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notícias REVISTA TRIMESTRAL INFORMAçãO GERAL DISTRIBUIçãO GRATUITA SETEMBRO 2012 27 DESTAQUE PRESIDENTE DA REPÚBLICA VISITA ALNG, NO SOYO NACIONAL SATÉLITES DO KIZOMBA INICIAM ACTIVIDADE Produção de petróleo vai aumentar. ZONA ECONÓMICA ESPECIAL, LUANDA-BENGO 17 Fábricas já em pleno funcionamento. NOVA ERA DO GÁS NATURAL

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notíciasRevista tRimestRal • infoRmação GeRal • DistRibuição GRatuita • setembRo 2012 • nº27

Destaque

PResIDeNte Da RePÚBLICaVisita aLNG, No soyo

nacionalSaTÉliTES Do KiZoMBaInIcIam actIvIdade Produção de petróleo vai aumentar.

Zona EconÓMica ESPEcial, lUanDa-BEnGo 17 Fábricas já em pleno funcionamento.

NOVA ERA DO GÁS NATURAL

40 CulturaANGOLA DEU SHOW NA EXPO YEOSU

NaCioNalSONANGOL INVESTIMENTOS INDUSTRIAIS17 Fábricas já estão a operar na ZEE Luanda-Bengo

09 NotíCiasBREVES DA AcTUALIDADEReabilitação do Centro Pré-Universitário Católico, no Huambo.

18 NaCioNalSATÉLITES DO KIZOMBA Iniciam produção de 100 mil barris diários.

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DEstaQuE cHEFE DE ESTADO VISITA UNIDADE DE GÁS NO SOYO

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NaCioNal ANGOLA E REPÚBLIcA DO cONGO cHEGAM A AcORDOExploração de campo transfronteiriço.

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Colabore Com a revista sonangol notíCias, mande os seus textos para [email protected]

EDição• gabinete de Comunicação e imagem – [email protected] • director – João Rosa Santos • redacção – Hélder Sirgado (Coordenador), Paula Almeida, José Augusto, Kimesso Kissoca e Edvaldo Nelumba • Colaboradores permanentes – José Mota, Beatriz Silva, Sandra Teixeira, Nadiejda Santos, Carlos Guerreiro, Lúcio Santos e Sarissari Diniz • interlocutores nas subsidiárias – Andresa Silva, Ângela Feijó, Ariel Escórcio, Estêvão Félix, Gil Miguens, José Oliveira, Lúcia Anapaz, Luís Alexandre, Marta Sousa, Miguel Mendonça, Mondlane Boa Morte, Nelson Silva, Pedro Lima, Rosa Menezes e Sónia Santos • Fotografia – José Quarenta e Henrique Artur • secretariado – Helena Tavares e Yolanda Carvalho • distribuição – Mateus Tavares, Carvalho Neto, Diogo Lino e Ana Victor • impressão – Damer Gráficas, S. A. • tiragem – 5000 exemplares • design gráfico, apoio editorial e produção –

CoNsElho DE aDmiNistração • presidente – Francisco de Lemos José Maria • administradores executivos – Anabela Fonseca, Fernando Roberto, Mateus de Brito, Baptista Muhongo Sumbe, Sebastião Gaspar Martins e Raquel Vunge. • administradores não executivos – Albina Assis Africano, José Guime, André Lelo e José Paiva

revista disponivel nos voos da:

Nota: Os textos assinados não vinculam necessariamente a Sonangol ou a revista, sendo de inteira responsabilidade dos seus autores.

ProPriEDaDE Sonangol, E.P.

• sede Rua Rainha Ginga, 29/31 Caixa Postal 1316 LuandaTel.: 226 643 342 / 226 643 343Fax: 226 643 996www.sonangol.co.ao

• Setembro 2012 - Nº274

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iNiã

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Palavra Do DirECtorJoão Rosa Santos

NO APROVEITAR ESTÁ O GANHO

O Projecto Angola LNG, no muni-cípio do Soyo, na província do Zaire, é já uma realidade que se

afirma. Tido como uma das maiores re-alizações do sector petrolífero angolano no pós independência, o referido Pro-jecto está a transformar o quotidiano da população local.No Soyo, as equipas de trabalho desdo-bram-se permanentemente em testes e ensaios aos equipamentos, acções for-mativas acontecem diariamente, afina--se com rigor e a todo o gás a máquina que transporta consigo progresso e desenvolvimento nacional.Pelas melhores razões, o município do Soyo está hoje na boca do mundo. Não são poucos os elogios ao Projecto que conquista, contagia e enche de orgulho toda uma nação.O ALNG é sinónimo de competência, respeito, admiração, capacidade de trabalho, audácia, visão. É de facto uma fonte de inspiração, um modelo a seguir.

Perseguindo nobres e promissores ob-jectivos, o Projecto reúne qualidade e vantagens que fazem já dele uma re-ferência e afirmação de cultura da dig-nidade e da promoção do crescimento.O início das actividades deste gigante da indústria petrolífera angolana significa, certamente, a geração de mais recursos financeiros para o país através da expor-tação do produto, melhorias no mercado interno com o aumento da oferta de gás doméstico e, como não poderia deixar de ser, o ambiente saudável através da redução da queima de gás.De igual forma, divisam-se milhares de novos postos de trabalho e oportuni-dades de realização profissional, par-ticularmente para os mais jovens, bem como o crescimento e melhoria do nível de vida na região.A expectativa é grande agora que é hora da verdade, num tempo em que as exi-gências são cada vez mais complexas e a história não espera.

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A Sonangol foi distinguida, na 29ª edição da Feira Internacional de Luanda (FILDA), que decorreu na capital do país, de 17 a 22 de Julho de 2012, como a Melhor Empresa Pública, o que lhe valeu o correspondente Leão de Ouro.No referido evento, a petrolífera estatal angolana apresentou um stand caracteri-zado pelas suas Cadeias de Valor (Primária, Complementar, de Mandato Governa-mental e de Responsabilidade Social). A oportunidade foi aproveitada por várias Subsidiárias da Sonangol E.P. para exporem alguns dos seus produtos. São os casos, por exemplo, da SIIND, que exibiu produtos das suas fábricas localizadas na ZEE Luanda-Bengo, da Sonagás, que “desfilou” a já conhecida garrafa de gás butano Levita, e da MSTelcom com interessantes produtos do mundo das telecomunicações.No dia consagrado aos Petróleos (20 de Julho) no referido certame, o ministro do pelouro, Botelho de Vasconcelos, visitou o stand da Sonangol e das demais empre-sas do ramo petrolífero em exposição no pavilhão do sector, tendo-se manifes-tado satisfeito com o que vu. O Dia dos Petróleos registou ainda a apresentação do Projecto Angola LNG.Participaram também das actividades a propósito da data, o vice-ministro dos Petróleos, Aníbal Silva, Administradores da Sonangol E.P., Presidentes das Comis-sões Executivas das Subsidiárias da concessionária nacional, gestores do Ministério dos Petróleos e da Sonangol, responsáveis das mais diversas companhias petrolí-feras a operar em Angola, bem como convidados.

O ministro dos Petróleos, Botelho de Vasconcelos, em repre-sentação do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, procedeu no dia 25 de Agosto de 2012, no Kuando Kubango, à inauguração do parque de combustíveis da Sonangol naquela província localizada no sudoeste de Angola.O referido parque inclui uma instalação de stockagem de com-bustíveis com capacidade para 4.500m3, sendo 2 mil de gasó-leo, mil de gasolina, mil de JET1 e 500 de querosene (petróleo), bem como centrais de enchimento de gás com capacidade para armazenar 200 toneladas métricas de LPG e encher quatro mil garrafas de 12kg/dia.Participaram do acto de inauguração o Presidente do Conselho de Administração da Sonangol E.P., Francisco de Lemos José Maria, a Vice Governadora para a Área Económica do Kuando Kubango, Verónica Mutango Adolfo, a Administradora da petrolí-fera estatal angolana, Raquel Vunge, e os Presidentes das Comis-sões Executivas da Sonangol Logística e da Sonagás, Mateus Neto e Paulo Gouveia Júnior, respectivamente. Na sua breve intervenção, o ministro dos Petróleos destacou a importância da actividade realizada e os benefícios que o parque de com-bustíveis trará para o progresso e o desenvolvimento da região.

29ª EDIçãO DA FILDA MAIS UM LEãO DE OURO “RUGE” NA GALERIA DA SONANGOL

INAUGURADO PARQUE DE cOMBUSTÍVEIS DA SONANGOL NO KUANDO KUBANGO

• Setembro 2012 - Nº276

A Angoflex Industrial Limitada alcançou em 2012, ano de comemoração do seu 10º aniversário, mais um feito notá-vel para a indústria petrolífera nacional a nível global, ao tor-nar-se na primeira entidade possuidora de uma Fábrica de Umbilicais sem registo de acidentes de trabalho com afas-tamento desde a data da sua inauguração, a 27 de Março de 2004, até ao momento. No total são mais de 2.969 dias ou 2 milhões de horas de trabalho alocadas a projectos de fabricação de mais de 304 quilómetros de umbilicais que foram utilizados pelos prin-cipais operadores petrolíferos em Angola. Este sucesso, resultante do profissionalismo, dedicação e sentido de responsabilidade dos colaboradores e da Direc-ção da Angoflex, tem como base a perfeita concepção e execução de programas de formação e o seguimento rigo-roso dos procedimentos e práticas internacionais em polí-ticas de Qualidade, Higiene e Segurança adoptadas pelo Grupo Technip e pela Sonangol E.P. A Angoflex tem no seu prestigiado currículo o facto de ter sido a empresa respon-sável pela primeira exportação de material de exploração offshore fabricado em Angola, em 2010, e de possuir, no Lobito, província de Benguela, a única Fábrica de Umbili-cais que opera em toda a África. Actualmente a referida Fábrica tem em fase bastante adian-tada as obras de instalação de 2 carrosséis tão necessários para a modernização do seu equipamento e, consequente, aumento da capacidade de produção. A conclusão da instalação dos carrosséis, que têm capaci-

dade unitária de 2.500 toneladas, está prevista para Agosto deste ano.

ANGOFLEx FINANCIA ESTAçãO DE CAPTAçãO E TRATA-MENTO DE ÁGUA NA BARRA DO DANDEPor outro lado, no âmbito das suas acções de responsabilidade social, a Angoflex financiou a reabilitação da Estação de Cap-tação e Tratamento de Água e de Resíduos da Barra do Dande, na província do Bengo, infra-estruturas que foram reinaugura-das no dia 18 de Junho de 2012. A Estação, que tem uma capaci-dade para tratamento e bombeamento de 300 metros cúbicos de água/hora, vai beneficiar não só as comunidades da Barra do Dande e a Base de Enrolamento de Tubos Rígidos da Angoflex aí localizada, mas também as pessoas que residem nas áreas adjacentes. O acto de reinauguração da referida infra-estru-tura, que está dotada de um laboratório, fontes alternativas de energia e vários reservatórios de água tratada, foi presidido pelo vice-governador do Bengo para a Área Técnica, Jorge Bessa. Presentes à cerimónia estiveram também representantes das autoridades tradicionais locais, responsáveis da Angoflex e das companhias petrolíferas BP e Total, bem como convidados.Na ocasião, o Director do Departamento de Desenvolvimento e Negócios da Angoflex, Fernando Amaral, reafirmou o engaja-mento da empresa em projectos de desenvolvimento social e formação de quadros na província do Bengo. Recorde-se que em 2011 a Angoflex financiou igualmente a reabilitação de uma escola primária localizada na Barra do Dande, com capacidade para cerca de 200 alunos.

DOIS MILHõES DE HORAS DE TRABALHO SEM AcIDENTESFÁBRIcA DE UMBILIcAIS DA ANGOFLEX REGISTA FEITO NOTÁVEL

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O Instituto Nacional de Petróleos (INP), localizado na cidade do Sumbe, província do Kwanza-Sul, já formou, desde a sua cons-tituição, em 1983, um total de quatro mil e quinhentos técni-cos em diversas áreas da indústria petrolífera, cento e vinte e cinco dos quais provenientes de países da SADC e dezoito de São Tomé e Príncipe. Ainda a nível dos Países Africanos de Língua Oficial Portu-guesa (PALOP), de realçar que no presente ano lectivo, que termina em 2013, estão matriculados no INIP quinze estudan-tes de Moçambique.Por outro lado, o ministro dos Petróleos, Botelho de Vasconce-los, inaugurou recentemente, no INP, uma nova biblioteca, sendo esta melhor dotada de meios tecnológicos. A biblioteca tem, na sua estrutura, uma sala de leitura, videoteca, reprografia, sala de informática com internet, uma secretaria pedagógica, uma sala para professores e um armazém com o mais diversificado acervo bibliográfico.Recorde-se que o INP resulta da fusão, em 1983, da antiga Escola Central de Petróleos, que foi criada pelo Ministério dos Petró-leos em 1983, e do então Instituto Médio de Petróleos criado no Sumbe pelo Ministério da Educação. A referida instituição dedica--se à formação profissional direccionada ao sector petrolífero.

Um grupo de dezassete (17) pilotos de helicóptero da SonAir, que esteve em formação ab initio (Curso Inicial de Aviação) na Gestair Flying Academy, instituição já reconhecida como IATA Authorized Training Center, recebeu recentemente, em Tires, Portugal, as suas respectivas asas (distintivos em forma de asa usados no sector da aviação), bem como cer-tificados do Curso.Aos 17 pilotos, que começaram a referida formação em 2011, juntaram-se este ano mais 19 formandos, estando já em pre-paração um terceiro grupo integrado por vinte e quatro (24). A cerimónia de entrega dos distintivos contou com a presença do Vogal da Comissão Executiva da SonAir, António Domin-gos Júnior, e do Gestor da Direcção de Treinamento de Pes-soal Navegante (DTPN) dessa Subsidiária da Sonangol E.P., José Pizarro Júnior.

ESTUDANTES DA SADc E PALOP BENEFIcIAM DE FORMAçãO NO INSTITUTO NAcIONAL DE PETRóLEOS

PILOTOS DA SONAIR REcEBEM ASAS EM PORTUGAL

Decorreu no IPROF, de 30 de Julho a 08 de Agosto de 2012, um curso de Gestão de Contratos, Destinado a Juristas do Grupo Sonangol. No decurso da ação de formação foi proporcionada

uma visita cultural à zona histórica de Belém, tendo os forman-dos visitado o Palácio Nacional da Ajuda, devidamente acom-panhados pela Formadora Maria do Céu Cruz.

cURSO DE GESTãO DE cONTRATOS A JURISTAS DA SONANGOL

• Setembro 2012 - Nº278

O Instituto Superior Politécnico de Tec-nologias e Ciências (ISPTEC) e a Sie-mens Angola formalizaram, no dia 18 de Julho de 2012, um protocolo de coope-ração para o desenvolvimento de recur-sos humanos e de projectos, tecnologias e produtos especializados nas áreas da Engenharia e da Economia e Gestão.O acordo, assinado pelo Director Geral do ISPTEC, Baltazar Miguel, e pelo Chief Executive Officer (CEO) da Siemens Angola, Jorge Tropa, inclui programas nos sectores da Energia, Gás e Petró-leo, Indústria, Infra-estruturas e Cida-des e Saúde.

Em termos práticos, o protocolo prevê a realização de estágios profissionais para os alunos dos cursos ministrados no ISP-TEC e começará a vigorar já no final do presente ano lectivo, estendendo-se, no entanto, aos anos subsequentes. Apesar de ter sido assinado por um período de três anos, renováveis, a Directora Aca-démica e Científica do ISPTEC, Mariana Santos, referiu que as perspectivas da instituição é que este seja “o início de um acordo que se possa prolongar por várias décadas”.Durante a cerimónia, que decorreu nas ins-talações do ISPTEC, em Talatona, Luanda, Baltazar Miguel reforçou a importância deste processo para o desenvolvimento da qualidade do ensino ministrado aos

seus alunos. “O protocolo com a Siemens é o primeiro celebrado por esta institui-ção com o sector empresarial, estando enquadrado num dos principais objecti-vos definidos para o ISPTEC”, enfatizou.Considerou igualmente que o acordo proporciona aos estudantes um con-tacto próximo com a realidade do sector industrial, essencial para o desenvolvi-mento futuro da sua vida profissional. Para a instituição, a aposta na aproxi-mação ao sector empresarial faz parte das suas linhas estratégicas, com vista a proporcionar um ensino de qualidade e rigor aos seus estudantes. Por seu lado,

o CEO da Siemens Angola salientou o esforço realizado pelo ISPTEC nesta fase de arranque das actividades académicas e manifestou a sua satisfação pelo acordo recentemente firmado. Jorge Tropa fez questão de sublinhar que os motivos da escolha do ISPTEC para celebrar o refe-rido protocolo têm como base o facto de o mesmo ser “uma entidade de referên-cia nas áreas técnicas da engenharia e da gestão, o que vai ao encontro dos níveis de exigência que a empresa procura não só em Angola como em todo o mundo”.

ISPTEC CONTACTA UNICAMP

Uma delegação do Instituto Superior Politécnico de Tecnologias e Ciências

(ISPTEC), chefiada pelo seu Director Geral, Baltazar Miguel, esteve recen-temente no Brasil, onde manteve contactos com responsáveis da Uni-versidade Estadual de Campinas (UNI-CAMP), através da sua Coordenadoria de Relações Institucionais e Interna-cionais (CORI).De acordo com o assessor da CORI, Maurício Aguiar Serra, a visita teve como objectivo analisar a possibili-dade de parceria entre o ISPTEC e a UNICAMP. “Por se tratar de uma ins-tituição jovem localizada num país promissor (Angola), a parceria com

a UNICAMP irá auxiliar o seu desen-volvimento através do intercâmbio de alunos e de professores”, realçou Maurício Aguiar Serra. O assessor da CORI acrescentou que brevemente serão feitos novos contactos para a definição dos próximos passos rela-tivos à referida parceria. Os contactos mantidos pela delega-ção do ISPTEC, que foi recebida, entre outras individualidades, pelo pró-rei-tor de graduação, Marcelo Knobel, con-taram também com a participação de representantes das Faculdades de Engenharia Eléctrica e de Computa-ção (FEEC), de Engenharia de Mecâ-nica (FEM) e do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UNICAMP.

ESTÁGIOS PROFISSIONAIS PARA ESTUDANTES ANGOLANOS

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Um novo edifício escolar foi inaugu-rado, no Centro Pré-Universitário Cató-lico (CPUC), na província do Huambo. A recuperação do imóvel, muito danifi-cado pelo conflito armado, teve o finan-ciamento da Sonangol, BP Angola e demais parceiros do bloco 31. O novo empreendimento, que faz parte de um projecto iniciado em 2007, num valor superior a um milhão e meio de dólares norte americanos, possui três laboratórios para estudos práticos de biologia, química e física, uma biblioteca, uma sala de informática, um auditório, uma sala de reuniões e um gabinete. Refira-se que a primeira fase do refe-rido centro escolar foi inaugurada em 2007 com um edifício construído de raiz com dois pisos, nove salas de aula, dois gabinetes, uma secretaria, uma sala de professores, uma capela e outras áreas de apoio como campo gimnodespor-tivo, cantina e um espaço de recreio. O estabelecimento de ensino oferece cur-sos de ciências físicas e biológicas e de ciências humanas, da 10ª à 12ª classe.Durante a cerimónia de inauguração, o vice-presidente da BP Angola, Paulo Pizarro, destacou a grandeza da infra--estrutura, tendo afirmado que a mesma

“é uma grande obra cuja execução foi muito difícil pois exigiu a recuperação dos escombros, em várias fases, man-tendo-se a arquitectura original”.

MENTOR DO PROJECTO

Na cerimónia de inauguração, esteve presente o antigo director do bloco 31, Bravo Paulo, o mentor do projecto. Na ocasião, incentivou os beneficiários a preservar o património que favorece as gerações vindouras. Dirigindo-se à direcção da escola, Bravo Paulo pediu maior racionalização no uso do imóvel, demonstrou satisfação em ver a obra concluída e, sobretudo, “por ter feito parte da iniciativa para a edificação de tão valoroso património”.

NOVOS HORIZONTES DE ENSINO E ESPERANçA

Por seu turno, o arcebispo do Huambo, Dom José de Queiroz Alves, procedeu à bênção do imóvel e adiantou que a entrada em funcionamentos do novo edifício constitui um passo importante para o desenvolvimento do ensino e aprendizagem na província, em par-

ticular, e no país em geral. Dom Quei-roz espera que naquela instituição se forme o homem em todas as dimen-sões. “Façamos desta escola um ver-dadeiro pólo de desenvolvimento onde o ensino de qualidade seja uma priori-dade e possamos formar o homem total para que, além de dotado intelectual-mente, seja capaz de criar ambiente de paz e justiça à sua volta e fazer com que Angola seja a pátria feliz de todos os angolanos”, disse o arcebispo. Ainda segundo Dom José de Queirós Alves, é necessário que os professores do CPUC cultivem novos horizontes de ensino e esperança e que esta institui-ção de ensino seja um espaço de cons-trução do homem novo e de uma Angola desejada por todos.

cENTRO PRÉ-UNIVERSITÁRIO cATóLIcO NO HUAMBO FOI REABILITADO

“FAçAMOS DESTA ESCOLA UM VERDA-DEIRO PóLO DE DESENVOLVIMENTO ONDE O ENSINO DE QUALIDADE SEJA UMA PRIO-RIDADE E POSSAMOS FORMAR O HOMEM TOTAL PARA QUE, ALÉM DE DOTADO INTE-LECTUALMENTE, SEJA CAPAZ DE CRIAR AMBIENTE DE PAZ E JUSTIçA à SUA VOLTA E FAZER COM QUE ANGOLA SEJA A PÁTRIA FELIZ DE TODOS OS ANGOLANOS”.

Dom José De Queiroz Alves, Arcebispo Do HuAmbo

• Setembro 2012 - Nº2710

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A escola da Libata, no município do Balombo, província de Benguela, cons-truída em tempo recorde (90 dias) com o patrocínio da Associação do Bloco 18 (Sonangol, BP e SSI), foi inaugurada no passado dia 3 de Junho. Com este benefício, mais um, do petróleo ango-lano, cerca de 600 crianças deixam de estudar debaixo de mangueiras, pas-sando a fazê-lo em salas de aulas com todas as condições necessárias para uma melhor qualidade de ensino. No acto de inauguração, o adminis-trador do Balombo, Kwanza Santos, realçou a importância desta acção de responsabilidade social para as comu-nidades do referido município no qual a guerra destruiu muitas infra-estruturas. “O investimento em capital humano é determinante para o desenvolvimento sustentável de uma região, pois o sis-tema de educação é responsável pela promoção desse investimento e a sua eficiência tem impacto sobre a produ-tividade económica, o acesso à cultura e ao conhecimento e a inclusão social”, afirmou o administrador.O soba grande, Bastana Jundo Chi-vinga, também se manifestou regozi-jado com a construção da escola da

Libata. “O povo está muito alegre”, disse a propósito. Por seu lado, o responsável da ONG RISE, Adriano Huambo, mostrou-se igualmente bastante feliz pelo facto de a comunidade local poder contar com tão importante infra-estrutura. “Tivemos, uma vez mais, a capacidade de transformar o financiamento num bem público”, referiu.Para o presidente regional da BP Angola, Martin Morris, “foi graças à união de sinergias entre as autoridades muni-cipais e as comunidades da área, o Ministério da Educação, a BP Angola, Sonangol e demais parceiros do bloco 18, que foi possível concretizar este pro-jecto num prazo inferior a 100 dias e dar assim acesso à educação às crian-ças que são o pilar do desenvolvimento sustentável de Angola”, salientou. De acordo com Martin Morris, a cons-trução da escola constitui mais um passo modesto mas significativo. “ O desafio é grande. O objectivo é que um dia todas as crianças em Angola possam aceder ao sistema formal de educação e ensino, de forma a eri-gir alicerces sólidos e transformá-las nos homens responsáveis do amanhã,

nos quadros que o país e as empresas tanto precisam”, acrescentou aquele responsável da BP Angola.

REDE ESCOLAR

O município conta com cerca de 106 mil habitantes, o que corresponde a uma densidade populacional de 40 habitantes por quilómetro quadrado. Mais de metade são do sexo feminino. A população é muito jovem, já que os cidadãos até aos 19 anos representam 62 % do total. Além da sede, o muni-cípio tem três comunas: Chindumbo, Chingongo e Maka Mombolo.A rede escolar do município era com-posta, em 2010, por 82 escolas, sendo apenas 12 (65 salas de aula) de cons-trução definitiva e em bom estado. Cerca de 27 escolas funcionavam em locais impróprios, como capelas e árvores. De acordo com um inquérito realizado nesse ano, a insuficiência de salas de aula, o elevado número de crianças em idade escolar fora do sistema e o abandono escolar, consti-tuíam os principais problemas do sec-tor da educação.

ASSOcIAçãO DO BLOcO 18 PATROcINA cONSTRUçãO DE EScOLA NO BALOMBO

• Setembro 2012 - Nº2712

“Acabámos de assistir à reinauguração de dois equipamen-tos sociais que vão favorecer a comunidade, quer da Igreja Metodista Emaús, quer do próprio município onde a mesma está inserida”, afirmou a vice-governadora de Luanda, Juve-lina Imperial, por ocasião da respectiva cerimónia realizada no dia 10 de Junho, no Kilamba Kiaxi, em Luanda. O novo templo tem capacidade de albergar 2.800 pes-soas e a escola passou a contar com 12 salas de aula, uma biblioteca e sala de informática, que acolhem 650 alunos da iniciação à 7ª classe. O projecto, no montante de USD 1,5 milhões, foi financiado pela BP Angola, Sonangol e demais parceiros do bloco 31.Segundo a governante, “a comunidade vai ganhar muito, dado que a igreja vai trabalhar na moralização da família, no resgate dos valores morais e cívicos que fomos per-dendo ao longo dos tempos, e a escola permitirá construir o homem do amanhã”. “É uma acção de louvar, de enco-rajar, para que a pobreza seja minimizada cada vez mais”, acrescentou.Juvelina Imperial considera a Igreja Metodista Emaús “um bom parceiro que continua a cumprir as solicitações do governo“ e louvou a iniciativa dos parceiros do bloco 31 “pelo seu apoio responsável e solidariedade para levar Angola rumo ao desenvolvimento”.

VIDA ESPIRITUAL E SOCIAL CAMINHAM JUNTAS

Por sua vez, o bispo Gaspar João Domingos exortou os fiéis a cumprirem as suas obrigações, a conservarem as novas instalações e agradeceu à Sonangol, BP e parceiros do bloco 31 “por tudo quanto fizeram para o engrandecimento da seara e da obra do Senhor nosso Deus”.Para a directora da escola Emaús, Ondina Francisca, a nova escola possibilita uma melhor qualidade de ensino. “Salas de aula condignas, boas carteiras, motivam os professo-res e alunos”, referiu. Ao intervir, no acto de inauguração, o vice-presidente para Operações da BP Angola, Fernando Guitar, afirmou que não bastam apenas os financiamentos, mas também, e acima de tudo, bons parceiros que possam fazer a diferença na vida das comunidades. Fernando Guitar agradeceu ainda à Sonangol o encorajamento que tem dado à BP para o envolvimento dessa petrolífera nos mais distin-tos projectos sociais em benefício das comunidades ango-lanas. Já durante o culto realizado no dia da reinuguração, o director de Desenvolvimento Sustentável da BP Angola, Gas-par Santos, reiterou a vontade da companhia de continuar a participar de mais projectos sociais em Angola.

REINAUGURAçãO DE EScOLA E IGREJA METODISTA UNIDA EMAÚS EM LUANDA

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O enviado especial do Presidente da República Democrática do Congo, Antoine Ghonda, que esteve durante alguns dias em visita de trabalho à Angola, manteve no passado dia 17 de Julho um encontro com o Presidente do Conselho de Admi-nistração da Sonangol E.P., Francisco de Lemos José Maria.Participaram da reunião, realizada no Edifício Sede da petro-

lífera estatal angolana, o ministro de Estado e da Coorde-nação Económica, Manuel Vicente, e o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges.O Administrador da Sonangol E.P., Gaspar Martins, esteve também presente ao encontro no decorrer do qual foram abordados assuntos de interesse dos dois países.

PCA da Sonangol E.P., ao fundo, conversa com o enviado especial do Presidente da RDC, enquanto o ministro de Estado e da Coorde-nação Económica de Angola saúda um dos membros da comitiva congolesa.

Uma delegação da NILEPET, concessionária petrolífera do Sudão do Sul, efectuou recentemente uma visita às ins-talações da SonAir, onde foi recebida pelo Presidente da Comissão Executiva dessa Subsidiária da Sonangol E.P., João Alves Andrade.Na ocasião, a comitiva do Sudão do Sul, que se fazia acom-panhar do Presidente da Comissão Executiva da Sonangol Hidrocarbonetos Internacional, Paulino Jerónimo, foi infor-mada do funcionamento do core business da SonAir.De recordar que em Março último, uma delegação minis-terial daquele jovem país localizado no nordeste de África, rico em petróleo, esteve no Edifício Sede da Sonangol E.P. onde manteve um encontro com o Presidente do Conselho de Administração da petrolífera estatal angolana, Francisco de Lemos José Maria.

ENVIADO DO PRESIDENTE DA RDc MANTÉM ENcONTRO cOM PcA DA SONANGOL E.P.

DELEGAçãO DE PETROLÍFERA DO SUDãO DO SUL VISITA SONAIR

• Setembro 2012 - Nº2714

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TENDêNcIAS E PERcEPçãO DA GESTãO DOS REcURSOS HUMANOS

Mateus João Pedro (texto)

P retendo, com esta análise, apresentar um quadro de tendências cujas implicações levantam muitas vezes dúvidas e criam um horizonte sombrio aos gestores, no

que diz respeito às práticas da gestão dos Recursos Humanos.Para o efeito, aos leitores requer-se que tenham um espí-rito crítico face às teorias que nos são apresentadas pelos estudiosos e pesquisadores. Devemos, por conseguinte, contextualizar os discursos, mensagens e prognósticos sobre os efeitos e desafios da globaliza-ção. Não é um argumento menos sólido enten-der também que “um discurso não apenas reflete a realidade mas também pode

interferir, construir e até definir a realidade” in (Phillips, N; e Hardy,C. Discourse Analysis: Investigating Processes of Social Construction. Thousand Oaks: Sage,2002).Outrossim, sabemos de igual modo que nem sempre os

discursos e as práticas são coincidentes. Os benefícios da dúvida para aceitabilidade e refutabilidade na

aquisição e/ou introdução de “boas práticas” em qualquer organização requerem ter em

conta os aspectos relacionados com a visão do desenvolvimento históri-

co, social, político, económico e tecnológico específico,

pois eles têm fortes implicações para a

gestão de Recur-sos Humanos.R e p e n s a n d o

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deste modo as ideias, incluindo típicas, e os conceitos sobre os Recursos Humanos, os pesquisadores actuais tendem a ver em cada ideia e em cada pensador um “microcosmo” no qual se articulam o passado e o presente, enquanto se investe na construção do futuro, in (Tanure,B et al. A gestão de pessoas no Brasil – virtudes e pecados capitais. Rio de Janeiro: Campus, 2007). Eis o argumento apresentado: isto significa navegar entre paradoxo e dualidades, uma das principais funções da gestão de Recursos Humanos…Aqui, factores estratégicos e os de Recursos Humanos estão, de facto, profundamente interligados. O foco está no desenvolvimento das capacidades da or-ganização e nas pessoas para prosperarem num mundo de contínua mudança. É administrar construtivamente as tensões entre forças opostas. Esse papel desempenha-do pelos Recursos Humanos é entendido como o de um navegador que transita entre forças contraditórias, aqui denominadas de dualidades (ou paradoxo).Desta feita, não precisamos de ter “uma posição” defini-da sobre todas as questões, principalmente sobre aqueles assuntos que ainda não analisamos cuidadosamente, pois manter uma mente aberta ao mesmo tempo em que se pensa criticamente sobre o que nos é dito ou apresentado é uma forma de aferição e maturação. É a maturação vi-vencial e intelectual de se deixar convencer apenas quando “as experiências da vida realmente nos fazem perceber a realidade”.Por conseguinte, podemos entender que o estudo da evo-lução dos Recursos Humanos pode servir de terreno ex-perimental para a compreensão de sistemas, problemas, métodos e ensaios ad-hoc, de estratificação e sistematização das ideias no seu sentido holístico local.As demandas vindas de várias áreas de negócio, dos clien-tes internos e externos representam inequivocamente as frentes e desafios da classe Recursos Humanos. Dentre várias questões levantadas acrescem sempre as dúvidas enraizadas na mente: os profissionais de RH terão ou não a capacidade de darem respostas com dimensões locais e específicas às necessidades das empresas? In (Evans, P. et al. The global challenge: frameworks for internatio-nal human resource management. New York: McGraw-Hill. 2002), cujo argumento é o seguinte: é importante frisar que tais dualidades não são excludentes, mas demandam uma busca de equilíbrio dinâmico. O pêndulo passa de um lado

para outro, em contexto também mutável e, dessa forma, a grande máxima passa a ser a de ter de se construir o futuro no presente… de maneira que essas tensões funcionem como forças propulsoras do desenvolvimento e não como fontes de conflito. De facto, os esforços envidados pelos profissionais, especia-listas e estudiosos nos processos de mudanças nas práticas de gestão, nomeadamente, a introdução de “Nova Cultura”, local content, open-space, avaliação de desempenho, trei-namento-recrutamento online, trabalho em equipa, gestão de conflitos e carreiras, estão todos ligados a um conjunto de variáveis que concorrem para o reforço da inovação em todos os campos de formação profissional, bem como ao reequacionamento de conceitos, objectivos e práticas, à luz das novas relações entre formação e emprego, educa-ção e formação, qualificações e competências, informação e aprendizagem, aceleração da inovação tecnológica e a necessidade de aprendizagem num processo de aquisição de novas competências. Em consequência, nas empresas, a área dos Recursos Hu-manos tem sofrido uma progressiva “metamorfose”, senão mesmo o alargamento da sua missão, valores e cultura que anteriormente pareciam estar em desalinhamento com a realização do planeamento estratégico do negócio. Neste sentido, a equipa de coopers e lybrand in Remuneração por habilidade e por competências: Preparando a organização para a Era das empresas de conhecimento intensivo. São Paulo: Atlas, (1997, p 73) afirma: “A premissa adoptada era que o factor humano está na base da gestão estratégica dos negócios. Por isso, é necessário que os gestores de negócio se envolvam nas questões de RH tanto quanto o pessoal de RH se envolva nas questões de negócio”.Portanto, os Recursos Humanos ao terem um papel mais interventivo no planeamento estratégico do negócio para além das suas próprias fronteiras significa que o seu rela-cionamento com os seus clientes internos e externos é de não traçar limites. O inverso daria origem a antagonismos, invenção de batalhas, fomento de competições, criação de adversários. Assim surge o fomento das atitudes defensivas, as quais tendem a quebrar o alinhamento entre as áreas das empresas. Em síntese, as pressões e desafios de uns e de outros dentro de uma empresa convergem na interacção e partilha de experiências lá onde todos querem realmente a melhoria contínua de tudo e de todos.

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Angola e a República do Congo che-garam a acordo quanto à reparti-ção dos rendimentos petrolíferos

resultantes da exploração do campo petrolífero Lianzi, situado no Bloco 14, na linha de fronteira marítima entre os dois países. O acordo final foi rubricado no mês de Julho de 2012 em Brazaville, culminando um processo que se iniciou em 2007 com o estabelecimento de um protocolo, assinado em Julho desse ano, em Luanda, entre os ministérios dos Petróleos de Angola e o dos Hidro-carbonetos do Congo. Foi tendo como base o referido protocolo que decorre-ram desde 2009 as conversações res-peitantes ao processo de partilha de petróleo na zona de interesse comum à Angola e à República do Congo.Em Março deste ano, recorde-se, já

haviam sido rubricados em Luanda dois acordos para o desenvolvimento e pro-dução do campo transfronteiriço Lianzi pelo ministro dos Petróleos, Botelho de Vasconcelos e o ministro congolês dos Hidrocarbonetos André Raphael Luemba. Os acordos respeitaram ao mecanismo de partilha de receitas resultante da futura exploração do jazigo e à abertura de uma conta conjunta para o depósito dos rendimentos gerados pela explora-ção do campo.A exploração do campo Lianzi, que con-tém reservas comprovadas de 70 milhões de barris de petróleo, deverá ter início em 2015 envolvendo um investimento da ordem dos 2 mil milhões de dólares, o qual será assegurado pelas petrolífe-ras que integram o consórcio que detém a concessão na proporção das respec-

tivas participações. O consórcio integra a norte-americana Chevron, a empresa operadora, a portuguesa Galp Energia (com 4,5%), Chevron (o operador, com 15,75%), CABGOC (a petrolífera esta-tal congolesa com 15,5%), a Sonangol (10,0%), SNPC (7,5%), Total (36,75%) e Eni (10,0%). O projecto de exploração do campo Lianzi já foi aprovado pelo Conselho de Ministros de Angola, faltando agora ape-nas passar pela Assembleia Nacional.O campo Lianzi situa-se no Bloco no bloco 14K–A–IMI fica situado em águas profundas na fronteira entre Angola e a República do Congo, o qual apresenta uma área de 700 quilómetros quadra-dos numa profundidade de água de 500 – 1000 metros.

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ANGOLA E REPÚBLIcA DO cONGO cHEGAM A AcORDOPARA EXPLORAçãO DE cAMPO TRANSFRONTEIRIçO

angola e a república do Congo chegaram a acordo quanto à exploração do campo lianzi, localizado em águas profundas na região transfronteiriça entre os dois países e que contém reservas provadas de 70 milhões de barris de petróleo

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SATÉLITES DO KIZOMBA INIcIAM PRODUçãO DE 100 MIL BARRIS DIÁRIOS

Os Satélites do Kizomba, abar-cando os campos Mavacola e Clochas, integrados no mega

complexo do Kizomba, no Bloco 15 do offshore angolano, irá produzir 100 mil barris de petróleo diariamente e per-mitir a recuperação de cerca de 250 milhões de barris. A primeira fase do projecto compreende a perfuração de 18 poços e optimizará a capacidade ins-talada no bloco atribuído à Esso Explo-ration Angola

A produção da Fase 1 do projecto Saté-lites do Kizomba arrancou em Julho no Bloco 15 do offshore angolano, de acordo com o anúncio feito pela empresa ope-radora do bloco, a Esso Exploration Angola, subsidiária da ExxonMobil, e a concessionária, a Sonangol E.P. Prevê--se que a Fase 1 da produção dos Satéli-tes do Kizomba venha a atingir um nível de 100 mil barris de petróleo diaria-mente (bdp), permitindo a recuperação de cerca de 250 milhões de barris nos

campos de Mavacola e Clochas, situa-dos a 135 Km da costa angolana a uma profundidade de água de aproxima-damente 1.380m. A Fase 1 do projecto compreende a perfuração de 18 poços com a ligação submarina aos navios de produção, armazenagem e descarga (FPSO) existentes em Kizomba A e B, possibilitando assim a optimização da capacidade das instalações de produ-ção do Bloco 15.Na cerimónia que assinalou o início de

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produção de petróleo nos campos Saté-lites do Kizomba, o ministro dos Petró-leos, Botelho de Vasconcelos, realçou ‘que a execução da fase 1 do projecto Satélites do Kizomba, foi concluída antes do tempo previsto, antecipando, desta forma, o início de produção’, acrescen-tando que o desenvolvimento dos novos campos foi efectuado ‘com um desem-penho de segurança líder na indústria petrolífera. Estes dois exemplos, subli-nhou, testemunham a abnegação e empenho do operador, dos parceiros e colaboradores na execução do projecto, e devem servir de referência para o sec-tor petrolífero nacional’.A Fase 1 do Projecto Satélites do Kizomba foi lançado em 2008, abarcando o desen-volvimento de dois campos descobertos por satélite, Clochas e Mavacola. Foram adquiridos, para o efeito, pelos parceiros do consórcio, mais de 2.500 quilóme-tros quadradoa de dados sísmicos em 3D de elevada qualidade. Os dois saté-lites descobertos, Clochas e Mavacola, que se estima, como se referiu, conte-rem 250 milhões de barris de petróleo, foram desenvolvidos em articulação com os projectos Kizoma A e Kizomba B. Na sua segunda fase (Fase 2), o pro-jecto vai incluir o desenvolvimento de descobertas contíguas. O desenvolvimento dos Satélites do

Kizomba deu sequência a um programa de perfuração desenvolvido ao longo de do período 1997-1999. As quatro desco-bertas anunciadas em 1998 (campos de Hungo, Chocalho, Kissange e Dikanza) compõem o gigantesco complexo de Kizomba.O complexo Kizomba integra o Bloco 15 do offshore nacional, tendo sido a sua concessão atribuída à ExxonMobil em 1994. Trata-se de uma das primei-ras fracções de superfície de águas pro-fundas concessionadas pelo Governo angolano. Os reservatórios datam do médio e do baixo Mioceno. Os poços penetraram vários reservatórios de alta qualidade, dando uma coluna de óleo superior a 1.000 m. O Kizomba apre-senta reservas recuperáveis próximas de 2 biliões de barris de óleo equiva-lente, prevendo-se que venham a ser ligados à sua estrutura outros campos existentes nas proximidades.As diferentes fases de desenvolvimento do projecto, designadas Kizomba A, Kizomba B e Kizomba C arrancaram em 2004, 2005 e 2008, respectivamente.Em 1998 foram descobertos os campos Mungo, Chocalho, Kissange e Dikanza. Em 1999 foram descobertos ou reava-liados os campos Chocalho e xicomba. Em 1998 foram descobertos os campos Mungo, Chocalho. A primeira produção

aconteceu em 2003 no campo xicomba. Em Julho do ano 2000 deu-se a desco-berta do campo Mondo, situado a 370 quilómetros a Oeste de Luanda.

AS FASES DO KIZOMBA

A construção e desenvolvimento em águas profundas de Kizomba A foi ini-ciada em 2001, abrangendo os campos Hungo e Chocalho. O projecto começou a produzir petróleo (130 mil mbd) em Agosto de 2004, tendo a meta de pro-dução sido fixada em 250 mil bpd. Em Julho de 2002 teve início a construção do campo xicomba, também em águas profundas. O desenvolvimento desta fase do projecto permitiu a recupera-ção de 100 milhões de barris de petróleo.

Em 2003 arrancou a construção de Kizomba B, abarcando os campos Kis-sange e Dikanza, localizados em águas profundas de 3.300 a 3.400 pés, a qual tem em vista a recuperação de um bilião de barris de petróleo. O objectivo fixado para a produção foi de 250 mil bdp. O projecto inclui a combinação de uma pla-taforma de poço de superfície e poços submarinos ligados a um navio FPSO. Na sua configuração o Kizomba B replica a do Kizomba A, o que permitiu uma significativa poupança de custos e

o CoNsórCio Do BloCo 15

os CamPos

40% 20% 26,67% 13,3%

cONcESSIONÁRIA:

Kizomba A: Hungo, Chocalho e xikomba | Kizomba B: Kissange e Dikanza | Kizomba C: Mondo, Saxi e BatuqueSatélites: Clochas e Mavacola

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de tempo. A ExxonMobil investiu 750 milhões de dólares na unidade FPSO, a qual apresenta uma capacidade de armazenamento de 2,2 milhões de bar-ris de petróleo. A unidade mede 285 m por 63 m e tem 32 m de altura, pesando 81 mil toneladas e disponibilizando alo-jamento para 100 funcionários.

A terceira fase do projecto, Kizomba C, integra os campos Mondo, Saxi e Batuque e destina-se a aproveitar 600 milhões de barris de petróleo em cerca de 2.400 pés de água. O campo Mondo, situado a 145 quilómetros ao largo da costa angolana, começou a produzir petróleo em Janeiro de 2008, ao passo que os outros dois campos, Saxo e Batuque, iniciaram as respec-tivas produções em Agosto do mesmo ano, devendo contribuir com uma pro-dução de 100 mil bdp. O desenvolvimento de Kizomba C envolve dois navios FPSO e 36 poços submarinos, representando a maior exploração submarina de petróleo ope-rada pelas filiadas da ExxonMobil em todo o mundo. Esta fase do projecto envolveu um investimento de perto de 1,5 milhões de dólares na aquisição

de bens e serviços contratados local-mente, incluindo contratos de fabrico no país, logística de apoio e formação de colaboradores e quadros angolanos.

cONTEÚDO NAcIONAL

De salientar que o projecto Kizomba vem envolvendo um elevado grau de parti-cipação nacional. O que foi salientado pelo ministro dos Petróleos, Botelho de Vasconcelos, durante a cerimónia de lançamento do Projecto Satélites do Kizomba. ‘ Grande parte dos módu-los e equipamentos submarinos foram fabricados no país. Isto significa que podemos ir mais longe, neste domínio. Assim, encorajamos a concessionária nacional e seus parceiros, a prosseguir os esforços em curso para aumentar o conteúdo nacional no sector petro-lífero’, referiu Botelho de Vasconcelos, sublinhando que ‘é certo que o caminho a percorrer é longo e os desafios enor-mes, já que precisamos de desenvolver de forma continuada várias capacida-des e competências. A esse respeito, importa referir o Decreto-Lei-17/09 de 26 de Junho e respectivos regulamen-tos. Ao abrigo destes instrumentos, as

empresas petrolíferas devem celebrar um contrato programa com o Ministé-rio dos Petróleos que defina metas a atingir no processo de formação e inte-gração do pessoal angolano, com vista à materialização de uma angolaniza-ção efectiva’, acrescentou.

FORNEcEDORES

Entre os fornecedores do complexo do Kizomba contam-se Saipem, res-ponsável pela engenharia, fabricação e instalação dos equipamentos sub-marinos, a Oceaneering International, a AMEC, a quem foi adjudicada a con-cepção, logística de aquisição e for-necimento dos serviços de apoio ao projeto, que irá executar em conjunto com Paragon Angola, uma joint-ven-ture que estabeleceu com a Prodia-man; para fornecer equipamentos de produção submarina ao projecto, a Esso Exploration Angola seleccionou a GE Oil & Gas, que irá fornecer uma vasta gama de equipamentos subma-rinos e de superfície; com a Oliver Val-ves foi celebrado um contrato para o fornecimento de submarinos e válvu-las ‘topside’.

Atribuição da concessão: 1994

Primeira produção: 2003

Início produção Kizomba A: 2004

Início produção Kizomba B: 2005

Início produção Kizomba C: 2008

Arranque Projecto Satélites: 2012

a CroNologia DE um mEga ProjECto

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SONANGOL INVESTIMENTOS INDUSTRIAIS JÁ PôS A OPERAR 17 FÁBRIcAS NA ZEE LUANDA-BENGO

trata-se de um dos mais ambiciosos projectos lançados em angola, compreendendo um pólo industrial, outro comercial e ainda um centro de tecnologia e de convenções. na Zona económica especial luanda-Bengo, cujo desenvolvimento está confiado à sonangol investimentos industriais, já funcionam 17 fábricas e uma etar, o que permitiu a criação de mais de 3.000 novos empregos

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J á se encontram a funcionar as 17 novas unidades fabris na Zona Eco-nómica Especial (ZEE), Luanda-

-Bengo. As oito primeiras unidades fabris da Zona Económica Especial Luanda/Bengo (ZEE), foram inaugura-das a 27 de Maio de 2011 pelo Presidente da República e, praticamente um ano decorrido, em Maio de 2012, foram inau-guradas seis novas fábricas. A inaugu-ração destas seis unidades contou com a presença dos ministros da Geologia e Minas e Indústria, Joaquim David, e dos Petróleos, Botelho de Vasconcelos. No último dia do mês de Julho do corrente ano, foi inaugurada uma fábrica voca-cionada para a produção de bombas de água pelo ministro dos Petróleos Bote-lho de Vasconcelos. Finalmente, já em Agosto, o ministro dos Petróleos inau-gurou mais duas unidades, uma fábrica de ferragens e uma unidade de galva-nização, as quais vão acrescentar 130 postos de trbalho directos aos já exis-tentes na ZEE. Os investimentos efectu-ados foram assegurados, na totalidade, pela Sonangol Investimentos Industriais (SIIND), sem recurso a qualquer finan-ciamento bancário.

UM PROcESSO QUE cOMEçA EM 2005

A ZEE Luanda-Bengo foi criada pelo Decreto Presidencial Nº 50/09 de 11 de Setembro. A materialização do projecto de lançamento de Zonas Económicas

Especiais que configurassem mode-los adequados, do ponto vista institu-cional, administrativo e económico, em determinadas regiões do país, ao relan-çamento e desenvolvimento da econo-mia real e do empresariado nacional, remonta a 2005, quando o Presidente da República incumbiu o Gabinete de Reconstrução Nacional da missão de por em marcha a constituição de eixos regionais geradores de desenvolvimento o novo parque industrial.Posteriormente, em Abril de 2010, teve início o processo de transferência de res-ponsabilidade do Gabinete de Recons-trução Nacional para a Sonangol. O auto de recepção do património foi assinado pelas partes a 11 de Outubro de 2010, tendo a implementação da ZEE Luanda--Bengo sido confiada à SIINDE, Sonan-gol Investimentos Industriais, criada a 7 de Outubro de 2010, e que tem como missão promover, desenvolver e coor-denar a gestão dos projectos industriais da Sonangol EP e subsidiárias, a con-cretizar na ZEE Luanda-Bengo. Noutras partes do mundo já foram implantadas ZEE, desde a China à Argen-tina, passando pelo Brasil (Manaus), Índia e Emirados Árabes Unidos, entre outros. Recentemente foi criada tam-bém uma nova zona económica espe-cial em Moçambique (Matola). As Zonas Económicas Especiais (ZEE) procuram potenciar inúmeras vantagens, desde vantagens fiscais e outras concedidas

pelas autoridades, assim como de siner-gias que se estabelecem entre as unida-des industriais e empresas que nelas se instalam e beneficiam da mesma infra-estrutura (energia, saneamento, acessos e também, normalmente, o tratamento de resíduos – ETAR). Foram implemen-tadas em diferentes países,

UM PROJEcTO DE FôLEGO

Cobrindo uma área total de 8 300 hec-tares, a Zona Económica Especial (ZEE) Luanda-Bengo, localiza-se no quilóme-tro 30 em Viana, entre os municípios de Viana e Cacuaco, província de Luanda, e nos municípios de Icolo-e-Bengo, Dande, Ambriz e Namboangongo, pro-víncia do Bengo. Trata-se de um pro-jecto de grande fôlego, integrando um pólo industrial e outro comercial e ainda um centro de tecnologia e convenções.Foi ainda inaugurada, em Maio de 2012, a par das seis novas fábricas, uma nova estação de tratamento de águas resi-duais (ETAR), que atenderá todas as unidades previstas para o primeiro qua-drante da ZEE. A nova ETAR apresenta, para já, uma capacidade de 42 litros por segundo e ainda uma capacidade adicional de 11 litros por segundo para receber parte dos resíduos do segundo quadrante. A ETAR será ampliada para a capacidade de 84 litros por segundo, permitindo o atendimento integral das indústrias do segundo quadrante e, numa

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terceira e última fase, a sua capacidade será elevada para 126 litros por segundo.Do ponto de vista do suprimento de ener-gia eléctrica a ZEE conta, para já, com 60 kilovolts de uma subestação local e 30 kilovolts provenientes de uma bar-ragem, para além de um grupo de gera-dores que funcionam em alternativa.

APOSTA NA PRODUçãOE EMPRESARIADO NAcIONAL

A ZEE Luanda-Bengo procura apro-veitar o potencial de uma das regiões mais povoadas do país e, em conse-quência, aquela que apresenta tam-bém maior dimensão de mercado, como ainda a que dispõe das melhores con-dições logísticas. Tem como objectivo fundamental criar grupos económicos nacionais fortes e competitivos nos domínios tecnológico, organizativo e financeiro, fazendo com que o controlo da economia seja assegurado, funda-mentalmente, por cidadãos angolanos, promovendo a consolidação e desen-volvimento do empresariado nacional, nomeadamente a criação de grupos económicos nacionais fortes e compe-titivos nos domínios tecnológico, orga-nizativo e financeiro, fazendo com que

o controlo da economia seja assegu-rado, fundamentalmente, por cidadãos angolanos. No entanto será também acolhida a iniciativa estrangeira que, em parceria com empresários nacio-nais, contribuam para a incoporação de tecnologia e know-how susceptível de valorizar os diferentes projectos que a ZEE alberga. Embora habitualmente as empresas existentes numa ZEE produ-zam para exportar, a ZEE Luanda-Bengo estará virada, numa primeira fase, para o consumo interno devido às carências do mercado nacional. Será dotada de um porto seco para matérias-primas e equipamentos importados e destina-dos à produção de bens e ao funciona-mento das unidades fabris.

A AGENDA DA SIIND

O programa da SIIND prossegue o objec-tivo de colocar em funcionamento na ZEE 25 unidades industriais até ao iní-cio de 2013 e um total de 53 unidades industriais até 2014.Dezassete unidades industriais já se encontram a laborar na ZEE Luanda--Bengo no domínio da produção indus-trial, produzindo desde colchões e espuma a cabos eléctricos e material

eléctrico de média e baixa tensão, pas-sando pelo fabrico de cabos de fibra óptica, torres metálicas, equipamento de irrigação, vedações e arames, tintas e vernizes, tubos de polietileno, tubos e acessórios de PVC e PE, telhas metálicas e bombas de água. As últimas fábricas a entrar em funcionamento operam no domínio das ferragens e da galvanização.A comissão executiva da SIIND espera que, até ao final deste ano, outras 9 fábri-cas entrem em funcionamento (meta-lomecânica, embalagens metálicas, sacos de plástico, galvanização, pavi-lhões metálicos, vidros para construção civil e cartonagem). A SIIND prossegue assim o objectivo de colocar em fun-cionamento na ZEE 26 unidades indus-triais até ao início de 2013 e um total de 53 unidades industriais até 2014. Até ao momento foram já criados na ZEE Luanda – Bengo mais de três mil postos de trabalho, um terço dos quais nas 14 unidades industriais que se encontram já a operar, e dois terços em empregos indirectos criados no âmbito da ZEE, designadamente nos ramos da constru-ção civil, segurança e prestação de ser-viços. O objectivo é que, quando a ZEE estiver a funcionar na sua plenitude, dê emprego a 10 mil angolanos.

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aNgolaCaBos

Fabrico de cabos de fibra óptica. Ocu-pando 2.500 metros quadrados é das poucas unidades existentes no conti-nente. Nela se encontram instaladas quatro linhas de máquinas diferentes. Na primeira linha estão as duas de pin-tura para diferenciação da fibra óptica no tubete. Na segunda linha ocorre a fabricação no tubete com fibras ópti-cas e geleia de protecção. Na terceira é feita a união dos diferentes tubetes ao redor de um núcleo de protecção. Na quarta e última linha o cabo óptico recebe um revestimento, a capa final. Concluído este processo ocabo passa por um teste de controlo de qualidade.

iNauguraDas Em maio DE 2011:

iNDutivE

Fabricação de tintas e vernizes. Produz anualmente 24, 96 milhões de litros de tinta (19,6 milhões de tinta de água, 3,44 milhões de litros de tinta de óleo e 1,248 milhões de litros de verniz. Em-prega 53 técnicos mas quando todas as fases de desenvolvimento da unidade forem concluídas empregará 130 pes-soas. Possui 24 tanques de despres-são e homegeização com capacidade total de 176 mil litros. A matéria-prima para a produção de tintas e vernizes fica armazenada em seis tanques com uma capacidade total de 230 metros cúbicos

matElétriCa

Produção de material eléctrico – Apre-senta sete linhas de produção de vários materiais eléctricos, desde interrupto-res, tomadas, caixas de derivação inte-rior ou exterior ou caixas de derivação para telefone ou internet. Fabrica todos os componentes necessários ao fabrico das caixas de derivação, apresentando uma capacidade mensal de produção de 37.400 peças. O seu mercado é a construção civil, designadamente o segmento da habitação social. Numa primeira fase a unidade emprega cerca de 40 técnicos mas, com o aumento da produção, poder-se-á atingir um total de 156 técnicos

maNgotal

Fabrico de torres metálicas. A sua linha de produção apresenta capacidade para o fabrico de 444 unidades anualmente. Nesta fábrica encontram-se instaladas cinco prensas, duas para diferentes cortes de canto-neiras e três para os mais diversos tipos de perfurações das peças. Na unidade produzem-se dois tipos de to-ros: uma de transporte de energia eléctrica e para as telecomunicações. Nela operam 45 técnicos. Quando se atingir a plena capacidade de produção passará a integrar mais 75 trabalhadores.

iNDuPlastiC

Produção de materiais plás-ticos destinados à constru-ção civil e louça. Implantada numa área total de 17,8 mil metros quadrados, apresen-ta capacidade para fabricar em plástico quase tudo: acessórios para cozinha que vão desde os copos aos baldes para depósito de lixo. Para casa de banho produz polibans, tampas de pia, suportes penduradores e saboneteiras, entre outros. O tipo de material a produzir depende sobretudo das ne-cessidades do mercado pois a fábrica tem moldes para vários produtos. Emprega, na sua primeira fase de de-senvolvimento, 52 trabalha-dores mas com o aumento da produção poderá atingir 100 postos de trabalho que se distribuirão por três turnos.

vEDatEla

fabrico de vedações e arames.

PivaNgola

Produção de equipamento de irrigação.

AS 17 FÁBRIcAS UMA A UMA

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iNFEr

Indústria de Ferragens LDA vai produzir 95.000 fechaduras de quatro tipos di-ferentes, 35.000 cilindros de dois tipos, 48.000 puxadores de quatro tipos e 200.000 dobradiças de dois tipos di-ferentes. Tem 90 trabalhadores para a área fabril e 12 para a área adminis-trativa. Implantada numa área total de 25.166 metros quadrados, conta com 90 trabalhadores afectos à área fabril e 12 à área administrativa.

iNDulgav

É outra das recém-chegadas. A fábrica de galvanização vai produzir linha de níquel/crómio à razão de 96 metros quadrados diariamente. A linha de Zin-cagem produzirá 554 kg diariamente, sendo que a linha de pintura (lacagem), a líquido e a pó, apresenta uma ca-pacidade de produção de 122,4 m/dia. Emprega 18 pessoas na fábrica e 11 na área administrativa. Entre os clientes potenciais figuram as indústrias de ma-terial eléctrico, as indústrias torneiras e as de ferragens

iNauguraDas Em maio DE 2012:

iNauguraDa Em julho DE 2012:

iNauguraDas Em agosto DE 2012:

PiPEliNE aNgola

Produção de tubos PVC. Apresenta quatro linhas de produção de PVC e uma de polietileno, ou seja manguei-ras flexíveis. A unidade industrial está preparada para produzir cerca de 17 qui-lómetros de tubo PVC mensalmente. Emprega 66 técnicos que receberam formação ‘on job’ pela empresa pro-motora da fábrica.

NiNhoFlEx

Fabrico de colchões de espuma, molas e almofadas de diversos tamanhos e den-sidades. Apresenta uma capacidade de produção mensal de 42 mil colchões de espuma, 4.200 colchões de molas e 8.000 almofadas e ainda de 23 mil m3 de espuma industrial. A unidade emprega 80 pessoas e a sua produção dirige-se inteiramente para o mercado interno.

iNDutuBos

Dedica-se à produção de tubos de polieti-leno de alta densidade, apresentando uma capacidade de produção de 5.802 tonela-das de tubos por ano. A fábrica, que ocupa uma área de produção de 1.900 m2 e uma área de armazém de 2.000 m2, emprega, directamente, 33 pessoas. Tem como prin-cipais clientes a EPAL, a construção civil e os armazéns de revenda de materiais de construção.

tElhaFal

Fabrico de telhas e cumeeiras. Está equi-pada com 10 perfiladoras para o fabrico de telhas e uma para o fabrico de cumeeiras, dispondo ainda de uma máquina de corte de esponja. Empregando 63 trabalhado-res, produz, em cada turno de oito horas, telhas para a cobertura de 96 casas. Os seus clientes-alvo são as empresas de construção civil e de revenda de materiais de construção.

traNsPlás

Apresenta uma capacidade de produ-ção de acessórios em PVC e polietile-no de 1.973 toneladas anualmente. A unidade emprega 50 pessoas e tem como potenciais clientes os armazéns de revenda de materiais de construção e as empresas de construção civil.

mBt

Fabrica equipamento de média e baixa tensão – aparelhagens, transformadores e isoladores. Com capacidade para produzir anualmente 20 mil unidades com apenas um turno de trabalho, e empregando 96 trabalhadores, conta entre os potenciais clientes com a ENE, EMEL, EDEL, ENCEL e EMICOL.

iNDuCaBos

Voltada para o fabrico de cabos de baixa, média e alta tensão, destinados a instala-ções residenciais e industriais, bem como linhas de distribuição e transmissão. Apre-senta uma capacidade de produção anual de mais de 71,8 milhões de metros de cabo no primeiro ano de laboração, passando a 163 milhões de metros após o terceiro ano de funcionamento. Emprega 87 pro-fissionais e tem como potenciais clientes a ENE, EDEL e as empresas de construção.

BomBágua

Fabrico de bombas de água, designada-mente a montagem, pintura e rectificação de bombas domésticas, industriais e para sistemas de rega, produzindo bombas de uma a seis polegadas. Ocupa uma área de 5.000 metros quadrados e apresenta uma capacidade de produção mensal de 750 unidades e uma capacidade anual de 9.000 unidades. Os potenciais clientes da fábrica são os sectores agrícola, a cons-trução civil e a indústria petroquímica e mineira. Numa primeira fase, a fábrica irá gerar 51 postos de trabalho.

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iNiã

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UM IMPULSIONADOR DO FOMENTO DA INDÚSTRIA

Com o advento da paz, muitas deci-sões e planos estratégicos saí-ram das gavetas e começaram

a ser implementados a uma velocidade alucinante, dando corpo a objectivos definidos pelo governo. É o caso da industrialização do país, que tem nas unidades fabris da Zona Económica Especial (ZEE) Luanda-Bengo, gerida pela Sonangol Investimentos Indus-triais (SIIND), Subsidiária da Sonangol E.P., um argumento de peso.Desde Outubro de 2011 que têm sido inauguradas novas fábricas na refe-rida Zona Económica, proporcionando um alicerce seguro para o augurado relançamento da indústria nacional e atendimento a um mercado em franco crescimento e cada vez mais exigente, no que concerne a produtos para as várias áreas que dão suporte e alavan-cam a economia nacional.Nesse âmbito, com visão estratégica, a Sonangol soube interpretar os anseios e as necessidades do mercado na actua-lidade, a médio e longo prazo, e colocou

em acção um plano-mestre abrangente, com políticas e um padrão de objecti-vos muito bem definidos e aprovados pelo executivo. Um aspecto que também merece refe-rência particular é o facto de as unida-des fabris da ZEE terem garantido, até ao momento, cerca de 3.600 postos de trabalho, um contributo significativo para a melhoria da condição social de cidadãos angolanos.Em suma, a Sonangol, através da SIIND, está uma vez mais envolvida num pro-grama a todos os títulos benéfico para o país, que inclui a diminuição da impor-tação de produtos tão necessários para o desenvolvimento nacional, bem como a criação de emprego, principalmente para jovens angolanos.Ainda em relação à ZEE Luanda-Bengo, uma das fábricas aí localizada, no caso concreto a Unidade Industrial Angola-Cabos, organizou em Luanda, no mês de Junho de 2012, um simpósio inter-nacional sobre cabos de fibra óptica. O Vogal da SIIND, Ernesto Maria, proce-

deu à abertura do simpósio, em repre-sentação da Comissão Executiva dessa Subsidiária da Sonangol E.P. O evento contou também com a presença da Vogal Eremita de Carvalho Marques, igualmente da SIIND, bem como de direc-tores das distintas unidades industriais. “O grande objectivo da realização deste evento pela AngolaCabos é o de a empresa apresentar-se ao mer-cado interno e externo como um pro-dutor e fornecedor de cabos de fibra óptica, cumprindo e assegurando os parâmetros internacionais de quali-dade técnica como factor incontorná-vel da exigência dos nossos clientes, sendo esta uma prova de idoneidade e de garantia segura da oferta de um produto nacional competitivo”, des-tacou na sessão de abertura o Vogal Ernesto Maria.O simpósio, de grande importância para o mercado nacional, teve como palestrantes responsáveis de empresas internacionais como a Delta, a Draka, a Ultra Sat, a Fundação CPqD e a Con-

Simpósio Internacional sobre Fibra óptica organizado recentemente em Luanda, pela AngolaCabos, uma das unidades industriais localizadas na ZEE Luanda-Bengo.

Equipamento na AngolaCabos.

ZONA EcONóMIcA ESPEcIAL LUANDA-BENGO

Carlos Guerreiro (texto) DR (Fotos)

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nect House que acederam gentilmente ao convite da AngolaCabos para parti-ciparem e dissertarem sobre temas da actualidade no domínio da fibra óptica. O grupo de palestrantes incluiu ainda responsáveis e técnicos de empresas públicas e privadas angolanas liga-das ao ramo.No decurso das várias intervenções foi recordado o facto de que actualmente as redes de fibra óptica e os seus com-

ponentes não são apenas utilizados nos sistemas de telecomunicações tradicio-nais para a transmissão de dados, voz e imagem, mas também em áreas como a medicina, indústria, redes de compu-tadores de empresas, escritórios e até mesmo em residências. Com cerca de 59 trabalhadores, entre os quais 51 nacionais, a Unidade Indus-trial AngolaCabos dedica-se à produção de cabos de fibra óptica e seus com-

ponentes integradores com qualidade diferenciadora para o mercado nacional e regional, assim como ao desenvolvi-mento de projectos de infraestruturas de cabos de fibra óptica. De realçar que no seu processo produtivo a AngolaCa-bos já observa parâmetros ambiental-mente correctos, utilizando um solvente ecológico não biodegradável, sendo que a quantidade ínfima de lixo resultante da produção é reciclável.

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O Presidente da República foi rece-bido por milhares de militan-tes, simpatizantes e amigos do

MPLA, no aeroporto do Soyo. Um calor humano que se estendeu no trajecto de 2 quilómetros até à Adminis-tração Municipal, no centro da cidade, onde o aguardavam os ministros de Estado Manuel Vicente, Manuel Hél-der Vieira Dias “Kopelipa”, Carlos Feijó e outros membros do Executivo. Depois de uma breve reunião com as autori-dades locais, o Presidente da Repú-blica ofereceu aos deficientes do Soyo cadeiras de rodas, motorizadas e bici-cletas adaptadas, televisores, frigorífi-cos e arcas congeladoras.

cHEFE DE ESTADO VISITOU UNIDADE DE GÁS NO SOYOEs

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José Eduardo dos Santos visitou ainda a Angola LNG, na Base do Kwanda, uma unidade estratégica que está pronta a arrancar com o carregamento de gás líquido nos próximos dias. A vista à fábrica foi guiada pelos vários departa-mentos para mostrar como irá funcionar.A LNG tem as três docas de carrega-mento prontas a receber os navios preparados para o transporte de gás líquido. Este é um dos maiores investi-mentos na indústria angolana moderna, orçado em mais de 10 mil milhões de dólares norte-americanos e financiado pela multinacional Chevron em 36,4, pela Sonangol em 22,8, a italiana ENI e a Total e a britânica BP, com uma participação apenas de 13,6 por cento

cada no capital investido. A fábrica Angola LNG terá uma capacidade ins-talada de 5.2 mil milhões de toneladas do produto/ano, dos quais 125 milhões de pés cúbicos vão ser entregues dia-riamente à Sonangol para o abasteci-mento do mercado nacional. A fábrica vai produzir três tipos de gases, nome-adamente, o gás natural liquefeito, o propano e o butano.As equipas operacionais da fábrica estão já a fazer testes aos equipamen-tos de última geração ali instalados e à eficácia dos cincos tanques, no sentido de garantir o primeiro carregamento de gás natural liquefeito com segurança exigida, atendendo às especificidades do produto.

A nível do município do Soyo, o pro-jecto conta com uma linha de mais de 500 quilómetros de gasodutos que vão transportar o gás dos campos de explo-ração em on-shore e off-Shore a partir dos blocos 2 e 17 no Zaire.Neste momento procedem-se os tes-tes hidráulicos dos tanques, antes do primeiro carregamento de gás, para o início da exploração.A fábrica vai operar com sete impo-nentes navios encomendados propo-sitadamente para o transporte de gás natural da fonte para os mercados de consumo, nomeadamente Ásia, para aonde vai ser canalizada cerca de 50 por cento do produto, Europa e Amé-rica do Norte.

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PROJEcTO ANGOLA LNG

numa nova era de negócios” constitui também um desiderato da petrolífera estatal angolana na sua Visão Estraté-gica relativa ao gás/energia.Na sua apresentação, o Presidente do Conselho de Administração do Angola LNG falou também das principais carac-terísticas do Projecto. A propósito desse aspecto particular, António órfão refe-riu-se à utilização do gás associado de blocos da zona marítima (Cabinda e blocos 14, 15, 17 e 18) e do gás não asso-ciado de quatro campos descobertos que serão futuramente desenvolvidos.Com uma capacidade nominal de pro-dução de 5,2 milhões de toneladas/ano, o Angola LNG tem 3 pontões de car-regamento (refira-se que a previsão é

A participação da Sonangol no Projecto Angola LNG assenta numa Visão Estratégica englo-bando o petróleo e o gás/ener-

gia. Em relação ao petróleo, a Visão Estratégica da Sonangol consiste no seguinte: permitir o ulterior desenvolvi-mento dos blocos de águas profundas (14, 15, 17, 18 e outros blocos futuros) sem queima de gás e contribuir para a redu-ção da queima de gás na Concessão de Cabinda; Solução integrada e de múlti-plos blocos, para evitar a queima de gás (sinergias e economia de custos); Pro-tecção ambiental e cumprimento da legislação angolana que regulamenta as actividades petrolíferas e não per-mite a produção com queima de gás. No que concerne ao gás/energia, a Sonangol pretende que o Angola LNG se torne um “projecto âncora” que facilite o desenvolvimento de futuras oportu-nidades que advenham do gás natu-ral (petroquímica e outras) e que o gás natural associado, antes considerado um produto das actividades petrolífe-ras, seja estabelecido como uma fonte de receita, emprego e desenvolvimento regional. “Permitir que a Sonangol par-ticipe e adquira novas competências (técnicas, operação de uma unidade de LNG e comercialização de gás natural)

o projecto angola lnG começa a produzir Gás natural liquefeito no terceiro trimestre do ano. É a nova era do gás natural em angola.

de 74 carregamentos/ano), uma frota exclusiva de 7 navios de LNG e uma rede de gasodutos de 500 quilóme-tros. Ainda de acordo com estimativas, o Angola LNG, que terá 125 MMSCFD (1,2 bcm por ano) de gás disponíveis para consumo doméstico, deverá pro-duzir durante mais de 30 anos. Na zona terrestre, as instalações do Projecto, adjacentes à base da Sonan-gol E.P. no Kwanda, junto ao rio Congo, e que ocupam uma área de 136 hecta-res, têm uma capacidade de cerca de 60.000 barris/dia de LPG e conden-sados. Essas instalações permitirão o fornecimento de butanos pressu-rizados igualmente para o mercado nacional.

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PLANO DE cOMERcIALIZAçãO

Organizar e garantir a venda viável para mercados de maior valor, fora de Pas-cagoula (Mississipi, Estados Unidos da América), é um dos objectivos principais do Plano de Comercialização segundo o qual os concursos iniciais serão fei-tos no âmbito DES (entregue a bordo do navio), no sentido da garantia das vendas. São também objectivos princi-pais o estabelecimento do Angola LNG como protagonista-chave e fiável nos mercados flexíveis e à vista de LNG, bem como o desenvolvimento de uma

carteira com uma combinação de ven-das à vista e de médio a longo prazo.O Presidente do Conselho de Adminis-tração do Angola LNG realçou ainda que as vendas de Gás Natural Lique-feito serão constituídas de uma com-binação que incluirá vendas à vista ou a curto prazo, através da abertura de concursos transparentes, sendo utilizados para o efeito contratos--base de venda pré-negociados pela Angola LNG. A referida combinação inclui também contratos de compra e venda de LNG a prazo e vendas FOB (sem encargos a bordo) e DES (entre-

gue a bordo do navio).Entretanto, os investidores do Pro-jecto anunciaram muito recentemente a constituição, no Reino Unido, de uma nova empresa, a Angola LNG Marke-ting Ltd. (ALM), que terá a missão de comercializar carregamentos de LNG a nível mundial em nome da Angola LNG Limited. Com sede em Londres, a ALM tem como accionistas a Sonan-gol Gás Natural Limitada (50%), a Che-vron Global Energy Inc. (23,6%), a BP Exploration (Angola) Limited (8,8%), a Eni International B.V. (8,8%) e a Total Angola Ltd. (8,8%).

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OUTRAS PARTIcULARIDADES DO PROJEcTO

O Angola LNG tem tudo para se cons-tituir como a pedra angular para a cria-ção de uma nova base industrial e um catalisador do desenvolvimento regio-nal. O Projecto, que representa segu-ramente a nova era do gás natural em Angola, vai gerar emprego e incentivar a criação de pequenos negócios e investi-mentos comunitários locais, ou seja, no Soyo. Recorde-se que o auge da fase de construção da fábrica proporcionou mais de 6.500 empregos, 60% dos quais para cidadãos angolanos.Ainda do ponto de vista de investimento comunitário, o Projecto Angola LNG tem as seguintes referências: reabilitação e ampliação do hospital municipal do Soyo e da escola do bairro da Marinha, pro-grama de beneficiação de estradas do Soyo, programa de reabilitação do aero-porto local, novas turbinas a gás de 22 MW, para melhorar o fornecimento de energia eléctrica na área do Soyo, nova

estrada e ponte para interligar o local da fábrica à nova zona industrial e o finan-ciamento de habitações comunitárias.O Angola LNG vai permitir também que Angola tenha reservas adicionais de gás natural que serão provenientes da futura pesquisa desse produto da indústria petrolífera. Um outro importante marco do Projecto é o facto de o mesmo ter registado até ao momento um excelente desempenho de segurança, tendo como indicador 24 milhões de horas-homem trabalhadas sem uma lesão com Dias de Ausência ao Trabalho (DAFW). No que concerne ao Ambiente, desta-cam-se programas de protecção da Bio-diversidade, entre os quais a Protecção da Vida Selvagem, o Plano de Monito-rização dos Mangais e o Programa de Conservação das Tartarugas Marinhas.

HISTóRICO DO PROJECTO Os primeiros passos foram dados em Novembro de 1997, com a realização de

uma reunião inicial entre a Sonangol e a Texaco. Em Abril de 1998 foi conclu-ída a Viabilidade Conjunta, sendo que em Março de 2002 foram integrados novos parceiros no Projecto (Acordo de Participação).Em Março de 2005, o governo de Angola aprovou o Memorando de Entendi-mento Fiscal, enquanto Setembro do ano seguinte registou a Adjudicação do Contrato de Dragagem e Recupe-ração de Terrenos e Janeiro de 2007 a Adjudicação do Contrato de Engenha-ria e Aprovisionamento à Bechtel. Em Outubro desse mesmo ano, o Decreto--Lei relativo ao Projecto foi publicado em Diário da República. No dia 10 de Dezembro de 2007 houve a celebra-ção do Contrato de Investimento (FID) e a Adjudicação do Contrato de Cons-trução à Bechtel. Quatro anos depois (2011), em Junho, a fábrica tinha a pri-meira quantidade de gás, sendo que o início da produção está previsto para o terceiro trimestre de 2012.

O ANGOLA LNG É UM PROJEcTO INTEGRADO, cOM UMA FORTE

PARcERIA. REFIRA-SE QUE OS SEUS INVESTIDORES E OS AccIONISTAS DA ANGOLA LNG LIMITED, PROPRIETÁRIA

DA FÁBRIcA DE LNG E DE OUTROS AcTIVOS DO REFERIDO PROJEcTO EM ANGOLA, SãO A SONANGOL GÁS NATURAL LIMITADA (22,8%), A cABINDA GULF OIL cOMPANY

LIMITED (36,4%), A BP EXPLORATION (ANGOLA) LIMITED (13,6%), A ENI

ANGOLA PRODUcTION B.V. (13,6%) E A TOTAL LNG ANGOLA LTD. (13,6%).

Hélder Sirgado (Compilação) LNG (Fotografia)

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Admite-se que os maiores reser-vatórios petrolíferos da camada pré-sal, ou seja, os que se encon-

tram entre as rochas constituídas por sal-petrificado depositado sob outras lâminas menos densa no fundo dos oce-

anos, se encontram no Brasil (entre as regiões Nordeste e a sul), no Golfo do México e na costa ocidental africana. Como que a confirmá-lo a Empresa de

Pesquisa Energética (EPE) do Brasil já avançou uma estimativa segundo a qual a produção brasileira de petró-leo deverá quase triplicar até 2020, passando dos actuais 2,3 milhões de barris diários (bpd) para 6,1 milhões

bpd. Este projectado aumento, ainda segundo a EPE, deverá vir de áreas com reservas ainda não confirmadas.Com efeito, não nos param de chegar notí-

cias de novas descobertas no pré-sal brasileiro, algumas delas reportando-se às posições que a Sonangol aí detém.É o caso da Sonangol Starfish, adqui-rida pela Sonangol à brasileira Star-fish em 2010, que descobriu indícios de

petróleo no pré-sal da bacia de Cam-pos, no bloco C-M-622, tendo infor-mado a ANP (a Agência Nacional do Petróleo brasileira) que encontrou indí-

NOVAS DEScOBERTAS NO PRÉ-SAL BRASILEIRO

no pré-sal brasileiro as descobertas somam e seguem. a sonangol participa em consórcios que anunciaram recentemente ter encontrado novos reservatórios

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o Pré-sal BrasilEiro

As reservas de petróleo, encontradas na camada pré-sal do litoral brasileiro situam-se no Atlântico Sul, dentro da Zona Económica Exclusiva (ZEE) do Brasil, apresentando média a alta qualidade, segundo a escala API. O conjunto de campos petrolíferos do pré-sal estende-se entre o litoral dos estados do Espírito Santo até Santa catarina, com profundidades que variam de 1.000 a 2.000 metros de lâmina d'água e entre 4.000 e 6.000 metros de profundidade no subsolo, chegando portanto até 8.000 metros da superfície do mar, incluindo uma camada que varia de 200m a 2.000m de sal.Apenas com a descoberta dos três primeiros campos do pré-sal, Tupi, Iara e Parque das Baleias, as reservas brasileiras comprovadas, que eram de 14 biliões de barris, aumentaram para 33 bilhões de barris. Além destas, existem reservas possíveis e prováveis de 50 a 100 biliões de barris.A descoberta do petróleo nas camadas de rochas localizadas abaixo das camadas de sal só foi possível devido ao desenvolvimento de novas tecnologias como a sísmica 3D e sísmica 4D, de exploração oceano-gráfica, mas também de técnicas avançadas de perfuração do leito marinho, sob até 2 km de lâmina d'água.É possível que novas reservas do pré-sal sejam encontradas ainda mais distantes do litoral brasileiro, fora da ZEE, mas ainda na área da plata-forma continental, o que permitiria ao Brasil reivindicar exclusividade sobre futuras novas áreas próximas. Recorde-se, a propósito, que alguns países nunca assinaram a convenção das Nações Unidas sobre o Di-reito do Mar e que alguns dos que o fizeram não ratificaram o tratado.

cios de petróleo em dois reservatórios com a perfuração de apenas um poço, o 6STAR24PRJS, nas profundidades de 4.700 metros e 5.200 metros, segundo informações da companhia. O poço foi denominado Gaivota.Refira-se que a Sonangol Starfish é a sexta produtora de petróleo no Brasil, de acordo com ranking da ANP, com pro-dução de 832 barris diários e 1,6 milhão de metros cúbicos de gás natural. A Starfish originalmente era composta por ex-funcionários da Petrobras e pro-duzia petróleo em blocos terrestres. Também a Petrogal Brasil, controlada pela Galp Energia, onde a Sonangol detém uma relevante posição, anun-ciou a descoberta de evidências de petróleo num dos seus poços pela ter-ceira vez em três meses. A descoberta foi efectuada no poço 7AND2RN, situada no campo Andori-nha, na Bacia de Potiguar, no nordeste brasileiro. O anúncio foi feito à Agên-cia Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis brasileira. A 4 de Janeiro, foi feita uma descoberta de evidências de petróleo no poço 1GAL-P40RN, no bloco POT-T-563, numa concessão detida a 50% pela Galp e pela Petrobras, na Bacia de Potiguar.

Também nessa bacia do nordeste do Brasil foram divulgadas descobertas de evidências de petróleo por parte da Petrogal Brasil. Neste caso, foi no poço 1GALP41RN, do bloco POT-T-608, no qual a Petrogal detém a posição de operadora responsável. A petrolí-fera estatal brasileira Petrobras detém 50% do bloco. Nos três casos, não foi determinado se as evidências de petróleo se con-substanciam em matéria comercial-mente viável. Estes três anúncios deram-se em 2012, depois de, em Novembro do último ano, a Galp ter anunciado que o poço BRSA-946C-SPS, conhecido como Biguá e situado no pré-sal da Bacia de Santos, tinha petróleo de ‘boa quali-dade’. O poço é explorado pela Galp em consórcio com a Petrobras e a Shell.A Petrogal Brasil integra ainda o con-sórcio que explora o bloco BM-S-8, onde, em Março, foi detectado um novo poço durante a perfuração de um outro reservatório a 232 quilóme-tros do litoral paulista. O poço situa--se na camada do pré-sal na Bacia de Santos, onde já existem mega campos como o Lula e o Iara. Uma amostra-gem feita no material comprovou que

o petróleo tem cerca de 31º API (escala que mede a densidade do óleo), o que indica boa qualidade. A Petrobras controla o consórcio, com 66% do total. A Petrogal Brasil (14%), a Barra Energia do Brasil Petróleo e Gás (10%) e a Queiroz Galvão Exploração e Produção (10%) completam a lista dos administradores.No passado mês de Junho coube à Petrobras o anúncio da descoberta de petróleo de boa qualidade no terceiro poço perfurado na área Sul de Guará, na camada do pré-sal da Bacia de Campos. Denominado 1-BRSA-1045-SPS (1-SPS-96), o poço estende-se por uma lâmina d'água de 2.202 metros e fica localizado a uma distância de 320 km do litoral do Estado de São Paulo.‘De acordo com o contrato, nessa área a Petrobras tem o direito de produ-zir até 319 milhões de barris de óleo equivalente’, informou a empresa, em comunicado.O poço fica na área de cessão onerosa, contrato firmado entre a petrolífera estatal e o governo federal brasileiro, no qual a Petrobras recebeu R$ 75 milhões (USD 36,44 milhões) em troca de 5 mil milhões de barris de petró-leo retirados da camada do pré-sal.

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rto ANGOLA cOM A MAIOR DELEGAçãO

AFRIcANA NOS JOGOS OLÍMPIcOS EM LONDRES

A delegação angolana nos Jogos Olímpicos Londres 2012 foi a mais numerosa dos Países Africanos de

Língua Oficial Portuguesa (PALOP) com 34 atletas distribuídos por sete moda-lidades entre o andebol, basquetebol, atletismo, natação, canoagem, boxe e judo.O sonho de uma medalha esteve nas mãos da judoca Antónia de Fátima "Faia", a porta-estandarte na cerimónia de abertura de Londres2012, que aca-bou por perder no seu primeiro e único combate com a colombiana Yuri Alvear, a 23 segundos do fim do combate. A ju-doca angolana fez o seu melhor, mas do outro lado estava uma adversária que é a nona no ranking mundial, enquanto Faia é somente 34ª. Na natação os atletas falharam a clas-sificação para a fase seguinte, tanto Pe-dro Pinotes de 23 anos, nos 400 metros estilos, e Mariana Henriques de 18 anos, nos 50 metros livres, ambos estreantes nos jogos Olímpicos.A selecção nacional sénior feminina de basquete também não esteve muito bem com cinco derrotas contra a Turquia, Es-tados Unidos da América, China, Croácia e, por último, com a República Checa.A desilusão estendeu-se também ao basquete masculino, a selecção que foi 10 vezes campeã do continente africano não conseguiu qualificar-se.Na canoagem Fortunato Pacavira dispu-tou a final B K1 1000 metros, ficando na sexta posição e na final B K2 1000 metros a dupla Fortunato Pacavira/Nelson Hen-riques conseguiu apenas o quarto lugar. Já o pugilista N’tumba Silva foi o único angolano que não competiu. O combate com o bicampeão do mundo, o italiano Clemente Russo, na categoria de mais de 90 quilos, não chegou a realizar-se porque o atleta faltou à pesagem.Esta foi a oitava vez que Angola com-petiu nos Jogos Olímpicos, depois de se

JOGOS OLÍMPIcOS 2012

a 37 sEguNDos Dos mEDalhaDos

A DUPLA FORTUNATO PAcAVIRA DE 34 ANOS E NELSON HENRIQUES DE 25 ANOS ERA A ESPERANçA DE ANGOLA GANHAR UMA MEDALHA NOS JOGOS OLÍMPIcOS DE LONDRES. AINDA NãO FOI DESTA QUE SUBIRAM AO PóDIO, MAS A DUPLA PROMETE TRAZER UM MELHOR RESULTADO DAQUI A 4 ANOS, NO RIO DE JANEIRO.

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ter estreado em Moscovo (1980), Seul (1988), Barcelona (1992), Atlanta (1996), Sydney (2000), Atenas (2004) e Pequim (2008).Esperemos que o número de medalhas dos países de língua portuguesa aumen-te nos jogos olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.Na história destes jogos Olímpicos em Londres ficaram algumas estrelas. O velocista jamaicano Usain Bolt e o na-dador norte-americano Michael Phelps foram as grandes figuras dos Jogos Olím-picos de Londres 2012. Bolt repetiu as três medalhas de ouro que arrecadou há quarto anos, em Pequim, nos 100, 200 e 4x100 metros, mas este ano com um recorde olímpico no hectómetro (9,63) e um espantoso recorde mundial na es-tafeta (36,84).

Michael Phelps foi o rei na piscina, al-cançou mais quatro medalhas de ouro e duas de prata, passou a ser o atleta com o maior número de medalhas na histó-ria dos jogos olímpicos, um total de 22 medalhas, sendo 18 medalhas de ouro. Outro destaque nestes jogos olímpicos foi a nadadora chinesa Liuyang Jiao que ganhou a medalha de ouro nos 200 me-tros em mariposa e bateu o recorde olím-pico na prova com o tempo de 2.04.06, tirando 12 centésimos de segundo ao an-terior máximo olímpico que pertencia à sua compatriota Liu Zige. No basquete masculino o ouro foi pa-ra os USA numa luta renhida com a Espanha que tentava o primeiro ouro olímpico, mas os Estados Unidos mos-traram porque é que eram considera-dos os favoritos. LeBron James e Kobe

Bryant comandaram as acções ofen-sivas e conquistaram a 46º medalha de ouro norte-americana em Londres.Mas nem tudo foi um mar de rosas. Das 204 delegações representadas nos jogos olímpicos, 119 regressaram a ca-sa sem uma única medalha, incluindo países com tradição desportiva como o Paquistão, Nigéria ou a Áustria. Dentro do bloco da lusofonia, foi ainda mais de-sanimador, com a excepção do Brasil que arrecadou 17 medalhas. Portugal só conseguiu um pódio com a dupla de ca-noagem Fernando Pimentel/ Emanuel Silva.Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste não conquistaram qual-quer medalha.

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Este projecto público-privado, desenvolvido pela “Sociedade Baía de Luanda, SA” tendo como

principais accionistas a Sonangol, o Banco Privado Atlântico, o Banco Comercial Português e a Finicapital, foi conduzido ainda pelas constru-toras Mota-Engil e Soares da Costa e custou cerca de 36 mil de kwan-zas, uma obra realizada sem neces-sidade de se recorrer ao orçamento Geral do Estado.

A capital angolana tem agora um novo rosto para o bilhete postal. A nova Baía de Luanda, agora despoluída, conta com 147 mil metros quadrados de espaços pedonais, 3,1 quilómetros de passeio marítimo e de ciclovias, três parques infantis, três espaços para prática de desporto, cinco cam-pos de basquete de rua, cinco espa-ços para eventos culturais e 10 novas praças públicas ao longo do passeio marítimo.

Os habitantes de Luanda podem agora desfrutar de uma área completamente renovada com espaços de lazer e cul-turais com maior fluidez rodoviária e parques de estacionamento. A Sociedade Baía de Luanda compro-mete-se a assegurar, numa concessão por cinco anos, que a nova marginal será um espaço com regular activi-dade de eventos culturais e desporti-vos, assim como fará a manutenção do espaço e das zonas verdes.

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NOVA MARGINAL DA BAÍA DE LUANDA

a baía de luanda está mais bonita! a obra de requalificação fui inaugurada no dia 28 de agosto pelo presidente de angola, José eduardo dos santos, no dia do seu aniversário.

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A exposição que teve como objec-tivo tornar o jazz numa música mais conhecida pelos angolanos

veio para incentivar as pessoas a assis-tirem aos concertos de jazz realizados em várias partes do mundo.Segundo Rosa Reis, a ideia nas-ceu em 1997, no Festival Internacio-nal Seixal Jazz, em Portugal, quando viu e sentiu a intimidade dos músicos e a harmonia entre os instrumentos. “É linda a relação que existe entre eles e foi assim que passei a fotografar. Foi paixão de imediato ao ver a intrusão entre os músicos e os instrumentos. Aqui nasceu a vontade de fotografar o que há de mais bonito no mundo do Jazz e

nunca mais parei de fotografar”, acres-centa Rosa Reis.A fotógrafa disse também que pouca gente conhece o jazz e este trabalho leva-a a conhecer o quanto é bonito o jazz. Para o crítico de Jazz, Jerónimo Belo, que partilha da mesma opinião, “esta exposição é muito importante para as pessoas que queiram conhe-cer o jazz, pois têm aqui uma excelente oportunidade. Em Angola o Jazz ainda não ganhou o espaço merecido, por isso toda a iniciativa para elevar o nome do Jazz em Angola é muito bem vinda. É um caminho que as pessoas têm para conhecer mais o Jazz e saberem que é uma arte como qualquer outra e, ao

mesmo tempo, é muito profunda, algo que toca na alma de qualquer pessoa”.O espaço do Instituto Camões pareceu pequeno para os amantes e amigos do Jazz que apareceram para apreciar o tra-balho da fotógrafa. Uma grande profis-sional que trabalha por amor ao Jazz e isso espelha-se nas fotografias expos-tas, mais de trinta figuras de renome do Jazz como a cantora norte ameri-cana Dee Dee Bridgewater, o vibrafo-nista e marimbista Bobby Hutcherson ou a baterista Cindy Blackman. De real-çar que Dee Dee Bridgewater é consi-derada a voz do Jazz clássico actual e esteve no ano passado no Luanda Inter-nacional Jazz.

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“JAZZ: AS SOMBRAS E A LUZ”

Mais de 30 figuras do mundo do Jazz retratadas numa exposição fotográfica assinada por rosa reis, no instituto Camões, em luanda.

• Setembro 2012 - Nº2740

SUL-cOREANOS VIBRARAM cOM AcTUAçãO DE MÚSIcOS ANGOLANOS

cULTURA ANGOLANA “DEU SHOW” NA EXPO YOESU 2012

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O pavilhão de Angola recebeu dia-riamente cerca de 10% do total de visitantes da Expo Yoesu,

evento que decorreu de 12 de Maio a 12 de Agosto de 2012, na Coreia do Sul, e no qual a Sonangol esteve representada com um stand exibindo a sua essência e potencial. Os vídeos, nos quais foram apresenta-das as zonas costeiras do país, a área interactiva que levou os visitantes a uma pequena viagem pela biodiversi-dade, o compromisso com a preserva-ção do ambiente e a cultura angolana despertaram bastante curiosidade aos visitantes do pavilhão. Dos 106 países presentes na Expo 2012, sendo 26 do continente africano, mais

de metade dos seus representantes esteve no Pavilhão de Angola, atraí-dos sobretudo pelo restaurante Mufete que ofereceu o melhor da gastronomia angolana e umas "festas de quintal" com música ao vivo, com performan-ces diárias dos cantores Gelsom Cas-tro, Gisela Silva e do grupo de dança e percussão Kina Ku Moxi.O grupo de dança Kintueni Yinduta, da província de Cabinda, norte do país, foi a principal atracção do primeiro de oito espectáculos músico-culturais que artis-tas angolanos abrilhantaram nos diver-sos recintos fora do pavilhão de Angola na Expo Yeosu 2012.Com um repertório com temas tradi-cionais dos povos daquela província

de Angola, o grupo levou ao delírio mui-tos sul-coreanos que encheram, por completo, a sala de exibições do Multi--Purpose Hall e aplaudiram de forma entusiasta a sua actuação.

De acordo com a representante do Depar-tamento de Acção e Artes da Secretaria Provincial da Cultura de Cabinda, Maria do Céu, os números apresentados retra-taram a dança típica local, o Kintuene, que deu nome ao conjunto. Maria do Céu considerou bastante valioso o intercâm-bio cultural entre os povos do mundo.

Subiram também ao palco e com mere-cida ovação os músicos Lulas da Pai-xão, Nicol e Walter Ananás, Canícia, Duo

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Canhoto e o grupo Nguami Maka. Nadir Tati, estilista ango-lana, também esteve em acção, com manequins angolanas e coreanas a exibirem a sua criatividade.Lula da Paixão, por sua vez, apresentou três dos seus muitos temas e disse sentir-se regozijado pelo convite que lhe foi for-mulado para representar o Semba no conjunto de músicos angolanos presente em Yoesu.No final do primeiro espectáculo, o director de eventos cultu-rais da Comissão Nacional da Expo, Kayaya Júnior, afirmou que

o mesmo correspondeu às expectativas e abriu boas pers-pectivas para as actuações posteriores. Kayaya Júnior realçou o facto de as pessoas se terem mostrado animadas, tendo referido que a música angolana conseguiu entrar na alma dos sul-coreanos que vibraram com espectáculos de ima-gens contagiantes. "Penso que estamos a conseguir passar a nossa cultura. Houve uma química muito boa que funcio-nou na feira entre o povo sul-coreano e os artistas angola-nos", acrescentou.

o Dia DE aNgolaFoi de forma entusiástica, como só o angolano o sabe fazer, que Angola viveu o seu dia (20 de Julho) na ExPO Yeosu 2012. A delegação governamental angolana, que participou das actividades alusivas ao Dia de Angola, foi chefiada pelo minis-tro da Geologia e Minas e Indústria, Joaquim David, integrando também outros membros do executivo, embaixadores e deputados à Assembleia Nacional. No âmbito cultural, o destaque foi sem dúvida para o momento em que um cidadão sul coreano interpretou a música ango-lana Muxima … em Kimbundu, o que levou a plateia ao delírio. Mas, verdade seja dita que as apresentações dos angolanos ao longo das várias actividades culturais também foram efusivamente recebidas pelos sul coreanos.A próxima edição deste importante evento internacional terá lugar em 2015, na cidade italiana de Milão.

• Setembro 2012 - Nº2742

O Luanda Internacional Jazz festi-val já ganhou lugar na rota anual dos grandes eventos musicais,

artísticos e culturais internacionais. Em Julho, como tem sido hábito nos últimos 4 anos, o calendário aponta Luanda, como destino para assistir a um grande espec-táculo de Jazz. Foram três dias de uma enorme diversidade, não apenas musi-cal, mas também cultural e etnográfica com a vinda de artistas de vários azimu-tes de África, Europa e América e com géneros e sonoridades dispares desde o Jazz ao Pop, passando pela música soul, R&B até aos sons tradicionais e modernos de África. Ao longo destes últimos anos, tem-se notado a presença de um cartaz mais

luso-angolano, com apostas nos íco-nes do afro-jazz e enaltecendo a música popular angolana. Este ano também não foi diferente com a presença do Con-junto Angola 70, os Djs Djeff e Darcy, a jovem Aline Frazão e a interpretação do artista angolano Coréon Dú, uma actuação com base no trabalho disco-gráfico “The Coréon Experiment” e que teve nota positiva da plateia.A organização do Luanda Internacio-nal Festival Jazz ofereceu também um curso de formação em jornalismo cul-tural aberto a todos os jornalistas e escritores de várias áreas, de forma a aumentar as competências e usar o evento como um trampolim para uma escrita mais criativa e técnica.

E que grande evento, uma enorme “explo-são” cultural e artística que encheu o Cine Atlântico, em Luanda, nos três dias de espectáculo.Uma plateia atenta que se deslocou entre os palcos Welwitschia e o Palanca para ver brilhar muitas estrelas interna-cionais, um punhado de nomes repre-sentativos do Jazz como o saxofonista americano Maceo Parker, conhecido pelo seu trabalho com James Brown em 1960, a muito simpática nigeriana, Asa que ganhou, há 4 anos, o prémio fran-cês Constantin de melhor novo talento da indústria da música, o já conhecido entre nós Manu Dibango, safoxonista camaronês que, apesar da idade, conti-nua em palco com uma presença extra-

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ra 4ª EDIçãO DO LUANDA

INTERNAcIONAL JAZZ FESTIVAL

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ordinária, um verdadeiro gentleman que nos deixa extenuados, o brasileiro Ivan Lins que ao piano nos deliciou com temas bem conhecidos do Jazz, bossa nova e soul, a muito querida dos angolanos Sara Tavares, que conseguiu, mais uma vez, por a plateia de pé a cantar e deixou um recado emocionado “oiçam sempre o som da vossa alma, do coração, o som de África”. O veterano flautista e saxofo-nista Americano, Hubert Laws com mais de 40 anos de carreira no Jazz que se fez acompanhar pela filha. Concha, a Espa-nha a estrear-se nos palcos de Luanda,

uma mistura de flamenco com soul e Jazz que surpreendeu a audiência. O tão espe-rado, Marcus Miller, mestre do contrabaixo com uma actuação muito electrizante e que pôs a plateia a vibrar com o tema de sucesso “Get up, stand up”, de Bob Marley, ele que já acompanhou muitos artistas como Bárbara Streisend, Mariah Carey, Elton John e até mesmo Frank Sinatra, Aretha Franklin e Miles Davis. A vocalista do Mississípi, Cassandra Wil-son, que teve como integrante na sua banda o angolano Simmons Massini, o melhor guitarrista de Angola que está ao

nível dos melhores do mundo, como o qua-lificam os colegas internacionais Richard Bonna, Jean Michel Rotin ou Wiclef Jean. Cassandra surpreendeu ainda a plateia quando pediu a Afrikannita para subir ao palco e cantar com ela o tema “Angola”, da diva dos pés descalços, Cesária Évora.O encerramento desta 4ª Edição do Luanda Internacional Festival Jazz ficou a cargo dos Boyz II Men. Os meninos de Filadélfia fizeram vibrar a plateia ao recor-dar os seus maiores êxitos da década de 90.

• Setembro 2012 - Nº2744

Esteve patente no Museu de História Natural, em Luanda, uma retros-pectiva individual do artista ango-

lano Pedro Yaba, cujo percurso ficou marcado pelo encontro com a artista Danielle Vassa, em 2007. Daí para a frente foi havendo uma série de cola-borações que culminaram em diver-sas exposições nos museus e galerias de arte Moderna, como em Nova Iorque, Lisboa e em Paris. Passagens essas que apresentaram a nossa arte contempo-rânea e que merecem agora ser apre-ciadas em Angola, no país de origem de Pedro Yaba, para que a comunidade artística e os amantes de arte possam conhecer esse percurso internacional.Pedro Yaba é natural de Luanda, mas tem passado grande parte da sua vida a viajar. Estudou no Brasil, passou pela América do Sul, Argentina, Bolívia, Chile, Perú e depois pela Europa onde conheceu Danielle Vassa, numa pequena aldeia, na Suíça. “Cruzei-me com uma grande artista plástica francesa a Danielle Vassa que já tinha mais de 40 anos de carreira, uma senhora que se interessou por um trabalho meu e teve curiosidade em conhecer-me. Ela é formada em Belas Artes de Paris e na altura deu-me algu-mas orientações no que tange à pintura. Eu tinha algumas lacunas, então tra-balhei um ano com ela, uma colabora-ção tremenda que culminou com uma exposição colectiva. A partir daí a minha carreira como artista plástico profissio-nal desabrochou e estamos aqui hoje”.Pedro Yaba lembra-se de sempre ter desenhado e pintado, mas como hobby, aliás a sua formação é em Direito Admi-nistrativo e Informática, mas hoje a his-

tória do artista está a seguir outro rumo e já não vive sem pintar como afirma: “O desenho é algo que está em mim, aliás em todos os meus momentos de tormento, momentos difíceis, o meu refúgio sempre foi o desenho e a pin-tura. Cada quadro é um projecto que começa no papel, muitas vezes começa na escalada da noite, estou deitado imagino alguma coisa e levanto-me. Quando sinto que esse projecto está concretizado no papel, transporto-o para a tela, depois há o tempo, eu não corro para pintar, só quando sinto que o projecto está finalizado na tela é que começo à procura das cores”Pedro Yaba intitula-se como um sonha-dor e observar estes quadros é como fazer uma viagem. A critica internacio-nal considera que ele conseguiu realizar em pouco tempo as mesmas obras que os grandes mestres da pintura levaram anos. A amiga Danielle Vassa diz haver uma grande vantagem, ser africano e, por isso, é-lhe inato. Pedro Yaba ainda sublinha que “os grandes mestres do cubismo, do surrealismo só tiveram grande sucesso quando se voltaram ou quando começaram a imitar as másca-ras africanas, a arte africana e aí con-seguiram chegar ao auge, ao topo das suas realizações”.Pedro Yaba que já expôs no Museu de arte Moderna, em Nova Iorque, esteve até 15 de Agosto, no Museu de História Natural com a primeira exposição indi-vidual com esta retrospectiva onde se destaca o olhar do artista sobre o con-tinente africano e a silhueta da mulher de forma surrealista e impressionista.

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“cAMINHO DAS cORES”

“as CorEs FaZEm a BailariNa, mas as CorEs Não Estão Estáti-Cas, Estão Em movimENto, ExaC-tamENtE Como os movimENtos DE uma BailariNa, Como sE o PróPrio QuaDro Em si EstivEssE Em DaNça”

pequenos rascunhos da vida de pedro Yaba

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• Setembro 2012 - Nº2746

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SOLTE AS SUAS PALAVRAS

Este prémio, de periodicidade bienal, foi instituído pela Sociedade Nacio-nal de Combustíveis de Angola

– Empresa Pública, tendo sido apresen-tado pelo secretário-geral da União dos Escritores Angolanos (UEA) Carmo Neto.O "Prémio Sonangol Revelação" visa distinguir jovens escritores angolanos, exclusivamente angolanos e que resi-dam em território angolano, que não tenham obras publicadas no mercado. Esta premiação inicia-se a partir de Fevereiro de 2013 e visa distinguir qua-litativamente obras literárias ou de investigação.

As obras em concurso terão que ser iné-ditas e dactilografadas, em cinco exem-plares, e deverão ser obrigatoriamente assinadas com o pseudónimo literário e entregues num envelope fechado. O prémio será bienal e as obras em concurso deverão ser entregues impre-terivelmente até ao dia 30 de Setem-bro de 2012, na sede da UEA.Quanto ao género literário, de acordo com o regulamento, as obras literá-rias submetidas a concurso compre-enderão todos os géneros literários, sendo igualmente considerados todos os trabalhos científicos ou de ensaios

em língua portuguesa, que se refiram aos factos e acontecimentos ou per-sonalidades, ocorridos ou relaciona-dos com Angola. O júri será composto por cinco mem-bros, sendo dois nomeados pela UEA, um nomeado pelo Ministério da Cul-tura, outro designado pelo Ministério da Educação e um indicado pela Sonan-gol. Cada membro do júri receberá a quantia de 2.500,00 dólares america-nos, pelos serviços prestados. A cerimónia de entrega do Prémio Lite-rário Sonangol Revelação terá lugar a 25 de Fevereiro de 2013, em Luanda.

PRÉMIO SONANGOL REVELAçãO 2013

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• Setembro 2012 - Nº2748

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Er UM PARAÍSO NA TERRA, NA BARRA DO KWANZA

TARPON LODGE

O Tarpon Lodge foi inaugurado em Setembro de 1984, desde então tem vindo a crescer, hoje tem uma série de bunga-

lows, todos em madeira e muito confor-táveis. Cada bungalow tem duas camas, casa de banho e varanda ora com vista para o rio, ora para o mar. Dispõe ainda de um restaurante, piscina e uma sala

preparada com todos os meios tecno-lógicos para ser alugada para conferên-cias ou reuniões de trabalho. A paisagem neste lugar, repleto de pal-meiras, é deslumbrante, um contraste entre o verde da relva, o castanho da madeira e o azul acinzentado do rio. Este é o paraíso ideal para quem quer refugiar-se do movimento agitado da

grande cidade. Pode descansar ou se preferir algo mais agitado tem a pesca desportiva. Foi do rio Kwanza que já saí-ram três recordes do mundo, homolo-gados pela International Game Fish Association na captura ao “peixe-prata”, dois em 2006, um com 7,2 quilos e outro com 12,3 quilos e em Julho de 2007, um com 32,5 quilos.

a Barra do Kwanza é a foz onde o maior rio de angola desagua no oceano atlântico. Fica a 70 km a sul de luanda. aqui, antes de chegar à ponte, que limita a fronteira entre a província do Bengo e a província de luanda, encontra alguns aldeamentos turísticos de ambos os lados. este é um local ideal para passar o fim de semana quer pelos passeios no rio ou pelas praias quase desertas. sugerimos o tarpon lodge, quer venha em família ou para namorar, este lodge oferece uma série de infra-estruturas que lhe vai agradar.

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CoNtaCtos tarPoN loDgE, Barra Do KwaNZa Telefone : 912 44 00 52Internet : www.aasafaris.comE-mail : [email protected]ço : 350 dólares (fim-de-semana, pensão completa)

No Tarpon Lodge encontramos um ambiente bastante informal e calo-roso. O cardápio que tem por base a mistura de vários pratos típicos do nosso país e não só, no buffet também pode optar pelo churrasco de peixe e carne com saladas diversas e à discrição. O manjar é saboreado num terraço com piscina e com vista para o rio. Este “pequeno paraíso” está a ficar muito popular, por isso se for de passagem e quiser parar apenas para almoçar é melhor ir cedo, para conseguir mesa, se for dormir tem que fazer a reserva com alguma antecedência para garantir a sua hospedagem, pois a procura deste lugar tem sido cada vez maior.

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o ENERGIA RENOVAVÉL - DESAFIO ALcANSÁVEL

Afonso Chipepe (texto)

Na minha mais recente viagem aos E.U.A pude constatar que a alta do petróleo e da gasolina voltou

a esvaziar os bolsos da população.Nos Estados Unidos, o presidente Barack Obama anunciou planos para diminuir a dependência dos países do petróleo importado com o aumento da produção de etanol.Fiz referência no meu anterior artigo que o momento parece favorecer a ascensão da energia renovável derivada de fontes como a solar, eólica ou de biomassa. Essas fontes têm crescido nos últimos anos, atraindo investidores de peso e alimentando cadeias de suprimento.A Alemanha e a China foram os países que mais investiram no sector (entre US$ 25 bilhões e US$ 30 bilhões cada, em 2009), através de empresas que fa-bricam ou compram equipamentos de energia renovável e de financiamentos governamentais para a pesquisa e apli-cação de tecnologias de energia limpa e de redução do consumo energético. Os EUA ficaram em terceiro lugar com um total de US $15 Bilhões investidos em 2009, segundo a Ren 21, um centro de divulgação de políticas para o sector

sedeado em Paris.Entretanto, a energia renovável ainda não conseguiu superar críticas que a perse-guem. Ela continua cara para concor-rer directamente com os combustíveis fósseis e depende demais de subsídios governamentais.Convém referir que a maioria das fontes de energia renovável enfrenta um grande desafio: boa parte delas é intermitente e ainda não surgiram os avanços tecnológi-cos que podem torná-la uma provedora de energia confiável em tempo integral. Mesmo assim, julgo que para o caso de Angola ela pode ser aplicável nos lugares mais recônditos onde a energia eléctrica para lá chegar é um sonho de vários anos.O custo da energia solar desabou nos últimos anos mas ela só consegue con-correr com o carvão e o gás natural em poucos mercados onde o preço da elec-tricidade é alto demais.Através da energia eólica ou solar, a elec-tricidade só flui quando o vento está a soprar ou o sol está brilhando e isso é o que mais temos em Angola e a custo zero em quase toda a extensão do país, pelo que, para nós, essas fontes de energia são bem-vindas.

Os defensores como eu da energia re-novável dizem que os governos devem continuar a apoiar o seu crescimento, que pode servir obviamente para criar uma fonte de empregos e produção económica para as próximas gerações.Porém, convém também destacar que Angola poderia dar aproveitamento à reciclagem de lixo para energia renová-vel, reduzindo as emissões de dióxido de carbono, beneficiando com isso o meio ambiente local, a saúde e a qualidade do ar local.Estamos certos de que a busca por um combustível que substitua o petróleo levará ainda alguns anos, mas o certo é que as empresas não desistem, con-tinuando na pesquisa não obstante as reclamações de haver um preço a ser pago pela dependência excessiva da energia renovável e que se pode tornar um grande fardo económico.Embora as fontes renováveis ainda sejam caras, o preço pode melhorar daqui a vinte anos. E até lá, quando olharmos para trás, diremos que valeu a pena a persistência de lutar, de buscar, até encontrar.

(*Economista)