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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas Aplicação em telhas cerâmicas Rui João Santos Campos e Ramos Dissertação para a obtenção do Grau de Mestre em Construção e Reabilitação Orientadores: Professor Doutor Jorge Manuel Caliço Lopes de Brito Professor Doutor Pedro Manuel dos Santos Lima Gaspar Júri Presidente: Professor Doutor Pedro Manuel Gameiro Henriques Orientador: Professor Doutor Jorge Manuel Caliço Lopes de Brito Vogal: Doutora Ana Filipa Ferreira da Silva Cigarro Matos Outubro de 2016

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de

coberturas inclinadas

Aplicação em telhas cerâmicas

Rui João Santos Campos e Ramos

Dissertação para a obtenção do Grau de Mestre em

Construção e Reabilitação

Orientadores:

Professor Doutor Jorge Manuel Caliço Lopes de Brito

Professor Doutor Pedro Manuel dos Santos Lima Gaspar

Júri

Presidente: Professor Doutor Pedro Manuel Gameiro Henriques

Orientador: Professor Doutor Jorge Manuel Caliço Lopes de Brito

Vogal: Doutora Ana Filipa Ferreira da Silva Cigarro Matos

Outubro de 2016

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação i

Resumo

A presença de sinais evidentes de degradação no parque edificado em Portugal, apesar de este

ser relativamente recente, quando comparado com o de outros países europeus, está associada à

má prática de manutenção, traduzindo-se na perda de desempenho das construções, nas quais se

incluem os revestimentos exteriores cerâmicos de coberturas inclinadas. A qualidade e a

durabilidade das construções são essenciais para a qualidade de vida, constituindo parâmetros

fundamentais para a estabilidade social e económica das nações. Neste sentido, tem crescido o

interesse pela determinação da durabilidade e da vida útil dos materiais e dos componentes de

estruturas e de edifícios.

O objetivo da dissertação consiste no desenvolvimento de uma metodologia de estimativa da vida

útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas, aplicada a telhas cerâmicas, validada

através de uma campanha de inspeções visuais. A metodologia desenvolvida permitiu a obtenção

de resultados que demostraram ser adequados, verificando-se que a degradação dos revestimentos

depende de fatores que influenciam a sua vida útil.

Esta investigação envolveu uma amostra constituída por 149 revestimentos exteriores de

coberturas inclinadas, distribuídos por 86 edifícios, com uma área total de 44.748,0 m2, visando a

obtenção de informação relevante no apoio à decisão para gestão do património edificado.

Palavras-chave: vida útil, durabilidade, degradação, revestimentos, coberturas inclinadas, telhas

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

ii Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

Abstract

The progressive degradation of the building stock in Portugal, even though relatively recent when

compared with that of other European countries, is associated with poor maintenance practice,

translating into a loss of performance of buildings, and of its pitched roofs of ceramic tiles. The

quality and durability of constructions are essential to the quality of life, which are basic parameters

for the social and economic stability of the nations. In this sense, there has been growing interest in

the determination of the durability and service life of materials and components of structures and

buildings.

The purpose of this work is to develop a methodology to predict the service life of exterior

claddings of pitched roofs, applied to ceramic tiles, validated through a visual inspection campaign.

The methodology allows obtaining results that demonstrated to be adequate, verifying that the

degradation of claddings depends on factors that influence their service life.

This research involved a sample of 149 coatings of pitched roofs, distributed over 86 buildings with

a total area of 44,748.0 m2, which afforded relevant information to support the decision of property

management.

Keywords: service life, durability, deterioration, coatings, pitched roofs, roof tiles

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação iii

Agradecimentos

Ao terminar um período relativamente longo, durante o qual esta investigação foi desenvolvida,

chega a altura de recordar todos os intervenientes que permitiram concretizar o objetivo deste

trabalho, pessoas que têm permitido o desenvolvimento de conhecimento, que se espera de

interesse e utilidade para o mundo.

Agradeço ao Professor Jorge de Brito, pela incansável persistência e motivação para que este

trabalho pudesse ser desenvolvido; agradeço por ser um exemplo dotado das mais extraordinárias

capacidades de trabalho, demonstrado no seu espírito de sacrifício e abnegação, entregando ao

seu trabalho todo o esforço e inteligência em prol do desenvolvimento do conhecimento científico.

Ao Tenente-general Joaquim Manuel Nunes Borrego, enquanto meu comandante, agradeço pelo

seu apoio e contributo que permitiu a o desenvolvimento da dissertação.

Ao Coronel José Manuel Santiago, enquanto meu chefe, agradeço a confiança depositada na

minha pessoa, pelo seu exemplo e extraordinária capacidade de trabalho, que contribuíram para a

motivação e empenho neste trabalho.

À Professora Ana Silva, agradeço pelo seu apoio e motivação, pela disponibilidade demostrada e

pela contribuição para a qualidade deste trabalho.

Ao Tenente-Coronel Borges Ferreira, ao Capitão José Romão, ao Tenente Robalo, ao Tenente

Ricardo Simões, e todos os seus colaboradores, que permitiram e facilitaram o acesso às

coberturas.

Aos meus camaradas, Tenente-Coronel José Pereira, Major Cristina Fachada, Major Rute

Ramalho, Capitão Ana Gomes e Tenente Andreia Costa, pelo incansável apoio e motivação para a

conclusão deste trabalho.

À minha mãe, ao meu pai, às minhas irmãs, Carla e Clara, por acreditarem nas minhas

capacidades, e pela motivação durante toda a realização da dissertação.

Aos meus sogros, pelo apoio familiar, pela motivação e pelo contributo que permitiu concluir este

trabalho.

À minha esposa, Ana de Carmo, agradeço pela fé, pelo exemplo demostrado na sua capacidade

de trabalho, pelo sacrifício, por toda a abnegação e pelo seu permanente e incansável apoio

familiar, que permitiram a conclusão deste trabalho.

À minha filha, Glória de Carmo, agradeço pela compreensão na sua tenra idade, pelo seu amor, e

pelo tempo de brincadeira de que abdicou comigo, um dos bens mais caros da sua vida.

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

iv Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

Índice geral

Resumo ............................................................................................................................................... i

Abstract................................................................................................................................................ ii

Agradecimentos .................................................................................................................................. iii

Índice de figuras ................................................................................................................................ vii

Índice de tabelas ................................................................................................................................ ix

1. Introdução ................................................................................................................................... 1

1.1 Considerações iniciais ........................................................................................................ 1

1.2 Trabalhos realizados no âmbito da dissertação ................................................................. 2

1.3 Objetivos e metodologia da dissertação ............................................................................ 3

1.3.1 Pesquisa bibliográfica ............................................................................................ 4

1.3.2 Ficha de inspeção e diagnóstico ............................................................................ 4

1.3.3 Trabalho de campo ................................................................................................ 5

1.3.4 Elaboração dos modelos de previsão de vida útil .................................................. 5

1.3.5 Análise e discussão de resultados ......................................................................... 6

1.4 Previsão da vida útil - conceitos ......................................................................................... 6

1.4.1 Durabilidade ........................................................................................................... 6

1.4.2 Vida útil ................................................................................................................... 6

1.4.3 Fim de vida útil ....................................................................................................... 7

1.4.4 Obsolescência ........................................................................................................ 7

1.4.5 Modelos de degradação ......................................................................................... 8

1.5 Metodologias de previsão de vida útil ................................................................................ 8

1.5.1 Métodos determinísticos ........................................................................................ 8

1.5.1.1 Método fatorial......................................................................................... 8

1.5.1.2 Método gráfico......................................................................................... 9

1.5.2 Métodos probabilísticos ....................................................................................... 11

1.5.3 Métodos de engenharia ....................................................................................... 12

1.6 Estrutura da dissertação ................................................................................................... 13

2. Revestimentos exteriores de coberturas inclinadas ................................................................. 15

2.1 Considerações iniciais ...................................................................................................... 15

2.2 Classificação de revestimentos e de coberturas inclinadas ............................................. 15

2.3 Exigências funcionais ....................................................................................................... 17

2.4 Tipos de revestimentos .................................................................................................... 18

2.4.1 Revestimentos pétreos naturais ........................................................................... 18

2.4.2 Revestimentos pétreos artificiais ......................................................................... 19

2.4.2.1 Telha cerâmica ...................................................................................... 19

2.4.2.2 Telha de microbetão ............................................................................. 19

2.4.2.3 Revestimento em fibrocimento.............................................................. 20

2.4.2.4 Vidro ...................................................................................................... 20

2.4.3 Revestimentos metálicos ..................................................................................... 20

2.4.4 Revestimentos plásticos ...................................................................................... 21

2.4.5 Revestimentos mistos .......................................................................................... 21

2.4.6 Revestimentos tradicionais .................................................................................. 22

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Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação v

2.5 Patologia dos RECI ...........................................................................................................22

2.5.1 Classificação das anomalias ................................................................................ 22

2.5.2 Caracterização das anomalias ............................................................................. 24

2.5.2.1 Condensações ...................................................................................... 25

2.5.2.2 Deformações acentuadas do revestimento .......................................... 26

2.5.2.3 Desalinhamento do RECI ..................................................................... 26

2.5.2.4 Desprendimento / descolamento de elementos de revestimento ......... 27

2.5.2.5 Acumulação de detritos ........................................................................ 27

2.5.2.6 Corrosão ............................................................................................... 27

2.5.2.7 Descasque / escamação / esfoliação ................................................... 27

2.5.2.8 Desenvolvimento de vegetação parasitária / crescimento biológico .... 28

2.5.2.9 Diferenças de tonalidade / alteração de cor ......................................... 28

2.5.2.10 Desagregação / oxidação ..................................................................... 28

2.5.2.11 Fissuração / fratura ............................................................................... 29

2.5.2.12 Defeitos nas fixações ............................................................................ 29

2.5.2.13 Defeitos nos remates ............................................................................ 29

2.5.2.14 Inexistência ou deterioração dos cordões de estanqueidade .............. 29

2.5.2.15 Sobreposição insuficiente ou excessiva ............................................... 29

2.5.2.16 Defeitos no sistema de isolamento térmico .......................................... 30

2.5.2.17 Defeitos no sistema de ventilação ........................................................ 30

2.5.2.18 Inclinação insuficiente ou excessiva ..................................................... 30

2.5.2.19 Intervenções incorretas ou deficientes ................................................. 30

2.5.3 Classificação dos fatores de degradação associados às anomalias ....................... 30

2.5.3.1 Ações de origem mecânica ................................................................... 31

2.5.3.2 Ações ambientais .................................................................................. 31

2.5.3.3 Erros de projeto ..................................................................................... 31

2.5.3.4 Erros de execução ................................................................................ 31

2.5.3.5 Erros de utilização / manutenção .......................................................... 32

2.6 Conclusões ........................................................................................................................32

3. Trabalho de campo ................................................................................................................... 33

3.1 Considerações iniciais .......................................................................................................33

3.2 Objetivos do trabalho de campo ........................................................................................33

3.3 Metodologia .......................................................................................................................33

3.3.1 Ficha de inspeção e diagnóstico .......................................................................... 34

3.4 Classificação e definição dos níveis de degradação ........................................................36

3.4.1 Classificação das anomalias ................................................................................ 36

3.4.2 Níveis de degradação das anomalias .................................................................. 37

3.4.2.1 Anomalias estéticas .............................................................................. 38

3.4.2.2 Anomalias funcionais ............................................................................ 38

3.4.2.3 Anomalias estruturais............................................................................ 39

3.5 Caracterização da amostra ...............................................................................................41

3.5.1 Determinação da dimensão da amostra .............................................................. 41

3.5.2 Caraterização das construções analisadas ......................................................... 42

3.5.3 Caracterização das zonas estudadas .................................................................. 44

3.5.4 Caracterização dos revestimentos inspecionados .............................................. 47

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vi Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

3.5.5 Caracterização das anomalias detetadas ............................................................ 49

3.5.5.1 Frequência das anomalias detetadas ................................................... 50

3.5.5.2 Níveis de degradação das anomalias detetadas .................................. 53

3.6 Conclusões ....................................................................................................................... 56

4. Metodologia de estimativa de vida útil de RECI ....................................................................... 57

4.1 Considerações iniciais ...................................................................................................... 57

4.2 Parâmetros de degradação .............................................................................................. 57

4.2.1 Área degradada ponderada ................................................................................. 57

4.2.2 Extensão da degradação ..................................................................................... 59

4.2.3 Extensão ponderada da degradação ................................................................... 59

4.2.4 Severidade da degradação normalizada ............................................................. 60

4.2.4.1 Ponderação relativa entre anomalias ................................................... 61

4.2.5 Relação entre severidade normalizada e condição ............................................. 62

4.3 Curvas de degradação ..................................................................................................... 64

4.3.1 Curva de degradação geral .................................................................................. 65

4.3.2 Definição do fim da vida útil de RECI ................................................................... 66

4.3.3 Influência dos fatores de degradação .................................................................. 67

4.3.3.1 Envolvente dos RECI ............................................................................ 67

4.3.3.2 Zonamento climático ............................................................................. 68

4.3.3.3 Exposição da cobertura ........................................................................ 70

4.3.3.4 Proximidade do mar .............................................................................. 71

4.3.3.5 Forma das coberturas ........................................................................... 71

4.3.3.6 Tipo de revestimento ............................................................................. 72

4.3.3.7 Tipo de estrutura ................................................................................... 73

4.3.4 Análise da degradação global por grupo de anomalias ....................................... 74

4.4 Conclusões ....................................................................................................................... 75

5. Conclusões ............................................................................................................................... 77

5.1 Considerações finais ........................................................................................................ 77

5.2 Conclusões gerais ............................................................................................................ 77

5.3 Desenvolvimentos futuros ................................................................................................ 80

Referências bibliográficas ................................................................................................................ 81

Anexo A .................................................................................................................................... A1

Ficha de inspeção e diagnóstico - Parte 1 ............................................................................... A1

Anexo B .................................................................................................................................... A3

Caraterização das construções e das zonas analisadas ......................................................... A3

Anexo C .................................................................................................................................... A8

Caraterização dos revestimentos inspecionados ..................................................................... A8

Anexo D .................................................................................................................................. A15

Caraterização do estado de degradação dos revestimentos ................................................. A15

Anexo E .................................................................................................................................. A17

Exemplos do cálculo da severidade de degradação normalizada ......................................... A17

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Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação vii

Índice de figuras

Figura 1.1 - Degradação esquemática dos diferentes grupos de propriedades .................................... 7

Figura 1.2 - Padrões típicos de deterioração do desempenho .......................................................... 8

Figura 1.3 - Curva de Gompertz, para valores de a e b, -30 e -0,10, respetivamente .................... 10

Figura 1.4 - Curva potencial, para valores de a e b, 0,0002 e 2, respetivamente ........................... 11

Figura 1.5 - Curvas de Weibull, para valores de η de 40 e β de 3, 5, 7 e 9 .................................... 11

Figura 1.6 - Função de deterioração de Markov .............................................................................. 12

Figura 2.1 - Distribuição das principais causas de anomalias em RECI ......................................... 24

Figura 3.1 - Zonamento climático resultante da combinação vento / precipitação .......................... 35

Figura 3.2 - Distribuição da amostra relativamente ao tipo de utilização ........................................ 43

Figura 3.3 - Distribuição da amostra relativamente ao número de pisos acima do solo ................. 44

Figura 3.4 - Distribuição da amostra relativamente à idade dos edifícios ....................................... 44

Figura 3.5 - Distribuição da amostra relativamente à localização dos RECI por concelhos ........... 45

Figura 3.6 - Distribuição da amostra relativamente à envolvente dos RECI ................................... 45

Figura 3.7 - Distribuição da amostra relativamente ao zonamento climático .................................. 46

Figura 3.8 - Distribuição da amostra relativamente à exposição dos RECI .................................... 46

Figura 3.9 - Distribuição da amostra relativamente à proximidade do mar ..................................... 47

Figura 3.10 - Distribuição da amostra relativamente à idade dos RECI com intervalos de 10 anos . 48

Figura 3.11 - Distribuição da amostra relativamente à idade dos RECI com intervalos de 20 anos . 48

Figura 3.12 - Distribuição da amostra relativamente à forma das coberturas ................................. 49

Figura 3.13 - Distribuição da amostra relativamente ao tipo de revestimento ................................. 49

Figura 3.14 - Distribuição da amostra relativamente ao tipo de estrutura de suporte ..................... 50

Figura 3.15 - Frequência relativa e absoluta das anomalias detetadas .......................................... 51

Figura 3.16 - Frequência relativa e absoluta das anomalias detetadas por grupos ........................ 51

Figura 3.17 - Frequência relativa e frequência absoluta de RECI afetados por anomalias detetadas . 52

Figura 3.18 - Frequência relativa e frequência absoluta de RECI afetados por grupos de anomalias

detetadas .......................................................................................................................................... 52

Figura 3.19 - Distribuição por idade de RECI da relação percentual entre grupos de anomalias ... 53

Figura 3.20 - Distribuição das anomalias detetadas por nível de degradação ................................ 53

Figura 3.21 - Distribuição das anomalias por níveis e por grupos de degradação .......................... 54

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viii Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

Figura 3.22 - Distribuição das anomalias por grupos e por níveis de degradação .......................... 55

Figura 3.23 - Distribuição das anomalias por níveis de degradação ............................................... 55

Figura 4.1 - Distribuição da amostra delimitada por 5 patamares de degradação .......................... 64

Figura 4.2 - Distribuição da amostra por 5 patamares de degradação ............................................ 64

Figura 4.3 - Curva de degradação geral definida através de curva de regressão polinomial de 3º

grau ................................................................................................................................................... 65

Figura 4.4 - Determinação gráfica da vida útil prevista .................................................................... 67

Figura 4.5 - Curvas de degradação em função da envolvente ........................................................ 68

Figura 4.6 - Curvas de degradação em função do zonamento climático para as zonas 2 e 3 ........ 69

Figura 4.7 - Curvas de degradação em função do zonamento climático para as zonas 1, 2 e 3 .... 69

Figura 4.8 - Curvas de degradação em função da exposição da cobertura .................................... 70

Figura 4.9 - Curvas de degradação em função da proximidade do mar .......................................... 71

Figura 4.10 - Curvas de degradação em função da forma da cobertura ......................................... 72

Figura 4.11 - Curvas de degradação em função do tipo de RECI ................................................... 73

Figura 4.12 - Curvas de degradação em função do tipo de estrutura ............................................. 74

Figura 4.13 - Componentes da severidade normalizada média por grupo de anomalias ............... 75

Figura 4.14 - Combinação das componentes da severidade normalizada média por grupo de

anomalias ......................................................................................................................................... 75

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Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação ix

Índice de tabelas

Tabela 1.1 - Inspeções realizadas por Garcez [23] e Lopes [24] aos diferentes tipos de RECI ....... 5

Tabela 1.2 - Tipos de obsolescência (adaptado da ISO 15686-1 [20]) ............................................. 7

Tabela 2.1 - Classificação de revestimentos e de coberturas inclinadas ........................................ 16

Tabela 2.2 - Classificação das exigências funcionais dos RECI [45] .............................................. 17

Tabela 2.3 - Classificação de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas [43] ................... 18

Tabela 2.4 - Classificação de anomalias em RECI [23] ................................................................... 23

Tabela 2.5 - Relação entre as anomalias e os diferentes RECI [23] ............................................... 24

Tabela 3.1 - Grau de exposição atmosférica dos edifícios [41] [63] ................................................ 35

Tabela 3.2 - Informação constante na primeira parte da ficha de inspeção e diagnóstico ............. 36

Tabela 3.3 - Classificação de anomalias evolutivas em RECI ......................................................... 37

Tabela 3.5 - Níveis de degradação para anomalias do grupo estéticas .......................................... 38

Tabela 3.6 - Níveis de degradação para anomalias do grupo funcionais ........................................ 39

Tabela 3.7 - Níveis de degradação para anomalias do grupo estruturais ....................................... 40

Tabela 3.8 – Espaçamento entre ripado para os diferentes tipos de telhas [41] [70] ...................... 41

Tabela 4.1 - Valor máximo da extensão ponderada da degradação para anomalias do grupo AE-E

estéticas ........................................................................................................................................... 60

Tabela 4.2 - Valor máximo da extensão ponderada da degradação para anomalias do grupo AE-F

funcionais ......................................................................................................................................... 60

Tabela 4.3 - Valor máximo da extensão ponderada da degradação para anomalias do grupo

AE-S estruturais ............................................................................................................................... 60

Tabela 4.4 - Valores de coeficientes de ponderação relativa entre anomalias ............................... 62

Tabela 4.5 - Correspondência entre severidade normalizada e condição ...................................... 63

Tabela 4.6 - Casos ilustrativos dos patamares de degradação ....................................................... 63

Tabela 4.7 - Valores de vida útil de telhas cerâmicas [49] .............................................................. 67

Tabela 4.8 - Valores de vida útil em função dos fatores de degradação ......................................... 76

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

x Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

Lista de acrónimos

AE - anomalias evolutivas

AE-E - anomalias evolutivas estéticas

AE -F - anomalias evolutivas funcionais

AE-S - anomalias evolutivas estruturais

APICC - Associação Portuguesa de Industriais de Cerâmica de Construção

ESLC - estimated service life

CIB - Conseil International du Bâtiment

CSA - Canadian Standard Association

MEVU - metodologias de estimativa de vida útil

MEVURECI - metodologia de estimativa de vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas

NRCA - National Roofing Contractors Association

PC - policarbonato

PCV - policloreto de vinilo

PMMA - polimetacrilato de metilo

PRFV - poliéster reforçado com fibra de vidro

RECI - revestimentos exteriores de coberturas inclinadas

RSLC - reference service life

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 1

1. Introdução

1.1 Considerações iniciais

A dissertação subordinada ao tema “previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas

inclinadas”, realizada no âmbito da Dissertação do Mestrado Avançado em Construção e

Reabilitação, segue a linha de investigação que tem sido desenvolvida no Instituto Superior Técnico.

O interesse pela determinação da durabilidade e da vida útil dos materiais e dos componentes de

estruturas e de edifícios tem crescido ao longo das últimas décadas [1]. Segundo Hovde [2], o

interesse por este assunto está relacionado com as questões ambientais e económicas que têm

vindo a assumir um peso cada vez maior na tomada de decisão no sector da construção.

A qualidade e a durabilidade das construções são essenciais para a qualidade de vida, constituindo,

de acordo com Wekesa et al. [3], citado por Silva et al. [4], parâmetros críticos para a estabilidade

social e económica das nações. Segundo Flores-Colen e Brito [5], Gaspar e Brito [6] e Parnham [7],

a degradação visual da superfície exterior dos edifícios tem um forte impacte na qualidade do

espaço urbano, constituindo uma das maiores preocupações dos seus proprietários, dado que as

ações de manutenção são determinadas apenas com base na aparência do edifício [8].

O processo de envelhecimento dos materiais e componentes inicia-se imediatamente após a

conclusão da obra o que, associado à má prática de manutenção, se traduz na perda de

desempenho das construções [9]. Esta situação justifica a presença de sinais evidentes de

degradação no parque edificado em Portugal, apesar de este ser relativamente recente quando

comparado com outros países europeus [10].

A perda de desempenho dos materiais e componentes manifesta-se em níveis gradualmente

crescentes ao longo do tempo, refletindo-se na incapacidade dos edifícios acolherem os usos para os

quais foram projetados ou na existência de problemas, avarias ou falhas [11]. O estado atual de

degradação do parque habitacional justifica a necessidade da sua recuperação e revitalização que,

nalguns casos, é urgente [12]. Neste sentido, há necessidade de aplicação de medidas gerais, através

da implementação de políticas sérias de manutenção, conforme referido por Flores e Brito [13].

O planeamento das ações de manutenção surge como consequência de uma necessidade de

intervenção condicionada pelos escassos recursos financeiros [14], motivado por questões sociais

e ambientais [1]. Para otimização dos planos de manutenção, é fundamental o conhecimento da

vida útil dos elementos de construção de modo a se proceder a uma avaliação informada da

solução mais vantajosa.

Geralmente, a estimativa de vida útil é obtida a partir do conhecimento do material e do seu estado

de deterioração, sendo escolhidas, como indicadores, determinadas propriedades mensuráveis [15].

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1. Introdução

2 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

De acordo com Shohet e Paciuk [16], citados por Chai [17], a existência de ferramentas, que permitam

a previsão do ciclo de vida e a definição de padrões de degradação dos vários componentes da

construção, constituem um dos fatores principais em qualquer programa de manutenção.

1.2 Trabalhos realizados no âmbito da dissertação

O desempenho dos edifícios interligado à durabilidade foi estudado por diversos autores e

organismos, tendo o seu estudo sido, inicialmente, sistematizado pelo Conseil International du

Bâtiment (CIB) e levado à criação do Grupo de Trabalho W80, em 1970 [18].

Um dos principais métodos usados para avaliação da vida útil é o método fatorial, que foi proposto

pelo Instituto de Arquitetura do Japão, através da norma Principal Guide for Service Life Planning

of Buildings (edição inglesa). Esta metodologia foi adotada pela norma ISO15686 [20], que produz

uma abordagem mais sistemática da estimativa da vida útil.

Relativamente à durabilidade e previsão da vida útil nas fases de planeamento, projeto,

construção e utilização dos edifícios e dos seus componentes, foram adotadas, em Inglaterra, a

norma Guide of Buildings and Buildings Elements, Products and Components e, no Canadá, a

norma Guideline on Durability of Buildings [21].

Nos Estados Unidos, existe, desde 1946, o Committee E06 on Performance of Buildings,

responsável por diversas normas e publicações, tais como a ASTM E917-13 Standard Practice for

Measuring Life-Cycle Costs of Buildings and Building Systems [22], relacionadas com o

desempenho de materiais e elementos da construção.

O tema da dissertação surge na sequência de duas dissertações de mestrado concluídas em

2009, pelos engenheiros de aeródromos Garcez [23] e Lopes [24], sobre “sistema de inspeção e

diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas” e “tecnologia e reabilitação de

revestimentos exteriores de coberturas inclinadas”, respetivamente, sob a orientação do professor

Jorge de Brito.

A previsão da vida útil de revestimentos exteriores constitui uma informação de elevado valor no

apoio à decisão para gestão do património edificado, tendo justificado o desenvolvimento de

trabalhos relacionados com o tema, como as dissertações de mestrado de Sousa [25], Silva [26],

Chai [17], Ximenes [18] e Galbusera [19] e a tese de doutoramento do professor Pedro Gaspar [11].

Para o desenvolvimento da dissertação, é necessário o estudo sobre “revestimentos de coberturas

inclinadas” e “modelos de previsão de vida útil”, considerando-se de especial relevo, as seguintes

referências:

Garcez, Nuno - “Sistema de inspecção e diagnóstico de revestimentos exteriores de coberturas

inclinadas”, Dissertação de Mestrado em Engenharia de Aeródromos, Instituto Superior Técnico,

Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, 2009;

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 3

Gaspar, Pedro - “Vida útil das construções: desenvolvimento de uma metodologia para a

estimativa da durabilidade de elementos da construção. Aplicação a rebocos de edifícios

correntes”, Tese de Doutoramento em Ciências da Engenharia, Instituto Superior Técnico,

Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, 2009;

Lopes, Nuno - “Tecnologia e reabilitação de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas”,

Dissertação de Mestrado em Engenharia de Aeródromos, Instituto Superior Técnico, Universidade

Técnica de Lisboa, Lisboa, 2009;

Sousa, Rita - “Previsão da vida útil dos revestimentos cerâmicos aderentes em fachada”,

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil, Instituto Superior Técnico, Universidade

Técnica de Lisboa, Lisboa, 2008;

Silva, Ana - “Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes”, Dissertação de

Mestrado Integrado em Engenharia Civil, Instituto Superior Técnico, Universidade Técnica de

Lisboa, Lisboa, 2009;

Chai, Cristina - “Previsão da vida útil de revestimentos de superfícies pintadas em paredes

exteriores”, Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil, Instituto Superior Técnico,

Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, 2011;

Ximenes, Sofia - “Previsão da vida útil de ETICS em paredes exteriores”, Dissertação de Mestrado

Integrado em Engenharia Civil, Instituto Superior Técnico, Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, 2012;

Morgado, João - “Plano de inspecção e manutenção de coberturas de edifícios correntes”,

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil, Instituto Superior Técnico, Universidade

Técnica de Lisboa, Lisboa, 2012.

1.3 Objetivos e metodologia da dissertação

O objetivo da dissertação consistiu no desenvolvimento de uma metodologia de estimativa da vida útil

de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas (MEVURECI), para o caso das telhas cerâmicas,

validada através de uma campanha de inspeções in situ. Apesar de o objetivo inicial englobar todo o

tipo de revestimentos utilizados nas coberturas inclinadas, decidiu-se aplicar esta metodologia ao tipo

de revestimento mais frequente em coberturas inclinadas em Portugal, com maior facilidade de se

obter uma amostra de dimensão aceitável para este estudo.

A campanha de inspeções permitiu a realização de um levantamento da patologia e respetivos

mecanismos de degradação. O levantamento foi complementado por uma proposta de

classificação de manifestações patológicas e tipificação dos mecanismos de degradação

contribuindo para a elaboração da MEVURECI.

Pretende-se que, após a validação da MEVURECI, esta possa ser usada para previsão de vida útil de

revestimentos de outras coberturas, cujas anomalias se encontrem no domínio da patologia abordada.

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1. Introdução

4 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

O desenvolvimento da dissertação seguiu uma metodologia descrita em seis etapas, procurando

atingir o objetivo proposto:

pesquisa bibliográfica;

elaboração das fichas de inspeção e diagnóstico;

trabalho de campo;

elaboração dos modelos de previsão de vida útil;

análise e discussão de resultados;

redação da dissertação.

1.3.1 Pesquisa bibliográfica

O trabalho de investigação iniciou-se com a pesquisa bibliográfica centrada em duas áreas

principais: revestimentos exteriores de coberturas inclinadas (RECI) e vida útil. Pretendeu-se

compreender as principais matérias referentes aos RECI e às metodologias de estimativa de vida

útil (MEVU), pesquisando em livros, teses de doutoramento, dissertações de mestrado, artigos

científicos, revistas internacionais e pesquisa em linha.

Para atingir o objetivo proposto, procurou-se estudar num processo contínuo os seguintes temas:

durabilidade e vida útil total e residual;

metodologias para previsão de vida útil;

revestimentos exteriores de coberturas inclinadas;

manifestações patológicas de RECI;

mecanismos de degradação de RECI;

inspeção e diagnóstico de coberturas inclinadas.

1.3.2 Ficha de inspeção e diagnóstico

A ficha de inspeção e diagnóstico visa normalizar o registo das características de cada edifício e

dos respetivos revestimentos, assegurando o levantamento das anomalias e atributos particulares

que facilitem a progressão de anomalias.

Para o levantamento da patologia dos RECI tomou-se em consideração as fichas de inspeção e

diagnóstico desenvolvidas por Garcez [23] e Lopes [24], Chai [17], Ximenes [18], Sousa [25] e

Silva [26]. A ficha de inspeção e diagnóstico de Garcez [23] e de Lopes [24] permitiu-lhes, recolher

uma amostra durante o trabalho de campo, com a distribuição apresentada na Tabela 1.1.

Para cada RECI, é proposta uma classificação de manifestações patológicas, seguindo a proposta

de Garcez [23] e de Lopes [24], facilitando o cruzamento de informação e a coerência necessária

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 5

para se agilizar o estudo de desenvolvimentos futuros.

Tabela 1.1 - Inspeções realizadas por Garcez [23] e Lopes [24] aos diferentes tipos de RECI

Tipo de RECI N.º de inspeções realizadas

Ardósia 20

Cerâmicos 62

Microbetão 21

Fibrocimento 23

Metálicos 20

Plásticos 20

Painel sanduíche 20

Telha asfáltica 21

De modo a se estabelecer graus de severidade das anomalias para cada RECI cerâmico

inspecionado, foram definidos diferentes níveis de degradação. Os níveis de degradação foram

estabelecidos para cada grupo de anomalias, permitindo conhecer os parâmetros a utilizar nos

modelos de previsão de vida útil.

1.3.3 Trabalho de campo

Nas visitas às coberturas, foram registadas as características dos RECI e respetivas anomalias,

utilizando as fichas de inspeção e diagnóstico. A classificação das anomalias e a avaliação da sua

extensão, ou área, foram preferencialmente determinadas durante a campanha, recorrendo

posteriormente a registos fotográficos para o esclarecimento de dúvidas existentes. No âmbito da

MEVURECI, interessava registar a dimensão, a extensão e o nível de degradação de cada

anomalia, de modo a ponderar o respetivo peso na afetação da durabilidade dos revestimentos.

1.3.4 Elaboração dos modelos de previsão de vida útil

Como resultado da dissertação, chegou-se a uma proposta de metodologia de estimativa de vida

útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas. De acordo com Chai [17], citada por

Ximenes [18], existem três etapas importantes na fase de modelação:

combinação da informação relativa às anomalias detetadas num único indicador que traduza o

nível global de degradação do elemento considerado e que permita a identificação do padrão de

degradação deste ao longo do tempo;

especificação dos níveis mínimos de aceitação para o componente considerado;

identificação de vidas úteis de referência.

Os dados recolhidos no trabalho de campo foram trabalhados de modo a obter modelos que

expressassem a deterioração dos revestimentos, materializados em gráficos de perda de

desempenho em função do tempo. A validação dos resultados conduziu à identificação e

determinação da influência das anomalias que se assumem como variáveis explicativas da

metodologia para estimativa de vida útil [17].

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1. Introdução

6 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

1.3.5 Análise e discussão de resultados

A qualidade da informação recolhida durante o trabalho de campo foi fundamental para que se

conseguissem resultados fiáveis. Os resultados do modelo de previsão foram analisados e

discutidos no sentido de se verificar a validade e a precisão da estimativa de vida útil determinada

numérica ou graficamente.

Os resultados foram analisados de modo a explicar como refletiam a degradação dos

revestimentos, como se traduziam em termos de velocidade de degradação e o modo como as

causas prováveis, ou fatores de degradação, afetavam a durabilidade e o desempenho.

1.4 Previsão da vida útil - conceitos

No âmbito do tema desta dissertação, considera-se necessário compreender conceitos como vida útil,

durabilidade e fim de vida útil. Neste sentido, apresenta-se os seus conceitos e outros relacionados.

1.4.1 Durabilidade

De acordo com a norma ISO 15686-1 [20], a durabilidade consiste na capacidade de um edifício,

ou as suas partes, desempenharem as funções exigidas durante um período de tempo sob a ação

de agentes previstos em projeto.

A Canadian Standard Association 478-95 (R2007) Guideline on Durability in Buildings (CSA) [21]

apresenta um conceito que se considera complementar do anterior, definindo durabilidade como a

habilidade de um edifício, ou as suas componentes, desempenharem as funções requeridas, no

seu ambiente de serviço durante um determinado período de tempo sem custos imprevistos para

manutenção ou reparação.

A durabilidade pode ser entendida como uma propriedade do material ou componente de um

edifício ou, então, como um período de tempo. De facto, a definição de durabilidade não é

consensual; por exemplo, Gaspar [15] define durabilidade como o período de tempo ao longo do

qual o edifício, ou construção, se mantém num nível requerido de adequação às exigências que

lhe são colocadas, ou permite acolher e responder, sem sofrer desgaste físico (erosão ambiental

efeitos de usos, ou outros) irreversível para além da manutenção corrente ou de investimentos

equivalentes ao custo de reposição do elemento.

1.4.2 Vida útil

De acordo com a ISO 15686-1 [20], a vida útil corresponde ao período de tempo após a instalação, ou

construção, durante o qual um edifício, ou sua parte, atinge ou excede os requisitos de desempenho.

A CSA [21] define vida útil como o período de tempo durante o qual o edifício, ou qualquer um dos

seus componentes, cumpre os seus objetivos sem custos imprevistos ou sem alterações da

manutenção e sem reparações.

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 7

A vida útil residual corresponde ao período de tempo restante entre o momento em análise e o fim

de vida útil considerada em projeto, definida com base na vida útil estimada ou prevista [20].

1.4.3 Fim de vida útil

O fim da vida útil corresponde ao momento a partir do qual um elemento de construção deixa de

desempenhar adequadamente as funções que lhe foram exigidas, verificando-se alterações que

estabelecem o seu desempenho abaixo dos níveis mínimos de exigência.

De acordo com Moser [27], a vida útil é influenciada por critérios de segurança, de funcionalidade

e de aparência (Figura 1.1). Para cada um destes critérios, que se agregam em grupos de

propriedades, Moser [28] definiu uma relação hierárquica, estabelecendo que a segurança é um

critério fundamental e, por isso, assume um nível de exigência superior aos outros critérios.

Figura 1.1 - Degradação esquemática dos diferentes grupos de propriedades (adaptado de Moser [28])

O grupo da aparência, onde se avalia as propriedades estéticas, é o que atinge o nível mínimo de

exigência mais rápido, apresentando-se frequentemente como o critério condicionante da vida útil.

1.4.4 Obsolescência

A obsolescência consiste na perda de capacidade para um elemento da construção cumprir

satisfatoriamente as mudanças das exigências de desempenho. Estas exigências caracterizam o

tipo de obsolescência, que pode ser funcional, tecnológica ou económica (Tabela 1.2).

Tabela 1.2 - Tipos de obsolescência (adaptado da ISO 15686-1 [20])

Tipo de obsolescência Ocorrência típica Exemplos

Funcional A função em causa já não é requerida

Processo industrial obsoleto, instalações desnecessárias, divisória removida, entre outros

Tecnológica Alternativas atuais com melhor desempenho; mudança de padrões de uso

Mudança do isolamento térmico para um melhor desempenho, mudança para caixilharias mais estanques

Económica Item ainda mais funcional, mas menos eficiente e económico do que novas alternativas

Mudança do sistema de aquecimento

Nível mínimo de segurança

Nível mínimo para funcionalidade e aparência

Aparência

Funcionalidade

Segurança

Vida útil prevista

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1. Introdução

8 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

1.4.5 Modelos de degradação

Segundo Hodges [29], a degradação progressiva da envolvente de um edifício é uma

consequência da acumulação dos efeitos da chuva, do vento, da temperatura e da ação química.

A degradação, de acordo com a norma ISO 15686-1 [20], consiste nas mudanças na composição,

nas microestruturas e propriedades de um componente ou material, dando origem a uma redução

do seu desempenho ao longo do tempo.

A deterioração do desempenho pode seguir um padrão, como representado na Figura 1.2, ou uma

combinação de padrões. Nos padrões apresentados, com base num estudo de Shohet et al. [30],

adaptado por Flores [31], as ordenadas representam o desempenho funcional do elemento e as

abcissas o tempo de vida útil, em anos.

Os padrões de deterioração compreendem-se como modelos de degradação, sendo o padrão em

“forma de S” o que mais se aproxima do processo real de degradação dos edifícios [32].

Figura 1.2 - Padrões típicos de deterioração do desempenho [31], traduzido de Shohet et al. [30]

1.5 Metodologias de previsão de vida útil

Segundo Hovde e Moser [33], citados por Santos [34], e Lacasse e Sjöström [35], citados por Chai

et al [9], a vida útil pode ser estimada segundo três tipos de método: determinísticos,

probabilísticos e de engenharia.

1.5.1 Métodos determinísticos

Os métodos determinísticos são baseados em estudos de fatores de degradação, na

compreensão dos mecanismos de atuação e na quantificação traduzida em funções de

degradação [15]. Estes métodos permitem facilidade e rapidez de implementação, mas abordam

os fenómenos de degradação de forma simples, o que os tornam alvo de críticas [26].

Os métodos determinísticos mais conhecidos são: o método fatorial (o de maior relevo) e o

método gráfico.

1.5.1.1 Método fatorial

O método fatorial tem por base um valor de vida útil de referência, que é afetado por um conjunto

de fatores determinísticos relacionados com a diferença entre condições específicas e condições

Convexo D 100%

t (anos) t (anos)

Forma S D 100%

t (anos)

Linear D 100%

t (anos)

Côncavo D 100%

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 9

de referência. Este método empírico, proposto pela Ordem dos Arquitetos Japoneses

(Architectural Institute of Japan) e que serviu de suporte à norma ISO 15686-1 [20], permite

determinar a vida útil através da expressão:

GFEDCBARSLCESLC ( 1 )

onde:

ESLC - vida útil estimada (estimated service life);

RSLC - vida útil de referência (reference service life);

A - fator relacionado com a qualidade dos materiais;

B - fator relacionado com o nível de projeto;

C - fator relacionado com o nível de execução;

D - fator relacionado com as condições do ambiente interior;

E - fator relacionado com as condições do ambiente exterior;

F - fator relacionado com as condições de uso;

G - fator relacionado com o nível de manutenção.

Os fatores multiplicativos variam, normalmente, entre 0,8 e 1,2, nas situações em que as condições

existentes são menos, ou mais, favoráveis, respetivamente, à preservação do estado inicial.

Para melhorar a qualidade da estimativa da vida útil, pode ser incorporada neste método uma

vertente probabilística, considerando cada um dos fatores como uma variável aleatória associada

a uma função densidade de probabilidade.

1.5.1.2 Método gráfico

O método gráfico baseia-se em curvas de degradação para modelação do desempenho dos materiais

e componentes ao longo do tempo. As curvas são obtidas através de gráficos que representam o

tempo decorrido desde o momento de entrada em serviço, representado no eixo das abcissas, e uma

escala de medida da degradação no eixo das ordenadas. No presente estudo, os valores

representados no eixo das abcissas reportam-se ao tempo decorrido desde a última intervenção.

A escala de medida da degradação pode traduzir o efeito de uma anomalia ou várias anomalias

combinadas. Para expressão de uma única anomalia, utiliza-se uma medida da sua extensão.

Para que a escala de degradação traduza o efeito combinado de várias anomalias, utiliza-se um

indicador de degradação que é quantificado em função da combinação das extensões e, se se

pretender, da severidade associada a cada uma. A escala de medida da degradação pode ser

definida através do valor real da extensão respetiva ou através de níveis de degradação [14].

Para utilização do método gráfico, existem curvas de modelação do desempenho, como as do tipo

Gompertz, potenciais e Weibull. O método gráfico tem a possibilidade de ser utilizado em

combinação com o método fatorial, como na metodologia desenvolvida por Gaspar [11].

As curvas de Gompertz (Figura 1.3), utilizadas nos estudos de envelhecimento humano, poderão

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1. Introdução

10 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

apresentar aplicabilidade ao caso dos RECI. Estas curvas são caracterizadas por duas

assimptotas horizontais nos limites do contradomínio da curva, que traduzem respetivamente, no

contexto da patologia, a fase de iniciação da degradação, com progressão lenta, e a fase de

redução da taxa de degradação, quando a extensão é muito elevada. A expressão geral destas

curvas é apresentada na equação ( 2 ), em que DG corresponde ao valor da extensão da

degradação e t representa o tempo decorrido desde a entrada em serviço do material ou

componente [17]. Na equação, os parâmetros a e b, assumem valores negativos.

btae

eGD ( 2 )

0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1.0

0.0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0 70.0 80.0 90.0 100.0

Exte

nsã

o d

a d

eg

rad

açã

o

Figura 1.3 - Curva de Gompertz, para valores de a e b, -30 e -0,10, respetivamente

As curvas potenciais (Figura 1.4) apresentam um patamar inicial, que representa a fase de

iniciação da degradação, seguido de um aumento gradual da taxa de degradação. A fase final

destas curvas é caracterizada por um valor máximo da extensão da degradação, não registando

decréscimo da taxa de degradação. A expressão geral das curvas potenciais é apresentada na

equação ( 3 ), em que DP corresponde ao valor da extensão da degradação e t representa o tempo

decorrido desde a entrada em serviço do material ou componente [17]. Na equação, os

parâmetros a e b, assumem valores positivos.

bP atD ( 3 )

As curvas de Weibull (Figura 1.5) são muito utilizadas na engenharia da fiabilidade [14] e apresentam

formas semelhantes às curvas de Gompertz, com dois patamares definidos por assimptotas

horizontais nos limites do contradomínio. A expressão geral das curvas potenciais é apresentada na

equação ( 4 ), em que DW corresponde ao valor da extensão da degradação e t representa o

tempo decorrido desde a entrada em serviço do material ou componente [17]. Na equação, os

parâmetros η e β, assumem valores positivos. Para o andamento das curvas da Figura 1.5, o

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 11

parâmetro η apresenta o valor de 40; de acordo com Garrido, os valores do parâmetro β devem

ser ímpares, maiores ou iguais a 3 [14].

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1,0

0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0

Exte

nsão d

a d

egra

dação

Tempo (anos)

Figura 1.4 - Curva potencial, para valores de a e b, 0,0002 e 2, respetivamente

β

Wηt

e1D

( 4 )

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1,0

0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0

Exte

nsão d

a d

egra

dação

Tempo (anos)

β = 9

β = 7

β = 5

β = 3

Figura 1.5 - Curvas de Weibull, para valores de η de 40 e β de 3, 5, 7 e 9

1.5.2 Métodos probabilísticos

Os métodos probabilísticos constituem processos estocásticos regidos por variáveis aleatórias,

que definem parâmetros de afetação de uma curva média de degradação [27]. Nestes métodos,

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1. Introdução

12 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

para além do valor estimado de vida útil, são acrescentados intervalos possíveis de valores com

probabilidades de ocorrência associadas [14]. Dada a existência de incerteza relacionada com as

formas de degradação e com a forma de irreversibilidade das condições de serviço respetivas,

recorre-se ao cálculo matricial ou probabilístico [34]. Estes métodos são relativamente complexos,

necessitando de grande quantidade de informação e, por isso, implicando enorme dependência de

trabalho de campo [15] [36].

O modelo de deterioração de Markov (Markov Chain) assenta numa abordagem estocástica, que

se baseia na hipótese de a deterioração ser definida a partir de um número limitado de condições.

Para cada critério de desempenho, são definidos parâmetros de desempenho escalonados de

acordo com a degradação do sistema. Para cada estado ou condição, é definida a probabilidade

de transição de estado por unidade de tempo, baseada em observações de campo, em função de

cada variável ambiental, formando-se matrizes de probabilidades de transição de estado [17].

Na Figura 1.6, apresenta-se a evolução da degradação, usando sete níveis de desempenho com

distribuições probabilísticas associadas.

Nív

el de D

esem

penho

Tempo/Idade

Figura 1.6 - Função de deterioração de Markov (adaptado de Moser [27])

1.5.3 Métodos de engenharia

Os métodos de engenharia conciliam as vantagens dos métodos determinísticos e dos métodos

probabilísticos. Por um lado, descrevem os processos de degradação de forma probabilística e,

por outro, mantêm a simplicidade de aplicação [27].

Segundo Hovde e Moser [33], os métodos de engenharia satisfazem três critérios:

o método é fácil de compreender (para engenheiros);

7

6

5

4

3

2

1

0 tn-1 tn tn+1

Curva média de degradação

Distribuições probabilísticas no nível de desempenho

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 13

o método é fácil e rápido de se aplicar;

os resultados são realistas (para as simplificações consideradas).

O princípio geral dos métodos de engenharia pode ser definido em quatro pontos, como se

apresenta [33]:

definição de uma equação que descreva a vida útil do edifício ou seus componentes, tendo em

consideração todos os parâmetros relevantes identificados. Para os casos padrão, pode ser

utilizada a equação do método fatorial, definida na ISO 15686-1. Noutros casos, têm que ser

criadas equações modificadas ou feitas à medida (a definição dos sete fatores corretivos do

método fatorial, como variáveis aleatórias, são um exemplo do método de engenharia [36]);

utilizar dados dos parâmetros da equação referida, obtidos a partir da experiência, da opinião de

peritos, etc., para criar qualquer tipo de distribuição de densidade de probabilidade para os

parâmetros individualmente identificados;

realizar o cálculo de vida útil;

rever a plausibilidade dos resultados usando opinião de especialistas e, quando necessário,

modificar os dados de entrada em conformidade, ou seja, entrar em maior detalhe na criação de

parâmetros para as variáveis dominantes da vida útil.

1.6 Estrutura da dissertação

A dissertação é constituída por cinco capítulos, bibliografia e anexos:

capítulo 1: Introdução - neste capítulo, faz-se uma abordagem ao tema da dissertação,

definindo o seu objetivo e a metodologia adotada; expõe-se os conceitos relacionados com a vida

útil e descreve-se, de forma resumida, os principais métodos existentes; no encerramento deste

capítulo, apresenta-se a estrutura da dissertação;

capítulo 2: Revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - no segundo capítulo,

apresenta-se um levantamento do estado da arte relativamente aos RECI, classificando-se os

diversos tipos de revestimentos e de coberturas inclinadas; define-se as exigências funcionais,

classifica-se e caracteriza-se as anomalias mais frequentes; por fim, classifica-se os fatores de

degradação associados às anomalias;

capítulo 3: Trabalho de campo - no terceiro capítulo, descreve-se o objetivo e a metodologia

adotada no trabalho de campo; caracteriza-se as anomalias e define-se os níveis de degradação

correspondentes, de acordo com cada grupo de anomalias; define-se a informação a registar na

ficha de inspeção e diagnóstico; e analisa-se os dados recolhidos em campo, caraterizando a

amostra obtida;

capítulo 4: Metodologia de estimativa de vida útil de RECI - no quarto capítulo, apresenta-se

a metodologia para estimativa da previsão de vida útil de revestimentos exteriores de coberturas

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1. Introdução

14 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

inclinadas; com base nos dados recolhidos no trabalho de campo, analisa-se a evolução da

degradação, de acordo com as caraterísticas dos revestimentos, a extensão e a severidade da

degradação para cada grupo de anomalias; por fim, discute-se os resultados obtidos, avaliando a

validade do modelo de previsão proposto;

capítulo 5: Conclusões - no último capítulo, apresenta-se as conclusões gerais sobre o

trabalho desenvolvido e as recomendações sobre desenvolvimentos futuros.

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 15

2. Revestimentos exteriores de coberturas inclinadas

2.1 Considerações iniciais

Segundo a associação americana National Roofing Contractors Association (NRCA), o sistema de

cobertura representa um dos principais e maiores investimentos em edifícios, dada a necessidade

de ser durável, impermeável à água e de funcionar como isolamento térmico [37].

Patterson e Mehta [38] referem que as coberturas são os elementos mais críticos dos edifícios, no

entanto, como mencionado por Hassanain et al. [39], são consideradas como inestéticas e, como

nem sempre são visíveis, o investimento realizado durante a fase de construção e com a sua

manutenção é o menor em todo o edifício; o que não está de acordo com a leitura da NRCA.

As coberturas estão mais expostas a fatores ambientais severos do que qualquer outro elemento

dos edifícios, tendo de resistir à ação da chuva, da neve, à radiação solar, ao vento, a

tempestades e, em alguns casos, a ações humanas abusivas [40]. Torna-se, então, fundamental,

compreender as coberturas, em particular os RECI, dada a importância e atenção que merecem

como a “pele” mais solicitada dos edifícios.

2.2 Classificação de revestimentos e de coberturas inclinadas

As coberturas inclinadas apresentam, por definição, uma inclinação superior à das coberturas

planas. A Associação Portuguesa de Industriais de Cerâmica de Construção (APICC) [41]

diferencia as coberturas inclinadas das planas a partir de 8º de inclinação. De acordo com o

Eurocódigo 1 - NP EN 1991-4 (alínea 1 do ponto 7.2.3), as coberturas planas compreendem

inclinações entre +5º e -5º com o plano horizontal. Mas existem outros critérios de classificação.

Por exemplo, Khuncumchoo [40] refere que as coberturas têm duas classificações genéricas: até

14º (razão de 3:12) são de baixa inclinação e a partir de 14º são de elevada inclinação.

Em termos estruturais, a APICC define quatro tipos de elementos constituintes de uma cobertura

inclinada [41]:

estrutura principal, que constitui os elementos que permitem dar forma e sustentar todo o

conjunto da cobertura; a estrutura de cobertura inclinada pode ser executada em madeira, ripado

cerâmico, ou laje aligeirada, ou maciça em betão armado;

estrutura secundária, que compreende todos os elementos que sustentam o revestimento de

uma cobertura inclinada;

revestimentos, com a função de proteger o sistema das ações dos agentes atmosféricos;

forro, que constitui uma proteção térmica, impermeável e acústica ao espaço interior.

As coberturas inclinadas, e os revestimentos respetivos, podem assumir diversas configurações e

a sua definição depende de condições ambientais, da utilização, da geometria e das dimensões

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2. Revestimentos exteriores de coberturas inclinadas

16 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

dos edifícios que servem. Na Tabela 2.1, são apresentadas várias formas de classificar as

coberturas, em função das suas características.

Tabela 2.1 - Classificação de revestimentos e de coberturas inclinadas

Característica de Classificação

Classificação Observações

Número de vertentes [24], [42]

Uma água Designação de telheiro

Duas águas Intersecção em caleira ou cumeeira

Quatro águas Intersecção com uma cumeeira e quatro rincões

Pavilhão Forma particular de cobertura com quatro águas - interseção em quatro rincões sem cumeeira

Funcionamento estrutural [43]

Diferenciadas

Os elementos de revestimento descarregam sobre elementos de maior rigidez, como vigas, asnas e arcos

Indiferenciadas

A estrutura de suporte vence o vão principal, desempenhando, em simultâneo, funções de revestimento

Tipo de estrutura [43]

Contínua A estrutura de suporte contínua pode ser em laje estrutural de betão armado

Descontínua

As estruturas descontínuas podem ser em madeira, metal, vigotas de betão armado ou pré-esforçado, mistas ou alvenaria

Natureza dos materiais de revestimento [24], [43], [44]

Pétreo natural Soletos de ardósia, granito ou calcário

Pétreo artificial

Telha cerâmica, telha de microbetão, fibrocimento, soletos de pedra artificial. Estes revestimentos são os mais aplicados em edifícios correntes

Metálico

Chapas de zinco, de aço galvanizado e de aço inoxidável. Folhas de cobre, placas de chumbo e telhas metálicas. Estes revestimentos são frequentemente aplicados em edifícios industriais ou pavilhões

Plástico

Chapas de policloreto de vinilo, poliéster reforçado com fibras de vidro, polimetacrilato de metilo e alveolares de policarbonato

Mistos

Chapas de aço revestidas com betume e folha de alumínio, painéis sanduiche com camada de isolamento térmico e telhas asfálticas

Vegetal Colmo, palha e ramos de árvores

Forma dos elementos de revestimento [24]

Planos Curvos Ondulados Trapezoidais Mistos

Exemplos: as telhas cerâmicas são elementos de plana ou ondulada; as telhas de microbetão e elementos de forma plástica apresentam maioritariamente forma ondulada

Dimensão dos elementos de revestimento [24], [44]

Pequenos

Telhas e soletos - elementos fáceis de transportar; revestimento fácil de executar, fácil de substituir e boa capacidade de adaptação às características geométricas da cobertura

Médios

Revestimento com reduzida quantidade de juntas, permitindo maior estanqueidade, face aos elementos de pena dimensão

Grandes

Revestimento com reduzida quantidade de juntas, permitindo maior estanqueidade, face aos elementos de pena dimensão

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 17

2.3 Exigências funcionais

Para que os RECI desempenhem a função para a qual foram concebidos, deverão ser

estabelecidos alguns critérios. O Laboratório Nacional de Engenharia Civil [45] propõe uma

classificação de exigências funcionais, conforme apresentado na Tabela 2.2.

Tabela 2.2 - Classificação das exigências funcionais dos RECI [45]

Exigências de segurança

Segurança estrutural Dimensionamento para ações

Segurança contra incêndio

Comportamento ao fogo dos elementos de construção

Reação ao fogo dos materiais

Resistência a ações por utilização normal

Ações de punçoamento

Ações de choques acidentais

Acão dos agentes atmosféricos

Segurança contra as intrusões

Exigências de habitabilidade

Estanqueidade Água / neve

Poeiras / permeabilidade ao ar

Conforto higrotérmico

Isolamento térmico

Suscetibilidade de condensações

Proteção solar

Conforto acústico Sons aéreos

Sons de percussão

Conforto visual

Iluminação natural

Refletividade da camada de proteção

Aspeto Exterior

Interior

Pureza do ar

Iluminação

Exigências de durabilidade

Manutenção do desempenho

Resistência mecânica

Estabilidade dimensional

Resistência química

Comportamento ao gelo / degelo

Limpeza, manutenção e reparação

Exigências de economia

Limitação do custo global

Custos de construção

Custos de conservação, manutenção e reparação

Outras exigências

Estabilidade geométrica

Processo construtivo

Sustentabilidade

Os materiais que constituem estes revestimentos devem respeitar normas de qualidade, como a

Diretiva Europeia dos Produtos da Construção 89/106/CE, que estabelece a obrigatoriedade de

aptidão para o uso a que se destinam [46].

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2. Revestimentos exteriores de coberturas inclinadas

18 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

A escolha do tipo de revestimento depende do tipo de utilização do edifício, das exigências

estéticas, da economia e, sobretudo, da durabilidade pretendida.

2.4 Tipos de revestimentos

Atualmente, os revestimentos exteriores de coberturas inclinadas são bastante diversificados.

Apesar de a telha cerâmica constituir o revestimento tradicional dos edifícios correntes em Portugal,

a utilização de telha de microbetão e de telha asfáltica tem vindo a crescer nos edifícios de

habitação.

A escolha do revestimento é especialmente condicionada pela utilização atribuída ao edifício,

estando disponíveis revestimentos de fibrocimento, metálicos e plásticos, e soluções mistas de

painéis sanduíche, constituídas por chapas metálicas perfiladas preenchidas por poliuretano,

poliestireno expandido ou lã mineral e painéis de telhas asfálticas combinadas com poliuretano e

película de alumínio na face interior.

Os revestimentos podem ser agrupados em cinco grupos, em função do material constituinte,

conforme a Tabela 2.3. Esta tabela, adaptada da Tabela 2.1, não contempla o revestimento do tipo

vegetal cuja aplicação nas construções não apresenta expressão significativa, por ser constituído

por colmo, palha e ramos de árvores.

Tabela 2.3 - Classificação de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas [43]

Tipo de revestimento Denominação

Pétreo natural

Ardósia

Granito

Calcário

Pétreo artificial

Telha cerâmica

Telha de microbetão

Fibrocimento / naturocimento

Metálico Aço; alumínio

Cobre; zinco

Plástico

Acrílico (polimetacrilato de metilo)

Policarbonato

PRFV (poliéster reforçado com fibras de vidro)

PVC (policloreto de vinilo)

Mistos

Chapas compostas

Painéis sanduíche

Telhas asfálticas

Telhas metálicas

2.4.1 Revestimentos pétreos naturais

Dos revestimentos naturais, são os soletos de ardósia que apresentam alguma expressão em

Portugal. No entanto, a aplicação da ardósia é muito restrita, ocorrendo sobretudo em recuperação

de casas típicas transmontanas [43]. Os soletos de ardósia apresentam elevada estabilidade

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 19

dimensional, quando sujeitos a elevadas variações de temperatura, e isolam termicamente melhor

a cobertura do que as telhas cerâmicas, dado que apenas absorvem 1% do seu peso em

humidade, enquanto as últimas absorvem 12% [47].

Tipicamente, este material é aplicado sobre um forro em madeira, sobre um ripado de madeira, ou

sobre um forro flexível, sob o ripado, conferindo maior estanqueidade à cobertura. Os soletos são

fixos com grampos de aço galvanizado e as suas singularidades são executadas em cobre ou

chumbo [24].

O granito e o xisto não apresentam, atualmente, viabilidade para aplicação nas construções, na

medida em que existem diversas alternativas de produção em série disponíveis no mercado. O

xisto, por exemplo, exige mão-de-obra especializada e a sua aplicação é realizada com elementos

que não apresentam formas padronizadas e em que o resultado final, em termos de acabamento,

estética e impermeabilização, depende fortemente da experiência do aplicador.

2.4.2 Revestimentos pétreos artificiais

2.4.2.1 Telha cerâmica

A telha cerâmica integra o revestimento de coberturas inclinadas mais frequente em Portugal. A

sua preferência tem por base as vantagens, comparativamente com os restantes revestimentos:

possibilidade de criar diferentes estilos arquitetónicos, devido às diversas formas e peças

acessórias; qualidade; elevada durabilidade; bom desempenho face às ações dos agentes

atmosféricos; e matéria-prima de reduzido custo [23] [43].

As telhas distinguem-se, sobretudo, através do seu encaixe e geometria. O mercado português

dispõe de grande variedade de telhas cerâmicas, com várias opções em termos de forma,

coloração e textura. As telhas com maior expressão são a telhas do tipo lusa, marselha, canudo,

romana e plana, integrando as coberturas inclinadas da maioria dos edifícios tradicionais, edifícios

correntes de habitação e de comércio, edifícios industriais antigos, igrejas e pavilhões.

2.4.2.2 Telha de microbetão

As telhas de microbetão tiveram origem no Norte da Europa, em locais onde a argila é de

baixa qualidade e a resistência ao gelo é fraca. Estas telhas apresentam boa estabilidade

dimensional, boa estanqueidade, elevada resistência mecânica, pouca sensibilidade às

variações térmicas e bom comportamento em zonas costeiras ou afetadas pelos ciclos

gelo-degelo. Em termos estéticos, as telhas de microbetão adaptam-se às necessidades das

generalidades das coberturas, dispondo do um largo espectro de cores e de acabamentos.

Face às telhas cerâmicas, este RECI apresenta maior peso, com consequências negativas ao

nível da estrutura de suporte e maior consumo energético para produção.

Para produção das telhas de microcimento, é utilizado como matéria-prima o cimento, a areia e a

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2. Revestimentos exteriores de coberturas inclinadas

20 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

água. A cor das telhas é obtida através da introdução de um pigmento na cor pretendida e a textura

pode ser variada em função das características do granulado aplicado. Os dois tipos de telhas de

microbetão disponíveis no mercado são a de perfil Duplo S e a de perfil Dupla Romana [24].

2.4.2.3 Revestimento em fibrocimento

O fibrocimento deve a sua origem a Ludwig Hatschek, que o patenteou em 1901, tornando-se um

dos materiais compósitos mais antigos usados na construção. Este material é incombustível,

inoxidável, pouco suscetível aos diferenciais térmicos e apresenta bom comportamento mecânico.

Devido à leveza que este material apresenta e à sua boa resistência mecânica, consegue vencer

grandes vãos e, associado à elevada resistência a agentes químicos, é adequado para edifícios

próximos do mar, edifícios de exploração agrícola e pecuária, unidades fabris, edifícios escolares

e pavilhões desportivos [24] [43].

A utilização do fibrocimento na construção está associada a um baixo custo e rapidez de

execução. No entanto, carece de cuidados acrescidos nas ações de inspeção e de manutenção,

implicando o uso de equipamentos elevatórios auxiliares e a uma substituição relativamente

demorada, quando comparada com telhas.

Atualmente o fibrocimento é produzindo com fibras sintéticas em substituição do amianto, sendo

aplicado como revestimento de cobertura ou subtelha, apresentando diversas formas, tais como

soletos, chapas planas e chapas onduladas, dispondo de dimensões, cores e peças acessórias

complementares diversas. Estes elementos podem ser aplicados sobre estrutura de madeira,

metálica ou de betão armado ou pré-esforçado. Em função do material da estrutura de suporte,

devem ser adotados elementos de fixação específicos; em estruturas de madeira, utiliza-se

tirefonds, em estruturas de betão, utiliza-se buchas autoexpansíveis e grampos e, em estruturas

metálicas, utiliza-se parafusos auto-roscantes com alheta e grampos [23].

2.4.2.4 Vidro

A utilização do vidro nos RECI garante a proteção da cobertura face aos agentes atmosféricos,

permitindo a entrada de luz natural. De acordo com Argilés, o vidro contribui para os ganhos

energéticos, que podem ser importantes na estação de inverno e favoráveis à obtenção de

conforto interior [48].

O vidro é durável e 100% reciclável, apresentado uma dureza elevada, bom isolamento elétrico,

baixa condutibilidade térmica, e variadas formas e tamanho. O vidro pode ser aplicado

integralmente em toda a área de cobertura como RECI, ou como complemento a outro material,

como é caso dos revestimentos de telha cerâmica.

2.4.3 Revestimentos metálicos

Os revestimentos metálicos são extremamente leves permitindo grande versatilidade de formas e

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 21

de vãos. As chapas metálicas são normalmente perfiladas, permitindo obter bom comportamento

mecânico, cujo desempenho é devido à geometria da secção e a partir da qual se obtém módulos

de flexão e inércias variadas.

Os RECI metálicos são aplicados, maioritariamente, em edifícios industriais, pavilhões

gimnodesportivos, hangares, edifícios agrícolas e de agropecuária, edifícios comerciais e

armazéns. A construção de coberturas metálicas é rápida, devido às grandes dimensões dos

painéis, e pouco onerosa.

Das dimensões habituais destes revestimentos resultam poucas juntas, diminuindo o risco de

infiltrações de água. No entanto, estes revestimentos necessitam de cuidados adicionais ao nível

da proteção anticorrosiva, que deve ser adequada ao meio ambiente, ao tipo de utilização e à

durabilidade pretendida. As proteções mais frequentes são os revestimentos pré-patinados, em

alumínio, zinco, liga de alumínio e zinco (galvanização), revestimentos anodizados (para

elementos em alumínio), orgânicos (lacagem), películas plásticas ou películas reflectantes [24].

2.4.4 Revestimentos plásticos

A aplicação dos revestimentos plásticos é adequada a coberturas de edifícios industriais,

comerciais e agrícolas, permitindo uma estrutura de suporte aligeirada devido ao reduzido peso

específico dos seus materiais. Os materiais que estão na base deste tipo de revestimentos

dividem-se em termoplásticos (PCV - policloreto de vinilo, PMMA - polimetacrilato de metilo e PC -

policarbonato) e termoendurecidos (PRFV - poliéster reforçado com fibra de vidro).

Os plásticos, quando incolores, permitem entrada de luz natural no interior dos edifícios, devido à

elevada transmitância de radiação visível. No entanto, a exposição do plástico aos raios

ultravioletas compromete a durabilidade deste material, na medida em que se tornam quebradiços

e progressivamente opacos. Este processo pode ser acelerado com a presença de humidade, o

que torna a aplicação deste material em zonas costeiras mais suscetível. Para aumentar a

resistência aos raios ultravioletas, podem ser revestidos com membranas protetoras.

Estes materiais são, ainda, muito suscetíveis à ação do vento, devido ao seu peso reduzido, e aos

diferenciais térmicos, havendo necessidade de se proceder a um dimensionamento de fixações

especialmente cuidadoso [24].

2.4.5 Revestimentos mistos

A combinação de diferentes materiais permite reforçar as fragilidades que cada material apresenta

isoladamente, obtendo-se uma solução mista mais equilibrada, de acordo com as propriedades

que forem selecionadas para o tipo e uso dos edifícios. Deste modo, os painéis sanduiche

apresentam uma maior resistência à corrosão, maior isolamento acústico e maior amortecimento

dos efeitos do ruído da chuva e dos sons aéreos. Entre estas soluções mistas, as mais comuns no

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2. Revestimentos exteriores de coberturas inclinadas

22 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

mercado estão representadas por painéis sanduiche, telhas asfálticas e telhas metálicas

revestidas com grânulos minerais [49]. Outros revestimentos, como as chapas de aço revestidas

com betume e folhas de alumínio, são pouco utilizados em Portugal [24].

Os painéis sanduiche são compostos por duas chapas metálicas em aço, ou em alumínio,

podendo os materiais das duas faces ser diferentes. O núcleo é, habitualmente, constituído por

poliuretano ou lã mineral. Estes painéis são aplicados, principalmente, em edifícios de comércio e

de serviços, em armazéns e em edifícios agrícolas. A elevada resistência mecânica, obtida pela

geometria definida pelas chapas e pelo seu afastamento devido à presença do núcleo, permite

obter vãos elevados e soluções estruturais leves e económicas. A proteção anticorrosiva e de

proteção atmosférica das chapas metálicas integrantes no revestimento misto é a mesma do que a

das chapas instaladas isoladamente.

Aa telhas asfálticas são constituídas por granulado cerâmico, betume oxidado, fibra de vidro e

areia de sílica, permitindo obter um material impermeável, flexível e reciclável. Este revestimento

deve ser aplicado sobre um forro, normalmente em placas de madeira ou em placas cimentícias

com fibrocelulose, o que se traduz num processo de aplicação relativamente simples. No entanto,

o rendimento da sua aplicação apresenta um índice relativamente baixo. Em locais de clima

quente, desaconselha-se a sua aplicação, uma vez que a elevada captação de radiação solar

pode originar a perda de componentes voláteis causando a fissuração [24].

As telhas e soletos metálicos revestidos com grânulos minerais são constituídos por um suporte

em aço galvanizado em ambas as faces, revestido com uma camada de primário epóxido, uma

camada em resina acrílica, granulados de rocha e aglomerante acrílico com fungicida. A sua

constituição permite elevada resistência aos agentes atmosféricos, boa resistência ao vento, às

variações térmicas e eficaz isolamento acústico [43] [49].

2.4.6 Revestimentos tradicionais

Os revestimentos tradicionais apresentam-se em diversos materiais, tais como colmo, palha e

outros revestimentos combustíveis. Em Portugal, a aplicação de revestimentos tradicionais não é

permitida, com exceção dos edifícios rústicos e isolados das restantes edificações, tal como

previsto no Regulamento Geral das Edificações Urbanas, art.º 153.

2.5 Patologia dos RECI

2.5.1 Classificação das anomalias

Os RECI constituem a primeira proteção dos edifícios, evitando que as agressões externas afetem

o desempenho de toda a construção. A degradação dos RECI compromete o comportamento e a

durabilidade dos materiais do edifício, principalmente devido à presença de humidade e de água

das chuvas, uma vez que a exposição à ação dos agentes atmosféricos é elevada.

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 23

As anomalias nos RECI conduzem a uma vasta gama de manifestações patológicas provocadas

por determinados fenómenos ou causas, podendo ter origem na ação humana ou em fenómenos

naturais. As anomalias mais frequentes nos RECI foram estudadas por Garcez [23] e Lopes [24]

tendo sido proposta a classificação que se apresenta na Tabela 2.4.

Tabela 2.4 - Classificação de anomalias em RECI [23]

A-C CONDENSAÇÕES

A-D DESLOCAMENTOS / DEFORMAÇÕES

A-D1 deformações acentuadas do revestimento

A-D2 desalinhamento de elementos de revestimento

A-D3 desprendimento / descolamento de elementos de revestimento

A-E DEGRADAÇÃO DO REVESTIMENTO

A-E1 acumulação de detritos

A-E2 corrosão

A-E3 descasque / escamação / esfoliação

A-E4 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica

A-E5 diferenças de tonalidade / alteração de cor

A-E6 desagregação / oxidação (envelhecimento)

A-E7 fissuração / fratura

A-O DEFEITOS DE PROJETO / EXECUÇÃO

A-O1 defeitos nas fixações

A-O2 defeitos nos remates

A-O3 inexistência ou deterioração de cordões de estanqueidade

A-O4 sobreposição insuficiente ou excessiva

A-O5 defeitos no sistema de isolamento térmico

A-O6 defeitos no sistema de ventilação

A-O7 inclinação insuficiente ou excessiva

A-O8 intervenções incorretas ou deficientes

A metodologia de classificação proposta agrupa as anomalias por tipologia e aspeto visual,

definindo-se 19 anomalias distribuídas em quatro grupos:

o grupo A-C contempla apenas as condensações, como uma das formas de manifestação da

humidade mais críticas em coberturas;

o grupo A-D reúne as anomalias relacionadas com deformações do revestimento e com o

descolamento de elementos que permitem a infiltração de água da chuva;

o grupo A-E constitui um conjunto de anomalias que se traduzem em envelhecimento e em

degradação, em alterações estéticas, em perda de coesão e em desgaste dos revestimentos e

dos acessórios das coberturas;

o grupo A-D é alusivo a defeitos de projeto / execução (que se traduzem em defeitos em vários

elementos de RECI, como fixações, remates, sistema de ventilação e de isolamento térmico), a

inclinações insuficientes ou excessivas e a intervenções inadequadas.

Para cada tipo de revestimento, Garcez [23] obteve uma relação de anomalias possíveis,

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2. Revestimentos exteriores de coberturas inclinadas

24 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

conforme apresentado na Tabela 2.5.

Tabela 2.5 - Relação entre as anomalias e os diferentes RECI [23]

Anomalias RECI

Ardósia Cerâmicos Microbetão Fibrocimento Metálicos Plásticos Mistos

A-C

A-D1

A-D2

A-D3

A-E1

A-E2 - - - - -

A-E3 - -

A-E4

A-E5

A-E6 - - - - -

A-E7

A-O1

A-O2

A-O3 - - -

A-O4

A-O5

A-O6

A-O7

A-O8

2.5.2 Caracterização das anomalias

As anomalias que se desenvolvem nos RECI devem-se, sobretudo, a deficiências de projeto e a

erros de execução que, de acordo com Argilés [48], citado por Garcez [1], representam entre 40 e

50% e entre 25 e 35%, respetivamente, de todas as anomalias.

Nos trabalhos de investigação de Garcez [23] e de Lopes [24], as anomalias analisadas nas

coberturas inclinadas obtiveram, como causas principais, erros de execução, seguindo-se erros de

projeto, representando 31% e 29%, respetivamente, das causas admissíveis (Figura 2.1).

Figura 2.1 - Distribuição das principais causas de anomalias em RECI [23][24]

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 25

Para que se reduza a ocorrência de anomalias nos RECI, é fundamental compreender como se

caracterizam e, conhecendo as causas que lhes dão origem, se possa atuar com eficácia sobre as

mesmas. A compreensão das anomalias e das suas causas prováveis permite, posteriormente,

proceder a uma análise de relação entre a condição dos revestimentos e a vida útil.

2.5.2.1 Condensações

A quantidade de água que o ar tem capacidade para conter é limitada e depende da temperatura.

A quantidade de água existente por unidade de volume de ar, ou de massa de ar, designa-se por

humidade absoluta, Ha, expressa em kg/m3, ou kg/kg de ar seco. Quanto maior for a quantidade

de água contida na massa de ar, maior será a pressão parcial, Pp, expressa em Pa. Quando um

determinado volume de ar atinge a capacidade máxima de contenção de água, atinge-se o limite

de saturação, Ws, e a correspondente pressão de saturação, Ps, ocorrendo o fenómeno de

condensação associado à quantidade de água em excesso.

O conceito de humidade relativa, Hr, permite compreender a quantidade de água por unidade de

ar, Ha, face ao limite de saturação, Ws, ou seja, a percentagem de água presente no ar até se

atingir a saturação, como traduzido na equação ( 5 ).

100P

P100

W

HH

s

p

s

ar ( 5 )

A humidade relativa aumenta com a variação negativa da temperatura, o que acontece até atingir o

limite de saturação do ar. Este fenómeno ocorre a uma determinada pressão de saturação específica

a que se designa “ponto de orvalho”, ou tensão de vapor, também dependente da temperatura.

Quando a temperatura na superfície dos RECI é muito baixa, o fenómeno de ocorrência de

condensações é facilitado, não sendo necessária a existência de uma humidade absoluta muito

elevada para que ocorra. Para evitar a condensação dos RECI, deve-se conhecer a produção de

vapor no interior do edifício, associada à sua utilização, e adequar o RECI a um sistema de

ventilação que permita um equilíbrio de pressões entre o ar exterior e interior no intradorso do

revestimento [50] [51]. Quando se justifique, esta solução pode ser acompanhada de uma barreira

pára-vapor e de um sistema de isolamento térmico apropriado, tendo em consideração a utilização

do edifício, em especial as piscinas, os balneários e as cozinhas [45].

A degradação dos RECI pode dever-se a condensações, traduzindo-se na redução de

caraterísticas térmicas e na deterioração dos elementos de suporte quando sujeitos a longos

períodos de contacto com a água. A presença de água proveniente de condensações promove a

formação de manchas escuras devido à retenção de poeiras e ao desenvolvimento de fungos e

bolores. Em RECI constituídos por telhas asfálticas, as condensações podem promover a

formação de bolhas de ar nos elementos e conduzir à sua fissuração, perda de aderência e à

perda de funcionalidade nas zonas de remate.

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2. Revestimentos exteriores de coberturas inclinadas

26 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

2.5.2.2 Deformações acentuadas do revestimento

As deformações acentuadas nos revestimentos podem ser caracterizadas em função dos

materiais dos RECI ou das estruturas de suporte, os quais são suscetíveis às solicitações que

sobre eles atuam, tais como: movimentações diferenciais do suporte, ações de inspeção e de

manutenção e de agentes atmosféricos.

A deformação nos revestimentos pode ser devida à falta de capacidade resistente nos elementos

estruturais, como consequência de um dimensionamento deficiente, de uma execução defeituosa,

ou a falta de manutenção que tenha permitido a deterioração por infiltrações de água das chuvas

ou acumulação de água de condensação.

Nos elementos metálicos, os erros de execução ou de conceção estão associados à aplicação de

materiais de fraca qualidade, a falhas na ligação entre os elementos, devido a corrosão, e a

problemas nos apoios.

Nos elementos em madeira, a desadequação entre a humidade em condições de serviço e a

humidade de secagem prescrita conduz a empenos, que podem ser agravados por dilatações e

contrações elevadas, conduzindo a abertura de juntas entre peças e empolamentos, com

consequências graves ao nível do revestimento exterior. Nestes elementos, a presença de

humidade e temperatura ideais pode conduzir à degradação da madeira por agentes biológicos,

tais como xilófagos marinhos, bactérias, fungos e insetos.

Os revestimentos constituídos por telhas cerâmicas, em microbetão, ou por soletos de ardósia

podem apresentar abertura de juntas entre elementos associada a deformações do suporte, que

afetam a estanqueidade da cobertura.

Os revestimentos constituídos por elementos metálicos, plásticos, em fibrocimento e por painéis

sanduiche, quando sujeitos a deformações dão origem a zonas de acumulação de água e de

detritos, que promovem um conjunto diversificado de anomalias [24].

2.5.2.3 Desalinhamento do RECI

O desalinhamento do RECI poderá estar associado à deficiente execução do ripado, influenciando

o seu desempenho. Quando os ripados são executados com recurso a elementos construídos em

argamassa, esta anomalia torna-se mais provável.

A ação do vento pode conduzir ao desalinhamento dos RECI, em especial quando construídos em

elementos metálicos, e, no geral, as ações de inspeção e de manutenção poderão conduzir ao

desalinhamento quando os elementos não se encontram devidamente fixos.

O desalinhamento do RECI pode conduzir a descontinuidades favoráveis à penetração da

humidade de precipitação.

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 27

2.5.2.4 Desprendimento / descolamento de elementos de revestimento

Os RECI com inclinações elevadas, que são incorretamente colocados ou que se encontram

degradados ou sem fixação, apresentam uma maior frequência de ocorrência de desprendimento /

descolamento [41]. A inadequação da tipologia da cobertura face à ação do vento e às restantes

condições climatéricas, ou o colapso da estrutura de suporte, são condições favoráveis a esta

anomalia [24].

O desprendimento / descolamento de RECI conduz à exposição dos elementos de suporte /

estruturais, e de outros elementos da construção, aos elementos atmosféricos, agravando a

patologia dos revestimentos.

2.5.2.5 Acumulação de detritos

A acumulação de detritos contribui para o aparecimento de vegetação parasitária, afetando o

escoamento das águas pluviais na cobertura. Esta situação favorece a fixação da humidade de

precipitação, resultando em infiltrações na cobertura, principalmente sob a ação do vento [41].

Os detritos acumulados sobre a cobertura podem resultar da existência de animais, tais como

pombos e gatos, de elementos vegetais transportados pelo vento, como ramos e folhas de árvores,

ou de objetos transportados em ações de manutenção ou devidos a atos de vandalismo [24] [25].

2.5.2.6 Corrosão

Os elementos de revestimento metálicos são suscetíveis à corrosão, um fenómeno eletroquímico

que pode conduzir à perda de funcionalidade destes RECI. A ocorrência de corrosão deve-se a

fatores metalúrgicos (corrosão intergranular e deszincificação dos latões), a condições de

utilização, a condições de exposição ambiental (proximidade do mar, humidade relativa, ambiente

químico / industrial), ao contacto entre metais de natureza distinta (corrosão bimetálica), e a erros

de conceção e de execução [24] [51].

As anomalias decorrentes de corrosão podem ser superficiais ou profundas. As anomalias

superficiais mais comuns são: perda de brilho / branqueamento, alteração de cor, manchas,

escorrimentos, empolamentos ou destacamentos do revestimento protetor / anticorrosivo. As

anomalias profundas mais comuns são: picadas / perfurações, diminuição de espessura e perda

do elemento metálico ou fissuras / fraturas.

A corrosão superficial pode ocorrer em faces exteriores ou em faces interiores. A corrosão nas

faces interiores deve-se, principalmente, à humidade de condensação, sobretudo em locais com

temperaturas baixas ou com elevada produção de vapor [52] [53].

2.5.2.7 Descasque / escamação / esfoliação

O descasque é uma anomalia que pode ocorrer em revestimentos cerâmicos, de microbetão e em

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2. Revestimentos exteriores de coberturas inclinadas

28 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

ardósia devido à exposição prolongada de ciclos gelo-degelo, principalmente quando não são

garantidas condições adequadas de ventilação.

A ardósia, apesar de garantir melhor estanqueidade à água das chuvas, apresenta facilidade em

soltar lascas devido ao seu processo de formação na natureza. Dado que se desenvolve por

camadas que constituem panos preferenciais de delaminação, quando as suas superfícies não

são polidas podem conter fissuras que dão origem a escamações.

A esfoliação das camadas de proteção de revestimentos metálicos e mistos pode dever-se à

corrosão que se desenvolve por camadas de forma paralela à superfície [23] [51].

2.5.2.8 Desenvolvimento de vegetação parasitária / crescimento biológico

A vegetação parasitária e o crescimento biológico constituído por fungos, líquenes, musgo ou

vegetação diversa fixam-se nos RECI afetando o escoamento da água e criando zonas de

estagnação. As zonas de estagnação facilitam a penetração da água promovendo novas anomalias.

Quando os RECI apresentam microfissuras, nomeadamente em elementos cerâmicos e em

microbetão, as raízes de alguns agentes biológicos podem dar origem a fissuras maiores. A

fixação destes agentes é promovida pela humidade, em zonas de sombra prolongada e a

excrementos de aves, que é facilitada quando não existem ações de manutenção [54].

2.5.2.9 Diferenças de tonalidade / alteração de cor

As diferenças de tonalidade ou alteração de cor podem dever-se ao processo de fabrico, à

degradação do RECI, à afetação da película protetora ou a manutenção inadequada [24].

As diferenças de tonalidade e alteração de cor não comprometem o desempenho da cobertura,

desde que o processo de fabrico assegure as exigências funcionais. No entanto, quando existe

exigência de RECI com a mesma tonalidade, as diferenças de tonalidade podem ser consideradas

uma anomalia.

2.5.2.10 Desagregação / oxidação

A interação dos RECI plásticos com a radiação solar e com os agentes atmosféricos promove a

oxidação, que se traduz na sua fragilização e perda de transparência. Esta anomalia afeta a

funcionalidade destes revestimentos, dado que são frequentemente utilizados a fim de permitir

entrada de luz nos edifícios.

Os produtos com base em microbetão, como o fibrocimento, podem sofrer deterioração por

agentes químicos agressivos ou por agentes atmosféricos, como o vento, humidade e ciclos

gelo/degelo. Os fenómenos principais de deterioração e de envelhecimento são a carbonatação, a

lixiviação e as chuvas ácidas.

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 29

2.5.2.11 Fissuração / fratura

A fendilhação dos RECI pode dever-se à ventilação insuficiente ou inexistente, facilitando a sua

ocorrência com a geada. A rotura dos elementos cerâmicos pode ocorrer devido aos ciclos

gelo-degelo, a impactos como a queda de granizo ou de objetos, a circulação de pessoas, a

vandalismo, ou a excesso de peso de equipamentos instalados sobre a cobertura.

A fissuração pode ocorrer quando os elementos são fixos de forma demasiado rígida, conduzindo

a um conjunto de tensões internas excessivas quando sujeitos a diferenciais térmicos elevados.

2.5.2.12 Defeitos nas fixações

Os defeitos nas fixações podem dever-se à corrosão de parafusos ou de anilhas, a deformações

da estrutura de suporte ou do RECI, face a movimentações volumétricas, a aperto excessivo ou

insuficiente, à ausência de anilhas vedantes e a fixações excessivas ou insuficientes.

2.5.2.13 Defeitos nos remates

Nos remates, os elementos que apresentam anomalias são, geralmente, a cumeeira, o rincão, os

remates nas ligações entre vertentes, remates inferiores no beirado, no beiral, no algeroz, na

platibanda, remate lateral, remate com clarabóias, remates com chaminés, com tubagens, com

paredes emergentes, caleiras, larós, e juntas de dilatação [56].

Frequentemente, as práticas construtivas inadequadas, como a aplicação de argamassa em

excesso ou em elementos incompatíveis, provoca a dificuldade de escoamento de água ou

facilidade de infiltração através de fissuras, ou outras anomalias que surgem como consequência da

anterior.

2.5.2.14 Inexistência ou deterioração dos cordões de estanqueidade

Os cordões de estanqueidade, como os mastiques e as bandas betuminosas, garantem a

estanqueidade das coberturas. No entanto, nem sempre está prevista a sua aplicação,

considerando-se tal situação uma incorreta conceção. Noutras situações, ocorre a deterioração

destes materiais devido a ataque químico, a ataque dos raios ultravioletas, a variações volumétricas

do RECI ou da estrutura de suporte, e incorreto dimensionamento ou execução das juntas [24].

2.5.2.15 Sobreposição insuficiente ou excessiva

A sobreposição insuficiente ou excessiva ocorre em todos os tipos de RECI, comprometendo a

estanqueidade das coberturas. No entanto, a sobreposição insuficiente é mais gravosa, na medida

em que, pela perda de estanqueidade, o contacto frequente com a água conduz à perda de

funcionalidade e degradação dos materiais.

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2. Revestimentos exteriores de coberturas inclinadas

30 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

2.5.2.16 Defeitos no sistema de isolamento térmico

Os defeitos de isolamento térmico estão associados a erros de execução ou de conceção. Face às

exigências, o tipo de solução adotada pode não ser o mais adequado. A degradação precoce

deste elemento pode dever-se à inexistente, ou inadequada, proteção à ação da chuva, raios

ultravioletas, ações de manutenção e presença de animais.

2.5.2.17 Defeitos no sistema de ventilação

A correta ventilação permite reduzir a ocorrência de várias anomalias, pelo que os defeitos no

sistema de ventilação assumem particular preocupação. Entre as anomalias que surgem como

consequência de uma ventilação inexistente ou insuficiente, encontram-se o descasque, a

esfoliação e escamação por ação do gelo-degelo, a ocorrência de condensações, o

desenvolvimento biológico e a degradação da estrutura de suporte e elementos da construção.

Deste modo, a micro-ventilação e a ventilação do desvão da cobertura, devem ser assegurados. As

telhas de ventilação, ou acessórios de ventilação, devem ser instalados em quantidade suficiente;

caso contrário a sua inexistência, ou insuficiência poderá ser considerada uma anomalia.

2.5.2.18 Inclinação insuficiente ou excessiva

Para cada tipo de revestimento, deve ser adotada uma inclinação dentro dos limites, mínimo e

máximo, estabelecidos. Enquanto a inclinação insuficiente dificulta o escoamento das águas

pluviais - o que facilita a penetração de humidade e a acumulação de detritos e o desenvolvimento

de agentes biológicos - a inclinação excessiva pode conduzir ao deslocamento do RECI, ao seu

desalinhamento e ao desprendimento de elementos [24].

2.5.2.19 Intervenções incorretas ou deficientes

Quando as práticas construtivas associadas à correção de anomalias nos RECI são inadequadas,

surgem novas anomalias. Segundo Lopes [24], as práticas construtivas inadequadas estão

relacionadas com a aplicação de telas asfálticas e de mastiques no RECI fissurado, ou fraturado,

ou nas singularidades da cobertura, que pretendem garantir a estanqueidade. Garcez [23]

acrescenta, ainda, que a prática frequente de aplicação de argamassas nos revestimentos de

betão e de microbetão é incorreta por não resolver o problema da estanqueidade e por contribuir

para o aumento da carga sobre a estrutura de suporte e, por sua vez, o aumento de deformação.

A aplicação de telas pode comprometer a ventilação da cobertura e, dado que não se consegue

garantir a sua aderência ao suporte, poderá ocorrer a penetração de águas pluviais. Nestes casos,

os revestimentos devem ser substituídos e não reparados com produtos betuminosos.

2.5.3 Classificação dos fatores de degradação associados às anomalias

Os fatores de degradação dos RECI são apresentados numa perspetiva de tipificação das causas

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 31

que contribuem para a ocorrência de anomalias. Para o efeito, resume-se o sistema classificativo

apresentado por Garcez [23], baseado na divisão definida pelo Colégio Oficial de Arquitetos de

Madrid [57].

As causas podem ser divididas em dois grupos: causas diretas, ou próximas, e causas indiretas,

ou primeiras. Entre as causas diretas, encontram-se as ações de origem mecânica e ações

ambientais; entre as causas indiretas, encontram-se as associadas a erros de projeto, a erros de

execução e a erros de utilização ou de manutenção. As causas indiretas necessitam da

conjugação de uma causa direta para que se inicie o processo patológico.

2.5.3.1 Ações de origem mecânica

As ações de origem mecânica contribuem para a deformação da estrutura de suporte da

cobertura, com origem na circulação de pessoas ou de cargas sobre os revestimentos, na

instalação de equipamentos pesados sobre os revestimentos ou em impactos de objetos pesados.

2.5.3.2 Ações ambientais

As ações ambientais através da ação das chuvas, do vento, da radiação solar, da presença de

neve e de ciclos gelo-degelo são as principais causas de ocorrência de anomalias em RECI.

A ação do vento pode ser responsável por deformações dos revestimentos devido aos esforços

excessivos na estrutura de suporte ou nos próprios revestimentos. O desprendimento de

elementos de revestimento deve-se a situação pouco comuns de ventos fortes, principalmente em

coberturas com inclinações elevadas, ou em situações de elementos degradados, sem fixações,

ou incorretamente colocados.

2.5.3.3 Erros de projeto

Os erros de projeto constituem a maior causa de anomalias nas construções. Entre os erros de

projeto, encontram-se o dimensionamento incorreto das estruturas de suporte, conceção e

pormenorização incorreta das pendentes, dos sistemas de ventilação, dos remates, dos beirais,

das fixações e prescrições inadequadas de materiais.

2.5.3.4 Erros de execução

Os erros de execução devem-se à qualificação insuficiente da mão-de-obra e à subcontratação de

empresas cuja responsabilidade se pode perder em casos de subcontratação [58].

Os erros comuns de execução dizem respeito a:

sistemas de ventilação, nomeadamente à distribuição incorreta na cobertura;

sistemas de isolamento térmico, em particular quando a continuidade não é garantida permitindo

a existência de pontes térmicos que facilitam a ocorrência de condensações;

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2. Revestimentos exteriores de coberturas inclinadas

32 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

desalinhamento dos elementos de revestimento, que afeta o efeito estético da cobertura ou

mesmo a sua funcionalidade;

uso excessivo de argamassas para fixação de elementos de cumeeira e de rincões, ou de

remates, ocorrendo fissuração e infiltração de humidade, desenvolvimento de vegetação

parasitária e ventilação deficiente;

uso incorreto de telas asfálticas sobre os revestimentos dificultando a sua ventilação;

fixação dos elementos de revestimento com aperto exagerado, que originam esmagamento,

fissuração, ou impedem a deformação livre dos elementos;

remates inadequados em chapas de policarbonato e ausência de cordões de estanqueidade em

cumeeiras e rincões de chapas metálicas.

2.5.3.5 Erros de utilização / manutenção

A inexistência de manutenção conduz à ocorrência descontrolada de anomalias, podendo gerar

novas anomalias. A principal causa de acumulação de detritos sobre os revestimentos é a

inexistência de manutenção, o que facilita o desenvolvimento de líquenes e de plantas,

dificultando o escoamento da água.

Intervenções deficientes podem, por outro lado, conduzir a deformações das estruturas de

suporte, normalmente associadas ao aumento de cargas sobre as coberturas. O incremento de

peso sobre as coberturas pode dar-se pela aplicação de argamassa para tentar aumentar,

incorretamente e de forma ineficaz, a estanqueidade do RECI constituído por telhas.

O uso de telas asfálticas é frequentemente usado ainda que incorretamente, impossibilitando a

ventilação das coberturas e, por sua vez, incrementando o peso dos revestimentos.

A substituição de elementos de revestimento, efetuada numa perspetiva de manutenção, ou de

reparação, pode conduzir a um efeito inestético, uma vez que nem sempre se obtém as mesmas

tonalidades.

2.6 Conclusões

Neste capítulo, apresentou-se a classificação de revestimentos e de coberturas inclinadas,

focando as suas exigências funcionais e caraterizando os vários tipos de revestimentos: pétreos

naturais, pétreos artificiais, metálicos, plásticos, mistos e tradicionais.

Em relação à patologia, procedeu-se à classificação das anomalias e à caraterização das

mesmas, de acordo com Garcez [23] e Lopes [24] e classificou-se os fatores de degradação,

numa perspetiva de tipificação das suas causas.

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 33

3. Trabalho de campo

3.1 Considerações iniciais

A elaboração de uma MEVURECI assenta num estudo sobre a patologia de revestimentos

exteriores de coberturas inclinadas e sobre as metodologias de previsão de vida útil, combinado

com uma campanha de trabalho de campo que permita a sua validação. A realização de uma

campanha, baseada em inspeções visuais, tem em vista identificar, caracterizar, classificar e

quantificar as anomalias resultantes da degradação natural dos RECI.

3.2 Objetivos do trabalho de campo

Com o trabalho de campo, pretende-se caraterizar e classificar as anomalias evolutivas

atribuindo-se um nível de degradação. Para cada anomalia, é necessário avaliar a extensão da

área de revestimento afetado, identificando os fatores de degradação que lhes possam estar

associados de modo a compreender a sua influência na vida útil dos RECI.

O levantamento de características e de anomalias de revestimentos de coberturas inclinadas

permite estabelecer relações entre os parâmetros que caracterizam o estado patológico com a

idade, de modo a que, através da metodologia a desenvolver, seja possível prever a vida útil. O

estabelecimento de uma relação entre a idade e cada uma das anomalias compreende a

avaliação da extensão, a definição de níveis de degradação, os quais se prevê aumentarem com o

tempo de vida, e da severidade respetiva. Deste modo, recorrendo a inspeções visuais (como

método empírico [6]), a realização do trabalho de campo tem os seguintes objetivos:

levantamento das anomalias evolutivas;

avaliação da extensão da área de revestimento afetado por cada anomalia;

quantificação dos níveis de degradação para classificação das anomalias;

definição dos fatores de degradação associados às anomalias.

3.3 Metodologia

A previsão de vida útil de RECI depende das variáveis severidade e idade e, por isso,

necessariamente das caraterísticas da amostra adquirida com o trabalho de campo. Para

avaliação da condição da degradação dos RECI, recorre-se a uma escala qualitativa, utilizada pela

maioria das metodologias, conforme referido por Gaspar e Brito [59]. Esta escala é baseada em

diferentes níveis de degradação e balizada através da condição verificada na campanha, de

acordo com Marteinsson et al. [60] e Freitas et al. [61], citados por Silva et al. [4].

Neste sentido, considera-se as anomalias que apresentam natureza evolutiva a fim de serem

avaliadas, enquanto variáveis do modelo de previsão, associadas a fatores de degradação. Para

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3. Trabalho de campo

34 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

este efeito, é necessário compreender a condição dos RECI e os fatores de degradação, de modo

a que a correta caraterização e classificação das anomalias permita desenvolver uma MEVURECI.

Para que a informação recolhida durante o trabalho de campo seja considerada uma

representação da realidade, é necessário definir os níveis de degradação de acordo com a

intensidade e o tipo de anomalia, independentemente da extensão da manifestação patológica [9].

Definindo-se um índice numérico, que exprima a degradação global dos revestimentos

inspecionados, é possível expressá-lo graficamente, usando os pontos que representam as

variáveis idade e severidade, cujos valores pertencem ao eixo das abcissas e aos eixos das

ordenadas, respetivamente [11]. Conhecendo o conjunto de pontos, num sistema de eixos

cartesianos, é possível determinar a curva de degradação dos RECI, traçando de uma curva de

regressão da amostra, tal como estudado por Shohet et al. [62].

3.3.1 Ficha de inspeção e diagnóstico

A recolha da informação obtida durante o trabalho de campo foi preparada através do

preenchimento de uma ficha de inspeção e diagnóstico (Anexo A), visando a padronização e a

organização dos dados, de modo a facilitar o seu tratamento. Os dados foram obtidos através de

inspeção visual, cruzando a informação disponível em plantas, sempre que foi possível aceder aos

projetos, e com auxílio da fotografia aérea para identificação dos edifícios.

A ficha de inspeção e diagnóstico segue o modelo de Garcez [23] e de Lopes [24], adaptando a

informação das fichas de Chai [17], de Ximenes [18], de Sousa [25] e de Silva [26]. Deste modo, a

ficha divide-se em duas partes:

primeira parte: caracterização geral do edifício, com referência às condições ambientais, e dos

revestimentos de cada uma das suas coberturas, com informação relativa a eventuais ações de

manutenção;

segunda parte: caracterização de cada anomalia e classificação respetiva, com atribuição do

nível de degradação correspondente, e avaliação da área afetada.

De acordo com a patologia relativa aos RECI, seleciona-se as anomalias suscetíveis de

caraterizar a condição de cada revestimento, procedendo à classificação e avaliação da área

afetada.

Relativamente à primeira parte da ficha, existem três parâmetros que devem ser esclarecidos

antes do trabalho de campo. Estes dizem respeito à exposição atmosférica (protegida, normal ou

exposta), à zona climática (um, dois e três) e à exposição a agentes poluentes.

De acordo com a Associação Portuguesa dos Industriais da Cerâmica de Construção (APICC)

[41], os edifícios estão sujeitos a um determinado grau de exposição que depende das condições

do local, conforme representado na Tabela 3.1.

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 35

Tabela 3.1 - Grau de exposição atmosférica dos edifícios [41] [63]

Situação protegida Situação normal Situação exposta

Zona totalmente rodeada por elevações de terreno, abrigada face a todas as direções de incidências de ventos.

Zona plana, ou praticamente plana, podendo apresentar ligeiras ondulações do terreno.

Zona litoral até uma distância de 5 km do mar, sobre falésias, em ilhas ou penínsulas estreitas, estuários ou baías cavadas, regiões montanhosas e planaltos; em situações intermédias, podem surgir edifícios que comportem cinco ou seis pisos, situados em locais protegidos ou normais.

Em relação ao zonamento climático, que classifica o território em função da ação combinada da

precipitação e do vento, Portugal encontra-se dividido em três zonas, conforme apresentado na

Figura 3.1.

Figura 3.1 - Zonamento climático resultante da combinação vento / precipitação [41] [63]

Quando os edifícios se encontram próximos de vias urbanas principais, com elevado tráfego

rodoviário, considera-se que existe exposição aos agentes poluentes, preenchendo-se o campo

respetivo.

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3. Trabalho de campo

36 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

A informação que consta na primeira parte da ficha de inspeção e diagnóstico é apresentada na

Tabela 3.2. A segunda parte compreende os registos referentes a cada anomalia identificada, com

a classificação do nível de degradação e com a avaliação da área degradada correspondente.

Tabela 3.2 - Informação constante na primeira parte da ficha de inspeção e diagnóstico

CARACTERÍSTICAS DO EDIFÍCIO

Localização

Ano de conclusão

N.º de pisos acima do solo

Quantidade de coberturas

Tipo de utilização: habitação / comércio / serviços / outro

Tipo de envolvente: rural / urbana / marítima / outra

Zona climática: zona 1 / zona 2 / zona 3 /

Proximidade do mar: < 1 km / ≤ 5 km / > 5 km

Exposição da cobertura: protegida / normal / exposta

Exposição a agentes poluentes: s / n

CARACTERÍSTICAS DA COBERTURA

Forma da cobertura: uma água / duas águas / três águas / quatro águas / em pavilhão ou piramidal / redonda / águas desencontradas / trapeira / em mansarda

Designação do RECI

Área total do RECI (m2)

Inclinação da cobertura (%)

Estrutura de suporte: madeira / metálica / mista / muretes de alvenaria / betão - contínua / betão - descontínua

Sistema de ventilação: micro-ventilação / ventilação do desvão / telhas de ventilação / beiral com ventilação / bandas de ventilação / ventiladores

Isolamento térmico: laje de esteira / vertente inclinada / não existe

Existência de barreira de vapor: s / n / ns

Existência de fixações: s / n / ns

Existência de forro: s / n / ns

Singularidades da cobertura: beirais ou beirados / cumeeiras ou rincões / larós / elementos emergentes / platibandas / paredes de bordo / caleiras exteriores / caleiras recuadas

MANUTENÇÃO

Tipo de manutenção ou de reparação

Data da última intervenção

3.4 Classificação e definição dos níveis de degradação

3.4.1 Classificação das anomalias

Garcez [23] e Lopes [24] analisaram 19 anomalias (Tabela 2.4) correspondentes ao domínio de

todos os tipos de revestimentos exteriores classificados na Tabela 2.3. No caso de RECI

constituídos por telhas cerâmicas, excluiu-se as anomalias A-E2 corrosão, A-E6 desagregação /

oxidação e A-O3 inexistência ou deterioração de cordões de estanqueidade, por não se verificar a

sua ocorrência neste tipo de revestimento (Tabela 2.5), conforme referido por Garcez [23].

Analisando as 16 anomalias relativas aos revestimentos cerâmicos, verificou-se que as do grupo

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 37

A-O defeitos de projeto / execução não apresentam caráter evolutivo. Dado que se pretende relacionar

a idade com a severidade das anomalias dos RECI, procedeu-se à exclusão das anomalias relativas a

defeitos nas fixações (A-O1), defeitos nos remates (A-O2), sobreposição insuficiente ou excessiva (A-

O4), defeitos no sistema de isolamento térmico (A-O5), defeitos no sistema de ventilação (A-O6),

inclinação insuficiente ou excessiva (A-O7) e intervenções incorretas ou deficientes (A-O8).

A anomalia A-E1 acumulação de detritos foi incorporada na A-E5 relativa a diferenças de tonalidade

/ alteração de cor, excluindo-se do estudo os casos que podem ser eliminados definitivamente

através de ações de manutenção simples. Nas situações em que se verifique que esta anomalia

afeta a tonalidade ou a cor, exigindo uma ação de manutenção próxima da utilizada para a

eliminação da colonização biológica, a mesma foi considerada com a classificação A-E5.

Assim, procedeu-se a uma nova classificação das anomalias, considerando apenas as evolutivas

(AE), organizando-as em três grupos, conforme apresentado na Tabela 3.3.

Tabela 3.3 - Classificação de anomalias evolutivas em RECI

Classificação de anomalias evolutivas Classificação de Garcez

[23] e de Lopes [24]

AE-E ESTÉTICAS

AE-E1 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica A-E4

AE-E2 diferenças de tonalidade / alteração de cor A-E5

AE-F FUNCIONAIS

AE-F1 descasque / escamação / esfoliação A-E3

AE-F2 fissuração / fratura A-E7

AE-F3 desprendimento / descolamento de elementos de revestimento A-D3

AE-S ESTRUTURAIS

AE-S1 deformações acentuadas do revestimento A-D1

AE-S2 desalinhamento de elementos de revestimento A-D2

Para desenvolver uma metodologia de previsão de vida útil, há que considerar as anomalias que

afetam a durabilidade dos revestimentos e, para isso, deve-se estudar aquelas que são

modeláveis. Nesta situação, pressupõe-se que estas anomalias são evolutivas, sofrendo um

aumento do nível de degradação com o tempo de vida. O comportamento de cada anomalia será

comprovado com o trabalho de campo, podendo vir a excluir-se do estudo aquelas que não

demonstrarem sofrer evolução em função do tempo.

3.4.2 Níveis de degradação das anomalias

Para cada anomalia identificada, atribui-se uma classificação referente ao nível de degradação, de

acordo com uma escala que pretende explicar a condição dos revestimentos. Esta escala, definida

através de valores discretos, não é forçosamente caracterizada pelo tipo de área afetada, ou extensão

da mesma por cada anomalia, mas pela gravidade da degradação. Pretende-se que cada nível de

degradação corresponda a um patamar associado à consequência que determinada anomalia tem nos

revestimentos, em termos das exigências funcionais que poderão ser comprometidas.

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3. Trabalho de campo

38 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

Assim, definiu-se cinco níveis de degradação, numerados de 0 a 4, em que o nível 0 corresponde à

inexistência de degradação (muito bom) e o nível 4 corresponde a degradação generalizada. Todos os

grupos são classificáveis nos cinco níveis de degradação.

3.4.2.1 Anomalias estéticas

As anomalias estéticas são classificadas de acordo com as suas consequências, em todos os

níveis de degradação. Para efeitos da determinação do nível de degradação, recorre-se à

quantificação da área afetada, relacionando-a com a área total da cobertura. Deste modo,

contabiliza-se as telhas afetadas por cada uma das anomalias deste grupo e multiplica-se cada

uma destas quantidades pela área unitária da telha. Os intervalos admitidos para cada nível de

degradação são apresentados na Tabela 3.4.

Por se considerar que as consequências das anomalias relativas ao desenvolvimento de vegetação

parasitária / colonização biológica (AE-E1) são mais gravosas do que as provocadas pelas

diferenças de tonalidade / alteração de cor (AE-E2), atribuiu-se a AE-E2 o nível 3 como máximo de

degradação, correspondente a degradação moderada; já que a classificação de degradação

generalizada pareceria exagerada para uma anomalia que não tem consequências graves. Os

intervalos que caraterizam os restantes níveis apresentam uma maior dimensão e percentagem de

área de RECI afetada pela anomalia AE-E2 do que os intervalos definidos para a anomalia a AE-E1.

A anomalia AE-E2 abrange o escurecimento do RECI devido a acumulação de detritos, que

requeira uma ação de manutenção, e que contribua para a alteração da tonalidade ou da cor.

Tabela 3.4 - Níveis de degradação para anomalias do grupo estéticas

Nível de degradação Caracterização das anomalias

AE-E Estéticas

Observação

% área de RECI afetada

Nível 0

Muito Bom

AE-E1 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica

AE-E2 diferenças de tonalidade / alteração de cor

AE-E1: não identificado

AE-E2: não identificado

Nível 1

Bom estado de conservação

AE-E1 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica

AE-E2 diferenças de tonalidade / alteração de cor

AE-E1: ≤ 10% Atotala

AE-E2: ≤ 20% Atotala

Nível 2

Degradação ligeira

AE-E1 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica

AE-E2 diferenças de tonalidade / alteração de cor

AE-E1: > 10% e ≤ 30% Atotala

AE-E2: > 20% e ≤ 50% Atotala

Nível 3

Degradação moderada

AE-E1 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica

AE-E2 diferenças de tonalidade / alteração de cor

AE-E1: > 30% e ≤ 50% Atotala

AE-E2: > 50% Atotala

Nível 4

Degradação generalizada

AE-E1 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica

AE-E2 diferenças de tonalidade / alteração de cor

AE-E1: > 50% Atotala

AE-E2: não aplicável

Nota: a valor da área total do revestimento de uma cobertura inclinada

3.4.2.2 Anomalias funcionais

O grupo referente a anomalias funcionais é classificado em todos os níveis de degradação, conforme

apesentado na Tabela 3.5. As anomalias que constituem este grupo são classificadas em função da

extensão de área afetada. Para determinação da área afetada, recorre-se à contabilização das

telhas afetadas e à área unitária da telha, multiplicando estas duas quantidades.

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Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 39

A anomalia referente a fissuração / fratura (AE-F2) é mais gravosa do que a anomalia descasque /

escamação / esfoliação (AE-F1), pelo que os intervalos considerados apresentam menor

dimensão. Por outro lado, a ocorrência da anomalia AE-F2 pode conduzir a consequências

gravosas, pelo que não se considerou adequada a sua classificação no nível de degradação 1,

correspondente a bom estado de conservação.

A anomalia referente a desprendimento / descolamento de elementos de revestimento (AE-F3) é a

mais gravosa das três e, por isso, considerou-se como menos grave o nível 2. Nesta situação,

referente a degradação ligeira, considerou-se que a área afetada não deve ser superior a 5% da

área total (Atotal), o que revela o caráter gravoso atribuído à anomalia.

Tabela 3.5 - Níveis de degradação para anomalias do grupo funcionais

Nível de degradação Caracterização das anomalias

AE-F Funcionais Observação

% área de RECI afetada

Nível 0

Muito Bom

AE-F1 descasque / escamação / esfoliação

AE-F2 fissuração / fratura

AE-F3 desprendimento / descolamento de elementos de revestimento

AE-F1: não identificado

AE-F2: não identificado

AE-F3: não identificado

Nível 1

Bom estado de conservação

AE-F1 descasque / escamação / esfoliação

AE-F2 fissuração / fratura

AE-F3 desprendimento / descolamento de elementos de revestimento

AE-F1: ≤ 10% Atotala

AE-F2: não aplicável

AE-F3: não aplicável

Nível 2

Degradação ligeira

AE-F1 descasque / escamação / esfoliação

AE-F2 fissuração / fratura

AE-F3 desprendimento / descolamento de elementos de revestimento

AE-F1: > 10% e ≤ 30% Atotala

AE-F2: ≤ 10% da Atotala

AE-F3: ≤ 5% da Atotala

Nível 3

Degradação moderada

AE-F1 descasque / escamação / esfoliação

AE-F2 fissuração / fratura

AE-F3 desprendimento / descolamento de elementos de revestimento

AE-F1: > 30% e ≤ 50% Atotala

AE-F2: > 10% e ≤ 30% Atotala

AE-F3: > 5% e ≤ 10% Atotal a

Nível 4

Degradação generalizada

AE-F1 descasque / escamação / esfoliação

AE-F2 fissuração / fratura

AE-F3 desprendimento / descolamento de elementos de revestimento

AE-F1: > 50% Atotala

AE-F2: > 30% Atotala

AE-F3: > 10% Atotala

Nota: a valor da área total do revestimento de uma cobertura inclinada

3.4.2.3 Anomalias estruturais

As anomalias do grupo estruturais manifestam-se ao nível de deformações acentuadas do

revestimento (AE-S1) e ao nível do desalinhamento de revestimentos (AE-S2). A classificação do

nível de degradação é apresentada na Tabela 3.6.

As anomalias estruturais analisadas no âmbito da dissertação dizem respeito apenas aos

elementos de revestimento, não obstante as suas causas poderem ter origem em anomalias da

estrutura de suporte. Nesta perspetiva, as anomalias que possam ocorrer na estrutura de suporte

das coberturas não são avaliadas. No entanto, recorre-se a alguns critérios de desempenho

utilizados ao nível da estabilidade, nomeadamente relacionados com os estados limite de

utilização, como ferramenta de análise à condição dos revestimentos.

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3. Trabalho de campo

40 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

Tabela 3.6 - Níveis de degradação para anomalias do grupo estruturais

Nível de degradação Caracterização das anomalias

AE-S Estruturais Observação

% área de RECI afetada

Nível 0

Muito Bom

AE-S1 deformações acentuadas do revestimento

AE-S2 desalinhamento de elementos de revestimento

AE-S1: não identificado

AE-S2: não identificado

Nível 1

Bom estado de conservação

AE-S1 deformações acentuadas do revestimento

AE-S2 desalinhamento de elementos de revestimento

AE-S1: não aplicável

AE-S2: ≤ 10% Atotala

Nível 2

Degradação ligeira

AE-S1 deformações acentuadas do revestimento

AE-S2 desalinhamento de elementos de revestimento

AE-S1: ≤ 25% Atotala

AE-S2: > 10 e ≤ 25% Atotala

Nível 3

Degradação moderada

AE-S1 deformações acentuadas do revestimento

AE-S2 desalinhamento de elementos de revestimento

AE-S1: > 25 e ≤ 50% Atotala

AE-S2: > 25 e ≤ 50% Atotala

Nível 4

Degradação generalizada

AE-S1 deformações acentuadas do revestimento

AE-S2 desalinhamento de elementos de revestimento

AE-S1: > 50% Atotala

AE-S2: > 50% Atotala

Notas: a valor da área total do revestimento de uma cobertura inclinada

As anomalias referentes a deformações acentuadas de revestimentos (AE-S1) são classificadas

com os níveis 0, 2, 3 e 4. Dado que nem todos os revestimentos têm o mesmo tipo de suporte,

procurou-se estabelecer intervalos de valores aceitáveis para a generalidade das estruturas. Deste

modo, cruzou-se informação relativa às estruturas mais frequentes, em betão armado, em madeira

e em aço. De acordo com o Eurocódigo 3, parte 1-1 [64] e Eurocódigo 5 [65], a flecha máxima

admissível para coberturas é definida através da expressão ( 6 ):

200

Lδmax ( 6 )

onde:

δmax - deformação vertical máxima;

L - vão medido entre apoios.

Dada a necessidade de obter uma referência para a deformação máxima aceitável dos RECI,

poderá, ainda, ser consultada a norma ISO 4356 [66], o AC 318.83 [67], o ACI Committee 435 [68]

e o Manual do CEB [69], a partir dos quais, e para o caso de áreas que deverão drenar água, se

considera que a deformação limite corresponde ao valor do comprimento do vão a dividir por 240.

Deste modo, assume-se que os revestimentos padecem de deformação acentuada quando a

flecha é superior ao resultado da razão entre o comprimento do vão e 200 mas, para efeitos de

classificação, apenas se regista o nível correspondente a degradação ligeira, quando este valor é

ultrapassado. A partir deste valor, a deformação torna-se evidente e, por este motivo, a não

classificação em nível 1 evita a dúvida que poderia surgir na diferenciação entre a classificação

relativa a bom estado de conservação e a degradação ligeira.

Assim, e de modo a conseguir facilmente classificar o nível de degradação, assumiu-se que a

degradação é ligeira (nível 2), de acordo com a expressão ( 6 ), quando visível sem necessidade de

recorrer a instrumentos de medição, mas com uma configuração suave e contida numa área igual ou

inferior a 25% da área da cobertura. Quando a deformação envolver uma área de revestimento

superior a 25% da área da cobertura, mas inferior a 50%, a degradação corresponde ao nível 3; será

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 41

de nível 4, caso a área de cobertura sujeita a deformação for superior a 50% da área total.

O critério usado para a classificação da anomalia correspondente ao desalinhamento de elementos

de revestimento (AE-S2), baseia-se na dimensão média dos diferentes tipos de telhas, usando como

referência o afastamento do ripado, ou seja, a distância entre apoios. Conforme apresentado na

Tabela 3.7, dependendo do tipo de telha, o espaçamento entre ripado varia de 15 cm a 46 cm.

Tabela 3.7 – Espaçamento entre ripado para os diferentes tipos de telhas [41] [70]

Espaçamento do ripado por tipo de telha (cm)

Lusa Marselha Canudo Romana Plana

33 a 45 37 a 39 25 a 36 25 a 46 15 a 38,5

Considerando a elevada amplitude, e os valores médios dos diferentes tipos de telha, propõe-se que o

espaçamento no valor de 40 cm seja utilizado como referência para o desalinhamento dos elementos

que constituem o revestimento. Assim, considera-se que o revestimento está em bom estado de

conservação quando o valor do desalinhamento, que corresponde à distância da telha mais desviada

da linha reta definida pela fiada, é da ordem da dimensão do elemento de RECI (Dreci) sobre 40. Deste

modo, o valor de desalinhamento aceitável é menor para elementos de revestimento de menores

dimensões, dado que a sua configuração geométrica tem menor capacidade para acomodar

divergências dimensionais em relação à sua instalação na fiada de RECI. Em campanha, o nível 1

pode ser atribuído se for possível perceber, sem recurso a instrumentos de medição, que existe

desalinhamento numa área inferior a 10% da área total da cobertura; para áreas de maior dimensão, o

nível de degradação pode ser 2, 3 ou 4, conforme Tabela 3.6.

3.5 Caracterização da amostra

3.5.1 Determinação da dimensão da amostra

Assumindo cada uma das anomalias independente das restantes, considera-se que, numa

perspetiva de inferência estatística, a dimensão da amostra deverá estar compreendida entre 10 a

15 vezes o número de variáveis independentes a pesquisar [71]. Não sendo conhecida a

quantidade de variáveis independentes, no início do trabalho de campo, e considerando a

necessidade de se obter uma amostra suficientemente grande (classificação estatística) de RECI,

a sua dimensão pode ser determinada em função de um nível de confiança (ou de significância) e

de uma precisão escolhidas [72], de acordo com a expressão ( 7 ):

n

p1pz )2/1(

( 7 )

onde:

ε - margem de erro, ou precisão do intervalo de confiança;

Z(1-α/2) - valor crítico, lido na abcissa da curva de densidade normal reduzida para o nível de

confiança correspondente a 1-α/2;

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3. Trabalho de campo

42 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

p - proporção de elementos da população com caraterísticas de interesse;

n - dimensão da amostra.

Isolando n na expressão ( 7 ) é possível determinar a dimensão da amostra através da expressão ( 8 ):

p1pz

n2

2)2/1(

( 8 )

Não conhecendo a dimensão da população de RECI, mas compreendendo que o valor máximo de

p(1-p) maximiza a dimensão da amostra, n, para p pertencente ao intervalo entre 0 e 1, esse valor

ocorre para p=0,5. Assim, para um intervalo de confiança de 99% e uma margem de erro de 10%,

a dimensão da amostra é determinada de acordo com a expressão:

89,1655,05,001,0

636,65,015,0

1,0

576,2n

2

2

( 9 )

ou seja, 166 revestimentos. A mesma dimensão permite obter um intervalo de confiança de 95% e

uma margem de erro de 7,7%, como determinado através da seguinte expressão:

98,1615,05,000593,0

842,35,015,0

077,0

960,1n

2

2

( 10 )

3.5.2 Caraterização das construções analisadas

Foram inspecionados 167 revestimentos exteriores de coberturas inclinadas, com uma área total

no valor de 48.576,7 m2, pertencentes a 93 edifícios. Alguns destes revestimentos foram excluídos

da amostra, por se ter verificado a existência de inconsistências que permitem caraterizá-los como

outliers. Assim, excluíram-se 14 elementos por se ter verificado a existência de evidências físicas

que justificam a exclusão destes elementos, como recomendado por Matos [75], e quatro

elementos que, apesar de não se considerarem outliers, ainda não têm 1 ano de idade, não

contribuindo para a explicação da degradação em função do tempo.

Os quatro elementos com menos de um ano de idade encontram-se caracterizados nas fichas

72_1/2, 72_2/2, 73_1/2 e 73_2/2. O conjunto de 14 elementos considerados outliers encontra-se

caraterizado nas fichas de inspeção e diagnóstico com os números 17, 20_2/2, 52, 54_4/6, 54_5/6,

54_6/6, 57_1/2, 57_2/2, 61_1/5, 61_2/5, 61_3/5, 61_4/5, 63 e 64. Com a exceção do elemento

registado na ficha 61_4/5, todos os 13 revestimentos excluídos apresentam deformação ao nível da

estrutura de suporte principal, não fazendo parte do âmbito deste estudo. Para efeitos da construção

de uma MEVURECI, apenas se considera a deformação ao nível do revestimento, o qual envolve

apenas a estrutura secundária, ou seja, o ripado, o contra-ripado (quando existe) e a vara.

O revestimento a que se reporta a ficha 61_4/5 apresenta uma caleira exterior que recolhe águas

do beirado junto a um laró, encontrando-se subdimensionada, o que contribui para o registo de

uma degradação elevada para a sua idade, constituindo um outlier.

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 43

Assim, a amostra para efeitos da MEVURECI é constituída por 149 revestimentos, distribuídos por 86

edifícios. A área total de revestimentos considerada tem 44.748,0 m2, com uma área média no valor de

300,3 m2, e os seus edifícios têm uma área média no valor de 520,3 m2. A área das coberturas

apresenta uma elevada amplitude de valores, desde 11,7 m2, para a menor cobertura, até 2011,5 m2

para a maior cobertura. Existem 27 edifícios que, devido à sua função e arquitetura, apresentam mais

do que uma cobertura, razão pela qual existe uma média de 1,7 coberturas por edifício.

Os revestimentos analisados pertencem a edifícios que se encontram caraterizados em termos de tipo

de utilização (Figura 3.2), número de pisos acima do solo (Figura 3.3), idade (Figura 3.4) e localização

(Anexo B). Estas caraterísticas permitem compreender, numa primeira análise, o contexto em que se

inserem os revestimentos, como a idade do edifício, que pode ser diferente da do revestimento; ou ter

uma noção da altura da cobertura, que será tanto maior quanto o número de pisos do edifício acima do

solo; e a função do edifício, que pode sugerir uma utilização mais produtora de humidade do que outra.

Os revestimentos analisados distribuem-se por edifícios cujas funções são maioritariamente de

serviços e de habitação, com um total de 85% dos RECI (Figura 3.2). O tipo de utilização que engloba

a maior quantidade de revestimentos é serviços, com 41% dos RECI, havendo um conjunto de 6% de

revestimentos que partilha a sua função entre serviços e habitação. Os edifícios que têm outros tipos

de função são utilizados para armazéns, oficinas e igrejas.

5661

23

9

38%41%

15%

6% 0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

0

10

20

30

40

50

60

70

Habitação Serviços Outros Mista (habitaçãoe serviços)

% d

e R

EC

I

de

RE

CI

Tipo de utilização

Figura 3.2 - Distribuição da amostra relativamente ao tipo de utilização

Os RECI inspecionados pertencem a edifícios com 1, 2 ou 3 pisos, tendo permitido aceder às suas

coberturas pelo exterior, com recurso a escadas portáteis na maior parte dos edifícios. A maioria

dos RECI pertence a edifícios com 1 piso, com 50% dos revestimentos, seguindo-se dos edifícios

com 2 pisos com 41% dos revestimentos (Figura 3.3).

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3. Trabalho de campo

44 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

75

61

13

50%

41%

9%0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

0

10

20

30

40

50

60

70

80

1 2 3

% d

e R

EC

I

de

RE

CI

Nº de pisos acima do solo

Figura 3.3 - Distribuição da amostra relativamente ao número de pisos acima do solo

Dado que a idade dos RECI é referente ao ano da última intervenção de manutenção, ou de

reparação, dos revestimentos da cobertura, apresenta-se na Figura 3.4 a sua distribuição em função

da idade dos edifícios de que fazem parte. Cerca de 59% dos RECI pertence a edifícios com 50 ou

mais anos e a média de idade dos edifícios, considerando a distribuição das coberturas, é de 64

anos; valor calculado tendo em consideração a idade do edifício que corresponde cada cobertura da

amostra.

58

15

6

27 27

45

5

11

3%5%

10%

4%

18% 18%

30%

3%

7%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

[0 a 9] [10 a 19] [20 a 29] [30 a 39] [40 a 49] [50 a 59] [60 a 69] [70 a 79] > 79

% d

e R

EC

I

de

RE

CI

Idade dos edifícios

Figura 3.4 - Distribuição da amostra relativamente à idade dos edifícios

3.5.3 Caracterização das zonas estudadas

Os RECI distribuem-se pelos concelhos de Alenquer, Beja, Lisboa, Loures, Moita, Peniche e

Sintra, conforme apresentado na Figura 3.5. Os concelhos que contêm a maior quantidade de

RECI são os de Alenquer, Beja e Sintra, com cerca de 83% do total de revestimentos. Foram

efetuadas inspeções a coberturas no concelho de Peniche e da Moita, procurando analisar a

influência da proximidade do mar e do rio, respetivamente. Os RECI inspecionados em Lisboa e

em Loures procuram aumentar caraterísticas na amostra, como a envolvente urbana (Figura 3.6) e

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 45

a exposição do tipo “exposta” (Figura 3.8), que estão em minoria.

32%

17%

7%

3%

8%

34%

48

25

104

12

50

0

10

20

30

40

50

60

Alenquer Beja Lisboa eLoures

Moita Peniche Sintra

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

de

RE

CI

% d

e R

EC

I

Localização dos RECI

Figura 3.5 - Distribuição da amostra relativamente à localização dos RECI por concelhos

A maioria dos RECI encontra-se em zonas de envolvente rural, com 83% do total de revestimentos,

havendo apenas 17% dos RECI em envolvente urbana. Compreende-se que a envolvente rural

contenha a maioria das coberturas, uma vez que se procurou incidir o estudo em edifícios militares.

123

26

83%

17%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

0

20

40

60

80

100

120

140

Rural Urbana

% d

e R

EC

I

de

RE

CI

Envolvente dos RECI

Figura 3.6 - Distribuição da amostra relativamente à envolvente dos RECI

A exposição das coberturas foi definida de acordo com a Figura 3.1, relativa ao zonamento climático,

que classifica o território em função da ação combinada da precipitação e do vento. A zona que

concentra mais RECI é a zona 3, com 51% do total de todos os revestimentos, um valor ligeiramente

superior aos 49% dos RECI que se somam no conjunto da zona 1 com a zona 2 (Figura 3.7).

Adicionalmente, as coberturas foram classificadas em função da sua exposição aos agentes

atmosféricos, de acordo com a Tabela 3.1, verificando-se que a maioria dos RECI apresentam uma

exposição normal, com 82% do total dos revestimentos. Os revestimentos restantes distribuem-se

equitativamente por exposição protegida e exposta, com 9%, respetivamente (Figura 3.8).

Page 58: Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de ... · Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas Aplicação em telhas cerâmicas Rui João

3. Trabalho de campo

46 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

25

48

76

17%

32%

51%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Zona 1 Zona 2 Zona 3

% d

e R

EC

I

de

RE

CI

Zonamento climático

Figura 3.7 - Distribuição da amostra relativamente ao zonamento climático

13

122

14

9%

82%

9%0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

0

20

40

60

80

100

120

140

Protegida Normal Exposta

% d

e R

EC

I

de

RE

CI

Exposição da cobertura

Figura 3.8 - Distribuição da amostra relativamente à exposição dos RECI

Relativamente à proximidade do mar, procedeu-se ao registo da localização dos RECI em função

da sua distância ao mar, recorrendo aos intervalos definidos por Ferreira [76], conforme seguido

por Chai [17] e Ximenes [18]. Estes intervalos correspondem a 3 níveis: normal, para elementos a

mais de 5 km da linha de costa; desfavorável, para elementos até 5 km da linha de costa, ou sob

influência direta de ventos dominantes soprados por mar; e incidência direta, para edifícios

localizados a menos de 1 km da linha de costa.

Analogamente ao que acontece com as fachadas, conforme referido por Gaspar [11], em que os

ventos podem transportar algas que as colonizam, o mesmo pode ocorrer nos RECI. Assim,

caraterizou-se os RECI em função da proximidade ao mar, verificando-se, conforme apresentado

na Figura 3.9, que a maioria se encontra a mais de 5 km da linha de costa, representado 92% do

total dos revestimentos. Não se observou nenhum RECI a menos de 1 km da linha de costa.

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 47

12

137

8%

92%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0

20

40

60

80

100

120

140

160

≤ 5 km > 5 km

% d

e R

EC

I

de

RE

CI

Proximidade do mar

Figura 3.9 - Distribuição da amostra relativamente à proximidade do mar

3.5.4 Caracterização dos revestimentos inspecionados

Os revestimentos inspecionados (Anexo C) foram caraterizados em função da idade, da forma da

cobertura, do tipo de telha e da estrutura de suporte. Adicionalmente, foram registados outros

dados que podem esclarecer o comportamento dos RECI, como a inclinação, o tipo de sistema de

ventilação e a existência de isolamento térmico e a sua posição.

A idade dos RECI é referente à data da última intervenção realizada na cobertura para efeitos da

sua manutenção, ou reparação. Assim, a idade dos revestimentos difere da idade dos seus

edifícios, apresentando uma média de 36 anos, valor substancialmente inferior à média de idades

dos edifícios, tendo em consideração a distribuição das coberturas, que é de 64 anos. O RECI

mais jovem apresenta 1 ano de idade e mais antigo apresenta 112 anos.

Na Figura 3.10, pode-se observar que o conjunto dos RECI que apresentam uma idade até 39

anos, inclusive, reúne 49% dos elementos da amostra e os que têm mais de 39 anos representam

51% de todos os revestimentos. Distribuindo a amostra por grupos com uma diferença de 10 anos

de intervalo, verifica-se que aquele que tem mais RECI é o dos 0 aos 9 anos, inclusive, com 21%

de elementos da amostra, seguido do intervalo de 60 a 69 anos, com 19%.

Redistribuindo os elementos por grupos com intervalos de 20 anos de idade, verifica-se um maior

equilíbrio entre a quantidade de revestimentos por grupo, mantendo-se o de menor idade aquele

reúne mais RECI, com 30% dos elementos da amostra, seguindo-se do grupo com idades entre

40 e 59 anos, com 29% (Figura 3.11).

As coberturas da amostra assumem diversas formas, sendo a de duas águas a predominante,

com 52% do total, seguida da de quatro águas, com 26%, representando 78% dos revestimentos.

As coberturas menos representativas são do tipo mansarda e do tipo pavilhão, com 2 e 3

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3. Trabalho de campo

48 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

coberturas, respetivamente (Figura 3.12).

32

13

21

8

23

20

28

3

1

21%

9%

14%

5%

15%

13%

19%

2% 1%0%

5%

10%

15%

20%

25%

0

5

10

15

20

25

30

35

[0 a 9] [10 a 19] [20 a 29] [30 a 39] [40 a 49] [50 a 59] [60 a 69] [70 a 79] > 79

% d

e R

EC

I

de

RE

CI

Idade dos RECI

Figura 3.10 - Distribuição da amostra relativamente à idade dos RECI com intervalos de 10 anos

45

29

43

32

30%

19%

29%

21%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

[0 a 19] [20 a 39] [40 a 59] > 60

% d

e R

EC

I

de

RE

CI

Idade dos RECI

Figura 3.11 - Distribuição da amostra relativamente à idade dos RECI com intervalos de 20 anos

A amostra é constituída por revestimentos do tipo lusa, marselha, canudo e romana. O tipo de

revestimento mais frequente é do tipo lusa, com 50% dos RECI da amostra, seguido do tipo

marselha, com 34%, totalizando 84% de todos os revestimentos (Figura 3.13). O tipo canudo é o

menos representativo da amostra com apenas 9 elementos, traduzindo-se em apenas 6% dos

revestimentos.

A estrutura de suporte pode ter influência no comportamento dos RECI, nomeadamente a nível da

deformação cobertura. No entanto, não é do âmbito deste estudo a deformação estrutural, uma

Page 61: Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de ... · Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas Aplicação em telhas cerâmicas Rui João

Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 49

vez que envolve mais mecanismos de degradação do que a deformada do revestimento. A

deformação analisada envolve, apenas, a estrutura secundária constituída pelas ripas e pelas

varas. Assim, e dado que as diversas soluções apresentam comportamentos distintos,

caraterizou-se o tipo de suporte estrutural (Figura 3.14).

16

78

12

38

3 2

11%

52%

8%

26%

2% 1%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Um

a á

gua

Du

as

águ

as

Trê

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gua

s

Qu

atr

o á

gua

s

Pa

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ão

/Pir

am

idal

Ma

nsa

rda

% d

e R

EC

I

de R

EC

I

Forma das coberturas

Figura 3.12 - Distribuição da amostra relativamente à forma das coberturas

75

51

914

50%

34%

6%9%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Lusa Marselha Canudo Romana

% d

e R

EC

I

de

RE

CI

Tipo de RECI

Figura 3.13 - Distribuição da amostra relativamente ao tipo de revestimento

A estrutura de suporte mais frequente é de madeira, englobando 66% de todos os revestimentos,

seguida da estrutura em betão descontínua, com 19% dos elementos da amostra, constituído os

dois tipos de estrutura mais representativos.

3.5.5 Caracterização das anomalias detetadas

Para a caraterização das anomalias detetadas, apresenta-se a frequência relativa e absoluta de

cada anomalia, e de cada grupo de anomalias, na totalidade dos RECI.

Page 62: Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de ... · Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas Aplicação em telhas cerâmicas Rui João

3. Trabalho de campo

50 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

98

1 1

8 12

29

66%

5%8%

19%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

0

20

40

60

80

100

120

Ma

de

ira

Me

tálic

a

Mis

ta

Mu

rete

s d

e a

lven

aria

Be

tão

- c

ontí

nua

Be

tão

- d

esco

ntí

nua

% d

e R

EC

I

de

RE

CI

Estrutura de suporte

Figura 3.14 - Distribuição da amostra relativamente ao tipo de estrutura de suporte

Complementarmente, analisa-se a distribuição das anomalias em função do nível de degradação,

comparando as anomalias e os grupos entre si.

3.5.5.1 Frequência das anomalias detetadas

De modo a caraterizar as anomalias dos RECI, contabiliza-se a quantidade de revestimentos em

que se verifica a ocorrência de cada anomalia, independentemente da sua extensão e da sua

repetição em diferentes zonas do mesmo revestimento, apresentando-as em termos de frequência

relativa e absoluta e procedendo do mesmo modo para cada grupo de anomalias. Assim, nesta

análise, considera-se apenas uma anomalia de cada tipo e de cada grupo por revestimento.

Adicionalmente, analisa-se a frequência de anomalias, individualmente e por grupo, relativamente

à quantidade de revestimentos, ou seja, comparando a quantidade de RECI, em que se regista

cada anomalia, com a totalidade de revestimentos que constituem a amostra.

A anomalia mais frequente é relativa ao desenvolvimento de vegetação parasitária ou de

colonização biológica, representado 37% de todas as anomalias, seguida das diferenças de

tonalidade ou de alteração de cor e de desprendimento de elementos de revestimento, com 18% e

12%, respetivamente (Figura 3.15).

Em relação aos grupos de anomalias, o mais representativo é relativo a anomalias estéticas,

reunindo 53% de todas as anomalias, seguido dos referentes a anomalias funcionais e a

anomalias estruturais, com 27% e 20%, respetivamente (Figura 3.16).

Page 63: Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de ... · Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas Aplicação em telhas cerâmicas Rui João

Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 51

136

65

25

3746

40

22

37%

18%

7%

10%

12%11%

6%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

0

20

40

60

80

100

120

140

160

AE-E1 AE-E2 AE-F1 AE-F2 AE-F3 AE-S1 AE-S2

% d

e R

EC

I

de

RE

CI

Anomalias detetadas

AE-E1 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica

AE-E2 diferenças de tonalidade / alteração de cor

AE-F1 descasque / escamação / esfoliação

AE-F2 fissuração / fratura

AE-F3 desprendimento / descolamento de elementos de revestimento

AE-S1 deformações acentuadas do revestimento

AE-S2 desalinhamento de elementos de revestimento

Figura 3.15 - Frequência relativa e absoluta das anomalias detetadas

149

77

55

53%

27%

20%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

0

20

40

60

80

100

120

140

160

Anomalias estéticas

Anomalias funcionais

Anomalias estruturais

% d

e R

EC

I

de

RE

CI

Grupos de anomalias detetadas

Figura 3.16 - Frequência relativa e absoluta das anomalias detetadas por grupos

Na Figura 3.17, apresenta-se a percentagem de revestimentos afetados por cada anomalia,

verificando-se que grande parte dos RECI, 91%, são afetados por anomalias relativas ao

desenvolvimento de vegetação parasitária ou de colonização biológica, seguindo-se de anomalias

relativas a diferenças de tonalidade ou alteração de cor (AE-E2), com 44% do total dos revestimentos.

Pela Figura 3.18, verifica-se que todos os revestimentos (100%) são afetados por anomalias estéticas,

que 52% são afetados por anomalias funcionais e que 37% são afetados por anomalias estruturais.

Entre as anomalias funcionais, aquela que mais afeta os RECI é a relativa ao desprendimento /

descolamento de elementos, afetando 31% dos revestimentos, seguida das relativas a fissuração /

fratura e a descasque / escamação / esfoliação, afetando 25% e 17%, respetivamente.

Page 64: Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de ... · Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas Aplicação em telhas cerâmicas Rui João

3. Trabalho de campo

52 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

136

65

25

3746

40

22

91%

44%

17%

25%

31%27%

15%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0

20

40

60

80

100

120

140

160

AE-E1 AE-E2 AE-F1 AE-F2 AE-F3 AE-S1 AE-S2

% d

e R

EC

I

de

RE

CI

RECI com anomalias detetadas

AE-E1 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica

AE-E2 diferenças de tonalidade / alteração de cor

AE-F1 descasque / escamação / esfoliação

AE-F2 fissuração / fratura

AE-F3 desprendimento / descolamento de elementos de revestimento

AE-S1 deformações acentuadas do revestimento

AE-S2 desalinhamento de elementos de revestimento

Figura 3.17 - Frequência relativa e frequência absoluta de RECI afetados por anomalias detetadas

149

77

55

100%

52%

37%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

0

20

40

60

80

100

120

140

160

Anomalias estéticas

Anomalias funcionais

Anomalias estruturais

% d

e R

EC

I

de

RE

CI

RECI com anomalias detetadas por grupos

Figura 3.18 - Frequência relativa e frequência absoluta de RECI afetados por grupos de anomalias detetadas

Entre as anomalias estruturais, a que mais afeta os revestimentos é relativa a deformações

acentuadas dos revestimentos, afetando 27% dos RECI, seguida da anomalia relativa ao

desalinhamento de elementos de revestimento, com incidência em 15% dos revestimentos.

A frequência das anomalias apresenta uma variação relativa entre grupos, passível de se caraterizar

por idade do revestimento (Figura 3.19). Verifica-se que, em todas as idades, o grupo das anomalias

estéticas apresenta uma maior frequência de anomalias do que qualquer um dos outros grupos. No

entanto, a frequência de anomalias dos grupos de anomalias funcionais e de anomalias estruturais

tende a aumentar com a idade, enquanto a referente a anomalias estéticas tende a reduzir a sua

representatividade na globalidade das anomalias. Em relação ao grupo de anomalias estéticas,

verificou-se uma exceção na tendência de evolução no tempo, no intervalo de 9 a 19 anos,

contribuindo para isso a inexistência de anomalias funcionais nos revestimentos da amostra analisada.

Page 65: Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de ... · Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas Aplicação em telhas cerâmicas Rui João

Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 53

65%

87%

55%62%

43%50% 45%

36%

27%

0%

24%23%

32%28%

32%

36%

8%13%

21%15%

25% 23% 23% 27%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

[0 a 9] [10 a 19] [20 a 29] [30 a 39] [40 a 49] [50 a 59] [60 a 69] >69

Anomalias estéticas Anomalias funcionais Anomalias estruturais

Figura 3.19 - Distribuição por idade de RECI da relação percentual entre grupos de anomalias

3.5.5.2 Níveis de degradação das anomalias detetadas

Foram registadas 371 anomalias e classificadas de acordo com o mecanismo de degradação

respetivo, ao qual foi associado o nível de degradação, de acordo com os critérios definidos na

Tabela 3.4, na Tabela 3.5 e na Tabela 3.6, consoante a sua gravidade.

Apesar de o intervalo de idades de revestimentos mais jovens, até 9 anos de idade, ser o mais

frequente, conforme Figura 3.10, o nível de degradação mais frequente corresponde a degradação

ligeira, nível 2, com 38% das anomalias detetadas, seguido do nível 4, correspondente a

degradação generalizada, com 32%, do nível 1, com 20%, e do nível 3 com 10% (Figura 3.20).

Nível 1; 74; 20%

Nível 2; 140; 38%Nível 3; 38; 10%

Nível 4; 119; 32%

Anomalias detetadas por nível de degradação

Figura 3.20 - Distribuição das anomalias detetadas por nível de degradação

O facto de a idade média dos RECI ser de 36 anos e a distribuição dos revestimentos se encontrar

equilibrada entre aqueles que têm menos e mais de 40 anos, com 49% e 51%, respetivamente,

conforme apresentado na Figura 3.11, permite compreender que as anomalias com degradação

ligeiras, nível 2, e com degradação moderada, nível 4, possam ser mais frequentes do que as de

nível 1 e 3. Atente-se, ainda, que o intervalo de 60 a 69 anos é o 2º maior da amostra, com 19%

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3. Trabalho de campo

54 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

dos RECI (Figura 3.10), e que o intervalo de 40 a 59 anos, também corresponde ao 2º maior da

sua distribuição (Figura 3.11).

Entre as anomalias de nível 1, são as anomalias estéticas as que mais afetam os RECI, com 54%

das anomalias deste nível de degradação, seguidas das anomalias funcionais e das anomalias

estruturais, com 28% e 18%, respetivamente (Figura 3.21).

Em relação às anomalias de nível 2, degradação ligeira, que representam o nível de degradação

mais representativo, com 38% de todas as anomalias (Figura 3.20), as anomalias funcionais são as

que têm o maior peso dos três grupos, com 60% das anomalias, o que representa 22,8% de todas

as anomalias de qualquer nível, seguida das anomalias estruturais e das anomalias estéticas, com

25% e 15%, respetivamente. Neste nível, também é de realçar a elevada frequência de anomalias

estruturais face às estéticas, uma vez que as suas consequências são mais gravosas.

As anomalias de nível 3 resultam, apenas, da ocorrência de anomalias estruturais e de anomalias

estéticas, com 34% e 66%, respetivamente, das anomalias de degradação moderada.

Quanto ao nível 4, o 2º mais frequente das anomalias da amostra, carateriza-se, sobretudo, pela

ocorrência de anomalias estéticas, que representam aproximadamente 97% das anomalias

referentes ao estado de degradação generalizada. Com pouca expressão nas anomalias deste nível,

encontram-se as anomalias funcionais e estruturais, com cerca de 3% e 1%, respetivamente.

54%

15%

66%

97%

28%

60%

3%18%

25%34%

1%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4

Anomalias estruturais

Anomalias funcionais

Anomalias estéticas

Figura 3.21 - Distribuição das anomalias por níveis e por grupos de degradação

Analisando a distribuição dos grupos de anomalias por níveis de degradação, e recorrendo à

Figura 3.22, de modo a compreender a composição das anomalias de degradação ligeira,

verifica-se que este nível não é o mais frequente em todos os grupos. No entanto, é muito

frequente no grupo de anomalias funcionais, com 78% das anomalias deste grupo, e no grupo de

anomalias estruturais, com 56% das anomalias. Estas elevadas taxas de incidência de anomalias

de nível 2, nestes dois grupos, refletem-se na frequência de 38% de anomalias detetadas com o

mesmo nível em toda a amostra.

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 55

20% 19% 21%

10%

78%

56%

12%

0%

21%

57%

3% 2%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

Anomalias estéticas Anomalias funcionais Anomalias estruturais

Nível de degradação por grupos de anomalias

Nível 1

Nível 2

Nível 3

Nível 4

Figura 3.22 - Distribuição das anomalias por grupos e por níveis de degradação

Analisando a distribuição de todas as anomalias (Figura 3.23), verifica-se que as que foram

classificadas com nível 2 com maior frequência pertencem aos grupos de anomalias funcionais e

estruturais, tendo 100% das anomalias relativas a fissuração ou a fratura e a desprendimento ou a

descolamento de elementos sido avaliadas com o nível de degradação 2; em relação ao grupo de

anomalias estruturais, a deformação acentuada do revestimento e o desalinhamento de elementos

de revestimento foram classificados com nível 2 em 67,5% e em 36% dos casos, respetivamente.

Relativamente ao nível 4 de degradação, o 2º nível mais frequente, verifica-se que tem como

anomalias afetadas as relativas a desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização

biológica, seguida de anomalias relativas a descasque / escamação / esfoliação, a diferenças de

tonalidade / alteração de cor e deformações acentuadas do revestimento, com 81%, 12%, 8% e

2,5%, respetivamente, entre as anomalias dos restantes níveis de cada tipo.

4%

52%

84%

59%

7%

17%

4%

100% 100%

67.5%

36%

7%

23%

30.0%

5%

81%

8%12%

2.5%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

AE-E1 AE-E2 AE-F1 AE-F2 AE-F3 AE-S1 AE-S2

Nível de degradação das anomalias

Nível 1

Nível 2

Nível 3

Nível 4

AE-E1 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica

AE-E2 diferenças de tonalidade / alteração de cor

AE-F1 descasque / escamação / esfoliação

AE-F2 fissuração / fratura

AE-F3 desprendimento / descolamento de elementos de revestimento

AE-S1 deformações acentuadas do revestimento

AE-S2 desalinhamento de elementos de revestimento

Figura 3.23 - Distribuição das anomalias por níveis de degradação

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3. Trabalho de campo

56 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

3.6 Conclusões

Este capítulo trata a informação recolhida no trabalho de campo, de acordo com os objetivos definidos

e com a metodologia adotada. Para tal, foi construída uma ficha de inspeção e diagnóstico que permitiu

registar os dados relativos às construções e aos revestimentos que, depois de analisados, constituem

uma amostra com 86 edifícios e 149 revestimentos, com uma área total de 44.748,0 m2.

Depois de definidos os mecanismos de degradação, e realizado o trabalho de campo, tratou-se a

informação recolhida, caraterizando as construções, e os revestimentos, em termos de idade, de

localização, distância ao mar, tipo de suporte, tipo de telha, frequências de anomalias,

individualmente e em grupo, e níveis de degradação.

Verificou-se que o nível de degradação mais frequente entre as anomalias é o nível 2, relativo a

degradação ligeira, com 38% de todas as anomalias, principalmente devido a anomalias

funcionais, seguido do nível 4, o qual foi atribuído a um grupo significativo de anomalias estéticas,

seguido no nível 1, distribuído por todos os grupos de anomalias, e do nível 3, afetando as

principalmente as anomalias estruturais e em menor quantidade as anomalias estéticas.

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 57

4. Metodologia de estimativa de vida útil de RECI

4.1 Considerações iniciais

As questões ambientais e económicas têm assumido um maior peso na tomada de decisão no

sector da construção, conduzindo a um crescente interesse em torno da determinação da

durabilidade e da vida útil dos materiais e componentes de estruturas e de edifícios [33].

Os critérios que estabelecem o fim da vida útil de revestimentos de coberturas inclinadas devem ser

estabelecidos com base na definição de níveis mínimos de desempenho. Para tanto, a análise da

degradação deverá obedecer a critérios de aceitação, estabelecendo patamares de mínimos de

desempenho, por analogia às propostas de Flourentzou et al. [73], Shohet et al. [74] e Gaspar [11] [15].

Saliente-se, no entanto, que Gaspar [15] releva a importância de se identificar padrões associados aos

critérios de decisão para intervir nos revestimentos com base no seu desempenho global.

A metodologia adotada neste trabalho, segue o modelo desenvolvido por Gaspar [15], o qual pretende

determinar um índice numérico que traduza o estado geral de degradação dos revestimentos. Para tal,

são definidos indicadores de degradação, tais como a severidade da degradação normalizada, a

extensão ponderada da degradação e a extensão da degradação do revestimento.

Para efeitos de determinação dos indicadores de degradação, no caso de ocorrência simultânea de

anomalias do mesmo grupo, com sobreposição na mesma área de revestimento, considera-se, no

cálculo da severidade normalizada, apenas a anomalia de cada grupo que for classificada com o

nível de degradação mais gravoso. Esta medida, proposta de forma análoga à de Silva [26],

pretende tornar os indicadores de degradação mais compreensíveis, em particular a extensão

ponderada da degradação, evitando a obtenção de valores muito elevados e afastados da realidade

física.

4.2 Parâmetros de degradação

A fim de se estimar a severidade da degradação normalizada (Sw), procede-se à classificação das

anomalias registadas, de acordo com a sua condição, aferindo a área afetada por cada uma.

Deste modo, são quantificados os parâmetros que constituem o modelo que estará na base da

MEVURECI: área da cobertura (revestimento exterior), área ou extensão de revestimento

degradado, área degradada ponderada; e os indicadores de degradação referidos.

4.2.1 Área degradada ponderada

A área de revestimento exterior de cobertura inclinada, que se encontra degradada, é ponderada em

função do nível de degradação das anomalias registadas. Recorrendo à área degradada ponderada

(Aw), expressa em m2, é possível distinguir a degradação de coberturas distintas. Este indicador tem por

base a gravidade das anomalias que ocorrem em cada revestimento e as áreas afetadas respetivas.

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4. Metodologia de estimativa de vida útil de RECI

58 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

A área degradada ponderada é obtida através da seguinte expressão:

nnw kAA ( 11 )

onde:

Aw - somatório ponderado da área afetada pelas diferentes anomalias registadas, em m2;

An - área do revestimento afetada pela anomalia n, em m2;

kn - fator multiplicativo das anomalias n, em função do seu nível de degradação, tomando os

valores pertencentes ao intervalo K = {0, 1, 2, 3, 4}.

Tendo em conta os grupos de anomalias constituídos, pode-se representar a área de degradação

ponderada, por resolução da expressão ( 11 ), na qual cada uma das áreas degradadas por tipo de

anomalia é multiplicada pelo nível de degradação correspondente, obtendo-se a expressão ( 12 ):

ssffeennw kAkAkAkAA ( 12 )

onde:

Aw - somatório ponderado da área afetada pelas diferentes anomalias registadas, em m2;

An - área do revestimento afetada pela anomalia n, em m2;

Ae - área do revestimento afetada por anomalias do grupo estéticas (AE-E), em m2;

Af - área do revestimento afetada por anomalias de grupo funcionais (AE-F), em m2;

As - área do revestimento afetada por anomalias do grupo estruturais (AE-S), em m2;

kn - fator multiplicativo da anomalia n, em função do seu nível de degradação, tomando os valores

pertencentes ao intervalo K = {0, 1, 2, 3, 4};

ke - fator multiplicativo das anomalias do grupo AE-E, em função do seu nível de degradação,

tomando os valores pertencentes ao intervalo K = {0, 1, 2, 3, 4};

kf - fator multiplicativo das anomalias do grupo AE-F, em função do seu nível de degradação,

tomando os valores pertencentes ao intervalo K = {0, 1, 2, 3, 4};

ks - fator multiplicativo das anomalias do grupo AE-S, em função do seu nível de degradação,

tomando os valores pertencentes ao intervalo K = {0, 1, 2, 3, 4}.

A área degradada ponderada não tem limite superior, por depender da área de revestimento,

podendo assumir valores superiores à área da própria cobertura. Nos casos em que as anomalias

apresentam um nível de degradação superior a 1, ou nas situações de sobreposição de anomalias

na mesma área de revestimento, é possível obter um valor de área degradada ponderada superior

à área do revestimento da cobertura.

Nas situações em que não existe sobreposição de anomalias do mesmo grupo, no mesmo

elemento de revestimento, é possível atingir um valor de área degradada ponderada 12 vezes

superior ao valor da área total do revestimento. A possibilidade de o parâmetro Aw atingir valores

elevados conduz à decisão de não se considerar a sobreposição de anomalias do mesmo grupo

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 59

no mesmo elemento de revestimento; nessa situação, seria possível atingir um valor 27 vezes

superior à área total da cobertura (valor relativo à soma dos valores correspondentes ao nível

máximo de degradação referente a cada anomalia).

4.2.2 Extensão da degradação

A área de extensão da degradação do revestimento de uma cobertura inclinada é um indicador, de

valor adimensional, que representa a relação entre a área degradada e a área total do

revestimento da cobertura, de acordo com a expressão ( 13 ):

%100A

AAA%100

A

AE

sfen

( 13 )

onde:

An - área do revestimento afetada pela anomalia n, em m2;

A - área total da cobertura com o revestimento considerado, em m2;

Ae - área do revestimento afetada por anomalias do grupo estéticas (AE-E), em m2;

Af - área do revestimento afetada por anomalias do grupo funcionais (AE-F), em m2;

As - área do revestimento afetada por anomalias do grupo estruturais (AE-S), em m2.

O valor da extensão da degradação, calculado em percentagem, poderá ser superior a 100%, mas

tem um limite de 300% (para situações previsivelmente extraordinárias em que o revestimento terá

de estar totalmente afetado por cada um dos três grupos de anomalias). Neste caso, não se

considera a sobreposição de anomalias do mesmo grupo. A ocorrência simultânea de anomalias

no mesmo elemento de revestimento é considerada, apenas, se pertencerem a grupos diferentes.

Na situação em que ocorrem anomalias do mesmo grupo, no mesmo elemento, considera-se

aquela que apresentar o maior nível de degradação, permitindo, no entanto, que se registe a

ocorrência de anomalias do mesmo grupo na mesma cobertura.

4.2.3 Extensão ponderada da degradação

A extensão ponderada da degradação é um indicador que traduz a relação entre a área

degradada ponderada e a área total do revestimento, de acordo com a expressão ( 14 ):

%100A

kA%100

A

AE

nnww

( 14 )

onde:

Ew - extensão da degradação ponderada, expressa em percentagem;

Aw - área degradada ponderada, em m2;

A - área total da cobertura com o revestimento considerado, em m2;

An - área do revestimento afetada pela anomalia n, em m2;

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4. Metodologia de estimativa de vida útil de RECI

60 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

kn - fator multiplicativo da anomalia n, em função do seu nível de degradação, tomando os valores

pertencentes ao intervalo K = {0, 1, 2, 3, 4}.

Teoricamente, existe a possibilidade deste indicador assumir o valor máximo de 1200%; situação que

ocorrerá em situações muito pouco prováveis, nos casos de ocorrência simultânea de todos os grupos

de anomalias, com uma classificação máxima de nível 4 de degradação em toda a área do RECI.

Com a exceção da anomalia referente a desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização

biológica (AE-E1), que tem o nível 3 como máximo de degradação (Tabela 4.1), todas as restantes são

classificadas até ao nível 4, o correspondente ao máximo de degradação possível de cada grupo.

Justifica-se, assim, o valor máximo da extensão ponderada da degradação, obtido através da soma

dos valores da extensão ponderada da degradação, de 400% referente às anomalias do grupo AE-E

(Tabela 4.1), de 400% referente às anomalias do grupo AE-F (Tabela 4.2) e de 400% referente às

anomalias do grupo AE-S (Tabela 4.3).

Tabela 4.1 - Valor máximo da extensão ponderada da degradação para anomalias do grupo AE-E estéticas

Anomalia Nível de degradação máximo Ew (%)

AE-E1 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica 4 400

AE-E2 diferenças de tonalidade / alteração de cor 3 300

Total = 700

Máximo = 400

Tabela 4.2 - Valor máximo da extensão ponderada da degradação para anomalias do grupo AE-F funcionais

Anomalia Nível de degradação máximo Ew (%)

AE-F1 descasque / escamação / esfoliação 4 400

AE-F2 fissuração / fratura 4 400

AE-F3 desprendimento / descolamento de elementos de revestimento 4 400

Total = 1.200

Máximo = 400

Tabela 4.3 - Valor máximo da extensão ponderada da degradação para anomalias do grupo AE-S estruturais

Anomalia Nível de degradação máximo Ew (%)

AE-S1 deformações acentuadas de revestimentos 4 400

AE-S2 desalinhamento de elementos de revestimento 4 400

Total = 800

Máximo = 400

4.2.4 Severidade da degradação normalizada

A severidade da degradação normalizada é um indicador que permite fornecer uma estimativa da

degradação global do revestimento através dos dados recolhidos em campo [1]. Este indicador é

obtido a partir da razão entre a extensão da degradação ponderada e o valor máximo da extensão

de degradação ponderada, de acordo com a expressão ( 15 ):

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 61

%100E

E%100

kA

kkA%100

k

ES

max,w

w

max

n,ann

max

ww

( 15 )

onde:

Sw - severidade da degradação normalizada, expressa em percentagem;

Ew - extensão da degradação ponderada, expressa em unidades;

Ew, max - valor máximo da extensão da degradação ponderada, expresso em unidades; este indicador

assume o valor máximo de 12, correspondente à situação particular de toda a área de revestimento se

encontrar afetada por todos os grupos de anomalias, com o nível de degradação máximo respetivo;

∑kmax - somatório das constantes de ponderação correspondentes aos níveis de degradação mais

gravosos dos revestimentos; este somatório assume o valor 12, correspondente ao somatório dos

valores 4, 4 e 4, referentes aos níveis máximos de degradação dos grupos de anomalias estéticas,

funcionais e estruturais, respetivamente;

An - área do revestimento afetada pela anomalia n, em m2;

A - área total da cobertura com o revestimento considerado, em m2;

kn - fator multiplicativo da anomalia n, em função do seu nível de degradação, tomando os valores

pertencentes ao intervalo K = {0, 1, 2, 3, 4}

ka,n - coeficiente de ponderação correspondente ao peso relativo da anomalia detetada, em que

ka,n є R+; no caso de inexistência de qualquer especificação, deve assumir-se ka,n=1.

4.2.4.1 Ponderação relativa entre anomalias

Sendo a severidade da degradação um indicador que fornece uma estimativa da degradação

global do revestimento, importa que o seu valor matemático traduza, tanto quanto possível, a

realidade física. Neste sentido, verificou-se que, apesar de as anomalias serem classificadas de

acordo com o seu estado de degradação, e com a sua gravidade, é necessário atribuir

coeficientes de ponderação, que relacionem as anomalias entre si.

Assim, recorreu-se a uma análise empírica, que permite hierarquizar as anomalias em função das

consequências e do que envolve a correção de cada uma, em termos de materiais e trabalhos

necessários. Deste estudo resultaram os coeficientes apresentados na Tabela 4.4.

De modo a relacionar as anomalias entre si, tomou-se como referência o trabalho que envolve a

substituição de elementos de revestimento, considerando a remoção do elemento antigo e a

substituição por outro novo. Assim, as anomalias AE-F1 e AE-F2, relativas a descasque /

escamação / esfoliação e a fissuração / fratura, foram ponderadas com o coeficiente de 1,00.

A anomalia AE-S2, relativa a desalinhamento de elementos de revestimento, também foi

ponderada com o coeficiente 1,00, pois, apesar de não existir substituição de elementos por outros

novos, envolve um trabalho cuidadoso da sua remoção, por apresentar risco de fratura, eventual

realinhamento do ripado, e reposição cuidadosa dos elementos de revestimento.

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4. Metodologia de estimativa de vida útil de RECI

62 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

Tabela 4.4 - Valores de coeficientes de ponderação relativa entre anomalias

Anomalia Coeficiente de ponderação relativa ka,n

AE-E1 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica 0,50

AE-E2 diferenças de tonalidade / alteração de cor 0,20

AE-F1 descasque / escamação / esfoliação 1,00

AE-F2 fissuração / fratura 1,00

AE-F3 desprendimento / descolamento de elementos de revestimento 0,20

AE-S1 deformações acentuadas de revestimentos 1,50

AE-S2 desalinhamento de elementos de revestimento 1,00

A anomalia com maior peso na determinação do valor da severidade é a AE-S1, relativa a

deformações acentuadas de revestimentos, com o coeficiente 1,50. Esta anomalia, tal como a

AE-S2, envolve a remoção cuidadosa dos elementos de revestimento, a eventual substituição do

ripado, acrescendo-se a substituição ou reparação de varas, de modo a se corrigir a deformação,

e a reposição cuidadosa dos elementos de revestimento.

A anomalia AE-E1, relativa a desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica, foi

ponderada com o coeficiente 0,50, uma vez que envolve apenas trabalho de limpeza. Neste

trabalho, considera-se a limpeza com jato de água, aplicação de agentes químicos para eliminar

musgo, líquenes, algas e plantas e posterior lavagem com água.

A anomalia AE-E2, relativa a diferenças de tonalidade / alteração de cor, envolve o escurecimento

do RECI, necessitando de uma ação de manutenção para remoção de detritos. No entanto, a sua

reparação pode ser executada mais facilmente do que a reparação da anomalia AE-E1 e, por isso,

é ponderada com o coeficiente 0,20. Para correção desta anomalia, prevê-se apenas a utilização

de jato de água, ou de ar, excluindo-se a necessidade de aplicação de químicos e a posterior

lavagem para remoção de excessos.

A anomalia AE-F3, relativa a desprendimento de elementos de revestimento, envolve a reposição

de elementos existentes na cobertura, não necessitando de elementos novos, sendo ponderada

com o coeficiente 0,20.

4.2.5 Relação entre severidade normalizada e condição

A severidade normalizada traduz-se num valor numérico, em percentagem, que, no presente caso

de estudo, varia entre 0 e 100% (Anexo D), e que pode ser relacionado com a condição global do

RECI. A condição global pode ser definida por uma escala de 0 a 4, de forma análoga aos níveis de

degradação, adotando a metodologia de Gaspar [11], utilizada por Sousa [25], Silva [26], Chai [17],

Ximenes [18] e Galbusera [19]. Assim, a condição dos RECI é estabelecida em patamares, que

pretendem traduzir a degradação observada nos casos de estudo, como traduzido na Tabela 4.5.

Com base na informação recolhida no trabalho de campo, não se obteve nenhum valor de

severidade normalizada superior a 50%, correspondente ao patamar de nível 4.

Apresenta-se alguns casos exemplificativos dos patamares de degradação, do nível 0 ao nível 3:

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 63

Tabela 4.5 - Correspondência entre severidade normalizada e condição

Severidade normalizada de degradação Patamar de degradação

Sw ≤ 1% Nível 0 - inalterado

1% < Sw ≤ 6% Nível 1 - bom

6% < Sw ≤ 20% Nível 2 - degradação ligeira

20% < Sw ≤ 50% Nível 3 - degradação moderada

Sw > 50% Nível 4 - degradação generalizada

Tabela 4.6 - Casos ilustrativos dos patamares de degradação

RECI Anomalias Patamar de degradação

Sw (%)

Ficha de inspeção: 28

AE-E2 diferenças de tonalidade / alteração de cor

0 0,6

Ficha de inspeção: 90

AE-E2 diferenças de tonalidade / alteração de cor

1 1,3

Ficha de inspeção: 7_4/4

AE-E1 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica;

AE-E2 diferenças de tonalidade / alteração de cor;

AE-F1 descasque / escamação / esfoliação;

AE-F3 desprendimento / descolamento de elementos de revestimento

2 15,9

Ficha de inspeção: 35

AE-E1 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica;

AE-S1 deformações acentuadas de revestimentos;

AE-S2 desalinhamento de elementos de revestimento

3 27,6

No Anexo E, apresta-se alguns exemplos de cálculo para determinação da severidade normalizada.

Na Figura 4.1, apresenta-se a distribuição dos valores de severidade normalizada da amostra, ao

longo do tempo, por patamares de degradação, classificados por níveis, de acordo com Tabela 4.5.

Os valores de severidade normalizada da amostra, distribuídos pelos 5 patamares, podem ser

representados em termos de frequência relativa e absoluta, de modo a compreender a sua

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4. Metodologia de estimativa de vida útil de RECI

64 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

incidência nos RECI. Assim, representa-se na Figura 4.2 a distribuição dos revestimentos por

patamares de degradação, a que correspondem os níveis de degradação respetivos.

Nível 4

Nível 0Nível 1

Nível 2

Nível 3

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0 20 40 60 80 100 120S

eve

rida

de

de

de

gra

da

çã

oIdade (anos)

Figura 4.1 - Distribuição da amostra delimitada por 5 patamares de degradação

14 12

103

20

09% 8%

69%

13%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

0

20

40

60

80

100

120

Nível 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4

% d

e R

EC

I

de

RE

CI

Figura 4.2 - Distribuição da amostra por 5 patamares de degradação

Da análise à Figura 4.2, verifica-se que a maioria dos RECI da amostra, 69%, se encontra no

intervalo definido entre 6% e 20% de severidade normalizada e que apenas 13% apresenta uma

degradação moderada, correspondente ao nível 3.

4.3 Curvas de degradação

De acordo com Gaspar [15], citado por Ximenes [18], é possível associar uma curva de

degradação teórica a cada mecanismo de degradação. A perda de desempenho deve-se a uma

combinação de efeitos, causados por vários mecanismos de degradação, que se podem sobrepor.

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 65

O modo como se combinam os vários mecanismos de degradação influencia a forma da curva de

degradação, que pode assumir um dos quatro padrões apresentados na Figura 1.2.

De acordo com Gaspar [15] e Silva [26], os quatro padrões típicos de deterioração, associados aos

mecanismos de degradação, podem ser explicados:

padrão côncavo - ocorrência de ações com desenvolvimento rápido de início, mas com redução da

velocidade ao longo do tempo, como desenvolvimento de vegetação parasitária e colonização biológica;

padrão linear - ocorrência de ações permanentes, com efeito constante ao longo do tempo,

como as ações climatéricas;

padrão com forma de S - ocorrência de fenómenos que ocorrem prematuramente,

aparentemente estabilizando no tempo, mas com possibilidade de originar deterioração profunda e

de rápido desenvolvimento;

padrão convexo - ocorrência de ações inicialmente lentas, mas com danos que se acumulam,

dando origem a uma aceleração das consequências com o tempo.

4.3.1 Curva de degradação geral

Da relação entre os valores de severidade normalizada e da idade correspondente de cada RECI,

foi construído um gráfico, cujos pontos representam estas caraterísticas. A partir destes pontos, é

possível definir uma curva de degradação, através de uma curva de regressão, como ilustrado na

Figura 4.3, que representa a linha de degradação geral da amostra.

y = 1E-06x3 - 0.0002x2 + 0.0098xR² = 0.7491

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0 20 40 60 80 100 120

Se

ve

rida

de

de

de

gra

da

çã

o

Idade (anos)

Figura 4.3 - Curva de degradação geral definida através de curva de regressão polinomial de 3º grau

Na Figura 4.3, verifica-se que os pontos da amostra apresentam alguma dispersão, o que significa

que a degradação de cada revestimento depende de diversos fatores e não apenas da idade. Como

referido por Garrido [14], a obtenção de todos os pontos sobre a curva de regressão, significaria que

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4. Metodologia de estimativa de vida útil de RECI

66 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

o desempenho dos revestimentos, traduzidos pela severidade normalizada, não seria afetado por

qualquer fator, não sofrendo influência por parte do seu contexto climático, envolvente, exposição,

proximidade do mar, tipo de revestimento, entre outros. Por outro lado, tratando-se de uma

representação da realidade, compreende-se que a sua caraterização a 100% seja difícil.

A curva de regressão obtida apresenta um coeficiente de correlação R2, correspondente ao quadrado

do coeficiente de correlação momentânea do produto de Pearson, no valor de 0,75. Este valor quer

dizer que a variabilidade da severidade de degradação normalizada é explicada pela idade em cerca

de 75% e que 25% dos casos são explicados por outros fatores, que não a idade. A percentagem de

valores de severidade normalizada não explicados pelo modelo pode estar relacionada com o facto de

os dados terem sido recolhidos a partir de inspeções visuais de RECI em condições reais de utilização,

acrescido de outros fatores que conduzem a divergências na velocidade de degradação.

Pode-se observar que a curva de degradação global apresenta uma configuração em forma de S,

que se pode associar a ocorrência de ações com desenvolvimento rápido de início, mas com

redução da velocidade ao longo do tempo, como desenvolvimento de vegetação parasitária e

colonização biológica, seguida de ocorrência de ações inicialmente lentas, mas com danos que se

acumulam, dando origem a uma aceleração das consequências com o tempo.

4.3.2 Definição do fim da vida útil de RECI

O fim de vida útil é o momento a partir do qual um elemento de construção deixa de desempenhar

adequadamente as funções que lhe foram exigidas, verificando-se alterações que estabelecem o

desempenho do elemento construtivo abaixo dos níveis mínimos de exigência.

Assim, a partir das alterações físicas a que os RECI foram sujeitos, foi possível determinar a

severidade de degradação e relacioná-la com a condição global de degradação. Esta condição

estabelece o nível mínimo de exigência, que corresponde ao nível 3, ou seja, 20% de severidade de

degradação, valor a partir do qual o revestimento deixa de apresentar uma degradação ligeira

passando a apresentar uma degradação moderada.

Na Figura 4.4, apresenta-se a interseção da curva de degradação geral com a reta que delimita os

patamares definidos pelo nível 2 e nível 3 de degradação, com o valor de 20% de severidade

normalizada, determinando-se o valor estimado de vida útil de 66 anos.

O valor de vida útil de revestimentos cerâmicos em coberturas foi estudo por outros autores e entidades,

como Schneider e Keenan [78], National Roofing Contractors Association e National Association of Home

Builders, Royal Institution of Chartered Surveyors e Housing Association Performance Management,

tendo sido apresentado no trabalho de Morgado [49] (Tabela 4.7). Todavia, o valor de vida útil

determinado neste estudo, baseia-se numa metodologia validada através de trabalho de campo, não se

baseando em valores fornecidos por fabricantes, ou em informação obtida através catálogos técnicos.

Combinando a informação disponibilizada na Figura 4.2 com a Figura 4.4, verifica-se que cerca de

87% dos elementos da amostra se encontram dentro do período de vida útil estimado, e que 13% dos

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 67

revestimentos já atingiram o fim da sua vida útil, de acordo com os critérios de desempenho definidos.

Nível 4

Nível 0Nível 1

Nível 2

Nível 3

R² = 0.749

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0 20 40 60 80 100 120

Se

ve

rida

de

de

de

gra

da

çã

o

Idade (anos)

Figura 4.4 - Determinação gráfica da vida útil prevista

Tabela 4.7 - Valores de vida útil de telhas cerâmicas [49]

Autores e entidades Vida útil

Schneider e Keenan 60 anos

National Roofing Contractors Association e National Association of Home Builders 50 anos

Royal Institution of Chartered Surveyors 64 anos

Housing Association Performance Management 35 anos

4.3.3 Influência dos fatores de degradação

A degradação nos RECI deve-se a diversos fatores, que conduzem a uma perda de desempenho ao

longo do tempo. Conhecer os fatores e o modo como afetam a condição dos revestimentos permite

estimar a vida útil em função de parâmetros que integram modelos que pretendem simular a realidade.

4.3.3.1 Envolvente dos RECI

Os revestimentos inspecionados pertencem a coberturas que se inserem em dois tipos de envolvente:

rural ou urbana. Nesta análise, pretendeu-se perceber se a envolvente afeta o modo como se

comportam os RECI ao longo da sua vida e útil e se é determinante na definição do seu valor.

Analisando a Figura 4.5, e resolvendo a equação, verifica-se que os RECI com envolvente rural

atingem o fim de vida útil próximo dos 56 anos de idade. Em relação à envolvente urbana, não foi

possível representar uma curva de degradação lógica; apesar de se ter realizado diversas

tentativas, recorrendo a várias famílias de curvas. Ambas as envolventes apresentam motivos que

contribuem para a redução do valor de vida útil, mas não foi possível determinar se a urbana é

mais ou menos penalizante do que a envolvente rural. Apesar de a envolvente urbana se

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4. Metodologia de estimativa de vida útil de RECI

68 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

apresentar mais agressiva, num contexto de poluição considerável, a envolvente rural, por estar

mais exposta e por, provavelmente, ter menos manutenção do que a envolvente urbana, tem uma

vida útil prevista inferior ao valor de referência. Alguns fatores, que não a idade, poderão estar a

afetar o comportamento da degradação dos elementos referentes à envolvente urbana, de tal

modo que não foi possível definir uma curva com comportamento lógico do ponto de vista físico.

y = 6E-07x3 - 0.0001x2 + 0.0086xR² = 0.6948

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0 20 40 60 80 100 120

Se

ve

rida

de

de

de

gra

da

çã

o

Idade (anos)

Envolvente rural Envolvente urbana

Polinomial (Envolvente rural)

Figura 4.5 - Curvas de degradação em função da envolvente

4.3.3.2 Zonamento climático

O zonamento climático é definido pelas zonas 1, 2 e 3, de acordo com a Figura 3.1. Em relação à

zona 1, não se conseguiu determinar uma curva com significado sobre os pontos que representa,

tendo-se efetuado duas análises distintas: na primeira, excluiu-se os pontos relativos a esta zona;

na segunda, analisou-se globalmente a zona 1 e 2 por comparação com a zona 3.

Assim, pode-se observar na Figura 4.6 que os elementos da zona 3 apresentam uma velocidade

de degradação inicial superior aos da zona 2, ainda que estabilizando antes dos 40 anos e

atingindo um valor de fim de vida útil superior ao dos revestimentos da zona 2. Dado que a zona 3

é relativa a locais junto à costa e que o zonamento traduz a ação combinada da precipitação e do

vento, não faz sentido que os elementos desta zona tenham uma vida útil superior aos da zona 2.

Na segunda análise, agrupou-se os elementos da zona 1 aos da zona 2, estudando o seu

comportamento global, e comparando com o dos elementos da zona 3, tendo-se obtido as curvas da

Figura 4.7. O comportamento global dos elementos da zona 1 e 2 aproxima-se, na fase inicial de vida e

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 69

até cerca dos 30 anos, do comportamento dos elementos da zona 3, mas o fim de vida útil dos elementos

da zona 3 ocorre significativamente mais tarde, à semelhança do sucedido na primeira análise, o que

parece não fazer sentido.

y = 1E-08x3 - 4E-05x2 + 0.0063xR² = 0.8147

y = 1E-06x3 - 0.0002x2 + 0.0098xR² = 0.7909

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0 20 40 60 80 100 120

Severidade d

e d

egra

dação

Idade (anos)

Zona 1 Zona 2

Zona 3 Polinomial (Zona 1)

Polinomial (Zona 2) Polinomial (Zona 3)

Figura 4.6 - Curvas de degradação em função do zonamento climático para as zonas 2 e 3

y = 2E-06x3 - 0.0002x2 + 0.0102xR² = 0.7516

y = 1E-06x3 - 0.0002x2 + 0.0098xR² = 0.7909

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0 20 40 60 80 100 120

Seve

ridade d

e d

egra

dação

Idade (anos)

Zona 1 e 2 Zona 3

Polinomial (Zona 1 e 2) Polinomial (Zona 3)

Figura 4.7 - Curvas de degradação em função do zonamento climático para as zonas 1, 2 e 3

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4. Metodologia de estimativa de vida útil de RECI

70 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

Apesar de as curvas terem R2 elevados, representando a globalidade dos elementos, verifica-se

que, para esta amostra, os revestimentos das zonas 1 e 2, comparativamente com os da zona 3,

estão a ser negativamente afetados por outros fatores e vice-versa. Assim, para a amostra obtida, o

valor de vida útil previsto para os RECI das zonas 1 e 2 é de 53 anos e para a zona 3 é de 75 anos.

4.3.3.3 Exposição da cobertura

Em relação à exposição da cobertura, que pode ser protegida, normal ou exposta, de acordo com

a Tabela 3.1, analisou-se o comportamento dos elementos de revestimento em cada uma destas

situações, recorrendo às curvas de degradação (Figura 4.8).

Não se obteve nenhuma curva adequada referente a revestimentos com exposição protegida,

talvez por só existirem 13 elementos na amostra, não se representando na Figura 4.8. A curva

referente a elementos com exposição normal apresenta uma velocidade de degradação inicial

elevada, estabilizando e voltando a acelerar, atingindo o fim de vida útil próximo de 63 anos.

y = 1E-06x3 - 0.0002x2 + 0.0088xR² = 0.7776

y = 2E-06x3 - 0.0003x2 + 0.0125xR² = 0.7044

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0 20 40 60 80 100 120

Seve

ridade d

e d

egra

dação

Idade (anos)

Normal Exposta

Protegida Polinomial (Normal)

Polinomial (Exposta)

Figura 4.8 - Curvas de degradação em função da exposição da cobertura

Em relação aos revestimentos com exposição exposta, obteve-se uma curva de degradação com um

valor de R2 de 0,70, e com uma velocidade de degradação inicial elevada, superior à do elementos

com exposição normal. No entanto, com esta amostra, não se obteve nenhum elemento com

severidade superior a 20% com cobertura exposta, pelo que apenas resolvendo a equação se pode

obter o valor de vida útil previsto. Assim, o valor de vida útil previsto para elementos em coberturas

expostas é de 70 anos. Este valor é incongruente com o referente aos revestimentos com exposição

normal, cuja vida útil deveria ser superior a esta, pelo que será explicado por um enviesamento da

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 71

amostra relativamente a este parâmetro.

4.3.3.4 Proximidade do mar

A proximidade do mar pode ser caraterizada por três intervalos de distância: < 1km, ≤ 5km e > 5km.

Como não se observou nenhum RECI a menos de 1 km da linha de costa, definiu-se duas curvas,

que se apresentam na Figura 4.9.

y = 3E-06x3 - 0.0004x2 + 0.0139xR² = 0.4282

y = 0.00000112x3 - 0.00016996x2 + 0.00940277xR² = 0.76417419

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0 20 40 60 80 100 120

Seve

ridade d

e d

egra

daçã

o

Idade (anos)

≤ 5 km > 5 km

Polinomial (≤ 5 km) Polinomial (> 5 km)

Figura 4.9 - Curvas de degradação em função da proximidade do mar

Observa-se que a curva relativa aos elementos que se encontram a 5 km, ou menos, da linha de costa,

apresenta uma velocidade de degradação superior até aos 20 anos de idade, ocorrendo uma inversão do

comportamento a partir desse momento. Enquanto os elementos que se encontram a 5 km, ou menos,

da linha de costa apresentam uma elevada redução da velocidade de degradação, atingindo o fim vida

útil aos 67 anos, os elementos que se encontram a mais de 5 km da linha de costa apresentam um

aumento significativo da velocidade de degradação, atingindo a vida útil aos 64 anos de idade. Tal como

nos dois parâmetros anteriormente analisados, regista-se uma incongruência destes valores (isto é, a

vida útil devia ser maior para os revestimentos a mais de 5 km da linha da costa). A explicação para esta

incongruência é a mesma do que para esses parâmetros.

4.3.3.5 Forma das coberturas

Os RECI apresentam-se em coberturas de diversas formas, tendo-se analisado, apenas, as curvas de

degradação de elementos com uma água, duas águas, três águas e quatro águas, por se ter

observado um número muito reduzido de coberturas em mansarda e em pavilhão. Entre as várias

curvas analisadas, apenas foi possível representar uma curva com comportamento lógico, do ponto de

vista físico, relativa a coberturas de duas águas. Com esta amostra, as restantes formas de cobertura

deram origem a curvas de degradação com valores de severidade nem sempre crescentes com a

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4. Metodologia de estimativa de vida útil de RECI

72 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

idade, ou com comportamentos inadequados face à curva de degradação de referência.

Apresenta-se, na Figura 4.10, a curva de degradação obtida, relativa a coberturas de duas águas,

prevendo-se um valor de vida útil de 66 anos, coincidente com o valor de vida útil de referência.

y = 2E-06x3 - 0.0003x2 + 0.0118xR² = 0.706

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

0 20 40 60 80 100 120

Se

ve

rida

de

de

de

gra

da

çã

oIdade (anos)

Uma água Duas águasTrês águas Quatro águasPavilhão MansardaPolinomial (Duas águas)

Figura 4.10 - Curvas de degradação em função da forma da cobertura

A explicação física sobre a previsão de vida útil em função da forma da cobertura não parece fácil, nem

a compreensão da relação entre quatro tipos de forma na influência da severidade, até porque não foi

possível a obtenção de curvas que permitam realizar uma análise comparativa.

4.3.3.6 Tipo de revestimento

Os revestimentos observados são constituídos por telhas do tipo lusa, marselha, canudo e

romana. De modo a compreender o comportamento de cada tipo de RECI, definiu-se curvas de

degradação, apresentadas na Figura 4.11.

Verificou-se que a curva de degradação referente a telhas do tipo romana não apresenta um

comportamento adequado, na medida em que não apresenta aumento da degradação com a idade;

talvez por se ter observado apenas 14 revestimentos deste tipo, tendo-se excluído do gráfico.

Em relação aos outros tipos de revestimento, foi possível definir curvas de degradação representativas,

com R2 relativamente elevados, em particular para as curvas referentes a RECI do tipo canudo e do

tipo marselha. A partir das curvas de degradação definidas, obteve-se o valor de vida útil para cada tipo

de RECI: 66 anos para o tipo lusa, 68 anos para o tipo marselha e 55 anos para a telha canudo.

A curva relativa a revestimentos do tipo marselha, por ser logarítmica, e com base nesta amostra, só

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 73

apresenta valores válidos a partir de 3 anos de idade. Com exceção da curva relativa a revestimentos

do tipo canudo, as restantes, apesar de terem uma velocidade de degradação inicial elevada, reduzem

a mesma até atingirem a vida útil. A curva relativa a elementos do tipo canudo tem uma velocidade de

degradação inicial elevada, apesar de ser a mais lenta dos três tipos, estabilizando entre 40 e 60 anos,

voltando a uma velocidade de degradação elevada.

y = 9E-07x3 - 0.0002x2 + 0.0092xR² = 0.6184

y = 0.0587ln(x) - 0.048R² = 0.7558

y = 7E-07x3 - 0.0001x2 + 0.0074xR² = 0.9918

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

0 20 40 60 80 100 120

Seve

ridade d

e d

egra

dação

Idade (anos)

Lusa MarselhaCanudo RomanaPolinomial (Lusa) Logarítmica (Marselha)Polinomial (Canudo) Polinomial (Romana)

Figura 4.11 - Curvas de degradação em função do tipo de RECI

4.3.3.7 Tipo de estrutura

As coberturas dos RECI que constituem a amostra são formadas por estruturas em madeira, em

betão descontínua, em betão contínua, metálica, mista (madeira e betão descontínua) e por

muretes de alvenaria. Alguns tipos de estrutura são pouco representativos, como é o caso da

estrutura em betão contínua (12 elementos), em muretes de alvenaria (8 elementos), em estrutura

metálica (1 elemento) e em estrutura mista (1 elemento), tendo sido eliminados desta análise.

Assim, definiu-se duas curvas de degradação, representadas na Figura 4.12.

Apenas a curva relativa à estrutura em madeira apresenta um valor de R2 significativo, 0,81,

tendo-se obtido a valor de vida útil previsto de 65 anos. A estrutura em betão descontínua, com R2

pouco representativo, apresenta uma velocidade de degradação superior à da estrutura em

madeira, aproximando-se desta por volta dos 40 anos. A fase inicial da curva relativa a elementos

em betão descontínua não parece fazer sentido, pois do ponto de vista estrutural seria expetável

que houvesse influência sobre anomalias estruturais associadas a deformação e, por isso, com

uma velocidade de degradação inicial menor. No entanto, com esta amostra foi o que se obteve, o

que pode estar associado a outros fatores. Apesar de esta curva não atingir o valor de vida útil

graficamente, é possível, resolvendo a equação respetiva, obter o valor previsto de 64 anos para

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4. Metodologia de estimativa de vida útil de RECI

74 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

os elementos sobre estrutura em betão descontínua (equação válida a partir de 2 anos de idade).

y = 1E-06x3 - 0.0002x2 + 0.0088xR² = 0.8078

y = 0.0495ln(x) - 0.0066R² = 0.4499

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0 20 40 60 80 100 120

Seve

ridade d

e d

egra

dação

Idade (anos)

Madeira Betão-descontínua

Polinomial (Madeira) Logarítmica (Betão-descontínua)

Figura 4.12 - Curvas de degradação em função do tipo de estrutura

4.3.4 Análise da degradação global por grupo de anomalias

Os fatores de degradação influenciam a severidade normalizada dos RECI, manifestando-se através

dos mecanismos de degradação associados a cada tipo de anomalia. O valor de severidade

normalizada é determinado a partir dos valores de extensão ponderada da degradação relativos a

cada anomalia.

De modo a compreender o modo como cada grupo de anomalias influencia a severidade normalizada

da degradação, apresenta-se na Figura 4.13, a distribuição da componente de severidade relativa a

cada grupo de anomalias, recorrendo ao valor da extensão ponderada da degradação, afetada pelo

peso relativo respetivo, e dividindo pelo valor máximo da extensão da degradação ponderada.

Cada curva traduz o comportamento da degradação dos revestimentos em termos médios, por grupos

de idade, associados aos intervalos apresentados na Figura 4.13. Verifica-se que, os valores médios

da componente de severidade associada a anomalias estéticas, apresentam valores mínimos entre 0 e

9 anos de idade, na ordem de 4%, aumentado até aos 19 anos, atingindo 14%. Entre os 20 e os 29

anos, existe um decrescimento desta componente, voltando a crescer até aos 49 anos. A partir daí, os

valores apresentam-se relativamente estáveis, na ordem de 17%, até idades superiores a 70 anos.

A curva de severidade relativa à componente de anomalias funcionais, representada a partir dos

valores médios em cada intervalo de idades, apresenta valores muito reduzidos, manifestando-se

de forma evidente a partir de 50 anos de idade, atingindo11% de severidade.

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 75

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

0 a 9 10 a 19 20 a 29 30 a 39 40 49 50 a 59 60 a 69 ≥ 70

Seve

ridade d

e d

egra

dação

Idade (anos)

Sw - anomalias estéticas Sw - anomalias funcionais Sw - anomalias estruturais

Figura 4.13 - Componentes da severidade normalizada média por grupo de anomalias

Em relação à curva associada à componente de anomalias estruturais do valor da severidade

normalizada, apresenta uma tendência global de crescimento, em particular, de 0 a 39 anos, e de

49 a 59 anos, atingindo 3%, e a partir de 70 anos, atingindo 6% de severidade.

Como as curvas são obtidas a partir de valores médios relativos aos elementos de cada intervalo

de idades, não se obtém os valores máximos de severidade existentes na amostra. Contudo, é

possível obter um comportamento, representativo da média dos elementos, por intervalos de

idade. De modo a se obter o efeito cumulativo dos três grupos de anomalias, nos moldes referidos,

apresenta-se a Figura 4.14.

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

0 a 9 10 a 19 20 a 29 30 a 39 40 49 50 a 59 60 a 69 ≥ 70

Seve

ridade d

e d

egra

dação

Idade (anos)

Sw - anomalias estéticas Sw - anomalias funcionais Sw - anomalias estruturais

Figura 4.14 - Combinação das componentes da severidade normalizada média por grupo de anomalias

Verifica-se que, em termos globais, a severidade tem um comportamento crescente, com uma redução

do seu valor médio entre 20 e 29 anos, de 15% para 14%, e voltando a crescer até atingir 34%.

4.4 Conclusões

A metodologia de estimativa de vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas,

aplicada a telhas cerâmicas, baseia-se no modelo de Gaspar [11], utilizando dados recolhidos

através de inspeções visuais. A metodologia assenta na definição de um nível de degradação global,

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4. Metodologia de estimativa de vida útil de RECI

76 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

correspondente ao desempenho mínimo aceitável, relacionando a condição do RECI com a

severidade normalizada. Deste modo, foi definido que o limite superior de degradação ligeira,

correspondente a 20% de severidade normalizada, estabelece o fim de vida útil. A partir deste valor

e utilizando o método gráfico, ou resolvendo a equação que define a curva de degradação em

função do valor da severidade, foi possível determinar a vida útil de referência, no valor de 66 anos.

Posteriormente, analisou-se a influência de vários fatores de degradação, tendo-se verificado que

a envolvente, o zonamento climático, a exposição da cobertura, a proximidade do mar, a forma da

cobertura, o tipo de revestimento e o tipo de estrutura de suporte, podem reduzir ou aumentar a

vida útil dos revestimentos, face à vida útil de referência.

Em relação à envolvente, foi possível determinar a influência da envolvente rural na definição de

vida útil, tendo-se obtido o valor de 56 anos.

Em relação ao zonamento climático, a zona 1 e 2, analisadas em conjunto, permitiram obter um

valor de vida útil de 53 anos, e a zona 3, o valor de 75 anos.

Para as coberturas com exposição normal, obteve-se um valor de 63 anos de vida útil, e para as

coberturas expostas obteve-se o valor de 70 anos, não se tendo obtido nenhum valor para as protegidas.

Para elementos até 5 km da linha de costa, inclusive, obteve-se o valor de vida útil de 67 anos;

para elementos a mais de 5 km da linha de costa obteve-se o valor de vida útil de 64 anos.

As coberturas de duas águas foram as únicas que permitiram obter um valor de vida útil: 66 anos.

Os tipos de revestimento que permitiram definir valores de vida útil distintos são a telha lusa,

marselha e canudo, com valores de 66, 68 e 55 anos, respetivamente.

Entre os tipos de estruturas, em madeira e em betão contínua, foi possível obter um valor de vida

útil: 65 e 64 anos, respetivamente.

Da análise aos fatores de degradação, obteve-se um intervalo de variação de vida útil de 36 anos a

75 anos (Tabela 4.8), o que se aproxima de valores propostos por outros autores e entidades citados

por Morgado [49], que apresentam uma variação entre 35 e 64 anos. Os valores mais afastados são

relativos ao zonamento climático relativo à zona 3 (75 anos) e à exposição normal (70 anos).

Tabela 4.8 - Valores de vida útil em função dos fatores de degradação

Fator de degradação Vida útil esperada Envolvente dos RECI Rural 56 anos

Zonamento climático Zona 1 e 2 53 anos

Zona 3 75 anos

Exposição da cobertura Normal 62 anos

Exposta 70 anos

Proximidade do mar ≤ 5 km 67 anos

> 5 km 64 anos

Forma da cobertura Duas águas 66 anos

Tipo de RECI

Lusa 66 anos

Marselha 68 anos

Canudo 55 anos

Tipo de estrutura Madeira 65 anos

Betão descontínua 64 anos

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 77

5. Conclusões

5.1 Considerações finais

A presença de sinais evidentes de degradação no parque edificado em Portugal, apesar de este

ser relativamente recente, quando comparado com o de outros países europeus, está associada à

má prática de manutenção, traduzindo-se na perda de desempenho das construções, nas quais se

incluem os revestimentos exteriores cerâmicos de coberturas inclinadas.

A previsão da vida útil de revestimentos exteriores constitui uma informação de elevado valor no

apoio à decisão para gestão do património edificado, tendo justificado o desenvolvimento de

trabalhos relacionados com o tema, como as dissertações de mestrado de Rita Sousa [25], Ana

Silva [26], Cristina Chai [17], Sofia Ximenes [18] e Matteo Galbusera [19] e as tese de doutoramento

do professor Pedro Gaspar [11] e Ana Silva [79].

O objetivo da dissertação consistiu no desenvolvimento de uma metodologia de estimativa da vida

útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas (MEVURECI), para o caso das telhas

cerâmicas, validada através de uma campanha de inspeções in situ.

A metodologia desenvolvida permitiu a obtenção de resultados que se demostraram adequados à

realidade física, verificando-se a validade de modelos que caraterizam a degradação dos RECI e dos

fatores que influenciam o comportamento dos mecanismos de degradação e o valor de vida útil.

5.2 Conclusões gerais

A dissertação é composta por cinco capítulos e foi desenvolvida em três fases: a primeira, relativa

ao estudo de conceitos relacionados com vida útil e à classificação e caraterização de

revestimentos e coberturas e anomalias associadas; a segunda, relativa ao trabalho de campo; e a

terceira, referente à definição de um modelo para estimativa de vida útil.

Na primeira fase, classificou-se os vários tipos de revestimentos, no âmbito de coberturas

inclinadas, e procedeu-se à classificação e caraterização das anomalias, pertencentes a três

grupos, e à classificação dos fatores de degradação. Para caraterização das anomalias, definiu-se

uma escala de degradação com cinco níveis, permitindo avaliar a sua gravidade e extensão.

Na segunda fase, relativo ao trabalho de campo, procedeu-se ao desenvolvimento de uma ficha

de inspeção e diagnóstico, com base nos trabalhos de Garcez [23], Lopes [24], Chai [17],

Ximenes [18], Sousa [25] e Silva [26], que incluiu a definição das características de cada edifício e

dos respetivos revestimentos, assegurando o levantamento das anomalias e atributos particulares.

Na terceira fase, relativa à metodologia de estimativa de vida útil dos RECI, analisou-se a amostra

constituída por 86 edifícios e 149 revestimentos, com uma área total de 44.748,0 m2. Os dados

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5. Conclusões

78 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

recolhidos foram analisados, caraterizando as construções, e os revestimentos, em termos de

idade, de localização, distância ao mar, tipo de suporte, tipo de telha, frequências de anomalias,

individualmente e em grupo, e níveis de degradação.

Como resultado da dissertação, chegou-se a uma proposta de metodologia de estimativa de vida

útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas, relacionando as variáveis severidade de

degradação normalizada e idade, obtendo-se um padrão de degradação dos revestimentos ao

longo do tempo.

Com base na definição de um nível mínimo de desempenho, foi possível determinar a vida útil de

referência, procurando no gráfico a interseção do valor de severidade normalizada de 20% com a

curva obtida, ou resolvendo a equação da curva de degradação em função do valor de severidade.

Obteve-se, assim, o valor de vida útil de 66 anos.

Posteriormente, estudou-se os fatores de degradação de forma a se compreender como afetam o

valor de vida útil de referência. Nesta análise, foi possível perceber que fatores influenciam o

desempenho dos RECI e estimar valores de vida útil, em função de cada um.

Em termos gerais, a amostra pode ser caraterizada por construções, revestimentos, e anomalias

observadas, destacando-se o seguinte:

a maioria dos revestimentos pertence a edifícios de serviços, com 41% dos RECI; 38% dos RECI

pertencem a edifícios de habitação e um conjunto de 6% de RECI pertencem a edifícios que

partilham a sua função entre serviços e habitação;

a maioria dos RECI pertence a edifícios com 1 piso, com 50% dos revestimentos, seguindo-se

dos edifícios com 2 pisos, com 41% dos revestimentos, e de 3 pisos, com 9%;

cerca de 58% dos RECI pertence a edifícios com 50 ou mais anos;

49% dos elementos da amostra apresentam uma idade igual ou inferior a 39 anos; os

revestimentos com mais de 39 anos representam 51% da amostra;

os dois intervalos de idade que reúnem mais RECI são de 0 a 9 anos, inclusive, com 21% de

elementos da amostra, seguido do intervalo de 60 a 69 anos, com 19%;

os RECI distribuem-se pelos concelhos de Alenquer, Beja, Lisboa e Loures, Moita, Peniche e

Sintra, com 32%, 17%, 7%, 3%, 8% e 34% da amostra;

83% do total de revestimentos encontra-se em zonas de envolvente rural e 17% em envolvente

urbana;

51% dos revestimentos pertence à zona 3, 32% pertence à zona 2 e 17% pertence à zona 1;

em relação à exposição aos agentes atmosféricos, 82% dos RECI tem uma exposição normal,

9% tem uma exposição protegida e 9% tem uma exposição exposta;

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 79

em relação à proximidade ao mar, 92% dos RECI encontra-se a mais de 5 km da linha de costa,

e 8% encontra-se a menos de 5 km;

50% dos RECI é do tipo lusa, seguido do tipo marselha, com 34%, do tipo romana com 9% e do

tipo canudo com 6%;

66% dos RECI assenta em estrutura de madeira, seguida da estrutura em betão descontínua,

com 19%, constituído os dois tipos de estrutura mais representativos;

52% dos RECI encontra-se em coberturas de duas águas, seguido de coberturas de quatro

águas, com 26%, de uma água, com 11%, de três águas, com 8%, de pavilhão, com 2%, e de

mansarda com 1%;

em relação às anomalias, verifica-se que 37% são anomalias do tipo desenvolvimento de

vegetação parasitária ou de colonização biológica, seguida de diferenças de tonalidade ou de

alteração de cor, com 18%, de desprendimento de elementos, com 12%, de deformações

acentuadas, com 11%, de fissuração ou fratura, com 10%, de descasque, com 7%, e de

desalinhamento de elementos, com 6%;

em relação aos RECI, 100% são afetados por anomalias estéticas, 52% são afetados por

anomalias funcionais e 37% são afetados por anomalias estruturais.

38% das anomalias são de nível 2, 32% são de nível 4, 20% são de nível 1 e 10% são de nível 3;

entre as anomalias de nível 1, 54% são anomalias estéticas, 28% são funcionais, e 18% são

estruturais;

entre as anomalias de nível 2, 60% são funcionais, 25% são estruturais e 15% são estéticas;

entre as anomalias de nível 3, 66% são estéticas e 34% são estruturais;

entre as anomalias de nível 4, cerca de 97% são estéticas, 3% são funcionais e 1% são estruturais.

A severidade da degradação normalizada é o indicador que melhor traduz o estado geral da

degradação dos revestimentos, dependendo do valor da extensão da degradação, do nível de

gravidade de cada anomalia e do peso relativo de cada anomalia.

Neste trabalho, definiu-se níveis de degradação que têm em consideração a dimensão e a

gravidade de cada anomalia. Na avaliação das anomalias, registou-se a sua ocorrência, mesmo

que sobreposta a outra anomalia no mesmo elemento de revestimento. No entanto, em casos de

sobreposição de anomalias, apenas se considerou nos cálculos a anomalia de cada grupo,

classificada com o maior nível de degradação.

Na análise aos fatores que influenciam a degradação, verificou-se que as curvas de degradação

apresentam um comportamento adequado quando analisadas em função dos vários fatores. No

entanto, nem todos os parâmetros de cada fator permitiram estabelecer uma relação entre a idade

e severidade normalizada.

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5. Conclusões

80 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

5.3 Desenvolvimentos futuros

Numa perspetiva de aperfeiçoamento e continuidade do desenvolvimento das metodologias de

previsão de vida útil, considera-se que existem duas perspetivas a referir: do ponto de vista dos

dados recolhidos e do ponto de vista dos resultados obtidos.

Em relação aos dados, verifica-se que a recolha de informação envolve cuidados especiais que, no

caso dos RECI, estão relacionados com as condições de segurança, uma vez que as inspeções das

coberturas apresentam riscos associados. Decorrente destes riscos, as questões de segurança

acrescem uma maior dificuldade em avaliar, com rigor, a área de cada anomalia em todo o

revestimento.

Como forma de melhorar a avaliação das anomalias em RECI, seria útil o recurso a aeronaves

não tripuladas, equipadas com câmaras fotográficas. Esta solução seria complementada com um

sistema informático de reconhecimento e tratamento de imagens, com capacidade para apoio à

análise e à avaliação das dimensões das anomalias observadas. A capacidade fotográfica e

informática passaria pela integração de uma câmara multiespectral visando a identificação de

ocorrência de desenvolvimento de vegetação parasitária e de colonização biológica, bem como de

fissuras, ou de fraturas e de descasque.

Em relação à distribuição de dados obtidos, propõe-se o aumento da amostra de modo a incluir

mais elementos, preferencialmente com as seguintes caraterísticas:

em relação à envolvente - aumentar a quantidade de RECI em meio urbano;

em relação ao zonamento climático - aumentar a quantidade de RECI pertencentes às zonas 1 e 2;

em relação à exposição da cobertura - aumentar a quantidade de RECI em zonas protegidas e em

zonas expostas;

em relação à idade dos RECI - aumentar a quantidade de RECI com idade entre 10 e 19 anos e

entre 30 e 39 anos;

em relação ao tipo de RECI - aumentar a quantidade de RECI do tipo Canudo, Romana e

Marselha.

Os resultados obtidos dependem dos critérios adotados e da qualidade dos dados recolhidos.

Tendo-se verificado dificuldade em aceder a informação relativa a ações de manutenção anteriores à

inspeção, torna-se fundamental propor planos de registo informatizados sobre intervenções futuras.

Como forma de complementar este estudo, propõe-se a análise de modelos de regressão linear

múltipla, de modo a testar variáveis independentes como fatores que influenciam a degradação.

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação 81

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[74] Shohet, I.; Paciuk, M.; Putterman, M. - “Deterioration patterns of exterior cladding components”,

CIB/W87 - 2nd International Symposium in Lisbon, LNEC, Lisboa, Portugal, 2003, pp. 151-160;

[75] Matos, Manuel - “Manual operacional para a regressão linear”, Faculdade de Engenharia da

Universidade do Porto, Porto, 1995;

[76] Ferreira, Teresa - “Arquitectura e Durabilidade - Prevenção de anomalias na faixa costeira”, Dissertação

de Mestrado em Construção, Instituto Superior Técnico, Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, Portugal,

244 p., 2004;

[77] Pestana, Maria; Gageiro, João - “Análise de dados para ciências sociais - a complementaridade do

SPSS”, Edições Sílabo, Lisboa, Portugal, 2014;

[78] Schneider, Kenneth G. Jr., Keenan, Anne S., - “A documented historical performance of roofing

assemblies in the United States 1975-1996” - Fourth International Symposium on Roofing Technology,

Gaithersburg, Maryland, USA, pp.132-137, 1997.

[79] Silva, Ana - “Modelação Estatística da Previsão da Vida Útil dos Revestimentos de Fachada”,

Doutoramento em Engenharia Civil, Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal,

2015.

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Page 99: Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de ... · Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas Aplicação em telhas cerâmicas Rui João

Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação A1

Anexo A

Ficha de inspeção e diagnóstico - Parte 1

FICHA DE INSPEÇÃO E DIAGNÓSTICO

REVESTIMENTOS EXTERIORES DE COBERTURAS INCLINADAS

- Parte I -

Ficha de inspeção nº Data da inspeção

Responsável

Objetivo da inspeção

Características do edifício

Identificação do edifício

Localização

Ano de conclusão

Nº de pisos acima do solo

Quantidade de coberturas

Tipo de utilização Habitação

Comércio

Serviços

Outros

Tipo de envolvente Rural

Urbana

Marítima

Outra

Zonamento climático a Zona 1

Zona 2

Zona 3

Proximidade do mar < 1 km

≤ 5 km e ≥ 1 km

> 5 km

Exposição da cobertura b Protegida

Normal

Exposta

Exposição aos agentes poluentes Sim

Não

Características da cobertura

Forma da cobertura Pavilhão / piramidal

Águas desencontradas

Trapeira

Mansarda

Uma água

Duas águas

Três águas

Quatro águas

Redonda

Designação do RECI Lusa

Marselha

Canudo

Romana

Plana

Área total do RECI (m2)

Inclinação da cobertura (%)

Estrutura de suporte Madeira

Metálica

Mista

Muretes de Alvenaria

Betão - contínua

Betão - descontínua

Sistema de ventilação Micro-ventilação

Ventilação do desvão

Telhas de ventilação

Beiral com ventilação

Bandas de ventilação

Ventiladores

Isolamento térmico Laje de esteira

Vertente inclinada

Não existe

Existência de barreia de vapor Sim

Não

Não se sabe

Existência de fixações Sim

Não

Não se sabe

Existência de forro Sim

Não

Não se sabe

Singularidades da cobertura

Beirais / beirados

Cumeeiras / rincões

Larós

Elementos emergentes

Platibandas

Paredes de bordo

Caleiras exterio-res

Caleiras Recuadas

Manutenção

Tipo de manutenção / reparação

Data da última intervenção

Page 100: Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de ... · Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas Aplicação em telhas cerâmicas Rui João

Anexos

A2 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

Ficha de inspeção e diagnóstico - Parte 2

FICHA DE INSPEÇÃO E DIAGNÓSTICO

REVESTIMENTOS EXTERIORES DE COBERTURAS INCLINADAS

- Parte II -

Anomalias c

Nível de degrada-ção d Localização e Causas prováveis f

Área afetada

(m2) Observações

0 1 2 3 4 ZC SC 1 2 3 4 5

AE-E1

AE-E2

AE-F1

AE-F2

AE-F3

AE-S1

AE-S2

Aspeto global da cobertura

Aspeto Muito bom

Bom

Degradação ligeira

Degradação moderada

Degradação generalizada

Observações

Notas

a Zonamento climático:

b Exposição da cobertura:

Protegida

Normal

Exposta

c Anomalias:

AE-E ESTÉTICAS

AE-E1 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica AE-E2 diferenças de tonalidade / alteração de cor

AE-F FUNCIONAIS

AE-F1 descasque / escamação / esfoliação AE-F2 fissuração / fratura AE-F3 desprendimento / descolamento de elementos de revestimen-to

AE-S ESTRUTURAIS

AE-S1 deformações acentuadas de revestimentos AE-S2 desalinhamento de elementos de revestimento

e Localização:

ZC - zona corrente SC - singularidades da cobertura

f Causas prováveis (fatores de degradação):

1 - ações de origem mecânica 2 - ações ambientais 3 - erros de projeto 4 - erros de execução 5 - erros de utilização / manutenção

Anomalias d Nível de degradação

0 - muito bom 1 - bom 2 - degradação ligeira 3 - degradação moderada 4 - degradação generalizada

AE-E1 não identificado Aafetada ≤ 10% Atotalg Aafetada > 10% e ≤ 30% Atotal

g Aafetada > 30% e ≤ 50% Atotalg Aafetada > 50% Atotal

g

AE-E2 não identificado Aafetada ≤ 20% Atotalg Aafetada > 20% e ≤ 50% Atotal

g Aafetada > 50% Atotalg não aplicável

AE-F1 não identificado Aafetada ≤ 10% Atotalg Aafetada > 10% e ≤ 30% Atotal

g Aafetada > 30% e ≤ 50% Atotalg Aafetada > 50% Atotal

g

AE-F2 não identificado não aplicável Aafetada ≤ 10% Atotalg Aafetada > 10% e ≤ 30% Atotal

g Aafetada > 30% Atotalg

AE-F3 não identificado não aplicável Aafetada ≤ 5% Atotalg Aafetada > 5% e ≤ 10% Atotal

g Aafetada > 10% Atotalg

AE-S1 não identificado não aplicável Aafetada ≤ 25% Atotalg Aafetada > 25% e ≤ 50% Atotal

g Aafetada > 50% Atotalg

AE-S2 não identificado Aafetada ≤ 10% Atotalg Aafetada > 10% e ≤ 25% Atotal

g Aafetada > 25% e ≤ 50% Atotalg Aafetada > 50% Atotal

g g valor da área total do revestimento de uma cobertura inclinada.

Observações adicionais:

Page 101: Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de ... · Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas Aplicação em telhas cerâmicas Rui João

Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação A3

Anexo B

Caraterização das construções e das zonas analisadas

N.º da ficha de inspeção

Idade do edifício

Designação Localização Ano de conclusão

N.º de pisos acima do solo

Quantidade de coberturas

Tipo de utilização

Tipo de envolvente

Zona climática

Proximidade do mar

Exposição Exposição aos agentes

poluentes

1_1/4 121-107 Palácio - Salas Sintra - BA1 1900 3 4 Habitação / Serviços

Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

1_2/4 121-107 Palácio - Sala dos espelhos Sintra - BA1 1900 3 4 Habitação / Serviços

Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

1_3/4 121-107 Palácio - Alojamento Sintra - BA1 1900 3 4 Habitação / Serviços

Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

1_4/4 121-107 Palácio - Alojamento_mansarda Sintra - BA1 1900 3 4 Habitação / Serviços

Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

2 121-577 Capela Sintra - BA1 1900 2 1 Serviços Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

3_1/2 121-102 Alojamento Sintra - BA1 1990 3 2 Habitação Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

3_2/2 121-102 Alojamento Sintra - BA1 1990 3 2 Habitação Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

4_1/5 121-290 Alojamento (extremidade sul) Sintra - BA1 1990 2 5 Habitação Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

4_2/5 121-290 Alojamento (corpo sul) Sintra - BA1 1990 2 5 Habitação Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

4_3/5 121-290 Alojamento (canto) Sintra - BA1 1990 2 5 Habitação Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

4_4/5 121-290 Alojamento (corpo norte) Sintra - BA1 1990 2 5 Habitação Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

4_5/5 121-290 Alojamento (extremidade norte) Sintra - BA1 1990 2 5 Habitação Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

5_1/5 121-103 Alojamento (Norte) Sintra - BA1 1990 2 5 Habitação / Serviços

Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

5_2/5 121-103 Alojamento (Corpo central) Sintra - BA1 1990 2 5 Habitação / Serviços

Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

5_3/5 121-103 Alojamento (Sul) Sintra - BA1 1990 2 5 Habitação / Serviços

Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

5_4/5 121-103 Alojamento (Oeste) Sintra - BA1 1990 2 5 Habitação / Serviços

Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

5_5/5 121-103 Alojamento (Este) Sintra - BA1 1990 2 5 Habitação / Serviços

Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

6 121-234 Alojamento Sintra - BA1 1990 2 1 Habitação Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

7_1/4 121-119 Messe - chefia Sintra - BA1 2009 1 4 Serviços Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

7_2/4 121-119 Messe - este Sintra - BA1 1952 1 4 Serviços Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

7_3/4 121-119 Messe - oeste Sintra - BA1 1952 1 4 Serviços Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

7_4/4 121-119 Messe - corpo principal Sintra - BA1 1952 2 4 Serviços Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

8 121-117 Alojamento Sintra - BA1 1952 2 1 Habitação Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

9 121-120 Alojamento Sintra - BA1 1952 2 1 Habitação Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

Page 102: Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de ... · Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas Aplicação em telhas cerâmicas Rui João

Anexos

A4 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

N.º da ficha de inspeção

Idade do edifício

Designação Localização Ano de conclusão

N.º de pisos acima do solo

Quantidade de coberturas

Tipo de utilização

Tipo de envolvente

Zona climática

Proximidade do mar

Exposição Exposição aos agentes

poluentes

10_1/2 121-116 Alojamento Sintra - BA1 1952 2 2 Habitação Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

10_2/2 121-116 Alojamento (área técnica) Sintra - BA1 1980 1 2 Habitação Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

11 121-161 OD+PA Sintra - BA1 1952 1 1 Serviços Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

12 121-166 WC Sintra - BA1 1940 1 1 Outros Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

13 121-122 Bar Sintra - BA1 1948 1 1 Serviços Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

14 121-123 Comando Sintra - BA1 1948 1 1 Serviços Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

15 121-125 Armazém Sintra - BA1 1948 1 1 Outros Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

16_1/6 121-130 Oficina_N Sintra - BA1 1948 1 6 Outros Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

16_2/6 121-130 Oficina_NC Sintra - BA1 1948 1 6 Outros Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

16_3/6 121-130 Oficina_C Sintra - BA1 1948 1 6 Outros Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

16_4/6 121-130 Oficina_SC Sintra - BA1 1948 1 6 Outros Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

16_5/6 121-130 Oficina_S Sintra - BA1 1948 1 6 Outros Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

16_6/6 121-130 Oficina_U Sintra - BA1 1948 1 6 Outros Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

18 121-134 Esq. Infr Sintra - BA1 1948 1 1 Serviços Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

19 121-147 Central Telef. Sintra - BA1 1948 1 1 Serviços Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

20_1/2 121-132 Esq. Abast -Este Sintra - BA1 1948 1 2 Serviços Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

21_1/5 121-178 MUSAR - corpo central Sintra - BA1 1948 1 5 Serviços Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

21_2/5 121-178 MUSAR - nascente Sintra - BA1 1948 1 5 Serviços Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

21_3/5 121-178 MUSAR - poente Sintra - BA1 1948 1 5 Serviços Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

21_4/5 121-178 MUSAR - avanço norte Sintra - BA1 1948 1 5 Serviços Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

21_5/5 121-178 MUSAR - avanço sul Sintra - BA1 1948 1 5 Serviços Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

22_1/2 121-149 Armazém - Oeste Sintra - BA1 1948 1 2 Outros Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

22_2/2 121-149 Armazém - Este Sintra - BA1 1948 1 2 Outros Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

23_1/2 121-150 Enfermaria Sintra - BA1 1948 1 2 Serviços Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

23_2/2 121-150 Enfermaria Sintra - BA1 1948 1 2 Serviços Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

24 121-252 Gr Apoio Sintra - BA1 1969 1 1 Serviços Rural Zona 3 > 5 km Normal Não

25_1/2 122-102 Balneário/salas de aula Ota - CFMTFA 1961 2 2 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

25_2/2 122-102 Balneário/salas de aula Ota - CFMTFA 1961 2 2 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

26 122-103 Alojamento CFP feminino Ota - CFMTFA 1962 2 1 Habitação Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

27 122-104 Alojamento CFP Ota - CFMTFA 1962 2 1 Habitação Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

28 122-105 Alojamento CFP Ota - CFMTFA 1962 2 1 Habitação Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

29 122-106 Alojamento CFP Ota - CFMTFA 1962 2 1 Habitação Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

Page 103: Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de ... · Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas Aplicação em telhas cerâmicas Rui João

Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação A5

N.º da ficha de inspeção

Idade do edifício

Designação Localização Ano de conclusão

N.º de pisos acima do solo

Quantidade de coberturas

Tipo de utilização

Tipo de envolvente

Zona climática

Proximidade do mar

Exposição Exposição aos agentes

poluentes

30 122-107 Alojamento CFP Ota - CFMTFA 1962 2 1 Habitação Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

31 122-109 Messe Norte Ota - CFMTFA 1962 2 1 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

32 122-109 Messe Centro Norte Ota - CFMTFA 1962 2 1 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

33 122-109 Messe Centro Poente Ota - CFMTFA 1962 2 1 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

34 122-109 Messe Centro Nascente Ota - CFMTFA 1962 2 1 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

35 122-109 Messe Sul Ota - CFMTFA 1962 2 1 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

36 122-112 Ginásio - Musculação Ota - CFMTFA 1959 1 1 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

37 122-113 Alojamento CPSCH Ota - CFMTFA 1972 3 1 Habitação Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

38 122-114 Armazém Ota - CFMTFA 1959 1 1 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

39 122-115 Alojamento CFO Ota - CFMTFA 1972 3 1 Habitação Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

40 122-116 Alojamento OFIC Ota - CFMTFA 1973 3 1 Habitação Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

41 122-119 Alojamento SARG Sul Ota - CFMTFA 1973 3 1 Habitação Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

42 122-120 Alojamento SARG Norte Ota - CFMTFA 1973 3 1 Habitação Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

43 122-153 Arrecadação de Futebol. Ota - CFMTFA 1973 1 1 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

44 122-153 Balneário da Piscina Ota - CFMTFA 1962 1 1 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

45 122-158 Biblioteca Ota - CFMTFA 1981 1 1 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

46 122-158 Clube Sarg. Ota - CFMTFA 1981 1 1 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

47_1/3 122-161 Enfermaria - Corpo Ota - CFMTFA 1956 1 3 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

47_2/3 122-161 Enfermaria - Interior Ota - CFMTFA 1956 1 3 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

47_3/3 122-161 Enfermaria - Poente Ota - CFMTFA 1956 1 3 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

48 122-162 Alojamento Recrutas Ota - CFMTFA 1955 2 1 Habitação Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

49 122-163 Esquadra Polícia Ota - CFMTFA 1955 2 1 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

50_1/3 122-165 Esquadra de Pessoal Ota - CFMTFA 1955 2 3 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

50_2/3 122-165 Esquadra de Pessoal_N Ota - CFMTFA 1955 2 3 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

50_3/3 122-165 Esquadra de Pessoal_S Ota - CFMTFA 1955 2 3 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

51_1/2 122-166 Alojamento CFS Ota - CFMTFA 1954 2 1 Habitação Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

51_2/2 122-169 Grupo de Apoio Ota - CFMTFA 1956 2 3 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

53 122-170 Alojamento CFS Ota - CFMTFA 1956 2 1 Habitação Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

54_1/6 122-171 Centro de Comunicações. O Ota - CFMTFA 1956 1 6 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

54_2/6 122-171 Centro de Comunicações. N Ota - CFMTFA 1956 1 6 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

54_3/6 122-171 Centro de Comunicações. S Ota - CFMTFA 1956 1 6 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

55 122-173 C. de Com e Apoio Gráfico Ota - CFMTFA 1956 2 1 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

Page 104: Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de ... · Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas Aplicação em telhas cerâmicas Rui João

Anexos

A6 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

N.º da ficha de inspeção

Idade do edifício

Designação Localização Ano de conclusão

N.º de pisos acima do solo

Quantidade de coberturas

Tipo de utilização

Tipo de envolvente

Zona climática

Proximidade do mar

Exposição Exposição aos agentes

poluentes

56 122-175 Esq. Man. Base Ota - CFMTFA 1956 1 1 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

58_1/2 122-288 Alojamento OFIC N Ota - CFMTFA 1972 2 2 Habitação Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

58_2/2 122-288 Alojamento OFIC S Ota - CFMTFA 1972 2 2 Habitação Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

59_1/4 122-289 Alojamento OFIC Ota - CFMTFA 1972 3 4 Habitação Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

59_2/4 122-289 Club OFIC Ota - CFMTFA 1972 2 4 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

59_3/4 122-289 Club OFIC - Apoio 1 (Este) Ota - CFMTFA 1972 2 4 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

59_4/4 122-289 Club OFIC - Apoio 2 (Oeste) Ota - CFMTFA 1972 2 4 Serviços Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

60_1/2 122-329 Igreja Ota - CFMTFA 1944 2 2 Outros Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

60_2/2 122-329 Igreja - anexo Ota - CFMTFA 1944 2 2 Outros Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

61_5/5 122-330 Antiga escola (Corpo Norte-Este) Ota - CFMTFA 1946 1 5 Habitação Rural Zona 2 > 5 km Normal Não

62_1/2 131-242 Armazém da Agropecuária (Este) Beja - BA11 1962 1 2 Outros Rural Zona 1 > 5 km Normal Não

62_2/2 131-242 Armazém da Agropecuária (Oeste) Beja - BA11 1962 1 2 Outros Rural Zona 1 > 5 km Normal Não

65_1/2 131-338 Centro de comunicações Beja - BA11 1962 1 2 Outros Rural Zona 1 > 5 km Normal Não

65_2/2 131-338 Centro de comunicações (avanço) Beja - BA11 1962 1 2 Outros Rural Zona 1 > 5 km Normal Não

66 131-131 Edifício - combate tático Beja - BA11 1962 1 1 Outros Rural Zona 1 > 5 km Normal Não

67_1/6 582-100 Alojamento de Pessoal em Trânsito (ligação Norte) - Bairro Residencial da Força Aérea

Beja - BA11 1996 1 6 Habitação Urbana Zona 1 > 5 km Protegida Não

67_2/6 582-100 Alojamento de Pessoal em Trânsito (Oeste) - Bairro Residencial da Força Aérea

Beja - BA11 1965 2 6 Habitação Urbana Zona 1 > 5 km Protegida Não

67_3/6 582-100 Alojamento de Pessoal em Trânsito (avanço Oeste) - Bairro Residencial da Força Aérea

Beja - BA11 1965 1 6 Habitação Urbana Zona 1 > 5 km Protegida Não

67_4/6 582-100 Alojamento de Pessoal em Trânsito (Este) - Bairro Residencial da Força Aérea

Beja - BA11 1965 1 6 Habitação Urbana Zona 1 > 5 km Protegida Não

67_5/6 582-100 Alojamento de Pessoal em Trânsito (Norte) - Bairro Residencial da Força Aérea

Beja - BA11 1965 1 6 Habitação Urbana Zona 1 > 5 km Protegida Não

67_6/6 582-100 Alojamento de Pessoal em Trânsito (Norte, avanço) - Bairro Residencial da Força Aérea

Beja - BA11 1965 2 6 Habitação Urbana Zona 1 > 5 km Protegida Não

68_1/2 582-142 Clube Sarg. - Casa da Força Aérea (Norte) Beja - BA11 1971 1 2 Serviços Urbana Zona 1 > 5 km Normal Não

68_2/2 582-142 Clube Sarg. - Casa da Força Aérea (Sul) Beja - BA11 1971 1 2 Serviços Urbana Zona 1 > 5 km Normal Não

69_1/2 582-143 Atividades de Tempos Livres (Norte) Beja - BA11 1971 1 2 Serviços Urbana Zona 1 > 5 km Protegida Não

69_2/2 582-143 Atividades de Tempos Livres (Sul) Beja - BA11 1971 1 2 Serviços Urbana Zona 1 > 5 km Protegida Não

70_1/5 582-144 Cube da BA11 (Clube e ginásio - corpo central)

Beja - BA11 1970 2 5 Habitação Urbana Zona 1 > 5 km Normal Não

70_2/5 582-144 Cube da BA11 (ginásio - corpo Oeste) Beja - BA11 1970 1 5 Serviços Urbana Zona 1 > 5 km Normal Não

70_3/5 582-144 Cube da BA11 (Clube e ginásio - corpo norte) Beja - BA11 1970 1 5 Serviços Urbana Zona 1 > 5 km Normal Não

70_4/5 582-144 Cube da BA11 (Clube e ginásio - corpo Este) Beja - BA11 1970 1 5 Serviços Urbana Zona 1 > 5 km Normal Não

70_5/5 582-144 Cube da BA11 (Clube - corpo sul) Beja - BA11 1970 1 5 Serviços Urbana Zona 1 > 5 km Normal Não

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação A7

N.º da ficha de inspeção

Idade do edifício

Designação Localização Ano de conclusão

N.º de pisos acima do solo

Quantidade de coberturas

Tipo de utilização

Tipo de envolvente

Zona climática

Proximidade do mar

Exposição Exposição aos agentes

poluentes

71_1/5 582-147 Jardim de Infância (Norte) Beja - BA11 1969 1 5 Serviços Urbana Zona 1 > 5 km Normal Não

71_2/5 582-147 Jardim de Infância (Centro Norte) Beja - BA11 1969 1 5 Serviços Urbana Zona 1 > 5 km Normal Não

71_3/5 582-147 Jardim de Infância (Centro Sul) Beja - BA11 1969 1 5 Serviços Urbana Zona 1 > 5 km Normal Não

71_4/5 582-147 Jardim de Infância (Avanço) Beja - BA11 1969 1 5 Serviços Urbana Zona 1 > 5 km Normal Não

71_5/5 582-147 Jardim de Infância (Sul) Beja - BA11 1969 1 5 Serviços Urbana Zona 1 > 5 km Normal Não

74_1/6 Igreja Igreja da Força Aérea - canto Oeste Benfica 1632 1 6 Outros Urbana Zona 3 > 5 km Normal Não

74_2/6 Igreja Igreja da Força Aérea - sacristia sul Benfica 1680 1 6 Outros Urbana Zona 3 > 5 km Normal Não

74_3/6 Igreja Igreja da Força Aérea - avança nave Este Benfica 1632 1 6 Outros Urbana Zona 3 > 5 km Normal Não

74_4/6 Igreja Igreja da Força Aérea - sacristia Este Benfica 1632 1 6 Outros Urbana Zona 3 > 5 km Normal Não

74_5/6 Igreja Igreja da Força Aérea - avanço sacristia Este Benfica 1632 1 6 Outros Urbana Zona 3 > 5 km Normal Não

74_6/6 Igreja Igreja da Força Aérea - Elevação Benfica 1632 1 6 Outros Urbana Zona 3 > 5 km Normal Não

75 N5 Sarilhos Pequenos Moita 2002 2 1 Habitação Rural Zona 3 > 5 km Protegida Não

76 N6 Sarilhos Pequenos Moita 2002 2 1 Habitação Rural Zona 3 > 5 km Protegida Não

77 N7 Sarilhos Pequenos Moita 2002 2 1 Habitação Rural Zona 3 > 5 km Protegida Não

78 N8 Sarilhos Pequenos Moita 2002 2 1 Habitação Rural Zona 3 > 5 km Protegida Não

79 N11 Palmeira Ferrel 1979 2 1 Habitação Rural Zona 3 < = 5 km Exposta Não

80 N9 Palmeira Ferrel 2001 2 1 Habitação Rural Zona 3 < = 5 km Exposta Não

81 N7 Palmeira Ferrel 1960 1 1 Habitação Rural Zona 3 < = 5 km Exposta Não

82 N5 Palmeira Ferrel 1955 1 1 Habitação Rural Zona 3 < = 5 km Exposta Não

83 N9 Rua da Saudade Ferrel 1996 3 1 Habitação Rural Zona 3 < = 5 km Exposta Não

84 N1 Rua Primeiro de Janeiro Ferrel 2001 2 1 Habitação Rural Zona 3 < = 5 km Exposta Não

85 N10 Pd Marcelino Ferrel 2002 2 1 Habitação Rural Zona 3 < = 5 km Exposta Não

86 N15 Pd Marcelino Ferrel 1940 2 2 Habitação Rural Zona 3 < = 5 km Exposta Não

87 N17 Pd Marcelino Ferrel 1980 2 2 Habitação Rural Zona 3 < = 5 km Exposta Não

88 N9 Travessa do Coelho Ferrel 1960 1 1 Habitação Rural Zona 3 < = 5 km Normal Não

89 N11 Travessa do Coelho Ferrel 1980 2 1 Habitação Rural Zona 3 < = 5 km Exposta Não

90 N1 Travessa da Amizade Ferrel 2011 1 1 Habitação Rural Zona 3 < = 5 km Exposta Não

91 N97 Rua 8 de Março Catujal 2010 2 1 Habitação Rural Zona 3 > 5 km Exposta Não

92 N4 Largo Professora Claudina Rocheta Pinheiro de Loures

2003 2 1 Habitação Rural Zona 3 > 5 km Protegida Não

93_1/2 N8 Rua Alfredo Rato Botica 2015 2 2 Habitação Rural Zona 3 > 5 km Exposta Não

93_2/2 N8 Rua Alfredo Rato Botica 2015 1 2 Habitação Rural Zona 3 > 5 km Exposta Não

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Anexos

A8 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

Anexo C

Caraterização dos revestimentos inspecionados

N.º da ficha de inspeção

Forma da cobertura Designação do RECI

Área total de RECI

Inclinação da cobertura

Estrutura de suporte Sistema de ventilação: micro

Sistema de ventilação:

desvão

Sistema de ventilação: telhas de ventilação

Sistema de ventilação: beiral com ventilação

Sistema de ventilação: bandas de ventilação

Isolamento térmico Existência de barreira de vapor

Existência de fixações

Existência de forro

1_1/4 Quatro Águas Marselha 922,2 50 Madeira X Não existe Não Não Sim

1_2/4 Quatro Águas Lusa 137,5 78 Madeira X Não existe Não Não Sim

1_3/4 Quatro Águas Lusa 353,6 31 Madeira X Não existe Não Não Sim

1_4/4 Mansarda Lusa 165,0 - Muretes de alvenaria X Não existe Não Não Não

2 Quatro Águas Canudo 175,7 62 Madeira X X Não existe Não Não Sim

3_1/2 Quatro Águas Lusa 764,5 53 Madeira X Vertente inclinada Não Não Sim

3_2/2 Mansarda Lusa 265,0 - Muretes de alvenaria X Não existe Não Não Não

4_1/5 Duas Águas Lusa 73,2 29 Madeira X X Não existe Não Não Não

4_2/5 Duas Águas Lusa 310,3 29 Madeira X X Não existe Não Não Não

4_3/5 Três Águas Lusa 52,1 29 Madeira X X Não existe Não Não Não

4_4/5 Duas Águas Lusa 284,3 29 Madeira X X Não existe Não Não Não

4_5/5 Duas Águas Lusa 46,9 29 Madeira X X Não existe Não Não Não

5_1/5 Duas Águas Lusa 139,2 38 Madeira X Não existe Não Não Não

5_2/5 Pavilhão Lusa 337,5 32 Muretes de alvenaria X Não existe Não Não Não

5_3/5 Três Águas Lusa 60,0 58 Madeira X Não existe Não Não Não

5_4/5 Duas Águas Lusa 11,7 60 Madeira X Não existe Não Não Não

5_5/5 Três Águas Lusa 53,1 58 Madeira X Não existe Não Não Não

6 Duas Águas Lusa 833,3 36 Madeira X Não existe Não Não Não

7_1/4 Uma Água Lusa 43,4 14 Madeira X Não existe Não Não Não

7_2/4 Uma Água Lusa 133,3 14 Madeira X Não existe Não Não Não

7_3/4 Uma Água Lusa 163,6 14 Madeira X Não existe Não Não Não

7_4/4 Quatro Águas Lusa 961,4 14 Madeira X X Não existe Não Não Não

8 Quatro Águas Marselha 534,0 47 Madeira X X Não existe Não Não Não

9 Quatro Águas Marselha 564,7 47 Madeira X X Não existe Não Não Não

10_1/2 Quatro Águas Marselha 541,8 47 Madeira X Laje de esteira Não Não Não

10_2/2 Três Águas Marselha 82,8 47 Madeira X Laje de esteira Não Não Não

11 Quatro Águas Marselha 1118,9 58 Mista X Não existe Não Não Não

12 Quatro Águas Marselha 88,9 58 Madeira X Não existe Não Não Sim

13 Quatro Águas Marselha 506,2 49 Madeira X Não existe Não Não Sim

14 Quatro Águas Marselha 774,4 51 Madeira X Não existe Não Não Sim

15 Quatro Águas Marselha 73,2 70 Madeira X Não existe Não Não Não

16_1/6 Duas Águas Marselha 100,2 62 Madeira X Não existe Não Não Sim

16_2/6 Duas Águas Marselha 84,4 67 Madeira X Não existe Não Não Sim

16_3/6 Duas Águas Marselha 84,4 67 Madeira X Não existe Não Não Sim

16_4/6 Duas Águas Marselha 84,4 67 Madeira X Não existe Não Não Sim

16_5/6 Duas Águas Marselha 100,2 62 Madeira X Não existe Não Não Sim

16_6/6 Duas Águas Marselha 636,8 62 Madeira X Não existe Não Não Sim

18 Uma Água Marselha 156,7 47 Madeira X X Laje de esteira Não Não Não

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação A9

N.º da ficha de inspeção

Forma da cobertura Designação do RECI

Área total de RECI

Inclinação da cobertura

Estrutura de suporte Sistema de ventilação: micro

Sistema de ventilação:

desvão

Sistema de ventilação: telhas de ventilação

Sistema de ventilação: beiral com ventilação

Sistema de ventilação: bandas de ventilação

Isolamento térmico Existência de barreira de vapor

Existência de fixações

Existência de forro

19 Quatro Águas Marselha 89,8 45 Madeira X Laje de esteira Não Não Não

20_1/2 Quatro Águas Marselha 478,3 60 Metálica X Não existe Não Não Sim

21_1/5 Quatro Águas Marselha 226,5 53 Madeira X Laje de esteira Não Não Não

21_2/5 Três Águas Marselha 147,2 53 Madeira X Laje de esteira Não Não Não

21_3/5 Quatro Águas Marselha 192,5 53 Madeira X Laje de esteira Não Não Não

21_4/5 Três Águas Marselha 17,0 53 Madeira X Laje de esteira Não Não Não

21_5/5 Três Águas Marselha 17,0 53 Madeira X Laje de esteira Não Não Não

22_1/2 Quatro Águas Marselha 341,8 58 Madeira X Não existe Não Não Sim

22_2/2 Quatro Águas Marselha 241,3 58 Madeira X Vertente inclinada Não Não Sim

23_1/2 Quatro Águas Marselha 424,7 60 Madeira X Laje de esteira Não Não Não

23_2/2 Pavilhão Lusa 23,3 60 Madeira X Laje de esteira Não Não Não

24 Quatro Águas Lusa 662,1 34 Muretes de alvenaria X Laje de esteira Não Não Não

25_1/2 Duas Águas Marselha 373,7 53 Madeira X X Laje de esteira Não Não Não

25_2/2 Duas Águas Marselha 373,7 53 Madeira X X Laje de esteira Não Não Não

26 Duas Águas Lusa 567,4 49 Madeira X X X Laje de esteira Não Não Não

27 Duas Águas Lusa 567,4 49 Madeira X X X Laje de esteira Não Não Não

28 Duas Águas Lusa 567,4 49 Madeira X X X Laje de esteira Não Não Não

29 Duas Águas Lusa 567,4 49 Madeira X X X Laje de esteira Não Não Não

30 Duas Águas Lusa 567,4 49 Madeira X X X Laje de esteira Não Não Não

31 Quatro Águas Lusa 686,0 55 Betão-descontínua X X Não existe Não Não Não

32 Duas Águas Lusa 27,8 49 Betão-descontínua X X Não existe Não Não Não

33 Duas Águas Lusa 198,6 47 Betão-descontínua X X Não existe Não Não Não

34 Duas Águas Lusa 220,7 47 Betão-descontínua X X Não existe Não Não Não

35 Quatro Águas Lusa 686,0 55 Betão-descontínua X X Não existe Não Não Não

36 Duas Águas Marselha 489,5 49 Madeira X Não existe Não Não Não

37 Duas Águas Lusa 500,7 49 Madeira X X Não existe Não Não Não

38 Duas Águas Marselha 224,5 51 Madeira X Não existe Não Não Não

39 Duas Águas Lusa 478,4 49 Madeira X X Não existe Não Não Não

40 Duas Águas Lusa 466,2 49 Madeira X X Não existe Não Não Não

41 Duas Águas Lusa 512,9 49 Madeira X X X Não existe Não Não Não

42 Duas Águas Lusa 512,9 49 Betão-descontínua X X X Não existe Não Não Não

43 Duas Águas Marselha 24,9 53 Betão-descontínua X Não existe Não Não Não

44 Quatro Águas Marselha 82,3 49 Madeira X Não existe Não Não Sim

45 Quatro Águas Lusa 490,7 49 Madeira X X Não existe Não Não Não

46 Quatro Águas Lusa 404,9 47 Madeira X X Não existe Não Não Não

47_1/3 Quatro Águas Marselha 509,0 45 Madeira X X X Não existe Não Não Não

47_2/3 Quatro Águas Marselha 37,2 45 Madeira X X X Não existe Não Não Não

47_3/3 Quatro Águas Marselha 37,2 45 Madeira X X X Não existe Não Não Não

48 Quatro Águas Marselha 662,0 47 Madeira X X X Não existe Não Não Não

49 Quatro Águas Lusa 656,5 47 Madeira X X Não existe Não Não Não

50_1/3 Duas Águas Marselha 409,6 51 Madeira X X X Laje de esteira Não Não Não

50_2/3 Duas Águas Marselha 124,6 53 Madeira X X X Laje de esteira Não Não Não

50_3/3 Duas Águas Marselha 124,6 53 Madeira X X X Laje de esteira Não Não Não

51_1/2 Quatro Águas Marselha 903,7 47 Madeira X X X Laje de esteira Não Não Não

51_2/2 Duas Águas Marselha 124,6 53 Madeira X X X Não existe Não Não Não

53 Quatro Águas Marselha 833,3 46 Madeira X X X Laje de esteira Não Não Não

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Anexos

A10 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

N.º da ficha de inspeção

Forma da cobertura Designação do RECI

Área total de RECI

Inclinação da cobertura

Estrutura de suporte Sistema de ventilação: micro

Sistema de ventilação:

desvão

Sistema de ventilação: telhas de ventilação

Sistema de ventilação: beiral com ventilação

Sistema de ventilação: bandas de ventilação

Isolamento térmico Existência de barreira de vapor

Existência de fixações

Existência de forro

54_1/6 Duas Águas Marselha 519,6 51 Madeira X X Não existe Não Não Não

54_2/6 Três Águas Marselha 117,9 51 Madeira X X Não existe Não Não Não

54_3/6 Três Águas Marselha 117,9 51 Madeira X X Não existe Não Não Não

55 Quatro Águas Marselha 460,5 40 Madeira X X X Não existe Não Não Não

56 Quatro Águas Marselha 263,2 40 Madeira X X Não existe Não Não Não

58_1/2 Duas Águas Lusa 505,3 47 Madeira X X X X Não existe Não Não Não

58_2/2 Duas Águas Lusa 329,1 58 Madeira X X X X Não existe Não Não Não

59_1/4 Quatro Águas Lusa 465,6 47 Madeira X X Não existe Não Não Não

59_2/4 Três Águas Lusa 337,6 47 Madeira X X Não existe Não Não Não

59_3/4 Duas Águas Lusa 281,7 58 Madeira X X X X Não existe Não Não Não

59_4/4 Uma Água Lusa 169,7 58 Madeira X X Não existe Não Não Não

60_1/2 Duas Águas Marselha 278,3 58 Madeira X Não existe Não Não Sim

60_2/2 Duas Águas Marselha 75,1 58 Madeira Não existe Não Não Sim

61_5/5 Duas Águas Marselha 14,4 58 Madeira X Não existe Não Não Sim

62_1/2 Duas Águas Canudo 84,9 53 Madeira X Não existe Não Não Não

62_2/2 Duas Águas Canudo 200,5 53 Madeira X Não existe Não Não Não

65_1/2 Quatro Águas Lusa 667,8 51 Betão-descontínua X X Laje de esteira Não Não Não

65_2/2 Duas Águas Lusa 84,2 51 Betão-descontínua X X Laje de esteira Não Não Não

66 Uma Água Lusa 2011,5 47 Madeira X Não existe Não Sim Não

67_1/6 Duas Águas Lusa 404,6 53 Betão-descontínua X Não existe Não Não Não

67_2/6 Duas Águas Lusa 404,4 53 Betão-descontínua X Laje de esteira Não Não Não

67_3/6 Uma Água Lusa 146,6 53 Betão-descontínua X Vertente inclinada Não Não Não

67_4/6 Uma Água Lusa 180,2 53 Betão-descontínua X Vertente inclinada Não Não Não

67_5/6 Uma Água Lusa 507,7 53 Betão-descontínua X Vertente inclinada Não Não Não

67_6/6 Uma Água Lusa 201,0 53 Betão-descontínua X Vertente inclinada Não Não Não

68_1/2 Duas Águas Romana 744,8 47 Betão-descontínua X X Vertente inclinada Não Sim Não

68_2/2 Duas Águas Romana 700,6 47 Betão-descontínua X X Vertente inclinada Não Sim Não

69_1/2 Duas Águas Romana 527,4 47 Betão-descontínua X X Vertente inclinada Não Sim Não

69_2/2 Duas Águas Romana 214,7 49 Betão-descontínua X X Vertente inclinada Não Sim Não

70_1/5 Duas Águas Romana 597,5 49 Betão-contínua X X Vertente inclinada Não Sim Não

70_2/5 Duas Águas Romana 429,5 49 Betão-contínua X X Vertente inclinada Não Sim Não

70_3/5 Uma Água Romana 322,7 49 Betão-contínua X X Vertente inclinada Não Sim Não

70_4/5 Uma Água Romana 400,5 49 Betão-contínua X X Vertente inclinada Não Sim Não

70_5/5 Uma Água Romana 112,1 49 Betão-contínua X X Não existe Não Sim Não

71_1/5 Duas Águas Romana 501,7 51 Betão-descontínua X X Vertente inclinada Não Sim Não

71_2/5 Duas Águas Romana 147,0 51 Betão-descontínua X X Vertente inclinada Não Sim Não

71_3/5 Uma Água Romana 38,2 51 Betão-descontínua X X Vertente inclinada Não Sim Não

71_4/5 Uma Água Romana 88,7 51 Betão-descontínua X X Vertente inclinada Não Sim Não

71_5/5 Duas Águas Romana 108,9 51 Betão-descontínua X X Vertente inclinada Não Sim Não

74_1/6 Duas Águas Canudo 21,9 62 Madeira X X Não existe Não Não Sim

74_2/6 Duas Águas Canudo 79,2 58 Madeira X X Não existe Não Não Sim

74_3/6 Duas Águas Canudo 29,4 47 Madeira X Não existe Não Não Sim

74_4/6 Duas Águas Canudo 160,3 58 Madeira X X Não existe Não Não Sim

74_5/6 Duas Águas Canudo 12,8 58 Madeira X Não existe Não Não Sim

74_6/6 Pavilhão Canudo 171,4 100 Madeira X Não existe Não Não Sim

75 Duas Águas Lusa 115,6 51 Muretes de alvenaria X Vertente inclinada Não Não Sim

Page 109: Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de ... · Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas Aplicação em telhas cerâmicas Rui João

Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação A11

N.º da ficha de inspeção

Forma da cobertura Designação do RECI

Área total de RECI

Inclinação da cobertura

Estrutura de suporte Sistema de ventilação: micro

Sistema de ventilação:

desvão

Sistema de ventilação: telhas de ventilação

Sistema de ventilação: beiral com ventilação

Sistema de ventilação: bandas de ventilação

Isolamento térmico Existência de barreira de vapor

Existência de fixações

Existência de forro

76 Duas Águas Lusa 115,6 51 Muretes de alvenaria X Vertente inclinada Não Não Sim

77 Duas Águas Lusa 115,6 51 Muretes de alvenaria X Vertente inclinada Não Não Sim

78 Duas Águas Lusa 115,6 51 Muretes de alvenaria X Vertente inclinada Não Não Sim

79 Duas Águas Lusa 73,6 53 Madeira X Não existe Não Não Sim

80 Duas Águas Lusa 67,3 51 Betão-contínua X Não existe Não Não Sim

81 Duas Águas Lusa 107,7 51 Madeira X Não existe Não Não Sim

82 Duas Águas Lusa 59,5 51 Madeira X Não existe Não Não Não

83 Três Águas Lusa 132,4 49 Betão-descontínua X Não existe Não Não Não

84 Duas Águas Lusa 129,1 47 Betão-descontínua X Não existe Não Não Não

85 Duas Águas Lusa 84,3 45 Betão-contínua X Não existe Não Não Não

86 Duas Águas Lusa 89,8 51 Betão-descontínua X Não existe Não Não Não

87 Duas Águas Lusa 96,5 51 Madeira X Não existe Não Não Não

88 Duas Águas Lusa 51,0 53 Betão-descontínua X Não existe Não Não Não

89 Duas Águas Lusa 96,5 51 Betão-descontínua X Não existe Não Não Não

90 Três Águas Lusa 52,3 49 Betão-contínua X Vertente inclinada Não Não Não

91 Duas Águas Lusa 150,2 49 Betão-contínua X X Vertente inclinada Não Não Não

92 Duas Águas Lusa 66,2 47 Betão-contínua X Não existe Não Não Não

93_1/2 Duas Águas Lusa 74,3 55 Betão-contínua X Vertente inclinada Não Não Não

93_2/2 Uma Água Lusa 21,9 45 Betão-contínua X Não existe Não Não Não

N.º da ficha de Inspeção

Singularidades da cobertura Data da última

intervenção

Tipo de manutenção/reparação Data da inspeção Beirais/

beirados Cumeeiras/ri

ncões Larós Emergentes Platibandas Paredes de

bordo Caleiras

exteriores Caleiras recuadas

1_1/4 X X 1995 Substituição integral da cobertura na década de 1950. Posterior limpeza profunda

e substituição de elementos do revestimento (1995). 08/09/2016

1_2/4 X X 1995 Substituição integral da cobertura na década de 1950. Posterior limpeza profunda

e substituição de elementos do revestimento (1995). 08/09/2016

1_3/4 X X X 1995 Substituição integral da cobertura na década de 1950. Posterior limpeza profunda

e substituição de elementos do revestimento (1995). 08/09/2016

1_4/4 X 1995 Substituição integral da cobertura na década de 1950. Posterior limpeza profunda

e substituição de elementos do revestimento (1995). 08/09/2016

2 X X X 1995 Substituição integral da cobertura na década de 1950. Posterior limpeza profunda

e substituição de elementos do revestimento (1995). 08/09/2016

3_1/2 X X - - 08/09/2016

3_2/2 X X - - 08/09/2016

4_1/5 X X X X - - 08/09/2016

4_2/5 X X X X - - 08/09/2016

4_3/5 X X X X - - 08/09/2016

4_4/5 X X X X - - 08/09/2016

4_5/5 X X X X - - 08/09/2016

5_1/5 X X - - 08/09/2016

5_2/5 X X X - - 08/09/2016

5_3/5 X X - - 08/09/2016

5_4/5 X X - - 08/09/2016

5_5/5 X X - - 08/09/2016

Page 110: Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de ... · Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas Aplicação em telhas cerâmicas Rui João

Anexos

A12 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

N.º da ficha de Inspeção

Singularidades da cobertura Data da última

intervenção

Tipo de manutenção/reparação Data da inspeção Beirais/

beirados Cumeeiras/ri

ncões Larós Emergentes Platibandas Paredes de

bordo Caleiras

exteriores Caleiras recuadas

6 X X - - 08/09/2016

7_1/4 X X X - - 08/09/2016

7_2/4 X X X 1981 Substituição integral da cobertura 08/09/2016

7_3/4 X X X 1982 Substituição integral da cobertura 08/09/2016

7_4/4 X X X X 1983 Substituição integral da cobertura 08/09/2016

8 X X X 1986 Substituição integral da cobertura 08/09/2016

9 X X X - - 08/09/2016

10_1/2 X X 2009 Limpeza profunda e substituição de telhas fraturadas 26/07/2016

10_2/2 X X 2009 Limpeza profunda e substituição de telhas fraturadas 26/07/2016

11 X X - - 26/07/2016

12 X X - - 10/10/2016

13 X X X 2015 Substituição integral dos elementos de revestimento e aplicação de subtelha 08/09/2016

14 X X 1985 Substituição integral da cobertura 08/09/2016

15 X X - - 08/09/2016

16_1/6 X X X - - 08/09/2016

16_2/6 X X X - - 08/09/2016

16_3/6 X X X - - 08/09/2016

16_4/6 X X X - - 08/09/2016

16_5/6 X X X - - 08/09/2016

16_6/6 X X X - - 08/09/2016

18 X X - - 08/09/2016

19 X X - - 02/07/2016

20_1/2 X X X - - 08/09/2016

21_1/5 X X X - - 08/09/2016

21_2/5 X X X - - 08/09/2016

21_3/5 X X X - - 08/09/2016

21_4/5 X X - - 08/09/2016

21_5/5 X X - - 08/09/2016

22_1/2 X X - - 08/09/2016

22_2/2 X X X - - 08/09/2016

23_1/2 X X X - - 08/09/2016

23_2/2 X X X - - 08/09/2016

24 X X X - - 08/09/2016

25_1/2 X X - - 20/09/2016

25_2/2 X X - - 20/09/2016

26 X X X - - 20/09/2016

27 X X X 2015 - 20/09/2016

28 X X X 2015 - 20/09/2016

29 X X X 2014 - 20/09/2016

30 X X X 2014 - 20/09/2016

31 X X X - - 09/09/2016

32 X X X - - 09/09/2017

33 X X X - - 09/09/2018

34 X X X - - 09/09/2019

35 X X X - - 09/09/2020

Page 111: Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de ... · Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas Aplicação em telhas cerâmicas Rui João

Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação A13

N.º da ficha de Inspeção

Singularidades da cobertura Data da última

intervenção

Tipo de manutenção/reparação Data da inspeção Beirais/

beirados Cumeeiras/ri

ncões Larós Emergentes Platibandas Paredes de

bordo Caleiras

exteriores Caleiras recuadas

36 X X - - 20/09/2016

37 X X X - - 20/09/2016

38 X X - - 20/09/2016

39 X X X - - 07/07/2016

40 X X X - - 07/07/2016

41 X X X - - 07/07/2016

42 X X X - - 20/09/2016

43 X X 2013 Limpeza profunda com aplicação de hidrófugo e substituição de telhas fraturadas 07/07/2016

44 X X 2014 Limpeza profunda com aplicação de hidrófugo e substituição de telhas fraturadas 20/09/2016

45 X X - - 07/07/2016

46 X X - - 07/07/2016

47_1/3 X X X 2011 Limpeza profunda com aplicação de hidrófugo e substituição de telhas fraturadas 09/09/2016

47_2/3 X X X 2011 Limpeza profunda com aplicação de hidrófugo e substituição de telhas fraturadas 09/09/2016

47_3/3 X X X 2011 Limpeza profunda com aplicação de hidrófugo e substituição de telhas fraturadas 09/09/2016

48 X X X X - - 07/07/2016

49 X X X 2009 Limpeza profunda com aplicação de hidrófugo e substituição de telhas fraturadas 07/07/2016

50_1/3 X X X 2010 Limpeza profunda com aplicação de hidrófugo e substituição de telhas fraturadas 07/07/2016

50_2/3 X X X 2010 Limpeza profunda com aplicação de hidrófugo e substituição de telhas fraturadas 07/07/2016

50_3/3 X X X 2010 Limpeza profunda com aplicação de hidrófugo e substituição de telhas fraturadas 07/07/2016

51_1/2 X X X 2010 Limpeza profunda com aplicação de hidrófugo e substituição de telhas fraturadas 07/07/2016

51_2/2 X X X - - 07/07/2016

53 X X X 2010 Limpeza profunda com aplicação de hidrófugo e substituição de telhas fraturadas 07/07/2016

54_1/6 X X X - - 09/09/2016

54_2/6 X X X - - 09/09/2016

54_3/6 X X X - - 09/09/2016

55 X X X - - 09/09/2016

56 X X X 2011 Limpeza profunda com aplicação de hidrófugo e substituição de telhas fraturadas 20/09/2016

58_1/2 X X X - - 07/07/2016

58_2/2 X X X - - 07/07/2016

59_1/4 X X X - - 09/09/2016

59_2/4 X X X 2010 Limpeza profunda com aplicação de hidrófugo e substituição de telhas fraturadas 09/09/2016

59_3/4 X X X - - 09/09/2016

59_4/4 X X X - - 09/09/2016

60_1/2 X X - - 09/09/2016

60_2/2 X X - - 09/09/2016

61_5/5 X X 2013 Limpeza profunda com aplicação de hidrófug 09/09/2016

62_1/2 X X - - 28/07/2016

62_2/2 X X - - 28/07/2016

65_1/2 X X - - 28/07/2016

65_2/2 X X - - 28/07/2016

66 - - 28/07/2016

67_1/6 X X - - 28/07/2016

67_2/6 X X X - - 28/07/2016

67_3/6 X X - - 28/07/2016

67_4/6 X X X - - 28/07/2016

Page 112: Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de ... · Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas Aplicação em telhas cerâmicas Rui João

Anexos

A14 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

N.º da ficha de Inspeção

Singularidades da cobertura Data da última

intervenção

Tipo de manutenção/reparação Data da inspeção Beirais/

beirados Cumeeiras/ri

ncões Larós Emergentes Platibandas Paredes de

bordo Caleiras

exteriores Caleiras recuadas

67_5/6 X X - - 28/07/2016

67_6/6 X X - - 28/07/2016

68_1/2 X X 2001 limpeza com jacto de água 28/07/2016

68_2/2 X X 2001 limpeza com jacto de água 28/07/2016

69_1/2 X X X - - 28/07/2016

69_2/2 X X - - 28/07/2016

70_1/5 X X X - - 28/07/2016

70_2/5 X X X - - 28/07/2016

70_3/5 X X X - - 28/07/2016

70_4/5 X X X - - 28/07/2016

70_5/5 X X - - 28/07/2016

71_1/5 X X X X - - 28/07/2016

71_2/5 X X X X - - 28/07/2016

71_3/5 X X X - - 28/07/2016

71_4/5 X X X - - 28/07/2016

71_5/5 X X X - - 28/07/2016

74_1/6 X X X 2015 Substituição integral dos elementos de revestimento em 2009; limpeza em 2015. 26/07/2016

74_2/6 X 2015 Substituição integral dos elementos de revestimento em 2009; limpeza em 2015. 26/07/2016

74_3/6 X X 2015 Substituição integral dos elementos de revestimento em 2009; limpeza em 2015. 26/07/2016

74_4/6 X X 2015 Substituição integral dos elementos de revestimento em 2009; limpeza em 2015. 26/07/2016

74_5/6 X X 2015 Substituição integral dos elementos de revestimento em 2009; limpeza em 2015. 26/07/2016

74_6/6 X X 1904 Restauro da Igreja 26/07/2016

75 X X X X X - - 18/09/2016

76 X X X X X - - 18/09/2016

77 X X X X - - 18/09/2016

78 X X X X - - 18/09/2016

79 X X X - - 15/07/2016

80 X X X - - 15/07/2016

81 X X 1988 limpeza com jacto de água 15/07/2016

82 X X - - 15/07/2016

83 X X X - - 15/07/2016

84 X X - - 15/07/2016

85 X X X - - 15/07/2016

86 X X 2007 Substituição integral dos elementos de revestimento 15/07/2016

87 X X 2000 limpeza com jacto de água 15/07/2016

88 X X 1997 Substituição integral dos elementos de revestimento 15/07/2016

89 X X 2002 Substituição integral dos elementos de revestimento 15/07/2016

90 X X - - 15/07/2016

91 X X X - - 29/08/2016

92 X X X - - 29/08/2016

93_1/2 X X X - - 29/08/2016

93_2/2 X X X - - 29/08/2016

Page 113: Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de ... · Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas Aplicação em telhas cerâmicas Rui João

Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação A15

Anexo D

Caraterização do estado de degradação dos revestimentos

Nº da Ficha de inspeção

Idade (anos)

Extensão ponderada

Ew

Severidade normalizada

Sw

Nº da Ficha de inspeção

Idade (anos)

Extensão ponderada

Ew

Severidade normalizada

Sw

1_1/4 21 367% 16,78% 22_1/2 68 434% 19,52%

1_2/4 21 301% 14,72% 22_2/2 68 401% 16,75%

1_3/4 21 354% 14,38% 23_1/2 68 409% 17,58%

1_4/4 21 79% 6,45% 23_2/2 68 401% 16,69%

2 21 107% 11,55% 24 47 432% 21,51%

3_1/2 26 288% 10,31% 25_1/2 55 400% 16,67%

3_2/2 26 302% 12,58% 25_2/2 55 400% 16,67%

4_1/5 26 318% 13,25% 26 54 425% 19,74%

4_2/5 26 377% 15,70% 27 1 34% 0,56%

4_3/5 26 381% 15,87% 28 1 8% 0,13%

4_4/5 26 259% 10,79% 29 2 35% 0,59%

4_5/5 26 367% 15,29% 30 2 36% 0,60%

5_1/5 26 206% 8,58% 31 54 476% 26,19%

5_2/5 26 306% 12,94% 32 54 404% 16,98%

5_3/5 26 350% 10,83% 33 54 496% 28,51%

5_4/5 26 240% 10,07% 34 54 416% 18,63%

5_5/5 26 271% 6,27% 35 54 488% 27,65%

6 26 162% 10,21% 36 57 450% 22,80%

7_1/4 7 55% 2,09% 37 44 401% 16,68%

7_2/4 35 400% 16,68% 38 57 449% 22,63%

7_3/4 34 400% 16,67% 39 44 401% 16,74%

7_4/4 33 401% 16,76% 40 43 401% 16,69%

8 30 108% 12,06% 41 43 402% 16,76%

9 64 434% 20,21% 42 43 401% 16,71%

10_1/2 7 191% 4,56% 43 3 8% 0,52%

10_2/2 7 228% 9,40% 44 2 4% 0,27%

11 64 439% 21,59% 45 35 400% 16,67%

12 76 485% 26,94% 46 35 400% 16,67%

13 1 9% 0,38% 47_1/3 5 151% 6,29%

14 31 286% 15,55% 47_2/3 5 151% 6,36%

15 68 441% 21,57% 47_3/3 5 151% 6,32%

16_1/6 68 401% 16,75% 48 61 415% 18,48%

16_2/6 68 401% 16,72% 49 7 37% 1,56%

16_3/6 68 400% 16,67% 50_1/3 6 50% 3,20%

16_4/6 68 400% 16,67% 50_2/3 6 48% 1,99%

16_5/6 68 401% 16,75% 50_3/3 6 48% 2,00%

16_6/6 68 400% 16,69% 51_1/2 6 42% 2,42%

18 68 401% 16,72% 51_2/2 60 400% 33,33%

19 68 422% 19,30% 53 6 36% 1,50%

20_1/2 68 412% 18,20% 54_1/6 60 422% 19,37%

21_1/5 68 466% 24,96% 54_2/6 60 434% 20,91%

21_2/5 68 400% 16,67% 54_3/6 60 416% 18,61%

21_3/5 68 417% 18,81% 55 60 600% 33,33%

21_4/5 68 400% 16,67% 56 5 40% 2,57%

21_5/5 68 400% 16,67% 58_1/2 44 471% 25,57%

Page 114: Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de ... · Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas Aplicação em telhas cerâmicas Rui João

Anexos

A16 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

Nº da Ficha de inspeção

Idade (anos)

Extensão ponderada

Ew

Severidade normalizada

Sw

Nº da Ficha de inspeção

Idade (anos)

Extensão ponderada

Ew

Severidade normalizada

Sw

58_2/2 44 491% 28,06% 80 15 400% 16,67%

59_1/4 44 517% 31,23% 81 28 405% 16,75%

59_2/4 6 67% 3,12% 82 61 406% 16,75%

59_3/4 44 402% 16,85% 83 20 230% 9,57%

59_4/4 44 427% 18,84% 84 15 153% 6,40%

60_1/2 72 532% 33,17% 85 14 400% 16,67%

60_2/2 72 404% 16,93% 86 9 341% 13,70%

61_5/5 3 145% 6,06% 87 16 246% 12,96%

62_1/2 54 195% 16,64% 88 19 382% 15,98%

62_2/2 54 241% 22,49% 89 14 400% 16,67%

65_1/2 54 400% 16,67% 90 5 79% 1,31%

65_2/2 54 400% 16,67% 91 6 59% 1,11%

66 54 400% 16,64% 92 13 400% 16,67%

67_1/6 20 400% 16,67% 93_1/2 1 1% 0,01%

67_2/6 51 400% 16,67% 93_2/2 1 1% 0,02%

67_3/6 51 400% 16,67%

67_4/6 51 400% 16,67%

67_5/6 51 400% 16,67%

67_6/6 51 400% 16,67%

68_1/2 15 409% 17,42%

68_2/2 15 400% 16,67%

69_1/2 45 400% 16,67%

69_2/2 45 400% 16,67%

70_1/5 46 400% 16,67%

70_2/5 46 400% 16,67%

70_3/5 46 401% 16,70%

70_4/5 46 401% 16,70%

70_5/5 46 403% 16,85%

71_1/5 47 401% 16,72%

71_2/5 47 402% 16,71%

71_3/5 47 401% 16,69%

71_4/5 47 404% 16,73%

71_5/5 47 400% 16,70%

74_1/6 1 2% 0,03%

74_2/6 1 5% 0,09%

74_3/6 1 28% 0,47%

74_4/6 1 1% 0,01%

74_5/6 1 37% 0,62%

74_6/6 112 800% 50,00%

75 14 400% 16,67%

76 14 400% 16,67%

77 14 400% 16,67%

78 14 400% 16,67%

79 37 400% 16,67%

Page 115: Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de ... · Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas Aplicação em telhas cerâmicas Rui João

Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação A17

Anexo E

Exemplos do cálculo da severidade de degradação normalizada

Ficha de inspeção nº 27

Grupo de anomalias

Anomalia Coeficiente de

ponderação

ka, n

Nível de degradação

kn

Área afetada

(m2)

An

An x kn An x kn x ka, n ∑An x kn x ka, n Área total

(m2)

Sw (%)

Estéticas AE-E1 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica 0,50 - - - -

38,34 567,4 0,6

AE-E2 diferenças de tonalidade / alteração de cor 0,20 2 95,84 191,68 38,34

Funcionais AE-F1 descasque / escamação / esfoliação 1,00 - - - -

AE-F2 fissuração / fratura 1,00 - - - -

AE-F3 desprendimento / descolamento de elementos de revestimento 0,20 - - - -

Estruturais AE-S1 deformações acentuadas de revestimentos 1,50 - - - -

AE-S2 desalinhamento de elementos de revestimento 1,00 - - - -

Page 116: Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de ... · Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas Aplicação em telhas cerâmicas Rui João

Anexos

A18 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

Ficha de inspeção nº 59_2/4

Grupo de anomalias Anomalia

Coeficiente de ponderação

ka, n

Nível de degradação

kn

Área afetada (m2) An

An x kn An x kn x ka, n ∑An x kn x ka, n Área total (m2)

Sw (%)

Estéticas AE-E1 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica 0,50 2 101,00 202,00 101,00

126,42 337,6 3,12

AE-E2 diferenças de tonalidade / alteração de cor 0,20 - - - -

Funcionais

AE-F1 descasque / escamação / esfoliação 1,00 1 0,50 0,50 0,50

AE-F2 fissuração / fratura 1,00 2 0,08 0,17 0,17

AE-F3 desprendimento / descolamento de elementos de revestimento 0,20 - - - -

Estruturais AE-S1 deformações acentuadas de revestimentos 1,50 - - - -

AE-S2 desalinhamento de elementos de revestimento 1,00 1 24,75 24,75 24,75-

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Previsão da vida útil de revestimentos exteriores de coberturas inclinadas - Aplicação em telhas cerâmicas

Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação A19

Ficha de inspeção nº 20_1/2

Grupo de anomalias

Anomalia Coeficiente de ponderação

ka, n

Nível de degradação

kn

Área afetada

(m2)

An

An x kn An x kn x ka, n ∑An x kn x ka, n Área total

(m2)

Sw (%)

Estéticas AE-E1 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica 0,50 4 478,30 1913,28 956,64

1044,64 478,3 18,20

AE-E2 diferenças de tonalidade / alteração de cor 0,20 - - - -

Funcionais AE-F1 descasque / escamação / esfoliação 1,00 - - - -

AE-F2 fissuração / fratura 1,00 2 0,25 0,50 0,50

AE-F3 desprendimento / descolamento de elementos de revestimento 0,20 - - - -

Estruturais AE-S1 deformações acentuadas de revestimentos 1,50 2 29,17 58,33 87,50

AE-S2 desalinhamento de elementos de revestimento 1,00 - - - -

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Anexos

A20 Dissertação de Mestrado Avançado em Construção e Reabilitação

Ficha de inspeção nº 33

Grupo de anomalias

Anomalia Coeficiente de ponderação

ka, n

Nível de degradação

kn

Área afetada (m2) An

An x kn An x kn x ka, n ∑An x kn x ka, n Área total (m2)

Sw (%)

Estéticas AE-E1 desenvolvimento de vegetação parasitária / colonização biológica 0,50 4 198,61 794,43 397,22

680,41 198,61 28,5

AE-E2 diferenças de tonalidade / alteração de cor 0,20 - - - -

Funcionais AE-F1 descasque / escamação / esfoliação 1,00 - - - -

AE-F2 fissuração / fratura 1,00 - - - -

AE-F3 desprendimento / descolamento de elementos de revestimento 0,20 2 1,04 2,09 0,42

Estruturais AE-S1 deformações acentuadas de revestimentos 1,50 3 62,61 187,83 281,74

AE-S2 desalinhamento de elementos de revestimento 1,00 1 1,00 1,00 1,04