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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes Ana Filipa Ferreira da Silva Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Civil Júri Presidente: Doutor Augusto Martins Gomes Orientador: Doutor Jorge Manuel Caliço Lopes de Brito Co-orientador: Doutor Pedro Manuel dos Santos Lima Gaspar Vogal: Doutora Inês dos Santos Flores Barbosa Colen Lisboa, Outubro de 2009

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de

paredes

Ana Filipa Ferreira da Silva

Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia

Civil

Júri

Presidente: Doutor Augusto Martins Gomes

Orientador: Doutor Jorge Manuel Caliço Lopes de Brito

Co-orientador: Doutor Pedro Manuel dos Santos Lima Gaspar

Vogal: Doutora Inês dos Santos Flores Barbosa Colen

Lisboa, Outubro de 2009

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Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil i

Título: Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Sumário

A previsão da vida útil das construções foi objecto de estudo desde sempre; no entanto, tem-se

verificado uma crescente preocupação por parte dos intervenientes na construção relativamente à

durabilidade dos materiais utilizados, permitindo assim uma gestão mais racional dos recursos

escassos, tornando a construção mais sustentável.

A presente dissertação segue a linha de investigação desenvolvida anteriormente para os rebocos

exteriores correntes e para os revestimentos cerâmicos de fachada, sendo a metodologia de cálculo

utilizada adaptada aos revestimentos de pedra natural de paredes. Esta metodologia baseia-se no

levantamento dos fenómenos de degradação presentes em casos concretos, recolhidos em trabalho de

campo, sendo essa informação posteriormente tratada, o que possibilita a definição de um padrão de

degradação e de uma vida útil de referência.

Na presente dissertação, verificou-se que o modelo aplicado permitiu obter resultados bastante

aceitáveis, tendo em conta a extensa gama de características dos revestimentos pétreos. Estes

resultados foram melhores do que os obtidos no caso dos revestimentos cerâmicos ficando, no

entanto, aquém dos obtidos no caso dos rebocos correntes. A diferença verificada entre os diferentes

tipos de revestimento pode ser explicada pela diferente susceptibilidade dos mesmos face a factores

de concepção, execução e utilização.

Palavras-chave: vida útil, durabilidade, modelos de degradação, fenómenos de degradação,

revestimentos de pedra natural de paredes

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

ii Instituto Superior Técnico

Title: Methodology for service life prediction of external walls natural stone cladding

Abstract

Service life prediction of constructions has always been the subject of study; however, an increasing

concern of the actors in the construction industry concerning the durability of the materials used, is

noticeable thus allowing a more rational management of the scarce resources, leading to a more

sustainable construction.

This dissertation follows the line of investigation developed for external cementitious renders and

adherent ceramic tiles laid in facades, adapted in terms of methodology to external walls natural stone

cladding. This methodology is based on a survey of the deterioration phenomena, analyzed on-site.

The post-treatment of this data allows the definition of a degradation pattern and a reference service

life.

The model applied in this dissertation allowed obtaining results quite acceptable, given the wide

range of characteristics of external walls natural stone cladding. These results were better than those

obtained in the case of adherent ceramic tiles laid in facades, even though below those obtained in the

case of the external cementitious renders. The difference between the different types of coating can be

explained by the their different susceptibility to factors concerning design, construction and use.

Keywords: service life, durability, degradation models, deterioration phenomena, external walls

natural stone cladding

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil iii

Agradecimentos

Primeiramente, gostaria de agradecer ao Professor Jorge de Brito, meu orientador científico, pela

disponibilidade constante, pelo interesse demonstrado e pela cooperação preciosa durante a realização

da dissertação. Agradeço-lhe ainda por me ter incutido a importância do rigor científico, lição que

pretendo seguir no futuro.

Agradeço igualmente ao Professor Pedro Gaspar, pelas óptimas ideias que me deu, assim como pela

sua ajuda inestimável e partilha de conhecimentos.

À Engenheira Natália Neto, pelo fornecimento de dados cruciais, pela disponibilidade e apoio

apresentados numa fase decisiva como é o trabalho de campo.

À Engenheira Rita Bordalo, pelas sugestões que facilitaram a execução da presente dissertação.

À Escola Superior de Tecnologia do Barreiro, onde iniciei a minha formação e que me permitiu

completar esta etapa.

A todos aqueles que, de algum modo, com o seu apoio facilitaram esta jornada. Aos meus amigos,

especialmente a Carina Mestre, o Luís Carranca, o Gonçalo Santos e o Ricardo Lage.

Ao Tiago, meu companheiro de viagem, por tornar tudo mais fácil.

Por fim, agradeço aos meus pais, sem os quais não teria sido possível chegar até aqui, a quem dedico

este trabalho.

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

iv Instituto Superior Técnico

Índice geral

Sumário ----------------------------------------------------------------------------------------------------- i

Abstract---------------------------------------------------------------------------------------------------- ii

Agradecimentos ----------------------------------------------------------------------------------------- iii

Índice geral ---------------------------------------------------------------------------------------------- iv

Índice de figuras ---------------------------------------------------------------------------------------- ix

Índice de tabelas --------------------------------------------------------------------------------------- xiii

1 Introdução ------------------------------------------------------------------------------------------- 1

1.1 Considerações preliminares ---------------------------------------------------------------------------------------- 1

1.2 Interesse e justificação da dissertação ---------------------------------------------------------------------------- 2

1.2.1 Objectivo e metodologia da dissertação ------------------------------------------------------------------- 3

1.3 Organização da dissertação ---------------------------------------------------------------------------------------- 5

2 Teorias de previsão da vida útil ----------------------------------------------------------------- 7

2.1 Introdução ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 7

2.2 Conceito de vida útil ------------------------------------------------------------------------------------------------ 7

2.3 Critérios de análise da vida útil ------------------------------------------------------------------------------------ 8

2.4 Fim da vida útil------------------------------------------------------------------------------------------------------- 9

2.5 Papel da manutenção na vida útil das construções ------------------------------------------------------------ 10

2.6 Métodos para a estimativa da vida útil -------------------------------------------------------------------------- 11

2.6.1 Métodos determinísticos ------------------------------------------------------------------------------------ 11

2.6.1.1 Método factorial ------------------------------------------------------------------------------------------ 11

2.6.1.2 Métodos semi-determinísticos -------------------------------------------------------------------------- 15

2.6.2 Métodos probabilísticos ------------------------------------------------------------------------------------- 15

2.6.3 Métodos de engenharia -------------------------------------------------------------------------------------- 16

2.7 Enquadramento normativo ---------------------------------------------------------------------------------------- 17

2.7.1 Principal guide for service life planning of buildings - Japão ---------------------------------------- 17

2.7.2 ISO 15686 (Building and construction assets service life planning) -------------------------------- 17

2.7.3 Guide to durability of buildings and buildings elements, products and components - Reino

Unido 18

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Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil v

2.7.4 Regulamento Geral das Edificações ---------------------------------------------------------------------- 18

2.7.5 Outros documentos normativos ---------------------------------------------------------------------------- 19

2.8 Conclusão ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 20

3 Caracterização dos sistemas de revestimento em pedra natural ----------------------- 21

3.1 Introdução ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 21

3.2 Caracterização da pedra natural quanto à sua génese --------------------------------------------------------- 21

3.2.1 Rochas magmáticas ------------------------------------------------------------------------------------------ 21

3.2.2 Rochas sedimentares ---------------------------------------------------------------------------------------- 22

3.2.3 Rochas metamórficas ---------------------------------------------------------------------------------------- 22

3.3 Propriedades intrínsecas das pedras naturais ------------------------------------------------------------------- 23

3.3.1 Características físicas da pedra natural ------------------------------------------------------------------- 23

3.3.1.1 Comportamento à água ---------------------------------------------------------------------------------- 24

3.3.2 Características mecânicas da pedra natural -------------------------------------------------------------- 25

3.3.3 Características químicas da pedra natural ---------------------------------------------------------------- 25

3.4 Classificação e descrição geral de revestimentos de pedra natural de paredes --------------------------- 26

3.4.1 Exigências funcionais dos revestimentos de paredes de pedra natural ------------------------------ 26

3.4.2 Tipos de revestimentos -------------------------------------------------------------------------------------- 28

3.4.2.1 Revestimentos de estanqueidade ----------------------------------------------------------------------- 28

3.4.2.2 Revestimentos de impermeabilização ----------------------------------------------------------------- 28

3.4.2.3 Revestimentos de isolamento térmico (pelo exterior) ---------------------------------------------- 28

3.4.2.4 Revestimentos decorativos ------------------------------------------------------------------------------ 29

3.4.3 Factores de projecto que afectam a durabilidade ------------------------------------------------------- 29

3.4.3.1 Tipos de suporte ------------------------------------------------------------------------------------------ 29

3.4.3.2 Tipos de fixação ------------------------------------------------------------------------------------------ 30

3.4.3.3 Tipos de juntas -------------------------------------------------------------------------------------------- 33

3.4.4 Selecção dos materiais -------------------------------------------------------------------------------------- 34

3.4.4.1 Selecção da pedra natural ------------------------------------------------------------------------------- 34

3.4.4.2 Selecção do tipo de acabamento de superfície ------------------------------------------------------- 35

3.4.5 Cuidados de execução e métodos de prevenção de anomalias --------------------------------------- 37

3.5 Fenómenos de degradação dos revestimentos de pedra natural de paredes ------------------------------- 38

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vi Instituto Superior Técnico

3.5.1 Anomalias estéticas ------------------------------------------------------------------------------------------ 38

3.5.1.1 Eflorescências / criptoflorescências ------------------------------------------------------------------- 38

3.5.1.2 Manchas localizadas, sujidade superficial e alteração cromática --------------------------------- 39

3.5.1.3 Graffiti ------------------------------------------------------------------------------------------------------ 40

3.5.1.4 Contaminação biológica --------------------------------------------------------------------------------- 40

3.5.1.5 Deficiências de planeza ---------------------------------------------------------------------------------- 41

3.5.2 Deterioração das juntas ------------------------------------------------------------------------------------- 41

3.5.3 Perda de integridade ----------------------------------------------------------------------------------------- 42

3.5.3.1 Fracturação / fissuração --------------------------------------------------------------------------------- 42

3.5.3.2 Degradação do material --------------------------------------------------------------------------------- 43

3.5.4 Anomalias na fixação ao suporte -------------------------------------------------------------------------- 44

3.5.4.1 Degradação das fixações -------------------------------------------------------------------------------- 44

3.5.4.2 Descolamento --------------------------------------------------------------------------------------------- 44

3.5.4.3 Lacuna parcial e lascagem do elemento pétreo ------------------------------------------------------ 45

3.6 Causas prováveis ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 45

3.6.1 Acção humana ------------------------------------------------------------------------------------------------ 46

3.6.1.1 Erros de concepção --------------------------------------------------------------------------------------- 46

3.6.1.2 Erros de execução ---------------------------------------------------------------------------------------- 47

3.6.1.3 Erros de utilização e vandalismo ----------------------------------------------------------------------- 48

3.6.2 Acções ambientais ------------------------------------------------------------------------------------------- 49

3.6.2.1 Acção da água --------------------------------------------------------------------------------------------- 49

3.6.2.2 Acção do vento -------------------------------------------------------------------------------------------- 50

3.6.2.3 Acções biológicas ---------------------------------------------------------------------------------------- 50

3.6.2.4 Acumulação de sujidade e envelhecimento natural ------------------------------------------------- 50

3.6.3 Acidentes ------------------------------------------------------------------------------------------------------ 50

3.7 Conclusões ----------------------------------------------------------------------------------------------------------- 51

4 Trabalho de campo ------------------------------------------------------------------------------- 53

4.1 Introdução ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 53

4.1.1 Objectivos e âmbito do trabalho de campo -------------------------------------------------------------- 53

4.1.1.1 Amostra analisada ---------------------------------------------------------------------------------------- 54

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Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil vii

4.2 Metodologia adoptada --------------------------------------------------------------------------------------------- 56

4.2.1 Informação constante da ficha de inspecção e diagnóstico ------------------------------------------- 57

4.2.2 Critérios adoptados na selecção de casos ---------------------------------------------------------------- 59

4.3 Classificação das anomalias--------------------------------------------------------------------------------------- 60

4.4 Definição dos níveis de degradação ----------------------------------------------------------------------------- 61

4.4.1 Anomalias estéticas ------------------------------------------------------------------------------------------ 63

4.4.2 Anomalias em juntas ---------------------------------------------------------------------------------------- 65

4.4.3 Anomalias na fixação ao suporte -------------------------------------------------------------------------- 65

4.4.4 Perda de integridade ----------------------------------------------------------------------------------------- 66

4.5 Levantamento ------------------------------------------------------------------------------------------------------- 68

4.5.1 Casos excluídos ---------------------------------------------------------------------------------------------- 68

4.5.2 Idade dos revestimentos inspeccionados ----------------------------------------------------------------- 70

4.5.3 Caracterização da zona estudada -------------------------------------------------------------------------- 72

4.5.4 Caracterização dos revestimentos estudados ------------------------------------------------------------ 74

4.5.5 Caracterização das anomalias detectadas ---------------------------------------------------------------- 75

4.6 Conclusões ----------------------------------------------------------------------------------------------------------- 80

5 Modelos de degradação dos revestimentos pétreos ---------------------------------------- 81

5.1 Introdução ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 81

5.2 Mecanismos de degradação e sua influência nos modelos de degradação -------------------------------- 81

5.3 Definição do fim da vida útil dos revestimentos pétreos ----------------------------------------------------- 82

5.4 Metodologia para a estimativa da vida útil dos revestimentos pétreos ------------------------------------ 83

5.4.1 Modelo de Gaspar (2002) ----------------------------------------------------------------------------------- 84

5.4.2 Modelo de Gaspar (2009) ----------------------------------------------------------------------------------- 87

5.4.2.1 Área degradada da fachada ou a extensão da sua degradação ------------------------------------ 87

5.4.2.2 Área degradada ponderada ------------------------------------------------------------------------------ 88

5.4.2.3 Extensão da degradação do revestimento (E) -------------------------------------------------------- 90

5.4.2.4 Extensão ponderada da degradação do revestimento (Ew) ----------------------------------------- 91

5.4.2.5 Severidade da degradação normalizada (Sw) --------------------------------------------------------- 93

5.4.2.6 Ponderação relativa entre anomalias ------------------------------------------------------------------ 94

5.5 Curvas de degradação -------------------------------------------------------------------------------------------- 101

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viii Instituto Superior Técnico

5.5.1 Curvas de degradação obtidas a partir dos dados recolhidos no trabalho de campo ------------ 103

5.5.2 Análise da evolução da degradação segundo as características do revestimento ---------------- 106

5.5.3 Análise da extensão da degradação segundo os principais grupos de anomalias --------------- 108

5.6 Discussão dos resultados ---------------------------------------------------------------------------------------- 110

5.6.1 Vida útil de referência ------------------------------------------------------------------------------------- 112

5.7 Conclusão ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 114

6 Conclusões e desenvolvimentos futuros ---------------------------------------------------- 115

6.1 Considerações finais---------------------------------------------------------------------------------------------- 115

6.2 Conclusões gerais ------------------------------------------------------------------------------------------------- 115

6.3 Desenvolvimentos futuros --------------------------------------------------------------------------------------- 120

6.3.1 Melhoria da amostra analisada --------------------------------------------------------------------------- 121

6.3.2 Avaliação das condições de concepção, execução e utilização ------------------------------------ 121

6.3.3 Estudo da durabilidade dos materiais que constituem o revestimento ---------------------------- 121

6.3.4 Factores de homogeneização ----------------------------------------------------------------------------- 122

6.3.5 Definição dos coeficientes de ponderação ------------------------------------------------------------- 123

6.3.6 Análise da percepção do risco --------------------------------------------------------------------------- 123

6.3.7 Método factorial -------------------------------------------------------------------------------------------- 124

Bibliografia -------------------------------------------------------------------------------------------- 125

Anexos -------------------------------------------------------------------------------------------------- A.1

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Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil ix

Índice de figuras

Capítulo 1

Fig. 1.1 - Exemplos de revestimentos em pedra natural em edifícios recentes ----------------------------- 1

Capítulo 2

Fig. 2.1 - Degradação do desempenho de várias propriedades ............................................................ 9

Fig. 2.2 - Esquema ilustrativo dos níveis de degradação máximos aceitáveis, tendo em conta as partes

interessadas ..................................................................................................................................... 10

Fig. 2.3 - Influência das actividades de manutenção no cumprimento dos níveis mínimos aceitáveis 10

Capítulo 3

Fig. 3.1 - Algumas rochas magmáticas. Da esquerda para a direita: gabro, granito e granito “amarelo

cristal” ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 22

Fig. 3.2 - Algumas rochas sedimentares. Da esquerda para a direita: calcário “amarelo de Negrais”,

calcário “brecha portuguesa”, calcário “Lioz” e calcário “travertino” ------------------------------------- 22

Fig. 3.3 - Algumas rochas metamórficas. Da esquerda para a direita: xisto, mármore “verde de

ficalho” e mármore “creme” -------------------------------------------------------------------------------------- 23

Fig. 3.4 - Alteração química em lápides: a lápide da direita é um calcário que se apresenta ilegível e a

da esquerda é uma ardósia que continua legível apesar de sujeita às mesmas condições --------------- 26

Fig. 3.5 - Representação esquemática da fixação de placas de pedra natural com recurso a agrafos e

pontos de argamassa ----------------------------------------------------------------------------------------------- 31

Fig. 3.6 - Representação esquemática de gatos visíveis ou invisíveis pelo paramento exterior -------- 32

Fig. 3.7 - Gatos metálicos e perfis de sustentação das placas pétreas -------------------------------------- 32

Fig. 3.8 - Representação esquemática da fixação de placas de pedra natural sobre estrutura intermédia

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 33

Fig. 3.9 - Revestimento com juntas sobrepostas (à esquerda) e revestimento com juntas de topo (à

direita) ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 34

Fig. 3.10 - Alguns tipos de acabamentos de superfície da pedra natural - polido, escacilhado e

bujardado ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 37

Fig. 3.11 - Anomalias estéticas: eflorescências e manchas localizadas (devido ao material de colagem

e devido a humidade ascensional) ------------------------------------------------------------------------------- 39

Fig. 3.12 - Anomalias estéticas: sujidade superficial e graffiti ---------------------------------------------- 40

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

x Instituto Superior Técnico

Fig. 3.13 - Vegetação parasitária existente entre duas placas pétreas e colonização biológica -------- 41

Fig. 3.14 - Deficiências de planeza do revestimento ---------------------------------------------------------- 41

Fig. 3.15 - Falta de linearidade da junta entre placas pétreas, perda de material de colmatação das

juntas e lascagem do material pétreo na proximidade da junta ---------------------------------------------- 42

Fig. 3.16 - Fracturação e fissuração da placa pétrea ---------------------------------------------------------- 42

Fig. 3.17 - Degradação do material ------------------------------------------------------------------------------ 43

Fig. 3.18 - Dois casos de perda de um elemento pétreo no revestimento e flexão do elemento de

fixação---------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 45

Fig. 3.19 - Lacuna e lascagem do elemento pétreo na zona das fixações metálicas --------------------- 45

Fig. 3.20 - Edifício com revestimento pétreo, em que o sistema de fixação influenciou a degradação

das placas de pedra natural ---------------------------------------------------------------------------------------- 47

Capítulo 4

Fig. 4.1 - Tipos de pedra existentes nos revestimentos inspeccionados ----------------------------------- 54

Fig. 4.2 - Dados de Soares e Esteves (2008) em comparação com os dados recolhidos em campo --- 55

Fig. 4.3 - Distribuição percentual dos revestimentos inspeccionados segundo a sua localização na

fachada --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 56

Fig. 4.4 - Exemplo esquemático da avaliação do nível de degradação relativo a fissuras -------------- 68

Fig. 4.5 - Imagem geral de uma zona do revestimento com os dois tipos de fixação; anomalias

presentes no revestimento devido à reparação inadequado do revestimento ------------------------------ 69

Fig. 4.6 - Degradação da pedra natural-------------------------------------------------------------------------- 69

Fig. 4.7 - Revestimento onde já foram substituídas 30% das placas pétreas mas que ainda apresenta

uma elevada extensão de anomalias ----------------------------------------------------------------------------- 70

Fig. 4.8 - Revestimento orientado a Oeste que apresenta um estado de conservação anómalo face à

sua idade ------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 70

Fig. 4.9 - Revestimento orientado a Sul que apresenta um estado de conservação anómalo face à sua

idade ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 70

Fig. 4.10 - Reparação de uma anomalia em detrimento das restantes existentes ------------------------- 71

Fig. 4.11 - Substituição de elementos pétreos em 40% do revestimento sem proceder à reparação das

restantes anomalias ------------------------------------------------------------------------------------------------- 71

Fig. 4.12 - Distribuição da idade dos revestimentos inspeccionados --------------------------------------- 72

Fig. 4.13 - Dados relativos à orientação da fachada e à acção vento - chuva dos 120 casos analisados

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 73

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil xi

Fig. 4.14 - Dados relativos à exposição à humidade e à proximidade do mar dos 120 casos analisados

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 73

Fig. 4.15 - Tipo de fixação e tipologia das juntas dos 120 casos estudados ------------------------------- 74

Fig. 4.16 - Três casos de estudo com acabamento liso, rugoso fino e rugoso grosso. ------------------- 75

Fig. 4.17 - Dados relativos ao acabamento e à cor da pedra natural dos 120 casos analisados -------- 75

Fig. 4.18 - Número de revestimentos que possui cada grupo de anomalias e frequência da degradação

relativa aos 120 casos estudados (esquerda); frequência relativa global da degradação dos casos

inspeccionados (direita) ------------------------------------------------------------------------------------------- 76

Fig. 4.19 - Distribuição das anomalias detectadas em número de revestimentos pétreos afectados por

cada uma das anomalias ------------------------------------------------------------------------------------------- 77

Fig. 4.20 - Distribuição em termos relativos das anomalias detectadas ------------------------------------ 77

Fig. 4.21 - Distribuição em termos globais das anomalias detectadas ------------------------------------- 78

Fig. 4.22 - Distribuição do nível de degradação das anomalias detectadas ------------------------------- 78

Fig. 4.23 - Distribuição dos níveis de degradação para as anomalias estéticas --------------------------- 78

Fig. 4.24 - Contribuição de cada grupo de anomalias para cada nível de degradação ------------------- 79

Fig. 4.25 - Distribuição dos níveis de degradação para cada grupo de anomalias ----------------------- 79

Capítulo 5

Fig. 5.1 - Relação entre a percentagem de área afectada por graffiti e a idade do revestimento ------- 82

Fig. 5.2 - Nível global de degradação dos 120 revestimentos estudados no trabalho de campo ------- 85

Fig. 5.3 - Exemplo esquemático da incoerência verificada no cálculo do NGD para dois dos

revestimentos estudados ------------------------------------------------------------------------------------------- 86

Fig. 5.4 - Sobreposição entre grupos de anomalias: anomalias estéticas (manchas localizadas) e de

perda de integridade (fissuração); anomalias estéticas (sujidade superficial) e de perda de integridade

(fracturação); anomalias em juntas (perda de material de colmatação) e de perda de integridade

(degradação do material pétreo) ---------------------------------------------------------------------------------- 89

Fig. 5.5 - Sobreposição dentro do grupo de anomalias: anomalias estéticas (eflorescências e manchas

de humidade); anomalias em juntas (deterioração das juntas e perda de material de colmatação);

anomalias de perda de integridade (degradação do material pétreo e fissuração) ------------------------ 89

Fig. 5.6 - Exemplo esquemático da sobreposição de anomalias dentro do mesmo grupo de anomalias

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 90

Fig. 5.7 - Escala relativa aos coeficientes de ponderação baseada nos custos de reparação de cada tipo

de anomalia ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 97

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

xii Instituto Superior Técnico

Fig. 5.8 - Distribuição da degradação dos 120 casos de estudo sem ponderação relativa entre

anomalias e definição dos níveis de degradação -------------------------------------------------------------- 99

Fig. 5.9 - Distribuição da degradação dos 120 casos de estudo com ponderação relativa entre

anomalias e definição dos níveis de degradação -------------------------------------------------------------- 99

Fig. 5.10 - Padrão de deterioração correspondente aos fenómenos discretos ---------------------------- 102

Fig. 5.11 - Curva de degradação obtida a partir dos 120 casos analisados no trabalho de campo ---- 103

Fig. 5.12 - Curva de degradação obtida para revestimentos com idade superior a 5 anos ------------- 104

Fig. 5.13 - Curva de degradação obtida omitindo os casos inspeccionados no Parque das Nações -- 105

Fig. 5.14 - Curva de degradação obtida apenas para os revestimentos fixados directamente ao suporte

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 105

Fig. 5.15 - Curvas de degradação segundo a orientação da fachada (orientações principais) --------- 106

Fig. 5.16 - Curvas de degradação segundo a orientação da fachada --------------------------------------- 106

Fig. 5.17 - Curvas de degradação segundo a exposição à acção vento - chuva -------------------------- 107

Fig. 5.18 - Curvas de degradação segundo o tipo de pedra existente nos revestimentos inspeccionados

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 107

Fig. 5.19 - Curvas de degradação segundo as cores da pedra natural ------------------------------------- 108

Fig. 5.20 - Curvas de degradação segundo o tipo de acabamento dos revestimentos inspeccionados108

Fig. 5.21 - Extensão da degradação dos casos de estudo (segundo cada grupo de anomalias) -------- 109

Fig. 5.22 - Extensão da degradação ponderada dos casos estudados (segundo cada grupo de

anomalias) ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 109

Fig. 5.23 - Evolução da extensão da degradação ponderada ao longo dos anos, relativa aos casos

estudados, para as anomalias na fixação ao suporte e de perda de integridade -------------------------- 110

Fig. 5.24 - Valores obtidos da aplicação do modelo a 100 rebocos correntes --------------------------- 111

Fig. 5.25 - Valores obtidos da aplicação do modelo a 117 revestimentos cerâmicos aderentes ------ 111

Fig. 5.26 - Exemplo esquemático da determinação gráfica da vida útil de referência ------------------ 112

Fig. 5.27 - Caso de estudo que se encontra graficamente perto do ponto de condição actual --------- 113

Capítulo 6

Fig. 6.1 - Relação entre a percentagem de área afectada por eflorescências e a idade dos revestimentos

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 117

Fig. 6.2 - Exemplo ilustrativo da aplicação de coeficientes de homogeneização ----------------------- 123

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil xiii

Índice de tabelas

Capítulo 2

Tabela 2.1 - Factores relacionados com as características inerentes ao revestimento pétreo ----------- 13

Tabela 2.2 - Factores relacionados com as condições ambientais a que o revestimento se encontra

sujeito ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 14

Tabela 2.3 - Factores relacionados com as condições de operação do revestimento -------------------- 14

Tabela 2.4 - Valores de vida útil de revestimento pétreo de fachada para uma vida útil de referência

de 40 anos, consoante o tipo de manutenção de que são alvo ----------------------------------------------- 15

Capítulo 3

Tabela 3.1 - Características físico-mecânicas básicas dos principais tipos litológicos ------------------ 25

Tabela 3.2 - Exigências funcionais de revestimentos de paredes ------------------------------------------- 26

Tabela 3.3 - Descrição dos vários tipos de acabamentos ----------------------------------------------------- 36

Tabela 3.4 - Principais microorganismos responsáveis por biodeterioração na pedra natural --------- 40

Capítulo 4

Tabela 4.1 - Análise dos dados admitindo que a amostra é constituída apenas por mármores e granitos

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 55

Tabela 4.2 - Descrição da escala de degradação física e visual dos revestimentos (tradução livre de

Shohet e Paciuk (2004)) ------------------------------------------------------------------------------------------- 62

Tabela 4.3 - Níveis de degradação definidos por Gaspar e Brito (2005 b)) ------------------------------- 62

Tabela 4.4 - Níveis de degradação relativos às anomalias estéticas definidos por Sousa (2008) ------ 63

Tabela 4.5- Definição dos níveis de degradação para as anomalias estéticas ----------------------------- 64

Tabela 4.6 - Definição dos níveis de degradação para anomalias em juntas ------------------------------ 65

Tabela 4.7 - Definição dos níveis de degradação para anomalias na fixação ao suporte ---------------- 66

Tabela 4.8 - Definição dos níveis de degradação para perda de integridade do material pétreo ------- 67

Tabela 4.9 - Resumo da escala de níveis de degradação atribuída aos quatro grupos de anomalias -- 68

Capítulo 5

Tabela 5.1 - Relação entre as anomalias e as exigências de desempenho --------------------------------- 83

Tabela 5.2 - Quantificação relativa das anomalias detectadas ----------------------------------------------- 84

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

xiv Instituto Superior Técnico

Tabela 5.3 - Valor máximo da extensão da degradação ponderada do revestimento para o caso da

ocorrência em simultâneo da totalidade das anomalias estéticas ------------------------------------------- 92

Tabela 5.4 - Valor máximo da extensão da degradação ponderada do revestimento para o caso da

ocorrência em simultâneo da totalidade das anomalias em juntas ------------------------------------------ 92

Tabela 5.5 - Valor máximo da extensão da degradação ponderada do revestimento para o caso da

ocorrência em simultâneo da totalidade das anomalias na fixação ao suporte ---------------------------- 92

Tabela 5.6 - Valor máximo da extensão da degradação ponderada do revestimento para o caso da

ocorrência em simultâneo da totalidade das anomalias de perda de integridade ------------------------- 92

Tabela 5.7 - Parâmetros que influenciam a estimação dos coeficientes de ponderação ----------------- 95

Tabela 5.8 - Tipos de reabilitação consoante o custo de reparação e o estado de conservação do

elemento a reparar -------------------------------------------------------------------------------------------------- 96

Tabela 5.9 - Método QUALITEL -------------------------------------------------------------------------------- 96

Tabela 5.10 - Valores relativos à razão entre o custo de reparação e custo de construído de novo --- 97

Tabela 5.11 - Correspondência entre os indicadores de degradação --------------------------------------- 98

Tabela 5.12 - Diversos exemplos da diferença obtida nos parâmetros de degradação devido à

ponderação das anomalias --------------------------------------------------------------------------------------- 100

Tabela 5.13 - Padrões típicos de degradação associados a agentes e mecanismos de degradação --- 102

Tabela 5.14 - Susceptibilidade dos revestimentos face a factores de construção, utilização e

manutenção --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 112

Tabela 5.15 - Valores de vida útil de referência mediante os níveis mínimos exigíveis --------------- 113

Capítulo 6

Tabela 6.1- Vida útil prevista mediante as várias características do revestimento ---------------------- 119

Tabela 6.2 - Factores de ajustamento --------------------------------------------------------------------------- 119

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 1

1 Introdução

1.1 Considerações preliminares

A pedra natural foi utilizada desde sempre na construção de monumentos, sendo posteriormente

usada na construção vernacular (assumindo o local de extracção um factor incontornável na selecção

do tipo de pedra a utilizar) constituindo um material extremamente durável, sendo prova disso as

construções que ainda existem actualmente. No entanto, a pedra natural tem sido cada vez mais

utilizada como revestimento (Fig. 1.1), em detrimento do seu uso como elemento resistente.

Fig. 1.1 - Exemplos de revestimentos em pedra natural em edifícios recentes

Portugal constitui um dos maiores produtores a nível mundial no sector da indústria pétrea decorativa,

possuindo de facto uma enorme variedade de pedra natural, sendo portanto expectável que se opte

cada vez mais por este tipo de revestimento. Também a tecnologia relativa a este tipo de revestimento

tem sofrido um elevado desenvolvimento, sendo possível actualmente obter placas pétreas de

espessuras muito reduzidas, podendo recorrer-se cada vez mais a novas tecnologias de fixação dos

elementos pétreos, assim como a uma elevada gama de acabamentos.

No entanto, tem-se vindo a verificar que os revestimentos pétreos apresentam, muitas vezes, grande

ocorrência de anomalias, nos primeiros anos de vida. Segundo Neto (2008), este fenómeno pode ser

explicado por factores tão diversos como a ausência de critérios de selecção e conhecimento da pedra

a aplicar, uma análise comparativa de materiais meramente economicista, prazos reduzidos, falta de

formação e de sensibilização dos técnicos envolvidos em fase de projecto e também de execução,

mão-de-obra não especializada, deficiências nos cadernos de encargos, ausência de compatibilidade

entre os diversos elementos construtivos, desadequação do tipo de pedra face à envolvente,

desconhecimento técnico ou exclusiva atenção a factores estéticos.

Ao contrário do que acontece com os revestimentos cerâmicos, cada placa pétrea é peça única,

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Capítulo 1 - Introdução

2 Instituto Superior Técnico

podendo possuir aparência e características diferentes mesmo sendo proveniente da mesma pedreira

(Hesselbarth et al., 2006). No entanto, a pedra natural devido à sua origem, a sua beleza e diversidade,

a solidez e dureza que sugere, transmite uma imagem de durabilidade que outros materiais não

conseguem alcançar (Veiga et al., 2004).

Segundo Limão (2003), a acção dos agentes atmosféricos na pedra natural têm-se agravado nas

últimas décadas a um ritmo crescente, devido ao crescimento acelerado da poluição ambiental urbana

e industrial. O autor refere, ainda, que esta realidade, acrescida da actual necessidade da conservação

do património, tem suscitado o interesse para o estudo das rochas e do seu comportamento ao longo

do tempo de exposição.

Os revestimentos, por constituírem o elemento da construção mais sujeito às acções de degradação

servem de primeira protecção da estrutura, possuindo, regra geral, uma vida útil menor. Perante o

referido e face à crescente utilização da pedra natural como revestimento, considera-se premente

proceder ao estudo da sua durabilidade.

1.2 Interesse e justificação da dissertação

A previsão da vida útil das construções é um problema complexo, que foi objecto de estudo desde

sempre. Segundo Masters (1986), o conhecimento da vida útil dos materiais e elementos da

construção permite obter uma melhoria na sua durabilidade através da sua eficaz selecção, utilização

e manutenção; estes dados são igualmente vantajosos na avaliação do desempenho desses elementos

em função do seu custo, possibilitando assim a selecção da proposta economicamente mais atraente.

De facto, tem vindo a assistir-se a uma preocupação crescente dos intervenientes na construção

(projectistas, arquitectos, engenheiros, entre outros) relativamente à durabilidade dos materiais

utilizados e à sustentabilidade (económica e ambiental) na construção. Assim sendo, o estudo da

durabilidade na construção assume um papel cada vez mais importante, inserindo-se a presente

dissertação no âmbito desse estudo.

Face ao referido, considera-se essencial que, durante o processo construtivo, se adoptem medidas

visando a durabilidade das construções: na fase de projecto, deverá realizar-se um projecto de

durabilidade; na fase de construção, deverá seguir-se um conjunto de procedimentos que assegurem a

qualidade dos processos construtivos e dos materiais utilizados; na fase de serviço, deverão existir

planos de inspecção e reparação, tendo sempre em conta o conceito de obsolescência económica.

Surgiram, na sequência do que foi dito, métodos com o intuito de avaliar a durabilidade das

construções. Um dos principais métodos utilizados, para a estimativa da vida útil, é o Factor Method

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 3

(método factorial), proposto pelo documento normativo (The English Edition of) Principal Guide for

Service Life Planning of Buildings do Instituto de Arquitectura do Japão. Mais recentemente, surgiu

por parte do International Organization for Standardization a norma ISO 15686, que pretende

regularizar a estimativa da vida útil dos edifícios e bens construídos; esta norma baseia-se no Factor

Method e no conhecimento dos materiais e da tecnologia da construção.

Vários países têm vindo a desenvolver legislação relativa a esta matéria, permitindo assim aos

projectistas estimar a vida útil dos materiais e elementos da construção. Também têm sido

desenvolvidos esforços por parte de várias organizações internacionalmente reconhecidas

relativamente à durabilidade e previsão da vida útil da construção e seus elementos constituintes. A

presente dissertação vem, neste sentido, contribuir para o estudo da previsão da vida útil dos

elementos da construção.

1.2.1 Objectivo e metodologia da dissertação

A presente dissertação tem como objectivo desenvolver uma metodologia para a previsão da vida útil

de revestimentos de pedra natural de paredes. Este estudo pretende contribuir para o conhecimento da

durabilidade dos elementos da construção, permitindo assim definir estratégias de manutenção e

reparação desses mesmos elementos.

A elaboração do modelo de degradação baseou-se no levantamento do estado de conservação de 120

casos de estudo; este levantamento foi realizado através de inspecções visuais in situ, tendo sido

auxiliado por uma ficha de inspecção e diagnóstico, contendo os factores mais relevantes para a

análise da durabilidade.

Como objectivo final, pretende-se que o estudo realizado na presente dissertação contribua para que,

em estudos futuros, se elabore um modelo para a estimativa da vida útil, baseado no método factorial,

proposto pelo Architectural Institute of Japan e aplicado ao caso específico dos revestimentos

pétreos.

Enumeram-se, em seguida, alguns trabalhos de investigação desenvolvidos no Instituto Superior

Técnico, que serviram de referência à elaboração da presente dissertação:

• Gaspar, Pedro - Metodologia para o cálculo da durabilidade de rebocos exteriores correntes.

Dissertação de Mestrado em Construção, Instituto Superior Técnico, Universidade Técnica de

Lisboa, Lisboa, 2002;

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Capítulo 1 - Introdução

4 Instituto Superior Técnico

• Neto, Natália - Sistema de apoio à inspecção e diagnóstico de anomalias em revestimentos

em pedra natural. Dissertação de Mestrado em Construção, Instituto Superior Técnico,

Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, 2008;

• Sousa, Rita - Previsão da vida útil dos revestimentos cerâmicos aderentes em fachada.

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil, Instituto Superior Técnico,

Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, 2008;

• Gaspar, Pedro - Vida útil das construções: Desenvolvimento de uma metodologia para a

estimativa da durabilidade de elementos da construção. Aplicação a rebocos de edifícios

correntes. Tese de Doutoramento em Ciências de Engenharia, Instituto Superior Técnico,

Universidade Técnica de Lisboa, 2009.

Sucintamente, referem-se em seguida as etapas de investigação, que culminaram na realização da

presente dissertação.

Recolha de informação: a recolha de informação constituiu um processo contínuo, realizado durante

toda a elaboração da presente dissertação; esta recolha incidiu, principalmente, nos seguintes

conceitos:

• durabilidade;

• vida útil;

• metodologias para a previsão da vida útil;

• enquadramento normativo da previsão da vida útil;

• caracterização da pedra natural;

• mecanismos de degradação da pedra natural;

• anomalias dos revestimentos de pedra natural de paredes;

• metodologias de inspecção e diagnóstico em revestimentos de pedra natural de paredes.

Elaboração da ficha de inspecção e diagnóstico: nesta fase, foi elaborada uma ficha de inspecção e

diagnóstico, que foi utilizada de modo a sistematizar o trabalho de campo. Para a elaboração da

referida ficha, foi necessário:

• conhecer os principais factores que influenciam a degradação;

• definir níveis de gravidade das anomalias;

• conhecer os diferentes tipos de anomalias e as causas prováveis.

Trabalho de campo: nesta fase, procedeu-se numa primeira etapa ao planeamento do trabalho de

campo (selecção de casos e recolha de informação relativa aos mesmos), efectuando-se em seguida as

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 5

respectivas inspecções visuais aos casos seleccionados. Estas inspecções foram auxiliadas da ficha de

inspecção e diagnóstico (realizada na etapa anterior).

Elaboração do modelo de previsão da vida útil: nesta fase, foram elaborados os modelos de

previsão da vida útil, a partir dos dados recolhidos em campo. Pretendeu-se estabelecer uma fórmula

de cálculo que definisse o estado de degradação dos revestimentos pétreos inspeccionados, adoptando

o modelo proposto por Gaspar (2009); definiu-se ainda uma curva de degradação que pretende

exprimir a evolução da degradação dos revestimentos pétreos ao longo do tempo.

Análise e discussão dos resultados: esta fase foi realizada a par com a fase anterior (elaboração dos

modelos). Analisaram-se os dados recolhidos em campo que se traduziram no modelo de previsão da

vida útil; analisou-se ainda o modelo proposto e os resultados obtidos da curva de degradação. Esta

fase pressupôs ainda a realização de uma ponderação relativamente a desenvolvimentos futuros.

1.3 Organização da dissertação

A presente dissertação encontra-se organizada em 6 capítulos, podendo estes ser divididos em três

fases distintas: o levantamento do estado da arte relativamente ao tema abordado (pesquisa

bibliográfica) - capítulos 2 e 3; a recolha e tratamento de informação relativo ao trabalho de campo -

capítulo 4; a elaboração de modelos de previsão da vida útil dos revestimentos de pedra natural de

paredes - capítulo 5. Nos pontos seguintes, apresenta-se o resumo da informação contida em cada um

dos capítulos, assim como na bibliografia e anexos.

Capítulo 1: introdução - o presente capítulo constitui uma introdução da dissertação, assim como

uma primeira abordagem ao tema tratado; neste capítulo, descreve-se a justificação da dissertação,

assim como o seu objectivo; por fim, apresenta-se o resumo de cada um dos capítulos da dissertação;

Capítulo 2: teorias de previsão da vida útil - neste capítulo, realiza-se um levantamento do estado

da arte relativamente à previsão da vida útil das construções e dos conceitos básicos do tema;

descreve-se ainda sucintamente as metodologias adoptadas na previsão da vida útil e o seu

enquadramento normativo.

Capítulo 3: caracterização dos sistemas de revestimento em pedra natural - neste terceiro

capítulo, caracteriza-se a pedra natural quanto à sua génese e enquanto material de construção; faz-se

uma descrição geral dos revestimentos de pedra natural de paredes e dos factores de projecto que

afectam a sua durabilidade; descrevem-se ainda os fenómenos de degradação de que este tipo de

revestimentos é alvo durante a sua vida útil, assim como das suas principais causas.

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Capítulo 1 - Introdução

6 Instituto Superior Técnico

Capítulo 4: trabalho de campo - neste capítulo, descrevem-se os objectivos e metodologia utilizada

na realização do trabalho de campo; descrevem-se ainda os casos analisados e os casos excluídos,

explicitando-se a razão dessa exclusão; define-se também a informação presente na ficha de

inspecção e diagnóstico e procede-se à classificação das anomalias e definição dos níveis de

degradação; por fim, efectua-se uma análise e discussão dos dados recolhidos em campo, procedendo

à caracterização da zona estudada, dos revestimentos inspeccionados e das anomalias detectadas.

Capítulo 5: modelos de degradação dos revestimentos pétreos - no quinto capítulo, apresenta-se

uma metodologia para a previsão da vida útil dos revestimentos de pedra natural de paredes, com base

nos dados recolhidos no trabalho de campo; analisa-se ainda a evolução da degradação segundo as

características dos revestimentos estudados e a extensão da degradação segundo os principais grupos

de anomalias; por fim, discute-se os resultados obtidos, tentando avaliar a coerência do modelo

proposto, e procedendo-se à definição de uma vida útil de referência.

Capítulo 6: conclusão - o último capítulo apresenta as considerações e conclusões gerais

relativamente à dissertação e apresenta sugestões relativamente a desenvolvimentos futuros.

Bibliografia - na bibliografia são indicados todos documentos que serviram de referência à

elaboração da presente dissertação.

Anexos - em anexo apresentam-se dados relevantes para a elaboração da presente dissertação que não

foram inseridos no corpo de texto da mesma; no anexo 1, apresenta-se a ficha de inspecção utilizada

na realização do trabalho de campo; no anexo 2, apresenta-se a ficha de inspecção preenchida relativa

a um caso de estudo, apresentando algumas imagens ilustrativas desse caso; no anexo 3, procede-se à

caracterização genérica dos edifícios estudados; no anexo 4, procede-se à caracterização dos

revestimentos estudados; por fim, no anexo 5, procede-se à caracterização do estado de degradação

dos revestimentos inspeccionados.

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 7

2 Teorias de previsão da vida útil

2.1 Introdução

A vida útil de um edifício é condicionada, não só pela sua estrutura, mas também pelos seus

elementos constituintes. Os revestimentos são os elementos mais expostos às condições adversas,

constituindo um sistema de protecção da própria estrutura. Devem, por isso, conservar as suas

características durante o período de vida útil, de modo a respeitarem os níveis mínimos de

desempenho.

Torna-se assim imperioso que, durante o processo construtivo, se opte por soluções visando a

qualidade e durabilidade da construção, de modo a prolongar a sua vida útil. Por sua vez, a

manutenção adequada representa uma melhoria no desempenho dos revestimentos.

Existe uma crescente preocupação com a sustentabilidade na construção, visto ser um dos sectores

responsáveis por maiores desperdícios, aquando da demolição ou desconstrução. São, por isso, cada

vez mais os documentos regulamentares que abordam métodos para a estimativa da vida útil dos

edifícios e seus componentes.

2.2 Conceito de vida útil

A vida útil é definida segundo a norma ISO 15686 (Service Life planning), como o período de tempo,

após a construção, no qual o edifício e seus elementos igualam ou excedem os requisitos mínimos de

desempenho. Esses requisitos mínimos constituem um parâmetro muito relativo, sendo bastante

variáveis mediante a situação.

Muitas vezes o conceito de vida útil é confundido com o de durabilidade, levando à utilização

incorrecta dos termos. Segundo Silva (2001), pode considerar-se que a vida útil é a quantificação da

durabilidade que se supõe ser apenas uma qualidade da estrutura. Assim sendo, é cada vez mais

importante que se projecte e construa tendo em vista critérios de durabilidade, procedendo a uma

manutenção periódica e eficaz para, desse modo, prolongar a vida útil das construções.

Branco (2006) afirma que os componentes do edifício, como é o caso dos revestimentos, possuem,

em geral, uma vida útil inferior à vida útil global, devendo por isso ser sujeitos a obras de manutenção

durante a fase de serviço. É de facto defendido por inúmeros autores (Flores (2002), Takata et al.

(2004), Donca et al. (2007)) que a existência de manutenção regular prolonga o período de vida útil

das construções.

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Capítulo 2 - Teorias de previsão da vida útil

8 Instituto Superior Técnico

Os revestimentos são os elementos do edifício sujeitos a maior número de factores de degradação,

sendo que é no revestimento que estes factores actuam em primeiro lugar. Deste modo, a vida útil de

um edifício encontra-se directamente relacionada com a manutenção do desempenho do revestimento

acima dos níveis mínimos exigíveis (Layzell e Ledbetter (1998)).

2.3 Critérios de análise da vida útil

Os edifícios sofrem ao longo da sua vida útil vários tipos de depreciação, que conduzem, em última

instância ao fim dessa mesma vida útil. Segundo Moser (2004), a vida útil é influenciada por critérios

de segurança, de funcionalidade e de aparência (estéticos).

Gaspar (2002) agrupou os tipos de depreciação, em três grandes grupos, por ordem de importância:

1) obsolescência funcional ou de imagem;

2) perda de performance económica;

3) fim da vida útil física ou durabilidade.

Na presente dissertação, assumem-se os seguintes tipos de desvalorização das construções:

i. degradação física dos materiais - deve-se essencialmente à acção dos agentes de

degradação (sejam eles físicos, químicos ou mecânicos) e à acção do tempo (envelhecimento

natural); muitas vezes, a má qualidade dos materiais encurta o período de vida útil;

ii. obsolescência funcional - a obsolescência é definida por Sarja (2004) como sendo a

incapacidade do edifício ou das suas partes de satisfazerem a evolução funcional, económica

e cultural ou as exigências ecológicas; de facto, muitas vezes, a obsolescência apenas reflecte

a inutilidade, no momento actual, de determinado edifício ou componente, mesmo que este

se encontre em boas condições funcionais; a obsolescência funcional ocorre quando um

elemento da construção pode ser substituído por outro que desempenhe a mesma função de

forma semelhante ou melhor;

iii. degradação do desempenho económico - segundo Brito (2001), actualmente, a definição

do fim da vida útil de uma construção é na realidade muitas vezes mais um problema de

índole económica do que técnica; pode assim dizer-se que um revestimento atinge o fim da

vida útil económica quando a substituição do revestimento é mais lucrativa do que a sua

reparação.

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 9

2.4 Fim da vida útil

Os métodos de previsão da vida útil necessitam de definir inequivocamente o fim da vida útil.

Segundo Moser (2004), este limite, não é, no entanto, de fácil definição. Descreve o autor que o fim

da vida útil é o momento a partir do qual a função para que o edifício foi concebido deixa de ser

cumprida.

Gaspar (2002), por sua vez, definiu o fim da vida útil de uma construção como o ponto no tempo em

que esta deixa de poder assegurar as actividades que nela se desenvolvem, por obsolescência

funcional, falta de rentabilidade económica ou degradação física das suas camadas hierarquicamente

mais determinantes.

O fim da vida útil é condicionado por critérios de segurança, funcionalidade e aparência. A segurança

é um critério fundamental, tendo por isso um nível de exigência superior ao dos outros critérios. No

entanto, muitas vezes, o fim da vida útil é condicionado apenas por critérios estéticos, como é

possível verificar na Fig. 2.1.

Fig. 2.1 - Degradação do desempenho de várias propriedades (adaptado de Moser, 1999)

O limite de vida útil, tal como referido, é difícil de definir e depende substancialmente da exigência

de cada indivíduo. No caso dos edifícios arrendados, o limite mínimo de qualidade exigido pelos

proprietários é, na maioria das vezes, muito inferior ao dos utilizadores, devido essencialmente a

factores económicos. Na Fig. 2.2, é apresentado um exemplo esquemático dos níveis de degradação

visual máximos aceitáveis por parte dos interessados, indo esses níveis de 0 (sem degradação visível)

a 4 (degradação generalizada - desfiguração do revestimento).

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Capítulo 2 - Teorias de previsão da vida útil

10 Instituto Superior Técnico

Fig. 2.2 - Esquema ilustrativo dos níveis de degradação máximos aceitáveis, tendo em conta as partes interessadas

2.5 Papel da manutenção na vida útil das construções

Takata et al. (2004) afirmam que muitas vezes a manutenção é vista como uma ferramenta para

resolver problemas. Os autores defendem, ainda, que esta influi significativamente no ciclo de vida

dos edifícios (Fig. 2.3), sendo necessária perante duas situações distintas:

1) alteração das condições do edifício devido à deterioração - vida útil física;

2) alteração das exigências da sociedade - vida útil funcional.

Fig. 2.3 - Influência das actividades de manutenção no cumprimento dos níveis mínimos aceitáveis (adaptado de Takata et al., 2004)

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 11

Segundo Flores (2002), as operações de manutenção afectam o comportamento dos elementos ao

longo do tempo, alterando os modelos de degradação (originando eventuais acréscimos de

desempenho), os valores das vidas úteis e, por conseguinte, os custos de manutenção.

2.6 Métodos para a estimativa da vida útil

A previsão da vida útil de um edifício, ou dos seus componentes, pode ser um processo complexo e

moroso que tem associados inúmeros factores (Hovde, 2004).

Os principais métodos utilizados para a estimativa da vida útil são divididos em determinísticos,

probabilísticos e de engenharia (Daniotti (2003), Moser (2004), Lacasse e Sjöström (2004)).

2.6.1 Métodos determinísticos

Os métodos determinísticos baseiam-se no estudo dos factores de degradação que afectam os

elementos estudados, na compreensão dos seus mecanismos de actuação e, por fim, na sua

quantificação traduzida em funções de degradação. Estes factores são depois traduzidos em fórmulas

que expressam a sua acção ao longo do tempo, até que o valor mínimo aceitável de desempenho do

elemento estudado seja atingido (Gaspar, 2002).

Estes métodos são de fácil compreensão, sendo no entanto alvo de várias críticas quanto à

simplicidade com que abordam fenómenos complexos, como é o caso dos fenómenos de degradação.

2.6.1.1 Método factorial

O método factorial foi proposto pela Ordem dos Arquitectos Japoneses (Architectural Institute of

Japan) sendo posteriormente adoptado pela norma ISO 15686.

O método factorial, descrito na norma ISO 15686 (2000), permite determinar a vida útil de um

elemento ou conjunto de elementos sujeitos a condições específicas. Este método baseia-se na vida

útil de referência (usualmente é a vida útil expectável definida para as condições de uso de um

componente ou conjunto de componentes) e numa série de factores “modificadores” relativos a

condições específicas de cada caso (Lair, 2003).

Pode assim dizer-se que o método factorial permite determinar a vida útil de um elemento através da

multiplicação da vida útil de referência por factores determinísticos, tal como indicado na fórmula

apresentada em seguida (expressão (2.1)).

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Capítulo 2 - Teorias de previsão da vida útil

12 Instituto Superior Técnico

���� � ���� � � � � � � � � � � � � (2.1)

Onde, segundo a norma ISO 15686 (2000):

ESLC - vida útil estimada;

RSLC - vida útil de referência;

A - factor relacionado com a qualidade dos materiais;

B - factor relacionado com o nível de projecto;

C - factor relacionado com o nível de execução;

D - factor relacionado com as condições do ambiente interior;

E - factor relacionado com as condições do ambiente exterior;

F - factor relacionado com as condições de uso;

G - factor relacionado com o nível de manutenção.

Nos pontos seguintes, são indicados os factores utilizados no cálculo da vida útil com recurso ao

método factorial para o caso particular dos revestimentos pétreos, de acordo com as referências

bibliográficas consultadas.

2.6.1.1.1 RSLC - vida útil de referência

A vida útil de referência constitui, segundo Bourke (1999), uma das maiores fragilidades na utilização

do método factorial.

Flores (2002) atribui, para o caso dos revestimentos pétreos, uma vida útil de referência de 40 anos.

Já Shohet e Paciuk (2004) definem uma vida padrão expectável de 44 ou 64 anos para os

revestimentos pétreos, consoante um maior ou menor nível de desempenho exigível.

2.6.1.1.2 Factores A, B e C (factores relacionados com características inerentes aos elementos

construtivos)

A qualidade da construção é um dos parâmetros mais importantes para a ocorrência de anomalias.

Segundo Santos et al. (2004), o processo de projecto é responsável por até 50% das deficiências no

processo construtivo. Os autores afirmam ainda que, como a fase de projecto se encontra no início

deste processo, as deficiências desta fase tendem a manter-se durante todo o processo e a provocar

outras deficiências nas fases seguintes.

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 13

Segundo Appleton (1994), a ocorrência de anomalias numa fase precoce da vida do edifico deve-se a

factores que transcendem as causas técnicas, tais como: competitividade do mercado, dando origem à

realização de um elevado número de projectos em simultâneo, fomentando assim a falta de ética; a

falta de especialização da mão-de-obra; a estruturação desadequada das empresas de construção; a

desorganização do sector de fabrico de materiais de construção; a postura dos donos de obra.

São apresentados, na Tabela 2.1, os factores relacionados com as características de construção, para o

caso particular dos revestimentos pétreos.

Tabela 2.1 - Factores relacionados com as características inerentes ao revestimento pétreo (adaptado de Flores (2002), Kus (2002) e Aarseth e Hovde (1999) in Flores-Colen e Brito (2003 b)))

Factor Condições relevantes

A - Qualidade dos materiais utilizados

Características da pedra natural (porosidade, permeabilidade, resistência mecânica, entre outras)

Características do material de fixação ao suporte

Características do material de colmatação das juntas

Características e condições do suporte (tipo de suporte - alvenaria, betão, entre outros) Tratamentos de superfície (hidrófugos, entre outros)

B - nível de projecto

Pormenorização do material de revestimento (espessura, dimensão, entre outros)

Homogeneidade do suporte

Sistema de fixação ao suporte (fixação directa ou indirecta)

Protecção adequada da superfície (hidro-repelentes, entre outros)

Pormenorização das juntas do revestimento

Pormenorização das zonas de interacção entre diferentes elementos

Pormenores construtivos que permitam evitar a entrada de água e escorrências

Requisitos estéticos que evitam a acumulação de sujidade e a ocorrência de manchas (cor, acabamento, entre outros)

Transmissão do vapor de água do conjunto parede e revestimento, tendo em conta a prevenção de fenómenos de condensação

C - nível de execução

Especialização da mão-de-obra

Condições climáticas durante a execução (temperatura, humidade relativa)

Fixação dos andaimes

Execução dos vários componentes do revestimento (profundidade dos chumbadores) Aplicação do revestimento na fachada tendo em conta as solicitações (aplicação segundo a orientação da estrutura observada na pedreira) Preparação e limpeza do suporte (humidade, capacidade de sucção) Fiscalização e controlo da qualidade

2.6.1.1.3 Factores D e E (factores relacionados com condições ambientais)

As condições ambientais de exposição constituem um dos principais agentes de degradação dos

edifícios. São apresentados, na Tabela 2.2, os factores relacionados com as condições ambientais no

caso específico dos revestimentos pétreos.

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Capítulo 2 - Teorias de previsão da vida útil

14 Instituto Superior Técnico

Tabela 2.2 - Factores relacionados com as condições ambientais a que o revestimento se encontra sujeito (adaptado de Flores (2002), Kus (2002) e Aarseth e Hovde (1999) in Flores-Colen e Brito (2003 b)))

Factor Condições relevantes

D - condições do ambiente

interior Não apresenta efeitos significativos em revestimentos exteriores

E - condições do ambiente

exterior

Microclima (temperatura do ar, quantidade da água da chuva, intensidade da radiação solar, humidade relativa, acção do vento, factores microbiológicos - fungos), poluição ambiental (industrial, marítimo)

Geometria da fachada (saliências, zonas expostas), orientação e inclinação

Exposição da fachada (existência de elementos de protecção)

2.6.1.1.4 Factores F e G (relacionados com condições de operação / manutenção)

São apresentados, na Tabela 2.3, os factores relacionados com as condições de operação, para o caso

específico dos revestimentos pétreos.

Tabela 2.3 - Factores relacionados com as condições de operação do revestimento (adaptado de Flores (2002), Kus (2002) e Aarseth e Hovde (1999) in Flores-Colen e Brito (2003 b)))

Factor Condições relevantes

F - condições de uso

Solicitações na fachada (choques, entre outros)

Vandalismo (graffiti)

Ataque biológico (vegetação parasitária, aves, animais de porte)

Limpeza dos espaços circundantes e deterioração da superfície

Categorias dos utentes

G - nível de manutenção

Inexistente

Tipo de manutenção (inspecções, limpezas, reparações, tratamentos de superfície, entre outros)

Periodicidade da manutenção

Acessibilidade para executar a manutenção

Qualidade das acções de manutenção (técnicas adequadas, entre outros)

Como referido, as acções de manutenção constituem um factor determinante na vida útil dos

edifícios. É possível verificar, na Tabela 2.4, que as acções de manutenção afectam o período de vida

útil, contribuindo para a diminuição ou aumento desse período.

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 15

Tabela 2.4 - Valores de vida útil de revestimento pétreo de fachada para uma vida útil de referência de 40 anos, consoante o tipo de manutenção de que são alvo (adaptado de Flores, 2002)

Tipo de manutenção Valor de vida útil (anos)

Sem manutenção 27

Com limpezas periódicas 32

Com reparações ligeiras periódicas (que incluem limpezas)

80

Com reparação pesada 44

2.6.1.2 Métodos semi-determinísticos

Aarseth e Hovde (1999) propuseram um método semi-determinístico, designado pelos autores como

step-by-step, utilizando o método factorial mas acrescendo um parâmetro de incerteza aos seus

factores. Deste modo, atribuem a cada factor três valores, o mínimo, o máximo e o valor mais

esperado do factor.

2.6.2 Métodos probabilísticos

Nestes métodos, a degradação é considerada como sendo um processo estocástico, onde a

probabilidade de deterioração é definida para cada propriedade durante um período de tempo

(Cecconi, 2002). Segundo o mesmo autor, estes métodos, devido à dificuldade que acarretam na sua

transposição para situações reais, são apenas rentáveis em projectos de larga escala.

Para a aplicação de métodos probabilísticos, é necessário que se possuam dados concretos, recolhidos

ao longo de um elevado período de tempo. Segundo Leira et al. (1999), servem para uma melhor

compreensão dos fenómenos físicos de degradação, devendo ser utilizados como complemento da

experiência e conhecimento dos materiais.

Gaspar (2002) atribui três inconvenientes principais para a reduzida utilização destes métodos, que

são:

1) a complexidade dos modelos matemáticos utilizados;

2) a necessidade de um grande número de dados recolhidos ao longo de muito tempo;

3) a enorme dependência do trabalho de campo.

São apresentados em seguida alguns dos métodos probabilísticos utilizados:

i. Modelo de Markov - este método baseia-se na hipótese de um modelo de deterioração poder

ser definido a partir de um número limitado de condições; este método entra em linha de

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Capítulo 2 - Teorias de previsão da vida útil

16 Instituto Superior Técnico

conta com as probabilidades de transição de um nível de degradação para outro, dependendo

das acções realizadas (incluindo nenhuma acção) (Noortwijk e Frangopol, 2004);

ii. Trend plots - método sugerido por Leira et al. (1999), de simples aplicação desde que se

possua uma grande quantidade de informação relativamente à durabilidade de um dado

elemento.

2.6.3 Métodos de engenharia

Após a explanação do método factorial e dos métodos probabilísticos, foi necessário identificar outro

método que harmoniza os dois métodos anteriores. Deste modo, surgiram os métodos de engenharia

(engineering “design” methods), que são de acessível utilização, tal como o método factorial, mas

descrevem os processos de degradação de forma probabilística, tal como os métodos probabilísticos

(Cecconi, 2002).

Segundo Daniotti (2003), os métodos de engenharia podem ser usados para identificar de forma mais

analítica os fenómenos de degradação, podendo assim controlá-los em fase de projecto ou através do

planeamento metódico de manutenções.

Alguns dos métodos de engenharia mais conhecidos são:

i. o método Failure Modes and Effects Analysis (FMEA) - desenvolvido inicialmente pelo

sector aeronáutico, foi utilizado posteriormente na engenharia mecânica e electrotécnica,

sendo usada raramente na construção (Lair et al., 2001); este método, usado inicialmente na

verificação da satisfação das exigências dos clientes relativamente à fase de produção pode

ser transposto para o sector da construção, na garantia da certificação dos produtos de

construção (Lair et al., 2001); um dos objectivos deste método é obter uma lista o mais

completa possível dos agentes de degradação que possam actuar nos edifícios durante a sua

fase de exploração (Talon et al. (2004), Talon et al. (2005));

ii. o método Performance Limits method - este método pretende avaliar a durabilidade dos

componentes do edifício, através da simulação do seu desempenho ao longo do tempo, até

que se atinja o seu limite físico ou de performance; neste método, o fenómeno de degradação

é avaliado através de uma cadeia de relação agentes → acções → efeitos → degradação

(Daniotti (2003), Daniotti e Spangolo (2008)).

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 17

2.7 Enquadramento normativo

Devido à crescente preocupação com a sustentabilidade na construção, são cada vez mais os países

que desenvolvem normas com o intuito de regular a previsão da vida útil e durabilidade dos edifícios

e seus componentes.

2.7.1 Principal guide for service life planning of buildings - Japão

No Japão, a previsão da vida útil tem sido um tema abordado há varias décadas, culminando na

elaboração de um guia com o intuito de regular e demonstrar os conceitos fundamentais da

durabilidade, em cada fase do ciclo de vida das construções e numa abordagem do desempenho

global dos edifícios (Matos, 2007).

Segundo Brito (2001), este documento normativo, elaborado pela Ordem dos Arquitectos Japoneses,

tem o intuito de adaptar o projecto, construção e manutenção dos edifícios para os objectivos

planeados para os mesmos em termos de durabilidade.

Já Rudbeck (2002) afirma que o Regulamento Japonês estabelece um guia para a previsão da vida útil

de um edifício, como um todo, das partes do edifício ou dos seus elementos, dos seus componentes ou

equipamentos, admitindo que o fim da vida útil é determinado pela deterioração física ou

obsolescência.

Este documento serviu de ponto de partida para muitas das normas existentes actualmente (Matos,

2007).

2.7.2 ISO 15686 (Building and construction assets service life planning)

O conjunto de normas ISO 15686 constitui uma das fontes de informação mais relevantes no que

respeita à previsão da vida útil (Athena Institute, 2006). É composto pelos seguintes documentos,

sendo importante referir que nem todos se encontram publicados (Athena Institute (2006), Gaspar

(2009), Sjöström e Davies (2005), Haapio (2008)):

• ISO 15686-1: 2000 (General principles) - define os princípios gerais e fornece orientações

relativas aos procedimentos a adoptar na fase de projecto, tendo em vista a durabilidade das

construções;

• ISO 15686-2: 2001 (Service life prediction procedures) - apresenta uma metodologia para a

estimativa da vida útil;

• ISO 15686-3: 2002 (Performance audits and reviews) - descreve os procedimentos a adoptar

para garantir a implementação do planeamento da vida útil;

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Capítulo 2 - Teorias de previsão da vida útil

18 Instituto Superior Técnico

• ISO 15686-4 (Data requirements / data formats) - descreve os requisitos dos dados,

necessários à realização do planeamento da vida útil das estruturas, considerando as

diferentes condições ambientais e de uso;

• ISO 15686-5: 2008 (Life cycle costing) - desenvolve modelos de custo, de gestão e

manutenção das construções, tendo em vista o custo global;

• ISO 15686-6: 2004 (Procedure for considering environmental impacts) - foca-se nos

impactos ambientais das diferentes soluções de projecto; estabelece uma relação entre os

custos globais e o planeamento das construções durante o período de vida útil;

• ISO 15686-7:2006 (Performance evaluation for feedback of service life data from practice) –

guia para a recolha de informação relativa ao desempenho durante a vida útil de edifícios

construídos;

• ISO 15686-8: 2008 (Reference service life and service life estimation) – descreve a

metodologia de aplicação do método factorial;

• ISO 15686-9: 2008 (Service life declarations) - fornece indicações relativas à harmonização

de produtos da construção;

• ISO 15686-10 (Using requirements for functionality and ratings of serviceability during the

service life);

• ISO 15686-11 (Terminology).

2.7.3 Guide to durability of buildings and buildings elements, products and components - Reino

Unido

Segundo a norma britânica BS 7543 (1992), a previsão da vida útil pode ser realizada das seguintes

formas:

• através da experiência adquirida, com construções iguais ou semelhantes, sujeitas a ocupação

ou condições climáticas similares;

• através da avaliação do nível de degradação dos elementos num curto período de utilização

ou exposição, estimando o valor para o qual o limite da durabilidade é atingido;

• através de ensaios de envelhecimento acelerado - método complexo e muito discutível,

devido à necessidade de simular situações reais, que têm inúmeras variáveis associadas.

2.7.4 Regulamento Geral das Edificações

Segundo o portal do Governo, o antigo RGEU (Regulamento Geral das Edificações Urbanas) em

vigor desde 1951 encontra-se completamente desajustado da realidade actual. Deste modo, foi

elaborada uma proposta de revisão do regulamento existente, substituído pelo novo regulamento RGE

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 19

(Regulamento Geral das Edificações). Pretende-se que o RGE seja um regulamento estruturante e

ajustado à realidade actual, que entra em linha de conta com aspectos como a vida útil, manutenção e

durabilidade dos edifícios.

O RGE, segundo a proposta de alteração elaborada pelo Conselho Superior de Obras Públicas (2004),

estabelece, relativamente à vida útil das construções, as seguintes considerações:

• a vida útil de uma edificação (VUE), corresponde ao período em que a respectiva estrutura

não apresenta degradação dos materiais, em resultado das condições ambientais, que

conduzam à redução da segurança estrutural inicial (Artigo 117º, n.º 1);

• durante a vida útil das edificações, devem realizar-se actividades de inspecção, manutenção e

reparação, nomeadamente em relação aos diversos componentes da edificação que tenham

durabilidade inferior à vida útil (Artigo 117º, n.º 2).

2.7.5 Outros documentos normativos

Têm sido desenvolvidos outros documentos no âmbito da previsão da vida útil, em países como

(Rudbeck (2002), Lacasse e Sjöström (2004), Athena Institute (2006), Kooymans e Abbott (2006),

Gaspar (2009)):

i. Nova Zelândia: New Zealand Building Code (1992) - que estabelece uma vida útil de 50

anos para os edifícios, podendo os seus componentes possuir uma vida útil diferente,

dependendo do fácil acesso, reparação e detecção de anomalias;

ii. Austrália: Guideline on durability in buildings (2003) - o regulamento trata a vida útil em

termos genéricos;

iii. Estados Unidos - através da Partnership for Advancing Technology in Housing (PATH) que

tem patrocinado uma série de publicações relativas à vida útil dos edifícios e da ASTM -

American Society for Testing and Materials;

iv. Canada: Standard S478: Guideline on durability in buildings - faz uma descrição geral dos

métodos de previsão da vida útil.

Existem ainda organizações que têm desenvolvido estudos relativamente à durabilidade e vida útil das

construções, como é o caso da organização International Council for Research and Innovation in

Building and Construction (CIB) e da organização International Association for Building Materials

and Structures (RILEM).

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Capítulo 2 - Teorias de previsão da vida útil

20 Instituto Superior Técnico

2.8 Conclusão

Neste capítulo, pretendeu-se elaborar um levantamento do estado da arte relativamente aos estudos

efectuados na área da previsão da vida útil. De facto, tem-se assistido a uma crescente preocupação

por parte dos organismos internacionais relativamente à construção visando a durabilidade. Na

realidade, apesar de constituíram conceitos distintos, a durabilidade das construções está

indelevelmente ligada ao conceito de vida útil.

Pretende-se que este capítulo sirva de introdução aos modelos elaborados no capítulo 5 com recurso

ao trabalho de campo definido no capítulo 4 da presente dissertação.

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 21

3 Caracterização dos sistemas de revestimento em pedra natural

3.1 Introdução

A pedra natural é um dos materiais mais antigos usados na construção, sendo visto como um material

nobre e durável, com elevado potencial estético, pois apresenta uma enorme variedade de cores e

texturas.

Tal como qualquer outro material, durante a sua vida útil, a pedra natural está sujeita a várias

solicitações que provocam a alteração das suas propriedades químicas, físicas e mecânicas. As pedras

naturais apresentam grande variabilidade de características dentro do mesmo tipo de pedra, o que

constitui um factor favorável à degradação do revestimento. A água, as acções humanas e ambientais

constituem também factores de degradação, sendo a poluição um factor cada vez mais importante.

3.2 Caracterização da pedra natural quanto à sua génese

As pedras naturais são provenientes de rochas que, depois de extraídas (a céu aberto ou por extracção

subterrânea) das formações geológicas correspondentes (pedreiras), são submetidas a diferentes graus

de aperfeiçoamento.

As rochas têm origem em três ambientes geológicos (magmático, sedimentar e metamórfico), que

diferem entre si em termos de pressão, temperatura e composição química (Zeferino e Martins, 2006).

No entanto, estes ambientes encontram-se interligados entre si, constituindo um circuito interminável

de reacções. Tendo em conta as suas características mineralógicas e a sua estrutura, as pedras naturais

classificam-se em rochas magmáticas ou ígneas, em rochas sedimentares e em rochas metamórficas.

3.2.1 Rochas magmáticas

As rochas magmáticas ou ígneas (Fig. 3.1) têm origem no ambiente magmático e formam-se a partir

do arrefecimento do magma, que pode ter origem em movimentos de placas litosféricas ou em

substâncias minerais que se encontrem em estado fluido. Estas rochas dividem-se em duas categorias:

se o magma solidificar a grandes profundidades, as rochas designam-se de plutónicas ou intrusivas,

como é o caso do sienito, granito, gabro, entre outros; caso a solidificação do magma se dê à

superfície, as rochas designam-se de vulcânicas ou extrusivas, como é o caso do basalto, andesito,

entre outros. Estas rochas dividem-se ainda em famílias e sub-famílias segundo a sua cor e os

minerais que as constituem (Press e Siever, 2002).

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Capítulo 3 - Caracterização da pedra natural

22 Instituto Superior Técnico

Fig. 3.1 - Algumas rochas magmáticas. Da esquerda para a direita: gabro, granito e granito “amarelo

cristal” (retirado da base de dados do catálogo de rochas ornamentais portuguesas)

Devido à sua formação, este tipo de rochas apresenta uma grande gama de tonalidades (consoante os

minerais que as constituem), sendo em geral pouco porosas, bastante resistentes mecanicamente e

duráveis.

3.2.2 Rochas sedimentares

As rochas sedimentares (Fig. 3.2) são provenientes do ambiente sedimentar, das quais são exemplo o

arenito, o calcário, a marga, entre outros. Este tipo de rochas forma-se, consoante os casos, a partir do

aglomerado de várias sedimentos de pedras existentes (arenitos) ou a partir de resíduos de fósseis de

animais e plantas (calcário).

Fig. 3.2 - Algumas rochas sedimentares. Da esquerda para a direita: calcário “amarelo de Negrais”, calcário “brecha portuguesa”, calcário “Lioz” e calcário “travertino” (retirado da base de dados do

catálogo de rochas ornamentais portuguesas)

As rochas de origem sedimentar apresentam uma estrutura estratificada dispostas em camadas de

espessura variável. Devido à sua génese, este tipo de rochas apresenta características físicas, químicas

e mecânicas muito variadas entre si. No geral, são bastante porosas, estando muito susceptíveis à

absorção de água. No caso particular do calcário, bastante usado em revestimentos, é muito passível

ao ataque por ácidos.

3.2.3 Rochas metamórficas

As rochas metamórficas (Fig. 3.3), originárias do ambiente metamórfico (das quais são exemplos o

mármore, a ardósia, o gnaisse, entre outros), formam-se a partir da transformação de rochas já

existentes sujeitas a certas condições de pressão e temperatura, diferentes das da sua génese. São

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 23

portanto rochas que apresentam grande variação das suas características. Os mármores são aplicados

correntemente em revestimentos, enquanto que os xistos e ardósias são aplicados em situações muito

específicas e pontuais (mais usadas em coberturas).

Fig. 3.3 - Algumas rochas metamórficas. Da esquerda para a direita: xisto, mármore “verde de ficalho” e mármore “creme” (retirado da base de dados do catálogo de rochas ornamentais portuguesas)

As rochas mais abundantes na litosfera são as ígneas e metamórficas, segundo indicam vários estudos

da constituição litológica. No entanto, na superfície terrestre, as rochas sedimentares são as mais

abundantes, sendo resultado da alteração das outras existentes na camada inferior (Zeferino e Martins,

2006; Marques, 2004).

Em Portugal, existe uma grande variedade de pedras naturais, encontrando-se as suas jazidas

distribuídas um pouco por todo o país. Os mármores predominam na zona do Alentejo, os calcários

na zona centro-Oeste e os granitos na zona Norte.

Correntemente a designação comercial que se dá às pedras naturais utilizadas na construção difere da

sua designação geológica, sendo a última muito mais abrangente. É por isso frequente encontrarem-se

revestimentos ditos de granito, que na verdade são de gabro, sendo usual designar como “granito” as

rochas silicatadas. Outro exemplo da variação entre designações é o caso dos “mármores”, em que

são assim designadas todas as pedras carbonatadas passíveis de polimento, apesar de terem

composições e origens diferentes. Este factor pode defraudar as expectativas criadas relativamente à

durabilidade dos revestimentos.

3.3 Propriedades intrínsecas das pedras naturais

Dado que as pedras naturais têm origens muito distintas, é necessário avaliar as suas características

mecânicas, físicas e químicas, de modo a uma correcta utilização em obra. A Tabela 3.1 indica

algumas dessas características para alguns dos principais tipos litológicos.

3.3.1 Características físicas da pedra natural

As características físicas das pedras naturais que apresentam maior influência na sua durabilidade são

a sua textura, fractura, homogeneidade, dureza, densidade e comportamento à água.

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Capítulo 3 - Caracterização da pedra natural

24 Instituto Superior Técnico

A textura duma pedra natural refere-se à disposição, dimensão e forma dos diferentes constituintes da

pedra. Esta propriedade influi sobre outras propriedades da pedra, tais como a sua resistência

mecânica, a sua porosidade e a sua fractura (cariz das superfícies de rotura).

3.3.1.1 Comportamento à água

A água é a maior causadora de fenómenos de degradação na pedra natural. Por esse motivo, é

importante impedir a penetração e absorção de água por parte da pedra natural.

A absorção de água é influenciada por variações de pressão e temperatura e depende de algumas das

características intrínsecas da pedra natural, tais como (Zeferino e Martins, 2006; Duarte, 2003):

a) Porosidade aparente - é uma propriedade que estabelece a relação entre o volume de vazios

e o volume total, avaliando assim o grau de saturação da pedra natural; quanto mais porosa

for uma pedra, maior será a sua absorção de água; no entanto, pedras com a mesma

porosidade podem apresentar capacidades de absorção distintas, basta para isso terem uma

disposição dos poros diferente;

b) compacidade - esta propriedade está directamente relacionada com a porosidade, baseando-

se em fenómenos físicos contrários; quanto mais compacta for uma dada pedra menor será a

sua porosidade, podendo mesmo afirmar-se que, se uma pedra tem uma porosidade de 40%,

então apresenta uma compacidade de 60%;

c) permeabilidade - é uma propriedade que avalia a maior ou menor facilidade com que a água

(ou outro fluido) e gases presentes na atmosfera, mediante certas condições, atravessam a

pedra natural; esta propriedade está directamente relacionada com a porosidade de pedra

natural; uma pedra porosa é sempre permeável; no entanto, o inverso nem sempre se verifica,

visto que a permeabilidade duma pedra é também influenciada pelas fissuras que esta

apresente;

d) higroscopicidade - é a propriedade que os materiais têm de absorverem e armazenarem

humidade existente no ambiente, até se atingir o limite higroscópico; esta propriedade

apresenta efeitos nefastos na pedra natural, devendo por isso ser evitada, através de processos

de conservação; nos calcários e granitos, a higroscopicidade pode originar fenómenos de

gelividade.

A gelividade é influenciada pela absorção de água e caracteriza-se pela fragmentação da pedra natural

quando a água existente no seu interior solidifica devido a baixas temperaturas, aumentando assim de

volume. Esta característica assume maior importância em zonas muito frias ou de grandes amplitudes

térmicas. Não assume por isso um papel muito importante em Portugal, excepto no caso de zonas de

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 25

elevada altitude. Pode dizer-se que uma pedra que seja gelível é também porosa, higroscópica e que

apresenta pouca resistência.

3.3.2 Características mecânicas da pedra natural

As características mecânicas são avaliadas principalmente através da resistência à compressão e ao

desgaste da pedra natural. Segundo Zeferino e Martins (2006), a resistência das pedras naturais ao

desgaste abrasivo é normalmente proporcional à sua dureza na escala de “Mohs”; por sua vez, Duarte

(2003) realizou diversos ensaios de resistência ao desgaste a seco (CAPPON), que consistiram na

abrasão superficial da face do provete através de material abrasivo sujeito a normalização; a autora

verificou assim que os granitos apresentaram grande resistência ao desgaste em oposição aos

calcários e xistos que apresentaram baixa resistência.

A resistência à compressão da pedra natural depende da sua densidade e do grau de humidade.

Quanto maior for a densidade duma pedra, maior a sua resistência à compressão, diminuindo a sua

resistência quando se encontra saturada.

Tabela 3.1 - Características físico-mecânicas básicas dos principais tipos litológicos (Moura, 2005)

Tipos

litológicos

Massa volúmica

aparente

(kg/m3)

Absorção de água à

pressão atmosférica

(% do peso)

Porosidade

aberta

(% do volume)

Resistência à

compressão

(kg/cm2)

Granitos 2600 a 2800 0,2 a 0,5 0,4 a 1,5 1150 a 2400

Dioritos e

gabros 2800 a 3000 0,1 a 0,4 0,2 a 1,0 1500 a 3000

Basaltos 2900 a 3100 0,1 a 0,3 0,2 a 0,8 1700 a 3500

Mármores 2600 a 2900 0,2 a 0,8 0,3 a 1,8 600 a 1800

Calcários 2200 a 2700 0,1(5) a 1,7 0,2(5) a 2,5 400 a 1800

Arenitos 1900 a 2600 0,6 a 13,8 1,6 a 6,0 200 a 1000

Xistos 2600 a 2800 0,4 a 1,5 1,2 a 3,5 300 a 650

3.3.3 Características químicas da pedra natural

A pedra natural usada em revestimentos exteriores deve possuir baixa sensibilidade relativamente a

ataques químicos, visto que actualmente os agentes químicos agressivos são cada vez em maior

número.

É assim fundamental conhecer o ambiente a que a pedra natural estará sujeita quando colocada no

revestimento. Segundo Zeferino e Martins (2006), uma forma de avaliar a alteração da pedra natural

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Capítulo 3 - Caracterização da pedra natural

26 Instituto Superior Técnico

numa dada localidade é visitando o cemitério e analisando as lápides (Fig. 3.4), dado que estão

datadas, fornecem assim uma boa indicação da sua alteração.

Fig. 3.4 - Alteração química em lápides: a lápide da direita é um calcário que se apresenta ilegível e a da esquerda é uma ardósia que continua legível apesar de sujeita às mesmas condições (Press e Siever, 2002)

3.4 Classificação e descrição geral de revestimentos de pedra natural de paredes

3.4.1 Exigências funcionais dos revestimentos de paredes de pedra natural

Os revestimentos de paredes exteriores como parte integrante dos edifícios devem satisfazer certas

exigências (Tabela 3.2), de modo a assegurarem as necessidades dos utilizadores e transeuntes.

Tabela 3.2 - Exigências funcionais de revestimentos de paredes (adaptado de Lucas, 1990)

Exigências de segurança

Exigências de estabilidade

Estabilidade perante solicitações normais de uso

Peso próprio

Solicitações climáticas

Choques normais

Estabilidade perante solicitações de ocorrência

acidental Choques acidentais

Exigências de segurança no uso

Segurança no contacto Rugosidade dos paramentos

Temperatura dos paramentos

Exigências de compatibilidade com

o suporte

Exigências de compatibilidade geométrica

Exigências de compatibilidade mecânica

Exigências de estanqueidade

Exigências de estanqueidade à água

Estanqueidade à água da chuva

Permeabilidade à água

Absorção de água

Permeabilidade ao vapor

Exigências termo-higrométricas

Exigências de isolamento térmico

Exigências de conforto visual

Planeza Planeza geral

Planeza localizada

Verticalidade

Rectidão das arestas

Regularidade e de perfeição de superfície

Defeitos de superfície

Largura de fissuras

Homogeneidade de cor e de Diferença de cor

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 27

brilho Diferença de reflectância difusa

Exigências de conforto táctil

Aspereza dos paramentos Perfil geométrico da

superfície

Pegajosidade dos paramentos

Secura dos paramentos

Exigências de higiene

Contra fixação de poeiras ou de micro-organismos

Aspereza dos paramentos

Pegajosidade dos paramentos

Resistência à limpeza

Exigências de adaptação à

utilização normal

Resistência a acções de choque e de atrito

Resistência aos choques Choques de corpo mole Choques de corpo duro

Resistência à acção da água

Água da chuva Projecções acidentais de

água

Lavagem por via húmida Classes de resistência à

lavagem Vapores húmidos

Aderência ao suporte

Resistência ao arrancamento por tracção

Resistência à peladura

Resistência à formação de nódoas de produtos químicos ou domésticos

Resistência à formação de nódoas

Lavabilidade

Resistência ao enodoamento por poeiras

Resistência à formação de nódoas

Lavabilidade

Resistência à suspensão de cargas

Exigências de durabilidade

Resistência a agentes climáticos

Resistência ao calor Resistência ao frio Resistência à água Resistência à luz

Resistência aos choques térmicos

Resistência aos produtos químicos no ar

Resistência ao ozono Resistência ao dióxido de azoto

Resistência ao dióxido de enxofre

Resistência a soluções amoniacais

Resistência à erosão provocada pelas partículas sólidas em suspensão no ar

Resistência à fixação e ao desenvolvimento de bolores

Exigências de facilidade de limpeza

Exigências de economia

Convém mencionar que algumas das exigências apresentadas anteriormente são consideradas

indispensáveis, como é o caso das exigências de segurança. No entanto, algumas das outras

exigências referidas podem ser analisadas em função dos custos, permitindo assim a obtenção de

níveis diferenciados, como é o caso das exigências de conforto.

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Capítulo 3 - Caracterização da pedra natural

28 Instituto Superior Técnico

3.4.2 Tipos de revestimentos

Os revestimentos de paredes dividem-se, quanto à sua função, em quatro tipos (Lucas, 1990), que são:

• revestimentos de estanqueidade;

• revestimentos de impermeabilização;

• revestimentos de isolamento térmico (pelo exterior);

• revestimentos decorativos.

Os revestimentos pétreos são usualmente revestimentos de estanqueidade; no entanto, podem ainda

constituir soluções de revestimentos de isolamento térmico (pelo exterior) e revestimentos

decorativos, sendo referidas nos pontos seguintes, essas soluções.

3.4.2.1 Revestimentos de estanqueidade

Um revestimento de estanqueidade deve assegurar a estanqueidade à água, mesmo quando ocorre a

fissuração do suporte. Para isso, os dispositivos de fixação deverão tornar o revestimento

independente da parede. A caixa-de-ar formada deverá ser ventilada e possuir os dispositivos

necessários de modo a evacuar qualquer água que se possa infiltrar proveniente do exterior.

3.4.2.2 Revestimentos de impermeabilização

Os revestimentos de impermeabilização diferem dos anteriores, pois neste caso não é só o

revestimento que assume um papel de impermeabilização. Segundo Lucas (1990), este tipo de

revestimento deverá limitar a quantidade de água que atinge o suporte, mas será o conjunto parede -

suporte que deverá assegurar a estanqueidade requerida.

3.4.2.3 Revestimentos de isolamento térmico (pelo exterior)

Os revestimentos de isolamento térmico pelo exterior permitem a diminuição de variações sazonais

de temperatura, facilitando assim a eliminação de pontes térmicas, garantindo que a temperatura do

paramento pelo exterior se assemelha à temperatura existente no interior.

No caso de revestimentos de paredes de pedra natural, estes consideram-se revestimentos de

isolamento térmico quando se coloca um isolante térmico na caixa-de-ar existente entre o paramento

e o revestimento.

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 29

Este tipo de revestimentos divide-se em dois casos distintos:

• primeiro caso - a caixa-de-ar é toda ocupada pelo isolante térmico, desempenhando este um

papel não só de isolamento térmico, mas também terá de servir de suporte ao revestimento e

ajudar na estanqueidade do conjunto (Lucas, 1990);

• segundo caso - deixa-se uma lâmina de ar ventilada entre o revestimento e o isolante térmico;

neste caso o isolante térmico apenas desempenha um papel de isolamento térmico.

3.4.2.4 Revestimentos decorativos

Este tipo de revestimento tem apenas uma função estética. Devem portanto ser aplicados em

paramentos onde as funções de estanqueidade, impermeabilização e isolamento térmico já tenham

sido garantidas através de outros sistemas.

No caso dos revestimentos pétreos, pode afirmar-se que um revestimento apenas possui uma função

decorativa, por exemplo, no caso das placas pétreas serem fixadas directamente ao suporte e as juntas

entre elas não serem estanques. No entanto, este tipo de revestimento, tal como todos os outros

referidos anteriormente, serve de protecção mecânica e química ao suporte.

3.4.3 Factores de projecto que afectam a durabilidade

A execução de revestimentos de pedra natural deverá ser realizada tendo em conta factores que

influenciam o seu correcto funcionamento durante a sua vida útil. A localização do edifício detentor

deste tipo de revestimento é talvez o factor de maior importância, sendo determinante na escolha do

tipo de pedra e do tipo de fixação.

3.4.3.1 Tipos de suporte

Os tipos de suporte mais comuns são de alvenaria de tijolo, de betão corrente, de betão de agregados

leves, blocos de betão (de agregados correntes ou leves), blocos de betão celular autoclavado e

alvenaria de pedra natural (cada vez menos usada).

O tipo de suporte condiciona o sistema de fixação e as dimensões das placas de pedra natural do

revestimento. É importante perceber que, numa situação em que o suporte é constituído por uma

parede de betão armado, se podem colocar placas pétreas de maior dimensão e, consequentemente, de

maior peso do que no caso de uma parede de alvenaria de tijolo.

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Capítulo 3 - Caracterização da pedra natural

30 Instituto Superior Técnico

3.4.3.2 Tipos de fixação

As placas de pedra natural usadas nos revestimentos podem ser resistentes ou não-resistentes. No

primeiro caso, as placas pétreas são capazes de suportar o seu peso próprio, apoiando-se umas nas

outras por intermédio dos topos horizontais, também chamadas de auto-portantes. No segundo caso,

as placas pétreas são fixadas por intermédio de elementos de fixação.

No caso de placas pétreas não-resistentes, a sua fixação pode ser feita directamente (por colagem ou

selagem) ou indirectamente (recorrendo a sistemas de fixação).

A incidência da luz solar nos revestimentos causa um aumento da sua temperatura, sendo esse

aumento tanto maior quanto mais escuro for o revestimento. Este facto dá origem a deformações

diferenciais e tensões no revestimento. Ao seleccionar-se os tipos de fixação, é importante assegurar

que a solução adoptada é capaz de absorver essas mesmas deformações.

3.4.3.2.1 Fixação directa ao suporte

A fixação directa ao suporte é assim designada pois a placa de pedra natural fica em contacto directo

com o suporte, sendo apenas separada deste por uma camada de material de assentamento. Este tipo

de fixação pode ser feito através de colagem ou através de selagem.

Paiva e Veiga (2000) caracterizam assim os dois tipos de fixação:

1) selagem - é feita com recurso a uma argamassa de cal hidráulica ou de cimento branco; este

tipo de fixação é menos passível de originar manchas na pedra natural;

2) colagem - quando se usa uma cola, que pode ser uma argamassa cola, com ou sem resina

incorporada, um cimento cola ou um adesivo sem cimento.

Este tipo de fixação tem vários inconvenientes, sendo bastante susceptível a diversas anomalias

(como por exemplo descolamento, descoloração e eflorescências), não sendo por isso recomendável

em revestimentos exteriores. Quando se opta por este tipo de fixação, é necessário ter certos cuidados

para que posteriormente não se verifiquem as anomalias referidas. Esses cuidados consistem em

preparar o suporte convenientemente, o que pressupõe a limpeza do mesmo, removendo ao máximo

as humidades e sujidades que este possua. Pressupõe ainda, relativamente à cola utilizada, que se

respeitem os tempos de execução do revestimento e que a cola utilizada seja a adequada tendo em

conta o tipo de pedra utilizada.

Quando se opta por este tipo de fixação, é ainda necessário ter em conta as dimensões das placas de

pedra, assim como o seu peso, a natureza do suporte e a humidade do paramento a revestir. De

preferência, este tipo de fixação deveria ser auxiliado por agrafos ou similar.

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 31

3.4.3.2.2 Fixação indirecta ao suporte

A fixação indirecta ao suporte (através de elementos pontuais) permite absorver as deformações a que

as placas pétreas possam estar sujeitas, reduzindo assim as tensões no revestimento. Este tipo de

fixação deverá assegurar a capacidade de suportar o peso dos elementos de pedra natural e de resistir

às solicitações horizontais (como por exemplo a acção do vento).

Existem três métodos de fixação indirecta, geralmente recorrendo a elementos metálicos, tais como

agrafos e pontos de argamassa, gatos ou através de interposição de estrutura intermédia:

1) Fixação através de agrafos e pontos de argamassa (Fig. 3.5) - é feita com recurso a agrafos

de fio de secção circular envolvidos em argamassa (pontos) (Lucas, 1990). A colocação dos

agrafos deve ser criteriosamente estudada, de modo a evitar que uma placa pétrea fique fixa a

dois suportes distintos ou a duas zonas do suporte com solicitações distintas, situação que

poderia causar deformações diferenciais na placa.

Legenda:

1 - Placa de revestimento 5 - Parede

2 - Ponto de argamassa 6 - Chumbadouro de argamassa

3 - Agrafo de suspensão 7 - Agrafo de posicionamento

4 - Junta entre placas

Legenda:

1 - Placa de revestimento 4 - Chumbadouro de argamassa

2 – Parede 5 - Agrafo de suspensão

3 - Ponto de argamassa

Fig. 3.5 - Representação esquemática da fixação de placas de pedra natural com recurso a agrafos e pontos de argamassa (Lucas, 1990)

2) Fixação por gatos - os gatos (Fig. 3.6 e Fig. 3.7) são constituídos por placas ou perfis

metálicos, que podem ter diversas formas e dimensões, ficando na maior parte dos casos

encobertos pelas placas pétreas. Os gatos podem ser de aço inoxidável, latão, bronze, bronze

de alumínio, cobre e suas ligas.

Regra geral, aplicam-se quatro gatos por cada placa de pedra natural, sendo dois deles

utilizados para sustentação e os outros dois para posicionamento.

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Capítulo 3 - Caracterização da pedra natural

32

Fig. 3.6 - Representação esquemática de g

Fig. 3.7 - Gatos metálicos

3) Fixação através de

maioria das vezes por metal (pode ser de aço inoxidável,

metais, desde que correctamente protegidos contra a corrosão). Em casos menos comuns

pode utilizar-se uma estrutura intermédia de madeira, devidamente protegida.

A estrutura intermédia

sendo esta fixação

estrutura intermédia

agrafos e outras peças. As fixações utilizadas devem s

corrosão das mesmas, reduzindo assim a ocorrência de problemas de aderência ao suporte.

Este tipo de fixação poderá ser utilizado em todo o paramento exterior ou

revestimentos numa zona particular do

ser feito recorrendo a outro sistema de fixação.

Caracterização da pedra natural

Instituto Superior Técnico

epresentação esquemática de gatos visíveis ou invisíveis pelo paramento

Gatos metálicos e perfis de sustentação das placas pétreas (fonte: Revista Téchne

Fixação através de interposição de uma estrutura intermédia - a estrutura é constituída na

por metal (pode ser de aço inoxidável, de ligas de alumínio ou d

metais, desde que correctamente protegidos contra a corrosão). Em casos menos comuns

se uma estrutura intermédia de madeira, devidamente protegida.

A estrutura intermédia (Fig. 3.8) deve ser fixada ao suporte nas zonas

sta fixação feita, regra geral, mecanicamente. A fixação dos elementos pétreos à

estrutura intermédia pode ser feita com recurso a elementos metálicos, tais como gatos,

agrafos e outras peças. As fixações utilizadas devem ser inoxidáveis de modo a evitar a

corrosão das mesmas, reduzindo assim a ocorrência de problemas de aderência ao suporte.

Este tipo de fixação poderá ser utilizado em todo o paramento exterior ou

revestimentos numa zona particular do edifício, podendo o revestimento nas restantes zonas

ser feito recorrendo a outro sistema de fixação.

Instituto Superior Técnico

paramento exterior (Lucas, 1990)

fonte: Revista Téchne n.º 10)

a estrutura é constituída na

de ligas de alumínio ou de outros

metais, desde que correctamente protegidos contra a corrosão). Em casos menos comuns,

se uma estrutura intermédia de madeira, devidamente protegida.

deve ser fixada ao suporte nas zonas resistentes da estrutura,

fixação dos elementos pétreos à

pode ser feita com recurso a elementos metálicos, tais como gatos,

er inoxidáveis de modo a evitar a

corrosão das mesmas, reduzindo assim a ocorrência de problemas de aderência ao suporte.

Este tipo de fixação poderá ser utilizado em todo o paramento exterior ou na execução de

edifício, podendo o revestimento nas restantes zonas

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado

Fig. 3.8 - Representação esquemática da fixação de placas de pedra natural

Quando se opta por qualquer um destes sistemas de fixação

paramento por uma caixa de ar, permitindo assim

da fixação por agrafos e pontos de argamassa

3.4.3.3 Tipos de juntas

Quando se executa um revestimento de pedra natural

pois a sua correcta concepção diminui a patologia do revestimento ao longo da sua vida útil.

As juntas garantem a absorção das deformações impostas pelos

podendo ser:

a) abertas - quando o espaço deixado entre as placas do revestimento não

b) colmatadas - quando

impedindo assim a penetração de água

A selecção do material de colmatação das juntas deverá ser feita tendo em conta a dimensão das

mesmas, assim como as propriedades do suporte, da pedra natural, da localização do edifício e

consequentemente, as acções a que o revestimento estará sujeito.

Segundo o documento de Homologação DH 864 do LNEC

flexíveis não deverá exceder

grandes dimensões, o que poderia

ainda a necessidade de execução de juntas flexíveis

juntas estruturais do edifício e nas transições entre materiais de diferente natureza.

Quando se opta por um sistema de fixação directa ao suporte as suas juntas serão colmatadas. Caso o

sistema de fixação seja indirecto ao suporte

Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil

Representação esquemática da fixação de placas de pedra natural sobre (Lucas, 1990)

opta por qualquer um destes sistemas de fixação, os elementos pétreos ficam separados d

paramento por uma caixa de ar, permitindo assim a colocação de um isolante térmico, salvo no caso

da fixação por agrafos e pontos de argamassa - devido ao elevado número de pontos de argamassa

Quando se executa um revestimento de pedra natural, as juntas assumem um papel preponderante,

concepção diminui a patologia do revestimento ao longo da sua vida útil.

absorção das deformações impostas pelos elementos pétreos do

quando o espaço deixado entre as placas do revestimento não

quando esse espaço é preenchido com argamassas ou material

impedindo assim a penetração de água.

A selecção do material de colmatação das juntas deverá ser feita tendo em conta a dimensão das

assim como as propriedades do suporte, da pedra natural, da localização do edifício e

s a que o revestimento estará sujeito.

Segundo o documento de Homologação DH 864 do LNEC (2007), o espaçamento entre juntas

flexíveis não deverá exceder 3 metros, devendo por isso evitar-se a utilização de placas pétreas de

grandes dimensões, o que poderia causar maior concentração de tensões. O referido documento

ainda a necessidade de execução de juntas flexíveis nas zonas limítrofes da parede, assim como nas

juntas estruturais do edifício e nas transições entre materiais de diferente natureza.

ando se opta por um sistema de fixação directa ao suporte as suas juntas serão colmatadas. Caso o

sistema de fixação seja indirecto ao suporte, as juntas podem ser deixadas abertas ou

Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

33

sobre estrutura intermédia

os elementos pétreos ficam separados do

a colocação de um isolante térmico, salvo no caso

ro de pontos de argamassa.

as juntas assumem um papel preponderante,

concepção diminui a patologia do revestimento ao longo da sua vida útil.

elementos pétreos do revestimento,

quando o espaço deixado entre as placas do revestimento não é preenchido;

ou material equivalente,

A selecção do material de colmatação das juntas deverá ser feita tendo em conta a dimensão das

assim como as propriedades do suporte, da pedra natural, da localização do edifício e,

, o espaçamento entre juntas

se a utilização de placas pétreas de

sões. O referido documento refere

nas zonas limítrofes da parede, assim como nas

juntas estruturais do edifício e nas transições entre materiais de diferente natureza.

ando se opta por um sistema de fixação directa ao suporte as suas juntas serão colmatadas. Caso o

abertas ou ser colmatas. No

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Capítulo 3 - Caracterização da pedra natural

34 Instituto Superior Técnico

caso particular da fixação com recurso a gatos, as juntas entre placas podem ser consideradas como

juntas flexíveis e, quando forem colmatadas, deverão sê-lo preferencialmente com mastique, evitando

o uso de argamassa. No entanto, para uma maior durabilidade, a largura das juntas não deverá ser

inferior a 5 milímetros.

As juntas podem ainda ser sobrepostas ou de topo (Fig. 3.9). As juntas sobrepostas são utilizadas

predominantemente em elementos de revestimento de dimensão reduzida (soletos ou lâminas).

Fig. 3.9 - Revestimento com juntas sobrepostas (à esquerda) e revestimento com juntas de topo (à direita)

Actualmente, as juntas podem ainda assumir um papel de ordem estética, podendo ser preenchidas

com materiais de diversas cores - materiais aos quais foram acrescidos pigmentos - conseguindo-se

assim uma maior compatibilidade entre as placas pétreas e as juntas.

3.4.4 Selecção dos materiais

A selecção dos materiais deve ser feita de forma cuidada, de forma a garantir que se prescrevem as

opções correctas mediante as diversas situações.

3.4.4.1 Selecção da pedra natural

A selecção da pedra natural assume uma enorme importância nos revestimentos exteriores, visto que

pedras diferentes, quando sujeitas às mesmas solicitações, assumem comportamentos bastante

distintos. Assim sendo, esta selecção não deverá basear-se apenas em razões de ordem estética e

económica.

Para assegurar a durabilidade dos revestimentos pétreos, é necessário seleccionar criteriosamente as

pedras utilizadas consoante as solicitações a que estará sujeita ao longo da sua vida útil. Nessa

selecção, existem dois factores a ter em conta, que são (Pinto, 1993):

a) os factores extrínsecos - que estão relacionados com factores exteriores, tais como as acções

climáticas e ambientais, a acção humana, entre outros;

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 35

b) os factores intrínsecos - que são inerentes à própria pedra, como é o caso das sua resistência,

as suas características físicas e mecânicas e as suas características petrográficas - tais como a

existência de microfissuras, a textura, a porosidade aparente e a sua composição (presença de

alguns minerais mais alteráveis).

A selecção do tipo de pedra tem uma componente geográfica muito importante, sendo natural o uso

de certos tipos de pedra perto das suas jazidas naturais. A estratificação da jazida influencia a

extracção e colocação da pedra natural em obra.

Após a selecção da pedra natural, é necessário ainda definir a espessura das placas pétreas a colocar

no revestimento, sendo esta condicionada pelo tipo de pedra utilizada e suas dimensões, pelo modo de

fixação e pelas solicitações a que estará sujeita. Os elementos pétreos que constituem o revestimento

têm diferentes nomenclaturas consoante as suas dimensões faciais. Podem ser:

• placas pétreas - elementos de maior dimensão e mais comuns, que apresentam, segundo

Paiva e Veiga (2000), uma relação comprimento / largura inferior a 3;

• escamas ou soletos - elementos de pequena dimensão, colocados no revestimento geralmente

com juntas sobrepostas; a utilização mais comum é em coberturas;

• lâminas - elementos de largura reduzida e elevado comprimento.

Esta selecção é actualmente mais fácil, visto que os catálogos fornecem informação detalhada

relativamente às características da pedra natural. Assim sendo, quando se selecciona uma determinada

pedra natural para aplicação no revestimento, há a ter em conta se esta possui marcação CE. Esta

marcação surgiu no seguimento da crescente preocupação relativamente à qualidade dos materiais de

construção, permitindo uma maior fiabilidade no produto por parte do cliente, pois garante que a

pedra natural está em conformidade com os requisitos e legislação aplicáveis. De facto, no que

concerne aos produtos em pedra natural, existem normas harmonizadas que possuem referências a

todas as normas de ensaio relevantes para garantir o cumprimento das características fundamentais

descritas pela directiva dos produtos de construção; no caso específico da pedra natural enquanto

material de revestimento de paredes, é utilizada, na avaliação da conformidade, a norma NP EN

1469:2006 (Produtos em pedra natural - placas para revestimento de paredes: requisitos).

3.4.4.2 Selecção do tipo de acabamento de superfície

A escolha do tipo de acabamento (Tabela 3.3 e Fig. 3.10) é feita essencialmente por motivos de

ordem estética. No entanto, esta selecção pode influenciar a resistência e durabilidade da pedra

natural. Deve-se por isso seleccionar convenientemente o tipo de acabamento, consoante o fim a que

este se destina.

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Capítulo 3 - Caracterização da pedra natural

36 Instituto Superior Técnico

Tabela 3.3 - Descrição dos vários tipos de acabamentos (adaptado de Moura, 2005)

Tipo de acabamento Descrição do processo de fabrico

Fendido ou lascado Obtém-se manualmente, ou por intermédio de cunhas ou cinzéis, ou por intermédio de prensas

hidráulicas providas de cunhas. Este processo resulta numa superfície rugosa e irregular.

Serrado É o acabamento resultante da serragem nos engenhos: superfícies planas com sulcos ou

ondulações mais ou menos rectilíneos e paralelos.

Cortado

É um acabamento obtido através de serragem (com serras de disco ou talha-blocos). A

superfície da pedra mostra sulcos curvilíneos mais ou menos evidentes produzidos pelos discos

de serragem.

Apicoado Depois de aplanada, a superfície a tratar é golpeada com um picão ou picola, provocando o

destaque de pequenos grãos e tendo como resultado uma superfície regular finamente rugosa.

Escacilhado A superfície da pedra é golpeada por intermédio de cinzéis, ponteiros, etc., destacando-se

esquírolas. Tem como resultado uma superfície bastante irregular e rugosa.

Bujardado

É obtido quer manualmente quer automaticamente, golpeando a pedra com a bujarda, que

consiste num martelo com a cabeça de aço com dentes piramidais. O acabamento bujardado

pode ser mais fino ou mais grosseiro consoante o tamanho dos dentes da cabeça da bujarda

utilizada.

Areado

Este acabamento é conseguido através do impacto abrasivo, na superfície a tratar, de um jacto

de água a alta pressão colectando areia siliciosa. O aspecto homogéneo, fino e regular, que se

obtém tem grande interesse ornamental.

Gastejado

(ranhurado)

Trata-se de um tipo de acabamento caracterizado pela execução de caneladuras paralelas, em

geral de perfil côncavo ou trapezoidal.

Flamejado

É um aspecto algo irregular (ondulado) mas relativamente macio que se obtém por tratamento

da superfície da pedra com a chama de um maçarico aplicada obliquamente. Induz alteração

cromática, no sentido de tonalidades mais quentes do que as originais.

Polido

A superfície tratada torna-se lisa, brilhante e reflecte a luz. Obtém-se pela acção de cabeças

rotativas friccionando a superfície da pedra com abrasivos de granulometria cada vez menor,

terminando com cabeças de feltro.

Amaciado O processo é idêntico ao do polimento, apenas não sendo aplicados os abrasivos de grão mais

fino e as cabeças de feltro. A superfície obtida é também lisa, mas de aspecto malte.

Quando aplicada em revestimentos exteriores, a pedra natural deverá preferencialmente possuir um

acabamento com superfície rugosa (por exemplo: escacilhado), pois esta dificulta a absorção de água

que, como referido, é uma das maiores causadoras de anomalias. No entanto, os acabamentos rugosos

também possuem inconvenientes quando aplicados no exterior, pois aumentam a área exposta da

pedra natural, ficando mais sujeitos às condições atmosféricas adversas.

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 37

Os acabamentos com superfície lisa, como é o caso do polimento, tornam impermeáveis pedras pouco

porosas. No entanto, são mais susceptíveis a manchas devido à acção da água.

Fig. 3.10 - Alguns tipos de acabamentos de superfície da pedra natural - polido, escacilhado e bujardado (retirado de “Tons de Pedra”, 2009)

3.4.5 Cuidados de execução e métodos de prevenção de anomalias

Na execução de revestimentos de paredes de pedra natural, a utilização de mão-de-obra qualificada e

certos cuidados de execução poderão evitar anomalias futuras. É ainda importante que se respeite o

prescrito no projecto.

O suporte deve encontrar-se em bom estado de conservação e limpo (isento de gorduras e sujidades)

para que a aderência ao suporte não fique comprometida. A superfície do suporte deve, ainda,

encontrar-se o mais regular possível.

A colocação das placas pétreas, principalmente quando se trata de um sistema de fixação indirecto ao

suporte, deve ser feita com o máximo de cuidado, evitando assim a fissuração das mesmas. Deverá

garantir-se que os elementos de fixação são em número suficiente e capazes de suportar o peso do

revestimento.

Na fixação directa ao suporte, após aplicação do material de colagem ou selagem, devem pressionar-

se as placas de pedra natural contra o revestimento, de modo a obter uma maior aderência.

Na execução das juntas, é boa prática utilizar uma régua de calibração, de modo a obter uma

regularização das juntas. Estas devem ser preenchidas com materiais adequados a cada situação e

devem ser capazes de absorver as deformações impostas pelo revestimento.

Existem tratamentos utilizados na prevenção e conservação da pedra natural, tais como

impermeabilização ou hidrofugação superficial das pedras, colmatação superficial por via química

dos poros e protecção das pedras por reacção química. É importante referir que todo e qualquer

tratamento que impermeabilize a pedra natural impedirá a água existente no suporte de sair, o que, no

caso de existirem sais solúveis no suporte, dará origem a criptoflorescências.

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Capítulo 3 - Caracterização da pedra natural

38 Instituto Superior Técnico

3.5 Fenómenos de degradação dos revestimentos de pedra natural de paredes

Para uma correcta previsão da vida útil da pedra natural enquanto revestimento de paredes, é

necessário conhecer com algum rigor os mecanismos de degradação associados à mesma. Entende-se

por mecanismo de degradação a sequência de alterações a que o revestimento de pedra natural está

sujeito, que originam uma alteração prejudicial nas suas características físicas, químicas ou

mecânicas. Esta sequência de alterações ocorre quando o elemento está exposto a factores de

degradação, que podem ser a exposição ambiental e biológica, erros de utilização e concepção, a

errada utilização do material, a sua incorrecta manutenção e acções de origem mecânica.

A pátina caracteriza-se pela alteração natural da pedra natural, ficando esta com um aspecto

envelhecido. Na presente dissertação, não se considera a pátina como sendo uma anomalia, visto que

não está associada a nenhum mecanismo de degradação, sendo devida ao envelhecimento natural

(reacções físico - químicas entre a pedra e o ambiente e acções biológicas) conferindo, em alguns

casos, valor patrimonial.

3.5.1 Anomalias estéticas

3.5.1.1 Eflorescências / criptoflorescências

As eflorescências (Fig. 3.11) caracterizam-se pela cristalização de sais à superfície da pedra natural,

causando manchas com consistência pulverulenta, que produzem um efeito estético indesejável e que

ao longo do tempo poderão influenciar as características de durabilidade do revestimento.

As eflorescências surgem devido à dissolução de sais solúveis em água, tendo esta origem na

humidade existente no suporte, devida a humidades ascensionais (existentes por exemplo nas colas

usadas na colagem de placas pétreas) ou a águas que aí penetram provenientes do exterior. Quando

essa água ascende à superfície, vai evaporar, originando a deposição dos sais que transportava,

cristalizando estes à superfície. Por sua vez, os sais podem provir dos materiais de colagem ou

selagem (no caso de fixação directa) ou podem estar depositados no suporte.

As manchas provocadas pelas eflorescências podem ter diversas cores consoante os sais presentes,

sendo as manchas brancas as mais comuns. Segundo Hesselbarth et al. (2006), as eflorescências que

provocam manchas brancas podem ser de dois tipos: eflorescências de cal e eflorescências de silicato

causadas por reacções de silicatos alcalinos. Estes dois tipos distinguem-se através da limpeza das

manchas brancas com um produto ácido; no caso de não se verificar qualquer reacção, trata-se de

eflorescências de silicato. Caso se trate de eflorescências de cal, após a limpeza com o referido

produto, formam-se bolhas de gás imediatamente visíveis.

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 39

A eliminação desta anomalia é realizada através da limpeza e manutenção das fachadas, podendo

acarretar elevados custos.

As criptoflorescências são anomalias em tudo semelhantes às eflorescências, que se verificam quando

a cristalização de sais se dá abaixo da superfície do revestimento (entre a parede e o revestimento).

Esta anomalia provoca, geralmente, o empolamento do revestimento, sendo esta verificada no caso de

fixação directa dos elementos de pedra natural ao paramento.

3.5.1.2 Manchas localizadas, sujidade superficial e alteração cromática

As manchas existentes no revestimento (Fig. 3.11) são anomalias que alteram o seu aspecto, através

da alteração da textura e cor do mesmo, podendo ter várias causas. Podem ser manchas de humidade,

de poluição, podem ser devidas à utilização inadequada de um tipo de pedra natural ou aos materiais

utilizados na colagem das placas pétreas. Outra situação que origina a degradação visual do

revestimento é a colagem de cartazes e autocolantes.

Certos acabamentos superficiais da pedra natural favorecem a retenção de poeiras e sujidades, como é

o caso do acabamento rugoso. Essa retenção propicia a degradação estética do revestimento.

No caso das manchas de humidade, estas são mais recorrentes em fachadas expostas à acção da chuva

aliada a ventos fortes. A fissuração do revestimento é outro dos factores condicionantes para a

infiltração de água, assim como as propriedades intrínsecas dos elementos pétreos usados no

revestimento que propiciam a absorção de água (como é o caso da sua porosidade - referida

anteriormente).

As manchas devidas a alterações cromáticas são devidas essencialmente ao envelhecimento natural da

própria pedra, assim como a fenómenos de ordem química. Estas alterações de cor não constituem

apenas um problema estético, pois debaixo destas manchas ocorrem reacções químicas que favorecem

a degradação da pedra natural.

Fig. 3.11 - Anomalias estéticas: eflorescências e manchas localizadas (devido ao material de colagem e devido a humidade ascensional)

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Capítulo 3 - Caracterização da pedra natural

40 Instituto Superior Técnico

3.5.1.3 Graffiti

Os graffiti (Fig. 3.12) são uma anomalia estética devida a acções de vandalismo, que se caracteriza

pela pintura da pedra natural com recurso a tintas em spray. Sendo a pedra natural um material

poroso, a remoção dos graffiti nem sempre é fácil, sendo por vezes necessário remover a camada

superficial da pedra natural. Esta remoção pode contribuir para a ocorrência de novos mecanismos de

degradação, devido à diminuição da espessura da placa pétrea.

Fig. 3.12 - Anomalias estéticas: sujidade superficial e graffiti

3.5.1.4 Contaminação biológica

A contaminação biológica (Fig. 3.13) da pedra natural provoca a degradação da pedra natural através

de processos químicos e é provocada por organismos de origem vegetal ou animal (Tabela 3.4). Esta

contaminação pode dever-se a colonização biológica (algas, líquenes e musgo), a vegetação (que

nasce nas juntas e fendas do revestimento) e a excrementos de animais (nocivos para a pedra natural).

Tabela 3.4 - Principais microorganismos responsáveis por biodeterioração na pedra natural (adaptado de Allsopp, 2002 (in Alarcão, 2003))

Microorganismos Produtos de metabolismo Efeitos na pedra

Bactérias autotróficas Ácidos inorgânicos Dissolução

Bactérias heterotróficas Ácidos orgânicos Dissolução

Formação de pátina

Fungos Ácidos orgânicos Deterioração mecânica e química

Algas e cianobactérias Ácidos orgânicos ou

compostos quelantes

Retenção de água

Favorecimento do crescimento de seres heterotróficos

Dissolução de minerais

Formação de pátina e películas de cores diversas

Líquenes Ácidos orgânicos,

sobretudo ácido oxálico

Deterioração física e química

Aumento de porosidade

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 41

3.5.1.4.1 Vegetação parasitária

Certas aves transportam terra e sementes que depositam no revestimento propiciando assim o

crescimento de vegetação parasitária (Fig. 3.13). Esta surge, em geral, nas juntas entre placas pétreas

ou nas fissuras existentes. A vegetação parasitária contribui para o acréscimo de tensões, devido às

suas raízes, contribuindo para abrir cada vez mais as fissuras, podendo mesmo originar a fracturação

da placa pétrea.

Fig. 3.13 - Vegetação parasitária existente entre duas placas pétreas e colonização biológica

3.5.1.5 Deficiências de planeza

Entendem-se por deficiências de planeza (Fig. 3.14) os casos em que os elementos pétreos do

revestimento se encontram colocados de forma irregular. Esta anomalia propicia, no caso de

revestimentos com juntas abertas, a infiltração de água, facilitando assim a ocorrência de outras

anomalias.

Fig. 3.14 - Deficiências de planeza do revestimento

3.5.2 Deterioração das juntas

A deterioração das juntas (Fig. 3.15) ocorre quando o material de preenchimento fica fissurado,

podendo mesmo ocorrer a perda de material de colmatação. Esta anomalia implica a perda de

funcionalidade das juntas, que é impedir a infiltração de água e absorver as deformações do

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Capítulo 3 - Caracterização da pedra natural

42 Instituto Superior Técnico

revestimento, proporcionando assim a ocorrência de outras anomalias, tais como descolamentos,

eflorescências / criptoflorescências, alteração de cor, colonização biológica e fissuração.

Fig. 3.15 - Falta de linearidade da junta entre placas pétreas, perda de material de colmatação das juntas e lascagem do material pétreo na proximidade da junta

3.5.3 Perda de integridade

3.5.3.1 Fracturação / fissuração

A fracturação e a fissuração (Fig. 3.16) caracterizam-se por aberturas nas placas pétreas de

revestimento, no entanto, são anomalias distintas. A fissuração dá-se a nível superficial, podendo ser

fina, distribuindo-se por todo o revestimento sem orientação preferencial ou podendo ser de largura

significativa. A fracturação dá-se a toda a profundidade do revestimento, originando em alguns casos

a separação do elemento pétreo causando o seu afastamento, criando assim o risco de desprendimento

do suporte. No entanto, a fracturação não implica a perda de material pétreo, como acontece com a

lascagem (referida mais à frente no presente capítulo).

Estas anomalias são devidas a acções mecânicas, a defeitos do elemento pétreo ou a erros de

execução. As acções mecânicas caracterizam-se essencialmente por choques (acidentais ou

vandalismo) e por deformações do suporte quer seja por flexão, quer seja por retracção devido a

alterações do teor em água, quer seja por dilatação devida a variações de temperatura ou a

assentamento do suporte.

Fig. 3.16 - Fracturação e fissuração da placa pétrea

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Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 43

3.5.3.2 Degradação do material

Considera-se que a alveolização, a picadura ou picamento, a escamação, a esfoliação, a placa e

plaqueta, a erosão, a esfoliação e a pulverização são anomalias que provocam a degradação da pedra

natural (Fig. 3.17), assumindo maior ou menor gravidade consoante a espessura afectada da pedra.

Qualquer destas anomalias está associada à perda de material pétreo.

A alveolização é um tipo de degradação do material que se caracteriza pela formação de cavidades

(alvéolos) na superfície pétrea. A picadura ou picamento é semelhante à alveolização mas as

cavidades formadas têm dimensões inferiores (milimétricas).

A escamação do revestimento de pedra natural caracteriza-se pelo destacamento de pequenas porções

(escamas) dos elementos de pedra natural. A esfoliação, por sua vez, caracteriza-se pela divisão da

pedra natural em lâminas. A placa e plaqueta são definidas por Henriques et al. (2005) como o

destaque de fragmentos achatados paralelos à superfície. A espessura desses fragmentos é superior a

meio milímetro no caso da placa e inferior a meio milímetro no caso da plaqueta.

Designam-se por pulverização os casos em que a superfície da pedra natural perde coesão, ocorrendo

a perda de material em forma de pó.

Fig. 3.17 - Degradação do material: erosão, esfoliação, alveolização e erosão (da esquerda para a direita)

A erosão ou desgaste pode dever-se ao impacto de partículas em suspensão no ar, que deste modo

destroem a camada superficial e alteram o acabamento da pedra natural. Frequentemente, a erosão dá-

se de forma distinta nas diferentes zonas do revestimento, designando-se então por erosão diferencial.

Alguns tipos de pedra não devem ser utilizados em determinados ambientes ou até mesmo no

exterior, pois, devido à sua constituição, assumem um comportamento que as deixa desfiguradas. É o

caso dos calcários que, quando exposto a chuvas ácidas (com presença de dióxido de enxofre), vão

sofrer erosão por dissolução.

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Capítulo 3 - Caracterização da pedra natural

44 Instituto Superior Técnico

3.5.4 Anomalias na fixação ao suporte

A fixação ao suporte dos revestimentos de pedra natural deverá ser garantida durante o seu tempo de

vida útil. O desprendimento de uma placa de pedra natural poderá provocar danos graves em pessoas

e bens. A degradação das fixações e o descolamento constituem a principal causa de queda de placas

pétreas do revestimento.

3.5.4.1 Degradação das fixações

Quando se opta, por diversos motivos, por fixação indirecta das placas pétreas com recurso a fixações

metálicas, é necessário ter cuidado para evitar o risco de corrosão bimetálica. No caso, por exemplo,

dos gatos de aço inox, é indispensável que se evite a formação de um par galvânico forte (segundo o

documento de homologação LNEC DH 864 de 2007). Este par galvânico forte forma-se através do

contacto entre o aço inoxidável e materiais como o aço macio, ferro fundido, alumínio e zinco. A

referida homologação refere ainda o cuidado a ter em revestimentos exteriores, para que os gatos não

toquem em elementos de cobre, bronze de alumínio, bronze de silício e bronze de fósforo.

Outros factores preponderantes na corrosão dos elementos metálicos são o contacto com a água e a

poluição. As fixações, ao degradarem-se / corroerem, vão originar manchas ferruginosas na pedra

natural, podendo ainda originar a sua fissuração e desagregação.

Os elementos de fixação podem ainda flectir (Fig. 3.18), originando deficiências de planeza do

revestimento, que poderão dar origem à fissuração, lascagem ou até mesmo ao desprendimento de

placas pétreas.

3.5.4.2 Descolamento

Esta anomalia é caracterizada pelo destacamento de elementos do revestimento, que pode dar-se entre

o material de assentamento e suporte ou entre o material de assentamento e a placa de pedra natural.

Uma das principais causas desta anomalia é a má aderência do revestimento ao suporte, quer pela

utilização incorrecta do sistema de fixação, quer pela incorrecta preparação do suporte ou pela má

execução do revestimento (erros de aplicação). Outra das causas por que se verificam descolamentos

é o empolamento da placa pétrea devido a criptoflorescências.

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Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 45

Fig. 3.18 - Dois casos de perda de um elemento pétreo no revestimento e flexão do elemento de fixação

3.5.4.3 Lacuna parcial e lascagem do elemento pétreo

A lacuna parcial do elemento pétreo (Fig. 3.19, à esquerda) caracteriza-se pela perda de material,

devida essencialmente a acções mecânicas (choques acidentais ou vandalismo). Esta anomalia é mais

recorrente em zonas do revestimento mais perto do solo.

A lascagem do elemento pétreo (Fig. 3.19, ao centro e à direita) distingue-se pela perda de fragmentos

de material pétreo. Esta anomalia é mais comum na zona das fixações metálicas e nos bordos das

placas pétreas.

Fig. 3.19 - Lacuna e lascagem do elemento pétreo na zona das fixações metálicas

3.6 Causas prováveis

Identificar as causas prováveis das anomalias existentes em revestimentos de edifícios correntes

prende-se com inúmeras dificuldades, visto que, na maioria das vezes, as anomalias surgem da

conjugação de vários factores, factores esses que podem dar-se em simultâneo ou suceder-se ao longo

do tempo.

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Capítulo 3 - Caracterização da pedra natural

46 Instituto Superior Técnico

3.6.1 Acção humana

A acção humana é uma das principais causas de surgimento de anomalias, quer por inadequada

concepção e execução do revestimento, quer pela prescrição de materiais ou soluções inadequadas ou

por actos de vandalismo. Por vezes, a inacção humana pode também ser nefasta. A realização de

manutenções periódicas constitui um procedimento essencial para a durabilidade dos revestimentos.

3.6.1.1 Erros de concepção

Na fase de projecto, é necessário que se seleccionam os materiais e técnicas construtivas adequados,

mediante cada situação. Devem quantificar-se as acções a que o revestimento estará sujeito, tornando-

o adequado a nível técnico, económico e ambiental.

Para evitar erros de execução, o projecto não deve ser omisso relativamente a factores que

condicionam a durabilidade, referidos anteriormente, tais como:

• a selecção da pedra natural - deve definir-se o tipo de pedra, o tipo de acabamento, as

dimensões das placas pétreas e a sua espessura;

• o tipo de fixação e material de fixação caso se opte por fixação directa ao suporte;

• os tipos e dimensões das juntas.

A escolha incorrecta do tipo de pedra constitui uma das principais causas de deterioração dos

revestimentos pétreos. É importante que se avaliem as características da pedra natural, seleccionando

assim aquela que melhor se adequa a cada aplicação. A espessura da placa pétrea também influencia o

seu comportamento, visto que placas de espessura reduzida são mais susceptíveis a manchas de

humidade e perda de integridade do material.

Segundo Sousa et al. (2003), o aumento da utilização da pedra natural não fomentou o

aperfeiçoamento das soluções construtivas ao nível do projecto e execução dos trabalhos, já que veio

antes originar a degradação qualitativa de soluções dominadas no passado e o recurso a soluções

experimentais pretensamente possíveis com recurso a materiais de colagem quase “milagrosos”.

Na Fig. 3.20, constata-se que o sistema de fixação influenciou a durabilidade do revestimento. Apesar

de todo o revestimento ser composto pelo mesmo tipo de pedra, a parte inferior do edifício apresenta

maior deterioração, por ter sido fixada directamente ao suporte, encontrando-se manchada devido ao

material de colagem.

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 47

Parte superior do edifício, em que as placas pétreas

do revestimento foram fixadas mecanicamente

Edifício no Parque das Nações Parte inferior do edifício, em que as placas pétreas

foram fixadas directamente ao suporte

Fig. 3.20 - Edifício com revestimento pétreo, em que o sistema de fixação influenciou a degradação das placas de pedra natural

O projecto deve ainda identificar, no caso da fixação indirecta ao suporte, a pormenorização dos

elementos de fixação. No caso das juntas, deve proceder-se à prescrição de juntas com dimensões

adequadas, evitando tensões entre as placas pétreas, que potenciam a fissuração ou lascagem das

mesmas.

A configuração do revestimento é outro factor a ter em conta na fase de projecto, pois devem evitar-

se situações em que as acções de limpeza e manutenção não são possíveis.

3.6.1.2 Erros de execução

A execução, fase de materialização física da intervenção, é um dos períodos mais críticos da vida de

um edifício. De facto, é nesta fase que ocorrem muitos procedimentos e decisões que afectam de

forma definitiva a construção e que podem estar na origem de inúmeras anomalias (INH, 2006).

Mesmo quando o projecto é rigoroso, por vezes factores económicos favorecem a utilização de

materiais diferentes em obra dos prescritos no projecto, como é o caso da utilização de outro tipo de

pedra ou de outro material de fixação das placas pétreas.

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Capítulo 3 - Caracterização da pedra natural

48 Instituto Superior Técnico

Outros erros de execução mais comuns são (INH, 2006; Neto, 2008):

• o desrespeito pelos tempos de execução do revestimento;

• a inadequada colocação dos elementos de fixação;

• a inadequada protecção dos elementos de fixação contra os agentes agressivos;

• a aplicação do revestimento em suportes preparados de forma inadequada;

• a inadequada estereotomia das placas pétreas relativamente ao prescrito no projecto;

• a aplicação de placas pétreas com defeitos - defeitos que podem ser adquiridos na produção,

transporte ou colocação no revestimento;

• o desrespeito pelas dimensões das juntas;

• a má interpretação do projecto;

• a falta de qualificação da mão de obra;

• a utilização de métodos construtivos inadequados.

Os erros de execução são os mais difíceis de identificar na fase de utilização do edifício, devido à

insuficiência de fiscalização e de registos em obra.

3.6.1.3 Erros de utilização e vandalismo

Na fase de utilização do edifício, as principais causas de anomalias são os erros de utilização, os

choques acidentais e o vandalismo.

3.6.1.3.1 Erros de utilização

Os erros de utilização caracterizam-se essencialmente:

• pela alteração das condições de utilização previstas - pode originar movimentos de natureza

estrutural, que afectarão os movimentos do suporte e, consequentemente, a fissuração do

revestimento;

• pela falta de manutenção do revestimento - que permite que os fenómenos de degradação

ocorram livremente;

• pela reparação inadequada do revestimento - que pode originar a formação de novas

anomalias ou acelerar anomalias já existentes.

É, portanto, de extrema importância que a manutenção e reparação deste tipo de revestimento sejam

feitas por mão-de-obra qualificada para o efeito.

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 49

3.6.1.3.2 Vandalismo

O vandalismo, tal como acontece no caso dos acidentes, é impossível de prever e ocorre em zonas

mais próximas do chão. Os actos de vandalismo dão origem essencialmente a graffiti e à fracturação

dos elementos pétreos do revestimento (choques intencionais).

3.6.2 Acções ambientais

As acções ambientais são responsáveis por parte dos mecanismos de degradação. Estas acções podem

ser físicas, químicas ou biológicas.

3.6.2.1 Acção da água

A água constitui uma das acções ambientais mais nefastas na pedra natural, é responsável por

diversas anomalias e favorece o crescimento de organismos vivos.

Segundo Batalha e Gomes (2008), os ciclos de molhagem / secagem afectam prejudicialmente a pedra

natural, não só a nível superficial mas também a nível dos seus poros e fissuras, sendo esses ciclos

agravados pela presença do vento e da radiação solar.

A água da chuva transporta diversos compostos que favorecem a degradação da pedra natural. A água

absorvida vai deixar no interior da pedra natural os sais que a constituíam, sais esses que ao

cristalizarem vão provocar tensões no interior da pedra natural, podendo causar a dissolução da

mesma. No caso da chuva ácida, existente em ambientes poluídos, que tem na sua constituição o

dióxido de enxofre, quando em contacto com pedras carbonatadas, origina a sua deterioração.

A água pode ainda chegar ao revestimento na forma de humidade ascensional, transportando assim

sais presentes no terreno. Pode ainda ser proveniente da construção, como é o caso da colocação do

revestimento desrespeitando os tempos de secagem do suporte e do material de assentamento (fixação

directa). Outra das causas da humidade nos revestimentos são as causas fortuitas, como no caso de

deficiente funcionamento de equipamentos (roturas de canalizações, entupimento de caleiras, entre

outras situações).

Em zonas costeiras, é comum a existência de soluções salinas na água da chuva, que contribui não só

para a degradação do material pétreo, mas também para a corrosão das fixações metálicas no caso da

fixação indirecta.

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Capítulo 3 - Caracterização da pedra natural

50 Instituto Superior Técnico

Os ciclos gelo / degelo provocam tensões internas na pedra natural, podendo mesmo originar a sua

fragmentação. Esta situação caracteriza-se pela passagem do estado líquido para o estado sólido da

água existente nos poros do material pétreo.

3.6.2.2 Acção do vento

O vento associado a outros factores provoca a alteração dos revestimentos de pedra natural. O vento

transporta partículas em suspensão no ar, causando a erosão da superfície da pedra. Essas partículas

podem ainda depositar-se na superfície pétrea, sendo assim responsáveis pela sujidade superficial.

A acção do vento associada à acção da chuva propicia a molhagem diferencial do revestimento,

permitindo que a água penetre nas fissuras do revestimento. O vento causa ainda a secagem

diferencial do revestimento, devido a facilitar temperaturas diferenciais no revestimento.

3.6.2.3 Acções biológicas

As acções biológicas são devidas a organismos vivos, que podem ter origem vegetal (vegetação

parasitária, líquenes, algas), animal (pombos, insectos) ou fungos.

As acções biológicas de origem vegetal e os fungos são favorecidos pelos ciclos de molhagem /

secagem e pela radiação solar. Os dejectos de seres vivos que são ricos em nitratos, constituem uma

fonte de sais solúveis quando em contacto com a pedra natural.

3.6.2.4 Acumulação de sujidade e envelhecimento natural

A acumulação de sujidade é bastante influenciada pela acção do vento e da chuva, pois deve-se

essencialmente à “lavagem” diferencial do revestimento, sendo mais comum em zonas mais

resguardadas do revestimento.

O envelhecimento natural é também uma causa de deterioração, pois, com o passar do tempo, a pedra

natural vai-se modificando naturalmente.

3.6.3 Acidentes

Os acidentes são imprevisíveis, podendo ter uma origem natural (sismo, tempestades, cheias) ou

origem humana (explosões, fogo, inundação, choques).

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 51

Os choques acidentais são responsáveis muitas vezes pela perda de material pétreo do revestimento,

sendo talvez a maior causa de fracturação do revestimento. Esta causa é impossível de antever,

sabendo-se no entanto que ocorre mais facilmente em zonas acessíveis.

3.7 Conclusões

As pedras naturais apresentam uma enorme diversidade, podendo quase todas elas ser empregues em

revestimentos. No entanto, é necessário compreender que não deverão ser usadas de forma

indiscriminada.

Sendo a acção humana umas das principais causas de anomalias em revestimentos pétreos, é

premente apostar na formação profissional dos técnicos responsáveis e sensibilizar os utilizadores

para uma adequada manutenção dos seus bens.

Neste capítulo, pretendeu-se realizar o “estado da arte” relativamente à pedra natural enquanto

material de revestimento, às implicações de certos factores na sua durabilidade e às principais

anomalias de que é alvo, assim como às suas principais causas.

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Capítulo 3 - Caracterização da pedra natural

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 53

4 Trabalho de campo

4.1 Introdução

O trabalho de campo constitui uma etapa importantíssima para a elaboração de um modelo de

previsão da vida útil eficaz.

A realização do trabalho de campo é auxiliada por uma ficha de inspecção e diagnóstico, a

desenvolver neste capítulo, que contém todos os elementos necessários à correcta definição do

revestimento inspeccionado, assim como da patologia nele existente.

É necessário referir que as inspecções visuais constituem uma ferramenta falível, visto que se trata de

uma “fotografia” do panorama geral do revestimento, sendo por vezes difícil interpretar certos

mecanismos de degradação.

4.1.1 Objectivos e âmbito do trabalho de campo

O objectivo do trabalho de campo é a inspecção visual realizada a revestimentos de pedra natural de

paredes, a fim de fazer o levantamento das anomalias visíveis nele presentes. É no entanto importante

referir que apenas se procedeu a um levantamento superficial do estado de conservação, com o intuito

de quantificar as variáveis a utilizar no modelo de previsão da vida útil.

É de salientar que, independentemente do rigor adoptado no trabalho de campo, este padece de

inúmeras limitações, tais como:

• a elevada susceptibilidade a erros de execução deste tipo de revestimento, que não são

facilmente detectáveis quando este se encontra instalado;

• a dificuldade em realizar medições e visualizar as zonas elevadas do revestimento;

• a dificuldade em obter informação relativa às manutenções e reparações de que o

revestimento foi alvo;

• a subjectividade inerente a quem realiza o trabalho de campo (depende significativamente da

formação do inspector).

As curvas de degradação são definidas através do estudo das várias anomalias ao longo do tempo,

sendo isto possível através da comparação do estado de conservação em diversos edifícios com idades

distintas. É portanto necessário, no trabalho de campo, analisar o maior número de casos possível,

tentando abranger edifícios com uma extensa gama de idades.

Page 70: Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de ... · A previsão da vida útil das construções foi objecto de estudo desde sempre; no entanto, tem-se verificado uma

Capítulo 4 - Trabalho de campo

54

No âmbito do trabalho de campo, foram inspeccionados 124 revestimentos, tentando formar uma

amostra coerente, tendo sido eliminados 4 desses casos pois apresentavam uma degradação anómala

face ao esperado.

4.1.1.1 Amostra analisada

Com o intuito de obter uma amostra coerente, é necessário analisar o conjunto dos revestimentos

pétreos existentes em Portugal. Segu

cerca de 14,6% dos revestimentos pelo exterior. No entanto, não é fácil determinar qual a

percentagem de revestimentos segundo um tipo específico de pedra natural.

Segundo Sobreiro (2005), o volum

distribuiu-se do seguinte modo: 25% de mármores e calcários; 22% de granitos e rochas similares;

52% de pedra de calçada e rústica e apenas 1% de ardósias e xistos. No entanto, da produção total

nacional, estima-se que cerca de 50% seja destinada à exportação (Moura, 2006), não podendo ser

desprezada a parcela da pedra natural importada.

Por sua vez, Soares e Esteves (2008) afirmam que o consumo aparente (produção

importação) da pedra natural no mercado interno em 2003, era de 22,6% de mármores e afins, 13,9%

de granitos e afins e 63,5% de pedra de calçada. Como é possível analisar na

analisada no trabalho de campo 18,3% correspondem a granitos e rochas afins, 31,7% a mármores,

44,2% a calcários e apenas 5,8% a ardósias e xistos.

Fig. 4.1 - Tipos de pedra existentes nos revestiment

É necessário então comparar os dados recolhidos no trabalho de campo com os dados de Soares e

Esteves (2008); para esse efeito, consideram

22

38

0

10

20

30

40

50

60

Granitos e rochas afins

Mármores

N.º de RPN

Tipo de pedra existente nos revestimentos inspeccionados

Trabalho de campo

Instituto Superior Técnico

No âmbito do trabalho de campo, foram inspeccionados 124 revestimentos, tentando formar uma

oerente, tendo sido eliminados 4 desses casos pois apresentavam uma degradação anómala

Amostra analisada

Com o intuito de obter uma amostra coerente, é necessário analisar o conjunto dos revestimentos

pétreos existentes em Portugal. Segundo os Censos (2001), os revestimentos pétreos representam

cerca de 14,6% dos revestimentos pelo exterior. No entanto, não é fácil determinar qual a

percentagem de revestimentos segundo um tipo específico de pedra natural.

), o volume de produção das rochas ornamentais entre 1992 e 2002,

se do seguinte modo: 25% de mármores e calcários; 22% de granitos e rochas similares;

52% de pedra de calçada e rústica e apenas 1% de ardósias e xistos. No entanto, da produção total

se que cerca de 50% seja destinada à exportação (Moura, 2006), não podendo ser

desprezada a parcela da pedra natural importada.

Por sua vez, Soares e Esteves (2008) afirmam que o consumo aparente (produção

atural no mercado interno em 2003, era de 22,6% de mármores e afins, 13,9%

de granitos e afins e 63,5% de pedra de calçada. Como é possível analisar na

analisada no trabalho de campo 18,3% correspondem a granitos e rochas afins, 31,7% a mármores,

44,2% a calcários e apenas 5,8% a ardósias e xistos.

Tipos de pedra existentes nos revestimentos inspeccionados

É necessário então comparar os dados recolhidos no trabalho de campo com os dados de Soares e

Esteves (2008); para esse efeito, consideram-se apenas os dados comuns, considerando

53

7

Mármores Calcários Ardósias e xistos

Tipo de pedra existente nos revestimentos inspeccionados

18,3%

31,7%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

Granitos e rochas afins

Mármores

% de RPN

Tipo de pedra existente nos revestimentos inspeccionados

Instituto Superior Técnico

No âmbito do trabalho de campo, foram inspeccionados 124 revestimentos, tentando formar uma

oerente, tendo sido eliminados 4 desses casos pois apresentavam uma degradação anómala

Com o intuito de obter uma amostra coerente, é necessário analisar o conjunto dos revestimentos

ndo os Censos (2001), os revestimentos pétreos representam

cerca de 14,6% dos revestimentos pelo exterior. No entanto, não é fácil determinar qual a

e de produção das rochas ornamentais entre 1992 e 2002,

se do seguinte modo: 25% de mármores e calcários; 22% de granitos e rochas similares;

52% de pedra de calçada e rústica e apenas 1% de ardósias e xistos. No entanto, da produção total

se que cerca de 50% seja destinada à exportação (Moura, 2006), não podendo ser

Por sua vez, Soares e Esteves (2008) afirmam que o consumo aparente (produção – exportação +

atural no mercado interno em 2003, era de 22,6% de mármores e afins, 13,9%

de granitos e afins e 63,5% de pedra de calçada. Como é possível analisar na Fig. 4.1, da amostra

analisada no trabalho de campo 18,3% correspondem a granitos e rochas afins, 31,7% a mármores,

os inspeccionados

É necessário então comparar os dados recolhidos no trabalho de campo com os dados de Soares e

se apenas os dados comuns, considerando-se assim, que

31,7%

44,2%

5,8%

Mármores Calcários Ardósias e xistos

Tipo de pedra existente nos revestimentos inspeccionados

Page 71: Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de ... · A previsão da vida útil das construções foi objecto de estudo desde sempre; no entanto, tem-se verificado uma

Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 55

a amostra é constituída apenas por mármores e granitos. Analisando apenas estes dois tipos de pedra,

determinou-se a percentagem relativa de cada uma delas (Tabela 4.1).

Tabela 4.1 - Análise dos dados admitindo que a amostra é constituída apenas por mármores e granitos

Tipos de pedra Soares e Esteves

(2008) Trabalho de campo

Soares e Esteves (2008)

Trabalho de campo

Granitos e afins 13,9% 18,3% 13,9 / 36,5 = 38,1% 18,3 / 50 = 36,7% Mármores e afins 22,6% 31,7% 22,6 / 36,5 = 61,9% 31,7 / 50 = 63,3%

Total 36,5% 50% 100% 100%

É necessário referir, no entanto, que os dados dos autores são referentes ao consumo aparente da

pedra natural, não indicando o seu uso; pode genericamente afirmar-se que o uso de granitos se

encontra indelevelmente associado a bancadas de cozinha, podendo este facto justificar alguns

desvios na comparação com os dados recolhidos em campo (Fig. 4.2).

Fig. 4.2 - Dados de Soares e Esteves (2008) em comparação com os dados recolhidos em campo

Importa ainda referir que a amostra analisada é composta por revestimentos que possuem pedra

natural em diferentes áreas da fachada. Foram definidas quatro situações distintas: num primeiro caso,

o revestimento pétreo permanecia apenas no soco da fachada, sendo a restante composta por outro

tipo de revestimento; um segundo caso, relativo a situações onde a fachada era composta apenas por

revestimento pétreo, designada por revestimento integral; um terceiro caso, designado de

revestimento parcial, relativo a casos de estudo onde existia revestimento pétreo em pisos elevados do

revestimento, mas este constituía apenas uma parcela da fachada, sendo a maioria do revestimento

constituído por pintura; por fim, os casos onde o revestimento pétreo se encontrava situado em muros

circundantes de um edifício. São assim, indicados na Fig. 4.3, os dados relativos à distribuição do

revestimento segundo a sua localização na fachada.

Mármores e afins

MármoresGranitos e

rochas similares

Granitos e rochas afins

Sousa e Esteves (2008)

Trabalho de Campo

Sousa e Esteves (2008)

Trabalho de Campo

Tipo de pedra 61,9% 63,3% 38,1% 36,7%

61,9% 63,3%

38,1% 36,7%

0%

20%

40%

60%

80%

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Capítulo 4 - Trabalho de campo

56

Fig. 4.3 - Distribuição percentual dos revestimentos inspeccionados segundo

4.2 Metodologia adoptada

Antes da realização do trabalho de campo, propriamente dito, foi necessário compreender os factores

que influenciam a durabilidade dos re

15686 (2000): as características do material; os factores de projecto; os factores de execução; as

condições ambientais e de exposição e a manutenção.

A manutenção assume primordial importância,

campo, visto que, para efeitos do cálculo da vida útil, a idade do revestimento é determinada a partir

da última grande reparação (como é o caso da substituição ou reparação de placas pétreas). Em alguns

casos, foram contactados os proprietários dos edifícios ou foram consultados os projectos junto das

entidades licenciadoras.

As inspecções visuais foram realizadas da forma mais rigorosa possível, procedendo

escritos (ficha de inspecção e diag

auxiliadas de meios complementares que permitiram caracterizar os revestimentos inspeccionados; os

meios utilizados foram:

• fita métrica que permitiu determinar as dimensões e a espessura das placa

das juntas;

• régua de fissuras que permitiu determinar a largura da fissura nas z

revestimento.

Por sua vez, a área do revestimento foi medida de duas formas distintas: a primeira, em

de reduzidas dimensões, onde foi medida a dimensão de uma placa pétrea e esta foi multiplicada pelo

número de pedras existentes no revestimento;

pedra natural e onde as placas pétreas possuíam dimensões distintas entre si

51%

Trabalho de campo

Instituto Superior Técnico

Distribuição percentual dos revestimentos inspeccionados segundo a sua localização na fachada

Metodologia adoptada

Antes da realização do trabalho de campo, propriamente dito, foi necessário compreender os factores

que influenciam a durabilidade dos revestimentos pétreos. Esses factores são, segundo a norma ISO

15686 (2000): as características do material; os factores de projecto; os factores de execução; as

condições ambientais e de exposição e a manutenção.

A manutenção assume primordial importância, sendo tratada com especial atenção no trabalho de

campo, visto que, para efeitos do cálculo da vida útil, a idade do revestimento é determinada a partir

da última grande reparação (como é o caso da substituição ou reparação de placas pétreas). Em alguns

asos, foram contactados os proprietários dos edifícios ou foram consultados os projectos junto das

As inspecções visuais foram realizadas da forma mais rigorosa possível, procedendo

escritos (ficha de inspecção e diagnóstico) e fotográficos. As inspecções visuais f

auxiliadas de meios complementares que permitiram caracterizar os revestimentos inspeccionados; os

fita métrica que permitiu determinar as dimensões e a espessura das placa

régua de fissuras que permitiu determinar a largura da fissura nas z

Por sua vez, a área do revestimento foi medida de duas formas distintas: a primeira, em

ões, onde foi medida a dimensão de uma placa pétrea e esta foi multiplicada pelo

número de pedras existentes no revestimento; na segunda, em edifícios com revestimento integral em

pedra natural e onde as placas pétreas possuíam dimensões distintas entre si

37%

9%

51%

3%Tipo de revestimento

Revestimento integral

Revestimento parcial

Soco

Muro

Instituto Superior Técnico

a sua localização na fachada

Antes da realização do trabalho de campo, propriamente dito, foi necessário compreender os factores

vestimentos pétreos. Esses factores são, segundo a norma ISO

15686 (2000): as características do material; os factores de projecto; os factores de execução; as

sendo tratada com especial atenção no trabalho de

campo, visto que, para efeitos do cálculo da vida útil, a idade do revestimento é determinada a partir

da última grande reparação (como é o caso da substituição ou reparação de placas pétreas). Em alguns

asos, foram contactados os proprietários dos edifícios ou foram consultados os projectos junto das

As inspecções visuais foram realizadas da forma mais rigorosa possível, procedendo-se a registos

As inspecções visuais foram ainda,

auxiliadas de meios complementares que permitiram caracterizar os revestimentos inspeccionados; os

fita métrica que permitiu determinar as dimensões e a espessura das placas pétreas e a largura

régua de fissuras que permitiu determinar a largura da fissura nas zonas acessíveis do

Por sua vez, a área do revestimento foi medida de duas formas distintas: a primeira, em revestimentos

ões, onde foi medida a dimensão de uma placa pétrea e esta foi multiplicada pelo

a segunda, em edifícios com revestimento integral em

pedra natural e onde as placas pétreas possuíam dimensões distintas entre si, a área do revestimento

Revestimento integral

Revestimento parcial

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 57

foi determinada através da reprodução do revestimento, à escala, em Autocad®, permitindo assim

medir a dimensão do revestimento.

A ficha de inspecção e diagnóstico, elaborada neste capítulo, permite a sistematização dos dados

recolhidos. Esta ficha divide-se em duas partes distintas: na primeira, procede-se à caracterização do

edifício, do revestimento, das condições ambientais a que este está sujeito e da manutenção de que foi

alvo; numa segunda parte, procede-se à caracterização das suas principais anomalias, assim como do

seu nível de degradação, à localização das anomalias nas placas pétreas e à determinação das causas

prováveis e da extensão das anomalias em percentagem de área de revestimento.

Com o desenvolver do trabalho de campo, foi-se adquirindo maior sensibilidade relativamente à

caracterização do revestimento e respectivas anomalias. Por este motivo, a ficha de inspecção e

diagnóstico foi sendo melhorada até se obter a ficha definitiva (presente no anexo 1).

4.2.1 Informação constante da ficha de inspecção e diagnóstico

A ficha de inspecção foi elaborada com base em fichas realizadas anteriormente por Neto (2008),

Sousa (2008) e Araújo et al. (2008), sendo adaptada ao âmbito da presente dissertação.

O preenchimento da ficha deve ser expedito, facilitando assim o trabalho de campo. Assim sendo, a

ficha deve conter todos os elementos necessários à correcta definição quer do revestimento, quer das

anomalias nele existentes. Na primeira parte da ficha realizada, relativa à caracterização do edifício,

devem ser preenchidos os seguintes campos:

1) Identificação e características gerais do edifício:

a. localização;

b. ano de conclusão;

c. tipo de envolvente: urbana / marítima / rural;

2) Tipologia do edifício:

a. função predominante: habitação / serviços / comércio;

b. número de pisos elevados;

c. estrutura do edifício;

3) Caracterização da fachada:

a. número de fachadas livres;

b. número de fachadas com revestimento de pedra natural;

c. orientação da fachada: Norte / Sul / Este / Oeste;

d. tipo de fachada: principal / lateral / tardoz;

e. área da fachada (em m2);

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Capítulo 4 - Trabalho de campo

58 Instituto Superior Técnico

f. área total de revestimento de pedra natural (em m2);

4) Caracterização do sistema de revestimento em pedra natural:

a. tipo de pedra;

b. cor;

c. acabamento;

d. tipo de fixação;

e. dimensão da placa pétrea (em metro por metro);

f. espessura (em cm);

5) Condições de projecto:

a. protecção das zonas periféricas: sim / não;

b. protecção dos cantos salientes: sim / não;

6) Tipologia das juntas:

a. juntas: de topo / sobrepostas;

b. juntas: abertas / colmatadas;

c. largura (em milímetros);

7) Condições ambientais:

a. Exposição a elementos poluentes: sim / não;

b. acção vento-chuva: severa / moderada / suave;

c. exposição à humidade: alta / baixa;

d. proximidade do mar: < 1 km / < 5 km / > 5 km;

8) Manutenção:

a. manutenção regular: sim / não;

b. data da última reparação.

Para tornar a ficha mais simples, substituiu-se revestimentos de pedra natural pela sigla RPN,

simplificação adoptada anteriormente por Neto (2008).

Na segunda parte da ficha de inspecção, relativa à caracterização das anomalias existentes, a ficha

contém uma lista de anomalias agrupadas em quatro casos distintos - anomalias estéticas, anomalias

em juntas, anomalias na fixação ao suporte e perda de integridade. Os critérios adoptados na distinção

das anomalias são tratados mais à frente no presente capítulo.

Além da descrição das anomalias, deve ainda identificar-se:

1) o nível de degradação de cada anomalia identificada - definido no ponto 4.4 deste capítulo;

2) a localização da anomalia na placa pétrea;

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 59

3) as causas prováveis da anomalia: H (causas humanas) / A (causas ambientais ou acidentais);

4) a extensão de cada anomalia, em percentagem de área afectada;

5) as notas e observações que se ache necessárias à correcta definição do estado de conservação

do revestimento inspeccionado.

A localização da anomalia na placa pétrea é dividida em quatro zonas distintas, a zona corrente da

placa pétrea (z), a periferia da placa (p), os cantos salientes (c) e as zonas confinantes com juntas.

Este critério foi desenvolvido com base em Silvestre (2005), Neto (2008) e Sousa (2008).

4.2.2 Critérios adoptados na selecção de casos

Os principais critérios adoptados na selecção de casos prenderam-se com a idade dos revestimentos,

as condições a que estão sujeitos e o seu estado de conservação. Alguns revestimentos apresentam

situações anómalas no que diz respeito à evolução normal da degradação, como é o caso de um

revestimento centenário que apresente apenas anomalias estéticas e o caso de um edifício recente com

graves problemas de desprendimento / descolamento dos elementos pétreos. Estes casos foram por

isso, excluídos à partida, não sendo analisados no trabalho de campo, por não serem susceptíveis de

serem modelados.

Dos revestimentos estudados, parte deles situa-se no Parque das Nações, tendo sido já inspeccionados

por Neto (2008). Por ter decorrido pouco tempo desde as inspecções de Neto, as inspecções realizadas

no âmbito desta dissertação a esses edifícios serviram para confirmar os dados recolhidos por esta

autora e verificar se nenhum dos revestimentos inspeccionados tinha sido alvo de reparação

generalizada. Estes revestimentos são relativamente recentes, com idades nunca superiores a doze

anos. Além disso, situam-se a menos de um quilómetro do mar, estando por isso inseridos num

ambiente marítimo, expostos a elevado índice de humidade e sujeitos a elementos poluentes. Tornou-

se assim fundamental analisar novos casos, para obter uma amostra global mais representativa.

Dos restantes revestimentos analisados, 37 situam-se em Queluz e 18 na freguesia do Coração de

Jesus em Lisboa. Foram assim analisados, na zona de Queluz:

• três revestimentos na Rua Mateus Vicente de Oliveira;

• sete revestimentos na Rua David Peres;

• um revestimento na Rua D. Maria I;

• seis revestimentos na Rua Dr. Higino de Sousa;

• doze revestimentos na Rua Dr. Manuel de Arriaga;

• três revestimentos na Avenida Elias Garcia;

• dois revestimentos na Rua Heliodoro Salgado;

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Capítulo 4 - Trabalho de campo

60 Instituto Superior Técnico

• três revestimentos na Rua Conde Almeida Araújo.

Na freguesia do Coração de Jesus em Lisboa, foram analisados:

• dez revestimentos na Rua Luciano Cordeiro;

• três revestimentos na Rua Bernardim Ribeiro;

• cinco revestimentos na Rua do Conde de Redondo.

Tal como Neto (2008), também na presente dissertação foram analisados, em alguns casos, mais do

que um revestimento por edifício; adoptou-se esta solução no caso de o edifício possuir revestimentos

em pedra natural em fachadas distintas, por isso sujeitas a diferentes condições climatéricas; ou no

caso de numa mesma fachada existirem dois tipos distintos de pedra natural, que têm por isso

comportamentos diferentes face à degradação natural.

4.3 Classificação das anomalias

No capítulo 3, são descritas as diversas anomalias que podem ocorrer nos revestimentos pétreos ao

longo da sua vida útil, diminuindo a sua durabilidade. Tal como referido por Pinto (1993), a

deterioração da pedra natural é um processo contínuo, complexo e inexorável que começa assim que

o objecto está completo, e continua progressivamente enquanto ele se encontrar em contacto com

qualquer ambiente.

Durante o trabalho de campo, a identificação das anomalias foi feita de forma simplificada,

adoptando-se a mesma metodologia de Gaspar (2002) e Sousa (2008), que avaliaram as anomalias de

forma independente entre si, não considerando que algumas das anomalias partilhem a mesma causa.

Com o intuito de avaliar o estado de conservação do revestimento pétreo, foi necessário definir na

ficha de inspecção e diagnóstico as diversas anomalias de que o revestimento possa ser alvo. No

entanto, algumas anomalias surgem com maior frequência do que outras, como é o caso da sujidade

superficial que tem muito maior incidência do que a alveolização da pedra natural, assumindo a

alveolização muito maior gravidade. É portanto fundamental organizar as anomalias consoante a sua

frequência, a sua gravidade e o efeito que produzem no revestimento.

Ricardo (1992) definiu quatro grandes grupos de anomalias em revestimentos pétreos, são eles:

fissuração; descaímento; descolamento e defeitos de superfície. Os três primeiros grupos estão

relacionados com a perda volumétrica de material pétreo. Por sua vez, o último grupo refere-se ao

aspecto do elemento de pedra natural.

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 61

Tendo em conta a bibliografia consultada e com o intuito de organizar o trabalho de campo, as

anomalias foram associadas em quatro grupos distintos:

• anomalias estéticas;

• anomalias em juntas;

• anomalias na fixação ao suporte;

• perda de integridade.

As anomalias estéticas afectam, regra geral, o aspecto do revestimento não constituindo um risco para

a estabilidade do mesmo. São as anomalias mais comuns, estando presentes na grande maioria dos

revestimentos pétreos.

As anomalias em juntas caracterizam as situações em que as juntas do revestimento, por diversos

motivos, não desempenham de forma adequada a sua função. Estas anomalias podem ainda contribuir

para a ocorrência de outras anomalias.

As anomalias de fixação ao suporte e de perda de integridade são as mais graves. As primeiras põem

em causa as exigências de segurança do revestimento. As segundas afectam a pedra natural de forma

definitiva, sendo a sua reparação sempre notada, contribuindo também para a deterioração visual do

revestimento.

Das anomalias referidas no capítulo 3, a pátina não é tratada no trabalho de campo, pois trata-se de

uma evolução natural do aspecto do revestimento ao longo do tempo, não sendo por isso considerada

como uma anomalia.

4.4 Definição dos níveis de degradação

Vários autores desenvolveram escalas de degradação, de modo a elaborarem modelos de previsão da

vida útil dos elementos construtivos.

Shohet e Paciuk (2004) elaboraram uma escala de degradação relativa aos revestimentos exteriores,

com cinco níveis de desempenho, de 0 a 100, onde 100 representa um revestimento sem defeitos ou

sinais de falha. Estabeleceram assim, uma escala física e visual relativa a revestimentos exteriores -

Tabela 4.2.

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Capítulo 4 - Trabalho de campo

62 Instituto Superior Técnico

Tabela 4.2 - Descrição da escala de degradação física e visual dos revestimentos (tradução livre de Shohet e Paciuk (2004))

Escala física

Descrição Escala visual

Descrição

100

O revestimento encontra-se completo e sem danos. Não há falta de elementos do

revestimento. Pode encontrar-se alguma fissuração.

100

A superfície do revestimento encontra-se uniforme e sem degradação visível (não apresenta

fissuração visível, não tem falta de elementos e não apresenta descoloração).

80 Desenvolveram-se fissuras em partes do

revestimento. Caíram elementos pontuais do revestimento.

80

A superfície do revestimento não se encontra uniforme devido a pequenas fissuras, queda de

elementos, microorganismos ou alteração cromática.

60

Fendas de 0,5 milímetros de largura cobrem menos de 5% da área total de revestimento.

Caíram mais de 3% de elementos do revestimento.

60 A superfície do revestimento não está uniforme devido a degradação física e alteração cromática

(descoloração).

40 Desenvolveram-se fendas de largura superior a 1 milímetro em 5% ou mais, da área total do revestimento. Caíram partes do revestimento.

40 Degradação localizada. Desenvolveram-se

microorganismos em mais de 1/3 do revestimento.

20 Uma parte significativa do revestimento caiu ou apresenta escamação. Desenvolveram-se

fissuras. 20

Uma parte significativa do revestimento encontra-se destacada / descolada ou incompleta (com

destacamento de pequenas porções). Desenvolveram-se fissuras ao longo da superfície

do revestimento.

A presente dissertação segue a linha de investigação e metodologia adoptadas por Gaspar (2002),

Gaspar e Brito (2005 b)) e Sousa (2008).

Gaspar (2002) e Gaspar e Brito (2005) definiram cinco níveis de degradação no caso específico de

rebocos correntes, onde o nível 0 não apresenta degradação visível e o nível 4 apresenta degradação

generalizada. É exemplificada, na Tabela 4.3, a classificação visual para a avaliação da deterioração

de rebocos correntes em fachadas definida por Gaspar e Brito (2005 b)).

Tabela 4.3 - Níveis de degradação definidos por Gaspar e Brito (2005 b))

Níveis de degradação Caracterização Área afectada (%)

Nível 0 - Sem degradação detectável visualmente Menos de 5

Nível 1 - bom - Manchas superficiais

- Eventual presença de fendas capilares 5-10

Nível 2 - degradação ligeira

- Fendilhação incipiente (visível apenas com lupa) - Graffiti

- Presença localizada de fungos - Possíveis infiltrações ou sinais incipientes de eflorescências

- Manchas incipientes de humidade

11-30

Nível 3 - degradação mediana

- Fendilhação localizada (visível a olho nu) - Cantos ou esquinas danificados

- Infiltrações localizadas - Eflorescências

- Estragos superficiais (na cor ou na textura)

31-50

Nível 4 - degradação generalizada

- Fendilhação generalizada - Destacamento ou desagregação da superfície

- Infiltrações e estragos superficiais generalizados - Perda de aderência entre camadas

- Destacamento de placas

Mais de 50

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 63

Mais recentemente, Sousa (2008) utilizou metodologia similar para a previsão da vida útil de

revestimentos cerâmicos em fachadas, ao definir quatro grupos de anomalias, atribuindo-lhe níveis de

degradação com base nos estudos realizados anteriormente. É exemplificada na Tabela 4.4 a definição

dos níveis de degradação segundo Sousa (2008), para o caso específico das anomalias estéticas nos

revestimentos cerâmicos aderentes.

Tabela 4.4 - Níveis de degradação relativos às anomalias estéticas definidos por Sousa (2008)

Níveis de degradação

Caracterização % área de RCA

afectada Nível 0

Muito Bom • Sem degradação detectável

Nível 1 Bom

• Sujidade superficial • Pequenas crateras à superfície

• Desgaste ou riscagem • Esmagamento ou lascagem dos bordos

• Alteração de brilho e/ou cor • Manchas de humidade

≤ 10 %

Nível 2 Degradação ligeira

• Pequenas crateras à superfície • Desgaste ou riscagem

• Esmagamento ou lascagem dos bordos • Alteração de brilho e/ou cor

• Manchas de humidade

> 10 % e ≤ 50 %

• Crescimento biológico • Graffiti

• Eflorescências ≤ 30 %

Nível 3 Degradação moderada

• Pequenas crateras à superfície • Desgaste ou riscagem

• Esmagamento ou lascagem dos bordos • Alteração de brilho e/ou cor

• Manchas de humidade

> 50 %

• Crescimento biológico • Graffiti

• Eflorescências >30 %

Foram assim definidos, na presente dissertação, níveis de degradação para cada grupo de anomalias

definido no ponto 4.3 do presente capítulo, consoante a extensão de área de revestimento afectada.

Dentro de cada grupo, existe uma hierarquização de anomalias segundo a sua gravidade, que também

influencia a definição dos níveis de degradação.

4.4.1 Anomalias estéticas

As anomalias estéticas afectam o aspecto visual dos revestimentos pela alteração das suas

características físicas (como é o caso da alteração cromática, manchas localizadas e de humidade),

por deposição de matéria estranha à pedra natural (sujidade superficial, eflorescências e graffiti), por

deficiências de planeza no revestimento ou pelo crescimento de elementos biológicos (vegetação

parasitária e colonização biológica). São indicados na Tabela 4.5 os níveis de degradação relativos às

anomalias estéticas.

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Capítulo 4 - Trabalho de campo

64 Instituto Superior Técnico

Estas anomalias seguem uma hierarquia no que concerne à definição dos níveis de degradação.

Considera-se assim que algumas anomalias apresentam maior gravidade, sendo atribuído a essas

anomalias um nível mais elevado. É o caso das eflorescências que, mesmo depois de removidas,

contribuem para a deterioração visual do revestimento ou o caso da vegetação parasitária que, quando

surge, é sinónimo de humidade no revestimento e, se removida de forma inadequada, pode causar a

perda de integridade do elemento pétreo.

As manchas são nesta classificação divididas em manchas de humidade e em manchas localizadas. As

manchas de humidade devem-se a diversos factores, como referido no capítulo 3, sendo o mais

comum a humidade ascensional. As manchas localizadas podem ser manchas de colagem, manchas

ferruginosas (devidas, por exemplo, à corrosão dos elementos de fixação), entre outras. São portanto

tratadas de forma distinta no trabalho de campo.

Tabela 4.5- Definição dos níveis de degradação para as anomalias estéticas

Níveis de degradação

Caracterização das anomalias % área de RPN

afectada Nível 0 Não apresenta degradação visível -

Nível 1 Bom

Sujidade superficial > 10%

Manchas de humidade ≤ 15% Manchas localizadas

Alteração cromática

Deficiências de planeza ≤ 10%

Nível 2 Degradação

ligeira

Manchas de humidade > 15% Manchas localizadas

Alteração cromática

Colonização biológica ≤ 30% Vegetação parasitária

Eflorescências

Deficiências de planeza > 10% e ≤ 50%

Nível 3 Degradação

moderada

Colonização biológica > 30% Vegetação parasitária

Eflorescências

Deficiências de planeza > 50%

Relativamente à sujidade superficial, visto serem raros os casos onde esta não ocorra, admite-se que

não deverá ser contabilizada, quando estiver presente em valores iguais ou inferiores a 10% da área

do revestimento. Caso a sujidade superficial seja superior a 10%, classifica-se como sendo de nível 1,

visto considerar-se que esta não constitui uma anomalia excessivamente prejudicial para o

revestimento.

A alteração cromática, quando presente na maioria do revestimento, acaba por homogeneizar a cor do

revestimento, conferindo a este uma nova cor. Quando isto sucede, esta anomalia perde importância.

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 65

4.4.2 Anomalias em juntas

As juntas são fundamentais para o correcto funcionamento do revestimento pois, quando executadas

de forma inadequada, propiciam a ocorrência de outras anomalias. Um exemplo disso é o caso das

juntas abertas em revestimentos por fixação directa ao suporte pois, tal como referido por Correia

(2003), as juntas abertas proporcionam a infiltração de água, que causa a lixiviação do material de

fixação, dissolvendo sais, arrastando-os até à superfície e originando eflorescências. São assim

apresentados na Tabela 4.6 os vários níveis de degradação relativos às anomalias em juntas.

No caso das juntas, a degradação passa do nível 0 directamente para o nível 2. Tal acontece por se

considerar que o nível 1 corresponde a uma degradação que, apesar de já se encontrar presente no

revestimento, ainda não é visível; admite-se assim que, quando esta se manifesta, passa

automaticamente a nível 2 na escala de degradação adoptada. Adicionalmente, importa referir que a

degradação e a perda de material de colmatação são anomalias que permitem a infiltração de água no

revestimento, sendo assim propícias à ocorrência de novas anomalias.

Tabela 4.6 - Definição dos níveis de degradação para anomalias em juntas

Níveis de degradação Caracterização das anomalias % área de RPN

afectada

Nível 0

Não apresenta degradação visível -

Nível 2 Degradação ligeira

Degradação do material ≤ 30% Perda de material - junta aberta ≤ 10%

Nível 3 Degradação moderada

Degradação do material > 30% Perda de material - junta aberta > 10%

4.4.3 Anomalias na fixação ao suporte

As anomalias na fixação ao suporte caracterizam-se não só pela queda de material pétreo, de

dimensões reduzidas (lascagem ou lacuna parcial de material pétreo) ou consideráveis (descolamento

ou desprendimento), mas também pela perda de funcionalidade das fixações metálicas, que

contribuem para o desprendimento de placas pétreas. Estas anomalias, tal como referido, são

extremamente graves, constituindo um perigo para bens e pessoas.

São indicados na Tabela 4.7 os níveis de degradação para as anomalias na fixação ao suporte, sendo

possível constatar que os níveis de degradação passam directamente do 0 (revestimento sem

degradação visível) para 2 (degradação ligeira). Adoptou-se esta hipótese visto que não seria aceitável

que a ocorrência de descolamento ou desprendimento de mais de 10% do revestimento fosse tratada

apenas como degradação moderada, tendo em conta a gravidade dessa situação. Também não seria

muito realista admitir que um revestimento com 5% de queda de placas pétreas tem o mesmo nível de

degradação do que outro com 30% de alteração cromática.

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Capítulo 4 - Trabalho de campo

66 Instituto Superior Técnico

Tabela 4.7 - Definição dos níveis de degradação para anomalias na fixação ao suporte

Níveis de degradação

Caracterização das anomalias % área de RPN

afectada

Nível 0

Não apresenta degradação visível -

Nível 2 Degradação

ligeira

Lascagem do elemento pétreo na zona das fixações e bordos

≤ 20%

Lacuna parcial do elemento pétreo

Flexão e rotura dos elementos metálicos ≤ 10%

Corrosão dos elementos metálicos

Nível 3 Degradação

moderada

Lascagem do elemento pétreo na zona das fixações e bordos > 20%

Lacuna parcial do elemento pétreo

Flexão e rotura dos elementos metálicos > 10%

Corrosão dos elementos metálicos

Descolagem ≤ 10%

Desprendimento Nível 4

Degradação

generalizada

Descolagem > 10%

Desprendimento

4.4.4 Perda de integridade

No grupo relativo à perda de integridade do material pétreo, são consideradas três anomalias: a

fissuração; a fracturação e a degradação do material. Qualquer destas anomalias afecta

irremediavelmente a placa pétrea, existindo dois métodos de reparação:

• a substituição das placas pétreas danificadas - solução bastante delicada quando se trata de

um revestimento com fixação directa;

• a reparação com resinas epóxidas ou materiais similares - é o método mais utilizado; no

entanto, este tipo de reparação é irreversível, deixando sempre marcas e causando a

deterioração estética do revestimento.

Por degradação do material, entendem-se todas as anomalias que envolvem perda de volume do

material pétreo, tais como a alveolização, a erosão, a escamação, a esfoliação, a placa, a plaqueta e a

pulverização. De modo a facilitar o trabalho de campo, apenas se indicou se o revestimento possuía

degradação do material, não se fazendo a distinção do tipo de anomalia de que se tratava. A avaliação

do nível de degradação desta anomalia é feita, não só através da extensão da área do revestimento

afectada, mas também da percentagem afectada da espessura da placa pétrea.

São indicados, na Tabela 4.8, os critérios adoptados na atribuição dos níveis de degradação

relativamente à perda de integridade do material.

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 67

Tabela 4.8 - Definição dos níveis de degradação para perda de integridade do material pétreo

Níveis de Degradação

Caracterização das anomalias % área de RPN

afectada

Nível 0 Não apresenta degradação visível -

Nível 1 Bom

Degradação do material ≤ 1% da espessura da placa

-

Degradação do material ≤ 10% da espessura da placa ≤ 20 %

Fissuras de largura ≤ 1 mm

Nível 2 Degradação

ligeira

Degradação do material ≤ 10% da espessura da placa

> 20%

Degradação do material > 10% e ≤ 30% da espessura da placa

≤ 20 %

Fissuras de largura ≤ 1 mm > 20%

Fissuras de largura > 1 mm e ≤ 5 mm ≤ 20 % Fracturação ≤ 5 %

Nível 3 Degradação

moderada

Degradação do material > 10% e ≤ 30% da espessura da placa

> 20%

Degradação do material > 30% da espessura da placa

≤ 20 %

Fissuras de largura > 1 mm e ≤ 5 mm > 20%

Fissuras de largura ≥ 5 mm ≤ 20 % Fracturação > 5% e ≤ 10 %

Nível 4 Degradação

generalizada

Degradação do material > 30% da espessura da placa > 20%

Fissuras de largura > 5 mm Fracturação > 10%

A avaliação da fissuração presente no revestimento nem sempre é fácil, devido à impossibilidade de

acesso aos pisos superiores para proceder à medição da abertura das fissuras. Deste modo, foi

necessário desenvolver uma metodologia de avaliação expedita desta anomalia. Admite-se, assim,

que:

• fissuras de largura ≤ 1 mm - são visíveis a distância inferior a 8 metros sem utilização de

binóculos;

• fissuras de largura > 1 mm e ≤ 5 mm - são visíveis a distância inferior a 12 metros sem

utilização de binóculos;

• fissuras de largura > 5 mm - são visíveis a distância superior a 12 metros sem utilização de

binóculos.

Esta é apenas uma indicação empírica, tendo sido calibrada durante a realização do trabalho de

campo. Na Fig. 4.4, é apresentado um exemplo esquemático de um dos edifícios estudados no

trabalho de campo, que apresenta fissuração visível a mais de 12 metros sem recurso a binóculos.

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Capítulo 4 - Trabalho de campo

68 Instituto Superior Técnico

Fig. 4.4 - Exemplo esquemático da avaliação do nível de degradação relativo a fissuras

Apresenta-se, na Tabela 4.9, um resumo dos diferentes níveis de degradação atribuídos aos quatro

grupos de anomalias.

Tabela 4.9 - Resumo da escala de níveis de degradação atribuída aos quatro grupos de anomalias

Níveis de degradação

Anomalias 0 1 2 3 4

Estéticas ● ● ● ● Em juntas ● ● ● Na fixação ao suporte ● ● ● ● De perda de integridade ● ● ● ● ●

4.5 Levantamento

4.5.1 Casos excluídos

Dos casos analisados por Neto (2008), apenas um revestimento não foi analisado, visto não ter sido

possível identificar a sua localização exacta.

Tal como referido, em algumas situações os revestimentos apresentam um comportamento anómalo

no que diz respeito à sua degradação natural. Assim sendo, foram analisados primeiramente 124 casos

no trabalho de campo; no entanto, 4 desses casos foram excluídos por apresentarem resultados

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Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 69

anómalos face ao esperado, isto é, apresentavam uma severidade de degradação muito elevada tendo

idades inferiores a 10 anos. Deste modo, a amostra final analisada é de 120 casos.

O primeiro caso excluído é um revestimento com 9 anos que foi posteriormente reparado. Crê-se que

originalmente o revestimento se encontrava fixado directamente, visto que em algumas zonas do

revestimento existem placas pétreas com este tipo de fixação (Fig. 4.5). Posteriormente, procedeu-se à

recolocação das placas pétreas com recurso a elementos metálicos de fixação; estes não só se

encontram degradados como também originaram outras anomalias, entre elas manchas ferruginosas e

a fracturação das placas pétreas reparadas (Fig. 4.5). É possível ainda que a pedra natural utilizada

não seja a mais adequada, visto ter sofrido uma elevada degradação em poucos anos (Fig. 4.6).

Fig. 4.5 - Imagem geral de uma zona do revestimento com os dois tipos de fixação; anomalias presentes

no revestimento devido à reparação inadequado do revestimento

Fig. 4.6 - Degradação da pedra natural

Os outros 3 casos excluídos pertencem todos ao mesmo edifício, possuindo diferentes orientações. Os

revestimentos em causa pertencem ao muro que circunda o edifício, apresentando uma degradação

anómala face à sua idade (8 anos). Considerou-se que essa degradação é anómala não só no que

concerne aos modelos de degradação, mas também perante o senso comum, isto é, qualquer pessoa

que observe o edifício, mesmo sem qualquer conhecimento científico, considera que este não se

encontra num estado aceitável.

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Capítulo 4 - Trabalho de campo

70 Instituto Superior Técnico

Num dos casos (Fig. 4.7), já foi efectuada a substituição de 30% do revestimento, que tinha caído à

data da inspecção de Neto (2008). Os outros dois casos encontram-se extremamente degradados, tal

como é possível verificar nas Fig. 4.8 e Fig. 4.9.

Fig. 4.7 - Revestimento onde já foram substituídas 30% das placas pétreas mas que ainda apresenta uma elevada extensão de anomalias

Fig. 4.8 - Revestimento orientado a Oeste que apresenta um estado de conservação anómalo face à sua idade

Fig. 4.9 - Revestimento orientado a Sul que apresenta um estado de conservação anómalo face à sua idade

4.5.2 Idade dos revestimentos inspeccionados

Tal como referido, a idade dos revestimentos é determinada desde a data da última reparação até à

actualidade. No entanto, perante três situações, adoptaram-se outros critérios, com o intuito de definir

com maior rigor essa mesma idade. As situações são as referidas em seguida:

i. em termos Camarários, uma forma de saber se os edifícios foram ou não sujeitos a

reabilitação é através do pedido de colocação de andaimes (ocupação da via pública); no caso

de edifícios que apenas possuam revestimento pétreo até 3 metros do solo, esse pedido não

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 71

foi necessário para a reparação do revestimento; assim sendo, no caso de ser notória a

reparação do edifício, resta contactar os proprietários e confiar na data estabelecida pelos

mesmos;

ii. para definir a idade dos revestimentos, é necessário perceber até que ponto se pode dizer que

o edifício foi reparado, visto que, em alguns casos, apenas se reparam anomalias muito

pontuais, mantendo-se as anomalias restantes (Fig. 4.10); por exemplo, num caso onde

tenham sido reparadas as fissuras do revestimento mas não se tenha procedido a mais

nenhuma reparação, considera-se que a idade do edifício é desde a data da sua construção,

mas não se analisa a fissuração;

iii. outra situação que se verificou ao longo do trabalho de campo foi a existência de edifícios,

anteriormente inspeccionados por Neto (2008), que apresentavam descolamento em 40% da

sua área (Fig. 4.11), onde actualmente esses elementos foram repostos mas o restante

revestimento não foi reparado; nestas situações, analisa-se apenas a área que não foi reparada

do revestimento e admite-se que a idade do revestimento é desde a data da sua construção, tal

como no ponto anterior.

Fig. 4.10 - Reparação de uma anomalia em detrimento das restantes existentes

Fig. 4.11 - Substituição de elementos pétreos em 40% do revestimento sem proceder à reparação das restantes anomalias

É possível analisar, na Fig. 4.12, a distribuição das idades dos revestimentos inspeccionados. Dois

dos revestimentos estudados foram construídos em 1905 e 1906, sendo posteriormente reparados; o

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Capítulo 4 - Trabalho de campo

72

primeiro foi reparado em 1940, tendo assim uma idade de 69 anos; o segund

ficando assim com uma idade de 82 anos. Estes são os casos mais antigos de todos os que foram

analisados.

Fig. 4.12 -

A maioria dos casos analisados

Nações. Dos casos analisados: 25 possuem entre 50 e 59 anos; 15 possuem entre 40 e 49 anos; 7

possuem entre 30 e 39 anos; 9 possuem entre 10 e 19 anos. Não existem, no entanto, casos que

possuam idades entre 20 e 29 anos.

4.5.3 Caracterização da zona estudada

A caracterização da zona estudada assume primordial importância para compreender o estado de

conservação do revestimento pois, tal como referido por Pinto (1993), a deterioração da pedra nat

varia de rocha para rocha, de local para local, e pequenas diferenças nas condições ambientais ou das

propriedades do material podem ser suficientes para alterar os mecanismos de deterioração e a

velocidade de degradação.

Na Fig. 4.13 e na Fig. 4.14, são apresentados os dados relativos à orientaç

condições ambientais (acção vento

Relativamente à orientação da fachada, é possível verificar que os revestimentos estudados

distribuem de forma relativamente homogénea pelas

(2009), em Portugal os quadrantes Norte e Poente são os mais agressivos; Norte é mais húmido e frio

e Poente apresenta ventos dominantes e maior probabilidade de ocorrência da combinação vento

chuva.

0 00

10203040506070

N.º de RPN

Trabalho de campo

Instituto Superior Técnico

primeiro foi reparado em 1940, tendo assim uma idade de 69 anos; o segund

ficando assim com uma idade de 82 anos. Estes são os casos mais antigos de todos os que foram

- Distribuição da idade dos revestimentos inspeccionados

A maioria dos casos analisados possui entre 0 e 10 anos, localizando-se quase todos no Parque das

Nações. Dos casos analisados: 25 possuem entre 50 e 59 anos; 15 possuem entre 40 e 49 anos; 7

possuem entre 30 e 39 anos; 9 possuem entre 10 e 19 anos. Não existem, no entanto, casos que

ssuam idades entre 20 e 29 anos.

Caracterização da zona estudada

A caracterização da zona estudada assume primordial importância para compreender o estado de

conservação do revestimento pois, tal como referido por Pinto (1993), a deterioração da pedra nat

varia de rocha para rocha, de local para local, e pequenas diferenças nas condições ambientais ou das

propriedades do material podem ser suficientes para alterar os mecanismos de deterioração e a

, são apresentados os dados relativos à orientação da fachada e das suas

condições ambientais (acção vento - chuva, exposição à humidade e proximidade do mar).

Relativamente à orientação da fachada, é possível verificar que os revestimentos estudados

distribuem de forma relativamente homogénea pelas oito orientações consideradas. Segundo Gaspar

(2009), em Portugal os quadrantes Norte e Poente são os mais agressivos; Norte é mais húmido e frio

e Poente apresenta ventos dominantes e maior probabilidade de ocorrência da combinação vento

1 0 1

2515

70

91% 1%

21%

13%6% 8%

Idade dos revestimentos inspeccionados

Instituto Superior Técnico

primeiro foi reparado em 1940, tendo assim uma idade de 69 anos; o segundo foi reparado em 1927,

ficando assim com uma idade de 82 anos. Estes são os casos mais antigos de todos os que foram

Distribuição da idade dos revestimentos inspeccionados

se quase todos no Parque das

Nações. Dos casos analisados: 25 possuem entre 50 e 59 anos; 15 possuem entre 40 e 49 anos; 7

possuem entre 30 e 39 anos; 9 possuem entre 10 e 19 anos. Não existem, no entanto, casos que

A caracterização da zona estudada assume primordial importância para compreender o estado de

conservação do revestimento pois, tal como referido por Pinto (1993), a deterioração da pedra natural

varia de rocha para rocha, de local para local, e pequenas diferenças nas condições ambientais ou das

propriedades do material podem ser suficientes para alterar os mecanismos de deterioração e a

ão da fachada e das suas

chuva, exposição à humidade e proximidade do mar).

Relativamente à orientação da fachada, é possível verificar que os revestimentos estudados se

oito orientações consideradas. Segundo Gaspar

(2009), em Portugal os quadrantes Norte e Poente são os mais agressivos; Norte é mais húmido e frio

e Poente apresenta ventos dominantes e maior probabilidade de ocorrência da combinação vento -

9

62

8%

52%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

% de RPN

Idade de RPN (anos)

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado

Considerou-se que a acção vento

também pela existência de uma protecção dessa fachada, quer seja pela existência de edifícios

contíguos ou de árvores, que de algum modo diminuem a incidência dessa acçã

Fig. 4.13 - Dados relativos à orientação da fachada e à acção vento

Fig. 4.14 - Dados relativos à exposição à humidade e à proximidade do mar dos 120 casos analisados

Dos 120 casos analisados, 65 situam

do Parque das Nações; os restantes 55 casos situam

nenhuma situação intermédia. Relativamente à exposição à humidade, considerou

apresentavam exposição elevada à humidade todos os casos que se situam a menos de 1 km do mar e

9 casos inspeccionados em Queluz que se situam

admitiu-se que apresentavam baixa exposição.

18

12

24

5

15%

10%

20%

4%

0

5

10

15

20

25

30

N.º de RPN Orientação da fachada

7462%

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Alta

N.º de RPN

Exposição à humidade

Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil

se que a acção vento - chuva é influenciada não só pela orientação da fachada, mas

também pela existência de uma protecção dessa fachada, quer seja pela existência de edifícios

contíguos ou de árvores, que de algum modo diminuem a incidência dessa acçã

Dados relativos à orientação da fachada e à acção vento - chuva dos 120 casos analisados

Dados relativos à exposição à humidade e à proximidade do mar dos 120 casos analisados

Dos 120 casos analisados, 65 situam-se a menos de 1 km do mar, encontrando

do Parque das Nações; os restantes 55 casos situam-se a mais de 5 km, não se verificando assim

nenhuma situação intermédia. Relativamente à exposição à humidade, considerou

apresentavam exposição elevada à humidade todos os casos que se situam a menos de 1 km do mar e

9 casos inspeccionados em Queluz que se situam a menos de 100 metros do rio; nos restantes casos

se que apresentavam baixa exposição.

18

10

21

12

15%

8%

18%

10%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

% de RPNOrientação da fachada

23

19%

0102030405060708090

100

Elevada Moderada

N.º de RPN

Acção vento

46

38%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

Baixa

% de RPN

Exposição à humidade

65

55

54%

46%

0

10

20

30

40

50

60

70

≤ 1 km > 5 km

N.º de RPN

Proximidade do mar

Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

73

chuva é influenciada não só pela orientação da fachada, mas

também pela existência de uma protecção dessa fachada, quer seja pela existência de edifícios

contíguos ou de árvores, que de algum modo diminuem a incidência dessa acção.

chuva dos 120 casos analisados

Dados relativos à exposição à humidade e à proximidade do mar dos 120 casos analisados

se a menos de 1 km do mar, encontrando-se localizados na zona

km, não se verificando assim

nenhuma situação intermédia. Relativamente à exposição à humidade, considerou-se que

apresentavam exposição elevada à humidade todos os casos que se situam a menos de 1 km do mar e

a menos de 100 metros do rio; nos restantes casos,

95

2

79%

2%

0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%

Moderada Baixa

% de RPN

Acção vento - chuva

46%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

> 5 km

% de RPN

Proximidade do mar

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Capítulo 4 - Trabalho de campo

74

4.5.4 Caracterização dos revestimentos estudados

Além da localização, dos revestimentos é importante analisar ainda os dados relativos à

caracterização dos revestimentos, tais como o tipo de fixação utilizado e a tipologia das juntas do

revestimento (Fig. 4.15).

A maioria dos casos inspeccionados apresenta fixaçã

indirecta, esta encontra-se em edifícios novos, todos eles situados na zona do Parque das Nações. Por

ambas as fixações, encaram-

elementos metálicos a fixar as placas pétreas.

Fig. 4.15 - Tipo de fixação e tipologia das juntas dos 120 casos estudados

A tipologia das juntas está indelevelmente associada ao tipo de fixação da pedra natural; como é

possível constatar na Fig. 4.

de juntas sobrepostas, correspondem aos 21 casos de fixaçã

colmatadas, os 99 casos inspeccionados correspondem a 93 casos de fixação directa e aos 6 casos que

possuem ambas as fixações.

Na Fig. 4.1, foram indicados os diferentes tipos de pedra analisados durante o trabalho de campo; no

entanto, durante o trabalho de campo

cor do revestimento pétreo (Fig. 4.

Dos 120 casos analisados, 84 apresentam acabamento liso, 35 rugoso fino e apenas 1 apresenta

acabamento rugoso grosso. Entende

superfície da pedra lisa, como é o caso do polimento ou o acabamento amaciado. Por sua vez, por

acabamento fino entendem-se todos os tipos de acabamento que conferem à superfície da pedra um

aspecto rugoso e irregular, mas que apresenta um aspecto homogéneo; é o caso, por exemplo do

acabamento bujardado. O acabamento rugoso grosso caracteriza

93

21

78%

18%

0

20

40

60

80

100

Directa Indirecta

N.º de RPN Tipo de fixação

Trabalho de campo

Instituto Superior Técnico

Caracterização dos revestimentos estudados

Além da localização, dos revestimentos é importante analisar ainda os dados relativos à

mentos, tais como o tipo de fixação utilizado e a tipologia das juntas do

A maioria dos casos inspeccionados apresenta fixação directa ao suporte (93 casos); quanto à fixação

se em edifícios novos, todos eles situados na zona do Parque das Nações. Por

-se os revestimentos que, além de estarem “colados” ao suporte

entos metálicos a fixar as placas pétreas.

Tipo de fixação e tipologia das juntas dos 120 casos estudados

A tipologia das juntas está indelevelmente associada ao tipo de fixação da pedra natural; como é

Fig. 4.15, os 19 casos de juntas de topo abertas, juntamente com os dois casos

correspondem aos 21 casos de fixação indirecta. Quanto às juntas de topo

colmatadas, os 99 casos inspeccionados correspondem a 93 casos de fixação directa e aos 6 casos que

foram indicados os diferentes tipos de pedra analisados durante o trabalho de campo; no

entanto, durante o trabalho de campo, recolheram-se ainda dados relativos ao tipo de acabamento e

Fig. 4.17).

Dos 120 casos analisados, 84 apresentam acabamento liso, 35 rugoso fino e apenas 1 apresenta

acabamento rugoso grosso. Entendem-se por acabamento liso todos os acabamentos que tornem a

superfície da pedra lisa, como é o caso do polimento ou o acabamento amaciado. Por sua vez, por

se todos os tipos de acabamento que conferem à superfície da pedra um

gular, mas que apresenta um aspecto homogéneo; é o caso, por exemplo do

acabamento bujardado. O acabamento rugoso grosso caracteriza-se pela elevada rugosidade e

6

18%

5%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

Indirecta Ambas

% de RPNTipo de fixação

19

99

16%

83%

0

20

40

60

80

100

120

Juntas de topo -abertas

juntas de topo -

colmatadas

N.º de RPN

Tipologia das juntas

Instituto Superior Técnico

Além da localização, dos revestimentos é importante analisar ainda os dados relativos à

mentos, tais como o tipo de fixação utilizado e a tipologia das juntas do

o directa ao suporte (93 casos); quanto à fixação

se em edifícios novos, todos eles situados na zona do Parque das Nações. Por

além de estarem “colados” ao suporte, têm ainda

Tipo de fixação e tipologia das juntas dos 120 casos estudados

A tipologia das juntas está indelevelmente associada ao tipo de fixação da pedra natural; como é

juntamente com os dois casos

o indirecta. Quanto às juntas de topo

colmatadas, os 99 casos inspeccionados correspondem a 93 casos de fixação directa e aos 6 casos que

foram indicados os diferentes tipos de pedra analisados durante o trabalho de campo; no

se ainda dados relativos ao tipo de acabamento e

Dos 120 casos analisados, 84 apresentam acabamento liso, 35 rugoso fino e apenas 1 apresenta

ento liso todos os acabamentos que tornem a

superfície da pedra lisa, como é o caso do polimento ou o acabamento amaciado. Por sua vez, por

se todos os tipos de acabamento que conferem à superfície da pedra um

gular, mas que apresenta um aspecto homogéneo; é o caso, por exemplo do

se pela elevada rugosidade e

2

2%

0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%

juntas sobrepostas

% de RPN

Tipologia das juntas

Page 91: Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de ... · A previsão da vida útil das construções foi objecto de estudo desde sempre; no entanto, tem-se verificado uma

Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado

irregularidade da superfície da pedra; um dos exemplos é o acabamento escacilhado. Para uma me

compreensão dos critérios adoptados na definição do acabamento, são apresentados na

casos de estudo com os distintos tipos de acab

Fig. 4.16 - Três casos de estudo com acabamento liso, rugoso fino e rugoso grosso.

Fig. 4.17 - Dados relativos ao acabamento e à cor da pedra natural dos 120 casos analisados

As cores dos revestimentos foram divididas em quatro grupos distintos: branco, cores claras, cores

escuras e preto.

Dos 120 casos analisados, em 37 deles a cor das placas pétreas é branco e em 15 é preto. Quanto às

cores claras, estas são predominantes nos cas

cores claras, entendem-se as pedras naturais em tons de rosa, como é o caso do calcário Abancado, e

as pedras em tons de creme, como é o caso do calcário Alpinina; também o amarelo foi considerado

como cor clara, de que é exemplo o calcário Amarelo de Negrais. Já as cores escuras correspondem a

24 casos de estudo; dentro dos casos estudados, foram definidos como cores escuras o cinzento e o

vermelho.

4.5.5 Caracterização das anomalias detectadas

Como seria expectável, todos os revestimentos analisados apresentavam anomalias. É possível

verificar, na Fig. 4.18, que as anomalias estéticas são predominantes,

apenas não ocorrem em um dos casos analisados. Seguem

84

35

70%

29%

0102030405060708090

Liso Rugoso (fino)

Rugoso (grosso)

N.º de RPN

Tipo de acabamento

Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil

irregularidade da superfície da pedra; um dos exemplos é o acabamento escacilhado. Para uma me

compreensão dos critérios adoptados na definição do acabamento, são apresentados na

casos de estudo com os distintos tipos de acabamentos.

Três casos de estudo com acabamento liso, rugoso fino e rugoso grosso.

Dados relativos ao acabamento e à cor da pedra natural dos 120 casos analisados

res dos revestimentos foram divididas em quatro grupos distintos: branco, cores claras, cores

Dos 120 casos analisados, em 37 deles a cor das placas pétreas é branco e em 15 é preto. Quanto às

cores claras, estas são predominantes nos casos estudados, constituindo 44 dos casos estudados. Por

se as pedras naturais em tons de rosa, como é o caso do calcário Abancado, e

as pedras em tons de creme, como é o caso do calcário Alpinina; também o amarelo foi considerado

cor clara, de que é exemplo o calcário Amarelo de Negrais. Já as cores escuras correspondem a

24 casos de estudo; dentro dos casos estudados, foram definidos como cores escuras o cinzento e o

Caracterização das anomalias detectadas

xpectável, todos os revestimentos analisados apresentavam anomalias. É possível

, que as anomalias estéticas são predominantes, tendo

apenas não ocorrem em um dos casos analisados. Seguem-se as anomalias de perda de integridade e

11%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

Rugoso (grosso)

% de RPN

Tipo de acabamento

15

24

44

13%

20%

37%

05

101520253035404550

preto cores escuras cores claras

N.º de RPN

Cor das placas pétreas dos revestimentos inspeccionados

Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

75

irregularidade da superfície da pedra; um dos exemplos é o acabamento escacilhado. Para uma melhor

compreensão dos critérios adoptados na definição do acabamento, são apresentados na Fig. 4.16 três

Três casos de estudo com acabamento liso, rugoso fino e rugoso grosso.

Dados relativos ao acabamento e à cor da pedra natural dos 120 casos analisados

res dos revestimentos foram divididas em quatro grupos distintos: branco, cores claras, cores

Dos 120 casos analisados, em 37 deles a cor das placas pétreas é branco e em 15 é preto. Quanto às

os estudados, constituindo 44 dos casos estudados. Por

se as pedras naturais em tons de rosa, como é o caso do calcário Abancado, e

as pedras em tons de creme, como é o caso do calcário Alpinina; também o amarelo foi considerado

cor clara, de que é exemplo o calcário Amarelo de Negrais. Já as cores escuras correspondem a

24 casos de estudo; dentro dos casos estudados, foram definidos como cores escuras o cinzento e o

xpectável, todos os revestimentos analisados apresentavam anomalias. É possível

tendo-se constatado que estas

se as anomalias de perda de integridade e

44

37

37%

31%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

cores claras branco

% de RPN

Cor das placas pétreas dos revestimentos inspeccionados

Page 92: Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de ... · A previsão da vida útil das construções foi objecto de estudo desde sempre; no entanto, tem-se verificado uma

Capítulo 4 - Trabalho de campo

76

em juntas, ocorrendo ambas em mais de metade dos revestimentos inspeccionados. Por sua vez, as

anomalias na fixação ao suporte são

inspeccionados (41 casos).

Fig. 4.18 - Número de revestimentos que possui cada grupo de anomalias e frequência da degradação relativa aos 120 casos estudados (esquerda); frequência relativa global da degradação dos casos

Nas Fig. 4.19, Fig. 4.20 e Fig. 4.

o trabalho de campo. Importa referir que cada anomalia só é contabilizada uma vez por cada

revestimento analisado, mesmo que ocorra mais

Em termos de anomalias estéticas, é possível constatar que a alteração cromática é a anomalia que se

verificou o maior número de vezes (74 casos), ocorrendo na maioria dos revestimentos

inspeccionados (61,7%). Em seguida as anomalias mais v

casos) e a sujidade superficial (51 casos), que ocorrem em 55,8% e 42,5%, respectivamente, dos

revestimentos analisados. Durante a realização do trabalho de campo, verificou

superficial ocorre predominantemente em zonas do revestimento que se encontram protegidas (por

exemplo, por baixo de varandas), não permitindo desse modo a lavagem dessa zona por parte da água

da chuva. Das anomalias estéticas, a anomalia com menor ocorrência é a vegetação para

ocorre em apenas dois dos revestimentos inspeccionados.

Quanto às anomalias em juntas, verifica

50,8% dos revestimentos inspeccionados possui anomalias de degradação do material de colmat

da junta e 32,5% possuem mesmo perda de material de colmatação.

As anomalias de fixação ao suporte são as que têm menor incidência no conjunto global das

anomalias detectadas. A anomalia mais recorrente neste grupo é a lascagem dos elementos pétreos

119

62

99,2%

51,7%

0

20

40

60

80

100

120

140

Anomalias estéticas

Anomalias em juntas

Anomalias na

N.º de RPN

Trabalho de campo

Instituto Superior Técnico

em juntas, ocorrendo ambas em mais de metade dos revestimentos inspeccionados. Por sua vez, as

anomalias na fixação ao suporte são as menos recorrentes, ocorrendo em 34,2% dos revestimentos

Número de revestimentos que possui cada grupo de anomalias e frequência da degradação relativa aos 120 casos estudados (esquerda); frequência relativa global da degradação dos casos

inspeccionados (direita)

Fig. 4.21, procede-se à análise individual das anomalias registadas durante

o trabalho de campo. Importa referir que cada anomalia só é contabilizada uma vez por cada

, mesmo que ocorra mais do que uma vez.

Em termos de anomalias estéticas, é possível constatar que a alteração cromática é a anomalia que se

verificou o maior número de vezes (74 casos), ocorrendo na maioria dos revestimentos

inspeccionados (61,7%). Em seguida as anomalias mais verificadas são as manchas localizadas (67

casos) e a sujidade superficial (51 casos), que ocorrem em 55,8% e 42,5%, respectivamente, dos

revestimentos analisados. Durante a realização do trabalho de campo, verificou

dominantemente em zonas do revestimento que se encontram protegidas (por

exemplo, por baixo de varandas), não permitindo desse modo a lavagem dessa zona por parte da água

da chuva. Das anomalias estéticas, a anomalia com menor ocorrência é a vegetação para

ocorre em apenas dois dos revestimentos inspeccionados.

Quanto às anomalias em juntas, verifica-se que ocorrem também com elevada incidência. De facto,

50,8% dos revestimentos inspeccionados possui anomalias de degradação do material de colmat

da junta e 32,5% possuem mesmo perda de material de colmatação.

As anomalias de fixação ao suporte são as que têm menor incidência no conjunto global das

anomalias detectadas. A anomalia mais recorrente neste grupo é a lascagem dos elementos pétreos

41

7134,2%

59,2%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Anomalias na fixação ao

suporte

Perda de integridade

40,6%

21,2%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

Anomalias estéticas

Anomalias em juntas

Instituto Superior Técnico

em juntas, ocorrendo ambas em mais de metade dos revestimentos inspeccionados. Por sua vez, as

as menos recorrentes, ocorrendo em 34,2% dos revestimentos

Número de revestimentos que possui cada grupo de anomalias e frequência da degradação relativa aos 120 casos estudados (esquerda); frequência relativa global da degradação dos casos

se à análise individual das anomalias registadas durante

o trabalho de campo. Importa referir que cada anomalia só é contabilizada uma vez por cada

Em termos de anomalias estéticas, é possível constatar que a alteração cromática é a anomalia que se

verificou o maior número de vezes (74 casos), ocorrendo na maioria dos revestimentos

erificadas são as manchas localizadas (67

casos) e a sujidade superficial (51 casos), que ocorrem em 55,8% e 42,5%, respectivamente, dos

revestimentos analisados. Durante a realização do trabalho de campo, verificou-se que a sujidade

dominantemente em zonas do revestimento que se encontram protegidas (por

exemplo, por baixo de varandas), não permitindo desse modo a lavagem dessa zona por parte da água

da chuva. Das anomalias estéticas, a anomalia com menor ocorrência é a vegetação parasitária, que

se que ocorrem também com elevada incidência. De facto,

50,8% dos revestimentos inspeccionados possui anomalias de degradação do material de colmatação

As anomalias de fixação ao suporte são as que têm menor incidência no conjunto global das

anomalias detectadas. A anomalia mais recorrente neste grupo é a lascagem dos elementos pétreos

21,2%

14,0%

24,2%

Anomalias em juntas

Anomalias na fixação ao suporte

Perda de integridade

Page 93: Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de ... · A previsão da vida útil das construções foi objecto de estudo desde sempre; no entanto, tem-se verificado uma

Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado

nos bordos ou junto às fixações, ocorrendo em 35 dos casos 120 analisados, constituindo assim 29,2%

dos casos. Já o desprendimento de placas pétreas não foi verificado em nenhuma situação.

Nas anomalias de perda de integridade, verifica

casos), ocorrendo assim em 39,2% dos casos. A degradação do material pétreo, por sua vez, ocorre

em 42 dos 120 casos analisados, correspondendo assim a 35% dos casos analisados. A fracturação é a

anomalia com menor incidência

entanto, durante a realização do trabalho de campo, que a fissuração ocorre em edifícios de todas as

idades, tendo alguma incidência em edifícios recentes (devido, provavelmente, a movimentaçõe

suporte); por sua vez, a degradação do material pétreo ocorre predominantemente em edifícios mais

antigos, sujeitos às acções de desgaste ao longo do tempo.

Fig. 4.19 - Distribuição das anomalias detectadas em número de revestimentos pétreos afectados por cada

Fig. 4.20 - Distribuição em termos relativos das anomalias d

1826

67

18

20

1020304050607080N.º de RPN

15,0%21,7%

55,8%

0%10%20%30%40%50%60%70%

Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil

nos bordos ou junto às fixações, ocorrendo em 35 dos casos 120 analisados, constituindo assim 29,2%

dos casos. Já o desprendimento de placas pétreas não foi verificado em nenhuma situação.

Nas anomalias de perda de integridade, verifica-se que a fissuração é a que ocorre mais vezes (47

casos), ocorrendo assim em 39,2% dos casos. A degradação do material pétreo, por sua vez, ocorre

em 42 dos 120 casos analisados, correspondendo assim a 35% dos casos analisados. A fracturação é a

anomalia com menor incidência, ocorrendo apenas em 9 dos casos analisados. Constatou

entanto, durante a realização do trabalho de campo, que a fissuração ocorre em edifícios de todas as

idades, tendo alguma incidência em edifícios recentes (devido, provavelmente, a movimentaçõe

suporte); por sua vez, a degradação do material pétreo ocorre predominantemente em edifícios mais

antigos, sujeitos às acções de desgaste ao longo do tempo.

Distribuição das anomalias detectadas em número de revestimentos pétreos afectados por cada uma das anomalias

Distribuição em termos relativos das anomalias detectadas

51

74

34

61

39

70 1 3

35

7

42 47

Anomalias detectadas

55,8%

15,0%

1,7%

42,5%

61,7%

28,3%

50,8%

32,5%

5,8%0,0%0,8%

2,5%

29,2%

5,8%

Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

77

nos bordos ou junto às fixações, ocorrendo em 35 dos casos 120 analisados, constituindo assim 29,2%

dos casos. Já o desprendimento de placas pétreas não foi verificado em nenhuma situação.

é a que ocorre mais vezes (47

casos), ocorrendo assim em 39,2% dos casos. A degradação do material pétreo, por sua vez, ocorre

em 42 dos 120 casos analisados, correspondendo assim a 35% dos casos analisados. A fracturação é a

, ocorrendo apenas em 9 dos casos analisados. Constatou-se, no

entanto, durante a realização do trabalho de campo, que a fissuração ocorre em edifícios de todas as

idades, tendo alguma incidência em edifícios recentes (devido, provavelmente, a movimentações do

suporte); por sua vez, a degradação do material pétreo ocorre predominantemente em edifícios mais

Distribuição das anomalias detectadas em número de revestimentos pétreos afectados por cada

etectadas

9

5,8%

35,0%39,2%

7,5%

� Anomalias estéticas;

� Anomalias em juntas;

� Anomalias na fixação;

� Anomalias de perda de integridade.

Page 94: Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de ... · A previsão da vida útil das construções foi objecto de estudo desde sempre; no entanto, tem-se verificado uma

Capítulo 4 - Trabalho de campo

78

Fig. 4.21 -

Relativamente à gravidade das anomalias detectadas, é possível verificar

das anomalias detectadas pertence ao nível 2 de degradação (58,6%). Da globalidade das anomalias

detectadas correspondentes ao nível 2 de degradação, 58% correspondem às anomal

às anomalias em juntas, 14% às de fixação ao suporte e 14% às de perda de integridade (

Fig. 4.22 - Distribuição do nível de degradação das anomalias detectadas

A clara prevalência de anomalias de nível 2 face a todos os outros níveis pode ser explicada devido à

elevada ocorrência de anomalias estéticas; o facto de este grupo possui

anomalias mereceu a especificação da distribuição dos níveis de degradação para cada uma delas

(Fig. 4.23); de onde se constata que o nível 2 s

grupo.

Fig. 4.23 - Distribuição dos níveis de degradação para as anomalias estéticas

3,3%4,8%

12,4%

0%2%4%6%8%

10%12%14%16%

0%

69%

89%

31%

11%0%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Eflorescências Manchas de humidade

Trabalho de campo

Instituto Superior Técnico

Distribuição em termos globais das anomalias detectadas

Relativamente à gravidade das anomalias detectadas, é possível verificar, na

das anomalias detectadas pertence ao nível 2 de degradação (58,6%). Da globalidade das anomalias

detectadas correspondentes ao nível 2 de degradação, 58% correspondem às anomal

às anomalias em juntas, 14% às de fixação ao suporte e 14% às de perda de integridade (

Distribuição do nível de degradação das anomalias detectadas

A clara prevalência de anomalias de nível 2 face a todos os outros níveis pode ser explicada devido à

elevada ocorrência de anomalias estéticas; o facto de este grupo possuir uma elevada g

mereceu a especificação da distribuição dos níveis de degradação para cada uma delas

); de onde se constata que o nível 2 se destaca na quase totalidade das anomalias deste

Distribuição dos níveis de degradação para as anomalias estéticas

12,4%

3,3%

0,4%

9,4%

13,7%

6,3%

11,3%

7,2%

1,3%0,0% 0,2%

0,6%

6,5%

1,3%

Nível 127,5%

Nível 258,6%

Nível 313,5%

Nível 40,4%

19%6%

0%

98%

11%

81%89%

100%

2%

89%

0% 0%6%

0% 0% 0%

Manchas de Manchas localizadas

Colonização biológica

Vegetação parasitária

Sujidade superficial

Alteração cromática

Instituto Superior Técnico

Distribuição em termos globais das anomalias detectadas

na Fig. 4.22, que a maioria

das anomalias detectadas pertence ao nível 2 de degradação (58,6%). Da globalidade das anomalias

detectadas correspondentes ao nível 2 de degradação, 58% correspondem às anomalias estéticas, 15%

às anomalias em juntas, 14% às de fixação ao suporte e 14% às de perda de integridade (Fig. 4.24).

Distribuição do nível de degradação das anomalias detectadas

A clara prevalência de anomalias de nível 2 face a todos os outros níveis pode ser explicada devido à

r uma elevada gama de

mereceu a especificação da distribuição dos níveis de degradação para cada uma delas

e destaca na quase totalidade das anomalias deste

Distribuição dos níveis de degradação para as anomalias estéticas

1,3%

7,8%8,7%

1,7%

29%

59%

0%

12%

Alteração cromática

Deficiências de planeza

Nível 1

Nível 2

Nível 3

Page 95: Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de ... · A previsão da vida útil das construções foi objecto de estudo desde sempre; no entanto, tem-se verificado uma

Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado

Quanto aos restantes níveis de degradação, 27,5% das anomalias detectadas correspondem ao nív

13,5% ao nível 3 e apenas 0,4% ao nível 4.

Ao nível 1, pela definição dos níveis de degradação (

degradação atribuída aos quatro grupos de anomalias

perda de integridade; é possível assim verificar que as anomalias mais recorrentes neste nível são as

estéticas (67%) seguidas das de perda de integridade (33%).

Por sua vez, o nível 3 de degradação foi observado em 13,5% dos casos; as anomalias em juntas

contribuem em 73% para essa ocorrência, sendo seguidas das de fixação ao suporte (11%), das

estéticas (10%) e das de perda de integridade (7%).

Relativamente ao nível 4 de degradação, este é o que tem menor incidência nos casos observados; da

totalidade dos casos observados

deles relativo a anomalias na fixação ao suporte e outro de perda de integridad

Fig. 4.24 - Contribuição de cada grupo de anomalias para cada nível de degradação

Fazendo uma distribuição dos níveis de degradação por cada grupo de anomalias (

possível verificar que as anomalias de nível 2 ocorrem com grande incidência em cada um dos grupos

de anomalias.

Fig. 4.25 - Distribuição dos níveis de degrada

67%

33%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Nível 1

35%

63%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

Anomalias estéticas

Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil

Quanto aos restantes níveis de degradação, 27,5% das anomalias detectadas correspondem ao nív

13,5% ao nível 3 e apenas 0,4% ao nível 4.

Ao nível 1, pela definição dos níveis de degradação (Tabela 4.9 - Resumo da escala de níveis de

degradação atribuída aos quatro grupos de anomalias), apenas correspondem anomalias estéticas e de

perda de integridade; é possível assim verificar que as anomalias mais recorrentes neste nível são as

estéticas (67%) seguidas das de perda de integridade (33%).

Por sua vez, o nível 3 de degradação foi observado em 13,5% dos casos; as anomalias em juntas

contribuem em 73% para essa ocorrência, sendo seguidas das de fixação ao suporte (11%), das

estéticas (10%) e das de perda de integridade (7%).

nível 4 de degradação, este é o que tem menor incidência nos casos observados; da

totalidade dos casos observados, apenas dois corresponderam ao nível 4 de degradação, sendo um

deles relativo a anomalias na fixação ao suporte e outro de perda de integridad

Contribuição de cada grupo de anomalias para cada nível de degradação

Fazendo uma distribuição dos níveis de degradação por cada grupo de anomalias (

possível verificar que as anomalias de nível 2 ocorrem com grande incidência em cada um dos grupos

Distribuição dos níveis de degradação para cada grupo de anomalias

58%

10%

15%

73%

14%11%

50%

14% 7%

50%

Nível 2 Nível 3 Nível 4

Anomalias de perda de integridade

Anomalias na fixação ao suporte

Anomalias em juntas

Anomalias estéticas

50%

63%

47%

83%

44%

2%

53%

15%

5%2% 1%

Anomalias estéticas

Anomalias em juntas

Anomalias na fixação ao suporte

Perda de integridade

Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

79

Quanto aos restantes níveis de degradação, 27,5% das anomalias detectadas correspondem ao nível 1,

Resumo da escala de níveis de

), apenas correspondem anomalias estéticas e de

perda de integridade; é possível assim verificar que as anomalias mais recorrentes neste nível são as

Por sua vez, o nível 3 de degradação foi observado em 13,5% dos casos; as anomalias em juntas

contribuem em 73% para essa ocorrência, sendo seguidas das de fixação ao suporte (11%), das

nível 4 de degradação, este é o que tem menor incidência nos casos observados; da

apenas dois corresponderam ao nível 4 de degradação, sendo um

deles relativo a anomalias na fixação ao suporte e outro de perda de integridade.

Contribuição de cada grupo de anomalias para cada nível de degradação

Fazendo uma distribuição dos níveis de degradação por cada grupo de anomalias (Fig. 4.25), é

possível verificar que as anomalias de nível 2 ocorrem com grande incidência em cada um dos grupos

ção para cada grupo de anomalias

Anomalias de perda de integridade

Anomalias na fixação ao suporte

Anomalias em juntas

Anomalias estéticas

Nível 1

Nível 2

Nível 3

Nível 4

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Capítulo 4 - Trabalho de campo

80 Instituto Superior Técnico

4.6 Conclusões

O presente capítulo pode ser dividido em duas fases: a primeira que é anterior à realização do trabalho

de campo; a segunda que é posterior. Na primeira fase, é definida a informação relevante, que deverá

ser recolhida durante o trabalho de campo, sendo esta informação estruturada numa ficha de

inspecção e diagnóstico; esta fase abarca ainda a decisão dos casos a estudar e a definição de uma

hierarquização das diferentes anomalias de que os revestimentos pétreos são alvo, segundo a sua

gravidade e extensão. Numa segunda fase, após a realização do trabalho de campo, procedeu-se à

caracterização da amostra estudada, através da caracterização da zona, das características do

revestimento e das anomalias nele existentes.

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 81

5 Modelos de degradação dos revestimentos pétreos

5.1 Introdução

Os modelos de degradação pretendem representar a evolução da degradação ao longo do tempo,

permitindo identificar o fim da vida útil dos elementos estudados.

A elaboração destes modelos está directamente associada a um levantamento rigoroso do estado de

conservação, dependendo, no entanto, da maior ou menor susceptibilidade do revestimento face a

erros de concepção, execução e manutenção, pois estes propiciam anomalias precoces, que

influenciam a natural degradação do revestimento.

5.2 Mecanismos de degradação e sua influência nos modelos de degradação

Segundo Flores-Colen e Brito (2003), a durabilidade pode ser representada por diversos modelos de

degradação que, para representarem com fiabilidade o comportamento do elemento ao longo do

tempo, devem ser baseados na análise dos mecanismos de todos os agentes que interferem na

degradação, recorrendo a inspecções, modelações teóricas ou a ensaios laboratoriais e de campo. Os

autores afirmam ainda que estes modelos, desde que devidamente ajustados, permitem elaborar um

planeamento económico a longo prazo, permitindo estimar a vida útil remanescente do elemento

estudado.

Por sua vez, Gaspar (2002) definiu que o limite de durabilidade de um elemento é atingido quando

um fenómeno de degradação, ou a conjugação de vários fenómenos que actuam sobre ele, conduzem

à ultrapassagem dos estados limite definidos. Deste modo, torna-se fundamental o conhecimento dos

fenómenos de degradação, assim como das suas causas, levantamento realizado no capítulo 3.

Segundo Pedro et al. (2002) as anomalias presentes nos revestimentos dividem-se em quatro tipos

distintos:

a) as congénitas - que têm origem na fase de projecto e que se devem, essencialmente, ao

desrespeito pelas normas técnicas e a falhas de concepção dos revestimentos; são

responsáveis pela maior parte das anomalias existentes;

b) as construtivas - relacionadas com a fase de execução; devem-se a mão-de-obra inadequada,

a materiais inadequados ou a erros de execução do revestimento;

c) as adquiridas - que ocorrem durante a fase de utilização do revestimento devido à exposição

ao meio envolvente;

d) as acidentais - decorrentes de uma solicitação inesperada.

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Capítulo 5 - Modelos de degradação dos revestimentos pétreos

82 Instituto Superior Técnico

As anomalias congénitas e construtivas afectam irremediavelmente a vida útil dos revestimentos,

alterando assim a degradação natural dos mesmos. Tal como já referido, estas anomalias, por se

deverem a erros de projecto e execução, são difíceis de identificar quando o revestimento se encontra

instalado.

As acções acidentais ou de vandalismo, como é o caso dos graffiti, não são passíveis de serem

modeladas pois, além de serem imprevisíveis, não reflectem a degradação do revestimento ao longo

do tempo (tanto ocorrem em revestimentos com um ano de idade, como num revestimento

centenário). No entanto, verificou-se, durante a realização do trabalho de campo, que os edifícios

recentes não apresentavam graffiti, como é possível constatar na Fig. 5.1; visto que a grande maioria

dos edifícios com idades inferiores a 20 anos se situa no Parque das Nações, presume-se que os

graffiti sejam removidos a curto prazo após a sua ocorrência, o que pode explicar os resultados

obtidos em campo.

Fig. 5.1 - Relação entre a percentagem de área afectada por graffiti e a idade do revestimento

Destes tipos distintos de anomalias, apenas interessa modelar as anomalias adquiridas ao longo do

tempo (anomalias com carácter evolutivo), visto que o objectivo da presente dissertação é modelar a

degradação dos revestimentos pétreos durante o período de utilização em condições normais, até que

os requisitos mínimos não sejam garantidos (fim da vida útil).

5.3 Definição do fim da vida útil dos revestimentos pétreos

Tal como referido no capítulo 2, o fim da vida útil depende de inúmeros factores, sendo de difícil

definição. Gaspar (2002) afirma que seria mais adequado, se possível, associar cada mecanismo de

degradação a cada manifestação patológica detectada, admitindo que o fim da vida útil seria a menor

das vidas úteis associadas a cada mecanismo. Em suma, pode dizer-se que a ocorrência dos diferentes

tipos de anomalias (estéticas, em juntas, na fixação ao suporte e de perda de integridade) conduz à

0%

20%

40%

60%

80%

100%

0 10 20 30 40 50 60

% de área afectada

Idade (anos)

Graffiti

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 83

deterioração do desempenho do revestimento, afectando assim o cumprimento das exigências

mínimas (Tabela 5.1).

Tabela 5.1 - Relação entre as anomalias e as exigências de desempenho (adaptado de Gaspar (2002) e Sousa (2008))

Exigências mínimas Formas de degradação Segurança Segurança na utilização Anomalias na fixação ao suporte

Funcionalidade

Resistência mecânica e estabilidade Adaptação à utilização normal Compatibilidade com o suporte

Economia Estanqueidade Durabilidade

Anomalias em juntas Anomalias na fixação ao suporte

Anomalias de perda de integridade

Aparência Conforto visual e táctil

Facilidade de limpeza e de manutenção

Anomalias estéticas Anomalias em juntas

Anomalias na fixação ao suporte Anomalias de perda de integridade

Em termos dos modelos adoptados, Gaspar (2002) estabeleceu como fim da vida útil dos rebocos o

nível 3 de degradação, afirmando assim que, no intervalo entre 0 e 2,99, são garantidas as exigências

mínimas.

No capítulo 4 da presente dissertação, consideraram-se os seguintes níveis de degradação no caso dos

revestimentos pétreos:

• nível 0 - não apresenta degradação visível;

• nível 1 - presença de anomalias visíveis a olho nu mas encontra-se em bom estado de

conservação;

• nível 2 - apresenta degradação ligeira;

• nível 3 - apresenta degradação moderada;

• nível 4 - apresenta degradação generalizada.

Adopta-se assim o mesmo critério que Gaspar (2002), considerando assim que os revestimentos

pétreos cujo nível de degradação seja igual ou superior a 3 atingiram o fim da sua vida útil, isto é, não

se encontram aptos a desempenhar a função para que foram concebidos, sendo necessário proceder a

uma reparação generalizada no intuito de restabelecer as propriedades essenciais ao seu adequado

desempenho.

5.4 Metodologia para a estimativa da vida útil dos revestimentos pétreos

A metodologia para a estimativa da vida útil dos revestimentos pétreos adoptada na presente

dissertação baseia-se nos modelos propostos por Gaspar (2002) e Gaspar (2009).

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Capítulo 5 - Modelos de degradação dos revestimentos pétreos

84 Instituto Superior Técnico

5.4.1 Modelo de Gaspar (2002)

O modelo proposto por Gaspar (2002) assenta na necessidade de definir um índice numérico que

exprima o estado de conservação de cada um dos revestimentos estudados, para que se possa proceder

a uma comparação estatística entre eles. Esse índice numérico, também designado de nível global de

degradação, é calculado através da seguinte expressão:

( )( )

( )( )4321

44332211

nnnn

knknknkn

n

knNGD

i

ii

+++

⋅+⋅+⋅+⋅=

⋅=

∑∑

(5.1)

Onde:

NGD - nível global de degradação do revestimento;

ni - somatório das anomalias de nível i (i varia entre 0 e 4);

ki - factor multiplicativo.

De facto, o nível global de degradação é a média ponderada do número de anomalias detectadas

afectadas por um factor multiplicativo correspondente ao seu nível de degradação (Tabela 5.2).

Tabela 5.2 - Quantificação relativa das anomalias detectadas

Nível de degradação Factor multiplicativo Nível 0 0

Nível 1 1

Nível 2 2

Nível 3 3

Nível 4 4

Segundo Gaspar (2002), através deste modelo, torna-se possível traduzir o estado de degradação de

cada caso estudado, através de um índice variando entre 0 e 4, cujo sentido físico pode ser facilmente

compreendido e relacionado com cada um dos níveis de degradação definidos no capítulo 4 para

descrever o estado de degradação dos revestimentos pétreos.

Este modelo tem a vantagem de ser de fácil compreensão e aplicação; no entanto, é de salientar que

este método deve ser utilizado tendo em conta as seguintes limitações (Gaspar (2002) e Sousa

(2008)):

i. simplificação de um fenómeno muito complexo - não tem em consideração, por exemplo, a

distinção das anomalias face à sua localização na fachada; no caso dos revestimentos pétreos,

este parâmetro assume especial importância, visto não ser indiferente a queda de uma placa

pétrea a 30 cm do solo ou a 12 metros;

ii. susceptibilidade face à escassez de informação - no caso de um revestimento onde se

verifique a presença de apenas uma anomalia, o nível global de degradação tomará o valor do

nível de degradação dessa mesma anomalia; no caso de um revestimento que apresente, por

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 85

exemplo, colonização biológica em 40% da sua área, diz-se que apresenta uma anomalia de

nível 3, sendo o nível global de degradação também igual a 3; neste caso, admite-se que se

tinha atingido o fim da vida útil, o que não será muito adequado;

iii. inexistência de situações intermédias entre os vários níveis - é o caso de um revestimento

que apresente apenas uma anomalia de nível 1; neste caso, o nível de degradação global do

revestimento toma automaticamente o valor 1, não existindo nenhuma descontinuidade entre

o valor 0 e o valor 1;

iv. a não contabilização da extensão das anomalias - no trabalho desenvolvido por Gaspar

(2002), não era tida em conta a extensão das anomalias; no entanto, tanto no caso do estudo

relativo aos revestimentos cerâmicos (Sousa, 2008) como na presente dissertação, os níveis

de degradação já entram em linha de conta com a percentagem de revestimento afectada pelas

respectivas anomalias.

Apesar de o modelo de Gaspar (2002) ter apresentado valores aceitáveis no caso dos rebocos

correntes, verificou-se que seria inadequado no estudo da previsão da vida útil dos revestimentos

cerâmicos aderentes (Sousa, 2008). No caso dos revestimentos pétreos, este modelo também não

apresentou valores aliciantes, apresentando uma grande dispersão de resultados, como é possível

verificar na Fig. 5.2.

Fig. 5.2 - Nível global de degradação dos 120 revestimentos estudados no trabalho de campo

Este método apresenta ainda algumas incoerências no que respeita à caracterização do estado de

conservação dos revestimentos. De facto, por se tratar de uma média ponderada, verifica-se que:

i. em alguns casos, o nível global de degradação diminui à medida que aumenta o número

de anomalias verificadas; como é o caso de um revestimento que apresente uma anomalia

de nível 1 e uma anomalia de nível 2 (NGD = 1,5) comparativamente com o caso de um

R² = -16,26

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

0 20 40 60 80 100

Nível global de degradação

Idade (anos)

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Capítulo 5 - Modelos de degradação dos revestimentos pétreos

86 Instituto Superior Técnico

revestimento que apresente três anomalias de nível 1 e uma anomalia de nível 2 (NGD =

1,25);

ii. o nível global de degradação mantém-se inalterado no caso de revestimentos que

apresentem a mesma proporção do número de anomalias para os diferentes níveis de

degradação, mesmo tratando-se de anomalias distintas; por se tratar de uma média

ponderada, um revestimento que apresente uma anomalia de nível 1 e uma de nível dois, tem

o mesmo NGD do que um revestimento que apresente, por absurdo, cem anomalias de nível

1 e cem de nível 2, tal como mostra o exemplo da Fig. 5.3; para uma melhor compreensão,

veja-se o exemplo de um revestimento com duas anomalias de nível 1 e uma anomalia de

nível 2, que tem NGD igual a 1,3, tal como um revestimento que apresente 4 anomalias de

nível 1 e duas anomalias de nível 2;

iii. o nível global de degradação não atinge o valor limite, igual a 3, em casos onde a

degradação o justifica; por exemplo, o caso de um revestimento que apresente 100% de

sujidade superficial (nível 1), 100% de perda de material de colmatação das juntas (nível 3) e

descolamento em 60% da sua área (nível 4), tem um NGD igual a 2,7; de facto, verifica-se

que por se tratar de uma média ponderada, a existência de uma anomalia de nível 1 diminui a

importância da ocorrência das restantes anomalias.

Caso de estudo Anomalias verificadas NGD

Alteração cromática em 30% do revestimento (nível 2)

2,0

Eflorescências em 3% do revestimento (nível 2)

Vegetação parasitária em 5% do revestimento (nível 2)

Sujidade superficial em 30% do revestimento (nível 1)

Alteração cromática em 40% do revestimento (nível 2)

Degradação do material das juntas em 30% do revestimento (nível 3)

Degradação do material pétreo em 30% do revestimento (nível 2)

2,0

Fig. 5.3 - Exemplo esquemático da incoerência verificada no cálculo do NGD para dois dos revestimentos estudados

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 87

5.4.2 Modelo de Gaspar (2009)

Este modelo pretende, tal como o anterior, determinar um índice numérico que forneça uma

estimativa da degradação global do revestimento. O modelo apresentado por Gaspar (2009) assenta

numa melhoria do método anteriormente apresentado.

Neste método, procura-se determinar um indicador de degradação. Para isso, é necessário que durante

o trabalho de campo se recolha a seguinte informação:

• área de revestimento pétreo da fachada - visto ser sobre este tipo de revestimento que incide

a presente dissertação;

• área degradada da fachada ou a extensão da sua degradação, para cada tipo de anomalia;

• área degradada ponderada, obtida através da multiplicação da área afectada por cada

anomalia por um factor de ponderação, factor esse que traduz a importância relativa do tipo

de anomalia.

Os indicadores de degradação definidos a partir do trabalho de campo são os a seguir indicados

(Gaspar, 2009):

• extensão da degradação do revestimento (E) - obtida através da razão entre as áreas

degradadas e a área total do revestimento pétreo da fachada;

• extensão ponderada da degradação (Ew) - obtida através da razão entre a área degradada

ponderada e a área total do revestimento pétreo da fachada;

• severidade da degradação normalizada (Sw) de um revestimento - obtida através da razão

entre a área degradada ponderada e uma área de referência, equivalente à totalidade da

fachada degradada com o maior nível de gravidade possível.

Nos pontos seguintes, são explanados com maior detalhe os indicadores de degradação, assim como

todos os elementos necessários à sua correcta definição.

5.4.2.1 Área degradada da fachada ou a extensão da sua degradação

No trabalho de campo, a área degradada da fachada foi calculada das seguintes formas:

i. através da sua quantificação real, isto é, com recurso à medição da área efectivamente

degradada;

ii. através de uma percentagem de degradação, atribuída de forma o mais rigorosa possível,

sendo, no entanto, sempre uma análise subjectiva por parte de quem efectua as inspecções

visuais.

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Capítulo 5 - Modelos de degradação dos revestimentos pétreos

88 Instituto Superior Técnico

Durante o trabalho de campo, procurou-se adoptar os mesmos critérios para os vários casos

estudados, tentando assim conferir uma maior fiabilidade aos resultados obtidos através dos modelos

de degradação.

5.4.2.2 Área degradada ponderada

O cálculo da área degradada do revestimento, ponderada em função do nível de degradação das

anomalias nele existentes, é o primeiro passo para a definição dos indicadores de degradação (Gaspar,

2009). Segundo o autor, esta ponderação permite fazer a distinção entre fachadas que apresentem a

mesma área degradada mas com níveis distintos de degradação.

Esta ponderação é feita através da multiplicação de um factor multiplicativo correspondente ao nível

de degradação (coeficientes referidos na Tabela 5.2). Assim sendo, esta área calcula-se através da

seguinte expressão:

( )nnw kAA ×Σ= (5.2)

Onde:

Aw - somatório ponderado da área afectada pelas diferentes anomalias detectadas, em m2;

An - área do revestimento afectada por uma anomalia n, em m2;

kn - factor multiplicativo das anomalias n, em função do seu nível de degradação (k varia entre 0 e 4 -

Tabela 5.2).

Por se terem considerado quatro grupos distintos de anomalias, pode dizer-se que a área da fachada

afectada por uma anomalia n pode ser dividida tal como indicado na expressão (5.3).

ifjen AAAAA +++= (5.3)

Onde:

Ae - área do revestimento afectada por anomalias estéticas, em m2;

Aj - área do revestimento afectada por anomalias em juntas, em m2;

Af - área do revestimento afectada por anomalias na fixação ao suporte, em m2;

Ai - área do revestimento afectada por anomalias de perda de integridade, em m2.

Verifica-se, na prática, que um revestimento apresenta na generalidade dos casos, anomalias

pertencentes a vários níveis de degradação. Admita-se assim o exemplo de um revestimento com 100

m2, que apresente anomalias de nível 1 em 20 m2, de nível 2 em 60 m2 e de nível 3 em 10 m2, tem-se

assim uma área ponderada de 170 m2. Constata-se que não é fácil estabelecer um limite superior para

a área degradada ponderada, sendo esta muitas vezes superior à própria área do revestimento.

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 89

Ocorrem ainda, frequentemente, situações onde existe a sobreposição de anomalias no revestimento

quer seja entre grupos de anomalias (Fig. 5.4) ou dentro de um grupo de anomalias (Fig. 5.5).

Fig. 5.4 - Sobreposição entre grupos de anomalias: anomalias estéticas (manchas localizadas) e de perda de integridade (fissuração); anomalias estéticas (sujidade superficial) e de perda de integridade (fracturação); anomalias em juntas (perda de material de colmatação) e de perda de integridade

(degradação do material pétreo)

Fig. 5.5 - Sobreposição dentro do grupo de anomalias: anomalias estéticas (eflorescências e manchas de humidade); anomalias em juntas (deterioração das juntas e perda de material de colmatação); anomalias

de perda de integridade (degradação do material pétreo e fissuração)

Este factor assume primordial importância na quantificação dos índices de degradação, visto que uma

área do revestimento onde existam mais do que uma anomalia é contabilizada o mesmo número de

vezes do que as anomalias nela existentes.

Numa primeira abordagem, consideraram-se todas as anomalias presentes no revestimento, o que

constituía uma situação difícil de explicar no que concerne aos máximos teóricos dos índices; de

facto, a sobreposição de anomalias tornava estes valores excessivamente elevados e, por isso,

desajustados da realidade física (esta questão é abordada com maior rigor no ponto 5.4.2.4 do

presente capítulo).

Posteriormente, adoptou-se a solução de considerar a sobreposição de anomalias apenas entre grupos

de anomalias. Esta solução admite que, num revestimento, a soma de área afectada por todas as

anomalias estéticas é no máximo igual à área do revestimento; na Fig. 5.6, é dado um exemplo

esquemático da sobreposição de anomalias dentro do mesmo grupo; no exemplo, aproximadamente

25% da área do revestimento é afectada por alteração cromática e 10% por manchas de humidade,

tendo 5% em comum; neste caso, considerou-se que o revestimento possuía 20% de alteração

cromática e 10% de manchas de humidade, não considerando assim os 5% de sobreposição; neste

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Capítulo 5 - Modelos de degradação dos revestimentos pétreos

90 Instituto Superior Técnico

caso, é praticamente irrelevante a decisão tomada, mas, existem situações onde a percentagem de área

afectada se encontra no limiar entre dois níveis de degradação, adoptando-se nesses casos a solução

que maximiza esses mesmos níveis. Em todos os casos analisados, é necessário obter uma solução de

compromisso, avaliando caso a caso a gravidade das anomalias detectadas.

Fig. 5.6 - Exemplo esquemático da sobreposição de anomalias dentro do mesmo grupo de anomalias

5.4.2.3 Extensão da degradação do revestimento (E)

A extensão da degradação do revestimento é calculada, tal como referido, através da relação entre a

área degradada do revestimento e a área total do revestimento, tal como mostra a expressão (5.4).

( ) ( )A

AAAA

AA

E ifjen+++

= (5.4)

Onde:

E - representa a extensão da degradação do revestimento, expressa em percentagem;

An - área do revestimento afectada por uma anomalia n, em m2;

A - área total do revestimento, em m2;

Ae - área do revestimento afectada por anomalias estéticas, em m2;

Aj - área do revestimento afectada por anomalias em juntas, em m2;

Af - área do revestimento afectada por anomalias na fixação ao suporte, em m2;

Ai - área do revestimento afectada por anomalias de perda de integridade, em m2.

Inicialmente, pode considerar-se que a extensão da degradação do revestimento varia entre 0 e 100%;

no entanto, devido à sobreposição de anomalias, pode dizer-se, por absurdo, que a extensão máxima

possível num revestimento é de 400%, no caso de se verificarem simultaneamente anomalias

estéticas, em juntas, de fixação ao suporte e de perda de integridade.

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 91

5.4.2.4 Extensão ponderada da degradação do revestimento (Ew)

Segundo Gaspar (2009), este indicador traduz a relação entre a área degradada ponderada do

revestimento (Aw) e a área total do revestimento, constituindo, segundo o autor, uma evolução da

variável nível global de degradação, através da incorporação rigorosa da extensão deteriorada.

Este indicador distingue-se da extensão da degradação do revestimento (E), devido à contabilização

do nível de gravidade da degradação de cada uma das anomalias registadas, tal como indicado na

fórmula (5.5).

( )A

kAA

AE nnw

w

×Σ==

(5.5)

Onde:

Ew - representa a extensão da degradação ponderada do revestimento, expressa em percentagem;

Aw - somatório ponderado da área afectada pelas diferentes anomalias detectadas, em m2;

kn - factor multiplicativo das anomalias n, em função do seu nível de degradação (k varia entre 0 e 4 -

Tabela 5.2);

An - área do revestimento afectada por uma anomalia n, em m2;

A - área total do revestimento, em m2.

Gaspar (2009) considerou, no caso específico dos rebocos que este indicador variava em teoria entre

0% e 1200%, no caso de ocorrerem em simultâneo e na totalidade do revestimento todas as anomalias

consideradas (fachada rebocada simultaneamente fissurada, manchada e com destacamentos). No

caso da presente dissertação, consideraram-se quatro grupos distintos de anomalias, constituídos, cada

um deles, por um conjunto de anomalias.

Numa primeira análise, pretendeu-se contabilizar o pior cenário possível, ainda que extremamente

improvável, que seria a ocorrência de todas as anomalias em simultâneo na totalidade do

revestimento; neste caso, o limite teórico máximo de Ew seria de 4900%, devido à soma do Ew

máximo devido à ocorrência de todas as anomalias estéticas (1900% - Tabela 5.3), em juntas (600% -

Tabela 5.4), na fixação ao suporte (1200% - Tabela 5.5) e de perda de integridade (1200% -Tabela

5.6). É apontado como principal inconveniente deste indicador o seu distanciamento da realidade

física, visto ser difícil compreender que a extensão da degradação ponderada possa atingir valores

desta ordem de grandeza.

Assim sendo, optou-se como referido anteriormente, por não considerar a sobreposição de anomalias

dentro de cada grupo de anomalias, para deste modo obter um limite teórico máximo de Ew igual a

1400% (300% + 300% + 400% + 400%); ainda que também afastado da realidade física, este valor

encontra-se mais próximo do indicado por Gaspar (2009), sendo mais compreensível,

comparativamente com o anterior.

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Capítulo 5 - Modelos de degradação dos revestimentos pétreos

92 Instituto Superior Técnico

Tabela 5.3 - Valor máximo da extensão da degradação ponderada do revestimento para o caso da ocorrência em simultâneo da totalidade das anomalias estéticas

Caracterização das anomalias Nível de degradação caso se verificasse 100% de área afectada pela anomalia

Ew (%)

Sujidade superficial 1 100 Manchas de humidade 2 200 Manchas localizadas 2 200 Alteração cromática 2 200

Colonização biológica 3 300 Vegetação parasitária 3 300

Eflorescências 3 300 Deficiências de planeza 3 300

Total = 1900%

Máximo = 300%

Tabela 5.4 - Valor máximo da extensão da degradação ponderada do revestimento para o caso da ocorrência em simultâneo da totalidade das anomalias em juntas

Caracterização das anomalias Nível de degradação caso se verificasse 100% de área afectada pela anomalia

Ew (%)

Degradação do material 3 300 Perda de material de colmatação 3 300

Total = 600%

Máximo = 300%

Tabela 5.5 - Valor máximo da extensão da degradação ponderada do revestimento para o caso da ocorrência em simultâneo da totalidade das anomalias na fixação ao suporte

Caracterização das anomalias Nível de degradação caso se verificasse 100% de área afectada pela anomalia

Ew (%)

Lascagem do elemento pétreo 3 300 Lacuna parcial do elemento pétreo 3 300

Flexão e rotura dos elementos metálicos

3 300

Corrosão dos elementos metálicos 3 300 Descolagem ou Desprendimento 4 400

Total = 1200% ou 400%

Máximo = 400%

Tabela 5.6 - Valor máximo da extensão da degradação ponderada do revestimento para o caso da ocorrência em simultâneo da totalidade das anomalias de perda de integridade

Caracterização das anomalias Nível de degradação caso se verificasse 100% de área afectada pela anomalia

Ew (%)

Degradação do material pétreo 4 400 Fissuração 4 400 Fracturação 4 400

Total = 1200%

Máximo = 400%

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 93

Até agora, tem-se assumido que as anomalias manifestam todas a mesma importância; no entanto, é

fácil entender que o descolamento de uma placa pétrea não tem a mesma gravidade do que a presença

de manchas localizadas. Apesar de já se ter hierarquizado as anomalias mediante a sua importância

através dos diferentes níveis de degradação, afigura-se ainda necessário estabelecer coeficientes de

ponderação entre as diferentes anomalias, para deste modo distinguir o peso relativo das anomalias na

degradação global do revestimento.

Assim sendo, a expressão (5.5) poderá ser complementada com os referidos coeficientes de

ponderação (definidos no ponto 5.4.2.6 do presente capítulo), dando origem à expressão (5.6).

( )A

kkAA

AE nannw

w,××Σ

== (5.6)

Onde:

Ew - representa a extensão da degradação ponderada do revestimento, expressa em percentagem;

Aw - somatório ponderado da área afectada pelas diferentes anomalias detectadas, em m2;

kn - factor multiplicativo das anomalias n, em função do seu nível de degradação (k varia entre 0 e 4 -

Tabela 5.2);

ka,n - coeficiente de ponderação correspondente ao peso relativo da anomalia detectada; ka,n assume o

valor 1 em caso da inexistência de qualquer especificação;

An - área do revestimento afectada por uma anomalia n, em m2;

A - área total do revestimento, em m2.

5.4.2.5 Severidade da degradação normalizada (Sw)

Para complementar e tornar o valor da extensão ponderada da degradação de fachadas mais operativo,

Gaspar (2009) propôs o indicador S, que designa o valor da severidade da degradação de fachadas,

normalizado em relação a uma área de fachada de referência, calculado através da expressão (5.7).

( )( ) k

EkA

kkAS wnann

w =×

××Σ= ,

(5.7)

Onde:

Sw - severidade da degradação do revestimento, expressa em percentagem;

Ew - representa a extensão da degradação ponderada do revestimento, expressa em percentagem;

kn - factor multiplicativo das anomalias n, em função do seu nível de degradação (k varia entre 0 e 4 -

Tabela 5.2);

ka,n - coeficiente de ponderação correspondente ao peso relativo da anomalia detectada; ka,n assume o

valor 1 em caso da inexistência de qualquer especificação;

An - área do revestimento afectada por uma anomalia n, em m2;

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Capítulo 5 - Modelos de degradação dos revestimentos pétreos

94 Instituto Superior Técnico

A - área total do revestimento, em m2;

k - constante de ponderação igual ao nível de condição mais elevada da degradação de um

revestimento de área A.

Gaspar (2009) considerou que a constante de ponderação igual ao nível de condição mais elevada de

degradação toma o valor 4; no entanto, na presente dissertação, as anomalias estéticas e em juntas

nunca atingem este nível de degradação, ao contrário do que acontece com as anomalias na fixação ao

suporte e de perda de integridade. Por este motivo, optou-se por estabelecer a razão entre extensão

ponderada do revestimento e a extensão de degradação máxima possível (definida no ponto 5.4.2.4 do

presente capítulo), tal como indicado na expressão (5.8). Esta razão permite obter uma variação do

valor da severidade da degradação do revestimento entre 0 e 100%; constituindo assim um indicador

facilmente interpretável.

( ) ( ) ( ) ( )( ) .,.

,,,,,

máxw

w

máx

naninanfnanjnane

rpwE

E

kA

kkAkkAkkAkkAS =

Σ×

××Σ+××Σ+××Σ+××Σ=

(5.8)

Onde:

Sw,rp - severidade da degradação do revestimento pétreo, expressa em percentagem;

Ae - área do revestimento afectada por anomalias estéticas, em m2;

Aj - área do revestimento afectada por anomalias em juntas, em m2;

Af - área do revestimento afectada por anomalias na fixação ao suporte, em m2;

Ai - área do revestimento afectada por anomalias de perda de integridade, em m2;

kn - factor multiplicativo das anomalias n, em função do seu nível de degradação (k varia entre 0 e 4 -

Tabela 5.2);

ka,n - coeficiente de ponderação correspondente ao peso relativo da anomalia detectada; ka,n assume o

valor 1 em caso da inexistência de qualquer especificação;

A - área total do revestimento, em m2;

∑(kmáx.) - somatório das constantes de ponderação iguais ao nível de condição mais elevada da

degradação de um revestimento de área A; este somatório toma o valor 14 (3+3+4+4 - anomalias

estéticas, em juntas, na fixação ao suporte e de perda de integridade, respectivamente);

Ew - representa a extensão da degradação ponderada do revestimento;

Ew, máx. - representa a extensão da degradação ponderada máxima do revestimento (definido no ponto

5.4.2.4 da presente dissertação).

5.4.2.6 Ponderação relativa entre anomalias

Gaspar (2009) avaliou dois cenários no que respeita à determinação dos indicadores de degradação:

num primeiro (de referência), adoptou que todas as anomalias assumem igual importância (ka,n = 1) e,

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 95

num segundo, atribuiu coeficientes de ponderação consoante a gravidade das anomalias. O autor

verificou assim que o segundo cenário fornecia valores mais aproximados da realidade, isto é,

fornecia indicadores de degradação mais adequados ao estado real de degradação das fachadas

inspeccionadas.

A gravidade de uma anomalia é influenciada por diversos factores, tais como o cumprimento das

exigências mínimas, a sua propensão para originar novas anomalias ou o seu custo de reparação.

Estes foram os principais critérios utilizados na definição dos coeficientes de ponderação

relativamente aos quatro grupos distintos de anomalias (Tabela 5.7).

Tabela 5.7 - Parâmetros que influenciam a estimação dos coeficientes de ponderação

Anomalias

Critérios de desempenho Exigências

Possibilidade de originar novas anomalias

Custo de reparação

Coeficiente médio de ponderação

ka,n Segurança Estanqueidade

Estéticas ○○ ●○ ●○ 15% 0,15

Em juntas ●○ ●○ ●● 60% 0,6

Fixação ao suporte

●● ●● ●● 120% 1,2

Perda de integridade

●● ●● ●● 100% 1,0

○○ - sem correlação; ●○ - correlação provável; ●● - elevada correlação

No entanto, deu-se especial relevância aos custos de reparação das anomalias na definição dos

coeficientes de ponderação; de facto, o custo de reparação das anomalias é um factor extremamente

importante que, como referido, pode mesmo influenciar a vida útil do revestimento. Uma forma de

avaliar o custo de reparação do revestimento é através da razão entre o custo de uma dada operação

de manutenção e o custo do revestimento construído de novo. É importante referir que se considera o

custo de reparação no momento em que é necessária, não se contabilizando a evolução desse custo ao

longo do tempo.

Na presente dissertação, estes custos foram avaliados através da bibliografia consultada e através do

contacto com empresas e simuladores de preços, tentando ajustar o modelo à realidade existente em

Portugal.

É necessário, no entanto, referir que os custos de reparação / manutenção nem sempre são fáceis de

estimar. A reparação depende muitas vezes dos critérios do proprietário, como é o caso de um

revestimento que apresente eflorescências; para algumas pessoas, bastaria proceder a uma limpeza;

para outras, seria necessário proceder à substituição das placas pétreas afectadas.

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Capítulo 5 - Modelos de degradação dos revestimentos pétreos

96 Instituto Superior Técnico

A substituição das placas pétreas envolve sempre custos que facilmente igualam o custo da execução

do revestimento novo, podendo mesmo atingir valores superiores devido à remoção do revestimento

degradado. No entanto, a decisão de substituição do revestimento não é consensual; a queda de placas

pétreas necessita da sua substituição; no entanto, para alguns, a colmatação com resinas epóxidas de

uma placa pétrea degradada (por exemplo, erodida) é um procedimento aceitável. Pode assim dizer-se

que os custos de manutenção / reparação têm associado um carácter subjectivo.

5.4.2.6.1 Determinação dos custos através de pesquisa bibliográfica

Segundo Perret (2005), o custo (percentagem em relação ao revestimento novo) de manutenção para

um revestimento pétreo fixado mecanicamente é de 100%, 40% e 2% relativamente à substituição do

revestimento, substituição de elementos fendilhados e reparação das ligações respectivamente. Por

sua vez, Nunes (1995) e Braga (1990) definem essa percentagem mediante o estado de conservação

dos elementos a reparar (Tabela 5.8).

Tabela 5.8 - Tipos de reabilitação consoante o custo de reparação e o estado de conservação do elemento a reparar

Nunes (1995)

Braga (1990) Tipos de

reabilitação % do custo das

obras Estado de conservação

Tipos de reparação

Peso do custo de reabilitação

Excepcional > 80% Muito mau estado Refazer

totalmente 120% (1,2)

Profunda Entre 50 e 80% Mau estado Reparação importante

75% (0,75)

Média Entre 25 e 50% Estado razoável Reparação ligeira 35% (0,35)

Ligeira ≤ 25% Bom estado Intervenção sem

significado 0% (0,0)

De facto, o estado de estado de conservação do revestimento influencia o seu custo de reparação /

manutenção. O método QUALITEL (método criado em França, destinado a avaliar a qualidade dos

edifícios de habitação (Franco, 2008)) define cinco níveis de qualidade funcional, atribuindo aos

mesmos os respectivos custos de exploração e manutenção (Tabela 5.9).

Tabela 5.9 - Método QUALITEL

Níveis Qualidade funcional Custos de exploração e manutenção 5 Excelente Muito económicos 4 Muito boa Económicos 3 Boa Razoavelmente económicos 2 Média Razoavelmente dispendiosos 1 Insuficiente Dispendiosos

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 97

5.4.2.6.2 Determinação dos custos através de informação recolhida em empresas de reabilitação e

gerador de preços

A recolha deste tipo de informação nem sempre é fácil, pois tal como referido por Flores (2002), o

mercado português é tradicionalmente muito fechado, tendo as empresas de reabilitação alguma

relutância em fornecer estes dados.

Os preços de execução, reparação e manutenção variam significativamente mediante o tipo de

materiais utilizados, como o tipo de pedra, o tipo de fixação, entre outros. Segundo o gerador de

preços CYPE®, os custos de execução de um revestimento vertical exterior em granito rondam 93,10

€/m2 para o caso dos revestimentos fixados com argamassa (designado por “sistema tradicional”) e

115,08 €/m2 no caso dos revestimentos fixados com ancoragens metálicas.

A reparação das anomalias estéticas é feita, regra geral, através da limpeza do revestimento; este tipo

de reparação ronda 11,7 €/m2. Quanto à execução de juntas, segundo o referido gerador de preços,

esta acção ronda sensivelmente 23,4 €/m2 (0,27 €/m2 do material - argamassa de enchimento de juntas

para revestimentos - e 23,13 €/m2 de mão-de-obra). São indicados, na Tabela 5.10, os valores da

razão entre o custo das acções de reparação e o custo do revestimento executado de novo.

Tabela 5.10 - Valores relativos à razão entre o custo de reparação e custo de construído de novo

Tipo de reparação Revestimentos fixados com

argamassa Revestimentos fixados com

ancoragens metálicas Valores médios

Limpeza 0,126 0,102 0,114

Reparação de juntas 0,251 0,203 0,227

Por tudo o referido, procedeu-se à definição de uma escala relativa aos coeficientes de ponderação,

tendo em atenção os custos associados à reparação de cada tipo de anomalia - Fig. 5.7.

Fig. 5.7 - Escala relativa aos coeficientes de ponderação baseada nos custos de reparação de cada tipo de anomalia

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Capítulo 5 - Modelos de degradação dos revestimentos pétreos

98 Instituto Superior Técnico

É importante referir que, nesta escala, se faz a distinção entre a degradação do material das juntas e a

perda de material de colmatação; de facto, apesar de pertencerem ao mesmo grupo de anomalias,

possuem gravidade diferente; face a estas anomalias apenas se encontrarem presentes em

revestimentos fixados directamente, a substituição do material das juntas concerne algumas

preocupações, podendo mesmo esta reparação afectar a própria pedra natural e daí se justificar a

diferença entre os coeficientes de ponderação.

Após a definição de todos os indicadores de degradação e dos coeficientes de ponderação

correspondentes aos diferentes grupos de anomalias, afigurou-se necessário fazer a correspondência

entre os diferentes indicadores de degradação; esta correspondência foi realizada com base no modelo

de Gaspar (2009), sendo os valores adaptados aos revestimentos pétreos - Tabela 5.11.

Tabela 5.11 - Correspondência entre os indicadores de degradação

Níveis de degradação Severidade 0 Sw,rp ≤ 1% 1 1% < Sw,rp ≤ 8% 2 8% < Sw,rp ≤ 20% 3 20% < Sw,rp ≤ 45% 4 Sw,rp ≥ 45%

Tal como referido, considera-se o nível 3 como o limite de vida útil; assim sendo, considera-se que os

revestimentos que apresentem severidade de degradação superior a 20% atingiram o fim da sua vida

útil; a definição deste limite, tal como referido, não é evidente; no entanto, do ponto de vista físico,

considera-se um limite aceitável.

É então necessário analisar o impacte dos coeficientes de ponderação nos resultados obtidos; na Fig.

5.8, analisa-se a distribuição da degradação ao longo do tempo sem contabilizar a ponderação relativa

entre anomalias (ka,n = 1); por sua vez, na Fig. 5.9, é indicada a mesma distribuição de degradação

mas desta vez considerando os coeficientes de ponderação relativos aos grupos de anomalias.

Através da análise das Fig. 5.8 e Fig. 5.9, constata-se que a distribuição da degradação sem

ponderação apresenta uma maior dispersão de pontos face à distribuição da degradação com

ponderação relativa entre anomalias.

Verifica-se ainda que os valores da severidade da degradação obtidos sem ponderação são superiores

aos valores obtidos com ponderação; este facto advém da existência generalizada de anomalias

estéticas em todas as fases da vida dos revestimentos, que não se consideram condicionantes, por si

só, para estabelecer o fim da vida útil; verifica-se assim que, quando se procede à ponderação, os

valores de severidade da degradação se reduzem significativamente, sendo essa redução mais notória

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado

em revestimentos recentes, que possuem, na grande generalidade dos casos, uma predominância das

anomalias estéticas face às restantes anomalias.

Fig. 5.8 - Distribuição da degradação dos 120 casos de estudo sem ponderação relativa entre anomalias e

Fig. 5.9 - Distribuição da degradação dos 120 casos de estudo com ponderação relativa entre anomalias e

Também se verificam, na comparação dos dois casos (com e sem ponderação), algumas discrepâncias

relativamente aos níveis de d

caso de não se proceder à ponderação entre anomalias

parecem ter ultrapassado o limite de vida útil (severidade de degradação superior a 20%)

na análise desses revestimentos

degradação, podendo afirmar

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

50%

55%

60%

0 10

Sw,rp (%)

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

50%

0 10

Sw,rp (%)

Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil

tes, que possuem, na grande generalidade dos casos, uma predominância das

anomalias estéticas face às restantes anomalias.

Distribuição da degradação dos 120 casos de estudo sem ponderação relativa entre anomalias e definição dos níveis de degradação

Distribuição da degradação dos 120 casos de estudo com ponderação relativa entre anomalias e definição dos níveis de degradação

Também se verificam, na comparação dos dois casos (com e sem ponderação), algumas discrepâncias

relativamente aos níveis de degradação; de facto, na análise das Fig. 5.8 e Fig

caso de não se proceder à ponderação entre anomalias, existe um maior número de revestimentos que

parecem ter ultrapassado o limite de vida útil (severidade de degradação superior a 20%)

imentos, constata-se que a sua condição real não justifica esse nível de

degradação, podendo afirmar-se que neste caso algumas anomalias se encontram sobrevalorizadas.

20 30 40 50 60 70 80

20 30 40 50 60 70 80

Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

99

tes, que possuem, na grande generalidade dos casos, uma predominância das

Distribuição da degradação dos 120 casos de estudo sem ponderação relativa entre anomalias e

Distribuição da degradação dos 120 casos de estudo com ponderação relativa entre anomalias e

Também se verificam, na comparação dos dois casos (com e sem ponderação), algumas discrepâncias

Fig. 5.9, verifica-se que, no

um maior número de revestimentos que

parecem ter ultrapassado o limite de vida útil (severidade de degradação superior a 20%); no entanto,

se que a sua condição real não justifica esse nível de

se que neste caso algumas anomalias se encontram sobrevalorizadas.

80 90Idade (anos)

80 90Idade (anos)

Nível 1

Nível 2

Nível 3

Nível 4

Nível 1

Nível 2

Nível 3

Nível 4

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Capítulo 5 - Modelos de degradação dos revestimentos pétreos

100 Instituto Superior Técnico

Constatou-se, assim, que a ponderação entre anomalias permite exprimir com maior rigor a realidade

física observada.

Para ilustrar o referido atrás, na Tabela 5.12 são dados alguns exemplos da variação dos parâmetros

de degradação face à ponderação relativa das anomalias para alguns revestimentos analisados.

Tabela 5.12 - Diversos exemplos da diferença obtida nos parâmetros de degradação devido à ponderação das anomalias

Caso de estudo Anomalias apresentadas (em

% de área afectada)

Sem ponderação Com

ponderação

Ew (%)

Sw,rp (%) Ew (%)

Sw,rp (%)

100% de manchas localizadas

200

14 Nível 2

30

2 Nível 1

20% de manchas localizadas

20% de sujidade superficial

60% de alteração cromática

40% de degradação do

material das juntas

15% de perda de material de

colmatação das juntas

345

25 Nível 3

102

7 Nível 1

15% de manchas localizadas

20% de sujidade superficial

40% de alteração cromática

5% de deficiências de planeza

60% de degradação do

material das juntas

20% de perda de material de

colmatação das juntas

4% de lascagem do material

pétreo junto aos bordos

5% de degradação do material

pétreo

4% de fissuração

377

27 Nível 3

141

10 Nível 2

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 101

Para uma melhor compreensão da determinação dos indicadores de degradação apresentados na

Tabela 5.12, exemplificam-se em seguida os cálculos efectuados para o segundo caso de estudo:

• Indicadores de degradação sem ponderação:

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

( ) %3453%153%402%601%202%20

%34545,32,13

54,45

2,13

398,1328,5292,7164,2264,2

=×+×+×+×+×=×Σ

==⇔

⇔===×+×+×+×+×

=×Σ

==

AkA

AA

E

AkA

AA

E

nnww

nnww

( ) ( ) ( ) ( )( )

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

%25246,08,184

54,45

142,13

398,1328,5292,7164,2264,2

,

.,

≈==⇔

⇔×

×+×+×+×+×=

Σ×

×Σ+×Σ+×Σ+×Σ=

rpw

máx

ninfnjne

rpw

S

kA

kAkAkAkAS

%25246,01400

345

.,, ≈===

máxw

w

rpwE

ES

• Indicadores de degradação com ponderação:

( ) ( ) ( ) ( )[ ] ( ) ( )

( )%1020,13%1525,03%4015,02%6015,01%2015,02%20

%10202,12,13

0,1398,125,0328,515,0292,7164,2264,2

,

,

=××+××+××+××+××=××Σ

==⇔

⇔==××+××+××+×+×

=××Σ

==

AkkA

AA

E

AkkA

AA

E

nannww

nannww

( ) ( ) ( )[ ] ( ) ( )

%3,7073,01400

102

%3,7073,08,184

454,13

142,13

0,1398,125,0328,515,0292,7164,2264,2

.,,

,

=≈==

≈≈=×

××+××+××+×+×=

máxw

wrpw

rpw

E

ES

S

5.5 Curvas de degradação

Segundo Flores-Colen e Brito (2003), é possível definir, do ponto de vista teórico, uma curva de

degradação característica do mecanismo de degradação considerado como principal responsável pelos

sintomas observados. Por sua vez, Shohet et al. (1999) definiram padrões típicos de deterioração

associados a agentes e mecanismos de degradação (Tabela 5.13).

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Capítulo 5 - Modelos de degradação dos revestimentos pétreos

102 Instituto Superior Técnico

Tabela 5.13 - Padrões típicos de degradação associados a agentes e mecanismos de degradação (adaptado de Shohet et al. (1999) e Gaspar (2002))

Padrão típico de deterioração Agente de deterioração

Agente de deterioração que actua em permanência no revestimento, como é o caso da

incidência de raios U.V ou da acção do vento

Agentes de deterioração biológicos; que, numa fase inicial, se desenvolvem rapidamente, mas

cujo potencial de degradação tende a diminuir ao longo do tempo; é o caso de microorganismos,

ocorrência de eflorescências e anomalias relacionadas com escorrência de águas

Fenómenos físicos e químicos, que actuam inicialmente de forma lenta, mas cuja acção se

faz sentir cumulativamente; nestes casos, quanto maior for a degradação, maior a probabilidade

desta aumentar e a uma velocidade superior

Associada a fenómenos que mudam de intensidade com o tempo; este padrão

corresponde a fenómenos que se manifestam muito cedo e que aparentemente estabilizam,

mas que continuam activos dando posteriormente origem a uma deterioração mais

profunda e de rápido desenvolvimento

Gaspar (2002) referiu ainda os fenómenos discretos (Fig. 5.10) que, segundo o autor, não conseguem

ser expressos numa função contínua, podendo ocorrer em qualquer momento da vida útil do

elemento, por patamares de degradação (em degraus, separados por um intervalo de tempo em que o

fenómeno parece ter sido interrompido) de forma espontânea ou aleatória. As acções acidentais e de

vandalismo são exemplo de agentes de degradação associados a este padrão de deterioração.

Fig. 5.10 - Padrão de deterioração correspondente aos fenómenos discretos

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 103

5.5.1 Curvas de degradação obtidas a partir dos dados recolhidos no trabalho de campo

As curvas de degradação obtidas a partir dos dados recolhidos no trabalho de campo pretendem

exprimir o comportamento dos revestimentos pétreos ao longo do tempo. Estas curvas de degradação

foram obtidas através de uma regressão linear, onde se ajusta uma linha polinomial de grau 3 à nuvem

de pontos correspondente aos casos estudados. Apresenta-se na Fig. 5.11 a curva de degradação

obtida a partir dos 120 casos estudados.

Fig. 5.11 - Curva de degradação obtida a partir dos 120 casos analisados no trabalho de campo

A curva de degradação obtida é uma curva em forma de “S”, o que indica uma tendência dos

revestimentos pétreos de padecerem de anomalias precoces que aparentemente estabilizam ao longo

do tempo mas sofrem uma degradação acelerada na fase terminal da sua vida.

O quadrado do coeficiente de correlação momentânea do produto de Pearson (R2) avalia a

variabilidade da variável dependente que pode ser explicado pelo modelo; simplificadamente, este

coeficiente permite avaliar o grau de explicação do modelo, isto é, a sua aplicabilidade à realidade ou,

posto de outra forma, a capacidade de o modelo exprimir a realidade (Ribeiro, 2009); este coeficiente

varia entre 0 (correlação nula) e 1 (correlação perfeita). No presente caso, R2 toma o valor de 0,6488,

o que significa, grosso modo, que cerca de 65% da variabilidade encontrada para y (severidade) é

explicada por x (idade do revestimento) e 35% deve-se a outros factores.

Outra análise que se afigurou interessante foi a de estabelecer uma curva de degradação admitindo

apenas os casos onde a idade do revestimento é superior a 5 anos (Fig. 5.12), visto tratar-se do

período de garantia dos edifícios em Portugal. Tal como referido por Gaspar (2002), algumas

anomalias precoces são corrigidas ainda dentro do período de garantia da construção ou tendem a

y = - 0,000179x2 + 0,005215xR² = 0,6488

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

50%

0 20 40 60 80 100

Sw,rp (%)

Idade (anos)

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Capítulo 5 - Modelos de degradação dos revestimentos pétreos

104 Instituto Superior Técnico

estabilizar, do ponto de vista da sua evolução aparente. De facto, verificou-se uma pequena melhoria

na correlação da curva de degradação face ao primeiro resultado obtido.

Fig. 5.12 - Curva de degradação obtida para revestimentos com idade superior a 5 anos

As diferentes características dos revestimentos pétreos possuem inúmeras implicações na evolução da

degradação dos mesmos; tendo em conta o referido e no intuito de obter resultados mais

representativos, foram realizadas várias tentativas de melhoramento da correlação entre as curvas de

degradação, através da análise da evolução da degradação mediante algumas características dos

revestimentos inspeccionados.

No trabalho de campo, foram analisados revestimentos que se situam a menos de um quilómetro do

mar e outros a mais de cinco quilómetros, não tendo sido analisados casos intermédios. Os casos que

se situam a menos de um quilómetro situam-se todos no Parque das Nações, possuindo idade inferior

a 15 anos, não podendo por isso aferir-se a correlação existente entre eles; logo, uma das análises

possíveis é a de retirar todos os casos inspeccionados no Parque das Nações, analisando apenas os

restantes casos, situados a mais de 5 km do mar (Fig. 5.13); esta análise permitiu obter um valor de R2

de 0,6953, que é de facto um pouco superior ao obtido para todos os casos de estudo. É, no entanto,

importante referir que, devido ao reduzido número de casos (55), a relevância estatística desta

correlação pode ser posta em causa.

y = - 0,000160x2 + 0,004687xR² = 0,6629

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

50%

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Sw,rp (%)

Idade (anos)

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 105

Fig. 5.13 - Curva de degradação obtida omitindo os casos inspeccionados no Parque das Nações

Constatou-se ainda, durante a realização do trabalho de campo, que da amostra analisada algumas

características dos revestimentos são próprias de revestimentos mais recentes (com idades inferiores a

15 anos); é o caso dos revestimentos com fixação indirecta ao suporte e, por conseguinte, com juntas

abertas. Verificou-se assim que, no caso de se restringir a amostra apenas aos casos onde a fixação ao

suporte é feita directamente (Fig. 5.14) se obteria uma melhoria na correlação da curva de degradação

face aos resultados obtidos anteriormente. Dos 120 casos estudados, 93 apresentam este tipo de

fixação, constituindo uma amostra relativamente significativa.

Fig. 5.14 - Curva de degradação obtida apenas para os revestimentos fixados directamente ao suporte

Para além do referido até agora, foram ainda analisadas outras características do revestimento que

influem na evolução da degradação; no ponto seguinte, são tratadas sucintamente algumas dessas

características.

y = - 0,000139x2 + 0,004077xR² = 0,6953

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Sw,rp (%)

Idade (anos)

y = - 0,000154x2 + 0,004510xR² = 0,7345

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Sw,rp (%)

Idade (anos)

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Capítulo 5 - Modelos de degradação dos revestimentos pétreos

106 Instituto Superior Técnico

5.5.2 Análise da evolução da degradação segundo as características do revestimento

Relativamente à orientação dos revestimentos analisados, pode verificar-se, na Fig. 5.15, que os

revestimentos orientados a Norte e a Este apresentaram valores aceitáveis de correlação; no entanto,

as curvas obtidas não são representativas da realidade observada; quanto aos revestimentos orientados

a Oeste, estes apresentaram um coeficiente de correlação baixo e uma curva de degradação que

também não expressa a realidade, não tendo, por isso, significância estatística; relativamente aos

orientados a Sul, não foi possível sequer definir uma recta de regressão que apresente um coeficiente

de correlação positivo, não podendo assim tirar-se qualquer ilação.

Fig. 5.15 - Curvas de degradação segundo a orientação da fachada (orientações principais)

Na Fig. 5.16, é possível verificar que os revestimentos orientados a Noroeste apresentaram uma

correlação fortíssima, perto de 1. No entanto, por se tratar apenas de 12 revestimentos, possuem uma

significância estatística ínfima. Os resultados obtidos para as restantes orientações (Nordeste,

Sudoeste e Sudeste) apresentaram valores que não são relevantes estatisticamente.

Fig. 5.16 - Curvas de degradação segundo a orientação da fachada

Quanto à acção vento - chuva, pode constatar-se, através da análise das curvas de degradação (Fig.

5.17), que os revestimentos sujeitos a uma acção moderada apresentaram uma média correlação. Os

revestimentos sujeitos a uma acção severa apresentaram valores estatisticamente irrelevantes.

R² = 0,7033

R² = 0,6594

R² = 0,4409

0%

5%

10%

15%

20%

25%

0 10 20 30 40 50 60 70

Sw,rp (%)

Idade (anos)

Este

Norte

Oeste

Sul

R² = 0,2558

R² = 0,9596

R² = 0,0964

R² = 0,298

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

0 20 40 60 80 100

Sw ,rp (%)

Idade (anos)

Nordeste

Noroeste

Sudeste

Sudoeste

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 107

Relativamente aos revestimentos sujeitos a baixa acção vento - chuva, por se tratar apenas de dois

revestimentos, nada se pode concluir.

Fig. 5.17 - Curvas de degradação segundo a exposição à acção vento - chuva

Das curvas de degradação relativas aos vários tipos de pedra existentes nos revestimentos

inspeccionados (Fig. 5.18), é possível aferir que os mármores apresentam uma forte correlação. Por

sua vez, os calcários e os granitos apresentam um valor reduzido (sem significância). As ardósias ou

xistos não são susceptíveis de serem analisados, por constituírem apenas 7 dos casos estudados.

Fig. 5.18 - Curvas de degradação segundo o tipo de pedra existente nos revestimentos inspeccionados

Na análise das curvas de degradação segundo as cores da pedra natural (Fig. 5.19), foi possível

verificar que as cores claras e o branco apresentaram coeficientes de correlação bastante bons,

contrariamente ao que aconteceu com as cores escuras. Quanto aos revestimentos com pedra natural

preta, não foi possível obter qualquer conclusão, devido à impossibilidade de definir uma recta de

regressão que apresente um coeficiente de correlação positivo. Segundo Gaspar (2009), durante a

realização das inspecções, quanto mais clara for a fachada mais fácil é a detenção de anomalias,

contrariamente ao que acontece com cores mais escuras que tendem a mascarar os problemas; este

facto pode explicar, de certo modo, os resultados obtidos.

R² = 0,6998

R² = 0,3419

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

0 20 40 60 80 100

Sw,rp (%)

Idade (anos)

Baixa

Moderada

Severa

R² = 0,4056

R² = 0,1778

R² = 0,7849

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Sw,rp (%)

Idade (anos)

Ardósias e xistos

Calcários

Granitos e rochas afins

Mármores

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Capítulo 5 - Modelos de degradação dos revestimentos pétreos

108 Instituto Superior Técnico

Fig. 5.19 - Curvas de degradação segundo as cores da pedra natural

Fazendo a análise das curvas de correlação face aos diferentes tipos de acabamento (Fig. 5.20),

verificou-se que, no caso do acabamento rugoso fino, ocorre um elevado coeficiente de correlação; no

entanto, por apenas 35 dos casos analisados apresentarem este tipo de revestimento, esta forte

correlação pode não ser muito significativa. Quanto aos revestimentos com acabamento liso (polido),

que representam 70% dos casos analisados (84 casos), estes apresentaram fraca correlação. No caso

do acabamento rugoso, por este constituir apenas um dos casos estudados, a sua análise não apresenta

qualquer significância estatística.

Fig. 5.20 - Curvas de degradação segundo o tipo de acabamento dos revestimentos inspeccionados

5.5.3 Análise da extensão da degradação segundo os principais grupos de anomalias

Após ter-se realizado uma análise da degradação global dos revestimentos, importa então perceber

qual o papel de cada grupo de anomalias nessa degradação. Na Fig. 5.21, é apresentada a distribuição

da extensão da degradação, segundo os vários de grupos de anomalias, ao longo dos casos estudados;

a extensão da degradação apenas indica a área afectada por cada grupo de anomalias não fazendo

qualquer distinção entre elas. Verificou-se, no entanto, que as anomalias estéticas se encontram

R² = 0,7659

R² = 0,7438

R² = 0,10610%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

0 20 40 60 80 100

Sw,rp (%)

Idade (anos)

branco

cores claras

cores escuras

preto

R² = 0,2743

R² = 0,8836

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

0 20 40 60 80 100

Sw,rp (%)

Idade (anos)

Acabamento liso

Acabamento rugoso (fino)

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 109

distribuídas uniformemente ao longo de todos os casos estudados, desde os mais recentes aos mais

antigos.

Fig. 5.21 - Extensão da degradação dos casos de estudo (segundo cada grupo de anomalias)

Na Fig. 5.22, é então apresentada a extensão da degradação ponderada, segundo os vários grupos de

anomalias, ao longo dos casos estudados; neste caso, trata-se da percentagem de área afectada por

cada tipo de anomalia ponderada pela sua condição (nível de degradação) e pelo coeficiente de

ponderação relativo a cada grupo de anomalias; deste modo, é possível constatar, que as anomalias

estéticas perdem gravidade face às restantes.

O esperado seria que, nos primeiros anos de vida, os revestimentos padecessem apenas de anomalias

estéticas e que, com o decorrer dos anos, aparecessem anomalias em juntas, na fixação ao suporte e

de perda de integridade; no entanto, verificou-se que, mesmo nos edifícios recentes, ocorrem

simultaneamente os vários tipos de anomalias, mas dentro do expectável, com muito menor gravidade

comparativamente aos edifícios mais antigos.

Fig. 5.22 - Extensão da degradação ponderada dos casos estudados (segundo cada grupo de anomalias)

Pode assim observar-se, na Fig. 5.23, a distribuição ao longo do tempo da extensão da degradação

para as anomalias na fixação ao suporte e de perda de integridade; verificando-se que as anomalias de

perda de integridade vão aumentando a extensão de degradação ao longo dos anos, como seria

0%

50%

100%

150%

200%

250%

300%

350%

1 3 5 7 9 11 15 35 38 40 43 45 47 50 53 56 82

E (%)

Idade (anos)

integridade fixação juntas estéticas

0%

100%

200%

300%

400%

500%

600%

1 3 5 7 9 11 15 35 38 40 43 45 47 50 53 56 82

Ew (%)

Idade (anos)

integridade fixação juntas estéticas

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Capítulo 5 - Modelos de degradação dos revestimentos pétreos

110 Instituto Superior Técnico

esperado, sendo necessário referir que, de entre os revestimentos que padecem deste tipo de

anomalias, os mais recentes são mais atreitos a fissuras e os mais antigos a degradação do material

pétreo. Quanto às anomalias na fixação ao suporte, estas apresentam um andamento da extensão de

degradação inesperado, que pode ser justificado pela ocorrência de um caso anómalo aos 10 anos de

idade (caso que apresenta 30% de rotura dos elementos metálicos de fixação) e uma predominância

de casos de lascagem do elemento pétreo em edifícios recentes.

Fig. 5.23 - Evolução da extensão da degradação ponderada ao longo dos anos, relativa aos casos estudados, para as anomalias na fixação ao suporte e de perda de integridade

5.6 Discussão dos resultados

Não é demais mencionar que a elaboração dos modelos de previsão da vida útil se encontra

indelevelmente associada à realização do trabalho de campo, efectuado apenas através de inspecções

visuais. Como referido, por mais rigoroso que este seja, tem sempre associado uma componente

subjectiva, que pode, de algum modo, condicionar os resultados obtidos.

Os casos analisados durante o trabalho de campo dividem-se em duas amostras distintas: a primeira,

situada no Parque das Nações, que foi seleccionada por já ter sido inspeccionada por Neto (2008); a

segunda, situada na freguesia do Coração de Jesus (Lisboa) e em Queluz, onde se seleccionaram os

casos de modo a obter uma amostra coerente do ponto de vista do tipo de pedra utilizada nos

revestimentos - procurou inspeccionar-se revestimentos em granito de modo a compensar a amostra

situada no Parque das Nações que é predominantemente composta por calcários. Não foi, portanto,

feita qualquer pré-selecção de casos no intuito de seleccionar aqueles que permitiriam caracterizar

melhor a degradação dos revestimentos pétreos. Mediante o referido, considera-se que o modelo se

encontra razoavelmente bem adequado à realidade que pretende modelar.

Visto que se seguiu a linha de investigação adoptada por Gaspar (2002), Gaspar (2009) e Sousa

(2008), considera-se relevante comparar os resultados obtidos; Gaspar (2009) obteve, para o caso dos

rebocos correntes, um coeficiente de correlação na ordem de 0,9 (Fig. 5.24), constatando assim, que o

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

140%

1 3 5 7 9 11 15 35 38 40 43 45 47 50 53 56 82

Ew (%)

Idade (anos)

fixação

0%

50%

100%

150%

200%

250%

300%

350%

1 3 5 7 9 11 15 35 38 40 43 45 47 50 53 56 82

Ew (%)

Idade (anos)

integridade

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 111

modelo apresentava uma elevada adequação à realidade modelada; por sua vez, Sousa (2008), no caso

dos revestimentos cerâmicos aderentes (Fig. 5.25), obteve valores na ordem de 0,4; segundo a autora,

a amostra analisada não foi capaz de tipificar uma degradação para os revestimentos cerâmicos,

estando os valores excessivamente dispersos para retirar qualquer conclusão sobre a sua evolução.

Fig. 5.24 - Valores obtidos da aplicação do modelo a 100 rebocos correntes (Gaspar, 2009)

Fig. 5.25 - Valores obtidos da aplicação do modelo a 117 revestimentos cerâmicos aderentes (Sousa, 2008)

A maior ou menor susceptibilidade destes três tipos de revestimentos face a factores extrínsecos pode

justificar os resultados obtidos. De facto, em alguns casos, os erros construtivos dão origem a

anomalias precoces, alterando desse modo a degradação natural do revestimento. Shohet e Laufer

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Capítulo 5 - Modelos de degradação dos revestimentos pétreos

112 Instituto Superior Técnico

(1996) interrelacionam a susceptibilidade dos revestimentos face a factores de construção, utilização e

manutenção (Tabela 5.14).

Pode assim verificar-se que os revestimentos cerâmicos aderentes são os mais susceptíveis aos

factores referidos na Tabela 5.14, seguidos dos revestimentos pétreos e dos rebocos; tendo em conta

que o levantamento do estado de conservação é realizado apenas através de inspecções visuais, onde

não é de todo fácil detectar as anomalias devidas a erros de projecto e de construção, considera-se que

os resultados obtidos apresentam alguma coerência.

Tabela 5.14 - Susceptibilidade dos revestimentos face a factores de construção, utilização e manutenção (adaptado de Shohet e Laufer, 1996)

Factores extrínsecos ao revestimento

Argamassa cimentícia

Argamassa sintética

Revestimentos cerâmicos aderentes

Revestimento pétreo fixado mecanicamente

Revestimento pétreo fixado directamente

Actividade do edifício Moderada a

alta Moderada a

alta Alta Baixa Muito alta

Qualidade dos materiais Alta Moderada Muito alta Alta Alta

Qualidade de aplicação Alta Moderada a

alta Muito alta Muito alta Alta

Qualidade da mão-de-obra

Moderada a alta

Moderada a alta

Muito alta Muito alta Muito alta

Deformações estruturais Moderada Moderada Muito alta Moderada a alta Baixa a

moderada Facilidade de manutenção Muito alta Excelente Muito alta Variável Moderada

5.6.1 Vida útil de referência

A vida útil de referência obtida através das curvas de degradação é de 67 anos; este valor é definido

através da intersecção da curva de degradação e do nível máximo de degradação (Fig. 5.26),

admitindo que este toma o valor de 20%, que, como se referiu, corresponde ao nível 3 de degradação.

Fig. 5.26 - Exemplo esquemático da determinação gráfica da vida útil de referência

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 113

Ilustra-se, na Fig. 5.27, o caso de estudo que se situa graficamente junto ao ponto de condição actual.

Este caso apresenta uma severidade de degradação na ordem de 20% e uma idade de 69 anos, tendo

atingido o limite de vida útil segundo o critério de exigência definido (severidade superior a 20%). Da

análise deste caso, constata-se que o revestimento mantém todos os seus elementos pétreos, mas que

alguns deles se encontram bastante degradados, apresentando fracturação e fissuração; também se

verificam anomalias estéticas e em juntas, considerando-se assim que este caso deve ser alvo de uma

reparação generalizada com o intuito de restabelecer as suas propriedades fundamentais.

Fig. 5.27 - Caso de estudo que se encontra graficamente perto do ponto de condição actual

Flores (2002) e Shohet et al. (1999) atribuem aos revestimentos pétreos uma vida útil de referência

igual a 40 anos; por sua vez, Shohet e Paciuk (2004) definem a vida útil de referência segundo os

níveis mínimos de desempenho exigíveis, como é possível constatar na Tabela 5.15.

Tabela 5.15 - Valores de vida útil de referência mediante os níveis mínimos exigíveis (Shohet e Paciuk, 2004)

Nível mínimo de desempenho Vida útil de referência Intervalo de variação 60 (degradação física e alteração cromática) 40 39-50

40 (degradação localizada) 64 59-70

Verifica-se assim que o valor de vida útil de referência obtido se encontra dentro do intervalo de

variação definido por Shohet e Paciuk (2004) para um nível mínimo de desempenho mais reduzido.

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Capítulo 5 - Modelos de degradação dos revestimentos pétreos

114 Instituto Superior Técnico

5.7 Conclusão

No presente capítulo, foram abordadas duas metodologias para a estimativa da vida útil dos

revestimentos pétreos, baseadas nos modelos propostos por Gaspar (2002) e Gaspar (2009).

Da aplicação do modelo de Gaspar (2002), verificou-se que este seria inadequado ao caso específico

dos revestimentos pétreos, visto que apresentou uma elevada dispersão de resultados, não sendo por

isso possível estabelecer uma tendência entre o estado de conservação dos revestimentos e a sua

idade.

Por sua vez, o modelo de Gaspar (2009) forneceu resultados relativamente aceitáveis, quando

aplicado aos revestimentos pétreos; a utilização deste modelo baseia-se na definição de indicadores de

degradação com base nos dados recolhidos no trabalho de campo; um desses indicadores é a

severidade da degradação, que entra em linha de conta com a extensão da degradação dos

revestimentos, da sua condição (níveis de degradação definidos no capítulo 4) e com a ponderação

relativa entre grupos de anomalias. Ao estabelecer uma relação entre a severidade da degradação e as

idades dos revestimentos inspeccionados, foi possível traçar curvas de degradação com o intuito de

descrever a evolução da degradação dos revestimentos pétreos ao longo do tempo.

Devido à reduzida dimensão da amostra, considera-se a metodologia proposta neste capítulo como

um estudo preliminar ao tema; sugerem-se por isso, no capítulo 6 da presente dissertação, algumas

soluções que permitiriam melhorar os resultados obtidos.

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 115

6 Conclusões e desenvolvimentos futuros

6.1 Considerações finais

A presente dissertação enquadra-se na linha de investigação desenvolvida por Gaspar (2002), Sousa

(2008) e Gaspar (2009), no âmbito da previsão da vida útil das construções. Esta linha de

investigação assume primordial importância visto viabilizar uma utilização mais racional dos

elementos da construção, podendo constituir uma ferramenta útil na definição de planos de

manutenção pró-activa, permitindo não só um aumento do desempenho desses elementos e,

consequentemente, da sua vida útil, mas também proporcionando uma diminuição dos custos de

reparação associados a reparações urgentes.

São referidas, em seguida, algumas conclusões obtidas durante a elaboração da presente dissertação,

descrevendo-se ainda, em traços gerais, a metodologia utilizada. São feitas ainda algumas sugestões

relativas a desenvolvimentos futuros, com o intuito de melhorar a metodologia proposta.

6.2 Conclusões gerais

A elaboração da presente dissertação pode dividir-se em três fases distintas: a recolha de informação

(pesquisa bibliográfica), o trabalho de campo e a elaboração do modelo para a estimativa da vida útil

dos revestimentos pétreos.

A pesquisa bibliográfica constituiu a primeira abordagem ao tema da durabilidade e previsão da vida

útil, permitindo conhecer algumas das teorias relativas a esta matéria. Esta pesquisa incidiu também

na caracterização da pedra natural enquanto material de construção, da sua aplicação em

revestimentos e no entendimento dos fenómenos de degradação associados; a compreensão destes

fenómenos constituiu uma ferramenta indispensável durante a realização do trabalho de campo. Esta

etapa veio a verificar-se de extrema importância no estabelecimento dos conhecimentos basilares à

concretização das restantes etapas.

Por sua vez, o trabalho de campo constituiu uma etapa fundamental na definição do modelo de

previsão da vida útil. Antes da realização das inspecções visuais aos casos de estudo, foi necessário

elaborar uma ficha de inspecção e diagnóstico com o intuito de sistematizar o trabalho de campo; a

informação constante da referida ficha pretendeu conter toda a informação necessária à correcta

definição do observado e foi elaborada com base nos trabalhos desenvolvidos por Gaspar (2002),

Neto (2008) e Sousa (2008). Cumulativamente, foi essencial hierarquizar as anomalias em função da

extensão da degradação, seguindo a metodologia de Gaspar (2002), Gaspar e Brito (2005) e Sousa

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Capítulo 6 - Conclusões e desenvolvimentos futuros

116 Instituto Superior Técnico

(2008); as anomalias foram deste modo separadas em quatro grupos distintos - estéticas, em juntas, na

fixação ao suporte e de perda de integridade - estabelecendo-se uma graduação entre anomalias

contidas no mesmo grupo mediante a gravidade das mesmas.

A realização do trabalho de campo propriamente dito iniciou-se com o estudo de alguns dos casos

inspeccionados por Neto (2008); todos estes casos se situam no Parque das Nações, tendo-se

constatado que alguns deles apresentam uma elevada extensão da degradação numa fase precoce da

sua vida (antes dos 10 anos), tendo sido necessário excluir quatro desses casos; um destes casos

apresenta uma elevada extensão de degradação essencialmente devida a reparações incorrectas

(situação que não é susceptível de ser modelada); os outros três casos apresentam degradação

excessiva para a sua idade (8 anos), que só pode ser explicada por causas não consideradas na

presente metodologia.

Posteriormente, foi analisada uma amostra adicional, onde se procurou complementar a amostra de

Neto (2008), seleccionando casos com idades superiores e procurando estabelecer uma amostra

coerente do ponto de vista do tipo de pedra natural existente nos revestimentos. Durante a realização

do trabalho de campo, constatou-se que usualmente existe sobreposição de anomalias dentro da

mesma área do revestimento; inicialmente, consideraram-se todas as anomalias existentes no

revestimento independentemente de estarem ou não sobrepostas; no entanto, verificou-se

posteriormente que não seria a melhor solução, pois originaria que os indicadores de degradação

necessários à elaboração do modelo de previsão da vida útil atingissem limites máximos teóricos

muito elevados, distanciando-se assim da realidade física; deste modo, optou-se por considerar a

sobreposição de anomalias apenas entre grupos distintos, não se considerando assim a sobreposição

existente dentro do mesmo grupo (por exemplo, numa área do revestimento que apresentasse sujidade

superficial e alteração cromática apenas se contabilizou uma das anomalias, visto tratarem-se de duas

anomalias estéticas). Dos casos observados durante a realização do trabalho de campo, foi possível

constatar que, tal como referido, a maioria dos casos situados no Parque das Nações apresenta

degradação anómala face à sua idade e comparativamente aos restantes casos observados, podendo

essa degradação ser atribuída à localização e a erros de projecto e concepção (algo que não seria

esperado, devido a tratar-se de uma zona nobre). Constatou-se ainda, nos casos observados, que

apenas os casos mais recentes (idades inferiores a 15 anos) são afectados por eflorescências, tendo-se

verificado esta anomalia em apenas 1 caso com mais de 40 anos (Fig. 6.1); este facto pode ser

justificado por erros de concepção e execução, pela diferença entre os materiais utilizados nos vários

casos observados ou ainda eventualmente por operações de limpeza.

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 117

Fig. 6.1 - Relação entre a percentagem de área afectada por eflorescências e a idade dos revestimentos

Após a realização do trabalho de campo e do tratamento informático dos dados recolhidos, foi

possível elaborar o modelo de degradação da pedra natural com base nos modelos propostos por

Gaspar (2002) e Gaspar (2009), a partir do qual se possa fazer a estimativa da vida útil do material,

pelo método gráfico; ambos os modelos pretendiam determinar um índice numérico que permitisse

estimar a degradação global do revestimento; o primeiro revelou-se inadequado quando aplicado ao

caso concreto dos revestimentos pétreos, por ser incapaz de descrever a realidade observada,

apresentando alguma incoerência na descrição do estado de conservação dos casos estudados; por sua

vez, o segundo permitiu obter valores bastante aceitáveis, tendo sido utilizado na caracterização da

evolução da degradação. A aplicação do modelo de Gaspar (2009) ao caso específico dos

revestimentos pétreos exigiu a calibração de alguns parâmetros do modelo; foi necessário proceder à

alteração do cálculo da severidade da degradação, visto que o sistema classificativo das anomalias, no

presente caso, difere do dos rebocos; utilizou-se ainda metodologia distinta na definição dos

coeficientes de ponderação, tendo sido o custo de reparação o principal critério utilizado no caso

presente.

Foi então possível definir curvas de degradação que permitissem caracterizar a evolução da

degradação dos revestimentos pétreos, tendo-se verificado uma tendência dos mesmos para

padecerem de anomalias precoces, que tendencialmente estabilizam, originando o decaímento

acelerado na fase final da sua vida. Na primeira análise realizada, traçou-se a curva de degradação

relativa aos 120 casos de estudo, tendo-se verificado que o modelo proposto era razoavelmente eficaz

na representação da realidade; no entanto, no intuito de melhorar os resultados obtidos e de perceber

os fenómenos associados à evolução da degradação dos revestimentos pétreos, procedeu-se a três

análises complementares: a primeira relativa apenas aos revestimentos com idades superiores a 5 anos

(fora do prazo de garantia); a segunda relativa à exclusão dos casos situados no Parque das Nações

(casos situados a menos de 1 km do mar e que apresentavam elevada extensão de degradação numa

fase precoce da sua vida); e por fim, uma análise apenas aos casos com fixação directa ao suporte;

verificou-se assim uma melhoria crescente da correlação das curvas de degradação da primeira para a

última análise.

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

0 10 20 30 40 50

% de área afectada

Idade (anos)

Eflorescências

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Capítulo 6 - Conclusões e desenvolvimentos futuros

118 Instituto Superior Técnico

Foi ainda analisada a evolução da degradação mediante as características do revestimento, tendo-se

obtido alguns valores estatisticamente significativos, não podendo deixar de se referir a reduzida

dimensão da amostra. Constatou-se, no entanto, que a extensa gama de características dos

revestimentos pétreos influencia o seu comportamento ao longo do tempo, afectando a sua

durabilidade, propondo-se assim que se proceda em estudos futuros à homogeneização da amostra,

podendo deste modo comparar-se situações análogas.

Complementarmente, analisou-se a extensão da degradação segundo os vários grupos de anomalias,

tendo-se verificado a predominância das anomalias estéticas durante toda a vida dos revestimentos,

verificando-se também que a ponderação relativa entre grupos de anomalias e a consideração da

condição da degradação tornam estas anomalias menos relevantes face às restantes, como seria

esperado; de facto, as anomalias estéticas são, regra geral, anomalias superficiais que não põem em

causa a integridade da pedra natural, por oposição às anomalias na fixação ao suporte e de perda de

integridade, que não só afectam o material como põem em causa as exigências de segurança.

Devido à presente dissertação seguir a linha de investigação adoptada por Sousa (2008) e Gaspar

(2009), afigurou-se interessante comparar os resultados obtidos, tendo-se verificado que os valores

obtidos nos três estudos apresentam coerência relativamente à susceptibilidade de cada um deles face

a erros de projecto e execução. Procedeu-se, por fim, à determinação da vida útil de referência,

admitindo-se que o nível máximo de degradação corresponde a uma severidade de degradação de

20%, tendo-se constatado que a vida útil de referência é de 67 anos (num intervalo que varia entre os

65 e os 70 anos), nas quatro análises gerais efectuadas (a primeira relativa aos 120 casos de estudo, a

segunda relativa apenas a revestimentos com idades superiores a 5 anos, a terceira relativa à exclusão

dos casos situados no Parque das Nações e a quarta relativa apenas aos casos com fixação directa ao

suporte).

Da análise da evolução da degradação segundo as características dos revestimentos pétreos

inspeccionados, foi possível determinar a vida útil prevista segundo essas mesmas características -

Tabela 6.1. Para algumas das características do revestimento, não foi possível determinar-se essa vida

útil prevista, visto estas apresentarem coeficientes de correlação baixos e curvas de degradação

desajustadas da realidade. Deve ainda ser tida alguma precaução relativamente à significância

estatística destes resultados, visto tratar-se de uma amostra reduzida. No entanto, analisando os dados

da Tabela 6.1, é possível verificar que, relativamente ao tipo de pedra, os calcários possuem uma vida

útil prevista superior à dos mármores, não tendo sido possível tirar qualquer ilação relativamente aos

granitos (pois os casos analisados possuem idades inferiores a 60 anos e a curva de degradação

traçada não tem um valor de correlação aceitável) e aos xistos ou ardósias (por se tratarem apenas de

7 dos 120 casos analisados). Quanto ao tipo de acabamento, é possível aferir que o acabamento liso

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 119

possui uma vida útil prevista superior ao acabamento rugoso fino; de facto, durante a realização do

trabalho de campo, constatou-se que os revestimentos com acabamento rugoso seriam mais atreitos a

sofrerem de degradação do material pétreo; como referido no capítulo 3, os acabamentos rugosos

aumentam a área exposta da pedra natural, ficando mais sujeitos às condições atmosféricas adversas;

também as condições de fabrico podem condicionar a degradação dos revestimentos.

Tabela 6.1- Vida útil prevista mediante as várias características do revestimento

Características do revestimento

Vida útil prevista (anos)

Características do revestimento

Vida útil prevista (anos)

Tipo de pedra

Mármores 66 Exposição à humidade

Alta - Calcários 69 Baixa 69 Granitos e

rochas afins -

Orientação da fachada

Noroeste 66

Xistos ou ardósias

- Restantes

orientações -

Tipo de acabamento

Rugoso fino 66 Exposição à acção vento -

chuva

Moderada 67

Liso 69 Severa -

Rugoso grosso - Suave -

Cor da pedra natural

Cores claras 69

Tipologia das juntas

De topo - colmatadas

68

Restantes

cores - De topo - abertas -

Sobrepostas -

Foi possível verificar, que as características do revestimento influem na definição da sua vida útil;

foram assim definidos factores de ajustamento (Tabela 6.2), através da razão entre a vida útil prevista

dos revestimentos mediante as suas características e a vida útil de referência dos revestimentos

pétreos (67 anos). Futuramente, estes factores de ajustamento podem servir de referência na definição

dos factores modificadores utilizados no método factorial.

Tabela 6.2 - Factores de ajustamento

Características do revestimento

Factor de ajustamento

Características do revestimento

Vida útil de referência (anos)

Tipo de pedra

Mármores 0,99 Exposição à humidade

Alta - Calcários 1,03 Baixa 1,03 Granitos e

rochas afins -

Orientação da fachada

Noroeste 0,99

Xistos ou ardósias

- Restantes

orientações -

Tipo de acabamento

Rugoso fino 0,99 Exposição à acção vento -

chuva

Moderada 1,00

Liso 1,03 Severa -

Rugoso grosso - Suave -

Cor da pedra natural

Cores claras 1,03

Tipologia das juntas

De topo - colmatadas

1,015

Restantes

cores - De topo - abertas -

Sobrepostas -

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Capítulo 6 - Conclusões e desenvolvimentos futuros

120 Instituto Superior Técnico

A determinação desta vida útil permite ainda estabelecer um cronograma de manutenção preditiva

(planeamento das inspecções). A periodicidade destas inspecções encontra-se relacionada com a vida

útil de referência do elemento, podendo afirmar-se, grosso modo, que quanto maior a vida útil menor

é a necessidade de intervenção. Pode assim estipular-se, genericamente, que se procedam a

inspecções, com vista a eventuais acções de limpeza, de 5 em 5 anos ou de 8 em 8 anos

(correspondendo este último ao requisito legal imposto pelo RGEU, que indicava a obrigatoriedade

de manutenção de 8 em 8 anos). No entanto, no caso dos revestimentos inspeccionados no Parque das

Nações, seria conveniente encurtar estes intervalos, visto que são revestimentos que apresentam

degradação com menos de 5 anos de idade; nestes casos, poder-se-ia adoptar inspecções a cada 15

meses, tal como disposto no novo Regulamento Geral das Edificações (RGE), segundo a proposta

elaborada pelo Conselho Superior de Obras Públicas (2004).

Devido aos resultados obtidos na presente dissertação, no que concerne à vida útil de referência dos

revestimentos pétreos, estima-se que existam ciclos de 20 em 20 anos para proceder a intervenções

maiores. Este intervalo encontra-se ainda, compatibilizado com os cerca de 20 anos, estimados por

Gaspar (2002) como sendo a vida útil de referência dos rebocos correntes - no caso de fachadas que

possuam revestimento pétreo, por exemplo, no soco do edifício, e reboco corrente na restante

fachada. Esta solução permite tirar partido de uma racionalização das intervenções: montagem de

andaimes, reparação da pedra natural e substituição do reboco. Importa, no entanto, referir que todos

estes intervalos de tempo devem ser aferidos ao longo da vida útil de cada caso de estudo.

6.3 Desenvolvimentos futuros

O estudo desenvolvido na presente dissertação constitui a primeira abordagem a uma metodologia de

previsão da vida útil de revestimentos em pedra natural de paredes; considera-se que a metodologia

apresentada, apesar de ter produzido resultados aceitáveis, é passível de ser melhorada, no que

respeita à natureza da informação a recolher, à calibração do modelo e à relevância estatística dos

dados recolhidos; importa no entanto referir que um maior rigor não deve ser sinónimo de uma maior

complexidade, dado que se pretende que a informação assim recolhida e trabalhada seja aplicada em

acções correntes de gestão e manutenção do edificado. Nos pontos seguintes, são portanto,

apresentadas algumas sugestões no que respeita a essas melhorias, que estariam fora do âmbito do

trabalho agora desenvolvido.

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 121

6.3.1 Melhoria da amostra analisada

A amostra analisada na presente dissertação é composta por dois grandes grupos de casos, sendo o

primeiro de revestimentos com idades inferiores a 15 anos e o segundo de revestimentos com idades

compreendidas entre 30 e 60 anos; existindo assim alguma disparidade na metodologia construtiva

relativa aos dois grupos de casos; de facto, verificou-se que os casos mais recentes são, na sua

maioria, fixados indirectamente ao suporte e os mais antigos são todos fixados directamente.

Considera-se, assim, que em estudos futuros se deveria analisar uma amostra mais extensa e

homogénea em termos de idade.

6.3.2 Avaliação das condições de concepção, execução e utilização

Verificou-se que os revestimentos pétreos apresentam alguma sensibilidade no que concerne a erros

de concepção e execução, sendo estes difíceis de detectar quando o revestimento se encontra em

utilização. Veja-se o caso dos revestimentos fixados directa e indirectamente ao suporte;

teoricamente, quando bem executados, os revestimentos fixados indirectamente constituem uma

solução mais durável e menos atreita a anomalias comparativamente aos fixados directamente. No

entanto, os dados recolhidos no trabalho de campo indicam uma tendência contrária; nos casos

observados, foi possível constatar que os revestimentos com fixação indirecta possuem, com a mesma

idade, maior severidade de degradação comparativamente aos fixados directamente. Este facto pode

dever-se a que os revestimentos fixados indirectamente inspeccionados se situam no Parque das

Nações, que se verificou ser propenso a anomalias precoces.

Também a nível da manutenção dos revestimentos, são por vezes cometidos erros grosseiros que

influenciam a durabilidade dos revestimentos, sendo um dos casos excluídos na presente dissertação é

prova disso.

Posto isto e tal como proposto por Sousa (2008), considera-se relevante a criação de uma base de

dados que forneça informação relativa aos materiais utilizados, às técnicas construtivas e às

reparações efectuadas nos edifícios. Pode-se deste modo avaliar a influência das condições de

concepção, execução e utilização na durabilidade dos revestimentos pétreos.

6.3.3 Estudo da durabilidade dos materiais que constituem o revestimento

Considera-se interessante que, em estudos futuros, se proceda à avaliação da durabilidade dos

diferentes materiais de construção que constituem o revestimento, de modo a compreender a

influência destes na degradação global; uma dessas análises poderia dizer respeito à durabilidade dos

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Capítulo 6 - Conclusões e desenvolvimentos futuros

122 Instituto Superior Técnico

elementos metálicos de fixação, no caso da fixação indirecta, através da análise de curvas de corrosão

dos materiais utilizados, tentando perceber a influência da sua vida útil na vida útil do revestimento;

outra análise possível seria através do estudo da compatibilidade entre o tipo de pedra utilizada, o

material de fixação (directa) e o de colmatação das juntas, visto que a utilização de alguns destes

materiais não é aconselhável a todos os tipos de pedra natural. Através deste estudo seria possível

obter uma melhoria na prescrição dos materiais utilizados, devido à consciencialização da

importância de cada um deles no comportamento geral do revestimento.

6.3.4 Factores de homogeneização

A curva de degradação traçada no capítulo 5 para os casos de estudo pretende exprimir a evolução da

degradação ao longo do tempo relativamente aos revestimentos pétreos; no entanto, é fundamental

referir que os casos analisados apresentam uma elevada diversidade de características entre eles,

podendo genericamente dizer-se que um revestimento em granito e outro em calcário com a mesma

idade não apresentam a mesma degradação. Esta afirmação é válida igualmente para o caso do tipo de

fixação, do tipo de acabamento, entre outras características. Assim sendo, propõe-se que se adoptem,

em estudos futuros, factores de homogeneização de modo a optimizar a curva de degradação.

De facto, é facilmente perceptível que estas características influenciam a durabilidade dos

revestimentos analisados; a Fig. 6.2 ilustra genericamente a aplicação dos coeficientes de

homogeneização; neste exemplo, admite-se genericamente que os revestimentos com a característica

A possuem menor durabilidade, atingido o limite de vida útil (nível máximo de degradação) mais

cedo do que os revestimentos com a característica B; a curva média de degradação indicada

representa todos os pontos da amostra (revestimentos com a característica A e com a característica B);

admite-se assim que a aplicação de coeficientes de homogeneização (fA e fB) às curvas específicas de

cada tipo de revestimentos possibilita a sua transposição para a curva média de degradação, devido à

homogeneização da amostra.

Estes factores poderiam ainda ser aplicados, consoante a sua influência na ocorrência de dado tipo de

anomalias; pode dizer-se, grosso modo, que:

• quanto menor a espessura das placas pétreas, maior a sua susceptibilidade face a anomalias

de perda de integridade;

• o tipo de acabamento influencia as anomalias estéticas, tendo-se verificado nos casos

estudados, uma maior taxa de degradação nos revestimentos com acabamento rugoso fino

face ao acabamento liso.

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil 123

Fig. 6.2 - Exemplo ilustrativo da aplicação de coeficientes de homogeneização

Assim sendo, a extensão da degradação afectada por uma dada anomalia poderia ser multiplicada por

um coeficiente de homogeneização relativo às características que influenciam a sua ocorrência.

Estes factores de homogeneização poderiam ser igualmente obtidos através da aplicação de factores

multiplicativos, tal como proposto no método factorial para a estimativa da vida útil de elementos da

construção, que incidem sobre uma vida útil de referência. Admitindo esta hipótese de trabalho,

poderia adoptar-se uma vida útil de referência para os revestimentos pétreos de fachada de 70 anos,

tal como indicado nos resultados da presente investigação.

Estes coeficientes terão necessariamente de ser calibrados em estudos futuros, sendo para isso

necessário perceber a diferença entre a evolução da degradação das diferentes características.

6.3.5 Definição dos coeficientes de ponderação

Na presente dissertação, procurou definir-se os coeficientes de ponderação com base nos custos de

reparação de cada grupo de anomalias; no entanto, este estudo foi realizado de forma relativamente

superficial devido à dificuldade encontrada na recolha deste tipo de informação. Seria portanto

bastante interessante proceder a um estudo mais aprofundado dos custos de reparação praticados em

Portugal.

6.3.6 Análise da percepção do risco

Seria extremamente interessante avaliar a percepção do risco por parte dos utilizadores relativamente

aos revestimentos inspeccionados. Tal como referido por Gaspar (2002), existem custos indirectos

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Capítulo 6 - Conclusões e desenvolvimentos futuros

124 Instituto Superior Técnico

associados à degradação dos revestimentos, como o desconforto e desqualificação da imagem urbana.

Através de inquéritos aos moradores e proprietários, poderia avaliar-se a sua quantificação da

degradação, visto que o senso comum de cada indivíduo lhe permite avaliar o que entende por muito

ou pouco degradado.

Seria assim possível quantificar a degradação através da análise da satisfação dos inquiridos perante

os revestimentos em estudo, podendo mesmo definir-se uma escala de degradação mediante o estudo

destes resultados. No entanto, tal como referido no capítulo 2, o nível de exigência varia mediante o

interessado, admitindo-se que possa ser inferior no caso do senhorio comparativamente com o

arrendatário; assim sendo, esta análise seria sempre subjectiva, não podendo deixar de se referir que

são os inquiridos quem determina quando se deve proceder a acções de reparação e manutenção, não

devendo desprezar-se a sua opinião, pois desempenham um papel importante na durabilidade dos

revestimentos.

Ainda neste âmbito, seria ainda bastante relevante que, em estudos futuros, se estabeleça a avaliação

da evolução da degradação mediante o uso e tipo de proprietário do edifício, sendo que o estudo

realizado por Gaspar (2009) já contempla esta vertente.

6.3.7 Método factorial

O objectivo final da presente dissertação era obter um modelo para a estimativa da vida útil, baseado

no método factorial, sendo que a aplicação deste método implica necessariamente a determinação de

uma vida útil de referência. Apesar de na presente dissertação terem sido obtidos resultados

razoáveis, considera-se que a amostra analisada possui uma dimensão reduzida, apresentando ainda

alguma heterogeneidade relativamente às idades dos revestimentos.

Considera-se assim que, antes da aplicação do método factorial, se deve proceder à melhoria do

modelo através da implementação dos desenvolvimentos futuros propostos, sendo necessário analisar

uma amostra mais extensa e mais homogénea. Também o estudo aprofundado das diferentes

características do revestimento, assim como das suas condições de concepção, execução e

manutenção, permitirá definir com maior rigor os factores modificadores necessários à aplicação do

método factorial.

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A.1

Anexos

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A.2

Anexo 1 - Ficha de inspecção

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Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil A.3

Ficha de inspecção n.º: Data da inspecção:

Identificação e características gerais do edifício

Localização:

Ano de conclusão:

Tipo de envolvente: Urbana Marítima Rural

Tipologia do edifício

Função predominante: Habitação Serviços Comércio

N.º de pisos elevados: Estrutura do edifício:

Caracterização da fachada

N.º de fachadas livres: N.º de fachadas com RPN:

Orientação da fachada: N / S / E / O

Tipo de fachada: Principal Lateral Tardoz

Área da fachada: m2 Área total de RPN: m2

Caracterização dos sistemas de revestimento em pedra natural

Tipo de pedra: Cor:

Acabamento: Tipo de fixação:

Dimensão (m x m): Espessura: cm

Projecto

Protecção das zonas periféricas: S / N

Protecção dos cantos salientes: S / N

Tipologia das juntas

Juntas: de topo sobrepostas

abertas colmatadas

Largura: mm

Condições ambientais

Exposição a elementos poluentes: S / N

Acção vento-chuva: Severa Moderada Suave

Exposição à humidade: Alta Baixa

Proximidade do mar: < 1 km < 5 km > 5 km

Manutenção

Manutenção regular: S / N

Data da última reparação:

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Anexos

A.4 Instituto Superior Técnico

Caracterização das anomalias:

Anomalias Nível de

degradação Localização

(#)

Causas prováveis

(+) Extensão

Notas

1 2 3 4 z p c j H A % área

Est

étic

as

Eflorescências

Manchas de humidade

Manchas localizadas

Colonização biológica

Vegetação parasitária

Sujidade superficial

Alteração cromática

Graffiti

Deficiências de planeza

Em

junt

as

Degradação do material

Perda de material

Ausência de linearidade

Dimensões inadequadas

Na

fixa

ção

ao s

upor

te

Descolagem

Desprendimento

Corrosão dos elementos metálicos

Flexão e rotura dos elementos metálicos

Lascagem do elemento pétreo na zona das fixações e bordos

Lacuna parcial do elemento pétreo

Per

da d

e in

tegr

idad

e Degradação do material

Fissuração

Fracturação

(#) (z) - zona corrente da placa pétrea; (p) - periferia da placa; (c) - cantos salientes; (j) - confinantes com juntas

(+) (H) - causas humanas; (A) - causas ambientais ou de acidente

Observações:

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A.5

Anexo 2 - Ficha de inspecção preenchida relativa a um caso de estudo

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Anexos

A.6 Instituto Superior Técnico

Ficha de inspecção n.º: Ed. FFF Data da inspecção: 16-08-2009

Identificação e características gerais do edifício

Localização: Rua Conde Almeida Araújo n.º 34

Ano de conclusão: 1967

Tipo de envolvente: Urbana Marítima Rural

Tipologia do edifício

Função predominante: Habitação Serviços Comércio

N.º de pisos elevados: 4 Estrutura do edifício:

Caracterização da fachada

N.º de fachadas livres: 2 N.º de fachadas com RPN: 1

Orientação da fachada: N / S / E / O → Noroeste

Tipo de fachada: Principal Lateral Tardoz

Área da fachada: m2 Área total de RPN: 21,7 m2

Caracterização dos sistemas de revestimento em pedra natural

Tipo de pedra: Mármore Cor: Cinzento

Acabamento: Liso Tipo de fixação: Directa

Dimensão (m x m): 0,85 x 0,52 Espessura: 1,5 cm

Projecto

Protecção das zonas periféricas:

S / N

Protecção dos cantos salientes:

S / N

Tipologia das juntas

Juntas: de topo sobrepostas

abertas colmatadas

Largura: 3 mm

Condições ambientais

Exposição a elementos poluentes: S / N

Acção vento - chuva: Severa Moderada Suave

Exposição à humidade: Alta Baixa

Proximidade do mar: < 1 km < 5 km > 5 km

Manutenção

Manutenção regular: S / N

Data da última reparação:

Page 161: Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de ... · A previsão da vida útil das construções foi objecto de estudo desde sempre; no entanto, tem-se verificado uma

A.7

Caracterização das anomalias:

Anomalias Nível de

degradação Localização

(#)

Causas prováveis

(+) Extensão

Notas

1 2 3 4 z p c j H A % área

Est

étic

as

Eflorescências

Manchas de humidade

Manchas localizadas

Colonização biológica

Vegetação parasitária

Sujidade superficial X X X X

X 20%

Alteração cromática X X

X 50%

Graffiti X X X X X 10% 5 placas

Deficiências de planeza X

X X X 10%

Em

junt

as

Degradação do material X 40%

Perda de material X 10%

Ausência de linearidade

Dimensões inadequadas

Na

fixa

ção

ao s

upor

te

Descolagem X 12% 6 placas

Desprendimento

Corrosão dos elementos metálicos

Flexão e rotura dos elementos metálicos

Lascagem do elemento pétreo na zona das fixações e bordos

Lacuna parcial do elemento pétreo

Per

da d

e in

tegr

idad

e Degradação do material X

X X 5% superficial

Fissuração

Fracturação

(#) (z) - zona corrente da placa pétrea; (p) - periferia da placa; (c) - cantos salientes; (j) - confinantes com juntas

(+) (H) - causas humanas; (A) - causas ambientais ou de acidente

Observações:

Page 162: Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de ... · A previsão da vida útil das construções foi objecto de estudo desde sempre; no entanto, tem-se verificado uma

Anexos

A.8 Instituto Superior Técnico

Imagens ilustrativas das anomalias verificadas:

Vista geral do edifício FFF

Alteração cromática Graffiti

Sujidade superficial Deficiências de planeza Degradação do material das juntas e perda de material

de colmatação

Degradação do material pétreo Descolamento

Page 163: Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de ... · A previsão da vida útil das construções foi objecto de estudo desde sempre; no entanto, tem-se verificado uma

A.9

Anexo 3 - Caracterização genérica dos edifícios estudados

Page 164: Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de ... · A previsão da vida útil das construções foi objecto de estudo desde sempre; no entanto, tem-se verificado uma

Anexos

A.10 Instituto Superior Técnico

Localização Designação Ano de

construção Ano da última reparação

Tipo de envolvente

Função predominante

N.º pisos

Data da inspecção

Rua Nau Catrineta 3.09.04 Ed. A 2002 Nunca foi reparado Urbana habitação 6 19-04-2009 Rua Nau Catrineta 3.06.01 Ed. B 2004 Nunca foi reparado Urbana habitação / serviços 5 19-04-2009

Rua das Musas 3.07.02 Ed. C 2000 Nunca foi reparado Urbana habitação 5 23-04-2009 Rua Nau Catrineta 3.07.04 Ed. D 2002 Nunca foi reparado Urbana habitação 5 23-04-2009 Rua Nau Catrineta 3.09.10 Ed. E 2002 Nunca foi reparado Urbana habitação 5 23-04-2009

Edifício Sport TV Ed. F 2004 Nunca foi reparado Urbana Serviços 4 23-04-2009 Farmácia Expo Sul 2.06.05 Ed. G 2005 Nunca foi reparado Urbana Serviços / habitação 5 23-04-2009

Pavilhão do Conhecimento - Alameda dos Oceanos

Ed. H 1997 Nunca foi reparado Urbana Serviços 3 23-04-2009

R. Nau Catrineta 3.06.01 B Ed. I 2004 Nunca foi reparado Urbana habitação / serviços 5 03-05-2009 Rua Pedro e Inês 2.05.09 Ed. J 2004 Nunca foi reparado Urbana habitação 5 03-05-2009

Rua Nau Catrineta com a Rua Nova dos Mercadores - 3.10.04

Ed. K 2002 Nunca foi reparado Urbana habitação 6 03-05-2009

Rua Dr. Manuel Arriaga n.º 27 Ed. L 2005 2007 Urbana habitação 4 12-07-2009 Rua Dr. Manuel Arriaga n.º 29 Ed. M 2005 2007 Urbana habitação 4 12-07-2009 Rua Dr. Manuel Arriaga n.º 35 Ed. N 1953 Nunca foi reparado Urbana habitação 4 12-07-2009 Rua Dr. Manuel Arriaga n.º 37 Ed. O 1953 Nunca foi reparado Urbana habitação / comércio 4 12-07-2009 Rua Dr. Manuel Arriaga n.º 39 Ed. P 1953 Nunca foi reparado Urbana habitação / comércio 4 12-07-2009 Avenida Elias Garcia n.º 219 Ed. Q 1953 Nunca foi reparado Urbana habitação 4 12-07-2009 Avenida Elias Garcia n.º 222 Ed. R 1956 Nunca foi reparado Urbana habitação 4 12-07-2009 Rua Luciano Cordeiro n.º 58 Ed. S 1972 Nunca foi reparado Urbana habitação / comércio 7 19-07-2009 Rua Luciano Cordeiro n.º 83 Ed. T 1965 Nunca foi reparado Urbana habitação 7 19-07-2009 Rua Luciano Cordeiro n.º 80 Ed. U 1954 Nunca foi reparado Urbana habitação / comércio 7 19-07-2009 Rua Luciano Cordeiro n.º 70 Ed. V 1971 Nunca foi reparado Urbana habitação / comércio 7 19-07-2009 Rua Bernardim Ribeiro n.º 44 Ed. W 1971 Nunca foi reparado Urbana habitação / comércio 7 19-07-2009 Rua Bernardim Ribeiro n.º 79 Ed. X 1978 Nunca foi reparado Urbana habitação / comércio 6 19-07-2009

Rua do Conde de Redondo n.º 93 Ed. Y 1905 1940 Urbana habitação / comércio 5 19-07-2009 Rua do Conde de Redondo n.º 74 Ed. Z 1964 Nunca foi reparado Urbana habitação / comércio 7 19-07-2009 Rua do Conde de Redondo n.º 97 Ed. AA 1906 1927 Urbana habitação 4 19-07-2009 Rua do Conde de Redondo n.º 80

A Ed. BB 1994 Nunca foi reparado Urbana habitação / comércio 7 19-07-2009

Rua do Conde de Redondo n.º 60 Ed. CC 1969 Nunca foi reparado Urbana habitação / comércio 6 19-07-2009 Rua Luciano Cordeiro n.º 89 Ed. DD 1961 Nunca foi reparado Urbana habitação / comércio 6 19-07-2009 Rua Luciano Cordeiro n.º 79 Ed. EE 1958 Nunca foi reparado Urbana habitação / comércio 6 19-07-2009

Rua Luciano Cordeiro n.º 77 Ed. FF 1970 Nunca foi reparado Urbana habitação / comércio /

serviços 6 19-07-2009

Rua Luciano Cordeiro n.º 73 Ed. GG 1959 Nunca foi reparado Urbana habitação / comércio 6 19-07-2009 Rua Luciano Cordeiro n.º 56 Ed. HH 1978 Nunca foi reparado Urbana habitação / comércio 6 19-07-2009

Rua Mateus Vicente de Oliveira n.º 46

Ed. II 1961 Nunca foi reparado Urbana habitação 4 26-07-2009

Rua Mateus Vicente de Oliveira n.º 50

Ed. JJ 1961 Nunca foi reparado Urbana habitação 4 26-07-2009

Rua Mateus Vicente de Oliveira n.º 52

Ed. KK 1961 Nunca foi reparado Urbana habitação / comércio 4 26-07-2009

Rua David Peres n.º 2 Ed. LL 1955 Nunca foi reparado Urbana habitação / comércio 5 26-07-2009 Rua David Peres n.º 4 Ed. MM 1955 Nunca foi reparado Urbana habitação 4 26-07-2009

Rua Dr. Manuel da Arriaga n.º 72 Ed. NN 1967 Nunca foi reparado Urbana habitação / serviços 9 26-07-2009 Edifício em frente à REPSOL Ed. OO 1998 Nunca foi reparado Urbana habitação 5 02-08-2009

Avenida Fernando Pessoa 3.20.01

Ed. PP 2005 Nunca foi reparado Urbana habitação 11 02-08-2009

Edifício negro junto à rotunda 1.01.2.1

Ed. QQ 2004 Nunca foi reparado Urbana habitação / comércio 8 02-08-2009

Avenida D. João II 1.02.2.2 A Ed. RR 2003 Nunca foi reparado Urbana habitação 8 02-08-2009 Avenida D. João II 1.02.2.3 D

(BPN) Ed. SS 2002 Nunca foi reparado Urbana habitação 9 02-08-2009

Avenida D. João II 1.02.2.2D Ed. TT 2002 Nunca foi reparado Urbana habitação 7 02-08-2009 Avenida D. João II junto à linha

férrea a seguir ao Tivoli Ed. UU 2003 Nunca foi reparado Urbana habitação 16 02-08-2009

Avenida D. João II 1.16.04 Ed. VV 2000 Reparação Parcial Urbana habitação 15 02-08-2009 Edifício Sony Expo Ed. WW 2005 Nunca foi reparado Urbana serviços / comércio 4 02-08-2009

Edifício Sony Expo (zona muros) Ed. XX 2005 Nunca foi reparado Urbana serviços / comércio 1 02-08-2009 FIL (parede do lado dos vulcões) Ed. YY 1999 Nunca foi reparado Urbana serviços / comércio 1 02-08-2009 Edifício do Emanha (topo) - Rua

Ilha dos Amores Ed. ZZ 2000 Nunca foi reparado Urbana habitação / comércio 7 02-08-2009

Edifício rosa junto ao Emanha Ed. AAA 2002 Nunca foi reparado Urbana habitação 5 02-08-2009 Edifício branco em frente ao

anterior Ed. BBB 2001 Reparação parcial Urbana habitação 5 02-08-2009

Rua Ilha dos Amores Ed. CCC 2000 Nunca foi reparado Urbana habitação 5 02-08-2009 Edifício preto junto à Igreja Ed. DDD 2007 Nunca foi reparado Urbana habitação 12 02-08-2009

Rua Conde Almeida Araújo n.º 32

Ed. EEE 1966 Nunca foi reparado Urbana habitação 4 16-08-2009

Rua Conde Almeida Araújo n.º 34

Ed. FFF 1967 Nunca foi reparado Urbana habitação 4 16-08-2009

Rua Conde Almeida Araújo n.º 42

Ed. GGG 1961 Nunca foi reparado Urbana habitação 4 16-08-2009

Page 165: Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de ... · A previsão da vida útil das construções foi objecto de estudo desde sempre; no entanto, tem-se verificado uma

Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil A.11

Rua Heliodoro Salgado n.º 16 Ed. HHH 1974 Nunca foi reparado Urbana habitação 4 16-08-2009 Rua Heliodoro Salgado n.º 18 Ed. III 1962 Nunca foi reparado Urbana habitação 4 16-08-2009

Rua Dr. Manuel da Arriaga n.º 34 Ed. JJJ 1963 Nunca foi reparado Urbana habitação 4 16-08-2009 Rua Dr. Manuel de Arriaga -

prédio novo Ed. KKK 2008 Nunca foi reparado Urbana habitação 4 16-08-2009

Rua Dr. Higino de Sousa n.º 11 Ed. LLL 1956 Nunca foi reparado Urbana habitação / comércio 5 16-08-2009 Rua D. Maria I n.º 6 Ed. MMM 1956 Nunca foi reparado Urbana habitação / comércio 4 16-08-2009

Rua David Peres n.º 15 Ed. NNN 1956 Nunca foi reparado Urbana habitação 4 16-08-2009 Rua David Peres n.º 9 Ed. OOO 1956 Nunca foi reparado Urbana habitação 3 16-08-2009 Rua David Peres n.º 7 Ed. PPP 1956 Nunca foi reparado Urbana habitação 4 16-08-2009 Rua David Peres n.º 5 Ed. QQQ 1956 Nunca foi reparado Urbana habitação 4 16-08-2009

Rua Dr. Higino de Sousa n.º 6 Ed. RRR 1956 Nunca foi reparado Urbana habitação 4 16-08-2009 Rua Dr. Higino de Sousa n.º 5 Ed. SSS 1956 Nunca foi reparado Urbana habitação 4 16-08-2009 Rua Dr. Higino de Sousa n.º 4 Ed. TTT 1956 Nunca foi reparado Urbana habitação 4 16-08-2009

Edifício preto junto à Torre Vasco da Gama 4.03.01

Ed. UUU 2006 Nunca foi reparado Urbana habitação 8 02-08-2009

Page 166: Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de ... · A previsão da vida útil das construções foi objecto de estudo desde sempre; no entanto, tem-se verificado uma

A.12

Anexo 4 - Caracterização dos revestimentos estudados

Page 167: Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de ... · A previsão da vida útil das construções foi objecto de estudo desde sempre; no entanto, tem-se verificado uma

Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil

A.13

Caracterização da fachada

Caracterização da pedra natural

Juntas

Condições Ambientais

Projecto

Designação Orientação

Tipo de

fachada

Tipo de

fixação

Área de

RPN

[m2 ]

Tipo de

pedra

Cor

Acabamento

Dimensão

[cm x cm]

Espessura

[cm]

Tipologia das

juntas

Largura

[mm]

Exp.a

elementos

poluentes

Acção vento

- chuva

Exp. à

humidade

Proximidade

do mar

Protecção

das zonas

periféricas

Protecção

dos cantos

salientes

Ed. A.1

Sul

L

ater

al /

prin

cipa

l D

irec

ta e

in

dire

cta

504

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o

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a /

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o

Ros

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x 60

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vel)

3

Abe

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Sul

L

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22

5 M

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ore

Bra

nco

Rug

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fino

80

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0 2,

5 C

olm

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as

5 S

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Mod

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a A

lta

< 1

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ão

Ed. C.2

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alcá

rio

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Lis

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Sul

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Sim

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1 k

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te

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Dir

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36

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rio

C

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nto

Lis

o 67

x 6

7 2

Col

mat

adas

N

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Sim

S

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lta

< 1

km

N

ão

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C

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nto

Lis

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0 x

49

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adas

10

S

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Mod

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a A

lta

< 1

km

N

ão

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Sul

P

rinc

ipal

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In

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sia

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Lis

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D

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a <

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ão

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ão

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5 S

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< 1

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N

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Sul

L

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rio

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Lis

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3 S

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xa

Alt

a <

1 k

m

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N

ão

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te

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cta

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cári

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e L

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o 18

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3 S

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erad

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km

N

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Pri

ncip

al

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rio

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3 S

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lta

< 1

km

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ater

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5 M

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ore

Bra

nco

Rug

oso

fino

80

x 5

0 2,

5 C

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as

5 S

im

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30

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Est

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54

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o fi

no

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Mod

erad

a A

lta

> 5

km

N

ão

Não

Ed. L.2

Oes

te

Tar

doz

Dir

ecta

21

,3

Cal

cári

o B

ranc

o R

ugos

o fi

no

44 x

44

1

Col

mat

adas

5

Sim

S

ever

a A

lta

> 5

km

N

ão

Não

Ed. M

.1

Est

e

Pri

ncip

al

Dir

ecta

25

,2

Cal

cári

o B

ranc

o R

ugos

o fi

no

44 x

44

1 C

olm

atad

as

5 S

im

Mod

erad

a A

lta

> 5

km

N

ão

Não

Ed. M

.2

Oes

te

Tar

doz

Dir

ecta

12

,8

Cal

cári

o B

ranc

o R

ugos

o fi

no

44 x

44

1 C

olm

atad

as

5 S

im

Sev

era

Alt

a >

5 k

m

Não

N

ão

Ed. N

Est

e P

rinc

ipal

D

irec

ta

31

Már

mor

e B

ranc

o R

ugos

o fi

no

54 x

43

4 C

olm

atad

as

2 S

im

Mod

erad

a A

lta

> 5

km

N

ão

Não

Ed. O

Est

e P

rinc

ipal

D

irec

ta

4,7

Már

mor

e B

ranc

o R

ugos

o fi

no

57 x

75

2 C

olm

atad

as

2 S

im

Mod

erad

a A

lta

> 5

km

N

ão

Não

Ed. P.1

Est

e P

rinc

ipal

D

irec

ta

4,3

Már

mor

e B

ranc

o R

ugos

o fi

no

67 x

64

(var

iáve

l)

2 C

olm

atad

as

2 S

im

Mod

erad

a A

lta

> 5

km

N

ão

Não

Ed. P.2

Nor

te

Lat

eral

D

irec

ta

10,2

M

árm

ore

Bra

nco

Rug

oso

fino

67

x 6

4 (v

ariá

vel)

2

Col

mat

adas

2

Sim

S

ever

a A

lta

> 5

km

N

ão

Não

Ed. Q

Nor

te

Pri

ncip

al

Dir

ecta

23

,4

Már

mor

e B

ranc

o R

ugos

o fi

no

110

x 55

3

Col

mat

adas

1

Sim

S

ever

a A

lta

> 5

km

N

ão

Não

Ed. R

Sul

P

rinc

ipal

D

irec

ta

38,2

M

árm

ore

Cin

zent

o L

iso

70x

70

(var

iáve

l)

2 C

olm

atad

as

5 S

im

Mod

erad

a B

aixa

>

5 k

m

Não

N

ão

Ed. S

Sud

oest

e P

rinc

ipal

D

irec

ta

18,4

G

rani

to

Pre

to

Lis

o 47

x 7

0 1

Col

mat

adas

2

Sim

M

oder

ada

Bai

xa

> 5

km

N

ão

Não

Ed. T

Nor

dest

e P

rinc

ipal

D

irec

ta

18,5

G

rani

to

Cin

zent

o L

iso

83 x

55

1 C

olm

atad

as

2 S

im

Mod

erad

a B

aixa

>

5 k

m

Não

N

ão

Ed. U

Sud

oest

e P

rinc

ipal

D

irec

ta

9,4

Bre

cha

R

osa

Lis

o 38

x 6

7 0,

8 C

olm

atad

as

Não

tem

S

im

Mod

erad

a B

aixa

>

5 k

m

Não

N

ão

Ed. V

Sud

oest

e P

rinc

ipal

D

irec

ta

7,8

Gra

nito

P

reto

L

iso

78 x

50

1 C

olm

atad

as

Não

tem

S

im

Mod

erad

a B

aixa

>

5 k

m

Não

N

ão

Ed. W

S

udes

te

Pri

ncip

al

Dir

ecta

16

G

rani

to

Pre

to

Lis

o 78

x 5

0 1

Col

mat

adas

N

ão te

m

Sim

M

oder

ada

Bai

xa

> 5

km

N

ão

Não

Ed. X

Nor

oest

e L

ater

al

Dir

ecta

16

,8

Gra

nito

P

reto

L

iso

47 x

70

1 C

olm

atad

as

2 S

im

Mod

erad

a B

aixa

>

5 k

m

Não

N

ão

Page 168: Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de ... · A previsão da vida útil das construções foi objecto de estudo desde sempre; no entanto, tem-se verificado uma

Anexos

A.14

Instituto Superior Técnico

Ed. Y

Nor

oest

e P

rinc

ipal

D

irec

ta

13

Cal

cári

o C

rem

e L

iso

66 x

59

1,5

Col

mat

adas

2

Sim

M

oder

ada

Bai

xa

> 5

km

N

ão

Não

Ed. Z

Est

e P

rinc

ipal

D

irec

ta

20,5

G

rani

to

Pre

to

Lis

o 43

x 9

5 2

Col

mat

adas

N

ão te

m

Sim

M

oder

ada

Bai

xa

> 5

km

N

ão

Não

Ed. AA

Nor

oest

e P

rinc

ipal

D

irec

ta

15,6

M

árm

ore

Cre

me

Rug

oso

fino

65

x 1

20

(var

iáve

l)

2 C

olm

atad

as

3 S

im

Mod

erad

a B

aixa

>

5 k

m

Não

N

ão

Ed. BB

Est

e P

rinc

ipal

D

irec

ta

15,7

G

rani

to

Ros

a R

ugos

o fi

no

75 x

87

(var

iáve

l)

1,5

Col

mat

adas

2

Sim

M

oder

ada

Bai

xa

> 5

km

N

ão

Não

Ed. CC

Sud

este

P

rinc

ipal

D

irec

ta

10

Gra

nito

P

reto

L

iso

46 x

80

1 C

olm

atad

as

Não

tem

S

im

Mod

erad

a B

aixa

>

5 k

m

Não

N

ão

Ed. DD

Nor

dest

e P

rinc

ipal

D

irec

ta

25,6

G

rani

to

Cin

zent

o L

iso

46 x

85

(var

iáve

l)

1 C

olm

atad

as

2 S

im

Mod

erad

a B

aixa

>

5 k

m

Não

N

ão

Ed. EE.1

Nor

dest

e P

rinc

ipal

D

irec

ta

16,5

G

rani

to

Cin

zent

o L

iso

68 x

81

1 C

olm

atad

as

3 S

im

Mod

erad

a B

aixa

>

5 k

m

Não

N

ão

Ed. EE.2

Nor

dest

e P

rinc

ipal

D

irec

ta

8,8

Gra

nito

P

reto

L

iso

68 x

81

1 C

olm

atad

as

3 S

im

Mod

erad

a B

aixa

>

5 k

m

Não

N

ão

Ed. FF

Nor

dest

e P

rinc

ipal

D

irec

ta

15,8

G

rani

to

Ros

a L

iso

80 x

68

0,7

Col

mat

adas

3

Sim

M

oder

ada

Bai

xa

> 5

km

N

ão

Não

Ed. GG.1

Nor

dest

e P

rinc

ipal

D

irec

ta

38,9

M

árm

ore

Cin

zent

o L

iso

74 x

51

3 C

olm

atad

as

3 S

im

Mod

erad

a B

aixa

>

5 k

m

Não

N

ão

Ed. GG.2

Sud

este

L

ater

al

Dir

ecta

24

,2

Már

mor

e C

inze

nto

Lis

o 74

x 5

1 3

Col

mat

adas

3

Sim

M

oder

ada

Bai

xa

> 5

km

N

ão

Não

Ed. HH

Sud

oest

e P

rinc

ipal

D

irec

ta

11,2

G

rani

to

Pre

to

Lis

o 47

x 7

0 1

Col

mat

adas

2

Sim

M

oder

ada

Bai

xa

> 5

km

N

ão

Não

Ed. II

Sud

oest

e P

rinc

ipal

D

irec

ta

19,6

M

árm

ore

Bra

nco

Rug

oso

fino

62

x 4

4 1,

5 C

olm

atad

as

3 S

im

Mod

erad

a B

aixa

>

5 k

m

Não

N

ão

Ed. JJ

Sud

oest

e P

rinc

ipal

D

irec

ta

19,8

M

árm

ore

Bra

nco

Rug

oso

fino

11

0 x

45

1,5

Col

mat

adas

3

Sim

M

oder

ada

Bai

xa

> 5

km

N

ão

Não

Ed. KK

Sud

oest

e P

rinc

ipal

D

irec

ta

13,1

C

alcá

rio

Bra

nco

Lis

o 71

x 5

0 2

Col

mat

adas

3

Sim

M

oder

ada

Bai

xa

> 5

km

N

ão

Não

Ed. LL

Sud

oest

e P

rinc

ipal

D

irec

ta

13,2

M

árm

ore

Bra

nco

Rug

oso

fino

75

x 4

2 N

D

Col

mat

adas

2

Sim

M

oder

ada

Bai

xa

> 5

km

N

ão

Não

Ed. M

M

Sud

oest

e P

rinc

ipal

D

irec

ta

19

Már

mor

e B

ranc

o R

ugos

o fi

no

81 x

33

2 C

olm

atad

as

2 S

im

Mod

erad

a B

aixa

>

5 k

m

Não

N

ão

Ed. NN.1

Oes

te

Pri

ncip

al

Dir

ecta

5,

3 M

árm

ore

Bra

nco

Lis

o 50

x 1

05

1 C

olm

atad

as

3 S

im

Mod

erad

a B

aixa

>

5 k

m

Não

N

ão

Ed. NN.2

Nor

te

Lat

eral

D

irec

ta

16,8

M

árm

ore

Bra

nco

Lis

o 50

x 1

05

1 C

olm

atad

as

3 S

im

Sev

era

Bai

xa

> 5

km

N

ão

Não

Ed. OO.1

Sul

P

rinc

ipal

D

irec

ta e

in

dire

cta

420

Cal

cári

o

Ros

a /

crem

e L

iso

140

x 60

3

Abe

rtas

10

S

im

Mod

erad

a A

lta

< 1

km

N

ão

Não

Ed. OO.2

Oes

te

Pri

ncip

al

Dir

ecta

e

indi

rect

a 37

5 C

alcá

rio

R

osa

/ cr

eme

Lis

o 14

0 x

60

3 A

bert

as

10

Sim

M

oder

ada

Alt

a <

1 k

m

Não

N

ão

Ed. OO.3

Nor

te /

Est

e T

ardo

z In

dire

cta

240

Cal

cári

o

Cre

me

Lis

o 14

0 x

60

3 A

bert

as

10

Sim

S

ever

a A

lta

< 1

km

N

ão

Não

Ed. PP.1

Est

e P

rinc

ipal

D

irec

ta e

in

dire

cta

75

Cal

cári

o C

inze

nto

Lis

o 90

x 6

0 3

Col

mat

adas

N

ão te

m

Sim

M

oder

ada

Alt

a <

1 k

m

Não

N

ão

Ed. PP.2

Est

e P

rinc

ipal

D

irec

ta e

in

dire

cta

118,

8 C

alcá

rio

Cin

zent

o L

iso

90 x

60

3 C

olm

atad

as

Não

tem

S

im

Mod

erad

a A

lta

< 1

km

N

ão

Não

Ed. QQ.1

Est

e P

rinc

ipal

D

irec

ta

345,

6 G

rani

to

Cin

zent

o L

iso

100

x 40

2

Col

mat

adas

5

Sim

M

oder

ada

Alt

a <

1 k

m

Não

N

ão

Ed. QQ.2

Sul

P

rinc

ipal

D

irec

ta

86,4

G

rani

to

Cin

zent

o L

iso

100

x 40

2

Col

mat

adas

5

Sim

M

oder

ada

Alt

a <

1 k

m

Não

N

ão

Ed. QQ.3

Sul

M

uro

Dir

ecta

86

,4

Gra

nito

C

inze

nto

Lis

o 10

0 x

40

2 C

olm

atad

as

5 S

im

Mod

erad

a A

lta

< 1

km

N

ão

Não

Ed. RR.1

Sul

P

rinc

ipal

D

irec

ta

180

Cal

cári

o C

rem

e L

iso

80 x

37

2 C

olm

atad

as

2 S

im

Mod

erad

a A

lta

< 1

km

N

ão

Não

Ed. RR.2

Est

e L

ater

al

Dir

ecta

17

2,8

Cal

cári

o C

rem

e L

iso

80 x

37

2 C

olm

atad

as

2 S

im

Mod

erad

a A

lta

< 1

km

N

ão

Não

Ed. RR.3

Oes

te

Lat

eral

D

irec

ta

230,

4 C

alcá

rio

Cre

me

Lis

o 80

x 3

7 2

Col

mat

adas

2

Sim

M

oder

ada

Alt

a <

1 k

m

Não

N

ão

Ed. SS

Nor

te

Pri

ncip

al

Dir

ecta

12

1,5

Cal

cári

o C

rem

e L

iso

70 x

30

2 C

olm

atad

as

S

im

Sev

era

Alt

a <

1 k

m

Não

N

ão

Ed. TT.1

Oes

te

Pri

ncip

al

Dir

ecta

26

2,5

Cal

cári

o C

rem

e L

iso

73 x

37

2 C

olm

atad

as

1 S

im

Mod

erad

a A

lta

< 1

km

N

ão

Não

Ed. TT.2

Est

e T

ardo

z D

irec

ta

210

Cal

cári

o C

rem

e L

iso

73 x

37

2 C

olm

atad

as

1 S

im

Mod

erad

a A

lta

< 1

km

N

ão

Não

Ed. TT.3

Nor

te

Lat

eral

D

irec

ta

191,

1 C

alcá

rio

Cre

me

Lis

o 73

x 3

7 2

Col

mat

adas

1

Sim

S

ever

a A

lta

< 1

km

N

ão

Não

Ed. UU.1

Oes

te

Tar

doz

Dir

ecta

28

8 M

árm

ore

Bra

nco

Rug

oso

fino

60

x 4

0 2,

5 C

olm

atad

as

2 S

im

Mod

erad

a A

lta

< 1

km

N

ão

Não

Ed. UU.2

Sul

L

ater

al

Dir

ecta

28

8 M

árm

ore

Bra

nco

Rug

oso

fino

60

x 4

0 2,

5 C

olm

atad

as

2 S

im

Mod

erad

a A

lta

< 1

km

N

ão

Não

Ed. UU.3

Est

e P

rinc

ipal

D

irec

ta

288

Már

mor

e B

ranc

o R

ugos

o fi

no

60 x

40

2,5

Col

mat

adas

2

Sim

M

oder

ada

Alt

a <

1 k

m

Não

N

ão

Ed. VV

Oes

te

Tar

doz

Dir

ecta

17

1 G

rani

to

Ver

mel

ho

Lis

o 52

x 7

0 2,

5 C

olm

atad

as

Não

tem

S

im

Mod

erad

a A

lta

< 1

km

N

ão

Não

Ed. W

W.1

Nor

te

Lat

eral

D

irec

ta

386,

4 C

alcá

rio

Ros

a L

iso

46 x

49

4 C

olm

atad

as

2 S

im

Sev

era

Alt

a <

1 k

m

Sim

S

im

Ed. W

W.2

Est

e P

rinc

ipal

D

irec

ta

182,

16

Cal

cári

o R

osa

Lis

o 47

x 4

9 4

Col

mat

adas

2

Sim

M

oder

ada

Alt

a <

1 k

m

Sim

S

im

Ed. XX.1

Est

e L

ater

al

Dir

ecta

33

,12

Cal

cári

o R

osa

Lis

o 46

x 4

9 4

Col

mat

adas

2

Sim

M

oder

ada

Alt

a <

1 k

m

Sim

S

im

Ed. XX.2

Nor

te

Lat

eral

D

irec

ta

62,1

C

alcá

rio

Ros

a L

iso

46 x

49

4 C

olm

atad

as

2 S

im

Sev

era

Alt

a <

1 k

m

Sim

S

im

Ed. XX.3

Oes

te

Pri

ncip

al

Dir

ecta

12

4,2

Cal

cári

o R

osa

Lis

o 46

x 4

9 4

Col

mat

adas

2

Sim

M

oder

ada

Alt

a <

1 k

m

Sim

S

im

Ed. YY

Oes

te

Lat

eral

In

dire

cta

184

Cal

cári

o R

osa

Lis

o 17

6 x

69

(var

iáve

l)

3 A

bert

as

2 e

5 S

im

Sev

era

Alt

a <

1 k

m

Não

N

ão

Ed. ZZ.1

Nor

te

Pri

ncip

al

Dir

ecta

10

0,8

Gra

nito

C

asta

nho

Lis

o 40

x 6

0 2,

5 C

olm

atad

as

3 S

im

Sev

era

Alt

a <

1 k

m

Não

N

ão

Ed. ZZ.2

Est

e L

ater

al

Dir

ecta

11

9,7

Gra

nito

C

asta

nho

Lis

o 40

x 6

0 2,

5 C

olm

atad

as

3 S

im

Mod

erad

a A

lta

< 1

km

N

ão

Não

Ed. ZZ.3

Sul

T

ardo

z D

irec

ta

100,

8 G

rani

to

Cas

tanh

o L

iso

40 x

60

2,5

Col

mat

adas

3

Sim

M

oder

ada

Alt

a <

1 k

m

Não

N

ão

Ed. AAA.1

Oes

te

Lat

eral

D

irec

ta

216

Cal

cári

o R

osa

Lis

o 50

x 5

4 e

70

x 54

3

Abe

rtas

5

Sim

M

oder

ada

Alt

a <

1 k

m

Não

N

ão

Ed. AAA.2

Nor

te

Pri

ncip

al

Dir

ecta

10

05

Cal

cári

o R

osa

Lis

o 50

x 5

4 e

70

x 54

3

Abe

rtas

5

Sim

M

oder

ada

Alt

a <

1 k

m

Não

N

ão

Ed. AAA.3

Est

e L

ater

al

Dir

ecta

54

0 C

alcá

rio

Ros

a L

iso

50 x

54

e 70

x

54

3 A

bert

as

5 S

im

Mod

erad

a A

lta

< 1

km

N

ão

Não

Ed. AAA.4

Sul

T

ardo

z D

irec

ta

201

Cal

cári

o R

osa

Lis

o 50

x 5

4 e

70

3 A

bert

as

5 S

im

Mod

erad

a A

lta

< 1

km

N

ão

Não

Page 169: Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de ... · A previsão da vida útil das construções foi objecto de estudo desde sempre; no entanto, tem-se verificado uma

Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil

A.15

x 54

Ed. BBB.1

Est

e M

uro

Dir

ecta

28

G

rani

to

Cin

zent

o R

ugos

o fi

no

25 x

80

2 C

olm

atad

as

3 S

im

Mod

erad

a A

lta

< 1

km

N

ão

Não

Ed. BBB.2

Est

e L

ater

al

Indi

rect

a 21

0 C

alcá

rio

Cre

me

Lis

o 96

x 5

4 3

Abe

rtas

5

Sim

M

oder

ada

Alt

a <

1 k

m

Não

N

ão

Ed. BBB.3

Sul

M

uro

Dir

ecta

90

G

rani

to

Cin

zent

o R

ugos

o fi

no

25 x

80

2 C

olm

atad

as

3 S

im

Mod

erad

a A

lta

< 1

km

N

ão

Não

Ed. BBB.4

Sul

T

ardo

z In

dire

cta

675

Cal

cári

o C

rem

e L

iso

96 x

54

3 A

bert

as

5 S

im

Mod

erad

a A

lta

< 1

km

N

ão

Não

Ed. BBB.5

Oes

te

Mur

o D

irec

ta

28

Gra

nito

C

inze

nto

Rug

oso

fino

25

x 8

0 2

Col

mat

adas

3

Sim

S

ever

a A

lta

< 1

km

N

ão

Não

Ed. BBB.6

Oes

te

Lat

eral

In

dire

cta

210

Cal

cári

o C

rem

e L

iso

96 x

54

3 A

bert

as

5 S

im

Sev

era

Alt

a <

1 k

m

Não

N

ão

Ed. CCC.1

Oes

te

Lat

eral

D

irec

ta

270

Cal

cári

o

Am

arel

o L

iso

46 x

64

2 C

olm

atad

as

3 S

im

Mod

erad

a A

lta

< 1

km

N

ão

Não

Ed. CCC.2

Nor

te

Tar

doz

Dir

ecta

34

5 C

alcá

rio

Am

arel

o L

iso

46 x

64

3 C

olm

atad

as

3 S

im

Mod

erad

a A

lta

< 1

km

N

ão

Não

Ed. DDD.1

Est

e T

ardo

z D

irec

ta e

in

dire

cta

972

Xis

to o

u ar

dósi

a P

reto

L

iso

30 x

60

4 C

olm

atad

as

5 S

im

Mod

erad

a A

lta

< 1

km

N

ão

Não

Ed. DDD.2

Sul

L

ater

al

Dir

ecta

e

indi

rect

a 43

2 X

isto

ou

ardó

sia

Pre

to

Lis

o 30

x 6

0 4

Col

mat

adas

5

Sim

M

oder

ada

Alt

a <

1 k

m

Não

N

ão

Ed. EEE

Nor

oest

e P

rinc

ipal

D

irec

ta

11,3

M

árm

ore

Cin

zent

o L

iso

62 x

52

1,5

Col

mat

adas

3

Sim

M

oder

ada

Bai

xa

> 5

km

N

ão

Não

Ed. FFF

Nor

oest

e P

rinc

ipal

D

irec

ta

21,7

M

árm

ore

Cin

zent

o L

iso

85 x

52

1,5

Col

mat

adas

3

Sim

M

oder

ada

Bai

xa

> 5

km

N

ão

Não

Ed. GGG

Nor

oest

e P

rinc

ipal

D

irec

ta

19

Már

mor

e B

ranc

o R

ugos

o fi

no

64 x

38

1,5

Col

mat

adas

3

Sim

M

oder

ada

Bai

xa

> 5

km

N

ão

Não

Ed. HHH

Nor

oest

e P

rinc

ipal

D

irec

ta

20

Már

mor

e B

ranc

o L

iso

75 x

39

1 C

olm

atad

as

0,5

Sim

M

oder

ada

Bai

xa

> 5

km

N

ão

Não

Ed. III

Nor

oest

e P

rinc

ipal

D

irec

ta

17,1

C

alcá

rio

Bra

nco

Lis

o 95

x 4

5 2

Col

mat

adas

3

Sim

M

oder

ada

Bai

xa

> 5

km

N

ão

Não

Ed. JJJ.1

Oes

te

Pri

ncip

al

Dir

ecta

15

,2

Már

mor

e C

inze

nto

Lis

o 80

x 2

8 2

Col

mat

adas

3

Sim

S

ever

a B

aixa

>

5 k

m

Não

N

ão

Ed. JJJ.2

Oes

te

Pri

ncip

al

Dir

ecta

9,

3 C

alcá

rio

Ros

a L

iso

59 x

28

2 C

olm

atad

as

3 S

im

Sev

era

Bai

xa

> 5

km

N

ão

Não

Ed. KKK

Oes

te

Pri

ncip

al

Dir

ecta

31

C

alcá

rio

Bra

nco

Rug

oso

fino

70

x 5

6 0,

8 C

olm

atad

as

2 S

im

Sev

era

Bai

xa

> 5

km

N

ão

Não

Ed. LLL.1

Sud

este

P

rinc

ipal

D

irec

ta

5 M

árm

ore

Bra

nco

Rug

oso

fino

43

x 4

5 2

Col

mat

adas

3

Sim

M

oder

ada

Bai

xa

> 5

km

N

ão

Não

Ed. LLL.2

Nor

dest

e L

ater

al

Dir

ecta

10

,3

Már

mor

e B

ranc

o R

ugos

o fi

no

43 x

45

2 C

olm

atad

as

3 S

im

Mod

erad

a B

aixa

>

5 k

m

Não

N

ão

Ed. LLL.3

Sud

oest

e L

ater

al

Dir

ecta

12

,8

Már

mor

e B

ranc

o R

ugos

o fi

no

43 x

45

2 C

olm

atad

as

3 S

im

Mod

erad

a B

aixa

>

5 k

m

Não

N

ão

Ed. M

MM.1

Nor

oest

e P

rinc

ipal

D

irec

ta

29,1

M

árm

ore

Bra

nco

Rug

oso

fino

72

x 4

6 1,

5 C

olm

atad

as

3 S

im

Mod

erad

a B

aixa

>

5 k

m

Não

N

ão

Ed. M

MM.2

Nor

dest

e L

ater

al

Dir

ecta

30

,5

Már

mor

e B

ranc

o R

ugos

o fi

no

72 x

46

1,5

Col

mat

adas

3

Sim

M

oder

ada

Bai

xa

> 5

km

N

ão

Não

Ed. NNN

Nor

dest

e P

rinc

ipal

D

irec

ta

15,7

C

alcá

rio

Ros

a

Lis

o 77

x 5

5 2

Col

mat

adas

3

Sim

S

ever

a B

aixa

>

5 k

m

Não

N

ão

Ed. OOO

Nor

dest

e P

rinc

ipal

D

irec

ta

33,3

C

alcá

rio

Ros

a L

iso

65 x

47

1 C

olm

atad

as

3 S

im

Sev

era

Bai

xa

> 5

km

N

ão

Não

Ed. PPP

Nor

dest

e P

rinc

ipal

D

irec

ta

24,4

M

árm

ore

Cin

zent

o L

iso

66 x

50

ND

C

olm

atad

as

5 S

im

Sev

era

Bai

xa

> 5

km

N

ão

Não

Ed. QQQ

Nor

dest

e P

rinc

ipal

D

irec

ta

29,2

C

alcá

rio

Cre

me

Lis

o 80

x 4

5 N

D

Col

mat

adas

5

Sim

M

oder

ada

Bai

xa

> 5

km

N

ão

Não

Ed. RRR

Nor

oest

e P

rinc

ipal

D

irec

ta

37,2

M

árm

ore

Bra

nco

Rug

oso

fino

11

0 x

47

1,5

Col

mat

adas

3

Sim

M

oder

ada

Bai

xa

> 5

km

N

ão

Não

Ed. SSS

Sud

este

P

rinc

ipal

D

irec

ta

22

Már

mor

e B

ranc

o R

ugos

o fi

no

110

x 47

1,

5 C

olm

atad

as

3 S

im

Mod

erad

a B

aixa

>

5 k

m

Não

N

ão

Ed. TTT

Nor

oest

e P

rinc

ipal

D

irec

ta

24,2

M

árm

ore

Bra

nco

Rug

oso

fino

11

0 x

47

1,5

Col

mat

adas

3

Sim

M

oder

ada

Bai

xa

> 5

km

N

ão

Não

Ed. UUU

Oes

te

Pri

ncip

al

Indi

rect

a 52

,8

Xis

to o

u ar

dósi

a P

reto

R

ugos

o gr

osso

61

x 4

0 (v

ariá

vel)

2,

5 A

bert

as

5 S

im

Sev

era

Alt

a <

1 k

m

Não

N

ão

-

caso

s qu

e fo

ram

pos

teri

orm

ente

exc

luíd

os

ND

- s

itua

ções

ond

e nã

o fo

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síve

l det

erm

inar

ess

e pa

râm

etro

Page 170: Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de ... · A previsão da vida útil das construções foi objecto de estudo desde sempre; no entanto, tem-se verificado uma

Anexos

A.16 Instituto Superior Técnico

Anexo 5 - Caracterização do estado de degradação dos revestimentos inspeccionados

Page 171: Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de ... · A previsão da vida útil das construções foi objecto de estudo desde sempre; no entanto, tem-se verificado uma

Previsão da vida útil de revestimentos de pedra natural de paredes

Dissertação de Mestrado Integrado em Engenharia Civil A.17

Designação Ew (sem ponderação)

Sw,rp (sem ponderação)

Ew (com ponderação)

Sw,rp (com ponderação)

Idade

Designação Ew (sem ponderação)

Sw,rp (sem ponderação)

Ew (com ponderação)

Sw,rp (com ponderação)

Idade

Ed. A.1 27% 2% 14% 1% 7 Ed. OO.2 154% 11% 54% 4% 11 Ed. A.2 22% 2% 8% 1% 7 Ed. OO.3 100% 7% 15% 1% 11 Ed. A.3 85% 6% 21% 2% 7 Ed. PP.1 152% 11% 72% 5% 4 Ed. B.1 6% 0% 2% 0% 5 Ed. PP.2 205% 15% 79% 6% 4 Ed. B.2 25% 2% 6% 0% 5 Ed. QQ.1 130% 9% 20% 1% 5 Ed. B.3 5% 0% 1% 0% 5 Ed. QQ.2 110% 8% 25% 2% 5 Ed. C.1 357% 25% 357% 25% 9 Ed. QQ.3 235% 17% 40% 3% 5 Ed. C.2 140% 10% 21% 2% 9 Ed. RR.1 162% 12% 24% 2% 6 Ed. D.1 180% 13% 27% 2% 7 Ed. RR.2 180% 13% 27% 2% 6 Ed. D.2 191% 14% 29% 2% 7 Ed. RR.3 180% 13% 27% 2% 6 Ed. E 121% 9% 40% 3% 7 Ed. SS 233% 17% 42% 3% 7 Ed. F.1 215% 15% 32% 2% 5 Ed. TT.1 186% 13% 31% 2% 7 Ed. F.2 321% 23% 77% 5% 5 Ed. TT.2 200% 14% 30% 2% 7 Ed. F.3 193% 14% 29% 2% 5 Ed. TT.3 75% 5% 18% 1% 7 Ed. F.4 384% 27% 92% 7% 5 Ed. UU.1 222% 16% 46% 3% 6 Ed. G 200% 14% 30% 2% 4 Ed. UU.2 130% 9% 71% 5% 6 Ed. H.1 60% 4% 9% 1% 12 Ed. UU.3 120% 9% 24% 2% 6 Ed. H.2 55% 4% 23% 2% 12 Ed. VV 155% 11% 23% 2% 9 Ed. H.3 185% 13% 40% 3% 12 Ed. WW.1 420% 30% 87% 6% 4 Ed. H.4 168% 12% 33% 2% 12 Ed. WW.2 160% 11% 24% 2% 4 Ed. I.1 190% 14% 29% 2% 5 Ed. XX.1 290% 21% 50% 4% 4 Ed. I.2 162% 12% 26% 2% 5 Ed. XX.2 365% 26% 124% 9% 4 Ed. I.3 140% 10% 21% 2% 5 Ed. XX.3 150% 11% 27% 2% 4 Ed. J 90% 6% 14% 1% 5 Ed. YY 390% 28% 215% 15% 10 Ed. K.1 115% 8% 17% 1% 7 Ed. ZZ.1 140% 10% 21% 2% 9 Ed. K.2 126% 9% 19% 1% 7 Ed. ZZ.2 190% 14% 32% 2% 9 Ed. L.1 161% 11% 25% 2% 2 Ed. ZZ.3 230% 16% 38% 3% 9 Ed. L.2 120% 9% 18% 1% 2 Ed. AAA.1 225% 16% 119% 8% 7 Ed. M.1 150% 11% 23% 2% 2 Ed. AAA.2 287% 21% 130% 9% 7 Ed. M.2 80% 6% 12% 1% 2 Ed. AAA.3 250% 18% 133% 10% 7 Ed. N 265% 19% 210% 15% 56 Ed. AAA.4 314% 22% 129% 9% 7 Ed. O 480% 34% 300% 21% 56 Ed. BBB.1 520% 37% 217% 16% 8 Ed. P.1 350% 25% 215% 15% 56 Ed. BBB.2 60% 4% 9% 1% 8 Ed. P.2 362% 26% 199% 14% 56 Ed. BBB.3 500% 36% 237% 17% 8 Ed. Q 397% 28% 164% 12% 53 Ed. BBB.4 100% 7% 15% 1% 8 Ed. R 249% 18% 66% 5% 53 Ed. BBB.5 741% 53% 399% 28% 8 Ed. S 184% 13% 53% 4% 37 Ed. BBB.6 110% 8% 38% 3% 8 Ed. T 194% 14% 82% 6% 44 Ed. CCC.1 120% 9% 18% 1% 9 Ed. U 466% 33% 242% 17% 54 Ed. CCC.2 140% 10% 38% 3% 9 Ed. V 350% 25% 141% 10% 38 Ed. DDD.1 320% 23% 78% 6% 2 Ed. W 390% 28% 164% 12% 38 Ed. DDD.2 320% 23% 66% 5% 2 Ed. X 236% 17% 74% 5% 31 Ed. EEE 240% 17% 74% 5% 43 Ed. Y 534% 38% 286% 20% 69 Ed. FFF 348% 25% 137% 10% 42 Ed. Z 100% 7% 15% 1% 45 Ed. GGG 377% 27% 141% 10% 48 Ed. AA 740% 53% 563% 40% 82 Ed. HHH 357% 26% 114% 8% 35 Ed. BB 346% 25% 79% 6% 15 Ed. III 358% 26% 125% 9% 47 Ed. CC 172% 12% 45% 3% 40 Ed. JJJ.1 466% 33% 170% 12% 46 Ed. DD 244% 17% 74% 5% 48 Ed. JJJ.2 255% 18% 76% 5% 46 Ed. EE.1 180% 13% 31% 2% 51 Ed. KKK 5% 0% 1% 0% 1 Ed. EE.2 234% 17% 146% 10% 51 Ed. LLL.1 339% 24% 171% 12% 53 Ed. FF 150% 11% 32% 2% 39 Ed. LLL.2 380% 27% 146% 10% 53 Ed. GG.1 239% 17% 60% 4% 50 Ed. LLL.3 248% 18% 86% 6% 53 Ed. GG.2 155% 11% 29% 2% 50 Ed. MMM.1 460% 33% 158% 11% 53 Ed. HH 91% 7% 22% 2% 31 Ed. MMM.2 345% 25% 91% 7% 53 Ed. II 243% 17% 72% 5% 48 Ed. NNN 376% 27% 105% 7% 53 Ed. JJ 400% 29% 181% 13% 48 Ed. OOO 212% 15% 56% 4% 53 Ed. KK 255% 18% 91% 6% 48 Ed. PPP 408% 29% 123% 9% 53 Ed. LL 345% 25% 102% 7% 54 Ed. QQQ 245% 17% 68% 5% 53 Ed. MM 310% 22% 114% 8% 54 Ed. RRR 400% 29% 152% 11% 53 Ed. NN.1 300% 21% 74% 5% 42 Ed. SSS 470% 34% 224% 16% 53 Ed. NN.2 193% 14% 40% 3% 42 Ed. TTT 459% 33% 208% 15% 53 Ed. OO.1 132% 9% 28% 2% 11 Ed. UUU 125% 9% 76% 5% 3

- casos que foram posteriormente excluídos