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j 7. í; f. m r, r /r | Em Portland, Oregon, os criadores de Coraline estão ocupados a criar um filme de zombies inspirado pelaAmblin Percebemos como é que Godzílla se deve sentir ao caminharmos ao longo da rua principal de Blithe Hollow, Nova Inglaterra. A maquete está perfeita, ângulos excêntricos, linhas torcidas, telhados perigosamente inclinados que nos chegam à altura do peito. O detalhe é fantástico. Temos cuidado para não tropeçarmos nos sinais de trânsito, que funcionam, e espreitamos para dentro de um bar caricato e de uma loja de eletrodomésticos. Vemos os miniecrãs de TV a piscarem com vida, passando imagens filmadas especialmente para o efeito. A rua está decorada com lixo e detritos - latas do lixo reviradas, troncos emaranhados, telhas caídas, caixas vazias; não éo resultado de um tornado ou de outro tipo de desastre natural mas sim de um ataque de zombies. Existe sempre algo de gratificante em ver o processo de animação, o dar vida a objetos inanimados, quer sejam imagens desenhadas, modelos gerados por computador ou marionetas articuladas. Mas algo de particularmente especial no que toca ao stop-motion. Não é o processo em si, dolorosamente laborioso, mas o que está por trás. Na Laika, estúdio responsável por Coraline, de 2009. o nível artístico e o empenho que é colocado no trabalho não poderiam ser maiores. Tome-se o exemplo da incrível rua principal. Vimos o interior do registo civil da cidade, com torres de livros a reinarem sobre uma massa de papéis que tornam o chão invisível. Para afincar o quanto o estúdio dá atenção ao pormenor, cada documento está escrito com letra legível, os textos são piadas; o tom verdete do linóleo foi inspirado no chào do Clube de Trabalhadores de Bethnal Green. O mais recente projeto do estúdio é ParaNorman, a história de um miúdo incompreendido que não como também fala com os mortos e que é forçado a lidar com fantasmas, zombies e adultos idiotas, enquanto tenta salvar a sua cidade de uma antiga maldição. Semelhante a Coraline - também um conto de fadas negro, adaptado do livro de Neil Gaiman pelo realizador de O Estranho Mundo de Jack, Henry Selick 111 [11 11 II Pi Mil li

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j7. í; f. m r,r /r |

Em Portland, Oregon, os criadoresde Coraline estão ocupados a criar

um filme de zombies inspiradopelaAmblin

Percebemos

como é que Godzílla se deve sentir aocaminharmos ao longo da rua principal de Blithe

Hollow, Nova Inglaterra. A maquete está perfeita,ângulos excêntricos, linhas torcidas, telhados

perigosamente inclinados que nos chegam à altura do

peito. O detalhe é fantástico. Temos cuidado para não

tropeçarmos nos sinais de trânsito, que funcionam,e espreitamos para dentro de um bar caricato e de uma lojade eletrodomésticos. Vemos os miniecrãs de TV a piscaremcom vida, passando imagens filmadas especialmente parao efeito. A rua está decorada com lixo e detritos - latas do lixo

reviradas, troncos emaranhados, telhas caídas, caixas vazias;não é o resultado de um tornado ou de outro tipo de desastre

natural mas sim de um ataque de zombies.

Existe

sempre algo de gratificante em ver o processo de

animação, o dar vida a objetos inanimados, quer sejamimagens desenhadas, modelos gerados por computadorou marionetas articuladas. Mas há algo de

particularmente especial no que toca ao stop-motion. Nãoé o processo em si, dolorosamente laborioso, mas o que está portrás. Na Laika, estúdio responsável por Coraline, de 2009. o nívelartístico e o empenho que é colocado no trabalho não poderiamser maiores. Tome-se o exemplo da incrível rua principal. Vimoso interior do registo civil da cidade, com torres de livros a

reinarem sobre uma massa de papéis que tornam o chãoinvisível. Para afincar o quanto o estúdio dá atenção ao

pormenor, cada documento está escrito com letra legível, os

textos são piadas; o tom verdete do linóleo foi inspirado no chàodo Clube de Trabalhadores de Bethnal Green.

O mais recente projeto do estúdio é ParaNorman, a históriade um miúdo incompreendido que não só vê como tambémfala com os mortos e que é forçado a lidar com fantasmas,zombies e adultos idiotas, enquanto tenta salvar a sua cidadede uma antiga maldição. Semelhante a Coraline - também umconto de fadas negro, adaptado do livro de Neil Gaiman pelorealizador de O Estranho Mundo de Jack, Henry Selick

111 [11 11 II Pi Mil li

rcmrro^írEm Londres, Burton faz a

ressurreição do seu conto macabro

de um rapaz e o seu cão reanimado

Tim

Burton abana a cabeça, o penteado caótico lá se

arranja em novos ângulos espevitados e o realizador

confessa: "Jurei a mim mesmo que nunca mais faria

isto", ri-se. "Mas alguém me disse que é como ter um

bebé. Penso que ficas com amnésia e esqueces-te da dor,

só te recordas das partes boas. Senão não o farias novamente."

Burton já passou antes pelo masoquismo de realizar dois filmes

ao mesmo tempo, em circunstâncias extremamente semelhantes.

A primeira vez foi quando passava os dias a realizar Chartie e a

Fábrica de Chocolate e de noite esgueirava-se para outro estúdio

e gritava aos ouvidos da equipa de animadores de stop-moliondo seu conto de fantasmas A Noiva Cadáver. Dormir, só se fosse

durante os nove segundos de tempo livre que lhe sobravam

no dia. E lá está ele novamente, como um cão maltratado,

de regresso à tortura. Ao mesmo tempo que realiza Sombras Na

Escuridão, uma empreitada caótica já por si, Burton empenha-se

outra vez no stop-motion, desta vez em Frankenweenie.

"Honestamente, desta vez diverti-me", assegura ele à Empire,sentado num estúdio de gravação no norte de Londres, vestido

dos pés à cabeça de preto, fac-símile de um Fantasma da Ópera

digital, um tirano da mesa de mistura. "Foi agradável podertirar o Sombras- da minha cabeça e concentrar-me noutra coisa.

É um exercício de limpeza para deixar o cérebro respirar - um

passeio mental à volta do quarteirão." Sendo assim, será quefaria o mesmo uma terceira vez? "Quanto a isso já não sei. . ."

Frankenweenie

é um projeto particularmente peculiar paraBurton - "peculiar" é a palavra de ordem no que toca ao

realizador-, principalmente porque é um filme que ele jáfez antes. Em 1984. quando Burton era um mero

desenhador dos estúdios de animação da Disney,trabalhou em filmes como Tarai e o Caldeirão Mágico e Papuça

e Dentuça. Um dia, foi-lhe dada a oportunidade de realizar uma

curta-metragem. Enquanto muitos outros teriam feito contos de

adoráveis criaturas e raparigas de olhos enternecedores a cantar,

Burton contou a história de um rapaz e do seu tão amado cão . . .

cão esse que é atropelado por um carro, trazido de volta à vida

t lITIIII II Milll 7!

[ I II I I 11(1 I II 1 11 111 / !

- ParaNorman nasceu de uma ideia original do escritor ChrisButler, que assume o crédito de correalizador juntamentecom Sam Fell, de A Lenda de Desperaux. Conta com KodiSmit-McPhee {A Estrada. Deixa-me Entrar) como Normane ainda um elenco secundário talentoso como Casey Afflcck,Arma Kendrick, John Goodman e Christopher Mintz-Plasse.

"'Eti queria fazer um filme de zombies para miúdos",confessa Butler, enquanto almoça na sala de reuniões

da Laika. um cenário surpreendentemente estanque,com chão de cimento, luzes de néon e o teto falso típicode uma cafetaria. Não vai encontrar espaços cómodos; aqui,a qualidade está nos filmes. "Sempre pensei que queria fazê-loem stop-motion. Se vamos fazer um filme de zombies paramiúdos, tem de ser em stop-motion.'' Com isso em mente,Butler, que foi supervisor de storyboards em Coraline,

pegou cm 30 páginas do argumento e levou-as ao presidenteda Laika. Travis Knight, filho do dono do estúdio e fundadorda Nike, Phil Knight. "Ele disse: 'Onde está o resto?'"

"Agarrou-me de imediato", admite Knight, que, ao

contrário dos outros magnatas de estúdio, ainda trabalhacomo animador no piso de produção; um Louis B. Mayerde capuz e Doe Martens. "Sendo alguém que cresceu com

uma dieta de Ray Harryhausen e filmes de zombies de

George Romero. senti uma ressonância imediata. Zombies

em stop-motion - o que poderia ser mais fixe do que isso?"

Realmente, o quê? Mesmo sem zombies, o slop-motioné inegavelmente "cool"

.A Pixar e a Drcamworks continuam

a deslumbrar-nos com CG, mas, sejamos honestos, não

importa o quão encantadores c honestos os seus filmes são,

pois o fator "Uau, é tão redondo! " desvaneceu a partirde ToySwry2. Somos constan temente bombardeados com

exemplos de CG e 2D demasiado comerciais. Em comparação,o stop-motion é uma indústria mais pequena. E agora queos dias serenos de Trumplon e The Magic Roundubout estão

para trás. o stop-motion de qualidade ganha valor.Claro que ainda há a Aardman, mas a sua sensibilidade

de claymation (animação com figuras de barro), por genial

que seja, está a mundos de distância da abordagem inovadorada Laika. Aqui, o objetivo c preservar a atipicidade inerentedo stop-motion e revitalizá-lo com a tecnologia disponível.Um exemplo disto é o departamento de prototipagem rápida",que utiliza impressoras 3D topo de gama. utilizadas paracriar milhares de expressões faciais que antes teriam de ser

esculpidas à mão. A animação mecânica ainda é usada parapersonagens de fundo. "Mas" 1

, garante a supervisora criativa

Georgina 1 layns, "é muito difícil obter extremos de emoção.Com a prolotipagem rápida, conseguc-se obter tudo."

Em O Estranho Mundo de Jack, Jack Skellington tinha800 expressões faciais; Coraline tinha 208 mil e Normanterá muitas mais. Além disso, o universo fechado da Laikatambém é habitado por equipas de artistas, artesãos e técnicos

que constróem os esqueletos minuciosos das personagens,desenham as suas roupas, esculpem as caras, erguem os dieors,constróem adereços e montam os cenários. É uma colmeiade atividade, e um lembrete de que tudo o que aparece numfilme stop-motion tem de ser feito de raiz.

"É incrível ver coisas esculpidas à mão ganharem vida", diz

Knight, "mas se a audiência percebe que são só marionetas,perde-se a ligação emocional." Segundo Knight, a filosofia da

Laika é de "realismo distorcido". "Continua a ser um mundomuito estilizado, mas também queremos subtileza e nuances.

As performances têm de ser sofisticadas. Estamos a pegar naalma deste meio quase anacrónico e a fundi-la com a precisãoe flexibilidade do CG para criar algo novo."

PARANORMAN

ESTREIA: 13 de setembroREALIZAÇÃO: Chris Butler,

Sam Fell

VOZES: Kodi Smit-McPhee.Arma Kendrick, Casey Affleck,

John Goodman

ENREDO: Norman tem a estranhahabilidade de falar com os mortos,o que dá jeito quando a sua cidade

é atacada por zombies.

A LIGAÇÃO COM 0 ESTRANHOMUNDO DE JACK: 0 mais recente

filme da produtora, Coraline.foi realizado pelo realizador

rip }ark HpnrvÇplirk

FRANKENWEENIE

ESTREIA: 25 de outubro

REALIZAÇÃO: Tim Burton

VOZES: Charlie Tahan, Winona

Ryder, CatherineCHara,Martin Landau

ENREDO: O jovem Victor ressuscitao seu cão, mas trazer animaismortos de volta à vida nuncaé boa ideia.

A LIGAÇÃO COM O ESTRANHOMUNDO DE JACK:É realizado

I por Tim Burton, produtor de Jack.

CIIII lll(il II li III) IIe que acaba por aterrorizar o bairro. O cão é morto uma segunda

vez, desta feita esmagado por um moinho em colapso. Não era

o tipo de coisa que se mostrasse a crianças quando se esperava

que estas pedissem aos pais para comprarem bonecos ou estojos

inspirados no filme. A Disney despediu-o.

Avancemos para o início de 201 1, e a F.mpire encontra

Burton numa casa de animação, mas, desta vez, é ele quem

tem o controlo sobre o filme. Corremos o 3 Mills Studios,

emEast London, com os seus mal-amanhados quartos rodeados

de cortinas, um espaço vasto apinhado de gente a trabalhar

metodicamente em modelos de aspeto assombroso. Na zona

exterior, se se colocar em bicos dos pés consegue ver o estádio

olímpico. Os animadores labutam, quer sozinhos, quer reunidos

em pequenos exércitos, em cenários que tanto poderiam caber

numa cabine telefónica ou que mal caberiam numa das piscinas

olímpicas ali perto. Burton dá notas e acena satisfeito revendo

os pequenos momentos de filmagem. Está mais uma vez

a realizar Frankenweenie, mas desta vez é uma animação em

stop-motion, é uma longa-metragem, e a Disney está muito,muito feliz por tê-lo a trabalhar consigo.

"Tenho tido ideias, desde há muito tempo, de como é que esta

história se poderia expandir", conta-nos Burton sobre as suas

razões para revisitar o universo. "'Uma das minhas coisas

favoritas é que pude voltar atrás a todos os desenhos originais

que fiz das personagens e acrescentar personagens novas, porisso tem sido bastante divertido. É a mesma ideia, mas mais

expandida, com o mesmo estilo de mistura de Frankenstein

e Drácula ali pelo meio, mas também incluindo coisas novas."

Desde que terminou a curta, Burton nunca deixou de juntarelementos à história, sempre convencido de que teria a

possibilidade de a melhorar se alguém lhe desse oportunidade.

Nasua essência, Frankenweenie permanece o mesmo.

Continua a ser sobre o jovem cientista bem intencionado

de nome Victor Frankenstein (com voz de Charlie

Tahan), cujo cão, Sparky, é atropelado num acidente de

carro e trazido de volta à vida com o uso de relâmpagos- o cão é extremamente parecido com outro rafeiro de um

desenho animado produzido por Burton, Family Dog, mas isso é

pura coincidência e trata-se apenas do "modo como o Tim

desenha cães", indica a produtora Allison Abbate. Mas aquitemos uma versão expandida do mundo de Victor. Vemo-lo na

escola, onde encontramos a sua paixão, Elsa Van Helsing

(sobrenomes de personagens de terror são uma constante), e

outras crianças peculiares como "Weird Girl", que é

estranhamente semelhante a "Staring Girl" das animaçõesWorld of Stainboy, de Burton. A dinâmica entre crianças e a

necessidade de se demarcar povoa a história, e podemos dizer

que Frankenweenie não será o único monstro em cena.

Encontrámos várias criaturas macabras nas prateleiras das

oficinas dos animadores. Parece que alguém quer imitar

as experiências de Victor. ..

Por muito que Frankenweenie represente um regresso

ao início de carreira de Burton, também é um retorno à sua

infância. A cidade natal de Victor é fortemente baseada na área

onde o realizador cresceu, mesmo ao ponto de Burton dizer

que a escola de Victor é parecida com a sua. "Olhámos paraBurbank (onde Burton foi criado) e muitas outras cidades

suburbanas do mesmo género", conta o designer de produçãoRick Hcinrichs, que já trabalha com Burton há anos, um dos

produtores associados na curta Frankenweenie. "'O Tim queria

que a cidade fosse 'aborrecida', mas que não fosse realmente

aborrecida. Acabámos por ter nas mãos algo que parece um

subúrbio normal com tons abstratos." Ou seja, imagine

tI I 1 I II l{ i I II M i I I I U

Masnão muito novo. O apelo do stop-molion é que é

diferente: os movimentos esquisitos, descontrolados e

a aura do outro mundo tornam-no adequado a contosmacabros e bizarros. '"Os primeiros esforços do

stop-molion concentravam-se em animar esqueletosou galinhas mortas", revela Sam Fell. "Há magia nessa arte, há

alquimia. Sc olharem para George Méliès e [Wladyslaw]Starewicz vão encontrar esses objetos trazidos de volta à vida,reanimados, em vez de animados. O que me trouxe ao stop-motion foi Alice, de Jan Svankmajcr"- uma versão macabra e

insólita de Alice nu País das Maravilhas. O que nos traz de voltaa zombies em stop-molion.

"Não é só um filme de zombies", diz Butler. "Passado um

tempo, tornou-se mais que isso, tornou-se uma homenagema tudo o que eu amava enquanto criança: Os Goonies, Conta

Comigo, Os Caça-Fantusmus." "Scuoby-Doo", aponta Fell.u

Scooby-Doo era espetacular! A ideia era essa: c se o gangue de

Seooby-Doo fosse real? O nosso objetivo. pelo menos enquantoeu escrevia, era torná-lo o mais realista possível. Não é parvonem superfantástico. Queria torná-lo o mais próximo possível de

um filme live-aciion." O que soa a contraditório mas faz sentido,visto que é idêntico a um llhne liw-action em termos de enredo

e personagens, mas contrasta com o tom surreal, quaseaterrorizante, de Coraline. "Coralino era assustador, masde um modo muito diferente", afirma Butler. " ParaNormané mais contemporâneo. Surge de vários filmes diferentes,como os filmes da Amblin. Está mais próximo de Super S

do que Coraline, penso eu. Daquela era do 'gangue de miúdos'".Dito isso, é um filme de gangue de miúdos stop-motion com

zombies, e, dos 30 minutos de filmagens que a Empirc viu, temtanto a ver com Super 8 visualmente como A Noiva Cadáver tema ver com Os Fura-Casameníos. Contudo, apesar das diferençasem relação a Coraline, continua a receber o selo da Laika."Coraline e ParaNorman partilham elementos do mesmo ADN",reitera Knight, "mas é um tipo diferente de filme, é mais umahistória de crescimento".

"Não estamos a fazer referências ao terror gótico vitorianoou aos filmes da Universal", afirma Butler, "mas sim ao terrorlúrido dos anos 60, 70". "Com um pouco de terror italiano",acrescenta Fell. "Sam Raimi em início de carreira, aqueleterror grindhouse" . H o que poderia ser mais fixe que isso,

diria Travis Knight? "Nunca queremos repetir-nos", confirma."Não queremos que ParaNorman apele a Coraline; não

queremos que o nosso próximo filme apele ao tom de

ParaNorman. Queremos continuar a mudar, a desafiar-nos.Seremos sempre o patinho feio da animação tradicional.Nunca iremos fazer um filme do Winnie-The-Pooh...'' Sß

PARANORMAN ESTREIA A 13 DE SETEMBRO E SERÁ

ANALISADO NUMA PRÓXIMA EDIÇÃO.