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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ CENTRO UNIVERSITARIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ CURSO DE ADMINISTRAÇÃO RAFAEL JOÃO MACHADO GESTÃO DE ESTOQUE São José 2015

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ

CENTRO UNIVERSITARIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

RAFAEL JOÃO MACHADO

GESTÃO DE ESTOQUE

São José

2015

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ

CENTRO UNIVERSITARIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

RAFAEL JOÃO MACHADO

GESTÃO DE ESTOQUE Trabalho elaborado para disciplina de metodologia cientifica do curso de administração do Centro Universitário Municipal de São José- USJ. Orientador Prof. Dr. Gilson Karkotli

São José

2015

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RAFAEL JOÃO MACHADO

GESTÃO DE ESTOQUE

Trabalho de conclusão de curso elaborado como requisito parcial para obtenção do grau de bacharel em administração do Centro Universitário Municipal de São José – USJ avaliado pela seguinte banca examinadora:

___________________________________________

Orientador: Profº. Gilson Rihan Karkotli, Dr.

___________________________________________

Profº. Esp. Flavio Antonio Cozzatti.

___________________________________________

Profº. Profª Ma. Luciana Pereira da Rocha.

São José, 09 de dezembro de 2015.

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Dedico meu trabalho a minha

esposa Bernadete Geni dos Santos,

meus pais, Laerte Machado e Maria

da Graça Machado e ao meu

sobrinho Augusto Machado Soares

que apesar da pouca idade é um

exemplo de garra e superação.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço à Deus por me dar saúde, força e coragem para

superar cada dificuldade e tornar esse sonho possível.

À minha esposa, Bernadete Geni dos Santos, por compreender minhas

ausências e estar ao meu lado em todos os momentos dessa caminhada.

Aos meus pais, Maria da Graça Machado e Laerte Machado, por toda

educação que me deram ao longo da minha vida.

Às minhas avós, Cecília Inácia Machado (Nina) e Maria de Lurdes de Souza

(Lurdinha).

Às minhas irmãs, Kariny Inácia Machado e Kelly Regina Machado, pelo

incentivo e apoio no decorrer dessa caminhada, aos meus cunhados, Filipy Ramon

Soares e Carlos Alberto Espindola, pelos momentos de risadas.

Aos meus amigos Júlio Cezar Romão, Fabio André Pelegrini, Claudionor dos

Santos, Edno dos Santos.

Aos meus familiares dona Geni; Renato, Maria e Ruan; Alonso, Fabiola e

Henrique; Andréia, Carlos, Alan e José Carlos.

À toda empresa R&A Painéis Elétricos, Renato, Tiago, Jhonatan, Fernando,

Jorge, Alex, Sérgio, em especial para Alessandro e Rodrigo, por permitirem a

realização da pesquisa, contribuindo e fornecendo os dados relevantes para efetivar

a presente pesquisa.

Ao meu professor e orientador, Gilson Rihan Karkotli, pela dedicação,

paciência, compreensão e por tornar esse projeto possível e a todos os professores

do Centro Universitário Municipal de São José – USJ que contribuíram para minha

formação acadêmica.

À todos que contribuíram de forma direta ou indireta para que eu pudesse

chegar ao final desse curso.

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Um sonho não vira realidade a partir de

mágica. Você precisa de suor,

determinação e trabalho duro.

Colin PoweL

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RESUMO

O presente trabalho teve como objetivo analisar o processo de gestão de estoque da R&A Painéis Elétricos, empresa de pequeno porte que atua na montagem e comercialização de quadros e painéis elétricos. Trata-se de uma pesquisa de natureza aplicada, de abordagem predominante qualitativa, classificada como exploratória e como instrumento de coleta foram utilizados dados de levantamento bibliográfico e entrevista com três colaboradores pertencentes à parte de estoque da empresa. Ainda, houve fundamentação teórica acerca dos conceitos sobre planejamento estratégico, administração de materiais, logística, logística integrada, sistemas gerenciais, estoque, os tipos e modelos de estoques e finalizou-se com a gestão de estoque. Os resultados apresentaram algumas dificuldades da empresa em relação à gestão de estoque, foram apresentadas e sugeridas melhorias para os processos do sistema de estoque e, no que diz respeito ao recebimento, armazenamento e controle de materiais, algumas das melhorias apresentadas foram colocadas em prática pela empresa e outras estão em processo de análise.

Palavras-chave: Gestão de estoque. Materiais. Sistema de estoque.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Organograma da empresa. ....................................................................... 18

Figura 2 - Principais produtos da empresa. ............................................................... 20

Figura 3 - Fluxograma. .............................................................................................. 22

Figura 4 - Gráfico da fundamentação teórica. ........................................................... 23

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Quadro de funcionários da empresa ....................................................... 16

Quadro 2 - Principais clientes da empresa. ............................................................... 17

Quadro 3 - Principais fornecedores ........................................................................... 17

Quadro 4 - Sistema de informações gerenciais. ........................................................ 27

Quadro 5 - Regras para gestão de estoque. ............................................................. 34

Quadro 6 - Minimizar ou sanar a ausência do almoxarife na empresa. .................... 43

Quadro 7 - Aumentar o espaço destinado ao armazenamento dos materiais. .......... 44

Quadro 8 - Unificar o recebimento e conferência dos materiais. ............................... 44

Quadro 9 - Evitar a falta de material no estoque e compra desnecessário. .............. 45

Quadro 10 - Definir qual modelo de estoque adequado para a empresa. ................. 46

Quadro 11 - Sinalizadores do plano de ação. ........................................................... 46

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas.

CFL – Construtora Ferreira Lima.

WOK – Walter e orlando koerich.

WOA – Walter, Orlando e Antonio.

DR’s - Diferencial Residual.

MG – Minas Gerais

SP – São Paulo.

SC – Santa Catarina.

AM – Amazonas.

LIG/DESL – Liga / desliga

RH – Recursos humanos.

CD – Centro de distribuição.

PVC - policloreto de vinil.

CELESC - Centrais Elétricas de Santa Catarina.

TV – Televisão.

BEP – Barra de equalização de potencial.

SIG – Sistema de informação gerencial.

5W2H – What (o que será feito), Why (por que será feito), Where (onde será feito),

When (quando será feito), Who (por quem será feito), How (como será feito) e How

much (quanto custará fazer).

MRP – Material requirement planning (planejamento das necessidades de

materiais).

JIT – Just in time.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11

1.1 TEMA DE PESQUISA .......................................................................................... 11

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA .............................................................................. 12

1.3 OBJETIVOS ........................................................................................................ 13

1.3.1 Objetivo geral ................................................................................................. 13

1.3.2 Objetivos específicos ..................................................................................... 13

1.4 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 13

2 AMBIENTE ORGANIZACIONAL ........................................................................... 15

2.1 MISSÃO, VISÃO E VALORES ............................................................................. 16

2.2 SISTEMAS DE ESTOQUE .................................................................................. 21

2.2.1 Fluxograma ..................................................................................................... 22

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 23

3.1 GESTÃO ESTRATÉGICA .................................................................................... 24

3.2 MATERIAIS ......................................................................................................... 24

3.3 LOGÍSTICA ......................................................................................................... 25

3.3.1 Logística integrada......................................................................................... 26

3.4 SISTEMAS GERENCIAIS .................................................................................... 26

3.5 ESTOQUE ........................................................................................................... 28

3.5.1 Tipos de estoque ............................................................................................ 30

3.6 MODELOS DE ESTOQUE ................................................................................... 31

3.7 GESTÃO DE ESTOQUES ................................................................................... 33

4 METODOLOGIA .................................................................................................... 36

4.1 TIPOS DE PESQUISA ......................................................................................... 36

4.2 COLETA DE DADOS ........................................................................................... 37

4.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ..................................................... 37

4.2.1 Análise da pesquisa ....................................................................................... 41

5 RESULTADOS DA PESQUISA ............................................................................. 43

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 47

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 49

APÊNDICE A – Roteiro da entrevista ..................................................................... 51

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1 INTRODUÇÃO

Esta pesquisa trata-se de um trabalho de conclusão de curso obrigatório.

Neste projeto é abordada a importância da gestão estoque dentro da empresa e

como a administração de materiais pode ser utilizada como ferramenta de gestão

para gerir custos, reduzir desperdícios, promovendo a melhoria dos processos de

gestão de estoque, melhorando a eficiência das atividades desenvolvidas, podendo

levar a uma redução do valor imobilizado, sem afetar o processo produtivo e

trazendo diferenciais competitivos.

1.1 TEMA DE PESQUISA

Com a tendência de maior competitividade no mercado, as organizações

buscam a administração estratégias para aprimorar seus processos, reduzir seus

custos e, neste sentido, melhorar seus produtos sempre com a intenção de manter

os atuais clientes e conquistar novos.

Normalmente os estoques representam um dos investimentos mais elevados

nas contas que compõem a estrutura de capital de giro nas empresas simplificadas.

Essas contas são representadas pelas aplicações em caixa, contas a receber e

estoques. Em função desse alto investimento, o item estoque tem grande

importância no contexto da empresa. Portanto, quando o empresário for realizar

compras para suprir as necessidades de sua empresa, deve analisar para evitar que

o entusiasmo do presente se transforme em problemas para o futuro.

Os estoques desempenham diversas funções, dependendo dos objetivos a

serem alcançados, funcionando como reguladores do abastecimento de produtos ao

mercado, impulsionadores para as vendas ou como um diferencial competitivo

comparado aos seus concorrentes, sendo que muitas vezes os consumidores

desejam adquirir os produtos no momento que efetuam a compra, não dispostos a

esperar pela entrega.

Servem também para atingir muitos objetivos empresariais como a proteção

de compras, formas de investimento financeiro, por meio de ganhos financeiros em

uma quantidade de compras maiores, ou pela preservação de produtos em uma

possível alta de preços. Dessa forma, a empresa precisa desenvolver estratégias

gerenciais eficazes para o estoque, pois em muitos momentos o mesmo pode ser o

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diferencial entre o sucesso e o fracasso empresarial.

Outro fator importante para uma boa gestão dos estoques é a utilização de

sistemas informatizados para obter um controle melhor de seus estoques, facilitando

a busca de informações, sendo atualizados os registros do estoque, gerando

pedidos e mostrando quanto e quando comprar, independente do ramo em que a

empresa atua ou do tamanho de seu estoque, um sistema de software bem

empregado pode trazer grandes vantagens competitivas.

Portanto, dentro da gestão de estoques são incluídas várias atividades que

envolvem desde o planejamento e programação das necessidades de materiais em

estoques até o controle das quantidades armazenadas, com o intuito de mensurar a

sua movimentação, armazenagem, localização e utilização desses estoques de

forma a atender seus clientes de acordo com as quantidades, qualidades, preços e

prazos. A gestão de estoque é uma área muito importante, independente do

tamanho da empresa, seja ela pequena ou de grande porte.

A curva ABC é também muito utilizada numa boa gestão de estoque, pois o

valor atribuído aos produtos armazenados da empresa é de suma importância, para

isso utiliza-se essa classificação, na qual demonstra o valor representativo dos itens

que a empresa possui estocados, dando seu grau de importância para ela. Pode-se

dizer que os itens “A” são aqueles que, mesmo em pouca quantidade, são muito

importantes para as organizações devido ao valor monetário. Os itens “B” são

aqueles que estão em um nível intermediário para a empresa; e os itens “C” são

aqueles que representam um menor valor agregado para a organização.

Neste contexto, tornou-se relevante a análise na gestão de estoque da

empresa R & A Painéis Elétricos com o intuito de analisar se os atuais níveis de

estoque atendem os prazos de entrega para com os clientes internos e externos.

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

A organização em estudo tem como objetivo principal a venda,

comercialização e montagem de quadros e painéis elétricos, entretanto identificou-

se a necessidade de realizar estudos no sistema de estoques que vem

apresentando algumas oportunidades de melhoria no seu processo como o

armazenamento de materiais desnecessários, a falta de um acompanhamento de

entrada e saída de materiais, a definição do nível de estoque dos produtos, podendo

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comprometer, assim, todo o processo produtivo da empresa e podendo também

afetar o cumprimento de prazos de entrega de seus produtos.

A empresa R & A Painéis Elétricos possui uma gestão de estoque que deixa

de atender, muitas vezes, a demanda de mercado por não possuir determinados

materiais para a produção de seus produtos, devido a falta de um sistema de

informação atribuído a uma curva ABC.

A partir da gestão do processo de estoque a empresa R&A painéis elétricos

terá menor perda de mercado?

1.3 OBJETIVOS

Nesta seção serão apresentados o objetivo geral e os objetivos específicos do

estudo, evidenciando a importância do conhecimento desses para a realização da

pesquisa.

1.3.1 Objetivo geral

O objetivo geral desta pesquisa é analisar o sistema de estoque da empresa

R & A Painéis Elétricos.

1.3.2 Objetivos específicos

Contextualizar teoricamente o tema.

Identificar e descrever o modelo de sistema de estoque atual.

Verificar possíveis pontos críticos no processo de recebimento, controle e

saída do sistema de estoque.

Realizar análise dos processos no sistema de estoque.

Sugerir ações de melhoria para o sistema de estoque.

1.4 JUSTIFICATIVA

Muitas empresas nos dias de hoje apresentam um grande desperdício de

materiais por não dar a importância devida à administração de materiais. Os

estoques são uma das maiores preocupações, não somente dos gestores

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operacionais, mas também dos gestores financeiros, gestores comerciais e gestores

fabris.

Para o SEBRAESP, a gestão de estoque é uma ferramenta essencial para

apoiar os principais propósitos de toda empresa: o lucro e a satisfação dos clientes.

Quem faz um controle eficiente do estoque, frequentemente, consegue praticar

melhores preços, atende com agilidade e tem mais qualidade no serviço prestado ou

produto comercializado. Além disso, uma gestão de estoque feita de maneira

adequada é aquela preocupada com o capital do negócio e auxilia o empreendedor

a tornar mais eficiente a gestão dos custos, relacionada à aquisição antecipada dos

produtos. Assim, a ferramenta propõe uma forma direta de registrar produtos que

entram e saem do estoque da empresa, registrando os valores associados.

Os gestores financeiros se preocupam com o custo que o material tem

enquanto está parado em estoque e os gestores comerciais se preocupam com a

perda de clientes. No caso de falta de material acabado em estoque, os gestores

fabris voltam suas preocupações para uma possível falta de matéria-prima que pode

causar uma ociosidade ou até mesmo uma parada no processo produtivo.

O presente trabalho tem como objetivo apresentar propostas de melhorias na

rotina do sistema de estoque, proporcionar para a empresa R&A Painéis Elétricos

uma otimização no processo de materiais, tornando o uso eficiente dos meios

internos e diminuindo os custos, utilizando um sistema de gestão de estoques que

atenda as necessidades da organização, auxiliando o administrador a ter maior

controle operacional e confiabilidade na tomada de decisão.

O presente trabalho ofereceu ao acadêmico a oportunidade de conhecer

distintos conceitos de diversos autores da área de administração, materiais e

logística, integrando com os ensinamentos adquiridos em sala de aula durante todo

período do curso de administração.

O estudo traz benefícios ao acadêmico, à empresa e sociedade,

acrescentando para todos uma riqueza de conhecimentos que contribuem para

formação do acadêmico e análise do crescimento da empresa, refletindo em um

ambiente social através da possibilidade de se desenvolver e melhorar os serviços

prestados pela empresa em estudo.

Para o Centro Universitário Municipal de São José, o presente trabalho busca

contribuir para compreensão teórica sobre gestão de estoque e administração de

materiais, servindo de referência para demais estudos referentes ao assunto.

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2 AMBIENTE ORGANIZACIONAL

A empresa R & A Painéis Elétricos é uma empresa de pequeno porte,

situada no bairro de Serraria, Município de São José. Foi fundada em janeiro de

2012 após uma separação de sociedade na empresa Macro Quadros, que era

dirigida por três sócios que estavam no mercado desde 1992. É uma sociedade

limitada de dois sócios que ocupam a diretoria Administrativo/Financeira e

Técnica/Industrial da empresa. O diretor administrativo/financeiro, formado em

engenharia de produção, atua também na parte de vendas e elaboração de projetos

técnicos; o diretor técnico/industrial, formado eletrotécnico responsável, também

pela parte de pós-venda e atendimento ao cliente. Atualmente a empresa possui um

quadro com onze funcionários, sendo que quatro funcionários atuam na parte

administrativa da empresa: um na parte de vendas, quatro na de produção, um na

qualidade e um responsável por toda parte de materiais.

Ainda, esclarecendo, de acordo com os sócios da empresa, em pouco mais

de um ano a empresa conseguiu manter pelo menos 90% dos clientes da empresa

anterior e todos os fornecedores, e se encontra em processo de elaboração de

missão, visão e valores, tendo como objetivo ser reconhecida em todo estado de

Santa Catarina.

A R&A Painéis Elétricos é uma empresa especializada em montagens de

quadros de distribuição e comandos elétricos de baixa tensão, para as áreas

residenciais, comerciais e industriais. Procura desenvolver soluções de montagens

que atendam aos projetos elétricos e às normas para melhor atender seus clientes,

no que se refere à qualidade, segurança, economia e suporte técnico. Seu processo

de produção acontece da seguinte forma: a empresa adquire todos os materiais

(quadro de chapa, disjuntores, interruptor, contatora, fios, barramento de cobre, etc.)

que são utilizados na montagem de seus produtos com fornecedores externos,

esses materiais passam por um processo de separação, de acordo com a ordem de

serviço, após sua entrada na empresa. Tendo sido separados, são encaminhados

para linha de produção onde é feita toda montagem desses materiais, de acordo

com o projeto solicitado pelo cliente. Os quadros passam por uma bancada de teste

e depois é entregue ao cliente para fazer instalação na obra.

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2.1 MISSÃO, VISÃO E VALORES

Como mencionado anteriormente, a empresa está em processo de

elaboração das diretrizes organizacionais. Estas são as propostas sugeridas:

Missão: Aprimorar nossos produtos e serviços atendendo às necessidades dos

nossos clientes, fornecendo-lhes quadros e painéis elétricos de

qualidade, proporcionando retorno aos sócios.

Visão: Ser reconhecida por seus consumidores como a melhor empresa do

mercado na comercialização de quadros e painéis elétricos.

Valores: Integridade, segurança e saúde, qualidade e excelência, pessoas e

responsabilidade.

2.1.1 Quadro de funcionários

Quadro 1 - Quadro de funcionários da empresa

QUADRO DE FUNCIONÁRIOS

COLABORADOR CARGO ESCOLARIDADE

Alessandro Diretor técnico industrial Eletrotécnico

Rodrigo Diretor financeiro Engenharia de produção

Alex Vendas Eletrotécnico

Jonathan Compras Cursando administração

Anderson Supervisor de produção Eletrotécnico

Sergio Técnico Eletrônica

Renato Montador Ensino médio

Thiago Montador Cursando eletrotécnica

Fernando Montador Ensino médio

Jorge Auxiliar de produção Ensino médio

Rafael Almoxarife Cursando administração

Fonte: R&A Painéis Elétricos.

A empresa R&A Painéis Elétricos possui em seu quadro com 11 funcionários,

incluindo seus sócios, 35% dos colaboradores estão relacionados à área de

eletrônica, área que está completamente relacionada à empresa.

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2.1.2 Principais clientes

Quadro 2 - Principais clientes da empresa.

EMPRESA INFORMAÇÕES

Magno Martins Engenharia A empresa está no mercado desde 1978 atuando na construção de empreendimentos comerciais e residenciais, sempre entregando as obras nos devidos prazos.

CFL A empresa foi fundada no início dos anos 90 em Porto Alegre e chegou à Florianópolis em meados de 2011, é referência em empreendimentos de alto padrão.

Itasa Construções e Incorporações

Empresa fundada em janeiro de 1993, responsável por várias obras na grande Florianópolis, destacando estádio da Ressacada e Beira Shopping Center.

Koerich Imóveis

Fundada no ano de 1993, representa, atualmente, quatro construtoras: Koesa Construção e Incorporação Ltda, Koerich Construção & Participação Ltda, Korpora Construtora Ltda e WOK Construção Ltda.

Seleta Engenharia

Há mais de 20 anos no mercado com foco posicionado na prestação de serviços para edificações residenciais, comerciais, industriais, além de infraestrutura de condomínios horizontais e loteamentos.

WOA Empreendimentos Imobiliários

Fundada no ano de 2009 pelos irmãos Walter Osli Koerich, Orlando Odílio Koerich e Antônio Obed Koerich a empresa tem seu foco em empreendimentos de alto nível.

Fonte: Site das empresas.

Seus clientes são empresas consolidadas no mercado de construção civil

em empreendimentos de alto padrão, atuam na região da grande Florianópolis em

locais como: Jurerê Internacional, Beira Mar Norte, Itacorubi, Centro, etc.

2.1.3 Principais fornecedores

Quadro 3 - Principais fornecedores

EMPRESA PRODUTOS LOCALIZAÇÃO

General Eletric Disjuntores, DR's, Contatoras, Painéis Contagem - MG

Nelmetais Barramento de cobre São Paulo - SP

Corfio Fios e Cabos elétricos Caçador - SC

Metaltex Botão de acionamento, chave lig/desl., bornes São Paulo - SP

Siemens relé de tempo, contatora, disjuntor Manaus - AM

Elesis Canaletas, identificador de fios Guarulhos - SP

Fonte: R&A Painéis Elétricos

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A empresa R&A Painéis Elétricos está instalada no bairro de Serraria, São

José – SC, desde janeiro de 2012 é uma sociedade limitada de dois sócios, o

Senhor Alessandro Schmitz com formação em eletrotécnica pelo SENAI e com uma

grande experiência em manutenção e atendimento ao cliente e o senhor Rodrigo

Tonelli, formado em engenharia de produção pela UFSC, é responsável pela área de

vendas e elaboração de projetos, ambos estão no mercado desde 1992 quando

faziam parte de uma outra organização.

2.1.4 Organograma

A seguir apresenta-se o atual organograma da empresa R&A Painéis

Elétricos com o objetivo de demonstrar os setores e suas hierarquias.

Figura 1 - Organograma da empresa.

Fonte: R&A Painéis Elétricos.

Diretoria: Composta pelos sócios Rodrigo Tonelli, responsável pela parte

administrativo financeiro e Alessandro Schmitz, responsável pela parte técnico

industrial.

RH: o colaborador é responsável pelos assuntos referente aos 11 funcionários que

trabalham na empresa. Desde a parte jurídica até a emissão da folha, controle do

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ponto e movimentação de pessoas, rescisões etc.

Financeiro: Colaborador é responsável por contas a pagar e contas a receber. A

função do contas a receber é fazer toda parte de cobrança, recebimento e consulta

da situação dos clientes no Serasa e o contas a pagar tem a responsabilidade de

pagar todos os clientes em dia, evitando que a empresa pague juros e seja

negativada no mercado.

Vendas: O departamento de vendas tem o compromisso de oferecer para os

clientes todos os produtos que a empresa dispõe ao mercado e responsável por

toda negociação de preços, prazos e entrega.

Compras: Esse setor faz um trabalho junto ao almoxarifado para facilitar a tomada

de decisão no momento da compra. Para efetuar um pedido de compra é preciso da

autorização dos diretores.

Produção: São colaboradores com a responsabilidade de fazer a montagem dos

quadros e painéis elétricos, de acordo com o projeto oferecido pelo setor de vendas,

preparam todo material oferecido pelo almoxarife e fazem a montagem com todo

cuidado e atenção para entregar o pedido conforme solicitado pelo cliente.

Almoxarifado: É determinante para o sucesso da empresa, pois tem a função de

receber, armazenar, distribuir, organizar, controlar os materiais e informar o setor de

compras da necessidade dos materiais.

Qualidade: O colaborador é responsável por fazer o teste final nos produtos

acabados e verificar seu funcionamento e estética para entregar o produto conforme

o cliente solicitou.

Expedição: onde é finalizado o processo de produção da empresa e tem o dever de

organizar o estoque de produtos acabados, facilitando o manuseio dos produtos.

Tudo deve ser feito com cuidado e atenção na hora do carregamento dos

automóveis para entregar aos clientes.

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2.1.5 Principais produtos

A seguir serão apresentados os principais produtos que a empresa R&A

Painéis Elétricos oferece ao mercado para suprir as necessidades de seus clientes

em relação ao quadros de distribuição.

Figura 2 - Principais produtos da empresa.

Fonte: Site da empresa R&A Painéis Elétricos

Centro de distribuição residencial em caixas de PVC: Distribuição dos circuitos

para os cômodos da residência.

Quadros de medidores - padrão Celesc: Quadro em alumínio fixado na parte

externa dos condomínios, utilizados para fixar os medidores de energia Celesc

(relógio).

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Quadros de sucção para bombas de recalque sucção piscina e exaustores:

Quadro utilizado em piscinas e cisternas de condomínio, sempre acionado quando a

água atinge um nível estabelecido.

Centro de distribuição para condomínio: Quadro utilizado na parte externa dos

apartamentos, tem a função de distribuir a energia para parte interna dos

apartamentos.

CD elevador: Quadro geral do elevador, tem a função de ligar e desligar o elevador

quando acionado.

Barra de equalização de potencial: Barra produzida em cobre, com função de

equalizar aterramento (barra geral de aterramento).

Caixas de telecomunicação: Caixas produzidas em material PVC, tendo como

função a conexão e distribuição de sinal para telefonia, tv e internet.

Caixas de passagem: Caixas utilizadas para passagens de fios e cabos elétricos,

de telefone, TV e interfone.

2.2 SISTEMAS DE ESTOQUE

Foi realizada uma visita na empresa R&A Painéis Elétricos para analisar o

processo do sistema de estoque que funciona da seguinte maneira: existe um

colaborador responsável por toda parte de estoque e materiais da empresa, a

empresa adquiri seus materiais para montagens dos quadros junto aos

fornecedores, quando os materiais chegam na empresa é feita toda conferência

deles junto com a nota fiscal e o pedido de compras. Em seguida são separados os

materiais pendentes para produção e o restante são armazenados nos devidos

lugares dentro do setor de estoque. Após fechada uma ordem de serviço, é

encaminhada para o almoxarife, que faz a separação dos materiais, conforme

solicitado. Com a separação concluída, esses materiais seguem para uma prateleira

onde ficam aguardando a produção.

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2.2.1 Fluxograma

Será apresentado nesse capítulo o fluxograma do setor de estoque da

empresa R & A Painéis Elétricos e todo processo que envolve a movimentação dos

materiais.

Figura 3 - Fluxograma.

Fonte: Rafael João Machado 2015.

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3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Nesse capítulo será abordada a gestão estratégica e sua importância para

que a empresa alcance os objetivos futuros. Também conceitos de administração de

materiais e todas as atividades relacionadas aos materiais dentro das organizações

e o processo logístico de toda parte de movimentação e armazenagem de produtos

utilizados nas empresas. Apresenta-se, também, sistemas de informações

gerenciais onde os dados são transformados em informações, utilizadas na tomada

de decisões, bem como os conceitos e benefícios que trazem para as organizações.

É mostrada, ainda, a importância dos estoques, seus tipos e modelos e definições

sobre sua gestão. Em seguida, um gráfico da fundamentação teórica em forma de

pirâmide é utilizado, mostrando todas as etapas e os temas que serão abordados

neste capítulo.

Figura 4 - Gráfico da fundamentação teórica.

Fonte: Rafael João Machado 2015.

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3.1 GESTÃO ESTRATÉGICA

De acordo com Ribeiro et al. (2013, p. 33), uma das ferramentas mais usadas

em todas as principais empresas do mundo ainda é o planejamento estratégico e,

logo em seguida, a formulação da missão, visão e valores organizacionais.

Para Chiavenato e Sapiro (2003), o planejamento estratégico está se

tornando muito importante para o sucesso das organizações, pois hoje o

planejamento estratégico deixou de ser anual ou quinquenal para se tornar contínuo,

passando a se tornar flexível e adaptável, deixando de ser monopólio da alta

diretoria da empresa para chegar ao compromisso e dedicação de todos os

membros da organização.

Segundo Ribeiro et al. (2013), para que uma empresa construa suas

estratégias de negócios é necessário que exista um propósito, que pode ser definido

como um conjunto de fatores que caracterizam o que a organização deseja ser no

futuro, sua vontade de ser e agir. Dessa forma, é também importante buscar uma

definição para estratégia. São muitas as definições, entretanto a que mais se aplica

para este acadêmico é a de que “estratégia é o caminho a ser seguido para levar a

empresa a atingir seus objetivos”.

3.2 MATERIAIS

De acordo com Viana (2002, p. 41), “material: todas as coisas contabilizáveis

que entram como elementos constituídos ou constituintes na linha de atividade de

uma empresa.”

Viana (2002) destaca ainda que a administração de materiais é o

planejamento, coordenação, direção e controle de todas as atividades que estão

relacionadas à aquisição de materiais que formam os estoques desde o momento da

sua concepção até o momento do consumo final.

Dias (2010) define a administração de materiais como um conjunto de

atividades desenvolvidas dentro de uma organização, de forma centralizada ou não,

destinada a suprir as diversas unidades com os materiais necessários ao

desempenho normal das respectivas atribuições. Estas atividades abrangem desde

o reaprovisionamento, incluindo compras, o recebimento, a armazenagem, o

fornecimento aos seus solicitantes, até as operações gerais de controle de estoques.

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Conforme Pozo (2008, p. 27):

A boa administração de materiais significa coordenar a movimentação de suprimentos com as exigências de produção. Isso significa aplicar o conceito de custo total às atividades de suprimento logístico de modo a obter vantagem da contraposição da curva de custo, ou seja, o objetivo maior da administração de materiais é prover o material certo, no local de produção certo, no momento certo e em condição utilizável ao custo mínimo para a plena satisfação do cliente e dos acionistas.

3.3 LOGÍSTICA

Serão abordados os principais conceitos sobre logística nas organizações e

sua importância para crescimento das empresas no mercado.

De acordo com Pozo (2008), logística empresarial é toda a parte de

movimentação e armazenagem usada para facilitar o fluxo de produtos, desde sua

aquisição até o consumo final. Da mesma forma são os fluxos de informação que

colocam os produtos em movimento, com a intenção de propor níveis de serviço

adequados aos clientes a um custo razoável.

Severo Filho (2006) destaca que a logística é toda organização dos fluxos de

materiais, que envolve desde o fornecedor até o consumidor final. Esse processo

também envolve todas as funções de compras, planejamento e controle da produção

(PCP), distribuição e exige um fluxo efetivo de informações e uma restrita

conformação com as necessidades dos clientes. É composto por uma rede formada

de instalações e informações que se encarregam de executar várias funções, com a

responsabilidade de conseguir um fluxo eficiente de produtos que está incluso

transferência, estocagem, manuseio e comunicação.

Conforme Martins e Alt (2006, p. 326)

A logística é responsável pelo planejamento, operação e controle de todo o fluxo de mercadorias e informação, desde a fonte fornecedora até o consumidor. Assim, dentro do espírito da empresa moderna, o básico da atividade logística é o atendimento do cliente. De fato, ela começa no instante em que o cliente resolve transformar um desejo em realidade.

Conforme Moura (2006), a logística tem influência transversal e

multidisciplinar e interage com diversas funções organizacionais como o marketing e

a gestão de operações, o que lhe garante importância em múltiplas dimensões,

como na produtividade, nos custos e no serviço ao cliente. A logística constitui uma

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espécie de fio condutor, ligando as diferentes cadeias, internos e externos, ajudando

na sua sincronização e interação. Contribuindo, assim, para a melhoria da eficiência

das organizações e, consequentemente, da economia.

3.3.1 Logística integrada

Segundo Ching (2010), com o passar dos anos o conceito de logística foi

evoluindo e uma nova concepção passou a existir à integração das diversas áreas

envolvidas na produção, dimensionamento e layout de armazéns, alocação de

produtos em transportes, distribuição, seleção de fornecedores e clientes externos,

surgindo um novo conceito conhecido como Supplychain ou logística integrada, que

representa todo esforço que envolve os diferentes processos e atividades

empresariais, agregando valor na forma de produtos ou serviços para o consumidor

final. A gestão supplychain é uma forma integrada de planejar e controlar todo fluxo

de mercadorias, recursos e informações, buscando administrar as relações na

cadeia logística de forma cooperativa a fim de beneficiar todos os envolvidos, desde

os fornecedores até o cliente final.

De acordo Garcia et al. (2006), a logística integrada pode ser dividida em três

áreas principais: logística inboud, que representa a gestão de suprimentos e a

interface da empresa com seus fornecedores. Logística industrial representa as

operações relacionadas a planejamento, programação e controle da produção

dentro da empresa. Logística Outbound representa a distribuição física de produtos

e a interface da empresa com seus clientes. Estas três áreas, agindo juntas, formam

o processo de atendimento da demanda e prestação de serviço ao cliente, desde a

compra de matéria – prima até a entrega de produtos acabados.

3.4 SISTEMAS GERENCIAIS

Para Oliveira (2001, p. 40), sistemas de informações gerenciais (SIG), é o

processo que transforma dados em informações que são usadas na tomada de

decisão da empresa, proporcionando ainda a sustentação administrativa para a

otimização dos resultados planejados. O SIG não deve ser rotulado como algo que

está na moda em administração, deve ser visualizado como um instrumento

administrativo que auxilia os executivos das empresas. Constatou-se que o SIG

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envolve alto nível de criatividade e realização das pessoas participantes. Isso porque

depois de identificado um problema, o executivo deve mostrar uma criatividade

elevada para tomar a decisão e executar. E a sua realização profissional ocorre

quando o processo decisório apresentar resultados, além disso, o processo envolve

fatores comportamentais que os tornam mais interessantes, alguns desses fatores

são: cultura organizacional, emoção, instinto e desejo. Geralmente, tem-se

dificuldade de quantificar o benefício efetivo de um sistema de informações

gerenciais, ou seja, a melhoria no processo de tomada de decisão. Entretanto, pode-

se trabalhar com base em uma lista de hipóteses sobre os impactos dos sistemas de

informações gerenciais nas organizações, propiciando ao administrador um

entendimento, ainda que genérico, de sua importância. Nesse sentido, o sistema de

informações gerenciais proporciona os seguintes benefícios para as organizações,

conforme o quadro abaixo:

Quadro 4 - Sistema de informações gerenciais.

Redução dos custos das operações;

Melhoria no acesso as informações, propiciando relatórios mais precisos e rápidos, com menor esforço;

Melhoria na produtividade seja ela setorial ou global;

Melhoria em todos os serviços realizados e oferecidos;

Melhoria no processo de tomada de decisões, fornecendo informações mais rápidas e precisas;

Estímulo a interação entre os responsáveis pela tomada de decisão;

Fornecimento de melhores projeções dos efeitos das decisões;

Melhoria na estrutura organizacional, facilitando o fluxo de informações;

Melhoria na estrutura de poder, propiciando maiores poder para aqueles que entendem e controlam o sistema;

Redução do grau de centralização das decisões na empresa;

Otimização na prestação dos serviços aos clientes;

Melhoria interação com os fornecedores;

Melhoria nas atitudes e atividades dos funcionários da empresa;

Aumento do nível de motivação das pessoas envolvidas;

Redução dos custos operacionais;

Redução da mão-de-obra burocrática;

Redução dos níveis hierárquicos.

Fonte: Oliveira (2001).

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Para Oliveira (2001, p. 40), os sistemas de informações gerenciais atuam

como elementos que polarizam os eventos empresariais provenientes dos ciclos de

atividades, tanto internos quanto externos à empresa. O processo administrativo das

empresas usam a informação como apoio às decisões através de sistemas

informativos que observam requisitos quanto aos transmissores e receptores de

informações, nos quais são fornecidos os elementos básicos para as decisões nos

vários pontos da empresa.

Conforme Rosini e Palmisano (2012, p. 17), sistemas de informações

gerenciais servem como base para as funções de planejamento, controle e tomada

de decisão em nível gerencial. São dependentes diretos dos sistemas de

informações os especialistas que servem como coletores de dados para seus

relatórios. Cabe ao sistema de informação filtrar os dados e emitir relatórios

consolidados sobre as operações da empresa, transformando os relatórios extensos

em objetivos, condensados e sintéticos. Geralmente os sistemas de informações

gerenciais atendem às necessidades semanais, mensais e anuais, em se tratando

de resultados, porém não atendem às atividades diárias. O SIG, em geral, apresenta

uma estrutura conhecida de direcionamento para as questões propostas, não são

flexíveis e apresentam reduzida capacidade analítica, na maioria das vezes são

utilizados em pequenas e simples rotinas para sumarizar, condensar e comparar

dados, exatamente ao contrário dos sofisticados modelos matemáticos ou das

técnicas estatísticas.

3.5 ESTOQUE

Segundo Pozo (2008, p. 37), é de responsabilidade do setor de estoque a

disponibilidade das necessidades totais do processo produtivo, envolvendo não

apenas os almoxarifados de matérias-primas, mas também os intermediários e os

produtos acabados. Seu principal objetivo é não deixar faltar material no processo

de produção, evitando alta imobilização aos recursos financeiros. É notório que

todas as empresas de transformação têm uma preocupação maior com o controle de

estoques, visto que desempenham e afetam de maneira considerável o resultado da

empresa.

É muito importante uma correta administração de materiais que pode ser mais

facilmente percebida quando os materiais necessários não estão disponíveis no

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momento da solicitação para atender às necessidades do mercado. O

significado da boa administração de materiais é coordenar a movimentação

de suprimentos com as determinações de produção. Então, o objetivo maior

da administração de materiais é prover o material certo, no local de produção

certo, no momento certo e em condição de utilização ao custo mínimo para

total satisfação do cliente e dos acionistas.

Para Ching (2010, p. 17), o controle de estoque influencia muito na

rentabilidade da empresa. Os estoques usam capital que poderiam ser

investidos de outras formas, desviam fundos de outros usos potenciais e tem

o mesmo custo de capital que qualquer outro projeto de investimento da

empresa. Aumentar a rotatividade dos estoques libera ativo e,

consequentemente economiza o custo de manutenção do inventário.

De acordo com Viana (2009, p. 107), os estoques refletem

quantitativamente nos resultados obtidos pela empresa ao longo do seu

exercício financeiro, em consequência disso manter os níveis

economicamente satisfatórios, o atendimento, as necessidades em material

constituem o mais amplo objetivo de qualquer empresa. Assim, em qualquer

organização, os estoques representam componente de extrema importância,

seja sob aspectos econômico-financeiros ou operacionais críticos. Nas

empresas industriais ou comerciais, os materiais concorrem com mais de 50%

do custo do produto acabado, o que faz com que os recursos financeiros

destinados a estoques devam ser empregados da forma mais racional

possível.

Para Rodrigues (2014, p. 27), as funções básicas de qualquer tipo de

estoque podem ser resumidas em garantir a disponibilidade de insumos para

produção, atuar como amortecedor durante o período de ressuprimento,

reduzir o custo de transporte, pela aquisição de maiores lotes, dispor de

produtos acabados para a entrega a clientes. Os estoques imobilizam capital

(Ativo Circulante), alterando significativamente a rentabilidade da empresa.

Isso obriga os gestores a reduzir o nível ao mínimo possível, sem prejudicar

as operações. Contudo, na maioria das vezes há incertezas quanto ao nível

da demanda, sobretudo quando se trata de organizações de grande porte.

Nessas empresas, a tendência é que os estoques sejam gerenciados de

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forma descentralizada, acarretando o erro de não se observar os estoques na sua

totalidade.

3.5.1 Tipos de estoque

De acordo com Vieira (2009, p. 181), os estoques dividem-se em: “matérias-

prima, produtos em fabricação, produtos acabados, produtos semi-acabados, e

materiais indiretos.”

Conforme Pozo (2008, p. 41), existem muitos tipos e nomes de estoques, que

podem ser mantidos em um determinado almoxarifado ou em diversos. Atualmente

as empresas possuem em seu processo cinco almoxarifados:

Almoxarifado de matérias-primas

É o estoque responsável por armazenar os materiais que irão passar por um

processo de transformação dentro da fábrica, para depois entrar no estoque de

produtos acabados como produto final. Pode ser um laminado de aço, uma chapa,

uma madeira, ou resina, pós, uma peça comprada etc. Portanto, são todos os que

agregam-se ao produto, fazendo parte integrante de seu estado. Podem ser também

itens comprados prontos ou já processados por outra empresa.

Almoxarifado de materiais auxiliares

São compostos por agregados que participam do processo de transformação

da matéria-prima dentro da fábrica tais como: rebolos, lixas, óleos, ferramentas etc.

É o material que ajuda e participa do processo de transformação do produto, porém

não se agrega a ele, mas é essencial no processo de fabricação.

Almoxarifado de manutenção

Esse estoque onde ficam alojadas as peças de apoio à manutenção dos

equipamentos e edifícios, tais como rolamentos, parafusos, peças, ferramentas etc.

Normalmente é nesse almoxarifado onde ficam os materiais de escritório, usado na

empresa (papel, caneta, etc.)

Almoxarifado intermediário

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Conhecido também como peças em processos, esses estoques podem ou

não ser restritos, isto é, possuir espaços que são delimitados e controlados, por isso

tem um fator que influencia muito no custo do produto. Estão armazenados nesse

almoxarifado peças que estão em processo de fabricação, ou em subconjuntos que,

armazenadas, para compor mais adiante o produto final. O volume desse estoque é

normalmente resultante de planejamento do estoque de matéria-prima e do

planejamento da produção.

Almoxarifados de acabados

Esse é o estoque onde estão armazenados os produtos prontos e embalados

que serão enviados aos clientes. Resultado de volume desse estoque é função da

credibilidade de atendimento da empresa e do planejamento dos estoques de

matéria-prima e em processos. Então, a partir do momento em que os estoques de

entrada e em processo aumentam, esse estoque também aumenta. Seu bom

planejamento e seu controle também são de muita importância, visto que todo

material parado em estoque está onerando o custo do produto, além de mostrar forte

sujeição a absolência.

3.6 MODELOS DE ESTOQUE

Neste capítulo serão apresentados os principais conceitos de modelos

clássicos de gestão de estoque utilizados nas organizações.

Segundo Martins e Alt (2006, p. 243), toda organização deve definir a forma

de administrar seus estoques, não apenas visando a vantagem pela organização,

mas também da exigência da implantação dos sistemas informatizados, presentes

hoje em quase todas as empresas. Tais regras definem a estrutura dos modelos de

estoque ou modelos de administração dos materiais que respondem as perguntas

sobre quando comprar e quanto. Neste capítulo serão vistos os modelos clássicos

de gestão de estoque, como os de reposição periódica e de reposição contínua.

Sinal da demanda

Para Martins e Alt (2009, p. 117) o sinal da demanda é a maneira no qual a

informação chega a área de compras para se iniciar o processo de aquisição de bem

material ou patrimonial, no caso de bem material o sinal pode vir através de um

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estudo de viabilidade ou de uma necessidade de expansão. No caso de recursos

materiais, as formas mais comuns são solicitação de compras, MRP, just-in-time,

reposição periódica, ponto de pedido, caixeiro viajante e contratos de fornecimento,

conforme será mostrado a seguir.

Solicitação de compras

Segundo Martins e Alt (2009, p. 118), por meio de solicitação ou requisição de

compras, qualquer organização ou colaborador pode manifestar a sua necessidade

de comprar um produto para uso e benefício da empresa. A solicitação de compras

é enviada ao setor de compras, que providenciará seguindo os processos

estabelecidos para a aquisição do material.

Planejamento das necessidades de materiais

Para Martins e Alt (2009, p. 119), conhecido também como materials

requirement planning (MRP), é uma técnica que permite determinar as necessidades

de compras dos materiais que serão utilizados na produção ou fabricação de um

determinado produto.

Baseado na lista de materiais (bill of material), obtida através da estrutura

analítica do produto, conhecida também por árvore do produto ou exploração do

produto, e em função de uma demanda dada, o computador calcula as

necessidades de materiais que serão utilizados e verifica se há estoque disponível

para o atendimento. Se não há material em estoque na quantidade necessária, ele

emite uma ordem de compra para os itens comprados ou uma ordem de fabricação

para os itens fabricados internamente.

Sistema Just-in-Time

O sitema just-in-time (JIT) é um método de produção utilizado com o objetivo

de disponibilizar os materiais requeridos apenas quando forem necessários para

diminuir o custo de estoque.

O JIT, que se baseia na qualidade e flexibilidade do processo de compras,

também pode disparar o processo, dependendo de como o sistema é idealizado, um

cartão ou um conjunto de cartões kanban pode dar inicio ao processo de compras

(MARTINS; ALT, 2009, p. 127).

Sistema de reposição periódica

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Para Martin e Alt (2009, p. 128), é recomendado para determinados itens de

estoque o sistema de reposição periódica ou intervalo padrão depois de decorrido

um intervalo de tempo preestabelecido. Um novo pedido de compra para um

determinado item de estoque é emitido. Para determinar a quantidade que deverá

ser comprada no dia da emissão do pedido, verifica-se a quantidade disponível no

estoque, comprando apenas a quantidade que falta para atingir o nível de estoque

máximo determinado para o item.

Quantidade a ser pedida = Estoque máximo – Estoque atual

Sistema de reposição contínua

Conforme Martins e Alt (2009, p. 128), é conhecido também como sistema do

ponto de pedido ou lote padrão. É o mais popular método utilizado na indústrias,

consiste em acionar o processo de compra quando o estoque de um certo item ou

produto atinge um nível previamente estabelecido.

Ponto de pedido = consumo médio x tempo de atendimento

Caixeiro viajante

De acordo com Martins e Alt (2009, p. 129), consiste em um vendedor visitar

os clientes e verificar quais produtos estão faltando no estoque para que ele, com a

autorização do cliente, possa emitir um pedido. O sinal da demanda, no caso a falta

de mercadoria, é identificado pelo vendedor caixeiro viajante. Com avanço das

tecnologias este sistema está sendo cada vez menos utilizado pelas organizações.

3.7 GESTÃO DE ESTOQUES

Conforme Martins e Alt (2009, p. 198), a gestão de estoque constitui uma

série de ações que permitem ao administrador analisar se os estoques estão sendo

utilizados da melhor maneira possível, bem localizados em relação aos setores que

deles se utilizam, bem manuseados e bem controlados.

Segundo Viana (2009, p. 117), “o objetivo principal da gestão de estoques é a

busca pelo equilíbrio entre o estoque e o consumo, onde a empresa só conseguirá

por meio de algumas atribuições, regras e critérios.” Serão expostas a seguir

algumas regras para correta gestão de estoque:

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Quadro 5 - Regras para gestão de estoque

Manter no estoque somente materiais de estrema necessidade para empresa;

Unir as informações para possibilitar o acompanhamento e o planejamento das atividades de gestão;

Definir para cada material incluso ao estoque os níveis de estoque (máximo mínimo e segurança);

Decidir a quantidade que deve ser comprada de cada material por meio dos seus lotes econômicos e intervalos de parcelamento;

Analisar e acompanhar a evolução dos estoques;

Avisar o setor de compras sobre as encomendas referentes a materiais com variação de consumos;

Decidir se deve ou não regularizar materiais entregues em excesso;

Realizar estudos, para que os materiais obsoletos e inservíveis sejam retirados do estoque.

Fonte: Viana (2009)

Bowersox e Closs (2001 p. 254-255) afirmam que o gerenciamento de

estoque é o processo integrado pelo qual são obedecidas as políticas da empresa e

da cadeia de valor com relação aos estoques. A abordagem reativa ou provocada

usa a demanda dos clientes para deslocar os produtos por meio dos canais de

distribuição. Uma filosofia alternativa é a abordagem de planejamento, que projeta a

movimentação e o destino dos produtos por meio dos canais de distribuição, de

conformidade com a demanda projetada e com a disponibilidade dos produtos.

Garcia et al. (2006) destacam as principais decisões referentes à gestão de

estoques:

a) Quanto pedir: especificação da quantidade requerida com base em

demandas futuras esperadas, restrições de suprimentos, descontos existentes e

custos envolvidos.

b) Quando pedir: momento exato de emitir uma nova ordem, determinada

pelo ponto de pedido, ou seja, data através da qual o pedido atende exatamente às

necessidades da empresa, que depende do lead time de ressuprimento, da

demanda esperada e do nível de serviço desejado.

c) Com qual frequência revisar os níveis de estoque: continuamente ou

periodicamente, dependendo da tecnologia presente e dos custos de revisão, dentre

outros fatores.

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d) Onde localizar os estoques: decisões de localização, se houver a

possibilidade de haver centros de distribuição, depende dos custos de distribuição,

restrições de serviço, tempo em que os clientes aceitam esperar, tempo de

distribuição, custos de estoque e custos das instalações.

e) Como controlar o sistema: utilização de indicadores de desempenho e

monitoramento das operações para apoiar medidas corretivas e ações de

contingência, se o sistema logístico estiver fora de controle.

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4 METODOLOGIA

Esse capítulo mostra a metodologia utilizada na pesquisa, sendo base para

construção da análise e interpretação dos dados.

De acordo com Andrade (2003, p. 121) “pesquisa é o conjunto de

procedimentos sistemáticos, baseado no raciocínio lógico, que tem por objetivo

encontrar soluções para problemas propostos, mediante a utilização de métodos

científicos.”

4.1 TIPOS DE PESQUISA

De acordo com Gonçalves (2005, p. 58) “o primeiro passo em qualquer tipo

de pesquisa e sua finalidade é conhecer as diferentes contribuições de científicas

sobre o assunto que pretende estudar.”

A pesquisa quanto a sua natureza é aplicada, pois tem como necessidade a

produção de conhecimento para aplicação de seus resultados. Conforme Silva e

Meneses (2001, p. 20), “objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática,

dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve e interesses locais”.

A pesquisa é de abordagem predominantemente qualitativa, pois o

pesquisador usa a empresa como fonte para coleta de dados. Portanto, para

Goldenberg (2004, p. 34) “a pesquisa qualitativa não se preocupa com

representatividade numérica, mas sim, com o aprofundamento da compreensão de

um grupo social, de uma organização, etc”.

Quanto aos objetivos da pesquisa serão classificados como exploratórios,

pois foi realizada por meio de levantamento bibliográfico e entrevista com

colaboradores da empresa. Conforme Gil (2007, p. 43), “as pesquisas exploratórias

têm como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias,

tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis

para estudos posteriores.”

Para Gil (2002, p. 62), a pesquisa bibliográfica é aquela em que os dados são

obtidos por meio de fontes bibliográficas, ou seja, de material elaborado com a

finalidade explícita de ser lido. A partir delas, o investigador tem a possibilidade de

cobrir uma gama de fatos muito mais ampla do que aquela que poderia investigar

mediante observação direta dos fatos.

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4.2 COLETA DE DADOS

A pesquisa se desenvolveu na empresa R&A Painéis Elétricos e o público

alvo foram três colaboradores: o diretor técnico industrial, o supervisor de produção

e o almoxarife, que tem relação direta para as tomadas de decisões em relação aos

materiais estocados pela empresa.

O método de coleta utilizado se deu por meio de entrevista e observação

planejada, conforme Padua (2004, p. 71). É geralmente utilizada em estudos

exploratórios, a fim de possibilitar ao pesquisador um conhecimento mais

aprofundado da temática que está sendo investigada. Pode fornecer pistas para o

encaminhamento da pesquisa, seleção de outros informantes, ou mesmo a revisão

das hipóteses inicialmente levantadas.

De acordo Padua (2004, p. 70)

as entrevistas constituem uma técnica alternativa de coleta de dados não documentados, sobre um determinado tema. Deve-se levar em consideração que a entrevista tem suas limitações. Por outro lado, a entrevista, com um dos procedimentos mais usados em pesquisas de campo, tem suas vantagens como meio de coleta de dados: possibilita que os dados sejam analisados quantitativa e qualitativamente, pode ser utilizado com qualquer segmento da população e se constitui como técnica muito eficiente para obtenção de dados.

4.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Em seguida, será apresentada a análise e interpretação dos dados da

estrutura da empresa R & A Painéis Elétricos. Descreve-se o funcionamento do

setor de estoque, que se teve conhecimento por meio de entrevistas com o diretor

técnico industrial, supervisor de produção e o almoxarife.

1 - Qual a importância do controle de estoque para empresa?

Diretor Técnico industrial: Com o controle de estoque funcionando, o setor é

ajudado a realizar as compras da melhor forma. Além disso, ajuda a manter também

o mínimo de mercadorias na prateleira, quanto menor o estoque melhor. E também

importante para se controlar tudo que sai e entra na empresa, outro fator importante

a contabilidade, que precisa do número final a cada fim de mês.

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Supervisor de produção: É importante primeiro porque faz todo controle das

entradas e saídas dos materiais que a empresa usa, e depois porque faz toda a

separação para as montagens internas.

Almoxarife: É muito importante para manter um controle de entrada e saída de

materiais. Com ele é possível comprar o necessário e evitar que fique material

parado por muito tempo no estoque, atendendo a produção e entregando os

produtos aos clientes dentro do prazo combinado.

2 - O estoque reflete quantitativamente nos resultados obtidos pela empresa?

Diretor Técnico industrial: Sim! Quanto mais controlar melhor e, com isso, comprar

somente o necessário. Assim, maior será o lucro no final do fechamento semestral.

O material mal controlado reflete diretamente nos lucros. Quando existem

informações de consumo mensal de cada produto no controle de estoque,

consegue-se comprar pela média.

Supervisor de produção: Sim, reflete bastante pois o estoque está totalmente

ligado ao capital da empresa, pois se o estoque for mal controlado a empresa

comprará errado e, com isso, gastará um dinheiro desnecessário.

Almoxarife: Em minha opinião reflete e muito, porque produto parado no estoque é

dinheiro parado, então quando se compra o que não é necessário é dinheiro que foi

gasto e que poderia ter sido usado na compra de outros materiais ou em outros

investimentos dentro da empresa.

3 - De que forma ocorre a reposição dos materiais na empresa?

Diretor Técnico industrial: Um programa de controle de estoque avisa quando um

item atinge a quantidade mínima cadastrada.

Supervisor de produção: Foi estipulada uma quantidade mínima para cada

componente, alcançada esta quantidade o sistema acusa a compra.

Almoxarife: No momento em que vou registrar a saída dos materiais no sistema, o

próprio sistema aponta os materiais precisam ser comprados, então passo essas

informações para o setor de compras que realiza a compra dos materiais solicitados.

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4 - Como foram estipuladas as quantidades mínimas e máximas dos materiais

no estoque?

Diretor técnico industrial: Minha definição baseou-se na experiência que tenho na

produção de quadros e painéis elétricos.

Supervisor de produção: A definição das quantidades mínimas e máximas foi

estipulada pela administração da empresa.

Almoxarife: Quando cheguei na empresa já estavam definidas as quantidades dos

materiais.

5 – Existem, no estoque, materiais tratados com prioridades diferentes?

Diretor Técnico industrial: Depende, existem materiais que são de uso em todos

os quadros, então a quantidade em estoque é maior do que os materiais que saem

menos e, por isso, são mantidas em quantidades menores.

Supervisor de produção: Hoje em dia todos os nossos materiais são de suma

importância, mesmo porque o mercado não nos proporciona esse luxo de ter um ou

outro material mais importante do que o outro, ou seja, hoje a empresa tem que ser

o mais enxuta possível.

Almoxarife: Sim, existe sim. Os materiais que são usados em todos os produtos

como cabos (fios), barramento, parafusos, djuntores, esses materiais não devem

faltar dentro do estoque, pois são utilizados frequentemente.

6 - Descreva como funciona todo processo da empresa que envolve o estoque.

Diretor Técnico industrial: O setor comercial faz a venda e abre uma ordem de

serviço, entrega para o setor de compras, que analisa a ordem e encaminha para o

almoxarife, separando os materiais e marcando o que falta. A ordem de serviço volta

para o setor de compras, que coloca os pedidos necessários. As mercadorias

chegam e o almoxarife as recebe e, através das cópias dos pedidos, separa o que é

para montagem dos quadros e o que vai para o estoque. A produção recebe as

ordens de serviço que estão completas de materiais e montam os quadros. Quando

a ordem de serviço está montada, a produção avisa ao financeiro e o departamento

de entrega, e os produtos são entregues e, ao mesmo tempo, o controle de estoque

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avisa quais itens no estoque estão em quantidades baixas. O setor de compras se

encarrega de solicitar os materiais.

Supervisor de produção: O processo começa no fechamento da venda, onde é

aberta uma ordem de serviço que é encaminhada para o setor de compras para uma

análise a fim de descobrir se há algum produto que não é de uso rotineiro. Após a

análise, a ordem de serviço é destinada ao almoxarife, que faz a separação de todo

material e deixa à disposição do setor de produção, que faz a montagem do produto,

conforme a solicitação descrita na ordem. Depois de pronto é acionado o setor

financeiro e, logo em seguida, é entregue ao setor de expedição, que faz a entrega

do produto para ao cliente.

Almoxarife: Após a ordem de serviço passar pelo setor comercial e compras, chega

ao almoxarifado onde é feita a separação de todos os materiais solicitados na ordem

de serviço, no momento da baixa do material é avisado ao setor de compras quais

materiais precisam ser comprados. O setor de compras faz a solicitação com os

fornecedores. No recebimento desses materiais é conferida a nota fiscal junto ao

pedido de compras e, depois, armazenados em seus devidos lugares no estoque.

7 - A empresa possui alguma ferramenta ou programa para controle do

estoque?

Diretor Técnico industrial: Sim, estamos em processo de teste, o nome do sistema

é Certising.

Supervisor de produção: Sim, é o Certising, foi instalado há pouco tempo. O

sistema engloba toda empresa, desde o departamento financeiro até o estoque.

Almoxarife: Sim, foi implementado há pouco tempo e estamos nos adaptando

ainda.

8 - A empresa pratica inventário periódico?

Diretor Técnico industrial: Não, mas deveria ser feito inventário para medir o

patrimônio da empresa.

Supervisor de produção: nunca foi realizado inventário na empresa, mas acredito

que seja uma ferramenta muito importante para medir o capital investido na

empresa.

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Almoxarife: Não, mas em minha opinião seria muito importante fazer isso, até

mesmo para saber quanto dinheiro tem investido na empresa em relação aos

materiais.

9 - A empresa faz uso da política de curva ABC no setor de estoque?

Diretor Técnico industrial: Não, desconheço o assunto mas vou procurar pesquisar

e me informar, se for interessante para nossa empresa pretendo implementar.

Supervisor de produção: Não sei o que é, mas vou procurar me informar.

Almoxarife: Não utilizamos no momento, mas podemos fazer um levantamento

desse assunto e, quem sabe, aplicar futuramente na empresa.

10 - Quais dificuldades referentes ao estoque e materiais que empresa

encontra hoje?

Diretor técnico industrial: Hoje o estoque apresenta muito furo nas quantidades,

comparado ao sistema, porque o estoque fica aberto e muitas pessoas retiram os

materiais sem comunicar a retirada.

Supervisor de produção: Acredito que o maior problema que enfrentamos hoje

referente ao setor de estoque seja a ausência do almoxarife na empresa. Todos têm

acesso ao estoque e retiram materiais, muitas vezes não seguindo o processo

correto, esquecendo de fazer a baixa e ocasionando furos nas quantidades.

Almoxarife: Muitas vezes não estou presente na empresa, dificultando muito o

controle de entrada e saída dos materiais. Muitos materiais chegam e já têm que ir

para produção, então quando vou dar entrada nesses materiais já não têm a mesma

quantidade presente na nota fiscal.

4.2.1 Análise da pesquisa

A entrevista foi realizada com o diretor técnico industrial, com o supervisor de

produção e com o almoxarife, pois estes são considerados os maiores

conhecedores do processo de estoque da empresa. Todo processo da entrevista

ocorreu separadamente para que não houvesse influência nas respostas.

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Para os entrevistados, o controle de estoque é muito importante para a

empresa, pois auxilia o setor de compras a comprar certo, atendendo os clientes no

prazo determinado, ainda as necessidades de produção, evitando o armazenamento

de materiais desnecessários. Afirmam também que o controle de estoque está

ligado ao capital da empresa, porque estoque mal controlado gera um capital

parado, onde poderia ser investido em outros departamentos da empresa, refletindo

nos lucros obtidos pela empresa.

Atualmente, o processo que envolve o estoque da empresa ocorre da

seguinte forma: o setor comercial realiza a venda, onde é aberta uma ordem de

serviço que passa pelo setor de compras para análise. Logo é encaminha para o

almoxarifado, onde é feita a separação dos materiais e marcados os materiais que

não contém no estoque para repassar a informação ao setor de compras e compra-

los. Após separados os materiais ficam aguardando o setor de produção para a

montagem dos quadros elétricos, o parte de recebimento dos materiais também é

feita pelo almoxarife, que recebe e confere a nota fiscal com o pedido de compra,

após a conferência o almoxarife separa os materiais que serão armazenados no

estoque e os que serão colocados à disposição da produção. Alguns materiais são

considerados mais importantes do que outros, pois são de uso rotineiro e estão

presentes na maioria dos produtos comercializados pela empresa. Esses materiais

são comprados em quantidades maiores e não podem faltar na empresa.

A empresa possui, como ferramenta de controle de estoque, o programa

Certising, instalado há pouco tempo e em processo de adaptação. Esse sistema vai

atender todos os setores da empresa, incluindo a parte financeira, compras, vendas

e materiais, determinando as quantidades mínimas e máximas dos produtos a serem

estocados, que foram definidas pelo diretor técnico industrial.

A empresa não pratica inventário periódico, mas afirmam ser muito importante

e pretendem aplicar futuramente. Quando questionados a respeito da politica de

curva ABC, admitem não saber do que se trata. Mas, de acordo com outras

respostas obtidas na entrevista, percebe-se que fazem uso, mesmo não sabendo

teoricamente sobre o assunto, porque responderam que alguns materiais têm

tratamentos diferenciados dentro do setor de estoque, visto que não podem faltar

por fazer parte de quase todos produtos vendidos pela empresa.

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5 RESULTADOS DA PESQUISA

Neste capítulo serão apresentados os resultados da pesquisa realizada na

empresa R&A Painéis Elétricos. Usando a ferramenta 5W2H, sugere-se para

empresa algumas melhorias que envolvem o setor de estoque, compras e

recebimento, buscando a melhoria contínua dos processos.

Uma das dificuldades encontradas na empresa é a ausência do colaborador

responsável pelo setor de estoque, pois este também é um dos responsáveis pela

parte de entrega dos produtos acabados aos clientes.

Quadro 6 - Minimizar ou sanar a ausência do almoxarife na empresa

PLANO DE AÇÃO 01

SETOR: Estoque RESPONSÁVEL: Supervisor de produção / diretor técnico industrial

OBJETIVO: Minimizar ou sanar a ausência do almoxarife na empresa.

O QUE? Definir os dias em que o almoxarife irá fazer as entregas.

QUEM? Diretor técnico industrial.

QUANDO? 30 dias

POR QUÊ? Para que outro colaborador não tenha a necessidade de retirar materiais do estoque.

COMO?

O diretor técnico industrial definirá o melhor dia para realizar as entregas e o supervisor de produção elaborará uma programação de produção onde o almoxarife possa separar antecipadamente os materiais que serão utilizados pelo setor de produção.

CUSTOS Será valor das horas em que o supervisor de produção ficará em função do planejamento da produção. O supervisor precisará de 1 hora por dia um custo mensal de R$ 179,96

Fonte: Rafael João Machado 2015.

Outra dificuldade encontrada na empresa é o espaço que foi destinado para o

armazenamento dos materiais, esse espaço não suporta todos os materiais que são

utilizados para a montagem dos produtos comercializados pela empresa, por isso

alguns materiais são armazenados na parte de fora do estoque onde todas as

pessoas que trabalham na empresa têm acesso à eles.

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Quadro 7 - Aumentar o espaço destinado ao armazenamento dos materiais.

PLANO DE AÇÃO 02

SETOR: Estoque RESPONSÁVEL: Diretor técnico industrial / Almoxarife

OBJETIVO: Aumentar o setor de estoque.

O QUE? Aumentar o espaço destinado ao armazenamento dos materiais.

QUEM? Os diretores da empresa.

QUANDO? 15 dias

POR QUÊ? Para evitar que outro colaborador tenha acesso aos materiais do estoque e melhorar a organização dentro do setor.

COMO? Definir um espaço para o estoque que seja suficiente para guardar todos os materiais, contratando uma empresa para instalar as divisórias de madeira.

CUSTOS Investimento para colocação das divisórias R$ 1750,00

Fonte: autor (2015).

Em uma das visitas feitas na empresa percebeu-se que outros colaboradores

fazem o recebimento dos materiais, separam e levam para o setor de produção

utilizar nos produtos que estão pendentes desses materiais, fazem o uso dos

materiais antes mesmo do registro no sistema e conferência dos pedidos de

compras. Abaixo apresenta uma sugestão de melhoria no recebimento dos

materiais.

Quadro 8 - Unificar o recebimento e conferência dos materiais.

PLANO DE AÇÃO 03

SETOR: Recebimento RESPONSÁVEL: Diretor técnico industrial

OBJETIVO: Unificar o recebimento e conferência dos materiais

O QUE? Definir que apenas o almoxarife será o responsável pela conferência dos materiais junto com a nota fiscal e o pedido emitido pelo setor de compras.

QUEM? Almoxarife

QUANDO? 10 dias

POR QUÊ? Para que não sejam retirados materiais antes da conferência, armazenamento e registro no sistema.

COMO? Definir que somente o almoxarife pode conferir e liberar os materiais para uso da produção.

CUSTOS O tempo gasto em média, semanalmente, para conferência dos materiais é 165 minutos, gerando um custo de R$ 65,94 mensais.

Fonte: Rafael João Machado 2015.

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Outro problema percebido foi que alguns materiais se encontram em falta no

estoque da empresa e outros estão sobrando, devido ao setor de compras receber

as ordens de serviço antes do setor de estoque e se basear nas quantidades

informadas pelo sistema, que muitas vezes, não é compatível com a quantidade do

estoque físico, ocasionando a compra de materiais que não precisam ser

comprados, e deixando de comprar outros que estão em falta na empresa.

Quadro 9 - Evitar a falta de material no estoque e compra desnecessária

PLANO DE AÇÃO 04

SETOR: Compras e Estoque RESPONSÁVEL: Almoxarife / comprador

OBJETIVO: Evitar a falta de material no estoque e a compra de material desnecessário aplicando a curva ABC.

O QUE? Reavaliar o processo da empresa após ser aberta a ordem de serviço.

QUEM? Setor de estoque e compras.

QUANDO?

30 dias

POR QUÊ? Para evitar a compra desnecessária de materiais e evitar também que se deixe de comprar materiais que a empresa esteja precisando.

COMO?

Fazer um levantamento do consumo mensal dos materiais utilizados na empresa e aplicar a curva ABC para destacar a prioridade de compra, após o setor comercial abrir uma ordem de serviço, encaminhar para o almoxarifado para fazer a identificação dos materiais que tem no estoque e os que precisam ser comprados em seguida enviar a ordem de serviço para o setor de compras para fazer a compra dos mesmos.

CUSTOS

Valor das horas trabalhadas do almoxarife e do comprador em função do levantamento e implementação no sistema da empresa, irão precisar de uma hora por dia um total de R$ 260,00 mensais.

Fonte: Rafael João Machado 2015.

Outro problema relacionado aos materiais e estoque encontrado na empresa

R & A Painéis Elétricos foram as quantidades mínimas e máximas determinadas

para a reposição dos materiais no estoque. Muitas vezes, a compra dos materiais

não é acionada à tempo de reposição para o fornecedor, ocasionando a falta de

alguns materiais no estoque.

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Quadro 10 - Definir qual modelo de estoque adequado para a empresa.

PLANO DE AÇÃO 05

SETOR: Compras e Estoque

RESPONSÁVEL: Diretor técnico industrial

OBJETIVO: Definir o modelo de estoque

O QUE? Definir qual modelo de estoque é mais adequado para a empresa.

QUEM? Almoxarife, diretor técnico industrial e comprador

QUANDO? 30 dias

POR QUÊ? Para evitar a falta de materiais na empresa e comprar no momento certo a quantidade certa.

COMO?

Estudar e avaliar todos os modelos de estoque e escolher o mais apropriado para empresa e por em prática para definir o momento de reposição e as quantidades mínimas e máximas de cada material no estoque.

CUSTOS Valor das horas em função da avaliação do sistema de estoque atual e aplicação do modelo de estoque. O supervisor precisará de 1 hora por dia um custo mensal de R$ 179,96

Fonte: Rafael Joao Machado 2015.

Em seguida será apresentado um quadro que mostra os sinalizadores dos

planos de ações implementados na empresa R&A Painéis Elétricos, o custo de cada

plano para a empresa, o tempo de implementação e o status de cada plano.

Quadro 11 - Sinalizadores do plano de ação.

Fonte: Rafael João Machado 2015.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa foi realizada para o curso de administração do Centro

Universitário Municipal de São José - USJ no ano de 2015, tendo como foco

principal a gestão de estoque.

A fundamentação teórica abordou os conceitos referentes aos temas: Gestão

estratégica, materiais, logística e seus componentes, sistemas gerenciais, estoque,

tipos de estoque, modelos de estoque e gestão de estoque. Sendo assim,

cumprindo com o primeiro objetivo específico deste trabalho, definido no item 1.3.2,

que tinha como objetivo fundamentar teoricamente o tema.

A pesquisa realizada na empresa R&A Painéis Elétricos permitiu fazer uma

análise nos processos do sistema de estoque da empresa, identificando e

descrevendo o modelo de sistema de estoque atual. Sendo assim, foram verificados

os possíveis pontos críticos no processo de recebimento, controle e saída do

sistema de estoque, o modelo de sistema de estoque atual, atingindo o segundo,

terceiro e quarto objetivos específicos do trabalho.

Com base nas respostas dos entrevistados, por meio de entrevista contendo

10 perguntas relacionadas ao sistema de estoque da empresa e à administração de

materiais, identificaram-se algumas dificuldades da empresa em ralação ao controle

de estoque, ao processo de estoque e ao sistema de informações. Com isso, foram

sugeridas algumas melhorias, respondendo ao quinto objetivo específico, conforme

mostra no capítulo 5, que era sugerir ações de melhoria para o sistema de estoque.

Com o atingimento dos objetivos específicos apresentados no trabalho,

considera-se que o objetivo geral da pesquisa, que era analisar o sistema de

estoque da empresa R & A Painéis Elétricos, tenha sido atingido. A análise do

sistema de estoque da empresa partiu de uma comparação da parte teórica da

pesquisa bibliográfica, levando para a parte prática e analisando todo processo de

recebimento, armazenamento, controle e saída de materiais do estoque da empresa.

Uma das principais contribuições da presente pesquisa para a empresa R&A

Painéis Elétricos foi no sentido de ajudá-la a entender a importância da gestão de

estoque para o crescimento, obtenção de lucros, redução de custos e vantagem

competitiva e manutenção de clientes, atendendo sempre no prazo determinado.

Através de visitas na empresa, bem como a entrevista realizada com os

colaboradores durante o ano de 2015, o acadêmico conseguiu interagir e observar

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como a esta se comporta em relação ao tema da pesquisa, possibilitando, assim,

melhorar e ampliar o entendimento da gestão de estoque.

Os resultados da pesquisa contribuíram com empresa R & A Painéis

Elétricos, mostraram que a questão “A partir da análise do processo de estoque a

empresa R&A painéis Elétricos terá menor perda de mercado?” foi respondida.

Desta forma, foram identificadas e apresentadas as melhorias, sendo que algumas

destas já foram aplicadas na empresa.

Com a abordagem do tema “Gestão de Estoque”, a pesquisa teve também o

intuito de despertar o interesse de outros acadêmicos para trabalhos futuros.

Sugere-se a realização de estudos em outras empresas do ramo, com o intuito de

usar a gestão de estoque como uma ferramenta para redução de custos e obtenção

de lucros.

Conclui-se que o tema gestão de estoque esteja presente tanto no meio

acadêmico quanto na maioria das empresas e o sucesso de uma organização esteja

relacionado à administração dos estoques.

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APÊNDICE A – Roteiro da entrevista

1 - Qual a importância do controle de estoque para empresa?

2 - O estoque reflete quantitativamente nos resultados obtidos pela empresa?

3 - De que forma ocorre a reposição dos materiais na empresa?

4 - Como foi estipulado as quantidades mínimas e máximas dos materiais no

estoque?

5 - Existe no estoque materiais tratados com prioridades diferentes?

6 - Descreva como funciona todo processo da empresa que envolve o estoque.

7 - A empresa possui alguma ferramenta ou programa para controle do estoque?

8 - A empresa pratica inventário periódico?

9 - A empresa faz uso da política de curva ABC no setor de estoque?

10 - Quais dificuldades referentes a estoque e materiais que empresa encontra

hoje?