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1 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO TIPO DE AUDITORIA : ACOMPANHAMENTO DA GESTÃO UNIDADE AUDITADA : SECRET. DE FOMENTO E INCENTIVO A CULTURA/MinC CÓDIGO : 420014 CIDADE : Brasília/DF RELATÓRIO Nº : 201207940 UCI 170977 : SFC/DRCULT - Coordenação-Geral de Auditoria da Área de Cultura RELATÓRIO DE AUDITORIA Senhora Diretora, Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço nº 201207940, apresentamos os resultados dos exames realizados sobre atos e consequentes fatos de gestão relacionados aos serviços terceirizados de produção de pareceres técnicos no âmbito do Programa Nacional de Apoio à Cultura. I – ESCOPO DO TRABALHO Os trabalhos foram realizados em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao serviço público federal, objetivando o acompanhamento dos atos e fatos de gestão ocorridos no período de abrangência do trabalho, em atendimento à programação interna desta Controladoria. O escopo da auditoria compreendeu a base legal para análise técnica de projetos culturais por Pareceristas credenciados pelo Ministério da Cultura, o mecanismo de credenciamento dos Pareceristas, a distribuição dos processos para a análise técnica dos Pareceristas credenciados, levantamento de possíveis vinculações entre Pareceristas credenciados e pessoas físicas ou jurídicas que possam eventualmente incidir em conflito de interesses e irregularidades. II - RESULTADO DOS EXAMES 1 - CONTROLES DA GESTÃO 1.1 SUBÁREA - Relatório de Acompanhamento Permanente da Gestão da Unidade 1.1.1 ASSUNTO - Relatório de Acompanhamento Permanente da Gestão da Unidade

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PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO

TIPO DE AUDITORIA : ACOMPANHAMENTO DA GESTÃO UNIDADE AUDITADA : SECRET. DE FOMENTO E INCENTIVO A CULTURA/MinC CÓDIGO : 420014 CIDADE : Brasília/DF RELATÓRIO Nº : 201207940 UCI 170977 : SFC/DRCULT - Coordenação-Geral de Auditoria da Área de Cultura

RELATÓRIO DE AUDITORIA

Senhora Diretora,

Em atendimento à determinação contida na Ordem de Serviço nº 201207940, apresentamos os resultados dos exames realizados sobre atos e consequentes fatos de gestão relacionados aos serviços terceirizados de produção de pareceres técnicos no âmbito do Programa Nacional de Apoio à Cultura.

I – ESCOPO DO TRABALHO

Os trabalhos foram realizados em estrita observância às normas de auditoria aplicáveis ao serviço público federal, objetivando o acompanhamento dos atos e fatos de gestão ocorridos no período de abrangência do trabalho, em atendimento à programação interna desta Controladoria.

O escopo da auditoria compreendeu a base legal para análise técnica de projetos culturais por Pareceristas credenciados pelo Ministério da Cultura, o mecanismo de credenciamento dos Pareceristas, a distribuição dos processos para a análise técnica dos Pareceristas credenciados, levantamento de possíveis vinculações entre Pareceristas credenciados e pessoas físicas ou jurídicas que possam eventualmente incidir em conflito de interesses e irregularidades.

II - RESULTADO DOS EXAMES

1 - CONTROLES DA GESTÃO

1.1 SUBÁREA - Relatório de Acompanhamento Permanente da Gestão da Unidade

1.1.1 ASSUNTO - Relatório de Acompanhamento Permanente da Gestão da Unidade

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1.1 INFORMAÇÃO 001

O Ministério da Cultura, por meio dos Editais de Credenciamento nº 1/2009 e nº 01/2010, realizou credenciamento de peritos, pessoas físicas, para exercerem as atividades de análise e emissão de parecer técnico sobre projetos culturais.

A relação de peritos habilitados referente ao Edital de Credenciamento nº 1/2009 foi divulgada por meio da Portaria nº 89/2010, de 8/3/2012, e é composta de 446 pessoas físicas. Quanto ao Edital de Credenciamento nº 1/2010, a relação de peritos habilitados foi apresentada na Portaria nº 20/2011, de 26/1/2011, e é composta de 207 pessoas físicas. O Ministério da Cultura, portanto, disporia de 653 Pareceristas credenciados para apreciação, análise e emissão de parecer técnico de projetos culturais apresentados ao Programa Nacional de Apoio à Cultura – PRONAC, instituído pela Lei Rouanet (Lei 8.313/91).

De acordo com o art. 1º, da Lei 8.313/91, o Programa Nacional de Apoio a Cultura (Pronac) possui a finalidade de captar e canalizar recursos para, em síntese, fomentar, preservar, estimular, apoiar e valorizar o setor cultural brasileiro e o patrimônio histórico e artístico. Para o cumprimento de seus objetivos, de acordo com o art. 2º da referida Lei, o PRONAC possui três mecanismos, a saber: o Fundo Nacional de Cultura (FNC), os Fundos de Investimento Cultural e Artístico (Ficart) e o Incentivo a projetos culturais (renúncia de receitas).

A Lei Rouanet estabelece normas gerais sobre os mecanismos supracitados, agrupando-os em capítulos. O Fundo Nacional de Cultura é tratado no Capítulo II (arts. 4 a 7). Por sua vez, o Capítulo III diz respeito aos Fundos de Investimento Cultural e Artístico (arts. 8 a 17) e, por último, o Capítulo IV faz referência ao Incentivo a Projetos Culturais por meio de renúncia de receitas (arts. 18 a 30).

De acordo com o §2º, art. 4º, da Lei 8.313/91, os recursos do FNC somente serão aplicados em projetos culturais após aprovados, com parecer do órgão técnico competente, pelo Ministro de Estado da Cultura. Portanto, a aprovação de projetos, no âmbito do FNC, estaria condicionada à produção de parecer técnico prévio.

§ 2o Os recursos do FNC somente serão aplicados em projetos culturais após aprovados, com parecer do órgão técnico competente, pelo Ministro de Estado da Cultura. (Redação dada pela Lei nº 9.874, de 1999)

Além disso, a Lei afirma, no §4º, que as entidades supervisionadas pelo MinC podem utilizar, sempre que necessário, o trabalho de peritos para a analise e parecer sobre projetos, permitida a indenização de despesas com o deslocamento, quando houver, e respectivos pró-labore e ajuda de custos, conforme definido em regulamento.

§4º Sempre que necessário, as entidades supervisionadas utilizarão peritos para análise e parecer sobre os projetos, permitida a indenização de despesas com o deslocamento, quando houver, e respectivos pró-labore e ajuda de custos, conforme ficar definido em regulamento.

Entende-se, portanto, que o trabalho de perícia citado no referido artigo, diz respeito a projetos que pleiteiam apoio do Fundo Nacional de Cultura. Convém registrar que a Lei não trata das características específicas ou do campo de ação dos peritos em sede de análise de parecer dos

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projetos. Todavia, pode-se entender como perito, em síntese, aquele que possui reconhecida especialidade ou habilidade em determinado assunto.

Para exame de admissibilidade de projetos no âmbito do Incentivo a Projetos Culturais, a Lei prescreve, em seu art. 19, que tais projetos devem ser apresentados ao MinC, ou a quem este delegue a atribuição, acompanhados do orçamento analítico, para aprovação de seu enquadramento nos objetivos do PRONAC.

Assim, há a necessidade de exame de admissibilidade dos projetos, considerando a etapa inicial a sua apresentação conforme os requisitos instituídos no art. 19. Da leitura do referido artigo, aduz-se que faz parte do exame de admissibilidade a análise de enquadramento do projeto aos objetivos do PRONAC e que tal análise deve ser efetuada pelo Ministério da Cultura ou a quem este delegar atribuição.

Art. 19. Os projetos culturais previstos nesta Lei serão apresentados ao Ministério da Cultura, ou a quem este delegar atribuição, acompanhados do orçamento analítico, para aprovação de seu enquadramento nos objetivos do PRONAC. (Redação dada pela Lei nº 9.874, de 1999)

A Lei não estabelece a possibilidade, para o mecanismo de Incentivo a Projetos Culturais, de utilização de peritos externos à estrutura do Ministério para a produção de pareceres sobre projetos que pretendem obter benefícios da renúncia fiscal. O mesmo vale para os Fundos de Investimento Cultural e Artístico.

O quadro a seguir, resume o assunto com fulcro na disciplina constante da Lei 8.313/91:

MECANISMO PERITOS EXTERNOS À ESTRUTURA

DO MINC PARA ANÁLISE DE PROJETOS CULTURAIS

ART. DA LEI OBJETO

FNC Possibilidade de peritos §4º, do Art. 4º, Parecer sobre

projetos do FNC

FICARTS Não há autorização Não há disciplina

na Lei

INCENTIVO À CULTURA Não há autorização Não há disciplina

na Lei

O Decreto nº 5761/2006, que regulamenta a Lei Rouanet, inicia a abordagem de questões atinentes à fase de admissibilidade dos projetos em seu art. 6º, ao determinar que os procedimentos administrativos relativos à apresentação, recepção, seleção, análise e aprovação dos programas, projetos e ações culturais, a serem beneficiadas pelo PRONAC, serão definidos pelo Ministro de Estado da Cultura, observadas as disposições do citado Decreto. Dessa forma, o Decreto demanda regulamentação específica do Ministério para as questões que envolvem a etapa de aceitação e aprovação de projetos.

Entretanto, no que diz respeito à apreciação técnica dos projetos, o Decreto determina, no §2º, do art. 6º, que os programas, projetos e ações apresentadas com vistas à utilização de quaisquer mecanismos do PRONAC, ou seja, Fundo Nacional de Cultura, Ficart e Incentivo à Cultura mediante renúncia de receitas, devem ser analisados tecnicamente no âmbito do Ministério da Cultura, pelos seus órgãos ou entidades vinculadas, conforme suas respectivas atribuições institucionais.

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O Decreto assinalou qual a abordagem da referida manifestação técnica. De acordo com o §3º, do art. 6º, o pronunciamento técnico sobre os projetos devem obrigatoriamente abranger o atendimento das finalidades do PRONAC, a adequação dos custos propostos aos praticados no mercado, sem prejuízo dos demais aspectos exigidos pela legislação:

Art. 6º Os procedimentos administrativos relativos à apresentação, recepção, seleção, análise, aprovação, acompanhamento, monitoramento, avaliação de resultados e emissão de laudo de avaliação final dos programas, projetos e ações culturais, no âmbito do PRONAC, serão definidos pelo Ministro de Estado da Cultura e publicados no Diário Oficial da União, observadas as disposições deste Decreto.

§ 1º Nos casos de programas, projetos ou ações culturais que tenham como objeto a preservação de bens culturais tombados ou registrados pelos poderes públicos, em âmbito federal, estadual ou municipal, além do cumprimento das normas a que se refere o caput, será obrigatória a apreciação pelo órgão responsável pelo respectivo tombamento ou registro, observada a legislação relativa ao patrimônio cultural.

§ 2º Os programas, projetos e ações apresentados com vistas à utilização de um dos mecanismos de implementação do PRONAC serão analisados tecnicamente no âmbito do Ministério da Cultura, pelos seus órgãos ou entidades vinculadas, de acordo com as suas respectivas competências.

§ 3º A apreciação técnica de que trata o § 2o deverá verificar, necessariamente, o atendimento das finalidades do PRONAC, a adequação dos custos propostos aos praticados no mercado, sem prejuízo dos demais aspectos exigidos pela legislação aplicável, vedada a apreciação subjetiva baseada em valores artísticos ou culturais.

O art. 6º do Decreto disciplina, também, o fluxo de operação dos projetos, quando da sua apresentação. De acordo com a norma, os projetos devem ser submetidos ao Ministério da Cultura. O Ministério da Cultura ou suas unidades vinculadas, conforme suas competências, devem realizar a análise técnica dos projetos, incluindo a análise da conformidade dos custos. Por fim, a proposta apresentada pelo proponente, acompanhada do parecer técnico da área específica do MinC deve ser submetida à Comissão do Fundo Nacional da Cultura, quando recursos do FNC, ou à Comissão Nacional de Incentivo à Cultura, quando tratar-se de mecenato. De acordo com §4º, do art. 6º, calcada no parecer técnico referenciado no art. 6º, as Comissões devem opinar, em caráter de recomendação ao Ministro da Cultura, pela aprovação total, parcial ou pela rejeição do programa, projeto ou ação apresentada pelas proponentes.

Como dito anteriormente, a Lei Rouanet autorizou as entidades supervisionadas a possibilidade de utilização de peritos para análise e parecer sobre projetos, no caso específico do Fundo Nacional de Cultura. Todavia, o Decreto que regulamentou a norma não se deteve somente a esse aspecto, ao permitir, de acordo com o §1º, do art. 7º, a utilização de peritos, pelo que se entende, para os mecanismos do PRONAC.

De acordo com o art. 7º, os programas, projetos e ações culturais aprovados pelo Ministério, devem ter sua execução acompanhada e avaliada tecnicamente pelos órgãos

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competentes do Ministério da Cultura. Conforme o §2º, do art. 7, o objetivo do acompanhamento é o de verificar a regularidade na aplicação dos recursos, mediante a comparação entre os resultados esperados e atingidos, os objetivos previstos e alcançados, os custos estimados e os efetivamente realizados, aferição da repercussão da iniciativa na sociedade. Portanto, são atividades alcançadas após a aprovação dos projetos nos ritos anteriormente descritos, ou seja, apresentação do projeto, análise técnica, apreciação das Comissões e aprovação pelo Ministro da Cultura.

O Decreto permite, nos termos do §1º, do art. 7º, que o Ministério da Cultura e suas entidades vinculadas utilizem dos serviços profissionais de peritos, tanto antes da aprovação, durante e ao final da execução dos programas, projetos e ações já aprovados:

Art. 7º Os programas, projetos e ações culturais aprovados serão acompanhados e avaliados tecnicamente pelos órgãos competentes do Ministério da Cultura.

§ 1º O Ministério da Cultura e suas entidades vinculadas poderão utilizar-se dos serviços profissionais de peritos, antes da aprovação, durante e ao final da execução dos programas, projetos e ações já aprovados, permitida a indenização de despesas com deslocamento e pagamento de pró-labore ou de ajuda de custo para vistorias, quando necessário.

§ 2º O acompanhamento e a avaliação referidos neste artigo objetivam verificar a fiel aplicação dos recursos e dar-se-ão por meio de comparação entre os resultados esperados e atingidos, os objetivos previstos e alcançados, os custos estimados e os efetivamente realizados, além do aferimento da repercussão da iniciativa na sociedade, de forma a atender aos objetivos da Lei no 8.313, de 1991, bem como ao disposto neste Decreto e no plano anual do PRONAC.

Assim, a Lei Rouanet permite que as entidades vinculadas utilizem, quando necessário, de serviços de peritos para análise e parecer sobre os projetos, no âmbito do FNC. Por sua vez, o Decreto, no contexto da disciplina de atividades de acompanhamento, ou seja, dos projetos que já teriam sido aprovados, estende a utilização de peritos profissionais para os outros mecanismos do PRONAC.

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1.1.1.2 CONSTATAÇÃO 002

Possibilidade de ocorrência de terceirização indevida de atividades típicas da Administração, referente ao pronunciamento técnico de projetos culturais no âmbito do Programa Nacional de Apoio à Cultura.

É importante ressaltar que tanto a Lei Rouanet quanto o Decreto que a regulamentou fazem menção a serviços de profissionais peritos e não de Pareceristas técnicos. Por sua vez, a Portaria MinC n° 83, de 8/9/2011, no art. 2º, atribui uma definição genérica para o termo “perito”, conceituando-o como o “técnico credenciado para exercer atividade de análise e emissão de parecer técnico sobre projetos ou produtos culturais”, ou seja, não definiu, também, o alcance da matéria que deve ser abordadas nos referidos pareceres.

Os procedimentos para apresentação, recebimento, análise, aprovação, execução, acompanhamento e prestação de contas de propostas culturais relativos ao mecanismo de Incentivos Fiscais do PRONAC eram inicialmente regulamentados no âmbito do Ministério pela Instrução Normativa nº, de 5/10/2010. Posteriormente, a mesma foi alterada pela Instrução Normativa nº 3, de 30/12/2010 que, por sua vez, foi revogada pela Instrução Normativa nº 1, de 9/2/2012.

De acordo com a Instrução vigente, as propostas culturais devem ser apresentadas pelo Salic, juntamente com a documentação correspondente, em meio eletrônico. Tal documentação visa à análise de admissibilidade da proposta e da proponente, de acordo com os critérios previstos na legislação, em especial do art. 7º da referida Instrução. Subsidiará, também, a análise da proposta, o orçamento analítico apresentado pela proponente, nos termos determinados pelo art. 8º, ou seja, de especificar todos os itens necessários para a realização da proposta cultural, com o detalhamento das metas, das etapas ou das fases, o cronograma de execução e os custos financeiros individualizados.

Ainda segundo o art. 33, da IN MinC nº 1/2012, a análise da proposta cultural será realizada inicialmente pela Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura, a quem compete a verificação documental e o exame preliminar de admissibilidade da proposta. Aprovado o prosseguimento da proposta cultural pela SEFIC, a mesma será transformada em projeto e seguirá para a unidade técnica de análise correspondente ao segmento cultural do projeto principal.

Recebido o projeto pela unidade de análise técnica, está deverá apreciá-lo no prazo de até 30 dias contados do seu recebimento, sem prejuízo das eventuais suspensões ou interrupções previstas na Instrução Normativa em apreço. Nesta parte, pela leitura do art. 36, é possível, enfim, ter-se uma noção do que consiste a análise técnica esperada pelo Ministério e delegada aos Pareceristas credenciados pelos editais nº 1/2009 e nº 1/2010, quando se trata de Incentivo Fiscal.

O art. 36 da IN nº 1/2012 determina que o parecer técnico, a ser homologado pelo dirigente da unidade responsável pela análise do projeto cultural, abordará, no mínimo, os seguintes quesitos:

I – aferição da capacidade técnico-financeira do proponente para execução do projeto apresentado;

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II – suficiência das informações prestadas;

III – Enquadramento do projeto nos objetivos e fins da Lei nº 8.313/91, e no Decreto nº 5.761/2006;

IV – adequação entre o objetivo a ser executado e os produtos resultantes, mediante indicadores para avaliação final do projeto;

V – adequação das estratégias de ação aos objetivos, assinalando-se, claramente, no parecer, se as etapas previstas são necessárias ou suficientes à sua realização e se são compatíveis com os prazos previstos;

VI – adequação do projeto de medidas de acessibilidade e democratização de acesso ao público às características do projeto cultural;

VII – contribuição para o alcance dos objetivos descritos no art. 1º, da Lei 8.313/91;

VIII – repercussão local, regional, nacional e internacional do projeto, conforme o caso;

IX – impactos e desdobramentos positivos ou negativos do projeto, seja no âmbito cultural, ambiental, econômico, social ou outro considerado relevante;

X – contribuição para o desenvolvimento da área ou segmento cultural em que se insere o projeto cultural analisado;

XI – compatibilidade dos custos previstos com os preços praticados no mercado regional da produção, destacando-se o que se mostrar inadequado, com a justificação dos cortes efetuados, quando for o caso;

XII – relação custo/benefício do projeto no âmbito cultural, incluindo o impacto da utilização do mecanismo de incentivo fiscal na redução do preço final de produtos ou serviços culturais com público pagante, podendo a análise técnica propor redução nos preços solicitados;

XIII – atendimento aos critérios e limites de custos estabelecidos pelo Ministério da Cultura;

XIV – quando se tratar de projetos que prevejam chamamento público, será examinada a impessoalidade dos editais.

Nota-se, portanto, que nem todas as atividades acima elencadas, que devem constituir o parecer técnico, se enquadram em tipicamente especializadas, excepcionais ou que exijam notório saber específico de profissionais peritos, nos termos esperados na Lei Rouanet e no Decreto Regulamentar. Aliás, parte dos itens acima citados devem ser rotineiros do Ministério, bem como fazer parte da natureza regular e intrínseca de suas atividades, ou seja, são atividades típicas da Administração.

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Não se pode entender como serviços profissionais de peritos, como exemplo, a aferição de capacidade técnico-financeira e análise de suficiência de informações. São, na verdade, atividades típicas da Administração, no âmbito das prerrogativas do Ministério no desenvolvimento de suas atividades institucionais. Como se percebe, os Pareceristas contratados como MinC com base na Lei Rouanet, considerando as atividades previstas no art. 36, não desenvolvem análise técnica restrita a qualificação de determinada obra, patrimônio histórico ou artístico, mas ao desempenho de atividades administrativas.

Nesse contexto, a Portaria nº 83/2011, que define as regras de classificação e distribuição de projetos culturais entre “peritos Pareceristas credenciados”, determina, no parágrafo único, art. 4º, que, após o exame de admissibilidade preliminar prevista no art. 33, da IN MinC nº 1/2012, o projeto deve ser encaminhado para avaliação técnica aos órgãos ou entidades vinculadas do Sistema MinC ou, então, diretamente a perito credenciado ou a servidor público dos órgãos ou das Entidades Vinculadas do Sistema MinC.

Convém registar que a “complexidade” do projeto cultural, que deve ser objeto de parecer técnico, é classificada apenas de acordo com os valores financeiros envolvidos e não de acordo com suas características estruturantes ou os elementos que o compõe. Conforme for a complexidade, é que os projetos são distribuídos para os Pareceristas credenciados.

Ao recorrer à constituição do Banco de Pareceristas, aplicando os requisitos do art. 36, da IN 01/2012, o Ministério não está somente buscando incrementar seu pronunciamento sobre determinado assunto específico ou especializado do qual não detenha conhecimento pleno, mas delegando atividades que lhe são próprias para pessoas externas e sem vínculo com a Administração.

CAUSA:

Regramento infra legal que permite que atividades típicas da Administração sejam delegadas a terceiros.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA

A Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura se manifestou por meio do Memorando nº 394/2012/GEFIC/SEFIC/MinC, de 29/8/2012, anexando, como parte de sua manifestação, o PARECER nº 730/2012/CONJUR-MinC/CGU, de 27/8/2012.

Destacam-se os seguintes elementos constantes do Parecer nº 730/2011:

16. Por primeiro, em relação à sistemática de acompanhamento e avaliação de projetos culturais apresentada pela Lei Rouanet, especificamente em relação ao mecanismo do Fundo Nacional da Cultura (FNC), faz-se necessário aclarar que há uma patente divisão de atribuições: pelas entidades supervisionadas, acompanhamento e avaliação técnica dos projetos culturais (§§3º e 4º do art. 4º); e, pelo Ministério da Cultura, sua avaliação final, em especial analise da prestação de contas (parte final do §3º e §§ 7º e 8º do art. 4º)².

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17. No tocante às entidades supervisionadas (1ª parte do §3º do art. 4º), esta restou expressamente abordada no §4º, o que não ocorreu com o Ministério da Cultura (2ª parte do §3º do art. 4º).

18. Assim, de acordo com a Lei nº 8.313/91, pode-se concluir que:

I – No acompanhamento e análise técnica de projetos culturais pelas entidades supervionadas referentes ao mecanismo do FNC, é perfeitamente possível a contratação de Pareceristas (ou de peritos, se assim se preferir denominar³);

II – Na análise de prestação de contas (execução financeira) pelo Ministério da Cultura, não é possível a contratação de peritos (Pareceristas), que considerada atividade finalística, sem a expressa previsão legal para terceirização, diferentemente do item I acima.

(...)

20. Em relação aos mecanismos de incentivo fiscal (mecenato) e fundos de investimento cultural e artístico, o Decreto nº 5.761/2006, na sua missão de regulamentar a Lei nº 8.313/1991, dispôs expressamente no seu §2º do art. 6º que “Os programas, projetos e ações apresentadas com vistas à utilização de um dos mecanismos de implementação do PRONAC serão analisados

tecnicamente no âmbito do Ministério da Cultura, pelos seus órgãos ou entidades vinculadas, de acordo com as suas respectivas competências”.

21. Assim, o referido decreto, prevendo avaliação técnica (não apenas prestação de contas) de projetos culturais também no âmbito deste Ministério, e não só pelas entidades supervisionadas (conforme se limitava a Lei Rouanet), por óbvio, claramente também estendeu a possibilidade de contratação de peritos por esta Pasta Ministerial, que até então (apenas tendo como parâmetro a Lei nº 8.313/91), não se tinha, conforme redação do §1º do art. 7º. E mais, não restringiu a sua aplicação a determinado mecanismo do Pronac e, se assim não o fez, não cabe ao intérprete querer fazer tal distinção, interpretando-a restritivamente e retirando-lhe, desta forma, o seu real acance (“ubi lex non distinguit nec nos distinguere debemus”).

22. Portanto, há uma lógica razoável para o Decreto Regulamentador da Lei Rouanet ter expressamente consignado a hipótese de contratação de peritos também pelo Ministério da Cultura (e não só pelas entidades supervisionadas): é que se passou a prever também a avaliação técnica de projetos culturais pelos órgãos do Ministério da Cultura.

23. Ademais, o §1º do art. 7º do aludido decreto é de clareza solar: os serviços profissionais de peritos também podem ser utilizados antes da aprovação dos projetos culturais.

(...)

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28. Ainda, consoante já observado na nota de rodapé de nº 3, é de se esclarecer que o nomen iuris conferido por este Ministério ao seu Banco (“Banco de Pareceristas”) é completamente irrelevante (poderia ter nomeado “Banco de Peritos”), sendo, sim, de relevância, saber se são “especialistas em determinado assunto”, ainda que se trate de atividades a serem praticadas com regularidade.

29. Ademais, penso que exercer a atividade de perícia necessariamente não quer dizer que a pessoa seja uma sumidade ou que detenha notória especialização em determinado assunto. Há peritos com notório conhecimento e há peritos que não detém notório saber específico, mas nem por isso não são considerados peritos, já que são especialistas em determinada matéria.

30. Especificamente quanto às atividades exercidas pelos Pareceristas credenciados, que devem abordar os quesitos previstos no art. 36 da Instrução Normativa MinC nº 01/2012, entende-se que a área técnica pode tecer melhores considerações a respeito da assertiva de se tratar de desempenho de atividades administrativas.

Destacam-se os seguintes elementos constantes do Memorando nº 394/2012:

3. Outrossim, relativamente às especificidades de caráter técnico, conforme apontamento do item 30 do citado Parecer, entendemos que os quesitos previstos no art. 36 da Instrução Normativa MinC nº 1/2012 referem-se a aspectos técnicos ligados aos projetos e não a aspectos puramente administrativos.

A Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura, quando da apresentação do Relatório Preliminar, apresentou, por meio do Ofício nº 0112/2013-GABIN/SEFIC/MINC, de 3/5/2013, manifestação em relação à recomendação de “avaliar quais as atribuições dos Pareceristas, contidas no art. 36, da Instrução Normativa nº 01/2012, são inerentes às categorias funcionais abrangidas pelo plano de cargos do Ministério da Cultura e que não encontram autorização legal, nos termos do art. 1º, do Decreto nº 2.271/97, consultando a área jurídica do Ministério quanto à necessidade de revisão da Instrução Normativa nº 01/2012”, a qual a seguir transcrevemos:

Em consulta a área Jurídica do Ministério da Cultura – CONJUR, conforme Memorando 0174/2013/GABIN/SEFIC/MinC, de 23/4/2013 (Anexo), a Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura solicitou manifestação acerca da necessidade de se alterar as atribuições dos Pareceristas, contidas no art. 36 da Instrução Normativa nº 01/2012, caso incluam atividades de cunho administrativo”, como resposta da Consultoria Jurídica esclareceu que “a utilização do serviço de peritos para análise e parecer sobre projetos encontra respaldo legal no art. 4º, §4º, da Lei nº 8.313/99, bem como no art. 7º, §1º, do Decreto nº 5.761/2006, que regem o Programa Nacional de Apoio à Cultura (PRONAC). “Trata-se de expressa disposição legal que configura exceção ao disposto no §2º do art. Do decreto 2.274/1997, que proíbe a execução indireta de atividades inerentes às categorias funcionais compreendidas pelos planos de cargos dos órgãos ou entidades no âmbito da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional”.

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Elucidou ainda, que em “atenção ao princípio da estrita legalidade, entende-se que o credenciamento de peritos para atuação em projetos no Ministério da Cultura está restrito à execução do Pronac – instituído pela Lei 8.313/1991 e regulamentado pelo Decreto nº 5.761/2006”, portanto uma vez que as atribuições dos pareceristas credenciados pelo Ministério da Cultura, elencados no art. 36 da IN nº 1/2012/MinC, encontram-se justamente entre aquelas atividades do Pronac para as quais a Lei 8.313/1991 autoriza a utilização dos serviços remunerados de peritos.

Por fim, conclui que “não há ilegalidade na execução indireta das atividades de análise e parecer sobre projetos culturais, prescindindo a instrução normativa de quaisquer alterações neste sentido”.

...

Em atenção ao disposto, formulou-se nova consulta à área Jurídica do MinC – CONJUR, por meio do Memorando nº 016/2013/COTEP/DGMF/SEFIC/MinC, datado de 10 de maio de 2013 (Anexo), no que tange a possíveis conflitos existentes na delegação de competência das atividades de prestação de contas de projetos (Aguardando manifestação da CONJUR).

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO

Os principais normativos aplicáveis à espécie são a Lei n. 8.313/1991, o Decreto n. 5.761/2006, a Instrução Normativa n. 01/2012 do Ministério da Cultura – MinC – e a Portaria n. 83/2011 da referida Pasta.

Dispõe o art. 1º da Lei supracitada que a finalidade do PRONAC é captar e canalizar recursos para o setor de modo a:

“I - contribuir para facilitar, a todos, os meios para o livre acesso às fontes da cultura e o pleno exercício dos direitos culturais;

II - promover e estimular a regionalização da produção cultural e artística brasileira, com valorização de recursos humanos e conteúdos locais;

III - apoiar, valorizar e difundir o conjunto das manifestações culturais e seus respectivos criadores;

IV - proteger as expressões culturais dos grupos formadores da sociedade brasileira e responsáveis pelo pluralismo da cultura nacional;

V - salvaguardar a sobrevivência e o florescimento dos modos de criar, fazer e viver da sociedade brasileira;

VI - preservar os bens materiais e imateriais do patrimônio cultural e histórico brasileiro;

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VII - desenvolver a consciência internacional e o respeito aos valores culturais de outros povos ou nações;

VIII - estimular a produção e difusão de bens culturais de valor universal, formadores e informadores de conhecimento, cultura e memória;

IX - priorizar o produto cultural originário do País.”

O art. 2º, por seu turno, estabelece que o Programa será implementado por meio de 3 (três) mecanismos, quais sejam, o Fundo Nacional da Cultura – FNC, o Fundo de Investimento Cultural e Artístico – FICART e o Incentivo a Projetos Culturais.

Com relação especificamente ao FNC, a Lei estabelece, em seu art. 4°, § 2º, que os recursos dele decorrentes “somente serão aplicados em projetos culturais aprovados, com parecer do órgão técnico competente, pelo Ministro de Estado da Cultura”. Mais adiante, nos parágrafos 3º e 4º do supracitado artigo, a Lei assim dispõe:

“§ 3° Os projetos aprovados serão acompanhados e avaliados

tecnicamente pelas entidades supervisionadas, cabendo a execução financeira à SEC/PR.

§ 4° Sempre que necessário, as entidades supervisionadas utilizarão

peritos para análise e parecer sobre os projetos, permitida a indenização de despesas com o deslocamento, quando houver, e respectivos pró-labore e ajuda de custos, conforme ficar definido no regulamento.” (Grifos acrescidos).

No entanto, ao tratar do FICART e do Incentivo de Projetos Culturais, a Lei foi silente quanto à possibilidade das entidades supervisionadas se utilizarem de peritos para a análise e parecer sobre projetos, o que inviabilizaria, ao menos nesse momento, a contratação de Pareceristas para a execução desse mister.

É princípio basilar da Administração Pública que o gestor somente pode executar as suas atividades nos estritos contornos estabelecidos pela Lei, diferentemente do que ocorre na esfera privada, em que é permitido ao particular, com fundamento no princípio da autonomia da vontade, fazer tudo o que a Lei não veda. Não é suficiente, assim, a ausência de proibição em lei para que a Administração Pública possa agir, sendo necessária a existência de dispositivo legal que imponha ao administrador determinada atuação.

O princípio da legalidade, nesse sentido, representa a integral subordinação do Poder Público à previsão legal, visto que os agentes da Administração Pública devem atuar sempre conforme a Lei, sendo-lhes permitido fazer, apenas, o que a lei autoriza, em consonância com o disposto no art. 37, caput, da Constituição Federal.

Sem embargo, o Decreto n. 5.761/2006, que regulamenta a Lei n. 8.313/1991, acabou por dilatar a possibilidade de utilização de peritos para a análise dos projetos financiados com recursos do PRONAC em 2 (dois) aspectos: (i) quanto ao mecanismo de implementação, estendendo ao FICART e ao Incentivo de Projetos Culturais; e (ii) quanto ao órgão/entidade que poderá demandar os peritos, que, nos termos da Lei, estaria adstrito às entidades supervisionadas.

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Isso porque os arts. 6° e 7° do Decreto em referência, assim estabelecem:

“Art. 6° Os procedimentos administrativos relativos à apresentação, recepção, seleção, análise, aprovação, acompanhamento, monitoramento, avaliação de resultados e emissão de laudo de avaliação final dos programas, projetos e ações culturais, no âmbito do PRONAC, serão definidos pelo Ministro de Estado da Cultura e publicados no Diário Oficial da União, observadas as disposições deste Decreto.

(...)

§ 2° Os programas, projetos e ações apresentados com vistas à utilização de um dos mecanismos de implementação do PRONAC serão analisados

tecnicamente no âmbito do Ministério da Cultura, pelos seus órgãos ou entidades vinculadas, de acordo com as suas respectivas competências.”

(...)

“Art. 7° Os programas, projetos e ações culturais aprovados serão acompanhados e avaliados tecnicamente pelos órgãos competentes do Ministério da Cultura.

§ 1° O Ministério da Cultura e suas entidades vinculadas poderão utilizar-se dos serviços profissionais de peritos, antes da aprovação, durante e ao

final da execução dos programas, projetos e ações já aprovados, permitida a indenização de despesas com deslocamento e pagamento de pró-labore ou de ajuda de custo para vistorias, quando necessário.” (Grifos acrescidos).

O Decreto apregoa que tanto o Ministério da Cultura, como as suas entidades vinculadas, poderão se utilizar dos serviços profissionais de peritos, antes da aprovação, durante e ao final da execução dos programas, projetos e ações.

O que não é permitido, consoante o disposto no art. 4º, §§ 6°, 7º e 8º, da Lei n. 8.313/1991, é que a atividade de avaliação final atinente à aplicação dos recursos e prestação de contas, bem como outras atividades em que não há previsão de terceirização, sejam realizadas por peritos, diferentemente do que ocorre com a análise eminentemente técnica dos projetos, esta sim com previsão legal permissiva.

Outrossim, a Portaria n. 83/2011, ao definir as regras de classificação e distribuição de projetos ou produtos culturais entre peritos, bem como procedimentos e competências relativas à implementação do Sistema de Credenciamento, no âmbito do Sistema MinC, traz novas atribuições aos peritos credenciados.

O art. 4° da sobredita Portaria, assim estabelece:

“Art. 4º Durante o exame de admissibilidade será confirmada a área cultural preponderante e secundária, se houver, e os segmentos culturais envolvidos na proposta apresentada.

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Parágrafo único. Após esse procedimento, o projeto será encaminhado para avaliação técnica:

I – aos órgãos ou Entidades Vinculadas do MinC, de acordo com suas competências regimentais; ou

II – diretamente a perito credenciado ou a servidor público dos órgãos ou entidades mencionadas no inciso anterior.” (Grifos acrescidos).

Em um primeiro momento, poder-se-ia interpretar o referido dispositivo tão somente no que se refere à análise técnica realizada pelo perito no procedimento de admissibilidade. Contudo, o Capítulo VI da Portaria, que trata da emissão de parecer técnico acerca dos projetos culturais, salienta que o referido documento deverá abordar as seguintes fases: I – admissibilidade, II – acompanhamento e III – prestação de contas.

Mais adiante, o art. 14, ainda no capítulo referente à emissão de parecer, destaca que “O perito responsável pela análise do produto principal deverá promover a avaliação dos custos administrativos do projeto e a consolidação dos pareceres emitidos”. Desse modo, procedendo-se a uma interpretação sistêmica, outra não é a conclusão senão aquela que possibilita ao perito credenciado a emissão de pareceres técnicos sobre todas as fases do projeto, vale dizer, desde a admissibilidade até a prestação de contas.

Ocorre que, conforme já mencionado acima, a Lei n. 8.313/1991 foi explícita em determinar, em seu art. 4°, § 7°, que, ao término do projeto, a SEC/PR, atual MinC, seria o órgão responsável por realizar a avaliação final de forma a verificar a fiel aplicação dos recursos. Ou seja, é da competência do MinC a análise da prestação de contas, não sendo permitida a delegação de competência ao particular.

Desse modo, não existe previsão legal que autorize o MinC a contratar peritos externos para a proceder à análise de prestação de contas de projetos que estão sob sua responsabilidade. Essa a conclusão a que se chegou o Tribunal de Contas da União no v. Acórdão n. 481/2005 (Plenário, Rel. Min. Augusto Scherman Cavalcanti, DOU de 9/5/2005).

Referido entendimento foi reafirmado no v. Acórdão n. 850/2006, da relatoria do em. Ministro Walton Alencar Rodrigues, cuja ementa é a seguinte:

“RELATÓRIO DE AUDITORIA. PEDIDO DE REEXAME. IRREGULARIDADE NA CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE ANÁLISE DE PRESTAÇÃO DE CONTAS DE PROJETOS CULTURAIS INCENTIVADOS. TERCEIRIZAÇÃO DE ATIVIDADES FINS. ANTIECONOMICIDADE DA CONTRATAÇÃO. EXTRAPOLAÇÃO DO LIMITE DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS PARA INCENTIVO A PROJETO CULTURAL, FIXADO PELO ART. 4º DA LEI 8.685/93. DESCUMPRIMENTO DE DETERMINAÇÃO DO TCU. RAZÕES RECURSAIS INSUFICIENTES PARA AFASTAR A MULTA APLICADA AOS RESPONSÁVEIS. NEGATIVA DE PROVIMENTO.

1. Compete ao Ministério da Cultura o exame da prestação de contas dos

projetos culturais incentivados nos termos das Leis 8.313/93 (lei do mecenato) e

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8.685/93 (lei do audiovisual), por integrar o rol das atribuições finalísticas do órgão concedente, conforme art. 1º, § 2º, do Decreto 2.271/97.

(...)”

(Acórdão n. 850/2006, Plenário, Rel. Min. Walton Alencar Rodrigues, DOU de 9/6/2006). (Grifos acrescidos).

Com efeito, o MinC, visando a regular o previsto no art. 6°, caput, do Decreto n. 5.761/2006, editou a Instrução Normativa n. 01/2012. Referida IN estabelece, em seu art. 36, anteriormente transcrito, o que deverá conter no parecer técnico conclusivo, a ser homologado pelo dirigente da unidade responsável pela análise do projeto cultural.

Interpretando sistematicamente os normativos em análise, percebe-se que a utilização, pela Administração, dos peritos para a análise técnica dos projetos, exarando sua opinião por meio de parecer, é facultativa, sendo possível a terceirização para o acompanhamento e avaliação da execução efetuados pelas entidades supervisionadas do ministério, consoante o art. 4°, § 4°, da Lei n. 8.313/1991.

A apreciação de aspectos administrativos, como aferição de capacidade financeira do proponente, análise de compatibilidade de custos, adequação dos preços e dos orçamentos dos projetos não parece estar diretamente relacionada à análise técnica a ser desempenhada pelos peritos, que deveriam se ater aos aspectos técnicos dos projetos, consoante os §§ 3° e 4° do art. 4° da Lei n. 8.313/1991.

Sendo assim, os peritos aparentemente não podem apreciar, em seus pareceres, todos os quesitos relacionados no art. 36 da IN n. 01/2012 e tampouco aqueles enumerados no art. 12 da Portaria n. 83/2011, devendo a Administração analisar os itens que são inerentes às categorias funcionais incluídas no plano de cargos da Administração Federal, em consonância com o disposto no art. 1°, § 2°, do Decreto n. 2.271/1997, que assim assevera:

“Art. 1° (...)

§ 2° Não poderão ser objeto de execução indireta as atividades inerentes às categorias funcionais abrangidas pelo plano de cargos do órgão ou entidade, salvo expressa disposição legal em contrário ou quando se tratar de cargo extinto, total ou parcialmente, no âmbito do quadro geral de pessoal.”

Portanto, não nos parece pertinente que peritos sejam contratados pelo Poder Público, sob o manto de se realizar análise técnica de projetos e programas no âmbito do PRONAC para, na verdade, executar atividades não apenas técnicas, mas de cunho administrativo, o que ensejaria violação ao estabelecido na legislação de regência.

Assim, concluímos o seguinte:

a) A Lei n. 8.313/1991 estabelece que, sempre que necessário, no âmbito do FNC, as entidades supervisionadas poderão se utilizar de peritos externos para a análise e pareceres técnicos sobre projetos, consoante o art. 4°, §§ 3° e 4°. Trata-se, portanto, de utilização facultativa e adstrita ao FNC;

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b) O Decreto n. 5.761/2006 alargou a possibilidade de utilização de peritos externos para a análise dos projetos em 2 (dois) aspectos: (a) quanto ao mecanismo de implementação, estendendo ao FICART e ao Incentivo de Projetos Culturais; e (b) quanto ao órgão/entidade que poderá demandar os peritos, que, nos termos da Lei, estaria adstrito às entidades supervisionadas.

c) A Portaria n. 83/2011, seguindo a lógica estabelecida pelo Decreto, estendeu a emissão de parecer por peritos externos não apenas para a admissibilidade e acompanhamento dos projetos, mas também para a prestação de contas, exigindo nos documentos técnicos abordagem de temas que são inerentes à Administração Pública. A persistir tal permissivo, poderá ensejar terceirização indevida;

d) Do mesmo modo, a IN n. 01/2012, enumera em seu art. 36, os quesitos a serem abordados pelo parecer técnico quando da análise de projetos culturais, entre eles, diversos itens que, se forem prestados por peritos externos, poderão ensejar terceirização indevida, uma vez que se tratam de atividades de cunho eminentemente administrativo, o que, aparentemente, foge da gênese técnica apregoada pela Lei e desvirtua sua finalidade.

Por fim, sobre as informações contidas no Ofício nº 0112/2013, informamos que, por se referirem propriamente às providências em relação às recomendação constantes deste Relatório, seu conteúdo será tratado em sede de avaliação do Plano de Providências, quando será avaliado se são suficientes para elidir a questão em tela.

RECOMENDAÇÃO: 001

Avaliar quais as atribuições dos Pareceristas, contidas no art. 36, da Instrução Normativa nº 01/2012, são inerentes às categorias funcionais abrangidas pelo plano de cargos do Ministério da Cultura e que não encontram autorização legal, nos termos do art. 1º, do Decreto nº 2.271/97, consultando a área jurídica do Ministério quanto à necessidade de revisão da Instrução Normativa nº 01/2012.

RECOMENDAÇÃO: 002

Em razão das atribuições da entidade na análise de prestação de contas nos termos do art. 4º, § 7º, da Lei 8.313/91, consultar a área jurídica do Ministério sobre a revisão da Portaria nº 83/2011, no que concerne à atuação de peritos credenciados na análise de prestação de contas com abordagem de temas que são inerentes à Administração Pública.

1.1.1.3 CONSTATAÇÃO 003

Decisão pela aprovação de projetos com base em pareceres com insuficiente análise técnica.

Dos 69 pareceres técnicos analisados, constatou-se que em 66 casos (95,65%) os peritos informaram superficialmente que o projeto cultural atende ao estabelecido no art. 36 da IN 01/2012, o que não é suficiente para considerar que tenha sido realizada análise técnica adequada sobre os projetos no âmbito do PRONAC, conforme as informações constantes do quadro a seguir:

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PRONAC Parecer

fundamentado? (SIM/NÃO)

Parecerista/CPF Valor (R$) Observação

120536 NÃO ***.174.327-** 1.032.776,80

120667 NÃO ***.872.817-**/***.529.467-** 1.015.635,00

1114095 NÃO ***.158.700-** 1.344.672,00

119220 NÃO ***.698.017-** 5.369.778,38

120216 NÃO ***.952.637-** 233.395,00 * aprovação após o

perito anterior perder o prazo

120225 NÃO ***.952.637-** 969.930,00 * aprovação após o

perito anterior perder o prazo

120474 NÃO ***.952.637-** 429.200,00

120483 NÃO ***.595.527-** 1.248.080,00

120488 NÃO ***.952.637-** 573.656,28

120496 NÃO ***.595.527-** 9.691.020,00

120500 NÃO ***.872.817-** 1.356.860,00

120502 NÃO ***.872.817-** 266.510,00

120512 NÃO ***.595.527-** 1.566.200,00

120516 NÃO ***.952.637-** 3.857.340,00

120535 NÃO ***.952.637-** 987.650,00

120539 NÃO ***.595.527-** 1.547.800,00

120543 NÃO ***.952.637-** 1.175.100,00

120552 NÃO ***.952.637-** 3.835.828,00

120566 NÃO ***.952.637-** 4.681.400,00

120569 SIM ***.872.817-** 6.333.080,00

120573 NÃO ***.952.637-** 1.200.405,25

120582 NÃO ***.872.817-** 1.002.900,00

120617 NÃO ***.595.527-** 1.126.560,40

120621 NÃO ***.952.637-** 2.186.600,00

120655 NÃO ***.952.637-** 1.227.540,00 * aprovação após o

perito anterior perder o prazo

120667 NÃO ***.872.817-** 1.015.635,00

120671 NÃO ***.952.637-** 1.137.750,00

120695 NÃO ***.952.637-** 1.833.100,00

120697 NÃO ***.872.817-** 1.000.495,00

120701 NÃO ***.952.637-** 3.196.154,58

120708 NÃO ***.952.637-** 1.290.470,00 * aprovação após o

perito anterior perder o prazo

120731 NÃO ***.952.637-** 1.129.364,00

120841 NÃO ***.952.637-** 1.638.751,80

120878 NÃO ***.595.527-** 3.212.715,00

120885 NÃO ***.952.637-** 2.643.400,00 * aprovação após o

perito anterior perder o prazo

120934 NÃO ***.595.527-** 917.295,44

120941 NÃO ***.595.527-** 2.191.687,00

120951 NÃO ***.952.637-** 1.730.700,00

120956 SIM ***.952.637-** 2.876.916,00 * aprovação após o

perito anterior perder o prazo

120958 NÃO ***.952.637-** 1.437.620,00

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PRONAC Parecer

fundamentado? (SIM/NÃO)

Parecerista/CPF Valor (R$) Observação

120991 NÃO ***.952.637-** 2.777.460,00 * aprovação após o

perito anterior perder o prazo

120998 NÃO ***.595.527-** 1.124.400,00

121019 NÃO ***.952.637-** 1.275.980,00 * aprovação após o

perito anterior perder o prazo

121021 NÃO ***.952.637-** 1.120.630,00

121047 NÃO ***.595.527-** 2.425.130,00

121048 NÃO ***.595.527-** 1.459.700,00

121093 NÃO ***.872.817-** 3.706.000,00

121152 NÃO ***.952.637-** 7.429.136,00

121157 SIM ***.952.637-**/***.236.917-**

/***.486.667-** 8.279.742,00

121159 NÃO ***.952.637-** 1.119.828,20

121169 NÃO ***.952.637-** 2.519.260,00

121176 NÃO ***.952.637-** 2.211.670,00

121177 NÃO ***.952.637-** 1.764.225,00

121179 NÃO ***.952.637-** 3.137.914,00

121192 NÃO ***.872.817-** 1.255.935,59

121200 NÃO ***.952.637-** 2.058.160,00

121210 NÃO ***.952.637-** 9.118.700,00

121228 NÃO ***.595.527-** 1.377.954,00

121235 NÃO ***.595.527-** 2.554.375,56

121240 NÃO ***.952.637-** 2.403.799,76

121246 NÃO ***.872.817-** 3.012.923,00

121254 NÃO ***.872.817-** 1.340.587,00

121270 NÃO ***.757.077-** 1.948.445,00

121287 NÃO ***.595.527-** 1.060.775,00

121288 NÃO ***.595.527-** 1.061.440,00

121291 NÃO ***.952.637-** 1.007.649,43

121334 NÃO ***.952.637-** 2.046.220,00

1111895 NÃO ***.872.817-** 5.393.400,00

1114110 NÃO ***.952.637-** 1.109.503,12

TOTAL 158.612.913,59

Ademais, sem tangenciar o mérito de quais dos 14 quesitos exigidos no art. 36 são compatíveis com os Decreto nº 5.761/2006, Decreto nº 2.271/1997 e Lei Rouanet, abordados no primeiro tópico deste Relatório, observa-se que os pareceres arrolados no quadro acima deixaram de tangenciar diversos quesitos relacionados no art. 36, tais como os aspectos referentes aos incisos I, II, IV, V, VII, VIII, IX, X, XII e XIII.

CAUSA

Insuficiência dos controles administrativos no fluxo de análise técnica prévia dos projetos que pleiteiam apoio pelo PRONAC.

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MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA

A Sefic manifestou-se, por meio do Ofício nº. 119/2012- GAB/GEFIC/MINC, datado de 29/6/2012, conforme a seguir:

“A Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura já tem adotado medidas para o correto cumprimento do disposto no artigo 36 da citada Instrução Normativa.

Conforme mensagem eletrônica, anexa, as unidades vinculadas e as Coordenações desta Secretaria já estão cientes da necessidade de se observar, no momento da homologação dos pareceres técnicos, manifestação dos peritos acerca de cada um dos quesitos listados no artigo em referência.”

Por meio do Ofício nº 227/2012-GAB/GEFIC/MinC, de 14/11/2012, apresentou as seguintes manifestações adicionais:

A Coordenação-Geral de Análise de Projetos de Incentivos Fiscais da Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura, desde 19-7-2012, data do envio da mensagem eletrônica, adotou medidas para o correto cumprimento do disposto no artigo 36 da citada Instrução Normativa, a partir da conferência dos Pareceres Técnicos dos projetos encaminhados virtual e fisicamente pelas Unidades de Análise para apreciação da CNIC. Havendo conformidade com o disposto no Art. 36, da IN n° 01/2012, juntamente com outros quesitos de verificação, o projeto é pautado para a apreciação da CNIC. Caso contrário, o projeto é devolvido virtualmente ou fisicamente à Unidade de Análise para redistribuição ao perito, para revisão.

A Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura, por meio do Ofício nº 0112/2013-GABIN/SEFIC/MINC, de 3/5/2013, declarou providências em relação às recomendações contidas no Relatório Preliminar de Auditoria, as quais transcrevemos:

Por meio de mensagem eletrônica, de 25 de abril de 2013 (Anexo), a Coordenação de Planejamento Interno da Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura informou aos coordenadores das Unidades de Análises sobre a necessidade de cumprir e fazer cumprir o disposto no art. 36, da Instrução Normativa nº 1/2012, solicitando que, no momento da validação dos pareceres técnicos seja verificada a existência de pronunciamento do perito sobre cada um dos tópicos elencados no referido artigo, a saber:

...

Informou ainda que somente os projetos que possuíssem pareceres em observância às condições acima seriam incluídos na pauta da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura – CNIC, sendo aqueles abordados pelo perito de maneira superficial devolvidos para aprofundamento.

Quanto aos pareceres que fossem apresentados de forma vaga, em razão da ausência de esclarecimentos no projeto, deveriam ser devolvidos para que se

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promovesse a diligência ao proponente visando à obtenção de informações mais específicas.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO

Dos pareceres que serviram de amostra para esta ação de controle, listados no quadro anterior, em apenas três as conclusões exaradas pelos Pareceristas possuem fundamentação. A partir dos dados sinalizados, verificou-se que, em alguns casos, os Pareceristas originalmente destacados para a análise dos projetos descumpriam os prazos e, com isso, o processo foi submetido à análise de um novo parecerista. Para a amostra em questão, os processos foram transferidos para a análise do parecerista de CPF ***.952.637-** que, de todo modo, não demonstrou, em sua maioria, fundamentos para as conclusões exaradas.

Convém destacar, porém, que o citado parecerista não compõe o banco de Pareceristas constituído a partir dos Editais 1/2009 e 1/2010, mas, sim, faz parte do quadro de terceirizados da FUNARTE. Esse dado reforça a necessidade de avaliação e monitoramento do modelo de análise técnica de projetos culturais em sede de pareceres. Segundo o SalicWeb, o parecerista exemplificado emitiu, no período determinado entre 2011 e 2012, 885 pareceres. Somente em 2012, foram 653 pareceres, ou seja, para atingir o quantitativo assinalado teria que emitir em torno de 54 pareceres ao mês ou praticamente dois ao dia, o que, de fato, remete à questão do comprometimento da qualidade da análise técnica.

De acordo com a Lei Rouanet, tanto os projetos no âmbito do FNC quanto do Incentivo a Projetos Culturais não dispensam análise técnica prévia para sua aprovação. O Decreto nº 5.761/2006 também indica que os programas, projetos e ações apresentados com vistas à utilização de um dos mecanismos de implementação do PRONAC devem ser analisados tecnicamente no âmbito do Ministério da Cultura, pelos seus órgãos ou entidades vinculadas, de acordo com as suas respectivas competências. A avaliação técnica é requerida não somente na etapa de admissão, mas, também, no acompanhamento (art. 7º, do Decreto nº 5.761/2006).

Ao autorizar que o Ministério da Cultura e suas entidades vinculadas utilizem serviços profissionais de peritos, antes da aprovação, durante e ao final da execução dos programas, projetos e ações aprovadas, o Decreto nº 5.761/2006 caminha no sentido de uma análise técnica profissional e competente, pois espera-se que sejam produzidos pareceres qualificados e devidamente fundamentados em suas conclusões.

De acordo com o §2º, da Lei 8.313/91, a decisão de aprovação de projetos com recursos do FNC compete ao Ministro de Estado da Cultura, calcado em parecer do órgão técnico competente. Já quanto ao Incentivo a Projetos Culturais, o art. 19 da Lei atribui a competência ao Ministério da Cultura. Porém, o Decreto 5.761/2006, determina que a proposta, com parecer técnico, deve ser submetida à Comissão Nacional de Incentivo à Cultura que recomendará ao Ministro de Estado da Cultura a aprovação total, parcial ou a não aprovação de programa, projeto ou ação.

Nota-se, pois, que há um processo decisório pela aprovação. Depreende-se dos normativos citados que a decisão da autoridade deve ser baseada em pareceres profissionais, consistentes, qualificados e tecnicamente fundamentados, independente de produzidos por órgãos do MinC ou por suas entidades vinculadas ou supervisionadas. Todavia, grande parte dos

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pareceres analisados careceram de fundamentos suficientes para subsidiar a decisão pela aprovação do projeto.

É importante citar que o Ministro da Cultura publicou a Instrução Normativa nº 01/2010, estabelecendo procedimentos para apresentação, recebimento, análise, aprovação, execução, acompanhamento e prestação de contas relativos ao mecanismo de Incentivos Fiscais do PRONAC, que foi posteriormente substituída pelas Instrução Normativa nº 1/2012.

Consoante o citado normativo, a análise da proposta cultural é realizada inicialmente pela SEFIC, que promove a verificação documental e o exame preliminar de admissibilidade da proposta. Caso aprovado, a proposta é classificada como projeto e segue para a unidade técnica para apreciação e produção de parecer, o qual deve ser homologado pelo dirigente da unidade responsável pela análise.

Os projetos, depois de analisados pelas unidades técnicas, são encaminhados à SEFIC, instruídos e com parecer técnico e, somente após a anuência da referida Secretaria é que serão encaminhados à Comissão Nacional de Incentivo à Cultura. Assim, o processo tem início na SEFIC, passa para as unidades técnicas e retorna à SEFIC para sua manifestação de concordância, oportunidade em que avalia se atendem as condições para prosseguimento, inclusive sobre a qualidade dos fundamentos processuais até então cumpridos.

Na sequencia, após a manifestação da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura, o projeto cultural é submetido à decisão do Secretário de Fomento e Incentivo à Cultura. Portanto, a decisão pela aprovação ou rejeição compete ao Secretário da SEFIC.

Dessa forma, entende-se que à SEFIC compete a rejeição de determinado projeto cultural, cujos pareceres não estejam fundamentados ou que não atendam aos requisitos técnicos mínimos sobre a avaliação técnica preconizada pela Lei Rouanet e pelo Decreto nº 5.761/2006.

Destaca-se que, segundo o art. 22 do Decreto nº 7743/2012, é de competência da SEFIC o planejamento, a coordenação, a supervisão, a promoção, o controle e a avaliação das ações de análise, aprovação e monitoramento de projetos culturais apresentados com vistas aos mecanismos de fomento e incentivo à cultura. Nesse sentido, apesar da comunicação expedida às Unidades vinculadas, é preciso que a SEFIC reforce seus controles internos mediante a supervisão e o controle dos pareceres produzidos.

Ainda sobre isso, a SEFIC informou que, desde 17/7/2012, as Unidades Técnicas responsáveis pela produção dos pareceres foram alertadas da necessidade de qualificação dos pareceres, bem como teria passado a devolver o projeto as Unidades de Análise para a redistribuição ao perito, para revisão. Quanto a isso, tomando-se por base apenas amostra analisada, foram detectados pareceres que careciam de fundamentação técnica e que foram emitidos nos meses de setembro e outubro de 2012, ou seja, após a data assinalada pela Secretaria:

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PRONAC Parecer fundamentado? (SIM/NÃO) Pareceristas (CPF) Valor (R$) Data Parecer

1114095 NÃO ***.158.700.-** 1.344.672,00 23/10/2012

121334 NÃO ***.952.637-** 2.046.220,00 23/10/2012

1111895 NÃO ***.872.817-** 5.393.400,00 23/10/2012

1114110 NÃO ***.952.637.-** 1.109.503,12 23/10/2012

Não se trata, pois, de somente reforçar a comunicação às Unidades Técnicas responsáveis pela homologação dos pareceres, mas aprimorar a atuação da Secretaria quando das etapas de anuência (previamente ao encaminhamento à CNIC) e de decisão pela aprovação do projeto e, ainda, o monitoramento e avaliação das análises, consoante o art. 22, do Decreto nº 7.743/2012.

Por fim, sobre as informações contidas no Ofício nº 0112/2013, informamos que, por se referirem propriamente às providências em relação às recomendações constantes deste Relatório, seu conteúdo será tratado no âmbito da avaliação do Plano de Providências, quando será analisado se são suficientes para elidir a questão em tela.

RECOMENDAÇÃO: 001

Exigir que as análises prévias à aprovação ou rejeição dos projetos sejam fundamentadas antes da submissão dos processos à apreciação das Comissões.

RECOMENDAÇÃO: 002

Considerando as competências instituídas pelo art. 22, do Decreto nº 7.743/2012, previamente ao encaminhamento de projeto para opinião da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura e de pronunciamento pela decisão pela aprovação de projetos culturais, avaliar a qualidade dos pareceres técnicos que versam sobre os referidos projetos e, consequentemente, não dar prosseguimento para aprovação de processos cujos pareceres carecem de fundamentação, consoante o art. 36, da Instrução Normativa nº 1/2012 e atualizações, até a retificação da análise.

1.1.1.4 CONSTATAÇÃO 004

Descumprimento da regra de distribuição de projetos culturais entre peritos cadastrados.

Segundo o § 1º, art. 10, da Portaria nº 83 do MinC, de 8/9/2011, a distribuição dos produtos ou projetos aos peritos seria realizada automaticamente pelo Salic, de forma aleatória, após o exame de admissibilidade, e de acordo com a área e segmento compatível com o produto final. Entretanto, conforme informação apresentada no Ofício nº. 71/2012- GAB/GEFIC/MINC, de 3/3/12, a distribuição dos projetos culturais é realizada pelos Coordenadores das Unidades de Análises. Observa-se, portanto, que não foi efetivada a distribuição aleatória de projetos culturais entre peritos cadastrados estabelecida na Portaria nº 83, de 8/9/2011.

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CAUSA

Insuficiência dos controles administrativos no fluxo de análise técnica prévia dos projetos que pleiteiam apoio pelo PRONAC e limitações dos instrumentos informatizados para auxiliar a gestão do PRONAC.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINADA

A Sefic manifestou-se, por meio do Ofício nº. 119/2012- GAB/GEFIC/MINC, datado de 29/6/2012, conforme a seguir:

“A distribuição dos projetos aos peritos para emissão de parecer técnico não vem sendo realizada automaticamente devido ao atraso na implantação de ferramenta no Sistema de Apoio às Leis de Incentivo à Cultura – SALIC, o qual permitirá a execução dessa tarefa em conformidade com os critérios estabelecidos na Portaria nº 83, de 8/9/2011 para direcionamento dos projetos aos peritos para análise técnica.”

Por meio do Ofício nº 227/2012-GAB/GEFIC/MinC, de 14/11/2012, apresentou as seguintes manifestações adicionais:

A implantação de módulos no Sistema de Apoio às Leis de Incentivo à Cultura -SALIC vem ocorrendo de forma gradual e cuidadosa, por conta de sua robustez e necessidade de segurança. O módulo que permitirá a distribuição automática e aleatória de projetos culturais está incluso no pacote de desenvolvimento/melhorias. Por conta disso, ressaltamos que esta Secretaria determinou às Unidades de Análise, no sentido de que a distribuição de projetos obedecesse ao critério da aleatoriedade, de modo a cumprir o estabelecido na Portaria n° 83, de 8-09-2012, reforçada pela recomendação dessa Controladoria. Dessa maneira, desde agosto/2012, esse procedimento está sendo monitorado pela Coordenação Técnica do Pronac desta Secretaria.

Quanto à automatização, informamos que o procedimento ainda não ocorre, pela razão acima apontada, aliada às questões de contratação de Fábrica de Software responsável pelo desenvolvimento dos sistemas deste Ministério, a cargo da Coordenação-Geral de Tecnologia da Informação.

A Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura, por meio do Ofício nº 0112/2013-GABIN/SEFIC/MINC, de 3/5/2013, declarou providências em relação às recomendações contidas no Relatório Preliminar de Auditoria, as quais transcrevemos:

Conforme informado anteriormente, segundo Ofício nº 227/2012/GABIN/GEFIC/MinC, de 14 de novembro de 2012, a Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura determinou às Unidades de Análises sobre os critérios de aleatoriedade de distribuição, dada esta recomendação.

Informamos, ainda, que se encontra em fase de elaboração documento reiterando as devidas orientações a ser encaminhado aos gestores responsáveis até 17 de maio de 2013.

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No mesmo expediente, sobre as recomendações de “subsidiar o monitoramento e avaliação do PRONAC, orientar as unidades técnicas, previamente à distribuição dos processos às mesmas, para que recorram, sempre que necessário, aos Pareceristas credenciados pelo Ministério em processo seletivo” e de “avaliar a conveniência e oportunidade de propor a autoridade competente do Ministério a regulamentação das hipóteses de excepcionalidades em que podem ser utilizados serviços de peritos ou Pareceristas que não tenham se submetido ao credenciamento prévio do Ministério da Cultura”, a Secretaria informou que “o assunto está em análise”.

A Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura, por meio do Ofício nº 0096/2013/GAB/SEFIC/MinC, de 24 de abril de 2013 (anexo), solicitou esclarecimentos da Funarte, quanto aos itens “B, D, E e F”, e estamos aguardando manifestação da vinculada.

ANÁLISE DO CONTROLE INTERNO

Pela leitura das manifestações da Unidade, entende-se que não há distribuição aleatória de projetos culturais para análise dos Pareceristas, conforme regulamentado na Portaria nº 1º, art. 10, da Portaria nº 83/MinC, de 8/9/2011. A Secretaria alega que a efetiva distribuição aleatória depende de aperfeiçoamento tecnológico do Sistema de Apoio às Leis de Incentivo à Cultura – SALIC e que, em decorrência disso, determinou às Unidades de Análise, no sentido de que a distribuição de projetos obedecesse ao critério de aleatoriedade.

A questão da aleatoriedade na distribuição dos processos para análise não é apenas para garantir a igualdade na distribuição do serviço, mas uma garantia de que não há tendenciosidade. Observando os pareceres produzidos pelos Pareceristas, compreendendo o período entre 2009 e 2012, verifica-se que a distribuição de projetos não é equitativa e reforça a questão da ausência de qualidade dos pareceres emitidos.

No contexto geral, os Pareceristas que mais se destacaram no quantitativo de pareceres produzidos foram os seguintes:

PARECERISTAS ORIGEM QUANT. DE PARECERES

TOTAL 2009 2010 2011 2012

***.841.407-** CREDENCIADO 400 369 72 123 964

***.952.637-** TERCEIRIZADO

232 653 885

***.875.707-** CREDENCIADO 300 283 11 24 618

***.700.697-** CREDENCIADO 143 271 24 73 511

***.206.507-** CREDENCIADO 221 187 47 43 498

***.193.107-** CREDENCIADO 198 212 38 38 486

***.072.392-** CREDENCIADO 94 189 92 75 450

***.680.087-** CREDENCIADO 197 156 37 38 428

***.901.237-** CREDENCIADO 210 134 46 14 404

***.486.667-** CREDENCIADO 40 161 98 105 404

***.072.967-** CREDENCIADO 196 127 44 31 398

***.081.917-** CREDENCIADO 79 181 52 80 392

***.744.336-** CREDENCIADO 203 115 32 8 358

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PARECERISTAS ORIGEM QUANT. DE PARECERES

TOTAL 2009 2010 2011 2012

***.841.707-** TERCEIRIZADO 195 123 36 3 357

***.361.767-** CREDENCIADO 25 155 74 99 353

***.874.237-** SERVIDOR 24 87 113 126 350

***.433.987-** TERCEIRIZADO 151 102 16 49 318

***.936.227-** TERCEIRIZADO 164 137 11

312

***.273.507-** CREDENCIADO

108 108 85 301

***.466.267-** CREDENCIADO 215 83

298

***.575.287-** CREDENCIADO 216

47 19 282

***.595.527-** TERCEIRIZADO

281 281

***.485.497-** CREDENCIADO 16 111 68 76 271

***.872.817-** TERCEIRIZADO

269 269

***.894.347-** CREDENCIADO

138 59 69 266

***.850.539-** CREDENCIADO

44 103 95 242

***.174.327-** CREDENCIADO 2 146 32 25 205

***.949.388-** CREDENCIADO 73 116 1

190

***.892.327-** SERVIDOR

54 120 174

***.390.837-** CREDENCIADO 20 133 9 7 169

***.964.375-** TERCEIRIZADO 24 119

143

***.190.148-** CREDENCIADO

10 92 40 142

***.848.337-** CREDENCIADO

81 34 115

Total parcial 3.406 3.997 1.729 2.702 11.834

Total Geral 4.590 8.095 9.226 6.551 28.462

Participação (%) 74,2 49,4 18,7 41,2 41,6 Fonte: SALICWEB

Conforme se depreende, o grupo destacado concentrou 74,2% dos pareceres emitidos em 2009. No ano subsequente, esse percentual passou para 49,4%, chegando a 18,7% em 2011. Porém, em 2012, a participação do referido grupo no quantitativo de pareceres emitidos voltou a crescer, respondendo, assim, por 41,2% do quantitativo total. Ao todo, considerando o período de 2009 a 2012, as pessoas relacionadas responderam por 41,6% dos pareceres de projetos culturais pelo PRONAC.

Assim, os dados levantam a questão da concentração como reforçam situações que remetem a questionamentos sobre a qualidade técnica da análise, quando se relaciona a quantidade de pareceres e o período considerado. Como exemplo, o parecerista terceirizado de CPF ***.952.637-** teria que praticamente emitir quase dois pareceres por dia, para alcançar o total de 653 que teria produzido em 2012. O segundo exemplo, é o do parecerista de CPF ***.841.407-** que teria que produzir, também, praticamente um parecer por dia, para justificar o total de pronunciamentos nos anos de 2009 e 2010.

Por fim, sobre as informações contidas no Ofício nº 0112/2013, informamos que, por se referirem propriamente às providências em relação às recomendações constantes deste Relatório, seu conteúdo será tratado no âmbito da avaliação do Plano de Providências, quando será avaliado se foram, de fato, implementadas e, ainda, se foram suficientes para elidir a questão em tela.

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RECOMENDAÇÃO: 001

Considerando as competências instituídas pelo art. 22, do Decreto nº 7.743/2012, monitorar a distribuição e a produção de pareceres pelas áreas técnicas, alertando os gestores responsáveis quando identificar a concentração indevida de projetos em determinado parecerista e o comprometimento da qualidade dos pronunciamentos técnicos emitidos pelos mesmos.

RECOMENDAÇÃO: 002

Com vistas a subsidiar o monitoramento e avaliação do PRONAC, orientar as unidades técnicas, previamente à distribuição dos processos às mesmas, para que recorram, sempre que necessário, aos Pareceristas credenciados pelo Ministério em processo seletivo.

RECOMENDAÇÃO: 003

Diligenciar a Fundação Nacional de Artes para que apure os fatos e as circunstâncias para a elevada concentração de produção de pareceres por terceirizados, em especial pelas pessoas de CPF ***.952.637-**, ***.595.527-** e ***.872.817-**, e que seja demonstrado à SEFIC, apresentando o resultado de tais apurações, no prazo de 60 dias.

RECOMENDAÇÃO: 004

Não encaminhar para apreciação da CNIC e não decidir pela aprovação de projetos submetidos a análise dos Pareceristas terceirizados até os esclarecimentos dos fatos, a comprovação da qualificação técnica e profissional e a qualidade e fundamentação dos pareceres por eles produzidos.

RECOMENDAÇÃO: 005

Avaliar os fatos e as circunstâncias da elevada produção de pareceres por parte dos profissionais listados, inclusive quanto à qualidade dos produtos apresentados e a devida fundamentação técnica, adotando, se for o caso, as medidas para o descredenciamento.

RECOMENDAÇÃO: 006

No caso dos Pareceristas credenciados, avaliar a possibilidade de regulamentar o prazo mínimo para o pronunciamento dos Pareceristas sobre os projetos que lhe são submetidos para análise, bem como a quantidade máxima de projetos que cada parecerista poderá receber em determinado período, de forma a evitar a concentração de projetos, considerando, em todo o caso, para a definição do tempo razoável para pronunciamento qualitativo, a natureza do projeto, a complexidade, a área e segmento cultural, quando pertinente.

1.1.1.5 INFORMAÇÃO 005

Impossibilidade de aplicação de multa ao perito credenciado, em decorrência de ausência de detalhamento na Portaria nº 83, de 8/9/2011, quanto à forma de cobrança de multas.

O art. 27 da Portaria nº 83, de 8/9/2011, estabelece que o perito estará sujeito ao descredenciamento e às sanções administrativas previstas nos artigos 86 a 88 da Lei nº 8.666/93,

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em caso de descumprimento das regras e obrigações estipuladas na referida Portaria, no Edital de Credenciamento e no Termo de Compromisso. Contudo, em relação à sanção administrativa de multa, a Portaria não especifica a forma como aquela será cobrada.

O art. 86, da Lei nº 8.666/93, estabelece que “o atraso injustificado na execução do contrato sujeitará o contratado à multa de mora, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato”. Já o inciso II, art. 87, da mesma lei, possibilita a aplicação de multa ao contratado na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato pela inexecução total ou parcial do contrato.

Assim, de acordo com os artigos 86 e 87 da Lei nº 8666/93, a administração pública pode aplicar multa ao contratado, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato, tanto em decorrência de atraso injustificado na execução do contrato quanto pela inexecução total ou parcial do contrato. Dessa maneira, para a cobrança de multas, o contrato deve especificar, no mínimo, o seguinte: a) condições e valores; b) percentuais e base de cálculo; c) prazo máximo para recolhimento, após ciência oficial.

Diante do exposto, verifica-se que a ausência de detalhamento quanto à forma de cobrança de multas, na Portaria nº 83, de 8/9/2011, torna a norma inócua na aplicação desse tipo de sanção administrativa.

A SEFIC manifestou-se por meio da Ofício nº. 119/2012- GAB/GEFIC/MINC, de 29/6/2012, conforme a seguir:

“Diante da ausência de cobrança de multa, apontado por essa Controladoria no que diz respeito à Portaria nº 83, informamos que haverá a retificação/alteração da Portaria em tela, estabelecendo cobrança de multas em caso de descumprimento das regras e obrigações estipuladas na referida Portaria, contendo: a) condições e valores; b) percentuais e base de cálculo; c) prazo máximo para recolhimento, após ciência oficial, de modo a sanar a ausência de tal previsão. Há expectativa de que o novo texto seja publicado no mês de setembro de 2012, uma vez que a Normativa será revisada por toda equipe técnica correspondente e submetida à análise e manifestação da douta Conjur para posterior encaminhamento à Ministra de Estado da Cultura para assinatura e publicação.”

Por meio do Ofício nº 227/2012-GAB/GEFIC/MinC, de 14/11/2012, apresentou as seguintes manifestações adicionais:

A aplicação de sanções/multas será regulamentada por intermédio de normativo que substituirá a Portaria n° 83, de 08-09-2011, que teve expectativa de publicação no mês de setembro/2012. No entanto, a elaboração dos novos procedimentos na nova portaria dependerá do parecer conclusivo dessa Controladoria Geral da União sobre o banco de Pareceristas, resultante desta Solicitação de Auditoria.

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1.1.1.6 CONSTATAÇÃO 006

Análise das situações que implicam impedimento para credenciamento de perito e das situações que ensejam impedimento e suspeição para recebimento de projetos por perito credenciado para apreciação.

Conforme citado anteriormente, o banco de Pareceristas instituído pelo Ministério da Cultura para análise dos projetos culturais submetidos ao PRONAC é composto por 653 Pareceristas, considerando o quantitativo selecionado pelos editais de credenciamento nº 1/2009 e nº 01/2010, cujos resultados, com os habilitados, foram publicados pela Portaria nº 20/2011, de 26/1/2011, e pela Portaria nº 89/2010, de 8/3/2012.

Os levantamentos da equipe de auditoria no banco de dados da Receita Federal no SalicWeb, sistema de gerenciamento dos projetos do PRONAC, apontam que, do total de credenciados, 131 pessoas (20,06%) possuem algum vínculo com pessoas jurídicas que requisitaram, em algum momento, apoio financeiro do PRONAC para seus projetos.

Todavia, considerando apenas o universo dos projetos que requisitaram apoio após o credenciamento dos Pareceristas, tem-se que, do total do Banco de Pareceristas, 90 Pareceristas possuem vinculação com pessoas físicas ou jurídicas, ou seja, 13,78% do banco está vinculado a empresas ou pessoas físicas que protocolaram pedido de apoio ao PRONAC após o credenciamento da pessoa como parecerista, significando, assim, situação de risco de potencial conflito de interesses, o que reforça a necessidade de aprimoramento dos controles na distribuição dos processos, pois, tendo em vista os fatos apontados anteriormente sobre a gestão do banco de Pareceristas, há, sim, a possibilidade de determinado parecerista receber para análise um projeto da empresa com a qual está de alguma forma vinculado.

Considerando as técnicas de auditoria empregadas e a amostra definida no respectivo escopo, não foi possível concluir se houve a ocorrência de parecerista que tenha analisado e opinado pela aprovação de projeto de seu próprio interesse, muito embora, conforme já assinalado, os mecanismos de controle de tal atividade são insuficientes para afastar a hipótese.

Mesmo assim, foi possível identificar, em caráter preventivo, com vistas à subsidiar o Ministério no desempenho de suas funções administrativas relacionadas ao PRONAC, as situações que ensejam impedimento e suspeição para recebimento de projetos por perito credenciado para apreciação, arroladas a seguir:

Parecerista

CPF/CNPJ de Proponentes de

projetos culturais sujeitos a suspeição

ou impedimento

Nº PRONAC do projeto cultural sujeito a suspeição

ou impedimento

Motivo da suspeição ou impedimento

***.301.887-** 42.586.982/0001-95 121944 Ex presidente da Associação

Brasileira de Museologia

***.069.866-** ***.069.866-** 100610 O parecerista possui projeto aprovado

em seu CPF

***.983.746-** 12.984.356/0001-96 117683, 111366, 112098 A parecerista é socia da empresa ULTRAPASSARO - AGENCIA

CULTURAL

***.544.627-** 07.669.320/0001-88 1011436, 128379, 118708, 122976, 126810, 118680

O parecerista é sócio da empresa OFICIO PRODUÇÕES

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Parecerista

CPF/CNPJ de Proponentes de

projetos culturais sujeitos a suspeição

ou impedimento

Nº PRONAC do projeto cultural sujeito a suspeição

ou impedimento

Motivo da suspeição ou impedimento

***.386.286-** 06.143.941/0001-60 1011802, 097602, 100985, 096959, 094095, 1011036

O parecerista é sócio da empresa AMAR PRODUÇÕES ARTISTICAS

***.040.178-** 10.722.075/0001-30 110068, 110334

A parecerista é socia da empresa ANA LUISA HOWARD DE CASTILHO -

ME, a qual possui 2 projetos aprovados no SALIC, totalizando R$

500.249,75

***.962.457-** 13.089.737/0001-74 114478 A parecerista é sócia da empresa

CAVALO MARINHO PRODUCOES ARTISTICAS

***.636.425-** ***.636.425-**/

10.627.068/0001-59 126461, 106200, 1114573

A parecerista possui projeto aprovado em seu CPF . A mesma é sócia da

empresa TABULEIRO PRODUÇÕES

***.407.078-** 58.411.778/0001-73 127599, 112959 O parecerista é sócio da empresa

PANAMBI PRODUÇÕES ARTISTICAS

***.387.322-** 11.373.064/0001-54 1011659, 128759, 106828, 126797, 103925, 106674

O proponente é sócio da AVIVA - SERVIÇOS DE PRODUÇÃO

CINEMATOGRAFICA

***.104.797-** ***.104.797-** 1012671 O parecerista possui projeto aprovado

em seu CPF

***.111.968-** 10.670.609/0001-21 129061, 120506, 114139, 100941, 1010449, 100894

A proponente é sócia da empresa VAI E VEM PRODUÇÕES CULTURAIS

E CINEMATOGRAFICAS

***.747.086-** 12.835.473/0001-98 128267, 1113892 A proponente é sócia da ESTRELA

BRASIL PRODUÇÕES E EVENTOS

***.991.229-** ***.991.229-** 129021 A parecerista possui projeto aprovado

em seu CPF

***.247.308-** 13.889.039/0001-53 / 05.634.731/0001-02

128314, 1112448, 121758,107086

A parecerista é sócia da empresa CLAUDIA VENDRAMINI REIS ASSESSORIA CULTURAL e da DORA S CORREA MONTERO

ASSESSORIA CULTURAL

***.523.689-** ***.523.689-**/

12.706.403/0001-30

128870, 122481, 1114788, 127267, 127242, 1111711,

126308

A parecerista possui projeto aprovado em seu CPF. A mesma é sócia da

BOREAL PRODUCOES ARTISTICAS LTDA

***.355.947-** 07.292.516/0001-04 121178, 1112647, 127077,

1113841

A parecerista possui 12 PRONACs aprovados em sua empresa MAFUA PRODUCOES CULTURAIS LTDA

no valor total de R$ 5.933.481,01

***.386.396-** 06.341.500/0001-73 119872, 122368, 119858, 119794, 110177, 119853,

1012152, 108270

A parecerista é ex sócia da Minas Gestão Cultural e Promoções LTDA,

e sócia da Idear Produção Comunicação e Marketing LTDA

***.983.090-** ***.983.090-** 104951, 100174

O parecerista possui projeto aprovado em seu CPFaprovado em sua empresa ORGANIZAÇÃO CAMINHOS DA

CULTURA no valor total de R$ 371.965,00

***.773.639-** ***.773.639-** 1114543 O parecerista possui projeto aprovado

em seu CPF

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30

Parecerista

CPF/CNPJ de Proponentes de

projetos culturais sujeitos a suspeição

ou impedimento

Nº PRONAC do projeto cultural sujeito a suspeição

ou impedimento

Motivo da suspeição ou impedimento

***.855.688-** 11.023.565/0001-00 / 07.805.416/0001-26

1010232, 100647, 112002, 1010409, 100084, 126221, 114006, 101624, 106073,

1010638

O parecerista é sócio da empresa Domínio Público Agência de Projetos Culturais Ltda e é ex socio da empresa

Associação Cidadela Arte Cultura e Cidadania

***.192.097-** 05.610.827/0001-30 120231 O parecerista é ex presidente da

empresa ONG Arte da Possibilidade (Nome Fantasia Instituto Gingas )

***.696.339-** 10.804.840/0001-60 1111767 A parecerista é socia da MEIO - FIO

CULTURAL - IMAGENS E PRODUCOES LTDA ME

***.638.338-** 48.013.585/0001-00 104156, 129755, 110586,

108994,

O parecerista é ex presidente da empresa Associação Musical de

Ribeirão Preto

***.613.398-** 05.634.731/0001-02 107086 A parecerista é ex socia da DORA S

CORREA MONTERO ASSESSORIA CULTURAL

***.277.499-** ***.277.499-**/

13.424.694/0001-36 127004, 1011058, 102033, 126300, 120702, 113773

O parecerista possui projeto aprovado em seu CPF e é socio da GRUPO

TEATRANDO POR AI

***.055.325-** 04.605.665/0001-80 124515 O parecerista é presidente da Grupo

Cultural Edmilson Suassuna

***.810.866-** ***.810.866-** 1112502 O parecerista possui proposta

aprovada em seu CPF

***.671.567-** 05.855.760/0001-02 126902, 113401, 108514,

103590, 106999

O parecerista é presidente da empresa Primeiro Plano Produções, Gestão e Assessoria de Projetos Culturais e

Sociais Ltda

***.606.554-** 11.319.451/0001-02 108351 O parecerista é sócio da ELINALDO

JOSE RODRIGUES ME

***.085.448-** 12.127.294/0001-04 1011582 O parecerista é socio da FABIANO RODRIGO LODI DA SILVA ME

***.282.274-** ***.282.274-** 101027 O parecerista possui projeto aprovado

em seu CPF

***.911.220-** 06.013.655/0001-80 128423, 1012064, 1111417,

1011612, 117407

A parecerista é socia da Fernanda Rizzo Consultoria de Eventos e

Produções Artísticas Ltda

***.670.206-** ***.670.206-** 1114210 O parecerista possui projeto aprovado

em seu CPF

***.859.577-** 31.111.206/0001-12 127953, 101985, 101360,

101035, 112664, A parecerista é socia da empresa

Grupo Anônimo de Teatro

***.787.256-** 09.593.822/0001-06 127881,103329, A parecerista é presidente da

Associação Campo das Vertentes

***.705.207-** 10.946.030/0001-49 118097 A parecerista é socia da empresa POS-

POS PROJETOS CULTURAIS LTDA ME

***.608.897-** 09.449.763/0001-99 1011433, 126796, 125141,

124478

A parecerista é socia da Capadócia Produções Artísticas e Culturais

LTDA

***.281.217-** 12.060.865/0001-22 114318, 1012856, 122088 A parecerista é socia da Maracujá Cultural Produções Artísticas Ltda

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31

Parecerista

CPF/CNPJ de Proponentes de

projetos culturais sujeitos a suspeição

ou impedimento

Nº PRONAC do projeto cultural sujeito a suspeição

ou impedimento

Motivo da suspeição ou impedimento

***.418.869-** 05.559.998/0001-82 123233 A parecerista é socia da Scaravelho

CIA Teatral

***.907.306-** 09.579.094/0001-70 102503, 112680, 124233,

112511, 112682

A parecerista é socia da PASSAGEM PRODUCOES CULTURAIS LTDA.

ME

***.580.658-** 08.324.993/0001-69 113006, 113804, 105654,

1012146, 113818, 095438, 100011, 113950, 095541

O parecerista é socio da Artesofia Serviços e Comércio Ltda

***.400.653-** ***.400.653-**/

10.985.734/0001-20 1012232, 110528, 120248

O parecerista possui projeto aprovado em seu CPF e é sócio da empresa

CULTURA OFF

***.487.118-** ***.487.118-** 124177 O parecerista possui projeto aprovado

em seu CPF

***.164.017-** ***.164.017-**/

39.156.575/0001-33) 110423, 128716, 111857

A parecerista possui projeto aprovado em seu CPF e é ex presidente da

ESPACO CULTURAL PARATY

***.367.607-** 04.008.366/0001-68 128655, 1112871, 1114593,

100966,111002 A parecerista é socia da Central das

Artes Produções Artísticas Ltda

***.324.798-** 05.875.848/0001-88 / 11.571.468/0001-52

1010553, 107264, 112690, A parecerista é socia da Confraria

Produções Artísticas Ltda e da Editora dos Andes Ltda

***.931.872-** ***.931.872-** 110957, 110901 A parecerista possui projeto aprovado

em seu CPF

***.092.158-** 97.002.638/0001-01 102540

O parecerista é socio da ASSOC PROF TEC CINEMAT RGS

BRASILEIRA DOCUMENTARISTAS

***.720.220-** 10.324.353/0001-09

125147, 126977, 1114865, 127349, 1010627, 118966, 1010346, 116150, 115196,

117930

A parecerista é socia da Tabla Produções Artísticas

***.217.518-** ***.217.518-** 112395 O parecerista possui projeto aprovado

em seu CPF

***.240.018-** 10.797.423/0001-38 126484

A parecerista é presidente do CENTRO DE REFERENCIA A

CULTURA POPULAR BALAINHO DE FULO

***.072.967-** 07.292.516/0001-04 121178, 1112647, 127077,

1113841 A parecerista é sócia da Mafuá

Produções Culturais Ltda.

***.962.277-** ***.962.277-** 123794, 100624 O parecerista possui projeto aprovado

em seu CPF

***.643.346-** ***.643.346-** 1113173, 121606 O parecerista possui projeto aprovado

em seu CPF

***.811.528-** 07.262.328/0001-25 1111959, 102936 A parecerista é socia da empresa Arte Educa Projetos e Eventos Ltda. - ME

***.850.539-** 76.866.490/0001-75 115250 O parecerista é ex presidente da empresa Associação Cultural e

Educacional MUSAE

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32

Parecerista

CPF/CNPJ de Proponentes de

projetos culturais sujeitos a suspeição

ou impedimento

Nº PRONAC do projeto cultural sujeito a suspeição

ou impedimento

Motivo da suspeição ou impedimento

***.344.628-** 51.561.819/0001-69 117377, 101037

A parecerista é ex tesoureira da COOPERATIVA PAULISTA DE

TEATRO, a qual possui PRONACs aprovados, não obstante, a parecerista participou diretamente na aprovação

dos PRONACs 117377 e 101037

***.453.738-** ***.453.738-** 105077 O parecerista possui projeto aprovado

em seu CPF

***.741.046-** 03.368.455/0001-52 101388 A parecerista é socia da DUO - INFORMACAO E CULTURA

LTDA. - ME

***.326.377-** 10.506.387/0001-06 / 08.422.837/0001-30

101420, 124919, 112774, 125021, 114326, 112421, 114353, 112397, 128526, 128407, 1012581, 107208

108561, 1012715,

O parecerista é socio da Bateia Cultura Produções Artísticas Ltda ME e da Burburinho Cultural Produções

Artísticas Ltda

***.991.560-** ***.991.560-** 113251 A parecerista possui proposta

aprovada em seu CPF

***.837.646-** 07.720.768/0001-89 121635, 122710, 1011571, 074705, 080183, 080182

A proponente é socia da empresa Papillon Vídeo Produções

***.637.388-** 09.391.540/0001-18 93042 A parecerista é socia da empresa

INESCO Arte e Memória

***.632.098-** ***.632.098-**/

02.842.874/0001-11 123615, 124109, 1114768, 124451, 112889, 1012122

A parecerista possui proposta aprovada em seu CPF e é sócia da MARIA INES TEIXEIRA PINTO

SABA E CIA LTDA - ME

***.190.148-** 03.138.174/0001-03 1113529 O parecerista é ex-socio e

administrador da empresa Quartim de Moraes & Cia. Ltda.

***.064.897-** 07.108.649/0001-70 100833, 104478, 104591 A parecerista é socia da Marinez T.

Fernandes Produção e Consultoria de Eventos ME

***.588.719-** 10.623.434/0001-00 108485, 106384 A parecerista é socia da PRO CULT

PROJETOS E EVENTOS CULTURAIS LTDA

***.858.130-** ***.858.130-** 124311 A parecerista possui projeto aprovado

em seu CPF

***.465.738-** ***.465.738-** 101017 A parecerista possui projeto aprovado

em seu CPF

***.691.207-** 40.255.762/0001-53 101835 O parecerista é socio da FASE 10

PRODUCOES ARTISTICAS LTDA -ME

***.204.058-** 05.484.715/0001-80 108513 O parecerista é socio da Sociedade Artística Coro Cênico Bossa Nossa

***.919.991-** ***.919.991-** 1011032 O parecerista possui projeto aprovado

em seu CPF

***.913.565-** 07.482.964/0001-62 129054, 1111470, 1012043,

126261, 1012500

A parecerista é socia é presidente da empresa Associação dos Amigos do

Tempo Glauber

***.486.667-** 67.513.507/0001-10 124954 O parecerista é sócio da Verbo Virtual

Comunicação e Marketing Ltda

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33

Parecerista

CPF/CNPJ de Proponentes de

projetos culturais sujeitos a suspeição

ou impedimento

Nº PRONAC do projeto cultural sujeito a suspeição

ou impedimento

Motivo da suspeição ou impedimento

***.629.548-** ***.629.548-** 1011594 O parecerista possui projeto aprovado

em seu CPF

***.638.007-** 09.449.763/0001-99 1011433, 126796, 125141,

124478

O parecerista é socio da Capadócia Produções Artísticas e Culturais

LTDA

***.212.889-** ***.212.889-** 1011408 O parecerista possui projeto aprovado

em seu CPF

***.798.728-** 01.488.617/0001-60 113238, 113256 O parecerista é sócio da empresa

Circo Mínimo Produções de Arte Ltda

***.073.457-** ***.073.457-** 111246 O parecerista possui proposta

aprovada em seu CPF

***.187.659-** 08.911.053/0001-76 127229, 100230, 1012042, 119347, 100586, 101112

O parecerista é socio da Carnasciali & Vermelho - Tecnologia em Educação,

Cultura e Responsabilidade Sócio - Ambiental Ltda.

***.849.907-** 08.236.019/0001-43 100820 O parecerista é socio da Burajiru

Produções Culturais Ltda

***.535.499-** 08.911.053/0001-76 127229, 100230,

1012042,119347,100586, 101112

A parecerista é socia da empresa CARNASCIALI & VERMELHO

TECNOLOGIA EM EDUCACAO, CULTURA E

RESPONSABILIDADE SOCIO-AMBIENTAL LTDA

***.632.070-** 10.379.859/0001-07 100049, 101292, 103624, 112765, 111313, 112855,

100350,110216

O parecerista é socio da empresa Tárik Puggina Produções Artísticas e

Culturais Ltda

***.414.229-** 00.424.211/0001-51 127455, 110635, O parecerista é socio da empresa

Távola Redonda Produções Artísticas Ltda.

***.967.109-** 02.220.027/0001-15 124237, 110726, 111653, A proponente é ex-presidente da

empresa Associação de Violino de Fraiburgo

***.136.859-** 80.816.838/0001-97 128913 A parecerista é socia da empresa Laz

Audiovisual Ltda

***.309.455-** 04.711.646/0001-38 1113403, 1113312, 118651,

115181 A parecerista é socia da Instituto de Artes Cênicas de Aracaju - Iacema

***.232.378-** 12.343.135/0001-39 128345, 107785 A parecerista é sócia da empresa

Instituto Entrando em Cena

***.495.057-** 68.574.300/0001-18 1010408 O parecerista é sócio da TARANTO PRODUÇÕES ARTÍSTICAS ME

CAUSA

Dificuldade de aplicação e monitoramento de critérios de impedimentos para análise e produção de pareceres técnicos.

MANIFESTAÇÃO DA UNIDADE EXAMINDADA

A Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura, por meio do Ofício nº 0112/2013-GABIN/SEFIC/MINC, de 3/5/2013, apresentou a seguinte manifestação:

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34

As Unidades de Análises foram notificadas por meio do Memorando Circular nº 014/2013/COTEP/DGMF/SEFIC/MinC, de 24 de abril de 2013 e do Ofício Circular nº 001/2013/COTEP/DGMF/SEFIC/MinC, de 24 de abril de 2103 (anexos), para atentarem, quando da distribuição de projetos para avaliação técnica, acerca das situações que possam ensejar impedimentos ou suspeição para apreciação de projetos por perito credenciado, em especial àqueles constantes da lista do Relatório Preliminar de Auditoria 2012079940, de 4 de abril de 2013.

ANÁLISE DE CONTROLE INTERNO

Entende-se que as medidas declaradas pela Unidade situam-se no campo das diligências e que, quando a avaliação crítica em relação a possível suspeição quando da distribuição de projetos deve considerar a aleatoriedade na distribuição dos projetos, a partir dos sistemas utilizados pelo Ministério da acompanhamento do PRONAC.

RECOMENDAÇÃO: 001

Quando da distribuição de projetos para avaliação técnica, considerar as situações destacadas que podem ensejar impedimentos ou suspeição para a apreciação de projetos por peritos ou Pareceristas.

III – CONCLUSÃO

Em face dos exames realizados, somos de opinião que a Unidade Gestora deve adotar medidas corretivas com vistas a elidirem os pontos ressalvados nos itens: 1.1.1.2, 1.1.1.3, 1.1.1.4 e 1.1.1.6.