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PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERABA PROJETO ÁGUA VIVA Projeto de Recuperação Ambiental da Bacia do Rio Uberaba e Revitalização do Sistema de Abastecimento de Água Marco Conceitual da Política de Reassentamento Involuntário Março de 2010 (atualizado em 21 de março de 2012) Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized

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PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERABA

PROJETO ÁGUA VIVA

Projeto de Recuperação Ambiental da Bacia do Rio

Uberaba e Revitalização do Sistema de Abastecimento de

Água

Marco Conceitual da Política de Reassentamento

Involuntário

Março de 2010

(atualizado em 21 de março de 2012)

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wb406484
Typewritten Text
RP1015 v1
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SUMÁRIO

1. Apresentação

2. Marco Conceitual – Justificativa

3. Projeto Água Viva

3.1 Histórico

3.2 O Projeto e seus Objetivos

3.3 Componentes do Projeto

3.4 Acionamento da Salvaguarda de Reassentamento Involuntário

4. Fundamentos da Política de Reassentamento Involuntário

5. Perfil Sócio-econômico – Área do Projeto

5.1 Uberaba - Aspectos Sociais

5.2 Área de Intervenção – Aspectos Sociais

6. Situação de Afetação

7. Participação Comunitária

7.1 Mecanismos de Participação Comunitária

7.2 Mecanismo de Consulta

7.3 Mecanismos de Reclamos

8. Política de Atendimento

8.1 Identificação das Perdas

8.2 Definição do Grau de Afetação

8.3 Política de Atendimento

8.4 Critérios de Elegibilidade

8.5 Quadro – Critérios de Elegibilidade

9. Marco Legal

10. Matriz Institucional

11. Preparação e Aprovação do Plano de Reassentamento Involuntário

ANEXO

I – Glossário

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II - Resolução CONAMA 010

1. Apresentação

Historicamente, as obras de intervenção urbana tanto as de

implantação de infra-estrutura (avenidas saneadas, metrô, obras de artes -

viadutos, trincheiras) quanto às de readequação urbana (urbanização de

favelas, revitalização de áreas degradadas) geram a imperiosa

necessidade de reassentamento involuntário.

O Projeto Água Viva - Projeto de Recuperação Ambiental da Bacia

do Rio Uberaba e Revitalização do Sistema de Abastecimento de Água

prevê ações que poderão gerar a necessidade de reassentamento

involuntário, principalmente, desapropriações de terras.

A Prefeitura Municipal de Uberaba responsável pela implementação

do Projeto Água Viva e atenta aos impactos gerados pela relocação de

pessoas e perda de terras de forma involuntária têm feito gestão no

sentido de desenvolver e adotar políticas de compensação baseadas no

princípio da restauração da qualidade de vida das pessoas afetadas.

Este documento apresenta o Marco Conceitual da Política de

Reassentamento Involuntário – adotado pelo Projeto Água Viva1 e foi

elaborado baseado na Política Habitacional do município de Uberaba, na

Política de Reassentamento Involuntário do Banco Mundial (OP 4.12), nas leis

vigentes e em experiências de Projetos de mesma natureza.

1 Adotado pela Prefeitura, segundo carta enviada ao Banco datada de 06 de fevereiro de 2012.

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2. Marco Conceitual - Justificativa

A opção por elaborar o Marco Conceitual da Política de Reassentamento

Involuntário está relacionada à concepção do Projeto, que realizará os

projetos básicos e executivos das áreas de intervenção, na fase de

implantação do Projeto.

A elaboração de Plano de Reassentamento Involuntário pressupõe o

conhecimento de vários dados, que estão diretamente relacionados com,

a elaboração dos projetos, com a metodologia de execução das obras,

os possíveis impactos causados, dados que não se encontram disponíveis

neste momento.

Dentro dessa linha de raciocínio, o documento, ora apresentado, se propõe

a definir os fundamentos, apontar e conceituar os procedimentos que

auxiliarão o desenvolvimento do Plano de Reassentamento Involuntário a ser

elaborado, concomitantemente, à execução dos projetos de engenharia

que demandarão relocação de população ou desapropriação de terras.

A Prefeitura Municipal de Uberaba assume o compromisso de só iniciar obras

que envolvam reassentamento somente após a elaboração do Plano de

Reassentamento Involuntário – PRI e a sua respectiva aprovação pelo BIRD.

Os estudos e projetos básicos elaborados para o Projeto Água Viva

indicam que a salvaguarda de reassentamento será muito pouco

acionada e apenas no que se refere à aquisição de terras. Não há

indicação de necessidade de relocação de população ou demolição de

bem edificado, ou a promoção de interrupção de atividade produtiva.

Se durante a implementação do Projeto se verificar também que haverá

restrição ao acesso de recursos naturais (na APA do rio Uberaba), a

Prefeitura Municipal de Uberaba elaborará um “Process Framework” e

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encaminhará ao BIRD para análise antes que ocorra qualquer

impedimento de acesso.

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3. Projeto Água Viva

3.1 Histórico

O Projeto Água Viva surgiu da iniciativa da Prefeitura Municipal de

Uberaba – PMU e do Centro Operacional de Desenvolvimento e

Saneamento de Uberaba – CODAU, de ampliação e modernização dos

serviços urbanos existentes, cuidando para que o município mantenha e

melhore seus indicadores sociais, econômicos e ambientais.

Os principais problemas identificados no município de Uberaba foram (i)

inundações do centro da cidade (Bacia do Córrego das Lajes),

provocadas pela ineficiência do sistema de drenagem urbano; (ii)

degradação ambiental das margens do rio Uberaba, ribeirão

Conquistinha e seus afluentes percebidos principalmente no elevado nível

de poluição de suas águas (esgoto e assoreamento); (iii) oferta de água

(vazão do rio Uberaba) insuficiente para atender às necessidades da

população; e, (iv) perdas excessivas na rede de distribuição de água

tratada.

3.2 O Projeto e seus Objetivos

O Projeto de Recuperação Ambiental da Bacia do Rio Uberaba e

Revitalização do Sistema de Abastecimento de Água – Projeto Água Viva

visa promover melhores condições de vida para todos os residentes do

município de Uberaba através da promoção do saneamento urbano

integrado, da preservação ambiental, e expansão de parques e de

oportunidades recreativas e culturais.

Mais especificamente, o Projeto tem os seguintes objetivos:

Recuperar áreas degradadas ao longo das margens dos corpos

hídricos localizados no interior da mancha urbana de Uberaba;

Eliminar a liberação de odores desagradáveis no centro da cidade;

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Proporcionar à população alternativas para desenvolvimento de

atividades de lazer e recreação;

Aumentar a oferta de água sem sobrecarregar o atual manancial;

Reduzir a incidência de doenças de veiculação hídrica e os focos

de propagação de moléstias transmissíveis por insetos e roedores.

3.3 Componentes do Projeto

O Projeto Água Viva está estruturado em 3 (três) componentes conforme a

descrição a seguir:

SISTEMA DE

SANEAMENTO

AMBIENTAL

PRESERVAÇÃO/

RECUPERAÇÃO

AMBIENTAL E

CULTURAL

GOVERNANÇA E

PLANEJA-

MENTO

PROGRAMA ÁGUA VIVA

SISTEMA DE

ESGOTAMENTO

SANITÁRIO

DRENAGEM URBANA

MELHORIA DO SISTEMA

DE ABASTECIMENTO

DE ÁGUA

RECUPERAÇÃO

AMBIENTAL

PARQUE CÓRREGO

DAS LAJES

PROJETO

FÓSSIL VIVO

AÇÕES DE

SANEAMENTO,

PRESERVAÇÃO E

RECUPERAÇÃO

AMBIENTAL

EDUCAÇÃO

AMBIENTAL E

COMUNICAÇÃO

SOCIAL

FORTALECIMENT

O INSTITUCIONAL

GERENCIAMENTO

DO PROJETO

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3.4 Acionamento da Salvaguarda de Reassentamento Involuntário

As atividades com potencial de acionamento da salvaguarda de

reassentamento são as previstas nos Componentes 1 e 2 do Projeto:

Componente 1 - Serviço de Saneamento Ambiental e Preservação e

Recuperação Ambiental

Atividades:

Sistema de Esgotamento Sanitário

Drenagem Urbana

Abastecimento de Água - Melhoria do Sistema

Componente 2 - Recuperação Ambiental e Cultural do município

Uberaba

Atividades:

Recuperação de Áreas Degrada na APA do Rio Uberaba

Parque das Lajes e da Cidade

Como o Projeto encontra-se em execução desde Julho/2008, várias

intervenções previstas estão em execução ou foram executadas e

aconteceram situações de acionamento da salvaguarda de

reassentamento – aquisição de terras. A Prefeitura Municipal de Uberaba

cercou-se de cuidados no trato desta questão e adotou os procedimentos

que se encontram registrados no documento “Plano de Ação de

Reassentamento” de Fevereiro de 2012.

A PMU reitera que toda e qualquer atividade que promova (i) aquisição

de terra, (ii) deslocamento de população, (iii) interrupção de atividade

produtiva, será precedida de um PRI – Plano de Reassentamento

Involuntário, e a (iv) restrição de acesso a recursos naturais será precedida

da elaboração de “Process Framework”, ambos documentos serão

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submetidos ao BIRD para comentários e aprovação, para só depois iniciar

a referida intervenção.

Até o presente momento, fevereiro de 2012, o número de processos de

aquisição de áreas totaliza 18 e estão devidamente detalhadas no

documento “Plano de Ação de Reassentamento”.

Importante ressaltar, que o Programa não ocasionou deslocamento de

população e nem interrupção de renda.

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4. Fundamentos da Política de Reassentamento Involuntário

O processo de relocação involuntária de população pode gerar

grandes transtornos à vida das pessoas afetadas, como por exemplo,

empobrecimento, danos ambientais graves e quebra da rede de apoio

social, a menos que medidas adequadas sejam devidamente planejadas

e implementadas.

Logo, a Política de Reassentamento Involuntário deve ter como

meta maior, a recomposição da qualidade de vida das famílias afetadas

pelo empreendimento, tanto no aspecto físico, perda de moradia, como

em outros aspectos, como perda de rendimentos financeiros (interrupção

de atividades produtivas), perdas da quebra da rede de apoio social, das

relações de vizinhança. Mas, ainda assim, o que se deseja é a promoção

de uma real melhoria de vida às famílias afetadas.

Para que isto aconteça, determinados princípios serão observados

pela PMU:

Minimizar o número de imóveis a serem desapropriados. Os

projetos de engenharia adotarão soluções que viabilizem a

implantação dos serviços e da infra-estrutura e que

concomitantemente necessite do menor número de relocações.

Garantir a oferta de diferentes opções de atendimento.

Adequadas às diferentes realidades e necessidades das famílias

afetadas.

Garantia da melhoria ou da manutenção das condições de

moradia. As moradias a serem ofertadas para o reassentamento

atenderão sempre aos critérios de habitabilidade, respeitando a

forma de vida da população afetada.

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Garantia da possibilidade de manutenção da renda. As famílias

que tiverem suas atividades produtivas interrompidas ou

reduzidas em função da alteração do “status quo” existente

anterior à intervenção serão compensadas por estas perdas, de

forma a permitir-lhes que possam reconstruir suas vidas em

menor tempo possível.

Garantia de pagamento das indenizações pelo valor de

reposição do imóvel incluindo todas as benfeitorias realizadas.

Os laudos de avaliação contemplarão o levantamento de todos

os imóvel(is) afetado(s) inclusive todas as benfeitorias realizadas

pelo seu possuidor indiferente da natureza das mesmas,

devendo ser avaliadas pelo método do valor de reposição. O

pagamento deve ser antecipado ou no mínimo concomitante a

desocupação do imóvel.

Garantia da oferta de serviços sociais, como por exemplo:

educação, saúde, transporte público, etc.;

Busca permanente da minimização dos impactos sociais e/ou

ambientais sobre a população;

O Marco Conceitual, ora apresentado neste documento, encontra-

se fundamentado nos princípios acima descritos, além do que a Prefeitura

Municipal de Uberaba - PMU fará gestão no sentido adotar procedimentos

consagrados como “boas práticas” em projetos de mesma natureza,

como por exemplo:

As obras só se iniciarão após a relocação das famílias

afetadas e diretamente envolvidas naquela etapa de obra.

A população afetada terá total liberdade de escolha quanto

à sua opção de atendimento, dentro dos critérios adotados

pela política de compensação do PRI, a ser elaborado para

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cada intervenção que acionar a salvaguarda de

reassentamento.

Reconhecerá as reivindicações das comunidades envolvidas

pelo projeto;

Não imporá condições de negociações que impeçam as

famílias de recomporem as suas vidas;

Não pressionará a população visando atender ao

cronograma da obra, caso venha ocorrer atrasos no

cronograma de reassentamento.

A PMU também se compromete a observar e buscar a prática

constante, durante a execução do reassentamento, das seguintes

estratégias de atuação:

1. Apresentar de forma bastante elucidativa para a população

afetada quais são as instituições responsáveis pela realização do

projeto e a competência de cada uma.

2. Realizar campanhas de esclarecimento e divulgação do projeto.

3. Fornecer suporte jurídico e social à população sem ônus.

4. Fazer gestão para que haja um afinado entrosamento da equipe de

reassentamento e a equipe responsável pela execução da obra, de

forma a compatibilizar todas as ações necessárias à execução das

duas atividades.

5. As negociações com a população só acontecerão quando todas

as opções de atendimento estiverem disponíveis.

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5. Perfil Sócio-Econômico

Conhecer o perfil da população do município e, em especial, da

área de intervenção do Projeto Água Viva é fundamental para uma boa

formulação da política de compensação do Plano de Reassentamento

Involuntário.

Neste documento trataremos especificamente dos indicadores

sociais do município, pois os aspectos físicos (naturais e urbanos),

climáticos, históricos, econômicos estão tratados em estudos específicos

dos temas.

5.1 Uberaba – Aspectos Sociais2

O município de Uberaba com população Censo 2010 – 295.988

(IBGE) e um território de 4.523 Km2 têm uma taxa de urbanização de

96,87% (Fundação João Pinheiro), o que significa dizer que 286.724 vivem

na área urbana do município.

DADOS - CENSO 2010 - IBGE

População 2010 295.988

Área da unidade territorial (Km²) * 4.523,96

Densidade demográfica (hab/Km²) 65,43

A seguir, apresentam-se vários indicadores:

5.1.1 - Indicadores de demográficos

População 1996 232,413 hab.

População 2000 251,159 hab.

Taxa Crescimento: 1.96 % ao ano

Homem 121,850 hab.

Mulher 129,309 hab.

Rural 7,753 hab.

Urbano 243,406 hab.

Fonte: IBGE - Fundação IBGE

2 Dados extraídos do Atlas do Desenvolvimento Humano – Fundação João Pinheiro

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Idade Homens Gráfico Homem Gráfico Mulher Mulheres

> 100:

90 a 99:

80 a 89:

70 a 79:

60 a 69:

50 a 59:

40 a 49:

30 a 39:

20 a 29:

10 a 19:

Até 9:

0.01%

0.15%

0.85%

2.68%

5.46%

8.24%

12.98%

15.62%

17.83%

19.54%

16.63%

0.01%

0.20%

1.29%

3.47%

6.31%

9.05%

13.65%

16.24%

16.91%

18.04%

14.83%

Água

Rede Poço Outros

Banheiro

Rede Outro Sem

Lixo

Coleta Outro

IDH IDH-Índice de Desenvolvimento Humano

IDH 1970 0.56 Bom > 0,5 IDH 1980 0.78 Ruim < 0,25

IDH 1991 0.83 Rank do IDH no Estado 9

Fonte: FJP-Fundação João Pinheiro - 2002

Indicadores de Longevidade, Mortalidade e Fecundidade, 1991 e 2000 1991 2000

Mortalidade até 1 ano de idade (por 1000 nascidos vivos) 49.3 27.4

Esperança de vida ao nascer (anos) 65.2 69.2

Taxa de Fecundidade Total (filhos por mulher) 2.7 2.0

No período 1991-2000, a taxa de mortalidade infantil do município

diminuiu 44.35%, passando de 49.31 (por mil nascidos vivos) em 1991 para

27.44 (por mil nascidos vivos) em 2000, e a esperança de vida ao nascer

cresceu 4.01 anos, passando de 65.18 anos em 1991 para 69.19 anos em

2000.

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5.1.2 - Indicadores de Educacionais

Nível Educacional da População Adulta (25 anos ou mais), 1991 e 2000 1991 2000

Taxa de analfabetismo 13.6 8.7

% com menos de 4 anos de estudo 26.2 19.4

% com menos de 8 anos de estudo 50.7 42.4

Média de anos de estudo 6.8 7.7

5.1.3 - Indicadores de Renda

PIB - Produto Interno Bruto em milhões de R$

2005 Rank 2006 Rank 2007 Rank 2008 Rank

TOTAL 3,597.35 7º 3,703.04 7º 4,285.54 6º 4,470.96 6º

2005 Rank 2006 Rank 2007 Rank 2008 Rank

Agrícola 371.79 1º 335.17 1º 393.11 1º 421.19 2º

Industrial 1,218.82 9º 1,226.89 8º 1,405.77 8º 1,560.56 8º

Serviços 2,006.74 6º 2,140.98 6º 2,486.66 6º 2,489.21 6º

Fonte: FJP-Fundação João Pinheiro - 2008 - 2011

Indicadores de Renda, Pobreza e Desigualdade, 1991 e 2000

1991 2000

Renda per capita Média (R$ de 2000) 189.5 252.10

Proporção de Pobres (%) 43.8 39.90

Índice de Gini 0.61 0.65

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A renda per capita média do município cresceu 33.09%, passando

de R$ 189.45 em 1991 para R$252.13 em 2000.

A pobreza (medida pela proporção de pessoas com renda

domiciliar per capita inferior a R$75,50, - metade do salário mínimo vigente

em agosto de 2000) diminuiu 8.87%, passando de 43.8% em 1991 para

39.9% em 2000. A desigualdade cresceu: o Índice de Gini3 de 0.61 em

1991 para 0.65 em 2000.

5.1.4 Indicadores Habitacionais

Acesso a Serviços Básicos, 1991 e 2000

1991 2000

Água Encanada 69.6 66.1

Energia Elétrica 99.1 99.7

Coleta de Lixo¹ 65.0 75.9

Acesso a Bens de Consumo, 1991 e 2000

1991 2000.

Geladeira 77.3 88.7 Televisão 79.8 93.2 Telefone 25.1 47.2 Computador ND 7.7 ND = não disponível

5.1.5 - Indicadores de Vulnerabilidade

Indicadores de Vulnerabilidade Familiar, 1991 e 2000

1991 2000.

% de mulheres de 10 a 14 anos com filhos ND 0.4

% de mulheres de 15 a 17 anos com filhos 5.5 6.8

% de crianças em famílias com renda inferior à 1/2 salário mínimo 53.4 50.6

% de mães chefes de família, sem cônjuge, com filhos menores 11.9 8.3

3 Índice Gini - O Coeficiente de Gini é uma medida de desigualdade desenvolvida pelo estatístico italiano Corrado Gini, e

publicada no documento “Variabilità e mutabilità” (variabilidade e mutabilidade), em 1912. É comumente utilizada para calcular a desigualdade de distribuição de renda mas pode ser usada para qualquer distribuição. Ele consiste em um número entre 0 e 1, onde 0

corresponde à completa igualdade de renda (onde todos têm a mesma renda) e 1 corresponde à completa desigualdade (onde uma pessoa

tem toda a renda, e as demais nada têm).

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ND = não disponível

5.1.6 - Índice de Desenvolvimento Humano

Índice de desenvolvimento Humano, 1991 e 2000

1991 2000.

Índice de Desenvolvimento Humano Municipal 0.721 0.778

Educação 0.845 0.901

Longevidade 0.670 0.737

Renda 0.648 0.696

No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento Humano

Municipal (IDH_M) de Uberaba cresceu 7.91%, passando de 0.721 em 1991

para 0.778 em 2000.

A dimensão que mais contribuiu para este crescimento foi

Longevidade, com 39.2%, seguida pela Educação, com 32.7% e pela

Renda, com 28.1%. Neste período, o hiato de desenvolvimento humano (a

distância entre o IDH do município e o limite máximo do IDH, ou seja, 1 -

IDH) foi reduzido em 20.4%.

Situação em 2000

Em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de

Uberaba é 0.778. Segundo a classificação do PNUD, o município está entre

as regiões consideradas de médio desenvolvimento humano (IDH entre 0,5

e 0,8).

Em relação aos outros municípios do Brasil, Uberaba apresenta uma

situação boa: ocupa a 1098ª posição, sendo que 1097 municípios (19.9%)

estão em situação melhor e 4409 municípios (80.1%) estão em situação

pior ou igual.

Em relação aos outros municípios do Estado, Uberaba apresenta

uma situação boa: ocupa a 1ª posição, sendo que 0 municípios (0.0%)

estão em situação melhor e 216 municípios (100.0%) estão em situação

pior ou igual.

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5.2 - Área de Intervenção – Aspectos Sociais

A área de intervenção do Projeto não está restrita a uma

determinada região da cidade. As obras acontecerão principalmente no

centro da cidade (downtown) – com intervenções de drenagem e

esgotamento sanitário – complementação de rede coletora em diversas

ruas, ampliação das redes de abastecimento de água, implantação de

ETE, e obra de reforço do sistema de captação de água; e construção

dos Parques das Lajes e da Cidade.

Logo, ainda que seja um Projeto relativamente pequeno ele está

disperso por toda a cidade, ou seja, não há como configurar um perfil

sócio-econômico da área de intervenção.

No momento da elaboração do PRI, quando se estiver definido o

território requerido para a desapropriação / reassentamento, ai sim, será

realizado um cadastro censitário que conterá os dados para definição do

perfil das famílias e dos imóveis afetados.

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6. Situação de Afetação

Como foi mencionado anteriormente neste documento, somente

após a elaboração dos projetos de engenharia será possível dimensionar

o impacto a ser ocasionado.

Para a realização deste dimensionamento o passo inicial é promover

a selagem e o cadastro censitário de todos os imóveis localizados no

território requerido pela obra.

Em decorrência deste processo será determinado, o número de

famílias que deverão ser relocadas para a implantação das atividades

previstas pelo empreendimento. Esta possibilidade é muito remota, pois as

áreas previstas encontram-se totalmente desocupadas.

No entanto, vale reiterar, que não haverá a promoção de atividade de

reassentamento antes que se prepare o respectivo PRI e o submeta para

aprovação ao BIRD.

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Comp. Intervenção

Desapropriação

Situação de Afetação

Situação Atual da Obra

Solução Adotada

Indenização Permuta Doação Reassen -

tamento

ANO 2011 ANO 2012 Aplicaç

ão Situação Aplicação Aplicação Aplicação

1-Serviço de

Saneamento

Ambiental

Sistema de

Esgotamento

Sanitário

Interceptores na

área central

Interceptores serão

instalados nas vias públicas

existentes, logo não

deman- darão desapro-

priação.

Em

execução

(30%

concluído).

Em

execução

(74%

concluído)

Não se

aplica.

Área de domínio

público.

Não se

aplica.

Não se

aplica.

Não se

aplica.

Emissário Rio

Uberaba

Faixa de APP do Rio

Uberaba, 11 lotes de 8

proprietários, áreas do

município deso- cupadas, e

área do Campus FAZU.

Concluído.

Sim

Na faixa de APP foi

concedida

autorização pelo

órgão ambiental

para implantação

do emissário. As

demais áreas

quadro em anexo.

Sim Não se

aplica. Não

ETE - Rio Uberaba

Área Campus FAZU

(desapropriação parcial -

inferior a 2% do total) e 3

áreas fazenda (desapro-

priação parcial - inferior a

4% do total)

Concluído.

Sim

Área Campus da

FAZU foi negociada

judicialmente houve

discussão de preço

pelo desapropriado.

Pro-cesso encerrado,

carta de sentença

expedida, paga -

mento efetuado, em

fase de registro.

Sim Não Não

ETE

CONQUISTINHA 1 Fazenda

Obra

iniciada.

Em

execução

(20%

concluída)

Sim

Negociação

amigável e

concluída. Paga e

escriturada, em fase

de registro.

Não Não Não

Emissário

Conquistinha - 1 Fazendas

Emissário

100%

concluído. Concluido

Sim

Negociação

amigável concluída.

Paga e escriturada,

em fase de registro.

Não Não Não

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Implantação de

Bacia de

Retenção

(Piscinão)

1 Gleba urbana, sem

ocupação/sem benfeitorias

e APP Córrego Sem Nome.

Concluída.

Sim

Urbanização do

Entorno da Bacia

de Retenção.

1 Gleba urbana, sem

ocupação e sem

benfeitorias e APP do

Córrego Sem Nome.

Concluída.

Sim.

A gleba foi

negociada

amigavelmente, em

fase de escrituração

e pagamento. Para

a APP foi obtida

autorização

ambiental.

Não Não Não

Galeria de

Drenagem

Não haverá demanda por

desapropriação, pois serão

implantadas em vias

publicas existente.

Ordem de

Serviço

para

Setembro/

2011.

Obras

iniciadas.

Não se

aplica. Não se aplica.

Não se

aplica.

Não se

aplica.

Não se

aplica.

Abasteci

mento de

Água -

Melhoria do

Sistema

Substituição de

Adutoras

Não há demanda por

desapropriação. As obras

estão sendo exe - cutadas

em vias públicas existentes,

e, em grande parte nas

mesmas ruas das adu -

toras em substituição.

Concluído.

Não se

aplica. Não se aplica.

Não se

aplica.

Não se

aplica.

Não se

aplica.

2-

Preservação

e

Recuperaçã

o Ambiental

e Cultural do

município de

Uberaba

Recuperação

Áreas Degra-

dada na APA

Rio Uberaba

Este conjunto de

intervenções

ainda não esta

definido.

Não identificado. Potencial

para restrição de acesso. - x -

Termos de

referência

em

elaboração4

.

Parque das

Lajes

Complexo das

Barrigudas-

Centro educa-

ção ambiental,

Centro turismo,

área lazer.

Área de propriedade da

Prefeitura Municipal de

Uberaba.

Concluído.

4 Na elaboração dos termos de referência, caso haja uma possibilidade de gerar restrição de acesso à recursos naturais, um “process framework” será preparado juntamente com o documento.

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Parque das Lajes

- Centro monito-

ramento indica-

dores Programa.

1 área urbana – Casa de

Saúde São Jose Concluído.

3-

Governança

e

Planejament

o

Não tem

intervenção

geradora de

desapropriaç

ão.

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7. Participação Comunitária

7.1 – Mecanismos de Participação Comunitária

A Prefeitura Municipal de Uberaba adotará, ao longo do processo

de reassentamento, diversos mecanismos que visam possibilitar a

participação das comunidades afetadas e de seus representantes no

processo.

A idéia principal é manter permanentemente aberto um canal de

comunicação entre os diversos atores do processo possibilitando que a

interlocução entre as partes aconteça de forma clara, transparente e

objetiva evitando que notícias sem fundamentos circulem e gerem

angústia e intranqüilidade junto às famílias.

Para isto a Prefeitura adotará os seguintes procedimentos:

Realizará contatos / reuniões sempre que se iniciar uma nova

etapa de trabalho, e também sempre quando necessário

e/ou a pedido da comunidade para prestar esclarecimento;

Designará um técnico social para ser o contato com a

população;

Realizará consultas, nas reuniões, sobre as alternativas de

atendimento;

Realizará o cadastro sócio-econômico através de visita a

todos os domicílios afetados de forma censitária;

Divulgará o cadastro das famílias afetadas pelo Projeto, em

locais de fácil acesso à população, determinando uma data

de encerramento do mesmo – Linha de Base; e,

Assegurará que os grupos mais vulneráveis (velhos, famílias

chefiadas por mulheres, viúvos (as), famílias chefiadas por

muito jovens, etc.) sejam ouvidos a fim de garantir seus

direitos.

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Quando da elaboração do Plano de Reassentamento Involuntário,

outros mecanismos poderão ser propostos e os acima citados deverão

ser detalhados quanto à sua estratégia de atuação.

7.2 – Mecanismos de Consulta

Ainda que estejam assegurados os mecanismos de participação

descritos no item anterior, a Prefeitura adotará no mínimo a seguinte

agenda de consulta à população:

Realização de reunião para discussão sobre a realização do cadastro

sócio-econômico e imobiliário;

Realização de reunião para discussão dos critérios de escolha da área

de reassentamento;

Realização de reunião para definição do modelo de parcelamento e

de moradia a serem adotados;

Realização de reunião para discussão da política de atendimento e

dos critérios de elegibilidade;

As reuniões acontecerão na área do projeto, serão registradas por

meio de fotos e terão suas atas devidamente redigidas e assinadas pelos

presentes.

7.3 - Mecanismos de Reclamos

Caso ocorra, durante a implantação do processo de

reassentamento, um número significativo de reclamações ou de

processos sendo negociados pela via judicial, a Prefeitura implantará

uma ouvidoria específica para o Projeto composta por técnicos de

diferentes formações (sociólogos, assistentes sociais, engenheiros,

avaliadores, etc.) a fim de dirimir os conflitos.

Esta ouvidoria estará preparada para não só captar as

reclamações, mas, sobretudo para encaminhá-las aos setores

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pertinentes buscando obter soluções. As soluções obtidas serão

comunicadas aos reclamantes.

Dar respostas é o objetivo principal do processo de reclamos. Por

experiência, sabe-se que uma das maiores queixas da população é a

dificuldade de acessar o processo institucional / burocrático das

entidades envolvidas, e por isto mesmo sentem-se perdidas e lesadas.

Dar respostas de forma concisa, clara, bem fundamentadas e em

uma linguagem adequada será a função do grupo responsável pelo

atendimento aos reclamos.

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8. Política de Atendimento

Neste capítulo, apresentam-se o conceito e a política de

atendimento que serão adotados pela Prefeitura Municipal de Uberaba

quando da elaboração do Plano de Reassentamento Involuntário para as

áreas de intervenção do Projeto Água Viva.

A política proposta está respaldada pela Constituição Federal,

Estatuto das Cidades e Lei Federal 10.257 de 10/07/2001 – que estabelece

diretrizes gerais da política urbana.

Para gestão da atividade reassentamento involuntário, a Prefeitura

Municipal de Uberaba irá dispor de equipe interdisciplinar composta por

profissionais nas seguintes áreas: ciências sociais, engenharia civil e

ambiental, arquitetura e urbanismo, direito fundiário e urbano.

8.1 – Identificação das Perdas

A Política de Atendimento ou de Compensação está

fundamentada, na recomposição da qualidade de vida das pessoas,

sendo que o desejável é a melhoria do padrão.

Logo, o primeiro passo, para elaboração da política de

compensação é identificar as possíveis perdas que serão ocasionadas

pelo processo de relocação.

Com relação às perdas: sabe-se, a priori, que por mais precária que

seja a moradia e por mais frágeis que sejam os vínculos familiares, se a

relocação não for tratada devidamente, seus efeitos serão mais perversos

do que qualquer realidade vigente.

Portanto, um grande desafio, a ser enfrentado na formulação da

política de atendimento, é o de identificar todas as possíveis perdas

geradas pela implantação do empreendimento.

As perdas de bens materiais, seja imóvel ou móvel, serão apuradas

na selagem / cadastro / laudos de avaliação e seus resultados

incorporados à Política de Compensação / critério de elegibilidade. É

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importante ressaltar que todos os imóveis afetados terão seu laudo de

avaliação imobiliária elaborado, pois este é um dado fundamental não só

para a realização do Plano de Reassentamento, mas também para

fundamentar as opções de atendimento e, sobretudo para garantir

direitos. Os laudos de avaliação de imóveis adotarão a metodologia

“Reprodução do Bem”, pois desta forma busca-se garantir ao afetado

condições de repor o bem atual.

Outros tipos de perdas as de natureza particular, subjetiva que

representam o patrimônio intangível são de difícil mensuração e

compensação, e às vezes, passam despercebidas.

Dentre elas pode-se citar o rompimento dos laços de vizinhança,

familiares, da rede de apoio social, da afetividade, da tradição

estabelecida entre o local de moradia e os seus ocupantes, quase sempre

ao longo de várias gerações. Estas perdas não podem ser apropriadas

pelos métodos de avaliação previstos para os bens imóveis e/ou móveis.

O que significa dizer que, na maioria das vezes, a adoção de

apenas um bom método de avaliação não é suficiente para se apurar

todas as perdas ocasionadas por um processo de reassentamento

involuntário.

Portanto, diante destes pressupostos, o grupo de reassentamento da

Prefeitura Municipal de Uberaba estará atento à ocorrência de perdas

não mensuráveis e estabelecerá procedimentos compensatórios para as

mesmas.

8.2 – Definição do Grau de Afetação

No caso específico do Projeto de Água Viva tudo indica que haverá

apenas aquisição de terras.

No entanto, caso ocorra à necessidade de remoção de alguma

edificação será devidamente apurado o grau de afetação da mesma

verificando se se trata de uma afetação total ou parcial do imóvel, e se

será permanente ou temporário.

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8.3 – Política de Atendimento – Definição

A Prefeitura Municipal de Uberaba adotará as duas linhas básicas

de compensação, caso necessário:

Reassentamento

Indenização

Na linha do reassentamento serão oferecidas as seguintes

modalidades:

a. Reassentamento em conjunto habitacional – Oferta de

unidades habitacionais para o reassentamento das famílias

afetadas pelo Projeto. No próximo capítulo serão apresentados

detalhes sobre esta modalidade de atendimento. As famílias

optantes por esta modalidade de atendimento não arcarão

com nenhum ônus.

b. Troca de Terra por Terra (Permuta) – Oferta de terrenos

urbanizados dotados de toda infra-estrutura urbana e

devidamente regularizados. A PMU tem disponibilizado terrenos

de sua propriedade localizados em áreas urbanizadas e

regularizadas como opção de permuta pela área

desapropriada pelo Projeto. Esta opção tem atraído vários

proprietários de lotes urbanos desapropriados.

Na linha da indenização serão oferecidas as seguintes modalidades:

a. Indenização – Pagamento pelo valor de mercado do bem

requerido ou pelo valor de “Reprodução do Bem”,

considerando a metodologia preconizada pela ABNT –

Associação Brasileira de Normas Técnicas – o que se apresentar

mais adequado à recomposição da situação de vida do

afetado.

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A Prefeitura Municipal de Uberaba, no momento da elaboração do

Plano de Reassentamento para as áreas de intervenção, considerará

todas as opções postas e outras que na ocasião se mostrarem factíveis e

que atendam aos fundamentos descritos no capítulo 3 deste documento,

garantindo, desta forma a oferta de opções.

Além disto, estarão garantido as famílias afetadas a retirada de

todo material das moradias a serem demolidas, caso isto ocorra e caso

desejem.

Quanto às mudanças das famílias, a Prefeitura Municipal de

Uberaba efetuará sem ônus para os afetados ou, então, pagará às

famílias um valor pré-estabelecido referente à mudança.

Para a categoria dos posseiros indiretos (vide –Glossário – anexo I

deste documento) será oferecido o seguinte atendimento:

Posseiros Indiretos (inquilinos e cedidos) - Aos posseiros indiretos a PMU

oferecerá o reassentamento em conjuntos habitacionais a serem

construídos. Esta opção não terá ônus para as famílias.

Para aqueles que tiverem suas atividades produtivas interrompidas,

ainda que não se tenha identificado nenhum como sendo afetado, terá o

seguinte atendimento:

Interrupção de Atividades Produtivas - Quanto às pessoas que

desenvolvem atividades produtivas e que terão de encerrá-las em função

do Projeto, também serão compensadas pelo mesmo.

Esta categoria de afetados apresenta alta complexidade de análise,

pois se pode deparar com atividades regulares e/ou formais e atividades

informais. As atividades irregulares não serão objetos de compensação; por

atividades irregulares entendem-se aquelas consideradas ilícitas,

contravenções.

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As atividades produtivas formais terão seus valores apurados de

acordo com o previsto pela ABNT – Associação Brasileira de Normas

Técnicas.

Para as atividades não formais, a PMU adotará metodologia própria

de apuração de valores que levará em conta os critérios técnicos

devidamente adaptados à realidade local, tomando por base o cadastro

imobiliário e os laudos de avaliação a serem produzidos quando da

elaboração do Plano de Reassentamento Involuntário.

Ações Complementares – A Prefeitura Municipal de Uberaba ofertará

apoio jurídico, sem ônus às famílias afetadas, para que essas possam

equacionar problemas relativos à obtenção de documentação pessoal

necessária ao processo de desapropriação.

8.4 – Critérios de Elegibilidade

Definida a Política de Atendimento, resta estabelecer os critérios de

elegibilidade para sua aplicação.

É condição de habilitação estar cadastrado pela PMU e o respectivo

imóvel selado.

A seguir apresenta-se um quadro onde são apresentados critérios de

elegibilidade para cada categoria de afetados.

Ressalta-se que, quando da elaboração do Plano estes critérios

poderão ser adequados.

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8.5 – Quadro - Critérios de Elegibilidade

CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE

Item Situação Atual Situação de Afetação Política de Atendimento

1.0 AQUISIÇÃO DE TERRITÓRIO

1.1 Proprietários /

Posseiros

Afetados

Totalmente

Diretamente Opção1 - Troca de Terra por Terra

Opção 2 - Indenização

1.2 Proprietários /

Posseiros

Afetados

Parcialmente

Diretamente

Opção1 - Troca de Terra por Terra, equivalente ao território afetado e permanecer com o

remanescente.

Opção 2 - Indenização pela parte afetada.

Opção 3 - Troca de Terra por terra de toda a propriedade ou indenização total se área

remanescente não se mostrar viável para a manutenção das atividades produtivas

(inviabilização do negócio)

2.0 MORADIAS - USO RESIDENCIAL

2.1

Proprietários e/ou

Posseiros

Afetados

Totalmente

Diretamente Opção1 - Reassentamento em moradia, sem ônus para a família + Ajuda de Mudança

Opção 2 - Indenização + ajuda de mudança.

2.1

Proprietários e/ou

Posseiros

Afetados

Parcialmente

Diretamente

Opção1 - Indenização pela parte afetada + permanecer na área remanescente

Opção 2 - Reassentamento em moradia + ajuda de mudança (com perda da área

remanescente).

Opção 3 - Indenização por todo o imóvel se a área remanescente não demonstrar viabilidade

de manutenção do uso + ajuda de mudança (com perda da área remanescente)

2.2

Inquilinos/Cedidos

Afetados

Totalmente Diretamente Opção 1 - Reassentamento em Moradia, sem ônus para a família + Ajuda de Mudança.

3.0 IMÓVEIS - MISTO / COMERCIAL / INDUSTRIAL

3.1

Proprietários e/ou

Posseiros

Afetados

Totalmente

Diretamente

Opção 1 - Para a parte residencial aplica-se as opções previstas para esta modalidade +

indenização (desmembrar o valor do laudo de avaliação) pela parte comercial+ ajuda de

mudança

Opção 2 - Indenização + ajuda de mudança

3.2

Inquilinos/Cedidos

Afetados

Totalmente Diretamente

Opção 1 - Para a parte residencial aplica-se as opções previstas para esta modalidade + Para

a parte comercial pagamento de Lucro Cessante + Ajuda de Mudança

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9. Marco Legal

O Marco de Reassentamento, ora proposto, está condicionado à

observância do ordenamento jurídico em sua esfera federal, estadual e

municipal, naquilo concernente:

(i) Constituição Federal,

(ii) Estatuto das Cidades,

(iii) Lei Federal 10.257 de 10/07/2001 – que estabelece diretrizes

gerais da política urbana, e pelo Plano Municipal de

Habitação.

(iv) Lei Federal 11.977 – Dispõe sobre o Programa Minha Casa,

Minha Vida – PMCMV e a regularização fundiária de

assentamentos localizados em áreas urbanas.

(v) Resolução CONAMA / MMA – 010 de 14/12/1988 – dispõe

sobre a regulamentação das áreas de Proteção Ambiental

– APA – anexo II – deste documento.

e atende aos requisitos da salvaguarda OP4.12 – Reassentamento

Involuntário do Banco Mundial.

O Projeto Água Viva não prevê o deslocamento físico de população e nem

tampouco a interrupção de renda.

As aquisições de terras previstas são de áreas tituladas e não tem presença

de ocupantes – logo os afetados são proprietários das terras com

documentação em cartório de registro de imóveis.

A legislação brasileira prevê o pagamento prévio e no valor de mercado – o

que, neste caso, não apresenta conflito com a diretriz de salvaguarda do

BIRD.

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10. Matriz Institucional

O Processo de desapropriação do Projeto Água Viva está sob a

responsabilidade da Prefeitura Municipal de Uberaba, sendo que o apoio

técnico é realizado pela UGP do Projeto.

Toda tramitação de negociação quer seja administrativa ou judicial fica a

cargo da Procuradoria do Município – ligada diretamente ao Gabinete do

Prefeito, e será monitorada pela UGP. Os recursos necessários para a

execução das atividades de reassentamento serão disponilizados pela

Prefeitura Municipal de Uberaba.

O quadro a seguir apresenta a relação de atividades desenvolvidas e o

órgão responsável pelo desenvolvimento:

ATIVIDADE ORGÃO RESPONSÁVEL

Identificação da demanda CODAU / PMU

Elaboração do Cadastro sócio-econômico CODAU

Elaboração do Laudo de Avaliação

Secretaria Municipal de

Planejamento - Equipe de

Engenharia

Montagem do Processo Procuradoria do Município

Contato com o Proprietário Procuradoria do Município

Reunião / Apresentação da Proposta de

Negociação Procuradoria do Município

Acordo Amigável - Lavrado Procuradoria do Município

Pagamento da Indenização Secretaria Municipal da

Fazenda

Troca de Terra por Terra Autorização Legislativa da

Câmara Municipal / Executivo

Processo Judicial - Proposição da Ação Procuradoria do Município

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11. Procedimentos para Elaboração e Preparação do Plano de

Reassentamento Involuntário

O PRI deve ser preparado quando o Programa acionar a

salvaguarda de reassentamento, ou seja, quando seja necessário o

deslocamento físico de população, a interrupção de renda ou aquisição

de territórios.

Quando o número de pessoas afetadas for inferior a 200 ou as

propriedades forem afetadas em menos de 10% de sua área /

capacidade produtiva poderá ser preparado o PRI - Simplificado.

No entanto, basicamente a preparação de um PRI - Plano de

Reassentamento Involuntário é marcada por 3 etapas distintas.

Etapa 1 - Coleta de Dados,

Etapa 2 - Planejamento e Elaboração da Política de

Atendimento e,

Etapa 3 - Plano de Ação.

Da composição destas 3 etapas resulta o PRI - Plano de Reassentamento

Involuntário.

Importante, ressaltar que o envolvimento da comunidade e de suas

lideranças, formais ou não, permearão todo o processo de elaboração do

Plano de Reassentamento Involuntário.

A seguir apresenta-se o roteiro de procedimentos que a Prefeitura

Municipal de Uberaba adotará para a elaboração do Plano de

Reassentamento Involuntário.

Roteiro para elaboração de Plano de Reassentamento Involuntário:

Etapa 1 – Coleta de Dados

a. Estudo do Projeto de Intervenção / Definição da Poligonal

Afetação

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b. Decreto de Utilidade Pública

c. Cadastramento dos Imóveis e Famílias Afetadas

d. Notificação

e. Pesquisa sobre o Perfil Sócio-econômico das Famílias Afetadas

f. Cadastro Imobiliário

g. Estudo Domínio da Terra

h. Estudo Documentação Pessoal

i. Banco de Terras / Definição Modelo Parcelamento e

Habitacional

Etapa 2 – Elaboração do Plano

j. Análise do Perfil Sócio-econômico das Famílias Afetadas

k. Laudos de Avaliação e Análise da Avaliação dos Bens

Afetados

l. Definição do Grau de Afetação – Quantitativa e Qualitativa

m. Definição da Política de Atendimento

n. Definição dos Critérios de Elegibilidade

o. Mecanismos de participação comunitária;

p. Mecanismos de Reclamos;

q. Monitoramento e avaliação;

r. Apoio social e jurídico (se for o caso);

Etapa 3 – Plano de Ação

s. Matriz Institucional

t. Cronograma

u. Orçamento;

v. Fonte de Recursos

A seguir apresenta-se o escopo mínimo (sumário) do Plano de

Reassentamento Involuntário a ser utilizado pela Prefeitura quando da sua

elaboração:

Escopo (Sumário) – Plano de Reassentamento Involuntário

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1. Apresentação

2. O Empreendimento e seu Contexto

3. Perfil da População Afetada

4. Situação de Afetação

4.1 Resultado do Cadastro por Categoria de Afetado

4.2 Número de Soluções Demandadas

5. Política de Atendimento / Compensação

6. Reassentamento – Conjuntos Habitacionais

7. Critérios de elegibilidade

8. Plano de Ação

8.1 Orçamento

8.2 Fonte de Recursos

8.3 Cronograma

8.4 Organograma

9. Monitoramento e Avaliação Ex-post

10. Caminhos Críticos e Recomendações

Após a elaboração, o Plano será devidamente encaminhado ao

BIRD para a devida aprovação, pela PMU.

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Anexo I – Glossário

Com o objetivo de esclarecer a terminologia utilizada na

elaboração da Política de Reassentamento Involuntário do Projeto Água

Viva apresenta-se o seguinte glossário.

Afetação Direta Pessoas ou área atingida atingidas pela obra;

Afetação Indireta Pessoas ou área atingida por ações resultantes da implementação

da obra, mas não pela obra em si;

Afetação

Permanente Pessoas ou área atingida pela obra de forma permanente e

irreversível;

Afetação

Temporária

Pessoas ou área atingida pela obra de forma temporária podendo

ou não ter o cenário revertido ao cenário anterior;

Área Afetada área atingida pela obra, podendo ou não incluir o off-set, sendo

função da extensão da área e da altura deste;

Área Remanescente

Área contínua e restante à parte desapropriada e que após o

desmembramento da parte afetada poderá permanecer de

propriedade ou posse do desapropriado, desde que atendida à

legislação pertinente;

Cadastro Sócio –

Econômico

censo realizado em todos os imóveis afetados de forma a

identificar e definir quem, quantos, e onde se localizam as pessoas

atingidas pelo empreendimento;

Compensação

Social

conjunto de ações definido para repor as perdas não mensuráveis

como, quebra das relações sociais, perda da rede de apoio da

vizinhança, mudanças de hábito, prejuízos decorrentes do

processo de mudança (quebra ou estrago dos eletrodomésticos);

Comunidade unidade social de identidade reconhecida, independente de

tamanho, que compartilha de convívio comum, em instituições de

caráter social;

Custo de

Reprodução da

Benfeitoria

valor do imóvel para sua reposição através de reconstrução ou

aquisição de imóvel semelhante;

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Custo Unitário

Padrão

valor do metro quadrado de construção, no padrão construtivo do

imóvel afetado normalmente publicado por instituições de

credibilidade do Setor;

Off – set linha que determina o limite de afetação da obra;

Pesquisa de

Mercado Imobiliário

pesquisa do valor das terras na mesma região, de forma a

fundamentar a apropriação de preços para o laudo de avaliação

imobiliária;

Plano de

Reassentamento

Involuntário

Plano específico que contempla ações que minimizem os

impactos sobre a população localizada na área de off-set da

obra;

Poligonal linha topográfica que delimita a área de afetação da obra, sendo

no mínimo igual à área de off-set da obra;

População Afetada

ou População

Atingida

são todas as pessoas que são impactadas pela obra, de forma

permanente ou temporária, direta ou indiretamente. Para ilustrar,

aqueles que terão suas moradias destruídas são diretamente

afetados, os que ficarem sem acesso às suas moradias são

indiretamente afetados, os que sofrerem transtornos apenas

durante o período de execução das obras serão temporariamente

afetados, no entanto, estas situações podem combinar, entre si,

de formas diversas;

Posseiro ocupante do imóvel por ocasião da elaboração do cadastro,

podendo ser, ou não proprietário do mesmo. Divide-se em duas

categorias: posseiro direto ou indireto;

Posseiro Direto dono da benfeitoria, podendo ou não ser proprietário do terreno;

Posseiro Indireto pessoa ou família que vive sob o regime de cessão;

Processo

conjunto individual de documentos de cada família ou pessoa

atingida, podendo ser composto de cadastro sócio-econômico,

do laudo de avaliação, de documentos de propriedade (se

houver), das atas de reuniões de negociação e acordo, em caso

de negociação amigável;

Proprietário pessoa que detém o título de propriedade do imóvel.

Reassentamento reposição, pelo órgão promotor do projeto, dos imóveis suprimidos

pela desapropriação. É uma das opções de negociação.

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Regularização

Fundiária

conjunto de atividades de natureza urbanística e jurídica, que

visam tornar determinado imóvel e seu proprietário oficialmente

reconhecidos através de registro;

Título ou Registro documento registrado em Cartório de Registro de Imóveis que

comprova a propriedade;

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Anexo II – Resolução CONAMA 010 de 1988

RESOLUÇÃO CONAMA nº 10, de 14 de dezembro de 1988

Publicada no DOU, de 11 de agosto de 1989, Seção 1, páginas 13660-

13661

Dispõe sobre a regulamentação das Áreas de Proteção

Ambiental-APAs.

O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, no uso das

atribuições que lhe confere o artigo 8o da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de

1981, e o artigo 7o do Decreto nº 88.351, de 1º de junho de 19839, resolve:

Art. 1o As Áreas de Proteção Ambiental-APA’s são unidades de

conservação, destinadas a proteger e conservar a qualidade ambiental e

os sistemas naturais ali existentes, visando a melhoria da qualidade de vida

da população local e também objetivando a proteção dos ecossistemas

regionais.

Art. 2o Visando atender aos seus objetivos, as APA’s terão sempre um

Zoneamento Ecológico- Econômico.

Parágrafo único. O zoneamento acima referido estabelecerá normas de

uso, de acordo com as condições locais bióticas, geológicas, urbanísticas,

agro-pastoris, extrativistas, culturais e outras.

Art. 3o Qualquer que seja a situação dominial de sua área, a mesma

poderá fazer parte de uma APA.

§ 1o Se houver na área decretada outra unidade de conservação, de

manejo, ou outras situações especiais de proteção ambiental,

administradas efetivamente pelo Poder Público, as mesmas serão

consideradas como zonas de usos especiais.

§ 2o Em relação às atividades antrópicas realizadas nas zonas especiais, a

administração da APA terá sempre ação supletiva, para assegurar que os

objetivos previstos na Lei nº 6.902/81, sejam mantidos.

Art. 4o Todas as APA’s deverão ter zona de vida silvestre nas quais será

proibido ou regulado o uso dos sistemas naturais.

§ 1o As Reservas Ecológicas públicas ou privadas, assim consideradas de

acordo com o Decreto Federal nº 89.336, de 31 de janeiro de 1984, e

outras áreas com proteção legal equivalente, existentes em Território das

APA’s, constituirão as Zonas de Preservação de Vida Silvestre. Nela serão

proibidas as atividades que importem na alteração antrópica da biota.

§ 2o Serão consideradas como Zona de Conservação da Vida Silvestre as

áreas nas quais poderá ser admitido um uso moderado e auto-sustentado

da biota, regulado de modo a assegurar a manutenção dos ecossistemas

naturais.

Art. 5o Nas APA’s onde existam ou possam existir atividades agrícolas ou

pecuárias, haverá Zona de Uso Agro-Pecuário, nas quais serão proibidos

ou regulados os usos ou práticas capazes de causar sensível degradação

do meio ambiente.

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§ 1o Para os efeitos desta Resolução, não é admitida nessas Zonas a

utilização de agrotóxicos e outros biocidas que ofereçam riscos sérios na

sua utilização, inclusive no que se refere ao seu poder residual. A

Secretaria Especial do Meio Ambiente - SEMA10

relacionará as classes de agrotóxicos de uso permitido nas APA’s.

§ 2o O cultivo da terra será feito de acordo com as práticas de

conservação do solo recomendadas pelos órgãos oficiais de extensão

agrícola.

§ 3o Não será admitido o pastoreio excessivo, considerando-se como tal

aquele de acelerar sensivelmente os processos de erosão.

Art. 6o Não são permitidas nas APA’s as atividades de terraplanagem,

mineração, dragagem e escavação que venham a causar danos ou

degradação do meio ambiente e/ou perigo para pessoas ou para a

biota.

Parágrafo único. As atividades acima referidas, num raio mínimo de 1.000

(mil) metros no entorno de cavernas, corredeiras, cachoeiras,

monumentos naturais, testemunhos geológicos e outras situações

semelhantes, dependerão de prévia aprovação de estudos de impacto

ambiental e de licenciamento especial, pela entidade administradora da

APA.

Art. 7o Qualquer atividade industrial potencialmente capaz de causar

poluição, além da licença ambiental prevista na Lei nº 6.938 de 31 de

agosto de 1981, deverá também ter uma licença especial emitida pela

entidade administradora da APA.

Art. 8o Nenhum projeto de urbanização poderá ser implantado numa

APA, sem a prévia autorização de sua entidade administradora que

exigirá:

a) adequação com o Zoneamento Ecológico- Econômico da área;

b) implantação de sistema de coleta e tratamento de esgotos;

c) sistema de vias públicas sempre que possível e curvas de nível e rampas

suaves com galerias de águas pluviais;

d) lotes de tamanho mínimo suficiente para o plantio de árvores em pelo

menos 20% da área do terreno;

e) programação de plantio de áreas verdes com uso de espécies nativas;

f) traçado de ruas e lotes comercializáveis com respeito à topografia com

inclinação inferior a 10%.

Art. 9o Nos loteamentos rurais, os mesmos deverão ser previamente

aprovados pelo INCRA e pela entidade administradora das APA’S.

Parágrafo único. A entidade administradora da APA poderá exigir que a

área que seria destinada, em cada lote, à Reserva legal para a defesa da

floresta nativa e áreas naturais,

fique concentrada num só lugar, sob a forma de condomínio formado

pelos proprietários dos lotes.

Art. l0. A vigilância da APA poderá ser efetuada mediante termo de

acordo, entre a entidade administradora do Poder Público e organizações

não governamentais aptas a colaborar e de reconhecida idoneidade

técnica e financeira.

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Art. 11. Esta Resolução entra em vigor na data da sua publicação.

JOÃO ALVES FILHO - Presidente do Conselho

FERNANDO CÉSAR DE MORAES MESQUITA - Secretário-Executivo

Este texto não substitui o publicado no DOU, de 11 de agosto de 1989.