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PROBLEMA DA ORIGEM DO CONHECIMENTO Questão – Problema: O conhecimento alcança-se através da razão ou da experiência? (ver página 50) Tipos de conhecimento acordo a sua origem

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PROBLEMA DA ORIGEM DO CONHECIMENTO

Questão – Problema:

O conhecimento alcança-se através da razão ou da

experiência? (ver página 50)

Tipos de conhecimento acordo a sua origem

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Tipos de juízo de acordo com a relação Sujeito objeto

Modelo Racionalista

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Descartes.mp4

DESCARTES

(La Haye en Touraine, 31 de março de 1596 – Estocolmo, 11 de fevereiro de 16501 )

1-Qual a situação encontrada por Descartes?

1-Reforma Luterana (XVI) colocara em causa alguns dogmas e práticas da igreja católica, ao defender

i. Bíblia como única fonte segura para a fé ii. A livre interpretação da bíblia

iii. A salvação da alma dá-se apenas por meio da fé e não das obras iv. A proibição do culto dos santos, v. A proibição da venda de indulgências (perdão)

vi. A proibição da veneração de imagens

2-Modelo geocêntrico (terra no centro do universo) entrara em descrédito em favor do modelo heliocêntrico (sol no centro)

3- Fragilidade (incerteza/falsidade) das bases em que

assentava o conjunto dos conhecimentos

4- Falta de ordenação/organização dos saberes.

5- A instalação gradual de um certo ceticismo e descrença

Argumento cético (Ceticismo corrente filosófica que argumenta que o conhecimento é impossível)

Regressão ao infinito

Ou Insuficiência das

nossas justificações

Sem justificação não há conhecimento

As justificações das nossas crenças são outras crenças (a justificar)

O processo de justificação continua indefinidamente.

As nossas crenças nunca estarão suficientemente justificadas

Logo, como as crenças não justificadas não são conhecimento, e nenhuma o é, o conhecimento é impossível

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2-Qual o objetivo de Descartes?

Salvaguardar os grandes dogmas da fé e a possibilidade do conhecimento

Propõe-se proceder a uma profunda reforma do conhecimento reconstruindo o sistema do conhecimento em bases verdadeiras e de modo mais organizado

3-Como o pensa conseguir?

Submetendo o saber da sua época a um exame radical de modo a

1. Separar o verdadeiro do falso (vendo se é possível salvar alguma coisa)

2. Encontrar uma 1ª verdade indubitável que se constitua como primeiro princípio sobre a qual edificar tudo o resto

4-Quais as caraterísticas que o primeiro princípio deve

ter?

Ser absolutamente indubitável

Ser absolutamente primeiro: tudo o mais deve depender dele Ser fecundo: deve conter em si a possibilidade de serem deduzidos outros novos

conhecimentos

5-Qual o método a utilizar?

A dúvida

O método cartesiano consiste no ceticismo metodológico.

Ao contrário dos gregos antigos e dos escolásticos, que acreditavam que as coisas

existem ou são verdade simplesmente porque "precisam" existir, ou porque assim

deve ser etc., Descartes instituiu a dúvida: só se pode dizer que existe ou é verdadeiro

aquilo que puder ser provado.

Duvida-se de cada ideia que não seja absolutamente clara e distinta à razão

Indubitável = verdadeiro

Provável/duvidoso = falso

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A dúvida justificava-se porque

O ser humano é falível (erra)

Os conhecimentos atuais não nos dão garantias nenhumas

Há a necessidade de encontrar um princípio seguro e a dúvida é o único meio seguro

Libertava a razão da dependência em relação a autoridades externas (políticas, religiosos, etc.)

Que fundamentos do conhecimento a dúvida põe em causa?

Informações dos sentidos sobre as propriedades dos objetos físicos

Argumentos céticos

sobre as falhas nos

sentidos

Crença na existência do mundo físico

Argumento da

indistinção

sono/vigília

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Crença na validade das operações da própria Razão

O Génio Maligno cartesiano ou matrixO que é Matrix.mp4

Hipótese do Génio

maligno.

A dúvida coloca todos os conhecimentos e seus

fundamentos em causa, mas não pode pôr em causa o

duvidar e sua a existência como duvidar

1ª verdade alcançada

“Cogito, ergo sum”= Penso.Existo (como duvida ou pensamento)

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Crítica a Descartes:

O cogito não é uma crença fundacional ou 1ª, ela justifica-se por

outras crenças

Tudo o que pensa existe (crença 1) Eu penso ( crença 2) _____________________________ Eu existo (crença 3) Resposta de Descartes:

“Como não podes duvidar da tua dúvida e como é

certo que duvidas, tão certo que não podes duvidar,

também é certo que tu que duvidas, existes, isto é

de tal modo verdade que nunca mais poderás

duvidar desta verdade”

Duvidar (penar) e existir não são coisas diferentes. São

apreendidos no mesmo ato intelectual pelo que são os

dois igualmente evidentes e certos

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Características do “COGITO”

1. O “COGITO” é a 1ª verdade indubitável: o Aquela que a dúvida já não consegue pôr em causa

2. O “COGITO” é puramente racional/a priori:

o Obtém-se por pura intuição racional

3. O “COGITO” fornece o critério de verdade: o Clareza e evidência

4. O “COGITO” é o modelo do conhecimento:

o Todo o conhecimento futuro terá, para o ser

indubitável como o COGITO

5. O “COGITO” é a crença fundacional do saber: o Todo o conhecimento irá ser erguido sobre esta

primeira verdade

6. O “COGITO” revela a essência/natureza do sujeito cognitivo:

o A sua essência é ser pensamento, é pensar

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O que pensa o COGITO ou o pensamento?

Pensa ideias

Mas serão todas do mesmo tipo?

Enquanto modos de consciência do sujeito são

semelhantes

Enquanto representam diferentes realidades não são

semelhantes

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Uma das ideais inatas mais importantes é a de DEUS

Descartes sabe que o COGITO existe e DEUS existe?

Existência de Deus

provada a partir da ideia

de perfeição em mim.

Existência de Deus

provada a partir da

minha existência como

ser imperfeito

Existência de Deus

provada a partir

da sua essência

Princípio:

Qualquer efeito requer uma

causa objetiva proporcional

Princípio:

Tudo o que existe tem uma

causa. Essa causa é outra

coisa ou a própria coisa

causada

Princípio:

A existência é uma

perfeição.

A ideia de infinito requer uma

causa real proporcional. Requer

uma causa infinita

Não foi causada por mim que

sou finito.

Eu existo, sei que sou imperfeito

e tenho em mim a ideia de

perfeição.

Não posso ser a causa de mim

próprio, senão tinha-me feito

Para Descartes a

essência de Deus incluí

a existência porque,

sendo Deus um ser

perfeito, uma vez que

contém todas as

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Teve de ser causada em mim por

um ser seja infinito.

Logo essa causa infinita tem de

existir.

um ser perfeito.

Logo a causa de mim teve de ser

outro ser que deve de realizar

em si a ideia de perfeito

perfeições, e como

existir é ser mais

perfeito do que não

existir. Logo Deus existe

Objeção Objeção Objeção

Nem tudo é causado por causas

formalmente equivalentes. A

ciência provou que a vida

proveio de coisas inanimadas

Não se percebe como é que

Deus sendo um ser perfeito

criou um efeito não

proporcional à sua perfeição.

Pierre Gassendi: a

existência não é, em si

uma perfeição, mas

aquilo sem a qual não

há perfeições.

Se uma coisa não tiver

existência não é

perfeita nem

imperfeita, não é coisa

alguma.

Não se pode dizer que a

existência existe numa

coisa como uma

perfeição

Quais os atributos essenciais ( contidos na sua definição )do ser perfeito para além

da existência?

Bondade ( porque ser mau é uma imperfeição )

Veracidade ( Deus não engana )

Imutabilidade

Unicidade ( Res infinita )( sendo perfeito basta-se a si mesmo, é por isso a única substância )

Estes atributos são importantes?

Sim porque os atributos de Deus manifestam-se na verdade das coisas e

do mundo

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Bondade/Veracidade

De

DEUS

Garante toda a verdade particular

A subordinação de todo o juízo às ideias claras e distintas é a

descoberta pela evidência racional das verdades impressas no

nosso espírito e na Natureza por Deus, as ideias claras e distintas

Garante o próprio critério de verdade em geral

Evidência racional= clareza e distinção = verdade

Imutabilidade

Garante que as verdades/ideias claras e distintas

são verdadeiras mesmo fora da evidência atual

O círculo/falácia

Cartesiana

Objeção de Antoine

Arnauld

Para saber que Deus existe, Descartes teve 1º de

ter a ideia clara e distinta da sua existência

Mas para saber que as ideias claras e distintas são

garantidamente, verdadeiras tem de saber 1º que

Deus existe.

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E o MUNDO existe ?

A partir desta pergunta e da respetiva resposta deixamos a metafísica e

entramos no domínio da Física

O eu que pensa tem a certeza de ter ideia de “mundo” = conjunto dos corpos físicos

Faz parte da essência da ideia de corpos físicos a ideia de “extensão”(ocupar espaço)

Mas a existência não faz parte da essência da ideia de corpo físico

Mas a Razão tem uma inclinação natural muito forte para crer que várias ideias vêm de corpos fora de nós

Deus, sendo a suma verdade não poderia dar-nos uma inclinação natural tão forte que nos enganasse

Logo, o mundo dos corpos físicos existe, sendo constituído, na sua essência, por extensão e movimento ( Res extensa )

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