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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL Disciplina: SEMINÁRIOS APLICADOS PRINCIPAIS MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO DE LESÕES MIOCÁRDICAS INDUZIDAS PELA DOXORRUBICINA (Revisão da Literatura) Léa Resende Moura Orientadora: Veridiana Maria Brianezi Dignani de Moura GOIÂNIA 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL

Disciplina: SEMINÁRIOS APLICADOS

PRINCIPAIS MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO DE LESÕES

MIOCÁRDICAS INDUZIDAS PELA DOXORRUBICINA

(Revisão da Literatura)

Léa Resende Moura

Orientadora: Veridiana Maria Brianezi Dignani de Moura

GOIÂNIA 2011

ii

LÉA RESENDE MOURA

PRINCIPAIS MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO DE LESÕES

MIOCÁRDICAS INDUZIDAS PELA DOXORRUBICINA

(Revisão da Literatura)

Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários Aplicados do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás. Nível: Doutorado.

Área de concentração:

Patologia, Clínica e Cirurgia Animal

Linha de Pesquisa:

Patobiologia animal, experimental e comparada

Orientadora:

Prof.ª Dr.ª Veridiana Maria Brianezi Dignani de Moura - EVZ/UFG

Comitê de Orientação:

Prof. Dr. Eugênio Gonçalves de Araújo - EVZ/UFG

Prof.a Dr.a Rosângela de Oliveira Alves Carvalho - EVZ/UFG

GOIÂNIA 2011

iii

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................... 1

2. REVISÃO DA LITERATURA ................................................................... 3

2.1. Noções sobre histofisiologia cardíaca ...................................................... 3

2.2. Mecanismos de ação e cardiotoxicidade da doxorrubicina .................. 7

2.3. Métodos de diagnóstico de lesões miocárdicas induzidas pela

doxorrubicina ...............................................................................................

10

2.3.1. Avaliação radiográfica do tórax....... .................................................. 10

2.3.2. Avaliação eletrocardiográfica ............................................................. 12

2.3.3. Avaliação ecodopplercardiográfica..................................................... 15

2.3.4. Análises bioquímicas.......................................................................... 16

2.3.4.1. Considerações gerais sobre enzimologia ....................................... 16

2.3.4.2. A isoenzima creatinoquinase .......................................................... 18

2.3.4.3. Troponina cardíaca ......................................................................... 20

2.4. Exame histopatológico, miscroscopia eletrônica e imunoistoquímica.. 21

2.5. Aferição das atividades das enzimas catalase (CAT), superóxido

dismutase (SOD) e glutationa peroxidade (GPx) teciduais.......................... 24

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... 26

REFERÊNCIAS ........................................................................................... 28

iv

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Fotomicrografias de coração de mamífero. A) Epicárdio (1);

miocárdio (2) e endocárdio (3). HE (40X). B) Fibras

musculares cardíacas em corte predominantemente

longitudinal. HE (100X). C) Epicárdio: mesotélio (seta fina) e

tecido conjuntivo fibroso (seta larga). HE (100X). D)

Endocárdio: endotélio (seta larga), camada subendotelial

(estrela) e fibras de purkinje (seta fina). HE (100X)..................

4

Figura 2 Diagrama ilustrando a posição dos filamentos finos e grossos

do sarcômero. A estrutura molecular desses elementos é

mostrada à direita.....................................................................

5

Figura 3 Ondas P, Q, R, S e T no traçado eletrocardiográfico................ 6

Figura 4 Desenho esquemático mostrando a molécula de

doxorrubicina.............................................................................

8

Figura 5 Método VHS de BUCHANAN & BUCHELER (1995) para

projeções latero-laterais de radiografias torácicas. A)

Medição da silhueta cardíaca (eixo S), B) Medição do

comprimento cardíaco ou eixo L, C) Observar que o método

VHS faz referência a largura e profundidade ocupados pelo

coração dentro do tórax, D) Para cada eixo mensurado

coloca-se a régua a partir da quarta vértebra torácica,

verificando a quantos corpos vertebrais o eixo calculado

corresponde..............................................................................

11

Figura 6 Efeitos do tratamento com polissacarídeo de Lycium

barbarum (LPB) e/ou doxorrubicina (DOX) nos parâmetros

eletrocardiográficos...................................................................

14

Figura 7 Desenho esquemático mostrando as principais proteínas

(actina, tropomiosina e troponina) dos filamentos finos e a

estrutura desses filamentos......................................................

20

v

LISTA DE ABREVIATURAS

ALT - alanina aminotransferase

ANT - antraciclinas

AST - aspartato aminotransferase

Bax - proteína x associada ao gene Bcl-2

Bcl-2 - família de genes reguladores da apoptose / proteína antiapoptótica

CA-III - isoenzima III da anidrase carbônica

CAT - catalase

CK - creatinafosfoquinase

CK-MB - creatinafosfoquinase MB

CMD - cardiomiopatia dilatada

DOX - doxorrubicina

ECG – eletrocardiograma

ECO - ecocardiograma

EDTA - ácido etilenodiaminotetracético

GPx - glutation peroxidase

IAP - inibidor de proteínas da apoptose

ICC - insuficiência cardíaca congestiva

NADPH - nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato

NAV - nodo atrioventricular

NSA - nodo sinoatrial

PA - potencial de ação

RL - radicais livres

RLO - radicais livres de oxigênio

SOD - superóxido dismutase

1

1. INTRODUÇÃO

A doxorrubicina (DOX), uma droga do grupo das antracilcinas (ANT),

está entre os mais importantes quimioterápicos utilizados na medicina e na

medicina veterinária para o tratamento de várias neoplasias malignas,

especialmente tumores sólidos, leucemias e linfomas. Entretanto, possui valor

clínico limitado em função de sua cardiotoxicidade (SPEYER et al., 1988;

STEINHERZ et al., 1991).

O efeito cardiotóxico da DOX está associado à sua concentração

sérica, com a ocorrência de degeneração miocárdica progressiva em humanos

quando a dose excede 250mg/m2 (BRUNTON et al., 2007). Entretanto, esta dose

acumulativa é menor em animais domésticos. Em cães, este fármaco é utilizado

com finalidade terapêutica na dose de 30mg/m2, aplicado lentamente por via

intravenosa, a cada três ou nove semanas, sendo recomendado não exceder os

240mg/m2. Nos protocolos quimioterápicos em gatos, a DOX é utilizada na dose

de 20 a 25mg/m2 a cada três semanas, recomendando-se não ultrapassar os

90mg/m2 (SOUZA, 2004; SILVA & CAMACHO, 2005; SOUZA & CAMACHO,

2006).

Pelos efeitos tóxicos amplamente conhecidos, a DOX tem sido utilizada

como modelo experimental de cardiomiopatia dilatada (CMD) em diversas

espécies animais (SOUSA, 2007). A toxicidade da droga está relacionada à

liberação de radicais livres (RL), estes responsáveis pelo fenômeno denominado

estresse oxidativo, que designa uma condição de desequilíbrio entre as

concentrações de espécies pró e antioxidantes (PEREIRA, 2006a, VAN VLEET &

FERRANS, 2009).

Vários métodos vêm sendo empregados no diagnóstico das

cardiomiopatias induzidas pelas ANT, inclusive em experimentos que testam

antioxidantes com possível capacidade de neutralização dos RL. Dentre os

métodos utilizados ganham destaque a radiografia, a eletrocardiografia, a

ecocardiografia, as análises bioquímicas (CK e troponina), a quantificação de

antioxidantes endógenos, como a catalase (CAT), a superóxido dismutase (SOD)

e a glutationa peroxidase (GPx), as análises morfológicas realizadas em exames

histopatológicos, assim como a microscopia eletrônica e várias técnicas

2

imunoistoquímicas (PONTES et al., 2010; XIN et al., 2011; ZHENG et al., 2011).

Ainda, embora métodos de diagnóstico como a ventriculografia com

radionuclídeo, a ressonância magnética e a tomografia computadorizada sejam

citados na literatura voltada à medicina, estes não são apresentados nos

diferentes trabalhos relacionados à medicina veterinária, mesmo aqueles em

âmbito experimental, especialmente devido ao alto custo.

Considerando o uso frequente da DOX como quimioterápico na

medicina e na medicina veterinária, bem como o efeito cardiotóxico da droga, este

trabalho tem como objetivo reunir informações da literatura acerca dos principais

métodos diagnósticos empregados na detecção das lesões induzidas por essa

antraciclina.

3

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Noções sobre histofisiologia cardíaca

O coração funciona como uma bomba propulsora e é o principal

determinador da pressão sanguínea sistêmica. É formado por dois sincícios de

fibras musculares denominados atriais e ventriculares, separados por tecido

conjuntivo fibroso (KIERSZENBAUM, 2008).

As camadas do coração são denominadas epicárdio, miocárdio e

endocárdio. O epicárdio é a membrana serosa que reveste externamente o

coração. É constituído por epitélio simples pavimentoso, denominado mesotélio e

por uma camada subepicárdica constituída por tecido conjuntivo fibroso. O

miocárdio, a porção mais volumosa do coração, é constituído por tecido muscular

cardíaco, composto por fibras musculares especializadas, que formam uma rede

interconectada e sustentada por tecido fibrocolagenoso frouxo. O endocárdio, a

porção mais interna do coração, é constituído por três camadas, uma de epitélio

simples pavimentoso (endotélio), uma de tecido conjuntivo (subendotelial) e uma

subendocárdica, que liga o subendotélio ao miocárdio. Neste local há

frequentemente aglomerados de fibras de Purkinje (Figura 1) (JUNQUEIRA &

CARNEIRO, 2008).

4

FIGURA 1 - Fotomicrografias de coração de mamífero. A) Epicárdio (1);

miocárdio (2) e endocárdio (3). HE, 40X. B) Fibras musculares cardíacas em corte predominantemente longitudinal. HE, 100X. C) Epicárdio: mesotélio (seta fina) e tecido conjuntivo fibroso (seta larga) HE, 100X. D) Endocárdio: endotélio (seta larga), camada subendotelial (estrela) e fibras de Purkinje (seta fina). HE, 100X.

Fonte: MONTEIRO & FAÍSCA (2008).

Os cardiomiócitos podem ser uni ou binucleados com núcleos

localizados centralmente. No ventrículo esquerdo são mais espessos e possuem

núcleos maiores (GARTNER & HIATT, 2003). As fibras cardíacas são cadeias

ramificadas de células musculares estriadas, unidas em suas extremidades pelos

discos intercalares, junções de membrana com função de adesão e comunicação.

As estriações das miofibrilas se devem à repetição de unidades contráteis

denominadas sarcômeros. Cada sarcômero é formado pela parte da miofibrila que

fica entre duas linhas Z sucessivas e que contém uma banda A separando duas

semibandas I. As miofibrilas do músculo estriado contêm quatro proteínas

A B

C D

5

principais assim denominadas: miosina, actina, tropomiosina e troponina. Os

filamentos grossos e finos são formados por miosina e pelas outras três proteínas,

respectivamente (Figura 2) (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 2008).

FIGURA 2 - Diagrama ilustrando a posição dos filamentos finos e grossos do sarcômero. A estrutura molecular desses elementos é mostrada à direita.

Fonte: JUNQUEIRA & CARNEIRO (2008).

O músculo cardíaco é um tecido contrátil, de ação involuntária,

realizada pelo deslizamento dos filamentos de actina sobre os de miosina

(STEVENS & LOWE, 2001; COMARCK, 2003; JUNQUEIRA & CARNEIRO,

2008). Com relação à formação e condução do impulso, existem três subtipos

celulares responsáveis, denominados células nodais, de Purkinje e de transição.

As células nodais são encontradas nos nodos sinoatriais (NSA) e

atrioventriculares (NAV). As do NSA são responsáveis pela atividade de

marcapasso e as do NAV pelo retardo da condução atrioventricular. As células de

Purkinje são especializadas na condução rápida do impulso, e não em contração,

e são encontradas no feixe de His, nos ramos do feixe, na rede de Purkinje e nas

6

paredes ventriculares. Já as células de transição parecem ser o elo de conexão

entre as células contráteis e de condução (ENGEN, 2006).

Os batimentos cardíacos consistem em contração (sístole) e

relaxamento (diástole) do tecido muscular total. A contração muscular está

associada a um potencial de ação (PA). A atividade elétrica tem início no NSA,

passa pelo NAV, feixe de His e propaga-se por todo coração, passando de uma

célula a outra através das junções de membrana. O intervalo entre os PA

determina a frequência cardíaca (RANDALL et al., 2000).

As ondas características do traçado eletrocardiográfico (P, Q, R, S e T)

(Figura 3) correspondem a eventos elétricos da ativação do miocárdio, sendo que

a onda P corresponde à despolarização atrial, o complexo QRS à despolarização

ventricular e a onda T à repolarização dos ventrículos (GOODWIN, 2002).

FIGURA 3 - Ondas P, Q, R, S e T no traçado eletrocardiográfico.

Fonte: http://rosanabem.blogspot.com/2010/04/ciclo-ii-modulo-i-fisiologia-parte-iii.html

7

2.2. Mecanismos de ação e cardiotoxicidade da doxorrubicina

A DOX é um antibiótico glicosídico, pertencente ao grupo das

antraciclinas (ANT) e isolado de culturas de Streptomyces peucetius, variante

caesius (NASCIMENTO & MARTINS, 2005). Essa droga tem sido utilizada na

prática oncológica desde a década de 1960. A regressão tumoral é expressiva no

uso isolado da DOX e significativamente maior quando combinada a outros

agentes antitumorais (SIMEONI, 2006). A sua utilidade clínica é limitada pela

dose acumulada. Doses elevadas podem produzir danos ao miocárdio e até

causar insuficiência cardíaca (BARRET-LEE et al., 2009).

O termo cardiomiopatia refere-se à disfunção primária ou secundária

do miocárdio na ausência de doença valvar primária ou doença cardíaca

congênita (SOUSA, 2007). A CMD representa o estágio final de diversas afecções

do miocárdio e caracteriza-se por dilatação, uni ou biventricular, associada à

disfunção contrátil geralmente progressiva (MATTOS, 1999). A CMD pode ter

origem idiopática ou conhecida. Dentre as causas conhecidas se encontram as

hereditárias, nutricionais, tóxicas, endócrinas, infecciosas, neoplásicas e

associadas à hipertensão sistêmica (VAN VLEET & FERRANS, 1986; NELSON &

COUTO, 1994; VAN VLEET & FERRANS, 2009).

A cardiotoxicidade da DOX é classificada cronologicamente em aguda,

subaguda, crônica e tardia. A forma aguda ocorre durante ou imediatamente após

a administração da droga, principalmente quando aplicada em velocidade rápida,

e envolve vasodilatação, hipotensão e arritmias. A subaguda é incomum e se

manifesta dias após o término da quimioterapia, seguida de pericardite e/ou

miocardite. A forma crônica se desenvolve semanas ou meses após o término do

tratamento e caracteriza-se por CMD com desenvolvimento subsequente de

disfunção contrátil e insuficiência cardíaca congestiva (ICC). A forma tardia se

assemelha à fase crônica, podendo ocorrer anos após o término do tratamento

(WOJTACKI et al., 2000).

A CMD pode ser decorrente da cardiotoxicidade crônica de DOX e

geralmente se inicia a partir do primeiro mês do encerramento da quimioterapia

(YU et al., 2005). Atualmente, a cardiotoxicidade da DOX é tão bem estabelecida

que a droga vem sendo empregada em modelos experimentais utilizados para

8

fins de pesquisa sobre a CMD em humanos e animais (SOUSA, 2007; PONTES

et al., 2010).

Na cardiomiopatia induzida pela DOX ocorrem danos funcionais e

desvios na função contrátil do músculo cardíaco, gerando uma incapacidade do

coração em bombear sangue e, consequentemente, oxigênio na quantidade ideal

para atender as necessidades do metabolismo celular (SIMEONI, 2006).

Para atingir seu objetivo como quimioterápico, as ANT se intercalam

com o DNA, causando ruptura de filamento único e filamentos duplos, bem como

troca de cromátides irmãs, impedindo, dessa forma, a multiplicação celular

(ALMEIDA et al., 2004; NASCIMENTO; MARTINS, 2005). Entretanto, em função

desse mecanismo, as ANT podem ser tanto mutagênicas quanto carcinogênicas.

Devido à composição de sua molécula (Figura 4), também geram RL em tecidos

normais e malignos (KARIM et al., 2001; BRUNTON et al., 2007).

FIGURA 4 - Desenho esquemático mostrando a molécula de doxorrubicina.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Doxorrubicina

Existem várias hipóteses para explicar a cardiotoxicidade pelas ANT,

sendo a formação de RL a primeira e a mais aceita. Existe um composto

denominado cardiolipina, presente no interior das mitocôndrias, que exerce poder

atrativo nas ANT. Assim, no interior das células, as moléculas da droga ligam-se

9

ao ferro, formando complexos ferro-antraciclina que, por mecanismo oxidativo

catalizado pelo ferro, resultam na formação de superóxido, peróxido de hidrogênio

e hidroxil, que são RL (KAPUSTA et al., 2001).

Adicionalmente, sabe-se que a DOX desencadeia a liberação de

mediadores químicos inflamatórios, como a histamina, metabólitos do ácido

araquidônico e citocinas pró-inflamatórias, como o TNF-alfa, a IL-2 e o fator de

ativação plaquetário, que podem favorecer a progressão das lesões nos miócitos.

Além desses mecanismos, o influxo de cálcio, o distúrbio da função adrenérgica

do miocárdio e a interação com o sistema contrátil actina-miosina também foram

propostos. Tais alterações geram danos intracelulares ou morte dos

cardiomiócitos, resultando em futura fibrose miocárdica (KAPUSTA et al., 2001).

Outro mecanismo atualmente considerado importante na

cardiotoxicidade da DOX é a apoptose (MINOTTI et al., 2004). A apoptose resulta

em ativação das proteases, que pode ocorrer por diferentes rotas. As mais

comuns compreendem a ativação das caspases por via direta, via alteração

mitocondrial, e por meio da interferência de proteínas citoplasmáticas reguladoras

da apoptose. As caspases são enzimas que clivam substratos protéicos, como

proteínas citoesqueléticas e da matriz nuclear, e resultam em apoptose (MYERS

& MCGAVIN, 2009).

Substâncias químicas, como a DOX, podem atingir o genoma da célula

e ativar a expressão do gene p53 e seu produto, a proteína p53, induzindo retardo

mitótico e apoptose. Um dos principais alvos da p53 são os genes das proteínas

inibidoras da apoptose (IAP). Sendo assim, as caspases naturalmente inibidas

pelas IAP tornam-se ativadas. Além disso, a p53 ativa os genes das proteínas

pró-apoptóticas Bax (proteína x associada ao Bcl-2), que se dimerizam com as

proteínas antiapoptóticas Bcl-2 (proteínas reguladoras da apoptose), resultando

em aumento da permeabilidade mitocondrial, com liberação de fatores pró-

apoptóticos (PEREIRA, 2006b).

Os radicais livres de oxigênio (RLO) são moléculas que contém

oxigênio e apresentam elétrons não pareados em sua órbita externa. Esta

característica torna os RLO uma fonte de lesões para as células e tecidos, já que

possuem a característica de reagir e modificar estruturas celulares como

10

proteínas, lipídeos e ácidos nucléicos, provocando lesão tecidual significativa

(PEREIRA, 2006a).

Os organismos aeróbicos sintetizam trifosfato de adenosina (ATP) por

meio da redução completa de O2 por quatro elétrons, pelo transporte mitocondrial.

Em alguns casos, o oxigênio pode receber menos elétrons e, quando isso

acontece, formam-se os RLO, sendo que esta situação ocorre como parte do

processo fisiológico. Entretanto, em situações de aumento na produção dos RL

desencadeia-se a condição denominada estresse oxidativo (PEREIRA, 2006a). A

neutralização de RL é feita por substâncias denominadas antioxidantes, que são

capazes de prevenir os efeitos deletérios da oxidação e inibir a lipoperoxidação

por meio do sequestro dos RL (THEROND et al., 2000).

2.3. Métodos de diagnóstico de lesões miocárdicas induzidas pela doxorrubicina

2.3.1. Avaliação radiográfica do tórax

Para determinar as dimensões das câmaras cardíacas na

monitorização das cardiomiopatias induzidas pela DOX, a análise radiográfica é

um método mais sensível do que a eletrocardiografia. Para a realização deste

exame, incidências torácicas laterais e dorsoventrais ou ventrodorsais fornecem

informações valiosas acerca das condições do coração e dos grandes vasos.

Para as incidências dorsoventrais ou ventrodorsais o tórax inteiro deve estar

sobre o filme. O posicionamento simétrico e a centralização do feixe de raios-X

são essenciais para a obtenção de imagens de boa qualidade. A rotação pode

causar distorções significativas na aparência do coração e estruturas adjacentes.

As radiografias deverão ser realizadas no momento da inspiração para evitar

variações na aparência da silhueta cardíaca (KEALY & MCALLISTER, 2005).

Em cães, para mensurar o tamanho do coração, pode ser utilizado o

sistema de unidade vertebral, onde se comparam os comprimentos das vértebras

torácicas às dimensões cardíacas. Dessa forma, determina-se o tamanho do

coração em relação à unidade de vértebra torácica, denominado VHS (do inglês

vertebral heart size) (Figura 5). Os valores do VHS devem ser inferiores a 10,5

11

vértebras para a maioria das raças, podendo haver variações de até 11 vértebras

para raças de tórax curto e até 9,5 vértebras para aquelas de tórax longo

(BUCHANAN & BUCHELER, 1995).

FIGURA 5 - Método VHS de BUCHANAN & BUCHELER (1995) para projeções latero-laterais de radiografias torácicas. A) Medição da silhueta cardíaca (eixo S), B) Medição do comprimento cardíaco ou eixo L, C) Observar que o método VHS faz referência à largura e profundidade ocupadas pelo coração dentro do tórax, D) Para cada eixo mensurado coloca-se a régua a partir da quarta vértebra torácica, verificando quantos corpos vertebrais o eixo calculado corresponde.

Fonte: BASILE (2008).

BASILE (2008) avaliou 30 cães adultos da raça Bulldog Inglês,

clinicamente saudáveis, com o objetivo de estabelecer parâmetros

ecodopplercardiográficos, eletrocardiográficos, radiográficos e morfométricos de

normalidade para a raça. O valor de VHS encontrado foi de até 12 vértebras, o

12

que reafirma a possibilidade de variações raciais nestes índices, especialmente

relacionadas à conformação do tórax.

De acordo com NEUWALD (2009), radiografias torácicas e

eletrocardiografias devem ser realizadas antes do início da terapia com DOX em

cães. Além destes exames, indica-se a avaliação ecocardiográfica para as raças

predispostas às cardiomiopatias, como Boxer, Doberman e Dog Alemão.

Apesar de o exame radiográfico ser amplamente utilizado na medicina

veterinária, este não vem sendo incluído nos trabalhos experimentais que avaliam

as lesões induzidas pela DOX. Ainda, na rotina da clínica médico veterinária, em

pacientes com suspeita de doença cardíaca, incluindo aquelas decorrentes da

administração de antraciclinas, muitas vezes este é o primeiro exame a ser

solicitado e, a partir dos resultados, são indicados testes específicos como a

eletrocardiografia e ecocardiografia (GOODWIN, 2002; MALVA, 2007). Neste

sentido, MALVA (2007) refere que o diagnóstico da CMD em cães baseia-se

principalmente na realização de exames radiográficos, eletrocardiográficos e

ecocardiográficos, com o radiográfico sendo útil para avaliar aumento da silhueta

cardíaca.

2.3.2. Avaliação eletrocardiográfica

O exame eletrocardiográfico (ECG) consiste no registro gráfico da

atividade elétrica gerada pelo coração a partir da superfície corporal, onde ondas

específicas representam estágios de despolarização e repolarização do

miocárdio. A eletrocardiografia é o mais importante método de diagnóstico das

arritmias cardíacas, podendo determinar o rítmo e a frequência do coração, e

assim fornecer informações valiosas sobre a integridade do miocárdio

(GOODWIN, 2002).

As arritmias são relatadas na cardiotoxicidade aguda pela DOX

(WOJTACKI et al., 2000). Conforme OLIVEIRA (2006), as principais alterações

detectadas em exames eletrocardiográficos de crianças são QRS de baixa

voltagem, prolongamento do intervalo QT, alterações no segmento ST, inversão

da onda T, taquicardia sinusal, ventricular ou supraventricular, bloqueio

13

atrioventricular e bloqueio de ramos. Entretanto, nos protocolos quimioterápicos,

os pacientes não são comumente monitorados por eletrocardiografia durante ou

após o tratamento. As arritmias são geralmente transitórias, mas há casos de

taquicardia ventricular que pode evoluir para insuficiência cardíaca crônica ou

morte súbita (LARSEN et al., 1992).

Ainda de acordo com OLIVEIRA (2006), anormalidades

eletrocardiográficas não ocorrem somente na fase aguda do tratamento com ANT.

Indivíduos que sobreviveram às neoplasias podem apresentar arritmias em fases

tardias, mesmo recebendo doses acumuladas de ANT inferiores a 300mg/m2.

LARSEN et al. (1992) sugeriram que a eletrocardiografia dinâmica ambulatorial,

realizada pelo sistema Holter, em 24 horas, deva ser inserida como método de

monitorização cardíaca na cardiotoxicidade tardia induzida pela DOX em

humanos, juntamente com a ecocardiografia.

As informações obtidas por meio da ECG são essenciais para

determinar o tipo, origem e severidade das arritmias cardíacas e, assim, podem

auxiliar o direcionamento terapêutico (ETTINGER, 1997). A eletrocardiografia

falha em promover informações acuradas sobre o tamanho do coração e o

aumento das câmaras. Assim, radiografias torácicas e ecocardiografia podem ser

realizadas na avaliação do aumento das câmaras cardíacas (GOODWIN, 2002).

Para os experimentos de duração curta, onde as lesões de fase aguda

são esperadas, é comum a utilização de eletrocardiografia associada a exames

bioquímicos. OZDOGAN et al. (2011) testaram o efeito protetor da carnosina, um

dipeptídeo, na neutralização de RL em lesões induzidas pelas ANT em ratos. Os

autores notaram efeitos positivos revelados pela normalização da

eletrocardiografia e dos níveis enzimáticos.

XIN et al. (2011) investigaram o efeito protetor do Lycium barabarum

(“açaí da china”) na cardiotoxicidade induzida pela DOX em ratos. Para isso,

utilizaram como métodos diagnósticos a eletrocardiografia e análises bioquímicas

associadas a análises morfológicas. A eletrocardiografia foi utilizada para detectar

se o tratamento prévio com LBP melhoraria as anormalidades de condução

induzidas pela DOX. O tratamento com a DOX causou redução na função

cardíaca, detectada pela diminuição da frequência cardíaca e prolongamento do

14

intervalo QT. O LBP associado à DOX (LBP) reduziu a bradicardia e o intervalo

QT (Figura 6).

FIGURA 6 - Efeitos do tratamento com polissacarídeo de Lycium barbarum (LPB) e/ou doxorrubicina (DOX) nos parâmetros eletrocardiográficos.

Fonte: XIN et al. (2011).

SANTOS et al. (2009) avaliaram anormalidades eletrocardiográficas e

ecocardiográficas em pacientes após o uso de DOX. Houve modificações na

eletrocardiografia em 100% dos pacientes que apresentaram redução da fração

de ejeção do ventrículo esquerdo, onde a alteração da repolarização ventricular

foi a mais frequente. A mudança no ECG apresentou valores de sensibilidade de

100%, especificidade de 100% e acurácia de 95%. Por se tratar de um método

não invasivo, de baixo custo e fácil realização para os cardiologistas, o ECG pode

ser utilizado para rastrear os pacientes que necessitam de avaliação por métodos

de cardioimagem. Segundo os mesmos autores, não foram encontradas, nas

sociedades internacionais de cardiologia e oncologia, diretrizes sobre as medidas

ideais de diagnóstico de ICC decorrente da ação de quimioterápicos.

15

2.3.3. Avaliação ecodopplercardiográfica

A detecção de alterações decorrentes da cardiotoxicidade da DOX

inclui a realização de ecocardiograma (ECO), exame este que deve ser realizado

antes da quimioterapia, no decorrer do tratamento e anualmente após o término

do tratamento (SÁ et al., 2009). A ecocardiografia é uma técnica não invasiva, que

emprega o ultrassom para o exame do coração. O ECO pode ser utilizado para

avaliar a estrutura e a função do coração, especialmente as funções sistólica e

diastólica ventricular esquerda. É um dos métodos diagnósticos mais utilizados

para detectar cardiotoxidade por ANT nas fases precoces e tardias

(ABOSOUDAH et al., 2011).

A ecodopplercardiografia é o exame mais indicado para o

reconhecimento precoce da CMD e detecta inclusive as formas mais brandas,

muitas vezes não detectadas em outros exames. Este exame possibilita a

obtenção de informações relacionadas ao tamanho e a função das câmaras,

assim como a integridade valvar, a espessura das paredes a padrões de fluxo

sanguíneo (KIENLE & THOMAS, 2004). Por meio deste procedimento é possível

acompanhar a CMD induzida pela DOX, avaliar a função sistólica ventricular e

também comparar se há alterações significativas em grupos tratados com

antioxidantes (XIN et al., 2011).

O exame ecodopplercardiográfico consiste na avaliação cardíaca a

partir de imagens ultrassonográficas apresentadas no modo bidimensional, modo

M e modo Doppler. O modo bidimensional e o modo-M fornecem informações

sobre a morfologia das câmaras, como o diâmetro ventricular no final da diástole

e na sístole, a partir dos quais se podem calcular vários índices funcionais

miocárdicos. A utilização do Doppler permite avaliar a direção e a velocidade do

fluxo sanguíneo nos vasos e no coração, que são parâmetros extremamente

importantes no diagnóstico de anomalias congênitas (LUSK & ETTINGER, 1990).

FERREIRA et al. (2007) avaliaram o efeito protetor do licopeno na

cardiotoxicidade induzida pela DOX em ratos. Para isso, utilizaram a

ecocardiografia e a histopatologia como métodos diagnósticos. A DOX na dose

acumulada de 16mg/kg induziu cardiotoxicidade, que foi detectada pelo ECO e

pela avaliação histopatológica. A suplementação com licopeno promoveu

16

proteção aos cardiomiócitos, evidenciada pela redução das áreas de necrose.

Porém, a disfunção cardíaca não foi prevenida, conforme avaliação

ecocardiográfica.

GRANADOS-PRINCIPAL et al. (2010), XIN et al. (2011) e ZHENG et al.

(2011) avaliaram a CMD induzida pela DOX por meio do exame

ecodopplercardiográfico e relataram que o método é útil para avaliar a redução da

cardiotoxicidade da droga com o uso de substâncias antioxidantes, tendo em vista

as observações na morfofisiologia cardíaca nos indivíduos tratados com

diferentes substâncias de ação antioxidante.

OZTARHAN et al. (2011) compararam a ecocardiografia com os níveis

de troponina na detecção precoce da cardiotoxicidade das ANT em crianças com

leucemia e concluíram que, dentre estes, a ecocardiografia é o melhor método

para a avaliação proposta. Ainda, ABOSOUDAH et al. (2011) avaliaram crianças

sobreviventes de câncer, assintomáticas, que foram expostas às ANT, e

observaram que 16,8% apresentaram anormalidades ecocardiográficas em uma

média de 2,9 anos após o término da quimioterapia. Concluíram que a realização

de exames ecocardiográficos periódicos podem revelar anormalidades que

podem ser detectadas e tratadas precocemente, reduzindo os riscos de

progressão para ICC.

2.3.4. Análises bioquímicas

2.3.4.1. Considerações gerais sobre enzimologia

As enzimas são moléculas protéicas que catalisam reações químicas.

São altamente específicas aos seus substratos e estão presentes em

concentrações muito menores no plasma do que nos tecidos. Geralmente os

níveis plasmáticos correspondem a menos de 1% do valor contido nas células. A

especificidade ao substrato permite que a enzima seja utilizada para quantificar

um substrato e, vice-versa, em determinada amostra (DUFOUR et al., 2008).

Muitas enzimas apresentam isoenzimas, formas estruturalmente

diferentes que catalisam uma mesma reação. Diferentes isoenzimas são

17

encontradas em órgãos e tecidos específicos, podendo ser úteis na identificação

do tecido lesionado. Inúmeros fatores afetam as atividades enzimáticas no plasma

sanguíneo, como a taxa de renovação celular, a síntese de enzimas pelas células,

a atividade física, drogas, entre outros. A morte das células com enzimas é a

principal causa para o aumento plasmático das mesmas. À medida que as células

morrem, são ativadas fosfolipases que degradam fosfolipídeos de membrana,

criando poros que permitem a saída das enzimas (DUFOUR et al., 2008).

A confiabilidade dos resultados de quantificações enzimáticas depende

da correta seleção e preparação do paciente, da colheita e manuseio do material

e da interpretação do relatório analítico. Qualquer falha neste processo determina

resultados não confiáveis. Ressalte-se que são possíveis variáveis do paciente,

na colheita e no manuseio da amostra. As variáveis do paciente incluem

exercícios, estresse emocional, dieta, inanição e agentes terapêuticos aplicados

previamente à colheita. Com relação à colheita, a escolha do frasco, a

determinação do volume de sangue a ser colhido e a seleção do anticoagulante

devem ser antecipadamente providenciadas. A falha na escolha do anticoagulante

pode interferir nos resultados. Por exemplo, níveis reduzidos de creatinaquinase

são observados quando utilizado o anticoagulante EDTA (ácido

etilenodiaminotetracético) (MEYER et al., 1995).

Quanto às amostras, estas devem ser manuseadas suavemente, não

devem ser congeladas ou permanecer em temperaturas muito altas, bem como

não permanecer estocadas por longo período até o processamento, para evitar

hemólise. Algumas enzimas presentes no plasma ou no soro estão em maior

concentração nas células do sangue. Assim, há interferência nos resultados

quando há hemólise na amostra (MEYER et al., 1995).

2.3.4.2. A isoenzima creatinaquinase

A creatinaquinase é uma enzima citoplasmática, composta por

subunidades M e/ou B, que associadas formam as isoenzimas creatinoquinase

muscular (CK-MM), isoenzima creatinoquinase cardíaca (CK-MB) e a isoenzima

creatinoquinase cerebral (CK-BB) (YAMAMICHI et al., 2001; GUO et al., 2003).

18

Essa enzima age como um regulador da produção de fosfatos de alta energia e

como reguladora da utilização destes em tecidos contráteis, motivo pelo qual é

encontrada em tecidos de alto consumo de energia, como as fibras musculares e

os túbulos distais do rim (MOTZER et al., 2004).

A CK-MM é a principal isoenzima encontrada no músculo estriado

esquelético e seus níveis aumentam drasticamente após lesões musculares

generalizadas, como a trombose ilíaca no gato ou a rabdomiólise (KERR, 2003).

A CK-MB é a isoforma encontrada no músculo cardíaco (KEMP et al., 2004). Os

níveis desta enzima são quantificados rotineiramente para o diagnóstico do infarto

agudo do miocárdio. Porém, este diagnóstico é incomum nos animais domésticos,

mas outras causas de morte dos cardiomiócitos mais comumente diagnosticadas

nos animais domésticos também podem liberar enzimas, como acontece em

miocardites e cirurgias cardíacas. As cardiomiopatias crônicas tendem a causar

pouca alteração nas concentrações de CK-MB devido à meia-vida curta da

enzima (KERR, 2003).

Traços da CK-MB são encontrados também no músculo esquelético,

de maneira que pacientes com lesão muscular vão apresentar elevação das

concentrações absolutas de CK e discreta elevação da CK-MB (BURTIS et al.,

2005). A atividade sérica da CK total e da CK-MB começa a aumentar de quatro a

oito horas após a lesão miocárdica, atingindo o pico entre 12 e 24 horas,

retornando aos valores normais em 48 a 72 horas (KATIRJI & AL-JABERI, 2001).

Para avaliar os níveis dessa enzima, o ideal é realizar o teste no dia da colheita.

O congelamento a -20°C a conserva, entretanto não se recomenda o envio de

amostras pelo correio (KERR, 2003).

SHAKER & SOUROUR (2010) compararam o efeito cardioprotetor do

lisinopril de forma isolada ou em associação ao hormônio do crescimento, na

cardiotoxicidade induzida pela DOX em ratos. Utilizaram quatro grupos (G1

controle; G2 DOX; G3 DOX + Lisinopril; e G4 DOX + Lisinopril + hormônio do

crescimento). Os autores quantificaram os níveis plasmáticos da CK e

observaram que o lisinopril reduziu a concentração plasmática desta enzima,

quando comparado ao grupo que só recebeu DOX, demonstrando seu efeito

protetor.

19

XIN et al. (2011) avaliaram que os níveis de CK aumentaram quase

duas vezes em relação ao grupo controle quando aplicaram DOX em ratos.

Porém os autores quantificaram a CK total e não a CK-MB, que é mais específica

ao miocárdio.

Alterações na atividade da CK têm sido relatadas após a administração

de DOX em modelos experimentais. ASSUMPÇÃO (2011) investigou o perfil

farmacocinético da DOX (6mg/kg) administrada em solução aquosa e em

microemulsão lipídica, em ratos. A atividade da CK-MB foi avaliada nos dois

grupos, antes e após a administração das formulações, com o objetivo de

comparar a cardiotoxicidade dos produtos. Os valores de CK-MB do grupo que

recebeu DOX na forma de microemulsão não apresentaram alterações

significativas, com a conclusão de que a microemulsão modificou o acesso do

fármaco nos locais susceptíveis aos seus efeitos tóxicos.

De acordo com ABDEL-RAHEEM & ABDEL-GHANY (2009), a

cardiotoxicidade da DOX se manifesta rapidamente após a administração de dose

única do produto. Em experimento com ratos, os autores notaram que os valores

plasmáticos basais de CK estavam na ordem de 200U/L, e subiram para 450U/L

em 48 horas após a administração intraperitoneal de DOX na dose de 20mg/kg.

Ainda, SAAD et al. (2001) observaram valores basais de CK-MB em ratos na

ordem de 280U/L, e estes subiram para 1397U/L em 48 horas após a aplicação

de 25mg/kg de DOX.

Em trabalho realizado por SINGH et al. (2008), em ratos, os valores

plasmáticos da CK-MB estavam na ordem de 2230U/L e subiram para 3303U/L

também em 48 horas após a aplicação de 20mg/kg de DOX. Estes resultados

reafirmam o potencial cardiotóxico da DOX, bem como a utilidade deste

biomarcador como método diagnóstico nesta afecção.

2.3.4.3. Troponina cardíaca

Os sarcômeros compõem as células musculares cardíacas, que são

compostas de filamentos espessos e finos formados por actina, tropomiosina e

troponina (Figura 7). As troponinas são proteínas contidas nas células musculares

20

do aparelho miofibrilar das células que constituem o sarcômero (CONSTANZO,

2004). São compostas de múltiplas subunidades: troponina I (subunidade

inibidora da actina), troponina C (subunidade ligada ao cálcio e reguladora da

contração) e troponina T (subunidade ligada à miosina – tropomiosina). As

isoformas mais utilizadas para o diagnóstico de necrose do miocárdio são a

troponina T e a Troponina I. A troponina C encontrada no músculo cardíaco é

idêntica à do músculo estriado esquelético, o que dificulta sua utilização no

diagnóstico diferencial (MOTTA, 2009).

FIGURA 7 - Desenho esquemático mostrando as principais proteínas (actina, tropomiosina e troponina) dos filamentos finos e a estrutura desses filamentos.

Fonte: JUNQUEIRA & CARNEIRO (2008).

Uma forma de avaliar as lesões cardíacas induzidas pela DOX é por

meio da dosagem de troponina T, que é extremamente útil no diagnóstico de

lesões miocárdicas agudas. Os níveis plasmáticos deste biomarcador

correlacionam-se com a dose acumulada do fármaco (SÁ et al., 2009).

A troponina I cardíaca é um biomarcador de lesão miocárdica, uma vez

que se localiza no complexo de contratilidade miocárdica, dentro do sarcômero

(LEAL et al., 2005). A elevação do nível plasmático da troponina I indica lesão

21

miocárdica, mas não identifica o mecanismo envolvido em sua liberação. A lesão

do miocárdio pode ocorrer por uma variedade de anormalidades, além das

síndromes coronarianas agudas (BRAILE et al., 2004).

Diferentemente de outros biomarcadores de lesão cardíaca, as

troponinas estão ausentes em grande parte dos soros normais. Porém,

interferências nesses resultados foram apresentadas e justificadas pela captura

de anticorpos marcados pela fibrina em amostras não totalmente coaguladas. Em

função dessas interferências, tem sido preconizado o uso de plasma heparinizado

nos testes que utilizam marcadores cardíacos (WU et al., 1999).

LIPSHULTZ et al. (1997) observaram que o aumento da concentração

sérica de troponina-T logo após a aplicação de DOX foram associados ao risco

subsequente de anormalidades do ventrículo esquerdo, como o adelgaçamento

da parede e dilatação. Já HERMAN et al. (1999) utilizaram a determinação dos

níveis séricos de troponina-T para monitorar a extensão das lesões cardíacas

induzidas pelas ANT. Os autores concluíram que os níveis séricos de troponina-T

aumentam conforme a gravidade das lesões e a dose acumulada.

A quantificação da troponina-T tem sido utilizada como marcador

precoce da cardiotoxicidade induzida pelas ANT e pode inclusive orientar

modificações nos protocolos quimioterápicos, relacionadas à dose ou intervalo

entre as aplicações destes fármacos (KILICKAP et al., 2005)

2.4. Exame histopatológico, miscroscopia eletrônica e imunoistoquímica

Algumas das lesões características da toxicidade miocárdica por DOX

são a perda ou fragmentação de miofibrilas, edema muscular, hipertrofia muscular

compensatória (YU et al., 2005), fibrose, vacuolização citoplasmática, necrose e

alteração no tamanho nuclear (PONTES et al., 2010). Mesmo que o peso

cardíaco não altere, nos miócitos ocorrem alterações histológicas como

vacuolização citoplasmática, desorganização das miofibrilas e necrose

(NASCIMENTO & MARTINS, 2005).

A progressão das lesões miocárdicas correlaciona-se às doses de ANT

acumuladas. Nos estágios iniciais as alterações detectadas na histopatologia são

22

focais e, com a progressão da cardiotoxicidade, há evolução para fibrose

miocárdica difusa (OLIVEIRA, 2006). Com doses terapêuticas, alterações

histopatológicas podem não ser identificadas. DUDNAKOVÁ et al. (2003)

aplicaram 2,2mg/kg de DOX em ratos e fizeram eutanásia duas horas após a

aplicação. Os autores observaram somente edema perivascular no músculo

cardíaco, o que pode estar relacionado ao tempo de análise pós-lesão.

SIMEONI (2006) avaliaram a cardiotoxicidade da DOX visando

determinar o melhor momento para o transplante de células tronco

mononucleares. Para isso, avaliaram quatro tempos de eutanásia. À análise

histopatológica não foram observadas alterações logo após a aplicação do

fármaco. Porém, duas a quatro semanas após notaram vacuolização dos

cardiomiócitos, hipertrofia do miocárdiio, fibrose intersticial e núcleos picnóticos. A

autora sugeriu que o melhor momento para a avaliação funcional do coração é

duas semanas após a aplicação da DOX.

PONTES et al. (2010) avaliaram lesões microscópicas de ratos seis

meses após a aplicação de 5mg/kg de DOX, e notaram fibrose miocárdica em

75% dos animais, vacuolização no citoplasma dos cardiomiócitos em 100%,

necrose miocárdica em 75% e variação no tamanho nuclear em 87%.

WALKER et al. (2011) realizaram exame histopatológico para avaliar o

efeito cardioprotetor do probucol contra a cardiotoxicidade das ANT e

Trastuzumab (TRZ). Dez dias após os tratamentos os ratos foram submetidos a

eutanásia, os corações processados pelas técnicas rotineiras de inclusão em

parafina e as lâminas coradas com tricômico de Masson, com o objetivo de

quantificar a fibrose miocárdica. Cinco dias após o início do experimento,

degeneração e vacuolização das miofibrilas foram identificadas nos grupos que

receberam DOX e DOX + TRZ. Os grupos que receberam o antioxidante probucol

profilaticamente apresentaram mínima degeneração e vacuolização miofibrilar, o

que contribuiu para comprovar a atenuação da cardiotoxicidade da DOX com o

uso deste antioxidante.

As lesões cardíacas ultramicroscópicas induzidas pela DOX se

caracterizam por dilatação do retículo sarcoplasmático, picnose nuclear,

degeneração focal dos miócitos e edema mitocondrial (NASCIMENTO &

MARTINS, 2005).

23

A dilatação cardíaca que ocorre após terapias prolongadas com DOX

implica em alterações da matriz extracelular. Os RL são responsáveis pela

degradação dos cardiomiócitos e do colágeno. DUDNAKOVÁ et al. (2003)

utilizaram como métodos diagnósticos a histopatologia associada à microscopia

eletrônica e à imunoistoquímica e observaram o desenvolvimento de fibrose

difusa, apoptose, perda focal de elementos contráteis, alterações no citoesqueleto

e drástica alteração na permeabilidade nuclear no coração de ratos

experimentalmente tratados com DOX. A falência do sistema de microtúbulos e a

alteração da arquitetura do citoesqueleto podem estar relacionadas à

vacuolização sarcoplasmática vistas nos cardiomiócitos de ratos (DUDNAKOVA

et al., 2003).

Ainda DUDNAKOVÁ et al. (2003) identificaram por imunoistoquímica os

colágenos tipo I, III e IV e avaliaram proteínas expressas nos cardiomiócitos,

como a desmina, proteína associada à quinase (KRP), miosina de cadeia leve

quinase (MLCK), tubulina, vinculina e fibronectina. Observaram que mesmo após

uma única aplicação de DOX, em doses terapêuticas (0,44 a 2,2 mg/kg), houve

aumento na expressão de proteínas do citoesqueleto e da matriz extracelular

(MEC), que podem não ser identificadas em exames morfológicos, sugerindo seu

envolvimento na reparação cardíaca.

Anticorpos contra as metaloproteinases de matriz MMP-2 e MMP-9

assim como seus inibidores (TIMP) tem sido utilizados para avaliar o

remodelamento do miocárdio na cardiotoxicidade induzida pela DOX, tanto em

fase aguda (KIZAKI et al., 2006) quanto em fase crônica (ADAMCOVÁ et al.,

2010). As MMP podem degradar componentes MEC como as fibras colágenas

tipo I, II e III, gelatina, fibronectina, laminina e vitronectina. A MEC é responsável

pela organização e pela integridade estrutural do miocárdio. Na cardiotoxicidade

induzida pela DOX pode haver um desequilíbrio entre as proteases e

antiproteases, resultando em alterações quantitativas e/ou qualitativas na

composição da matriz, o que pode resultar em ruptura do colágeno, com

consequente dilatação do miocárdio (SHAKER & SOUROUR, 2010).

Na CMD induzida pela DOX, a apoptose, relacionada aos mecanismos

de lesão induzidos pelas ANT, está associada com o aumento das proteínas pró-

apoptóticas Bax, caspase 3 e P53 e com a redução das proteínas antiapoptóticas

24

da família Bcl-x. A proporção de Bax/Bcl-x tem sido investigada na patogênese da

cardiotoxicidade induzida pela DOX (WALKER et al., 2011). Neste sentido,

WALKER et al. (2011) avaliaram a expressão das proteínas Bax e Bcl-x em

grupos tratados com DOX, Trastuzumab (TRZ) e DOX + TRZ. Cada grupo

recebeu tratamento com soro fisiológico (placebo) e com o antioxidante probucol

(PROB). Os autores concluíram que o PROB possui efeito cardioprotetor

evidenciado pela redução dos índices de apoptose.

2.5 Aferição das atividades das enzimas catalase (CAT), superóxido dismutase

(SOD) e glutationa peroxidade (GPx) teciduais

Estas enzimas antioxidantes (CAT, SOD e GPx) neutralizam os RL

antes que os mesmos participem de reações em cadeia. São denominadas

antioxidantes endógenos e compreendem os mecanismos de defesa celulares

(LIMA, 2008).

Para aferir a atividade tecidual destas enzimas, fragmentos de coração

devem ser homogeneizados. O homogeneizado deve ser centrifugado e o

sobrenadante é utilizado para a aferição das atividades enzimáticas (LIMA, 2008).

A metodologia de mensuração da atividade da enzima CAT basea-se

na medida da velocidade de consumo de peróxido de hidrogênio (H2O2) na

amostra. As leituras de absorbâncias são realizadas em comprimento de onda de

240 nm, em espectrofotômetro, sendo este o comprimento de onda onde há maior

absorção pelo peróxido de hidrogênio (AEBI, 1984).

O método para a determinação da atividade da SOD emprega xantina

oxidase para produzir superóxidos, os quais reagem com 2-(4-iodofenil)-3-(4-

nitrofenol)-5-cloreto de feniltetrazol (INT) para formar a formazana, um composto

de coloração vermelha. A atividade da SOD é aferida por meio do grau de inibição

dessa reação. A absorbância inicial em 505 nm pode ser verificada em

espectrofotômetro (AEBI, 1984).

A GPx catalisa a reação de muitos peróxidos, principalmente peróxido

de hidrogênio e hidroperóxidos orgânicos a água e álcool. A GPx utiliza grupos

sulfidrilas da glutationa reduzida para formar glutationa oxidada (GSSG). A

25

atividade da GPx é verificada medindo o consumo de NADPH (nicotinamida

adenina dinucleotídeo fosfato). As leituras são feitas a 343 nm em

espectrofotômetro por 4 minutos, a cada 20 segundos, em temperatura constante

de 37ºC (HALLIWEL & GUTERIDGE, 2002).

Para avaliar o efeito cardioprotetor do Lipistat®, uma formulação herbal

indiana composta por Terminalia arjuna, Inula racemosa e Comniphora mukul, na

cardiotoxicidade induzida pela DOX, KOTI et al. (2008) avaliaram os níveis

teciduais de glutationa peroxidase, SOD e CAT. Com o uso deste produto foi

constatado aumento nos níveis teciduais dos referidos antioxidantes endógenos,

caracterizando seu efeito protetor.

A produção de RL é bem estabelecida na cardiotoxicidade induzida

pela DOX. Com o objetivo de avaliar o efeito protetor da hesperidina, um

flavonoide encontrado em frutas cítricas, em ratos, ABDEL-RAHEEM & ABDEL-

GHANY (2009) avaliaram marcadores bioquímicos plasmáticos e, no final do

experimento, removeram o coração dos animais para análise histopatológica e

determinação de valores teciduais de glutationa peroxidase e SOD. Com a

aplicação de DOX, os níveis destas enzimas caíram significativamente, o que

reafirma que sua cardiotoxicidade é mediada pela produção de RL. Por outro

lado, com o pré-tratamento com hesperidina, os níveis de glutationa subiram 64%

e os de SOD 75%. De acordo com os autores, este antioxidante reverteu muitos

efeitos negativos induzidos pela DOX, que foram comprovados pela histopatologia

e por exames bioquímicos.

26

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os avanços na medicina e na medicina veterinária têm proporcionado

protocolos terapêuticos mais eficazes, o que aumentou a sobrevida de portadores

de neoplasias. Muitos pacientes que foram submetidos a protocolos

quimioterápicos com drogas cardiotóxicas podem desenvolver CMD. Além disso,

pacientes em quimioterapia com DOX podem apresentar quadros agudos de

arritmias, podendo inclusive morrer. Neste sentido, a busca por métodos

diagnósticos rápidos e precisos passou a ser alvo de pesquisas.

A radiografia é um exame simples e geralmente o primeiro a ser

solicitado pelos veterinários. Porém, este método diagnóstico não vem sendo

utilizado em trabalhos científicos e possui grande limitação diagnóstica por avaliar

apenas a cardiomegalia. Por outro lado, a eletrocardiografia é extremamente útil

nos quadros agudos, em que as arritmias são comuns, e a ecocardiografia é o

método mais utilizado por ser pouco invasivo e de amplo valor diagnóstico.

A biopsia miocárdica é um método diagnóstico efetivo, porém invasivo,

o que limita a sua aplicação. Muitas vezes, exames bioquímicos associados à

eletrocardiografia e à ecocardiografia são preferidos em diversas situações.

Existem vários estudos no Brasil e em outros países, especialmente

destinados a humanos, avaliando métodos de detecção precoce da

cardiotoxicidade induzida pela DOX, assim como pesquisas que testam diferentes

antioxidantes na prevenção dos seus efeitos deletérios. O uso combinado de

vários métodos diagnósticos é necessário para quantificar a extensão das lesões,

bem como para avaliar o real efeito protetor dos antioxidantes.

Pelo fato das ANT serem utilizadas no tratamento de leucemia e esta

ser de grande incidência em crianças, vários trabalhos relacionados à pediatria

foram localizados. Nos Estados Unidos, um a cada 900 adultos jovens com idade

entre 15 a 45 anos são sobreviventes de câncer infantil e foram submetidos a

protocolos quimioterápicos. Este fato justifica ainda mais a necessidade de se

diagnosticar precocemente os danos miocárdicos, para que medidas terapêuticas

possam ser adotadas.

27

Na medicina veterinária, o uso de quimioterápicos é mais recente se

comparado à medicina. Portanto, o número de animais que foram submetidos à

aplicação de doxorrubicina deve aumentar significativamente nos próximos anos.

28

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