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Dinheiro público é da sua conta www.portaldatransparencia.gov.br 1 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO Unidade Auditada: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANA Município - UF: Curitiba - PR Relatório nº: 201315487 UCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO DO PARANÁ RELATÓRIO DE AUDITORIA Senhor Chefe da CGU-Regional/PR, Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço nº 201315487, apresentamos os resultados dos exames realizados sob atos e consequentes fatos de gestão, ocorridos na supra-referida, no período de 06/05/2014 a 01/10/2015. I – ESCOPO DO TRABALHO Os trabalhos foram realizados na UFPR, na FUPEF, em inspeções físicas em outros locais e na própria CGU Regional/PR, no período de 18/08/2014 a 08/10/2015, em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao serviço público federal, objetivando o acompanhamento preventivo dos atos e fatos de gestão ocorridos no período de abrangência do trabalho, qual seja, 06/05/2014 a 01/10/2015. A auditoria sobre o Convênio nº 801546/2014 tem como objetivo principal averiguar o regular cumprimento do objeto do Termo de Cooperação para Descentralização de Crédito nº 1103/2013-DPP, firmado entre o DNIT e a UFPR, ou seja, a elaboração de documentos compostos de anteprojetos e estudos ambientais, bem como a gestão, supervisão e execução de programas ambientais para a rodovia BR-135 no trecho entre Barreiras/BA à Itacarambi/MG em uma extensão total de 423,3 km. Como objetivos específicos, elencam-se os seguintes:

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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO

SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO

Unidade Auditada: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANA

Município - UF: Curitiba - PR

Relatório nº: 201315487

UCI Executora: CONTROLADORIA REGIONAL DA UNIÃO NO ESTADO

DO PARANÁ

RELATÓRIO DE AUDITORIA Senhor Chefe da CGU-Regional/PR,

Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço nº 201315487, apresentamos os resultados dos exames realizados sob atos e consequentes fatos de gestão, ocorridos na supra-referida, no período de 06/05/2014 a 01/10/2015.

I – ESCOPO DO TRABALHO

Os trabalhos foram realizados na UFPR, na FUPEF, em inspeções físicas em outros locais e na própria CGU Regional/PR, no período de 18/08/2014 a 08/10/2015, em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao serviço público federal, objetivando o acompanhamento preventivo dos atos e fatos de gestão ocorridos no período de abrangência do trabalho, qual seja, 06/05/2014 a 01/10/2015.

A auditoria sobre o Convênio nº 801546/2014 tem como objetivo principal averiguar o regular cumprimento do objeto do Termo de Cooperação para Descentralização de Crédito nº 1103/2013-DPP, firmado entre o DNIT e a UFPR, ou seja, a elaboração de documentos compostos de anteprojetos e estudos ambientais, bem como a gestão, supervisão e execução de programas ambientais para a rodovia BR-135 no trecho entre Barreiras/BA à Itacarambi/MG em uma extensão total de 423,3 km. Como objetivos específicos, elencam-se os seguintes:

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- Averiguar o fiel seguimento do Plano de Trabalho elaborado, verificando se eventuais alterações foram devidamente formalizadas e autorizadas pelo Órgão Concedente; - Averiguar a regularidade das despesas incorridas na execução do projeto em análise, sob os aspectos da legalidade, pertinência, elegibilidade, economicidade, entre outros, incluindo as despesas relativas ao ressarcimento dos custos administrativos incorridos pela convenente; - Averiguar a correta utilização do SICONV, em especial quanto à integridade e completude das informações, à transparência na execução das despesas e demais informações referentes ao Convênio; - Averiguar o fiel cumprimento da legislação correlata, em especial o cumprimento das Leis nº 8666/1993 e nº 8958/1994, dos Decretos nº 6170/2007 e nº 7423/2010, da Portaria Interministerial MPOG/MF/CGU nº 507/2011, da Resolução 17/2011-COPLAD/UFPR, bem como a observância dos princípios constitucionais atinentes à Administração Pública; Para tanto, foram realizados os seguintes procedimentos: - Análise do Processo nº 23.075.045823/2013-19 da UFPR, que formaliza o Convênio nº 801546/2014; - Análise de uma amostra dos produtos, em forma de relatórios, anteprojetos e anexos, desenvolvidos pelo corpo acadêmico no âmbito do projeto objeto do Convênio nº 801546/2014; - Análise das informações disponibilizadas no SICONV, referentes à execução dos elementos de despesa incorridos para a consecução do objeto do Convênio em voga; - Reuniões com os coordenadores do projeto e outros integrantes da equipe, assim como com os gestores da FUPEF; - Entrevistas com integrantes da equipe, sejam eles docentes, discentes, técnicos administrativos e profissionais contratados pela FUPEF com os recursos do Convênio; - Inspeções físicas nos ambientes de pesquisa, sejam salas de aula, laboratórios, biblioteca e também nos veículos e equipamentos adquiridos com recursos do Convênio em análise; - Pesquisas em bancos de dados diversos, na internet, nos sítios eletrônicos das instituições envolvidas com o projeto entre outras; e - Outros procedimentos que a equipe julgou necessários para a melhor avaliação do objeto dos trabalhos de auditoria. Nenhuma restrição foi imposta aos nossos exames, realizados por amostragem, sobre as áreas:

II – RESULTADO DOS EXAMES

1 GESTÃO DO SUPRIMENTO DE BENS/SERVIÇOS

1.1 CONVÊNIOS DE OBRAS, SERVIÇOS E DE SUPRIMENTO

1.1.1 FORMALIZAÇÃO LEGAL

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1.1.1.1 INFORMAÇÃO Informações gerais do Convênio nº 801546/2014. Fato O Convênio nº 44/2014 (SICONV nº 801546/2014), firmado entre a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná (FUPEF), assinado em 06 de maio de 2014 e publicado no D.O.U. em 08 de maio de 2014, tem como objeto “a conjunção de esforços entre os partícipes visando o desenvolvimento do Projeto de Pesquisa denominado “Anteprojeto e Estudos Ambientais, Gestão, Supervisão e Execução de Programas Ambientais para a Regularização Ambiental da BR-135 – Trecho de Barreiras/BA à Itacarambi/MG – Extensão total de 423,3 km”, de acordo com o Plano de Trabalho devidamente aprovado.” Os recursos do presente acordo são provenientes do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT), que firmou com a UFPR o Termo de Cooperação para Descentralização de Crédito nº 1103/2013-DPP, assinado em 12 de dezembro de 2013 e publicado no D.O.U. em 11 de fevereiro de 2014. O citado Termo prevê a execução de serviços buscando a obediência aos preceitos do desenvolvimento sustentável e aos princípios estabelecidos na Política Ambiental do Ministério dos Transportes, bem como às políticas e diretrizes ambientais estabelecidas pelo DNIT e atendendo, ainda, às disposições específicas do Termo de Referência e às recomendações dos estudos ambientais que precederam a obtenção das respectivas licenças ambientais. O referido acordo também prevê, por parte da UFPR, a disponibilização ao DNIT de conhecimento e experiência na área de supervisão e gestão ambiental, agregando conhecimento técnico-científico em projetos de complexidade simples e multidisciplinar. O Termo de Cooperação define o desenvolvimento de atividades, sendo estas divididas por metas e submetas no cronograma físico, especificando os produtos a serem entregues, bem como o prazo de início e término de cada meta e submeta. No total são nove metas, cada qual referente às atividades a serem realizadas em um subtrecho da BR-135. O instrumento também elenca as competências e responsabilidades de ambas as partes (DNIT e UFPR). Os recursos financeiros do orçamento para a consecução do Plano de Trabalho do Termo de Cooperação nº 1103/2013, foram alocados nas Funcionais Programáticas nº 26782207510IW0031 – Construção do Trecho Rodoviário na BR-135/MG e nº 2678220751C090029 – Construção do Trecho Rodoviário na BR-135/BA e totalizam R$ 14.162.240,25 (quatorze milhões, cento e sessenta e dois mil e duzentos e quarenta reais e vinte e cinco centavos). Vê-se, portanto, que o Convênio firmado entre a UFPR e sua Fundação de Apoio – a FUPEF, resulta do Termo de Cooperação firmado entre o DNIT e a UFPR, tendo os dois instrumentos os mesmos objetivos – a conjunção de esforços entre os participes visando à elaboração de Anteprojeto e Estudos Ambientais, Gestão, Supervisão e Execução de Programas Ambientais, para a Regularização Ambiental da BR-135, trecho

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de Barreiras/BA a Itacarambi/MG, extensão total de 424,3 km. Os resultados do acordo subsidiarão o licenciamento ambiental de obras incluídas no Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) do setor rodoviário para aquele trecho. A vigência do Convênio foi estipulada em 17 meses a partir de sua assinatura (06 de maio de 2014), tendo previsão de prorrogação, por acordo entre as partes no limite máximo de sessenta meses. Os recursos financeiros previstos totalizam os R$ 14.162.240,25, igual ao previsto no Termo de Cooperação nº 1103/2013. Quanto ao Plano de Trabalho do presente acordo, fora estipulado, inicialmente, nos mesmos moldes do Plano de Trabalho do Termo de Cooperação que lhe deu origem, sendo divido em metas e submetas, especificando-se os produtos a serem entregues, o prazo de início e término de cada meta/submeta, e também os recursos que seriam destinados para a execução de cada uma. Reproduz-se no quadro abaixo partes de como foi definido o Plano de Trabalho original:

Quadro 1 – Descrição do Plano de Trabalho

Meta Etapa /fase Especificação

Duração (após

publicação D.O.U.)

Custos (Valor R$)

1. BR-135/BA – Subtrecho de Barreiras/BA e São Desidèrio/BA (km. 179,9 ao km 207,0) 1.1 Elaboração de Relatório de Situação 90 dias 101.505,47 1.2 Elaboração de Programa de Recuperação de

Áreas Degradadas – PRAD 120 dias

152.258,21 1.3 Elaboração de Anteprojeto de Engenharia por

RCDI, para adequação da plataforma e acostamento, alargamento de OAE e correção geométrica

120 dias

253.763,68 Total (1) = 507.527,336

2. BR-135/BA – Subtrecho de São Desidério/BA ao km 226,0 (km 207,0 ao km 226,0) 2.1 Elaboração de Estudo de Alternativas

Locacionais 120 dias 264.568,50

2.2 Elaboração de Estudo Geológico Cárstico 90 dias 302.364,00 2.3 Levantamento Geofísico (magnetométrico e

gravimétrico) 90 dias 340.159,50

2.4 Prospecção geológica-geotécnica-sondagens 120 dias 415.750,50 2.5 Elaboração de Carta Imagem com as Cavidades

Naturais 120 dias 188.977,50

2.6 Elaboração de Mapa Hidrológico 90 dias 188.977,50 2.7 Elaboração de Mapa Geológico 120 dias 188.977,50 2.8 Elaboração de Mapa de Áreas Prioritárias 120 dias 188.977,50 2.9 Elaboração de Anteprojeto de Alternativa

Locacional Escolhida 150 dias 302.364,00

2.10 Elaboração de Estudo Ambiental (RCA ou EA) da Alternativa Locacional Escolhida

360 dias 1.152.762,75

2.11 Elaboração de Estudo Arqueológico da Alternativa Locacional Escolhida

150 dias 113.386,50

2.12 Elaboração do Inventário Florestal da Alternativa Locacional Escolhida

150 dias 75.591,00

2.13 Elaboração de Inventário Cartográfico e Cadastral

150 dias 56.693,25

Total (2) = 3.779.550,00 3. BR-135/BA – Subtrecho de São Desidério a Correntina (km 226,0 ao km 344,0) 3.1 Elaboração de Relatório de Situação 90 dias 123.986,89 3.2 Elaboração de Programa de Recuperação de 120 dias 99.189,51

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Áreas Degradadas – PRAD 3.3 Elaboração de Estudo Geológico e Processos

Erosivos (km 323,0 e 342,0) 120 dias 272.771,16

Total (3) = 495.947,56 4. BR-135/BA – Subtrecho de Correntina/BA a Divisa BA/MG (344,0 ao 466,8) 4.1 Elaboração de Relatório de Situação 90 dias 172.644,23 4.2 Elaboração de Programa de Recuperação de

Áreas Degradadas – PRAD 120 dias 129.483,17

4.3 Elaboração de Estudo Geológico da Área Cárstica

120 dias 258.966,34

4.4 Elaboração de Estudo de Alternativas Locacionais e de Anteprojeto da Alternativa Escolhida (@5km)

120 dias 302.127,40

Total (4) = 863.221,14 5. BR-135/MG – Subtrecho da Divisa BA/MG a Montalvania/MG (km 0,0 ao km 18,1) 5.1 Elaboração de Relatório de Situação 90 dias 218.821,39 5.2 Elaboração de Programa de Recuperação de

Áreas Degradadas – PRAD 120 dias 145.880,93

Total (5) = 364.702,32 6. BR-135/MG – Subtrecho da Divisa BA/MG a Manga/MG (km 18,1 ao km 36,5) 6.1 Gestão Ambiental 360 dias 686.445,87 6.2 Supervisão Ambiental 360 dias 1.029.668,81 6.3 Execução de Programas Ambientais 360 dias 1.716.114,68

Total (6) = 3.432.229,36 7. BR-135 – Subtrecho da Divisa BA/MG a Manga/MG (km 36,5 ao km 82,0) 7.1 Elaboração de Relatório de Situação 90 dias 218.821,39 7.2 Elaboração de Programa de Recuperação de

Áreas Degradadas – PRAD 120 dias 145.880,93

Total (7) = 364.702,32 8. BR-135/MG – Subtrecho de Manga/MG a Itacarambi/MG (km 82,0 ao km 137,0) 8.1 Elaboração de Estudo de Dolinas 90 dias 236.731,20 8.2 Estudos Geofísicos e Sondagem 120 dias 355.096,80

Total (8) = 591.828,00 9. BR-135/MG – Subtrecho de Barreiras/BA a Divisa BA/MG (km 179,9 ao km 466,8) e da

Divisa BA/MG a Icarambi/MG (km 0,0 ao 137,0) 9.1 Consolidação dos Planos Básicos Ambientais 120 dias 350.558,82

Total (9) = 350.558,82 Total Geral 10.750.266,88*

* Valor inicialmente estimado, sendo majorado para R$ 14.162.240,25. Conforme descrito na sequencia, foi efetuada adaptação no Plano de Trabalho sem detalhamento, logo, as informações do Quadro 1 foram dispostas, mesmo não contemplando o valor final, com a finalidade de ilustrar a distribuição dos recursos. Porém, quando da elaboração do Plano de Trabalho em sua versão definitiva, componente das peças complementares ao Termo de Convênio, as nove metas foram sintetizadas em apenas uma única meta, com a especificação “Gestão Global dos recursos do convênio”, sendo o cronograma de desembolso previsto em 02 parcelas: a primeira, de R$ 7.081.120,13, em Abril de 2014 e a segunda, de mesmo valor, em Agosto de 2014.

Por meio do Ofício UFPR nº 890/15-R, de 14/122015, a Universidade Federal do Paraná apresentou a seguinte manifestação: (Observação: em anexo à manifestação do gabinete do Reitor, por meio do “Documento 2” também houve a manifestação do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura – ITTI para este item, motivo pelo qual, para fins de melhor entendimento, elencam-se as manifestações por setor da UFPR).

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Manifestação do Gabinete do Reitor: “Esclarecimento: A Resolução 17/11-COPLAD estabelece o disciplinamento interno relativo ao relacionamento da UFPR com suas Fundações de Apoio. O Projeto aprovado e instruído em conformidade ao estabelecido pela resolução 17/11 -COPLAD é documento obrigatório e é parte integrante de qualquer avença firmada entre a UFPR e com suas Fundações de apoio (FUNPAR ou FUPEF). Para a formalização do apoio da Fundação o projeto deve ser devidamente aprovado pela UFPR e como definido no art. 2, inciso I, da Resolução 17/11-COPLAD deve conter, entre outras peças documentais obrigatórias, o Plano de Trabalho onde estão detalhados o Plano de Execução do Projeto (com as metas, quantitativa e qualitativamente, a serem atingidas e a Estimativa Orçamentária do Projeto).

Art. 2° Os projetos a serem desenvolvidos nos termos desta Resolução deverão ser individualmente instruídos mediante os seguintes documentos, sem a estes se restringir: I- Plano de Trabalho do projeto, contendo descrição completa do objeto a ser apoiado pela fundação, o qual deverá contemplar:

a. Características Gerais do Projeto, compreendendo: 1. Título; 2. Prazo de execução; 3. Objetivos; 4. Justificativa, obrigatoriamente, indicando:

4.1. a natureza acadêmica do projeto e sua integração com o Plano de Desenvolvimento Institucional vigente na UFPR e aos planos estratégicos da Unidade Administrativa ou Órgão Suplementar a que estiver vinculado; e

4.2. a relevância da atividade para a Universidade e para a sociedade, tendo em vista a vocação científica, cultural e artística da Universidade e o atendimento às necessidades institucionais do processo de ensino, pesquisa e extensão.

b. Plano de Execução do Projeto, indicando: 1. a descrição sucinta das diferentes etapas ou fases de execução do objeto e as correspondentes previsões de início e fim; 2. os resultados esperados, enfatizando a contribuição acadêmica, por etapa de execução do projeto; 3. as metas, quantitativa e qualitativamente, a serem atingidas no projeto; e 4. os indicadores mensuráveis referenciados por meta a ser atingida no projeto.

c. Estimativa Orçamentária do Projeto, indicando a previsão de receita e desembolsos em conformidade com a proposta de execução do projeto. d. Cronograma Físico-Financeiro do Projeto, elaborado em periodicidade mensal, detalhando as diferentes etapas do projeto e as correspondentes estimativas de receitas (formas de financiamento) e de despesas.

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Ainda, o projeto submetido a aprovação na UFPR, como previsto no art. 2, inciso III, da Res. 17/11-COPLAD deve também contemplar o respectivo Plano de Aplicação compatível com o que é previsto no Plano de Trabalho:

III - Plano de Aplicação dos recursos a serem aportados ao projeto: por natureza de despesas, em especial, explicitando os montantes previstos para pagamento de bolsas e os valores referentes aos ressarcimentos a UFPR e a Fundação de Apoio.

Portanto, assim como o Plano de Trabalho do projeto aprovado pela UFPR, o Plano de Aplicação dos recursos, são peças integrantes do convênio firmado entre a UFPR e a FUPEF. E como pode ser verificado, tais documentos apresentam igual teor ao Plano de Trabalho pactuado com o DNIT como se demonstra no DOC.01 em anexo. É importante observar que embora o lançamento do Plano de Trabalho no SICONV tenha sido registrado em um (sic) única atividade é do coordenador do projeto designado pela UFPR, enquanto ordenador de despesa do Convênio, realizar a execução do projeto em fiel observância dos termos propostos e aprovados pela UFPR. Assim como deve ser a atuação do fiscal do Convênio. Tais assertivas podem ser constatadas na leitura da Resolução 17/11-COPLAD onde fica demonstrado que tanto o coordenador quanto o fiscal do projeto têm como atribuição prevista na Resolução 17/11-COPLAD em seus arts. 24 e 25, respectivamente, a fiel observância do plano de aplicação aprovado pelas instâncias competentes da UFPR.

Art. 24. Caberá ao Coordenador do Projeto designado pela UFPR, a adoção de mecanismos de acompanhamento do projeto desenvolvido nos termos desta Resolução, o qual responderá, durante a vigência e enquanto perdurar os efeitos da execução do respectivo instrumento legal, pelo gerenciamento das atividades técnicas, acadêmicas e pelo ordenamento de despesas com vistas ao pleno desenvolvimento do projeto e a garantir o cumprimento das normas legais, das obrigações e dos fluxos administrativo, orçamentário e financeiro previstos no instrumento legal, no Plano de Aplicação e nos eventuais aditivos, relativos e pertinentes ao projeto, cabendo-lhe ainda a responsabilidade de: (...) Art. 25. Caberá ao fiscal do projeto, designado pela UFPR, durante a vigência e enquanto perdurar os efeitos da execução de instrumento legal estabelecido nos termos desta Resolução, a adoção de sistemática de fiscalização e o controle da execução orçamentária e financeira do projeto visando a fiel conformidade desta execução com as normas legais e com as condições estabelecidas no instrumento legal, no Plano de Aplicação e nos eventuais aditivos, relativos e pertinentes a este instrumento legal.

Portanto, a despeito da simplificação constante no Plano de Trabalho registrado no ICONV (sic), a execução do Convênio OBRIGATORIAMENTE deve seguir o previsto no Plano de Trabalho aprovado pela UFPR e que corresponde ao Plano de Trabalho do Termo de Cooperação com o DNIT.” Manifestação do ITTI: “O Plano de Trabalho definido pela Auditoria como sendo o original não corresponde ao pactuado com o ente Cedente, no caso o DNIT, pois o Plano de Trabalho Original,

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definido e integrante do Termo de Execução Descentralizada n° 1103/2013, reflete um valor global de R$ 14.162.240,25, conforme abaixo explicitado e detalhado:

ORÇAMENTO GERAL PLANILHA DE METAS CONSOLIDADA

META SUB

META DISCRIMINAÇÃO TOTAL PARCIAL

TOTAL ACUMULADO

1 BR-135/BA – Subtrecho de Barreiras/BA a São Desidério/BA (km 179,9 ao km 207,0) 1.1 Elaboração de Relatório de Situação 1.2 Elaboração de Programa de Recuperação de Áreas

Degradadas -PRAD R$ 164.687,97 R$ 219.583,96

1.3 Elaboração de Anteprojeto de Engenharia, por Regime Diferenciado de Contratação Integrado (RCDI), para adequação da plataforma e acostamento, alargamento de OAE e correção geométrica

R$ 329.375,94 R$ 548.959,91

TOTAL (1) = R$ 548.959,91 2 BR-135/BA – Subtrecho de São Desidério/BA ao km 226,0 (km 207,0 ao km 226,0)

2.1 Elaboração de Estudo de Alternativas Locacionais R$ 106.058,38 R$106.058,38 2.2 Elaboração de Estudo Geológico Cárstico R$ 197.559,74 R$ 303.618,12 2.3 Levantamento Geofísico

(magnetométrico e gravimétrico) R$ 415.915,24 R$ 719.533,36

2.4 Prospecção geológica-geotécnica-sondagens R$ 228.753,38 R$ 948.286,74 2.5 Elaboração de Carta Imagem com as Cavidades

Naturais R$ 83.183,05 R$ 1.031.469,78

2.6 Elaboração de Mapa Hidrológico R$ 83.183,05 R$ 1.114.652,83 2.7 Elaboração de Mapa Geológico R$ 83.183,05 R$ 1.197.835,88 2.8 Elaboração de Mapa de Áreas Prioritárias R$ 83.183,05 R$ 1.281.018,92 2.9 Elaboração de Anteprojeto da Alternativa Locacional

Escolhida R$ 299.458,97 R$ 1.580.477,89

2.10 Elaboração de Estudo Ambiental (EA) ou RCA da Alternativa Locacional Escolhida R$ 2.079.576,18 R$ 3.660.054,07

2.11 Elaboração de Estudo Arqueológico da Alternativa Locacional Escolhida R$ 207.957,62 R$ 3.868.011,69

2.12 Elaboração do Inventário Florestal da Alternativa Locacional Escolhida R$ 166.366,09 R$ 4.034.377,78

2.13 Elaboração de Inventário Cartográfico e Cadastral R$ 124.774,57 R$ 4.159.152,35 TOTAL (2) = R$ 4.159.152,35

3 BR-135/BA – Subtrecho de São Desidério a Correntina (km 226,0 ao km 344,75) 3.1 Elaboração de Relatório de Situação R$ 55.221,23 R$ 55.221,23 3.2 Elaboração de Programa de Recuperação de Áreas

Degradadas -PRAD R$ 165.663,68 R$ 220.884,91

3.3 Elaboração de Estudo Geológico e Processos Erosivos (km 323,0 e 342,0) R$ 331.327,36 R$ 552.212,26

TOTAL (3) = R$ 552.212,26 4 BR-135/BA – Subtrecho de Correntina/BA a Divisa BA/MG (km 344,75 ao km 466,8)

4.1 Elaboração de Relatório de Situação R$ 58.147,54 R$ 58.147,54 4.2 Elaboração de Programa de Recuperação de Áreas

Degradadas -PRAD R$ 166.135,84 R$ 224.283,38

4.3 Elaboração de Estudo Geológico de Área Cárstica R$ 415.339,59 R$ 639.622,97 4.4 Elaboração de Estudo de Alternativas Locacionais e

de Anteprojeto da Alternativa Escolhida R$ 191.056,21 R$ 830.679,18

TOTAL (4) = R$ 830.679,18 5 BR-135/MG – Subtrecho da Divisa BA/MG a Montalvânia/MG (km 0,0 ao km 18,1)

5.1 Elaboração de Relatório de Situação R$ 81.439,27 R$ 81.439,27 5.2 Elaboração de Programa de Recuperação de Áreas

Degradadas -PRAD R$ 325.757,06 R$ 407.196,33

TOTAL (5) = R$ 407.196,33 6 BR-135/MG – Subtrecho da Divisa BA/MG a Manga/MG (km 18,1 ao km 36,5)

6.1 Supervisão Ambiental da Obra R$ 1.972.113,55 R$ 1.972.113,55 6.2 Gerenciamento dos Programas Ambientais R$ 1.587.292,19 R$ 3.559.405,74 6.3 Execução dos Programas Ambientais R$ 2.348.172,18 R$ 5.907.577,92 6.4 Elaboração de Projeto e Plano R$ 317.458,44 R$ 6.225.036,36 TOTAL (6) = R$ 6.225.036,36

7 BR-135/MG – Subtrecho da Divisa BA/MG a Manga/MG (km 36,5 ao km 82,0)

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7.1 Elaboração de Relatório de Situação R$ 81.439,27 R$ 81.439,27 7.2 Elaboração de Programa de Recuperação de Áreas

Degradadas –PRAD R$ 325.757,06 R$ 407.196,33

TOTAL (7) = R$ 407.196,33 8 BR-135/MG – Subtrecho da Manga/MG a Itacarambi/MG (km 82,0 ao km 137,0)

8.1 Elaboração de Estudo de Dolinas R$ 224.035,87 R$ 224.035,87 8.2 Estudos Geofísicos e Sondagem R$ 522.750,36 R$ 746.786,22 TOTAL (8) = R$ 746.786,22

9 BR-135/MG – Subtrecho de Barreiras/BA a Divisa BA/MG (km 179,9 ao km 466,8) e da Divisa BA/MG a Manga/MG (km 0,0 ao km 82,0)

9.1 Consolidação dos Planos Básicos Ambientais R$ 285.021,30 R$ 285.021,30 TOTAL (9) = R$ 285.021,30

PREÇO TOTAL DO PROJETO (1+2+3+4+5+6+7+8+9) = R$ 14.162.240,25

Portanto, não houve "majoração de valores" conforme aludido pela Auditoria, pois o Plano de Trabalho pactuado foi o acima apresentado.” As considerações sobre esse item de informação foram expostas no item 1.1.1.12 do presente relatório. ##/Fato##

1.1.1.2 INFORMAÇÃO Do critério de seleção da FUPEF. Fato A Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná – FUPEF foi selecionada por meio do Edital de Chamamento Público nº 03/2014 – PROPLAN/UFPR, de 30 de Janeiro de 2014. A referida seleção se restringiu às duas Fundações de Apoio da UFPR (FUNPAR e FUPEF), uma vez que, em seu objetivo geral, a Universidade Federal do Paraná assim o definiu: “Selecionar entidades privadas sem fins lucrativos, devidamente credenciadas no MEC e MCT como de apoio à Universidade Federal do Paraná, com capacidade técnica e administrativa para o apoio do projeto denominado "Anteprojetos e estudos ambientais, gestão, supervisão e execução de programas ambientais para regularização ambiental da BR-135 trecho de Barreiras/BA à Itacarambi/MG - Extensão total de 423,3 km"”. (Original sem grifos) O citado Edital ainda definiu os objetivos específicos da seleção da entidade, os elementos que deveriam conter na proposta, as especificações do projeto, incluindo as responsabilidades da entidade selecionada, a definição do instrumento “Convênio” para o repasse dos recursos para a execução do projeto objeto do referido Edital, a legislação de regência, os procedimentos para prestação de contas, dentre outros itens. Considerando a natureza de projeto de ensino/pesquisa do Termo de Cooperação nº 1103/2013, entende-se que a celebração do convênio com a FUPEF está amparada pelo artigo 1º da Lei nº 8.958/1994. ##/Fato##

1.1.1.3 INFORMAÇÃO Da aditivação do Termo de Cooperação nº 1103/2013-DPP.

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Fato Em 31 de março de 2015, o Termo de Cooperação nº 1103/2013-DPP, firmado entre o DNIT e a UFPR sofreu o 2º aditivo, sendo publicado no D.O.U. de 21 de maio de 2015 e tendo como objeto “prorrogar por mais 602 (seiscentos e dois) dias com reflexo financeiro, no valor de R$ 11.414.579,27 (onze milhões quatrocentos e catorze mil quinhentos e setenta e nove reais e vinte e sete centavos) a fim da continuidade da Execução das ações de Elaboração de estudos de alternativas locacionais, anteprojeto de engenharia, estudos ambientais, execução de gestão ambiental, abrangendo supervisão e gerenciamento ambiental, bem como a implementação de programas ambientais, para regularização de pendências ambientais da BR-135.” A data de seu término passou de 04 de maio de 2015 para 26 de dezembro de 2016. Os novos valores pactuados são de R$ 25.876.819,52, frente aos R$ 14.162.240,25 anteriores. Em suma, a principal alteração do Termo de Referência/Orçamento original se refere à Meta 6 que passou a vigorar com a inserção de um novo subtrecho da BR-135 (de São Desidério a Divisa BA/MG – km 207,0 ao km 466,8) e a inserção de submetas (6.2.1 ao 6.2.6) relativas a cortes rodoviários dos dois subtrechos (km. 18,1 ao km. 36,5 e km. 207,0 ao km. 466,8), e relativas aos serviços de “Supervisão Ambiental da Obra e Execução de Programas Ambientais” – submeta 6.2. A Meta 6 passou a ter um orçamento de R$ 17.061.390,10, representando 66,71%, ou seja, dois terços do total repactuado. Ressalte-se que o presente termo aditivo foi pactuado sem que o DNIT, órgão descentralizador do crédito, tenha liberado a segunda parcela dos valores inicialmente pactuados e ainda que tenham sido executados pelo órgão recebedor dos créditos, a FUPEF/UFPR, apenas 39,34% da meta financeira original, ou seja, executados apenas R$ 5.571.436,37. Por meio do Ofício UFPR nº 890/15-R, de 14/12/2015, a Universidade Federal do Paraná apresentou a seguinte manifestação:

“Efetivamente foi celebrado o 1° Termo Aditivo ao TED n° 1103/2013, ante a necessidade de se prorrogar a vigência que deveria expirar em 04/05/2015, bem como de se contemplar as atividades de supervisão ambiental de trechos que, originariamente, não estavam atendidos no Plano de Trabalho Original. O fato de não haver ocorrido o repasse da 2ª parcela do TED original, no valor de R$ 7.081.120,13, previsto para ser liberado em agosto de 2014, reflete a crise econômica do País e o atraso no início das obras da BR-135/BA/MG previstas para o período, notadamente pela não emissão da Licença Ambiental Unificada por parte do IBAMA.” ##/Fato##

1.1.1.4 INFORMAÇÃO Descompasso na execução das etapas do projeto relativamente aos gastos realizados (cronograma físico x cronograma financeiro). Fato

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Conforme demonstrado no Quadro 02, a Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná – FUPEF já realizou, até 18 de setembro de 2015, despesas no montante de R$ 5.571.436,37 de um total previsto inicialmente no Termo de Referência de R$ 14.162.240,25, representando 39,34% da meta financeira. Em atendimento à Solicitação de Auditoria (SA) nº 201501023/004, a UFPR, por meio de informação em “resposta ao ofício nº 087/15 – CRI/PROPLAN”, de 14 de maio de 2015, relatou o que segue: Item 1 da SA nº 201501023/004: com relação aos produtos a serem apresentados pela FUPEF ao DNIT, informar quais os produtos já entregues e ainda em fase de elaboração e qual percentual de execução isso representa. Resposta: “(...) É importante salientar que são consideradas como 100% realizadas aquelas metas que foram entregues e definitivamente aceitas pelo DNIT e, ainda, que os percentuais físicos não correspondem exatamente aos percentuais financeiros. De qualquer forma pode-se dizer que aproximadamente 70% do total das metas foram concluídas.” (Original sem grifo) E ainda, item 2 da SA nº 201501023/004: tendo em vista que o cronograma de execução física se aproxima de 3/4 do total previsto (12 meses já de um total de 17), e que a realização das despesas previstas representou apenas 16% do total (excetuando-se as despesas de ressarcimento a convenente - FUPEF e a UFPR), conforme posição das despesas lançadas no SICONV em 15 de abril de 2015, apresentar uma previsão dos gastos a serem realizados nos próximos 05 meses, vinculando os gastos por elemento de despesa e por produto a ser apresentado. Resposta: “O total de recursos financeiros repassados pelo DNIT à UFPR e desta para a FUPEF, até a presente data, foi de R$ 7.081.120,12 (sete milhões, oitenta e um mil, cento e vinte reais e doze centavos). Por outro lado, o total de despesas realizadas até o presente foi de R$ 4.596.258,18. Portanto o percentual de despesas em relação ao valor recebido (e não o previsto) foi de aproximadamente 65%. Tal situação é decorrente do fato de não ter havido o repasse da 2ª parcela (50% do valor total) do Termo de Execução Descentralizada 1103/2013 (parcela esta solicitada em outubro/2014), mantido entre o DNIT e a UFPR, e o consequente pagamento da 2ª parcela do Convênio 044/2014 mantido entre a UFPR e a FUPEF (...)” Verifica-se, portanto, um descompasso entre a execução física e financeira, uma vez que a primeira foi executada em aproximadamente 70% do total (referência 14 de maio de 2015) e a segunda em apenas 32,45% do total (referência 14 de maio de 2015). Considerando que no Termo de Referência do Termo de Cooperação para Descentralização de Crédito nº 1103/2013 os valores foram apropriados por meta e submeta (cada meta e submeta representam um percentual do total destinado ao objeto da pactuação), não haveria por que a execução física estar descompassada da execução financeira. Se no decorrer da execução houvesse um fato novo que alterasse

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substancialmente os serviços realizados, tal situação deveria ter sido consignada nos relatórios de acompanhamento do Convênio. Da resposta emitida pela UFPR, depreende-se que o objeto pactuado poderia ser realizado com metade do valor previsto, uma vez que, considerando a metade do valor (R$ 7.081.120,13), os cronogramas físico e financeiro estariam relativamente equilibrados (aproximadamente 70% e 65% respectivamente). Portanto, a ocorrência desse descompasso apontado carece de maiores justificativas por parte dos partícipes do projeto. E também, por meio do Ofício UFPR nº 890/15-R, de 14/12/2015, a Universidade Federal do Paraná apresentou a seguinte manifestação:

“O total de recursos financeiros repassados pelo DNIT a UFPR e desta para a FUPEF, até a data de 18/09/2015, foi de R$ 7.081.120,12 (sete milhões, oitenta e um mil, cento e vinte reais e doze centavos). Por outro lado, o total de despesas realizadas ate aquele momento foi de R$ 5.571.436,37, ou seja, de 78,68% do total liberado ate aquele momento e não 39,34% como sugere a Auditoria da CGU.

Quanto às observações e conclusões da Auditoria da CGU, onde aponta que "o objeto pactuado poderia ser realizado com metade do valor previsto, tendo em vista que os cronogramas físico e financeiro estariam relativamente equilibrados", salienta-se que:

a) Os estudos e projetos de engenharia e meio ambiente não obedecem à linearidade sugerida pela Auditoria, pois constituem metas que não podem ser comparadas entre si em valores temporais ou mesmo físicos e financeiros. São objetos diferenciados que não são intercomparáveis!

b) Conforme já informado anteriormente, aproximadamente 70% das metas físicas foram concluídas até o momento da informação anterior, correspondendo aos 78,68% dos valores financeiros liberados ate aquele momento. Observe-se que a meta 06 do Plano de Trabalho original, ainda não iniciada, corresponde ao valor de R$ 6.225.036,36 equivalendo a aproximadamente o valor da 2ª parcela, ainda não liberada.”

Conforme já consignado acima, a ocorrência desse descompasso carece de maiores justificativas as quais não foram apresentadas em sua manifestação. ##/Fato##

1.1.1.5 INFORMAÇÃO Transferência de valores a título de ressarcimento dos custos operacionais em valor desproporcional ao repasse financeiro. Fato O Convênio nº 801546/2014 previu, a título de ressarcimento dos custos operacionais da Fundação de Apoio, o valor de R$ 1.340.000,00 a serem transferidos pela UFPR à FUPEF. A princípio, esses valores deveriam seguir o cronograma de desembolso previsto no plano de trabalho para a execução financeira do Convênio como um todo,

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ou seja, nos meses de Abril/2014 e Agosto/2014. Como houve certo atraso na assinatura do termo relativamente ao prazo inicialmente previsto – o mesmo foi assinado em 06 de maio de 2014 e publicado no D.O.U. em 08 de maio de 2014 – a primeira parcela do ajuste foi liberada em 08 de maio de 2014, no valor de R$ 7.081.120,12 (sete milhões, oitenta e um mil e cento e vinte reais e doze centavos). Na sequência, em 12 de maio de 2014, a UFPR transferiu a primeira parcela do ressarcimento dos custos operacionais à FUPEF, no valor de R$ 670.000,00. Porém, até o presente momento (agosto de 2015), a segunda parcela do ajuste, ou seja, os outros R$ 7.081.120,13 (sete milhões, oitenta e um mil e cento e vinte reais e treze centavos) não foram desembolsados pela concedente. A princípio, o órgão descentralizador do crédito, o DNIT, ainda não efetuou o repasse previsto para a consecução da segunda parte do objeto firmado no Termo de Cooperação nº 1103/2013. Ainda assim, a UFPR, em 25 de novembro de 2014, efetivou a transferência da segunda parcela relativa ao ressarcimento dos custos operacionais da FUPEF, em flagrante descompasso com o cronograma de execução financeira do ajuste pactuado. Portanto, o respectivo repasse na data em que foi efetuado é indevido, devendo ser apurados os valores de remuneração financeira até a data em que ocorrer a efetiva transferência da segunda parcela do ajuste – os R$ 7.081.120,13. Caso não haja o repasse por qualquer motivo, deve a UFPR exigir da FUPEF a restituição dos R$ 670.000,00 apropriados, incluindo os respectivos valores moratórios, desde o momento do repasse até a respectiva restituição. Por meio do Ofício UFPR nº 890/15-R, de 14/12/2015, a Universidade Federal do Paraná apresentou a seguinte manifestação:

(Observação: em anexo à manifestação do gabinete do Reitor, por meio do “Documento 2” também houve a manifestação do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura – ITTI para este item, motivo pelo qual, para fins de melhor entendimento, elencam-se as manifestações por setor da UFPR). Manifestação do Gabinete do Reitor: “Esclarecimento: Os esclarecimentos sobre este apontamento são apresentados pela FUPEF (DOC. 03) e pela Coordenação do Convênio (DOC. 02). A FUPEF, como pode ser verificado no Ofício nº 087/2015 - FUPEF, contesta a desconformidade apontada pela auditoria, nos seguintes termos:

A FUPEF entende que o Termo de Convênio, assinado e publicado, impõe às partes signatárias o cumprimento integral das obrigações assumidas e nos prazos avençados, entre eles o pagamento pelos custos administrativos, contábeis e financeiros disponibilizados em prol da realização dos objetivos do Convênio, não havendo que se falar nesta relação em justa remuneração pela prestação de serviços, vantagem ou lucro, por se tratar de convênio. Contudo entendemos que mesmo este instrumento formalizador traz consigo deveres mútuos de colaboração e obrigação de cumprimento do que foi pactuado.

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Por outro lado, a Coordenação do Convênio (DOC. 02) afirma que não houve autorização para efetivação do segundo repasse no montante de R$ 670.000,00, realizado em 25/11/14. Considerando a afirmativa da Coordenação do Convênio, a PROPLAN em consulta ao DCF realizou levantamento sobre a mencionada operação de transferência e identificou que o processo foi autorizado pelo prof. E.R., conforme comprova o atesto firmado em 13/11/14 a Nota Fiscal Eletrônica, sob nº. NF-e 19 emitida pela FUPEF na mesma data. Cópia destes documentos são apresentados no DOC.04. Providências: A despeito do entendimento da FUPEF, a UFPR, através do Ofício a ser emitido pela PROPLAN, estará instando a coordenação do Convênio visando exigir daquela Fundação a restituição ao projeto dos valores moratórios apropriados indevidamente. No mesmo ofício será requerido à Coordenação do Convênio a autuação de processo visando a apuração e esclarecimento dos fatos controversos apresentados e relativos a autorização de repasse antecipado à FUPEF.”

Manifestação do ITTI:

“Efetivamente a Coordenação do Projeto não autorizou este repasse, pois não fomos consultados sobre o fato. Relativo a esta transferência temos a esclarecer que o Termo de Convênio nº 044/2014 (SICONV 801546/2014), que segue minuta estabelecida pela CRI/PROPLAN-UFPR (vide site www.proplan.ufpr.br), em sua clausula quarta – Dos Recursos Financeiros – estabelece que os recursos serão transferidos nos termos do cronograma de desembolso e, em seu Parágrafo Único cita que “as despesas administrativas referentes ao presente convênio somam R$ 1.340.000,00”, não vinculando ou deixando claro o cronograma de repasse ou a suspensão destes valores.”

Há que se mencionar que o presente objeto não foi tratado como uma impropriedade propriamente dita, em que pese o entendimento desta Controladoria, corroborada pela Unidade de que o repasse dos valores de ressarcimento dos custos operacionais à fundação devam ser realizados pari passu com o cronograma de desenvolvimento do projeto. Porém, caso o Convênio seja interrompido e não mais retomado, ou caso seja realizado com apenas uma parte do valor total de R$ 14.162.240,25, a Unidade deverá apurar a suposta nova proporcionalidade entre “Ressarcimento dos custos operacionais da fundação de apoio / Valor realizado do projeto” e aí sim, solicitar o ressarcimento proporcional ao valor não realizado. ##/Fato##

1.1.1.6 CONSTATAÇÃO Ausência de demonstração, no plano de trabalho, das despesas ressarcidas com os recursos do Convênio nº 801546/2014. Fato No plano de trabalho do Convênio nº 801546/2014, cujo objeto é “a conjugação de esforços entre os partícipes visando o desenvolvimento do Projeto de Pesquisa

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denominado “Anteprojeto e Estudos Ambientais, Gestão, Supervisão e Execução de Programas Ambientais para a Regularização Ambiental da BR-135 – Trecho Barreiras/BA à Itacarambi/MG – Extensão total de 423,3 km”, de acordo com o Plano de Trabalho devidamente aprovado” é previsto o valor de R$ 1.340.000,00 (um milhão, trezentos e quarenta mil reais) a título de “ressarcimento dos custos operacionais da Fundação de Apoio”. A referida despesa é prevista nas normas relativas às transferências de recursos da União mediante convênios e contratos de repasse. O percentual aplicado no Convênio em análise também é compatível com o previsto nessas normas, que permitem a aplicação do valor em até 15% do total pactuado. No Convênio nº 801546/2014, a previsão de ressarcimento dos custos operacionais corresponde a 9,46% (nove vírgula quarenta e seis por cento) do total (R$ 1.340.000,00 sobre R$ 14.162.240,25). Porém, no Plano de Trabalho correspondente, não há a demonstração e detalhamento de quais seriam os custos e despesas a serem ressarcidas. Assim como no SICONV não há referência aos ditos custos, apenas sendo incluídos naquele sistema os lançamentos de transferência dos respectivos valores – duas parcelas de R$ 670.000,00 nas datas 12/05/2014 e 25/11/2014. O Decreto nº 6.170/2007, em seu artigo 11-A, assim dispõe: “Art. 11-A. Nos convênios e contratos de repasse firmados com entidades privadas sem fins lucrativos, poderão ser realizadas despesas administrativas, com recursos transferidos pela União, até o limite fixado pelo órgão público, desde que: I – estejam previstas no programa de trabalho; II – não ultrapassem quinze por cento do valor do objeto; e III – sejam necessárias e proporcionais ao cumprimento do objeto. § 1º Consideram-se despesas administrativas as despesas com internet, transporte, aluguel, telefone, luz, água e outras similares. § 2º Quando a despesa administrativa for paga com recursos do convênio ou do contrato de repasse e de outras fontes, a entidade privada sem fins lucrativos deverá apresentar a memória de cálculo do rateio da despesa, vedada a duplicidade ou a sobreposição de fontes de recursos no custeio de uma mesma parcela da despesa.” (Original sem grifos) E também a Portaria Interministerial MPOG/MF/CGU nº 507/2011, em seu artigo 52, dispõe, em caráter complementar: “Art. 52. O convênio deverá ser executado em estrita observância às cláusulas avençadas e às normas pertinentes, inclusive esta Portaria, sendo vedado: I – realizar despesas a título de taxa de administração, de gerência ou similar; ...

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Parágrafo único. Os convênios celebrados com entidades privadas sem fins lucrativos, poderão acolher despesas administrativas até o limite de 15% (quinze por cento) do valor do objeto, desde que expressamente autorizadas e demonstradas no respectivo instrumento e no plano de trabalho.” (Original sem grifos) Da Portaria, entende-se que se o convenente for órgão público, é vedada a realização de despesas a título de taxa de administração, sendo excepcionados os casos em que os convenentes forem entidades privadas sem fins lucrativos, sendo este o caso em análise. Sobre o assunto, seguem alguns entendimentos do TCU: Acórdão 429/2010 – 2ª Câmara: “9.7.5 exclua, nos contratos celebrados com a UNISOL, o pagamento de taxa de administração, devendo a retribuição pelos custos operacionais suportados pela Fundação constituir item devidamente detalhado da planilha de preços apresentada”.

Acórdão 1.233/2006 – Plenário:

“9.1.6. abstenha-se de fixar, nos contratos de prestação de serviço com fundações de apoio, remuneração com base em taxa de administração, comissão, participação ou outra espécie de recompensa variável, que não traduza preço certo e compatível com o objeto do contrato, conforme decidido no Acórdão 1.590-2004-TCU-Plenário”. Acórdão 2.448/2007 – 2ª Câmara: “9.4.5. exclua, nos contratos celebrados com Fundação Euclides da Cunha, o pagamento de taxa de administração, devendo a retribuição pelos custos operacionais suportados pela Fundação constituir item devidamente detalhado da planilha de preços apresentada”. Acórdão 9547/2011 – 1ª Câmara: “3.16 apropriação pela Fundape de 5% do total dos recursos repassados para a consecução do objeto dos Convênios/SEE 08, 09 e 169/06, a título de despesas operacionais, sem que tais despesas houvessem sido previamente discriminadas e sem ressarcimento à IFES pela utilização de seus recursos”. Conforme já mencionado, em que pese a obediência ao limite percentual estabelecido em ambas as normas citadas, constata-se que tanto o termo de convênio como o plano de trabalho não demonstram e detalham quais seriam os custos e/ou despesas a serem ressarcidas e seus respectivos valores, estando em desacordo com as citadas normas. ##/Fato##

Causa Fragilidade no processo de avaliação e aprovação das propostas de projetos com fundações de apoio. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada

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Por meio do Ofício UFPR nº 890/15-R, de 14/12/2015, a Universidade Federal do Paraná apresentou a seguinte manifestação: (Observação: em anexo à manifestação do gabinete do Reitor, por meio do “Documento 3” também houve a manifestação da Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná – FUPEF para este item, motivo pelo qual, para fins de melhor entendimento, elencam-se as duas manifestações em separado). Manifestação do Gabinete do Reitor: “Esclarecimentos: Os esclarecimentos sobre este apontamento são apresentados pela FUPEF (DOC. 03) e pela Coordenação do Convênio (DOC. 02). A FUPEF esclarece mediante o Ofício nº 087/2015 - FUPEF que implantou sistemática de contabilização dos custos operacionais para gestão de projetos e apresenta informações detalhadas buscando demonstrar que os custos operacionais relativos ao Convênio encontram-se aquém dos custos reais estimados. Adicionalmente ao contido na informação apresentada pela Coordenação do Convênio, esclarecemos que a CRI/PROPLAN, responsável pela operação de Chamamento Público no SICONV, somente acata os valores propostos a título de "ressarcimento de custos operacionais" para as fundações de apoio atendidos os seguintes critérios:

1) O valor não pode ser superior aos valores propostos no Plano de Trabalho do projeto e aprovados nas instâncias competentes (Departamento e Setor proponente do projeto). 2) A apresentação de detalhamento dos custos estimados a título de ressarcimento de custos operacionais.

No caso em comento o detalhamento supracitado encontra-se no processo 23075.045823:2013-10 e corresponde ao Of. nº 016/2014-FUPEF, de 14103/2014, endereçado a Coordenação do Convênio (DOC.05) e está apensado o SICONV, em meio digital, nos documentos relativos ao Convênio.” Manifestação da FUPEF: “Quanto a este item, temos a esclarecer que na época dos trâmites de formalização do convênio ainda estava em estudo um meio eficaz de aferição de custos, sendo que para a sua implementação, havia a necessidade de termos um convênio já executado com alguma similaridade na execução. Ou seja, um projeto que servisse como parâmetro para fins de cálculo de hora/trabalho elemento, departamentos e setores internos envolvidos nas atividades diárias dos convênios, para compor uma matriz equacional em que se refletisse em maior grau de proximidade a realidade dos nossos custos disponibilizados a execução dos projetos. No entanto, no Convênio em comento, verificamos que embora não houvesse a fórmula de aferição, os custos aplicados estão aquém dos custos reais, conforme demonstrado no Anexo 1.”

(...)

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“Anexo 1:

(...)

A apuração dos custos para o ressarcimento administrativo e operacional na gestão dos recursos de projetos, leva em consideração os custos com mão de obra, infraestrutura instalada e a complexidade dos serviços demandados com a FUPEF.

1. Dessa forma são considerados 03 (três) parâmetros para apuração dos custos da Fundação.

1.1. Custo da hora técnica FUPEF;

Custo com Pessoal (Equipe multidisciplinar, salários, encargos, vale-transporte, vale-alimentação, seguros, provisão rescisória e treinamentos):

Custo da hora apurada com base na média do custo total com pessoal CLT, por Unidade de Negócios, divididos pela disponibilidade mensal em horas.

1.2. Custo com a manutenção da estrutura física (exceto pessoal), mediante sistema de rateio de projetos;

Custo com Estrutura Física (Aluguel, segurança, material de limpeza, cozinha, energia elétrica e água):

Apurada com base em uma média mensal do orçamento da FUPEF, exceto pessoal, dividido pelo número de projetos gerenciados.

1.3. Serviços demandados X complexidade do projeto.

Apurado a partir da elaboração de uma tabela, de serviços (rubricas) a serem prestados pela FUPEF, bem como seus graus de complexidade que foram mensurados em 04 (quatro) níveis. Estes serão necessários para a definição do acréscimo percentual referente a complexidade de gestão do projeto:

Nível de serviço Prestado (NSP):

Baixo (1 ponto), Médio (2 pontos), Alto (3 pontos) e Crítico (4 pontos).

2. Níveis de Serviços e Custo Percentual de Complexidade - CPC:

• Somatório de pontos menor ou igual a 15 pontos = nível 1 (0% CPC); • Somatório de pontos maior do que 15 e menor ou igual a 30 pontos = nível 2 (20% CPC); • Somatório de pontos maior do que 31 e menor ou igual a 45 pontos = nível 3 (30% CPC); • Somatório de pontos maior do que 45 e menor ou igual a 60 pontos = nível 4 (40% CPC); • Somatório de pontos maior do que 60 pontos = nível 5 (50% CPC).

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2.1 Demanda de Serviços Solicitados no Plano de Trabalho da REGULARIZAÇÃO AMBIENTAL BR-135 / Período: 2014-2016.

Tabela para determinação do "Nível de Serviço Prestado - NSP" pela FUPEF.

CLASSIFICAÇÃO ÍNDICE NSP Baixa (B) 1 Média (M) 2

Alta (A) 3 Crítica (C) 4

RUBRICA GERENCIAMENTO DE PROJETOS LICITAÇÃO CLASSIFICAÇÃO NSP

3390.18.00 Auxílio Financeiro a Estudantes N (M) 2

3390.30.00 Material de Consumo S (A) 3 3390.33.00 Passagens e Despesas

com Locomoção S (A) 3

3390.36.00 Outros Serviços de Terceiros – PF N (C) 4

3390.39.00 Outros Serviços de Terceiros – PJ S (C) 4

44.90.52.00 Equipamentos e Material Permanente S (A) 3

TOTALIZADOR 19 GRAU DE COMPLEXIDADE DAS ATIVIDADES 2

NSP 19 pontos: Grau de Complexidade das Atividades = 2

= Custo Percentual de Complexidade: 20% (CPC)

Identificado o Nível de Serviço Prestado, seguem abaixo as atividades necessárias a execução do convênio em questão.

ATIVIDADE DESCRIÇÃO 1 Licitar Realizar os procedimentos legais para a realização do

edital, abertura e finalização do processo de licitação. 2 Apoiar CLT Realiza os procedimentos de seleção, documentação,

contratação e pagamento de pessoal contratado. 3 Apoiar bolsistas Realiza os procedimentos de seleção, documentação,

contratação e pagamento de bolsistas. 4 Apoiar prestadores de serviço Realiza os procedimentos de seleção, documentação,

contratação e pagamento de prestadores de serviço. 5 Gerenciar projetos Gerenciar um conjunto de ações e procedimentos visando

a gestão do projeto. 6 Supervisão de estágios Supervisão de estagiários (01 supervisor p/ 10 estagiários) 7 Firmar contratos Elaboração e administração de contratos/editais. 8 Pagamentos Realização de pagamentos a pessoas físicas e jurídicas. 9 Recebimentos Realiza a emissão de faturas para o recebimento de

recursos dos projetos. 10 Gerenciar recursos Realiza a gestão financeira dos projetos, controles de

custos e gastos. 11 Contabilizar Registro dos fatos contábeis necessários as demonstrações

contábeis.

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12 Prestar contas Exerce as atividades de finalização dos projetos com prestação de contas aos órgãos fiscalizadores.

13 Conciliar Realiza o controle interno das atividades financeiras por meio da conciliação entre os registros contábeis e os

extratos bancários. 14 Assessoria Jurídica Garantir situação de segurança jurídica em todas as

negociações, contratos, decisões e procedimentos que envolvam a FUPEF, convênios/contratos e a

administração pública.

3. Memória de Cálculo

Considerando os itens supracitados (1.1 e 1.2) referentes aos parâmetros para apuração e custos mensais da fundação, temos:

DESCRIÇÃO VALOR R$ DESPESAS COM PESSOAL R$ 70.146,09 SALÁRIOS 40.909,09 PREVlSÃO DE FÉRIAS 4.545,34 PREVlSÃO 13° SALÁRIO 3.409,09 ENCARGOS SOCIAIS - INSS 10.751,72 FGTS SOBRE FOLHA PGTO 3.270,44 PIS SOBRE FOLHA PGTO 408,81 VALE TRANSPORTES 1.161,60 VALE ALIMENTAÇÃO 5.566,00 MEDICINA SEGURANÇA DO TRABALHO 124,00 SERVIÇOS DE ASSESSORIA PJ R$ 8.416,81 CONTABILIDADE, RH E FISCAL 6.500,00 TI – TECNOLOGIA EM INFORMÁTICA E MANUTENÇÃO COPIADORAS 650,00 LICENÇA DE USO E LOCAÇÃO DE SOFTWARE 816,81 OUTROS SERVIÇOS TERCEIRIZADOS 250,00 CARTÓRIO 200,00 DESPESAS GERAIS R$ 5.290,00 LOCAÇÃO IMÓVEL 2.500,00 ÁGUA, LUZ, TELEFONE E INTERNET 1.750,00 MATERIAL EXPEDIENTE 350,00 MATERIAL DE LlMPEZA 50,00 COPA E COZINHA 350,00 CORREIOS 90,00 SISTEMAS PARA USP DE LICITAÇÃO 200,00

TOTAL GERAL DOS CUSTOS PREVISTOS MENSAIS R$ 83.852,90

O valor de R$ 83.852,90 (Oitenta e três mil oitocentos e cinquenta e dois reais e noventa centavos) corresponde a 160 horas/mês (40 horas semanais).

Considerando a complexidade e a celeridade necessária para a execução das atividades que envolvem o projeto em questão, a FUPEF dedicará 5 horas exclusivas diárias para atender o plano de trabalho e cumprir com o objeto do convênio firmado.

Diluindo as horas disponibilizadas nos convênios vigentes com a FUPEF, por grau de complexidade e fase de execução, teremos:

BR 116 (Demanda de 2 horas/dia) BR 135 (Demanda de 5 horas/dia) CECANE-2 (Demanda demeia hora/dia) Suprimentos (Demanda de meia hora/dia)

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Desta forma a FUPEF disponibilizará ao projeto 100 horas/mês (5 horas/dia), com um custo operacional aproximado de R$ 52.408,05/mês, sendo R$ 1.152.977,1 (Valor 1) para os 22 meses previstos.

No entanto, considerando a provisão de passivos trabalhistas para RPA e CLT (5%) e o Custo Percentual de Complexidade (20%) definido acima, temos:

- Valor disponibilizado nas rubricas RPA e CLT, de acordo com o Plano de Trabalho apresentado:

Serviços Técnicos Profissionais Externos (RPA/RPCI)

R$ 320.000,00

Serviços técnicos Profissionais (CLT) R$ 2.200.00,00 Total R$ 2.520.000,00

5% de R$ 3.320.000,00 = R$ 126.000,00 (Valor 2) (Valor 1) + (Valor 2) = R$ 1.278.977,1 (Valor 3)

- CPC: Custo Percentual de Complexidade (20%) definido através dos índices:

NSP: Nivel de Serviço Prestado = 19 Grau de Complexidade das Atividades: 2

Aplicando o Custo Percentual de Complexidade de 20% sob o Valor 3, temos: R$ 1.534.772,52 (Valor 4)

Considerando as informações acima e as atividades necessárias para a gestão do projeto/convênio: REGULARIZAÇÃO AMBIENTAL BR-135 / Convênio 23075.045823/2013, os Custos Administrativos e Operacionais totalizam o montante de R$ 1.534.772,52 (Hum milhão quinhentos e trinta e quatro mil, setecentos e setenta e dois reais e cinquenta e dois centavos) para o total de 22 meses.

Base Legal: • Artigo nº 10 da Lei nº 10.973/2004 - Lei de Inovação Tecnológica. • Parágrafo Único, Artigo 52 da Portaria Interministerial MPOG/MF/MF/CGU nº 507/2011 – SICONV” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Em que pese a FUPEF ter apresentado memória de cálculo em sua manifestação, a legislação de regência dos convênios é clara quanto à consignação da previsão das despesas no programa/plano de trabalho, quando da assinatura dos convênios. Nos planos de trabalho, não somente devem ser apresentados os valores das despesas a serem ressarcidas, mas também o detalhamento por item de despesa e respectivo valor relativamente aos gastos específicos e valor de rateio quando esses se referirem a mais de uma avença, bem como o método de rateio utilizado.

Por fim, a Unidade deve se abster de inserir valores fictícios no cálculo do ressarcimento de despesas administrativas. Entende-se que a provisão para fazer frente a passivos trabalhistas é passível de ser inserido no cálculo, uma vez que há alguma probabilidade de eventos ocorrerem e terem que ser suportados pela Fundação. Porém, o “Custo Percentual de Complexidade” não deve ser incluído em cálculos futuros para

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fins de ressarcimento, uma vez que pode ser interpretado como “lucro oculto”, sendo vedado pela legislação de regência das entidades sem fins lucrativos.

O “Custo Percentual de Complexidade” demonstra ser adequado para definir o nível de rateio entre os convênios em execução simultânea pela FUPEF – no caso, quanto maior a complexidade, maior peso terá no rateio. Entretanto, entende-se inadequado o seu uso para “ampliar a despesa em X%”, uma vez que, efetivamente, não há incremento da despesa.

Caso o projeto, devido a sua complexidade, gere necessidade de contratações adicionais – por exemplo, de um contador ou de um auxiliar administrativo – entende-se que tal gasto é previsível e poderá ser descrito de forma específica dentro das Despesas Administrativas no Plano de Trabalho. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Que nos convênios a serem firmados doravante, que UFPR exija de sua Fundação de Apoio a discriminação, nos respectivos planos de trabalho, das despesas a serem ressarcidas, por item, e quando houver rateio de despesas com outros convênios, que apresente o método utilizado, e que por fim, observe se as despesas discriminadas são necessárias (tem vinculação) e proporcionais ao cumprimento do objeto. Recomendação 2: Que nos convênios a serem firmados doravante, que a UFPR não aceite a inserção de valores fictícios no cálculo do ressarcimento de despesas operacionais de sua fundação. 1.1.1.7 CONSTATAÇÃO Realização de despesas inelegíveis com recursos do Convênio nº 801546/2014. Fato Para a análise da elegibilidade das despesas realizadas para a consecução do objeto do Convênio nº 801546/2014, foram analisados os lançamentos realizados no SICONV pela unidade convenente, a FUPEF, até a data de 18 de setembro de 2015.

Quadro 2 – Demonstrativo Previsto x Realizado por elemento de despesa

Elemento de despesa Descrição

Valor Previsto

(R$)

Valor Realizado

(R$) Despesas Correntes / Outras / Aplicações Diretas

3390.18.00 Auxílio Financeiro a Estudantes 3390.18.01 Alunos de Graduação 252.000,00 118.213,04 3390.18.01 Alunos de Pós Graduação 300.000,00 131.000,00

Subtotal 552.000,00 249.213,04 3390.30.00 Material de Consumo 3390.30.16 Material de Expediente /Papelaria / Tonner e afins 96.000,00 13.047,49 3390.30.17 Material de Processamento de Dados/Softwares 56.000,00 40.213,00 3390.30.01 Combustível e Lubrificantes Automotivos 60.000,00 11.575,01 3390.30.46 Material bibliográfico não imobilizado 20.000,00 3.000,00 3390.30.XX Outros materiais de consumo 20.000,00 10.929,70

Subtotal 252.000,00 78.765,20

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3390.33.00 Passagens e Despesas com Locomoção 3390.33.01 Passagens nacionais 400.000,00 125.848,67 3390.33.02 Passagens internacionais 20.000,00 0,00 3390.33.05 Locomoção urbana (taxi) 10.000,00 5.135,41 3390.33.03 Locação de veículo 20.000,00 23.454,42 3390.33.08 Pedágio 0,00 1.317,70

Subtotal 450.000,00 155.756,20 3390.36.00 Outros Serviços de Terceiros – Pessoa Física 3390.36.XX Serviços Técnicos Profissionais CLT 2.200.000,00 1.509.965,72 3390.36.06 Serviços Técnicos Profissionais Externos (RPA/RPCI) 320.000,00 26.165,36 3390.36.99 Docentes Doutores 1.000.000,00 589.000,00 3390.36.99 Docentes Mestres 60.000,00 36.000,00 3390.36.99 Docentes Especialistas 60.000,00 36.000,00 3390.36.99 Técnicos Administrativos Graduados 60.000,00 58.000,00

Subtotal 3.700.000,00 2.255.131,08 3390.39.00 Outros Serviços de Terceiros – Pessoa Jurídica 3390.39.47 Divulgação e Publicidade 110.393,84 2.557,03 3390.39.19 Manutenção e conservação de veículos e seguros 80.000,00 51.519,06 3390.39.XX Hotel 250.000,00 160.850,08 3390.39.XX Alimentação 250.000,00 21.060,83 3390.39.17 Manutenção de máquinas e equipamentos 10.000,00 0,00 3390.39.22 Exposições, conferências, cursos e congressos 50.000,00 10.940,70 3390.39.XX Despesas Gerais 60.000,00 29.048,47 3390.39.XX Serviços de análises e pesquisas 30.000,00 4.095,00 3390.39.59 Serviços de áudio, vídeo e foto 30.000,00 0,00 3390.39.83 Serviços de cópias e reprodução de documentos/gráficos 200.000,00 66.550,10 3390.39.23 Coffee break / coqueteis / recepções 40.000,00 11.601,00 3390.39.XX Levantamento cartográfico e elaboração de mapas 500.000,00 0,00 3390.39.XX Levantamento geológico / geofísico / processos erosivos 400.000,00 200.000,00 3390.39.XX Elaboração de PRADs – Planos de Recuperação 500.000,00 434.827,00 3390.39.XX Estudos arqueológicos 150.000,00 0,00 3390.39.XX Supervisão de serviços de campo/ programas ambientais 600.000,00 0,00 3390.39.XX Elaboração de projeto rodoviário 450.000,00 0,00 3390.39.XX Elaboração e execução de programas ambientais 450.000,00 0,00 3390.39.XX Levantamentos florestais 300.000,00 98.650,00 3390.39.XX Sondagem geológica e geotécnica e ensaios de laborat. 150.000,00 0,00

Subtotal 4.610.393,84 1.091.699,27 Ressarcimento dos custos operacionais da Fundação 1.340.000,00 1.340.000,00 Subtotal 1.340.000,00 1.340.000,00

Despesas de Capital / Investimentos / Aplicações Diretas 4490.51.00 Obras e Instalações 4490.51.00 Construção e reforma predial 1.000.000,00 4.500,00 Subtotal 1.000.000,00 4.500,00 4490.52.00 Equipamentos e Material Permanente 4490.52.00 Material Permanente Nacional 300.000,00 55.021,58 4490.52.52 Veículos 400.000,00 341.350,00

Subtotal 700.000,00 396.371,58 3390.00.00 Ressarcimento UFPR Fundo de Desenvolvimento Acadêmico – FDA 566.489,61 0,00 Ressarcimento da UFPR 283.244,80 0,00 Departamento de Geomática 141.622,40 0,00 Departamento de Geografia 141.622,40 0,00 Departamento de Geologia 141.622,40 0,00 Setor 283.244,80 0,00

Subtotal 1.557.846,41 0,00 TOTAL 14.162.240,25 5.571.436,37

Entende-se que as seguintes despesas são inelegíveis:

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A) Utilização de recurso em finalidade diversa do estabelecido no Convênio – vedação prevista no inciso IV, art. 52 da Portaria Interministerial MPOG/MF/CGU nº 507/2011: Dentre as despesas efetuadas com a empresa “NC Turismo”, operadora de viagens que fornece serviços de passagens aéreas, hotelaria e locação de veículos, tanto para a UFPR quanto para suas Fundações de Apoio, consta, em 06 de junho de 2014, uma despesa no valor de R$ 70.000,00 referente a uma viagem turística pelo Pantanal Matogrossense a bordo de um barco da empresa “Jacaré Barco Hotel” (página na internet: www.barcojacare.com.br). Tal despesa não encontra nenhuma correlação com os objetivos do convênio. B) Realização de despesa em data anterior à vigência do Convênio – vedação prevista no inciso V, art. 52 da Portaria Interministerial MPOG/MF/CGU nº 507/2011:

Foi realizada despesa de R$ 7.397,88, com locação de veículo no município de Barreiras/BA, na data de 21 de janeiro de 2014, despesa esta anterior à vigência do Convênio firmado entre a UFPR e a FUPEF, assinado em 06 de maio de 2014 e publicado no D.O.U. em 08 de maio de 2014. C) Contratação de serviços administrativos – vedação prevista no inciso II, parágrafo 2º, art. 2º do Decreto nº 7.423/2010 Ademais, verificou-se a contratação, pela FUPEF, mediante vínculo celetista, dos seguintes profissionais:

Quadro 3 – Profissionais celetistas contratados

Nome Atividade / Formação Data de Ingresso na FUPEF

Valores Recebidos do Convênio até 01/10/2015

(R$) Grupo 1 – Profissionais contratados para área fim A.A.L. Geólogo 02/06/2014 180.809,56 A.L.B.D. Assessora em Comunicação Social 16/09/2013 88.975,81 C.N.Y. Designer Gráfica 16/09/2013 78.348,95 D.A.L.S. Comunicadora 02/06/2014 67.883,38 H.G.B. Engenheiro Civil 02/06/2014 119.992,30 J.V.S. Engenheiro Ambiental 10/10/2013 110.628,40 M.N.V. Geógrafa 24/09/2014 86.555,33 R.A.C. Engenheiro Agrônomo 24/09/2014 27.377,77 V.R.R.S. Bióloga 11/06/2014 18.822,22

Grupo 2 – Profissionais contratados para área meio P.B. Assessora Administrativa 24/09/2014 17.375,63 R.A.L. Assessora Jurídica 09/06/2014 23.553,38 R.A.Z. Advogado Pleno 02/06/2014 116.803,98 S.C. Assistente Administrativo 09/06/2014 53.705,55 S.R.M.M. Técnico em Informática 09/06/2014 56.892,32

Total Grupo 2 268.330,86 Conforme reza o artigo 11-B do Decreto nº 6.170/2007,

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“Art. 11-B. Nos convênios e contratos de repasse firmados com entidades privadas sem fins lucrativos, é permitida a remuneração da equipe dimensionada no programa de trabalho, inclusive de pessoal próprio da entidade, podendo contemplar despesas com pagamentos de tributos, FGTS, férias e décimo terceiro salário proporcionais, verbas rescisórias e demais encargos sociais ...” Conforme se depreende dos textos sinalizados nas normas supracitadas, é permitida a contratação de pessoal próprio pelas Fundações de Apoio, com recursos originários das respectivas Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), inclusive para o pagamento dos demais encargos, tais como o recolhimento de tributos, FGTS, férias e décimo terceiro salário proporcionais, verbas rescisórias e outros encargos sociais. Porém, são colocadas algumas vedações a serem observadas quando das referidas contratações. A primeira, trazida pelos princípios da Administração Pública, que sejam realizados os devidos processos de seleção, dando ampla publicidade e permitindo a ampla concorrência dos profissionais de mercado. Assim como, que sejam remunerados por valores de mercado, respeitando-se naturalmente os cargos e funções assumidos. Quanto ao disposto nas normas acima citadas, uma vez que os contratos firmados com os profissionais são por tempo determinado – não extrapolam o período firmado de duração do Convênio – não haveria que se falar em expansões vegetativas no número total de funcionários da Fundação, tendo esta o cuidado de observar essa temporalidade. Caso haja recontratações dos mesmos para o exercício profissional em vários convênios a longo prazo, subverte-se a condição de temporalidade, caracterizando, assim, a expansão vegetativa vedada em norma. Relativamente aos profissionais contratados, o Quadro 3 acima os separa em profissionais voltados à área fim do projeto e aqueles voltados à área meio. Quanto aos profissionais alocados em atividades na área fim, o artigo 11-B do Decreto nº 6.170/2007 bem os ampara conforme já relatado. Com relação aos profissionais da área meio, existem as seguintes ressalvas: - conforme já descrito em item específico deste relatório, a FUPEF não detalhou a composição do “ressarcimento dos custos operacionais” no montante de R$ 1.340.000,00. Usualmente, em tais custos estão inclusos despesas com funcionários administrativos (como os ilustrados no Grupo 2 do Quadro 3); - conforme descrito no parágrafo 1º, art. 1º do Decreto nº 8.958/94, é vedada a contratação de objetos genéricos, desvinculados de projetos específicos. Em função deste artigo, despesas cuja vinculação direta com o projeto sejam difíceis de serem mensuradas são classificadas com despesas administrativas; - conforme consulta ao quadro de funcionários permanentes da FUPEF, verificou a existência de advogados e assistentes administrativos (ainda que sejam pessoas distintas aos das relacionadas no Grupo 2 do Quadro 3); e

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- não foi identificada dedicação exclusiva por parte dos profissionais do Grupo 2 do Quadro 3 no desenvolvimento dos objetivos do Projeto. Assim sendo, entende-se que o montante de R$ 268.330,86, pertinente às despesas com pessoal da área meio devem ser classificadas como “ressarcimento de despesas operacionais”, já inclusas nos R$ 1.340.000,00, sendo inadequada a cobrança como despesas específicas do projeto. ##/Fato##

Causa Falta de definição de critérios para aplicação dos recursos. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício UFPR nº 890/15-R, de 14/12/2015, a Universidade Federal do Paraná apresentou a seguinte manifestação: (Observação: em anexo à manifestação do gabinete do Reitor, por meio dos “Documentos 2 e 3” também houve a manifestação do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura – ITTI e da Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná – FUPEF, respectivamente, para este item, motivo pelo qual, para fins de melhor entendimento, elencam-se as três manifestações em separado). Manifestação do Gabinete do Reitor: “Esclarecimentos: Considerando que tais procedimentos são circunscritos a execução do Convênio nº 801546/2014 os esclarecimentos sobre estes apontamentos são apresentados pela FUPEF (DOC. 03) e pela Coordenação do Convênio (DOC. 02).”

Manifestação do ITTI:

“A) Pagamento de Embarcação, Hospedagem e Alimentação-

Trata-se de despesa efetivamente gasta com o Projeto, mais precisamente, serviu como dois objetivos principais:

Não se tratou, como colocado no relatório, de uma "viagem turística", mas sim de uma viagem de trabalho", com produtos importantes para os dois orgãos (UFPR e DNIT).

Tratou-se do primeiro seminário conjunto UFPR/DNIT para discussões ambientais de uma forma geral, das dificuldades a serem enfrentadas e resultou em produtos fundamentais no desenvolvimento do projeto, sua especificação, nos detalhes sugeridos pelo IBAMA, no que tange a tomada de decisões no desenvolvimento global do projeto, o entendimento de seus pormenores.

B) Realização de despesa em data anterior a vigência do Convênio.

Cabe a esta coordenação esclarecer que a mencionada despesa, no valor de R$ 7.397,88, ocorreu por conta de locação de veículo da Unidas Rent a Car, em Barreiras

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(SA), para a realização de estudos espeleológicos integrantes dos objetos de estudos ambientais do projeto. No entanto, a realização da despesa foi em 26/02/2015 e não na data de 21/01/2014, que erroneamente consta como data de emissão na página do SICONV. Os documentos anexos à página do SICONV correspondente a esta despesa e demonstram claramente que as NFs FT00062311 (R$ 2.748,94 - emissão em 10/02/2015 e vencimento 02/03/2015) e a NF FT00062399 (R$ 4.648,94 emitida em 11/02/2015 e vencimento 02/03/2015), totalizam o valor de R$ 7.397,88 paga em 02/03/2015 (documentos em anexo-retirados do site do SICONV).

C) Contratação de Serviços Administrativos - vedação prevista no inciso II, parágrafo 2° Art 2° - decreto 7423/2010

Contrariamente ao alegado pela douta Comissão de Auditoria, os profissionais classificados como executantes de "atividades meio", são integrantes da equipe de profissionais para a "área fim" do projeto, conforme abaixo elucidamos:

Assessora Administrativa (P.B.) - esta contratada realizava as atividades de organização e arquivamento de documentos, cujo grande número de solicitações para pagamentos, contratações, despesas, ressarcimentos, foram por esta realizadas entre 24/09/14 ao 24/03/15.

Assessora Jurídica (R.A.L.) - esta profissional especializada em Direito Ambiental participou da equipe técnica do projeto para a atualização do referencial jurídico vigente nos processos de licenciamento ambiental específicos para o projeto em questão, tendo desenvolvido suas atividades entre 09/06/2014 até 12/01/15.

Advogado Pleno (R.A.Z.) - este profissional realiza, e segue vinculado à equipe técnica do projeto, as reuniões e discussões com o órgão cedente principal (DNIT) e com todas as demais instituições de controle do processo de licenciamento ambiental (CECAV, ICMBio, IBAMA, IPHAN, Fundação Palmares) e de reuniões participativas com as Prefeituras locais e comunidade atingida pelos impactos ambientais do empreendimento, desde 02/06/2014 até o presente.

Assistente Administrativo (S.C.) - Esta profissional, graduada em Administração de Empresas, realiza atividades específicas do projeto voltadas ao planejamento das expedições de campo, dimensionamento de equipes, análise de prestações de contas e despesas, planejamento prévio de remanejamentos financeiros, pesquisas de custos de aquisição e/ou locação de equipamentos necessários a execução do projeto, pesquisas de mercado para elaboração de orçamentos dos projetos de Engenharia; todas estas atividades são vinculadas diretamente com o projeto, está no exercício de suas funções desde 09/06/2014 até o presente.

Técnico em Informática (S.R.M.M.) - Este profissional é formado em Análise de Sistemas e realiza o desenvolvimento de rotinas de software específicas, bem como a manutenção da rede de computadores (em torno de 50), instalação e manutenção do banco de dados de informações geoambientais, geográficas, de manutenção do site informativo das ações do projeto e demais necessidades no desenvolvimento na área de informática. Esta desempenhando suas funções desde 09/06/2014 até a presente data.”

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Manifestação da FUPEF:

“A) Utilização de recurso em finalidade diversa do estabelecido no Convênio (...)

Conforme já afirmado anteriormente, quando do envio de documentos referentes a forma e realização de pagamento de despesas requeridos pelo Coordenador (ordenador das despesas do Convênio), reiteramos que o simples protocolo de documentos de despesas com a devida autorização do coordenador não significa par si só que a FUPEF irá autorizar o pagamento. Todos os pedidos são analisados em conjunto com o Plano de Trabalho aprovado, disponibilizado no SICONV, especificamente os anexos B e C, a fim de se verificar a que Meta e Fase a despesa está vinculada.

Quando se verifica alguma discrepância se há dúvida quanto à compatibilidade e vinculação ao Plano de Trabalho, o pagamento não é realizado, sendo requerida à coordenação a complementação dos documentos, para que fique evidenciada e documentada a pertinência da despesa. Sempre cientes de que a competência técnica para avaliar a adequação e necessidade da despesa é da Coordenação do Projeto/Convênio. Assim, se o Coordenador informa que a despesa é pertinente e necessária a ao cumprimento de determinada Meta ou Fase, não nos cabe fazer essa avaliação, pois não temos conhecimento suficiente para avaliar com detalhes a parte técnica do projeto.

No caso da locação do barco/hotel, locado via NC Turismo (empresa devidamente licitada para o agenciamento de viagens, passagens, hospedagem e locação de veículos), esclarecemos que a viagem ocorreu para fins de coleta de dados necessários a realização de diagnóstico ambiental, sendo especificamente "Locação de embarcação tipo barco hotel para 12 (doze) pessoas, com 03 (três refeições diárias), pelo período de 10 dias, incluindo uma lancha, para atividades de levantamento hidrográfico "in loco, para fins de elaboração de mapas hidrológicos e hidrogeológicos da região". Ver justificativa apresentada pela Coordenação do Projeto, previsto no Plano de Trabalho, Anexo B, Meta 2, pg. 16. Anexo 2 e Anexo 3.

B) Realização de despesa em data anterior ao Convênio (...).

A locação do veículo se deu regularmente dentro da vigência do convênio, conforme demonstram os documentos anexados ao pagamento no SICONV (notas fiscais e outros pertinentes), contudo, por um equívoco, a data digitada no campo específico no referido Sistema foi outra. Anexo 4.

C) Contratação de serviços administrativos (...). Referente ao Grupo 2 do Quadro 3 –Profissionais Celetistas Contratados.

Esclarecemos que as atividades, realizadas pelas pessoas desse grupo, foram contratadas a pedido da Coordenação para realização de atividades administrativas diretamente vinculadas ao objeto, PARTE TÉCNICA do convênio, e em nada se confundem com as atividades administrativas/contábeis/financeiras realizadas pela

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FUPEF. Contudo verificam-se necessários e imprescindíveis para o convênio como um todo, pois essas atividades situam-se na "linha de frente" da equipe técnica do Projeto, realizando o preparo de documentos, solicitações e a interface entre a Coordenação e a FUPEF.

Ressalte-se que são atividades bem específicas realizadas pelo quadro funcional da FUPEF e tampouco podem ser mescladas com as atribuições da FUPEF, por se caracterizar em conflito de interesses e em outros a falta de conhecimento desse pessoal, que realiza atividade específica no projeto das atividades desempenhadas pela FUPEF, enquanto gestora dos recursos. Aos profissionais da parte administrativa compete a preparação dos documentos que serão enviados para a FUPEF, entre outras atividades. São responsáveis por fazer a interface da Coordenação com a FUPEF, na composição de documentos, formulários, solicitações de despesas, atendimento direto à equipe técnica e suas necessidades, pesquisa de preços necessários que integrarão a fase interna dos processos licitatórios realizados pela FUPEF para o Projeto. Atuam ainda na organização das viagens das equipes e demandas de tudo o que será enviado para a FUPEF.

Conforme informado em item anterior, os documentos ingressam na FUPEF por protocolo. Ao ingressarem passam par rigorosa análise sobre a pertinência, adequação e vinculação ao objeto do projeto especialmente no que se refere à planilha de despesas, sendo verificado se existe no Plano de Trabalho a previsão da despesa. Caso haja qualquer problema com solicitação, os documentos, são devolvidos à equipe de apoio do projeto para serem corrigidos ou refeitos, ou ainda é negada a sua execução. Essas duas equipes não podem ser mescladas nas mesmas atividades, pois há interesses conflitantes. Não pode ser a mesma equipe a elaborar e montar um determinado processo de solicitação e ser a mesma que vai analisar se os documentos estão adequados e dentro da legalidade. Em que pese estarmos todos trabalhando para uma mesma finalidade (cumprimento do objeto do convênio) e o conflito existe, uma vez que a fiscalização inicial da execução das despesas dos convênios ocorre na FUPEF, enquanto as equipes de apoio administrativo têm a incumbência· de preparar os documentos iniciais que irão compor os processos de aquisição de bens e contratação e serviços. Por exemplo: o Termo de Referência de um processo de compra ou contratação é um documento que tem caraterística e especificações técnicas e não pode ser realizado pela FUPEF, por falta de conhecimento técnico. Os orçamentos que vão referenciar o pedido de aquisição ou contratação num processo licitatório, também são de responsabilidade da equipe de apoio do Projeto, e já vem para a FUPEF acompanhando a respectivo formulário. A organização de documentos de prestação de contas de despesas de viagem dos técnicos passa pela organização do pessoal de apoio e depois são protocolados na FUPEF, que analisa e, quando couber, efetua a correção de todos os documentos juntados. Os advogados constantes do Grupo passaram por processo seletivo tendo como requisito a experiência, na área de Direito Ambiental. Verifica-se ainda que o Projeto utiliza equipamentos de informática de alta performance para trabalhos com softwares específicos de engenharia e assim é pertinente que exista um profissional de informática, em dedicação integral para a manutenção dos equipamentos e softwares do projeto.

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Ademais, se todo o grupo de pessoal de apoio do projeto fosse incluído no quadro da FUPEF deveria, em primeiro lugar, ser pessoal com contrato por tempo indeterminado (Consolidação das Leis do Trabalho - CLT) e esses custos (verbas rescisórias que incluem multa de 40% do FGTS e, inclusive a previsão de riscos de passivos trabalhistas), deveriam ser incluídos no orçamento para ressarcimento dos custos operacionais, uma vez que as contratações por tempo determinado, para atividades específicas dos convênios e desvinculadas as atividades fim da FUPEF descaracterizam a possibilidade de contrato determinado, conforme dispõe o art. 443 da CLT.

"Art. 443 - O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito e por prazo determinado ou indeterminado.

§ 1o Considera-se como de prazo determinado o contrato de trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado ou da execução de serviços especificados ou ainda da realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada. (Antigo parágrafo único renumerado pelo Decreto-Lei n° 229, de 28.02.1967)

§ 2o O contrato por prazo determinado só será válido em se tratando:

a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo; b) de atividades empresariais de caráter transitório;

c) de contrato de experiência. (Parágrafo acrescentado pelo Decreto-Lei nº 229, de 28.02.1967)".” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Quanto aos manifestos sobre os objetos em análise, fazem-se as seguintes ponderações:

A) Utilização de recurso em finalidade diversa do estabelecido no Convênio.

Pelo exposto na manifestação do ITTI para o presente objeto, o Instituto alega que não se tratou de uma viagem turística, mas sim um seminário realizado entre UFPR e DNIT. Porém, trata-se de uma despesa sui generis uma vez que a página na internet (www.barcojacare.com.br) da empresa fornecedora vende seus serviços como sendo a disponibilização de um barco – luxuoso para os padrões da região – para os interessados em realizar turismo no Pantanal Mato-grossense. As vinhetas inseridas na referida página, a título de exemplo são: “Aventure-se pelo Pantanal Mato-grossense”; “Turismo com requinte e segurança”; “O Jacaré Barco Hotel é a sua casa flutuante no paraíso ecológico do pantanal”. Portanto, verifica-se que a empresa contratada tem como objeto o fornecimento de um passeio turístico e não propriamente um local para a realização de um seminário.

Quadro 16 – Fotos do site do Jacaré Barco Hotel

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Já a FUPEF, diferentemente do ITTI, apresentou outra justificativa para o gasto em sua manifestação: a de que a locação do barco atenderia a atividades de levantamento hidrográfico para fins de elaboração de mapas hidrológicos e hidrogeológicos da região. Também não fica claro em sua manifestação como essa atividade se relacionaria ao objeto do Convênio em análise. Primeiro, porque não se trata o objeto do Convênio de um projeto ambiental realizado em hidrovia, mas sim em uma rodovia federal. Acredita-se que haja diferenças fundamentais entre um e outro. Assim como o local em que se desenvolve o projeto ambiental do Convênio – trecho da BR-135 abrangendo municípios dos estados da Bahia e de Minas Gerais é bem diverso do local de realização da despesa – o Pantanal Mato-grossense. Sem contar o fato de que, conforme ilustrada nas fotos, o barco aparenta ser inadequado para elaboração de mapas hidrológicos, por ser um barco de finalidade turística.

Uma vez que a Unidade não apresentou em sua manifestação os motivos pelos quais haveria de realizar a referida despesa ou seja, qual seria seu vínculo com o objeto do Convênio, esta Controladoria mantém o posicionamento de que o gasto foi realizado em finalidade diversa do objeto do Convênio, em confronto ao que prevê a Portaria Interministerial MPOG/MF/CGU nº 507/2011, em seu artigo 52, inciso IV.

B) Realização de despesa em data anterior ao Convênio.

Relativamente a este objeto, os documentos trazidos pela Unidade elucidam que as despesas foram realizadas após o início do Convênio. Aceitam-se as justificativas apresentadas para este item.

C) Contratação de serviços administrativos.

Relativamente a este objeto, entende-se que a Unidade apresentou, em sua manifestação, elementos que justificam a contratação daqueles profissionais (Grupo 2) para a atuação na atividade fim, em que pese haver profissionais de mesma formação na

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FUPEF, porém não necessariamente com a mesma especialização, e com atribuições diversas. Aceitam-se as justificativas apresentadas para este item. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Que a Unidade instaure o devido processo administrativo para fins de identificação do responsável e respectiva cobrança do valor aplicado em finalidade diversa do objeto do Convênio 1.1.1.8 CONSTATAÇÃO Valores superdimensionados no pagamento de bolsas a Professores. Fato Quanto aos profissionais que atuam no âmbito do Convênio nº 801546 em análise, subdividem-se da seguinte forma: professores bolsistas, alunos bolsistas e profissionais externos contratados. Estes últimos vinculados à própria Fundação de Apoio, em regime CLT e com contrato por tempo determinado. Com relação aos valores estipulados para as bolsas dos professores, eles variam conforme a titulação do docente, assim como pelo cargo assumido no projeto. Relacionam-se no quadro a seguir o nome do docente/técnico contratado, a titulação, as horas disponíveis e os valores recebidos:

Quadro 4 – Relação de docentes/técnicos bolsistas do projeto

Nome (Iniciais) Cargo / Titulação

Horas Dedicação

(Mês)*

Valor mensal bolsa (R$)

Valor hora bolsa (R$)

C. A. N. Coordenador /Doutor 08 5.000,00 625,00 E. R. Vice Coordenador / Doutor 08 5.000,00 625,00 D. A. J. Levantamentos Geológicos / Doutor 08 5.000,00 625,00 P. L. F. Levantamentos Cartográficos / Doutor 08 2.000,00 250,00 L. K. V. Levantamentos Cartográficos / Doutor 08 2.000,00 250,00 R. S. Levantamentos de Campo / Doutor 08 1.500,00 187,50 L. C. Z. Administração / Técnico

Administrativo (Graduação) 08

1.500,00 187,50 M. A. T. S. Estudos Turísticos / Doutor 08 2.000,00 250,00 E. P. Geografia Física / Doutor 08 3.000,00 375,00 F. J. F. F. Levantamentos Geofísicos / Doutor 08 2.000,00 250,00 L. J. C. S. Levantamentos de Campo / Doutor 08 -** -** S. C. C. Geografia Humana / Doutor 08 3.000,00 375,00 M. L. S. F. Obras de Arte Especiais / Doutor 08 2.000,00 250,00 N. L. C. Estudos Geológicos / Doutor 08 2.000,00 250,00 J. G. M L. Estudo de Viabilidade Econômica /

Doutor 08

2.000,00 250,00

G. F. B. Anteprojeto de Engenharia / Especialista

08 3.000,00 375,00

M. H. F. Anteprojeto de Engenharia / Mestre 08 3.000,00 375,00 A. O. N. Levantamentos Biológicos / Doutor 08 3.000,00 375,00 E. T. S. Estudos de Solos / Doutor 08 4.000,00 500,00 D. B. E. Estudos Florestais / Doutor 08 4.000,00 500,00 R. A. A. Estudos de Drenagem / Doutor 08 2.000,00 250,00 P. T. L. P. Levantamentos de Flora / Doutor 08 2.000,00 250,00 C. S. A. Geoeconomia / Doutor 08 2.000,00 250,00 A. P. F. M.. Bibliotecária / Técnica Administrativa 08 -*** -***

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(Graduação) V. M. Bibliotecária / Técnica Administrativa

(Graduação) 08 1.000,00 125,00

S. I. F. M. Bibliotecária / Técnica Administrativa (Graduação)

08 1.000,00 125,00

* Conforme informado na oitava coluna do “Anexo E – Equipe Técnica Proposta” às páginas 352 e 353 do Processo nº 23075.045823/2013-19. ** O Docente L. J. C. S. foi elencado no Plano de Trabalho do Convênio, com previsão de bolsa no valor de R$ 2.000,00 / mês, porém, não foi realizada nenhuma transferência de valores para ele. *** A Técnica Administrativa A. P. F. M. foi elencada no Plano de Trabalho do Convênio, com previsão de bolsa no valor de R$ 1.000,00 / mês, porém, não foi realizada nenhuma transferência de valores para ela. Os parâmetros para a concessão de bolsas no âmbito da UFPR são definidos por meio da Resolução nº 04/2012-COPLAD1, que altera a Resolução nº 17/2011-COPLAD, que normatiza as relações entre a Universidade Federal do Paraná e as Fundações regularmente credenciadas junto ao Ministério da Educação – MEC e Ministério da Ciência e Tecnologia – MCT como de apoio à UFPR. Seus artigos 4º e 5º estão assim dispostos: “Art. 4º. Alterar o “caput” do artigo 11 da Resolução 17/11-COPLAD que passará a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 11. O valor para a concessão de bolsas a servidores da UFPR deverá ser compatível com a titulação do servidor e a carga horária envolvida, referenciado nos valores estabelecidos para bolsas de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Regional (DCR) do CNPq, a saber: I – Graduação – 75% da bolsa DCR-C. II – Especialização – bolsa DCR-C. III – Mestrado – bolsa DCR-B. IV – Doutorado – bolsa DCR-A.”

Artigo 5º Alterar o “caput” do artigo 15 da Resolução 17/11-COPLAD que passará a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 15. O valor para a concessão de bolsas a alunos da UFPR deverá ser compatível com a modalidade da qualificação do aluno e a carga horária envolvida, referenciado nos valores estabelecidos para bolsas no País pelo CNPq, a saber: I – Aluno de Graduação – bolsa de Iniciação Científica – IC/CNPQ. II – Aluno de Aperfeiçoamento / Especialização – 75% da bolsa de mestrado GM/CNPQ. III – Aluno de Mestrado – bolsa de mestrado – GM/CNPQ. IV – Aluno de Doutorado – bolsa de doutorado – GD/CNPQ.””

Os valores de referência vigentes para período do Convênio são os seguintes: 1 COPLAD – Conselho de Planejamento e Administração da UFPR.

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Quadro 5 – Valores de referência - CNPq

Modalidade Sigla Categoria

/Nível Valor

R$

Apoio Técnico à Pesquisa AT NS 550,00 NM 400,00

Desenvolvimento Científico e Tecnológico Regional

DCR A 6.200,00 B 5.200,00 C 4.200,00

Doutorado GD - 2.200,00 Doutorado Sanduíche SWP - 2.200,00 Doutorado Sanduíche Empresarial SWI - 2.200,00 Iniciação Científica IC - 400,00 Iniciação Científica Júnior ICJ - 100,00 Iniciação Tecnológica (PIBITI) BIT - 400,00 Mestrado GM - 1.500,00 Pesquisador Visitante PV 1 5.200,00 Pós-Doutorado Sênior PDS - 4.400,00 Pós-Doutorado Júnior PDJ - 4.100,00 Pós-Doutorado Empresarial PDI - 4.100,00

Atração de Jovens Talentos BJT A 7.000,00 B 4.100,00

Pesquisador Visitante Especial PVE - 14.000,00 Fonte: http://www.cnpq.br/view/-/journal_content/56_INSTANCE_0oED/10157/971393 Portanto, para a análise dos valores de referência na concessão de bolsas para os docentes e técnicos administrativos graduados, verifica-se que no presente projeto, estão sendo respeitados os limites de referência, não sendo observados valores superiores a R$ 6.200,00 pagos a Professores Doutores, R$ 5.200,00 pagos a Professores Mestres, R$ 4.200,00 pagos a Professores Especialistas e R$ 3.150,00 (75% do DCR-C) pagos a Técnicos Administrativos graduados. Seguindo a análise, constatou-se que os valores de bolsa pagos, em alguns casos, não obedeceram a uma coerência lógica relativamente às titulações dos bolsistas. A título de exemplo, considerando que todos os bolsistas elencados dedicaram uma carga horária de 2 horas semanais / 8 horas mensais, observou-se o mesmo valor de bolsa – R$ 2.000,00/mês – ao docente R. S., Professor Doutor, e ao Técnico Administrativo L. C. Z., com diploma de Graduação. Assim como foi pago valor maior de bolsa – R$ 3.000,00/mês – à docente G. F. B., Professora com título de especialista, do que aos docentes M. L. S. F. e N. L. C., Professores Doutores, com bolsa de R$ 2.000,00/mês. Por óbvio, as discrepâncias apontadas podem ser justificadas por motivos técnicos diversos, considerando a expertise, a relevância, entre outros critérios dos profissionais selecionados. Sendo esse o caso, faz-se necessário que no próprio processo sejam melhor detalhados os motivos pelos quais alguns profissionais com a mesma titulação possuem valores de bolsa diferentes, proporcionando, assim, maior transparência e entendimento na concessão de bolsas.

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Como já analisado, relativamente aos valores brutos mensais recebidos pelos servidores envolvidos no projeto, parecem estar devidamente balizados nos valores de referência pré-definidos em norma. Porém, se analisarmos os valores por hora de dedicação (referenciadas na quinta coluna do Quadro 4), verifica-se um elevado superdimensionamento dos valores pagos, de maneira geral, ou seja, para todos os profissionais envolvidos. A seguir, são estabelecidos alguns parâmetros para a comparação do que está sendo pago de valores/hora das bolsas para docentes e técnicos administrativos:

1. Teto do serviço público: R$ 33.763,00 (trinta e três mil setecentos e sessenta e três reais).

Considerando o valor estipulado para o teto constitucional do serviço público, de R$ 33.763,00 (trinta e três mil setecentos e sessenta e três reais) de remuneração mensal e uma carga horária regular de 40 horas por semana, aproximadamente 160 horas por mês, chega-se ao valor de R$ 211,02 (duzentos e onze reais e dois centavos) por hora trabalhada.

2. Valores de Remuneração Definidos para o Magistério Superior:

Quadro 6 – Remuneração Magistério Superior

Regime / Titulação Classe Denominação Nível Venc. (R$)*

RT (R$)*

Total (R$)*

40 horas Doutorado E Titular Único 4.355,79 3.503,82 7.859,61 Mestrado E Titular Único 4.355,79 1.476,87 7.204,05 Especialização E Titular Único 4.355,79 614,97 6.980,72 Graduação E Titular Único 4.355,79 0,00 4.355,79 Dedicação Exclusiva Doutorado E Titular Único 6.684,00 10.373,74 17.057,74 Mestrado E Titular Único 6.684,00 3.628,48 10.312,48 Especialização E Titular Único 6.684,00 1.495,39 8.179,39 Graduação E Titular Único 6.684,00 0,00 6.684,00

* Tabela de remuneração vigente a partir de 01/03/2015 Fonte: Lei nº 12.772/2012 (Medida Provisória nº 614/2013) Considerando as remunerações obtidas pelos docentes que se enquadram na Classe E, como Professores Titulares e em Dedicação Exclusiva, padrões máximos obtidos por esses profissionais, e considerando a respectiva titulação, obtêm-se os seguintes referenciais:

Quadro 7 – Valor hora magistério superior

Titulação Remuneração Total Mensal (R$)

Carga Horária Mensal*

Remuneração Total Valor Hora (R$)

Doutorado 17.057,74 160 106,62 Mestrado 10.312,48 160 64,46 Especialização 8.179,39 160 51,13 Graduação 6.684,00 160 41,78 * Considerando uma carga horária semanal de 40 horas

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3. Comparativo entre os valores máximos da hora pagos com os recursos do Convênio nº 801546/2014 e os valores da hora trabalhada dos referenciais já apresentados:

Quadro 8 – Comparativo valor hora bolsa x magistério superior x teto constitucional

Titulação Valores Máximos da hora – recursos do Convênio 801546*

Valores da hora – referencial Lei nº 12772/2012 (Magistério

Superior)**

Valores da hora – referencial teto

constitucional*** Doutorado 625,00 106,62 211,02 Mestrado 375,00 64,46 211,02 Especialização

375,00 51,13 211,02

Graduação 187,50 41,78 211,02 * Vide 5ª coluna do “Quadro 4” acima ** Vide 4ª coluna do “Quadro 7” acima *** Conforme já destacado anteriormente Depreende-se da análise dos dados que os valores pagos a título de bolsas para os docentes engajados no projeto objeto do Convênio nº 801546/2014, são muito superiores aos referenciais tomados como base para a verificação de sua adequação quando computadas as horas de dedicação desses profissionais, ou seja, duas horas por semana, totalizando oito horas por mês. O coordenador e o vice coordenador do projeto, assim como o docente D. A. J., responsável pelos levantamentos geológicos, recebem em torno de 3x (três vezes) mais pela sua hora do que, por exemplo, os Ministros do Supremo Tribunal Federal, sendo esses historicamente os cargos tomados como referencial do teto constitucional de remuneração do Poder Público (em todos os poderes e esferas). Se levarmos essa comparação com a própria remuneração, definida pela Lei nº 12.772/2012 e alterada pela Lei nº 12.863/2013, tendo como referência a data de 01 de março de 2015, em torno de 10 meses após a assinatura do Convênio, aqueles profissionais estariam recebendo em torno de 6x (seis vezes) mais pela sua hora no projeto do que pela sua hora de docência. E também pode ser observada essa discrepância (em maior, igual ou menor grau) para todos os outros profissionais. O docente M. H. F., responsável pelo anteprojeto de engenharia, com título de mestrado, recebe por sua hora no projeto mais de 5x (cinco vezes) o que receberia por sua hora como Professor Mestre, se titular e em regime de dedicação exclusiva (DE). Assim como a docente G. F. B., responsável pelo anteprojeto de engenharia recebe por sua hora no projeto mais de 7x (sete vezes) o que receberia por sua hora como Professora Especialista, se titular e em regime DE. Por fim, o Técnico Administrativo L. C. Z., responsável pela Administração, recebe por sua hora no projeto mais de 4x (quatro vezes) o que receberia um Professor Graduado, se titular e em regime DE. Sobre o assunto, o Decreto nº 7.423/2010, que regulamenta a Lei nº 8.958/1994, que dispõe sobre as relações entre as instituições federais de ensino superior e de pesquisa científica e tecnológica e as fundações de apoio, em seu artigo 7º, assim dispõe: “Art. 7º ...

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... § 1º A instituição apoiada deve, por seu órgão colegiado superior, disciplinar as hipóteses de concessão de bolsas, e os referenciais de valores, fixando critérios objetivos e procedimentos de autorização para participação remunerada de professor ou servidor em projetos de ensino, pesquisa e extensão, em conformidade com a legislação aplicável. § 2º Para a fixação dos valores das bolsas, deverão ser levados em consideração critérios de proporcionalidade com relação à remuneração regular de seu beneficiário e, sempre que possível, os valores de bolsas correspondentes concedidas por agências oficiais de fomento. ... § 4º O limite máximo da soma da remuneração, retribuições e bolsas percebidas pelo docente, em qualquer hipótese, não poderá exceder o maior valor recebido pelo funcionalismo público federal, nos termos do artigo 37, XI, da Constituição.” (Original sem grifos) E a própria norma interna da UFPR, a Resolução nº 17/11-COPLAD (alterada pela Resolução nº 04/12-COPLAD) reforça a compatibilidade do valor da bolsa à carga horária envolvida, conforme segue: “Art. 11. O valor para a concessão de bolsas a servidores da UFPR deverá ser compatível com a titulação do servidor e a carga horária envolvida, referenciado nos valores estabelecidos para bolsas de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Regional (DCR) do CNPq (...)” (Original sem grifos) Por fim, sobre o assunto, o TCU emitiu o Acórdão 4.047/11 – 2ª Câmara, que descreve: “9.2.1.7. teto máximo recebível por servidor, em bolsas desses tipos, preferencialmente referenciado em percentual relativo à sua remuneração regular e correspondente ao total de bolsas recebido pelo servidor.”

##/Fato##

Causa Ausência de legislação específica para a regulamentação de um teto na concessão de bolsas; interpretação restritiva sobre as normas que tratam dos limites remuneratórios do setor público; e valores de bolsas definidos pelos próprios beneficiários das mesmas. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício UFPR nº 890/15-R, de 14/12/2015, a Universidade Federal do Paraná apresentou a seguinte manifestação: (Observação: em anexo à manifestação do gabinete do Reitor, por meio do “Documento 2” também houve a manifestação do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura – ITTI para este item, motivo pelo qual, para fins de melhor entendimento, elencam-se as manifestações por setor da UFPR).

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Manifestação do Gabinete do Reitor: “Esclarecimentos: Os esclarecimentos sobre estes apontamentos são apresentados pela Coordenação do Convênio (DOC. 02). Com relação às ponderações da auditoria frente a análise do valor horário das bolsas concedidas necessário se faz esclarecer que a restrição legal se refere à remuneração mensal dos servidores não fazendo nenhuma consideração a parâmetros horários. O Decreto 7423/10 em seu artigo 7°, parágrafo 2° estabelece que as bolsas a serem concedidas aos servidores públicos participantes em projetos executados com base na Lei 8958/94 devem observar:

§ 4° O limite máximo da soma da remuneração, retribuições e bolsas percebidas pelo docente, em qualquer hipótese, não poderá exceder o maior valor recebido pelo funcionalismo público federal, nos termos do artigo 37, XI, da Constituição.

A Constituição no artigo 37 inciso XI ao tratar do teto salarial do funcionalismo diz que a remuneração e o subsídio dos servidores públicos não pode “exceder o subsídio mensal” dos ministros do Supremo Tribunal Federal:

CF, Art. 37, inciso XI: XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos; (DESTACAMOS)

Portanto, entende-se que a análise dos valores concedidos a título de bolsas deve ser analisado com base mensal e não como procedido pela auditoria (em bases horárias).”

Manifestação do ITTI:

“a) Inicialmente temos a esclarecer que o docente L.J.C.S. e a técnica administrativa A.P.F.M. foram elencados quando da elaboração do Plano de Trabalho do convênio, porém, quando do início das atividades solicitaram seus respectivos desligamentos justificando motivos pessoais.

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b) Conforme constatado pela própria Auditoria estão sendo respeitados os valores limites de referência no pagamento das bolsas, em função das titulações.

c) Outro esclarecimento importante diz respeito ao fato de que as Resoluções da UFPR não previram e não exigem informações detalhadas sobre as atividades profissionais dos Professores Pesquisadores da instituição, quando de sua autorização de participação nos projetos de pesquisa. Portanto, quanto à remuneração do coordenador, do vice coordenador e do Prof D.A.G, citados como maiores valores de bolsas vigentes, tem-se como principal argumento de que trata-se de Professores Titulares da Instituição, cuja posição corresponde à máxima na carreira universitária, só obtida por professores Doutores e após novo concurso público, com defesa de nova Tese inédita, estando acima mesmo dos portadores de título de pós-doutor, que os mencionados o são. Há que se supor, em uma análise rápida e singela da lei, que não se possa argumentar com os fatos acima, mas a realidade é iminente. Trabalha-se além de 2h semanais nos projetos acima referidos.

Ainda, na Resolução 17/11-COPLAD, em seu capitulo III - da Concessão de Bolsas - em seu Artigo 11 estabelece que: "O valor para concessão de bolsas para Servidores da UFPR deverá ser compatível com a titulação do Servidor e a carga horária envolvida, referenciado nos valores estabelecidos para bolsas de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Regional (DCR) do CNPq". Contudo, em momento algum a resolução se refere a carga horária exigida para tal remuneração de referência do CNPq. Portanto, o próprio CNPq não se refere a valores por hora de pesquisa ou a hora de trabalho e sim, aos resultados a serem obtidos nas pesquisas efetivadas.

Quanto a não coincidência de valores de remuneração de bolsas dos diversos professores e servidores vinculados ao projeto há que se esclarecer:

Os trabalhos realizados pelos diversos profissionais são distintos, bem como sua responsabilidade técnica pelos trabalhos ante os órgãos de Controle de Classe (CREA, CRBio, etc).

Os diversos servidores integrantes do projeto, em comum acordo com a Coordenação, definem os valores de suas bolsas em função de suas disponibilidades, competências e experiências profissionais e não, unicamente, de suas meras formações acadêmicas, pois esta não retrata as expertises específicas exigidas no projeto.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Relativamente à Manifestação da Unidade, fazem-se necessárias as seguintes considerações:

1. Primeiramente, a UFPR faz uma interpretação unicamente legalista sobre os limites remuneratórios do setor público. Ainda que tal interpretação esteja correta – a Constituição Federal se refere a valores absolutos e não horários – é restrita e não leva em consideração outros princípios da administração pública como os da moralidade, impessoalidade, economicidade, proporcionalidade e razoabilidade. Os referenciais trazidos por esta Controladoria, tanto o subsídio pago aos Ministros do Supremo

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Tribunal Federal quanto a própria remuneração dos docentes para o exercício de sua atividade profissional primeira – o exercício da docência, em bases horárias servem para ilustrar a discrepância entre os valores recebidos em projetos e os valores de referência, principalmente o de docência (os primeiros, estão entre quatro a sete vezes superiores a este último).

Essa discrepância, por óbvio, necessita de justificativas plausíveis – por que os valores pagos em participação de projetos são tão superiores aos valores de docência? Tais justificativas não foram consignadas nem no processo relativo ao Convênio em análise, tampouco nas manifestações dos gestores envolvidos.

2. Quanto à utilização de um comparativo horário, não só segue a lógica, uma vez que a legislação restringe a participação temporal dos docentes, como também, diferente do alegado pela Unidade, é amparado pelos normativos externos e pelo normativo interno da UFPR, como já inserido no presente relatório, cujos excertos reproduzimos:

“Sobre o assunto, o Decreto nº 7.423/2010, que regulamenta a Lei nº 8.958/1994, que dispõe sobre as relações entre as instituições federais de ensino superior e de pesquisa científica e tecnológica e as fundações de apoio, em seu artigo 7º, assim dispõe: “Art. 7º ... ... § 2º Para a fixação dos valores das bolsas, deverão ser levados em consideração critérios de proporcionalidade com relação à remuneração regular de seu beneficiário e, sempre que possível, os valores de bolsas correspondentes concedidas por agências oficiais de fomento. (Original sem grifos)”

... E a própria norma interna da UFPR, a Resolução nº 17/11-COPLAD (alterada pela Resolução nº 04/12-COPLAD) reforça a compatibilidade do valor da bolsa à carga horária envolvida, conforme segue: “Art. 11. O valor para a concessão de bolsas a servidores da UFPR deverá ser compatível com a titulação do servidor e a carga horária envolvida, referenciado nos valores estabelecidos para bolsas de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Regional (DCR) do CNPq (...)” (Original sem grifos)”

3. Ademais, a Unidade alega que os docentes trabalham mais do que a carga horária proposta no plano de trabalho, de duas horas semanais. Observa-se que a carga horária proposta tem como condão a observância pelos profissionais, do disposto na Lei nº 12.772/2012 (modificada pela Lei 12.863/2013), que proibia a extrapolação da carga horária de cento e vinte horas anuais para a participação de docentes em regime de dedicação exclusiva, conforme segue:

“Art. 21. No regime de dedicação exclusiva, será admitida, observadas as condições da regulamentação própria de cada IFE, a percepção de: ...

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XII - retribuição pecuniária por colaboração esporádica de natureza científica ou tecnológica em assuntos de especialidade do docente, inclusive em polos de inovação tecnológica, devidamente autorizada pela IFE de acordo com suas regras. ... § 4o As atividades de que tratam os incisos XI e XII do caput não excederão, computadas isoladamente ou em conjunto, a 120 h (cento e vinte horas) anuais, ressalvada a situação de excepcionalidade a ser justificada e previamente aprovada pelo Conselho Superior da IFE, que poderá autorizar o acréscimo de até 120 h (cento e vinte horas) exclusivamente para atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação.” Repise-se que a instituição da Dedicação Exclusiva – DE tem como essência o incentivo por parte das instituições de ensino a docentes que se dediquem exclusivamente a atividades curriculares de ensino, pesquisa e extensão, tendo como contrapartida um adicional de sua remuneração. O disposto na referida lei, ainda que flexibilize o instituto da Dedicação Exclusiva, limita as atividades extracurriculares dos docentes que optaram pelo referido regime. Portanto, a limitação da carga horária em voga tem sua razão de ser. Ademais, em 2016 foi editada nova lei – a Lei nº 13.243/2016 que flexibilizou ainda mais o limite para participação em atividades / projetos extracurriculares, estabelecendo o limite de 8 horas semanais ou 416 horas anuais. Com essa nova flexibilização, deve-se minimizar um dos problemas apontados pelos participantes desses projetos, qual seria, a insuficiência das cento e vinte horas anuais para o desenvolvimento das atividades correlatas.

4. Por fim, a Unidade relata que “... os diversos servidores integrantes do projeto, em comum acordo com a Coordenação, definem os valores de suas bolsas ...”. Essa manifestação denota a discricionariedade na atribuição dos valores das bolsas. Levando-se em consideração a máxima de que ao “Administrador Público só é dado fazer aquilo que a lei autorize, de forma prévia e expressa”, no caso em análise aos servidores não é dada a discricionariedade de se atribuir os valores das bolsas que irão receber.

Denota-se que falta na UFPR regramento específico para a atribuição dos valores das bolsas aos docentes. No caso, à Unidade cabe a definição em regulamento, dos valores a serem atribuídos para essas bolsas, fixando critérios objetivos, levando em consideração: a titulação do servidor, o seu papel no projeto (supervisão, coordenação, gerência, etc.), a carga horária disponibilizada, a sua remuneração regular na atividade primeira – docência ou administrativo, dentre outros. O Tribunal de Contas da União já tratou do assunto no Acórdão 4.047/2011, 2ª Câmara:

“9.2. determinar ao Ministério da Educação que, no prazo de 180 dias a contar da ciência desta deliberação, institua ato normativo regulamentando o relacionamento das Instituições Federais de Ensino Superior com suas fundações de apoio, de modo que as IFES adotem providências para o cumprimento das seguintes medidas: 9.2.1. definam procedimentos relativos às contratações de projetos junto às suas

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fundações de apoio, em que se preveja, por parâmetros objetivos e sempre que possível quantitativos, entre outras disposições as seguintes providências: 9.2.1.7. teto máximo recebível por servidor, em bolsas desses tipos, preferencialmente referenciado em percentual relativo à sua remuneração regular e correspondente ao total de bolsas recebido pelo servidor (Original sem grifos);”

Por fim, o art. 11 da Resolução COPLAD nº 17/2011 define como valor mensal da bolsa os valores estabelecidos pelo CNPq em suas Bolsas de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Regional (DCR), entretanto, a norma apresenta lacuna no que tange ao critério de proporcionalização/rateio do valor mensal, quando o docente não atua em tempo integral.

Entende-se adequada a definição de valor teto por hora ou por dia, em um nível que a UFPR considere razoável e proporcional à qualificação técnica e ao nível remuneratório do docente. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Que a UFPR produza normatização específica que trate dos valores de remuneração, inclusive sobre o teto dessa remuneração, das bolsas de extensão vinculadas a projetos realizados junto às suas fundações de apoio, ou que trate do assunto em sessão específica no normativo em vigor, a Resolução nº 17/11-COPLAD. 1.1.1.9 CONSTATAÇÃO Superdimensionamento no pagamento de despesas com hospedagem. Fato Pagamento de Diárias de Hotel: Da análise dos valores pagos a título de diárias de hotel no âmbito do Convênio nº 801546, foi identificada a realização das seguintes despesas, até a data de 27/04/2015

Quadro 9 – Despesas com diárias de hotel

Data da Fatura Local Fatura

nº Valor da

fatura (R$)

Qtidade. de

pessoas

Número de

diárias

Valor médio da

diária (R$) 06/06/2014 São Paulo 39700 735,50 01 01 735,50 12/06/2014 Itacarambi/MG 39945 1.057,50 04 03 88,13 12/06/2014 Campo Mourão/PR 39950 201,00 01 01 201,00 17/06/2014 Rio de Janeiro 40074 864,96 02 01 432,48 25/06/2014 Brasília 40263 4.231,66 03

02 01 02 604,52

25/06/2014 Brasília 40264 1.014,89 01 02 507,45 02/07/2014 Barreiras/BA 40471 531,70 01 02 265,85 02/07/2014 Brasília 40473 650,35 02 01 325,18 05/08/2014 Barreiras/BA 41504 588,45 02 01 294,23 11/08/2014 Feira de Santana/BA 41509 181,80 01 01 181,80 12/08/2014 Brasília 41687 521,40 01 01 521,40

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22/08/2014 Curitiba 42092 999,60 03 01 333,20 22/08/2014 Brasília 42191 1.152,56 02 01 576,28 05/09/2014 Curitiba 42754 1.339,90 04 01 334,98 12/09/2014 Brasília 42918 848,10 03 01 282,70 23/09/2014 Brasília 43355 1.309,34 02 01 654,67

02/10/2014

Brasília

43591

801,79 01 01 801,79 Foz do Iguaçu/PR 608,73 01 03 202,91

Correntina/BA 1265,00 04 03

04 01 66,58

21/10/2014 Brasília 44392 1.883,83 03 01 627,94 Barreiras/BA 2.888,82 02 05 288,88

03/11/2014 Correntina/BA 44887 256,00 02 01 128,00

25/11/2014 Brasília 45955 1.493,25 03 01 497,75 Correntina/BA 443,00 03 01 147,67

02/12/2014 Ipatinga/MG 46243 733,50 02 02 183,38

12/12/2014 Brasília

46612 2.367,65 03 01 789,22

São Paulo 1.919,40 02 02 479,85 Belo Horizonte 887,00 02 03 147,83

12/12/2014 Brasília 46614 1.419,48 02 01 709,74 Barreiras/BA 1.949,75 03 02 324,96

21/01/2015 Correntina/BA 47157 1.056,00 02 07 75,43

04/02/2015

Salvador

47379

1.940,40 02 03 323,40 Brasília 1.578,50 03 01 526,17

Barreiras/BA 14.087,37 02 01

18 12 293,49

11/03/2015

Barreiras/BA

48563

1.918,50 03 04 159,88

Correntina/BA 4.124,00 04 03

02 06 158,62

Salvador 970,20 01 03 323,40 17/03/2015 Barreiras/BA 48731 4.111,50 02 11 186,89

13/04/2015 Brasília 49502 424,60 02 01 212,30 São Paulo 3.701,19 03 03 411,24

27/04/2015 Brasília 49889 3.011,78 04 01 752,95 Relativamente ao valor médio das diárias concedidas no âmbito do convênio, selecionaram-se, como parâmetro para averiguação de sua adequação, os valores de diárias concedidos aos servidores do Poder Executivo Federal para as diferentes localidades. Os valores dessas diárias foram determinados pelo Decreto nº 6.907/2009, em seu Anexo I o qual reproduz-se a seguir:

Quadro 10 – Diárias vigentes no Serviço Público Federal

Classificação do Cargo/Emprego/Função

Deslocamentos para

Brasília/Manaus/ Rio de Janeiro

Deslocamentos para Belo Horizonte/

Fortaleza/Porto

Alegre/Recife/ Salvador/São

Paulo

Deslocamentos para outras capitais de

Estados

Demais deslocament

os

A) Ministro de Estado 581,00 551,95 520,00 458,99

B) Cargos de Natureza Especial 406,70 386,37 364,00 321,29 C) DAS-6; CD-1; FDS-1 e FDJ-1 do BACEN 321,10 304,20 287,30 253,50

D) DAS-5, DAS-4, DAS-3; CD-2, CD-3, CD-4; FDE-1, FDE-2; FDT-1; FCA-1, FCA-2, FCA-3; FCT1, FCT2; FCT3, GTS1;

267,90 253,80 239,70 211,50

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GTS2; GTS3.

E) DAS-2, DAS-1; FCT4, FCT5, FCT6, FCT7; cargos de nível superior e FCINSS.

224,20 212,40 200,60 177,00

F) FG-1, FG-2, FG-3; GR; FST-1, FST-2, FST-3 do BACEN; FDO-1, FCA-4, FCA-5 do BACEN; FCT8, FCT9, FCT10, FCT11, FCT12, FCT13, FCT14, FCT15; cargos de nível intermediário e auxiliar

224,20 212,40 200,60 177,00

Consideram-se, para fins de comparação, as diárias de referência do “item E”, que são aquelas recebidas pelos professores das IFES. Ainda, há de se descontar o valor diário do vale alimentação, uma vez que as diárias recebidas pelos servidores em viagem custeiam também as refeições realizadas enquanto que no âmbito do convênio as refeições são custeadas por rubrica específica. O valor de referência do vale alimentação diário é de R$ 17,76 (R$ 373,00/21 dias úteis médios no mês).

Quadro 11 – comparativo valor diária serviço público federal x valor médio hospedagem

Deslocamentos (Colunas do Quadro 10)

Valores Decreto nº 6.907/2009 (R$)

(A)*

Valor médio da hospedagem pago pelo

Convênio (R$) (B)

Diferença (B-A)

Coluna 2 – Decreto** 206,44 561,29 354,85 Coluna 3 – Decreto*** 194,64 350,13 155,49 Coluna 4 – Decreto**** 182,84 334,22 151,38 Coluna 5 – Decreto***** 159,24 192,53 33,29

* Subtraindo R$ 17,76 do Vale alimentação ** viagens para Brasília de Rio de Janeiro *** viagens para Belo Horizonte, Salvador e São Paulo **** viagens para Curitiba ***** viagens para as cidades que não são capitais

Depreende-se que, principalmente em viagens realizadas a Brasília e Rio (diferença de R$ 354,85) e outras capitais (diferença de aproximadamente R$ 150,00), as diárias pagas por meio do Convênio são bem mais expressivas do que aquelas pagas usualmente para os servidores do Poder Executivo Federal. Em alguns casos, principalmente para viagens à Brasília, a diária chegou a R$ 800,00 aproximadamente, em torno de quatro vezes a referência normativa para pagamento de diárias. E ainda, o valor da diária do Decreto nº 6.907/2009 (descritos na coluna 2 do Quadro 11) deve cobrir, além da despesa de hospedagem, despesas como refeições (além do almoço), transportes e outras despesas incorridas durante a viagem. Por sua vez, o valor médio pago pelo convênio (coluna 3 do Quadro 11) é somente para hospedagem (sendo as outras despesas da viagem cobertas por outros recursos), tornando a discrepância ainda maior. ##/Fato##

Causa

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Excessos cometidos na escolha de hotéis cinco estrelas pelos participantes do projeto e ausência de norma que regulamente as despesas com hospedagens. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício UFPR nº 890/15-R, de 14/12/2015, a Universidade Federal do Paraná apresentou a seguinte manifestação: (Observação: em anexo à manifestação do gabinete do Reitor, por meio dos “Documentos 2 e 3” também houve a manifestação do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura – ITTI e da Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná – FUPEF, respectivamente, para este item, motivo pelo qual, para fins de melhor entendimento, elencam-se as três manifestações em separado). Manifestação do Gabinete do Reitor: “Esclarecimentos: Os esclarecimentos sobre estes apontamentos são apresentados pela FUPEF (DOC. 03) e pela Coordenação do Convênio (DOC. 02). Adicionalmente aos esclarecemos (sic) apresentados pela FUPEF quanto ao posicionamento do Ministério Público das Fundações com referência ao ressarcimento de despesas de viagem mediante a apresentação de Notas Fiscais de despesas e não mediante concessão de diárias, informamos ainda que na década de 90 a FUNPAR, assim como outras fundações de apoio do país, foram autuadas pelo INSS com respeito ao pagamento de diárias para fazer frente às despesas de hospedagem, deslocamento e alimentação de servidores públicos participantes de projetos desenvolvidos com base na Lei 8958/94. No que diz respeito à FUNPAR, as Notificações Fiscais de Lançamento de Débito - NFLD realizadas pelo INSS foram contestadas e o julgamento ainda aguardava decisão em tribunal superior. Enfim, diante de autuações decorrentes do pagamento de diárias e o consequente risco fiscal, houve uma orientação nacional às Fundações de Apoio para que se abstivessem do pagamento mediante diárias e que despesas com hospedagem, alimentação e deslocamento dos participantes em projetos deveriam ser ressarcidas mediante apresentação de documentos contábeis demonstrativos destas despesas. É também importante frisar que para fazer frente não somente a despesas de hospedagem, mas também despesas com alimentação e deslocamentos internos, o valor pago pelo Governo Federal, com base no Decreto de 2009, a título de diárias nas viagens a serviço está bastante defasado dos valores atualmente cobrados pelo sistema de hotelaria, restaurantes e táxi em viagens a capitais e grandes centros do país. Tal constatação pode ser facilmente comprovada através de simples consulta aos sites de reserva de hospedagem e que informam custos de diárias na hotelaria do país.”

Manifestação do ITTI:

“Há um equívoco de interpretação da Auditoria, pois não há que se falar em diárias e sim em “despesas com hospedagem” e “despesas com alimentação”. Portanto, não se pode estabelecer valores de referência de diária com os pagos na hospedagem onde, por vezes, incluem refeições, impressão de documentos, uso de telefone, de internet e de outros custos que são relacionados à execução de serviços de apoio ao projeto.”

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Manifestação da FUPEF:

“Em primeiro lugar a FUPEF não pode pagar diária, por vedação do Ministério Público do Estado do Paraná, que entende que nessa forma de pagamento não há transparência, por ausência de prestação de contas com documentos que comprovem as despesas. Em segundo lugar entendemos que o quadro do Anexo I do referido Decreto, que estipula o valor de diárias do serviço público federal, é de 19 de dezembro do ano de 2006. Devido ao caráter temporal, não pode ser utilizado como parâmetro para aferir superdimensionamento dos valores pagos por hospedagem em hotéis diante de total defasagem entre o custo de uma diária de hotel há oito anos e o valor médio de uma diária de hotel nos dias de hoje. A tabela de diárias do governo federal está distante da realidade fática. A verificação do superdimensionamento, para ser coerente, deveria ser embasada pelos valores médios praticados no mercado, mais especificamente nas localidades onde houve hospedagem dos técnicos do projeto. Entendemos que em muitas ocasiões não conseguimos descontos nos valores das diárias, em função, em casos não previstos, da exiguidade de tempo para a contratação dos hotéis. A maioria dos pedidos de solicitação de compra de passagem e hospedagem ocorrem muito próximo à respectiva viagem, não nos deixando margem a uma pesquisa de preços e acomodações. Além disso, o fato de termos que contratar esses serviços com a empresa licitada nos impossibilita de efetuar compras diretas aproveitando promoções das empresas e de sites de compras, como por exemplo: decolar.com (passagens) e trivago (hotéis).” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Relativamente ao objeto em análise, é pertinente a observação da Unidade quanto à impossibilidade no pagamento de diárias por parte do Convênio. Com efeito, quando esta relatoria se refere ao “valor de diárias concedidas no âmbito do Convênio” expresso no campo fato, interprete-se como o valor de diárias de hotel despendidas e reembolsadas às custas do Convênio, e não a diárias de viagem como sinônimo de ajuda de custo. Admite-se que, como relatado anteriormente, deu-se margem a essa segunda interpretação.

Quanto às justificativas apresentadas, há que se concordar parcialmente com a manifestação da Unidade, de que os valores de referência possam estar defasados, quando deparados à realidade fática dos preços do setor hoteleiro, principalmente nas principais capitais do país. Também é certo que não se pode esperar que a gestão do Convênio aproveite promoções de sites especializados na internet, uma vez que a marcação das datas de viagem nem sempre condizem com a época de promoções para determinado itinerário, sendo que essas marcações são feitas poucos dias antes das viagens.

Porém, há que se considerar dois aspectos:

- Primeiramente, constatou-se que em algumas viagens houve sim excessos por parte dos servidores que se utilizaram dos serviços, escolhendo hotéis “cinco estrelas” e onerando em demasia a rubrica de despesa em análise. Foram casos concentrados na capital federal, conforme reproduzido abaixo:

Data da Fatura Local Valor médio da diária (R$)

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06/06/2014 São Paulo 735,50 25/06/2014 Brasília 604,52 23/09/2014 Brasília 654,67 02/10/2014 Brasília 801,79 21/10/2014 Brasília 627,94 12/12/2014 Brasília 709,74 27/04/2015 Brasília 752,95

É de comum conhecimento de que a rede hoteleira de Brasília é uma das mais custosas do país, tendo um valor médio elevado para os padrões nacionais. Mas também é fato de que se pode estar bem hospedado por valores entre R$ 250,00 e R$ 350,00, ainda que esses valores sejam superiores à ajuda de custo disponibilizada pela União aos seus servidores. Deduz-se do caso em análise, que falta uma regulamentação específica por parte da UFPR, no que tange à contratação de serviços relacionados à logística em geral, e mais especificamente, aos serviços de hotelaria quando da execução de convênios.

Em virtude da ausência de obrigatoriedade legal, entende-se que os valores das ajudas de custos para viagens no âmbito dos convênios não precisam estar em consonância com os valores do Decreto nº 6.907/2009. Entretanto, entende-se adequada a definição, por parte da UFPR, de um valor razoável para o custeio das viagens. Poderá ser realizada uma cotação de preços junto aos hotéis que a UFPR considera adequado para os seus servidores para definição de tais valores.

- O segundo aspecto se refere às custas adicionais do Convênio com a contratação de uma empresa intermediadora da parte logística (passagens, hotéis, locação de veículos, etc.). Sabe-se que a empresa que presta os referidos serviços, já o faz de longa data para a UFPR. Porém, por ser uma instituição de grande porte, justifica-se a contratação de uma empresa que faça esses serviços de intermediação. Relativamente ao Convênio, não se vislumbra o mesmo benefício. Como já exposto pela Unidade, houve contratação de funcionários para tratar da parte administrativa do Convênio assim como a própria FUPEF deveria prestar o devido apoio. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Que a UFPR produza normatização específica que trate dos valores de hospedagem, inclusive sobre o teto desses valores, vinculados a projetos realizados junto às suas fundações de apoio, ou que trate do assunto em sessão específica no normativo em vigor, a Resolução nº 17/11-COPLAD. Recomendação 2: Que reveja a pertinência da contratação de empresa intermediadora das despesas relacionadas à logística (hospedagem, passagens e locação de veículos), uma vez que esse também é o papel precípuo de suas Fundações de Apoio. 1.1.1.10 CONSTATAÇÃO Ausência de informações sobre as atividades curriculares e extracurriculares desenvolvidas pelos servidores participantes em projetos desenvolvidos pelas Fundações de Apoio. Fato

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Relativamente às atividades desenvolvidas pelos docentes no âmbito do projeto objeto do Convênio nº 801546/2014, foi verificada a existência dos documentos inseridos no Processo nº 23075.045823/2013-19 da UFPR, tais como a lista de profissionais selecionados, a respectiva atividade a ser desenvolvida, a(s) etapa(s) na(s) qual (quais) participam, e, em especial, o “Termo Individual de Participação no Projeto”, previsto no Anexo I da Resolução nº 17/11-COPLAD. Com relação a este último documento, a Resolução nº 04/2012-COPLAD alterou a citada Resolução nº 17/2011, suprimindo a maior parte das informações previstas no Anexo I original. Nesse sentido, entende-se que a referida supressão foi prejudicial à transparência das informações que deveriam ser trazidas ao processo, uma vez que essas informações trariam o mapa completo de atividades desenvolvidas pelo docente/técnico administrativo; inclusive quanto ao cumprimento dos horários e atividades curriculares estabelecidos no plano acadêmico, à compatibilidade das atividades extracurriculares e ao respeito aos limites estabelecidos nas normas. As informações a serem trazidas no Anexo I original detalhavam: - Participação do Servidor no Projeto: detalhando a fase, a atividade desenvolvida, o prazo de execução, o local de execução, o valor da bolsa e a carga horária semanal e total. - Plano de Trabalho Semanal: detalhando as atividades por dia da semana, inserida em determinado semestre/ano. - Atividades sob a Reponsabilidade do Servidor divididas em:

a) Atividades de Ensino detalhando as seguintes informações: disciplina ministrada, semestre/ano, curso, turma, local e carga horária; b) Atividades de Pesquisa detalhando as seguintes informações: projeto, instituição envolvida, coordenador, atividades desenvolvidas, prazo de execução, local de execução e carga horária semanal; c) Atividades de Extensão detalhando as seguintes informações: atividade, instituição envolvida, coordenador, atividades desenvolvidas, prazo de execução, local de execução e carga horária semanal; d) Atividades Administrativas detalhando as seguintes informações: atividade, gratificação e carga horária semanal; e) Atividades Complementares à Docência (EC) detalhando as seguintes informações: atividade, referência e carga horária semanal; e f) Participação em Outros Projetos junto à Fundação de Apoio detalhando as seguintes informações: projeto, instituição envolvida, coordenador, atividades desenvolvidas, prazo de execução, local de execução, valor da bolsa e carga horária semanal.

Uma vez apresentadas as informações – suprimidas do Anexo I, pela Resolução n° 04/12-COPLAD – ter-se-ia o mapa de atividades desenvolvidas pelos servidores

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participantes dos projetos, sendo de conhecimento pelos coordenadores dos projetos extracurriculares, Conselhos Superiores, da comunidade acadêmica em geral, dos órgãos de controle, etc. Com isso, vislumbra-se total transparência das referidas atividades, observando-se a compatibilidade do desenvolvimento das atividades extracurriculares com as atividades curriculares e demais responsabilidades porventura assumidas pelos docentes participantes. E, também, o respeito aos limites impostados pela Lei n° 12.772/2012, cujo artigo 21 assim dispõe: “Art. 21. No Regime de dedicação exclusiva, será admitida, observadas as condições da regulamentação própria de cada IFE, a percepção de: ... XI – retribuição pecuniária, em caráter eventual, por trabalho prestado no âmbito de projetos institucionais de ensino, pesquisa e extensão, na forma da Lei n° 8.958, de 20 de dezembro de 1994; ... § 4° As atividades de que tratam os incisos XI e XII do caput não excederão, computadas isoladamente ou em conjunto, a 120 h (cento e vinte horas) anuais, ressalvada a situação de excepcionalidade a ser justificada e previamente aprovada pelo Conselho Superior da IFE, que poderá autorizar o acréscimo de até 120 h (cento e vinte horas) exclusivamente para atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação.” (Original sem grifo) ##/Fato##

Causa Edição da Resolução n° 04/12-COPLAD, suprimindo exigências trazidas pelo Anexo I da Resolução nº 17/11-COPLAD, como o mapeamento completo das atividades desenvolvidas pelos servidores participantes dos projetos. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício UFPR nº 890/15-R, de 14/12/2015, a Universidade Federal do Paraná apresentou a seguinte manifestação: (Observação: em anexo à manifestação do gabinete do Reitor, por meio do “Documento 2” também houve a manifestação do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura – ITTI para este item, motivo pelo qual, para fins de melhor entendimento, elencam-se as manifestações por setor da UFPR). Manifestação do Gabinete do Reitor: “Esclarecimento: Considerando que a questão apontada pela CGU diz respeito à decisão do COPLAD, a PROPLAN estará encaminhando esta informação àquela instância colegiada para analisar a possibilidade de reavaliação dos atos que culminaram com a aprovação da Resolução 04/2012-COPLAD.”

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Manifestação do ITTI: “Esta Coordenação seguiu estritamente os ditames das Resoluções exigíveis no âmbito da Universidade e que, os Planos de Trabalho são previamente aprovados no âmbito das unidades Departamentais, Setoriais, Coordenação de Relações Institucionais, Procuradoria Federal Especializada, Conselho de Planejamento e Administração para que, após todas essas etapas seja então assinado pelo Magnífico Reitor e pela Instituição Cedente. Somente após todos estes trâmites e a correspondente publicação no D.O.U é que o Magnífico Reitor designa a Coordenação do Projeto.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Conforme manifestado pela Unidade, a PROPLAN encaminhará a informação ao COPLAD para analisar a possibilidade de reavaliação dos atos que culminaram com a aprovação da Resolução nº 04/2012-COPLAD. No entendimento desta Controladoria, em nome da maior transparência das informações concernentes, principalmente à realização das atividades extracurriculares, é recomendável a revogação da referida resolução, retornando-se a exigência das informações sobre as atividades curriculares e extracurriculares desenvolvidas pelos servidores participantes em projetos desenvolvidos pelas Fundações de Apoio. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Avaliar a oportunidade e conveniência de revogar as alterações da Resolução nº 04/2012-COPLAD, restabelecendo as informações originalmente previstas no Anexo I da Resolução nº 17/2011. 1.1.1.11 CONSTATAÇÃO Inobservância aos limites referenciados nos normativos para pagamento de bolsas a discentes no projeto em análise. Fato No âmbito do projeto objeto do Convênio nº 801546 foram selecionados alunos da UFPR e de outras Universidades localizadas no município de Curitiba/PR para participação em atividades acadêmicas. Ressalta-se que a legislação que trata da relação entre as Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) e suas Fundações de Apoio incentiva a participação do corpo discente nos projetos objetos dos instrumentos celebrados entre as partes, conforme segue: Lei nº 8.958/1994: “Art. 4º-B. As fundações de apoio poderão conceder bolsas de ensino, pesquisa e extensão e de estímulo à inovação aos estudantes de cursos técnicos, de graduação e pós-graduação e aos servidores vinculados em projetos institucionais, inclusive em rede, das IFES e demais ICTs apoiadas, na forma da regulamentação específica, observados os princípios referidos no art. 2º.” (Original sem grifo)

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E Decreto nº 7.423/2010: “Art. 6º O relacionamento entre a instituição apoiada e a fundação de apoio, especialmente no que diz respeito aos projetos específicos deve estar disciplinado em norma própria, aprovada pelo órgão colegiado superior da instituição apoiada, observado o disposto na Lei nº 8.958, de 1994, e neste Decreto. ... § 7º Em todos os projetos deve ser incentivada a participação de estudantes. § 8º A participação de estudantes em projetos institucionais de prestação de serviços, quando tal prestação for admitida como modalidade de extensão, nos termos da normatização própria da instituição apoiada, deverá observar a Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008.” (Original sem grifo) Em seu plano de trabalho, foi definida a seleção de 30 alunos de graduação, com previsão de carga horária de 04 horas/dia e valor da bolsa definida em aproximadamente R$ 840,00/mês; 05 alunos de pós-graduação, com previsão de carga horária de 06 horas/dia e valor da bolsa definida em aproximadamente R$ 5.000,00/mês; 02 alunos pré-selecionados, sendo o primeiro o aluno C. C. L., no nível de mestrado, com previsão de carga horária de 02 horas/dia, mas realizando 04 horas/dia e bolsa definida em R$ 2.000,00/mês; e a segunda a aluna S. M. R., no nível de doutorado, com previsão de carga horária de 06 horas/dia, mas realizando 04 horas/dia e bolsa definida em R$ 5.000,00/mês. Até o presente, foram selecionados os seguintes alunos:

Quadro 12 – Relação de bolsistas discentes Aluno Nível Carga Horária

Semanal Valor da Bolsa (R$)*

A. S. J. Graduação 20 850,00 B G. P. Graduação 20 850,00 C. C. L. Mestrado 20 2.000,00 F. J. G. Graduação 20 850,00 F. A. W. Graduação 20 850,00 F. C. A. Graduação 20 850,00 G. C. F. Graduação 20 850,00 G. S. V. Graduação 20 950,00 G. Y. M. M. Graduação 20 850,00 J. R. S. Graduação 20 850,00 K. W. S. S. Graduação 20 850,00 L. M. T. Graduação 20 850,00 L. T. R. S. Graduação 20 850,00 L. P. F. Graduação 20 850,00 M. B. S. Mestrado 10 1.500,00 M. A. M. Graduação 20 850,00 M. E. L. S. P. Graduação 20 850,00 O. L. S. P. Graduação 20 850,00 P. R. R. B. Graduação 20 800,00 P. N. Graduação 20 850,00 R. S. A. Graduação 20 850,00 R. A. N. Graduação 20 850,00 S. M. R. Doutorado 20 5.000,00

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T. M. S. O. Mestrado 30 2.000,00 W. H. F. Graduação 20 850,00

* Para os alunos de graduação, os valores das bolsas consideram o auxílio transporte pago. Os parâmetros para a concessão de bolsas para estudantes no âmbito da UFPR foram definidos por meio da Resolução nº 04/2012-COPLAD, que altera a Resolução nº 17/2011-COPLAD, que normatiza as relações entre a Universidade Federal do Paraná e as Fundações regularmente credenciadas junto ao Ministério da Educação – MEC e Ministério da Ciência e Tecnologia – MCT como de apoio à UFPR. Seu artigo 5º está assim disposto: “Artigo 5º Alterar o “caput” do artigo 15 da Resolução 17/11-COPLAD que passará a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 15. O valor para a concessão de bolsas a alunos da UFPR deverá ser compatível com a modalidade da qualificação do aluno e a carga horária envolvida, referenciado nos valores estabelecidos para bolsas no País pelo CNPq, a saber: I – Aluno de Graduação – bolsa de Iniciação Científica – IC/CNPQ. II – Aluno de Aperfeiçoamento / Especialização – 75% da bolsa de mestrado GM/CNPQ. III – Aluno de Mestrado – bolsa de mestrado – GM/CNPQ. IV – Aluno de Doutorado – bolsa de doutorado – GD/CNPQ.””

Os valores de referência vigentes para período do Convênio estão definidos no “Quadro 5” acima, o qual reproduzimos parcialmente:

Quadro 13 – Valor de referência bolsa CNPq:

Modalidade Sigla Categoria

/Nível Valor

R$ Doutorado GD - 2.200,00 Iniciação Científica IC - 400,00 Mestrado GM - 1.500,00 Fonte: http://www.cnpq.br/view/-/journal_content/56_INSTANCE_0oED/10157/971393 Depreende-se, das informações trazidas, que as bolsas pagas com recursos do Convênio a alunos participantes do projeto em análise são superiores àquelas definidas nas normas vigentes, conforme quadro comparativo a seguir:

Quadro 14 – Comparativo valor da bolsa

Graduação

Valores máximos das Bolsas – recursos do

Convênio 801546 R$

Valores de referência CNPQ (conforme Resolução nº 17/11-COPLAD)

R$

Graduação / Iniciação Científica (IC) 900,00* 400,00 Mestrado (GM) 2.000,00 1.500,00 Doutorado (GD) 5.000,00 2.200,00

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* Desconsiderando o valor de auxílio transporte para a aluna G.S.V. Verifica-se, portanto, a extrapolação dos valores de referência determinados pela própria norma interna do Conselho de Planejamento e Administração – COPLAD, Conselho Superior da UFPR. ##/Fato##

Causa Ausência de disciplinamento do disposto no artigo 19 da Resolução 17/11-COPLAD, ou interpretação errônea dos valores de referência do CNPq trazidos por aquela norma. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício UFPR nº 890/15-R, de 14/12/2015, a Universidade Federal do Paraná apresentou a seguinte manifestação: (Observação: em anexo à manifestação do gabinete do Reitor, por meio do “Documento 2” também houve a manifestação do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura – ITTI para este item, motivo pelo qual, para fins de melhor entendimento, elencam-se as manifestações por setor da UFPR). Manifestação do Gabinete do Reitor: “Esclarecimento: O Decreto 7423110 em seu Art. 7°, paragrafo 1° diz que: § 1° A instituição apoiada deve, por seu órgão colegiado superior, disciplinar as hipóteses de concessão de bolsas, e os referenciais de valores, fixando critérios objetivos e procedimentos de autorização para participação remunerada de professor ou servidor em projetos de ensino, pesquisa ou extensão, em conformidade com a legislação aplicável. A UFPR, em atendimento ao estabelecido no mencionado Decreto disciplinou a concessão de bolsas concedidas aos seus discentes pela participação em projeto desenvolvidos com base na Lei 8958/94 não fixando valores, mas sim colocando valores referenciais com base em bolsas concedidas pelo CNPq:

Art. 15. O valor para a concessão de bolsas a alunos da UFPR deverá ser compatível com a modalidade da qualificação do aluno e a carga horária envolvida, referenciado nos valores estabelecidos para bolsas no País pelo CNPq, a saber: I- Aluno de Graduação - bolsa de Iniciação Científica – IC/CNPQ. II- Aluno de Aperfeiçoamento/Especialização - 75% bolsa de mestrado GM/CNPQ. III- Aluno de Mestrado - bolsa de mestrado – GMICNPQ. IV- Aluno de Doutorado - bolsa de doutorado – GD/ CNPQ.

E ainda, o Decreto 7423/10 no mesmo Art. 7°, paragrafo 2° diz que:

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§ 2° Para a fixação dos valores das bolsas, deverão ser levados em consideração critérios de proporcionalidade com relação à remuneração regular de seu beneficiário e, sempre que possível, os valores de bolsas correspondentes concedidas por agências oficiais de fomento.

Portanto, atendendo ao estabelecido pelo Decreto estabeleceu em normativo interno Resolução 17/11-COPLAD os valores de referência para concessão de bolsas tanto para seus servidores quanto para seus alunos. A avaliação e definição do valor fixado para as bolsas concedidas, ato não exigível pelo Decreto como constante do ato normativo interno, tem sido, no âmbito da UFPR, de responsabilidade das instâncias responsáveis pela proposição do projeto. Assim consta na Resolução 17/11-COPLAD: Art. 2° Os projetos a serem desenvolvidos nos termos desta Resolução deverão ser individualmente instruídos mediante os seguintes documentos, sem a estes se restringir: (...) III- Plano de Aplicação dos recursos a serem aportados ao projeto: por natureza de despesas, em especial, explicitando os montantes previstos para pagamento de bolsas e os valores referentes aos ressarcimentos a UFPR e a Fundação de Apoio. (...) § 1° Quando estiver previamente definida a indicação de membros da equipe técnica, para cada membro da equipe deverá ser apresentado junto a proposta de parceria do projeto, um dos seguintes documento (sic), variáveis em função do tipo de vínculo do profissional com a UFPR, cujos modelos encontram-se em anexo a esta Resolução: a. Termo Individual de Participação no Projeto (Anexo I) - para servidor da UFPR); b. Termo Individual de Participação no Projeto (Anexo II) - para aluno da UFPR; e (...) § 2° No caso em que a indicação de membros da Equipe Técnica ocorrer após a formalização da parceria com a fundação de apoio, em substituição aos documentos indicados no parágrafo anterior, deverão constar na proposta do projeto, a minuta do Edital de seleção e respectivo Termo de Referência estabelecendo a cada profissional a ser contratado a descrição da(s) atividade(s) a ser(em) exercida(s) junto ao projeto; o tipo de vínculo com a UFPR; o perfil técnico desejado e os requisitos de habilitação do profissional; e os critérios de seleção, a forma de remuneração, o valor total da remuneração e o período de atuação. (...) Art. 19. O processo administrativo visando à formalização de instrumento legal com a Fundação de Apoio deverá ser instruído com os documentos elencadas no artigo 2°. e por minuta do instrumento legal os quais deverão ser submetidos a apreciação e aprovação das instâncias internas da UFPR, cabendo: I - (...) (...) II - Ao Conselho Setorial ou ao titular da unidade no caso de órgão suplementar ou pró-reitorias em que (...) c. a adequação dos valores das bolsas a serem concedidas no âmbito do projeto, frente aos limites estabelecidos nesta Resolução; Esclarecemos ainda que os limites estabelecidos na Resolução 17/11-COPLAD e citados no Art. 19º dizem respeito aos servidores da UFPR participantes nos mencionados projetos e são fixados nos artigos 5° e 12º, quais sejam:

Art. 5° A participação de servidor da UFPR, docente ou técnico-administrativo, contemplado ou não com a concessão de bolsa, em atividades relativas a

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projetos promovidos em parceria com Fundação de apoio, não poderá prejudicar o cumprimento de suas atribuições contratuais e regulares perante a UFPR e fica condicionada ao atendimento dos seguintes requisitos: a. deve ter caráter eventual e de curta duração, e b. não poderá exceder, semestralmente, o equivalente a 10 (dez) horas semanais no caso de percepção de bolsas concedidas nos termos desta Resolução. (...) Art. 12º O servidor da UFPR poderá ser beneficiário de bolsas concedidas por Fundação de Apoio, em decorrência da atuação em projetos desenvolvidos nos termos desta Resolução, no montante máximo mensal equivalente a 100% (cem por cento) do valor correspondente a categoria funcional do servidor e obtido pela soma, em base mensal, dos valores referentes ao salário base e a gratificação por titulação.”

Manifestação do ITTI:

“Conforme a própria Auditoria demonstra em seu relatório, “o valor para a concessão de bolsas para os alunos da UFPR deverá ser compatível com a modalidade da classificação do aluno e a carga horária envolvida, referenciado nos valores estabelecidos para bolsas no país pelo CNPq ...” (Art 15 Resolução 17/11-COPLAD).

Como supra negritado, os valores são “referenciados” aos valores das bolsas do CNPq, e não “idênticos” aos valores do CNPq! A referência pode ser, por exemplo, de 02 (duas) vezes o valor, ou de 1,25 (um vírgula vinte e cinco) vezes o valor e assim por diante, s.m.j.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Em sua manifestação, a Unidade informa que a Resolução nº 17/11-COPLAD, em seu artigo 19, atribui ao Conselho Setorial a apreciação e a aprovação dos valores das bolsas a serem concedidas no âmbito do projeto, sendo, portanto, a instância reguladora dos valores concedidos. Mas também o próprio artigo 19, cita os “limites estabelecidos nesta Resolução”.

Ora, em um primeiro momento a Unidade destaca que a Resolução nº 17/11-COPLAD, cita os valores trazidos pelo CNPQ como sendo apenas de “referência”, podendo ser maiores ou menores do que eles. Em um segundo momento, a própria Resolução cita os “limites nela estabelecidos” no que concerne à concessão de bolsas. Aqui, salvo melhor juízo, só cabem duas interpretações: a) ou esses limites para a concessão de bolsas são os próprios valores referenciados pelo CNPQ, uma vez que a Resolução não cita em nenhum momento valores diversos desses; ou b) o item “c” do inciso II do artigo 19 do normativo citado é “letra morta”, uma vez que os limites não teriam sido estabelecidos.

Nesse sentido, a Unidade pode optar em manter o primeiro entendimento acima, ou seja, que os limites citados no artigo 19 são efetivamente os do CNPQ, ou devem alterar a Resolução nº 17/11-COPLAD, estabelecendo os limites referenciados naquele artigo. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

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Recomendação 1: Que a Unidade interprete a Resolução nº 17/11-COPLAD de forma que os limites citados no artigo 19 sejam efetivamente os referenciados pelo CNPQ, ou que altere a Resolução, estabelecendo os limites referenciados naquele artigo. 1.1.1.12 CONSTATAÇÃO Insuficiência das informações apresentadas no Plano de Trabalho do Convênio nº 44/2014. Fato Conforme já relatado, verificou-se que o Termo de Cooperação para Descentralização de Crédito nº 1103/2013-DPP, prevê a execução de seu objeto dividido em metas e submetas pactuadas por tipo de intervenção (quanto ao impacto ambiental do serviço a ser realizado) e por trecho (ou subtrecho, considerando que a intervenção será realizada em parte da rodovia) da BR-135, totalizando os 424,3 km. Tal fato está consignado nas páginas 217 a 219 do próprio processo nº 23075.045823/2013-19, nas quais o Cronograma Físico do projeto é detalhado. No corpo desse mesmo processo, depreende-se que, inicialmente, a UFPR replicaria, no Plano de Trabalho do Convênio nº 801546, firmado com a FUPEF, as nove metas e suas respectivas etapas/fases, acordadas com o DNIT no Termo de Cooperação, acrescentando-se, ainda, a previsão dos custos incorridos por cada etapa/fase e o total por meta, conforme detalhado no Quadro 1 do presente relatório. Conforme descrito no Quadro 1, para cada uma das etapas/fases há indicação de valor, ensejando haver memória de cálculo que subsidiou a precificação. Para a precificação, é necessária a identificação quantitativa e qualitativa dos bens e serviços a serem adquiridos ao longo do projeto. Tais informações demonstram competência e capacidade técnica do proponente do projeto. Porém, de forma injustificada, no decorrer do processo, a UFPR e sua Fundação resolveram suprimir a divisão dos produtos a serem obtidos por Meta, e quando da elaboração do Plano de Trabalho em sua versão definitiva (na versão do Convênio assinado), as nove metas foram sintetizadas em apenas uma única meta, com a especificação “Gestão Global dos recursos do convênio”. Entende-se que tal formatação do Plano de Trabalho não atende aos incisos III, IV e V, do art. 25 da Portaria Interministerial CGU/MF/MPOG 507/2011, que descreve que no Plano de Trabalho devém conter: III - descrição das metas a serem atingidas; IV - definição das etapas ou fases da execução; e V - o cronograma de execução do objeto e cronograma de desembolso. Vale ainda descrever que, o item 2 – Cronograma de Desembolso do ANEXO D do Plano de Trabalho não se encontra preenchida. Conforme norma, deveria constar a previsão de gastos ao longo da execução do projeto.

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Apesar da dificuldade em prever a complexidade da despesa num horizonte de longo prazo, bem como em definir critérios para o rateio das despesas comuns, entende-se que tal exercício é necessário para medir a capacidade do proponente em elaborar projetos consistentes e viáveis. Por fim, vale dizer que, havendo divergência entre o previsto x realizado não constitui falha, uma vez que se trata de projeções, sendo relevante avaliar a capacidade do proponente em “desenhar o projeto até o fim”. ##/Fato##

Causa As informações exigidas pela legislação existem, mas não foram consignadas no processo que originou o Convênio nº 44/2014. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício UFPR nº 890/15-R, de 14/12/2015, a Universidade Federal do Paraná apresentou a seguinte manifestação: (Observação: em anexo à manifestação do gabinete do Reitor, por meio dos “Documentos 2 e 3” também houve a manifestação do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura – ITTI e da Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná – FUPEF, respectivamente, para este item, motivo pelo qual, para fins de melhor entendimento, elencam-se as três manifestações em separado). Manifestação do Gabinete do Reitor: “Esclarecimento: Os esclarecimentos para o presente apontamento são os mesmos apresentados para a INFORMAÇÃO 1.1.1.1.”

Manifestação do ITTI:

“Esclarecemos à esta Auditoria que a Portaria Interministerial CGU/MF/MPOG 507/2011 se aplica à celebração de Termos de Execução Descentralizada, como é o caso do TED 1103/2013, mantido entre a UFPR e o DNIT. No entanto, os convênios celebrados entre a UFPR e suas Fundações de Apoio NÃO se regem pelos mesmos ditames legais.”

Manifestação da FUPEF:

“Está equivocado o entendimento dos Auditores de que a UFPR e a FUPEF suprimiram informações do Plano de Trabalho. Sucede que o plano de Trabalho completo (metas e fases) é colocado na íntegra pela UFPR no SICONV, na fase inicial (publicação do Edital de Chamamento) e pode ser acessado a qualquer momento e se vincula ao Termo de Convênio para todos os fins Convênio. Ocorre que quando a FUPEF lança a proposta no sistema, somente coloca a especificação de “valor global”, pois não é possível operacionalizar a movimentação de recursos no sistema por Meta, Etapa e Fase.”

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##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Primeiramente, quanto ao posicionamento manifestado pelo ITTI, de que a Portaria Interministerial CGU/MF/MPOG nº 507/2011 não se aplica aos convênios celebrados entre a UFPR e suas Fundações de Apoio não parece ter guarida. O artigo primeiro daquela norma assim é disposto:

“Art. 1º Esta Portaria regula os convênios, os contratos de repasse e os termos de cooperação celebrados pelos órgãos e entidades da Administração Pública Federal com órgãos ou entidades públicas ou privadas sem fins lucrativos para a execução de programas, projetos e atividades de interesse recíproco, que envolvam a transferência de recursos financeiros oriundos do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social da União.”

Se comparados os elementos do Convênio com o disposto nesse artigo temos que: a UFPR é uma entidade da Administração Pública Federal; a FUPEF é entidade privada sem fins lucrativos; o objeto é a execução de um projeto relacionado dentro de uma funcional programática; e por fim os recursos são oriundos do Orçamento Fiscal do DNIT, sendo esses descentralizados à UFPR. Ou seja, o Convênio em análise tem todos os elementos caracterizadores da Portaria, portanto submetendo-se aos seus ditames. Em resposta ao item de informação 1.1.1.1 do presente relatório, o ITTI apresenta uma planilha intitulada “Orçamento Geral – Planilha de Metas Consolidada” em que detalha os R$ 14.162.240,25 (valor original do Convênio) em valores aplicados em cada etapa, por meta e sub-meta, conforme foi preceituado na análise do presente objeto. Porém, esse documento não está inserido no processo nº 23075.045823/2013-19, que deu origem ao Convênio nº 44/2014 (801546 SICONV) e não foi encontrado tanto no SICONV (tanto nos documentos relativos ao Convênio, quanto nos documentos relativos ao Chamamento Público), bem como não se encontra na documentação do Convênio disponibilizada no SIGEA (sistema próprio da UFPR). Ou seja, não foi publicizado como deveria ter ocorrido. O único documento encontrado no processo, referente à valoração das metas em orçamento, reitere-se, foi o de “Valor Global” conforme já relatado. Ademais, esse orçamento referencial dá guarida ao cumprimento do disposto no §3° do artigo 64 da Portaria Interministerial CGU/MF/MPOG nº 507/2011, que assim dispõe: “Art. 64 ... (...) § 3º Antes da realização de cada pagamento, o convenente incluirá no SICONV, no mínimo, as seguintes informações: (...) IV - a meta, etapa ou fase do Plano de Trabalho relativa ao pagamento;” Em sua manifestação, a FUPEF alega que não é possível operacionalizar a movimentação de recursos no sistema por Meta, Etapa e Fase, porém não motivou sua afirmação. Entende-se que, como a Unidade demonstrou que possui o Orçamento detalhado do projeto, quando do lançamento da despesa no SICONV, indicaria em campo específico a qual meta a despesa se referia. No caso da realização de despesa que atendesse a mais de uma meta, a Unidade precisaria ter uma metodologia de rateio da mesma. Conforme já consignado no presente relatório, a eventual divergência entre o previsto x realizado não constituiria falha, por se tratar de projeções, sendo relevante a

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capacidade de se acompanhar o projeto em seu desenho do início ao fim, ainda que com alterações ou adaptações. Portanto, vê se que houve sim insuficiência das informações apresentadas, assim como houve o descumprimento ao disposto no inciso IV do parágrafo terceiro do artigo 64 da Portaria Interministerial CGU/MF/MPOG nº 507/2011. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Que a Unidade insira em seus próximos convênios com suas Fundações de Apoio um Orçamento Detalhado, contendo os respectivos valores por Fase/Etapa/Meta, nos moldes do documento informado pela própria Unidade intitulado ?Orçamento Geral ? Planilha de Metas Consolidada?, que este documento conste do processo relativo ao Convênio firmado e que seja devidamente publicizado. Recomendação 2: Que a Unidade passe a inserir a informação disposta no inciso IV do parágrafo terceiro do artigo 64 da Portaria Interministerial CGU/MF/MPOG nº 507/2011 - a meta, etapa ou fase do Plano de Trabalho relativa ao pagamento, quando da inserção da despesa no SICONV. 1.1.1.13 CONSTATAÇÃO Ocorrência de dupla oneração às custas do Convênio a título de ressarcimentos dos custos incorridos no projeto, superando os limites estabelecidos em norma. Fato Da análise do Plano de Aplicação do Convênio nº 801546/2014, observou-se as seguintes rubricas nos elementos de despesa: Quadro 15 – Previsão de despesas de ressarcimento/capital

Natureza da despesa Quant. Un. Valor (R$) Elemento Descrição

- Ressarcimento dos custos operacionais da Fundação de Apoio - - 1.340.000,00

4490.51.00 Construção e reforma predial 100 Invest. 1.000.000,00 3390.00.00 Ressarcimento UFPR* 1.557.846,41

Fundo de Desenvolvimento Acadêmico 4 % 566.489,61 Ressarcimento da UFPR 2 % 283.244,80 Departamento de Geomática 1 % 141.622,40 Departamento de Geografia 1 % 141.622,40 Departamento de Geologia 1 % 141.622,40 Setor 2 % 283.244,80

Sub Total das Rubricas Especificadas 3.897.846,41 Total do Projeto / Convênio 14.162.240,25

* Já considerada a soma dos percentuais aplicados ao ressarcimento do FDA, departamentos, setor e da própria UFPR. Considerando os custos de ressarcimento, tanto para a Fundação de Apoio como para a UFPR e ainda as benfeitorias a serem realizadas na Universidade, obtém-se uma oneração ao projeto da ordem de 27,52% do seu custo total. Sob esse prisma, verifica-se que essa oneração vai além do que é previsto em norma, ou seja, no máximo 15% (quinze por cento), conforme previsto no Decreto nº 6.170/2007:

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“Art. 11-A. Nos convênios e contratos de repasse firmados com entidades privadas sem fins lucrativos, poderão ser realizadas despesas administrativas, com recursos transferidos pela União, até o limite fixado pelo órgão público, desde que: ... II – não ultrapassem quinze por cento do valor do objeto;” Vale dizer que como DESPESAS ADMINISTRATIVAS se entende as despesas que não estão diretamente vinculadas com o objeto do convênio. Essa dupla oneração decorre, em parte devido à dupla descentralização dos recursos alocados, ou seja, primeiramente houve a descentralização para a UFPR dos créditos originados do orçamento do DNIT, que, por sua vez, descentralizou a execução para a sua Fundação de Apoio – FUPEF. Quanto à legislação específica, a Resolução COPLAD nº 17/2011, que no âmbito da UFPR define os percentuais a serem ressarcidos pelo uso de suas instalações e recursos, não deixa claramente definido quem deveria fazer frente aos valores a serem ressarcidos pela IFES, conforme segue: “ Art. 28. A título de ressarcimento à UFPR frente aos custos indiretos incorridos na execução de convênios, contratos ou instrumentos correlatos celebrados nos termos desta Resolução, decorrentes do uso de instalações e serviços, de qualquer espécie, da UFPR, independente dos elementos de custo direto que componham o preço do objeto específico do convênio ou contrato incidirá sobre a receita bruta gerada, os seguintes percentuais mínimos: a. 4 (quatro) por cento para compor o Fundo de Desenvolvimento Acadêmico (FDA); b. 2 (dois) por cento para ressarcimento da UFPR; c. 2 (dois) por cento para o departamento ou unidade proponente do projeto; e d. 2 (dois) por cento para o setor ou unidade administrativa de instância imediatamente superior à unidade proponente do projeto.” Nesse caso, quem se utiliza das instalações e serviços da UFPR de maneira direta é a FUPEF, executora do projeto. Supondo que a FUPEF dispusesse de toda a estrutura administrativa e tecnológica e profissionais qualificados para a execução do projeto, sem a necessidade de recorrer à UFPR, não se falaria no ressarcimento previsto na citada norma. Relativamente ao assunto a Lei nº 8.958/1994, em seu artigo 6º, assim dispõe: “No cumprimento das finalidades referidas nesta Lei, poderão as fundações de apoio, por meio de instrumento legal próprio, utilize-se de bens e serviços das IFES e demais ICTs apoiadas, pelo prazo necessário à elaboração e execução do projeto de ensino, pesquisa e extensão e de desenvolvimento institucional, científico e tecnológico e de estímulo à inovação, mediante ressarcimento previamente definido para cada projeto.” E o Decreto nº 7.423/2010, no §2º de seu artigo 9º, assim dispõe: “Art. 9º ...

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... § 2º O uso de bens e serviços próprios da instituição apoiada deve ser adequadamente contabilizado para a execução de projetos com a participação de fundação de apoio e está condicionado ao estabelecimento de rotinas de justa retribuição e ressarcimento pela fundação de apoio, nos termos do art. 6º da Lei nº 8.858, de 1994.” Verifica-se, portanto, que não basta que sejam destacados os valores correspondentes aos percentuais detalhados no Quadro 15, acima, mas que esses valores sejam “quantificados” em termos de bens e serviços utilizados, estes devidamente contabilizados, e que este ressarcimento seja feito às custas da própria Fundação de Apoio. Ademais, a mesma Resolução COPLAD nº 17/2011 prevê o que segue: “Art. 30. Para efeitos de cálculo do ressarcimento institucional à UFPR, previsto no artigo 28, poderão ser deduzidos, da receita bruta gerada na execução de convênios, contratos ou instrumentos correlatos celebrados com Fundação de Apoio, valores correspondentes à:

I- Aquisições de equipamentos, bens materiais ou obras civis e acervo bibliográfico, que venham a ser incorporados ao patrimônio da UFPR;”

Como já demonstrado no Quadro 15 acima, foi previsto o valor de R$ 1.000.000,00 para “Construção e reforma predial” assim como, do Plano de Trabalho do Convênio em análise se extrai o valor de R$ 700.00,00 em veículos (R$ 400.00,00) e material permanente (R$ 300.00,00), que serão incorporados ao patrimônio da UFPR, conforme “Cláusula Oitava” do Convênio nº 801546/2014, e que satisfaz a previsão contida no referido artigo 30. Pelo exposto, verifica-se uma oneração exacerbada dos custos administrativos do projeto, acima do estabelecido em norma, bem como a ausência de demonstração de quais custos e/ou despesas serão suportados pelos respectivos valores. Da natureza do “ressarcimento à UFPR”: Caso considere que o “ressarcimento à UFPR” possua natureza de serviço prestado pela UFPR para a FUPEF, isto é, que a UFPR se figura como prestador de serviço, fornecendo espaço físico e laboratórios, juntamente com os custos correntes necessários para o funcionamento destes, o “ressarcimento à UFPR” não irá possuir caráter de despesa administrativa, podendo ser considerado como despesa diretamente relacionada com a execução do convênio, não incidindo o limite de 15%. Entretanto, conforme ilustrado no Quadro 15, muitas despesas aparentam não estarem diretamente vinculadas com a execução do projeto, tais como: - Fundo de desenvolvimento acadêmico, ressarcimento da UFPR e fundo do Setor: irão compor fundo para o desenvolvimento da UFPR, não possuindo vinculação direta com o convênio; e

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- Departamentos de Geomática, Geografia e Geologia: somente as despesas comprovadamente relacionadas com o projeto – como uso de espaços e laboratórios – são elegíveis para o convênio. Assim sendo, a UFPR deve tratar os “ressarcimentos” como despesas administrativas (excetuando àquelas que são possíveis a vinculação direta com o projeto), tendo como limite o montante de 15% sobre o valor total do repasse, ressaltando que, tal limite é conjunto para as despesas administrativas da UFPR e da FUPEF. Em relação aos bens móveis e obras que se revertem em favor da UFPR, os mesmos poderão ser computados para os ressarcimentos previstos no art. 28 da Resolução COPLAD nº 17/2011, porém, não irão compor o limite de 15% das despesas administrativas. ##/Fato##

Causa Criação de obrigação a terceiros em acordos firmados, pelo Conselho de Planejamento e Administração – COPLAD, não amparada por lei. ##/Causa##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do Ofício UFPR nº 890/15-R, de 14/12/2015, a Universidade Federal do Paraná apresentou a seguinte manifestação: (Observação: em anexo à manifestação do gabinete do Reitor, por meio dos “Documentos 2 e 3” também houve a manifestação do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura – ITTI e da Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná – FUPEF, respectivamente, para este item, motivo pelo qual, para fins de melhor entendimento, elencam-se as três manifestações em separado).

Manifestação do Gabinete do Reitor: “Esclarecimentos: O Decreto 6170/07 em seu Art. 11º-A define que:

Art. 11º-A. Nos convênios e contratos de repasse firmados com entidades privadas sem fins lucrativos, poderão ser realizadas despesas administrativas, com recursos transferidos pela União, até o limite fixado pelo órgão público, desde que: I - estejam previstas no programa de trabalho; II - não ultrapassem quinze por cento do valor do objeto; e III- sejam necessárias e proporcionais ao cumprimento do objeto. §1° Consideram-se despesas administrativas as despesas com internet, transporte, aluguel, telefone, luz, água e outras similares. § 2º Quando a despesa administrativa for paga com recursos do convênio ou do contrato de repasse e de outras fontes, a entidade privada sem fins lucrativos deverá apresentar a memória de cálculo do rateio da despesa, vedada à duplicidade ou a sobreposição de fontes de recursos no custeio de uma mesma parcela da despesa.

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Ou seja, as despesas administrativas que trata o Art. 11º-A do Decreto 6170-A somente considera o ressarcimento das despesas administrativas incorridas pela instituição sem fins lucrativos na administração do Convênio firmado. No caso em comento os custos se referem às despesas da FUPEF em relação ao Convênio 801546/2014, firmado entre a UFPR e a FUPEF, os quais atendem ao limite estabelecido pelo Decreto. Por outro lado, na relação da UFPR com o DNIT, firmada com base no Termo de Cooperação nº 1103/2013-DPP, os ressarcimentos estabelecidos a UFPR, atendem ao que é exigido pelo Decreto 7423/10 em seu Art. 6 e estão baseados nos termos estabelecidos no Art. 12º do Decreto 6170/07. No Art. 12 do Decreto 6170/07 tem-se possibilidade da UFPR ter suas despesas ressarcidas, conforme as sua (sic) regras internas, pela execução do Termo de Cooperação firmado com o DNIT:

Art. 12-A. A celebração de termo de execução descentralizada atenderá a execução da descrição da ação orçamentária prevista no programa de trabalho e poderá ter as seguintes finalidades: I - execução de programas, projetos e atividades de interesse recíproco, em regime de mútua colaboração; II - realização de atividades específicas pela unidade descentralizada em beneficio da unidade descentralizadora dos recursos; III - execução de ações que se encontram organizadas em sistema e que são coordenadas e supervisionadas por um órgão central; ou IV - ressarcimento de despesas.

E conforme o contido no Decreto 7423/10 em seu Art. 6° e observado pela Resolução 17/11-COPLAD em seu Art. 28º os projetos, para serem executados com o apoio de fundações, deverão ser submetidos aos (sic) mesmas regras e critérios definidos em normativos internos exigidos para os demais projetos sem o referido apoio:

Art. 6º O relacionamento entre a instituição apoiada e a fundação de apoio especialmente no que diz respeito aos projetos específicos deve estar disciplinado em norma própria, aprovada pelo órgão colegiado superior da instituição apoiada, observado o disposto na Lei nº 8.958, de 1994, e neste Decreto. (...) § 2° Os projetos devem ser obrigatoriamente aprovados pelos órgãos colegiados acadêmicos competentes da instituição apoiada, segundo as mesmas regras e critérios aplicáveis aos projetos institucionais da instituição.

Define a Resolução 36/04 COUN que estabelece normas para a prestação de serviços no âmbito da Universidade Federal do Paraná a seguinte obrigatoriedade:

Art. 7° Do valor da receita bruta de cada atividade de prestação de serviços, serão destinados os seguintes percentuais mínimos: a) 4 (quatro) por cento para compor o Fundo de Desenvolvimento Acadêmico (FDA); b) 2 (dois) por cento para ressarcimento da UFPR; c) 2 (dois) por cento para o departamento ou unidade executor a de instância da atividade ou da proposta da prestação de serviços; e

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d) 2 (dois) por cento para o setor ou unidade administrativa de instância imediatamente superior à da executora do serviço

Na Resolução n° 42/03-COUN que fixa as normas para os Cursos de Especialização e Aperfeiçoamento da Universidade Federal do Paraná, tem-se a seguinte exigência:

Art. 25. Da receita bruta dos cursos, excluídos os valores das contrapartidas dadas pelas instituições conveniadas ou contratantes desde que não caracterizadas em moeda corrente, deverão ser recolhidas as seguintes taxas: a) 8% (oito por cento) destinados a compor o Fundo de Desenvolvimento Acadêmico (FDA), o qual tem suas finalidades e normas definidas em instrumento específico; b) 2% (dois por cento) destinados a cobrir os custos operacionais da UFPR; c) 2% (dois por cento) para o setor a que pertence o departamento promotor do curso; e d) 3% (três por cento) para o departamento que oferta o curso.

A Resolução 72/11-CEPE que dispõe sobre as Atividades de Extensão na Universidade Federal do Paraná, prevê ainda que:

Art. 39 Antes do início da execução da Prestação de Serviço Extensionista, os instrumentos legais deverão estar aprovados e assinados pelos responsáveis das instituições envolvidas e a proposta deverá estar aprovada pelo Comitê Setorial de Extensão, com ciência da Direção ou aprovada pelo Pró-Reitor, conforme a unidade/instância de origem da proposta. Paragrafo Único. A Prestação de Serviço Extensionista deverá seguir as normativas internas da UFPR, relativas à prestação de serviços, fundações de apoio, recursos financeiros e remuneração de pessoas, e outras que se aplicarem a cada caso; além do estabelecido no Capítulo VII referente aos Recursos Financeiros, quando houver.

E a Resolução 17/11-COPLAD em cumprimento ao disposto no paragrafo 2º do Art. 6° do Decreto 7423/10 e o que estabelece os normativos internos com referência as exigências para aprovação de projetos no âmbito da UFPR, assim disciplinou:

Art. 2° Os projetos a serem desenvolvidos nos termos desta Resolução deverão ser individualmente instruídos mediante os seguintes documentos, sem a estes se restringir: (..) III- Plano de Aplicação dos recursos a serem aportados ao projeto: por natureza de despesas, em especial, explicitando os montantes previstos para pagamento de bolsas e os valores referentes aos ressarcimentos à UFPR e à Fundação de Apoio. Art. 28º A título de ressarcimento à UFPR frente aos custos indiretos incorridos na execução de convênios, contratos ou instrumentos correlatos celebrados nos termos desta Resolução, decorrentes do uso de instalações e serviços, de qualquer espécie, da UFPR, independente dos elementos de custo direto que componham o preço do objeto específico do convênio ou contrato incidirá sobre a receita bruta gerada, os seguintes percentuais mínimos: I- 4 (quatro) por cento para compor o Fundo de Desenvolvimento Acadêmico (FDA);

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II- 2 (dois) por cento para ressarcimento da UFPR; III- 2 (dois) por cento para o departamento ou unidade proponente do projeto; e IV- 2 (dois) por cento para o setor ou unidade administrativa de instância imediatamente superior à unidade proponente do projeto.

Ou seja, os ressarcimentos à UFPR indicados no Plano de Trabalho do Convênio não se confundem com os ressarcimentos dos custos operacionais da Fundação de Apoio, disciplinado pelo Art. 11-A do Decreto 6170/07 e relativos as despesas administrativas incorridas pela Fundação na gestão do Convênio 801546/2014. Os percentuais relativos ao ressarcimento à UFPR, disciplinados na Resolução 17/11 COPLAD, dizem respeito às exigências para aprovação do projeto em resoluções internas como requerido pelo Decreto 7423/10 em seu 6°, paragrafo 2°. E os valores consignados no Plano de Trabalho do Convênio no 801546/2014, são relativos aos ressarcimentos da UFPR pela execução do Termo de Cooperação nº 1103/2013-DPP, os quais devem retornar a UFPR, mediante depósito na conta única do TN, para as aplicações nas finalidades previstas em normativos pertinentes (FDA, UFPR, departamento e setor). Ademais o projeto apoiado e financiado pelo Termo de Cooperação nº 1103/2013-DPP, firmado entre a UFPR e o DNIT, e a admissibilidade do ressarcimento a UFPR, para aplicação segundo o regramento interno da universidade (FDA, UFPR, departamento e setor), atende sem conflitar com o contido no Art. 12º do Decreto 6170/07.”

Manifestação do ITTI:

“A Resolução 17/11-COPLAD estabelece em seu Capitulo VI – Dos Ressarcimentos Institucionais, em seu Art 28, refere-se “aos seguintes percentuais mínimos:"

- 4% FDA; - 2% ressarcimento da UFPR; - 2% para o Departamento ou Unidade proponente (no caso em pauta foram considerados 03 departamentos proponentes - Geomática, Geografia e Geologia, sendo 1% para cada um destes) - 2% para o Setor (no caso o Setor de Ciências da Terra);

No que diz respeito ao valor de R$ 1.000.000,00 - Construção e Reforma Predial, tal valor foi previsto para iniciar a ampliação de espaço para abrigar os diversos laboratórios vinculados ao projeto, e não caracterizando custos de ressarcimento.

Importante, igualmente, salientar que os custos operacionais da Fundação de Apoio não se caracterizam como ressarcimentos da UFPR, e sim de seus reais custos com pessoal e custeio para a gestão financeira do projeto.

Na sequência, o Relatório de Auditoria afirma que "quem se utiliza das instalações e serviços da UFPR, de maneira direta, é a FUPEF, executora do Projeto". Tal colocação não refle (sic) a verdade dos fatos, pois os custos de ressarcimento da UFPR (11 %) correspondem ao uso dos próprios da UFPR para a execução do projeto por seus pesquisadores, alunos e terceirizados. Ainda, a FUPEF não é a executora do projeto, e sim a gestora administrativa e financeira, unicamente. O ressarcimento da

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Fundação de Apoio segue aos limites estipulados na Resolução 17/11-COPLAD, em seu Artigo 29, tendo o limite deste valor aos mencionados 15% do valor global do projeto (no caso em questão 9,4%).

Portanto, a estruturação dos custos do projeto segue estritamente aos ditames das Resoluções basilares desta UFPR e o Planos (sic) de Trabalho foi previamente aprovado no âmbito das unidades Departamentais, Setoriais, Coordenação de Relações Institucionais, Procuradoria Federal Especializada, Conselho de Planejamento e Administração para que, após todas essas etapas, fosse então assinado pelo Magnífico Reitor e pela Instituição Cedente. Somente após todos estes trâmites e a correspondente publicação no D.O.U é que o Magnífico Reitor designou a Coordenação do Projeto.”

Manifestação da FUPEF:

“O limite dos 15% dos custos administrativos operacionais, se referem ao pagamento das fundações a título de reembolso dos custos adminsitrativos, contábeis e financeiros e toda a estrutura própria da fundação colocada a serviço do Convênio. Os ressarcimentos da UFPR se dão em razão da utilização dos recursos da Universidade em prol da realização do objeto do convênio, ou seja, do Projeto, como: “pessoal; laboratórios; salas de aula; professores; pesquisadores; materiais de apoio e de escritório; equipamentos; redes de tecnologia de informação; conhecimento gerado; documentação acadêmica gerada; nome e imagem da Instituição e demais itens do patrimônio tangível ou intangível” (conceito de recursos públicos trazidos pelo TCU, no Relatório TC 17.177/2008-2). A parte executada pela FUPEF não utiliza recurso algum da UFPR. Nessa relação entendemos que a UFPR é a executora do objeto do Convênio, parte técnica, e a FUPEF é a gestora dos recursos financeiros, no que não for possível ser executado diretamente pela executora, UFPR.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Relativamente à manifestação da Unidade quanto ao presente objeto, somos de acordo que se separem as análises referentes ao ressarcimento feito à FUPEF e aos percentuais de ressarcimento à UFPR. Quanto aos valores de ressarcimento à Fundação de Apoio, o assunto foi devidamente tratado no item 1.1.1.6 do presente relatório, no que se orienta à Unidade que observe o que lá foi recomendado, bem como que se observe o limite normativo de 15% como o teto de ressarcimento permitido.

Quanto aos vários normativos citados, que preveem o ressarcimento de despesas pelos projetos à UFPR, citando a Resolução nº 17/11-COPLAD, Resolução nº 42/03-COUN, Resolução nº 36/04-COUN, dentre outros mais que possam existir sobre o assunto, não parecem encontrar guarida na legislação vigente. Cabe aqui lembrar que a UFPR não possui faculdade legislativa, ou seja, não pode criar obrigação a quem quer que seja, senão em função de “lei”, em seu sentido estrito (strictu sensu).

Em sua manifestação, a Unidade afirma que as suas Resoluções internas encontram amparo no artigo 12 do Decreto nº 6.170/07 e no Decreto 7.423/10. Como já exposto pela própria UFPR, o Decreto nº 6.170/07 assim dispõe:

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“Art. 12-A. A celebração de termo de execução descentralizada atenderá a execução da descrição da ação orçamentária prevista no programa de trabalho e poderá ter as seguintes finalidades: (...) IV - ressarcimento de despesas.”

Portanto, o Decreto nº 6.170/07 é claro quanto à possibilidade de ressarcimento de despesas pelo ente descentralizador ao ente executor (no caso do DNIT à UFPR) quanto às despesas arcadas pelo último em benefício do Convênio. Porém, o que se verifica no caso em voga, é que está havendo a cobrança de “taxas” com percentuais previamente definidos pela Unidade sobre o valor total do Convênio, não correspondendo de forma alguma ao ressarcimento de despesas previsto no Decreto nº 6.170/07.

Por outro lado, o Decreto nº 7.423/10, que regulamenta a Lei 8.958/1994, assim dispõe em seu artigo 9º:

“Art. 9º ...

(...)

§2º O uso dos bens e serviços próprios da instituição apoiada deve ser adequadamente contabilizado para a execução de projetos com a participação de fundação de apoio e está condicionado ao estabelecimento de rotinas de justa retribuição e ressarcimento pela fundação de apoio, nos termos do art. 6º da Lei nº 8.858, de 1994.”

Ou seja, o Decreto em nenhum momento cita que é o projeto quem deva remunerar a IFES e sim a sua fundação de apoio quando se utilizar de sua estrutura, desde que as despesas incorridas sejam devidamente contabilizadas pela IFES.

E o mesmo Decreto ainda dispõe, em seu artigo 13:

Art. 13. As instituições apoiadas devem zelar pela não ocorrência das seguintes práticas nas relações estabelecidas com as fundações de apoio:

I - utilização de contrato ou convênio para arrecadação de receitas ou execução de despesas desvinculadas de seu objeto;

II - utilização de fundos de apoio institucional da fundação de apoio ou mecanismos similares para execução direta de projetos;

III - concessão de bolsas de ensino para o cumprimento de atividades regulares de magistério de graduação e pós-graduação nas instituições apoiadas;

IV - concessão de bolsas a servidores a título de retribuição pelo desempenho de funções comissionadas;

V - concessão de bolsas a servidores pela participação nos conselhos das fundações de apoio; e

VI - a cumulatividade do pagamento da Gratificação por Encargo de Curso e Concurso, de que trata o art. 76-A da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, pela realização de atividades remuneradas com a concessão de bolsas de que trata o art. 7o.

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Salvo melhor juízo, o disposto no inciso I acima é o que efetivamente vem ocorrendo nos convênios firmados entre a UFPR e terceiros, com o intermédio de suas fundações. Ou seja, a prática de cobrança dessas taxas pela UFPR é vedada, uma vez que não possui faculdade legislativa, ou seja, não pode criar obrigação, atividade esta atribuída ao legislador ordinário. Ademais, os normativos em que se apoia em sua manifestação, ao contrário de amparar a referida cobrança, reforçam a vedação, como já exposto no artigo 13 do Decreto 7.423/10.

Por fim, os recursos de R$ 1.000.000,00 em “construção e reforma predial” e de R$ 1.557.846,41 em “taxas de manutenção de setores, departamentos”, etc., devem estar consignados no Orçamento da própria UFPR, direcionando os recursos obtidos pela Descentralização de outros órgãos apenas para os fins estritos de cumprimento do objeto pactuado, sob o risco de, se executado de maneira diversa, estar-se subvertendo, descumprindo o pactuado nas Leis Orçamentárias. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Que, caso os valores de R$ 1.000.000,00 em ?construção e reforma predial? e de R$ 1.557.846,41 em ?taxas de manutenção de setores e departamentos? não tenham sido despendidos até o momento, a UFPR se abstenha de fazê-lo, retornando à Conta Única ao fim do projeto os valores respectivos, podendo ser descontados aqueles valores devidamente contabilizados pela UFPR, de ressarcimento de despesas incorridas como, a título de exemplo, o uso de laboratórios, equipamentos, salas diversas, desde que essas despesas sejam proporcionais (a valores de mercado) e que tenham estrita correlação com o objeto do Convênio. Recomendação 2: Que, caso os valores de R$ 1.000.000,00 em ?construção e reforma predial? e de R$ 1.557.846,41 em ?taxas de manutenção de setores, departamentos? já tenham sido despendidos total ou parcialmente, que seja providenciada a sua restituição, podendo ser descontados aqueles valores devidamente contabilizados pela UFPR, de ressarcimento de despesas incorridas como, a título de exemplo, o uso de laboratórios, equipamentos, salas diversas, desde que essas despesas sejam proporcionais (a valores de mercado) e que tenham estrita correlação com o objeto do Convênio. Recomendação 3: Que a UFPR se abstenha de inserir taxas ou fundos de apoio institucional em seus próximos convênios firmados tendo como origem recursos públicos, podendo destacar no Plano de Trabalho apenas uma previsão dos valores de recursos tecnológicos e físicos disponibilizados para a execução dos convênios, desde que esses valores sejam devidamente contabilizados, com custos proporcionais aos praticados no mercado e que tenham estrita correlação com o objeto do convênio. III – CONCLUSÃO

Em face dos exames realizados, verificou-se que o projeto em questão, cujo objeto é a elaboração de documentos compostos de anteprojetos e estudos ambientais, bem como a gestão, supervisão e execução de programas ambientais para a rodovia BR-135 no trecho entre Barreiras/BA à Itacarambi/MG em uma extensão total de 423,3 km, traz ao meio acadêmico uma grande oportunidade de interação com uma das questões mais

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relevantes enfrentadas atualmente pela sociedade brasileira, que é a adequação de um projeto de desenvolvimento compatível com a preservação ambiental e a utilização racional dos recursos naturais. No âmbito do projeto, isso fica mais patente, uma vez que para a expansão e adequação da malha viária, exigem-se as licenças ambientais pelos diversos órgãos governamentais e faz-se necessário um projeto, abrangendo diversos programas ambientais a serem desenvolvidos. Verifica-se a multidisciplinaridade das atividades a serem desenvolvidas, fazendo com que a participação acadêmica seja bem abrangente.

O presente relatório tem como principal objetivo apontar diversas incorreções verificadas no âmbito da execução do Convênio em análise e recomendar ações para corrigir seu rumo, para que a UFPR possa continuar efetivando seu papel de fomentar a pesquisa em seu meio acadêmico, respeitando-se a legalidade e observando os demais princípios que regem a administração pública. Portanto, ao longo do presente foram recomendadas à Unidade medidas corretivas com vistas a elidirem os pontos ressalvados nos itens 1.1.1.5, 1.1.1.6, 1.1.1.7, 1.1.1.8, 1.1.1.9, 1.1.1.10, 1.1.1.11, 1.1.1.12 e 1.1.1.13.:

Curitiba/PR, 24 de março de 2016.