processo cautelar aula i 2015

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Processo Cautelar I - Função da Atividade Jurisdicional: 1) Reconhecer a existência de seu direito, através do chamado processo de conhecimento. Julgamento de mérito, podendo ter natureza condenatória, constitutiva ou declaratória. 2) Realizar o direito, através de outro processo, chamado "de execução"; e a proteção fática de suas pretensões. Tem por finalidade garantir o direito do credor já reconhecido por um documento (título executivo judicial ou extrajudicial) 3) Função Preventiva, que se dá através do processo cautelar, onde se procurará proteger algum direito passível de ser prejudicado ou evitar que a mora judicial possa prejudicar o direito reclamado (Periculum in mora), mediante a adoção de medidas urgentes e provisórias. Deve o juiz também observar se a plausibilidade no provimento requerido pelo autor (fumus boni iuris) Obs: o processo principal (conhecimento ou execução) é o instrumento pelo qual se procura a tutela a uma pretensão. Já o processo cautelar é o instrumento empregado para garantir a eficácia e utilidade do processo principal. Calamandrei => “Instrumentabilidade ao quadrado” II - Conceito do Processo Cautelar: é um processo que possui caráter acessório, ou seja, serve para que se consiga a decretação de medidas urgentes, que sejam julgadas essenciais ou apenas necessárias ao desenrolar de um outro processo, que seja de conhecimento ou de execução, o que é chamado de processo principal. III - Objetivo: não é satisfazer a pretensão, mas viabilizar a sua satisfação, protegendo-a dos percalços a que estará sujeita, até a solução do processo principal

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Processo Cautelar

I - Funo da Atividade Jurisdicional:

1) Reconhecer a existncia de seu direito, atravs do chamado processo de conhecimento. Julgamento de mrito, podendo ter natureza condenatria, constitutiva ou declaratria.

2) Realizar o direito, atravs de outro processo, chamado "de execuo"; e a proteo ftica de suas pretenses. Tem por finalidade garantir o direito do credor j reconhecido por um documento (ttulo executivo judicial ou extrajudicial)

3) Funo Preventiva, que se d atravs do processo cautelar, onde se procurar proteger algum direito passvel de ser prejudicado ou evitar que a mora judicial possa prejudicar o direito reclamado (Periculum in mora), mediante a adoo de medidas urgentes e provisrias. Deve o juiz tambm observar se a plausibilidade no provimento requerido pelo autor (fumus boni iuris)

Obs: o processo principal (conhecimento ou execuo) o instrumento pelo qual se procura a tutela a uma pretenso. J o processo cautelar o instrumento empregado para garantir a eficcia e utilidade do processo principal. Calamandrei => Instrumentabilidade ao quadrado

II - Conceito do Processo Cautelar:

um processo que possui carter acessrio, ou seja, serve para que se consiga a decretao de medidas urgentes, que sejam julgadas essenciais ou apenas necessrias ao desenrolar de um outro processo, que seja de conhecimento ou de execuo, o que chamado de processo principal.

III - Objetivo: no satisfazer a pretenso, mas viabilizar a sua satisfao, protegendo-a dos percalos a que estar sujeita, at a soluo do processo principal (conhecimento ou execuo). Em outras palavras, visa garantir a prpria efetividade da atividade jurisdicional.

IV - Momento de ser requerida a medida cautelar: de modo "preparatrio", antes do processo principal, ou de modo "incidente", durante o curso do processo principal; sendo "preparatrio", a parte ter de propor a ao principal em 30 dias da efetivao da medida cautelar, caso contrrio, a medida perder sua eficcia.

Requisitos do Processo Cautelar

1.PERICULUM IN MORA - a possibilidade ou a potencialidade de dano, isto , o fundado receio de que uma parte, antes do julgamento da lide cause ao direito da outra leso grave e de difcil reparao (art.798 do CPC);

2.FUMUS BONI IURIS - o indcio ou a aparncia do direito.

As caractersticas da tutela cautelar:

a) Tem funo preservativa ou garantidora, tendo em vista que ela apenas busca preservar um direito que ser alcanado na ao principal (de conhecimento ou de execuo);

b) Acessoriedade, porque ela vai exigir o ajuizamento da ao principal e por essa razo na petio inicial o requerente, sob pena de indeferimento, ter de esclarecer ao juiz qual a lide e seu fundamento, isto , qual ser a ao principal (art.801,III do CPC)..

c)A autonomia - a tutela jurisdicional cautelar no apenas uma medida, mas sim um processo que goza de autonomia e tanto assim que a lei exige a citao do requerido.

d) Inexistncia do contraditrio de mrito, eis que o contraditrio de mrito fica restrito discusso do periculum in mora e do fumus boni iuris. Na cautelar no existe lide (mrito), porque ela no se destina a dirimir os conflitos de interesses

.e) Na cautelar no existe sentena de mrito porque ela no se destina a dirimir o litgio, salvo se o juiz extingu-la pronunciando a decadncia ou a prescrio (parte final do art.810 c/c art.269, IV).

f) Na cautelar em lugar de se falar em autor e ru de melhor tcnica jurdica falar-se em requerente e requerido. Assim sendo, no procedimento cautelar o requerido ser citado para impugnar no prazo de 5 dias (Art.802 do CPC).

OBS.: Algumas cautelares tais como a notificao ou interpelao judicial, a justificao e a produo antecipada de provas no admitem resposta.

g) Na cautelar uma vez deferida a liminar, o requerente tem o prazo de 30 dias contados da efetivao ou da execuo da medida, para ajuizar a ao principal, sob pena de revogao da liminar (art.806 combinado com o art. 808, I, do CPC).

h) Instrumentalidade (art. 796) o processo o instrumento da jurisdio; a cautelar vem sempre em apenso nos autos principais, servindo de instrumento deste.

i) Provisoriedade - o provimento cautelar ser substitudo, com a concesso da tutela definitiva pretenso, obtida com a prolao da sentena de mrito (processo de conhecimento), ou a satisfao definitiva do credor (processo de execuo);

j) A revogabilidade - as medidas cautelares podem, a qualquer tempo, ser revogadas ou modificadas; elas persistiro apenas enquanto perdurarem as condies que ensejaram a sua concesso.

l) Fungibilidade - consiste na possibilidade de o juiz conceder a medida cautelar que lhe parea mais adequada para proteger o direito da parte, ainda que no corresponda quela medida que foi postulada.