos algumas: “linguagens afirmativas e antipessimistas”;
“transação comunicativa de envolvimentos pessoais no processo de
aprendizagem”. A escola deve oferecer condições para que todos, professores e
alunos, construam um ambiente saudável de empatia mútua.
Voltando ao contexto do mundo da vida habermasiano que pode-se
entender como o meio cultural comum aos alunos e que está inserida a escola.
Habermas ao enfatizar a ação comunicativa está possibilitando um diálogo
respeitoso, em entendimento, buscando a resolução de problemas, e nesta
proposta, busca a “aceitação crescente pelas formas diferentes de vida, mesmo
que elas não correspondam às próprias.”(SCHÄFER, 2009, p. 153). Ou seja, a
cura para as patologias acontecerá quando “ a lógica sistêmica passe a ser
controlada pela lógica interativa, de tal forma que impeça o predomínio de media
não-integradores sobre o medium comunicativo.(ARAGÃO, 2006,p.124-125).
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PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS
Apresentação do tema por meio de aula expositiva e utilização de recursos
audiovisuais como slides, filme e textos.
Discutir em grupo, as patologias sociais e individuais que podem interferir na
convivência humana.
Medir, o nível de empatia existente na comunidade escolar,professores,
alunos e funcionários.
Estabelecer algumas ações para a melhoria do relacionamento social escolar
levando-se em conta o tema focalizado, ou seja, a ação comunicativa
emancipatória.
Seminário com objetivo de socializar, aprofundar e contextualizar o tema
geral e os conteúdos discutidos.
ATIVIDADES
Após assistir o filme, Laranja Mecânica, de Sanley Kubrick, discutir a questão
das atitudes anti-sociais e saídas para a recuperação.
Aplicação de teste e apresentação em gráfico dos resultados sobre o nível
de empatia existente na comunidade educacional local.
Discutir em grupo os resultados do teste de empatia, e apresentar uma
síntese de ações que podem contribuir para a convivência humana dialógica
buscando o entendimento na comunidade escolar.
Realização do seminário com seguintes procedimentos básicos: leitura e
discussão do texto-roteiro em pequenos grupos. Cada grupo terá um coordenador
para dirigir a discussão e um relator para anotar as conclusões particulares a que
o grupo chegar. Cada grupo fará a exposição temática do assunto, podendo
utilizar variados recursos como: exposição oral, quadro-negro, slides, cartazes,
filmes etc. Trata-se de uma visão global do assunto e ao mesmo tempo aprofunda-
se o tema em estudo, contextualizando. Apresentar as principais ideias do texto,
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podendo recorrer também a outras fontes. Levantar os problemas sugeridos pelo
texto e apresentar os mesmos para discussão. Fornecer bibliografia. Em plenário
apresentar as conclusões dos grupos, abrindo espaço para perguntas e
questionamentos. O professor avaliará os trabalhos dos grupos, especialmente
dos que atuaram na apresentação, bem como a síntese das conclusões .
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REFERÊNCIAS
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