principais canais do mundo

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Canal da Mancha Inicialmente fator de isolamento das ilhas britnicas com relao ao continente europeu, o canal da Mancha tornou-se ns sculos uma das principais vias de comunicao entre a Frana e a Gr-Bretanha,

especialmente aps a inaugurao do Eurotnel em 1994. Canal da Mancha um mar estreito que separa a Frana da GrBretanha, no oceano Atlntico. Com superfcie de 75.000 km quadrados, abresepara o oceano a oeste, onde sua largura chega a 180 km, e comunica-se com o mar do Norte, a leste, pelo estreito de Calais (Pasde - Calais) ou estreito de Dover. A profundidade varia de 120 m na poro ocidental at 45 m na oriental. Resultante de um complexo processo de dobramento ocorrido durante o perodo tercirio h quarenta milhes de anos, o canal apresenta fundo arenoso, mais plano a oeste do que a leste.

Imagem disponvel em http://2.bp.blogspot.com/_6d6d9lFv7RU/TP6VgoO7VgI/AAAAAAAAEUw/clnH4e7R0zA/s1600/c anal%2Bda%2Bmancha.png

A tradicional indstria pesqueira declinou ao longo do sculo XX como conseqncia do progresso da pesca em guas profundas, da exausto dos recursos e da poluio. O bom clima da regio, associado beleza das praias, estimulou o turismo nos dois lados do canal, inicialmente nos elegantes

balnerios do final do sculo XVIII. Os portos mais importantes do canal da Mancha so os de Portsmounth, Phymouth e Southampton, no Reino Unido, e Havre, Boulogne-sumer e Calais, na Frana. At a dcada de 1980, o intenso trfego de carga e de passageiros entre a Frana e a Gr-Bretanha contava apenas com linhas areas e barcas que cruzam o canal. A idia de construir um tnel entre os dois pases data de 1802, mas problemas polticos e econmicos obstruram a realizao do projeto ao longo dos sculos XIX e XX. Finalmente, em 1987, iniciou-se a construo do tnel, concludo sete anos depois. O Eurotnel, como passou a ser chamado, liga Calais, na Frana, a Folkstone, no Reino Unido.

Legenda: Foto de satlite do Canal da Mancha, dividindo a Gr-Bretanha do resto da Europa. (Foto: NASA). Fontes: Imagens: site http://www.infoescola.com/hidrografia/canal-da-mancha/ Texto: Nova Enciclopdia Barsa. So Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicaes, 2000. Volume 13,pg 244

Canal de Suez (Parte I) A idia de ligar o Mar Vermelho ao Mediterrneo j vem dos tempos do antigo Egito. A soluo encontrada na poca foi a ligao do Mar Vermelho ao rio Nilo. Aps a invaso do Egito pelos Persas no sc. VI a.C, o rei Drio, completou a obra inacabada. O sistema estava dividido em duas partes. Um canal que ligava o golfo de Suez aos lagos Amargo e outro que ligava os lagos ao Nilo. Depois da era ptolomaica o canal assoreou com as areias do deserto e tanto os romanos, no tempo de Trajano, como mais tarde os rabes, atravs do califa Omar, reconstroem o canal sendo uma via vital de comunicaes. Com o tempo, o deserto e as suas areias, voltaram a impor a sua lei e a descoberta no sc.XV pelos portugueses da rota da ndia, atravs do cabo da Boa Esperana, levando novamente o canal ao completo esquecimento. Em 1541, D.Joo de Castro, no seu roteiro do Mar Roxo fala-nos deste canal. Os venezianos ao verem em perigo o seu comrcio, por causa da nova rota das especiarias, tentam a reabertura do canal atravs de negociaes com o Egito. Devido ocupao turca entre 1517 e 1805 esta possibilidade foi posta de lado. Em 1671, matemtico Leibniz chega a propor a Luis XIV a abertura do istmo, idia j avanada outrora por Alexandre. No incio do sc.XVI, ao tomar conhecimento deste projeto, Afonso de Albuquerque, que tentava ento ter o domnio do mar Vermelho, encara a hiptese de recrutar empreiteiros de aterros da Madeira, especialistas em escavar terra. Durante a campanha do Egito, Napoleo interessa-se pelo assunto e encarrega Charles Lepre de elaborar um estudo. Em 1832, um feliz acaso pe nas mos de Ferdinand Lesseps, ento vice-cnsul de Frana no Egito, este estudo, que prope seguir o antigo traado faranico. A idia de unir diretamente o Mar Vermelho ao Mediterrneo , no entanto, a opo de Lesseps (Fig. 1). S mais tarde, em 1854, quando Mohammed Sad (Fig. 2) sobe ao poder por morte do vice-rei Abbas Pach, que Lesseps, graas amizade que o une ao novo monarca, consegue fazer vingar o seu sonho. ento constituda a Compagnie Universelle du Canal Maritime du Suez de que Lesseps naturalmente o administrador.

Figura 1: Ferdinand de Lesseps

Figura 2: Mohammed Sad

Figura 3: Ismail Pacha

Em 1859 comeam as obras. As dificuldades foram imensas e o sucessor de Mohammed Sad, Ismail Pach (Fig. 3), ops-se ao sistema de recrutamento dos operrios egpcios, que j na poca foi descrito como de autntica escravatura. Estimou-se a morte de mais de 120.000 operrios durante a construo do canal! A 15 de Agosto de 1869 as guas do Mar Vermelho entraram nos lagos Amargos que j recebiam as guas do Mediterrneo atravs do lago Timsah. A inaugurao, que se realizou no dia 17 de Novembro de 1869 no meio de grandes e exuberantes festejos, foi presenciada por Ea de Queiroz que publicou no Dirio de Notcias o relato do acontecimento com o ttulo De Port-Said a Suez ou Carta sobre a inaugurao do Canal de Suez inserida nas Notas Contemporneas. O Cairo sofreu profundas alteraes como uma ligao rodoviaria com Ismailia e a construo propositada de um teatro para que, durante a inaugurao, pudesse ser representada a pera Aida encomendada propositadamente a Verdi, que no chegou a acab-la a tempo.

Figura 4: Inaugurao do Canal de Suez

Foram convidados representantes da Frana, Inglaterra, Rssia e outras casas reais. Portugal no esteve oficialmente representado j que a corveta Estephnia desarvorou quando ia a caminho tendo regressado a Lisboa. O iate Aigle, com a imperatriz Eugnia e Lesseps a bordo, iniciou o cortejo que partiu de Port-Said. A intervalos de quarto de hora seguiram o Greif com o imperador Francisco Jos, a fragata Herta do prncipe herdeiro da Prssia, o iate holands com prncipe e a princesa dos Pases-Baixos, o navio russo com o gro-duque Miguel e o general Ignatiev em representao do Czar, o Phych com o embaixador da Gr-Bretanha em Constantinopla e cerca de mais 50 outros navios entre os quais o Fayoum que transportava o conde de Resende e Ea de Queiroz. As festas, que custaram ao kediva 37 milhes de francos, realizaram-se no dia seguinte em Ismailia. Partiram de novo no dia 19 e a 20 chegaram a Suez. Dez dias aps a inaugurao a barca Viajante acabou por ser o primeiro barco portugus a atravessar o canal. Em 1875 o kediva estava em grandes dificuldades financeiras. A Gr-Bretanha, atravs do ento primeiro ministro Disraeli, que assumiu toda responsabilidade do ato, comprou a totalidade das aes do kediva no valor de quatro milhes de libras, ficando assim com o controlo do canal, vital para a ligao com a ndia inglesa. O fato de alguns pases ocidentais, como a Frana, Inglaterra e os Estados Unidos, terem recusado um emprstimo para a construo da barragem de Assuo, fez com que o presidente egpcio Nasser, retaliasse com a nacionalizao do canal em 1956. Os lucros obtidos atravs da companhia do canal de Suez ajudariam assim o

projeto da barragem. Em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias, Israel ocupou a pennsula do Sinai, obrigando os egpcios a afundar 40 navios no canal de modo a encerr-lo. Durante este perodo constroem-se os maiores petroleiros que voltaram a cruzar a velha rota do cabo. S em 1975 Sadat obtm a paz com Israel reabrindo o canal ao trfego. Fonte: www.ancruzeiros.pt Canal de Suez

SAIBA MAIS ****************************************************************************************************No quadro dos acontecimentos do Egito, talvez seja interessante recordar um pouco a Histria do Canal de Suez, idealizado pela Frana, com operrios egpcios, fator que era contra a vontade bem como a resistncia tenaz por parte da Inglaterra, que nunca tinha desejado a construo desse caminho martimo, a Inglaterra tentou bloquear o inicio da construo. Porm, por ironia do destino, mais tarde, a Inglaterra instalou-se no Canal de Suez chegando a estar diretamente envolvida na Administrao da Companhia do Canal de Suez. A Inglaterra beneficiava-se dessa importante e grandiosa obra realizada por outros e que inicialmente no era desejada pela sua Majestade. Os primeiros dados histricos sobre a tentativa de ligar o Mediterrneo ao Mar Vermelho, na verdade, perde-se na lenda e na antigidade. Estrabo e Plnio atribuem ao fara Sesostri a prioridade dessa idia. Inscries rupestres em Karna atestam que um Canal, permitia navegar pelo Mar Vermelho, at os Lagos Salgados, desde 1330 a.C. Diz um historiador, conforme artigo publicado no Jornal Francs Le Monde, que os engenheiros franceses serviram-se desse antigo traado, para executar a obra em 1859. A idia teve seu desenvolvimento, quer entre os egpcios, quer entre outros povos que o dominaram.

**************************************************************************************************** Atribui-se na histria que Trajano chegou a abrir um ramal do primeiro Canal, mas foi apenas em 1854, da era atual, que Ferdinand Lesseps diplomata e engenheiro francs conseguiu recursos financeiros e apoio da famlia do Rei Egpcio Mehmet Ali para organizar a Companhia do Canal de Suez, iniciando, e logo aps completando, a obra de abertura do Canal de Suez, apesar de tremenda oposio e tentativa de interferncia da Inglaterra.

Em papis de ttulos representativos, no mercado de Aes de Valores, assim ficaram divididas as respectivas cotas, entre a Frana e o Egito: Frana = 207.000 aes e; Egito = 177.000 aes. No dia 26 de novembro do ano de 1889 aconteceu, solenemente, a inaugurao e abertura do Canal de Suez, para circulao dos navios, depois das lutas dramticas de Ferdinand Lesseps, que no poderia ter realizado a sua grandiosa empreitada, sem o apoio pessoal de Napoleo III. Durante os trabalhos da construo do Canal de Suez, ocorreu uma epidemia de clera, ocasio em que morreram grande nmero de operrios, ento Lesseps teve que enfrentar uma sria crise que afinal acabou sendo contornada. Quando Nasser anunciava a nacionalizao da Companhia do Canal de Suez, em ato pblico na cidade de Alexandria, no discurso, o mandatrio egpcio indicava que havia um registro no Cairo, dizendo que, uma cifra de aproximados 120.000 operrios acabaram morrendo na crise da epidemia de clera, sendo impossvel controlar e saber a exatido desses dados, muito embora aparente ser exagerada essa cifra estatstica egpcia. Perante a vitria da Frana, o Estado da Inglaterra, em pleno perodo imperialista e estendendo-se por toda frica (na luta habilidosa, porm intil, no Norte contra a Espanha e Frana, para evitar no seu exclusivo interesse, o controle de Marrocos e Tunsia, assaltos a territrios portugueses, culminando no Ultimatum de 1890, na Guerra dos Boers, etc), resolveu interessar-se pelo assunto. Porm um fato inusitado e sui gneris havia acontecido em 1.875, quando o Kediva - Ismail do Egito, aceitou vender, tendo em vista uma sria crise financeira de origem obscura, as Aes Financeiras da Companhia do Canal de Suez, que o pobre Egito tinha em seu poder, e ento o Ingls Disraeli, num golpe astuto e rpido, e avisado comprou todas essas Aes Egpcias. Esse acontecimento gerou um dos fatos mais curiosos e contundente dessa operao e transao financeira, que foi assinalada e divulgada por Leie Halevy (imperialismo and the rise of Labour).

O que muito chamou ateno, que um artigo nesse novo contrato, estabelecia que por durante 19 anos, o Egito pagaria um juro de 5 % sobre o valor dessas aes vendidas Inglaterra. Um absurdo! E o que se pode chamar de uma norma estranha (estranhssima), a qual, nem Cristo, nem Maom entenderiam muito bem. Mas enfim, a operao foi realizada, concretizada por Disraeli e pela Inglaterra, numa poca passada, mas no de todo excepcional na sua histria. Outro acontecimento em 1876, quando a Inglaterra e a Frana estabeleceram, de fato, um Condomnio sobre o Egito (cujo teor est contido no Livro de Jaques Pirene, intitulado Les Grands Ecourants de Lhistire Universelle Pg. 476 Volume V). O Khediva egpcio querendo libertar-se da tutela de Londres e de Paris, na conformidade com o Acordo de Constantinopla, obrigaram-no a abdicar do seu trono, a favor de seu filho Tewfick. Daqui resultou um levante nacional contra a ocupao estrangeira, dirigida por Arabi, discpulo de Afghnani. Tewfick levado pelos acontecimentos, fez um apelo populao conclamandoa a Guerra Santa. Os acordos firmados na Conferncia de Constantinopla (1.882) vieram a provocar novos levantamentos populares, mostrando-nos que a luta pela libertao do Egito no idia de Nasser. Sendo mesmo lamentvel que assumam na pessoa do mandatrio egpcio, uma tradio pobre e agora de aspectos antipticos pela pessoa e mtodos do ditador e demagogo lder egpcio Nasser. A Frana praticamente retirou-se dessa ocupao, e a Inglaterra no conformada, desembarcou tropas militares em Alexandria, as quais acabaram por destruir grande parte da cidade. Paralelamente no Sudo acontecia um movimento insurrecional do antigo escravo Mohamed Bem Ahsmed, contra os ingleses, que tentavam apoderar-se do Alto Nilo. Em 1883, um exrcito da Inglaterra foi derrotado e depois de vrios revezes Disraeli tentou novos entendimentos com a Frana. Havendo por parte da Inglaterra, a idia de abandono parcial do Egito, mas vencido o movimento do Sudo e podendo exercer o domnio sozinho, resolveu ficar em condies juridicamente pouco claras opinio pblica mundial.

Uma nova Conferncia em 1.888 fixaria as normas de como seria a Administrao do Canal de Suez. O Canal de Suez ficaria sob a soberania terica do Egito, que nunca teve a oportunidade de exerc-la, j que seu territrio estava ocupado pela Inglaterra. E para transformar-se em... digamos assim, uma situao de fato, uma situao de direito, no dia 12 de dezembro de 1.914, a Gr-Bretanha colocava o Egito em Regime de Protetorado. Depois de muitas lutas, mais recentes e conhecidas, um Tratado de Londres no dia 26 de agosto de 1936, consagrava a independncia do Egito. E h poucos dias Nasser, por sua conduta e risco, nacionalizou a Companhia do Canal de Suez, cujo Contrato iria expirar no ano de 1968. Deixando de lado a discusso sobre o direito de nacionalizar a Companhia do Canal de Suez, o que evidente o carter de necessria internacionalizao do Canal, conforme inscrito na Conferncia de 1.888 e aceito no artigo 8, do Acordo de Suez, assinado em outubro de 1.954 pelo governo egpcio. Os EUA exerceram uma ao moderadora e noutra, desligando-se dos dois problemas, e, aceitara a internacionalizao, garantindo a nacionalizao do Canal com todas as vantagens para o Egito, o nico ponto de vista inteligente para Nasser, j que o direito absoluto sobre o Canal de Suez, no que concerne s retricidades da navegao, inaceitvel. A Conferncia que vai reunir-se sobre o Canal de Suez (bem como a prpria ONU), estamos certos, encontrar a frmula capaz de levar esta grave crise a uma soluo pacfica. Garantir a liberdade dos mares uma coisa, pretender impor Companhia de Suez pelos canhes, outra muito diferente. A obra de Ferdinad Lesseps imortal, e dever servir ao mundo inteiro, que no imortalizou o golpe de Disraeli, levando em 1.875 o Khediva Ismail do Egito, a vender-lhe aes e permitindo o domnio imperialista da Inglaterra de construir, intentou e mesmo assim no deixar construir. Trecho da pesquisa dos arquivos do museu da cidade. O Artigo est publicado na terceira pgina do editorial do jornal Dirio dos Campos de Ponta Grossa - Pr. do dia 7 de agosto 1956. - Theodoro Silva Junior www.portalsaofrancisco.com.br/.../canal-de-suez.php

Canal de Suez (Parte II) Importante via de comunicao artificial entre os mares Mediterrneo e Vermelho, o canal de Suez uniu a Europa agroindustrial aos grandes mercados de matria-prima da sia. O canal de Suez, entre os continentes africano e asitico, liga a parte oriental do mar Mediterrneo ao golfo de Suez, no mar Vermelho, atravs de territrio egpcio. Estende-se por cerca de 160 km entre a cidade de Port-Said, no Mediterrneo, e a de Suez, antigo centro urbano separado do canal por um banco de areia, onde se encontram os portos de Ibrahim e Taufik. Em seu percurso, corta os grandes lagos de Manzala (Buhayrat AL-Manzila), Timsa (Buhayrat at-Timsa) e os lagos Amargos (AlBuhayra al-Murra). Terminado em 1869, o canal de Suez foi construdo pelos franceses e passou a ser a rota martima mais curta entre a Europa e os oceanos ndico e Pacfico. A oeste do canal encontra-se as plancies do delta do rio Nilo, e a leste a rida e acidentada pennsula do Sinai. Um canal de irrigao alimentado pela guas do Nilo favorece muitas culturas.

Figura 5: Localizao do Canal de Suez, imagem de satlite

Histria. No sculo VII a.C., o fara Neco II, do Egito, iniciou a construo de um canal para ligar o rio Nilo ao mar Vermelho. Coube a Ptolomeu II concluir a obra, mas o canal acabou por desaparecer completamente, obstrudo pelas areias do deserto. Depois que Vasco da Gama conseguiu chegar ndia, em 1498, pelo cabo da Boa Esperana, a rota do canal foi abandonada. A Frana, que tinha interesse em criar ali uma passagem permanente, retomou o projeto de canal no sculo XIX e encomendou-o a Ferdinand de Lesseps, ex-cnsul no Egito, amigo de Mohamed Ali e especialmente de seu filho, o prncipe herdeiro Mohamed Said. Desse modo, Lesseps no teve dificuldade em obter concesso do governo egpcio para formar, em 1854, a Companhia Universal do Canal Martimo de Suez, cujo objetivo era construir o canal e explor-lo por 99 anos. Dos lucros obtidos com a explorao, 75% seriam para a companhia, 15% para o Egito e 10% para os fundadores. As 400.000 aes de 400 francos foram oferecidas a vrios pases, embora coubesse Frana e ao Egito o direito de compra da maior parte. Originalmente, o canal tinha menos de oito metros de profundidade e de 22 a 58m de largura. Em 1859 comeou a construo que, retardada pela freqentes tempestades de areia e pelas dificuldades de manter 25.000 trabalhadores instalados no deserto, prosseguiu em ritmo lento e s terminou em 1866. Em 17 de novembro de 1869 inaugurou-se o canal. Seis anos mais tarde, o Reino Unido comprou os ttulos do Egito e tornou-se o maior acionista da obra. Em 1888, na Conveno de Constantinopla, da qual participaram Frana, Reino Unido, Alemanha, ustria, Hungria, Itlia, Rssia, Espanha, Turquia e Pases Baixos, firmou-se um tratado internacional que instituiu a abertura do canal a qualquer tipo de navio de qualquer nao, em tempo de paz ou guerra. A neutralidade, porm, no foi respeitada durante as duas guerras mundiais. Quando, em 1956, o presidente Nasser, do Egito, nacionalizou Suez, despertou reao no Reino Unido e na Frana, que conjuntamente ocuparam Port-Said e o norte do canal. Em 1963, aps sucessivos melhoramentos, o canal de Suez apresentava largura mnima de 55 m e profundidade de 12 m na mar baixa. Durante a guerra entre Egito e Israel, em 1967, o canal foi fechado navegao internacional, e s reaberto em 1975. Novas obras realizadas entre 1975 e 1980 alargaram o canal que, nos ltimos anos do sculo XX, suportava um trfego dirio de 55 navios de at 22m de calado. Mais de

metade dos navios que por ali transitam transportam petrleo do Iraque, Arbia Saudita e Ir.

Figura 6: Navio Atravessando o Canal de Suez

Referncias: Nova Enciclopdia Barsa. So Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicaes, 2000. Volume 13,pg. 414

Canal do Panam

Localizado no istmo do Panam, na Amrica Central, o Canal do Panam foi construdo entre 1908 e 1914 para ligar os oceanos Atlntico e Pacfico. O local foi escolhido por ser o istmo a parte mais estreita do continente americano. A primeira proposta de se construir o canal de 1534, sob o reinado do imperador espanhol Carlos 5. Em 1879, o francs Ferdinand de Lesseps - que abriu o Canal de Suez (no Egito, ligando o mar Mediterrneo ao mar Vermelho) - inicia os trabalhos aps acordo com o governo colombiano (o Panam pertencia Colmbia). O despreparo dos europeus frente a doenas tropicais, como malria e febre amarela, e as dificuldades de execuo de obras de engenharia em reas pantanosas levaram o projeto falncia dez anos depois.

Fig. 1: Navio em uma das comportas do canal

EUA induz Panam independncia

Interessados em uma ligao martima mais rpida entre a costa leste e costa oeste, so os Estados Unidos que insistem no projeto e a Colmbia quer a reavaliao do contrato. Em 1903, como no chegam a um acordo, os EUA induzem o Panam - na poca, uma provncia da Colmbia - independncia. Formado o novo pas, o governo americano obtm autorizao para a construo do canal em troca de sua concesso e uma faixa de terra de 8 km de largura em cada lado do canal. Depois de vrias disputas pela soberania do canal, Panam e Estados Unidos assinam em 1977 um acordo e o controle passou definitivamente aos panamenhos no ano 2000. O canal passa atualmente por reformas, que devero custar bilhes de dlares. No acordo de sua devoluo, consta uma clusula que prev que, em caso de ameaa, os EUA podem ocupar o canal. O canal tem 82 quilmetros de extenso, 152,4 metros de largura, 26 metros de profundidade e trs eclusas duplas. Sua travessia leva de 16 a 20 horas. Apesar da alta taxa de pedgio - cerca de US$ 28 mil -, em funo dos custos de manuteno, o canal tem trfego intenso. Em 1993, serviu de passagem para 12, 257 mil navios. um ponto estratgico militar e econmico, porque evita que grandes navios tenham de fazer a volta ao redor da Amrica do Sul para atingir outro oceano. Como funciona o Canal do Panam

A travessia do Canal do Panam feita por trs comportas, em que a gua funciona como um elevador. Vindo do Atlntico, por exemplo, o navio entra na comporta, com a gua no mesmo nvel do oceano. Os portes so fechados e as vlvulas de enchimento abertas. A gua entra atravs de poos do piso, elevando o navio 26 metros, at o nvel do Lago de Gatun. As vlvulas so fechadas e os portes superiores abertos. O navio sai da comporta para o lago. E segue para as outras comportas, onde acontece o processo inverso de descida at o nvel do oceano Pacfico.

Fig. 2: Na representao do canal, os nmeros correspondem s comportas

Economia centro-americana A agricultura a principal atividade econmica da Amrica Central e do Caribe, com exceo do Panam, que possui um setor de servios desenvolvido graas demanda gerada pelo canal. Entre os principais produtos exportados esto caf, banana, algodo, acar, fumo e carne. Alguns pases se destacam em outras reas, como Trinidad e Tobago com o petrleo e a Jamaica com a bauxita. O desenvolvimento industrial ainda incipiente, mas os pases centro-americanos apresentam crescente diversificao, que resulta no aumento de empregos especializados. o caso de Porto Rico e Barbados, com a indstria de componentes eletrnicos. O setor bancrio cresce com o surgimento de novos parasos fiscais e o turismo tem ganhado fora.

Fonte: http://educacao.uol.com.br/geografia/canal-panama.jhtm