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  • PRINCIPAIS PRTICAS DE MANEJO PARA AVES RECM NASCIDAS

    Carlos Ronchi. Gerente Tcnico de Avicultura da Alltech do Brasil A tendncia mundial de aumento do consumo de carnes brancas e produtos industrializados obriga as empresas de melhoramento gentico a implantar mudanas drsticas em seus programas de seleo, gerando constantemente aves com comportamento e exigncias nutricionais particulares. Por outro lado, os rgos governamentais responsveis pela segurana alimentar exigem a ausncia de insumos de origem animal e quimioterpicos nas raes animais. Este trabalho tem como objetivo apresentar tcnicas de manejo para a fase inicial das aves atuais, bem como alguns aditivos para raes que promovem melhor desempenho bioeconmico, no desrespeitando as exigncias mundiais de segurana alimentar. Preparo dos crculos ou pinteiros para recebimento das aves Os crculos de proteo das aves devero ser proporcionalmente montados em toda a extenso da rea interna do avirio ou pinteiro. Alojar de 60 a 80 pintos por metro quadrado de rea de crculo ou de 2 a 4 kg de pintos por metro quadrado de crculo. Quando o sistema de aquecimento for atravs de campnulas a gs, no ultrapassar a quantidade de 1.000 aves por crculo. Quando o sistema de aquecimento for ambiental, no h necessidade da confeco de crculos de proteo, sendo as aves distribudas ao longo de todo o pinteiro. Para um bom controle do desenvolvimento corporal e uniformidade do lote, aconselha-se separar as aves em grupos de no mximo 5.000 pintos. Horrio para recebimento das aves O perodo ideal para a chegada das aves pela manh, entre 6:00 e 8:00 horas. A chegada neste horrio permite que haja tempo suficiente para o descanso, alimentao e hidratao adequados das aves para atravessar a primeira noite de sua vida (perodo mais frio do dia). fundamental que as aves sejam alojadas dentro da zona de conforto trmico, caso contrrio grande parte do lote no ter interesse no alimento. Jamais promova corrente de ar sobre os recm nascidos. Para isso, o avirio dever estar perfeitamente vedado, tendo sido reparadas as frestas, furos nas cortinas internas, aberturas no telhado e lanternins. As portas que do acesso rea externa no devero permanecer abertas quando no houver necessidade. Crculos de proteo das aves Os crculos devem ser distribudos ao longo do avirio e dimensionados para obter a mesma quantidade de aves por metro quadrado de rea livre em todos eles. A frmula de clculo da rea A = x R2, devendo ser alojadas de 60 a 80 aves por metro quadrado. Estes valores so variveis de acordo com a regio geogrfica, poca do ano e sistema de aquecimento do avirio. Exemplo de clculo: A* = 3,1416 x 2,52 = 19,64 m2 Dc** = 19,64 x 80 = 1.570 pintos

  • *A rea **Dc = Densidade populacional por crculo ( pi ) = 3,1416 Forrao do piso para recebimento das aves O piso dos crculos de proteo ou pinteiros dever ser forrado com papel ou pano americano e o forro dever ser retirado aproximadamente 24 horas aps o alojamento. Este procedimento impede que os recm nascidos se alimentem de partculas de cama, o que pode resultar em piora da converso alimentar e at ferimentos no trato gastrointestinal. Abertura de espao dos crculos ou pinteiros A primeira abertura de espao dos crculos ou pinteiros dever ser feita aproximadamente 24 horas aps o alojamento, passando a ser diria e gradativa. importante que as aves recebam espao com cama nova todos os dias, visando a preservao da qualidade da cama, melhor relao de aves por equipamentos e preservao do trato gastrointestinal. Tabela 1. Abertura de espao dos crculos.

    Dias de vida Proporo do Avirio Inverno Vero

    At 8 1/3 1/2 At 14 3/4 Avirio inteiro 18 a 21 Avirio inteiro

    Controle da temperatura ambiente O conforto trmico um fator fundamental para o bom desenvolvimento inicial das aves, estando o bom desenvolvimento inicial diretamente relacionado ao desempenho bioeconmico do lote (Moura, 2002). O desenvolvimento satisfatrio das aves nas primeiras semanas de vida garante um timo tamanho de carcaa, bom empenamento e maturao dos sistemas orgnicos fundamentais como digestivo, cardiovascular, imunolgico e futuramente reprodutivo (Moura, 2002). Um conceito importante a TEMPERATURA EFETIVA, ou seja, a temperatura ou sensao trmica da ave. No possvel medir a temperatura efetiva apenas atravs da leitura da temperatura ambiente, porm atravs da combinao de temperatura de bulbo seco, umidade relativa do ar e velocidade do ar (Barnwell & Rossi, 2003). Existem vrios sistemas de aquecimento para avirios, entre os quais esto os turbo aquecedores a gs, campnulas do tipo infravermelho, campnulas de alta presso, campnulas de baixa presso, fornalhas a lenha com injeo de ar atmosfrico previamente aquecido, campnulas a carvo e aquecedores a lenha sem renovao de ar. Na escolha do sistema de aquecimento, no se deve levar em considerao unicamente o custo, mas tambm a capacidade de produo de calor e as conseqncias que este sistema trar para a qualidade do ar e a cama do avirio. O avirio dever ser previamente aquecido para receber as aves e a temperatura e a umidade relativa ambiente dever seguir algumas recomendaes, como descrito na tabela abaixo.

  • Tabela 2. Relao entre temperatura tima do ambiente (C), umidade e idade das aves. Idade (dias) Umidade (%)

    80 70 60 50 40 1 33 33 33 33 * 35 2 32 32 32 32 * 34 3 31 31 31 31 * 33 4 30 30 30 30 * 32 5 20 20 20 20 * 32 6 29 29 29 29 * 31 7 29 29 29 29 * 31 8 28 29 29 * 29 * 31

    9 12 27 28 28 * 29 31 13 16 26 27 27 * 29 31 17 20 25 26 26 * 28 30 21 24 24 25 * 26 27 29 25 30 23 24 * 25 27 29 31 34 22 23 * 25 26 28

    > 35 21 22 * 24 25 27 *Corresponde temperatura ideal em funo da umidade relativa e idade das aves. Ex: Para uma ave com 1 dia de idade, a umidade e a temperatura ideais so de 50% e 33 C, respectivamente. Umidade relativa do ar O excesso de umidade no avirio na fase inicial de vida das aves compromete negativamente o desenvolvimento dos lotes. Nesta fase, recomenda-se manter a umidade relativa do ar entre 50 e 70%. Uma das formas de controlar a umidade relativa do ar no interior no avirio atravs da ventilao mnima (Moura, 2002). No avirio, a umidade originada dos bebedouros, da entrada de ar externo e, principalmente, do metabolismo das prprias aves, que ao mesmo tempo em que produzem calor resultante da digesto do alimento, produzem umidade atravs da respirao e defecao. As aves excretam aproximadamente 80% da gua que ingerem e, na primeira semana de vida, excretam 1,7g de gua/hora/ave (Moura, 2002). O excesso de umidade na cama um fator extremamente prejudicial ao desenvolvimento fisiolgico e imunolgico das aves. A cama mida mais fria que as camas secas, sendo um indesejvel trocador de calor para as aves jovens e funcionando como um resfriador evaporativo (Moura, 2002). Ventilao e qualidade do ar Alm da temperatura, a qualidade do ar deve ser monitorada devido sua grande importncia para o bom desenvolvimento das aves. Nos ltimos anos, os investimentos tm sido direcionados a uma boa vedao dos avirios, porm em muitos casos tem-se negligenciado a qualidade do ar. Alguns sistemas de aquecimento consomem o oxignio interno, aumentando a concentrao de CO2. Como o CO

    2 mais denso que o ar, sua tendncia permanecer ao nvel das aves, dificultando a atividade respiratria e causando letargia. Recomenda-se que a concentrao de CO2 deve ser mantida abaixo de 2.000 ppm para recm nascidos

  • (a concentrao de CO2 na atmosfera de aproximadamente 500ppm ), o que pode ser conseguido com o uso da ventilao mnima. Os nveis de amnia para aves jovens devem ser de 20 ppm, visto que a amnia concentra-se poucos centmetros acima da cama, justamente onde as aves se encontram (Bakker, 2002). A falta de ventilao pode ocasionar o aumento da umidade relativa do ar, aumento na concentrao de gases txicos como amnia e dixido de carbono, aumento na concentrao de poeira e baixa concentrao de oxignio disponvel. Por outro lado, o excesso de ventilao pode causar diminuio da temperatura ambiental, excesso de corrente de ar sobre as aves, descompensao metablica e aumento do custo operacional. Ventilao mnima Ventilao mnima a quantidade de ar necessrio por hora para fornecer oxignio s aves e manter a qualidade do ar. O ar em movimento no deve incidir diretamente sobre as aves e sim passar sobre elas. Esta pequena corrente de ar benfica para o controle ambiental durante a fase inicial de vida das aves. A ventilao mnima responsvel por : Fornecer oxignio para a respirao das aves; Remover o excesso de calor; Remover o excesso de umidade; Reduzir a concentrao de poeira; Reduzir a concentrao de gases. Quando a umidade da cama removida atravs da ventilao mnima, os nveis de amnia, poeira e dixido de carbono raramente ocasionaro problemas para as aves (Moura, 2002). A ventilao mnima nas primeiras semanas deve ser de aproximadamente 0,2 m/s. H basicamente dois tipos de ventilao: ventilao positiva e ventilao negativa. Quando os ventiladores insuflam ar para o interior do avirio, trata-se de uma presso positiva; quando estes retiram o ar de dentro do avirio, trata-se de uma ventilao negativa (Czarick & Fairchild, 2002 ). A ventilao negativa tambm pode ser feita atravs de exaustores. Para que a ventilao mnima seja eficiente, deve-se utilizar o sistema de ventilao do tipo tnel, feita por exaustores. No sistema tnel, o ar entra por uma extremidade do avirio e sair pela outra. Em avirios de ambiente controlado, a ventilao mnima feita lateralmente, ou seja, o ar entra por uma lateral do avirio e sai pela outra. Para se obter a presso esttica ideal no avirio, necessrio que a rea de abertura para entrada do ar e a capacidade dos exaustores sejam calibradas. Um excesso de abertura far com que o ar entre com uma velocidade muito baixa, no percorrendo todo o avirio. J aberturas muito pequenas no permitiro que os exaustores obtenham uma quantidade de ar sufic