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PROBLEMA 3 IDENTIFICAR OS EQUIVALENTES ANGINOSOS IDENTIFICAR, CONCEITUAR E COMPREENDER A FISIOPATOLOGIA DAS DOENÇAS PREVALENTES QUE CURSAM COM DOR TORÁCICA CARDIOGÊNICA (ANGINA ESTÁVEL, ANGINA INSTÁVEL, IAM COM E SEM SUPRA) IDENTIFICAR OS DADOS EPIDEMIOLÓGICOS E FATORES DE RISCO DA SCA CONHECER O ESCORE DE RISCO CARDIOVASCULAR GLOBAL E O ESTABELECIMENTO DE METAS LIPÍDICAS CLASSIFICAR ANGINA INSTÁVEL COMPREENDER AS ESTRATIFICAÇÕES DE RISCO NA DOR TORÁCICA (TIMI E GRACE) COMPREENDER A ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO PARA SANGRAMENTO (CRUSADE) DIFERENCIAR ANGINA ESTÁVEL, INSTÁVEL, IAM COM E SEM SUPRA DE ST, NOS ASPECTOS CLÍNICOS, SEMIOLÓGICOS E FISIOPATOLÓGICOS CORRELACIONAR OS ASPECTOS CLÍNICOS E MORFOFUNCIONAIS DAS SÍNDROMES CORONARIANAS. DISCUTIR OS CRITÉRIOS PARA O DIAGNÓSTICO (LABORATOTIAL E DE IMAGEM), DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL E CONDUTA (FARMACOLÓGICA E NÃO FARMACOLÓGICA) PARA AS DOENÇAS ENVOLVIDAS NA SÍNDROME CORONARIANA. DISCUTIR AS IMPLICAÇÕES MECÂNICAS E ELÉTRICAS ENVOLVIDAS NA SÍNDROME CORONARIANA. COMPREENDER A EQUAÇÃO DE FRIEDWALD DISCUTIR OS CRITÉRIOS PARA O DIAGNÓSTICO LABORATOTIAL E DE IMAGEM, DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL (DISSECÇÃO AORTICA) E CONDUTAS NA SCA. SÍNDROME CORONARIANA AGUDA INTRODUÇÃO A doença arterial coronariana é caracterizada pela presença de placas ateroscleróticas ou ateromas em vasos da circulação arterial do coração, podendo ser assintomática em graus pequenos de obstrução ou sendo sintomático quando esse grau passa a ser importante para reduzir o fluxo sanguíneo. Existe duas formas clínicas de manifestação clínica de uma doença coronariana. Uma delas, estável, costuma desencadear o aparecimento de sintomas anginosos a esforços regulares. A forma instável, ao contrário, está normalmente relacionada a manifestações clínicas que surgem a mínimos esforços ou em repouso. Assim, a intensidade da isquemia miocárdica produzida pelo grau de obstrução do lúmen vascular determina o tipo de síndrome coronária aguda (SCA) e a gravidade do quadro clínico.

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Page 1: PROBLEMA 3 IDENTIFICAR OS EQUIVALENTES ANGINOSOS ...ateromas em vasos da circulação arterial do coração, podendo ser assintomática em graus pequenos de obstrução ou sendo sintomático

PROBLEMA 3

IDENTIFICAR OS EQUIVALENTES ANGINOSOS

IDENTIFICAR, CONCEITUAR E COMPREENDER A FISIOPATOLOGIA DAS DOENÇAS PREVALENTES

QUE CURSAM COM DOR TORÁCICA CARDIOGÊNICA (ANGINA ESTÁVEL, ANGINA INSTÁVEL,

IAM COM E SEM SUPRA)

IDENTIFICAR OS DADOS EPIDEMIOLÓGICOS E FATORES DE RISCO DA SCA

CONHECER O ESCORE DE RISCO CARDIOVASCULAR GLOBAL E O ESTABELECIMENTO DE METAS

LIPÍDICAS

CLASSIFICAR ANGINA INSTÁVEL

COMPREENDER AS ESTRATIFICAÇÕES DE RISCO NA DOR TORÁCICA (TIMI E GRACE)

COMPREENDER A ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO PARA SANGRAMENTO (CRUSADE)

DIFERENCIAR ANGINA ESTÁVEL, INSTÁVEL, IAM COM E SEM SUPRA DE ST, NOS ASPECTOS

CLÍNICOS, SEMIOLÓGICOS E FISIOPATOLÓGICOS

CORRELACIONAR OS ASPECTOS CLÍNICOS E MORFOFUNCIONAIS DAS SÍNDROMES

CORONARIANAS.

DISCUTIR OS CRITÉRIOS PARA O DIAGNÓSTICO (LABORATOTIAL E DE IMAGEM), DIAGNÓSTICO

DIFERENCIAL E CONDUTA (FARMACOLÓGICA E NÃO FARMACOLÓGICA) PARA AS DOENÇAS

ENVOLVIDAS NA SÍNDROME CORONARIANA.

DISCUTIR AS IMPLICAÇÕES MECÂNICAS E ELÉTRICAS ENVOLVIDAS NA SÍNDROME

CORONARIANA.

COMPREENDER A EQUAÇÃO DE FRIEDWALD

DISCUTIR OS CRITÉRIOS PARA O DIAGNÓSTICO LABORATOTIAL E DE IMAGEM, DIAGNÓSTICO

DIFERENCIAL (DISSECÇÃO AORTICA) E CONDUTAS NA SCA.

SÍNDROME CORONARIANA AGUDA

❖ INTRODUÇÃO

A doença arterial coronariana é caracterizada pela presença de placas ateroscleróticas ou

ateromas em vasos da circulação arterial do coração, podendo ser assintomática em graus

pequenos de obstrução ou sendo sintomático quando esse grau passa a ser importante para

reduzir o fluxo sanguíneo.

Existe duas formas clínicas de manifestação clínica de uma doença coronariana. Uma delas,

estável, costuma desencadear o aparecimento de sintomas anginosos a esforços regulares. A

forma instável, ao contrário, está normalmente relacionada a manifestações clínicas que surgem

a mínimos esforços ou em repouso. Assim, a intensidade da isquemia miocárdica produzida pelo

grau de obstrução do lúmen vascular determina o tipo de síndrome coronária aguda (SCA) e a

gravidade do quadro clínico.

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SCA são condições que são causadas por uma demanda excessiva ou um suprimento inadequado

de oxigênio e nutrientes.

A presença de um trombo parcialmente oclusivo, com fluxo sanguíneo residual ou uma oclusão

transitória da luz vascular se associa com angina instável e infarto sem supra desnivelamento de

ST e costumam provocar isquemia do tecido miocárdio restrita à região subendocárdica. Já em

condições extremas de oclusão arterial e privação completa de fluxo miocárdico, normalmente

se desenvolve o IAM com supradesnivelamento de ST, levando a uma isquemia é severa e

persistente gerando uma onda de necrose se estende por toda a espessura do miocárdio e o

infarto é dito transmural.

As formas instáveis ou agudas da doença arterial coronária, conhecidas como síndromes

coronárias agudas (SCA), dividem a primeira posição na mortalidade global em nosso país com

as doenças cerebrovasculares. No mundo é a principal causa de óbito. Estima-se que mais de

1,7 milhões de SCA sejam hospitalizados o que gera um enorme ônus para o sistema financeiro.

❖ FATORES DE RISCO

Os fatores de risco obedecem a três critérios

1. Têm uma elevada frequência em variadas populações.

2. Têm um impacto independente significativo no risco de DCV ou derrame cerebral

3. O tratamento e controle dos fatores de risco resultantes acarreta diminuição de risco

• CÁLCULO DO ESCORE DE RISCO GLOBAL (ERG)

O ERG estima o risco de infarto do miocárdio, acidente vascular encefálico (AVE), insuficiência

vascular periférica e insuficiência cardíaca em 10 anos.

Parâmetros utilizados: idade, sexo, HDL-c, CT, PAS tratada e não tratada, Fumo e DM.

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❖ FATORES PREDISPONENTES

Entre 6h da manhã e 12h → aumento da PA, FC, atividade do SNSimpático, cortisol e agregação

plaquetária.

Segundas feiras (transição entre o fim de semana e a semana para o trabalho)

Esforço físico moderado a intenso, estresse emocional excepcional, transtornos de sono,

alimentação excessiva, uso de álcool, infecção respiratória aguda ou embolia pulmonar

Uso de cocaína

❖ ETIOLOGIA

o As SCA são desencadeadas pela instabilização de uma placa aterosclerótica com

trombose oclusiva em 90% dos casos, podendo também surgir a partir de processos

patológicos que promovem desequilíbrio entre a oferta de oxigênio e o consumo.

o Entre as causas não ateroscleróticas encontra-se:

▪ Vasoespasmo coronariano devido a uma alteração da vasodilatação do

endotélio com aumento do tônus. Muito comum em mulheres jovens

provocando angina instável.

▪ Pode também ser secundários a ação de agentes simpaticomiméticos (cocaína)

levando a um espasmo prolongado, menor oferta de oxigênio por

vasoconstrição, induz um estado pró-trombótico pela estimulação da atividade

plaquetária, altera o equilíbrio entre pró-coagulantes e anticoagulantes, acelera

a aterosclerose, causando quadros mais graves como IAM ou morte súbita.

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A embolização a partir de trombos valvares, é uma etiologia que deve ser considerada em

pacientes portadores de próteses mecânicas, endocardite ou em fibrilação.

• Ateroma instável

A forma aguda é normalmente precipitada pela instabilização da placa aterosclerótica → ruptura

da placa, erosão superficial e hemorragia intraplaca

o Ruptura da placa: Placas que são propensas à ruptura são denominadas placas

“vulneráveis” por terem uma fina capa fibrosa sobre um grande centro lipídico que a

separa do lúmen. A ruptura pode ser provocada por uma atividade física intensa,

estresse emocional grave, atividade sexual, exposição a drogas, frio, infecção aguda,

aumento do cisalhamento e fluxo. É forma mais grave, 2/3 dos infartos fatais → expõe

o sangue circulante a substâncias altamente trombogênicas → desencadeia formação

de um coágulo devido a ativação do fator tecidual → promove formação de coágulo.

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o Erosão superficial de placa → relacionada com as formas mais brandas (angina instável

e IAMSST) → caracterizada pela remoção de placas do endotélio vascular com exposição

do colágeno tipo IV → estímulo de plaquetas circulantes → inicia um processo

trombótico tênue → produção de um coágulo hemostático mais friável. Corresponde a

20% dos óbitos fatais

o Hemorragia intraplaca: forma mais rara → promove rápida expansão da lesão

❖ FISIOPATOLOGIA

❖ Mecanismos moleculares de instabilização da placa aterosclerótica

o Inflamação da placa aterosclerótica

Placa aterosclerótica estável → apresenta um núcleo lipídico contendo macrófagos ricos em

gordura citoplasmática conhecidos como células espumosas → a partir de processos infecciosos

agudos ou fatores que estimulam a resposta oxidativa → desenvolvimento de um processo

inflamatório → ativação de resposta imune celular dentro do ateroma → linfócitos T

concentrados nas bordas da placa → produção de INF-gama (bloqueia a síntese de colágeno nas

células musculares lisas → células musculares migram para a região subendotelial a partir da

camada média → adelgaçamento da capa fibrosa do ateroma → redução da resistência e

presisposição a ruptura.

+ Macrófagos teciduais → produzem e liberam e concentração elevada interferon,

metaloproteinases, colagenases → acelerando o processo de decomposição do colágeno

fibrilar → a placa susceptível pode-se romper ou erodir

Por esses motivos, a SCA pode ser desencadeada por uma ação vigorosa ou estresse emocional

→ hiperatividade simpática → elevação da PA, FC e força contrátil → Sobrecarga mecânica

sobre a placa.

o Inflamação sistêmica

Elevação de marcadores como PCR, IL-6, TNF-beta

Aparentemente, essa inflamação sistêmica parece resultar do processo inflamatório que se

desenvolve no interior da placa aterosclerótica. Mantém correlação com o prognóstico.

• Aterotrombose

Ruptura/lesão → contato direto de substâncias trombogênicas →

exposição da matriz subendotelial promove a adesão de plaquetas

circulantes ao colágeno intersticial → via direta das glicoproteínas de

superfície pelo fator de Von Willebrand que atua como ponte

plaquetária → ativação plaquetária → mudança conformacional →

Aumento da superfície de contato e degranulação → expressão de

glicoproteína gIIb/IIIa + fibrinogênio = agregação → os mediadores

secretados pelas plaquetas (ADP e fibrinogênio) induzem agregação e

estabilização do trombo, enquanto fatores V, XI e XIII estimulam o

sistema de coagulação ou promovem a vasoconstrição arterial.

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Fase hemostática primária: A fase plaquetária da trombose é responsável pela formação de um

coágulo hemostático que visa interromper o sangramento

Hemostasia secundária: Há a ativação da cascata de coagulação para formar altas concentrações

de trombina que é responsável pela rede de fibrina conferindo maior estabilidade do trombo. É

o principal achado no IAMcom supra.

A interação desses fatores determina a intensidade e o grau de obstrução vascular e a forma

clínica de apresentação da SCA.

Em condições de disfunção endotelial provocada pelos fatores de risco cardiovascular, como

diabetes, dislipidemia, hipertensão ou tabagismo, o endotélio é incapaz de sintetizar

quantidades adequadas de tais substâncias, predispondo ao aparecimento das formas mais

graves de SCA.

Agentes anticoagulantes formados pelo endotélio: antitrombina III (se liga irreversivelmente à

trombina para inativá-la), trombomodulina, proteína C e S (acelera a degradação dos fatores Va

e VIIIa), inibidor da via do fator tecidual que se combina com o Xa para bloquear o complexo

formado pelo fator tecidual e o VII. Por fim, prostaciclina (PGl2) e, principalmente, óxido nítrico

(NO) são potentes agentes vasodilatadores e antiplaquetários sinteti7.ados pelo endotélio.

• Trombose coronária e síndromes clínicas

Na oclusão subtotal, o fluxo coronário residual impede que as células miocárdicas sejam

totalmente privadas de sangue → o suprimento mínimo de O2 preserva a viabilidade do miócito

isquêmico sem que haja necrose celular (angina instável)

Oclusão coronária completa → necrose miocárdica restrita as áreas subendocárdicas (artérias

perfurantes).

o Obstrução completa temporária IAM subendocárdico sem supra de ST, não produz

cicatriz persistente no ECG (onda Q)

o Obstrução completa prolongada gera a propagação da onda isquêmica a partir do

endocárdio, atingindo toda a espessura (transmural), traduzindo-se com sequelas

eletrocardiográficas (onda Q patológica)

• Alterações celulares e histológicas do miocárdio isquêmico

O tempo aproximado desde a instalação da isquemia miocárdica até a lesão celular irreversível

é de 20 a 30 minutos

A falta de O2, interrompe o metabolismo aeróbico de ácidos graxos e glicose, dando lugar à

glicólise anaeróbica (insuficiente para repor os estoques intracelulares )→ aumento do lactato

→ redução do pH tecidual → insuficiência de energia para funcionamento da bomba Na+ K+ →

retenção de Na+ intracelular e K+ extra→ edema celular e alteração do potencial elétrico

(eventos arrítmicos)

Alteração do metabolismo intracelular de Ca2+ (alterações na contração cardíaca) → acúmulo

de Ca2+ no citoplasma → ativa lipases e proteases endógenas que promovem destruição celular

→ determina a propagação do dano para o tecido adjacente.

Assim, enzimas exclusivas do compartimento intracelular atingem a circulação e podem ser

detectadas no sangue periférico, servindo para o diagnóstico de morte celular e IM. À medida

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que a permeabilidade vascular no tecido miocárdico lesado aumente a, o líquido plasmático

começa a extravasar dos capilares para o compartimento intersticial, atraído pela elevada

pressão oncótica tecidual produzida pela liberação de proteínas intracelulares. Assim,

importante edema miocárdico é visível cm 4 a 12 horas de isquemia sustentada.

Devido ao edema → surge uma resposta inflamatória aguda com infiltração de neutrófilos +

enzimas proteolíticas → amplifica a lesão → necrose de coagulação → macrófagos que removem

o tecido necrótico → redução da espessura do miocárdio + sobrecarca hemodinâmica → parede

do coração tornam a região infartada frágil e suscetível à rotura → fibrose confere resistência à

parede do ventrículo, porém esse processo é lento e só se completa cm aproximadamente 7

semanas.

alterações geométricas da câmara cardíaca: expansão da área infartada e a dilatação das áreas

não diretamente acometidas pelo infarto (remodelamento ventricular)

❖ QUADRO CLÍNICO

As manifestações clínicas associadas à coronariopatia aguda são produzidas pela isquemia do

miocárdio e hiperatividade adrenérgica secundária ao intenso desconforto torácico

Dor típica: dor em peso, opressiva, em aperto, pressão, localização precordial, podendo se

irradiar para ombro e face ulnar do braço esquerdo, mandíbula ou pescoço. O paciente pode

descrever seu desconforto com um punho fechado contra o esterno (sinal de Levine). Poddui

instalação insidiosa com pico de intensidade em minutos, com duração máxima de 30 minutos.

Piora com esforço e alivia com o repouso e a sua intensidade não costuma se alterar com a

mudança de posição ou inspiração.

Sintomas associados: diaforese (transpiração intensa), náuseas e vômitos

Equivalentes anginosos: São os sinais e sintomas inespecíficos de isquemia miocárdica,

diferentes da conhecida dor anginosa, mais frequentes em pacientes idosos, diabéticos,

pacientes com evento prévio, revascularizados, pacientes em pós operatório imediato e

mulheres. Os principais equivalentes anginosos são:

▪ Dispneia: mais frequente. Pode ocorrer aos esforços ou em repouso sem dor

torácica associada. É importante diferenciá-la da dispneia existente na insuficiência

cardíaca, na qual pode haver outras alterações no exame físico como desvio do Ictus,

presença de B3, congestão pulmonar. Mais frequente em idosos.

▪ Fadiga excessiva; fraqueza generalizada,

▪ Dor isolada no braço ou na mandíbula

▪ Sintomas do trato digestivo: epigastralgia, desconforto em hipocôndrio direito,

náuseas, vômitos;

▪ Palpitações ou síncope: raramente têm causa isquêmica, então deve-se afastar

outras etiologias, a menos que exista uma associação clara desses sintomas com o

esforço;

▪ Mal-estar;

▪ Confusão mental;

▪ Manifestações adrenérgicas isoladas,

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▪ Edema pulmonar;

Sinais e sintomas atípicos de IAMCSST: Indigestão aguda, nervosismo, apreensão, Manifestações

do sistema nervoso central semelhantes às do AVE por consequência de uma redução marcante

no débito cardíaco em um paciente com arteriosclerose cerebral, Angina pectonis clássica sem

episódio particularmente grave ou prolongado, Insuficiência cardíaca, Fraqueza generalizada,

Embolização periférica; Mania ou psicose súbita; Sincope

Os sinais, sintomas e prognóstico do paciente dependem de diversos fatores, incluindo os

seguintes:

▪ A quantidade de músculo cardíaco perfundido pela artéria afetada.

▪ A gravidade e a duração da isquemia miocárdica.

▪ A instabilidade elétrica do miocárdio isquêmico.

▪ O grau e a duração da obstrução coronária.

▪ A presença e extensão ou ausência de circulação coronariana colateral.

• ANGINA ESTÁVEL

Representa a forma sintomática crônica da doença coronariana, ocasionada por isquemia

transitória esforço induzida que melhora com o repouso e com nitrato sublingual. Existe

obstrução (>50%) de uma ou mais coronárias por placa de ateroma estável.

A maioria dos pacientes é do sexo masculino <50 anos. Nas mulheres a doença se torna mais

significativa pós menopausa.

A dor é de angina típica. Muitos pacientes apresentam um limiar fixo de esforço a partir do qual

o desconforto aparece, o limiar também pode ser variável de acordo com o dia, horário e época

do ano.

Se a área isquêmica for extensa, pode haver depressão transitória da função ventricular, levando

à congestão pulmonar (dispneia paroxística noturna).

• ANGINA INSTÁVEL

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Angina pectoris é o desconforto torácico que ocorre quando o músculo não recebe oxigênio

suficiente. Ocorre geralmente quando o paciente possui DAC envolvendo pelo menos uma

artérial, HAS não controlada ou doença cardiovascular valvar.

A isquemia pode ser devido ao aumento de demanda, ou devido à redução do fluxo, ou ambas.

Pode ser rapidamente revertida reduzido a demanda (repouso, bloqueadores de canais de

cálcio) ou aumentando o fluxo com a administração de nitroglicerinas.

Considerada como a forma mais benigna das síndromes coronarianas agudas, mas é

potencialmente grave se não diagnosticada e tratada a tempo, podendo evoluir para IAM e

morte.

Exames subsidiários encontram-se inalterados e o diagnóstico é feito com base na suspeita

clínica. No entanto, Grau de isquemia leva, sintomas tendem a ser atípicos e fugazes, as

manifestações clínicas são intermediárias entre a forma estável e o IAM que traduzem um

fenômeno de estabilização da placa com trombose limitada e oclusão incompleta.

Angina estável (clássica): episódios breves de desconforto relacionado a atividades que

aumentam a demanda, sintomas duram de 2-15 minutos

Angina instável: conhecida como angina pré infarto, mais frequente entre 60-80 anos que

possuem um ou mais fatores de risco para doença coronariana. Sintomas podem ocorrer no

repousi e duram mais de 20 min, sintomas com início nos 2 últimos meses, sintomas

prolongados,

A instabilização aguda da placa na AI pode se manifestar de três formas principais

o Angina de início recente: aparecimento de sintomas anginosos em pacientes

previamente assintomáticos. Normalmente, a angina é considerada instável dentro do

1º mês de aparecimento até que a placa volte a se estabilizar.

o Angina progressiva ou em crescimento: exacerbação dos sintomas anginosos prévios,

com aumento de intensidade e duração da dor ou surgimento a esforços menores

o Angina em repouso ou a mínimos esforços: Dor intensa entremeada por períodos

assintomáticos.

Não tem um gatilho ou fator desencadeante, podendo surgir ao repouso, dor menos intensa

com duração de até 20 min e sem manifestações simpáticas exuberantes

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• ANGINA DE PRINZMETAL OU VARIANTE

Caracteriza-se por dor pré cordial isquêmica desencadeada por espasmo coronário + supra de

ST temporário. Áreas de vasoespasmo intenso de um seguimento da artéria coronária, na

periferia das placas, embora também possa ocorrer em artérias saudáveis.

Pode ocorrer em indivíduos até então saudáveis (geralmente entre os 40 e 50 anos de

idade),sem doença coronariana demonstrável, ou em pacientes com uma placa ateromatosa

não obstrutiva, estudos angiográficos mostram DAC num vaso em 39% dos pacientes e doença

em múltiplos vasos em 19%

Não possui um fator desencadeante que leve a um aumento de O2 como na angina estável, os

episódios ocorrem normalmente no repouso em período noturno ou pela manhã, mantendo-se

assintomático pelo restante do dia.

Podem ocorrer dois ou três episódios dentro de 30 a 60 minutos. Embora esses episódios durem

apenas poucos minutos, é possível que seja o suficiente para produzir arritmias graves, incluindo

bloqueio atrioventricular(EAV)e taquicardia ventricular(TV), bem como morte súbita. Porém

prognóstico costuma ser bastante favorável, com índices de sobrevida bastante elevados.

A suspeita clínica é difícil geralmente em pacientes jovens, mulheres orientais, sem fatores de

risco para coronariopatia a não ser o tabagismo. Paciente queixa-se de dor torácica forte e pode

estar acompanhada de síncope

A angina de Prinzmetal está associada a outras condições vasoespásticas como a enxaqueca e o

fenômeno de Raynaud.

Provoca supradesnivelamento durante os períodos de dor torácixa e geralmente após o

desconforte retorna aos níveis basais.

Tratamento é feito com nitratos e bloqueadores de canais de cálcio. O desconforto é aliviado

com nitroglicerina

• INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO

Forma mais grave de SCA, a oclusão arterial é completa, mesmo que de forma temporária na

IMSST. O acúmulo dos produtos de metabolização energético (adenosina e lactato) provocam

profundo desconforto torácico com ampla irradiação e resposta simpática exacerbada.

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A dor pode se estender por mais de 30 min com sintomas associados (diaforese, náusea e

extremidades frias). A manifestação é máxima quando acompanhada de sensação de morte

eminente. Repouso e uso de nitrato costumam aliviar o quadro clínico no IMSST, mas pouco

afetam os sintomas no IMST.

o Exame físico

▪ Sinais inespecíficos e depende da extensão da parede ventricular acometida e da

extensão da isquemia.

▪ Sinais de descarga adrenérgica.

▪ Se o IAM se desenvolver em parede inferior pode aparecer bradicardia com sinais de

baixo débito

▪ PA elevada no IAM de parede anterior e hipotensão no de parede inferior

▪ Temperatura: se eleva em resposta a necrose miocárdica entre o 1º e 4º dia

▪ Ausculta: inalterada. A detecção de sopros na fase aguda do IM indica grave

condição subjacente que exige cuidados imediatos.

✓ A presença de B4 pode indicar contração atrial na presença de redução

da complacência ventricular.

✓ B3 pode aparecer em casos de falência ventricular.

✓ A presença de sopro sistólico apical suave pode representar um

acometimento isquêmico do músculo papilar da válvula mitral

✓ Sopro paraestemal rude pode sugerir rotura do septo interventricular

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✓ A presença de atrito pericárdico também pode indicar IM com acometimento

de toda a espessura da parede do coração.

o Critérios diagnósticos

▪ Detecção de aumento e/ou queda nos níveis dos biomarcadores cardíacos

▪ Sintomas de isquemia

▪ Mudanças significativas no ECG indicativas de nova isquemia (segmento ST, onda T,

bloqueio de ramo esquerdo)

▪ Evidência de onda Q patológica

▪ Evidência de imagem de perda nova de miocárdio viável ou uma nova anormalidade de

movimento de parede regional.

▪ Morte cardíaca súbita (parada cardíaca)

o Classificações

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o Complicações

A grande maioria dos pacientes (cerca de 60-70%) tem evoluído em Killip I, tendo reduzido a

taxa de infartos que evoluem em Killip III e Killip IV para cerca de 5-8% cada um;

▪ ARRITIMIAS VENTRICULARES

A isquemia transmural de instalação súbita altera as propriedades eletrofisiológicas do

miocárdio ventricular → instabilidade elétrica → 80-90% com extrassístoles + arritimias

ventriculares graves

A fibrilação ventricular primária é o mecanismo mais comum de óbito pré-hospitalar (primeiras

4h), ocorrendo em apenas 5-105 em ambiente hospitalar.

✓ Fibrilação ventricular primária: pacientes KIllip I, ocorre em fase precoce de IAM (1-

48h). preditores: K<4,0mEq/L, maior área isquêmica. Mecanismo é por alterações da

refratariedade e condutividade, levando à reentrada funcional. Indicador de mau

prognóstico intra-hospitalar. Paciente deve ser monitorizado, o pronto reconhecimento

e desfibrilação com 360 joules reverte o quadro.

✓ Fibrilação ventricular secundária: ocorre nos pacientes em Killip II, III ou IV (insuficiência

ventricular), ocorre em 24-48h, mas principal, ente a FV tardia (>48h). Possui maiores

índices de mortalidade, é um fator independente de mau prognóstico no próximo ano

depois do IAM

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✓ Fibrilação ventricular tardia: ocorre após 48h do evento. O fenômeno de reentrada

ocorre em torno de um foco necrótico.

✓ Taquicardia ventricular: é o tipo mais comum de FV não sustentada (10-20%). Se ocorre

nas primeiras 24-48h é premonitória de uma FV primária. Após 48-72h é considerada

critério de mau prognóstico e maior risco para morte

♣ TVSpolimórfica → mecanismo isquêmico em pacientes com isquemia residual,

é refratária a drogas e pode ser prevenida com a revascularização

♣ TVSmonomórfica → mais comum, iam prévio ou fase tardia, mecanismo de

reentrada é em torno de foco necrótico, sinal de mal prognóstico, requer

tratamento antiarrítmico em longo prazo (6meses), devido a forte

predisposição a FV e morte súbita.

✓ Ritmo idioventricular acelerado: ritmo ventricular (QRS alargado) com FC de 60-

100bpm, ocorre em 30% no IAM de parede inferior e 5% no de parede anterior; é

benigna e não altera o prognóstico, considerada como arritmia de reperfusão.

✓ Tratamento das arritmias ventriculares

♣ O uso profilático da lidocaína não deve ser indicado de rotina nas extrassístoles

ventriculares do IAM, mesmo as de pior prognóstico. Reservada apenas para os

casos em que o paciente não pode ser monitorizado e em fase hiperaguda →

não reduz a mortalidade e tem tendência a maior taxa de assistolia.

♣ A monitorização contínua do RCG é a principal medida para o pronto

tratamento desses eventos.

♣ Taquicardias ventriculates (FC>170bpm) → cardioversão e antiarrítimicos.

֎ A princípio, as TV precoces (< 48h) respondem melhor à lidocaína. O

paciente que evolui para FV nas primeiras 48h deve ser desfibrilado e, em

seguida, feito ataque e infusão contínua de lidocaína (1-4 mg/min) por 48-

72h.

֎ Enquanto que as TV tardias respondem melhor à amiodarona ou à

procainamida. está indicado um antiarrítmico a longo prazo (ex.:

amiodarona 400 mg/dia) e estudo eletrofisiológico após a alta, indicando-se

o implante definitivo de um cardiodesfibrilador automático.

▪ ARRITMIAS SUPRAVENTRICULARES NO IAM

Depois da taquicardia sinusal, a fibrilação atrial é a taquiarritmia supraventricular mais

importante (10%). É um critério de mau prognóstico pelo fato de se associar a uma maior

disfunção ventricular.

Outras taquiarritmias supraventriculares podem ocorrer, tal como o flutter atrial e a taquicardia

supraventricular paroxística.

Todas devem ser revertidas com antiarrítimicos ou cardioversão elétrica.

▪ BRADIARRITMIAS NO IAM

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✓ A bradicardia sinusal é a mais frequente nas primeiras 6h do IAM, especialmente no de

parede inferior, causado pela oclusão de coronária direita ou circunflexa. A injúria ou a

distensão da parede inferior pode desencadear uma hiperativação vagal, devido ao

reflexo de Bezold-Jarisch, alguns pacientes podem cursar com síncope vagal.

✓ Bloqueio AV de 1º grau: ocorre em 10% dos IAM (inferior), é geralmente transitório e

quando não associado a bloqueio de ramo não confere pior prognóstico. Causado pelo

estrímulo vagal ou por injúria ao nodo AV

✓ Bloqueio AV 2º grau Mobitz I:cursando com complexo QRS estreito e fenômeno de

Wenckebach, ocorre em 10% dos IAM. Ocorre em 90% dos de 2º grau, nas primiras 48-

72h do evento, causado pelo estímulo vagal. Não confere pior prognóstico

✓ Bloqueio AV 2º grau Mobitz II: cursa com QRS alargado (bloqueio de ramo), 1%, sinal

de mau prognóstico e alta chance de evolução para BAV total. Reflete lesão no feixe de

Hiss e/ou ramos e fascículos da condução intraventricular. Sempre está indicado

marcapasso provisório

✓ Bloqueio AV total: ou BAV 3º grau (5-15%). Os fatores de risco para essa condição são:

distúrbios de condução agudos do infarto, incluindo o BAV de 2o grau e, no caso do IAM

inferior, a presença de infarto de VD.

♣ IAM inferior: QRS estreito e frequência cardíaca > 40 bpm, isto é, com um ritmo

de escape juncional. Mortalidade de 15%, principalmente se associado a VD, é

transitório (5-7 DIAS)

♣ IAM anterior: extremo mau prognóstico. Mortalidade de 70-80%, a lesão é

extensa e acomete feixe de his, ramos e fascículos, geralmente assiciado a

grande área de infarto (disfunção ventricular grave)

✓ Bloqueio de Ramo e Hemibloqueio: BRE (5%), HBAE ou BDAS (4%), BRD (2%), HBPE ou

BDPI (< 1%). Conferem pior prognóstico ao paciente. Os bloqueios bifasciculares são

aqueles em que há associação do BRD com o bloqueio de um dos fascículos do ramo

esquerdo. Os bloqueios trifasciculares são os de pior prognóstico e maior incidência de

BAVT. São definidos como (1) bloqueio de ramo alternante; (2) BRD com hemibloqueio

alternante e (3) bloqueio bifascicular com BAV de 1º grau.

✓ Tratamento das bradiarritmias: pacientes devem ser prontamente tratados com

atropina, 0,5-2 mg IV, visando normalizar a frequência cardíaca.

✓ Indicações de Marca-Passo Provisório

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▪ INSUFICIÊNCIA CARDÍACA E CHOQUE CARDIOGÊNICO

A classificação de Killip e Kimbal ainda é a melhor maneira de se estabelecer o prognóstico intra-

hospitalar do paciente com IAM

A mortalidade dos pacientes em Killip I é baixa, enquanto que a dos pacientes em Killip IV é

muito alta.

Killip III → tratamento baseado nos sintomas (diuréticos, nitroglicerina venosa, dobutamia), os

digitálicos devem ser evitados anão ser em pacientes com ICC e FA. A angioplastia é benéfica

nesses pacientes.

✓ Choque cardiogênico → monitorização hemodinâmica (pressão arterial invasiva +

cateter de Swan-Ganz), dobutamina, reposição volêmica (choque misto), manter a PCAP

em 18-20mmHg (SF 0,9%)

♣ Redução de mortalidade no choque cardiogênico: (1) balão intra-aórtico; e (2)

angioplastia

♣ o IAM com supra de ST (ou BRE novo) em pacientes < 75 anos com delta-T < 36h

que evoluem com choque cardiogênico. O procedimento poderá ser realizado

em até 18h após a instalação do choque por hemodinamicistas experientes.

✓ Insuficiência ventricular direita: o infarto de VD se associa a IAM de parede inferior em

5-10%, sinal de mau prognóstico → redução do debito cardíaco, hnipotensão arterial,

turgência jugular, sinal de Kussmaul, congestão venosa sistêmica. O tratamento inclui

terapia de reperfusão miocárdica, a reposição volêmica generosa (com SF 0,9%) é de

fato a conduta mais eficaz para corrigir a hipotensão arterial e o baixo débito desses

pacientes. Em casos refratários pode-se administrar aminas inotrópicas. Está

formalmente contraindicado o uso de drogas que reduzem a pré carga (diuréticos e os

venodilatadores (nitratos e morfina).

▪ COMPLICAÇÕES ISQUÊMICAS

Angina instável pós IAM: dor anginosa em repouso ou a mínimos esforços, entre 48h a 2

semanas pós IAM (20-30%), especialmente comum nos casos de IAM sem supra de ST, é causada

por área isquêmica residual, pode evoluir para novo IAM. Pacientes devem ser tratados como

SCA e encaminhados para possível revascularização.

▪ COMPLICAÇÕES MECÂNICAS

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✓ Aneurisma ventricular: fenomeno caudado pela reexpansão do infarto e uma

manifestação tardia deste que é a discinesia, ou seja, mesmo depois de haver uma

organização e cicatrização do infarto, surge o aneurisma ventricular. É mais comum na

parede inferior

♣ Contribui para insuficiência ventricular esqueda → “rouba débito sistólico

♣ Área propícia à reentrada ventricular, podendo contribuir ou causar arritmias

ventriculares recorrentes e refratárias, algumas vezes culminando em FV e

morte súbita.

♣ Diagnóstico: ECG mantém supra ST de forma crônica

♣ Tratamento: anticoagulação plena com heparina e depois o warfarin. A cirurgia

é extremamente benéfica para a disfunção ventricular e para as arritmias,

porém sua mortalidade é alta. Pode ser usado o cardiodesfibrilador implantável

no lugar da cirurgia

✓ Disfunção ou ruptura do musculo papilar (IM aguda)

♣ Pode acarretar insuficiência mitral aguda, e se houver ruptura de uma ou várias

cabeças do M. papilar, soltando-se as cordas tendíneas, a insuficiência pode ser

grave, propiciando o prolapso valvar. Clínica: IVE, EAP, sopro e frêmito mitral

♣ Paciente deve ser estabiliadado + dobutamina + nitroprussiatode sódio +

monitorização pelo swan Ganz e encaminhado para a urgência. Tto cirúrgico

após estabilização

✓ Ruptura do septo Interventricular

♣ Insuficiência biventricular congestiva de forma aguda + sopro e frêmito sistólico

na BBE com irradiação da esquerda para direita. → diferenciação da ruptura do

musculo papilar elo eco-doppler.

♣ O tratamento sempre deve ser cirúrgico e precoce, mesmo naqueles

estabilizados com dobutamina + nitroprussiato de sódio e monitorizados com

Swan-Ganz.

✓ Ruptura da parede livre do VE e o pseudoaneurisma

♣ É um evento catastrófico → súbto estado de choque → tamponamento cardíaco

→ óbito por dissociação eletromecânica (atividade elétrica sem pulso).

♣ Em alguns casos, forma-se um tampão constituído por um trombo e hematoma

→ pseudo aneutisma

♣ Tratamento é cirúrgico e precoce.

▪ PERICARDITE

A pericardite fibrinosa aguda ocorre em 20% dos IAM transmural devido à extensão do processo

inflamatório -necrótico → chamada de pericardite epistenocárdica (2ºe 7º dia pós IAM) → atrito

pericárdico, dor pericárdica/pleurítica e varia com a posição, supra ST em várias derivações e

infra PR

O tratamento é com AAS em dose anti-inflamatória (500mg 4/4h)

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Derrame pericárdico acontece em 25%. É uma contraindicação relativa à anticoagulação, devido

ao risco de tamponamento cardíaco. Devemos pesar o risco/benefício na hora de usar

trombolíticos ou anticoagulantes no paciente.

✓ Síndrome de Dressler: pleuropericardite autoimune que ocorre em 3%. Os sintomas são

de uma pericardite + sintomas sistêmicos (febre, mal estar, leucocitose, elevação do

VHS). O tratamento faz com AAS em dose anti-inflamatória ou outros AINES a partir da

4ª semana.

❖ EXAMES DIAGNÓSTICOS

• Eletrocardiograma

ECG de 12 derivações, fornece

informações diagnósticas e

prognósticas em até 10 minutos pós

admissão. Permite o

reconhecimento da parede e da

artéria cometida no evento. Deve-se

observar pelo menos 2 alterações

contiguas, ou seja, suas derivações

que mostram a mesma parede do

coração ou em caso de serem

numericamente consecutivas nas

derivações precordiais

O supradesnível do segmento ST é

a expressão de sofrimento muscular

transmural, portanto indica oclusão

coronária completa ou subtotal. O

Supra desnível de ST persistente

indica IAM com Supra e se irreversível com o uso de nitratos a indicação é a reperfusão

miocárdica imediata.

▪ Se o ponto J (transição do QRS para o seguimento ST) – se tiver acima da linha de base

já é considerado supra de ST

▪ Maior que 1mm em pelo menos 2 derivações

▪ Maior que 1,5 em mulheres

▪ Maior que 2mm em homens > 40 anos

▪ Maior que 2,5 em homens < 40 anos

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Na ausência de supradesnível do segmento ST, o diagnóstico inicial é de síndrome coronariana

aguda sem supra ST, podendo ser angina instável ou IAM sem Supra ST. As alterações mais

características são a inversão de onda T e infra desnível se ST que caracterizam isquemia

subcndocárdica.

▪ O infradesnivelamentodo segmento ST acima de 0,5mm nas derivações V2 e V3 e acima

de 1 mm em todas as outras derivações é sugestivo de isquemia miocárdica

▪ No IAM sem Supra ST o infradesnível é mais pronunciado (0,1mV) e mais duradouro.

▪ Na AI o parecimento é fugaz e menos intenso.

▪ As inversões da onda T são menos especificas para o diagnóstico de isquemia miocárdica

aguda em comparação às alterações do segmento ST. Na presença de suspeita

diagnóstica, a presença de ondas T profundas e simétricas é bastante sugestiva de

isquemia miocárdica. Se apiculada indica isquemia subepicárdia, se inversão isquemia

subepicárdica.

Presença mista de supra e infradesnível do seguimento ST, deve-se levar em conta o

supradesnível para definir a conduta. A presença do infra de ST em pacientes com IAM com

supra pode ser uma isquemia a distância, pode representar uma imagem especular na parede

contralateral

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A falta de alterações isquêmicas não descarta o diagnóstico de SCA, o paciente deve permanecer

em observação e ter o ECG repetido seriadamente. É importante a comparação do eletro

realizado na vigência da crise com os realizados em períodos assintomáticos (avaliação de

alterações ventriculares e infartos prévios)

Monitorização cardíaca pode auxiliar no diagnóstico, testes provocadores de isquemia podem

ser úteis na dúvida diagnóstica, devendo ser evitados na presença de sintomas.

o Reconhecimento do infarto no ECG

baseia na detecção de alterações morfológicas (mudanças na forma) do complexo QRS, no

segmento ST e na onda T.

▪ Fase hiperaguda: desenvolvimento de onda T Apiculada, demonstra amplitude >50% da

onda R precedente.

▪ Fase Aguda Inicial: supra ST

▪ Fase Aguda Tardia: inversão de onda T, sugerindo a presença de isquemia. Pode

acontecer depois do supra de ST ou ser concomitante.

▪ Fase de evolução completa: Desenvolvimento de ondas Q anormais (0,04s ou mais

prolongada ou com mais de 1/3 de amplitude. Sinal de necrose tissiular, perda da

atividade elétrica. Pode surgir em horas ou dias.

▪ Fase cicatricial: onda T volta a morfologia normal e seguimento ST para a linha de base,

a onda Q permanece patológica. Só é possível reconhecer a existência de um infarto,

não é possível determinar o tempo.

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o Localização do Infarto do miocárdio

O miocárdio é subdividido em duas áreas. A

metade interna do miocárdio é chamada de

área subendocárdica e a metade externa,

subepicárdica. As artérias coronárias

principais se localizam na superfície

epicárdica do coração e alimentam essa área

primeiro, antes de suprir as camadas mais

internas do coração.

As áreas endocárdica e subendocárdica da

parede miocárdica são as áreas menos

perfundidas e de alta demanda de oxigênio,

sendo assim as mais vulneráveis à isquemia.

Transmural é um termo usado para

descrever isquemia, lesão ou infarto que se estende desde o endocárdio até o epicárdio

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▪ Infartos de parede anterior: derivações V3 e V4 → artéria coronária esquerda que se

divide em artéria descendente anterior (DA) e artéria circuflexa (CX) → com frequência

leva ao choque cardiogênico e ao óbito. Ocorre aumento do SNsimpático (taquicardia,

HAS, arritimias, extrassístoles, flutter atrial ou FA. A oclusão proximal da DA pode

provocar um infarto anterosseptal se o ramo septal estiver envolvido ou um infarto

anterolateral se o ramo marginal estiver envolvido. Se a obstrução ocorrer próximo aos

ramos septal e diagonal, haverá um infarto anterior extenso (IM anterosseptal-lateral).

▪ Infartos de parede inferior: derivações D2, D3 e aVF → perfundida pelo ramo

descendente posterior (CD), a obstrução proximal leva a um findarto de parede inferior

e de ventrículo direito. A obstrução distal resulta em infarto inferior poupando VD.

Mudanças recíprocas são vistas nas derivações I e aVL. Em alguns indivíduos a artéria

circunflexa pode perfundir a parede inferior através da descendente posterior, dessa

forma, a sua obstrução acarreta um infarto inferior. A oclusão proximal da circunflexa

pode acarretar infarto das paredes lateral e posterior. Há hiperatividade parassimpática

resultando em bradicardias, distúrbios de condução atrioventricular grau I e grau II

Page 24: PROBLEMA 3 IDENTIFICAR OS EQUIVALENTES ANGINOSOS ...ateromas em vasos da circulação arterial do coração, podendo ser assintomática em graus pequenos de obstrução ou sendo sintomático

coronária direita dominante

artéria circunflexa dominante

▪ Infartos de parede lateral: As derivações I,aVL,V5 V6 → pode ser perfundida pela artéria

circunflexa, DA e um ramo da CD. Geralmente ocorrem como extensão de infartos

anteriores ou inferiores. Se isolados costumam ocorrer devido oclusão da circunflexa e

geralmente passam despercebidos.

▪ Infartos septais: V1 e V2 → o septo contém o feixe de His e ramos, é perfundida pela

DA. Uma obstrução nesse nível gera bloqueios de ramo esquerdo (mais comum) e

bloqueios atrioventriculares grau II tipo II e de terceiro grau

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▪ Infartos de parede inferobasal: geralmente ocorre em conjunto com um infarto inferior

ou lateral, é perfundida pela circunflexa na maioria dos pacientes, em alguns é suprida

pela CD (arritimias incluindo o nó sinoatrial, atrioventricular e feixe de His. Deve ser

usado as derivações precordiais adicionais, se não for possível, pode-se observar

mudanças em espelho na parede oposta (anterior). Geralmente um IM inferobasal

prodiz ondas R altas e infra de ST em V e V2 e em menor extensão em V3. Para ajudar

no reconhecimento de alterações eletrocardiográficas sugestivas de um IM inferobasal,

o "teste da imagem em espelho” é útil. Vire o ECG para a face em branco e gire-o de

cabeça para baixo. Quando o traçado é visto contra a luz, as ondas R altas tornam-se

ondas Q profundas e o infradesnivelarnento de ST torna-se supradesnivelamento,

alterações indicativas “clássicas” associadas a IM.

▪ Infartos ventriculares direitos: quando as alterações eletrocardiográficas de um infarto

inferior são observadas. O VD é perfundido pelo ramo marginal ventricular direito da

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CD. Uma obstrução do ramo marginal do VD acarreta infarto de VD isolado. A obstrução

de CD proximal ao ramo marginal, leva a um infarto inferior e de VD. Deve-se usar as

derivações precordiais direitas, se a urgência não permitir, a derivação de escolha deve

ser V4R

• Marcadores de necrose cardíaca

Morte celular → perda da integridade de membrana → liberação de macromoléculas → tecido

intersticial → vasos linfáticos → circulação sanguínea

A presença dos marcadores indica necrose e, portanto, a presença de IAM, no entanto podem

estar presentes em condições de sobrecarga que induzem a elevação dos biomarcadores, nestes

casos a necrose é secundária (embolia pulmonar ou insuficiência cardíaca aguda)

São importantes também para a estratificação dos portadores de SCA, orientando a terapêutica.

o Creatinoquinase (CK ou CPK)

Está envolvida no metabolismo energético celular → responsável pela transferência de fosfatos

de alta energia, transformando ADP em ATP. A forma CKMM encontra-se na musculatura

estriada, e a MB é tipicamente encontrada no miocárdio, sendo encontrada também no músculo

esquelético, intestino ou próstata.

A utilização da relação entre a fração CKMB (massa) e a CK total pode auxiliar o diagnóstico,

sendo que a relação acima de 3% é um forte indício de que a necrose envolva o tecido

miocárdico.

Não é uma enzima específica, possui baixa sensibilidade para a detecção de lesões miocárdicas

mínima e elevação tardia após o início dos sintomas (3-4h depois), atingindo seu pico entre 24-

48h, voltando ao normal 72h dependendo da reperfusão miocádica.

Diagnóstico é feito com 2 resultados seguidos com tendência à elevação; 1 resultado maior que

2x o limite superior de referência.

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Falsos positivos: rabsomiólise, exercício físico intenso e polimiosite.

o Troponinas (Tn)

São proteínas estruturais da fibra muscular, realiza a modulação entre a actina e a miosina do

músculo esquelético e cardíaco. Possui três subunidades: TnC, Tn Te Tnl. A troponina C é

coexpressa nas fibras musculares esqueléticas de contração lenta e não é considerada como um

marcador específico cardíaco. Algumas isoformas da TnT e Tnl são especificas do músculo

estriado cardíaco, por isso chamam-se cTnT e cTnl, e são usados para a detecção de necrose

miocárdica em pacientes com suspeita de SCA.

Assim, elevações das cTnT ou cTnl não devem ser interpretadas como falso-positivo, mas sempre

como lesão miocárdica irreversível, mesmo na ausência de isquemia detectável.

São altamente específicas e sensíveis para a detecção de micronecroses cardíacas. São os

melhores marcadores cardíacos, pois permanecem elevadas por tempo mais prolongado e,

portanto, após 24 horas do início dos sintomas, TnIc e TnTc são significativamente mais sensíveis

que CK-MB massa.

Começam a se elevar entre 3-4h após o Infarto do miocárdio, atingindo seu pico entre 18-36h,

declina lentamente e desaparecem completamente em 10-14 dias. Se os insultos isquêmicos

forem leves, permanecem na circulação apenas por algumas horas.

As troponinas na admissão estão dentro do valor de normalidade em até 1/5 dos pacientes. A

medida seriada da troponina é importante para o diagnóstico correto, sendo fundamental a

demonstração de aumento e/ou queda na sua concentração para o diagnóstico diferencial.

Curva de alteração da troponina (delta change): Medidas seriadas de troponinas devem ser

obtidas na admissão e ser seriadas em 3 a 6 e 9 horas após), sendo considerado reinfarto um

incremento de 20% relativo entre estas medidas

Para o diagnóstico IAM, pode-se considerar = quadro clínico + troponina alterada

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o Mioglobina

Marcador precoce de necrose miocárdica, precedendo a liberação de CK-MB em 2-5 horas.

Eleva-se após 2-4 horas após o início dos sintomas, pico em 6-12h e retorno em 24-36 horqas.

Por não ser um marcador cardioespecífico, a sua principal vantagem parece ser na detecção de

IAM nas primeiras horas de evolução.

Dosagem em 1-2h, se elevação de 25-40% é sugestiva de isquemia.

Baixa especificidade e alta sensibilidade

Possui valor preditivo negativo

Bom valor na predição de reinfarto.

• Exames não invasivos

Avaliam a ocorrência de isquemia miocárdia, auxilia na definição de conduta para pacientes com

risco intermediário ou elevado de complicações isquêmicas;

A estratégia não invasiva é caracterizada como a estratégia conservadora/ intervencionista

seletiva, na qual o paciente é estabilizado por tratamento clínico e submetido precocemente

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aos exames funcionais não intravasculares. Também são úteis principalmente para excluir

algumas das causas não isquêmicas de dor torácica aguda

o RX portátil dentro de 30 minutos depois da chegada do paciente

o Ecocardiograma transtorácico

▪ Para avaliar a função ventricular, avaliação de espessura, espessamento e movimento

do miocárdio em repouso e diagnóstico de complicações mecânicas.

▪ Baixo custo, fácil execução a beira leito, eleição para pacientes em risco intermediário

ou alto

▪ Em circunstâncias especiais, necessita ser substituído ou complementado pelo exame

transesofágico,

o Ecocardiografia tranesofágica,

o Tomografia computadorizada com contraste do tórax

o Ressonância magnética cardiovascular

▪ Avaliação cardíaca morfológica e funcional, fornecendo informações diagnósticas e

prognósticas importantes tanto na doença isquêmica quanto nas miocardiopatias não

isquêmicas.

▪ Além disso, é possível realizar a quantificação dos volumes, a massa e a função

ventricular global e regional, a avaliação de isquemia miocárdica (pela análise da

contratilidade segmentar sob estresse com dobutamina e sem uso de contraste ou pela

técnica de perfusão miocárdica sob estresse com vasodilatadores como o dipiridamol

e a adenosina e com uso de contraste baseado em gadolínio) e a avaliação da

fibrose/necrose miocárdica pela técnica do realce tardio miocárdico.

▪ Nos casos de DAC confirmada, a RMC pode ainda ajudar a definir a coronária

relacionada com o infarto em casos nos quais este achado não é claro no cateterismo

(lesões triarteriais graves e ECG inespecífico)

▪ Avaliação das complicações mecânicas pós infarto

o Teste ergométrico

▪ Abordagem essencial em pacientes com síndrome isquêmica miocárdica instável.

Testes positivos associam-se a maior incidência de eventos coronários em um ano.

Determinam o grau de isquemia e avaliam o desempenho cardíaco. A isquemia residual

é estimada por meio do comportamento do seguimento ST durante o exercício ou na

fase de recuperação e da presença de dor anginosa.

▪ Valor preditivo negativo elevado

▪ Não deve ser realizado em pacientes com alterações persistentes de ST-T e T

▪ Testes devem ser realizados em esteira ou bicicleta ergométrica

▪ Classificação de risco:

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✓ Alto risco (mortalidade anual >4%): A depressão de ST ≥ 1 mm nos primeiros

estágios do protocolo de Bruce identifica população de alto risco para desenvolver

eventos cardiovasculares. A depressão do segmento ST em três derivações e a baixa

tolerância ao esforço corresponderam a um aumento de 2,5 vezes o risco para

futuros eventos

✓ Médio risco: mortalidade anual entre 2% e 3%; → realizar o teste após 24-48h após

a estabilização clínica (estabilidade hemodinâmica, ausência de isquemia clinica ou

ECG, de novas ondas Q, sinais clínicos de ICC e enzimas normais.

✓ Baixo risco: mortalidade anual = 1%.

▪ Critérios de exclusão: alterações persistentes de ST e onda T, elevações enzimpaticas,

idade > 75 anos, uso de digitálicos, presença de pré-excitação ventricular,

infradesnivelamento basal do segmento ST = 1 mm, bloqueio de ramo esquerdo, ritmo

de MP, hipertrofia ventricular esquerda acentuada, doença arterial periférica, DPOC,

anemia, hemorragias, acidentes tromboembólicos, aneurisma da aorta, sinais de

insuficiência cardíaca e demais condições.

▪ Critérios de interrupção do teste: Dor no peito, Dispneia importante, fadiga ou tontura.

Forte exaustão (escala 17/20 de Borg). Depressão do segmento ST >2 mm medida a

0,08 segundos do ponto J. Elevação do segmento ST. Queda da PA (> 15 mmHg) ou

queda de 10 mmHg com intervalo de 1 minuto. Arritmia grave.

▪ Marcadores prognósticos eletrocardiográficos: Depressão máxima do segmento ST.

Elevação do segmento ST. Número de derivações com depressão do segmento ST.

Duração da depressão do segmento ST. Tempo de início das alterações do segmento

ST. Presença de arritmia induzida por esforço (taquicardia ventricular, extrassistolia

ventricular bigeminada em mais de cinco complexos, bloqueios AVs de 2º e 3º graus).

▪ Marcadores prognósticos hemodinâmicos: FC máxima atingida, duplo produto

máximo atingido

▪ Marcadores prognósticos clínicos: angina, baixa tolerância ao esforço (<5METS)

o Estudos de avaliação da perfusão miocárdica

▪ Os agentes de contraste ecocardiográfico são soluções contendo microbolhas de gás

do tamanho das hemácias, cuja interface com o meio líquido é altamente refringente,

melhorando o sinal ecocardiográfico do meio que as contém.

▪ O contraste ecocardiográfico possibilita uma melhor definição das margens

endocárdicas, permitindo uma avaliação mais adequada do espessamento miocárdico

parietal e das funções contrátil global e segmentar do VE em repouso e sob estresse.

▪ O teste ecocardiográfico sob estresse com microbolhas permite a verificação das

anormalidades regionais transitórias da perfusão, indicativas de isquemia induzida. O

estresse farmacológico com administração de dobutamina é seguro e eficaz neste

contexto

o Métodos de medicina nuclear

▪ O teste ecocardiográfico sob estresse com microbolhas permite a verificação das

anormalidades regionais transitórias da perfusão, indicativas de isquemia induzida. O

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estresse farmacológico com administração de dobutamina é seguro e eficaz neste

contexto

▪ Realizados na impossibilidade de realização do teste ergométrico e em pacientes em

que há dificuldades para a interpretação adequada de ECG de esforço.

▪ Possibilidade da realização precoce nas SIMIs, com ampla margem de segurança,

empregando-se agentes vasodilatadores como o dipiridamol e a adenosina

o Angiocardiografia

▪ Risco intermediário e alto para avaliar as funções ventriculares esquerda e direita.

• Exames hemodinâmicos intravasculares, com realização de cinecoronariografia

ventriculografia de contraste radiológico e medida das pressões intracardíacas.

Visualização direta da luz coronária com avaliação da extensão e gravidade das obstruções e

análise das funções ventriculares. Esse método complementar de avaliação é de aplicabilidade

limitada, em face da mutabilidade intrínseca das obstruções (frequentemente ulceradas,

complexas e com alta carga trombótica), portanto ainda não foi devidamente validado por

estudos adequados

A estratégia intervencionista permite identificar 10-20% de pacientes sem lesão ou com

obstrução não significativa. 5%-10% de pacientes com lesão significativa de tronco de coronária

esquerda e os 20%-30% dos pacientes com envolvimento multiarterial complexo (com ou sem

disfunção global ventricular), que usualmente são mais bem tratados por revascularização

miocárdica cirúrgica.

Realização precoce de estudo hemodinâmico e cineangiocardiográfico de contraste radiológico

em pacientes com risco intermediário e alto → exceto em pacientes com comorbidades

importantes ou expectativa de vida reduzida

❖ ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO

• ESCORE TIMI

o A análise de dados de alguns estudos encontrou sete

variáveis que foram preditores de desfechos ruins para

angina instável ou infarto agudo do miocárdio sem supra de

ST;

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• ESCORE GRACE

o O escore GRACE tem superior valor prognóstico quando comparado ao escore TIMI em

diferentes trabalhos. Paradoxalmente, o TIMI demonstrou melhor predição da anatomia.

Os dois escores são comumente utilizados na decisão clínica de pacientes com SCA, no

intuito de definir a agressividade do tratamento antitrombótico e a estratégia de

estratificação, invasiva ou seletiva

• KILLIP

Usada para estabelecer o prognóstico dos pacientes com infarto agudo do miocárdio

• ESCALA CRUSADE

O Escore de Risco de Sangramento como Preditor de Mortalidade em Pacientes com Síndromes

Coronarianas Agudas

→ Sem sinais de insuficiência cardíaca

→ insuficiência cardíaca discreta

→ edema agudo de pulmão

→ choque cardiogênico

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❖ CONDUTA

As metas primárias de terapia para pacientes com SCA incluem as seguintes;

▪ Reduzir a quantidade de necrose miocárdica que ocorre em pacientes com [M,

preservando a função ventricular esquerda e prevenindo insuficiência cardíaca.

▪ Prevenir os principais eventos cardíacos, tais como morte, IM não fatal e a necessidade

de revascularização de urgência

▪ Tratar complicações agudas potencialmente fatais da SCA, tais como fibrilação

ventricular (FV)TV sem pulso, bradicardias sintomáticas, taquicardias instáveis, edema

pulmonar, choque cardiogênico e complicações mecânicas do IAM.

o História clínica direcionada

o Realizar ECG (interpretação por médico capacitado reduz em 34% o índice de mortalidade)

em no máximo 10 minutos da admissão.

o Fibrinólise pré-hospitalar: abreviar o tempo de isquemia miocárdica aguda, reduz-se o

tamanho do infarto do miocárdio (Tenecteplase (TNK-tPA) que é utilizada em dose única -

bólus 5 a 10 segundos)→ monitorização clínica e eletrocardiográfica, material para

cardioversão

• MONAB

▪ M= morfina → Tratamento da dor: A analgesia deve ser feita de preferência com sulfato de

morfina endovenosa, na dose inicial de 2 a 4 mg diluída podendo ser repetida em intervalos

de 5 a 15 minutos, dose máxima de 25-30mg. Para pacientes alérgicos a esse fármaco

administrar sulfato de meperidina, em doses fracionadas de 20 a 50 mg

✓ Alívio da dor e da ansiedade do paciente → redução da descarga adrenérgica → impede

elevação da PA

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✓ Efeitos colaterais: náuseas, vômitos, hipotensão, bradicardia (atropina 0,5-1,5mg EV) e

depressão respiratória (naloxone 0,1- 0,2mg EV a cada 15 minutos)

✓ Contraindicações: em IAM de parede anterior não realizar analgesia → ocasionar

hipotensão arterial grave e refratária.

✓ Pode-se associar benzodiazepínicos em pacientes muito ansiosos e em dor anginosa

refratária ao tto, mas seu uso rotineiro não é recomendado. Aumento do risco de

depressão respiratória e hipotensão.

▪ O = Oxigênioterapia se SAT<94% ofertar oxigênio em máscara ou cateter nasal a 2-4L/min.

Pode ser necessária a gasometria seriada. Administrar com cautela em pacientes DPOC

✓ Em pacientes com falência ventricular aguda acentuada e edema pulmonar, ou com

doenças pulmonares associadas que produzem hipoxemia grave, a oferta de oxigênio

por si só pode não ser suficiente para o controle clínico. Nessas condições, preconiza-se

a utilização de pressão positiva ou intubação orotraqueal (IOT) com ventilação mecânica

▪ N= Nitratos:

✓ Sublingual para reversão de espasmo ou alívio da dor anginosa persistente. Também

recomendados para controle da PA e ICC,

✓ Seu efeito venodilatador diminui o retorno venoso ao coração e o volume diastólico final

do VE → Reduz consumo de O2

✓ Contraindicação: presença de hipotensão arterial (PAS<90mmHg) ou queda > 30mmHg

em comparação com o basal, bradicardia ou taquicardia, infarto de VD, em pacientes

que tenham usado inibidores da fosfodiesterase para disfunção erétil nas ultimas 24-

48horas, uso prévio de sildenafil ou similares nas últimas 24 horas

✓ Dinitrato de isosorbida (5mg) 3 doses separadas em intervalos de 5 min

✓ Mononitrato de isosorbida deve ser utilizado de forma IV e, diluído na dose de 2,5 mg/kg

ao dia em infusão contínua.

✓ Nitroglicerina: 0,4mg/comp – usar 3 doses separadas em intervalos de 5 minutos. A

nitroglicerina IV é empregada na dose de 10 µg/min com incrementos de 10 µg a cada

5 minutos até obter-se melhora sintomática ou redução da pressão arterial (queda da

PAS não deve ser superior a 20 mmHg ou PAS não atingindo < 110 mmHg), ou então

aumento da FC (> 10% da basal).

✓ O tratamento é iniciado na sala de emergência, administrando-se o nitrato por via

sublingual (nitroglicerina, mononitrato ou dinitrato de isossorbida). Caso não haja alívio

rápido da dor, esses pacientes podem se beneficiar com a administração intravenosa

✓ Tolerância da utilização a longo prazo (24-48h) tem sido atribuído à depleção dos

radicais sulfidríla existentes na parede arterial, responsáveis pela conversão dos nitratos

orgânicos em óxido nítrico

▪ A= Antiplaquetários

✓ AAS: anti-inflamatório, antiplaquretário, tem ação sinérgica com o fibrinolítico. A dose

recomendada é de 160 - 325 mg/dia a ser utilizada de forma mastigável quando do

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primeiro atendimento (dose de ataque), ainda antes da realização do ECG. A dose de

manutenção é 81-100mg/dia

♣ bloqueia a formação de tromboxano A2 (substância vasoconstritora e pró-

trombótica), interferindo no metabolismo do ácido araquidônico e inibindo a

formação da ciclo-oxigenase 1 (COX-1), enzima fundamental no processo de

agregação plaquetária.

♣ nítido impacto tanto na redução de IAM não fatal quanto de mortalidade no curto

e médio prazos.

✓ Clopidogrel: em uso combinado com AAS, em pacientes que receberam terapia

trombótica inicial. Reduz desfechos do IAMCST. Uma dose de ataque de 300 mg deve

ser feita para pacientes com menos de 75 anos (não submetidos à ICP primária). A

manutenção recomendada é de 75 mg ao dia. A dupla antiagregação plaquetária deve

ser iniciada tão cedo quanto possível e mantida por 1 ano Em pacientes submetidos à

ICP primária, demonstrou que o pré-tratamento com clopidogrel previamente à

chegada à sala de cateterismo foi capaz de reduzir a mortalidade.

✓ Ticagrelor: o tratamento com ticagrelor induz à maior inibição plaquetária em relação

ao clopidogrel. Dose de ataque de 180 mg seguida de 90 mg, duas vezes ao dia por 1

ano, não sendo necessário ajustes de dose em tratamento de idosos nem em pacientes

com alteração da função renal ou hepática. Recomenda-se que o ticagrelor, em sua fase

de manutenção, seja utilizado em associação a uma dose de AAS de 75 a 150 mg. O

ticagrelor apresenta-se como uma opção em associação ao AAS na dupla antiagregação

plaquetária em pacientes com IAMCST em programação de ICP primária (redução

significante de trombose definitiva de stent)

✓ Os antagonistas da PAR-1 (vorapax):

▪ A= Anticoagulantes:

✓ Heparina não fracionada: bólus EV de 60 UI/kg, com máximo de 4.000UI, seguido por

infusão contínua de 12 UI/kg/hora (máximo de 1.000 UI/hora, inicialmente) por 48h; e

ajustes para manter um TTPa entre 50 e 70 segundos. Caso a terapia seja prolongada

além das 48 horas por indicação clínica, haverá aumento do risco de plaquetopenia

induzida por heparina.

✓ Heparina de baixo peso molecular: enoxaparina → Os resultados mostraram redução

significativa de 17% no risco relativo para ocorrência de óbito ou infarto não fatal em 30

dias no grupo randomizado para receber enoxaparina,

♣ < 75 anos: 30 mg por via Intravenosa (IV) em bólus seguidas de 1 mg/kg SC a cada

12 horas até a alta hospitalar.

♣ ≥ 75 anos: não administrar o bólus e iniciar com 0,75 mg/kg SC a cada 12 horas.

Caso o clearance da creatinina estimado seja < 30 ml/minuto, utilizar a dose de 1,0

mg/kg a cada 24 horas. Manter o tratamento durante o período de internação ou

até 8 dias.

✓ Fondaparinux: inibe indiretamento o fator Xa, não interage com as plaquetas e não

adere ao fator 4 plaquetário, tendo menor probabilidade de induzir à trombocitopenia.

Sua vida média é mais longa que a da HNF e não necessita de controle de TTPa. O

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fondaparinux é contraindicado para pacientes com IAMCST submetidos à ICP primária.

Dose: 2,5 mg EV seguido de 2,5 mg SC uma vez ao dia durante 8 dias ou até a alta

hospitalar.

▪ B= Betabloqueadores:

✓ Reduzem a FC, PA e o inotropismo → promovevasodilatação → diminui o consumo de

O2 pelo miocárdio → melhora a perfusão → reduz taxa de ruptura miocárdica → limita

o tamanho do infarto → melhora a função cardíaca.

✓ É necessário inicialmente avaliar o risco de o paciente desenvolver choque cardiogênico

nas primeiras 24 horas.

✓ Iniciar VO após a admissão do paciente e titular sua dose para um alvo de 60 batimentos

por minuto independentemente da administração concomitante de fibrinolíticos ou da

realização de intervenção percutânea primária, respeitando-se suas contraindicações.

✓ O uso imediato relaciona-se à administração do fármaco na fase precoce do infarto,

e o tardio quando ocorre após 24 horas do início dos sintomas ou até a alta

hospitalar, com vistas, portanto, à prevenção secundária.

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✓ O melhor cenário para uso do betabloqueador é o do paciente com infarto de

parede anterior e que esteja cursando com hipertensão e taquicardia, sem

apresentar sinais de insuficiência cardíaca.

▪ B= Bloqueador de canais de cálcio → em casos de contraindicação aos betabloqueadores

✓ bloqueia canais tipo L → Os efeitos benéficos no IAMCST devem-se à combinação de

suas ações, diminuindo o consumo de oxigênio pelo coração, a pós-carga, a

contratilidade e a frequência cardíaca, ao lado de melhora da oferta de oxigênio pelo

aumento do fluxo coronário provocado pela dilatação das artérias coronárias. No

controle de sintomas anginosos, esses medicamentos são tão eficientes quanto os

betabloqueadores; porém, não reduzem a incidência de angina refratária, infarto ou

óbito.

✓ Diidropiridínicos (protótipo é a nifedipina (10mg 3x/dia) e, como derivado de terceira

geração, a amlodipina) → vasodilatação arterial periférica e tendem a produzir

taquicardia reflexa (mais evidente com a nifedipina de ação curta)

✓ Fenilalquilaminas (verapamil 80-120mg 3x/dia) → pode induzir ao BAV (deprimirem o

cronotropismo e o dromotropismo)

✓ Benzotiazepínicos (diltiazem 60mg 3-4x/dia) → retarda a condução AV. Na angina

instável, o diltiazem tem sido o bloqueador de cálcio mais utilizado

✓ Outro efeito colateral, mas que costuma aparecer apenas após uso prolongado desses

agentes, é a retenção hídrica.

✓ Não é recomendado o emprego rotineiro de antagonistas dos canais de cálcio, sendo

em particular contraindicado o uso isolado da nifedipina de liberação curta, por conta

do desenvolvimento de hipotensão com ativação reflexa simpática levando a

taquicardia.

✓ Os demais têm seu uso reservado para situações especiais. Podem ser utilizados para

tentar controlar sintomas isquêmicos refratários em pacientes que já recebem nitratos

e betabloqueadores em doses plenas e adequadas, ou em pacientes que não toleram o

uso de nitratos ou betabloqueadores ou ainda nos casos de angina variante. Não se deve

utilizar diltiazem no longo prazo em pacientes com disfunção ventricular esquerda.

✓ Em pacientes com comprometimento significativo da função ventricular esquerda ou

com alterações da condução AV, os antagonistas dos canais de cálcio devem ser evitados

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▪ Bloqueadores do sistema renina‑angiotensina‑aldosterona

✓ IECA: o uso precoce de um IECA por via oral é seguro e eficaz. Recomenda-se que o

agente seja iniciado dentro das primeiras 24 horas de evolução, normalmente após o

término da terapia de recanalização miocárdica (química ou mecânica), tão logo a

pressão arterial esteja estabilizada.

♣ Iniciar com dose pequena, ajustada a cada 24h até que se atinja a dose alvo ou a

maior dose tolerada.

♣ As contraindicações absolutas para o uso de IECA são estenose bilateral da artéria

renal, gravidez e antecedente de angioedema durante uso prévio desse agente.

♣ Efeitos adversos:

֎ hipotensão sintomática (PAS <90mmHg) → tentar inicialmente redução

progressiva da dose e, em último caso, a suspensão permanente do

medicamento.

֎ Disfunção renal (aumento da creatinina sérica – idosos e ICC - A suspensão do

agente só está indicada se o paciente evoluir com hiperpotassemia acentuada

(potássio sérico > 5,5 mEq/L).

֎ Tosse seca persistente → Se a tosse for muito frequente, é necessária a

suspensão definitiva do IECA e sua substituição por um bloqueador seletivo

dos receptores tipo I da angiotensina II

֎ Angioderma

✓ Antagonistas da aldosterona: Recomenda-se o bloqueio da aldosterona para todo

paciente pós-IAMCST que apresente FE <40% e insuficiência cardíaca e/ou diabetes,

e já utilize doses terapêuticas de IECA ou bloqueador AT1. Usar espironolactona

▪ Estatinas

✓ Nas primeiras 24 horas após o início dos sintomas, a dosagem do perfil lipídico pode

fornecer valores muito próximos dos que antecederam a SCA → após há redução de

LDLc e HDLc retornando seus valores em 30 dias.

✓ A redução dos triglicerídeos pode decorrer do aumento da atividade simpática e

pode estar associada a um pior prognóstico.

✓ Evidências científicas apontam para benefício no uso de estatina,

independentemente dos níveis lipídicos dosados na admissão, na introdução já na

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admissão hospitalar (< 24 horas) e da escolha de estatinas potentes em dose

máxima. Após os primeiros 30 dias, a terapia hipolipemiante deve ser ajustada para

adequar a uma meta terapêutica de LDL-c < 70 mg

✓ FÓRMULA DE FRIEDEWALD: O LDL-colesterol pode ser calculado a partir do

colesterol total, HDL-colesterol e triglicerídeos ou VLDL (VLDL-colesterol

corresponde a TG/5). Entretanto, esta fórmula torna-se imprecisa na vigência de

hipertrigliceridemia (triglicerídeos>400mg/dL), hepatopatia colestática crônica ou

síndrome nefrótica, quando não deve ser utilizada.

▪ Magnésio: Estudos histoquímicos em pacientes que tiveram morte súbita durante a

evolução de IAM demonstraram que houve redução do magnésio intracelular miocárdico.

No entanto, diversas evidências originadas de ensaios clínicos randomizados e metanálises

não demonstraram benefício da terapia com magnésio, sendo portanto este medicamento

não recomendado em pacientes com IAMCST

▪ Antiarrítimicos: Não tem indicação rotineira

▪ Suspender: AINES

▪ Monitorização da PA: 5-10 minutos ou contínua, permanência em unidade coronariana,

suspensa entre 12-24h de estabilização clínica → detecção de arritmias

▪ Hipotermia terapêutica: Estudos recentes em pacientes com IAMCST encontrados

comatosos pós-parada cardíaca pré-hospitalar causada por FV ou Taquicardia Ventricular

(TV) sem pulso demonstraram melhora neurológica e redução da mortalidade hospitalar

com o uso imediato da hipotermia

▪ Prescrição pós-hospitalar

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• REVASCULARIZAÇÃO

A decisão quanto à revascularização coronária deve ser discriminada segundo três aspectos:

1. Estratégia invasiva ou conservadora;

2. Uma vez invasiva, se precoce ou seletiva (tardia, após estabilização do quadro e restrita

àqueles pacientes que apresentem provas funcionais alteradas);

3. tratamento exclusivo da “lesão culpada” ou revascularização multivascular (completa).

Não há consenso. Podendo ser realizada pelo menos 24h após o desaparecimento dos sintomas,

ou realizado o mais precocemente possível

• Cirúrgica

A rapidez na tomada de decisão na isquemia de fase aguda é importante para prevenir

potenciais complicações

Na angina instável ou no IAM sem supra ST, deve-se optar pela terapêutica invasiva ou não

invasiva. Se for tomada a decisão da estratégia invasiva e realização da coronarioangiografia,

esta vai definir a manutenção do tratamento clínico ou a indicação de revascularização

Recentemente a decisão entre revascularização percutânea ou cirúrgica tem se baseado em

uma avaliação mais refinada da anatomia coronária utilizando-se o SYNTAX Score450. Pacientes

com SYNTAX Score > 22 (intermediário ou alto) têm maior benefício em longo prazo com a

revascularização cirúrgica.

Os pacientes submetidos à revascularização cirúrgica, em sua maioria, recebem revascularização

completa, enquanto na revascularização percutânea esse percentual não chega a 70%

A revascularização cirúrgica apresenta maiores benefícios e é preferível para pacientes

diabéticos

• Intervenção coronária percutânea

É nas SIMIs que a ICP tem se mostrado mais valiosa, alterando de forma decisiva a história

natural dessas condições clínicas e, consequentemente, seu prognóstico.

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Procedimento está ficando cada vez mais eficaz com o aperfeiçoamento da técnica, materiais,

implantes de stents diversos e emprego de adjuvantes de medicamentos antitrombóticos/anti-

isquemicos

Aspectos que influenciam a indicação de ICP

▪ Extensão da doença coronária (uni, bi, ou triarterial);

▪ Importância anatômica do vaso;

▪ Número de lesões a serem abordadas;

▪ Características morfológicas da lesão;

▪ Dificuldade técnica do procedimento;

▪ Quantidade de miocárdio em risco;

▪ Condições clínicas do paciente;

▪ Doenças associadas (p. ex., diabetes melito).

❖ PREVENÇÃO SECUNDÁRIA

todo paciente deve ser encaminhado a um programa de prevenção e reabilitação para melhorar

a adesão ao tratamento farmacológico, principalmente aquele paciente com múltiplos fatores

de risco modificáveis.

• Cessação do tabagismo

• Reposição de nicotina

▪ Goma de mascar

✓ Semana 1-4: 1 pastilha a cada 1-2h (máx de 15 pastilhas por dia)

✓ Semana 5-8:1 pastilha a cada 2-4h

✓ Semana 9-12: 1 pastilha a cada 4-8h

▪ Adesivo transdérmico de nicotina

✓ Liberação de 7mg, 14mg, 21mg, 24mg

✓ Semana 1 -4: 1 adesivo de 21mg a cada 24h

✓ Semana 5-8: adesivo 14mg a cada 24h

✓ Semana 9-12: adesivo de 7mg a cada 24h

▪ Bupropiona

✓ Ansiolítico, inibidor fraco da recaptação neuronal de neurotransmissores

✓ A associação de bupropiona com reposição de nicotina, principalmente adesivos,

pode elevar a pressão arterial.

✓ Evitar a administração noturna para minimizar o risco de insônia. Outras reações

adversas: boca seca, constipação, epigastralgia e tontura.

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▪ Vareniclina

✓ Agonista parcial do receptor nicotínico neuronal central receptor com atividade

agonista parcial da nicotina, produzindo alguns efeitos da nicotina e reduzindo os

sintomas de privação. Mais eficaz se comparada com a bupropiona

✓ Efeito colateral: náusea. Esse efeito é minimizado ingerindo a medicação após

refeições e com um copo de água. Seu uso é contraindicado em pacientes com

insuficiência renal terminal, grávidas e mulheres amamentando

• Controle da Hipertensão Arterial Sistêmica ) HAS

HAS constitui um importante fator de risco para o desenvolvimento de DAC, contribui para a

remodelação ventricular, IC, aceleração da aterosclerose.

A meta terapêutica é < 140/90mmHg. Dar preferencia para o uso de IECA ou antagonistas de

Angio II, Betabloqueadores.

Em casos de disfunção ventricular são usados IECA ou BRA.

Para alcance de meta eventualmente se faz necessária a associação com inibidor da aldosterona

(espironolactona)

• Controle do Diabetes Melito tipo 2

Pacientes diabéticos apresentam doença coronariana mais difusa e menor formação de

colaterais, portanto, sofrem mais as repercussões de isquemia, evoluindo com mais facilidade

para o desenvolvimento para cardiopatia isquêmica.

O objetivo do tratamento deve ser o mais global possível, incluindo controle rigoroso do peso

corporal, da glicemia e da pressão arterial, assim como dos níveis séricos de lipídeos → restrição

do consumo de carboidratos, da sacarose e de ácidos graxos saturados ou trans; restrição de

calorias, para aqueles que necessitam reduzir o peso; e estímulo à prática regular de atividade

física. Além disso, para a redução de risco cardiovascular, a interrupção do tabagismo é de

fundamental importância.

• Dislipidemias

Pacientes com perfil de Colesterol total ≥ 200 mg/dL ou LDL-colesterol ≥ 100 mg/dL, devem usar

agentes redutores de colesterol

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Como já foi mencionado, deve-se usar dose máxima até 30 dias do evendo, e dois ajustar dose

para manter as metas terapêuticas

Com relação ao uso de fibratos, dois estudos com monoterapia com genfibrozila demonstraram

benefício clínico. No entanto, nos estudos com bezafibrato isoladamente664 ou fenofibrato

isoladamente ou associado a estatina não houve benefício

A associação genfibrozila-estatinas não deve ser usada, pelo risco de rabdomiólise.

A niacina e os inibidores da Proteína de Transferência de Éster de Colesterol (CETP) não

demonstraram benefício com a elevação do HDL-c.

• Controle da obesidade

A obesidade situa-se entre os maiores fatores de risco predisponente e independete de DAC.

Existe uma relação quase linear entre IMC e risco de DAC, a partir de um valor do IMC ≥ 25kg/m2,

de distribuição não homogênea, podendo declinar com a idade e ser maior nas mulheres.

As evidências indicam que a relação entre sobrepeso/obesidade e o risco cardiovascular

depende do acúmulo de gordura intra-abdominal (obesidade central), a qual mostra alta

correlação com a circunferência abdominal → também relacionado com o aparecimento de

resistência insulínica, elevação da PA, redução do HDL-c e elevação TG

A obesidade central ainda se relaciona com um estado pró-inflamatório e pró-trombótico

Quanto mais elevado o IMC e quanto mais aumentada a CA, maior o risco de evento

cardiovascular agudo, principalmente IAM fatal e não fatal.

• Controle do sedentarismo

A maioria dos fatores de risco é favoravelmente modificada pelo exercício físico.

Há redução da hipertrigliceridemia, hiperglicemia e redução de peso. Bem como redução da

resistência arterial periférica, diminuição do tônus simpático e da tensão mocional. A atividade

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fibrinolítica aumenta e a agregação plaquetária diminui com melhora na função endotelial e na

produção de NO, reduzindo a progressão da aterosclerose. Promove ainda elevação do HCL-c

O Nível de Atividade Física (NAF) nos adultos pode ser mensurado utilizando-se o Three-Day

Physical Activity Record

Sessões de exercícios regulares de, no mínimo, 40 minutos por cinco a seis vezes/semana, são

recomendadas em academias ou substituídas por caminhadas no plano, procurando alcançar a

marca de 100 m/minuto, sempre sob recomendação médica.

A prática regular de exercícios físicos vigorosos em pacientes após infarto do miocárdio

demonstrou redução significativa do risco de morte cardiovascular e da mortalidade global

A reabilitação na fase aguda do infarto objetiva reduzir os efeitos deletérios do repouso

prolongado no leito, controlar as alterações psicológicas e reduzir a permanência hospitalar →

a prescrição da atividade física deve ser individualizada, de acordo com o acometimento e as

características físicas de cada paciente. Em caso de arritmias diagnosticadas e angina presente,

deve-se estabilizar o quadro antes do início das atividades físicas.

Os pacientes devem ser reavaliados a cada 6 a 8 semanas, e suas atividades readaptadas às

novas condições cardiovasculares

Em alguns casos pode ser necessária a indicação de exercícios ambulatoriais, adaptados aos

níveis de intensidade e para cada tipo de paciente. A monitotização ECG pode ser útil em

pacientes que apresentem arritmias → A realização do exercício deve ser supervisionada com

intensidade moderada, mantendo-se sempre entre 50 e 80% da FC máxima adquirida no teste

ergométrico antes da alta hospitalar e limitada a alterações sintomáticas, eletrocardiografias e

hemodinâmicas.

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DISSECÇÃO DE AORTA

❖ Introdução

A dissecção aguda da aorta possui baixa incidência (2,9 casos/100.000 pessoas/ano), entretanto,

apresenta grande importância devido à alta mortalidade precoce, de 1%/hora, quando não

reconhecida e não tratada imediatamente.

• Condições relacionadas:

o Hipertensão arterial é o fator mais comum, presente em 80% dos pacientes.

o Doenças que afetam a parede do vaso

▪ Doença arterial

▪ Síndrome de marfan (mutação no cromossomo 15, que regula a síntese de

fibrilina, essencial para estabilidade da parede aórtica)

▪ Síndrome de Ehlers-Danos

▪ Síndrome de Turner

▪ Aneurisma de aorta prévio

▪ Arterires

▪ Trauma

▪ Cirurgia cardíaca prévia

▪ Uso de crack.

❖ Fisiopatologia

Ocorre geralmente por meio de uma

lesão na parede do vaso, por meio da

qual o sangue delamina suas camadas,

preferencialmente no sentido

anterógrado (maior energia cinética)

Mais comum na aorta descendente

após a origem da subclávia esquerda.

A pressão na falsa luz e parede aórtica

enfraquecida podem causar ruptura

livre ou para o pericárdio, sendo esse

o principal mecanismo de morte.

❖ Classificação

• Classificação de Bakey

o Tipo I: aorta ascendente, arco aórtico e aorta descendente (mais comum)

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o Tipo II: restrita a aorta ascendente

o Tipo III: restrito à aorta descendente (segunda mais comum)

• Classificação de Stanford

o Tipo A: mais comum, envolvimento da aorta ascendente

o tipo B: aorta descendente.

❖ Apresentação clínica

Mais comum em homens > 50 anos. Nas mulheres em idade > 60 anos

Dor torácica de forte intensidade, irradia para dorso ou região abdominal. A dor persistente

pode ser sinal de ruptura iminente. Apenas 6% dos paciente não apresentam dor.

Sintomas neurológicos casados por compressão de vasos de base ou ramos medulares → AVC,

paraplegia, síncope (pior prognóstico), sintomas TGI (obstrução mesentéria e isquemia de

MMII).

A hipertensão arterial sistêmica é comum, especialmente, quando a dissecção aórtica localiza-

se distalmente. O acometimento da artéria subclávia pode provocar pseudohipotensão,

decorrente de sua aferição, a partir de um membro comprometido em sua perfusão.

Estes pacientes podem apresentar deficit de pulso, associado com a dissecção tipo A, e o

envolvimento das artérias carótidas, subclávias e femorais.

A insuficiência aórtica aguda ocorre em mais de um terço dos pacientes com dissecção

proximal, podendo se associar à oclusão coronária e à isquemia miocárdica, inclusive com o

infarto agudo do miocárdio

A ruptura da aorta pode causar hemoptise, hematêmese ou choque circulatório. A hipotensão

arterial pode ser decorrente de tamponamento cardíaco, ruptura da aorta ou de insuficiência

aórtica aguda.

❖ Diagnóstico

Suspeita clínica + confirmação por exame acurado rápido ( localização, extensão, tipo, presença

de trombos, comprometimento de ramos e sinais iminentes de ruptura.

A radiografia de tórax e o eletrocardiograma devem ser realizados, apesar da sua

inespecificidade

RM: mais acurado, contraindicação relativa para pacientes instáveis.

Aortografia: menos utilizada, requer equipe especializada, invasivo.

TC: acurado, rápido, mais usado como primeira escolha

Ecocardiograma Transesofágico (ETE): escolha em casos de insuficiência aórtica ou em pacientes

instáveis, rápido, baixo custo, não invasivo.

O ideal é a associação dos resultados de diversos exames.

O principal diagnóstico diferencial da dissecção da aorta é o infarto agudo do miocárdio

❖ Conduta

Page 47: PROBLEMA 3 IDENTIFICAR OS EQUIVALENTES ANGINOSOS ...ateromas em vasos da circulação arterial do coração, podendo ser assintomática em graus pequenos de obstrução ou sendo sintomático

Tratamento da dor → redução do tônus adrenérgico

Controle da PA e FC → diminuir a chance de progressão da dissecção e a ocorrencia de

complicações → manutenção da PAS em 100-120mmHg e FC 55-65 → usar BB/ nitroprussiato

Em casos de hipotensão → investigar tamponamento cardíaco + resposição volêmica com

cristaloides e derivados de sangue + vasopressor (noradrenalina) → cirurgia de urgência

Monitorização contínua em UTI

Pacientes instáveis hemodinamicamente ou com insuficiência respiratória devem ser

prontamente entubados e acoplados à ventilação mecânica.

A terapia definitiva deve ser iniciada após essa abordagem inicial. A intervenção cirúrgica

imediata está indicada sempre que a dissecção aórtica envolver a aorta ascendente.

As complicações pós-operatórias precoces mais comuns são constituídas pela infecção,

sangramento, insuficiência pulmonar e renal. As complicações tardias incluem a regurgitação

aórtica progressiva, quando a valva aórtica não tiver sido substituída; a formação de aneurismas

localizados e a dissecção recorrente. A sobrevida cirúrgica observada em 30 dias após a cirurgia

das dissecções proximais e distais é de 74% e de 69%, respectivamente

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